“Eu escrevi milhões de páginas pra você antes que me deixasse. E embora eu tente me acostumar a sua ausência, eu tenho sempre uma página em branco sobrando, só por via das dúvidas..”
“Eu não queria escrever sobre você.Não queria que fosse necessário te expelir de mim. Mas, seria impossível continuar me arrastando pelos dias, se você continuasse me consumindo desse jeito.
Eu não sei o que você quer de mim, tão pouco o que eu espero de você. Só consigo pensar que essa eletricidade entre nós parece cada vez mais afoita e latente, como se um de nós pudesse tomar um choque letal a qualquer momento. Seria mais inteligente fugir, fingir que não existe, que não sente? Ou seria mais corajoso insistir e pagar pra ver?Eu sinto que preciso tomar cuidado, mas algo em mim não quer desistir dessa sensação ávida de possuir você.
É quase como uma droga que eu não consigo tirar da cabeça. Controla a minha respiração, a mente, o coração.. e me deixa úmida de maneira improvável e inusitada. Eis o controle - que eu não admito - mas, que você exerce sobre mim.
“E então, eu me deparo com você. De novo, de novo e de novo. Em todos os lugares improváveis. Eu pego o jornal pela manhã e o seu nome logo aparece. Eu abro uma revista e você reaparece. Leio um livro, e você surge em cada página, com todos os detalhes. Eu saio de casa, e encontro você numa esquina qualquer, numa fila de banco, no ônibus, ou numa pichação, em qualquer lugar por onde eu passe. Eu ligo a TV e lá está você, num filme, numa novela, numa série, numa propaganda. Ouço uma música e, se você não está nela, ela me faz lembrar de você. E eu nunca ouvi tanto o nome da sua cidade, como agora. Eu até me sinto como se já tivesse morado aí. Mas não… Você é que mora em mim. E eu tenho a impressão de que ainda vai morar durante muito tempo.”
