Relações Paradigmáticas e Sintagmáticas

A linguagem, segundo Saussure, é um sistema de sinais e signos linguístico. Um signo linguístico se dá pelo conjunto de um significante e um significado, pois ele faz referência ao objeto em questão. Logo, tudo se baseia na sincronia entre o eixo associativo (paradigmático) e o sintagmático.1,2

Quando tratamos da formação da linguagem oral, para o autor, ela se estrutura em dois eixos: o eixo vertical e o eixo horizontal. Este trata-se de uma relação sintagmática entre os signos e suas desinências considerando o uso de morfemas, enquanto aquele trata-se de uma relação paradigmática, ou seja, uma relação entre o contexto e a escolha de palavras dentro de um léxico específico, relacionado aos signos que possuem a mesma natureza, mas são escolhidos e excluídos de um contexto a fim de compor novas relações sintagmáticas.3

Então, as relações sintagmáticas, é a junção de dois ou mais termos do mesmo contexto sintático para formar uma frase de forma linear. Essas relações também foram analisadas no nível fonológico (unidades formam sílabas), ou no nível morfológico (morfema formam sintagma vocabular), e ainda no nível sintático (combinação de palavras para formar uma frase).4

E as relações paradigmáticas, englobam a associação feita pela mente para substituir uma unidade linguística presente em certo contexto por unidades então ausentes, mas que mantém o entendimento da frase. Assim, conclui que as relações paradigmáticas são decorrentes da semelhança de significado som e outros fatores que faça o falante ou o ouvinte associarem o elemento linguístico usado a outro ausente. 3,4

Para Saussure, ambas as relações ocorrem concomitantemente, o que ilustra que a língua possui estrutura, regra e funciona através de um sistema de valores constituído por combinações e exclusões entre as unidades linguísticas.3,4

Para a formação frasal e lógica, é necessário que ambas as relações estejam em equilíbrio e funcionando adequadamente. Por conseguinte, em uma frase, a escolha de posição sintática (sujeito + verbo + complemento – por exemplo-) se dá pela relação sintagmática, enquanto o léxico, pela relação paradigmática. 3,4

Portanto, podemos concluir que a construção dessas relações se dá pelo tamanho, crescimento e desenvolvimento tanto do léxico da criança quanto da sua habilidade sintática linguística.3

Por fim, é importante ressaltar que o crescimento e desenvolvimento do vacbulário se dá pela frequência, exposição e importância que o indivíduo divide com o meio. Por conta disso, é de extrema importância que exponhamos as crianças a um vasto vocabulário e, para aqueles que estão adquirindo uma nova língua, o mesmo deve ser feito, contato diário e duradouro com o idioma.

Texto por: Maria Eduarda Pasculli Marinheiro (dudapasculli@hotmail.com)

Referências de base:

  1. Bouquet, S. Introdução à leitura de Saussure . Tradução de Carlos A. L. Salum e Ana Lúcia Franco. São Paulo: Cultrix, 2000.
  2. Carvalho, C. de. Para compreender Saussure . Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976
  3. Culler, J. Saussure . 2. ed. London: Fontana, 1986.
  4. Marmelotta ME, Oliveira MR. Estruturalismo. Manual da linguística. 2 ed. São Paulo. Contexto; 2011. pp 120-122

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