Por G1 CE


Empresas na Praia do Futuro têm queda de 40% no faturamento após aparecimento de manchas de óleo, afirma associação de empresários — Foto: Kid Junior/Sistema Verdes Mares

Além do impacto ambiental, o vazamento de óleo nas praias do Nordeste já afeta a economia de Fortaleza. A classificação das onze praias da zona leste da cidade como impróprias para banho reduziu a venda das barracas em torno de 40% no fim de semana, segundo a Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF). A Praia do Futuro é um dos principais pontos turísticos da capital cearense.

"Nós temos um público que vem mais pela barraca e não pelo de banho de mar, então, houve um entendimento, no primeiro momento, que não tinha refletido tanto. Mas, conversando em uma reunião com empresários, vimos que houve realmente uma queda de movimento. A insatisfação maior é porque aqui na Praia do Futuro não há uma quantidade tão grande que acabe prejudicando o banho. Aqui e acolá a gente encontra um pontinho de óleo, mas nada alarmante", pontua a presidente da associação, Fátima Queiroz.

As praias do Ceará recebem uma ação de limpeza desde a semana passada e mais de 500 litros do óleo já foram retirados das areias.

Evolução da contaminação por petróleo nas praias do Nordeste. Dados consolidados até 9/10, segundo o Ibama. — Foto: Arte/G1

Na barraca Itaparika, um dos maiores empreendimentos da região, a queda na frequência de clientes chegou aos 50%. "Esse alerta constante tem afetado o movimento, que caiu 50% nesse fim de semana passado. Nós gostaríamos que fosse mudado esse panorama, para que pudéssemos ter um fim de semana normal, principalmente porque esse próximo sábado é feriado", pontua Fernando Ramos Júnior.

A mais recente avaliação das condições de balneabilidade foi divulgada na sexta (4) pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), com amostra coletada na segunda-feira (2), entre 8h e 16h.

O resultado mostrou que, embora os valores de coliformes termotolerantes estejam dentro dos padrões, dez dos onze pontos de amostragem no litoral de Fortaleza apontaram que a ocorrência de óleo foi a causa de reprovação.

A mancha de óleo chegou às praias do Nordeste no início de setembro e se espalhou pelo litoral dos nove estado da região. Conforme relatório da Petrobras, as manchas são mistura de óleos venezuelanos. Equipes do governo já recolheram 133 toneladas de óleo desde o mês passado no Nordeste. No Ceará, o produto é incinerado em um forno específico que evita poluição.

Orientação sobre o banho

Praia do Futuro recebeu banhistas no fim de semana, mesmo com orientação da Semace sobre a condição poluída das águas — Foto: JL Rosa/ Sistema Verdes Mares

O próximo relatório da Semace será divulgado nesta sexta (11). De acordo com o órgão, há muita variação no resultado entre o dia da coleta e a divulgação do boletim. Por isso, a orientação é para os banhistas é observar a ocorrência de óleo na areia antes da decisão de entrar no mar. Caso veja algum resíduo na água ou na areia, a recomendação é considerar a praia imprópria para banho.

"É preocupante pelo sentimento que a gente tem da natureza, a gente sabe que é um problema sério, que tem que ser corrigido imediatamente, mas nada que tenha esse impacto tão grande com relação a quem frequenta a Praia do Futuro onde tem as barracas", diz a empresária Fátima.

Além da Praia do Futuro, outras nove praias foram afetadas pelas manchas no litoral cearense. Dez animais foram encontrados cobertos pelo petróleo, incluindo tartarugas, aves e um golfinho.

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