22/05/2015 11h16 - Atualizado em 22/05/2015 11h16

Estudos da 'Science' sobre plâncton mostram mundo de biodiversidade

Análises revelaram 40 milhões de genes, a maioria ainda desconhecida.
Revista trouxe cinco estudos sobre organismo na edição desta sexta (22).

Da France Presse

Cientistas descobriram um mundo de biodiversidade no plâncton, o conjunto de diminutas plantas, algas, vírus, bactérias e peixes embrionários, que são o alimento favorito das baleias e também um dos maiores provedores de oxigênio do planeta.

Sabia-se que o plâncton era fundamental para o meio ambiente porque serve como base da cadeia alimentar marinha e fornece metade do oxigênio gerado na Terra graças à fotossíntese.

Agora, os cientistas descobriram que esse organismo muito mais complexo do que tinham imaginado, segundo cinco estudos divulgados nesta sexta-feira (22) na edição impressa da revista "Science".

Planctôns coletados no Oceano Pacífico. Na imagem é possível ver um misto de organismos multicelulares: pequenos zooplânctons, larvas e células protistas (Foto: Christian Sardet/CNRS/Tara Expéditions/Science)Planctôns coletados no Oceano Pacífico. Na imagem é possível ver um misto de organismos multicelulares: pequenos zooplânctons, larvas e células protistas (Foto: Christian Sardet/CNRS/Tara Expéditions/Science)

As pesquisas foram feitas durante uma expedição de vários anos conhecida como o projeto Tara Oceans. Entre 2009 e 2013, pesquisadores internacionais viajaram a bordo da escuna francesa "Tara" e coletaram 35.000 amostras de plâncton de todas as grandes regiões oceânicas.

"Este é o maior esforço de sequenciamento de DNA já feito na ciência oceânica: as análises revelaram cerca de 40 milhões de genes, a maioria dos quais é nova para a ciência, o que indica uma biodiversidade muito maior no plâncton do que supúnhamos antes", disse o pesquisador Patrick Wincker, do centro francês de sequenciamento Genoscope.

A embarcação também coletou informação sobre a profundidade, a temperatura e a salinidade dos oceanos, assim como as interações entre as minúsculas formas de vida existentes na água. A equipe identificou, ainda, 5.000 populações de vírus nas cepas superiores dos oceanos do mundo.

"Surpreendentemente, apesar de várias décadas de pesquisa viral marinha, apenas 39% destas 5.000 populações virais eram similares aos vírus que já dávamos como conhecidos", disse a pesquisadora Jennifer Brum, da Universidade do Arizona.

Este mapeamento constitui um primeiro passo rumo a uma compreensão maior da dinâmica e da estrutura do ecossistema marinho em sua globalidade, comentaram os pesquisadores.

Além disso, compreender a distribuição destes organismos e suas interações é útil para estudar as mudanças em escala global, sobretudo as vinculadas ao aquecimento global e seu impacto nos sistemas oceânicos.

veja também