Terra da Gente


As folhas verdes e duras, com cerca de 20 cm, têm as bordas serreadas — Foto: Arquivo TG

De tronco áspero, folhas verdes com bordas serreadas, flores pequenas e frutos amarelados, a guapeba (Chrysophyllum imperiale) é uma árvore brasileira ameaçada de extinção que já fez parte de coleções botânicas internacionais.

Batizada por um tempo como Mastiusella imperalis, em homenagem ao botânico Carl Friedrich Philipp von Martius e ao imperador Pedro I, a espécie foi ofertada para as coleções por Dom Pedro II como presente do Brasil.

Além da fama na realeza, a árvore também foi eleita uma das mais belas espécies da flora brasileira por Jean Jules Linden, botânico belga que pesquisou espécies nativas no ano de 1835.

A árvore chega a medir 30 metros de altura — Foto: Arquivo TG

A admiração pelas características da árvore, que chega a medir 30 metros de altura, também chegou a em Londres, em 1862, e à França, em 1867, países onde a espécie foi premiada em exposições.

Exclusiva da Mata Atlântica a guapeba ocorre em florestas pluviais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, mas é raro encontrá-la na natureza: vítima da exploração de madeira, atividades agropecuárias e ação de carvoeiros, a espécie é considerada ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

Ameaçada de extinção, a espécie é exclusiva da Mata Atlântica — Foto: Arquivo TG

Especula-se também que o rápido declínio da espécie na natureza se deve ao uso da ceifa da árvore por republicanos, no final da monarquia, e ao emprego da madeira na construção naval, no segundo império.

A ausência da guapeba prejudica diretamente o muriqui-do-norte, uma das espécies de primatas mais ameaçadas do planeta, que consome avidamente os frutos amarelos da árvore.

O muriqui-do-norte é uma das espécies de primatas mais ameaçadas do mundo — Foto: Arquivo TG

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