ANTÔNIO MAURÍCIO

Bacharel em Direito

A ex-Senadora Marina Silva tem um longo histórico de atuação em defesa do meio ambiente. Difícil ler o seu nome e não associá-lo às causas ambientais. Marina foi candidata nas eleições presidenciais de 2018 e recebeu 1% dos votos válidos.

A baixa votação poderia sugerir uma derrota fatal que sepultasse de vez o sonho da ambientalista de chegar à Presidência da República e implantar o seu conhecido projeto de governo. Para agravar, a derrota se deu em um contexto no qual a maior potência do mundo, os Estados Unidos, sob a direção de Donald Trump, desacreditava os esforços internacionais de combate ao aquecimento global. Sair do acordo de Paris foi uma clara demonstração da posição dos EUA em relação à causa ambiental.

A última semana, no entanto, deu fortes indicativos de que as maiores potências mundiais adequarão sua rota de crescimento a um movimento internacional de controle ao aquecimento global e de inserção da energia limpa e renovável no sistema produtivo.

Joe Biden, o atual presidente americano, foi o líder e organizador da cúpula do clima, realizada no último dia 22, evento no qual vários chefes de Estado discursaram, dentre eles o Presidente Jair Bolsonaro e o líder católico, Papa Francisco, que há muito já levanta a bandeira de preservação e cuidado com a natureza, tendo como marco a publicação da encíclica “laudato si”.

Nem a um perspicaz analista político seria possível preconizar que Marina Silva se erguerá como forte candidata à Presidência em 2022 diante desse novo quadro internacional de maior atenção ao meio ambiente. Mas ela é uma personagem que, de forma hipotética, poderá ilustrar, nas próximas eleições, o maior apoio da população àqueles candidatos que militem verdadeiramente em prol da defesa e preservação das nossas riquezas naturais.

O tema, portanto, tende a se tornar um interessante capital político para os candidatos. Resta saber quem irá angariar esse capital para as próximas eleições e em que medida a população irá respaldá-lo nas urnas.