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Para Pacheco, foi a segunda vez - ela já havia sido campeã peso-leve (até 70,3kg) no ano passado, e também recebeu o prêmio milionário. Nesta sexta, venceu uma batalha dura contra a russa Marina Mokhnatkina para conquistar o cinturão peso-pena (até 65,8kg) e se tornar a primeira lutadora campeã de duas divisões de peso na PFL.

Problema conquistou seu primeiro título mundial ao nocautear Denis Goltsov no segundo round e se sagrar campeão do peso-pesado (até 120,2kg). Ainda havia outro brasileiro disputando cinturão nas Finais da PFL nesta sexta, mas ele não teve boa sorte. Gabriel Braga sofreu um nocaute técnico para o peruano Jesus Pinedo, numa interrupção controversa, e não obteve o título no peso-pena masculino.

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O evento teve a maior parte dos campeões do Bellator, recém-adquirido pela PFL, presentes à arena. A companhia prometeu um evento especial com um duelo entre os campeões das duas franquias em 2024, e alguns dos representantes do Bellator subiram ao cage para encarar seus futuros oponentes.

Deu a lógica no peso-pena feminino, mas com muito mais drama do que o esperado. Larissa Pacheco saiu do cage com seu segundo título e segundo milhão de dólares na PFL, mas a vitória não veio com um nocaute rápido como de costume. Foi uma decisão unânime (triplo 49-46) a favor da brasileira, mas a russa Marina Mokhnatkina ameaçou de verdade seu reinado, com cinco quedas completadas e algumas tentativas de finalização perigosíssimas.

Mokhnatkina correu da trocação o quanto pôde. Circulou pelo cage para buscar o melhor ângulo de ataque nas pernas. Pacheco era implacável na perseguição e logo acertou duros diretos e cruzados. Contudo, a brasileira viveu um momento dramático no meio do primeiro assalto. Ela aproveitou um momento de aproximação para tentar uma guilhotina, mas a russa escapoliu e saiu num ataque na chave de joelho. Larissa precisou se contorcer para defender e, com paciência, se livrou do mau bocado.

No segundo round, a brasileira tratou de evitar a luta agarrada. Mesmo assim, acabou derrubada ao jogar um direto de muito longe, com cerca de 1min50s restando. A russa nada conseguiu no chão, e o combate voltou em pé, onde Pacheco acertou os golpes mais contundentes. A brasileira seguiu conectando bons diretos no terceiro round e, ao defender uma queda, foi para cima no chão. Ela montou sobre a adversária e golpeou; Mokhnatkina deu as costas, contudo impediu que Larissa fechasse o mata-leão.

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No quarto assalto, Larissa contragolpeou uma entrada de queda de Marina, mas terminou por baixo. Ela tentou um triângulo, todavia perdeu a posição e novamente se viu sob risco de uma chave de calcanhar. A brasileira escapou e voltou a golpear a russa em pé, apesar de num ritmo e com uma potência bem menores. No round decisivo, Pacheco machucou a russa com chutes baixos e um direto de direita. A brasileira sentiu o bom momento e soltou um chute alto, mas Mokhnatkina surpreendeu, catou o chute e derrubou. Larissa fechou a guarda e tratou de se defender nos minutos finais.

- Agora estou feliz, estou realizada, foi um ano intenso de trabalho para chegar aqui, primeira campeã em duas categorias diferentes. A Marina não é nada do que eu pensei, ela é muito mais. Ela é uma guerreira, aguentou as minhas pancadas mais fortes, e é uma campeã também, independente disso aqui - discursou Pacheco após o anúncio da vitória.

Para Renan Problema, a luta foi mais rápida, mas nem por isso menos dramática. O lutador goiano passou sérios apuros contra o russo Denis Goltsov no primeiro round antes de se recuperar e nocautear no segundo assalto.

Problema acertou o primeiro golpe, um forte chute baixo. O brasileiro defendeu a primeira entrada de queda e conectou um direto de direita na resposta. A segunda queda do russo, contudo, foi bem sucedida, e ele logo passou à meia-guarda. Goltsov ameaçou uma kimura e um estrangulamento Ezequiel, e terminou o primeiro round montado.

No segundo round, o cenário mudou completamente e rapidamente. Na primeira aproximação, Problema acertou um direto de direita no pé da orelha que desorientou Goltsov. O brasileiro foi para cima, acertou mais dois diretos e o russo caiu. No chão, uma saraivada de golpes até o árbitro Fernando Yamasaki apontar que era o suficiente, com 26 segundos de assalto.

- Eu pedi tanto a Deus pra concretizar este meu sonho, e trabalhei muito duro, e aqui estou, cheguei. Sou prova viva que tudo que você quiser, você consegue. É só trabalhar duro, seu momento vai chegar - disse Renan, antes de lançar um desafio a Francis Ngannou, ex-campeão do UFC que agora tem contrato com a PFL:

- Eu sou o novo campeão. Francis, estou aqui, estou te esperando! Vamos fazer essa luta!

Na primeira final da noite, ainda no card preliminar, o peruano Jesus Pinedo conseguiu sua revanche contra o brasileiro Gabriel Braga. O "Pitbull" venceu por nocaute técnico aos 58 segundos do terceiro round e se sagrou campeão do peso-pena (até 65,8kg). A vitória o qualifica a enfrentar outro "Pitbull", o brasileiro Patrício Freire, campeão do Bellator, que o encarou dentro do cage após a luta.

O primeiro round foi muito estudado e equilibrado. Gabriel andava mais para frente e conectou mais, principalmente nos chutes baixos. Apesar disso, Pinedo terminou melhor o período, com um direto que sangrou o nariz do brasileiro e uma sequência que machucou o carioca. O peruano ganhou confiança e foi melhor no segundo assalto, com muito volume e também alguma contundência nos chutes no corpo e diretos de esquerda.

No terceiro assalto, Gabriel aceitou a trocação mais franca e pagou caro. Um cruzado de esquerda entrou em cheio e machucou o brasileiro, que foi para a grade e se cobriu. Pinedo ainda acertou uma joelhada voadora na sequência e Braga chegou a dobrar os joelhos. O árbitro Fernando Yamasaki decidiu encerrar a luta e decretar o nocaute técnico em pé.

O americano Impa Kasanganay completou uma volta por cima digna de cinema ao conquistar o título peso-meio-pesado e o prêmio de 1 milhão de dólares. Três anos após sofrer um dos nocautes mais espetaculares da história do MMA, um chute rodado voador de Joaquin Buckley no UFC, Kasanganay dominou completamente o americano-brasileiro Joshua Silveira e venceu por decisão unânime (triplo 50-45).

Ele comemorou o cinturão e o cheque milionário com os pais e a irmã no cage.

- Deus é grande. Você pode estar dormindo num carro um dia e no outro ser campeão mundial. Muita gente aqui, você não conhece a história e sua situação, mas saibam que vocês são amados. Não desistam. Eu quero o (Vadim) Nemkov (campeão do Bellator), ele é o melhor do mundo, estou aqui para ser o melhor do mundo. Quero o Nemkov ou o Francis Ngannou. Não estou de brincadeira, estou aqui para ser o melhor de todos os tempos. Graças a Deus o UFC me demitiu e vim à PFL para dominar - afirmou o campeão.

Kasanganay foi para dentro assim que foi autorizado o combate. O ex-UFC dominou a luta inteira com sua trocação. Ele acertou duras combinações de socos e chutes em Silveira, que tinha dificuldades em grudar para aplicar seu jogo agarrado. No terceiro assalto, Kasanganay ainda surpreendeu ao contragolpear uma queda, pegar as costas e quase encaixar um mata-leão. Joshua aguentou pancada e foi até o final na base do coração, mas não conseguiu montar uma reação.

Na luta principal da noite, o canadense Olivier Aubin-Mercier se sagrou bicampeão do peso-leve com uma atuação dominante contra o americano Clay Collard. Ele usou da luta agarrada para controlar o adversário boxeador e sair com a vitória por decisão unânime (triplo 49-46).

Em disputa entre ex-campeões do peso-meio-médio, foi o russo Magomed Magomedkerimov quem saiu com o bicampeonato da PFL. Vencedor na temporada 2018, Magomedkerimov derrotou o campeão da temporada 2022, o sueco Sadibou Sy, com uma guilhotina muito apertada a 1min17s do terceiro round.

Neto de Muhammad Ali, Biaggio Ali Walsh nocauteou o cubano Joel Lopez no card preliminar, no segundo round, com uma sequência de cruzados certeiros no queixo. É a sexta vitória de Ali Walsh por nocaute como amador no MMA. O peso-leve dedicou a vitória aos palestinos que estão sofrendo com o conflito na Faixa de Gaza. Ele declarou ainda que em breve vai decidir se fará a transição para o MMA profissional.

Em sua estreia na PFL, o peso-médio ex-UFC Derek Brunson venceu o ex-campeão peso-meio-médio Ray Cooper III por pontos. Brunson chegou a sofrer um "flashdown" com um cruzado de esquerda de Cooper III no início da luta, mas logo derrubou o havaiano com seu wrestling, montou e o castigou no chão. O americano abusou do jogo agarrado e do ground and pound pelo resto da luta. No terceiro e último assalto, Cooper III surpreendeu e colocou Brunson para baixo. Mas o ex-UFC raspou em pouco tempo e não passou perigo.

Brunson aproveitou para desafiar Jake Paul, influenciador digital que se tornou boxeador e assinou com a PFL para fazer sua estreia no MMA.

Outra lutadora ex-UFC, Aspen Ladd, comprovou a qualidade da bicampeã peso-leve da PFL, Kayla Harrison. Em confronto em peso-casado de 68kg, a bicampeã olímpica de judô Harrison dominou a luta da mesma forma que fez na maioria de suas apresentações na organização: com quedas impactantes e muita pressão no solo. Ladd até ofereceu risco com raspagens e uma tentativa de chave de braço, mas Harrison respondeu tudo com eficiência, rumo a uma vitória por decisão unânime.

PFL - Finais
24 de novembro de 2023, em Washington (EUA)
CARD PRINCIPAL:
Olivier Aubin-Mercier venceu Clay Collard por decisão unânime (triplo 49-46)
Renan Problema venceu Denis Goltsov por nocaute técnico aos 26s do R2
Larissa Pacheco venceu Marina Mokhnatkina por decisão unânime (triplo 49-46)
Magomed Magomedkerimov venceu Sadibou Sy por finalização a 1min17s do R3
Impa Kasanganay venceu Joshua Silveira por decisão unânime (triplo 50-45)
Kayla Harrison venceu Aspen Ladd por decisão unânime (triplo 30-27)
Derek Brunson venceu Ray Cooper III por decisão unânime (30-27, 30-25, 30-25)
CARD PRELIMINAR:
Jesus Pinedo venceu Gabriel Braga por nocaute técnico aos 58s do R3
Biaggio Ali Walsh venceu Joel Lopez por nocaute a 1min24s do R2
Phil Caracappa venceu Khai Wu por decisão unânime (30-27, 29-28, 29-28)
Jesse Stirn venceu Josh Blyden por decisão unânime (29-28, 30-27, 30-27)