Não é inadequado o uso da expressão “com certeza“, mas já se tornou um vício! É melhor evitá-la e, no seu lugar, usar “certo, decerto” ou “certamente“.
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– Certamente farei isso.
– Decerto farei isso.
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Veja o soneto de Olavo Bilac:
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“Ora (direis), ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!” e eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Quie sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Observe que Olavo Bilac usou o vocábulo “certo“: “Certo perdeste o senso“. Tem o mesmo sentido de “com certeza, certamente, decerto“.