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Por — Rio de Janeiro

É mostrando trabalho que Rodrigo Santoro comemora seus recém-completados 30 anos de carreira. Ele está em cartaz nos cinemas brasileiros como a voz de uma tartaruguinha com transtorno obsessivo-compulsivo em “Bizarros peixes das fossas abissais”, de Marão, cultuado animador que lança seu primeiro longa após 14 curtas-metragens. O ator também será visto em breve na terceira e última temporada de “Bom dia, Verônica”, que estreia no próximo dia 14 no streaming, na Netflix.

E vem mais Santoro por aí. No segundo semestre sua voz estará nos cinemas na animação “Arca de Noé”, assinada por Sérgio Machado e inspirada nas poesias infantojuvenis de Vinicius de Moraes. Na sequência, ainda sem data confirmada, ele chega às telas em um drama já rodado na Amazônia, “Outro lado do céu”, de Gabriel Mascaro.

Nascido em Petrópolis (RJ), o astro de 48 anos participou, na TV, de sucessos como “Suave veneno” e “Mulheres apaixonadas”, além da minissérie “Hilda Furacão”, que recentemente virou fenômeno de audiência no Globoplay após trechos da série viralizarem nas redes sociais.

No início dos anos 2000, Rodrigo passou a se dedicar mais ao cinema, brilhando em “Bicho de sete cabeças”, “Abril despedaçado” e “Carandiru”. O destaque na tela grande despertou a atenção de Hollywood, e hoje ele se consolida como um dos atores brasileiros mais bem-sucedidos no exterior, com trabalhos de destaque em obras como “Simplesmente amor” e “300” e com as séries “Lost” e “Westworld”.

Em depoimento ao GLOBO, por e-mail, Santoro falou sobre sua carreira, a vida pessoal e os projetos.

“Bizarros peixes das fossas abissais” é uma animação bem diferente. Como este projeto chegou até você?

O Marão me procurou e disse: “Nós vamos gravar agora a sua voz, mas vai demorar bastante até o filme ficar pronto porque nós vamos desenhar tudo a mão.” Seis anos depois ele me procurou com o filme praticamente pronto. Foi incrível ver o resultado. Achei lindo, não só divertido, mas cheio de poesia e sentimento.

Tartaruga dublada por Rodrigo Santoro em "Bizarros peixes das fossas abissais" — Foto: Divulgação
Tartaruga dublada por Rodrigo Santoro em "Bizarros peixes das fossas abissais" — Foto: Divulgação

Você também está no elenco de vozes de “Arca de Noé”. Como é fazer dublagem?

Adoro trabalhar com a voz. Na dublagem, o desafio é humanizar as personagens apenas através da voz. É um pouco como aquela forma de poema japonês, o haicai, é preciso concentrar a essência toda de forma objetiva. Estou bem curioso para ver “Arca de Noé”. Tive uma experiência muito divertida e ao mesmo tempo desafiadora porque o personagem canta. Foram muitas aulas de canto e muito ensaio. Além disso, é uma honra encenar essa obra-prima, patrimônio da cultura brasileira. Acho que vai ficar bem bonito.

E como é sua relação com animações? Teve algum desenho que marcou mais?

A animação começou na infância... Agora mais ainda descobrindo coisas com a minha filha de 6 anos (Nina, do casamento com Mel Fronckowiak). Eu gostava muito de “Smurfs”, “Caverna do Dragão”, “Pica-Pau”.

Ser pai despertou uma vontade maior de trabalhar com o gênero?

Sem dúvida hoje penso nela quando estou dublando, como foi o caso em “Arca de Noé”. Ela me ajudava a ensaiar as músicas. Foi demais.

Rodrigo Santoro no estúdio de dublagem da animação “Arca de Noé” — Foto: Divulgação
Rodrigo Santoro no estúdio de dublagem da animação “Arca de Noé” — Foto: Divulgação

Você é mais relaxado ou é muito preocupado com organização, como a “sua” tartaruguinha anônima?

(Risos) Sou organizado, mas não no nível da nossa querida tartaruga. Inclusive o fato de ela ter TOC me interessou especialmente. A saúde mental já é algo em que venho me aprofundando desde o começo da minha carreira, com “Bicho de sete cabeças”. Apesar de a nossa história ser contada com senso de humor, a tartaruga sofre com esse transtorno, e até por isso uma de suas principais características é ser ranzinza.

Como você avalia seus 30 anos de trajetória?

Pois é, pisquei e já foram 30 anos de carreira. Como passa rápido. Para ser sincero, essa coisa de olhar pra trás e olhar pra frente é justamente o que mais trabalho no dia a dia, o melhor não é nem pra trás nem pra frente, mas para o agora. O que posso dizer da minha trajetória até aqui é que fui muito feliz durante esse processo onde busquei sempre me desafiar, aprender e evoluir.

Agora, o que está buscando em sua vida?

Trabalho diariamente para ser a melhor versão do pai, do marido, do amigo, do homem que posso ser. Profissionalmente meu objetivo não mudou, continuo sentindo a necessidade de me colocar fora da zona de conforto e amadurecer cada vez mais como artista e ser humano.

Você chegou a ver o fenômeno “Hilda Furacão” no TikTok? Como vê um trabalho de tanto tempo viralizando com uma geração que nem era nascida quando você lançou?

Sou suspeito para falar porque esse trabalho foi muito importante na minha trajetória. A possibilidade de ele chegar a toda uma geração que não era nem nascida é extraordinária. E ainda por cima eles curtiram. Realmente o mundo digital cada vez mais parece ser, para o bem e para o mal, ilimitado.

E o que “Hilda Furacão” significa para você?

Foi, sem dúvida, um divisor de águas. A primeira vez que tive a oportunidade de trabalhar de forma mais artesanal na composição de uma personagem que era bem distante de mim. Além disso foi através do “Hilda” que a Laís Bodanzky me convidou pra fazer meu primeiro filme, “Bicho de sete cabeças”.

Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio em "Hilda Furacão" — Foto: Divulgação
Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio em "Hilda Furacão" — Foto: Divulgação

Como é sua relação com as redes sociais?

Demorei para encontrar uma forma orgânica de me relacionar com elas. É um ambiente bastante complexo e é preciso saber navegar. Aos poucos fui encontrando uma forma de me comunicar sendo fiel a quem sou e não ao que esperam de mim. Hoje consigo me relacionar de forma mais saudável, e às vezes até me divirto. (Risos)

O que mudou desde que pisou em Hollywood pela primeira vez, em 2003?

Hollywood era bastante diferente. Os papéis para estrangeiros eram escassos e bem mais estereotipados — ainda não estávamos debatendo sobre a importância da inclusão e todas as discussões que temos hoje. Se você era estrangeiro, independentemente de ser latino, russo ou francês, estava na categoria dos papéis para não americanos, então qualquer estrangeiro tinha que competir com gente do mundo todo. Sem a menor dúvida, o espaço para os latinos e estrangeiros aumentou muito com a chegada do streaming e todo o processo da globalização.

Tem algum projeto fora do Brasil no momento?

Projetos tenho alguns, graças a Deus! (Risos) Mas não só fora do Brasil, aqui também. Ainda é um pouquinho cedo pra divulgar.

Já o seu personagem em “Bom dia, Verônica” parece cercado de muito mistério. O que pode nos contar?

O que posso dizer é que tem cores fortes, surpreende e é muito provocador.

Tainá Muller como Verônica e Rodrigo Santoro como Jerônimo na terceira temporada de "Bom dia, Verônica" — Foto: Alisson Louback / Netflix
Tainá Muller como Verônica e Rodrigo Santoro como Jerônimo na terceira temporada de "Bom dia, Verônica" — Foto: Alisson Louback / Netflix

De “300” a “Westworld”, você já interpretou alguns vilões . Gosta desse tipo de papel?

A questão central é sempre a mesma, independentemente de ser vilão ou mocinho. É preciso humanizar o personagem. Os vilões são mais desafiadores nesse aspecto, mas também mais interessantes justamente por isso. O espectador só se conecta emocionalmente com o personagem quando se identifica ou não com a sua humanidade. O que me estimula no processo de criação é justamente esse mergulho desprovido de julgamento, buscando me aproximar daquela realidade específica e poder olhar o outro com olhos de quem quer ver (o outro).

Como foi gravar com Gabriel Mascaro na Amazônia?

A experiência em “Outro lado do céu “ foi maravilhosa. Admiro o trabalho do Gabriel e já vínhamos tentando encontrar uma oportunidade para trabalhar juntos. Filmamos no Rio Negro e nos igarapés. Foi incrível respirar a floresta de dentro do rio. Naveguei por aquelas águas agradecendo todos os dias pela oportunidade de estar lá. Acho que vai ser um filme lindo com um tema extremamente relevante.

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