Economia Defesa do Consumidor

Bagagens: passageiro terá que se planejar melhor para não ter prejuízo

Advogada do Idec diz que, além do valor da passagem, total e peso das malas terão de ser levados em conta
Bagagem Foto: Divulgação
Bagagem Foto: Divulgação

RIO — A Gol anunciou que, a partir desta terça-feira, vai começar a a cobrar R$ 30 por mala despachada para passagens da classe "Light ", que, segundo a empresa, será mais barata, mas não vai oferecer franquia de bagagem. Advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Claudia Almeida lembra que para as passagens compradas antes de a empresa aérea anunciar o início da cobrança pelo despacho de bagagens, vale as regras anteriores, segundo as quais não é cobrado o despacho de uma mala de até 23Kg em voos nacionais e de duas malas de até 32 Kg em voos internacionais:

— No caso específico da Gol, para quem comprar passagens até esta segunda-feira, vale a regra antiga, independentemente de quando será a data de embarque. Só o cliente que comprar seu bilhete a partir de amanhã vai ser enquadrado nas novas normas.

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Claudia afirma que, a partir de agora, antes de planejar uma viagem, o consumidor vai precisar avaliar não só o preço da passagem, mas também quantos volumes pretende levar, o peso de cada um, e quanto está sendo cobrado por cada empresa:

— Ele terá que avaliar com cuidado qual a necessidade de levar aquela determinada bagagem, se organizar melhor. Vai ter que somar tudo para não ter prejuízo, pois, dependendo da franquia cobrada, compensará trocar de empresa.

Os hábitos terão que mudar a partir de agora. Ao invés de levar uma mala maior para o casal ou toda a família, valerá mais a pena dividir em malas menores, por cada passageiro. Além disso, a bagagem de mão passou dos antigos 5Kg para 10Kg e, dependendo do destino e tempo de viagem, não será necessário despachar de nenhum volume.

Claudia lembra ainda que se o consumidor deixar para pagar a franquia na hora do check-in vai perder dinheiro, pois a tarifa é maior do que se ele adquirir o serviço nos canais de autoatendimento ou nas agências de viagens. Na Gol, por exemplo, quem quiser comprar a passagem na categoria Light e for despachar no balcão check-in, pagará R$ 60 por cada mala de até 23kg ao invés dos R$ 30. Nos voos internacionais, o valor será equivalente a US$ 10 no autoatendimento e agências de viagens, e US$ 20 no balcão.

Outro ponto importante ressaltado pela advogada do Idec é de que, normalmente, na volta, principalmente nas férias, é comum o passageiro trazer um volume a mais, por conta das compras feitas durante a viagem:

— É bom colocar isto no papel. O que vai acontecer é que o consumidor terá que fazer um pacote para a ida e um para a volta diferenciado, levando em conta a possibilidade de trazer mais uma mala.

Cobrança nas outras empresas

A Latam vai cobrar R$ 30 por mala despachada em voos domésticos, considerando a compra antecipada do bilhete. Nos voos internacionais, o passageiro pode despachar uma mala de até 23kg (para destinos na América do Sul) e duas malas de até 23kg (para outros destinos fora do Brasil). As mudanças serão feitas gradativamente.

A Azul também cobra desde o dia primeiro R$ 30 por mala despachada em voos domésticos para as passagens adquiridas na sua nova classe tarifária batizada de "Azul", que tem descontos de 30% para voos que saem de Viracopos (Campinas, SP) em direção a 14 destinos nacionais. Já para trajetos na América do Sul, é possível despachar, sem custo adicional, uma mala de até 23kg

A Avianca não alterou sua política de transporte de bagagem.