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Autor do massacre é interrogado novamente e Noruega tem hoje os primeiros funerais

Homenagem no funeral de Bano Abobakar Rashid - AFP
Homenagem no funeral de Bano Abobakar Rashid - AFP

OSLO - Enquanto a polícia ainda busca respostas sobre o massacre realizado por Anders Behring Breivik, que foi levado nesta sexta-feira a uma delegacia para prestar novo depoimento, a Noruega faz novas homenagens aos mortos, no dia em que a tragédia completa uma semana e os primeiros funerais das vítimas são realizadas. Breivik foi visto em um carro blindado deixando a prisão onde está em isolamento total.

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A primeira a vítima a ser enterrada foi Bano Rashid, de 18 anos, que chegou em 1996 à Noruega, fugindo com a família do Iraque. Numa cerimônia mais discreta, Ismail Haji Ahmed, de 19 anos, foi enterrado perto de Hamar, ao norte de Oslo. Ahmed, que participou este ano em um programa de calouros, era um dos três membros da sua família que estavam na ilha de Utoeya. Os dois outros sobreviveram.

O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, participou de duas cerimônias, uma organizada pelo Partido Trabalhista e outra que será celebrada em uma mesquita num bairro de imigrantes na capital.

- Hoje faz uma semana que a Noruega foi atingida pelo mal - disse o premier, em uma solenidade no Parlamento. - Nós temos que conviver com o 22 de julho, mas juntos nós vamos conseguir.

O líder do Partido Trabalhista, legenda do premier que fazia uma reunião na ilha de Utoeya, disse que o atirador atacou os principais valores do país, como democracia, tolerância e luta contra o racismo.

- Muito antes de ele estar diante de um tribunal nós podemos dizer: ele perdeu - afirmou Eskil Pedersen.

Pesquisa mostra ascensão do Partido Trabalhista e queda da oposição

Uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal Sunnmoersposten indicou que o apoio ao Partido Trabalhista cresceu 10 pontos percentuais - de 28,1% para 38,7% - depois dos ataques, enquanto o Partido do Progresso, ao qual Breivik já foi filiado, teve uma forte queda. A comparação leva em conta entrevistas feitas para a pesquisa em duas etapas, quatro dias antes e quatro dias depois do massacre.

O Partido do Progresso se tornou o segundo maior do país depois da eleição parlamentar de 2009, em grande parte graças às suas propostas de combate à imigração. Sua direção afirma que Breivik nunca foi um membro ativo.