Cattleya walkeriana

 

Hoje é um dia especial para mim. Esta é a orquídea número 200 que apresento no meu blog. E, dia especial merece planta especial. E não vou economizar. Vou falar logo da mais apreciada de todas as orquídeas, a mais admirada e desejada, a Cattleya walkeriana.

E não se trata apenas de uma opinião individual. Esta planta é carinhosamente conhecida no mundo inteiro como a “rainha das orquídeas”.

Gif retirado da internet - Site:
http://cafecomsucralose.blogspot.com.br/2012/06/realezas.html

 

Para começar, algumas informações relativas ao gênero em questão.

Cattleya é um gênero pertencente à família Orchidaceae, composto por aproximadamente 120 espécies.

Estas plantas são originárias da ampla área que se estende desde o hemisfério norte (México), passando pela América Central até chegar a América do Sul, onde ocorre em maior número de espécies. O Brasil é o principal reduto da maior parte destas plantas, ocorrendo em todos os estados.

 

Cattleya – Ocorrência

Desenho retirado da internet - Site:
http://www.mundovestibular.com.br/articles/6514/1/America-Latina/Paacutegina1.html

 

O nome deste gênero é uma homenagem a Sir William Cattley (1788 – 1835), horticultor e comerciante inglês. Abaixo conto rápida e resumidamente como isto aconteceu.

Em certa ocasião Cattley estava ajudando seu primo John Prescott, renomado colecionador de plantas, a desembalar um carregamento que ele tinha recebido do Brasil. No meio de milhares de plantas, Cattley encontrou uma pequena muda de uma planta de formato até então desconhecido. Cultivou-a e, após alguns anos, quando florida, ficou encantado com sua beleza e a encaminhou para seu amigo John Lindley analisar. Em 1824 essa planta maravilhosa foi batizada por Lindley como Cattleya, em homenagem ao seu amigo. A flor da ocasião era uma Cattleya labiata, uma das flores mais desejadas de todo o planeta.

Com ceretza as Cattleyas são as plantas mais cultivadas por orquidófilos do mundo inteiro. E existem razões para isto:

  • O tamanho avantajado das flores;
  • As fantásticas combinações de cores de suas flores;
  • O formato arredondado de suas flores;
  • O encantador perfume da maioria das espécies;
  • Facilidade de cultivo.

Agora sim, chegou a hora de falar de Sua Majestade, a Cattleya walkeriana. Um espetáculo da natureza.

E não é apenas conhecida como a “rainha das orquídeas”. Por ter o pico de floração no mês de Maio, esta planta também é conhecida em algumas regiões do Brasil como “flor das noivas”, “flor de Maria”, “flor das mães”, “flor do inverno” e várias outras.

Trata-se de uma planta originária do sudeste e centro-oeste brasileiro, mais especificamente dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Vegeta em matas ensolaradas localizadas em altitudes inferiores a 1800 metros, fixada em grandes árvores, de forma epífita, ou fixada sobre rochas cobertas de musgo, de forma rupícola, e normalmente próximo a rios, lagos ou pântanos.

Na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, a Cattleya walkeriana divide o habitat com a Cattleya loddigesii, dando origem ao famoso híbrido natural denominado Cattleya dolosa.

Já no estado de Goiás, a rainha das orquídeas divide o habitat com a Cattleya nobilior, dando origem a mais uma obra-prima da natureza, o híbrido primário conhecido como Cattleya mesquitae.

Esta maravilhosa orquídea foi descoberta em 1839, nas margens do Rio São Francisco (Minas Gerais), pelo médico, biólogo e botânico escocês George Gardner (1812 – 1849).

Gardner ficou cinco anos no Brasil (1836 a 1841) explorando e pesquisando nossa flora. Os primeiros dois anos no Rio de Janeiro, e depois Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Goiás e Minas Gerais. Estimasse que nesse período ele deve ter enviado mais de 50 mil plantas brasileiras para a Inglaterra.

O nome desta espécie, walkeriana, foi dado por Gardner em homenagem ao seu fiel assistente, Edward Walker, funcionário do Jardim Botânico do Sri Lanka. Que absurdo, a rainha das orquídeas é uma planta 100% brasileira, e seu nome é uma homenagem a um coletor de plantas de um país insular localizado no sul da Índia.

Sinonímia: Cattleya bulbosa; Cattleya gardneriana; Cattleya princeps; Cattleya walkeriana subsp. princeps; Cattleya walkeriana var. bulbosa; Cattleya walkeriana var. princeps e Epidendrum walkerianum.

Trata-se de uma planta magnífica constituída de um robusto rizoma rastejante e com grossas raízes cobertas de tecido velame. Possui pseudobulbos fusiformes, com tamanho que pode chegar a 10cm de comprimento por 3cm de diâmetro. Estes bulbos são lisos, quando novos, tornando-se sulcados (enrugados) com o passar do tempo. Normalmente são monofoliados, existindo raros casos de bulbos bifoliados.

As folhas tem formato elíptico ou arredondado, são grossas, vigorosas e coriáceas, podendo chegar a 12cm de comprimento.

A inflorescência é estupenda. Curtas hastes florais de 8cm de comprimento brotam da base dos pseudobulbos, suportando normalmente 2 ou 3 flores de diâmetro variando entre 8 e 12cm. As pétalas são mais largas do que as sépalas e o labelo é trilobado com grande exposição da coluna.

Uma característica marcante da Cattleya walkeriana é o seu perfume. Um delicioso e extasiante perfume que lembra o aroma da canela, para o mais puro e profundo deleite dos cultivadores.

Em termos de cores esta orquídea possui inúmeras variações. Na planta “tipo” predominam matizes de rosa. Existem ainda as variáveis alba, semi-alba, albescens, suave, suavíssima, coerulea, coerulescens, lilás, lilacínea, vinicolor, rubra e outras. Uma infinidade de combinações todas gloriosas e apaixonantes. SHOW.

Pelas tantas qualidades já descritas desta planta, a Cattleya walkeriana é uma das orquídeas mais utilizadas na geração de híbridos, e é uma espécie que pode alcançar altos valores comerciais. Um bom exemplar desta orquídea pode chegar facilmente a custar entre 2 e 3 mil reais. Atualmente o Japão é principal comprador de nossas walkerianas.

Venerada por colecionadores, a Cattleya walkeriana é considerada a orquídea mais perfeita que existe graças ao equilíbrio e simetria de suas formas.

E uma em especial é um sonho para todos os orquidófilos. A famosa Cattleya walkeriana “Feiticeira”. Esta orquídea é muito rara. Foi descoberta e descrita na década de 1960 por José Dias de Castro, e atualmente é uma das plantas mais cobiçadas do mundo. Isto por seu formato espetacular, e porque esta planta possui instabilidade genética que produz deformações na prole, produzindo sementes estéreis e inviabilizando a reprodução in vitro. Os exemplares de Cattleya walkeriana “Feiticeira” encontrados no mercado são descendentes da planta descoberta por Castro.

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Cattleya walkeriana “feiticeira”

Desenho retirado da internet - Site:
www.flickr.com/photos/41994766@N06/7317347188

 

É uma planta fácil de cultivar. Basta seguir algumas regras básicas:

  • A melhor forma de cultivo é fixada em árvores, ou então em cascas, troncos ou galhos, e com muitas raízes expostas. Cascas de Peroba, Aroeira e Ipê são ótimas para esta finalidade.
  • Se sua opção for cultivar esta planta em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e pedra brita.
  • A Cattleya walkeriana não suporta raízes encharcadas. Portanto, se você optou por cultivo em vasos, utilize recipientes baixos, com pouco substrato e rápida drenagem.
  • Muitas pessoas cultivam esta planta em vasos rasos de barro. Muito bom porque este material retém umidade e não deixa o substrato encharcado. Porém, eu não recomendo o uso destes vasos, porque os mesmos filtram a água e retém os sais que, com o tempo, prejudicam a planta e dificultam novas floradas.
  • Sugiro cultivo com sombreamento em torno de 50%.
  • É uma planta nativa de regiões com grandes variações térmicas entre o período do dia e da noite. Por este fato se desenvolve muito bem nas regiões sul e sudeste do Brasil.
  • Suporta temperaturas entre 10 e 35 graus. É importante protegê-la do frio nos dias mais rigorosos do inverno.
  • A Cattleya walkeriana é extremamente sensível às divisões. Se você particionar a touceira, gerando várias mudas, recomendo evitar a floração no ano seguinte à divisão, aumentando o período de fortificação da planta.

Floresce normalmente no final do outono e sua floração dura em média 30 dias.

Abaixo relaciono algumas fotos ilustrativas:

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Foto retirada da internet - Site:
www.flickr.com/photos/41994766@N06/3931951241

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Foto retirada da internet - Site:
http://minhasplantas.com.br/plantas/catleia-walkeriana/

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Foto retirada da internet - Site:
http://orquidariodoeuler.blogspot.com.br/2014/12/cattleya-walkeriana-semi-alba-tamboril.html

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Foto retirada da internet - Site:
www.flickr.com/photos/41994766@N06/sets/72157622354770220/

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http://minhasplantas.com.br/plantas/catleia-walkeriana/

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Foto retirada da internet - Site:
http://perfildaplanta.blogspot.com.br/2015/03/as-especies-de-cattleyas-brasileiras.html

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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13 pensamentos sobre “Cattleya walkeriana

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