Micronutrientes: Como identificar e corrigir os sinais de deficiências?
Creditos: JACKELLYNE BRUNA

Micronutrientes: Como identificar e corrigir os sinais de deficiências?

Micronutrientes

Só porque a planta os usa em quantidades menores que os macronutrientes, isso não significa que os micronutrientes não sejam essenciais para sua produção agrícola.

Desde o molibdênio, componente da molécula de clorofila, até o zinco, importante para formação de proteínas, os micronutrientes desempenham papel fundamental!

E parece que todo mundo do campo percebeu essa importância nos últimos anos: os gastos com micronutrientes nas fazendas só crescem.

Mas é preciso cuidado para não comprar “gato por lebre” ou jogar um produto caro por aplicação errada. Por isso, confira a seguir as principais dicas sobre os micronutrientes na sua lavoura.

O que são micronutrientes?

Os micronutrientes são aqueles requeridos em pequenas quantidades pelas plantas.

Entre eles estão zinco, ferro, manganês, boro, cloro, cobre e molibdênio – e são normalmente relatados em análises de solo padrão. 

Cobalto, vanádio, sódio e silício também são micronutrientes, mas raramente são encontrados como deficientes e são necessários elementos nutrientes adicionais para o crescimento normal das plantas.

Os micronutrientes tendem a estar mais disponíveis quando o pH é de 7 a 7,5, o que é ligeiramente alcalino. Já os macronutrientes preferem um pH entre 6,2 e 7,0, o que é ligeiramente ácido. 

Dessa maneira, e especialmente no Brasil, com solos ácidos, é fácil ter condições que favoreçam a deficiência de nutrientes.

Compreender a função de cada elemento mineral de micronutriente no crescimento das plantas irá ajudá-lo a determinar as aplicações corretas de nutrientes e a diagnosticar quaisquer problemas potenciais de produção de culturas.

Zinco (Zn)

O zinco é considerado imóvel em ambas as plantas e no solo e é o micronutriente mais comumente aplicado na produção de milho e soja

É importante para a proteína, formação de enzimas e integridade da parede celular das plantas. Pode haver problemas com os tie-ups de zinco com altos níveis de cálcio no solo, tornando o zinco incapaz de ser absorvido pelas plantas. 

Além disso, altos níveis de fósforo podem fazer com que o zinco não seja absorvido como requer o crescimento das plantas, levando a sintomas de deficiência de zinco. 

Esses sintomas incluem faixas brancas ou faixas em folhas de milho e internódios encurtados em soja.

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(Fonte: ATP Nutrition)

Quanto às aplicações do micronutriente temos 3 formas:

  • Área total: normalmente de 5 a 10 kg/ha de Zn, com eficiência por 3 a 5 anos;
  • Em faixas: doses mais baixas que em área total, mas em aplicações antecipadas e anuais como parte da adubação de semeadura;
  • Aplicações foliares: foi comprovada cientificamente a eficácia de aplicações desse tipo com 0,5 kg/ha a 2,0 kg/ha (0,05 a 0,02% de Zn em solução) durante o ciclo da cultura.

Ferro (Fe)

O ferro é um nutriente imóvel. Ele desempenha um papel vital na fotossíntese e na respiração das plantas, sendo também necessário para a fixação de nitrogênio na soja. 

Os sintomas de deficiência de ferro incluem clorose internerval das folhas, chamada clorose de ferro. Tal condição é geralmente encontrada em solos de pH 7,5 a 8.3. Em casos graves de clorose de ferro, pode ocorrer a morte das plantas.

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(Fonte: UNL)

Para corrigir a escassez você pode aplicar fertilizante de ferro ao solo antes do plantio. 

Uma aplicação foliar de ferro nas plantas em crescimento pode ajudar a resolver a descoloração. No entanto, pode ser apenas uma correção temporária que requer aplicações repetidas.

Manganês (Mn)

O manganês é móvel no solo, mas imóvel no tecido da planta. A principal função do manganês é ser um ativador das enzimas de crescimento das plantas. Também ajuda na formação de clorofila. 

Os sintomas de deficiência de manganês podem frequentemente ser confundidos com a clorose do ferro, que é outra razão pela qual o teste do solo é tão crítico. 

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Sintoma de deficiência de manganês em folhas novas, já que o elemento é imóvel nas plantas

(Fonte: UNL)

O pH do solo mais alto favorece a deficiência e, portanto, os sintomas de folhas amareladas na sua lavoura. 

Isso ocorre por que em pH alto (solos corrigidos com muita calagem, por exemplo) o manganês torna-se insolúvel e, portanto, impossível de ser absorvido pelas plantas.

Por isso, é preferível que você faça aplicações em faixas ou via foliar, especialmente se o pH do seu solo for 7 ou mais.

A aplicação de Mn em faixas em mistura com fertilizantes com reação ácida (por exemplo, enxofre elementar ou nitrogênio amoniacal) pode ajudar a prolongar e a não ocorrer a insolubilização.

A dose em faixas, próximo a faixa de plantio, é de 3 a 5 kg/ha, sendo que na aplicação foliar fica em torno de 0,5 a 2,0 kg/ha.

Boro (B)

O boro ajuda na formação da parede celular e regula o metabolismo das plantas. É um elemento móvel e pode ser lixiviado do solo com chuva, tornando-o indisponível para as suas plantas. 

Mas o boro também é imóvel uma vez introduzido nas plantas – a disponibilidade da planta diminui em ambientes secos e quando o pH do solo é alto. 

As deficiências de boro podem ser identificadas por folhas jovens mal-formadas e descoloridas e plantas raquíticas.

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Folhas deformadas são os principais sintomas de deficiência de boro

(Fonte: ATP Nutrition)

Aqui no blog nós explicamos mais sobre esse micronutriente no “Manual rápido do manejo de boro nas plantas”.

Cloro (Cl)

O cloro é um elemento muito móvel, com função de regular a osmose e a compensação de íons. Ou seja, ele regula o movimento de cátions, átomos e pequenas moléculas dentro e fora das células vegetais que fazem parte da atividade celular normal. 

Embora os requisitos de cloro sejam pequenos para manter o crescimento adequado das plantas, as concentrações dentro delas são altas, semelhantes às concentrações de macronutrientes. 

Assim, muitos especulam que a maior parte do cloro usado pelas plantas venha da chuva, do solo e da poluição do ar. 

No geral, você pode descobrir que tem mais problemas de toxicidade causados pelo excesso de cloro do que por deficiência. Os sintomas incluem folhas bronzeadas, seguidas de murchamento e clorose.

Cobre (Cu)

O cobre é imóvel no solo e nas plantas. Ela ajuda as plantas na produção de proteínas e enzimas e raramente é escasso. 

Como o cloro, você deve ter cuidado para evitar a possibilidade de toxicidade ao adicionar cobre a um programa de fertilidade

Os sintomas de deficiência de cobre são folhas escuras, azul-esverdeadas e crescimento de plantas atrofiado, seguido de morte de plântulas jovens.

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(Fonte: ATP Nutrition)

Para corrigir a deficiência deste micronutriente, a fonte mais utilizada é o sulfato de cobre, sendo possível também realizar a aplicação foliar.

No entanto, essas aplicações foliares são bem mais caras e não muito eficientes, já que o nutriente não é móvel na planta. Assim, elas devem ser feitas apenas em formas de emergência na lavoura.

As doses normalmente variam de 3 a 15 Kg/ha de sulfato de sobre ou 0,5 Kg/ha de quelato de cobre.

Quanto à época de aplicação, é exigido cuidado, já que esse nutriente fica fortemente aderido ao solo. Até por isso, sua disponibilidade pode ir aumentando com o passar dos anos, conforme as aplicações no solo forem ocorrendo.

Molibdênio (Mo)

O molibdênio é requerido pelas plantas na menor quantidade de qualquer micronutriente para ajudar a controlar o componente metálico da formação da enzima. Também permite que o nitrogênio seja usado pelas plantas de maneira eficiente. 

Os sintomas de deficiência de molibdênio tendem a imitar a falta de nitrogênio. 

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(Fonte: ATP Nutrition)

Plantas raquíticas amareladas que não têm vigor são comuns em solos deficientes em molibdênio. O molibdênio é imóvel em plantas e um pouco móvel no solo.

Cobalto (Co) e Níquel (Ni) 

O cobalto e o Níquel são dois micronutrientes encontrados nos tecidos vegetais, mas é muito raro que eles precisem ser suplementados por meio de uma aplicação de fertilizante.

Como corrigir deficiências de micronutrientes

Para saber se sua lavoura está com deficiência, faça o testes de tecido vegetal. No entanto, também é preciso fazer o teste do solo para confirmar que existe de fato uma deficiência de micronutrientes, o que requer a adição de fertilizante.

Essas duas análises são complementares. Por exemplo, pode ser que haja o elemento no solo, mas que o sistema radicular não consiga absorver por problemas na planta ou compactação do solo.

Se for detectada a deficiência, cuidado ao escolher o produto para aplicação. Fertilizantes foliares e outros complexos de micronutrientes prometem muita coisa, mas às vezes não passam de “água de batata”.

Procure produtos registrados pelo Ministério da Agricultura e provenientes de fontes idôneas e reconhecidas no país.

Conclusão

Os micronutrientes são tão importantes quanto os macronutrientes, mas é preciso cautela para não aplicar de modo inadequado e acabar perdendo dinheiro.

Preste atenção aos sinais de sua lavoura, observe as folhas e mantenha em dia as suas análises de solo.

Dessa maneira, e com as dicas que você viu aqui, tenho certeza que não terá problemas com os micronutrientes!

Fonte: Lavoura 10

Autora: JACKELLYNE BRUNA

Boa noite meu nome é Claudemir sou técnico agropecuária no momento ainda estou atuando na cultura de cana de açúcar e vou passar para a cultura de ceriais então gostaria de ter mais informações sobre a cultura da soja deus do início do ciclo da cultura da soja até o final se vc pode me passa essa informação eu agradeço.

Eder Troncone

Coordenador Tratos Culturais | Usina Santa Terezinha

4 a

Ótima ! para ter em conta

Cesar Vieira

Diretor na C.A importação de Biotecnologia

4 a

Ótimo explicação

Jackellyne Bruna Sousa

Market Development Manager at Koppert (MT, MS & RO)

4 a

Obrigada pela colocação Maiara! Abraços Alex.

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