Fobia: Quando o medo se torna uma doença

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Todo mundo tem medo de alguma coisa. Nos sentimos incomodados diante algum animal ou algum objetivo e a intensidade dessa aversão pode ser pouca ou extrema. Mas já notou que tem alguns medos que são inexplicáveis ou fazem você perder totalmente o controle? Quando o medo chega aos níveis mais altos, recebe outro nome: Fobia.

Queremos falar das Fobias. Dados divulgados no Congresso Brasileiro de Psiquiatria de 2017, apontam que 13% da população brasileira sofre com alguma fobia e, muitas vezes, não sabe disso.

Os sentimentos fóbicos são desencadeados pela sensação de insegurança do paciente. A pessoa acha que será difícil ter um socorro caso aconteça algo relacionado ao objetivo ou situação-alvo. Daí vem a sensação de ansiedade generalizada e o ataque. Isso pode desencadear patologias ainda mais sérias, como o Transtorno Depressivo Maior e doenças do coração. Há também as consequências, como isolamento social ou estresse no trabalho, causando o afastamento de suas funções.

Mas afinal, quando é que aquele medo de uma barata ou de andar de avião, por exemplo, chega à níveis patológicos? Contamos isso no post abaixo e ainda mostramos as 10 fobias mais comuns entre os brasileiros.

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Pânico, medo e fobia são diferentes sim!

Você pode sentir medo de alguma coisa, mas não entrar em pânico ou desencadear uma fobia. Os três conceitos são diferentes. Antes mesmo de buscar ajuda médica, as fobias podem ser identificadas pelo paciente que entendem um pouco essas diferenças.

O medo é uma reação natural do nosso organismo. É um sinal de que algo nos ameaça. Nossos antepassados já utilizavam o medo como aliado para vencer guerras. Temos medos comuns, como a morte, assaltos, sofrer um acidente, levar uma queda, entre outros. Temos ainda os medos restritos. Você pode, por exemplo, conhecer uma pessoa que tem medo de cobras e outra não.

Fobia é a forma irracional do medo

O pânico já é o ataque que temos ao sentir um medo excessivo de algo. O pânico também pode ainda ser uma ansiedade generalizada. Muitas vezes o pânico é causado por algo que não aconteceu. Por exemplo, uma pessoa que terá uma prova decisiva. Essa situação causará um estresse extremo, que pode desencadear um ataque de pânico.

A fobia é a aversão. É o medo na sua forma irracional. Outra característica é que as fobias são medos específicos. Elas provocam também uma sensação de pânico, incapacitando a pessoa. Por exemplo, alguém com fobia de altura não conseguir trabalhar porque o escritório fica em um andar alto. Mesmo que não tenha janelas, ela sentirá insegurança e tensão por isso.

Podemos dizer que todo medo pode desencadear ataques de pânicos. Esses ataques, quando constantes, podem se transformar em fobias.

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Os 10 principais tipos de Fobias no mundo

O número de fobias é quase que incontável. A Psicologia reconhece a existência de mais de 400 fobias diferentes. Abaixo, destacamos as 10 mais comuns.

1) Zoofobia (Medo de animais)

Zooofobia é o medo de todos os tipos de animais

Algumas pessoas podem ter medo específicos de animais, como aranhas (Aracnofobia) baratas (Catsaridafobia), ratos (Murofobia) e cobras (Ofidiofobia). Contudo, há pacientes que desenvolvem medo de qualquer tipo de animal, do mais perigoso até aquele simples cachorrinho que você pode ter em casa .

Geralmente a Zoofobia é desencadeada por algum trauma. Ela não é um medo completamente inexplicável. Esse também é uma fobia mais comum em crianças do que em adultos e pode ser curada naturalmente, à medida que os anos passam.

2) Acrofobia (Medo de altura)

Tem medo de lugares altos? Você pode sofrer de Acrofobia

A Acrofobia é um medo extremamente comum. Essa condição atinge cerca de 5% da população mundial e, entre esse número, as mulheres são as mais afetadas. Geralmente essa fobia foi desencadeada a partir de fatores como a exposição do paciente a locais altos e sem proteção ou uma experiência traumática, como uma queda, por exemplo.

3) Claustrofobia (Medo de lugares fechados)

Pessoas com Claustrofobia não conseguem ficar em lugares fechados.

Também é um medo bastante comum. As pessoas claustrofóbicas se sentem desconfortáveis em lugares fechados, mesmo que eles não sejam pequenos. Isso acontece porque há uma percepção alterada de espaços.

É uma fobia que pode ser desencadeada por traumas antigos, principalmente da infância. Também pode ser um medo transmitido por outras pessoas. Se uma criança tem uma mãe claustrofóbica, as chances de ela desenvolver o problema são altas.

4) Fobia Social (Medo de gente e de falar em público)

A Fobia Social impede a pessoa de falar em público.

Aqui a pessoa se sente completamente incapacitada de estar em público. O confronto de situações desse tipo, provoca no paciente uma ansiedade extrema, resultando na maioria das vezes em ataques de pânico.

A Fobia Social é muito confundida com a Síndrome do Pânico, mas tem suas diferenças. Nesse caso, o paciente sente medos de situações específicas, como por exemplo, atender um telefone.

5) Agorafobia (Fobia de lugares cheios e abertos)

Agorafobia é o medo de multidões

É uma fobia muito similar com a anterior. Geralmente a pessoa que sofre ou sofreu com Agorafobia desenvolve Fobia Social ou Síndrome do Pânico. Podemos dizer que essa fobia é o medo de ter medo de alguma coisa.

A pessoa com Agorafobia tem uma sensação de ansiedade sobre determinadas situações que já lhe causaram transtornos e, por isso, não querem passar novamente. Por exemplo, o agorafóbico tem medo de multidões por temer algum acidente e não ter como escapar a tempo.

6) Hidrofobia

Pessoas com Hidrofobia têm pânico de água.

A Hidrofobia se caracteriza pelo medo que algumas pessoas têm de ambientes com água. Quem sofre com esse transtorno, se sente em pânico em lugares como aquários, praias, clubes com piscinas muito grandes, etc. Em casos mais extremos, pode acontecer de o paciente desenvolver o medo de tomar banho com chuveiros muito fortes, precisando fazer uso de duchas.

7) Hemofobia (Medo de sangue, injeções e feridas)

A Hemofobia é um dos medos mais comuns.

A pessoa que tem Hemofobia pode sofrer ataques inclusive com o próprio sangue. Um simples corte no dedo, que acontece no dia a dia de todos nós, pode desencadear suores, aceleração cardíaca e até desmaios em pacientes com esse medo específico.

O medo também inclui a aversão à agulhas (Aicmofobia) e está associado com a fobia de médicos (Latrofobia).

8) Nictofobia e Acluofobia (Medo do escuro)

Crianças com medo de escuro? Elas podem ter Nictofobia.

Os dois termos significam a mesma coisa, mas atingem dois perfis de pacientes. A Nictofobia atinge crianças e é provocada pela ideia de bichos e monstros no quarto. Já nos adultos, a Acluofobia é provocada por algum trauma recente ou ser resultado da Nictofobia não tratada.

Esse também é um tipo de fobia mais simples de ser controlado pelo paciente e tratado por médicos.

9) Monofobia (Medo de ficar sozinho)

Não gosta de ficar sozinho? Tem medo quando a bateria do celular acaba? Isso se chama Monofobia.

A Monofobia é desencadeada quando o paciente não consegue ficar sozinho em um ambiente, incomunicável ou, simplesmente, estar em um ambiente onde não conhece ninguém. Essa fobia pode acontecer em qualquer situação ou a partir de gatilhos específicos. Uma pessoa pode entrar em pânico simplesmente porque uma determinada pessoa não está do seu lado.

É bem comum que pessoas com Monofobia também desenvolvam a Fobia Social e a Agorafobia.

10) Tanatofobia (Medo da morte)

Tanafobia é o medo da morte.

O último item da nossa lista vai parecer algo comum para todo mundo. Afinal, todos nós temos aquele medo de morrer. Contudo, pacientes com esse tipo de aversão, ficam praticamente incapacitados para todas as ações do seu dia a dia.

A pessoa pensa excessivamente na morte, impactando negativamente o seu cotidiano. A Tanatofobia também pode ser desencadeada a partir do medo da morte de terceiros, como pais, cônjuge ou filhos, por exemplo.

Como surgem as fobias

Para a Psicologia, as fobias têm origem diversas. Muitas são originadas a partir de traumas e outras estão presentes em nosso DNA. O cientista espanhol Xavier Estivil realizou uma pesquisa e atestou que 97% das pessoas que sofrem de medos excessivos, possuem um cromossomo específico duplicado. Isso significa que alguns genes estão envolvidos com medos “inexplicáveis”.

Sigmund Freud também defende que, o medo excessivo também está ligado a desvios de atenção de algum sentimento anterior. Por exemplo, uma pessoa que sofre de Tanatofobia, pode sentir esse medo pelo fato ter presenciado uma morte ou alguém ter sido assassinado em sua frente.

Como diagnosticar e tratar uma fobia

Pessoas que sofrem de alguma fobia precisam procurar um Terapeuta Comportamental.

O diagnóstico é feito sempre com a ajuda de um psicólogo. É preciso buscar ajuda médica logo que identificar que sofre de algum medo excessivo. Se você tem essa sensação e ela está atrapalhando alguma atividade do seu dia a dia, tornou-se certamente, uma patologia.

Atualmente, o tratamento mais eficaz para as fobias é a terapia comportamental. Muitos tratamentos também utilizam técnicas de exposição, que são igualmente eficazes. O uso de medicamentos só é recomendado em casos extremos, onde o paciente encontra-se incapacitado de seguir com sua rotina devido o medo.

Você se identificou com alguma fobia que listamos no texto? É importante buscar ajuda de um médico para cuidar do problema. O medo excessivo de algo é incapacitante e pode chegar a controlar seus dias, além de ser fator para o desencadeamento de diversas doenças no corpo.

Conhece alguém que pode sofrer com algumas das fobias acima? Compartilhe este post e ajude-o a tratar o problema!

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