CAOS NA EDUCAÇÃO | Cobertura do Anexo Dom Luís possui telhas de amianto; produto banido em 60 países

Telhas contêm produto banido pelo Brasil e mais 59 países.

O Sindeducação visitou, no último dia 23, a UEB Raimundo Chaves – Anexo Dom Luís, localizada na Área Itaqui-Bacanga, e constatou o absoluto descaso do Poder Municipal com professores e crianças daquela unidade, que funciona na Associação de Moradores do bairro. O prédio, antigo, é coberto com telhas com amianto, proibido no Brasil desde 2017, e em mais 59 países.

O amianto é uma fibra mineral que é resistente a altas temperaturas, tem boa qualidade isolante, durabilidade e baixo custo. Tudo isso fez com que seu uso fosse empregado em larga escala durante o século 20.

O problema é que várias pessoas que tinham a fibra em casa, em forma de telhado ou caixas d’água, começaram a apresentar problemas de saúde — a maioria de origem respiratória, já que o corpo não é capaz de expelir as partículas inaladas do material. Casos de câncer de laringe, do trato digestivo e do ovário também estão relacionados à exposição ao amianto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, não existem níveis seguros para o uso da substância.

As dirigentes sindicais, professoras Izabel Cristina e Gleise Sales, verificaram que o Anexo funciona com três salas do Ensino Fundamental menor, no turno matutino. As turmas da tarde foram encerradas em razão do calor insuportável.

OUTROS PROBLEMAS – As sindicalistas avaliaram que a estrutura onde funciona o Anexo Dom Luís é totalmente incompatível para o funcionamento de uma escola. “É uma casa antiga, sem qualquer estrutura, que funciona a escola. O telhado é baixo tornando ainda mais quente as salas de aula; não há sala de professores, biblioteca, refeitório, quadra e nenhuma área de convivência para os alunos”, denuncia a professora Gleise Sales.

Paredes apresentam rachaduras.

Segundo a professora Izabel Cristina, o piso é de tábuas de madeira, com muitas peças soltas. “Segundo relato das professoras que nos receberam, já aconteceu acidente com as crianças, onde o pé ficou preso entre uma tábua e outra”, lamenta a sindicalista.

LANCHE NA SALA DE AULA – As crianças lancham dentro das salas e não podem desfrutar do recreio para interagir com os demais colegas. Não há espaço de convivência. “É muito triste a situação da comunidade escolar, que não tem um mínimo de estrutura no Anexo Dom Luís”, observa Gleise Sales.

Cozinha improvisada instalada para atender a comunidade escolar.

As professoras da unidade informaram que não usufruem do HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), ou seja, estão de segunda a sexta na escola, e para realizarem o planejamento, precisam liberar as crianças às 10h. A coordenação da escola se divide na assistência entre o anexo e a escola polo, para dar conta da demanda.

Segundo a gestão da escola, a SEMED é ciente dos problemas, e frisa que muitas solicitações para melhoria da estrutura já foram feitas, mas que nada mudou até agora.

Imprensa Sindeducação.

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