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Por Arash Massoudi e Leila Abboud, Financial Times — Londres

A Anheuser-Busch InBev (AB InBev) está se preparando para substituir seu diretor financeiro de longa data, Felipe Dutra, no momento em que tenta voltar a crescer e elevar o preço de suas ações, segundo fontes a par do assunto.

O conselho de administração da maior fabricante de cerveja do mundo discutiu a mudança em reuniões recentes, disseram as fontes ao “Financial Times”. A companhia considera candidatos internos e externos, incluindo Nelson Jamel, principal executivo financeiro de seus negócios na América do Norte. Uma decisão poderá ser anunciada em fevereiro, durante a divulgação de seus resultados anuais, de acordo com uma das fontes.

A mudança esperada segue-se à substituição do presidente do conselho de administração do grupo em abril do ano passado, com Martin J. Barrington, ex-presidente executivo do grupo de tabaco Altria, promovido ao cargo. A Altria detém 9,5% da AB InBev e, juntamente com os três fundadores brasileiros da 3G Capital e as famílias belgas e colombianas que venderam suas potências regionais para a AB InBev, controla mais da metade das ações da companhia.

Endividamento

Uma das fontes disse que a provável saída de Dutra está diretamente ligada a frustrações com o desempenho da AB InBev desde a aquisição da SABMiller, em 2016, que deixou o grupo sobrecarregado com um endividamento de mais de US$ 100 bilhões. Outra fonte disse que Dutra, diretor financeiro desde 2005, estaria saindo por razões pessoais depois de um longo mandato.

Uma terceira pessoa a par dos acontecimentos disse não haver indícios de que Dutra está saindo e que ele continua “muito respeitado” dentro da companhia.

Junto com o presidente executivo da AB InBev, Carlos Brito, Dutra teve um papel importante na transformação do grupo no maior fabricante de cervejas do mundo, responsável por uma em cada quatro cervejas vendidas globalmente. A AB InBev não quis comentar o assunto. Dutra não respondeu ao pedido de entrevista.

A companhia passou os últimos 18 meses tentando reconquistar o apoio dos acionistas e agências de classificação de risco de crédito, reduzindo seu endividamento. No fim de 2018, a empresa cortou dividendos pela metade para economizar caixa e pouco depois refinanciou uma parcela de sua dívida. Em julho de 2019, o grupo concordou em vender sua operação australiana e, em setembro, listou sua operação asiática na bolsa de valores de Hong Kong, prometendo usar a maior parte dos recursos obtidos com a operação na redução das dívidas.

Esses negócios desencadearam um breve rali no preço da ação da companhia, que foi interrompido em outubro, quando a AB InBev recuou em sua projeção de lucro para o ano de 2019, depois de um trimestre desapontador nos Estados Unidos e na China. Apesar dos progressos na redução do endividamento, o alerta salientou os problemas mais amplos enfrentados pelo grupo: os consumidores americanos estão trocando as grandes marcas de cerveja por vinhos e destilados e mercados emergentes como o Brasil continuam voláteis.

Ações

O preço das ações caiu 10% no dia do alerta, eliminando quase US$ 20 bilhões do valor de mercado do grupo, e ainda não se recuperou.

Dutra entrou para a AB InBev no Brasil em 1999, quando a companhia embarcava numa sequência de aquisições que durou uma década. Apoiada pelos fundadores da 3G Capital, um pequeno grupo de experientes executivos brasileiros, a AB InBev consolidou o fragmentado setor global de cerveja, adquirindo fabricantes rivais em todas as partes do mundo. O grupo conquistou a devoção dos investidores ao aperfeiçoar uma estratégia de aquisições que rapidamente eram seguidas de cortes de custos agressivos para aumentar as margens de lucro.

Um investidor que comprou ações da AB InBev no começo do mandato de Brito e reinvestiu os dividendos teve um retorno total de 445% desde 2004, superando os ganhos do índice Standard & Poor’s 500 (S&P 500) no mesmo período, que foram de 214%, segundo dados da Bloomberg.

Mas um investidor que comprou ações três anos atrás registrou uma queda de 25% no valor de seus papéis, contra uma valorização de 50% do S&P 500 no mesmo período.

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