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    Biólogos lutam contra o tempo para salvar as raias-manta gigantes do Peru

    A espécie é globalmente listada como ameaçada de extinção e vítima daqueles que procuram sua carne e guelras altamente cobiçadas, mas também da pesca acidental

    Raias-manta gigantes estão na lista de animais ameaçados de extinção
    Raias-manta gigantes estão na lista de animais ameaçados de extinção Andrea Marshall/Red List

    Da CNN

    A bióloga Kerstin Forsberg, que trabalhou por quase uma década para salvar raias-manta gigantes, sabe que a sobrevivência dessas espetaculares criaturas oceânicas não depende dela, mas das populações locais de seu país natal, o Peru. De lideranças sociais, de pescadores, de crianças. É por isso que ela trabalha para capacitá-los.

    “O que a organização Planeta Oceano busca é conservar o mar, mas por meio das pessoas; capacitar as pessoas a partir da pesquisa, da educação ambiental e do desenvolvimento sustentável”, disse Forsberg, que desde 2014 trabalha pela preservação de raias gigantes e outras espécies nas águas do Peru.

    As raias-manta gigantes, listadas como globalmente ameaçadas de extinção, foram vítimas daqueles que procuram sua carne e guelras altamente cobiçadas. Mas elas também enfrentaram, e continuam enfrentando, outra grande ameaça, que é a captura acidental: os pescadores lançam suas redes em busca de outras espécies e elas são pescadas no processo.

    Assim explica Forsberg: “Vimos que as raias-manta tendem a ficar muito na superfície, e isso gera uma interação maior com as redes de pesca, e acabam se enroscando. Isso gera um impacto para ela, que no final acaba morrendo. E também gera um impacto para o pescador artesanal”.

    É por isso que a Planeta Oceano, fundada por Forsberg, agora está ajudando os pescadores por meio de um aplicativo chamado EarthRanger, desenvolvido pelo Allen Institute for Artificial Intelligence.

    “Estamos equipando os pescadores artesanais com celulares para que possam não só reportar as suas pescarias em tempo real, mas também reportar avistamentos, e não só de raias-manta gigantes, mas também de outras espécies da megafauna marinha como tubarões-baleia, tartarugas marinhas, pássaros, mamíferos marinhos que vemos muito”, explica Forsberg.

    Dessa forma, os pescadores podem alertar seus colegas onde vivem os espécimes dessas espécies e evitar que caiam em suas redes por engano. Além disso, esses relatórios possibilitam a geração de mapas de áreas críticas para a preservação das raias gigantes, uma das mais icônicas entre as cerca de 540 espécies de raias que habitam oceanos, corpos de água doce e recifes, segundo dados da organização WWF.

    Kerstin Forsberg diz que encontrar uma raia-manta no oceano é uma experiência transformadora / CNN Español

    Para a bióloga, é notável como os pescadores artesanais estão se apropriando da tecnologia para o seu trabalho. Eles, por sua vez, se beneficiam desse cuidado extra, já que as raias-manta, disse Antón Matallana, danificam as redes de que precisam para pescar e o reparo é muito caro.

    A missão: conectar

    Forsberg, originalmente do Peru, adora nadar com as raias. “Isso transforma você. Um encontro com uma raia, um encontro com o oceano em geral, transforma você”, diz ela sobre essa espécie espetacular que chega a sete metros de comprimento e nada até 1 mil metros de profundidade. Para ela, ver uma raia nadando é vida, é movimento, é esperança.

    No entanto, esse não é o foco de seu trabalho agora. O foco de seu trabalho pode ser resumido em uma palavra: conectar.

    “Meu papel é conectar. O que eu busco é conectar. Conectar o artista com o aluno, conectar o cientista ou aquele que está gerando tecnologia com o pescador, conectar as autoridades com os jovens que estão gerando mudanças. Gerar esse espaço para se conectar”, explica.

    Por meio dessas conexões, ela trabalha com lideranças locais que são, em sua opinião, a chave para uma mudança sustentável. Por meio deles, aponta, as comunidades podem se fortalecer e gerar um efeito multiplicador de boas ações.

    O Planeta Oceano trabalha para a conservação das raias gigantes, em risco de extinção a nível global / CNN

    Oceano: suporte da nossa vida

    Os oceanos, como explica o Programa Ambiental da ONU, impulsionam os sistemas que tornam a Terra habitável. Eles afetam o clima, grande parte da nossa alimentação e até o oxigênio que precisamos para respirar. Todo o planeta depende da sua conservação.

    “É a fonte da vida neste planeta. Nenhum de nós poderia estar vivo se não existisse um oceano. O oceano é o suporte da nossa vida. E ainda sabemos muito pouco sobre ele”, reflete a conservacionista. Portanto, conclui, todos devemos fazer nossa parte por sua cidade. “Somos todos parte deste Planeta Oceano”.

    *Nota do Editor: A iniciativa Perpetual Planet da Rolex fez parceria com a CNN para aumentar a conscientização e a educação sobre as principais questões de sustentabilidade e inspirar ações positivas. A bióloga Kerstin Forsberg é laureada com o Prêmio Rolex.

    Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.

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