Sacramento da Eucaristia

O Sacramento da Eucaristia completa a iniciação cristã.

Aqueles que foram elevados à dignidade do sacerdócio real pelo Batismo e configurados mais profundamente com Cristo pela Confirmação, esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda a comunidade, no próprio sacrifício do Senhor.

Considerado o sacramento dos sacramentos, "a Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa a sua Igreja e todos os seus membros a seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez e por todas na cruz a seu Pai; pelo seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja." (CIC 1407)

Os demais sacramentos, assim como todos os mistérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, ligam-se à Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam (§1324). Desta forma, vemos a importância desse sacramento para a vida espiritual de todo cristão. O Catecismo vai ainda dizer: "a Eucaristia é o resumo e a suma de nossa fé: 'Nossa maneira de pensar concorda com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, confirma nossa maneira de pensar.'" (§1327)

Mas o que é a Eucaristia?

Na sexta-feira da Paixão, Jesus derramou o seu sangue pela salvação da humanidade. Esse, com efeito, é o sinal próprio do sacrifício, a separação do corpo e do sangue daquilo que é sacrificado, ou seja, é a morte, oferecida em sacrifício. Jesus, para antecipar-se sacramentalmente e nos dar o memorial perene do amor infinito com que Ele iria morrer na cruz, deixou-se presente na Eucaristia, no sacrifício eucarístico.

Na quinta-feira Santa, durante a Última Ceia vemos Jesus que:

"Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: 'Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim'. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: 'Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós'". (Lc 22, 19-20)

Jesus não diz apenas: "Isto é o meu corpo", mas: "Isto é o meu corpo, que é dado por vós", nem somente: "Este é o cálice do meu sangue", mas: "é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós". Isto é sacrifício.

Desta forma podemos afirmar que a Santíssima Eucaristia é, ao mesmo tempo sacrifício e sacramento.

Sacrifício pois é a ação divina em que Jesus, por meio de sacerdote humano, transforma o pão e o vinho no seu próprio corpo e sangue e continua no tempo o oferecimento que fez a Deus no Calvário; o oferecimento de Si próprio em favor dos homens.

Torna-se, entretanto, sacramento na Consagração da Missa. É na Consagração que Jesus se torna presente sob as aparências do pão e do vinho, e enquanto essas aparências permanecem, Jesus continua a estar presente e o sacramento continua a existir ali. O ato de receber a Sagrada Eucaristia chama-se Sagrada Comunhão. Explica-nos Leo Trese, em seu livro "A Fé Explicada" que a Missa é a confecção da Sagrada Eucaristia e que a comunhão é a sua recepção. Entre uma e outra (entre a confecção e a recepção) o sacramento continua a existir (no sacrário), quer o recebamos, quer não.

A Matéria e os sinais do Sacramento da Eucaristia

No centro da celebração da Eucaristia temos o pão e o vinho que, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o corpo e o sague do mesmo Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua a fazer, em memória d'Ele e até à sua vinda gloriosa, o que Ele fez na véspera de sua paixão. (CIC 1333)

Sobre eles é invocada a bênção do Espírito Santo e através das palavras pronunciadas pelo sacerdote “Isto é o meu corpo entregue por vós…, Isto é o meu sangue…”, se dá a consagração que tornam o pão e o vinho em Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

Somente sacerdotes validamente ordenados e dentro da celebração eucarística podem consagrar. (CIC 1411, 1412 e 1413).

Conforme o cânon 927, “não se pode, nem mesmo em caso de urgente necessidade, consagrar uma matéria sem a outra, ou consagrá-las ambas fora da celebração eucarística”. Há uma explicação para isso: ainda que as matérias sejam distintas, o pão é o sinal do corpo e o vinho, sinal do sangue de Jesus, a pessoa de Cristo não se divide. Onde está o seu Corpo está o seu Sangue e vice-versa, e onde estão seu corpo e/ou o seu sangue, estão também a sua alma e a sua divindade. Este entendimento nos leva a compreender que Jesus está por inteiro por força da unidade de sua pessoa. Portanto, ao recebermos Jesus Eucarístico em qualquer uma das espécies, ou em ambas, recebemos Jesus todo, por completo e inteiro. Mais ainda: Jesus, todo e inteiro, está presente em cada partícula do pão ou em cada gota de vinho consagrada. Ainda que a hóstia se divida ou se derrame uma gotinha do cálice, lá Jesus está totalmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

Por essa razão não é necessário receber a comunhão sob as duas espécies e da mesma forma, o cuidado com os panos do altar e na purificação dos vasos sagrados.

Por que a Igreja celebra a Eucaristia?

Assim a Igreja o faz, desde o tempo dos Apóstolos, em cumprimento da ordem do próprio Jesus lhes deu na última ceia: "fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

Ao ordenar que repetissem os seus gestos e palavras "até que Ele venha" (1 Cor 11, 26), Jesus não pede somente que se lembrem d'Ele e do que Ele fez. Tem em vista a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do Pai.

Desde o princípio, a Igreja foi fiel à ordem do Senhor. Da Igreja de Jerusalém está escrito:

"Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. [...] Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração" (At 2, 42.46).

Era sobretudo "no primeiro dia da semana", isto é, no dia de domingo, dia da ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam “para partir o pão" (At 20, 7). Desde esses tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de maneira que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a mesma estrutura fundamental. Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.

Assim, de celebração em celebração, anunciando o mistério pascal de Jesus "até que Ele venha" (1Cor 11, 26), o Povo de Deus em peregrinação "avança pela porta estreita da cruz" para o banquete celeste, em que todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino.

Os frutos da Sagrada Eucaristia

A comunhão aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz:

‘Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele’ (Jo 6,56). ‘Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que de Mim se alimenta, viverá por mim’ (Jo 6,57). (CIC 1391)

O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, ‘vivificado pelo Espírito Santo e vivificante’ (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Esse crescimento da vida cristã, precisa ser alimentado pela Comunhão Eucarística, Pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático. (CIC 1392)

"Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele."

(Jo 6, 55-56)

Leia mais sobre os Sacramentos da Igreja Católica

O Sacramento do Batismo

O Sacramento da Confirmação

Sacramento da Penitência

Unção dos Enfermos

Sacramento da Ordem

Sacramento do Matrimônio

Referências

  1. Catecismo da Igreja Católica

  2. https://padrepauloricardo.org/episodios/eucaristia-sacrificio-e-comunhao

  3. https://santuario.cancaonova.com/artigos-religiosos/o-que-e-o-sacramento-da-eucaristia-2/

  4. https://olharmisericordioso.org/formacao/eucaristia-sacrificio-e-sacramento/

Anterior
Anterior

O Sacramento da Penitência

Próximo
Próximo

NFT Católica: Lançamento da Coleção de NFT's Natividade de Jesus