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DOENÇAS MICÓTICAS INTRODUÇÃO Os fungos reconhecidos por suas estruturas reprodutivas (fungos perfeitos) classificam-se em zigomicetos, ascomicetos ou basidiomicetos, com base no tipo de estrutura reprodutiva. Os que não possuem estruturas reprodutivas sexuadas reconhecidas são os Deuteromicetos - fungos imperfeitos. !Em geral, usa-se o nome anamórfico (assexuado) para descrever uma espécie de fungo. Colônia: As colônias de leveduras em geral são lisas, com margem regular. Já os mofos possuem colônias de aparência lanosa, felpuda ou aveludada, às vezes pontilhada com aspecto granular ou pulverulento; ainda, a colônia pode ter um aspecto glabro (liso). Estrutura: A estrutura filamentosa de um mofo é conhecida como hifa, e uma massa de hifas denomina-se micélio. O micélio que cresce na superfície ou dentro do ágar é chamado vegetativo, enquanto extensões acima da colônia denominam- se micélios aéreos. Pigmentos: em alguns casos uma pigmentação clara pode produzir colônias coloridas (coloração leve) em alguns mofos hialinos. Entretanto , em colônias dematiáceas tanto a frente (obverso) quanto o verso (reverso) demonstram o pigmento escuro. Estruturas reprodutivas: O principal meio de reprodução assexuada das leveduras é a formação de blastoconídios, isto é, brotamento. Um septo sela o limite entre a célula-filha e a parental. Se não ocorrer separação, surge uma pseudo-hifa. Dimorfismo: normalmente, o isolado inicial é a fase de mofo, porque as placas de cultura em geral são incubadas a 25-30ºC. A conversão à fase tecidual é conseguida incubando-se uma subcultura a 37ºC. TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS O maior perigo para o pessoal do laboratório vem da manipulação de culturas de mofos dos patógenos dimórficos C. immitis e H. capsulatum. A fase tecidual de patógenos dimórficos não é infecciosa por via aerógena, de modo que existe pouco risco de manipular amostras de tecidos com esses patógenos. Exceção: se C. immitis crescer em sua fase de mofo dentro de uma cavidade pulmonar que esteja conectada à árvore brônquica. *As melhores amostras para diagnóstico micológico são raspados, material colhido por curetagem, aspirados e biópsias de lesões. As amostras de biópsias devem ser enviadas em um recipiente estéril com solução fisiológica ou um meio de transporte também estéril. *Pelos infectados com fungos dermatofíticos (p. ex., Microsporum canis) fluorescem à luz ultravioleta de longo comprimento de onda (lâmpada de Wood) e podem ser selecionados para exame. EXAME DIRETO A fresco Em amostras com restos teciduais e células, pode-se usar uma solução de hidróxido de potássio (KOH) para dissolver o material de tecido. *1 gota KOH 10% na qual se imerge a amostra; (SN) aquecer levemente sem ferver. Gram Útil para a detecção de leveduras (se comportam como GP). Mofos podem ficar GP ou GN, mas é pouco confiável. Giemsa ou Wright Úteis para demonstrar as células de leveduras (histoplasmose) dentro de macrófagos. Nanquim Lembrar que embora as cápsulas geralmente sejam grandes ao exame direto das amostras, o isolamento do patógeno em ágar caracteriza-se pela produção de uma cápsula muito diminuída, que não é tão óbvia. *Centrifugar o LCR por 10 minutos, adicionar a 1gota do material 1 gota de Nanquim. Corantes Histoquímicos - O método do ácido periódico de Schiff (PAS) é útil para demonstrar detalhes internos. - Metenamina de prata de Gomori (GMS) é considerada uma das melhores colorações para demonstrar fungos pelo alto contraste com coloração mínima do fundo. - Hematoxilina e eosina (H&E) é importante para o estudo da reação do hospedeiro e a determinação quanto a um fungo ser hialino ou dematiáceo. - Mucicarmina de Mayer para a demonstração da cápsula mucoide de C. neoformans. - Fontana-Masson para a demonstração de melanina (ou similar) em agentes da feoifomicose. Calcoflúor branco Liga-se à quitina nas paredes das células fúngicas e fluoresce na cor branca ou verde-maçã quando exposto à luz UV de onda curta de um microscópio de fluorescência. Pode ser misturado com KOH para clarear a amostra. Cuida com coloração inespecífica de elementos não fúngicos! Isolamento em Cultura *O meio tradicional é o ágar Sabouraud glicose, que tem um pH de 5,5 a 5,6. A modificação de Emmons para esse meio, com menos glicose e pH de 6,8 a 7, é mais usada na micologia clínica como meio geral de crescimento. *No caso de amostras de locais não estéreis, recomenda-se a inoculação em ágar não seletivo e seletivo. Os meios de ágar seletivos mais comuns empregam ciclo-heximida para inibir fungos saprófitas e um agente antibacteriano (cloranfenicol ou gentamicina) para inibir bactérias. Incubação: ar ambiente a 25- 30ºC. Não é necessário incubar placas paralelas ou tubos a 37ºC para recuperação da fase de levedura de fungos dimórficos, porque isso acrescenta pouco aos resultados. *Tempo de incubação: 7 dias para detectar a presença de leveduras na boca, na garganta ou na vagina; 21 dias para patógenos fúngicos em tecidos e líquidos corporais estéreis que não o sangue, e até 28 dias para amostras respiratórias, da MO, de sangue e aquelas em que se suspeita de um fungo dimórfico. Em geral, todas as outras amostras devem ser incubadas por até 14 dias. Taxa e temperatura de crescimento: fungos patogênicos dimórficos e dematiáceos crescem mais devagar (1semana ou mais para ver as colônias). Crescimento rápido pode ser contaminação, mas lembrar que C. immitis pode crescer rapidamente em outros meios que não para fungos. *Mofos crescem melhor a 25- 30ºC; leveduras crescem bem a 35-37ºC. Identificação morfológica Leveduras: teste do tubo de germinação é a etapa inicial. Tubos de germinação verdadeiros são formados tanto por C. albicans quanto por C. dubliniensis, após crescimento em soro a 37ºC por não mais que 4 horas. Passa colônias para tubo com 0,5 mL de soro (humano, fetal, bovino...); incuba por 2-4 horas; visualizar 1 gota da mistura em microscópio. Seguido desse teste, a incubação prossegue para o estudo subsequente da morfologia da hifa e da formação de clamidioconídios a 25- 30ºC (ágar com maisena, técnica de Dalmau). Inóculo de colônias sobre ágar com maisena contendo Tween 80. Cobrir área inoculada com lamínula e incubar por 24-72 horas para depois observar em microscópio. Mofos: montagem em fita de celofane, usando-se uma fita transparente que é corada com anilina azul de lactofenoal (algodão) (LPAB). Pode ser necessário fazer uma cultura em lâmina para preservar estruturas de conídios. A abordagem clássica envolve o corte de quadrados de um meio de ágar apropriado, que são suspensos em uma lâmina apoiada por bastões de vidro em uma placa de Petri. Identificação bioquímica *Estudo da fermentação ou padrões de assimilação. O teste da assimilação avalia a capacidade de um isolado usar um carboidrato como única fonte de carbono necessária para o crescimento ou de nitrato como única fonte de nitrogênio. O método auxanográfico de Wickerham usa um meio basal em que um carboidrato particular ou nitrato serve como nutriente. *A estimulação do crescimento por compostos bioquímicos é um teste secundário na diferenciação de certas espécies de Trichophyton - inclusão de inositol e tiamina em várias combinações de meios de ágar. *O teste para produção de urease por criptococos é de utilidade para diferenciá-los de Candida em amostras respiratórias. Teste em caldo ou ágar inclinado de Christensen com ureia + indicador da pH para ver alcalinização. Lembrar que Criptococcus não produzem pseudo-hifa e não crescem em meio com ciclo-heximida. A produção de urease em quatro dias ajuda ainda a diferenciar Trichophyton mentagrophytes (urease-positivo) de T. rubrum (urease-negativo), com incubação mínimade 3 dias. Identificação sorológica e molecular, TSA *A cápsula polissacarídica do C. neoformans dissolve-se no soro e no LCE, o que pode ser detectado pelo teste de algutinação no látex ou o imunoensaio enzimático. *A detecção de antígenos para o diagnóstico de histoplasmose provou ser útil quando se usa soro, urina ou líquido de lavado broncoalveolar. *Há um ELISA para detecção de antigenemia por galactomanano em aspergilose invasiva. FP com antibioticoterapia (pipetazo ou amoxa-clavulanato). - Ensaios moleculares normalmente realizados para confirmar o resultado da cultura. - Embora os testes de suscetibilidade de todos os isolados fúngicos não sejam recomendados, eles podem ser indicados: ( 1) como parte de pesquisas periódicas que estabelecem antibiogramas para isolados em uma instituição; (2) para ajudar no tratamento da candidíase orofaríngea refratária em pacientes com falha terapêutica e (3) para ajudar no tratamento da candidíase invasiva, quando o uso de antifúngicos à base de azóis é incerto. Referência: Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais de Henry. 21ªed. 2012.
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