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Sinopse de Myrtaceae Juss. no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis, SC, Brasil1 1 Parte do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação da primeira Autora

Synopsis of Myrtaceae at the Municipal Natural Monument of Lagoa do Peri, Santa Catarina State, Brasil

RESUMO

Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento florístico das espécies de Myrtaceae ocorrentes dentro dos limites do Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, estado de Santa Catarina, Brasil. Para tal, foram realizadas quatro expedições a campo, entre os meses de novembro de 2017 a outubro de 2018. Espécimes da Lagoa do Peri, depositados nos herbários FLOR, FURB, MBM e PACA, e material coletado nas expedições de campo foram analisados. Para identificação das espécies foram utilizadas bibliografias especializadas, imagens depositadas em herbários virtuais e consulta online aos tipos e protólogos. Um total de 25 espécies nativas, pertencentes a seis gêneros, foi registrado, sendo Eugenia o gênero mais abundante (10 spp.), seguido por Myrcia (nove spp.), Campomanesia (duas spp.), Myrciaria (duas spp.), Plinia e Psidium (uma sp. cada). Syzygium cumini, Psidium guajava e Eucalyptus sp. são espécies introduzidas avistadas no local de estudo. Chaves de identificação, descrições, fotos e comentários sobre as espécies encontradas são apresentados.

Palavras-chave:
Eugenia ; Mata Atlântica; Myrtae; Myrtales; taxonomia

ABSTRACT

This study had the purpose of carrying out a floristic survey of Myrtaceae species occurring within the limits of the Municipal Natural Monument of Lagoa do Peri, Santa Catarina State, Brasil. For that, four field expeditions were realized, from November 2017 to October 2018. Specimens from Lagoa do Peri, deposited in the FLOR, FURB, MBM and PACA herbaria and the material collected in the field expeditions were analyzed. To identify the species, specialized bibliographies, images deposited in virtual herbaria and online consultation of types and protologues were used. A total of 25 native species belonging to six genera were recorded, with Eugenia being the most abundant genus (10 spp.), followed by Myrcia (nine spp.), Campomanesia and Myrciaria (two spp. each), Psidium and Plinia (one sp. each). Syzygium cumini, Psidium guajava and Eucalyptus sp. are introduced species seen at the study site. Identification keys, descriptions, photos and comments about the species found are presented.

Keywords:
Atlantic forest; Eugenia ; Myrtae; Myrtales; taxonomy

Introdução

A família Myrtaceae é representada por aproximadamente 140 gêneros e mais de 5.500 espécies no mundo (Wilson 2011Wilson, P.G. 2011. Myrtaceae. In: Kubitzki, K. (ed.). The families and genera of vascular plants, Volume X, Flowering Plants, Eudicots, Sapindales, Cucurbitales, Myrtaceae. Springer Verlag, Berlin, pp. 212-271., Govaerts et al. 2020Govaerts, R., Sobral, M., Ashton, P., Barrie, F., Holst, B.K., Landrum, L.R., Matsumoto, K., Mazine, F.F., Nic Lughadha, E., Proença, C., Soares-Silva, L.H., Wilson P.G. & Lucas, E. 2020. World Checklist of Myrtaceae. Facilitated by the Royal Botanic Gardens, Kew. Disponível em http://www.kew.org/wcsp/ (acesso em 12 XI 2020).
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, Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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), sendo a mais rica dentro da ordem Myrtales (APG 2016APG - The Angiosperm Phylogeny Group. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.). Sua distribuição é predominantemente tropical e sul-temperada, com centros de diversidade localizados na América do Sul, Austrália e Sudeste da Ásia (Wilson et al. 2001Wilson, P.G., O’Brien, M.M., Gadek, P.A. & Quinn, C.J. 2001. Myrtaceae revisited: a reassessment of infrafamilial groups. American Journal of Botany 88(11): 2013-2025.).

No Brasil, Myrtaceae é a oitava maior família entre as angiospermas e compreende cerca de 1.200 espécies, distribuídas em 29 gêneros (Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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) sendo que Eugenia L. e Myrcia DC. encontram-se entre os dez gêneros mais ricos do Brasil (BFG 2015BFG - The Brazil Flora Group 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Todas as espécies de Myrtaceae encontradas no Brasil estão circunscritas na tribo Myrteae DC., a maior tribo da família (Wilson et al. 2001Wilson, P.G., O’Brien, M.M., Gadek, P.A. & Quinn, C.J. 2001. Myrtaceae revisited: a reassessment of infrafamilial groups. American Journal of Botany 88(11): 2013-2025.). Myrtaceae é bem representada em todas as regiões do país, principalmente no Sudeste, onde ocorrem cerca de 730 espécies (Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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). A família possui significativa expressividade na Mata Atlântica (Barroso & Peron 1994Barroso, G.M & Peron, M.V. 1994. Myrtaceae. In: M.P.M. Lima & R.R. Guedes-Bruni (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ: aspectos florísticos das espécies vasculares, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 1, pp. 261-302., Staggemeier et al. 2015Staggemeier, V. G., Diniz-Filho, J. A. F., Forest, F., & Lucas, E. 2015. Phylogenetic analysis in Myrcia section Aulomyrcia and inferences on plant diversity in the Atlantic rainforest. Annals of Botany, 115(5): 747-761., Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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). Este domínio possui enorme riqueza e diversidade. No entanto, é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, sendo apontado como um dos cinco principais hotspots de biodiversidade do mundo (Myers et al. 2000Myers, N., Mittermeier, R. A., Mittermeier, C. G., Da Fonseca, G. A. & Kent, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403: 853-858., Lucas & Bünger 2015Lucas, E.J. & Bünger, M.O. 2015. Myrtaceae in the Atlantic forest: their role as a ‘model’group. Biodiversity and Conservation, 24(9): 2165-2180.).

Myrtaceae é uma família de grande importância ecológica e econômica. Seus frutos carnosos servem de alimento para muitas espécies da fauna silvestre, estabelecendo importantes interações bióticas (Gomes et al. 2017Gomes, J.P., Dacoregio, H.M., Silva, K.M.D., Rosa, L.H.D. & Bortoluzzi, R.L.D.C. 2017. Myrtaceae na bacia do rio Caveiras: Características ecológicas e usos não madeireiros. Floresta e Ambiente 24: e20150111.). Nos últimos anos, a família vem sendo muito utilizada como modelo para estudos na área de conservação, como por exemplo para a identificação de limiares de extinção de espécies (Lucas & Bünger 2015Lucas, E.J. & Bünger, M.O. 2015. Myrtaceae in the Atlantic forest: their role as a ‘model’group. Biodiversity and Conservation, 24(9): 2165-2180.) ou de proposição de status de conservação utilizando modelos de aprendizado de máquina (Lughadha et al. 2018Lughadha, E. N, Walker, B.WE., Canteiro, C., Chadburn, H., Davis, A.P., Hargreaves, S., Lucas, E.J., Schuiteman, A., Williams, E., Bachman, S.P., Baines, D., Barker, A., Budden, A.P., Carretero, J., Clarkson, J.J., Roberts, A. & Rivers, M.C. 2018. The use and misuse of herbarium specimens in evaluating plant extinction risks. Philosophical transactions of the Royal Society B 374 (1763): 20170402.). Além da importância ecológica, as espécies são bastante populares no Brasil: as pitangueiras (p.e., Eugenia uniflora L.), as jabuticabeiras (p.e., Plinia cauliflora (Mart.) Kausel), e os araçazeiros (p.e., Psidium cattleyanum Sabine) são exemplos de árvores cujos frutos são consumidos tradicionalmente pela população. Outras espécies são utilizadas para fins medicinais, como o jambolão (Syzygium cumini (L.) Skeels, Migliato et al. 2006Migliato, K. F., Baby, A. R., Zague, V., Velasco, M. V. R., Corrêa, M. A., Sacramento, L. V. & Salgado, H. R. 2006. Ação farmacológica de Syzygium cumini (L.) Skeels. Acta Farmacéutica Bonaerense 25(2): 310-314.) e os eucaliptos (p.e., Eucalyptus globulus Labill, Lorenzi & Matos 2002Lorenzi, H. & Matos, F. J. 2002. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, Instituto Plantarum.).

Nas décadas de 1960 e 1970, Legrand & Klein contribuíram com vários volumes para a Flora Ilustrada Catarinense, descrevendo 205 espécies em 23 gêneros de Myrtaceae (1967, 1969a, 1969b, 1970Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1970. Mirtáceas: Myrceugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 331-454., 1971a, 1971b, 1972, 1977 e 1978). Segundo dados atualizados da Flora do Brasil 2020, das 695 espécies de Myrtaceae da Mata Atlântica, 201 ocorrem no Estado de Santa Catarina, distribuídas em 21 gêneros (Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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). Em ambos os tratamentos, foi encontrado Eugenia como o gênero mais rico entre as Myrtaceae. Recentemente, foram descritas três novas espécies de Myrtaceae endêmicas de Santa Catarina: Eugenia quiriri Sobral & F.C.S Vieira (Sobral et al. 2019Sobral, M., Molz, M. & Vieira, F. C.S. 2019. Two new species and one nomenclatural note in Myrtaceae from Santa Catarina, Brazil. Phytotaxa 425 (2): 96-104.), Myrceugenia basicordata F.C.S Vieira, Molz & Sobral (Vieira 2020Vieira, F.C.S. 2020. A new species of Myrceugenia (Myrtaceae) from Southern Brazil. Phytotaxa 435(2): 208-212.) e Myrceugenia joinvillensis F.C.S. Vieira (Sobral et al. 2019Sobral, M., Molz, M. & Vieira, F. C.S. 2019. Two new species and one nomenclatural note in Myrtaceae from Santa Catarina, Brazil. Phytotaxa 425 (2): 96-104.). Não obstante a grande quantidade de estudos e esforços realizados pelos pesquisadores brasileiros, acredita-se que ainda há muito para ser descoberto (Giaretta et al. 2015Giaretta, A., Menezes, L.F.T. & Peixoto, A.L. 2015. Diversity of Myrtaceae in the southerastern Atlantic forest of Brazil as a tool for conservation. Brazilian Jornal of Botany 38: 175-185.).

O Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA da Lagoa do Peri), localizado na Ilha de Santa Catarina, é uma unidade de conservação que protege grande parte da biodiversidade da cidade de Florianópolis. Abrange tanto áreas de restinga quanto de Floresta Ombrófila Densa, incluindo algumas das porções mais desenvolvidas de floresta secundária da ilha (Caruso 1990Caruso, M.M.L. 1990. O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais. Editora da UFSC, Florianópolis. 158 p.). Além disso, abriga o maior manancial de água doce da capital, sendo a principal fonte de abastecimento de água das regiões leste e sul de Florianópolis (Sbroglia & Beltrame 2012Sbroglia, R. M. & Beltrame, A.V. 2012. O zoneamento, conflitos e recategorização do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis/SC. Boletim de Geografia 30: 5-18.).

Levantamentos florísticos constituem uma importante ferramenta da conservação, pois é etapa essencial para o conhecimento de um ecossistema (Guedes-Bruni et al. 1997Guedes-Bruni, R.R., Pessoa, S.V.A., Kurtz, B.C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivo-arbóreo de um trecho preservado de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: H.C. Lima & R.R. Guedes-Bruni (eds.). Serra de Macaé de Cima: diversidade florística e conservação em Mata Atlântica, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, pp. 127-146.). Devido à escassez de estudos mais recentes acerca da diversidade de Myrtaceae na região, e considerando sua grande riqueza de espécies e complexidade taxonômica, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento florístico desta família na área do MONA da Lagoa do Peri.

Material e Métodos

A presente pesquisa foi realizada por meio de expedições a campo, que ocorreram nos meses de novembro de 2017 a outubro de 2018, e de estudo de material herborizado de coleções científicas. As coletas seguiram as orientações de Mota et al. (2014)Mota, O.N.F.O., Paula, L.F. & Viana, P.L. 2014. Guia Prático de Métodos de Campo para Estudos de Flora, 2a edição, Bocaina, Belo Horizonte.. Foi registrado o tipo de vegetação onde cada espécime foi coletado: restinga e/ou Floresta Ombrófila Densa.

Para a identificação das espécies coletadas, foram realizadas consultas aos tipos e protólogos, disponíveis respectivamente no banco de dados Global Plants (plants.jstor.org) e Biodiversity Heritage Library (biodiversitylibrary.org). Também foram consultados trabalhos regionais de taxonomia de Myrtaceae, principalmente os trabalhos de Legrand & Klein (1967Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1967. Mirtáceas: Gomidesia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 1-44., 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216., 1969bLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969b. Mirtáceas: Myrcia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 217-330., 1971aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1971a. Mirtáceas: Marlierea. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 455-488., 1971bLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1971b. Mirtáceas: Calyptranthes. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp.489-552., 1972Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1972. Mirtáceas: Calycorectes. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 553-570., 1977Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1977. Mirtáceas: Campomanesia, Feijoa, Britoa, Myrrhinium, Hexachlamys, Siphoneugena, Myrcianthes, Neomitranthes, Psidium. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 571-730., 1978), Lima et al. (2015)Lima D.F.S., Caddah, M.K., Goldenberg, R. 2015. A família Myrtaceae na Ilha do Mel, Paranaguá, Estado do Paraná, Brasil. Hoehnea 42(3): 497-519. e Sobral (2003)Sobral, M. 2003. A família das Myrtaceae no Rio Grande do Sul. Editora da Unisinos, São Leopoldo.. Para a determinação do status de conservação, foram utilizados os dados de CNCFlora (cncflora.jbrj.gov.br) e IUCN (iucnredlist.org).

Foram analisadas exsicatas de espécies de Myrtaceae coletadas no MONA da Lagoa do Peri depositadas nos herbários FLOR, FURB, PACA e MBM (acrônimos segundo Thiers 2020Thiers, B. - continuously updated. Index Herbariorum. Disponível em http://sciweb.nybg.org/science2/IndexHerbariorum.asp (acesso em 12 XI 2020).
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, continuamente atualizado), herbários com as coleções mais representativas da área. Para auxiliar na descrição das espécies com poucos espécimes, foram utilizadas exsicatas provenientes de outras regiões do Sul do Brasil. Estas exsicatas foram indicadas como material adicional. Espécies exóticas não foram incluídas nesta sinopse.

Área de estudo - Inserida em um dos últimos remanescentes de Floresta Atlântica da região, a Lagoa do Peri é o maior corpo hídrico de água doce da Ilha de Santa Catarina (Silva 2000Silva, A. A. S. 2000. Parque Municipal da Lagoa do Peri subsídios para o gerenciamento ambiental. 120 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.). A Lagoa do Peri localiza-se na porção insular do município de Florianópolis, mais especificamente na região sudeste da ilha, entre as coordenadas 27°42’59” e 27°46’45” S de latitude e 48°30’33” e 48°31’59” W de longitude (Dechoum & Arellano 2016Dechoum, M. D. S. & Arellano, L. 2016. Desafios para a manutenção de serviços ecossistêmicos em parque municipal no sul do Brasil. Neotropical Biology and Conservation 11(3): 153-164.) (Figura 1). De acordo com o sistema de Köeppen, o clima de Florianópolis é do tipo Cfa (mesotérmico úmido) com chuvas ocorrendo ao longo de todo o ano e com verões quentes, sem estação seca (Santos et al. 1989Santos, G. F. dos, Silva, J.T.N., Mendonça N. & Veado, R.W.V. 1989. Análise Ambiental da Lagoa do Peri. Geosul 8: 101-123.).

O Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, de acordo com a Lei 10.530 de 2019, compreende uma área de aproximadamente 43 km2, e um dos principais objetivos desta unidade de conservação é proteger a Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri (Florianópolis 2019Florianópolis. 2019. Lei 10.530, de 02 de maio de 2019. Dispõe sobre a criação da Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA da Lagoa do Peri). Diário Oficial Eletrônico do Município de Florianópolis 2433, Florianópolis, SC, 9 de maio de 2019. Disponível em http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/diario/pdf/09_05_2019_18.51.14.225b18fc5ad5b46d8a12947b6e2633e9.pdf (acesso em 02-II-2021).
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). As vegetações que envolvem a Lagoa do Peri são a Floresta Ombrófila Densa e a vegetação típica de restinga, sendo que no passado, partes da floresta foram derrubadas para realizar atividades de agricultura (Silva 2000Silva, A. A. S. 2000. Parque Municipal da Lagoa do Peri subsídios para o gerenciamento ambiental. 120 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.). É notável a presença de vegetação secundária em estágios avançados na extensão da Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri. Áreas que antes eram ocupadas por lavouras encontram-se em processo de recuperação em diversos estágios de sucessão (Santos et al. 1989Santos, G. F. dos, Silva, J.T.N., Mendonça N. & Veado, R.W.V. 1989. Análise Ambiental da Lagoa do Peri. Geosul 8: 101-123.), sendo que em algumas dessas áreas estão as florestas mais antigas da ilha (Caruso 1990Caruso, M.M.L. 1990. O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais. Editora da UFSC, Florianópolis. 158 p.).

Resultados e Discussão

Foram encontradas 25 espécies nativas pertencentes à família Myrtaceae no MONA da Lagoa do Peri, distribuídas em seis gêneros distintos. Eugenia e Myrcia foram os gêneros mais representativos, com 10 e nove espécies, respectivamente. Campomanesia Ruiz & Pav. e Myrciaria O. Berg. apresentaram duas espécies cada, enquanto que Plinia L. e Psidium L. apresentaram apenas uma espécie cada.

Eugenia destacou-se como o gênero mais rico, representando 40% das espécies de Myrtaceae encontradas na área da UC. Esses resultados vão ao encontro dos dados trazidos pela Flora do Brasil 2020, que indicam alta expressividade de Eugenia no bioma Mata Atlântica (277 spp., Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
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). De acordo com o BFG (2015)BFG - The Brazil Flora Group 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113., Eugenia ocupa o primeiro lugar dentre os gêneros de plantas com maior riqueza no país, compreendendo quase 400 espécies no país. No Estado de Santa Catarina ocorrem 62 espécies de Eugenia, das quais 51 são registradas em vegetação de Floresta Ombrófila Densa e 19 em vegetação de restinga (Proença et al. 2020Proença, C.E.B., Amorim, B.S., Antonicelli, M.C., Bünger, M., Burton, G.P., Caldas, D.K.D., Costa, I.R., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Gaem, P.H., Giaretta, A., Lima, D.F., Lourenço, A.R.L., Lucas, E.J., Mazine, F.F., Meireles, L.D., Oliveira, M.I.U., Pizzardo, R.C., Rosa, P.O., Santana, K.C., Santos, L.L.D., Santos, M.F., Souza, M.C., Souza, M.A.D., Stadnik, A., Staggemeier, V.G., Tuler, A.C., Valdemarin, K.S., Vasconcelos, T.N.C., Vieira, F.C.S. & Sobral, M. 2020. Myrtaceae em Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
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).

Figura 1
Localização do Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil.
Figure 1
Location of Municipal Natural da Lagoa do Peri, Florianópolis, Santa Catarina State, Brazil.

Sete espécies encontradas neste trabalho já foram avaliadas pelo CNCFlora quanto ao status de conservação, e nove pela IUCN. Entre elas, destacam-se Myrcia ferruginosa Mazine e Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg., que foram classificadas na categoria EN (Em Perigo). Quatro espécies coletadas no MONA da Lagoa do Peri possuem poucos registros de ocorrência para a cidade de Florianópolis. É o caso de Eugenia cerasiflora Miq., Myrcia hartwegiana (O. Berg.) Kiaersk., Myrciaria floribunda e Myrciaria plinioides D. Legrand, que possuem apenas dois, três, sete e doze registros de ocorrência, respectivamente (Specieslink 2021, www.specieslink.com) sendo que um dos espécimes de M. hartwegiana foi coletado durante este estudo.

É importante mencionar que, dentro da área da Unidade de Conservação (UC), foram avistados indivíduos de Eucalyptus sp., Psidium guajava L. e Syzygium cumini (L.) Skeels, táxons exóticos para a área de estudo (Sampaio & Schmidt 2013Sampaio, A. B. & Schmidt, I. B. 2013. Espécies exóticas invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira 3(2): 32-49.). Psidium guajava, no entanto, é uma espécie naturalizada, que possui ampla distribuição e ocorrência registrada em todas as regiões brasileiras (Tuler et al. 2021).

Sinopse das espécies de Myrtaceae no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri

Myrtaceae Juss., Gen. Pl. 322. 1789

Árvores, arvoretas ou arbustos. Folhas simples, opostas, sem estípulas, glabras ou pubescentes, com margens inteiras, glândulas oleíferas translúcidas, e pelo menos uma nervura marginal. Inflorescências axilares ou terminais, panículas, glomérulos, fascículos, racemos, dicásios ou flores solitárias. Flores bissexuais na maioria das espécies, com hipanto prolongado ou não acima do ovário. Cálice aberto no botão floral ou fechado, neste caso rompendo-se em caliptra ou irregularmente. Corola 4-5-mera (raramente ausente), com pétalas brancas (raramente vermelhas ou róseas). Androceu com estames numerosos e livres. Ovário ínfero ou semi-ínfero, com placentação axilar. Frutos tipo baga com sementes únicas até numerosas. (Adaptado de Landrum & Kawasaki 1997Landrum, L.R. & Kawasaki, M.L. 1997. The Genera of Myrtaceae in Brazil: An Illustrated Synoptic Treatment and Identification Keys. Brittonia 49: 508-536. e Wilson 2011Wilson, P.G. 2011. Myrtaceae. In: Kubitzki, K. (ed.). The families and genera of vascular plants, Volume X, Flowering Plants, Eudicots, Sapindales, Cucurbitales, Myrtaceae. Springer Verlag, Berlin, pp. 212-271.).

  Chave de Identificação para as espécies de Myrtaceae no MONA da Lagoa do Peri

1. Inflorescências do tipo panícula

2. Cálice fechado nos botões florais, abrindo-se transversalmente em forma de caliptra.........................Myrcia neolucida

2. Cálice aberto ou fechado no botão floral, neste caso, abrindo-se irregularmente

3. Ovário trilocular.......................………….......…..…………………………............................…....Myrcia pubipetala

3. Ovário bilocular

4. Plantas recobertas por tricomas ferrugíneos

5. Lâmina foliar 3,5-5,5 cm compr.; pecíolo 0,5-0,8 cm compr........………...........……......... Myrcia hatschbachii

5. Lâmina foliar 9,5-16,5 cm compr.; pecíolo 1,0-1,8 cm compr.................................................Myrcia ferruginosa

4. Plantas recobertas por tricomas alvos

6. Lâmina foliar com até 4,5 cm de compr.

7. Lâmina foliar elíptico-obovada, com base aguda, nervuras secundárias divergindo a aproximadamente 65° da nervura principal; panículas com 1-2 cm de compr. ................................................................Myrcia palustris

7. Lâmina foliar amplamente elíptica ou amplamente obovada, com base obtusa, nervuras secundárias divergindo a aproximadamente 45° da nervura principal; panículas com 3,6-4,4 cm de compr..................Myrcia hartwegiana

6. Lâmina foliar com mais de 5 cm de compr.

8. Lâmina foliar lanceolada, raramente elíptica, com apenas uma nervura marginal..................Myrcia splendens

8. Lâmina foliar elíptica, elíptico-ovada a obovada, nunca lanceolada, com duas nervuras marginais

9. Lâmina foliar com 2-5,5 cm de compr.; panículas com 2-3 cm de compr.............................. Myrcia multiflora

9. Lâmina foliar com 3,5-7,7 cm de compr.; panículas com 6,5-9 cm de compr....................Myrcia freyreissiana

1. Flores solitárias ou outros tipos de inflorescências, exceto panículas

10. Flores sésseis

11. Frutos oblongos......................................................................…......................................................Eugenia bacopari

11. Frutos globosos

12. Ramos e lâmina foliar densamente cobertos por tricomas.......................................................Myrciaria plinioides

12. Ramos e lâmina foliar glabros ou apenas com tricomas esparsos

13. Lâminas com nervuras secundárias bem marcadas em ambas as faces e duas nervuras marginais..........Plinia cauliflora

13. Lâminas sem nervuras secundárias bem marcadas e uma única nervura marginal..............Myrciaria floribunda

10. Flores pediceladas

14. Ovário com 6 ou mais lóculos

15. Ramos jovens completamente glabros; lâmina foliar com 3-5 cm compr.; ovário com 5 ou mais lóculos......................................................................................................................................Campomanesia littoralis

15. Ramos jovens pubescentes; lâmina foliar com 7-11 cm compr.; ovário 6-locular.....................Campomanesia xanthocarpa

14. Ovário com 2 a 5 lóculos

16. Flores pentâmeras; ovário com 4 ou 5 lóculos............................................................................Psidium cattleyanum

16. Flores tetrâmeras; ovário bilocular

17. Inflorescências do tipo racemo auxotélico (racemo inicialmente terminal que se torna lateralizado devido ao crescimento vegetativo do meristema apical, muitas vezes parecendo flores isoladas)

18. Pecíolos com 0,2-0,5 cm de compr.; lâminas foliares pubescentes; pedicelos com até 1,8 cm de compr.............................................................................................................................................................Eugenia involucrata

18. Pecíolos com 0,5-1,0 cm de compr.; lâminas foliares glabras; pedicelos com até 3,6 cm de compr.......................................................................................................................................Eugenia brasiliensis

17. Inflorescências em fascículos

19. Ramos jovens e folhas pubescentes.........................................................................Eugenia tenuipedunculata

19. Ramos jovens e folhas essencialmente glabras

20. Folhas com duas nervuras marginais

21. Lâmina foliar com 2,5-4,5 cm de compr., obovada.....................................................Eugenia catharinae

21. Lâmina foliar com 2,9-5,8 cm de compr., oval-oblonga................................................Eugenia pluriflora

20. Folhas com apenas uma nervura marginal

22. Pecílos com 0,7 cm de compr. ou maiores

23. Lâmina foliar com 8,0-8,7 cm de compr.; sépalas com 7,0-10,0 mm de compr....................Eugenia cerasiflora

23. Lâmina foliar com 4,2-8,0 cm de compr.; sépalas com 0,6-0,8 mm compr............................Eugenia astringens

22. Pecíolos com 0,3-0,6 cm de compr.

24. Lâmina foliar com 4,0-7,7 cm de compr.; glândulas translúcidas muito aparentes; pedicelos com até 1,8 cm de compr.............................................................................................................Eugenia stigmatosa

24. Lâmina foliar com 2,5-5,8 cm de compr.; glândulas translúcidas pouco aparentes; pedicelos com 1,5-3,5 cm de compr..................................................................................................................Eugenia uniflora

1. Campomanesia littoralis D. Legrand Sellowia 13: 335. 1961.

Figuras 2 b, 5 a

Campomanesia littoralis apresenta-se como um arbusto ou arvoreta de até 3 m de altura. É uma planta completamente glabra. As lâminas foliares possuem consistência membranácea a cartácea e apresentam forma oval, ápice cuspidado e base arredondada. As margens são inteiras, porém com aspecto bastante ondulado. As flores são solitárias, axilares e pentâmeras. Os ovários são 8-loculares e os frutos são globosos.

Figura 2
Campomanesia xanthocarpa D. Legrand. a. botão e flor. d. fruto maduro. Campomanesia littoralis (Mart.) O. Berg. b. flores e folhas. Eugenia stigmatosa DC. c. folhas. e. flores. Eugenia brasiliensis Lam. f. hábito.
Figure 2
Campomanesia xanthocarpa D. Legrand. a. flower bud and flower. d. mature fruit. Campomanesia littoralis (Mart.) O. Berg. b. leaves and flowers. Eugenia stigmatosa DC. c. leaves. e. flowers. Eugenia brasiliensis Lam. f. habit.

É uma espécie endêmica do Brasil, e exclusiva do bioma Mata Atlântica. Possui registro de ocorrência apenas em SC e RS (Oliveira et al. 2021). Os pecíolos longos chamam atenção para a espécie. No MONA da Lagoa do Peri, a espécie foi coletada com flores e frutos no mês de dezembro, em vegetação de restinga. Difere de C. xanthocarpa principalmente pelas lâminas foliares menores e pela ausência de tricomas nos ramos jovens. Campomanesia littoralis ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 01.XII.2017, M.K. Caddah 1052 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Lagoinha Pequena, Rio Tavares, 09.XI.2011, A. Nuernberg 420 (FLOR).

2. Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O. Berg. Flora Brasiliensis 14(1): 451. 1857.

Figuras 2 a, 2 d, 5 b

Campomanesia xanthocarpa é uma espécie arbórea. As folhas e os pecíolos são completamente glabros, porém ramos jovens, pedicelos, pétalas, hipanto e bractéolas podem ser recobertos por tricomas. As lâminas foliares possuem consistência membranácea a cartácea, e apresentam forma oval a oblonga, ápice cuspidado e base obtusa. As margens são inteiras, mas apresentam aspecto ondulado. As flores são solitárias, axilares e pentâmeras. Os ovários são 6-loculares e os frutos globosos.

A espécie não é endêmica do Brasil. Tem ocorrência registrada na BA, DF, GO, MS, ES, SP, MG, RJ, PR, SC e RS e não possui registro de ocorrência na região Norte do país (Oliveira et al. 2021). As pétalas possuem glândulas oleíferas alaranjadas muito visíveis sob aumento. Os frutos têm potencial econômico e são muito apreciados pela população. A madeira é utilizada para diversos fins, dentre eles a confecção de instrumentos musicais (Legrand & Klein 1977Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1977. Mirtáceas: Campomanesia, Feijoa, Britoa, Myrrhinium, Hexachlamys, Siphoneugena, Myrcianthes, Neomitranthes, Psidium. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 571-730.). No MONA da Lagoa do Peri, C. xanthocarpa foi coletada em área de Floresta Ombrófila Densa, no mês de outubro, e apresentava flores e frutos maduros no momento da coleta. O CNCFlora avaliou esta espécie quanto ao status de conservação como LC (Pouco Preocupante). Não há avaliação feita pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 06. X. 2018, V.F. Pellis 8 (FLOR); 16. VI. 2014, L.A. Funez 2532 (FURB).

3. Eugenia astringens Cambess. Flora Brasiliae Meridionalis 2(20): 361. 1829 [1833]. (3 Aug 1833).

Figura 5 c

Eugenia astringens possui hábito arbustivo ou arbóreo, podendo chegar até 10 m de altura. A planta é completamente glabra. As lâminas foliares são coriáceas, de forma elíptica a ovada, ápice agudo-acuminado e base atenuada. As inflorescências são dispostas em fascículos axilares. Os ovários são 2-loculares.

Eugenia astringens é uma espécie endêmica do Brasil. Tem ocorrência registrada em SE, BA, ES, RJ, SP, PR e SC (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Características que auxiliam no reconhecimento da espécie são folhas largas, inflorescências fasciculadas, sépalas arredondadas ou triangulares, que se apresentam bastantes diminutas em relação às pétalas, e estiletes longos que se destacam visualmente. A floração ocorre nos meses de fevereiro a abril e os frutos amadurecem de julho a outubro (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). No MONA da Lagoa do Peri a espécie foi coletada em vegetação de restinga, no mês de março, com flores e botões florais. A espécie é característica de restinga litorânea e possui alta expressividade no litoral de Santa Catarina (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). Essa espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 18. III. 2018, V.F. Pellis 3 (FLOR); 10.III.2019, A. Stival-Santos 1919 (FURB); 08.III.1985, J.A. Jarenkow 165 (ICN).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Pontal da Daniela, Ilha de Santa Catarina. 07.VI.1988, M.L. Souza 924 (FLOR).

4. Eugenia bacopari D. Legrand, Sellowia 13: 317. 1961.

Figura 5 d

Eugenia bacopari apresenta-se como arvoreta ou árvore de até 15 m de altura. Tricomas recobrem os ramos jovens, hipanto e face abaxial das folhas jovens. As lâminas foliares possuem consistência cartácea a coriácea, forma oblonga, raro elíptica, ápice acuminado, raro agudo, e base atenuada a obtusa. As inflorescências são dispostas em glomérulos, axilares e sésseis. Os ovários são 2-loculares e os frutos oblongos.

Eugenia bacopari é uma espécie endêmica do Brasil. Tem ocorrência registrada em SP, PR, SC e RS (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Umas das características marcantes desta espécie são os 7-10 pares de nervuras secundárias salientes na face abaxial das folhas e as duas nervuras marginais, também salientes. Segundo Legrand e Klein (1977)Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1977. Mirtáceas: Campomanesia, Feijoa, Britoa, Myrrhinium, Hexachlamys, Siphoneugena, Myrcianthes, Neomitranthes, Psidium. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 571-730., a espécie floresce de dezembro a março, e seus frutos atingem a maturidade de maio a setembro. No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada em março, em área de Floresta Ombrófila Densa, contendo apenas frutos imaturos. Esta espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, porém foi classificada na categoria LC (Pouco Preocupante) pela IUCN (Léon et al. 2020León, M.L.V., Bicalho, M., Gomes, M., Wagner Ribeiro Júnior, J., Fernandez, E., da Rosa, P., Martinelli, G. & Giaretta, A. 2020. Eugenia bacopari. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T177788779A177788781. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/177788779/177788781 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1777...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 10.III.2010, A. Stival-Santos 1940 (FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Siderópolis, Vila São Jorge, 25.I.2010, M. Verdi 3205 (FLOR).

5. Eugenia brasiliensis Lam, Encyclopédie Méthodique, Botanique 3: 203. 1789.

Figuras 2 f, 3 a, 5 e

Eugenia brasiliensis possui hábito arbóreo, e pode chegar até 15 m de altura. Planta glabra, com exceção das flores, pedicelos e catáfilos que eventualmente podem apresentar tricomas. As lâminas têm consistência coriácea, de forma obovada ou oblonga, ápice obtuso-acuminado e base atenuada. As inflorescências são do tipo racemo auxotélico. Os pedicelos são longos e medem 1,3-3,6 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

Figura 3
Eugenia brasiliensis Lam. a. flor. Eugenia catharinae O. Berg. e. frutos imaturos. b. folhas. Eugenia tenuipedunculata Kiaersk. c. inflorescências. Eugenia involucrata DC. d. ramo florífero. Eugenia uniflora L. e. flor e folhas.
Figure 3
Eugenia brasiliensis Lam. a. flower. Eugenia catharinae O. Berg. b. leaves and immature fruits. Eugenia tenuipedunculata Kiaersk. c. inflorescences. Eugenia involucrata DC. d. flowering branch. Eugenia uniflora L. e. flower and leaves.
Figura 4
Psidium cattleyanum Sabine. a. flor e folhas. Myrcia freyreissiana (O. Berg.) Kiaersk. b e c. frutos e folhas. Myrcia splendens (Sw.) DC. d. inflorescências e folhas.
Figure 4
Psidium cattleyanum Sabine. a. flower and leaves. Myrcia freyreissiana (O. Berg.) Kiaersk. b e c. fruits and leaves. Myrcia splendens (Sw.) DC. d. inflorescences and leaves.
Figura 5
a. Campomanesia littoralis (Mart.) O. Berg. b. Campomanesia xanthocarpa D. Legrand. c. Eugenia astringens Cambess. d. Eugenia bacopari D. Legrand. e. Eugenia brasiliensis Lam. f. Eugenia catharinae O. Berg. Escala = 10 cm.
Figure 5
a. Campomanesia littoralis (Mart.) O. Berg. b. Campomanesia xanthocarpa D. Legrand. c. Eugenia astringens Cambess. d. Eugenia bacopari D. Legrand. e. Eugenia brasiliensis Lam. f. Eugenia catharinae O. Berg. Scale = 10 cm.

Espécie endêmica do Brasil, E. brasiliensis tem ocorrência registrada nos Estados da BA, ES, MG, RJ, SP, PR e SC (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Pedicelos longos chamam atenção. Espécie frequentemente cultivada, frutos comestíveis e bastante apreciados pela população. Apresenta brácteas persistentes de coloração avermelhada e catáfilos secos na base das flores. As pétalas possuem glândulas marcadamente visíveis sob aumento. Floresce nos meses de setembro, outubro e novembro. Frutos maduros em novembro e dezembro (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). No MONA da Lagoa do Peri foi coletada com flores nos meses de setembro e dezembro. O CNCFlora avaliou esta espécie quanto ao status de conservação como LC (Pouco Preocupante). Não há avaliação feita pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 1.XII.2017, M.K. Caddah 1052 (FLOR); 21.IX.2018, V.F. Pellis 17 (FLOR).

6. Eugenia catharinae O. Berg, Flora Brasiliensis 14(1): 259. 1857.

Figuras 3 b, 5 f

Eugenia catharinae apresenta hábito arbustivo, de 2 a 4 m de altura. Planta glabra em toda a sua extensão. As lâminas foliares são coriáceas, de forma obovada, ápice arredondado a obtuso e base cuneada. As inflorescências são do tipo fascículo. Os ovários são 2-loculares e os fruto globosos.

Eugenia catharinae é endêmica do Brasil, e tem ocorrência registrada no ES, RJ e SC (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). A espécie é característica da vegetação de restinga arbustiva litorânea (Legrand & Klein 1969, Binfaré 2016Binfaré, R.W. 2016. Guia ilustrado da flora da restinga de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.). No MONA da Lagoa do Peri, a espécie foi coletada na vegetação de restinga, próxima à praia do Morro das Pedras, no mês de outubro e apresentava frutos verdes e imaturos. Folhas e bractéolas arredondadas, pecíolos curtos e glândulas translúcidas bem visíveis a olho nu são características marcantes da espécie. Os frutos globosos quando maduros apresentam coloração roxo-escura (Binfaré 2016Binfaré, R.W. 2016. Guia ilustrado da flora da restinga de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.). Eugenia catharinae possui semelhanças com E. pluriflora, principalmente no que concerne às características foliares, e distinguem-se principalmente pelo curto pecíolo, nervuras marginais evidentes e habitat de E. catharinae (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). Eugenia catharinae não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 06.X.2018, V.F. Pellis 20 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Parque Estadual do Rio Vermelho, 19.II.2013, A. Nuremberg 956 (FLOR).

7. Eugenia cerasiflora Miq. Legrand, C.D., Flora Ilustrada Catarinense, 681, 1969.

Figura 6 a

Espécie arbórea e completamente glabra. As lâminas foliares são coriáceas e elípticas, ápice curto-acuminado e base atenuada. As inflorescências são do tipo fascículos. Ovário 2-locular.

Eugenia cerasiflora é endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência para os Estados da BA, SE, ES, RJ, SP, PR e SC (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Floresce nos meses de março, abril, maio e junho, e apresenta frutos maduros de agosto a dezembro (Legrand & Klein, 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). No MONA da Lagoa do Peri foi coletada com flores no mês de março. O CNCFlora avaliou essa espécie quanto ao status de conservação como LC (Pouco Preocupante). Não há avaliação feita pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 06.III.1962, Sehnem s.n. (PACA 115013).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Itapoá, Reserva Volta Velha, 16.V.1992, R. Negrelle A-221 (MBM).

8. Eugenia involucrata DC. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 264. 1828.

Figuras 3 d, 6 b

Figura 6
a. Eugenia cerasiflora Miq. Legrand. b. Eugenia involucrata DC. c. Eugenia pluriflora DC. d. Eugenia stigmatosa DC. e. Eugenia tenuipedunculata Kiaersk. f. Eugenia uniflora L. Escala = 10 cm.
Figure 6
a. Eugenia cerasiflora Miq. Legrand. b. Eugenia involucrata DC. c. Eugenia pluriflora DC. d. Eugenia stigmatosa DC. e. Eugenia tenuipedunculata Kiaersk. f. Eugenia uniflora L. Scale = 10 cm.

Eugenia involucrata apresenta-se como arvoreta ou árvore e pode chegar até 15 m de altura. Tricomas alvos recobrem o hipanto, pecíolos, pedicelos e ambas as faces da lâmina foliar. As lâminas foliares possuem consistência membranácea a cartácea, forma elíptica, ápice acuminado e base atenuada. As inflorescências são do tipo racemo auxotélico. Os ovários são 2-loculares e os frutos elipsóides.

Eugenia involucrata não é uma espécie endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência para os Estados de AL, BA, PA, SE, DF, GO, MS, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS, abrangendo os biomas Mata Atlântica e Cerrado (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). A espécie é conhecida popularmente como cerejeira-do-mato, devido às características de seu fruto. O caule descamante possui coloração bastante acinzentada. As lâminas foliares apresentam glândulas oleíferas muito visíveis a olho nu na face abaxial, bem como as sépalas e pétalas. No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada no mês outubro, com muitas flores, e durante a coleta foi observada a polinização por abelhas pretas. Espécie ainda não avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, porém foi avaliada como LC (Pouco Preocupante) pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 6.X.2018 (fl.), V.F. Pellis 18 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Ituporanga, 24.I.2018 (fr.), A. Kassner 1792 (FLOR).

9. Eugenia pluriflora DC. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 270. 1828.

Figura 6 c

Eugenia pluriflora é uma espécie arbustiva ou arbórea, podendo alcançar até 6 m de altura. Planta completamente glabra. As lâminas foliares são coriáceas e possuem forma oval-oblonga, ápice obtuso e base aguda. Os pecíolos medem de 0,15 a 0,35 cm de comprimento. Possui duas nervuras marginais. As inflorescências são dispostas em fascículos. Os ovários são 2-loculares.

Eugenia pluriflora é endêmica do Brasil, e possui registro de ocorrência para os Estados da BA, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). No Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, a espécie foi coletada com flores na vegetação de restinga, no mês de março. Apresenta o caule geralmente descamante e tortuoso. De acordo com Legrand & Klein (1969a)Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216. a espécie floresce de dezembro a março, e os frutos maduros ocorrem de outubro a janeiro. A espécie assemelha-se com E. catharinae, principalmente no que concerne ao formato das folhas e distinguem-se pelo tamanho de pecíolo e nervuras secundárias (ver detalhes em E. catharinae). O CNCFlora avaliou esta espécie quanto ao status de conservação como LC (Pouco Preocupante). Não há avaliação feita pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 10.III.2010, A. Stival-Santos 1932 (FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Pântano do Sul, 17.III.1971, A. Bresolin 209 (FLOR).

10. Eugenia stigmatosa DC. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 268. 1828.

Figura 6 d

Eugenia stigmatosa apresenta-se como arbusto ou árvore de até 6 m de altura. Planta completamente glabra. As lâminas cartáceas possuem forma elíptica, ápice cuspidado e base atenuada. As lâminas apresentam glândulas translúcidas muito aparentes. As flores são axilares, isoladas ou agrupadas em fascículos. Os ovários são 2-loculares.

Espécie endêmica do Brasil. Possui ocorrência registrada nos Estados da BA, SP, RJ, PR e SC (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Seu limite austral de ocorrência é a Serra do Tabuleiro/SC (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). Floresce nos meses de julho, agosto, setembro e outubro. Os frutos maduros ocorrem de outubro a dezembro. Ocorre preferencialmente em solos úmidos e com alta incidência solar (Legrand & Klein 1969aLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216.). No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada em área de Floresta Ombrófila Densa, no mês de novembro e apresentava apenas flores. A espécie apresenta, em geral, caule fino e pouco descamante. A característica mais marcante dessa espécie são as glândulas muito visíveis a olho nu, presentes em ambas as faces da folha, e também nas pétalas, sépalas e frutos. A espécie não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 19.X.1979, A. Bressolin 1354 (FLOR); 01.XI.2017, V.F. Pellis 2 (FLOR); 28.X.2014, L.A. Funez 3611 (FURB); 22.XI.1986, D.B. Falkenberg 3547 (ICN, PACA).

11. Eugenia teunipedunculata Kiaersk. Kiaerskou, H., Enum. Myrt. Bras.: 131, 1893.

Figuras 3 c, 6 e

Eugenia tenuipedunculata é uma espécie arbórea de até 15 m de altura. Apresenta tricomas nos ramos jovens, hipanto, pedicelo e face abaxial das folhas. As lâminas foliares são cartáceas, de formato elíptico a oblongo, ápice agudo-acuminado e base cuneada. Possui duas nervuras marginais. As inflorescências são fasciculadas. Os pedicelos medem de 0,5 a 2,1 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares.

A espécie é endêmica do Brasil. Tem ocorrência registrada para MG (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
) e para os Estados do Sul do Brasil (A. Giaretta com.pess.). Inflorescências em fascículos chamam atenção para a espécie. No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada no mês de outubro, e apresentava flores e botões florais. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, no entanto, foi avaliada como VU (Vulnerável) pela IUCN (Léon et al. 2020León, M.L.V., Fernandez, E. & Valdemarin, K. 2020. Eugenia tenuipedunculata. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T163487620A169289151. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/163487620/169289151 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1634...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 6.X.2018, V.F. Pellis 21 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Ilha do Campeche, Caminho da Piteira, 08.X.1983, Silva Filho, F.A. da 93 (FLOR).

12. Eugenia uniflora L. Species Plantarum 1: 470-471. 1753.

Figuras 3 e, 6 f

Eugenia uniflora apresenta-se como arbusto ou arvoreta de até 12 m de altura. Planta completamente glabra. As lâminas cartáceas possuem forma oval a elíptica, ápice cuspidado e base cuneada. As inflorescências são fasciculadas. Os pedicelos medem de 1,3 a 3,5 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos são globosos e costados.

Eugenia uniflora não é uma espécie endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência para os Estados da AL, BA, SE, MS, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS (Mazine et al. 2020Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M. & Souza, M.A.D. 2020. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36910 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). De acordo com Legrand & Klein (1969a)Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1969a. Mirtáceas: Eugenia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 45-216., a floração ocorre de agosto a novembro, e a frutificação ocorre de outubro a fevereiro, e as folhas são semideciduais. No MONA da Lagoa do Peri, a espécie foi coletada em vegetação de restinga e em Floresta Ombrófila Densa, nos meses de novembro e junho respectivamente. Em ambas as coletas, apresentava apenas flores. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 01.XI.2017, V.F. Pellis, 5 (FLOR). 16.VI.2014,, L.A. Funez 2557 (FURB).

13. Myrcia ferruginosa Mazine. Phytotaxa 173(1): 98. 2014.

Figura 7 b

Myrcia ferruginosa possui hábito arbóreo e pode chegar até 20 m de altura. Os ramos, pecíolos, inflorescências e face abaxial das folhas são recobertos por pilosidade avermelhada. As lâminas cartáceas medem 9,5-16,5 cm de comprimento e possuem forma elíptica, raramente oval-oblonga, ápice cuspidado, raro obtuso e base atenuada. As inflorescências são do tipo panícula, de até 9,5 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares.

Myrcia ferruginosa é uma espécie endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência para os Estados de MG, RJ, SP, PR e SC, e é exclusiva do bioma Mata Atlântica (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Uma característica que chama a atenção para a espécie é o tamanho de suas folhas (maiores que da maioria das espécies encontradas no MONA da Lagoa do Peri). Os tricomas avermelhados recobrem a face abaxial das folhas e são mais predominantes na região da nervura central. Os ramos, inflorescências e flores também são cobertos por essa pubescência ferrugínea. A espécie floresce nos meses de dezembro e janeiro, e frutos maduros ocorrem de julho em diante (Legrand & Klein 1971). No MONA da Lagoa do Peri foi coletada no mês de dezembro e apresentava flores e botões florais. Até pouco tempo atrás a espécie estava inclusa em Marlierea, e foi transferida para Myrcia por Mazine na Phytotaxa em 2014. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, no entanto, foi avaliada como EN (Em Perigo) pela IUCN (Canteiro & Lucas 2020Canteiro, C., Santos, M. & Lucas, E. 2020. Myrcia ferruginosa. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T148752573A148752575. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/148752573/148752575 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1487...
).

Figura 7
a. Myrcia freyreissiana (O. Berg.) Kiaersk. b. Myrcia ferruginosa Mazine. c. Myrcia hartwegiana (O. Berg.) Kiaersk. d. Myrcia hatschbachii D. Legrand e. Myrcia multiflora (Lam.) DC. f. Myrcia neolucida A. R. Lourenço & E. Lucas. Escala = 10 cm.
Figure 7
a. Myrcia freyreissiana (O. Berg.) Kiaersk. b. Myrcia ferruginosa Mazine. c. Myrcia hartwegiana (O. Berg.) Kiaersk. d. Myrcia hatschbachii D. Legrand e. Myrcia multiflora (Lam.) DC. f. Myrcia neolucida A. R. Lourenço & E. Lucas. Scale = 10 cm.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 19.XII.1979, A. Bresolin 1369 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Morro do Ribeirão, 16.I.1967, R.M. Klein 7061 (FLOR).

14. Myrcia freyreissiana (O.Berg 1857-1859: 19) Kiaerskou (1893: 102).

Figuras 4 b, 4 c, 7 a

Myrcia freyreissiana possui hábito arbóreo e pode chegar até 20 m de altura. Frutos e pecíolos são densamente recobertos por tricomas, enquanto nas lâminas foliares, são esparsos. As lâminas foliares possuem forma elíptica a obovada, ápice agudo, raramente obtuso e base cuneada. As folhas têm duas nervuras marginais. As inflorescências são do tipo panícula, axilares, e medem de 6,5 a 9 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

Myrcia freyreissiana é uma espécie endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência nos Estados da BA, ES, RJ, MG, SP, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Na Flora do Brasil 2020, M. freyreissiana é apontada como sinônimo de M. brasiliensis. No entanto, segundo De Lannoy e colaboradores (2021)De Lannoy, Laura C. et al. 2021. Myrcia (Myrtaceae) in the state of Paraná, Brazil. Phytotaxa, v. 486 (1): 1-105., M. freyreissiana possui prioridade segundo o código de nomenclatura (Art. 11.4 Ex. 17). A floração ocorre de dezembro a fevereiro, e frutifica de março a outubro (Legrand & Klein 1969bLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969b. Mirtáceas: Myrcia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 217-330.). No MONA da Lagoa do Peri a espécie foi coletada em vegetação de Floresta Ombrófila Densa, nos meses de março e junho, e apresentavam frutos imaturos em ambas as coletas. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 18.III.2018, V.F. Pellis 4 (FLOR); 13.VI.1989, D.B. Falkenberg 4823 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Parque Estadual do Rio Vermelho, 07.XII.2012, A. Nuernberg 896 (FLOR).

15. Myrcia hartwegiana (O. Berg.) Kiaersk. Enumeratio Myrtacearum Brasiliensium 109. 1893.

Figura 7 c

Myrcia hartwegiana apresenta-se como arbusto ou árvore, de até 6 m de altura. Os ramos jovens, bem como as inflorescências, bractéolas, pedicelos e lâmina foliar, apresentam-se recobertos por tricomas alvos. As lâminas foliares são coriáceas e rígidas, de forma amplamente elípticas a amplamente obovadas, ápice obtuso e base obtusa. As inflorescências são do tipo panícula, e medem de 3,6 a 4,4 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

Espécie endêmica do Brasil. Ocorrências confirmadas nos Estados de SP, ES, MG, RJ, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). De acordo com Legrand & Klein (1969b)Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1969b. Mirtáceas: Myrcia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 217-330. a espécie floresce de novembro a abril, e frutifica de outubro a dezembro. No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada em área de floresta ombrófila densa, no mês de dezembro, e apresentava flores e frutos imaturos. Legrand e Klein (1967)Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1967. Mirtáceas: Gomidesia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 1-44., na Flora Ilustrada Catarinense, destacam as inúmeras semelhanças entre M. palustris e M. hartwegiana (e.g. hábito, habitat, fruto, inflorescência). As espécies, porém, podem ser diferenciadas principalmente pela nervação (M. hartwegiana possui a nervação de maior ordem mais saliente em ambas as faces da lâmina foliar) e consistência foliar (M. palustris possui consistência cartácea, enquanto M. hartwegiana possui lâminas foliares mais rígidas, com aspecto revoluto, e consistências coriácea). De acordo com o Specieslink (2020, http://www.splink.org.br/) existem apenas três registros dessa espécie na cidade de Florianópolis, sendo dois deles no MONA da Lagoa do Peri. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 01.XII.2017, M.K. Caddah 1056 (FLOR). 10.III.2010, Stival-Santos 1922 (FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Santo Antônio de Lisboa, IV.2016, D. Chicatto 2 (FLOR).

16. Myrcia hatschbachii D. Legrand Sellowia 13: 293. 1961.

Figura 7 d

Myrcia hatschbachii possui hábito arbóreo, e pode chegar até 15 m de altura. Ramos jovens, inflorescências, botões florais e face abaxial das folhas são recobertos por tricomas de coloração avermelhada ou castanha. As lâminas foliares são cartáceas, elípticas, ápice obtuso-acuminado e base atenuada. As inflorescências são do tipo panícula, axilares, e medem de 6,5 a 11,5 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

Myrcia hatschbachii é uma espécie endêmica do Brasil. Tem ocorrência registrada apenas para o PR, SC e RS e é exclusiva do bioma Mata Atlântica (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). A espécie floresce nos meses de dezembro e janeiro (Legrand & Klein 1978Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1978. Mirtáceas: Myrciaria, Pseudocaryophyllus, Blepharocalyx; espécies suplementares, espécies cultivadas, generalidades: chave de gêneros. Literatura. Conspecto geral das Mirtáceas. Índice. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 733-875.). No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada no mês de janeiro, em área de Floresta Ombrófila Densa bem preservada, e apresentava frutos imaturos. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 22.I.1980, A. Bresolin 1387 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Morro do Ribeirão, 19.XII.1967, R.M. Klein 7684 (FLOR).

17. Myrcia multiflora (Lam.) DC. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 244. 1828.

Figura 7 e

Myrcia multiflora apresenta-se como arbusto, arvoreta ou árvore, e pode chegar até 10 m de altura. Ramos jovens e pecíolos recobertos por tricomas, tornando-se glabrescente quando mais velha. As lâminas foliares são cartáceas, de forma elíptica-ovada, ápice acuminado ou cuspidado e base aguda, raro atenuada. As folhas têm duas nervuras marginais. As inflorescências são do tipo panícula, axilares, 2-3 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares.

A espécie não é endêmica do Brasil. De acordo com Santos et al. (2021)Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
, é uma das espécies de Myrtaceae neotropicais mais amplamente distribuídas, e possui registro de ocorrência para todas as regiões brasileiras. Ocorre nos Estados do AC, AM, PA, TO, BA, RN, DF, GO, MT, MS, ES, RJ, SP, MG, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Floresce de outubro a fevereiro. Frutos maduros de dezembro a março (Legrand & Klein 1969bLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969b. Mirtáceas: Myrcia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 217-330.). No MONA da Lagoa do Peri, a espécie foi coletada no mês de outubro, em uma área de solo arenoso, e apresentava apenas botões florais. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, porém, foi avaliada como LC (Pouco Preocupante) pela IUCN (Canteiro & Lucas 2018Canteiro, C. & Lucas, E. 2018. Myrcia multiflora. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T113042991A113050331. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/113042991/113050331 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1130...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 06.X.2018, V.F. Pellis 19 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Barra da Lagoa, 14-XII-2008, D.B. Falkenberg 1105 (FLOR).

18. Myrcia neolucida A.R. Lourenço & E. Lucas. Phytotaxa 373(1): 79. 2018.

Figura 7 f

Myrcia neolucida é uma espécie arbórea de até 10 m de altura. Os ramos e folhas são glabros, porém apresenta tricomas esbranquiçados no hipanto, sépalas e pecíolos. As lâminas foliares têm consistência cartácea, forma elíptica, ápice agudo-acuminado e base atenuada. Nervuras secundárias numerosas (mais de 20 pares) chamam atenção para a espécie. As inflorescências são do tipo panícula, terminal, medem de 5 a 9 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

A espécie não é endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência no AM, PA, RO, BA, MA, PA, PE, RN. MT, ES, RJ, MG, SP, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). A espécie é considerada muito comum, florescendo nos meses de dezembro e janeiro e com frutos amadurecendo de maio em diante (Legrand & Klein 1971). No MONA da Lagoa do Peri, M. neolucida foi coletada no mês de março, em área de Floresta Ombrófila Densa e apresentava apenas frutos no momento da coleta. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 10.III.2010, T.J. Cadorin 1645 (FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Morro do Ribeirão, 16.V.1967, R.M. Klein 7396 (FLOR).

19. Myrcia palustris DC. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 246. 1828.

Figura 8 a

Myrcia palustris possui hábito arbóreo ou arbustivo, podendo chegar até 10 m de altura. Apresenta tricomas que recobrem os pecíolos, face abaxial das lâminas foliares e inflorescências. As lâminas foliares medem de 3 a 4,5 cm de comprimento, possuem consistência cartácea, forma elíptico-obovada, ápice obtuso ou agudo e base aguda. As inflorescências são do tipo panícula, axilares e medem 1-2 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

A espécie não é endêmica do Brasil. Possui ocorrência confirmada em MG, SP, RJ, ES, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). A espécie é bastante frequente na vegetação de restinga (Legrand & Klein 1967Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1967. Mirtáceas: Gomidesia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 1-44.). No MONA da Lagoa do Peri foi coletada em vegetação de restinga arbustiva, no mês de junho e apresentava apenas frutos. Myrcia palustris assemelha-se muito a M. hartwegiana (ver comentários em M. hartwegiana). A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, porém foi avaliada como LC (Pouco Preocupante) pela IUCN (BCGI 2019BGCI - Botanic Gardens Conservation International & Canteiro, C. 2019. Myrcia palustris. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T125655205A152947377. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/125655205/152947377 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1256...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 16.VI.2014, L.A. Funez 2523 (FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Lagoinha Pequena, Rio Tavares, 09.XII.2011, A. Nuernberg 380 (FLOR).

20. Myrcia pubipetala Miq. Linnaea 19: 441. 1847.

Figura 8 b

Myrcia pubipetala é uma espécie arbórea de até 15 m de altura. Possui tricomas que recobrem a face abaxial das lâminas foliares, pecíolos, inflorescências, ramos e botões florais. As lâminas foliares têm consistência cartácea, possuem forma elíptica, ápice cuspidado e base atenuada. A nervura marginal é bem marcada, assim como as nervuras secundárias. As inflorescências são do tipo panícula, axilares, 7-12 cm de comprimento. Os ovários são 3-loculares.

Espécie endêmica do Brasil. Possui registro de ocorrência em MG, ES, SP, RJ, PR, SC e RS (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Floresce nos meses de janeiro, fevereiro e março. Frutos maduros durante os meses de setembro, outubro e novembro (Legrand & Klein 1967Legrand, C.D. & Klein, R.M. 1967. Mirtáceas: Gomidesia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 1-44.). No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada na vegetação de Floresta Ombrófila Densa, durante o mês de janeiro, e apresentava apenas flores e botões florais. Suas folhas são relativamente grandes e os pecíolos são mais longos do que os da maioria das espécies de Myrcia coletadas no local. Espécie classificada na categoria LC (Pouco Preocupante) de acordo com o CNCFlora, ainda não avaliada pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. SANTA CATARINA: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 22.I.1980, A. Bresolin 1382 (FLOR);

Figura 8
a. Myrcia palustris DC. b. Myrcia pubipetala Miq. c. Myrcia splendens (Sw.) DC. d. Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg. e. Myrciaria plinioides D. Legrand f. Plinia cauliflora (Mart.) Kausel. g. Psidium cattleyanum Sabine. Escala = 10 cm.
Figure 8
a. Myrcia palustris DC. b. Myrcia pubipetala Miq. c. Myrcia splendens (Sw.) DC. d. Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg. e. Myrciaria plinioides D. Legrand. f. Plinia cauliflora (Mart.) Kausel. g. Psidium cattleyanum Sabine. Scale = 10 cm.

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Saco Grande, 15.III.1967, R.M. Klein 7301 (FLOR).

21. Myrcia splendens (Sw.) DC. Prodr. Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 3: 244. 1828.

Figuras 4 d, 8 c

Myrcia splendens apresenta-se como árvore ou arvoreta de até 18 m de altura. Possui tricomas de coloração branca que recobrem a face abaxial das folhas, pecíolos, ramos, pedicelos, sépalas e pétalas. As lâminas foliares têm consistência cartácea, possuem forma lanceolada, raramente elíptica, ápice acuminado e base atenuada. As inflorescências são do tipo panícula, axilares, medem de 3 a 4 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares e os frutos globosos.

A espécie não é endêmica do Brasil. É amplamente distribuída, tendo registro de ocorrência para todos os estados brasileiros (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Floresce nos meses de outubro, novembro e dezembro, e frutifica de janeiro a março (Legrand & Klein 1969bLegrand, C.D. & Klein, R.M. 1969b. Mirtáceas: Myrcia. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 217-330.). Por ser tão bem distribuída em diferentes biomas e fitofisionomias, a espécie apresenta grande plasticidade fenotípica (Santos et al. 2021Santos, M. E., Amorim, B. S., Burton, G. P., Fernandes, T., Gaem, P. H., Lourenço, A. R. L., Lima, D. F., Rosa, P. O., Santos, L. L., Staggemeier, V. G., Vasconcelos, T. N. C. & Lucas, E. 2021. Myrcia. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020 (Flora do Brasil 2020 em construção). Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada no mês de dezembro, em área de vegetação de restinga, e apresentava flores e botões florais no momento da coleta. A espécie ainda não foi avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora, porém foi avaliada como LC (Pouco Preocupante) pela IUCN (Canteiro & Lucas 2019Canteiro, C. & Lucas, E. 2019. Myrcia splendens. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T62780A57981288. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/62780/57981288 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/6278...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 1.XII.2017, M.K. Caddah 1053 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Campeche, XI.2016, P. Ostroski 1 (FLOR).

22. Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg. Linnaea 27 (2-3):330 1854 [1856].

Figura 8 d

Myrciaria floribunda apresenta-se como arvoretas de até 4 m de altura. Folhas e ramos glabros, porém apresenta tricomas alvos nas sépalas e pecíolos. As lâminas foliares possuem consistência cartácea, oblanceolada, raro elíptica ou oblonga, ápice agudo e base atenuada. As inflorescências são fasciculadas, axilares, de até 3,7 cm de comprimento. Os ovários são 2-loculares.

A espécie não é endêmica do Brasil. Possui ocorrência registrada para os Estados de AM, AC, RO, RR, AL, BA, PE, GO, MS, MT, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS (Stadnik et al. 2021Stadnik, A., Caldas, D.K.D. & Souza, M.C. 2021. Plinia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). A espécie floresce nos meses de janeiro a maio, e frutifica de setembro em diante (Legrand & Klein 1978Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1978. Mirtáceas: Myrciaria, Pseudocaryophyllus, Blepharocalyx; espécies suplementares, espécies cultivadas, generalidades: chave de gêneros. Literatura. Conspecto geral das Mirtáceas. Índice. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 733-875.). De acordo com os dados trazidos pelo Specieslink, existem apenas 7 registros de coleta e para o município de Florianópolis, o mais recente datando de 1970. No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada no mês de fevereiro e apresentava apenas flores no momento da coleta. Espécie classificada na categoria LC (Pouco Preocupante) de acordo com o CNCFlora e pela IUCN (BCGI 2019BGCI - Botanic Gardens Conservation International, IUCN SSC Global Tree Specialist Group & Hernández, F.L. 2019. Myrciaria floribunda. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T136783953A136783955. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/136783953/136783955 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1367...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 26.II.1970 R. M. Klein 8634 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Saco Grande, 21.VI.1967, R.M. Klein 7478 (FLOR); Lagoa da Conceição, 18.V.1967, R.M. Klein 7435 (FLOR); Sombrio, São João do Sul; 13.XI.2007, J.C.M. Melo 663 (FURB).

23. Myrciaria plinioides D. Legrand. Sellowia no. 13: 329. 1961.

Figura 8 e

Myrciaria plinioides apresenta-se como arbusto ou arvoreta de até 5 m de altura. Possui tricomas que recobrem os ramos em ambas as faces da lâmina foliar, mas mais densamente junto à nervura central. As lâminas foliares possuem consistência cartácea, elíptica, ápice agudo-acuminado e base aguda. As inflorescências são caulifloras, axilares e os ovários 2-loculares.

Espécie endêmica do Brasil. Possui ocorrência registrada apenas para os Estados de SC e RS (Stadnik et al. 2021Stadnik, A., Proença, C.E.B. & Caldas, D.K.D. 2021. Myrciaria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). A espécie floresce de agosto a janeiro, e frutifica de setembro em diante, e é considerada bastante rara (Legrand & Klein 1978Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1978. Mirtáceas: Myrciaria, Pseudocaryophyllus, Blepharocalyx; espécies suplementares, espécies cultivadas, generalidades: chave de gêneros. Literatura. Conspecto geral das Mirtáceas. Índice. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 733-875.). De acordo com os dados trazidos pelo Specieslink (até o presente momento) existem apenas 12 registros da espécie para o município de Florianópolis. Seu último registro no local data de 1979. Espécie avaliada quanto ao status de conservação como VU (Vulnerável) pelo CNCFlora e EN pela IUCN (Fernandez et al. 2020Fernandez, E., Moraes, M., Martinelli, G. & Proença, C. 2020. Myrciaria plinioides. The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T176132149A176132153. Disponível em https://www.iucnredlist.org/species/176132149/176132153 (acesso em 20-I-2021).
https://www.iucnredlist.org/species/1761...
).

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 19.XII.1979, A. Bresolin 1379 (FLOR, FURB).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Pântano do Sul, 19.XII.1970, R.M. Klein 9183 (FLOR).

24. Plinia cauliflora (Mart.) Kausel. Ark. Bot., ser. 2, 3: 508. 1956.

Figura 8 f

Plinia cauliflora apresenta-se como árvore ou arvoreta de até 10 m de altura. As folhas são glabras, mas os pecíolos são recobertos por tricomas alvos. As lâminas foliares possuem consistência membranácea a cartácea, forma elíptica, ápice cuspidado, raramente agudo e base atenuada. Os frutos são sésseis e globosos, de 2-3 mm de diâmetro.

A espécie não é endêmica do Brasil. Possui registros de ocorrência para RJ, ES, SP, MG, PR, SC e RS (Stadnik et al. 2021Stadnik, A., Caldas, D.K.D. & Souza, M.C. 2021. Plinia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). As folhas têm coloração verde escuro em sua face adaxial e verde claro na face abaxial, onde as nervuras destacam-se visualmente. A nervura marginal duplicada é uma característica marcante da espécie, assim como os frutos sésseis e globosos. A espécie floresce nos meses de setembro a dezembro, e os frutos amadurecem de novembro em diante. Os frutos possuem sabor adocicado e são bastante apreciados pela população em geral (Legrand & Klein 1978Legrand, C.D. & Klein, R. M. 1978. Mirtáceas: Myrciaria, Pseudocaryophyllus, Blepharocalyx; espécies suplementares, espécies cultivadas, generalidades: chave de gêneros. Literatura. Conspecto geral das Mirtáceas. Índice. In: R. Reitz (org.). Flora Ilustrada Catarinense, Itajaí, pp. 733-875.). No MONA da Lagoa do Peri, foi coletada em vegetação de Floresta Ombrófila Densa, no mês de março, e apresentava apenas frutos. Espécie ainda não avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 18.III.2018, V.F. Pellis 10 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Paraná: Londrina, Mata do Godoy. 20.XI.1985, C.E. Yamamoto 40 (FLOR).

25. Psidium cattleyanum Sabine. Transactions of the Horticultural Society of London 4: [315-]-317, pl. 11. 1822.

Figuras 4 a, 8 g

Psidium cattleyanum apresenta-se como arbusto ou árvore de até 5 m de altura. Planta completamente glabra. As lâminas foliares possuem consistência coriácea, obovada, ápice cuspidado-obtuso e base atenuada. As flores são solitárias e os ovários 4 ou 5-loculares.

Psidium cattleyanum é uma espécie endêmica do Brasil. É considerada uma espécie com ampla distribuição e possui registro de ocorrência para BA, CE, SE, PE, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS (Tuler et al. 2020Tuler, A.C., Proença, C.E.B. & Costa, I.R. 2020. Psidium in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB171 (acesso em 14-I-2021).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
). Floresce de setembro até janeiro, com frutos maduros de fevereiro em diante (Legrand & Klein 1969). Dispõe de um caule descamante de coloração avermelhada e casca lisa, bastante característica. Suas flores normalmente têm cinco pétalas brancas e côncavas, com glândulas oleíferas bem visíveis na lupa, e sépalas grandes e verdes. É frequentemente cultivada pelos frutos comestíveis. Espécie ainda não avaliada quanto ao status de conservação pelo CNCFlora nem pela IUCN.

Material examinado: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, 01.XI.2017, V.F Pellis 1 (FLOR).

Material adicional: BRASIL. Santa Catarina: Florianópolis, Ribeirão da Ilha, 17.X.1969, R.M. Klein 8414 (FLOR).

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Federal de Santa Catarina, por tornar possível a realização deste trabalho; aos Curadores dos Herbários FLOR, FURB, MBM e PACA, por disponibilizar o material de estudo; à FLORAM, por autorizar a coleta no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri; às pesquisadoras Drª Duane Fernandes Lima e Msc. Mariana Wagner, por contribuírem com sugestões e correções a este trabalho; à Nathália Fragoso, pelo auxílio com as imagens. Rodrigo Borges Ferreira agradece à CAPES pela Bolsa de Mestrado.

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Editado por

Editor Associado: Rafael Louzada

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    04 Ago 2020
  • Aceito
    25 Jun 2021
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