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Deus criou-nos como Espíritos simples e ignorantes, permitindo a nossa evolução através da reencarnação. Nas múltiplas experiências no plano físico, utilizamos em alternância os gêneros masculino e feminino, adquirindo as qualidades e experiências inerentes a cada uma destas polaridades, aprimorando os nossos sentimentos e a inteligência (KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, questões 201-202). Embora o Espírito na erraticidade não tenha sexo, ele não é assexuado, pois após a morte física, mantemos as nossas características predominantes masculinas ou femininas, conforme a nossa última existência terrena (KARDEC, A. Obra citada, questão 150). Com relação à inversão sexual durante o processo reencarnatório, isso não ocasiona a homossexualidade, pois, o Espírito passa pelas devidas adaptações para vivenciar o novo gênero sexual na Terra. Entretanto, a homossexualidade, quando acontece, geralmente é devido à inversão sexual de caráter expiatório, antes da reencarnação. Como consequência, existe a perda de atração pelo sexo oposto, pois se trata de uma alma masculina num corpo feminino, ou vice-versa. Caso decida, pelo seu livre arbítrio, ter um relacionamento homoafetivo que envolva um relacionamento sexual, isso caracteriza-se como homossexualismo (CERQUEIRA FILHO, A. Sexualidade e Saúde Espiritual, cap. 2). Entretanto, conforme Divaldo Franco (Sexo e Consciência, cap. 7), essa orientação sexual pode também surgir devido às experimentações sexuais na adolescência, educação equivocada dos pais e até obsessão espiritual.

O motivo determinante para um Espírito necessitar de uma existência expiatória homossexual está relacionado como os seus desvios de conduta em existências pregressas. “Quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome da sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo situação idêntica à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinquência, cria para si mesma terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ter ao homem, perante o Senhor” (XAVIER, F. C. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz, cap. 15). São reencarnações difíceis, e devemos respeitar os indivíduos que vivenciam essa expiação, mas, compreendendo que não existe um terceiro sexo; existem apenas dois, de polaridades opostas, sendo que “não devemos estimular a prática do homossexualismo e nem condenar os homossexuais” (CERQUEIRA FILHO, obra citada).

Contudo, devemos reconhecer as limitações humanas, pois cada um tem a sua própria capacidade de superar as experiências terrenas, sendo a questão da conduta sexual uma decisão pessoal e intransferível. Para os homossexuais, onde a sensualidade se encontra muito presente ou para aqueles que não se sentem capazes de uma vida solitária, a alternativa do homossexualismo, pode ser menos infeliz do que se atormentar, desequilibrando-se, e terminar derrapando em atitudes trágicas. Embora uma parcela expressiva da sociedade possa rejeitar a união homoafetiva, todos nós temos o direito ao amor e a amizade, e ninguém está em condições morais de alvorar-se em juiz do procedimento alheio. Todavia, em qualquer relacionamento afetivo, hétero ou homossexual, o mais importante é que ele esteja baseado no amor, livre da promiscuidade. Somos espíritos imortais, e nesta escalada evolutiva intelecto-moral, tudo que pudermos fazer para a nossa transformação moral, superando os apelos da animalidade, se reverterá no nosso próprio benefício.