cabecudo

Cabeçudo

O cabeçudo é uma ave passeriforme da família Rhynchocyclidae.

Também conhecido como abre-cabeçudo, papa-mosca-de-capuz e úri (Rio de Janeiro). Destaca-se das demais aves do interior da mata por possuir uma área negra nos lados da cabeça semelhante a uma orelha. Quando pousa ereto ou levemente inclinado para cima, aumenta a ilusão de que a cabeça é desproporcional ao corpo, razão para o nome comum em outras partes do Brasil.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) leptos = fina, delicada; e de pögön = barba, bigodes, vibrissas; e do (grego) amauros = marrom, escuro; e -kephalos = com a cabeça. ⇒ (Ave) de bigodes finos com a cabeça marrom.

Características

Mede 13cm. Pousa ereto ou levemente inclinado para cima, desde abaixo da copa até próximo ao chão. Não é observado em áreas abertas ou fora da vegetação densa. Seu chamado, alto e característico, parece vir de uma ave muito maior. É uma risada forte e relativamente longa, com as notas bem separadas. Depois de aprendida, consegue-se observá-la com mais facilidade. Ela não é muito tímida, mas a coloração geral verde garrafa, com lavado de amarelo na barriga, torna difícil de distingui-la no meio da folhagem.

ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL

Subespécies

Possui seis subespécies:

  • Leptopogon amaurocephalus amaurocephalus (Tschudi, 1846) - ocorre do Sudeste do Brasil até o Leste do Paraguai, Norte da Argentina e Leste da Bolívia;
  • Leptopogon amaurocephalus pileatus (Cabanis, 1865) - ocorre do Sul tropical do México até a Costa Rica e Panamá;
  • Leptopogon amaurocephalus idius (Wetmore, 1957) - ocorre na Ilha de Coiba no Panamá;
  • Leptopogon amaurocephalus diversus (Todd, 1913) - ocorre nos vales de Santa Marta e Magdalena no Norte da Colômbia e no Oeste da região de Zulia;
  • Leptopogon amaurocephalus orinocensis (Zimmer & W. H. Phelps, 1946) - ocorre da Venezuela até o Norte do Brasil, no estado do Amapá;
  • Leptopogon amaurocephalus peruvianus (P. L. Sclater & Salvin, 1868) - ocorre da região Tropical Leste da Colômbia até o Norte da Bolívia.

Alimentação

Caça insetos em voo ou embaixo de folhas, saindo do poleiro e apanhando a presa. Não costuma retornar ao ponto de pouso, indo comer em outro galho e seguindo a patrulha do interior da mata continuamente.

Reprodução

Constrói um dos ninhos mais elaborados entre as aves. É uma grande massa de material vegetal, dependurada em raízes de árvores tombadas ou em barrancos. Arredondada, a parte externa é feita de restos de folhas, filamentos de fungos, musgos e paina, tudo trançado com cuidado e parecendo uma maçaroca natural, não um ninho. A entrada é lateral, com uma proteção superior, enquanto o ninho propriamente dito é feito de filamentos de paina. Muito compacto, é construído durante um mês, apresentando grande resistência aos elementos. Fica desde poucos centímetros do chão até alguns metros de altura.

Hábitos

Vive solitário ou em casais. Gosta de pousar nos cipós e galhos finos, em áreas expostas da parte interna da mata. Pousado, levanta com frequência somente uma das asas.

Distribuição Geográfica

Ocorre praticamente em todo o Brasil, sendo que grande parte foi observada na Mata Atlântica, na região Sul e Sudeste do Brasil.

Referências

  • Sick, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. p. 608
  • SESC - Guia das Aves do Pantanal - Disponível em http://www.avespantanal.com.br/paginas/246.htm Acesso em 21 abr. 2009
  • CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.

Galeria de Fotos

cabecudo.txt · Última modificação: 2021/03/08 18:04 por WILLIAM MACIEL