UM HOMEM ENVIADO DE DEUS - 1ª PARTE ... - A Palavra Original
UM HOMEM ENVIADO DE DEUS - 1ª PARTE ... - A Palavra Original
UM HOMEM ENVIADO DE DEUS - 1ª PARTE ... - A Palavra Original
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>UM</strong> <strong>HOMEM</strong> <strong>ENVIADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US - <strong>1ª</strong> <strong>PARTE</strong><br />
00 - 00 - 0000<br />
IN<strong>DE</strong>FINIDO<br />
Tradução - GO<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A história da vida de William Branham é tão fora deste mundo e tão distante do<br />
comum que se não houvesse sido por uma infinidade de documentos que provam sua<br />
veracidade e autenticidade, seria escusável se alguém a considerasse incrível.<br />
2 Porém são tão conhecidos os fatos e de tal natureza, que podem ser<br />
verificados por qualquer um que sinceramente se disponha a investigá-los. Estes<br />
documentos são testemunhas da vontade e propósito de que Deus quis revelar-se<br />
novamente ao homem, como o fez nos tempos dos apóstolos e profetas.<br />
3 A história da vida deste profeta - e sem dúvida que ele é um profeta, ainda que<br />
esta palavra não seja muito usada por nós - certamente testifica que os tempos<br />
bíblicos estão aqui novamente.<br />
4 O escritor é consciente de sua escassa preparação literária para descrever<br />
propriamente este ministério, não obstante haver sido ajudado grandemente devido a<br />
que grande parte da história é narrada nas próprias palavras do irmão Branham.<br />
5 O estilo do irmão Branham é claro e simples e possui em si um encanto próprio<br />
e único. Mesmo que ele não se jactancie de ter alguma preparação acadêmica, seu<br />
estilo, apesar de tosco as vezes, sempre é dramático e tem distinção própria.<br />
6 Conhecer ao irmão Branham, é amar-lhe. Sua natureza é terna e compassiva e<br />
suas sensibilidades reagem profundamente ante aos sofrimentos e aflições dos<br />
demais. Tanta tem sido sua compaixão pelos enfermos e aflitos que muitas vezes tem<br />
permitido que sua saúde sofra enquanto ministra por horas nas filas de oração pelos<br />
enfermos. Por um tempo a carga de um mundo agonizante esteve sobre seus ombros,<br />
até que Deus lhe fez ver que esta responsabilidade ele devia reparti-la com outros.<br />
7 Desde seu regresso ao ministério, ele tem estado de acordo com o conselho<br />
dos que laboram com ele, e de não ir além do que suas forças físicas lhe permitam<br />
resistir. Cura divina não faz ao homem imortal, o próprio Jesus carrego consigo o peso<br />
do cansaço.<br />
8 O irmão Branham vive em um mundo muito diferente ao que vive o cristão<br />
comum. Nos negócios desta vida, ele é desinteressado e ingênuo. Não é seu afã<br />
competir com aqueles que frequentemente tratam de se beneficiar sutilmente dele.<br />
Por outro lado, no mundo que ele realmente vive, seus sentidos espirituais têm sido<br />
vivificados em tal magnitude que o têm capacitado para adentrar-se profundamente<br />
em Deus e, por conseguinte, está mais consciente das realidades espirituais, talvez<br />
mais que nenhum outro homem que atualmente viva.<br />
9 Realmente ele não traz nenhuma doutrina nova à igreja, mas uma revelação<br />
fresca do poder de Deus e uma verdade intrínseca no milagroso revelado nas<br />
Escrituras.<br />
10 Junto com esta penetração espiritual, há ainda outra característica em seu<br />
ministério que faz com que seja tão querido pelas multidões que lhe ouvem, isto é sua<br />
singeleza e humildade. Ninguém sentiria inveja pela vitória alcançada por um que<br />
lutou por longo tempo uma batalha quase impossível de ganhar e que a maior parte de<br />
sua vida não tem conhecido outra coisa a não ser privado mesmo do pouco desta<br />
vida, até ao ponto em que pareceu que sua alma houvera sido desamparada e como<br />
se o próprio céu houvesse conspirado contra ele.
11 Damos graças a Deus pelo que a providência divina lhe tem recompensado e<br />
nos alegramos em suas vitórias. Talvez em nenhum outro ministério, a morte tem sido<br />
tão grandemente simbolizada como no ministério de William Branham.<br />
12 O irmão Branham reconhece as suas limitações e a miúde pede escusas a sua<br />
audiência por sua pouca preparação acadêmica. Imediatamente e de bom humor faz<br />
menção de sua humilde origem e sua longa luta contra a extrema pobreza na qual ele<br />
teve que se levantar.<br />
13 Nele não há pretensão alguma, só quando fala de seu chamado não há<br />
vacilação nem titubeios de nenhuma classe. Disto ele deve falar em cumprimento à<br />
comissão que lhe foi dada por Deus. Sua mensagem e seu dom devem ser<br />
conhecidos pelo mundo inteiro.<br />
14 Enquanto se refere a consideração de pontos doutrinários, isto é matéria<br />
diferente. Ele não se considera um teólogo nem um árbitro em controvérsias<br />
teológicas. Ainda quando sua influência sobre as multidões é muita, ele não usa dela<br />
para inculcar seus pontos de vista doutrinários. Sobre este particular ele se tem visto<br />
obrigado a repudiar tais intentos.<br />
15 Sua missão é a de unir o povo de Deus, a não dividí-lo mais em controvérsias<br />
doutrinárias. O conhecimento envaidece, porém o amor edifica.<br />
16 Tem sido sua humildade e simplicidade a que tem feito com que grandes<br />
audiências sejam atraídas onde quer que seja que ele tenha ido. Mesmo quando o<br />
cumprimento de sua missão requer que ele ministre a grandes multidões, tem sido<br />
sempre seu desejo sincero conservar a simplicidade em sua vida. Bem sabe ele que<br />
grandes homens de Deus no passado perderam o poder e a unção de Deus quando a<br />
humildade e a simplicidade começaram a faltar em suas vidas.<br />
17 Quando um homem começa a pensar que é grande e poderoso, então vem a<br />
ser pequeno diante de Deus. Muito trabalho tem tido o Senhor em encontrar um<br />
homem a quem Ele possa abençoar e que ainda possa se manter humilde e pequeno.<br />
A grandeza de um homem está em sua humildade e singeleza. “Seja sempre humilde<br />
e simples, nunca trate de ser um dom alguém, mas ao contrário, trate de ser um dom<br />
ninguém para o mundo, então Deus poderá lhe usar”, dizia ele.<br />
18 Cremos que Deus neste homem encontrou o que buscava: humildade e<br />
simplicidade. Muito podia se falar da humildade e simplicidade deste varão.<br />
19 Tão marcada foi a manifestação de Deus neste homem que numa ocasião ele<br />
se viu obrigado a abandonar o ministério porque muitos começaram a crer que ele era<br />
o próprio Jesus Cristo, chegando ao ponto de batizar em seu nome, coisa que ele teve<br />
que reprovar e repreender severamente. Ele lhes disse: “Se minha presença no<br />
campo evangelístico tem de ofuscar a do Senhor, então eu me retiro do ministério e<br />
vocês que têm crido em semelhante mentira do diabo, serão responsáveis pelas<br />
almas que se perderem durante o tempo em que eu estiver fora do campo<br />
evangelístico”.<br />
20 Isto foi algo que o feriu profundamente. Acaso não foi esta a mesma atitude<br />
assumida pelos servos de Deus no passado?<br />
21 O fato de que ele tenha que se apartar das multidões, não quer dizer que ele<br />
trate de se esquivar às pessoas, mas porque ele tem encontrado que esta é a única<br />
forma possível de continuar seu ministério. Se não fosse assim, a maior parte de seu<br />
tempo seria ocupada pelo incontável público que busca seu conselho em entrevistas<br />
pessoais. Se não fosse assim, não teria tempo suficiente para buscar e esperar Nele.<br />
22 Bem sabe ele que se há alguém que depende da unção do Espírito, este é ele.<br />
Sem esta unção ele está indefeso uma vez que ele não pode confiar em nenhum outro
dom ou talento humano, pois não tem nenhum. Muitos não entendem isto e são<br />
desanimados ao não lhe conceder um entrevista pessoal. É raro que se passe um dia<br />
sem que ninguém tenha uma mensagem a lhe comunicar.<br />
23 Mesmo quando ele tem que se manter vivendo em um mundo tão diferente<br />
para poder trazer inspiração e bênção aos demais, não há quem seja tão humano e<br />
compreensivo como o irmão Branham. Seu desejo de servir e agradar aos demais é<br />
fácil de se notar. Tão grande tem sido este desejo por ajudar ao necessitado, que<br />
temendo fazer compromissos que logo não possa cumprir, ele tem tido que pôr nas<br />
mãos de seus associados a direção de seus compromissos e negócios, para que<br />
assim sejam eles os que acertem tudo em forma correta, e ele poder cumprir seus<br />
compromissos devidamente e levar a cabo suas campanhas.<br />
24 Para conhecer ao irmão Branham tem que se conhecer bastante de sua vida.<br />
Segundo sabemos e como ele também o relata, sua família era a mais pobre daquele<br />
lugar onde eles viviam. No tempo em que ele se casou, a situação era bastante difícil<br />
economicamente.<br />
25 Por muito tempo ele teve que viver sem nenhuma classe de comodidades, nem<br />
mesmo as mais comuns entre os pobres. Numa ocasião ele teve que entregar a uma<br />
casa de móveis uma cadeira reclinável por não poder pagá-la. Por muito tempo ele<br />
pregou em seu tabernáculo sem aceitar salário algum, por crer que a igreja era muito<br />
pobre para pagar os gastos próprios e ao mesmo tempo sustentar sua família.<br />
26 Para cumprir com seus compromissos, ele trabalhava de guarda-florestal, mas<br />
era de tão bom coração que não lhe agradava multar a ninguém, mesmo quando esta<br />
era sua única fonte de renda.<br />
27 Portanto, ele tinha outro trabalho, o de patrulhar as linhas de alta voltagem, o<br />
qual podia desempenhar em ligação com o outro trabalho. Isto fazia ele para poder<br />
sustentar sua família.<br />
28 Nesta luta ele chegou a estar em íntimo contato com o sofrimento humano.<br />
Ainda quando Deus o tem chamado para tão grande comissão, sua compaixão é<br />
intensa por aqueles que tal como ele têm que caminhar tão escuro e solitário caminho<br />
do sofrimento.<br />
29 Há ainda outra razão pela qual Deus escolheu a William Branham para este<br />
grande labor de unir Seu povo num mesmo espírito e numa mesma fé. O Senhor bem<br />
sabia que ele nunca intentaria começar uma nova organização, o que podia haver<br />
feito. A estas sugestões nunca prestou atenção. Sua missão não era a de começar<br />
uma nova organização. Não era sua visão nem seu desejo formar uma nova<br />
organização, pelo contrário, ele trataria de que o povo reconhecesse que é um corpo e<br />
se unisse em espírito esperando o retorno do Senhor.<br />
30 Falando brevemente em seu ministério, o Irmão Branham já não intentava orar<br />
por toda a multidão. Ele havia encontrado que suas limitações físicas lhe faziam<br />
impossível que pudesse orar por cada pessoa individualmente. Só orava por um<br />
número limitado a cada noite. Por certo isto não queria dizer que os demais enfermos<br />
não podiam ser curados. Ele os exortava a exercer sua fé e receber cura sem importar<br />
o lugar onde estivessem assentados. Grandes foram os resultados obtidos.<br />
Incontáveis testemunhos foram recebidos de curas tais como câncer, tuberculose,<br />
tumores, etc. Uma e outra vez o Irmão Branham declarava as curas com antecipação,<br />
mesmo a pessoas assentadas atrás na audiência.<br />
31 Outro grande propósito das campanhas do Irmão Branham era trazer<br />
inspiração ao ministério, para que muitos com nova visão fossem a suas igrejas e<br />
começassem um verdadeiro ministério de libertação.
32 Muito se tem usado de substitutos para atrair pessoas às igrejas até ao ponto<br />
em que o louvor na igreja tem sido submergido a um nível completamente humano,<br />
com o elemento sobrenatural completamente ausente. O ministério de cura divina é o<br />
método divino de atrair as multidões.<br />
33 Quão maravilhoso têm sido os ministérios nascidos entre nós, os quais depois<br />
de haverem assistido a estas reuniões do Irmão Branham, têm saído diretamente a<br />
suas câmaras secretas para esperar em Deus até haverem ouvido do céu!<br />
34 Mesmo os próprios cristãos têm sido enriquecidos pelo que seus próprios olhos<br />
têm visto. A incredulidade e o cepticismo têm sido desafiados e postos à vergonha.<br />
Deus já não é algo distante nem incerto, mas um que está disposto a revelar-se aos<br />
filhos dos homens. Quando o modernismo com sua destrutiva incredulidade enfrenta<br />
este desafio, é derrotado instantaneamente.<br />
35 Vãs palavras e ocas oratórias não podem enganar a uma pessoa que tem<br />
podido ver a operação do poder de Deus em ação em forma tão convincente.<br />
36 Novamente o homem tem sido trazido à realização de que os tempos bíblicos<br />
estão conosco novamente e que a Bíblia é certa e o poder de Deus real. O céu e o<br />
inferno são reais.<br />
37 Olhando um pouco ao passado quando o Irmão Branham teve aquela grande<br />
visitação, poderíamos assinalar 7 de maio de 1946, quando o anjo lhe apareceu e<br />
entre outras coisas lhe disse que se ele permanecesse fiel, este grande movimento<br />
espiritual estremeceria ao mundo inteiro. Esta predição temos visto plenamente<br />
cumprida.<br />
38 Quão maravilhoso é o Senhor! Quão incompreensíveis são seus juízos e<br />
inescusáveis seus caminhos!<br />
39 Há tanta semelhança entre a vida do Irmão Branham e a vida dos profetas do<br />
Antigo Testamento, que não pode haver a menor dúvida em nenhuma mente de que<br />
ele é um profeta de Deus como o foi Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias e os demais que<br />
foram reconhecidos como profetas de Deus.<br />
40 Outro propósito pelo qual é escrito este livro é para que Deus lhe fale através<br />
dele. Queira Deus que ao ler você estes eventos sobressalientes da vida deste<br />
homem, também você possa ver que ele foi um profeta . Portanto, a mensagem que<br />
ele trouxe não foi de homem, mas de Deus.<br />
41 O Senhor disse numa ocasião: “Não tenho dito que, se creres, verás a glória de<br />
Deus?”<br />
42 Para Deus seja toda glória e honra pelos séculos. Amém.<br />
Fevereiro de 1950.<br />
CAPÍTULO I<br />
<strong>UM</strong> ESTRANHO <strong>DE</strong>SAFIO<br />
43 Foi em Novembro do ano de 1947 quando cedo da tarde se abriram as portas<br />
daquele grande auditório na cidade de Portland, Oregon. Já as seis da tarde muitos<br />
estavam fazendo fila, esperando a oportunidade de entrar, para assegurar seu<br />
assento no auditório.<br />
44 Quando o encarregado do lugar chegou para abrir as portas do auditório, ficou<br />
surpreendido ao ver aquela multidão que ansiosamente esperava que ele abrisse as<br />
portas para entrar. Lhe pareceu estranho, pois não se havia feito nenhuma classe de<br />
anúncio para estas reuniões, e mesmo quando em outras ocasiões se haviam feito<br />
anúncios especiais, nunca havia acudido tanto público; apenas enchia uma parte do
auditório. Sem dúvida que estas tinham que ser reuniões especiais para atrair tão<br />
nutrido público.<br />
45 Também observou a maneira em que as pessoas procuravam com esmero se<br />
assentar nas cadeiras da frente, junto à plataforma, algo que por certo era raro para<br />
ele, e segundo ele havia observado em outras reuniões as pessoas não pareciam se<br />
preocupar muito em se assentar nas cadeiras da frente, mas preferiam os assentos de<br />
trás; porém estas pessoas num momento encheram os assentos dianteiros.<br />
46 Num momento todo o auditório havia se enchido a toda capacidade e foi<br />
necessário como medida de segurança fechar as portas do auditório para que<br />
ninguém mais entrasse. Algo que também não deixo de causar assombro foi ver<br />
ministros de diferentes classes denominacionais, assentados juntos na plataforma,<br />
coisa antes nunca vista naquele lugar.<br />
47 Qual era a atração? Qual era o motivo para se reunir tanta gente? Nem os<br />
cânticos, nem a música especial foram a atração, ainda que fossem de inspiração e<br />
de bênção. Porém ainda era evidente que o público esperava com bastante<br />
impaciência algo mais que cânticos e música especial.<br />
48 O motivo para que se reunisse tanta gente se pode dizer em poucas palavras.<br />
Naquela cidade havia corrido uma voz de que um homem de nome William Branham<br />
estaria pregando naquele auditório. Deste homem se dizia que um anjo havia<br />
aparecido a ele numa visitação especial e que uns dons de cura divina haviam sido<br />
manifestos em seu ministério. Porque, creiam-no ou não, apesar da inclinação<br />
materialista que tem invadido a inteligência e o ensinamento as escolas de nossos<br />
dias, é evidente que bem dentro do ser humano existe e sempre existirá, um ardente<br />
desejo pela manifestação do poder sobrenatural.<br />
49 O homem vive uma vida frágil e passageira, marcada em todos os lugares pela<br />
decadência, desintegração e a morte. A teologia materialista e moderna, nada pode<br />
oferecer ao homem que agoniza em pecado. Tão pouco pode satisfazer a sêde que<br />
por natureza está na alma do homem, e que clama por vida. Neste mundo confundido<br />
por milhares de vozes em conflito, onde todos requerem reconhecimento e autoridade,<br />
não é algo fora do natural que o homem anele a manifestação visível do sobrenatural,<br />
para confirmar a autenticidade da mensagem daqueles que falam.<br />
50 Os serviços das duas primeiras noites, haviam levantado grande interesse no<br />
publico, e agora a terceira noite, o auditório está completamente cheio de pessoas que<br />
esperam que apareça o pregador. O diretor da campanha já se prepara para entregar<br />
a parte ao pregador; e agora pede que a congregação se ponha de pé para entoar o<br />
côro lema do Irmão Branham: “Somente crer, tudo é possível, somente crer”.<br />
51 Enquanto a congregação canta, um homem de pequena estatura e com modo<br />
modesto sobe à plataforma com um amigável sorriso e se põe frente ao púlpito. O<br />
cântico cessa, e todo o mundo se mantém em silêncio intenso, enquanto presta toda<br />
sua atenção e esmero ao que diz o evangelista. À medida que ele continua falando, se<br />
pode notar a impressão do público, causada pela graça e a evidente sinceridade e<br />
humildade do pregador.<br />
52 O evangelista, aproveitando o tema de fé, inspirado pelo corinho que acabam<br />
de cantar, começa sua mensagem: “Sim, tudo é possível” - diz ele - “ao que crê. Não<br />
há nada que possa fazer frente a fé em Deus, e se todos aqui nesta noite puderem<br />
crer em Deus juntos comigo, veremos como Deus honrará esta fé e a confirmará ante<br />
os olhos de toda a congregação”. A audiência escutava com grande atenção a<br />
pequena figura na plataforma; talvez ninguém tivesse a menos suspeita do que estava<br />
para ocorrer.
53 De repente, nossa atenção se dirigiu a parte de trás da audiência, onde parecia<br />
como se alguma emergência houvesse tomado lugar. Um homem com passo largo e<br />
rápido, se dirige aparentemente à plataforma. A princípio críamos que se tratasse de<br />
alguma emergência na congregação, que talvez alguém houvesse passado mal, ou<br />
houvesse desmaiado. Porém à medida que este homem ia se aproximando, pudemos<br />
notar que seu semblante estava carregado de um poder demoníaco, dando a entender<br />
que era louco ou que algo grave lhe sucedia. Pensamos que talvez fosse um louco<br />
que havia escapado das mãos dos familiares que o sujeitavam. Longe esteve de<br />
nossa mente que este homem nem era louco nem havia escapado do manicômio, mas<br />
era um maníaco cujo trabalho era acabar com reuniões religiosas, e que anteriormente<br />
havia estado no cárcere por interromper reuniões desta índole.<br />
54 Parecia que o cárcere não lhe havia corrigido, e agora, vendo esta boa<br />
oportunidade de fazer o mesmo, se dirige para o púlpito com estas idéias em mente.<br />
Com passo ligeiro e firme, e sem nenhum titubeio, sobe a escada da plataforma<br />
assumindo uma atitude ameaçante. Já a estas alturas seu intento satânico esta<br />
atraindo a atenção de toda a congregação. A polícia se deu conta da situação e tratou<br />
de tomar parte no assunto, porém foi impedida, já que se a deixasse atuar talvez<br />
criasse um ambiente de confusão e excitação na congregação, o que haveria<br />
arruinado o culto.<br />
55 Além do mais, o evangelista já havia posta a si mesmo em aperto, pois a uns<br />
momentos havia dito que tudo era possível para o que crê, e que Deus sustentaria<br />
sempre a seus servos que confiassem Nele. A excitação e a expectação que havia<br />
chegado o culto era tal, que deixar que os oficiais da polícia se encarregassem da<br />
situação, não parecia ser a ordem divina a seguir.<br />
56 Depois de impedir aos oficiais que tomassem ação sobre o assunto, não<br />
soubemos mais o que fazer. Tratamos de informar ao evangelista o que estava<br />
sucedendo, porém parecia que ele já estava consciente de que algo andava mal. Com<br />
voz serena e quieta, se ouve ao evangelista dirigir-se a sua audiência, pedindo à<br />
congregação que se unisse com ele em oração silenciosa, enquanto ele se dispunha a<br />
enfrentar o desafio deste adversário.<br />
57 Com rosto endemoniado, o burlador começa a maldizer ao pregador<br />
descaradamente, frente ao público: “Tu és um diabo e um falso” - dizia ao evangelista<br />
- “Tu enganas as pessoas, tu és um impostor, serpente, e vou provar diante de toda<br />
esta gente”. A coisa já havia se tornado bastante séria, sem dúvida que esse era um<br />
desafio bastante atrevido. Todos na congregação se deram conta que isto não era<br />
brincadeira e que este homem sairia com as suas diante de todo o público.<br />
58 O ambiente estava carregado de suspense; todo mundo esperava o que ia<br />
suceder, qual havia de ser o desenlace de tudo isto. Em meio de um silêncio<br />
sepulcral, este burlador continua rebaixando ao pregador, enquanto cospe no piso,<br />
tratando de executar o que acabava de dizer. Pareceu à congregação que havia<br />
chegado um momento difícil para este pregador. As pessoas viram que ele não era<br />
par, fisicamente falando, para enfrentar a este enfurecido competidor.<br />
59 A congregação, em seu interior, talvez se compadecia dele. A polícia, vendo a<br />
situação, novamente trata de ajudar ao pregador, porém ele agora também rejeita sua<br />
ajuda e deliberadamente aceita o desafio deste homem, cujo físico havia convencido a<br />
congregação de que era capaz de levar a cabo sua pretensão. Sem dúvida que os<br />
críticos esperavam um fim desastroso para este inesperado drama que se havia<br />
desenrolado e que estava por chegar ao seu clímax.
60 Nos momentos de tensão que seguiram, a gente podia trazer à memória um<br />
desafio muito parecido ao que se estava desenrolando quando todo Israel escutava<br />
como Golias amaldiçoava ao pequeno Davi no nome de seus deuses. Tal como Israel,<br />
toda a congregação havia se amedrontado frente a tão tremendo desafio, olhando a<br />
cena com assombro e esperando o pior.<br />
61 O conjunto de ministros na plataforma havia examinado a situação com não<br />
pouco assombro e desalento, sabendo que a menos que Deus fizesse algo fora do<br />
comum sustentando a seu servo, como no tempo de Davi, este perverso intruso<br />
novamente voltaria a romper esta reunião religiosa. Muitos se turbaram ao ver que<br />
havia sido rejeitada a ajuda da polícia e creram que esta falta de sabedoria daria a<br />
este endemoniado a oportunidade para arruinar o culto e como conseguência trazer<br />
reprovação sobre a causa do Senhor e talvez sérios golpes ao pregador.<br />
62 Os segundos passavam, sem chegar ao fim que tanto esperava o público.<br />
Parecia como se uma força desconhecida a este homem, lhe estivesse impedindo de<br />
realizar o que havia proposto. Por alguma razão ele não podia executar nenhuma<br />
classe de violência contra o pregador; pelo contrário, se podia notar nele como se<br />
estivesse lutando consigo mesmo sem poder dar um passo à frente. Ao mesmo tempo<br />
dava brados que infundiam temos. Desesperadamente se movia, aparentemente sem<br />
poder fazer nada mais.<br />
63 Suavemente, porém com firmeza, se ouve a voz do evangelista repreendendo<br />
o poder maligno que domina a este pobre homem. Suas palavras, pronunciadas tão<br />
serenamente, só se podiam ouvir a pouca distância, que diziam: “Satanás, porquanto<br />
tens se atrevido a desafiar ao servo de Deus diante desta congregação, te ordeno no<br />
Nome de Jesus Cristo que te ajoelhes diante de mim. Cairás humilhado a meus pés”.<br />
Estas palavras foram repetidas várias vezes.<br />
64 O desafiador deixou de falar e agora é ele quem se vê lutando sob uma força<br />
estranha. Tanto o homem como as forças que o controlavam, apesar de fortes como<br />
eram, se vêem sucumbindo gradualmente sob outro poder que respondeu ao<br />
chamado do nome de Jesus. O homem não tardou muito a se dar conta que estava<br />
sendo vencido, mas sem poder remediar a situação. Uma tensa batalha espiritual<br />
estava se travando dentro deste homem. Gotas de suor caiam em seu rosto enquanto<br />
ele faz um último intento por prevalecer. Porém tudo foi em vão. De repente, aquele<br />
que nuns momentos atrás havia desafiado tão descaradamente ao servo de Deus com<br />
seus insultos e ameaças, dando um grito de desespero cai ai piso numa forma<br />
violenta e histérica. Por um momento esteve se retorcendo no solo, enquanto o<br />
evangelista calmamente continuava o culto, como se nada houvesse acontecido.<br />
65 Não haveria necessidade de mencionar a onda de louvores que seguiu a este<br />
glorioso evento, dando glória a Deus pelo que acabavam de ver. O assombro se podia<br />
notar nos rostos daqueles que presenciaram este grande acontecimento, onde Deus<br />
havia vindicado a seu servo tão tremendamente.<br />
66 Louvores em gritos encheram aquele espaçoso auditório. A polícia também,<br />
maravilhada pelo que havia visto, abertamente declarava que Deus estava neste<br />
lugar. Uma onda de glórias seguiu na oração pelos enfermos que nunca poderia ser<br />
esquecida por aqueles que estiveram presentes naquela noite enquanto o Irmão<br />
Branham ministrava aos enfermos na fila de oração.<br />
67 Porém quem foi este homem que falou tais palavras de autoridade e cujo<br />
ministério tem sido confirmado com tão notáveis demonstrações do poder divino? Seu<br />
nome é William Branham, de Jeffersonville, Indiana. Este ministério havia de ter uma<br />
repercussão cada vez maior, até ao ponto de cobrir o mundo inteiro. Muitos naquela
noite me Portland, Oregón, glorificaram a Deus, porque eles sabiam que Deus<br />
novamente havia visitado a seu povo.<br />
68 Também os ministros reconheceram que Deus havia descido em meio de seu<br />
povo com poder especial. Eles creram que isto que haviam visto era só um sinal de<br />
coisas maiores e mais gloriosas que Deus preparava para fazer em meio de seu povo.<br />
Alguns, por certo, foram revolucionados em seus ministérios; um deles foi um jovem<br />
pastor de nome T. L. Osborn, o qual logo entrou ao campo evangelístico com um<br />
ministério de cura divina.<br />
69 Estranho como foi o fim da campanha, ouvimos de alguns que duvidavam, por<br />
que havia Deus escolhido um homem com tão escassa educação e tão pobres<br />
antecedentes? Tão pouco podiam eles entender o princípio do qual falou Paulo em I<br />
Coríntios 1:26-27: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os<br />
sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são<br />
chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as<br />
sábias, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E<br />
Deus escolheu as coisa vís deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para<br />
aniquilar as que são: para que nenhuma carne se glorie perante ele.”<br />
70 Não obstante, a maioria creu e se regozijava. Apesar de que fisicamente era<br />
impossível ao evangelista ministrar aos milhares de corpos cheios de pragas de<br />
diversas enfermidades, em outra forma que não fosse a oração em massa, foi<br />
surpreendente o número de testemunhos recebidos nesta campanha.<br />
71 Aqueles que creram e receberam bênção do céu, testificam que nunca poderão<br />
esquecer aqueles cultos celebrados nesta cidade de Portland, Oregón.<br />
72 Talvez já seja tempo de investigarmos mais detalhadamente acerca de quem<br />
seja este homem chamado William Branham. De onde vem? De qual forma o anjo lhe<br />
apareceu em tão especial visitação de Deus e de sua comissão de orar pelos<br />
enfermos? A resposta destas perguntas dedicaremos os próximos capítulos.<br />
CAPÍTULO II<br />
NASCIMENTO PECULIAR E INFÂNCIA<br />
73 Começava a amanhecer numa preciosa manhã de Abril de 1909, no<br />
montanhoso campo de Kentucky, não muito distante do lugar onde nasceu Abraham<br />
Lincoln cem anos atrás. Os raios do sol já haviam começado a penetrar pelas janelas<br />
da humilde cabana, muito pobre por certo, quando de repente se ouviu a voz de um<br />
bebê que acabava de nascer. Os passarinhos já haviam começado seu melodioso<br />
cântico muito peculiar do campo.<br />
74 Pereceu ao pai do pequeno que a estrela da manhã havia brilhado com mais<br />
intensidade que em nenhuma outra manhã. O pequenino chorava enquanto pequenas<br />
mãozinhas roçavam o rosto de sua mãe de quinze anos. De pé ao lado da cama<br />
estava seu pai de dezoito anos, vestido com umas calças típicas das pessoas do<br />
campo e suas mangas enroladas até os cotovelos.<br />
75 “O chamaremos William”, disse o pai enquanto se inclinava a beijar ao menino.<br />
“Bem - disse a mãe - porque então o chamaremos de Billy”. Longe estava desta mãe<br />
pensar que estas pequenas mãos que tocavam o seu rosto, um dia seriam usadas<br />
pelo Todo Poderoso para trazer liberdade a Seu povo da escravidão e da<br />
enfermidade.<br />
76 Quem ia imaginar que este menino nascido na montanha, um dia levaria a<br />
mensagem do Evangelho ao redor do mundo inteiro; que iria a casa de reis e grandes<br />
magistrados oferecer a oração de fé pelo enfermo e aflito? De todas as famílias
daquele lugar, a família Branham era a mais pobre. Sem dúvidas que os caminhos do<br />
Senhor são inescusáveis; como haveriam crido se alguém houvesse dito que Deus<br />
através deste menino algum dia faria com que demônios fossem repreendidos, que o<br />
cego visse, que o mudo falasse, que o surdo ouvisse, que cancerosos fossem<br />
curados, e que milhares de milhares caíssem sobre seus joelhos pedindo misericórdia<br />
com lágrimas de arrependimento? Tão pouco haveriam crido como aviões voariam de<br />
continente a continente a tão grande velocidade para trazer enfermos à sua presença<br />
tal como trens e automóveis trariam centenas de enfermos a receber a singela oração<br />
de fé deste servo de Deus e serem libertados de toda classe de enfermidades.<br />
77 Como do sul e do norte, do leste e oeste viriam a ouvir a simples história de<br />
Jesus, pregada em forma tão peculiar, e com demonstração do Espírito e poder.<br />
78 À medida que se aproximavam os vizinhos para ver ao menino, dizem eles que<br />
nos quarto onde estava o menino havia uma estranha sensação que todos podiam<br />
perceber. Quem pode duvidar que esta estranha sensação que eles sentiram fosse<br />
produzida pela presença do anjo que tem acompanhado ao Irmão Branham toda sua<br />
vida e que mais adiante haveria de lhe aparecer em pessoa para falar com ele face a<br />
face?<br />
79 O primeiro dia de sua vida, algo muito estranho sucedeu. Depois que uma<br />
parteira o havia banhado, o colocou ao lado de sua mãe e foi abrir a janela. A janela<br />
não tinha vidro e o ar e a luz só eram controlados abrindo ou fechando a janela. O sol<br />
havia começado a aparecer sobre o campo e uns pequenos raios de luz haviam<br />
penetrado no quarto. Junto com estes raios de luz veio também um halo de luz muito<br />
brilhante em forma circular como aproximadamente um pé de diâmetro e pousou<br />
sobre a cama onde estava a mãe e o menino.<br />
80 Este é o mesmo halo de luz que tem sido visto por milhares de pessoas, e sem<br />
dúvida alguma é também o mesmo que apareceu na famosa fotografia tomada em<br />
Houston, Texas, durante a campanha celebrada em Janeiro de 1950.<br />
81 Quando a parteira e os pais se deram conta deste fenômeno, começaram a<br />
chorar; tinham medo, não sabendo o que significava. Não foi senão muitos anos mais<br />
tarde que estas pessoas que viram este halo sobre o menino, puderam compreender<br />
que Deus tinha sua mão posta sobre este homem para um grande ministério que<br />
haveria de trazer ao mundo.<br />
82 A família Branham não era religiosa nem prestava atenção a nada que tivesse<br />
haver com religião. Seu avô era católico e a seu pai e sua mãe não interessavam o<br />
cristianismo. Porém pelo que havia acontecido no dia de seu nascimento, sua mãe o<br />
levou a uma igreja e também a última por muitos anos.<br />
83 O pai do pequeno era lenhador e tinha que passar muito tempo separado de<br />
sua família, especialmente no outono e no inverno, devido a que lhe era impossível<br />
viajar frequentemente por motivo de muita neve e mal tempo. Quando isto sucedia, a<br />
mãe e o menino ficavam sós.<br />
84 Foi numa destas ocasiões que Kentucky experimentou uma das piores<br />
tormentas de neve. Pareceu como se os acontecimentos houvessem conspirado<br />
contra a vida destas duas criaturas. O menino apenas contava com seis meses de<br />
idade quando isto sucedeu estando o pai longe do lar. Tão tremenda foi esta tormenta<br />
de neve que deixou paralisada toda aquela zona devido a muita neve. A reserva de<br />
comida com a que contava a família Branham era muito pouca e rapidamente<br />
começou a lhe faltar a comida e calor, pois o frio era intenso.<br />
85 A mãe, envolvendo seus pés em sacos, saía ao campo a buscar lenha. Logo<br />
depois de cortá-la a trazia à cabana e ali a armazenava, pronta pra manter a chaminé
acesa. Passaram alguns dias e a situação continuava piorando. Apenas tinha que<br />
comer para suas forças.<br />
86 Finalmente ela se debilitou tanto que teve que desistir de sair em busca de<br />
lenha. A reserva de alimento havia se esgotado e também a lenha. Nesta situação<br />
crítica, a mãe decidiu recolher toda a roupa de cama que tinha disponível e se<br />
envolveu com o menino a esperar o fim.<br />
87 Foi então quando Deus enviou seu anjo protetor a lhes livrou da morte. Um<br />
vizinho que morava a certa distância da família se sentiu inquietado por saber da<br />
condição da família Branham ao não ver sair fumaça de sua chaminé. A cada<br />
momento que olhava para a humilde cabana se sentia mais preocupado por saber sua<br />
condição.<br />
88 Passados uns dias, a convicção de que algo andava mal chegou a ser tão<br />
profunda que ele decidiu fazer uma investigação, ainda que isto significava ter que<br />
caminhar por cima do gelo, o que era perigoso, pois a cabana não estava muito perto.<br />
Porém de todas as formas, este vizinho dirigido pela mão de Deus chegou até a<br />
cabana. Ao chegar à cabana, seus temores foram confirmados, porque ninguém<br />
respondia de dentro da casa nem haviam vestígios que indicassem que alguém<br />
houvesse saído da cabana e além do mais a porta estava fechada por dentro.<br />
89 O vizinho decidiu forçar a porta para entrar e quando assim o fez, ficou<br />
surpreendido pelo que viu à sua frente: A mãe e o menino completamente cobertos<br />
com a roupa de cama, estavam à beira da morte por causa do frio e da falta de<br />
alimento. O bondoso vizinho seguidamente juntou a lenha e acendeu um fogo que<br />
aqueceu a cabana. Logo foi a sua casa conseguir algo para que eles comessem.<br />
90 Seu ato de misericórdia foi feito a tempo. “Amados leitores - diz o Irmão<br />
Branham - creio que aquele haveria sido nosso fim; se não houvesse sido por nosso<br />
carinhoso Salvador, quem a seu devido tempo falou ao coração deste bondoso<br />
vizinho. Ele sempre está perto e aparece no tempo oportuno.”<br />
91 Não passou muito tempo e tiveram que mudar de Kentucky para o estado de<br />
Indiana onde o pai foi trabalhar como um agricultor, perto de Utica. Um ano mais tarde<br />
voltaram a mudar um pouco mais para baixo para um vale perto de Jeffersonville,<br />
Indiana, uma cidade de tamanho moderado, a qual veio a ser o povo onde haveria de<br />
se criar William Marrion Branham.<br />
<strong>DE</strong>US FALA PELA PRIMEIRA VEZ AO MOÇO<br />
92 Vários anos se passaram e o moço era de uns seis anos de idade, havendo<br />
entrado apenas numa escola rural, uma milhas ao norte de Jeffersonville. Por este<br />
tempo foi que Deus falou ao jovem pela primeira vez. Deixemos ao Irmão Branham<br />
narrar em suas próprias palavras a história desta tão peculiar visitação.<br />
93 “Nesta idade foi quando pela primeira vez me interessei pelo futuro. Sempre<br />
tenho amado a caça e a pesca, e nessa tarde tão formosa em fins de Setembro,<br />
alguns de meus amigos haviam ido pescar em um poço próximo onde abundavam<br />
peixes grandes. Naquela tarde eu chorei muito porque não pude ir com eles pescar,<br />
pois papai havia me dito que teria que carregar água para ele do tanque.<br />
94 Meu pai bebia muito licor e neste tempo do ano era quando se destilava uma<br />
espécie de licor muito forte e havia tocado a mim carregar água ao alambique, que<br />
seguramente estaria trabalhando naquela noite. Quando vinha de regresso com meus<br />
baldes cheios, descendo pelo caminho me detive a descansar debaixo de uma árvore,<br />
chorando porque não havia podido ir com meus amigos pescar.
95 Enquanto estava assentado ali junto a árvore, algo sucedeu que nunca poderei<br />
esquecer. Aparentemente, ouvi como que o vento soprando entre as folhas da árvore,<br />
olhei para cima e não havia nenhum movimento nas folhas, tão pouco havia sinal de<br />
vento; era uma tarde bastante quieta.<br />
96 Saí da árvore e ao olhar para cima, notei que em certo lugar havia um<br />
redemoinho do tamanho de um barril; o vento parecia estar soprando sobre as folhas<br />
de um lugar específico da árvore. O ruído se fazia mais forte e de repente em meio<br />
deste redemoinho saiu uma voz audível e me disse: “Nunca fumes, nem bebas, nem<br />
de maneira alguma desonres o teu corpo, porque tenho uma obra para ti quando<br />
tiveres maior de idade.”<br />
97 Tanto foi o medo que me deu aquela voz que não soube o que fazer. Chorando<br />
corri para casa, porém a ninguém contei o que havia sucedido. Assustado e temeroso<br />
caí sobre os braços de minha mãe; ela creu que uma serpente me havia mordido,<br />
porém lhe expliquei que estava somente assustado, então me deitou na cama e ia até<br />
chamar o doutor, crendo que eu havia sofrido um ataque de nervos.<br />
98 Agora, amigos, compreendo que muitos zombam disto que lhes conto, porém<br />
não sou responsável pelo que os outros dizem, mas só pelo que foi minha própria<br />
experiência.<br />
99 Desde este dia em diante eu me desviava daquele lugar, tratando de me<br />
esquivar daquela árvore, pois segundo o que eu pensava, naquela árvore havia um<br />
homem escondido, e todavia creio que é a verdade. O certo é que era o Anjo do<br />
Senhor. Anos mais tarde me encontrei com Ele face a face, e Ele falou comigo.<br />
100 Devido a esta forma tão estranha de Deus tratar comigo, nunca pude beber<br />
nem fumar. Recordo de uma vez que ia ao rio com meu pai e outro homem amigo de<br />
meu pai. Eles me ofereceram um trago de uísque, e como eu queria obter favor com<br />
este homem para que me emprestasse uma canoa, aceitei o trago; porém tão positivo<br />
como lhes falo, voltei a ouvir aquele estranho sonido como de um vento agitando as<br />
folhas.<br />
101 Olhando ao redor e não vendo sinal de que estivesse soprando vento, voltei a<br />
levar a garrafa em meus lábios novamente, quando de repente ouvi aquele ruído,<br />
porém desta vez mais forte. O temos se apoderou de mim como em outras ocasiões,<br />
atirei a garrafa e saí correndo, enquanto meu pai me chamou de menino afeminado.<br />
102 Oh, quanto me doeu isto! Mais tarde voltei a ser chamado de igual forma por<br />
uma amiga minha quando lhe disse que não fumava. Irado por sua crítica, tomei um<br />
cigarro em minha mão e o ia ascender para fumar de todas as maneiras, quando<br />
novamente fui surpreendido por esse familiar sonido, o que fez com que eu atirasse o<br />
cigarro no chão e saísse correndo e chorando porque eu não podia ser como os<br />
demais moços. Ao mesmo tempo as críticas de meus companheiros retumbavam em<br />
meus ouvidos, enquanto correndo me distanciava daquele lugar.<br />
103 Sempre tenho sentido uma sensação como se alguém caminhasse comigo a<br />
meu lado e tratasse de me dizer algo, especialmente quando estou a sós. Ninguém<br />
parecia me entender, nem eu mesmo. Os moços com os quais eu me associava não<br />
queriam saber de mim porque eu não bebia, nem fumava, nem tão pouco assistia aos<br />
bailes, dos quais todos eles participavam. Assim, parecia como se eu houvesse de ser<br />
através de toda minha vida, a “ovelhinha negra”, sem encontrar alguém que pudesse<br />
me compreender, e nem ainda me entendendo a mim mesmo.<br />
CAPÍTULO III<br />
POBREZA NA FAMÍLIA DO IRMÃO BRANHAM
104 Parece ser na providência de Deus que seus vasos escolhidos, na maioria dos<br />
casos, têm tido que crescer e se levantar em um ambiente difícil e muitas vezes em<br />
extrema pobreza. Em alguns casos lhe tem sido permitido provar profundamente a<br />
taça da dor. Ninguém sabe como compadecer-se de uma pessoa aflita e agonizante e<br />
menos que haja passado por uma situação semelhante.<br />
105 Raras vezes aqueles que Deus chama para realizar tão sobressaliente labor,<br />
têm se levantado em meio de riquezas e abundância ou em meio de familiares da<br />
aristocracia.<br />
106 O próprio Salvador nasceu num presépio. Ao oitavo dia quando ele foi<br />
circuncidado, sua família só pôde oferecer um cordeirinho, o qual era um sacrifício que<br />
só ofereciam as famílias mais abastardas. Isto mostra a pobreza da família do<br />
Salvador.<br />
107 Críticos no tempo do Senhor duvidavam da autoridade de seu precursor,<br />
devido a forma que João se vestiu. João vestia-se com uma indumentária rara e sua<br />
preparação era áspera, não polida com o conhecimento eclesiástico desse tempo,<br />
nem com o estilo nem a forma denominacional daqueles dias.<br />
108 Porém Jesus disse de João, que nenhum nascido de mulher era maior que<br />
João. Em seguida pergunta aos críticos: “Que saístes a ver, um homem coberto de<br />
delicados vestidos? Eis que os que trazem vestidos delicados estão nas casas dos<br />
reis”. Em outras palavras, o Mestre lhes disse que eles não deviam esperar que um<br />
homem do calibre ou da estatura de João, viesse de um ambiente de riquezas ou luxo.<br />
109 Parece que a humildade e simplicidade de caráter se desenvolvem melhor num<br />
ambiente de pobreza e limitações do que em meio de riquezas. Deixemos ao Irmão<br />
Branham mesmo nos contar algo acerca de seu lar, sua infância e como seu pai lutou<br />
com a pobreza para poder levantar a sua família.<br />
110 “Eu era mais ou menos um menino mimado, muito apegado a papai. Quando<br />
eu via aqueles músculos de papai, quando ele enrolava as mangas, dizia eu: “Papai<br />
nunca poderá morrer. Com estes músculos durará cem anos!” Papai era lenhador e<br />
tinha músculos muito grandes. Me parecia como se ele nunca pudesse morrer.<br />
Cinqüenta e dois anos contava ele e todavia não tinha um só fio de cabelo branco,<br />
naquele cabelo negro ondulado. Foi neste tempo que meu pai passou a morar com o<br />
Senhor, sustentando eu o seu rosto sobre meus ombros. Eu havia podido ver a meu<br />
pai vir do trabalho tão queimado do sol que minha mãe tinha que rasgar sua camisa<br />
com a tesoura para não ferir suas costas.<br />
111 Ele trabalhava muito por tão somente setenta e cinco centavos ao dia. Eu<br />
amava a meu pai, mesmo quando me portava mal, papai me levava à lenharia e ali<br />
me ensinava como me comportar. Porém eu amava a meu pai.<br />
112 Anos mais tarde, ele entregou seu coração ao Senhor e foi salvo, apenas a uns<br />
instantes antes de morrer em meus braços.”<br />
POBREZA NO LAR<br />
113 “Eu recordo como papai trabalhava para poder pagar as dívidas. Não é uma<br />
desgraça ser pobre; mas é duro muitas vezes. Recordo que nós não tínhamos<br />
suficiente roupa para ir à escola. Uma vez estive um ano inteiro sem ter uma camisa<br />
para pôr. Certa vez uma mulher muito rica que me presenteou com um casaco com<br />
um emblema de marinheiro no braço. Eu levava a gola dele para cima, mas fazia tanto<br />
calor. A professora me dizia: “William”. Eu respondia: “Sim, senhora”. “Por que não<br />
tiras o casaco?” Porém eu não podia, não tinha nenhuma camisa por baixo. Portanto<br />
eu lhe mentia e lhe dizia: “Tenho frio, professora”.
114 Então ela me dizia: “Está bem, assenta-te ao lado do fogo”. Eu ia e me<br />
assentava ali. Oh, como desciam gotas de suor por todo meu corpo! Depois de um<br />
momento ela voltava a me perguntar: “O frio ainda não acabou?” Eu lhe respondia:<br />
“Não, senhora”.<br />
115 Não era fácil. Os dedos de meus pés apareciam nos meus sapatos como a<br />
cabeça de uma tartaruga. Logo mais tarde consegui uma camisa. Vou lhes dizer que<br />
classe de camisa era. Era o traje de uma moça que pertencia a meu tio, e tinha um<br />
montão de enfeites ao redor. Eu lhe cortei a parte de baixo e pus somente a parte de<br />
cima. Oh, você não pode imaginar como eu ia orgulhoso à escola com esta camisa.<br />
Então na escola todo mundo começou a rir de mim, e eu lhes perguntava por que riam<br />
de mim, e eles diziam: “Você está vestido com roupa de mulher”. Então tinha que<br />
voltar a mentir. Eu dizia: “Não, estão enganados, este é meu traje de índio.” Porém<br />
eles não criam em mim e eu tinha que ir embora chorando.<br />
116 Perto de nós morava um garoto que vendia estas revistas de guias. Fazendo<br />
isto, ele ganhava o preço de um traje de menino escoteiro. Oh! Quanto me agradava<br />
aquele uniforme. Era então tempo de guerra e todo aquele que tinha suficiente idade<br />
tinha seu uniforme.<br />
117 Sempre tenho desejado ser soldado. Naquele tempo eu era menino. Mesmo<br />
para esta última guerra eu não era suficientemente grande para ir. Eu tenho quatro<br />
irmãos que foram. Porém Deus tem me dado um uniforme de todas as formas - a<br />
armadura de Deus - para que eu vá lutar contra a enfermidade e doenças que têm<br />
amarrados as pessoas.<br />
118 Porém quando admirava aquele uniforme com seu chapéu e tudo mais. Eu lhe<br />
disse: “Lloyd, quando você deixar esse uniforme, o dará a mim?” Ele disse: “Sim, está<br />
bem, darei a você, Bill.” Ora, esse uniforme lhe durou mais que nenhuma outra coisa<br />
que eu haja visto. Me pareceu como se ele nunca mais fosse deixar aquele uniforme.<br />
Logo não o vi mais com aquele uniforme e fui a ele e lhe: “Lloyd, que fizeste do<br />
uniforme de menino escoteiro?” E ele me disse: “Billy, vou procurá-lo e ver se<br />
encontro.”<br />
119 Porém quando o buscou encontrou que sua mãe o havia feito pedaços para<br />
remendar a roupa de seu pai. Logo veio a mim e me disse: “Oh Billy, o procurei e não<br />
pude encontrar nada mais que uma perna.” Lhe disse: “Traga-me isto.”<br />
120 Então pus para casa e pus isto, tinha um cinto então o amarrei bem. “Oh, agora<br />
sim eu sou um soldado”, cria eu. Eu queria ir à escola com isto, porém não encontrava<br />
como.<br />
121 Sabem o que fiz? Fingi ter uma perna ferida, então pus o pedaço de perneira<br />
dizendo que era para proteger minha perna. Porém na escola a professora me<br />
mandou ao quadro. Tratei de esconder a perna que não tinha perneira e todo o grupo<br />
se pôs a rir de mim. Comecei a chorar e a professora me mandou para casa.<br />
122 Recordo quando íamos ao povoado num carretão duas vezes ao mês para<br />
pagar a conta de alimentos. O dono nos presenteava com alguns doces. Todos nós,<br />
garotinhos, esperávamos que papai viesse com os doces. Quando papai os trazia<br />
cada um vigiava para ganhar igual quantia. Agora mesmo eu posso ir a uma loja e<br />
comprar uma barra de chocolate, porém nunca seria igual aquela que nos davam no<br />
armazém. Aquele era um verdadeiro doce.<br />
123 Muitas vezes eu guardava um pedaço, e o punha em meu bolso. Eu então<br />
esperava a Segunda-feira quando meus irmãozinhos já haviam comido o deles, então<br />
eu tirava meu pedaço que eu havia guardado. Muitas vezes eu os deixava chupar um<br />
pouquinho se prometiam me ajudar nas tarefas do dia.
CAPÍTULO IV<br />
A CONVERSÃO <strong>DE</strong> WILLIAM BRANHAM<br />
124 William Branham, o moço, mesmo havendo recebido estas extraordinárias<br />
manifestações da providência divina em sua vida, sem dúvida não era ainda<br />
convertido. Por algum tempo ele resistiu o chamado. À idade de quatorze anos foi<br />
seriamente ferido enquanto caçava e teve que permanecer meses recluído em um<br />
hospital.<br />
125 Deus tratou com ele, porém mesmo assim ele não fazia caso. No entanto, a<br />
urgência do chamado vinha a ser mais e mais consciente para ele. Em vista de que<br />
seus pais não eram cristãos, ele não tinha nenhum estímulo em seu lar, e à medida<br />
que ia crescendo, o inimigo tratou de afogar esta tranqüila e pequena voz que sempre<br />
estava falando a seu coração.<br />
ELE VAI AO OESTE<br />
126 Quando chegou a idade de 19 anos decidiu ir para o oeste para trabalhar em<br />
um rancho. Numa semana de Setembro do ano de 1927, ele disse à sua mãe que ia<br />
numa viagem de campo a Tunnel Mill, uma localidade como que a 14 milhas ao norte<br />
de Jeffersonville.<br />
127 Ele disse isto porque compreendeu que se sua mãe chegasse a saber algo<br />
acerca de seus planos de ir para o oeste, ela trataria de impedir que ele fizesse a<br />
viagem. Porém quando sua mãe soube dele outra vez, em lugar de esta em Tunnel<br />
Mill, estava bem longe, em Phoenix, Arizona. Em realidade, no fundo de seu coração,<br />
ele sabia que estava fugindo de Deus. Ele desfrutou da vida no rancho por um tempo<br />
e da novidade do oeste, porém como todos os prazeres do mundo, logo se tornaram<br />
velhos.<br />
128 De suas experiências no oeste e do chamado de Deus que estava sempre em<br />
seu coração, ele dizia:<br />
129 “Muitas vezes tenho ouvido o vento soprando entre os altos pinheiros. Parecia<br />
como se eu pudesse ouvir Sua Voz chamando em meio do jardim, dizendo: “Adão,<br />
onde estás tu?” As estrelas pareciam estar tão perto que a gente podia tomar com as<br />
mãos. Deus parecia estar muito perto.”<br />
130 “Uma coisa que eu recordo muito bem de Arizona, são as estradas no deserto.<br />
Se a gente se separa em algum momento da estrada, pode se perder facilmente.<br />
Algumas vezes os turistas vêem pequenas flores do deserto e saem do caminho para<br />
colhê-las. Eles vão para o deserto e se perdem, e algumas vezes morrem de sêde.<br />
Assim é no Caminho cristão. Deus tem um Caminho. Ele fala desse Caminho em<br />
Isaías 35:8.<br />
131 É chamado o “Caminho da Santidade”. Muitas vezes pequenos prazeres do<br />
mundo nos distanciam do Caminho. Então perdemos nossa experiência com Deus. No<br />
deserto quando a gente está perdido, algumas vezes aparecem miragens. Para<br />
aqueles que estão morrendo de sêde, a miragem seria um rio ou lago. Eles correm e<br />
se lançam dentro deles, só para se darem conta que estão banhando em areia<br />
quente. Algumas vezes o diabo lhe mostra algo que ele diz ser muito bom. Isso é só<br />
miragem; á algo que não é real.<br />
132 Se você o escuta, se encontrará amontoando tristezas sobre sua cabeça. Não<br />
lhe faça caso, querido amigo. Creia em Jesus, quem dá água viva para aqueles que<br />
estão famintos e sedentos.”
<strong>UM</strong>A MENSAGEM TRISTE<br />
133 Um dia o jovem recebeu uma carta de seu lar informando-lhe que um de seus<br />
irmãos estava muito enfermo. Era Eduardo, o qual lhe seguia em idade. Ele não<br />
pensou que a enfermidade fosse muito séria e creu que tudo se normalizaria. No<br />
entanto, uma tarde, uns quantos dias depois, ele regressou da cidade para o rancho e<br />
enquanto ele atravessava o corredor do rancho, lhe foi dada uma mensagem escrita<br />
que dizia: “Bill, venha ao pasto do norte, muito importante.”<br />
134 Ele imediatamente saiu ao pasto do norte e a primeira pessoa com quem se<br />
encontrou, foi um velho rancheiro Estrela Solitária a quem chamavam “Pop”. O velho<br />
tinha uma expressão de tristeza em seu rosto, e disse: “Bill, rapaz, tenho más notícias<br />
para ti.” Neste mesmo momento, o capataz vinha subindo. Eles lhe disseram que seu<br />
irmão, Eduardo, havia morrido.<br />
135 Você pode imaginar o que significava este choque para o jovem ao<br />
compreender que nunca mais voltaria a ver vivo seu irmão neste mundo. Desde então<br />
os acontecimentos começaram a suceder. Cada vez que ele resistia a Deus, tragédia<br />
ou tristezas de alguma forma vinha sobre ele. Quando ele se submetia e obedecia a<br />
Deus, o Senhor lhe abençoava e prosperava. Indubitavelmente essa mesma lição<br />
deve ser aprendida por cada pessoa vivente. Oxalá todos nós pudéssemos aprender<br />
pelo sofrimento de outros, em vez de aprender por nossas próprias experiências<br />
amargas.<br />
136 Voltemos de novo ao Irmão Branham enquanto ele relatava os efeitos dessa<br />
notícia nele, de sua triste viagem a seu lar, e os eventos que seguiram, os quais<br />
finalmente resultaram em sua conversão a Cristo:<br />
137 “Quando compreendi a notícia da morte de meu irmão, por um momento não<br />
podia me mover. Aquela era a primeira morte na família. Porém eu quero dizer que a<br />
primeira coisa em que pensei foi se ele estava preparado para morrer. Enquanto me<br />
voltava e olhava o prado amarelo, lágrimas corriam por minhas faces.<br />
138 Eu recordava de como lutávamos juntos quando éramos garotos pequenos e<br />
quanto sofremos ou quão duro havia sido para nós. Íamos à escola com quase nada<br />
de comer. Os dedos nos saíam dos sapatos, e tínhamos que usar casacos velhos<br />
presos com alfinetes até ao pescoço porque não tínhamos camisa para pôr. Como<br />
recordo também que nossa mãe um dia tinha pipoca numa lancheira para nosso<br />
almoço.<br />
139 Nós não comíamos com o resto dos garotos. Nós não podíamos desfrutar de<br />
alimentos como eles tinham. Sempre íamos detrás da colina para comer. Eu me<br />
recordo que no dia que tínhamos pipocas críamos que tínhamos uma grande merenda.<br />
Por conseguinte, para estar seguro de que eu obteria a minha parte disso, saía antes<br />
do meio dia e tomava uma boa parte à mão cheia antes que meu irmão tomasse sua<br />
parte.<br />
140 De pé ali olhando o prado queimado pelo sol, eu pensei em todas estas coisas<br />
e me perguntei se Deus o haveria levado a um lugar melhor. Então Deus voltou a me<br />
chamar, porém, como sempre, eu tratei de resistí-lo.<br />
141 Eu me preparei para regressar à casa para o enterro. Quando o Rev. Mc.<br />
Kinney da Igreja de Port Fulton, um homem que é como um pai para mim, pregou no<br />
serviço funeral, fez menção de que “Talvez haja alguém que não conhece a Deus; se<br />
assim é, aceite-o agora.” Oh, como eu me agarrei a minha cadeira; Deus estava<br />
tratando comigo de novo. Querido leitor, quando Ele lhe chamar, responda-Lhe.<br />
142 Eu nunca me esquecerei como papai, o pobre velho, e mamãe choravam<br />
detrás da marcha fúnebre. Eu desejava regressar ao oeste, porém mamãe me
suplicou tanto que eu ficasse que finalmente aceitei ficar se pudesse conseguir um<br />
emprego. Logo consegui um trabalho na Companhia de Serviço Público de Indiana.<br />
ENFERMIDA<strong>DE</strong><br />
143 Como que uns dois anos mais tarde, enquanto procurava uns relógios<br />
medidores na oficina de contadores, nos trabalhos de gás em Nova Albany, eu fui<br />
asfixiado com gás, e por semanas sofri com isso. Fui a todos os médicos que<br />
conhecia. Não tinha melhora. Sofria de acidez estomacal causada pelo efeito do gás.<br />
Ia me tornando pior cada momento. Fui levado a especialistas em Louisville,<br />
Kentucky.<br />
144 Eles finalmente disseram que era meu apêndice, e disseram que tinha que ser<br />
operado. Eu não podia crer porque nunca havia sentido uma dor em meu lado. Os<br />
médicos disseram que não podiam fazer nada mais por mim até que me submetesse<br />
a operação. Finalmente consenti que a fizessem, porém insisti que usassem anestesia<br />
local, para poder observar a operação.<br />
145 Eu queria que alguém que conhecesse a Deus estivesse a meu lado. Eu cria<br />
na oração porém não podia orar. Assim sendo o ministro da Primeira Igreja Batista foi<br />
comigo à sala de operações. Quando me pegaram para mudar da mesa de operações<br />
à minha cama, senti que me tornava cada vez mais débil. Meu coração quase não<br />
estava batendo. Sentia a morte sobre mim. Minha respiração se dificultava cada vez<br />
mais.<br />
146 Eu sabia que havia chegado final de minha carreira. Oh, amigo, espere até<br />
chegar ali, então pensará você nas muitas coisas que tem feito. Eu sabia que nunca<br />
tinha fumado, bebido ou tido nenhum hábito sujo, porém eu sabia que não estava<br />
pronto para encontrar-me com Deus.<br />
147 Se você é apenas um membro de igreja formal e fria, se dará conta quando<br />
chegar a seu fim, que não está preparado. Assim sendo, se isso é tudo o que você<br />
sabe de Deus, eu lhe peço aqui mesmo que dobre seus joelhos e peça a Jesus que<br />
lhe dê experiência do novo nascimento, como aquele do qual Ele falou a Nicodemos<br />
no capítulo 3 de João, e oh! Como repicarão as campainhas de júbilo! Louvado seja<br />
Seu Nome.<br />
<strong>DE</strong>US LHE FALA<br />
148 Começou a escurecer mais o quarto do hospital, como se fosse um grande<br />
bosque. Eu podia ouvir o vento soprando entre as folhas, ainda que parecesse estar<br />
soprando bem dentro do bosque. Talvez você haja escutado o vento soprando entre<br />
as folhas e vir se aproximando cada vez mais. Eu pensei: “Bom, essa é a morte que<br />
vem me buscar.” Oh! Minha alma ia encontrar-se com Deus; eu tratei de orar porém<br />
não podia.<br />
149 Mais perto veio o vento, mais rijo e maia forte. As folhas sussurravam e de<br />
repente sentia me haver ido. Parecia haver voltado a ser o pequeno menino descalço,<br />
de pé naquele caminho debaixo da mesma árvore. Eu escutei essa mesma voz que<br />
disse: “Nunca bebas nem fumes.” E as folhas que escutei eram as mesmas que<br />
sopraram naquela árvore aquele dia. Porém desta vez a voz disse: “Eu tenho te<br />
chamado e tu não tens querido vir.” As palavras se repetiram por três vezes. Então eu<br />
disse: “Senhor, se és Tu, permita-me voltar de novo á terra a pregarei Teu Evangelho<br />
desde os terraços e esquinas das casas. Eu contarei a todo mundo sobre isto.”<br />
150 Quando esta visão passou, me dei conta de que me sentia melhor. Meu<br />
cirurgião ainda se encontrava no edifício. Ele veio e me olhou, e ficou surpreendido.
Ele olhou como crendo que estaria morto; então disse: “Eu não sou um homem que<br />
visito igreja, meu trabalho é muito intensivo, porém eu sei que Deus tem visitado a<br />
este rapaz”. Porque ele disse isto, eu não sei.<br />
151 Ninguém havia dito coisa semelhante. Se eu houvesse sabido então o que sei<br />
agora, haveria me levantado da cama gritando louvores a Seu Nome. Depois de<br />
alguns dias me foi permitido regressar à minha casa, porém ainda estava enfermo e<br />
fui obrigado e usar óculos por causa do astigmatismo, um defeito da vista. Minha<br />
cabeça tremia quando olhava algo fixamente.<br />
CONVERSÃO E CHAMAMENTO<br />
152 Eu comecei a buscar a Deus. Eu fui de igreja em igreja tratando de conseguir<br />
algum lugar onde fizesse essas chamadas de altar como faziam antes. O triste do<br />
assunto foi que não encontrei nenhum.<br />
153 Uma noite senti tanta necessidade de Deus e de uma experiência real, que fui<br />
a uma velha cabana detrás da casa, e tratei de orar. Eu não sabia como orar, de modo<br />
que então simplesmente comecei a falar com Ele como falo com qualquer pessoa. De<br />
repente apareceu uma luz na cabana e formou uma cruz, e a voz da cruz me falava<br />
numa linguagem que não podia entender.<br />
154 Depois se foi. Eu estava extasiado. Quando voltei a mim de novo, eu orei:<br />
“Senhor, se és Tu, por favor venha falar-me outra vez”.<br />
155 Eu estava lendo minha Bíblia desde que regressei do hospital, e havia lido I<br />
João 4: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos se são de Deus.”<br />
156 Eu sabia que algo havia me aparecido, e enquanto orava voltou a aparecer.<br />
Então foi quando pude sentir como se houvessem tirado mil libras de peso de minha<br />
alma. Saltei e corri para casa e parecia que eu estava correndo no ar.<br />
157 Mamãe me perguntou: “Bill, que tem acontecido?” Eu lhe respondi: “Eu não sei,<br />
mas seguramente me sinto muito bem e muito leve.” Não pude permanecer mais<br />
tempo em casa. Tinha que sair fora e correr.<br />
158 Eu sabia que se Deus queria que eu pregasse, Ele me curaria; portanto fui a<br />
uma igreja que cria na unção com óleo, e fui curado instantaneamente. Eu me dei<br />
conta que os discípulos foram batizados com o Espírito Santo, e por conseguinte,<br />
podiam curar os enfermos e fazer milagres poderosos em Seu Nome.<br />
159 Assim sendo comecei a orar pelo Batismo do Espírito Santo. Um dia, como que<br />
seis meses mais tarde Deus me deu o desejo de meu coração. Ele me falou numa<br />
grande luz me dizendo que pregasse e orasse pelos enfermos e Ele os curaria sem<br />
importar que tipo de enfermidade. Então comecei a pregar e fazer o que Ele me disse<br />
que fizesse.<br />
160 De vez em quando as pessoas têm me perguntado se eu tenho recebido o<br />
batismo do Espírito Santo. Isso sempre tem me impressionado como uma pergunta<br />
misteriosa. Porque é impossível que algum dom do Espírito Santo funcione livremente<br />
a menos que o indivíduo que possua o dom haja também recebido ao Doador do dom.<br />
CAPÍTULO V<br />
<strong>UM</strong> MATRIMÔNIO FELIZ E <strong>UM</strong>A FATAL <strong>DE</strong>CISÃO<br />
161 Logo depois de sua conversão e chamamento ao ministério, começou para ele<br />
um período feliz em sua vida, quando as bênçãos de Deus descansavam sobre o<br />
jovem pregador. Tudo parecia ir bem. Ele começou uma campanha sob sua tenda.<br />
Para um pregador jovem como ele, de vinte e quatro anos de idade, a campanha foi<br />
sumamente de êxito. Se estimou que três mil pessoas assistiram por noite a
campanha e houve muitas conversões. No serviço batismal que seguiu a campanha,<br />
umas 130 pessoas foram batizadas na água. Foi nesta ocasião quando apareceu uma<br />
luz celestial sobre a cabeça dele, quando batizava ao crente número 17.<br />
162 Isto foi presenciado pela vasta multidão que olhava da margem do rio Ohio.<br />
Este sucesso foi publicado num jornal da localidade. As pessoas que haviam sido<br />
convertidas nesta campanha, lhe construíram um templo, o qual até o presente leva o<br />
nome de “Tabernáculo Branham”.<br />
163 Os anos que seguiram foram de grande proveito e bênçãos nos quais as<br />
bênçãos do Senhor repousaram sobre ele. Neste tempo ele também recebeu algumas<br />
visões que ele não entendeu a plenitude até anos mais tarde, quando um revelação<br />
mais completa do plano de Deus para sua vida lhe foi dada a conhecer.<br />
MATRIMÔNIO<br />
164 Foi por este tempo que ele conheceu uma excelente jovem cristã, cujo nome<br />
era Hope Brumback. Depois de alguns meses de noivado, a jovem aceitou a proposta<br />
de William Branham, e se casaram. Deixemos ao Irmão Branham narrar em sua forma<br />
simples porém sempre dramática, a história de sua timidez, a proposta por carta, seu<br />
matrimônio e os eventos que seguiram:<br />
165 “Eu era um moço do campo de pequena estatura e era muito tímido.<br />
Considerando o quanto eu era tímido, você talvez me perguntaria como foi possível<br />
que eu chegasse a me casar. Eu conheci uma boa moça cristã.<br />
166 Eu a considerava maravilhosa. Minhas convicções exigiam um moça que não<br />
bebesse nem fumasse. Era difícil encontrar essa classe de moça então, e agora é<br />
pior.<br />
167 Eu amava a esta moça porém eu não tinha suficiente coragem para lhe dizer.<br />
Porém sabia que tinha que fazê-lo logo - ela era muito boa moça para perder tempo<br />
comigo - pois talvez poderia aparecer outro pretendente. Eu ganhava apenas vinte<br />
centavos por hora e seu pai ganhava algumas centenas de dólares ao mês.<br />
168 Todas as noites que a via dizia dentro de mim: “Vou falar-lhe nesta noite.” E<br />
quando ia falar, me formava como que um nó na garganta e tinha que deixar para<br />
outro dia. Já não sabia mais o que fazer. Sabem vocês o que tive que fazer por fim?<br />
Lhe escrevi uma carta a assim lhe disse.<br />
169 Bom, aquela carta tinha um pouco mais de romance que um simples “Prezada<br />
senhorita”. Eu fiz o possível para escrever uma boa carta, porém mesmo assim eu<br />
creio com segurança que foi muito pobre. Pela manhã me preparei para colocá-la na<br />
caixa do correio; porém de momento me veio o pensamento do que poderia ocorrer se<br />
a carta caísse nas mãos de sua mãe. Porém de todas as formas tinha que fazê-lo<br />
porque eu não me atrevia a entregá-la pessoalmente. Finalmente tive suficiente<br />
coragem para colocá-la no correio na Segunda-feira pela manhã.<br />
170 Eu deveria passar na casa dela na Quarta-feira para levá-la à igreja. Toda essa<br />
semana, de Segunda a Quarta passei nervoso. Chegou a Quarta e fui buscá-la. À<br />
medida que ia, pensei no que sucederia se sua mãe saísse e me dissesse: “William<br />
Branham”. Eu sabia que eu me entendia bem com a moça, porém com a mãe não<br />
estava bem seguro.<br />
171 Finalmente bati na porta e chamei a Hope, o qual era o nome da moça. Ela saiu<br />
à porta e disse: “Queres entrar?” Lhe disse: “Se não te pareceres mal, ficarei na<br />
escada.” Eu me reservei de não entrar na casa. Então ela me disse: “Está bem, estarei<br />
pronta em alguns minutos.”
172 Eu tinha um carro velho modelo T-Ford, porém ela me disse: “A igreja não fica<br />
muito longe, vamos caminhar.” Isto me alarmou e pensei que algo havia sucedido.<br />
Fomos à igreja porém ela não disse nada no caminho. Estava tão nervoso naquela<br />
noite que não ouvi nada do que disse o pregador. Você sabe, uma mulher pode<br />
manter-lhe em suspense.<br />
173 Depois que saímos da igreja, começamos caminhar. Era uma noite de luar.<br />
Porém ela não me dizia nada. Por fim pensei que ela não havia recebido a carta. Isto<br />
me fez sentir melhor. Pensei que talvez o carteiro a houvesse entregado em outra<br />
casa. Logo voltei a mim novamente.<br />
174 Então ela voltou e me disse: “Billy, recebi tua carta.” Então disse para mim: “E<br />
agora, que vou fazer?” Logo lhe perguntei: “A...a leste?” Ela disse: “Oh”. Me pus mais<br />
nervoso do que nunca. Já estávamos chegando perto da casa. Voltei a lhe perguntar:<br />
“Porém, a leste toda?” Ela disse: “Sim”. Já havíamos chegado às escadas. Me<br />
preocupava se ela iria me levar onde estava sua mãe. Lhe disse rapidamente: “Que<br />
achas disso?” Ela me respondeu: “Está bem”.<br />
175 Eu não falei com a mãe, porém sabia que mais cedo ou mais tarde teria que<br />
falar com um de seus pais. Pensei que era mais fácil falar com o pai, uma vez que ele<br />
e eu nos entendíamos bem. Uma noite fui até ele; ele se encontrava assentado em<br />
seu Buick. Vocês sabem, eu só tinha um T-Ford. Então lhe disse: “Ouça-me! Este sim<br />
é um bom carro.”<br />
176 E ele me respondeu: “Tu também tens um bom Ford.” Então eu lhe disse:<br />
“É...este, é...este...” Ele me olhou e me disse: “Está bem, Billy, podes te casar com<br />
ela.” Oh! Que alívio! Então lhe disse: “Porém você sabe, eu só ganho vinte centavos<br />
por hora fazendo valas. Porém eu farei tudo o que puder por ela, e lhe serei fiel e a<br />
amarei com todo meu coração.” Ele pôs suas mãos sobre meus ombros e me disse:<br />
“Billy, eu prefiro entregá-la a ti do que a qualquer outra pessoa que eu conheça,<br />
porque eu sei que tu serás bom para ela e a amarás.”<br />
177 Nos casamos, não creio que houvesse lugar no mundo mais feliz que nosso<br />
pequeno lar. Era maravilhoso. Não tínhamos muita mobília: Uma cama dobradiça,<br />
uma almofada velha e um fogão que eu havia comprado de segunda mão e havia<br />
trocado a grade de ferro. Porém creia-me, aquele era um lar. Eu prefiro viver numa<br />
choça e ter favor com Deus, que viver na melhor casa que possa haver.<br />
178 Tudo ia às mil maravilhas. Minha esposa economizava seu dinheiro para<br />
comprar um vestido que gostava muito. Eu me sentia tão bem quando podia fazer algo<br />
por ela. Aos dois anos tivemos um neném, o pequeno Billy Paul. Quando o ouvi chorar<br />
no hospital me pareceu ser um neném, e o entreguei ao Senhor antes de vê-lo.<br />
ELE ASSISTE A <strong>UM</strong>A CONVENÇÃO DO EVANGELHO COMPLETO<br />
179 Eu havia economizado algum dinheiro afim de comprar um equipamento de<br />
pesca a fui ao lago de Pawpaw em Michigan passar uns dias ali. Logo me vi em<br />
escassez de dinheiro e tive que regressar. Em minha viagem de regresso, ao<br />
atravessas o rio Mishawaka vi uma grande multidão que se reunia para uns cultos.<br />
180 Me perguntei que classe de gente seria esta e decidi assistir também aos<br />
cultos. Foi aqui quando me relacionei pela primeira vez com os Pentecostais.<br />
Averigüei que esta gente havia se reunido para uma convenção. Eram pessoas bem<br />
expressivas, tudo isto era novo para mim. Começaram a cantar: “Sei que foi o sangue,<br />
sei que foi o sangue”.<br />
181 Todo mundo batendo palmas. Eu disse: “Que classe de pessoas será esta?”<br />
Rapidamente se levantou um bispo que pregou sobre o batismo do Espírito Santo.
Quanto mais pregava, mais me convencia do que talvez havia algo nisto. Decidi ficar<br />
outro dia mais. Como não tinha dinheiro suficiente para pagar um hotel, fui e meti o<br />
carro numa sombra de um milharal e ali passei a noite.<br />
182 No dia seguinte me levantei bem cedo e fui à igreja. Eu havia comprado pão e<br />
leite, tratando de fazer render o pouco dinheiro que me restava. Quando cheguei na<br />
igreja, já havia bastante gente reunida para o culto da manhã. Naquela noite haviam<br />
muito pregadores assentados na plataforma. O líder disse: “Não temos suficiente<br />
tempo para ouvi-los pregar, mas vamos pedir a todos que se ponham de pé e digam<br />
seu nome.” Quando chegou minha vez me pus de é e disse: “Evangelista William<br />
Branham”, e voltei a me assentar.<br />
183 Na tarde seguinte puseram a pregar um irmão de côr, já velho. Me assustou<br />
que pusessem a pregar a um homem tão velho frente a uma congregação tão grande.<br />
Ele pregou sobre o tema “Onde estavas tu quando pus os alicerces da terra, quando<br />
todas as estrelas louvavam juntas?” Oh! Aquele ancião se remontou como a um<br />
milhão de anos antes que o mundo fosse criado.<br />
184 Ele quase tocou tudo que havia no céu, logo desceu e pregou sobre o arco-íris<br />
e por ali seguiu até cobrir tudo o que havia na terra, até chegar à segunda vinda do<br />
Senhor. Ao terminar o sermão estava tão ágil como um homem jovem. Ao descer da<br />
plataforma ele disse: “Vocês não têm suficiente lugar para eu pregar.” Me dei conta<br />
que Deus havia feito algo por este homem que não havia feito comigo.<br />
185 Quando começou a pregar me compadeci dele, mas quando já havia entrado<br />
em calor, então me compadecia de mim mesmo. Esta gente tinha algo que eu não<br />
tinha, e eu o queria. Naquela noite voltei à sombra do milharal e ali dormi novamente.<br />
Pela manhã, eu supus que ninguém me conhecia e decidi colocar uma calça que não<br />
era muito apropriada para a ocasião, porém a pus de todas as maneiras. A outra calça<br />
estava muito amarrotada por havê-la usado como travesseiro. Este era o último dia<br />
que ia poder estar ali, pois me restava apenas o dinheiro para gasolina. Fui para a<br />
igreja e quando cheguei estavam cantando e batendo palmas, louvando ao Senhor.<br />
Eu queria o batismo do Espírito Santo, se o Senhor me concedesse.<br />
LHE PE<strong>DE</strong>M QUE PREGUE NA CONVENÇÃO<br />
186 O ministro encarregado se pôs de pé e disse: “Temos tido o serviço de<br />
testemunhos dirigido pelo pregador mais jovem aqui. O outro pregador jovem que<br />
segue a este é William Branham, de Jeffersonville”. Ele disse: “Venha, Reverendo<br />
Branham, se está no edifício.” Creiam-me, isto me assustou. Olhei para baixo e me dei<br />
conta das calças que havia vestido. Fiquei quietinho.<br />
187 De fato, eu nunca havia visto auto-falantes. Eu não queria me pôr a pregar<br />
frente a todos estes pregadores tão tremendos. Voltaram a chamar: “Alguém sabe<br />
onde está o Rev. Branham?” Desta vez me abaixei mais ainda em meu assento. Outra<br />
vez voltaram a chamar.<br />
188 Um irmão de côr que estava assentado a meu lado, me perguntou: “Sabe quem<br />
é?” Esta vez não ia mentir, portanto lhe disse: “Sim, eu sei quem é”. Ele disse: “Vá e<br />
busque-o”. Lhe disse: “Ouça-me, eu sou o Irmão Branham, porém é que eu não quero<br />
subir à plataforma com estas calças”. Então ele me disse: “Esta gente não olha na<br />
forma como você de veste, eles olham é o que há em seu coração.”<br />
189 Então lhe disse: “Por favor, não diga nada.” Porém este homem de côr não<br />
agüentou um momento mais. Gritou: “Aqui está, aqui está.” Meu coração quase<br />
desmaiou. Não sabia o que fazer. Porém naquela noite na sombra do milharal eu
havia orado ao Senhor: “Senhor, se esta é a gente que eu sempre tenho anelado<br />
encontrar, tão alegre e livre, conceda-me favor com eles.”<br />
190 Bom, o Senhor me concedeu favor diante deles, porém eu sempre tenho<br />
detestado me colocar diante de uma congregação com aquela classe de calças. Todo<br />
o mundo tinha o olhar posto em mim, tinha que fazer algo. Fui à plataforma. Meu rosto<br />
estava corado. Quando vi aqueles microfones frente a mim, disse: “Porém que é isto?”<br />
Orei ao Senhor: “Senhor, se alguma vez tens ajudado a alguém, ajuda-me agora.”<br />
191 Abri minha Bíblia e meus olhos fitaram o versículo: “O homem rico levantou os<br />
seus olhos no inferno”. E dali preguei: “Então dava ele gritos. Ali não haviam cristãos e<br />
ele chorava. Ali não haviam igrejas e ele gritava. Ali não haviam flores e ele gritava. Ali<br />
não estava Deus e ele gritava.” Eu era um pregador formal, porém à medida que<br />
pregava, algo se apoderou de mim, e o poder de Deus desceu na congregação.<br />
OS IRMÃOS O CONVIDAM A DIRIGIR AVIVAMENTOS<br />
192 Depois que terminou o culto que durou como que duas horas ou mais, saí fora.<br />
Um pregador se aproximou de mim, um homem alto com botas de vaqueiro, ele<br />
mesmo se apresentou. Me disse: “Eu sou do Texas e tenho uma boa igreja ali, o que<br />
você acha de ter duas semanas de cultos comigo?” Outro pregador da Flórida veio e<br />
me disse: “Ouça, o que você acha de estar comigo para uns cultos?” Tomei uma folha<br />
de papel e comecei a anotar todos aqueles endereços que me davam, e num<br />
momento tinha suficiente convite para cobrir um ano completo.<br />
193 Oh! Quão contente eu estava! Saltei para meu velho carro e fui para Indiana.<br />
Quando cheguei em casa, minha esposa saiu correndo e pôs seus braços sobre mim,<br />
me olhou e me perguntou: “Por que estás tão contente?” Lhe disse: “Me encontrei com<br />
as pessoas mais contentes que tenho podido encontrar. Na verdade estão sempre<br />
contentes e não se envergonham de sua religião.<br />
194 Algo tem se passado comigo desde então. Eles me puseram a pregar em sua<br />
convenção e, o que é mais importante, têm me convidado para que eu pregue para<br />
eles em suas igrejas.” Então lhe disse: “Vais comigo?” Ela me respondeu: “Amor, eu<br />
tenho prometido ir contigo aonde quer que seja até que a morte nos separe.” Queria o<br />
Senhor premiar seu fiel coração.<br />
195 Então decidi ir e contar a mamãe. Quando eu cheguei a ela lhe disse: “Mamãe,<br />
tenho algo a te dizer.” Então lhe contei dos convites. Ela me perguntou: “E que vais<br />
fazer para conseguir dinheiro?” Tínhamos apenas dezessete dólares para nós, porém<br />
sentimos que o Senhor supriria.<br />
196 Me abraçou e me abençoou. Ela ainda ora por mim. Ela me disse: “Filho, nós<br />
tínhamos essa classe de religião em nossa igreja anos atrás, e sei que é real.”<br />
<strong>UM</strong>A <strong>DE</strong>CISÃO FATAL<br />
197 Amigos, o que vou dizer agora, espero que sirva para vosso ensino. Deixe que<br />
meus erros resultem em bênçãos para vós. Familiares e amigos me aconselharam<br />
para que eu não aceitasse o que eu sabia ser o chamado de Deus para mim. Alguns<br />
me disseram que as pessoas com quem eu havia me encontrado na convenção, eram<br />
“lixo”. Logo me dei conta, e o digo com reverência, que o que eles chamam “lixo” é a<br />
nata da sociedade.<br />
198 Me disseram também que minha esposa não teria suficiente para comer, que<br />
um dia comeria e no outro teria que jejuar. Outros me disseram que era meu dever<br />
ficar em Jeffersonville atendendo a obra ali. Eu lhes ouvi e decidi ficar em<br />
Jeffersonville e não sair. Nunca podíamos imaginar o que nos aconteceria oito meses
depois quando fomos apanhados, minha família e eu na grande tragédia da<br />
desastrosa inundação do rio Ohio no ano de 1937.<br />
199 Foi neste tempo que a unção de Deus, que havia vindo sobre mim, me deixou.<br />
Realmente não tornou a regressar até cinco anos mais tarde. Minha igreja até então<br />
havia sido uma igreja próspera, porém havia começado a decair. Tudo começou a ir<br />
mal. Com minha igreja decaindo, não soube o que fazer. Então começou o período<br />
negro de minha vida, quando a inundação do rio Ohio matou muitas pessoas e fui<br />
também responsável pela morte de meus dois seres mais queridos.<br />
A GRAN<strong>DE</strong> UNUNDAÇÃO DO RIO OHIO NO ANO <strong>DE</strong> 1937<br />
200 O inverno de 1937 foi muito severo em toda a nação. Grandes nevadas caíram<br />
cobrindo por dias a parte noroeste do país, porém foi realmente no leste onde a<br />
tragédia foi mais terrível. Espessas e longas chuvas caíram continuamente por<br />
semanas, alimentando assim todos os afluentes que desembocavam no grande rio<br />
Ohio, no qual deságua toda a área oeste dos Apalaches.<br />
201 Gradualmente o rio sobrepassou seu nível, causando grande perigo de<br />
inundação. Grande quantidade de pessoas que viviam ás margens do rio notou isto<br />
com não pouca malícia e preocupação, vendo eles que as águas não diminuíam, mas<br />
que aumentavam, buscando saída pelo vale abaixo.<br />
202 Dia após dia, a água ia subindo. As represas foram fortalecidas, porém as<br />
pessoas sabiam que com uma pequena mudança que ocorresse nas águas, seria<br />
suficiente para que o rio cobrisse toda aquela área de terra semeada e cidades que<br />
haviam sido edificadas ao longo do rio. Na margem norte do rio, oposta a Louisville,<br />
Kentucky, está a cidade de Jeffersonville. De todos os que viviam na cidade, talvez a<br />
ninguém surpreendeu este desastre em tempo tão oportuno como a William Branham.<br />
203 Sua esposa havia contraído uma séria infecção nos pulmões. Devido a esta<br />
circunstância, toda sua atenção e interesse estavam em seu restabelecimento.<br />
Notícias chegaram a eles, tal como aos demais habitantes, de que a crista da<br />
inundação estava se movendo lentamente para a parte baixa, e que já parecia que as<br />
debilitadas represas já quase não agüentavam. Parecia que Jeffersonville estava<br />
fadada à ruína; apesar de tudo isto, muitas pessoas ainda permaneciam ali.<br />
204 Ao escurecer, William Branham estava prestando serviço de emergência,<br />
trabalhando com a patrulha de resgate, patrulhando as enfurecidas águas do rio, que<br />
cada vez cresciam mais. Ao meio dia as sirenas começaram a soar, dando aviso a<br />
todos os habitantes que abandonassem a cidade, seus temores chegaram a se fazer<br />
realidade.<br />
205 As buzinas nas estações de bombeiros soavam na entenebrecida noite. A<br />
família Branham e milhares de outras famílias foram forçadas a escapar por suas<br />
vidas. A esposa, estando seriamente enferma e numa condição crítica que não lhe<br />
permitia expor-se à tormenta, teve que ser levada a um hospital provisório instalado<br />
pelo governo em terras mais altas. A saída fez com que os dos pequeninos fossem<br />
afetados com pneumonia.<br />
206 O pai os levou também ao hospital, onde foram atendidos numas camas<br />
improvisadas às carreiras, onde outro grande número de vítimas esperava ser<br />
atendido por tão atarefado pessoal.<br />
207 Aquele era um lugar muito pobre para um hospital, e para agravar a situação as<br />
portas se abriam e se fechavam a cada momento, pois a cada instante entravam e<br />
saíam mais pessoas apressadamente, gritando histericamente. Suas casas haviam<br />
sido arrasadas pela forte corrente.
208 Por mais que desejasse ficar ao lado de seus familiares, o jovem ministro se<br />
deu conta que tinha responsabilidade de regressar e ajudar a patrulha de resgate que<br />
tinha estado trabalhando toda a noite freneticamente. Havia sido dado aviso de mais<br />
tragédias em diferentes pontos, à medida que as impetuosas águas inundavam toda a<br />
cidade e o outro lado no campo.<br />
209 A ele foi dado aviso de dirigir-se a certa rua onde as águas haviam sacudido<br />
muitas casas desde os seus alicerces. Manobrando um bote, ali se dirigiu<br />
atravessando as furiosas águas nesta área. De repente sua atenção foi atraída para<br />
um penoso panorama. Uma mãe com seu garoto de pé na sacada superior de sua<br />
casa, desesperadamente fazia sinal pedindo ajuda. Na narração deste momento tão<br />
dramático, deixaremos ao Irmão Branham descrever o sucedido.<br />
210 “Ouvi a alguém que gritava, ao olhar, notei uma mãe com seu menino parada<br />
na sacada superior de sua casa que já se balançava ao ser golpeada pelas grandes<br />
ondas. Eu tenho vivido no rio praticamente toda minha vida, e pensei que eu podia<br />
ajudar a resgatar a esta mulher, mesmo que tivesse que arriscar a minha vida por ela<br />
e por seu garoto, então me dirigi para a casa. Depois de havê-los colocado no bote, a<br />
senhora quase desmaiou; e se mantinha lamentando por algo concernente ao seu<br />
menino e eu pensei que talvez ela houvesse deixado um menino em sua casa.<br />
211 Logo depois de tê-los a salvo em terra alta, tratei de regressar, porém já era<br />
muito tarde; as águas vinham com tremenda força, a corrente era muito forte a eu<br />
também fui apanhado nela. Oh, eu nunca poderei esquecer como me senti então,<br />
tantas coisas passaram por minha mente; como havia tratado de viver uma vida cristã,<br />
como havia pregado a <strong>Palavra</strong> da melhor maneira que eu havia podido, porém agora<br />
parecia como se tudo estivesse contra mim.<br />
212 Quando finalmente pude controlar meu bote, o pus em terra então fiz tudo o<br />
que pude para encontrar o hospital do governo (já faziam quatro horas que eu havia<br />
saído dele). Quando cheguei, encontrei que a água havia invadido aquele lugar e que<br />
as pessoas haviam sido tiradas do mesmo.<br />
213 Não sabia onde haviam posto a minha esposa e ninguém podia me informar.<br />
Oh, quão triste me senti naquela hora! Continuei perguntando, e finalmente um oficial<br />
me disse que eles haviam sido enviados em um trem rumo a Charleston, uma cidade<br />
como que a doze milhas acima de Jeffersonville, para onde me dirigi imediatamente<br />
para ver se podia encontrá-los.<br />
214 Outro rio mais acima de nós havia transbordado, inundando com suas águas<br />
como que cinco milhas entre aquele lugar e Charleton; varrendo as casas dos<br />
agricultores, e eu sabia que o trem tinha que passar por este território. Não havia<br />
forma de saber se o trem havia passado antes de suceder isto ou se havia sido<br />
arrasado pelas águas.<br />
215 Por um bom tempo estive sem saber nada, porém logo soube que o trem havia<br />
passado antes. Consegui uma canoa e tratei de ir contra as águas, porém eram muito<br />
fortes. As águas me levaram a um lugar chamado Fort Fulton, com meus amigos ali<br />
estivemos por quase duas semanas. A comida que nos davam já era muito pouca e<br />
todavia não sabia nada de minha esposa e de meus meninos.<br />
216 Tão logo quanto as águas baixaram, segui procurando-os. Não sabia se minha<br />
esposa, meninos, minha mãe e irmãos estavam vivos ou mortos. Deus sempre se<br />
mantinha falando a meu coração, eu pensava naqueles que não tinham esperança<br />
naquela hora.<br />
217 No outro dia atravessei as águas e comecei a busca na cidade de Charleston.<br />
Ninguém ali sabia se aquele trem havia chegado, nem tão pouco sabia de ninguém
por nome Branham. Enquanto caminhava desalentado por aquelas ruas, me encontrei<br />
com um velho amigo: Sr. Hay. Ele me abraçou e me disse: “Billy, os encontraremos<br />
em algum lugar.”<br />
218 Fui ao diretor de trens e lhe perguntei quando havia chegado o trem e para<br />
onde havia ido, porém ele tão pouco pôde me ajudar. Já faziam duas semanas e<br />
haviam ocorrido mais e mais desmoronamentos e inundações e ele cria que havia ido<br />
mais além, a algum lugar em Indiana.<br />
219 Um engenheiro de pé ao meu lado falou e disse: “Oh, eu recordo desse caso.<br />
Uma mãe com dois meninos enfermos. Os deixamos em Columbus.” Ele me disse:<br />
“Jovem, tu não poderás chegar ali, as águas tem detido os trens.” Novamente recebi<br />
mais notícias.<br />
220 Porém eu ia encontrá-las de todas as formas. Comecei a caminhar rua abaixo,<br />
chorando, com meu chapéu em minhas mãos. Oh Senhor! Só o fato de pensar nisto<br />
me faz recordar muitas coisas. Logo um carro se deteve a meu lado e a voz de um<br />
bom amigo exclamou: “Billy Branham, entre. Sei a quem buscas: Tua esposa e teus<br />
meninos”. Lhe respondi: “Sim”. Ele me disse: “Eles estão em Columbus no hospital.<br />
Tua esposa está à beira da morte.” Desesperadamente lhe perguntei: “Há alguma<br />
forma de chegar lá?” Ele me respondeu: “Sim, eu posso te levar lá, eu encontrei um<br />
caminho secreto por umas vias, deixando o rio a um lado.” Chegamos a Columbus<br />
naquela noite.<br />
CAPÍTULO VII<br />
O DOUTOR DÁ POR PERDIDO O CASO <strong>DE</strong> HOPE<br />
221 Me apressei para a igreja Batista que estava usada como hospital, gritando seu<br />
nome. A encontrei. Ai! Oh Senhor! Estava quase morta. Perguntei pelos meninos;<br />
ambos estavam bem debilitados, estavam em casa de minha sogra. Me ajoelhei ao<br />
lado da cama onde ela estava deitada. Seus olhos me olharam dando a entender seu<br />
intenso sofrimento, enquanto eu tomava sua delgada e pálida mão na minha e orava<br />
da melhor maneira que eu podia; porém aparentemente sem nenhum resultado, não<br />
havia resposta. Ela piorava. Um atendente me perguntou: “Não é você amigo do Dr.<br />
Sam Adair?” “Sim”. “Deixe-me dizer-lhe, reverendo, sua esposa se vai.” Suplicando eu<br />
lhe disse: “Seguramente que não”. “Sim”, respondeu ele gravemente e se foi.<br />
<strong>DE</strong>SESPERO - ENTÃO <strong>UM</strong> SONHO DO CÉU<br />
222 Regressei para casa e tratei de limpá-la da melhor maneira que pude dos<br />
resultados da inundação. O doutor Adair já havia me dito que podia trazer a minha<br />
esposa e os meninos para casa, por isso já havia tratado de fazer daquele lugar o<br />
mais confortável que me era possível. A luta que tive para salvá-los foi grande. Os<br />
enviei a um especialista em Louisville, porém em vão, já estavam demasiadamente<br />
graves.<br />
223 Eu estava seguro que minha esposa não sabia disto. Ela foi muito valente<br />
durante toda esta luta. Voltamos a levá-la para o hospital para lhe dar o tratamento<br />
devido. Nada a melhorava. Tiramos raios X e encontramos tuberculoses penetrando<br />
mais e mais nos pulmões.<br />
CHAMADA <strong>DE</strong> EMERGÊNCIA<br />
224 Um dia me chamaram no trabalho... (eu estava trabalhando para sair das<br />
dívidas. Já devia centenas de dólares). Me disseram: “Se quiseres ver a tua esposa<br />
viva, venha imediatamente.” Entrei no meu carro e ás pressas me dirigi ao hospital.
Subi as escadas tão rápido quanto pude e a primeira pessoa que encontrei no<br />
corredor foi meu bom amigo Dr. Adair. Ele e eu temos sido como irmãos desde<br />
pequenos. Quando olhei para ele entendi que tinha más notícias pra mim.<br />
225 Me disse: “Temo que já se haja ido”. Cobriu seu rosto e se foi à ante-sala.<br />
Tratei de conter-me; lhe disse: “Venha comigo, Sam”. “Não posso”, me respondeu,<br />
“ela tem sido como uma irmã para mim, não posso voltar ao quarto, Bill.”<br />
226 Me dirigi só ao quarto, então ele chamou a uma enfermeira para que entrasse<br />
comigo. Quando a vi, cri que já estava morta, tinha o rosto coberto com um lençol. Só<br />
estava o esqueleto do que ela era...tão pálida e magra... Oh, Senhor! A tomei pela<br />
mão e comecei a apertá-la. Eu gritava: “Amor, responda-me...Senhor, por favor,<br />
permita que volte a falar comigo ainda que seja pela última vez”. Ela já havia cruzado<br />
ao outro lado...Porém de repente ele se voltou e me olhou. Ela abriu aqueles grandes<br />
e belos olhos castanhos. Tratou de levantar seus braços para receber-me, porém<br />
estava tão fraca, então eu me acheguei a ela.<br />
227 Entendi como que ela quisesse me falar, queria dizer-me algo. Amigos, isto foi<br />
o que ela me disse (em parte). Estará em minha memória até que volte a vê-la.<br />
HOPE <strong>DE</strong>SCREVE O PARAÍSO<br />
228 Ela disse: “Quase já me havia ido. Por que me chamaste?” Lhe disse que eu<br />
não sabia que a havia interrompido. Ela começou a descrever o paraíso de onde eu a<br />
havia chamado, como era aquilo...! Árvores famosas, flores, passarinhos cantando,<br />
não havia mais dor em seu corpo. De repente pensei que não devia havê-la<br />
chamado... (porém ditoso coração, ela tem estado gozando esse lugar desde então).<br />
Ela reviveu por um momento, e me disse que ela havia sido levada a seu lugar por um<br />
anjo. Ela ouviu que eu a chamava de bem longe, à distância.<br />
229 Amigos, há uma cidade além do rio, em algum lugar no mais além. Talvez a<br />
milhões de anos luz de distância, porém está ali... e nós nos dirigimos para este lugar.<br />
RECORDA <strong>DE</strong> PEQUENAS COISINHAS EM SUAS ÚLTIMAS HORAS<br />
230 Ele me descreveu quão formoso era aquele lugar. Me disse: “Amor, tu tens<br />
pregado acerca dele, tens falado dele, porém tu não podes imaginar quão maravilhoso<br />
é.” Ela desejava voltar para aquele lugar. Se deteve por um momento e me disse: “Há<br />
duas ou três coisas que quero que saibas”. Lhe perguntei: “Que é?”<br />
231 “Recordas, Bill”, - começou ela - “de uma vez que tu foste comprar um par de<br />
meias para mim?” (Recordo dessa ocasião. Ela estava se vestindo para ir comigo a<br />
um culto em Fort Wayne e necessitava de um par de meias).<br />
232 Me pediu que comprasse um par tamanho único de rayón ou chiffón. Eu nunca<br />
havia podido recordar nada que tivesse haver com roupa de mulher, então fui rua<br />
abaixo repetindo dentro de mim: “Chiffón, chiffón”. Alguém me cumprimentou, eu lhe<br />
respondi: “Olá, chiffón, chiffón”.<br />
233 Então me encontrei com um amigo mais adiante, e começou a me dizer quão<br />
boa estava a pesca, me pus a falar com ele e me esqueci a classe de meias que ia<br />
comprar. Eu ia comprá-las em Penney’s; então recordei que ali trabalhava uma moça<br />
que eu conhecia, e sabia que ela podia me ajudar, se lhe contasse minha situação.<br />
234 Me apressei ao lugar... (o nome dela era Therma Ford, agora é vizinha minha).<br />
Lhe disse: “Therma, quero comprar um par de meias soquete para Hope”. Ela riu em<br />
minha cara. “Estás enganado, Billy, Hope não usa soquetes, ela usa meias para<br />
senhoras.” Lhe disse: “Pois então, dá-me um par.”
235 Ela me perguntou: “Que tipo de meias ela quer?” Então lhe perguntei: “Que tipo<br />
tens?” - esperando que ela mencionasse a classe de meias que eu procurava, porém<br />
que havia esquecido - ela disse: “Rayón, chiffón, etc.” Infelizmente mencionou<br />
primeiro o que não era, mas como me pareceu ao que Hope havia me dito, lhe disse:<br />
“É esse mesmo.”<br />
236 “Tu queres dizer que Hope quer meias rayón?” Me perguntou ela. “Isso foi o<br />
que ela me disse”, lhe respondi. Então ela as embrulhou. Quando fui pagá-las<br />
encontrei que custavam apenas 39 centavos, então comprei outro par.<br />
237 Quando cheguei em casa para entregar-lhe as meias, comecei a gracejar com<br />
ela, (Vocês sabem como o homem da casa gosta de mostrar-se como um bom<br />
comprador). Lhe disse que desta vez havia sido eu que havia encontrado algo<br />
especial, então lhe dei as meias.<br />
238 Ela não me disse nada, porém notei que não estava muito satisfeita. Então<br />
quando chegamos a Ford Wayne notei que voltou a comprar outras meias ali. Ela era<br />
suficiente dama para não me dizer que havia cometido um êrro naquele instante.<br />
Porém pensava nessas pequenas coisinhas na hora de sua partida.<br />
ECONOMIZAVA DINHEIRO PARA COMPRAR <strong>UM</strong> RIFLE PARA SEU ESPOSO<br />
239 Sua vida ia decaindo, porém ela continuava, “Te recordas do rifle que tu<br />
querias comprar em Louisville e não tinhas com que comprá-lo?” Quão bem me<br />
recordo disso... sempre tenho sido um caçador e quando vi aquele rifle em particular,<br />
pensei, quanto me agradaria possuir aquele rifle.<br />
240 “Sim” - eu cuidava para que ela não visse minhas lágrimas. - Continuou ela<br />
dizendo: “Eu tenho estado economizando todos os meus centavinhos para comprá-lo<br />
para você. Eu já estou quase me indo, mas quando chegares em casa encontrarás o<br />
dinheiro debaixo de um papel na parte de cima do armário.”<br />
241 Você nunca poderá imaginar como eu me senti quando encontrei aqueles seis<br />
ou sete dólares. Ela os havia estado economizando para comprar para mim aquele<br />
rifle. O comprei e ainda o tenho, e o terei enquanto puder, e depois o darei a meu<br />
pequenino.<br />
SUAS ÚLTIMAS PALAVRAS<br />
242 Recordo que foi nesta ocasião que ela me disse que não ficasse solteiro, que<br />
procurasse uma boa moça cristã cheia do Espírito de Deus para que cuidasse dos<br />
meninos. Eu não queria prometer-lhe isso, porém finalmente o fiz para agradá-la.<br />
Minutos depois me disse debilmente: “Bom, Bill, já me vou para o outro lado.”<br />
243 “Não fales assim”, lhe roguei.<br />
244 “Não me preocupa ir”, me disse, “depois de haver visto quão maravilhoso é”.<br />
245 “Te vais agora deveras, querida?” Lhe perguntei com lágrimas em meus olhos.<br />
246 “Sim, me vou”, ela me disse, “me prometes pregar este precioso Evangelho<br />
sempre?” Lhe prometi.<br />
247 Me disse: “Bill, Deus vai te usar.” (Ditoso coração...as vezes penso se Deus a<br />
deixará olhar sobre nós enquanto vamos de um lugar a outro cumprindo nosso<br />
ministério, tratando de obedecer o chamado que ela sentiu que Deus enviaria).<br />
248 Ela continuou falando: “Tu tens sido um bom esposo.” Perto de nós estava de<br />
pé a enfermeira e ela lhe disse: “Gostaria que tu tivesses tão bom esposo como tenho<br />
tido eu.” Isso quase destroçou meu coração, porém sabia que tinha que conter-me por<br />
ela.
249 Tratei de sorrir e lhe disse: “Querida, se te fores, te enterrarei ali em Walnut<br />
Ridge até que Jesus venha. E se eu também dormir antes desse tempo, certamente<br />
estarei a teu lado.” Lhe disse: “Se não, estarei no campo de batalha em algum lugar.”<br />
250 Enquanto seus suaves olhos castanhos iam se apagando, continuei dizendo:<br />
“Quando chegares ali na nova Jerusalém...procure na parte leste do portão e comece<br />
a chamar meu nome...Quando vires a Abraão, Isaque, e Jacó, Paulo, Estevão e os<br />
demais subirem ali, querida, eu estarei ali. “Ela fez com que eu me abaixasse e se<br />
despediu de mim dando-me um beijo...Então se foi para estar com o Senhor.<br />
251 Aqui estou...batalhando ainda, trabalhando, fazendo tudo para cumprir essa<br />
promessa.<br />
AVISAM QUE SUA MENINA ESTÁ MORRENDO<br />
252 Depois que ela partiu, fui para casa para ver como estavam os meninos.<br />
Desesperadamente procurava tranqüilidade mental. Fui para casa de minha mãe...fui<br />
para nossa casa, a casa de Hope e minha. Nada me satisfazia. Não podia descansar.<br />
Muitos de vocês sabem o que eu quero dizer.<br />
253 Naquela noite fui para cama e tratei de dormir. Alguém bateu na porta. Pensei:<br />
“Quem poderá ser agora...?” Uma voz chamou e disse: “Billy, tua pequena está<br />
morrendo.”<br />
254 Nunca poderei esquecer aquela noite que me deram a notícia. Eu disse: “Oh,<br />
Senhor, que é isto?” Como se não fosse suficiente a morte de minha esposa naquele<br />
dia, este amigo vem com a notícia de que minha pequena está morrendo. Quando<br />
entramos em sua caminhoneta para ir ver a pequenina, pensei que a vida já estava<br />
por terminar. Como era possível que essas coisas sucedessem?<br />
255 Quando chegamos, a encontramos bem grave, quase morrendo. O Dr. Sam<br />
Adair, a havia examinado. Ele disse que já não sabia o que fazer por ela, porém de<br />
todas as formas fomos com ela para o hospital. Ali também um especialista disse que<br />
havia muito pouca esperança. Me levaram ao laboratório do hospital e ali me<br />
mostraram o germe que haviam tirado de sua espinha dorsal.<br />
256 Ela tinha meningite espinhal que havia contraído de sua mãe. Não havia<br />
oportunidade alguma de que ela pudesse melhorar. Ela sem dúvida morreria muito<br />
logo. Não posso expressar com meus lábios como aquilo destroçou meu coração.<br />
Tudo ia mal e além do mais isto estava sucedendo. Isto nos leva a pensar que você<br />
nunca sabe o que lhe espera no futuro.<br />
257 Logo fui ao sótão para ver minha pequenina; porquanto ali eles põem os casos<br />
de isolamento. Ali a vi deitadinha. Cada vez que penso nisto, meu coração aflige<br />
dentro de mim. Era verão e o pessoal estava tão atarefado, que eu sabia que não<br />
estavam lhe dando a atenção devida. Ao entrar no quarto a olhei e ela também tratou<br />
de olhar-me.<br />
258 Já era suficientemente crescida para estar gordinha e brincalhona. A<br />
pobrezinha não havia podido se recuperar do espasmo que lhe causou a meningite.<br />
Estava em uma condição horrível. Oh, que cena tão triste!<br />
259 Me ajoelhei perto da cama e comecei a orar. Eu gritava: “Senhor, por favor, não<br />
leves minha neném.” Eu sabia que havia cometido um êrro ao não haver deixado tudo<br />
de um lado para dedicar-me por completo à obra evangelística. Eu creio que então o<br />
dom estava pronto para ser manifesto, porém eu havia sido negligente em ir.<br />
260 Me joguei no piso e comecei a orar e a clamar pedindo a Deus que salvasse<br />
sua vida. Parecia como se um cortina negra estivesse pendurada no meio, e ela se<br />
submergia. Me levantei, a olhei e lhe disse: “Sharon, não conheces o papai?” Creio
que ela sabia que eu estava ali. Parecia que tratava de mover sua pequena mão e<br />
seus lábios tremiam como se quisesse chorar...Foi trágico. Sua agonia foi tanta que<br />
seus olhinhos se cruzaram. Oh, cada vez que vejo um menino zarolho me recordo<br />
daquela ocasião, quando os olhos de minha menina se cruzaram de tão profundo<br />
sofrimento. Vocês que têm meninos, imaginam como eu me sentia.<br />
MÃE E FILHA ENTERRADAS JUNTAS<br />
261 Orei e pus minhas mãos sobre ela. Porém os anjos vieram nuns momentos<br />
depois e levaram a pequena para estar com sua mãe. Eu regressei à casa solitário e<br />
preocupado. Dois dias depois a enterramos nos braços de sua mãe.<br />
262 Recordo de mim de pé junto à tumba com meu coração destroçado. O Irmão<br />
Smith, ministro da Igreja Metodista da cidade, pregou um sermão para ambas. Oh!<br />
Como me sentia! Foi algo muito forte de suportar. De algum modo ao ver as folhas das<br />
árvores se moverem, me veio à memória aquele velho hino:<br />
“Há uma terra além do rio,<br />
que chamamos doce e eterna.<br />
Que somente alcançaremos pela fé.<br />
Um a um de entrar havemos,<br />
Neste Lar de bem supremo,<br />
Quando o Salvador chamar a mim e a ti.<br />
263 Eu sei que algum dia a tumba terá que se abrir, porque em Jerusalém há uma<br />
tumba vazia. Sei que a sua tumba também haverá de se abrir, porque elas creram em<br />
Jesus Cristo, seu Redentor ressuscitado.<br />
264 Regressei para casa e comecei a trabalhar, tratando de fazer tudo que estava<br />
em meu alcance para pagar todas as minhas grandes dívidas que tinha. Recordo de<br />
uma manhã quando lia um aviso num posto da rodovia 150, perto de New Albany. Eu<br />
cantava dentro de mim: “No monte calvário estava uma cruz, emblema de afronta e<br />
dor.” O sol brilhava muito mais naquela manhã, e o poste formava uma sombra sobre<br />
uma colina frente a mim, foi em tal ângulo que a sombra que projetava sobre a colina<br />
estava formando uma cruz.<br />
265 Ali estava a cruz novamente!<br />
<strong>DE</strong>SALENTO E <strong>DE</strong>SESPERO PELA MORTE DOS SEUS SERES QUERIDOS<br />
266 Eu queria ir e estar com minha família. A vida não tinha nada a me oferecer.<br />
Tudo para o qual eu vivia estava no outro mundo, sem eles, meu destroçado coração<br />
não podia encontrar coragem suficiente para continuar lutando...Porém creio que foi a<br />
vontade de Deus que o dom se mantivesse...Ele tinha um plano, o qual haveria de<br />
levar a cabo. Eu estou seguro de que todas estas tragédias e profunda dor pela qual<br />
tive que passar, foi com o propósito de me trazer ao lugar onde Ele pudesse me usar,<br />
Deus sabe melhor o que convém.<br />
267 Desci do poste, estava todo suado. Tirei as esporas, deixei de trabalhar e fui<br />
para casa. Entrei em casa e desesperadamente tratava de buscar algo que minorasse<br />
a dor que embargava minha alma. Porém nada parecia aliviar minha dor e meu<br />
sofrimento. Que poderia remediar uma casa vazia...? Tudo em casa estava tal como<br />
ela havia deixado. Tudo quanto olhava me fazia recordá-la.<br />
268 Enquanto caminhava pela casa com esta ferida sangrando no profundo de meu<br />
ser, de repente pus minha vista numa carta que havia chegado. Em cima li as<br />
seguintes palavras:<br />
Srta. Sharon Rose Branham
269 Meu coração voltou a estremecer novamente. Era uma carta do Banco com um<br />
cheque dentro que lhe haviam devolvido, creio que chegava a soma de $1,80.<br />
270 Oh! Comecei a chorar como um menino jogado no piso. Estava tão deprimido;<br />
tudo parecia tão difícil de sobrelevar. Ali de joelhos lhe disse: “Senhor, se Tu não me<br />
ajudares, não sei o que farei!”<br />
CAI N<strong>UM</strong> PROFUNDO SONO...SONHO DO CÉU<br />
271 De repente caí num profundo sono...(o qual foi um grato alívio). Enquanto<br />
dormia, sonhei que estava no oeste (eu sempre tenho amado o Oeste); caminhava por<br />
aquele lugar com um par de botas e um chapéu muito grande, típico do Oeste.<br />
272 Passei pelo lado de um desses vagões cobertos; tinha uma roda quebrada, e<br />
eu estava assobiando o hino, “A Roda do Vagão está Quebrada.” Me assustei ao ver<br />
uma moça de uns 17 a 18 anos. Parecia um anjo de pé ali vestido de branco, o vento<br />
movia seus cabelos ruivos e os seus belos olhos azuis brilhando.<br />
273 Lhe disse: “Bom dia, senhorita”, e segui caminhando; porém ela disse:<br />
274 “Olá papai.”<br />
275 Lhe disse: “Perdoe-me, porém não entendo. Como posso eu ser seu pai?<br />
Como, se somos da mesma idade? Você está enganada.”<br />
276 “Papai, o que sucede é que tu não sabes onde estás”, respondeu ela. “Embaixo<br />
na terra, eu era tua pequena Sharon.”<br />
277 Lhe disse: “Tu não és ela.”<br />
278 Ela me disse: “Sim, ali na terra eu era tua pequena Sharon.”<br />
279 “Porém tu eras uma menininha”, lhe disse.<br />
280 Então ela me trouxe à memória: “Papai, não te recordas de teu ensinamento<br />
quanto à imortalidade?”<br />
281 Lhe disse: “Seguro que sim, me recordo do que tenho ensinado acerca disso.<br />
Então...é por isso que tu estás aqui?”<br />
282 “Papai, onde está Billy Paul?”, me perguntou (esse é o menininho). Lhe disse<br />
que havia estado comigo a uns poucos momentos.<br />
283 Me disse: “Mamãe está te buscando, papai; eu vou ficar aqui e esperar até que<br />
Billy Paul venha.”<br />
284 “Onde está mamãe?”, lhe perguntei.<br />
285 “Olha para a tua direita”, me disse. Olhei ao redor à minha direita. Oh, pareciam<br />
como que flechas de uma luz gloriosa alumiando sobre a montanha! Formosas<br />
mansões entre lombadas verdes, flores, árvores. Não há linguagem que seja capaz de<br />
descrever o que estava vendo!<br />
286 Sharon estava me apontando uma daquelas mansões, e me disse que fosse<br />
ali, que aquele era meu lar e que mamãe me esperava ali. “Minha casa?” Perguntei<br />
assombrado. “Como pode ser? Nunca tenho tido casa.”<br />
287 “Está bem, papai, agora tens uma. Vá lá agora, que eu esperarei a meu irmão.”<br />
SE ENCONTRA NOVAMENTE COM SUA ESPOSA<br />
288 Comecei a subir por um pequeno caminho que conduzia à mansão; quando<br />
cheguei a este formoso lugar, vi a minha esposa que saiu a me receber belamente<br />
vestida de branco, seus belos cabelos negros lhe caíam sobre seus ombros. Eu não<br />
posso expressar com palavras o que sentí ao vê-la novamente.<br />
289 Lhe disse que me explicasse tudo aquilo. Não podia entender como podia ser<br />
isto. Conversamos como sempre fazíamos, lhe dizia como nossa pequena menina já
havia chegado a ser uma jovem formosa, ela estava de acôrdo. Porém eu não podia<br />
entender.<br />
290 Ela me disse: “Sei que não podes entender isto, as coisas terrenas não são<br />
como estas aqui. Este é o Paraíso.”<br />
291 “Porém é que não posso entender isto quanto a estas mansões. É tua?”<br />
292 “Sim, é nossa morada eterna.”<br />
293 “Não posso entender como é que eu tenha o privilégio de estar num lugar como<br />
este.”<br />
294 Então ela em voz suave me falou: “Depois de todos teus trabalhos e cansaços<br />
pelos quais tiveste que passar na terra, agora tens vindo a teu lar descansar. Porque<br />
não te assentas?”<br />
295 Dei a volta para me assentar e ali havia uma cadeira bem grande para<br />
mim...uma cadeira Morris...olhei a cadeira e então olhei a Hope. Ela sorriu e me disse:<br />
“Sei o que pensas.”<br />
296 Vou lhe dizer o que pensava. Quando nos casamos, não tínhamos móveis,<br />
quase não tínhamos nada em nosso pequeno lar...Só uma cama dobradiça um pouco<br />
velha por certo e nos havia sido dada como presente. Um fogão que eu havia pago<br />
$1,25 por ele e tive que comprar duas grades para trocar as que tinha. Um tapete de<br />
linóleo no quarto da frente...porém desfrutamos disso e éramos felizes nele, porque<br />
tínhamos verdadeiro amor.<br />
297 Algo que sempre havia desejado ter era uma cadeira Morris. Eu trabalhava<br />
duro todo o dia e à noite pregava, chegava em casa tarde da noite e por isto desejava<br />
ter uma dessas cadeiras para descansar quando chegasse do serviço.<br />
298 Um dia decidimos que podíamos comprar uma, então fomos à cidade, do outro<br />
lado do rio e vimos algumas. A que compramos era de cor verde...Nunca a poderei<br />
esquecer. Me custou uns quinze dólares. Tive que dar três dólares de entrada e um<br />
semanal.<br />
299 Bem, estive pagando bem até que já havíamos dado uns dez dólares, logo me<br />
vi um pouco apertado e não pude seguir pagando. Vocês sabem como a gente se<br />
sente quando não pode cumprir com os compromissos, não podendo terminar com a<br />
dívida que havia começado.<br />
300 Um dia disse a ela: “Querida, vai ter que chamá-los e lhe dizer para virem<br />
buscar a cadeira, porque temos atrasado já umas duas ou três vezes, e já têm nos<br />
enviado um aviso, e eu não posso fazer outro pagamento agora. Tu saber que temos<br />
outras dívidas a pagar, assim sendo, temos que entregá-la.”<br />
301 Ela me disse: “Eu não quero fazer isto.” Então a tivemos dois ou três dias mais.<br />
Recordo que uma noite cheguei em casa, vinha do trabalho, e a cadeira havia sido<br />
levada. Ela me amava tanto, que me fez um pastel de morangos tratando de fazer<br />
com que eu não notasse o que havia sucedido. Ela fez tudo o que pôde para aliviar<br />
meus sentimentos. Me recordo quando fui ao quarto me assentar para descansar e a<br />
cadeira não estava ali, passamos um momento chorando juntos. Ela era tão dócil.<br />
302 Então, de pé ali em meu sonho, ela me disse: “Eu creio que tu recordas de tudo<br />
que sucedeu com a cadeira...Bem, esta não vão tirar de você...já está paga. Assentate<br />
e descansa.” Oh, quão feliz me sentia!<br />
303 Sem dúvida alguma, Deus me deu suficiente força para seguir adiante. Eu<br />
pregava e trabalhei em diferentes trabalhos, finalmente cheguei a ser um guarda<br />
florestal em Indiana. O mesmo trabalho que tinha quando o dom veio a mim no ano de<br />
1946.
304 Deus me tem abençoado grande e preciosamente, pelo que humildemente lhe<br />
dou graças. Por alguns anos tive que ser pai e mãe a meu pequenino, o qual ela me<br />
havia deixado. Mais tarde o Senhor me deu uma humilde esposa e agora temos uma<br />
menina.<br />
CAPÍTULO VIII<br />
NOTÁVEL INCI<strong>DE</strong>NTE PRECE<strong>DE</strong>NDO A VISITA DO ANJO<br />
305 O tempo havia se aproximado quando Deus haveria de revelar-se<br />
pessoalmente ao Irmão Branham, em tal forma que não só afetaria seu ministério,<br />
mas teria um efeito profundo no mundo cristão.<br />
306 Seria um sinal do qual muitos falariam mal, mas para outras centenas de<br />
milhares, seria motivo de regozijo e ações de graças a Deus, e a outros seria de<br />
inspiração, que causaria um crescimento de cem por cento em seus ministérios.<br />
307 Já temos notado um número de coisas que precederam a visitação do anjo a<br />
William Branham, e ainda nos restam outras que serão de singular interesse apontar,<br />
mesmo quando o tempo só nos permitirá mencionar umas poucas mais.<br />
308 Um destes incidentes foi tão fora do comum, que uma vez que o Irmão<br />
Branham tem feito menção dele em algumas ocasiões, tomaremos nota do mesmo<br />
nesta ocasião.<br />
309 Tem sido um fato bastante notável as narrações bíblicas, que enquanto líderes<br />
religiosos têm sido sumamente lentos em reconhecer a uma pessoa que tem sido<br />
especialmente comissionada de Deus (e na maior parte têm falhado em reconhecêla),<br />
por outro lado demônios têm reconhecido sem nenhuma demora aos tais.<br />
310 No primeiro milagre que teve lugar no ministério do Senhor Jesus, de acôrdo<br />
com o Evangelho de Marcos, teve que ver com um testemunho muito estranho, o qual<br />
proveio de um espírito imundo.<br />
311 Jesus havia regressado à cidade de Nazaré a pregar o evangelho aos de sua<br />
cidade natal. Longe esteve daquela gente reconhecer quem era Aquele notável<br />
personagem que passava no meio deles, pelo contrário se sentiram ressentidos por<br />
sua aparente mudança de oficio, de carpinteiro a profeta.<br />
312 Esta gente não o pôde reconhecer. Mas no entanto um demônio que possuía a<br />
um que estava em sua sinagoga, ao ver a Jesus clamou em grande voz ao entrar em<br />
Sua presença: “Ah, que tens a ver conosco, Jesus Nazareno? Tens vindo nos<br />
destruir? Sei quem és, o Santo de Deus.”<br />
313 De igual maneira clamou o maníaco de Gadara quando se aproximava a Jesus:<br />
“Que tens a ver comigo, Jesus Filho do Deus Altíssimo?”<br />
314 Também Paulo, quando começava seu trabalho missionário na Europa, na<br />
cidade de Filipos, em vez de receber boas-vindas como profeta, foi tomado por mãos<br />
ásperas a lançado dentro de uma prisão. Porém um espírito imundo numa mulher<br />
daquela cidade, não tardou a reconhecer quem era Paulo e Silas, e a grande voz<br />
clamou dizendo: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e anunciam o caminho<br />
da salvação.”<br />
315 Então não seria nenhuma surpresa que o dom que havia sido predestinado ao<br />
Irmão Branham, fosse reconhecido por espíritos de adivinhação, mesmo quando o<br />
Irmão Branham não havia reconhecido completamente o propósito deste dom.<br />
316 Numa outra ocasião, enquanto ele passava por uma astróloga, a mulher ao verlhe<br />
fez sinal para que ele fosse onde estava ela, pois desejava dizer-lhe algo. Quando<br />
ele se aproximou, não sabendo de que se tratava, ela lhe disse: “Ouça, sabia que<br />
você nasceu sob um sinal e que tem um dom de Deus?”
317 Outras experiências semelhantes lhe aconteceram e por um tempo lhe<br />
preocuparam, porém mais tarde ele entendeu. Nem Cristo, nem Paulo aceitou e tão<br />
pouco deu algum valor ao testemunho de demônios, mas ao contrário, lhes ordenou<br />
que calassem. Assim também o Irmão Branham, não apóia nenhuma classe da<br />
pseudo-ciência astróloga ou nenhuma classe de adivinhação, mesmo quando em<br />
muitos casos seus testemunhos confirmam o dom de Deus. O Senhor tem muitos<br />
meios de vindicar substancialmente a seus servos sem ter que se valer da evidência<br />
dada por demônios. E por certo, a Bíblia claramente denuncia o fato de que os filhos<br />
de Deus consultem tais fontes (Isaías 47:13-14).<br />
318 Depois de sua conversão, o Irmão Branham veio a ser um ministro Batista, foi<br />
ordenado pelo Dr. Roy Davis de Jeffersonville, Indiana, a ali entrou ao ministério ativo.<br />
Ao finalizar umas gloriosas reuniões sob uma tenda, ele estava batizando um grupo<br />
de conversos no rio Ohio, diante de uma grande multidão que havia se reunido às<br />
margens do rio Ohio para presenciar este ato batismal. Eram uns 130 conversos que<br />
iam ser batizados num dia muito quente de Junho.<br />
319 Quando o Irmão Branham já estava pra batizar o converso número 17, ele<br />
ouviu uma voz quieta e aprazível que lhe disse: “Olhe para cima.” Três vezes se<br />
repetiram estas palavras. Ele olhou para cima e notou que do céu se aproximava uma<br />
estrela muito brilhante. Por certo, esta estrela não tinha cinco pontas, mas era como<br />
que uma bola de fogo.<br />
320 Passados uns segundos a multidão olhou para o céu e pôde também ver a esta<br />
bola de fogo que se aproximava sobre a cabeça do Irmão Branham.<br />
321 Na multidão, uns gritavam, outros correram aterrorizados, e outros caíram de<br />
joelhos pedindo misericórdia a Deus, outros desmaiaram. Daquela coluna de fogo saiu<br />
uma voz que disse: “Assim como João Batista foi enviado para preparar minha<br />
primeira vinda, de igual maneira tu tens sido enviado a preparar minha segunda<br />
vinda.”<br />
322 Em outra ocasião o Irmão Branham estava numa grande cidade para celebrar<br />
três noites de reuniões. O primeiro que veio á frente para a oração foi um menino<br />
pequeno que havia sido afetado pela grave enfermidade de paralisia infantil. De<br />
repente o Irmão Branham se sentiu focalizado por uma luz brilhante. Surpreendido<br />
pela grosseria de quem focalizava o refletor sobre ele, abriu os olhos, e eis que uma<br />
enorme estrela resplandecia frente a ele. Recordando este incidente, ele diz:<br />
323 “Eu soltei o menino, ou ele saltou de minhas mãos...não sabia o que havia<br />
sucedido, pois me senti como se todos os nervos de meu corpo houvessem sido<br />
paralisados. Quando o menino caiu no chão, seus pés se normalizaram e pela<br />
primeira vez em sua vida, caminhou descendo da plataforma. Muitas outras coisas<br />
notáveis sucederam naquela noite e muitos entregaram seu coração ao Senhor.”<br />
324 Coisas semelhantes ocorreriam com freqüência na vida do Irmão Branham. Por<br />
algum tempo ele falhou em obedecer a voz e o chamado de Deus, de ir adiante neste<br />
ministério de libertação. Então foi quando chegou o período negro de sua vida, o qual<br />
já se relatou em capítulos anteriores. Quando perdeu sua esposa e sua filha, uma dor<br />
após outra.<br />
325 Por fim chegou ao lugar onde propôs render seu coração por completo e<br />
dedicar toda sua vida ao serviço de Deus, para fazer tudo quanto Seu Senhor lhe<br />
mandasse.<br />
326 Foi então quando teve a visita mais sobrenatural que ele recebeu em sua vida.<br />
Quando o Anjo em pessoa haveria de visitá-lo para lhe dar uma solene comissão do
alto Deus. A história desta experiência tão tremenda será narrada no capítulo seguinte<br />
pelo próprio Irmão Branham.<br />
CAPÍTULO IX<br />
<strong>UM</strong> ANJO DA PRESENÇA DO SENHOR<br />
327 A notável visita recebida pelo Irmão Branham deste ser angelical, tem causado<br />
não pouco assombro entre o povo do Senhor como entre os inconversos.<br />
328 Enquanto alguns rejeitam o ministério do sobrenatural, como o fizeram no<br />
tempo do Senhor Jesus, a grande maioria dos que assistem às reuniões do Irmão<br />
Branham está completamente convencida desta visita angelical.<br />
329 Deus tem tido por bem revelar-se de diversas maneiras e muitas vezes o modo<br />
pelo qual o tem feito a seus servos tem sido raro por demais ante o olho humano. Este<br />
tem sido o caso daqueles a quem Deus tem chamado com algum propósito especial.<br />
330 A Moisés, Libertador de Israel, lhe apareceu na sarça ardente. Ao povo de<br />
Israel se manifestou na Coluna de fogo à noite e na nuvem de dia.<br />
331 Samuel lhe ouviu como uma voz lhe chamando de noite.<br />
332 E Elias foi uma pequena voz aprazível.<br />
333 A Abraão Ele apareceu numa Teofania ou em carne humana, e a Paulo<br />
apareceu na Glória de Sua Ressurreição como também o havia visto João o amado.<br />
334 Talvez a mais estranha visitação sobrenatural em tempos bíblicos haja sido por<br />
meio da visita de anjos. Abraão recebeu a visita de um anjo, Moisés, Josué, Gideão,<br />
Davi, os profetas, Zacarias, Maria, os pastores, os apóstolos e outros.<br />
335 Em muitos casos a visitação sobrenatural não era meramente uma visão, mas<br />
a presença real de um ser angelical. Portanto, a aparição deste Anjo ao Irmão<br />
Branham não está sem evidência bíblica.<br />
336 É um fato muito certo que a ministração de seres angelicais a mortais está<br />
perfeitamente sustentada pelas Sagradas Escrituras. Tem sido reconhecido que os<br />
dons do Espírito têm sido até certo ponto restaurados à igreja. Porém, e o dom do<br />
discernimento de espíritos? Muitos têm crido que este dom só inclui a detectação de<br />
espíritos maus, devemos recordar que há mais espíritos bons que mau. E acerca dos<br />
anjos? Em que reino ministram eles? A resposta encontramos em Hebreus 1:14: “Não<br />
são todos espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que serão<br />
herdeiros da salvação?”<br />
ANJOS MINISTRAM AO POVO DO SENHOR<br />
337 Ainda quando não podemos ver anjos com nossos olhos naturais, sabemos<br />
pelas Escrituras que eles acompanham aos filhos de Deus em todo tempo. Se<br />
chegássemos a entender que ao nosso redor estão estes personagens celestiais, os<br />
quais velam nossa conduta e talvez nossos pensamentos, não há dúvida que isto teria<br />
um efeito tremendo em nossas vidas. O Salmo 34:7 diz: “O anjo do Senhor acampa-se<br />
ao redor daqueles que o temem e os livra.” Poderíamos citar um grande número de<br />
Escrituras que têm a ver com o ministério terreno dos anjos, porém não seria<br />
necessário. Por que não vemos anjos mais a miúde?” Evidentemente necessitamos<br />
da operação deste dom antes mencionado para capacitar nossas mentes a fim de<br />
penetrar além do véu e poder assim perceber estes refinados seres celestiais.<br />
338 Eliseu tinha este dom e temos a oração que ele fez pedindo que os olhos de<br />
seu servo fossem abertos para que pudesse ver o exército do Senhor: “E orou Eliseu,<br />
e disse: Senhor, peço-te que abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos
do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor<br />
de Eliseu.” (II Reis 6:17)<br />
A MENSAGEM DO ANJO AO IRMÃO BRANHAM<br />
339 O anjo conversou com o Irmão Branham por espaço de meia hora. Temos<br />
chegado aos dias bíblicos novamente, e sem dúvida haverão mais e tais<br />
manifestações sobrenaturais à medida que passa o tempo.<br />
340 Concernente a tais manifestações há um ponto que é fundamental. Um Anjo do<br />
Senhor nunca revela nada, senão o que esteja em perfeita harmonia com a <strong>Palavra</strong> do<br />
Senhor. É certo que temos que pôr a <strong>Palavra</strong> do Senhor acima de qualquer revelação<br />
de anjos, pois Satanás muitas vezes tem aparecido como um anjo de luz. Porém um<br />
espírito falso é facilmente conhecido por uma pessoa de mente espiritual. Satanás á<br />
pai da mentira e do engano, é um mentiroso habitual, e ele não tarda em mostrar-se a<br />
si mesmo dizendo uma mentira, fazendo dizer algo que torce, deforma, nega, tira ou<br />
acrescenta à Escritura. Sua primeira conversa com Eva, envolveu uma mentira. Sem<br />
dúvida a visitação angelical ao Irmão Branham tem sido algo que tem ido levantando<br />
continuamente a onda de avivamentos através do mundo inteiro, a ainda não é o fim.<br />
341 Agora deixemos ao Irmão Branham que relate a história em suas próprias<br />
palavras, de como foi que ele teve o encontro com o anjo, como lhe falou, o que lhe<br />
disse em relação ao trabalho que Deus havia encarregado de fazer.<br />
342 “Devo dizer-lhe da visita do Anjo e do dom. Nunca poderei esquecer a data, 7<br />
de Maio de 1946, uma época muito bela ali em Indiana, onde eu todavia trabalhava de<br />
guarda florestal. Cheguei em casa para o almoço, e dei um volta pela casa enquanto<br />
tirava o revólver, quando chegou um amigo meu, muito querido, Prod Wiseman, irmão<br />
da pianista da igreja. Ele se aproximou de mim e pediu que fosse com ele a Madison<br />
aquela tarde. Lhe disse que era impossível porque tinha que fazer guarda; e enquanto<br />
caminhava ao redor da casa debaixo de uma árvore de ácer, me pareceu como se a<br />
copa da árvore estivesse se estremecendo fortemente. Foi como se algo houvesse<br />
descido pela árvore, como um vento rijo...eles correram para mim...Minha esposa<br />
correu para onde eu estava, assustada, e me perguntou o que havia acontecido.<br />
Tratei de repousar um momento, me assentei e lhe disse que depois de todos estes<br />
vinte anos de estar consciente desse raro sentir e da vida tão estranha que eu estava<br />
vivendo, que já havia chegado o tempo de averiguar o que significava tudo isto. A<br />
crise havia chegado. Disse adeus a ela e ao menino. Já não podia suportar mais.<br />
Tinha que investigar e chegar a conhecer o que era tudo aquilo que desde minha<br />
infância não se apartava de mim. Disse a ela que não regressasse dentro de alguns<br />
dias, que talvez não voltaria mais. Lhe disse que se não regressasse que pusesse<br />
outro homem em meu lugar.<br />
343 Naquela tarde fui a um lugar secreto orar e ler a Bíblia. Me aprofundei tanto em<br />
oração, que pareceu como se minha alma houvesse se desgarrado de mim. Chorei<br />
diante de Deus...pus meu rosto em terra...levantei meu clamor a Deus: “Senhor, se Tu<br />
me perdoas pelo meu mau comportamento, eu tratarei de fazê-lo melhor...me sinto tão<br />
arrependido Senhor, por haver sido tão negligente com o trabalho que Tu me<br />
mandaste fazer...fala-me de alguma forma, oh Senhor. Se Tu não me ajudares, não<br />
poderei seguir.”<br />
344 Então já a noite, como que as onze horas, já havia deixado de orar e estava<br />
assentado; quando notei uma luz ofuscante entrar no quarto, pensei que alguém se<br />
aproximasse com uma lanterna. Olhei pela janela, mas não vi a ninguém, quando<br />
olhei para trás aquela luz estava iluminando todo o piso do quarto e já se fazia maior.
345 Entendo que isto seja estranho para vocês, como o foi para mim também. À<br />
medida que a luz ia se espalhando, por certo me senti excitado e tratei de me levantar<br />
da cadeira apressadamente, porém quando olhei para cima, ali estava aquela grande<br />
estrela.<br />
346 Naturalmente não tinha cinco pontas ou cinco picos como uma estrela, mas<br />
parecia uma bola de fogo, ou uma luz alumiando sobre o piso. Depois comecei a ouvi<br />
a alguém que caminhava pelo quarto, me assustei novamente porque eu sabia que ali<br />
não havia ninguém senão eu.<br />
347 Vi quando daquela luz saíram os pés de um homem que se dirigia a mim. Sua<br />
aparência era a seguinte: falando em peso humano, era um homem como que de<br />
umas 200 libras, e estava vestido de branco. Tinha o rosto suave, não tinha barba,<br />
seus cabelos eram escuros, e lhe caíam sobre os ombros, sua tez era escura com um<br />
semblante bem agradável. Ao se aproximar de mim, seus olhos se encontraram com<br />
os meus. Vendo quão temeroso eu estava, ele começou a me falar.<br />
348 “Não temas, tenho sido enviado da presença do Deus Todo Poderoso, a dizerte<br />
que tua vida peculiar e teus comportamentos tão mal entendidos têm sido para<br />
indicar que Deus tem te enviado para que leves um dom de cura divina às pessoas do<br />
mundo. Se fores sincero, e conseguires fazer com que as pessoas creiam em ti, nada<br />
poderá fazer frente a tua oração, nem mesmo o câncer.”<br />
349 Não há palavras que poderiam expressar como me senti. Ele me disse muitas<br />
coisas mais que não posso lhes relatar aqui por falar de espaço. Me disse como eu<br />
poderia detectar as enfermidades por meio das vibrações em várias ocasiões. Ele tem<br />
me aparecido, talvez uma ou duas vezes dentro de um período de seis meses e tem<br />
falado comigo. Algumas vezes tem aparecido visível ante as pessoas. Não sei quem<br />
é. Só sei que ele é um mensageiro de Deus para mim.<br />
350 Então comecei a orar pelos enfermos. Eu não reclamo tomar o lugar de um<br />
doutor...eu sei que os doutores estão capacitados para assistir a natureza, porém eles<br />
são meramente homens...Deus é Todo Poderoso.<br />
351 As coisas que têm sucedido nestes meses são tão numerosas para poderem<br />
ser anotadas aqui, porém Deus tem confirmado as palavras do anjo uma ou outra vez.<br />
Surdos, mudos, cegos e toda classe de enfermidade tem sido curada e centenas de<br />
testemunhos registrados.<br />
352 Eu não tenho nenhum poder para fazer isto...sou um homem inútil enquanto<br />
não sinto Sua presença. Muitas pessoas que têm assistido a estas reuniões sabem<br />
que suas enfermidades e pecados têm sido revelados na plataforma.<br />
353 Amado leitor, por favor não entenda mal minha pobre maneira de tratar de<br />
comunicar-lhe isto. Só o digo para que você tenha um entendimento mais claro de<br />
como você pode se beneficiar do dom de Deus. Ele me disse que fosse sincero e<br />
conseguisse com que as pessoas cressem em mim, e isso é o que trato de fazer.”<br />
354 Deus sempre tem algo ou alguém através do qual operar, eu sou apenas um<br />
instrumento usado por Ele. Nenhum mortal pode tomar crédito por realizar um milagre,<br />
e eu sou apenas um mortal. Não sei quanto tempo mais me permitirá o Senhor fazer<br />
isto, porém por Sua graça espero servir-lhe da melhor maneira que puder, servindo a<br />
Seu povo enquanto Ele me permitir viver.<br />
355 Houve algumas outras coisas que o anjo disse ao Irmão Branham durante esta<br />
notável visita, algumas das quais ele tem vindo relatando de vez em quando em suas<br />
pregações. Uma delas tem a ver com os dois sinais que lhe foram dados. Como já tem<br />
sido mencionado, o primeiro sinal, não era para cura, haveria de ser um dom em sua<br />
mão esquerda; com este dom, e através do poder de Deus, ele haveria de discernir ou
detectar as enfermidades que as pessoas tivessem. Este sinal haveria de resultar no<br />
levantamento da fé em toda a congregação.<br />
356 Então lhe seria dado outro sinal, pois se o povo não cresse no primeiro, eles<br />
creriam no segundo. Isto nos faz pensar em Moisés a quem também lhe foram dados<br />
estes sinais. Caso o povo não cresse no primeiro, creria no segundo (Êxodo 4:1-8).<br />
357 Este segundo sinal, de acordo com o anjo, seria um dom que permitiria ao<br />
Irmão Branham discernir os pensamentos e intenções das pessoas. Algumas vezes a<br />
revelação viria acerca de algum incidente na vida da pessoa que só a pessoa sabia, e<br />
a revelação disto fortaleceria a fé da pessoa.<br />
358 Devemos acrescentar que nenhum pecado que esteja debaixo do sangue será<br />
revelado, porém o pecado escondido e sem confessar, seria trazido à luz por meio<br />
deste dom, fazendo assim com que a pessoa se arrependesse imediatamente.<br />
359 Temos observado cuidadosamente estes sinais, e podemos dizer com grande<br />
segurança que a manifestação destes sinais são tão perfeitas como jamais foi<br />
executado por mortal algum. O primeiro sinal lhe foi dado imediatamente depois da<br />
visitação. O segundo sinal tem sido manifestado recentemente no ministério.<br />
360 Em ligação com este sinal, o anjo fez a seguinte asseveração:<br />
361 “Os pensamentos do homem falam mais forte no céu do que suas palavras na<br />
terra.” Que solene admoestação e quão urgente se faz que nós sejamos<br />
absolutamente sinceros diante de Deus, e vivamos uma vida sóbria e honesta diante<br />
de Deus.<br />
362 Todavia resta algo mais que o anjo disse, e foi que o Senhor Jesus vem logo e<br />
que esta comissão era um dos sinais da proximidade de Sua vinda; que se o Irmão<br />
Branham fosse fiel e Seu chamado, os resultados chegariam a todo o mundo e<br />
comoveriam as nações.<br />
363 Finalmente o anjo lhe indicou que por meio destes sinais Deus estava<br />
chamando a Seu povo à unidade do Espírito, a que fossem de um mesmo pensar e<br />
sentir.<br />
CAPÍTULO X<br />
<strong>UM</strong>A FOTOGRAFIA SURPREEN<strong>DE</strong>NTE<br />
364 Depois de sua recuperação maravilhosa de uma condição nervosa muito<br />
crítica, o Irmão Branham voltou novamente ao campo evangelístico para umas<br />
campanhas breves, isto foi pelos fins de 1948. O que escreve , esteve presente em<br />
apenas alguns cultos, outros compromissos me impediram de me reunir de imediato<br />
com o grupo.<br />
365 Em Novembro de 1949, o Irmão Jack Moore e o que escreve recebemos um<br />
comunicado do Irmão Branham nos pedindo que se possível nos encarregássemos<br />
novamente da direção das campanhas, e também que fôssemos com ele e o Rev.<br />
Baxter em uma viagem evangelística a ultramar, a Escandinávia, na próxima<br />
primavera.<br />
366 Sucedeu na Providência de Deus que havíamos tido êxito em cumprir outras<br />
obrigações e depois orar e considerar a oferta, se o Senhor o permitia aceitaríamos<br />
seu chamado. De um ponto de vista pessoal temos considerado um grande privilégio<br />
trabalhar com o Rev. Branham.<br />
367 O Irmão Branham nos informou que só tinha uma reunião programada para<br />
essa ocasião, em Houston, Texas. Ele queria que fôssemos a Houston e depois nos<br />
encarregássemos de futuras campanhas. Como eu estava ocupado na tarefa de
preparar este livro para sua publicação, e precisava estar com ele esse tempo,<br />
consenti em ir a Houston.<br />
368 A reunião em Houston começou um pouco lenta. No entanto, antes de terminar,<br />
algumas coisas notáveis haviam acontecido. Se fez aparente que o ministério de<br />
nosso irmão, de alguma maneira havia se desenvolvido grandemente. Não só<br />
estavam os dons do Espírito, os quais se haviam manifestado previamente em seu<br />
ministério com aumentado poder, mas uma nova manifestação era evidente.<br />
369 No desenvolvimento deste novo dom, acontecimentos passados das pessoas<br />
que vinham na fila de oração eram revelados. Isto se manifestou de duas formas: Se<br />
aqueles que vinham para a cura eram devotos cristãos, lhes revelava acontecimentos<br />
passados em sua vida, os quais estimulavam tremendamente sua fé, de modo que em<br />
muitos casos a pessoa era curada sem uma palavra de oração. Em troca, aquelas<br />
pessoas que se aproximavam à fila de oração pelos enfermos sem buscar devida<br />
relação com Deus ou que estavam vivendo vidas licenciosas e haviam cometido<br />
pecados que não haviam sido confessados sinceramente diante de Deus, estas<br />
pessoas eram repreendidas na mesma plataforma pelo Espírito de Deus. Seus<br />
pecados eram revelados e o intento de seus corações era trazido à luz, e<br />
praticamente em cada caso a pessoa cheia de lágrimas fazia uma confissão, então a<br />
pessoa recebia sua cura, muitos eram curados instantaneamente.<br />
FOTOGRAFIA SUSPREEN<strong>DE</strong>NTE<br />
370 Algo muito surpreendente ocorreu em meio a campanha em Houston, que<br />
provou ser uma vindicação divina ao ministério do Irmão Branham. Certo ministro<br />
contrário que se opunha à cura divina denunciou as observações feitas pelo Rev.<br />
Bosworth (que falou em muitas reuniões durante o dia) e estabeleceu um desafio<br />
público através dos jornais para debater com o Rev. Bosworth sobre o tema da “A<br />
Cura Divina na Propiciação.” O Rev. Bosworth aceitou o desfio e os jornais de<br />
Houston deram bastante publicidade ao assunto.<br />
371 Na tarde fixada para o debate, era muito evidente que a simpatia da vasta<br />
audiência estava quase inteiramente com os evangelistas visitantes. Grande número<br />
de membros da própria denominação do ministro opositor se puseram de pé como<br />
testemunhas que criam em cura divina e de fato haviam sido curados. Este sentimento<br />
aumentou evidentemente durante o serviço.<br />
372 O ministro opositor havia contratado os serviços do Sr. James Ayers e do Sr.<br />
Ted Kipperman, fotógrafos profissionais que tirariam uma série de fotografias dele<br />
enquanto estivesse falando. Incidentalmente, o fotógrafo depois de tirar essas fotos,<br />
tirou uma do Irmão Branham quem falou brevemente antes de terminar a reunião.<br />
373 Quando o Sr. Ayres, um dos fotógrafos, foi nesta mesma tarde ao quarto<br />
escuro de seu estúdio, decidi revelar os negativos que havia exposto. Para sua<br />
surpresa cada um dos negativos estava em branco com exceção do que havia tirado<br />
do Irmão Branham. Sua surpresa se tornou um assombro quando notou que neste<br />
negativo imediatamente sobre a cabeça do Irmão Branham havia aparentemente um<br />
halo de luz sobrenatural. O Sr. Ayres chamou aos outros no estúdio para que vissem o<br />
negativo; porém quando o viram cada um ficou perplexo e nenhum deles podia<br />
explicar a presença do halo.<br />
374 Na manhã seguinte o fotógrafo comunicou ao Irmão Branham, informando-lhe<br />
do estranho fenômeno que havia ocorrido em relação à fotografia que havia tirado<br />
dele na noite anterior. O Irmão Branham então explicou ao Sr. Ayres que ele não
estava grandemente surpreendido quanto ao sucedido, porquanto antes haviam<br />
ocorrido coisas semelhantes em seu ministério por várias vezes.<br />
375 A fotografia tomada em Houston era sem dúvida a mais destacada e<br />
espetacular desta manifestação sobrenatural devido às circunstâncias raras sob as<br />
quais havia sido tomada dita fotografia.<br />
OS JORNAIS <strong>DE</strong> HOUSTON PUBLICAM A REUNIÃO<br />
376 Na mesma manhã que o fotógrafo trouxe as notícias do estranho fenômeno, o<br />
qual apareceu na fotografia, os jornais de Houston continham reportagens completas<br />
do culto em suas primeiras páginas, (naturalmente, a esta hora os jornais não sabiam<br />
nada da fotografia).<br />
377 É interessante notar que o Sr. Ayres, um dos fotógrafos do ministro opositor,<br />
havia feito ele mesmo observações cépticas, as quais foram incluídas nas reportagens<br />
dos jornais. O fato de que essa fotografia viesse deste homem dá mais valor à<br />
autenticidade da fotografia e ao mesmo tempo faz o assunto mais assombroso, se é<br />
que se necessita de mais evidência.<br />
378 Em continuação incluímos algumas reportagens grandemente condensadas<br />
das reuniões tal como apareceram nessa manhã nos jornais de Houston.<br />
DO HOUSTON CHRONICLE, 25 <strong>DE</strong> JANEIRO<br />
(CON<strong>DE</strong>NSADO)<br />
379 Deitados em catres sob o brilho das grandes luzes do coliseu Sam Houston, na<br />
Quarta-feira a noite, então os coxos, os enfermos, os achacosos, aqueles que<br />
naturalmente falando haviam perdido toda a esperança de serem curados. Ali estão<br />
deitados quietamente, enquanto o argumento teológico qual um torvelinho girava ao<br />
redor e sobre eles.<br />
Porque eram eles quem, segundo o Rev. Bosworth, um evangelista de fora, podiam<br />
ser curados de suas enfermidades pelo poder curador que fluía através do Rev.<br />
Branham um companheiro do Rev. Bosworth.<br />
Porém o Rev. W. E. Best, pastor do Tabernáculo Batista de Houston, afirmou que as<br />
curas milagrosas haviam terminado quando os apóstolos morreram. E desafiou ao<br />
Rev. Bosworth para que provasse o contrário.<br />
O Rev. Bosworth, entre exclamações e gritos de “amém” de uma audiência de<br />
umas 8000 pessoas, citou numerosas passagens em diferentes fontes, que ele disse,<br />
provavam que Cristo morreu não somente pelos pecados do homem mas também<br />
pelas enfermidades físicas. Uma e outra vez ele citou a passagem bíblica: “Cristo<br />
levou nossas fraquezas e carregou nossas enfermidades.” Cada vez que o repetia as<br />
pessoas davam gritos e leves sorrisos se viam nos rostos daqueles que estavam<br />
deitados em catres.<br />
A audiência podia ouvir o empolgante discurso do Rev. Best, porém eles não estavam<br />
de acordo com nada do que ouviam. Não lhes agradou quando ele disse: “Eu nego<br />
que algum homem que viva na atualidade tenha o poder e o dom de curar como os<br />
apóstolos fizeram.”<br />
DA IMPRENSA <strong>DE</strong> HOUSTON, 25 <strong>DE</strong> JANEIRO <strong>DE</strong> 1950<br />
AUDIÊNCIA PÚBLICA<br />
380 “O Rev. Raymond T. Richey pediu à audiência para ouvir atentamente a cada<br />
orador. “Quando vocês estiverem de acordo com o orador, digam ‘amém’ e quando<br />
não estiverem de acordo digam ‘não’.”
Por cerca de quatro horas o coliseu retumbava com ‘amém’ e ‘não’.<br />
Quando o Rev. Best fazia uma pausa o Rev. Bosworth agarrava o microfone e<br />
dramaticamente pedia aos que haviam sido curados por fé, que se pusessem de pé.<br />
CENTENAS SE PÕEM <strong>DE</strong> PÉ<br />
381 Cada vez centenas de levantavam. “Quantos de vocês são Batistas?” gritou o<br />
Rev. Bosworth. Pelo menos cem se levantaram. “Nenhum homem tem poder de<br />
curar”, declarou o Rev. Best.<br />
Para a Sra. W. E. Wilbanks, da Rua Teetshorn nº 712, o Rev. Best estava forçando<br />
argumentos junto ao pequeno evangelista de cabelos negros que tem estado<br />
pregando todas as noites à multidões de 5000.<br />
ELA É BATISTA<br />
382 “Sou Batista”, disse a Sra. Wilbanks. “O Irmão Branham não reclama ter poder<br />
para curar. É simplesmente a fé e o Espírito de Deus trabalhando através dele que<br />
cura a pessoa. O Rev. Best está pervertendo a sentimento dos Batistas ao atacar ao<br />
Irmão Branham.”<br />
Geralmente a maneira como se desenrolam as curas milagrosas é que as pessoas da<br />
audiência preencham cartões os quais são numerados e levam seus nomes. O Rev.<br />
Branham toma um número de cartões e ora pela saúde de cada pessoa.<br />
Ocasionalmente ele escolhe uma pessoa à sorte.<br />
Aos que assistem lhes informa que é possível que não sejam chamados durante a<br />
tarde para uma oração individual, porém eles vêm noite após noite esperando que<br />
lhes chegue sua oportunidade.<br />
MULHER NASCIDA <strong>DE</strong> NOVO<br />
383 A Sra. Mary Geórgia Hardy, da Rua Columbia nº 708, disse que ela havia<br />
nascido de novo há três anos porém que primeiro teve a experiência da cura divina há<br />
18 anos.<br />
384 “Depois que nasceu meu segundo filho, meus nervos se arruinaram, porém a<br />
cura pela fé me fez sentir bem e desde então tenho tido dois meninos”, disse a Sra.<br />
Hardy, que assiste à igreja das Assembléias de Deus na Rua 18 e Ashland nas<br />
Colinas. Assentando-se a seu lado, a Sra. Gray Walker da Rua Blodgett nº 2501,<br />
apontou a sua neta de quatro anos, Diana Cox.<br />
ELA ESTÁ BEM AGORA<br />
385 “Diana nasceu com um pé torcido. Um doutor queria lhe engessar o pé, porém<br />
nosso pastor das Assembléias de Deus, o Rev. J. C. Miner sugeriu que tratássemos<br />
com a oração. O fizemos assim gradualmente, ao cabo de um período de semanas, o<br />
pé da menina se endireitou. Diana está bem agora.”<br />
386 Faz uma semana, durante uma oração geral do Irmão Branham, a Sra. W. E.<br />
Miller, que vive na estrada Genoa-Alameda, foi curada subitamente de sinusite<br />
crônica. Ela disse: “Eu apenas orava pelos outros quando sucedeu.”<br />
387 Quando o Rev. Best vociferou que havia uns que usavam superstições para<br />
enganar as pessoas de tal maneira que as pessoas eram mal guiadas em sua<br />
sinceridade, e dizem que é o poder de Deus, James Ayres, um fotógrafo comercial da<br />
Rua Rust nº 1610, esteve de acordo.
388 “Branham faz uma função”, disse o Sr. Ayres. “De alguma maneira nunca se<br />
aproxima dos inválidos e pessoas que têm artrites. Ele simplesmente hipnotiza a<br />
audiência.”<br />
389 (Nota: O Sr. Ayres, que se menciona aqui pela “Imprensa de Houston” foi o<br />
fotógrafo que horas mais tarde haveria de descobrir a luz sobrenatural sobre a cabeça<br />
do Irmão Branham na fotografia.)<br />
390 Depois de consultar ao Irmão Branham, o que escreve fez os arranjos para<br />
entregar o negativo ao Sr. George Lacy, considerado a maior autoridade sobre<br />
documentos duvidosos na área. O Sr. Lacy submeteu o negativo a exaustivas provas<br />
científicas. O Rev. Branham estava seguro que o negativo era genuíno, porém<br />
considerou sábio o fato de ter prova científica absoluta sobre a autenticidade. Depois<br />
de um exame completo, o Sr. Lacy fez uma declaração certificando de que cada prova<br />
demonstrou que o negativo era absolutamente genuíno e que não se havia alterado ou<br />
retocado, nem tão pouco era uma dupla exposição.<br />
391 O Rev. Branham então deu permissão para os estúdios reproduzirem cópias da<br />
foto, insistindo, no entanto que ele não tomaria nada pessoalmente do que produzisse<br />
sua venda, sendo que permitiria que se desse uma certa porcentagem às empresas<br />
missionárias de ultramar nas quais estava interessado.<br />
392 Outro destacado acontecimento em relação ao fenômeno que apareceu na<br />
fotografia, foi o fato de testemunhos independentes virem de várias pessoas<br />
corroborando o fato de que a luz sobrenatural apareceu sobre a cabeça do Irmão<br />
Branham. Alguns testemunhos vieram daqueles que nesse tempo ainda não sabiam<br />
nada da fotografia.<br />
393 Um muito típico é o da Sra. Grace Coursey, Rt. 1, Box 108 Cleveland, Texas,<br />
que diz como um católico se converteu ao ver esta luz sobrenatural.<br />
SURPREEN<strong>DE</strong>NTE CONFIRMAÇÃO DA LUZ SOBRENATURAL POR <strong>UM</strong><br />
CATÓLICO CONVERSO<br />
394 “Eu estava varrendo o piso numa manhã quando apareceu um automóvel<br />
frente a nossa casa numa fazenda a 56 milhas ao norte de Houston”.<br />
395 Estando um pouco aturdida pelo estado de desordem de minha casa, disse,<br />
explicando aos forasteiros que eu trabalhava como vendedora em Cleveland seis dias<br />
na semana e que havia estado assistindo aos cultos do Irmão Branham muitas noites<br />
e que por esta razão não havia tido tempo de cuidar da casa. O homem, um estranho<br />
para mim, havia vindo em resposta a nosso anúncio de venda de nossa fazenda.<br />
396 Quando lhe mencionei os cultos do Irmão Branham, seu semblante se iluminou<br />
e disse: “Eu também tenho estado ali.” Isto é o que nos contou sua esposa.<br />
397 “O Sr. Becker (o estranho) havia estado sofrendo de um mal estomacal terrível,<br />
dores violentas, etc. Tomava remédios todas as noites. Sua sogra leu no jornal de<br />
Houston acerca do Irmão Branham e dos dons que lhe haviam sido dados por Deus<br />
para curar o pediu a Sra. Becker que convidasse a seu esposo para ir e que orasse<br />
por ele. A Sra. Becker duvidou que ele fosse, uma vez que era católico. Ela lhe falou e<br />
ele disse que iria.<br />
398 A Sra. Becker se decepcionou grandemente quando chegaram ao coliseu de<br />
Houston e encontraram ao pastor Batista (ela é Batista) debatendo com o Rev.<br />
Bosworth. Ela temeu que seu esposo não cresse, depois de ver isto. Em vez de ser<br />
dissuadido a não crer, o Sr. Becker nos disse: “Eu vi uma luz ao redor da cabeça do<br />
Rev. Branham quando ele estava ali de pé na plataforma depois do debate; não era<br />
uma luz de lâmpada elétrica, era um halo perto de sua cabeça.”
399 Quando o Irmão Branham deu a chamada de altar, o Sr. Becker, que havia<br />
sempre declarado firmemente estar salvo, subiu a aceitar a Cristo. Sua esposa,<br />
crendo que ele não havia entendido, lhe perguntou se ele havia entendido o apelo que<br />
havia sido feito. Ele respondeu: “Certamente que sim.”<br />
400 Ele automaticamente deixou o hábito de usar o Nome de Deus em vão. O Sr.<br />
Becker foi ao culto das duas horas do dia seguinte e conseguiu um cartão de oração<br />
naquela noite, porém ele foi curado instantaneamente na chamada para oração em<br />
massa.<br />
401 “Eu não sabia quando vim aqui aquela noite e disse isto na fotografia, que um<br />
fotógrafo havia tirado um retrato do Irmão Branham naquela mesma noite que o Sr.<br />
Becker, o católico, havia visto a luz ao redor da cabeça do Irmão Branham e creu que<br />
ele era um homem enviado de Deus com um dom de cura.”<br />
30 de Janeiro de 1950<br />
Sra. Grace Coursey<br />
Rt. 1, Box 108<br />
Cleveland, Texas<br />
402 De Houston o grupo Branham foi a Beaumont, uma cidade como que a oitenta<br />
milhas ao oeste. Depois da primeira reunião à noite no auditório da cidade não cabia<br />
as pessoas e na segunda noite necessitou dois policiais e sete bombeiros para impor<br />
as leis de segurança e regulamentos concernentes ao edifício. Raymond T. Richey<br />
fretou um trem de onze vagões para levar 700 pessoas de Houston a Beauont para<br />
assistir ao culto noturno da Segunda-feira. Só uma parte deles pôde se acomodar na<br />
seção reservada. Os oficiais do auditório cederam e permitiram que algumas centenas<br />
que não puderam entrar, estivessem de pé detrás da plataforma durante a reunião.<br />
403 Uma das coisas mais notáveis da caminhada foi o almoço ao qual assistiram<br />
cem ministros e suas esposas. O Irmão Branham lhes falou brevemente do profundo<br />
de seu coração. Disse que Deus o havia comissionado e dar uma mensagem especial<br />
a todos em uma só mente e coração em preparação para a breve vinda de Cristo.<br />
Todos os presentes deram solene atenção ao que ele disse, já que era evidente que<br />
estas palavras eram as palavras de um profeta.<br />
404 Durante a campanha de Beaumont umas 2.000 pessoas de moveram para a<br />
frente para aceitar a Cristo como seu Salvador. Cerca de 3.000 haviam respondido à<br />
chamada de altar em Houston, assim sendo durante estes trinta dias cerca de 5.000<br />
pessoas haviam confessado a Cristo como seu Salvador.<br />
CAMPANHAS EM ARKANSAS<br />
405 De Beaumont fomos a Little Rock, Arkansas. Novamente ali nos fizeram uma<br />
história semelhante. Little Rock, espiritualmente falando, era uma cidade tão dividida<br />
que seria impossível ter uma grande reunião ali. Se havia tratado antes porém sempre<br />
havia resultado um fracasso. Nos disseram que nos preparássemos para uma<br />
decepção. A campanha começou no meio da semana. Porém no Sábado o auditório<br />
Robinson Memorial estava completamente cheio. Na última noite, que foi na Segundafeira,<br />
fecharam as portas às 6:30 da tarde, e se estimou que pelo menos 1.500<br />
pessoas não puderam entrar.<br />
406 Ao meio dia do último dia, se reuniram mais de 100 ministros e suas esposas<br />
para um almoço especial e se manteve um ambiente de unidade e camaradagem que<br />
uma semana antes ninguém pensava que fosse possível.
407 Interessantes foram os testemunhos daqueles que haviam sido curados<br />
quando o Irmão Branham esteve ali como que três anos antes. Um homem emocionou<br />
a audiência com seu testemunho. Havia andado com muletas por anos. Então quando<br />
o Irmão Branham havia orado por ele, tirou as muletas e andou sem ajuda. Desde<br />
então não tem necessidade delas mais.<br />
408 Um incidente foi de singular interesse para o Irmão Moore e para mim. Ao<br />
terminar um dos cultos, quando íamos da plataforma, uma mãe parou e nos suplicou<br />
que orássemos por seu pequeno menino de cinco anos que era surdo-mudo. Ela<br />
temia que o Irmão Branham não pudesse chegar a ele. O Irmão Moore me olhou e<br />
disse: “Oremos por ele.” Depois de orar, o levamos ao piano e ficamos satisfeitos<br />
porque o menino podia ouvir a música. A próxima tarde, durante o serviço de cura<br />
vimos a mesma mulher e o menino que vieram para a oração. Ela havia conseguido<br />
um cartão de oração e havia decidido usá-lo pensando que não estaria mal trazer o<br />
menino na fila de oração de novo. O Irmão Moore e eu estivemos muito interessados<br />
em saber o que o Irmão Branham diria a ela quando o Espírito de Deus falasse por<br />
meio dele.<br />
409 Enquanto o Irmão Branham olhava ao menino, disse: “Mãe, seu filho tem<br />
estado surdo,” o que por certo era correto. Então continuou dizendo: “Alguém que tem<br />
fé em Deus orou por seu menino ontem a noite. Seu filho está curado.” Você pode<br />
imaginar o efeito que isto teve na mulher. Era certo que o menino ouvia apesar de<br />
nessa pouca idade ser difícil provar o grau de audição, mas ele já havia começado a<br />
mostrar o fato de sua cura imitando vários sonidos. A demonstração teve grande efeito<br />
na congregação. Era claro que Deus estava falando, não o homem, e também que o<br />
homem não era o curador, mas o Senhor Jesus Cristo.<br />
410 Logo falamos ao Irmão Branham sobre o incidente. Ele quase não recordava as<br />
circunstâncias. Deus havia falado por meio dele e revelado que alguém havia orado<br />
pelo menino, porém não havia revelado quem o fez. Isto não tinha importância. O que<br />
era importante era que Deus havia feito a obra e ao Senhor pertencia toda a glória.<br />
Meses mais tarde recebemos uma carta da mãe confirmando a cura de seu filho.<br />
411 Do Irmão Branham temos que dizer isto: “Havia um homem enviado de Deus<br />
cujo nome era João.” Cremos que esta declaração pode se aplicar a nosso querido<br />
irmão, William Branham.<br />
ACI<strong>DE</strong>NTE E PARTIDA DO PROFETA<br />
Narrado por Billy Paul Branham<br />
26 de Janeiro de 1966<br />
412 Gostaria de agradecer ao Irmão Williams, à junta local em Phoenix de Homens<br />
de Negócios do Evangelho Completo, e aos diretores internacionais por esta<br />
oportunidade de falar neste serviço de recordação com relação a meu pai.<br />
413 Como a maior parte de vocês sabe, eu não estou acostumado a pronunciar<br />
discursos. Em alguma parte da predestinação de Deus, Ele me permitiu ser o que<br />
viajava com meu pai durante os últimos doze ou quatorze anos, em suas campanhas<br />
evangelísticas.<br />
414 Até onde eu posso recordar, a primeira vez que dei um cartão de oração em<br />
um culto, foi aqui em Phoenix, quando o Irmão Branham tinha um culto em uma tenda.<br />
Creio que foi aqui abaixo da estrada West Buckeye. Creio que foi no ano de 1950.<br />
Desde esse tempo tenho viajado com ele constantemente, exceto por um ano<br />
enquanto assistia à escola de estudos bíblicos.
415 O Irmão Williams me chamou e me perguntou se eu queria falar. Eu lhe disse:<br />
“Não”, porém então ele me disse que algumas pessoas haviam telefonado e<br />
desejavam saber como sucedeu tudo. Não sei se posso fazê-lo, porém farei o melhor<br />
que puder.<br />
416 O Irmão Branham e eu havíamos planejado regressar a Indiana para ter cultos<br />
um par de noites. Ele queria falar sobre o tema intitulado “O Rastro da Serpente.” Me<br />
disse para entrar em contato com o Irmão Wood, que é um administrador de nossa<br />
igreja e amigo íntimo do Irmão Branham, para tratar de conseguir o auditório da escola<br />
para o culto.<br />
417 Assim o fiz, e antes que o Irmão Wood me chamasse para a confirmação,<br />
papai me telefonou e me disse: “Não creio que devemos fazê-lo.” Ele disse:<br />
“Regressaremos à casa para os dias de festa somente.”<br />
418 Assim sendo começamos nosso regresso em 18 de Dezembro. Ele veio a<br />
minha casa nessa manhã como de costume. Vocês em Phoenix e Tucson sabem que<br />
classe de tempo estávamos tendo. Havia estado chovendo dias antes, pelo que ele<br />
me havia mencionado na noite anterior que usaríamos a roupa de caça porque<br />
segundo ele, poderíamos enfrentar mau tempo em todo o caminho até em casa. Ele<br />
veio esta manhã cerca das 6 da manhã.<br />
419 Saímos de Tucson (minha família e eu) e sua família e ele me seguiram como<br />
de costume em sua camioneta. Saímos aproximadamente as 6 da manhã e tomamos<br />
o desjejum em Benson. Logo seguimos até Alamogordo, Novo México a ali<br />
almoçamos. Meu filho Paul havia viajado com seu avô quase todo o dia devido meu<br />
irmão José.<br />
420 Quando saímos do Restaurante depois de almoçarmos, fiz com que Paul<br />
viesse comigo no carro porque eu queria que ele dormisse a sesta. Papai me falou e<br />
me disse: “Está bem, deixe que viaje comigo.” Assim sendo saímos até Clovis, Novo<br />
México, e jantamos em um pequeno lugar, creio que foi no Restaurante de Denny.<br />
Saímos e o tempo estava se tornando frio. Ouvimos que ia haver neve nos arredores<br />
de Amarillo naquela noite. Antes de sair do Restaurante papai me perguntou: “Até<br />
onde crês que devemos chegar?” Lhe disse: “Bom, não há problemas.” Logo lhe<br />
disse: “Loyce tem estado se sentindo mal, creio que seria melhor ficarmos em<br />
Amarillo.”<br />
421 “Está bem”, disse ele. Então entrou em sua camioneta, e por alguma razão que<br />
desconheço, meu irmão José parou e foi para meu carro. Vocês sabem como são as<br />
coisas quando se viaja com meninos. O carro estava cheio e normalmente eu não lhe<br />
deixaria entrar, nem mamãe e sei que papai tão pouco, a menos que estivesse na<br />
divina Vontade de Deus fazê-lo. Desta forma José entrou comigo no carro.<br />
422 Já havíamos atravessado a guarda-fronteirícia do Texas, como que a oitenta ou<br />
noventa milhas de Amarillo, quando vi que vinha um carro com a luz dianteira<br />
apagada no lado do dirigente. De primeira mão cri que era uma motocicleta porque<br />
estava justamente na faixa branca, e todo o carro estava ocupando meu lado da<br />
estrada. Porém não prestei muita atenção a isto. Fazia pouco tempo que havia<br />
escurecido, diria que eram como que as 7:30 da noite.<br />
423 Quando se aproximou mais pude notar que era um carro e que tinha um farol<br />
apagado. Como disse, era no lado do dirigente. O farol que eu havia visto estava no<br />
meio da faixa branca, e todo o carro estava ocupando meu lado da estrada.<br />
424 Rapidamente me desviei para a direita e toquei a buzina e olhei por meu<br />
espelho quando ele passava. Vi que o carro se jogou para o lado direito da estrada.<br />
Olhei outra vez e vi que dois carros chocavam. O carro havia se desviado justamente
para o lado de papai. Tudo o que pude ver foi dois carros indo em duas direções. O<br />
carro de papai vindo para mim.<br />
425 Minha esposa disse: “É teu pai!” Eu disse: “Não, havia um carro ao qual eu<br />
passei que está entre papai e eu.” Eu pensei que papai estava a um carro atrás. Assim<br />
sendo eu freei e fui ajudá-los.<br />
426 Quando cheguei ao lugar da cena, um dos moços estava atirado na estrada.<br />
Segui para cima, havia cerveja, licor, algo (não sei o que) tudo derramado na estrada.<br />
Vi este carro abaixo na esquerda da vala. Virei na estrada e quando meus faróis<br />
focalizaram, era papai.<br />
427 Tudo que pude ver foi sua cabeça saindo para fora. Para mim, segundo o que<br />
pude ver, pensei que estava morto. Disse à minha esposa, “Está morto.” Ela saltou do<br />
carro e correu até lá. Parecia como se um trem de carga houvesse chocado com ele,<br />
tal era o estado do carro.<br />
428 Havia deixado José e a meu filho Paul no carro, subi os vidros e fechei as<br />
portas e lhes disse que se mantivessem assentados ali.<br />
429 Papai e eu temos viajado muitas milhas juntos e havíamos visto muitas coisas,<br />
muitos acidentes e temos visto muita gente morrer. Tenho visto muita gente morrer na<br />
estrada num instante. Era um espetáculo que eu havia visto antes.<br />
430 Assim sendo, em minha consciência, sabia que estava morto porque tinha os<br />
olhos abertos, e seu rosto estava inchado. Era justamente esse aspecto pelo qual<br />
muitos de nós temos passado.<br />
431 Saí do carro. Não sabia o que fazer. Corri para ele. José começou a gritar e<br />
quando o fez, sua cabeça desmaiou. Levantei sua cabeça com a minha mão para<br />
cima e ele disse: “Quem é esse?” Eu disse: “É José, papai.” Lhe perguntei: “Estás<br />
bem?” Ele somente me olhou. Não disse nada.<br />
432 Isto tem um significado especial para mim devido a uma fita na qual ele falou:<br />
“Senhores, é este o tempo?” Não posso dizer que isto seja certo, porém eu sei que ele<br />
nunca respondeu até que José gritou por seu papaizinho. Então papai disse: “Diga a<br />
José que está tudo bem.”<br />
433 Minha esposa estava falando a mamãe e tratando de despertá-la. Ela em alta<br />
voz disse: “Billy, tua mãe está morta.” Eu corri para lá e por fim a encontrei frente ao<br />
assento dianteiro perto do aquecedor. Pus a mão sobre ela porém não pude sentir seu<br />
pulso. Não posso dizer, porém não pude encontrar pulso algum.<br />
434 Olhei no assento traseiro e minha irmã Sara estava deitada ali gemendo.<br />
Regressei para onde estava papai porém estava tão preso no carro que não podia se<br />
mover. Seu braço esquerdo estava na porta e o metal o prendia. Sua perna esquerda<br />
estava travada no volante. Quase todo seu corpo, cabeça e ombros saíam pelo párabrisas,<br />
e caído sobre o boné.<br />
435 Para lhes dar mais informação, quero dizer aqui que poucas semanas antes o<br />
Irmão Gene Normam, um amigo nosso de Tucson, Don Wertz e eu saímos a caçar<br />
com o Irmão Brewer, (não sei se está aqui ou não) até Kaibab, e enquanto caçávamos<br />
adoeci. Sofro de uma condição nervosa, eu a chamaria melancolia, não sei, só sei que<br />
comecei a chorar enquanto subia pelas colinas. Era noite e perdi o jantar. Pensei que<br />
eram os nervos, então regressei. Vi a papai tirar o chapéu e inclinar sua cabeça<br />
estando de pé perto do fogo. Em poucos minutos tudo havia terminado, vocês sabem.<br />
436 Então quando estava de pé ao redor do fogo, ele não pôde comer o seu jantar.<br />
Lhe perguntei se queria que lhe preparasse uma sopa ou algo, porém me disse que<br />
não, e se foi caminhando estrada abaixo. Quando regressou pude notar que naqueles
olhos haviam havido lágrimas. Disse aos irmãos: “Vocês não sabem pelo que está<br />
passando, vocês não sabem.”<br />
437 Regressou para o fogo e eu me aproximei dele depois de um momento quando<br />
cri que os irmãos não estavam olhando (não sei se olhavam ou não). Disse a papai:<br />
“Te sentes bem?” E ele respondeu: “Tudo está bem.”<br />
438 Antes de deitarmos ainda aquela noite ele disse algo que eu não lhe havia<br />
ouvido dizer antes, que eu recorde. Falou ao Irmão Norman, um amigo nosso de<br />
Tucson, e disse: “Viram todos vocês a Billy subir as colinas a poucos momentos?”<br />
Todos disseram que sim. Ele disse: “Vocês vêem? Essa é a razão porque Billy gosta<br />
sempre de estar comigo. Ele diz que sabe que se eu tão somente oro por ele, tudo<br />
estará bem.”<br />
439 Ele disse: “Irmão Norman, se recorda você poucas semanas atrás quando você<br />
caiu da cerca enquanto caçávamos e torceu o tornozelo? Você pensou que não<br />
poderia caminhar por muitos dias, eu pus minha mão sobre você, e orei e num par de<br />
dias você regressou a seu trabalho.” O Irmão Norman reconheceu que era certo.<br />
440 Então ele disse: “Há alguns meses eu estava caçando e sofri uma torcedura<br />
em meu tornozelo.” Então começou a tirar suas botas e disse: “Olhe isto”, e ainda está<br />
roxo.<br />
441 Disse: “Billy estava tão nervoso que não pensou que ele o poderia fazer.” Ele<br />
disse: “ Tu estás bem agora, não é certo, Paul?”<br />
442 Eu disse: “Sim.”<br />
443 Ele disse: “É somente esse pequeno toque.” Ele disse: “Tenho orado por este<br />
tornozelo, e no entanto está do mesmo jeito. Orei por esta condição nervosa, todavia<br />
está aqui. Não é para mim, eu fui enviado por causa de vocês.”<br />
444 Não entendi nesse instante. Então eram só palavras para mim. Porém na noite<br />
do acidente, ele me olhou e me disse: “Podes me tirar?”<br />
445 Bom, eu tratei, fiz tudo o que pude. Então lhe disse: “Não, não posso, papai.”<br />
Acrescentei: “Papai, olhe-me”. Então ele abriu seus olhos, e eu lhe disse: “Diga a<br />
palavra e sairás daí.” Eu sustentava sua cabeça em minhas mãos assim. Porém ele<br />
voltou sua cabeça para a direita, não falou uma palavra, só voltou seu rosto. Então<br />
entendi o que quis dizer quando disse que isto não era pra ele, era para nós.<br />
446 Para enfatizar isto para vocês, depois que fui e vi mamãe antes que chegasse<br />
a ambulância, voltei a ele e lhe disse: “Papai, eu sei que estás mal e ferido, porém<br />
creio que mamãe está morta.” Eu disse: “Sara está bem, porém creio que mamãe está<br />
morta.” Nunca esquecerei isto.<br />
447 Ele disse: “Onde está ela?”<br />
448 Eu disse: “Ela está à tua direita.” De alguma maneira, não sei como, porém sei<br />
que moveu sua mão direita e pôs sobre ela, e segundo meu leal saber e entender, isto<br />
foi o que ele disse: “Senhor, não deixes que mamãe morra. Acompanhe-nos nesta<br />
hora.”<br />
449 Quando vim de novo onde ela estava, mamãe estava gemendo e se movendo.<br />
Perguntei a ele se devia movê-la, ele disse que não, que seria melhor deixá-la. Lhe<br />
perguntei acerca de Sara, porém também me disse que a deixasse quieta, que não a<br />
movesse.<br />
450 As ambulâncias vieram e levaram a Sara e a mamãe. Nós ainda não podíamos<br />
tirar a papai. Quando a ambulância regressou, ainda não havíamos podido tirar a<br />
papai. Fizeram dois pesos com outro carro a ainda não podíamos tirá-lo.<br />
451 O tráfego estava engarrafado por seis milhas em ambas as direções.<br />
Finalmente veio um homem com um caminhão de tração nas quatro rodas. Ele tinha
uma corrente no caminhão, e a colocaram ao redor da porta e trataram de arrancá-la.<br />
Porém não puderam. Eu perguntei a eles se podiam colocar no pára-brisas, onde<br />
desce a abraçadeira. Eu lhes disse: “Se vocês abrirem o suficiente para que eu possa<br />
entrar lá embaixo, eu posso tirá-lo.” Assim o fizeram. Puxaram até que o freio deu<br />
passagem para que eu pudesse me arrastar sobre o ombro direito de papai, ir para<br />
baixo do assento dianteiro e desprender suas pernas que estavam debaixo do painel e<br />
do volante. Ele me falou e me disse: “Toma-me, Paul.” Caiu em meus braços e o tirei<br />
do carro.<br />
452 O levamos ao hospital. Quando chegamos já haviam trazido aos outros. O<br />
moço que chocou com ele, chegou morto. Mamãe e Sara estavam na sala de<br />
emergência quando trouxeram papai. Depois que estava dentro, o doutor me disse: “É<br />
teu pai?”<br />
453 Eu lhe disse: “Sim senhor.”<br />
454 Ele disse: “Bem, eu não lhe dou muita esperança, filho.”<br />
455 Eu disse: “Sim senhor.” Não sabia pedir ajuda ou o que fazer, assim sendo me<br />
assentei ali e tratei de orar e me sujeitar ao que ele me havia ensinado.<br />
456 O levaram a tirar radiografias. O doutor disse: “Vamos levá-lo a Amarillo porque<br />
ele necessita de cuidado especial. Todos terão que ir, porém seu pai terá que ir<br />
primeiro porque ele não tem muita esperança de sobreviver.”<br />
457 Então papai entrou numa comoção (como eles chamam), e não puderam enviálo.<br />
Eles enviaram a mamãe e a Sara e fizeram outra carga com os moços mexicanos.<br />
458 Quando eu saí o doutor me perguntou: “Que tipo de sangue tens?” Eu lhe<br />
respondi: “Não sei, senhor.”<br />
459 Ele disse: “Temos que aplicar-lhe sangue imediatamente, pois está se tornando<br />
mui débil.”<br />
460 Eu disse: “Bem, iremos comprovar.” Não serviu o tipo de meu sangue.<br />
Buscaram no banco de sangue e não tinham nenhum. Enviaram a Amarillo e pediram<br />
que enviassem, creio eu, três tipos de sangue de lá. Asseguraram conseguir com o<br />
comissário porque ele tinha o mesmo tipo de sangue que papai. Ele estava bastante<br />
débil quando lhe puseram o sangue e quando eu entrei no quarto onde o tinham numa<br />
espécie de cama, na sala de emergência, inclinado diretamente sobre a cabeça.<br />
Disseram que não podia receber o sangue deitado no plano.<br />
461 Esteve recebendo sangue por espaço de oito horas aproximadamente, diria eu.<br />
Então me disseram: “Não sei como pode estar vivo.” Me esqueço o nome do doutor,<br />
porém ele disse: “Quando lhe dei o primeiro pouco de sangue, sua pressão sanguínea<br />
era zero por zero. Agora sua pressão tem subido.” Ele me perguntou se eu podia ir<br />
com eles na ambulância para Amarillo. Eu disse: “Seguro.”<br />
462 Então uma enfermeira e eu o levamos a Amarillo, que fica a oitenta ou noventa<br />
milhas de Freona, Texas. Saímos como que as seis daquela manhã e chegamos ali<br />
por volta das sete e trinta. O doutor estava ali para se encontrar conosco. e examinou<br />
de todas as maneiras. Papai estava todavia inconsciente. Examinou as radiografias,<br />
etc., e disse: “É esse seu pai?”<br />
463 Eu disse: “Sim, senhor.”<br />
464 Ele disse: “Eu vi a você orando por ele.”<br />
465 Eu disse: “Sim senhor.”<br />
466 Ele disse: “Odeio ter que lhe dizer isto, porém você deve ir orar para que ele<br />
morra.”<br />
467 Eu disse: “Não, senhor. Eu não posso fazer isto.”<br />
468 Ele disse: “Um homem não pode viver com tantas lesões.”
469 Eu lhe disse: “Creio que ele pode.”<br />
470 Ele viveu por seis dias no hospital. Não posso dizer que ele estava consciente<br />
nem tão pouco dizer que não estava, porque ele fazia movimentos e mim e a<br />
diferentes irmãos que foram vê-lo. Nós oramos. Nós fizemos sustentar por homens de<br />
Deus e oramos.<br />
471 Sempre tenho ouvido a papai dizer: “Fora de Deus não há esperança.” Quão<br />
certo é isto!<br />
472 No quarto dia eles disseram: “Vamos lhe fazer uma prova. Creio que você o<br />
tem notado nele. O temos observado nas últimas quarenta e oito horas. Seu olho<br />
esquerdo está fechado.” O termo médico (não sei qual era), significava que ele tinha<br />
um coágulo de sangue ou tinha um golpe. Ele disse: “Eu creio que ele morrerá esta<br />
noite. Vamos lhe fazer um prova.” Me esqueço como eles a chamam. É como uma<br />
tintura que fazem fluir pela artéria principal do coração, então eles vêem como vai dali<br />
a como entra no cérebro. Ele disse: “Se for um coágulo no cérebro, teremos que<br />
operar e tirá-lo.”<br />
473 O levaram para cima e como que uma hora e meia mais tarde o desceram. Nos<br />
chamaram à sala. Ele disse: “Não pudemos encontrar nenhum coágulo de sangue.”<br />
Talvez eu esteja enganado, porém para meu conhecimento, ele disse: “O sangue não<br />
corria pela veia jugular.” Ele disse: “O cérebro de seu pai está inchando. Quando o<br />
cérebro tocar no crânio, este será o final.”<br />
474 Ele disse: “Darei aqui um pouco de tempo para que possa inchar, e lhe darei<br />
medicamento para tratar de reduzir a inchação. As vezes trabalha, as vezes não.”<br />
Fizeram isto e ele viveu dois dias mais, como eles esperavam.<br />
475 Na noite anterior a sua morte, nós estávamos cantando na sala de espera na<br />
unidade de cuidado intenso. Todos estávamos assentados fora, cantando e orando.<br />
Estava muito escuro. Creio que um dos irmãos mencionou esta última noite. Recordo<br />
que estávamos cantando, “Haverá luz no tempo da tarde.” Sabíamos que papai amou<br />
esse corinho.<br />
476 Quando catávamos, o sol rompeu através das nuvens e o sol se parecia ao<br />
pilar de fogo que tantas vezes temos visto nas reuniões. Eu soube então que o tempo<br />
estava próximo.<br />
477 Em 24 de Dezembro, nas véspera do natal, eu estava embaixo. O Irmão Pearry<br />
Green veio e disse: “O Dr. Hyde quer ver-te.” Isto não me alarmou porque ele não era<br />
o doutor principal de papai. Ele era um especialista em ossos. Assim sendo subi e ele<br />
disse: “Senhor Branham?” Respondi: “Sim senhor.” Ele disse: “Tenho notícias tristes<br />
para lhe dar, seu pai morreu às 5:49.”<br />
478 Bem, vocês poderiam...Vocês sabem o que eu quero dizer. Assim que saí os<br />
irmãos estavam ali e eu lhes contei. Lhes disse, uma coisas recordo, ele me disse: “Se<br />
alguma vez ouvires que eu tenha morrido, tu te detenhas por um minuto e tires o<br />
chapéu e cantes uma estrofe do hino “Somente Crer.” Isto fizemos.<br />
479 O Irmão Pearry Green disse que ele levaria o cadáver a Jeffersonville onde eu<br />
disse que se celebraria o enterro.<br />
480 Tive que dizê-lo a mamãe e a Sara, as quais estavam ainda no hospital. Não<br />
lhes disse das lesões delas. Mamãe tinha uma perna quebrada e lesões na cabeça, e<br />
minha irmã Sara tinha a coluna lesada em vários lugares.<br />
481 Quando lhes contei, elas disseram: “Regressaremos a Indiana.” Disse ao<br />
médico que elas queriam ir, assim sendo tratamos de preparar as coisas. A única<br />
maneira pela qual os médicos as deixaria ir conosco era conseguindo um aviãoambulância.<br />
O Irmão Moseley e os irmãos aqui estavam conosco. Eles conseguiram o
avião. Alugamos dois aviões e as trouxemos de regresso a Jeffersonville. Quando<br />
chegamos, elas foram internadas no hospital e nós fomos à funerária.<br />
482 Quando eu olhei aquele cadáver, não se parecia com meu pai. Então eu<br />
pensei: “Ele não está aí.” Sei que por alguma razão eu pensei assim. Tivemos o<br />
serviço funeral na Quarta-feira, ao qual assistiu muita gente. Aqueles que não<br />
puderam vir enviaram seus pêsames e seu carinho, nós apreciamos isto deveras.<br />
483 Sei que se tem perguntado, portanto creio que devo dizê-lo. Nós não temos<br />
enterrado a papai. Eu disse ao Senhor: “Senhor, se Tu me permitires terminar este<br />
culto fúnebre, isso será o que eu poderei fazer. Não posso entregá-lo à terra. Mamãe<br />
será quem tomará essa decisão.”<br />
484 Fui à mamãe e ela me disse: “Não sei se quero morar em Tucson onde papai<br />
havia construído uma casa para nós.” (Eles pensavam em se mudar depois que<br />
regressássemos de Jeffersonville.) Ela me disse: “Não sei todavia onde desejo estar,<br />
porém onde eu estiver, quero que ele esteja também.”<br />
485 Perguntei ao coronel (o qual é um bom amigo meu), se ele permitiria guardá-lo<br />
ali ou se eu poderia colocá-lo num ataúde ou algo assim sem entregá-lo à terra até<br />
que mamãe decidisse o que queria fazer. Ele me disse: “Eu quero muito e esse<br />
homem para fazer isso. O guardarei aqui na casa funeral. Quando vocês decidirem,<br />
então poderão ter o serviço.”<br />
486 Até agora não sabemos, porém teremos que tomar uma decisão dentro das<br />
próximas semanas. Sabemos que mamãe tomará a decisão correta. Assim sendo,<br />
desejamos que vocês orem por nós.<br />
487 Mamãe está em casa em Jeffersonville. Minha irmã ainda está no hospital. Ela<br />
pode andar porém não pode se assentar. Assim que puder se assentar então vamos<br />
trazê-la de volta a Tucson, a nossa casa aqui, ou onde o Senhor mandar.<br />
488 Não sei como lhes dizer acerca do que vou ler para vocês agora, porém eu<br />
disse: “Senhor, não tenho falado muito antes, talvez algumas cinco ou seis palavras<br />
frente a uma congregação.” Quando o Irmão Williams me pediu para vir, eu lhe disse:<br />
“Irmão Carl, não posso sair para lá. Tantas vezes que tenho levado a essa velha<br />
plataforma, não posso fazê-lo agora, Irmão Carl.” Então pensei: “Bom, creio que não<br />
se agradaria dessa atuação.” Assim sendo, orei e vim.<br />
489 O Irmão Williams me deu seu quarto aqui e como vocês sabem, papai sempre<br />
dizia: “Não posso tirar a Paul da cama.” Me agrada dormir até mais tarde. Porém de<br />
alguma maneira me despertei esta manhã às seis, o que é raro, e não pude tornar a<br />
dormir. Quando me despertei pensei: “Estou tão só sem papai.” Isto pode que não<br />
tenha muito sentido para vocês, porém gostaria de ler algo que me veio nesta manhã.<br />
Perdoem a maneira como leio as palavras, porém quero ler algo que foi um consolo<br />
para mim, a meu coração. Desejaria intitular isto, “Meu papai.”<br />
MEU PAPAI<br />
“Estou só, tão só pelo homem que chamei “meu papai.”<br />
Pareceu como se todo o mundo terminasse quando eu perdi o<br />
melhor amigo que sempre tive.<br />
Você agora pode me perguntar: “Por que estás tão triste?<br />
Porém por favor recorde, ele era meu papai.<br />
Meu papai não está aqui comigo neste grande dia de recordação;<br />
eu sei que ele poderia haver estado,<br />
porém, ele escolheu o caminho reto e apertado.<br />
Ele nunca quis riqueza ou fama,
tempo?”<br />
modos de operar,<br />
10:7.<br />
frente.<br />
Porém só nos apontou o nome de Jesus.<br />
Desejaria saber por que tinha que ser um acidente de automóvel,<br />
Porém ele fez com que a Noiva fizesse um exame mais íntimo.<br />
Ele não era um homem grande em estatura e voz,<br />
Porém se você alguma vez o ouviu pregar,<br />
Você sabe que ele era a eleição de Deus.<br />
Sua natureza era gentil, ele nunca tratou de ofender.<br />
Porém não era assim quando clamava contra o pecado.<br />
Ele pregou uma grande mensagem intitulada: “Senhores, é este o<br />
Então nos trouxe a Tucson a buscar a resposta de Deus.<br />
Desejaria saber por que Deus lhe disse que fosse ao oeste,<br />
Porém nunca disse nada, porque ele sempre me disse:<br />
“Paul, Deus o sabe melhor.”<br />
Ele me disse que não me preocupasse, porque Deus revela seus<br />
Então veio a resposta, o mistério dos Sete Selos.<br />
Para mim ele foi o mensageiro de Malaquias 4:5 e Apocalipse<br />
E Deus soube melhor quando levou a meu papai.<br />
A mensagem que ele trouxe veio direto com a <strong>Palavra</strong>.<br />
Apesar de rejeitado, porém nenhum homem pôde lhe fazer<br />
Eu amo a este profeta desta decadente geração.<br />
Eu creio nesta mensagem, e por sua graça com ele me reunirei.”