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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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© 2013, Elsevier Editora Ltda.<br />

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n o 9.610, de 19/02/1998.<br />

Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser<br />

reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,<br />

fotográficos, gravação ou quaisquer outros.<br />

Copidesque: Isis Batista<br />

Revisão: Hugo de Lima Corrêa<br />

Editoração Eletrônica: SBNigri Artes e Textos Ltda.<br />

Epub: SBNigri Artes e Textos Ltda.<br />

Coordenador da Série: Sylvio Motta<br />

Elsevier Editora Ltda.<br />

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ISBN: 978-85-352-7097-6<br />

ISBN (Versão Eletrônica): 978-85-352-7098-3<br />

Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem<br />

ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses,<br />

solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, <strong>para</strong> que possamos<br />

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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE<br />

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ<br />

<strong>Pestana</strong>, <strong>Fernando</strong><br />

A gramática <strong>para</strong> concursos públicos / <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.<br />

1112 p. – (Provas e concursos)<br />

P571g ISBN 978-85-352-7097-6<br />

1. Língua portuguesa – Gramática. 2. Língua portuguesa – Problemas, questões, exercícios. 3. Serviço<br />

público – Brasil – <strong>Concursos</strong>. I. Título.<br />

13-<br />

01162<br />

CDD: 469.5<br />

CDU: 811.134.3’36


Dedicatória<br />

Este livro não existiria sem o apoio de minha esposa (que acabou se tornando erudita de<br />

tanto pesquisar junto comigo). Juliana é mais do que um achado. É O achado da minha vida.


Agradecimentos<br />

Sem Jeová (Javé ou Iavé, como queiram), simplesmente nada existiria. Portanto Ele é o<br />

responsável pela vida e pela disposição que tenho. Não menos importantes foram certas<br />

pessoas, como meus pais, meus amigos, meus alunos — principalmente os da EsPCEx<br />

(Brasil!) — e meus grandes mestres Sérgio Pachá e Danton Pedro dos Santos. Claudio Cezar<br />

Henriques, Marcelo Caetano, Roberto Lota, Vítor Campos, Sidney Martins, Bernardo Augusto,<br />

muito obrigado pelas discussões (e soluções)! Valeu pela moral, João Antonio!!! Será que<br />

perderei a amizade por não incluir alguns que me ajudaram tanto no trajeto? Ah, depois eu me<br />

redimo na segunda edição!


O Autor<br />

• Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).<br />

• Ministra aulas de Língua Portuguesa há 12 anos.<br />

• Já trabalhou ativamente com turmas pré-militares e pré-vestibulares no Sistema Elite de<br />

Ensino. Atualmente, dedica-se ao “universo dos concursos públicos” em cursos de<br />

educação a distância, como o EuVouPassar (videoaulas) e o Estratégia <strong>Concursos</strong><br />

(cursos em PDF). Além disso, participa de um projeto de questões comentadas no “site”<br />

TEC <strong>Concursos</strong>. Presencialmente, é encontrado nos principais cursos do Rio de Janeiro,<br />

como o CELP, o Multiplus e o Pra Passar.


A Obra<br />

Há algum tempo, estava eu avaliando colegas de Português num processo de seleção de um<br />

grande curso pre<strong>para</strong>tório do Rio de Janeiro... Dentre os candidatos, um deles se destacou<br />

muito, impressionando-me vivamente por sua determinação e inquietação intelectual. Ele me<br />

afirmou que, nos lugares onde trabalhava, havia parceiros <strong>para</strong> bate-papos, festas, mas não<br />

<strong>para</strong> estudo e discussão da matéria. Assegurei-lhe que no nosso curso ia ser diferente, porque<br />

a cadeira de Português não se furtava à discussão de assuntos polêmicos. E assim foi durante o<br />

tempo em que trabalhamos juntos.<br />

Ele sempre me disse que tinha grande vontade de escrever uma gramática. Estudou, estudou,<br />

estudou. Pesquisou autores antigos e novos, fez cursos, numa luta incessante <strong>para</strong> saber cada<br />

vez mais. E assim foi.<br />

Animava-me tanta empolgação e eu já torcia pelo livro que viria inexoravelmente.<br />

Ele foi além, como lhe é peculiar: examinou exaustivamente provas dos últimos anos de<br />

concursos públicos civis, militares e vestibulares. E com tamanho embasamento, teórico e<br />

prático, surgiu A Gramática.<br />

Assim, sem fugir dos problemas mais complexos, ousando atrever-se por caminhos<br />

tortuosos, até conflitantes, apresentando frequentemente argumentos de renomadas autoridades<br />

da língua portuguesa, <strong>Pestana</strong> fez deste livro algo inédito: combinou tudo o que se julga<br />

excelente em uma gramática, do ponto de vista docente e discente.<br />

Por isso, espera-se que, neste agradável passeio por substantivos, verbos, preposições e<br />

conjunções, por orações coordenadas e subordinadas, todos os candidatos a cargos públicos<br />

consigam o esclarecimento definitivo das dúvidas e passem a mergulhar profundamente nos<br />

meandros da língua.<br />

Em matéria de gramática, este livro é definitivamente a tão aguardada resposta aos anseios<br />

dos concurseiros (e professores!), pois, além da sua teoria completa, segura e muito<br />

consistente, contém mais de 1.300 exercícios das últimas provas oficiais de concursos<br />

recentes, constituindo-se deste modo uma obra altamente indicada aos estudiosos da língua<br />

portuguesa.<br />

Como é a vida... Depois de tantas obras lidas durante quase 50 anos, não tinha ideia de que<br />

poderia ainda me surpreender com algo tão original e pleno.


E aqui fico, pois A obra fala por si.<br />

Danton Pedro dos Santos<br />

Novembro/2012


Prefácio<br />

Não aprendemos <strong>para</strong> a escola mas <strong>para</strong> a vida, diziam os Antigos, querendo com isto<br />

significar que o conhecimento adquirido na escola tem um valor intrínseco, que de longe<br />

transcende as circunstâncias e exigências do universo escolar.<br />

Os tempos e as vontades mudaram. Atualmente, a preocupação que parece servir de norte a<br />

quase todo o ensino que se ministra entre nós é fazer o discente absorver e memorizar o maior<br />

número possível de informações, sem ordem nem hierarquia, de tal sorte que se sinta<br />

aparelhado a enfrentar, com boas possibilidades de êxito, o montão de charadas e perguntas de<br />

algibeira destinadas a eliminar o maior número possível de candidatos a poucas vagas: seja<br />

em exames vestibulares, seja em concursos <strong>para</strong> o preenchimento de cargos públicos.<br />

Foi esta, portanto, a questão com que se deparou e a que teve de responder meu jovem<br />

colega, <strong>Fernando</strong> José <strong>Pestana</strong>, primeiro em sala de aula e logo diante da tela em branco de<br />

um computador: como ensinar Língua Portuguesa de maneira clara e bem ordenada, eficaz e<br />

honesta, e, ao mesmo tempo, sempre útil a quem dela necessite <strong>para</strong> transpor com segurança as<br />

corridas de obstáculos que encontrar no caminho da Universidade ou do serviço público? Por<br />

outras palavras: como ser professor de Português no Brasil de 2013 sem jamais vender a alma<br />

ao diabo?<br />

A resposta é o livro que você tem em mãos. Abra-o. Leia-o devagar. Reflita sobre o que<br />

leu. Ponha em prática o que ele ensina. Nenhum livro se propõe ensinar-lhe tudo aquilo de<br />

que você necessita <strong>para</strong> conhecer a fundo nossa língua. Ensinar-lhe-á, no entanto, como se<br />

flexionam os blocos que a compõem e como estes se combinam <strong>para</strong> formar blocos maiores –<br />

os sintagmas, as orações e os períodos de que nos servimos <strong>para</strong> expressar nossas ideias e<br />

sentimentos. E também o induzirá a completar seu estudo, buscando, nas fontes mesmas da<br />

língua literária (também conhecida como norma culta do idioma), os grandes modelos que a<br />

ilustraram e engrandeceram ao longo de uma história multissecular de muitas glórias. Em o<br />

fazendo, meu jovem amigo, você estará desmentindo, por suas ações, o pragmatismo estéril de<br />

nosso tempo: você estará primacialmente aprendendo não <strong>para</strong> a escola, ou <strong>para</strong> o vestibular,<br />

ou <strong>para</strong> o concurso público, mas <strong>para</strong> a vida.<br />

Sergio Pachá<br />

Mestre em Língua Portuguesa


Ex-lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras


Eis uma breve apresentação...<br />

... porque não podemos perder tempo com palavras garbosas e blá-blá-blás. Um discurso<br />

polido e preciosista não me interessa nem deve interessar-lhe. Minha intenção é facilitar ao<br />

máximo sua vida, por isso a abordagem de A Gramática — que apresenta uma linguagem bem<br />

informal <strong>para</strong> ensinar o registro culto — visa principalmente a um propósito: fazer você<br />

acertar as questões de qualquer prova de Língua Portuguesa (independentemente do<br />

nível). Ponto.<br />

Saiba que A Gramática está totalmente “antenada” com a linguagem dos concursos<br />

públicos, que vêm se valendo cada vez mais dos estudos linguísticos modernos. Coloque na<br />

sua cabeça o seguinte: foi-se o tempo em que as grandes bancas trabalhavam a gramática de<br />

modo superficial, por isso, em A Gramática, não há “mixaria” de informações. Hoje é preciso<br />

saber muito, pois as bancas estão cada vez mais “maldosas”! No devido grau, tudo aqui é<br />

pertinente, <strong>para</strong> que você se sinta sempre confiante no dia da prova. E, caso uma informação<br />

não tenha tanta relevância, você será avisado no corpo dos capítulos. Afinal, além de muita<br />

informação, precisamos de foco!<br />

Entenda que, atualmente, as boas provas exploram muito a gramática textual, ou seja, o<br />

conhecimento de conteúdos gramaticais aplicados aos textos e, consequentemente, ao<br />

discurso. Hoje muitas questões (quase todas) tratam de trechos retirados de um texto, portanto<br />

não posso deixar de apegar-me aos valores discursivos das classes gramaticais e de certos<br />

aspectos da análise do discurso. Isso é algo primordial e inovador! Não foi por nada que me<br />

preocupei com os anseios dos concurseiros (e dos professores!).<br />

Falando sério, quem não quer mais de 1.300 questões atuais co-men-ta-das (Comentários no<br />

site www.elsevier.com.br/agramatica_pestana)? Quem não quer inúmeras referências<br />

gramaticais <strong>para</strong> interpor recursos? Quem não quer teoria consistente em fácil linguagem?<br />

Quem não quer um professor que, embora detalhista, diga exatamente o que você deve ou não<br />

estudar, <strong>para</strong> otimizar seu tempo? Quem não quer ter contato com questões polêmicas sobre as<br />

quais mais de um gramático pensa diferente acerca da resolução delas? Quem não quer<br />

“aquela” gramática? Quando eu era concurseiro, eu queria muito tudo isso!<br />

Enfim... existe A Gramática? Sim, e está em suas mãos! Há muito mais a perceber, mas<br />

agora é com você.


Eis A Gramática.


Como estudar <strong>para</strong><br />

concurso público?<br />

Não satisfeito, preparei algo inédito: a cada capítulo, imediatamente antes das questões de<br />

concursos, dou uma de “Mister M”: revelo os assuntos que mais caem nas provas.<br />

Para quem é cru em Português, leia A Gramática com muita calma — relaxado e tomando<br />

um suquinho de maracujá. Sem pressa, intercale a leitura com exercícios; é preciso pegar<br />

intimidade com os ensinos gramaticais. Faça vista grossa às inúmeras minúcias e polêmicas<br />

ao longo dos capítulos. Procure estudar os tópicos mais recorrentes, vistos em “O que cai<br />

mais na prova?”.<br />

Para quem já tem uma noção legal de Língua Portuguesa, faça questões das provas<br />

anteriores com A Gramática ao lado; você não ficará em pânico, sou seu assessor particular.<br />

Além disso, reitero: há mais de 1.300 questões comentadas aqui. “Self-service”! Não deixe de<br />

estudar os tópicos mais recorrentes, vistos em “O que cai mais na prova?”. Megaimportante!<br />

Para quem saca muito de Português, preste atenção nas observações, nas minúcias e nas<br />

referências a vários gramáticos (e suas opiniões plurais), pois A Gramática gosta de explorar<br />

as questões polêmicas de bancas que trabalham doutrinas gramaticais divergentes, como as<br />

temidas ESAF, CESPE e FCC.<br />

Meu concurso é...<br />

Bem... caso seu concurso seja de nível fundamental, estude estes assuntos recorrentes:<br />

• fonologia;<br />

• ortografia;<br />

• acentuação;<br />

• semântica (sinônimos, antônimos e fatos da língua culta);<br />

• classes de palavras (mera identificação delas e conjunções);<br />

• aspectos básicos da análise sintática, da concordância, da regência e da crase.<br />

Hoje, a CONSULPLAN é uma das bancas que mais confeccionam provas <strong>para</strong> esse nível.<br />

Por isso, procure fazer questões dessa banca.<br />

Caso seu concurso seja de nível médio, estude tudo com afinco, exceto fonologia, numeral,


interjeição (a chance de cair uma questão sobre esses assuntos beira a zero). Veja o que mais<br />

cai:<br />

• tipologia textual (dissertação argumentativa e suas características);<br />

• coesão e coerência (pronomes e conjunções);<br />

• emprego e colocação de pronomes (pessoais, demonstrativos e relativos) e verbos<br />

(conjugação de certos verbos, correlação verbal, voz verbal, emprego de tempos e<br />

modos verbais);<br />

• conjunções;<br />

• preposições;<br />

• sintaxe do período simples e composto;<br />

• partícula SE (principalmente a apassivadora e a indeterminadora) e QUE<br />

(principalmente conjunção integrante e pronome relativo);<br />

• pontuação (vírgula);<br />

• concordância (verbal);<br />

• regência (verbal);<br />

• crase.<br />

A CESGRANRIO, o CESPE/UnB, a FCC, a FGV, o NCE e a VUNESP são as principais<br />

bancas desse nível. A diferença entre o conteúdo de nível médio e de nível superior é mínima<br />

ou inexistente. O que de fato muda é o grau de dificuldade.<br />

E... <strong>para</strong> você, nível superior, este é o “filé”:<br />

• tipologia textual (dissertação argumentativa e suas características);<br />

• coesão e coerência (pronomes e conjunções);<br />

• emprego e colocação de pronomes (pessoais, demonstrativos e relativos) e verbos<br />

(conjugação de certos verbos, correlação verbal, voz verbal, emprego de tempos e<br />

modos verbais);<br />

• conjunções;<br />

• preposições;<br />

• sintaxe do período composto;<br />

• partícula SE (principalmente a apassivadora e a indeterminadora) e QUE<br />

(principalmente conjunção integrante e pronome relativo);<br />

• pontuação (vírgula);<br />

• concordância (verbal);<br />

• regência (verbal);<br />

• crase.<br />

O CESPE/UnB, a ESAF, a FCC, a CESGRANRIO, a FGV, o NCE e a VUNESP são as<br />

principais bancas desse nível. Eu me apego muito às quatro primeiras.


Obs.: Ao longo da leitura deste livro, você vai ver que me empolgo, colocando vários<br />

detalhes teóricos que caem raramente em prova (mas podem cair). Por que faço isso?<br />

Prefiro ser detalhista a deixar você ser surpreendido na prova por um detalhe que me<br />

escapou na teoria. No entanto, reitero: <strong>para</strong> otimizar seu tempo, criei um tópico, antes<br />

das questões de concursos de cada capítulo, chamado “O que cai mais na prova?”. Lá<br />

está o bizu!<br />

Para atender às críticas<br />

Não estou interessado em elogios. Elogios costumam amortecer a vontade de melhora.<br />

Além de encher a caixa de e-mails. Brincadeira... Na verdade, estou ávido por ouvir suas<br />

críticas construtivas (e nem tão construtivas assim) a respeito do livro, principalmente acerca<br />

de erros “bobos” – que às vezes nos escapam – de ortografia, digitação, espaçamento etc. Se<br />

até o Manual de Redação Oficial da Presidência da República tem erros, certamente deverá<br />

haver um ou outro nesta obra. Antes, porém, coloque este “link” no Google e leia:<br />

http://filosofarpreciso.blogspot.com.br/2009/02/critica-construtiva.html<br />

Anote o e-mail <strong>para</strong> onde você vai enviar suas críticas (construtivas), visando à melhora do<br />

livro: agramaticadopest@gmail.com. Para quem já conhece meu e-mail pessoal, nem tente<br />

enviar <strong>para</strong> ele, senão vou enlouquecer!<br />

AVISO: Muitas questões de concursos foram reformatadas por razões meramente<br />

didáticas, ok?


Sumário<br />

Capa<br />

Folha de Rosto<br />

Cadastro<br />

Créditos<br />

Dedicatória<br />

Agradecimentos<br />

O Autor<br />

A Obra<br />

Prefácio<br />

Eis uma breve apresentação...<br />

Como estudar <strong>para</strong> concurso público?<br />

Meu concurso é...<br />

Para atender às críticas<br />

Introdução – O que é Gramática Normativa, Norma Culta,<br />

Registro Culto etc.?<br />

Capítulo 1 – Fonologia<br />

Definição


Fonema<br />

Letra<br />

Dígrafo e Dífono<br />

Classificação dos Fonemas<br />

Vogais<br />

Semivogais<br />

Consoantes<br />

Sílaba<br />

Encontros Vocálicos<br />

Hiato<br />

Ditongo<br />

Tritongo<br />

Encontros Consonantais<br />

Se<strong>para</strong>ção Silábica<br />

Se<strong>para</strong>m-se<br />

Não se se<strong>para</strong>m<br />

Ortoepia e Prosódia<br />

Algumas pronúncias e grafias duplas registradas em<br />

dicionários e/ou no VOLP<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 2 – Acentuação Gráfica<br />

Definição<br />

Sinais Diacríticos<br />

Algumas Considerações Importantes


Regra de Acentuação <strong>para</strong> Monossílabas Tônicas<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> Proparoxítonas<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> Paroxítonas<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> Oxítonas<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Hiatos Tônicos (I e U)<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Ditongos Abertos<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Hiatos EEM e OO<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> o Trema<br />

Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Acentos Diferenciais<br />

Algumas Formas Variantes na Grafia e na Pronúncia<br />

Regras <strong>para</strong> o Uso do Hífen<br />

Prefixo terminado em vogal<br />

Prefixo terminado em consoante<br />

Algumas Observações Importantes<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 3 – Ortografia<br />

Definição<br />

O Alfabeto<br />

Emprego da Letra E<br />

Emprego da Letra I<br />

Emprego da Letra O<br />

Emprego da Letra U<br />

Emprego da Letra C<br />

Emprego do Ç


Emprego da Letra G<br />

Emprego da Letra J<br />

Emprego da Letra H<br />

Emprego da Letra S<br />

Emprego do Dígrafo SS<br />

Emprego do Dígrafo SC<br />

Emprego do Dígrafo CH<br />

Emprego da Letra X<br />

Emprego da Letra Z<br />

Emprego dos Verbos Terminados em -EAR e -IAR<br />

Dupla Grafia<br />

Emprego das Iniciais Maiúsculas ou Minúsculas<br />

Abreviaturas<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 4 – Semântica e Lexicologia<br />

Definição<br />

Sinonímia<br />

Antonímia<br />

Homonímia<br />

Paronímia<br />

Polissemia<br />

Hiponímia e Hiperonímia<br />

Meronímia e Holonímia<br />

Acronímia, Estrangeirismos, Toponímia, Antroponímia,


Axionímia e Oneonímia<br />

Campo Lexical e Campo Semântico<br />

Campo semântico<br />

Campo lexical<br />

Ambiguidade<br />

Intertextualidade<br />

Paráfrase<br />

Paródia<br />

Citação<br />

Plágio<br />

Alusão<br />

Estilização<br />

Epígrafe<br />

Pastiche<br />

Denotação e Conotação<br />

Fatos e Dificuldades da Língua Culta<br />

A Escolha das Palavras<br />

Expressões Idiomáticas<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 5 – Morfologia<br />

Capítulo 6 – Estrutura e Processo de Formação de Palavras<br />

Definição<br />

Morfema<br />

Morfema Lexical


Morfema Derivacional<br />

Morfema Flexional<br />

Alomorfia<br />

Vocábulos Cognatos<br />

Radical<br />

Radicais Gregos<br />

Radicais Latinos<br />

Afixos<br />

Prefixos Gregos<br />

Prefixos Latinos<br />

Sufixos Greco-Latinos<br />

Desinências<br />

Nominais<br />

Verbais<br />

Vogal Temática<br />

VTs nominais<br />

VTs verbais<br />

Letra de Ligação<br />

Processo de Formação de Palavras<br />

Derivação Prefixal, Sufixal, Parassintética (Circunfixação),<br />

Regressiva (Regressão) e Imprópria (Conversão)<br />

Prefixal<br />

Sufixal<br />

Parassintética (Circunfixação)<br />

Regressiva (Regressão)<br />

Imprópria (Conversão)<br />

Composição por Justaposição e por Aglutinação


Por Justaposição<br />

Por Aglutinação<br />

Onomatopeia<br />

Abreviação (Redução)<br />

Siglonimização<br />

Hibridismo<br />

Combinação (Amálgama ou Palavra-valise)<br />

Neologismo<br />

Neologismo mórfico<br />

Neologismo Semântico<br />

Estrangeirismos<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 7 – Substantivo<br />

Definição<br />

Identificação e Substantivação<br />

Identificação do Substantivo<br />

Substantivação<br />

Recurso de Nominalização<br />

Por Derivação Sufixal<br />

Por Derivação Regressiva<br />

Locução Substantiva<br />

Classificação<br />

Variação em Gênero<br />

Tipos


Gêneros Confundíveis<br />

Mudança de Sentido<br />

Variação em Número<br />

Regras dos Simples<br />

Mudança de Sentido<br />

Regras dos Compostos<br />

Variação em Grau<br />

Aumentativo<br />

Diminutivo<br />

Formas Estilísticas<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 8 – Adjetivo<br />

Definição<br />

Identificação e Adjetivação<br />

Identificação<br />

Adjetivação<br />

Recurso de Nominalização<br />

Classificação<br />

Locução Adjetiva<br />

Variação em Gênero<br />

Variação em Número<br />

Regra dos Simples<br />

Regra dos Compostos


Variação em Grau<br />

Grau Com<strong>para</strong>tivo<br />

Grau Superlativo<br />

Formas Estilísticas<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 9 – Artigo<br />

Definição<br />

Classificação<br />

Identificação<br />

Emprego dos Artigos Definidos<br />

Emprego dos Artigos Indefinidos<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 10 – Numeral<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Classificação<br />

Emprego dos Numerais<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong>


Gabarito<br />

Capítulo 11 – Pronome<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Classificação, Emprego e Colocação do Pronome Pessoal<br />

Pronomes Retos<br />

Pronomes Oblíquos Átonos<br />

Colocação Pronominal<br />

Próclise<br />

Ênclise<br />

Mesóclise<br />

Casos Facultativos<br />

Nas Locuções Verbais<br />

Pronomes Oblíquos Tônicos<br />

Pronomes de Tratamento<br />

Classificação e Emprego do Pronome Possessivo<br />

Classificação e Emprego do Pronome Indefinido<br />

Locuções pronominais indefinidas<br />

Classificação e Emprego do Pronome Interrogativo<br />

Classificação e Emprego do Pronome Demonstrativo<br />

Emprego dos demonstrativos (valor discursivo)<br />

Valores estilísticos dos demonstrativos<br />

Classificação e Emprego do Pronome Relativo<br />

Emprego dos pronomes relativos<br />

Valor Discursivo<br />

Pronomes Pessoais


Pronomes Possessivos<br />

Pronomes Indefinidos<br />

Pronomes Interrogativos<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 12 – Verbo<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Flexões dos Verbos<br />

Modo<br />

Tempo<br />

Número<br />

Pessoa<br />

Estrutura Verbal<br />

Radical<br />

Vogal Temática<br />

Desinências Verbais<br />

Locução Verbal<br />

Aspecto Verbal<br />

Formas Nominais dos Verbos<br />

O Infinitivo<br />

O Gerúndio<br />

Conheça alguns empregos do gerúndio:<br />

O Particípio<br />

Voz Verbal


Voz Ativa<br />

Voz Passiva<br />

Transposição de Vozes<br />

Passagem de Voz Ativa <strong>para</strong> Passiva Analítica<br />

Passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva sintética<br />

Passagem de Voz Passiva Analítica <strong>para</strong> Voz Passiva Sintética<br />

Voz Reflexiva<br />

Formação dos Tempos Primitivos e Derivados<br />

Tempos Derivados do Presente do Indicativo<br />

Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo<br />

Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal<br />

Formação do Imperativo e Uniformidade de Tratamento<br />

Formação dos Tempos Compostos<br />

Emprego dos Tempos e Modos Verbais<br />

O Modo Indicativo<br />

O Modo Subjuntivo<br />

O Modo Imperativo<br />

Correlação Verbal<br />

Classificação dos Verbos<br />

Regulares<br />

Irregulares<br />

Anômalos<br />

Defectivos<br />

Abundantes<br />

Pronominais<br />

Reflexivos<br />

Vicários


Paradigmas (Modelos) de Conjugação Verbal<br />

Verbos Notáveis<br />

Particularidades Gráficas e Fonéticas<br />

Papéis Temáticos<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 13 – Advérbio<br />

Definição<br />

Identificação e Particularidades<br />

Sobre Advérbios Terminados em -mente<br />

Mais algumas particularidades...<br />

Classificação dos Advérbios e das Locuções Adverbiais<br />

Afirmação<br />

Negação<br />

Modo<br />

Tempo<br />

Lugar<br />

Dúvida<br />

Intensidade<br />

Causa<br />

Concessão<br />

Conformidade<br />

Finalidade<br />

Condição


Meio<br />

Instrumento<br />

Assunto<br />

Companhia<br />

Preço<br />

Quantidade<br />

Referência<br />

Ordem<br />

Medida<br />

Peso<br />

Matéria<br />

Proporção<br />

Reciprocidade<br />

Favor<br />

Exclusão<br />

Inclusão<br />

Consequência/Conclusão<br />

Palavras e Locuções Denotativas<br />

Variação em Grau<br />

Formas Estilísticas de Grau dos Advérbios<br />

Valor Discursivo<br />

Valores Anafórico, Catafórico ou Dêitico<br />

Advérbios e Construção de Sentido<br />

Já<br />

Advérbios Modalizadores<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong>


Gabarito<br />

Capítulo 14 – Preposição<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Classificação<br />

Combinações e Contrações<br />

Locução Prepositiva e Valores Semânticos<br />

Valor Relacional e Nocional<br />

Valor Relacional<br />

Valor Nocional<br />

Certas Particularidades<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 15 – Conjunção<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Locução Conjuntiva<br />

Classificação<br />

Coordenativas<br />

Subordinativas<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito


Capítulo 16 – Interjeição<br />

Definição<br />

Identificação<br />

Locução Interjetiva<br />

Classificação<br />

Valor Discursivo<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 17 – Sintaxe<br />

Capítulo 18 – Frase, Oração e Período<br />

Capítulo 19 – Termos Essenciais da Oração<br />

Definição<br />

Sujeito<br />

Classificação do Sujeito<br />

Simples<br />

Oculto<br />

Composto<br />

Indeterminado<br />

Oração sem Sujeito (sujeito inexistente)<br />

Oracional<br />

Predicado<br />

Predicação Verbal / Transitividade Verbal<br />

Verbo de Ligação<br />

Intransitivo<br />

Transitivo Direto


Transitivo Indireto<br />

Transitivo Direto e Indireto<br />

Predicativo do Sujeito e do Objeto<br />

Classificação do Predicado<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 20 – Termos Integrantes da Oração<br />

Definição<br />

Objeto Direto<br />

Objeto Direto X Sujeito<br />

Objeto Indireto<br />

Complemento Nominal<br />

Complemento Nominal X Objeto Indireto<br />

Agente da Passiva<br />

Agente da Passiva X Complemento Nominal<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 21 – Termos Acessórios da Oração<br />

Definição<br />

Adjunto Adnominal<br />

Adjunto Adnominal X Agente da Passiva<br />

Adjunto Adnominal X Complemento Nominal<br />

Adjunto Adnominal X Predicativo do Sujeito e do Objeto<br />

Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos


Adjunto Adverbial<br />

Adjunto Adverbial X Adjunto Adnominal<br />

Adjunto Adverbial X Objeto Indireto<br />

Adjunto Adverbial X Predicativo do Sujeito<br />

Adjunto Adverbial X Agente da Passiva<br />

Aposto<br />

Classificação do Aposto<br />

Aposto X Adjunto Adnominal<br />

Aposto X Predicativo do Sujeito<br />

Vocativo<br />

Vocativo X Aposto<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 22 – Orações Coordenadas<br />

Conceito de Coordenação<br />

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas<br />

Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas<br />

Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas<br />

Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas<br />

Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas<br />

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas<br />

Paralelismo Sintático<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito


Capítulo 23 – Orações Subordinadas<br />

Conceito de Subordinação<br />

Orações Subordinadas Substantivas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Predicativas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Completivas Nominais<br />

Orações Subordinadas Substantivas Apositivas<br />

Orações Subordinadas Substantivas Justapostas<br />

Orações Subordinadas Adjetivas<br />

Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas<br />

Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas<br />

Valores Circunstanciais das Orações Adjetivas<br />

Orações Subordinadas Adjetivas Justapostas<br />

Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos<br />

Orações Subordinadas Adverbiais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Causais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Causais X Orações<br />

Coordenadas Sindéticas Explicativas<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Com<strong>para</strong>tivas<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Finais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais


Orações Subordinadas Adverbiais Temporais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Modais<br />

Orações Subordinadas Adverbiais Justapostas<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 24 – Orações Reduzidas<br />

Definição<br />

Orações Reduzidas de Infinitivo<br />

Substantivas<br />

Adjetivas<br />

Adverbiais<br />

Orações Reduzidas de Gerúndio<br />

Coordenada Aditiva<br />

Substantiva Apositiva<br />

Adjetiva<br />

Adverbial<br />

Orações Reduzidas de Particípio<br />

Adjetivas<br />

Adverbiais<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 25 – Orações Intercaladas<br />

Definição<br />

Tipos


Capítulo 26 – Período Misto<br />

Definição<br />

Possibilidades de Período Misto<br />

A Elipse na Análise Sintática<br />

Modelo de Análise de um Período Misto<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 27 – Pontuação<br />

Definição<br />

Vírgula<br />

Ponto e Vírgula<br />

Dois-pontos<br />

Ponto<br />

Ponto de Interrogação<br />

Ponto de Exclamação<br />

Travessão<br />

Parênteses<br />

Aspas<br />

Reticências<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 28 – Concordância Verbal e Nominal<br />

Definição<br />

Concordância Verbal com o Sujeito Simples


Concordância Verbal com o Sujeito Composto<br />

Concordância Verbal do Ser<br />

Casos Especiais de Concordância Verbal<br />

Silepse de Número e de Pessoa<br />

Concordância Nominal com Adjetivos<br />

Casos Especiais de Concordância Nominal<br />

Silepse de Gênero e de Número<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 29 – Regência Verbal e Nominal<br />

Definição e Particularidades<br />

Regência Verbal<br />

Pontos importantíssimos<br />

Verbos com mais de uma regência sem mudança de sentido<br />

Verbos que normalmente mudam de sentido devido à regência<br />

Regência Nominal<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 30 – Crase<br />

Definição<br />

Casos Obrigatórios<br />

Casos Proibitivos<br />

Casos Facultativos<br />

Casos Especiais


A Crase e Certas Implicações<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 31 – QUE, SE e COMO<br />

Definição<br />

O Vocábulo que e Suas Classificações<br />

1) Substantivo<br />

2) Interjeição<br />

3) Advérbio<br />

4) Preposição Acidental<br />

5) Partícula Expletiva<br />

6) Pronome Interrogativo<br />

7) Pronome Indefinido<br />

8) Pronome relativo<br />

9) Conjunção Coordenativa ou Subordinativa<br />

Aditiva<br />

Adversativa<br />

Alternativa<br />

Explicativa<br />

Integrante<br />

Causal<br />

Consecutiva<br />

Com<strong>para</strong>tiva<br />

Concessiva<br />

Final


Temporal<br />

O Vocábulo SE e Suas Classificações<br />

1) Substantivo<br />

2) Pronome Oblíquo Átono<br />

Pronome Reflexivo (ou Recíproco)<br />

Parte Integrante do Verbo<br />

Partícula Expletiva<br />

Partícula de Indeterminação do Sujeito<br />

Partícula Apassivadora<br />

3) Conjunção Subordinativa<br />

Integrante<br />

Condicional<br />

Causal<br />

Concessiva<br />

Temporal<br />

O Vocábulo como e Suas Classificações<br />

1) Substantivo<br />

2) Advérbio<br />

3) Preposição Acidental<br />

4) Interjeição<br />

5) Verbo<br />

6) Pronome Relativo<br />

7) Conjunção Coordenativa ou Subordinativa<br />

Aditiva<br />

Causal<br />

Com<strong>para</strong>tiva<br />

Conformativa


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 32 – Estilística<br />

Definição<br />

Figuras de Palavras (conceito)<br />

Metáfora<br />

Com<strong>para</strong>ção<br />

Metonímia<br />

Catacrese<br />

Perífrase<br />

Sinestesia<br />

Figuras de Sintaxe<br />

Hipérbato<br />

Pleonasmo<br />

Anacoluto<br />

Elipse<br />

Zeugma<br />

Assíndeto<br />

Polissíndeto<br />

Anáfora<br />

Figuras de Pensamento<br />

Antítese<br />

Oxímoro (Paradoxo)<br />

Hipérbole<br />

Gradação


Eufemismo<br />

Ironia<br />

Prosopopeia (Personificação)<br />

Figuras Fônicas<br />

Aliteração<br />

Assonância<br />

Paranomásia<br />

Onomatopeia<br />

Paralelismo<br />

Combinação de Figuras<br />

Vícios de Linguagem<br />

Ambiguidade (Anfibologia)<br />

Arcaísmo<br />

Barbarismo<br />

Cacofonia<br />

Colisão<br />

Parequema<br />

Eco<br />

Hiato<br />

Solecismo<br />

Preciosismo<br />

Plebeísmo<br />

Redundância (Tautologia)<br />

Estrangeirismo<br />

Prolixidade<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong>


GABARITO<br />

Capítulo 33 – Teoria da Comunicação<br />

Definição<br />

Elementos da Comunicação<br />

Funções da Linguagem<br />

Noções de Semiótica (ou Semiologia) e Linguística<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 34 – Compreensão/Interpretação de Textos e<br />

Tipologia Textual<br />

Definição<br />

Operadores Argumentativos<br />

Pressupostos e Subentendidos<br />

Pressupostos<br />

Subentendidos<br />

Tipologia Textual<br />

Texto Narrativo e Tipos de Discurso<br />

Tipos de Discurso<br />

Texto Descritivo<br />

Texto Injuntivo<br />

Texto Dialogal<br />

Texto Dissertativo<br />

Dissertação Expositiva<br />

Dissertação Argumentativa<br />

Estratégias Argumentativas


Modalização<br />

Exemplificação (fato-exemplo)<br />

Enumeração<br />

Fato histórico<br />

Com<strong>para</strong>ção<br />

Contraposição<br />

Causa e efeito<br />

Dados estatísticos<br />

Definição<br />

Testemunho de autoridade<br />

Contra-argumentação<br />

Pergunta retórica<br />

Métodos de Raciocínio<br />

Silogismo<br />

Método de Raciocínio Dedutivo<br />

Método de Raciocínio Indutivo<br />

Método de Raciocínio Dialético<br />

Falácia<br />

Gênero Textual<br />

Estratégias <strong>para</strong> Compreensão/Interpretação de Textos<br />

Análise de um Texto<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 35 – Coesão e Coerência<br />

Definição


Coesão Referencial<br />

Coesão Sequencial<br />

Coesão Recorrencial<br />

Fatores de Coerência<br />

Manutenção temática<br />

Conhecimento de mundo<br />

Situação de comunicação<br />

Mecanismos gramaticais e semânticos da língua<br />

Intertextualidade<br />

Intencionalidade<br />

Coerência Narrativa<br />

Coerência Argumentativa<br />

Coerência Figurativa<br />

Coerência Temporal<br />

Coerência de Registro<br />

Continuidade Textual<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 36 – Domínio do Registro Culto<br />

Definição<br />

Conceito de Erro<br />

Registro Culto e Coloquial<br />

Variações Linguísticas<br />

Registros Linguísticos: Língua Falada e Língua Escrita<br />

Acentuação


Ortografia<br />

Emprego de classes gramaticais (pronomes e verbos,<br />

principalmente)<br />

Pontuação<br />

Concordância<br />

Regência<br />

Crase<br />

O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

GABARITO<br />

Capítulo 37 – Reescritura de Frases<br />

Definição de Paráfrase<br />

Mudança de Posição dos Vocábulos<br />

Equivalência entre Locuções e Palavras e entre Conectivos<br />

Substituição de Verbos por Advérbios e Vice-versa<br />

Uso de Sinônimos<br />

Substituição de Substantivos por Pronomes<br />

Nominalização<br />

Transformação de Oração Reduzida em Desenvolvida e<br />

Vice-versa<br />

Reduzidas de gerúndio <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

Reduzidas de infinitivo <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

Reduzidas de particípio <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

Substituição de Pronome Relativo por Outro e Pronome<br />

Demonstrativo por Outro<br />

Possibilidades de Paralelismo<br />

Relação de Causa e Consequência


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Gabarito<br />

Capítulo 38 – Questões Comentadas da Banca CQIP<br />

Bibliografia<br />

Mensagem final<br />

Gabarito Comentado


Introdução<br />

O que é Gramática Normativa, Norma Culta,<br />

Registro Culto etc.?<br />

Leia isto (vai por mim!), pois tais conceitos são importantes <strong>para</strong> a sua prova!<br />

A gramática normativa trata da sistematização do registro culto da língua, em seus níveis<br />

fonológico (som), mórfico (forma), sintático (organização), semântico (sentido) e léxico<br />

(vocabulário). Falarei também dos níveis discursivo (uso prático da língua) e estilístico<br />

(criatividade no uso da língua). Falaremos de tudo isso em A Gramática.<br />

A língua culta (ou registro culto), conforme dizia o conceituadíssimo gramático Celso<br />

Cunha, “trata de uma descrição do português atual na sua forma culta, isto é, da língua como a<br />

têm utilizado os escritores portugueses, brasileiros e africanos, do Romantismo <strong>para</strong> cá,<br />

dando naturalmente uma situação privilegiada aos autores dos nossos dias”. Como se pôde<br />

perceber com os grifos que dei, é simplesmente a maneira como as pessoas que gozam de<br />

prestígio social usam a língua. Não é a língua pura ou correta (apesar de ainda muitos<br />

sustentarem tal discurso!), mas tão somente uma maneira de usar a língua. A partir do modelo<br />

de escrita de pessoas conceituadas, estudiosos dessa modalidade linguística criaram padrões<br />

de “bom uso” da língua. De modo simplista, é por isso que a língua culta é também chamada<br />

de língua padrão, ou registro culto, ou ainda registro formal. Em algumas provas atuais,<br />

como as da ESAF e da FCC, você ainda vai encontrar a expressão “erro gramatical”, quando<br />

melhor seria dizer “desvio”, “inadequação” ou “incorreção” do ponto de vista da língua culta.<br />

A gramática normativa, segundo a concepção mais tradicional, portanto, é um conjunto de<br />

regras <strong>para</strong> escrever e falar corretamente uma língua, de acordo com o molde de uso dessa<br />

língua por pessoas cultas. Será que é por isso que se fala em norma culta? Certamente.<br />

A norma culta é apenas uma das variedades de uso da língua. Infelizmente, ainda, muitos<br />

pensam que o padrão culto da língua é o melhor, o correto, o ideal de língua e, portanto, o que<br />

deve ser usado por todos. Mas saiba que ela é tão somente uma das variedades de uso da<br />

língua. Ela é normalmente ensinada pelas gramáticas escolares, que se baseiam nos registros<br />

escritos de pessoas consagradas na sociedade e tidas como cultas. E é normalmente usada em<br />

situações formais.<br />

Abra qualquer gramática tradicional (normativa, escolar, prescritiva etc.), por exemplo, a


do Celso Cunha ou a do Bechara... Verá lá uma série de trechos retirados de livros de gente<br />

famosa, culta, influente e consagrada na sociedade. O modo como essas pessoas se<br />

expressavam linguisticamente pela escrita seguia um determinado modelo – com algumas<br />

variações, é claro, mas nada substancial – que, por sua vez, serviu de base <strong>para</strong> a feitura da<br />

gramática normativa, em que a língua padrão (culta) se torna o ideal do “bem falar e<br />

escrever”.<br />

Adendos e críticas à parte, devido à relevância que tem nas situações formais, a norma<br />

culta deve ser ensinada nas escolas (afinal, não a aprendemos na rua). É nesse ambiente<br />

institucionalizado que a aprendemos regularmente.<br />

Pois bem... se o objetivo da língua é a comunicação e a interação, quero alistar aqui<br />

algumas vantagens do aprendizado do registro culto da língua:<br />

• Assegura a unidade da língua nacional, pois é por meio do uso da língua culta que os livros<br />

didáticos, científicos e jurídicos, os documentos formais, os (tele)jornais consagrados, as<br />

grandes mídias etc. veiculam as informações de modo neutro e unificado <strong>para</strong> todo o país.<br />

• Permite que uma pessoa ascenda profissionalmente, pois uma das exigências nas entrevistas<br />

de emprego ou nas provas de concursos públicos é o uso considerado mais esmerado da<br />

língua, por meio do qual pensamentos complexos são expressos, a saber: o registro culto da<br />

língua.<br />

• Serve como um valioso instrumento em situações formais, <strong>para</strong> que circulemos bem em<br />

determinados ambientes sociolinguísticos. Por exemplo, ao nos dirigirmos a um juiz em um<br />

tribunal, a um presidente de uma empresa, enfim, a uma pessoa que ocupa um cargo social<br />

mais elevado que o nosso, sentimo-nos impelidos a usar a língua culta.<br />

Assim, percebemos que, em termos práticos, precisamos aprender o registro culto da língua<br />

<strong>para</strong> nosso bem-estar social! E isso inclui o quê? Acertar questões em provas de concurso<br />

público, pois elas se baseiam na norma culta. Como esta gramática se destina a ensinar tal<br />

norma, visando à sua ascensão social, chega de papo! Sirva-se!


Capítulo 1<br />

Fonologia


Definição<br />

Quando usamos a língua falada, saem sons de nossa boca, certo? Esses sons se combinam e<br />

formam palavras, certo? Essas palavras, por sua vez, podem ter seu sentido modificado caso<br />

uma parte sonora seja modificada, certo? Ok, então.<br />

A Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da língua, sua capacidade de<br />

combinação e sua capacidade de distinção. Ela se ocupa da função dos sons dentro da língua,<br />

os quais permitem aos falantes formar palavras e distinguir significados. É o estudo dela que<br />

nos interessa <strong>para</strong> as provas de concursos públicos. O estudo da Fonética não nos importa.<br />

“Ah, então existe uma distinção entre Fonética e Fonologia?” Sim! A Fonética descreve os<br />

aspectos articulatórios e as propriedades físicas de todos os sons, ou seja, trata da produção<br />

dos sons, como eles se formam etc. “Poxa, <strong>Pestana</strong>, então você não vai mostrar todo o<br />

aparelho fonador, a boca, a língua, os dentes, a transcrição fonética etc. e tal?” E-xa-ta-mente!<br />

Não vou falar nada disso. “Mas por quê?” Simples. Porque não cai em prova. Outra<br />

informação: não usarei símbolos de transcrição fonética nem barras <strong>para</strong> marcar um fonema;<br />

meu objetivo é facilitar e ir direto à linguagem das provas. Reitero: só os aspectos da<br />

Fonologia importam <strong>para</strong> provas de concursos públicos!<br />

Em questões bem antigas (década de 80, 90), até havia questões sobre Fonética. Hoje em<br />

dia, você não precisa se preocupar com isso. Graças a Deus! Quanto menos tiver de saber<br />

detalhes da gramática <strong>para</strong> acertar uma questão na prova e ser feliz, melhor <strong>para</strong> você.<br />

Concorda? Encher linguiça não é minha praia. Preciso ser preciso. Então... vamos lá!


Fonema<br />

O fonema é a menor unidade sonora da palavra e exerce duas funções: formar palavras e<br />

distinguir uma palavra da outra.<br />

É mais simples do que parece: quando os fonemas se combinam, formam palavras, ou seja,<br />

C + A + S + A = CASA. Percebeu? Quatro fonemas (sons) se combinaram e formaram uma<br />

palavra. Se substituirmos agora o som S por P, haverá uma nova palavra, certo? CAPA.<br />

A combinação de diferentes fonemas permite a formação de novas palavras com diferentes<br />

sentidos. Portanto, os fonemas de uma língua têm duas funções bem importantes: formar<br />

palavras e distinguir uma palavra da outra.<br />

Ex.: cal / Gal / mal / sal / tal...<br />

moço / moça / maço / maça / maçã...<br />

Com a troca de fonemas, novas palavras surgiram, com sentidos diferentes. Percebeu?


Letra<br />

A letra é um símbolo que representa um som, é a representação gráfica dos fonemas da fala.<br />

É bom saber dois aspectos da letra: pode representar mais de um fonema ou pode<br />

simplesmente ajudar na pronúncia de um fonema. Como assim?<br />

Por exemplo, a letra X pode representar os sons X (enxame), Z (exame), S (têxtil) e KS<br />

(sexo; neste caso a letra X representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma letra pode<br />

representar mais de um fonema.<br />

Às vezes a letra é chamada de diacrítica, pois vem à direita de outra letra <strong>para</strong> representar<br />

um fonema só. Por exemplo, na palavra cachaça, a letra H não representa som algum, mas,<br />

nesta situação, ajuda-nos a perceber que CH tem som de X, como em xaveco.<br />

Vale a pena dizer que nem sempre as palavras apresentam número idêntico de letras e<br />

fonemas.<br />

Ex.: mola > 4 letras, 4 fonemas<br />

guia > 4 letras, 3 fonemas<br />

Percebeu que o U em GU não tem som? É uma letra diacrítica. Agora, em água, o U é<br />

pronunciado, logo não é mais uma letra diacrítica. Simples assim.<br />

Tome cuidado, pois existem algumas palavras em que se pode pronunciar o X como Z ou<br />

KS: hexágono. Logo, se fôssemos analisar o número de letras e de fonemas, diríamos que, se<br />

pronunciarmos o X com som de Z, haverá 8 letras e 7 fonemas; caso pronunciemos o X com<br />

som de KS, haverá 8 letras e 8 fonemas. O H não é pronunciado, óbvio.<br />

Só de curiosidade: na palavra inexorável, o X tem som de Z, logo há 10 letras e 10<br />

fonemas.


Dígrafo e Dífono<br />

O dígrafo constitui-se de duas letras representando um só fonema. A segunda letra é<br />

diacrítica, isto é, existe apenas <strong>para</strong> ajudar numa determinada pronúncia. Por exemplo, se<br />

dissermos caro, o R terá um som diferente de RR, em carro. Este segundo R, em carro, é uma<br />

letra diacrítica.<br />

Há dois tipos:<br />

• consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs.<br />

Ex.: guerreiro, queda, chave, lhama, nhoque, arrastão, assado, descendente, cresça,<br />

excitado, exsudar.<br />

• vocálicos ou nasais: a, e, i, o, u seguidos de m ou n na mesma sílaba (!)<br />

Ex.: campo, anta/empresa, entrada/imbatível, caindo/ombro, onda/umbigo, untar.<br />

Chamamos de dífono o som KS representado pela letra X.<br />

Ex.: tóxico (tóksico), complexo (complekso), tórax (tóraks)...<br />

Cuidado!!!<br />

1) O M e o N usados após as vogais, nasalizando-as, não são fonemas nem consoantes.<br />

Logo, se o “homem da banca” quiser dar uma “pernada” em você, ele vai dizer que<br />

ocorre o encontro de duas consoantes em menta, por exemplo. Não caia nessa! O M e o N<br />

são apenas marcas de nasalização da vogal, como se fossem um til (~). Se vierem, porém,<br />

antes da vogal (na-ta-ção) ou em outra sílaba (Fa-bi-a-na), aí sim são fonemas, são, de<br />

fato, consoantes.<br />

2) Sempre que uma palavra tiver dígrafo, o número de letras será maior que o número de<br />

fonemas. Na palavra champanha, há 9 letras e 6 fonemas, pois há dois dígrafos<br />

consonantais (ch, nh) e um vocálico (am).<br />

3) Se as palavras terminam em -AM, -EM, -EN(S), tais terminações não são dígrafos<br />

vocálicos, mas sim ditongos decrescentes nasais. Falarei mais disso daqui a pouco.<br />

4) Parece bobeira, mas não confunda, por exemplo, piscina (sc: 1 som), escola (sc: 2 sons).<br />

Outra informação: na antiga ortografia, os dígrafos GU e QU, que só são dígrafos se<br />

seguidos da letra E ou I, recebiam trema em algumas palavras, o que facilitava a nossa<br />

vida em palavras como qüiproquó (os us são pronunciados, mesmo sem trema:<br />

quiproquó). Hoje (com a nova ortografia), sem trema, algumas palavras podem dificultar<br />

nossa vida. Exemplo: como se pronuncia liquidificador? Pronunciando o U ou não? As<br />

duas formas são possíveis (qüi/qui), mas se acostume com a ausência do trema, que tanto<br />

facilitava nossa vida na pronúncia das palavras. Depois reclamavam dele! Vai deixar<br />

saudades...


5) A letra H é chamada de letra etimológica, pois se manteve do latim até o português atual.<br />

Não representa fonema algum.<br />

6) Nunca é demais dizer que depois de M se usa P e B: âmbar, amplexo, embromar,<br />

empréstimo etc.


Classificação dos Fonemas<br />

Os fonemas são de três tipos: vogais, semivogais e consoantes.<br />

Vogais<br />

São fonemas produzidos livremente, sem obstrução da passagem do ar. São mais tônicos, ou<br />

seja, têm a pronúncia mais forte que as semivogais. São o centro de toda sílaba. Podem ser<br />

orais (timbre aberto ou fechado) ou nasais (indicadas pelo ~, m, n). As vogais são A, E, I, O,<br />

U, que podem ser representadas pelas letras abaixo. Veja:<br />

A: casa (oral), cama (nasal)<br />

E: hélio (oral), estrada (oral, timbre fechado), centro (nasal)<br />

I: amigo (oral), índio (nasal)<br />

O: pode (oral), olho (oral, timbre fechado), longe (nasal)<br />

U: saúde (oral), untar (nasal)<br />

Y: hobby (oral)<br />

Obs.: Os fonemas vocálicos representados pelas letras E e O são pronunciados,<br />

respectivamente, como I e U quando terminam palavra: pente (penti); ovo (ovu). No Sul<br />

do país, a pronúncia alterna. Outra informação importante: sempre que o acento agudo<br />

ou circunflexo estiver em cima de E, I, O, U, tais fonemas serão vogais; o A será sempre<br />

vogal!<br />

Semivogais<br />

Os fonemas semivocálicos (ou semivogais) têm o som de I e U (apoiados em uma vogal, na<br />

mesma sílaba). São menos tônicos (mais fracos na pronúncia) que as vogais. São<br />

representados pelas letras I, U, E, O, M, N, W, Y. Veja:<br />

pai: note que a letra I representa uma semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na mesma<br />

sílaba.<br />

mouro: note que a letra U representa uma semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na<br />

mesma sílaba.<br />

mãe: note que a letra E representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma<br />

vogal, na mesma sílaba.<br />

pão: note que a letra O representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em uma<br />

vogal, na mesma sílaba.<br />

cantam: note que a letra M representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em<br />

uma vogal, na mesma sílaba (= cantãu).


dancem: note que a letra M representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em<br />

uma vogal, na mesma sílaba (= dancẽi).<br />

hífen: note que a letra N representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma<br />

vogal, na mesma sílaba (= hífẽi).<br />

glutens: note que a letra N representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em<br />

uma vogal, na mesma sílaba (= glutẽis).<br />

windsurf: note que a letra W representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em<br />

uma vogal, na mesma sílaba.<br />

office boy: note que a letra Y representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em<br />

uma vogal, na mesma sílaba.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Celso Cunha, Sacconi e outros gramáticos, por exemplo, consideram a letra L uma<br />

semivogal em fim de sílaba (sal, mal, sol, alto...) por ter som de U. No Sul do Brasil,<br />

entretanto, mesmo nessa situação, o L tem som de L mesmo, predominantemente. Nunca vi<br />

em concurso algum tal exigência, mas... nunca se sabe... vai que...<br />

2) Em um encontro vocálico, <strong>para</strong> saber qual fonema vocálico é vogal ou semivogal, sugiro<br />

substituir as vogais por valores de intensidade; assim: A=3, E=2, I=1, O=2, U=1. Por<br />

exemplo, em vácuo (u=1, o=2, logo U é semivogal e O é vogal). Saiba que o encontro<br />

vocálico -eo (óleo), por não se encaixar na minha sugestão, é analisado assim: semivogal<br />

(e) + vogal (o). Por fim, num encontro vocálico com I e U, o que vier após outro será,<br />

normalmente, vogal. Uma maneira de perceber isso é colocando um acento agudo<br />

hipotético em cima desses fonemas; Ex.: partíu (i, vogal; u, semivogal); gratúito (u,<br />

vogal; i, semivogal); saguí (u, semivogal; i, vogal). Esta última palavra é escrita com<br />

trema, segundo a antiga ortografia.<br />

4) As palavras “windsurf” e “office boy”, de origem estrangeira, já figuram nos dicionários<br />

de língua portuguesa do Brasil, por isso não podemos deixar de analisar as já<br />

consideradas letras do nosso alfabeto K, W e Y sob uma perspectiva fonológica. Só de<br />

curiosidade: Charles Darwin (w com som de u, semivogal).<br />

Consoantes<br />

São fonemas produzidos com interferência de um ou mais órgãos da boca (dentes, língua,<br />

lábios). Todas as demais letras do alfabeto representam, na escrita, os fonemas consonantais:<br />

B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W (com som de V, Wagner), X, Z.


Sílaba<br />

A sílaba é, normalmente, um grupo de fonemas centrados numa vogal. Toda sílaba é<br />

expressa numa só emissão de voz, havendo breves pausas entre cada sílaba. Isso fica mais<br />

perceptível quando pronunciamos uma palavra bem pausadamente. Por isso, intuitivamente, a<br />

melhor maneira de se<strong>para</strong>r as sílabas é falar bem pausadamente a palavra. Exemplo: FO...<br />

NO... LO... GI... A. Percebeu?<br />

Fique sabendo que a base da sílaba é a vogal e, sem ela, não há sílaba, ok? Há palavras<br />

com apenas uma vogal formando cada sílaba: aí, que se pronuncia a-í (duas sílabas).<br />

Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em:<br />

• Monossílabas (uma vogal, uma sílaba): mão.<br />

• Dissílabas (duas vogais, duas sílabas): man-ga.<br />

• Trissílabas (três vogais, três sílabas): man-guei-ra.<br />

• Polissílabas (mais de três vogais, mais de três sílabas): man-guei-ren-se.<br />

Ou quem sabe esta: pneu-mo-ul-tra-mi-cros-co-pi-cos-si-li-co-vul-ca-no-co-ni-ó-ti-co.<br />

Se eu ainda sei contar, são 20 vogais, logo 20 sílabas. Esta é polissílaba desde criancinha!<br />

Quanto à tonicidade, há sílaba tônica (alta intensidade na pronúncia) e átona (baixa<br />

intensidade na pronúncia). Sempre há apenas uma (1) sílaba tônica por palavra, ok? Ela se<br />

encontra em uma das três sílabas finais da palavra (isto é, se a palavra apresentar três<br />

sílabas).<br />

Bizu: se houver acento agudo ou circunflexo em uma das vogais, aí estará a sílaba tônica da<br />

palavra.<br />

Qual seria, então, a sílaba tônica de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico?<br />

Moleza, não? Veja: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiÓtico.<br />

Se não houver acento agudo ou circunflexo <strong>para</strong> facilitar a nossa vida, coloque um acento<br />

hipotético <strong>para</strong> identificar a sílaba tônica: cástelo, castélo ou casteló? Como falamos? É claro<br />

que a sílaba tônica é a segunda: cas-te-lo.<br />

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras só podem ser:<br />

• Oxítonas (última sílaba tônica): condor.<br />

• Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): rubrica.<br />

• Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica): ínterim.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Conheça a posição da sílaba tônica de algumas palavras: SÁbia, saBIa, sabiÁ, misTER,<br />

noBEL, ureTER, ruIM, filanTROpo, puDIco, reCORde, graTUIto, iBEro, LÊvedo,<br />

aRÍete, ZÊnite, QUÉops...<br />

2) Há palavras que têm dupla possibilidade de posição da sílaba tônica: proJÉtil/projeTIL,


RÉPtil/repTIL, XÉrox/XeROX... Note que há mudança na acentuação gráfica...<br />

3) Só <strong>para</strong> relaxar: “A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia assobiar”. E as<br />

sílabas tônicas?<br />

Falaremos sobre Prosódia (assunto que trata, basicamente, da correta posição da sílaba<br />

tônica) com calma mais à frente. Relax!


Encontros Vocálicos<br />

Como o nome sugere, é o contato entre fonemas vocálicos. Há três tipos:<br />

Hiato<br />

Ocorre hiato quando há o encontro de duas vogais, que acabam ficando em sílabas<br />

se<strong>para</strong>das (V – V), porque só pode haver uma vogal por sílaba.<br />

Ex.: sa-í-da, ra-i-nha, ba-ús, ca-ís-te, tu-cu-mã-í, su-cu-u-ba, ru-im, jú-ni-or...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em palavras com a sequência V+SV+V, como praia, meio, joio, ocorre um falso hiato,<br />

vulgarmente falando. Isso ocorre porque prai-a, por exemplo, apresenta semivogal (i)<br />

se<strong>para</strong>da de vogal (a). Na realidade, o que ocorre é um fenômeno chamado glide, isto é,<br />

cada uma das palavras acima apresenta dois ditongos, pois a semivogal (i) se prolonga<br />

até a sílaba seguinte: (prai-ia, mei-io...). Nunca vi isso em prova de concurso, mas...<br />

nunca se sabe...<br />

2) As palavras rio, cio, mia, tia, dia não são monossilábicas! São dissilábicas, pois<br />

apresentam hiato!<br />

Ditongo<br />

Existem dois tipos: crescente ou decrescente (oral ou nasal).<br />

Crescente (SV + V, na mesma sílaba):<br />

Ex.: magistério (oral), série (oral), várzea (oral), quota (oral), quatorze (oral), enquanto<br />

(nasal), cinquenta (nasal), quinquênio (nasal)...<br />

Decrescente (V + SV, na mesma sílaba):<br />

Ex.: item (nasal), amam (nasal), sêmen (nasal), cãibra (nasal), caule (oral), ouro (oral),<br />

veia (oral), fluido (oral), vaidade (oral)...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os ditongos não são se<strong>para</strong>dos, mas os crescentes finais (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -<br />

ue, -uo) são vistos pela NGB (Nomenclatura <strong>Gramatica</strong>l Brasileira) e por muitos<br />

gramáticos como possíveis hiatos de palavras proparoxítonas acidentais, ou eventuais.<br />

Por exemplo: his-tó-ria (paroxítona/ditongo crescente) ou his-tó-ri-a<br />

(proparoxítona/hiato). Em concurso, é comuníssima a primeira análise, ou seja, áu-rea,<br />

plúm-beo, ca-lú-nia, sé-rie, co-lé-gio, má-goa, á-gua, tênue, tríduo. Olho vivo!<br />

2) Palavras terminadas em -am (verbo), -em (verbo ou não verbo), -en (nome), -en(s)<br />

(verbo ou não verbo) apresentam ditongo decrescente nasal (também chamado de ditongo


fonético). Exemplo: dançam (= ãu), bebem (= ẽi), sem (= ẽi), glúten (= ẽi), conténs (=<br />

ẽi), hifens (= ẽi)... Mesmo com sufixo, o ditongo se mantém: trenzinho, vintenzinho...<br />

3) A palavra muito apresenta um ditongo decrescente nasal apesar da ausência de marca de<br />

nasalização. A Língua Portuguesa apresenta outras palavras assim: Elaine, andaime,<br />

plaino, açaima (do verbo açaimar), Roraima (também existe a pronúncia Roráima), etc.<br />

4) Interessante é a palavra ioiô, que se se<strong>para</strong> em io-iô (há dois ditongos crescentes). Outras<br />

palavras podem apresentar mais de um encontro vocálico, como Pi-au-í (um hiato, um<br />

ditongo decrescente e um falso hiato). Cuidado também com as palavras vaidade e<br />

paisagem, que apresentam ditongos decrescentes, e não hiatos!<br />

Tritongo<br />

O tritongo é a união de SV + V + SV na mesma sílaba; pode ser oral ou nasal.<br />

Ex.: saguão (nasal), Paraguai (oral), enxáguem (nasal), averiguou (oral), deságuam<br />

(nasal), aguei (oral)...<br />

Cuidado!!!<br />

1) O M dos exemplos de tritongo é uma semivogal. Logo, não pense que, em enxáguem e<br />

deságuam, os encontros UEM e UAM formam ditongos crescentes nasais. São tritongos:<br />

SV+V+SV.<br />

2) Há duas palavras perigosas: se-quoi-a e ra-diou-vin-te. Há tritongo nelas, hein!<br />

3) Como eu já disse mais acima (em Hiato), palavras como praia, joio, veia não têm<br />

tritongo!


Encontros Consonantais<br />

É a sequência de consoantes numa palavra. Existem os perfeitos (inseparáveis, pois ficam<br />

na mesma sílaba) e os imperfeitos (separáveis, pois não ficam na mesma sílaba). Geralmente,<br />

os encontros consonantais perfeitos apresentam consoante + l ou r.<br />

Ex.: Flamengo (perfeito) > Fla-men-go<br />

Vasco (imperfeito) > Vas-co<br />

Obs.: Não confunda encontro consonantal com dígrafo consonantal! Exemplo: campo (o M<br />

nasaliza a vogal anterior; não é consoante, é só uma marca de nasalização; não forma<br />

encontro consonantal com P!).


Se<strong>para</strong>ção Silábica<br />

Trata da adequada se<strong>para</strong>ção das sílabas de uma palavra. Lembre-se: toda sílaba tem de<br />

apresentar uma vogal.<br />

Se<strong>para</strong>m-se<br />

Os hiatos: va-ri-a-do, car-na-ú-ba, pa-ra-í-so, ru-í-na, cu-ri-o-so, ál-co-ois (ou al-coóis)...<br />

Os dígrafos (rr, ss, sc, sç, xc, xs): car-rei-ra, cas-sa-ção, nas-cer, des-ça, ex-ces-so, ex-sicar...<br />

Os encontros consonantais que não iniciam imediatamente as palavras (pç, bd, cc, cç, tn,<br />

bm, bst, bt, sp, ct, pt, sp, sc, sf, mn, br etc.): op-ção, ab-di-car, oc-ci-pi-tal, fic-ção, ét-ni-co,<br />

sub-me-ter, abs-tra-to, ob-ten-ção, trans-por-te, in-tac-to, ap-ti-dão, ins-pi-rar, cons-purcar,<br />

obs-cu-ro, at-mos-fe-ra, am-né-sia, ab-rup-to...<br />

Obs.: Quando a palavra for seguida de um conjunto de consoantes, se<strong>para</strong>r-se-á a última da<br />

penúltima: tungs-tê-nio, felds-pa-to, sols-tí-cio, pers-pi-caz... Cuidado: quart-zo, metem-psi-co-se.<br />

A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis, trans, super, ex, inter etc.), quando<br />

seguida de vogal, junta-se a ela: bi-sa-vó, di-sen-te-ri-a, su-bem-pre-go, ci-sal-pi-no, transa-tlân-ti-co,<br />

su-pe-res-pe-ci-al, e-xan-gue, in-te-res-ta-du-al...<br />

Obs.: É preciso atenção quando uma palavra PARECE ter prefixo. Exemplo: suboficial (a<br />

palavra oficial existe, logo “sub” é prefixo; assim: su-bo-fi-ci-al), mas sublime (a<br />

palavra lime não existe, logo “sub” pertence ao radical, não é prefixo; assim: su-blime).<br />

Não se se<strong>para</strong>m<br />

Ditongos e tritongos: a-rac-nói-de-o (proparoxítona!), cau-sa, doi-do, a-fei-to, pleu-ra,<br />

bai-xa, cou-ro, gra-tui-to, men-tiu, a-guen-tar, bai-a-no, coi-o-te, fei-o-so, plêi-a-de, Cui-abá,<br />

boi-a-da, U-ru-guai, i-guais, en-xa-guou...<br />

Obs.: Muitos dicionários divergem quanto à se<strong>para</strong>ção do encontro vocálico -io no meio da<br />

palavra; analisam ora como ditongo, ora como hiato (ambas as formas estão adequadas,<br />

por falta de consenso). Exemplo: fi-si-o-te-ra-pi-a (ou fi-sio-te-ra-pi-a).<br />

Dígrafos (lh, nh, ch, qu, gu): ve-lho, ba-nhei-ra, mar-cha, quei-jo, guer-ra...


Encontros consonantais perfeitos no início de palavras, normalmente: gno-mo, mne-môni-co,<br />

pneu-má-ti-co, psi-có-lo-go, pro-ble-ma, cni-dá-rio...<br />

A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis, trans, super, ex, inter etc.), se seguida<br />

de consoante, não formará nova sílaba com ela: bis-ne-to, dis-cor-dân-cia, sub-li-nhar (cai<br />

muito em prova!), cis-pla-ti-no, trans-por-tar, su-per-ho-mem, ex-car-ce-rar, in-ter-na-cional...<br />

Cuidado!!!<br />

A translineação silábica trata da se<strong>para</strong>ção das sílabas de uma linha <strong>para</strong> outra em um texto<br />

formal, como em uma Redação Oficial. Seguem as normas gramaticais estabelecidas <strong>para</strong> a<br />

divisão silábica em uma redação:<br />

1) Deve-se evitar que a sílaba constituída de vogal fique isolada no fim ou no início de<br />

linha: úmi-do, e não ú-mido.<br />

2) Deve-se evitar que a translineação provoque a ocorrência de palavras chulas ou<br />

inadequadas: apósto-lo, e não após-tolo; dispu-ta, e não dis-puta.<br />

O Novo Acordo Ortográfico recomenda, por clareza gráfica, quando o hífen de palavra<br />

composta, ou com prefixo, coincidir com o fim de linha, repeti-lo no início da linha seguinte:<br />

.......................A defesa pleiteou no pedido de habeas corpus a expedição de salvo--conduto<br />

<strong>para</strong> que o militar não fosse............................................................................


Ortoepia e Prosódia<br />

Ortoepia ou Ortoépia trata da pronúncia adequada das palavras. Já a Prosódia trata,<br />

basicamente, da correta acentuação tônica das palavras, ou seja, da posição adequada da<br />

sílaba tônica das palavras. Quando alguém comete um desvio de prosódia, damos a isso o<br />

nome de silabada – deslocamento da sílaba tônica.<br />

Este assunto está ligado à fonologia, à ortografia e à acentuação, por isso revisite-o sempre.<br />

Não é incomum ouvirmos as pessoas dizendo menDINgo, morTANdela, aDEvogado,<br />

PREvilégio ou RÉcorde, RÚbrica, inteRIM, gratuÍto etc., certo? Até o mais conceituado<br />

apresentador de telejornal brasileiro diz RÉcorde! Preste atenção!<br />

No entanto, sabemos que mendigo, mortadela, advogado e privilégio são as adequadas<br />

pronúncias, o que acaba influenciando a ortografia, percebe? Sabemos também que o<br />

adequado é reCORde, ruBRIca, ÍNterim, graTUIto. Beleza?<br />

Nós, falantes cultos da língua, devemos nos preocupar muito em pronunciar adequadamente<br />

as palavras, sem acrescentar ou retirar partes das palavras, ou ainda deslocar a posição da<br />

sílaba tônica delas. Nossa ascensão social depende disso, seja em uma entrevista de emprego<br />

seja em uma prova de concurso. Fique ligado nisso!<br />

Leia e releia os desvios mais clássicos:<br />

ADEQUADO<br />

Admissão<br />

Absoluto<br />

Advogado<br />

Aforismo<br />

Aleijar<br />

Aterrissagem<br />

Adivinhar<br />

Apropriado<br />

Bandeja<br />

Bugiganga<br />

Beneficente<br />

Bebedouro<br />

Bochecha<br />

Boteco<br />

Braguilha<br />

Bueiro<br />

Cabeleireiro<br />

Caranguejo<br />

INADEQUADO<br />

Adimissão*<br />

Abissoluto<br />

Adevogado<br />

Aforisma<br />

Alejar<br />

Aterrizagem<br />

Advinhar<br />

Apropiado<br />

Bandeija<br />

Buginganga<br />

Beneficiente<br />

Bebedor<br />

Buchecha<br />

Buteco<br />

Barguilha<br />

Boeiro<br />

Cabelereiro<br />

Carangueijo


Cutucar<br />

Cotucar<br />

Creolina<br />

Criolina<br />

Descarrilar<br />

Descarrilhar<br />

Digladiar<br />

Degladiar<br />

Disenteria<br />

Desinteria<br />

Empecilho<br />

Impecilho<br />

Engajamento<br />

Enganjamento<br />

Estourar<br />

Estorar<br />

Estupro<br />

Estrupo<br />

Esteja<br />

Esteje<br />

Etimologia<br />

Etmologia<br />

Fratricídio<br />

Fatricídio<br />

Freada<br />

Freiada<br />

Fragrância<br />

Fragância<br />

Frustração<br />

Frustação<br />

Intitular<br />

Entitular<br />

Lagarto<br />

Largato<br />

Lagartixa<br />

Largatixa<br />

Manteigueira<br />

Mantegueira<br />

Mendigo<br />

Mendingo<br />

Meritíssimo<br />

Meretíssimo<br />

Meteorologia<br />

Meterologia<br />

Mortadela<br />

Mortandela<br />

Prazerosamente<br />

Prazeirosamente<br />

Privilégio<br />

Previlégio<br />

Problema<br />

Pobrema/Poblema<br />

Proprietário<br />

Propietário<br />

Prostrar<br />

Prostar<br />

Reivindicar<br />

Reinvidicar<br />

Salsicha<br />

Salchicha<br />

Seja<br />

Seje<br />

Sobrancelha<br />

Sombrancelha<br />

Supetão<br />

Sopetão<br />

Superstição<br />

Supertição<br />

Tábua<br />

Talba<br />

Tóxico<br />

Tóxico (ch)<br />

Umbigo<br />

Imbigo


Basculante<br />

Vasculante<br />

* Para os professores de plantão, não entrarei no mérito da epêntese e de outros fenômenos<br />

prosódicos, pois isso não cai em prova.<br />

Algumas pronúncias e grafias duplas registradas em dicionários<br />

e/ou no VOLP<br />

acróbata ou acrobata/aborígine ou aborígene/arteriosclerose ou aterosclerose/abóbada ou<br />

abóboda/assoviar ou assobiar/aterrissar ou aterrizar/boêmia ou boemia/infarto, infarte,<br />

enfarte ou enfarto/diabetes ou diabete/percentagem ou porcentagem/ambrósia ou<br />

ambrosia/hieróglifo ou hieroglifo/Oceânia ou Oceania/xerox ou xérox/zângão ou<br />

zangão/autopsia ou autópsia/biopsia ou biópsia/ortoepia ou ortoépia/projétil ou<br />

projetil/réptil ou reptil/sóror ou soror/homília ou homilia/Madagáscar ou<br />

Madagascar/elétrodo ou eletrodo/dúplex ou duplex (...)<br />

Quanto ao timbre da vogal, há muito desacordo entre os gramáticos. Tentei alistar algumas<br />

palavras em que há certo consenso, mas, cada vez que eu pesquisava mais profundamente,<br />

ficava mais desesperado. Há muuuuuita discordância! Você não tem ideia. Por isso minha lista<br />

é breve:<br />

• Com timbre aberto: acerbo, badejo, coeso, coldre, dolo, grelha, inodoro, ileso, leso,<br />

molho (feixe, conjunto), obeso, obsoleto, piloro, suor.<br />

• Com timbre fechado: acervo, alcova, algoz, algozes (pode ser com timbre aberto),<br />

bodas, crosta, cerda, escaravelho, omeleta (a pronúncia de omeléte é polêmica), reses,<br />

torpe.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Se eu fosse você, estudaria a posição da sílaba tônica (proparoxítona, paroxítona, oxítona),<br />

os encontros vocálicos (hiato, ditongo, tritongo) e as se<strong>para</strong>ções silábicas.


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Veja agora quais bancas gostam de trabalhar questões de Fonologia. De uma coisa eu tenho<br />

certeza: a maioria das questões relacionadas à Fonologia, atualmente, não são trabalhadas<br />

pelas bancas de maior prestígio no universo dos concursos civis. Além disso, a maior parte<br />

das questões é de nível fundamental/médio.<br />

Adaptei as questões antigas (antes de 2009) à nova ortografia, que agora foi adiada <strong>para</strong><br />

2016. Chega de papo! Vamos trabalhar!<br />

1. (NCE/UFRJ – TRE/RJ – Auxiliar Judiciário – 2001) O item abaixo que apresenta erradamente uma se<strong>para</strong>ção de sílabas é:<br />

a) trans-o-ce-â-ni-co;<br />

b) cor-rup-te-la;<br />

c) sub-li-nhar;<br />

d) pneu-má-ti-co;<br />

e) e-co-no-mi-a.<br />

2. (FGV – SPTRANS – Especialista em Transportes – 2001) Assinale a alternativa em que o x representa fonema igual ao de<br />

“exame”.<br />

a) exceto.<br />

b) enxame.<br />

c) óxido.<br />

d) exequível.<br />

3. (Vunesp – Prefeitura de São Paulo – Auxiliar de Zoonoses – 2002) Assinale a alternativa em que as sílabas de todas as<br />

palavras estão se<strong>para</strong>das corretamente.<br />

a) fi-ngem, no-rte, con-fu-nde.<br />

b) ex- pres- são, lín-gua, fo-ra.<br />

c) ali-men-tar, vi-vos, ga-mbá.<br />

d) qu-an-do, a-ta-ca-dos, i-sso.<br />

4. (FUNDEC – TJ/MG – Oficial de Justiça – 2002) Todas as palavras a seguir apresentam o mesmo número de sílabas e são<br />

paroxítonas, EXCETO:<br />

a) gratuito;<br />

b) silencio;<br />

c) insensível;<br />

d) melodia.<br />

5. (FUNDEC – TJ/MG – Oficial de Justiça – 2002) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à descrição da palavra.<br />

a) distinguir: um encontro consonantal e dois dígrafos.<br />

b) cinquentão: dois encontros consonantais, um ditongo crescente e um ditongo decrescente.<br />

c) quiproquó: dois ditongos crescentes e um encontro consonantal.<br />

d) antiguidade: dois dígrafos e nenhum ditongo.<br />

6. (FUNDEC – TJ/MG – Oficial de Justiça – 2002) Assinale a alternativa CORRETA quanto à divisão silábica, à ortografia e<br />

à análise da estrutura fonética da palavra em destaque.<br />

a) se-ri-ís-si-mo – vocábulo proparoxítono, com um hiato e um dígrafo.<br />

b) ar-rit-mia – vocábulo oxítono, com dois encontros consonantais e um ditongo crescente.<br />

c) flu-i-dos – vocábulo paroxítono, com um encontro consonantal e um hiato.<br />

d) pre-ten-ci-o-so – vocábulo paroxítono, com um encontro consonantal, um dígrafo e um hiato.<br />

7. (FUMARC – BHTRANS – Assistente Administrativo – 2003) Ambas as palavras contêm exemplo de dígrafo em:<br />

a) questionário/recursos;<br />

b) perspectiva/descer;<br />

c) bairro/maravilhosa;<br />

d) passividade/telespectador.


8. (FUMARC – Câmara Municipal de Ouro Preto – Advogado – 2004) Ambas as palavras contêm exemplo de dígrafo em:<br />

a) magma/massa;<br />

b) nascer/exceto;<br />

c) seccional/barro;<br />

d) afta/minha.<br />

9. (Cesgranrio – Assembleia Legislativa/TO – Auxiliar Legislativo (Manutenção e Conservação) – 2005) Há ERRO na<br />

se<strong>para</strong>ção silábica da palavra:<br />

a) a-ver-me-lha-do;<br />

b) pi-co-lé;<br />

c) Ro-ra-i-ma;<br />

d) nu-tri-ti-vo;<br />

e) sil-ves-tre.<br />

10. (OFFICIUM – TJ/RS – Auxiliar Judiciário – 2005) Assinale a alternativa em que os segmentos destacados representam o<br />

mesmo fonema (som).<br />

a) desperdício – desperdiçamos.<br />

b) júbilo – gargalo.<br />

c) produção – doses.<br />

d) reservamos – burocracia.<br />

e) excessos – xampu.<br />

11. (IPAD – COMPESA – Operador de Sistemas – 2006) Analise a divisão silábica das palavras abaixo.<br />

1. convicção – con-vic-ção.<br />

2. abstrato – ab-stra-to.<br />

3. transparência – tran-spa-rên-ci-a.<br />

4. nascimento – nas-ci-men-to.<br />

Estão corretas:<br />

a) 1, 2, 3 e 4.<br />

b) 1 e 4, apenas.<br />

c) 2 e 3, apenas.<br />

d) 1, 3 e 4, apenas.<br />

e) 2, 3 e 4, apenas.<br />

12. (FCC – MPU – Analista de Saúde – 2007) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A gramática prescreve que o vocábulo adjacentes seja assim se<strong>para</strong>do em sílabas: “a-dja-cen-tes”.<br />

13. (FEPESE – Prefeitura de Balneário de Camboriú – Arquiteto – 2008) Observe a frase, retirada do texto:<br />

Entreabri os olhos e deparei com uma quantidade enorme de cascalho e areia.<br />

Coloque dentro dos parênteses (coluna 2) o número que corresponda à classificação correta dos conjuntos destacados, de<br />

acordo com a coluna 1 (não é permitido repetir qualquer número).<br />

Coluna 1 Coluna 2<br />

1. hiato ( ) abri<br />

2. ditongo decrescente ( ) olhos<br />

3. ditongo crescente ( ) quantidade<br />

4. grupo consonantal ( ) deparei<br />

5. dígrafo ( ) entreabri<br />

Assinale agora a resposta que apresenta a sequência correta, de cima <strong>para</strong> baixo.<br />

a) 1 – 4 – 3 – 2 – 5.<br />

b) 4 – 5 – 3 – 1 – 2.<br />

c) 4 – 5 – 3 – 2 – 1.<br />

d) 5 – 4 – 3 – 2 – 1.<br />

e) 5 – 4 – 2 – 3 – 1.<br />

14. (Cespe/UnB – UEPA – Auxiliar de Laboratório – 2008) Assinale a opção em que as palavras apresentam, em sequência,<br />

ditongo / hiato / ditongo.<br />

a) outra / comeu / coisa.


) comeu / chorou / rainha.<br />

c) diante / muito / teus.<br />

d) meus / piavam / pai.<br />

15. (Cespe/UnB – SGA – Auxiliar de Serviços Gerais – 2008) A letra x, em encaixar, representa o mesmo som que em asfixia,<br />

engraxar e luxo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (Cespe/UnB – SEBRAE/BA – Assistente – 2008) A seguinte se<strong>para</strong>ção de palavras polissílabas do texto está correta: testos-te-ro-na;<br />

neu-ro-lo-gis-ta; pu-dés-se-mos; sa-be-rí-a-mos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

17. (Cespe/UnB – CEHAP – Auxiliar de Serviços Administrativos – 2009) Assinale a opção que apresenta o vocábulo<br />

classificado inadequadamente quanto ao número de sílabas.<br />

a) acredito – polissílabo.<br />

b) comigo – trissílabo.<br />

c) Rosinha – dissílabo.<br />

d) eu – monossílabo.<br />

18. (AOCP – Câmara de Paranavaí – Procurador – 2010) Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a seguir.<br />

a) Na palavra humanos, há 7 letras e 7 fonemas.<br />

b) Na palavra balança, há 7 letras e 7 fonemas.<br />

c) Na palavra guerra, há 6 letras e 4 fonemas.<br />

d) Na palavra campanha, há 8 letras e 7 fonemas.<br />

e) Na palavra terras, há 6 letras e 6 fonemas.<br />

19. (AOCP – Câmara de Paranavaí – Procurador – 2010) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a<br />

seguir.<br />

a) Na palavra detalhamento, há, respectivamente, um dígrafo consonantal e um dígrafo vocálico.<br />

b) Na palavra promessas, há, respectivamente, um encontro consonantal e um dígrafo consonantal.<br />

c) Na palavra revanchismo, há, respectivamente, um dígrafo vocálico e um dígrafo consonantal.<br />

d) Na palavra discussões, há, respectivamente, um dígrafo consonantal e um dígrafo consonantal.<br />

e) Na palavra programa, há, respectivamente, um encontro consonantal e um encontro consonantal.<br />

A construção a seguir servirá de base <strong>para</strong> as questões seguintes:<br />

“... é até um pecado acreditar que Deus, Nosso Senhor, lá do seu trono, no Paraíso, vai se preocupar em quebrar o salto do<br />

teu sapato e, por via disso, pôr fim a um caso de amor.”<br />

20. (Exames – Prefeitura de Itapororoca/PB – Procurador Jurídico – 2010) Na primeira palavra sublinhada, podemos perceber:<br />

a) um encontro consonantal provido de sons distintos;<br />

b) um tritongo;<br />

c) um hiato;<br />

d) um dígrafo;<br />

e) um ditongo.<br />

21. (Exames – Prefeitura de Itapororoca/PB – Procurador Jurídico – 2010) Na segunda palavra sublinhada, podemos<br />

identificar:<br />

a) um encontro consonantal provido de sons distintos;<br />

b) um tritongo;<br />

c) um hiato;<br />

d) um dígrafo;<br />

e) um ditongo.<br />

22. (AOCP – Prefeitura Municipal de Camaçari – Procurador Municipal – 2010) Assinale a alternativa em que todas as<br />

palavras são proparoxítonas.<br />

a) documentos, dirigentes, pesquisadora.<br />

b) públicas, pedagógico, física.<br />

c) adicionais, levantamento, atividades.


d) contador, eliminados, escolas.<br />

e) gestores, concentrassem, sistema.<br />

23. (AOCP – Prefeitura Municipal de Camaçari – Procurador Municipal – 2010) Assinale a única alternativa que apresenta<br />

apenas um encontro vocálico.<br />

a) relatórios.<br />

b) violência.<br />

c) regionais.<br />

d) reuniões.<br />

e) funcionários.<br />

24. (Consulplan – Assessor Legislativo – 2010) Na palavra “barriga” há ocorrência de:<br />

a) encontro vocálico;<br />

b) tritongo;<br />

c) dígrafo;<br />

d) hiato;<br />

e) ditongo crescente.<br />

25. (Consulplan – Assistente Administrativo – 2010) Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um ditongo oral<br />

crescente:<br />

a) Você não contribuiu <strong>para</strong> a contaminação da água.<br />

b) Após as chuvas, a cidade está um caos.<br />

c) ... o processo inteiro passou por critérios de proteção ao meio ambiente.<br />

d) ... os alimentos da estação costumam ser mais bonitos e gostosos.<br />

e) A proteína é necessária <strong>para</strong> o organismo.<br />

26. (Consulplan – Assistente Administrativo – 2010) Dadas as palavras com se<strong>para</strong>ção silábica:<br />

1. plás–ti–co.<br />

2. con–tri–bu–ir.<br />

3. a–va–liar.<br />

Está(ão) correta(s) apenas a(s) palavra(s):<br />

a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 1 e 3.<br />

e) 1 e 2.<br />

27. (Consulplan – Profissional de Área Técnica (PRAT) – 2011) A palavra “horrores” apresenta:<br />

a) ditongo;<br />

b) dígrafo;<br />

c) tritongo;<br />

d) encontro vocálico;<br />

e) hiato.<br />

28. (Consulplan – Técnico em Informática – 2011) “Por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada.”<br />

As palavras destacadas apresentam, respectivamente:<br />

a) encontro vocálico / dígrafo / encontros vocálicos;<br />

b) hiato / dígrafo / encontros consonantais;<br />

c) encontro consonantal / ditongo / dígrafos;<br />

d) tritongo / ditongo / dígrafos;<br />

e) encontro consonantal / dígrafo / dígrafos.<br />

29. (IPAD – SENAC/PE – Auxiliar Administrativo – 2011) O termo que se enquadra na mesma justificativa de tênis, quanto à<br />

tonicidade, é:<br />

a) enfatizar;<br />

b) acabar;<br />

c) Natal;<br />

d) consumismo;<br />

e) espiritual.


30. (AOCP – CISMEPAR – Auxiliar de Serviços Gerais – 2011) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao número de<br />

sílabas.<br />

a) Redução (trissílaba).<br />

b) Acontece (polissílaba).<br />

c) Hipertensão (polissílaba).<br />

d) Lei (monossílaba).<br />

e) Saúde (dissílaba).<br />

31. (FUMARC – Prefeitura de Nova Lima/MG – Estagiário de Técnico em Administração – 2012) Considere estes grupos de<br />

palavras:<br />

I. co – lé – gi – o; bra – si – le – i – ras; as – pe – ctos.<br />

II. e – nig – ma; pror – ro – gar; ca – ná – rio.<br />

III. due – lo; mi – ú – do; su – bli – nhar.<br />

IV. in – con – tes – tá – vel; eu – ro – pei –a; i – guais.<br />

A correta divisão silábica de todas as palavras pode ser observada:<br />

a) apenas em II;<br />

b) apenas em II e IV;<br />

c) apenas em III e IV;<br />

d) apenas em I e IV.<br />

32. (FUMARC – Prefeitura de Nova Lima/MG – Engenheiro Civil – 2012) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou<br />

incorretas?<br />

TEXTO I<br />

Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio <strong>para</strong> se poderem<br />

manter. Pois é a escola de uma sociedade em que educação não é privilégio, mas direito universal, e o acesso a<br />

ela, graças a Deus, dever obrigatório.<br />

TEXTO II<br />

– No primeiro balão da tirinha observa-se a presença de hiato e encontro consonantal.<br />

– No Texto I, as palavras “colégio” e “obrigatório” possuem ditongos decrescentes orais.<br />

33. (CEPERJ – SEAP/RJ – Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária – 2012) Na palavra “fazer”, notam-se 5<br />

fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:<br />

a) tatuar.<br />

b) quando.<br />

c) doutor.<br />

d) ainda.<br />

e) além.<br />

34. (QUADRIX – CFP – Analista Técnico (Psicologia) – 2012) Sobre a palavra “pessoa”, analise as seguintes informações:<br />

I. Não possui dígrafos ou hiatos.<br />

II. É uma paroxítona.<br />

III. É trissílaba.<br />

Está correto o que se afirma em:<br />

a) somente I e II;<br />

b) somente II e III;<br />

c) somente I e III;<br />

d) todas;<br />

e) nenhuma.


35. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Observe:<br />

fre-ar: contém hiato<br />

pou-co: contém ditongo oral decrescente<br />

Em qual alternativa a palavra não apresenta nenhuma das classificações acima?<br />

a) aorta.<br />

b) miolo.<br />

c) vaidade.<br />

d) quatro.


Gabarito<br />

1. A. 8. B. 15. ERRADO. 22. B. 29. D.<br />

2. D. 9. C. 16. CERTO. 23. A. 30. E.<br />

3. B. 10. A. 17. C. 24. C. 31. B.<br />

4. A. 11. B. 18. C. 25. A. 32. I- CORRETA.<br />

5. B. 12. INCORRETO. 19. D. 26. E. 33. B.<br />

6. A. 13. C. 20. D. 27. B. 34. B.<br />

7. C. 14. D. 21. C. 28. E. 35. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana">


Capítulo 2<br />

Acentuação Gráfica


Definição<br />

Às vezes, quando vamos escrever algumas palavras, dá uma agonia, não é? Como se<br />

escreve? Como se acentua? Qual é a sílaba tônica da “criança”? Só de pensar que existem<br />

mais de 380 mil palavras na língua portuguesa... Aff!<br />

Bem, este capítulo não vai deixá-lo na mão, mas prepare-se <strong>para</strong> muita decoreba! O fato é<br />

que você terá a capacidade de acentuar adequadamente todas as palavras, ok? “Bem, mas o<br />

que é acentuação gráfica, Pest?” Não é nada complicado.<br />

A Acentuação Gráfica trata da correta colocação de sinais gráficos nas palavras. Nas<br />

palavras de um conceituado gramático, “as regras de acentuação visam sistematizar a leitura<br />

dos vocábulos da língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da<br />

vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua, na compreensão dos conceitos de<br />

encontros vocálicos etc”. Por isso recomendo que você releia os encontros vocálicos<br />

(Capítulo 1). Muito importante!<br />

Para que você não erre uma questão de acentuação (que sempre cai em prova!), é preciso<br />

conhecer bem a posição da sílaba tônica das palavras. Por isso – vá por mim! –, reveja<br />

também Ortoepia e Prosódia (no Capítulo 1). E, é claro, não deixe de consultar um bom<br />

dicionário e, principalmente, o VOLP (encontrado no site da ABL, a Academia Brasileira de<br />

Letras).<br />

Obs.: A nova ortografia, que iria entrar em vigor em 1 o de janeiro de 2013, foi adiada <strong>para</strong><br />

2016 pelo governo federal. No entanto, como as bancas de concursos públicos vêm<br />

trabalhando as lições da nova ortografia em suas questões, optei por ensiná-las nas<br />

lições deste capítulo e do seguinte. Vamos ter bastante tempo agora <strong>para</strong> internalizar<br />

mais ainda as regras do Novo Acordo Ortográfico. Tomara que não decidam fazer uma<br />

“nova nova ortografia”, senão a gente vai ficar maluco de tanto decorar regrinhas<br />

ortográficas.


Sinais Diacríticos<br />

Os sinais diacríticos, também chamados de notações léxicas, servem <strong>para</strong> indicar, dentre<br />

outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. Vejamos um por um:<br />

– Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre aberto.<br />

Ex.: Já cursei a Faculdade de História.<br />

– Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre fechado.<br />

Ex.: Meu avô e meus três tios ainda são vivos.<br />

– Acento grave: marca o fenômeno da crase.<br />

Ex.: Sou leal à mulher da minha vida.<br />

Obs.: Esses três primeiros são acentos gráficos. Os demais são sinais.<br />

– Til: marca a nasalização das vogais a e o.<br />

Ex.: Amanhã convidarei muitos anciões <strong>para</strong> a reunião.<br />

– Cedilha: indica que o C tem som de SS.<br />

Ex.: Toda ação implica uma reação.<br />

– Apóstrofo: indica a supressão de uma vogal.<br />

Ex.: Devem-se limpar caixas d’água a cada 6 meses.<br />

– Trema: marcava a semivocalização do u nos grupos gue, gui, que, qui; na nova<br />

ortografia, só é usado em palavras estrangeiras.<br />

Ex.: Linguiça, aguenta e quinquênio; Müller, mülleriano, Bündchen, Hübner, hübneriano,<br />

Schönberg...<br />

– Hífen: marca a união de vocábulos, a ênclise, a mesóclise e a se<strong>para</strong>ção das sílabas.<br />

Ex.: Água-de-colônia, hiper-realista, vê-lo, dar-te-ei, vai-da-de...


Algumas Considerações Importantes<br />

– Acento prosódico (ou tônico) é diferente de acento gráfico. O primeiro marca a<br />

tonicidade, a força com que se pronuncia uma sílaba tônica, portanto está ligado à<br />

pronúncia, à fala. É o mesmo que “sílaba tônica”. O segundo só pertence à escrita, como<br />

vimos nos exemplos do tópico anterior. Importante: enquanto a maioria das palavras da<br />

língua possuem acento tônico, apenas algumas apresentam acento gráfico.<br />

– Vale dizer que cada vocábulo só pode receber apenas um (1) acento gráfico, que stricto<br />

sensu marca a posição da sílaba tônica! No entanto, bons dicionários, como Aulete e<br />

Priberam, grafam a palavra démodé (origem francesa) com dois acentos gráficos. Em<br />

órfão, o til não é considerado acento gráfico, mas tão somente marca de nasalização,<br />

portanto só há um acento gráfico mesmo. Em Tupã, coincidentemente, o sinal gráfico til (~)<br />

está na sílaba tônica, mas seu papel é apenas nasalizar a vogal. Não obstante, em palavras<br />

com pronomes mesoclíticos, pode haver dois acentos gráficos: convidá-la-íamos e vendêlo-á,<br />

por exemplo. Segundo os filólogos, o -íamos e o -á são formas contraídas do verbo<br />

haver, que formou as desinências verbais do português. Então teríamos um acento <strong>para</strong><br />

cada palavra (convidar + “haver”). Um pouquinho de história da língua nunca é demais...<br />

– Algumas questões relacionadas à acentuação gráfica podem gerar falta de clareza,<br />

dependendo do contexto. Por exemplo, as palavras secretaria, fotografo, inicio, historia,<br />

numero, ate, baba, magoa, sabia, publico, amem, medico, negocio, musica, doido,<br />

contribui, fluido, fabrica, analise etc. podem ter o significado e, até mesmo, a classe<br />

gramatical mudados, se forem acentuadas: secretária, fotógrafo, início, história, número,<br />

até, babá, mágoa, sábia (sabiá), público, amém, médico, negócio, música, doído,<br />

contribuí, fluído, fábrica, análise etc. Muitas questões de concursos podem ser criadas em<br />

cima dessas palavras, que, sem acento, têm uma análise fonológica, um sentido e uma<br />

classe gramatical; mas, com acento, têm outra análise fonológica, outro sentido e outra<br />

classe gramatical. Percebeu agora a importância dos acentos gráficos?<br />

Exemplo de questão que trabalhou isso:<br />

FAB – EEAr – SARGENTO – 2/2011<br />

20. A ausência do acento gráfico pode modificar a classe gramatical de uma palavra. Em qual das alternativas há uma<br />

palavra que, se não for acentuada, deixa de ser um substantivo e passa a ser um verbo?<br />

a) inocência, ignorância, frequência<br />

b) carência, fragrância, polícia<br />

c) comício, fascínio, decência<br />

d) palácio, domínio, ciência<br />

GABARITO: B. A forma verbal “policia” existe. É a 3 a pessoa do singular do presente do<br />

indicativo do verbo “policiar”. Veja: eu policio, tu policias, ele policia etc. “Polícia” é um<br />

substantivo.


– Quando uma palavra acentuada recebe sufixo -mente, sufixo iniciado por z ou por qualquer<br />

outro sufixo, o acento gráfico (agudo ou circunflexo) sai da jogada e o acento prosódico (a<br />

sílaba tônica) se torna imediatamente a sílaba seguinte. Exemplo: herói (heroizinho),<br />

econômica (economicamente), Buda (Budismo)... É importante dizer também que o til é o<br />

único sinal gráfico que não desaparece quando tais sufixos se unem à palavra: irmãmente,<br />

orfãozinho...


Regra de Acentuação <strong>para</strong> Monossílabas Tônicas<br />

Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).<br />

Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Monossílabas átonas não são acentuadas, porque não apresentam autonomia fonética e<br />

porque se apoiam em uma palavra. Geralmente apresentam modificação prosódica dos<br />

fonemas:<br />

Ex.: “O (=U) garoto veio de (=di) carro.”<br />

São elas: artigo (o, a, os, as, um, uns), pronome oblíquo átono (o, a, os, as, lo, la, los, las,<br />

no, na, nos, nas, me, te, se, nos, vos, lhe, lhes e contrações), pronome relativo (que),<br />

pronome indefinido (que; quando não está acentuado), preposição (a, com, de, em, por, sem,<br />

sob e contrações, como à, do, na...), conjunção (e, nem, mas, ou, que, se), advérbio (”não”;<br />

antes do verbo) e formas de tratamento (dom, frei, são e seu).<br />

2) Cuidado com o pronome indefinido/interrogativo “quê” em fim de frase ou imediatamente<br />

antes de pontuação. Vem sempre acentuado. O substantivo (assim como a interjeição)<br />

“quê” também é sempre acentuado.<br />

Ex.: Você estava pensando em quê? / Ela tem um quê de mistério. / Quê! Você não<br />

viu?!<br />

3) Quando se vai acentuar uma palavra conforme determinada regra, ignoram-se os<br />

pronomes oblíquos átonos, ou seja, eles não são contados como sílaba – sendo a palavra<br />

monossílaba ou não.<br />

Ex.: dá-lo, vê-los, comprá-las, mantém-no, constituí-los...


Regra de Acentuação <strong>para</strong> Proparoxítonas<br />

Todas são acentuadas. Esta regra prevalece sobre outras. Por exemplo, caso a banca diga<br />

que a palavra friíssimo é acentuada pela regra dos hiatos (I e U), isso estará errado, pois a<br />

palavra é proparoxítona; devido a isso, dizemos que ela é acentuada por ser proparoxítona.<br />

Parece bobo dizer tal coisa, mas, na hora da prova, o nervosismo pode atrapalhar você... e<br />

não queremos isso.<br />

Ex.: álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade, náufrago, duúnviro, seriíssimo...<br />

Obs.: “Deficit, superavit e habitat” devem agora ser escritas sem acento, segundo a nova<br />

ortografia, pois são latinismos invariáveis. Além disso: no plural, não há acréscimo de<br />

“s”: o superavit, os superavit. Existe a variante aportuguesada “défice”. Eita linguinha<br />

complicada!


Regra de Acentuação <strong>para</strong> Paroxítonas<br />

Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de s), -<br />

ão(s) e -ã(s), tritongo e qualquer outra terminação (l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps), exceto as<br />

terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).<br />

Ex.: história, cáries, jóquei(s); órgão(s), órfã, ímãs; águam, enxáguem; fácil, glúten,<br />

fórum, caráter, prótons, tórax, júri, lápis, vírus, fórceps.<br />

Cuidado!!!<br />

1) A palavra hífen é acentuada por ser paroxítona terminada em -n. Já hifens não é<br />

acentuada por terminar em -ens. É bom dizer que palavras terminadas em -n têm dois<br />

tipos de plural (com -s ou -es), podendo, então, ser pluralizadas como proparoxítonas:<br />

hífenes, pólenes, abdômenes... Estas formas (hífen/hifens/hífenes), assim como outras<br />

terminadas em -em ou -n, devem estar no seu sangue, hein!<br />

2) Verbos paroxítonos terminados em ditongo -am também não são acentuados: cantam,<br />

mexam...<br />

3) Não se acentuam prefixos paroxítonos terminados em -r ou -i, exceto quando<br />

substantivados: hiper- (o híper), mini- (a míni).<br />

4) Como vimos no capítulo de Fonologia, palavras paroxítonas terminadas em ditongo<br />

crescente podem ser analisadas como proparoxítonas eventuais, relativas ou acidentais.<br />

Isso já foi questão de concurso em 2012 (veja depois nas questões comentadas deste<br />

capítulo). Portanto, palavras como paciência, miséria, colégio, série, que normalmente<br />

são interpretadas como paroxítonas terminadas em ditongo crescente, podem ser<br />

tomadas como proparoxítonas. Logo, se cair na prova uma questão dizendo que tais<br />

palavras são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente ou por<br />

serem proparoxítonas (eventuais, relativas ou acidentais), não titubeie, pois está<br />

correto! Entretanto, a banca Cespe/UnB (STM – Técnico Judiciário – 2011) foi mais<br />

taxativa ao dizer que “aeroportuários” (paroxítona ou proparoxítona acidental) não<br />

segue a mesma regra de acentuação de “meteorológica” (proparoxítona). É bom saber<br />

como as bancas pensam!


Regra de Acentuação <strong>para</strong> Oxítonas<br />

Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).<br />

Ex.: sofá(s), axé(s)*, bongô(s), vintém(éns)...<br />

Reitero: Quando se vai acentuar um verbo oxítono, ignoram-se os pronomes oblíquos<br />

átonos ligados a ele. Ex.: comprá-las, revê-lo, mantém-no... (oxítonas terminadas,<br />

respectivamente, em -a, -e e -em).<br />

* Cuidado com “axe”, pronuncia-se “akse”, que significa “ferida” ou “eixo”.


Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Hiatos Tônicos (I e U)<br />

Acentuam-se com acento agudo as vogais I e U tônicas (segunda vogal do hiato!), isoladas<br />

ou seguidas de S na mesma sílaba, quando formam hiatos.<br />

Ex.: sa-ú-de, sa-í-da, ba-la-ús-tre, fa-ís-ca, ba-ú(s), a-ça-í(s)...<br />

Cuidado!!!<br />

1) As palavras raiz e juiz, erradamente acentuadas por muitos, não têm acento, porque o I no<br />

hiato tônico vem seguido de Z, e não de S: ra-iz e ju-iz.<br />

2) Os hiatos em I seguidos de NH na sílaba seguinte não deverão ser acentuados: ra-i-nha,<br />

ta-bu-i-nha, la-da-i-nha, cam-pa-i-nha...<br />

3) Quando há hiato I-I e U-U, não se pode acentuar (salvo os proparoxítonos): xi-i-ta, va-dii-ce,<br />

su-cu-u-ba... (i-í-di-che, ne-ces-sa-ri-ís-si-mo, du-ún-vi-ro...)<br />

4) Depois de ditongos decrescentes, nas palavras oxítonas, o I e o U são acentuados<br />

normalmente: Pi-au-í, tui-ui-ú(s)...<br />

5) Segundo a nova ortografia, nas palavras paroxítonas, o I e o U não recebem acento<br />

depois de ditongo decrescente: feiura, bocaiuva, baiuca, Sauipe... Todavia, se o<br />

ditongo for crescente, o acento é usado: Guaíra, Guaíba, suaíli... (alguns dicionários<br />

se<strong>para</strong>m suaíli assim: su-a-í-li).<br />

6) Em verbos seguidos de pronomes oblíquos átonos, a regra dos hiatos continua valendo<br />

(ignore os pronomes e siga a regra): atribuí-lo (a-tri-bu-Í), distribuí-lo (dis-tri-bu-Í)...


Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Ditongos Abertos<br />

Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÉU, ÓI, seguidos ou não de S.<br />

Ex.: céu, méis, Góis, coronéis, troféu(s), herói(s), Méier, destróier, aracnóideo...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Segundo a nova ortografia, nas palavras paroxítonas com ditongos abertos, não há acento<br />

gráfico: ideia, Coreia, estreia, jiboia, <strong>para</strong>noia, sequoia...; as únicas exceções são: Méier<br />

e destróier, pois seguem a regra das paroxítonas terminadas em -r.<br />

2) A-rac-nói-de-o é palavra proparoxítona.<br />

3) Nunca é demais dizer que a pronúncia das palavras não mudou, só a grafia. Logo,<br />

palavras como ideia, heroico etc., mesmo sem acento, continuam com timbre aberto.<br />

4) Só de curiosidade: a abreviação de Leonardo (Leo) não recebe acento agudo, porém o<br />

que mais vemos é o acento (Léo), não é mesmo? O fato é que nenhuma regra justifica o<br />

acento agudo nesta abreviação. O certo é Leo. Ponto.


Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Hiatos EEM e OO<br />

Não se acentuam mais os hiatos O-O e E-EM (nos verbos crer, dar, ler, ver e derivados).<br />

Ex.: en-jo-o, vo-o, cre-em, des-cre-em, de-em, re-le-em, ve-em, pre-ve-em...


Regra de Acentuação <strong>para</strong> o Trema<br />

Foi abolido na nova ortografia! Na antiga se usava nos grupos “gue, gui, que, qui”: agüei,<br />

lingüiça, cinqüenta, eqüino. Conserva-se, na nova ortografia, apenas nas palavras derivadas<br />

de nomes próprios estrangeiros que possuem esse sinal: mülleriano (derivado de Müller),<br />

Bündchen, Hübner, hübneriano, Schönberg...<br />

Fique esperto, pois os verbos distinguir, extinguir, adquirir, questionar etc. já não<br />

registravam a pronúncia do U e por isso sempre foram – e ainda serão – grafados sem trema.<br />

O que mudou foi só a GRAFIA. O som não mudou. Por exemplo, a palavra “liquidação”<br />

não será escrita mais com trema, no entanto, como antes da reforma havia a possibilidade de<br />

grafar com trema, a pronúncia é dupla: likidação ou likuidação. Safo?


Regra de Acentuação <strong>para</strong> os Acentos Diferenciais<br />

Os acentos diferenciais servem <strong>para</strong> marcar algumas distinções de classe gramatical,<br />

pronúncia e/ou sentido entre algumas palavras.<br />

Não se usa mais o acento que diferenciava os seguintes pares:<br />

1) Pára (verbo) / <strong>para</strong> (preposição): Ele sempre <strong>para</strong> <strong>para</strong> assistir aos jogos do Flamengo.<br />

Obs.: Na frase “Mais um engarrafamento <strong>para</strong> São Paulo.”, há ambiguidade! Se ainda<br />

houvesse acento diferencial, não haveria ambiguidade. Fazer o quê...? “Bendita”<br />

reforma ortográfica...<br />

2) Péla (verbo) / pela (contração da preposição per/por + a ): Ela pela as axilas só pela<br />

sexta-feira.<br />

3) Pêlo (substantivo) / pelo (contração da preposição per/por + o): Os pelos eriçados do<br />

gato costumam passar pelo pé do dono.<br />

4) Pólo (substantivo) / polo (por+o (arcaísmo) / pôlo (substantivo; filhote de gavião): Os<br />

polos norte e sul são meras abstrações espaciais, por onde os polos não voam.<br />

5) Pêra (substantivo) / pera (preposição arcaica): Pera é uma fruta sem graça.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo<br />

poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3. a pessoa do singular. Pode é a forma do<br />

presente do indicativo, na 3. a pessoa do singular.<br />

Ex.: Ontem ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.<br />

2) Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.<br />

Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.<br />

3) Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim<br />

como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).<br />

Ele tem duas lanchas. / Eles têm duas lanchas.<br />

Ele vem de Mato Grosso. / Eles vêm de Mato Grosso.<br />

Ele mantém sua palavra. / Eles mantêm sua palavra.<br />

Ele intervém em todas as reuniões. / Eles intervêm em todas as reuniões.<br />

Por favor, tenha um cuidado muito especial com esses verbos. Questão de prova todo ano! A<br />

maldade das bancas FCC e Esaf, principalmente, é deslocar o sujeito do verbo, <strong>para</strong> que<br />

você não perceba que os verbos vir e ter estão no plural, fazendo-o errar uma questão de<br />

acentuação (ou concordância verbal).


Exemplo: “Os alunos, ainda que venham estudando muito <strong>para</strong> uma prova cuja banca mantém<br />

um nível de dificuldade mediano em suas questões, tem de colocar a humildade no coração<br />

<strong>para</strong> não desmerecer a importância do concurso.”<br />

Essa frase está certa ou errada quanto à acentuação do verbo ter? Até o “Word” errou. Veja<br />

de novo:<br />

“Os alunos, ainda que venham estudando muito <strong>para</strong> uma prova cuja banca mantém um nível<br />

de dificuldade mediano em suas questões, TÊM de colocar a humildade no coração <strong>para</strong> não<br />

desmerecer a importância do concurso.”<br />

Percebeu a distância entre o sujeito e o verbo? É isso que o “homem da banca” vai fazer!<br />

Não se deixe enganar!<br />

4) É facultativo o uso do acento circunflexo <strong>para</strong> diferenciar as palavras forma/fôrma,<br />

dêmos (presente do subjuntivo) e demos (pretérito perfeito do indicativo).<br />

5) Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles)<br />

arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. Isso vale <strong>para</strong> o seu composto<br />

redarguir. Não há mais o trema nas formas desses verbos, obviamente. De acordo com a<br />

antiga ortografia, a escrita era assim: argúis, argúi, argúem... Falarei mais sobre isso no<br />

capítulo Verbo.<br />

6) Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em -guar, -quar e -quir, como<br />

aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos<br />

admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do<br />

subjuntivo e também do imperativo. Veja:<br />

a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.<br />

Enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.<br />

Delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.<br />

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.<br />

Enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.<br />

Delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.<br />

Atenção: No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.


Algumas Formas Variantes na Grafia e na Pronúncia<br />

Fique atento!<br />

acróbata ou acrobata / boêmia ou boemia / ambrósia ou ambrosia / hieróglifo ou hieroglifo /<br />

Oceânia ou Oceania / xerox ou xérox / zângão ou zangão / zênite ou zenite / autopsia ou<br />

autópsia / biopsia ou biópsia / necrópsia ou necropsia / ortoepia ou ortoépia / projétil ou<br />

projetil / réptil ou reptil / sóror ou soror / homília ou homilia / Madagáscar ou Madagascar /<br />

elétrodo ou eletrodo / anidrido ou anídrido / alópata ou alopata / transístor ou transistor /<br />

clitóris ou clítoris (...)<br />

Obs.: Segundo o VOLP, não existe “catéter” nem “uréter”, mas sim “cateter” e “ureter”.<br />

Cuidado com a grafia e com a pronúncia!<br />

Só de curiosidade: os nomes de pessoas (antropônimos) seguem as mesmas regras de<br />

acentuação gráfica e de ortografia. Não há diferença entre substantivo comum e substantivo<br />

próprio quanto às regras relativas à correta escrita das palavras. “Ah, mas o meu nome é<br />

Andreia, sem acento!” Parabéns! Antes da reforma ortográfica estava errado, mas agora está<br />

certo, por causa da regra dos ditongos abertos nas paroxítonas. “Ah, mas o meu nome é Fabio,<br />

sem acento!” Lamento! Está errado, pois paroxítonas terminadas em ditongo crescente são<br />

obrigatoriamente acentuadas! Deveria ser Fábio. Perdoe-me, Fábio!


Regras <strong>para</strong> o Uso do Hífen<br />

Como já dito, o hífen (-) é um sinal gráfico usado normalmente <strong>para</strong>:<br />

• unir elementos de palavras compostas e unir prefixos (ou falsos prefixos) a radicais<br />

(bem-te-vi e sub-humano);<br />

• ligar verbos a pronomes (dir-me-ás);<br />

• se<strong>para</strong>r sílabas de palavras (ca-sa-men-to).<br />

Vamos ao que interessa!<br />

Usa-se o hífen nas seguintes situações:<br />

1) Nas palavras compostas em que os elementos da composição têm acentuação tônica própria<br />

e formam uma unidade significativa, sem elementos de ligação: arco-íris, segunda-feira,<br />

mesa-redonda, guarda-costas, beija-flor, bem-te-vi, zum-zum-zum, reco-reco...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição: girassol,<br />

madressilva, mandachuva, pontapé, <strong>para</strong>quedas (e derivados).<br />

2) Não se usa o hífen em vocábulos com elementos de ligação: azeite de dendê, lua de mel,<br />

água de coco, mula sem cabeça, pé de mesa, calcanhar de Aquiles, pé de vento, cor de<br />

burro quando foge, café com leite, pão de ló, pão de milho, pé de moleque, dia a dia,<br />

corpo a corpo, ponto e vírgula, fim de semana, cabeça de bagre, bicho de sete cabeças,<br />

leva e traz...<br />

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, ao deus-dará, à<br />

queima-roupa, pé-de-meia, pé-d’água, pau-d’alho, gota-d’água, cola-de-sapateiro, pão-deleite.<br />

Além desses, há os vocábulos que designam espécies botânicas ou animais:<br />

andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, dente-de-leão, olho-de-boi, pimenta-do-reino,<br />

cravo-da-índia, bico-de-papagio... Cuidado com cão de guarda (sem hífen)!<br />

2) Com a partícula denotativa de designação eis seguida de pronome pessoal átono: eis-me,<br />

eis-vos, eis-nos, ei-lo (com a queda do s)...<br />

3) Nos adjetivos compostos: surdo-mudo, nova-iorquino, verde-amarelo...Vale ressaltar que o<br />

hífen é obrigatório quando se unem dois vocábulos gentílicos ou pátrios: indo-europeu,<br />

luso-brasileiro, sino-americano, euro-asiático...<br />

4) Na união de prefixos (ante, anti, arqui, auto, circum, contra, entre, extra, hiper, infra, inter,<br />

intra, semi, sobre, sub, super, supra, ultra…) e falsos prefixos (aero, foto, macro, maxi,<br />

micro, mini, neo, pan, proto, pseudo, retro, tele…): auto-hipnose, micro-ônibus e pannegritude,<br />

por exemplo. Veja mais abaixo.<br />

O Acordo Ortográfico de 1990 (que só foi assinado em setembro de 2008) visou


simplificar o emprego do hífen. Caso queira saber mais, consulte a Academia Brasileira de<br />

Letras: www.academia.org.br. Há uma parte no site que traz o derradeiro VOLP (Vocabulário<br />

Ortográfico da Língua Portuguesa). Eu me baseei principalmente nele, pois é a autoridade<br />

máxima quanto à grafia das palavras. As lições que seguem refletem a nova ortografia.<br />

Basicamente, são duas as regras (chamadas de regra geral!) <strong>para</strong> emprego do hífen com<br />

prefixos:<br />

• Por via de regra, quando o segundo elemento iniciar por H: pré-história, super-homem,<br />

mal-humorado, mega-homenagem...<br />

• Quando as letras no fim do prefixo e no início da palavra forem iguais: anti-inflamatório<br />

(antes era sem hífen), micro-ondas (antes era sem hífen), hiper-realismo, sub-bairro...<br />

Reitero que qualquer prefixo (ou falso prefixo) que, porventura, não for mencionado segue a<br />

regra geral, beleza?<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Olá. Qual é a diferença entre prefixo e falso prefixo? Poderiam justificar com<br />

alguns exemplos práticos? Muito agradecido!<br />

Resposta: Os prefixos são partículas que se acrescentam ao início do radical de um<br />

vocábulo da língua. Ex.: contra-ataque, bilateral, reescrever, transpor. Já o falso prefixo é<br />

um radical, grego ou latino, que se coloca no início da palavra, acrescentando-lhe o seu<br />

significado. Ex.: videoarte, pseudocaule, microssistema, sociologia, micro-ondas. De nada,<br />

disponha.<br />

Quer um conselho? Não entre na <strong>para</strong>noia de querer decorar tudo! Vá devagar, sem pressa,<br />

assimilando aos poucos, até porque o assunto não aparece quase em prova nenhuma. Vejamos<br />

com mais profundidade agora.<br />

Prefixo terminado em vogal<br />

• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo...<br />

• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo...<br />

• Sem hífen diante de r e s, dobram-se essas letras: corréu, antirracismo, contrarreforma,<br />

antissocial, ultrassom, pseudossábio...<br />

• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas, ultra-aquecido, semiinconsciência...<br />

Prefixo terminado em consoante<br />

• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário...<br />

• Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico...


• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante...<br />

Algumas Observações Importantes<br />

1) Com o prefixo sub, além de b, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: subregião,<br />

sub-raça, sub-reitor, sub-reptício, sub-bairro etc. Palavras iniciadas por h perdem<br />

essa letra e juntam-se sem hífen: subumano (o VOLP registra sub-humano), subumanidade.<br />

2) Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:<br />

circum-meridiano, circum-navegação, pan-americano etc.<br />

3) O prefixo co aglutina-se sempre com o segundo elemento: coobrigação, coordenar,<br />

cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, coautor, coerdeiro, cosseno, coóspede.<br />

4) Com os prefixos vice, vizo, grã, grão, além, aquém, ex (anterior), recém, sem, soto(a),<br />

<strong>para</strong> (exceto <strong>para</strong>quedas e derivados dele), usa-se sempre o hífen: vice-rei, vicealmirante,<br />

vizo-reinado, grã-duquesa, grão-mestre, além-mar (mas Alentejo, cidade de<br />

Portugal), aquém-mar, ex-aluno, recém-casado, sem-terra (mas sensabor, sem hífen), sotopôr,<br />

sota-general, <strong>para</strong>-raios...<br />

5) Não se usa nunca hífen com o prefixo re: reescrever, reescrita...<br />

6) Com os prefixos in- e des- junto com palavras iniciadas por h, esta consoante “cai” e não<br />

se emprega hífen: inabilidade, desumano...<br />

7) Na formação de palavras com ab, ob, ad e sob, usa-se o hífen diante de palavra começada<br />

por b, d ou r: ad-digital, ad-renal (ou adrenal), ob-rogar, ab-rogar, sob-rojar...<br />

8) Com mal, usa-se o hífen apenas quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l: malestar,<br />

mal-humorado, mal-limpo...; quando mal significa doença, usa-se o hífen se não<br />

houver elemento de ligação: mal-francês; se houver elemento de ligação, escreve-se sem<br />

o hífen: mal de lázaro, mal de sete dias. Exceção: mal-bruto. Vale ainda dizer que<br />

malcriação e má-criação são formas corretas.<br />

9) Com bem, usa-se o hífen diante das vogais a, e, i, o e das consoantes b, c, d, f, h, m, n, p, q,<br />

s, t, v: bem-amado, bem-encarado, bem-intencionado, bem-ouvido, bem-bom, bemcriado,<br />

bem-ditoso, bem-falante, bem-humorado, bem-mandado, bem-nascido, bem<strong>para</strong>do,<br />

bem-querer, bem-soante, bem-sucedido (antônimo: malsucedido), bem-talhado,<br />

bem-visto, bem-vindo... Cuidado com estas palavras: benfazer (o VOLP ainda registra o<br />

bem-fazer), benfeito, benfeitor, benfeitoria e benfazejo. Benquerer (o VOLP ainda registra<br />

o bem-querer), benquisto, benquerença (o VOLP ainda registra o bem-querença). Bendizer<br />

(o VOLP ainda registra bem-dizer), bendito (mas bem-ditoso, segundo o VOLP). Sublinho<br />

o “bemposta”, sem hífen, segundo o VOLP.<br />

10) Os prefixos pós, pré e pró (tônicos) unem-se por hífen a quaisquer palavras: pósadolescência,<br />

pós-simbolismo, pré-vestibular, pré-simbolismo, pró-ativo (ou proativo),


pró-russo...; se a pronúncia do prefixo for átona, não há hífen: poscefálico, posfácio,<br />

pospor, prealegar, preanunciar, precondição, preconceito, predeterminar, predizer,<br />

preeminente, preestabelecer, preestipulado, preexistir, prejulgar, prenome, prérequisito/prerrequisito<br />

(segundo o VOLP), pressupor, prever, procônsul, procriar,<br />

pronome, propor... consulte o VOLP, sempre.<br />

11) Os vocábulos quase e não, funcionando como prefixos, dispensam o hífen: quase crime,<br />

quase posse, não conformismo, não pagamento...<br />

12) Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani (açu, guaçu e mirim): amoréguaçu,<br />

anajá-mirim, capim-açu.<br />

13) Deve-se usar o hífen <strong>para</strong> ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam,<br />

formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares: ponte Rio-<br />

Niterói, eixo Rio-São Paulo.<br />

14) As palavras e expressões “tão só, tão somente, à toa” ficam sem hífen agora.<br />

15) A presença ou a ausência do hífen têm implicações semânticas e morfológicas em muitas<br />

palavras: dente-de-leão, bico-de-papagaio, má-criação... Exemplo: “Já viu um dente de<br />

leão? É curioso... e grande.” (aqui se está falando sobre o dente do animal leão, mas, se<br />

estivesse com hífen – dente-de-leão – seria uma planta, o que mudaria substancialmente o<br />

sentido da frase). Veja outro exemplo: “Sua má-criação (ou malcriação) não vai levá-lo a<br />

lugar algum nessa vida!” (má-criação é um substantivo composto). Agora: “A má criação<br />

das crianças pode levá-las a um desvio de conduta.” (má criação é um adjetivo + um<br />

substantivo). Interessante, não?


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Se eu fosse você, estudaria com muita vontade todas as regras de acentuação gráfica,<br />

principalmente a dos verbos vir e ter. Não dê tanto valor à regra dos verbos terminados em -<br />

uar (aguar, obliquar...). Hífen é galho fraco, mas nunca se sabe... fico preocupado. Fique<br />

esperto!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Comentarei, em algumas questões, apenas as opções relativas ao capítulo estudado. Por<br />

razões didáticas, algumas delas foram reformatadas. Adaptei as questões antigas (antes de<br />

2009) à nova ortografia, que foi adiada <strong>para</strong> 2016.<br />

Sempre observe o padrão de questões de uma banca! Ultimamente as bancas de maior<br />

prestígio (Cespe/UnB, Esaf e FCC) têm trabalhado acentuação gráfica em questões de redação<br />

adequada ao registro culto da língua e concordância. Fique atento! Vamos nessa?<br />

1. (FDC – Professor de Português II – 2005) Marque a série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras:<br />

a) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-vermelho.<br />

b) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, infra-assinado.<br />

c) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.<br />

d) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, contrarregra.<br />

e) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-mencionado.<br />

“ (...) Desde então, vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão sistêmica do ecossistema hipercomplexo em<br />

que vivemos e a necessidade de uma mudança nos comportamentos predatórios e irresponsáveis, individuais... (...)”<br />

2. (Cespe/UnB – TCU – Analista de Controle Externo – 2007) A retirada do acento circunflexo na forma verbal “vêm”<br />

provoca incorreção gramatical no texto porque o sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:<br />

“compreensão” e “necessidade”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

3. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2008) As palavras “líderes”, “empréstimo”, “Econômico” e “públicas”<br />

recebem acento gráfico com base na mesma justificativa gramatical.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) Foi graças ao acúmulo desses recursos que o Brasil pôde decretar o fim da sua dívida externa. (...)”<br />

4. (Cespe/UnB – BB – Escriturário – 2008) O acento circunflexo em “pôde” indica que, além de a pronúncia da vogal ser<br />

fechada, como em ovo, por exemplo, o verbo está no pretérito, o que, por sua vez, indica que o fim da dívida externa foi<br />

decretado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

5. (FCC – PGE-RJ – Técnico Superior de Procuradoria – 2009) (Adaptada) É adequado o emprego e correta a grafia de todas<br />

as palavras da frase abaixo?<br />

– Nenhuma distância dilui o afeto, pelo contrário: o reconhecimento da amada longeva avisinha-a de nós, fá-la mais<br />

próxima que nunca.<br />

6. (Cesgranrio – Prefeitura de Salvador – Professor de Português – 2010) Quanto à acentuação gráfica, a relação de palavras<br />

em que todas estão conformes ao atual Acordo Ortográfico é:<br />

a) família – arcaico – espermatozóide – pólo;<br />

b) epopeia – voo – tranquilo – constrói;<br />

c) troféu – bilíngue – feiúra – entrevêem;<br />

d) decompor – agüentar – apóio – colmeia;<br />

e) linguística – joia – refém – assembléia.<br />

7. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) Julgue o item quanto à correção gramatical.<br />

Todas as línguas indígenas em terras brasileiras tem menos de 40 mil falantes, sendo que a mais forte, a tikúna, falada no alto<br />

Solimões, apenas, ultrapassa os 30 mil. O aspecto mais grave é que muitas dessas línguas contam com menos de 1 mil<br />

falantes.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


8. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à acentuação?<br />

– Os consumidores pagam juros maiores porque obtém crédito com prazos maiores e prestações menores. Alguns fatos<br />

recentes estão contribuindo <strong>para</strong> um aumento da demanda, assim como, das pressões inflacionárias.<br />

9. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à acentuação?<br />

– Cumpre associar o indivíduo ao poder industrial, ou seja o trabalhador ao processo de autoridade, inobstante excluir<br />

alguém de uma parcela do poder é forçosamente exclui-lo dos benefícios deste poder.<br />

10. (Esaf – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) As frases abaixo estão corretas ou incorretas quanto à acentuação?<br />

– Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí distribuídos em razão de sua posição nas<br />

distribuições estatísticas de acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são<br />

sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural.<br />

– Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital econômico e do capital cultural no patrimonio dos agentes<br />

sociais, os professores – relativamente mais ricos em capital cultural que em capital econômico –, estão em oposição,<br />

nitidamente, aos empresários – relativamente mais ricos em capital econômico que em capital cultural.<br />

11. (FCC – Casa Civil/SP – Executivo Público – 2010) (Adaptada) As frases abaixo estão corretas ou incorretas quanto à<br />

acentuação?<br />

– O espaço era exiguo, à exceção da cozinha, mas nada impedia que os vizinhos tentassem grangear a simpatia do padre<br />

inflingindo-lhe pratos que excitavam sua gula.<br />

– Tal era sua ogeriza pela política que se excedia em palavras e tons assim que algum desavisado puxava o assunto tabu,<br />

sem intenção alguma de ferí-lo.<br />

12. (FCC – TRE/RS – Técnico Judiciário – 2010) (adaptada) As frases abaixo estão corretas ou incorretas quanto à<br />

acentuação?<br />

– É o caso de se por em discussão se ele realmente crê na veracidade dos dados.<br />

– Enquanto construimos esta ala, eles constroem a reservada aos aparelhos de rejuvenecimento.<br />

13. (FUNIVERSA – CEB – Advogado – 2010) Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma<br />

razão.<br />

a) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.<br />

b) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.<br />

c) “sérios”, “potência”, “após”.<br />

d) “Goiás”, “já”, “vários”.<br />

e) “solidária”, “área”, “após”.<br />

14. (FCC – TRE/AP – Técnico Judiciário – 2011) Entre as frases que seguem, a única correta é:<br />

a) Ele se esqueceu de que?<br />

b) Era tão ruím aquele texto, que não deu <strong>para</strong> distribui-lo entre os presentes.<br />

c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.<br />

d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos funcionários.<br />

e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.<br />

15. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Administração e Controle Jr. – 2011) A frase em que ocorre ERRO quanto à<br />

acentuação gráfica é:<br />

a) Eles têm confiança no colega da equipe.<br />

b) Visitou as ruínas do Coliseu em Roma.<br />

c) O seu sustento provém da aposentadoria.<br />

d) Descoberta a verdade, ele ficou em maus lençóis.<br />

e) Alguns ítens do edital foram retificados.<br />

16. (Cesgranrio – Transpetro – Técnico de Contabilidade Jr. – 2011) Considere a frase abaixo.<br />

O chefe de vários departamentos identifica a mudança no cenário da informática.<br />

A palavra identifica pode ser substituída, mantendo o sentido da sentença, pelo verbo ver, flexionado de acordo com a normapadrão,<br />

por:<br />

a) vêm;<br />

b) veem;<br />

c) vem;<br />

d) vê;<br />

e) viram.


17. (Cespe/UnB – EBC – Advocacia – 2011) Levando-se em consideração o que está previsto na ortografia oficial vigente, é<br />

correto afirmar que: o vocábulo “têxtil”, que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil, é acentuado também na forma<br />

plural; “obsolescência” é vocábulo que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de sinal de<br />

acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma<br />

singular.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Cespe/UnB – Correios – Cargos de Nível Superior – 2011) As palavras “ônibus” e “invioláveis” são acentuadas de acordo<br />

com a mesma regra de acentuação gráfica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

19. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário – 2011) Os vocábulos “analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base<br />

na mesma regra de acentuação.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/ UnB – TJ/ES – Cargos de nível superior – 2011) Os vocábulos “países” e “áreas” são acentuados de acordo com<br />

a mesma regra de acentuação gráfica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (Cespe/UnB – PC/ES – Delegado de Polícia – 2011) Os vocábulos “público” e “caótico”, que foram empregados no texto<br />

como adjetivos, obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (Cespe/UnB – PC/ES – Escrivão de Polícia – 2011) Os vocábulos “espécies”, “difíceis” e “históricas” são acentuados de<br />

acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

23. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – AFAU (Transportes) – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– As palavras “ninguém”, “pé” e “você” são acentuadas pela mesma razão.<br />

24. (FUNIVERSA – SEPLAG-DF – AFAU (Controle Ambiental) – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?<br />

– As palavras “ponderará”, “informática” e “possuía” são acentuadas pela mesma razão.<br />

25. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Português – 2011) Conforme o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,<br />

que só entrará plenamente em vigor a partir de 1 o de janeiro de 2013, o hífen NÃO deve ser utilizado em:<br />

a) formas compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer<br />

outro elemento;<br />

b) palavras formadas com o acréscimo de prefixos como anti-, sub-, em que o segundo elemento começa por h;<br />

c) palavras formadas por prefixo que termina na mesma vogal em que se inicia o segundo elemento;<br />

d) palavras formadas por prefixo terminado em vogal quando o 2 o elemento começa por r ou s;<br />

e) topônimos iniciados pelos adjetivos grã, grão.<br />

26. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Português – 2011) Segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,<br />

“Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tônica das palavras paroxítonas, dado que<br />

existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação.”.<br />

Segundo essa regra, portanto, as palavras que eram acentuadas por terem o ditongo aberto ei ou oi não o são mais. São<br />

exemplos dessa mudança as palavras:<br />

a) assembleia, aldeia, proteico;<br />

b) cadeia, <strong>para</strong>noico, introito;<br />

c) heroi, boina, epopeico;<br />

d) heroico, onomatopeico, plateia;<br />

e) jiboia, comboio, papeis.


27. (FMP – Prefeitura de Porto Alegre/RS – Agente Fiscal da Receita – 2012) Analise a afirmativa abaixo.<br />

– O substantivo PACIÊNCIA é acentuado por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente ou por ser uma<br />

proparoxítona eventual ou relativa.<br />

Está correta?<br />

28. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário (Analista de Sistemas) – 2012) Assinale a palavra que NÃO tenha sido acentuada<br />

pelo mesmo motivo que as demais.<br />

a) substituído.<br />

b) polícia.<br />

c) jurisprudência.<br />

d) saqueável.<br />

29. (Funcab – MPE/RO – Analista (Administração) – 2012) Assinale a alternativa em que todos os substantivos devem ser<br />

acentuados.<br />

a) lapis – bonus – bainha.<br />

b) serie – aspecto – torax.<br />

c) alcool – moinho – sucuri.<br />

d) urubu – egoismo – magoa.<br />

e) armazem– orgão – carater.<br />

30. (FCC – TCE/AP – Analista de Controle Externo – 2012) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à<br />

acentuação?<br />

– Quando entrevisto candidatos, sempre os argúo acerca de sua descrição quanto a assuntos profissionais, pois esse é um<br />

dos quesitos avaliados no processo de ascenção na empresa.<br />

31. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira (ADM) – 2012) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta<br />

quanto à acentuação?<br />

– Ele é que mantem o arquivo em ordem, como se fosse um sentinela sempre alerta.<br />

32. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira (ADM) – 2012) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta<br />

quanto à acentuação?<br />

– Eram vários e bastante distintos os estudos acerca dessas produções populares, uma das quais, nas últimas semanas,<br />

vêm merecendo elogios e indicação <strong>para</strong> publicação.<br />

33. (FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário – 2012) Consideradas as prescrições do Acordo Ortográfico da Língua<br />

Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009, a palavra em que o hífen foi empregado de modo INCORRETO é:<br />

a) anti-higiênico;<br />

b) hiper-realista;<br />

c) aquém-fronteiras;<br />

d) bem-visto;<br />

e) anti-semita.<br />

34. (Cespe/UnB – Ancine – Técnico Administrativo – 2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento<br />

gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

35. (Cespe/UnB – MPE/PI – Cargos de Nível Superior – 2012) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo<br />

“órgãos” segue a mesma regra de acentuação que o vocábulo “últimos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

36. (Cespe/UnB – MPE/PI – Cargos de Nível Médio – 2012) Os verbos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, quando<br />

complementados pelo pronome a, acentuam-se da mesma forma que “constatá-las”, “designá-las” e “elevá-las”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (Cesgranrio – Liquigás – Profissional Jr. – 2012) De acordo com as regras de acentuação, o grupo de palavras que foi<br />

acentuado pela mesma razão é:<br />

a) céu, já, troféu, baú;


) herói, já, <strong>para</strong>íso, pôde;<br />

c) jóquei, oásis, saúde, têm;<br />

d) baía, cafeína, exército, saúde;<br />

e) amiúde, cafeína, graúdo, sanduíche.<br />

38. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) Segundo os preceitos da gramática normativa do português do Brasil, a única<br />

palavra dentre as citadas abaixo que NÃO deve ser pronunciada com o acento tônico recaindo em posição idêntica àquela<br />

em que recai na palavra avaro é:<br />

a) mister;<br />

b) filantropo;<br />

c) gratuito;<br />

d) maquinaria;<br />

e) ibero.<br />

39. (Cesgranrio – CMB – Assistente Técnico Administrativo – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo<br />

exclusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse objetivo é a seguinte:<br />

a) pôr.<br />

b) ilhéu.<br />

c) sábio.<br />

d) também.<br />

e) lâmpada.<br />

40. (CEPERJ – Procon/RJ – Advogado – 2012) A palavra do texto que teve sua grafia alterada pelo mais recente acordo<br />

ortográfico é:<br />

a) mídias.<br />

b) álcool.<br />

c) trás.<br />

d) estresse.<br />

e) ideia.<br />

41. (IBFC – Câmara de Franca/SP – Técnico em Informática – 2012) Assinale a alternativa em que a palavra deve ser<br />

obrigatoriamente acentuada.<br />

a) Angustia.<br />

b) Critica.<br />

c) Analise.<br />

d) Escritorio.


Gabarito<br />

1. D. 9. INCORRETO. 17. CERTO. 25. D. 33. E.<br />

2. E. 10. INCORRETAS. 18. ERRADO. 26. D. 34. CERTO.<br />

3. CERTO. 11. INCORRETAS. 19. CERTO. 27. CORRETO. 35. ERRADO.<br />

4. CERTO. 12. INCORRETAS. 20. ERRADO. 28. A. 36. CERTO.<br />

5. INCORRETO. 13. A. 21. CERTO. 29. E. 37. E.<br />

6. B. 14. E. 22. ERRADO. 30. INCORRETO. 38. A.<br />

7. ERRADO. 15. E. 23. INCORRETO. 31. INCORRETO. 39. A.<br />

8. INCORRETO. 16. D. 24. INCORRETO. 32. INCORRETO. 40. E.<br />

41. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 3<br />

Ortografia


Definição<br />

Ao longo da história moderna da Língua Portuguesa (de 1911 <strong>para</strong> cá), houve muitas<br />

tentativas de reformulação da ortografia – conjunto de regras destinadas a orientar a<br />

escrita culta (correta). Semi<strong>para</strong>fraseando o acordo ortográfico vigente, “o emprego correto<br />

das letras e das consoantes <strong>para</strong> a formação de uma palavra regula-se fundamentalmente pela<br />

etimologia e por particularidades da história das palavras. Assim se estabelecem<br />

variadíssimas grafias”. As palavras são escritas desta ou daquela forma, levando-se em conta<br />

sua origem e algumas arbitrariedades. Brasileiros e portugueses “brigaram” muito <strong>para</strong> fazer<br />

valer sua ortografia. Mas isso é fofoca! Enfim... em 2009, houve mais uma reforma (parece<br />

que dessa vez o negócio foi sério...). Pegaram um Acordo Ortográfico já pronto desde 1990 e<br />

validaram o “garoto”. No entanto, o que entraria em vigor em 1 o de janeiro de 2013 foi<br />

adiado pelo governo federal <strong>para</strong> 2016. Vamos esperar <strong>para</strong> ver...<br />

Gosto muito deste material da PUC/RS (se quiser, jogue no seu navegador este endereço e<br />

leia!):<br />

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/viewFile/6690/4850<br />

Falando sério agora: a intenção do Acordo é dar unidade intercontinental ao português,<br />

melhorando seu prestígio. Em resumo, o objetivo da reforma ortográfica é unificar, em tese, a<br />

escrita nos países que falam Português (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São<br />

Tomé e Príncipe, Timor Leste (de tabela), Brasil e Portugal). Espero não ter esquecido<br />

ninguém. Bem, minha finalidade aqui é ajudar você a dirimir suas dúvidas <strong>para</strong> “matar” uma<br />

questão na prova, certo? Então chega de conversa fiada e vamos ao que interessa.<br />

O aprendizado da Ortografia Oficial está ao seu alcance. Fique tranquilo. Como os<br />

concursos já estão adotando a nova ortografia em seus textos (e em algumas questões),<br />

prepare-se <strong>para</strong> aprender a nova reforma ortográfica. Venho escrevendo de acordo com ela<br />

há um tempo (espero que você faça igual, pois não podemos errar de bobeira uma questão de<br />

ortografia!). Se o Word não me “passar a perna”, todas as palavras desta gramática estarão de<br />

acordo com a nova reforma. E, se quiser saber o assunto na íntegra, consulte a melhor fonte<br />

possível no assunto, a Academia Brasileira de Letras: www.academia.org.br. Lá estão o<br />

Documento Oficial (Ortografia Oficial) e o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua<br />

Portuguesa). Neles você encontrará as derradeiras respostas a suas dúvidas ortográficas.<br />

Obs.: Antes de começar a brincadeira séria, preciso falar algo importantíssimo: infelizmente<br />

as bancas de concurso nem sempre se apegam às palavras que se encaixam nas regras<br />

ortográficas contempladas pelas gramáticas normativas e manuais de redação oficiais.<br />

Isso porque nem todas as palavras da língua seguem tais regras. Não se desespere! As


egras abrangem apenas uma parte do vocabulário; existem exceções, é óbvio (quando<br />

não há?). Não se assuste! Só de curiosidade: existem mais de 380.000 palavras no<br />

estágio atual da língua portuguesa. As bancas, quando trabalham questões de ortografia,<br />

querem saber se você tem, além de conhecimento das regras ortográficas, boa memória<br />

visual. Cá entre nós, o mais interessante é que muitas palavras se repetem em questões<br />

de ortografia. Portanto, aqui vai uma recomendação: leia, leia, leia bastante, inclusive as<br />

questões de ortografia do seu concurso, antes de fazer a prova, pois você vai,<br />

provavelmente, esbarrar com uma questão de ortografia já conhecida. Siga as dicas!


O Alfabeto<br />

Com 26 letras agora, o alfabeto completo passa a ser:<br />

Aa Hh Oo Vv<br />

Bb Ii Pp Ww<br />

Cc Jj Qq Xx<br />

Dd Kk Rr Yy<br />

Ee Ll Ss Zz<br />

Ff Mm Tt<br />

Gg Nn Uu<br />

As letras k (consoante), w (consoante ou semivogal) e y (vogal ou semivogal) são usadas<br />

em várias situações. Por exemplo:<br />

• Na escrita de siglas e símbolos de unidades de medida de valor internacional: km<br />

(quilômetro), kg (quilograma), w (watt), kw (kilowatt)...<br />

• Na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): quaker, show, playboy,<br />

playground, windsurf, kung fu, yin, yang, skate, kaiser, kafkiano, darwinismo...<br />

• Em antropônimos estrangeiros (nomes de pessoas) e topônimos estrangeiros (nomes de<br />

lugares) e derivados: Washington, Darwin (darwinismo), Kafka, Kant, Byron<br />

(byroniano), Kwanza, Kuwait, (kuwaitiano), Malawi (malawiano)...<br />

Obs.: A palavra Maláui (malauiano) já se encontra aportuguesada.<br />

Vejamos agora, sem mais enrolações, algumas regras ortográficas. Leia com calma,<br />

relaxadamente. Sempre consulte um bom dicionário e leia muito! Sua memória visual no dia<br />

da prova será mais importante do que a memorização de regras. No entanto não custa nada<br />

consultar as famigeradas regrinhas. Afinal, quantas vezes na vida ficaremos em dúvida se<br />

devemos escrever com E ou I, O ou U, C ou Ç, G ou J, H ou sem H, S ou Z, SS ou SC, X ou<br />

CH? Leia com calma as regras. E faça exercícios sobre o assunto, <strong>para</strong> fixar!<br />

Então, vamos!


Emprego da Letra E<br />

– Em formas dos verbos terminados em -air (3 a pessoa do plural do presente do indicativo), -<br />

oar (presente do subjuntivo), -uar (presente do subjuntivo) e -uir (3 a pessoa do plural do<br />

presente do indicativo): caem, perdoem, continue, possuem...<br />

– Na 2 a e na 3 a pessoa do singular e na 3 a pessoa do plural do presente do indicativo dos<br />

verbos terminados em -ir, como partir: partes, parte, partem...<br />

– Em ditongos nasais -ãe(s) e -õe(s): aldeães, capitães, mãe, vilões, apõem, pospõe...<br />

– Em palavras com o prefixo ante-, que indica anterioridade: antebraço, antevéspera,<br />

antediluviano, antegozo, antessala...<br />

Obs.: Não confunda esse prefixo com seu semelhante (anti-, que indica contrariedade).<br />

– Em palavras com o prefixo des-, que indica ação contrária, valor contrário, negação,<br />

se<strong>para</strong>ção, mudança de estado, intensificação: despentear, desfavorável, desleal,<br />

desmembrar, desfigurar, desinfeliz...<br />

Obs.: Muitas vezes, o prefixo dis- tem o mesmo sentido que o des-, portanto cuidado <strong>para</strong><br />

não trocar as bolas. Veja algumas palavras com DIS-: dissidência, dissolver, difícil (às<br />

vezes o -s não aparece), dissimular, distenso, dislexia, dissimetria...<br />

– Em substantivos terminados em -dade formados de adjetivos terminados em -io: sério ><br />

seriedade; contrário > contrariedade; arbitrário > arbitrariedade; próprio ><br />

propriedade; solidário > solidariedade...<br />

– Conheça algumas palavras, escritas com E, que podem gerar dúvidas: acareação, arrear<br />

(pôr arreios ou ornamentar), arrepiar, beneficência, carestia, cadeado, candeeiro,<br />

cemitério, corpóreo, creolina, cumeeira, desenfreado, desfrutar, descrição (ato de<br />

descrever), deferir (ceder, aprovar), delatar (denunciar), descriminação (absolvição),<br />

despensa (onde se guardam mantimentos), destrato (desacato), destilar, disenteria,<br />

empecilho, efetue, emergir (vir à tona), emigrar (sair do país), eminência (elevação),<br />

empestear (empesteado), entronizar, encarnação, enfarte (enfarto, infarto ou infarte)<br />

estrear, granjear, indígena, irrequieto, lacrimogêneo, mexerico, mimeógrafo, orquídea,<br />

páreo, parêntese (ou parêntesis), peão (peça de xadrez e vaqueiro), prazerosamente,<br />

quepe, senão, sequer, seringa, umedecer, vadear (transpor rio), veado (animal ou<br />

homossexual – neste caso usado pejorativamente)...


Emprego da Letra I<br />

– Na segunda e na terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos<br />

terminados em -air, -oer e -uir: atrais, atrai, corróis, corrói, possuis, possui...<br />

– Nos adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos -iano e -iense antes da<br />

sílaba tônica: Acre > acriano; Açores > açoriano/açoriense; Rosa (Guimarães Rosa) ><br />

Rosiano; Machado (Machado de Assis) > machadiano. No entanto, na terminação de<br />

algumas palavras terminadas em -e (tônico) ou -eu/-ei (tônicos), colocamos apenas o<br />

sufixo -ano ou -ense: Daomé > daomeano; Guiné > guineense; Galileu > galileano;<br />

Coreia > coreano...<br />

– Em palavras iniciadas pelo prefixo anti-: antídoto, anticristo, antipatia, antiabortivo,<br />

antiofídico, anti-infeccioso, antissepsia, antirrábico...<br />

– Em palavras terminadas em -eo, substitui-se a letra O por I antes do sufixo -dade:<br />

espontâneo > espontaneidade; contemporâneo > contemporaneidade; momentâneo ><br />

momentaneidade; instantâneo > instantaneidade; idôneo > idoneidade...<br />

– O verbo viger é peculiar (cuidado com ele!) e os terminados em -er, na 1 a pessoa do<br />

singular do pretérito perfeito do indicativo e em todas as formas do pretérito imperfeito do<br />

indicativo, recebem a vogal I no lugar da vogal E: Eu vigi; Eu vigia, Tu vigias, Ele vigia,<br />

Nós vigíamos, Vós vigíeis, Eles vigiam....<br />

Obs.: Nas demais formas, a letra E se mantém: Tu vigeste, Ele vigeu, Nós vigemos, Vós<br />

vigestes, Eles vigeram (pretérito perfeito do indicativo).<br />

– Conheça algumas palavras, escritas com I, que podem gerar dúvidas: aborígine (ou<br />

aborígene), alumiar, aleijar, aleijado (!), arriar (abaixar), artifício, artimanha,<br />

calidoscópio (ou caleidoscópio), chilique, corrimão, crânio, crioulo, diferir (diferenciar,<br />

discordar), dilatar (aumentar, inchar) digladiar, displicência, displicente, dispensa (de<br />

dispensar), distrato (desfazer um trato), discricionário (arbitrário, irrestrito), erisipela,<br />

escárnio, feminino, frontispício, idiossincrasia, inclinação, incinerar, infestar,<br />

inigualável, invólucro, impigem (ou impingem), intemperança, imbróglio, lampião,<br />

meritíssimo, miscigenação, pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, pinicar, requisito,<br />

silvícola, terebintina, vadiar (vagabundear)...<br />

Recomendo que você perceba, no próximo capítulo (Semântica), a diferença de escrita em<br />

palavras muito semelhantes na grafia. Não deixe de ler a parte de Parônimos e Fatos da Língua<br />

Culta! Vá por mim! Você vai perceber que palavras escritas com E ou com I, apesar de<br />

semelhantes na grafia e na pronúncia, têm sentidos bem diferentes.


Emprego da Letra O<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: abolir, agrícola, abotoar, aroeira,<br />

assoar (expelir secreção nasal), boate, boeiro (ave), bobina, bolacha, boletim, botequim,<br />

boteco, bússola, chacoalhar, cochicho, comprimento (extensão), capoeira, chover,<br />

costume, coringa (pessoa enfezada e feia), encobrir, engolir, êmbolo, focinho, fosquinha,<br />

goela, lombriga, mágoa, magoar, mocambo, molambo, moela, moleque, mosquito, névoa,<br />

nódoa, óbolo, poleiro, polenta, polia, polir, ratoeira, rebotalho, Romênia, romeno, sortir<br />

(abastecer; já vi muito na prova da FCC), sortido (variado), sotaque, toalete, tostão, tribo,<br />

vinícola, vultoso (volumoso), zoar...


Emprego da Letra U<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: assuar (vaiar), acudir, bugalho,<br />

bueiro (buraco), buliçoso, bulir, bulinando, burburinho, camundongo, chuviscar,<br />

chuvisco, cumbuca, cumprimentar, cumprimento (saudação), cúpula, curtume, curinga<br />

(carta de baralho), Curitiba (cidade), cutia (animal), curtume, cutucar, embutir, entupir,<br />

estripulia, esbugalhar, fuçar, íngua, jabuti, jabuticaba (segundo o VOLP), lóbulo,<br />

muamba, mutuca, mucamba (mucama), mulato, murmurinho, rebuliço, sinusite, tábua,<br />

tabuada, tabuleiro, trégua, tulipa, úmido, umidade (e não húmido, humidade), urtiga,<br />

usufruto, virulento, vultuoso (congestão facial)...<br />

Novamente recomendo que você consulte os parônimos (capítulo 4) que podem confundir<br />

sua cabeça. Você vai perceber que palavras escritas com O ou com U, apesar de semelhantes<br />

na grafia e na pronúncia, têm sentidos bem diferentes.


Emprego da Letra C<br />

O C, seguido de E e I, tem som de Ç ou SS. Normalmente as pessoas confundem a grafia de<br />

palavras escritas com C, Ç ou SS. Isso pode atrapalhar sua vida na hora de grafar uma<br />

palavra, ou melhor... podia:<br />

– Em vocábulos de origem indígena, africana ou árabe: cipó, cacimba, Piracicaba, piracema,<br />

Araci, cacique, alface, acicate, acéquia, ceifa, cetim...<br />

– Em palavras derivadas de vocábulos terminados em -te/-to: marte > marcial, marciano;<br />

torto > torcer...<br />

– Depois de ditongos: foice, fauce, coice, beicinho (de beiço), loucinha (de louça),<br />

boucelo...<br />

– Com as terminações -ecer e -encer: empalidecer, entardecer, amanhecer, convencer,<br />

pertencer, vencer...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: acender (iluminar), acento (sinal<br />

gráfico), acelga, acervo, acepção, acessório, acetinado, arvorecer, cedilha, ceia, cela<br />

(quarto), celibato, celofane, censo (contagem), cerração (nevoeiro), certame (ou<br />

certâmen), cerzir, chacina, cirrose, cismar, concertar (harmonizar), concerto (música),<br />

cenáculo, cenário, censura, disfarce, displicência, displicente, empobrecer, focinho,<br />

intercessão, maledicência, maciço, mencionar, necessário, ócio, pacífico, quociente,<br />

rocio, saciar, saciação, taciturno, vacilo, vício...


Emprego do Ç<br />

Antes de mais nada, não se usa Ç (cê-cedilha ou cê-cedilhado) antes de E e I, mas sim de<br />

A, O e U. Guarde isso em sua cabecinha <strong>para</strong> não chorar depois!<br />

– Em palavras de origem indígena, africana, árabe, italiana, francesa e exótica: cachaça, açaí,<br />

açucena, açúcar, muçarela (ou mozarela), Juçara, Moçambique, maçom, miçanga,<br />

muçum... Incluem-se nesta regra os sufixos -guaçu, -açu: Paraguaçu, capim-açu...<br />

– Em palavras com to no radical: ação (de ato), atenção (de atento), isenção (de isento),<br />

intenção (de intento), direção (de direto), exceção (de exceto), correção (de correto)...<br />

– Em palavras derivadas de vocábulos terminados em -tar/-tor (principalmente!): adoção (de<br />

adotar), infração (de infrator), tração (de trator), redação (de redator), seção (de<br />

setor), deserção (de desertor), produção (de produtor), redução (de redutor)...<br />

– Em substantivos e adjetivos advindos do verbo ter (e derivados): detenção (de deter),<br />

retenção (de reter), contenção (de conter), abstenção (de abster)...<br />

– Em sufixos -aça, -aço, -ção, -çar, -iça, -iço, -nça, -uça, -uço: barcaça, ricaço, armação,<br />

aguçar, carniça, sumiço, fiança, convalescença, dentuça, dentuço... Fique atento a<br />

palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência r e coloca-se o sufixo ção:<br />

reeducação (de reeducar), importação (de importar), repartição (repartir), partição<br />

(de partir), fundição (de fundir)...<br />

– Em palavras derivadas de vocábulos terminados em -tivo: introspecção (de introspectivo),<br />

relação (de relativo), ação (de ativo), intuição (de intuitivo)...<br />

– Após ditongos: feição, louça, eleição, traição, caiçara, precaução, arcabouço...<br />

– Conheça algumas palavras escritas com Ç: (à) beça, absorção, acaçapar, açafrão,<br />

acepção, açucena, açude, assunção, adereço, alçapão, alicerçar, arruaça, asserção,<br />

babaçu, bagaço, boçal, buço, chumaço, cabaça, caçar, caçarola, calça, cansaço, carniça,<br />

coleção, descrição, eriçado, erupção, encaçapar, exibição, extinção, exceção, fuçar,<br />

guçar, hortaliça, içar, joça, laço, Moçambique, Moçoró, mormaço, maçaneta, maniçoba,<br />

muçarela (!), noviço, ouriço, pança, palhoça, pinça, quiçá, rechaçar, regaço, ruço<br />

(pardacento, grisalho, surrado), sanção (ato de sancionar), sumiço, superstição, soçobrar,<br />

tição, terça, terço, trançar, troça, troço, unção, viço, vidraça, vizinhança...


Emprego da Letra G<br />

A letra G, diante de E e I, se confunde com a letra J às vezes. Cuidado <strong>para</strong> não escrever<br />

uma em vez de outra. Usamos a letra G:<br />

– Em palavras de origem estrangeira: álgebra, ginete, algema, agiota, herege, sargento,<br />

ágio, doge, gengibre, geleia, gim...<br />

– Em palavras terminadas em -agem, -igem, -ugem; -ege, -oge; -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -<br />

úgio: malandragem, garagem, fuligem, vertigem, ferrugem, penugem; herege, bege,<br />

<strong>para</strong>goge, doge; naufrágio, adágio, egrégio, colégio, vestígio, prodígio, relógio,<br />

martirológio, refúgio, subterfúgio...<br />

Exceções: laje (ou lagem), paje (ou pajem), lambujem. Cuidado com a palavra viagem<br />

(substantivo: Fizeste boa viagem?) e viajem (verbo: Talvez eles viajem hoje.).<br />

– Em verbos terminados em -ger e -gir: eleger, reger, proteger, correger, fingir, fugir, frigir,<br />

impingir, submergir, aspergir, corrigir...<br />

– Nos vocábulos gerir, gestão e derivados: digerir, digestivo, ingestão, sugerir, sugestão,<br />

sugestivo...<br />

– Em palavras iniciadas por A: agente, agência, agendar, agérrimo, ágil, agir, agitar, ágio...<br />

Exceções (verbos formados de substantivos que já apresentam J no radical): ajeirar (de<br />

jeira), ajeitar (de jeito), ajesuitar (de jesuíta), ajirauzado (de jirau)...<br />

– Em palavras derivadas de outras que já apresentam G: afugentar (de fugir), rigidez (de<br />

rígido), gelado (de gelo), impingem (de impingir), rabugento, rabugice (de rabugem),<br />

tingido (de tingir)...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: aborígine, abranger, adágio,<br />

adstringente, afugentar, agência, agenda, agente, agilidade, ágil, agiota, agiotagem,<br />

agitar, alergia, álgebra, algema, Angelina, algibeira, angina, apanágio, apogeu, aragem,<br />

Argélia, argila, auge, Bagé, beberagem, blindagem, congestão, digerir, digestão,<br />

divergente, esfinge, estágio, estratégia, estrangeiro, estrogênio, evangelho, exagero,<br />

ferrugem, flagelo, geada, gêiser, gérbera, gergelim, geringonça, gilete, girândola,<br />

gengibre, gesso, gibi, gigante, gim, higiene, ilegível, imagem, imaginação, imaginar,<br />

indigesto, impingem (ou impigem), indígena, legítimo, legista, legível, legenda, ligeiro,<br />

monge, megera, nigeriano, necrológio, ogiva, origem, penugem, pugilista, relógio,<br />

refrigerante, regurgitar, rugido, rígido, rigidez, selvagem, selvageria, sigilo, singelo,<br />

sugestão, sugestivo, tangerina, tangente, tangível, tragédia, tigela, urgente, vagem,<br />

vagina, vertigem, vigência, viagem (substantivo)...


Emprego da Letra J<br />

Usa-se o J seguido de qualquer vogal.<br />

Há uma palavrinha que aparece direto em prova; que palavra é essa? Hojeriza? Hogeriza?<br />

Hogerisa? Ogeriza? Ojerisa? Ojeriza? Bizarro, não é? Bem, e a palavra certa é... O-JE-RI-ZA<br />

(OJERIZA)! Cuidado com ela! Ah! E aquele papinho da titia da escola de que se a palavra<br />

couber na tigela, nós a escrevemos com J é papo furado, hein! Nunca ouviu essa, não?<br />

Berinjela cabe na tigela, mas geleia também! Chega de besteira... Vamos às regras:<br />

– Em palavras de origem indígena, africana, árabe ou exótica: beiju, jirau, jerimum,<br />

jequitibá, alforje, jiboia, mujique, manjericão, manjerona, jiu-jítsu...<br />

– Em palavras derivadas de outras que já são, na sua formação, escritas com J: anjinho (de<br />

anjo; porém angélico, que deriva de uma palavra latina que tinha G na raiz); canjica<br />

(de canja); encoraje, encorajem (do verbo encorajar); laranjeira, laranjinha (de<br />

laranja); lojista (de loja); lajedo (de laje); rijeza, enrijecer (de rijo; no entanto,<br />

cuidado com rigidez e rígido); viajei, viajemos, viajem (de viajar)...<br />

– Em verbos terminados em -jar/-jear; por exemplo, viajar e granjear: viajo, viajas, viaja,<br />

viajamos, viajais, viajam ... viaje, viajes, viaje, viajemos, viajeis, viajem...; granjeio,<br />

granjeias, granjeia, granjeamos, granjeais, granjeiam ... granjeie, granjeies, granjeie,<br />

granjeemos, granjeeis, granjeiem...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: acarajé, adjetivo, adjunto, ajeitar,<br />

alforje, anjo, azulejo, azulejista, berinjela, brejeiro, brejo, cafajeste, canjica,<br />

caranguejeira, cerejeira, cervejeiro, desajeitado, enjeitado, enrijecer, gorjear, gorjeta,<br />

granjeiro, jeca, igreja, interjeição, injeção, Jeni, Jeová, jequitibá, jesuíta, jirau, laje,<br />

laranjeira, laranjinha, lisonjear, lisonjeiro, loja, lojista, majestade, majestoso,<br />

manjericão, manjedoura, Moji, objetivo, objeto, pajé, pajelança, projeção, projétil,<br />

projeto, rejeitar, rejeição, subjetivo, sujeira, sujeito, trejeito, ultraje, varejo, varejista,<br />

viajem (verbo)...


Emprego da Letra H<br />

A letra H não representa som algum, por isso é considerada consoante muda. É considerada<br />

uma letra etimológica, pois vem do latim (e do grego), em que era expirada, como em Tom<br />

Hanks. Vejamos algumas regrinhas:<br />

– No início de certas palavras de origem latina, grega ou inglesa: hábil, hábito, habitar,<br />

heavy-metal, headfone, hebraico, hecatombe, hiato, hipótese, homérico, hipotaxe,<br />

hidrofobia, hora, hérnia...<br />

– Como letra diacrítica nos dígrafos CH, LH, NH: chave, olhar, sonho...<br />

– No fim de certas interjeições: ah!, eh!, ih!, oh!, uh!, hein!...<br />

– Após hífen nas palavras derivadas por prefixação ou nas compostas por justaposição:<br />

sobre-humano, super-homem, anti-higiênico, pré-histórico, pan-hispânico, giga-hertz,<br />

neo-hebraico, pseudo-hermafrodita, mini-hotel, arqui-hipérbole...<br />

Obs.: Cuidado com estas palavras, pois os prefixos co-, des-, ex-, in-, sub-, re- dispensam o<br />

hífen e a letra H: coerdeiro, desarmonia, exaurir, inábil, subumano (ou sub-humano),<br />

reidratar, reaver; turboélice, lobisomem, filarmônico...<br />

– Em toda a conjugação do verbo haver: hei, hás, há, havemos/hemos, haveis, hão...<br />

– Por convenção, usa-se H ainda na palavra Bahia (o estado). Nos derivados, não há H:<br />

baiano, baianinha, baianidade...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: haltere (ou halter), hangar, haurir,<br />

haxixe, hectare, hediondo, hélice, hera (planta), hermenêutica, hermético, híbrido,<br />

hipocondria, hirto, histologia, homeopatia, homilia (ou homília), homogeneidade,<br />

hóquei, hortênsia, horto, hosana, hóstia, hulha, húmus...


Emprego da Letra S<br />

Não confunda S com SS, Z ou Ç. Atenção às regrinhas!<br />

– Em substantivos correspondentes a verbos terminados com corr, d, nd, nt, pel, rg, rt no<br />

radical: concurso (de concorrer), discurso (discorrer), colisão (de colidir), alusão (de<br />

aludir), defesa, defensivo (de defender), pretensão, pretensioso (de pretender),<br />

compreensão, compreensivo (de compreender), difusão (de difundir), ascensão,<br />

ascensorista (de ascender), suspensão (de suspender), distensão (de distender),<br />

expansão (de expandir), senso, sensível (de sentir), expulso, expulsão (de expelir),<br />

compulsório (de compelir), imersão (de imergir), emersão (de emergir), inversão (de<br />

inverter), conversão (de converter), diversão (de divertir)...<br />

– Em adjetivos pátrios/gentílicos ou títulos de nobreza terminados em -ês(a) e -ense: riograndense,<br />

<strong>para</strong>naense, catarinense, fluminense, parisiense... camponês, japonês,<br />

pequinês, princesa, duquesa, inglesa, calabresa (de Calábria), milanesa (de Milão)...<br />

– Nos sufixos nominais terminados em -oso(a) e -isa: gostoso, apetitoso, afetuoso, papisa,<br />

poetisa...; exceção: gozo (e derivados).<br />

– Com som de Z, após ditongo: coisa, deusa, pausa, pouso, causa, lousa, maisena (!),<br />

paisagem...<br />

– Na conjugação dos verbos pôr e querer (pretérito perfeito e mais-que-perfeito do indicativo<br />

e pretérito imperfeito e futuro do subjuntivo), inclusive dos derivados do verbo pôr: quiser,<br />

pus, quis, pusemos, quisemos, interpusemos, propusestes...<br />

O verbo requerer NÃO é derivado do verbo querer. Consulte a conjugação deste verbo!<br />

– Em substantivos terminados em ase, ese, ise, ose: frase, tese, crise, osmose,<br />

metamorfose, catequese...; exceções: deslize, gaze...<br />

– Nos verbos terminados em isar, se os nomes correspondentes tiverem S no radical:<br />

pesquisar (de pesquisa), <strong>para</strong>lisar (de <strong>para</strong>lisia), improvisar (de improviso), avisar (de<br />

aviso), analisar (de análise), alisar (de liso)...; exceções: catequiZar (de catequese),<br />

batiZar (de batismo), hipnotiZar (de hipnose), sintetiZar (de síntese).<br />

– O sufixo inho vem acompanhado de S quando esta letra fizer parte do radical da palavra de<br />

origem (com Z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em S): LuiSinho<br />

(de Luís), meSinha (de mesa), lapiSinho (de lápis)...; lugarZinho (de lugar), cafeZinho<br />

(de café)...<br />

Obs.: O bizu da manutenção do S no radical serve <strong>para</strong>, praticamente, todos os casos:<br />

baseado, basear, embasamento (de base)...


– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: adversário, alisar, aguarrás, ânsia,<br />

ansiar, ansioso, apreensão, apoteose, através, apreensivo, aspersão, aspersório,<br />

autópsia, aversão, avulso, catalisar, cisão, colisão, cansaço, cansar, cansado, cansativo,<br />

canseira, compreensão, compreensível, compreensivo, compulsão, compulsório,<br />

convulsão, defensivo, defensor, descanso, dispersão, disperso, dose, enviesar, entrosar,<br />

entorse, emersão, escusável, expulsão, frasear, formosura, freguesa, fusível, gasoso,<br />

gris, grosa, glosa, impulso, imersão, imerso, improvisar, impulsionar, lesar, lisura,<br />

maisena, manusear, medusa, misantropo, misto (de mistura), pêsame(s), pesquisar,<br />

percurso, perversão, pretensão, rasura, revés, reveses, repulsão, senso (percepção),<br />

sessão (reunião), sósia, sassafrás, tenso, trás, usura, verso, verosímil, verosimilhança (ou<br />

verossímil, verossimilhança), zeloso...


Emprego do Dígrafo SS<br />

– Em verbos terminados em primir, meter, mitir, cutir, ceder, gredir, sed(i)ar: impressão (de<br />

imprimir), depressão (de deprimir), promessa (de prometer), intromissão (de<br />

intrometer), admissão (de admitir), demissão (de demitir), percussão (de percutir),<br />

repercussão (de repercutir), excesso (de exceder), concessão (de conceder), agressão<br />

(de agredir), transgressão (de transgredir), obsessão (de obsed(i)ar)...<br />

Cuidado com a palavra exceção! Ela cai direto em prova. Consulte: Cesgranrio – Petrobras<br />

– Cargos de nível superior – 2010 – QUESTÃO 28.<br />

– Prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por S: assimétrico (a + simétrico), ressurgir<br />

(re + surgir), autosserviço (auto + serviço), minissaia (mini + saia), <strong>para</strong>ssíntese (<strong>para</strong><br />

+ síntese), pressentimento (pré + sentimento)...<br />

– Em todo o pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis,<br />

fossem...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: acesso, acessível, acessório,<br />

assessor, assessoria, abadessa, abscesso, acessível, acessório, admissão, agressão,<br />

agressor, amassar, amerissar, amerissagem, antepassado, argamassa, assar,<br />

assalariado, assassinar, assédio, assalto, assassinato, assanhado, assíduo, assear,<br />

asseio, assinar, assinalar, assobiar (assoviar), assíduo, aterrissar, aterrissagem (ou<br />

aterrizar, aterrizagem), atravessar, avesso, bússola, colosso, compasso, concessão,<br />

demissão, dissensão, dissídio, endossar, escassez, escasso, excesso, excessivo,<br />

fotossíntese, ingresso, ingressar, missa, monossílabo, obsessão, pássaro, passeata,<br />

passeio, permissão, possessão, potássio, progresso, progressão, ressaca, ressurreição,<br />

ressuscitar, retrocesso, ultrapassado, verossímil, verossimilhança, vicissitude...


Emprego do Dígrafo SC<br />

O dígrafo SC era usado em muitas palavras do latim. Elas sofreram algumas mudanças ao<br />

longo dos séculos, mas o dígrafo foi conservado. Por isso conheça algumas palavras que<br />

podem gerar dúvidas: abscesso, abscissa, acrescentar, acréscimo, adolescência, apascentar,<br />

aquiescência, ascensorista, ascendente, discípulo, crescente, crescer (cresço),<br />

concupiscência, condescender, consciência, crescimento, convalescença, discernimento,<br />

discente, disciplina, efervescência, excrescência, fascículo, fascismo, florescente,<br />

fosforescente, imprescindível, isósceles, incandescente, intumescer, irascível, lascívia,<br />

miscelânea, miscigenação, nascimento, nascer, néscio, nascença, obsceno, onisciência,<br />

oscilação, plebiscito, piscicultura, presciência, recrudescer, reminiscência, rescindir,<br />

rescisão, ressuscitar, renascimento, seiscentos, susceptível, suscitar, transcendência,<br />

víscera...


Emprego do Dígrafo CH<br />

As palavras que apresentam este dígrafo têm origens diversas: latim, francês, espanhol,<br />

italiano, alemão, inglês, árabe etc.<br />

– Veja algumas: chave, cheirar, chuva; chassi, chalé, chefe, chuchu, deboche; apetrecho,<br />

mochila, trapiche; charlatão, espadachim, salsicha; chope, charuto, cheque, sanduíche;<br />

azeviche, chafariz, cherne, escabeche...<br />

– Em palavras derivadas de cognatas (mesmo radical): chinelada (de chinelo), chifrada (de<br />

chifre), chaveiro (de chave), chamariz (de chamar), enchente (de encher), encharcar<br />

(de charco), achincalhar (de chincalho), pichação (de piche)...<br />

– Em sufixos aumentativos ou diminutivos -acho, -achão, -icho, -ucho: bonachão, rabicho,<br />

papelucho, riacho, barbicha, gorducho...<br />

– Depois de -an, -en*, -in, -on, -un: anchova, gancho, encher, preencher, inchaço,<br />

pechincha, concha, ponche, funcho, escarafunchar...<br />

* Na maioria das palavras com -EN, usa-se X: enxame, enxada, enxergar, enxugar,<br />

desenxabido...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvidas: achincalhar, anchova, apetrecho,<br />

bacharel, beliche, bochecha, bombacha, bolacha, brecha, brocha (prego), brochura,<br />

bucha, cacho, cachola, cachoeira, cachimbo, cartucho, chácara, chacina, chafariz,<br />

chalé, charuto, charque, cheque (= dinheiro), chicote, chiste, chuchu, chucrute, chumaço,<br />

coqueluche, cochicho, debochar, deboche, ducha, estrebuchar, fachada, ficha, fechar,<br />

garrancho, guache, inchado, lanche, mochila, pachorra, piche, pichação, pechincha,<br />

prancha, rocha, rachar, salsicha, tacha (mancha ou prego pequeno), tachar (acusar),<br />

tchau, tocha, trecho, trincheira...


Emprego da Letra X<br />

– Depois de ditongo: caixa, peixe, frouxo, seixo, feixe...; exceção: caucho, recauchutar,<br />

recauchutagem, guache.<br />

– Depois da sílaba en: enxadrista, enxugar, enxovalhar, enxoval, enxofre, desenxabido...;<br />

exceção: enchente (de encher, cheio), encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),<br />

enchumaçar (de chumaço), enchova (ou anchova)...<br />

– Depois da sílaba me: mexerica, mexer, mexilhão, mexerica, mexeriqueiro...; exceção:<br />

mecha (de cabelos) e derivados.<br />

– Na vasta maioria das palavras depois das sílabas bru, gra, la, li, lu: bruxa, bruxulear;<br />

graxa, graxeiro; laxante, laxo; lixa, lixo, lixiviação; luxo, luxação, luxamento...<br />

– Em palavras de origem árabe, grega, latina, árabe, africana, espanhola, indígena, inglesa<br />

etc.: xá, Xerxes, luxação, rixa, taxar, xampu, Xangai, abacaxi, Erexim, muxoxo,<br />

xavante, xingar, almoxarife, enxaqueca, enxoval, xadrez, oxalá, lagartixa, xarope,<br />

xaveco, xerife, xeque-mate, xucro, xuá...<br />

– Em certas interjeições: Xi!, Xô!<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvida: abacaxi, afrouxar, almoxarife,<br />

atarraxar, Araxá, baixada, baixela, bauxita, bexiga, broxa (pincel), Bruxelas, bruxo,<br />

caixão, caixa, caixeiro, caixote, capixaba, caxumba, deixar, desleixo, elixir, encaixotar,<br />

engraxar, engraxate, enxada, enxame, enxergar, enxoval, enxotar, enxurrada, enxuto,<br />

faxina, faxineiro, feixe, frouxo, graxa, gueixa, luxo, luxúria, madeixa, macaxeira, mexer,<br />

mexida, orixá, praxe, puxão, Quixote, relaxado, relaxamento, rouxinol, taxa (imposto),<br />

vexame, Xapecó, xavante, xenofobia, xereta, xícara, xingar, xilindró....<br />

Obs.: Vale a pena dizer que, em muitas palavras escritas com X, tal letra tem som de KS<br />

(uxoricida, tóxico), Z (inexorável, êxito) ou S ou SS (têxtil, sintaxe). Alguns estudiosos<br />

insistem em dizer que, em sintaxe, o X tem som de KS, inclusive o dicionário Caldas<br />

Aulete abona essa pronúncia. Já o VOLP, que é a autoridade máxima no assunto, diz que<br />

o X tem som de SS. Bem-vindo à língua portuguesa!


Emprego da Letra Z<br />

– No sufixo ez(a), em substantivos abstratos derivados de adjetivos: acidez (de ácido),<br />

polidez (de polido), moleza (de mole), pobreza (de pobre), frieza (de frio)...<br />

– Em verbo terminado em izar derivado de palavra sem S no radical (e substantivo derivado<br />

deste verbo, com sufixo ização): amenizar, amenização (de ameno), suavizar,<br />

suavização (de suave), concretizar, concretização (de concreto), hospitalizar,<br />

hospitalização (de hospital)...<br />

– Em palavras terminadas em zado(a), zal, zeiro, zinho(a), zito, derivadas de outras com Z<br />

no radical ou sem S no radical: abalizada, cafezal, “caozeiro”, açaizeiro, cajazeiro,<br />

jardinzito, cãozito, cãozinho, raizinha, florzinha, sozinho...<br />

Obs.: Dependendo do valor semântico-discursivo (contextual), algumas palavras terminadas<br />

em (z)inho podem ter dupla forma: colherzinha/colherinha; florzinha/florinha;<br />

homenzinho/hominho.<br />

– Na maioria dos verbos terminados em uzir, er ou ir: produzir, conduzir, reproduzir,<br />

deduzir, dizer, fazer, comprazer, jazer, luzir...<br />

– Conheça algumas palavras que podem gerar dúvida: agonizar, agudeza, alazão,<br />

alcoolizado, alteza, Amazonas, Amazônia, anãozinho, armazém, avestruz, azedo,<br />

bendizer, capuz, certeza, cartaz, catequizar (porém catequese), dizer, correnteza,<br />

cozinhar, dramatização, escravizar, frieza, flacidez, horizonte, idealizar, lazer,<br />

legalizar, martirizar, neutralizar, nazismo, ozônio, Queluz, prezado, viuvez, vazio,<br />

verniz, vezes, vizinho.


Emprego dos Verbos Terminados em -EAR e -IAR<br />

No presente do indicativo e do subjuntivo (e no imperativo) de todos os verbos terminados<br />

em ear, como pentear, acrescenta-se a letra I depois da E, exceto na 1 a e na 2 a pessoa do<br />

plural.<br />

Veja: Eu penteio, Tu penteias, Ele penteia, Nós penteamos, Vós penteais, Eles penteiam<br />

(presente do indicativo); Que... eu penteie, tu penteies, ele penteie, nós penteemos, vós<br />

penteeis, eles penteiem (presente do subjuntivo).<br />

No imperativo afirmativo e negativo, respectivamente: penteia (tu), penteie (você),<br />

penteemos (nós), penteai (vós), penteiem (vocês); não penteies (tu), não penteie (você),<br />

não penteemos (nós), não penteeis (vós), não penteiem (vocês).<br />

Agora, em verbos terminados em iar, como negociar, a conjugação é regular, não há<br />

acréscimo nem decréscimo. Exemplo:<br />

Eu negocio, Tu negocias, Ele negocia, Nós negociamos, Vós negociais, Eles negociam;<br />

Que... eu negocie, tu negocies, ele negocie, nós negociemos, vós negocieis, eles<br />

negociem...<br />

Importante! No presente do indicativo e do subjuntivo dos verbos Mediar, Ansiar,<br />

Remediar, Incendiar/Intermediar e Odiar (MARIO), a conjugação se dá com uma<br />

ditongação através da letra E antes do I em todas as formas, exceto na 1 a e na 2 a pessoa do<br />

plural.<br />

Veja na prática: Eu odeio, Tu odeias, Ele odeia, Nós odiamos, Vós odiais, Eles odeiam<br />

(presente do indicativo). Que... eu odeie, tu odeies, ele odeie, nós odiemos, vós odieis, eles<br />

odeiem (presente do subjuntivo). No imperativo afirmativo e no negativo, respectivamente:<br />

odeia (tu), odeie (você), odiemos (nós), odiai (vós), odeiem (vocês); não odeies (tu), não<br />

odeie (você), não odiemos (nós), não odieis (vós), não odeiem (vocês).<br />

Sempre que for conjugar os verbos mediar, ansiar, remediar, incendiar/intermediar, siga o<br />

modelo do verbo odiar. A conjugação é igual! Exemplo: se “Eu odeio”, “Eu medeio”; se “Tu<br />

odeias”, “Tu intermedeias”... e por aí vai! Fica a dica, hein!<br />

Cuidado com certos verbos terminados em -ear e -iar, de forma muito parecida, mas de<br />

sentido diverso:<br />

• afear (de feio) e afiar (de fio);<br />

• enfrear (de freio) e enfriar (de frio);<br />

• estear (de esteio) e estiar (de estio);<br />

• estrear (de estreia) e estriar (de estria);<br />

• mear (de meio) e miar (de mio, miado);<br />

• pear (de peia) e piar (de pio);<br />

• arrear (de arreios) e arriar (de abaixar).


Cuidado!!!<br />

“Descobri” um detalhe no texto do Novo Acordo Ortográfico (Base V, letra “e”) que todos<br />

devem saber. Parece brincadeira de mau gosto (<strong>para</strong> não falar “sacanagem”)! Veja você<br />

mesmo no sítio da ABL!<br />

Quaisquer verbos terminados em -iar, como negociar, premiar, intermediar, caluniar, odiar<br />

podem ser conjugados de duas formas diferentes (em -io ou -eio): eu negocio/negoceio, eu<br />

premio/premeio, eu intermedio/intermedeio, eu calunio/caluneio, eu odio/odeio etc. Isso<br />

se dá porque esses verbos têm correspondência com substantivos terminados em -io e -ia:<br />

negócio, prêmio, intermédio, calúnia, ódio.<br />

Pergunta derradeira do concurseiro: “Então o Tiririca estava certo esse tempo todo?!<br />

<strong>Pestana</strong>, afinal, como devo proceder na prova?!”<br />

Resposta: “Leve as duas verdades <strong>para</strong> o dia da prova e marque a melhor resposta. Se der<br />

“chabu”, teremos aí uma grande polêmica instaurada.”<br />

Cá entre nós... duvido que isso caia em prova! Tomara que eu não “queime a língua”...


Dupla Grafia<br />

Vejamos algumas palavras que apresentam mais de uma grafia (você perceberá que algumas<br />

palavras são estranhas ao ouvido, pois nem todas são usuais ou aceitas unanimemente pelos<br />

gramáticos e dicionaristas):<br />

Abaixar e baixar; abdome e abdômen; açoitar e açoite, açoutar e açoute; afeminado e<br />

efeminado; afoito e afouto; aluguel e aluguer; aritmética e arimética; arrebitar e rebitar;<br />

arremedar e remedar; assoalho e soalho; assobiar e assoviar; assoprar e soprar; azálea e<br />

azaleia; bêbado e bêbedo; besoiro e besouro; bilhão e bilião; bílis e bile; biscoito e<br />

biscouto; bombo e bumbo; bravo e brabo; cãibra e câimbra; cálice e cálix; carnegão e<br />

carnicão; carroçaria e carroceria; catinga e caatinga; catorze e quatorze; catucar e cutucar;<br />

chipanzé e chimpanzé; clina e crina; cociente e quociente; coice e couce; coisa e cousa; cota<br />

e quota; cotidiano e quotidiano; cotizar e quotizar; covarde e cobarde; cuspe e cuspo;<br />

dactilografia e datilografia; deficit e défice; degelar e desgelar; demonstrar e demostrar;<br />

dependurar e pendurar; desenxavido e desenxabido; diabete e diabetes; doido e doudo;<br />

doirar e dourar; dois e dous; emagrecer e esmagrecer; empanturrar e empaturrar; enfarte,<br />

enfarto, infarte e infarto; engambelar e engabelar; enlambuzar e lambuzar; entoação e<br />

entonação; entretenimento e entretimento; enumerar e numerar; espuma e escuma; estalar e<br />

estralar; este e leste; estoiro e estouro; exorcizar e exorcismar; flauta e frauta; flecha e<br />

frecha; fleuma e flegma; flocos e frocos; geringonça e gerigonça; gorila e gorilha;<br />

hemorroidas e hemorroides; humo e húmus; impingem e impigem; imundícia, imundície e<br />

imundice; intrincado e intricado; lantejoula e lentejoula; limpar e alimpar; lisonjear e<br />

lisonjar; louça e loiça; louro e loiro; macaxeira e macaxera; maçom e mação; maltrapilho e<br />

maltrapido; maquiagem e maquilagem; marimbondo e maribondo; marino e marinho;<br />

melancólico e merencório; menosprezo e menospreço; mobiliar, mobilhar e mobilar; neblina<br />

e nebrina; nenê, neném e nenen; oiro e ouro; olimpíada e olimpíade; parêntese e parêntesis;<br />

percentagem e porcentagem; peroba e perova; pitoresco e pinturesco; plancha e prancha;<br />

pólen e polem; quadriênio e quatriênio; rádio e radium; radioatividade e radiatividade;<br />

rastro e rasto; registro e registo; relampear, relampejar, relampadejar, relampaguear,<br />

relampadar e relampar; remoinho e redemoinho; ridiculizar e ridicularizar; salobra e<br />

salobre; seção e secção; selvageria e selvajaria; silueta e silhueta; sobressalente e<br />

sobresselente; sutil e subtil; surripiar e surrupiar; taberna e taverna; televisar e televisionar;<br />

terremoto e terramoto; tesoura e tesoira; tesouro e tesoiro; toiro e touro; toicinho e toucinho;<br />

transvestir e travestir; tríade e tríada; trilhão e trilião; várzea, várgea, vargem e varge;<br />

volibol e voleibol...


Caso queira saber mais, reveja o capítulo de Acentuação (Algumas Formas Variantes) e<br />

Fonologia (Ortoepia e Prosódia).


Emprego das Iniciais Maiúsculas ou Minúsculas<br />

Esta parte é importante <strong>para</strong> quem faz provas discursivas. Fique atento! Eu me ative ao texto<br />

oficial da ABL, ao Manual de Redação da PUC/RS e ao Manual de Elaboração de Textos do<br />

Senado.<br />

A letra minúscula inicial é usada:<br />

a) Normalmente em todos os vocábulos da língua nos usos correntes, sem que haja, é claro,<br />

obrigatoriedade no uso da maiúscula.<br />

b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera.<br />

c) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW, de sudoeste).<br />

d) Nos substantivos (ou pronomes indefinidos <strong>para</strong> alguns) fulano, sicrano e beltrano, desde<br />

que não iniciem frase.<br />

e) Depois de dois-pontos (:), a não ser quando a palavra é um substantivo próprio, uma<br />

citação direta ou uma palavra que deva seguir a regra de maiúsculas: “De você eu quero<br />

isto: dedicação!” Mas: “Há só uma gramática que traz questões da banca CQIP: A<br />

Gramática”.<br />

f) Em substantivos próprios que se tornaram comuns, sofrendo derivação imprópria (ou<br />

conversão): “Pegaram o Joãozinho <strong>para</strong> cristo, mas você é que não passa de um judas!”<br />

Obs.: Neste caso, vale dizer que as frases substantivadas, que se tornam substantivos<br />

compostos são escritas com letra minúscula: comigo-ninguém-pode, arranca-rabo, bateboca,<br />

bem-te-vi, bem-me-quer, desmancha-prazer...; lembre-se de que certos<br />

substantivos desse tipo perderam o hífen, como maria vai com as outras, bumba meu boi,<br />

leva e traz..<br />

g) Em palavras derivadas de nomes estrangeiros: bachiano, kantismo, beethoveniano,<br />

byronismo, freudiano...<br />

h) Na sequência de alíneas e de incisos, que devem ter início na altura do parágrafo do texto:<br />

São benefícios concedidos pelo IPC:<br />

a) auxílio-doença;<br />

b) auxílio-funeral;<br />

c) pecúlio.<br />

A escolha de seus membros compete:<br />

I – ao Senado Federal;<br />

II – à Assembleia Geral;<br />

III – ao Conselho Deliberativo.<br />

i) Nas partículas intermediárias (palavras invariáveis e contrações) monossilábicas dos


onomásticos compostos (título de obras, acordos, conferências, congressos etc.): Crônicas<br />

de Risos e Lágrimas, Ninguém Escreve ao Coronel, Triste Fim de Policarpo Quaresma, II<br />

Congresso Nacional de Biblioteconomia, Pacto Internacional dos Direitos Civis e<br />

Políticos.<br />

j) Nos adjetivos gentílicos e pátrios e na designação de grupos étnicos: brasileiros, ingleses,<br />

xavantes, tamoios, paulistanos, mato-grossenses, mineiros...<br />

k) Nos axiônimos (títulos e outras formas especiais de tratamento), usa-se minúscula: senhor<br />

doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo...<br />

l) Depois de interjeições, quando o nome for comum: Oh! quanta miséria!; Nossa Senhora,<br />

que frio!; Ai! meu Deus!...<br />

m) Depois de ponto de exclamação ou de interrogação, quando o pensamento não estiver<br />

inteiramente completo ou quando se seguir uma oração de narrador: “Que é isso? você<br />

enlouqueceu?”; “No mundo tereis tribulação, mas, coragem! eu venci o mundo.”; “Que<br />

paisagem linda! exclamou Pedro.”; “Que você dizia? indagou Lúcia.”...<br />

A letra maiúscula inicial é usada:<br />

a) No início de períodos, em citações diretas e após o ponto final: “Hoje disse algo que a<br />

chocou: ‘Saia daqui e não volte nunca mais.’ Ela ficou desesperada”.<br />

b) Nos substantivos próprios de qualquer espécie (nomes de pessoas, apelidos, alcunhas,<br />

entidades religiosas/governamentais, nomes de lugares, nomes de astros, nomes de<br />

personagens fictícios, nomes de tribos ou castas, nomes de comunidades religiosas ou<br />

políticas...): Pedro Marques, D. João VI; Branca de Neve, D. Quixote, Alá, Deus,<br />

Messias, Oxum, Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro, Atlântida, Hespéria, Golfo<br />

Pérsico, Cabo da Boa Esperança, Oceano Atlântico, Monte Everest, Mar Morto, Mar<br />

Vermelho, Trópico de Câncer, Hemisfério Sul, Terra, Vênus, Marte, Júpiter,<br />

Adamastor, Mickey Mouse, Chapeuzinho Vermelho, Netuno, Aquiles, Tupinambás,<br />

Tamoios, Brâmanes, Sudras, Testemunhas de Jeová, Cristadelfianos, Nação, Estado,<br />

Pátria, Raça...<br />

Obs.: As palavras “Nação, Estado, Pátria e Raça” são escritas com letra maiúscula se<br />

tiverem sentido de entidade: “O Estado supre carências populares”. Usamos minúscula<br />

quando estiverem determinadas, especificadas: “Devemos lutar pela nossa gentil<br />

pátria!” / “Eu moro no estado de São Paulo”. A palavra “estado” (= situação/condição)<br />

se escreve com letra minúscula: “Ela se encontra em estado terminal”. Se for o nome do<br />

jornal, letra maiúscula: “O Estado de São Paulo”.<br />

c) Nos nomes de leis, decretos, atos ou diplomas oficiais: Decreto Federal n o 25.794;


Portaria n o 1.054, de 17-9-1998; Lei dos Direitos Autorais n o 9.609; Parecer n o 03/00;<br />

Sessão n o 01/00; Resolução n o 3/87 CFE...<br />

d) Nos nomes que designam instituições (acadêmicas ou não), períodos notáveis,<br />

acontecimentos (históricos ou não): Instituto de Pensões e Aposentadorias da<br />

Previdência Social, Faculdade de Letras da UFRJ, Jogos Olímpicos de Inverno, Copa<br />

do Mundo, Jornada Paulista de Radiologia, Idade Média, Revolução Francesa...<br />

e) Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos,<br />

Carnaval...<br />

f) Nos títulos de periódicos e jornais (escreve-se em itálico, sem aspas): O Globo, O<br />

Estado de São Paulo (ou S. Paulo), Folha de São Paulo...<br />

g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por<br />

nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Ocidente, por ocidente europeu <strong>para</strong><br />

cá, Oriente, por oriente asiático <strong>para</strong> lá...<br />

h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com<br />

maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU;<br />

H2O, Sr., V. Ex.ª.<br />

Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras<br />

especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações<br />

específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica<br />

etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras, reconhecidas<br />

internacionalmente.<br />

Casos Facultativos<br />

a) Nos bibliônimos (nome de livro) – após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os<br />

demais vocábulos podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios neles<br />

contidos, tudo em grifo: O Senhor do paço de Ninães ou O senhor do paço de Ninães,<br />

Menino de engenho ou Menino de Engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor.<br />

b) Nos hagiônimos (palavras sagradas e nomes próprios sagrados), usa-se maiúscula ou<br />

minúscula: ressurreição (ou Ressureição), santa Filomena (ou Santa Filomena).<br />

c) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, também<br />

com maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas e<br />

literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).<br />

d) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente (ref. à corte, palácio) ou<br />

hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: rua ou<br />

Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões, igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou


Templo do Apostolado Positivista, palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício<br />

Azevedo Cunha, túnel Rebouças ou Túnel Rebouças...<br />

e) Nos intitulativos gerais de doutrinas, correntes e escolas de pensamento, religiões e<br />

regimes políticos: positivismo ou Positivismo, romantismo ou Romantismo, barroco ou<br />

Barroco, marxismo ou Marxismo, catolicismo ou Catolicismo, cristianismo ou<br />

Cristianismo, parlamentarismo ou Parlamentarismo...<br />

f) Cargos políticos, religiosos e militares (recomendam-se as formas maiúsculas): ministro ou<br />

Ministro, bispo ou Bispo, capitão ou Capitão...


Abreviaturas<br />

As abreviaturas não podem ser confundidas com abreviações. A primeira é a representação<br />

contraída de uma palavra ou locução, em que são retiradas várias letras, permanecendo<br />

geralmente as iniciais, que são seguidas de um ponto (.), chamado de ponto abreviativo: pág.<br />

ou pg. ou p. (página). A segunda trata apenas da retirada de algumas sílabas até um<br />

determinado ponto; é possível pronunciar a palavra abreviada como uma palavra normal, sem<br />

prejuízo da pronúncia e do sentido da palavra; além disso, não há ponto abreviativo: otorrino<br />

(otorrinolaringologista). Vou falar mais de abreviação vocabular no capítulo de Processo de<br />

Formação de Palavras.<br />

Como as abreviaturas ocorrem? Vejamos os principais casos:<br />

a) Escreve-se a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba, seguida de ponto<br />

abreviativo: gram. (de gramática), al. (de alemão), num. (de numeral)...<br />

b) O acento presente na primeira sílaba se mantém: gên. (de gênero), créd. (de crédito), lóg.<br />

(de lógica)...<br />

c) Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, escrevem-se as duas: pess. (de pessoa),<br />

constr. (de construção), secr. (de secretário)...<br />

d) As abreviaturas universais são escritas sem ponto e sem a letra S <strong>para</strong> indicar plural<br />

(medidas, pesos, distâncias...): g (grama), m (metro), min (minuto), h (hora), km<br />

(quilômetro)...<br />

Obs.: O que a gente mais vê na rua é isto: “A loja abre às 14hs ou 14hs. ou 14hrs.” É ou não<br />

é? O certo é “A loja abre às 14h”.<br />

e) Quando se quer acrescentar o S <strong>para</strong> indicar o plural, basta colocá-lo antes do ponto: fs. ou<br />

fls. (folhas), caps. (capítulos), segs. (seguintes)...<br />

f) As abreviaturas de formas de tratamento são feitas sempre com inicial maiúscula: C. el , Cel.<br />

(coronel), Dep. (deputado), Des., Des.ª, Desa. (desembargador, desembargadora), Diác.<br />

(diácono)...<br />

Obs.: O plural das formas de tratamento varia, ou se coloca o S (autoridades universitárias,<br />

militares, judiciárias, eclesiásticas, civis) ou se duplica a letra da abreviatura<br />

(autoridades monárquicas): V.Em. as , V.Emas. (Vossas Eminências), VV.MM (Vossas<br />

Majestades). Em alguns casos, a duplicação indica superlativação: DD (Digníssimo),<br />

MM (Meritíssimo), SS (Santíssimo).<br />

f) Inúmeras palavras não seguem essas regras: a. C. ou A.C. (de antes/Antes de Cristo), ap.,


apart., apto. (de apartamento), cia. (de companhia), f., fl. ou fol. (de folha), h (de hora),<br />

seg (segundo)...


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Tudo relativo ao emprego de letras é importante, principalmente quanto aos verbos<br />

terminados em -EAR e -IAR. Os demais assuntos (iniciais maiúsculas ou minúsculas e<br />

abreviaturas) são desimportantes em provas de concursos públicos. Não deixe de contar com<br />

sua memória visual caso não se lembre de uma regra. Importante: a banca que adora ortografia<br />

é a FCC! Fica aqui mais uma dica: observe as palavras que mais se repetem nas questões.<br />

Memorize-as!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Adaptei as questões antigas (antes de 2009) à nova ortografia, que só vai valer de fato em<br />

1 o de janeiro de 2016. No ruim, vamos ter mais tempo <strong>para</strong> nos acostumar com as regras.<br />

1. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente<br />

empregadas e grafadas.<br />

a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de<br />

qualquer excesso e violência.<br />

b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem<br />

suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico.<br />

c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento<br />

em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.<br />

d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o<br />

corpo dos supliciados.<br />

e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer<br />

controle e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua organização em delinqüência.<br />

2. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2004) Assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão do texto<br />

que contraria a prescrição gramatical.<br />

No século XX, a arte cinematográfica introduziu um novo conceito de tempo. Não mais o conceito linear, histórico, que<br />

perspassa (1) a Bíblia e, também, as pinturas de Fra Angelico ou o Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. No filme,<br />

predomina a simultaneidade (2). Suprimem-se (3) as barreiras entre tempo e espaço. O tempo adquire caráter espacial, e<br />

o espaço, caráter temporal. No filme, o olhar da câmara e do espectador (4) passa, com toda a liberdade, do presente <strong>para</strong><br />

o passado e, desse, <strong>para</strong> o futuro. Não há continuidade ininterrupta (5).<br />

(Adaptado de Frei Betto)<br />

a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 4.<br />

e) 5.<br />

3. (Cesgranrio – AL/TO – Assistente Legislativo – 2005) Marque a opção em que a palavra é escrita com s.<br />

a) Avare___a.<br />

b) Apra___ível.<br />

c) Ra___ão.<br />

d) De___ertas.<br />

e) Cafe___al.<br />

4. (ACEP – BNB – Técnico de Nível Superior – 2006) Assinale a alternativa com palavras ortografadas corretamente de<br />

acordo com a sequência: “peixe”, “anzol”, “concessão”.<br />

a) laxante – cataqueze – sessão.<br />

b) trouxer – catequizar – assento.<br />

c) broxa – analizar – passo.<br />

d) xácara – deleitozo – obsessão.<br />

e) taxa – catálize – admissão.<br />

5. (NCE/UFRJ – MPE/RJ – Analista (Processual) – 2007) O adjetivo que os autores utilizam no título é uma das palavras que<br />

costumeiramente geram dúvidas ortográficas. Nos casos abaixo, a grafia de ambas as palavras só está correta em:<br />

a) mantegueira / aterrissagem;<br />

b) cataclismo / adivinhar;<br />

c) mortadela / meretíssimo;<br />

d) entitulado / embutido;<br />

e) prostração / beneficiente.<br />

6. (Cespe/UnB – Analista de Comércio Exterior – 2008) Julgue o item a seguir levando em conta a correção gramatical<br />

(apegue-se apenas à ortografia):


Portanto, ao se iniciar a nova década, o ambiente que se formula e gerencia a política de comércio exterior brasileira<br />

é radicalmente diverso daquele que vigiu à época em que a CACEX atuava como superagência nessa área. A<br />

institucionalidade da política distanciou-se do modelo CACEX, mas é pouco nítido o modelo desejável e adequado<br />

aos novos condicionantes e objetivos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

7. (FGV – Senado Federal – Analista de Relações Públicas – 2008) O vocábulo anabolizar está grafado corretamente.<br />

Assinale a alternativa em que haja pelo menos uma palavra com erro de grafia.<br />

a) profissionalizar – pesquisar.<br />

b) <strong>para</strong>lizar – realizar.<br />

c) hostilizar – analisar.<br />

d) indenizar – inferiorizar.<br />

e) informatizar – ironizar.<br />

8. (Cespe/UnB – Ministério da Saúde – Área de Redação Oficial – 2008) De acordo com o padrão da língua portuguesa, são<br />

variantes da palavra “imundície” as seguintes formas: imundice e imundícia.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

9. (FCC – PGE/RJ – Técnico Assistente de Procuradoria – 2009) Todas as palavras estão escritas corretamente na frase:<br />

a) Intervensões governamentais massiças e até agora sem precedentes não conseguiram conter os impactos da crise<br />

financeira em diversos países.<br />

b) A permanência e a gravidade dos desdobramentos da crise financeira deicham dúvidas e originam expeculações em<br />

todo o mundo.<br />

c) A ganância por lucros cada vez maiores fez com que os riscos dos investimentos crecessem esponencialmente no<br />

mercado financeiro.<br />

d) A excessiva circulação de instrumentos financeiros imbutia imenço potencial de perigos redundando, como se viu, em<br />

enormes prejuízos.<br />

e) O êxito das resoluções tomadas em outros países depende de um maior controle das instituições financeiras, o que<br />

atinge interesses múltiplos e provoca resistência.<br />

10. (FCC – TRT (16R) – Técnico Judiciário – 2009) A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é:<br />

a) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro aparece agora, <strong>para</strong> assombro de todos, na região<br />

Sul, comprometendo as safras de grãos.<br />

b) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba biótica é realmente<br />

crucial na circulação do ar.<br />

c) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial <strong>para</strong> garantir a qualidade<br />

de vida em todo o planeta.<br />

d) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar um<br />

continente em um estenso e inabitável deserto.<br />

e) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é puxado <strong>para</strong> o continente,<br />

distribuindo a chuva ao redor do planeta.<br />

11. (FCC – MPE-AP – Técnico Administrativo – 2009) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:<br />

a) Compadecido com a humilhação de seu velho servo, o rei Psamênito não conteu as lágrimas e as verteu<br />

abundantemente.<br />

b) O príncipe e a princesa ainda poderiam insurgir-se contra os persas, mas não o velho servo, cujas forças esmoresciam.<br />

c) Talvez Psamênito não previlegiasse o velho servo, talvez este tivesse sido a última gota de tanto sofrimento.<br />

d) As forças e a dignidade do rei egípcio apenas titubiaram quando se deparou com a imagem do velho servo.<br />

e) Há divergências quanto à interpretação do porquê de haver chorado o rei Psamênito, sucumbindo à visão do velho<br />

servo.<br />

12. (FCC – PGE-RJ – Técnico Superior de Procuradoria – 2009) É adequado o emprego e correta a grafia de todas as<br />

palavras da frase:<br />

a) É prazeroso o reconhecimento de uma pessoa que, surgindo longínqua, parece então mais próxima que nunca –<br />

<strong>para</strong>doxo pleno de poesia.<br />

b) A abstensão da proximidade de alguém não impede, segundo o cronista, que nossa afetividade aflore e haja <strong>para</strong><br />

promover uma aproximação.


c) Nenhuma distância dilui o afeto, pelo contrário: o reconhecimento da amada longeva avisinha-a de nós, fá-la mais<br />

próxima que nunca.<br />

d) O cronista ratifica o que diz um velho provérbio: a distância que os olhos acusam não exclue a proximidade que o nosso<br />

coração promove.<br />

e) Os poetas românticos eram obsecados por imagens que, figurando a distância, expressavam com ela a gososa<br />

inatingibilidade de um ideal.<br />

13. (Vunesp – TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2010) Não precisa ir ao sebo, LPs _______ vão voltar às lojas.<br />

Obra do autor revela _______ pelo purgatório.<br />

Boato de _______ piora o mau-humor dos norte-coreanos.<br />

Decisão do tribunal é um marco e traz princípios ________<br />

a) imprecindíveis … obseção … dezerção … balisadores;<br />

b) imprescindíveis … obsessão … deserção … balizadores;<br />

c) imprecindíveis … obsessão … dezerção … balizadores;<br />

d) imprescindíveis … obseção … deserção … balisadores;<br />

e) imprescindíveis … obsessão … dezerção … balisadores.<br />

14. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à<br />

ortografia?<br />

– Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí distribuídos em razão de sua posição nas<br />

distribuições estatísticas de acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são<br />

sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural.<br />

15. (Cespe/UnB – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2010) O uso das letras iniciais maiúsculas em “Império<br />

Romano”, “Cristianismo” e “Revolução Francesa” são exemplos de que substantivo usado <strong>para</strong> designar ente singular<br />

deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei n o 8.888/1998.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (FCC – Casa CiviL/SP – Executivo Público – 2010) A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:<br />

a) Muitas eram as reminiscências, algumas esdrúxulas, outras comuns, repetindo-se iguaizinhas de tempo em tempo, em<br />

circuito que não exorbitava os limites da fazenda.<br />

b) O espaço era exiguo, à exceção da cozinha, mas nada impedia que os vizinhos tentassem grangear a simpatia do padre<br />

inflingindo-lhe pratos que excitavam sua gula.<br />

c) Sabiam que pouco tempo teriam <strong>para</strong> descançar, mas ninguém quis alterar o trajeto, minuciosamente pensado e<br />

repensado durante meses.<br />

d) Era tão grande a sua presunsão, que entendia como ato lisonjeiro até um breve aceno do mais distraído dos transeuntes<br />

de seu vilarejo.<br />

e) Tal era sua ogeriza pela política que se excedia em palavras e tons assim que algum desavisado puxava o assunto tabu,<br />

sem intenção alguma de ferí-lo.<br />

17. (FCC – TRE/AM –Técnico Judiciário – 2010) A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:<br />

a) À exceção dos que se abstiveram de opinar sobre a qualidade dos serviços, os participantes da pesquisa puderam<br />

usufruir gratuitamente de um dia de lazer no hotel.<br />

b) A escursão prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso colaborou <strong>para</strong> o<br />

explendor da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.<br />

c) Casualmente encontraram-se no saguão; ela parecia advinhar o que ele tinha a lhe dizer, por isso não lhe deu<br />

oportunidade de ser posta em cheque.<br />

d) Considerou ultrage o comentário adivindo do seu sucessor, mas, <strong>para</strong> preservar-se, abdicou de dar-lhe resposta à altura.<br />

e) Com a dispensa abarrotada de produtos nobres, não exitou um minuto ao negar um jantar aos participantes do programa<br />

de inclusão social.<br />

18. (Consulplan – CAPS – Assistente Social – 2011) Os sentidos e a correção da grafia das palavras do texto seriam mantidas<br />

caso se substituísse:<br />

a) massacre por assacinar;<br />

b) ampliar por almentar;<br />

c) ostensivo por esibido;<br />

d) precariedade por deficiência;<br />

e) acessível por alcanse.


19. (Consulplan – IBGE – Supervisor de Pesquisas (Estatística) – 2011) Quanto à grafia marque a alternativa correta.<br />

a) A sensasão de poder torna as pessoas autoritárias e exigentes.<br />

b) A sociedade quer fazer contenção de despezas em relação a obras públicas.<br />

c) Nabuco advinhou o que aconteceria no Brasil.<br />

d) As classes mais desfavorecidas vencem os impecilhos impostos pelas elites.<br />

e) As pessoas solidárias trabalharão em projetos beneficentes.<br />

20. (FCC – TRT/AL (19 a R) – Técnico Judiciário – 2011) Estão grafadas corretamente todas as palavras da frase:<br />

a) O mercado mais atraente é necessáriamente aquele que possue mais produtos disponíveis.<br />

b) Com o adivento da internet, de<strong>para</strong>mos com uma imença cidade virtual, onde há os melhores preços do mercado.<br />

c) A escacês de mercadorias no campo foi determinante <strong>para</strong> explicar o porque dos homens se agruparem nas cidades.<br />

d) As empresas virtuais vêm se tornando concorrentes desleais das que se encontram no mundo físico.<br />

e) O mercado de relacionamentos virtuais assistiu a um avanço discomunal com a consolidassão da internet.<br />

21. (FCC – TRT/AL (19 a R) – Analista Judiciário – 2011) Quanto à ortografia, há INCORREÇÕES na frase:<br />

a) O crescimento da classe C tem tido uma importância incomensurável <strong>para</strong> o comércio, mas vem ocasionando também<br />

uma elevação na taxa de inadimplência, o que é perturbador.<br />

b) Milhões de pessoas têm sido beneficiadas com o crescimento econômico que se vê no país, saltando da classe D <strong>para</strong> a<br />

C, algo que há poucos anos não pareceria factível.<br />

c) Alguns especialistas vêm disseminando a teoria de que, a partir da distribuição de riqueza por meio da geração de<br />

milhões de novos empregos, a classe E deixe de existir.<br />

d) Os “consumidores emergentes”, como vêm sendo chamados os novos integrantes da classe C, ainda têm dificuldade em<br />

poupar e adquirem grande parcela de produtos a crédito.<br />

e) Sabe-se que a ascenção da classe D tem proporcionado um aumento expresivo do consumo de bens duráveis, o que<br />

pode acelerar sobremaneira esse mercado.<br />

22. (FCC – TRT (14 a R) – Técnico Judiciário – 2011) Das frases abaixo só NÃO há erros de ortografia em:<br />

a) Carbohidratos ricos em fibras são importantes aliados <strong>para</strong> manter estável o nivel de energia do organismo.<br />

b) Sabe-se que uma substancia encontrada no guaraná pode estimular a função cerebral e auxiliar na concentrasão.<br />

c) Consumir alimentos ricos em vitaminas e minerais pode ajudar a reduzir os efeitos negativos do estresse.<br />

d) O consumo de proteínas e gorduras em exceço pode ser nossivo <strong>para</strong> o processo digestivo.<br />

e) Manter o organismo mau hidratado pode prejudicar a eliminação de toxínas e provocar sérios problemas de saúde.<br />

23. (FCC – TRF (1 a R) – Técnico Judiciário – 2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:<br />

a) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos<br />

aeroportos.<br />

b) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa<br />

cortês.<br />

c) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio.<br />

d) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua<br />

crise.<br />

e) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de<br />

privilégios ilegítimos.<br />

24. (Cespe/UnB – PC/ES – Auxiliar de Perícia Médico-Legal – 2011) Julgue o item com referência à correção gramatical.<br />

(Preocupe-se apenas com a ortografia nesta questão.)<br />

A mais recente investida do estado do Rio de Janeiro contra o narcotráfico foi à instalação de unidades de polícia<br />

pacificadora, as UPPs, em áreas que eram dominadas por narcotraficantes. O projeto de reocupar territórios<br />

tomados pelo crime basea-se em policiamento permanente, oferta de serviços e ações de promoção da cidadania.<br />

As favelas das UPPs já inauguraram um novo capítulo na historia dos conflitos entre as forças de segurança e o<br />

banditismo na cidade.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

25. (Cespe/UnB – PC/ES – Auxiliar de Perícia Médico-Legal – 2011) Julgue o item com referência à correção gramatical.<br />

(Preocupe-se apenas com a ortografia nesta questão.)<br />

Não há dúvida de que o caminho é perseverar, ampliar a presença da polícia nas ruas, avançar com as UPPs e ir ao<br />

encalso dos responsáveis pelos ataques; e não apenas da arraia miúda. São imensas, no entanto as dificuldades


em superar, desde a carência de efetivos e recursos policiais à extensão e a profundidade que o problema<br />

adquiriu.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

26. (Cesgranrio – FINEP – Técnico (Apoio Administrativo e Secretariado) – 2011) Em que frase o verbo está conjugado de<br />

acordo com a norma-padrão?<br />

a) Não receiem os desafios da vida.<br />

b) As crianças passeiaram no jardim.<br />

c) É bom que vocês nomeem o novo diretor.<br />

d) Ele sapatea como um dançarino americano.<br />

e) É preciso que os carros freem lentamente.<br />

27. (Cesgranrio – FINEP – Técnico (Apoio Administrativo e Secretariado) – 2011) A palavra corretamente grafada é:<br />

a) admissão;<br />

b) distenção;<br />

c) discursão;<br />

d) excessão;<br />

e) extenção.<br />

28. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) A frase que respeita a ortografia é:<br />

a) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a<br />

itemperança.<br />

b) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela despensa do já<br />

antigo colaborador.<br />

c) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes,<br />

das lideranças que se confrontavam.<br />

d) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às vésperas do exótico<br />

casamento.<br />

e) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na<br />

obra com um rigor admirável.<br />

29. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) A frase correta do ponto de vista da grafia é:<br />

a) Era grande a insidência de casos de enjoo quando era servido aquele alimento, por isso o episódio não foi tratado como<br />

exceção, atitude que garantiu o êxito das providências.<br />

b) Em meio a tanta opulência da mansão leiloada, encontrou a geringonça que, tratada criativamente por ele, garantiu por<br />

anos seu apoio a entidades beneficientes.<br />

c) Seus gestos desarmônicos às vezes eram mal compreendidos, mas seu jeito afável de falar, sem resquícios de mágoa,<br />

revelava sua intenção de restabelecer a paz entre os familiares.<br />

d) Defendeu-se dizendo que nunca pretendeu axincalhar ninguém, mas as suas caçoadas realmente humilhavam e<br />

incitavam à malediscência.<br />

e) Sempre ansiosos, desenrolaram no saguão apinhado a faixa com que brindavam os recém-formados, com os seguintes<br />

dizeres: “Viagem bastante e divirtam-se, nobres doutores”.<br />

30. (Consulplan – Prefeitura de Porto Velho/RO – Assistente Administrativo – 2012) “E agiliza o aprendizado.” Assim como a<br />

palavra destacada, são escritas com “z” todas as palavras da seguinte alternativa:<br />

a) reali___ar / pesqui___ar / fiscali___ar;<br />

b) avi___ar / enrai___ar / legali___ar;<br />

c) arbori___ar / anali___ar / suavi___ar;<br />

d) generali___ar / utili___ar / u___ar;<br />

e) hospitali___ar / civili___ar / humani___ar.<br />

31. (FCC – METRÔ/SP – Assistente Administrativo Júnior – 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à<br />

ortografia é:<br />

a) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade extraordinária de imitar vários estilos musicais.<br />

b) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar sentimentos pessoais por meio de sua música.<br />

c) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das composições do músico na cultura ocidental.<br />

d) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compositor termina em uma cena de reconciliação entre os<br />

personagens.


e) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.<br />

32. (Cespe/UnB – PM/CE – Soldado – 2012) O emprego da inicial maiúscula confere aos vocábulos “Pátria”, “Nação” e<br />

“País” sentido particular e determinado, elevando-os à categoria de alto conceito político ou nacionalista.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

33. (Cespe/UnB – Banco da Amazônia – Técnico Científico – 2012) Mantém-se a correção gramatical do texto e suas<br />

informações originais ao se substituir o termo “percentual” por percentil.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

34. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção<br />

que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.<br />

Em alguns países mais afetados pela crise global, como os Estados Unidos, a indústria buscou aumentar sua competitividade por<br />

meio da forçada redução dos custos de produção, o que (1) implicou demissões em massa. Mesmo com menos<br />

trabalhadores, a indústria manteve ou ampliou a produção, alcançando ganhos notáveis de produtividade. Mesmo que<br />

aceitasse (2) arcar com um custo social tão alto, dificilmente o Brasil alcançaria (3) resultados econômicos tão rápidos. O<br />

aumento da produtividade do trabalhador brasileiro é limitado, entre outros fatores, pela defazagem (4) nos investimentos<br />

em educação. Com escassez (5) de trabalhadores qualificados, exigidos cada vez mais pelo mercado de trabalho, os<br />

salários de determinadas funções tendem a subir bem mais do que a produtividade média do setor, o que afeta o preço dos<br />

bens finais.<br />

a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 4.<br />

e) 5.<br />

35. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Contabilidade – 2012) No Texto I, aparecem substantivos grafados com ç que são<br />

derivados de verbos, como produção, redução, desaceleração, projeção. Os verbos a seguir formam substantivos com<br />

a mesma grafia:<br />

a) admitir, agredir, intuir.<br />

b) discutir, emitir, aferir.<br />

c) inquirir, imprimir, perseguir.<br />

d) obstruir, intervir, conduzir.<br />

e) reduzir, omitir, extinguir.<br />

36. (FCC – ISS/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2012) A frase em que a ortografia está adequada ao padrão culto<br />

escrito é:<br />

a) À mínima contrariedade, exarcebava-se de tal maneira que seus excessos verbais eram já conhecidos de todos.<br />

b) A expontaneidade com que se referiu ao local como “impesteado” fez que todo o auditório explodisse em risos.<br />

c) Quanto à infraestrutura, será necessário reconstrui-la em prazo curto, mas sem que haja qualquer tipo de displiscência.<br />

d) O docente não viu como retaliação a rasura no cartaz que afixara, mas sua intenção era advertir quanto ao desleixo<br />

com a coisa pública.<br />

e) A obra faraônica será uma excressência naquela paisagem bucólica, mas ninguém teve hêsito em convencer os<br />

responsáveis da necessidade de revisão do projeto.<br />

37. (Cesgranrio – CHESF – Engenheiro Civil – 2012) Ao escrever frases que deveriam estar de acordo com a norma-padrão,<br />

um funcionário se equivocou constantemente na ortografia. Ele só NÃO se enganou em:<br />

a) O homem foi acusado de estuprar várias vítimas.<br />

b) A belesa da duquesa era realmente de se admirar.<br />

c) Porque o sapato deslisou na lama, a mulher foi ao chão.<br />

d) Sem exitar, as crianças correram <strong>para</strong> os brinquedos do parque.<br />

e) Sem maiores pretenções, o time venceu o jogo e se classificou <strong>para</strong> a final.


Gabarito<br />

1. B. 9. E. 17. A. 25. ERRADO. 33. ERRADO.<br />

2. A. 10. D. 18. D. 26. A. 34. D.<br />

3. D. 11. E. 19. E. 27. A. 35. D.<br />

4. B. 12. A. 20. D. 28. C. 36. D.<br />

5. B. 13. B. 21. E. 29. C. 37. A.<br />

6. ERRADO. 14. INCORRETO. 22. C. 30. E.<br />

7. B. 15. CERTO. 23. A. 31. C.<br />

8. CERTO. 16. A. 24. ERRADO. 32. CERTO.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 4<br />

Semântica e Lexicologia


Definição<br />

A semântica trata da significação das palavras, que podem estar isoladas ou<br />

contextualizadas. A diferença entre significado e sentido mais clássica é esta: o primeiro diz<br />

respeito à noção que a palavra apresenta (Um cachorro atravessou a rua. Comprei um<br />

cachorro lindo.); o segundo diz respeito à noção que a palavra pode apresentar (Ele é chato<br />

pra cachorro. Já que tive um sonho, amanhã vou jogar no cachorro.).<br />

As palavras não só podem ter uma acepção primária, mas também diversas acepções; tudo<br />

dependerá do contexto. A princípio, quando pensamos em cachorro, imediatamente vem uma<br />

imagem à nossa cabeça: a de um cão, qualquer cão, um animal doméstico. Só que a semântica<br />

trata de todas as possibilidades de significação, envolvendo nosso conhecimento de mundo,<br />

experiência de vida e outros fatores extralinguísticos, como a região em que vivemos, a idade<br />

que temos, o grupo social ou profissional a que pertencemos etc. Tudo isso vai influenciar os<br />

matizes da palavra. A palavra isolada tem um significado primário; no entanto, tem vários<br />

sentidos secundários dentro de contextos específicos.<br />

Vale dizer também que, em nossa língua, gramaticalmente falando, há inúmeros fatores que<br />

podem alterar o significado das palavras, como:<br />

– a acentuação gráfica/prosódia: sábia (mulher culta) e sabiá (ave);<br />

– a posição da sílaba tônica: fabrica (paroxítona; forma do verbo fabricar) e fábrica<br />

(proparoxítona);<br />

– o timbre: molho (/ô/; caldo) e molho (/ó/; conjunto de objetos unidos);<br />

– o número: a letra (símbolo gráfico) e as letras (literatura);<br />

– o gênero: a rádio (emissora) e o rádio (aparelho);<br />

– o acento grave (crase): “Chegou a noite.” (A noite chegou.) e “Chegou à noite.” (Alguém<br />

chegou à noite.);<br />

– a posição de certas palavras: qualquer mulher (alguma mulher) e mulher qualquer (mulher<br />

sem valor) / “Eu preciso aprender a ser só, e não a só ser.” (sozinho/somente);<br />

– o contexto da conjunção: “Nós estudamos, mas não passamos.” (adversidade, oposição) e<br />

“Não só jogo vôlei, mas faço natação.” (adição).<br />

– o contexto da preposição: “Para mim, ele é um canalha.” (opinião) e “Não dá <strong>para</strong> sair<br />

hoje.” (possibilidade);<br />

– o contexto do advérbio: “Fale mais!” (intensidade) e “Não fale mais!” (tempo).<br />

– a pontuação: “Ele voltou logo, fiquei feliz.” (vírgula depois de logo, ideia de tempo) e “Ele<br />

voltou, logo fiquei feliz.” (vírgula antes de logo, ideia de conclusão);<br />

– a regência: “João sempre implica com ela.” (zombar) e “Ela implicou em um assalto o<br />

namorado.” (envolver).<br />

Por ora, quero dizer o seguinte: muito de semântica veremos ao longo da gramática, afinal,


sem semântica, não é possível estudar morfologia tampouco sintaxe. Os níveis linguísticos se<br />

cruzam, Ok? “Mas... e a tal da lexicologia?”<br />

A lexicologia trata do estudo do léxico (vocábulo/palavra), basicamente quanto a sua<br />

formação e seu sentido, portanto esta parte da gramática está intrinsecamente ligada à<br />

morfologia e à semântica. A formação de uma palavra começa a partir de “pedaços”<br />

(chamados de morfemas) que a compõem, como radical, prefixo, sufixo e desinências. Esses<br />

morfemas se unem formando palavras. Existem vários processos de formação das palavras,<br />

como Derivação e Composição, mas deixaremos <strong>para</strong> ver isso melhor em Morfologia.<br />

Ao conjunto de palavras damos o nome de vocabulário. O dicionário se ocupa exatamente<br />

disso. Fora dele, entretanto, as palavras passam a adquirir “vida própria”, afinal, elas não são<br />

vazias de significado. Portanto, a lexicologia se ocupa também das palavras em si e de seus<br />

sentidos. Apegando-se a isso, muitas questões são criadas <strong>para</strong> avaliar a capacidade de<br />

intelecção dos candidatos. O que se espera de você, muitas vezes, é a percepção da<br />

seleção/adequação vocabular dentro de um contexto. Como dizia Carlos Drummond de<br />

Andrade em Procura da poesia: “cada uma (a palavra) tem mil faces sob a face neutra”. Isso<br />

quer dizer que, por meio do contexto, pode-se atribuir significados diferentes a uma mesma<br />

palavra. Safo?<br />

Veremos neste capítulo o cruzamento entre semântica e lexicologia, que andam lado a lado.<br />

Está claro isso? Então, vamos lá!


Sinonímia<br />

Trata de palavras diferentes na forma, mas com sentidos iguais ou aproximados, ou seja,<br />

sinônimos. Não se iluda: não existe sinônimo perfeito. Tudo depende do contexto e da<br />

intenção do falante.<br />

Por exemplo, se você encontrasse uma pessoa querida na rua, que não o vê há muito tempo,<br />

você iria falar isto: “Nossa! Você está com a cara “photoshopeada”, hein!”? Dificilmente, não<br />

é?! Provavelmente, devido ao contexto, você vai falar isto: “Nossa! Você está com um rosto<br />

lindo, hein!”. Eu não consigo visualizar os imortais da Academia Brasileira de Letras<br />

dizendo: “Você está com a cara amarrada hoje. Rolou alguma <strong>para</strong>da? Posso te dar uma<br />

moral?”. Creio que eles devam falar assim, no mínimo: “Você está com o semblante sério.<br />

Algo sucedeu? Posso acudi-lo?”.<br />

Numa calorosa discussão, por exemplo, você não vai dizer: “Vou agredi-lo, malédico!”,<br />

mas sim “Vou te encher de porrada, seu #@$%*!”. O uso de um léxico em substituição de<br />

outro raramente será perfeito. O contexto é tudo. Portanto, só o contexto e a intenção vão<br />

determinar qual é a escolha adequada do vocabulário (seleção vocabular).<br />

Vale lembrar também que muitas palavras são sinônimas, se levarmos em conta as<br />

variações geográficas (aipim = macaxeira; mexerica = tangerina; pipa = papagaio; aipo =<br />

salsão...).<br />

A sinonímia não trata apenas do léxico (palavra ou expressão), mas da frase também. Neste<br />

sentido, o uso de sinônimos é muito importante dentro de um texto – com eles, evitamos a<br />

repetição de vocábulos, porque eles servem <strong>para</strong> substituir palavras. Veremos mais sobre isso<br />

no capítulo de Coesão e Coerência, no entanto vejamos agora os exemplos de sinonímia<br />

vocabular:<br />

– A multidão teve de clamar em protesto. Ela só bradou devido ao descaso dos políticos.<br />

– Graças a Deus conseguimos extinguir nossas dívidas. Se não as saldássemos, não sei o<br />

que faríamos.<br />

– O jogo vai atrasar em virtude do temporal. Devido a isso, teremos de aguardar.<br />

Ademais, como já foi dito, existe sinonímia frasal, ou seja, uma frase pode ser reescrita<br />

com outras palavras sem alteração de sentido.<br />

– Ela construiu esta casa. = Esta residência foi edificada por ela.<br />

– Parece que tu estás certo sobre o assunto. = Aparentemente a verdade sobre a questão<br />

está contigo.<br />

Cuidado!!!<br />

A FCC adora questões de sinonímia! Toda prova apresenta uma questão sobre expressões<br />

sinônimas. É claro que a banca não quer saber de você qual é o sinônimo de “bonito”.


Quando a questão é formulada, a intenção é fazer você “suar a camisa”. Daí que o “homem<br />

da banca” vai criar uma questão exigindo de você o conhecimento do sinônimo de<br />

“idiossincrasia”. “Qual é?” Consulte um dicionário! Para ter facilidade neste assunto, é<br />

preciso ampliar seu vocabulário e perceber o contexto.


Antonímia<br />

Trata de palavras, expressões ou frases diferentes na forma e com significações opostas,<br />

excludentes, ou seja, antônimos. Normalmente ocorre por meio de palavras de radicais<br />

diferentes, com prefixo negativo ou com prefixos de significação contrária. Veja estes<br />

exemplos:<br />

– O chegar e o partir são dois lados cruciais da vida.<br />

– Você é meu amigo ou meu inimigo?<br />

– Há menos imigrantes do que emigrantes no Brasil.<br />

– Ela se molhou de cima a baixo.<br />

Só de curiosidade: qual é o antônimo de verde? Seria amarelo? “Antônimo de cor existe,<br />

<strong>Pestana</strong>?” Até onde se sabe, não! Como nem tudo é preto ou branco na língua portuguesa, os<br />

vocábulos preto (ausência de todas as cores) e branco (união de todas as cores) são<br />

antônimos. Verde só tem antônimo em sentido figurado. Exemplo: Esta fruta está verde. / Está<br />

fruta está madura (antônimo). Na verdade, o registro literário cria relações antonímicas<br />

interessantes! Por isso questão envolvendo poema é sempre perigosa...<br />

Há antonímia frasal, desde que o conteúdo de uma frase ou oração esteja em conflito com<br />

o de outra:<br />

– Por ter ficado calado durante anos, aturando todos os tipos de maus-tratos, resolveu<br />

berrar sem <strong>para</strong>r em ataque a tudo e a todos.<br />

E... só “pra não dizer que não falei das flores”, existem subtipos de antonímia, segundo o<br />

grande gramático José Carlos de Azeredo: a complementar, a polar, a distributiva e a reversa.<br />

Como esta minúcia não cai em prova, deixemo-la de lado, ok? (Gostou do deixemo-la?)<br />

Só <strong>para</strong> fazer graça: o antônimo de um antônimo é um sinônimo?!


Homonímia<br />

Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes, ou<br />

seja, homônimos. Veja:<br />

– São Jorge já foi cantado por muitos artistas.<br />

– Os alunos daqui são estudiosos.<br />

– Finalmente o garoto ficou são.<br />

Existem três tipos de vocábulos homônimos: homófonos, homógrafos e perfeitos. Veja:<br />

1) Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia diferente.<br />

Acender (iluminar, pôr fogo em) / Ascender (subir, elevar)<br />

Caçar (perseguir, capturar a caça) / Cassar (anular, revogar, proibir)<br />

Cela (aposento de religiosos ou de prisioneiros) / Sela (arreio de cavalo)<br />

Censo (recenseamento – estatística) / Senso (juízo claro, percepção)<br />

Cerrar (fechar) / Serrar (cortar)<br />

Concerto (apresentação musical) / Conserto (ato ou efeito de consertar, re<strong>para</strong>r)<br />

Espectador (aquele que vê) / Expectador (o que está à espera de; expectativa (!))<br />

Espiar (espreitar, olhar) / Expiar (redimir-se, pagar uma dívida)<br />

Esperto (atento, perspicaz, ativo) / Experto (especialista, perito)<br />

Estrato (camada social) / Extrato (extração, resumo)<br />

Incipiente (principiante, iniciante) / Insipiente (ignorante, imprudente)<br />

Seção (parte, divisão, departamento) / Sessão (reunião de pessoas <strong>para</strong> um determinado<br />

fim) / Cessão (doação, ato de ceder)<br />

Saldar (pagar o saldo de, liquidar contas) / Saudar (cumprimentar, aclamar)<br />

Tachar (censurar, acusar, botar defeito em (ideia depreciativa)) / Taxar (estabelecer uma<br />

taxa; avaliar positiva ou negativamente)<br />

Trás (atrás, detrás; após, depois de) / Traz (forma do verbo trazer)<br />

2) Homógrafos: apresentam grafia igual e pronúncia diferente.<br />

Almoço (timbre fechado: refeição) / Almoço (timbre aberto: forma do verbo almoçar)<br />

Conserto (timbre fechado: re<strong>para</strong>ção, correção) / Conserto (timbre aberto: forma do verbo<br />

consertar)<br />

Colher (timbre fechado: verbo) / Colher (timbre aberto: instrumento usado <strong>para</strong> comer)<br />

Edito (decreto, lei) / Édito (ordem judicial)<br />

Gosto (timbre fechado: sabor) / Gosto (timbre aberto: forma do verbo gostar)<br />

Jogo (timbre fechado: recreação) / Jogo (timbre aberto: forma do verbo jogar)


Pôde (timbre fechado: verbo poder no passado) / Pode (timbre aberto: verbo poder no<br />

presente)<br />

Sábia (mulher com sabedoria) / Sabia (forma do verbo saber)<br />

Obs.: Nestes dois últimos casos, ignora-se o acento gráfico; o que importa é que as palavras<br />

apresentam a mesma grafia (mesmas letras). O único aspecto diferente é o timbre.<br />

3) Perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais.<br />

Casa (lar, moradia) / Casa (forma do verbo casar)<br />

Janta (refeição) / Janta (forma do verbo jantar)<br />

Cedo (advérbio) / Cedo (forma do verbo ceder)<br />

Livre (liberto, solto) / Livre (forma do verbo livrar)<br />

Lima (ferramenta) / Lima (forma do verbo limar)<br />

Manga (fruta) / Manga (parte da camisa) / Manga (forma do verbo mangar)<br />

Somem (forma do verbo somar) / Somem (forma do verbo sumir)<br />

Como são mais de 380.000 vocábulos na língua portuguesa, obviamente não foi possível<br />

colocar todos aqui. Nem me dei o trabalho, afinal, meu/minha nobre, você vai se lembrar de<br />

todos? Seria bom... mas o que importa, geralmente, no dia da prova, é a aplicação do conceito<br />

de homônimo homófono, homógrafo e perfeito. Beleza?


Paronímia<br />

Trata, normalmente, de pares de palavras parecidas tanto na grafia quanto na pronúncia,<br />

mas com sentidos diferentes. Veja:<br />

Abjeção (baixeza, degradação) / Objeção (contestação, obstáculo)<br />

Absolver (absolvição) / Absorver (absorção)<br />

Acidente (ocorrência casual grave) / Incidente (episódio casual sem gravidade, sem<br />

importância)<br />

Aferir (conferir) / Auferir (colher, obter)<br />

Amoral (descaso com as regras de moral) / Imoral (contrário à moral)<br />

Arrear (colocar arreios em) / Arriar (abaixar)<br />

Cível (relativo ao Direito Civil) / Civil (cortês, civilizado, polido; referente às relações dos<br />

cidadãos entre si)<br />

Comprimento (uma das medidas de extensão – largura e altura) / Cumprimento (ato de<br />

cumprimentar alguém, ou cumprir algo)<br />

Cavaleiro (homem a cavalo) / Cavalheiro (homem gentil)<br />

Conjetura (suposição) / Conjuntura (momento)<br />

Deferimento (concessão, atendimento) / Diferimento (adiamento, demora, discordância,<br />

distinção)<br />

Delatar (denunciar) / Dilatar (adiar, alargar)<br />

Descrição (ato de descrever) / Discrição (qualidade de quem é discreto)<br />

Descriminar (inocentar, absolver) / Discriminar (distinguir, especificar, segregar)<br />

Destratar (insultar) / Distratar (romper um trato, desfazer um contrato)<br />

Defeso /ê/ (proibido) / Defesso /é/ (fatigado, cansado)<br />

Desidioso (em que há desídia, preguiçoso, negligente) / Dissidioso (em que há dissídio,<br />

divisão; conflituoso, desarmonioso)<br />

Despercebido (desatento, distraído) / Desapercebido (despre<strong>para</strong>do, desprevenido,<br />

desprovido)<br />

Elidir (suprimir, excluir, eliminar) / Ilidir (rebater, contestar, refutar)<br />

Eludir (evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício) / Iludir (causar ilusão em,<br />

enganar, burlar)<br />

Emenda (correção de falta ou defeito, alteração) / Ementa (resumo, síntese – de lei,<br />

decisão judicial etc.)<br />

Emergir (vir à tona, surgir, manifestar-se) / Imergir (fazer submergir, mergulhar, afundar)<br />

Emigrar (emigrante) (sair de um país <strong>para</strong> ir viver em outro) / Imigrar (imigrante) (entrar<br />

em outro país <strong>para</strong> nele viver)


Eminente (que se destaca, notável) / Iminente (que está prestes a ocorrer, pendente)<br />

Flagrante (fato percebido no ato de uma ocorrência) / Fragrante (que exala cheiro<br />

agradável)<br />

Fluir (transcorrer, passar) / Fruir (usufruir, desfrutar, gozar)<br />

Inflação (ato de inflar, aumento de preços) / Infração (violação, transgressão)<br />

Infligir (aplicar ou determinar uma punição) / Infringir (desobedecer, violar, transgredir)<br />

Mandado (incumbência, ordem, missão) / Mandato (procuração, poder recebido <strong>para</strong><br />

representar outrem)<br />

Pleito (questão em juízo, discussão, eleição; pleitear: demandar em juízo; falar a favor de) /<br />

Preito (homenagem, respeito)<br />

Preceder (anteceder, vir antes) / Proceder (vir, provir, originar-se)<br />

Preeminente (que ocupa lugar mais elevado, superior) / Proeminente (que sobressai, que<br />

vem à frente)<br />

Prescrever (prescrição) (preceituar, receitar) / Proscrever (proscrição) (banir, expulsar,<br />

vetar, proibir)<br />

Relegar (pôr em segundo plano; deixar de lado) / Renegar (renunciar, rejeitar, negar)<br />

Reincidir (reincidência) (tornar a incidir, recair em, repetir) / Rescindir (rescisão) (tornar<br />

nulo – um contrato –, cancelar)<br />

Remição (ato ou efeito de remir “tornar a obter, resgatar”, liberação de pena ou dívida) /<br />

Remissão (perdão; ação ou efeito de remeter)<br />

Repreensão (censura, advertência) / Repressão (ação de reprimir, contenção,<br />

impedimento)<br />

Ratificar (confirmar, corroborar) / Retificar (alterar, corrigir)<br />

Sesta /é/ (período de descanso) / Cesta /ê/ (compartimento)<br />

Soar (emitir som) / Suar (transpirar)<br />

Sortir (abastecer, prover) / Surtir (ter como consequência, produzir, acarretar)<br />

Sobrescrever ou sobrescritar (pôr nome e endereço do destinatário) / Subscrever ou<br />

subscritar (assinar)<br />

Tráfego (movimento ou fluxo, trânsito) / Tráfico (negócio, comércio ilegal)<br />

Vultoso (de grande vulto, nobre, volumoso) / Vultuoso (inchaço especialmente na face e nos<br />

lábios)<br />

Usuário (o que usa alguma coisa) / Usurário (o que pratica a usura ou agiotagem)<br />

Não fique louco de tanto decorar estes parônimos. Entenda o que é um parônimo! Na hora<br />

da prova, o que importa é se você consegue se lembrar do conceito de paronímia, e não a<br />

decoreba. Ok?


Saiba que principalmente a FCC “se amarra” em trabalhar questões de paronímia junto de<br />

flexão verbal. Veja esta questão:<br />

16. (FCC – TRF/2R – Analista Judiciário (ADM) – 2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em:<br />

b) Quando se imaginou que Paraty havia sido <strong>para</strong> sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge do<br />

esquecimento, em 1974.<br />

c) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram<br />

longos anos de esquecimento.<br />

Deveriam ser reescritas assim:<br />

b) Quando se imaginou que Paraty havia sido <strong>para</strong> sempre relegada a um segundo plano, eis que ela emerge do<br />

esquecimento, em 1974.<br />

c) A cada novo ciclo econômico ratificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855,<br />

sobrevieram longos anos de esquecimento.<br />

Foi feita a diferença entre relegar/renegar, emergir/imergir, ratificar/retificar. Fique esperto!


Polissemia<br />

Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do contexto, terá<br />

uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,<br />

dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!).<br />

Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de automóvel”, “peça de teatro”, “peça de<br />

bronze”, “és uma boa peça”, “uma peça de carne” etc. Só de curiosidade: a palavra ponto é a<br />

mais polissêmica da nossa língua! Consulte o dicionário e veja.<br />

Agora, observe mais estes exemplos:<br />

– Desculpe o bolo que te dei ontem.<br />

– Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.<br />

– Tenho um bolo de revistas lá em casa.<br />

Cuidado!!!<br />

Não confundir homônimos perfeitos com vocábulos polissêmicos. Uma boa maneira de<br />

resolver a situação, normalmente, é perceber se há mudança na classe gramatical do<br />

vocábulo; se houver, a palavra não é polissêmica! Às vezes, é preciso analisar a homonímia<br />

e a polissemia partindo de uma descrição semântica mais profunda, pois há uma questão<br />

histórica nos significados das palavras. Por exemplo, manga (fruta) e manga (parte da<br />

camisa) não têm a mesma origem (o mesmo radical) e não pertencem ao mesmo campo de<br />

sentido, por isso são homônimas perfeitas.<br />

Veja estas frases:<br />

– O peso está muito leve <strong>para</strong> mim. (adjetivo)<br />

– Bateram leve à porta. (advérbio)<br />

– Por favor, leve isso <strong>para</strong> ela. (verbo)<br />

Nestes casos, portanto, constatamos que “leve” não é vocábulo polissêmico, mas sim<br />

homônimos perfeitos (mesma grafia e pronúncia, mas classes gramaticais diferentes).<br />

Perceba nos exemplos do “‘bolo” que a classe gramatical não mudou, ou seja, ”bolo” é<br />

substantivo em todos os casos, o que muda é só o sentido. Mesma classe gramatical,<br />

diferente contexto, diferente sentido: palavra polissêmica. Ficou claro agora, não?<br />

Curiosidade: a palavra “ponto” é uma das mais polissêmicas (senão “a mais”) da língua<br />

portuguesa.


Hiponímia e Hiperonímia<br />

Se você teve infância, com certeza já brincou de “adedaaaaaanha”! Você se lembra de que a<br />

gente colocava no alto da folha assim:<br />

Homem Mulher Cor Fruta Animal Objeto (...)<br />

E, em baixo de cada um desses, colocamos nomes de homens, mulheres, cores, frutas,<br />

animais, objetos etc. Bem, voltamos à infância, não? O que eu quero falar com tudo isso? Em<br />

linguagem séria, estou falando de hipônimos e hiperônimos; você já brincou com hipônimos e<br />

hiperônimos na sua vida, sabia disso?<br />

É o seguinte: o hiperônimo é uma palavra cuja significação inclui o sentido de diversas<br />

outras palavras, é uma palavra que se refere a todos os seres de uma “espécie”:<br />

Animal é hiperônimo de gato, tartaruga, burro, boi etc.<br />

Fruta é hiperônimo de laranja, uva, maçã, morango etc.<br />

Já o hipônimo é uma palavra de significação específica dentro de um campo de sentido:<br />

<strong>Fernando</strong>, José, Saulo são hipônimos de homem.<br />

Azul, amarelo, branco são hipônimos de cor.<br />

Portanto, o hiperônimo é uma palavra que abarca o sentido de outras palavras, é mais<br />

abrangente; o hipônimo, por sua vez, tem o sentido mais restrito em relação a um vocábulo<br />

de sentido mais genérico. Há entre esses conceitos, portanto, uma relação de hierarquia.


Meronímia e Holonímia<br />

Este assunto não cai em prova (pelo menos eu nunca vi), mas meus dedos coçam. Se quiser<br />

“passar batido” por ele, fique à vontade! Caso contrário, aprenda mais um pouquinho.<br />

O conceito de meronímia trata de palavras que representam a parte de um todo, ou seja, a<br />

palavra pneu mantém uma relação de sentido com a palavra carro, pois aquele constitui este.<br />

Portanto, assim como pneu é um merônimo de carro, dedo é de mão, braço é de corpo, tecla é<br />

de computador etc.<br />

Adivinha quais são os holônimos! A holonímia trata de palavras que apresentam uma ideia<br />

de todo em relação a suas partes. Por exemplo, a palavra porta é holônima de maçaneta, que,<br />

por sua vez, é merônima.


Acronímia, Estrangeirismos, Toponímia, Antroponímia, Axionímia<br />

e Oneonímia<br />

Desses conceitos, o que eu já vi em prova foi o estrangeirismo, portanto não se preocupe<br />

com os demais.<br />

Só <strong>para</strong> começar, saiba que existem inúmeras nomenclaturas relativas a grupos de palavras;<br />

confira: http://www.myetymology.com/portuguese/-%C3%B4nimo.html.<br />

Vejamos as mais conhecidas.<br />

A acronímia, ou sigla, trata de palavras criadas a partir das iniciais de uma expressão:<br />

Petrobras (petróleo brasileiro), e-mail (“electronic mail”), Comlurb (Companhia Municipal<br />

de Limpeza Urbana) etc. Alguns estudiosos dizem que há uma diferença entre sigla e<br />

acrônimo: este é pronunciado como uma palavra só, respeitando a estrutura silábica da língua,<br />

aquela é pronunciada em soletração.<br />

Os estrangeirismos são palavras de origem estrangeira, que podem ou não ser<br />

aportuguesadas, o que significa que tais palavras se submetem à ortografia e morfologia do<br />

português, por meio de leve adaptação ou tradução literal; checar (“check”), estresse<br />

(“stress”), banda (“band”), toalete (“toillet”) etc.; alta costura (“haute couture”), centroavante<br />

(“center-forward”), cachorro-quente (“hot dog”) etc. A recomendação é que grafemos entre<br />

aspas ou em itálico as palavras estrangeiras em sua forma original: “mouse”, “drive-in”,<br />

“personal trainer”, “show” etc. Conhece o Samba do Approach, de Zeca Baleiro? Não?!<br />

Escute assim que puder!<br />

A toponímia trata de palavras que representam lugares: Brasil, Rio de Janeiro,<br />

Jacarepaguá, Praça Seca etc.<br />

A antroponímia trata de palavras que representam pessoas: Dilma, <strong>Fernando</strong>, José, João,<br />

Maria José etc.<br />

A axionímia trata de palavras que constituem formas corteses de tratamento, expressões de<br />

reverência, títulos honoríficos etc.: Excelência, Doutor, Dom, Meritíssimo, senhor(a), Vossa<br />

Majestade, Sua Santidade etc.<br />

A oneonímia diz respeito a palavras referentes a marcas ou artigos comerciais: Melhoral,<br />

Gelol, Anador, Nescafé, Bombril, Ricardo Eletro, Café Pilão etc.


Campo Lexical e Campo Semântico<br />

Alguns estudiosos não fazem a distinção entre um conceito e outro, mas muitos (e<br />

consagrados!) o fazem, logo é o que farei aqui.<br />

Campo semântico<br />

É um conceito que trata de um conjunto de palavras que mantêm uma familiaridade de<br />

sentido por pertencerem à mesma área. Nosso conhecimento de mundo nos norteia quanto à<br />

escolha de palavras que se correlacionam.<br />

Na informática, por exemplo, as seguintes palavras pertencem ao mesmo campo semântico:<br />

computador, monitor, impressora, teclado e tecnologia. Já na área do futebol, podemos dizer<br />

que as palavras árbitro, bola, gol, equipe, estádio, torcida, cartão, craque etc. pertencem ao<br />

mesmo campo. Como já disse, muitos estudiosos entendem que tais grupos de palavras ou<br />

expressões pertencem ao mesmo campo semântico. Campo semântico em torno do conceito<br />

de morte: falecer, bater as botas, ir desta <strong>para</strong> melhor, apagar-se etc.<br />

Campo lexical<br />

É um conceito que trata de um conjunto de palavras que mantêm uma familiaridade de<br />

sentido por terem o mesmo radical (também chamado de família de palavras ou vocábulos<br />

cognatos): mar, marinho, marinheiro, marítimo, maresia, amarar, amerissar, amaragem,<br />

amerissagem...<br />

Nem doeu, não é? Muito fácil!


Ambiguidade<br />

Trata da duplicidade de sentidos que pode haver em uma palavra, em uma expressão, em<br />

uma frase ou em um texto inteiro, em razão do contexto linguístico. A ambiguidade ou<br />

anfibologia pode ser causada por vários fatores. Veja alguns casos:<br />

Distinção entre agente (adjunto adnominal) e paciente (complemento nominal)<br />

– A demissão do ministro causou celeuma. (Ele demitiu ou foi demitido?)<br />

Mau uso do pronome<br />

– Pedro e Marina vão desquitar-se. (Um do outro ou de seus cônjuges?)<br />

Má colocação de palavras<br />

– A professora deixou a turma entusiasmada. (Ela ou a turma?)<br />

Mau uso de pronomes relativos (dois antecedentes expressos)<br />

– Encontrei a menina e o menino de que lhe falei. (Falou de quem?)<br />

Não distinção entre pronome relativo e conjunção integrante<br />

– O cliente falou com a advogada que mora perto daqui. (Quem mora perto?)<br />

Indefinição de complementos<br />

– O pai quer o casamento logo, mas a filha não quer. (Não quer casar ou não quer que seja<br />

logo?)<br />

Mau uso das formas verbo-nominais<br />

– O advogado encontrou o réu entrando no tribunal. (Quem entrava no tribunal?)<br />

Mau uso dos possessivos<br />

– Chegaram João, Maria e seu filho. (Filho de quem?)<br />

Inversão sintática<br />

– Venceram os flamenguistas os vascaínos. (Quem perdeu?)<br />

Mau uso dos adjuntos adverbiais<br />

– Depois de difícil disputa, São Paulo vence o Avaí em casa. (Na casa de quem?)<br />

Polissemia<br />

– O xadrez está na moda. (O jogo ou a roupa?)<br />

Locução prepositiva ou preposição seguida de substantivo<br />

– Fui ao encontro das turmas. (Fui em direção às turmas ou fui a uma reunião na qual se<br />

encontravam as turmas?)


Obs.: Às vezes, a ambiguidade – quando bem empregada – pode ter valor expressivo,<br />

criativo.<br />

Se o seu problema é a vista, nós vendemos a prazo. (Propaganda de uma ótica.)<br />

– Doutor, já quebrei o braço em vários lugares.<br />

– Se eu fosse o senhor, não voltava mais <strong>para</strong> esses lugares. (Piada... péssima)


Intertextualidade<br />

Sugiro que você leia as sábias palavras de Platão e Fiorin, autores do excelente livro<br />

Lições de texto: leitura e redação:<br />

“Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. Quando um texto de caráter<br />

científico cita outros textos, isto é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e<br />

em nota indica-se o autor e o livro donde se extraiu a citação.<br />

Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista<br />

não indica o autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor<br />

compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito de obras que compõem um<br />

determinado universo cultural. Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos,<br />

históricos são necessários, muitas vezes, <strong>para</strong> a compreensão global de um texto.”<br />

Em suma, a intertextualidade trata da relação de identidade e semelhança entre dois textos<br />

em que um cita o outro com referência implícita ou explícita. Um texto B faz menção, de algum<br />

modo, a um texto A.<br />

A intertextualidade se apresenta, normalmente, nas provas de concursos públicos, pela<br />

paráfrase ou pela paródia. Alguns exemplos e suas explicações a seguir são baseados em<br />

algumas questão feitas pela banca do vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.<br />

Paráfrase<br />

É uma reescritura em que se ratifica, positivamente, a ideologia do texto original, ou seja, é<br />

dizer o mesmo com outras palavras:<br />

A escola, embora não tenha plena consciência do processo que desencadeia, é a base<br />

<strong>para</strong> a evolução profissional do ser humano.<br />

As instituições de ensino, apesar de não se darem conta da interferência na psique<br />

alheia, são o alicerce do desenvolvimento secular do homem.<br />

Paródia<br />

É a intertextualidade em que se subverte ou se distorce a ideologia do texto original,<br />

normalmente com objetivo irônico:<br />

Minha terra tem palmeiras,<br />

Onde canta o sabiá;<br />

As aves que aqui gorjeiam<br />

Não gorjeiam como lá<br />

(Gonçalves Dias)<br />

Minha casa tem goteiras,<br />

Pingam daqui pingam de lá;


Quando chove é uma tristeza,<br />

Pegue um balde <strong>para</strong> ajudar.<br />

(Abraão S. Dias)<br />

Há outros tipos de intertextualidade, como a citação, o plágio e a alusão:<br />

Citação<br />

Como de costume, muitas definições dessa gramática se basearão no sensacional dicionário<br />

Caldas Aulete. Não poderia ser diferente agora. Segundo ele, “é uma frase ou passagem de<br />

obra escrita, reproduzida geralmente com indicação do autor original, como complementação,<br />

exemplo, ilustração, reforço ou abonação daquilo que quer dizer”. Os dois-pontos e as aspas<br />

simples ou duplas (principalmente) costumam aparecer nas citações.<br />

Concordo com Machado de Assis quando disse: “A vida sem luta é um mar morto no<br />

centro do organismo universal”.<br />

Plágio<br />

É a apresentação de imitação ou cópia de obra intelectual ou artística alheia como sendo de<br />

própria autoria. As aspas são ignoradas, como se as palavras fossem autênticas e de sua<br />

autoria.<br />

Segundo penso, a vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.<br />

Alusão<br />

É uma referência vaga, breve e indireta que se faz a/de alguma pessoa ou coisa. Às vezes é<br />

difícil perceber. É preciso que haja um bom conhecimento de mundo, uma boa “mina” cultural.<br />

Meu partido<br />

É um coração partido<br />

E as ilusões estão todas perdidas<br />

Os meus sonhos foram todos vendidos<br />

Tão barato que eu nem acredito<br />

Eu nem acredito<br />

Que aquele garoto que ia mudar o mundo<br />

(Mudar o mundo)<br />

(...)<br />

(Cazuza e Frejat)<br />

Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de<br />

Honoré de Balzac.<br />

Para que eu não fique com a consciência pesada, cito mais três tipos de intertextualidade:


estilização, epígrafe e pastiche.<br />

Estilização<br />

Um texto, ao dialogar com outras manifestações culturais, pode estabelecer com elas<br />

diferentes relações de sentido. Esse tipo de intertextualidade complementa o sentido do texto<br />

original. Veja este texto de Rubem Alves, que amplia o lamento de Ravel:<br />

Terminando a minha crônica do último domingo eu me referi a Ravel que, ao final da<br />

vida, dizia, como um lamento: “Mas há tantas músicas esperando ser escritas!”. E<br />

acrescentei um comentário meu: “Com certeza o tempo não se detém <strong>para</strong> esperar que a<br />

beleza aconteça...” (...) A vida é como a vela: <strong>para</strong> iluminar é preciso queimar. A vela que<br />

ilumina é uma vela alegre. A luz é alegre. Mas a vela que ilumina é uma vela que morre.<br />

É preciso morrer <strong>para</strong> iluminar. Há uma tristeza na luz da vela. Razão por que ela, a vela,<br />

ao iluminar, chora. Chora lágrimas quentes que escorrem da sua chama. Há velas felizes<br />

cuja chama só se apaga quando toda a cera foi derretida. Mas há velas cuja chama é<br />

subitamente apagada por um golpe de vento... (...)<br />

Epígrafe<br />

Literariamente falando, trata-se de um pequeno texto no início de um livro, conto, capítulo<br />

ou poema, <strong>para</strong> lhe dar apoio temático, ou resumir-lhe o sentido ou a motivação. Veja:<br />

“Sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura.” (Carlos<br />

Drummond de Andrade)<br />

Após esse pequeno texto (epígrafe), segue-se um texto qualquer, que pode ser um conto,<br />

uma crônica, um poema, uma resenha etc.<br />

Pastiche<br />

É um trabalho literário ou artístico grosseiramente copiado de outro, normalmente feito de<br />

colagens, com viés cômico e, às vezes, crítico. O limite entre pastiche e paródia é tênue.<br />

Muitos estudiosos apresentam definições “supersemelhantes” a um e a outro tipo de<br />

intertextualidade. Veja um exemplo de pastiche, em que se mistura o Seu Madruga (Madruga é<br />

um clássico!) com o cantor da banda The Doors, Jim Morrison:


(Fonte desconhecida)


Denotação e Conotação<br />

A essa altura do campeonato, você já percebeu que o contexto é determinante <strong>para</strong> que<br />

atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra, certo? É por aí que os conceitos de<br />

denotação e conotação passeiam (usei o verbo passear com sentido conotativo, percebeu?).<br />

A denotação trata do significado básico e objetivo de uma palavra; uma palavra com<br />

sentido denotativo está no seu sentido literal, primário, real.<br />

– Gosto de estudar à noite.<br />

A conotação é o avesso, pois trata do sentido figurado, simbólico, não literal das palavras.<br />

– Há dias que amanhecem noite.<br />

Note que o verbo amanhecer também está no sentido figurado, porque dias não amanhecem.<br />

O ato de amanhecer não depende de ser algum, pois amanhecer é um fenômeno natural.


Fatos e Dificuldades da Língua Culta<br />

Há muitos pares (ou trios, ou quartetos) de palavras ou expressões cultas que nos deixam<br />

“de cabelo em pé”, não é verdade? Quando usar uma ou outra forma? Sublinho que tudo<br />

abaixo cai todo ano em concursos diversos, principalmente os números 1, 2, 3 e 4.<br />

Seus problemas acabaram agora!<br />

1) Por que / Porque / Por quê / Porquê<br />

A forma por que pode ser uma locução adverbial interrogativa de causa quando equivale a<br />

“por qual razão/motivo’ ou ‘a razão pela qual”. Pode aparecer em frases interrogativas diretas<br />

(com o sinal “?”) e indiretas (sem o sinal “?”).<br />

– Por que você fez isso?<br />

– Juro que eu não sei por que eu fiz isso.<br />

A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição “por” + o pronome<br />

indefinido “que”, equivalendo a “por qual”.<br />

– Começo a entender por que motivo você fez isso.<br />

A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição ‘por’, exigida por um termo<br />

+ a conjunção integrante “que”.<br />

– Eu sempre ansiei por que você me explicasse o motivo.<br />

A forma por que também pode ser a combinação da preposição “por” + o pronome relativo<br />

“que”, equivalendo a “pelo qual” (e variações).<br />

– O motivo por que você fez isso não é mais surpresa <strong>para</strong> ninguém.<br />

A forma porque pode ser uma conjunção explicativa ou causal (equivalendo a pois, visto<br />

que, já que, etc.); <strong>para</strong> alguns gramáticos, como Luiz A. Sacconi, Pasquale C. Neto, Ulisses<br />

Infante etc., pode ser também uma conjunção final (equivalendo a “<strong>para</strong> que”).<br />

– Você fez isso porque (pois) queria dinheiro, não é?<br />

– Só fiz isso porque (<strong>para</strong> que) conseguisse dar-me bem, até porque (pois; ignore o “até”)<br />

sou merecedor.<br />

Cuidado!!!<br />

Em frases interrogativas diretas, a banca vai tentar influenciar você a marcar o uso de por<br />

que (se<strong>para</strong>do, sem acento). Não caia nessa. Analise com calma a questão, pois, mesmo em<br />

frases interrogativas diretas, podemos usar a forma porque. Veja só um caso: “Será porque<br />

ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Observe que a<br />

substituição por “pois” não seria suficiente <strong>para</strong> batermos o martelo, até porque ia ficar<br />

estranha a frase: “Será pois (?!) ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está


cansado?”. Como analisar, então, a frase “Será porque ele viajou mais de 20 horas na classe<br />

econômica que está cansado?”. Ignore o verbo ser + que, que formam uma expressão<br />

expletiva (de realce), e a frase ficará assim, na ordem direta: “Ele está cansado porque (=<br />

pois) viajou mais de 20 horas na classe econômica?”. Percebe que a forma porque está<br />

certíssima? Cuidado!!!<br />

A forma por quê pode ser usada antes de pausa representada por sinal de pontuação, em fim<br />

de frase ou isolada.<br />

– Agora você soube por quê, certo?<br />

– Sem seu esclarecimento, nunca entenderia por quê.<br />

– Por quê?<br />

A forma porquê é um substantivo e vem comumente acompanhada de um determinante<br />

(artigo, pronome, numeral ou adjetivo/locução adjetiva). Esta “regrinha” anula a anterior, ou<br />

seja, por mais que a expressão esteja em fim de frase ou antes de pontuação, se vier<br />

acompanhada de determinante, será escrita “junto com acento”. Pode ir ao plural, uma vez que<br />

se trata de um substantivo.<br />

– Preciso que você me explique pelo menos mais dois porquês, ok?<br />

– Só vou dar este porquê a você; já o porquê de verdade não lhe cabe saber.<br />

2) Há / A<br />

A forma verbal há, <strong>para</strong> não ser confundida com a preposição a, precisa ser entendida<br />

como indicadora de tempo passado ou decorrido (pode-se substituir por “faz” <strong>para</strong> facilitar).<br />

A preposição a, por sua vez, indica tempo futuro ou distância.<br />

– Há meses venho fazendo provas de concurso.<br />

– É por isso que você está a anos luz de mim.<br />

Obs.: Sobre “Há uns anos atrás...”: a demolidora maioria dos linguistas (e é assim que se<br />

vê em prova de concurso) diz que não se usa o vocábulo “atrás”, pois o há já indica<br />

tempo decorrido. Isso serve <strong>para</strong> a expressão “há cerca de dez anos atrás” (Isso me<br />

lembra a música do Raul Seixas: “Eu nasci há dez mil anos atrás...”. Mas o homem tinha<br />

licença poética.). Só de curiosidade: usa-se a na expressão destacada “Não tem nada a<br />

ver, cara!”.<br />

3) Se não / Senão<br />

Assinando embaixo da lição dada por Odilon Soares Leme (obrigado, mestre!) sobre o<br />

assunto, <strong>para</strong>fraseio muito – senão plagio – a explicação dele, der-ra-dei-ra!


A forma se não é constituída de conjunção condicional se + o advérbio de negação não<br />

(iniciando orações subordinadas adverbiais condicionais – normalmente os verbos dessa<br />

oração estão no modo subjuntivo e/ou indicando hipótese).<br />

Bizu: se puder tirar o não da frase, usa-se se não (se<strong>para</strong>do). E mais: podemos, neste<br />

caso, substituir se não por caso não.<br />

– Se não estudar, não passará. (Se estudar, passará. / Caso não estude, não passará.)<br />

A forma se não é constituída de conjunção integrante se + o advérbio de negação não.<br />

– Ele perguntou se não iríamos à festa. (Ele perguntou se iríamos à festa.)<br />

A forma se não é constituída de pronome oblíquo átono se (reflexivo, apassivador ou<br />

indeterminador do sujeito) + o advérbio de negação não. Tal caso ocorre em apossínclise, ou<br />

seja, quando o pronome fica, normalmente, entre o que e o não antes do verbo. Esse caso é<br />

raro; normalmente encontrado em escritos literários.<br />

– Existem pessoas que se não penteiam. (Normalmente dizemos: ... que não se penteiam;<br />

pronome reflexivo.)<br />

– Há coisas que se não dizem. (Normalmente dizemos: ... que não se dizem; pronome<br />

apassivador.)<br />

– Ele só mora em lugares onde se não vive tranquilamente. (Normalmente dizemos: ...onde<br />

não se vive tranquilamente; pronome indeterminador do sujeito.)<br />

A forma senão é usada nos seguintes casos: quando é uma preposição acidental indicando<br />

exceção (pode ser substituído por afora, exceto, salvo, a não ser); quando é uma conjunção<br />

adversativa (pode ser substituído por mas, mas sim; normalmente a oração introduzida por<br />

esta forma apresenta verbo implícito); quando é uma conjunção aditiva (vem depois de não<br />

só/não apenas/não somente, equivalendo a mas também); substantivo (com sentido de<br />

problema, falha, erro); quando vem depois de verbo no imperativo ou verbo indicando<br />

opinião, sugestão, recomendação (neste caso, o senão pode ser interpretado de duas maneiras:<br />

conjunção condicional “se” aglutinada ao advérbio de negação “não” (seguido de verbo da<br />

oração anterior implícito + outro verbo; equivalendo a do contrário) ou conjunção<br />

alternativa (seguido de verbo da oração anterior implícito, mas sem verbo algum depois;<br />

equivalendo a ou). Vejamos, respectivamente, os exemplos:<br />

– Nada pode derrubar minha confiança senão as palavras de minha amada, pois que coisa<br />

sou eu senão seu escravo? (= exceto, salvo, a não ser)<br />

– Não quero seu amor, senão sua amizade. (= mas sim)<br />

– Meu amigo, não só estudo, senão trabalho; não tenho esta vida fácil. (= mas também)


– Ele apontou não só um senão, mas vários senões na tramitação do processo. (= problema,<br />

falha)<br />

– Estude, senão será reprovado! (= do contrário; Estude, se não estudar, será reprovado)<br />

– Fala três línguas, senão quatro. (= ou; Fala três línguas, se não falar quatro)<br />

Obs.: Segundo o dicionário Aurélio, o filólogo Arnaldo Niskier e outros linguistas, “... se<br />

usará se não (se<strong>para</strong>do), virgulando-o, se houver pausa enfática”. Daí as duas<br />

possibilidades: “Lute, senão está perdido” ou “Lute; se não (lutar), está perdido.”.<br />

Há um caso facultativo: quando o senão, indicando alternativa, incerteza, imprecisão,<br />

equivaler a ou. Nestes casos, pode-se interpletar que o verbo está subentendido.<br />

– É muito difícil, senão (se não (for)) impossível, prever o resultado.<br />

– João é rico, senão (se não (for)) riquíssimo.<br />

– Comprarei duas TVs, senão (se não (comprar)) três.<br />

– Compareceu a maioria dos convidados, senão (se não (compareceu)) todos.<br />

Meus dedos coçam. Preciso dar um exemplo de uma questão sobre o assunto. Veja!<br />

UNIRIO – Técnico-Administrativo em Educação (Revisor de Texto) – 2008<br />

(...)<br />

Escrevi este primeiro parágrafo no mais irresponsável araque dactilográfico e só então resolvi <strong>para</strong>r <strong>para</strong> pensar, o<br />

que é sempre uma atitude condenável, acaba retirando o embalo da naturalidade em que a gente se vai<br />

arrastando, digamos, nas asas da inspiração. Parei <strong>para</strong> pensar só, não. Fui ao “pai dos burros”, o velho<br />

Domingos de Azevedo dos meus tempos de ginásio. E ali como sempre aprendi o insuspeitado: pois, senão,<br />

vejamos. Abro até outro parágrafo, <strong>para</strong> que o texto respire uma pausa e, ao mesmo tempo, ganhe a necessária<br />

solenidade a minha recentíssima ciência vocabular.<br />

(...)<br />

5. A palavra sublinhada em “... pois, senão, vejamos.” (§ 2 o .) foi empregada com as mesmas características morfológica e<br />

semântica em:<br />

a) A quem, senão (exceto; preposição acidental) ao nosso orientador, devemos recorrer, nos momentos de dúvidas,<br />

quanto ao desenvolvimento de uma monografia?<br />

b) O jornalista não apenas considerou minuciosamente o fato, senão (mas também; conjunção aditiva) divulgou-o<br />

com cautela, <strong>para</strong> que se evitassem distorções.<br />

c) O médico esperava que a epidemia fosse controlada com rapidez, senão (do contrário; conjunção condicional<br />

aglutinada ao advérbio ‘não’ ou conjunção alternativa; vem seguido de verbo implícito + verbo explícito) teria<br />

de adiar, <strong>para</strong> o mês seguinte, a palestra em São Paulo. – O médico esperava que a epidemia fosse controlada<br />

com rapidez, se não (fosse controlada), teria de adiar...<br />

d) Havia apenas aquele senão (problema, falha, erro; substantivo) em todo o texto escrito pelo candidato estrangeiro<br />

à vaga no curso de Biblioteconomia.<br />

e) Gastou todo o salário do mês de março, senão (ou; conjunção alternativa; não vem seguido de verbo explícito,<br />

só implícito) mais, na compra de livros sobre psicologia, pois queria passar no concurso. – Gastou todo o salário<br />

do mês de março, senão (gastou) mais...<br />

4) Onde / Aonde / Donde<br />

As formas onde, aonde e donde podem ser classificadas como advérbio de lugar ou<br />

pronome relativo (quando retoma um termo anterior). As duas últimas só ocorrem se houver as


combinações das preposições a e de (exigidas por um verbo ou por um nome) + onde. Veja:<br />

– Estou onde quero na empresa. (advérbio de lugar)<br />

– O Exército, <strong>para</strong> onde fui, é minha casa. (Pronome relativo. Quem vai (no sentido de ir e<br />

permanecer), vai <strong>para</strong> algum lugar.)<br />

– Donde você saiu <strong>para</strong> chegar aonde se encontra? (Advérbios de lugar. Quem sai, sai de<br />

algum lugar e quem chega, chega a algum lugar.)<br />

– A cidade donde venho é muito pequena. (Pronome relativo. Quem vem, vem de algum<br />

lugar.)<br />

– Meu coração, aonde a ida não é nada fácil, abriu-lhe a guarda. (Pronome Relativo. O<br />

substantivo “ida” exige a preposição a.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Lembre-se de que a combinação da preposição de com onde é opcional, ou seja,<br />

podemos dizer (ou escrever): “O presídio de onde (ou donde) João Augusto saiu ficava<br />

bem distante de sua nova residência.”.<br />

2) Uma maneira prática <strong>para</strong> saber usar onde ou aonde é perceber se o verbo indica noção<br />

estática ou noção dinâmica. Veja: Aonde você mora? (errado) / Onde você mora? (certo;<br />

noção estática) / Aonde você está? (errado) / Onde você está?(certo; noção estática) /<br />

Onde você foi? (errado) / Aonde você foi? (certo; noção dinâmica). Onde você pretende<br />

chegar com essa atitude? (errado) / Aonde você pretende chegar com essa atitude? (certo;<br />

noção dinâmica)<br />

3) A noção de lugar vale <strong>para</strong> espaços físicos, virtuais ou figurados. Portanto o onde (aonde<br />

ou donde), normalmente como pronome relativo em provas de concursos públicos, pode<br />

retomar palavras ou expressões que indiquem “colocação numa classificação, escala ou<br />

hierarquia; emprego, cargo; posição social; momento, ocasião, oportunidade; trecho<br />

dentro de um livro ou filme; direção, caminho, destino, espaço físico, emocional ou<br />

filosófico”. Veja alguns exemplos:<br />

– O primeiro lugar do vestibular, onde ninguém esperava que eu ficasse, é meu!<br />

– Você está onde na empresa? Eu estou na vice-presidência.<br />

– Finalmente conseguimos entrar na classe B, onde todos um dia desejam, no mínimo,<br />

estar.<br />

– Em seu ego, onde nunca dera oportunidades a sentimentos negativos, muita coisa<br />

mudou.<br />

– No capítulo 24 do livro de Mateus, onde Jesus fala sobre os últimos dias, muitas<br />

profecias são anunciadas.<br />

– Quanto a seu estado mental, atualmente não mais sabemos onde ele se encontra.


– O Budismo, de onde eu nunca deveria ter saído, me trazia paz de espírito.<br />

5) Mal / Mau<br />

A forma mal pode ser um substantivo, um advérbio (antônimo de “bem”) ou uma conjunção<br />

subordinativa temporal (equivalendo a “logo que, assim que”). Já mau pode ser um<br />

substantivo ou um adjetivo (equivalendo a “bom”).<br />

– O mal de Parkinson é uma doença incômoda. (substantivo)<br />

– A pessoa anda mal, fala mal etc. (advérbio, advérbio)<br />

– Engraçado, mal toquei no assunto, eu me lembrei de uma coisa: os maus da humanidade<br />

sofreram disso, sabia? (conjunção subordinativa temporal, substantivo)<br />

– Tenho um amigo que é muito mau, será que...? (adjetivo)<br />

6) Mais / Mas<br />

A forma mais (normalmente advérbio ou pronome indefinido) está ligada à ideia de<br />

quantidade, intensidade ou tempo (neste caso, quando vem depois de uma negação). Mas é<br />

uma conjunção coordenativa adversativa, quando equivale a porém; é uma conjunção<br />

coordenativa aditiva, quando antes vêm as expressões “não só/não apenas/não somente”. Só<br />

de curiosidade: a pronúncia é a mesma.<br />

– Sou mais feliz quando estou com você, mas você nunca está aqui. (advérbio de<br />

intensidade, conjunção coordenativa adversativa)<br />

– Dedique mais tempo a sua esposa, e ela não vai mais cobrar nada de você. (pronome<br />

indefinido – quantidade –, advérbio de tempo)<br />

– Não só fiquei mais contente, mas também extremamente realizado. (advérbio de<br />

intensidade, conjunção coordenativa aditiva)<br />

7) Afim / A fim de<br />

A forma afim é um adjetivo que significa afinidade, semelhança, parentesco; a fim de é uma<br />

locução prepositiva que indica finalidade, propósito, intenção.<br />

– Apesar de ele ser meu parente afim, nós não temos ideias afins.<br />

– Comecei a estudar a fim de fazer aquela famigerada prova.<br />

– Está a fim de namorar comigo? (frase própria do registro coloquial)<br />

8) Em vez de / Ao invés de<br />

A forma ao invés de é usada com termos antônimos na frase em que aparece; já em vez de<br />

equivale a no lugar de.<br />

– Em vez de estudar <strong>para</strong> a prova do TSE, estudou <strong>para</strong> a do AFT.<br />

– Ao invés de ser elogiado pelo que disse, foi vaiado efusivamente.


9) Acerca de / Há cerca de / (a) cerca de<br />

A primeira forma equivale a sobre (assunto); a segunda indica número aproximado ou<br />

tempo decorrido aproximado; a terceira indica distância aproximada, tempo futuro<br />

aproximado ou quantidade aproximada.<br />

– Falamos acerca de futebol e de política.<br />

– Há cerca de vinte mil pessoas habitando aquele bairro.<br />

– Há cerca de uns anos venho estudando com vontade.<br />

– Estou (a) cerca de um mês <strong>para</strong> a prova.<br />

– Cerca de cem amigos presentearam-no quando se casou.<br />

10) Malgrado / (De) mau grado<br />

A forma malgrado (preposição acidental: antes de verbo no infinitivo; ou conjunção<br />

subordinativa concessiva: antes de verbo no subjuntivo) equivale a “apesar de, embora”; já<br />

(de) mau grado é uma expressão formada por “(preposição) + adjetivo + substantivo” e<br />

indica má vontade, contra a vontade.<br />

– Malgrado não ter estudado suficientemente, passei em terceiro lugar.<br />

– Malgrado não tenha estudado suficientemente, passei em terceiro lugar.<br />

– O advogado fez as tarefas diárias de mau grado.<br />

– Mau grado meu, trouxe o amigo consigo.<br />

11) Porventura / Por ventura<br />

A forma porventura é um advérbio de dúvida e equivale a por acaso; já por ventura, a por<br />

sorte. Observe o diálogo:<br />

– “Porventura já fui desonesto com você ou com qualquer outro amigo nosso?”<br />

– “Por ventura ainda não, pois, se fosse, iria arrepender-se amargamente.”<br />

12) A baixo / Abaixo<br />

Usa-se a forma a baixo quando, na frase, vem acompanhada da expressão de cima. Em<br />

outros casos, usa-se o abaixo.<br />

– Ela sempre me olha de cima a baixo.<br />

– Abaixo dela não há mais ninguém na lista.<br />

13) De encontro a / Ao encontro de<br />

A forma de encontro a está ligada à ideia de “choque, colisão, divergência, oposição”. A<br />

segunda forma (ao encontro de) está relacionada à ideia de “algo favorável, aproximação<br />

positiva, pensamento convergente”.<br />

– Nunca fui de encontro às ideias dele, pois são ótimas.<br />

– Resolvi ir ao encontro dela, uma vez que valia a pena.


– Seu plano é excelente, pois vem ao encontro do que pensamos.<br />

– O carro atravessou a pista e foi de encontro à mureta.<br />

14) A par de / Ao par de<br />

A forma a par de é o mesmo que “estar ciente de”; ao par de equivale a “pareado”, na área<br />

da economia.<br />

– Por que nunca fico a par dos assuntos desta empresa?<br />

– Um dia, o Real estará, de fato, ao par do Dólar?<br />

15) Com quanto / Conquanto<br />

Com quanto refere-se à quantidade, valor; conquanto é uma conjunção subordinativa<br />

concessiva e equivale a “embora”.<br />

– Com quanto dinheiro você pretende viajar <strong>para</strong> os EUA?<br />

– Conquanto consiga boas notas nas provas mais difíceis, ele nunca fica satisfeito.<br />

16) Por quanto / Porquanto<br />

Por quanto refere-se à quantidade, valor; porquanto é uma conjunção explicativa ou causal<br />

e equivale o mesmo que pois.<br />

– Por quanto vocês me venderiam este livro?<br />

– Estudo cinco horas por dia, porquanto me é suficiente.<br />

17) De mais / Demais<br />

De mais é uma locução adjetiva; normalmente essa expressão se liga a um substantivo. Já<br />

demais é um advérbio de intensidade ou um pronome indefinido.<br />

– Eles têm dinheiro de mais.<br />

– O professor fala demais.<br />

– Precisamos explicar os demais assuntos.<br />

18) Tampouco / Tão pouco<br />

Tampouco é, tradicionalmente, um advérbio e equivale a “também não, nem”; tão pouco é<br />

uma expressão formada por advérbio de intensidade + advérbio de intensidade/pronome<br />

indefinido, indicando quantidade, normalmente.<br />

– O que você fez não foi certo, tampouco justo.<br />

– Estudei tão pouco, mesmo assim, por sorte, me classifiquei.<br />

– Seu aluno faz tão pouco exercício por quê?<br />

19) Nem um / Nenhum<br />

Nem um equivale normalmente a sequer um; já nenhum é um pronome indefinido.<br />

– Ela não me deixou expor nem um pensamento.


– Nenhum homem será capaz de me dissuadir.<br />

20) Com tudo / Contudo<br />

Com tudo indica quantidade; contudo é uma conjunção adversativa, equivale a porém.<br />

– Procuro um portal de notícias com tudo que acontece no país.<br />

– O filme não me agrada, contudo, por ser crítico de cinema, preciso assistir.<br />

21) A princípio / Em princípio<br />

A princípio equivale a “no início, inicialmente”. Em princípio equivale a “em tese,<br />

conceitualmente”. Em alguns momentos, uma ou outra expressão dará conta daquilo que se<br />

quer transmitir, portanto, nas duas últimas frases abaixo, o propósito do falante no discurso<br />

vai determinar o uso da expressão. Nenhuma delas, pois, estará equivocada. Dependerá do<br />

contexto.<br />

– Vou abordar apenas questões gramaticais a princípio.<br />

– Em princípio, as gramáticas de ensino médio não deveriam polemizar.<br />

– Em princípio não estamos interessados em vender este imóvel.<br />

– A princípio não estamos interessados em vender este imóvel.<br />

22) Por tanto / Portanto<br />

Por tanto indica causa e quantidade; portanto é uma conjunção coordenativa conclusiva,<br />

equivale a “então, por isso, logo” etc.<br />

– Por tanto que eu já te fiz, eu mereço uma chance de novo.<br />

– Voltei a estudar como antes, portanto vou passar.<br />

23) Sobre tudo / Sobretudo<br />

A primeira expressão equivale a “a respeito de tudo”; a segunda é o mesmo que<br />

“especialmente, principalmente”; pode ser uma vestimenta (casacão) também.<br />

– Eles conversam sobre tudo de que gostam.<br />

– Estudamos muito nesta Gramática, sobretudo porque aspiramos à excelência.<br />

– Comprei um sobretudo sensacional <strong>para</strong> a viagem de fim de ano à Europa.<br />

24) Ao nível de / Em nível de<br />

A primeira expressão (ao nível de) tem a ideia de “à mesma altura”; a segunda (em nível<br />

de) exprime “hierarquia”. A expressão “a nível de” é um equívoco.<br />

– Este artigo está ao nível dos melhores.<br />

– Isto foi resolvido em nível de governo estadual.<br />

– Isto foi resolvido a nível de governo estadual (errado!)<br />

Obs.: Segundo o excepcional José Maria da Costa, em seu incrível Manual de Redação


Profissional, “o erro é tão comum, que, em 1998, foi realizado um congresso em uma<br />

capital da Amazônia com o seguinte título: ‘O Direito Ambiental e seu Reflexo a Nível<br />

Internacional’; a correção de tal título, sem dúvida, há de ser: ‘O Direito Ambiental e<br />

seu Reflexo no Âmbito Internacional’, ou, simplesmente, ‘O Direito Ambiental e seu<br />

Reflexo Internacional’. Não tem ela, a bem da verdade, os sentidos que lhe querem<br />

conferir, e são errôneas as seguintes construções: ‘reunião a nível de desembargadores’,<br />

‘discussão a nível de Órgão Especial’; em tais casos, o correto é dizer: ‘reunião de<br />

desembargadores’, ‘discussão da alçada do Órgão Especial’”. O Manual de Redação<br />

da Presidência da República desabona a construção “a nível de”.<br />

25) Por ora / Por hora<br />

A expressão por ora significa “por enquanto, por agora, até então, até agora”. Já por hora é<br />

o mesmo que “a cada sessenta minutos, pelo tempo de uma hora”.<br />

– Por ora, não acredito nos políticos brasileiros.<br />

– Não dispomos de policiais eficientes e honestos, por ora.<br />

– Os cientistas, por ora, não conseguiram chegar à cura definitiva da AIDS.<br />

– O professor particular de Português me cobrava R$111 por hora.<br />

– Você viu que o carro passou a duzentos quilômetros por hora?<br />

26) O mais das vezes / As mais das vezes / No mais das vezes<br />

Mário Barreto, Cândido Jucá Filho e Domingos Paschoal Cegalla abonam tais construções.<br />

Todas indicam “a maior parte das vezes”, sendo a primeira expressão mais usual na língua<br />

culta. Veja um exemplo do gramático Pasquale C. Neto:<br />

– Suas palavras são, o mais das vezes (ou as mais das vezes), meras repetições de discursos<br />

vazios, nos quais nem ele mesmo crê.<br />

27) À medida que / Na medida em que<br />

A locução conjuntiva à medida que indica proporção e equivale a “à proporção que, ao<br />

passo que”. Por outro lado, na medida em que indica causa e equivale a “visto que, já que,<br />

tendo em vista que”.<br />

– À medida que o líder russo crescia no palco político, o mundo ia se habituando à sua<br />

personalidade descomunal.<br />

– Do ponto de vista político, este ato é desastrado, na medida em que exprime um conflito<br />

entre o Estado e a Igreja.<br />

Obs.: Nunca é demais dizer que as expressões à medida em que e na medida que não<br />

existem.


28) Sequer / Se quer<br />

Sobre sequer, é uma palavra que significa “ao menos, pelo menos”. Muito usada em frases<br />

negativas, mas não substitui o “não” ou “nem”, que devem aparecer antes de “sequer” em<br />

frases negativas; às vezes é precedida pela preposição “sem”.<br />

– Não havia sequer um aluno em sala de aula.<br />

– O homem nem sequer se dignou de responder a minha solicitação.<br />

– Tudo se arranjaria se ambos tivessem sequer um pouco de boa vontade.<br />

– Não deixou cair uma lágrima sequer.<br />

– Sem sequer ter atravessado a rua direito, foi atropelado.<br />

– Sequer um carro de polícia funcionava naquela maldita cidade. (errado!) / Nem sequer<br />

um carro de polícia funcionava naquela maldita cidade. (agora sim!)<br />

– O pseudomédico sequer possuía diploma de ensino médio. (errado!) / O pseudomédico<br />

nem sequer possuía diploma de ensino médio. (agora sim!)<br />

Já se quer é a união da conjunção subordinativa condicional se + quer (3 a pessoa do<br />

singular do presente do indicativo do verbo querer), equivalendo a “se desejar”.<br />

– Se quer tanto aquela sonhada vaga, empenhe-se... e gaste dinheiro.<br />

– Eu comprei aquele suco de que você falou; se quer, basta me avisar.<br />

29) A domicílio / Em domicílio<br />

Segundo José Maria da Costa, o melhor, em realidade, parece ser distinguir, de modo<br />

efetivo, entre verbos ou vocábulos de significação estática ou dinâmica. Com os primeiros,<br />

que não exigem a preposição A, usa-se em domicílio; com os segundos, que exigem a<br />

preposição A, a domicílio.<br />

– Levam-se encomendas a domicílio.<br />

– Leciona-se piano em domicílio.<br />

– “Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obrigado a dar aviso ao<br />

destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo também de ajuste a entrega a<br />

domicílio...” (CC/2002, art. 752, “caput”). Corrija-se: ... entrega em domicílio...<br />

30) Fazer com que / Fazer que<br />

Tanto faz. Vasco Botelho de Amaral, Domingos Paschoal Cegalla, Francisco Fernandes,<br />

Evanildo Bechara, Cláudio Moreno e muitos outros defendem ambas as formas como cultas,<br />

no sentido de “provocar, acarretar, influir, conseguir”. A preposição é expletiva ao iniciar<br />

objeto direto.<br />

– A minha boa sorte fez (com) que não perdesse o avião...<br />

– A presidenta do país fez (com) que os demais políticos mudassem de opinião.<br />

– Esta postura só fará (com) que seus pais briguem com você.


– O professor fazia (com) que toda a matéria fosse fácil se assimilar.


A Escolha das Palavras<br />

Para que nosso texto ou discurso mantenha uma harmonia de sentido, devemos nos<br />

preocupar com a escolha das palavras. Selecionar bem um vocábulo é primordial <strong>para</strong> que<br />

não cometamos certas gafes. Já pensou se um jornal noticiasse o seguinte: “Governador<br />

carioca reúne-se hoje com governadores de outros estados”.<br />

Se você não percebeu a gafe, cuidado! O cargo de governador está relacionado ao Estado<br />

do Rio de Janeiro. Por isso, a palavra “carioca” foi mal selecionada; deveria ser:<br />

“Governador fluminense reúne-se hoje com governadores de outros estados”. Se ainda fosse<br />

prefeito, tudo bem, pois ser prefeito significa cuidar da cidade do Rio de Janeiro. Aí a frase<br />

seria esta, bonitinha: “Prefeito carioca reúne-se hoje com prefeitos de outras cidades”.<br />

Outro caso interessante seria este: “Enquanto eu jantava, roubaram meu carro.”. No entanto,<br />

“roubar” significa, no Código Penal, artigo 157, “subtrair coisa móvel alheia, <strong>para</strong> si ou <strong>para</strong><br />

outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer<br />

meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Sendo assim, a frase inicial deveria ser:<br />

“Enquanto eu jantava, furtaram meu carro.”. Furtar significa o mesmo que roubar, sem a parte<br />

sublinhada. Devemos tomar cuidado com as palavras que escolhemos.<br />

Bem, sistematizando o assunto, vejamos os cuidados que devemos tomar quando<br />

selecionamos certos vocábulos <strong>para</strong> formar frases adequadas quanto ao sentido. Devemos<br />

selecionar as palavras, levando em conta basicamente dois critérios: referente e situação de<br />

comunicação.<br />

Referente<br />

Se você estiver falando sobre um cheiro desagradável, cuidado <strong>para</strong> não fazer isto:<br />

“Nossa! A fragrância deste chorume é insuportável!”<br />

A palavra fragrância remete a cheiro agradável das flores, plantas, frutas, perfumes etc.<br />

Logo, ela foi mal usada neste contexto. Para que houvesse adequação vocabular, como<br />

estamos usando o referente (assunto) “cheiro desagradável”, o vocábulo bem selecionado<br />

seria: fedor, fedentina, fetidez...<br />

Situação de Comunicação<br />

Podemos dizer que a situação de comunicação está ligada a dois fatores: a pessoa com<br />

quem falamos (levando em consideração a profissão, idade, sexo, posição social, origem<br />

geográfica etc.) e o ambiente em que nos encontramos (igreja, show, um concerto de música<br />

clássica, estádio de futebol, bar, casa de outras pessoas etc.). Basicamente este ponto trata de<br />

uso da língua culta/formal e língua coloquial/informal.<br />

Imagine que um homem esteja em um concerto de música clássica, observando uma mulher.<br />

Ele toma coragem e segue em direção a ela no fim do espetáculo. Diz assim diante dela: “Aí,


Nem... tô te querendo! Demorô lá em casa agora então?”.<br />

Preciso dizer mais alguma coisa?<br />

Por outro lado, imagine um rapaz que vai a um baile “funk” e diz assim <strong>para</strong> a mais bela do<br />

baile: “Por obséquio, dê-me o regozijo de dar-lhe um ósculo!”.<br />

Preciso dizer mais alguma coisa?<br />

Observe agora estas frases:<br />

– Consumidores da cidade de São Paulo, por serem paulistas exigentes por natureza,<br />

reclamaram do preço caro do pescado.<br />

– Como as prateleiras estão vazias, ficou constatada a escassez do produto na cidade.<br />

– Os cinco primeiros da fila acompanhem, por gentileza, a secretária; quanto ao resto peço<br />

que permaneçam aqui.<br />

– Durante a blitz, ontem, na fronteira colombiana, a Polícia Federal apreendeu dois<br />

grandes traficantes de maconha, que tentavam fugir.<br />

– O deputado confessou ter recebido 40 mil dólares da contravenção, alegando que o<br />

dinheiro era <strong>para</strong> ajudar ONGs que apoiam as vítimas da aids. Como ficou comprovado,<br />

isso explica o envolvimento de seu nome no jogo do bicho.<br />

– Como o saneamento básico é precário, as águas da lagoa ficaram poluídas pelo vibrião<br />

do cólera.<br />

Certamente algumas o deixaram na dúvida quanto à seleção vocabular adequada ao<br />

contexto, certo? As frases deveriam ser redigidas assim:<br />

– Consumidores da cidade de São Paulo, por serem paulistanos exigentes por natureza,<br />

reclamaram do preço alto do pescado.<br />

– Como as prateleiras estão vazias, ficou constatada a falta do produto na cidade.<br />

– Os cinco primeiros da fila acompanhem, por gentileza, a secretária; quanto aos demais<br />

peço que permaneçam aqui.<br />

– Durante a blitz, ontem, na fronteira, a Polícia Federal capturou dois grandes traficantes<br />

de maconha.<br />

– O deputado confessou ter recebido 40 mil dólares da contravenção, alegando que o<br />

dinheiro era <strong>para</strong> ajudar ONGs que apoiam as vítimas da aids. Como ficou comprovado,<br />

isso justifica o envolvimento de seu nome no jogo do bicho.<br />

– Como o saneamento básico é precário, as águas da lagoa ficaram contaminadas pelo<br />

vibrião do cólera.<br />

Na primeira frase, “paulista” é quem mora no Estado de São Paulo; paulistano é quem mora<br />

na cidade de São Paulo. “Caro” já significa “preço alto”, logo o adequado é dizer “preço<br />

alto”.<br />

Na segunda frase, a palavra “escassez” (exiguidade, insuficiência) não tem o mesmo sentido


de falta (ausência, inexistência).<br />

Na terceira frase, a palavra “resto” tem sentido depreciativo, pejorativo, já a palavra<br />

demais tem sentido neutro.<br />

Na quarta frase, a palavra “apreender” é usada, em tese, <strong>para</strong> coisas, por isso, devido ao<br />

contexto, o mais adequado é capturar/deter (pessoas).<br />

Na quinta frase, por causa do contexto, “explicar” tem sentido distinto de justificar. A leve<br />

diferença entre um termo e outro é que a ideia de justificativa está ligada à ideia de inocência<br />

e absolvição. Os dois verbos até poderiam ser considerados sinônimos. É aquela velha<br />

história do “explica, mas não justifica”, ou seja, “dá <strong>para</strong> entender, mas não dá <strong>para</strong><br />

desculpar”. No caso do deputado, dá <strong>para</strong> desculpar, por isso justifica.<br />

Na sexta frase, o vibrião do cólera não “polui” (degradar meio ambiente) nada, mas sim<br />

contamina (transmitir doença).<br />

Interessante, não?<br />

Vale dizer que o léxico da língua vai muito além de meras escolhas de palavras <strong>para</strong><br />

comunicar algo. Certas “linguagens” servem <strong>para</strong> manter unidos certos grupos: as gírias<br />

(linguagem de um grupo social, como os gays: “coió”, “arrasou”, “bofe”...), os<br />

regionalismos (linguagem de um grupo geográfico, como os nordestinos: “avexado”,<br />

“bestar”, “da peste”...), os jargões (linguagem de um grupo profissional, como os militares:<br />

“zaralho”, “Brasil!”, “selva!”...), os estrangeirismos (linguagem estrangeira, como a dos<br />

americanos: “yes”, “fashion”, “game”...), os arcaísmos (linguagem antiga, como a do<br />

português arcaico: “fremoso”, “vosmecê”, “ceroula”...), os neologismos (linguagem<br />

inventada, como a partir da informática: “baixar”, “ciberpirata”, “blogueiro”)...


Expressões Idiomáticas<br />

Expressões idiomáticas são locuções ou pequenas frases próprias de um idioma. No<br />

português, não poderia ser diferente. Há infinitas (inclusive gírias)! Vejamos algumas:<br />

Expressão<br />

Acertar na lata/mosca<br />

Abotoar o paletó<br />

Acabar em pizza<br />

Procurar chifre em cabeça de cavalo<br />

Procurar pelo em ovo<br />

A dar com pau<br />

Afogar o ganso<br />

Agarrar com unhas e dentes<br />

Água que passarinho não bebe<br />

Amarrar o burro<br />

Amigo da onça<br />

Andar na linha/Perder a linha<br />

Bater na mesma tecla<br />

Cara de pau<br />

Dormir no ponto<br />

Encher linguiça<br />

Feito cego em tiroteio<br />

Grosso modo (expressão latina)<br />

Jogado <strong>para</strong> escanteio<br />

Lavar as mãos<br />

Meter o dedo na ferida<br />

Na mão do palhaço<br />

Onde Judas perdeu as botas<br />

Pisar na bola<br />

Quebrar o galho<br />

Riscar do mapa<br />

Sem pé nem cabeça<br />

Trocar as bolas<br />

Uma mão lava a outra<br />

Xisnovear<br />

Significado<br />

Atingir alvo com precisão<br />

Morrer<br />

Situação mal resolvida, sem resultados<br />

Procurar problemas onde não existem<br />

Buscar coisas impossíveis ou inexistentes<br />

Grande quantidade<br />

Fazer sexo (no caso do homem)<br />

Agir de forma extrema <strong>para</strong> não perder<br />

Bebida alcoólica (normalmente cachaça)<br />

Ficar descansado ou em zona de conforto<br />

Falso amigo, traidor<br />

Agir corretamente/Agir impulsivamente<br />

Insistir no mesmo assunto<br />

Descarado, atrevido, desavergonhado<br />

Perder uma oportunidade<br />

Enrolar, embromar<br />

Perdido, desorientado<br />

De modo grosseiro (a grosso modo é erro)<br />

Descartado<br />

Não se envolver<br />

Arreliar, Intrometer-se<br />

Em situação de perda de autocontrole<br />

Em lugar bem distante<br />

Cometer deslize<br />

Dar solução precária, improvisar<br />

Fazer desaparecer<br />

Confuso, sem sentido<br />

Atrapalhar-se<br />

Ajuda mútua<br />

Delatar, alcaguetar<br />

Consulte mais na Wikipédia ou em qualquer livro especializado, como Expressões


Idiomáticas da Língua Portuguesa, de Ítalo José Alves, ou no Dicionário de Expressões<br />

Idiomáticas da Língua Portuguesa, de Maria Helena Schambil e Peter Schambil.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Frequentemente se veem questões relativas a sinonímia, homonímia, paronímia, denotação<br />

e conotação e fatos e dificuldades da língua culta. Nestes pontos, portanto, quero você “na<br />

ponta dos cascos”, hein!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Preocupe-se apenas com os assuntos relativos a este capítulo, beleza? Boa resolução <strong>para</strong><br />

você! A FCC e a Cesgranrio gostam bastante de questões relativas à sinonímia. A Esaf e o<br />

Cespe já preferem trabalhar fatos da língua culta. A verdade é que devemos estar pre<strong>para</strong>dos<br />

<strong>para</strong> tudo.<br />

1. (FCC – TRE-SP – Analista – 2004) O elemento sublinhado na frase:<br />

a) É correta a disposição (...) de abandonar os planos de seu antecessor <strong>para</strong> descentralizar os recursos<br />

investidos na área expressa uma causalidade;<br />

b) Distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode equivaler a desperdiçar toda a verba constitui um <strong>para</strong>doxo;<br />

c) A pulverização das verbas pode atender a interesses populistas de políticos tem o sentido de compromissos<br />

populares;<br />

d) (...) cabe ao poder público colocar suas fichas em projetos com maior possibilidade de oferecer retorno tem o<br />

sentido de ir de encontro a;<br />

e) Não se trata de ser contra a descentralização como conceito tem o sentido de em tese.<br />

2. (FDC – Professor de Português II – 2005) Assinale a única frase que se completa com a segunda forma entre parênteses:<br />

a) Os culpados __________ as leis. (infringiram / infligiram).<br />

b) O ___________ do senador termina no próximo ano. (mandado / mandato).<br />

c) Não saia, pois a chuva está ___________. (iminente / eminente).<br />

d) Ladrão foi apanhado em __________. (flagrante / fragrante).<br />

e) Os requintes de educação caracterizam um perfeito ___________. (cavalheiro / cavaleiro).<br />

3. (Esaf – MPU – Analista – 2005) (Adaptada) Qual grupo de frases abaixo apresenta uma frase que não está<br />

gramaticalmente correta?<br />

I. Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao “sistema” de que<br />

falei há pouco. / Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao<br />

“sistema” de que faz pouco falei.<br />

II. No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema” interessantíssimo, que a cerca de trezentos anos<br />

desenvolve-se. / No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema” interessantíssimo, que há cerca de<br />

trezentos anos se desenvolve.<br />

4. (FCC – SEFAZ/PB – Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2006 ) Nas frases:<br />

I. O mau julgamento político de suas ações não preocupa os deputados corruptos. Para eles, o mal está na mídia impressa<br />

ou televisiva.<br />

II. Não há nenhum mau na utilização do Caixa 2. Os recursos não contabilizados não são um mau, porque todos os<br />

políticos o utilizam.<br />

III. É mau apenas lamentar a atitude dos políticos. O povo poderá puni-los com o voto nas eleições que se aproximam.<br />

Nesse momento, como diz o ditado popular, eles estarão em mal lençóis.<br />

O emprego dos termos mal e mau está correto APENAS em:<br />

a) I;<br />

b) I e II;<br />

c) II;<br />

d) III;<br />

e) I e III.<br />

5. (FCC – TRF (2R) – Analista Judiciário – 2007) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à norma culta?<br />

e) Quando se considera a par do tema, ajuíza sem medo, mas, ao se compreender insipiente, pára tudo e pede aos<br />

especialistas que o catequizem no assunto <strong>para</strong> não passar por néscio.<br />

6. (FCC – TCE-AL – Analista de Sistemas – 2008 ) (Adaptada) A frase abaixo está correta ou incorreta quanto à norma<br />

culta?<br />

e) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos mesmos.<br />

“Certamente você já se perguntou por que algumas pessoas têm tanto e outras tão pouco. Talvez a resposta não seja tão<br />

complicada quanto se pensa. (...)”


7. (Cespe/UnB – MEC – Agente Administrativo – 2009) Na indagação da linha 1, aparece a expressão “por que”. Na<br />

resposta, a expressão correta seria porque, como aparece a seguir: Algumas pessoas têm mais dinheiro do que outras<br />

porque sabem como aumentar sua riqueza.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e multiplica os piores costumes do norte. E do norte não recebe as virtudes,<br />

mas o pior: torna sua a religião norte-americana do automóvel e do desprezo pelo transporte público bem como<br />

toda a mitologia da liberdade de mercado e da sociedade de consumo. E o sul também recebe, de braços abertos,<br />

as fábricas mais porcas, as mais inimigas da natureza, em troca de salários que dão saudade da escravidão.<br />

No entanto, cada habitante do norte consome, em média, dez vezes mais petróleo, gás e carvão; e, no sul, apenas uma de<br />

cada cem pessoas tem carro próprio. Gula e jejum do cardápio ambiental: 75% da contaminação do mundo provêm<br />

de 25% da população.<br />

8. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2009) Assinale a opção em que a expressão retirada do texto foi empregada<br />

em sentido denotativo.<br />

a) “a religião norte-americana do automóvel e do desprezo pelo transporte público”;<br />

b) “toda a mitologia da liberdade de mercado e da sociedade de consumo”;<br />

c) “de braços abertos”;<br />

d) “no sul, apenas uma de cada cem pessoas tem carro próprio”;<br />

e) “Gula e jejum do cardápio ambiental”.<br />

9. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Criada em 2000 <strong>para</strong> “promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde e regular as operadoras<br />

setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores (de serviços) e consumidores”, a ANS opera numa corda<br />

bamba. (...)<br />

c) A expressão “numa corda bamba” tem significação conotativa e confere um tom de informalidade ao texto.<br />

10. (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) A crise que se iniciou em 2008 nos EUA <strong>para</strong> depois atingir todas as economias, no quadro da globalização, ao contrário da<br />

de 1929, levou os governos a optarem pela intervenção pública <strong>para</strong> salvar o sistema bancário e <strong>para</strong> dar um impulso à<br />

economia. Isso se traduziu como forte pressão sobre as finanças públicas, que estão acusando deficits muito elevados.<br />

e) A palavra “acusando” está sendo empregada com a acepção de indicando, mostrando, revelando.<br />

11. (FCC – TJ/SE – Técnico Judiciário – 2009) Constituem parônimos os vocábulos grifados nas frases apresentadas em:<br />

a) Constava do relatório a descrição pormenorizada da destruição do centro de treinamento decorrente da invasão de<br />

torcedores. / Com discrição e muita simpatia, o novo jogador logo conquistou a confiança da torcida.<br />

b) O descontentamento dos torcedores culminou com um protesto no próprio estádio. / Como protesto contra as medidas<br />

tomadas pela diretoria, funcionários se recusaram a trabalhar.<br />

c) Torcedores descontentes invadiram a sede do clube e a depredaram. / Com sede de vitória, os torcedores estimulavam<br />

o time ao ataque.<br />

d) O recinto foi atacado por bombas de fabricação caseira. / Na festa junina soltaram-se bombas e fogos de artifício<br />

coloridos.<br />

e) Os feridos no confronto foram encaminhados ao hospital mais próximo. / Vários espectadores ficaram feridos no último<br />

festival.<br />

12. (FCC – TRT (16 a R) – Técnico Judiciário – 2009) A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é:<br />

a) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro aparece agora, <strong>para</strong> assombro de todos, na região<br />

Sul, comprometendo as safras de grãos.<br />

b) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba biótica é realmente<br />

crucial na circulação do ar.<br />

c) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial <strong>para</strong> garantir a qualidade<br />

de vida em todo o planeta.<br />

d) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar um<br />

continente em um estenso e inabitável deserto.<br />

e) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é puxado <strong>para</strong> o continente,<br />

distribuindo a chuva ao redor do planeta.<br />

13. (FCC – MPE/SE – Técnico do MP – 2009) Identificam-se parônimos no par de expressões transcritas em:


a) importância capital // importância fundamental;<br />

b) tráfico de pessoas // tráfego de pessoas;<br />

c) tecnologias de informação // comunicação tecnológica;<br />

d) violações cometidas // violações reprimidas;<br />

e) vida com liberdade // vida com dignidade.<br />

14. Considere as frases abaixo:<br />

I. Os horrores trazidos pela II Guerra Mundial marcaram o porquê da criação de um documento internacional que<br />

garantisse o respeito aos direitos humanos.<br />

II. Sem conhecer seus direitos, os indivíduos não saberão dispor dos instrumentos nem apresentar razões porque<br />

reivindicar sua efetiva aplicação.<br />

III. Por falta de divulgação dos termos previstos na Declaração Universal, grupos minoritários se tornam mais vulneráveis<br />

à violação de seus direitos, sem mesmo saber por quê.<br />

IV. São inúmeros os benefícios trazidos pela Declaração Universal, embora exista desrespeito aos direitos nela previstos,<br />

como a persistência da pobreza, por que passa um terço da população mundial.<br />

Estão escritos corretamente os termos que aparecem grifados em:<br />

a) I, II, III e IV;<br />

b) I, II e III, apenas;<br />

c) I, III e IV, apenas;<br />

d) II, III e IV, apenas;<br />

e) I, II e IV, apenas.<br />

15. (Cespe/UnB – TRT/RN (21R) – Técnico Judiciário – 2010) A expressão “em lugar” (Logo descobrimos que a tecnologia,<br />

na verdade, nos trazia uma carga maior de atribuições e, em lugar das 8 horas, passamos a trabalhar muito mais. Mas não<br />

foi só...) poderia ser substituída por em vez, sem prejuízo <strong>para</strong> o sentido e a clareza do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (Cespe/UnB – ANEEL – Cargos de Nível Superior – 2010) O sentido da expressão “mal das pernas”, característica da<br />

oralidade, seria prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

17. (FCC – TRE/RS – Analista Judiciário – 2010) A frase em que a palavra destacada está empregada de modo equivocado é:<br />

a) Inerme diante da ofensiva tão violenta, não lhe restou nada a fazer senão render-se.<br />

b) Há quem proscreva construções linguísticas de cunho popular.<br />

c) Fui informado do diferimento da reunião em que o fato seria analisado.<br />

d) A descriminalização de algumas drogas é questão polêmica.<br />

e) A flagrância do perfume inebriava a todos os convidados.<br />

18. (FCC – TRE/AL – Analista Judiciário – 2010) Na frase Eis por que o espectador não se sente em casa em parte<br />

alguma, porque o espetáculo está em toda parte, os elementos sublinhados podem ser correta e respectivamente<br />

substituídos por:<br />

a) a razão pela qual e visto que;<br />

b) por cujo motivo e visto que;<br />

c) a finalidade pela qual e dado que;<br />

d) o motivo por onde e conquanto;<br />

e) a alegação de que e conquanto.<br />

19. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) Assinale a opção que indica onde o texto foi transcrito com erro<br />

gramatical.<br />

A lição reafirmada pela crise é a da (1) instabilidade como pressuposto da economia de mercado, transmitida por dois<br />

canais. O primeiro é o da confiança dos agentes – aspecto crucial nas observações de John Maynard Keynes –,<br />

que é volúvel e sujeita a mudança repentina em momentos de incerteza. Tal instabilidade pode ainda ser catalisada<br />

(2) pelo canal financeiro, como ficou claro, de forma dramática, em 2008. Falhas de mercado e manifestações de<br />

irracionalidade são comuns no capitalismo, sem dúvida, mas a derrocada recente não repõe (3) a polarização<br />

entre Estado e mercado. Reforça, isso sim, a necessidade de aperfeiçoar instituições, afim de (4) preservar a<br />

funcionalidade dos mercados e a concorrência, bens públicos que o mercado, deixado à (5) própria sorte, é<br />

incapaz de prover.


a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 4.<br />

e) 5.<br />

20. (Cesgranrio – Petrobras – Todos os Cargos (Nível Médio) – 2010) O vocábulo destacado, quanto ao seu significado, está<br />

empregado, adequadamente, na seguinte frase:<br />

a) Ações malsucedidas prenunciam um fracasso eminente.<br />

b) Para acender profissionalmente, é preciso perseverança.<br />

c) O profissional de sucesso descrimina as etapas de suas ações.<br />

d) A expectativa do triunfo motiva o empreendedor.<br />

e) É preciso saber deferir o amor do ódio.<br />

21. (Cesgranrio – Petrobras – Todos os Cargos (Nível Superior) – 2010) O valor semântico atribuído ao verbo dar, apresentado<br />

entre parênteses, está INCORRETO na frase:<br />

a) Lamentavelmente, deu pouco tempo do seu dia <strong>para</strong> uma reflexão. (dedicar).<br />

b) Embora tivesse magoado algumas pessoas, não se deu conta. (percebeu).<br />

c) Daqui a um tempo, dará por terminado o seu problema maior. (considerar).<br />

d) O seu primeiro erro se deu quando tentou ajudar um amigo em apuros. (concedeu).<br />

e) No presente, a vida se dá tão pessimista. (apresenta).<br />

22. (Cesgranrio – EPE – Advogado – 2010) Dentre os trechos abaixo, aquele em que a palavra “até” tem um significado<br />

diferente do que apresenta nos demais é:<br />

a) “... descobrir se o nome de um sujeito era com q ou com k às vezes demandava até pesquisa telefônica.”<br />

b) “os dicionários, enciclopédias e até papiros deteriorados estão a um par de cliques de distância...”<br />

c) “Há cada vez mais felizardos que trabalham de bermuda, sem camisa e até à beira de uma piscina...”<br />

d) “... se torna, <strong>para</strong> a turma mais radical, um risco desnecessário, uma coisa até meio passée...”<br />

e) “Com certeza não chegarei até lá...”<br />

23. (Cesgranrio – BNDES – Técnico Administrativo – 2010) Em “Devemos deixar de nos conformarmos em saber executar<br />

apenas uma atividade e conhecer várias outras, nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados”, o<br />

vocábulo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:<br />

a) indiscriminados;<br />

b) inatingíveis;<br />

c) preteridos;<br />

d) disseminados;<br />

e) destacados.<br />

24. (Cesgranrio – BNDES – Analista de Sistemas – 2010) Em “... esse futuro que concebemos deve estar sempre em<br />

congruência com nosso eu.”, o vocábulo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:<br />

a) dissonância;<br />

b) resistência;<br />

c) correspondência;<br />

d) relutância;<br />

e) controvérsia;<br />

25. (Cesgranrio – BNDES – Analista de Sistemas – 2010) Ao redigir respostas <strong>para</strong> “Por que quero conseguir um trabalho<br />

novo?”, cometeu-se, segundo o registro culto e formal da língua, um erro de ortografia em:<br />

a) Não quero passar a minha vida inteira só cumprindo ordens sem nunca entender por quê.<br />

b) Alguns constrangimentos porque venho passando me obrigam a considerar outras opções.<br />

c) Para mim, a realização profissional, no momento presente, é importante porque implica melhoria de vida.<br />

d) Desse modo, eu poderei saber o motivo por que o sucesso de ontem não nos garante o de amanhã.<br />

e) Um dia, atingindo o meu objetivo, eu talvez possa contar-lhe o porquê.<br />

26. (Cesgranrio – BNDES – Profissional Básico (Administração) – 2010) É melhor começar a exercitar a linguagem,<br />

_________ o seu relacionamento pode acabar mal. / A pesquisa recentemente realizada pela empresa foi _________ do<br />

estresse emocional do trabalhador. / Expliquei-lhe as exigências do atual mercado _________ ele se adaptasse melhor.<br />

A sequência que completa corretamente as frases acima é:


a) se não – a cerca – a fim de que;<br />

b) se não – acerca – afim de que;<br />

c) se não – acerca – a fim de que;<br />

d) senão – acerca – a fim de que;<br />

e) senão – a cerca – afim de que.<br />

27. (Cesgranrio – SEPLAG/BA – Professor Português – 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, o<br />

seguinte par de palavras:<br />

a) estrondo – ruído;<br />

b) pescador – trabalhador;<br />

c) pista – aeroporto;<br />

d) piloto – comissário;<br />

e) aeronave – jatinho.<br />

“(...) Daí a razão por que, segundo o filósofo, “a doutrina do direito e a doutrina da virtude distinguem-se menos pela<br />

diferença entre os deveres do que pela diferença de sua legislação, que vincula um ou outro motivo à lei”. E<br />

exemplifica: “Cumprir uma promessa contratual é um dever exterior; mas o mandamento de agir unicamente<br />

porque se trata de um dever, sem levar em conta outro motivo, diz respeito apenas à legislação interior”.<br />

28. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Superior – 2011) Na linha 26, “por que” poderia, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção<br />

gramatical, ser grafado porque, em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em “mas o<br />

mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

29. (FCC – TRE-RN – Analista – 2011) O segmento cujo sentido está corretamente expresso em outras palavras é:<br />

a) se multiplicaram de maneira prodigiosa = cresceram ilusoriamente.<br />

b) as duas espécies se regalaram = os dois gêneros se empanturraram.<br />

c) uma família singular = um conjunto variegado.<br />

d) que selou o destino = que indigitou a fatalidade.<br />

e) empenhou-se na procura = dedicou-se com afinco à busca.<br />

30. (Cesgranrio – FINEP – Técnico (Apoio Administrativo e Secretariado) – 2011) Observe a palavra coral no par de frases:<br />

“[...] cantei em coral...” / Mergulhei e arranhei a perna num coral. A relação existente entre as duas palavras é a<br />

mesma que se verifica em:<br />

a) O perigo é iminente. / O eminente deputado fez uma declaração.<br />

b) Passei em frente a seu edifício hoje. / Implodiram o prédio condenado.<br />

c) A manga que comi estava docinha. / Rasguei a manga da camisa.<br />

d) Comprei figo na feira, mas a fruta não estava boa.<br />

e) A sala de aula estava lotada e a escola é um sucesso.<br />

31. (Cesgranrio – FINEP – Técnico (Apoio Administrativo e Secretariado) – 2011) A sentença em que o verbo tocar está<br />

usado com o mesmo sentido que se verifica na sentença “Como acontece com todos os poetas e compositores, ele tocou<br />

cada pessoa de modo diferente.” é:<br />

a) Ele tocava na orquestra da capital.<br />

b) O sino da igreja vai tocar às seis horas.<br />

c) A equipe tocou o projeto rapidamente.<br />

d) Não toque em nada que está sobre a mesa.<br />

e) O sorriso de uma criança sempre me toca.<br />

32. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) O emprego da palavra/expressão destacada está INCORRETO<br />

em:<br />

a) Estava mau-humorado quando entrou no escritório.<br />

b) Indaguei a razão por que se empenhou tanto na disputa pelo cargo.<br />

c) Ninguém conseguiu entender aonde ela pretendia chegar com tanta pressa.<br />

d) Não almejava mais nada da vida, senão dignidade.<br />

e) Ultimamente, no ambiente profissional, só se fala acerca de eleição.<br />

Texto


Bom <strong>para</strong> o sorveteiro<br />

Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas a notícia me perseguia. Até no avião, o único jornal abria na minha<br />

cara o drama da baleia encalhada na praia de Saquarema. Afinal, depois de quase três dias se debatendo na areia da praia<br />

e na tela da televisão, o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética acabou, como foi dito por<br />

locutores especializados em necrológio eufórico. Mas o drama da baleia não acabava. Centenas de curiosos foram lá<br />

apreciar aquela montanha de força a se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um belo espetáculo.<br />

À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao raiar do dia, sem recursos, com simples cordas e as próprias mãos, todos<br />

se empenhavam no lúcido objetivo comum. Comum, vírgula. O sorveteiro vendeu centenas de picolés. Por ele a baleia<br />

ficava encalhada por mais duas ou três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar pastéis e empadinhas <strong>para</strong><br />

vender com ágio. Um malvado sugeriu que se desse por perdida a batalha e se começasse logo a repartir os bifes.<br />

Em 1966, uma baleia adulta foi <strong>para</strong>r ali mesmo e em quinze minutos estava toda retalhada. Muitos se lembravam da alegria<br />

voraz com que foram disputadas as toneladas da vítima. Essa de agora teve mais sorte. Foi salva graças à religião<br />

ecológica que anda na moda e que por um momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais de sangue quente ou<br />

de sangue frio.<br />

Até que enfim chegou uma traineira da Petrobras. Logo uma estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar provas da<br />

eficácia da empresa privada. De qualquer forma, eu já podia recolher a minha aflição. Metáfora fácil, lá se foi, espero que<br />

salva, a baleia de Saquarema. O maior animal do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite, sonhei com o Brasil<br />

encalhado na areia diabólica da inflação. A bordo, uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas. Tudo fala. Tudo<br />

é símbolo.<br />

(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo)<br />

33. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário (Área Administrativa) – 2012) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente<br />

o sentido de um segmento em:<br />

a) em necrológio eufórico (1 o parágrafo) = em façanha mortal.<br />

b) Comum, vírgula. (2 o parágrafo) = Geral, mas nem tanto.<br />

c) que se desse por perdida a batalha (2 o parágrafo) = que se imaginasse o efeito de uma derrota.<br />

d) estabeleceu uma trégua entre todos nós (3 o parágrafo) = derrogou uma imunidade <strong>para</strong> nós todos.<br />

e) é preciso dar provas da eficácia (4 o parágrafo) = convém explicitar os bons propósitos.<br />

A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por<br />

baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima<br />

do planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante<br />

é rocha estéril recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova<br />

York totalmente deserta, quente demais ou fria demais <strong>para</strong> manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.<br />

A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,<br />

mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma<br />

parte ínfima do planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da<br />

massa total do sistema solar. Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões,<br />

reavivando a imorredoura questão sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos<br />

recursos naturais do planeta.<br />

A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é<br />

de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras <strong>para</strong> garantir o padrão de vida da humanidade. As<br />

perspectivas mais sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de<br />

recuperação da natureza – e a do próprio ser humano – <strong>para</strong> superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes<br />

extinções em massa e a vida sempre voltou ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções <strong>para</strong> o equilíbrio entre<br />

crescimento populacional e preservação de recursos, a natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é<br />

uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.<br />

(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)<br />

34. O segmento cujo sentido está corretamente expresso com outras palavras é:<br />

a) uma reserva ainda mais enclausurada = um território sempre inexplorado;<br />

b) em uma parte ínfima do planeta = num ponto desconhecido da Terra;<br />

c) a imorredoura questão = o problema de mais difícil solução;<br />

d) perspectivas mais sombrias = visões menos animadoras;<br />

e) <strong>para</strong> superar as adversidades = <strong>para</strong> atenuar situações incompreensíveis.<br />

35. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Estabilidade Júnior – 2012) Na frase “foi criado sinteticamente em laboratório <strong>para</strong>


eplicar essas moléculas encontradas na natureza.”, a palavra destacada pode ser substituída, sem alterar o significado do<br />

trecho, por:<br />

a) reestruturar;<br />

b) reproduzir;<br />

c) reservar;<br />

d) restaurar;<br />

e) retirar.<br />

36. (FEC/UFF – PREF. Angra dos Reis/RJ – Administrador – 2012) Observe as frases.<br />

I. O paciente submeteu-se a SESSÕES de sangria, utilizando-se de sanguessugas.<br />

II. Encontrou, na SEÇÃO de remédios, o que procurava <strong>para</strong> o seu alívio.<br />

O par de palavras SESSÃO/SEÇÃO relaciona-se ao estudo da:<br />

a) homonímia;<br />

b) sinonímia;<br />

c) paronímia;<br />

d) antonímia;<br />

e) polissemia.<br />

37. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na<br />

argumentação ao:<br />

e) substituir a preposição “Para” pela locução Afim de.<br />

38. (Vunesp – SEAP/SP – Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma<br />

questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em<br />

destaque tem como antônimo:<br />

a) fortuna;<br />

b) opulência;<br />

c) riqueza;<br />

d) escassez;<br />

e) abundância.<br />

39. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Assinale a alternativa em que os termos destacados em cada grupo<br />

de frases são parônimos.<br />

a) 1. Tudo já está pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> a cidade empossar o novo prefeito.<br />

2. É preciso cuidar <strong>para</strong> o piso da varanda não empoçar água.<br />

b) 1. Uma das grandes festas de apreço popular é a do Círio de Nazaré.<br />

2. Chegou à hospedaria um homem; dizem que é sírio.<br />

c) 1. Nas cidades europeias, após o almoço, a sesta põe tudo a dormir com as pessoas.<br />

2. A menina, feliz, preparou uma grande cesta de Páscoa <strong>para</strong> sua avó.<br />

d) 1. Espera-se que as delegações dos países viajem nesta semana <strong>para</strong> a realização dos jogos olímpicos.<br />

2. Segundo o poeta, a viagem mais difícil é a que fazemos <strong>para</strong> dentro de nós mesmos.<br />

40. (FEMPERJ – VALEC – Jornalista – 2012) Intertextualidade é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que<br />

NÃO se fundamenta em intertextualidade é:<br />

a) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido há muito tempo.”<br />

b) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se mete onde não é chamada.”<br />

c) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente mesmo!”<br />

d) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, tudo bem.”<br />

e) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”


Gabarito<br />

1. E. 9. CORRETO. 17. E. 25. B. 33. B.<br />

2. B. 10. CORRETO. 18. A. 26. D. 34. D.<br />

3. I. 11. A. 19. D. 27. E. 35. B.<br />

4. A. 12. D. 20. D. 28. ERRADO. 36. A.<br />

5. CORRETO. 13. B. 21. D. 29. E. 37. E.<br />

6. INCORRETO. 14. C. 22. E. 30. C. 38. D.<br />

7. CERTO. 15. CERTO. 23. E. 31. E. 39. C.<br />

8. D. 16. ERRADO. 24. C. 32. A. 40. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 5<br />

Morfologia<br />

Morfologia é a parte da gramática que estuda a forma dos vocábulos.<br />

Mas como as palavras se formam? São constituídas de quê? Sofrem processos, mudanças?<br />

Dividem-se em grupos, classes? Todas essas perguntas serão respondidas a contento! Antes<br />

disso, porém, saiba que há uma diferença entre vocábulo e palavra.<br />

Nem todo vocábulo é uma palavra, mas toda palavra é um vocábulo. Hã? Relaxa! Partindo<br />

do princípio que, por definição, palavra é a “unidade da língua que, na fala ou na escrita, tem<br />

significação própria e existência isolada”, só podemos dizer que palavra é uma palavra, se<br />

ela puder ser usada neste contexto, por exemplo:<br />

– Você vive em que país?<br />

– Brasil.<br />

Brasil é, portanto, uma palavra, pois “tem significação própria e existência isolada”.<br />

Continuando o diálogo:<br />

– Você gosta de lá?<br />

– Muito.<br />

Muito é, portanto, uma palavra, pois “tem significação própria e existência isolada”.<br />

A maioria dos linguistas concorda que vocábulo e palavra são conceitos próximos, mas a<br />

diferença é que a palavra “tem significação própria e existência isolada”. Isso significa que o<br />

vocábulo não tem? Não é bem assim. Como eu disse antes, toda palavra é um vocábulo, logo<br />

alguns vocábulos são chamados de palavras quando “têm significação própria e existência<br />

isolada”. E quando o vocábulo “não tem significação própria e existência isolada”? Aí<br />

dizemos que não são palavras, mas sim apenas vocábulos. Semi<strong>para</strong>fraseando o eminente<br />

linguista brasileiro Joaquim Mattoso Câmara Jr., há três formas de vocábulos: livres,<br />

dependentes e presas (esta última também chamada de “não vocábulo”).<br />

A primeira tem autonomia semântica, ou seja, pode ser empregada isoladamente, pois<br />

estabelece comunicação (formas livres: substantivo, adjetivo, verbo, alguns advérbios e<br />

numerais). As formas livres constituem palavras. É neste caso que vocábulo e palavra se<br />

equivalem.<br />

Vocábulos átonos normalmente dependem de formas livres, pois não estabelecem<br />

comunicação sozinhos, são dependentes (formas dependentes: artigo, conjunção, preposição,


pronomes átonos). Exemplo: “O homem e a mulher do jornal vieram me entrevistar”.<br />

Há, por último, as formas que aparecem fixas a um vocábulo, pois não existem<br />

isoladamente em enunciados (formas presas: afixos, radical, desinências, vogal temática).<br />

Exemplo: in/constitu/cion/al/issim/a/mente.<br />

Para entendermos bem o que é morfologia, portanto, precisamos entender...<br />

Como as palavras se formam?<br />

Normalmente, as palavras se formam a partir da combinação de formas presas, já vistas.<br />

Elas são constituídas de quê?<br />

Normalmente, elas são constituídas de mais de um morfema (partes que a compõem, como<br />

prefixo, sufixo, radical, desinências, vogal temática, vogal ou consoante de ligação).<br />

Obs.: Veremos tudo isso em detalhes no capítulo seguinte. Não se desespere caso não se<br />

lembre deste ou daquele nome ou conceito, ok? Farei questão de reiterá-los, quando<br />

necessário.<br />

Elas sofrem processos, mudanças?<br />

Sim, elas sofrem vários processos. Uma palavra pode se transformar em várias palavras,<br />

desde que acumulemos formas presas a elas: governo, governante, governamental,<br />

governabilidade, ingovernável, desgovernado, antigovernista, pseudogovernador etc. Além<br />

disso, muitas palavras podem mudar de forma <strong>para</strong> indicar o sexo do ser ou a ideia de<br />

quantidade; exemplo: garoto, garota, garotos, garotas. Safo?<br />

Elas se dividem em grupos, classes?<br />

Sim, as palavras se dividem em tradicionais dez grupos: substantivo, adjetivo, artigo,<br />

numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Ainda há as<br />

palavras denotativas, que são postas à parte. Essas classes de palavras só existem porque<br />

muitas palavras têm semelhanças morfológicas. Por exemplo, gato, cachorro e lobo mudam de<br />

forma em gênero (gata, cachorra e loba) e número (gatos/gatas, cachorros/cachorras e<br />

lobos/lobas). Percebe que, morfologicamente, ou seja, do ponto de vista da forma, tais<br />

palavras variam? Então elas têm uma semelhança, certo? Por isso são enquadradas em um<br />

grupo, em uma classe. Nesse caso, os substantivos!<br />

Sendo assim, de maneira didática, podemos dizer que a morfologia trata da estrutura das<br />

palavras, do processo de formação das palavras e das classes de palavras.<br />

Muitos têm dificuldade em diferenciar análise morfológica de análise sintática. São dois<br />

conceitos bem diferentes. Se você tem dificuldade, é a hora de fazer a diferença aí na sua<br />

cabeça! Quando o enunciado é construído com as seguintes expressões: “analise


morfologicamente”, “quanto à morfologia”, “do ponto de vista morfológico”, o que ele deseja<br />

é que você analise a palavra gramaticalmente, ou seja, aponte a classe gramatical (ou classes<br />

de palavras). Exemplo:<br />

1) Caramba! 2) Os 3) meus 4) cinco 5) sensacionais 6) professores 7) vieram 8) do RJ 9)<br />

e palestraram 10) aqui.<br />

1) Interjeição / 2) Artigo / 3) Pronome / 4) Numeral / 5) Adjetivo / 6) Substantivo / 7)<br />

Verbo / 8) Preposição / 9) Conjunção / 10) Advérbio<br />

Pronto. Essa é uma análise gramatical, e não sintática.<br />

É bom dizer que algumas classes gramaticais (substantivo, adjetivo, artigo, pronome,<br />

numeral e verbo) são precipuamente variáveis, porque mudam de forma (singular, plural,<br />

masculino, feminino etc.). Já outras (advérbio, preposição, conjunção e interjeição) são<br />

precipuamente invariáveis, porque não mudam de forma.<br />

Quando a banca deseja que você saiba as partes que compõem a palavra ou como a palavra<br />

se formou, ela trabalha diretamente no enunciado assim: “Qual é a análise mórfica...” ou<br />

“Qual é o processo de formação das palavras?”, ou algo bem parecido. Ok?<br />

Obs.: Há muito mais a dizer. Só quero lembrar-lhe algo crucial: A Gramática tem o<br />

abusado objetivo de não deixar ninguém desam<strong>para</strong>do, por isso falo muito quando<br />

acho que devo falar, mas o maior termômetro daquilo que você realmente deve estudar<br />

são as questões da banca que irá elaborar seu concurso, por isso nada de ficar<br />

arrancando os cabelos. Aliás, a cada fim de capítulo eu friso “o que mais cai na prova”!<br />

Por conseguinte, não fique decorando tudo que nem um maluco! Beleza?<br />

No próximo capítulo, muito será falado, mas você só vai realmente se aprofundar se tiver<br />

de fazer uma prova muito “cabeluda” ou quiser saber mais; caso contrário, siga somente<br />

aqueles passos que eu dou sobre o que você deve estudar, em “O que cai mais na prova?”.<br />

Chega de papo! Vamos nessa!


Capítulo 6<br />

Estrutura e Processo de Formação de Palavras


Definição<br />

Como já vimos, as palavras se formam a partir de certas formas presas, a que damos o<br />

nome de afixos, radicais, desinências etc. Tais “pedaços” que compõem as palavras se unem<br />

formando mais e mais palavras. Por exemplo, “inconstitucionalissimamente”. Falarei melhor<br />

sobre ela à frente.<br />

Assim como um prédio, as palavras têm uma estrutura formada por uma “base” + outras<br />

partes que se ligam a ela. Por meio desse acúmulo de constituintes (partes), muitas palavras<br />

são formadas e modificadas. Não é por nada que existem mais de 380.000 palavras na língua<br />

portuguesa.<br />

A parte de Estrutura das Palavras trata dos conceitos de radical, prefixo, sufixo,<br />

desinência, vogal temática, vogal/consoante de ligação.<br />

Obs.: Este assunto é raro em prova, portanto, se já tiver certo domínio sobre ele, avance<br />

<strong>para</strong> “processo de formação de palavras”, que costuma aparecer em algumas provas!<br />

A parte de Processo de Formação das Palavras trata dos conceitos de derivação,<br />

composição e outros processos.<br />

Vejamos como, por que e quais são as formas das palavras agora!


Morfema<br />

Antes que você comece a se perguntar o que é morfema, não é nada de mais, é só mais uma<br />

palavrinha nova em seu vocabulário apreendido na leitura deste livro. O conceito é muito<br />

fácil. Fique calmo.<br />

Morfema é a menor parte significativa que constitui uma palavra. Uma palavra pode<br />

apresentar vários morfemas (ou “pedaços”). Por exemplo, a palavra supervalorização tem<br />

quatro (4) partes: super + valor + iza + ção. A palavra que a gente viu lá atrás tem sete (7)<br />

partes: in + constitu + cion + al + issim + a + mente. E por aí vai!<br />

Existem três tipos de morfema: lexical, derivacional e flexional. Vejamos um por um:<br />

Morfema Lexical<br />

O morfema lexical é aquele que não pode faltar nas palavras, é o morfema mais importante,<br />

é o principal! Por quê? Muito simples. Ele carrega o significado das palavras e serve de base<br />

<strong>para</strong> que outros morfemas se juntem a ele formando novas palavras. É por isso que, sem esse<br />

morfema, a palavra não existe. Raciocine comigo: se ela não tem autonomia semântica, não<br />

pode ser palavra, mas sim um mero vocábulo. Neste capítulo, deve interessar-nos a análise<br />

das palavras. Então, voltemos a elas.<br />

Você já ouviu falar em radical? Então. O morfema lexical é nada mais, nada menos que o<br />

radical. “Sem radical, existe palavra?” Não! “O radical carrega o sentido básico das<br />

palavras?” Sim! “Posso formar novas palavras a partir do morfema lexical?” Só pode! É por<br />

isso que existem 10 bilhões de palavras (hipérbole!), pois inúmeras palavras se formam a<br />

partir da união de outros morfemas a este principal: o morfema lexical. Ficou claro?<br />

Bem, os morfemas lexicais são indecomponíveis, ou seja, não podem ser fragmentados.<br />

Exemplo: livreiro (livr- é o morfema lexical – radical, pois posso formar outras palavras com<br />

este pedaço, como livrinho, livraria, livrete etc.). “Podemos fragmentar o radical? Se<strong>para</strong>r em<br />

li- + vr-?” Claro que não, pois nenhuma palavra se forma a partir de li-, tampouco de vr-. Uma<br />

vez que tais pedaços nada representam, não têm sentido, não formam palavra alguma, não<br />

podem ser considerados morfemas.<br />

“Agora, <strong>Pestana</strong>, que outros morfemas se unem ao morfema lexical (radical) <strong>para</strong> formar<br />

novas palavras?” Vejamos.<br />

Morfema Derivacional<br />

O morfema derivacional é aquele que se une ao morfema lexical <strong>para</strong> formar novas<br />

palavras. Se você já ouviu falar em afixos, ou seja, prefixo e sufixo, então já sabe o que é<br />

morfema derivacional.<br />

“Ah! Entendi! Então quando dizemos que uma palavra é derivada de outra, isso significa


que ela foi acrescida de morfema derivacional?” Exatamente! “Tipo assim, livreiro é palavra<br />

derivada de livro porque recebeu o sufixo -eiro?” Exatamente! Para ficar claríssimo: livro +<br />

eiro = livreiro; safado + eza = safadeza; super + homem = super-homem; a + normal =<br />

anormal.<br />

Muitas vezes ocorre mudança de classe de palavras na formação de novas palavras pelo<br />

uso de afixos (em safado > safadeza, o sufixo alterou a classe – adjetivo > substantivo).<br />

Beleza? Falou em morfema derivacional, falou em afixos (prefixo e sufixo).<br />

Morfema Flexional<br />

Diz-se normalmente que uma palavra se flexiona quando não há troca de radical nem<br />

acréscimo de afixos (prefixo e sufixo), mas sim quando há uso de desinências, ou seja,<br />

morfemas que indicam o gênero e o número das palavras (no caso dos nomes) e que indicam o<br />

modo, o tempo, o número e a pessoa (no caso dos verbos) sem mudar a classe gramatical das<br />

palavras. O morfema flexional, portanto, é a parte da palavra que carrega conceitos relativos<br />

a conhecimentos de mundo (sexo/gênero e quantidade, no caso dos nomes; modo, tempo,<br />

número e pessoa, no caso dos verbos) e sintáticos, como concordância verbal e nominal.<br />

Obs.: Para você que acha este assunto chato e desnecessário, por já ter certo domínio sobre<br />

ele, peço que avance direto <strong>para</strong> Processo de Formação de Palavras. Não perca seu<br />

tempo! Para você que teve uma base muito ruim, continue a leitura. “Perca” bem o seu<br />

tempo com o que segue!


Alomorfia<br />

Alomorfia é uma mudança, uma variação, uma alteração em algum morfema <strong>para</strong> que a<br />

palavra seja bem pronunciada. Normalmente isso ocorre nos morfemas lexicais (radicais). Um<br />

exemplo disso é o verbo fazer, que apresenta alomorfia no radical faz- (faço; fez; fizera;<br />

farei; feito). Percebeu quantas alomorfias? Alguém pronunciaria: “Eu fazo dez flexões na<br />

barra!”? Claro que não! Ocorre alomorfia <strong>para</strong> que haja eufonia – eu- (bom) -fonia (relativo<br />

ao som) –, ou seja, um bom som na língua.<br />

Só de curiosidade: Você sabia que a palavra difícil é derivada de fácil? “Mas cadê o<br />

radical, <strong>Pestana</strong>?” Eis o radical alomórfico: difícil.<br />

Não há alomorfia só no radical, mas há também em outros morfemas. Veremos isso ao longo<br />

deste capítulo. Toda vez que eu falar de alomorfia a partir de agora, fique esperto!


Vocábulos Cognatos<br />

Os vocábulos cognatos (ou família de palavras) são um grupo de palavras que apresentam<br />

o mesmo morfema lexical. Exemplo: corpo, corpóreo, corporal, corpanzil, encorpado,<br />

corporação, corpulento, incorporar, corporativismo, incorporado, descorporificado etc.<br />

Só tome cuidado com a alomorfia! Por exemplo, “amigo, amigote, amigueiro, inimigo” são<br />

vocábulos cognatos? “Ah, <strong>Pestana</strong>, claro que não, ora; o último vocábulo não tem o mesmo<br />

morfema lexical, pô!”<br />

Você já ouviu falar em alomorfia, variação no morfema... Cuidado! Tais palavras<br />

pertencem, sim, à mesma família de palavras, pois apresentam radical igual. O fato de haver<br />

alomorfia não impede que os vocábulos sejam cognatos.<br />

Importante: Para que vocábulos sejam cognatos, não basta semelhança entre si, é preciso<br />

haver ligação semântica, significados afins – ou agora vamos dizer que “café, cafezal, cafeína<br />

e cafetina” têm o mesmo radical?!?!<br />

“E o que é raiz, <strong>Pestana</strong>? É o mesmo que radical?” Vamos ver agora, no próximo tópico!


Radical<br />

Antes de qualquer coisa, é bom dizer que raiz e radical são conceitos levemente diferentes.<br />

A raiz é um radical mais antigo, ou seja, a raiz é um morfema que deu origem ao radical.<br />

Quando estudamos raiz, temos de olhar <strong>para</strong> o latim, <strong>para</strong> o grego e outras línguas. Por<br />

exemplo, veja estas palavras: amargo, amargor, amargura, amargurar, amargurado,<br />

amaríssimo. Percebeu que a última palavra apresenta o radical amar-? Por quê? Muito<br />

simples. No latim, amargo era amarus. Eis, portanto, a raiz da palavra amargo.<br />

Esta análise é diacrônica (ao longo do tempo), ou seja, olhamos <strong>para</strong> o passado <strong>para</strong><br />

observar a origem. A ciência que estuda a origem das palavras é a etimologia – as gramáticas<br />

bem antigas, como a de Júlio Ribeiro, tratavam dessa parte da língua. Em tese, hoje em dia<br />

“não precisamos estudar etimologia” <strong>para</strong> acertar uma questão específica sobre o assunto. As<br />

gramáticas atuais não tratam diretamente do assunto, pois há dicionários só sobre isso. Os<br />

bons dicionários “normais” também trazem a análise etimológica da maioria das palavras. O<br />

Aulete é muito bom, o Houaiss idem.<br />

Bem... volte a “amargo, amargor, amargura, amargurar, amargurado, amaríssimo”. Todas<br />

elas têm o mesmo radical (amarg-), exceto a última. Isso ocorre porque o adjetivo amargo no<br />

grau superlativo absoluto sintético vira amaríssimo, ou seja, usa-se a raiz amar- + o sufixo -<br />

íssimo. “Como encontrar, então, o radical de uma palavra?” Seria bom se todos conhecessem<br />

profundamente etimologia... mas calma! Vamos entender o conceito de radical.<br />

Radical é o mesmo que morfema lexical, é a base da palavra, é a parte responsável pela<br />

significação principal de uma palavra e pela formação de novas palavras. Sem radical não há<br />

palavra(s).<br />

Uma boa sugestão <strong>para</strong> identificarmos o radical é a seguinte: tente pensar na palavra<br />

primitiva, isto é, no estado em que a palavra ainda não sofreu modificação alguma. Por<br />

exemplo: casa. Agora comece a pensar em palavras que derivam de casa: casarão, caseiro,<br />

casar, casamento, descasado, casebre... Percebeu que elas têm a mesma base? Esse pedaço,<br />

esse “morfema” (<strong>para</strong> falar bonitinho) é o famigerado radical!<br />

Normalmente, as palavras da língua portuguesa vêm do latim e do grego, por isso é<br />

importante conhecer alguns radicais provindos dessas “línguas-mãe”.


Radicais Gregos<br />

Conheça alguns radicais que servem de 1 o e 2 o elemento de uma composição. Note que<br />

alguns radicais podem sofrer alomorfias.<br />

– 1 o Elemento da Composição<br />

Forma Sentido Exemplos<br />

acro- alto, elevado acrobata, acrofobia<br />

aero- ar aeronave, aeronauta<br />

agro- campo agronegócio, agrônomo<br />

andro- homem, macho androfobia, andrógino<br />

anemo- vento anemômetro, anemógrafo<br />

antropo- homem, ser humano antropologia, antropofagia<br />

aristo- ótimo, o melhor aristocracia, aristodemocracia<br />

aritmo- número aritmética, aritmografia<br />

arqueo- antigo arqueologia, arqueografia<br />

asteno- fraqueza, debilidade astenospia, astenosfera<br />

astro- corpo celeste astronomia, astrodinâmica<br />

atmo- gás, vapor atmosfera, atmômetro<br />

auto- por/de si mesmo autobiografia, autoajuda<br />

baro- pressão, peso barômetro, barítono<br />

biblio- livro biblioteca, bibliófilo<br />

bio- vida biologia, biografia<br />

caco- feio, mau, desagradável cacofonia, cacografia<br />

cali- belo caligrafia, calidoscópio<br />

cardio- coração cardiograma, cardiologia<br />

cefalo- cabeça, crânio cefalídio, cefaleia<br />

ciclo- círculo, esfera ciclismo, ciclomotor<br />

cine-,<br />

cinematomovimento<br />

cinética, cinematografia<br />

cito- célula citologia, citoplasma<br />

cosmo- mundo, universo cosmologia, cosmogênese<br />

cromo- cor cromossomo, cromogravura<br />

crono- tempo cronologia, cronograma<br />

da(c)tilo- dedo dactilografia, datilografia<br />

deca- dez decaedro, decâmetro<br />

demo- povo democracia, demográfico<br />

derma(to)- pele dermatologista, dermatite


di- dois dissílabo, ditongo<br />

eco- casa, habitat ecologia, ecossistema<br />

ele(c)tro- (âmbar) eletricidade eletroímã<br />

ene(a)- nove eneagonal, eneágono<br />

ergo- trabalho ergofobia, ergógrafo<br />

esperma(to)- semente, sêmen espermograma, espermatozoide<br />

etio-, etimo- origem etiologia, etimologia<br />

etno- raça, nação etnologia, etonocentrismo<br />

filo- amigo, amante filologia, filosofia, filantropo<br />

fisio- natureza (normalmente física) fisionomia, fisiologia<br />

fono- voz, som fonologia, fonógrafo<br />

foto- fogo, luz fotosfera, fotografia<br />

gamo- casamento, união gamogênese, gamomania<br />

gastro- estômago gastrite, gastronomia<br />

gen(o)(ese)-<br />

origem, início, nascimento,<br />

família<br />

biogênese, genocídio<br />

geo- terra geografia, geoide<br />

gino-,<br />

ginecomulher<br />

ginecocracia, ginantropo<br />

gono- semente, esperma gonorreia, gonócito<br />

helio- sol heliocentrismo, heliografia<br />

hemo- sangue hemorragia, hemograma<br />

hepato- fígado hepatite, hepático<br />

hepta- sete heptágono, heptacampeão<br />

hetero- outro, diferente heterogêneo, heterossexual<br />

hexa- seis hexágono, hexacampeão<br />

hidro- água hidrogênio, hidrografia<br />

higro- umidade higrômetro, higroscópio<br />

hipno- sono hipnose, hipnotismo<br />

hipo- cavalo hipopótamo, hipódromo<br />

homeo-,<br />

homosemelhante<br />

homeopatia, homossexual<br />

icono- imagem iconoclasta, iconografia<br />

ictio- peixe ictiologia, ictiofagia<br />

iso- igual isósceles, isóbaro<br />

laringo- garganta, laringe laringalgia, laríngeo<br />

lito- pedra, rocha litografia, litogravura


macro- grande, longo macróbio, macrocosmo<br />

mani- loucura manicômio<br />

mega(lo)-<br />

muito grande, imenso<br />

megafone, megalomaníaco (alguns dicionaristas entendem que é um prefixo<br />

ou falso prefixo)<br />

melo- canto melodia, melomania<br />

meso- meio mesóclise, Mesopotâmia<br />

metrorelativo<br />

à mãe; matriz, útero;<br />

medida<br />

metrópole; metrorragia; metrologia<br />

micro- pequeno micróbio, microfone<br />

miria- dez mil, numeroso miríade, miriâmetro<br />

miso- ódio, aversão, impureza misantropia, misofilia<br />

mito- fábula, história mitologia, mitomania<br />

mnemo- memória, lembrança mnemônico, mnemonização<br />

mono- um só monarca, monobloco<br />

morfo- forma morfologia, morfossintaxe<br />

necro- Morto necrotério, necrofilia<br />

neo- novo neolatino, neologismo<br />

neuro-,<br />

nevronervo<br />

neurônio, nevralgia<br />

octo- oito octaedro<br />

odonto- dente odontologia, odontalgia<br />

oftalmo- olho oftalmologia, oftalmia<br />

oligo- pouco oligarquia, oligopólio<br />

onir(o)- sonho onírico, onirologia<br />

onomato- nome onomatopeia, onomatomancia<br />

ornito- ave ornitorrinco, ornitologia<br />

orto- reto, justo ortodoxo, ortografia<br />

oto- ouvido otite, otoscopia<br />

oxi- agudo, penetrante, ácido oxítono, oxidação<br />

paleo- antigo paleontologia, paleografia<br />

pan-,<br />

pant(o)-<br />

todos, tudo<br />

pan-americano, panteísmo<br />

pato- doença patologia, patogenia<br />

penta- cinco pentágono, pentacampeão<br />

piro- fogo pirotecnia, pirófago<br />

pneumo;<br />

(ato)-<br />

pulmão; ar, gás, espírito<br />

pneumonia, pneumatologia<br />

poli- muito, vários poliglota, polifonia


potamo- rio potamografia, Mesopotâmia<br />

proto- primeiro protozoário, protótipo<br />

pseudo- falso pseudônimo, pseudoliterário<br />

psico- alma, espírito psicologia, psiquiatria<br />

ptero- asa, coluna pterodáctilo, pterossauro<br />

quilo- mil quilograma, quilômetro<br />

quiro- mão quiromancia, quiromante<br />

rino- nariz rinoceronte, rinite<br />

rizo- raiz rizotônico, rizófago<br />

sema-,<br />

semiosinal,<br />

significado<br />

semáforo, semântica, semiologia<br />

sidero- ferro, aço siderurgia, siderografia<br />

sismo- terremoto sísmico, sismologia<br />

somato- corpo, matéria somatologia, somatizar<br />

tanato- morte tanatofobia, tanatofilia<br />

taqui- rápido taquicardia, taquigrafia<br />

tecno- arte, ofício tecnografia, tecnologia<br />

tele- distância telefone, telégrafo<br />

teo- deus, divindade teocentrismo, teocracia<br />

termo- calor, temperatura termômetro, termostato<br />

tetra- quatro tetraedro, tetracampeão<br />

tipo- figura, marca tipografia, tipologia<br />

topo- lugar topografia, topônimo<br />

tri- três trissílabo, tricampeão<br />

xeno- estranho, estrangeiro xenofobia, xenofilia<br />

xero- seco, sem umidade xerografia, xeroderma<br />

xilo- madeira, árvore, celulose xilogravura, xilofone<br />

zoo- animal zoologia, zoomorfização<br />

– 2 o Elemento da Composição<br />

Forma Sentido Exemplos<br />

-agogo que conduz pedagogo, demagogo<br />

-algia dor nevralgia, mialgia<br />

-arca que comanda; soberano monarca, patriarca<br />

-arquia comando, governo monarquia, anarquia<br />

-astenia fraqueza, esgotamento neurastenia, ergastenia<br />

-bata que anda, que vive em acrobata, nefelibata


-cefalo cabeça microcéfalo, autocéfalo<br />

-ciclo círculo, roda triciclo, bicicleta<br />

-cosmo mundo, universo macrocosmo, microcosmo<br />

-cracia poder democracia, burocracia<br />

-doxo crença, opinião ortodoxo, <strong>para</strong>doxo<br />

-dromo lugar <strong>para</strong> correr, curso, caminho hipódromo, sambódromo<br />

-edro base, fase poliedro, pentaedro<br />

-fagia ato de comer antropofagia, autofagia<br />

-fago que come antropófago, necrófago<br />

-filia, -filo amizade, apreço bibliofilia, cinefilia, pedófilo<br />

-fobia inimizade, ódio, temor, aversão claustrofobia, xenofobia<br />

-fobo que odeia, inimigo; que teme xenófobo, claustrofóbico<br />

-foro que leva ou conduz fósforo, sinesíforo<br />

-gamia casamento, união poligamia, monogamia<br />

-gamo casa bígamo, polígamo<br />

-gên(e)o que gera; que provém de heterogêneo, cancerígeno<br />

-gino relativo a mulher exógino, andrógino<br />

-glota; -glossa língua poliglota, isoglossa<br />

-gono ângulo pentágono, polígono<br />

-grafia escrita, descrição ortografia, caligrafia<br />

-grafo que escreve calígrafo, geógrafo<br />

-grama escrito, peso telegrama, quilograma<br />

-latr(i)a culto, veneração, vício idolatria, chocólatra<br />

-lito pedra, rocha aerólito, acrólito<br />

-logia discurso, estudo, coleção arqueologia, antologia, biologia<br />

-logo que fala ou trata diálogo, monólogo<br />

-mancia adivinhação quiromancia, cartomancia<br />

-mania loucura ninfomania, xenomania<br />

-metria medida biometria, densitometria<br />

-metro que mede pentâmetro, termômetro<br />

-morfo, -morfia que tem a forma polimorfo, zoomorfo, alomorfia<br />

-nomia lei, regra, divisão astronomia, taxonomia<br />

-nomo que regula, que age autônomo, agrônomo<br />

-ônimo nome sinônimo, antônimo<br />

-pedia educação, ensino enciclopédia, ortopedia<br />

-peia ato de fazer onomatopeia, epopeia


-pólis, -pole cidade Petrópolis, metrópole<br />

-ptero asa helicóptero, calóptero<br />

-scopia ato de ver macroscopia, artroscopia<br />

-scópio instrumento <strong>para</strong> ver microscópio, telescópio<br />

-sofia, -sofo sabedoria, sábio logosofia, filosofia<br />

-soma(o) corpo, matéria cromossomo, tripanossoma<br />

-stico linha macróstico, hemistíquio<br />

-tanásia morte eutanásia, cacotanásia<br />

-teca lugar onde se guarda, coleção biblioteca, discoteca<br />

-terapia cura fisioterapia, musicoterapia<br />

-tipo marca, modelo estereótipo, logotipo<br />

-tomia corte, divisão dicotomia, lobotomia<br />

-tono tensão, tom monótono, proparoxítono


Radicais Latinos<br />

Conheça mais alguns radicais que servem de 1 o e 2 o elemento de uma composição. Note que<br />

alguns radicais podem sofrer alomorfias.<br />

– 1 o Elemento da Composição<br />

Forma Sentido Exemplos<br />

agri- campo agricultura<br />

ambi- ambos ambidestro<br />

arbori- árvore arborícola<br />

bis-, bi- duas vezes bípede, bisavô<br />

calori- calor calorífero<br />

cruci- cruz crucifixo<br />

curvi- curvo curvilíneo<br />

duo- dois dual, duelo<br />

equi- igual equilátero, equidistante<br />

ferri-, ferro- ferro ferrífero, ferrovia<br />

igni- fogo ignífero, ignição<br />

loco- lugar locomotiva<br />

morti- morte mortífero<br />

multi- muito multiforme<br />

olei-, oleo- azeite, óleo oleígeno, oleoduto<br />

oni- todo onipotente<br />

pedi- pé pedilúvio<br />

pisci- peixe piscicultor<br />

pluri- muitos, vários pluriforme<br />

quadri-, quadru- quatro quadrúpede<br />

reti- reto retilíneo<br />

semi- metade semimorto<br />

tri- três tricolor<br />

– 2 o Elemento da Composição<br />

Forma Sentido Exemplos<br />

-cida que mata suicida, homicida<br />

-cola que cultiva, ou habita vinícola, silvícola<br />

-cultura ato de cultivar piscicultura, apicultura<br />

-fazer tornar algo em, causar liquefazer, estupefazer


-fero que contém, ou produz aurífero, carbonífero<br />

-ficar acarretar, transformar beatificar, edificar<br />

-fico que faz, ou produz benéfico, frigorífico<br />

-forme que tem forma de uniforme, cuneiforme<br />

-fugo que foge, ou faz fugir centrífugo, febrífugo<br />

-gero que contém, ou produz belígero, armígero<br />

-paro que produz ovíparo, multíparo<br />

-pede pé velocípede, palmípede<br />

-sono que soa uníssono, horríssono<br />

-vomo que expele ignívomo, fumívomo<br />

-voro que come carnívoro, herbívoro<br />

Obs.: Todos os morfemas indicativos de número são considerados radicais <strong>para</strong> a maioria<br />

dos gramáticos, como Celso Cunha. Sobre uni, bi/bis, tri, muitos gramáticos (como<br />

Bechara) e dicionaristas os consideram prefixos latinos. Além disso, não há consenso<br />

quanto à origem (gregos ou latinos) de alguns morfemas numéricos. Portanto, não ache<br />

estranho se o mesmo radical estiver entre os gregos e os latinos e entre os prefixos! Na<br />

falta de consenso, busque sempre “a melhor resposta” na hora da prova. Veja uma<br />

questão sobre isso:<br />

26. (FAB – EEAr – Sargento – 2007) A palavra que sofreu o mesmo processo de formação de supra-sumo é:<br />

a) manga-rosa<br />

b) trigêmeo<br />

c) belas-artes<br />

d) extra-oficial (gabarito)<br />

Comentário: Supra e extra são prefixos, indiscutivelmente. Note que “tri” não foi<br />

considerado prefixo pela banca, mas sim radical, ficando com a visão do Celso Cunha.<br />

Marque sempre a melhor resposta! Detalhe: segundo a nova ortografia, “extra-oficial” não<br />

se escreve mais com hífen.


Afixos<br />

Os afixos são morfemas derivacionais ligados ao radical e capazes de modificar o seu<br />

significado, formando palavras novas. Existem dois tipos: os prefixos e os sufixos.<br />

O prefixo vem antes do radical <strong>para</strong> ampliar sua significação e formar nova palavra. É bom<br />

dizer também que o prefixo pode mudar de sentido e de forma (alomorfia), a depender do<br />

contexto.<br />

Veja este exemplo: des + graça = desgraça (normalmente o prefixo des- indica ideia<br />

contrária). Já na palavra descair, o prefixo des- indica movimento lento de cima <strong>para</strong> baixo<br />

(O Sol descaía no horizonte.). Na palavra despedaçar, o prefixo des- significa partir, quebrar,<br />

dividir; em desinfeliz e desinquieto, o des- indica ênfase, intensificação. Percebeu a mudança<br />

de sentido? Percebeu também que uma palavra pode ter mais de um prefixo (des/in/feliz,<br />

des/in/quieto)? Interessante, não?<br />

Agora veja alguns casos de alomorfia do prefixo des-: decompor, decair, distenso,<br />

dissimetria, difundir, difícil etc. Alguns gramáticos não encaram como alomorfia, mas prefixos<br />

diferentes. Isso, <strong>para</strong> nós, não importa no dia da prova, pois as bancas estão mais interessadas<br />

em saber se você consegue perceber o sentido de um morfema em relação a outros. Mais<br />

ainda: normalmente as provas desejam saber qual é o “processo de formação da palavra”.<br />

Para que isso ocorra, precisamos ter uma boa base em cima do assunto do qual estamos<br />

tratando, ok? Continue firme!<br />

“E o sufixo?” Bem... o sufixo vem depois do radical <strong>para</strong> ampliar seu sentido e formar nova<br />

palavra. Normalmente o sufixo modifica a classe gramatical da palavra primitiva – Buda<br />

(substantivo) > budista (adjetivo). Lembra-se da música Zé Meningite, do grupo de pagode<br />

Revelação? Então, relembre:<br />

Zé Meningite já teve bronquite, leptospirose,<br />

Cancro, sarampo, catapora,<br />

Varíola, caxumba e gastrite.<br />

Tétano e hepatite, febre amarela e conjuntivite,<br />

Derrame cerebral, coqueluche e celulite.<br />

Faringite, doenças de chagas e labirintite.<br />

(...)<br />

O sufixo -ite, além de formador de palavras relativas à mineralogia (grafite, linhite,<br />

estalactite...), hoje é muito usado <strong>para</strong> indicar uma doença ou inflamação de algo, como<br />

bronquite (brônquio + ite; inflamação dos brônquios). Neste caso, o sufixo apenas formou<br />

nova palavra, ampliando o sentido da palavra primitiva, mas não houve mudança de classe<br />

gramatical: brônquio (substantivo) + ite = bronquite (substantivo). Ficou claro?<br />

“Quantos prefixos e sufixos existem, Pest?” Vejamos agora.


Prefixos Gregos<br />

Não entre na “pilha” de começar a decorar tudo. Não quero você enlouquecendo e odiando<br />

a gramática da língua portuguesa. Aos poucos, você vai se familiarizando com os prefixos<br />

gregos e latinos. Os prefixos com asteriscos (*) são bastante trabalhados em provas.<br />

Prefixos Sentido Exemplos<br />

* a-, an- privação; negação ateu, analfabeto, anestesia<br />

ana- repetição; se<strong>para</strong>ção; inversão; <strong>para</strong> cima análise, anatomia, anáfora, anagrama<br />

anfi- duplicidade; ao redor; de ambos os lados anfíbio, anfiteatro, anfibologia<br />

* anti- oposição, ação contrária<br />

antibiótico, anti-higiênico, antitérmico, antítese, antípoda,<br />

anticristo<br />

apo- se<strong>para</strong>ção; afastamento; longe de apogeu, apóstolo, apóstata<br />

* arqui-,<br />

arc(e)-<br />

posição superior; excesso; primazia<br />

arquitetura, arquipélago, arcebispo, arcanjo<br />

cata- movimento <strong>para</strong> baixo; a partir de; de acordo com catálise, catálogo, cataplasma, catadupa, catapulta<br />

dia- através de; ao longo de diafragma, diagrama, diálogo, diagnóstico<br />

di- duas vezes dipolo, dígrafo<br />

* dis-<br />

en-, em-,<br />

e-, endo-<br />

ex-, ec-,<br />

exo-, ecto-<br />

se<strong>para</strong>ção; negação, oposição; intensidade; ordem,<br />

arranjo; defeito, dificuldade; falta; dois<br />

posição interna; direção <strong>para</strong> dentro<br />

movimento <strong>para</strong> fora; posição exterior<br />

dissidência; difícil, discordar; dissimular; distribuir;<br />

dislexia, disenteria; dissimetria; dispermo<br />

encéfalo, emblema, elipse, endotérmico<br />

expatriado, exportar, êxodo, ecdêmico, eclipse,<br />

ectoplasma<br />

epi- posição superior; acima de; posterioridade epiderme, epílogo<br />

eu-, ev- excelência; perfeição; verdade euforia, evangelho<br />

* hemi- metade hemisfério<br />

* hiper- posição superior; intensidade hipérbole, hipertensão<br />

* hipo- posição inferior; insuficiência hipotrofia, hipotensão, hipodérmico<br />

meta- posteridade; através de; mudança metamorfose, metabolismo, metáfora, metacarpo<br />

* <strong>para</strong>- proximidade; ao lado; oposto a <strong>para</strong>doxo, <strong>para</strong>lelo, paródia, <strong>para</strong>sita<br />

peri- em torno de pericárdio, período, perímetro<br />

poli- multiplicidade; pluralidade polinômio, poliedro<br />

* pro- posição anterior prólogo, prognóstico<br />

sin-, sim- simultaneidade; reunião; resumo sinfonia, simbiose, simpatia, sílaba<br />

Obs.: Há uma leve diferença entre amoral (prefixo grego) e imoral (prefixo latino): a<br />

primeira palavra significa, segundo o Aulete, “carência de moral ou de senso de<br />

moralidade, seja por desconhecimento, seja por indiferença”; sobre a segunda, o mesmo


dicionário diz: “que contraria as regras da moralidade; que não é decente; indecente;<br />

vergonhoso”. Só de curiosidade: às vezes o prefixo a- é usado apenas por uma questão<br />

de eufonia, sem nada significar: amostrar é o mesmo que mostrar, por exemplo.


Prefixos Latinos<br />

Veja agora os prefixos latinos e suas principais acepções com exemplos. Os prefixos com<br />

asteriscos (*) são bastante trabalhados em provas.<br />

Prefixos Sentido Exemplos<br />

* ab-, abs-, a- exagero, afastamento; se<strong>para</strong>ção abuso, abster-se, abdicar, amovível<br />

ad-, a- aproximação; tendência; direção adjacente, adjunto, admirar, agregar<br />

ambi- duplicidade ambivalência, ambidestro<br />

* ante- posição anterior antebraço, anteontem, antepor<br />

bene-, em-, bem- bem; muito bom benevolência, benfeitor, bem-vindo, bem-estar<br />

* bis-, bi- duas vezes<br />

bisavô, biconvexo, bienal, bípede (<strong>para</strong> Celso Cunha, é<br />

radical, não prefixo)<br />

circum(n)- ao redor; movimento em torno circunferência, circum-adjacente<br />

cis- posição aquém cisandino, cisplatino, cisalpino<br />

* contra- oposição; ação contrária contra-ataque, contradizer<br />

com-, con-, co- companhia; combinação compartilhar, consoante, contemporâneo, coautor<br />

ex-, es-, e-<br />

*de-, des-, dismovimento<br />

<strong>para</strong> baixo; afastamento; ação<br />

contrária; negação<br />

movimento <strong>para</strong> fora; mudança de estado;<br />

se<strong>para</strong>ção<br />

decair, desacordo, desfazer, discordar, dissociar,<br />

decrescer<br />

exonerar, exportar, exumar, espreguiçar, emigrar, emitir,<br />

escorrer, estender<br />

extra- posição exterior; superioridade extraoficial, extraordinário, extraviar<br />

* in-, im-, i-, em-<br />

, em-, intra-,<br />

introposição<br />

interna; passagem <strong>para</strong> um estado;<br />

movimento <strong>para</strong> dentro; tendência; direção <strong>para</strong><br />

um ponto<br />

incisão, inalar, injetar, embelezar, impor, imigrar, enlatar,<br />

enterrar, embalsamar, intravenoso, intrometer,<br />

intramuscular<br />

* in-, im-, i- negação; falta intocável, impermeável, ilegal<br />

inter-, entre- posição intermediária; reciprocidade intercâmbio, internacional, entrelaçar, entreabrir<br />

justa- proximidade justapor, justalinear<br />

ob-, o- posição em frente, oposição ob-reptício, ocorrer, opor<br />

per- movimento através percorrer, perfurar<br />

pos- posição posterior; ulterioridade pós-escrito, pospor, postônico<br />

* pre- anterioridade; superioridade; intensidade prefixo, previsão, pré-história, prefácio<br />

proposição<br />

em frente; movimento <strong>para</strong> frente; em<br />

favor de<br />

proclamar, progresso, pronome, prosseguir<br />

* re- repetição; intensidade; reciprocidade realçar, rebolar, refrescar, reverter, refluir<br />

retro- <strong>para</strong> trás retroativo, retroceder, retrospectivo<br />

semi- metade semicírculo, semiconsoante, semianalfabeto<br />

soto(a)- posição inferior soto-mestre, sota-vento<br />

* sub-, sob-, subconjunto, subcutâneo, subsolo, sobpor, soterrar,


su(s)-, so- posição abaixo de; inferioridade; insuficiência suster, supor<br />

* super-, sobre-,<br />

supra-, suposição<br />

superior; excesso; além de<br />

superpopulação, sobreloja, suprassumo, sobrecarga,<br />

superfície, surreal<br />

tras-,<br />

trans-,<br />

tresatravés<br />

de; posição além de; mudança<br />

transbordar, transcrever, traspassar, tresloucado,<br />

tresmalhar<br />

ultra- além de; excesso ultrapassar, ultrassensível<br />

vice-, vis-, vizo- posição abaixo de; substituição vice-reitor, visconde, vice-cônsul, vizo-rei<br />

Seria excelente se as provas trabalhassem “sempre” a análise mórfica de uma palavra sob a<br />

visão sincrônica, isto é, no estágio atual da língua. “O que você está querendo dizer com<br />

isso?” Em outras palavras: normalmente as bancas pedem que se analise uma palavra com um<br />

prefixo que já se incorporou ao radical de tal maneira que ninguém mais consegue dissociar o<br />

prefixo do radical.<br />

Por exemplo, a palavra ignorante. Você vê algum prefixo nela? Todos diremos que a<br />

palavra ignorante vem do verbo ignorar. Ponto final. Certo? É aí que está... Sincronicamente<br />

falando, ou seja, analisando a palavra do modo como ela é vista hoje, diríamos que a palavra<br />

ignorar recebeu apenas um sufixo [-(a)nte], formando a palavra ignorante. Ela não recebeu<br />

prefixo nenhum!<br />

O problema é que algumas bancas exigem de você o conhecimento diacrônico da palavra,<br />

ou seja, a história da palavra, a saber: i- (prefixo de negação) + gno (radical; de gnôsis,<br />

conhecimento, em grego) + -(a)nte (sufixo que indica ação ou estado). Ou seja, exigem de<br />

você um conhecimento que não lhe cabe saber, isto é: o-ri-gi-nal-men-te a palavra ignorante<br />

tinha prefixo de negação.<br />

“Como proceder na prova?” Marque sempre a melhor opção. Exemplo: a banca pede <strong>para</strong><br />

você marcar a palavra que tem prefixo e lhe dá estas palavras: a) etnologia, b) fonética, c)<br />

hemorragia, d) protótipo, e) ignorante. Qual você marca? Letra E, com certeza! Por quê?<br />

Porque não há sequer uma opção com prefixo, exceto a E.<br />

Agora, “na boa”, tente retirar o prefixo; a palavra vai ficar: gnorante. Existe esta palavra?<br />

Seria o gnorante aquele que tem conhecimento em com<strong>para</strong>ção ao i/gnorante, que não tem<br />

conhecimento?!?! Pelo amor de Deus! Hoje em dia, ninguém deveria fazer esta análise<br />

diacrônica, ainda mais em prova de concurso.<br />

Isso tudo serve <strong>para</strong> mostrar que devemos fazer a análise mórfica de acordo com os fatos<br />

linguísticos atuais: ignorante vem de ignorar; o antigo prefixo (i-) já não é visto como prefixo<br />

hoje em dia, pois não é possível dissociá-lo do radical, tanto que o radical é: ignor-, que<br />

forma ignorar, ignorável, ignorante, ignorância etc.<br />

Maaaaaaas, no dia da prova, fique esperto com as pegadinhas e maldades das bancas!


Observe, por exemplo, esta questão:<br />

7. (TJ/RS – Tribunal de Justiça – Juiz Estadual – 2009) O prefixo que ocorre na palavra desativado também está presente<br />

em:<br />

a) reativado<br />

b) ativismo<br />

c) desastrado<br />

d) demasiado<br />

e) desventura<br />

Comentário: O gabarito foi a letra E, como deveria ser mesmo! Esta banca foi sensata,<br />

trabalhou com a noção de sincronia e não diacronia. Não obstante, se fizéssemos uma<br />

análise diacrônica (histórica) da palavra, caberia recurso. A palavra desastrado também<br />

apresenta (originalmente) um prefixo. Saiba mais: a palavra desastre vem de astro. Houve<br />

uma junção do prefixo “des-, dis-” (com ideia de oposição) + astro. Um desastre, então,<br />

era lá na origem uma catástrofe, um infortúnio atribuído à posição desfavorável de um<br />

planeta, segundo a astrologia. Agora, “na boa”, faz sentido dizer que desastrado tem<br />

prefixo, hoje em dia? Desastrado vem de desastre, e ponto final. O prefixo original (des-,<br />

dis-) já está incorporado ao radical de modo que desastr- é agora o radical! E, “<strong>para</strong> fechar<br />

o caixão”, como já dizia o gramático Sacconi, “algumas palavras entram em nossa língua já<br />

com o prefixo, é o caso de repetir, não existe petir”!<br />

Veja agora o quadro de correspondência entre prefixos gregos e latinos:<br />

Prefixos Gregos Prefixos Latinos Sentido Exemplos<br />

a, an des, in privação, negação anarquia, desigual, inativo<br />

anti contra oposição, ação contrária antibiótico, contraditório<br />

anfi ambi duplicidade, no entorno anfiteatro, ambivalente<br />

apo ab afastamento, se<strong>para</strong>ção apogeu, abstrair<br />

di bi(s) duplicidade dissílabo, bicampeão<br />

dia, meta trans movimento através diálogo, transmitir<br />

e(n)(m) i(n)(m) movimento <strong>para</strong> dentro encéfalo, ingerir, irromper<br />

endo intra movimento <strong>para</strong> dentro, posição interior endovenoso, intramuscular<br />

e(c)(x) e(s)(x) movimento <strong>para</strong> fora, mudança de estado êxodo, excêntrico, estender<br />

epi, hiper super, supra posição superior, excesso epílogo, supervisão, hipérbole, supradito<br />

eu bene excelência, perfeição, bondade eufemismo, benéfico<br />

hemi semi divisão em duas partes hemisfério, semicírculo<br />

hipo sub posição inferior hipodérmico, submarino<br />

<strong>para</strong> ad proximidade, adjunção <strong>para</strong>lelo, adjacência<br />

peri circum em torno de periferia, circunferência<br />

pro pre, ante anterioridade prólogo, preceder, anteceder


cata de movimento <strong>para</strong> baixo catavento, derrubar<br />

si(n)(m) cum simultaneidade, companhia sinfonia, silogeu, cúmplice<br />

Atualmente muitas palavras são formadas por derivação prefixal por meio de preposições<br />

(sem: sem-terra, sem-teto, sem-vergonha etc.) e advérbios (quase, não: quase contrato, quase<br />

delito, quase posse, não alinhado, não essencial, não agressão etc. – sem hífen com o não-, de<br />

acordo com o novo acordo ortográfico) que passaram a funcionar como prefixos.


Sufixos Greco-Latinos<br />

Como já sabemos, o sufixo vem após o radical. Existem muitos sufixos. Não fique<br />

<strong>para</strong>noico tentando gravar tudo. Vá aos poucos internalizando.<br />

Existem sufixos nominais (formadores de substantivos e adjetivos), sufixos verbais<br />

(formadores de verbo) e sufixo adverbial. Pode haver mais de um sufixo na mesma palavra:<br />

lamentar + -vel = lamentável + -mente = lamentavelmente.<br />

Em suma, eles podem ser: 1) aumentativos; 2) diminutivos; 3) sufixos que formam<br />

substantivos derivados de outros substantivos; 4) sufixos que formam substantivos abstratos<br />

derivados de adjetivos; 5) sufixos que formam substantivos abstratos derivados de outros<br />

substantivos e adjetivos; 6) sufixos que formam substantivos e adjetivos derivados de outros<br />

substantivos e adjetivos; 7) sufixos que formam substantivos e adjetivos derivados de verbos;<br />

8) sufixos que formam verbos derivados de substantivos e de adjetivos; 9) sufixos que formam<br />

adjetivos derivados de substantivos; 10) sufixos que formam adjetivos derivados de verbos;<br />

11) sufixos que indicam o superlativo dos adjetivos e 12) sufixo adverbial.<br />

1) Aumentativos<br />

–aço(a): barcaça, louraça, morenaço<br />

–alho(a): muralha, gentalha, politicalho<br />

–alhão: grandalhão, facalhão<br />

–ama: poeirama, dinheirama<br />

–anzil: corpanzil<br />

–(z)ão: lobão, caldeirão, apertão, bofetão, calorão, bonzão, amarelão, azulão...<br />

–arra: bocarra, bicarra<br />

–astro: poetrasto, politicastro<br />

–arraz: fatacaz, pratarraz<br />

–ázio: copázio, balázio<br />

–aréu: fogaréu, povaréu<br />

–eima: guloseima, boleima<br />

–ento: farturento, corpulento<br />

–eirão: vozeirão, chapeirão<br />

–ola: beiçola<br />

–orra: cabeçorra, cachaporra<br />

–uço(a): dentuça, dentuço<br />

–udo: pançudo, maçudo<br />

–zarrão: homenzarrão, canzarrão<br />

Obs.: Vale destacar que os sufixos aumentativos não só têm valor dimensivo, mas também


afetivo, expressivo, pejorativo, irônico etc., como você pôde perceber pelos exemplos.<br />

Principalmente nos registros coloquial e literário da língua, em que a estilística<br />

prevalece, tais sufixos (o -ão, precipuamente) podem se fixar a qualquer classe<br />

gramatical <strong>para</strong> indicar determinada ideia: “Ela tem bundão, coxão e pernão.” / “É de<br />

mulherão assim que eu gosto.” / “Ele é um bundão.” / “Você é um bobão, chegou<br />

cedão.” / “João tem um carrão”. / “Eu amo você, meu paizão!”. Falarei mais sobre isso<br />

no capítulo de substantivo.<br />

2) Diminutivos<br />

– acho(a): riacho, fogacho<br />

– ebre: casebre<br />

– eco(a): jornaleco, soneca, padreco<br />

– ela: viela, rodela<br />

– (z)elho(a): fedelho, rapazelho<br />

– ejo: lugarejo, vilarejo<br />

– ete: artiguete, boquete, falsete<br />

– eto(a): saleta, boceta, folheto<br />

– ilha: cartilha, esquadrilha<br />

– icho(a): cornicho, barbicha<br />

– (z)ito(a): Manuelito, cãozito, cabrita<br />

– ino(a): pequenina, violino<br />

– im: espadim, flautim<br />

– (z)inho: copinho, computadorzinho, amiguinho, beicinho, gracinha, filminho<br />

– isco: asterisco, chuvisco<br />

– oca: engenhoca, bitoca<br />

– ote(a): filhote, serrote, velhote<br />

– ola: rapazola, fazendola, portinhola<br />

– usco(a): chamusco<br />

– ucho(a): gorducho, papelucho<br />

Estes são eruditos (vindos diretamente de alguma língua, normalmente do latim):<br />

– ículo(a): cubículo, gotícula<br />

– ulo(a): glóbulo, grânulo<br />

– únculo(a): questiúncula, molécula<br />

– úsculo(a): corpúsculo, opúsculo<br />

Obs.: Vale destacar que os sufixos diminutivos não só têm valor dimensivo, mas também<br />

afetivo, expressivo, pejorativo, irônico etc., como você pôde perceber pelos exemplos.


Principalmente nos registros coloquial e literário da língua, em que a estilística<br />

prevalece, tais sufixos (o -inho, precipuamente) podem se fixar a qualquer classe<br />

gramatical <strong>para</strong> indicar determinada ideia: “Esta mulherzinha não vale nada.” /<br />

“Guarde esta lembrancinha.” / “Amorzinho, dá <strong>para</strong> calar a boquinha?” / “Que<br />

gatinha!” / “Olha, agorinha vou te atender!” / “Ela é branquinha, né?” / “Que timinho<br />

de nada!”. Falarei mais sobre isso no capítulo de substantivo.<br />

3) Sufixos que formam substantivos derivados de outros substantivos<br />

–ada: ação ou resultado de ação enérgica, coleção, golpe, marca feita com instrumento,<br />

produto alimentar, duração, porção: freada, unhada, bolada, papelada, facada, goiabada,<br />

laranjada, noitada, temporada, invernada, colherada, pincelada...<br />

–ado, -ato: dignidade, cargo, jurisdição, instituição, corporação, classe: papado, almirantado,<br />

doutorado, bispado, califado, proletariado, baronato, cardinalato, condado...<br />

–agem: ação ou resultado de ação, coleção: voragem, imagem, vadiagem, aprendizagem,<br />

folhagem, plumagem...<br />

–al: coleção, quantidade, cultura de vegetais: areal, pantanal, pombal, arrozal, bananal...<br />

–alha: coletivo (sentido pejorativo): canalha (de cães), gentalha, parentalha...<br />

–ama, -ame: coleção, quantidade: dinheirama, gentama, courama, mulherame, cordame...<br />

–ana: se junta ao nome de uma pessoa notável <strong>para</strong> indicar uma coleção dos seus pensamentos<br />

ou ditos, ou de várias edições das suas obras: A Biblioteca Nacional tem uma valiosa<br />

Camoniana; feminino de alguns nomes: sultana (de sultão), Sebastiana (de Sebastião), Juliana<br />

(de Julião), Adriana (de Adrião), Romana (de Romão), Joana (de João).<br />

–aria, -eria: atividade, estabelecimento comercial, ramo de negócio, coleção, ação própria de<br />

certos indivíduos: cavalaria, chapelaria, livraria, pedraria, bruxaria, infantaria, patifaria,<br />

gritaria, leiteria, infantaria, sorveteria...<br />

–ário, -eiro(a): profissão, ofício, ocupação, lugar onde se guardam coisas, coleção, relação,<br />

árvore, arbusto, intensidade, objeto de uso: operário, bancário, vestiário, rimário, anedotário,<br />

calcário, barbeiro, copeira, açucareiro, tinteiro, formigueiro, viveiro, abacateiro, laranjeira,<br />

coleira, pulseira...<br />

–edo: plantação, lugar onde crescem vegetais, noção coletiva, objeto de grande vulto:<br />

arvoredo, vinhedo, passaredo, penedo, rochedo...<br />

–ia: dignidade, profissão, cargo, lugar, afecção, moléstia, coleção: chefia, advocacia,<br />

coletoria, delegacia, oftalmia, miopia, confraria, diretoria...<br />

–ite: designativo de doença inflamatória do órgão, tecido etc. a que se refere o radical:<br />

apendicite, artrite, amigdalite, bronquite, otite, gastrite...<br />

–ugem: semelhança, porção, quantidade: rabugem, ferrugem, babugem, lanugem, pelugem...


–ume: coleção, ação ou resultado da ação, condição: cardume, negrume, azedume, curtume,<br />

queixume...<br />

4) Sufixos que formam substantivos abstratos derivados de adjetivos (podem indicar<br />

ação, estado, qualidade, condição, sentimento, capacidade, conjunto, período)<br />

–dade: bondade, criatividade, ruindade, normalidade, orfandade, lealdade, humanidade,<br />

mensalidade...<br />

–(i)dão: gratidão, pretidão, mansidão, lassidão, solidão, retidão...<br />

–ez: insensatez, surdez, mudez, altivez, honradez, mesquinhez,<br />

–eza: beleza, avareza, riqueza, safadeza, tristeza, magreza...<br />

–ia: alegria, euforia, acefalia, bulimia, burguesia, chefia, astronomia, procuradoria,<br />

anomalia...<br />

–ice: doidice, meninice, velhice, tolice, babaquice, mineirice... Tal sufixo passa uma ideia<br />

pejorativa.<br />

–ície: calvície, imundície...<br />

–or: dulçor, negror, alvor, amargor...<br />

–(i)tude: altitude, lassitude, juventude, magnitude...<br />

–ura: alvura, doçura, negrura, formosura, ternura, brancura...<br />

5) Sufixo que forma substantivos abstratos derivados de outros substantivos e adjetivos<br />

–ismo: formador de nomes de doutrinas, princípios, teorias e sistemas filosóficos, religiosos,<br />

artísticos, científicos, econômicos e políticos ou de governo: animismo, existencialismo,<br />

instrumentalismo, materialismo, platonismo, pragmatismo, anabatismo, ateísmo, druidismo,<br />

espiritualismo, estruturalismo, classicismo, acidentalismo, humoralismo, capitalismo,<br />

comunismo, liberalismo, mercantilismo, neoliberalismo, absolutismo, anarquismo, fascismo,<br />

maquiavelismo, revisionismo, socialismo, cubismo, expressionismo, fovismo, futurismo,<br />

impressionismo, modernismo, romantismo, simbolismo, surrealismo, budismo, catolicismo,<br />

espiritismo, islamismo, judaísmo, metodismo, umbandismo, autoritarismo, descentralismo,<br />

feudalismo, parlamentarismo, pluripartidarismo, presidencialismo, castrismo, chaguismo,<br />

fidelismo, franquismo, getulismo, lacerdismo, salazarismo. Outras noções: “caráter ou<br />

qualidade de um povo, ou as características ou costumes que lhes são próprios”; “o sentimento<br />

de amor desse povo à sua pátria ou região (cidade, estado etc.)”; “ o conjunto dos indivíduos<br />

dessa nação, região, cidade etc.”: americanismo, baianismo, britanismo, espanholismo,<br />

mineirismo; “modo de escrever ou falar próprio de uma língua” ou “palavra, expressão ou<br />

estrutura característica de dada língua ou de uma variante/variedade linguística”: açorianismo,<br />

anglicismo, angolanismo, brasileirismo, galicismo, helenismo, latinismo, lusismo,<br />

regionalismo, tupinismo; “pronúncia viciosa”: lambdacismo, rotacismo; “comportamento,<br />

procedimento ou ação de”: acacianismo, aristocratismo, arrivista, banditismo, carolismo,


chaleirismo, companheirismo, fanatismo, heroísmo, inconformismo, machismo, maucaratismo,<br />

radicalismo, vandalismo, vedetismo; “comportamento, condição, opção ou<br />

preferência sexual de”: bissexualismo, homossexualismo, lesbianismo; “dada ação ou<br />

comportamento que constitui proteção (ou favoritismo)”: aciolismo, afilhadismo, clientelismo,<br />

favoritismo, nepotismo, paternalismo, coronelismo; “ato ou prática de”: terrorismo; “esporte,<br />

prática ou modalidade esportiva”: aeromodelismo, atletismo, ciclismo, iatismo, pugilismo,<br />

skatismo; “doença, quadro ou estado mórbidos ou condição patológica”: acefalismo,<br />

atimismo, favismo, linfatismo, menierismo, parkinsonismo, raquitismo, reumatismo,<br />

sonambulismo; “vício ou estado patológico derivante de vício ou intoxicação (ou<br />

envenenamento)”: absintismo, alcoolismo, barbiturismo, ergotismo, iodismo, morfinismo,<br />

plumbismo, tabagismo; “qualidade, estado, característica ou condição de”: analfabetismo,<br />

automatismo, barbarismo, celibatarismo, irrealismo, laicismo, mutismo; “propriedade”:<br />

acromatismo, actinismo, antiferromagnetismo, aplanetismo, autotrofismo, ferromagnetismo;<br />

“sentimento ou estado de espírito de (indivíduo com dada qualidade)”: ceticismo,<br />

indiferentismo, macambuzismo, nervosismo, saudosismo; “amor (exacerbado ou não) ou<br />

devoção a”: chauvinismo, humanitarismo, narcisismo, patriotismo, tradicionalismo. (Fonte:<br />

Aulete)<br />

6) Sufixo que forma substantivos e adjetivos derivados de outros substantivos e adjetivos<br />

–ista: partidário ou simpatizante de doutrina, escola, seita, teoria ou princípio artístico,<br />

filosófico, político ou religioso; ocupação, ofício; nomes gentílicos: realista, positivista,<br />

anarquista, socialista, fascista, budista, batista, moralista, criticista, violinista, tenista,<br />

maquinista, dentista, artista, sulista, paulista, nortista, santista, calculista...<br />

7) Sufixos que formam substantivos e adjetivos derivados de verbos<br />

–ança, -ância, -ença, -ência: ação ou resultado da ação, estado: esperança, lembrança,<br />

matança, ocorrência, dolência, violência, vingança, ignorância, observância, tolerância,<br />

descrença, diferença, presença, ausência, anuência...<br />

–nte: agente: despachante, estudante, navegante, combatente, ouvinte, pedinte, cadeirante<br />

(exceção)...<br />

–ão, -ção, -são: ação ou resultado da ação: arranhão, puxão, traição, nomeação, extensão,<br />

agressão, visão, prisão...<br />

–or(a), -eira: ofício, profissão, agente, instrumento de ação: armador, trabalhador, regador,<br />

espectador, inspetor, leitor, produtor, interruptor, professor, confessor, agressor, ascensor,<br />

espectadora, trabalhadora, arrumadeira, passadeira...<br />

–douro, -tório: ação, lugar da ação, instrumento da ação: bebedouro, suadouro, lavatório,<br />

laboratório, vomitório, dormitório...<br />

–(d)ura, -(t)ura, -(s)ura: ação, instrumento de ação, resultado de ação: semeadura, ligadura,


atadura, tintura, criatura, clausura, mensura, manufatura...<br />

–mento: ação ou resultado da ação: acolhimento, juramento, ferimento, sentimento,<br />

sortimento...<br />

8) Sufixos que formam verbos derivados de substantivos e de adjetivos<br />

–ear, -ejar: transformação, repetição, mudança de estado: cabecear, balancear, verdear,<br />

folhear, gotejar, verdejar, velejar, pestanejar...<br />

–açar: frequência, ação: envidraçar,<br />

esvoaçar, espicaçar...<br />

–ecer, -escer: transformação, mudança de estado: amanhecer, amarelecer, envelhecer,<br />

anoitecer, rejuvenescer, florescer...<br />

–entar: qualidade, estado: apoquentar, amolentar, amamentar, afugentar, aformosentar...<br />

–icar, -iscar: diminutivo, repetição: bebericar, adocicar, mordiscar, chuviscar, lambiscar...<br />

–ilhar, -inhar: diminutivo, repetição: dedilhar, fervilhar, escrevinhar, cuspinhar...<br />

–itar, -izar: diminutivo, repetição, causar mudança de estado: dormitar, saltitar, civilizar,<br />

utilizar, organizar, vulgarizar...<br />

Obs.: Muitos gramáticos e dicionaristas entendem que a terminação -ar de um verbo<br />

advindo de uma palavra primitiva é um sufixo verbal: forma + ar > formar, pele/pelo +<br />

ar > pelar.<br />

9) Sufixos que formam adjetivos derivados de substantivos<br />

–aco: estado íntimo, natureza, origem: demoníaco, maníaco, austríaco, cardíaco...<br />

–ado: provido de, quem tem caráter ou forma de: barbado, ciliado, desastrado, avermelhado,<br />

amarelado, acebolado...<br />

–aico: referência, pertinência: judaico, prosaico, galaico, hebraico, arcaico...<br />

–al, -ar: referência, típico de: genial, conjugal, papal, imortal, constitucional, escolar,<br />

familiar...<br />

–ão, -ano: providência, origem, característica, ofício, profissão, relativo a, partidário de,<br />

adepto de: alemão, pagão, coimbrão, aldeão, romano, sergipano, darwiniano, byroniano...<br />

–ário, -eiro: relação, posse, ofício, profissão, agente, instrumento de ação, lugar, árvore,<br />

intensificação, objeto, noção coletiva, origem: banqueiro, galinheiro, laranjeira, nevoeiro,<br />

cinzeiro, formigueiro, partidário, sectário, diário, fracionário, caseiro, mineiro, rueiro,<br />

festeiro, noveleiro, fofoqueiro... em alguns casos o sufixo -eiro passa uma ideia pejorativa.<br />

–engo: relação, pertinência, posse: avoengo, molengo, mulherengo...<br />

–enho: semelhança, procedência, origem: ferrenho, portenho, panamenho...<br />

–eno: referência, origem: terreno, chileno, nazareno...


–ense, -ês: relação, procedência, origem: piauiense, maranhense, palmeirense, parisiense,<br />

fluminense, português, francês, chinês, pedrês, japonês...<br />

–âneo: relativo a, em lugar, em tempo, em condição semelhante a: cutâneo, contemporâneo,<br />

litorâneo, instantâneo...<br />

–ento, -(l)ento: provido ou cheio de, que tem o caráter de: barrento, virulento, poeirento,<br />

barulhento, ciumento, avarento, purulento, corpulento, peçonhento, melento, grudento... em<br />

alguns casos, o sufixo -ento <strong>para</strong> uma ideia pejorativa<br />

–eo: relação, semelhança, matéria: róseo, férreo, argênteo, plúmbeo...<br />

–esco, -isco: relação com, referência, qualidade: grotesco, quixotesco, parentesco, gigantesco,<br />

dantesco, mourisco, flandrisco...<br />

–ético: relativo, próprio de, que sofre de: frenético, morfético, aidético...<br />

–este, -estre: relação com: agreste, celeste, silvestre, terrestre, pedestre...<br />

–eu: relação, origem, procedência, constituição: jubileu, europeu, judeu, hebreu, saduceu...<br />

–ício: relação, referência: natalício, patrício, alimentício...<br />

–ico: participação, referência, relação, procedência: quimérico, geométrico, melancólico,<br />

bíblico, aromático, rústico, asiático, problemático, britânico, ibérico...<br />

–il: referência, relação: senhoril, febril, mulheril, servil...<br />

–ino: semelhança, relação, origem, natureza: diamantino, cristalino, marroquino, londrino,<br />

albino...<br />

–ita: origem, pertinência; mineralogia: israelita, jesuíta, saudita, iemenita; bauxita, azurita...<br />

–onho: que causa ou produz, que pratica: medonho, enfadonho, risonho, tristonho...<br />

–oso: provido ou cheio de; que provoca ou produz: medroso, saudoso, venenoso, apetitoso,<br />

assombroso, clamoroso, vergonhoso...<br />

–udo: provido ou cheio de: carnudo, barbudo, peludo, pontudo, bicudo, narigudo...<br />

10) Sufixos que formam adjetivos derivados de verbos<br />

–nte: ação, qualidade, estado: amante, despachante, semelhante, tolerante, resistente, poente,<br />

crescente, ouvinte, constituinte, seguinte...<br />

–(á)vel, -(í)vel: digno de, passível de praticar ou sofrer uma ação: durável, amável, palpável,<br />

louvável, desejável, perecível, punível, sensível, removível...<br />

–io, -iço, -ício, -ivo: referência, modo de ser, tendência, aproximação: lavradio, erradio,<br />

escorregadiço, fugidio, escorregadiço, achadiço, movediço, acomodatício, prestativo,<br />

pensativo, lucrativo, fugitivo, afirmativo, negativo...<br />

–doiro, -douro, -tório: pertinência, ação: casadoiro, vindoiro, vindouro, duradouro,<br />

morredouro, emigratório, satisfatório, expiatório, pre<strong>para</strong>tório...<br />

11) Sufixos que indicam o superlativo dos adjetivos<br />

–íssimo: este sufixo tem grande vitalidade na língua: lindo + íssimo = lindíssimo; inteligente


+ íssimo = inteligentíssimo.<br />

Obs.: Muitas vezes o adjetivo reassume a forma latina com o acréscimo deste sufixo. Os<br />

adjetivos terminados em -vel, por exemplo: notável (notabilis) + íssimo =<br />

notabilíssimo; os terminados em -z: feliz (felicis) + íssimo = felicíssimo; os terminados<br />

em -m: bom (bônus) + íssimo = boníssimo; os terminados em -ão: pagão (paganus) +<br />

íssimo = paganíssimo. Quando o adjetivo em sua forma normal termina em -io, o sufixo -<br />

íssimo só elimina a última vogal; exemplo: sério + íssimo = seriíssimo. Conheça outros<br />

adjetivos acompanhados deste sufixo no capítulo de adjetivos.<br />

–(l)imo: fácil + imo = facílimo; ágil + imo = agílimo; também o sufixo é colocado junto a<br />

formas eruditas: humilde (humilis) + imo = humílimo.<br />

Obs.: Vale a pena dizer que o sufixo mais usado no português é -íssimo, portanto podemos<br />

colocar tal sufixo ligado a quase todas as palavras; exemplo: agilíssimo, humildíssimo,<br />

negríssimo, magríssimo etc. Muitos gramáticos (Bechara, por exemplo) corroboram<br />

estas formas vernáculas.<br />

–(r)imo: este sufixo se liga a formas latinas (= eruditas): negro (niger) + (r)imo = nigérrimo;<br />

pobre (pauper) + (r)imo = paupérrimo; magro (macer) + (r)imo = macérrimo (a forma<br />

magérrimo já encontra registro no VOLP, mas a maioria considera brasileirismo).<br />

12) Sufixo adverbial (só há um): -mente<br />

Por se tratar de uma forma feminina na sua origem latina, o sufixo -mente se junta a<br />

adjetivos femininos, a adjetivos uniformes e numerais femininos.<br />

Adjetivos femininos: bela + mente = belamente; relaxada + mente = relaxadamente<br />

Adjetivos uniformes (apresentam apenas uma forma <strong>para</strong> o masculino e <strong>para</strong> o feminino):<br />

suave + mente = suavemente; fiel + mente = fielmente<br />

Numerais femininos: primeira + mente = primeiramente; segunda + mente =<br />

segundamente<br />

Obs.: Cegalla, Celso Cunha, Lindley Cintra e outros dizem que portuguesmente e<br />

burguesmente são formas corretas, pois derivam de adjetivos terminados em -ês. Estes<br />

últimos gramáticos adiantam ainda: “O fato tem explicação histórica: tais adjetivos eram<br />

outrora uniformes, uniformidade que alguns deles, como pedrês e montês, ainda hoje<br />

conservam. Assim: um galo pedrês, uma galinha pedrês; um cabrito montês, uma cabra<br />

montês. A formação adverbial continua a seguir o antigo modelo.”


Ufa! Fechamos sufixos!<br />

Ah! Antes que eu me esqueça: a vogal -o ou -a (desinências) que termina os sufixos pode<br />

indicar o gênero masculino ou feminino das palavras (lindíssimo, lindíssima). Fique atento a<br />

isso! Para quem não tem ideia do que seja desinência, continue lendo. Será explicado agora.


Desinências<br />

Desinências são morfemas flexionais colocados após os radicais. Apenas indicam, no caso<br />

dos nomes, o gênero e o número das palavras; no caso dos verbos, indicam o modo, o tempo,<br />

o número e a pessoa. Tais morfemas não formam novas palavras, mas flexionam, variam,<br />

mudam levemente a forma da mesma palavra, indicando certos aspectos. Portanto, não<br />

confunda desinência com sufixo!<br />

Elas podem ser nominais ou verbais.<br />

Nominais<br />

As desinências -o (masculino) e -a (feminino) indicam o gênero: aluno e aluna, gato e gata,<br />

lobo e loba, cachorro e cachorra, menino e menina etc.<br />

Tais desinências servem <strong>para</strong> indicar o sexo do ser (pessoa ou animal). Elas não só<br />

aparecem em substantivos, mas também em adjetivos, pronomes e numerais: bonito/bonita,<br />

nosso/nossa, primeiro/primeira etc.<br />

Obs.: Aviso logo de cara: se você não está interessado em se aprofundar, nem leia esta<br />

observação toda, leia apenas o trecho em azul. Se quiser ler tudo, prepare-se!<br />

Gramáticos importantes (Mattoso Câmara Jr., Manoel P. Ribeiro, J. C. Azeredo, C. P.<br />

Luft, L. A. Sacconi, Evanildo Bechara, Rocha Lima etc.) entendem que não existe<br />

desinência de gênero masculino; o -o de menino seria, <strong>para</strong> eles, uma vogal temática.<br />

Eles argumentam que muitas palavras não terminam em -o e, mesmo assim, marcam o<br />

gênero masculino da palavra: mestre (mestra), elefante (elefanta), presidente<br />

(presidenta), cantor (cantora), juiz (juíza) etc. Essa análise faz sentido, pois, se não há<br />

terminação específica <strong>para</strong> indicar o gênero, por que encarar o -o como desinência de<br />

gênero? Ou, então, será preciso admitir que o -e também é desinência de gênero<br />

masculino. Trocando em miúdos, só existe a desinência de gênero feminino (-a). Assim<br />

como a palavra no singular não tem desinência <strong>para</strong> marcar o singular, o mesmo se dá<br />

com a palavra no masculino, isto é, sabe-se que uma palavra está no masculino porque<br />

há uma correspondência no feminino. Esta discussão é acadêmica, mas é bom ressaltar<br />

as duas visões, pois, se alguém da banca resolver trabalhar maldosamente em cima<br />

disso, muitos cairão, menos você, que agora sabe que -o pode ser 1) desinência de<br />

gênero masculino ou 2) vogal temática. Dependerá da visão do gramático. Além disso,<br />

nunca é demais dizer que existem palavras que fogem à “regra” da desinência: atriz,<br />

condessa, poetisa, czarina, chinesa (as terminações (sufixos, <strong>para</strong> alguns linguistas) -riz,<br />

-essa, -isa, -ina, -esa indicam o gênero feminino); avó (o timbre aberto indica o gênero<br />

feminino); cabra, vaca, nora, mulher (outro radical <strong>para</strong> indicar o gênero feminino;


heteronímia). Como se viu, não existem só as desinências de gênero como forma de<br />

marcar o gênero da palavra e, consequentemente, o sexo, no caso de ser humano ou<br />

animal, é claro.<br />

A desinência -s (plural) indica o número (plural): alunos e alunas, gatos e gatas etc.<br />

Tal desinência serve <strong>para</strong> indicar a quantidade (mais de um) de seres (pessoas e não<br />

pessoas). Ela não só aparece em substantivos, mas também em adjetivos, pronomes e<br />

numerais: bonitos/bonitas, nossos/nossas, primeiros/primeiras etc.<br />

Fique atento, pois as palavras terminadas em -r e -z e algumas terminadas em -l, -n, -s<br />

apresentam -es como terminação de plural: hambúrgueres, flores, vezes, gravidezes, males,<br />

cônsules, hífenes, glútenes, meses, deuses etc. Alguns estudiosos até se atrevem a dizer que -<br />

es é desinência de número, mas a esmagadora maioria está convencida de que apenas -s é<br />

desinência de número! Logo, em hambúrgueres, flores, vezes, gravidezes, males, cônsules,<br />

hífenes, glútenes, meses, deuses etc., o -e é apenas uma vogal temática. “Mas o que é uma<br />

vogal temática?” Relaxa! Você vai entender o que é no próximo tópico.<br />

Vale dizer que muitas palavras não variam em gênero: “prato, mata, povo, bolso etc.” Existe<br />

prata (feminino de prato?), mato (masculino de mata?), pova (sem comentários!), bolsa<br />

(feminino de bolso?)? Isso vale também <strong>para</strong> a variação em número: “lápis, ônibus, atlas,<br />

pires etc.” Tais palavras não variam em número (Ou existem lápises, ônibuses, átlases,<br />

píreses?!).<br />

Verbais<br />

Existem as desinências modo-temporais (DMTs) e as desinências número-pessoais<br />

(DNPs).<br />

As DMTs marcam a flexão do verbo <strong>para</strong> indicar as noções de certeza, fato (modo<br />

indicativo) e incerteza, hipótese (modo subjuntivo), tempo passado (pretérito perfeito,<br />

imperfeito e mais-que-perfeito), presente e futuro (do presente e do pretérito).<br />

Como você vai ver na tabela a seguir, além de não haver DMTs em todos os tempos e<br />

modos, algumas desinências alomórficas do modo indicativo estão entre parênteses.<br />

Tempo<br />

Modo<br />

Indicativo<br />

Modo<br />

Subjuntivo<br />

Formas<br />

Nominais<br />

Presente (1 a conj.) --- e Infinitivo<br />

Presente (2 a e 3 a conj.) --- a r<br />

Perfeito --- ---<br />

Imperfeito (1 a conj.) va (ve) sse Gerúndio<br />

Imperfeito (2 a e 3 a conj.) a (e) sse ndo


Mais-que-perfeito ra (re) (átono) ---<br />

Futuro do presente ra (re) (tôn.) --- Particípio<br />

Futuro do pretérito ria (rie) --- (a/i)do*<br />

Futuro do subjuntivo r<br />

As DMTs dos verbos no modo imperativo são iguais às do subjuntivo (e/a), aparecendo na 3 a pessoa do singular, na 1 a pessoa do<br />

plural e na 3 a pessoa do plural.<br />

* Para muitos gramáticos, o a e o i do particípio são vogais temáticas; a desinência de<br />

particípio (-do) pode sofrer alomorfia, dependendo do verbo (exemplo: pôr > posto; imprimir<br />

> impresso).<br />

As DNPs marcam a flexão do verbo <strong>para</strong> indicar as noções de quantidade (número) e<br />

emissor (1 a pessoa), receptor (2 a pessoa), referente (3 a pessoa). Vêm após as DMTs. Não há<br />

DNPs em todos os tempos e modos. Vejamos:<br />

Tempo Singular Plural<br />

Presente indicativo 1 a p.: o / 2 a p.: s 1 a p.: mos / 2 a p.: is / 3 a p.: m<br />

Pretérito perfeito do indicativo 1 a p.: i / 2 a p.: ste 3 a p.: u 1 a p.: mos / 2 a p.: stes / 3 a p.: ram<br />

Futuro do presente do indicativo 1 a p.: i / 2 a p.: s 1 a p.: mos / 2 a p.: is / 3 a p.: o<br />

Futuro do subjuntivo e Infinitivo flexionado 2 a p.: es 1 a p.: mos / 2 a p.: des / 3 a p.: em<br />

Imperativo afirmativo --- a p.: mos / 2 a p.: i, de<br />

Obs.: Os tempos que aqui não foram mencionados (pretérito imperfeito, mais-que-perfeito,<br />

futuro do pretérito, presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do subjuntivo) seguem<br />

um modelo (<strong>para</strong>digma) de desinências: 2 a pessoa do singular: -s, 1 a pessoa do plural: -<br />

mos, 2 a pessoa do plural: -is e 3 a pessoa do plural: -m. Um detalhe importante: alguns<br />

estudiosos chamam (adequadamente, diga-se de passagem) as DNPs do pretérito<br />

perfeito do indicativo de “cumulativas”, pois elas acumulam a função de marcar não só<br />

o número e a pessoa mas também o modo e o tempo, como se fossem DMTs. Eu falei<br />

“como se fossem”!


Vogal Temática<br />

A vogal temática (VT) vem imediatamente após o radical <strong>para</strong> ligá-lo à desinência de<br />

número ou aos sufixos. Com ela, a palavra passa a ter um bom som (eufonia). Veja algumas<br />

informações importantes sobre VTs (nos nomes e nos verbos):<br />

VTs nominais<br />

O conjunto radical + vogal temática recebe o nome de tema: beij + o = beijo (tema).<br />

As VTs -a, -e, -o, quando átonas finais, como em “casa, leve, povo”, são vogais temáticas<br />

nominais. É a essas VTs que se liga a desinência indicadora de plural ou sufixos: povo-s,<br />

leve-s, casa-s; povo-ado, leve-mente, casa-mento.<br />

Obs.: 1) O -a só será desinência de gênero se opuser masculino a feminino (garoto/garota).<br />

2) As VTs -e e -o podem aparecer como semivogal de um ditongo (pão/pães). 3)<br />

Tomando o -o como VT, ele pode aparecer num tema simples ou depois de um sufixo:<br />

leilão > leiloeiro.<br />

Os nomes terminados em consoante ou em vogal tônica são atemáticos, ou seja, não formam<br />

temas, pois não têm VT: cor, raiz, cajá, Pelé, tupi, cipó, baú...<br />

Breve “déjà vu”: “Fique atento, pois as palavras terminadas em -r e -z e algumas<br />

terminadas em -l, -n, -s apresentam -es como terminação de plural: hambúrgueres, flores,<br />

vezes, gravidezes, males, cônsules, hífenes, glútenes, meses, deuses etc. Alguns estudiosos até<br />

se atrevem a dizer que -es é desinência de número, mas a esmagadora maioria está<br />

convencida de que apenas -s é desinência de número! Logo, em hambúrgueres, flores,<br />

vezes, gravidezes, males, cônsules, hífenes, glútenes, meses, deuses, o -e é apenas uma vogal<br />

temática”. Interessante é a palavra sal, que, no plural, tem a vogal temática nominal alomórfica<br />

(de e <strong>para</strong> i): sal > sales > saes > sais...<br />

VTs verbais<br />

É uma vogal que vem após o radical (a, e, i), formando o tema e permitindo uma boa<br />

pronúncia do verbo. Indica como vai ser o modelo (<strong>para</strong>digma) das conjugações (1 a<br />

conjugação: -a / 2 a conjugação: -e / 3 a conjugação: -i).<br />

É bom dizer que não há VT na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo e em<br />

nenhuma flexão do presente do subjuntivo (em “Eu amo.”, o -o é DNP; em “Espero que ele<br />

volte.” ou “Espero que ele beba.”, o -e e o -a são DMTs). Reveja o quadro de DMTs e DNPs,<br />

por favor.<br />

Vejamos as VTs verbais:


amar: Eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, eles amaram (pretérito<br />

perfeito do indicativo).<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia na 1 a e na 3 a pessoa do singular do<br />

pretérito perfeito do indicativo. Em todos os demais tempos, a vogal temática não muda,<br />

é sempre -a.<br />

comer: Eu comia, tu comias, ele comia, nós comíamos, vós comíeis, eles comiam (pretérito<br />

imperfeito do indicativo) / Eu havia comido (particípio).<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia em toda a conjugação do pretérito<br />

imperfeito do indicativo e no particípio. Em todos os demais tempos, a vogal temática<br />

não muda, é sempre -e.<br />

partir: Eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem... (presente do<br />

indicativo).<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia na 2 a pessoa do singular e na 3 a do<br />

singular e do plural do presente do indicativo. Em todos os demais tempos, a vogal<br />

temática não muda, é sempre -i.<br />

O verbo pôr e seus derivados são de 2 a conjugação, ou seja, vogal temática -e, uma vez que<br />

pôr vem do latim poer (a vogal temática aparece logo na 2 a pessoa do singular do presente do<br />

indicativo: eu ponho, tu pões, ele põe...).


Letra de Ligação<br />

Não é morfema, pois não carrega sentido algum. Alguns, como Sacconi, chamam de<br />

interfixos. É apenas uma letra (vogal ou consoante) de ligação. O objetivo é só favorecer a<br />

eufonia (o bom som, a boa pronúncia), ligando radicais a prefixos, radicais a radicais,<br />

radicais a sufixos (mais frequentemente): inenarrável, paulada, mundividência, chaleira,<br />

cafeteira, cafezal, friorento, pezinho, sonolento, padeiro...<br />

Normalmente, a vogal o liga radicais gregos e a vogal i liga radicais latinos: gás + ô +<br />

metro, sarc + ó + fago; carn + í + voro, frut + í + fero.


Processo de Formação de Palavras<br />

Meu Deus, nem eu acredito que terminei de falar sobre Estrutura das Palavras! É<br />

cansativo, não? Não obstante, meu caro leitor (como já dizia Machadão de Assis), tudo o que<br />

você aprendeu é a base daquilo que realmente cai em prova: Processo de Formação de<br />

Palavras.<br />

Se você é uma pessoa que simplesmente deseja acertar uma questão na prova, nem dando<br />

bola <strong>para</strong> todas as minúcias que apresentei até agora, então é a hora! Afinal de contas, o que<br />

cai em prova mesmo? Processo de Formação de Palavras!<br />

Existem algumas maneiras <strong>para</strong> a formação de novos vocábulos na língua, logo esta parte<br />

trata justamente dos diversos modos como as palavras se formam. Os principais processos são<br />

estes (dê muito valor aos dois primeiros, hein!): derivação, composição, onomatopeia,<br />

abreviação (redução), siglonimização, hibridismo, palavra-valise.<br />

Antes de “chegarmos às vias de fato”, entenda alguns conceitos básicos:<br />

– Palavra primitiva é aquela que não resulta de outra na língua portuguesa, isto é, que não<br />

sofreu processo de derivação: cadáver*, flor, pedra, casa, verde, sol etc.<br />

* Segundo o sensacional professor Cláudio Moreno, “cadáver vem do latim cadere<br />

(“tombar, cair <strong>para</strong> não mais levantar”). No entanto, foi muito difundida no passado a<br />

hipótese fantástica de que seria um vocábulo formado pela primeira sílaba das palavras que<br />

formam a frase latina “CAro DAta VERmibus” (“carne dada aos vermes”). Esquecem que<br />

só no séc. XX começaram a surgir vocábulos a partir de siglas e de iniciais, como a<br />

famigerada Gestapo nazista (Geheime Staats Polizei – “Polícia Secreta do Estado”). Ainda<br />

há aqueles que acreditam que tal expressão aparecia nos túmulos romanos, mas – Adivinha?<br />

– não se encontrou até hoje nenhuma inscrição romana desse gênero. Doideira, não?<br />

Resumindo: cadáver é palavra primitiva.<br />

– Palavra derivada é aquela que resulta de outra na língua portuguesa, isto é, que sofreu<br />

processo de derivação: cadavérico, florista, empedrado, descasamento, esverdeado, solar<br />

etc.<br />

– Palavra simples é aquela que só tem um radical, isto é, que não sofreu processo de<br />

composição: flor, pedra, casa, verde, sol etc.<br />

– Palavra composta é aquela que tem mais de um radical, isto é, que sofreu processo de<br />

composição: flor-amarela, pedra-sabão, casa-comum, verde-água, girassol, etc.<br />

Obs.: Há ainda aquelas que são compostas, mas que um dos elementos sofreu processo de<br />

derivação: pedreiro-livre.


Derivação Prefixal, Sufixal, Parassintética (Circunfixação),<br />

Regressiva (Regressão) e Imprópria (Conversão)<br />

Derivação é, como bem diz o Aulete, “um processo de multiplicação e reaproveitamento de<br />

um vocábulo pelo acréscimo de sufixos e prefixos”. É por isso que alguns estudiosos<br />

defendem a ideia de que a derivação regressiva e a imprópria não são derivações, mas isso,<br />

apesar de eu concordar, não cai em prova, então vamos ao que interessa, ou seja,<br />

tradicionalmente há cinco tipos de derivação: prefixal, sufixal, <strong>para</strong>ssintética, regressiva e<br />

imprópria.<br />

Semi<strong>para</strong>fraseando o sensatíssimo professor Cláudio Moreno, na análise mórfica do<br />

processo de formação de uma palavra, podemos ter dois critérios de análise: 1) “Que<br />

processos de formação estão presentes nesta palavra desde a palavra primitiva?”; ou 2) “Qual<br />

foi o processo de formação que fez nascer esta palavra, ou seja, qual(is) foi(ram) o(s)<br />

morfema(s) colocado(s) por último?”.<br />

Para que você entenda isso melhor (prepare-se <strong>para</strong> as polêmicas), venha comigo!<br />

Prefixal<br />

A derivação prefixal se dá quando um prefixo é 1) colocado junto à palavra primitiva ou 2)<br />

colocado como último elemento de uma palavra que já havia sofrido algum processo de<br />

formação*. Veja três exemplos de cada caso, respectivamente:<br />

– homem > super- + homem > super-homem<br />

– duque > arqui- + duque > arquiduque<br />

– pôr > com- + pôr > compor<br />

– homem > humano > super- + humano > super-humano<br />

– duque > duquesa > arqui- + duquesa > arquiduquesa<br />

– pôr > compor > de- + compor > decompor<br />

*Obs.: É justamente neste segundo caso (exemplo: super-humano, arquiduquesa etc.) que<br />

muitos gramáticos dizem haver derivação prefixal e sufixal, como Rocha Lima, Ulisses<br />

Infante, Sacconi etc. Eles analisam dessa maneira, pois seguem aquele primeiro critério,<br />

a saber: “que processos de formação estão presentes nesta palavra desde a palavra<br />

primitiva?”. Por exemplo, a palavra reprodução segue este passo a passo: produzir ><br />

reproduzir > reprodução. Sabendo que a palavra reprodução é o ato ou o resultado de<br />

reproduzir, ela vem de reproduzir, ok? Percebeu, então, que, <strong>para</strong> a formação dessa<br />

palavra, houve dois processos? Derivação prefixal (reproduzir) e derivação sufixal<br />

(reprodução). É por isso que se diz que a palavra sofreu derivação prefixal e sufixal,<br />

pois, <strong>para</strong> a formação dela, houve o acréscimo de prefixo (re-) e de sufixo (-ção), não


simultaneamente. Esta é uma forma de analisar a palavra. E pode cair na prova!<br />

Agora, se fôssemos analisar de acordo com o segundo critério, a saber: “Qual foi o processo<br />

de formação que fez nascer esta palavra, ou seja, qual(is) foi(ram) o(s) morfema(s)<br />

colocado(s) por último?”, aí, meu/minha camarada, encararíamos a palavra reprodução<br />

como formada por derivação sufixal, uma vez que reprodução vem de reproduzir, isto é, o<br />

último elemento que entrou na palavra foi um sufixo (-ção): reproduzir + ção = reprodução.<br />

Derivação sufixal na cabeça! Esta é também uma maneira de analisar que vem caindo em<br />

prova de concurso. Quem abona tal análise é o gramático Evanildo Bechara, quando explica<br />

“constituintes imediatos” em sua gramática.<br />

Portanto, há duas formas de analisar a mesma palavra!!! Atenção no dia da prova!!!<br />

Sufixal<br />

Ocorre derivação sufixal quando um sufixo é 1) colocado junto à palavra primitiva ou 2)<br />

colocado como último elemento de uma palavra que já havia sofrido algum processo de<br />

formação. Veja três exemplos de cada caso, respectivamente:<br />

– pincel > pincel + -ada > pincelada<br />

– cabeça > cabeça + -ear > cabecear<br />

– sutil > sutil + -mente > sutilmente<br />

– cobrir > descobrir > descobrir + -mento > descobrimento¹<br />

– sexo > sexual > bissexual > bissexual + -ismo > bissexualismo²<br />

– barco > embarcar > embarcar + -ção > embarcação³<br />

¹ Normalmente palavras terminadas em sufixo -mento sofreram derivação sufixal a partir de<br />

verbos: discernir + mento = discernimento; adiar + mento = adiamento.<br />

² Na palavra bissexualismo, note que houve acréscimo de prefixo (-bis) e de sufixos (-al e -<br />

ismo), não simultaneamente. Partindo do princípio do processo de formação chamado<br />

derivação prefixal e sufixal, poderíamos dizer que a palavra sofreu tal processo, ok? Logo,<br />

dependendo do gramático, há duas análises: derivação prefixal e sufixal (Sacconi, por<br />

exemplo) ou derivação sufixal (Bechara, por exemplo). O Celso Cunha ainda considera<br />

bi(s)- um radical, logo haveria uma composição. Bem-vindo à língua portuguesa!<br />

³ Na palavra embarcar, note que houve acréscimo de prefixo e sufixo ao mesmo tempo: em<br />

+ barco + ar = embarcar. Este tipo de derivação é chamado derivação <strong>para</strong>ssintética<br />

(veremos a seguir com mais detalhes). Só depois o sufixo foi colocado em embarcar <strong>para</strong><br />

formar a palavra embarcação: embarcar + ção = embarcação. Derivação sufixal na<br />

cabeça!


Portanto, fique atento(a) às maneiras como se pode analisar uma palavra e como as bancas<br />

trabalham isso!<br />

Parassintética (Circunfixação)<br />

A derivação <strong>para</strong>ssintética ocorre quando há acréscimo simultâneo de prefixo e de sufixo<br />

a uma palavra primitiva (substantivo ou adjetivo). Como diz Margarida Basílio (no excelente<br />

texto Teoria Lexical), “nem todas as palavras que apresentam prefixo e sufixo em sua<br />

formação devem ser consideradas como de formação <strong>para</strong>ssintética”.<br />

Normalmente a <strong>para</strong>ssíntese forma verbos (1). Há, entretanto, alguns nomes adjetivos (2)<br />

formados por derivação <strong>para</strong>ssintética. Veja:<br />

1) envelhecer (en + velho + ecer), aterrar (a + terra + ar), abençoar (a + bênção + ar),<br />

amanhecer (a + manhã + ecer), apedrejar (a + pedra + ejar), esfoliar (es + fólio + ar),<br />

embarcar (em + barco + ar), emagrecer (e + magro + ecer), amamentar (a + mama +<br />

entar), desterrar (des + terra + ar), emudecer (e + mudo + ecer), apadrinhar (a +<br />

padrinho + ar) etc.<br />

2) desalmado (des + alma + ado), desbocado (des + boca + ado), desbundado (des + bunda +<br />

ado), subterrâneo (sub + terra + âneo), conterrâneo (con + terra + âneo), ensonado (em +<br />

sono + ado), descampado (des + campo + ado), envernizado (em + verniz + ado),<br />

acebolado (a + cebola + ado), avermelhado (a + vermelho + ado), abatatado (a + batata +<br />

ado) etc.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Uma maneira clássica de perceber se a palavra sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética é retirar o<br />

prefixo ou o sufixo. Se alguma palavra sobrar com a retirada de um dos afixos e fizer<br />

sentido, existindo na língua portuguesa, mantendo o sentido do radical, aí não houve<br />

derivação <strong>para</strong>ssintética. Caso contrário, derivação <strong>para</strong>ssintética certa! Exemplo:<br />

enegrecer: enegro (?) / negrecer (?); descerebrado (idiota, imbecil): descérebro (?) /<br />

cerebrado (?). Percebe que não é possível retirar os afixos dessas palavras, senão elas<br />

deixarão de existir? Logo, sofreram derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

2) Recomendo que só leia isto, se você estiver em um nível avançado. Temos de tomar<br />

muito cuidado com as palavras que sofreram derivação <strong>para</strong>ssintética terminadas em -<br />

ado, pois este “sufixo” pode ser confundido com uma “desinência” de particípio. E, como<br />

já sabemos a esta altura do campeonato, desinência serve à flexão, não à derivação. Em<br />

outras palavras, se a palavra terminar em -ado e, no contexto, for um particípio, ela não<br />

sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética; não obstante, se -ado for um sufixo formador de adjetivo,<br />

a palavra sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética. Uma maneira fácil de perceber se a palavra é


tomada como adjetivo no contexto, <strong>para</strong> que digamos que ela sofreu derivação<br />

<strong>para</strong>ssintética, é perceber seu sentido (adjetivo indica estado, característica, qualidade;<br />

verbo no particípio indica ação praticada por alguém).<br />

Analise comigo: sobre o verbo desalmar, o dicionário Aulete diz: “tornar desalmado;<br />

desumanizar, perverter: “A política do heroísmo desalmou os seus chefes”. (Rui Barbosa,<br />

Ruínas de um Governo, p. 6, 175, ed. 1931). Transpondo <strong>para</strong> a voz passiva tal frase de Rui<br />

Barbosa teríamos: “Os seus chefes foram desalmados pela política do heroísmo”. Percebe<br />

que desalmados é um verbo no particípio? Portanto não há derivação na palavra, mas sim<br />

flexão, pois ela recebeu uma desinência de particípio (desalmar + ado). Se a palavra está<br />

no particípio, então -ado é uma desinência, e não um sufixo! Particípio é flexão do verbo,<br />

não derivação. Então, quando desalmado será palavra formada por derivação<br />

<strong>para</strong>ssintética?<br />

Desalmado só é formado por derivação <strong>para</strong>ssintética como adjetivo: “Você é um homem<br />

muito desalmado!” Pronto. Agora desalmado (des + alma + ado) é um adjetivo. E -ado é um<br />

sufixo formador de adjetivo, e a palavra sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética (desalmado é<br />

aquele que não tem alma, figurativamente falando (sem compaixão, sem empatia)). Exceto<br />

em linguagem bem erudita, como a de Rui Barbosa, tal palavra é usada normalmente como<br />

um adjetivo. Sendo assim, os gramáticos dizem que ela sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

Ponto.<br />

3) Sacconi diz que a palavra submarino sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética. Entretanto, tal<br />

análise é passível de discussão séria, pois submarino vem de marino (palavra existente<br />

na língua), portanto, houve derivação prefixal. “Mas, <strong>Pestana</strong>, e se cair uma questão sobre<br />

derivação <strong>para</strong>ssintética com a palavra submarino, o que eu faço?” Você analisa todas as<br />

opções e marca a melhor resposta. Afinal, se uma banca tem respaldo gramatical <strong>para</strong><br />

não anular uma questão, não será pelos seus belos olhos que ela irá fazê-lo. E eu vou<br />

dizer mais (pasmem!)... já caiu uma questão sobre isso (que não foi anulada): FEC –<br />

LOTERJ/RJ – OPERADOR LOTÉRICO – 2010 – QUESTÃO 5. Por isso, prefiro ser<br />

detalhista a deixar meus “clientes” na mão.<br />

4) Outra informação pertinente é que palavras terminadas em -mento são erradamente<br />

analisadas como <strong>para</strong>ssintéticas por alguns professores (eu, inclusive, em início de<br />

carreira) e por algumas bancas de concurso. Nenhuma palavra da língua portuguesa<br />

terminada em -mento pode ser encarada como <strong>para</strong>ssintética, pois esse sufixo é formador<br />

de substantivos a partir de verbos, logo: alinhar + mento = alinhamento; desmatar +<br />

mento = desmatamento. Erradamente, porém, por duas vezes, a banca da EEAr (Escola<br />

de Especialistas de Aeronáutica – CFS (1/2005 – turma B) e CFC (2009),<br />

respectivamente) validou estas questões:


12. Assinale a alternativa em que está corretamente indicado o processo de formação da palavra destacada.<br />

a) O desmatamento das nossas florestas tem sido constante. (derivação <strong>para</strong>ssintética)<br />

13) Assinale a alternativa que indica correta e respectivamente os processos de derivação na formação das palavras em<br />

destaque:<br />

O desmatamento contribui consideravelmente <strong>para</strong> o aquecimento global. A queima de árvores lança carbono na<br />

atmosfera, e esse é o principal fator responsável pelas mudanças no clima da Terra.<br />

b) <strong>para</strong>ssintética, sufixal, sufixal, regressiva<br />

Na época, eu me lembro de que muitos entraram com recurso <strong>para</strong> anular a questão 12, mas<br />

ela não foi anulada. Incrível, não?<br />

Confira o gabarito oficial comentado (e equivocado!) pela própria banca:<br />

http://dc122.4shared.com/doc/YiMBtRsP/preview.html<br />

http://www.cpab.com.br/CFC_2009prov.pdf<br />

Não só bancas militares fazem bobagem, veja esta (famosinha, inclusive!):<br />

Consulplan – Assistente Administrativo – 2011<br />

– Assinale a opção na qual o vocábulo tem o mesmo processo de formação da palavra “endurecimento”.<br />

a) Descarregar.<br />

b) Dentista.<br />

c) Pescaria.<br />

d) Desalmado.<br />

e) Jogador.<br />

Adivinha qual foi o gabarito (<strong>para</strong> variar, não anulado)? Letra D. Sem comentários!<br />

“Desalmado” realmente sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética, mas “endurecimento”? Fala sério!<br />

“Endurecer” sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética (en + duro + ecer), mas endurecimento não,<br />

pois vem de endurecer + mento = endurecimento! Derivação sufixal desde criancinha. Por<br />

que algumas bancas fazem isso com a gente?<br />

Por outro lado, ainda bem que há bancas sensatas e conformes às regras gramaticais, como<br />

estas:<br />

05. (FADESP – Pref. Pau D’Arco/PA – Agente Técnico Administrativo – 2009) No que respeita à formação das palavras,<br />

não é correto afirmar que:<br />

d) “desmatamento” resulta de derivação <strong>para</strong>ssintética. (gabarito)<br />

15. (FEC – Pref. de São Mateus/ES – Biólogo – 2007) No trecho: “(...) <strong>para</strong> não quebrar o encantamento.” (11 o §), a<br />

palavra em negrito foi formada pelo seguinte processo:<br />

c) derivação sufixal (gabarito)<br />

5) (IPDEP – Pref. Duque de Caxias/RJ – Auxiliar de Enfermagem – 2007) Considerando os processos de formação de<br />

palavras, todos os itens estão corretos, EXCETO:<br />

a) desaquecimento – derivação <strong>para</strong>ssintética; (gabarito)<br />

Palmas <strong>para</strong> essas bancas, por favor! \o/\o/\o/\o/\o/<br />

5) Por favor, não confunda derivação prefixal e sufixal com derivação <strong>para</strong>ssintética!<br />

Exemplos clássicos de palavras formadas por derivação prefixal e sufixal: infelizmente,<br />

deslealdade, desvalorização, descortesia, inutilizar, analfabetização etc. Nessas palavras,<br />

não se sabe qual elemento entrou por último, mas se sabe que os afixos NÃO entraram<br />

simultaneamente, logo não sofreram derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

Para fechar, veja a análise de reflorestamento: floresta > florestar > reflorestar >


eflorestar + mento > reflorestamento (derivação sufixal <strong>para</strong> alguns gramáticos e, <strong>para</strong><br />

outros, derivação prefixal e sufixal); outra análise possível <strong>para</strong> a mesma palavra: floresta ><br />

florestar > florestamento > re- + florestamento > reflorestamento (derivação prefixal <strong>para</strong><br />

alguns gramáticos e, <strong>para</strong> outros, derivação prefixal e sufixal). Cuidado na hora da prova! E<br />

boa sorte!<br />

Regressiva (Regressão)<br />

Ocorre derivação regressiva quando um verbo que indica ação serve de base <strong>para</strong> a<br />

formação de um substantivo abstrato que igualmente indica ação ou resultado de uma ação –<br />

tal substantivo é chamado de deverbal, pois é derivado de verbo. A ideia de regressão<br />

(diminuição do vocábulo do ponto de vista estrutural e fonético) ocorre porque o verbo perde<br />

sempre sua terminação (vogal temática + desinência de infinitivo: -ar, -er, -ir) dando lugar à<br />

vogal temática nominal (-a, -e, -o). Veja alguns exemplos:<br />

Verbo (ação)<br />

Atrasar<br />

Demorar<br />

Tossir<br />

Engasgar<br />

Mergulhar<br />

Escolher<br />

Embarcar<br />

Dançar<br />

Pescar<br />

Resgatar<br />

Combater<br />

Gargarejar<br />

Desmontar<br />

Fugir<br />

Substantivo (abstrato)<br />

Atraso<br />

Demora<br />

Tosse<br />

Engasgo<br />

Mergulho<br />

Escolha<br />

Embarque<br />

Dança<br />

Pesca<br />

Resgate<br />

Combate<br />

Gargarejo<br />

Desmonte<br />

Fuga<br />

Percebe que nesse tipo de derivação há decréscimo de elementos? Reitero: o verbo perde<br />

sempre sua terminação (vogal temática + desinência de infinitivo) dando lugar à vogal<br />

temática nominal. Não é por nada que o nome desse processo se chama regressão, isto é, há<br />

perda de elementos verbais <strong>para</strong> a formação de nomes substantivos. Falando nisso (e indo<br />

além), o gramático, doutor pela UFRJ e professor da UERJ, José Carlos de Azeredo diz que<br />

“de alguns verbos originam-se adjetivos derivados regressivamente: expresso (de expressar),<br />

isento (de isentar), eleito (de eleger), corrupto (de corromper), correto (de corrigir), submerso


(de submergir)”, etc.<br />

Algumas palavras que sofreram regressão podem ser masculinas ou femininas, sendo uma<br />

forma mais usual que outra hoje em dia:<br />

Verbo (ação)<br />

Pagar<br />

Custar<br />

Trocar<br />

Ameaçar<br />

Gritar<br />

Substantivo (abstrato)<br />

Pago/Paga<br />

Custo/Custa<br />

Troco/Troca<br />

Ameaço/Ameaça<br />

Grito/Grita<br />

Numa linguagem mais informal, pode ocorrer derivação regressiva também:<br />

Verbo (ação)<br />

Amassar<br />

Agitar<br />

Ferver<br />

Sufocar<br />

Apertar<br />

Transar<br />

Substantivo (abstrato)<br />

Amasso<br />

Agito<br />

Fervo<br />

Sufoco<br />

Aperto<br />

Transa<br />

Tome cuidado <strong>para</strong> não cair na “pegadinha” de palavras que parecem ter sofrido regressão.<br />

Substantivo concreto (indicando objeto ou substância) não é formado de verbo. Neste caso, o<br />

processo é contrário. Os verbos são formados de substantivos por sufixação, por meio do<br />

sufixo verbal -ar:<br />

Substantivo (não abstrato)<br />

Azeite<br />

Telefone<br />

Âncora<br />

Martelo<br />

Arquivo<br />

Verbo (ação)<br />

Azeitar<br />

Telefonar<br />

Ancorar<br />

Martelar<br />

Arquivar<br />

Alguns gramáticos, como Rocha Lima, Ismael de Lima Coutinho e Sacconi, falam sobre<br />

regressão nominal (sarampo deriva de sarampão, boteco de botequim etc.). Atualmente,<br />

porém, os linguistas e gramáticos (Manoel Pinto Ribeiro, Olmar Guterres da Silveira, Ulisses<br />

Infante, José Carlos de Azeredo e outros) encaixam as palavras abaixo entre as que sofreram<br />

abreviação vocabular, pois, na derivação regressiva, há necessariamente mudança de classe<br />

gramatical, o que não ocorre na abreviação, enfim... polêmicas... Veja algumas:


Maracanã<br />

Cerveja<br />

Japonês<br />

Português<br />

Delegado<br />

Militar<br />

Maraca<br />

Cerva<br />

Japa<br />

Portuga<br />

Delega<br />

Milico<br />

Reitero: as palavras em negrito são atualmente analisadas como abreviadas (abreviação),<br />

não regressivas. É importante saber as diferentes visões dos gramáticos, pois a gente nunca<br />

sabe o que uma banca pode “aprontar”. Falarei mais sobre abreviação à frente.<br />

Imprópria (Conversão)<br />

A derivação imprópria se dá pela mudança (daí conversão) de classificação morfológica<br />

de uma palavra, a depender do contexto. A palavra não muda absolutamente nada na forma; o<br />

que muda é sua classificação morfológica e seu sentido. É por isso que ela é chamada de<br />

imprópria, ou seja, ela não é propriamente uma derivação, pois não se usam morfemas<br />

(afixos) <strong>para</strong> mudar a forma da palavra.<br />

Veja alguns exemplos de como isso ocorre:<br />

Substantivação<br />

A derivação imprópria se forma com muita vitalidade por meio da substantivação. Qualquer<br />

morfema, palavra, expressão ou frase pode se tornar um substantivo desde que esteja<br />

acompanhada de algum determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo, locução adjetiva) ou<br />

tenha valor substantivo (designador) no contexto:<br />

– Você tem aracnofobia? (radical) / Eu tenho muitas fobias. (substantivo)<br />

– Sou muito pró-ativo. (prefixo) / Esta questão só tem um pró. (substantivo)<br />

– Aquela blusa é preta? (adjetivo) / Preta, você me ama? (substantivo)<br />

– A casa foi comprada ontem. (artigo) / Esse a da frase anterior é um artigo. (substantivo)<br />

– Eu me amo, não posso mais viver sem mim. (pronome) / O me, o te e o se também<br />

funcionam como objetos diretos. (substantivos)<br />

– Tenho dois filhos. (numeral) / O dois é um numeral cardinal. (substantivo)<br />

– Habite-se! (verbo) / O habite-se foi concedido. (substantivo)<br />

– Eu vou amar você e depois vou partir (verbos no infinitivo). / O amar e o partir fazem<br />

parte da vida. (substantivos)<br />

– Havia feito uma prova dificílima. (verbo no particípio) / Mahatma Gandhi realizou um<br />

feito inédito na história! (substantivo)<br />

– Amanhã te ligo. (advérbio) / Espero sempre por um amanhã melhor. (substantivo)


– Só ela me faz feliz. (palavra denotativa de exclusão) / O só pertence ao grupo de palavras<br />

denotativas. (substantivo)<br />

– Precisamos fazer uma ação contra a violência. (preposição) / Estes contras que você está<br />

expondo não procedem. (substantivo)<br />

– Estudo muito, porém não gosto, porque cansa. (conjunções) / Só tenho um porém a dizer;<br />

deixe o porquê <strong>para</strong> depois. (substantivo)<br />

– Ai! Deixa de ser chato! (interjeição) / Nunca se ouviu sequer um ai naquela casa.<br />

(substantivos)<br />

– O rapaz só abre a boca <strong>para</strong> falar: “Fala sério!” (frase) / É um fala sério <strong>para</strong> cá, um<br />

fala sério <strong>para</strong> lá... Que chatice! (locução substantiva)<br />

Outras conversões<br />

– Substantivo se torna adjetivo: Ele tem um jeito moleque.<br />

– Adjetivo se torna advérbio: Esta cerveja desceu redondo.<br />

– Adjetivo se torna preposição acidental: Todos se salvaram, salvo o idoso.<br />

– Particípio se torna adjetivo: Vocês são muito fingidos.<br />

– Advérbio se torna preposição acidental: Afora isso, estou de acordo com a decisão.<br />

– Conjunção se torna preposição acidental: Tenho-o como amigo.<br />

– Pronome se torna preposição acidental: Tenho que tomar uma decisão.<br />

– Substantivo, adjetivo, pronome, verbo, advérbio se tornam interjeições (obrigado pelos<br />

exemplos, Sacconi): Misericórdia!, Bravo!, Qual!, Viva!, Avante!<br />

– Substantivo abstrato <strong>para</strong> concreto: A pintura da parede demorou duas horas. (abstrato) / A<br />

pintura da parede está descascando. (concreto)<br />

– Substantivo comum <strong>para</strong> próprio e vice-versa: O planalto tinha quase nenhuma ondulação.<br />

(comum) / O Planalto está cercado de corrupção. (próprio) / Judas traiu a Cristo por 30<br />

moedas de prata. (próprio) / Você é um judas safado! (comum)<br />

– Mudança de gênero/mudança de sentido: Comemos uma banana a cada três horas.<br />

(feminino/fruto) / Tu não passas de um banana. (masculino/covarde)


Composição por Justaposição e por Aglutinação<br />

Ocorre composição quando uma palavra é constituída por dois ou mais radicais. Há dois<br />

tipos de composição: por justaposição e por aglutinação. Vejamos!<br />

Por Justaposição<br />

Neste tipo de composição, não há perda de elementos estruturais e fonéticos nos radicais<br />

(normalmente se<strong>para</strong>dos por hífen): pontapé (ponta + pé), vaivém (vai + vem), passatempo<br />

(passa + tempo), <strong>para</strong>quedas (<strong>para</strong> + quedas), girassol (gira + sol), dezoito (dez + oito),<br />

joão-bobo (João + bobo), abelha-rainha (abelha + rainha), caixa-d’água (caixa + água)*,<br />

guarda-chuva (guarda + chuva), maria vai com as outras (maria + vai + outras)*, leva e traz<br />

(leva + traz)* etc.<br />

*Obs.: As preposições e conjunções não são vistas como radicais, logo ignore-as na análise.<br />

Algumas palavras compostas não mais recebem hífen segundo o novo acordo<br />

ortográfico, como já vimos no capítulo de Acentuação! Além disso, peço que dê uma<br />

olhada no uso do hífen com os prefixos bem (bem-me-quer) e mal (malmequer).<br />

Por Aglutinação<br />

Neste tipo de composição, há perda de elementos estruturais e fonéticos nos radicais (não<br />

são se<strong>para</strong>dos por hífen): boquiaberto (boca + aberta), mundividência (mundo + vidência),<br />

alvinegro (alvo + negro), fidalgo (filho de algo), embora (em + boa + hora), aguardente<br />

(agua + ardente), petróleo (pedra + óleo), noroeste (norte + oeste), vinagre (vinho + acre),<br />

lobisomem (lobo + homem), planalto (plano + alto), pernilongo (perna + longa) etc.<br />

Obs.: Pelo amor de Deus, a palavra cadáver é primitiva, pri-mi-ti-va. Está claro? Esse papo<br />

de “carne dada aos vermes” é conversa fiada.


Onomatopeia<br />

Este processo é caracterizado por formar palavras (verbos, substantivos, interjeições) que<br />

imitam/reproduzem sons de seres animados ou inanimados: bangue-bangue, zum-zum-zum,<br />

blá-blá-blá, tique-taque, pingue-pongue, bem-te-vi, nhenhenhém, nheco-nheco, zás-trás,<br />

zumbir, rugir, mugir, miar, cacarejar etc.<br />

Obs.: Vale dizer que alguns gramáticos chamam de reduplicação/redobro a repetição de<br />

parte de uma palavra ou de toda ela com finalidade expressiva, como em Lulu, babá,<br />

ioiô, reco-reco e outras acima.


Abreviação (Redução)<br />

Segundo Celso Cunha, a abreviação ocorre devido à dinâmica da vida; o ritmo acelerado<br />

do dia a dia nos influencia a agilizar a comunicação. Na linguagem virtual... nem se fala! Toda<br />

palavra que sofre abreviação é reduzida até certo ponto, de modo que a parte restante substitui<br />

o todo, mantendo, é claro, seu sentido original. Muitas palavras abreviadas são próprias do<br />

registro coloquial; muitas vezes vêm imbuídas de afetividade, preconceito, desprezo etc. Veja<br />

algumas:<br />

Televisão<br />

Cinematógrafo<br />

Militar<br />

Português<br />

Delegado<br />

Botequim<br />

Professor<br />

<strong>Fernando</strong><br />

Florianópolis<br />

São Paulo<br />

Rio de Janeiro<br />

Otorrinolaringologista<br />

Neurose<br />

Futebol de salão<br />

Analfabeto<br />

Comunista<br />

Pneumático<br />

Pornográfico<br />

Fotografia<br />

Poliomielite<br />

Telefone<br />

Metropolitano<br />

Vice-presidente<br />

Ex-namorada<br />

Flamengo<br />

Microcomputador<br />

José<br />

<strong>Pestana</strong><br />

Tevê<br />

Cinema > Cine<br />

Milico<br />

Portuga<br />

Delega<br />

Boteco<br />

Fessor<br />

Nando<br />

Floripa<br />

Sampa<br />

Rio<br />

Otorrino<br />

Neura<br />

Futsal<br />

Analfa<br />

Comuna<br />

Pneu<br />

Pornô<br />

Foto<br />

Pólio<br />

Fone<br />

Metrô<br />

Vice<br />

Ex<br />

Mengo<br />

Micro<br />

Zé<br />

Pest


Nunca é demais dizer que, de uma palavra abreviada, pode haver outro processo. Exemplo:<br />

Zezinho (José > Zé + inho > Zezinho). Percebeu que ocorreu abreviação e depois derivação<br />

sufixal? Resumindo: uma palavra pode sofrer mais de um processo de formação.<br />

Observe a palavra que caiu na questão 8 da prova da UFRJ de 2008: ex-cineclubista.<br />

Gabarito oficial: “o vocábulo ex-cineclubista resulta da aplicação de quatro processos de<br />

formação de palavras: redução/abreviação vocabular (cine ← cinema), composição (cine +<br />

clube), derivação sufixal (cineclube + ista) e derivação prefixal (ex + cineclubista)”.<br />

Interessante, não?


Siglonimização<br />

Siglonimizar significa transformar uma expressão em sigla, isto é, valer-se das partes<br />

iniciais das palavras de uma expressão a fim de formar uma sigla: MAM (Museu de Arte<br />

Moderna), ONU (Organização das Nações Unidas), UFRJ (Universidade Federal do Rio de<br />

Janeiro), PIB (Produto Interno Bruto), PT (Partido dos Trabalhadores), EsPCEx (Escola<br />

Pre<strong>para</strong>tória de Cadetes do Exército), FCC (Fundação Carlos Chagas), ESAF ou Esaf<br />

(Escola de Administração Fazendária), CESPE ou Cespe (Centro de Seleção e de Promoção<br />

de Eventos), PETROBRAS ou Petrobras (Petróleo Brasileiro S/A), EMBRATEL ou<br />

Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações).<br />

Sobre os quatro últimos exemplos, recomenda-se só a primeira letra em maiúscula – veja<br />

abaixo o item 2.<br />

Cuidado!!!<br />

Baseando-me no Manual de Redação do Senado e em gramáticos consagrados, há algumas<br />

regras a serem respeitadas quanto ao uso de siglas... e algumas curiosidades:<br />

1) As siglas de até três letras devem ser escritas com letra maiúscula: PM, TV, CPF, BC,<br />

ONU, USP, PUC, PT, PV, PPS, DF, RJ, AC, MG etc.<br />

2) As siglas e os acrônimos com quatro letras ou mais são grafados em maiúscula quando se<br />

pronuncia se<strong>para</strong>damente cada uma de suas letras ou partes, mas recebem apenas a<br />

inicial maiúscula – a partir da segunda aparição no texto – no caso de terem a pronúncia<br />

de vocábulo: CNBB, CPMF, BNDES, Uerj, Sudene, Comlurb, DETRAN, Masp, Caíque,<br />

Malu, Ciep etc.<br />

3) Algumas siglas podem apresentar maiúsculas e minúsculas em sua formação: UnB, CNPq,<br />

EsSA, EEAr etc.<br />

4) Algumas siglas já são dicionarizadas e, por isso, consideradas como palavras e não mais<br />

como siglas: aids, ibope, jipe, laser, radar, óvni etc.<br />

5) Muitas siglas e palavras que já foram siglas servem como base <strong>para</strong> derivações sufixais:<br />

PFL (pefelista), PMDB (peemedebista), PT (petista), AIDS (aidético) etc.<br />

6) O plural das siglas se faz com o acréscimo de um simples s minúsculo: As UPPs e as<br />

UPAs têm sido de grande valia à população.<br />

7) Todos os manuais de redação que consultei dizem que deve vir a sigla entre travessões ou<br />

parênteses, se a intercalação não terminar a frase. Logo esta é a forma correta: “O<br />

Fundo Monetário Internacional – FMI – ajuda as nações”. Entretanto, a banca Esaf<br />

(sabe-se lá por que razão) usa apenas um travessão antes de sigla, no meio da frase: “O<br />

Fundo Monetário Internacional – FMI ajuda as nações.” Já enviei e-mail <strong>para</strong> a Esaf<br />

perguntando o porquê dessa postura doutrinal e até hoje não me responderam.


Hibridismo<br />

É a formação de palavras com morfemas de línguas diferentes: socio/logia (latim e grego),<br />

auto/móvel (grego e latim), tele/visão (grego e latim), buro/cracia (francês e grego),<br />

banan/al (africano e latim), sambó/dromo (africano e grego), micro-ônibus (grego + latim),<br />

report/agem (inglês + latim), bi/cicleta (latim + grego), saga/rana (alemão + tupi),<br />

ciber/nauta (inglês + latim) etc.


Combinação (Amálgama ou Palavra-valise)<br />

A combinação, amálgama ou palavra-valise (há outros nomes <strong>para</strong> o mesmo processo,<br />

esses são os mais conhecidos) é um processo que consiste na criação de uma palavra a partir<br />

da junção de partes de duas ou mais palavras, como um cruzamento lexical. Geralmente se usa<br />

o início de uma e o final da outra.<br />

O truncamento que há entre as palavras gera outra de caráter normalmente popular, jocoso,<br />

próprio do registro coloquial e literário. Muitas palavras-valise não estão dicionarizadas.<br />

Não confunda, portanto, com palavras formadas por composição por aglutinação, uma vez que<br />

estas já se encontram dicionarizadas e são encontradas no registro culto da língua –<br />

diferentemente das palavras que sofreram amálgama. Veja alguns exemplos:<br />

Português + Espanhol<br />

Tomate + Marte<br />

Aborrecer + Adolescente<br />

Crédito + Telefone<br />

Copo + Companheiro<br />

Brasileiro + Paraguaio<br />

Grêmio + Internacional<br />

Show + Comício<br />

Atlético + Curitiba<br />

Portunhol<br />

Tomarte<br />

Aborrecente<br />

Credifone<br />

Copoanheiro<br />

Brasiguaio<br />

Grenal<br />

Showmício<br />

Atletiba<br />

O grande Millôr Fernandes criou muitas palavras-valise engraçadas no seu Dicionovário<br />

(dicionário + novo): “abacatimento, anãofabeto, cãodução, cartomente” etc. Muitas palavrasvalise,<br />

por não serem dicionarizadas, são consideradas neologismos.<br />

E o que é neologismo? Continue lendo, sem piscar, hein!


Neologismo<br />

Sabemos que o léxico da nossa língua, ou seja, nosso repertório de palavras, está em<br />

constante processo de aumento. O neologismo é uma palavra nova, uma palavra inventada, que<br />

pode ou não vir a ser dicionarizada se cair nas graças do povo. Nem toda gíria é um<br />

neologismo. Por exemplo, a nova edição escolar do dicionário Aurélio traz expressões que<br />

estão na boca do povo, como “periguete, ricardão, sex shop, balada” etc. É verdade! Partindo<br />

do princípio que as palavras já estão no dicionário, não mais podemos encará-las como<br />

neologismos. Ah, as três últimas já constam do dicionário Aulete também!<br />

Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez<br />

que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua. Existem<br />

dois tipos de neologismo: mórfico e semântico. Vamos ver!<br />

Neologismo mórfico<br />

Os falantes se valem de vários processos de formação de palavras já existentes <strong>para</strong> a<br />

criação de novas palavras (inventarei algumas e usarei outras já conhecidas); note que<br />

algumas palavras até existem no VOLP, como “amasso, agito, aperto, troca-troca”, mas, no dia<br />

a dia, elas têm muitas vezes sentidos figurados, o que constitui um neologismo semântico, o<br />

qual veremos daqui a pouco:<br />

– derivação prefixal: superfeliz, antigay, desorgulhoso (esta palavra também poderia ser<br />

interpretada como um neologismo formado por derivação prefixal e sufixal).<br />

– derivação sufixal: djavanear, viralizar, internetismo, obrigadaço, baba-ovice (de “babaovo”).<br />

– derivação <strong>para</strong>ssintética: agordalhado, afamilhar, encachorrar.<br />

– derivação regressiva: amasso, agito, aperto.<br />

– composição por justaposição: namoródromo, bioterror, gordomóvel.<br />

– composição por aglutinação: abusufruto, inteligentudo, desafogaréu.<br />

– onomatopeia (reduplicação): tchutchuca, troca-troca, pocotó.<br />

– abreviação: boa (boa tarde), tarde (boa tarde), apê (apartamento).<br />

– siglonimização: CQIP (Centro de Questões Impossíveis do <strong>Pestana</strong>), ETS (Estudo Total e<br />

Sagaz), GDLP (Gramática Definitiva da Língua Portuguesa).<br />

– combinação (amálgama/palavra-valise): criloura, adultescente, mesticigenados.<br />

Veja esta questão da EEAR 1/2011 (prova <strong>para</strong> concurso militar). Trabalhou-se aqui um<br />

neologismo por sufixação.<br />

05. Leia:<br />

O acesso de jovens à internet consagrou uma bem-humorada modalidade de escrita: o


miguchês. Acompanhe o transcurso de criação dessa palavra:<br />

amigo > migo > migucho > miguchês<br />

Considerando-se apenas os elementos em negrito, é correto afirmar que miguchês foi<br />

formada por<br />

a) aglutinação;<br />

b) justaposição;<br />

c) derivação sufixal;<br />

d) derivação imprópria.<br />

Gabarito oficial: “Considerando-se apenas os elementos destacados, a palavra miguchês foi<br />

formada por derivação sufixal, já que deriva da palavra migucho – diminutivo da palavra<br />

migo –, a qual sofreu acréscimo do sufixo -ês, que indica procedência, origem. Na internet<br />

circula outra variante desta mesma palavra, grafada com x (miguxo). Entretanto, essa grafia<br />

corresponde à forma no miguchês. Para a gramática oficial, a grafia correta respeita a forma<br />

com -ch, pois deriva do sufixo -ucho (diminutivo).”<br />

Neologismo Semântico<br />

Quando um vocábulo adquire novo significado, como em palavras metafóricas (sentido<br />

conotativo) ou em gírias, dizemos que ela é um neologismo de sentido. Por exemplo, gato<br />

(ligação elétrica ilegal), mala (pessoa chata), laranja (intermediário em negócios ilícitos),<br />

arroz (rapaz que acompanha moças, mas não namora nenhuma), rede (internet), partidão (não é<br />

uma partida grande, mas sim um homem digno, bonito e bem-sucedido), zebra (resultado<br />

inesperado) etc.<br />

Estrangeirismos<br />

Tais empréstimos vocabulares podem<br />

1) manter sua autonomia sonora e mórfica, mas também podem<br />

2) se adaptar à ortografia e à morfologia do Português.<br />

Veja alguns:<br />

1) pizza, byte, show-room, link, haloween, face, shopping center, teen, blog etc.<br />

2) deletar, restaurante, abajur, bife, futebol, xampu, estresse, skatista, blogueiro etc.<br />

“For relax”, leia este sambinha do Zeca Baleiro:<br />

Samba do Approach<br />

Venha provar meu brunch<br />

Saiba que eu tenho approach<br />

Na hora do lunch<br />

Eu ando de ferryboat...(2x)


Eu tenho savoir-faire<br />

Meu temperamento é light<br />

Minha casa é hi-tech<br />

Toda hora rola um insight<br />

Já fui fã do Jethro Tull<br />

Hoje me amarro no Slash<br />

Minha vida agora é cool<br />

Meu passado é que foi trash...<br />

Venha provar meu brunch<br />

Saiba que eu tenho approach<br />

Na hora do lunch<br />

Eu ando de ferryboat...(2x)<br />

Fica ligado no link<br />

Que eu vou confessar my Love<br />

Depois do décimo drink<br />

Só um bom e velho engov<br />

Eu tirei o meu green card<br />

E fui prá Miami Beach<br />

Posso não ser pop-star<br />

Mas já sou um noveau-riche...<br />

Venha provar meu brunch<br />

Saiba que eu tenho approach<br />

Na hora do lunch<br />

Eu ando de ferryboat...(2x)<br />

Eu tenho sex-appeal<br />

Saca só meu background<br />

Veloz como Damon Hill<br />

Tenaz como Fittipaldi<br />

Não dispenso um happy end<br />

Quero jogar no dream team<br />

De dia um macho man<br />

E de noite, drag queen...<br />

Venha provar meu brunch<br />

Saiba que eu tenho approach<br />

Na hora do lunch<br />

Eu ando de ferryboat...(7x)


(http://letras.terra.com.br/zecabaleiro/43674/)


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Saber o que cai mais na prova é essencial, concorda? Por isso, recomendo que domine<br />

derivação e composição. Estes dois assuntos são primordiais.


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FGV – PC/RJ – Inspetor – 2008) Em xenofobia, há a seguinte combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a<br />

alternativa em que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não tenha sido feita corretamente.<br />

a) pantofobia (pantera).<br />

b) estasiofobia (permanecer de pé).<br />

c) fotofobia (luz).<br />

d) ictiofobia (peixe).<br />

e) gamofobia (casamento).<br />

2. (Consulplan – Analista de Informática (SDS-SC) – 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo<br />

processo de formação é:<br />

a) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;<br />

b) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;<br />

c) deslealdade, colunista, incrível;<br />

d) anoitecer, festeiro, infeliz;<br />

e) reeducação, dignidade, enriquecer.<br />

3. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2008) O recurso a processos de formação de palavras derivadas pode ser<br />

exemplificado em “habitável porém inabitado”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

4. (FGV – TCM/PA – Auditor – 2008) (Adaptada) Julgue como correto ou incorreto o item a seguir no que diz respeito a<br />

estrutura do texto.<br />

“A palavra “financeirização” foi posta entre aspas por se tratar de um neologismo.”<br />

5. (Cespe/UnB – Ministério do Meio Ambiente – Analista Ambiental – 2008) A palavra “bicombustível” é formada por<br />

prefixação.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

6. (FGV – TJ/MS – Juiz de Direito (Substituto de Carreira) – 2008) Utilizou-se corretamente a regra moderna de grafia de<br />

siglas em OMC, ONU e FMI. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.<br />

a) AGU.<br />

b) ADI.<br />

c) Emerj.<br />

d) EMATRA.<br />

e) PIS.<br />

7. (Fadems – TJ/MS – Analista de Sistema Computacional – 2009) Assinale a alternativa em que o processo de formação de<br />

palavras está corretamente indicado:<br />

a) sociologia = derivação prefixal ou prefixação.<br />

b) “redondo” (em “Skol, a cerveja que desce redondo”) = derivação sufixal ou sufixação.<br />

c) enlouquecer = <strong>para</strong>ssíntese.<br />

d) combate (do verbo “combater”) = derivação imprópria.<br />

e) “pobre” (em “O pobre merece ajuda”) = derivação regressiva.<br />

8. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) Os vocábulos “instabilidade”, “imperfeita”, “inçados” e “impõe” são<br />

formados por prefixo cujo valor semântico denota privação ou negação.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

9. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) O vocábulo “inaturável” é formado por derivação e tem o mesmo<br />

radical do vocábulo desnaturado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

10. O vocábulo “agravada” tem o mesmo radical que os vocábulos gravidez e gravidade.<br />

( ) CERTO


( ) ERRADO<br />

11. Denomina-se prefixação o processo de formação dos seguintes vocábulos: “anomalia”, “alacridade” e “arrebataram”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

12. (Cespe/UnB – PM/ES – Soldado – 2010) A formação dos vocábulos “lamentavelmente” e “plenamente” ocorre de maneira<br />

idêntica: a partir do acréscimo do sufixo -mente a um adjetivo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

13. (Instituto Zambini – Pref. Taboão da Serra/SP – Professor III – 2010) Assinale a alternativa em que a palavra não é<br />

formada por derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

a) enriquecer.<br />

b) entardecer.<br />

c) avermelhar.<br />

d) descobrimento.<br />

e) N.D.A.<br />

14. (Ima – Pref. Boa Hora/PI – Procurador Municipal – 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso<br />

cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação utilizado <strong>para</strong> formar a palavra nova e o tipo de<br />

derivação que a palavra primitiva foi formada respectivamente é:<br />

a) derivação prefixal (des + entristecer); derivação <strong>para</strong>ssintética (en + trist + ecer);<br />

b) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria (en + triste + cer);<br />

c) derivação regressiva (des + entristecer); derivação <strong>para</strong>ssintética (en + trist + ecer);<br />

d) derivação <strong>para</strong>ssintética (en + trist + ecer); derivação prefixal (des + entristecer);<br />

e) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação <strong>para</strong>ssintética (des + entristecer).<br />

15. (Ima – Pref. Boa Hora/PI – Procurador Municipal – 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra<br />

formada por derivação:<br />

a) <strong>para</strong>ssintética;<br />

b) prefixal;<br />

c) sufixal;<br />

d) imprópria;<br />

e) regressiva.<br />

16. (Integri – Pref. Carapicuíba/SP – Procurador Municipal – 2010) Mas, em uma era de globalização e de sociedades<br />

multiconfessionais, a criação do capital exige não apenas tolerância, mas também o respeito pelas pessoas de outras<br />

confissões. As palavras sublinhadas são formadas pelo mesmo processo de derivação, exceto:<br />

a) globalização;<br />

b) sociedades;<br />

c) criação;<br />

d) multiconfessionais.<br />

17. (FGV – Codesp – Arquiteto – 2010) Assinale o par de vocábulos em que seus elementos mórficos destacados NÃO<br />

tenham o mesmo sentido.<br />

a) metropolitana – metrologia.<br />

b) economia – ecologia.<br />

c) telecomunicações – telepatia.<br />

d) petróleo – petrificar.<br />

e) sintonia – sinergia.<br />

18. (FGV – SEAD/AP – Auditor da Receita Estadual – 2010) Com relação aos processos de formação de palavras, analise as<br />

afirmativas a seguir:<br />

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.<br />

II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra utilitarista.<br />

III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a partir do radical alfabet-.<br />

Assinale:<br />

a) se somente a afirmativa I estiver correta;<br />

b) se somente a afirmativa II estiver correta;


c) se somente a afirmativa III estiver correta;<br />

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas;<br />

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

19. (FGV – CAERN – Agente Administrativo – 2010) Assinale a palavra que seja formada pelo mesmo processo que<br />

megalópoles.<br />

a) internacional.<br />

b) sustentabilidade.<br />

c) saneamento.<br />

d) obrigatoriedade.<br />

e) olímpicos.<br />

20. (FGV – TRE/PA – Analista Judiciário – 2011) Assinale a palavra em que o prefixo tenha o mesmo valor semântico que o<br />

de dissociação.<br />

a) dissolver.<br />

b) dispor.<br />

c) discordar.<br />

d) disenteria.<br />

e) dissimular.<br />

21. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) Das palavras a seguir, a única formada por derivação prefixal e sufixal é:<br />

a) destinação;<br />

b) desocupação;<br />

c) criminológico;<br />

d) carcereiro;<br />

e) preventivamente.<br />

22. (Cespe/UnB – STM – Analista Judiciário – 2011) As palavras “desertor” e “integrantes” são ambas formadas por processo<br />

de derivação sufixal em que os respectivos sufixos evidenciam o sentido de agente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

23. (Cespe/UnB – ECT – Agente dos Correios – 2011) A palavra “trem-bala” é composta por justaposição, tal qual o vocábulo:<br />

a) governança;<br />

b) ilimitado;<br />

c) passatempo;<br />

d) superprodução;<br />

e) faturamento.<br />

24. (Cespe/UnB – ECT – Formação: Letras – 2011) No processo de formação dos vocábulos “integração”, “impulsiona”,<br />

“indefectivelmente” e “imprudências”, identifica-se o prefixo in-, que neles expressa a noção de mudança de estado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

25. O sufixo identificado na formação dos vocábulos “representantes” e “emergentes” expressa a noção de paciente das ações<br />

de representar e emergir, respectivamente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

26. Têm sentidos semelhantes o prefixo dos vocábulos “internacionalizados” e “intertemporais” e a preposição “entre”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

27. (Funcab – Prefeitura Municipal de Valença – Biólogo – 2012) No processo de formação da palavra “desfavoravelmente”,<br />

pode ser identificado o tipo de derivação:<br />

a) sufixal;<br />

b) prefixal e sufixal;<br />

c) <strong>para</strong>ssintética;<br />

d) regressiva;<br />

e) prefixal.


28. (INSPER – Vestibular – 2012) Leia a tirinha a seguir.<br />

Os mesmos processos de formação dos termos em negrito aparecem, respectivamente, em:<br />

a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente;<br />

b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente e firmamento;<br />

c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição;<br />

d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento;<br />

e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e violação.<br />

29. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO tem o mesmo<br />

sentido que o de trans-, em transvalorada.<br />

a) transbordar.<br />

b) trasantontem.<br />

c) tresnoitar.<br />

d) trastejar.<br />

30. Assinale a palavra que tenha sido formada por processo DISTINTO do das demais.<br />

a) teológica.<br />

b) biografia.<br />

c) narcotráfico.<br />

d) desvalorizada.<br />

31. (Instituto Ludus – Pref. Mun. Aroazes – Professor de Português II – 2012) Doçura e interinidade são substantivos<br />

abstratos derivados de adjetivo. Marque o item em que todos os substantivos são abstratos derivados de adjetivo.<br />

a) Mortalidade, mesquinhez, umidade, escuridão.<br />

b) Infância, paciência, publicidade, justiça.<br />

c) Perfeição, baixeza, compensação, dificuldade.<br />

d) Ambição, amor, mistério, oportunidade.<br />

e) Alegria, amor, mistério, oportunidade.<br />

32. (Consulplan – Pref. Barra Velha/SC – Agente Administrativo – 2012) Os termos Ibama (4 o §) e ararinha (2 o §) são<br />

formados, respectivamente, pelos processos de:<br />

a) siglonimização e derivação sufixal;<br />

b) derivação regressiva e onomatopeia;<br />

c) derivação prefixal e abreviação;<br />

d) derivação <strong>para</strong>ssintética e derivação imprópria;<br />

e) composição por justaposição e hibridismo.<br />

33. (CEPERJ – Cedae – Operador de Tratamento de Água – 2012) A palavra formada pelo acréscimo de um sufixo é:<br />

a) imprensa;<br />

b) descobrir;<br />

c) reforma;<br />

d) irracional;<br />

e) rigidez.<br />

34. (CEPERJ – SEAP – Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária – 2012) A palavra “descriminalizar” é formada<br />

pelo mesmo tipo de derivação observado na palavra da seguinte alternativa:<br />

a) espetar.<br />

b) familiarizar.


c) tatuar.<br />

d) recusar.<br />

e) reanimar.<br />

35. (CEPERJ – Degase – Enfermeiro do Trabalho– 2012) Um exemplo do texto em que a palavra é formada pela adição de<br />

sufixo e prefixo é:<br />

a) cotidianamente;<br />

b) oportunidade;<br />

c) responsáveis;<br />

d) infelizmente;<br />

e) sucateados.<br />

36. (CEPERJ – SEFAZ – Analista de Controle Interno – 2012) Entre os vocábulos abaixo, aquele que possui uma formação<br />

diferente dos demais é:<br />

a) repercussões;<br />

b) desdobramentos;<br />

c) favorável;<br />

d) recentemente;<br />

e) despreocupar.<br />

37. (Funcab – Pref. Búzios/RJ – Administrador – 2012) O processo de formação do vocábulo sublinhado na expressão “[...] o<br />

dinheiro que discretamente [...]” é:<br />

a) derivação prefixal e sufixal;<br />

b) derivação regressiva;<br />

c) derivação <strong>para</strong>ssintética;<br />

d) derivação sufixal;<br />

e) derivação prefixal.<br />

38. (Funcab – Pref. Magé/RJ – Administrador – 2012) Formam substantivos de adjetivos, exprimindo a noção de “estado ou<br />

qualidade de”, ambos os sufixos destacados nas seguintes palavras do texto:<br />

a) igualdade − sentimental.<br />

b) ligamento − esterilização.<br />

c) sentimentalismo − governante.<br />

d) pobreza − hipocrisia.<br />

e) jornalístico− adolescente.<br />

39. (Funcab – Pref. Sooretama/ES – Administrador de Empresa – 2012) As palavras destacadas em “Tanto andam agora<br />

preocupados em definir o conto [...]” / “Uma ternura imensa, [...]” se formaram, respectivamente, por:<br />

a) composição por aglutinação e derivação sufixal;<br />

b) derivação regressiva e derivação regressiva;<br />

c) composição por justaposição e derivação imprópria;<br />

d) derivação regressiva e derivação sufixal;<br />

e) composição por justaposição e derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

40. (Funcab – MPE/RO – Analista Administrativo – 2012) Aponte o significado do prefixo da palavra destacada em “(...)<br />

praticam o exorcismo em Kerala, (...)”.<br />

a) mudança.<br />

b) se<strong>para</strong>ção.<br />

c) <strong>para</strong> fora.<br />

d) <strong>para</strong> trás.<br />

e) através de.


Gabarito<br />

1. A. 9. ERRADO. 17. A. 25. ERRADO. 33. E.<br />

2. A. 10. CERTO. 18. C. 26. CERTO. 34. E.<br />

3. CERTO. 11. ERRADO. 19. A. 27. B. 35. D.<br />

4. CORRETO. 12. CERTO. 20. C. 28. E. 36. E.<br />

5. CERTO. 13. D. 21. B. 29. D. 37. D.<br />

6. D. 14. A. 22. CERTO. 30. D. 38. D.<br />

7. C. 15. D. 23. C. 31. A. 39. D.<br />

8. ERRADO. 16. D. 24. ERRADO. 32. A. 40. C.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 7<br />

Substantivo


Definição<br />

Vou definir todas as classes gramaticais a partir de três critérios: semântico, morfológico e<br />

sintático. Então, comecemos pelo substantivo – a classe gramatical mais importante <strong>para</strong> a<br />

construção de frases, junto com o verbo, é claro!<br />

Do ponto de vista semântico, o substantivo é a palavra que nomeia tudo o que tem<br />

substância, tudo o que existe (céu, homem, mar, peixe, Rio de Janeiro, átomo, eletricidade<br />

etc.), tudo o que imaginamos existir (Deus, fada, vampiro, anjo, duende, lobisomem, inferno<br />

etc.) ou tudo o que é conceito abstrato (saudade, recreação, lealdade, riqueza etc.). Não é por<br />

nada que o substantivo é chamado de “nome, nomeador ou designador”.<br />

Imagine-se numa sala de aula agora. Você consegue dar nomes às coisas que estão a sua<br />

volta? Carteiras, quadro, gizes, paredes, janelas, chão, ar-condicionado (ou arescondicionados,<br />

se mais de um), alunos, professor etc. Imagine agora que você esteja desatento<br />

ao que o professor diz, qual é o nome desse estado? “Desatenção”. Enfim... você só conhece<br />

melhor o mundo a seu redor e a si mesmo se houver nomeação (que, por ser o ato de nomear,<br />

é um substantivo).<br />

É bom dizer que não é só o verbo que indica ação ou fenômeno natural, não é só o adjetivo<br />

que indica estado ou qualidade. O substantivo pode indicar ação (desenvolvimento,<br />

vingança), estado (vida, doença), condição (pobreza, abastança), qualidade (fidelidade,<br />

maleabilidade), sentimento (amor, ódio), acontecimento (evento, sonho),<br />

concepção/doutrina (fé, naturismo).<br />

Não me custa dizer que os substantivos com os sufixos abaixo são, normalmente, abstratos:<br />

–aço: buzinaço / -ada: largada / -ado: empresariado / -ato: estrelato / -agem: ajustagem / -ia:<br />

burguesia / -dade: casualidade / -dão: gratidão / -ez: altivez / -eza: beleza / -ia: chefia / -ice:<br />

doidice / -ície: imundície / -or: amargor / -tude: juventude / -ura: brancura / -ismo:<br />

antropocentrismo / -nça: esperança / -ncia: constância / -ção: correção / -são: agressão / -<br />

mento: casamento<br />

Isso não significa que todos os substantivos abstratos terminam com esses sufixos. Claro<br />

que não. Falarei um pouco mais sobre a significação dos substantivos mais à frente.<br />

Do ponto de vista morfológico, o substantivo é uma palavra que varia em gênero, número e<br />

grau, normalmente. Por exemplo, a palavra “garoto” varia em gênero (garota), em número<br />

(garotos) e em grau (supergaroto, minigaroto, garotão, garotinho). É por isso que se diz que o<br />

substantivo é uma palavra variável, porque muda de forma, por meio de desinências e de<br />

afixos.<br />

Do ponto de vista sintático, o substantivo normalmente é o núcleo dos termos sintáticos.<br />

Se você não lembra quais são os termos sintáticos, refrescarei a sua memória agora: sujeito,<br />

objetos direto e indireto, predicativos do sujeito e do objeto, complemento nominal,


agente da passiva, adjuntos adnominal e adverbial, aposto e vocativo. O substantivo,<br />

comumente, é o núcleo desses termos sintáticos.<br />

Para entendermos bem todas essas definições de substantivo, vamos analisar esta frase:<br />

O discurso daquele aluno provocou grande alegria no professor.<br />

Note, por exemplo, que a palavra discurso:<br />

1) designa/nomeia uma ação praticada por alguém: discurso é uma manifestação oral, é o<br />

ato de discursar;<br />

2) pode variar de forma se a frase toda for pluralizada: “Os discursos daqueles alunos<br />

provocaram...”;<br />

3) é núcleo do sujeito: “O que provocou grande alegria no professor?” “O discurso<br />

daquele aluno”.<br />

Tudo bem até agora? Espero que sim, pois a partir de então vou abranger mais o assunto,<br />

hein... Venha comigo!<br />

Chamamos de sintagma nominal o grupo de vocábulos que se ligam a um núcleo<br />

substantivo. Logo, “O discurso daquele aluno” é um sintagma nominal (uma expressão), pois<br />

apresenta termos periféricos (o e daquele aluno) indissociáveis do substantivo discurso. Se<br />

alguém pergunta a você “o que provocou grande alegria no professor”, você não vai responder<br />

simplesmente que foi “o discurso”, mas sim “o discurso daquele aluno”, cujo núcleo da<br />

expressão (sintagma) é o substantivo, certo?<br />

Percebeu? Precisamos ir a fundo na identificação dos substantivos e no conceito de<br />

substantivação (apesar de já termos visto bastante em derivação imprópria), porque isso cai<br />

com certa frequência nas provas! Você vai ver mais à frente que o substantivo tem uma<br />

vitalidade tão grande na língua portuguesa, que o encontramos como núcleo das locuções<br />

adjetivas (barco à vela ou barco a vela), adverbiais (de manhã), prepositivas (ao encontro de)<br />

e conjuntivas (à proporção que).<br />

Inclusive, <strong>para</strong> variar, já vi questões em que a banca pediu que se marcasse a opção cuja<br />

oração destacada tinha valor/função de substantivo. Só que veremos isso com mais detalhes<br />

no capítulo de orações subordinadas substantivas. Caso queira dar um “pulão” até lá, fique à<br />

vontade, mas não recomendo ainda. Devagar também é pressa – percebeu que “devagar”,<br />

nesse contexto, é substantivo?


Identificação e Substantivação<br />

Antes de mais nada: qualquer vocábulo ou expressão pode se tornar um substantivo. Se<br />

quisermos reconhecer o substantivo dentro da frase – e isso é muito importante! –,<br />

precisaremos perceber, precipuamente, se ele vem na posição de núcleo dos termos sintáticos<br />

e/ou acompanhado de determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ou locução<br />

adjetiva). Grave isso!<br />

Identificação do Substantivo<br />

Tive de transcrever um dos poemas mais críticos e pseudoeróticos de que mais gosto <strong>para</strong><br />

ilustrar algo relativo à gramática. Nada contra as mulheres, hein! Observe que os substantivos<br />

(negrito) normalmente vêm acompanhados de determinantes (“azulito”):<br />

O Cão e a Cadela<br />

Bocage<br />

Tinha de uma cadela um cão fome canina.<br />

Ele bom perdigueiro, ela de casta fina.<br />

Mil foscas lhe fazia o terno maganão,<br />

Mas gastava o seu tempo, o seu carinho em vão.<br />

Dando no chichisbéu dentada e mais dentada,<br />

A fêmea parecia uma cadela honrada<br />

E incapaz de ceder às pretensões de amor.<br />

Mas o amante infeliz enfim foi sabedor<br />

De que a mesma*, em que via ações tão desabridas,<br />

Era co’um torpe cão fagueira às escondidas.<br />

Se és sagaz, meu leitor, talvez que tenhas visto<br />

Cadelas de dois pés* que também fazem isto.<br />

É fácil identificar os substantivos acompanhados de determinantes: (uma) cadela, (um) cão,<br />

fome (canina), (bom) perdigueiro, casta (fina), (Mil) foscas, (o terno) maganão, (o seu)<br />

tempo, (o seu) carinho, (o) chichisbéu, (mais) dentada, (a) fêmea, (uma) cadela (honrada),<br />

(as) pretensões (de amor), (o) amante (infeliz), ações (desabridas), (um torpe) cão, (meu)<br />

leitor, Cadelas (de dois pés).<br />

Só de curiosidade: De novo, o nome dado a essas estruturas em que o substantivo vem<br />

acompanhado de determinantes se chama sintagma nominal, ou seja, determinante(s) +<br />

substantivo = sintagma nominal; substantivo + determinante(s) = sintagma nominal;<br />

determinante(s) + substantivo + determinante(s) = sintagma nominal. O “sintagma


nominal” é um grupo de vocábulos centrados em um nome (substantivo); é uma expressão<br />

cujo núcleo é um nome substantivo.<br />

Só peço que observe agora os substantivos que não estão acompanhados de determinantes:<br />

vão (em vão), amor (de amor), escondidas (às escondidas). Note que tais substantivos são os<br />

núcleos das expressões ou termos sintáticos: em vão (adjunto adverbial), de amor (adjunto<br />

adnominal), às escondidas (adjunto adverbial).<br />

É bom saber um pouquinho de sintaxe até mesmo <strong>para</strong> identificar um substantivo, percebeu?<br />

* a mesma (“mesma” é um pronome demonstrativo que vem antecedido de artigo, portanto<br />

cuidado, pois nem todas as palavras precedidas de artigo são automaticamente substantivos;<br />

falarei mais sobre isso no capítulo Numeral).<br />

* Em “cadelas de dois pés”, de dois pés é uma locução adjetiva (determinante) que<br />

caracteriza o substantivo cadelas; só que dentro da locução adjetiva há um substantivo como<br />

núcleo (pés), que está determinado pelo numeral (determinante) dois. Logo, pés é um<br />

substantivo, pois está acompanhado de determinante (dois pés). Beleza?<br />

Relembre, agora, o que vimos em derivação imprópria (conversão) <strong>para</strong> fixar a ideia de<br />

que as palavras podem se tornar substantivos. Dessa vez, fiz questão de comentar uma por<br />

uma. Não pule esta etapa!<br />

Substantivação<br />

A substantivação é um tipo de “nominalização”, pois ocorre mudança de muitas classes<br />

gramaticais, que se tornam substantivos. Qualquer morfema, palavra, expressão ou frase pode<br />

se tornar um substantivo desde que esteja acompanhada de algum determinante (artigo,<br />

pronome, numeral, adjetivo, locução adjetiva) ou tenha valor substantivo (designador) no<br />

contexto:<br />

– Você tem aracnofobia? (Radical) / Eu tenho muitas fobias. (Substantivo. O pronome<br />

indefinido muitas atua como determinante.)<br />

– Sou muito pró-ativo. (Prefixo) / Esta questão só tem um pró. (Substantivo. O numeral um<br />

atua como determinante.)<br />

– Aquela blusa é preta? (Adjetivo) / Preta, você me ama? (Substantivo. Percebe que a<br />

palavra virou um substantivo porque está nomeando alguém por meio de um apelido?)<br />

Obs.: Veja este exemplo de Celso Cunha & Lindley Cintra: Uma preta velha vendia laranjas.<br />

/ Uma velha preta vendia laranjas. Note que os vocábulos preta e velha mudaram de<br />

classe gramatical com a mudança de posição no sintagma (substantivo + adjetivo /


substantivo + adjetivo). Isso é normal. Veremos mais exemplos no próximo capítulo<br />

(Adjetivo).<br />

– Estou tão sem ânimo... (Locução adjetiva) / Esse teu sem ânimo me desanimou. (Locução<br />

substantiva. Os determinantes esse e teu substantivaram a locução adjetiva, transformandoa<br />

em locução substantiva.)*<br />

* Veja uma questão em que caiu exatamente isso:<br />

(NCE/UFRJ – TRT/9R – Técnico Judiciário – 1998)<br />

Fragmento de texto:<br />

(...) Mais adiante, <strong>para</strong> não achincalhar a todos, indistintamente, com a pecha infamante de “subdesenvolvido”, premiou-se os<br />

melhores com o gentil “em desenvolvimento”. Tais países não eram mais “sub”, não estavam mais tão por baixo. Nos<br />

últimos anos, substituiu-se o “em desenvolvimento” por “emergente”, palavra que igualmente se opõe ao “sub”. (...)<br />

A expressão “em desenvolvimento” apresenta valor:<br />

a) adjetivo;<br />

b) substantivo;<br />

c) adverbial;<br />

d) prepositivo;<br />

e) conjuntivo.<br />

Comentário: Note que há determinantes (grifados por mim) substantivando a expressão “em<br />

desenvolvimento”, por isso o gabarito oficial foi, acertadamente, a opção B. Muito bacana a<br />

questão!<br />

– A casa foi comprada ontem. (Artigo) / Esse a da frase anterior é um artigo. (Substantivo.<br />

O pronome demonstrativo Esse atua como determinante.)<br />

– Eu me amo, não posso mais viver sem mim. (Pronome) / O me, o te e o se também<br />

funcionam como objetos diretos. (Substantivos. O artigo definido o atua como<br />

determinante.)<br />

– Tenho dois filhos. (Numeral) / O dois é um numeral cardinal. (Substantivo. O artigo<br />

definido o atua como determinante.)<br />

– Eu vou amar você e depois vou partir. (Verbos no infinitivo) / O amar e o partir fazem<br />

parte da vida. (Substantivos. O artigo definido o atua como determinante.)<br />

– Havia feito uma prova dificílima. (Verbo no particípio) / Mahatma Gandhi realizou um<br />

feito inédito na história! (Substantivo. O artigo indefinido um atua como determinante.)<br />

– Amanhã te ligo. (Advérbio) / Espero sempre por um amanhã melhor. (Substantivo. O<br />

artigo indefinido um e o adjetivo melhor atuam como determinantes.)<br />

– Só ela me faz feliz. (Palavra denotativa de exclusão) / O só pertence ao grupo de palavras<br />

denotativas. (Substantivo. O artigo definido o atua como determinante.)<br />

– Precisamos fazer uma ação contra a violência. (Preposição) / Estes contras que você está<br />

expondo não procedem. (Substantivo. O pronome demonstrativo Estes atua como


determinante.)<br />

– Estudo muito, porém não gosto, porque cansa. (Conjunções) / Só tenho um porém a dizer;<br />

deixe o porquê <strong>para</strong> depois. (Substantivo. O numeral um e o artigo o atuam como<br />

determinantes.)<br />

– Ai! Se eu te pego! (Interjeição) / Nunca se ouviu sequer um ai naquela casa. (Substantivo.<br />

O numeral um atua como determinante.)<br />

– O rapaz só abre a boca <strong>para</strong> falar isto: “Fala sério!” (Frase verbal) / É um fala sério<br />

<strong>para</strong> cá, um fala sério <strong>para</strong> lá... Que chatice! (Locução substantiva. O artigo indefinido<br />

um atua como determinante, transformando a frase verbal em uma locução substantiva.)<br />

– Estamos chegando, falta pouco. (Frase verbal) / Estamos chegando, do verbo falta pouco.<br />

(Locução substantiva, só que dessa vez não há artigo substantivando a frase; a própria frase<br />

tem valor de substantivo porque nomeia, especificando, o substantivo anterior verbo; <strong>para</strong><br />

quem se lembra disto, trata-se de um aposto especificativo.)<br />

Resumo da ópera: as palavras substantivadas variam normalmente, como um substantivo.<br />

Por exemplo: “Aqui não há senões nem talvezes, meu amigo!”.<br />

Cuidado!!!<br />

Só leia isto se você quiser saber mais sobre a língua portuguesa, pois isso não cai em<br />

concurso público.<br />

Celso Cunha, Bechara e outros grandes nomes nos ensinam o seguinte: um substantivo ou um<br />

adjetivo pode ser usado <strong>para</strong> caracterizar de maneira expressiva outro substantivo que vem<br />

depois da preposição “de”. Entenda! Observe estas frases:<br />

– O raio do garoto só fala bobagens.<br />

– O bobo do palhaço fez todos rirem.<br />

– A idiota da mulher fez um escândalo no banco.<br />

– A pobre da menina está carente.<br />

O substantivo ou o adjetivo substantivado antes da preposição “de” das estruturas formadas<br />

por artigo + substantivo/adjetivo substantivado + preposição de enfatizam o substantivo<br />

que vem a seguir. Logo, em “O raio do garoto”, “O bobo do palhaço”, “A idiota da mulher”,<br />

“A pobre da menina”, as estruturas “o raio (de)”, “o bobo (de)”, “a idiota (de)”, “a pobre<br />

(de)” são expressões que realçam, respectivamente, os substantivos “garoto, palhaço, mulher<br />

e menina”. Essas construções são carregadas de expressividade!<br />

Nas últimas três frases, a preposição “de” é expletiva, ou seja, serve <strong>para</strong> realçar, enfatizar<br />

a expressão, podendo, assim, ser descartada. Com as devidas alterações, as frases podem<br />

ser reconstruídas, com o mesmo sentido, assim: “O bobo palhaço fez todos rirem / A mulher<br />

idiota fez um escândalo no banco / A pobre menina está carente”.


Cuidado com certas ambiguidades: “A vaca da tua mãe está bem?”. Não se sabe se a mãe da<br />

pessoa está sendo xingada ou se o animal (vaca) que pertence à mãe está bem. Outro<br />

exemplo: “A droga do cliente chegou”, droga é uma qualificação do cliente ou é uma<br />

substância ilícita? Fique ligado... sem trocadilhos!


Recurso de Nominalização<br />

Nominalizar é, normalmente, transformar uma estrutura verbal em uma estrutura nominal, ou<br />

seja, substituir um verbo por um substantivo de mesmo radical (às vezes, por um adjetivo), a<br />

fim de evitar o exagero no uso de verbos. Isso se dá por meio de derivação sufixal ou de<br />

derivação regressiva, normalmente.<br />

Segundo Ulisses Infante, a nominalização “constitui um recurso eficaz no momento de<br />

redigir, pois passamos a contar com diferentes possibilidades <strong>para</strong> estruturar nossas frases”.<br />

Ele está falando aqui sobre reescritura de frases, sobre a qual falarei mais detalhadamente no<br />

capítulo 37. Continua Infante: “O uso de substantivos é mais frequente em textos científicos e<br />

analíticos, em que os conceitos são mais utilizados do que as ações. Nos textos narrativos, as<br />

ações tendem a ser mais importantes do que os conceitos, o que acarreta predomínio de<br />

verbos”.<br />

Para você que vai fazer uma prova de redação, um texto dissertativo bem redigido é aquele<br />

que não abusa de verbos; um texto com mais nomes valoriza a concisão e a clareza.<br />

Contando, também, com as informações essenciais da Prof. a Dr. a Maria Francisca Oliveira<br />

Santos, em seu trabalho As nominalizações em sala de aula como marcas de não<br />

comprometimento do sujeito (Revista do Gelne, Vol. 3, N o 1, 2001), vejamos como isso<br />

ocorre na prática.<br />

Por Derivação Sufixal<br />

–ção/-são: fabricar > fabricação; ligar > ligação; adaptar > adaptação; expressar > expressão,<br />

ceder > cessão...<br />

– Fabricar produtos sustentáveis está na moda. (Frase com dois verbos.)<br />

– A fabricação de produtos sustentáveis está na moda. (Frase com um verbo.)<br />

– Ceder meus direitos autorais ao artista foi difícil. (Frase com dois verbos.)<br />

– A cessão de meus direitos ao artista foi difícil. (Frase com um verbo.)<br />

Obs.: Note que, assim como o verbo exige dois complementos – cede-se algo (1) a alguém<br />

(2) –, o nome também exige – cessão de... (1) ao... (2). Falarei mais sobre a relação dos<br />

verbos e dos nomes com seus complementos no capítulo de Regência. Não se empolgue,<br />

fique por aqui, senão vai se enrolar!<br />

–da: sair > saída; chamar > chamada; chegar > chegada...<br />

– Quando meu filho chegou, fiquei emocionada. (Frase com dois verbos.)<br />

– A chegada do meu filho me emocionou. (Frase com um verbo.)<br />

–mento: conhecer > conhecimento; lançar > lançamento; surgir > surgimento...


– Surgiram novos problemas em minha tese que me deixaram preocupado. (Frase com<br />

dois verbos.)<br />

– O surgimento de novos problemas em minha tese me deixou preocupado. (Frase com<br />

um verbo.)<br />

Os demais sufixos seguem o mesmo <strong>para</strong>digma (modelo):<br />

–nça/-ncia: mudar > mudança; tolerar > tolerância; concordar > concordância...<br />

–aria: pescar > pescaria; piratear > pirataria...<br />

–agem: abordar > abordagem; filmar > filmagem; reciclar > reciclagem...<br />

–dor: pescar > pescador; acusar > acusador; dever > devedor...<br />

–nte: participar > participante; fabricar > fabricante...<br />

–(t)ura: ler > leitura; candidatar > candidatura...<br />

–eza: estar certo de > a certeza de...<br />

–dade: ser difícil de > a dificuldade de...<br />

Por Derivação Regressiva<br />

Observe três exemplos em que ocorre nominalização:<br />

– Quem canta os males espanta. (Frase com dois verbos.)<br />

– O canto espanta os males. (Frase com um verbo.)<br />

– Ele causou o estardalhaço porque se revoltou com a postura dos políticos. (Frase com<br />

dois verbos.)<br />

– A causa do estardalhaço foi sua revolta com a postura dos políticos. (Frase com um<br />

verbo.)<br />

– Depois de jantar com a namorada, percebeu que foi um sucesso. (Frase com três verbos.)<br />

– A janta com a namorada foi um sucesso. (Frase com um verbo.)


Locução Substantiva<br />

A locução é sempre um grupo de vocábulos que equivale a uma palavra só. Dizemos que<br />

uma locução é substantiva caso seja formada por um grupo de vocábulos, com valor de<br />

substantivo (não ligados por hífen): anjo da guarda, dona de casa, estrada de ferro, ponto de<br />

vista, cesta básica, papel almaço, fim de semana, sala de jantar, casa de saúde, Maria das<br />

Dores, Vasco da Gama, Cidade Universitária, Belo Horizonte, Nova Iguaçu etc.<br />

Obs.: Na nova ortografia, muitos substantivos compostos perderam o hífen, logo é possível<br />

dizer que se tornaram locuções substantivas: “pé de moleque, mula sem cabeça, pôr do<br />

sol, leva e traz” etc. Afinal, <strong>para</strong> ser substantivo composto, é preciso, em tese, de hífen.<br />

Já os vocábulos que formam as locuções substantivas não são ligados por hífen. De<br />

qualquer modo, a regra de plural dos compostos ainda vale!!!


Classificação<br />

Antes de qualquer coisa, é bom dizer que esta parte é 99,99% irrelevante <strong>para</strong> as bancas de<br />

concursos, que não cobram a classificação dos substantivos, por isso não tenho por que me<br />

estender. Esta parte só é importante <strong>para</strong> o conhecimento dos conceitos. Por exemplo, é bom<br />

saber identificar que um substantivo é coletivo ou partitivo, pois, no capítulo de<br />

Concordância, irei falar sobre eles. Portanto, leia esta parte, mas sem “aqueeeeeele”<br />

compromisso.<br />

O substantivo pode ser classificado segundo sua forma e sua significação.<br />

Quanto à forma, os substantivos podem ser primitivos, derivados, simples e compostos.<br />

Vejamos!<br />

Tipo Definição Exemplo<br />

Primitivo Não apresenta afixos. pedra, Marte, agenda<br />

Derivado Apresenta afixos. pedreiro, marciano, extra-agenda<br />

Simples Apresenta apenas um radical. samba, enredo, caixa, água<br />

Composto Apresenta mais de um radical. samba-enredo, caixa-d’água<br />

Quanto à significação, os substantivos podem ser comuns, próprios, abstratos, concretos<br />

e coletivos. Vejamos!<br />

Tipo Definição Exemplo<br />

Comum Representa todos os seres de uma espécie. homem, cidade, bairro, instituição, remédio, cão<br />

Próprio Representa apenas um ser de uma espécie¹. Pedro, Salvador, Irajá, Aeronáutica, Sonrisal, Totó<br />

Abstrato<br />

Concreto<br />

Representa ações, estados, qualidades, sentimentos,<br />

resultados de ações, propriedades e concepções².<br />

Não representa ações, estados, qualidades,<br />

sentimentos, resultados de ações, propriedades e<br />

concepções.<br />

amaragem, empunhadura, ódio, tesão, intensidade, beijo, toque,<br />

protestantismo, alegria, doença, luto, abstração, entrada, fé, calor,<br />

ira<br />

luz, som, eco, chuva, DVD, relógio, rua, ilha, aldeia, fada, Deus,<br />

Diabo, chupa-cabra, capiroto, alma, pizza<br />

Coletivo<br />

Representa um grupo de seres da mesma<br />

espécie³.....<br />

girândola, atlas, cancioneiro*, pinacoteca, réstia, vara, horda,<br />

súcia<br />

* Muitos coletivos são formados por sufixação. Veja: boiada, parentalha, livralhada,<br />

vasilhame, dinheirama, cavalaria, formigueiro, aparelhagem, ervilhal, humanidade,<br />

mulherio, vinhedo...<br />

¹ São escritos sempre com letra maiúscula. É válido dizer que alguns substantivos próprios<br />

passaram a comuns e vice-versa pelo processo de conversão (derivação imprópria). Por<br />

exemplo: “Você não é um don-juan de verdade; falta-lhe a languidez.”. (Don Juan –<br />

personagem literário) > don-juan – galanteador, mulherengo) / “Um havana ao som de um


estradivário é simplesmente maravilhoso.”. (Havana – cidade cubana > havana – charuto<br />

cubano; Stradivarius – sobrenome de um músico que inventou um violino > estradivário – a<br />

marca dum violino; por extensão, o violino em si)<br />

² Leia mais sobre os sufixos formadores de substantivos abstratos na definição de<br />

substantivos e perceba que a maioria dos substantivos abstratos derivam de verbos ou de<br />

adjetivos. Alguns professores, sabiamente, visando a um aprendizado mais didático, ensinam<br />

que os substantivos abstratos não apresentam “formas” de modo que se possa “desenhá-los”.<br />

Por exemplo, é possível desenhar a “melancolia, o iluminismo, a infidelidade” etc.? No caso<br />

de “beijo”, é possível desenhar um casal se beijando, mas o beijo, em si, é uma açãoresultado<br />

de tocar os lábios em alguém/algo de modo normalmente afetuoso. É por isso que<br />

alguns perceptivos gramáticos definem substantivo abstrato como aquele que depende de<br />

alguém <strong>para</strong> existir, pois não tem existência independente, ou seja, <strong>para</strong> haver “beijo”, é<br />

preciso alguém que o faça. Para fechar: podemos tornar advérbios e verbos em substantivos<br />

abstratos por meio de substantivação: “o bem, o mal, o saber, o despertar” etc.<br />

Outra coisa extremamente importante (!): o substantivo abstrato pode se tornar concreto<br />

quando 1) ele é personificado no contexto (muitas vezes, tomando-o como entidade) ou 2)<br />

tem como referente um ser concreto. Veja os exemplos:<br />

– A morte do pai o deixou deprimido. (Abstrato; estado)<br />

– A Morte vai te pegar, hoje, amanhã ou daqui a cinquenta anos. (Concreto; entidade)<br />

– A construção do prédio foi concluída. (Abstrato; ato de construir)<br />

– A construção ficou muito majestosa. (Concreto; a coisa construída, o prédio)<br />

– A hora da saída me deixou ansioso. (Abstrato; ato de sair)<br />

– Encontrou uma saída <strong>para</strong> escapar do incêndio. (Concreto; lugar por onde se sai)<br />

– A plantação de maconha gera muito lucro <strong>para</strong> os traficantes. (Abstrato; ato de plantar)<br />

– A polícia mandou queimar a plantação de maconha. (Concreto; maconhal)<br />

Essas mudanças implicam, inclusive, uma análise sintática diferente. Falarei sobre isso em<br />

“diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal”. Fique esperto! Segure a<br />

curiosidade.<br />

³ Os coletivos podem ser específicos, não específicos (este último é também chamado de<br />

coletivo geral ou genérico) ou partitivos. Entenda:<br />

Os primeiros são aqueles que indicam uma só espécie de seres: esquadrilha (grupo de<br />

aviões de pequeno porte), cordilheira (grupo de montanhas), cáfila (grupo de camelos),<br />

panapaná (grupo de borboletas), mobília (grupo de móveis), caravana (grupo de viajantes),<br />

tripulação (grupo de marinheiros) etc.<br />

Os segundos são aqueles que indicam mais de uma espécie de seres, acompanhados de<br />

expressão especificadora <strong>para</strong> tornar claro o coletivo: bando de ladrões, de vagabundos, de


aves...; falange de heróis, de <strong>para</strong>militares, de espíritos...; junta de credores, de médicos,<br />

de examinadores...; rebanho de bois, de ovelhas, de cavalos...; molho de chaves, de cravos,<br />

de ossos...; cacho de uvas, de bananas, margaridas...; grupo de estudantes, de empresas, de<br />

golfinhos...<br />

Os terceiros são aqueles que indicam a parte de um todo (pessoas, animais ou coisas);<br />

também vêm especificados por uma expressão “de + alguma coisa”: “parte, porção, metade,<br />

maioria, minoria”. Sobre o coletivo geral e o partitivo é bom dizer que, na frase, se vierem<br />

como sujeito, o verbo pode concordar com eles ou com seus especificadores. Exemplo: “Um<br />

grupo de alunos reclamou/reclamaram da nota.”. / “A maioria dos alunos não<br />

reclamou/reclamaram da nota.”.<br />

É bom dizer que o mesmo substantivo pode ter mais de uma classificação. Por exemplo, a<br />

palavra “árvore” é um substantivo comum, concreto, primitivo e simples. Uma classificação<br />

não exclui outra, ok?


Variação em Gênero<br />

Na medida em que sabemos que o substantivo pode variar de forma, vejamos como isso<br />

pode ocorrer, de-ta-lha-da-men-te.<br />

Os substantivos só podem ser masculinos ou femininos. Serão reconhecidos pela<br />

terminação (aluno/aluna; gênero biforme) ou pelo determinante (o atleta/a atleta; gênero<br />

uniforme).<br />

Não confunda, porém, gênero com sexo. O conceito de gênero diz respeito a um aspecto da<br />

gramática. O conceito de sexo diz respeito a um aspecto fisiológico. Em outras palavras, a<br />

palavra criança é um substantivo feminino, pois os determinantes que se ligam a ela indicam<br />

isso: João é uma criança linda. Por outro lado, essa palavra se refere a um ser do sexo<br />

masculino, João, mas poderia se referir a um ser do sexo feminino, se fosse Maria. Não<br />

confunda gênero com sexo.<br />

Tipos<br />

Existe o substantivo uniforme (não muda de forma <strong>para</strong> indicar gêneros diferentes) e o<br />

biforme (muda de forma <strong>para</strong> indicar gêneros diferentes).<br />

Vejamos primeiro o gênero biforme:<br />

Masculino Troca de Terminação Feminino<br />

filho, gato, lobo, menino -o / -a filha, gata, loba, menina<br />

elefante, monge, presidente, gigante -e / -a elefanta*, monja, presidenta*, giganta<br />

bacharel, oficial, cantor, imperador, freguês,<br />

camponês, polonês, juiz, aprendiz; terminado<br />

em vogal tônica (peru, guri)<br />

-l, -r, -s, -z, -u, -i / -a<br />

bacharela, oficiala, cantora, imperadora, freguesa,<br />

camponesa, polonesa (ou polaca), juíza, aprendiza<br />

(não usual); perua, guria<br />

capitão, alemão, leão, dragão, folião, valentão¹ -ão / -ã, -oa, -ona capitã, alemã, leoa, dragoa, foliona, valentona<br />

ateu, plebeu, europeu, pigmeu, hebreu² -eu / -eia ateia, plebeia, europeia, pigmeia, hebreia<br />

ilhéu, tabaréu (exceção: réu) -éu / -oa ilhoa, tabaroa (exceção: ré)<br />

diácono, poeta, abade, conde, príncipe, cônsul,<br />

embaixador, obstetra, ator, herói, czar<br />

terminações diversas / -isa,<br />

-essa, -esa, -triz, -ina<br />

(considerados sufixos)<br />

diaconisa, poetisa, abadessa, condessa, princesa,<br />

consulesa, embaixatriz (esposa do embaixador),<br />

obstetriz, atriz, heroína, czarina<br />

avô, capiau, dom, galo, marajá, maestro,<br />

rapaz, perdigão, jabuti, pardal, diabo, silfo<br />

casos excepcionais<br />

avó, capioa, dona, galinha, marani, maestrina,<br />

rapariga, perdiz, jabota, pardoca (ou pardaloca),<br />

diaba (ou diabra, ou diáboa), sílfide<br />

homem, cavaleiro, cavalheiro, frei, padrinho,<br />

boi, cavalo, zangão, peixe-boi, cupim<br />

heteronímia (a palavra tem<br />

outro radical <strong>para</strong> indicar o<br />

sexo)<br />

mulher, amazona, dama, sóror (ou soror),<br />

madrinha, vaca, égua, abelha, peixe-mulher, arará<br />

* O VOLP registra a forma “elefoa” como feminino de elefante. A forma “aliá” é o feminino<br />

de elefante asiático. É bom dizer que nem todos os substantivos masculinos terminados em -


e apresentam correspondente feminino. Veremos isso em “gêneros uniformes”.<br />

* Há muita discussão desnecessária em cima da palavra presidenta e outras, pois as<br />

palavras terminadas em -ente (agente, vidente, regente...) são comuns de dois gêneros, mas a<br />

verdade é que o órgão oficial responsável por dizer qual grafia é correta na nossa língua é a<br />

ABL, mais especificamente o VOLP, o qual registra presidenta, almiranta, generala,<br />

marechala, coronela, capitã, sargenta, marinheira, aspiranta, soldada, infanta (mulher de<br />

infante), alfaiata, mestra, parenta, hóspeda etc. Já brigadeira, majora, tenenta, comandanta,<br />

chefa, (sub)oficiala e caba são formas inexistentes na língua, segundo o VOLP. Alguns<br />

gramáticos, como Sacconi e Bechara, e alguns dicionários, como o Aulete e o Michaelis,<br />

registram a forma (sub)oficiala. Bechara ainda observa bem que “na hierarquia militar,<br />

parece não haver uma regra generalizada <strong>para</strong> denominar as mulheres da profissão”, isto é,<br />

arbitrariamente os militares ignoram o VOLP por força da tradição e entendem tais patentes<br />

como substantivos uniformes (comum de dois): “A sargento Luísa concedeu uma entrevista<br />

ao jornal.” ou “O sargento Luís concedeu uma entrevista ao jornal.”. Veremos mais sobre<br />

isso à frente, em “gênero uniforme”.<br />

¹ Exceções: barão > baronesa; cão > cadela; ladrão > ladra (o VOLP registra ladrona e<br />

ladroa); sultão > sultana; aldeão > aldeã ou aldeoa; anfitrião > anfitriã, anfitrioa; varão ><br />

varoa, virago, matrona; vilão > vilã, viloa.<br />

² Exceções: judeu > judia; sandeu > sandia.<br />

→Por favor, não erre mais questões em que os substantivos “milhão, bilhão, trilhão” etc. e<br />

“milhares” são colocados como femininos. Eles não são femininos! Exemplo: “Duas<br />

milhões de pessoas assistiram ao filme.” (Errado) / Dois milhões de pessoas assistiram ao<br />

filme. (Certo). O determinante ficará no masculino, hein! Falarei mais sobre isso no<br />

capítulo de Concordância.<br />

Para quem interessar possa, creio que isto que você vai ler muda algumas “coisinhas”<br />

(reflita!):<br />

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA<br />

CASA CIVIL<br />

SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS<br />

LEI N o 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012.<br />

Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero <strong>para</strong> nomear profissão ou grau em<br />

diplomas.<br />

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA<br />

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:<br />

Art. 1 o As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com<br />

a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o


grau obtido.<br />

Art. 2 o As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1 o a<br />

reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo<br />

sistema de ensino.<br />

Art. 3 o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.<br />

Brasília, 3 de abril de 2012; 191 o da Independência e 124 o da República.<br />

DILMA ROUSSEFF<br />

Aloizio Mercadante<br />

Eleonora Menicucci de Oliveira<br />

Confira:<br />

http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.605-<br />

2012?OpenDocument<br />

Eh... agora se dirá “Fulana de Tal é torneira-mecânica ou bombeira-hidráulica”.<br />

“Mudando de pato pra ganso”... voltemos ao que interessa...<br />

Existem substantivos que apresentam apenas uma forma <strong>para</strong> se referir a ambos os sexos<br />

(masculino ou feminino). O substantivo comum de dois gêneros só se refere a pessoas e tem<br />

seu gênero e sexo indicado por determinantes (masculinos e femininos). O substantivo<br />

sobrecomum só se refere a pessoas e tem seu gênero indicado por um determinante apenas (ou<br />

masculino, ou feminino), que serve <strong>para</strong> ambos os sexos. O substantivo epiceno refere-se a<br />

animais e plantas e tem seu gênero indicado por determinantes (masculinos e femininos; o sexo<br />

é indicado pelos adjetivos “macho” e “fêmea”).<br />

Vejamos agora o gênero uniforme:<br />

Comum de dois¹ Sobrecomum² Epiceno³<br />

o Darci / a Darci o cônjuge o jacaré macho/fêmea<br />

um dentista / uma dentista o carrasco a pulga macho/fêmea<br />

meu gerente / minha gerente o ídolo o tigre macho/fêmea*<br />

algum cliente / alguma cliente o algoz o musgo macho/fêmea<br />

quantos jovens / quantas jovens a vítima o mamoeiro macho/fêmea<br />

estes colegas / estas colegas a criatura o pinheiro macho/fêmea<br />

dois agentes / duas agentes a testemunha a cobra macho/fêmea<br />

diplomata sério / diplomata séria a pessoa a barata macho/fêmea<br />

¹ Os substantivos terminados em -ista são comuns de dois gêneros. Curiosidade: o/a<br />

personagem, o/a modelo, o/a manequim, o/a sósia; tanto faz. Nas corporações militares, dizse<br />

o/a militar, o/a sargento, o/a tenente etc., mas o cabo e o major (sobrecomuns).


² Em linguagem popular, ou por razões estilísticas, encontramos a carrasca, a ídola, a chefa...<br />

Não são formas da língua culta!<br />

³ Podemos indicar o sexo também da seguinte maneira: o macho do rouxinol / a fêmea do<br />

rouxinol. Ah! Tigresa é a fêmea do tigre, segundo o VOLP.<br />

* Um gramático diz que tigresa está mais <strong>para</strong> adjetivo, e o “comédia” do Sacconi (desculpe<br />

revelar, é ele) ainda me diz que tigresa é... a Camila Pitanga. Quando li a primeira vez, não<br />

cri, mas ri muito!<br />

Gêneros Confundíveis<br />

Algumas palavras podem gerar confusão, não é? Por exemplo, é o champanha ou a<br />

champanha? É um substantivo masculino. O VOLP diz que o substantivo champanhe pode ser<br />

masculino ou feminino. Tanto faz. Eu vou me basear no VOLP <strong>para</strong> alistar os substantivos,<br />

pois ele é o veículo oficial responsável por dizer como deve ser a grafia das palavras.<br />

Vejamos alguns:<br />

Masculinos<br />

o aneurisma, o apêndice, o champanha, o clã, o dó, o eclipse, o eczema, o guaraná, o<br />

magma, o matiz, o plasma, o gengibre, o clarinete, o mármore, o formicida, o herpes, o<br />

magazine, o maracujá, o lança-perfume, o pernoite, o púbis, o telefonema, o alvará, o<br />

estratagema, o pampa, o soprano...<br />

Obs.: Os nomes de letra de alfabeto também são masculinos: o a, o b, o c...<br />

Femininos<br />

a musse, a picape, a faringe, a cólera (ira), a bacanal, a grafite, a libido, a aguardente, a<br />

alface, a couve, a cal, a comichão, a derme, a dinamite, a ênfase, a entorse, a gênese, a<br />

omoplata, a sentinela, a mascote, a apendicite, a pane, a ferrugem, a matinê, a echarpe...<br />

Masculinos ou Femininos<br />

o/a diabete(s), o/a pijama, o/a tapa, o/a suéter, o/a laringe, o/a cólera (doença), o/a dengue<br />

(doença), o/a agravante, o/a cataplasma, o/a gênesis, o/a omelete, o/a xérox, o/a usucapião,<br />

o/a ágape, o/a componente, o/a hélice (usual no fem.), o/a ordenança, o/a avestruz, o/a gambá,<br />

o/a sabiá, o/a amálgama, o/a travesti...<br />

Obs.: Para substantivos epicenos, pode-se dizer também “o sabiá macho/fêmea” ou “a sabiá<br />

macho/fêmea”.<br />

Nunca é demais dizer que alguns substantivos são ou podem ser considerados de um


determinado gênero a partir de uma palavra que vem subentendida entre o artigo e o<br />

substantivo. Veja alguns exemplos:<br />

– O (rio) Amazonas é enorme.<br />

– A saudosa (cidade) Petrópolis me inspira.<br />

– Ontem eu peguei a (avenida) Brasil engarrafada.<br />

– A (banca) Cespe/UnB cria provas bem complexas*.<br />

– Eu gosto do (vinho) champanha e do (charuto) havana.<br />

– O (gato) angorá é um bicho curioso.<br />

– A (rede) Globo exerce grande influência nas pessoas.<br />

* O gramático Luiz Antonio Sacconi é rígido no caso das siglas. Diz ele que o determinante<br />

deve concordar em gênero com a primeira palavra da sigla, logo, segundo tal lição, deveria<br />

ser “O Cespe/UnB cria provas bem complexas”, pois o C de Cespe refere-se a Centro.<br />

Mudança de Sentido<br />

Dependendo do gênero do mesmo substantivo, pode haver mudança de sentido.<br />

Feminino<br />

a cabeça (parte do corpo)<br />

a capital (cidade)<br />

a lotação (capacidade)<br />

a moral (valor, ética, conclusão)<br />

a rádio (estação)<br />

a caixa (objeto)<br />

a cisma (desconfiança)<br />

a crisma (cerimônia católica)<br />

a águia (animal)<br />

a cabra (animal)<br />

a grama (relva)<br />

a banana (fruta)<br />

Masculino<br />

o cabeça (líder, chefe)<br />

o capital (dinheiro, bens)<br />

o lotação (automóvel)<br />

o moral (ânimo, autoestima)<br />

o rádio (objeto)<br />

o caixa (funcionário)<br />

o cisma (se<strong>para</strong>ção)<br />

o crisma (óleo santo)<br />

o águia (pessoa esperta)<br />

o cabra (pessoa valente)<br />

o grama (unidade de peso)<br />

o banana (pessoa covarde, palerma)<br />

Questões relativas ao gênero dos substantivos são bem raras. Em concurso militar, até se<br />

encontram algumas, como esta:<br />

35. (FAB – EAGS – Sargento da Aeronáutica – 2010) Observe:<br />

José,____ testemunha, chegou ao tribunal com ____ sósia como acompanhante e também com ____ champanha<br />

embaixo do braço. Resolveu dar ____ telefonema surpreendente, ocasião em que tropeçou, obtendo ____<br />

entorse no joelho.<br />

Qual alternativa preenche correta e respectivamente as lacunas do texto acima?


a) o, o, o, um, uma<br />

b) o, a, a, uma, um<br />

c) a, o, o, um, uma (gabarito!)<br />

d) a, a, a, uma, um<br />

Recado final: Preciso dizer que existem mais 380.000 palavras na língua e que,<br />

consequentemente, haverá muitas curiosidades envolvendo muitas palavras? Logo, sempre<br />

consulte o VOLP e os dicionários consagrados <strong>para</strong> dirimir suas dúvidas sobre o gênero<br />

delas.<br />

Agora vamos conhecer um pouco mais sobre variação em número. O plural dos<br />

substantivos compostos ainda é cobrado em provas, então fique atento às regras à frente.


Variação em Número<br />

O substantivo varia no plural, pelo acréscimo de desinência de número (-s), a fim de<br />

indicar quantidade. Carros indica mais de um carro; mistos-quentes indica mais de um mistoquente.<br />

Essa é a regra geral!<br />

Veja mais exemplos: casa > casas, pele > peles, saci > sacis, cipó > cipós, chapéu ><br />

chapéus, troféu > troféus, degrau > degraus etc.<br />

Há, porém, outras maneiras de pluralizar um substantivo. Vejamos agora as regras <strong>para</strong> os<br />

substantivos simples (aqueles que têm apenas um radical) e, depois, <strong>para</strong> os substantivos<br />

compostos (aqueles que têm mais de um radical).<br />

Regras dos Simples<br />

Singular Terminação Plural<br />

chão, vão, mão, grão (exceto cão e<br />

pão); órgão, sótão, bênção, acórdão<br />

-ão / -s (monossílabos e<br />

paroxítonos)<br />

chãos, vãos, mãos, grãos (cães e pães); órgãos, sótãos,<br />

bênçãos, acórdãos<br />

cristão, cidadão, irmão, pagão, demão -ão / -s (oxítonos) cristãos, cidadãos, irmãos, pagãos, demãos<br />

alemão, capelão, capitão, escrivão,<br />

sacristão, tabelião, catalão<br />

leão, sabão, caixão, canhão, folião,<br />

estação, visão, razão, limão, nação<br />

anão, ancião, aldeão, artesão, corrimão,<br />

cirurgião, charlatão, ermitão, faisão,<br />

guardião, refrão, sacristão, verão, vilão,<br />

zangão<br />

canal, quintal, anel, carretel, álcool,<br />

farol, paul, Raul<br />

perfil, funil, barril, fóssil, têxtil, míssil<br />

bombom, fim, refém, totem, dom<br />

abdômen, hífen, pólen, nêutron<br />

hambúrguer, caráter, par, sênior, júnior<br />

-ão / -es (oxítonos)<br />

-ão / -ões (oxítonos) – a<br />

maioria se faz assim<br />

-ão / -s, -es, -ões<br />

(oxítonos) – mais de uma<br />

forma de plural<br />

-al, -el, -ol, -ul / -is¹<br />

-il / -s (oxítonos), -eis<br />

(paroxítonos)²<br />

-m / -ns<br />

-n / -s, -es³<br />

-r / -es (em alguns, há<br />

deslocação da tônica)<br />

alemães, capelães, capitães, escrivães, sacristães,<br />

tabeliães, catalães<br />

leões, sabões, caixões, canhões, foliões, estações, visões,<br />

razões, limões, nações<br />

anãos/ões, anciãos/es/ões, aldeãos/es/ões, artesãos/ões*,<br />

corrimãos/ões, cirurgiães/ões, charlatães/ões, ermitãos/es/<br />

ões, faisães/ões, guardiães/ões, refrães/ões, sacristães/ões,<br />

verãos/ões, vilão/es/ões, zangãos/ões<br />

canais, quintais, anéis, carretéis, álcoois (ou alcoóis),<br />

faróis, pauis, Rauis<br />

perfis, funis, barris, fósseis, têxteis, mísseis<br />

bombons, fins, reféns, totens (ou tótemes, plural de<br />

tóteme), dons<br />

abdomens ou abdômenes, hifens ou hífenes, polens ou<br />

pólenes, neutrons ou nêutrones<br />

hambúrgueres, caracteres, pares, seniores, juniores<br />

lilás, mês, revés, obus / (o) pires, atlas<br />

(grande), (nosso) ônibus, (excelente)<br />

ourives, (um) cais, (um) xis / fezes,<br />

núpcias, óculos, víveres, pêsames<br />

-s / -es (monossílabos e<br />

oxítonos) / pluralizados pelo<br />

determinante / sempre<br />

pluralizados (por formação)<br />

lilases (ou os lilás), meses, reveses, obuses / os pires, atlas<br />

grandes, nossos ônibus, excelentes ourives, dois cais, dois<br />

xis / aquelas fezes, as núpcias, meus óculos, aqueles<br />

víveres, nossos pêsames<br />

(uma) xérox, (meu) tórax, (a) ônix,<br />

(poderosa) fênix; fax, sax e box*<br />

-x / pluralizados pelo<br />

determinante<br />

três xérox, meus tórax, as ônix, poderosas fênix; faxes,<br />

saxes e boxes (alguns estudiosos abonam!)<br />

gravidez, arroz, giz, raiz, paz -z / -es gravidezes, arrozes, gizes, raízes, pazes


* artesões só será plural de artesão quando for “enfeite de abóbada”.<br />

¹ Exceções: aval (avais, avales), cal (cais, cales), cônsul (cônsules), fel (féis, feles), gol<br />

(gois, goles, gols (esta é mais usual e reconhecida pelo VOLP), mal (males), mel (méis,<br />

meles), mol (móis, moles, mols).<br />

² Cuidado com réptil e projétil, pois tais palavras também podem ser oxítonas (reptil e<br />

projetil), logo há dois plurais <strong>para</strong> cada: reptis/répteis; projetis/projéteis. O plural de til é<br />

tiles ou tis.<br />

³ O plural de cânon é cânones, e de éden, edens.<br />

* Existem alguns substantivos terminados em -x que apresentam formas variantes terminadas<br />

em -ce; nesses casos, não variamos a forma terminada em -x, mas variamos a outra: o cálix<br />

ou o cálice > os cálix ou os cálices; o códex ou o códice > os códex ou os códices; o córtex<br />

ou o córtice > os córtex ou os córtices; o índex ou o índice > os índex ou os índices; a fênix<br />

ou a fênice > as fênix ou as fênices; o clímax ou o clímace > os clímax ou os clímaces etc.<br />

Ainda, por força da tradição, se recomenda que tais palavras não variem!<br />

Veja mais!<br />

Plural de substantivos no diminutivo (zinhos/zitos)<br />

Coloca-se a palavra no plural, retira-se o -s, junta o sufixo e “voilà”!<br />

– balão > balões > balõe + zinhos = balõezinhos<br />

– cão > cães > cãe + zitos = cãezitos<br />

– flor > flores > flore + zinhas = florezinhas<br />

– português > portugueses > portuguese + zinhos = portuguesezinhos<br />

– paz > pazes > paze + zinhas = pazezinhas<br />

Plural de substantivos próprios, de palavras substantivadas, de letras e de siglas<br />

Os substantivos próprios variam normalmente:<br />

– Os <strong>Fernando</strong>s e os Joões normalmente chamam a atenção de todos (<strong>para</strong> o bem ou <strong>para</strong> o<br />

mal): <strong>Fernando</strong> Collor de Mello, Fernandinho Beira-Mar, <strong>Fernando</strong> Henrique Cardoso,<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>, São João, Dom João VI, Joãozinho Trinta etc.<br />

Obs.: Segundo o excepcional Carlos Rocha, “em relação aos nomes que referem<br />

organizações e instituições de diferente natureza (religiosa, política, desportiva) ou<br />

marcas comerciais, a pluralização indicia uma metonímia, em que se transfere a sua<br />

aplicação <strong>para</strong> os membros dessas organizações ou <strong>para</strong> os itens dessa mesma marca<br />

comercial. Assim, os ‘Jeovás’ é uma designação de tom depreciativo que designa os<br />

membros das Testemunhas de Jeová; os ‘Nokias’ são os celulares da marca Nokia”.


As palavras substantivadas variam normalmente:<br />

– Aquela aluna passou na prova dos noves, com dois oitos consecutivos. Não houve um isso<br />

que a reprovássemos.<br />

Obs.: Os numerais terminados em -s (três) e em -z (dez) não se pluralizam. Bechara abona<br />

“dezes”.<br />

As “letras”, no plural, se dobram ou se escrevem por extenso:<br />

– Temos de colocar os pingos nos ii ou nos is? Tanto faz! Coloca logo esses pingos!<br />

As siglas se pluralizam com um modesto s minúsculo ao fim:<br />

– Comprei vinte DVDs <strong>para</strong> presentear meus parentes e amigos.<br />

Plural do substantivo em núcleo de locução adjetiva<br />

O substantivo é colocado no plural quando a expressão sugerir que há mais de um elemento<br />

dentro de um objeto, lugar ou grupo: caixa de fósforos, talão de cheques, loja de brinquedos,<br />

cesta de frutas, grupo de alunos, par de luvas etc.<br />

No entanto, se tal ideia não for sugerida, o substantivo de fora da locução ficará no plural<br />

<strong>para</strong> indicar a ideia plural: discos de platina, sócios da empresa, canecas de vinho, taças de<br />

cristal, papéis de embrulho etc.<br />

Plural metafônico<br />

Alguns substantivos no plural têm sua pronúncia modificada, como é o caso de ovo (ôvo) ><br />

ovos (óvos). Veja alguns que ficam com o timbre aberto no plural: miolo, choro, corvo,<br />

despojo, destroço, caroço, poço, posto, forno, corno, fosso, coro, esforço, imposto, jogo, olho,<br />

osso, porco, porto, rogo, socorro, troco...; infelizmente alguns pensam que é aberto o timbre<br />

dos substantivos dorsos, bolsos, cachorros, morros, rolos, rostos, sogros... mas não são.<br />

Não se pluralizam certos substantivos<br />

Existem substantivos chamados de não contáveis, pois não podem ser enumerados.<br />

Normalmente, denotam alguns metais e alguns produtos alimentícios. Os abstratos, entretanto,<br />

são a maior parte desses substantivos não pluralizáveis. Vejamos alguns: cobre, prata, ferro,<br />

aço, ouro, sumo, vinho, água, açúcar, leite, coragem, eletricidade, saudade, amor, liberdade,<br />

fogo, norte, leste, oeste, fé etc.<br />

Em linguagem figurada, podem tais palavras variar. É interessante dizer que “amores” e<br />

“liberdades”, conotam, respectivamente, “carinho” e “intimidade”: “Como estão, meus<br />

amores?” e “Eu não te dou essas liberdades, hein!”.<br />

Substantivos no singular com sentido plural<br />

Quando certos substantivos são tomados com sentido genérico, a ideia é plural. Veja:


– Definitivamente, o homem (= homens) precisa respeitar a mulher.<br />

– O índio (= os índios) foi, está e continuará sendo massacrado?<br />

– Sem dúvida nenhuma, a mulher (= as mulheres) já conquistou seu espaço.<br />

Plural dos substantivos estrangeiros<br />

Segundo Cegalla, “substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos como na<br />

língua original, acrescentando-se-lhes um s (exceto quando terminam em s ou z). Exemplos: os<br />

shorts, os dancings, os shows etc.”.<br />

Mudança de Sentido<br />

Dependendo do número do mesmo substantivo, pode haver mudança de sentido.<br />

Singular<br />

ar (substância atmosférica)<br />

bem (virtude)<br />

costa (litoral)<br />

pau (pedaço de madeira)<br />

sentimento (sensibilidade)<br />

vencimento (validade)<br />

vergonha (humilhação)<br />

féria (remuneração diária)<br />

letra (símbolo gráfico)<br />

fogo (elemento)<br />

Plural<br />

ares (condição climática, aparência)<br />

bens (propriedades)<br />

costas (dorso)<br />

paus (baralho)<br />

sentimentos (pêsames)<br />

vencimentos (salário)<br />

vergonhas (órgão sexual)<br />

férias (descanso)<br />

letras (literaturas)<br />

fogos (de artifício)<br />

Se não me esqueci de nada importante, vamos à variação em grau agora! Ah...! Sabia que<br />

estava me esquecendo de alguma coisa... Uma das partes mais relevantes <strong>para</strong> os concursos:<br />

plural dos substantivos compostos. Venha comigo!<br />

Regras dos Compostos<br />

Em condições normais de temperatura e pressão, os substantivos, os adjetivos, os<br />

numerais e os pronomes que fazem parte do substantivo composto variam em número. Veja:<br />

– Os tenentes-coronéis (subst. + subst.) foram convidados <strong>para</strong> a reunião.<br />

– Estes alunos-mestres (subst. + subst.) desempenham bem o papel de professor.<br />

– Comprei dois cachorros-quentes (subst. + adj.) bem saborosos naquela barraca.<br />

– Ah, os arrozes-doces (subst. + adj.) da mamãe! Quanta saudade!<br />

– Os capitães-mores (subst. + adj.) eram autoridades que comandavam certas milícias.<br />

– Os baixos-relevos (adj. + subst.) são bastante utilizados na decoração arquitetônica.<br />

– Todos os gentis-homens (adj. + subst.) são sedutores.


– Não tenho tratos com maus-caracteres (adj. + subst.), meu nobre!<br />

– Convidaram os surdos-mudos (adj. + adj.) <strong>para</strong> o discurso em LIBRAS.<br />

– Quem não odeia todas as segundas-feiras (num. + subst.)?<br />

– Dentre os primeiros-ministros (num. + subst.) ingleses, Churchill marcou a história.<br />

– Os meios-fios (num. + subst.) estão muito mal conservados.<br />

– Os seus-vizinhos (pron. + subst.) ficam entre o dedo médio e o mínimo.<br />

– Fizeram poucos-casos (pron. + subst.) dos rapazes.<br />

– Se o substantivo composto formado por subst. + subst. indicar adição, como se houvesse<br />

um e entre eles, ambos irão variar: tenente-coronel (tenentes-coronéis), tio-avô (tios-avôs),<br />

abelha-mestra (abelhas-mestras), padre-mestre (padres-mestres), traqueia-artéria (traqueiasartérias),<br />

comandante-chefe (comandantes-chefes) etc. Consulte o VOLP <strong>para</strong> ter certeza do<br />

plural de substantivos compostos desse tipo.<br />

– Certos pronomes invariáveis mantêm sua invariabilidade: “Vocês são dois joõesninguém.”<br />

ou “Esquecemos os cola-tudo na loja!”. Mas: “Não me importam os tudos-nadas<br />

(ou tudo-nadas).”.<br />

– Se o substantivo for invariável, também não varia no composto: “Foram comprados cinco<br />

porta-lápis, depois mais um porta-lápis”.<br />

Agora, em condições normais de temperatura e pressão, as demais classes gramaticais não<br />

variam em número (verbo, advérbio, conjunção, preposição, interjeição). Veja:<br />

– Aquelas porta-bandeiras (verbo + subst.) sabem o que é samba.<br />

– Nunca se viram beija-flores (verbo + subst.) tão garbosos como esses.<br />

– Vamos lutar <strong>para</strong> os abaixo-assinados (adv. + adj.) serem aceitos.<br />

– Os alto-falantes (adv. + adj.) foram desligados*.<br />

– Não confie nestas três leva e traz (verbo + conjunção + verbo; sem hífen).<br />

– Seus cães de guarda (subst. + prep. + subst.) continuam bem ferozes.<br />

– O padre fez os garotos rezarem mais de dez ave-marias (interj. + subst.).<br />

* Nesta palavra, alto é visto como advérbio pelos gramáticos, por isso não varia.<br />

– Não me custa relembrar que o verbo <strong>para</strong>r perdeu o acento, inclusive nos substantivos<br />

compostos: “<strong>para</strong>-choque, <strong>para</strong>-brisa, <strong>para</strong>-lama” etc. Em <strong>para</strong>quedas e seus derivados,<br />

houve perda do hífen. Fique esperto!<br />

Como nem tudo são flores nesta vida, há certas regrinhas especiais <strong>para</strong> os substantivos<br />

compostos. Precisamos falar delas, meu nobre. Cuidado com algumas palavras que perderam


o hífen! Vejamos:<br />

1) Os não se<strong>para</strong>dos por hífen seguem as regras dos substantivos simples:<br />

– fidalgos, madressilvas, pontapés, girassóis, mandachuvas, vaivéns, malmequeres<br />

(mas: bem-me-quer > bem-me-queres, com hífen)<br />

2) Se o 2 o substantivo delimitar o 1 o indicando semelhança/finalidade, normalmente, ambos<br />

os elementos poderão variar (é normal que só o 1 o varie nas provas de concurso):<br />

– peixes-espada(s), papéis-moeda(s), homens-rã(s), bananas-maçã(s), pomboscorreio(s),<br />

salários-família(s), públicos-alvo(s), navio-escola(s), bombas-relógio(s),<br />

banhos-maria(s)...<br />

Obs.: Na contramão do que dizem 99,99% dos gramáticos, o VOLP diz que o plural de<br />

couve-flor é duplo: couves-flor ou couves-flores. Para os 99,99%, o plural é um só:<br />

couves-flores. Segundo o VOLP, o plural de lugar-tenente é lugares-tenentes; <strong>para</strong><br />

Bechara, é lugar-tenentes. O plural de mestre-sala só é mestres-salas, segundo o<br />

VOLP e os principais dicionários, como o Aulete, o Houaiss etc. Tomara que essa<br />

“bagunça” não caia na prova! Vai dar M.<br />

3) Se o substantivo composto estiver formado por substantivo + preposição + substantivo, só<br />

o 1 o irá variar:<br />

– pés de moleque, mulas sem cabeça, comandantes em chefe, pores do sol, bolas ao<br />

cesto, calcanhares de aquiles, pais dos burros, bichos de sete cabeças, rosas dos ventos,<br />

mestres de cerimônias etc.<br />

Cuidado!!!<br />

– As últimas quatro palavras já apresentam, no singular, o último elemento pluralizado por<br />

natureza: pai dos burros, bicho de sete cabeças, rosa dos ventos, mestre de cerimônias. Não<br />

obstante, aplica-se a regra: só o 1 o elemento varia no plural.<br />

– Fora da lei é invariável, pois fora é advérbio; pluraliza-se pelo determinante: “Os fora da<br />

lei foram presos.”.<br />

– Em cavalo-vapor, só o primeiro elemento varia (cavalos-vapor), pois está implícita a<br />

preposição a (cavalos a vapor).<br />

– Mantêm o hífen os compostos relativos a espécies botânicas e zoológicas e certas<br />

exceções, no entanto nada muda quanto à pluralização: pimentas-do-reino, copos-de-leite,<br />

galinhas-d’angola, abelhas-da-europa, águas-de-colônia, arcos-da-velha, cores-de-rosa<br />

(quando cor-de-rosa é adjetivo composto, não varia). O substantivo louva-a-deus (inseto) só<br />

varia pelo determinante: os louva-a-deus, pois louva é verbo e não substantivo.


– A palavra grão de bico/grão-de-bico é interessante, pois a primeira grafia é a “pastinha”<br />

pre<strong>para</strong>da com a semente; a segunda grafia é a semente (espécie botânica).O plural não<br />

muda: grãos de bico ou grãos-de-bico.<br />

4) Os elementos abreviados grã-, grão-, bel-, dom-, são- são invariáveis; o outro elemento<br />

varia normalmente:<br />

– grã-duquesas, grã-cruzes, grão-mestres, grão-priores, bel-prazeres, bel-valenses, domjuanescos,<br />

dom-rodrigos, são-beneditenses, são-bernardos...<br />

5) Se o substantivo indicar origem, só o 2 o irá variar:<br />

– nova-iorquinos, afro-brasileiros, ítalo-americanos, anglo-americanos, afro-asiáticos...<br />

6) Em substantivos compostos por verbos iguais, ambos podem variar (em prova de concurso,<br />

é normal só o 2 o variar):<br />

– corre(s)-corres, ruge(s)-ruges, pega(s)-pegas, pisca(s)-piscas... mas: lambe-lambes.<br />

7) Em substantivos formados por onomatopeias, só o último elemento varia:<br />

– tique-taques, pingue-pongues, bangue-bangues, reco-recos, bem-te-vis...<br />

8) Em substantivos compostos formados por frases substantivadas, não haverá pluralização<br />

de nenhum elemento; só o determinante indicará o plural:<br />

– as maria vai com as outras, os bumba meu boi, as leva e traz, os entra e sai, os disse me<br />

disse, os chove não molha, as comigo-ninguém-pode (espécie botânica é com hífen).<br />

Obs.: Segundo alguns gramáticos, como Bechara, os substantivos compostos formados por<br />

verbos de significação oposta não variam, por isso “leva e traz, perde-ganha, vai-volta,<br />

pega-larga” só se pluralizam pelo determinante: os leva e traz, os perde-ganha, os vaivolta,<br />

os pega-larga.<br />

9) Se o substantivo composto estiver formado por guarda (verbo) + substantivo, só o 2 o<br />

elemento irá variar; se guarda (subst.) + adjetivo, ambos variam:<br />

– guarda-chuvas, guarda-roupas, guarda-cartuchos...; guardas-civis, guardas-noturnos,<br />

guardas-florestais...<br />

Obs.: Segundo o VOLP, o plural de guarda-marinha é triplo: guardas-marinha, guardamarinhas<br />

ou guardas-marinhas.<br />

10) Alguns casos especiais: os arco-íris (os arcos-íris, segundo o VOLP), os sem-terra, os<br />

sem-teto, os sem-dinheiro, os sem-sal, os sem-vergonha (tais vocábulos não pluralizam,<br />

pois são adjetivos compostos substantivados), os mapas-múndi, claros-escuro(s), xequesmate(s),<br />

padre(s)-nossos, salvo(s)-condutos, mal-estares, bem-estares, micos-leão-


dourados ou micos-leões-dourados, todo-poderosos (Todo-poderoso – invariável, Deus).<br />

Obs.: O substantivo toda-poderosa não existe, a forma culta é todo-poderosa: “Fulana é a<br />

todo-poderosa da empresa.”. Substantivo composto formado por prefixo, como vicecampeão,<br />

não deveria se encaixar na regra dos “compostos”, pois prefixo forma palavra<br />

“derivada”, não “composta”. Deixando a crítica de lado, saiba que os prefixos não<br />

variam nunca, logo vice-campeões é o plural correto.<br />

Curiosidade final:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Bom dia. Parece bobeira o que vou perguntar, mas elucidem de uma vez por<br />

todas, como se escreve aquela posição em que o jogador de futebol fica na lateral direita (com<br />

hífen ou sem hífen)? Por quê? E a jogadora (termo feminino) que fica nessa posição, como se<br />

chama, lateral-direita? Agradeço desde já os esclarecimentos.<br />

Resposta: Prezado, há divergências entre dicionários quanto à grafia desta palavra [o<br />

Dicionário Aulete a considera assim: lateral-direito(a), lateral-esquerdo(a)] ou locução [o<br />

Dicionário Houaiss a trata assim: lateral direito(a), lateral esquerdo(a)]. O VOLP não<br />

considera como termo composto nem como locução, traz apenas a forma lateral. Enquanto não<br />

há um consenso, sugerimos obediência ao VOLP, isto é, o substantivo lateral acompanhado do<br />

adjetivo conveniente que poderá ser direito ou esquerdo.


Variação em Grau<br />

De acordo com José R. Macambira, “toda palavra variável que aceita os sufixos -inho e -<br />

ão, correspondentes a pequeno e grande, pertence à classe dos substantivos: casa > casinha ><br />

casa pequena; casa > casarão > casa grande.<br />

“Mas, enfim, o que é variação em grau?” O substantivo varia em grau quando exprime sua<br />

dimensão aumentada ou diminuída, a depender do uso de adjetivos e sufixos ligados a ele.<br />

Existem dois graus dos substantivos: aumentativo (analítico e sintético) e diminutivo<br />

(analítico e sintético). A forma analítica se dá por meio do uso de adjetivos que aumentam ou<br />

diminuem o tamanho (ou intensidade) normal que exprime um substantivo. Já a forma sintética<br />

se dá, normalmente, por meio do uso de sufixos. É por isso que não se pode falar em flexão<br />

em grau dos substantivos, mas sim derivação, pois na gradação se usam afixos.<br />

Aumentativo<br />

Forma analítica (adjetivos): celular grande, computador enorme, espaço imenso,<br />

engarrafamento monstro, festa colossal, obra gigantesca, luta apoteótica, sucesso tremendo,<br />

ritmo vertiginoso, previsão incrível, atrasos homéricos etc.<br />

Forma sintética (sufixos):<br />

–aço(a): barcaça, louraça, morenaço<br />

–alho(a): muralha, gentalha, politicalho<br />

–alhão: grandalhão, facalhão<br />

–ama: poeirama, dinheirama<br />

–anzil: corpanzil<br />

–(z)ão: lobão, caldeirão, apertão, bofetão, calorão, bonzão, amarelão, azulão...<br />

–arra: bocarra, bicarra<br />

–astro: poetrasto, politicastro<br />

–arraz: fatacaz, pratarraz<br />

–ázio: copázio, balázio<br />

–az: lobaz, cabronaz<br />

–aréu: fogaréu, povaréu<br />

–eima: guloseima, boleima<br />

–ento: farturento, corpulento<br />

–eirão: vozeirão, chapeirão<br />

–ola: beiçola<br />

–orra: cabeçorra, cachaporra<br />

–uço(a): dentuça, dentuço<br />

–udo: pançudo, maçudo


–zarrão: homenzarrão, canzarrão<br />

Obs.: Muitos substantivos são formados por prefixação ou composição: maxissaia,<br />

maxidesvalorização, supermercado, hiperalimentação, supradivino, ultrassensível,<br />

megagrife etc.<br />

Diminutivo<br />

Forma analítica (adjetivos): televisão pequena, cadeira pequenina, sala minúscula,<br />

estoque ínfimo, jardim diminuto, apoucado recurso etc.<br />

Forma Sintética (sufixos):<br />

– acho(a): riacho, fogacho<br />

– ebre: casebre<br />

– eco(a): jornaleco, soneca, padreco<br />

– ela: viela, rodela, ruela<br />

– (z)elho(a): fedelho, rapazelho<br />

– ejo: lugarejo, vilarejo<br />

– ete: artiguete, boquete, falsete<br />

– eto(a): saleta, boceta, folheto<br />

– ilha: cartilha, esquadrilha<br />

– icho(a): cornicho, barbicha<br />

– (z)ito(a): Manuelito, cãozito, cabrita<br />

– ino(a): pequenina, violino<br />

– im: espadim, flautim<br />

– (z)inho: colherzinha (ou colherinha), florzinha (ou florinha),<br />

– isco: asterisco, chuvisco<br />

– oca: engenhoca, bitoca<br />

– ote(a): filhote, serrote, velhote<br />

– ola: rapazola, fazendola, portinhola<br />

– usco(a): chamusco<br />

– ucho(a): gorducho, papelucho<br />

Estes são eruditos (normalmente de origem latina):<br />

– ículo(a): cubículo, gotícula<br />

– ulo(a): glóbulo, grânulo<br />

– únculo(a): questiúncula, molécula<br />

– úsculo(a): corpúsculo, opúsculo


Obs.: Muitos substantivos são formados por composição: minissaia, minibiblioteca,<br />

minidicionário etc.<br />

Formas Estilísticas<br />

Formas estilísticas de grau dos substantivos são aquelas que fogem à ideia normal de grau,<br />

acrescentando sentidos extras a eles. Normalmente encontramos tais formas em registros mais<br />

informais e literários.<br />

Os sufixos aumentativos (normalmente -ão) e diminutivos (normalmente -(z)inho) podem<br />

apresentar outras ideias, além de grandeza e pequenez. Carinho, afeto, admiração, ironia,<br />

desprezo, depreciação, vergonha e intensidade são valores que vêm embutidos em muitos<br />

substantivos, a depender do contexto. Veja:<br />

– Ok, sabichão e sabichona, vocês nunca erram. (ironia)<br />

– Aquele homem não passa de um padreco! (depreciação)<br />

– Nossa! Que carrão! (admiração)<br />

– Gatinha, como faço <strong>para</strong> você fazer ronrom? (afeto, carinho)<br />

– Aquele timinho só tem mauricinho. (desprezo, deboche)<br />

– Não dou moral alguma <strong>para</strong> gentalha. (desprezo)<br />

– Bebeu demais e fez um papelão. (vergonha)<br />

– Eu te amo, meu paizão! (carinho, afeto)<br />

– Amorzinho, cala essa tua boquinha agora. (ironia)<br />

– Amorzinho, que boquinha linda você tem. (afeto, carinho)<br />

– Não leio livrecos; odeio literatura de massa. (desprezo, depreciação)<br />

– Incrível! Estou <strong>para</strong> ver um golaço como este. (admiração)<br />

– Amanda sempre foi um mulherão, mas agora está uma mulheraça! (admiração)<br />

– Não tomo minha cervejinha com esse frangote. (afeto/desprezo)<br />

– Enfim, comprei um zerinho! Que carro! (intensidade)<br />

Muito interessante isso, não? O que é mais interessante ainda é que tais sufixos,<br />

principalmente -inho e -ão (como em certa propaganda do “cervejão”), se fixam a adjetivos,<br />

pronomes, numerais, advérbios etc., porque têm enorme vitalidade na língua. Veja:<br />

– Ela é lindinha! Que nada, é lindona! (adjetivo)<br />

– “Poxa, professor, mostra uma questão <strong>para</strong> mim...” “Nenhuminha!”(pronome)<br />

– Essazinha não vale o que come... (pronome)<br />

– Quero só um beijo, unzinho só. (numeral)<br />

– Caramba, ele fala rapidão! (advérbio)<br />

Alguns hipocorísticos (qualquer palavra de forte valor afetivo, usado no trato familiar, que


epresenta uma simplificação ou modificação do nome) são criados com sufixos: Chiquinho,<br />

Nandinho, Xandão etc.<br />

Obs.: Preciso dar este exemplo, ou não vou conseguir dormir. Eu (<strong>Pestana</strong>) tenho um amigo<br />

que é muito baixinho, quase do meu tamanho, e se chama Carlos. Por ironia, apelidaramno<br />

de Carlão. Todo mundo passou a chamar o cara de Carlão. Pronto. Depois de um<br />

tempo... o sufixo -ão passou a fazer parte do radical, perdendo a ideia de grau (e de<br />

ironia). Os mais íntimos, sem trocadilhos, só o chamam hoje de Carlãozinho, por<br />

carinho, afetividade. Note que o sufixo diminutivo se ligou ao agora radical “Carlão”.<br />

Eis a língua portuguesa... derivação em cima de derivação... Você deve ter um amigo que<br />

passou por esse “processo”, não?<br />

Outra forma estilística de grau se dá por meio da repetição da palavra ligada pela<br />

preposição de: “Danton Pedro dos Santos é o mestre dos mestres!”. Ou como na Bíblia:<br />

“Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores!”.<br />

É bom dizer que alguns substantivos já perderam a ideia de grau: fogão, sapatão, cartão,<br />

cartaz, caixão, portão, caldeirão, colchão, calção, papelão, cartilha, calcinha, corpete,<br />

pastilha, folhinha (calendário), lingueta, cavalete, (o) lanterninha, (o) bandeirinha, sombrinha.<br />

Hoje, você, eu e todo mundo dizemos assim: “Não deixe de fechar o portãozinho lá fora,<br />

por favor.”. Percebe que o radical da palavra é portão (portão + zinho = portãozinho)? É isso<br />

aí. O -ão, um dia, fez parte do radical, mas, com o passar do tempo, tornou-se parte dele.<br />

“Muuuuuito” interessante, não é? Ou só eu que gosto dessas maluquices?<br />

Veja agora uma questão sobre o valor estilístico do sufixo -inho:<br />

5. (NCE/UFRJ – UFRJ – Técnico em Farmácia – 2009) “...vive pertinho do céu”; o valor do diminutivo no vocábulo<br />

sublinhado se repete em:<br />

a) A favela é um lugarzinho bonito;<br />

b) Os barracõezinhos das favelas cariocas são coloridos;<br />

c) A subida <strong>para</strong> os morros está coberta de papeizinhos;<br />

d) A polícia chegou rapidinho ao morro; (é um advérbio intensificado pelo sufixo)<br />

e) A lourinha ganhou o concurso de beleza.<br />

A opção D é o gabarito, pois o sufixo -inho, quando ligado a adjetivos ou advérbios, indica<br />

intensidade. Rapidinho e pertinho equivalem a muito rápido e muito perto. Em a), o<br />

substantivo lugarzinho parece ter valor afetivo. Em b), idem. Agora, note o processo:<br />

barraco > barracão > barracõezinhos. Interessante! Em c), é papel pequeno. Em e), há um<br />

valor afetivo no substantivo.


Valor Discursivo<br />

Se você nunca ouviu falar em valor discursivo de uma classe gramatical, é a hora!<br />

Quando alguém produz um texto, na fala ou na escrita, ele está discursando. Dependendo da<br />

“intencionalidade discursiva”, podemos perceber a função, o objetivo, o propósito da escolha<br />

das classes gramaticais na construção de um texto.<br />

O substantivo tem o papel de nomear, certo? Mas, na construção do discurso, dependendo<br />

da intenção do produtor do texto na sua relação com seu interlocutor, o substantivo pode<br />

nomear de modo neutro ou de modo engajado.<br />

Por exemplo, há uma diferença quando dizemos “Havia dois tipos de político naquela<br />

época: o ético e o antiético. O antiético não merecia nosso voto.” <strong>para</strong> quando dizemos<br />

“Havia dois tipos de político naquela época: o ético e o antiético. O canalha não merecia<br />

nosso voto.”. Percebe que a escolha do substantivo, em ambos os casos, revela a intenção do<br />

locutor do texto? Na primeira frase, usa-se o substantivo de modo neutro, sem engajamento, o<br />

que certamente não ocorre na segunda frase.<br />

Portanto, os substantivos têm um papel não só nomeador, mas também revelador (por parte<br />

de quem o seleciona). A escolha do substantivo em um texto é realmente importante <strong>para</strong><br />

indicar a verdadeira intenção de quem o produz.<br />

Agora, mais do que isso, o substantivo tem um papel superimportante na coesão textual.<br />

Muitas vezes, evita-se a repetição de um substantivo substituindo-o por outro substantivo<br />

(1) sinônimo, (2) homônimo, (3) hiperônimo ou (4) acompanhado de pronome demonstrativo.<br />

Tais vocábulos são referenciadores, pois fazem referência a um substantivo. Veja este texto:<br />

“Gosto muito do Flamengo, mas esse Flamengo (4) de hoje vem me cansando. Saber que o<br />

Mengão (1) está em má fase provoca em mim uma revolta muito grande, pois meu grande time<br />

(3) é sinônimo de tradição e talento.”<br />

Ficou claro que o substantivo Flamengo foi substituído por outros <strong>para</strong> evitar a repetição e,<br />

assim, dar continuidade ao texto de maneira polida e clara?<br />

Alguns substantivos podem ser usados com objetivo resumitivo. Por exemplo: “A mãe e o<br />

pai discutiam com a filha frequentemente por causa do namorado dela. O imbróglio se devia<br />

ao mau-caráter do rapaz.”.<br />

O substantivo imbróglio resume todo o período anterior. Interessante, não?<br />

Em textos maiores, obviamente, encontramos mais referenciadores. Esta é a função textual<br />

de que tanto se fala hoje em dia nas provas, isto é, dentro do texto, qual é a função de uma<br />

palavra? No caso dos substantivos, adjetivos, artigos, pronomes, numerais e advérbios, a<br />

função é (trocando em miúdos) “fazer referência a palavras, substituir palavras <strong>para</strong> evitar a<br />

repetição”.<br />

Fiquemos por aqui! Falarei mais sobre isso no capítulo de Coesão e Coerência. Ah, nem


doeu, não é? Molezinha!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

De tudo que pode ser trabalhado em substantivo, fica claro que as bancas insistem em<br />

trabalhar plural dos substantivos compostos, portanto este é o filé! Em provas de nível<br />

fundamental pre<strong>para</strong>das por bancas de pouca expressão, cobram-se, normalmente, as<br />

classificações, o gênero e a quantidade de substantivos em um trecho.<br />

Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Mantive a ortografia não atual em questões antigas. Boa resolução!<br />

1. (MPE-RJ (NCE) – Corregedoria Geral da Justiça/RJ – 1998) “Consistem meramente de demarcações...”; o vocábulo<br />

demarcação tem seu plural corretamente formado no texto. O item abaixo em que há um vocábulo cuja forma plural é<br />

unanimemente considerada como equivocada é:<br />

a) escrivães – tabeliães – cidadãos;<br />

b) aldeãos – aldeões – aldeães;<br />

c) artesãos – camaleões – vulcões;<br />

d) artesões – corrimãos – verões;<br />

e) guardiões – guardiães – charlatãos.<br />

2. (FGV – SPTRANS – Especialista em Transporte – 2001) Os substantivos “prancheta, lobaz, muralha, nódulo” estão,<br />

respectivamente, nos graus:<br />

a) aumentativo, aumentativo, diminutivo, aumentativo;<br />

b) diminutivo, diminutivo, aumentativo, aumentativo;<br />

c) diminutivo, aumentativo, aumentativo, diminutivo;<br />

d) aumentativo, diminutivo, diminutivo, aumentativo.<br />

3. (MP-RJ – Secretário de Promotoria e Curadoria I – 2002) “...por que passam milhões de crianças brasileiras...”; observe as<br />

formas abaixo:<br />

I. as milhões de crianças brasileiras.<br />

II. os milhões de crianças brasileiras.<br />

III. as milhares de crianças brasileiras.<br />

IV. os milhares de crianças brasileiras.<br />

As formas corretas são somente:<br />

a) I – II;<br />

b) I – III;<br />

c) II – IV;<br />

d) III – IV;<br />

e) I – II – III – IV.<br />

4. (MP-RJ – Secretário de Promotoria e Curadoria I – 2002) Os vocábulos mão-de-obra, infanto-juvenil e bolsa-escola<br />

apresentam como formas plurais adequadas:<br />

a) mãos-de-obras / infanto-juvenis / bolsas-escolas;<br />

b) mãos-de-obra / infanto-juvenis / bolsas-escola;<br />

c) mão-de-obras / infantos-juvenis / bolsas-escolas;<br />

d) mão-de-obras / infantos-juvenis / bolsas-escola;<br />

e) mãos-de-obra / infantos-juvenis / bolsas-escola.<br />

5. (NCE/UFRJ – MPE/RJ – Secretário de Procuradoria – 2002) A frase em que a substituição do verbo pelo substantivo<br />

cognato correspondente é feita de forma INCORRETA é:<br />

a) “Compreender como usar nossa força <strong>para</strong> superar nossa fraqueza...” – A compreensão de como usar nossa força<br />

<strong>para</strong> a superação de nossa fraqueza.<br />

b) “Estão prontas <strong>para</strong> crescer quando assegurarmos as condições <strong>para</strong> diminuir os juros e <strong>para</strong> simplificar os tributos.” –<br />

Estão prontas <strong>para</strong> o crescimento quando assegurarmos as condições <strong>para</strong> a diminuição dos juros e <strong>para</strong> a simplicidade<br />

dos tributos.<br />

c) “E nossos bancos, entre os mais eficientes do mundo, têm tudo <strong>para</strong> mudar de ramo, passando a financiar a produção.”


– E nossos bancos, entre os mais eficientes do mundo, têm tudo <strong>para</strong> a mudança de ramo, passando ao financiamento da<br />

produção.<br />

d) “Nossas instituições ainda não estão organizadas <strong>para</strong> apoiar esse impulso construtivo.” – Nossas instituições ainda não<br />

estão organizadas <strong>para</strong> o apoiamento desse impulso construtivo.<br />

e) “...dá sinais de optar por ideal pequeno-burguês.” – dá sinais de opção por ideal pequeno-burguês.<br />

6. (FCC – TRT (20R) – Técnico Judiciário – 2002) Assinale a frase em que o plural do substantivo composto está<br />

INCORRETO:<br />

a) Os brasileiros não são cucas-frescas, como se pensa.<br />

b) Esses são pontos-chave <strong>para</strong> evitar o nervosismo.<br />

c) São coletes salvam-vidas contra os fatores de stress.<br />

d) Os chefes são geralmente todo-poderosos no serviço.<br />

e) As causas de sofrimento não são simples lugares-comuns.<br />

7. (FCC – TRT (5R) – Auxiliar Judiciário – 2003) Na época em que alguns trabalhadores recebiam suas ...... não existiam os<br />

...... .<br />

a) meia-tigelas – vale-refeições;<br />

b) meia-tigelas – valem-refeição;<br />

c) meias-tigelas – vales-refeições;<br />

d) meias-tigelas – valem-refeições;<br />

e) meias-tigela – vales-refeição.<br />

8. (Cesgranrio – BNDES – Advogado – 2004) No título do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:<br />

a) pronome;<br />

b) adjetivo;<br />

c) advérbio;<br />

d) substantivo;<br />

e) preposição.<br />

9. (Cesgranrio – MPE/RO – Analista de Sistemas – 2005) Dentre os plurais dos nomes compostos, o único flexionado de modo<br />

adequado é:<br />

a) guarda-chuvas;<br />

b) olhos azuis-turquezas;<br />

c) escolas-modelos;<br />

d) surdo-mudos;<br />

e) pores-dos-sóis.<br />

10. (FCC – TRT/MS (24R) – Auxiliar Judiciário – 2006) O município de Bonito é exemplo de preservação de suas belezas<br />

naturais, com ...... de visão magnífica, verdadeiros ...... .<br />

a) quedas d’água – cartões-postal;<br />

b) quedas d’água – cartões-postais;<br />

c) queda d’águas – cartões-postais;<br />

d) quedas d’água – cartão-postais;<br />

e) queda d’águas – cartão-postais.<br />

11. (FCC – TRT (24R) – Técnico Judiciário – 2006) A forma correta de plural dos substantivos compostos mico-leão-dourado<br />

e ararinha-azul é:<br />

a) micos-leão-dourados e ararinhas-azul;<br />

b) micos-leão-dourado e ararinha-azuis;<br />

c) mico-leões-dourados e ararinha-azuis;<br />

d) mico-leão-dourados e ararinhas-azul;<br />

e) micos-leões-dourados e ararinhas-azuis.<br />

O ser humano não pode ser definido em relação a ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as<br />

coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não é somente observável<br />

como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser a cada instante. Nessa<br />

responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder<br />

cuidar de si mesmo e, de outra, poder cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem e<br />

criam sua história e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato. Ato este que


envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a vida<br />

com qualidade e com liberdade.<br />

12. (Esaf – CGU – Analista de Finanças – 2006) Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou seja,<br />

<strong>para</strong> conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de<br />

substantivo concreto.<br />

a) “ser”.<br />

b) “pensar”.<br />

c) “ser”.<br />

d) “cuidar”.<br />

e) “cuidar”.<br />

13. (NCE/UFRJ – Eletrobras – Letras (Espanhol) – 2007) O vocábulo telefonema pertence ao gênero masculino, como mostra<br />

o texto. A alternativa abaixo que mostra um substantivo do gênero feminino é:<br />

a) champanha / clã;<br />

b) mármore / guaraná;<br />

c) apetite / suéter;<br />

d) pijama / saca-rolhas;<br />

e) milhar / cal.<br />

14. (Instituto Ludus – CRO – Auxiliar de Serviços Gerais – 2008) Quantos substantivos há no período “Um anjo de asas azuis,<br />

todo vestido de luz, sussurrou-lhe num segredo os mistérios de outra vida”?<br />

a) seis.<br />

b) cinco.<br />

c) quatro.<br />

d) sete.<br />

e) três.<br />

Fragmento de texto<br />

O soldado e o marinheiro permutaram bofetadas, mais ou menos teóricas, numa esquina de minha rua por causa da<br />

namorada comum, que devia chamar-se Marlene. O duelo durou vinte minutos, e cinquenta pessoas assistiram. (...)<br />

15. (Cespe – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2008) Acerca dos sentidos e dos elementos de coesão e de referenciação<br />

presentes no texto, julgue (C ou E) os itens subsequentes.<br />

– O substantivo “duelo” resume, com certa dose de ironia, o episódio narrado no primeiro período do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (Cesgranrio – Casa da Moeda – Advogado – 2009) Há três substantivos em:<br />

a) “... com sérias dificuldades financeiras.”;<br />

b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.”;<br />

c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas).”;<br />

d) “... precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’”;<br />

e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”.<br />

O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do<br />

emprego que os demais setores. Essa é uma situação que precisa ser repensada. É claro que não se trata de um<br />

problema simples, que se resolva com providências rápidas, pois exige medidas que às vezes podem ser<br />

classificadas como heterodoxas. (...)<br />

17. (Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2010) (Adaptada) Julgue a alternativa a seguir como correta ou<br />

incorreta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto.<br />

I. Nas relações de coesão, a ideia explicitada na primeira oração do texto é várias vezes retomada: apontada pelo pronome<br />

“Essa”, resumida por “situação”, referida pelo pronome “que” e substituída pelo termo “problema”.<br />

18. (FCC – TRE/RS – Técnico Judiciário – 2010) Considerada a flexão, a frase que está em total concordância com o padrão<br />

culto escrito é:<br />

a) Os tabeliões reúnem-se sempre às quinta-feiras.<br />

b) Nos últimos botas-foras, houve grande confusão, pois a agência de turismo não reteu os que não possuíam ingresso.<br />

c) Na delegacia, não tinha ainda reavido os documentos que perdera, quando entrou o rapaz considerado a testemunha


mais importante de famoso crime.<br />

d) Se não se conterem roubos de obras-primas, gerações futuras serão privadas de grandes realizações do espírito<br />

humano.<br />

e) Os lusos-africanos ostentavam no braço fitinhas verde-amarela.<br />

19. (Consulplan – Advogado – 2010) “Que emigrado da roça não sentiu uma indefinível estranheza e talvez um secreto<br />

mal-estar a primeira vez...”<br />

Assinale a alternativa que faz o plural da mesma forma que a palavra sublinhada anteriormente:<br />

a) guarda-civil;<br />

b) amor-perfeito;<br />

c) guarda-roupa;<br />

d) obra-prima;<br />

e) pombo-correio.<br />

Leia o poema de Paulo Leminski<br />

via sem saída<br />

via bem<br />

via aqui<br />

via além<br />

não via o trem<br />

via sem saída<br />

via tudo<br />

não via a vida<br />

via tudo que havia<br />

não via a vida<br />

a vida havia<br />

20. (MP-SP – Analista de Promotoria I (Assistente Social) – 2011) Considere as afirmações que seguem.<br />

I. A palavra via aparece no poema tanto como substantivo quanto como verbo.<br />

II. O verbo via encontra-se no pretérito imperfeito do indicativo.<br />

Está correto o que se afirma em:<br />

a) somente I;<br />

b) somente II;<br />

c) I e II;<br />

d) nenhuma.<br />

21. (Consulplan – Carreira Univ. (Analista Administrativo) – 2011) “[...] que foi moldada, durante anos, pela ação dos<br />

ventos e da água.” Se pluralizarmos o vocábulo em destaque obteremos a forma “ações”. A alternativa que contém um<br />

vocábulo que admite duas formas de plural é:<br />

a) construção;<br />

b) verão;<br />

c) cidadão;<br />

d) especulação;<br />

e) região.<br />

22. (MP/PE – Penum (Estágo Nível Universitário) – 2011) O plural de cidadão, pastelzinho e paul é:<br />

a) cidadões, pasteisinhos, pauls;<br />

b) cidadãos, pasteisinhos, pauis;<br />

c) cidadãos, pasteizinhos, pauis;<br />

d) cidadãos, pasteizinhos, pauls;<br />

e) cidadãos, pasteisinhos, pauis.<br />

23. (MP/PE – Penum (Estágo Nível Universitário) – 2011) Os compostos estão corretamente pluralizados em:<br />

a) pés-de-moleques, guarda-roupas, ex-diretores;<br />

b) grão-duques, bananas-maçã, piscas-piscas;<br />

c) pés-de-moleque, bananas-maçã, canetas-tinteiro;<br />

d) pés-de-moleques, canetas tinteiros, tique-taques;


e) pés-de-cabras, pores do sol, porta-bandeiras.<br />

24. (FCC – TRE/AP – Técnico Judiciário – 2011) A palavra destacada que está empregada corretamente é:<br />

a) Diante de tantos abaixos-assinados, teve de acatar a solicitação.<br />

b) Considerando os incontestáveis contra-argumento, reconheceu a falha do projeto.<br />

c) Ele é um dos mais antigos tabeliões deste cartório.<br />

d) Os guardas-costas do artista foram agressivos com os jornalistas.<br />

e) Os funcionários da manutenção já instalaram os corrimãos.<br />

25. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Adm. e Controle Jr. – 2011) A flexão de número dos substantivos está correta em:<br />

a) florezinhas – troféis;<br />

b) salário-famílias – coraçãozinhos;<br />

c) os vaivéns – anães;<br />

d) paisezinhos – beija-flores;<br />

e) limãos – abdômenes.<br />

26. (Cesgranrio – FINEP – Analista Jurídica – 2011) A formação do plural da palavra cartão-postal é a mesma que ocorre<br />

em:<br />

a) abaixo-assinado;<br />

b) alto-falante;<br />

c) porta-voz;<br />

d) cavalo-vapor;<br />

e) guarda-civil.<br />

27. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011)Quanto à formação do plural de substantivos<br />

compostos, algumas normas devem ser observadas. O grupo de palavras compostas que seguem a mesma regra de flexão<br />

de número de lugares-comuns é:<br />

a) obra-prima, navio-petroleiro, água-marinha;<br />

b) amor-próprio, vice-presidente, beija-flor;<br />

c) salário-mínimo, cartão-postal, sempre-viva;<br />

d) segunda-feira, bate-boca, tenente-coronel;<br />

e) vitória-régia, amor-perfeito, abaixo-assinado.<br />

28. (Cespe/ UnB – Correios – Agente de Correios – 2011) No que se refere à estrutura gramatical do texto, assinale a opção<br />

correta.<br />

a) O vocábulo “cidadão” apresenta duas formas corretas de plural: cidadãos e cidadões.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

29. (BIORIO – Pref. Mesquita/RJ – Agente Administrativo – 2012) Dado o período “A verdade é que nunca fui muito bom<br />

de memória.”, a oração destacada exerce a mesma função de um:<br />

a) adjetivo;<br />

b) advérbio de lugar;<br />

c) advérbio de modo;<br />

d) substantivo;<br />

e) advérbio de intensidade.<br />

30. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) (adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Se Freud tivesse se referido a mais de um sentimento, o padrão culto escrito exigiria, no plural, a forma “os mal-estar”.<br />

31. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Contabilidade Júnior – 2012) A respeito da formação do plural dos substantivos<br />

compostos, quando os termos componentes se ligam por hífen, podem ser flexionados os dois termos ou apenas um deles.<br />

O substantivo composto que NÃO apresenta flexão de número como matéria-prima é:<br />

a) água-benta;<br />

b) batalha-naval;<br />

c) bate-bola;<br />

d) batata-doce;<br />

e) obra-prima.<br />

32. (CEPERJ – Degase – Técnico de Suporte e Comunicação – 2012 ) O plural dos nomes terminados em ão pode se fazer de


maneiras diferentes. Das palavras abaixo, retiradas do texto, a única que não possui, no plural, a mesma terminação que<br />

“prestações” é:<br />

a) televisão;<br />

b) mão;<br />

c) produção;<br />

d) organização;<br />

e) conclusão.<br />

33. (Funcab – Pref. Búzios/RJ – Administrador – 2012) O uso das formas sintéticas do diminutivo em “A NEGRINHA, contida<br />

na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o PRATINHO que o garçom deixou à sua frente.”, no contexto, tem<br />

conotação:<br />

a) afetiva;<br />

b) depreciativa;<br />

c) pejorativa;<br />

d) objetiva;<br />

e) negativa.<br />

“O menino Joaquim Barbosa nunca se acomodou àquilo que o destino parecia lhe reservar. Filho de um pedreiro, cresceu<br />

ouvindo dos adultos que nas festas de aniversário de famílias mais abastadas deveria ficar sempre no fundo do salão. (...)”<br />

34. (Fundação Sousândrade – Pref. Estreito/MA – Supervisor Escolar – 2012) Sobre as relações coesivas que estabeleçam no<br />

texto, o termo “O menino Joaquim Barbosa”, do primeiro período, é retomado no segundo por um(a):<br />

a) expressão sinonímica;<br />

b) pronome relativo;<br />

c) expressão nominal;<br />

d) pronome oblíquo;<br />

e) advérbio intensificador.<br />

35. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Complete as lacunas com o ou a e, a seguir, assinale a alternativa<br />

com a sequência de substantivos masculino, feminino, masculino.<br />

a) __ eclipse, __ dinamite, __ derme;<br />

b) __ magma, __libido, __ pernoite;<br />

c) __ aneurisma, __fonema, __ clã;<br />

d) __ pane, __ ênfase, __ dó.<br />

36. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Em qual alternativa não é possível identificar se o ser ao qual o substantivo em destaque<br />

se refere é masculino ou feminino?<br />

a) A agente de turismo me garantiu que o hotel é excelente.<br />

b) A cliente reclamou do péssimo atendimento ao gerente do banco.<br />

c) O público aplaudiu muito a intérprete quando o espetáculo terminou.<br />

d) Depois de várias ameaças anônimas, a testemunha passou a receber proteção policial.


Gabarito<br />

1. E. 9. A. 17. CORRETO. 25. D. 33. A.<br />

2. C. 10. B. 18. C. 26. E. 34. C.<br />

3. C. 11. E. 19. C. 27. A. 35. B.<br />

4. B. 12. C. 20. C. 28. Errado. 36. D.<br />

5. B. 13. E. 21. B. 29. D.<br />

6. C. 14. A. 22. C. 30. INCORRETO.<br />

7. C. 15. CERTO. 23. C. 31. C.<br />

8. A. 16. D. 24. E. 32. B.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 8<br />

Adjetivo


Definição<br />

Do ponto de vista semântico, o adjetivo é um caracterizador, um modificador de sentido.<br />

A vida sem adjetivo é impossível, pois, quando queremos descrever ou expor um ponto de<br />

vista sobre algo, usamos nada mais, nada menos que ad-je-ti-vos. Por exemplo, se alguém<br />

pede que você descreva a bandeira do Brasil, o que você irá dizer? “Ah, ela é verde,<br />

amarela e azul, basicamente.” Beleza. Agora, se alguém pergunta a sua opinião sobre o estilo<br />

dela, o que você irá dizer? “Bem, eu acho a bandeira muito bonita, com simbolismos bem<br />

sugestivos.” Percebeu os adjetivos que você usou? Os três primeiros foram adjetivos de<br />

caráter objetivo; os dois últimos, de caráter subjetivo. De qualquer modo, adjetivos precisam<br />

ser usados <strong>para</strong> entendermos melhor ainda o mundo à nossa volta, certo?<br />

Do ponto de vista morfológico, normalmente o adjetivo varia em gênero, número e grau.<br />

Como você pôde perceber, os adjetivos destacados mudaram de gênero, número e/ou grau:<br />

amarela, (muito) bonita, (bem) sugestivos. Ele varia em grau normalmente pelo uso de<br />

advérbios de intensidade. Veremos melhor isso à frente. Ah! Vale também perceber os sufixos<br />

formadores de adjetivos no capítulo de estrutura de palavras, pois, quanto mais soubermos<br />

sobre eles, com mais facilidade identificaremos esta classe.<br />

Do ponto de vista sintático, o adjetivo só exerce duas funções sintáticas na frase: adjunto<br />

adnominal ou predicativo (do sujeito ou do objeto).<br />

O adjetivo e a locução adjetiva têm função sintática de adjunto adnominal quando vêm<br />

dentro do sintagma nominal (se necessário, reveja este conceito na parte de definição do<br />

substantivo), mas, quando têm função de predicativo, vêm fora do sintagma nominal.<br />

Exemplificando <strong>para</strong> você entender logo: em “Aquela casa amarela é suntuosa”, amarela<br />

funciona como adjunto adnominal, pois faz parte do sintagma nominal “Aquela casa amarela”;<br />

já suntuosa funciona como predicativo, pois está fora do sintagma.<br />

Falando a língua do concurseiro menos experiente, aqui vai um “bizu”: se você puder retirar<br />

o adjetivo da frase sem mudança substancial de sentido, normalmente ele terá função de<br />

adjunto adnominal. Veja estas duas frases: “Nós achamos a língua portuguesa difícil.” e<br />

“Preciso estudar esta matéria difícil.”. Qual difícil pode sair da jogada? Claro que é o<br />

segundo, logo o adjetivo tem função de adjunto.<br />

Agora grave isto: as classes gramaticais modificadas por um adjetivo são o substantivo<br />

(normalmente), o pronome, o numeral, qualquer palavra de valor substantivo (verbo no<br />

infinitivo, por exemplo) e até uma oração substantiva. Veja:<br />

– Rocha Lima e Celso Cunha eram excelentes.<br />

– Eles eram excelentes.


– Os dois eram excelentes.¹<br />

– Viver é excelente.<br />

– Acho excelente resolver exercícios de Português.²<br />

Cuidado!!!<br />

¹ Apesar de não ser aula de substantivo nem de numeral, preciso explicar um detalhe:<br />

qualquer numeral só fica substantivado pelo artigo ou outro determinante quando está<br />

implícita a palavra “numeral” antes dele: “O dois indica quantidade correspondente a uma<br />

unidade mais uma”. Agora, sim, é um substantivo.<br />

² Substitua a oração “resolver exercícios de Português” por um substantivo (ou pelo<br />

pronome demonstrativo isto) e perceba mais facilmente o adjetivo: “Acho excelente a<br />

resolução de exercícios de Português”. O que eu acho excelente? Resposta: “a resolução<br />

de exercícios de Português”. Ou: “Acho excelente isto (ou seja, ‘resolver exercícios de<br />

Português’)”. Está claro que o adjetivo modifica a oração substantiva.<br />

Inclusive, isso apareceu em questão de prova elaborada pela banca Consulplan<br />

(TSE/Técnico Judiciário/2012). Nela, o adjetivo bobagem modifica uma oração. Veja: “...<br />

ofereça ao presenteado algo de que ele goste, mas acha bobagem comprar...”. O<br />

presenteado acha isto/a compra bobagem. Percebeu? Muito boa a questão! Falarei mais<br />

sobre isso no capítulo 19, em Predicativo do Objeto.<br />

Para entendermos bem todas essas definições de adjetivo, vamos analisar por último esta<br />

frase:<br />

Meus alunos conseguiram conquistar as vagas concorridíssimas no ano passado.<br />

Note, por exemplo, que a palavra concorridíssimas:<br />

1) caracteriza/modifica uma palavra: concorridíssimas caracteriza vagas;<br />

2) variou de forma (feminino, plural, superlativo): “... as vagas concorridíssimas”;<br />

3) é núcleo do adjunto adnominal; note que o adjetivo, como determinante que é, vem dentro<br />

do sintagma nominal “as vagas concorridíssimas”.<br />

Tudo bem até agora, não é? Beleza...<br />

Para fechar: Certamente você já ouviu falar em orações subordinadas adjetivas, não é?<br />

Então, elas são chamadas assim porque têm valor de adjetivo. Note que tanto o adjetivo<br />

quanto a oração adjetiva caracterizam um substantivo (indivíduos):<br />

– Os indivíduos praianos são felizes. / Os indivíduos que residem na praia são felizes.<br />

Isso já foi questão de prova, meu nobre!<br />

Veremos isso com mais detalhes só no capítulo 23, de Orações Subordinadas Adjetivas,<br />

ok? Coloque sua curiosidade na coleira!


Identificação e Adjetivação<br />

Algumas questões exigem do candidato o conhecimento básico de identificação de<br />

adjetivos. Mas como diferenciá-los das demais classes gramaticais, como substantivos ou<br />

advérbios?<br />

Identificação<br />

O adjetivo é uma palavra caracterizadora que modifica normalmente um substantivo, por<br />

isso, diante de uma frase, você deve notar qual palavra está atribuindo uma característica ao<br />

substantivo; muito possivelmente ela será um adjetivo. Há outros determinantes, é claro, como<br />

os artigos, os pronomes e os numerais (que não podem ser confundidos com um adjetivo,<br />

convenhamos!). Veja os adjetivos no texto Paratodos, de Chico Buarque:<br />

O meu pai era paulista<br />

Meu avô, pernambucano<br />

O meu bisavô, mineiro<br />

Meu tataravô, baiano<br />

Meu maestro soberano<br />

Foi Antonio Brasileiro<br />

(...)<br />

Vou na estrada há muitos anos<br />

Sou um artista brasileiro<br />

Perceba que os adjetivos modificam, respectivamente, os substantivos “pai, avô, bisavô,<br />

tataravô, maestro e artista”.<br />

“<strong>Pestana</strong>, e Brasileiro? Não é adjetivo? Está modificando o substantivo Antonio, ora!” Meu<br />

nobre, note que “Brasileiro” está escrito com letra maiúscula, faz parte do nome do cara, é um<br />

sobrenome, logo é um nomeador, um... subs-tan-ti-vo. O segundo “brasileiro” (com letra<br />

minúscula), este, sim, está modificando, como um caracterizador, como um adjetivo de<br />

verdade, o substantivo “artista”. Ok? Ah! A essa altura do campeonato, não é novidade <strong>para</strong><br />

ninguém que o adjetivo pode virar substantivo, certo? Tudo depende do contexto... Fique<br />

esperto!<br />

Note também que somente os dois últimos adjetivos exercem função sintática de adjunto<br />

adnominal, pois fazem parte dos seguintes sintagmas nominais: “Meu maestro soberano” e<br />

“um artista brasileiro”. Os demais adjetivos estão fora do sintagma (ou se<strong>para</strong>dos pelo verbo<br />

ser ou por vírgula), por isso são adjetivos com função de predicativo. Não se desespere com<br />

essas funções sintáticas. Preciso mencioná-las agora <strong>para</strong> que você, digamos assim, comece a<br />

pegar intimidade...


Obs.: Meus dedos coçam <strong>para</strong> escrever o que vou escrever agora: “Pelo amor de Deus,<br />

grave isto: o adjetivo pode caracterizar uma oração inteira!”. Eu sei que já falei isso,<br />

mas eu preciso reiterar. Em frases formadas por “ser + adjetivo + oração substantiva”, o<br />

adjetivo que caracteriza a oração substantiva nunca varia de forma. Veja: “É válido que<br />

as pessoas estudem muito.”. Note que o adjetivo “válido” caracteriza a oração “que as<br />

pessoas estudem muito” (= Isto é válido). Agora posso dormir tranquilo. Essa você não<br />

erra mais no dia da prova!<br />

Ainda acho que vale a pena comentar que alguns adjetivos não são físicos ou materiais.<br />

Muitos adjetivos descritivos podem apresentar um viés psicológico. Por exemplo, na primeira<br />

estrofe do poema Retrato, de Cecília Meireles, os adjetivos nele presentes descrevem as<br />

características físicas (magro) e psicológicas (calmo, triste, vazios, amargo...) do rosto, dos<br />

olhos e do lábio relacionadas ao envelhecimento percebido pelo eu-lírico:<br />

Eu não tinha este rosto de hoje,<br />

assim calmo, assim triste, assim magro,<br />

nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.<br />

Interessante, não?<br />

Adjetivação<br />

Há dois conceitos de adjetivação: 1) presença de muitos adjetivos em um texto ou 2)<br />

transformação de um substantivo em adjetivo.<br />

Por exemplo, no texto que você acabou de ler, do Chico, ocorre adjetivação, ou seja, uso<br />

excessivo de adjetivos por razões estilísticas. Quando, por exemplo, dizemos assim: “Acho a<br />

minha namorada linda, sedosa, cheirosa, gostosa, voluptuosa, quente...”, o propósito do<br />

excesso de adjetivos é o realce, a ênfase! Não confunda esse tipo de adjetivação com<br />

estruturas do tipo adjetivo + adjetivo + substantivo (novos falsos picassos), ou adjetivo +<br />

substantivo + adjetivo (pobre menina rica), ou substantivo + adjetivo + adjetivo (físico<br />

nuclear brasileiro), ou adjetivo + substantivo + adjetivo + adjetivo (atual indústria naval<br />

japonesa). Nessas estruturas, há um adjetivo (negritado) modificando um substantivo que já<br />

havia sido modificado por um adjetivo ou mais (sublinhado).<br />

Obs.: Há estruturas em que um substantivo é caracterizado por um adjetivo (1), por uma<br />

locução adjetiva (2) e por uma oração adjetiva (3) ao mesmo tempo. Veja: “O<br />

inusitado (1) pouso que se espera suave (3) da economia norte-americana (2)<br />

continua sendo pontuado por turbulências e temores.”.


Fique atento no uso de adjetivos, pois, segundo o Manual de Redação e Estilo, por<br />

Eduardo Martins, “O texto noticioso (notícia, texto jornalístico) deve limitar-se aos adjetivos<br />

que definam um fato (noticioso, pessoal, vizinho, próximo, sulino etc.), evitando aqueles que<br />

envolvam avaliação ou encerrem carga elevada de subjetividade (evidente, imponderável,<br />

belo, bom, ótimo, inteligente, infinito etc.). Mesmo nas matérias opinativas, em que o autor<br />

tem maior necessidade de recorrer aos adjetivos, a parcimônia é boa conselheira. O jornalista<br />

pode sempre mostrar que um temporal foi devastador e um incêndio foi violento. Ou que uma<br />

peça constitui retumbante fracasso. Tudo isso sem poluir seu texto com dezenas de<br />

qualificativos.”.<br />

Interessante, não?<br />

O que mais nos deve interessar <strong>para</strong> a prova, porém, é a transformação de um<br />

substantivo em adjetivo. Note estas frases:<br />

– Seu jeito moleque atrai as mulheres mais novas.<br />

– Esta blusa laranja lembra a da seleção de futebol da Holanda.<br />

– É preferível ter um cachorro amigo a um amigo cachorro.<br />

– É muito verdade o que ele nos disse.<br />

– David é muito homem!<br />

Em condições normais, os termos destacados não são caracterizadores (adjetivos) mas<br />

nomeadores (substantivos). No entanto... nessas frases em itálico... o papel deles é<br />

caracterizar, por isso se tornam adjetivos. Isso também é “adjetivação”. Perceba que, nos<br />

dois últimos exemplos, os nomes verdade e homem estão sendo modificados por um advérbio<br />

(muito), logo se tornaram adjetivos. Está claro?<br />

Obs.: Não confunda mudança de classe gramatical com homônimos perfeitos. Na questão<br />

a seguir, a palavra “exemplares” tem o mesmo som, a mesma grafia, mas tem classes<br />

gramaticais e sentidos diferentes, por isso são homônimas perfeitas. Neste caso, não<br />

podemos falar em mudança de classe gramatical motivada pelo contexto.<br />

23. (FAB – EEAR – Sargento – 1/2003 a) Leia com atenção:<br />

I. Os alunos homenageados tiveram comportamentos exemplares.<br />

II. O autor terá diferentes exemplares de sua obra analisados pela editora.<br />

III. As pedras eram realmente lindas! Jamais tais exemplares haviam sido vistos por alguém.<br />

Nas frases acima, temos adjetivo em:<br />

a) I e II.<br />

c) III apenas.<br />

b) I, II e III.<br />

d) I apenas. (gabarito!)


Recurso de Nominalização<br />

No caso dos adjetivos, a nominalização se dá pela transformação de orações subordinadas<br />

adjetivas em meros adjetivos. Veja alguns exemplos:<br />

– O aluno que é inteligente passou na prova.<br />

– O aluno inteligente passou na prova.<br />

– Comprei <strong>para</strong> a minha frota dois carros que estavam novíssimos.<br />

– Comprei <strong>para</strong> a minha frota dois carros muito novos.<br />

Note nesses exemplos que houve uma redução no número de verbos, tornando a leitura mais<br />

concisa. Simples assim.


Classificação<br />

Existem tipos de adjetivo que precisam ser estudados. Vejamos!<br />

Tipo Definição Exemplo<br />

Simples Apresenta apenas um radical. visão social, visão econômica<br />

Composto Apresenta mais de um radical. visão socioeconômica<br />

Primitivo Não apresenta afixos. sorriso amarelo<br />

Derivado Apresenta afixos. sorriso amarelado<br />

Restritivo¹ Acrescenta um sentido não inerente ao ser. carro azul, homem feliz, leite quente<br />

Explicativo² Apresenta um sentido inerente, próprio do ser. carro motorizado, homem mortal, leite branco<br />

Pátrio/Gentílico³<br />

Refere-se a continentes, países, cidades, regiões<br />

(pátrio), raças e povos (gentílico), indicando a<br />

origem.<br />

polaco, americano, afegão, mineiro, fluminense, panamenho,<br />

inglês, londrino, santista, vietnamita, espanhol, indígena,<br />

negro, branco...<br />

¹ Tome cuidado com os adjetivos restritivos, pois a presença ou a ausência de algum sinal<br />

de pontuação (vírgula, travessão ou parênteses) pode mudar seu sentido:<br />

– O homem feliz entrou no bar e anunciou a todos seu casamento.<br />

– O homem, feliz, entrou no bar e anunciou a todos seu casamento.<br />

Na primeira frase, não estamos falando de qualquer homem, mas do homem que é feliz por<br />

natureza, isto é, a felicidade é sua característica natural; na segunda, ele estava<br />

momentaneamente tomado de felicidade quando entrou no bar.<br />

Reitero que, dependendo do uso da pontuação, principalmente das vírgulas, o sentido pode<br />

mudar: “O atleta ansioso não conseguiu concluir seu trabalho.” / “O atleta, ansioso, não<br />

conseguiu concluir seu trabalho.” “Ansioso, o atleta não conseguiu concluir seu trabalho.”<br />

Percebeu a diferença? Na primeira frase, o atleta é inerentemente ansioso. Na segunda e na<br />

terceira, o atleta estava temporariamente ansioso.<br />

² O adjetivo explicativo é sempre se<strong>para</strong>do por pontuação (vírgula, travessão ou<br />

parênteses), pois informa sempre uma característica inerente e própria do ser, de modo que<br />

tal ser não pode ter seu sentido restringido. Em outras palavras, não faz sentido dizer “O<br />

homem mortal age muitas vezes como imortal”, pois, sem estar se<strong>para</strong>do por sinal de<br />

pontuação, o adjetivo dá a entender que existe algum homem não mortal. Isso não tem<br />

cabimento, uma vez que todo homem é mortal. Logo, a frase deve ser redigida assim: “O<br />

homem, mortal, age muitas vezes como imortal.” Outro exemplo: “A gasolina inflamável é<br />

poluente.” Meu Deus, que gasolina no mundo não é inflamável?! Logo, a frase deve ser<br />

reescrita assim: “A gasolina, inflamável, é poluente”.<br />

³ A junção de dois ou mais adjetivos pátrios é feita pela união do menor adjetivo (com forma<br />

latina) ao maior: mulher latino-americana, arte euro-americana, língua indo-europeia etc.


Se os adjetivos tiverem o mesmo número de sílabas, orienta-se seguir a ordem alfabética:<br />

acordo anglo-francês. Não vou me ocupar de expor uma lista sobre isso, pois os concursos<br />

não mais querem saber do adjetivo correspondente a quem mora em Jerusalém, por exemplo.<br />

Ficou na curiosidade? Beleza... quem mora em Jerusalém é hierosolimita ou hierosolimitano.<br />

Bizarro, mas verdade verdadeira!<br />

Não perca o tópico Valor Discursivo e Estilístico, mais à frente. Estou ansioso... por você!<br />

É porque, de tudo o que vem caindo ultimamente em prova sobre adjetivos, isso tem sido “a<br />

menina dos olhos” das bancas. Calma, daqui a pouco a gente chega lá.


Locução Adjetiva<br />

A locução adjetiva é um grupo de vocábulos com valor de adjetivo formado por<br />

preposição/locução prepositiva + substantivo/advérbio/pronome/verbo/numeral.<br />

Tal expressão frequentemente se liga a um substantivo:<br />

briguinha à toa, pizza a lenha (ou à lenha), TV em cores, casa sobre rodas, homem sem<br />

coragem, vida com limites, caso entre políticos, coisa sem pé nem cabeça, viagem ao redor<br />

do mundo, chuva em torno da casa, mulher em frente a mim, jornal de anteontem,<br />

programa de sempre, notícia de hoje, curso daqui, casa dela, máquina de lavar, mulher <strong>para</strong><br />

casar, dinheiro das duas...<br />

Mas pode também se ligar a um pronome (ou locução pronominal) ou a um numeral:<br />

as (= aquelas) da sala 1, os (= aqueles) do Brasil, todo o mundo do bairro, os dois sem<br />

graça... Eles são sem caráter, O copo era de cristal, O menino ficou com fome este tempo<br />

todo?<br />

Como se viu nos três últimos exemplos, a locução adjetiva nem sempre vem dentro do<br />

sintagma nominal, pode vir fora também; neste caso, terá função de predicativo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) A maioria das locuções adjetivas podem ser substituídas por adjetivos correspondentes.<br />

Lembre-se: a maioria!<br />

Ex.: homem sem coragem (medroso); amor com limites (limitado), povo do Brasil<br />

(brasileiro); mas: muro de concreto (concretal?), livro do <strong>Pestana</strong> (pestaneiro?),<br />

pessoa sem graça (desgraçada?).<br />

2) Algumas locuções adjetivas são substituídas por adjetivos eruditos (de origem latina);<br />

nesse caso, estarão subentendidas expressões, como: “referente a”, “relativo a”,<br />

“semelhante a”, “próprio de”.<br />

Ex.: cor ígnea (referente ao fogo), parte setentrional (relativo ao norte), nariz aquilino<br />

(semelhante ao bico da águia), comportamento pueril/infantil (próprio de criança).<br />

Outros adjetivos eruditos: ebúrneo (de marfim), argênteo (de prata), discente<br />

(relativo a aluno), docente (relativo a professor), pluvial (relativo a chuva), fluvial<br />

(relativo a rio), estival (de verão).<br />

3) Não confunda locução adjetiva com locução adverbial.<br />

– Vi uma menina em Minas Gerais. (lugar onde se viu; locução adverbial)<br />

– Vi uma menina de Minas Gerais. (origem, procedência – mineira; locução adjetiva)<br />

4) Não confunda locução adjetiva com pseudolocução adjetiva, que nada mais é que uma<br />

preposição + um substantivo. A locução adjetiva normalmente tem valor possessivo e/ou<br />

agente, mas a falsa locução (prep. + subst.) tem valor passivo ou especificador. Este


“bizuzinho” tem a ver com a diferença entre estas funções sintáticas: complemento<br />

nominal, aposto e adjunto adnominal.<br />

– Em criança, via a minha prima trocar de roupa pela pequena abertura da porta. (ideia<br />

de posse; locução adjetiva)<br />

– Aquela abertura de conta no banco vai me ajudar bastante. (a conta foi aberta; valor<br />

passivo; prep. + subst.)<br />

– O mês de maio é o mês das mães. (especificando o mês – maio –, logo prep. + subst.; mês<br />

materno, ideia de posse, locução adjetiva)<br />

5) Ainda na “vibe” da 4, cuidado com estruturas ambíguas, como “A reforma da<br />

universidade custou caro”, em que não se sabe se a universidade praticou a ação de<br />

reformar (agente; locução adjetiva) ou se a universidade sofreu a ação de ser reformada<br />

(paciente; prep. + subst.).<br />

6) Pode uma locução adjetiva modificar uma oração inteira.<br />

– Vocês julgam sem importância estudar por meio de videoaulas? (A locução “sem<br />

importância” está ligada à oração “estudar por meio de videoaulas”.)


Variação em Gênero<br />

Existe o adjetivo uniforme (não muda de forma <strong>para</strong> indicar gêneros diferentes) e o<br />

biforme (muda de forma <strong>para</strong> indicar gêneros diferentes).<br />

Vejamos primeiro o gênero biforme:<br />

Masculino<br />

Troca de<br />

Terminação<br />

Feminino<br />

lindo, saboroso, macio... -o / -a linda, saborosa (timbre aberto), macia...<br />

ateu, europeu, galileu, saduceu, pigmeu, cananeu...<br />

judeu, sandeu (exceção)<br />

-eu / -eia<br />

ateia, europeia, galileia, saduceia, pigmeia, cananeia... judia,<br />

sandia<br />

ilhéu, tabaréu... -éu / -oa ilhoa, tabaroa<br />

mau, nu, francês, espanhol, jogador, motor,<br />

trabalhador (exceção)...¹<br />

-u, ês, -ol, -or<br />

/ -a<br />

má, nua, francesa, espanhola, jogadora... motriz/motora,<br />

trabalhadora/trabalhadeira...<br />

vão, chorão... ladrão (exceção) -ão / -ã, -ona vã, chorona... ladra, ladroa, ladrona<br />

¹ São invariáveis: hindu, anterior, posterior, inferior, superior*, interior, multicor, incolor,<br />

sensabor, melhor, pior, maior, menor etc.; é polêmico o plural de cortês, montês e pedrês,<br />

pois, <strong>para</strong> Celso Cunha, são invariáveis; <strong>para</strong> os dicionaristas, como Aulete, não.<br />

Polêmicas... sempre elas... ainda bem que isso é muito raro em prova.<br />

* Superiora: substantivo que significa “freira que coordena as atividades de um convento”;<br />

chamada de priora, prioresa ou abadessa também. Pode-se usar como adjetivo: “madre<br />

superiora”.<br />

Os adjetivos de gênero uniforme são os terminados em -a, -e, -l (exceto -ol), -m, -r, -s, -z:<br />

agrícola, excelente, cruel, útil, ruim (exceção: bom > boa), exemplar, simples, capaz<br />

(exceção: andaluz > andaluza)...<br />

Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: atividade lúdico-instrutiva,<br />

bandeira verde-amarela, literatura anglo-americana. Exceção: surdo-mudo > surda-muda e<br />

claro-escuro > clara-escura.


Variação em Número<br />

O adjetivo varia de acordo com o substantivo ou qualquer outra daquelas classes.<br />

Regra dos Simples<br />

O adjetivo simples varia com o termo a que se refere (normalmente substantivo).<br />

– Herdei casas extraordinárias e carros luxuosos.<br />

– Comi maçãs pela manhã e pela tarde. Elas são realmente saborosas.<br />

– Gostei dos tons lilases usados na sala, ficou bem suave.<br />

Obs.: Qualquer substantivo usado como adjetivo fica invariável: reuniões relâmpago,<br />

homens monstro, moleques piranha, vestidos laranja, ternos cinza, blusas creme,<br />

calças rosa, tintas salmão, escovas chocolate, paredes gelo, tons pastel... exceto nos<br />

três primeiros, note que a expressão “cor de” está implícita. “Lilás” é o único<br />

substantivo usado como adjetivo que pode variar: lilases. Existe a forma variante “lilá”<br />

(você sabia?), cujo plural é “lilás”. Nunca se sabe quando precisaremos dessa<br />

informação...<br />

O que vou falar agora é trabalhado muito em questão de concordância, por isso vale a pena<br />

reiterar que, quando o adjetivo modificar uma oração substantiva, ficará no masculino<br />

singular. Veja:<br />

– Naquela ocasião, considerou-se muito digno que a documentação fosse assinada. (O<br />

adjetivo digno modifica a oração substantiva “que a documentação fosse assinada”.)<br />

Regra dos Compostos<br />

O adjetivo composto apresenta algumas regrinhas.<br />

1) A regra geral é: varia-se apenas o último elemento do adjetivo composto, concordando<br />

com o termo de valor substantivo ao qual se refere, em gênero e número:<br />

– As intervenções médico-cirúrgicas foram um sucesso!<br />

– Aquelas canecas vermelho-claras e vermelho-escuras já foram vendidas.<br />

– Foram feitos acordos afro-brasilo-lusitanos.<br />

2) Se algum elemento do adjetivo composto for um substantivo, todo o adjetivo composto<br />

ficará invariável:<br />

– Eram blusas verde-garrafa que ele queria.<br />

– Estes cordões amarelo-ouro vão chamar atenção, ainda mais sobre os camisões<br />

marrom-café...<br />

– Prefira ternos cinza-escuro... mais sóbrios.


– Nossas fantasias verde e rosa fizeram sucesso.<br />

3) Os adjetivos compostos surdo(a/s)-mudo(a/s), pele(s)-vermelha(s) e claro(a/s)-<br />

escuro(a/s) são exceções. Variam ambos os elementos.<br />

4) São invariáveis sempre: azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, ultravioleta, sem-sal, semterra,<br />

verde-musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro etc.; a maioria dos gramáticos, como<br />

Napoleão M. de Almeida e Luiz A. Sacconi, diz que “infravermelho” varia.


Variação em Grau<br />

Dizer que um adjetivo varia em grau significa dizer que, em algumas construções, ele terá<br />

seu valor intensificado – normalmente por um advérbio ou por um sufixo. Existem duas<br />

situações em que o adjetivo pode variar em grau: em uma estrutura de com<strong>para</strong>ção ou em uma<br />

de superlativação.<br />

Grau Com<strong>para</strong>tivo<br />

Com<strong>para</strong>-se uma qualidade, ou qualificação, entre dois seres ou duas qualidades de um<br />

mesmo ser. Há três tipos, com construções peculiares a elas:<br />

• de igualdade (tão... quanto/como): Português é tão divertido quanto (ou como)<br />

Matemática.<br />

• de superioridade (mais... (do) que): Português é mais divertido (do) que Matemática.<br />

• de inferioridade (menos... (do) que): Português é menos divertido (do) que Matemática.<br />

Ignorando a piada do divertido, perceba que o adjetivo destacado está sendo intensificado<br />

pelos advérbios tão, mais e menos. Já a ideia de com<strong>para</strong>ção é marcada pelas conjunções<br />

quanto (ou como) e que (ou do que – o elemento do é facultativo).<br />

Não me custa alertar que, quando se diz: “João é mais estudioso que Maria”, deve-se<br />

entender que Maria é estudiosa também, mas não tanto quanto João. Tudo bem?<br />

Mera curiosidade: Se negarmos as frases acima, o sentido mudará, mas a classificação não:<br />

“Português não é tão divertido quanto Matemática.” (Matemática é mais divertido que<br />

Português.), “Português não é mais divertido que Matemática.” (Matemática é mais divertido<br />

que Português.) etc. Tais construções não são analisadas pelos gramáticos tradicionais, logo a<br />

chance de isso cair em prova é 0,0000000000000000000000000001%!!!<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os adjetivos bom, mau/ruim, grande, pequeno só têm formas sintéticas (melhor, pior,<br />

maior, menor) no grau com<strong>para</strong>tivo de superioridade; veja:<br />

– Português é mais bom que Matemática. (Errado!)<br />

– Português é melhor que Matemática. (Ah, agora sim!)<br />

Porém, em com<strong>para</strong>ções feitas entre duas qualidades de um mesmo ser, devem-se usar as<br />

formas analíticas “mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno”. Por exemplo:<br />

– Edmundo foi condenado de novo, mas ele é mais boa pessoa do que má.<br />

– Minha casa é mais grande que confortável.<br />

Celso Cunha admite, porém, que “mais pequeno” é forma culta, mesmo com<strong>para</strong>ndo-se dois<br />

seres: “João é mais pequeno que Maria”. Tal forma é comum em Portugal.<br />

2) Determinados substantivos podem ser tomados como adjetivos em construções de grau


com<strong>para</strong>tivo: “Sou mais irmão do diretor (do) que você”. Já em estruturas semelhantes<br />

à que segue, não há gradação, tampouco qualificação, mas tão somente ideia de<br />

quantidade indefinida: “Comprei mais computadores (do) que televisores”. O<br />

substantivo continua sendo substantivo, e o “mais” é um pronome indefinido.<br />

Grau Superlativo<br />

Ocorre um engrandecimento, uma intensificação da qualidade de um só ser; são dois os<br />

tipos de superlativo de um adjetivo (absoluto e relativo):<br />

Absoluto<br />

• Analítico: o adjetivo é modificado por um advérbio de intensidade.<br />

Ex.: João é muito inteligente e bastante humilde mas extremamente pobre.<br />

• Sintético: quando há o acréscimo de um sufixo (-íssimo, -(r)imo, -(l)imo).<br />

Ex.: João é inteligentíssimo, mas é paupérrimo e humílimo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno apresentam as seguintes formas no grau<br />

superlativo absoluto sintético, respectivamente: ótimo/boníssimo, péssimo/malíssimo,<br />

máximo/grandíssimo, mínimo/pequeníssimo.<br />

2) Na gradação sintética, os adjetivos mudam de forma:<br />

– os terminados em -a, -e, -o perdem tais vogais e acrescenta-se o -íssimo: secretíssima,<br />

quentíssimo, belíssimo...<br />

– os terminados em -io perdem a última vogal e acrescenta-se o -íssimo: seriíssimo,<br />

precariíssimo, necessariíssimo, friíssimo... Alguns gramáticos, como Bechara e Celso<br />

Cunha, dizem que algumas formas atuais, como seríssimo, precaríssimo e necessaríssimo<br />

são populares.<br />

– os terminados em -eio perdem as duas últimas vogais e acrescenta-se o -íssimo:<br />

cheíssimo, alheíssimo... exceção: feíssimo/feiíssimo. Bechara aceita cheiíssimo.<br />

– os terminados em -vel mudam <strong>para</strong> -bil e acrescenta-se o -íssimo: notabilíssimo,<br />

amabilíssimo, mobilíssimo...<br />

– os terminados em -z mudam <strong>para</strong> -c e acrescenta-se o -íssimo: ferocíssimo, felicíssimo,<br />

voracíssimo...<br />

– os terminados em -m e -ão passam a terminar em -níssimo: comuníssimo, vaníssimo,<br />

paganíssimo...<br />

– alguns terminados em -co e -go podem terminar em -quíssimo e -guíssimo por<br />

acomodação fonética: fraquíssimo, riquíssimo, amarguíssimo, antiquíssimo... Consulte um<br />

bom dicionário!


– comumente os terminados em -il recebem -imo: agílimo, dificílimo, fragílimo, imbecílimo,<br />

verossimílimo...<br />

– os terminados em -ro e -re mudam <strong>para</strong> a antiga forma latina e recebem -rimo: aspérrimo<br />

(áspero), misérrimo (mísero), prospérrimo (próspero), celebérrimo (célebre), libérrimo<br />

(livre)...<br />

3) Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns adjetivos. A primeira forma é<br />

erudita/latina (antiga) e a segunda é vernacular (atual), sempre terminada em -íssimo.<br />

– alto > supremo/sumo ou altíssimo<br />

– ágil > agílimo ou agilíssimo<br />

– amargo > amaríssimo ou amarguíssimo<br />

– baixo > ínfimo ou baixíssimo<br />

– doce > dulcíssimo ou docíssimo<br />

– frágil > fragílimo ou fragilíssimo<br />

– frio > frigidíssimo ou friíssimo<br />

– humilde > humílimo ou humildíssimo<br />

– magro > macérrimo ou magríssimo (magérrimo é forma coloquial, segundo a maioria dos<br />

gramáticos)<br />

– manso > mansuetíssimo ou mansíssimo<br />

– miúdo > minutíssimo ou miudíssimo<br />

– negro > nigérrimo ou negríssimo<br />

– nobre > nobilíssimo ou nobríssimo<br />

– pio > pientíssimo ou piíssimo<br />

– pobre > paupérrimo ou pobríssimo<br />

– recente > nupérrimo ou recentíssimo<br />

– sábio > sapientíssimo<br />

– sagrado > sacratíssimo<br />

– semelhante > simílimo ou semelhantíssimo<br />

– soberbo > superbíssimo ou soberbíssimo<br />

4) Nunca os adjetivos são terminados em -ésimo ou -ssíssimo, como a gente escuta por aí:<br />

homem elegantésimo, terno carésimo, mulher gostosésima, pessoa chiquésima,<br />

grandessíssimo idiota...<br />

5) Certos adjetivos não mudam de grau, ou seja, mantêm seu grau normal devido a sua<br />

significação: imenso, enorme, fabuloso, intenso, grandioso, baita, puta... Os dois últimos<br />

adjetivos são invariáveis, inclusive em gênero e número, e usados em situações bem<br />

coloquiais: “Ele recebeu um baita/puta salário.”.


Relativo<br />

• de superioridade: enaltecimento da qualidade de um ser dentre outros seres, por meio da<br />

construção o/a mais + adjetivo + de/dentre.<br />

Ex.: João é o mais inteligente dentre todos da sala.<br />

• de inferioridade: desvalorização/minimização da qualidade de um ser dentre outros<br />

seres, por meio da construção o/a menos + adjetivo + de/dentre.<br />

Ex.: Maria é a aluna menos inteligente do grupo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno apresentam as seguintes formas no grau<br />

superlativo relativo de superioridade: o/a melhor, o/a pior, o/a maior e o/a menor.<br />

2) Prefere-se “O mais poderoso dos homens morreu” a “O poderosíssimo dos homens<br />

morreu”, segundo Rocha Lima. É interessante dizer que o adjetivo poderoso,<br />

substantivado pelo artigo, ainda pode ser modificado pelo advérbio mais nesse tipo de<br />

estrutura. É como em “Os muito magros não são felizes.”. O termo magros,<br />

substantivado pelo artigo, ainda continua sendo intensificado pelo advérbio muito.<br />

3) O superlativo relativo pode apresentar ideia de “limite de possibilidade” em estruturas<br />

assim: “Eles são modelos o mais belos possível.”, “Todos eram os mais honestos que se<br />

podia.”.<br />

Formas Estilísticas<br />

Há inúmeras outras maneiras de conseguir o superlativo absoluto dos adjetivos:<br />

• empregando-se prefixos que dão ideia de aumento: superlindo, ultralinda etc.<br />

• repetindo-se o adjetivo: Ela é linda, linda, linda.<br />

• mediante com<strong>para</strong>ção curta (símile): Ela é linda como uma princesa.<br />

• empregando-se certas expressões populares (idiomáticas): Ela é linda de morrer.<br />

• usando-se o adjetivo com o sufixo aumentativo ou diminutivo: rapidinho,rapidão,<br />

rapidaço, rapidona etc.<br />

• por meio da expressão um(a) senhor(a): Roberto é um senhor jogador.<br />

Obs.: Na linguagem da internet, percebemos que isso é feito por meio da repetição de um<br />

fonema ou caixa alta: “A cerveja estava gelaaaaaaaaada.” ou “A cerveja estava<br />

GELADA!”.


Valor Discursivo<br />

Chegou a hora! Tudo o que falarei tem caído muito em prova, por favor, preste atenção!<br />

O adjetivo exerce um papel fundamental dentro do discurso. Seu objetivo não é apenas<br />

caracterizar, qualificar, descrever um termo. Mais do que isso!<br />

1) Dependendo da posição do adjetivo, pode haver mudança de sentido e até de classe<br />

gramatical.<br />

2) Dependendo da escolha do adjetivo, contextualmente a intenção do produtor do texto pode<br />

ser revelada. Chamamos isso de modalização discursiva.<br />

3) Respeitando a relação de concordância em gênero e número com o substantivo, o adjetivo<br />

pode retomar termos, dando coesão ao texto.<br />

Enfim, vejamos isso melhormente agora!<br />

1) A mudança de posição do adjetivo pode implicar mudança de sentido ou de classe<br />

gramatical.<br />

– Ele é um pobre homem. (coitado; adjetivo)<br />

– Ele é um homem pobre. (sem recursos; adjetivo)<br />

– Ele é um alto funcionário. (posição; adjetivo)<br />

– Ele é um funcionário alto. (comprimento; adjetivo)<br />

– Um belo dia fui visitá-la. (indeterminado; adjetivo)<br />

– Ontem foi um dia belo. (bonito; adjetivo)<br />

– Francisca é uma nobre pessoa. (digna; adjetivo)<br />

– Francisca é uma pessoa nobre. (aristocrata; adjetivo)<br />

– O bravo capitão venceu muitas batalhas. (corajoso; adjetivo)<br />

– O capitão bravo vai nos treinar de novo. (sisudo/irritadiço; adjetivo)<br />

– Esta é uma simples questão. (sem importância; adjetivo)<br />

– Esta é uma questão simples. (fácil; adjetivo)<br />

– Sempre foste um grande homem. (digno; adjetivo)<br />

– Sempre foste um homem grande. (dimensão; adjetivo)<br />

– Elisa é uma nova mulher depois da cirurgia. (renovada; adjetivo)<br />

– Elisa é uma mulher nova. (jovem; adjetivo)<br />

– Um velho amigo não é o mesmo que um amigo velho. (antigo/gasto, idoso; adjetivo)<br />

– O único sabor que senti no sorvete foi de açúcar. (um só; adjetivo)<br />

– Este é um sabor único na história dos sorvetes. (singular; adjetivo)<br />

– Aquele garoto não passa de um falso aluno. (impostor; adjetivo)<br />

– Aquele garoto não passa de um aluno falso. (fingido, desleal; adjetivo)<br />

Veja agora mais exemplos:


– Um amigo médico me disse <strong>para</strong> vir aqui. (substantivo + adjetivo)<br />

– Já conheceu algum médico amigo? (substantivo + adjetivo)<br />

– O italiano fumante perdeu a vida. (substantivo + adjetivo)<br />

– O fumante italiano perdeu a vida. (substantivo + adjetivo)<br />

– O inventor brasileiro criou o avião. (substantivo + adjetivo)<br />

– O brasileiro inventor criou o avião. (substantivo + adjetivo)<br />

– “Não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor”. (substantivo +<br />

adjetivo)<br />

– Ele era um preso político, hoje é um político preso. (substantivo + adjetivo)<br />

Bechara e Celso Cunha dizem que a interpretação mais natural é encarar as estruturas em<br />

que se confundem substantivos com adjetivos assim: substantivo + adjetivo. Tais estruturas<br />

ainda permitem esta reescritura (pegarei a primeira frase como exemplo): “Um amigo que é<br />

médico me disse <strong>para</strong> vir aqui. / Já conheceu algum médico que é amigo?”. Se conseguir<br />

fazer isso, maravilha! Descobrirá a pólvora... ou melhor... o adjetivo.<br />

No entanto, há alguns casos polêmicos... o que não é nenhuma novidade. Em “sábio<br />

indiano”, não sabemos se se trata de um sábio (subst.) que é um indiano (adj.) ou um indiano<br />

(subst.) que é sábio (adj.). Há outros exemplos, como “velho careca, jovem repórter, pobre<br />

cego” etc. Nesses casos, reitero o que nos dizem Bechara e Celso: analise como substantivo<br />

+ adjetivo, a não ser que o contexto exija interpretação diferente. Ok?<br />

Obs.: Vale dizer ainda que a maioria dos adjetivos antepostos ao substantivo, senão todos,<br />

como pudemos ver nos exemplos acima, têm valor subjetivo, normalmente<br />

modalizadores. Podemos dizer que eles têm um valor que beira muitas vezes a<br />

conotação. Os que vêm pospostos têm normalmente valor objetivo, denotativo; são<br />

frequentemente descritivos.<br />

2) O adjetivo pode expressar um ponto de vista, um juízo de valor*, uma avaliação por parte<br />

do locutor do texto. Isso é modalização. Nesse sentido, note que, se o adjetivo é<br />

modalizador, exprime uma opinião, logo pode ser refutado. Por exemplo, se eu digo: “Este<br />

programa é ótimo.”, o adjetivo ótimo exprime meu julgamento; não se trata de uma verdade<br />

absoluta, logo você poderia contra-argumentar: “Ah, eu não concordo, acho horrível!”.<br />

Neste caso, horrível também seria um adjetivo modalizador. Perceba que estamos no plano<br />

da argumentação, logo os adjetivos usados serão fatalmente modalizadores. Leia este texto<br />

e note os adjetivos modalizadores:<br />

Como se não bastasse a teatralização manipuladora das novelas globais – exibidas de<br />

segunda a sábado –, a população brasileira passou a conviver, a partir do início de 2002,


com uma nova forma de nocivo controle que vai ao ar de segunda a segunda durante alguns<br />

meses, com um curto intervalo entre um programa e outro: o “Big Brother Brasil”. A<br />

consequência óbvia de assistir a este câncer é a imbecilidade mental, é claro. É muito<br />

possível que as pessoas continuem dando audiência a “isso”, por mais que pessoas<br />

inteligentes compartilhem da tese de que é necessário <strong>para</strong>r de ver, caso contrário<br />

continuaremos sendo titereados. Lamentável, asfixiante, surpreendente é dar valor ao<br />

mundo da TV e seus abjetos e desprezíveis programas.<br />

* Não confunda juízo de valor com juízo de fato. O primeiro trata de opinião individual, por<br />

isso tem valor subjetivo, e o segundo trata de atestação, por isso tem valor objetivo.<br />

Veja uma questão sobre termos modalizadores:<br />

25. (ITA – Vestibular – 2011/2012) No texto, o segmento que NÃO expressa uma avaliação do autor é:<br />

a) [...] à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por levantar muros [...]<br />

b) [...] a avenida ficou menos tétrica, quase bonita.<br />

c) [...] a imagem do engarrafamento e da bagunça vira um desastre de relações públicas.<br />

d) Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível da rua, como os “trams” das cidades alemãs e suíças.<br />

e) Se forem como os antigos bondes, ótimo.<br />

Comentário: O gabarito é a letra D, pois traz um trecho sem vocábulos modalizadores.<br />

Todas as demais alternativas contêm expressões que revelam a avaliação do autor. A: “...<br />

gosto exacerbado...”. B: “... quase bonita”. C: “... bagunça... desastre...”. E: “... ótimo”.<br />

Notou, em especial, os adjetivos das opções A e E?<br />

3) Os adjetivos podem ser usados como instrumentos ou recursos coesivos dentro do texto.<br />

Em outras palavras, fazem referência a vocábulos dentro do texto <strong>para</strong> evitar a repetição e<br />

manter o sentido dele. Veja este breve texto:<br />

O homem e a mulher irromperam numa discussão ferrenha sobre quem era mais relevante<br />

no curso histórico. Derrotado após o embate, chegamos à conclusão de que a mulher ainda<br />

é a base de tudo!<br />

Note que o adjetivo derrotado (no masculino e no singular) só pode se referir ao homem<br />

(masculino e singular). Logo, a palavra homem não precisou ser repetida; coube ao adjetivo a<br />

função de retomada. Isso é coesão. As partes do texto estão “costuradas” mantendo uma<br />

harmonia de sentido.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Definitivamente, você precisa 1) identificar os adjetivos e 2) dominar seu valor discursivo.<br />

Sabendo isso, é só alegria!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

“Para as finalidades empresariais, as fronteiras que se<strong>para</strong>m uma nação da outra são tão reais como o equador. Consistem<br />

meramente de demarcações convenientes de entidades étnicas, linguísticas e culturais. Não definem necessidades<br />

empresariais nem tendência de consumidores. Uma vez que a administração compreenda e aceite essa economia mundial,<br />

a sua maneira de encarar a praça do mercado – e de planejá-la – necessariamente se expande.” (Jacques Maisonrouge)<br />

1. (MPE-RJ (NCE) – Corregedoria Geral da Justiça/RJ – 1998) No segundo período do texto, o termo que modaliza o conteúdo<br />

expresso é:<br />

a) meramente;<br />

b) convenientes;<br />

c) étnicas;<br />

d) linguísticas;<br />

e) culturais.<br />

2. (MPE-RJ (NCE) – Auxiliar Superior Administrativo – 2001) O adjetivo abaixo de valor nitidamente subjetivo é:<br />

a) imprensa brasileira;<br />

b) proposta milionária;<br />

c) incitamento racista;<br />

d) jovem negro;<br />

e) brilhante futuro.<br />

3. (MP-RJ – Secretário de Promotoria e Curadoria I – 2002) Entre os segmentos abaixo, aqueles cujos adjetivos mostram uma<br />

opinião da autora do texto são:<br />

I. a triste situação;<br />

II. milhões de crianças brasileiras;<br />

III. futuro incerto e infeliz;<br />

IV. grave problema social.<br />

a) I – III – IV;<br />

b) I – III;<br />

c) I – IV;<br />

d) III – IV;<br />

e) II – III.<br />

4. (MP-RJ – Secretário de Promotoria e Curadoria I – 2002) No segmento “Mesmo assim, tal atividade deve ser<br />

reconhecidamente leve...”, o vocábulo leve designa de forma adequada aquela atividade que não envolve grande esforço<br />

físico; o item abaixo em que há uma INADEQUAÇÃO vocabular, derivada de um mau emprego de um adjetivo que passa<br />

a ter valor negativo em lugar de uma ideia de delicadeza é:<br />

a) fogo brando;<br />

b) lençol macio;<br />

c) bolo mole;<br />

d) perfume suave;<br />

e) mar calmo.<br />

“(...) é da felicidade desta operação, desta relação com a matéria pré-formada − em que imprevisível dormita a<br />

história − que vão depender profundidade, força e complexidade dos resultados. São relações que nada têm de<br />

autoritário...”<br />

5. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2002) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A palavra “imprevisível”, pela inversão sintática, funciona como substantivo.<br />

“... do quadro político-institucional que regula os conflitos federativos...”<br />

6. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2002) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O plural do adjetivo composto “político-institucional” se faz adicionando a desinência de plural aos dois elementos.<br />

Sei que grande parte da magistratura sem assento nos tribunais superiores discorda dos que defendem a adoção da<br />

súmula vinculante, sob o fundamento de que o instituto pretendido engessaria os demais juízes, sobretudo os de<br />

primeira instância, no canteiro da qual começa a manifestar-se o espírito da jurisprudência. Penso de outra<br />

forma. Não vejo engessamento da ação do magistrado de instância inicial no resultado dessa medida que se


advoga como instrumento de agilização da Justiça.<br />

7. (Esaf – MPU – Analista Processual – 2004) Assinale a expressão que, no texto, não tem valor de adjetivo por não denotar<br />

um atributo do nome a que se refere.<br />

a) “sem assento nos tribunais superiores”.<br />

b) “de primeira instância”.<br />

c) “da jurisprudência”.<br />

d) “de outra forma”.<br />

e) “que se advoga como instrumento de agilização da Justiça”.<br />

8. (NCE/UFRJ – SESPA – Contador – 2006) A alternativa em que ocorre a presença de um só adjetivo que se refere a um só<br />

substantivo é:<br />

a) “hierarquias, estruturas nem códigos canônicos”;<br />

b) “lutas sociais e políticas”;<br />

c) “disciplina mental e espiritual”;<br />

d) “diferentes tradições religiosas”;<br />

e) “vaidades e ambições desmedidas”.<br />

9. (FUNIVERSA – Analista Júnior – Jurídica – 2006) “Seu corpo como que se marca ainda na velha poltrona da sala.” Sobre<br />

os termos destacados, é correto afirmar:<br />

a) Os dois possuem valor de adjetivo.<br />

b) Os dois possuem valor de advérbio.<br />

c) Possuem valor de adjetivo e advérbio respectivamente.<br />

d) Possuem valor de advérbio e adjetivo respectivamente.<br />

e) Os dois possuem valor pronominal.<br />

10. (FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário – 2007) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Em Durante boa parte do século XIX, o adjetivo exprime juízo de valor atribuído aos anos em que ocorreram os fatos<br />

mais significativos <strong>para</strong> a história do pensamento.<br />

11. (NCE/UFRJ – CRA/RJ – Fiscal I – 2007) O autor do texto coloca suas opiniões no texto, entre outros processos, por meio<br />

de adjetivos; os adjetivos abaixo que expressam opinião são:<br />

a) “extraordinária beleza” / “esforço heróico”;<br />

b) “esforço heróico” / planos vélicos”;<br />

c) “planos vélicos” / avanços técnicos”;<br />

d) “avanços técnicos” / descobrimentos marítimos”;<br />

e) “descobrimentos marítimos” / “extraordinária beleza”.<br />

12. (MP/RJ – Técnico Administrativo – 2007) Para fazer as pesquisas com o registro das aves, serpentes, répteis e<br />

batráquios, as equipes teriam o “curto prazo de dois dias”. A locução adjetiva usada aqui em “o registro das aves”<br />

tem como sinônimo erudito:<br />

a) ornitológico;<br />

b) ofiológico;<br />

c) entomológico;<br />

d) ictiológico;<br />

e) saurológico.<br />

13. (FAB – EAGS/SAD – Sargento da Aeronáutica – 2008) Leia:<br />

“Direitos humanos <strong>para</strong> os humanos direitos.”<br />

I. Em “direitos humanos”, “direitos” é adjetivo; “humanos” é substantivo.<br />

II. “Direitos humanos” e “humanos direitos” são substantivos compostos.<br />

III. Em “humanos direitos”, “humanos” é substantivo; “direitos” é adjetivo.<br />

IV. Em “direitos humanos”, “humanos” é adjetivo; “direitos” é substantivo.<br />

Estão corretas as afirmações:<br />

a) I e II.<br />

b) I e III.<br />

c) II e IV.<br />

d) III e IV.


14. (FAB – EAGS/SAD – Sargento da Aeronáutica – 2008) Leia as afirmações:<br />

Quem nasce em:<br />

I. Belém (Pará) é belenense.<br />

II. São Luís é são-luisense.<br />

III. Manaus é manauano.<br />

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):<br />

a) I apenas.<br />

b) II apenas.<br />

c) I e III.<br />

d) I e II.<br />

15. (Consulplan – Técnico de Gestão Municipal – 2009) No trecho “os passarinhos estão mais lentos que a rotação da<br />

eternidade”, tem-se:<br />

a) um superlativo analítico de lento;<br />

b) um com<strong>para</strong>tivo de superioridade;<br />

c) um superlativo absoluto;<br />

d) um com<strong>para</strong>tivo de igualdade;<br />

e) um superlativo relativo de superioridade.<br />

16. (Consulplan – Agente de Pesquisas e Mapeamento – 2009) Todos os termos destacados têm natureza adjetiva, EXCETO:<br />

a) “algumas generosas”;<br />

b) “Meus ensaios têm colimado assuntos candentes e controvertidos.”;<br />

c) “seria de implantação inverossímil.”;<br />

d) “Sua imaginação criativa.”;<br />

e) “sobre a aborrecida lógica do texto”.<br />

Fragmento de texto<br />

Pois como há de um crítico julgar? Quais as qualidades que formam, não o incidental, mas o crítico competente? Um<br />

conhecimento da arte e da literatura do passado, um gosto refinado por esse conhecimento, e um espírito judicioso<br />

e imparcial. Qualquer coisa menos do que isto é fatal ao verdadeiro jogo das faculdades críticas. (...)<br />

17. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) O adjetivo “judicioso”, que significa o mesmo que opinioso, é<br />

empregado com sentido irônico no texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

(...) É necessário investir em pesquisa...<br />

18. (Cespe/UnB – MPU – Analista de Informática – 2010) Na linha 19, o emprego do adjetivo “necessário”, no masculino,<br />

estabelece a concordância com a oração que a ele se segue;<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

19. (Consulplan – Advogado – 2010) Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO pertence à mesma classe<br />

gramatical dos demais:<br />

a) “camadas iletradas”.<br />

b) “direitos políticos”.<br />

c) “perpétuo exercício”.<br />

d) “ofício mecânico”.<br />

e) “precária condição”.<br />

Fragmento de texto<br />

Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou.<br />

Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. (...) Sem entender bem o que estava acontecendo, a<br />

executiva bem-sucedida abordou um dos passantes (...)<br />

Apesar das óbvias evidências de nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular, custou um pouco à<br />

executiva bem-sucedida admitir que havia mesmo apitado na curva.<br />

20. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Analista (ADM) – 2010) Com base em aspectos linguísticos do texto, assinale a


alternativa correta.<br />

a) O termo de referência mais usado <strong>para</strong> a personagem principal do texto e construído por substantivo feminino<br />

qualificado por expressão composta de advérbio mais adjetivo, com o propósito de ironizar a profissional.<br />

21. (FGV – SEAD/AP – Delegado de Polícia – 2010) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado tenha função adjetiva.<br />

a) Característica da nação.<br />

b) Ameaça de colapso.<br />

c) Deterioração de valores.<br />

d) Instituição da escravidão.<br />

e) Uso de violência.<br />

22. (Cesgranrio – FINEP – Técnico – 2011) A terminação -íssimo costuma ser adicionada a adjetivos. No caso do texto I, em<br />

que ela é adicionada a um advérbio – “muitíssimo” –, traz a noção de:<br />

a) ênfase;<br />

b) qualidade;<br />

c) autoridade;<br />

d) formalismo;<br />

e) estranhamento.<br />

23. (FUNCAB – Pref. Várzea Grande/MT – Auditor-Municipal – 2011) Todas as afirmativas a respeito dos elementos da frase<br />

“Sou um ignorante, um pobre homem da cidade.” estão corretas, EXCETO:<br />

a) POBRE, nesse contexto, anteposto ao substantivo, significa “digno de pena, insignificante”.<br />

b) Se o adjetivo da frase estivesse posposto ao substantivo, adquiriria o sentido de “desprovido de recursos financeiros”.<br />

c) O gênero do substantivo IGNORANTE é marcado pela anteposição do artigo indefinido UM.<br />

d) A expressão DA CIDADE é uma locução adjetiva e o seu adjetivo correspondente é CITADINO.<br />

e) O deslocamento do adjetivo POBRE <strong>para</strong> depois do substantivo provocaria alteração em sua classificação sintática.<br />

24. (Cesgranrio – CITEPE – Supervisor de Produção Têxtil – 2011) O adjetivo destacado em “...fino manto...”, se deslocado<br />

<strong>para</strong> depois do substantivo “manto”, sofre alteração de sentido, o que NÃO ocorre em:<br />

a) Passamos por negras situações naquela época.<br />

b) Aquele profissional é um pobre homem.<br />

c) Ela era uma simples pessoa.<br />

d) Recebi uma única oferta de trabalho.<br />

e) Tornou-se, quando adulto, um grande homem.<br />

25. (Consulplan – Técnico de Segurança do Trabalho – 2011) Em relação à classe de palavras, marque a relação<br />

INCORRETA.<br />

a) “A pobreza pesava bastante sobre os ombros de meu pai.” (verbo)<br />

b) “Minha mãe puxando a cadeira,...” (pronome)<br />

c) “Eu via seu desânimo em vencer a distância entre a cozinha e o caminho...” (preposição)<br />

d) “Com escondida melancolia...” (adjetivo)<br />

e) “Sem bravura, assentado na porta da rua...” (substantivo)<br />

26. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal (TRANSP.) – 2011) (Adaptada) Sobre o texto abaixo a informação está<br />

correta ou incorreta?<br />

A mudança de posição entre adjetivo e substantivo criaria estrutura incomum ou geraria alteração de sentido em todas as<br />

construções seguintes:<br />

• “motivos biológicos”;<br />

• “setenta anos”;<br />

• “receita infalível”;<br />

• “melhor forma”.<br />

(...) Outras vezes, utiliza-se a palavra em seu sentido subjetivo, como na expressão “é o meu direito”. Trata-se, como ensina<br />

Reale, da “regra de direito vista por dentro, como ação regulada”.<br />

(...)<br />

O direito à saúde, ao apropriar-se da liberdade e da igualdade, caracteriza-se pelo equilíbrio instável desses valores. A história<br />

da humanidade é farta de exemplos do movimento pendular que ora busca a liberdade, ora a igualdade. Os homens<br />

sempre tiveram a consciência de que <strong>para</strong> nada serve ________ igualdade sob o jugo do tirano e de que a liberdade só<br />

existe entre iguais.


27. (MP/RS – Assessor – Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais – 2011) Considere as seguintes propostas de substituição<br />

de segmentos do texto.<br />

1. regra de direito por regra jurídica.<br />

2. movimento pendular por movimento do pêndulo.<br />

3. jugo do tirano por jugo tirânico.<br />

Quais propostas estão corretas e são contextualmente adequadas?<br />

a) Apenas 1 e 3.<br />

b) Apenas 2 e 3.<br />

c) Apenas 1.<br />

d) Apenas 2.<br />

e) 1, 2 e 3.<br />

28. (NCE/UFRJ – Técnico em Contabilidade – 2011) O item abaixo em que a mudança de posição do adjetivo em relação ao<br />

substantivo NÃO provoca qualquer alteração no sentido original do segmento é:<br />

a) famílias pobres;<br />

b) inocente cidadão;<br />

c) qualquer artista;<br />

d) jornais velhos;<br />

e) golpe novo.<br />

29. (FUNCAB – MPE/RO – Técnico em Contabilidade – 2012) Observe o uso do diminutivo nas frases:<br />

1. “(...) E então pensou na traíra, sua TRAIRINHA, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura.(...)”<br />

2. “(...) – Uai, essa que você pegou estava VIVINHA na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio<br />

d’água (...)”<br />

A respeito da flexão sofrida pelas palavras em destaque, analise os itens a seguir:<br />

I. O uso da forma sintética do diminutivo, na frase 1, atribui ao substantivo flexionado um sentido conotativo, contribuindo<br />

<strong>para</strong> a manifestação da afetividade do protagonista em relação ao peixe.<br />

II. Na frase 2, o diminutivo intensifica a ideia de vivo. Vivinho = muito vivo, bem vivo, saudável.<br />

III. Em ambas as frases os termos flexionados têm valor denotativo, pois o sufixo diminutivo atribui a eles sua significação<br />

normal, apesar de diminuída sua intensidade.<br />

Assinale a alternativa que aponta o(s) item(ns) correto(s).<br />

a) Somente o I está correto.<br />

b) Somente o II está correto.<br />

c) Somente I e II estão corretos.<br />

d) Somente I e III estão corretos.<br />

e) Somente II e III estão corretos.<br />

30. (Consulplan – TSE – Técnico Judiciário – 2012) Assinale a alternativa em que a alteração da ordem das duas palavras<br />

implique mudança semântica.<br />

a) diversas origens – origens diversas.<br />

b) bom vinho – vinho bom.<br />

c) restaurante chique – chique restaurante.<br />

d) caríssimo jantar – jantar caríssimo.<br />

31. (Pref. da Estância de São Roque – Inspetor de Alunos – 2012) A frase que contém um adjetivo é:<br />

a) A necessidade fez isto do homem.<br />

b) Todos lutam <strong>para</strong> ter a liberdade.<br />

c) A televisão nos mostra o mundo.<br />

d) Ele usa um topete escandaloso.<br />

e) Gostaria de ficar com você.<br />

32. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia – 2012) Todos os adjetivos em destaque estão empregados no texto <strong>para</strong> fazer a<br />

avaliação ou valoração pessoal de um fato, EXCETO o que se lê em:<br />

a) “sua beleza SINGULAR”;<br />

b) “formas de integração SOCIAL com as favelas pacificadas”;<br />

c) “GRANDE contingente de pessoas”;<br />

d) “variedade EXTRAORDINÁRIA de manifestações”;<br />

e) “o MELHOR caminho <strong>para</strong> a adequação espacial dessas comunidades”;


33. (Consulplan – Pref. Porto Velho/RO – Professor II (Letras) – 2012) “Pintores e fotógrafos (...) aquilo que lhes parece não<br />

só o mais estático dos seus aspectos, mas também o mais comunicável, o mais rico de sugestões...” Em “... o mais<br />

estático, ... o mais comunicável, ... o mais rico...” tem-se um:<br />

a) com<strong>para</strong>tivo de inferioridade;<br />

b) com<strong>para</strong>tivo de superioridade;<br />

c) superlativo absoluto sintético;<br />

d) superlativo relativo de superioridade;<br />

e) superlativo absoluto analítico.<br />

34. (CEPERJ – Procon/RJ – Advogado – 2012) O emprego de adjetivos pode expressar um julgamento que o autor do texto<br />

possui sobre determinado fato, ideia, pessoa etc.<br />

O adjetivo está assinalando claramente uma opinião ou juízo do autor no seguinte exemplo:<br />

a) “são estimulados a consumir de modo inconsequente.”;<br />

b) “De pais e educadores a agentes do mercado global”;<br />

c) “é chamado a participar do universo adulto”;<br />

d) “os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis”;<br />

e) “algo relacionado à esfera familiar”.<br />

35. (Funcab – Guarda Municipal/ES – Ag. Comunitário de Segurança – 2012) A oração destacada no trecho abaixo exerce<br />

função própria de:<br />

“[...] e circulam de bicicleta entre os milhares de veículos QUE DIARIAMENTE CONGESTIONAM AS RUAS.”<br />

a) adjetivo;<br />

b) advérbio;<br />

c) verbo;<br />

d) pronome;<br />

e) substantivo.<br />

36. (Fundação Sousândrade – Pref. Estreito/MA – Supervisor Escolar – 2012) A discutida ideia de que jornalistas não são<br />

observadores neutros ou passivos, mas sujeitos ativos na construção da realidade pode ser comprovada pelo juízo de valor<br />

expresso, mediante uso de adjetivo, no trecho:<br />

a) “um dos mais marcantes capítulos”;<br />

b) “o ministro Joaquim Barbosa, 58 anos”;<br />

c) “o destino pareci lhe reservar”;<br />

d) “Barbosa domina quatro idiomas”;<br />

e) “Não alterou em nada a essência”.<br />

37. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Marque a alternativa em que se destacam locução adjetiva e<br />

adjetivo nas frases.<br />

a) “Certa hora da tarde era mais perigosa.”<br />

b) “Desceu a íngreme escada, apegando-se às cordas.”<br />

c) “Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta.”<br />

d) “Houve um momento de silêncio: todos os rostos empalideceram (...)”<br />

38. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Leia:<br />

O verde da bandeira brasileira representa nossas matas, nossa vegetação. O brasileiro não tem noção da importância<br />

dessa riqueza natural, por isso não defende nosso território.<br />

De acordo com o contexto, qual das palavras em destaque classifica-se como adjetivo?<br />

a) verde.<br />

b) riqueza.<br />

c) brasileiro.<br />

d) brasileira.<br />

39. (FBC – Pref. Guapimirim/RJ – Fiscal Cadastrador – 2012) Assinale entre as alternativas abaixo aquela em que o termo<br />

destacado não exerce função de adjetivo.<br />

a) Um cego se aproximou e pediu uma ajuda.<br />

b) Um homem cego pedia esmolas pelas ruas.<br />

c) Ela é cega de nascença.<br />

d) A menina cega chorava a falta do pai.<br />

e) Ficou cego após um acidente e não podia mais ver as flores vermelhas.


Gabarito<br />

1. B. 9. A. 17. ERRADO. 25. D. 33. D.<br />

2. E. 10. INCORRETO. 18. CERTO. 26. INCORRETO. 34. A.<br />

3. A. 11. A. 19. B. 27. A. 35. A.<br />

4. C. 12. A. 20. A. 28. B. 36. A.<br />

5. INCORRETO. 13. D. 21. A. 29. C. 37. A.<br />

6. INCORRETO. 14. D. 22. A. 30. A. 38. D.<br />

7. D. 15. B. 23. E. 31. D. 39. A.<br />

8. A. 16. A. 24. A. 32. B.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 9<br />

Artigo


Definição<br />

Eis uma classe gramatical desprezada por muitas gramáticas... nem vou citar nomes... Tire<br />

suas conclusões, ao término deste capítulo, sobre se podemos desprezá-la... Agora, vamos à<br />

luta!<br />

Do ponto de vista semântico, o artigo não tem valores embutidos em si, mas, quando se<br />

liga a um substantivo num determinado contexto, passa a desempenhar inúmeros papéis<br />

discursivos: individualizar ou generalizar, indicar conhecimento ou desconhecimento,<br />

apreciação ou depreciação, determinação ou indeterminação, intimidade, aproximação<br />

numérica, intensificação, proximidade, diferenciar o gênero com implicações semânticas<br />

(o capital, a capital) etc. Reitero: tudo irá depender do contexto. Veremos melhor tais matizes<br />

em “emprego dos artigos” e em “valor discursivo”.<br />

Do ponto de vista morfológico, o artigo é uma classe variável em gênero e número (o, a,<br />

os, as; um, uns, uma, umas). É um determinante que antecede o substantivo dentro do<br />

sintagma nominal (exemplo: o aluno estudioso). Desde já, vale a pena dizer que, em 99% dos<br />

casos, qualquer palavra que suceda o artigo se torna um substantivo.<br />

Do ponto de vista sintático, o artigo é um termo que funciona sempre como adjunto<br />

adnominal.<br />

Para entendermos bem todas as definições de artigo, vamos analisar por último esta frase:<br />

Os leitores desta Gramática sabem que ela não é uma gramática... é A Gramática.<br />

Note que<br />

1) o primeiro vocábulo individualiza o substantivo leitores, o segundo apresenta tom<br />

depreciativo sobre o substantivo gramática, o terceiro determina, com tom apreciativo e<br />

qualificador o substantivo Gramática;<br />

2) variaram de forma, em gênero e número: “Os leitores... uma gramática... A Gramática”;<br />

3) são adjuntos adnominais dentro dos respectivos sintagmas nominais “Os leitores... uma<br />

gramática... A Gramática”.<br />

E aí, consegue identificar um artigo? É isso que veremos um pouquinho mais à frente!


Classificação<br />

Há dois tipos de artigo: definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uns, uma, umas).<br />

Os definidos se antepõem ao substantivo <strong>para</strong> indicar, normalmente, que se trata de um ser<br />

já conhecido pelo falante e pelo ouvinte, individualizando-o (a escola). Os indefinidos se<br />

antepõem ao substantivo <strong>para</strong> indicar, normalmente, que se trata de um ser desconhecido,<br />

indeterminando-o ou generalizando-o (uma escola).<br />

Vale dizer também que os artigos se combinam ou se contraem com certas preposições: a,<br />

de, em e por, resultando em: ao/aos, à/às*, do/dos, da/das, dum/duns, duma/dumas, no/nos,<br />

na/nas, num/nuns, numa/numas, pelo/pelos, pela/pelas. A contração de preposição com<br />

artigo indefinido não é uma incorreção, como se diz. Pode-se dizer corretamente “Morou em<br />

um lugar perigoso” ou “Morou num lugar perigoso”. A prova disso é esta questão: ESAF -<br />

SET/RN – AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL – 2005 – QUESTÃO 3. Mais do<br />

que isso, às vezes a não contração torna o texto incorreto: “Andou por as ruas do bairro”.<br />

Acertado seria tão somente “Andou pelas ruas do bairro”. Cuidado!<br />

* A fusão da preposição a com o artigo a(s), resultando em à(s), se chama crase. Crase e<br />

artigo são assuntos contíguos. Por isso, ao estudar o capítulo Crase, é bom ter estudado<br />

antes este capítulo aqui.<br />

Sobre a contração, vale dizer, desde já, duas “cositas”:<br />

1) Não se contrai preposição com qualquer artigo que faça parte do título de alguma obra<br />

(jornal, revista, livro etc.); no entanto, se a obra não for iniciada por artigo, usa-se o<br />

artigo antes dela:<br />

– Ontem eu li em O Globo um texto excelente do Zuenir Ventura.<br />

– Preferia Os Lusíadas às (a + as) Memórias do Cárcere.<br />

Obs.: Muita gente fala assim (equivocadamente): “Ontem eu li no Globo...”. Devemos<br />

respeitar a norma culta. No entanto, o próprio jornal, sem culpa, tem lá seu slogan:<br />

“Leia amanhã no Globo”. Diferente, porém é dizer: “G1 é o portal de notícias da Globo<br />

na internet”. Aí, beleza, pois está implícita a palavra rede antes de Globo. Para fechar: o<br />

uso do apóstrofo, ainda que seja uma opção prevista no Novo Acordo Ortográfico, não é<br />

moderno e soa estranho: “Vimos sua foto n’O Globo”.<br />

2) Não se contrai preposição com qualquer artigo antes de sujeito de verbo no infinitivo:<br />

– Em alguns programas televisivos, já se falou muito do futebol um dia ser suplantado<br />

pelo MMA. (inadequado)


– Em alguns programas televisivos, já se falou muito de o futebol um dia ser suplantado<br />

pelo MMA. (adequado)<br />

Obs.: Tal afirmação, porém, é vista de modo flexível por nomes de peso, como Evanildo<br />

Bechara, Domingos Paschoal Cegalla, Sílvio Elia, Souza da Silveira e outros. Esses<br />

gramáticos encaram ambas as construções frasais como certas. Se cair alguma questão<br />

assim na prova, cuidado! A quase esmagadora maioria dos gramáticos e das bancas só<br />

vê a segunda construção como certa; e é assim que costuma cair em prova. A Esaf<br />

considera ambas as formas corretas (com ou sem contração).


Identificação<br />

Identificar um artigo é tarefa aparentemente boba, o problema é que ele pode ser confundido<br />

com 1) pronome oblíquo átono, 2) pronome demonstrativo, 3) preposição e 4) numeral. E aí?<br />

Moleza agora?<br />

Bem, vejamos como identificar um artigo. Mais do que isso, vamos agora desmitificar o<br />

ensino de que toda e qualquer palavra que vem após um artigo se torna obrigatoriamente um<br />

substantivo. Depois falaremos sobre como diferençar as classes que podem gerar confusão.<br />

Uma coisa é certa: o artigo vem antes do substantivo. Ponto pacífico! No entanto, isso<br />

significa que ele vem i-me-di-a-ta-men-te antes do substantivo? Claro que não! Veja:<br />

– As grandes e frequentes crises econômicas vêm atrapalhando certos países.<br />

Primeiro, note o sintagma nominal em que o artigo (As) se encontra: “As grandes e<br />

frequentes crises econômicas”. Ok? Pergunto eu a você: “Grandes e frequentes se tornaram<br />

substantivos só porque o artigo veio antes?” Claro que não, pois grandes e frequentes são<br />

adjetivos que caracterizam o substantivo crises. É isso aí! Ou seja, o artigo vem antes do<br />

substantivo, mas não imediatamente antes, pois pode haver outros determinantes depois do<br />

artigo modificando um substantivo, como em: “Os (artigo) nossos (pronome) dois (numeral)<br />

lindos (adjetivo) filhos (substantivo) nasceram!”.<br />

Continuando a linha de raciocínio... você me pergunta: “Bem... se um artigo vem antes de<br />

um substantivo... então, independentemente da distância, SEMPRE haverá um substantivo após<br />

o artigo, certo?”. Errado, meu nobre!<br />

Há alguns casos em que o artigo vem antes de advérbio seguido de adjetivo (grau<br />

superlativo relativo), antes de numeral (substituindo substantivo), antes de forma de<br />

tratamento (senhor(a), senhorita), antes de pronome demonstrativo (mesmo), antes de<br />

pronome possessivo (substituindo substantivo), antes de pronome interrogativo (que), antes<br />

de pronome indefinido (outro, demais), antes de pronome relativo (na locução pronominal<br />

relativa “o(a) qual”) e antes de conjunção com<strong>para</strong>tiva (do que; esta contração (do) é<br />

expletiva). Se não me falha a memória, é isso aí! Veja:<br />

– Ele é o mais divertido do programa.<br />

– Pai, mãe e filha ceavam. Os três eram bastante humildes.<br />

– A senhora se tornará muito rica com tal ideia.<br />

– Marlene passou na prova. O mesmo não aconteceu com Arnaldo.<br />

– Não direi nada a teu pai, mas ao meu.<br />

– O que você tem a ver com isso? (O artigo é expletivo, serve só de realce.)*<br />

– Referi-me a esta mulher, não à (a + a) outra. Sobre as demais, ignore.<br />

– As mulheres as quais namorei eram burrinhas de dar dó.<br />

– Xuxa tem mais personalidade do que Angélica?


* Alguns autores, como Napoleão Mendes de Almeida, veem “o que” como uma forma só, de<br />

modo que inferimos que o “o” da expressão pode não ser analisado isoladamente, isto é,<br />

analisa-se “o que” como uma locução pronominal interrogativa, segundo palavras da<br />

saudosa professora da Faculdade de Letras de Lisboa Teresa Álvares.<br />

Note que todas as classes gramaticais mantêm seu caráter peculiar, isto é, elas não se<br />

tornam um substantivo só pelo fato de o artigo as preceder. O adjetivo continua a indicar<br />

característica, o numeral continua a indicar quantidade, o pronome de tratamento continua a<br />

indicar formalidade, respeito... e por aí vai. Logo, o artigo nem sempre vem antes de um<br />

substantivo.<br />

“Ah, mas eu aprendi a vida inteira que, se uma palavra vier depois de um artigo, será um<br />

substantivo!” É verdade, eu também aprendi assim; até que eu resolvi estudar e me dei conta<br />

de que “o buraco é mais embaixo”.<br />

Bem... normalmente o artigo vem antes do substantivo e normalmente torna qualquer<br />

classe gramatical um substantivo. Isso foi visto, em parte, no capítulo de substantivos, mais<br />

precisamente em substantivação. Dê uma olhada lá de novo! Se bater uma preguiça, veja aqui<br />

mesmo alguns exemplos:<br />

– O brasileiro é, antes de tudo, um forte! (O adjetivo foi substantivado.)<br />

– Estou entre o sim e o não. (Os advérbios foram substantivados.)<br />

– O professor perguntou ao aluno: “Na frase ‘A língua é coisa muito complexa’, o a da<br />

frase é um artigo?” (O artigo foi substantivado.)<br />

– O Aí eu vou pra galeeeeeera! é um bordão inesquecível. (A frase foi substantivada.)<br />

Tranquilo?<br />

Bem, chegou a hora de ver algo que cai muito em prova!<br />

Não confunda artigo com 1) pronome oblíquo átono, 2) pronome demonstrativo, 3)<br />

preposição, 4) numeral ou 5) pronome indefinido.<br />

1) Artigo versus Pronome Oblíquo Átono<br />

Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as atuam como complemento de verbo, logo<br />

acompanham um verbo, e não um substantivo.<br />

– Não via meus amigos há muitos anos; minha esposa também não via as amigas dela há<br />

muito tempo. Decidimos ligar <strong>para</strong> eles. Eu os convidei <strong>para</strong> um almoço, e depois ela as<br />

convidou <strong>para</strong> um jantar. Foi ótimo!<br />

O verbo convidar exige um complemento. O pronome os substitui amigos e as substitui<br />

amigas. Não há a mínima chance de ser artigo, pois o artigo vem antes de substantivo,<br />

determinando-o, e não junto ao verbo.


2) Artigo versus Pronome Demonstrativo<br />

Os pronomes demonstrativos o, a, os, as aparecem em alguns casos: antes de pronome<br />

relativo que, antes da preposição de e quando substitui um termo ou uma frase inteira (só o<br />

demonstrativo o atua nesse terceiro caso, vindo normalmente acompanhado dos verbos ser ou<br />

fazer). Tais pronomes podem ser substituídos por aquele(a/s) ou aquilo.<br />

– As (= aquelas) que ficam na frente da sala são normalmente discriminadas, já os (=<br />

aqueles) do “fundão” são os carismáticos, sendo meninos ou meninas. A verdade é que<br />

uma turma só é boa se seus componentes também o (isso = bons) forem.<br />

Obs.: De todos os gramáticos que pesquisei, só Bechara e Luft dizem que o, a os, as (antes<br />

de substantivo elíptico) são artigos. Portanto, <strong>para</strong> eles, As e os são artigos. Veja uma<br />

questão bem polêmica sobre isso (Esaf – ATRFB – 2012 – QUESTÃO 5 – GABARITO<br />

4). A Esaf fica com a opinião desses dois gramáticos, ignorando o que todos os demais<br />

afirmam. Incrível, não?! No entanto, a visão de 99% das bancas é encarar tais vocábulos<br />

como pronomes demonstrativos: CEPUERJ – DEFENSORIA PÚBLICA – TÉCNICO –<br />

2010 – QUESTÃO 10 (D).<br />

3) Artigo versus Preposição<br />

A preposição a vem iniciando locução adjetiva (barco a vela), locução adverbial (a olhos<br />

vistos), locução prepositiva (a despeito de), ligando verbos e nomes a seus complementos<br />

(Viso a um bom cargo/Sou fiel a vós), ligando verbo a verbo (Voltei a estudar), iniciando<br />

orações (A persistirem os sintomas...) etc. e tal.<br />

Bem fácil distinguir, portanto, uma classe de outra.<br />

4) Artigo versus Numeral<br />

O numeral um ou uma indica quantidade correspondente à unidade e admite o<br />

acompanhamento das palavras “só, somente ou apenas”.<br />

– Acabei gastando um litro de gasolina <strong>para</strong> chegar aqui. (... só/somente/apenas um...)<br />

Em “Entrei na livraria <strong>para</strong> comprar um livro anteontem.”, sem maior contexto, temos de<br />

entender tal vocábulo como artigo indefinido. “Ah, mas é possível colocar só, somente ou<br />

apenas antes de um!” É verdade. No entanto, só com tais palavras a ideia de número fica<br />

clara; sem essas palavras <strong>para</strong> ajudar e sem um contexto maior, teremos de encarar tal<br />

vocábulo como artigo indefinido. Observe agora este texto:<br />

– Um aluno do curso passou no concurso mais concorrido do Brasil, dentre mais de 8.000<br />

alunos da rede.<br />

Pelo contexto, um só pode ser numeral, pois indica quantidade. Observe o contexto sempre!


5) Artigo versus Pronome Indefinido<br />

Os pronomes indefinidos um, uns, uma, umas não vêm acompanhando um substantivo, vêm<br />

substituindo-o. Normalmente, na mesma frase, aparece o pronome outro.<br />

– Várias pessoas foram convidadas <strong>para</strong> a formatura. Umas apareceram, outras não. Ele,<br />

por exemplo, é um que nem foi convidado.<br />

Agora, sim, você está mais do que pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> acertar qualquer questão relativa à<br />

identificação do artigo.


Emprego dos Artigos Definidos<br />

Não entre na <strong>para</strong>noia de querer gravar tudo, hein! Não se assuste. Vou pontuar exatamente<br />

aquilo de que você precisa <strong>para</strong> a prova, colocando um * ao lado de cada regra. Você vai<br />

perceber que junto ao emprego dos artigos, muitas vezes falarei sobre seus valores<br />

semânticos. Vejamos:<br />

1) O artigo antecipa um substantivo, individualizando-o:<br />

– Encontrei o homem.<br />

2) O artigo pode ter valor de pronome demonstrativo (este, esse, aquele) <strong>para</strong> indicar que<br />

algo está próximo do falante e/ou algo é conhecido do ouvinte:<br />

– Finalmente o prefeito prometeu investir na (= nesta, = naquela) região.<br />

3) O artigo pode ter valor de pronome possessivo (meu, teu, seu, nosso, vosso),<br />

normalmente quando se liga a substantivos que indicam partes do corpo, vestuário,<br />

objetos pessoais, faculdades do espírito e relações de parentesco:<br />

– Quando atuava como palhaço, eu tinha o (= meu) rosto coberto de maquiagem.<br />

– Ela descosturou todo o (= seu) vestido <strong>para</strong> depois fazer uma saia.<br />

– Por que jogou fora a (= minha) escova de dentes se ela estava nova?<br />

– Vem cá, tu perdeste o (= teu) senso, rapaz?<br />

– Nossa vida era uma felicidade só; o (= nosso) pai era um grande homem.<br />

*4) O artigo vem obrigatoriamente antes de pronome possessivo que substitui um<br />

substantivo, mas é facultativo antes de um pronome possessivo que acompanha um<br />

substantivo:<br />

– Fizeram alusão a (ou aos) meus ideais, não aos seus.<br />

Obs.: Omite-se o artigo definido antes dos possessivos em três situações: 1) nas locuções<br />

com pronome possessivo (a meu ver, em meu ver, a meu modo, a meus pés, em seu favor,<br />

em minha opinião, a seu bel-prazer, por minha vontade etc.); 2) antes de pronomes ou<br />

formas de tratamento (Vossa Excelência, Sua Majestade, Nossa Senhora etc.); 3) em<br />

vocativos (Meu amor, eu te amo). No entanto, quando o pronome vier posposto ao<br />

substantivo, o artigo é obrigatório: “Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus<br />

resolvem se encontrar...”<br />

5) O artigo indica a totalidade de uma espécie:<br />

– O homem é um ser muito volúvel. (todos os seres humanos)<br />

*6) O artigo é dispensado quando atribui um sentido genérico ao substantivo, mesmo


quando este é especificado:<br />

– Certos membros religiosos não vão a festas. (qualquer tipo de festa; o a é só uma<br />

preposição)<br />

– A pesquisa não se refere a mulher casada, a homem casado, mas tão somente a<br />

solteiros. (qualquer mulher casada, qualquer homem casado; o a é só uma preposição)<br />

Obs.: O Cespe/UnB adora esse tipo de questão sobre crase! Veremos melhor isso em Crase.<br />

7) O artigo é normalmente dispensado antes dos substantivos em provérbios:<br />

– Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.<br />

8) O artigo é dispensado antes de nomes de meses, a menos que estejam especificados:<br />

– É em setembro que eu faço aniversário, mas nunca me esquecerei do setembro de<br />

2000, pois foi meu primeiro beijo.<br />

9) O artigo é dispensado antes das datas do mês:<br />

– Milhares de pessoas desapareceram incrivelmente em 30 de março de 1549.<br />

Obs.: Se a data estiver especificada, o artigo será obrigatório: “Milhares de pessoas<br />

desapareceram incrivelmente no fatídico 30 de março de 1549.” Caso se trate de uma<br />

locução substantiva (datas célebres), o artigo será obrigatório: “Odeio o 7 de<br />

Setembro.” Segundo Celso Cunha, “antes de datas mencionadas no curso de uma<br />

narração”, usa-se o artigo: “A primeira missa se realizou aos 26 de abril de 1500 no<br />

país que viria a se chamar Brasil.”<br />

10) O artigo é usado antes de dias da semana:<br />

– Aos domingos, os católicos vão à igreja.<br />

Obs.: Não raro, porém, o artigo é dispensado junto com a preposição: “Vou descansar<br />

segunda-feira”. Como já dizia a música, “sábado à noite, tudo pode mudar” ou “De<br />

segunda a sexta, esporro do patrão; sábado e domingo, vou curtir com a Furacão.” Este<br />

último exemplo é em homenagem ao funk carioca (está na veia do flamenguista aqui).<br />

*11) O artigo é usado antes de horas, em expressões adverbiais de tempo:<br />

– Os pescadores não devem pescar ao meio-dia, por causa do sol; a melhor pesca<br />

começa a partir das seis horas da manhã.<br />

Obs.: Se a expressão de horas não tem valor adverbial, o artigo é dispensado: “Já é meio-


dia e meia”.<br />

12) O artigo é usado antes das quatro estações do ano:<br />

– A primavera, o verão, o outono e o inverno marcam as estações do ano.<br />

Obs.: O artigo é dispensado antes da preposição de que inicia locuções adjetivas: “Nada<br />

como uma noite de verão!”. No entanto, se vier especificado, o artigo é obrigatório:<br />

“Tenho boas lembranças das noites do verão passado.”.<br />

13) O artigo é usado antes de nomes que indicam datas festivas:<br />

– O Carnaval, o Natal, a Páscoa e a Quaresma fazem parte de nossa cultura.<br />

Obs.: O artigo é dispensado antes da preposição de que inicia locuções adjetivas: “O<br />

primeiro dia de Carnaval é glorioso.” No entanto, se vier especificado, o artigo é<br />

obrigatório: “A véspera do Natal deste ano terá surpresas.”.<br />

14) O artigo é usado em expressões de pesos e medidas:<br />

– Pagou-se R$100 o metro de tecido.<br />

*15) O artigo só é usado antes da palavra “casa” quando ela vem especificada por um<br />

adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva; quando significa estabelecimento<br />

comercial, também há artigo.<br />

– Enfim conseguimos visitar a linda casa do bairro da qual todos falaram.<br />

– Eles finalmente arrumaram o restaurante. A casa ficou linda e será um sucesso.<br />

Obs.: Se a palavra casa não vier especificada ou tiver sentido vago, genérico, o artigo é<br />

dispensado: “Chegamos a casa eu e ela por volta das sete horas da noite.” (o a é só uma<br />

preposição exigida pelo verbo chegar); “Costumo morar em casa alugada”; “Sempre me<br />

chamam <strong>para</strong> ir a casas noturnas, mas sou um pai de família, ora!” (o a é só uma<br />

preposição exigida pelo verbo ir). Só de curiosidade: a presença do artigo na expressão<br />

“dona de casa” torna o sentido e a classificação morfológica diferente: a dona de casa<br />

(profissão/locução substantiva), a dona da casa (proprietária/subst. + loc. adj.). Um<br />

mero “artiguinho” faz toda a diferença no “status” social, não é?<br />

*16) O artigo só vem antes da palavra “terra” se ela não estiver em oposição a bordo, se<br />

vier especificada ou se referir ao planeta:<br />

– Da terra vieste, à (a + a) terra voltarás. (A palavra terra não está em oposição a<br />

bordo.)


– Depois que os navegantes retornaram a terra, cada um foi <strong>para</strong> a terra natal matar a<br />

saudade de todos os parentes. (O primeiro a é só uma preposição exigida pelo verbo<br />

retornar; o segundo a é um artigo, pois a palavra terra vem especificada pelo adjetivo<br />

natal.)<br />

– Os astronautas chegaram à (a+a) Terra hoje de manhã.<br />

17) O artigo vem antes de estruturas superlativas, mas sua posição na frase pode variar:<br />

– Vou fazer as perguntas mais difíceis a ele.<br />

– Vou fazer as mais difíceis perguntas a ele.<br />

– Vou fazer perguntas as mais difíceis a ele.<br />

Obs.: No entanto, usar dois artigos é um erro: “Vou fazer as perguntas as mais difíceis a<br />

ele.”.<br />

*18) Diante de nome de pessoas, só se usa artigo <strong>para</strong> indicar afetividade, familiaridade,<br />

intimidade:<br />

– Mandei uma carta a <strong>Fernando</strong> Henrique, na época em que ele era presidente.<br />

– Os Portinaris tornam minha casa ainda mais chique.<br />

– O João é uma ótima pessoa.<br />

Obs.: Em vocativos e antes de nomes de pessoas célebres da história (santos ou não), o<br />

artigo é dispensado: “Fabiana, por favor, venha aqui.”; “A tese se reportou a Carlota<br />

Joaquina com desrespeito.” (o a é só uma preposição exigida pelo verbo reportar-se);<br />

“Agradeço todos os dias a Santa Clara e a São Cosme e Damião.” (os as são só uma<br />

preposição exigida pelo verbo agradecer). Diante de Virgem Maria, o artigo é<br />

obrigatório: “Já fiz muitos pedidos à (a + a) Virgem Maria.”. Diante de nomes próprios<br />

femininos não célebres na história, o artigo é facultativo: “Os filhos costumam obedecer<br />

à (a + a) Joana (ou a Joana).”<br />

*19) O artigo é usado antes de alguns topônimos (nomes de lugares: países, regiões,<br />

continentes, montanhas, vulcões, desertos, constelações, rios, lagos, oceanos, mares e<br />

grupos de ilhas), mas não é usado antes de outros. Como existem milhões de topônimos,<br />

não é possível colocá-los todos aqui. Por isso, vai aqui uma dica <strong>para</strong> identificar quando se<br />

usa ou não o artigo antes de algum topônimo: crie uma frase como esta: Gosto muito de<br />

______. Faça um teste. Coloque os topônimos na lacuna. I) Se puder ser usado artigo antes<br />

do topônimo, maravilha! II) Não se esqueça de um detalhe: se o topônimo vier<br />

especificado, o artigo antes dele é obrigatório. III) Vale dizer que o artigo é facultativo


antes destes topônimos: África, Ásia, Europa, Espanha, França, Holanda, Inglaterra,<br />

Escócia, Recife, Alagoas.<br />

I: Gosto muito do Cairo, do Rio de Janeiro, da Bahia, do Porto, do Brasil, de Portugal, de<br />

Paris, de São Paulo, de Copacabana, enfim... sou muito viajado.<br />

II: Minha esposa só retornou ao Portugal dos avós dela depois de 20 anos.<br />

III: (O) Recife é um lugar extremamente aconchegante e caloroso.<br />

Obs.: Não se usa artigo antes de nomes de planetas e estrelas: Urano, Plutão, Sírius,<br />

Canópus, Mercúrio etc. Exceções: a Terra e o Sol. Não se usa o artigo definido, em<br />

geral, com os nomes de cidades, de localidades e da maioria das ilhas: São Paulo,<br />

Visconde de Mauá, Malta, Cuba. Exceção: nomes de cidades que se formaram de<br />

substantivos comuns conservam o artigo: o Rio de Janeiro, o Porto, o Havre, o Cairo.<br />

Algumas ilhas também mantêm o artigo: a Córsega, a Sicília, a Sardenha, a Madeira, a<br />

Groenlândia.<br />

20) O artigo vem antes dos pontos cardeais e colaterais, exceto quando indicam apenas<br />

direção:<br />

– Ah, os ventos! Os do sul sempre são intrigantes.<br />

– A comissão se dirigia <strong>para</strong> o norte.<br />

– Está soprando o noroeste, brother!<br />

– Segundo Graciliano Ramos, o nordeste não sopra.<br />

– Fizeram caminhadas de norte a sul, de leste a oeste.<br />

21) O artigo vem antes dos pronomes indefinidos outro e demais só quando têm sentido<br />

determinado:<br />

– Chamei pelos outros, mas não vieram. Sobre os demais, nada tenho a dizer.<br />

22) Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, normalmente:<br />

– Ambos os atletas são capazes de conquistar o título.<br />

*23) O artigo é usado depois do pronome indefinido todos seguido de substantivo<br />

expresso; omitindo-se o substantivo, não se usa o artigo:<br />

– Todos os quatro filhos acompanharam o pai.<br />

– O pai veio e saiu com todos quatro.<br />

Obs.: Na frase “Todos os homens merecem uma segunda chance.”, há uma ideia de<br />

generalização da espécie em “Todos os homens”, por isso poderíamos reescrever esse<br />

trecho assim: “Todo homem merece uma segunda chance.”, com o indefinido no singular,


equivalendo a “qualquer”, sem artigo do lado. Estruturas diferentes, mesmo sentido.<br />

*24) Quando o artigo é usado depois do pronome indefinido todo, este indicará<br />

inteireza/completude; a omissão do artigo fará todo indicar “qualquer”:<br />

– Esta carteira é válida em todo o território nacional. (no território inteiro)<br />

– Esta carteira é válida em todo território nacional. (esta carteira seria ótima, nem<br />

precisaríamos de passaporte, porque ela vale em qualquer território)<br />

Obs.: Segundo Domingos Paschoal Cegalla, equivalendo a “todas as pessoas, toda a gente”,<br />

a expressão todo mundo ou todo o mundo é válida, mas a segunda é preferencial. Ele<br />

diz ainda que o uso do artigo é obrigatório quando mundo se usa no sentido de Terra (O<br />

jogo será transmitido <strong>para</strong> todo o mundo.). Não se usa artigo antes de todo quando vem<br />

acompanhando um substantivo: *A toda pessoa chegou (???). Não confunda com o título<br />

“todo-poderoso”, grafado assim mesmo: “Ele é o todo-poderoso”.<br />

*25) O artigo nunca aparece acompanhando o pronome relativo cujo:<br />

– O homem cuja a persistência é grande logra êxito. (Inadequado!)<br />

– O homem cuja persistência é grande logra êxito. (Adequado!)<br />

26) O artigo é usado antes de uma enumeração se o primeiro elemento dela vier<br />

precedido de artigo, inclusive numa série de superlativos relativos:<br />

– Como já dizia mais ou menos o Rei, “nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o<br />

mar e o infinito...”.<br />

– O mais sábio, o mais destemido, o mais puro dos homens foi Jesus Cristo.<br />

Obs.: Não se repete, porém, quando dois ou mais adjetivos caracterizam o mesmo ser, a não<br />

ser que os adjetivos sejam antônimos ou se queira enfatizar o substantivo: “O mestre,<br />

amigo e futuro cunhado <strong>Pestana</strong> veio me ajudar.” / “As breves mas intensas palavras do<br />

professor me motivaram.” / “Visitamos a moderna e a antiquada Lisboa.” (O artigo<br />

sempre vem antes de palavras antônimas!) / “O lindo, o inteligente, o rico e o<br />

mentiroso apresentador de TV foi demitido depois de um escândalo.”<br />

27) O artigo pode ser usado <strong>para</strong> superlativar, intensificar o valor de um ser:<br />

– Confia em mim, o Dr. Jorge é o médico!<br />

28) O artigo é usado antes de nomes de idiomas, exceto quando vêm acompanhados de<br />

verbos relativos ao aprendizado:<br />

– Patrícia domina o português, o inglês e o espanhol.


– Precisa aprender agora francês e alemão.<br />

29) O artigo é comumente usado antes de substantivos abstratos, personificados ou não:<br />

– Amo a Justiça e a Compaixão; as virtudes precisam ser cultivadas.<br />

30) O artigo é dispensado antes do substantivo quando se quer dar uma ideia de<br />

acumulação e/ou rapidez ao discurso:<br />

– Chovem denúncias, corrupções, mentiras, negócios espúrios, sujeiras no Plenário.<br />

*31) O artigo é obrigatório depois da locução prepositiva “até a”, só que às vezes a<br />

preposição “a” é dispensada da expressão, ficando só a preposição “até”, por isso pode<br />

não haver crase:<br />

– Fui até à (a + a) praia ou Fui até a praia.<br />

Obs.: Se “até a” tiver a significação de “até mesmo”, deixa de ser locução prepositiva e o<br />

artigo passa a ser obrigatório: “Além das línguas germânicas, estudava até as línguas<br />

neolatinas.”; “Eu estava muito feliz com a classificação, agradeci a bênção até às (a +<br />

as) faxineiras do curso.”. Só de curiosidade: na frase “Eu fui até a (à) casa do João”,<br />

pode ou não haver crase, pois “casa” está especificada, mas... em “Eu fui até a casa<br />

pegar um documento”, a dispensa da preposição a gera uma construção no mínimo<br />

estranha: “Eu fui até casa”. Logo, antes de “casa” (sem especificador), usa-se a locução<br />

prepositiva “até a” <strong>para</strong> evitar a estranheza.


Emprego dos Artigos Indefinidos<br />

Só <strong>para</strong> relembrar, os artigos indefinidos são um, uns, uma, umas.<br />

1) Serve <strong>para</strong> indicar desconhecimento ou generalização, basicamente:<br />

– Uma paciente sua passou aqui hoje de manhã, doutora.<br />

2) Por sua força generalizadora e indeterminadora, esse tipo de artigo é usado antes de<br />

um substantivo <strong>para</strong> indicar que se trata de uma espécie inteira:<br />

– Um homem não pode fraquejar diante de acusações contrárias a seus princípios.<br />

(qualquer homem)<br />

*3) Revela quantidade aproximada, ênfase, depreciação:<br />

– Engordei uns dez quilos.<br />

– Estou com uma fome!<br />

– Ele é o homem, eu sou só uma mulher.<br />

4) Usado antes de nome próprio <strong>para</strong> realçar a qualidade de alguém:<br />

– Ela era uma Afrodite e uma Diana ao mesmo tempo.<br />

5) Usado <strong>para</strong> indicar que alguém pertence a uma família:<br />

– Dom Pedro I era um Bragança.<br />

6) Usado <strong>para</strong> designar obras de um artista:<br />

– Paguei bem caro por um Picasso.<br />

7) Usado antes de topônimos especificados:<br />

– Depois de 40 anos como taxista, Pedro chegou a conhecer uma Copacabana modesta<br />

mas charmosa.<br />

8) Não é usado antes de pronomes demonstrativos e indefinidos, mas pode ser usado antes<br />

de semelhante e certo, quando pospostos ao substantivo, pois viram substantivos:<br />

– Pai e filho tinham um jeito semelhante de falar.<br />

– Fiz um negócio certo.<br />

* Na expressão “um(a) tal de”, tal continua sendo pronome demonstrativo, segundo se<br />

entende do que diz o gramático Napoleão Mendes de Almeida a respeito dela.<br />

9) Segundo a maioria dos gramáticos, omite-se, normalmente, o artigo indefinido em<br />

apostos explicativos:<br />

– Guimarães Rosa, (um) grande escritor brasileiro, mereceu todos os louros.<br />

10) Para precisar ou explicar melhor um ser anteriormente determinado por artigo


definido, o artigo indefinido pode ser usado:<br />

– Chegou a noite, uma noite límpida e sensual, mas tive de ficar em casa, infelizmente.


Valor Discursivo<br />

Provas bem elaboradas vêm trabalhando muito o valor discursivo dos artigos. Por isso,<br />

vamos entender melhor qual é o papel do artigo dentro do texto. Leia este diálogo entre dois<br />

interioranos:<br />

Fofoqueiro 1: – Aí, o João foi ao cinema do bairro com a namorada, de novo!<br />

Fofoqueiro 2: – Ih! Isso não vai dar certo. Da última vez que um cara daqui da cidade se<br />

atreveu a levar uma menina <strong>para</strong> o cinema, os pais da garota ameaçaram o cara de morte.<br />

Fofoqueiro 3: – Foi o que eu disse <strong>para</strong> ele... mas o homem não escuta ninguém.<br />

Antes de qualquer coisa, é preciso que você entenda que o artigo definido exerce duas<br />

funções discursivas: 1) indica que o ser do qual o falante está falando é também conhecido do<br />

ouvinte, logo ambos compartilham de um conhecimento prévio sobre o objeto da conversa ou<br />

da exposição e 2) serve <strong>para</strong> retomar ou relembrar termos anteriores, por inferência.<br />

Igualmente, é preciso que você entenda que o artigo indefinido exerce uma função<br />

discursiva, basicamente: sempre que uma nova informação é apresentada, o artigo indefinido<br />

ajuda o interlocutor (ouvinte/leitor) a ficar atento no ser introduzido na cena, pois o pre<strong>para</strong> a<br />

fim de mais à frente ser tornado conhecido pelo artigo definido. Nas palavras de Celso Cunha,<br />

“O artigo indefinido serve <strong>para</strong> a apresentação de um ser ainda não conhecido do interlocutor.<br />

Uma vez apresentado o ser, não há mais razão <strong>para</strong> o emprego do artigo indefinido, e o locutor<br />

(escritor/falante/emissor) deverá usar daí por diante o artigo definido.”.<br />

Se você não entendeu muito bem o que eu quis dizer, relaxe, você vai entender melhor<br />

agora. Vejamos como analisar os artigos da cena (reprise comentada):<br />

Fofoqueiro 1 – Aí, o João foi ao cinema do bairro com a namorada, de novo!<br />

Quando F1 diz “o João”, é porque ele sabe que F2 o conhece. Ambos conhecem o tal João.<br />

Quando F1 diz a F2 “ao cinema do bairro”, é porque só há um cinema no bairro onde eles<br />

moram e conhecem. Quando F1 diz a F2 “com a namorada”, ambos sabem quem é a dita cuja...<br />

e que só é uma. Percebe que há conhecimento compartilhado e prévio nesta parte do diálogo<br />

entre os interlocutores?<br />

Fofoqueiro 2 – Ih! Isso não vai dar certo. Da última vez que um cara daqui da cidade se<br />

atreveu a levar uma menina <strong>para</strong> o cinema, os pais da garota ameaçaram o cara de morte.<br />

Olha aí o que disse o Celso! Usam-se inicialmente indefinidos <strong>para</strong> depois os definidos<br />

retomarem, por inferência, os termos anteriores (um cara – o cara; uma menina – (d)a garota).<br />

Os indefinidos são ótimos <strong>para</strong> apresentar seres e os definidos são ótimos <strong>para</strong> retomá-los<br />

visando à clareza.


Fofoqueiro 3 – Foi o que eu disse <strong>para</strong> ele... mas o homem não escuta ninguém.<br />

Este artigo definido (o homem) faz referência ao João, lá do início.<br />

Mais interessante que tudo isso é perceber que, se fossem usados artigos indefinidos no<br />

lugar de alguns definidos da primeira frase, haveria sensível mudança de sentido, não é? Veja<br />

só:<br />

Fofoqueiro 1 – Aí, o João foi a um cinema dum bairro com uma namorada, de novo!<br />

Agora nem F1 nem F2 sabem qual é o cinema, qual é o bairro, qual é a namorada (João tem<br />

mais de uma; isso a gente sabe). Ok?<br />

Bem, é isso aí. Muito interessante, não? Chega de papo. Exercício na veia!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

E aí? Você ainda acha que podemos desprezar esta classe gramatical? Pode ser exatamente<br />

uma questão sobre artigo a “pedra no seu sapato”. E ainda há gramáticas no mercado<br />

trabalhando artigo “megasuperficialmente”... sem comentários... Recomendo que você estude a<br />

identificação do artigo, uma vez que ele pode ser confundido com vocábulos de outras classes<br />

gramaticais, e também que estude seu valor discursivo. Não ignoremos os empregos mais<br />

importantes também. Pense na sua vaga! Faça a sua parte!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Conforme você já percebeu, mas não me custa reiterar, algumas questões só apresentam uma<br />

ou duas opções, e não todas. Isso ocorre, porque muitas bancas trabalham assuntos diversos<br />

em suas opções. Apeguei-me apenas às opções relativas ao assunto do capítulo, isto é: artigo.<br />

Isso vai ocorrer ao longo de todo o livro.<br />

1. (Esaf – INSS – Auditor-Fiscal da Previdência Social – 2002) Em relação às lacunas do texto, assinale a opção correta.<br />

A questão da Previdência Social deve ser recolocada na sucessão presidencial. Não é possível que uma questão dessa<br />

magnitude – o pacto entre gerações, que interessa às passadas, presentes e futuras – continue, como sempre aconteceu,<br />

fora da pauta da sucessão presidencial. Uma questão que diz respeito ______ 20 milhões de beneficiários – aposentados<br />

e pensionistas; _____ 26,7 milhões de contribuintes ativos, só no Sistema Geral de Previdência Social – o INSS; ____ 60,0<br />

milhões de brasileiros que estão na População Economicamente Ativa – PEA, mas excluídos do INSS, entre os quais os 40<br />

milhões da economia informal; ____ 4 milhões da Previdência Complementar aberta; ______ 6,6 milhões da Previdência<br />

Complementar fechada – 1,7 milhões de participantes ativos, 4,4 milhões de participantes dependentes e 558 mil<br />

participantes assistidos; ______ 10 milhões de servidores públicos civis e militares, da União (1,8 milhão), de estados (4,0<br />

milhões, em 97) e municípios (4,0 milhões, em 97), aproximadamente.<br />

a) Como são informações de natureza numérica, o artigo masculino é obrigatório.<br />

b) Já que todas as informações têm a mesma função sintática, basta preencher as lacunas com o artigo feminino singular.<br />

c) Devido à regência da forma verbal “diz” todas as lacunas devem ser preenchidas com a preposição de.<br />

d) A regência da palavra “respeito” exige que as duas primeiras lacunas sejam preenchidas com em e as seguintes com<br />

de.<br />

e) Todas as lacunas podem ser preenchidas com preposição e artigo masculino plural: aos.<br />

2. (Cespe/UnB – SEFAZ – Técnico – 2002) Os três sinais indicativos de crase nas linhas 7 e 8 (Cumpre permitir à sociedade o<br />

acesso às informações relativas à boa ou má utilização das verbas públicas) podem ser suprimidos, sem que a coerência<br />

textual fique prejudicada, pois são três casos em que o artigo definido pode ser omitido.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

3. (FGV – BESC – Assistente Administrativo – 2004) “... por outro lado, a taxa Selic continuará a ser reduzida a partir do<br />

patamar de 16,5% a que chegou no fim do ano passado...”<br />

Os termos grifados no trecho acima classificam-se, respectivamente, como:<br />

a) artigo − artigo − preposição − preposição;<br />

b) preposição − artigo − preposição − artigo;<br />

c) artigo − preposição − preposição − artigo;<br />

d) artigo − preposição − preposição − preposição;<br />

e) preposição − preposição − artigo − artigo.<br />

4. (Cespe – STM – Analista Judiciário – 2004) Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se substituir a<br />

preposição em, que rege “características pessoais” (... forte influência nas características pessoais...), pela preposição<br />

sobre; mas, nesse caso, desfaz-se a contração e o artigo deverá ser escrito se<strong>para</strong>damente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

5. (FGV – BESC – Advogado – 2004) Assinale a alternativa em que o termo grifado seja artigo definido.<br />

a) “... o que os empurra a dar crédito <strong>para</strong> o setor privado e <strong>para</strong> as pessoas físicas.”<br />

b) “O que se faz?”<br />

c) “O que está ocorrendo é que os interesses que prevaleceram...”<br />

d) “... agora, o que se está fazendo é buscar “acalmar” os que temem perder lucros na fase de transição.”<br />

e) “Ou seja, há uma possibilidade, não desprezível, de o país perder, mais uma vez, uma janela de oportunidade.”<br />

6. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2004) Os vocábulos “dos” e “da” (... valores que diferem nitidamente<br />

dos da Idade Média...) provêm ambos da contração da preposição de com outro vocábulo: em “dos”, com um pronome<br />

demonstrativo e, em “da”, com um artigo definido.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


7. (Cespe/UnB – TRE/MT – Analista Judiciário – 2005) Assinale a opção em que as relações de dependência sintática entre<br />

os termos do texto VI mostram que o termo da opção não está acompanhado pelo artigo definido.<br />

a) “na medida”.<br />

b) “a dimensão”.<br />

c) “às exigências de justiça”.<br />

d) “do perdão e do respeito”.<br />

e) “a toda pessoa”.<br />

8. (NCE/UFRJ – CEPEL – Auxiliar de Segurança Patrimonial – 2006) A frase abaixo que NÃO apresenta um numeral de<br />

qualquer tipo é:<br />

a) “Foi assim na primeira metade do século passado”.<br />

b) “deu os primeiros passos da campanha”.<br />

c) “responsável hoje por 85% da produção nacional”.<br />

d) “<strong>para</strong> aprovar a Lei no 9.478”.<br />

e) “deixar estrangeiros explorarem o petróleo, uma riqueza finita”.<br />

9. (Cespe – MPE – Analista Ministerial – 2006) Preservando-se o sentido do texto III, uma opção gramaticalmente correta<br />

<strong>para</strong> a frase “poderá importar em um perigoso recuo do Estado” é: poderá importar num perigoso recuo do Estado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

10. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2006) (Adaptada) Julgue como verdadeiro (V) ou falso (F) o item a respeito do<br />

texto abaixo.<br />

“(...) Antes de Luca Paccioli, um comerciante ou produtor que não pagasse suas dívidas poderia ter todos os bens<br />

pessoais, como casa, móveis e poupança, arrestados por um juiz ou credor. (...)”<br />

( ) Apesar de se classificar como artigo indefinido, o artigo “um” tem a função de determinar ou identificar, no texto,<br />

“comerciante” e “produtor”.<br />

11. (Esaf – ANEEL – Ténico Administrativo – 2006) Verifique quantas alterações propostas <strong>para</strong> o texto preservam sua<br />

coerência e correção gramatical.<br />

Não é a violência nem as turbulências da economia e muito menos a saúde. A maior preocupação do brasileiro é o<br />

trabalho. A conclusão é resultado de uma consulta realizada com 23,5 mil pessoas de 42 países. Num suposto<br />

ranking mundial de pessimismo em relação às oportunidades de trabalho, o brasileiro apareceria nas primeiras<br />

posições. Na média global, o emprego seguro é citado por 21% dos entrevistados, ficando em segundo lugar entre<br />

as preocupações de curto prazo, depois da economia.<br />

I. Retirar os artigos antes de “violência”, “turbulências” e “saúde”.<br />

II. Substituir o sinal de ponto pelo de dois-pontos depois de “saúde”, grafando a palavra seguinte com letra inicial<br />

minúscula.<br />

III. Inserir a preposição com antes de “resultado”.<br />

IV. Substituir “Num” por Em um.<br />

V. Retirar o artigo definido antes de “oportunidades”, escrevendo apenas à.<br />

VI. Substituir a preposição “entre” pela preposição em, o que resulta na contração nas.<br />

A quantidade de itens corretos é:<br />

a) 1;<br />

b) 2;<br />

c) 3;<br />

d) 4;<br />

e) 5.<br />

O acesso às novas tecnologias tornou-se um dos fatores determinantes <strong>para</strong> a criação e absorção de empregos. Há<br />

uma profunda transformação em curso nas comunicações, potencializando a revolução da cidadania e a redução<br />

da injustiça social. A continuidade dessas transformações reside menos em novas e radicais inovações<br />

tecnológicas e muito mais na universalização de seus benefícios <strong>para</strong> as camadas de baixa renda e <strong>para</strong> o grande<br />

universo de pequenas e médias empresas deste país, maiores geradoras de empregos.<br />

12. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2006) Julgue como falsas (F) ou verdadeiras (V) as seguintes afirmações a respeito<br />

do emprego das estruturas linguísticas no texto.<br />

I. ( ) Preserva-se a correção gramatical ao substituir “às novas tecnologias” por a novas tecnologias, usando o termo de


maneira indeterminada, sem artigo.<br />

II. ( ) Mantém-se a coerência textual e a correção gramatical também ao empregar “uma profunda transformação”<br />

generalizadamente no plural: profundas transformações.<br />

III. ( ) O valor do gerúndio em “potencializando” corresponde ao de uma subordinada adjetiva: que potencializa.<br />

IV. ( ) Por se tratar de advérbio que confere ênfase, “muito” pode ser suprimido do texto sem prejudicar a estrutura<br />

sintática.<br />

A sequência obtida é:<br />

a) V, F, F, V;<br />

b) F, F, F, V;<br />

c) V, F, V, F;<br />

d) F, V, V, F;<br />

e) V, V, V, V.<br />

13. (UPENET/IAUPE – Pref. Olinda/PE – Assistente Social – 2006) Partindo-se do princípio de que CRASE é o fenômeno<br />

resultante da fusão da preposição “a” e do artigo “a”, assinale a alternativa cujo termo sublinhado se classifica apenas<br />

como artigo, daí justificar a inexistência desse fenômeno.<br />

a) “Todos os estudos feitos nos anos 1990 (...) continuam a mostrar...”<br />

b) “... enquanto que 70 a 80 por cento das mulheres afirmam...”<br />

c) “A exemplo de seu ancestral, ele quer ficar sentado em uma pedra...”<br />

d) “... afirmam que a família é prioridade absoluta.”<br />

14. (ESPP – MGS – Analista de Sistemas – 2006) Considere o período: Os dois passaram a discutir a questão da verba<br />

disponível. Os termos destacados são, respectivamente:<br />

a) preposição; artigo definido;<br />

b) artigo definido; preposição;<br />

c) pronome; artigo definido;<br />

d) preposição; pronome.<br />

15. (EsPCEx – Exército Brasileiro – Cadetes do Exército – 2007) Considere a frase: “Ele fez críticas a algumas pessoas”.<br />

Assinale a alternativa em que o “a” possui a mesma classificação morfológica apresentada na frase acima.<br />

a) Não a vi da janela.<br />

b) Depois da chuva, voltei a casa.<br />

c) A tardinha está deliciosa.<br />

d) A noite é sempre assim: linda!<br />

e) Voltamos com a sombra das nuvens.<br />

16. (Moura Melo – Pref. São Bernardo Campo/SP – Técnico – 2007) Assinale a alternativa cujo contexto possui o uso<br />

incorreto do artigo:<br />

a) Nunca penetrei na alma ressequida do meu tio.<br />

b) A ilha a mais <strong>para</strong>disíaca pede regulamentação.<br />

c) A ilha deve ser selvagem o quanto possível.<br />

d) NDA.<br />

17. (FGV – FNDE – Técnico – 2007) “A primeira é tecnológica: a internet começou, há vários anos, a erodir a receita da<br />

indústria cultural.”<br />

No trecho acima, é correto afirmar que estão presentes:<br />

a) três artigos definidos e duas preposições;<br />

b) três artigos definidos e três preposições;<br />

c) cinco artigos definidos e uma preposição;<br />

d) três artigos definidos e uma preposição;<br />

e) quatro artigos definidos e duas preposições.<br />

18. (Cespe/UnB – Pref. São Luís/TO – Técnico Municipal – 2008) Na expressão “A expectativa de vida vem crescendo em<br />

todo o mundo”, mantêm-se a coerência e a correção gramatical, bem como o sentido do texto, se for retirado o artigo “o”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

19. (Cespe/UnB – Pref. São Luís/TO – Técnico Municipal – 2008) Mantém-se o sentido original do texto se o trecho “aos<br />

medicamentos” (... ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais...) for substituído por a


medicamentos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/UnB – TJ – Analista Judiciário – 2008) Assinale a opção em que a partícula “o” sublinhada aparece com o mesmo<br />

emprego que se apresenta no seguinte trecho do texto: “A primeira é o que queremos dizer”.<br />

a) Eles devem realizar logo o projeto do grupo.<br />

b) Responda-me: o que você tem com isso?<br />

c) Seu sucesso depende de o livro ser aceito.<br />

d) É preciso conhecer a rotina do laboratório.<br />

e) Este livro foi o que você indicou.<br />

21. (Consulplan – Analista de Informática (SDS-SC) – 2008) Observe as frases:<br />

1. “Já com avião a catástrofe é cinematográfica...”<br />

2. “... <strong>para</strong> não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios...”<br />

3. Os agentes a encontraram desacordada.<br />

Os termos grifados são, respectivamente:<br />

a) artigo, pronome, pronome;<br />

b) artigo, preposição, prono,me;<br />

c) artigo, pronome, preposição;<br />

d) pronome, preposição, artigo;<br />

e) preposição, artigo, pronome.<br />

“(...) Em nosso continente, a colonização espanhola caracterizou-se largamente pelo que faltou à portuguesa: por uma<br />

aplicação insistente em assegurar o predomínio militar. (...)”<br />

22. (Cespe/UnB – CEHAP – todos os cargos (SUPERIOR) – 2009) (Adaptada) Preservam-se a correção gramatical e a<br />

coerência textual ao se escrever pela em lugar de “por uma”?<br />

23. (Cespe/UnB – PM – SOLDADO – 2009) Em “acesso a” (O acesso a revólver, pistola...), “a” funciona como artigo<br />

feminino singular.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

24. (Esaf – ANA – Analista Administrativo – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“O tratamento de esgotos é fundamental <strong>para</strong> qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das<br />

situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em<br />

razão dos altos investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos<br />

operacionais. (...)”<br />

- O emprego do sinal indicativo de crase em “à sua construção” é opcional porque é opcional a presença de artigo<br />

definido singular feminino antes de “sua”.<br />

25. (MOVENS – MDIC – Grupo I – 2010) Quanto ao emprego dos artigos no texto, julgue os itens abaixo como Verdadeiros<br />

(V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta.<br />

I. No trecho “Estamos a um passo dessa convergência”, há dois artigos.<br />

II. Em “O sol brilha em todo o mundo”, a retirada do artigo que antecede a palavra “mundo” não acarretaria erro<br />

gramatical, mas mudaria o sentido do texto.<br />

III. Na linha 11, em “O vento sopra pela Terra todo dia”, há contração da preposição por com o artigo a.<br />

A sequência correta é:<br />

a) V, F, F;<br />

b) V, F, V;<br />

c) F, V, F;<br />

d) F, V, V.<br />

26. (FUNIVERSA – SESI – Assistente Pedagógico – 2010) (Adaptada) Considerando o período “Assim, a relação professoraluno<br />

se torna tema fundamental de discussão nas reuniões de planejamento, nas escolas, nas universidades e em todos os<br />

lugares onde se debata melhoria da educação.”, diga se a afirmação abaixo está correta ou incorreta:<br />

– O vocábulo “nas”, em todas as suas ocorrências, resulta da contração da preposição “em” com o artigo definido “as”.<br />

27. (Consulplan – Técnico Administrativo – 2010) (Adaptada) Quanto à classe de palavras, a classificação abaixo está correta


ou incorreta?<br />

– “As economias sustentáveis, com tecnologias limpas, sepultarão antigas estruturas...” (artigo definido)<br />

28. (Consulplan – Auxiliar Administrativo – 2010) Assinale a alternativa que apresenta ERRO quanto ao uso do artigo:<br />

a) Avisei a ela que não haveria a reunião.<br />

b) Feliz o pai cujos filhos são ajuizados.<br />

c) Li a notícia no “Estado de Sergipe”.<br />

d) Ambos os casos merecem consideração.<br />

e) Discutia os assuntos mais profundos.<br />

29. (Consulplan – Educador de nível médio – 2010) Há ERRO quanto ao emprego do artigo na seguinte afirmativa:<br />

a) O Brasil é um país maravilhoso.<br />

b) O juiz solicitou a presença de ambos os cônjuges.<br />

c) Esta é a mulher cujo o amigo desapareceu.<br />

d) Faltaram uns dez alunos.<br />

e) O menino fugiu.<br />

(...) A palavra <strong>para</strong>íso é de origem persa – pairidaeza, que quer dizer “jardim murado”; e sua representação, seu símbolo,<br />

é um jardim, o lugar onde se deu a criação, o país originário de Adão e Eva, enfim o centro do cosmos, que remete a um<br />

estado de perfeição. (...)<br />

30. (Adaptada) A reescritura abaixo, no lugar do trecho destacado, estará correta ou incorreta?<br />

– “... e a sua representação, o seu símbolo, é um jardim...”<br />

31. (Consulplan – Técnico em Processamento de Dados – 2011) “Receio que a gente esteja cometendo um triste engano.”<br />

As palavras destacadas no trecho anterior são, respectivamente:<br />

a) pronome, artigo indefinido, advérbio, substantivo;<br />

b) artigo indefinido, adjetivo, pronome, substantivo;<br />

c) artigo definido, artigo indefinido, adjetivo, substantivo;<br />

d) pronome, artigo definido, adjetivo, substantivo;<br />

e) artigo definido, adjetivo, advérbio, substantivo.<br />

32. (Consulplan – Codificador Censitário – 2011) Está correta a afirmativa referente aos segmentos:<br />

“Igual a como” / “Como a alegria”<br />

a) O “a” pertence à mesma classe de palavras nos dois registros.<br />

b) O primeiro “a” é classificado como artigo definido.<br />

c) O vocábulo “como”, nas duas ocorrências, pertence à classe de palavras dos adjetivos.<br />

d) Na segunda ocorrência, o “a” é classificado como artigo definido, o que não ocorre <strong>para</strong> o primeiro registro.<br />

e) A palavra “igual” não pode substituir “como” em “como a alegria”.<br />

33. (FDC – Pref. Itaboraí/RJ – Fiscal de Tributos – 2012) “Um homem entrou num bar e pediu três doses de uísque. Bebeu<br />

depressa, uma depois da outra. Quando terminou a última, pediu mais três. O funcionário do bar disse:<br />

– Isso não lhe faz bem, sabe?<br />

– Eu sei – respondeu o homem – especialmente com o que eu tenho.<br />

– O que é que o senhor tem? – perguntou o garçom.<br />

– Só um real.<br />

(Andy Rooney, “Tribune Media Services”)<br />

A afirmativa correta sobre o emprego dos artigos negritados no texto acima é:<br />

a) Nos termos “o funcionário” e “o homem”, o emprego do artigo definido é justificado pela mesma razão.<br />

b) Nos termos “o funcionário” e “o bar”, os artigos definidos mostram que os termos determinados por eles já foram<br />

enunciados antes.<br />

c) Termos como “um homem” e “um bar” nunca podem aparecer textualmente como termos que se referem a outros<br />

termos anteriores.<br />

d) No termo “o funcionário”, o emprego do artigo definido se justifica pelo fato de o termo determinado ter sido enunciado<br />

pela primeira vez.<br />

e) Nos termos “um homem” e “um bar”, o emprego do artigo indefinido indica, além do conhecimento dos seres<br />

determinados, a sua quantidade.<br />

34. (FDC – Pref. Itaboraí/RJ – Fiscal de Tributos – 2012) O emprego do artigo negritado é optativo na seguinte frase:<br />

a) “A descoberta do clarinete por Mozart foi uma contribuição maior do que toda a África nos deu até hoje.” (Paulo


Francis)<br />

b) “Nunca minta <strong>para</strong> o seu médico, <strong>para</strong> o seu confessor ou <strong>para</strong> o seu advogado.” (George Herbert)<br />

c) “Não confio num banco que me empresta dinheiro sem a menor garantia.” (Robert Benchley)<br />

d) “O Brasil é a melhor piada que já foi contada por um português.” (<strong>Fernando</strong> Pedreira)<br />

e) “De dez em dez anos toda a burocracia precisa ser fuzilada e trocada.” (Stalin)


Gabarito<br />

1. E. 9. CERTO. 17. E. 25. D. 33. C.<br />

2. ERRADO. 10. F. 18. ERRADO. 26. CORRETO. 34. B.<br />

3. D. 11. D. 19. CERTO. 27. CORRETO.<br />

4. CERTO. 12. E. 20. E. 28. C.<br />

5. E. 13. D. 21. B. 29. C.<br />

6. CERTO. 14. A. 22. CORRETO. 30. CORRETO.<br />

7. E. 15. B. 23. ERRADO. 31. C.<br />

8. E. 16. B. 24. CORRETO. 32. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 10<br />

Numeral


Definição<br />

Esta classe gramatical é pouquíssimo cobrada em concursos de bancas famosas, mas não<br />

custa passar os olhos, certo? Vai que...<br />

Do ponto de vista semântico, o numeral indica, essencialmente, quantidade absoluta<br />

(cardinal), quantidade fracionária (fracionário), quantidade multiplicativa (multiplicativo) e<br />

ordem, sequência, posição (ordinal), de coisas ou pessoas.<br />

Do ponto de vista morfológico e discursivo, o numeral é uma classe normalmente variável<br />

em gênero e número. É um determinante que acompanha o substantivo (neste caso, é chamado<br />

de numeral adjetivo, pois tem valor de adjetivo) ou o substitui (neste caso, é chamado de<br />

numeral substantivo, pois tem valor de substantivo).<br />

“Ter valor de” não significa “ser”. Logo, nestas frases: “Dois estudantes vieram me abraçar<br />

em agradecimento pela classificação. Reinaldo e Leandro eram seus nomes. Os dois eram<br />

merecedores!”. Note que o último dois substitui “Reinaldo e Leandro”, logo é um numeral<br />

substantivo. O primeiro dois, por sua vez, é um numeral adjetivo, pois está ligado a um<br />

substantivo (estudantes).<br />

Sobre a variação em gênero e número, dê uma olhada básica:<br />

– Os numerais cardinais que variam em gênero são “um (uma), dois (duas)” e as centenas a<br />

partir de duzentos: “Só um aluno e uma aluna da turma passaram na prova.”. Cardinais<br />

como milhão, bilhão (ou bilião), trilhão (trilião) etc. variam em número: milhões, bilhões<br />

(ou biliões), trilhões (triliões) etc. Os demais cardinais são invariáveis.<br />

– Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro, primeira, primeiros,<br />

primeiras...<br />

– Os numerais multiplicativos variam em gênero e em número quando acompanham<br />

substantivos: “Os saltos e piruetas triplas daquela ginasta deixaram-nos de queixo<br />

caído.”.<br />

– Os numerais fracionários variam em gênero e número: um quarto, dois quartos, duas<br />

quartas, trinta e quatro avos...<br />

– Ambos/ambas são considerados numerais duais; muito empregados <strong>para</strong> retomar<br />

elementos citados anteriormente, por isso o gramático Bechara diz que eles podem ser<br />

vistos como pronomes: “Mateus e João foram apóstolos de Jesus Cristo. Ambos deixaram<br />

seus nomes na história.” As expressões pleonásticas “ambos os dois” e “ambos de dois”<br />

são abonadas por uns (Sacconi, por exemplo) e desabonadas por outros (Cegalla, por<br />

exemplo).<br />

Do ponto de vista sintático, o numeral é um termo que funciona como adjunto adnominal


quando acompanha um substantivo; quando substitui o substantivo, tem função substantiva (ou<br />

seja, funciona como núcleo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, indireto,<br />

complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial e aposto).<br />

Para entendermos bem todas as definições de numeral, vamos analisar por último esta frase:<br />

Uma cerveja é pouco, duas é bom, três é... bom demais!<br />

Note que os vocábulos Uma, duas e três<br />

1) indicam quantidade absoluta, logo são cardinais;<br />

2) variaram (os dois primeiros) de forma: “Uma cerveja... duas é bom...”; o primeiro<br />

numeral é adjetivo, pois acompanha um substantivo e os demais são numerais substantivos,<br />

pois substituem um substantivo (cerveja);<br />

3) funcionam como adjunto adnominal (o primeiro) e como sujeitos (o segundo e o terceiro).


Identificação<br />

Identificar o numeral não é difícil, desde que você conheça os tipos (cardinal, ordinal,<br />

multiplicativo, fracionário e coletivo). Veja esta questão:<br />

23. (EsSA – Exército Brasileiro – Sargento – 2006) No trecho “Os três atravessam o salão, cuidadosa mas resolutamente...”,<br />

os vocábulos grifados são classificados, quanto à morfologia, respectivamente, em:<br />

a) numeral e advérbio; (Este foi o gabarito oficial!)<br />

b) advérbio e aposto;<br />

c) substantivo e adjetivo; (Você marcaria esta... e erraria!)<br />

d) vocativo e substantivo;<br />

e) adjetivo e numeral.<br />

Comentário: Note que três está substituindo substantivos não mencionados no trecho, mas<br />

que subentendemos que sejam três (amigos, rapazes, irmãos etc.). Além disso, três continua<br />

indicando quantidade, o que constitui um numeral. Não confunda numeral (!) com<br />

substantivo! Sobre isso, veja o exemplo do Bechara, na página 205, de sua Moderna<br />

Gramática Portuguesa.<br />

Só peço que tome cuidado com os numerais que se tornam verdadeiros substantivos<br />

(processo de derivação imprópria). Isso se dá quando se denominam os números, de modo<br />

que eles não indicam quantidade ou ordem no contexto:<br />

– O número sete é ímpar.<br />

– O numeral primeiro e o numeral segundo são ordinais.<br />

– O vinte e quatro no jogo do bicho é veado, sendo associado pejorativamente, por isso, a<br />

homossexuais.<br />

– A professora escreveu dois oitos no quadro, no entanto deveria escrever três oitos.<br />

Agora, há certo numeral que pode gerar confusão: um(a). Podemos confundir tal numeral<br />

com artigo indefinido ou com pronome indefinido. Ou melhor, podíamos. Veja agora a<br />

diferença entre eles, segundo o conceituado gramático José Rebouças Macambira:<br />

1. Artigo indefinido: a forma um deve ser artigo indefinido:<br />

– Se for omissível: “Morreu um grande poeta araçatubense.”, que, omitido o artigo, se<br />

reduz a: “Morreu grande poeta araçatubense.”.<br />

– Se alternar com o artigo definido: “Um homem prevenido vale por dez.” equivale a “O<br />

homem prevenido vale por dez.”.<br />

2. Pronome Indefinido: a forma um será pronome indefinido:<br />

– Se ocorrer em <strong>para</strong>lelo com pronome indefinido: “Um filho estuda Direito, o outro<br />

Medicina.”.<br />

3. Numeral: a forma um será numeral:


– Se ocorrer em <strong>para</strong>lelo com outro numeral: “Escapou um preso, e dois foram mortos.”.<br />

– Se responder à pergunta “quanto”: “Quantos filhos você tem?” “Um filho.”.<br />

– Se vier articulado com “somente, apenas, só” ou “sequer”: “Tenho somente um amigo.”,<br />

“Nunca perdeu sequer uma discussão.”.<br />

– Quando um puder ser expandido por somente ou qualquer outro sinônimo.“Existe um<br />

Deus no céu.” = “Existe somente um Deus no céu.”<br />

– Se posposto a um substantivo, tiver o valor de ordinal: “Abra o livro na página um.”<br />

(isto é, na primeira página). Nesse caso, fica invariável; não se deve dizer na página uma<br />

ou vinte e uma.<br />

– (Adendo meu) Nas expressões “um(a) dos(as) que”, um(a) é numeral.


Classificação<br />

Nossos numerais são de origem árabe, por isso são algarismos arábicos. Há também os<br />

algarismos romanos. Veja alguns correspondentes:<br />

Arábicos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 30, 40, 50, 60,<br />

70, 80, 90, 100, 200, 300, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1000.<br />

Romanos: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,<br />

XX, XXX, XL, L, LX, LXX, LXXX, XC, C, CC, CCC, CD, D, DC, DCC, DCCC, CM, M.<br />

Vamos ao que interessa:<br />

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários<br />

zero – – –<br />

um* primeiro³ – –<br />

dois segundo dobro, duplo, dúplice meio¹, metade<br />

três terceiro triplo, tríplice terço<br />

quatro quarto quádruplo quarto<br />

cinco quinto quíntuplo quinto<br />

seis sexto sêxtuplo sexto<br />

sete sétimo sétuplo sétimo<br />

oito oitavo óctuplo oitavo<br />

nove nono nônuplo nono<br />

dez décimo décuplo décimo<br />

onze décimo primeiro – onze avos<br />

doze décimo segundo – doze avos<br />

treze décimo terceiro – treze avos<br />

quatorze/catorze décimo quarto – catorze avos<br />

quinze décimo quinto – quinze avos<br />

dezesseis décimo sexto – dezesseis avos<br />

dezessete décimo sétimo – dezessete avos<br />

dezoito décimo oitavo – dezoito avos<br />

dezenove décimo nono – dezenove avos<br />

vinte vigésimo – vinte avos<br />

trinta trigésimo – trinta avos<br />

quarenta quadragésimo – quarenta avos<br />

cinquenta quinquagésimo – cinquenta avos<br />

sessenta sexagésimo – sessenta avos<br />

setenta septuagésimo – setenta avos<br />

oitenta octogésimo – oitenta avos


noventa nonagésimo – noventa avos<br />

cem centésimo cêntuplo centésimo<br />

duzentos ducentésimo – ducentésimo<br />

trezentos trecentésimo – trecentésimo<br />

quatrocentos quadringentésimo – quadringentésimo<br />

quinhentos quingentésimo – quingentésimo<br />

seiscentos sexcentésimo – sexcentésimo<br />

setecentos septingentésimo – septingentésimo<br />

oitocentos octingentésimo – octingentésimo<br />

novecentos non(in)gentésimo – nongentésimo<br />

mil milésimo – milésimo<br />

milhão² milionésimo – milionésimo<br />

bilhão² bilionésimo – bilionésimo<br />

etc.<br />

Existem também os numerais coletivos, os quais indicam o número exato de seres ou<br />

objetos de um conjunto, flexionando em número, quando necessário: dúzia, cento, milhar, par,<br />

milheiro, dezena, centena, novena, grosa, lustro, década... Normalmente vêm especificados<br />

por uma locução adjetiva iniciada pela preposição de: “Comeram uma dúzia de bananas”.<br />

* Recomenda Cegalla: evite usar “um mil” ou “hum mil”; use “mil” apenas.<br />

¹ O numeral fracionário meio (= metade) concorda em gênero com o substantivo a que se<br />

refere e pode ser numeral adjetivo ou numeral substantivo: “Comprou meio quilo de<br />

feijão.”; “Cortou meia laranja-pera <strong>para</strong> comer.”; “Finalizou a luta em um minuto e meio<br />

(minuto).”; “Terminou a disputa depois de duas horas e meia (hora).”; “Enfim, já é meio-dia<br />

e meia (hora).”. O numeral fracionário é também percentual quando seguido por este<br />

símbolo: “%”. Meio óbvio isso... Bem... vale ressaltar que esse vocábulo também pode ser<br />

um substantivo quando acompanhado de determinante(s): “Estamos no meio do verão.”.<br />

Pode ser um advérbio de intensidade quando modifica um adjetivo ou outro advérbio: “Ela<br />

está meio chateada, porque já está meio tarde.”. “Meia chateada” não existe porque<br />

advérbio não varia.<br />

² Segundo muitos gramáticos e o VOLP, “milhão, bilhão, trilhão, quatrilhão, quintilhão” etc.<br />

são considerados numerais ou substantivos. Então, não se assuste se determinada banca<br />

marcar como correta a classificação de um desses vocábulos como numeral ou como<br />

substantivo. Mais importante que isso é saber o seguinte: tais vocábulos são masculinos e,<br />

por isso mesmo, levam outros determinantes dentro do sintagma nominal ao masculino: “Os<br />

dois milhões de mulheres de nosso país estavam entusiasmados (ou entusiasmadas).”. A


mesma regra se aplica a “bilhão, trilhão, milhar(es)”. Aproveitando o ensejo, o verbo pode<br />

concordar com milhão (no singular) ou com seu especificador (no plural): “Um milhão de<br />

reais foi (foram) gasto (gastos) na construção da casa.”.<br />

³ Os vocábulos “último, penúltimo, antepenúltimo, derradeiro, posterior, anterior” etc. não<br />

são considerados numerais, e sim meros adjetivos. Segundo Celso Cunha, certos ordinais se<br />

tornam verdadeiros adjetivos, por conversão (derivação imprópria), em construções como<br />

estas: “Este é um artigo de primeira/primeiríssima qualidade.”; “Teu clube é de segunda<br />

categoria.”; “Um material de terceira ordem como esse não me interessa.”.


Emprego dos Numerais<br />

Vejamos algumas regrinhas sobre os numerais:<br />

1) Como bem nos instrui José Maria da Costa, em seu Manual de Redação Profissional, “Há<br />

diversas regras importantes e interessantes <strong>para</strong> a leitura dos numerais e <strong>para</strong> sua escrita<br />

por extenso, como, por exemplo, a que determina a interposição da conjunção e entre as<br />

centenas e as dezenas e entre estas e as unidades. Em decorrência dela é que o número<br />

2.662.385 é lido e escrito por extenso do seguinte modo: dois milhões seiscentos e<br />

sessenta e dois mil trezentos e oitenta e cinco. No caso das consultas, o mais lógico é<br />

pensar, por primeiro, na existência de um modo mais conceitual e apurado de dizer e<br />

escrever: a) 83,47%: oitenta e três inteiros e quarenta e sete centésimos por cento; b)<br />

0,3%: três décimos por cento. A par desse modo mais clássico, também se posta outro<br />

mais simples, direto e igualmente correto: a) oitenta e três vírgula quarenta e sete por<br />

cento; b) zero vírgula três por cento”. Adendo meu: não se emprega a conjunção “e” entre<br />

os milhares e as centenas, exceto quando o número terminar em uma centena com dois<br />

zeros: “O ano 1500 (mil e quinhentos) foi decisivo.”.<br />

Ainda nos ajudando, Thaís Nicoleti diz: “A leitura dos ordinais não oferece dificuldade até<br />

que se chegue aos números com três, quatro ou mais algarismos. Como ler o ordinal 887 o , por<br />

exemplo? Octingentésimo octogésimo sétimo. Se, entretanto, o número em questão ultrapassar<br />

2.000, o primeiro algarismo será lido como cardinal. Dois milésimo trecentésimo<br />

quadragésimo quinto é a leitura correta de 2.345 o , conforme a tradição do idioma. Quando o<br />

número é redondo, costumamos empregar somente o ordinal (2.000 o lê-se como segundo<br />

milésimo).”.<br />

O gramático Cegalla não recomenda o uso das vírgulas <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r os numerais escritos<br />

por extenso tampouco os principais manuais de redação. Já Celso Cunha nada diz a respeito,<br />

mas grafa com vírgulas a se<strong>para</strong>ção.<br />

2) Na designação de soberanos (reis, príncipes, imperadores), papas, séculos, livros e<br />

partes de uma obra (capítulo, parágrafo, tomo etc.), quando o numeral é posposto ao<br />

substantivo, usam-se os numerais ordinais até décimo. Daí em diante, devem-se empregar<br />

os cardinais. Se estiver anteposto, o ordinal é obrigatório.<br />

– Ao papa Paulo VI (sexto) sucedeu João Paulo II (segundo). Tempos depois chegou o<br />

papa Bento XVI (dezesseis).<br />

– No século XIX (dezenove), a Revolução Industrial revolucionou o mundo.<br />

– Este é o livro 10 o (décimo) da minha coleção.<br />

– O rei Luís XV (quinze) e o rei Henrique IV (quarto) marcaram seus séculos.<br />

– No capítulo III (terceiro) do livro de Lucas, há uma passagem interessante.


– Após o parágrafo IX (nono), há o parágrafo X (décimo)?<br />

– O V (quinto) rei da dinastia suméria foi Hamurabi.<br />

3) Em textos legais, ou seja, na linguagem jurídica, os artigos, incisos, decretos, portarias,<br />

regulamentos e parágrafos numerados até nove são lidos como ordinais; do número dez<br />

em diante, são lidos como cardinais. Além disso, flexiona-se o numeral em gênero <strong>para</strong> a<br />

identificação de páginas e folhas, preferencialmente. Se estiver anteposto, o ordinal é<br />

obrigatório.<br />

– Antes do artigo 10 (dez) vem o artigo 9 o (nono) da Constituição.<br />

– Encontrei a explicação nas páginas vinte e duas.<br />

– O 22 o (vigésimo segundo) decreto foi revogado.<br />

4) Na identificação de casas, apartamentos, páginas, dias, que não em meio jurídico,<br />

empregam-se os cardinais. Se anteposto, usa-se cardinal.<br />

– Moro na casa seis da vila.<br />

– Leia, por favor, na página três, a sinopse.<br />

– Dia quatro de setembro é meu aniversário.<br />

– Moro no 23 o (vigésimo terceiro) apartamento do prédio.<br />

5) Em relação ao primeiro dia do mês, deve-se usar o ordinal:<br />

– Rio de Janeiro, 1 o de dezembro de 2012.<br />

* Evanildo Bechara, porém, defende tanto o uso do ordinal como do cardinal.<br />

6) Com relação às datas, podemos ou não usar aos, a ou em:<br />

– A presidenta tomou posse 2 de janeiro de 2011.<br />

– A presidenta tomou posse a 2 de janeiro de 2011.<br />

– A presidenta tomou posse em 2 de janeiro de 2011.<br />

– A presidenta tomou posse aos 2 de janeiro de 2011.<br />

– A presidenta tomou posse no dia 2 de janeiro de 2011.<br />

7) Não se usa o ponto entre os numerais quando estes designam datas. Nos demais casos, o<br />

ponto deve ser colocado entre as centenas e milhares.<br />

– Escrevi isto no dia 13 de junho de 2012.<br />

– A Gramática tem mais de 1.500 questões comentadas! Incrível!


Valor Discursivo<br />

O numeral pode ser usado <strong>para</strong> atender a demandas estilísticas e a demandas meramente<br />

textuais. Em outras palavras, o autor de um texto, ao fazer uso de um numeral pode indicar<br />

outros valores que rompem a ideia de um simples numeral.<br />

Por exemplo, muitas vezes o numeral é usado <strong>para</strong> enfatizar determinada ideia:<br />

– Já bati nessa tecla mil vezes. (Na fala, dizemos “enevezes” ou “trocentas”; é o famoso<br />

numeral com valor hiperbólico – exagero na afirmação.)<br />

– Deus é dez. (Neste caso, dez é um verdadeiro adjetivo.)<br />

– Vem cá, vamos trocar duas palavrinhas. (Na verdade, é mais de uma.)<br />

– Vocês merecem dez pela educação. (O numeral tem o valor de aprovação.)<br />

Apesar de a gramática normativa não registrar a flexão de grau dos numerais, na linguagem<br />

coloquial (e em vários textos literários), os numerais são frequentemente flexionados em grau<br />

com acentuada expressividade (com tom afetivo ou irônico).<br />

– Paguei cinquinho por esta blusa.<br />

– Quer me emprestar milão? Só um milãozinho...<br />

– Pega leve, ele já é um cinquentão!<br />

– Só vou tomar mais umazinha...<br />

– O meu time foi <strong>para</strong> a segundona novamente.<br />

Mais importante que isso, porém, é a função textual dos numerais. Eles têm a função de<br />

retomar referentes substantivos, evitando a repetição no discurso. Às vezes também são<br />

usados <strong>para</strong> fazer referência a termos posteriores no texto. Veja:<br />

– Pelé, Zico, Romário, Ronaldo e, agora, Neymar são verdadeiros craques do futebol<br />

mundial. No entanto, apenas o primeiro e o terceiro já conseguiram marcar mais de<br />

1.000 gols e só um desse grupo já foi campeão mundial pelo Mengão: o sensacional<br />

Zico!<br />

Perceba que primeiro e terceiro se referem a Pelé e Romário, substantivos resgatados pelos<br />

numerais dentro do texto. Não obstante, um se refere a um substantivo posterior: Zico. Sendo<br />

assim, os numerais são ótimos referenciadores <strong>para</strong> que evitemos desnecessárias repetições.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Numeral é um assunto que tem 0,00000000000001% de chance de cair em provas<br />

realizadas por bancas de prestígio! Então, “na boa”... faça só o seu papel de concurseiro<br />

profissional e resolva as questões, sem “aqueeeele” compromisso. Quando alguém se atreve a<br />

fazer uma questão de numeral, é em cima de emprego de numeral cardinal e ordinal. Do mais,<br />

é só identificação e diferenciação com artigo, como já vimos no capítulo anterior. Numeral<br />

(coitado!) está de lado nos concursos importantes há muito tempo...


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Cá entre nós... sofri <strong>para</strong> encontrar questões recentes de numerais... Por consideração à<br />

minha pessoa, entretanto, não deixe de fazê-las!<br />

1. (FGV – SPTRANS – Especialista em Transporte – 2001) O emprego do numeral está errado em:<br />

a) vá comprar duzentas gramas de mortadela;<br />

b) veja o exercício da página vinte e um;<br />

c) consulte o artigo segundo desse código;<br />

d) a cidade floresceu no século quinto.<br />

2. (FAEPOL – SSP – Auxiliar de Necropsia – 2002) Na expressão “século XIX”, lê-se o numeral em romanos como cardinal<br />

(= dezenove); o item abaixo que deve ser lido como ordinal é:<br />

a) livro XXIII;<br />

b) livro X;<br />

c) livro XI;<br />

d) livro XL;<br />

e) livro C.<br />

3. (NCE/UFRJ – CGJ – Comissário de Justiça da Infância e da Juventude – 2002) “Mas estamos em pleno século XX...”; o<br />

item abaixo em que devemos ler o algarismo romano como ordinal é:<br />

a) no século XI antes de Cristo;<br />

b) o papa recebeu o nome de João XXIII;<br />

c) no século XII da nossa era;<br />

d) Inocêncio X foi papa;<br />

e) Luís XVI foi rei da França.<br />

4. (Uniaraxá – Vestibular – 2003) Em “... às dez horas”, “sob as olaias” e “Ambos se abanavam”, as palavras grifadas são,<br />

respectivamente:<br />

a) artigo – preposição – pronome – numeral – pronome;<br />

b) artigo – preposição – pronome – numeral – conjunção;<br />

c) preposição – artigo – preposição – numeral – pronome;<br />

d) preposição – pronome – preposição – substantivo – conjunção;<br />

e) preposição – pronome – conjunção – substantivo – pronome.<br />

5. (NCE/UFRJ – PC/DF – Policial Civil (Agente) – 2004) “Em oito anos, o número de turistas no Rio de Janeiro dobrou,<br />

enquanto os assaltos a turistas foram multiplicados por três, alcançando hoje a média de dez casos por dia. Considerando a<br />

importância que o turismo tem <strong>para</strong> a cidade – que anualmente recebe 5,7 milhões de visitantes de outros estados e do<br />

estrangeiro, destes, aliás, quase 40% dos que chegam ao Brasil têm como destino o Rio – é alarmante esse grau crescente<br />

de insegurança”; quanto às referências numéricas presentes nesse primeiro parágrafo do texto pode-se dizer que<br />

representam numerais de dois tipos:<br />

a) cardinais e ordinais;<br />

b) cardinais e multiplicativos;<br />

c) multiplicativos e fracionários;<br />

d) cardinais e fracionários;<br />

e) ordinais e multiplicativos.<br />

6. (NCE/UFRJ – Infraero – Advogado – 2004) O algarismo romano XIX é lido como numeral cardinal; o item em que o<br />

algarismo romano deve ser lido como ordinal é:<br />

a) Luís XVI;<br />

b) João XXIII;<br />

c) Pio X;<br />

d) século XXI;<br />

e) casa II.<br />

Fragmento de texto (adaptado)<br />

A Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) passará a ter formação específica nos cursos de Pedagogia e de formação<br />

de professores e será uma das especializações dos cursos de Letras, como uma segunda língua.


A determinação está no decreto apresentado nesta terça-feira pelo ministro da Educação, <strong>Fernando</strong> Haddad, e é parte<br />

da regulamentação da lei de 2002 que tornou a Libras uma forma nacional de comunicação.<br />

As universidades terão dez anos <strong>para</strong> oferecerem o ensino de Libras em todos os seus cursos de formação de<br />

professores, mas nos próximos três anos já terão que ter a disciplina em pelo menos 20% dos cursos. Em cinco<br />

anos, 60% dos cursos precisarão ter a disciplina.<br />

7. (ACCESS – Pref. Teresópolis/RJ – Dinamizador de Educação Infantil – 2005) Assinale a alternativa em que a palavra não<br />

seja numeral.<br />

a) Uma.<br />

b) Segunda.<br />

c) 2002.<br />

d) Dez.<br />

e) Cinco.<br />

8. (NCE/UFRJ – CEPEL – Auxiliar de Segurança Patrimonial – 2006) “e no monopólio em 1953”; o numeral relativo ao ano<br />

(1953) deve ser lido da seguinte forma:<br />

a) mil e novecentos e cinquenta e três;<br />

b) mil, novecentos e cinquenta e três;<br />

c) mil, novecentos e cinquenta três;<br />

d) um mil, novecentos e cinquenta três;<br />

e) mil e novecentos, cinquenta três.<br />

9. (NCE/UFRJ – Eletronorte – Assistente Técnico de Engenharia – 2006) A expressão “mais de cem vezes” apresenta uma<br />

quantificação imprecisa; a alternativa que mostra uma forma mais precisa de quantificar é:<br />

a) cerca de 100 vezes;<br />

b) ambas as vezes;<br />

c) inúmeras vezes;<br />

d) uma meia dúzia de vezes;<br />

e) incontáveis vezes.<br />

10. (NCE/UFRJ – Assembleia Legislativa – Taquígrafo Parlamentar – 2006) No texto há uma série de numerais de diferentes<br />

tipos; a frase abaixo que apresenta um numeral ordinal é:<br />

a) O investidor Warren Buffett tem 75 anos bem vividos.<br />

b) Warren decidiu doar 85% de seus bens.<br />

c) Para os americanos, fazer filantropia é prioridade a.<br />

d) Gates é dono de várias obras-primas.<br />

e) Cerca de três quartos da fortuna foram doados.<br />

11. (FUNRIO – Pref. Maricá/RJ – Guarda-Vidas – 2007) No trecho “E já no seu primeiro jogo depois do pacto com o Diabo,<br />

Tinho assombrou. Fez cinco gols, dois com cada perna e o quinto com uma cabeceada perfeita.”, os vocábulos em<br />

destaque são, respectivamente, numerais:<br />

a) ordinal, cardinal, cardinal e ordinal;<br />

b) cardinal, cardinal, ordinal e ordinal;<br />

c) cardinal, ordinal, ordinal e cardinal;<br />

d) cardinal, cardinal, cardinal e cardinal;<br />

e) ordinal, ordinal, ordinal e ordinal.<br />

12. (NCE/UFRJ – Pref. Santana – Professor Educação Básica – 2007) O algarismo romano em “D. João VI” é lido como<br />

numeral ordinal; a alternativa abaixo em que o algarismo romano é lido como cardinal é:<br />

a) Pedro I;<br />

b) Henrique VIII;<br />

c) João Paulo II;<br />

d) Luís XVI;<br />

e) Nicolau III.<br />

13. (FCC – TRF (2R) – Analista Judiciário – 2007) É correto afirmar:<br />

a) século XIX, de acordo com a norma padrão, deve ser escrito por extenso por meio do numeral cardinal – “dezenove” –,<br />

assim como deve ocorrer com “século VIII”.<br />

14. (Cespe/UnB – SERPRO – Analista – 2008) O desenvolvimento das ideias do texto permite que se substitua “uma dezena


de” pela expressão cerca de dez, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical e a coerência entre os argumentos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

15. (FEC – CLIN – Operador de Copiadora – 2008) Em “Ambas estão sendo empurradas...”, a palavra grifada pertence à<br />

seguinte classe gramatical:<br />

a) advérbio;<br />

b) numeral;<br />

c) pronome;<br />

d) conjunção;<br />

e) preposição.<br />

16. (UFRR – Pref. Boa Vista/RR – Professor de Educação Básica – 2008) Uma onça suçuarana de quinze quilos foi morta<br />

ontem por três crianças, depois de atacar a menor delas, em Castelo do Piauí. As crianças estavam sozinhas em casa e a<br />

onça, atacou em primeiro lugar Basílio de seis anos. (Jornal da Tarde – adaptado <strong>para</strong> fins didáticos.)<br />

As palavras grifadas no texto são numerais e podemos classificá-los, respectivamente, como:<br />

a) cardinal e ordinal;<br />

b) fracionário e cardinal;<br />

c) ordinal e multiplicativo;<br />

d) fracionário e multiplicativo;<br />

e) fracionário e ordinal.<br />

17. (FGV – Senado Federal – Policial Legislativo Federal – 2008) A palavra centenário corresponde a cem anos.<br />

Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção temporal à palavra indicada.<br />

a) 400 anos – quadringentenário.<br />

b) 400 anos – quadricentenário.<br />

c) 600 anos – sesquicentenário.<br />

d) 150 anos – tricinquentenário.<br />

e) 7 anos – septenário.<br />

Corações a Mil<br />

(Gilberto Gil)<br />

Minhas ambições são dez.<br />

Dez corações de uma vez<br />

pra eu poder me apaixonar<br />

dez vezes a cada dia,<br />

setenta a cada semana,<br />

trezentas a cada mês.<br />

18. (FIP – Câmara-SJC – Programador – 2009) Na primeira frase do texto, a palavra “dez”, sublinhada, tem duplo sentido. São<br />

eles:<br />

a) o sentido de serem dez ambições (no caso, “dez” seria um numeral) e o sentido de os corações serem apaixonados (no<br />

caso, “dez” seria um adjetivo);<br />

b) o sentido de serem dez ambições e o sentido de serem dez corações (nos dois casos, “dez” seria um numeral);<br />

c) o sentido de serem dez corações e o sentido de serem dez vezes a cada dia (nos dois casos, “dez” seria um numeral);<br />

d) o sentido de serem dez ambições (no caso, “dez” seria um numeral) e o sentido de as ambições serem de extrema<br />

qualidade (no caso, “dez” seria um adjetivo);<br />

e) o sentido de serem dez vontades boas (no caso, “dez” seria um substantivo) e o sentido de totalizarem dez as paixões<br />

ambiciosas (no caso, “dez” seria um adjetivo).<br />

19. (FIP – Câmara-SJC – Programador – 2009) Pelos sentidos das frases “setenta a cada semana” e “trezentas a cada mês”,<br />

no contexto da letra da canção, pode-se concluir que:<br />

a) se cada semana tem setenta paixões, o mês deveria ter duzentas e oitenta e não trezentas;<br />

b) a semana tem sete dias e o mês indicado, exatos trinta dias;<br />

c) “setenta” e “trezentas” é só um recurso pleonástico, e o sentido numeral é irrelevante no caso;<br />

d) cada dia do mês em questão tem dez horas, denotando o sentido ilusório da paixão;<br />

e) há evidente com<strong>para</strong>ção com a velocidade das paixões, semelhante a 70 km/h e 300 Km/h.<br />

20. (Funcab – SESAU/RO – Técnico de Radiologia – 2009) Assinale a opção que apresenta, correta e respectivamente, a


classe gramatical a que pertencem as palavras grifadas no trecho abaixo.<br />

“O brasileiro foi um dos primeiros no mundo a reconhecer a tese de que o mosquito era o causador da epidemia.”<br />

a) substantivo – numeral – preposição – artigo – artigo – substantivo.<br />

b) adjetivo – artigo – artigo – pronome – pronome – adjetivo.<br />

c) adjetivo – numeral – preposição – artigo – artigo – substantivo.<br />

d) substantivo – artigo – artigo – artigo – artigo – substantivo.<br />

e) substantivo – numeral – preposição – preposição – pronome – adjetivo.<br />

21. (UFAL – Vestibular – 2009) Na oração “Andou dois quilômetros e meio a pé!”, os termos destacados pertencem à classe<br />

gramatical:<br />

a) dos substantivos;<br />

b) dos pronomes;<br />

c) dos numerais;<br />

d) dos advérbios;<br />

e) dos adjetivos.<br />

22. (ZAMBINI – Pref. Campinas/SP – Motorista Especializado – 2009) Em: “Collor apresentou sete coletâneas de artigos,<br />

discursos e planos de governo”, as palavras grifadas são respectivamente:<br />

a) numeral, substantivo e conjunção;<br />

b) numeral, artigo e preposição;<br />

c) substantivo, artigo e conjunção;<br />

d) pronome, artigo e preposição;<br />

e) numeral, substantivo e preposição.<br />

23. (UNIT – EAD – Vestibular – 2010) “Três perguntas costumam acompanhar a discussão em torno do aquecimento global.”<br />

As palavras grifadas possuem, respectivamente, as seguintes classes gramaticais:<br />

a) numeral – adjetivo – artigo;<br />

b) substantivo – artigo – substantivo;<br />

c) numeral – artigo – substantivo;<br />

d) artigo – substantivo – numeral;<br />

e) numeral – preposição – adjetivo.<br />

24. (ADVISE – Pref. ST. Amaro das Brotas/SE – Carpinteiro – 2010) Na oração: “Uma criança engana vinte e cinco<br />

adultos.” O termo sublinhado é um numeral:<br />

a) ordinal;<br />

b) cardinal;<br />

c) fracionário;<br />

d) multiplicativo;<br />

e) coletivo.<br />

25. (Consulplan – TSE – Técnico Judiciário – 2012) Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo.<br />

a) dois (“Sempre que misturamos os dois registros...”).<br />

b) mais (“... ou um perfume um pouco mais caro.”).<br />

c) bem (“... você ficará bem se levar...”).<br />

d) regido (“Enquanto o primeiro é regido por valores...”).<br />

26. (Vunesp – UNESP – Advogado – 2012) O emprego da palavra meio, como no trecho – ... em linhos de um meio-dia. –,<br />

repete-se, com o mesmo sentido, em:<br />

a) ele encontrou na aspirina um meio de se livrar da dor de cabeça.<br />

b) o poeta tomou apenas meio comprimido de aspirina e sentiu-se aliviado.<br />

c) a indústria farmacêutica anda meio apurada com tanta demanda de remédios.<br />

d) em meio à acirrada discussão, saiu do encontro com dor de cabeça.<br />

e) as pessoas ficam meio dependentes dos efeitos químicos da medicação.<br />

27. (Vunesp – UNESP – Vestibular – 2012) Assinale a alternativa cuja frase contém um numeral cardinal empregado como<br />

substantivo.<br />

a) Há muitos anos que a política em Portugal apresenta...<br />

b) Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o Poder...<br />

c) ... os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem <strong>para</strong> continuar...


d) ... são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos...<br />

e) ... aos quatro cantos de uma sala...<br />

28. (SOLER – Pref. Piraju/SP – Monitor de Projetos Sociais – 2012) A palavra um dos períodos abaixo constitui,<br />

respectivamente:<br />

“Ele não gastava sequer um centavo de seu salário em luxos desnecessários.”<br />

“Um aceno era apenas o que ela esperava.”<br />

“Precisou somente de comprar um selo <strong>para</strong> a correspondência ser postada.”<br />

a) artigo, numeral e pronome;<br />

b) numeral, numeral e numeral;<br />

c) numeral, artigo e numeral;<br />

d) artigo, pronome e numeral.<br />

29. (MS <strong>Concursos</strong> – Pref. Santa Maria/RS – Auxiliar de Operações I – 2012) Leia as frases:<br />

I. Paulo, Karen e eu organizamos a festa.<br />

II. Nossa equipe foi a terceira colocada no torneio.<br />

III. Ana ficou contente com a proposta de emprego.<br />

IV. Este novo emprego me cansa muito.<br />

Com relação à classe gramatical, as palavras grifadas são, respectivamente, classificadas como:<br />

a) substantivo, pronome, adjetivo e numeral;<br />

b) substantivo, numeral, pronome e substantivo;<br />

c) pronome, numeral, adjetivo e substantivo;<br />

d) pronome, numeral, adjetivo e verbo;<br />

e) pronome, substantivo, adjetivo e substantivo.<br />

Texto<br />

Problemas<br />

Ana Carolina<br />

Qualquer distância entre nós<br />

Virou abismo sem fim<br />

Quando estranhei sua voz<br />

Eu te procurei em mim<br />

Ninguém vai resolver<br />

Problemas de nós dois.<br />

Se tá tão difícil agora<br />

Se um minuto a mais demora<br />

Nem olhando assim mais perto<br />

Consigo ver por que tá tudo tão incerto<br />

Será que foi alguma coisa que eu falei?<br />

Ou algo que fiz que te roubou de mim?<br />

Sempre que eu encontro uma saída<br />

Você muda de sonho e mexe na minha vida (...)<br />

30. As palavras “mim”, “dois” e “sonho”, retiradas do trecho da música acima, são morfológica e respectivamente classificadas<br />

como:<br />

a) substantivo, numeral e verbo;<br />

b) pronome, substantivo e substantivo;<br />

c) pronome, substantivo e verbo;<br />

d) pronome, numeral e substantivo;<br />

e) substantivo, numeral e substantivo.


Gabarito<br />

1. A. 7. A. 13. ERRADO. 19. B. 25. A.<br />

2. B. 8. B. 14. ERRADO. 20. A. 26. B.<br />

3. D. 9. B. 15. B. 21. C. 27. C.<br />

4. C. 10. C. 16. A. 22. E. 28. B.<br />

5. D. 11. A. 17. C. 23. C. 29. C.<br />

6. C. 12. D. 18. D. 24. B. 30. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 11<br />

Pronome


Definição<br />

Simplesmente uma das classes gramaticais mais recorrentes em questões de concursos<br />

públicos. Tudo precisa estar no sangue, por isso coloquei mais de 50 questões <strong>para</strong> você<br />

treinar!<br />

Do ponto de vista semântico, o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a depender<br />

do contexto: posse, indefinição, generalização, questionamento, apontamento, aproximação,<br />

afetividade, ironia, depreciação etc. Isso será visto em detalhes ao longo deste capítulo.<br />

Do ponto de vista morfológico e discursivo, o pronome é uma classe de palavras<br />

normalmente variável em gênero e número e que se refere a elementos dentro e fora do<br />

discurso. É um determinante quando acompanha o substantivo (neste caso, é chamado de<br />

pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o substantivo, é chamado de<br />

pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Isso será melhor abordado em<br />

Identificação.<br />

Muito importante é dizer que o pronome serve <strong>para</strong> indicar as pessoas do discurso*: 1 a<br />

(falante), 2 a (ouvinte) e 3 a (assunto). Exemplo: “Eu não te falei que ele era boa gente?”<br />

*O discurso é um processo comunicativo, logo depende de um emissor (1 a pessoa do<br />

discurso), de um receptor (2 a pessoa do discurso) e de um referente (3 a pessoa do discurso,<br />

que pode ou não ser um indivíduo). No exemplo acima, quem fala é a 1 a pessoa (Eu), quem<br />

ouve é a 2 a pessoa (te) e sobre quem se fala é a 3 a pessoa (ele) do discurso. Os pronomes<br />

servem, portanto, <strong>para</strong> marcar as pessoas do discurso.<br />

Do ponto de vista sintático, o pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal<br />

quando acompanha um substantivo; quando o substitui, tem função substantiva (ou seja,<br />

funciona como núcleo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, indireto, complemento<br />

nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo). Falarei muito sobre isso<br />

mais à frente, nos capítulos de sintaxe, principalmente no 21 o capítulo, debaixo do subtópico<br />

Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos. Caso queira dar um pulinho até<br />

lá, fique à vontade...<br />

Antecipo-lhe que será impossível deixar de falar de alguns aspectos sintáticos neste<br />

capítulo, pois morfologia e sintaxe (morfossintaxe) andam lado a lado quando o assunto é<br />

pronome. Fique atento!<br />

Pois bem... <strong>para</strong> entendermos todas as definições de pronome, vamos analisar esta frase:<br />

Tu não sabias quem era aquela mulher a qual minha mãe certa vez me apresentara?<br />

Note que os vocábulos Tu, quem, aquela, a qual, minha e certa


1) indicam uma ideia de pessoa (Tu), uma ideia de pessoa indefinida (quem), uma ideia de<br />

referência a alguém (aquela e a qual), uma ideia de posse (minha) e uma ideia indefinida<br />

(certa);<br />

2) variaram (só os quatro últimos pronomes) de forma: aquela (mulher), a qual, minha (mãe),<br />

certa (vez). Tu (2 a pessoa; pronome substantivo), quem (3 a pessoa; pronome substantivo),<br />

aquela (3 a pessoa; pronome adjetivo), a qual (3 a pessoa; pronome substantivo), minha (1 a<br />

pessoa; pronome adjetivo), certa (3 a pessoa; pronome adjetivo);<br />

3) funcionam como adjunto adnominal (o terceiro, o quinto e o sexto), como sujeito (o<br />

primeiro), como predicativo do sujeito (o segundo) e como objeto direto (o quarto).<br />

Resumindo: pronome é o vocábulo que substitui ou acompanha o substantivo, relacionandoo<br />

às três pessoas do discurso.


Identificação<br />

Como vimos, há dois tipos de pronomes: pronomes substantivos e pronomes adjetivos.<br />

O pronome substantivo substitui um substantivo. Segundo Celso Cunha, Napoleão Mendes<br />

de Almeida e a vasta maioria dos gramáticos tradicionais, <strong>para</strong> que um pronome seja<br />

considerado pronome substantivo, basta que ele não esteja acompanhando substantivo algum.<br />

Isso significará que ele substitui um substantivo, e não que se refere a ele, acompanhando-o.<br />

Para que você identifique um pronome substantivo, basta perceber que ele tem o papel de<br />

substituir um substantivo (e não de acompanhá-lo) dentro do discurso. Ficou claro? Então,<br />

veja:<br />

– Estes documentos são nossos*, não teus.<br />

Note que os pronomes nossos e teus se referem ao substantivo documentos, substituindo-o,<br />

por isso são pronomes substantivos. É válido dizer que nossos se refere à 1 a pessoa do<br />

plural do discurso (o falante + alguém), e teus, à 2 a pessoa do singular do discurso (o<br />

ouvinte).<br />

* O gramático Evanildo Bechara entende que nossos é um pronome adjetivo que se refere ao<br />

substantivo implícito documentos: “Estes documentos são nossos (documentos).”. Porém,<br />

essa visão não é acolhida pela vasta maioria dos gramáticos.<br />

Já o pronome adjetivo tem o papel de acompanhar um substantivo, determinando-o, como<br />

se fosse um adjetivo.<br />

– Os vossos amores não mais vivem <strong>para</strong> vós.<br />

Note agora que o pronome vossos se refere ao substantivo amores, acompanhando-o, por<br />

isso é um pronome adjetivo. É válido dizer que vossos é um pronome de 2 a pessoa do plural<br />

dentro do discurso, pois se refere a mais de um ouvinte.<br />

É claro que, <strong>para</strong> você identificar um pronome, não basta saber que ele tem valor de<br />

substantivo ou de adjetivo, é preciso que você os conheça pelo que verdadeiramente são, isto<br />

é, eles podem ter seis (6) classificações: pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos,<br />

demonstrativos e relativos.<br />

Vamos nessa!


Classificação, Emprego e Colocação do Pronome Pessoal<br />

Os pronomes pessoais são aqueles que designam as três pessoas do discurso, no singular e<br />

no plural.<br />

São sempre pronomes substantivos e se dividem em dois tipos. São chamados de retos<br />

porque exercem, normalmente, função de sujeito, e oblíquos porque exercem, normalmente,<br />

função de complemento verbal ou nominal.<br />

Ainda há os de tratamento, que são considerados pessoais por fazerem alusão às pessoas<br />

do discurso de maneira cerimoniosa, normalmente.<br />

Igual ao Jack... vamos por partes:<br />

Pronomes Retos<br />

1 a pessoa: eu (singular), nós (plural).<br />

2 a pessoa: tu (singular), vós (plural).<br />

3 a pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural).<br />

Esses pronomes normalmente conjugam verbos, por isso comumente exercem função de<br />

sujeito, mas também podem exercer função de predicativo do sujeito, vocativo, aposto e,<br />

raramente, objeto direto.<br />

Palavra de cautela: por via de regra, o pronome reto não pode ocupar a posição de<br />

complemento do verbo, ou seja, não pode exercer função de objeto direto. O pronome que se<br />

ocupa disso é o oblíquo.<br />

Vamos ver um por um e suas peculiaridades “right now”!<br />

Eu<br />

– Raul Seixas já dizia: “Eu sou a mosca que pousou em tua sopa.”. (sujeito)<br />

– Que rei sou eu? (sujeito)<br />

– Eu sou mais eu. (predicativo do sujeito)<br />

– O <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>, eu mesmo, é uma pessoa muito inquieta. (aposto)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Lembra-se da música “Beija eu, beija eu, beija eu, me beija...”? O pronome reto eu não<br />

ocupa posição de objeto dentro do registro culto da língua, logo ele não pode servir de<br />

complemento do verbo beijar. A frase deveria ser “Beija-me...”, mas a sonoridade não ia<br />

ficar bacana, concorda? A Marisa Monte tem licença poética <strong>para</strong> transgredir a norma<br />

culta, você não, hein!<br />

2) Não só o eu, mas todos os pronomes retos, que normalmente têm função de sujeito, podem


ser realçados pelos pronomes demonstrativos mesmo e próprio, pela partícula expletiva<br />

(ou de realce) que ou pela expressão expletiva formada pelo verbo ser + que<br />

(normalmente é que): “Ela própria/mesma me fez sofrer.”; “Tu que me fizeste sofrer.”;<br />

“Eu é que te faço sofrer agora.”.<br />

3) Por uma questão não só de estilo como de polidez e modéstia no discurso, evita-se o uso<br />

do pronome eu, pois seu emprego imoderado deixa escapar uma impressão negativa de<br />

falta de modéstia. A repetição do eu no discurso indica normalmente intensa<br />

subjetividade, pessoalidade. Pode até dar a impressão de petulância, arrogância e<br />

sentimentos afins: “Eu sou, eu faço, eu penso...” O uso de nós no lugar de eu evita tudo<br />

isso.<br />

4) Os pronomes retos não podem vir preposicionados: “Entre eu e tu nunca vai haver nada.”<br />

(construção equivocada). É por isso que se usa a forma oblíqua tônica neste tipo de<br />

construção: “Entre mim e ti nunca vai haver nada.”. Só podem vir precedidos de<br />

preposição se continuarem exercendo função de sujeito: “Entre eu sair e tu saíres, saio<br />

eu.”. Leia a obs. 4 do pronome reto ele.<br />

5) Em exemplo semelhante a este: “A banca examinadora, depois de intensa discussão,<br />

finalmente escolheu: eu, o Fábio e a Bruna.”, Evanildo Bechara (não encontrei outro<br />

gramático que diga isso) entende que está correto o emprego do pronome reto com função<br />

de objeto direto, após dois-pontos.<br />

Tu<br />

– Viva Pixinguinha! “Tu és divina e graciosa, estátua majestosa...” (sujeito)<br />

– Teu filho se tornou tu, da cabeça aos pés. (predicativo do sujeito)<br />

– Tu nunca serás eu, e eu nunca serei tu. (predicativo do sujeito)<br />

– Ó tu, Campeão dos campeões, ganhe a Libertadores <strong>para</strong> nós este ano! (vocativo)<br />

Obs.: No registro coloquial, esse pronome é muito usado atualmente, inclusive na parte sul<br />

do país, junto de verbos na 3 a pessoa, no entanto isso é um equívoco do ponto de vista<br />

da norma culta: “Tu vai aonde amanhã?”. Deveria ser: “Tu vais aonde amanhã?”.<br />

Ele / Ela / Eles / Elas<br />

– Eles e elas continuam se digladiando. (sujeito)<br />

– À noite ele vira ela. (predicativo do sujeito)<br />

– Minha mãe, apenas ela, é a melhor mãe do mundo. (aposto)<br />

Cuidado!!!


1) Como os pronomes retos não exercem função de objeto direto, a frase “Pega ele, pega<br />

ele, é um ladrão!” constitui construção equivocada, devendo ser reescrita assim: “Pega-o,<br />

pega-o, é um ladrão!”. No entanto, se os pronomes retos estiverem acompanhados de<br />

todo(a/s), só (adjetivo), apenas ou numeral, permite-se que sejam postos em posição de<br />

objeto direto, segundo muitos gramáticos, como: Celso Cunha, Bechara, Faraco & Moura<br />

e Sacconi. O gramático Cegalla diz que as construções abaixo constituem “linguagem<br />

coloquial informal”. Na hora da prova, se cair uma destas frases, analise a melhor opção<br />

dentre as alternativas, levando em conta o pedido do enunciado:<br />

– O que vi da vida até agora? Vi toda ela se esvaindo diante dos meus olhos. (objeto<br />

direto)<br />

– Ajudei todos eles e ajudá-los-ia de novo, se fosse preciso. (objeto direto)<br />

– Encontramos ele só na praia, pois a namorada o abandonara. (objeto direto)<br />

– Finalmente os juízes classificaram eles dois <strong>para</strong> a última etapa do campeonato.<br />

(objeto direto)<br />

Tais construções valem <strong>para</strong> os demais pronomes retos, exceto eu e tu.<br />

2) É comum e indicado que se usem pronomes de 3 a pessoa em requerimentos por deferência<br />

à pessoa a quem nos dirigimos, de modo que nosso discurso fique em tom cortês:<br />

– <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>, autor de A Gramática, requer a V. S. a se digne de conceder-lhe...<br />

Por outro lado, em situações normais, soa como pedantismo ou falsa modéstia falarmos de<br />

nós mesmos na 3 a pessoa, como faz Pelé e outras personalidades... O nome dele é Edson,<br />

mas quando ele se refere a si como Pelé, usa a 3 a pessoa. Edson fica desprezado, e Pelé<br />

fica prezado nesse modo de tratamento.<br />

Tal tratamento, porém, não soa pedante quando se trata de Deus falando de si mesmo na 3 a<br />

pessoa (afinal, Deus é Deus, é o Alfa e o Ômega): “Todo este povo, no meio do qual estás,<br />

verá a obra de Jeová, porque coisa temível é o que vou fazer contigo.” (Êxodo 34:10)<br />

3) O mau uso deste pronome pode causar ambiguidade: “João e Pedro eram apóstolos. Ele<br />

teve um livro que leva seu nome na Bíblia.” (???)<br />

4) A maioria dos gramáticos não tolera a contração da preposição ou locução prepositiva<br />

com o artigo ou com o pronome (reto ou não) quando exerce função de sujeito de um<br />

verbo no infinitivo:<br />

– Em virtude dela viajar, tive de reprogramar minha vida. (errado)<br />

– Em virtude de ela viajar, tive de reprogramar minha vida. (certo)<br />

No entanto, alguns gramáticos, como Evanildo Bechara, Domingos P. Cegalla, Adriano G.<br />

Kury, Sílvio Elia, Sousa da Silveira e Silveira Bueno, não invalidam a forma contraída da<br />

preposição com o pronome reto antes de verbo no infinitivo, de modo que ambas as<br />

construções acima estão acertadas. Há duas questões que caíram na Esaf trabalhando este


tema polêmico. Só vi essa banca fazendo tal coisa até hoje. Veja:<br />

07. (Esaf – Pref. Fortaleza/CE – Auditor de Tributos Municipais – 1998) Marque o item em que um dos dois períodos está<br />

gramaticalmente incorreto.<br />

d) No caso da Telebrás, se houverem processos judiciais contra uma das 13 empresas à venda, o leilão fica em<br />

suspenso. / No caso da Telebrás, se houver processo judicial contra uma das 13 empresas à venda, o leilão fica<br />

suspenso. (GABARITO)<br />

e) No caso da Banda B da telefonia celular, a venda seqüencial possibilitou que envelopes de algumas áreas fossem<br />

abertos antes da disputa pelo interior de São Paulo <strong>para</strong>r nos tribunais. / No caso da Banda B da telefonia celular, a<br />

venda seqüencial possibilitou que envelopes de algumas áreas fossem abertos antes de a disputa pelo interior de São<br />

Paulo <strong>para</strong>r nos tribunais.<br />

Comentário: Recortei a parte que nos interessa aqui. Segundo o enunciado, a letra E traz as<br />

duas construções como corretas: com contração (... da disputa... <strong>para</strong>r...) e sem contração<br />

(... de a disputa... <strong>para</strong>r...) da preposição com o artigo antes do sujeito do verbo no<br />

infinitivo (<strong>para</strong>r).<br />

Veja agora uma questão mais recente:<br />

“Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de receita do Estado. Apesar desta missão ser,<br />

por si só, relevante, (...)”<br />

7. (Esaf – SMF – Pref. RJ – Fiscal de Rendas – 2010) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao<br />

substituir<br />

a) exerça (l.5) por exercesse;<br />

b) desta (l.3) por de esta; GABARITO!<br />

c) se pode (l.11) por pode-se;<br />

d) ser ressaltado (l.14) por ser ressaltada;<br />

e) em instrumento (l.15) por de instrumento.<br />

Comentário: Os grifos e o recorte da questão foram meus. Está claro que, se o enunciado<br />

diz “preservam-se”, isso significa que a banca entende que tanto a contração (Apesar desta<br />

missão ser...) quanto a não contração (Apesar de esta missão ser...) respeitam a correção<br />

gramatical, isto é, estão adequadas à norma culta. Isso prova que a Esaf adora o Bechara!<br />

Última palavra de cautela: 99% das bancas entendem que a contração é um erro, portanto<br />

analise com calma todas as opções antes de marcar sua resposta. Dá vontade de matar um,<br />

não dá? Viva a polêmica!<br />

Nós<br />

– Nós queremos paz! (sujeito)<br />

– Vocês nunca serão nós, pois somos dos que não esmorecem. (predicativo do sujeito)<br />

– Os brasileiros, nós próprios, toleram amiúde a corrupção. (aposto)<br />

Cuidado!!!<br />

1) É comum o uso da 1 a pessoa do plural (nós, nos, nosso...) <strong>para</strong> evitar o tom impositivo,<br />

arrogante ou muito pessoal dentro do discurso. No lugar de eu, emprega-se nós a fim de<br />

imprimir um tom de modéstia ao discurso. Por isso, tal uso é chamado de plural de


modéstia:<br />

– Desde março de 2012, (nós) procuramos tornar A Gramática um livro que realmente<br />

ajudasse os que sempre ansiaram por uma publicação que atendesse à necessidade<br />

tanto dos alunos (pelo número grandioso de questões comentadas), como dos<br />

professores (pela quantidade de referências bibliográficas ao longo do texto). Por<br />

isso, (nós) acreditamos que muitos derivarão prazer desta obra tão bem pensada por<br />

nós, enchendo-nos de satisfação.<br />

Veja como ficaria meio “besta”, meio soberbo, meio altivo ou pessoalizado demais este<br />

discurso:<br />

– Desde março de 2012, (eu) procurei tornar A Gramática um livro que realmente<br />

ajudasse os que sempre ansiaram por uma publicação que atendesse à necessidade<br />

tanto dos alunos (pelo número grandioso de questões comentadas), como dos<br />

professores (pela quantidade de referências bibliográficas ao longo do texto). Por<br />

isso, (eu) acredito que muitos derivarão prazer desta obra tão bem pensada por<br />

mim, enchendo-me de satisfação.<br />

Já vi algumas questões tratando disso em prova de concurso público (bancas FCC e Ceperj,<br />

por exemplo), hein! Fique esperto!<br />

2) Antigamente, nobres usavam nós no lugar de eu <strong>para</strong> simbolizar glória ou poder; é o<br />

chamado plural de majestade: “Nós, o Imperador, decidimos o que é certo e o que é<br />

errado <strong>para</strong> o povo.”.<br />

3) O uso da expressão a gente, equivalendo a “nós”, não faz parte do registro culto da<br />

língua, mas sim do coloquial. Ouvimos muito por aí: “A gente vamos à praia amanhã?”<br />

(construção totalmente equivocada). O verbo deve ficar na 3 a pessoa do singular: “A<br />

gente vai à praia amanhã?”.<br />

4) Dentro do texto, os pronomes de 1 a pessoa do plural (nós, nos, nosso) muitas vezes<br />

estabelecem uma proximidade, uma intimidade entre o narrador/locutor e o<br />

leitor/interlocutor, fazendo-o compartilhar fatos, questões e opiniões:<br />

– Até quando nós iremos nos abster de uma postura política que visa a uma mudança<br />

radical em nosso cenário governamental? Tomara que a nossa complacência não<br />

seja pior que o nível moral de nossos líderes.<br />

Veja mais sobre isso em nos (pronome oblíquo átono).<br />

Vós<br />

– “Vós sois o sal da terra”, disse o hebreu. (sujeito)<br />

– Nós não somos vós, homens intolerantes. (predicativo do sujeito)<br />

– Vós, que atendeis por professores, vede quantos alunos carentes! (vocativo)


Obs.: No estágio atual da língua, este pronome caiu em desuso, tanto na fala como na escrita.<br />

Só encontramos em registro muito formal ou literário. Hoje usamos vocês no lugar de<br />

vós. Se você já ouviu falar em plural de cerimônia, saiba que é o nome que se dá ao uso<br />

da 2 a pessoa do plural <strong>para</strong> indicar um tratamento cerimonioso, respeitoso dirigido a um<br />

grupo de pessoas ou a uma pessoa só, como na Oração do Pai Nosso: “Pai Nosso, que<br />

(vós) estais no céu, santificado seja o vosso nome...”.<br />

Pronomes Oblíquos Átonos<br />

1 a pessoa: me (singular), nos (plural).<br />

2 a pessoa: te (singular), vos (plural).<br />

3 a pessoa: se (singular ou plural), lhe, lhes, o, a, os, as.<br />

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem exercer função de sujeito (raramente),<br />

objeto direto (normalmente), objeto indireto (normalmente), complemento nominal (raramente)<br />

e adjunto adnominal (raramente). Já lhe(s) pode exercer função de objeto indireto<br />

(normalmente), sujeito (raramente), complemento nominal (raramente) e adjunto adnominal<br />

(raramente). Por sua vez, os pronomes átonos o, a, os, as só exercem função de objeto direto<br />

(normalmente) ou sujeito (raramente).<br />

Para saber mais detalhes a respeito da função sintática destes pronomes, leia Funções<br />

Sintáticas dos Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos, no capítulo 21.<br />

Vejamos o emprego dos pronomes que nos interessam neste momento!<br />

Te<br />

Há um princípio da língua culta que se chama uniformidade de tratamento. Falarei mais<br />

sobre ele no capítulo de verbos. Trocando em miúdos, você não pode usar formas de 3 a<br />

pessoa com formas de 2 a pessoa na mesma frase, ou se usa tudo na 2 a pessoa ou se usa tudo na<br />

3 a pessoa. Exemplo:<br />

– Você nunca fez (3 a pessoa) mal a ninguém, por isso eu te (2 a pessoa) admiro. (inadequado)<br />

– Tu nunca fizeste (2 a pessoa) mal a ninguém, por isso eu te (2 a pessoa) admiro. (adequado)<br />

Nos<br />

Dentro do discurso, o nos (além das demais formas de 1 a pessoa do plural) pode cumprir os<br />

seguintes papéis:<br />

– Designar um sujeito coletivo que se responsabiliza pelo que foi dito: Nós já nos demos<br />

conta de nossos erros e corrigi-los-emos tão logo.


– Incluir enunciador e leitor, <strong>para</strong> aproximá-los: O Brasil ainda pode deixar de ser conhecido<br />

como um país corrupto se nos unirmos e usarmos bem nossa arma democrática mais<br />

preciosa: o voto.<br />

– Evitar a 1 a pessoa do singular como estratégia de polidez ou modéstia: Nós só conseguimos<br />

realizar tal feito, pois nos empenhamos com muito vigor nesse projeto.<br />

– Marcar um sujeito “institucional” (representado por alguma instituição): Nós, o BNDES, nos<br />

colocamos à disposição daqueles que querem investir em soluções realmente eficazes.<br />

– Indicar um enunciador coletivo (de modo vago): Não é verdade que sempre nos tacharam<br />

de coniventes com a postura política de nosso país?<br />

Lhe / Lhes<br />

O pronome oblíquo lhe pode ser substituído por “a ele(a/s), <strong>para</strong> ele(a/s), nele(a/s)”, ou<br />

por qualquer pronome de tratamento após as preposições “a, <strong>para</strong>, em”.<br />

– Agradecemos-lhes a ajuda sincera. (Agradecemos a eles...)<br />

– A mãe lhe comprou uma boneca? (... comprou uma boneca <strong>para</strong> você?)<br />

– Deus criou o homem e infundiu-lhe um espírito imortal. (... infundiu no homem...)<br />

O, a, os, as<br />

Os pronomes oblíquos átonos de 3 a pessoa o(s), a(s), se estiverem ligados a verbos<br />

terminados em -r, -s e -z, viram -lo(s), -la(s). Se estiverem ligados a verbos terminados em<br />

ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe...), viram -no(s), -na(s):<br />

– Vou resolver uma questão. = Vou resolvê-la.<br />

– Fiz o concurso porque quis o emprego de funcionário público. = Fi-lo porque qui-lo. (ou<br />

... porque o quis)<br />

– Apagaram nossos arquivos. = Apagaram-nos.<br />

– Você põe a mão onde não deve. = Você põe-na onde não deve.<br />

– Tu pões a mão onde não deves. = Tu põe-la onde não deves.<br />

Não confunda o nos (1 a pessoa do plural) e o nos (3 a pessoa do plural), pois o mau uso<br />

deles pode provocar ambiguidade.<br />

– Os jornais chamaram-nos de extorsores. (Chamaram a eles ou a nós?)<br />

Para desfazer a ambiguidade, basta colocar o pronome oblíquo átono antes do verbo: “Os<br />

jornais nos chamaram de extorsores. (1 a p. pl.) / Os jornais os chamaram de extorsores. (3 a p.<br />

pl.)”. Já vi isso em prova: FAB – EAGS – SARGENTO – 2008 – QUESTÃO 6.<br />

Construções arcaicas mas ainda figurando nas gramáticas e em registros superformais são<br />

aquelas em que o pronome átono se contrai com outro átono. Veja que contrações “bisonhas”:<br />

– Basta de discussão sobre a roupa! Ele dar-ma-á de presente e pronto. = Ele dará a roupa<br />

(= a) <strong>para</strong> mim (= me)... (me + a = ma)


– Ele viu o carro e instou com o dono <strong>para</strong> que lho vendesse. = ... <strong>para</strong> que vendesse o<br />

carro (= o) a ele (= lhe)... (lhe + o = lho)<br />

– Deram-ta! = Deram-te uma bela lição (= a)!... (te + a = ta)<br />

Colocação Pronominal<br />

Também chamada de Topologia ou Sínclise Pronominal, é o nome que se dá à parte da<br />

Gramática que trata, basicamente, da adequada posição dos pronomes oblíquos átonos (POA)<br />

junto aos verbos: próclise (POA antes do verbo), ênclise (POA depois do verbo) e mesóclise<br />

(POA no meio do verbo).<br />

Saiba que este assunto é extremamente recorrente em provas! E gerador de polêmicas às<br />

vezes...<br />

Relembrando os pronomes oblíquos átonos (POAs):<br />

• O, a, os, as (que viram -lo, -la, -los, -las diante de verbos terminados em -r, -s e-z ou<br />

viram -no, -na, -nos, -nas diante de verbos terminados em ditongo nasal (exceto os<br />

verbos no futuro do indicativo).<br />

Ex.: Comprei uma casa. (Comprei-a.) / Vou comprar uma casa (Vou comprá-la.) / Eles<br />

compraram uma casa. (Eles compraram-na.) / Eles comprarão a casa. (Eles<br />

comprarão-na. – INADEQUADO).<br />

Você vai entender daqui a pouco por que está INADEQUADA esta última forma! Além<br />

desses, há: me, te, se, nos, vos, lhe(s).<br />

Relembrados os POAs, vamos às regras?<br />

Próclise<br />

É o nome que se dá à colocação pronominal antes do verbo. É usada nestes casos:<br />

1) Palavra de sentido negativo antes do verbo*<br />

– Não se esqueça de mim.<br />

* não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco, sequer etc.<br />

Obs.: Após pausa (vírgula, ponto e vírgula... entre qualquer palavra atrativa e o verbo), usase<br />

ênclise: Não; esqueça-se de mim!<br />

2) Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo*<br />

– Agora se negam a depor.<br />

* já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive, mesmo,


exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde, como, quando etc.<br />

Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto e vírgula...) após o advérbio, usa-se a ênclise:<br />

“Agora, negam-se a depor”. Segundo o gramático Rocha Lima, se houver repetição de<br />

pronomes átonos após pausas, em estrutura de coordenação, pode-se usar a próclise (ou<br />

a ênclise): “Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e se despediu.” Quando o pronome<br />

tem funções sintáticas diferentes ou quando se quer dar ênfase, a repetição é obrigatória:<br />

“Eu o examinei e lhe receitei um remédio.”<br />

3) Conjunções e locuções subordinativas antes do verbo*<br />

– Soube que me negariam.<br />

* que, se, como, quando, assim que, <strong>para</strong> que, à medida que, já que, embora, consoante<br />

etc.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Ainda que a conjunção esteja oculta, haverá próclise: “Como não o achei, pedi-lhe (que)<br />

me procurasse.”<br />

2) Informação que cabe <strong>para</strong> qualquer caso de próclise: ignora-se a expressão intercalada,<br />

colocando o POA antes do verbo, pois seu antecedente ainda é uma palavra atrativa:<br />

“Mesmo quem, diante de situações precárias, se encontra calmo, padece.” Sobre isso,<br />

ainda cabe a ênclise, segundo ensino da Academia Brasileira de Letras:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Oi. Após vírgula, pode o pronome ficar antes ou depois do verbo quando há<br />

distanciamento do termo atrativo ou do termo que permite o facultar da posição do clítico?<br />

Exemplos: “Os homens, a quem muito amei, me eram (eram-me) leais.” ou “Nunca, mesmo<br />

depois da se<strong>para</strong>ção, me comuniquei (comuniquei-me) com ela.”. Ambas as posições<br />

(próclise ou ênclise) estão certas? Obrigado!<br />

Resposta: Prezado, ambos corretos, pode empregar a próclise ou a ênclise nos seus<br />

exemplos. De nada, disponha.<br />

3) A próclise é recomendada por Bechara em orações subordinadas (substantivas, adjetivas<br />

ou adverbiais) cujo verbo está flexionado (sem vírgula se<strong>para</strong>ndo a “palavra atrativa” do<br />

pronome átono): “Sabemos que a verdade te apetece. / A mulher cujo marido nos<br />

empregou é muito simpática. / Embora o programa lhe desse informações confiáveis, foi<br />

surpreendido um dia desses.” Porém, não é assim que pensa José Maria da Costa em seu<br />

Manual de Redação Profissional. Para ele, tanto faz a colocação quando entre a palavra<br />

atrativa e o pronome houver um sujeito: “É verdade que meu pai aborrecia-me.” ou “É<br />

verdade que meu pai me aborrecia.”.


Corroborando a visão do Bechara, veja esta questão:<br />

6. (FCC – TRF (1 a R) – Técnico Judiciário – 2011) É correto afirmar:<br />

c) o pronome lhe (linha 27), em cuja forma lhe sugeria, poderia ser deslocado <strong>para</strong> depois do verbo, sem comprometer<br />

a correção.<br />

Comentário: A letra c) foi considerada errada pela banca. Inferimos disso que o pronome<br />

lhe, em cuja forma lhe sugeria, NÃO poderia ser deslocado <strong>para</strong> depois do verbo, pois<br />

iria, SIM, comprometer a correção gramatical, desrespeitando a norma culta.<br />

Veja outra, na mesma linha do Bechara:<br />

(Cespe/UnB – TJ/ES – Cargos de Nível Superior – 2011)<br />

No trecho “enquanto os protestos se espalhavam pelas ruas da capital egípcia”, a próclise do pronome “se” justifica-se pela<br />

natureza subordinada da oração, explicitada pela conjunção temporal “enquanto”.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

4) Pronomes relativos antes do verbo*<br />

– Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas.<br />

* que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e variações), onde, como, quando.<br />

Obs.: Em linguagem literária, encontramos uma colocação raríssima (inexistente nos<br />

registros formais no estágio atual da língua) chamada de apossínclise, em que o POA<br />

vem antes da palavra negativa, normalmente: “Convidei duas pessoas que se não<br />

falavam há tempos.”<br />

5) Pronomes indefinidos antes do verbo*<br />

– Poucos te deram a oportunidade.<br />

* alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem etc.<br />

6) Pronomes interrogativos antes do verbo*<br />

– Quem te fez a encomenda?<br />

* que, quem, qual, quanto.<br />

7) Entre a preposição em e o verbo no gerúndio<br />

– Em se plantando tudo dá.<br />

Obs.: O POA virá antes do gerúndio também se estiver modificado por um advérbio: “João<br />

não era ligado a dinheiro, pouco se importando com o conforto advindo dele.”<br />

8) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes do verbo*<br />

– Ora me ajuda, ora não me ajuda.


– Não foi nem se lembrou de ir.<br />

* nem, não só/apenas/somente... mas/como (também/ainda/senão)..., tanto...<br />

quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer..., já... já...<br />

9) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)<br />

– Quanto se ofendem por nada, rapazes!<br />

– Deus te proteja, meu filho, e que bons ventos o tragam logo.<br />

10) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição<br />

– Foram ajudados por nos trazerem até aqui.<br />

11) Com formas verbais proparoxítonas<br />

– Nós lhes desobedecíamos sempre.<br />

12) Com o numeral ambos<br />

– Ambos te abraçaram com cuidado.<br />

Obs.: Celso Cunha defende tal doutrina de próclise. Outros gramáticos, porém, não a<br />

defendem, como Eduardo Carlos Pereira, logo podemos tratar tal caso como<br />

facultativo, como já caiu em uma prova do Cespe/UnB (Diplomata – Instituto Rio<br />

Branco – 2007). Confira a questão!<br />

IMPORTANTE: Muitos gramáticos chamam de palavras atrativas os termos que<br />

antecedem um verbo, implicando a realização da próclise.<br />

Ênclise<br />

É o nome que se dá à colocação pronominal depois do verbo; ela é basicamente usada<br />

quando não há fator de próclise; veja:<br />

1) Verbo no início da oração sem palavra atrativa<br />

– Vou-me embora daqui!<br />

Obs.: Com palavra atrativa: “Já me vou embora daqui!”<br />

2) Pausa antes do verbo sem palavra atrativa<br />

– Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.<br />

Obs.: Com palavra atrativa: “Se eu ganho na loteria, tão logo me mudo.”<br />

3) Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa


– Quando eu der o sinal, silenciem-se todos.<br />

Obs.: Com palavra atrativa: “Enquanto eu não avisar, jamais vos silenciem.”<br />

4) Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa<br />

– Machucar-te não era minha intenção.<br />

Obs.: Os POAs “-lo, -la, -los, -las” virão sempre enclíticos aos infinitivos não flexionados<br />

antecedidos da preposição a: “Estou inclinado a perdoá-lo. / Apesar de tudo, continuo<br />

disposto a ajudá-la.” Com palavra atrativa: ver Casos Facultativos, mais abaixo.<br />

5) Verbo no gerúndio sem palavra atrativa<br />

– Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.<br />

Obs.: Com palavra atrativa: “Recusou a proposta, não se fazendo de desentendida.”<br />

Mesóclise<br />

É o nome que se dá à colocação pronominal no meio do verbo (extremamente formal); ela é<br />

usada nos seguintes casos:<br />

1) Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra atrativa<br />

– Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.<br />

Obs.: O POA sempre ficará entre o r do verbo e a terminação do verbo: “Daremos um beijo<br />

no teu rosto. = Dar-te-emos um beijo no rosto.” Com palavra atrativa, a próclise é<br />

obrigatória: “Talvez se realizará, na próxima semana, um grande evento.”<br />

2) Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra atrativa<br />

– Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia nesta viagem.<br />

Obs.: Com palavra atrativa: “Mesmo não havendo compromisso, nunca te acompanharia<br />

nesta viagem.”<br />

Casos Facultativos<br />

1) Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra atrativa.*<br />

– Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste.<br />

* este (e variações), isto; esse (e variações), isso; aquele (e variações), aquilo.


Obs.: Acho que nem preciso dizer que a construção “Aquilo me deixou-me triste” é algo<br />

IMPOSSÍVEL! Seu Creysson...son, son, son, son...<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Olá, meus nobres! Sempre recorro a vocês em ajuda urgente. Então, vamos lá.<br />

Afinal de contas, o pronome demonstrativo exige próclise, ênclise ou é facultativo? Ou seja:<br />

“Aquilo me deixa triste.”, “Aquilo deixa-me triste.” ou tanto faz? Grande abraço a todos que<br />

prestam serviço tão maravilhoso!<br />

Resposta: No seu exemplo, não há palavra que exija a próclise nem há impedimento <strong>para</strong><br />

empregar a ênclise. O pronome demonstrativo não é fator de próclise, ao contrário do<br />

pronome relativo. No Brasil, a preferência é pela próclise. No seu exemplo, por eufonia,<br />

recomendamos a próclise, mas ambas estão adequadas. Abraços <strong>para</strong> você também,<br />

<strong>Fernando</strong>.<br />

Para você sentir que a “pressão” é grande, saiba que os gramáticos bem modernos (Mauro<br />

Ferreira, Roberto Melo Mesquita e Marcelo M. Caetano) dizem que os pronomes<br />

demonstrativos são palavras atrativas, ou seja, constituem um fator de próclise. Polêmicas...<br />

mas, se a ABL disse, “tá” dito!<br />

2) Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas nos casos de próclise) antes<br />

do verbo sem palavra atrativa.<br />

– Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se dirigiu a mim.<br />

– Corri atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da bola, mas escapou-me.<br />

3) Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome pessoal reto e de tratamento) antes<br />

do verbo sem palavra atrativa.<br />

– Ele se retirou. / Ele retirou-se.<br />

– Eu te considerarei. / Eu considerar-te-ei.<br />

– Sua Excelência se queixou de você. / Sua Excelência queixou-se de você.<br />

Obs.: Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que se use a próclise, segundo bem nos<br />

lembra Manoel Pinto Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”<br />

4) Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral) antes do verbo sem palavra<br />

atrativa.<br />

– Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam ou Os três amam-se.<br />

5) Infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das preposições “<strong>para</strong>,<br />

em, por, sem, de, até, a”.


– Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo.<br />

– Calei-me <strong>para</strong> não contrariá-lo. / Calei-me <strong>para</strong> não o contrariar.<br />

– Corri <strong>para</strong> o defender. / Corri <strong>para</strong> defendê-lo.<br />

– Acabou de se quebrar o painel. / Acabou de quebrar-se o painel.<br />

– Sem lhe dar de comer, ele passará mal. / Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.<br />

– Até se formar, vai demorar muito. / Até formar-se, vai demorar muito.<br />

– Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em permitir-lhe sair?<br />

– Por se fazer de bobo, enganou a muitos. / Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.<br />

– Estou pronto a te acompanhar. / Estou pronto a acompanhar-te.<br />

Nas Locuções Verbais<br />

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio, o pronome oblíquo virá<br />

depois do verbo auxiliar.<br />

– Haviam-me convidado <strong>para</strong> a festa.<br />

Obs.: O hífen que liga o verbo auxiliar ao POA é facultativo, segundo muitos gramáticos de<br />

renome, como Domingos Paschoal Cegalla, Ulisses Infante e outros. No entanto, a<br />

rigidez da gramática tradicional ainda insiste no seu uso. Veja como cai em prova:<br />

Cespe – MI – Analista Administrativo – 2009 – Questão 11.<br />

Se, antes do “tempo composto” (locução verbal formada por “ter/haver + particípio”),<br />

houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar.<br />

– Não me haviam convidado <strong>para</strong> a festa.<br />

Obs.: Se houver fator de próclise e depois uma intercalação, o pronome pode ficar antes ou<br />

depois do verbo auxiliar. Veja uma questão sobre isso:<br />

26. (FUNDEP – MP/MG – Oficial – 2012) “Alega a vítima que Fulano de tal, o agressor, seu ex-amásio, a tem perseguido de<br />

forma constrangedora em via pública[...]” (linhas 16-17)<br />

O trecho sublinhado pode ser corretamente substituído por:<br />

a) tem perseguido-a;<br />

b) lhe tem perseguido;<br />

c) tem perseguido ela;<br />

d) tem-na perseguido. (Gabarito!)<br />

Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a<br />

mesóclise, desde que não haja antes dele palavra atrativa.<br />

– Haver-me-iam convidado <strong>para</strong> a festa?<br />

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio, se não


houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar (com hífen),<br />

antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen).<br />

– Devo-lhe esclarecer o ocorrido. / Devo lhe esclarecer o ocorrido. / Devo esclarecerlhe<br />

o ocorrido.<br />

– Estavam-me chamando pelo rádio. / Estavam me chamando pelo rádio. / Estavam<br />

chamando-me pelo rádio.<br />

Havendo palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou<br />

depois do verbo principal.<br />

– Não posso esclarecer-lhe o ocorrido. / Não lhe posso esclarecer mais nada.<br />

– Não estavam chamando-me. / Não me estavam chamando.<br />

Obs.: Os casos facultativos permitem diferentes colocações pronominais com as locuções<br />

verbais: “Ele te vai xingar muito.” ou “Ele vai(-)te xingar muito.” ou “Ele vai xingar-te<br />

muito.”.<br />

Os gramáticos Domingos Paschoal Cegalla e José Carlos de Azeredo, com a ressalva de<br />

que tais estruturas são censuradas pela Gramática, registram como própria da língua<br />

portuguesa do Brasil a colocação do pronome entre os verbos da locução verbal, mesmo<br />

quando o pronome está antecedido de palavra atrativa (isso já caiu na prova da Esaf – SRFB<br />

– AUDITOR-FISCAL – 2012 – QUESTÃO 47 (P1/G1)):<br />

– Não me estavam chamando. / Não estavam me chamando. / Não estavam chamandome.<br />

– Não te havia insultado. / Não havia te insultado.<br />

IMPORTANTE: Por motivo de eufonia, a tradição gramatical diz que se elimina o s final<br />

dos verbos na 1 a pessoa do plural seguidos do pronome nos:<br />

– Inscrevemos + nos no curso = Inscrevemo-nos no curso.<br />

– Conservamos + nos jovens = Conservamo-nos jovens.<br />

Obs.: De encontro à maioria dos gramáticos (sempre existe um engraçadinho...), Napoleão<br />

Mendes de Almeida, porém, diz que a supressão do s pode se dar com qualquer oblíquo<br />

que venha depois do verbo; por exemplo: “Enviamo-lhes convites”. Até onde sei, nesse<br />

caso, a opinião dele não é levada em conta. Veja como cai em prova: CESPE/UNB –<br />

DPF – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2009 – QUESTÃO 15.<br />

Pronomes Oblíquos Tônicos<br />

1 a pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural).


2 a pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural).<br />

3 a pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(a/s) (singular ou plural).<br />

São sempre precedidos de preposição! Podem exercer função sintática de objeto direto,<br />

objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto<br />

adverbial, dativo de opinião*.<br />

– Convidou-me e a ela também. (objeto direto – preposicionado)<br />

– Ela não só aludiu a mim como a vós também. (objeto indireto)<br />

– Estamos preocupados contigo. (complemento nominal)<br />

– É muito bom quando a Argentina é derrotada por nós. (agente da passiva)<br />

– A casa deles é enorme. (adjunto adnominal)<br />

– Ontem eu saí convosco por causa dela. (adjunto adverbial)<br />

– Para mim, ele não presta. (dativo de opinião)<br />

* Segundo Sacconi, tal expressão se configura num dativo de opinião, pois trata-se de um<br />

termo preposicionado que indica o ponto de vista do enunciador sobre um fato. O mesmo<br />

gramático chama de objeto indireto por extensão. De modo semelhante, Bechara trata do<br />

assunto. Foi questão recente de prova. Nunca vi isso a não ser nesta prova. Muita maldade<br />

da tal da banca AOCP.<br />

4. (AOCP – BRDE – Assistente Administrativo – 2012) Em “Ora, <strong>para</strong> mim isso configura um crime.”, a expressão<br />

destacada funciona como<br />

a) introdutor de conformidade;<br />

b) objeto indireto;<br />

c) adjunto adnominal;<br />

d) complemento nominal;<br />

e) dativo de opinião. (GABARITO!)<br />

E olha que foi nível médio! Os caras da banca pesaram a mão em um assunto que era, até<br />

então, ignorado pelas bancas! Como a questão foi polêmica demais, adivinha? Para a alegria<br />

dos candidatos, a questão foi anulada! Mas poderia não ter sido...<br />

Vejamos as particularidades dos oblíquos tônicos:<br />

Mim<br />

– Nunca houve nada entre mim e ti.<br />

Está adequado à norma culta ou não este uso do pronome? Adequadíssimo! Não estaria se<br />

estivesse assim: “Nunca houve nada entre eu e você.”, como já vimos. O eu só poderia vir<br />

após a preposição se fosse sujeito de um verbo: “Entre eu sair e tu saíres, saio eu!”. Agora<br />

está ótimo. Certo é que, nessa estrutura de reciprocidade, com a preposição entre, podemos<br />

usar mim, ti, nós, vós, ele(a/s) e quaisquer pronomes de tratamento.


E nesta frase abaixo, há incorreção gramatical?<br />

– Sempre foi muito complicado <strong>para</strong> mim entender português.<br />

Deu vontade de dizer “sim”? Que pena! A frase acima está perfeita. O mim pode ficar<br />

diante de verbo no infinitivo, sim! Cuidado com essa construção, meu amigo, pois ela pode<br />

sabotar você. O que não pode ocorrer é o mim ocupar posição de sujeito, ok? Veja:<br />

– Comprei vários livros <strong>para</strong> mim aprender finalmente português.<br />

Observe que neste caso o mim é sujeito do verbo aprender.<br />

“Ah, <strong>Pestana</strong>, como eu vou saber isso?” Simples, observe a primeira frase (adequada) de<br />

novo:<br />

Sempre foi muito complicado <strong>para</strong> mim entender português.<br />

O que você deve perceber é: 1) se for possível apagar ou 2) deslocar a expressão <strong>para</strong><br />

mim, isso é sinal de que o mim não funciona como sujeito do verbo no infinitivo. Logo, nestas<br />

condições, a expressão pode vir sem problemas diante do verbo. Veja como ficaria:<br />

1) Sempre foi muito complicado ( ) entender português.<br />

ou<br />

2) Para mim sempre foi muito complicado entender português.<br />

Agora tente aplicar esses macetes à frase “Comprei vários livros <strong>para</strong> mim aprender<br />

finalmente Português.”. Não conseguiu, não é? Sabe por quê? Porque nessa frase o mim<br />

conjuga verbo e tem função de sujeito. Agora, como sabemos que ele está inadequado,<br />

consertemos:<br />

Comprei vários livros <strong>para</strong> EU aprender finalmente português.<br />

Essa lição também vale <strong>para</strong> outros pronomes oblíquos tônicos, ok?<br />

Para fechar, vale dizer que se usam as formas retas eu e tu, só quando antes delas houver<br />

preposições acidentais ou palavras denotativas:<br />

– Ela chegou até eu. (Inadequado; deveria ser “até mim”, pois o até é uma preposição<br />

essencial.)<br />

– Fora tu, todos são maltratados por ela. (Adequado; o fora é uma preposição acidental.)<br />

– Ela maltrata até eu. (Adequado; o até indica “inclusive”, logo não é uma preposição, mas<br />

sim uma palavra denotativa de inclusão.)<br />

Si / Consigo<br />

São pronomes reflexivos (ou reflexivos recíprocos), isto é, referem-se ao próprio sujeito<br />

do verbo, na 3 a pessoa.<br />

– Elisabete só fala de si mesma, levando consigo todo o crédito.


Obs.: Cuidado com frases deste tipo: “Eu não te disse que não trouxesses consigo essa<br />

garota?”. Note que o consigo se refere à 2 a pessoa do discurso, o que incorre em desvio<br />

gramatical, pois tal pronome oblíquo tônico só se refere à 3 a pessoa do discurso. Assim,<br />

<strong>para</strong> que se mantenha a correção gramatical, deve-se redigir a frase desta forma: “Eu<br />

não te disse que não trouxesses contigo essa garota?”.<br />

Usa-se entre si sempre que for possível a posposição do pronome mesmos, lembrando-se<br />

que o sujeito tem de ser da 3 a pessoa do plural; do contrário, usa-se entre eles.<br />

– Os irmãos discutiam entre si (mesmos).<br />

– Nunca houve briga entre eles.<br />

Obs.: Quando o pronome se refere ao sujeito do verbo, não se usa ele(a/s)<br />

mesmo(a/s)/próprio(a/s), segundo a tradição gramatical, mas sim o oblíquo tônico si,<br />

acompanhado ou não de próprio/mesmo: Ele fez propaganda dele mesmo.<br />

(inadequado) / Ele fez propaganda de si próprio/mesmo. (adequado)<br />

Nós / Vós<br />

Usam-se com nós e com vós quando estes são seguidos de “ambos, todos, outros, mesmos,<br />

próprios, um numeral, um aposto explicativo ou uma oração adjetiva”; caso contrário, usa-se<br />

conosco e convosco.<br />

– Viajou com nós ambos.<br />

– Saiu com vós todos.<br />

– Estava com nós outros.<br />

– Com nós mesmos/próprios, vocês poderão contar.<br />

– Com vós dois é que não quero jantar.<br />

– Com nós, os brasileiros, sempre acontecem coisas inesperadas.<br />

– Resistimos à tempestade com vós, que sois bravos, e com eles, que também são corajosos.<br />

– As crianças irão conosco e não convosco.<br />

Ele (a/s)<br />

Pode haver contração das preposições com ele(a/s): de + ele(a/s) = dele(a/s); em + ele<br />

(a/s) = nele(a/s): Além dele, ninguém mais me viu.<br />

Para não dizer que não falei das flores, veja esta questãozinha abordando algumas dessas<br />

particularidades:<br />

FAB – EAGS – Sargento da Aeronáutica – 2010


Com relação ao emprego correto dos pronomes em destaque, marque C <strong>para</strong> certo, E <strong>para</strong> errado e, em seguida, assinale a<br />

alternativa com a sequência correta.<br />

( ) Meu pai trouxe chocolates <strong>para</strong> mim comer.<br />

( ) A professora ficou aborrecida com nós todos.<br />

( ) É melhor que não pairem dúvidas entre ti e ele.<br />

( ) Esse dinheiro é <strong>para</strong> ti pagares tua faculdade.<br />

a) C-E-E-C<br />

b) E-C-C-E (Gabarito!)<br />

c) C-E-C-E<br />

d) E-E-C-C<br />

Pronomes de Tratamento<br />

São pronomes muito usados no tratamento cortês e cerimonioso.<br />

Sobre as palavras “senhor, senhora, senhorita, dom, dona, madame” (e outros termos que<br />

servem de títulos ou que são meramente respeitosos), é importante dizer que há uma polêmica<br />

muito grande a respeito do “encaixe” de tais palavras na nomenclatura formas de tratamento<br />

ou pronomes de tratamento. Alguns gramáticos dizem que são formas de tratamento, outros<br />

dizem que são pronomes de tratamento, ainda há outros que dizem que são meros títulos. A<br />

maneira que encontrei de resolver isso foi perguntando a opinião do órgão máximo relativo à<br />

língua portuguesa (a ABL) sobre a classificação de tais palavras, que é a seguinte: elas podem<br />

ser meros substantivos (Ela é dona de si.) ou formas de tratamento (e não pronomes de<br />

tratamento): Dona Carlota Joaquina era polêmica!<br />

Por isso, neste último exemplo, Dona tem valor de substantivo e não de pronome, o que<br />

corrobora a análise da ABL, a saber: tais palavras têm valor discursivo de pronome de<br />

tratamento (são dirigidas a pessoas de prestígio na sociedade em situações formais) e valor<br />

morfológico de substantivo (pertence a essa classe gramatical). Palavra de ressalva:<br />

independentemente da polêmica, no dia da prova, marque a melhor opção.<br />

Sobre você, os dicionários (inclusive o vocabulário VOLP) e as gramáticas o colocam na<br />

lista dos pronomes de tratamento. Pertencem a essa classe gramatical mesmo! No entanto,<br />

tal pronome tem um valor discursivo um pouco diferente, pois é usado em contextos<br />

informais.<br />

Detalhe interessante: quando se quer dar um tom irônico ao discurso (como quando a sua<br />

mãe pede <strong>para</strong> você limpar o quintal, a louça, o carro, tudo no mesmo dia), diz-se com certa<br />

entonação debochada: “Vossa Alteza quer mais alguma coisa?”. Tudo depende do contexto!<br />

Vamos ao que interessa a respeito dos verdadeiros pronomes de tratamento. Olhe o<br />

quadro a seguir:<br />

Pronomes<br />

Abreviatura<br />

Singular<br />

Abreviatura<br />

Plural<br />

Usados <strong>para</strong><br />

Vossa Senhoria V. S. a V. S. a s<br />

Pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os empregamos em textos<br />

escritos, como: correspondências, ofícios, requerimentos etc.


Vossa Excelência V. Ex. a<br />

V. Ex. a s<br />

Pessoas com alta autoridade, militares e políticos, como: Presidente da República,<br />

Senadores, Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à de Coronel<br />

etc.<br />

Vossa Excelência<br />

Reverendíssima<br />

V. Ex. a V. Ex. a s<br />

Rev.m a Rev.m a s<br />

Bispos e arcebispos.<br />

Vossa Eminência V. Em. a V. Em. a s Cardeais.<br />

Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes, duques e arquiduques.<br />

Vossa Santidade V.S. - Papa.<br />

Vossa<br />

Reverendíssima V. Rev.ma V. Rev.m a s Sacerdotes em geral.<br />

Vossa<br />

Paternidade<br />

Vossa<br />

Magnificência<br />

V. P. VV. PP. Abades, superiores de conventos.<br />

V. Mag. a V. Mag. a s Reitores de universidades.<br />

Vossa Majestade V. M. VV. MM. Reis, rainhas e imperadores.<br />

O que você precisa saber sobre esses pronomes é o seguinte:<br />

1) Usa-se Vossa quando se fala com a pessoa; Sua, quando se fala sobre a pessoa.<br />

No quarto da rainha:<br />

– Vossa Majestade precisa de algo?<br />

– Sim. Um suco.<br />

Na cozinha:<br />

– Sua Majestade é cheia de mimos, não?<br />

– Ela sempre foi assim.<br />

Obs.: Segundo Bechara e manuais de redação consagrados, como o da PUC/RS, com as<br />

formas ou pronomes de tratamento – apesar de femininas em sua formação –, faz-se a<br />

concordância com o sexo das pessoas a que se referem: Vossa Senhoria está convidado<br />

(homem) a assistir ao Seminário.<br />

Ainda: em “Seu bobo, <strong>para</strong> de palhaçada!”, este Seu equivale ao “Seu” da frase: “Seu<br />

Manoel chegou.”, ou seja, é a redução da forma de tratamento Senhor. Isso é marca de<br />

coloquialismo, ok?<br />

2) Qualquer pronome de tratamento, apesar de se referir à 2 a pessoa do discurso, exige<br />

que verbos e pronomes estejam na forma de 3 a pessoa. Isso cai em prova, hein!<br />

– Sua Alteza estuda tanto <strong>para</strong> poder um dia governar sua nação.<br />

3) O pronome você não pode ser “misturado” com verbos ou pronomes de 2 a pessoa no<br />

mesmo contexto; é preciso haver uniformidade de tratamento; no entanto, o que mais


ocorre é a “desuniformidade” de tratamento, note:<br />

– Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia hora pra mudar a<br />

minha vida, vem, vambora... (Adriana Calcanhoto)<br />

A forma verbal vem está na 2 a pessoa do singular (vem tu); deveria ser: venha (venha<br />

você).<br />

Obs.: Segundo o ótimo professor Cláudio Moreno, com pequenas interferências minhas,<br />

“não cabe um *Vossa Meritíssima (como alguns gramáticos andam ensinando por aí),<br />

assim como não cabe um *Vossa Excelentíssima (como alguns parlamentares andam<br />

usando por aí), pois se criaria uma exótica e inaceitável sequência [Vossa + adjetivo],<br />

que o nosso idioma desconhece. No mundo jurídico, é muito comum (e adequado) usarse<br />

Meritíssimo como adjetivo de tratamento <strong>para</strong> magistrados. Ao nos dirigirmos<br />

diretamente a um juiz, podemos simplesmente utilizar Meritíssimo – ou Meritíssima,<br />

caso se trate de uma juíza. Nesse caso, tais vocábulos, com função vocativa, se tornarão<br />

substantivos. Quanto à abreviatura, usa-se MM.”.


Classificação e Emprego do Pronome Possessivo<br />

Os pronomes possessivos estabelecem relação de posse (normalmente) entre seres e<br />

conceitos e as pessoas do discurso. Você vai entender o porquê do “normalmente” no tópico 7,<br />

mais à frente.<br />

1 a pessoa: meu(s), minha(s) / nosso(a/s).<br />

2 a pessoa: teu(s), tua(s) / vosso(a/s).<br />

3 a pessoa: seu(s), sua(s).<br />

* “Dele(a/s)” não é pronome possessivo.<br />

Eles variam (concordam) em gênero e número com o substantivo a que se ligam (João<br />

deixou uma herança vultosa <strong>para</strong> suas mulheres.) ou a que se referem (Filhos? Sempre estou<br />

atento aos meus.). Variar (concordar) é uma coisa. Referir-se a algo/alguém é outra. Note que<br />

o pronome possessivo, como todo pronome, faz referência às pessoas do discurso: o pronome<br />

adjetivo possessivo suas se refere à 3 a pessoa do discurso (João), mas concorda em gênero e<br />

número com mulheres; o pronome substantivo possessivo meus refere-se à 1 a pessoa do<br />

discurso (o falante), mas concorda em gênero e número com seu referente: Filhos. Divida isso<br />

na sua cabeça!<br />

Vejamos o emprego de tais pronomes agora (nunca é demais repetir determinados ensinos):<br />

1) Os pronomes de tratamento exigem os possessivos na 3 a pessoa:<br />

– Vossa Senhoria deve encaminhar suas reivindicações ao diretor.<br />

2) Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos assumem valor de<br />

possessivos:<br />

– Vou seguir-lhe os passos. (Vou seguir os seus passos.)<br />

– Apertou-me as coxas. (Apertou as minhas coxas.)<br />

Obs.: Muitos gramáticos entendem que os pronomes oblíquos átonos (com valor possessivo)<br />

exercem função sintática de adjunto adnominal. E é assim que vem caindo em prova.<br />

Outros gramáticos veem como objeto indireto com valor possessivo. Falarei mais sobre<br />

isso no capítulo 21.<br />

3) Mudança de posição pode gerar mudança de sentido<br />

– Envio tuas fotos ainda hoje. (Fotos tiradas por mim.)<br />

– Envio fotos tuas ainda hoje. (Fotos em que estou presente.)<br />

– Minha mulher não anda com roupas indecentes. (Só tem uma mulher.)


– Mulher minha não anda com roupas indecentes. (Qualquer mulher dele.)<br />

4) O pronome possessivo “seu” (e variações) pode causar ambiguidade.<br />

– O PM prendeu o bandido em sua casa. (Na casa de quem?)<br />

– João, Maria e seu filho saíram. (Filho de quem?)<br />

– José contou-me que Rute perdeu seus documentos e ficou desesperada. (Documentos<br />

de quem?)<br />

– A professora disse-lhe que acreditava em sua nomeação. (Nomeação de quem?)<br />

Para desfazer a ambiguidade e/ou tornar o valor possessivo mais forte, podem-se usar<br />

vírgulas, próprio(a/s), (seu) dele(a/s), oração subordinada adjetiva.<br />

– O PM, em sua própria casa, prendeu o bandido.<br />

– João, Maria e o filho dela saíram.<br />

– A professora disse-lhe que acreditava em sua nomeação dele. (Forma estranha, mas<br />

culta.)<br />

– José contou-me que Rute, cujos documentos perdera, ficou desesperada.<br />

Obs.: É muito usado o pronome possessivo seu, de 3 a pessoa, <strong>para</strong> se referir à 2 a pessoa do<br />

discurso: “Você não deve deixar de considerar suas virtudes.”.<br />

5) O artigo definido é facultativo antes dos pronomes adjetivos possessivos, mas dos<br />

pronomes substantivos possessivos, o artigo é obrigatório.<br />

– Gosto de meu trabalho. / Gosto do meu trabalho. / Gosto de meu trabalho, mas não do<br />

teu.<br />

Obs.: Veja uma frase com os dois casos:<br />

6) Como vimos, em plural de modéstia e plural de cerimônia, os pronomes “nosso(a/s)” (1 a<br />

pessoa do plural no lugar da 1 a pessoa do singular) e “vosso(a/s)” (2 a pessoa do plural<br />

no lugar da 2 a pessoa do singular) também participam desse contexto. Veja:<br />

– Não cabe a nosso intelecto desvendar todos os mistérios da gramática.<br />

– Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome.<br />

7) Os matizes de sentido, respectivamente, que podem ter os possessivos são:<br />

parentesco, estimativa, indefinição, ironia, cortesia/respeito, hábito, intimidade,<br />

simpatia, permanência, realce...<br />

– Como vão os seus, João?*<br />

– Roberto tem seus vinte e quatro anos.


– Eu sei que tu passas lá teus apertos.<br />

– Minha querida, cala a boca!<br />

– Deixe-me ajudar, minha boa senhora.<br />

– No seu passo de tartaruga, devagar ia o homem.<br />

– Meu filhinho, quero-lhe bem!<br />

– O meu Mengão me dá muito orgulho ainda.<br />

– Já falei <strong>para</strong> você ficar na sua.<br />

– Mulher de amigo meu é homem.<br />

* Celso Cunha considera, nesta acepção e contexto, que o pronome possessivo foi<br />

substantivado. Antecedido da preposição de, idem: “Ela não tinha um marido <strong>para</strong> chamar<br />

de seu”.


Classificação e Emprego do Pronome Indefinido<br />

Os pronomes indefinidos referem-se à 3 a pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou<br />

genérica. Entenda melhor:<br />

Na escola<br />

Na escola de treinamento <strong>para</strong> homem-bomba, todos os alunos estão reunidos, muito<br />

concentrados na aula, quando o professor explica:<br />

– Olha aqui, vocês prestem muita atenção, porque eu só vou fazer uma vez!<br />

Percebe que todos carrega consigo uma ideia de indefinição ou quantidade indefinida?<br />

Logo, é um pronome indefinido.<br />

Variáveis<br />

Invariáveis<br />

algum, alguma, alguns, algumas<br />

nenhum(ns), nenhuma(s)<br />

todo, toda, todos, todas<br />

outro, outra, outros, outras<br />

muito, muita, muitos, muitas<br />

bastante, bastantes<br />

pouco, pouca, poucos, poucas<br />

certo, certa, certos, certas<br />

vário, vária, vários, várias¹<br />

quanto, quanta, quantos, quantas<br />

tanto, tanta, tantos, tantas<br />

algo<br />

tudo<br />

nada<br />

mais/menos²<br />

quem<br />

alguém<br />

ninguém<br />

outrem<br />

(os) demais*<br />

cada (é sempre pronome adjetivo)#<br />

que<br />

qualquer, quaisquer<br />

qual, quais<br />

um, uma, uns, umas<br />

tal, tais (= um: Ele diz as coisas de tal jeito...)<br />

¹ Este pronome e também seu sinônimo, diverso(a/s), são considerados adjetivos pelo VOLP e<br />

pelo dicionário Aulete.<br />

² Segundo Bechara, mais e menos podem se substantivar em expressões assim: o (as) mais das<br />

vezes, o menos.<br />

Obs.: As palavras fulano, sicrano e beltrano não são pronomes indefinidos, mas<br />

substantivos, segundo o VOLP e todos os dicionários que consultei. Não obstante,<br />

Cegalla já diz que são indefinidos. Polêmicas...<br />

* Não é substantivo, apesar de o artigo antecedê-lo.


# A frase “Custará R$10 cada.” está inadequada à norma culta, pois este pronome é sempre<br />

adjetivo. Logo, o adequado é “Custará R$10 cada uma.”.<br />

Locuções pronominais indefinidas<br />

Grupos de vocábulos com valor de pronome substantivo indefinido.<br />

Cada qual, cada um, quem quer que, seja quem for, seja qual for, tudo o mais, todo (o)<br />

mundo, um ou outro, nem um nem outro, qualquer um, fosse quem fosse...<br />

– Cada um é diferente.<br />

– Seja quem for que me incomode pagará caro.<br />

– Todo o mundo me respeita.<br />

Obs.: Cuidado com as locuções pronominais “quem quer que, seja quem for, seja qual for,<br />

fosse quem fosse”, pois tais locuções equivalem a um pronome indefinido, logo os<br />

supostos verbos que fazem parte da locução não são contados como orações. Vale dizer<br />

que “tudo isto, tudo isso, tudo aquilo” não constituem locuções pronominais indefinidas,<br />

mas sim pronome indefinido (tudo) + pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo).<br />

O que você precisa saber sobre esses pronomes é o seguinte:<br />

1) A mudança de posição de alguns indefinidos poderá mudar ora sua classe, ora seu<br />

sentido.<br />

– Qualquer mulher merece respeito. (sentido generalizador, pronome indefinido)¹<br />

– Ela não é uma mulher qualquer. (sentido pejorativo, pronome indefinido)<br />

– Algum amigo te traiu? (sentido genérico, impreciso, pronome indefinido)<br />

– Amigo algum me traiu. (sentido negativo, equivale a nenhum, pronome indefinido)²<br />

– Com essa dedicação, tem obtido algum elogio da crítica especializada. (= pouco,<br />

pronome indefinido)<br />

– Você tem algum? (dinheiro, substantivo)<br />

– Certo homem veio atrás de você. (sentido genérico, pronome indefinido)<br />

– Ele é o homem certo. (sentido qualificativo, adjetivo, vem sempre à direita do<br />

substantivo)<br />

– Certo perdeste o juízo. (afirmação, advérbio)<br />

– Ele falou certo. (modo, advérbio)<br />

– Outra mulher chegou. (sentido indefinido, pronome indefinido)<br />

– Agora ela é uma outra mulher. (renovada, adjetivo)


Cuidado!!!<br />

¹ A banca CONSUPLAN (TSE/Analista Judiciário/2012) elaborou uma questão equivocada<br />

– que, <strong>para</strong> variar, não foi anulada! – sobre o vocábulo qualquer. Dizia-se que este pronome<br />

não exercia papel pronominal neste trecho: “Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar,<br />

mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do dever...”. Aí eu<br />

pergunto: “Pode isso?”. Em nenhuma gramática de autor respeitado e estudado nas<br />

Faculdades de Letras do Brasil, diz-se que o pronome qualquer, independentemente de sua<br />

posição na frase, deixa de ter valor pronominal. “Muito pelo contrário”, como já dizia minha<br />

vó!<br />

Celso Cunha classifica tal construção na categoria dos PRONOMES (Veja a Nova<br />

Gramática do Português Contemporâneo, está lá):<br />

Qualquer<br />

Tem por vezes sentido pejorativo, particularmente quando precedido de artigo indefinido<br />

(...). A tonalidade depreciativa torna-se mais forte se o indefinido vem posposto a um<br />

nome de pessoa: ‘... Hoje é isto que o senhor vê: um <strong>Pestana</strong> qualquer...’ (grifo meu)<br />

Este exemplo é do Celso mesmo, não é sacanagem. Que coincidência o cara falar <strong>Pestana</strong>!<br />

Pois bem... o que importa é que o gramático classifica como PRO-NO-ME o vocábulo<br />

qualquer, por mais que venha depois do substantivo, com valor depreciativo!<br />

Não satisfeito, enviei uma pergunta à ABL, baseando-me em um exemplo da única fonte<br />

consagrada que encontrei, a qual diz ser qualquer um adjetivo: o consagrado dicionário<br />

Houaiss. Só ele diz isso, até onde foi minha pesquisa. É um contra mil. Aí a banca me cria<br />

uma questão dessas?! Só pode ser brincadeira, não?! Vamos ao que disse a ABL:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: O vocábulo “qualquer” é classificado morfologicamente como ADJETIVO ou<br />

como PRONOME INDEFINIDO nesta frase: “Este feijão não é um feijão qualquer.”? Grato!<br />

Resposta: É um pronome adjetivo indefinido. (grifo meu)<br />

Esta é, portanto, a função morfológica de qualquer: pronome indefinido. Não é um adjetivo!<br />

E quem diz isso não sou eu. É um fato comprovado por quem mais entende de Português: a<br />

Academia Brasileira de Letras! Ponto final.<br />

² Semi<strong>para</strong>fraseando Celso Cunha, “De regra, o indefinido algum adquire valor negativo em<br />

frases onde aparecem expressões negativas (não, nem, sem...): ‘A sua crítica não obedecia a<br />

sistema algum.’”. Esta dupla negação serve <strong>para</strong> realçar a ideia negativa; não é como na<br />

Matemática, em que – com – dá +. É bom dizer que, quando se invertem os termos da<br />

oração, o não sai da jogada, perdendo-se a dupla negação, mas ainda assim se conserva a<br />

ideia de negação: “A sistema algum (= nenhum) obedecia sua crítica.”.


2) Todo, no singular e junto de artigo ou pronome demonstrativo, significa “inteiro”; sem<br />

artigo, significa “qualquer”. No plural, sempre indica totalidade.<br />

– Toda mulher é bonita. (qualquer mulher)<br />

– A/Essa mulher toda é bonita. (a mulher inteira)<br />

– Todos os prédios desta cidade têm cinco andares.<br />

– Esta carteira é válida em todo território nacional.<br />

– Esta carteira é válida em todo o território nacional.<br />

Sobre os dois últimos exemplos, qual carteira é melhor? A primeira ou a segunda?<br />

Certamente a primeira, pois todo significa qualquer. Ou seja, em qualquer território, desde<br />

que seja uma nação, a carteira é válida. Diferente da segunda frase, em que todo o significa<br />

inteiro. Ou seja, a carteira só é válida no inteiro território nacional. Só aqui no Brasil, por<br />

exemplo. Entendeu? Uma pena que a nossa carteira de identidade apresenta todo o... acho que<br />

vou apagar o o da minha...<br />

Obs.: Mesmo sem estar acompanhado de artigo ou pronome demonstrativo, o pronome todo<br />

pode indicar totalidade de maneira enfática, concordando com o ser ao qual se refere,<br />

como se houvesse uma intensificação: “Sandrinha era toda sorriso e simpatia”. Bechara<br />

acrescenta que tal pronome pode ficar no feminino ao virar um advérbio modificador de<br />

adjetivo, quando o referente é um substantivo feminino: “Ela está todo/toda<br />

preocupada.”<br />

O pronome “todos” vem obrigatoriamente seguido de artigo quando a ele se segue um<br />

substantivo (Todos os amigos ajudaram). Se vier um numeral, não se usa artigo (Todos<br />

cinco ajudaram). Se vier um numeral entre eles, usa-se o artigo (Todos os cinco<br />

amigos ajudaram).<br />

3) Nenhum varia normalmente quando anteposto ao substantivo.<br />

– Não havia nenhumas frutas na cesta.<br />

4) O pronome indefinido outro junto de artigo pode mudar de sentido.<br />

– Outro dia fui visitá-lo. (tempo passado)<br />

– Fui visitá-lo no outro dia. (tempo futuro; = no dia seguinte)<br />

5) O pronome cada pode ter valor discriminativo ou intensivo.<br />

– Em cada lugar, há diversidade de beleza.<br />

– Tu tens cada mania!<br />

6) O vocábulo um pode ser artigo indefinido, numeral ou pronome substantivo indefinido<br />

(alternando com “outro”, normalmente).


– Nunca deixou de ser um bom homem. (artigo indefinido)<br />

– Ele é só um, deixe-o em paz, covarde! (numeral)<br />

– Um chegou cedo; o outro, atrasado. (pronome indefinido)<br />

Cuidado!!!<br />

Muitos pronomes indefinidos, dependendo do contexto, podem virar advérbios, desde que<br />

modifiquem verbos, adjetivos ou outros advérbios. É preciso perceber a relação entre as<br />

palavras <strong>para</strong> definirmos a classificação morfológica delas.<br />

– Tenha mais amor e menos desconfiança. (pronomes indefinidos)<br />

– Aja mais e fale menos. (advérbios modificando verbos)<br />

– Não quero nada de você. (nenhuma coisa, pronome indefinido)<br />

– João não é nada bobo. (nem um pouco, advérbio)<br />

– Algo me diz que ela está chegando. (alguma coisa, pronome indefinido)<br />

– O paciente está algo doente. (um pouco, advérbio)<br />

– Bastantes parentes vieram me visitar no hospital. (muitos, pronome indefinido)<br />

– Sinto bastante por sua perda. (muito, advérbio)<br />

– Que mulher! (ênfase, pronome indefinido)*<br />

– Que linda! (intensidade, advérbio)<br />

O mesmo ocorre com os pronomes indefinidos “muito, pouco e tanto”.<br />

* Celso Cunha e outros gramáticos entendem que este “que” é pronome interrogativo com<br />

valor exclamativo. Há ainda o outro lado da moeda, como Manoel Pinto Ribeiro, que<br />

entende este pronome, neste contexto, como um mero pronome indefinido. É dessa última<br />

maneira que veem as bancas. Polêmicas...<br />

Agora veja esta questão bonitinha sobre pronome indefinido da EAGS – SARGENTO DA<br />

AERONÁUTICA – 2011, <strong>para</strong> fechar este assunto com chave de ouro:<br />

10. Assinale a alternativa em que o valor característico do pronome indefinido destacado está incorreto.<br />

a) Algo de especial está <strong>para</strong> acontecer. (ausência de pessoa)<br />

b) O garoto era todo gentilezas com a menina que lhe sorria. (totalidade, intensidade)<br />

c) Estava madura. Apesar disso, havia ainda o seu jeito uma certa graça de quando moça. (ausência de<br />

particularização)<br />

d) Andava a conversar aqui e acolá, buscando arranjar alguma coisa com que pagar o aluguel de seu quartinho.<br />

(significação afirmativa, positiva).<br />

Comentário: Algo se refere a coisas, e não a pessoas, logo indica ausência de pessoa. Todo<br />

indica totalidade, intensidade neste contexto. Certa indica quantidade indefinida, e não<br />

ausência de particularização. Alguma à esquerda do substantivo tem valor positivo, à direita<br />

do substantivo, negativo. Gabarito: C.


Classificação e Emprego do Pronome Interrogativo<br />

Os pronomes interrogativos exprimem questionamento direto (com ponto de interrogação)<br />

ou indireto (sem ponto de interrogação) em um contexto que sugere desconhecimento ou<br />

vontade de saber.<br />

Que Quem Qual (Quais) Quanto(a/s)<br />

– Que é isso? (pergunta direta)<br />

– Quero saber que é isso. (pergunta indireta: Que é isso?)<br />

– Quem é esse rapaz? (pergunta direta)<br />

– Não sabemos quem é esse rapaz. (pergunta indireta: Quem é esse rapaz?)<br />

– De qual pintura você está falando? (pergunta direta)<br />

– Pergunta-se qual é a altura dela. (pergunta indireta: Qual é a altura dela?)<br />

– Por quanto você vende esta garrafa? (pergunta direta)<br />

– Verificaram quanto custava o conserto. (pergunta indireta: Quanto custava o conserto?)<br />

1) Não confunda pronome interrogativo (que) com conjunção integrante (que). Se der<br />

<strong>para</strong> fazer uma pergunta a partir do “que”, este será interrogativo, e não conjunção<br />

integrante.<br />

– Não saberia jamais que horas são. (Que horas são? – Pergunta possível, pronome<br />

interrogativo.)<br />

– Não saberia jamais que ela é flamenguista. (Que ela é flamenguista? – Pergunta<br />

impossível, conjunção integrante.)<br />

2) Nas frases interrogativas indiretas, os pronomes interrogativos vêm, normalmente,<br />

após os verbos “querer/desejar, saber, perguntar, indagar, ignorar, verificar, ver,<br />

responder”...<br />

– Quero saber (o) que devo fazer. (Que devo fazer? – O artigo o antes de que é<br />

considerado expletivo. Alguns gramáticos entendem que faz parte da locução<br />

interrogativa “o que”, tendo valor enfático ou de realce.)<br />

– Ignoro quem fez isso. (Quem fez isso?)<br />

Obs.: A expressão expletiva “é que” pode realçar também o interrogativo que: “Que é que<br />

ela quer com você?” ou “O que é que ela quer com você?”.<br />

3) A forma reduzida da expressão “que é (feito) de” é “cadê” (ou “quede”, ou “quedê”),<br />

muito popular, mas não contemplada entre os gramáticos normativos como culta.<br />

– Cadê as pessoas que estavam aqui?


4) “Qual” seguido da preposição de indica seleção.<br />

– Qual das duas você prefere?


Classificação e Emprego do Pronome Demonstrativo<br />

Os pronomes demonstrativos marcam a posição temporal ou espacial de um ser em<br />

relação a uma das três pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis) ou dentro de um<br />

texto (endófora – anáfora ou catáfora).<br />

Não fique pasmo com esses nomes bonitinhos (exófora, dêixis, endófora, anáfora, catáfora),<br />

pois os conceitos deles são de facílima digestão.<br />

Diferentemente dos demais pronomes, falarei do valor discursivo dos demonstrativos<br />

neste tópico mesmo.<br />

Então, vamos lá!<br />

Eis os principais demonstrativos:<br />

1 a pessoa: este(a/s), isto.<br />

2 a pessoa: esse(a/s), isso.<br />

3 a pessoa: aquele(a/s), aquilo.<br />

Além desses, há outras palavras que são classificadas como pronomes demonstrativos:<br />

1) Mesmo(a/s), próprio(a/s) com valor reforçativo ou junto de artigo, com o sentido de<br />

“igual, exato, idêntico, em pessoa”.<br />

– Ela própria costura seus vestidos. (= em pessoa)<br />

– A mesma mulher tem talento de sobra. (= exata)<br />

Obs.: Cuidado com a seguinte construção: “Aviso aos passageiros: antes de entrar no<br />

elevador, verifique se o mesmo encontra-se <strong>para</strong>do neste andar.” (Lei 9502/97). Neste<br />

caso, o uso de o mesmo retomando um termo substantivo, como um típico<br />

demonstrativo, não está adequado à norma culta, segundo 99,99% dos gramáticos e<br />

manuais de redação. Só Bechara diz o contrário (<strong>para</strong> variar).<br />

Só se usa o mesmo quando equivale a “a mesma coisa”: “Ele não sabe nada de Direito<br />

Administrativo. O mesmo se dá com ela.”<br />

Ainda sobre o vocábulo mesmo, peço que tome cuidado com ele, pois apresenta outras<br />

classificações morfológicas, a depender do contexto. Exemplos: “Eu falo na cara mesmo.”<br />

(= de fato, advérbio de afirmação) / “Mesmo a família negou-lhe ajuda.” (= inclusive,<br />

palavra denotativa de inclusão) / Mesmo faminto, tive de me controlar (preposição acidental<br />

com valor concessivo). Alguns dicionaristas classificam mesmo, acompanhando substantivo,<br />

como mero adjetivo, mas não é assim que veem os gramáticos.<br />

2) Tal(s), semelhante(s), quando aparecem no lugar de este(a/s), isto, aquilo, aquele(a/s)...


– Tal absurdo eu não cometeria.<br />

– Você precisa de teoria com bastantes questões. A solução <strong>para</strong> tal está em A<br />

Gramática.<br />

– Nunca vi semelhante explicação, meu Deus!<br />

Obs.: Sobre tal, leia o gabarito da questão 8 do capítulo Substantivo. Tome cuidado, que<br />

semelhante pode ser adjetivo em outro contexto, como: “O filho é semelhante ao pai.”<br />

3) Pode haver contração entre os demonstrativos e as preposições “a, de, em”: a + aquilo<br />

= àquilo; de + este = deste; em + essa = nessa etc.<br />

4) o(s), a(s), quando substituíveis por “aquele(a/s), aquilo, isso”. É importante dizer que<br />

tal situação ocorre em três casos, normalmente: antes de pronome relativo<br />

(normalmente, o que), antes de preposição (normalmente, a de) e junto ao verbo ser<br />

ou fazer, normalmente. Este último caso só se dá com o (= isso).<br />

– Somos o que somos. (Somos aquilo que somos.)<br />

– As que chegaram atrasadas perderam a explicação. (Aquelas que chegaram<br />

atrasadas...)<br />

– Estou fora de mim, alheio ao que pensem de mim. (... alheio àquilo que...)<br />

– Ganhei duas vezes na loteria, o que me rendeu dois sequestros. (isso que me<br />

rendeu...)*<br />

– Ontem, convidei só os da Barra da Tijuca <strong>para</strong> o jogo, pois os demais amigos estavam<br />

sem dinheiro. (Convidei só aqueles da Barra...)*<br />

– A da esquerda está olhando <strong>para</strong> você, mas a menina da direita, <strong>para</strong> mim. (Aquela da<br />

esquerda...)*<br />

– Ela estudava, mas não o fazia com vontade. (Ela estudava, mas não fazia isso com<br />

vontade)<br />

– Fora evangélico durante sua juventude; já não o é agora. (já não é isso)<br />

Atenção! Só leia isto se fizer algum concurso de nível superior das bancas Esaf ou Cespe<br />

Obs.¹: * Quando o o, antes da oração iniciada pelo pronome relativo que, puder ser<br />

substituído por fato, Bechara entende que se trata de um artigo substantivando a oração<br />

inteira. Até onde sei, só ele diz isso. Nunca vi em prova tal visão. Continuando com a<br />

polêmica, o homem apresenta exemplos em que tal vocábulo, ainda tomado como artigo<br />

definido, é posto antes da preposição de mesmo sem substantivo explícito, como na 5 a e na<br />

6 a frase. Não só ele, como Celso P. Luft vão de encontro ao que diz a maioria dos gramáticos<br />

brasileiros, senão todos, a saber: os vocábulos “o, a, os, as” são pronomes demonstrativos


em todos os exemplos anteriores. Reitero que, de todos os gramáticos que pesquisei (mais<br />

de 40), só Bechara e Luft dizem que “o, a, os, as” (antes de substantivo elíptico, segundo<br />

eles) são artigos definidos. Portanto, <strong>para</strong> eles, os e A são artigos. Veja uma questão bem<br />

polêmica sobre isso (Esaf – ATRFB – 2012 – QUESTÃO 5 (P1/G4)). A Esaf fica com a<br />

opinião desses dois gramáticos, ignorando o que todos os demais afirmam. Como já falei, o<br />

Bechara e as suas polêmicas são um néctar <strong>para</strong> a Esaf.<br />

Obs.²: Cegalla diz que o pronome demonstrativo o pode representar um termo da frase ou a<br />

frase toda, e é assim que as bancas cobram: “A obra era difícil, ele próprio o sabia.” (o =<br />

que a obra era difícil); “Se existiu ali uma fonte, pouca coisa o indica.” (o = isso = que ali<br />

existiu uma fonte); “Quando publicou sua obra, fê-lo em francês.” (lo = isso = publicar sua<br />

obra); “Não sei se sou feliz nem se desejo sê-lo.” (lo = isso = feliz); Você continua<br />

estudioso, mas ele nunca o foi. (o = isso = estudioso).<br />

Obs.³: Segundo Bechara, “por meio do pronome invariável o (= isso) repetimos<br />

pleonasticamente a oração objetiva que se antecipa de sua posição normal, ou, em sentido<br />

inverso, antecipa a oração objetiva do texto: ‘Que todos iam sair cedo, eu o disse ontem.’ /<br />

‘Eu o disse ontem que todos iam sair cedo.’”. Aí você me pergunta: “Pest, por que você é tão<br />

minucioso? A chance de isso cair na prova é zero!”. Será? Veja agora uma questãozinha<br />

fresquinha sobre isso:<br />

Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012<br />

– No período “Que Demócrito não risse, eu o provo”, o verbo provar complementa-se com uma estrutura em forma de<br />

objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente <strong>para</strong> um pronome.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Emprego dos demonstrativos (valor discursivo)<br />

Chegou a hora de entendermos que significa exófora, dêixis, endófora, anáfora, catáfora.<br />

Beleza?<br />

Exófora ou dêixis: conceitos que, linguisticamente, tratam do uso de vocábulos que se<br />

referem a elementos extratextuais ou extradiscursivos, ou seja, que se referem a elementos<br />

fora do texto, numa perspectiva espacial ou temporal.<br />

Endófora (anáfora e catáfora): conceitos que, linguisticamente, tratam do uso de<br />

vocábulos que se referem a elementos intratextuais ou intradiscursivos, ou seja, que se referem<br />

a elementos dentro do texto; a anáfora trata da retomada de termos ou ideias, e a catáfora<br />

trata da antecipação de termos ou ideias.<br />

Falarei melhor sobre isso agora!<br />

1) Numa perspectiva exofórica ou dêitica, ou seja, referindo-se a elementos<br />

extradiscursivos (fora do texto/discurso) dentro do espaço ou do tempo, procede-se<br />

assim:


Função espacial<br />

Os advérbios aqui/cá (proximidade à 1 a p.), aí (proximidade à 2 a p.), ali/lá/acolá<br />

(distância da 1 a p. e da 2 a p.), chamados de advérbios pronominais por terem valor díctico (ou<br />

dêitico), costumam reforçar a função discursiva dos pronomes demonstrativos.<br />

Este (a/s), isto: refere-se a um ser que está próximo do falante ou que o falante toma como<br />

tal ou em referência à correspondência que enviamos.<br />

– Esta camisa aqui do Flamengo é minha.<br />

– Este documento segue anexo aos demais.<br />

Esse(a/s), isso: refere-se a um ser que está próximo do ouvinte ou que o falante toma como<br />

tal<br />

– Essa camisa aí é tua?<br />

– Saia do meio dessa rua, garoto!<br />

Obs.: Às vezes, pode haver dois demonstrativos <strong>para</strong> especificar melhor um substantivo:<br />

Essa (ou Esta) moça é aquela de que falei agora há pouco.<br />

Aquele(a/s), aquilo: refere-se a um ser que está distante do ouvinte e do falante ou de algo<br />

que se encontra na pessoa de quem se fala<br />

– Aquela camisa lá é dele.<br />

– Aquele país onde ele mora não presta.<br />

– Aquele temperamento do Mano fez o Brasil perder a Copa.<br />

Obs.: Os vocábulos mesmo e próprio também ajudam no reforço: “É este aqui mesmo o<br />

ladrão!”. Fique ligado, que pode haver contração de preposição com pronome<br />

demonstrativo e com advérbio pronominal (aí, aqui, lá etc.): “Saí daquele país naquele<br />

avião há dias, daí minha vida mudou.”.<br />

Função temporal<br />

Este(a/s): presente, passado recente ou futuro (dentro de um espaço de tempo).<br />

– Esta é a hora da verdade.<br />

– Esta noite foi sensacional.<br />

– Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é segunda.<br />

Esse(a/s): passado recente ou futuro.<br />

– Ninguém se esquecerá desse carnaval.<br />

– Depois da reunião, sei que esses dias serão diferentes.<br />

Aquele(a/s): passado ou tempo distante (vago).<br />

– Foi em 1500, naquele ano, o Brasil surgiu.


– Naquele dia, no Seu dia, Deus fará justiça.<br />

2) Numa perspectiva endofórica (anafórica ou catafórica), ou seja, referindo-se a<br />

elementos intradiscursivos (dentro do texto), procede-se assim:<br />

Função distributiva<br />

Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último. Aquele, referindo-se ao mais<br />

afastado ou citado em 1 o lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos anteriores.<br />

– Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem desta tem como reflexo aquele.<br />

Obs.: Não encontrei respaldo gramatical algum, entre todos os gramáticos normativos<br />

consagrados, sobre a possibilidade de retomada de três referentes com os pronomes<br />

“este, esse e aquele”. Portanto, ou se usa este e aquele, ou se usam numerais <strong>para</strong><br />

retomada. Enfim, por falta de respaldo, não está adequada esta estrutura: “Todos nós<br />

conhecemos Lula, Serra e Dilma. A imagem desta tem como reflexo aquele, e não<br />

esse.”<br />

Função referencial<br />

Este(a/s), isto referem-se normalmente a algo que será dito ou apresentado (valor<br />

catafórico). Pode também retomar um termo ou ideia antecedente (valor anafórico), segundo<br />

ensinam Bechara e Celso Cunha.<br />

– Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera.”. E nisto todos confiam.<br />

Obs.: Usa-se nisto também quando equivale a “então” ou “nesse momento”: “Saí de casa<br />

cedo. Nisto, minha mulher me ligou.”<br />

Esse(a/s), isso referem-se sempre a algo já dito ou apresentado (valor anafórico).<br />

– Isso que você disse não está certo, amigo. É por essas e outras que nada funciona neste<br />

país.<br />

Obs.: Pode ser usado após o substantivo <strong>para</strong> reiterar uma ideia: “Li bons romances nas<br />

minhas viagens de avião, romances esses que me fazem falta.”<br />

Só de curiosidade: há certas expressões cristalizadas na língua com pronomes<br />

demonstrativos: por isso, isto é, além disso, isto de, ora essa.<br />

Valores estilísticos dos demonstrativos<br />

Os pronomes demonstrativos podem apresentar determinados matizes de sentido<br />

consoante o contexto; normalmente isso ocorre no registro coloquial.


– Aqueles, sim, eram homens honrados. (admiração)<br />

– Isso não! Isso não! Que absurdo! (indignação)<br />

– Não dou dessas, não! (desprezo)<br />

– Essa mulher... Ih...! Nem te conto... (ironia)<br />

– Isso não passa de um idiota. (repulsa, depreciação)<br />

– Essa, não! (surpresa)<br />

– Você só pensa naquilo... (malícia)<br />

– Não consigo acreditar que ela tenha virado aquilo. (pena, comiseração)<br />

– Ufa! Esta foi uma questão daquelas... (intensificação)<br />

– Isso mesmo, vai fundo! (incentivo)


Classificação e Emprego do Pronome Relativo<br />

Preste mais do que a costumeira atenção, meu caro leitor! Este é o campeão de<br />

aparições nas provas, portanto aproveite minha minuciosa abordagem acerca dele!<br />

O pronome relativo é um elemento conector de caráter anafórico, isto é, refere-se a um<br />

termo antecedente explícito (substantivo (normalmente!), pronome substantivo, numeral<br />

substantivo, advérbio, verbo no infinitivo ou oração reduzida de infinitivo), substituindo-o.<br />

Sintaticamente falando, todo pronome relativo (sempre!) refere-se a um termo de outra oração<br />

ao introduzir oração subordinada adjetiva (restritiva ou explicativa).<br />

– O homem (apesar de certos contratempos) que veio aqui era o Presidente.<br />

– Ninguém que esteve no Brasil desapontou-se.<br />

– Apenas um, que compareceu à festa, estava bem trajado.<br />

– Ali, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo.<br />

– Estudar que é bom ninguém acha legal.<br />

– Procurar aprender Língua Portuguesa, que é importante, você não quer.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Visto que o seu objetivo é substituir um vocábulo <strong>para</strong> que este não se torne repetitivo, o<br />

pronome relativo nos permite reunir duas orações numa só.<br />

– O livro é espetacular + Estou lendo um livro = Estou lendo um livro que é<br />

espetacular (ou O livro que estou lendo é espetacular). Visitei um amigo + Eu tenho<br />

grande admiração por ele = Visitei um amigo por quem tenho grande admiração.<br />

2) Na linguagem coloquial, observa-se o uso pleonástico por um pronome oblíquo átono ou<br />

tônico após o relativo. Não está adequado à norma culta, pois o pronome relativo já<br />

retoma um termo.<br />

– Este ó livro que pretendemos comprá-lo. (Este é o livro que pretendemos comprar.)<br />

– A prova é o meio de resolução de conflito, da qual o juiz irá extrair certos juízos<br />

dela. (A prova é o meio de resolução de conflito, da qual o juiz irá extrair certos<br />

juízos.)<br />

3) É importante dizer que, se um verbo ou um nome da oração subordinada adjetiva exigir a<br />

presença de uma preposição, esta ficará obrigatoriamente antes do pronome relativo.<br />

Preste atenção! Isso é questão de prova todo ano!<br />

– O filho, pelo qual a mãe tinha amor, era bom. (Quem tem amor, tem amor por.)<br />

Na linguagem coloquial, a ausência da preposição antes do relativo é comum. Cuidado!<br />

– Este é o carro que precisamos. (INADEQUADO!)<br />

Às vezes, ocorre migração da preposição com o pronome demonstrativo o. A frase “O de<br />

que mais gosto é ver filme.” soa artificial, afetada e não reflete a realidade linguística atual,


apesar de correta, por isso é comum ocorrer o deslocamento da preposição <strong>para</strong> antes do<br />

referente: “Do que mais gosto é ver filme.”.<br />

Bechara diz algo muito importante: “... omite-se a preposição que pertence a rigor ao<br />

relativo, em virtude de já ter o seu antecedente a mesma preposição: ‘Você só gosta das<br />

coisas que não deve (gostar)’ por: das coisas de que não deve (gostar)”.<br />

4) É notório hoje em dia o uso não atento às normas gramaticais do pronome relativo. Por<br />

isso, faz-se necessário aos que se preocupam com as normas o conhecimento do registro<br />

formal.<br />

– Este é o livro que o autor é excelente. (LINGUAGEM COLOQUIAL)<br />

– Este é o livro cujo autor é excelente. (LINGUAGEM CULTA)<br />

Pelamordedeus! Não se substitui cujo por que! Isso já foi questão de prova algumas vezes.<br />

Veja a prova disso:<br />

11. (FEC – LOTERJ/RJ – Auditor – 2010) Quando se emprega o relativo “cujo”, como fez o autor em “como naqueles<br />

comerciais de um refrigerante cujo nome me recuso a declinar” (§ 5), deve-se obedecer à orientação observada em<br />

todas as alternativas a seguir, EXCETO aquela em que se diz que o referido pronome:<br />

a) admite, na língua escrita culta, substituição pelo pronome “que”. (GABARITO)<br />

5) A expressão queísmo já se popularizou. Trata-se de uma repetição viciosa do vocábulo<br />

que, principalmente do pronome relativo, ou do seu uso desnecessário: “O carro que eu<br />

comprei na concessionária que eu encontrei meu amigo que trabalhava lá era bom.” / “O<br />

aluno que foi aprovado ficou satisfeito.”. Veja como ficariam mais concisas e claras tais<br />

frases: “Comprei um bom carro em cuja concessionária meu amigo trabalhava.” / “O<br />

aluno aprovado ficou satisfeito.”.<br />

Segundo a redação do competente site www.portugueshoje.com.br, há algumas maneiras de<br />

evitar determinadas construções com o vicioso pronome relativo que.<br />

a) Substituição da oração adjetiva por substantivos seguidos de complemento.<br />

– O jornalista, que redigiu a matéria sobre as eleições presidenciais, foi bastante<br />

tendencioso.<br />

– O jornalista, autor da matéria sobre as eleições presidenciais, foi bastante<br />

tendencioso.<br />

b) Substituição por adjetivo.<br />

– A política no Brasil é constituída por políticos que não são honestos.<br />

– A política no Brasil é constituída por políticos desonestos.<br />

c) Substituição da oração desenvolvida por uma oração reduzida de gerúndio.<br />

– Publicou-se um relatório que denuncia a corrupção no governo.<br />

– Publicou-se um relatório denunciando a corrupção no governo.<br />

d) Substituição da oração desenvolvida por uma oração reduzida de particípio.<br />

– Soube-se da corrupção no governo através de uma reportagem que foi publicada


pelo jornal.<br />

– Soube-se da corrupção no governo através de uma reportagem publicada pelo<br />

jornal.<br />

Interessante, não?<br />

Emprego dos pronomes relativos<br />

Que (substituível pelo variável o qual)<br />

• É invariável.<br />

• Refere-se a pessoas ou coisas.<br />

• É chamado de relativo universal, pois pode – geralmente – ser utilizado em substituição<br />

de todos os outros relativos.<br />

– As mulheres, que (=as quais) são geniosas por natureza, permanecem ótimas.<br />

– Para rimar, o Mengão, que (= o qual) sempre será meu time de coração, é pentacampeão.<br />

– Minha sogra, a que (= à qual) tenho grande aversão, está viva ainda.<br />

– O Flamengo é o que (= aquilo) preocupa os vascaínos.<br />

– Os dois, que (= os quais) você ajudou, já estão recuperados.<br />

– Há uma boa variedade de atividades de que (= das quais) o professor também é um<br />

observador.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Numa série de orações adjetivas coordenadas, o que pode estar elíptico.<br />

– A sala estava cheia de alunos que conversavam, (!) riam, (!) dormiam.<br />

2) O relativo que só deve ser antecedido de preposição monossilábica (“a, com, de, em,<br />

por; exceto sem e sob”). Do contrário, usam-se os variáveis “o qual, os quais, a qual, as<br />

quais” (sem restrição quanto ao uso das preposições ou locuções prepositivas).<br />

– Este é o ponto com que concordo, mas foi este sobre o qual você falou?<br />

– A pessoa ao encontro da qual deveria dirigir-me virou o rosto.<br />

3) Evite a ambiguidade usando o substituto do relativo que: o qual.<br />

– Conheci o pai da garota que se acidentou. (Quem se acidentou?)<br />

– Conheci o pai da garota o qual (ou a qual) se acidentou. (sem ambiguidade)<br />

Se vierem dois referentes masculinos anteriores, a construção terá de mudar (usa-se o<br />

relativo cujo):<br />

– Conheci o pai cuja garota se acidentou. / Conheci a garota cujo pai se acidentou.<br />

Reitero: evite usar o que quando houver mais de um termo anterior, em prol da clareza:<br />

Consegui retornar ao colégio do bairro que marcou minha vida. O que marcou a vida? O


colégio ou o bairro?<br />

Evite usar o que também quando seu referente estiver distante, pelo bem da clareza: A<br />

bebida em excesso, apesar de provocar doenças no homem, que destrói vidas, deve ser<br />

evitada. (construção ruim) / A bebida em excesso, apesar de provocar doenças no homem,<br />

a qual destrói vidas, deve ser evitada. (construção recomendada)<br />

4) Cuidado <strong>para</strong> não confundir o relativo que (= o qual) com a conjunção integrante que, ou<br />

com o pronome interrogativo que, ou com a partícula expletiva que (que faz parte da<br />

expressão formada por ser + que).<br />

– Encontrei o homem que estava devendo o curso. (pronome relativo)<br />

– Eu disse ao homem que se afastasse dela. (conjunção integrante)<br />

– Eu não soube pelo homem que era <strong>para</strong> fazer. (pronome interrogativo/indefinido)<br />

– Foi este homem que nos agrediu, policial! (partícula expletiva)<br />

5) Observe esta estrutura única do relativo o qual, com valor partitivo, normalmente usado<br />

após numerais e certos pronomes indefinidos.<br />

– Ele escreveu mais de dez romances, três dos quais já foram traduzidos em vários<br />

idiomas. (os quais retoma romances).<br />

– Há bons imóveis aqui, muitos dos quais estão valorizando cada vez mais. (os quais<br />

retoma imóveis)<br />

Quem<br />

• É invariável.<br />

• Refere-se a pessoas ou a algo personificado.<br />

• A preposição a precederá o relativo quem normalmente, exceto se o verbo ou um nome<br />

da oração subordinada adjetiva exigir outra preposição. De qualquer forma, vem sempre<br />

preposicionado.<br />

– A Justiça a quem devo obediência é meu guia.<br />

– Eis o homem a quem mais admiro.<br />

– Conheci uma musa, por quem me apaixonei.<br />

– Deus, perante quem me ajoelho, é importantíssimo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por motivo eufônico, evita-se o uso da preposição sem antes de quem; prefere-se sem o<br />

qual em vez de sem quem:<br />

Esperávamos Maria, sem a qual não sairíamos.<br />

2) É denominado relativo indefinido (ou pronome relativo sem antecedente), ou ainda,<br />

pronome indefinido, quando aparece sem antecedente e sem preposição. Alguns


gramáticos (como Adriano da Gama Kury, Bechara, Said Ali e Ulisses Infante)<br />

consideram o quem (nos casos abaixo) como um mero pronome indefinido e a oração<br />

iniciada por ele como substantiva; outros consideram que o quem equivale a aquele que,<br />

sendo um relativo sem antecedente (como Rocha Lima e Celso Cunha) e a oração iniciada<br />

por ele como adjetiva. Não encontrei até hoje sequer uma questão sobre isso em prova de<br />

concurso. Para<br />

mim, é um pronome indefinido, mas, ao pre<strong>para</strong>r um recurso, minha opinião não serve de<br />

nada, mas sim a dos gramáticos que constantemente cito.<br />

– Quem lê sabe mais.<br />

– Quem despreza a razão odeia a si mesmo.<br />

– A vingança era quem o impelia.<br />

3) É importante dizer que o quem pode ser também pronome interrogativo em outro<br />

contexto: “Quem é você?”.<br />

Cujo<br />

• É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nomes substantivos explícitos,<br />

entre o ser possuidor (antecedente) e o ser possuído (consequente).<br />

• É variável, logo concorda em gênero e número com o nome consequente, o qual<br />

geralmente difere do antecedente.<br />

• Nunca vem precedido ou seguido de artigo, é por isso que não há crase antes dele.<br />

• Geralmente exprime valor semântico de posse.<br />

• Equivale à preposição de + antecedente, se invertida a ordem dos termos.<br />

– O Flamengo, cujo passado é glorioso, continua alegrando. (O passado do Flamengo...)<br />

– Esta é uma doença contra cujos males os médicos lutam. (... contra os males da doença)<br />

– Vi o filme a cujas cenas você se referiu. (... às cenas do filme)<br />

– O telefone, cuja invenção ajudou a sociedade, é útil. (A invenção do telefone...)*<br />

– O registro formal, em que o grau de prudência é máximo, e cujo conteúdo é mais<br />

elaborado e complexo é o preferido dos professores de língua portuguesa. (... o conteúdo<br />

do registro formal...)<br />

Obs.: *Aqui não há relação de posse, mas sim valor passivo. Os gramáticos que corroboram<br />

esta análise são estes: Maria Helena de Moura Neves e Ulisses Infante. Por isso, neste<br />

caso, ele é analisado sintaticamente como complemento nominal. Falo mais sobre isso<br />

no capítulo 23.<br />

QUANTO


• É variável.<br />

• Aparece sempre após os pronomes “tudo, todo (e variações) e tanto (e variações)”<br />

seguidos ou não de substantivo ou pronome. Segundo o conceituado professor Carlos<br />

Rocha, não vem preposicionado, pois exerce função de sujeito e objeto direto apenas.<br />

– Ele encontrou tudo quanto procurava.<br />

– Bebia toda a cerveja quanta lhe ofereciam.<br />

– Todas quantas colaborarem serão beneficiadas.<br />

– Aqui há tantos movimentos quantos se podem esperar.<br />

– Explico tantas vezes quantas sejam necessárias.<br />

Obs.: É importante dizer que o quanto pode ser conjunção, pronome interrogativo ou<br />

indefinido em outros contextos. Nunca vi uma questão de prova sobre este pronome<br />

relativo!<br />

Onde<br />

• É invariável.<br />

• Aparece com antecedente locativo real ou virtual.<br />

• Substituível por em que, no qual (variações).<br />

• Pode ser antecedido, principalmente, pelas preposições a, de, por e <strong>para</strong>. Aglutina-se<br />

com a preposição a, tornando-se aonde, e com a preposição de, tornando-se donde.<br />

– A cidade onde (= em que/na qual) moro é linda.<br />

– Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais ninguém.<br />

– O sítio <strong>para</strong> onde voltei evocava várias lembranças.<br />

– As praias aonde fui eram simplesmente fantásticas.<br />

– O lugar donde retornei não era tão bom quanto aqui.<br />

– A casa por onde passamos ontem era minha.<br />

– O adversário invadiu sua mente – onde ninguém antes havia entrado.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Há um uso indiscriminado do relativo onde na linguagem coloquial, retomando ideias não<br />

locativas. Isso costuma ser trabalhado em prova, a Esaf adora (ESAF – MRE –<br />

ASSISTENTE DE CHANCELARIA – 2004 – QUESTÃO 9 / ESAF – SMF/RJ – FISCAL<br />

DE RENDAS – 2010 – QUESTÃO 10 / ESAF – MI-CENAD – NÍVEL SUPERIOR –<br />

2012 – QUESTÃO 14). Seguem exemplos abaixo:<br />

– Ontem, fomos recepcionados pela Camila onde nos acolheu com muito afeto.


– Esta instrução é excelente onde permite que a criança aproveite o máximo.<br />

– A sala é bem espaçosa onde tornou possível as brincadeiras em grupo.<br />

– Há uma boa variedade de atividades onde o professor também é um observador.<br />

No português padrão, os “ondes” acima devem ser substituídos, respectivamente, por a<br />

qual, pois, o que, das quais, porque onde equivale a “lugar em que” ou simplesmente a<br />

“em que”, quando se refere a um termo antecedente indicativo de lugar; seu uso não cabe,<br />

portanto, nas frases apresentadas acima.<br />

Como<br />

• É invariável.<br />

• Precedido pelas palavras modo, maneira, forma e jeito.<br />

• Equivale a “pelo qual”, normalmente.<br />

– Acertei o jeito como fazer as coisas.<br />

– Encontraram o modo como resolver a questão.<br />

– A maneira como você se comportou é elogiável.<br />

– Gosto da forma como aqueles atores contracenam.<br />

Obs.: É digno de nota que o vocábulo como pode ser classificado de diferentes formas a<br />

depender do contexto. Falarei sobre isso minuciosamente no capítulo 31.<br />

Quando<br />

• É invariável.<br />

• Retoma antecedente que exprime valor temporal.<br />

• Equivale a “em que”.<br />

– Ele era do tempo quando se amarrava cachorro pelo rabo.<br />

– É chegada a hora quando (= em que) todos devem se destacar.<br />

Obs.: Alguns gramáticos, como Bechara, o chamam de advérbio relativo (onde e como<br />

entram nessa classificação). Lembre-se de que este vocábulo (quando) pode ser uma<br />

conjunção temporal ou um advérbio interrogativo, em outro contexto.


Valor Discursivo<br />

Começo esta parte do capítulo de maneira diferente.<br />

2. (FGV – Potigás – Contador Jr. – 2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte de usar sinais e palavras <strong>para</strong><br />

manifestar agrados e desagrados, defender interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar<br />

parcerias. (L.37-40)<br />

O pronome destacado no trecho acima exerce função:<br />

a) anafórica.<br />

b) dêitica.<br />

c) epanafórica.<br />

d) catafórica.<br />

e) díctica.<br />

Esta questão ilustra bem o que pode cair na prova, pois é o “resumo da ópera” sobre a<br />

função textual dos pronomes (ou seu valor discursivo). Ah! Não custa dizer que a FGV adora<br />

questões com esses “nomezinhos”. O gabarito é a letra D, pois o pronome isto antecipa uma<br />

ideia ou se reporta a uma ideia pos-te-ri-or.<br />

Apesar de já termos visto isso diluído ao longo de A Gramática, principalmente em<br />

pronomes demonstrativos, vamos sistematizar o assunto agora falando sobre os demais<br />

pronomes! Como já sabemos o que é exófora/dêixis e endófora (anáfora e catáfora) –<br />

conceitos vistos em pronomes demonstrativos (recapitule!) –, não percamos tempo.<br />

Ah! O que é função epanafórica? Não é nada! “Ahn? Como assim, <strong>Pestana</strong>?” Simples. Para<br />

criar uma certa dificuldade (= confusão) na questão, o “homem da banca” trabalhou uma figura<br />

de linguagem chamada epanáfora no meio de recursos discursivos de coesão (ah, existe uma<br />

figura de linguagem chamada anáfora, mas não tem nada a ver com a anáfora de que falamos<br />

em pronomes demonstrativos, hein! Bem... deixa isso <strong>para</strong> lá... vou deixar <strong>para</strong> falar disso em<br />

Figuras de Linguagem). Voltando... a epanáfora diz respeito à repetição de vocábulos no<br />

início de versos ou frases. Isso não cai em prova, a FGV foi maldosa, colocou esse nome só<br />

<strong>para</strong> assustar os desavisados.<br />

Vamos aos valores discursivos dos tipos de pronomes:<br />

Pronomes Pessoais<br />

Os pessoais retos, oblíquos e de tratamento colaboram <strong>para</strong> a boa compreensão da leitura<br />

de um texto, isto é, seu valor discursivo é ótimo <strong>para</strong> fazer referência a termos ou trechos<br />

inteiros dentro do texto (função endofórica – anafórica ou catafórica) ou <strong>para</strong> fazer<br />

referência a termos ou trechos inteiros fora do texto (função exofórica, dêitica ou díctica – é<br />

tudo a mesma coisa, são só nomes bonitinhos <strong>para</strong> dar medo).<br />

Função endofórica<br />

– Aquele aluno passou na prova? Mas ele nem estudou... (valor anafórico)<br />

– Ela... sempre ela... Como Clarice Lispector escrevia difícil! (valor catafórico)


– Nosso país tem um quê de alegria, por isso todos o amam. (valor anafórico)<br />

– Chamá-lo de burro foi demais. João era um jumento! (valor catafórico)<br />

– O Deputado depôs de novo, mas nada tenho contra Sua Excelência. (valor anafórico)<br />

– Sua Excelência tem bons precedentes, logo Dilma será reeleita. (valor catafórico)<br />

Função exofórica (dêitica ou díctica)<br />

– Nós costumamos ajudá-lo, Vossa Excelência, mas agora foi a gota d’água.<br />

Obs.: Em discurso relatado (reprodução de falas de outras pessoas), é possível haver<br />

referenciação dentro do texto (função endofórica) por meio dos pronomes de 1 a pessoa e<br />

de 2 a pessoa, que normalmente se usam com função dêitica. Veja:<br />

(...) Por essa razão, Assenoff disse a Meire-Anne:<br />

– Eu não posso mais trabalhar em Niterói, por mais que tu me implores.<br />

Note que Eu e tu retomam anaforicamente seus respectivos referentes: “Assenoff” e “Meire-<br />

Anne”.<br />

Pronomes Possessivos<br />

Função endofórica<br />

– Em suas viagens, o professor sempre comprava lembrancinhas <strong>para</strong> sua esposa. (valor<br />

catafórico e anafórico, respectivamente)<br />

Pronomes Indefinidos<br />

Função endofórica<br />

– Será gasto muito dinheiro na Copa, e mais nas Olimpíadas. (valor anafórico)<br />

– Ninguém foi liberto da prisão: nem Beira-Mar nem Marcinho VP. (valor catafórico)<br />

Pronomes Interrogativos<br />

Função endofórica<br />

– Ela e ele se classificaram, mas qual ficou realmente feliz?<br />

– Quem é mais famoso: Rodrigo Santoro ou Wagner Moura?<br />

Obs.: Não falarei aqui da função textual (ou valor discursivo) dos demonstrativos, pois já<br />

falei na parte do emprego deles. Não falarei sobre o valor discursivo dos relativos, pois<br />

todos nós já sabemos que eles sempre têm valor anafórico. Ok?<br />

Estude bem este capítulo, pois há muitas questões de coesão nele. O exercício delas te<br />

ajudará a chegar ao capítulo de Coesão com segurança e sem medinho.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Esta é simplesmente a classe gramatical mais exigida em concursos, junto com verbo e<br />

conjunção. Simplesmente isso! Para ser mais específico: estude pronome pessoal oblíquo<br />

átono (principalmente “colocação pronominal”), pronome demonstrativo e pronome<br />

relativo. Estude tudo sobre valor discursivo! Tudo! Se fizer isso, a vaga é sua!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Neste capítulo, precisei exagerar no número de questões, ok? Ah, concurseiro que é<br />

concurseiro nem liga <strong>para</strong> isso...<br />

1. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2009) (Adaptada) Qual afirmação abaixo está incorreta?<br />

Estamos entrando no terço final de 2009 com uma visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise financeira que<br />

nos atingiu a partir do colapso do banco Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua construção foi,<br />

certamente, a questão da regulação e controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo a origem<br />

propriamente dita da crise, a regulação falha permitiu que os elementos de fragilidade no sistema assumissem<br />

enormes proporções. Depois de termos vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da racionalidade<br />

intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos<br />

associados a seu funcionamento.<br />

I. A substituição de “em que” por no qual mantém a correção gramatical e as informações originais do período.<br />

II. A expressão “sua construção” refere-se ao antecedente “banco Lehman Brothers”.<br />

III. A expressão “seu funcionamento” refere-se ao antecedente “mercados financeiros”.<br />

2. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) (...) Se o Estado propicia segurança, educação, saúde,<br />

trabalho, previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições mínimas <strong>para</strong> atingir a felicidade, a que<br />

todos os homens tendem. No entanto, é preciso fazer a distinção entre fins e meios. (...)<br />

– A substituição de “a que” por a qual estaria correta ou incorreta?<br />

3. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações a respeito da<br />

organização do texto abaixo.<br />

O ocidente europeu no período medievo foi um mundo onde o poder estava dividido e sempre instável, sendo exercido<br />

de forma independente pelos chamados senhores feudais, geralmente possuidores de grandes extensões de terras.<br />

As relações entre vassalo (aquele que prestava homenagem) e suserano (aquele que recebia a homenagem)<br />

envolviam a cessão de direito, por parte do suserano, de uma geração de ganho <strong>para</strong> o vassalo em troca de<br />

alianças que visavam a uma consolidação do poder, sempre ameaçado por outros senhores. O objeto de onde<br />

provinha essa geração de ganho era chamado “feudo”. Erroneamente identificado como sendo somente uma<br />

porção de terra, na verdade o feudo podia assumir vários aspectos, como, por exemplo, uma ponte ou uma<br />

estrada onde se cobrava pedágio.<br />

( ) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde” por em que.<br />

( ) Explicita-se a relação entre as ideias do texto ao iniciar o segundo período sintático do texto por um conectivo,<br />

escrevendo: Conquanto as relações.<br />

( ) Explicita-se a relação entre as ideias do texto ao inserir, entre vírgulas, o conectivo no entanto depois de “identificado”.<br />

( ) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde” por a qual.<br />

A sequência obtida é:<br />

a) F, F, V, V;<br />

b) V, F, F, V;<br />

c) F, V, V, F;<br />

d) F, F, V, F;<br />

e) V, V, F, V.<br />

4. (Esaf – CVM – Agente Executivo – 2010) Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção correta.<br />

Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados pelo consumo de energia e<br />

pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e não se pode mantê-lo sem aumento do consumo<br />

global de energia. A principal fonte de energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a<br />

emissão de CO2 na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela<br />

adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia.<br />

Acabar drasticamente e de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é possível.<br />

Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais o seu consumo, nem pensar.<br />

O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do desenvolvimento mundial desde o final do século XIX até<br />

hoje, no começo do século XXI. Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído por um<br />

predomínio do gás natural, (...)<br />

a) Em “mantê-lo”, o pronome “-lo” retoma o antecedente “consumo”.


) A expressão “dessa história” retoma o antecedente “consumo global de energia”.<br />

c) Em “seu consumo”, “seu” refere-se a “combustíveis fósseis”.<br />

d) Em “sua redução”, “sua” refere-se a “industrialização”.<br />

e) A expressão “Esse ciclo” retoma o antecedente “começo do século XXI”.<br />

5. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.<br />

Energias renováveis limpas e naturais __1__ a energia eólica, a hidrelétrica, a solar, a de marés e correntes marítimas,<br />

e de gradientes de temperatura. __2__ fontes de energia crescem cada vez mais rapidamente e __3__ que venham<br />

a contribuir de modo cada vez mais significativo na matriz energética mundial. Mas quase todos os estudiosos<br />

concordam que __4__ não deverão substituir inteiramente as fontes de energia atuais. __5__ importantes<br />

complementos. No momento, poucos entusiastas discordam.<br />

a) são / Essas / espera-se / elas / Serão;<br />

b) é / Tais / espera-lhe / essas / São;<br />

c) tais como / Certas / esperá-lo / tais / Sejam;<br />

d) quais sejam / Algumas / esperamos / algumas / Seriam;<br />

e) seriam / Diversas / esperavam / certas / Foram.<br />

6. (Cespe/UnB – MPU – Técnico Administrativo – 2010) O deslocamento do pronome “se” <strong>para</strong> imediatamente após a forma<br />

verbal “concretizar” – não deverá concretizar-se – não prejudicaria a correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos<br />

que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior. (...)<br />

7. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2010) (Adaptada) No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na<br />

argumentação do texto ao retirar o pronome “o”, do termo “o que”?<br />

Texto 1<br />

São Paulo, 18 novembro 1925.<br />

Carlos,<br />

Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me pedir uma entrevista pra<br />

tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um mês todos os dias o jornal publicará um<br />

artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o<br />

que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e<br />

Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma linha<br />

sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao.<br />

Mário<br />

Texto 2<br />

Belo Horizonte, 20 novembro 1925.<br />

Mário,<br />

Salve. Recebi hoje tua expressa fazendo o amável – e gostoso – convite <strong>para</strong> escrever umas besteiras na Noite. Aceito.<br />

O Martins de Almeida, avisado, também aceitou. Diga <strong>para</strong> quando é a joça, que estamos prontos. E desde já te<br />

agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo que foi você que se lembrou do meu nome.<br />

Depois escreverei mais longamente.<br />

Um abraço forte do<br />

Carlos<br />

8. (Cespe/UnB – EBC – Gestor de Atividade Jornalística – 2011) Os dois textos diferem quanto à colocação dos pronomes<br />

átonos: no texto 1, a colocação é livre, alternando-se usos prescritos e não prescritos pela norma culta; no texto 2, a<br />

posição dos pronomes átonos está de acordo com a norma culta.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

9. (Cespe/UnB – Correios – Analista de Correios (Letras) – 2011) A colocação pronominal em “caracteriza-se” (Essa<br />

revolução caracteriza-se simultaneamente por uma série...) indica a escolha dos autores por um registro mais formal de<br />

linguagem; o emprego desse pronome antes da forma verbal, além de caracterizar desrespeito às regras gramaticais do<br />

registro padrão da linguagem, representaria, no contexto, uso inadequado da linguagem, dado o caráter institucional do<br />

texto.


( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) A ciência moderna ensinou-nos a rejeitar o senso comum conservador, o que em si é positivo, mas insuficiente. (...)<br />

O conhecimento-emancipação só se constitui como tal na medida em que se converte em senso comum. (...) O<br />

conhecimento-emancipação, ao tornar-se senso comum, não despreza o conhecimento que produz tecnologia, (...)<br />

10. (Cespe/UnB – CNPQ – Analista Ciência Tecnologia Jr. – 2011) Devido à estrutura sintática em que ocorrem, o emprego<br />

dos pronomes após o verbo em “ensinou-nos” e em “tornar-se” é obrigatório; por isso, a correção gramatical do texto seria<br />

prejudicada se esses pronomes fossem utilizados como em “se constitui”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens<br />

do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens<br />

verdes da Terra; no exemplo do trabalho <strong>para</strong> o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em<br />

estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo<br />

que lhe foi dado <strong>para</strong> viver. (...)<br />

11. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) A elipse em “nem que estará” e o emprego do pronome anafórico<br />

“ele” são mecanismos de coesão utilizados <strong>para</strong> referenciar o substantivo “Oscar”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

12. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) Dada a propriedade que assume o pronome “este” nos<br />

mecanismos coesivos empregados no trecho “que estimulem e desenvolvam este nobre fim”, não é facultada a seguinte<br />

reescrita: que estimulem este nobre fim e o desenvolvam.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

O fato de que o homem vê o mundo por meio de sua cultura tem como consequência a propensão do homem a<br />

considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é<br />

responsável, em seus casos extremos, pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. O etnocentrismo, de fato, é<br />

um fenômeno universal. É comum a crença de que sua própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a<br />

sua única expressão. (...) Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões<br />

culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e<br />

imorais.<br />

13. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Na organização textual, o pronome “sua” em ambas as<br />

ocorrências, retoma “etnocentrismo”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

Cultura de paz, <strong>para</strong> mim, não é um objeto profissional, é um meio de vida. Aprendi muito cedo em casa, com a família,<br />

que a paz é a coisa mais importante do mundo. Sua cultura tem base em tolerância e solidariedade. Ela respeita os<br />

direitos individuais, assegura e sustenta a liberdade de opinião e se empenha em prevenir conflitos...<br />

14. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) No desenvolvimento do texto, o pronome “Ela” remete a “Sua<br />

cultura”, que, por sua vez, refere-se à cultura de paz.<br />

15. (FCC – TRT/MS (24R) – Técnico Judiciário – 2011) O emprego dos pronomes de tratamento está inteiramente correto na<br />

frase:<br />

a) A Vossa Excelência, como Membro deste Tribunal, será encaminhado o processo em que devereis anexar vosso<br />

Parecer.<br />

b) Esperamos que V. Sa, aceiteis o convite que ora lhe fazemos, e que nos honrará com vossa presença nesse evento.<br />

c) V. Excia., Senhor Conselheiro deste Tribunal, deverá emitir a orientação a ser seguida por sua equipe de auxiliares.<br />

d) Solicitamos a vós todos, nobres senhores Deputados, que vos unis a nós em defesa dos direitos estabelecidos pela<br />

Constituição.<br />

e) É <strong>para</strong> vós, Vossa Senhoria, que dirigimos nossa solicitação, no sentido de nossa equipe ser recebida em vosso


escritório.<br />

16. (FCC – Infraero – Administrador – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:<br />

a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhecimento.<br />

b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar.<br />

c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.<br />

d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de Neve.<br />

e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais.<br />

17. (FCC – TRE/PE – Técnico Judiciário – 2011) ... nem por isso deixa de cultuar Delacroix ...<br />

Cézanne admira a maestria plástica de Rubens ...<br />

... já encontramos a chave do enigma cézanneano.<br />

A substituição dos elementos grifados nas frases acima pelos pronomes correspondentes, com os necessários ajustes, terá como<br />

resultado, respectivamente:<br />

a) nem por isso deixa de cultuar-lhe / Cézanne a admira / já a encontramos;<br />

b) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos;<br />

c) nem por isso deixa de lhe cultuar / Cézanne a admira / já encontramos-na;<br />

d) nem por isso deixa de a cultuar / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos;<br />

e) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne a admira / já a encontramos.<br />

18. (FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:<br />

a) Não deu certo o tal do método prático em cuja eficiência Paulo Honório chegou a acreditar.<br />

b) Para o jornalista, a criação da língua literária requer uma técnica sofisticada em que nenhum escritor pode abdicar.<br />

c) Quando Paulo Honório leu os dois capítulos datilografados, sentiu neles um artificialismo verbal de que jamais toleraria.<br />

d) Se literatura fosse um arranjo de palavras difíceis, os dicionaristas fariam poemas de cujo brilho ninguém superaria.<br />

e) A linguagem com que Paulo Honório de fato aspirava era simples, direta, e não uma coleção de figuras retóricas.<br />

19. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão se<br />

modificando à medida que são tocados”.<br />

A expressão pronominal em que, grifada acima, preenche corretamente a lacuna da frase:<br />

a) As questões ...... se preocupam os cientistas dizem respeito às alterações cerebrais devidas ao uso indiscriminado da<br />

internet.<br />

b) É incalculável o número de informações, sobre os mais diversos temas, ...... o cérebro humano é capaz de processar.<br />

c) As hipóteses aventadas, ...... se baseiam os especialistas, devem ainda ser comprovadas por exames acurados.<br />

d) As implicações causadas pela onipresença da internet, ...... está sujeito o cérebro humano, são objeto de preocupação<br />

de cientistas.<br />

e) As informações ...... dispõem os usuários da comunicação eletrônica são múltiplas, embora sejam superficiais.<br />

20. (FCC – BB – Escriturário – 2011) O segmento grifado que está sendo substituído de modo INCORRETO por um pronome,<br />

com as necessárias adaptações, é:<br />

a) um recenseamento revelou a situação inédita = revelou-a;<br />

b) milhares de pessoas trocavam as cidades do interior = trocavam-nas;<br />

c) A tendência (...) definiu o Brasil do século XXI = lhe definiu;<br />

d) era a que levava famílias inteiras do Nordeste = as levava;<br />

e) que tem criado empregos = que os tem criado.<br />

21. (FCC – Infraero – Auditor – 2011) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários<br />

ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:<br />

a) O tratamento que é dado aos temas = O tratamento que lhes é dado;<br />

b) que circunscreve seus míticos personagens = que os circunscreve;<br />

c) <strong>para</strong> começar a entender Guimarães Rosa = <strong>para</strong> começar a entendê-lo;<br />

d) sua obra criou um âmbito próprio = sua obra criou-o;<br />

e) Guimarães Rosa mantém seu estilo próprio = Guimarães Rosa lhe mantém.<br />

22. (FCC – TRE/AP – Analista Judiciário – 2011) Considere as afirmações que seguem.<br />

I. A sequência na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na filosofia, até na cozinha constitui<br />

elenco de profissões que tiveram de se associar ao domínio da cultura <strong>para</strong> atingir a economia do estrelato.<br />

II. Em A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam seus direitos por<br />

intermédio de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo, a expressão em destaque


foi obrigatoriamente empregada <strong>para</strong> evitar a ambiguidade que ocorreria se, em seu lugar, fosse usado o pronome “que”.<br />

III. Em A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam seus direitos por intermédio<br />

de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo, o segmento destacado poderia ser<br />

substituído por “prevalecente”, sem prejuízo do sentido e da correção originais.<br />

O texto legitima:<br />

a) I, somente;<br />

b) II, somente;<br />

c) III, somente;<br />

d) I e III, somente;<br />

e) I, II e III.<br />

23. (FCC – TRE/RN – Técnico Judiciário – 2011) A reconstrução de um segmento do texto, com um diferente emprego<br />

pronominal, que mantém a correção e o sentido originais é:<br />

a) o corvo, então, tentou virá-lo = O corvo, então, lhe tentou virar;<br />

b) pegando-as uma a uma = pegando-lhes uma a uma;<br />

c) não havia meio de alcançá-la = não havia como alcançar-lhe;<br />

d) o jarro era pesado demais <strong>para</strong> ele = o jarro lhe era por demais pesado;<br />

e) atirando-as dentro do jarro = atirando-lhes <strong>para</strong> dentro do jarro.<br />

24. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – 2011) Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados<br />

na frase:<br />

a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam todo seu desprezo, passaram a se<br />

enfeixar com a expressão dez de setembro.<br />

b) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de segurança em cuja<br />

radicalidade muitos recriminam.<br />

c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do pasmo no qual<br />

foram tomados tantos americanos.<br />

d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é na esperança que queremos<br />

nos apegar.<br />

e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se de<strong>para</strong>r, são também lições terríveis, de cujo significado não se deve<br />

esquecer.<br />

25. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) A colocação do pronome átono destacado está INCORRETA em:<br />

a) Quando se tem dúvida, é necessário refletir mais a respeito.<br />

b) Tudo se disse e nada ficou acordado.<br />

c) Disse que, por vezes, temos equivocado-nos nesse assunto.<br />

d) Alguém nos informará o valor do prêmio.<br />

e) Não devemos preocupar-nos tanto com ela.<br />

O prazer da escrita<br />

Escrever bem nunca deve ser encarado como uma obrigação. Ao menos, por dois motivos – imagino eu.<br />

Em primeiro lugar, porque isso é uma necessidade da vida contemporânea.<br />

Uma dissertação ruim num concurso público, um texto livre mal escrito numa seleção de emprego ou uma confusa carta<br />

de reclamação ao Procon podem fazer toda a diferença quando o que está em jogo é uma conquista de fato<br />

desejada por seu redator.<br />

Em segundo lugar, porque é um prazer a ser cultivado.<br />

Um texto descuidado não chega a ser atestado de toda uma formação educacional frágil. Mas o é da forma como<br />

damos ênfase àquilo que fazemos (como diria Drummond: “Que triste! Que triste são as coisas, consideradas sem<br />

ênfase.”). Na prática, não há garantia de que aprender uma dada quantidade de técnicas de escrita nos faça<br />

escrever melhor. Escrever, como ler, só será efetivamente um hábito qualificado se feito com prazer.<br />

É ao esculpir um texto que se percebe o quanto é insuficiente decorar regras de português ou macetes rápidos de<br />

construção retórica. Certamente, um bom texto denuncia o quanto a sério levamos o prazer de ler e escrever. O<br />

quanto a sério levamos tudo o que fazemos com efetiva entrega e delícia.<br />

Haverá, evidentemente, coordenadas a serem seguidas por um texto conceitual e argumentativo. Mas toda redação<br />

deve ser pensada como um processo de descobertas, um modo de articular o que se sabe <strong>para</strong> alcançar o que não<br />

necessariamente está dado desde o início.<br />

Não se trata de padronizar o próprio texto, mas fazer aflorar o melhor de nosso raciocínio.


26. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011) O termo em destaque funciona como um elemento de<br />

coesão referencial em relação ao termo entre colchetes em:<br />

a) “Em primeiro lugar, porque isso é uma necessidade da vida contemporânea.” [obrigação]<br />

b) “... quando o que está em jogo é uma conquista de fato desejada por seu redator.” [bom texto]<br />

c) “Mas o é da forma como damos ênfase àquilo que fazemos.” [atestado]<br />

d) “O quanto a sério levamos tudo o que fazemos com efetiva entrega e delícia.” [regras de português]<br />

e) “Não se trata de padronizar o próprio texto, mas fazer aflorar o melhor do nosso raciocínio.” [texto]<br />

27. (FDC – CREMERJ – Administrador – 2011) “As drogas medicinais ou ‘drogas da virtude’, prescritas pelos físicos,<br />

odontólogos e médicos homeopatas ou alopatas eram manipuladas por boticários, que importavam remédios europeus e<br />

usavam produtos nativos em sua formulação.”<br />

No texto há um conjunto de elementos que se prendem a termos anteriores a fim de produzir coesão (ligações formais e<br />

semânticas) entre esses elementos. A indicação INCORRETA de um desses termos é:<br />

a) o pronome possessivo sua tem como referente “remédios europeus”;<br />

b) o particípio prescritas refere-se às duas espécies de drogas mencionadas antes;<br />

c) o conectivo por une a forma verbal eram manipuladas a seu agente;<br />

d) a forma verbal usavam repete o mesmo sujeito de importavam;<br />

e) o pronome relativo que refere-se a boticários.<br />

28. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal de Atividades Urbanas – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está<br />

correta ou incorreta?<br />

– Na construção “O que tais pessoas talvez nunca percebam”, o pronome “tais” está empregado de modo informal, com<br />

significado de brilhantes, grandiosas.<br />

29. (FUNIVERSA – SES/DF – Enfermeiro – 2011) Assinale a alternativa que apresenta reescrita correta de passagem do<br />

texto.<br />

a) “Trata-se do único relato dessa natureza em toda biologia.” (Trata-se do único relato dessa natureza em toda a<br />

biologia.);<br />

b) “na sua cadeia genética” (em sua cadeia genética);<br />

c) “por que ele iria suportar” (como ele iria suportar);<br />

d) “mais população é resultado de mais consumo, o que significa mais devastação e mais lixo” (mais população, mais<br />

consumo, ou seja, mais devastação, mais lixo);<br />

e) “suportar a dor das perdas prematuras a qual” (suportar a dor das perdas prematuras que).<br />

30. (Cesgranrio – Petrobras – Analista de Sistemas Júnior – 2012) Aos trechos abaixo, retirados do texto, foram propostas<br />

alterações na colocação do pronome. Tal alteração está de acordo com a norma-padrão em:<br />

a) “foram se fechando” – foram fechando-se;<br />

b) “Pensa-se logo num palhaço” – Se pensa logo num palhaço;<br />

c) “ninguém lhe esquece a tristeza” – ninguém esquece-lhe a tristeza;<br />

d) “Trata-se na verdade” – Se trata na verdade;<br />

e) “que quase se limita a olhar” – que quase limita-se a olhar.<br />

31. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:<br />

a) A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja pretendia confundir função técnica com<br />

função política.<br />

b) As funções <strong>para</strong> cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a quem se promova apenas pela aclamação<br />

do voto.<br />

c) Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo mérito onde nem todos<br />

confiam.<br />

d) A má reputação de que se imputa ao “assembleísmo” é análoga àquela em que se reveste a “meritocracia”.<br />

e) A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou outro critério se faça segundo à<br />

natureza do caso.<br />

32. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) Mas isso não tem de ser assim. (3 o parágrafo: Sem<br />

dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada,<br />

na qual projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis,<br />

sugere que esse duplo objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando<br />

instalados em áreas habitadas, podem constituir-se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em<br />

áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de preservação dos ambientes naturais.)


O pronome grifado acima refere-se, considerado o contexto,<br />

a) às dificuldades que impedem a expansão da hidreletricidade no Brasil.<br />

b) aos múltiplos interesses contrários à manutenção da biodiversidade da região amazônica.<br />

c) aos vetores de desenvolvimento regional, com geração de empregos.<br />

d) à impossibilidade de aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia.<br />

e) a uma possível preferência por fontes alternativas de geração de eletricidade.<br />

Também certos latino-americanos, como o brasileiro Caio Prado Jr., o trindadense Eric Williams e o argentino Sérgio<br />

Bagu, haviam chamado a atenção <strong>para</strong> a vinculação, desde a colônia, da sua região com o capitalismo mundial.<br />

33. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– No segmento da sua região, o pronome remete às regiões indicadas tanto pelos adjetivos pátrios específicos, quanto<br />

pelo adjetivo pátrio que reporta ao processo de colonização.<br />

34. (FCC – ISS/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal I – 2012) (Adaptada) Em “Mesmo assim, muitos duvidam que essa<br />

falência seja real. Essas pessoas costumam achar que aconteceu algum acidente e que agora o dever é restaurar a<br />

ordem antiga...”, o demonstrativo Essas remete ao substantivo que será definido posteriormente, pois não há menção<br />

anterior alguma que o pronome possa retomar?<br />

35. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que<br />

teriam inventado a democracia ocidental com seus valores, na verdade, legaram-nos apenas um valor<br />

fundamental: a suspeita de si.<br />

Considerada a frase anterior, em seu contexto, o ÚNICO comentário que o texto NÃO legitima é o seguinte:<br />

a) Isso remete ao que se expõe anteriormente na frase iniciada por Por isso.<br />

b) A forma verbal explique é exigida por estar presente no enunciado uma ideia de possibilidade, não de certeza.<br />

c) Na construção adotada no enunciado, o emprego da próclise pronominal – “nos legaram” – é legítimo.<br />

d) A forma verbal teriam inventado exprime um fato suposto.<br />

e) Está em conformidade com o padrão culto escrito esta redação alternativa à do segmento destacado: “o motivo dos<br />

gregos legarem-nos apenas um valor fundamental”.<br />

36. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2012) A inadequação no emprego do pronome de tratamento em “Morro<br />

de medo de comparecer diante de um Juiz. Emeretíssimo, dá licença de eu fumar?” é sanada pela escritora no período<br />

“Obrigada, Vossa Eminência.”, o que evidencia o deliberado desrespeito a padrões normativos da língua portuguesa.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (Cespe/UnB – TC/DF – Auditor de Controle Externo – 2012) O pronome “o” (... o poder do rei passou a ser um tanto<br />

limitado pelos nobres, que o obrigaram a...) retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Da governalidade aos atos cotidianos, o mundo da vida no qual ética e moral se cindiram há muito tempo<br />

transformou-se na sempre saqueável terra de ninguém. (...) A mesma polícia que combate o narcotráfico nas<br />

favelas das grandes cidades poderia ocupar o Congresso e outros espaços do governo onde a corrupção é a<br />

regra. (...) Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na<br />

contramão do dever, é porque no sistema da corrupção o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua<br />

autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

38. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) Assinale a palavra que, no texto, NÃO exerça papel pronominal.<br />

a) onde.<br />

b) muito.<br />

c) qualquer.<br />

d) outros.<br />

39. (Vunesp – Pref. São José dos Campos/SP – Analista em Gestão Municipal – 2012) Na frase – Os suspeitos são os de<br />

sempre... – a palavra em destaque tem o mesmo emprego que se verifica na palavra destacada em:<br />

a) Os carros estavam em alta velocidade, quando policiais os interceptaram.<br />

b) Quem poderia fazer o favor de me encomendar o novo dicionário?<br />

c) Alguns funcionários perguntaram se os salários atrasariam naquele mês.<br />

d) Todos os alunos fizeram a prova, mas só alguns assinaram a presença.


e) Aqueles que precisavam de mais informações foram auxiliados.<br />

40. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Para preservar a coerência e a correção gramatical do texto,<br />

assinale a opção que corresponde ao termo a que se refere o elemento coesivo constituído pelo pronome “-la”.<br />

A reciprocidade de tratamento é tradicional princípio da liturgia diplomática. Esse pressuposto consagrado na relação entre<br />

as nações − econômicas e migratórias, entre outras − é determinante <strong>para</strong> estimular o equilíbrio e afastar a tensão na<br />

convivência entre os países, colaborando <strong>para</strong> mantê-la em desejável harmonia. É hipocrisia, por exemplo, cobrar de<br />

uma parceria obediência a normas de bom trato (ou de acolhimento) se o outro lado da fronteira não é contemplado com o<br />

respeito ao protocolo da civilidade.<br />

a) “convivência”.<br />

b) “liturgia”.<br />

c) “reciprocidade”.<br />

d) “tensão”.<br />

e) “hipocrisia”.<br />

41. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

A fraqueza da produção manufatureira, nos últimos meses e anos, aqueceu o debate sobre o risco de<br />

desindustrialização no Brasil. No ano passado, seu crescimento foi de apenas 0,3%, uma ninharia em com<strong>para</strong>ção<br />

com a alta de 6,7% no varejo. (...)<br />

– O pronome “seu” retoma o antecedente “produção manufatureira”.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições<br />

materiais e subjetivas à sua disposição, <strong>para</strong> que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se<br />

ocupe com questões outras que a sobrevivência. (...)<br />

No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com<br />

extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres<br />

pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação<br />

com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é<br />

evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais,<br />

sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito<br />

e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores.<br />

42. (Esaf – MI-CENAD – Engenheiro de Telecomunicações – 2012) Na organização das relações de coesão e coerência do<br />

texto,<br />

a) O pronome “todos” retoma e sintetiza os termos da enumeração “a igualdade, o respeito e a dignidade”.<br />

b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” retoma, com outras palavras, a ideia de “reproduz o mundo com<br />

extrema facilidade”.<br />

c) o substantivo “seres” e o pronome “que” retomam a expressão “seus educados cidadãos”.<br />

d) a expressão “Esse resultado” retoma a ideia de “sociedade tão igualitária”, já sintetizada em “isso”.<br />

e) os pronomes “sua”, “suas”, “ele” e “se” referem-se a “o cidadão”.<br />

43. (CEPERJ – ITERJ/RJ – Analista de Gestão Organizacional – 2012) “Antes de analisarmos as disposições da legislação<br />

brasileira sobre esse assunto, impõe-se, inicialmente, uma breve análise das diferentes questões sociopolíticas relativas à<br />

legalização do solo.”<br />

No fragmento acima reproduzido, o emprego da 1 a pessoa do plural tem o papel de:<br />

a) designar um sujeito coletivo que se responsabiliza pelo que foi dito.<br />

b) incluir enunciador e leitor, <strong>para</strong> aproximá-los.<br />

c) evitar a 1 a pessoa do singular como estratégia de polidez.<br />

d) marcar um sujeito institucional, representado pela universidade.<br />

e) indicar um enunciador coletivo, mas difuso e amplificado.<br />

Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do<br />

computador sobre a tradição da escrita em papel. Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos,<br />

verificou-se de forma bastante clara que a escrita de próprio punho provoca, na região dedicada ao<br />

processamento das informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente mais intensa do que a<br />

da digitação, o que tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias. (...)


44. (FCC – TRE/PR – Técnico Judiciário – 2012) ... o que tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias.<br />

No contexto, o pronome grifado acima substitui, especificamente:<br />

a) um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência;<br />

b) uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador;<br />

c) a tradição da escrita em papel;<br />

d) a observação do cérebro de crianças e adultos;<br />

e) a escrita de próprio punho provoca (...) uma atividade significativamente mais intensa do que a da digitação.<br />

45. (AOCP – BRDE – Analista de Sistemas – 2012) Nos fragmentos abaixo, extraídos do texto, a colocação pronominal foi<br />

alterada. Assinale a única alternativa correta.<br />

a) Ou que voltaram-se todos <strong>para</strong> o passado...<br />

b) Maior do que esperaria-se...<br />

c) Tradição é o que cultua-se por todos os lados...<br />

d) E seguiu-se a manifestações antiformalistas...<br />

e) Não trata-se de um tradicionalismo conservador...<br />

46. (FUMARC – TJ/MG – Oficial Judiciário – 2012) Assinale a CORRETA correspondência entre o termo em negrito e o<br />

substantivo a que ele se refere:<br />

a) “(...) tamanhos avanços tecnológicos provocam o distanciamento dos jovens em vez de aproximá-los...” § 6 (jovens).<br />

b) “nos colégios e clubes, mesmo após meses de convívio, eles têm dificuldade de se aproximar dos colegas”. § 6 (pais).<br />

c) “(...) são incapazes de descobrir a viagem mágica no mergulho da boa leitura...” § 7 (colegas).<br />

d) “Aí, certamente, haverá prazer de ler Machado de Assis, Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti, Adélia Prado,<br />

Nélida Piñon e muitos outros”. § 9 (contos).<br />

47. (FUMARC – TJ/MG – Técnico Judiciário – 2012) O elemento de ligação MAIS adequado <strong>para</strong> reunir, na mesma<br />

sequência, os pensamentos, é:<br />

I. O nome da cidade é Nadópolis.<br />

II. A população da cidade a respeita muito.<br />

a) onde;<br />

b) que;<br />

c) cuja;<br />

d) quanto.<br />

48. (AOCP – BRDE – Assistente Administrativo – 2012) Com base no texto, julgue os itens a seguir.<br />

I. O fragmento “minhas duas filhas estão se pre<strong>para</strong>ndo” pode ser substituído por “estão pre<strong>para</strong>ndo-se”.<br />

II. O fragmento “que se tratava de transposições” pode ser substituído por “se tratavam”.<br />

III. O fragmento “Não vou me deter” pode ser substituído por “Não deter-me-ei”.<br />

IV. A próclise, em “Aí tudo se torna” e “Já me deparei”, ocorre devido à presença de expressões indefinidas.<br />

Está(ão) correta(s):<br />

a) apenas I;<br />

b) apenas III;<br />

c) apenas I e II;<br />

d) apenas II e IV;<br />

e) apenas II, III e IV.<br />

“(...) Só duas loiras, parecidas entre si, estão por lá. São grandes as chances de o rapaz se interessar por uma das loiras, porque<br />

é mais fácil <strong>para</strong> o cérebro compará-las do que com<strong>para</strong>r dezenas de morenas<br />

49. (PaqTcPB – UEPB – Técnico em Informática – 2012) Em “porque é mais fácil <strong>para</strong> o cérebro compará-las”, o termo -las<br />

refere-se a:<br />

a) uma das loiras;<br />

b) uma loira e uma morena;<br />

c) duas loiras;<br />

d) dezenas de morenas;<br />

e) uma das morenas.<br />

50. (CEPERJ – Procon/RJ – Técnico em Contabilidade – 2012) “a sua fiel e querida boneca, que você não vê há três meses”<br />

No exemplo acima, o vocábulo “que” substitui um termo antecedente (“boneca”) e é classificado, por isso, como pronome<br />

relativo.


Outro exemplo no qual o vocábulo “que” funciona como pronome relativo está em:<br />

a) “Sei que você sente muitas saudades”;<br />

b) “Aposto que você nem sabia”;<br />

c) “eletrodomésticos que não funcionavam”;<br />

d) “ninguém mais fraco do que nós”;<br />

e) “Não deveríamos aguardar resignadamente que decidissem”.<br />

51. (CEPERJ – Procon/RJ – Técnico em Contabilidade – 2012) A substituição da expressão grifada por um pronome pessoal<br />

está corretamente realizada em:<br />

a) assina esta coluna – assina-lhe;<br />

b) formamos um grande grupo – formamo-nos;<br />

c) vamos tomar o poder – vamos tomá-lo;<br />

d) mudar o mundo – mudar-se;<br />

e) pre<strong>para</strong>ndo a revolução – pre<strong>para</strong>ndo-na.<br />

52. (FCC – TJ/RJ – Comissário da Infância e da Juventude – 2012) O restaurante Reis, ...... o poeta era assíduo frequentador,<br />

ficava no velho centro do Rio.<br />

Preenche corretamente a lacuna da frase acima:<br />

a) o qual;<br />

b) no qual;<br />

c) de que;<br />

d) de cujo;<br />

e) em que.


Gabarito<br />

1. II. 12. CERTO. 23. D. 34. Errado. 45. D.<br />

2. INCORRETO. 13. ERRADO. 24. E. 35. E. 46. A.<br />

3. A. 14. CERTO. 25. C. 36. ERRADO. 47. C.<br />

4. C. 15. C. 26. C. 37. ERRADO. 48. A.<br />

5. A. 16. B. 27. B. 38. C. 49. C.<br />

6. CERTO. 17. E. 28. INCORRETO. 39. E. 50. C.<br />

7. ERRO GRAMATICAL. 18. A. 29. B. 40. A. 51. C.<br />

8. CERTO. 19. C. 30. A. 41. CORRETO. 52. C.<br />

9. ERRADO. 20. C. 31. B. 42. E.<br />

10. ERRADO. 21. E. 32. D. 43. C.<br />

11. CERTO. 22. C. 33. CORRETO. 44. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 12<br />

Verbo


Definição<br />

Chegou a hora da verdade! Este capítulo me deu um trabalho danado... e tenho certeza de<br />

que você terá um trabalho maior ainda <strong>para</strong> internalizar as informações sobre este assunto. No<br />

entanto, relax! Antes das mais de 70 questões de verbos (!!!), eu digo <strong>para</strong> você o que<br />

realmente vale a pena saber <strong>para</strong> o dia da prova, beleza? Só estude tudão, a fundo, se dispuser<br />

de tempo, senão caia dentro dos assuntos que mais aparecem nas provas (veja isto no<br />

tópico “O que cai mais na prova?”, ao fim deste capítulo).<br />

Do ponto de vista semântico, o verbo normalmente indica uma ação ou um processo, mas<br />

pode indicar estado, mudança de estado ou fenômeno natural – sempre dentro de uma<br />

perspectiva temporal. Pode indicar também a noção de existência, volição (desejo),<br />

necessidade, etc. Veja alguns exemplos:<br />

– O aluno estudou muito. (ação/passado)<br />

– A aluna está feliz. (estado/presente)<br />

– A aluna virou professora. (mudança de estado/passado)<br />

– Amanhã choverá muito na cidade do Rio de Janeiro. (fenômeno natural/futuro)<br />

– Há dois amores na minha vida. (existência/presente)<br />

– Queria o <strong>Pestana</strong> ao meu lado no dia da prova. (volição/passado)<br />

– Precisarei de sua ajuda no próximo capítulo. (necessidade/futuro)<br />

Obs.: Frisei acima a “perspectiva temporal”, porque substantivos (e adjetivos) podem<br />

indicar ação, estado, fenômeno natural etc.: plantação (ato de plantar), morte (estado),<br />

chuva (fenômeno natural), satisfeito (estado). Essas palavras não podem ser verbos,<br />

pois não indicam tempo em si mesmas, tampouco podem ser conjugadas, é claro, ok?<br />

Do ponto de vista morfológico, o verbo varia em modo, tempo, número e pessoa,<br />

segundo a gramática tradicional; normalmente, voz e aspecto são conceitos analisados em<br />

se<strong>para</strong>do. As quatro primeiras flexões combinadas formam o que chamamos de conjugação<br />

verbal, ou seja, <strong>para</strong> atender às necessidades dos falantes, o verbo muda de forma à medida<br />

que variamos a ideia de modo, tempo, número e pessoa.<br />

Sabemos que um verbo varia quando ele “sai” de sua forma nominal infinitiva (terminada<br />

em -ar (amar), -er (vender), -ir (partir)). Falarei minuciosamente de cada tópico da variação<br />

verbal daqui a pouco.<br />

Do ponto de vista sintático, o verbo tem um papel importantíssimo dentro da frase; sem ele<br />

(explícito ou implícito) não há orações na língua portuguesa, pois o verbo é o núcleo do<br />

predicado – percebeu que eu usei vários verbos <strong>para</strong> dizer o que eu acabei de dizer? O único<br />

caso em que o verbo não é o núcleo do predicado, segundo a gramática tradicional, é quando


há predicado nominal, mas mesmo assim ele está presente. Fique tranquilo, pois falarei bem<br />

disso.<br />

Pois bem... <strong>para</strong> entendermos todas as definições de verbo, vamos analisar esta frase:<br />

Toda vez que eu penso em você, sinto uma coisa diferente.<br />

Note que os vocábulos penso e sinto<br />

1) indicam uma ideia de ação e percepção (sensação ou experimentação);<br />

2) variaram em modo, tempo, número, pessoa “saindo” de sua forma nominal (pensar e<br />

sentir); ambos os verbos estão na primeira pessoa do singular do presente do indicativo.<br />

3) funcionam como núcleo do predicado verbal, como núcleo das orações.<br />

Obs.: Note que, sem os verbos, nada faz sentido, porque a estrutura sintática fica<br />

comprometida, não refletindo o uso adequado da língua: Toda vez que eu ( ) em você, ( )<br />

uma coisa diferente. (???)<br />

Existem mais de 11.000 verbos na língua, segundo nos informa o gramático Cegalla. Mas<br />

antes que você se desespere pensando que vai ter de saber tudo sobre eles, saiba que, em<br />

conjugação verbal, só alguns verbos são re-al-men-te importantes na sua vida de concurseiro.<br />

Ufa!<br />

Não reclama, não! São estes os frequentes em concursos: ser, ir, vir (e derivados), ver (e<br />

derivados), pôr (e derivados), ter (e derivados), caber, valer, adequar, haver, reaver,<br />

precaver-se, requerer, prover, viger, preterir, eleger, impugnar, trazer, os terminados em -<br />

ear, -iar (Lembra-se do MARIO?), -uar etc. Fique em paz mental! Mas não deixe de<br />

conjugá-los todo santo dia, pois caem em prova direto!


Identificação<br />

O verbo é uma palavra que termina em -ar (levantar), -er (beber), -ir (cair) e que pode ser<br />

conjugada, normalmente por meio de pronomes pessoais retos (eu levanto, tu levantas, ele<br />

levanta, nós levantamos, vós levantais, eles levantam... eu bebi, tu bebeste, ele bebeu, nós<br />

bebemos, vós bebestes, eles beberam... eu cairei, tu cairás, ele cairá, nós cairemos, vós<br />

caireis, eles cairão...).<br />

Pela forma, é possível identificar um verbo numa frase, desde que você conheça as<br />

terminações verbais, ou desinências verbais – já vistas no capítulo de Estrutura das<br />

Palavras. Lembra? Veja:<br />

– Nós insistiremos nessa questão, porque cremos em nosso ponto de vista. (re: desinência<br />

modo-temporal; mos: desinência número-pessoal; ambos na voz ativa)<br />

Insistir e crer são identificados como verbos, pois, formalmente falando, podem ser<br />

conjugados. Lembre-se de que conjugação é a flexão do verbo em modo, tempo, número,<br />

pessoa (e, <strong>para</strong> alguns gramáticos, voz).<br />

Podemos identificar tais palavras como verbos, pois, como já se disse, não existe oração<br />

sem verbo. O verbo é o núcleo de uma oração. Sem ele, não há oração. Sem ele, a frase não<br />

tem sentido: Nós nessa questão, porque em nosso ponto de vista (????!!!). Percebeu que o<br />

verbo é essencial <strong>para</strong> a construção do sentido?<br />

Pois bem... vale a pena dizer também que o verbo é uma palavra que exprime um fato dentro<br />

do tempo, logo notamos a ideia de futuro e de presente, respectivamente, nos verbos do<br />

exemplo.<br />

Obs.: A única forma verbal que não apresenta noção temporal é a forma nominal infinitiva<br />

(falar, crer, insistir). Por exemplo: Ser, estar e ficar são comumente verbos de ligação.<br />

Note que as palavras ser, estar e ficar servem <strong>para</strong> nomear um verbo, logo não indicam<br />

tempo, pois são verdadeiros substantivos nesse contexto. Se houver algum determinante<br />

antes de tais formas, novamente serão substantivos: O Ser, o estar e o ficar são<br />

comumente verbos de ligação. Não confunda verbo com substantivo, pois o infinitivo<br />

pode realmente ser um verbo no contexto: Estudo <strong>para</strong> passar na prova. Note que<br />

passar indica ação, mas a noção de tempo é atemporal. Falarei melhor disso em Formas<br />

Nominais do Verbo, ainda neste capítulo. Relaxe!<br />

E se você acha que identificar um verbo é mole, não subestime a conjugação de alguns<br />

verbos, assunto que cai muito em prova (na FCC, então, nem se fala!).<br />

Em sala de aula, eu sempre digo aos meus alunos assim: “Vem cá! Quer dizer que geral<br />

aqui é safo em verbo, não é? Então, beleza. Já que você é bom, qual frase a seguir apresenta


conjugação correta?”.<br />

Aí os alunos piram, porque já sabem que lá vem história... Coloco no quadro as seguintes<br />

frases, normalmente:<br />

1) As crianças se entreteram durante bom tempo no parque.<br />

2) Depois que o assessor interviu, os políticos ficaram tranquilos.<br />

3) Quando nós propormos uma sugestão, aceite-a.<br />

4) Sempre se precavenha de maus negócios.<br />

Depois de cada um chutar uma conjugação, eu digo: “Ih... estão por fora! Sabe qual é a<br />

única conjugação correta? Ne-nhu-ma!”. A gargalhada corre solta...<br />

“É isso mesmo! Quer saber a conjugação correta destes verbos? Veja!”<br />

1) As crianças se entretiveram durante bom tempo no parque.<br />

2) Depois que o assessor interveio, os políticos ficaram tranquilos.<br />

3) Quando nós propusermos uma sugestão, aceite-a.<br />

4) Sempre se resguarde de maus negócios.<br />

Sobre 1: O verbo entreter é derivado do verbo ter, logo se conjuga como o verbo ter.<br />

Sobre 2: O verbo intervir é derivado do verbo vir, logo se conjuga como o verbo vir.<br />

Sobre 3: O verbo propor é derivado do verbo pôr, logo se conjuga como o verbo pôr.<br />

Sobre 4: O verbo precaver não se conjuga no presente do subjuntivo, logo usei um<br />

sinônimo.<br />

“É, meu camarada, o buraco é mais embaixo!” A partir disso, todos baixam a bola e<br />

começamos a aprender mais sobre verbos, com a devida seriedade.<br />

Conjugação verbal é algo muito cobrado em prova de concurso! Muito! Não vacile!


Flexões dos Verbos<br />

Em Emprego de Tempos e Modos Verbais e Voz Verbal, pretendo esmiuçar ainda mais o<br />

que significa modo, tempo, número e pessoa, mas neste primeiro momento preciso que você<br />

entenda de leve tais conceitos. Esta abordagem inicial, não tão profunda, vai fazer você<br />

entender mais sobre as variações (ou flexões) verbais, de modo que os conhecimentos<br />

seguintes servirão de complemento ao que já foi visto paulatinamente por você. Resultado:<br />

você não vai perder o fio de raciocínio, não vai ficar “viajando na maionese”. Relaxe, que vai<br />

dar tudo certo. Vamos lá, então...<br />

Modo<br />

É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase <strong>para</strong> indicar uma atitude da pessoa<br />

que o usou.<br />

Por exemplo, se você come um hambúrguer e gosta, você exclama: “Nossa! Como isso aqui<br />

está gostoso!”. Percebe que o verbo estar se encontra em uma determinada forma, indicando<br />

certeza, afirmação, convicção, constatação? Então, dizemos que este “modo” como o verbo<br />

se apresenta indica que o falante põe certeza, verdade no que diz, certo? Este é o famoso<br />

modo INDICATIVO, o modo da certeza, do fato, da verdade!<br />

Agora, em uma cena parecida, você vê uma pessoa comendo com vontade e diz: “Espero<br />

que esteja gostoso mesmo.”. Percebe que a forma, o modo, a maneira como o verbo se<br />

apresenta mudou em relação ao do indicativo? Por que mudou? Para expressar outra ideia que<br />

o falante quer passar, a saber: dúvida, suposição, incerteza, possibilidade. Este é o<br />

igualmente famoso modo SUBJUNTIVO, o modo da subjetividade, da incerteza, da dúvida,<br />

da hipótese!<br />

“Coma este hambúrguer, você não vai querer outro.” Note que, nessa frase, o verbo pode<br />

indicar sugestão, ordem, pedido,... dependendo do tom como ele é pronunciado. Um simples<br />

“Passe o sal.” pode ser dito em tom de pedido, se o casal estiver no início do relacionamento,<br />

mas... se estiver casado há muitos anos... ih... a ordem é o expediente... Estou brincando,<br />

afinal, eu sou casado, e minha mulher me ama de paixão. Voltando à realidade... Dizemos que<br />

tal verbo se encontra no modo IMPERATIVO, o modo da ordem, do pedido, da sugestão, da<br />

exortação, da advertência, da súplica... tudo dependerá do tom! Falarei mais sobre a<br />

formação do imperativo à frente.<br />

Tempo<br />

O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo.<br />

Os seres humanos, em geral, entendem o tempo físico numa linha corrente, e é a partir disso<br />

que formulam suas frases, situando no tempo seu discurso. Nós – que estamos sempre no


tempo presente da linha do tempo REAL – podemos, pela linha do tempo do DISCURSO,<br />

voltar ao passado ou viajar ao futuro. “Como fazemos isso, <strong>Pestana</strong>?” Por meio dos verbos,<br />

ora bolas! Isso é fantástico... podemos planejar o futuro, transportando-nos <strong>para</strong> ele pela<br />

imaginação e pelos verbos, se quisermos verbalizar nossos pensamentos: “Amanhã farei isso,<br />

daqui a 30 anos estarei assim, assado...”. Podemos voltar ao passado: “Meu Deus, como eu<br />

era bonita na década de 70!”.<br />

-----------------------------------------/ -----------------------------------------/ -----------------------------------------/ →<br />

PASSADO PRESENTE FUTURO<br />

Entendendo melhor...<br />

Você está lendo agora este texto, certo? Aí, chega alguém até você e começa a atrapalhar<br />

sua leitura, daí você diz: “Você não viu que eu estava lendo?”, como quem diz: “Volte <strong>para</strong> lá,<br />

seu chato!”. Percebeu que o verbo usado por você ficou no passado? Por quê? Pois você, no<br />

presente real, retornou, por meio do discurso, ao passado, ou seja, àquilo que você estava<br />

fazendo antes de o idiota interromper seu estudo.<br />

Logo, as noções de passado, presente e futuro norteiam nossa vida, não só no tempo<br />

cronológico, real, físico, mas também no tempo do discurso. Isso é muito importante! Você<br />

entenderá isso melhor mais à frente! Percebeu que eu usei o verbo no futuro (entenderá)?<br />

Como já dito, existem três tempos no modo indicativo (presente, passado e futuro), mas só o<br />

passado e o futuro apresentam subdivisões: passado (pretérito perfeito, imperfeito e maisque-perfeito),<br />

futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pretérito<br />

imperfeito e futuro. Explanarei em detalhes tudo isso mais à frente, em Emprego de Tempos e<br />

Modos Verbais. Segure aí...<br />

Número<br />

Este é fácil: singular e plural. Eu amo, mas nós amamos; tu amas, mas vós amais; ele ama,<br />

mas eles amam. Molezinha!<br />

Pessoa<br />

Fácil também: 1 a pessoa (eu amei, nós amamos); 2 a pessoa (tu amaste, vós amastes); 3 a<br />

pessoa (ele amou, eles amaram).


Estrutura Verbal<br />

Esta explanação é um déjà vu importante de Estrutura das Palavras.<br />

Na conjugação de um verbo, normalmente ocorre a combinação de alguns elementos,<br />

conhecidos como: radical, vogal temática (VT), tema, desinência modo-temporal (DMT) e<br />

desinência número-pessoal (DNP).<br />

É importante dizer que esses elementos verbais podem sofrer algumas mudanças na forma,<br />

chamadas tecnicamente de “alomorfias”; lembra? Fique ligado nisso quando eu apresentar os<br />

exemplos a seguir.<br />

Radical<br />

O radical é a base do verbo, cujo sentido está nele embutido. Sem este morfema, o verbo<br />

não existe.<br />

– Não posso deixar que isso ocorra.<br />

Note que poss-, deix- e ocorr- são os radicais dos verbos poder, deixar e ocorrer. Deles,<br />

só o radical de poder (pod-) sofreu modificação (poss-), chamada de alomorfia. Isso se dá<br />

por uma questão de eufonia (bom som da língua). Saiba que a maioria dos verbos não sofre<br />

alomorfia no radical, mas, como são muitos, há os que sofrem (os irregulares). Falarei sobre<br />

isso à frente. Respire fundo...<br />

Obs.: Importante saber sobre radical:<br />

Formas rizotônicas: sílaba tônica do verbo se localiza dentro do radical: Eu amo muito<br />

minha esposa.<br />

Formas arrizotônicas: a sílaba tônica do verbo se localiza fora do radical: Eu amava<br />

muito minha esposa.<br />

Vogal Temática<br />

A vogal temática vem imediatamente após o radical por motivo eufônico (boa pronúncia)<br />

e/ou <strong>para</strong> ligá-lo às desinências, formando o tema. Veja agora algumas informações<br />

importantes sobre VTs verbais.<br />

É uma vogal que vem após o radical, formando o tema e permitindo uma boa pronúncia do<br />

verbo; indica como vai ser o modelo (<strong>para</strong>digma) das conjugações (1 a conjugação: -a / 2 a<br />

conjugação: -e / 3 a conjugação: -i).<br />

É bom dizer que não há VT na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo e em<br />

nenhuma flexão do presente do subjuntivo (em “Eu amo.”, o -o é DNP; em “Espero que ele<br />

volte.” ou “Espero que ele beba.”, o -e e o -a são DMTs). Reveja o quadro de DMTs e DNPs.<br />

Vejamos as VTs verbais:


amar: Eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, eles amaram. (pretérito<br />

perfeito do indicativo)<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia na 1 a e na 3 a pessoa do singular do<br />

pretérito perfeito do indicativo. Em todos os demais tempos, a vogal temática não muda,<br />

é sempre -a.<br />

comer: Eu comia, tu comias, ele comia, nós comíamos, vós comíeis, eles comiam (pretérito<br />

imperfeito do indicativo) / Eu havia comido. (particípio)<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia em toda a conjugação do pretérito<br />

imperfeito do indicativo e no particípio. Em todos os demais tempos, a vogal temática<br />

não muda, é sempre -e.<br />

PARTIR: Eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem. (presente do<br />

indicativo)<br />

Obs.: Como você percebeu, esta VT sofreu alomorfia na 2 a pessoa do singular e na 3 a do<br />

singular e do plural do presente do indicativo. Em todos os demais tempos, a vogal<br />

temática não muda, é sempre -i.<br />

O verbo pôr e seus derivados são de 2 a conjugação, ou seja, vogal temática -e, uma vez que<br />

pôr vem do latim poer (a vogal temática aparece logo na 2 a pessoa do singular do presente do<br />

indicativo: eu ponho, tu pões, ele põe...).<br />

Desinências Verbais<br />

Existem as desinências modo-temporais (DMTs) e as desinências número-pessoais<br />

(DNPs).<br />

As DMTs marcam a flexão do verbo <strong>para</strong> indicar as noções de certeza, fato (modo<br />

indicativo) e incerteza, hipótese (modo subjuntivo), tempo passado (pretérito perfeito,<br />

imperfeito e mais-que-perfeito), presente e futuro (do presente e do pretérito).<br />

Como você vai ver na tabela a seguir, além de não haver DMTs em todos os tempos e<br />

modos, algumas desinências alomórficas do modo indicativo estão entre parênteses.<br />

Tempo<br />

Modo<br />

Indicativo<br />

Modo<br />

Subjuntivo<br />

Formas<br />

Nominais<br />

presente (1 a conj.) --- e infinitivo


presente (2 a e 3 a conj.) --- a r²<br />

perfeito --- ---<br />

imperfeito (1 a conj.) va (ve) sse gerúndio<br />

imperfeito (2 a e 3 a conj.) a (e) sse ndo<br />

mais-que-perfeito ra (re) (átono) ---<br />

futuro do presente ra (re) (tônico) --- particípio<br />

futuro do pretérito ria (rie) --- (a/i)do¹<br />

futuro do subjuntivo r²<br />

As DMts dos verbos no modo imperativo são iguais às do subjuntivo (e/a), aparecendo na 3 a pessoa do singular, na 1 a pessoa do<br />

plural e na 3 a pessoa do plural.<br />

Obs.: ¹ Para muitos gramáticos, o a e o i do particípio são vogais temáticas; a desinência de<br />

particípio (-do) pode sofrer alomorfia, dependendo do verbo (exemplo: pôr > posto;<br />

imprimir > impresso).<br />

² Não confunda verbo no infinitivo com futuro do subjuntivo, só porque a terminação é igual:<br />

Para eu vencer, preciso de você. / Enquanto eu vencer, precisarei de você. O verbo no<br />

futuro do subjuntivo vem antecedido de conjunção, normalmente, e o verbo no infinitivo<br />

vem antecedido de preposição, normalmente. Esse é o termômetro <strong>para</strong> a distinção.<br />

As DNPs marcam a flexão do verbo <strong>para</strong> indicar as noções de quantidade (número) e<br />

emissor (1 a pessoa), receptor (2 a pessoa), referente (3 a pessoa). Vêm após as DMTs. Não há<br />

DNPs em todos os tempos e modos. Vejamos:<br />

Tempo Singular Plural<br />

presente do indicativo 1 a p.: o / 2 a p.: s 1 a p.: mos / 2 a p.: is / 3 a p.: m<br />

pretérito perfeito do indicativo<br />

1 a p.: i / 2 a p.: ste /<br />

3 a p.: u<br />

1 a p.: mos / 2 a p.: stes / 3 a p.: ram<br />

futuro do presente do indicativo 1 a p.: i / 2 a p.: s 1 a p.: mos / 2 a p.: is / 3 a p.: o<br />

futuro do subjuntivo e infinitivo flexionado 2 a p.: es 1 a p.: mos / 2 a p.: des / 3 a p.: em<br />

imperativo afirmativo --- 1 a p.: mos / 2 a p.: i, de<br />

Obs.: Os tempos que aqui não foram mencionados (pretérito imperfeito, mais-que-perfeito,<br />

futuro do pretérito, presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do subjuntivo) seguem<br />

um modelo (<strong>para</strong>digma) de desinências, que é: 2 a pessoa do singular: -s, 1 a pessoa do<br />

plural: -mos, 2 a pessoa do plural: -is e 3 a pessoa do plural: -m. Um detalhe importante:<br />

alguns estudiosos chamam (adequadamente, diga-se de passagem!) as DNPs do pretérito


perfeito do indicativo de “cumulativas”, pois elas acumulam a função de marcar não só<br />

o número e a pessoa mas também o modo e o tempo, como se fossem DMTs. Eu falei<br />

“como se fossem”.<br />

Se você dominar esse conhecimento da estrutura dos verbos, conjugação verbal deixará de<br />

ser problema <strong>para</strong> você. Veja você mesmo:<br />

FCC – TRE/CE – Analista Judiciário – 2012<br />

... e ele pretendia fazer o terceiro filme seguido lá...<br />

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:<br />

a) Houve um tempo em que eu...<br />

b) ... o sucesso crítico e financeiro de Match Point deu origem a outras possibilidades.<br />

c) ... mas você gostaria de fazer alguma observação?<br />

d) ... estava ligado em comédia...<br />

e) Mas não sinto mais a mesma coisa.<br />

Comentário: O gabarito é a letra d) porque pretendia e estava estão no pretérito imperfeito<br />

do indicativo. Isso fica visível com as DMTs “a” (em pretendia) e “va” (em estava). Sobre<br />

as demais: a) não há DNP na 1 a pessoa do verbo haver (bem-vindo às exceções), está no<br />

pretérito perfeito do indicativo; b) pretérito perfeito do indicativo, fica claro pela DNP “u”;<br />

c) “ria” é a DMT do futuro do pretérito do indicativo; e) “o” é DNP de 1 a p. s. do presente<br />

do indicativo.<br />

Fica a dica, hein!


Locução Verbal<br />

Também chamada de perífrase verbal, a locução verbal é um grupo de verbos que tem uma<br />

só unidade de sentido, como se fosse um só verbo. É por isso que é contada como uma só<br />

oração na análise sintática.<br />

Formada por verbo auxiliar + verbo principal (sempre no gerúndio, no infinitivo ou no<br />

particípio), a locução verbal representa uma só oração dentro da frase. Não se esqueça disto!<br />

Outra coisa: <strong>para</strong> que você reconheça uma locução verbal, note que os verbos têm de se<br />

referir ao mesmo sujeito. Por exemplo, em “Vou estudar”, quem vai? Eu. Quem estudará? Eu.<br />

Logo, se ambos os verbos se referem ao mesmo sujeito, estamos diante de uma locução<br />

verbal. Falarei sobre isso no quadro maior à frente, inclusive sobre as falsas locuções<br />

verbais. Leia com carinho.<br />

“Pest, mas por que auxiliar e principal?”<br />

Um verbo é chamado de auxiliar por um motivo óbvio: ele colabora (auxilia/ajuda) com a<br />

formação de uma locução verbal, concordando em número e pessoa com o sujeito. Só ele<br />

varia com o sujeito, o principal nunca varia! É interessante dizer que os verbos auxiliares<br />

carregam aspectos ou durações diversas no processo verbal ampliando o sentido do verbo<br />

principal e, reitero: sempre se flexionam com o sujeito, concordando em número e pessoa com<br />

ele.<br />

O verbo da locução verbal chamado principal é aquele que carrega consigo o significado<br />

principal da locução e a noção de predicação verbal (verbo de ligação, intransitivo, transitivo<br />

direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto; já ouviu falar nisso?).<br />

Conheça agora os principais auxiliares, que formam locuções verbais:<br />

Auxiliares de voz: formam a voz passiva (ser, estar, ficar, viver, andar, ir, vir +<br />

particípio). Muito importante saber isso!<br />

– Fomos vistos por ela.<br />

– Estive vencido pelo cansaço, mas agora é diferente.<br />

– O mestre ficou rodeado de alunos.<br />

– Josete e Albertina vivem cercadas de estudantes.<br />

– Toda a vizinhança anda aterrorizada pelos assaltantes.<br />

– O preso ia escoltado pelos guardas.<br />

– O carro vinha pilotado por um profissional.<br />

Obs.: São raras as locuções verbais que se iniciam por outros verbos (que não o ser) <strong>para</strong><br />

indicar a voz passiva. Quase sempre, portanto, uma locução verbal de voz passiva vem<br />

construída assim: ser + particípio (O problema será resolvido logo.). É bom dizer que o


verbo principal no particípio concorda em gênero e número com o sujeito. Atente <strong>para</strong><br />

isso!<br />

Auxiliares de tempo composto: formam o tempo composto dos verbos (ter/haver +<br />

particípio; locução muito exigida em provas de concurso público!). Falarei melhor disso à<br />

frente.<br />

– Espero que tenha/haja começado o jogo.<br />

– Se nós tivéssemos/houvéssemos vibrado mais, talvez conquistaríamos a Copa.<br />

Obs.: Às vezes, esta construção vem com o verbo ser no particípio indicando passividade,<br />

entre o primeiro auxiliar e o principal. Isso mesmo, é possível haver mais de dois<br />

verbos na locução verbal, em que só o último será analisado como principal. Veremos<br />

isso melhor depois, mas vá lá, observe este exemplo: “O cidadão tinha sido advertido<br />

pelo guarda duas vezes.”. Toda a estrutura em negrito é uma locução verbal, em que<br />

tinha sido são dois verbos auxiliares e advertido, o verbo principal. Esta construção é<br />

típica de voz passiva... falarei sobre isso à frente, em voz verbal... aguarde.<br />

Auxiliares de aspecto (acurativos): precisam o momento em que a ação verbal se realiza.<br />

– Passou/Começou/Pôs-se a estudar. (início)<br />

– Estou <strong>para</strong> (por) estudar. (iminência)<br />

– Fiquei/Ando/Estou (a) escrever/escrevendo. Venho/Vou escrevendo. (continuidade)<br />

– Tornamos/Voltamos a estudar. Costumamos escrever. (repetição)<br />

– Acabaram/Deixaram/Cessaram/Pararam de estudar. (cessação)<br />

– Continuo/Permaneço estudando. (permansivo)<br />

Obs.: Estar a escrever é construção própria do português de Portugal, análoga a estar<br />

escrevendo, própria do português brasileiro. E... como se vê... o verbo auxiliar pode se<br />

ligar ao principal por meio de preposição.<br />

Auxiliares de modo (modais): precisam o modelo como a ação verbal se realiza ou deixa<br />

de se realizar; os valores semânticos dos verbos variam no contexto discursivo.<br />

– Tinha/Havia de estudar. Preciso (de) estudar. (obrigação, necessidade, dever)<br />

– Posso estudar. (possibilidade, capacidade, permissão)<br />

– Você pode começar a pagar a dívida, senão vai preso! (obrigação/imposição)<br />

– Não pode estudar aqui. (imposição)<br />

– Quero/Desejo estudar. Hei de passar! (vontade, volição, intenção, confiança)


– Pretendo/Tento estudar. (tentativa, esforço)<br />

– Devo estudar. (probabilidade, obrigação, necessidade, dever)<br />

– Consegui estudar. (resultado, consecução)<br />

– Ele parece estudar. (aparência, dúvida)<br />

– Vou estudar. (intenção, movimento futuro)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os valores semânticos dos verbos modais dependerão do contexto. Veja esta questão da<br />

prova do ITA/2004:<br />

23. Aponte o enunciado em que o verbo poder NÃO indica possibilidade.<br />

a) De outro lado, a elaboração pessoal dos dados e a sua crítica poderão sofrer com a falta de um diálogo sustentado<br />

(...). (Texto 1, linha 11).<br />

b) Poderemos ter especialistas cada vez mais peritos (...). (Texto 1, linha 17).<br />

c) Estes, por definição, são bens cujo usufruto é necessariamente coletivo e não podem ser apropriados exclusivamente<br />

por ninguém em particular. (Texto 2, linha 9). (Gabarito!)<br />

d) Quanto ao grau de abrangência, os bens públicos podem ser classificados em locais, nacionais ou universais. (Texto 2,<br />

linha 10).<br />

e) As tecnologias podem ser “engenheiradas”, transformando-se em produtos de mercado, (...). (Texto 2, linha 25).<br />

Comentário: Em “São bens cujo usufruto é necessariamente coletivo e não podem ser<br />

apropriados...”, o verbo poder indica obrigatoriedade, imposição (mesmo valor de dever:<br />

São bens cujo usufruto é necessariamente coletivo e não devem ser apropriados.).<br />

2) Como já dito, a locução verbal pode ser constituída de mais de dois verbos, em que os<br />

primeiros são auxiliares, e o último, o principal: Sorria! Você está sendo filmado. / O<br />

jogador tem sido com<strong>para</strong>do pelo olheiro ao Romário. / A dívida deve começar a ser<br />

paga antes que sejas preso.<br />

3) Cuidado com o gerundismo! Não sabe o que é isso? Nem mesmo o então Ministro da<br />

Saúde José Serra escapou deste vício de linguagem, quando disse: “... outra vacina que<br />

vamos estar aplicando amanhã”. O grande professor Sírio<br />

Possenti (UNICAMP) e outros(as) linguistas não veem problema algum nessa locução<br />

verbal, mas isso já foi questão de prova – em que o gerundismo foi condenado. Falo<br />

sobre isso no tópico Formas Nominais do Verbo (Gerúndio) mais à frente. Dê uma<br />

olhada lá <strong>para</strong> entender do que se trata.<br />

4) Nunca é demais falar disto: os verbos poder, dever e costumar, quando acompanhados de<br />

partícula apassivadora, podem constituir uma locução verbal ou não. Logo, em<br />

“Pode/Deve/Costuma-se fazer isso”, podemos encarar “Pode/Deve/Costuma-se fazer”<br />

como uma locução verbal ou como dois verbos (daí que não há mais locução), em que o<br />

verbo no infinitivo é sempre o sujeito dos verbos auxiliares poder, dever e costumar. O<br />

que acha da frase a seguir?<br />

– Quando se pretende avaliar os efeitos de uma decisão, devem-se avaliar


primeiramente os motivos dessa decisão.<br />

Note que o verbo dever está no plural <strong>para</strong> concordar com o sujeito “os motivos dessa<br />

decisão” (= os motivos dessa decisão devem ser avaliados). Neste caso, há locução verbal,<br />

pois o verbo auxiliar sempre concorda com o sujeito em número e pessoa. Se o verbo<br />

estivesse no singular (... deve-se avaliar...), inferiríamos que o sujeito é oracional, isto é, o<br />

sujeito é o verbo no infinitivo: “... avaliar primeiramente os motivos dessa decisão devese.”.<br />

Neste caso, não há locução verbal, há dois verbos.<br />

5) Toda provável locução verbal deve passar por determinados critérios. O mais<br />

importante critério é perceber se os verbos que formam uma provável locução têm o<br />

mesmo sujeito. Se sim, estamos mesmo diante de uma locução verbal. Não obstante,<br />

há algumas expressões verbais que podem ser analisadas como dois verbos formando<br />

duas orações; neste caso, não se trata de uma locução. De antemão, aceno que, em<br />

poucos casos, como o primeiro a seguir, a análise entre locução verbal e grupo de<br />

verbos que não formam locução é dúbia. Leia atentamente as considerações abaixo<br />

<strong>para</strong> entender.<br />

Parafraseando Bechara, nem sempre a aproximação de dois ou mais verbos constitui uma<br />

locução verbal; a intenção da pessoa que fala ou escreve é que determinará a existência da<br />

locução. “Por exemplo, na frase ‘Queríamos colher rosas.’, os verbos queríamos e colher<br />

constituirão expressão verbal se pretendo dizer que queríamos colher rosas e não outra flor,<br />

sendo rosas o objeto da declaração. Se, porém, pretendo dizer que o que nós queríamos era<br />

colher rosas e não fazer outra coisa, o objeto da declaração é colher rosas e a declaração<br />

principal se contém incompletamente em queríamos.” (José Oiticica, em Manual de Análise,<br />

202-203).<br />

Cuidado, portanto, com o verbo querer. Com ele, pode-se interpretar que há a formação de<br />

uma locução verbal ou que há dois verbos, em que o segundo é o complemento do primeiro<br />

Exemplo: Quero beber (locução verbal, uma oração) água. / Quero (um verbo, uma oração)<br />

+ beber (outro verbo, outra oração, complementando a primeira) água. Duas possíveis<br />

análises.<br />

Aparentemente este assunto é bobinho, mas quando a banca FGV, por exemplo, pede <strong>para</strong><br />

você contar quantas orações há no trecho tal, se você não souber identificar uma locução<br />

verbal, parceiro(a), vai chorar! Então, cuidado com isso! Observe agora o verbo parecer:<br />

– Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, pois o verbo auxiliar concorda com<br />

o sujeito)<br />

– Eles parece / estudarem bastante. (não é uma locução verbal; leia-se: “Parece / que<br />

eles estudam bastante.”)<br />

Cuidado agora com as falsas locuções verbais!


Os verbos causativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir) nunca formam<br />

locução verbal com o infinitivo ou gerúndio; são dois verbos, cada um com sua autonomia.<br />

– Já te mandei ficar quieto. (Leia-se: Eu já mandei que tu ficasses quieto.)<br />

– Eu a vejo passando todos os dias por aqui. (Leia-se: Eu vejo que ela passa todos os<br />

dias por aqui.)<br />

Quando o infinitivo da locução verbal pode ser transformado em uma oração desenvolvida,<br />

iniciada por conectivo, em tese, não há locução verbal. Em “Não nos compete realizar (que<br />

realizemos) tarefas desagradáveis.”, o sujeito do verbo competir é o infinitivo realizar, ou<br />

seja, “Realizar tarefas desagradáveis (sujeito) não nos compete (verbo).”. Outro exemplo:<br />

“Sempre falta explicar um assunto.”, em que explicar é o sujeito de faltar, ou seja,<br />

“Explicar um assunto (sujeito) sempre falta (verbo).”. Nestes casos, NÃO há locução<br />

verbal!<br />

Não obstante, fiquemos atentos ao que disseram Bechara e Oiticica no início deste tópico, os<br />

quais deram a possibilidade de dupla análise, quando o sujeito for o mesmo. Em tais frases<br />

abaixo, podemos encarar dois verbos não formando locução alguma ou podemos encarar<br />

como locução verbal, sim! Tais casos de dupla análise equivalem ao do verbo querer.<br />

– Eu espero encontrar o caminho. (locução verbal)<br />

– Eu espero encontrar (que eu encontre) o caminho. (dois verbos, em que o segundo é<br />

o complemento do primeiro)<br />

– Certas mulheres admitem gostar de homens mais novos. (locução verbal)<br />

– Certas mulheres admitem gostar (que gostam) de homens mais novos. (dois verbos,<br />

em que o segundo é o complemento do primeiro)<br />

O fato de haver pronome oblíquo átono ligado à locução verbal não a impede de ser<br />

analisada como tal: “Vou-me arrumar <strong>para</strong> a festa.” ou “Vou me arrumar <strong>para</strong> a festa.” ou<br />

“Vou arrumar-me <strong>para</strong> a festa.”. Todas as expressões em itálico são locuções verbais.<br />

Vale dizer ainda que os verbos da locução verbal podem vir se<strong>para</strong>dos por expressões<br />

interferentes:<br />

– Hoje, estou, mais do que nunca, estudando muito <strong>para</strong> a minha prova.<br />

Veja esta questão, por favor!<br />

2. (Fafipa – Pref. Cariacica/ES – Psicólogo – 2011) Assinale a alternativa cuja sequência de verbos destacada NÃO<br />

constitui uma locução verbal.<br />

a) “Os imóveis não podem ser vendidos nem dados como garantia de empréstimos.”<br />

b) “Desde o ano passado, essa entidade vem tentando regularizar terrenos...”<br />

c) “Passou a receber um salário-mínimo dos membros da Câmara...”<br />

d) “O analista de sistemas João Carlos Belato, de 46 anos, conseguiu ganhar a posse da casa...”<br />

e) “Primeiro, deve-se provar que o intuito do doador era dar a terra à Igreja, não ao santo.”<br />

Comentário: “O analista... conseguiu (VTD) ganhar a posse da casa (OD).”. Se ganhar a<br />

posse da casa é o complemento do verbo conseguir, não pode formar uma locução verbal. É


parecido com o caso do verbo querer, como vimos no tópico 5. Não obstante, o gramático<br />

Bechara põe o verbo conseguir entre os verbos auxiliares, logo poderíamos interpretar<br />

conseguiu ganhar como uma locução verbal. Afinal, quem conseguiu? O analista. Quem<br />

ganhou? O analista. Isto é, ambos os verbos se referem ao mesmo sujeito. É um caso de<br />

dupla análise. Isso é um dos critérios <strong>para</strong> definirmos a locução verbal. Questão polêmica e<br />

merecedora de anulação! Veja que o gabarito pode ser a letra e) também. Com os verbos<br />

dever, poder e costumar acompanhados da partícula se apassivadora, podemos interpretar<br />

que há locução verbal ou dois verbos que não formam locução. Em deve-se provar,<br />

podemos entender que há ou não locução verbal. Como o se é apassivador, podemos<br />

entender que o sujeito do verbo dever é “provar que ... Igreja”, caso em que ele (dever) não<br />

é auxiliar e não constitui locução verbal, mas podemos entender que deve-se provar é<br />

locução verbal e o sujeito dessa locução é que o intuito do doador era. Polêmicas... Falarei<br />

mais sobre essa construção no capítulo de Concordância Verbal. Aí eu me pergunto: Por que<br />

o cara da banca formulou uma questão dessas? Que vontade de xingar um, meu Deus!<br />

6) Há uma diferença entre ter de e ter que. A construção “Você tem que estudar.” indica<br />

imposição ou necessidade, e o que é uma preposição acidental. Segundo a maioria dos<br />

gramáticos, como Manoel P. Ribeiro e Napoleão M. de Almeida, a forma culta é “Você<br />

tem de estudar.”, em que tem de estudar é uma locução verbal culta, e tem que estudar,<br />

coloquial. Quando não indica imposição ou necessidade, a expressão ter que pode ser<br />

usada, mas a análise muda: em “Tenho muito que estudar.”, o que é um pronome relativo<br />

que retoma o pronome indefinido muito. Logo, esta última construção não constitui<br />

locução verbal.<br />

7) As locuções verbais formadas por ir + ir (vou ir, vai indo...) ou vir + vir (venho vindo,<br />

vem vindo...) são próprias do registro coloquial, segundo alguns estudiosos; já outros,<br />

como Cláudio Moreno e José Maria da Costa as abonam.


Aspecto Verbal<br />

Alguns verbos têm peculiaridades semânticas dentro da perspectiva temporal, ou seja,<br />

dependendo da forma e do contexto em que se encontram podem indicar processos de duração<br />

verbal diferenciados ou sentidos bem peculiares. Por exemplo: “Eu comia hambúrgueres na<br />

minha adolescência.” (o verbo indica que este hábito era costumeiro nessa fase da vida).<br />

Agora: “Eu comia um hambúrguer, quando ela me interrompeu.” (o verbo indica que a ação<br />

verbal já havia iniciado, prosseguiu até um momento, mas não foi finalizada).<br />

Veja só alguns aspectos, os mais comuns em prova de concurso, abaixo <strong>para</strong> você ter uma<br />

ideia (baseado nos exemplos do dicionário Caldas Aulete):<br />

Aspecto durativo/cursivo: indica um processo continuado, uma ação que se prolonga por<br />

determinado tempo (p. Ex.: Ele estuda durante o verão.).<br />

Aspecto habitual/iterativo: indica que uma ação ou uma situação se repete habitualmente<br />

(p. ex.: Eles lancham todos os dias.).<br />

Aspecto pontual: que indica que um evento é momentâneo, não dura além de um momento<br />

(p. ex.: Ela espirrou.).<br />

O aspecto verbal tem a ver com o tempo gasto na duração do processo verbal (início, meio<br />

e/ou fim). Conseguimos perceber o aspecto verbal pela semântica do verbo e pelo contexto,<br />

normalmente. Poderia falar muito sobre este tópico, mas vou me ater apenas ao que é<br />

praxe, ao que interessa <strong>para</strong> sua prova, beleza? A saber: formas simples e compostas dos<br />

verbos (locução verbal). Então, venha comigo!<br />

1) Aspecto pontual ou momentâneo: não é apresentada a duração, pois o fato é instantâneo;<br />

o fato ocorre no momento da declaração.<br />

– Eu estou vendo TV agora, depois a gente se fala.<br />

– O cachorro pegou o osso no ar.<br />

2) Aspecto inceptivo, incoativo: o processo verbal indica que algo está sendo apresentado<br />

em seu início.<br />

– Meu filho começou a andar... passou a falar... daqui a pouco só vai fazer arte.<br />

– Amanhece em Copacabana um sol lindo, vivo.<br />

3) Aspecto cursivo, durativo: o processo verbal já teve um início e continuou ou continua,<br />

sem conclusão, num movimento progressivo.<br />

– Eu estava falando ao telefone, e me interromperam.<br />

– Temos exercitado muito a Língua Portuguesa.<br />

Obs.: O pretérito imperfeito (incompleto) do indicativo se encaixa normalmente neste


aspecto, pois o processo não tem limites claros e seu prolongamento é impreciso.<br />

4) Aspecto cessativo, conclusivo: o processo verbal é apresentado em sua totalidade, com<br />

começo, meio e fim; apresenta a conclusão de um fato.<br />

– Conseguimos ler o texto todo.<br />

– Malhei durante duas horas ontem.<br />

Obs.: O pretérito perfeito (completo) do indicativo se encaixa normalmente neste aspecto,<br />

pois o processo está concluso, finalizado.<br />

5) Aspecto iterativo, frequentativo, reiterativo: o processo verbal indica uma ideia de<br />

repetição, de hábito, de costume, de frequência.<br />

– Ele me beija três vezes ao me ver.<br />

– Você tem falado muito sobre passar na prova.<br />

6) Aspecto permansivo (permanência): o processo verbal já se concluiu, mas os efeitos<br />

permanecem.<br />

– Só aprendi português no Ensino Médio.<br />

– Só fiquei sabendo Matemática mesmo na faculdade, porque antes...<br />

7) Aspecto genérico, universal, atemporal: este processo de duração verbal trabalha com<br />

verdades absolutas ou tomadas como tal, científica, religiosa ou culturalmente.<br />

– Todo número par será divisível por dois.<br />

– Mulher é bicho difícil de entender.<br />

– Deus existe!<br />

– Quem cala consente.<br />

8) Aspecto iminencial: este processo indica que algo está prestes a ocorrer.<br />

– Ele está <strong>para</strong> viajar.<br />

– Nós vamos cair!<br />

Observação Final: Dependendo do gramático, a nomenclatura usada <strong>para</strong> os aspectos<br />

verbais pode variar, mas o que as bancas querem saber é se você consegue perceber o valor<br />

semântico temporal do verbo no contexto em que se encontra.<br />

Este assunto vem caindo muito em prova, junto com os conceitos de tempo e modo verbais.<br />

Por isso, imploro que leia com detida atenção o tópico Emprego de Tempos e Modos Verbais.<br />

Você vai perceber que esse conhecimento de aspecto verbal está diretamente atrelado a tempo<br />

e modo verbais. Antes, porém, <strong>para</strong> fechar com chave de ouro, veja esta questão bonitinha:


(Funrio – Sebrae/PA – Analista Técnico (Contabilidade) – 2010)<br />

É comum a sensação de que o estudo dos verbos não dá conta de tudo aquilo de que precisamos <strong>para</strong> a expressão exata<br />

das ações em seus modos e configurações particulares. O português não tem uma flexão própria <strong>para</strong> indicar o aspecto,<br />

possível razão de a gramática tradicional não propor o seu estudo sistemático, mas é fato que, mesmo de maneira<br />

intuitiva, todos fazemos uso dessa categoria. O aspecto indica a duração de um processo verbal ou o modo da ação, que<br />

em português, expressa-se geralmente por meio de construções perifrásticas (ou locuções verbais), mas está presente<br />

também em alguns morfemas verbais, sufixos e prefixos.<br />

(Fonte: Thais Nicoleti de Camargo. Folha de S.Paulo, 13/12/2001.)<br />

Por exemplo, as frases “Ele tornou a dizer isso”, “Ele pretendia dizer isso” e “Ele começou a dizer isso” mostram o uso<br />

de verbos auxiliares <strong>para</strong> representar, respectivamente, os seguintes valores aspectuais:<br />

a) conativo, cessativo e perfectivo;<br />

b) iterativo, desiderativo e incoativo; (Gabarito.)<br />

c) habitual, durativo e progressivo;<br />

d) imperfectivo, pontual e comunicativo;<br />

e) cooperativo, optativo e imperativo.<br />

Comentário: Note que a questão em si é uma breve aula de aspecto verbal, mostrando que é<br />

possível perceber o aspecto de um verbo pela sua forma, simples, composta (locução<br />

verbal) e, até mesmo, por meio de prefixos e sufixos. Mas parou por aí, criando uma questão<br />

em cima das locuções verbais. Estude de novo o capítulo de locução verbal e verbos<br />

auxiliares. Vai por mim! Pois bem... o gabarito é a letra B, pois iterativo é o mesmo que<br />

habitual, recorrente, repetitivo, reiterativo (tornou a dizer), desiderativo, apesar de não ser<br />

alistado como um aspecto verbal por alguns gramáticos, trata do verbo que indica desejo,<br />

vontade, volição (pretendia dizer) e incoativo é um aspecto que indica início de ação<br />

(começou a dizer). Boa a questão, não é?


Formas Nominais dos Verbos<br />

As formas nominais do verbo são verbos que se comportam como nomes em certos<br />

contextos, no sentido de exercerem funções sintáticas próprias dos nomes substantivo, adjetivo<br />

ou advérbio. Exemplo:<br />

– Pisar a grama é expressamente proibido. (Assim como o substantivo exerce função de<br />

sujeito, o infinitivo equivale a ele, pois exerce aqui função de sujeito.)<br />

– O garoto veio em minha direção correndo. (Assim como o advérbio exerce função de<br />

adjunto adverbial de modo, o gerúndio equivale a ele, pois exerce aqui função de adjunto<br />

adverbial de modo.)<br />

– Alberto é um homem marcado pela sorte. (Assim como o adjetivo exerce função sintática<br />

de adjunto adnominal, o particípio equivale a ele, pois exerce aqui função de adjunto<br />

adnominal.)<br />

Há apenas três tipos de verbos que se encaixam entre as formas nominais: infinitivo,<br />

gerúndio e particípio. Vejamos cada um e suas peculiaridades.<br />

O Infinitivo<br />

É a forma verbal que nomeia um verbo. Por exemplo, quando alguém anda na sua frente e<br />

lhe pergunta o nome que se dá a essa ação, você diz: “andar”. Às vezes, o infinitivo se<br />

comporta como um mero substantivo (nos casos de não flexão), daí ser chamado de forma<br />

nominal.<br />

O infinitivo pode ser pessoal e impessoal.<br />

É impessoal quando não admite variação de pessoa: amar, vender, partir (terminando<br />

sempre em -ar, -er ou -ir). É pessoal, quando tem como sujeito uma das pessoas gramaticais.<br />

Nesse caso, pode ser denominado flexionado e não flexionado. Falo mais sobre isso no<br />

capítulo de Concordância.<br />

Se houver uma pessoa que o faz receber desinências, como se vê abaixo, flexiona-se<br />

normalmente:<br />

Era <strong>para</strong> eu cantar.<br />

Era <strong>para</strong> tu cantares<br />

Era <strong>para</strong> ele cantar.<br />

Era <strong>para</strong> nós cantarmos.<br />

Era <strong>para</strong> vós cantardes.<br />

Era <strong>para</strong> eles cantarem.<br />

Obs.: Infinito x Futuro do Subjuntivo<br />

Este participa de orações iniciadas por conjunções, como se ou quando, indicando hipótese


condicional ou temporal, normalmente; aquele, de orações iniciadas geralmente por<br />

preposição (a, de, <strong>para</strong>, por...), indicando significado declarativo.<br />

– Quando eu chegar, quererei festa. (futuro do subjuntivo)<br />

– Ao chegar, quererei festa. (infinitivo)<br />

– A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. (infinitivo)<br />

– Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. (futuro do subjuntivo)<br />

Note que as formas são iguais, mas a classificação é diferente. Nunca use o infinitivo no<br />

lugar do futuro do subjuntivo, hein! Olha o que muita gente boa faz e pensa que está tudo<br />

certo: “Assim que eles proporem um acordo, começaremos a pensar.”. Está certo isso?<br />

Primeiro: cuidado com o verbo propor, derivado do verbo pôr (conjugue o verbo pôr e seus<br />

derivados!). Segundo: repare que antes do verbo vem uma locução conjuntiva (assim que), e<br />

não uma preposição, logo o verbo não pode ficar na forma infinitiva, mas sim no futuro do<br />

subjuntivo. Por isso, a frase deve ser reescrita <strong>para</strong> que esteja de acordo com o registro culto<br />

da língua: “Assim que eles propuserem um acordo, começaremos a pensar.”. Fique esperto!<br />

As provas de hoje exigem que você domine conjugação verbal, portanto comece a conjugar<br />

aqueles verbos que sempre caem. É um trabalho braçal, mas vale a pena. Relembrando os<br />

verbos a serem conjugados: ser, ir, vir (e derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados),<br />

ter (e derivados), caber, valer, adequar, haver, reaver, precaver-se, requerer, prover,<br />

viger, preterir, eleger, impugnar, trazer, os terminados em -ear, -iar (Lembra-se do<br />

MARIO?) e -uar.<br />

Importante: Sobre os casos de flexão do infinitivo e outros detalhes a respeito desta<br />

forma nominal, vá ao capítulo de Concordância (em Casos Especiais).<br />

O Gerúndio<br />

Além de atuar como verbo nas locuções verbais, em tempos compostos e nas orações<br />

reduzidas, o gerúndio (verbo terminado em -ndo) pode desempenhar as funções de advérbio e<br />

de adjetivo.<br />

Como verbo, indica normalmente um processo incompleto, prolongado, durativo:<br />

– Estava lendo o livro que você me emprestou. (locução verbal)<br />

– Ando lutando <strong>para</strong> mudar minha vida financeira. (locução verbal)<br />

– Tendo feito várias reclamações por escrito que não foram atendidas, resolvi vir<br />

pessoalmente aqui. (locução verbal de tempo composto)<br />

– Obtendo a nota exigida na prova, resignou-se. (oração reduzida)<br />

Conheça alguns empregos do gerúndio:


1) Esta forma nominal pode e deve ser usada <strong>para</strong> expressar a) uma ação em curso, b)<br />

uma ação anterior, c) posterior ou d) simultânea a outra. Veja os respectivos exemplos:<br />

– Agora ele está estudando.<br />

– Deixando a namorada em casa, voltou <strong>para</strong> a boemia. / Em se plantando, tudo dá.<br />

– O balão subiu rapidamente, desaparecendo no ar.<br />

– O jogador pulou cabeceando a bola.<br />

2) Combinado com os auxiliares estar, andar, ir, vir, o gerúndio marca uma ação durativa,<br />

com aspectos diferenciados:<br />

O verbo estar seguido de gerúndio indica uma ação durativa num momento rigoroso: O<br />

mundo está mudando.<br />

O verbo andar seguido de gerúndio indica uma ação durativa em que predomina a ideia de<br />

movimento reiterado: Andei buscando uma pessoa melhor <strong>para</strong> mim.<br />

O verbo ir seguido de gerúndio expressa uma ação durativa que se realiza progressivamente<br />

ou por etapas sucessivas: O sol vai raiando, vai subindo, potente como ele só.<br />

O verbo vir, seguido de gerúndio expressa uma ação durativa que se desenvolve<br />

gradualmente em direção à época ou ao lugar em que nos encontramos: “Não se explica como<br />

tal expressão vem sendo usada no Brasil.”.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Sua natureza adverbial indicando modo pode ser percebida em frases como esta, em que<br />

o gerúndio indica movimento simultâneo à ação do outro verbo.<br />

– Chorando, o menino se despediu do pai.<br />

– Ele toma sopa fazendo ruído.<br />

2) O uso do gerúndio em função adjetiva é menos usual:<br />

– Tire essa água fervendo daqui!<br />

3) O gerúndio pode ter valor imperativo também:<br />

– Circulando, circulando!<br />

4) Conheça os valores semânticos circunstanciais (adverbiais) do gerúndio (oração<br />

reduzida):<br />

– Varrendo o quarto, não encontrou nada. (tempo)<br />

– Mesmo sendo esperto, não conseguiu enganar a todos. (concessão)<br />

– Você, querendo, chegará lá. (condição)<br />

– Tendo perdido o trem, não cheguei na hora certa. (causa)<br />

– As alunas entraram na sala rindo. (modo)<br />

Em algumas frases, a circunstância do gerúndio pode ficar ambígua:<br />

– A vela, iluminando, clareia tudo. (causa, tempo, condição, proporção...)


Falarei mais sobre isso no capítulo de Orações Reduzidas.<br />

5) O uso exagerado do gerúndio em redações não é bem visto pelas bancas corretoras,<br />

portanto evite o exagero. Quanto ao gerundismo, então, nem se fala... Saiba mais sobre o<br />

famigerado gerundismo!<br />

Você pode estar enviando os seus dados?<br />

Eu vou estar confirmando os seus pedidos agora.<br />

O valor vai estar sendo debitado em conta-corrente.<br />

Esta maneira de falar e de escrever parece vir do inglês, segundo alguns pesquisadores.<br />

Incorporou-se ao português brasileiro de tal modo que pessoas cultas a usam<br />

frequentemente. De acordo com a norma culta, porém, é correto dizer simplesmente:<br />

Você pode enviar os seus dados?<br />

Eu vou confirmar os seus pedidos agora.<br />

O valor vai ser debitado em conta-corrente.<br />

Aí você me pergunta: “É um equívoco pleno usarmos: verbo (indicando futuro) + estar +<br />

gerúndio ou estar (indicando futuro) + gerúndio?”.<br />

Dizer que o uso do gerúndio é errado só é verdade se ele for utilizado sem seu sentido de<br />

continuidade do tempo. Na frase “Eu estarei ligando <strong>para</strong> você hoje.”, ligar não demanda<br />

tempo continuado, ligar exprime uma ação única, instantânea, não dá <strong>para</strong> você ficar<br />

ligando <strong>para</strong> uma pessoa, pois parece que você vai encher o saco dela, ininterruptamente,<br />

ligando sem <strong>para</strong>r, como um taradão do telefone. Logo, evite “Eu vou estar ligando.”. Este<br />

é um mau do gerúndio, o que incorre em gerundismo. Basta dizer: “Eu vou ligar <strong>para</strong> você<br />

hoje.”. Bem mais clean!<br />

Porém, se a frase contiver tal ideia de continuidade, o uso do gerúndio é totalmente<br />

adequado: “Passa lá em casa à tarde, pois vou estar/estarei estudando.”. Aqui se tem o fato<br />

de que estudar denota tempo contínuo, ou seja, estudar é um verbo que não indica<br />

instantaneidade mas continuidade, portanto o gerúndio é utilizado.<br />

Em suma: não se pode misturar o gerúndio com outro verbo que indique movimento único,<br />

instantaneidade. Portanto, operadores e operadoras de telemarketing, vocês “vão estar<br />

enviando” ou vocês “vão enviar” o cartão de crédito <strong>para</strong> a minha casa? Espero que seja a<br />

segunda opção, senão meu nome vai <strong>para</strong> o SPC (Ou seria SERASA?).<br />

5. (Vunesp –TJ/SP – Escrevente – 2004) O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema <strong>para</strong> a<br />

expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o padrão culto.<br />

a) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.<br />

b) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.<br />

c) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.<br />

d) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.<br />

e) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.<br />

Comentário: Exceto em A, as demais opções apresentam construções próprias do


gerundismo: vamos estar analisando, pode estar aguardando, procuraremos estar<br />

liberando, queremos estar entregando.<br />

Veja aqui mais uma questãozinha sobre o uso do gerúndio:<br />

14. (Funcab – Pref. Anápolis/GO – Auditor-Fiscal de Tributos Municipais – 2012) Considere o uso do gerúndio nas frases<br />

abaixo e analise os itens.<br />

1. “Estou falando isso <strong>para</strong> mostrar o tamanho do desafio <strong>para</strong> um jovem dos trópicos...”<br />

2. “... floresta morrendo de falta de inteligência humana e boate fechando por falta de energia elétrica...”<br />

I. Na frase 1, tem-se uma locução verbal construída com dois verbos auxiliares, o primeiro flexionado, e o segundo, no<br />

gerúndio.<br />

II. Na frase 2, os dois verbos empregados no gerúndio têm valor adjetivo: “floresta morrendo” (= floresta morta) e<br />

“boate fechando” (= boate fechada).<br />

III. Em ambas as frases, há a ocorrência de gerundismo nas três locuções verbais, o que corresponde ao uso de forma<br />

composta, preterindo, assim, a forma simples do verbo.<br />

Assinale a alternativa que aponta os itens corretos:<br />

a) Somente II e III estão corretos.<br />

b) Somente I e III estão corretos.<br />

c) Somente I e II estão corretos.<br />

d) Somente I está correto.<br />

e) Somente II está correto.<br />

Comentário: A afirmação I é equivocada, pois só há um verbo auxiliar (Estou) na locução<br />

verbal “Estou falando”. O comentário autoexplicativo de II está perfeito. Não há construção<br />

de gerundismo, logo a afirmação III não procede. GABARITO: E.<br />

O Particípio<br />

O particípio (verbo terminado em -do, normalmente) é considerado forma nominal do<br />

verbo porque por vezes se assemelha a um adjetivo, variando em gênero e número com o<br />

substantivo a que se refere. Sua natureza verbal, que normalmente indica passado, manifestase<br />

sempre nas locuções verbais de voz passiva, de tempos compostos e em orações reduzidas.<br />

Veja:<br />

– Não há nada que possa ser feito. (locução verbal de voz passiva)<br />

– Se me tivesses ajudado teríamos conseguido. (locução verbal de tempo composto)<br />

– Terminadas as obrigações, precisaremos sair depressa. (oração reduzida)<br />

Obs.: É bom dizer que o particípio na voz passiva analítica varia em gênero e número com o<br />

termo a que se refere: Ela foi despejada. O particípio de tempo composto da voz ativa<br />

não varia em gênero e número com o termo a que se refere: Ela tem cantado muito.<br />

Mas, se o tempo composto estiver na voz passiva (ser + particípio), irá variar em gênero<br />

e número com o termo a que se refere: Ela tem sido elogiada.<br />

Falemos agora sobre algumas particularidades do particípio:<br />

1) É visto como mero adjetivo, quando atua como caracterizador de substantivo. Por


outro lado, se puder ser desenvolvido em oração, podemos encarar também como<br />

verbo no particípio. Dupla análise. Vai depender do contexto.<br />

– Teve papel destacado naquele filme. (= que se destacou; adjetivo ou verbo no<br />

particípio)<br />

– Pessoas atormentadas podem ser curadas. (= que são atormentadas; adjetivo ou verbo<br />

no particípio)<br />

– A festa aconteceu no mês passado. (= que passou; adjetivo ou verbo no particípio)<br />

– As meninas chegaram totalmente molhadas por causa da chuva. (adjetivo)<br />

– Aquelas crianças só são esfomeadas pela má educação dada a elas. (adjetivo)<br />

Nestes dois últimos casos, note que as formas parecem particípios, mas, na verdade, são<br />

meros adjetivos. Uma prova disso é que não se pode desenvolver molhadas e esfomeadas. Ou<br />

seja, não é possível dizer: As meninas chegaram totalmente que foram molhadas por causa<br />

da chuva. (???)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Quando aparece um agente da passiva explícito, só podemos encarar tais palavras como<br />

particípios:<br />

– Teve papel destacado pela mídia naquele filme. (que foi destacado, particípio)<br />

– Pessoas atormentadas por espíritos podem ser curadas. (que são perturbadas,<br />

particípio)<br />

Veja o que mais disse a ABL sobre o assunto:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Boa tarde. Em “Ele é um rapaz ESFORÇADO (= que se esforça).”, o termo<br />

destacado se encaixa em que classe gramatical: adjetivo ou verbo no particípio? O fato de<br />

podermos desenvolver todo vocábulo, como esforçado, em oração o torna um verbo no<br />

particípio ou não? Anseio pela resposta. Gratíssimo!<br />

Resposta: Prezado, no seu exemplo, trata-se de um adjetivo participial, isto é, participa do<br />

nome e do verbo, daí poder ser considerado adjetivo, sem desenvolvê-lo, ou considerar<br />

particípio, equivalendo à oração “que se esforça”. Para identificar se trata-se de verbo no<br />

particípio, perceba que o verbo pode funcionar como auxiliar na voz passiva, ex: “Ela foi<br />

considerada a mais bela miss.”. Também pode ser auxiliar de tempo composto, ex: “Tinha<br />

realizado o trabalho.”, “Tinha realizado a lição.”. Se formar locução verbal com os verbos<br />

ser, estar (voz passiva), ter e haver (voz ativa) será verbo no particípio.<br />

2) Segundo os melhores gramáticos, a locução haja vista, em que vista é o particípio do<br />

verbo ver, é invariável. Alguns, como Faraco & Moura, toleram a variação do auxiliar da<br />

locução, (Hoje terminarei mais tarde a leitura haja(m) vista as observações que ainda


tenho de fazer). Falarei mais sobre esta expressão no capítulo de Concordância. Ah!<br />

Hoje em dia, o seu valor semântico (causa) equivale ao das locuções prepositivas devido<br />

a, por conta de, por causa de. Falo sobre isso no capítulo de Conjunção.<br />

2) Não confunda adjetivo com particípio dentro de uma estrutura parecida com uma<br />

locução verbal, porque o particípio indica uma ação praticada por alguém e o adjetivo<br />

indica mera qualidade do substantivo.<br />

– O aluno foi reprovado no exame. (Reprovaram o aluno. – locução verbal/ é particípio)<br />

– O aluno foi resfriado <strong>para</strong> escola. (Resfriaram o aluno? – é adjetivo.)<br />

Pelo que se viu, determinadas formas participiais deixam de ser classificadas como verbos<br />

quando não indicam ação, e passam a ser reais adjetivos quando indicam mera característica<br />

de um nome. Tudo bem até agora, não é?<br />

Falarei sobre duplo particípio em verbos abundantes no tópico mais à frente: Classificação<br />

dos Verbos.<br />

3) Conheça os valores semânticos circunstanciais (adverbiais) do particípio:<br />

– Concluída a obra, as vendas começaram. (tempo)<br />

– Cercado de inimigos, não esmoreceu, mantendo sua fé. (concessão)<br />

– Pressionadas pelo chefe, ficariam fazendo hora extra. (condição)<br />

– Surpreendido pela tempestade, não pude sair de casa. (causa)<br />

Falarei mais sobre isso no capítulo de Orações Reduzidas.


Voz Verbal<br />

Voz verbal é a forma como o verbo se encontra <strong>para</strong> indicar sua relação com o sujeito.<br />

Logo, não faz nenhum sentido dizer que há voz verbal em orações sem sujeito, diga-se de<br />

passagem.<br />

Consoante sua forma, o verbo pode indicar uma ação praticada pelo sujeito (voz ativa), uma<br />

ação sofrida pelo sujeito (voz passiva) ou uma ação praticada e sofrida pelo sujeito (voz<br />

reflexiva). Vejamos uma por uma agora.<br />

Voz Ativa<br />

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal)<br />

indica uma ação praticada pelo sujeito. Veja:<br />

– João pulou da cama atrasado e resolveu pegar um táxi, mas não tinha dinheiro na<br />

carteira. Ele levou um susto e imediatamente ficou furioso. Precisava de dinheiro<br />

também <strong>para</strong> o almoço. Teve de ir a um banco ainda. Chegou, enfim, ao trabalho. Depois<br />

que o homem resolveu todas as pendências do dia, informaram-no “daquela” hora<br />

extra. Coitado. Adoeceu mais vinte anos.<br />

Obs.: Para você que quer aprofundar-se no assunto ou vai fazer concurso <strong>para</strong><br />

diplomata, por exemplo, leia o que segue, senão pule essa etapa. Note que as formas<br />

verbais tinha, ficou, precisava e adoeceu não indicam, semanticamente, uma ação<br />

praticada pelo sujeito, mas sim posse, estado, necessidade e mudança de estado,<br />

respectivamente. Além disso, note que o sentido do verbo levar indica que o sujeito não<br />

praticou uma ação, mas a sofreu espontaneamente. Seria coerente com a gramática<br />

tradicional e com a NGB dizer, portanto, que não há voz verbal ativa nesses verbos,<br />

afinal, não indicam ação praticada pelo sujeito. Esta interpretação, inclusive, não é<br />

nova, pois o gramático Luiz A. Sacconi confirma isso. Ele diz: “Com os verbos neutros<br />

(nascer, viver, morrer, dormir, acordar, sonhar etc.), não se pode ver voz ativa, passiva<br />

nem reflexiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente ou agentepaciente.<br />

Em ‘Ele levou uma surra.’ temos um verbo de sentido passivo, mas a voz não é<br />

passiva. Os verbos de sentido passivo também não podem ter voz ativa, passiva nem<br />

reflexiva.”. Reforçando o time, Domingos P. Cegalla e Adriano G. Kury indicam que os<br />

verbos de ligação (Sou feliz.) e impessoais (Chove muito.) não constituem voz alguma.<br />

Resumindo a visão dos caras: não há voz ativa com verbos que indicam passividade,<br />

nem com verbos cujo sujeito não indica ação, nem com verbos de ligação, nem com<br />

verbos impessoais (verbos de oração sem sujeito).<br />

Bechara, por outro lado, diz que a voz é considerada ativa, sim, com verbos de sentido


passivo, como levar, ganhar, receber, tomar, aguentar, sofrer etc., pois, segundo ele, o que<br />

importa é a forma do verbo, e não propriamente o sentido dele, por isso não confunda voz<br />

ativa com verbo de sentido passivo (Bechara chama isso de passividade) com voz passiva.<br />

Logo, só podemos distinguir com toda a propriedade do mundo quando há voz ativa, passiva<br />

ou reflexiva, segundo Bechara, pela forma em que o verbo se apresenta. Podemos inferir<br />

que, <strong>para</strong> o velho Becha, é a ausência de marcas de voz passiva e reflexiva que indica que<br />

o verbo está na voz ativa. Ok? Em toda a minha vida de professor, só vi esta grande<br />

polêmica sendo trabalhada em uma prova de concurso público cujo gramático apontado<br />

como referência bibliográfica era... adivinha?... Bechara. A chance de cair uma questão em<br />

concurso segundo esta visão é bem pequena. Por isso, voz verbal, nas provas de concursos, é<br />

um assunto normalmente fácil. Basta você saber o óbvio sobre cada tipo de voz.<br />

Para você, que quer saber muito mais de língua portuguesa, veja a questão à la Bechara:<br />

(FAB – EAGS – Sargento – 2001)<br />

– Leia com atenção.<br />

I. Lúcia apaixonou-se por João. – voz passiva sintética. Lúcia sofre a ação de apaixonar-se por alguém; uso do<br />

pronome apassivador “se”.<br />

II. Os criminosos devem receber castigo por seus atos. – voz ativa com verbo de sentido passivo.<br />

III. Isso foi sabido de todos. – voz ativa; embora haja na oração locução verbal, não há agente da passiva.<br />

Não está(ão) correto(s) o(s) comentário(s) de<br />

a) I e III. (Gabarito!)<br />

b) II e III.<br />

c) I apenas.<br />

d) I, II e III.<br />

Palavra de cautela: Tome cuidado com a locução verbal de tempo composto (ter/haver +<br />

particípio), que pode aparecer na voz ativa:<br />

– Eu havia escalado a montanha. (voz ativa)<br />

– Nós tínhamos comprado uma casa. (voz ativa)<br />

Voz Passiva<br />

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz passiva quando o verbo indica uma ação<br />

sofrida ou desfrutada pelo sujeito. Veja:<br />

– Nosso amigo João já está derrotado pelo cansaço da rotina, mas (como todo brasileiro)<br />

ele não desiste fácil. Enfim conseguiu cumprir seu compromisso. Todavia surge a<br />

pergunta: será recompensado por seu patrão? Precisamos crer até o fim que se<br />

recompensam os esforçados.<br />

Note que, nos primeiro e segundo casos, há uma locução verbal passiva (normalmente<br />

formada pelo verbo ser/estar/ficar + particípio: “está derrotado”, “será recompensado”). É<br />

importante dizer que o verbo auxiliar deve concordar em número e pessoa com o sujeito, e o


particípio deve concordar em gênero e número com o sujeito. Esta locução verbal é a marca<br />

principal da voz passiva analítica.<br />

Há como traço de passiva analítica também o agente da passiva: pelo cansaço da rotina e<br />

por seu patrão, normalmente iniciado pela preposição por e, mais raramente, pela preposição<br />

de, como em “Estava acompanhado de alguns amigos.”. Veja mais sobre isso no capítulo de<br />

sintaxe Termos Integrantes da Oração (Agente da Passiva).<br />

No terceiro caso do exemplo do João, ocorre a chamada voz passiva sintética, cuja marca<br />

principal é a presença do pronome apassivador se; não há agente da passiva explícito nessa<br />

voz, em 99,99% dos casos! A melhor maneira de descobrir se o se é apassivador é pela<br />

reescritura <strong>para</strong> a voz passiva analítica:<br />

– Precisamos crer até o fim que se recompensam os esforçados. (voz passiva sintética)<br />

– Precisamos crer até o fim que os esforçados são recompensados. (voz passiva analítica)<br />

Se essa passagem for possível, você nunca mais errará a identificação do se apassivador.<br />

Ah! Por favor, não confunda partícula apassivadora (PA) com partícula de indeterminação<br />

do sujeito (PIS), hein! Note sempre se o verbo é transitivo direto.<br />

– Ainda se vive num mundo de incertezas. (PIS: Num mundo de incertezas é vivido?)<br />

– Ainda se alimenta a esperança. (PA: A esperança ainda é alimentada.)<br />

Percebeu que a reescritura <strong>para</strong> a voz passiva analítica na primeira frase ficou esdrúxula<br />

(<strong>para</strong> não dizer escrota)? “Ah, <strong>Pestana</strong>, mas eu já vi verbo transitivo direto ligado ao se, mas<br />

não era apassivador!” É verdade, mas esse VTD + se (PIS) vem sempre seguido de<br />

preposição, segundo a tradição gramatical:<br />

– Louva-se a Jesus aqui, irmãos! (PIS: A Jesus é louvado?)<br />

Percebeu que a reescritura, de novo, <strong>para</strong> a voz passiva analítica ficou escr... quer dizer...<br />

esdrúxula? É isso aí... prossigamos...<br />

Resumo da ópera: há dois tipos de voz passiva.<br />

1) Voz Passiva Analítica: sua marca principal é, normalmente, a locução verbal formada<br />

por ser/estar/ficar + particípio; dica: as questões de concursos exploram quase sempre a<br />

construção ser + particípio.<br />

– Os resultados da pesquisa foram apresentados pela Instituição.<br />

Obs.¹: Há certas construções de voz passiva analítica com sentido ativo: “É chegada (=<br />

Chegou) a hora.”.<br />

Obs.²: Segundo Celso Cunha, não há voz passiva com verbo no imperativo. Já Domingos<br />

Paschoal Cegalla e Renira Lisboa de Moura Lima não concordam com o Celso,<br />

registrando voz passiva no imperativo, sendo o sujeito paciente um humano: Não seja<br />

guiado por outros! O mais importante: ainda não vi questão alguma sobre essa


“polêmica”.<br />

Obs.³: Só tome cuidado com a locução verbal de tempo composto (ter/haver + particípio),<br />

pois, na voz passiva analítica, ela será construída assim: ter/haver + sido + particípio:<br />

João tinha sido baleado por bandidos num assalto.<br />

2) Voz Passiva Sintética (ou Pronominal): sua marca principal é o verbo transitivo direto<br />

(VTD) ou transitivo direto e indireto (VTDI) acompanhado do pronome apassivador<br />

se; o sujeito sempre vem explícito, e o verbo concorda com ele em número e pessoa.<br />

– Apresentaram-se os resultados da pesquisa.<br />

– Apresentaram-se os resultados da pesquisa aos clientes.<br />

Por exemplo, se eu dissesse “Apresentou-se os resultados da pesquisa.”, tal construção não<br />

estaria de acordo com o registro culto da língua, pois o sujeito está no plural (os<br />

resultados da pesquisa)... Logo, o verbo tem de figurar no plural!<br />

Só o Bechara discorda disso, entre os gramáticos tredicionais. Veja o capítulo 19 (em<br />

sujeito indeterminado).<br />

Obs.: Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico), vacinar-se são<br />

geralmente considerados passivos pronominais (voz passiva pronominal). O pronome<br />

apassivador, nesses casos excepcionais, assume formas de 1 a e 2 a pessoas: Batizei-me<br />

aqui. (Fui batizado aqui.) / Chamas-te Maria? (É chamada de Maria?)<br />

Palavra final: Alguns gramáticos, como Hildebrando André, dizem haver um 3 o tipo de voz<br />

passiva, com a construção adjetivo + de + verbo no infinitivo: “Isso é fácil de entender (= de<br />

ser entendido).”, ou em frases como esta: “Ela vai dar a mão a beijar (= <strong>para</strong> ser beijada).”.<br />

Cândido Jucá Filho, por sua vez, diz que o verbo no infinitivo constitui voz ativa, devendo ser<br />

interpretada a construção da seguinte maneira: “Isso é fácil de (alguém) entender.” e também<br />

“Ela vai dar a mão <strong>para</strong> (alguém) beijar.”. Não me odeie pelas polêmicas... a culpa não é<br />

minha.<br />

Transposição de Vozes<br />

A mudança/transposição de voz ativa <strong>para</strong> passiva (e vice-versa) depende de alguns<br />

procedimentos.<br />

Antes de qualquer coisa, costuma-se dizer que voz ativa e voz passiva são nada mais, nada<br />

menos que duas maneiras sintaticamente diversas de dizer a mesma coisa. Há casos, porém,<br />

em que a voz passiva é semanticamente distinta da voz ativa, contrariando a ideia de que a<br />

transformação de uma em outra também não altera o sentido. Pode ser que altere, sim!<br />

Uma frase como “Todo o Brasil viu Ayrton Senna morto.” tem sentido diferente do da sua<br />

correspondente passiva: “Ayrton Senna foi visto morto por todo o Brasil.”, uma vez que “por


todo o Brasil” passa a ter sentido ambíguo, ou até ridículo, pois uma interpretação possível é<br />

que o piloto virou um fantasma e vive andando pelo Brasil.<br />

Segundo o professor José Augusto Carvalho, a frase “‘Eu tirei esta foto.’ pode ser<br />

interpretada assim: ‘Posei <strong>para</strong> esta fotografia.’ ou ‘Eu fui o fotógrafo responsável por esta<br />

fotografia.’. Mas a voz passiva correspondente – Esta foto foi tirada por mim. – só tem uma<br />

interpretação possível: a de que eu fui o responsável pela foto, isto é, a de que fui o fotógrafo.<br />

A frase ‘Um só aluno não fez o dever.’ não diz o mesmo que ‘O dever não foi feito por um só<br />

aluno.’”. Cuidado com essas mudanças de sentido na passagem de voz verbal, principalmente<br />

em questões de reescritura de frases, em que o enunciado pede a manutenção do sentido.<br />

No entanto, <strong>para</strong> as provas, mais importante que isso tudo é a parte estrutural! A partir de<br />

agora, saiba o que é realmente importante <strong>para</strong> as questões sobre o assunto.<br />

Passagem de Voz Ativa <strong>para</strong> Passiva Analítica<br />

Primeiro de tudo: <strong>para</strong> haver passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva e vice-versa é preciso<br />

que o verbo seja transitivo direto (verbo que exige complemento sem preposição) ou<br />

transitivo direto e indireto (verbo que exige um complemento sem preposição e um com<br />

preposição), está claro? Com verbos de ligação, transitivos indiretos (99,99%) ou<br />

intransitivos, não há passagem! Veja:<br />

– O homem acompanhou todas as pendências do dia. (voz ativa)<br />

Passando <strong>para</strong> a voz passiva analítica: o objeto direto vira sujeito, o sujeito vira agente<br />

da passiva e o verbo vira uma locução verbal (normalmente, ser + particípio), mantendo-se<br />

o tempo e o modo verbal. A manutenção do tempo e modo verbal é muito importante, senão<br />

você erra! Note também que o particípio concorda em gênero e número com o sujeito. Veja:<br />

– Todas as pendências do dia foram acompanhadas pelo homem. (voz passiva analítica)<br />

Se o verbo for transitivo direto e indireto, o objeto direto vira sujeito e o objeto indireto<br />

continua com função sintática de objeto indireto na voz passiva analítica. Veja:<br />

– O patrão sempre delegará responsabilidades ao empregado. (voz ativa)<br />

– Responsabilidades sempre serão delegadas pelo patrão ao empregado. (voz passiva<br />

analítica)<br />

Simples, não?<br />

Cuidado!!!<br />

1) Você agora deve estar perguntando-se: “Ok. Entendi. Mas não é possível passar a frase da<br />

ativa <strong>para</strong> a passiva sintética?”.<br />

Resposta: Sim, desde que o sujeito da ativa seja indeterminado. Veja: Comeram a banana ><br />

Comeu-se a banana.


Note que, na voz passiva sintética, o agente da passiva não aparece mais. Em registros<br />

arcaicos isso até ocorria (Resolveram-se todas as pendências do dia pelo homem.). É<br />

raríssimo encontrar uma questão sobre agente da passiva em voz passiva sintética.<br />

Resumo da ópera: É possível transformar a voz ativa em passiva analítica ou sintética.<br />

2) Preste atenção em como vai ficar a passagem de voz ativa <strong>para</strong> a passiva analítica quando<br />

houver locuções verbais com infinitivo e gerúndio e locuções verbais de tempos<br />

compostos. Note a seguir a conservação do tempo e modo verbal do verbo auxiliar e a<br />

estrutura de voz passiva ser + particípio (no infinitivo) e sendo + particípio (no<br />

gerúndio); note também como vai ficar o tempo composto na voz passiva: ter/haver +<br />

sido + particípio do verbo principal.<br />

– Vou comprar uma casa. (voz ativa) / Uma casa vai ser comprada por mim. (voz<br />

passiva analítica)<br />

– Estou comprando uma casa. (voz ativa) / Uma casa está sendo comprada por mim.<br />

(voz passiva analítica)<br />

– Espero que tenham resolvido as pendências. (voz ativa) / Espero que as pendências<br />

tenham sido resolvidas. (voz passiva analítica)<br />

Questãozinha esperta sobre passagem de voz verbal com locução verbal de tempo composto:<br />

(Cespe/UnB – TRE/ES – Técnico Judiciário – 2011)<br />

– Empregando-se a voz ativa e mantendo-se os tempos verbais empregados, o trecho “O local das reuniões era a antiga<br />

cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos” (l.24-25) seria, corretamente,<br />

reescrito da seguinte forma: O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, o vice-rei conde<br />

dos Arcos remodelou.<br />

( ) CERTO<br />

( X ) ERRADO (Gabarito!)<br />

Comentário: Note que na primeira frase aparece a construção na voz passiva analítica<br />

“havia sido remodelada”. Para passar <strong>para</strong> a voz ativa, precisamos apenas retirar o verbo<br />

ser no particípio (sido). Veja como deveria ficar a reescritura: O local das reuniões era a<br />

antiga cadeia pública, que, em 1808, o vice-rei conde dos Arcos havia remodelado.<br />

3) Pode haver passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva quando o objeto direto na ativa é<br />

preposicionado, pois a preposição é expletiva: Eu cumpri com o dever. (voz ativa) > O<br />

dever foi cumprido por mim. (voz passiva analítica)<br />

4) Mesmo sendo transitivos diretos, não ocorre passagem de voz verbal em alguns verbos de<br />

sentido passivo, como levar, ganhar, receber, tomar, aguentar, sofrer, e outros, como<br />

pesar (de peso), ter (e conter), que indicam posse, e haver, no sentido de existir,<br />

constituindo oração sem sujeito. Em todos esses casos, o sujeito não pratica a ação verbal<br />

ou não existe: Maria pesa 50 quilos. / Houve briga. Não é possível passar <strong>para</strong> a voz<br />

passiva, veja: 50 quilos é pesado por Maria. (???) / Briga foi havida (???). Está claro?<br />

5) Atenção! Polêmica à vista! Há certos verbos transitivos indiretos, como apelar, assistir


(= ver), pagar/perdoar (com complemento de pessoa), responder etc. em que há<br />

“concessões” <strong>para</strong> o uso da forma passiva, como diz Bechara. Napoleão Mendes de<br />

Almeida vai além, defendendo o uso na voz passiva de assistir (= ver). Veja:<br />

– Não apelaram da sentença. / A sentença não foi apelada.<br />

– Muitas pessoas assistiram à missa. / A missa foi assistida por muitas pessoas.<br />

– Pagamos às empregadas. / As empregadas foram pagas por nós.<br />

– Todos lhe perdoaram. / Ele foi perdoado por todos.<br />

– Reponder-se-ão às dúvidas. / As dúvidas serão respondidas.<br />

– João abusou de Maria. / Maria foi abusada por João.<br />

Os verbos obedecer e desobedecer, apesar de hoje serem transitivos indiretos, eram<br />

considerados transitivos diretos antigamente. Por esse motivo, muitos gramáticos registram<br />

que tais verbos podem figurar na voz passiva: A ordem da mãe não foi obedecida /<br />

Obedeceu-se a ordem.<br />

Outra informação importante é que os verbos assistir (= ajudar) e pagar/perdoar (com<br />

complemento de coisa) podem ser passados <strong>para</strong> a voz passiva analítica normalmente, pois,<br />

nesses casos, eles são transitivos diretos:<br />

– O professor continua assistindo os alunos. / Os alunos continuam sendo assistidos<br />

pelo professor.<br />

– Tomara que tenham perdoado toda a dívida. / Tomara que toda a dívida tenha sido<br />

perdoada.<br />

Mas a grande verdade é que a tradição da língua culta NÃO tolera que verbos transitivos<br />

indiretos sejam passados <strong>para</strong> a voz passiva. E é assim que 99,99% das bancas veem tal<br />

fato.<br />

Dica de irmão: Para resolver, portanto, uma questão de voz verbal, veja qual opção traz<br />

um verbo transitivo direto (ou transitivo direto e indireto). Este é o bizu! Veja:<br />

14. (Cesgranrio – BNDES – Profissional Básico (Analista de Sist. e Sup.) – 2010) A passagem que NÃO admite, segundo o<br />

registro culto e formal da língua, a transposição <strong>para</strong> a voz passiva é:<br />

a) “‘Este ano vou arranjar um bom trabalho.’”<br />

b) ...que <strong>para</strong> fazer uma vida nova...”<br />

c) “Ela responde aos porquês.” (Gabarito!)<br />

d) “Fazemos isso o tempo todo com os outros,”<br />

e) “descobrimos coisas...”<br />

Comentário: O verbo responder é transitivo indireto, logo não pode ser passado da voz<br />

ativa <strong>para</strong> a voz passiva analítica. Os demais são transitivos diretos, logo admitem<br />

passagem.<br />

18. (Esaf – MPU – Analista – 2004) Com relação aos aspectos gramaticais e textuais do trecho abaixo, assinale a opção<br />

correta.<br />

Fragmento de texto


(...) A tragédia de Édipo é um procedimento de pesquisa da verdade que obedece exatamente às práticas judiciárias gregas<br />

daquela época.<br />

e) Seria mantida a correção do período caso a última oração estivesse assim expressa na voz passiva: que são<br />

obedecidas exatamente as práticas judiciárias gregas daquela época.<br />

Comentário: A letra E não foi o gabarito, logo fica a lição da Esaf: o verbo obedecer não<br />

pode ser passado <strong>para</strong> a voz passiva.<br />

Mais do que isso, não há passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva analítica se o verbo for<br />

intransitivo ou de ligação. Sobre isso, veja uma questão da FCC – TRE/PB – Analista<br />

Judiciário – 2007:<br />

7. A construção que NÃO admite transposição <strong>para</strong> a voz passiva é:<br />

a) Os astrônomos antigos colocaram-na no centro do universo.<br />

b) A mensagem chegou com o título de “A Bela Azul”. (Gabarito! / Verbo intransitivo.)<br />

c) O coração coloca as razões do amor no centro do universo.<br />

d) Anunciam os cientistas a agonia de nossa Bela Azul.<br />

e) A presença da natureza por vezes nos desvia da leitura de um livro.<br />

Para fechar o caixão sobre isso, veja: FCC – TRE/AM – Analista Judiciário – 2010:<br />

8. A frase que admite transposição <strong>para</strong> a voz passiva é:<br />

a) Perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes.<br />

b) A Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso.<br />

c) Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico.<br />

d) Não são incomuns atos religiosos com finalidade política.<br />

e) O Brasil é um país estratégico <strong>para</strong> a Igreja Católica.<br />

Comentário: a) Parecem é verbo de ligação. Não se pode passar <strong>para</strong> a voz passiva. b) Eis<br />

o gabarito, pois o verbo é transitivo direto: O retorno do ensino religioso poderá ser<br />

incluso na Concordata. c) Verbo haver (= existir), apesar de VTD, não sofre transposição.<br />

d) Verbo de ligação não sofre passagem de voz. e) Verbo de ligação não sofre passagem de<br />

voz.<br />

Passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva sintética<br />

Normalmente se passa da voz ativa <strong>para</strong> a passiva sintética se o sujeito da ativa estiver<br />

indeterminado, verbo na 3 a pessoa do plural. Ok? Veja:<br />

– Resolveram todas as pendências da empresa. (Quem? / voz ativa)<br />

Basta acrescentar agora o pronome apassivador se <strong>para</strong> que a construção sintática seja de<br />

voz passiva sintética:<br />

– Resolveram-se todas as pendências da empresa. (voz passiva sintética)<br />

Obs.: Na passiva analítica, o agente da passiva ficará igualmente indeterminado: Todas as<br />

pendências da empresa foram resolvidas. (voz passiva analítica)<br />

Passagem de Voz Passiva Analítica <strong>para</strong> Voz Passiva Sintética<br />

É fácil fazer esta transposição (ou passagem).


Veja o passo a passo:<br />

– Todas as pendências da empresa foram resolvidas.<br />

1 o : Elimina-se o verbo ser e passa-se o verbo principal <strong>para</strong> o mesmo modo, tempo e<br />

pessoa em que estava o verbo ser: Resolveram.<br />

2 o : Junta-se o pronome se apassivador ao verbo, observando-se as regras de colocação dos<br />

pronomes: Resolveram-se.<br />

3 o : O sujeito fica, normalmente, posposto ao verbo que com ele concorda: Resolveram-se<br />

todas as pendências da empresa.<br />

Obs.: Note que só dá <strong>para</strong> passar da passiva analítica <strong>para</strong> passiva sintética (e vice-versa)<br />

se o agente da passiva vier implícito na construção da frase.<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

19. (Fund. Dom Cintra (FDC) – Mapa – Analista de Sistemas – 2010) Abaixo foram transcritos trechos do texto 2 com<br />

orações na voz passiva e, ao lado de cada uma delas, foi feita a transposição <strong>para</strong> a voz ativa. Houve falha nessa<br />

transposição, pois foi mantida a voz passiva, na oração:<br />

a) “Os testes foram realizados no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.” (1 o parágrafo) / Realizaram-se os testes no<br />

Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. (Gabarito!)<br />

Comentário: Não houve passagem da voz passiva <strong>para</strong> a ativa como exigia o enunciado,<br />

portanto houve falha nessa transposição, pois foi mantida a voz passiva – de analítica (foram<br />

realizados) <strong>para</strong> sintética (Realizaram-se). Fácil!<br />

Voz Reflexiva<br />

Segundo a gramática tradicional, ocorre voz reflexiva (também chamada de média ou<br />

medial, pois se situa como forma intermediária entre a ativa e a passiva) quando o verbo<br />

indica uma ação praticada e sofrida pelo próprio sujeito, ou seja, o sujeito é o agente e o<br />

alvo da ação, ao mesmo tempo – a ação que ele pratica reflete em si mesmo. Como os verbos<br />

são sempre VTDs ou VTDIs, o pronome reflexivo terá função de objeto direto ou indireto.<br />

Dica: Os verbos indicativos de atos que podem ser executados em outra pessoa ou na<br />

própria pessoa que os pratica constituem voz reflexiva – se acompanhados de pronome<br />

reflexivo. Veja:<br />

– Eu me barbeei com esmero, mas acabei me ferindo. (é possível barbear alguém e feri-lo)<br />

– Tu te maquiaste muito bem. (é possível maquiar alguém)<br />

– Depois de muito sofrer, João se deu o direito de tirar umas férias. (é possível dar algo a<br />

alguém)<br />

– Nunca mais se atribua o título de Presidente. (é possível atribuir algo a alguém)<br />

– Ela se arrogou o poder de decisão. (é possível arrogar algo a alguém)<br />

– Infelizmente, às vezes, colocamo-nos em situação de risco. (é possível colocar alguém em


situação de risco)<br />

– Vós vos impusestes uma condição de humildade muito louvável. (é possível impor algo a<br />

alguém)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda reflexividade com voz reflexiva. Na voz reflexiva, o verbo é transitivo<br />

direto (ou direto e indireto) e tem como objeto um dos pronomes oblíquos átonos<br />

(pronomes reflexivos) me, te, se, nos, vos. Ou seja, é preciso um pronome reflexivo<br />

ligado ao verbo <strong>para</strong> que batamos o martelo: “Voz reflexiva!”. Para sabermos se é<br />

reflexivo, vai um bizuzex: basta acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós<br />

mesmos, a vós mesmos, respectivamente. A reflexividade aparece em estruturas<br />

diferentes, sem pronome oblíquo átono: “Deixaram atrás de si o passado sombrio.”. Essa<br />

frase está na voz ativa.<br />

Veja uma questão sobre voz reflexiva:<br />

Cespe/UnB – Correios – Analista – 2011<br />

– As formas verbais “dedicou-se” (Erasmo dedicou-se mais à pintura...) e “se afastar” (... foi decisivo <strong>para</strong><br />

Erasmo se afastar da filosofia...) estão na voz reflexiva.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: Se for possível substituir o pronome oblíquo átono por um substantivo ou usar<br />

uma das expressões reforçativas – a mim/ti/si/nós/vós mesmo(s) –, a voz é reflexiva. É o<br />

que ocorre aqui.<br />

Veja outra: FCC – TRT/PA e AP (8a R) – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2010 – QUESTÃO 14:<br />

2) Este tópico só deve interessar a quem pretende se aprofundar no assunto; do<br />

contrário, ignore-o. No ensino de grandes estudiosos, como A. G. Kury e E. Bechara, a<br />

voz reflexiva é só um subtipo de voz medial. Há outros tipos de voz medial, que não a<br />

reflexiva. Nela, há verbos que denotam atos espontâneos ou sentimentos, sem agente ou<br />

causa aparente. Os verbos vêm acompanhados ora de parte integrante do verbo (em<br />

verbos pronominais), ora de pronome expletivo, nunca de pronomes reflexivos. Veja:<br />

– O dinheiro se foi.<br />

– O sol se pôs.<br />

– Nós nos queixamos muito da vida.<br />

– Nunca me arrependi daquilo.<br />

– Nunca mais se atreva a expor minha mulher ao ridículo.<br />

– Não me venha com bobagens!<br />

– João se levantou.<br />

3) Com o prefixo auto-, a voz é sempre reflexiva: “Ele se automutilou.”.


4) Sobre o exemplo “O preso suicidou-se.”, o gramático Cegalla diz que há voz reflexiva. A<br />

semântica do verbo já é reflexiva por natureza, pois sua etimologia latina (sui + cida) é<br />

reflexiva, mas alguns linguistas, como Claudio C. Henriques, pensam que sintaticamente é<br />

impossível que a voz seja reflexiva, pois o se não exerce função de objeto. Fico com o<br />

Claudio. Mas cuidado com as provas... nunca se sabe! Agora, em “Ele matou-se.”, há<br />

voz reflexiva certamente, pois ele matou alguém: a si mesmo.<br />

Há outro tipo de voz reflexiva, segundo a tradição gramatical, que se chama voz reflexiva<br />

recíproca. Ocorre quando o verbo se encontra no plural (normalmente) e há pelo menos dois<br />

seres praticando a mesma ação verbal, um no outro. O verbo sempre vem acompanhado dos<br />

pronomes oblíquos átonos com valor reflexivo recíproco (se, nos, vos), que podem ter ao<br />

lado expressões reforçativas, como um ao outro, uns aos outros, reciprocamente,<br />

mutuamente. Há também muitos verbos cuja reciprocidade é visível pelo prefixo entre-.<br />

– Eles não se cumprimentaram nem se falaram mais.<br />

– Nós nos beijamos efusiva e languidamente.<br />

– Espero que vós vos abraceis em cena.<br />

– Por que as pessoas não acreditam que a gente se ama?<br />

– Foi péssimo quando o casal se xingou na frente de todos.<br />

– Eles se entreolharam.<br />

Bônus: CESPE/UNB – TRT/RJ (1 A R) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008 – QUESTÃO 3<br />

B).<br />

Cuidado!!!<br />

Com determinadas construções, devido ao contexto, é possível haver ambiguidade no<br />

pronome se de modo que a classificação das vozes verbais seja passiva sintética, reflexiva<br />

ou reflexiva recíproca. Veja:<br />

– Julgou-se o homem mais inteligente do mundo. (voz passiva = O homem mais<br />

inteligente do mundo foi julgado. / voz reflexiva = Ele julgou a si mesmo o homem mais<br />

inteligente do mundo.)<br />

– Vestiram-se o ator e a atriz. (voz passiva = O ator e a atriz foram vestidos. / voz<br />

reflexiva = O ator vestiu a si mesmo e a atriz vestiu a si mesma. / voz reflexiva<br />

recíproca = O ator vestiu a atriz e a atriz vestiu o ator.)<br />

Para que o verbo possa ser considerado reflexivo recíproco, sem ambiguidades, temos às<br />

vezes que acrescentar alguma expressão de reciprocidade: O ator e a atriz vestiram-se<br />

reciprocamente/um ao outro/a si próprios etc.<br />

Sensatamente, um dos primeiros gramáticos brasileiros, Júlio Ribeiro, ensina o seguinte:


só há ambiguidade entre voz passiva e reflexiva se o sujeito puder exercer a ação verbal.<br />

Em “Consertam-se relógios.”, por exemplo, não há ambiguidade; a voz é passiva, pois<br />

relógios não podem praticar ação alguma.<br />

Fechando o caixão sobre tudo o que se disse até agora<br />

Segundo o grande mestre José Carlos de Azeredo: “O <strong>para</strong>digma da chamada voz ativa é<br />

comum à ampla classe dos verbos, sejam eles transitivos ou intransitivos (grifo meu), já as<br />

formas passiva e reflexiva são típicas apenas dos verbos transitivos (grifo meu).”.<br />

Logo:<br />

• Voz ativa – Ele fugiu ontem à noite. / Ele lavou o rosto. / Ele respondeu às perguntas. /<br />

Ele forneceu ajuda aos necessitados.<br />

• Voz Passiva – Ele foi eliminado do programa. / Reprovou-se o aluno.<br />

• Voz Reflexiva – Ele embelezou-se.<br />

• Voz Reflexiva Recíproca – Eles ofenderam-se mutuamente.<br />

E mais uma questãozinha – comentada pela própria banca do concurso (com pequeno<br />

acréscimo meu).<br />

19. (FAB – EAGS – Sargento – 1/2010) Quanto à voz verbal, coloque (P) voz passiva, (a) voz ativa e (R) voz reflexiva <strong>para</strong><br />

as frases abaixo. A seguir, assinale a alternativa com a sequência correta.<br />

( ) O petróleo é formado da decomposição de matérias orgânicas, como animais e plantas soterrados.<br />

( ) Com a descoberta do petróleo, criaram-se máquinas movidas a óleo, gasolina e querosene.<br />

( ) Vários países neste século têm se esforçado na busca de alternativas <strong>para</strong> a escassez de petróleo.<br />

( ) Devido ao crescente consumo mundial de petróleo, os países superpopulosos já se veem à margem do<br />

desenvolvimento.<br />

a) A – R – P – R.<br />

b) P – A – R – P.<br />

c) A – R – R – A.<br />

d) P – P – A – R.<br />

RESOLUÇÃO<br />

Resposta: D<br />

Na voz ativa, o sujeito se diz agente, porque é praticante da ação verbal. Esse tipo de voz<br />

está presente em “Vários países neste século têm se esforçado na busca de alternativas<br />

<strong>para</strong> a escassez de petróleo.”. O verbo esforçam-se indica ação do sujeito Vários países, e<br />

o pronome se não tem classificação sintática, uma vez que faz parte intrínseca do verbo<br />

esforçar-se. Na voz passiva, o sujeito se diz paciente, porque é recebedor da ação verbal. A<br />

voz passiva pode ser de dois tipos: analítica, formada com o verbo ser seguido de<br />

particípio, como ocorre em “O petróleo é formado da decomposição de matérias<br />

orgânicas, como animais e plantas soterrados; e sintética.”, formada com verbo transitivo<br />

direto acompanhado do pronome apassivador se, como ocorre em “Com a descoberta do<br />

petróleo, criaram-se máquinas movidas a óleo, gasolina e querosene.”. Note que em “é


formado da decomposição de matérias orgânicas” o agente da passiva começa pela<br />

preposição de, o que é raro, mas acontece. A voz reflexiva é aquela em que o sujeito se diz<br />

agente e paciente, pois é, ao mesmo tempo, praticante e recebedor da ação verbal. Esse tipo<br />

de voz está presente em “Devido ao crescente consumo mundial de petróleo, os países<br />

superpopulosos já se veem à margem do desenvolvimento.”. Aqui, o se é pronome<br />

reflexivo: os países veem (praticam a ação de) a si mesmos / se (recebem a ação de).<br />

Agora, sim, fechamos bonito voz verbal! Graças a Deus!


Formação dos Tempos Primitivos e Derivados<br />

Os tempos verbais são formados a partir de outros. Logo, podemos dividi-los em tempos<br />

primitivos e tempos derivados, sendo estes formados a partir daqueles. É um raciocínio<br />

lógico, certo?<br />

Pois bem... os chamados tempos primitivos são: presente do indicativo, pretérito<br />

perfeito do indicativo e infinitivo impessoal. Vejamos, nas tabelas abaixo, como isso<br />

acontece.<br />

Tempos Derivados do Presente do Indicativo<br />

Conheça antes as conjugações dos verbos amar (1 a conjugação), vender (2 a conjugação) e<br />

partir (3 a conjugação) no presente do indicativo:<br />

Amar: amo, amas, ama, amamos, amais, amam.<br />

Vender: vendo, vendes, vende, vendemos, vendeis, vendem.<br />

Partir: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.<br />

1) Presente do subjuntivo: forma-se a partir do radical da 1 a pessoa do singular do presente<br />

do indicativo, acrescentando-se uma desinência de modo e tempo, que será e <strong>para</strong> a 1 a<br />

conjugação e a <strong>para</strong> as 2 a e 3 a conjugações; depois acrescentam-se as desinências númeropessoais<br />

normalmente.<br />

AMar VENDer PARTir<br />

Ame Venda Parta<br />

Ames Vendas Partas<br />

Ame Venda Parta<br />

Amemos Vendamos Partamos<br />

Ameis Vendais Partais<br />

Amem Vendam Partam<br />

Obs.: Tais verbos não obedecem à regra anterior: haver, ser, estar, dar, ir, querer e saber,<br />

que fazem no presente do subjuntivo: haja, seja, esteja, dê, vá, queira e saiba. Não<br />

custa dizer o óbvio: alguns verbos que não se conjugam na 1 a pessoa do singular do<br />

presente do indicativo também não se conjugam no presente do subjuntivo.<br />

2) Imperativo afirmativo: faço questão de falar sobre a formação do imperativo à parte, mais à<br />

frente.<br />

Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo


Conheça antes as conjugações dos verbos amar (1 a conjugação), vender (2 a conjugação) e<br />

partir (3 a conjugação) no pretérito perfeito do indicativo:<br />

Amar: amei, amaste, amou, amamos, amastes, amaram.<br />

Vender: vendi, vendeste, vendeu, vendemos, vendestes, venderam.<br />

Partir: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.<br />

1) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: forma-se a partir da terceira pessoa do plural do<br />

pretérito perfeito do indicativo até ra: amaram, venderam, partiram... depois<br />

acrescentam-se as desinências número-pessoais normalmente; detalhe importante: na 2 a<br />

pessoa do plural, ra vira re*.<br />

AMARAm VENDERAm PARTIRAm<br />

Amara Vendera Partira<br />

Amaras Venderas Partiras<br />

Amara Vendera Partira<br />

Amáramos Vendêramos Partíramos<br />

*Amáreis *Vendêreis *Partíreis<br />

Amaram Venderam Partiram<br />

2) Pretérito imperfeito do subjuntivo: forma-se a partir do tema (radical + vogal temática) da<br />

2 a pessoa do singular seguido da desinência modo-temporal sse; depois acrescentam-se as<br />

desinências número-pessoais normalmente.<br />

AMAste VENDEste PARTIste<br />

Amasse Vendesse Partisse<br />

Amasses Vendesses Partisses<br />

Amasse Vendesse Partisse<br />

Amássemos Vendêssemos Partíssemos<br />

Amásseis Vendêsseis Partísseis<br />

Amassem Vendessem Partissem<br />

3) Futuro do subjuntivo: forma-se a partir do tema (radical + vogal temática) da 2 a pessoa do<br />

singular seguido da desinência modo-temporal r; depois acrescentam-se as desinências<br />

número-pessoais normalmente.<br />

AMAste VENDEste PARTIste<br />

Amar Vender Partir<br />

Amares Venderes Partires


Amar Vender Partir<br />

Amarmos Vendermos Partirmos<br />

Amardes Venderdes Partirdes<br />

Amarem Venderem Partirem<br />

Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal<br />

1) Futuro do presente do indicativo: forma-se a partir do tema seguido das desinências modotemporais<br />

re e ra; depois acrescentam-se as desinências número-pessoais normalmente.<br />

AMAr VENDEr PARTIr<br />

Amarei Venderei Partirei<br />

Amarás Venderás Partirás<br />

Amará Venderá Partirá<br />

Amaremos Venderemos Partiremos<br />

Amareis Vendereis Partireis<br />

Amarão Venderão Partirão<br />

2) Futuro do pretérito do indicativo: forma-se a partir do tema seguido das desinências modotemporais<br />

ria e rie* (na 2 a pessoa do plural); depois acrescentam-se as desinências<br />

número-pessoais normalmente.<br />

AMAr VENDEr PARTIr<br />

Amaria Venderia Partiria<br />

Amarias Venderias Partirias<br />

Amaria Venderia Partiria<br />

Amaríamos Venderíamos Partiríamos<br />

*Amaríeis *Venderíeis *Partiríeis<br />

Amariam Venderiam Partiriam<br />

Obs.: Não seguem esta regra os verbos dizer, fazer e trazer, cujas formas do futuro do<br />

presente e do pretérito são, respectivamente: direi, diria; farei, faria; trarei, traria.<br />

3) Pretérito imperfeito do indicativo: forma-se a partir do tema seguido das desinências<br />

modo-temporais va e ve* (na 2 a pessoa do plural) nos verbos de 1 a conjugação; e de a e e*<br />

(na 2 a pessoa do plural) nos verbos de 2 a e de 3 a conjugação; depois acrescentam-se as<br />

desinências número-pessoais normalmente.<br />

AMAr VENDEr PARTIr


Amava Vendia Partia<br />

Amavas Vendias Partias<br />

Amava Vendia Partia<br />

Amávamos Vendíamos Partíamos<br />

*Amáveis *Vendíeis *Partíeis<br />

Amavam Vendiam Partiam<br />

Obs.: Nos verbos de 2 a conjugação, a vogal temática e vira i, por causa da eufonia. Fique<br />

atento aos verbos, ser, ter, vir e pôr, que fazem no imperfeito era, tinha, vinha e punha,<br />

respectivamente.<br />

4) Infinitivo pessoal: forma-se a partir do infinitivo impessoal seguido das desinências<br />

número pessoais -es (2 a pessoa do singular), -mos (1 a pessoa do plural), -des (2 a pessoa<br />

do plural), -em ( 3 a pessoa do plural).<br />

AMAR VENDER PARTIR<br />

Amar Vender Partir<br />

Amares Venderes Partires<br />

Amar Vender Partir<br />

Amarmos Vendermos Partirmos<br />

Amardes Venderdes Partirdes<br />

Amarem Venderem Partirem<br />

Cuidado!!!<br />

Normalmente, a conjugação do infinitivo pessoal é igual à do futuro do subjuntivo. Eu falei<br />

“normalmente” porque verbos como fazer, dizer, pôr, ter, ver, vir etc. não são iguais.<br />

Cuidado com tais verbos! É preciso saber a conjugação deles, pois caem muito em prova!<br />

Não confunda um com outro!<br />

O infinitivo pessoal vem normalmente antecedido de preposição ou locução prepositiva,<br />

mas o futuro do subjuntivo vem normalmente antecedido do pronome indefinido quem<br />

(equivalendo a “aquele que”) ou de conjunção ou locução conjuntiva. Observe:


– A vida vai mudar <strong>para</strong> quem obter boa nota no concurso. (construção errada/infinitivo)<br />

– A vida vai mudar <strong>para</strong> quem obtiver boa nota no concurso. (construção certa/futuro do<br />

subjuntivo)<br />

O verbo obter é derivado do verbo ter, por isso deve seguir a mesma conjugação: quem<br />

tiver = quem obtiver. No futuro do subjuntivo! E agora?<br />

– A aluna comprou o meu material <strong>para</strong> obter boa nota no concurso (construção<br />

certa/infinitivo)<br />

Esdrúxulo seria dizer: A aluna comprou o meu material <strong>para</strong> obtiver boa nota no<br />

concurso.<br />

Note agora:<br />

– Perderá pontos se não rever seu texto. (construção inadequada/infinitivo)<br />

– Perderá pontos se não revir seu texto. (construção adequada/futuro do subjuntivo)<br />

O verbo rever, por ser derivado de ver, deve seguir a mesma conjugação. O futuro do<br />

subjuntivo do verbo ver é: (se) eu vir, (se) tu vires, (se) ele vir, (se) nós virmos, (se) vós<br />

virdes, (se) eles virem. Assim sendo, os verbos derivados (rever, prever, antever...) devem<br />

seguir a mesma conjugação.<br />

Não podemos confundir vir com vier. A forma vir pode ser infinitivo (Ela foi convidada<br />

<strong>para</strong> vir a Recife.) ou futuro do subjuntivo do verbo ver (Ele só comprará o material se vir<br />

a aula demonstrativa.). A forma vier é futuro do subjuntivo do verbo vir: “Ele só ficará<br />

satisfeito se você vier ao Rio de Janeiro.”.<br />

Parece bobagem dizer essas coisas, mas quem é concurseiro-ratão, sabe o que estou<br />

dizendo! Isso cai direto em prova. DI-RE-TO! Consulte: FCC – TRE/AP – TÉCNICO<br />

JUDICIÁRIO – QUESTÃO 14.


Formação do Imperativo e Uniformidade de Tratamento<br />

O imperativo afirmativo se forma a partir da 2 a pessoa do singular e do plural do presente<br />

do indicativo sem o s da 3 a pessoa do singular e das 1 a e 3 a pessoas do plural do presente do<br />

subjuntivo.<br />

Já o imperativo negativo é a cópia do presente do subjuntivo: Ctrl + C + Ctrl + V. As<br />

formas do imperativo negativo sempre vêm antecedidas de termos negativos (não, nem,<br />

tampouco, nunca...).<br />

Não existe a primeira pessoa do singular, pois não é possível, em tese, dar uma ordem <strong>para</strong><br />

si mesmo.<br />

Presente do Indicativo<br />

Imperativo<br />

Afirmativo<br />

Presente do<br />

Subjuntivo<br />

Imperativo<br />

Negativo<br />

Eu amo – (Que) Eu ame –<br />

Tu amas → ama (tu) Tu ames → não ames<br />

Ele ama ame (você) ← Ele ame → não ame<br />

Nós amamos amemos (nós) ← Nós amemos → não amemos<br />

Vós amais → amai (vós) Vós ameis → não ameis<br />

Eles amam amem (vocês) ← Eles amem → não amem<br />

Obs.: O verbo ser não se adapta perfeitamente a essa formação: no imperativo afirmativo,<br />

ele fica assim: sê (tu), sede (vós).<br />

Existe algo extremamente importante a falar sobre o imperativo. Você já ouviu falar de<br />

uniformidade de tratamento? Não? Então, é a hora de saber, visto que muitos concursos vêm<br />

apelando <strong>para</strong> esse tipo de questão a fim de testar seu conhecimento do registro culto da<br />

língua.<br />

Como o próprio nome sugere, o tratamento ou a pessoa do verbo deve ficar uniforme, ou<br />

seja, não pode mudar de forma numa frase. Caso se inicie uma frase em que alguém se refere<br />

ao interlocutor usando formas de 2 a pessoa, deve ele mantê-la. Caso se inicie uma frase em<br />

que alguém se refere ao interlocutor usando formas de 3 a pessoa, deve ele mantê-la. Sacou?<br />

Não pode haver mistura de formas, como você e tu na mesma frase. Cuidado com isso!<br />

Quem não se lembra, por exemplo, do slogan da Caixa Econômica Federal? “Vem pra Caixa<br />

você também... Vem!” O moço que fez a propaganda (só chamando assim...) não se deu conta<br />

(acho eu) de que estava infringindo um princípio da língua culta, a saber: a uniformidade de<br />

tratamento.<br />

Se ele diz “Vem”, este verbo está na 2 a pessoa do singular do imperativo afirmativo –


encaixe o verbo vir lá na tabelinha <strong>para</strong> ver se ele não vacilou... é... como diz a música:<br />

“Vacilou, cachimbo cai!”. O camarada publicitário “garoteou”, fez uma DESuniformidade de<br />

tratamento.<br />

Era preciso que a frase ficasse assim <strong>para</strong> manter harmonia/uniformidade de tratamento:<br />

“Vem pra Caixa tu também... Vem!”. Hummmm... estranho, não? Será que é por isso que ele<br />

misturou o verbo de 2 a pessoa com o pronome você (3 a pessoa gramatical)? Pode ser...<br />

O fato é que você não pode vacilar na prova. Adriana Calcanhoto também não fez<br />

uniformidade, mas ela tem licença poética... Veja:<br />

(Ela começa com a terceira pessoa...)<br />

Rasgue (você) as minhas cartas<br />

E não me procure (você) mais<br />

Assim será melhor<br />

Meu bem!<br />

(Estava bom demais <strong>para</strong> ser verdade... daí ela muda <strong>para</strong> a 2 a pessoa)<br />

O retrato que eu te (!) dei<br />

Se ainda tens (!)<br />

Não sei!<br />

(Como num passe de mágica ela retorna à 3 a pessoa... coisa linda!)<br />

Mas se tiver<br />

Devolva-me!<br />

Meu amigo, se um discurso começar com a 3 a pessoa, mantenha-o ATÉ O FIM! Se começar<br />

com a 2 a pessoa, IDEM! Combinado? Maravilha!<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

20. (Esaf – CGU – Técnico em Finanças e Controle – 2008) Abaixo estão recomendações <strong>para</strong> evitar o estresse. Assinale a<br />

opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do singular.<br />

a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências.<br />

b) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário.<br />

c) Pára e medite. Põe uma uva passa na boca. Note textura, cheiro e sabor.<br />

d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente.<br />

e) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada.<br />

(Cristina Nabuco, “Para desacelerar”, Cláudia, junho 2007, p. 227.)<br />

E aí? Qual é o gabarito? Vamos ver se você está safo no assunto, comentando opção por<br />

opção (observe que todos os verbos estão no imperativo):<br />

a) Saboreie (3 a pessoa do singular) a vida, dai (2 a pessoa do plural) mais valor a suas<br />

experiências.


) Aprende (2 a pessoa do singular) a dizer não. Peça (3 a pessoa do singular) ajuda sempre<br />

que necessário.<br />

c) Pára (2 a pessoa do singular) e medite (3 a pessoa do singular). Põe (2 a pessoa do singular)<br />

uma uva passa na boca. Note (3 a pessoa do singular) textura, cheiro e sabor.<br />

d) Fique (3 a pessoa do singular) atenta à respiração. Inspira (2 a pessoa do singular) e expira<br />

(2 a pessoa do singular) lentamente.<br />

e) Invista (3 a pessoa do singular) em prazeres: ouça (3 a pessoa do singular) música, leia<br />

(3 a pessoa do singular), dê-se (3 a pessoa do singular) o direito de não fazer nada.<br />

(Gabarito!)<br />

Consulte esta: FGV – SEFAZ/RJ – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA – 2011 – QUESTÃO<br />

16.<br />

Palavra Final: Existem alguns verbos que, por seu sentido próprio, não admitem uso no<br />

imperativo, como caber, querer (segundo Celso Cunha) e poder, por exemplo.


Formação dos Tempos Compostos<br />

Os tempos compostos da voz ativa são formados pelos verbos ter/haver + particípio, <strong>para</strong><br />

indicar, normalmente, um fato acabado, repetido ou contínuo.<br />

No modo indicativo:<br />

• Pretérito perfeito composto: Eu tenho/hei decorado a tabela.<br />

• Pretérito mais-que-perfeito composto: Tu tinhas/havias decorado a tabela.<br />

• Futuro do presente composto: Ele terá/haverá decorado a tabela.<br />

• Futuro do pretérito composto: Nós teríamos/haveríamos decorado a tabela.<br />

Obs.: Como se nota, não há locução verbal de tempo composto no presente do indicativo<br />

nem no pretérito imperfeito do indicativo. Note também que o pretérito perfeito<br />

composto é formado por presente do indicativo + particípio e o pretérito mais-queperfeito<br />

composto é formado por pretérito imperfeito do indicativo + particípio.<br />

No modo subjuntivo:<br />

• Pretérito perfeito composto: Espera-se que vós tenhais/hajais decorado a tabela.<br />

• Pretérito mais-que-perfeito composto: Se eles tivessem/houvessem decorado a tabela,<br />

não estariam chorando agora.<br />

• Futuro do subjuntivo composto: Quando vocês tiverem/houverem decorado a tabela,<br />

verão sua importância.<br />

Nas formas nominais:<br />

• Infinitivo: Para nós termos/havermos decorado a tabela, precisou de tempo.<br />

• Gerúndio: Tendo/havendo decorado a tabela, tudo ficará bem.<br />

Os tempos compostos da voz passiva são formados pelos verbos ter/haver + sido +<br />

particípio.<br />

No modo indicativo:<br />

• Pretérito perfeito composto: A tabela tem/há sido decorada por mim.<br />

• Pretérito mais-que-perfeito composto: A tabela tinha/havia sido decorada por ti.<br />

• Futuro do presente composto: A tabela terá/haverá sido decorada por ele.<br />

• Futuro do pretérito composto: A tabela teria/haveria sido decorada por nós.<br />

No modo subjuntivo:<br />

• Pretérito perfeito composto: Espera-se que a tabela tenha/haja sido decorada por vós.<br />

• Pretérito mais-que-perfeito composto: Se a tabela tivesse/houvesse sido decorada por<br />

eles, não estariam chorando agora.


• Futuro do subjuntivo composto: Quando a tabela tiver/houver sido decorada por vocês,<br />

verão sua importância.<br />

Nas formas nominais:<br />

• Infinitivo: Para a tabela ter/haver sido decorada por nós, precisamos de tempo.<br />

• Gerúndio: Tendo/havendo sido decorada a tabela, tudo ficará bem.<br />

Cuidado!!!<br />

Observe uma falsa locução verbal de tempo composto:<br />

– O falastrão número um do UFC e rei das provocações gratuitas tem pendurado na<br />

parede de casa um diploma de graduação em Sociologia, pela Universidade de Oregon.<br />

Na verdade, há dois verbos e duas orações:<br />

– O falastrão número um do UFC e rei das provocações gratuitas tem um diploma de<br />

graduação em Sociologia, pela Universidade de Oregon, pendurado na parede de casa.<br />

Note que o particípio pendurado, que pode ser desenvolvido, se refere ao diploma: “...<br />

diploma... que está pendurado na parede de casa”.


Emprego dos Tempos e Modos Verbais<br />

Antes de qualquer coisa, saiba que todo ano este assunto cai nas bancas de mais<br />

prestígio atualmente: FCC, Esaf e Cespe/UnB. Estude!<br />

Os diferentes tempos verbais atendem a necessidades distintas dos falantes. Eles indicam o<br />

momento em que o falante quer situar os fatos. Os modos verbais vão exprimir, normalmente,<br />

certeza (indicativo), incerteza (subjuntivo) e ordem (imperativo).<br />

Vejamos primeiramente os tempos do modo indicativo, depois os do subjuntivo e, em<br />

seguida, falaremos do modo imperativo.<br />

Obs.: Por favor, fique ligado nos tempos compostos correspondentes aos tempos simples!<br />

Tal correspondência é abordada em questão de prova. Preste atenção!<br />

O Modo Indicativo<br />

Os verbos no modo indicativo aparecem em orações coordenadas e orações principais,<br />

normalmente, mas podem figurar nas orações subordinadas também. Caso queira entender<br />

melhor o conceito de oração (e seus tipos), recorra ao capítulo de sintaxe.<br />

Presente<br />

1) Indica um fato que ocorre no momento em que se fala.<br />

– Ouço vozes estranhas que vêm lá de fora...<br />

– Estou ouvindo música, e você?<br />

– O Brasil está jogando contra a Argentina agora.<br />

2) Indica um fato habitual, corriqueiro, frequente.<br />

– Aos domingos, vou à missa.<br />

– O galo sempre canta às 5 horas aqui perto.<br />

– Você sabia que Pedro fuma?<br />

3) Indica um fato atemporal, uma verdade absoluta ou tomada como tal (aparece muito em<br />

ditados, máximas, leis etc.).<br />

– Morre todos os dias uma pessoa a cada 5 segundos.<br />

– Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.<br />

– Deus é fiel!<br />

4) Indica um fato que já se iniciou e dura até o presente momento da declaração.<br />

– Os cientistas estudam a cura da AIDS ainda.<br />

– A homofobia vem proliferando nas grandes cidades.<br />

– Por que você, desde a madrugada, assiste a tantos programas de celebridades?


Cuidado!!!<br />

1) O presente do indicativo pode ser usado no lugar do pretérito perfeito do indicativo.<br />

Neste caso, ele é chamado de presente histórico, pois torna recente um fato passado,<br />

como se o estivesse atualizando a fim de torná-lo mais vivo. A ideia é aproximar,<br />

portanto, um fato passado à realidade imediata do interlocutor. Isso ocorre muito nas<br />

manchetes de jornais, nos livros didáticos de história e, principalmente, nas narrações,<br />

quando o narrador quer imprimir maior realidade à história, como se estivesse<br />

presenciando um fato.<br />

– Flamengo vence (= venceu) o Vasco por 3x2 no Maracanã, em jogo disputadíssimo.<br />

– Em 1500, os portugueses chegam (= chegaram) ao nosso futuro Brasil e começam<br />

(= começaram) a explorar o local.<br />

– É (= Foi) nesse momento que o governo começa (= começou) a oprimir o povo.<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

19. (FGV – PC/RJ – Piloto Policial – 2011) “Fevereiro de 1876. O falido rei d. Luís I vasculha os cofres portugueses à<br />

procura de joias e outras peças de valor que possam ser vendidas <strong>para</strong> pagar dívidas. Na busca, ele encontra<br />

uma pepita de ouro de pouco mais de 20 quilos, do tamanho de um melão. Esquecida por décadas nos Tesouros<br />

Reais, a pedra retirada de solo brasileiro é o último remanescente de uma época de riqueza incalculável <strong>para</strong> o<br />

velho império lusitano.”<br />

No fragmento acima, retirado do livro Boa ventura – a corrida de ouro no Brasil (1697-1810), de Lucas Figueiredo, há<br />

uma parte inicial do modo de organização narrativa. Sobre esse segmento narrativo pode-se dizer que:<br />

a) há um erro na escolha dos tempos verbais, pois, após localizar o fato narrado em 1876, o narrador emprega o<br />

presente do indicativo em vasculha, encontra. (Aqui a banca tenta te enrolar!)<br />

c) a indicação de localização espacial e temporal dos fatos narrados procura dar mais verossimilhança ao que é relatado.<br />

(Gabarito!)<br />

2) Além disso, o presente pode ser usado no lugar do futuro do presente <strong>para</strong> tornar o<br />

futuro mais próximo da realidade do falante, como se demonstrasse maior convicção de<br />

que o fato futuro vai se realizar, ou, como diz Celso Cunha, “empresta a certeza da<br />

atualidade a um fato por ocorrer”.<br />

– Viajo (= Viajarei) amanhã <strong>para</strong> SP, mas fiquem calmos, que eu volto (= voltarei)<br />

logo.<br />

3) O presente pode substituir o futuro do subjuntivo <strong>para</strong> impor mais certeza à<br />

declaração.<br />

– Se alguém precisa (= precisar) de ajuda, posso ajudar.<br />

– Se não existe (= existir) esforço, não existe (= existirá) progresso.<br />

Note que, no segundo exemplo, o presente do indicativo substitui o futuro do subjuntivo<br />

e o futuro do presente do indicativo, uma vez que há correlação correta entre tais<br />

tempos futuros.<br />

4) Às vezes, o presente substitui a forma imperativa <strong>para</strong> demonstrar mais polidez ou<br />

suavização de um pedido.


– João, você me serve (= sirva-me) um cafezinho? Obrigado.<br />

– Quer sentar-se?<br />

Vale dizer ainda que este tempo verbal é o tempo da certeza, da convicção, do fato, por isso<br />

mesmo muito usado nas dissertações argumentativas, em que se defende uma tese com uma<br />

tônica de verdade. Falarei mais sobre isso no tópico Valor Discursivo.<br />

Essa substituição de um tempo verbal por outro se chama enálage (é uma figura de<br />

linguagem).<br />

Pretérito Perfeito<br />

1) Indica um fato ocorrido e concluído antes do momento em que se fala.<br />

– O Rock’n Rio foi um sucesso.<br />

– Comi uma pizza deliciosa na zona sul.<br />

– Nossa seleção conquistou mais um título mundial.<br />

2) Indica um fato já ocorrido cujos efeitos perduram até o presente.<br />

– A televisão me deixou confuso com tanta notícia conflitante.<br />

– Foi na Igreja que eu aprendi a diferença entre o sim e o não.<br />

– Naquele instante eu soube que você era a mulher da minha vida.<br />

3) Indica um fato atemporal, habitual (normalmente em máximas e ditados)<br />

– Quem comeu a carne, que roa os ossos.<br />

– Aquele que nasceu <strong>para</strong> a forca não morre afogado.<br />

– Quem pariu Mateus que o balance.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Frequentemente se usa o pretérito perfeito no lugar do pretérito mais-que-perfeito<br />

sem que isso implique mudança de sentido. Isso ocorre em orações temporais,<br />

segundo Bechara e Sacconi.<br />

– Depois que viu (= vira) a discussão dos pais, decidiu sair de casa.<br />

2) O pretérito perfeito pode substituir o presente <strong>para</strong> indicar ligeireza; normalmente<br />

isso acontece em linguagem informal, na internet, por exemplo.<br />

– “Você já está indo?” “Fui!”<br />

3) O pretérito perfeito pode substituir o imperativo <strong>para</strong> estimular o interlocutor; muito<br />

usado em propagandas.<br />

– “Achou, ganhou!”<br />

4) Pretérito perfeito composto do indicativo<br />

Formado pelo verbo auxiliar ter ou haver no presente do indicativo + particípio, indicando


fato que se inicia no passado e vem ocorrendo até o momento da declaração.<br />

– Eu tenho estudado muito.<br />

– Nós temos feito todos os exercícios propostos.<br />

Não equivale à forma de pretérito perfeito simples, ou seja, ninguém diria que “Eu tenho<br />

estudado muito.” equivale a “Eu estudei muito.”, pois estudei indica que o fato já cessou,<br />

muito diferente de tenho estudado, que indica uma duração de um fato. Na verdade, a forma<br />

composta (por exemplo, tenho estudado) pode ser equi<strong>para</strong>da ao presente do indicativo do<br />

tempo simples (estudo ou estou estudando).<br />

Bem interessante é o que diz Luiz Antonio Sacconi: “A forma composta é usada ainda <strong>para</strong><br />

confirmar-se uma ordem, ou ao concluir-se um discurso. Ex.: Tenho lido. Tenho concluído.<br />

Tenho dito (acréscimo meu).”.<br />

No entanto... como nem tudo são flores... veja estas recentes questões polêmicas:<br />

25. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e<br />

português.<br />

No segmento grifado acima, Antonio Candido usou determinada forma verbal que poderia ser substituída, sem prejuízo<br />

<strong>para</strong> correção e a lógica, por:<br />

a) li. (Gabarito!)<br />

b) lia.<br />

c) lera.<br />

d) leria.<br />

e) leio.<br />

Marcou a e)? Pois é... errou. Por causa do advérbio de tempo já, a ideia de “ler” indica<br />

passado concluído, por isso a FCC considerou que a forma composta tenho lido equivale<br />

não a “leio”, mas à forma simples “li”, ou seja, a frase em questão equivale a “Já li que ele<br />

usa uma língua misturada de italiano e português.”.<br />

Leia o seguinte texto<br />

A oferta total de crédito na economia brasileira dobrou nos últimos oito anos. A queda da inflação, a diminuição da<br />

taxa básica de juros e também a criação de novas modalidades de financiamento, como o consignado,<br />

contribuíram <strong>para</strong> o aumento da disponibilidade de crédito. Isso foi decisivo <strong>para</strong> o crescimento do consumo e<br />

tem sido um dos principais dínamos do PIB.<br />

8. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012 ) Provoca-se erro gramatical e/ou incoerência textual ao fazer a<br />

seguinte alteração nos verbos do fragmento acima.<br />

b) têm contribuído em lugar de “contribuíram” (l. 3).<br />

e) dobrara em lugar de “dobrou” (L.2). (O gabarito!)<br />

O gabarito é a letra e) porque o pretérito mais-que-perfeito do indicativo (dobrara) nunca<br />

pode substituir o pretérito perfeito do indicativo (dobrou), sem que haja consequente<br />

mudança de sentido.<br />

Agora, como a opção b) não foi considerada errada, inferimos que o pretérito perfeito<br />

simples (contribuíram), dependendo do contexto, pode ser substituído pelo pretérito<br />

perfeito composto (têm contribuído). Vamos entender isso melhor, analisando o contexto.<br />

Note que o primeiro período diz “nos últimos oito anos”. Isso significa que até o momento


da declaração contida no primeiro período isso ainda vem ocorrendo, ou seja, dizer que “A<br />

oferta total de crédito na economia brasileira dobrou nos últimos oito anos.” equivale a<br />

dizer que “A oferta total de crédito na economia brasileira tem dobrado nos últimos oito<br />

anos.”. No período seguinte, usa-se a forma contribuíram, como se indicasse um passado<br />

concluído, mas não faz sentido concluirmos que os fatores contributivos <strong>para</strong> o aumento da<br />

disponibilidade de crédito cessaram, ou seja, não mais apresentam sua contribuição <strong>para</strong> o<br />

aumento da disponibilidade de crédito. O que corrobora tal interpretação é a manutenção do<br />

aspecto durativo pela forma de pretérito perfeito composto do período seguinte: “Isso foi<br />

decisivo <strong>para</strong> o crescimento do consumo e tem sido um dos principais dínamos do PIB.”. Ou<br />

seja, se o fato contido no segundo período tem sido um dos principais dínamos do PIB, é<br />

porque tem contribuído <strong>para</strong> tanto. Desse modo, os contextos anterior e posterior ao<br />

segundo período (A queda da inflação, a diminuição da taxa básica de juros e também a<br />

criação de novas modalidades de financiamento, como o consignado, contribuíram <strong>para</strong> o<br />

aumento da disponibilidade de crédito.) indicam que o fato de “contribuir” se iniciou no<br />

passado e se estende até o momento da declaração, equivalendo a “têm contribuído”.<br />

Questão polêmica, complexa e digna da Esaf. É por isso que a simples decoreba de<br />

correspondência entre tempos simples e compostos pode derrubar um.<br />

Pretérito Imperfeito<br />

Na lição de Celso Cunha, “Por expressar, normalmente, um fato inacabado, impreciso, em<br />

contínua realização na linha do passado <strong>para</strong> o presente, o imperfeito é o tempo que melhor se<br />

presta a descrições e narrações.”. Às vezes, no discurso indireto livre, de que falarei a alguns<br />

capítulos, pode levar à confusão, propositadamente, o leitor: “João vira uma linda mulher<br />

passando por ele. Queria-a de verdade! Precisou abaixar a cabeça de vergonha.”. Quem<br />

queria, o personagem ou o narrador? Interessante, não é?<br />

Mais interessante ainda é você nunca confundir o pretérito perfeito (passado concluído)<br />

com o imperfeito (passado contínuo, progressivo). Bem... vamos ao que interessa.<br />

1) Indica um fato passado que então era presente, mas não concluído, incompleto, ou que<br />

apresenta certa duração.<br />

– Betinho lutava pela erradicação da fome.<br />

– Estávamos conversando animadamente, mas fomos interrompidos.<br />

– Ao passo que subia o morro, ia admirando a paisagem.<br />

2) Indica um fato passado em curso que indica simultaneidade, concomitância a outro<br />

fato.<br />

– A velhinha foi atropelada quando eu atravessava a rua.<br />

– À medida que as sombras cobriam o dia, eu largava o trabalho.


– Enquanto eu estudava, ela me atrapalhava.<br />

3) Indica um fato habitual, iterativo, repetitivo, uma ação contínua.<br />

– Impressionante! Eu chegava, ela saía.<br />

– Eu fazia musculação todo santo dia.<br />

– Em toda despedida, era uma choradeira.<br />

Obs.: Veja uma questão sobre isso:<br />

17. (FCC – TRE/PR – Técnico Judiciário – 2012)... baleias, que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas, caiu<br />

drasticamente. (1 o parágrafo)<br />

O emprego das formas verbais grifadas acima indica, respectivamente,<br />

a) ação contínua no passado e fato consumado. (Gabarito!)<br />

4) Normalmente usado em narrações <strong>para</strong> marcar descrições ou ideias temporais<br />

passadas.<br />

– Era 2008, quando encontrei minha esposa. Ela estava linda! Vestia um lindo vestido<br />

florido.<br />

5) Indica um fato passado de maneira vaga, fantasiosa, própria do universo das crianças,<br />

do mundo das lendas, dos contos infantis.<br />

– Era uma vez um rei e uma rainha...<br />

Cuidado!!!<br />

1) O pretérito imperfeito pode indicar polidez, gentileza, cortesia ao ser usado no lugar<br />

do presente do indicativo:<br />

– Você podia (= pode) me ajudar?<br />

– Mãe, eu precisava (= preciso) muito falar contigo.<br />

2) Pode ser usado no lugar do futuro do pretérito, exprimindo um fato categórico ou a<br />

segurança do narrador em relação aos acontecimentos futuros.<br />

– Meu irmão João era um homem muito bom, pois ia levar seu sobrinho <strong>para</strong> os EUA.<br />

Lá meu filho entrava (= entraria) <strong>para</strong> uma boa escola, formava-se (formar-se-ia), e<br />

depois virava (= viraria) doutor, dando-me muito orgulho. No entanto, João faleceu<br />

antes disso tudo ocorrer.<br />

Exceto quando em correlação com o pretérito imperfeito do subjuntivo (este caso constitui<br />

registro coloquial).<br />

– Se ele me atendesse bem, eu comprava o produto dele. (errado)<br />

– Se ele me atendesse bem, eu compraria o produto dele. (certo)<br />

Esta correlação cai muito em prova!


Pretérito Mais-Que-Perfeito<br />

1) Indica um fato passado anterior a outro fato também passado.<br />

– Depois que ela me pedira um favor, tive de sair de casa.<br />

– Todos já almoçaram quando chegamos.<br />

– Mal entráramos, todos fizeram aquela cara de espanto.<br />

2) Indica um fato passado vago.<br />

– O aluno obtivera nota dez na prova, mas pensáramos que isso era impossível.<br />

3) Indica desejo, vontade, em frases optativas.<br />

– Quem me dera passar na prova!<br />

– Quisera eu conquistar aquela vaga!<br />

– Tomara que todos nos aceitem como funcionários.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O pretérito mais-que-perfeito pode ser usado no lugar do futuro do pretérito e do<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo (normalmente em registro literário).<br />

– Que fora (= seria) a vida, se nela não houvera (= houvesse) lágrimas? (Alexandre<br />

Herculano)<br />

2) O pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo<br />

A forma composta é preferência nacional! É muito raro usarmos as formas simples desse<br />

pretérito. Pois bem, a forma composta é formada de verbo auxiliar ter ou haver no pretérito<br />

imperfeito do indicativo + particípio, exprimindo o mesmo que o pretérito mais-queperfeito<br />

do indicativo simples.<br />

– Eu já havia estudado (= estudara) em PDFs, quando conheci o seu livro.<br />

– Havíamos pensado (= Pensáramos) que ela não voltaria.<br />

Veja aqui uma questão sobre pretérito mais-que-perfeito composto:<br />

8. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) Ela queria fazer justiça a Mankiewicz, que caíra em esquecimento,<br />

enquanto Welles entrara <strong>para</strong> a história com a reputação de gênio maldito, frequentemente reivindicando <strong>para</strong> si<br />

as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do roteiro – embora Pauline jurasse que Welles não escrevera<br />

nem sequer uma linha do script.<br />

Outra redação <strong>para</strong> o trecho destacado, que preserva o sentido e a correção originais, é:<br />

a) a despeito de Pauline jurar que Welles não tinha escrito nem ao menos uma linha do<br />

script. (gabarito!)<br />

Comentário: Pode-se substituir tranquilamente a forma composta pela forma simples e viceversa:<br />

escrevera < > tinha escrito.<br />

Futuro do Presente


1) Indica um fato posterior ao momento da fala, mas certo de ocorrer<br />

– Passarei na prova. Fato!<br />

– Tu te classificarás tão logo, meu nobre.<br />

– Serei um homem mais sério ao seu lado, mulher.<br />

2) Indica um fato futuro incerto, hipotético (em perguntas, normalmente).<br />

– Serão pessoas felizes as que moram na periferia?<br />

– Suportará Maria toda a traição de João? Não perca no próximo capítulo.<br />

– Ela terá seus quarenta anos, no máximo.<br />

Obs.: Falando em perguntas, não se esqueça das perguntas retóricas, em que o verbo no<br />

futuro do presente provoca uma reflexão: “E se a ingratidão ressuscita o aborrecimento<br />

até nos mortos, como achará amor nos vivos?” (Padre Antônio Vieira).<br />

Cuidado!!!<br />

1) Pode substituir o imperativo (em leis), denotando mais força na lei de modo que ela seja<br />

entendida e atendida atemporalmente.<br />

– Não matarás, não cobiçarás...<br />

2) É preferência nacional o uso da locução verbal formada pelo verbo auxiliar ir (no<br />

presente do indicativo) + infinitivo a fim de substituir o futuro do presente simples:<br />

– “Eu vou estudar muito amanhã.” no lugar de “Eu estudarei muito amanhã.”.<br />

Obs.: Como já visto em locução verbal, a construção haver + de + infinitivo carrega uma<br />

ideia de futuro e intenção/desejo: “Eu hei de vencer (= vencerei)!”. Caiu uma questão<br />

sobre isso recentemente:<br />

6. (FCC – Pref./SP – Auditor-Fiscal do Município – 2012) O texto legitima o seguinte comentário:<br />

e) (linha 4) Em hão de alimentar, a forma verbal exprime, além da ideia de futuro, a de que o evento é desejado.<br />

(Gabarito!)<br />

3) O futuro do presente pode ser substituído pelo presente do indicativo, num registro<br />

menos formal. Note abaixo que o futuro do subjuntivo mantém correlação com o futuro do<br />

presente do indicativo. Tal construção cai muito em prova. Lembre-se, porém, de que o<br />

registro formal exige o verbo no futuro do presente.<br />

– Quando o inverno chegar, eu quero (= quererei) estar junto a ti.<br />

– Se os políticos brasileiros <strong>para</strong>rem de roubar, passo (= passarei) a votar neles.<br />

4) Futuro do presente composto do indicativo<br />

Formado pelo verbo auxiliar ter ou haver no futuro do presente simples do indicativo +<br />

particípio, exprimindo 1) um fato futuro anterior a outro fato futuro, 2) fato futuro já iniciado<br />

no presente ou 3) fato futuro incerto (em perguntas, normalmente).


– Quando você chegar, eu já terei partido.<br />

– Daqui a dois meses, terei absorvido informações valiosas.<br />

– Terá Maria sabido a verdade sobre João?<br />

Futuro do Pretérito<br />

1) Indica um fato posterior (normalmente hipotético) a um fato no passado<br />

– Disseram (fato passado) que ela chegaria (fato futuro) logo.<br />

– Você me prometeu que passaria de ano.<br />

– Jamais trairíamos nossos amigos, mesmo depois da falha deles.<br />

Obs.: Veja duas questões sobre isso:<br />

10. (FCC – TJ/RJ – Comissário da Infância e da Juventude – 2012) A voz nova e solitária em seguida iria encontrar<br />

obstáculos na publicação de seus outros livros.<br />

O tempo verbal empregado pelo autor na frase acima indica<br />

a) ação posterior a outra, ambas localizadas no passado. (Gabarito!)<br />

4. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) Muitos anos depois, ele morreria num acidente de helicóptero, em<br />

Angra dos Reis, no Rio, e seu corpo desapareceria no mar <strong>para</strong> sempre.<br />

Com relação aos verbos grifados acima, é correto dizer que o emprego do tempo e modo em que estão conjugados indica:<br />

a) Ação posterior à época de que se fala. (Gabarito!)<br />

b) Incerteza sobre fato passado.<br />

c) Ação ocorrida antes de outra passada.<br />

d) Fato que depende de certa condição.<br />

e) Forma polida de abordar um fato trágico.<br />

2) Indica uma consequência hipotética, atrelada a uma condição, que não chegou a<br />

realizar-se.<br />

– Eu levaria uma bronca se não fizesse os exercícios.<br />

– Faríamos os exercícios caso não fôssemos interrompidos.<br />

– Se encomendassem os nossos produtos, não estariam reclamando.<br />

Obs.: Interessante é dizer que a frase “Contanto que ela estudasse (condição), passaria<br />

fácil.” pode significar que ela não estudou, por isso não passou ou que, se ela estudasse,<br />

no futuro, a vaga estaria garantida.<br />

3) Indica incerteza sobre fatos passados ou futuros (normalmente em perguntas).<br />

– Seria o sol o causador destas queimaduras?<br />

– O homem aguentaria mais esta decepção causada pelo filho?<br />

– Haveria dez bandidos envolvidos no assalto.


Cuidado!!!<br />

1) O futuro do pretérito pode substituir o presente do indicativo, indicando polidez:<br />

– Pediria (= Peço) que todos saíssem. Grato.<br />

2) Pode indicar impossibilidade diante de um juízo de valor:<br />

– Eu lá beijaria aquela boca!<br />

3) Futuro do pretérito composto do indicativo<br />

Formado pelo verbo auxiliar ter ou haver no futuro do pretérito simples do indicativo +<br />

particípio, exprimindo os mesmos valores que o futuro do pretérito simples.<br />

– Teria feito (= Faria) diferente se tivesse tempo.<br />

O Modo Subjuntivo<br />

Lembra a Tia Teteca, lá na escolinha onde você estudava, quando começou a ter aula de<br />

conjugação verbal? Ela falava assim:<br />

– Alunos, <strong>para</strong> conjugar o presente do subjuntivo, coloquem o que antes da conjugação.<br />

Assim, olha o verbo amar: “Que eu ame, que tu ames, que ele a...”.<br />

– “Me”!<br />

– Isso aí, muito bem, que ele “A-ME”, que nós A-ME-MOS etc.!<br />

– Agora o pretérito imperfeito do subjuntivo. Coloquem o se antes da conjugação. Assim,<br />

olha o verbo vender: “Se eu vendesse, se tu vendesses, se ele vendesse, se nós vendêssemos,<br />

se vós...”<br />

– “VENDÊSSEIS”!<br />

– Muito bem, alunos! E olha que a 2 a pessoa do plural não é mole, hein!<br />

– Vai. Para fechar... o futuro do subjuntivo. Coloquem o quando antes da conjugação.<br />

Assim, olha o verbo partir: “Quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando<br />

nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles parti...”<br />

– “REM”!<br />

– Que lindo! Estou emocionada...<br />

Direto... do túnel... do tempo...<br />

Agora, na boa, falando sério... baseando-me no conceituado gramático Adriano da Gama<br />

Kury, vejamos os tempos do modo subjuntivo, os quais normalmente aparecem em orações<br />

subordinadas ou em orações optativas, raramente em orações principais. Caso queira entender<br />

melhor o conceito de oração (e seus tipos), recorra ao capítulo de sintaxe.<br />

Presente<br />

Geralmente utilizado quando desejamos expressar desejos, possibilidades, suposições,<br />

conselho, oposição, cuja concretização pode depender da realização de um outro


acontecimento.<br />

– Deus te guie.<br />

– Nada de cerimônias: pensem que estão em sua casa.<br />

– Talvez a realidade seja mais forte que a ficção.<br />

– Receio que aconteça o pior.<br />

– É provável que surja outra oportunidade.<br />

– É preciso que estudemos suficientemente.<br />

– Quer chova, quer faça sol, sairei daqui.<br />

– De todos as informações, destaque-se que a última é determinante.<br />

Cuidado!!!<br />

1) É de observar que, na fala das pessoas incultas, aparece o indicativo em lugar do<br />

subjuntivo. É comum ouvir “O senhor quer que eu faço?”, por “O senhor quer que eu<br />

faça?” (forma acertada).<br />

2) Segundo Bechara, acertadamente, sempre que se trate de uma possibilidade, de uma<br />

eventualidade, e não de uma certeza, usa-se o subjuntivo. Compare-se:<br />

– O cidadão que ama sua pátria engrandece-a. (realidade)<br />

– O cidadão que ame sua pátria engrandece-a. (conjectura)<br />

No entanto, não há problema, por via de regra, em orações subordinadas adjetivas, usar o<br />

indicativo pelo subjuntivo, logo ambas as frases acima apresentam construção correta.<br />

3) Pretérito perfeito composto do subjuntivo<br />

Formado pelo verbo auxiliar ter ou haver no presente do subjuntivo + particípio,<br />

indicando normalmente desejo de que algo já tenha ocorrido ou um fato futuro já terminado<br />

em relação a outro.<br />

– Espero que você tenha estudado essas classes gramaticais.<br />

– Quando chegarmos, é provável que a palestra já tenha acabado.<br />

Obs.: É de observar a presença da palavra que antes de quase todas as formas do subjuntivo<br />

dos exemplos, o que nos leva a usá-la na conjugação desse tempo verbal: que eu faça,<br />

que tu faças etc.<br />

Pretérito Imperfeito<br />

Este tempo, que expressa normalmente uma hipótese (no passado, presente ou futuro), se usa<br />

nas orações subordinadas. Expressa uma condição não realizável quando vem junto a uma<br />

ideia condicional:<br />

– Como fizesse (= fazia) parte da família há muito tempo, cometia certos abusos*.<br />

– Ainda que cobrisse todas as despesas da casa, a mulher reclamava.


– Não admitia que se fizesse greve.<br />

– Qualquer pessoa que refletisse votaria em outro candidato.<br />

– Era provável que surgisse outra oportunidade.<br />

– Proibiu que revelassem o acordo.<br />

– Para que tudo saísse de acordo com o combinado, fizemos um contrato.<br />

– Se tivesses paciência, obterias o que pretendes. (... mas não teve, logo nada obteve).<br />

* Nas orações que exprimem causa, o pretérito imperfeito do subjuntivo pode ficar no lugar do<br />

pretérito imperfeito do indicativo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) É digna de nota a seguinte observação: o pretérito imperfeito do subjuntivo se<br />

correlaciona com o futuro do pretérito e não com o pretérito imperfeito do indicativo:<br />

– Desde que eu completasse as 300 horas de estágio, conseguiria pegar o diploma (e<br />

não conseguia).<br />

2) Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo<br />

Formado pelo verbo auxiliar ter ou haver no pretérito imperfeito do subjuntivo +<br />

particípio, exprimindo, normalmente, o mesmo valor que o pretérito imperfeito do<br />

subjuntivo simples.<br />

– Teríamos ficado aqui, se você não tivesse arrumado problemas.<br />

Obs.: Nunca é demais falar o óbvio: perceba que a frase anterior, por causa do tempo<br />

composto, remete a ação obrigatoriamente <strong>para</strong> o passado. Note que a frase “Se eu<br />

tivesse dinheiro, faria um curso.” é completamente diferente de “Se eu tivesse dinheiro,<br />

eu teria feito um curso.”. Na primeira frase, há a possibilidade de transportarmos a<br />

hipótese <strong>para</strong> o futuro, o que não acontece na segunda frase, que só tem ideia de passado<br />

hipotético.<br />

Futuro<br />

Exprime uma ocorrência futura possível, eventual, normalmente. É um tempo verbal que<br />

ocorre sobretudo com orações iniciadas com conjunção temporal ou condicional, mas pode<br />

aparecer nas orações adverbiais que exprimem conformidade ou proporcionalidade<br />

(simultaneidade):<br />

– Quando puderes, vem visitar-nos.<br />

– Assim que ele se desocupar, virá atendê-lo.<br />

– Se (ou caso) ele puder, trará o livro.<br />

– Escrevam como quiserem.<br />

– Quanto maior for o tamanho do bicho, maior será sua queda.


Cuidado!!!<br />

1) Futuro composto do subjuntivo<br />

Verbo auxiliar ter ou haver no futuro do subjuntivo simples + particípio, exprimindo o<br />

mesmo valor que o futuro do subjuntivo simples.<br />

– Assim que você tiver terminado sua leitura, descanse um pouco.<br />

2) Nas orações subordinadas adverbiais temporais introduzidas por antes que, assim que,<br />

até que, enquanto, depois que, logo que, quando ocorrem nas indicações de<br />

possibilidade (e não de realidade, caso em que ocorre o indicativo), usa-se o subjuntivo:<br />

– Cuide dessa gripe, antes que ela se transforme em pneumonia.<br />

– Amar-te-ei até que a morte nos separe.<br />

– Enquanto o mundo for mundo, não te esquecerei.<br />

– Só sairei depois que ele chegar.<br />

– Logo que termine esta carta, vou atendê-lo.<br />

Compare:<br />

– Assim que terminou a carta, foi atendê-lo.<br />

– Amaram-se até que a morte os separou.<br />

– Nosso amor foi grande enquanto durou.<br />

(Nessas três frases, não se trata de uma eventualidade, mas de um fato real, acontecido, por<br />

isso o verbo está no indicativo.)<br />

O Modo Imperativo<br />

O uso do imperativo depende muito do tom de voz. O que pode parecer às vezes polido,<br />

como “Faz o favor de chegares aqui.”, pode, dependendo da entonação, implicar deboche ou<br />

outro aspecto.<br />

Nunca é demais dizer que a triste realidade de muitos casais está no uso do imperativo ao<br />

longo do relacionamento. Começa-se com um “Passe o sal, por favor, amor.”, depois “Passe o<br />

sal, por favor.”, depois “Passe o sal!”, depois “Passe a droga do sal, seu imbecil!”. E por aí<br />

vai...<br />

Vamos ao que interessa...<br />

1) Usado <strong>para</strong> expressar ordens, conselhos, exortações, pedidos, súplicas etc. Muito<br />

presente no gênero textual propaganda.<br />

– Faça já o dever de casa!<br />

– “Que é que estava lendo?” “Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.”<br />

(Machado de Assis)<br />

– Estude mais, isso fará seu futuro melhor.


– Perdoai as nossas ofensas, assim como...<br />

– Por favor, venha comigo!<br />

Exemplo inesquecível de verbo no imperativo é aquele da propaganda do chocolate Baton:<br />

“COMPRE BATON, COMPRE BATON, COMPRE BATON, SEU FILHO MERECE<br />

BATON!”<br />

2) O imperativo é normalmente usado com valor condicional em frases do tipo:<br />

“Trabalhe, e será bem-sucedido.” e “Siga-me, e terás o reino dos céus.”.<br />

3) A locução verbal formada pelos auxiliares ir/vir no imperativo negativo + infinitivo<br />

realça a ideia de ordem, inclusive com tom ameaçador.<br />

– Nem venha me dizer que estava estudando, seu falso!<br />

4) Como bem nos ensina Celso Cunha, a língua nos oferece outros meios, digamos assim,<br />

<strong>para</strong> substituir o imperativo ou apresentar um tom imperativo (ordem, pedido etc.):<br />

– Fogo! Avante! Silêncio! Mãos ao alto! (frases nominais)<br />

– Você fica no meu time. (presente)<br />

– Podia chegar cedo amanhã? (imperfeito do indicativo, <strong>para</strong> atenuar o pedido)*<br />

– Vocês ficarão aqui! (futuro do presente)<br />

– Que tal se você calasse a boca e fizesse a questão? (imperfeito do subjuntivo)<br />

– Favor não sobrecarregar o elevador. (infinitivo)<br />

– Circulando, vagabundo, circulando! (gerúndio)<br />

* Para atenuar a ordem contida no uso do imperativo, os falantes da língua costumam usar<br />

certas expressões de cortesia ou polidez acompanhando os verbos: por favor, por gentileza,<br />

tenha a bondade de, digne-se de...<br />

Obs.: O imperativo é tão interessante que pode indicar hipótese, a depender do contexto.<br />

Veja uma questão sobre isso: FAPERP – CAESB – Analista de Sistemas – 2012 –<br />

QUESTÃO 5.


Correlação Verbal<br />

A correlação entre tempos e modos verbais, ou uniformidade modo-temporal, se dá por<br />

meio da ligação semântica entre os verbos de um período composto por subordinação de<br />

modo que haja uma harmonia de sentido na frase em que os verbos se encontram.<br />

Imagine a seguinte frase: “Caso eu tivesse dinheiro, faço um curso.”.<br />

O que você diria dela? Há uma boa relação de sentido entre os verbos dessa frase? O verbo<br />

ter está no pretérito imperfeito do subjuntivo (tivesse), indicando hipótese, certo? O outro<br />

verbo, fazer, está no presente do indicativo, indicando certeza e ação atual, certo? Podemos<br />

misturar hipótese e certeza na mesma frase? Faz sentido? NENHUM!<br />

Bem, acho que você já começou a entender. É preciso que determinados tempos e modos<br />

verbais se complementem na frase <strong>para</strong> que ela tenha um sentido harmônico, e isso se deve<br />

muito à correlação entre tempos e modos verbais. Veja como a frase acima deveria ficar,<br />

<strong>para</strong> haver harmonia de sentido:<br />

– Caso eu tivesse dinheiro, faria um curso.<br />

“Tivesse: hipótese. Faria: hipótese. Ah...! Agora sim...! Entendi, <strong>Pestana</strong>!”<br />

É isso aí, meu nobre! Para haver harmonia é preciso que haja “dobradinhas” harmônicas<br />

entre os tempos verbais e os modos verbais.<br />

Existem três modos verbais: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, hipótese) e<br />

imperativo (ordem, pedido). Existem três noções temporais: passado (pretérito<br />

perfeito/imperfeito/mais-que-perfeito), presente e futuro (presente/pretérito).<br />

Vamos ao que interessa? Além de dois verbos de mesmo tempo e mesmo modo poderem se<br />

“combinar”, há outras “combinações” possíveis. Ah! Não é <strong>para</strong> ficar que nem um louco<br />

devorador de tabelas; perceba a relação de sentido entre os verbos.<br />

Antes de qualquer coisa, saiba que este assunto é bem frequente em provas! Abordarei<br />

os principais casos de correlação verbal, ok?<br />

Conheça algumas possibilidades de “dobradinhas” verbais <strong>para</strong> que você não erre mais<br />

questões desse tipo:<br />

Iniciando, na oração principal, com o tempo presente.<br />

• presente do indicativo + presente do indicativo<br />

Ex.: Hoje eu sei que tenho chances com aquela mulher.<br />

• presente do indicativo + pretérito perfeito do indicativo<br />

Ex.: Hoje eu sei que tive chances com aquela mulher.<br />

• presente do indicativo + pretérito perfeito composto do indicativo<br />

Ex.: Hoje ela sabe que tenho lutado por nosso amor.<br />

• presente do indicativo + pretérito imperfeito do indicativo


Ex.: Hoje vejo que naquela época eu tinha chances com ela.<br />

• presente do indicativo + pretérito mais-que-perfeito do indicativo<br />

Ex.: Só hoje eu percebo que ela tivera dó de mim.<br />

• presente do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo<br />

Ex.: Só hoje eu percebo que ela havia demonstrado pena de mim.<br />

• presente do indicativo + futuro do presente do indicativo<br />

Ex.: Sei que você me apresentará àquela mulher.<br />

• presente do indicativo + futuro do pretérito do indicativo<br />

Ex.: Sei que você me apresentaria a ela, se não fosse o acaso a atrapalhar.<br />

Iniciando, normalmente* na oração principal, com o tempo pretérito.<br />

• pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do indicativo<br />

Ex.: Notei que você ia me apresentar àquela mulher.<br />

• pretérito perfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito do indicativo<br />

Ex.: Notei que você o apresentara àquela mulher.<br />

• pretérito perfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo<br />

Ex.: Notei que você o havia apresentado àquela mulher.<br />

• pretérito perfeito do indicativo + futuro do pretérito do indicativo<br />

Ex.: Disseram que ela seria apresentada a mim.<br />

• pretérito imperfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo<br />

Ex.: Queria que ela tivesse sido apresentada a mim.<br />

• pretérito mais-que-perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo<br />

Ex.: Apelara que você me apresentasse àquela mulher.<br />

• pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo<br />

Ex.: *Se eu passasse por ela, apresentaria a você.<br />

• pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo<br />

Ex.: *Se eu passasse por ela, teria apresentado a você.<br />

• pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do<br />

indicativo<br />

Ex.: *Se eu tivesse passado por ela, teria apresentado a você.<br />

Obs.: A grande verdade é que o verbo da subordinada substantiva pode estar em todos os<br />

tempos verbais do indicativo quando o verbo da principal estiver nos tempos pretéritos<br />

do indicativo. São muitas as possibilidades de correlação: “Ele soube/sabia/soubera<br />

que a escola defende/defendeu/defendia/defendera/defenderá/defenderia os


alunos.”.<br />

Iniciando, na oração principal, com o tempo futuro.<br />

• futuro do pretérito + pretérito imperfeito do subjuntivo<br />

Ex.: Desejaria que me apresentasse àquela mulher.<br />

• futuro do pretérito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo<br />

Ex.: Gostaria que você tivesse visto àquela mulher.<br />

• futuro do presente do indicativo + pretérito perfeito do indicativo<br />

Ex.: Nós obteremos aquilo que nos propuseram.<br />

• futuro do subjuntivo + futuro do presente indicativo/presente do indicativo<br />

Ex.: Quando eu passar por ela, apresentarei/apresento a você.<br />

• futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo<br />

Ex.: Quando chegarmos até ela, já terá ido embora.<br />

Mais alguns detalhes importantíssimos...<br />

1) Como não dá <strong>para</strong> abordar todas as correlações aqui, saiba o seguinte: quando o verbo da<br />

oração principal estiver no presente do indicativo, no futuro do presente e no imperativo, o<br />

verbo da oração subordinada poderá estar em qualquer tempo do indicativo (simples ou<br />

composto). Veja:<br />

– Será verdade que o professor<br />

explica/explicou/explicava/explicara/explicará/explicaria tudo certo?<br />

2) Quando o primeiro verbo da correlação, normalmente na oração principal, indicar desejo,<br />

vontade, pedido ou permissão e estiver no presente do indicativo, futuro do presente ou<br />

imperativo, o segundo verbo da correlação estará no presente do subjuntivo. Isso vale <strong>para</strong><br />

os tempos simples e compostos. Caso se encontre em um dos pretéritos do indicativo ou<br />

futuro do pretérito, o segundo verbo da correlação estará no pretérito imperfeito do<br />

subjuntivo. Isso vale <strong>para</strong> os tempos simples e compostos.<br />

– Espero que ele tenha te apresentado àquela mulher.<br />

– Eu permitirei que você conheça minha filha.<br />

– Faça que ele venha logo.<br />

– Ele queria que ela viesse agora.<br />

– Nós ordenamos que não o deixassem ficar.<br />

– Vós tínheis aconselhado que o homem não viesse.<br />

– Eles iriam pedir que você não fosse embora.


3) As correlações mais abordadas em provas de concursos públicos são estas (olho vivo!):<br />

– presente do indicativo + presente do subjuntivo<br />

Ex.: Não é certo que você assedie as pessoas assim.<br />

– pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo<br />

Ex.: Esperei durante horas que você me ligasse.<br />

– futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo<br />

Ex.: Quando os governantes resolverem ser honestos, serei o primeiro a elevá-los.<br />

– pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo<br />

Ex.: Se fôssemos pessoas perfeitas, cometeríamos atos falhos?<br />

Obs.: Devem ser levados em conta os tempos simples e compostos em tais correlações, hein,<br />

por isso estude a correspondência entre os tempos simples e compostos!<br />

4) O verbo haver também está sujeito à consecução dos tempos, a não ser em casos em que se<br />

deseja deixar claro determinado fato:<br />

– Ele está casado há dois meses.<br />

– Ele estava casado havia dois meses.<br />

– “Há dezessete anos, o progresso material desconhecia a precisão dos cafés.”<br />

(Camilo)<br />

Agora, sim! E aí, curtiu? Tenha certeza de que este material, apesar de extenso, vai ajudar<br />

você em qualquer concurso.


Classificação dos Verbos<br />

A classificação dos verbos depende de suas características morfossintáticas. Entenda<br />

melhor:<br />

Regulares<br />

Segue um <strong>para</strong>digma (modelo) em que o radical e as desinências permanecem inalterados.<br />

A maioria dos mais de 11.000 verbos são regulares.<br />

Ex.: Eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.<br />

Irregulares<br />

Não segue um <strong>para</strong>digma (modelo) regular. Percebe-se a irregularidade normalmente na 1 a<br />

pessoa do singular do presente do indicativo, pois o radical ou as desinências são alterados.<br />

Ex.: Eu caibo (radical alomórfico), tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós cabeis, eles<br />

cabem. / Eu estou (desinência número-pessoal alomórfica), tu estás, ele está, nós<br />

estamos, vós estais, eles estão (desinência número-pessoal alomórfica). / Eu quis,<br />

tu quiseste, ele quis, nós quisemos, vós quisestes, eles quiseram.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Alguns irregulares famosinhos, dos quais você precisa conhecer a conjugação: requerer,<br />

polir, sortir, estar, fazer, dar, vir, pedir, poder, ter, pôr, caber, ferir* (Eu firo, tu feres, ele<br />

fere, nós ferimos, vós feris, eles ferem).<br />

* Conjugam-se como ferir: aderir, advertir, competir, convergir, divergir, despir, digerir,<br />

expelir, gerir, impelir, mentir, perseguir, repelir, sugerir, transferir, vestir.<br />

O verbo polir é interessante, porque a 1 a pessoa do singular do presente do indicativo é<br />

igual à do verbo regular pular: pulo. Dependendo do contexto, pode haver até ambiguidade:<br />

“Eu pulo esse carro.”. Ou seja, o cara vai polir o carro ou vai pular o carro? Como não é<br />

possível conjugar todos os verbos nesta gramática, recomendo que consulte um bom<br />

dicionário <strong>para</strong> saber mais.<br />

2) Certos verbos sofrem alterações no radical <strong>para</strong> que seja mantida a regularidade sonora:<br />

corrigir (corrijo), fingir (finjo), embarcar (que eu embarque), tocar (que eu toque)...;<br />

tais alterações não tornam o verbo irregular, logo são regulares.<br />

3) É bom dizer também que um verbo pode apresentar irregularidade em algumas partes da<br />

conjugação e, em outras, regularidade. Por exemplo, o verbo poder, no presente do<br />

indicativo, apresenta irregularidade na 1a pessoa do singular (Eu posso); nas demais<br />

pessoas, regularidade (Tu podes, Ele pode, Nós podemos, Vós podeis, Eles podem). Isso<br />

não significa que ele deixa de ser irregular.


Anômalos<br />

Apresenta mais de um radical diferente; existem dois apenas: ser e ir. O verbo ser tem<br />

origem nos verbos latinos esse e sedere, e, por isso, apresenta radicais diferentes. Já o verbo<br />

ir provém de outros verbos latinos, como ire e vadere. Os iniciados com f- sofreram<br />

alomorfia.<br />

Ex.: Eu sou, tu és... eu fui... eu era... (que) eu seja... (se) eu fosse... (quando) eu for...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Esses dois verbos são idênticos na conjugação dos seguintes tempos: pretérito perfeito do<br />

indicativo (fui, foste...), pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fora, foras...),<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo (fosse, fosses...) e futuro do subjuntivo (for, fores...).<br />

Só conseguimos identificar um ou outro pelo contexto.<br />

Ex: Fui sargento durante cinco anos. (ser) / Fui à praia pela manhã. (ir)<br />

2) Alguns gramáticos consideram também que os verbos ser e ir são irregulares e que<br />

outros verbos (pôr, vir, estar, haver) são anômalos, mas isso não tem relevância em<br />

concurso.<br />

Defectivos<br />

São aqueles que não apresentam conjugação completa. Tal “defeito” ocorre no presente do<br />

indicativo e do subjuntivo e no imperativo. Por isso, mesmo defectivo, o verbo poderá ser<br />

conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais. Os defectivos são estes (destaco<br />

os que mais aparecem em prova, até porque isso é uma gramática, não um dicionário):<br />

• Verbos que só não possuem a 1 a pessoa do singular do presente do indicativo e,<br />

consequentemente, nenhuma das pessoas do presente do subjuntivo nem as formas do<br />

imperativo negativo, nem a 3 a pessoa do singular, 1 a pessoa do plural e 3 a pessoa do<br />

plural do imperativo afirmativo:<br />

abolir, aturdir, soer, banir, colorir (colorar não é defectivo), delinquir, demolir,<br />

emergir/imergir (polêmico; veja a conjugação dele mais à frente em Verbos Notáveis),<br />

explodir, feder (polêmica: o dicionário Aulete entende que é regular), haurir, puir, ruir,<br />

exaurir, retorquir, extorquir, ungir, viger...<br />

• Verbos que, no presente do indicativo, só se conjugam nas 1 a e 2 a pessoas do plural, não<br />

possuindo forma alguma no presente do subjuntivo nem no imperativo negativo; só há a<br />

2 a pessoa do plural do imperativo afirmativo:<br />

precaver-se, reaver, adequar* (polêmica: segundo o dicionário Houaiss, tem


conjugação completa: adéquo, adéquas, adéqua... ou adequo, adequas, adequa. – com o<br />

u tônico), aguerrir, combalir, falir, florir, remir, ressarcir...<br />

* Consulte: CESPE – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA – 2012 – QUESTÃO<br />

4.<br />

• Os que só aparecem na 3a pessoa do singular (chamados de unipessoais):<br />

– todos os impessoais, só nas orações sem sujeito (veremos mais sobre eles no capítulo<br />

de Termos Essenciais da Oração): haver, ter, fazer, ser, ir + <strong>para</strong>, bastar/chegar + de,<br />

estar e os que indicam fenômenos naturais (sentido denotativo);<br />

– normalmente os verbos da oração principal de uma oração subordinada substantiva<br />

subjetiva (falarei mais sobre isso em Orações Subordinadas Substantivas, em<br />

Sintaxe): cumprir, importar, convir, doer, prazer (aprazer e comprazer têm<br />

conjugação completa), parecer, saber, surtir etc.;<br />

– os verbos onomatopaicos e outros podem aparecer também na 3 a pessoa do plural:<br />

cacarejar, coachar, zunir, miar, rugir, latir, surtir etc.<br />

Dever de casa: procure a conjugação desses verbos em bons dicionários!<br />

• Apesar de o dicionário Houaiss e o gramático Bechara dizerem que computar é regular,<br />

todos os gramáticos que consultei dizem que ele é defectivo por causa da sonoridade<br />

(digamos assim... “erótica”), não apresentando as 1 a , 2 a e 3 a pessoas do singular,<br />

respectivamente: eu computo, tu computas, ele computa. Espero que ninguém me<br />

critique por dizer a verdade, nada mais que a verdade... Ah! Nem vou dizer como se<br />

conjuga sacudir, que estranhamente é considerado regular, por mais que a 1 a p. s. do<br />

presente do indicativo também tenha uma sonoridade peculiar. Coisas da língua<br />

portuguesa...<br />

Obs.: Não são defectivos: caber, valer, redimir, polir, sortir, rir, escapulir, entupir,<br />

sacudir.<br />

Abundantes<br />

Possuem duas ou mais formas na mesma parte da conjugação. Geralmente isso ocorre no<br />

particípio.<br />

Ex.: havemos ou hemos, haveis ou heis (haver); construis ou constróis (construir);<br />

destruis ou destróis (destruir); comprazi ou comprouve (comprazer-se) etc.<br />

Obs.: Obstruir não é abundante como construir e destruir. Não existe obstrói! Como já


dizia o cômico Sacconi, “Se o zagueiro ‘obstrói’ a passagem do atacante, é falta.”.<br />

Celso Cunha diz que os verbos dizer, fazer e trazer, na 2. a pessoa do singular, apresentam<br />

no imperativo afirmativo duas formas: dize ou diz, faze ou faz, traze ou traz. O verbo<br />

requerer também entra nesse time.<br />

Sobre os particípios duplos:<br />

As formas regulares (particípio terminado em -ado ou -ido) são empregadas na voz ativa<br />

com os verbos auxiliares ter ou haver:<br />

Eu havia pagado o banco.<br />

O banco havia aceitado o cheque.<br />

Já havíamos limpado a casa.<br />

Tenho aceitado trabalhos demais este ano.<br />

Ainda não tínheis acendido a vela.<br />

Ele tinha me salvado uma vez.<br />

Ela tinha pegado pena perpétua.<br />

O padre havia benzido o lugar.<br />

Você podia ter imprimido o material antes.<br />

Tínheis entregado vossa dignidade a outrem?<br />

As formas irregulares (particípio não terminado em -ado ou -ido) são usadas na voz<br />

passiva com os auxiliares ser, estar ou ficar, normalmente, ou com a locução de tempo<br />

composto na voz passiva (ter/haver + sido + particípio irregular); podem variar em gênero e<br />

número:<br />

Eu sou pago pelo banco.<br />

O cheque foi aceito pelo banco.<br />

A casa ficou limpa pela empregada.<br />

Meus trabalhos foram aceitos pela agência.<br />

A vela será acesa pelo coroinha.<br />

O homem estava salvo por ele.<br />

O ladrão foi pego em flagrante.<br />

O fiel era bento pelo padre.<br />

Aquele documento enfim ficou impresso.<br />

Vossa dignidade tinha sido entregue por vós a outrem?


Informações Importantes<br />

1) Os verbos trazer, chegar, abrir, cobrir e escrever não são abundantes. Logo, as únicas<br />

formas no particípio são, respectivamente: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito. Pelo<br />

amor de Deus! As formas trago e chego não são admitidas no registro culto da língua.<br />

– Ele tinha chegado tarde. E não: Ele tinha chego tarde.<br />

– O pacote foi trazido na hora certa. E não: O pacote foi trago na hora.<br />

Obs.: Chego e trago são formas de 1 a pessoa do singular do presente do indicativo dos<br />

verbos chegar e trazer (ou tragar, cujo único particípio é tragado).<br />

2) O verbo vir tem como particípio vindo, a mesma forma que seu gerúndio, assim como seus<br />

derivados: advindo, intervindo, provindo, sobrevindo.<br />

3) Não são poucos os estudiosos a dizer que os verbos pagar, ganhar e gastar podem ficar na<br />

forma regular ou irregular depois de ter ou haver:<br />

– Eu tinha pagado/pago.<br />

– Eu tinha ganhado/ganho.<br />

– Eu tinha gastado/gasto.<br />

Obs.: Consulte: FCC – MPE/SE – ANALISTA – 2009 – QUESTÃO 20.<br />

4) Muitos verbos no particípio irregular se transformaram em verdadeiros adjetivos ou<br />

substantivos: café expresso, o expresso, vinho tinto, um tinto, homem cego, o cego, roupa<br />

seca, a seca...<br />

Pronominais<br />

Um verbo pronominal é aquele que está sempre acompanhado de um pronome, o qual pode<br />

apresentar valor reflexivo, valor recíproco ou ser mera “parte integrante do verbo”. Já vimos<br />

sobre pronome reflexivo e reflexivo recíproco em voz verbal. Agora conheça os verbos<br />

essencialmente pronominais.<br />

Os essencialmente pronominais são verbos que não podem ser conjugados sem a presença<br />

do pronome oblíquo átono com função de parte integrante do verbo. É como se este pronome<br />

fizesse parte do radical. Por exemplo, segundo a norma culta, ninguém diz: “Ele queixou do<br />

patrão.”, mas sim “Ele queixou-se do patrão.”. Percebeu? Não é possível conjugar um verbo<br />

pronominal sem sua parte integrante.<br />

Fiz questão de pesquisar um por um (quase 400 verbos!) no Dicionário de Verbos e<br />

Regimes, de Francisco Fernandes, e no Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso P.


Luft. Alisto aqui apenas alguns recorrentes em provas, os quais, normalmente, indicam<br />

sentimento e mudança de estado: arrepender-se, atrever-se, candidatar-se, dignar-se,<br />

engalfinhar-se, esforçar-se, persignar-se, queixar-se, refugiar-se, suicidar-se etc.<br />

Obs.: Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cesgranrio – Petrobras – todos os cargos (Superior) – 2010)<br />

Em “... de que você possa arrepender-se” (título), o pronome destacado é parte integrante do verbo. Em qual das frases a<br />

seguir o “se” também é parte integrante do verbo?<br />

a) Ninguém se queixou de problemas maiores. (Gabarito!)<br />

Pense se estas frases refletem o uso da língua: “Eu apaixonei pelo professor.”, “Nós<br />

queixamos do professor.”, “Ela suicidou do prédio.”.<br />

Se sua resposta foi “não”, <strong>para</strong>béns! Está faltando o quê? O pronome oblíquo átono, pois o<br />

verbo é pronominal, ora... as frases adequadas ficam assim, portanto: “Eu apaixonei-me pelo<br />

professor.”; “Nós nos queixamos do professor.”, “Ela suicidou-se do prédio.”. Simples<br />

assim.<br />

Por outro lado, cuidado com os verbos esquecer e lembrar, pois, dentre outros, eles podem<br />

ser acidentalmente pronominais. Ou seja, quando são transitivos indiretos, normalmente,<br />

passam a ser conjugados com a presença da parte integrante do verbo. Ok? Veja o que quero<br />

dizer com isso: “Ela esqueceu a informação (VTD).” ou “Ela esqueceu-se da informação<br />

(VTI).”. Quando esses dois verbos (lembrar e esquecer) forem pronominais, exigirão um<br />

complemento preposicionado; percebe?<br />

Importante: os pronomes desses verbos, por serem parte integrante do verbo, não exercem<br />

função sintática alguma.<br />

Enfim, dizemos que tais verbos são acidentalmente pronominais, pois podem ser<br />

conjugados ora com a presença do pronome, ora sem. Veja alguns: apoderar-se, alegrar-se,<br />

concentrar-se, tratar-se, sentar-se, levantar-se, ajoelhar-se, enganar-se, comportar-se,<br />

indignar-se, orgulhar-se, precaver-se etc.<br />

Os reflexivos também são acidentalmente pronominais, só que com “sutis” diferenças.<br />

Veja em seguida.<br />

Reflexivos<br />

Os verbos reflexivos são um subtipo de verbos pronominais, porque são conjugados com<br />

um pronome oblíquo átono também. No entanto, como são transitivos diretos ou transitivos<br />

diretos e indiretos, sempre acompanhados de pronomes reflexivos, os quais exercem


obrigatoriamente função sintática de objeto direto ou indireto, são postos à parte, como verbos<br />

reflexivos.<br />

Segundo Bechara, o verbo reflexivo “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo<br />

praticou”: “Ela sempre se anula.”. Diz-se que o pronome reflexivo, que acompanha tal verbo,<br />

é também recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo se encontra no plural:<br />

“Eles se falam por e-mail.”. Mas já falei sobre isso em voz reflexiva e no capítulo de<br />

pronomes (sobre o se), lembra? Confira!<br />

Vicários<br />

Verbos vicários são aqueles que substituem outros verbos, evitando a repetição.<br />

Normalmente são vicários os verbos ser e fazer. Normalmente vêm acompanhados de um<br />

pronome demonstrativo o. Entenda:<br />

– João vinha muito aqui, mas há anos que não o faz. (o faz = vem aqui)<br />

– Se você não luta é porque tem medo. (é = não luta)<br />

Obs.: O verbo ser é especial, pois pode ser expletivo, ou seja, pode servir apenas <strong>para</strong><br />

realçar um termo ou uma expressão. Assim sendo, pode ser retirado da frase sem<br />

prejuízo sintático ou semântico. Veja: “Ele falou é de Português, não de Matemática.”.<br />

Note que o verbo ser pode ser retirado sem problema algum da frase: “Ele falou de<br />

Português, não de Matemática.”. É importante dizer que tal verbo pode vir numa<br />

expressão junto com a também palavra expletiva que: “Ele é que falou de Português, não<br />

de Matemática.” / “Foi ele que falou de Português, não de Matemática.”. / “Foram os<br />

portugueses, os índios, os africanos e outros povos que tornaram o Brasil tão<br />

culturalmente plural.”. O verbo ser expletivo não constitui oração, portanto, em todos<br />

esses exemplos anteriores, só há uma oração!


Paradigmas (Modelos) de Conjugação Verbal<br />

É muito comum (!) as provas de concurso cobrarem o conhecimento da conjugação<br />

(tempos, modos, números e pessoas) de alguns verbos. Como a maioria deles é regular,<br />

sempre seguem um <strong>para</strong>digma (modelo) na conjugação. Antes de tudo, porém, é bom antecipar<br />

alguns detalhes <strong>para</strong> você.<br />

Na conjugação dos verbos, normalmente há esta estrutura: radical + vogal temática +<br />

desinência modo-temporal + desinência número-pessoal. Não obstante, alguns desses<br />

elementos não aparecem em toda a conjugação. Recomendo, por isso, que você releia a parte<br />

de estrutura verbal. Ok? Digo isso porque muita gente pensa que, por exemplo, a forma cante,<br />

em “Espero que você cante melhor.”, apresenta vogal temática e, quando, na verdade, este e<br />

se trata de uma desinência modo-temporal. Parece bobagem, mas isso faz você identificar que<br />

o verbo está no presente do subjuntivo, e não em outro tempo verbal.<br />

Caro leitor, aqui entre nós, baseie a conjugação de todo e qualquer verbo regular pelos<br />

verbos amar (1 a conjugação), vender (2 a conjugação) e partir (3 a conjugação). Beleza?<br />

Veja o <strong>para</strong>digma (modelo):<br />

VERBO AMAR<br />

Indicativo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais-Q ue-Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito<br />

EU Am o ei ava ara arei aria<br />

TU Am as aste avas aras arás arias<br />

ELE Am a ou ava ara ará aria<br />

NÓS Am amos amos ávamos áramos aremos aríamos<br />

VÓS Am ais astes áveis áreis areis aríeis<br />

ELES Am am aram avam aram arão ariam<br />

VERBO AMAR<br />

Subjuntivo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro<br />

EU Am e asse ar<br />

TU Am es asses ares<br />

ELE Am e asse ar<br />

NÓS Am emos ássemos armos<br />

VÓS Am eis ásseis ardes<br />

ELES Am em assem arem<br />

Formas Nominais<br />

Radical Infinitivo Gerúndio Particípio<br />

Am ar ando ado<br />

VENDER<br />

Indicativo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais-Q ue-Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito


EU Vend o i ia era erei eria<br />

TU Vend es este ias eras erás erias<br />

ELE Vend e eu ia era erá eria<br />

NÓS Vend emos emos íamos êramos eremos eríamos<br />

VÓS Vend eis estes íeis êreis ereis eríeis<br />

ELES Vend em eram iam eram erão eriam<br />

VENDER<br />

Subjuntivo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro<br />

EU Vend a esse er<br />

TU Vend as esses eres<br />

ELE Vend a esse er<br />

NÓS Vend amos êssemos ermos<br />

VÓS Vend ais êsseis erdes<br />

ELES Vend am essem erem<br />

Formas Nominais<br />

Radical Infinitivo Gerúndio Particípio<br />

Vend er endo ido<br />

PARTIR<br />

Indicativo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais-Q ue-Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito<br />

EU Part o i ia ira irei iria<br />

TU Part es iste ias iras irás irias<br />

ELE Part e iu ia ira irá iria<br />

NÓS Part imos imos íamos íramos iremos iríamos<br />

VÓS Part is istes íeis íreis ireis iríeis<br />

ELES Part em iram iam iram irão iriam<br />

PARTIR<br />

Subjuntivo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro<br />

EU Part a isse ir<br />

TU Part as isses ires<br />

ELE Part a isse ir<br />

NÓS Part amos íssemos irmos<br />

VÓS Part ais ísseis irdes<br />

ELES Part am issem irem<br />

Formas Nominais<br />

Radical Infinitivo Gerúndio Particípio<br />

Part ir indo ido<br />

Você deve estar perguntando agora: “Ué, mas cadê o imperativo?”. Esses verbos se<br />

encaixam naquela tabela que já vimos no tópico Formação do Imperativo. Dê uma olhada lá!


Faço questão agora de apresentar a formação do verbo pôr, afinal ele e seus derivados são<br />

figurinhas repetidas nas questões de concursos. Como você já sabe, o verbo pôr e seus<br />

derivados (apor, repor, compor, propor, pospor, antepor, sobrepor, impor, depor etc.)<br />

pertencem à segunda conjugação porque pôr é verbo de 2 a conjugação, pois origina-se da<br />

forma latina ponere > poer (cuja vogal temática é e).<br />

Veja agora a conjugação do verbo supor (mais um derivado deste importante verbo):<br />

SUPO R<br />

Indicativo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais-Q ue-Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito<br />

EU Sup onho us unha usera orei oria<br />

TU Sup ões useste unhas useras orás orias<br />

ELE Sup õe ôs unha usera orá oria<br />

NÓS Sup omos usemos únhamos uséramos oremos oríamos<br />

VÓS Sup ondes usestes únheis uséreis oreis oríeis<br />

ELES Sup õem useram unham useram orão oriam<br />

SUPO R<br />

Subjuntivo<br />

Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro<br />

EU Sup onha usesse user<br />

TU Sup onhas usesses useres<br />

ELE Sup onha usesse user<br />

NÓS Sup onhamos uséssemos usermos<br />

VÓS Sup onhais usésseis userdes<br />

ELES Sup onham usessem userem<br />

Formas Nominais<br />

Radical Infinitivo Gerúndio Particípio<br />

Supo r ndo sto<br />

Verbos Notáveis<br />

Existem muitos verbos que são a pedra no sapato de qualquer concurseiro... ou melhor<br />

ERAM a pedra no sapato... Deixaram de ser neste exato momento! Aproveite! Vou conjugar a<br />

partir de agora alguns verbos ultraimportantes! Conjugarei só as formas simples, beleza?<br />

Mas saiba que as formas compostas (ter/haver + particípio) também existem, é lógico. Dê<br />

uma olhada depois em tempos compostos e conjugue os verbos abaixo nesses tempos. Afinal,<br />

não sou só eu que tenho de trabalhar nessa “bagaça”, não! Brincadeira... é só <strong>para</strong> “forçá-lo” a<br />

conjugar. É muito importante. Confie em mim!<br />

Aposto todas as minhas fichas nestes verbos (dos mais de 11.000, você só precisa<br />

dominar uns 30), com margem de segurança de mais de 90% (e não é retórica barata!):


Abolir, soer, emergir/imergir, viger, ser, estar, pedir/medir (e derivados), ir, vir (e<br />

derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e derivados), caber, valer, adequar,<br />

haver, reaver, precaver-se, querer, requerer, prover, viger, preterir, eleger, impugnar,<br />

trazer, os terminados em -ear, -iar (Lembra-se do MARIO?), -oar e -uar. Não<br />

necessariamente nesta ordem...<br />

1) Verbos terminados em -uar<br />

São verbos regulares da 1 a conjugação. Como apaziguar, por exemplo, conjugam-se<br />

averiguar, aguar, enxaguar, obliquar etc. De acordo com o novo acordo ortográfico, não há<br />

mais trema nem acento agudo nos grupos gue, gui, que, qui. As formas rizotônicas são<br />

pronunciadas apazigu-e, apazigu-es... ou pronunciadas e escritas apazígue, apazígues...<br />

Presente do indicativo: apaziguo, apaziguas, apazigua, apaziguamos, apaziguais, apaziguam.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: apaziguei, apaziguaste, apaziguou, apaziguamos,<br />

apaziguastes, apaziguaram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: apaziguava, apaziguavas, apaziguava, apaziguávamos,<br />

apaziguáveis, apaziguavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: apaziguara, apaziguaras, apaziguara,<br />

apaziguáramos, apaziguáreis, apaziguaram.<br />

Futuro do presente do indicativo: apaziguarei, apaziguarás, apaziguará, apaziguaremos,<br />

apaziguareis, apaziguarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: apaziguaria, apaziguarias, apaziguaria, apaziguaríamos,<br />

apaziguaríeis, apaziguariam.<br />

Presente do subjuntivo: apazigue/apazígue, apazigues/apazígues, apazigue/apazígue,<br />

apaziguemos, apazigueis, apaziguem/apazíguem<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: apaziguasse, apaziguasses, apaziguasse, apaziguássemos,<br />

apaziguásseis, apaziguassem.<br />

Futuro do subjuntivo: apaziguar, apaziguares, apaziguar, apaziguarmos, apaziguardes,<br />

apaziguarem.<br />

Imperativo afirmativo: apazigua, apazigue/apazígue, apaziguemos, apaziguai,<br />

apaziguem/apazíguem<br />

Imperativo negativo: não apazigues/apazígues, não apazigue/apazígue, não apaziguemos, não<br />

apazigueis, não apaziguem/apazíguem.<br />

Infinitivo pessoal: apaziguar, apaziguares, apaziguar, apaziguarmos, apaziguardes,<br />

apaziguarem.<br />

Gerúndio: apaziguando.<br />

Particípio: apaziguado.


Obs.: Aguar, enxaguar e desaguar recebem acento agudo no primeiro a das formas<br />

rizotônicas.<br />

Presente do indicativo: águo, águas, água, aguamos, aguais, águam.<br />

Presente do subjuntivo: águe, águes, águe, aguemos, agueis, águem.<br />

2) Verbos terminados em -ear<br />

No presente do indicativo, do subjuntivo e no imperativo, recebem a letra i nas formas<br />

rizotônicas (sílaba tônica no radical). Trocando em miúdos, o i vem após o e, exceto na 1 a e<br />

2 a pessoas do plural. Pentear é um exemplo:<br />

Presente do indicativo: penteio, penteias, penteia, penteamos, penteais, penteiam.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes,<br />

pentearam.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: penteava, penteavas, penteava, penteávamos, penteáveis,<br />

penteavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: penteara, pentearas, penteara, penteáramos,<br />

penteáreis, pentearam.<br />

Futuro do presente do indicativo: pentearei, pentearás, penteará, pentearemos, penteareis,<br />

pentearão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: pentearia, pentearias, pentearia, pentearíamos, pentearíeis,<br />

penteariam.<br />

Presente do subjuntivo: penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: penteasse, penteasses, penteasse, penteássemos,<br />

penteásseis, penteassem.<br />

Futuro do subjuntivo: pentear, penteares, pentear, pentearmos, penteardes, pentearem.<br />

Imperativo afirmativo: penteia, penteie, penteemos, penteai, penteiem.<br />

Imperativo negativo: não penteies, não penteie, não penteemos, não penteeis, não penteiem.<br />

Infinitivo pessoal: pentear, penteares, pentear, pentearmos, penteardes, pentearem.<br />

Gerúndio: penteando.<br />

Particípio: penteado.<br />

3) Verbos terminados em -iar<br />

Os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação de amar. Um<br />

exemplo é o verbo variar (radical vari-): eu vario, tu varias, varia, variamos, variais,<br />

variam. Nada de “Eu vareio, tu vareias, ele vareia...”. Assim você mata o papai...<br />

Mas... como nem tudo são flores... há pelo menos seis verbos terminados em -iar que<br />

recebem a letra e antes do i nas formas rizotônicas (formas em que a sílaba tônica recai no


adical), do presente do indicativo e presente do subjuntivo, exceto na 1 a e 2 a pessoas do<br />

plural. Suas iniciais formam o anagrama M-A-R-I-O (Conhece? Piada inevitável...): Mediar,<br />

Ansiar, Remediar, Intermediar/Incendiar e Odiar.<br />

Vejamos a conjugação de um deles, o mais cabuloso, que serve, não obstante, de modelo<br />

<strong>para</strong> os demais:<br />

Presente do indicativo: intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos,<br />

intermediais, intermedeiam.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: intermediei, intermediaste, intermediou, intermediamos,<br />

intermediastes, intermediaram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: intermediava, intermediavas, intermediava,<br />

intermediávamos, intermediáveis, intermediavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: intermediara, intermediaras, intermediara,<br />

intermediáramos, intermediáreis, intermediaram.<br />

Futuro do presente do indicativo: intermediarei, intermediarás, intermediará,<br />

intermediaremos, intermediareis, intermediarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: intermediaria, intermediarias, intermediaria,<br />

intermediaríamos, intermediaríeis, intermediariam.<br />

Presente do subjuntivo: intermedeie, intermedeies, intermedeie, intermediemos,<br />

intermedieis, intermedeiem.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: intermediasse, intermediasses, intermediasse,<br />

intermediássemos, intermediásseis, intermediassem.<br />

Futuro do subjuntivo: intermediar, intermediares, intermediar, intermediarmos,<br />

intermediardes, intermediarem.<br />

Imperativo afirmativo: intermedeia, intermedeie, intermediemos, intermediai, intermedeiem.<br />

Imperativo negativo: não intermedeies, não intermedeie, não intermediemos, não<br />

intermedieis, não intermedeiem.<br />

Infinitivo pessoal: intermediar, intermediares, intermediar, intermediarmos, intermediardes,<br />

intermediarem.<br />

Gerúndio: intermediando.<br />

Particípio: intermediado.<br />

Obs.: Na boa... <strong>para</strong> agilizar sua vida, lembre-se da conjugação do verbo odiar, o mais<br />

usado de todos no dia a dia. Também, ao falar de verbo durante várias páginas, quem<br />

não odeia? EU não odeio, gosto muito, e você tem de gostar também. Deixa a preguiça<br />

de lado. Vamos memorizar! Exercício ajuda!<br />

Ah... como eu poderia me esquecer disso! O verbo mobiliar recebe acento agudo na sílaba


i em algumas formas do presente do indicativo (mobílio, mobílias, mobília, mobíliam), em<br />

algumas do presente do subjuntivo (mobílie, mobílies, mobílie, mobíliem) e dos imperativos<br />

afirmativo e negativo (mobília, mobílie, mobíliem / não mobílies, não mobílie, não<br />

mobíliem). Agora sim.<br />

4) Verbos terminados em -oar<br />

Saiba que agora o acento circunflexo de ôo, abençôo, não mais existe, pelo novo acordo<br />

ortográfico vigente. Conheça o modelo dos verbos terminados em -oar pela conjugação de<br />

abençoar:<br />

Presente do indicativo: abençoo, abençoas, abençoa, abençoamos, abençoais, abençoam.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: abençoei, abençoaste, abençoou, abençoamos, abençoastes,<br />

abençoaram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: abençoava, abençoavas, abençoava, abençoávamos,<br />

abençoáveis, abençoavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: abençoara, abençoaras, abençoara,<br />

abençoáramos, abençoáreis, abençoaram.<br />

Futuro do presente do indicativo: abençoarei, abençoarás, abençoará, abençoaremos,<br />

abençoareis, abençoarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: abençoaria, abençoarias, abençoaria, abençoaríamos,<br />

abençoaríeis, abençoariam.<br />

Presente do subjuntivo: abençoe, abençoes, abençoe, abençoemos, abençoeis, abençoem.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: abençoasse, abençoasses, abençoasse, abençoássemos,<br />

abençoásseis, abençoassem.<br />

Futuro do subjuntivo: abençoar, abençoares, abençoar, abençoarmos, abençoardes,<br />

abençoarem.<br />

Imperativo afirmativo: abençoa, abençoe, abençoemos, abençoai, abençoem.<br />

Imperativo negativo: não abençoes, não abençoe, não abençoemos, não abençoeis, não<br />

abençoem.<br />

Infinitivo pessoal: abençoar, abençoares, abençoar, abençoarmos, abençoardes, abençoarem.<br />

Gerúndio: abençoando.<br />

Particípio: abençoado.<br />

5) Verbos querer e requerer<br />

Apesar de parecido, não é derivado do verbo querer, principalmente no presente do<br />

indicativo e no presente do subjuntivo. Os demais tempos seguem o modelo regular de vender.<br />

Veja a conjugação de querer e requerer, respectivamente:


Presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: queria, querias, queria, queríamos, queríeis, queriam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis,<br />

quiseram.<br />

Futuro do presente do indicativo: quererei, quererás, quererá, quereremos, querereis,<br />

quererão. (Feião, não é?)<br />

Futuro do pretérito do indicativo: quereria, quererias, quereria, quereríamos, quereríeis,<br />

quereriam. (Feião, idem.)<br />

Presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram. (Radical<br />

diferente do presente do indicativo.)<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis,<br />

quisessem.<br />

Futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem.<br />

Imperativo afirmativo: quer(e), queira, queiramos, querei, queiram.<br />

Imperativo negativo: não queiras, não queira, não queiramos, não queirais, não queiram.<br />

Infinitivo pessoal: querer, quereres, querer, querermos, quererdes, quererem.<br />

Gerúndio: querendo.<br />

Particípio: querido.<br />

Obs.: Dado o seu significado, é raro seu uso no imperativo. Note que o infinitivo pessoal<br />

desse verbo é diferente do futuro do subjuntivo. Não confunda querido (verbo no<br />

particípio) com adjetivo. Além disso, os verbos bem-querer (ou benquerer) e<br />

malquerer têm os seguintes particípios: benquisto e malquisto.<br />

Presente do indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes,<br />

requereram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: requeria, requerias, requeria, requeríamos, requeríeis,<br />

requeriam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: requerera, requereras, requerera, requerêramos,<br />

requerêreis, requereram.<br />

Futuro do presente do indicativo: requererei, requererás, requererá, requereremos,<br />

requerereis, requererão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: requereria, requererias, requereria, requereríamos,<br />

requereríeis, requereriam.<br />

Presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram.


Pretérito imperfeito do subjuntivo: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,<br />

requerêsseis, requeressem.<br />

Futuro do subjuntivo: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.<br />

Imperativo afirmativo: requer(e), requeira, requeiramos, requerei, requeiram.<br />

Imperativo negativo: não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não<br />

requeiram.<br />

Infinitivo pessoal: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.<br />

Gerúndio: requerendo.<br />

Particípio: requerido.<br />

6) Verbo precaver(-se)<br />

Não é derivado do verbo ver nem do verbo vir. É defectivo, logo, no presente do<br />

indicativo, só se conjuga nas 1 a e 2 a pessoas do plural: nós nos precavemos, vós vos<br />

precaveis. Não há o presente do subjuntivo, pois não há a 1 a pessoa do singular do presente<br />

do indicativo, donde deriva o presente do subjuntivo, logo não há o imperativo negativo. No<br />

imperativo afirmativo, só há a 2 a pessoa do plural. Os demais tempos seguem o modelo de<br />

conjugação de vender.<br />

Este verbo é normalmente pronominal, de modo que podemos conjugá-lo com o pronome<br />

oblíquo átono ou não. Para facilitar, vou conjugar sem o pronome.<br />

Presente do indicativo: precavemos, precaveis.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: precavi, precaveste, precaveu, precavemos, precavestes,<br />

precaveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: precavia, precavias, precavia, precavíamos, precavíeis,<br />

precaviam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: precavera, precaveras, precavera, precavêramos,<br />

precavêreis, precaveram.<br />

Futuro do presente do indicativo: precaverei, precaverás, precaverá, precaveremos,<br />

precavereis, precaverão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: precaveria, precaverias, precaveria, precaveríamos,<br />

precaveríeis, precaveriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: precavesse, precavesses, precavesse, precavêssemos,<br />

precavêsseis, precavessem.<br />

Futuro do subjuntivo: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes,<br />

precaverem.<br />

Imperativo afirmativo: precavei.


Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem.<br />

Gerúndio: precavendo.<br />

Particípio: precavido.<br />

7) Verbos haver e reaver<br />

Reaver é derivado do verbo haver, quando em sua conjugação houver a letra v. Logo você<br />

tem de saber a conjugação de um verbo <strong>para</strong> saber a do outro. No presente do indicativo, só<br />

existem as formas da 1 a e 2 a pessoas do plural: reavemos, reaveis. Consequentemente, não há<br />

o presente do subjuntivo nem o imperativo negativo. No imperativo afirmativo, só há a 2 a<br />

pessoa do plural, que vem do presente do indicativo. Os demais tempos seguem a conjugação<br />

de haver. Vejamos ambos os verbos, respectivamente:<br />

Presente do indicativo: hei, hás, há, havemos/hemos, haveis/heis, hão (hemos e heis são<br />

formas antigas).<br />

Pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos,<br />

houvéreis, houveram,<br />

Futuro do presente do indicativo: haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis,<br />

haveriam.<br />

Presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos,<br />

houvésseis, houvessem.<br />

Futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.<br />

*Imperativo afirmativo: haja, hajamos, havei, hajam.<br />

Imperativo negativo: não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam.<br />

Infinitivo pessoal: haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem.<br />

Gerúndio: havendo.<br />

Particípio: havido.<br />

* Segundo Celso Cunha, a 2 a pessoa do singular (há) é desusada. Sacconi a registra.<br />

Presente do indicativo: reavemos, reaveis.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes,<br />

reouveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: reavia, reavias, reavia, reavíamos, reavíeis, reaviam.


Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos,<br />

reouvéreis, reouveram.<br />

Futuro do presente do indicativo: reaverei, reaverás, reaverá, reaveremos, reavereis,<br />

reaverão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: reaveria, reaverias, reaveria, reaveríamos, reaveríeis,<br />

reaveriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos,<br />

reouvésseis, reouvessem.<br />

Futuro do subjuntivo: reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem.<br />

Imperativo afirmativo: reavei.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: reaver, reaveres, reaver, reavermos, reaverdes, reaverem.<br />

Gerúndio: reavendo.<br />

Particípio: reavido.<br />

8) Verbos ver e prover<br />

Prover não é derivado de ver, apesar de coincidir a conjugação no presente, no pretérito<br />

imperfeito, no futuro do presente, no futuro do pretérito do indicativo e no presente do<br />

subjuntivo. O resto da conjugação de prover é igual a vender. “Pelamordedeus”: grave a<br />

conjugação do futuro do subjuntivo do verbo ver. Vá por mim! Vejamos as respectivas<br />

conjugações:<br />

Presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem*.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, viestes, viram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: via, vias, via, víamos, víeis, viam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram.<br />

Futuro do presente do indicativo: verei, verás, verá, veremos, vereis, verão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam.<br />

Presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem.<br />

Futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. (Cai muito em prova!)<br />

Imperativo afirmativo: vê, veja, vejamos, vede, vejam.<br />

Imperativo negativo: não vejas, não veja, não vejamos, não vejais, não vejam.<br />

Infinitivo pessoal: ver, veres, ver, vermos, verdes, verem.<br />

Gerúndio: vendo.<br />

Particípio: visto.


* Agora sem acento no hiato ee! O mesmo vale <strong>para</strong> os verbos crer, dar e ler (e derivados).<br />

Ah! Última dica: fique ligado nos verbos derivados de ver: prever, antever, rever...<br />

Presente do indicativo: provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: provera, proveras, provera, provêramos,<br />

provêreis, proveram.<br />

Futuro do presente do indicativo: proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis,<br />

proverão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,<br />

proveriam.<br />

Presente do subjuntivo: proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais, provejam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: provesse, provesses, provesse, provêssemos,<br />

provêsseis, provessem.<br />

Futuro do subjuntivo: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.<br />

Imperativo afirmativo: provê, proveja, provejamos, provede, provejam.<br />

Imperativo negativo: não provejas, não proveja, não provejamos, não provejais, não<br />

provejam.<br />

Infinitivo pessoal: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.<br />

Gerúndio: provendo.<br />

Particípio: provido.<br />

9) Verbo viger<br />

É defectivo. Não possui, portanto, no presente do indicativo, a 1 a pessoa do singular. Logo,<br />

não há presente do subjuntivo, tampouco algumas formas do imperativo afirmativo. O mais...<br />

conjuga-se como vender.<br />

Presente do indicativo: viges, vige, vigemos, vigeis, vigem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: vigi, vigeste, vigeu, vigemos, vigestes, vigeram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: vigia, vigias, vigia, vigíamos, vigíeis, vigiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vigera, vigeras, vigera, vigêramos, vigêreis,<br />

vigeram.<br />

Futuro do presente do indicativo: vigerei, vigerás, vigerá, vigeremos, vigereis, vigerão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: vigeria, vigerias, vigeria, vigeríamos, vigeríeis, vigeriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: vigesse, vigesses, vigesse, vigêssemos, vigêsseis,<br />

vigessem.


Futuro do subjuntivo: viger, vigeres, viger, vigermos, vigerdes, vigerem.<br />

Imperativo afirmativo: vige, vigei.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: viger, vigeres, viger, vigermos, vigerdes, vigerem.<br />

Gerúndio: vigendo.<br />

Particípio: vigido.<br />

Obs.: Se você quiser redigir este verbo numa redação e se esquecer de sua conjugação,<br />

conjugue vigorar, que é muito mais fácil, e corra <strong>para</strong> o abraço! Só um detalhe: vigir<br />

não existe na língua portuguesa, quanto mais vigindo ou qualquer bicho parecido com<br />

esse.<br />

10) Verbo pôr<br />

Este verbo, junto de ter e vir, é um dos que mais caem em provas de concurso público.<br />

Principalmente seus derivados: apor, antepor, compor, depor, dispor, entrepor, expor, impor,<br />

interpor, justapor, pospor, propor, repor, sobpor, sobrepor, sotopor, subpor, superpor... DE-<br />

CO-RE!<br />

Presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis,<br />

puseram.<br />

Futuro do presente do indicativo: porei, porás, porá, poremos, poreis, porão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: poria, porias, poria, poríamos, poríeis, poriam.<br />

Presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis,<br />

pusessem.<br />

Futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.<br />

Imperativo afirmativo: põe, ponha, ponhamos, ponde, ponham.<br />

Imperativo negativo: não ponhas, não ponha, não ponhamos, não ponhais, não ponham.<br />

Infinitivo pessoal: pôr, pores, pôr, pormos, pordes, porem.<br />

Gerúndio: pondo.<br />

Particípio: posto.<br />

11) Verbos vir e ter<br />

Os verbos vir e ter (e derivados) caem muuuuuuuuuuuuito em provas diversas, em questões<br />

de acentuação gráfica, conjugação verbal e concordância verbal. Principalmente na 1 a pessoa


do plural e na 3 a pessoa do plural do presente do indicativo, na 3 a pessoa do singular do<br />

pretérito perfeito do indicativo e em todo o pretérito imperfeito do subjuntivo. Se eu fosse<br />

você, eu decoraria essas conjugações. Fica a dica!<br />

Fique ligado também na conjugação de seus derivados: avir-se, advir, convir, intervir,<br />

provir, sobrevir...; abster-se, ater-se, conter, deter, entreter, manter, obter, reter…<br />

Presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram.<br />

Futuro do presente do indicativo: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: viria, virias, virias, viríamos, viríeis, viriam.<br />

Presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem.<br />

Futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.<br />

Imperativo afirmativo: vem, venha, venhamos, vinde, venham.<br />

Imperativo negativo: não venhas, não venha, não venhamos, não venhais, não venham.<br />

Infinitivo pessoal: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.<br />

Gerúndio: vindo.<br />

Particípio: vindo (é isso mesmo, o gerúndio e o particípio são iguais).<br />

Presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis,<br />

tiveram.<br />

Futuro do presente do indicativo: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam.<br />

Presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem.<br />

Futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.<br />

Imperativo afirmativo: tem, tenha, tenhamos, tende, tenham.<br />

Imperativo negativo: não tenhas, não tenha, não tenhamos, não tenhais, não tenham.<br />

Infinitivo pessoal: ter, teres, ter, termos, terdes, terem.<br />

Gerúndio: tendo.<br />

Particípio: tido.<br />

Obs.: Abater não é derivado do verbo ter, cuidado!!! Veja: FCC – SEFAZ/SP – AGENTE


FISCAL DE RENDAS – 2013 – QUESTÃO 11<br />

12) Cuidado com advertir, aderir, aferir, competir, concernir, digerir, despir, divergir,<br />

discernir, expelir, ferir, gerir, interferir, inserir, ingerir, impelir, preterir, repelir!<br />

Tais verbos se conjugam igualmente, mudando o e do infinitivo <strong>para</strong> i na primeira pessoa do<br />

singular do presente do indicativo e em todas as do presente do subjuntivo.<br />

Presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, aderis, aderem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: aderi, aderiste, aderiu, aderimos, aderistes, aderiram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: aderia, aderias, aderia, aderíamos, aderíeis, aderiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: aderira, aderiras, aderira, aderíramos, aderíreis,<br />

aderiram.<br />

Futuro do presente do indicativo: aderirei, aderirás, aderirá, aderiremos, aderireis, aderirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: aderiria, aderirias, aderiria, aderiríamos, aderiríeis,<br />

adeririam .<br />

Presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adirais, adiram.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: aderisse, aderisses, aderisse, aderíssemos, aderísseis,<br />

aderissem.<br />

Futuro do subjuntivo: aderir, aderires, aderir, aderirmos, aderirdes, aderirem.<br />

Imperativo afirmativo: adere, adira, adiramos, aderi, adiram.<br />

Imperativo negativo: não adiras, não adira, não adiramos, não adirais, não adiram.<br />

Infinitivo pessoal: aderir, aderires, aderir, aderirmos, aderirdes, aderirem.<br />

Gerúndio: aderindo.<br />

Particípio: aderido.<br />

13) Verbos emergir e imergir<br />

Nem Sacconi, nem Bechara, nem o dicionário Houaiss consideram tais verbos como<br />

defectivos, dizendo que se conjugam normalmente por submergir/aspergir (eu<br />

submerjo/emerjo/imerjo, tu submerges/emerges/imerges, ele submerge/emerge/imerge, nós<br />

submergimos/emergimos/imergimos, vós submergis/emergis/imergis, eles<br />

submergem/emergem/imergem). Celso Cunha e o dicionário Aulete consideram defectivos<br />

emergir e imergir, não havendo a 1 a pessoa do singular do presente do indicativo. Este mesmo<br />

gramático diz que submergir (e aspergir) se conjuga diferente, havendo todas as formas.<br />

Como a polêmica não <strong>para</strong>, os dicionários de Portugal registram o seguinte: “a primeira<br />

pessoa do singular é emirjo, tal como acontece com verbos como convergir ou divergir”. Ufa!<br />

Bem-vindo à Língua Portuguesa!<br />

Como disse sensatamente o estudioso Nuno Carvalho, do Ciberdúvidas: “Com tal<br />

variedade de preceitos acerca da conjugação da primeira pessoa do singular do verbo emergir


no presente do indicativo (e, consequentemente, das formas do presente do subjuntivo e de<br />

algumas formas do imperativo), podemos dizer que qualquer das escolhas apresentadas é<br />

justificável, contanto que em cada texto se use a forma escolhida com coerência.”.<br />

“Há um parâmetro, <strong>Pestana</strong>?” Sim. Pelo menos a Esaf ficou com a opinião do Celso Cunha<br />

(mega-autoridade consagradíssima!). Veja:<br />

21. (Esaf – SFC – Analista de Finança e Controle – 2002) Assinale a proposição correta a respeito da estrutura<br />

morfossintática do texto abaixo.<br />

b) Emergir é verbo defectivo, ao qual faltam as formas em que ao radical se seguiria o ou a.<br />

Comentário: Tal afirmação procede, pois não há a 1 a pessoa do singular do presente do<br />

indicativo (emerjo) nem, consequentemente, todo o presente do subjuntivo (emerja, emerjas,<br />

emerja, emerjamos, emerjais, emerjam).<br />

Conheça agora a conjugação completa de emergir (e, por tabela, imergir):<br />

Presente do indicativo: emerges, emerge, emergemos, emergeis, emergem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: emergi, emergiste, emergiu, emergimos, emergistes,<br />

emergiram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: emergia, emergias, emergia, emergíamos, emergíeies,<br />

emergiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: emergira, emergiras, emergira, emergíramos,<br />

emergíreis, emergiram.<br />

Futuro do presente do indicativo: emergirei, emergirás, emergirá, emergiremos, emergireis,<br />

emergirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: emergiria, emergirias, emergiria, emergiríamos,<br />

emergiríeis, emergiriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: emergisse, emergisses, emergisse, emergíssemos,<br />

emergísseis, emergissem.<br />

Futuro do subjuntivo: emergir, emergires, emergir, emergirmos, emergirdes, emergirem.<br />

Imperativo afirmativo: emerge, emergei.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: emergir, emergires, emergir, emergirmos, emergirdes, emergirem.<br />

Gerúndio: emergindo.<br />

Particípio: emergido/emerso.<br />

Obs.: Outros verbos, não defectivos, terminados em -gir tem o g substituído por j antes de o<br />

e de a, na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo, em todo o presente do


subjuntivo e, consequentemente, no imperativo afirmativo e negativo: fugir, agir,<br />

infringir, tingir...<br />

14) Verbo abolir<br />

Como defectivo, não é conjugado na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo,<br />

portanto não há o presente do subjuntivo nem o imperativo negativo. O imperativo afirmativo<br />

passa a não ter todas as formas também.<br />

Presente do indicativo: aboles, abole, abolimos, abolis, abolem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,<br />

aboliram.<br />

Futuro do presente do indicativo: abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis,<br />

aboliriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,<br />

abolissem.<br />

Futuro do subjuntivo: abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem.<br />

Imperativo afirmativo: abole, aboli.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem.<br />

Gerúndio: abolindo.<br />

Particípio: abolido.<br />

Obs.: Fique ligado também nos verbos demolir, extorquir e explodir, cuja conjugação segue<br />

o modelo de abolir. Tais verbos defectivos dão uma dor de cabeça, não é? Jesus!<br />

15) Verbo soer<br />

Como defectivo, não é conjugado na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo,<br />

portanto não há o presente do subjuntivo nem o imperativo negativo. O imperativo afirmativo<br />

passa a não ter todas as formas também. Este verbo, usado em linguagem extremamente<br />

formal, significa “ter por hábito, ou ser costumeiro; costumar”.<br />

Presente do indicativo: sóis, sói, soemos, soeis, soem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: soí, soeste, soeu, soemos, soestes, soeram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: soía, soías, soía, soíamos, soíeis, soíam.


Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soera, soeras, soera, soêramos, soêreis, soeram.<br />

Futuro do presente do indicativo: soerei, soerás, soerá, soeremos, soereis, soerão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: soeria, soerias, soeria, soeríamos, soeríeis, soeriam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: soesse, soesses, soesse, soêssemos, soêsseis, soessem.<br />

Futuro do subjuntivo: soer, soeres, soer, soermos, soerdes, soerem.<br />

Imperativo afirmativo: sói, soei.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: soer, soeres, soer, soermos, soerdes, soerem.<br />

Gerúndio: soendo.<br />

Particípio: soído.<br />

16) Verbo ser<br />

Um dos verbos mais polêmicos da língua portuguesa. Não poderia deixar de lado... Eis sua<br />

conjugação anômala (cuidado com algumas igualdades de conjugação com o verbo ir e<br />

observe as segundas pessoas do imperativo afirmativo):<br />

Presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era, éramos, éreis, eram.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram.<br />

Futuro do presente do indicativo: serei, serás, será, seremos, sereis, serão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam.<br />

Presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem.<br />

Futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.<br />

Imperativo afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam.<br />

Imperativo negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam.<br />

Infinitivo pessoal: ser, seres, ser, sermos, serdes, serem.<br />

Gerúndio: sendo.<br />

Particípio: sido.<br />

Obs.: Muitas pessoas falam “seje”, no presente do subjuntivo. É registro coloquial, não<br />

culto.<br />

17) Verbo ir<br />

Este verbo anômalo é tão importante quanto o ser. Conheça sua conjugação:


Presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram.<br />

Futuro do presente do indicativo: irei, irás, irá, iremos, ireis, irão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam.<br />

Presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem.<br />

Futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.<br />

Imperativo afirmativo: vai, vá, vamos, ide, vão.<br />

Imperativo negativo: não vás, não vá, não vamos, não vades, não vão.<br />

Infinitivo pessoal: ir, ires, ir, irmos, irdes, irem.<br />

Gerúndio: indo.<br />

Particípio: ido.<br />

18) Verbo estar<br />

Não há mistérios na conjugação deste verbo irregular, mas não o menospreze, pois muitos<br />

pensam estar certa a forma de presente do subjuntivo “esteje”. Não caia nessa! Outra<br />

vacilação que alguns cometem é esta: “Se eu tivesse lá em Nova York, teria comprado um<br />

monte de coisas, mas eu não tô lá.”. Na fala do dia a dia, às vezes a gente suprime pedaços da<br />

conjugação do verbo estar e de outros verbos. Cuidado! Essa frase deveria estar assim, <strong>para</strong><br />

atender à norma culta: “Se eu estivesse lá em Nova York, teria comprado um monte de coisas,<br />

mas eu não estou lá.”. Veja a conjugação culta agora:<br />

Presente do indicativo: estou, estás, está, estamos, estais, estão.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: estava, estavas, estava, estávamos, estáveis, estavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera, estiveras, estivera, estivéramos,<br />

estivéreis, estiveram.<br />

Futuro do presente do indicativo: estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam.<br />

Presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos,<br />

estivésseis, estivessem.<br />

Futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem.<br />

Imperativo afirmativo: está, esteja, estejamos, estai, estejam.<br />

Imperativo negativo: não estejas, não esteja, não estejamos, não estejais, não estejam.


Infinitivo pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem.<br />

Gerúndio: estando.<br />

Particípio: estado.<br />

19) Verbos pedir e medir (e semelhantes)<br />

Por medir conjuga-se desmedir. Conjugam-se por pedir, embora dele não sejam derivados,<br />

os verbos despedir, expedir e impedir, bem como os que destes se formam: desimpedir,<br />

reexpedir etc. Observe principalmente como é a conjugação de tais verbos na 1 a pessoa do<br />

singular do presente do indicativo, de onde deriva o presente do subjuntivo e partes do<br />

imperativo, pois o d vira ç antes de o e de a. Vou conjugar o medir, mas o pedir segue o<br />

mesmo <strong>para</strong>digma.<br />

Presente do indicativo: meço, medes, mede, medimos, medis, medem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: medi, mediste, mediu, medimos, medistes, mediram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: media, medias, media, medíamos, medíeis, mediam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: medira, mediras, medira, medíramos, medíreis,<br />

mediram.<br />

Futuro do presente do indicativo: medirei, medirás, medirá, mediremos, medireis, medirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: mediria, medirias, mediria, mediríamos, mediríeis,<br />

mediriam.<br />

Presente do subjuntivo: meça, meças, meça, meçamos, meçais, meçam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: medisse, medisses, medisse, medíssemos, medísseis,<br />

medissem.<br />

Futuro do subjuntivo: medir, medires, medir, medirmos, medirdes, medirem.<br />

Imperativo afirmativo: mede, meça, meçamos, medi, meçam.<br />

Imperativo negativo: não meças, não meça, não meçamos, não meçais, não meçam.<br />

Infinitivo pessoal: medir, medires, medir, medirmos, medirdes, medirem.<br />

Gerúndio: medindo.<br />

Particípio: medido.<br />

20) Verbo caber<br />

Considere a conjugação com calma, pois há certas peculiaridades. Por exemplo, segundo<br />

Celso Cunha e outros, não há o imperativo deste verbo devido a seu sentido. Por outro lado,<br />

certos dicionários, como o Aulete, admitem a conjugação no imperativo. Fico com a posição<br />

do Celso, mas, se cair na prova o verbo caber no imperativo, saiba que existe mais de uma<br />

opinião.<br />

Presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam.


Pretérito imperfeito do indicativo: cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos,<br />

coubéreis, couberam.<br />

Futuro do presente do indicativo: caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, caberão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis,<br />

caberiam .<br />

Presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos,<br />

coubésseis, coubessem.<br />

Futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem.<br />

Imperativo afirmativo: –<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, caberem.<br />

Gerúndio: cabendo.<br />

Particípio: cabido.<br />

21) Verbo valer<br />

Preste atenção na 1 a pessoa do singular do presente do indicativo, no presente do subjuntivo<br />

e no imperativo. Note que o l vira lh antes de o e de a.<br />

Presente do indicativo: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: vali, valeste, valeu, valemos, valestes, valeram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: valia, valias, valia, valíamos, valíeis, valiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: valera, valeras, valera, valêramos, valêreis,<br />

valeram.<br />

Futuro do presente do indicativo: valerei, valerás, valerá, valeremos, valereis, valerão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: valeria, valerias, valeria, valeríamos, valeríeis, valeriam.<br />

Presente do subjuntivo: valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: valesse, valesses, valesse, valêssemos, valêsseis,<br />

valessem.<br />

Futuro do subjuntivo: valer, valeres, valer, valermos, valerdes, valerem.<br />

Imperativo afirmativo: vale, valha, valhamos, valei, valham.<br />

Imperativo negativo: não valhas, valha, valhamos, valhais, valham.<br />

Infinitivo pessoal: valer, valeres, valer, valermos, valerdes, valerem.<br />

Gerúndio: valendo.<br />

Particípio: valido.<br />

22) Verbo adequar


O verbo adequar é extremamente polêmico. Uns dizem que ele não é defectivo, sendo<br />

conjugado em todas pessoas do presente do indicativo e do subjuntivo. Outros dizem que é<br />

defectivo, sim, desde criancinha... e a polêmica continua. Sei que já falei muito sobre isso na<br />

parte de classificação dos verbos defectivos, mais atrás. No entanto, vou ficar com a visão<br />

tradicional, a saber: <strong>para</strong> a maioria dos nossos gramáticos, o verbo adequar é defectivo.<br />

Na dúvida, use uma locução verbal ou um sinônimo: em vez de “É importante que nossa<br />

escola se adéque (adeque)...”, use “É importante que nossa escola se adapte ou fique<br />

adequada...”.<br />

Pois bem... no presente do indicativo, só tem a primeira pessoa do plural (= adequamos) e<br />

a segunda pessoa do plural (= adequais); no presente do subjuntivo, não há pessoa alguma,<br />

logo o imperativo fica “defasado”.<br />

Presente do indicativo: adequamos, adequais.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: adequei, adequaste, adequou, adequamos, adequastes,<br />

adequaram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: adequava, adequavas, adequava, adequávamos,<br />

adequáveis, adequavam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: adequara, adequaras, adequara, adequáramos,<br />

adequáreis, adequaram.<br />

Futuro do presente do indicativo: adequarei, adequarás, adequará, adequaremos, adequareis,<br />

adequarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: adequaria, adequarias, adequaria, adequaríamos,<br />

adequaríeis, adequariam.<br />

Presente do subjuntivo: –<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: adequasse, adequasses, adequasse, adequássemos,<br />

adequásseis, adequassem.<br />

Futuro do subjuntivo: adequar, adequares, adequar, adequarmos, adequardes, adequarem.<br />

Imperativo afirmativo: adequai.<br />

Imperativo negativo: –<br />

Infinitivo pessoal: adequar, adequares, adequar, adequarmos, adequardes, adequarem.<br />

Gerúndio: adequando.<br />

Particípio: adequado.<br />

Obs.: Quando falei de verbos defectivos, mostrei uma questão do Cespe sobre isso. Não<br />

perca!<br />

23) Verbo eleger


Na conjugação, o g vira j seguido de a ou de o. Isso ocorre na 1 a pessoa do singular do<br />

presente do indicativo e no presente do subjuntivo (“respingando” no imperativo). Isso vale<br />

<strong>para</strong> outros verbos com g no radical.<br />

Presente do indicativo: elejo, eleges, elege, elegemos, elegeis, elegem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: elegi, elegeste, elegeu, elegemos, elegestes, elegeram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: elegia, elegias, elegia, elegíamos, elegíeis, elegiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: elegera, elegeras, elegera, elegêramos, elegêreis,<br />

elegeram.<br />

Futuro do presente do indicativo: elegerei, elegerás, elegerá, elegeremos, elegereis,<br />

elegerão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: elegeria, elegerias, elegeria, elegeríamos, elegeríeis,<br />

elegeriam.<br />

Presente do subjuntivo: eleja, elejas, eleja, elejamos, elejais, elejam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: elegesse, elegesses, elegesse, elegêssemos, elegêsseis,<br />

elegessem.<br />

Futuro do subjuntivo: eleger, elegeres, eleger, elegermos, elegerdes, elegerem.<br />

Imperativo afirmativo: elege, eleja, elejamos, elegei, elejam.<br />

Imperativo negativo: não elejas, eleja, elejamos, elejais, elejam.<br />

Infinitivo pessoal: eleger, elegeres, eleger, elegermos, elegerdes, elegerem.<br />

Gerúndio: elegendo.<br />

Particípio: elegido/eleito.<br />

24) Verbo impugnar e outros terminados em “gnar”<br />

As vogais antes da letra g são sempre tônicas nas formas rizotônicas. Conheça alguns:<br />

designar, consignar, estagnar, indignar, resignar e repugnar. Vale dizer que tais verbos<br />

sempre se conjugam sem acento gráfico.<br />

Presente do indicativo: impugno, impugnas, impugna, impugnamos, impugnais, impugnam.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: impugnei, impugnaste, impugnou, impugnamos, impugnastes,<br />

impugnaram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: impugnava, impugnavas, impugnava, impugnávamos,<br />

impugnáveis, impugnaram.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: impugnara, impugnaras, impugnara,<br />

impugnáramos, impugnáreis, impugnaram.<br />

Futuro do presente do indicativo: impugnarei, impugnarás, impugnará, impugnaremos,<br />

impugnareis, impugnarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: impugnaria, impugnarias, impugnaria, impugnaríamos,


impugnaríeis, impugnariam.<br />

Presente do subjuntivo: impugne, impugnes, impugne, impugnemos, impugneis, impugnem.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: impugnasse, impugnasses, impugnasse, impugnássemos,<br />

impugnásseis, impugnassem.<br />

Futuro do subjuntivo: impugnar, impugnares, impugnar, impugnarmos, impugnardes,<br />

impugnarem.<br />

Imperativo afirmativo: impugna, impugne, impugnemos, impugnai, impugnem.<br />

Imperativo negativo: não impugnes, não impugne, não impugnemos, não impugneis, não<br />

impugnem.<br />

Infinitivo pessoal: impugnar, impugnares, impugnar, impugnarmos, impugnardes, impugnarem.<br />

Gerúndio: impugnando.<br />

Particípio: impugnado.<br />

25) Verbo trazer<br />

Não confunda a primeira pessoa do singular do presente do indicativo deste verbo com o<br />

verbo tragar. Observe o contexto, pois ambos se conjugam assim: “Eu trago”. Olho vivo! Não<br />

descuide também da irregularidade do radical deste verbo.<br />

Presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,<br />

trouxéreis, trouxeram.<br />

Futuro do presente do indicativo: trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam.<br />

Presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos,<br />

trouxésseis, trouxessem.<br />

Futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem.<br />

Imperativo afirmativo: traz(e), traga, tragamos, trazei, tragam.<br />

Imperativo negativo: não tragas, não traga, não tragamos, não tragais, não tragam.<br />

Infinitivo pessoal: trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem.<br />

Gerúndio: trazendo.<br />

Particípio: trazido. (trago não existe na língua culta!)<br />

26) Verbo dizer<br />

Este verbo e seus derivados (bendizer, condizer, contradizer, desdizer, maldizer, predizer)<br />

mudam o z <strong>para</strong> g antes de o e de a. Só peço que você observe as mudanças que ocorrem no


adical deste verbo.<br />

Presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: dizia, dizias, dizia, dizíamos, dizíeis, diziam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,<br />

disseram.<br />

Futuro do presente do indicativo: direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam.<br />

Presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos, digais, digam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,<br />

dissessem.<br />

Futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem.<br />

Imperativo afirmativo: diz(e), diga, digamos, dizei, digam.<br />

Imperativo negativo: não digas, não diga, não digamos, não digais, não digam.<br />

Infinitivo pessoal: dizer, dizeres, dizer, dizermos, dizerdes, dizerem.<br />

Gerúndio: dizendo.<br />

Particípio: dito (só exite a forma irregular).<br />

Obs.: Segundo o Manual de Redação da PUC/PR, os verbos terminados em -zer e -zir<br />

podem ainda perder, na segunda pessoa do singular do imperativo, o e final, quando o z<br />

não é precedido de consoante: faze (ou faz) tu, dize (ou diz) tu, traduze (ou traduz) tu;<br />

mas cirze tu. Logo, “Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és.” ou “Diz-me com<br />

quem andas, e eu te direi quem és.”. Tanto faz. O que não pode ocorrer é a mistura de<br />

tratamentos, pois precisamos obedecer ao conceito de uniformidade de tratamento,<br />

lembra? Portanto, a frase a seguir se encontra equivocada: “Dizei-me com quem andas, e<br />

eu te direi quem és.”, dado que Dizei é forma de 2 a pessoa do plural e as demais formas<br />

são de 2 a pessoa do singular. Para que tal frase estivesse correta, todas as formas<br />

deveriam estar na 2 a pessoa do plural, afinal, o discurso se refere à 2 a pessoa do plural:<br />

“Dizei-me com quem andais, e eu vos direi quem sois.”. Bonito isso, não?<br />

27) Verbos arguir e redarguir<br />

Antes de qualquer coisa, apesar de terminar em -uir, há particularidades em sua<br />

conjugação. Vamos lá...<br />

Não se usa mais o trema nos grupos gue, gui, que, qui. Não se usa mais o acento gráfico<br />

agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo<br />

dos verbos arguir e redarguir, mas o acento prosódico nas vogais continua, a saber: eu


argUo, tu argUis, ele argUi, nós arguImos, vós arguIs, eles argUem.<br />

Preciso me estender, apesar de já haver falado muito sobre isso em acentuação gráfica.<br />

Seguindo a lição de Douglas Tufano, sobre a nova ortografia, precisamos saber o seguinte:<br />

“Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como<br />

aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses<br />

verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do<br />

presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:<br />

a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.<br />

Exemplos:<br />

verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,<br />

enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua,<br />

delínquas, delínquam.<br />

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser<br />

acentuadas.Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais<br />

fortemente que as outras):<br />

verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues,<br />

enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua,<br />

delinquas, delinquam.<br />

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i<br />

tônicos.”<br />

Agora sim, voltemos à conjugação de arguir:<br />

Presente do indicativo: arguo, arguis, argui, arguimos, arguis, arguem.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: arguí, arguiste, arguiu, arguimos, arguistes, arguiram.<br />

Pretérito imperfeito do indicativo: arguia, arguias, arguia, arguíamos, arguíeis, arguiam.<br />

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: arguira, arguiras, arguira, arguíramos, arguíreis,<br />

arguiram.<br />

Futuro do presente do indicativo: arguirei, arguirás, arguirá, arguiremos, arguireis, arguirão.<br />

Futuro do pretérito do indicativo: arguiria, arguirias, arguiria, arguiríamos, arguiríeis,<br />

arguiriam.<br />

Presente do subjuntivo: argua, arguas, argua, arguamos, arguais, arguam.<br />

Pretérito imperfeito do subjuntivo: arguisse, arguisses, arguisse, arguíssemos, arguísseis,<br />

arguissem.<br />

Futuro do subjuntivo: arguir, arguires, arguir, arguirmos, arguirdes, arguirem.<br />

Imperativo afirmativo: argui, argua, arguamos, argui, arguam.<br />

Imperativo negativo: não arguas, não argua, não arguamos, não arguais, não arguam.<br />

Infinitivo pessoal: arguir, arguires, arguir, arguirmos, arguirdes, arguirem.


Gerúndio: arguindo.<br />

Particípio: arguido.<br />

Como é impossível que todos os verbos interessantes sejam conjugados aqui, como crer<br />

(descrer), ler (reler, tresler), fazer (afazer, contrafazer, desfazer, liquefazer, perfazer,<br />

refazer, satisfazer), comprazer e outros defectivos, peço que você os conjugue com um<br />

dicionário ao lado. Fica aí mais um dever de casa do tio Pest!


Particularidades Gráficas e Fonéticas<br />

Apesar de já haver falado muito sobre tais particularidades ao longo do tópico anterior, na<br />

conjugação de Verbos Notáveis, outros verbos sofrem mudanças gráficas e fonéticas ao longo<br />

de sua conjugação. Além dos verbos que já vimos no tópico anterior, vejamos mais alguns<br />

relevantes.<br />

1) Os verbos terminados em -car mudam o c <strong>para</strong> qu antes da letra e. Isso ocorre na 1 a pessoa<br />

do singular do pretérito perfeito do indicativo, nas formas do presente do subjuntivo e,<br />

consequentemente, no imperativo afirmativo e negativo. Peguemos o exemplo de dedicar.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: dediquei, dedicaste, dedicou, dedicamos, dedicastes,<br />

dedicaram.<br />

Presente do subjuntivo: dedique, dediques, dedique, dediquemos, dediqueis, dediquem.<br />

Imperativo afirmativo: dedica, dedique, dediquemos, dedicai, dediquem.<br />

Imperativo negativo: não dediques, não dedique, não dediquemos, não dediqueis, não<br />

dediquem.<br />

2) Os verbos terminados em -çar perdem a cedilha antes da letra e. Isso ocorre na 1 a pessoa<br />

do singular do pretérito perfeito do indicativo, nas formas do presente do subjuntivo, e,<br />

consequentemente, no imperativo afirmativo e negativo. Peguemos o exemplo de caçar.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: cacei, caçaste, caçou, caçamos, caçastes, caçaram.<br />

Presente do subjuntivo: cace, caces, cace, cacemos, caceis, cacem.<br />

Imperativo afirmativo: caça, cace, cacemos, caçai, cacem.<br />

Imperativo negativo: não caces, não cace, não cacemos, não caceis, não cacem.<br />

3) Os verbos terminados em -gar ganham a letra u antes da letra e. Isso ocorre na 1 a pessoa<br />

do singular do pretérito perfeito do indicativo, nas formas do presente do subjuntivo, e,<br />

consequentemente, no imperativo afirmativo e negativo. Peguemos o exemplo de advogar.<br />

Pretérito perfeito do indicativo: advoguei, advogaste, advogou, advogamos, advogastes,<br />

advogaram.<br />

Presente do subjuntivo: advogue, advogues, advogue, advoguemos, advogueis, advoguem.<br />

Imperativo afirmativo: advoga, advogue, advoguemos, advogai, advoguem.<br />

Imperativo negativo: não advogues, não advogue, não advoguemos, não advogueis, não<br />

advoguem.


Papéis Temáticos<br />

Você deve estar se perguntando assim: “Papéis temáticos? Nunca ouvi isso na minha vida,<br />

<strong>Pestana</strong>!”. Relaxa! Não é nada misterioso. Trata-se apenas da relação entre o verbo e outros<br />

termos dentro da frase.<br />

O conhecimento disso nos ajuda muito a identificar quais são os papéis semânticos que os<br />

termos desempenham dentro da frase, o que acaba por nos ajudar a analisar melhor<br />

sintaticamente.<br />

Segundo Rodolfo Ilari, os papéis temáticos mais comuns são:<br />

1) O agente (o indivíduo que tem a iniciativa da ação, que tem controle sobre a realização da<br />

ação).<br />

2) O alvo (o indivíduo ou objeto diretamente afetado pela ação).<br />

3) O instrumento (o objeto de que o agente se serve <strong>para</strong> praticar a ação).<br />

4) O beneficiário (o indivíduo a quem a ação traz proveito ou prejuízo);<br />

5) O experienciador (o indivíduo que passa pelo estado psicológico descrito pelo verbo).<br />

Para que você entenda melhor, analise comigo estas três frases:<br />

– O professor (agente) apagou o quadro (o alvo) com o apagador (o instrumento).<br />

– O aluno (o beneficiário) levou nota dez.<br />

– A aluna (o experienciador) se surpreendeu com a classificação.<br />

É claro que há outros papéis temáticos e muito a dizer sobre o assunto, mas, como isso a-inda<br />

não cai em prova diretamente, fico por aqui...<br />

Caso queira saber mais sobre tal assunto, recomendo a leitura da Gramática do Português<br />

Brasileiro, de Mário Perini.


Valor Discursivo<br />

O verbo é extremamente importante <strong>para</strong> exprimir a intenção (grave essa palavra!) do autor<br />

de um texto. Logo não podemos deixar de falar sobre seu valor discursivo.<br />

Pois bem... há basicamente quatro tipos de texto (ou modos/modalidades de organização<br />

discursiva): a dissertação, a narração, a descrição e a injunção. Você perceberá nesses tipos<br />

de textos que alguns tempos verbais são comuns. E isso não é gratuito. Entendamos o porquê<br />

analisando, respectivamente, as modalidades de organização discursiva abaixo e suas<br />

considerações em seguida.<br />

A maioria dos problemas existentes em um país em desenvolvimento, como o nosso,<br />

podem ser resolvidos com uma eficiente administração política, porque a força<br />

governamental certamente se sobrepõe a poderes <strong>para</strong>lelos, os quais – por negligência de<br />

nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metrópoles. Isso fica claro no<br />

confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que comprova uma verdade<br />

simples: se uma mudança radical visando o bem-estar da população for o desejo dos<br />

políticos, isso será plenamente possível. É importante salientar que nunca deveremos ficar<br />

de mãos atadas à espera de uma atitude do governo esperando o caos se estabelecer; o<br />

povo tem de colaborar com uma cobrança efetiva.<br />

Note que a dissertação é um estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de<br />

ideias, apresentada de forma lógica, com razoável grau de objetividade e total coerência a fim<br />

de defender um ponto de vista e convencer o interlocutor. Para tal, os verbos se encontram<br />

normalmente no presente do indicativo e no futuro do presente. Mais do que isso: tais verbos<br />

são modalizadores, normalmente. “E o que é isso?” Simples: são verbos que exprimem um<br />

engajamento por parte do locutor: poder, dever, ter de são os mais comuns. Falei sobre isso<br />

em verbos auxiliares; por favor, reveja.<br />

Obs.: Importantes verbos modalizadores, segundo Faraco & Moura & Maruxo Jr.:<br />

“1. A constatação: Eu vejo que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

2. O saber: Eu sei que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

3. A certeza:<br />

a) Forte certeza: Tenho certeza de que a literatura brasileira contemporânea é<br />

indefinível.<br />

b) Média certeza: Creio que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

c) Fraca certeza: Não estou muito certo de que a literatura brasileira contemporânea<br />

é indefinível.<br />

d) Pressentimento/suposição: Eu desconfio que a literatura brasileira contemporânea é<br />

indefinível.


4. A apreciação: Eu acho que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

5. A obrigação: A literatura brasileira contemporânea tem de ser definida.<br />

6. A possibilidade: É possível que a literatura brasileira contemporânea seja indefinível.<br />

7. O desejo: Eu gostaria que a literatura brasileira contemporânea fosse indefinível.<br />

8. A exigência: Eu exijo que a literatura brasileira contemporânea seja indefinível.<br />

9. A declaração: Eu declaro que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

10. A confirmação: Eu garanto que a literatura brasileira contemporânea é indefinível.<br />

Observe como as expressões de modalização destacadas modificam completamente o<br />

sentido da afirmação “a literatura brasileira contemporânea é indefinível”. Em todas essas<br />

formas, é possível deixar o enunciado menos carregado de subjetividade, apagando as<br />

marcas do eu, ou seja, de quem expressa a opinião. Assim, em vez de dizer “Eu constato que<br />

a literatura brasileira contemporânea é indefinível.”, pode-se dizer “Constata-se que a<br />

literatura brasileira contemporânea é indefinível”. Note como, no segundo caso, a expressão<br />

da opinião assume tom mais generalizado, não recaindo exclusivamente sobre o eu. É o que<br />

chamamos de neutralizar a expressão subjetiva. Em um texto argumentativo, você pode<br />

optar entre modalizações mais subjetivas ou objetivas, de acordo com o tipo de<br />

argumentação que pretende construir (apelando mais <strong>para</strong> a razão ou <strong>para</strong> a emoção).”<br />

Friso que é mais elegante e menos impositivo um texto dissertativo na 3 a pessoa, sem marcas<br />

de pessoalidade (marcas de 1 a pessoa).<br />

Ah! Leve em conta que tais verbos modalizadores apresentam sinônimos, logo não são fixos.<br />

A dissertação apresenta verbos predominantemente no presente, pois tal tempo marca uma<br />

ideia de verdade. É chamado por alguns estudiosos de tempo do mundo comentado, pois<br />

normalmente os comentários e as opiniões das pessoas são apresentados como verdade (ou<br />

tomados como tal). Daí o uso do presente do indicativo.<br />

Veja agora outro tipo de texto:<br />

Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua maliluminada<br />

que conduzia à sua residência. Tinham feito uma longa caminhada, porque a rua<br />

era grande. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam,<br />

atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um<br />

assalto. Jamais tremeriam de medo, senão naquela circunstância inusitada. Era,<br />

entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua<br />

casa.<br />

Note que a narração é um estilo de texto que visa contar um fato, com narrador,<br />

personagens, noção espaço/tempo, enredo etc. Para tal, os verbos se encontram normalmente<br />

nos tempos pretéritos do indicativo, pois as narrações normalmente remetem a fatos que já


ocorreram.<br />

Não raramente, encontramos trechos de textos narrativos cujo tempo verbal está no presente<br />

do indicativo. Isso pode indicar duas coisas: o narrador parou de narrar <strong>para</strong> tecer um<br />

comentário ou o narrador decide contar a história dando vivacidade a ela, como se ela<br />

estivesse ocorrendo no momento em que ele a narra. Inclusive, esta segunda ideia é própria<br />

de jogos de futebol, em que os eventos sucedem à medida que o locutor narra.<br />

Veja este texto que serviu de base <strong>para</strong> uma questão da Universidade Estadual do Rio de<br />

Janeiro, em 2002:<br />

(...) Sinha Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito, dissera ao<br />

marido umas inconveniências a respeito da cama de varas. Fabiano, que não esperava<br />

semelhante desatino, apenas grunhira: – “Hum! hum!” E amunhecara, porque realmente<br />

mulher é bicho difícil de entender, deitara-se na rede e pegara no sono. (...)<br />

(RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1947.)<br />

QUESTÃO 04<br />

a) “realmente mulher é bicho difícil de entender,” (l. 6 – 7)<br />

Nesta passagem, o emprego do verbo no presente do indicativo contrasta com o restante das formas verbais, todas<br />

flexionadas no tempo passado.<br />

Justifique esse emprego do presente do indicativo.<br />

Gabarito da banca: Trata-se da reprodução de uma frase tomada como verdade absoluta (ou<br />

como fato do conhecimento de todos ou como realidade imutável).<br />

Agora, indo além do que a banca disse sobre o emprego do presente do indicativo,<br />

podemos dizer, sem problemas, que os verbos estão predominantemente nos tempos pretéritos,<br />

o que constitui uma narração. Só há um trechinho em todo o texto (que não transcrevi aqui por<br />

falta de espaço) que apresenta o verbo no presente do indicativo, destoando. Por que o<br />

presente do indicativo? Porque neste momento o narrador sai do mundo narrado e tece um<br />

comentário, indo <strong>para</strong> o mundo comentado. Percebe que os tempos verbais dentro de um texto<br />

são primordiais <strong>para</strong> que você o entenda? Simples assim.<br />

Acompanhe agora o uso dos tempos verbais no texto abaixo.<br />

Era uma casa muito engraçada<br />

Não tinha teto, não tinha nada<br />

Ninguém podia entrar nela, não<br />

Porque na casa não tinha chão<br />

Ninguém podia dormir na rede<br />

Porque na casa não tinha parede<br />

Ninguém podia fazer pipi


Porque penico não tinha ali<br />

Mas era feita com muito esmero<br />

Na rua dos bobos, número zero<br />

(Vinícius de Moraes)<br />

Percebe que se trata de uma descrição? Os tempos verbais mais frequentes são o presente<br />

do indicativo no comentário e o pretérito imperfeito do indicativo no relato, como é o caso do<br />

exemplo. Segundo Othon M. Garcia, “Descrição é a representação verbal de um objeto<br />

sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos,<br />

dos pormenores que o individualizam, que o distinguem.”. Fácil, não?<br />

Para fechar, veja estes textos:<br />

Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5 o do Código Eleitoral) – Não podem alistarse<br />

eleitores: os que não saibam exprimir-se na língua nacional, e os que estejam privados,<br />

temporária ou definitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde que<br />

oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou<br />

alunos das escolas militares de ensino superior <strong>para</strong> formação de oficiais.<br />

Seção IV – Da Contingência na Votação – Art. 58. Na hipótese de falha na urna, em<br />

qualquer momento da votação, o presidente da mesa receptora de votos, à vista dos fiscais<br />

presentes, deverá desligar e religar a urna, digitando o código de reinício da votação.<br />

O texto injuntivo, ou injunção, apresenta verbos no imperativo e verbos com tom<br />

imperativo (presente do indicativo, futuro do presente e infinitivo impessoal, por exemplo),<br />

pois esse tipo de texto indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor;<br />

chamado também de instrucional, é utilizado <strong>para</strong> predizer acontecimentos e comportamentos,<br />

nas leis jurídicas.<br />

Fique atento aos tempos verbais. Falo mais sobre os tipos de texto e seus detalhes no<br />

capítulo 34. Fique Tranquilo! Ou dê um pulo até lá. Você decide!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Na boa mesmo... CAI TUDO! Mas, se eu fosse você, ficaria ligado em Emprego e<br />

Reconhecimento de Tempos e Modos Verbais, Correlação Verbal, Transposição de Voz<br />

Verbal e Conjugação Verbal. Sabendo isso, você tem... sei lá... mais de 90% de chance de<br />

acertar uma questão de verbo. A vaga é sua!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Para piorar, as fontes de energia se tornaram mais “sujas”, com o aumento de 122% do CO2 lançado na<br />

atmosfera, percentual muito acima dos 71% da ampliação da geração no período. (...)<br />

– Em “se tornaram” o pronome “se” indica voz passiva.<br />

2. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Esses números tornam a internet o segundo meio de comunicação mais abrangente do Brasil, atrás apenas da<br />

televisão. Chegou-se a dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas classes A e B. Mas uma pesquisa<br />

mostra que as classes C e D utilizam amplamente a internet. (...)<br />

– Em “Chegou-se”, o “-se” indica voz passiva.<br />

3. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2009) Em relação aos elementos do texto, qual afirmação é a correta?<br />

(...) No entanto, dado o ritmo de crescimento projetado <strong>para</strong> o ano que vem, o mais provável é que a demanda por<br />

importações aumente e a pressão em favor do real diminua. (...) Qualquer invencionice só estimularia operações<br />

especulativas no câmbio, que acabariam provocando uma valorização ainda mais indesejável da moeda nacional.<br />

– O emprego do subjuntivo em “aumente” e em “diminua” justifica-se por se tratar de fatos de realização garantida.<br />

– O emprego do futuro do pretérito em “estimularia” indica um acontecimento futuro em relação a um ato passado que se<br />

configura no fato relacionado aos termos “Qualquer invencionice”.<br />

4. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2009) Assinale a opção que, ao substituir elemento destacado no texto, acarreta<br />

erro gramatical.<br />

Entre as diversas providências que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem tomando com o objetivo de tornar mais<br />

transparente e eficiente a administração do Poder Judiciário, uma das mais simples começará a ser adotada<br />

brevemente. Trata-se da divulgação, pela internet, de todas as despesas de custeio e de investimento da Justiça<br />

Federal, da Justiça do Trabalho, das Justiças estaduais, da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar. Até hoje, só<br />

alguns tribunais vinham divulgando suas contas. A medida, juntamente com os indicadores de desempenho<br />

funcional e as inspeções da Corregedoria Nacional de Justiça, permitirá identificar os casos de má gestão<br />

financeira, de arbitrariedades, de malversação de recursos públicos e de gastos perdulários. Por gastar<br />

excessivamente com a manutenção dos gabinetes de seus dirigentes, por exemplo, alguns Tribunais de Justiça<br />

estaduais não dispunham de recursos suficientes <strong>para</strong> manter as varas judiciais, prejudicando com isso o<br />

atendimento à população. Contribuindo <strong>para</strong> racionalizar a gestão dos recursos financeiros dos tribunais, as<br />

novas regras do CNJ ajudarão o Judiciário a melhorar sua imagem perante a opinião pública. Há dois meses, a<br />

pesquisa Índice Latino-americano de Transparência Orçamentária, realizada em 12 países, apontou o Judiciário<br />

como o mais “opaco” dos Três Poderes. Quanto mais transparente for a Justiça, maior será sua credibilidade.<br />

a) “vem tomando” > tem tomado<br />

b) “vinham divulgando” > tem divulgado<br />

c) “permitirá identificar” > vai permitir que se identifiquem<br />

d) “prejudicando com isso” > o que tem prejudicado<br />

e) “Contribuindo” > Ao contribuir<br />

5. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2009) (Adaptada) Em relação às estruturas do texto abaixo, julgue se a<br />

afirmativa é correta ou incorreta.<br />

Para que a cobertura mínima oferecida pelos planos de saúde aos seus segurados inclua as tecnologias, os<br />

tratamentos e os equipamentos que entraram em uso recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar<br />

(ANS) acrescentou 73 novos procedimentos à lista de exames, consultas, cirurgias e outros serviços que as<br />

operadoras são obrigadas a oferecer. (...)<br />

O emprego do modo subjuntivo em “inclua” justifica-se por se tratar de uma oração subordinada que apresenta um fato<br />

hipotético ou provável.<br />

6. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2009) (Adaptada) Em relação aos elementos do texto, julgue se a afirmativa é<br />

correta ou incorreta.<br />

(...) Isso se traduziu como forte pressão sobre as finanças públicas, que estão acusando déficits muito elevados.<br />

A substituição de “se traduziu” por foi traduzido prejudica a correção gramatical do período.<br />

7. (FDC – MAPA – Administrador – 2010) Observe a flexão do verbo MAPEAR no trecho “sendo o alicerce <strong>para</strong> que as<br />

empresas MAPEIEM seu roteiro futuro” (1 o parágrafo). Em português, os verbos terminados no infinitivo em -ear e<br />

alguns terminados em -iar apresentam ditongação em determinadas formas. Nesse sentido, pode-se afirmar que está


INCORRETA a seguinte frase imperativa:<br />

a) Não odeies teus inimigos.<br />

b) Refreia os teus impulsos.<br />

c) Não negoceies sem considerar teus princípios éticos.<br />

d) Desnorteia quem te persegue.<br />

e) Principia a frase com a letra de teu nome.<br />

8. (FDC – FUNASA – Administrador – 2010) Com a forma verbal grifada em “Os estudos serão apresentados ao Ministério<br />

da Saúde...”, o autor do texto pretende dizer ao leitor que os estudos referidos:<br />

a) devem ser publicados e discutidos em congressos futuramente.<br />

b) serão apresentados futuramente, ainda que sem data certa.<br />

c) em futuro bem próximo, os estudos serão apresentados.<br />

d) serão obrigatoriamente apresentados às autoridades.<br />

e) serão apresentados em um ato oficial.<br />

9. (FDC – FUNASA – Administrador – 2010) A frase “Os estudos serão apresentados ao Ministério da Saúde” equivale<br />

semanticamente a:<br />

a) O Ministério da Saúde apresentará os estudos.<br />

b) Apresentar-se-ão os estudos ao Ministério da Saúde.<br />

c) Ao Ministério da Saúde cabe apresentar os estudos.<br />

d) Por meio dos estudos, o Ministério da Saúde será informado.<br />

e) O Ministério da Saúde será o encarregado de apresentar os estudos.<br />

10. (FDC – Câmara Municipal de Petrópolis – Arquivista – 2010) Suponha que, quando os policiais chegaram ao local do<br />

incidente, flagraram uma pessoa a retirar pertence de Dario, dando ao larápio voz de prisão nos seguintes termos: “Levanta<br />

suas mãos <strong>para</strong> o alto. Afaste-se da vítima e não mexa em seus pertences. Passa teus documentos e considere-se preso”.<br />

Para que a voz de prisão esteja rigorosamente de acordo com a norma culta da língua e em tratamento formal, os termos<br />

terão de ser expressos da seguinte forma:<br />

a) Levanta suas mãos <strong>para</strong> o alto. Afasta-te da vítima e não mexa em teus pertences. Passa teus documentos e considerese<br />

preso.<br />

b) Levante tuas mãos <strong>para</strong> o alto. Afaste-se da vítima e não mexas em seus pertences. Passai teus documentos e<br />

considere-te preso.<br />

c) Levante suas mãos <strong>para</strong> o alto. Afastai-vos da vítima e não mexais em seus pertences. Passe teus documentos e<br />

considere-se preso.<br />

d) Levanta tuas mãos <strong>para</strong> o alto. Afasta-te da vítima e não mexas em seus pertences. Passa teus documentos e<br />

considera-te preso.<br />

e) Levantai tuas mãos <strong>para</strong> o alto. Afaste-se da vítima e não mexe em teus pertences. Passe seus documentos e<br />

considera-te preso.<br />

(...) Por enquanto a equipe econômica brasileira resiste em adotar este passo, pois, <strong>para</strong> o economista americano J. L.,<br />

o reforço no balanço orçamentário e as ações de caráter mais estrutural são, muitas vezes, as respostas mais<br />

adequadas <strong>para</strong> o aumento de fluxos. “Mas pode haver circunstâncias em que os controles cambiais sejam úteis,<br />

numa medida temporária, <strong>para</strong> lidar com esse crescimento de capital”, afirma.<br />

11. (Esaf – CVM – Analista de Sistemas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O uso do modo subjuntivo em “sejam” ressalta a ideia de uma hipótese, uma possibilidade; <strong>para</strong> se fazer uma afirmação,<br />

o desenvolvimento textual admitiria a forma de indicativo: são ou serão.<br />

Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de receita do Estado. Apesar desta missão ser,<br />

por si só, relevante, na medida em que garante os recursos financeiros <strong>para</strong> que o Poder Público bem exerça seu<br />

mister, a verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na tributação. (...)<br />

12. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao<br />

substituir “exerça” por exercesse?<br />

Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, (...) A internet, por<br />

exemplo, apareceu em grande escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução que ela fizera nos negócios,<br />

na cultura e na vida das pessoas 10 anos depois.<br />

13. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2010) (Adaptada) No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na


argumentação do texto ao I- retirar “é” e II- substituir “fizera” por havia feito?<br />

14. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto se os<br />

infinitivos flexionados fossem substituídos pelas respectivas formas do infinitivo não flexionado no segmento “Ficamos a<br />

olhar o verde do jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a pre<strong>para</strong>rem os corpos <strong>para</strong> novas caminhadas”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

15. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Na linha 11 (A indispensabilidade da teoria política viria<br />

dessa necessidade de autoconhecimento dos indivíduos), o uso do futuro do pretérito em “viria” sugere a intenção do<br />

autor em manter distanciamento em relação à ideia da “necessidade de autoconhecimento dos indivíduos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo<br />

estudos focados em entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas – estejam elas no topo ou na<br />

base” (...)<br />

A obrigatoriedade do emprego da forma verbal “estejam”, no modo subjuntivo, decorre da relação sintática entre essa forma<br />

verbal e o trecho “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

17. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) “A escola da era da globalização, tecnologia e informação<br />

deve pre<strong>para</strong>r o educando <strong>para</strong> intervir criticamente na realidade e transformá-la, e não apenas <strong>para</strong> integrá-lo<br />

ao mercado de trabalho. Esse aluno deverá ter o perfil do cidadão engajado na luta pela justiça social” (...)<br />

Do ponto de vista argumentativo, o uso reiterado do verbo auxiliar dever, como em “deve pre<strong>para</strong>r” e “deverá ter”, indica<br />

grande probabilidade de os objetivos associados a essas formas verbais se tornarem realidade.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) A substituição da forma verbal “tornava” (... tinha suas<br />

fraquezas e imperfeições, mas sabia que isso não o tornava menos humano e digno) por tornasse preservaria as regras<br />

gramaticais bem como a coesão e a coerência do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

19. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) (...) Ela é o nosso radar <strong>para</strong> o perigo. Se nós, ou nossos<br />

ancestrais, fôssemos aguardar que a mente racional tomasse uma decisão, teríamos, provavelmente, não só cometido erros,<br />

mas também desaparecido como espécie.<br />

O emprego das formas verbais no subjuntivo “fôssemos” e “tomasse” deve-se à presença do elemento gramatical “Se”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/UnB – STM – Analista Judiciário – 2011) (...) Quando a polícia reage, os vândalos voltam a se misturar à massa de<br />

gente que protesta pacificamente, na esperança de, com isso, provocar um tumulto e incitar outros manifestantes a entrar<br />

no confronto. (...)<br />

As formas verbais infinitivas “misturar” e “provocar” poderiam ser corretamente substituídas por suas formas flexionadas,<br />

misturarem e provocarem.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (...) O debate voltou à tona após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem, no mês passado, mais de duzentas pastas<br />

com textos <strong>para</strong> serem reproduzidos em uma universidade do Rio de Janeiro, sob a alegação de crime de direitos autorais.<br />

(...)<br />

A forma verbal “apreenderem” poderia ser corretamente substituída pela forma verbal composta terem apreendido.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Da memória e da reminiscência<br />

A fenomenologia da memória aqui proposta estrutura-se em torno de duas perguntas:


De que há lembrança? De quem é a memória?<br />

Essas duas perguntas são formuladas dentro do espírito da fenomenologia husserliana. Privilegiou-se, nessa herança, a<br />

indagação colocada sob o adágio bem conhecido segundo o qual toda consciência é consciência de alguma coisa. (...) Se<br />

nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o eu, na primeira pessoa do singular, a noção de memória coletiva<br />

poderá apenas desempenhar o papel analógico, ou até mesmo de corpo estranho na fenomenologia da memória. (...)<br />

22. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Estaria mantida a correção gramatical se as formas verbais “são<br />

formuladas” e “Privilegiou-se” fossem substituídas, respectivamente, por formulam-se e foi privilegiada.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

23. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Ainda com relação a esse texto, julgue os itens a seguir.<br />

Se a conjunção “Se” fosse substituída por Caso, deveria ser alterado o tempo e mantido o modo verbal empregado na oração<br />

condicional.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

24. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) (...) “A nova sociedade de redes favorecerá o advento de um<br />

mundo menos marcado pelos desequilíbrios sociais ou reforçará as desigualdades planetárias, criando excluídos<br />

da modernidade digital? (...)<br />

Ao empregar o futuro do presente do indicativo em “favorecerá” e “reforçará”, o autor faz uma previsão de duas<br />

características que distinguirão da sociedade atual a “nova sociedade”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

25. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) A locução verbal “havia imprimido” pode ser substituída por<br />

imprimira, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical e <strong>para</strong> o sentido do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

26. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) (...) “Nós vivemos na era da informação e as nações que quiserem<br />

realmente estar nesse tempo devem colocar cada vez mais informações na rede.” (...)<br />

O emprego do modo subjuntivo em “quiserem” revela que, na construção da textualidade, a intenção do autor do argumento é<br />

sugerir que há nações que resistem a “estar nesse tempo”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

27. (Cespe/UnB – FUB – Médico – 2011) Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet”, a forma<br />

verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, sem alteração do sentido ou da correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2º § No entanto, sem escala de valor está a vida de milhares de pessoas que faleceram e virão a sucumbir, vítimas das<br />

enchentes. Segundo dados da ONU (2005), em 1988 mais de 15 mil pessoas foram mortas em consequência de enchentes;<br />

em 1999, o número de vítimas subiu <strong>para</strong> quase 35 mil. Esse quadro é configurado como o mais dramático e triste do<br />

problema das inundações urbanas, pois a maioria dessas mortes, de alguma forma, poderiam ter sido evitadas.<br />

6º § A quantidade de material suspenso na drenagem pluvial apresenta uma carga muito alta, considerando a vazão envolvida.<br />

Esse volume é mais significativo no início das enchentes. Os primeiros 25 mm de escoamento superficial geralmente<br />

transportam grande parte da carga poluente de origem pluvial.<br />

28. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal de Atividades Urbanas – 2011) Assinale a alternativa correta acerca de<br />

fatos gramaticais e semânticos presentes no texto I.<br />

a) Nas linhas 1 e 2 (2 o §), os verbos falecer e vir a sucumbir expressam, respectivamente, uma ação concluída, observada<br />

no seu término, no seu resultado, e uma ação a ocorrer após o momento em que se enuncia o fato.<br />

b) Na última linha do 2 o §, a locução verbal ‘poderiam ter sido evitadas’ ficaria bem ajustada às normas gramaticais com o<br />

uso do verbo “ter” no plural, em concordância com o substantivo “mortes”, que faz parte do sujeito da frase.<br />

e) No 6 o §, o termo “suspenso” pode ser trocado por suspendido, pois ambas as formas pertencem ao verbo suspender e<br />

são permutáveis sem reservas em contextos frasais que exijam o emprego do particípio.


Fragmento de texto<br />

Por outro lado, <strong>para</strong> o cientista, não existe dúvida de que o aspecto mais notável da memória é o esquecimento. Afinal,<br />

se uma pessoa se lembrasse de tudo, em todos os pormenores, não conseguiria pensar de forma genérica. Se as<br />

mulheres conseguissem reproduzir por completo os momentos da dor do parto, nenhuma teria mais de um filho.<br />

29. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal de Atividades Urbanas – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está<br />

correta ou incorreta?<br />

– A troca de “lembrasse” por lembrar altera o sentido da frase e exige mudança em outro termo do enunciado.<br />

30. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista (Direito) – 2011) No trecho “Se Mubarak caísse, o que viria em seu lugar”, estaria mantida<br />

a correção gramatical do texto caso se substituíssem as formas verbais “caísse” e “viria” por cair e virá, respectivamente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

31. (FCC – TRE/PE – Analista Judiciário – 2011) Estão plenamente adequadas a flexão e a correlação entre tempos e modos<br />

dos verbos na frase:<br />

a) As ponderações de Kucinski seriam úteis se acatadas por todos os que estivessem envolvidos no campo de atuação que<br />

ele analisou.<br />

b) Todo louvor aos que se disporem a assumir valores éticos, sem que se importassem com os sacrifícios que isso<br />

representaria.<br />

c) Teria sido o mercado, e não a fraqueza moral de cada um, o fator que levará os jovens a uma competição cada vez mais<br />

violenta.<br />

d) Os jovens jornalistas agem hoje como se nunca houvera necessidade de sobreviver ao tempo em que trabalhassem os<br />

veteranos.<br />

e) Caso ninguém venha a se preocupar com a ética no trabalho, seria inútil que os velhos profissionais venham a nos<br />

lembrar o nome de Pulitzer.<br />

32. (FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Paulo Honório (querer) contar a própria vida, mas, julgando que<br />

não o (conseguir), (pedir) ao jornalista Gondim que o (fazer).<br />

Os verbos indicados entre parênteses estarão adequadamente correlacionados na frase acima caso se flexionem nas seguintes<br />

formas:<br />

a) quisera − conseguirá − pedisse − faria;<br />

b) queria − conseguiria − pediu − fizesse;<br />

c) queria − conseguisse − pedia − faça;<br />

d) quis − consegue − pede − fizesse;<br />

e) quis − conseguiu − pediu − faça.<br />

33. A transposição <strong>para</strong> a voz ativa da frase Foi assim que sempre se fez a literatura tem como resultado:<br />

a) Sempre foi assim que a literatura fez.<br />

b) Assim é que sempre foi feita a literatura.<br />

c) Terá sido feito sempre assim, a literatura.<br />

d) Foi sempre assim que a literatura tem feito.<br />

e) Foi assim que sempre fizeram a literatura.<br />

34. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) ... a leitura em profundidade foi substituída pela massa de<br />

informações, em sua maioria superficiais...<br />

Com a transposição da frase acima <strong>para</strong> a voz ativa, o verbo passará a ser:<br />

a) substituíram;<br />

b) substituiu;<br />

c) substituíra;<br />

d) tinham substituído;<br />

e) substituiriam.<br />

35. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirma que os<br />

ganhos da produtividade na pecuária poderiam liberar terras suficientes <strong>para</strong> dobrar a área plantada com<br />

alimentos.<br />

O emprego da forma verbal grifada acima indica, considerando-se o contexto:<br />

a) certeza que consolida a afirmativa feita;<br />

b) ação habitual e repetitiva, em relação à pecuária;


c) fato histórico, constante no tempo;<br />

d) realidade a ser confirmada num futuro imediato;<br />

e) hipótese, a partir de certa condição implícita.<br />

36. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) A expectativa é de que o Brasil tenha de arcar com 40% desse<br />

aumento.<br />

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está também grifado na frase:<br />

a) Embora domine as técnicas mais modernas, na média, a produtividade da agropecuária brasileira ainda está distante de<br />

alcançar seu pleno potencial.<br />

b) Grosso modo, as pastagens brasileiras possuem uma unidade animal por hectare.<br />

c) Para isso, terá dois caminhos ...<br />

d) ... esse investimento muitas vezes não se justifica do ponto de vista estritamente econômico.<br />

e) “Além disso, o Brasil ainda pode aumentar muito a produtividade de grãos, como o milho, o trigo e o feijão”, afirma.<br />

37. (FCC – TRT/AL (19R) – Técnico Judiciário – 2011) ... que pouco conhecia sobre ciência.<br />

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:<br />

a) ... embora uma corrente de autores continuem...<br />

b) ... escritores do século XIX elogiaram as realizações de Leonardo...<br />

c) Os relatos do século XIX sobre Leonardo enfatizavam o fato...<br />

d) Pelo contrário, se ele não realizou coisa alguma...<br />

e) O poderoso mito de Leonardo alcança esse patamar...<br />

38. (FCC – TRE/RN – Técnico Judiciário – 2011) ... viu pedrinhas ali perto.<br />

A passagem <strong>para</strong> a voz passiva da frase acima resulta na seguinte forma verbal:<br />

a) viu-se;<br />

b) é visto;<br />

c) são vistas;<br />

d) tinha visto;<br />

e) foram vistas.<br />

39. (FCC – TRE/RN – Técnico Judiciário – 2011) É comum que, durante suas brincadeiras, as crianças se ...... <strong>para</strong> um<br />

universo mágico e ...... a identidade de uma personagem admirada, ...... um super-herói ou uma figura da realeza.<br />

Preenche corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, o que está em:<br />

a) transportam – assumem – seja;<br />

b) transportem – assumem – seria;<br />

c) transportem – assumam – seja;<br />

d) transportam – assumiriam – sendo;<br />

e) transportariam – assumiriam – seria.<br />

40. (FCC – TRE/RN – Técnico Judiciário – 2011) Observe o texto:<br />

João e Maria<br />

Agora eu era o herói<br />

E o meu cavalo só falava inglês<br />

A noiva do cowboy<br />

Era você<br />

Além das outras três<br />

Eu enfrentava os batalhões<br />

Os alemães e seus canhões<br />

Guardava o meu bodoque<br />

E ensaiava um rock<br />

Para as matinês<br />

(...)<br />

Não, não fuja não<br />

Finja que agora eu era o seu brinquedo<br />

Eu era o seu pião<br />

O seu bicho preferido<br />

Sim, me dê a mão<br />

A gente agora já não tinha medo<br />

No tempo da maldade


Acho que a gente nem tinha nascido<br />

Chico Buarque e Sivuca<br />

I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inadequado,<br />

pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.<br />

II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos grifados estão flexionados no mesmo<br />

modo.<br />

III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha medo e Acho que a<br />

gente nem tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.<br />

Está correto o que se afirma em:<br />

a) I, apenas.<br />

b) II, apenas.<br />

c) III, apenas.<br />

d) I e II, apenas.<br />

e) I, II e III.<br />

41. (FCC – TRE/AP – Técnico Judiciário – 2011) Está corretamente empregada a palavra destacada na frase<br />

a) Constitue uma grande tarefa transportar todo aquele material.<br />

b) As pessoas mais conscientes requereram anulação daquele privilégio.<br />

c) Os fiscais reteram o material dos artistas.<br />

d) Quando ele vir até aqui, trataremos do assunto.<br />

e) Se eles porem as pastas na caixa ainda hoje, pode despachá-la imediatamente.<br />

42. (FCC – TRT/MT (23R) – Analista Judiciário – 2011) Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a<br />

linguagem do poder...<br />

Transpondo-se a frase acima <strong>para</strong> a voz passiva, a forma verbal resultante será:<br />

a) eram faladas;<br />

b) foi falada;<br />

c) se falaram;<br />

d) era falada;<br />

e) tinha-se falado.<br />

43. (FCC – TRT/MT (23R) – Analista Judiciário – 2011) O verbo corretamente empregado e flexionado está grifado em:<br />

a) É de se imaginar que, se os viajantes setecentistas antevessem as dificuldades que iriam de<strong>para</strong>r, muitos deles<br />

desistiriam da aventura antes mesmo de embarcar.<br />

b) O que quer que os compelisse, cabe admirar a coragem desses homens que partiam <strong>para</strong> o desconhecido sem saber o<br />

que os aguardava a cada volta do rio.<br />

c) Caso não se surtisse com os mantimentos necessários <strong>para</strong> o longo percurso, o viajante corria o risco de literalmente<br />

morrer de fome antes de chegar ao destino.<br />

d) Se não maldiziam os santos, é bastante provável que muitos dos viajantes maldizessem ao menos o destino diante das<br />

terríveis tribulações que deviam enfrentar.<br />

e) Na história da humanidade, desbravadores foram não raro aqueles que sobreporam o desejo de enriquecer à relativa<br />

segurança de uma vida sedentária.<br />

44. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) Em há verbos supostamente ativos que não expressam ação realizada,<br />

alterando a flexão dos verbos haver e expressar <strong>para</strong> o pretérito perfeito do indicativo, tem-se:<br />

a) havia verbos supostamente ativos que não expressavam ação realizada;<br />

b) houve verbos supostamente ativos que não expressaram ação realizada;<br />

c) houveram verbos supostamente ativos que não expressavam ação realizada;<br />

d) haviam verbos supostamente ativos que não expressavam ação realizada;<br />

e) houve verbos supostamente ativos que não expressavam ação realizada.<br />

45. (FCC – BB – Escriturário – 2011) É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que<br />

sejam bem-sucedidos na profissão. (3 o parágrafo)<br />

O emprego das formas verbais grifadas acima denota:<br />

a) hipótese passível de realização;<br />

b) fato real e definido no tempo;<br />

c) condição de realização de um fato;<br />

d) finalidade das ações apontadas no segmento;


e) temporalidade que situa as ações no passado.<br />

46. (FCC – TRE/TO – Analista Judiciário – 2011) Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim<br />

mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.<br />

O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por:<br />

a) escolheria;<br />

b) havia escolhido;<br />

c) houvera escolhido;<br />

d) escolhesse;<br />

e) teria escolhido.<br />

47. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) Leia:<br />

Sob Medida<br />

Chico Buarque<br />

Se você crê em Deus<br />

Erga as mãos <strong>para</strong> os céus e agradeça<br />

Quando me cobiçou<br />

Sem querer acertou na cabeça<br />

No fragmento acima, passando as formas verbais destacadas <strong>para</strong> a segunda pessoa do singular, a sequência correta é:<br />

a) crês, ergues, agradecei, cobiçais, acertai;<br />

b) crês, ergue, agradece, cobiçaste, acertaste;<br />

c) credes, ergueis, agradeceis, cobiçaste, acertaste;<br />

d) credes, ergas, agradeças, cobiçais, acertais;<br />

e) creis, ergues, agradeces, cobiçaste, acertaste.<br />

48. (Cesgranrio – Transpetro – Administrador Júnior – 2011) O trecho em que se encontra voz passiva pronominal é:<br />

a) “feito hamsters que se alimentam de sua própria agitação.”;<br />

b) “Recolher-se em casa,”;<br />

c) “sinal de que não se arrumou ninguém”;<br />

d) “Mas, se a gente aprende a gostar (...)”;<br />

e) “nela a gente se refaz (...)”;<br />

49. (Cesgranrio – Transpetro – Administrador Júnior – 2011) A sentença em que o verbo entre parênteses está corretamente<br />

flexionado é:<br />

a) O coordenador reveu as necessidades dos grupos. (rever)<br />

b) A impaciência deteu as pessoas. (deter)<br />

c) Eu reavejo minhas convicções diariamente. (reaver)<br />

d) Quando você se opor à minha solidão, ficarei aborrecido. (opor)<br />

e) Nós apreciamos os bons alunos. (apreciar)<br />

50. (FCC – TRT/RS (4R) – Analista Judiciário – 2011) A conciliação, antes de tudo, tem proporcionado às partes o efetivo<br />

acesso à Justiça, pois elas participam diretamente no resultado apaziguador do conflito.<br />

Transpondo o segmento destacado na frase acima <strong>para</strong> a voz passiva, a forma verbal resultante é:<br />

a) têm proporcionado;<br />

b) tem sido proporcionado;<br />

c) tinham proporcionado;<br />

d) era proporcionado;<br />

e) foi proporcionado.<br />

51. (FCC – TRT/RS (4R) – Analista Judiciário – 2011) Observe o texto:<br />

Esta é uma história da Bossa Nova e dos dois rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta<br />

anos. É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por<br />

alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil<br />

começou a trocá-la por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita – sem interferir,<br />

espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem. Os seres humanos, assim como os LPs,<br />

têm lados A e B, e houve um esforço máximo <strong>para</strong> que ambos fossem mostrados. (...)<br />

O segmento que expressa uma ação durativa que se prolonga do passado até ao momento da fala do autor é:<br />

a) tendo sido escrito;<br />

b) vem ouvindo;


c) começou a trocá-la;<br />

d) acabou se intrometendo;<br />

e) têm.<br />

52. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) Está inadequada a correlação entre tempos e modos verbais no seguinte<br />

caso:<br />

a) Muitos se lembrariam da alegria voraz com que eram disputadas as toneladas da vítima.<br />

b) Foi salva graças à religião ecológica que andava na moda e que por um momento estabelecera uma trégua entre todos.<br />

c) Um malvado sugere que se dê por perdida a batalha e comecemos logo a repartir os bifes.<br />

d) Depois de se haver debatido por três dias na areia da praia a jubarte acabara sendo salva por uma traineira que vinha<br />

socorrê-la.<br />

e) Já informado do salvamento da baleia, o cronista teve um sonho em que o animal lhe surgiu com a força de um símbolo.<br />

53. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) ... em que as melhores cadências do samba e da canção se aliaram com<br />

naturalidade às deformações normais de português brasileiro...<br />

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:<br />

a) São Paulo muda muito...<br />

b) ... <strong>para</strong> nos porem no Alto da Mooca...<br />

c) Talvez João Rubinato não exista...<br />

d) ... Adoniran não a deixará acabar...<br />

e) Mas a cidade que nossa geração conheceu...<br />

54. (FCC – TRF/2R – Analista Judiciário (ADM) – 2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em:<br />

a) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não requiseram mais do que o esquecimento e a<br />

passagem do tempo.<br />

b) Quando se imaginou que Paraty havia sido <strong>para</strong> sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge do<br />

esquecimento, em 1974.<br />

c) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram<br />

longos anos de esquecimento.<br />

d) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações predatórias, <strong>para</strong> que a cidade não sucumba aos atropelos<br />

do turismo selvagem.<br />

e) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios <strong>para</strong> que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico de<br />

inegável valor histórico.<br />

55. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) ... deve cuidar <strong>para</strong> que os impactos ambientais sejam<br />

mitigados e compensados.<br />

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em:<br />

a) Quando se tem em conta ...<br />

b) ... ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.<br />

c) As questões que se contrapõem ...<br />

d) ... não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos.<br />

e) ... que podem ser feitos na direção de ...<br />

Fragmento de texto:<br />

A discussão sobre “centro” e “periferia” no pensamento brasileiro vincula-se a elaborações que se dão num âmbito<br />

mais amplo, latino-americano.<br />

(...)<br />

No entanto, a elaboração anterior à CEPAL preocupava-se principalmente com os países capitalistas avançados,<br />

interessando-se pelos países “atrasados” na medida em que desenvolvimentos ocorridos neles repercutissem <strong>para</strong><br />

além deles.<br />

(...)<br />

Assim, o marxismo, a teoria da modernização e a economia neoclássica tendiam a considerar que os mesmos caminhos<br />

seguidos pelas sociedades em que foram formulados teriam que ser trilhados pelo resto do mundo, “atrasado”.<br />

56. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) A única afirmação INCORRETA sobre a forma transcrita do texto é:<br />

a) vincula-se / O tempo e o modo verbais indicam que a ideia é tomada como verdadeira.<br />

b) preocupava-se / A forma verbal designa que o fato é concebido como contínuo.<br />

c) interessando-se / Esse gerúndio, colocado depois do verbo principal − preocupava-se −, indica uma ação simultânea<br />

ou posterior, e pode ser legitimamente considerado equivalente a “e interessava-se”.


d) repercutissem / Essa forma subjuntiva enuncia a ação do verbo como eventual.<br />

e) teriam / Constitui forma polida de presente, atenuando a ideia de obrigação ou dever.<br />

Fragmento de texto:<br />

“Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos caracterizam, que hão de alimentar a busca de<br />

soluções endógenas, que nem sempre têm por que coincidir com as do mundo altamente industrializado”.<br />

(...)<br />

O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela não foi redigida no princípio do século XIX e sim<br />

no dia 29 de maio de 1993, exatamente um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um documento aprovado<br />

por vários intelectuais ibero-americanos, na Guatemala, como parte da pre<strong>para</strong>ção da III Conferência de Cúpula<br />

da região, a realizar-se em Salvador, na Bahia.<br />

(...)<br />

Ao que parece, nada envelheceu nessas palavras. Quase todos os brasileiros se orgulhariam de repeti-las, como se<br />

elas fossem novas e matinais, como se fôssemos contemporâneos do grito do Ipiranga.<br />

(...)<br />

Só uma coisa não mudou: o nacionalismo cultural. Continuamos repetindo, ritualmente, que a cultura brasileira (ou<br />

latino-americana) deve desfazer-se dos modelos importados e voltar-se <strong>para</strong> sua própria tradição cultural.<br />

57. (FCC – Prefeitura Municipal/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal I (Gestão Tributária) – 2012) O texto legitima o<br />

seguinte comentário:<br />

a) Em Continuamos repetindo, a ideia de ação em processo é decorrência exclusiva da forma Continuamos.<br />

b) A forma verbal foi redigida exprime fato passado considerado contínuo.<br />

c) A forma a realizar-se em Salvador exprime fato futuro em relação à data de redação do documento, mas passado em<br />

relação à data do artigo.<br />

d) Em se orgulhariam de repeti-las, tem-se a expressão de um fato possível, mas considerado de pouca probabilidade.<br />

e) Em hão de alimentar, a forma verbal exprime, além da ideia de futuro, a de que o evento é desejado.<br />

58. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário (ADM) – 2012) Há 40 anos, a mais célebre crítica de cinema dos Estados<br />

Unidos, Pauline Kael (1919-2001), publicava seu artigo mais famoso.<br />

Transpondo a frase destacada <strong>para</strong> a voz passiva, a forma verbal encontrada é:<br />

a) publicaram;<br />

b) havia sido publicado;<br />

c) publicou-se;<br />

d) tinha publicado;<br />

e) era publicado.<br />

59. (FDC – Prefeitura Itaboraí/RJ – Fiscal de Tributos – 2012) A frase que se encontra integralmente na voz ativa é:<br />

a) “Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não perceba isso”. (Paulo Francis)<br />

b) “De dez em dez anos toda a burocracia precisa ser fuzilada e trocada”. (Stalin)<br />

c) “O Brasil é a melhor piada que já foi contada por um português”. (<strong>Fernando</strong> Pedreira)<br />

d) “Advogados são as únicas pessoas cuja ignorância da lei não é punida com cadeia”. (Jeremy Bentham)<br />

e) “O Brasil é um país perigosamente gasoso. Os problemas são detectados, mas ninguém sabe resolvê-los.” (Arnaldo<br />

Jabor)<br />

60. “Honrarás pai e mãe!” Esse é um mandamento da Igreja Católica, que poderia ser ampliado a todas as igrejas. Nesse caso,<br />

o emprego do futuro do presente do indicativo tem valor de:<br />

a) incentivo;<br />

b) conselho;<br />

c) pedido;<br />

d) alerta;<br />

e) ordem.<br />

61. (CEPERJ – Procon/RJ – Técnico em Contabilidade – 2012) Dentre os verbos irregulares há aqueles que apresentam<br />

alguma variação no radical, ou seja, na “base” da palavra.<br />

Um exemplo de verbo irregular encontra-se no seguinte exemplo do texto:<br />

a) “quem lhe escreve”;<br />

b) “vivi uma tremenda aventura”;<br />

c) “quanto tempo isso levaria”;<br />

d) “Éramos centenas ali”;


e) “sempre falava nisso”;<br />

62. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Da combinação inusitada do verbo morrer, flexionado no pretérito perfeito do<br />

indicativo, com a expressão adverbial “desde pequena” (Eu sei morrer. Morri desde pequena.) infere-se uma compreensão<br />

da morte diferente da que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho morrendo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento do poema<br />

Ó grandes oportunistas... que calculais...(...)/Ó personagens solenes (...)/ Ó soberbos titulares<br />

63. (Cespe/UnB – PF – Agente – 2012) No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder, foram utilizados os<br />

seguintes recursos que permitem que a poeta se dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1, 9 e<br />

33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo afirmativo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

Vestidos de palhaço, eles aproveitam o tempo dos carros <strong>para</strong>dos no semáforo <strong>para</strong> cumprir essa missão. Com cartazes<br />

educativos, ocupam a faixa de pedestres, fazem performances e brincam com os motoristas.<br />

64. (Cespe/UnB – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) Sem prejuízo semântico <strong>para</strong> o texto, as formas verbais “fazem” e<br />

“brincam” poderiam ser substituídas pelas formas fazendo e brincando, respectivamente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

65. (AOCP – BRDE – Analista de Sistemas – 2012) Assinale a alternativa cuja sequência verbal destacada constitui um<br />

exemplo de tempo composto.<br />

a) “Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas”<br />

b) “...um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética <strong>para</strong> continuar proliferando”<br />

c) “as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão à experiência histórica”<br />

d) “Pode parecer um <strong>para</strong>doxo que a poesia desse período, a mesma que tem continuidade”<br />

e) “... tenha passado a fazer um uso relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição”<br />

66. (Funcab – MPE/RO – Técnico em Contabilidade – 2012) Em “(...) A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no<br />

portão, olhando o movimento.(...)”, o tempo verbal mostra uma ação:<br />

a) iniciada no passado, continuada no presente;<br />

b) realizada em futuro próximo;<br />

c) subordinada a uma ação futura;<br />

d) repetida, independente da ação passada;<br />

e) já terminada;<br />

67. (Funcab – MPE/RO – Analista – 2012) Assinale a alternativa em que o verbo em destaque foi corretamente conjugado.<br />

a) Se você INTERPOR um recurso, talvez consiga reverter a situação.<br />

b) Ele INTERVIU assim que a situação piorou.<br />

c) Se você VER que a situação piorou, volte <strong>para</strong> cá.<br />

d) Quando você VIM <strong>para</strong> cá, traga a pasta da diretoria.<br />

e) Você só será respeitado se se IMPUSER.<br />

68. (FCC – TJ/PE – Técnico Judiciário – 2012) “No meu tempo, já existiam velhos, mas poucos”. A frase de Machado de<br />

Assis nos leva a supor que havia mais velhos quando ele próprio se tornou um velho. E hoje, muito mais ainda, embora os<br />

manuais de redação recomendem que não se fale mais em “velhos”, mas em “idosos”.<br />

(Carlos Heitor Cony, “Prazo de validade”. Folha de S. Paulo, A2 opinião, 27/10/2011)<br />

No fragmento acima, as formas verbais havia e se tornou foram empregadas <strong>para</strong>:<br />

a) indicar, respectivamente, uma ação provável e uma ação efetivamente realizada no passado;<br />

b) indicar, entre ações simultâneas passadas, uma que estava se processando quando sobreveio a outra;<br />

c) denotar que ambas as ações tiveram a mesma duração momentânea;<br />

d) substituir, ambas, o futuro do pretérito;<br />

e) denotar fatos que foram um (o segundo) a consequência do outro (o primeiro).<br />

69. (CEPERJ – Procon/RJ – Advogado – 2012) “todos que são impactados pelas mídias de massa”


O fragmento transcrito acima apresenta uma construção na voz passiva do verbo.<br />

Outro exemplo de voz passiva encontra-se em:<br />

a) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família”<br />

b) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado <strong>para</strong> a persuasão do público infantil”<br />

c) “evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo.”<br />

d) “Elas são assediadas pelo mercado”<br />

e) “valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética”<br />

70. (MPE/SC – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2012) O verbo, quando usado no modo imperativo, torna o texto mais<br />

vigoroso e com forte teor de persuasão, porém precisa ser usado corretamente, de acordo com o sujeito a que se refere.<br />

Identifique, pois, a(s) alternativa(s) em que o sujeito apresentado correspondente à flexão do verbo:<br />

I. Chora, grita, esperneia, mas demonstra alguma reação. (sujeito: você)<br />

II. Confira detalhadamente toda a documentação anexa ao processo. (sujeito: você)<br />

III. Não demonstres qualquer reação durante o depoimento das testemunhas. (sujeito: tu)<br />

IV. Compreende que a decisão tomada pelo juiz foi bastante coerente. (sujeito: tu)<br />

V. Sê cuidadoso com tudo o que é dito ou escrito. (sujeito: tu)<br />

a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.<br />

b) Apenas as assertivas III, IV e V estão corretas.<br />

c) Apenas as assertivas II, III, IV e V estão corretas.<br />

d) Apenas as assertivas I, II, e IV estão corretas.<br />

e) Todas as assertivas estão corretas.<br />

71. (Esaf – MI-CENAD – Estatístico – 2012) Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto,<br />

de modo a manter o correto uso dos modos e tempos verbais e a coerência entre as ideias.<br />

Assim que o governo divulgou o crescimento zero do produto interno bruto brasileiro no terceiro semestre, não faltaram<br />

prognósticos negativos a respeito da economia do país e houve até quem _____(1)_____ em risco de recessão no<br />

futuro próximo. Basta um olhar mais atento aos números de 2011 <strong>para</strong> _______(2)_______ que o pessimismo não<br />

se justifica. Entre os empresários não são poucas as vozes que______(3)______dos alarmistas. Não faltam<br />

motivos <strong>para</strong> supor que, em 2011, os números da economia brasileira_____(4)______vir ainda mais fortes. Além<br />

dos juros menores, conforme______(5)______ a maioria dos economistas, do crédito em expansão, e dos<br />

incentivos fiscais, está previsto <strong>para</strong> janeiro um reajuste no salário mínimo, o que _____(6)_____ impactos<br />

significativos à renda dos trabalhadores e aposentados. Nesse ciclo, o mercado interno seguirá aquecido.<br />

a) fale / percebermos / discordassem / possam / prevera / trará<br />

b) falasse / perceberem / discordassem / pudessem / prevê / trouxera<br />

c) falasse / perceber / discordam / possam / prevê / trará<br />

d) falou / percebermos / discordaram / podem / prevera / traria<br />

e) falou / perceberem / discordaram / podem / previssem / trouxera<br />

[...]<br />

Não sei se V. Exa. Revma. é como eu. Eu gosto de contemplar o passado, de viver a vida que foi, de pensar nos homens que<br />

antes de nós, ou honraram a cadeira que V. Exa. Revma. ocupa, ou espreitaram, como eu, as vidas alheias. Outras vezes<br />

estendo o olhar pelo futuro adiante, e vejo o que há de ser esta boa cidade de S. Sebastião, um século mais tarde, quando o<br />

bonde for um veículo tão desacreditado como a gôndola, e o atual chapéu masculino uma simples reminiscência histórica.<br />

Podia contar-lhe em duas ou três colunas o que vejo no futuro e o que revejo no passado; mas, além de que não quisera tomar o<br />

precioso tempo de V. Exa. Reverendíssima, tenho pressa de chegar ao ponto principal desta carta, com que abro a minha<br />

crônica.<br />

E vou já a ele.<br />

72. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) Sobre a forma verbal indicada, é INCORRETO afirmar:<br />

a) honraram / Exprime ação completamente concluída.<br />

b) for / Indica um fato possível, considerado altamente provável.<br />

c) estendo / Enuncia um fato que ocorre exclusivamente no momento em que o missivista se expressa.<br />

d) vou / Marca um fato futuro, mas bastante próximo, como o confirma o emprego de já.<br />

e) podia / Está empregado com valor de futuro do pretérito.


Gabarito<br />

1. INCORRETO. 16. ERRADO. 31. A. 46. B. 61. D.<br />

2. INCORRETO. 17. ERRADO. 32. B. 47. B. 62. CERTO.<br />

3. CORRETO. 18. ERRADO. 33. E. 48. C. 63. ERRADO.<br />

4. B. 19. CERTO. 34. B. 49. E. 64. CERTO.<br />

5. CORRETO. 20. ERRADO. 35. E. 50. B. 65. E.<br />

6. INCORRETO. 21. CERTO. 36. A. 51. B. 66. E.<br />

7. C. 22. CERTO. 37. C. 52. D. 67. E.<br />

8. B. 23. CERTO. 38. E. 53. E. 68. B.<br />

9. B. 24. ERRADO. 39. C. 54. D. 69. D.<br />

10. D. 25. CERTO. 40. B. 55. B. 70. C.<br />

11. CORRETO. 26. ERRADO. 41. B. 56. E. 71. C.<br />

12. INCORRETO. 27. CERTO. 42. D. 57. E. 72. C.<br />

13. NENHUM. 28. A. 43. B. 58. E.<br />

14. CERTO. 29. CORRETO. 44. B. 59. A.<br />

15. CERTO. 30. CERTO. 45. A. 60. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 13<br />

Advérbio


Definição<br />

Do ponto de vista semântico, o advérbio é um modificador ou ampliador de sentido de<br />

certos vocábulos ou estruturas e, nessa relação, pode indicar algumas circunstâncias (ou<br />

valores semânticos), como afirmação, acréscimo, negação, modo, lugar, tempo, dúvida,<br />

intensidade, causa, concessão, conformidade, finalidade, condição, meio, instrumento,<br />

assunto, companhia, preço, ordem etc.<br />

Muitas vezes, porém, o advérbio não exprime circunstância alguma, mas meramente<br />

expressa um caráter subjetivo ao enunciado, expressando uma opinião do emissor. Falarei<br />

melhor sobre isso mais à frente, em Valor Discursivo.<br />

Vale a pena dizer, desde já, que muitos advérbios, pelo contexto, mudam seu valor<br />

semântico. Por exemplo, a palavra bem é normalmente um advérbio de modo (Ele fala bem.),<br />

certo? Veja esta frase, então: “Ele estava bem feliz.”. Agora, é um advérbio de intensidade.<br />

Ok? Ainda neste capítulo, veremos isso melhor em Classificação.<br />

Do ponto de vista morfológico, o advérbio não se flexiona em gênero nem em número, por<br />

isso é chamado de palavra invariável. Só varia em grau por meio de derivação. No entanto, o<br />

que mais vemos no dia a dia são as pessoas falando e escrevendo:<br />

– A menina está meia chateada.<br />

– A filha sempre foi menas paciente que a mãe.<br />

– Ela está toda preocupada.<br />

– Os policiais devem se manter alertas o tempo todo.<br />

No penúltimo exemplo, certos gramáticos, como Bechara, e dicionaristas, como Aulete, já<br />

abonam a variação do advérbio, devido à natureza pronominal deste vocábulo. No último<br />

exemplo, Bechara não abona a variação, mas alguns dicionaristas, como Aurélio, e certos<br />

gramáticos, como Napoleão Mendes de Almeida, abonam. Temos aí uma polêmica, não é?<br />

Cuidado com as provas, então.<br />

Baseando-nos na visão ortodoxa, que é a que mais tem adeptos, o advérbio está sempre<br />

invariável, logo as frases acima deveriam ser construídas assim:<br />

– A menina está meio chateada.<br />

– A filha sempre foi menos paciente que a mãe.<br />

– Ela está todo preocupada.<br />

– Os policiais devem se manter alerta o tempo todo.<br />

As duas últimas soam estranho, não é? Deixa quieto...<br />

Do ponto de vista sintático, tradicionalmente falando, o advérbio se refere a um verbo, a<br />

um adjetivo (ou locução adjetiva), a outro advérbio (ou locução adverbial) ou a uma oração<br />

inteira, exercendo apenas uma função sintática na frase: adjunto adverbial.<br />

– Sempre acordou cedo. (modifica o verbo)


– Continuo bastante disposto. (modifica o adjetivo)<br />

– Arrematou-se num leilão um carro muito fora de moda. (modifica a locução adjetiva)<br />

– Dormiram mais tarde, porque não treinariam amanhã. (modifica o advérbio)<br />

– Ninguém esperava que ele surgisse tão de repente. (modifica a locução adverbial)<br />

– Semestralmente fazemos concursos. (modifica a oração inteira; normalmente os advérbios<br />

terminados em -mente, iniciando uma oração, incidem sobre toda ela)*<br />

Obs.: * Veja esta questão de prova sobre advérbio incidindo sobre uma oração inteira:<br />

29. (ITA – Vestibular – 2007/2008) Qual dos advérbios terminados em -mente incide sobre o conteúdo de toda a frase?<br />

a) fantasticamente (... aumenta fantasticamente...)<br />

b) abertamente (... evito aderir abertamente...)<br />

c) independentemente (... treino os jogadores, traço o esquema de jogo, armo jogadas, mas, independentemente disso,<br />

existem forças...)<br />

d) psicologicamente (... psicologicamente pre<strong>para</strong>do...)<br />

e) imediatamente (... volte <strong>para</strong> o campo imediatamente...)<br />

Comentário: O gabarito é C, pois o advérbio se relaciona com (d)isso, que se reporta ao<br />

conteúdo frasal anterior, a saber: “treino os jogadores, traço o esquema de jogo, armo<br />

jogadas”. A: Modifica o verbo. B: Modifica o verbo. D: Modifica um adjetivo. E: Modifica<br />

o verbo.<br />

Duas informações só <strong>para</strong> quem quer aprofundar-se em advérbio (se não for seu caso,<br />

nem leia!):<br />

I – Certos gramáticos antigos, como José Marques da Cruz, e alguns modernos, como Maria<br />

Helena de Moura Neves, dizem que o advérbio pode modificar outras classes<br />

gramaticais, como substantivo, pronome, numeral, conjunção: Férias assim são um sonho<br />

de consumo! / Vocês beberam muito pouca água. / De todos os alunos, quase cem foram<br />

aprovados. / Muito embora eu pudesse entrar, não o fiz.<br />

II – Além de adjunto adverbial, Evanildo Bechara diz que o advérbio pode também exercer<br />

função de sujeito ou predicativo do sujeito. Claudio Cezar Henriques diz que ele pode<br />

exercer função de predicativo do sujeito, sujeito e, até, objeto indireto: “Ali é bom.”<br />

(suj.), “A vida é assim. (pred. suj.)”, “Gosto daqui. (obj. ind.)”.<br />

Tradicionalmente falando, os gramáticos dizem que advérbios que modificam adjetivos ou<br />

outros advérbios são sempre de intensidade. E é assim que costuma cair em prova!<br />

– Sou razoavelmente discreto.<br />

– Continuas muito arisca, menina!<br />

No entanto, estudos modernos dizem que isso não procede:<br />

– Tenho cabelos quimicamente tratados. (modo)<br />

– Não raramente estudo Português. (negação)


– Ainda existem muitas doenças sexualmente transmissíveis. (meio)<br />

Para entendermos bem todas estas definições de advérbio, vamos analisar por último esta<br />

frase:<br />

Os amigos das horas certas sempre ajudam os amigos das horas incertas.<br />

Note que a palavra sempre<br />

1) apresenta uma circunstância (valor semântico) de tempo;<br />

2) é invariável: não existe sempres ou sempra, por exemplo;<br />

3) funciona como adjunto adverbial do verbo ajudar.<br />

Certamente você já ouviu falar em orações subordinadas adverbiais, não é? Então, elas são<br />

chamadas assim porque têm valor de advérbio. Há muitas questões de prova sobre orações<br />

adverbiais. Veremos isso no capítulo de Conjunção e, principalmente, no de Orações<br />

Subordinadas Adverbiais, beleza?


Identificação e Particularidades<br />

Identificamos que um advérbio é um advérbio basicamente pela sua relação com outros<br />

vocábulos, como verbos, adjetivos ou advérbios, normalmente. Por exemplo, jamais diríamos<br />

que o vocábulo que é um pronome ou uma conjunção na frase abaixo:<br />

– Que tolo você é por ter acreditado nas palavras de uma pessoa nitidamente volúvel.<br />

Percebe que o vocábulo que está ligado ao adjetivo tolo? Aí eu pergunto: Que palavra<br />

modifica um adjetivo? Só conheço uma: ad-vér-bio. Logo, esse que é um advérbio de<br />

intensidade, equivalendo a “quão”.<br />

Por exemplo, você diria que nas frases a seguir os vocábulos destacados são adjetivos?<br />

– Por favor, falem baixo!<br />

– Esta cerveja desceu redondo.<br />

– Ela o olhou sério.<br />

– Não transcreva errado o texto.<br />

– Fácil se vê que ela não demonstra honestidade alguma.<br />

– Dessa vez você cortou rente o cabelo.<br />

É claro que não! Afinal, alguns adjetivos podem se tornar advérbios de modo, quando<br />

modificam verbos. É o que acontece nessas seis frases. Inclusive, podemos usar o sufixo -<br />

mente depois de alguns desses advérbios (redondamente, seriamente, erradamente,<br />

facilmente) <strong>para</strong> facilitar a visão de que se trata realmente de advérbios.<br />

O numeral primeiro pode se tornar advérbio, segundo alguns gramáticos, como Sacconi:<br />

– Cheguei primeiro.<br />

Para a nossa alegria, veja uma questãozinha sobre adjetivos adverbializados, ou seja,<br />

adjetivos que se tornaram advérbio, por derivação imprópria:<br />

71. (FAB – AFA – Oficial – 2011) No contexto do seguinte trecho, extraído do 7 o parágrafo do texto, analise a classe<br />

gramatical a que pertencem os termos grifados:<br />

“... <strong>para</strong> saber quem grita gol mais alto e prolongado.”<br />

Assinale a alternativa em que o termo sublinhado pertence àquela mesma classe.<br />

a) “Não suporto mais ver tantas tragédias, crimes, violências...”<br />

b) “Fala-se muito, mesmo com a bola rodando.”<br />

c) “Outra discussão chata, durante e após partidas...”<br />

d) “Muitas parecem iguais, mas não são.”<br />

Comentário: O gabarito é a B. Note que alto e prolongado se referem ao verbo gritar, logo<br />

são advérbios assim como muito, que também modifica um verbo. Não confunda adjetivo<br />

com advérbio e vice-versa!<br />

Sobre Advérbios Terminados em -mente


É bom dizer que os advérbios terminados em -mente são derivados de adjetivos<br />

(normalmente femininos), cujos acentos gráficos “caem” nesse processo, pois as sílabas<br />

tônicas mudam de posição com o acréscimo do sufixo. Por isso, não dê uma garoteada de<br />

escrever assim: “Ela está econômicamente bem.”!<br />

Outra coisa: nem todos os advérbios terminados em -mente são de modo, como ensinam<br />

alguns professores:<br />

– Primeiramente, pretendo falar de advérbio. (ordem, sequência, segundo Celso Cunha)<br />

– Faço provas bimestralmente. (tempo)<br />

– Ele provavelmente não retornará. (dúvida)<br />

– Tomei uma cerveja estupidamente gelada. (intensidade)<br />

– Certamente o Brasil será um país desenvolvido. (afirmação)<br />

Veja duas questõezinhas sobre isso:<br />

16. (NCE/UFRJ – Arquivo Nacional – Agente Administrativo – 2006) Em todos os advérbios terminados em -mente,<br />

retirados do texto, vê-se claramente a sua formação a partir da forma feminina do adjetivo, EXCETO em:<br />

a) predominantemente; (vem de predominante, adjetivo uniforme) X<br />

b) basicamente;<br />

c) negativamente;<br />

d) diariamente;<br />

e) humanamente.<br />

10. (NCE/UFRJ – Pref. Santana – Professor (Educação Básica) – 2007) A frase abaixo em que o advérbio terminado com o<br />

sufixo -mente NÃO é advérbio de modo, mas sim de tempo, é:<br />

a) Ela chegou rapidamente ao estacionamento;<br />

b) Os veículos estavam erradamente estacionados;<br />

c) Os funcionários trabalham conscientemente;<br />

d) O automóvel funcionava eficientemente;<br />

e) Os veículos estavam temporariamente <strong>para</strong>dos. (temporária + mente) X<br />

O advérbio absolutamente pode ser de intensidade, de afirmação ou de negação, segundo<br />

Napoleão M. de Almeida. Estes dois últimos podem ser reforçados pelos advérbios “sim” e<br />

“não”:<br />

– Estou absolutamente melancólico hoje. (intensidade)<br />

– “Vai à praia hoje?” “Absolutamente (não)! Odeio mar, areia...” (negação)<br />

– “Vai à praia hoje?” “Absolutamente (sim)! Amo mar, areia...” (afirmação)<br />

Aparecendo vários advérbios na frase terminados em -mente, prefere-se, por concisão, que<br />

só o último receba o sufixo, no entanto, quando se quer dar ênfase à sentença, a repetição do<br />

sufixo não gera incorreção gramatical nem mudança do sentido:<br />

– O Brasil cresceu econômica, política e administrativamente.<br />

– O Brasil cresceu economicamente, politicamente e administrativamente.<br />

Note que, apesar de os advérbios “econômica” e “política” aparentarem forma feminina


(semelhante a adjetivos), não há variação em gênero – o sufixo está implícito. Lembre-se de<br />

que o sufixo -mente forma advérbios derivados de adjetivos, normalmente femininos. Ok?<br />

Mais algumas particularidades...<br />

Quando, como, onde e por que são, respectivamente, advérbios interrogativos de tempo,<br />

modo, lugar e causa. Os três primeiros são chamados de advérbios relativos quando exercem<br />

papel de verdadeiros pronomes relativos. Veja isso no capítulo de pronomes relativos.<br />

Podem aparecer nas orações interrogativas diretas ou indiretas:<br />

– Quando voltaremos?<br />

– Ninguém soube me responder como voltaríamos.¹<br />

– Aonde você quer chegar com esse discurso polido?²<br />

– Nunca entendi por que ela se veste assim.<br />

¹ O vocábulo como pode também ser um advérbio de intensidade em frases exclamativas:<br />

Como ela é linda!<br />

² A preposição a, exigida pelo verbo chegar, se une ao advérbio onde <strong>para</strong> formar aonde.<br />

Os gramáticos Faraco & Moura e J. C. Azeredo dizem que há, além da locução adverbial<br />

interrogativa de causa (por que), a locução adverbial interrogativa de finalidade (Para que<br />

ela estuda tanto?). Não satisfeitos, dizem haver também advérbio interrogativo de preço<br />

(Quanto custa a blusa?). Penso eu que existam diversas outras construções adverbiais<br />

interrogativas, mas minha opinião não interessa numa interposição de recurso de prova. Por<br />

isso, explicito em toda A Gramática as opiniões dos grandes mestres de renome.<br />

Só de curiosidade: Caso queira conhecer expressões adverbiais (e não adverbiais) latinas,<br />

jogue este endereço no Google: www.dicionariodelatim.com.br.


Classificação dos Advérbios e das Locuções Adverbiais<br />

Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados segundo suas circunstâncias.<br />

Para quem não sabe o que são locuções adverbiais, relaxe. É mole. Trata-se do conjunto de<br />

duas ou mais palavras com valor de advérbio – normalmente iniciadas por preposição (dê<br />

uma olhadinha básica no capítulo de Preposição, se for o caso): às vezes, às duas, de repente,<br />

em princípio, por acaso, sem pressa, de modo nenhum, de maneira alguma, de uma vez por<br />

todas, aos trancos e barrancos, de quando em quando... algumas vezes, muitas vezes, certa<br />

vez, um dia, dentro em pouco, via de regra, dia a dia, pouco a pouco, frente a frente... (as<br />

não iniciadas por preposição são de modo ou tempo). Note que o núcleo da locução pode<br />

variar, por ser normalmente formado por um substantivo.<br />

Vejamos agora as circunstâncias abarcadas pelos gramáticos ortodoxos e não ortodoxos.<br />

Saiba que há muitas observações e detalhezinhos abaixo que vale a pena ser consultados.<br />

Peço que fique atento aos advérbios mais “estranhos” ou menos usuais, beleza? Eles estão<br />

sublinhados.<br />

Ah! Não é <strong>para</strong> sair decorando, ok? É só <strong>para</strong> ter uma boa ideia. Cá entre nós, a mais pura<br />

verdade é que só o contexto determinará o valor semântico da maioria dos advérbios. Mais<br />

do que isso: só o contexto determinará se eles são, de fato, advérbios. Depois não diga que<br />

não avisei.<br />

Vamos lá!<br />

Antes de mais nada, a NGB apresenta apenas sete circunstâncias adverbiais: afirmação,<br />

negação, modo, tempo, lugar, dúvida e intensidade. No entanto, todos nós sabemos que<br />

existem (algumas) outras circunstâncias, como causa, concessão, conformidade, finalidade,<br />

condição, meio, instrumento, assunto, companhia, preço, quantidade, referência, ordem,<br />

medida, peso, matéria, proporção, reciprocidade, substituição, favor, exclusão, inclusão,<br />

consequência/conclusão. Estas circunstâncias são expressas, geralmente, por locuções<br />

adverbiais.<br />

Vejamos uma por uma:<br />

Afirmação<br />

Advérbios: sim, decerto, certo, mesmo, deveras...<br />

Locuções adverbiais: com efeito, sem dúvida (alguma), com certeza, na realidade, de fato,<br />

por certo...<br />

Terminados em -mente: certamente, positivamente, fatalmente, indubitavelmente,<br />

efetivamente, incontestavelmente, indiscutivelmente, verdadeiramente, realmente,<br />

seguramente...


Obs.: A conjunção e seguida do advérbio sim muitas vezes abre uma correção do que foi<br />

dito, em tom claramente opositivo: A mulher não quer sexo em primeiro lugar, e sim<br />

amor.<br />

Negação<br />

Advérbios: não, tampouco (= também não; carrega uma ideia de inclusão + negação), nem,<br />

sequer...<br />

Locuções adverbiais: de modo algum, de maneira alguma, de forma alguma, de modo<br />

nenhum, por nada, de nada, em hipótese alguma...<br />

Terminados em -mente: absolutamente.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Veja esta questãozinha que esclarece a circunstância do vocábulo sequer.<br />

02. (Esaf – SUSEP – Agente Executivo – 2006) Assinale a opção incorreta a respeito do emprego das estruturas linguísticas<br />

do texto.<br />

e) O advérbio “sequer” (No seu isolamento, sequer uma atitude estóica de convívio com a dor lhe é permitida) assume<br />

no texto a função de negar a ação verbal da oração, função que os vocábulos nem ou nem sequer poderiam também<br />

assumir.<br />

Comentário: Esta afirmação foi considerada correta, por isso a letra E não é o gabarito.<br />

Coloquei esta questão <strong>para</strong> mostrar a você que sequer é não só um advérbio, como é de<br />

negação, pois assume a função de negar a ação verbal (verbo ser).<br />

2) O vocábulo não é superinteressante! Vejamos algumas particularidades dele:<br />

– Sempre vem antes do verbo; quando isso não ocorre, a linguagem é popular: Não vou.<br />

Não quero. Não posso. Minha mulher não deixa. / Vou não. Quero não. Posso não.<br />

Minha mulher não deixa não. (Esta dupla negação é própria do coloquialismo.)<br />

– Tem seu sentido esvaziado, servindo apenas como realce de uma oração normalmente<br />

exclamativa ou interrogativa. Isto é, a presença ou ausência do não numa frase não<br />

nega seu conteúdo: Quantas vezes eu não te avisei que estudasse? (= Quantas vezes<br />

eu te avisei que estudasse?) / Perdi as contas de quantos homens ela já não fez<br />

sofrer! (= Perdi as contas de quantos homens ela já fez sofrer!).<br />

3) O advérbio nem, além de negar, pode exprimir uma ideia de adição; quando indica<br />

adição, equivalendo a “e não”, muda de classe gramatical, tornando-se uma conjunção<br />

aditiva: É incrível que ele nem (= não) tenha feito a prova nem (= e que não) tenha<br />

estudado.<br />

4) O advérbio de tempo lá pode indicar um tom de realce e de negação ao mesmo tempo: Eu<br />

sei lá se ela vai voltar aqui.


Modo<br />

Advérbios: assim, bem, mal, tal, como, depressa, devagar, adrede (de propósito,<br />

intencionalmente), debalde (inutilmente, em vão), outrossim (do mesmo modo, igualmente; dá<br />

ideia de acréscimo ou inclusão, equivalendo a “também”), melhor, pior, alerta, máxime<br />

(especialmente, principalmente)...<br />

Locuções adverbiais: com acinte, de propósito, à toa (também pode ser locução adjetiva),<br />

à vontade, ao contrário, com amor, de cor, em vão, gota a gota, por acaso, alto e bom som,<br />

grosso modo, a torto e a direito, aos trancos e barrancos, a olhos vistos, a esmo, à francesa,<br />

pouco a pouco, a pé, a cavalo... (há uma infinidade delas)<br />

Terminados em -mente: talqualmente*, deliberadamente, bondosamente, generosamente,<br />

cuidadosamente, paulatinamente, gradualmente, igualmente, especialmente e muitos outros<br />

terminados em -mente...<br />

* Segundo o dicionário Aulete, talqualmente pode ser uma conjunção conformativa.<br />

Recentemente a Esaf (sempre ela) formulou uma questão com tal palavra: SRF – AUDITOR-<br />

FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2012 – QUESTÃO 47.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em certas frases, o advérbio de modo mal carrega uma ideia de quase negação consigo:<br />

Ele mal consegue andar depois do esforço.<br />

2) O advérbio assim, além de indicar modo, pode indicar conclusão, equivalendo a<br />

“portanto”, “por isso”, “desse modo”...; nesse caso, modernamente, ele é visto como<br />

conjunção conclusiva. Falarei mais sobre ele ainda neste capítulo em Valor Discursivo.<br />

3) Veja esta questãozinha maliciosa:<br />

15. (NCE/UFRJ – Eletrobras – Bacharel em Letras – 2002) “Os organismos geneticamente modificados...”; o item abaixo<br />

em que o advérbio sublinhado tem idêntico desempenho sintático ao da frase acima é:<br />

a) O Brasil pretende produzir rapidamente soja transgênica;<br />

b) Vários governos condenam veementemente os transgênicos;<br />

c) Atualmente são muitas as pesquisas sobre transgênicos;<br />

d) Os transgênicos são muito bem aceitos em vários países;<br />

e) O Brasil deve pesquisar muito <strong>para</strong> usar os transgênicos.<br />

Comentário: Deu uma vontade grande de marcar a letra A, não foi? Você deve ter pensado<br />

assim: “Bem... algo geneticamente modificado é o modo como algo foi modificado...<br />

então... bate com o advérbio rapidamente (= de modo rápido)”. Cuidado com os<br />

enunciados, meu nobre! Observe de novo: “... o advérbio sublinhado tem idêntico<br />

desempenho sintático...”, isto é, o cara quer saber qual advérbio está relacionado a um<br />

adjetivo, assim como geneticamente está ligado à forma adjetiva modificados. A questão<br />

não era sobre a semântica do advérbio, mas sobre a sintaxe. A única opção correta, portanto,<br />

é a D, pois bem está relacionado à forma adjetiva aceitos. Todos os demais advérbios se


eferem aos verbos: produzir rapidamente, condenam veementemente, atualmente (referese<br />

à oração inteira), pesquisar muito.<br />

3) Agora veja uma questão old stile da Esaf sobre o fato de locuções adverbiais poderem<br />

virar advérbios terminados em -mente. Essa correlação de construções é comum entre<br />

locuções adjetivas e adjetivos (de graça > grátis), lembra? O mesmo se dá entre<br />

locuções adverbiais em advérbios em -mente (com delicadeza > delicadamente).<br />

8. (Esaf – MRE – Assistente de Chancelaria – 2004) Relacione as ações (1), (2), (3) e (4) com o advérbio semanticamente<br />

adequado, conforme mostra o modelo, e assinale, a seguir, a sequência correta.<br />

Modelo: Falar com orgulho e insolência. / Falar arrogantemente.<br />

(1) Exprimir-se com muitas palavras, com palavras em excesso. ( ) sutilmente<br />

(2) Agir como criança. ( ) puerilmente<br />

(3) Insinuar com perspicácia e delicadeza. ( ) prolixamente<br />

(4) Eliminar sem se render a logros . ( ) inexoravelmente<br />

A sequência correta é:<br />

a) 4 3 2 1;<br />

b) 1 2 3 4;<br />

c) 3 4 1 2;<br />

d) 4 2 1 3;<br />

e) 3 2 1 4 (gabarito).<br />

Tempo<br />

Advérbios: afinal, agora, amanhã, amiúde (frequentemente), antes, ontem, cedo, depois,<br />

enfim, entrementes (enquanto isso), hoje, jamais, nunca, sempre, outrora (em tempos<br />

passados), tarde, já, mais, doravante (de agora em diante), logo, embora, quando,<br />

anteontem, breve, então...<br />

Locuções adverbiais: ao vivo, à noite, à tarde, de dia, de manhã, pela madrugada, em<br />

breve, de tempos em tempos, de vez em quando, um dia, certa vez, esta semana, no<br />

entretanto...<br />

Terminados em -mente: atualmente, constantemente, imediatamente, provisoriamente,<br />

sucessivamente, eventualmente, concomitantemente, esporadicamente, oportunamente,<br />

terminantemente (= de vez), normalmente/geralmente (frequência), temporariamente,<br />

provisoriamente, transitoriamente, semestralmente, bimestralmente, semanalmente,<br />

finalmente...<br />

Cuidado!!!<br />

1) Sacconi informa que já pode substituir mais, ambos advérbios de tempo, em frases<br />

negativas: Não estudo mais há tempos. / Já não estudo há tempos. Diz também que na<br />

língua cotidiana (registro coloquial) se veem os dois na mesma frase: Já não estudo mais<br />

há tempos. Corroborando isso, veja esta questão: Cespe/UnB – IPEA – Técnico de<br />

Desenvolvimento e Administração – 2008


No segmento “já não seja mais”, verifica-se redundância no emprego concomitante dos advérbios já e mais, o que permitiria<br />

a supressão de qualquer um deles, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical do trecho.<br />

( X ) CERTO ( ) ERRADO<br />

Comentário: Perfeita a afirmação da banca, certíssima.<br />

Se eu fosse você, consultaria o que diz o dicionário Aulete ou o Houaiss sobre o<br />

advérbio já. Ele cai muito em prova. Aos 45 do segundo tempo, vale dizer que já pode<br />

indicar contraposição, equivalendo a “por outro lado”: Ele estuda muito. Já ela não<br />

estuda nada.<br />

2) Polêmica! Jamais e nunca são considerados por alguns gramáticos (como Júlio Ribeiro,<br />

Maximino Maciel, Eduardo Carlos Pereira, Maria Helena de Moura Neves, Faraco &<br />

Moura e Samira Yousseff Campedelli.) como, além de advérbios de tempo, advérbios de<br />

negação; alguns, como Faraco & Moura, indicam o acúmulo desses dois valores<br />

semânticos no mesmo advérbio. Isso já caiu em prova, falando nisso:<br />

24. (Vunesp – Câmara Municipal de Guarulhos – Taquígrafo – 2002) Assinale a alternativa em que o advérbio grifado<br />

expressa ideia de negação.<br />

a) Quando vem aqui, ele sempre nos visita.<br />

b) Ele sempre agiu diferentemente dos outros empregados.<br />

c) Eu acredito que jamais ele nos daria apoio. (Gabarito!)<br />

d) Casualmente encontramos a lei que você queria.<br />

e) Ele talvez tenha mudado de opinião.<br />

Veja agora um exemplo melhor ainda:<br />

7. (MH Consultoria – Pref. Gararu – Auxiliar de Enfermagem Ambulatorial – 2011) Assinale a alternativa que contém uma<br />

frase em que o advérbio expressa simultaneamente ideias de tempo e negação.<br />

a) Falei ontem com os embaixadores.<br />

b) Não me pergunte as razões da minha atitude.<br />

c) Eles sempre chegam atrasados.<br />

d) Jamais acreditei que você viesse. (Gabarito!)<br />

e) Agora seremos felizes.<br />

3) Afinal, enfim e finalmente são advérbios (também chamados de operadores<br />

argumentativos) que indicam tempo, mas inegavelmente apresentam um matiz de<br />

conclusão, pois normalmente são usados <strong>para</strong> um desfecho de uma ideia. Posso provar<br />

com duas questõezinhas? Lá vão:<br />

12. (Vunesp – Sptrans – Agente de Informação – 2007) Leia o texto.<br />

Finalmente, a Lei de Uso e Ocupação do Solo privilegia uma ocupação mais horizontal da cidade, o que aumenta a<br />

necessidade de investimento por parte do poder público na construção de uma infra-estrutura que atenda<br />

satisfatoriamente a toda a região metropolitana.<br />

Os advérbios Finalmente, mais e satisfatoriamente expressam, respectivamente, ideia de:<br />

a) finalidade, modo, intensidade;<br />

b) tempo, intensidade, modo; (Gabarito!)<br />

c) finalidade, lugar, modo;<br />

d) tempo, proporção, tempo;<br />

e) consequência, intensidade, tempo.<br />

5. (Cesgranrio – Petrobras – Cargos de Nível Superior – 2010) Em “afinal, sou humano...” (l. 14), o elemento destacado é<br />

um operador argumentativo de:<br />

a) condição;


) consequência;<br />

c) conclusão; (Gabarito!)<br />

d) conformidade;<br />

e) concessão.<br />

Lugar<br />

Advérbios: aqui, cá, ali, aí, lá, acolá, abaixo, acima, adentro, adiante, avante, afora,<br />

além, aquém, algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum<br />

lugar), atrás, fora, dentro, embaixo, longe, perto, detrás, defronte...<br />

Locuções Adverbiais: em domicílio (com verbos ou nomes estáticos), a domicílio (com<br />

verbos ou nomes dinâmicos), de longe, de perto, por detrás, por perto, à direita, à esquerda,<br />

ao lado, de dentro, à distância, entre a cruz e a espada...<br />

Terminados em -mente: externamente, internamente, interiormente, proximamente,<br />

lateralmente...<br />

Cuidado!!!<br />

1) A ideia de lugar corresponde à pergunta com o advérbio interrogativo onde: “Essas<br />

promessas vêm de onde?” “Vêm de Deus.” / “Você não consegue tirá-la de onde?” “Eu<br />

não consigo tirá-la do meu pensamento.” No último caso, percebe-se claramente a ideia<br />

de lugar virtual ou figurado.<br />

2) Apesar de haver inúmeras referências no registro culto da língua sobre o uso do acento<br />

grave na locução adverbial “à distância”, como atestam os gramáticos Cegalla, Celso<br />

Cunha, Lindley Cintra, Gama Kury, Hildebrando André e os dicionaristas Aulete, Houaiss<br />

e Aurélio, o acento indicativo de crase na locução adverbial “à distância” é proibido,<br />

ficando, assim: “a distância”. Em Crase, abordo melhormente o tema.<br />

3) Dos advérbios pronominais, aqui, cá, (relacionados à 1 a pessoa do discurso) aí,<br />

(relacionado à 1 a pessoa do discurso), ali, lá, acolá (relacionados à 3 a pessoa do<br />

discurso), aqui e aí podem indicar tempo também. Veja duas questões que exploraram<br />

isso:<br />

11. (FUMARC – UEMG – Auxiliar Administrativo – 2002) Assinale a alternativa em que o termo destacado é usado como<br />

um marcador de tempo:<br />

d) “Daí que o futuro da sociedade [...] será definido pelas escolhas que fizermos daqui <strong>para</strong> a frente.”<br />

Comentário: Perceba que daqui marca um espaço (ou um ponto) dentro da linha do tempo,<br />

equivalendo a “deste momento... <strong>para</strong> o futuro”.<br />

6. (NCE/UFRJ – IPJB – Assistente Administrativo – 2002) O item em que o valor do elemento sublinhado NÃO é indicado<br />

de forma correta é:<br />

a) “Elas acumulam essas forças; daí as duas propriedades...” – lugar;<br />

Comentário: O gabarito é a letra A, logo o advérbio daí, que normalmente indicaria lugar,<br />

nesse caso indica tempo: daí = a partir desse momento (tempo).


Dúvida<br />

Advérbios: acaso, porventura, talvez, quiçá...<br />

Locuções adverbiais: por ventura, por acaso (Celso Cunha coloca ‘por acaso’ entre as<br />

de modo)...<br />

Terminados em -mente: possivelmente, provavelmente, supostamente...<br />

Obs.: Não custa dizer que o advérbio talvez exige o verbo no subjuntivo quando vem<br />

anteposto. Veja uma questão sobre isso, do CESPE/UNB – TRT (6R) – ANALISTA<br />

JUDICIÁRIO – 2002:<br />

O advérbio “Talvez” (v.15) admite que a forma verbal “Consinta” (v.16) seja alterada <strong>para</strong> Consente, no modo indicativo.<br />

( ) CERTO<br />

( X ) ERRADO (Gabarito!)<br />

Quando vem posposto, usa-se o indicativo, indicando uma dúvida branda: Parto hoje talvez.<br />

No entanto, segundo os gramáticos Pasquale Cipro Neto e Maria Helena de Moura Neves, e<br />

os dicionários Aurélio e Houaiss, o uso de talvez seguido de verbo no modo indicativo é<br />

possível, mesmo anteposto. Passo a palavra ao gramático Pasquale:<br />

“Para encerrar, vejamos o que fez Machado neste passo de “Memórias Póstumas” (do<br />

capítulo 11, “O Menino é Pai do Homem”): “Cresci; e nisso é que a família não interveio;<br />

cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos<br />

matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha<br />

infância.”. Percebeu? Machado empregou o indicativo em “talvez os gatos são”, o que<br />

confirma o que o (con)texto prenuncia: quem cresce sem a intervenção da família e como<br />

crescem as magnólias e os gatos é mesmo mais matreiro que os bichanos. É isso.”<br />

Intensidade<br />

Advérbios: assaz, bastante, demais, mais, meio, todo, menos, nada, muito, tão, tanto,<br />

quanto, quão, quase, algo, pouco, sobremodo, sobremaneira, que, como...<br />

Locuções adverbiais: de todo, de muito, de pouco, em excesso, por completo...<br />

Terminados em -mente: demasiadamente, completamente, totalmente, extremamente,<br />

altamente, obviamente, absolutamente (a maioria dos advérbios modificadores de outros<br />

advérbios e adjetivos são de intensidade).<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda advérbio de intensidade com pronome indefinido.<br />

13. (FJPF – CONAB – Técnico Administrativo – 2006) A alternativa em que a palavra muito está sintaticamente<br />

empregada como em “parece muito mais fácil que o físico” é a seguinte:


a) Muitos dos que se dizem cidadãos não respeitam sequer as leis do trânsito.<br />

b) Há muito ainda por realizar no Brasil.<br />

c) É muito importante este aspecto da questão. (Gabarito!)<br />

d) Ao evento compareceram muitos congressistas.<br />

e) Muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são.<br />

Comentário: Note que o enunciado pede o emprego sintático do advérbio muito, que, além<br />

de ser invariável, tem função de adjunto adverbial, modificando o adjetivo fácil. A única<br />

opção correta é a C, pois muito, como um adjunto adverbial, modifica também um adjetivo<br />

(importante). a) Pronome indefinido. b) Há muito (= muita coisa/pronome indefinido) ainda<br />

por realizar no Brasil. d) Pronome indefinido. e) Pronome indefinido. Cuidado <strong>para</strong> não<br />

confundir. Veja a importância de identificar o advérbio a despeito de outras classes<br />

gramaticais, como o pronome indefinido!<br />

2) Cuidado com os vocábulos meio, mais, muito, pouco, bastante, nada, que e outros que<br />

podem pertencer a outras classes gramaticais. Recomendo que estude este assunto no<br />

capítulo de Pronomes Indefinidos deste livro. Por exemplo, quando se diz “Ele não<br />

correu nada.”, o nada é um advérbio de intensidade, pois modifica o verbo. Já na frase<br />

“Nada lhe dei.”, trata-se de um pronome indefinido, pois é complemento direto do verbo<br />

dar, e não modificador do verbo. Veja agora a pluralidade de classificação do vocábulo<br />

mais, só <strong>para</strong> sentir a pressão:<br />

Substantivo: O mais é um vocábulo interessante.<br />

Pronome indefinido: Hoje eu ganhei mais presentes.<br />

Advérbio de intensidade: Fale mais. / Sou mais inteligente que ele. / Chegue mais cedo.<br />

Advérbio de tempo: Eu não volto mais aqui.<br />

Conjunção aditiva (coloquial): João mais Maria foram ao bosque.<br />

Causa<br />

– De tanto amor aos homens, Jesus deu sua vida.<br />

– Ele estuda por necessidade.<br />

– O homem suava com aquele calor carioca.<br />

– Graças ao sotaque nordestino, pude reconhecê-lo.<br />

Obs.: Algumas locuções adverbiais causais são iniciadas pelas locuções prepositivas “em<br />

decorrência de” e “em consequência de”: Dados do Ministério da Saúde indicam que<br />

54 mil brasileiros morreram em 2010 em decorrência do diabetes.<br />

Concessão<br />

– Ele sempre chega, apesar do trânsito.<br />

– A despeito dos problemas, tivemos êxito.


– Não obstante seu hercúleo esforço, o fim foi trágico.<br />

– Mesmo moribundo, teve seu último desejo realizado.<br />

Obs.: Note que a concessão expressa um fato em oposição a outro sem anulá-lo.<br />

Conformidade<br />

– Segundo a moda atual, devemos nos vestir livremente.<br />

– Faça tudo conforme os regulamentos.<br />

– Consoante a dica do professor, devemos decorar apenas a matéria da prova.<br />

– Em conformidade com o dito, nada mais tenho a acrescentar.<br />

Finalidade<br />

– Ele viajou a negócios.<br />

– Só estudo por uma boa nota.<br />

– Para a alegria da nação rubro-negra, o camisa dez decidiu ficar.<br />

– Esta menina só estuda a fim do primeiro lugar.<br />

Condição<br />

– Na dúvida, não ultrapasse.<br />

– Sem educação, não há progresso.<br />

– Só entrará com autorização. (Bechara)<br />

Meio<br />

– Já viajei muito de trem quando eu trabalhava em Nova Iguaçu.<br />

– Por meio da pesquisa, novos resultados foram alcançados.<br />

– Prefiro ir de ônibus a pegar avião.<br />

– Com o sangue de Jesus, os cristãos têm acesso ao reino dos céus.<br />

Obs.: Às vezes a classificação de uma locução adverbial é tão polêmica que gera inúmeras<br />

análises. Veja o último exemplo de novo: poderíamos interpretar como causa ou<br />

condição, concorda?<br />

Veja uma questão sobre esta circunstância adverbial.<br />

1. (NCE/UFRJ – IPJB – Biólogo – 2002) A expressão sublinhada no segmento “Os americanos, através do radar...”, indica:<br />

a) lugar;<br />

b) instrumento;<br />

c) meio; (Gabarito!)<br />

d) causa;<br />

e) condição.


Comentário: As locuções prepositivas que iniciam as locuções adverbiais de meio são,<br />

normalmente, “por meio de” e “através de”, as quais são encaradas como sinônimas,<br />

modernamente, apesar de a segunda denotar a ideia de “atravessar”. Num sentido conotativo<br />

(a ideia de conotação vem perdendo a força no registro culto contemporâneo), “através de”<br />

nunca introduz uma estrutura que expressa o valor semântico de instrumento. Por isso você<br />

não deveria marcar a letra B.<br />

Instrumento<br />

– Cortei o pão com a faca.<br />

– Escrevi quinhentas páginas a caneta.<br />

– Machucou-se com o martelo.<br />

– Fomos expulsos a pedrada.<br />

Obs.: A diferença entre meio e instrumento é muito sutil. Pelas minhas pesquisas, percebi<br />

que há um padrão nos exemplos dados sobre o valor semântico “instrumento”. Todos os<br />

exemplos sugerem o uso de um objeto ou algo concreto <strong>para</strong> a realização de um fim. No<br />

caso do advérbio de meio, houve alguns exemplos tênues. No entanto, percebi duas<br />

asserções sobre meio: quando não se trata de meio de transporte, trata-se de um<br />

processo cujo recurso utilizado permite que se vá de um ponto a outro, num espaçotempo<br />

real ou figurado. Sobre o uso ou não do acento grave em locuções adverbiais de<br />

meio ou instrumento, falarei no capítulo de Crase.<br />

Assunto<br />

– Ele só fala sobre política.<br />

– A respeito dos problemas educacionais do país, nada tendo a dizer.<br />

– Todos os brasileiros se arvoram na posição máxima de falar de futebol.<br />

– Nada disse acerca de seus planos.<br />

Companhia<br />

– Contigo eu vou a qualquer lugar, mas com quem você vai preferir jantar hoje?<br />

– Passeei à noite com minha namorada pelo parque.<br />

– O Presidente terá de viajar sem seus ministros.<br />

– Com ou sem você, preciso prosseguir em minha jornada.<br />

Preço<br />

– Só vendo minha honra por novecentos octilhões de dólares.


– Meu carro não custou caro.<br />

– Paguei barato por aquele relógio.<br />

– Aqui você compra três por um real.<br />

Obs.: Com verbo de ligação, barato e caro são adjetivos: Os carros estão baratos, mas as<br />

motos estão caras.<br />

Quantidade<br />

– Meu time nunca perdeu por três a zero.<br />

– Foi reduzida a quatro por cento a taxa sobre o valor dos prédios.<br />

– O salário deve aumentar entre dois e cinco reais.<br />

– Foram desafiados triplamente pelos americanos, mas não cederam.<br />

Referência<br />

– Comigo as broncas são sempre intensas.<br />

– Com sua esposa, aconteceu tudo diferente?<br />

– Nunca fui bom aluno em Matemática.<br />

– Quanto a meu projeto, vai indo muito bem.<br />

Ordem<br />

– Meu aluno se classificou em segundo lugar.<br />

– Primeiro, queremos dizer a todos que vamos viajar.<br />

– Em terceiro lugar, o esporte é igualmente importante <strong>para</strong> a socialização.<br />

– Por último, só tenho a desejar o melhor a todos vocês.<br />

Medida<br />

– O homem mede dois metros.<br />

– Nossa empresa cava poços até vinte metros.<br />

– O atleta percorreu dez quilômetros.<br />

– Aqui você come por quilo.<br />

Peso<br />

– O homem pesa cem quilos.<br />

– A criança pesa cerca de vinte quilos.<br />

– Sobrecarregamos em trinta quilos o elevador.<br />

– Um avião comercial, que deve pesar em torno de uma tonelada, voa com facilidade.


Matéria<br />

– Uma espécie de vinho foi feito com maçã.<br />

– Fabricamos com plástico esses copos.<br />

– Esta mesa é feita de mármore.<br />

– Casas litorâneas vêm sendo construídas, por incrível que pareça, de bambus.<br />

Veja uma questão sobre isso.<br />

9. (FGV – Senado Federal – Administração – 2012) É questionável ainda a ideia de embalar comida com comida. (l.<br />

31-32)<br />

Assinale a alternativa em que o termo sublinhado tenha classificação idêntica à do adjunto adverbial sublinhado no período<br />

acima.<br />

a) Saíram mais cedo com os amigos.<br />

b) Encheram a garrafa com funil.<br />

c) Fizeram os ovos com manteiga.<br />

d) Massageou os pés com maciez.<br />

e) Construíram o muro com pedras.<br />

Gabarito: E. O contexto de onde foi retirado o fragmento diz que sacolas de plástico estavam<br />

sendo substituídas por sacolas feitas de milho, o que poderia gerar <strong>para</strong>doxalmente<br />

problemas na indústria alimentícia, em prol da sustentabilidade. Por isso se disse que “era<br />

questionável ainda a ideia de embalar comida com comida”. Ou seja, o milho (comida)<br />

servia de matéria <strong>para</strong> a feitura das sacolas. A única opção que também apresenta um<br />

adjunto adverbial de matéria é a E: Construíram o muro com pedras. Isto é, utilizaram-se<br />

pedras como matéria <strong>para</strong> a feitura do muro. A: Companhia. B: Meio. C: Modo. D:<br />

Intensidade.<br />

Proporção<br />

– A novela está <strong>para</strong> o Brasil assim como o cinema está <strong>para</strong> os Estados Unidos.<br />

Reciprocidade<br />

– Entre mim e ti sempre houve amor.<br />

Substituição<br />

– Tive de assinar o recibo pelo chefe, porque ele não estava presente.<br />

– João compareceu à solenidade em lugar de Maria.<br />

– Abandonou suas convicções por privilégios.<br />

– Não compre gato por lebre.<br />

Favor<br />

– Por obséquio, saia daqui!


– Agora o advogado vai falar pelo réu.<br />

– Sempre trabalhamos em favor do povo.<br />

– Acordo cedo todos os dias em prol do meu ideal.<br />

Exclusão<br />

– Todos os alunos saíram <strong>para</strong> o intervalo, exceto Mário.<br />

– Dedica-se exclusivamente à música.<br />

– Afora essa questão, concordamos em tudo.<br />

– Só responderemos a uma pergunta.<br />

Cuidado!!!<br />

1) São advérbios de exclusão só, apenas, somente e unicamente quando modificam verbos,<br />

adjetivos, outros advérbios ou orações. Outras locuções adverbiais de exclusão podem<br />

ser iniciadas pelas preposições acidentais ou locuções prepositivas: menos, salvo, fora,<br />

exclusive, à exceção de, com exceção de. Cuidado com o vocábulo só, pois pode ser<br />

adjetivo quando equivale a “sozinho”: Estou muito só nesta casa.<br />

2) Atenção! Agora observe estas frases e as explicações de Mário Perini sobre as<br />

implicações da mudança de posição do advérbio de exclusão (caso [2]) ou palavra<br />

denotativa, em [1, 3 e 4]*.<br />

[1] Somente a professora passou a palavra ao visitante.<br />

[2] A professora somente passou a palavra ao visitante.<br />

[3] A professora passou somente a palavra ao visitante.<br />

[4] A professora passou a palavra somente ao visitante.<br />

Diz o gramático: “Essas quatro frases não significam a mesma coisa; as diferenças têm a ver<br />

com a porção da frase que somente modifica. [1] significa que a professora, e ninguém mais,<br />

passou a palavra ao visitante. [2] significa que a professora passou a palavra ao visitante,<br />

mas não fez nada mais. [3] significa que ela passou apenas a palavra, e nada mais, ao<br />

visitante. E [4] significa que ela passou a palavra ao visitante e a ninguém mais. (...)<br />

considerando as quatro frases acima, podemos dizer que somente vale <strong>para</strong> o constituinte<br />

que o segue imediatamente”.<br />

* Falarei de palavras denotativas mais à frente. Saiba de antemão que elas só podem ser<br />

consideradas advérbios se modificarem verbos, adjetivos, outros advérbios ou orações.<br />

Inclusão<br />

– Tu, que és pai, és amigo também.<br />

– Até tu Brutus? Por que me trais?


– Preencha todos os seus dados, inclusive telefone.<br />

– Ela não gosta de estudar, de mais a mais não é afeita ao trabalho.<br />

Obs.: Outros advérbios e locuções adverbiais de inclusão: ademais, mesmo, além disso,<br />

além do mais.<br />

Veja uma questão sobre isso.<br />

6. (IESES – TJ – Técnico Judiciário – 2009) Assinale alternativa INCORRETA.<br />

b) A palavra mesmo (Mas, mesmo quando aparecem supervírus, a fatalidade deles tem sido relativamente baixa) é<br />

advérbio e equivale a até.<br />

O gabarito é outro, logo a afirmação contida em b) é verdadeira, isto é, mesmo (= até),<br />

indicando inclusão, é considerado pela banca como advérbio, e não palavra denotativa, pois<br />

modifica a oração “quando aparecem supervírus”. Por essa banca, isso é uma prova do fim<br />

da polêmica que cerca as palavras denotativas e os advérbios. Na minha opinião, nenhuma<br />

banca deveria expor quaisquer polêmicas, mas minha opinião vale tanto quanto a sua, meu<br />

comum leitor.<br />

Só de curiosidade:<br />

A palavra mesmo e seus quatro valores semânticos e morfológicos:<br />

Concessão: Mesmo chovendo, viajamos. (preposição acidental)<br />

Afirmação: A natureza está mesmo doente. (advérbio)<br />

Inclusão: Mesmo quem não comprou o convite, poderá ir à festa. (advérbio)<br />

Precisão/Realce: Ela me beijou neste lugar mesmo. (palavra denotativa)<br />

Inclusão: Mesmo ela me traiu. (palavra denotativa) / Mesmo de noite, ele sai <strong>para</strong> pescar.<br />

(advérbio)<br />

Reitero: Saiba que as palavras denotativas só podem ser classificadas como advérbios, se<br />

modificarem verbos, adjetivos, outros advérbios ou orações.<br />

Consequência/Conclusão<br />

– O consumo aumentou e, consequentemente/conseguintemente, a produção e as vendas<br />

subiram.<br />

Obs.: Conheça algumas locuções adverbiais elencadas por Othon Moacyr Garcia que atuam<br />

como conectivos indicando conclusão: dessa forma, dessa maneira, desse modo. Certos<br />

advérbios arcaicos, que podem funcionar como conectivos, têm valor conclusivo, como<br />

dessarte e destarte.<br />

Sempre que encontrar um advérbio que gere dificuldade de compreensão, consulte um bom<br />

dicionário. Fica a dica.


Palavras e Locuções Denotativas<br />

Apesar de se parecerem com advérbios, é tradição gramatical, desde José Oiticica, tomar<br />

as palavras denotativas como diferentes dos advérbios. No entanto, há uma divergência<br />

absurda entre os gramáticos sobre onde “encaixar” (Entre os advérbios ou entre as palavras<br />

denotativas?) tais palavras que já veremos abaixo.<br />

De uma coisa não podemos discordar: tradicionalmente, o advérbio modifica o verbo, o<br />

adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira, logo não se pode considerar sensato encarar<br />

sempre a palavra só, por exemplo, como advérbio. Entenda:<br />

– Só ele explicou a matéria. (Note que só modifica ele, logo não pode ser advérbio, mas sim<br />

uma palavra denotativa.)<br />

– Ele só explicou a matéria. (Note que só modifica o verbo, logo tem de ser um advérbio.)<br />

Abro aqui um adendo <strong>para</strong> dar voz ao mestre Bechara: “A Nomenclatura <strong>Gramatica</strong>l<br />

Brasileira (NGB) põe os denotadores de inclusão, exclusão, situação, retificação, designação,<br />

realce etc. à parte, sem nome especial.”. Ampliando o assunto, Celso Cunha, baseando-se em<br />

José Oiticica, diz que tais palavras não se encaixam em nenhuma classe gramatical, por isso<br />

os vocábulos abaixo são chamados de palavras denotativas, o que explica o “à parte” usado<br />

por Bechara.<br />

Os estudos modernos e algumas bancas de provas que vêm acompanhando tais estudos<br />

trabalham esse assunto do ponto de vista discursivo, ou seja, quando usamos palavras<br />

denotativas em nosso texto, em nosso discurso, isso tem um propósito. Sendo assim, muitas<br />

perguntas “camufladas” de interpretação de texto, são, na verdade, sobre palavras denotativas<br />

e seus valores argumentativos. Por exemplo, quando dizemos “A menina que jogou água no<br />

garoto, pai!”, a palavra denotativa expletiva (ou de realce) que tem o papel argumentativo<br />

de realçar o termo anterior. Se disséssemos “A menina jogou água no garoto.”, o sentido não<br />

mudaria, mas a ênfase dada à menina na frase com a palavra de realce que se perderia.<br />

Conheça as palavras e locuções denotativas, enfim:<br />

• Designação: serve <strong>para</strong> apresentar um ser ou um fato de modo repentino, inesperado ou<br />

entusiástico: eis.<br />

Ex.: Eis-me aqui, envia-me!<br />

• Exclusão: exclui-se uma ideia, realçando outra: apenas, salvo, só, somente, exceto,<br />

exclusive, afora, senão, menos, sequer, nem mesmo...<br />

Ex.: Tudo tem limite, exceto o meu amor por você.<br />

Obs.: A maioria dos gramáticos consideram salvo, exceto, exclusive, afora, senão e menos<br />

como preposições acidentais, quando introduzem locuções adverbiais: “Salvo aquela<br />

canção, todo o repertório do DVD ao vivo chamou a atenção do grande público.”.


• Inclusão: dá uma ideia de adição, introduzindo no discurso o julgamento do enunciador:<br />

até, inclusive, mesmo, também, ademais...<br />

Ex.: Até o chefe da seção notou minha inquietude.<br />

Obs.¹: Para que classifiquemos um vocábulo ou <strong>para</strong> que entendamos o seu sentido, você já<br />

sabe que tudo depende do contexto, certo? Por exemplo, o até do exemplo anterior<br />

difere, quanto ao sentido, deste: “O chefe da seção notou até minha inquietude.”.<br />

Perceba que o sentido não é definitivamente o mesmo. No exemplo fora desta “obs.”, o<br />

sentido é que mais de uma pessoa notou a inquietude. Nesta frase, com o até deslocado,<br />

o chefe notou, além de outros sentimentos, a inquietude.<br />

Obs.²: Não confunda até, palavra denotativa de inclusão (ou advérbio de inclusão,<br />

dependendo do contexto), com preposição. Veremos isso melhor no capítulo de<br />

Preposição. Veja uma questão sobre isso: FCC – BACEN – PROCURADOR – 2006 –<br />

QUESTÃO 8.<br />

• Explicação: apresenta um esclarecimento <strong>para</strong> que não haja dúvidas: isto é, ou melhor,<br />

por exemplo, a saber, ou seja, qual(is) seja(m)...<br />

Ex.: Este é um fato comum, a saber: todo professor é humano.<br />

• Realce (expletiva): serve <strong>para</strong> realçar/enfatizar determinados seres ou ideias: cá, lá, é<br />

que, que, ora, sobretudo...<br />

Ex.: Eu é que sou mais eu. / Veja lá o que vai fazer!<br />

Obs.: Alguns advérbios podem vir acompanhados da palavra denotativa de realce que. Como<br />

o próprio nome sugere, tal partícula serve <strong>para</strong> tão somente enfatizar o termo ou a<br />

expressão adverbial: Certamente que ela vai passar. / Com certeza que ela vai passar. /<br />

Decerto que ela vai passar. / Provavelmente que ela vai passar. / Talvez que com<br />

esforço ela vá passar em primeiro lugar. / Quase que ela não passa. E, como toda boa<br />

palavra expletiva, o que pode ser retirado da frase sem prejuízo sintático ou semântico.<br />

Sobre o vocábulo ainda, note que a banca Esaf não o considerou uma partícula expletiva, mas<br />

sim um advérbio, pois indica tempo (= até este momento, até agora).<br />

2. (Esaf – MRE – Assistente de Chancelaria – 2004) Assinale a afirmativa errada a respeito do texto a seguir:<br />

A administração pública brasileira é ainda um monstro disforme, em que convivem setores modernos, utilizando<br />

tecnologias avançadas e desenvolvendo a cultura de um Estado não executor, e setores montados sobre<br />

<strong>para</strong>digmas antigos, desenvolvendo trabalhos desnecessários ou redundantes.<br />

c) O advérbio “ainda” é, no contexto em que se encontra, partícula expletiva, podendo ser eliminado do trecho sem que se<br />

altere o sentido original. (Gabarito!)<br />

• Retificação: expressa normalmente correção <strong>para</strong> introduzir determinado argumento<br />

inclusivo: aliás, ou melhor, ou antes, isto é, digo, perdão...


Ex.: Faça silêncio, ou melhor, fale mais baixo.<br />

A palavra aliás é bem interessante, pois introduz argumentos. Veja o que diz o Aulete sobre<br />

ela:<br />

adv.<br />

1 Ou melhor; quer dizer; digo. (Os pecados capitais são oito; aliás, sete.)<br />

2 A propósito; na verdade. (“... nunca mais ousei repetir essas experiências, aliás inúteis.”)<br />

(Mário de Sá Carneiro, A confissão de Lúcio)<br />

3 De outra forma. (Ganhou na loteria; aliás, não teria enriquecido sem esse pequeno<br />

detalhe.) [Us. tanto <strong>para</strong> retificar ou averiguar uma informação, como <strong>para</strong> confirmá-la ou<br />

aperfeiçoá-la.]<br />

4 Além do mais. (Casou tarde; aliás, com uma mulher muito mais nova.)<br />

5 No entretanto, não obstante, contudo. (Escrever poemas <strong>para</strong> ele é simples; aliás deve-se<br />

lembrar que começou há pouco.)<br />

Veja uma questão bacana (UFSJ – PROGP – TÉCNICO LABORATORIAL – 2009):<br />

Fragmento de texto<br />

(...) Além das intervenções em saúde, segundo Waleska Caiaffa, professora da Faculdade de Medicina da UFMG e<br />

uma das coordenadoras do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (Osubh), há que se pensar em<br />

intervenções urbanas não necessariamente relacionadas à saúde, mas que exercem sobre ela impacto positivo.<br />

A busca de soluções <strong>para</strong> que as populações usufruam de mais qualidade de vida na cidade, aliás, é uma das<br />

premissas do trabalho desenvolvido pelo Observatório. (...)<br />

7. A palavra “aliás”, presente no terceiro parágrafo, pode ser analisada como:<br />

a) um elemento de coesão ligando duas orações de sentidos opostos;<br />

b) um elemento de valor argumentativo que valoriza o trabalho do Osubh; (Gabarito!)<br />

c) uma circunstância <strong>para</strong> que sejam buscadas soluções <strong>para</strong> o usufruto da qualidade de vida;<br />

d) uma interjeição que traz o sentimento da autora com relação à importância da qualidade de vida.<br />

• Situação: usada normalmente na linguagem oral <strong>para</strong> abrir, normalmente, uma<br />

interrogação, iniciar um discurso: afinal, agora, então*, mas...<br />

Ex.: Afinal, o que querem? / Agora, trabalhar que é bom ninguém quer. / Então... acho<br />

que hoje não conseguiremos sair, amorzinho. / Mas ela não é aquela garotinha da<br />

foto?<br />

* Houve uma questão (32) do vestibular do ITA (2011/2012) que apresentava na letra E esse<br />

“então”, próprio da linguagem informal. Confira depois!


Variação em Grau<br />

O advérbio é intensificado (grau) por outro advérbio ou por um afixo. São dois tipos: o<br />

com<strong>para</strong>tivo e o superlativo.<br />

O com<strong>para</strong>tivo pode ser de:<br />

• Igualdade: Aquela menina escreve tão depressa quanto/como eu.<br />

• Superioridade: Aquela menina escreve mais depressa (do) que eu.<br />

• Inferioridade: Aquela menina escreve menos depressa (do) que eu.<br />

Obs.: Os advérbios bem e mal, no grau com<strong>para</strong>tivo de superioridade, ficam melhor e pior:<br />

Aquela menina escreve melhor/pior do que eu.<br />

O grau superlativo pode ser apenas absoluto (sintético ou analítico):<br />

• Sintético (uso de sufixo -íssimo ou -issimamente):<br />

Ex.: Ele estava muitíssimo bêbado. / Ele acordou apressadissimamente.<br />

• Analítico (uso de advérbio de intensidade modificando outro advérbio, sem sufixo):<br />

Ex.: Eu corri muito bem naquela prova. / Ela corre bem mal.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os advérbios bem e mal, no grau superlativo absoluto sintético, viram ótimo e péssimo:<br />

Eu corri ótimo/otimamente naquela prova. / Ela corre péssimo/pessimamente.<br />

2) Existe também o grau superlativo intensivo, que expressa os limites da possibilidade,<br />

cuja estrutura fixa é: o mais/o menos ou o melhor/o pior + advérbio + expressão de<br />

possibilidade.<br />

– Chegaremos o mais rapidamente possível (ou o mais rapidamente que pudermos).<br />

3) Antes de particípios ou adjetivos, mais bem (ou melhor) e mais mal (ou pior) são formas<br />

que podem ser usadas, de acordo com Bechara, Cegalla, Sousa e Silva, Celso P. Luft,<br />

Maria H. M. Neves, Vasco Botelho de Amaral, João Ribeiro, etc.: Esta casa é mais<br />

bem/melhor mobiliada que a outra. / Estes alunos são mais mal/pior educados que<br />

aqueles.<br />

No entanto, a vastíssima maioria dos gramáticos e das bancas repudiam a visão, dizendo que<br />

a forma culta é tão somente esta: “só se usa mais bem ou mais mal antes de particípios ou<br />

adjetivos”: Esta casa é mais bem mobiliada que a outra. / Estes alunos são mais mal<br />

educados que aqueles.<br />

Note como essas bancas trataram do assunto em suas questões – privilegiando a forma<br />

analítica (mais bem/mais mal): CESPE/UNB – TRE/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2005<br />

– QUESTÃO 6 C) / FCC – MPU – ANALISTA DE SAÚDE – 2007 – QUESTÃO 5 E) /


CESPE/UNB – TCU – TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – QUESTÃO 2 / FCC –<br />

TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012 – QUESTÃO 15 E). / ESAF – CGU –<br />

TÉCNICO DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008 – QUESTÃO 4 (Gabarito preliminar: A.<br />

Gabarito oficial: Anulada, pois poderia ser a opção E, segundo os gramáticos supracitados).<br />

4) Se não forem seguidos de particípio ou adjetivo, usa-se melhor ou pior apenas: Ninguém<br />

me conhece melhor que minha mãe. / “Ninguém me conhece mais bem que minha mãe.”<br />

(Inadequadíssimo!)<br />

Formas Estilísticas de Grau dos Advérbios<br />

Existem certas formas criativas, próprias do coloquialismo, que fazem a gradação (grau)<br />

dos advérbios. Veja:<br />

• A repetição da forma adverbial gera a forma superlativa.<br />

Ex.: Volto já, já. / Chegaremos logo, logo.<br />

• O prefixo (super e outros) ou o sufixo (aumentativo ou diminutivo) fazem a forma<br />

superlativa.<br />

Ex.: Ele fez super-rápido a prova. / Ele fez rapidão/rapidinho a prova. / Já está de<br />

manhãzinha; preciso trabalhar.<br />

• Expressões metafóricas.<br />

Ex.: Esta garota fala pelos cotovelos. / Anderson Silva luta pra cara#@$%!


Valor Discursivo<br />

O advérbio tem muitas funções discursivas, ou textuais. Vejamos:<br />

Valores Anafórico, Catafórico ou Dêitico<br />

Alguns advérbios de lugar:<br />

– Aí deve estar fazendo calor, mas aqui está um frio de doer. (valor dêitico)<br />

– Tanto no Rio como em São Paulo há tráfico de drogas. Enquanto aqui as UPPs vêm<br />

melhorando o cenário carioca, lá há outras intervenções. (valor anafórico)<br />

– Apenas lá é o lugar onde eu quero viver o fim da vida: Campos do Jordão. (valor<br />

catafórico)<br />

Alguns advérbios de tempo:<br />

– Ontem, muito sol; hoje, só chuva; amanhã será o quê? (valor dêitico)<br />

– Reinaldo chegou às duas da manhã bêbado. Foi acordar às duas da tarde do dia seguinte;<br />

só aí/então se deu conta que tinha de ligar <strong>para</strong> sua mãe. (valor anafórico)<br />

Advérbio de modo assim:<br />

– As mulheres sempre foram assim: leais e vingativas. (valor catafórico)<br />

– As meninas levavam os salgados, os rapazes levavam as bebidas e era assim que a gente<br />

fazia as festinhas. (valor anafórico)<br />

Percebemos com esses exemplos que os advérbios têm um papel coesivo muito importante<br />

dentro da construção do texto.<br />

Advérbios e Construção de Sentido<br />

Além do uso das palavras denotativas e de alguns advérbios, que podem mudar de sentido<br />

com a mudança de posição, fique de olho em dois: os advérbios já e ainda. Dentro de um<br />

contexto, podem mudar de sentido. Veja o que diz o Aulete sobre eles:<br />

Já<br />

adv.<br />

1 Neste momento, agora. (Já estamos a meio caminho de lá.)<br />

2 Em algum momento ou período no passado; anteriormente, antes. (Já li muito suspense./<br />

Encontrei a panela já aberta.)<br />

3 Imediatamente, agora mesmo. (Desligue já essa televisão!)<br />

4 Logo, dentro em pouco. (Diga que já o atendo.)<br />

5 Mais. (Ele foi tão grosseiro, que ela já não queria vê-lo.)<br />

6 Em parte, até. (Se ele aceitar o cargo, já é um progresso.)<br />

7 De antemão, com antecedência. (Como terei visitas à noite, já deixei a casa arrumada.)


8 Mas, entretanto. (Ele malha muito, já ela não gosta nem um pouco.)<br />

Sobre a 8, consulte: FUNRIO – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – 2009 –<br />

QUESTÃO 12.<br />

De já hoje<br />

1 Há muito, há muito tempo; desde muito.<br />

2 Hoje; ainda hoje.<br />

Desde já<br />

1 A partir de agora, deste momento em diante; doravante.<br />

2 Já neste momento (e antecipadamente em relação a algo). (Agradeço desde já qualquer<br />

ajuda que possam conceder.)<br />

Já, já<br />

1 Logo, imediatamente, sem demora.<br />

Já que<br />

1 Us. antes de se mencionar a causa de algo, aquilo que é motivo <strong>para</strong> se fazer ou querer<br />

alguma coisa, ou a razão <strong>para</strong> se pensar de determinado modo. (Já que todos estão de<br />

acordo, podemos encerrar o debate)<br />

Ainda<br />

adv.<br />

1 Até este momento; até agora. (A conferência ainda não começou. / Ainda hoje uso aquele<br />

colar.)<br />

2 Até certo tempo no passado já mencionado; até então; até aquele momento. (Quando voltei<br />

do exterior, eles ainda não tinham se casado.)<br />

3 Até certo tempo (antes mencionado) no futuro. (Quando você voltar, ainda estarei no início<br />

de minha viagem.)<br />

4 Em algum momento no futuro. (Ela ainda chegará.)<br />

5 Realça a exiguidade de tempo decorrido. (Ainda há cinco minutos falávamos de você.)<br />

6 Ao menos. (Está sempre atrasado; se ainda fosse eficiente...)<br />

7 Também; além disso; inclusive. (Ele canta e ainda dança.)<br />

8 Mais; além disso. (Muito aplaudido ao final do show, cantou ainda uma canção.)<br />

9 Exatamente, precisamente. (Saiu ainda agora.)<br />

10 Mesmo assim; não obstante. (Ele já te devia um dinheirão e você ainda lhe emprestou<br />

mais!)<br />

11 Por fim; afinal. (Depois de tantos anos, restou-lhe ainda uma lembrança.)


12 Expressa reforço, aumento, incremento. (Nosso medo ficou ainda maior.)<br />

13 Expressa continuidade de algo (mesmo em condições adversas). (“Sorris da minha dor,<br />

mas eu te quero ainda.”)<br />

Ainda agora (intensifica o tempo)<br />

1 Agorinha.<br />

Ainda assim<br />

1 Apesar disso. (Não é minha atribuição; ainda assim, pretendo colaborar.)<br />

Ainda bem (que)<br />

1 Felizmente.<br />

Ainda por cima<br />

1 Além de tudo isso; <strong>para</strong> culminar.<br />

Ainda que<br />

1 Mesmo que: “Liberdade, ainda que tardia.” (lema da Conjuração Mineira: “Libertas<br />

quae sera tamen.”)<br />

2 Apesar de que; embora. (Vou respeitar a decisão, ainda que não concorde.)<br />

Advérbios Modalizadores<br />

Por força da tradição gramatical, os advérbios modalizadores são chamados de advérbios<br />

de afirmação, dúvida, modo ou intensidade. No entanto, estudos linguísticos avançados<br />

informam que muitos advérbios, em geral terminados em -mente, vão além dessas meras<br />

ideias, <strong>para</strong> exprimir determinados matizes de sentido dentro do discurso. E isso vem caindo<br />

em prova de concurso. Por isso, atenção!<br />

Alguns advérbios são chamados de modalizadores, pois, basicamente, exprimem estado<br />

emocional ou ponto de vista: Infelizmente, todos morreram. / Lamentavelmente a seleção<br />

brasileira de futebol não ganhará a Copa de 2014.<br />

O fato é que todo discurso está repleto de intencionalidades. O estudo dos modalizadores<br />

terminados em -mente é apenas uma pequena parte de todo um estudo do que se convencionou<br />

chamar “análise do discurso”, matéria vista em Faculdades de Letras. Como estamos no<br />

capítulo de advérbios, trate de aprender sobre a modalização do discurso por meio dos<br />

advérbios.<br />

Segundo os estudos de Castilho & Castilho, Maria Helena de Moura Neves e Christiana<br />

Lourenço Leal, vejamos as classes de advérbios modalizadores – modalidade epistêmica,<br />

deôntica, persuasiva e afetiva/atitudinal (os julgamentos de valor):<br />

1) Modalização epistêmica: expressa uma avaliação sobre o valor de verdade do que se diz.


Compreende três subclasses:<br />

– Advérbios asseverativos: normalmente conhecidos como advérbios de afirmação pela<br />

gramática tradicional, indicam que o falante considera verdadeiro o conteúdo do que se<br />

diz, numa afirmação ou numa negação: realmente, evidentemente, naturalmente,<br />

efetivamente, fatalmente, certamente, absolutamente*, claro, certo, lógico, sem<br />

dúvida, mesmo, indubitavelmente etc.; de jeito nenhum, de forma alguma, de modo<br />

algum, absolutamente* etc.<br />

– Advérbios quase asseverativos: normalmente conhecidos como advérbios de dúvida,<br />

pela gramática tradicional, indicam que o falante considera quase certo (relativiza) o<br />

conteúdo do que se diz; muitas vezes a intenção é “camuflar” um ponto de vista,<br />

abrandando o verdadeiro intento do enunciador: talvez, assim, possivelmente,<br />

provavelmente, (não) propriamente, eventualmente, supostamente etc.<br />

– Advérbios delimitadores: normalmente conhecidos como advérbios de modo,<br />

estabelecem os limites dos quais se deve encarar o conteúdo do que se diz: quase, um<br />

tipo de, uma espécie de, geograficamente, biologicamente, basicamente,<br />

humanamente, linguisticamente, praticamente, principalmente, sobretudo etc. Quando<br />

se referem a uma ciência ou a um ser são <strong>para</strong>fraseáveis por “do ponto de vista +<br />

adjetivo”: do ponto de vista geográfico/biológico/humano... Neste último caso,<br />

constitui estratégia do autor <strong>para</strong> orientar o interlocutor no processo de leitura do que<br />

será dito.<br />

2) Modalização deôntica: normalmente conhecidos como advérbios de modo pela gramática<br />

tradicional, indicam que o falante considera obrigatório ou necessário o conteúdo do que<br />

diz: obrigatoriamente, necessariamente, indispensavelmente, forçosamente etc.<br />

3) Modalização persuasiva: normalmente conhecidos como advérbios de intensidade pela<br />

gramática tradicional, realçam algo que já é de conhecimento geral de modo a convencer o<br />

interlocutor da veracidade do que está sendo dito: completamente, totalmente,<br />

extremamente, altamente, obviamente, absolutamente etc.<br />

4) Modalização afetiva: normalmente conhecidos como advérbios de modo pela gramática<br />

tradicional, expressam tão somente a opinião emotiva do falante em face do que ele diz:<br />

felizmente, infelizmente, curiosamente, surpreendentemente, espantosamente,<br />

agradavelmente, sinceramente, francamente, lamentavelmente, estranhamente,<br />

principalmente/sobretudo (indica uma hierarquia subjetiva de valores: “Tudo isso graças,<br />

principalmente, aos nossos políticos demagogos.”).<br />

Existem alguns advérbios, chamados de focalizadores, que ainda não foram<br />

sistematicamente contemplados pela gramática tradicional. Não obstante, eles existem e<br />

servem <strong>para</strong> focalizar, realçar uma expressão dentro da frase: especialmente,


especificamente, propriamente, principalmente, exatamente, justamente, unicamente,<br />

meramente, sobretudo etc.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os modalizadores afetivos são os que eu mais vi cair em prova de concurso. Os<br />

demais são vistos como advérbios de afirmação (asseverativo), dúvida (quase<br />

asseverativo), modo (delimitador e deôntico) e intensidade (persuasivo).<br />

2) Veja três questões sobre modalização!<br />

21. (FAB – EEAR – Sargento – 2002) A maioria dos advérbios terminados em -mente são classificados como advérbios de<br />

modo. Quando aplicados ao texto, pode-se descobrir mais da relação que estabelecem com os termos da oração. Desse<br />

modo, relacione a coluna A com a coluna B, de acordo com o que se pede.<br />

A<br />

I. advérbio caracterizando finalidade descritiva<br />

II. advérbio caracterizando juízo de valor<br />

III. advérbio caracterizando avaliação de quem fala<br />

IV. advérbio caracterizando um critério<br />

B<br />

( ) Lamentavelmente, não teremos como concluir os pre<strong>para</strong>tivos da festa no prazo previsto.<br />

( ) “A noite obscenamente acesa/Sobre meu país dividido em classes.” (Ferreira Gullar)<br />

( ) Em primeiro lugar observemos o avô. Igualmente, lancemos um olhar <strong>para</strong> a avó.<br />

( ) Sofregamente, o homem vertia na boca a água que lhe escorria pelo pescoço, pelo corpo, como a matar também a<br />

sede da alma.<br />

A sequência correta será:<br />

a) IV – II – III – I;<br />

b) III – I – II – IV;<br />

c) II – IV – I – III;<br />

d) III – II – IV – I.<br />

Comentário: A letra D é o gabarito. Segundo Pasquale Cipro Neto, “a caracterização dos<br />

advérbios pode ter finalidade descritiva, procurando representar objetivamente os dados da<br />

realidade. Quando se diz, por exemplo, que todos estavam ‘dormindo profundamente’,<br />

descreve-se a maneira intensa como todos dormiam. A caracterização adverbial pode, no<br />

entanto, indicar a subjetividade de quem analisa um evento: o advérbio deixa de ter papel<br />

descritivo e passa a traduzir sentimentos e julgamentos de valor de quem escreve ou fala”.<br />

Há finalidade descritiva em “Em primeiro lugar observemos o avô. Igualmente, lancemos um<br />

olhar <strong>para</strong> a avó” e “Sofregamente, o homem vertia na boca a água que lhe escorria pelo<br />

pescoço,<br />

pelo corpo, como a matar também a sede da alma”. Há tradução de sentimentos e<br />

julgamentos de valor de quem escreve ou fala em “Lamentavelmente, não teremos como<br />

concluir os pre<strong>para</strong>tivos da festa no prazo previsto” e “A noite obscenamente acesa/Sobre<br />

meu país dividido em classes” (Ferreira Gullar).<br />

3. (UERJ – 1 o Exame de Qualificação – Vestibular – 2004) “Já se sentiu vítima de algum tipo de marginalização e/ou<br />

discriminação dentro de sua universidade?” “Infelizmente, devo dizer que sim.”<br />

O advérbio infelizmente, na resposta do entrevistado, exprime um ponto de vista ou julgamento a respeito dos fatos


elatados. A alternativa cujo elemento sublinhado desempenha essa mesma função é:<br />

(a) “Já se sentiu vítima de algum tipo de marginalização (...)?”<br />

(b) “que pertencem ao mesmo partido político etc. e que se apóiam mutuamente.”<br />

(c) “Mas, verdade seja dita, trata-se de uma hostilidade”<br />

(d) “e continua apoiando as reformas que instituí em minha gestão.”<br />

Comentário: O gabarito é a letra C, pois assim como infelizmente expressa uma emoção ou<br />

ponto de vista sobre um fato, a expressão verdade seja dita representa o ponto de vista do<br />

enunciador com relação à discriminação (= hostilidade). As demais não expressam nenhuma<br />

opinião ou sentimento.<br />

28. (NCE/UFRJ – Eletronorte – Assistente Administrativo – 2006) De todos os advérbios em -mente abaixo sublinhados, o<br />

que apresenta valor semântico distinto dos demais é:<br />

a) “extremamente promissoras”; (Gabarito!)<br />

b) “eticamente inaceitável”;<br />

c) “igualmente descartada”;<br />

d) ‘o saldo final é, modestamente, bem positivo”;<br />

e) “levar os parlamentares a recuar rapidamente”.<br />

Comentário: Além de já ter sido falado que nem todo advérbio modificador de adjetivo é<br />

de intensidade, note mais detalhes nessa questão: A: Intensidade. B: Modo (pela visão<br />

tradicional da gramática normativa) / modalizador epistêmico (delimitador). C: Modo. D:<br />

Modo (pela visão tradicional da gramática normativa) / modalizador afetivo. E: Modo. Pelo<br />

menos a banca foi contra a visão tradicional de que advérbio ligado a adjetivo é só de<br />

intensidade.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Apesar de não ser recorrente em prova, como pronome, verbo e conjunção, tudo pode cair<br />

sobre advérbio. Portanto, o bizu é estudar tudão – preocupe-se mais atentamente com a<br />

identificação, seus valores circunstanciais e discursivos, ok? Ah! As bancas de grande<br />

expressão não tratam muito de advérbio e, quando o fazem, é dentro de concordância nominal.<br />

Fique atento!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FUNIVERSA – APEX – Analista Sênior – 2006) “A tão difícil arte de amar bonito” / “Talvez seja tão simples, tolo e<br />

natural”. A respeito das palavras destacadas, assinale a alternativa correta.<br />

a) As duas são advérbios e modificam adjetivo.<br />

b) As duas são advérbios e modificam verbo.<br />

c) As duas são advérbios e modificam outro advérbio.<br />

d) As duas são adjetivos.<br />

e) As duas são pronomes de intensidade.<br />

Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de<br />

“economia de mercado”, e outros, de “capitalismo”.<br />

2. (FGV – SERC/MS – Fiscal de Rendas – 2006) A palavra Tal classifica-se como:<br />

a) adjetivo;<br />

b) advérbio;<br />

c) conjunção;<br />

d) pronome demonstrativo;<br />

e) pronome relativo.<br />

Fragmento de texto<br />

Para muita gente, esta é a semana mais difícil do ano. Você volta das férias, tenta se adaptar de novo à rotina e já<br />

pressente as surpresas que vai ter ao receber a conta do cartão de crédito. Quando se dá conta, é mais uma vítima<br />

da depressão pós-viagem. Eu só conheço uma maneira de sair dessa: começar a pensar já na próxima. Não, não é<br />

cedo demais. (...)<br />

3. (MP-RJ – Técnico Administrativo – 2007) “Não, não é cedo demais”. O uso duplo da palavra negativa nesse trecho tem a<br />

finalidade de:<br />

a) responder de modo peremptório a uma pergunta anteriormente expressa;<br />

b) contradizer um argumento levantado pelo próprio autor;<br />

c) reforçar o tom de diálogo com o leitor, já introduzido no texto;<br />

d) negar uma opinião contrária expressa na frase anterior;<br />

e) chamar a atenção do leitor <strong>para</strong> o caráter ambíguo do que é dito.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) Ao contornar a ilha principal em busca do Ninhal das Fragatas, nosso ponto de ancoragem, demos de cara com a<br />

exuberância da fauna, uma espécie de “Galápagos” do litoral paulista. (...)<br />

4. (MP-RJ – Técnico Administrativo – 2007) No segundo parágrafo, o autor emprega a expressão “demos de cara”, forma<br />

popular que transmite a ideia de que a ação descrita ocorreu:<br />

a) subitamente;<br />

b) furtivamente;<br />

c) favoravelmente;<br />

d) efemeramente;<br />

e) mormente.<br />

Fragmento de texto<br />

Nos últimos cinquenta anos, a população mundial mais do que dobrou, indo de 2,5 bilhões (1950) <strong>para</strong> 6 bilhões<br />

(2000). Durante esse mesmo período, a industrialização permitiu que o consumo aumentasse exponencialmente;<br />

como consequência, a poluição e o lixo também aumentaram. (...)<br />

5. (MP/RJ – Técnico Superior Administrativo – 2007) A ideia que a palavra “exponencialmente” expressa está mantida em:<br />

a) inversamente;<br />

b) irreversivelmente;<br />

c) intensamente;<br />

d) minimamente;<br />

e) adequadamente.<br />

6. (MP/RJ – Técnico Superior Administrativo – 2007) “Dos três irmãos, dois fazem parte de um grupo cada vez mais comum<br />

na família brasileira contemporânea.”


Assinale a única opção em que a palavra “mais” está empregada com o mesmo valor gramatical da frase acima:<br />

a) Eu espero por você o tempo que for; nós vamos estar juntos mais uma vez.<br />

b) Não tenho mais dinheiro, atraso o aluguel, não compro alimento.<br />

c) Estou tão cansado, mas não pra dizer que não acredito mais em você.<br />

d) Espero que aquela jura não tenha ido <strong>para</strong> mais ninguém.<br />

e) E quando o inverno tristonho chegar, mais amor eu vou ter pra lhe dar.<br />

Fragmentos de texto<br />

A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa profunda recessão, revela a importância<br />

do papel do governo no funcionamento da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma<br />

melhor operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico. Entretanto, após algumas décadas de<br />

excessivo crescimento dos gastos governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos...<br />

(...) Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os mercados possuem<br />

quando funcionam de maneira mais livre, sem interferências externas, na alocação dos recursos. (...) Certamente<br />

essas frases devem nos deixar algo perplexos...<br />

7. (FGV – Senado Federal – Analista de Informática Legislativa – 2008) Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no<br />

texto, se classifique como advérbio.<br />

a) livre.<br />

b) profunda.<br />

c) melhor.<br />

d) algo.<br />

e) após.<br />

8. (FCC – MRE – Oficial de Chancelaria – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O enunciado “aquilo que o texto nos diz já não constitui o objeto preferido de nossa atenção” contém pressuposto<br />

introduzido pelo advérbio já.<br />

Fragmentos de texto<br />

(...) A fascinação de sua pessoa e ‘oeuvre’ só deixou a alternativa... (...) Nenhuma das intuições desse pensador<br />

inesgotável apresentava-se como mera intuição. O sujeito, a quem pessoalmente cabiam todas as experiências<br />

fundantes que a filosofia oficial contemporânea apenas discute de modo formal, parecia ao mesmo tempo não ter<br />

nenhuma participação nelas, mesmo porque a sua maneira, sobretudo a arte da formulação instantânea −<br />

definitiva −, também se despojou do que, no sentido tradicional − é espontâneo e esfuziante (...)<br />

9. (FCC – MRE – Oficial de Chancelaria – 2009) Considerado o contexto, qual afirmação abaixo está correta?<br />

I. O emprego de só traz implícita uma ideia de exclusão.<br />

II. O advérbio mesmo, em mesmo porque, introduz retificação acerca do afirmado anteriormente.<br />

10. (IESES – TJ – Analista Judiciário – 2009) Assinale a alternativa INCORRETA, em relação ao vocábulo mesmo / mesma.<br />

a) A norma culta da língua rejeita o mencionado vocábulo na substituição de pronomes pessoais, como em O grupo<br />

formado por índios, portugueses e africanos influenciou a culinária maranhense e somos agradecidos ao<br />

mesmo.<br />

b) Em As cerâmicas maranhenses chegam mesmo a ser vendidas no exterior o vocábulo é advérbio e equivale a até.<br />

c) Em um aluno sem a mesma base precoce o vocábulo acompanha o substantivo; é adjetivo e equivale a idêntica.<br />

d) Está correta a frase: O Bumba Meu Boi é manifestação folclórica diferente das demais do país; a mesma é mais<br />

espetacular.<br />

11. (IESES – TJ – Comissário de Justiça da Infância e da Juventude – 2009) (Adaptada) Qual afirmação abaixo está incorreta?<br />

I. Além disso é advérbio e corresponde a Outrossim.<br />

II. Não ocorrerá alteração no sentido e na estrutura da frase, se a expressão Na realidade (... oferecem garantia de<br />

transporte gratuito... Na realidade, o transporte é feito por ônibus em péssimas condições de conservação...) for<br />

substituída por Realmente.<br />

12. (IESES – TJ – Comissário de Justiça da Infância e da Juventude – 2009) (Adaptada) Em relação à análise dos termos em<br />

destaque desta frase: Muitas vezes, aqueles que reclamam das condições, ou tentam fugir, são vítimas de surras, está<br />

correta ou incorreta a afirmação abaixo?<br />

– A expressão de surras é uma locução adverbial de modo.<br />

13. (Cespe/UnB – CEHAP – Auxiliar de Serviços Administrativos – 2009) Quanto à classificação e ao emprego das palavras


no texto, assinale a opção correta.<br />

a) No trecho “ela ganhou carisma e visibilidade”, a palavra ‘carisma” é um adjetivo.<br />

b) Na oração “A liberdade e a responsabilidade são nossas”, o termo ‘nossas’ é uma interjeição.<br />

c) Na expressão “falar mais de amor” o vocábulo ‘mais’ indica intensidade.<br />

d) Em “Valéria sabe da influência que exerce sobre uma geração”, o termo ‘exerce’ é um verbo no futuro.<br />

Fragmentos de texto<br />

“... nos dias de folia carnavalesca, onde a ingestão de bebidas alcoólicas se eleva...”<br />

“... solicito... a presença... na praça do DI, reduto dos foliões mais intempestivos, onde se verificam muitas<br />

ocorrências...”<br />

14. (Cespe/UnB – DETRAN/DF – Auxiliar de Trânsito – 2009) Considerando-se as duas ocorrências do advérbio ‘onde’,<br />

primeiro e terceiro parágrafos do documento, apenas na primeira se respeitam as normas do padrão escrito formal da<br />

língua portuguesa <strong>para</strong> o emprego desse advérbio.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) Aproveito o ensejo <strong>para</strong> manifestar-lhe também, outrossim, a intenção de retomar...”<br />

15. (Cespe/UnB – DETRAN/DF – Analista de Trânsito – 2009) No segundo parágrafo, o advérbio “outrossim”, frequente em<br />

expedientes oficiais, está empregado de forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

Consultado por um discípulo sobre as forças dominantes dos destinos dos homens, o grande sábio Pitágoras<br />

respondeu: “Os números governam o mundo!”. Realmente. O pensamento mais simples não pode ser formulado<br />

sem nele se envolver, sob múltiplos aspectos, o conceito fundamental do número. (...)<br />

16. (Cespe/UnB – INMETRO – Todos os Cargos – 2009) Por meio do advérbio “Realmente”, o autor do texto exprime<br />

concordância com o enunciado de Pitágoras citado no primeiro parágrafo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

Quando as caravelas atracaram nas límpidas águas e areias do litoral brasileiro, que em pequena distância parecia<br />

infinito, algo impressionou ainda mais aqueles inegáveis exploradores: uma enorme muralha verde parecia<br />

proteger aquelas terras. Densas árvores, rica fauna... Algo jamais visto, algo jamais imaginado. Aos poucos, os<br />

portugueses perceberam que ali estava a verdadeira riqueza daquela terra recém-conquistada. (...)<br />

17. (Cespe/UnB – ANTAQ – Técnico em Regulação – 2009) O advérbio “ali” situa na “muralha verde”, constituída de<br />

“Densas árvores” e de “rica fauna”, a “verdadeira riqueza daquela terra”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Esaf – MF – Assistente Técnico (Administrativo) – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O advérbio “mutuamente” significa: reciprocamente.<br />

19. (Esaf – MF – Assistente Técnico (Administrativo) – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– “Inexoravelmente” é advérbio derivado de inexorável, adjetivo que significa: inadvertido.<br />

20. (Cespe/UnB – UERN – Técnico de Nível Superior – 2010) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

I. O advérbio “displicentemente” tem sentido equivalente a com disciplina, expressão que pode substituí-lo corretamente<br />

no texto.<br />

II. A palavra “bastante”, em “que são bastante comuns em quintais”, classifica-se como adjetivo; por isso, poderia ser<br />

corretamente flexionada no plural.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) “Até umas três gerações atrás, boa parte da sustentação emocional e material das pessoas vinha dos familiares.<br />

Hoje convivemos muito mais com amigos e desconhecidos...” (...)<br />

21. (FCC – DPE/SP – Agente de Defensoria – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?


– O emprego da preposição Até indica um limite de tempo, que se opõe à afirmativa introduzida pelo advérbio Hoje.<br />

22. (FUNIVERSA – MTUR – Agente Administrativo – 2010) O termo “mais”, usado em “O mais renegado dos sete pecados<br />

capitais e uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la.”, tem o mesmo valor semântico e<br />

morfológico na frase.<br />

a) Não aguentava mais tanto barulho.<br />

b) E que tudo o mais vá pro inferno!<br />

c) Cinco mais dois são sete.<br />

d) Sem mais nem menos, ela sumiu.<br />

e) Com a chegada do irmão, ela ficou mais nervosa.<br />

Fragmentos de texto<br />

(...)<br />

– Enfermeiro, eu preciso voltar urgente <strong>para</strong> o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho<br />

que fui trazida <strong>para</strong> cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais<br />

um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?<br />

(...)<br />

... dali a uma semana, ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada <strong>para</strong> assumir a posição de<br />

presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:<br />

– Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.<br />

– É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?<br />

– Não, não. Basta estalar os dedos, e ele aparece.<br />

– Assim (...)?<br />

– Pois não?<br />

(...)<br />

Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica,<br />

por assim dizer, celestial ali na organização...<br />

23. (FUNIVERSA – SEPLAG-DF – Analista (ADM.) – 2010) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

I. O advérbio indica lugar em todas as seguintes passagens: “fui trazida <strong>para</strong> cá”; “e isto aqui está me parecendo”; “E foi<br />

aí que o interlocutor sugeriu”; “ali na organização”.<br />

II. O “não” (Pois não?) é um advérbio com valor semântico de negação, assim como o não repetido (Não, não...).<br />

24. (FUNIVERSA – SEPLAG-DF – Analista (ADM.) – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O advérbio na construção “reagiu rapidinho” foi usado de acordo com a norma padrão da língua portuguesa, com flexão<br />

de diminutivo.<br />

Fragmento de texto<br />

Era uma menina morena que chorava muito, ainda com o cordão umbilical, embrulhada em uma sacola de papel.<br />

25. (FUNIVERSA – SEJUS/DFT – Ciências Contábeis – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A substituição de “ainda” por ainda que modifica o sentido da frase em que se insere, porque, no original, o vocábulo<br />

“ainda” tem valor de tempo e, na reescrita, passa a estabelecer uma relação de oposição, de concessão.<br />

26. (FUNIVERSA – SEJUS/DFT – Ciências Contábeis – 2010) A palavra “ainda” em “A entidade também relata as condições<br />

das prisões já divulgadas por meio dos mutirões do CNJ e o crescente número de prisões de pessoas acusadas de delitos<br />

menores e inocentes. É considerado grave ainda o fato de as detenções gerarem facções criminosas” está empregada<br />

com o mesmo sentido na frase:<br />

a) Estou preocupado com Jairo: ele ainda não voltou.<br />

b) Você ainda vai ser feliz, tenho certeza.<br />

c) Ninguém acreditou, mas o pássaro ainda voava até aquela hora.<br />

d) A jovem recebeu acusações injustas e, ainda, foi impedida de se explicar.<br />

e) Não tinha muito tempo; ainda assim foi visitar a mãe doente.<br />

27. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2010) O termo destacado expressa uma circunstância de causa em:<br />

a) “entretanto, pelas inseguranças, medos e raivas,”<br />

b) “...que impactam pelo resto da vida,”<br />

c) “No direito e na medicina isso é mais complexo,”<br />

d) “pode ser perfeitamente aplicável daqui a um tempo.”<br />

e) “...e, com absoluta certeza,”


28. (FUNDEP – Pref. Nova Lima – Assistente Social – 2010) “Não ficamos nas preposições, fomos igualmente aos<br />

advérbios”. Assinale a alternativa em que se flexionou indevidamente, segundo o texto, um advérbio:<br />

a) “[...] a língua é viva e muda o tempo todo.” / [...] a língua é viva e muda toda hora;<br />

b) “[...] a qualquer pretexto [...]” / [...] sob quaisquer pretextos;<br />

c) “Afinal, bastante gente fala assim.” / Afinal, bastantes pessoas falam assim;<br />

d) “[...] o fato está todo escancarado <strong>para</strong> qualquer um ver.” / [...] a coisa está toda escancarada <strong>para</strong> qualquer um ver.<br />

29. (AOCP – Pref. Camaçari – Procurado Municipal – 2010) Em “Além disso, foram eliminados órgãos equivalentes às<br />

diretorias regionais de ensino.”, a expressão destacada:<br />

a) introduz uma explicação;<br />

b) reitera um argumento citado;<br />

c) aponta <strong>para</strong> uma conclusão;<br />

d) adiciona um argumento;<br />

e) aponta <strong>para</strong> uma causa.<br />

30. (Vunesp – Fundação Casa – Agente Administrativo – 2010) Em – No Brasil, talvez mais que em outros países,... – o<br />

advérbio em destaque expressa sentido de:<br />

a) causa;<br />

b) afirmação;<br />

c) negação;<br />

d) modo;<br />

e) dúvida.<br />

Fragmentos de texto<br />

(...) Nem todas as palavras representam “coisas” do mundo exterior à linguagem: palavras puramente gramaticais<br />

como preposições, conjunções e artigos são o cimento que une os tijolos da comunicação, como substantivos,<br />

adjetivos, verbos e advérbios. Estes são chamados de palavras lexicais, cheias ou exteroceptivas porque nos<br />

remetem ao “mundo”, a vivências físicas ou mentais que abstraímos e guardamos na mente sob a forma de<br />

conceitos. Já as palavras gramaticais são chamadas de vazias ou interoceptivas porque não representam<br />

conceitos, só exercem funções na própria língua, como conectar ou substituir palavras cheias. (...) Trata-se de<br />

constatar que não podemos conhecer o mundo em que vivemos sem a mediação dos signos. Alguns filósofos<br />

chegaram mesmo a supor que a própria realidade é uma ilusão criada pela linguagem e, portanto, o conhecimento<br />

em si é simplesmente impossível. Aliás, as únicas formas de conhecimento a priori, que independem da experiência,<br />

são a lógica e a matemática, justamente dois exemplos de linguagem formal. Ou seja, podemos lidar com a<br />

linguagem sem a realidade, mas não podemos lidar com a realidade sem a linguagem.<br />

31. (FADESP – SESPA/PA – Médico – 2010) Quanto às relações coesivas, é incorreto afirmar que o(a):<br />

a) conjunção “portanto” sinaliza uma conclusão;<br />

b) expressão “ou seja” retifica a informação anterior;<br />

c) advérbio “aliás” introduz um elemento importante ao raciocínio do autor;<br />

d) vocábulo “já” introduz, na explanação do autor, um elemento novo que se opõe ao anterior.<br />

32. (FEC – MPA – Agente Administrativo – 2010) O advérbio em -mente que traduz uma atitude ou estado psicológico do<br />

autor diante do fato por ele enunciado encontra-se na alternativa:<br />

a) Atualmente, tenho ido pescar na região de Ubatuba, em São Paulo.<br />

b) Seguramente, tiveram tempo <strong>para</strong> embarcar ao menos duas ou três dezenas de peixes.<br />

c) Felizmente, sabemos que a enchova é uma espécie que não corre risco de extinção.<br />

d) Aparentemente, só trinta exemplares.<br />

e) Principalmente quando se sabe que, no que depender da “colheita” feita por você nesse dia, ainda haverá bastante peixe<br />

<strong>para</strong> a próxima pescaria.<br />

33. (FUNDEP – TJ/MG – Oficial de Apoio Judicial – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– “Todos estão ameaçados nesta bolota azul em que vivemos. Logo, repudiar a violência é tarefa comum.” – O termo<br />

grifado é advérbio de tempo.<br />

34. (ADVISE – SESC/SE – Biblioteconomista – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

O material didático mais barato que existe na praça é o professor.<br />

– A palavra destacada na frase pertence à seguinte classe de palavra: advérbio.


Fragmento de textos<br />

(...) As operações de importação e exportação sofreram um impacto positivo muito grande...<br />

(...) A informatização no segmento de comércio exterior é inevitável, crescente e, principalmente, abrangente.<br />

Integridade, agilidade e confiabilidade das informações, controle dos processos e acompanhamento detalhado das<br />

etapas de importação e exportação são benefícios da utilização dos softwares, que refletem diretamente em<br />

redução de custos, eliminação de erros, e consequentes multas...<br />

35. (MOVENS – MDIC – Tecnologia da Informação – 2010) A palavra “praticamente” está empregada no texto com valor<br />

adverbial, assim como o vocábulo:<br />

a) “crescente”;<br />

b) “abrangente”;<br />

c) “consequentes”;<br />

d) “muito”.<br />

36. (UERJ – 1 o Exame de Qualificação – Vestibular – 2011) As palavras classificadas como advérbios agregam noções<br />

diversas aos termos a que se ligam na frase, demarcando posições, relativizando ou reforçando sentidos, por exemplo. O<br />

advérbio destacado é empregado <strong>para</strong> relativizar o sentido da palavra a que se refere em:<br />

a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira?<br />

b) Certamente me irão fazer falta,<br />

c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas?<br />

d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram.<br />

Fragmentos de texto<br />

(...) Muitas vezes, emprega-se a palavra direito em sentido axiológico como sinônimo de justiça. (...)<br />

(...) De fato, as normas jurídicas representam as limitações impostas (...) Assim sendo, a saúde, definida como direito,<br />

deve inevitavelmente conter aspectos sociais e individuais. (...) Essa é a razão das normas jurídicas que obrigam à<br />

vacinação, ao tratamento, e mesmo ao isolamento de certas doenças.<br />

37. (MP-RS – Assessor – Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais – 2011) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as<br />

afirmações abaixo, relativas ao sentido contextual de palavras e expressões do texto.<br />

( ) A expressão Muitas vezes poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por Não raro.<br />

( ) A expressão De fato poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por Com efeito.<br />

( ) A expressão Assim sendo poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por De todo modo.<br />

( ) A palavra mesmo poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por igualmente.<br />

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima <strong>para</strong> baixo, é:<br />

a) F – V – F – V;<br />

b) V – V – F – F;<br />

c) V – F – F – V;<br />

d) F – F – V – V;<br />

e) V – V – V – F.<br />

Fragmentos de texto<br />

... é certo que a adoção, na prática, dessa possibilidade vem se dando de forma bastante tímida, muito em razão das<br />

inúmeras...<br />

...discussões sobre a ampliação legal do rol das possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez<br />

mais espaço no Brasil.<br />

...ciclos de debates acerca dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos por empresas que<br />

pretendem implementar, o quanto antes, práticas administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de<br />

responsabilidade penal. Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode inferir, ganham<br />

importância, no espectro de preocupação não só das empresas estrangeiras situadas no Brasil...<br />

... sob pena de serem responsabilizadas penal e administrativamente. (...)<br />

38. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor – 2011) Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial.<br />

a) mais.<br />

b) bastante.<br />

c) penal.<br />

d) só.<br />

e) antes.


Fragmento de texto<br />

Um dia, um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas. No meio da estrada, a van da empresa<br />

pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista<br />

da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha noções de informática e possuía energia e<br />

criatividade. Sem mencionar que estava fazendo pós-graduação. Só que não sabia nem abrir o capô.<br />

39. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal – 2011) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

I. A palavra “aí”, de acordo com seu emprego, vale por naquele lugar.<br />

II. A palavra “Só” pode ser corretamente permutada por Somente.<br />

40. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Auditor Fiscal (Transp.) – 2011) (Adaptada) Sobre o trecho A leitura, dis<strong>para</strong>do, é a<br />

melhor forma de exercitar a memória, a afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A construção do texto não seria aceita sob a ótica gramatical ou semântica caso fosse substituído o termo “dis<strong>para</strong>do”<br />

por em alta velocidade.<br />

41. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) “...e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.” / “isso existe<br />

às pampas.”<br />

Quais as locuções destacadas que encerram, respectivamente, as mesmas circunstâncias das destacadas nos trechos<br />

transcritos acima?<br />

a) Aos poucos, ele ia percebendo que não precisava mais dela. / Nada em volta causava mais surpresa.<br />

b) Saiu às pressas porque tinha um compromisso. / De vez em quando, é preciso repensar as estratégias.<br />

c) Vá em frente que você encontrará o que procura. / De modo algum aceitarei a proposta feita pelo meu superior.<br />

d) Em breve, estarei terminando de escrever minha biografia. / Trabalhou em excesso <strong>para</strong> apresentar seu projeto final.<br />

e) A notícia chegou de súbito causando, assim, um grande impacto. / Hoje em dia, as pessoas pensam mais nelas próprias.<br />

42. (Cesgranrio – CITEPE – Supervisor de Produção Têxtil – 2011) Em “Diz ainda a lenda que a imperatriz fez um fino manto<br />

de seda <strong>para</strong> o imperador.”, o elemento destacado é um conector de:<br />

a) inclusão;<br />

b) oposição;<br />

c) com<strong>para</strong>ção;<br />

d) explicação;<br />

e) retificação.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) O menor problema do Brasil é se sua economia passará a do Reino Unido, como a mídia britânica noticiou. Um<br />

defeito grave por aqui continua sendo a falta de valores civilizatórios – e nenhum sinal de melhora desse cenário<br />

no médio prazo. (...)<br />

43. (Vunesp – Pref. Sorocaba/SP – Procurador – 2012) Analise as afirmações.<br />

I. Na oração – ... parei ontem em frente à rodoviária de Brasília. – (1. o parágrafo), o advérbio em destaque é indicativo<br />

de tempo passado.<br />

II. Na oração – ... o Brasil termina este ano como a 6. a maior economia do mundo. – (1. o parágrafo), a expressão em<br />

destaque está empregada com valor adverbial, indicativa de lugar.<br />

III. Na oração – Um defeito grave por aqui continua sendo a falta de valores civilizatórios... – (2. o parágrafo), o advérbio<br />

em destaque refere-se à cidade de Brasília.<br />

Está correto o que se afirma em:<br />

a) I, apenas;<br />

b) II, apenas;<br />

c) I e III, apenas;<br />

d) II e III, apenas;<br />

e) I, II e III.<br />

44. (Vunesp – UNESP – Advogado – 2012) O emprego da palavra meio, como no trecho – ... em linhos de um meio-dia. –,<br />

repete-se, com o mesmo sentido, em:<br />

a) Ele encontrou na aspirina um meio de se livrar da dor de cabeça.<br />

b) O poeta tomou apenas meio comprimido de aspirina e sentiu-se aliviado.<br />

c) A indústria farmacêutica anda meio apurada com tanta demanda de remédios.<br />

d) Em meio à acirrada discussão, saiu do encontro com dor de cabeça.


e) As pessoas ficam meio dependentes dos efeitos químicos da medicação.<br />

45. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Leia:<br />

“Viramundo estranhamente se recusava a comer. Afastara-se e contemplava em silêncio a paisagem. Havia nela algo<br />

vagamente familiar.”<br />

Os advérbios destacados acima indicam, respectivamente, as circunstâncias de:<br />

a) modo, intensidade, finalidade;<br />

b) negação, lugar, intensidade;<br />

c) modo, modo, intensidade;<br />

d) negação, modo, negação;


Gabarito<br />

1. A. 10. D. 19. INCORRETO. 28. D. 37. B.<br />

2. B. 11. II.<br />

20. I. INCORRETA .<br />

II. INCORRETA.<br />

3. C. 12. INCORRETO. 21. CORRETO. 30. E.<br />

29. D. 38. A.<br />

39. I. INCORRETA.<br />

II. INCORRETA.<br />

4. A. 13. C. 22. E. 31. B. 40. CORRETO.<br />

5. C. 14. ERRADO.<br />

23. I. INCORRETA.<br />

II. INCORRETA.<br />

32. C. 41. D.<br />

6. C. 15. CERTO. 24. INCORRETO. 33. INCORRETO. 42. A.<br />

7. D. 16. CERTO. 25. CORRETO. 34. CORRETO. 43. A.<br />

8. CORRETO. 17. CERTO. 26. D. 35. D. 44. B.<br />

9. I. 18. CORRETO. 27. A. 36. A. 45. C.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 14<br />

Preposição


Definição<br />

Do ponto de vista semântico, a preposição estabelece determinadas relações de sentido,<br />

mas tudo dependerá do contexto, pois, em tese, elas são vazias de sentido fora de contexto.<br />

Note como o sentido da frase vai mudar com o uso diverso de preposição:<br />

– Falou a Lucas.<br />

– Falou ante Lucas.<br />

– Falou após Lucas.<br />

– Falou com Lucas.<br />

– Falou contra Lucas.<br />

– Falou de Lucas.<br />

– Falou em Lucas.<br />

– Falou <strong>para</strong> Lucas.<br />

– Falou perante Lucas.<br />

– Falou por Lucas.<br />

– Falou sem Lucas.<br />

– Falou sobre Lucas.<br />

Obs.: Não é em todo contexto que a preposição pode apresentar sentido. Às vezes, a<br />

preposição não tem sentido algum, servindo como mero elemento conector.<br />

Do ponto de vista morfológico, a preposição é uma palavra invariável que tem o papel de<br />

conector (ou conectivo), isto é, cumpre a função de ligar palavras entre si, palavras a orações<br />

ou orações entre si.<br />

– Até amanhã, vou ficar em Paris.*<br />

– Sairemos com você hoje.<br />

– Ai de mim!<br />

– Quem de nós dois...<br />

– Estudo muito Português <strong>para</strong> passar logo!<br />

* Às vezes, a preposição não fica exatamente entre duas palavras ou orações, podendo<br />

iniciar uma frase. Na ordem direta, seria: “Vou ficar até amanhã em Paris.”. Nota-se,<br />

portanto, que o deslocamento da preposição só se deu porque o adjunto adverbial até<br />

amanhã pode ficar deslocado na frase. Muitas expressões iniciadas por preposição podem<br />

ficar deslocadas na frase, ok? Isso é comum!<br />

Do ponto de vista sintático, a preposição nunca exerce função sintática, mas participa no


sistema de transitividade, introduzindo complementos (verbais ou nominais), ou na construção<br />

de adjuntos (adnominais ou adverbiais). Muitos verbos, substantivos, adjetivos e advérbios<br />

exigem complemento preposicionado, por isso ela é um conectivo subordinativo:<br />

– Não concordo com atitudes precipitadas.<br />

– Tenho admiração por quem é solidário.<br />

– Bebida alcoólica é imprópria <strong>para</strong> menores.<br />

– Paralelamente às apresentações, o cantor se destacou.<br />

Obs.: O papel da preposição é subordinar um termo a outro. Logo, o primeiro termo<br />

(anterior à preposição) é o subordinante, e o segundo termo (posterior à preposição) é o<br />

subordinado.<br />

Pois bem... <strong>para</strong> entendermos todas as definições de preposição, vamos analisar esta frase:<br />

Desde o ano passado, decidi estudar por videoaulas, pois simpatizei com o método.<br />

Note que os vocábulos Desde, por e com<br />

1) indicam uma ideia de tempo (desde) e meio (por), respectivamente; com nada significa, no<br />

contexto;<br />

2) não variam;<br />

3) participam na construção dos adjuntos adverbiais de tempo (Desde o ano passado) e de<br />

meio (por videoaulas); no sistema de transitividade do verbo simpatizar, exige objeto<br />

indireto iniciado pela preposição com (com o método).


Identificação<br />

Identificar uma preposição é fácil. Basta, primeiro, decorar as preposições – que são<br />

poucas! – e, segundo, perceber em que contextos elas aparecem.<br />

O fato é que as preposições ligam palavras entre si, palavras a orações ou orações entre si,<br />

podendo estar entre elas ou deslocadas:<br />

– Devemos visar a cargos públicos que pagam bem.<br />

– Para saber a verdade sobre esta questão, é preciso muito estudo.<br />

Na primeira frase, liga-se o verbo visar ao substantivo cargos pela preposição a. Na<br />

segunda frase, note que a preposição <strong>para</strong> inicia o período. Se colocássemos na ordem direta,<br />

a frase ficaria assim: “Muito estudo é preciso <strong>para</strong> saber a verdade sobre esta questão.”, em<br />

que <strong>para</strong> liga o nome preciso à oração “saber a verdade...”.


Classificação<br />

As preposições podem ser essenciais ou acidentais.<br />

O primeiro grupo diz respeito às preposições propriamente ditas. O segundo diz respeito a<br />

palavras que são classificadas como preposições num determinado contexto, mas que<br />

pertencem a outras classes gramaticais. Normalmente iniciam adjuntos adverbiais.<br />

Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, <strong>para</strong>, per, perante, por,<br />

sem, sob, sobre, trás.<br />

– Cheguei a comentar contigo sobre a festa?<br />

– Ali estava, ante seus olhos, toda a prova de que a acusação era caluniosa.<br />

– Após todos esses anos, como você pôde me enganar até este ponto?<br />

– Quem não está com ele só pode estar contra ele.<br />

– Vieste assim desde o bairro de teus avós?<br />

– Em se tratando de polêmicas entre políticos, o Brasil é o grande centro.<br />

– Para mim, o réu deve comparecer perante o juiz tão logo.<br />

– Por tudo quanto é mais sagrado, não saia sem proteção.<br />

– Sob a água ou sobre ela, o anfíbio é muito veloz.<br />

Acidentais: como, conforme (ou segundo, ou consoante), durante, mediante, menos, salvo<br />

(ou salvante – não usual), exceto, afora (ou fora), tirante, senão, exclusive (sentido<br />

exclusivo ou exceptivo), inclusive, visto, malgrado, mesmo, que.<br />

– Nós temos como lema Ordem, Amor e Progresso. (= na qualidade de / = por)<br />

– Conforme o lucro auferido, a taxa será cobrada. (ideia de conformidade)<br />

– Durante a explicação, o aluno dormia. (ideia de tempo)<br />

– Só seria solto o bandido mediante fiança. (ideia de meio)<br />

– Todos chegaram a tempo, menos os retardatários. (ideia de exclusão)<br />

– Salvo aquela música, todo o disco é bom. (ideia de exclusão)<br />

– Exceto as meninas, os meninos partici<strong>para</strong>m da gincana. (ideia de exclusão)<br />

– Afora seus familiares, todos o abandonaram. (ideia de exclusão)<br />

– O filho era igual ao pai, tirante a cor dos olhos. (ideia de exclusão; não se usa “tirando”,<br />

pois é coloquialismo)<br />

– Do terraço, nada sentiam, senão uma brisa gostosa. (ideia de exclusão)<br />

– Chame a todos, exclusive aqueles dois ali. (ideia de exclusão)<br />

– Chame a todos, inclusive aqueles dois ali. (ideia de inclusão)<br />

– Visto não ter se pre<strong>para</strong>do, errou toda a sua apresentação. (ideia de causa)<br />

– Malgrado a proibição do médico, o paciente comeu do bolo. (ideia de concessão)<br />

– Mesmo feliz, separou-se dela. (ideia de concessão)


– Tenho que estudar mais! (= de; sempre entre ter + infinitivo)<br />

Cuidado!!!<br />

1) As preposições per e trás ficaram de fora nos exemplos, pois elas caíram em desuso no<br />

estágio atual da língua. Para não dizer que deixaram de existir, ainda usamos tais<br />

vocábulos nas expressões per si ou de per si e nas expressões por trás, <strong>para</strong> trás, por<br />

trás de. Os linguistas dizem que as contrações pelo, pela, pelos, pelas são formadas pela<br />

preposição per + artigo o, a, os, as. No entanto, como per é arcaísmo, pode-se dizer, sem<br />

incorreção, que tais contrações são formadas pela preposição por + artigo o, a, os, as.<br />

2) Segundo Cegalla, a preposição após pode ser advérbio, acidentalmente: “Terminou a<br />

festa à meia-noite e as visitas saíram logo após. (= atrás, depois)”.<br />

3) A forma sincopada pra (de <strong>para</strong>) é própria da língua coloquial: “Estamos aqui pra<br />

ganhar!”.<br />

4) Não confunda até (preposição) com até (palavra denotativa – ou advérbio – de inclusão):<br />

“Ninguém chegará até mim.” / “Resolver este problema até eu consigo.”.<br />

5) É um fato da língua culta que, enquanto as preposições essenciais precedem os pronomes<br />

oblíquos tônicos, as acidentais precedem os pronomes pessoais do caso reto. É por isso<br />

que não se diz com correção gramatical “Há sinceridade entre eu e você.”, mas sim “Há<br />

sinceridade entre mim e você.”. Quando se diz “Todos concordam, menos ti.”, temos aí<br />

um equívoco gramatical. O adequado seria: “Todos concordam, menos tu.”.<br />

6) Não me custa dizer que as preposições acidentais conforme, segundo e consoante são<br />

conjunções conformativas quando iniciam oração subordinada adverbial conformativa:<br />

“Consoante me disseram, ela está grávida.”.


Combinações e Contrações<br />

A combinação ocorre sem perda fonética, unindo-se a preposição a com o artigo definido<br />

o(s) ou com o advérbio onde.<br />

– Não resisti aos parques da cidade.<br />

– Vou aonde estão as pessoas.<br />

A contração de uma preposição ocorre quando esta se junta com um artigo, pronome<br />

demonstrativo, pronome oblíquo tônico, advérbio de lugar. Há perda fonética.<br />

– Eu cursei o 2 o grau no (em+o) ano 2000.<br />

– Deste (de+este) ano não passa.<br />

– Vote nele (em+ele) pela (per+a)* melhora da saúde!<br />

– Daqui (de+aqui) ninguém me tira.<br />

* Como a preposição per é arcaica, admite-se dizer que pelo, pela, pelos, pelas sejam as<br />

contrações da preposição por com os artigos o, a, os, as. Veja uma questão sobre isso em<br />

CESPE/UNB – IRBR – DIPLOMATA – 2008 – QUESTÃO 54.<br />

A crase, que é uma espécie de contração, ocorre quando a preposição a se liga a um artigo<br />

feminino ou um pronome demonstrativo iniciado por a.<br />

– Eu fui à (a+a) praia de Copacabana.<br />

– Vamos àquele (a+aquele) lugar sempre.<br />

Cuidado!!!<br />

Nunca é demais dizer que certas contrações não são consideradas cultas pela vasta maioria<br />

dos gramáticos:<br />

– Apesar de o progresso ter chegado à cidade, muita violência adveio disso. (Segundo a<br />

maioria dos gramáticos, não se contrai preposição com artigo (ou pronome) antes de<br />

verbo no infinitivo. Portanto, na visão da maioria, seria incorreto dizer: “Apesar do<br />

progresso ter...”, mesmo soando melhor.)<br />

– Já chamaram o lutador de o esportista do ano. (Em títulos – o esportista do ano –, não se<br />

faz contração, por isso é que em jornais, revistas, livros, não se recomenda a contração<br />

da preposição com o artigo.)


Locução Prepositiva e Valores Semânticos<br />

A locução prepositiva é o conjunto de palavras, com valor de preposição, terminado em<br />

preposição essencial. Como de costume, uma locução pode, dependendo do contexto, mudar<br />

de valor semântico, portanto não saia simplesmente decorando. Pense!<br />

É formada normalmente por advérbio + preposição (longe de, perto de, além de etc.) ou<br />

preposição + substantivo/advérbio + preposição (a par de, por detrás de, em frente a etc.).<br />

Frequentemente iniciam adjuntos adverbiais ou orações adverbiais.<br />

Sempre observe que há correspondência de sentido entre algumas preposições e algumas<br />

locuções prepositivas, pois isso cai muito em prova:<br />

– Os livros estão embaixo da estante. = Os livros estão sob a estante.<br />

– A mulher faz dieta a fim de emagrecer. = A mulher faz dieta <strong>para</strong> emagrecer.<br />

– Seu filho está dentro de casa? = Seu filho está em casa?<br />

– Ela está indo de encontro a meu interesse. = Ela está indo contra meu interesse.<br />

– Não discutimos acerca de futebol e política. = Não discutimos sobre futebol e política.<br />

– Devido ao barulho, não dormi nada. = Com o barulho, não dormi nada.<br />

Vejamos as locuções prepositivas e seus valores semânticos<br />

Lugar: perto de, acima de, longe de, fora de, além de, dentro de, abaixo de, atrás de, por<br />

trás de, por detrás de, através de, debaixo de, embaixo de, em cima de, defronte de, em<br />

frente de/a, à frente de, ao/em redor de, em torno de, até a, ao lado de, a par de, diante de,<br />

adiante de, em face de (e não face a; no entanto o gramático Celso P. Luft e a banca Esaf<br />

abonam tal construção, assim como frente a), ao lado de, junto de/a/com, por baixo de, por<br />

cima de, ao nível de (é equivocada a forma a nível de).<br />

Tempo: perto de, dentro de, antes de, depois de, ao longo de, a partir de (indica ponto de<br />

partida, podendo indicar quantidade), por volta de, a cerca de (valor aproximado), a ponto de<br />

(pode indicar consequência; ao ponto de é construção incorreta), prestes a, na iminência de,<br />

em via de (e não em vias de; Bechara e Houaiss abonam o plural).<br />

Companhia: junto de/a/com, ao encontro de.<br />

Direção: em busca de, em direção a, ao encontro de.<br />

Escusa: a/sob pretexto de.<br />

Adição: além de, ademais de.<br />

Modo: à guisa de, à maneira de, à custa de (Cegalla e Bechara liberam às custas de).<br />

Ciência/Conhecimento: a par de.<br />

Favor/Benefício: em prol de, em benefício de, em/a favor de.<br />

Concessão: apesar de, a despeito de, sem embargo de, não obstante (única locução não<br />

terminada em preposição).


Finalidade: a fim de, de forma a, de maneira a, com o fim de, com o intuito de, com o fito<br />

de, com o intento de, com o escopo de, com a intenção de, com a finalidade de, com o<br />

propósito de.<br />

Sujeição: sob pena de, à mercê de.<br />

Oposição: em oposição a, de encontro a, ao invés de.<br />

Causa: devido a, em virtude de, em vista de, graças a, em razão de, por causa de, em<br />

consequência de, em face de, em atenção a, por consideração a, em função de, por motivo<br />

de, por razões de, por conta de, mercê de, diante de.<br />

Envolvimento: às voltas com.<br />

Atribuição: na qualidade de, na função de, a título de.<br />

Assunto/Referência: acerca de, a respeito de, com/em relação a, <strong>para</strong> com, quanto a, no<br />

campo de, na esfera de.<br />

Exclusão: à exceção de, com exceção de.<br />

Substituição: em lugar de, em vez de.<br />

Compensação: a troco de, em troca de.<br />

Meio: através de (muito usado atualmente, mas tem sentido conotativo), por meio de, por<br />

intermédio de.<br />

Dependência: em função de.<br />

Conformidade: de acordo com, em conformidade com, em obediência a.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda locução prepositiva com acúmulo de preposições. O Prof. Evanildo<br />

Bechara afirma que “não raro duas preposições se juntam <strong>para</strong> dar maior efeito<br />

expressivo às ideias, guardando cada uma seu sentido primitivo”: em até, de até, de<br />

sobre, de sob, por sobre, por sob, <strong>para</strong> sobre, <strong>para</strong> sob, por entre, por até, com até, até<br />

por... O mesmo Bechara diz que <strong>para</strong> com é uma locução prepositiva. Cegalla vai além e<br />

diz que pode haver o conjunto preposição + locução prepositiva. Exemplos:<br />

– Passei com dificuldades por entre a multidão.<br />

– Crianças de até sete anos podem brincar aqui.<br />

– O atacante chutou a bola por sobre o gol.<br />

– A lua cai por sob o morro.<br />

– Desde a noite até pela manhã, ele me procura.<br />

– Costumamos trabalhar até perto da meia-noite.<br />

– Vá <strong>para</strong> longe de mim, desafeto!<br />

2) Há divergência gramatical nas locuções prepositivas formadas por advérbio +<br />

preposição, como “dentro de, perto de, longe de, diante de”, pois Ulisses Infante,


Pasquale Cipro Neto, Sacconi e Celso P. Luft entendem que tais expressões, na verdade,<br />

são advérbios seguidos de preposição, e não locuções prepositivas. Do ponto de vista da<br />

vastíssima maioria dos gramáticos, porém, tais expressões são, de fato, locuções<br />

prepositivas. Na parte de complemento nominal, o gramático Manoel Pinto Ribeiro é<br />

mais taxativo ainda: “Em ‘Estou perto de casa’, não ocorre complemento nominal do<br />

advérbio ‘perto’, pois ‘perto de’ é locução prepositiva que introduz um adjunto adverbial<br />

de lugar.”. Entenda mais na parte de Complemento Nominal, no capítulo de sintaxe.<br />

3) A locução prepositiva concessiva não obstante (= apesar de) pode ser também uma<br />

locução conjuntiva adversativa (= porém): Não obstante o esforço, não se classificou.<br />

(= apesar de) / Não obstante ser o melhor da turma, nunca se gabou disso. (= apesar<br />

de) / A Língua Portuguesa é muito complexa, não obstante ela pode se tornar fácil com<br />

treino duro. (= porém). A gramática Maria Helena de Moura Neves diz que pode ser uma<br />

locução conjuntiva concessiva (= embora) se vier seguida de verbo no subjuntivo: Não<br />

obstante fosse aleijado, nunca dependeu de ninguém. Todas essas classificações caem<br />

em provas!<br />

4) São condenadas pelos gramáticos as locuções prepositivas frente a ou face a. O único<br />

gramático (conhecido por mim) que acha ser “inócua” tal doutrina gramatical é o Cegalla.<br />

Além disso, Celso P. Luft (em Dicionário de Regência Nominal) e Maria Helena de<br />

Moura Neves (em Gramática de Usos) não parecem se opor à tal construção. Veja a<br />

visão da Esaf sobre essa locução prepositiva (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2009):<br />

A queda das exportações brasileiras se deveu basicamente a dois fatores: queda na<br />

demanda externa de commodities e, mais ainda, na de produtos manufaturados,<br />

situação que foi agravada pela evolução da taxa cambial, pois a valorização do real<br />

ante o dólar encareceu os bens brasileiros <strong>para</strong> os estrangeiros. (...)<br />

Em relação ao texto, assinale a(s) opção(ões) correta(s):<br />

e) Mantém-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se<br />

substituir a expressão “ante o” (L.3) por qualquer uma das seguintes: em relação ao,<br />

diante do, frente ao.<br />

O gabarito foi a letra E. Logo frente a(o) foi considerada expressão que mantém a<br />

correção gramatical, ou seja, correta! O que é mais incrível é o que o Manual de Redação<br />

Oficial da Presidência da República, recomendado pela Esaf, diz sobre esta expressão:<br />

“Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferível a regência com a<br />

preposição de; evite, portanto, face a, frente a.”. Caso caia de novo uma questão como esta,<br />

fique esperto com a “melhor resposta”! Ai... a Esaf...


Valor Relacional e Nocional<br />

As preposições com valor relacional são aquelas exigidas por verbos ou nomes<br />

(substantivo, adjetivo ou advérbio). Já as preposições com valor nocional não são exigidas<br />

por verbos ou nomes, marcam apenas relações semânticas diversas.<br />

Obs.: Naquela velha e famigerada diferença entre complemento nominal e adjunto<br />

adnominal, precisamos perceber se a preposição é relacional ou nocional. Se for<br />

relacional, CN; se for nocional, ADN: “Sou fiel a Deus.” (quem é fiel, é fiel a alguém) –<br />

relacional / “O carro do João quebrou.” (valor de posse) – nocional. Falarei melhor<br />

sobre isso em Adjunto Adnominal X Complemento Nominal (Cap. 21).<br />

Valor Relacional<br />

Há três tipos de relação: necessária, fixa ou livre.<br />

Relação necessária é aquela em que preposição exigida por verbos/nomes relaciona-os a<br />

seus complementos (ou adjuntos adverbiais de lugar, no caso de verbos de movimento ou de<br />

moradia).<br />

– Assistia a vários filmes. (preposição exigida pelo verbo assistir)<br />

– Voltei de Parati há pouco tempo. (preposição exigida pelo verbo voltar)<br />

– Morei em lugares exóticos. (preposição exigida pelo verbo morar)<br />

– Demonstre gratidão por isso. (preposição exigida pelo substantivo gratidão)<br />

– Ficou desgostoso com sua equipe. (preposição exigida pelo adjetivo desgostoso)<br />

– Diferentemente de mim, ela estuda. (preposição exigida pelo advérbio diferentemente)<br />

Relação fixa é aquela em que a preposição não é exigida por termo algum, mas aparece<br />

cristalizada em estruturas fixas da língua culta.<br />

– De tempos em tempos, estudo <strong>para</strong> concursos importantes.<br />

– Você é velho, por acaso?<br />

– Tenho de passar na prova. Hei de conseguir!<br />

– Ao sair de casa, de manhãzinha, deu com o ex-namorado na esquina.<br />

– Gregório de Matos satirizou a sociedade baiana.<br />

Relação livre é aquela em que a preposição é usada não por motivação sintática (ou seja,<br />

ela não é exigida por termo algum) mas sim por razões estilísticas; foram chamadas de<br />

“posvérbios” por Antenor Nascentes e Bechara, que diz sobre tal preposição ligada a verbos<br />

transitivos diretos: “mais serve <strong>para</strong> lhes acrescentar um novo matiz de sentido do que reger o<br />

complemento desses mesmos verbos”.<br />

– Procuramos por uma pessoa desaparecida. (Procuramos uma pessoa desaparecida.)


– Todos nós amamos a nossos filhos. (Todos nós amamos nossos filhos.)<br />

– Trata o filho barbado como a uma criança. (Trata o filho barbado como uma criança.)<br />

– Comeram do pão e beberam do vinho. (Comeram o pão e beberam o vinho.)<br />

– Usar a internet faz com que viajemos. (Usar a internet faz que viajemos.)<br />

Obs.: Outros exemplos citados por Bechara são “cumprir com o dever”, construção em que a<br />

preposição “acentua a ideia de zelo ou boa vontade <strong>para</strong> executar algo”, e “arrancar da<br />

espada”, com o de enfatizando “a ideia de uso do objeto”. Falo mais sobre isso em<br />

objeto direto preposicionado.<br />

Valor Nocional<br />

A maioria das preposições essenciais podem indicar três conceitos: tempo, espaço/lugar e<br />

noção (causa, matéria, modo, meio, instrumento, preço, assunto etc.). Tais preposições<br />

normalmente iniciam adjuntos adverbiais ou adjuntos adnominais. Por isso, <strong>para</strong> saber qual é<br />

o valor semântico da preposição, um bizu que ajuda é saber qual é o valor semântico do<br />

adjunto adverbial. Por exemplo, em “De tarde, quero descansar.”, De tarde é um adjunto<br />

adverbial de tempo, logo a preposição de tem valor semântico temporal. Safo? Vamos nessa!<br />

A<br />

Tempo: Daqui a cinquenta anos, quero estar com muita saúde.<br />

Lugar: Saí do Japão <strong>para</strong> chegar a seu coração, meu amor.<br />

Noção: As crianças africanas morrem à fome. (causa) / Só desenhava a lápis.<br />

(instrumento) / Oferecemos produtos a granel. (modo) / Comi um bife à milanesa.<br />

(modo/conformidade) / Pouco a pouco, fui me aproximando dela. (modo, e não tempo) / A<br />

margem de erro varia de 1% a 3%. (limite = até) / Comprei a cem reais aquele terno.<br />

(preço) / Depois do susto, ele correu a ajudar os alunos. (finalidade, antes de infinitivo) /<br />

Curto muito barco à vela. (tipo) / Percorri quinhentos quilômetros a cavalo. (meio) / Nada<br />

como um quadro a óleo. (matéria) / Estou a 200 m do curso. (distância) / Nada como uma<br />

comidinha a quilo. (medida)<br />

Obs.: Há diferença entre Ir a e Ir <strong>para</strong>. Quem vai a, vai e volta (Fui ao estádio de futebol.).<br />

Quem vai <strong>para</strong>, vai e fica (Fui <strong>para</strong> o Exército.). Outro detalhe: na linguagem jurídica e<br />

na linguagem de cartório, usa-se muito a preposição a no lugar de em com verbos e<br />

nomes que indicam endereços: A residência fica à Rua Danton Pedro, 1.000. Segundo a<br />

gramática tradicional, usa-se a preposição em quando a ideia é de moradia, endereço: A<br />

residência fica na Rua Danton Pedro, 1.000.


Ante<br />

Lugar: Refrescou-se ante o ar-condicionado.<br />

Noção: Ante a falta de dinheiro, teve de voltar a trabalhar. (causa)<br />

Após<br />

Tempo: Após aquele pesadelo, decidiu ficar acordada.<br />

Lugar: Há um riacho após a cidade.<br />

Obs.: Após é considerado advérbio, apesar de pouco usual: O trem passou, deixando um<br />

rastro após.<br />

Até<br />

Tempo: Eu sei que vou te amar até o último suspiro.<br />

Lugar: O terreno vai até aquela cerca.<br />

Noção: Já escalaram montanhas de até 4.000 m. (limite)<br />

Obs.: Esta é a única preposição que pode, eu falei “pode”, anteceder a preposição a,<br />

formando a locução preposição até a. Não confunda até (preposição) com até (palavra<br />

denotativa – ou advérbio de inclusão): “Fomos até vós <strong>para</strong> instruir-vos.” / “Até tu,<br />

Brutus?”.<br />

Com<br />

Tempo: Com mais alguns minutos, a carne estará assada.<br />

Lugar: Há um pote de ouro nas mãos de um gnomo com o fim do arco-íris.<br />

Noção: Todo o gado sofreu com a seca. (causa) / Vá com Deus! (companhia) / Com 90<br />

anos, ainda quer fazer mais uma faculdade. (concessão) / Eu abri a porta com a chavemestra.<br />

(instrumento) / Só com carro se sai daqui. (meio) / Este vinho foi feito com a uva<br />

certa. (matéria) / Ninguém a trata com carinho. (modo) / Só entrará com autorização.<br />

(condição) / Com sua família, tudo é diferente. (referência) / Comprei uma bola com<br />

diâmetro aproximado de 20 cm. (medida) / Papai Noel trouxe um saco com vários presentes<br />

dentro. (conteúdo) / Preciso de um fuzil com alavanca. (tipo) / Nada melhor que uma mulher<br />

com caráter. (qualidade)<br />

Contra<br />

Lugar: Levei a mão contra o rosto.<br />

Noção: Fui contra a corrente e me cansei. (direção) / Nada tenho a dizer contra isso.<br />

(oposição/objeção) / Sou contra a pena de morte. (oposição) / Apostou dez contra um.


(proporção/escala) / O candidato da esquerda teve mil votos contra dois mil do adversário<br />

da direita. (com<strong>para</strong>ção) / Tenho seguros contra incêndios. (tipo)<br />

Obs.: Pode ser advérbio: Naquela sessão, todos votaram contra. (= contrariamente)<br />

De<br />

Tempo: De pequenino é que se torce o pepino.<br />

Lugar: Venho de Cipó, lá em Maranhão.<br />

Noção: Não mais se falou de futebol no recinto. (assunto) / Você falou aquilo de<br />

propósito! (modo) / Só batia de chicote. (instrumento) / Viajei de trem pela Europa. (meio) /<br />

Ficaste comovido de me ver? (= por; causa) / Era tanto assédio de meter medo<br />

(consequência) / A porcentagem varia de 30% a 60%. (limite) / Comi um prato de nhoque.<br />

(conteúdo) / Sou uma pessoa de coragem. (tipo) / Esta corrente de ouro é cara. (matéria) /<br />

De fato, ela é uma excelente atriz. (constatação) / Ela tinha olhos de gata. (semelhança) /<br />

Vendi uma TV de segunda. (qualidade) / Comprei um caderno de um real. (preço) / O amor<br />

dela é intenso. (posse) / Tenho um carro de passeio e um de trabalho. (finalidade) / Comi um<br />

queijo de Minas delicioso. (origem/lugar) / Subi em uma torre de 20 m. (dimensão) / Ele está<br />

queimado do sol. (agente – agente da passiva) / Provaste do meu macarrão? (partição)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Há basicamente quatro casos de preposição expletiva/realce de: 1) antes de conjunção<br />

com<strong>para</strong>tiva que numa estrutura de com<strong>para</strong>tivo de superioridade/inferioridade, 2)<br />

iniciando alguns apostos especificativos, 3) antes de algumas orações subordinadas<br />

predicativas e 4) em algumas estruturas do tipo artigo + adjetivo substantivado + de +<br />

substantivo. Veja alguns exemplos: 1) Ele é mais feliz (do) que você. / 2) O bairro (de)<br />

Copacabana é charmoso. / 3) A impressão é (de) que nada havia mudado. / 4) O pobre<br />

(do) homem sofre tanto. Em tais casos, a preposição pode ser retirada da frase sem<br />

alteração sintática ou semântica.<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2010) Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas<br />

linguísticas no texto.<br />

O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do<br />

emprego que os demais setores. Essa é uma situação que precisa ser repensada. É claro que não se trata de um<br />

problema simples, que se resolva com providências rápidas, pois exige medidas que às vezes podem ser<br />

classificadas como heterodoxas.<br />

a) Por se estabelecer, na estrutura sintática, uma relação de com<strong>para</strong>ção, seriam preservadas a correção gramatical e a<br />

coerência do texto ao inserir do antes de “que os demais setores”.<br />

Comentário: A preposição de é facultativa antes de conjunção com<strong>para</strong>tiva que, numa


construção de com<strong>para</strong>ção por superioridade ou inferioridade.<br />

2) Outra informação importante: <strong>para</strong> quem curte saber a diferença entre complemento<br />

nominal (CN) e adjunto adnominal (ADN), reitero: se a preposição de tiver valor<br />

nocional, adjunto adnominal na cabeça! Por isso em todos esses casos, o termo<br />

sublinhado é um adjunto adnominal: Comi um prato de nhoque. (conteúdo) / Sou uma<br />

pessoa de coragem. (tipo) / Esta corrente de ouro é cara. (matéria) / Ela tinha olhos de<br />

gata. (semelhança) / Vendi uma TV de segunda. (qualidade) / Comprei um caderno de<br />

um real. (preço) / O amor dela é intenso. (posse) / Tenho um carro de passeio e um de<br />

trabalho. (finalidade) / Comi um queijo de Minas delicioso. (origem/lugar)<br />

Desde<br />

Tempo: Brahma, fabricada desde o século 19.<br />

Lugar: Seguiram o fugitivo desde a Inglaterra até o Chile.<br />

Noção: Desde o mais alto ao mais baixo puderam entrar no evento. (gradação) / Fazia-se<br />

de tudo naquele lugar: desde faxina até lavagem de roupa. (enumeração)<br />

Obs.: Desde de é uma expressão inculta: Desde de 1982 não se vê mudança radical em<br />

meu país.<br />

Em<br />

Tempo: E o mundo não acabou em 2012.<br />

Lugar (real ou virtual): Brincavam nas árvores quando crianças, hoje brincam nos<br />

corações alheios.<br />

Noção: Comprei uma TV em cores. (tipo/qualidade) / Eu a pedi em casamento.<br />

(finalidade) / Fechou as mãos em conchas. (semelhança) / Nunca fui bom aluno em<br />

Matemática. (assunto/referência) / Só se paga em cheque aqui. (meio) / O preço da casa foi<br />

estimado em 200 mil reais. (preço) / Tirou na guitarra um som originalíssimo. (instrumento)<br />

/ De grão em grão a galinha enche o papo. (sucessão) / A mudança da água em vinho foi o<br />

1 o milagre de Cristo. (alteração) / A peça é em três atos. (distribuição) / Fique em paz<br />

(estado).<br />

Obs.¹: Não se usa a preposição em “Somos em dez.”, “Estamos em cinco.”, “Fomos em<br />

quatro.” (errados); a preposição em entre os verbos ser, estar ou ir + numeral não é<br />

usada. Logo: “Somos dez em casa.”, “Estamos cinco no carro.”.<br />

Obs.²: Outra “cosita”: segundo Cegalla, “não se usa em, mas de, <strong>para</strong> especificar a matéria<br />

de que alguma coisa é feita: estátua de bronze (e não em bronze)”. Além disso, o


gramático continua: “Não tem lugar a preposição em antes de números que indicam<br />

porcentagens, em frases como: O trânsito melhorou em 50% (errado). Em o verbo<br />

sendo transitivo, admite-se a preposição <strong>para</strong> realçar o adjunto adverbial de quantidade:<br />

O governo reduziu o imposto em 50%. (certo). Sobre isso, consulte: ESAF – CGU –<br />

ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012 – QUESTÃO 6.<br />

Obs.³: Para fechar: a preposição em seguida de gerúndio pode dar à oração a ideia de<br />

tempo, condição ou causa: Em se tratando de casos graves, o hospital atende<br />

prontamente.<br />

Entre<br />

Tempo: Entre 1982 e 2012, havia evoluído como homem.<br />

Lugar (real ou virtual): Estou entre os arbustos. / Estou entre os aprovados.<br />

Noção: Entre o louro e o moreno, ela escolheu o segundo. (alternativa) / Discutiram a<br />

relação entre si. (reciprocidade) / Ele tecla entre cem e cento e quinze letras por minuto.<br />

(quantidade) / Viva entre os índios (lugar/companhia)<br />

Obs.: Usa-se pronome oblíquo tônico depois dessa preposição, e não reto: Isso deve ficar<br />

entre mim e você. (e não entre eu e você) É bom dizer que essa preposição delimita um<br />

intervalo entre dois pontos definidos, por isso são ligados por e, e não ou. Sendo assim,<br />

é um erro construir frases como esta: “Sempre fico tenso ao ter de escolher entre a casa<br />

de praia ou a casa de campo.”. A construção adequada é: “... escolher entre a casa de<br />

praia e a casa de campo”.<br />

Para<br />

Tempo: Vou deixar <strong>para</strong> a outra semana a explicação, ok?<br />

Lugar (direção): Vá <strong>para</strong> o inferno! (indica estada permanente)<br />

Noção: Estou muito satisfeito com meu plano <strong>para</strong> mudar novamente. (= a ponto de;<br />

consequência) / Nasci <strong>para</strong> trabalhar. (finalidade) / Estou <strong>para</strong> o Português assim como<br />

vocês estão <strong>para</strong> a Enfermagem. (proporção) / Para mim, ela está mentindo. (opinião) /<br />

Para estudantes interessados como os nossos, precisaremos trocar de professor.<br />

(delimitação) / Dá <strong>para</strong> calar a boca? (possibilidade) / Gosto de música <strong>para</strong> dançar.<br />

(adequação/tipo) / A coleta <strong>para</strong> os pobres valeu. (destino/favor/proveito)<br />

Obs.: Cuidado com construções em que a preposição <strong>para</strong> parece (só parece!) ter valor<br />

nocional de finalidade, mas na verdade tem valor relacional, sendo exigida por um<br />

adjetivo: As Forças Armadas são insuficientes <strong>para</strong> combater a desordem.


Perante<br />

Lugar (real ou virtual): Só sossega perante a mulher. / Perante a lei, todos são iguais.<br />

Obs.: Não se usa preposição a depois de perante: Estou perante ao juiz. (inadequado). Não<br />

confunda com perante a (preposição + artigo). Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012)<br />

– Na linha 2, pode-se substituir “diante das” por perante as, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical ou <strong>para</strong> o sentido<br />

original do texto.<br />

( X ) CERTO ( ) ERRADO<br />

Comentário: Está certa a afirmação da banca, pois diante das e perante as indicam lugar. É<br />

interessante ressaltar que, nas duas expressões, o artigo as foi mantido após a locução<br />

prepositiva diante de e da preposição perante, de modo que não houve prejuízo <strong>para</strong> a<br />

correção gramatical.<br />

Por<br />

Tempo: Você ficou desacordado por alguns minutos.<br />

Lugar: Arrastaram-no pelo campo.<br />

Noção: Envio por e-mail ainda hoje meus dados. (meio) / Como Jack, o Estripador,<br />

vamos por partes. (modo) / Falei aquilo por brincadeira. (finalidade) / Fui preso por<br />

vadiagem. (causa) / Fiz a cópia pelo original. (conformidade) / Nunca morrerei pela pátria.<br />

(= a favor de; favor) / Comemos por quilo ontem. (medida) / Vendi o livro por dois reais.<br />

(preço) / O Flu perdeu por 5 a 1 do Fla. (quantidade) / Não compre gato por lebre.<br />

(substituição) / Olho por olho, dente por dente. (compensação) / Por ela, ninguém precisaria<br />

estudar. (opinião) / Sagarana foi escrito por Guimarães Rosa. (agente; agente da passiva) /<br />

Dez por dois é igual a vinte. (relação aritmética).<br />

Obs.: Apesar de já ter comentado sobre ela, não alistei aqui a preposição per, uma vez que é<br />

arcaica. Outra coisa: por mais sonoramente bizarro que seja, não se contrai preposição<br />

com artigo antes de verbo no infinitivo, segundo a maioria dos gramáticos. Sendo assim,<br />

a frase a seguir está correta: Estou ansioso por o aluno conquistar sua vaga. Em 99%<br />

das vezes, as bancas apoiam essa doutrina. Fazer o quê... A Esaf admite a contração,<br />

pois alguns gramáticos (como Bechara) não se opõem a ela, logo estaria certa a<br />

contração de por + o: pelo.<br />

Sem<br />

Noção: Como consegue viver sem dinheiro, mesmo trabalhando? (ausência, privação) /<br />

Sem dinheiro, entrei no clube. (concessão) / Sem dinheiro, não entra no clube. (condição) /


Chegou sem avisar. (modo)<br />

Sob<br />

Tempo: Sob o reinado de Luís XV, tudo era diferente.<br />

Lugar (real ou virtual): O homem foi encontrado sob os escombros. / Ficávamos quietos<br />

sob o olhar atento do professor.<br />

Noção: Saiu do palco sob vaias. (modo) / Confessaram sob tortura. (meio/modo) / Todo<br />

metal se dilata sob a ação do calor. (causa) / Havia muitos soldados sob seu comando.<br />

(sujeição) / Está inscrito sob o número 10. (designação/modo)<br />

Sobre<br />

Tempo: Sobre um período de oito meses, a gramática ficou pronta.<br />

Lugar (real ou virtual): Viajava sobre as nuvens sempre que podia. / Amo a Deus sobre<br />

todas as coisas.<br />

Noção: O lugar sobre o qual ele discorria era apaixonante. (assunto) / A lealdade é o<br />

mais importante sobre todos os demais sentimentos. (com<strong>para</strong>ção) / Fomos multados em<br />

30% sobre nossos salários. (referência) / Cobrava-se imposto sobre serviço. (causa) / Eles<br />

fazem asneiras sobre asneiras. (sucessão/acumulação) / Ele veio sobre nós com ódio.<br />

(oposição/direção)<br />

Trás<br />

Segundo os gramáticos, tal preposição é arcaica, só sendo usada nas locuções adverbiais<br />

<strong>para</strong> trás, por trás e na locução prepositiva por trás de: Ele ficou <strong>para</strong> trás, chegou por trás<br />

e ficou por trás de todos. Segundo Celso Cunha, “o sentido originário desta preposição era<br />

‘além de’, que subsiste nos compostos Trás-os-Montes e trasanteontem”.


Certas Particularidades<br />

Omissão e Repetição<br />

1) Depois de algumas preposições acidentais (exceto, salvo, inclusive, de sentido exceptivo<br />

ou inclusivo), pode haver a omissão ou presença de uma preposição essencial em razão da<br />

sua exigência por algum nome ou verbo. É preciso sempre tomar cuidado com o sentido que<br />

se passa quando ocorre a omissão.<br />

– Eu discordo de todos, exceto dela (ou ela).<br />

2) A repetição só será obrigatória quando for importante <strong>para</strong> o sentido.<br />

– Ela falou com o professor e diretor da escola. (sem repetição: significa que ela falou<br />

com uma pessoa que ocupa dois cargos)<br />

– Ela falou com o professor e com o diretor da escola. (com repetição: significa que ela<br />

falou com duas pessoas)<br />

3) Em qualquer sequência de termos ou orações coordenadas, é facultativa a repetição das<br />

preposições ou locuções prepositivas, mas, quando forem explicitadas tais preposições,<br />

devem elas aparecer antes de todos os termos ou orações. Reitero: a repetição só será<br />

obrigatória quando for importante <strong>para</strong> a clareza.<br />

– Lutamos pela música, (pela) literatura e (pelas) artes em geral.<br />

– Fizemos menção a políticos, (a) jogadores e (a) religiosos.<br />

– Sobre os bons professores e (sobre) os diretores, só tenho a dizer maravilhas.<br />

– O medo de errar, (de) titubear e (de) ser um desastre completo me deixa ansioso.<br />

Obs.: Quando a preposição (ou locução prepositiva) se combina com o artigo, deve ser<br />

repetida, se o artigo estiver repetido: Ele foi leal aos amigos e aos familiares. Mas está<br />

certo também sem a repetição da preposição e do artigo: Ele foi leal aos amigos e<br />

familiares. Estaria errado assim: Ele foi leal aos amigos e os familiares. Nas locuções<br />

prepositivas, há três possibilidades de construção: Apesar de sucessos e apesar de<br />

insucessos, vencemos. / Apesar de sucessos e de insucessos, vencemos. / Apesar de<br />

sucessos e insucessos, vencemos.<br />

Vamos ver uma questão sobre isso?<br />

(Cespe/UnB – TJ/DF – Técnico Administrativo – 2008)<br />

A retirada da preposição em “de transformar” (... nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo...) violaria as<br />

regras de gramática da língua portuguesa, já que essa expressão complementa “capacidade”.<br />

( ) CERTO<br />

( X ) ERRADO<br />

Comentário: Note que as expressões de trabalhar e de transformar estão coordenadas


entre si, como numa enumeração, sendo assim é possível omitir a preposição, sem<br />

problemas.<br />

Outras considerações válidas:<br />

I. Os verbos chegar, ir, voltar, levar e dar não são usados com a preposição em, quando<br />

indicam lugar, mas sim com a: chegar à casa; ir ao supermercado; voltar à escola; levar<br />

à praia etc.<br />

II. “Nos domingos vou à missa.” (errado), pois é o a que indica repetição de um fato. “Aos<br />

domingos vou à missa.” (certo)<br />

III. Verbo ter/haver + de/que + infinitivo: Eu tenho de/que viajar amanhã. Privilegia-se a 1 a<br />

forma, com de.<br />

IV. Usa-se indiferentemente à/na página: O clímax começa à/na página 415. Usa-se ainda a<br />

páginas: O clímax começa a páginas 415. O mesmo vale <strong>para</strong> datas: Em/A catorze de<br />

julho, vou à Bahia.<br />

V. Normalmente, as preposições por/<strong>para</strong>/a/sem/ao + verbo no infinitivo indicam,<br />

respectivamente, causa/finalidade/condição/concessão ou condição/tempo: Por ser<br />

exato, o amor não cabe em si. / Para passar, precisa estudar. / A persistirem os sintomas,<br />

o médico deverá ser consultado. / Sem estudar, não passará./ Sem estudar, passei. / Ao<br />

fazer os exercícios, preocupei-me em acertar os mais fáceis. Veremos questões sobre isso<br />

no capítulo de Orações Reduzidas.


Valor Discursivo<br />

A preposição e as locuções prepositivas têm a função textual de conectar partes do texto:<br />

palavras a palavras, palavras a orações, orações a orações etc. Veja o texto a seguir e note<br />

como elas desempenham um papel coesivo importantíssimo <strong>para</strong> a união das ideias de um<br />

texto. Leve em conta também seu valor semântico a cada relação estabelecida:<br />

“(...) Nessa quinta-feira (30/8/2012) faz exatos dez anos a estreia do filme de <strong>Fernando</strong><br />

Meirelles e Katia Lund. E se a antológica ‘fuga da galinha’ ainda persiste no<br />

imaginário nacional, não é somente essa cena que faz Cidade de Deus uma produção<br />

memorável. Em poucas semanas depois de seu lançamento, cerca de três milhões de<br />

espectadores foram levados às salas de cinema brasileiras. A temática do filme e a<br />

técnica utilizada pelos diretores agradaram crítica e público, fazendo dele uma<br />

referência cultural, social e política no País. (...)”<br />

(http://www.cartacapital.com.br/cultura/cidade-de-deus-dez-anos-depois/ texto<br />

adaptado)<br />

Analisemos cada preposição e seus valores:<br />

“(...) Nessa quinta-feira (30/8/2012) [valor nocional: tempo] faz exatos dez anos a<br />

estreia do filme [valor nocional: especificação/posse] de <strong>Fernando</strong> Meirelles e Katia<br />

Lund [valor nocional: posse]. E se a antológica ‘fuga da galinha’ [valor relacional: o<br />

nome fuga exige a preposição de] ainda persiste no imaginário nacional [valor<br />

relacional: o verbo persistir exige a preposição em], não é somente essa cena que faz<br />

Cidade de Deus [valor relacional fixo] uma produção memorável. Em poucas semanas<br />

[valor nocional: tempo] depois de seu lançamento [valor nocional: tempo], cerca de<br />

três milhões [valor nocional: quantidade aproximada] de espectadores [valor nocional:<br />

especificação] foram levados às salas [valor relacional: o particípio adjetival levado<br />

exige a preposição a + as (artigo) = às (crase)] de cinema brasileiras [valor nocional:<br />

especificação/posse]. A temática do filme [valor nocional: posse] e a técnica utilizada<br />

pelos diretores [valor nocional: agente] agradaram crítica e público, fazendo dele<br />

[valor relacional] uma referência cultural, social e política no País [valor nocional:<br />

lugar]. (...)”<br />

Lindo isso, não?


O Que Cai Mais na Prova?<br />

A maior parte das questões sobre preposição diz respeito ao conhecimento básico de valor<br />

relacional (regência verbal e nominal, principalmente crase) e nocional (valor semântico).<br />

Fique ligado no padrão das questões!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (CEPERJ – Pref. Angra dos Reis/RJ – Professor – 2008) No título do poema “Canção do exílio”, a preposição tem o mesmo<br />

valor semântico que a destacada na frase:<br />

a) Nem sempre o seu silêncio é de ouro.<br />

b) Ele se nutre de saudades.<br />

c) O poeta morria de amores pela pátria.<br />

d) De noite, seu sofrimento aumentava.<br />

e) O poeta admirava de longe os primores nacionais.<br />

2. (FGV – MEC – Administrador de Banco de Dados – 2009) “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e<br />

das coisas.”; a frase a seguir em que a preposição com tem o mesmo valor semântico da ocorrência sublinhada é:<br />

a) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas.<br />

b) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto.<br />

c) Todos saímos com os amigos recém-chegados.<br />

d) Com quem eles viajaram nós não vimos.<br />

e) Brigaram com os adversários durante horas.<br />

3. (FEC/UFF – MPA – Engenheiro – 2010) Cometeria grande equívoco quem fizesse, no texto, a substituição da preposição<br />

pela locução prepositiva, ou vice-versa, proposta em:<br />

a) sobre (Quem se mantém informado sobre os imensos problemas...) / acerca de.<br />

b) com exceção de (Tudo parece conspirar <strong>para</strong> que o consumo de peixe seja uma prática muito pouco sustentável – com<br />

exceção dos peixes que são criados em um parque na Espanha.) / salvo.<br />

c) <strong>para</strong> (Esta é uma receita <strong>para</strong> o futuro da boa alimentação...) / a fim de.<br />

d) diante de (E diante da usual pergunta sobre se este tipo de sistema poderia...) / ante.<br />

e) em direção a (... podemos avançar em direção a um futuro...) / <strong>para</strong>.<br />

4. (Cespe/UnB – TCU – Auditor-Federal de Controle Externo – 2010) O uso da preposição De em lugar de “Sob” (Sob uma<br />

forma <strong>para</strong>digmática, a língua encarna esse tipo de dados sociais...) alteraria as relações de significação entre os termos da<br />

oração e, por isso, prejudicaria a coerência entre os argumentos do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

5. (FCC – TRF (1R) – Analista Judiciário – 2011) (Adaptada) Em Chicago, melhor do que em qualquer outro ponto, podese<br />

acompanhar o processo sumário que usais <strong>para</strong> conseguir, de plantas alienígenas, ao fim de curto estágio de<br />

aclimação, frutos genuinamente americanos.<br />

– Na frase acima, a preposição de, em de plantas alienígenas, expressa ideia de procedência?<br />

6. (Cespe/UnB – PC/ES – Cargos de Nível Superior – 2011) No trecho “estão convencidos de que as desigualdades são, em<br />

sua maior parte, sociais ou históricas”, a omissão da preposição “de” prejudicaria a correção gramatical do período.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

7. (Cespe/UnB – FUB – Cargos de Nível Médio – 2011) Em “importar dos Estados Unidos da América”, a preposição de,<br />

contida em “dos”, expressa ideia de procedência.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

8. (Cespe/UnB – FUB – Analista de TI – 2011) Com relação ao vocabulário e à estrutura do texto, julgue os itens que se<br />

seguem.<br />

A retirada da preposição “de” em “A indicação inicial é a de que, sim, a rede (...)” não implicaria alteração do texto, quer do<br />

ponto de vista semântico, quer sintático.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

9. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) No primeiro parágrafo do texto, contrapõem-se duas realidades<br />

diferentes; tal raciocínio é evidenciado pelo emprego da locução “Apesar de” (Apesar de estarmos em pleno século XXI, a<br />

aldeia deles ainda vive a realidade do subdesenvolvimento...).<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


10. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário – 2011) A substituição da locução “a fim de” (... agachar-se sob o túmulo a fim<br />

de escapar dos golpes...) por <strong>para</strong> manteria a correção gramatical e o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

11. (Vunesp – SAP/SP – Oficial Administrativo – 2011) Considere a frase:<br />

– Não se sabe ao certo quem foram os responsáveis pela agressão a moças obesas em uma festa de estudantes.<br />

Assinale a alternativa em que a preposição a está corretamente substituída.<br />

a) até.<br />

b) contra.<br />

c) entre.<br />

d) por.<br />

e) sobre.<br />

12. (Vunesp – SAP/SP – Oficial Administrativo – 2011) Leia o texto.<br />

Uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) pede o fim do apedrejamento no Irã.<br />

A resolução ainda condena Teerã __________ silenciar opositores. O Brasil optou __________ não se manifestar<br />

sobre o assunto.<br />

A mesma preposição que preenche, corretamente, ambas as lacunas é:<br />

a) com;<br />

b) <strong>para</strong>;<br />

c) por;<br />

d) sob;<br />

e) sobre.<br />

Fragmento de texto<br />

“(...) Entretanto, insistimos em colocar a pergunta “o quê?” antes da pergunta “quem?”, a despeito da tradição filosófica, cuja<br />

tendência foi fazer... (...)”<br />

13. (Cespe/UnB – Correios – Analista de Correios (Letras) – 2011) Em “a despeito da tradição filosófica”, o emprego da<br />

preposição “a” deve-se à relação sintática que o substantivo “despeito” estabelece com o verbo “colocar”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

14. (Cespe/UnB – Correios – Cargos de Nível Superior – 2011) Seria mantida a correção gramatical do texto, se a preposição<br />

“de”, em sua primeira ocorrência, no trecho “de 17 de dezembro de 1663 a 28 de setembro de 1665”, fosse substituída por<br />

entre.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

“Na ciência moderna, a ruptura epistemológica simboliza o salto qualitativo do conhecimento do senso comum <strong>para</strong> o<br />

conhecimento científico (...)”<br />

15. (Cespe/UnB – CNPQ – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior – 2011) A primeira preposição em “do conhecimento do<br />

senso comum” exprime noção de origem do movimento expresso por “salto”, e a preposição empregada no trecho “<strong>para</strong> o<br />

conhecimento científico” exprime noção de fim desse movimento.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

“... o cérebro faz uma espécie de faxina na memória de curto prazo <strong>para</strong> facilitar o armazenamento de novas informações.<br />

“Medidas como essa não só melhoram a capacidade cognitiva como são extremamente importantes <strong>para</strong> compensar a<br />

restrição ao sono...”<br />

16. (Cespe/UnB – STM – Técnico Judiciário – 2011) A preposição <strong>para</strong>, em ambas as ocorrências, nas linhas 10 e 13,<br />

estabelece uma relação de consequência entre a oração de que faz parte e a oração que a antecede.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


17. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) A passagem “..., em contraposição a tentações apressadas de recorrer à<br />

censura” contém o elemento gramatical a, que:<br />

a) define quais são as tentações, porque é um artigo;<br />

b) não define quais são as tentações, porque é artigo;<br />

c) define quais são as tentações, porque é uma preposição;<br />

d) não define quais são as tentações, porque é artigo indefinido;<br />

e) não define quais são as tentações, porque é preposição.<br />

18. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) A palavra <strong>para</strong> (... meios <strong>para</strong> convencer o Irã...) é uma:<br />

a) preposição derivada da regência verbal da palavra meios;<br />

b) conjunção que liga uma oração coordenada a uma subordinada;<br />

c) preposição que liga meios a um verbo intransitivo;<br />

d) preposição derivada da regência nominal da palavra meios;<br />

e) preposição que liga meios a um verbo.<br />

19. (Cespe/UnB – Correios – Agente de Correios – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A substituição da preposição “por” (... um patrimônio cultural de 246 km de areias pontilhado por montanhas...) por de<br />

prejudica a correção gramatical e a coerência do período.<br />

20. (FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011) Aliás, o melhor <strong>para</strong> a democracia seria se<strong>para</strong>r os fundos partidários<br />

dos destinados às campanhas eleitorais.<br />

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:<br />

I. Há três preposições.<br />

II. Há quatro artigos.<br />

III. Há um pronome demonstrativo.<br />

Assinale<br />

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.<br />

c) se nenhuma afirmativa estiver correta.<br />

d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.<br />

e) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.<br />

21. (FGV – PC/RJ – Guarda Municipal – 2011) Marque a alternativa em que o vocábulo “<strong>para</strong>” introduz ideia de finalidade.<br />

a) “... a meu ver, um dos documentos mais inspiradores <strong>para</strong> a presente crise.”<br />

b) “Dois valores, entre outros, considero axiais <strong>para</strong> esse novo começo...”<br />

c) “... o cuidado é uma arte, um <strong>para</strong>digma novo de relacionamento <strong>para</strong> com a natureza, <strong>para</strong> com a terra...”<br />

d) “... se transforme em tragédia e <strong>para</strong> conferir eficácia...”<br />

22. (FGV – PC/RJ – Perito Legista (Odontologia) – 2011) “Por precaução, a maioria dos médicos recomenda evitar a<br />

combinação de bebida e remédios.”<br />

A preposição “por”, no fragmento acima, tem valor de:<br />

a) meio;<br />

b) modo;<br />

c) condição;<br />

d) consequência;<br />

e) causa.<br />

23. (Vunesp – Pref. São José dos Campos/SP – Agente Educador – 2012) Assinale a alternativa cujas preposições completam,<br />

correta e respectivamente, o texto a seguir.<br />

São um grande erro as gratificações ___ que alguns pais se servem <strong>para</strong> agradar, constantemente e por qualquer<br />

motivo, a seus filhos, pois essas crianças se tornam aquelas ___ quem cumprir um dever ou agir corretamente não<br />

são obrigações, mas sim atitudes excepcionais.<br />

a) de ... por.<br />

b) de ... <strong>para</strong>.<br />

c) em ... a.<br />

d) com ... <strong>para</strong>.<br />

e) com ... por.<br />

24. (Consulplan – Pref. São Domingos do Prata/Mg – Arquivista – 2012) Relacione os vocábulos sublinhados com suas


espectivas classes gramaticais.<br />

1. “... filhos com até dois anos de idade...”<br />

2. “... Os pais que acreditam...”<br />

3. “... são muito importantes...”<br />

4. “... algum tipo de conteúdo...”<br />

5. “... pais disseram que seus filhos...”<br />

( ) Pronome relativo.<br />

( ) Advérbio.<br />

( ) Pronome indefinido.<br />

( ) Conjunção integrante.<br />

( ) Preposição.<br />

A sequência está correta em:<br />

a) 5, 3, 4, 1, 2;<br />

b) 4, 3, 1, 5, 2;<br />

c) 2, 3, 4, 5, 1;<br />

d) 2, 4, 3, 5, 1;<br />

e) 3, 1, 2, 5, 4.<br />

25. (FEC/UFF – Pref. Angra dos Reis/RJ – Administrador – 2012) Em “Os mumificadores, ao abrirem os corpos dos faraós<br />

<strong>para</strong> retirar as entranhas...” (parágrafo 1), a preposição PARA indica relação de:<br />

a) lugar;<br />

b) tempo;<br />

c) fim;<br />

d) proporção;<br />

e) consequência.<br />

26. (FEC/UFF – Pref. Angra dos Reis/RJ – Agente Administrativo – 2012) Na frase “O povo está muito satisfeito com as<br />

maquininhas PARA preocupar-se com o sumiço das letras.”, a preposição em destaque indica relação de:<br />

a) finalidade;<br />

b) lugar;<br />

c) tempo;<br />

d) proporção;<br />

e) consequência.<br />

27. (FEC/UFF – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– APESAR DE introduz argumento orientado <strong>para</strong> a conclusão do texto.<br />

28. (Dom Cintra – Pref. BH/MG – Administrador – 2012) (Adaptada) As substituições propostas <strong>para</strong> as expressões<br />

destacadas estão corretas ou incorretas?<br />

I. “...ocorre devido a ações administrativas...” / em razão de.<br />

II. “Segundo técnicos da Receita,...” / conforme.<br />

29. (FEC/UFF – Câmara Municipal de Duque de Caxias/RJ – Agente de Processamento de Dados – 2012) No trecho “E<br />

apontava com o queixo, ATÉ curvando a boca com certo desdém.”, a palavra destacada tem o valor semântico de:<br />

a) explanação;<br />

b) retificação;<br />

c) situação;<br />

d) exclusão;<br />

e) inclusão.<br />

30. (FEC/UFF – Câmara Municipal de Duque de Caxias/RJ – Agente de Processamento de Dados – 2012) No período “A<br />

esposa começou a chorar assim que a juíza a interrogou.” há quatro ocorrências da palavra A, que se classifica,<br />

respectivamente, como:<br />

a) artigo, pronome, preposição, pronome;<br />

b) artigo, preposição, artigo, pronome;<br />

c) pronome, artigo, pronome, artigo;<br />

d) artigo, pronome, preposição, artigo;<br />

e) artigo, preposição, pronome, artigo.


31. (FEC/UFF – Câmara Municipal de Duque de Caxias/RJ – Agente de Processamento de Dados – 2012) Para o correto<br />

preenchimento das lacunas na frase “O controle das faltas do funcionário ________ o patrão se referira era o mais<br />

eficiente recurso _______ os empregadores dispunham <strong>para</strong> procederem ao desconto no final do mês.”, têm de ser<br />

usadas, respectivamente, as formas:<br />

a) a que – de que;<br />

b) a que – com que;<br />

c) que – a que;<br />

d) de que – que;<br />

e) de que – com que.<br />

32. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale o conectivo que provoca erro gramatical e/ou incoerência<br />

textual ao preencher a lacuna do fragmento abaixo:<br />

A dívida pública mobiliária tem algumas características específicas. No que diz respeito à participação dos<br />

indexadores da dívida, continua crescendo a participação dos títulos atrelados à Selic (64,6% do total),<br />

___________ sua alta rentabilidade, segurança e liquidez; enquanto os títulos prefixados mantêm uma posição em<br />

torno de 35,5%. Quanto ao prazo, os títulos emitidos pelo BCB e pelo Tesouro Nacional têm prazo médio de 40,19<br />

meses.<br />

a) ademais de;<br />

b) em face de;<br />

c) devido à;<br />

d) em função de;<br />

e) haja vista.<br />

33. (AOCP – BRDE – Analista de Projetos (Agronomia) – 2012) “Por um desses quiproquós da vida cultural, a<br />

tradicionalização, ou a referência à tradição, tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira,<br />

quer dizer, a que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.”<br />

O fragmento em que o elemento por (ou pelo/pela) estabelece a mesma relação semântica do elemento por do fragmento<br />

acima é:<br />

a) “Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo”.<br />

b) “sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados”.<br />

c) “Eles recombinam formas, am<strong>para</strong>dos por modelos anteriores”.<br />

d) “recriado pela contribuição do poeta moderno consciente de seus processos artísticos”.<br />

e) “por prazer de inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva”.


Gabarito<br />

1. E. 8. ERRADO. 15. CERTO. 22. E. 29. E.<br />

2. A. 9. CERTO. 16. ERRADO. 23. B. 30. B.<br />

3. C. 10. CERTO. 17. E. 24. C. 31. A.<br />

4. ERRADO. 11. B. 18. D. 25. C. 32. A.<br />

5. CORRETO. 12. C. 19. CORRETO. 26. E. 33. E.<br />

6. CERTO. 13. ERRADO. 20. A. 27. INCORRETO.<br />

7. CERTO. 14. ERRADO. 21. D. 28. I e II CORRETAS.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 15<br />

Conjunção


Definição<br />

Fi-nal-men-te!<br />

Conjunção é a “menina dos meus olhos”!<br />

– Ficou meio estranho isso, hein, <strong>Pestana</strong>!<br />

Você não tem ideia da quantidade de questões que caem em provas todo ano! Saber<br />

conjunção é matar mais de uma questão numa prova feita por uma banca de prestígio, como<br />

Cespe, Esaf, FCC, FGV, Cesgranrio etc.<br />

Por isso, vai ser um prazer ajudá-lo! Você vai sair desse capítulo na ponta dos cascos,<br />

caro(a) leitor(a)! Vamos começar a brincadeira!<br />

Do ponto de vista semântico, a conjunção é uma palavra que traz embutida um sentido (ou<br />

mais de um). Só a conjunção integrante não carrega consigo um sentido.<br />

Do ponto de vista morfológico, a conjunção é uma palavra que não muda de forma,<br />

portanto é invariável.<br />

Do ponto de vista sintático, a conjunção não exerce função sintática alguma, mas participa<br />

de construções coordenadas e subordinadas, ligando normalmente termos de mesma função<br />

sintática, orações, períodos e parágrafos, numa relação lógica.<br />

Pois bem... <strong>para</strong> entendermos todas as definições de conjunção, vamos analisar este texto:<br />

A mulher e o homem se complementam, mas essa relação é (não raro) cercada de<br />

desavenças. Por isso ocorrem muitas se<strong>para</strong>ções, resultando em dificuldades emocionais,<br />

financeiras e até físicas.<br />

Não obstante, o quadro não é só pessimista; muitos casais conseguem viver em<br />

harmonia e com amor durante toda a sua vida.<br />

Note que os termos e, mas, Por isso, Não obstante, e<br />

1) apresentam, respectivamente, valores semânticos de adição, oposição, conclusão,<br />

oposição e adição; observe a relação lógica e semântica entre as partes do texto;<br />

2) não variam de forma;<br />

3) ligam termos de mesma função sintática coordenados, orações coordenadas, períodos,<br />

parágrafos e termos de mesma função sintática coordenados. Falarei melhor sobre<br />

coordenação e subordinação em Sintaxe, mais à frente. Relax!<br />

Obs.: A conjunção, assim como a preposição, tem o papel fundamental de conectar partes do<br />

texto, por isso é também chamada de conector, conectivo, elemento coesivo, síndeto e<br />

operador argumentativo.


Identificação<br />

Identificar uma conjunção é fácil. Basta decorar todas elas! Parece brincadeira, mas é<br />

verdade... Eu mesmo decorei as conjunções como um mantra. Escrevi todas elas em uma<br />

cartolina e colei na parede do meu quarto. Depois de muito ler e reler, com exercícios,<br />

decorei. Hoje não erro nenhuma questão sobre esse assunto. Fique tranquilo, pois você<br />

também ficará craque em conjunções! Faça a sua parte!<br />

Tecnicamente falando, identifica-se uma conjunção por saber qual é a função dela na língua.<br />

Seu objetivo é conectar partes do texto: vocábulos, orações, períodos... Veja alguns<br />

exemplos:<br />

– Farei exames pré e pós-operatórios. (liga prefixos)<br />

– Paradoxalmente, Vítor está contra e a favor do novo acordo ortográfico. (liga preposição<br />

a locução prepositiva)<br />

– Uma luz bruxuleante mas teimosa continuava a brilhar nos seus olhos. (liga vocábulos,<br />

termos de mesma função sintática)<br />

– Nós esperamos que você estude mais. (liga orações)<br />

– Fale com ela assim que chegar de viagem. (liga orações)<br />

– Desejo que venha comigo. E desejo ainda mais que se deixe seduzir. (liga períodos)<br />

É bom dizer desde já que muitas conjunções podem mudar de posição na frase. Em tese, se<br />

ela liga, deveria vir no meio dos termos ou das orações, certo? Errado! Veja alguns exemplos<br />

de inversões das conjunções:<br />

– Podem sair; voltem às onze, porém.<br />

– Enquanto as coisas não se resolverem por aqui, jamais te deixarei só.<br />

– Tudo concluído enfim; podemos, pois, comemorar até o dia seguinte!<br />

Também não me custa nada dizer que algumas conjunções coordenativas são correlatas,<br />

isto é, aparecem em dupla formando uma unidade de sentido. É o que a gente chama de<br />

“correlação”. Entenda:<br />

– Ora atrapalha o professor, ora atrapalha a classe.<br />

– Não só mudamos a perspectiva de enxergar o mundo mas também o mudamos.<br />

– Tanto me empenho no trabalho quanto nos estudos.<br />

O conceito de “correlação” se estende também às conjunções subordinativas (em negrito),<br />

mas nesse caso o termo que vem sublinhado tem sua própria classificação gramatical. Veja<br />

alguns exemplos das gramáticas tradicionais:<br />

– Era mais corajoso que muito lutador profissional.<br />

– Falou tanta bobagem, que a todos incomodou.<br />

– Quanto mais conhecimento religioso adquiria, mais conflitantes os dogmas lhe pareciam.


Obs.: Os termos sublinhados se classificam, respectivamente, como: advérbio de<br />

intensidade, pronome indefinido e advérbio de intensidade.


Locução Conjuntiva<br />

A locução conjuntiva é formada por um grupo de vocábulos (muitas vezes terminados em<br />

que) desempenhando o mesmo papel das conjunções.<br />

Eis algumas locuções conjuntivas: não obstante, no entanto, só que, por conseguinte, em<br />

vista disso, por isso, sendo assim, assim como, com isso, pois que, visto que, já que, ao passo<br />

que, <strong>para</strong> que, logo que, assim que, a menos que, a fim de que, à medida que...<br />

Trabalha-se muito a substituição e a equivalência entre conjunções e locuções conjuntivas<br />

nas provas, todo ano. Por isso, dessa vez, insisto na decoreba das conjunções. Vai por mim!


Classificação<br />

Existem dois tipos de conjunção: coordenativas (em princípio, ligam orações ou termos<br />

sintaticamente independentes) e subordinativas (em princípio, ligam orações sintaticamente<br />

dependentes).<br />

Para você entender isso melhor, observe estas frases com conjunções coordenativas:<br />

– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs e DVDs.<br />

– Um temporal está chegando, portanto fique atento!<br />

Note que as duas conjunções (e e portanto) têm o papel apenas de ligar, podendo ser<br />

retiradas das frases, pois elas ligam partes independentes entre si.<br />

Veja como ficaria possível a reescritura delas:<br />

– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs, DVDs.<br />

– Um temporal está chegando – fique atento!<br />

Observe agora duas frases com conjunções subordinativas:<br />

– Não sei se tudo mudará depois das eleições.<br />

– Nunca desista da vida, embora ela esteja difícil.<br />

Note que as duas conjunções (se e embora) têm a função de ligar as duas orações seja<br />

completando, seja determinando. Logo, não podem ser retiradas das frases, pois elas ligam<br />

partes independentes entre si.<br />

Veja como ficaria “estranha” (ou, tecnicamente falando, “agramatical”) a reescritura delas:<br />

– Não sei tudo mudará depois das eleições. (?!)<br />

– Nunca desista da vida, ela esteja difícil. (?!)<br />

Falarei muito mais sobre coordenação e subordinação em Sintaxe. Isso foi só uma palinha.


Coordenativas<br />

Fiquem atentos às conjunções sublinhadas! Como não são usuais, as bancas exploram-nas<br />

<strong>para</strong> dificultar sua vida.<br />

Aditivas: exprimem ideia de soma, acréscimo, adição; o e exprime outros valores.<br />

e<br />

não só... como (também)...<br />

nem... (= e não)<br />

nem... nem<br />

tampouco<br />

não só... mas (também)<br />

não só... mas (ainda)<br />

não só... (bem) como<br />

bem como<br />

não só... como (ainda)<br />

não só... como (ainda)<br />

não só... senão (também)<br />

não só... senão (ainda)<br />

tanto... quanto<br />

tanto... como<br />

mais (em linguagem matemática ou coloquial)<br />

* Os parênteses indicam que tais palavras podem ou não aparecer. No lugar de não só, pode<br />

aparecer não somente ou não apenas, nas conjunções correlativas aditivas.<br />

– Estudo e trabalho.<br />

– Não estudo nem trabalho.<br />

– Nem eu nem você estudamos.<br />

– Não estudo, tampouco trabalho.<br />

– Não só estudo mas também trabalho.<br />

– Não apenas estudo bem como trabalho.<br />

– Não somente estudo senão ainda trabalho.<br />

– Tanto estudo quanto trabalho.<br />

– Dois mais dois são quatro. Por isso, nós mais vocês formamos um quarteto.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Sobre o e: Além de apresentar a ideia de adição, também pode ter outros valores<br />

semânticos, como adversidade (mas, porém) ou conclusão/consequência (portanto, por<br />

isso, então). É bom dizer que, <strong>para</strong> alguns gramáticos, como<br />

Sacconi, Cegalla, Infante e Cereja, o e com valor adversativo inicia oração coordenada<br />

sindética adversativa. Destes, Sacconi e Cereja dizem que a conjunção e, de fato, é uma<br />

conjunção adversativa. Já os demais gramáticos, como Bechara e Celso Cunha, dizem que<br />

o e pode apresentar diferentes valores semânticos a depender do contexto, e só.<br />

Polêmicas...<br />

– Choveu intensamente, e a cidade ficou inundada. (portanto, por isso –<br />

conclusão/consequência)<br />

– Cumpra suas obrigações e será recompensado. (portanto, por isso –


conclusão/consequência)<br />

– Nós acordamos cedo, e chegamos, infelizmente, atrasados. (mas, porém –<br />

adversidade/oposição)<br />

– Fazemos muitas dietas, e não conseguimos emagrecer. (mas, porém –<br />

adversidade/oposição)<br />

– Depois de ontem, vou chamar-lhe e dar-lhe uma bronca (= <strong>para</strong> – finalidade)<br />

Veja uma questão sobre seu valor semântico:<br />

Cespe/UnB – ABIN – Oficial de Inteligência – 2008<br />

– A relação que a oração iniciada por “e as respostas” (... o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas<br />

não são diretas nem estáveis) mantém com a anterior mostra que a função da conjunção “e” corresponde à função de<br />

por isso.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Veja outra:<br />

37. (FAB – EAGS – Sargento – 2008) Marque a alternativa em que a conjunção coordenativa “e” estabelece somente<br />

relação de adição entre as orações.<br />

a) Ia telefonar-lhe e desejar-lhe <strong>para</strong>béns.<br />

b) Ninguém me disse nada, e entendi de imediato.<br />

c) “O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta.” (Gabarito!)<br />

d) A chuva caiu pela manhã, e a festa de aniversário ao ar livre não foi cancelada.<br />

Comentário: A única alternativa em que a conjunção coordenativa e estabelece somente<br />

relação de adição entre as orações é a C. Nas alternativas B e D, admite-se a relação de<br />

adversidade entre as orações. Veja: B – Ninguém me disse nada, mas entendi de imediato. D<br />

– A chuva caiu pela manhã, mas a festa de aniversário ao ar livre não foi cancelada. Na<br />

alternativa A, a relação entre as orações é de finalidade: Ia telefonar-lhe <strong>para</strong> desejar-lhe<br />

<strong>para</strong>béns.<br />

Observações importantes:<br />

– Pode ser usada a conjunção e logo após um ponto (.) <strong>para</strong> imprimir ênfase ao conteúdo<br />

da oração que a segue: Você é muito importante <strong>para</strong> mim. E será sempre.<br />

– A ênfase pode ser conseguida também quando vem após a vírgula: Concordo com ele,<br />

e muito!<br />

– O e, no fim de uma enumeração, pode ser dispensado, colocando-se vírgula em seu<br />

lugar: Comprei maçã, uva, figo e banana. > Comprei maçã, uva, figo, banana.<br />

– O e repetido (polissíndeto) dá ideia de acúmulo: Eles são abusados, e desbocados, e<br />

impertinentes, e aproveitadores, e muito mais!<br />

– Usa-se a construção e nem quando o nem equivale a não (neste caso, o e é uma<br />

conjunção aditiva e o nem é um advérbio de negação, apesar de que alguns gramáticos,<br />

como Cegalla, repudiam tal construção; Bechara pede <strong>para</strong> evitá-la a não ser que se<br />

use por motivo de ênfase: Não estuda e nem (= e não) trabalha.


– Sobre este último ponto ainda, podemos enfaticamente usar e nem (= mas não), e nem<br />

sequer, e nem assim, e nem por isso etc.: Assistiu à ótima peça e nem (= mas não)<br />

aplaudiu. / A moça não o cumprimentou e nem sequer olhou <strong>para</strong> ele.<br />

2) Sobre o nem: Pode ser conjunção aditiva (reforçada por alguns termos), alternativa<br />

(raro!) e advérbio de negação; aparece em outras construções também, todavia veremos<br />

isso mais à frente.<br />

– O homem não come nem tampouco bebe. (ou nem ao menos, nem sequer, nem<br />

mesmo)<br />

– Não sei nem se fico, nem se parto. (alternativa = Não sei se fico ou se parto.)<br />

– Nem sempre colabora com obras humanitárias. (advérbio = não)<br />

– Nem estudo nem trabalho. (só o segundo nem é uma conjunção aditiva, = e não, o<br />

primeiro é um advérbio de negação, = não).<br />

3) Apesar de não haver encontrado gramático ou dicionarista (exceto o professor Sérgio<br />

Nogueira) que classificasse tampouco como conjunção aditiva (= nem), já vi algumas<br />

questões sobre isso (FMZ – SEAD/AP – Agente Penitenciário – 2010 – Questão 14 /<br />

FCC – TRT/AL (19 a R) – Analista Judiciário – 2008 – Questão 5 / FCC – Sergipe GÁS<br />

S.A. – Contador – 2010 – Questão 5 / Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009 – Questão<br />

9). Sobre a expressão nem tampouco, Ernani Terra condena, dizendo que se trata de<br />

redundância, já Maria H. de Moura Neves não se opõe a ela. Polêmicas...<br />

4) Em “João mais Maria se apaixonaram.”, o mais é uma conjunção aditiva coloquial<br />

(regionalismo).<br />

5) As correlações aditivas equivalem ao e, isto é, dizer “Não só estudo mas trabalho.”<br />

equivale a dizer “Eu estudo e trabalho.”. Nas correlações aditivas (ou séries aditivas<br />

enfáticas), só as orações iniciadas por mas, como, senão e quanto são consideradas<br />

aditivas, o que indica que, stricto sensu, os conectivos aditivos, de fato, são o mas, o<br />

como, o senão e o quanto.<br />

Sobre bem como, veja uma questão:<br />

Cespe/UnB – CBM/ES – Oficial Bombeiro Militar – 2011<br />

A expressão bem como (Os condutores de veículos passantes eram obrigados a prestar os serviços que deles fossem<br />

exigidos, bem como entregar seus animais.) pode ser substituída pela conjunção e, com a devida alteração de pontuação,<br />

sem prejuízo <strong>para</strong> o sentido do texto.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

6) Às vezes, o início da correlação vem implícito, caso em que o mas tem valor aditivo:<br />

Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. = Não só não nos deixeis cair<br />

em tentação, mas livrai-nos do mal. E, às vezes, os termos da correlação vêm afastados<br />

dentro da frase: A conjunção não liga só orações, mas liga termos também.


7) Se a correlação tanto... quanto vier em períodos diferentes, o sentido pode mudar e a<br />

análise de tais vocábulos idem: Tanto estudo! Quanto trabalho! Note que agora são<br />

advérbios de intensidade.<br />

Adversativas: indicam essencialmente uma ideia de adversidade, oposição, contraste;<br />

também ressalva, quebra de expectativa, compensação, restrição; elas realçam o conteúdo da<br />

oração que introduzem (veja o comentário 6 no “box”).<br />

mas<br />

não obstante<br />

porém<br />

só que<br />

contudo<br />

todavia<br />

entretanto<br />

no entanto<br />

senão (= mas sim)<br />

agora<br />

antes<br />

ainda assim<br />

– Não <strong>para</strong> de comer, mas nunca fica satisfeito.<br />

– Fuja daqui, porém tome cuidado!<br />

– O filme agradou ao público, contudo não foi louvado pelos críticos.<br />

– Perdi todos os meus bens, todavia me alegrei com a se<strong>para</strong>ção.<br />

– Paixão não me faz bem, entretanto não vivo sem ela.<br />

– Ele está cansado, no entanto terá de trabalhar amanhã cedo.<br />

– Sorria sem pudor, não obstante se aquietava diante do pai.<br />

– Atendeu a todas as exigências, só que não foi convocado no fim do processo.<br />

– Não se dizia um professor, senão um reprodutor de informações.<br />

– Falar de mim é fácil, agora ser como eu é difícil.<br />

– O rapaz não estudava, antes devorava os livros.<br />

– O livro é ruim, ainda assim preciso lê-lo até o fim.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O mas pode apresentar matizes de sentido:<br />

– Os fariseus oprimiam o povo, mas Jesus exercia seu amor a eles.<br />

(contraste/contraposição)<br />

– Amor, eu sei que eu te traí, mas saiba que eu te amo. (compensação)<br />

– Casou-se, mas não com a primeira namorada. (restrição)<br />

– Foi em direção ao beijo, mas desistiu por timidez. (quebra de expectativa)<br />

– Outra pessoa, mas não eu, deverá cobrir a reportagem. (ressalva)<br />

– Entre, mas sem fazer barulho. (realce/ressalva)


– Era bela, mas principalmente rara. (adição, segundo Celso Cunha)<br />

A maiorias dos gramáticos considera redundante as construções em que ao mas se juntam<br />

outras conjunções adversativas, que eram outrora consideradas advérbios: mas porém, mas<br />

contudo, mas no entanto, mas entretanto etc. Atualmente, tais construções são consideradas<br />

expressivas, em que a segunda conjunção realça a primeira. Curiosidade: a pronúncia de<br />

mas não é “mãs”, e sim “más”.<br />

2) Diferentemente do mas, que não pode ser deslocado na frase, as conjunções porém,<br />

contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante podem: Não pude sair hoje;<br />

fiquei assistindo a um filme com minha esposa, porém. / Não pude sair hoje; fiquei,<br />

contudo, assistindo a um filme com minha esposa. / Não pude sair hoje; fiquei<br />

assistindo, entretanto, a um filme com minha esposa. (etc.)<br />

3) Não obstante pode ser uma locução conjuntiva adversativa (seguida de verbo no<br />

indicativo), uma locução conjuntiva concessiva (seguida de verbo no subjuntivo) ou uma<br />

locução prepositiva (não seguida de verbo ou seguida de verbo no infinitivo). Veja os<br />

respectivos exemplos: Gasta-se muito aqui, não obstante há compensações. / Não<br />

obstante haja compensações, não vale a pena tanto gasto. / Não obstante a doença,<br />

mantinha-se firme. / Não obstante ter acordado, voltou a dormir. Os estudiosos da<br />

língua, como José de Sá Nunes e Geraldo Amaral Arruda, afirmam que nada obstante é<br />

expressão sinônima a não obstante. Sobre isso, veja a questão 39 da prova 1 (gab. 1)<br />

<strong>para</strong> Auditor-Fiscal da Receita Federal feita pela Esaf (2012).<br />

4) Segundo os linguistas Ataliba T. de Castilho e Sanderleia Roberta Longhin-Thomazi e os<br />

dicionários Aulete e Houaiss – <strong>para</strong> citar alguns –, modernamente a expressão só que<br />

vem sendo considerada uma locução conjuntiva adversativa, “que promove uma quebra<br />

de expectativa e introduz a informação mais importante no enunciado”. Já vi questões<br />

com tal expressão.<br />

5) Sobre agora, antes e ainda assim, que comumente são encaixados na classe dos<br />

advérbios, é bom dizer que alguns gramáticos, como Sacconi, Cegalla e Napoleão M. de<br />

Almeida já alistam como termos de valor adversativo. Eles não estão sós nessa análise,<br />

pois os dicionários Houaiss e Aulete também veem assim. Discussões à parte, já vi<br />

questões com tais vocábulos. Sobre ainda assim, uma prova (FEPESE – UDESC –<br />

Advogado – 2010) considerou correta a seguinte assertiva, o que corrobora tal análise:<br />

“2. O conectivo ‘Ainda assim’, que introduz o terceiro parágrafo, pode ser substituído<br />

por ‘No entanto’ sem que o sentido do texto se altere.”. A partir dessa afirmação, pense:<br />

se no entanto é uma locução conjuntiva adversativa e substitui ainda assim, infere-se que<br />

ainda assim é adversativa.<br />

6) Na definição das adversativas, eu disse que elas realçam o conteúdo da oração que


introduzem. Vou dar dois exemplos <strong>para</strong> isso ficar claro. Imagine uma vizinha chegando<br />

até você (mulher) e dizendo assim sobre seu marido:<br />

– Maria, eu sei que João é carinhoso, mas ele é alcoólatra. (Percebe que a vizinha está<br />

querendo “jogar areia” na relação de vocês dois?)<br />

Agora, outra vizinha:<br />

– Maria, eu sei que João é alcoólatra, mas ele é carinhoso. (Percebe que a vizinha está<br />

querendo dar uma “moral” ao seu relacionamento?)<br />

Por que deduzimos isso? Muito simples: a conjunção adversativa dá relevância ao conteúdo<br />

da oração que a segue, de modo que chegamos a conclusões diferentes na fala das duas<br />

vizinhas, certo? Veja de novo, com a conclusão/desfecho, o que se subentende na fala delas:<br />

– Maria, eu sei que João é carinhoso, mas ele é alcoólatra, então larga ele!<br />

– Maria, eu sei que João é alcoólatra, mas ele é carinhoso, então dá uma chance a<br />

ele!<br />

Hoje, em algumas provas <strong>para</strong> cargos bem difíceis, como Diplomata e Auditor-Fiscal, a<br />

FCC, o Cespe e a Esaf vêm trabalhando conjunções de uma maneira diferenciada, buscando<br />

o valor argumentativo delas, por isso selecionei uma questão que, apesar de não ser dessas<br />

bancas, reflete bem tal enfoque:<br />

Questão 5 (UFRJ – Vestibular – 2006/2007)<br />

A conjunção adversativa mas, utilizada no penúltimo verso do texto II (Perdi o dia, mas ganhei o mundo.), além de implicar<br />

contraste, desempenha papel argumentativo específico. Explique esse papel.<br />

Gabarito Oficial: A conjunção mas desempenha o papel de realçar o conteúdo da segunda<br />

oração, que constitui o elemento central na argumentação.<br />

Alternativas: exprimem ideia de exclusão, alternativa (opção/escolha), alternância (ação<br />

ou resultado de alternar), inclusão, retificação etc.<br />

ou<br />

seja...seja<br />

ou...ou<br />

já... já<br />

ora...ora<br />

umas vezes... outras vezes<br />

quer...quer<br />

talvez... talvez<br />

– Você quer suco ou deseja tomar refrigerante? (alternativa/exclusão)<br />

– Ou faço a festa ou pago a viagem. (sempre exclusão)<br />

– Ora assiste à TV, ora cuida dos filhos. (sempre alternância)<br />

– Quer estude, quer trabalhe, é bem-sucedido. (alternância)<br />

– Seja neste mês, seja no próximo, iremos saldar as dívidas. (exclusão)<br />

– Já sobe nas árvores, já brinca com o cão, você nunca <strong>para</strong>? (alternância)<br />

– O dinheiro umas vezes traz felicidade, outras vezes traz desgraça. (alternância)


– Talvez chore, talvez ria, não saberemos. (exclusão/alternância)<br />

Cuidado!!!<br />

1) A conjunção ou pode ter matizes de sentido:<br />

– Ou sobe, ou desce. (exclusão)<br />

– O Flamengo ou o Vasco continuam sendo bons times. (inclusão/adição; = e)<br />

– O Brasil tem 25 estados, ou 26. (retificação; = ou melhor)<br />

– A parte da frente do navio, ou proa, está avariada. (precisão/sinonímia)<br />

– Abram a porta ou todos serão repreendidos severamente! (exclusãocondição/exclusão-consequência;<br />

= senão – muitos dicionários dizem que “senão” é<br />

conjunção alternativa neste caso)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009<br />

Fragmento de texto<br />

As relações sociais institucionalizadas pela participação do homem nas diversas comunidades da<br />

contemporaneidade não degradam ou deformam a consciência individual... (...)<br />

– Por fazer parte de uma estrutura sintática negativa, a conjunção ou, em não degradam ou deformam, equivale<br />

semanticamente a “nem”.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2) Registram como conjunções alternativas umas vezes... outras vezes... e talvez... talvez...,<br />

o gramático Sacconi e o dicionário Houaiss. É bom dizer que, excetuando ou, todas as<br />

demais conjunções alternativas são correlatas.<br />

3) Os gramáticos Sousa e Silva e A. Gama Kury ensinam que não pode haver combinação de<br />

correlatas diferentes, isto é: Seja homem ou mulher, todos gostam de música. (errado) /<br />

Seja homem seja mulher, todos gostam de música. (certo). Ainda sobre “seja”, a maioria<br />

dos gramáticos não toleram sua flexão, afinal, conjunção é uma palavra invariável: Sejam<br />

dias frios, sejam dias quentes, sempre toma banho gelado. (inadequado) / Seja dias<br />

frios, seja dias quentes, sempre toma banho gelado. (adequado). Bechara não se opõe a<br />

nenhuma das duas construções.<br />

4) Além de indicar exclusão, a correlação “quer... quer” pode apresentar um matiz de<br />

concessão: Quer queiram, quer não, eu sou um grande profissional! = Embora queiram<br />

ou não, sou um grande profissional!<br />

Conclusivas: exprimem ideia de conclusão ou consequência.<br />

logo<br />

pois<br />

portanto<br />

por conseguinte<br />

por isso<br />

então


assim<br />

em vista disso<br />

– Preciso sair depressa, logo me ligue mais tarde.<br />

– A adoção nunca deixará de ser um gesto nobre. Portanto, abracemos a causa!<br />

– Ele não passou no concurso dessa vez, por isso terá de conciliar o estudo com o trabalho.<br />

– Você não pode engordar, assim evite comer de uma em uma hora.<br />

– Você cumpriu sua palavra; terá, pois, sua recompensa. (= portanto; vem se<strong>para</strong>da por<br />

vírgula(s), depois do verbo ou no fim da frase: Ele te protege; sê-lhe grato, pois. (José<br />

Oiticica))<br />

– Ele não fez boa redação, por conseguinte foi desclassificado.<br />

– Foi pega roubando, então teve de ser despedida.<br />

– O mal é irremediável, em vista disso tente se conformar.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Sobre o pois conclusivo, confira: Cesgranrio – BNDES – Profissional Básico (ADM) –<br />

2009 – QUESTÃO 20 e FAB – EEAR – SARGENTO – 1/2002 b) – QUESTÃO 29.<br />

2) Algumas conjunções conclusivas podem vir se<strong>para</strong>das por vírgula quando deslocadas,<br />

falo sobre isso melhor em Pontuação: Ela se casou com um homem rico; não passará<br />

necessidades, portanto. (ou Ela se casou com um homem rico; não passará, portanto,<br />

necessidades.).<br />

3) Não confunda os advérbios de tempo logo e então com conjunções conclusivas: Ela volta<br />

logo; vamos pre<strong>para</strong>r-lhe uma surpresa. (advérbio de tempo) / Ela volta hoje, logo<br />

vamos pre<strong>para</strong>r-lhe uma surpresa. (conjunção conclusiva) / Como é bom<br />

relembrar o passado; namorava-se então no portão de casa. (advérbio de tempo) / O<br />

mestrando perdeu totalmente o fio do discurso, então a banca de professores o<br />

reprovou. (conjunção conclusiva). Sobre isso, consulte: FGV – Senado Federal –<br />

Administração – 2012 – Questão 16. Também não confunda o advérbio de modo assim<br />

com conjunção conclusiva (veja o assim como conjunção conclusiva: FCC – TRT (23R)<br />

– Técnico Judiciário – 2007 – Questão 11). Falando nisso, sendo assim e assim sendo<br />

são construções registradas pelo dicionário Aulete, equivalendo a logo, portanto e<br />

assim. Logo, trata-se de locuções conjuntivas conclusivas.<br />

4) Alguns gramáticos, como Gama Kury, Sacconi e Infante, dizem que de modo que, de<br />

maneira que, de forma que e de sorte que podem ser locuções conjuntivas coordenativas<br />

conclusivas. Algumas bancas corroboram isso. (Confira: FIP – Câmara/SJC –<br />

Programador – 2010 – Questão 17)<br />

5) As expressões desse modo, dessa maneira e dessa forma são inegáveis conectivos de<br />

valor conclusivo dentro do discurso, como alista o sábio Othon Moacyr Garcia.


Explicativas: exprimem ideia de explicação, justificativa; normalmente vêm após verbos no<br />

imperativo.<br />

porque<br />

que<br />

porquanto<br />

pois (antes do verbo)<br />

– Os funcionários já chegaram, porque as luzes estão acesas.<br />

– Estude, que valerá a pena.<br />

– Ela devia estar com frio, porquanto tremia.<br />

– Come a sopa toda, pois está muito boa.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O pois explicativo equivale a porque, logo, por mais que venha se<strong>para</strong>do por vírgulas,<br />

nunca será conclusivo: Gratidão a Deus todos devem, pois, além de tudo, Ele entregou<br />

Seu filho por nós. Veja a diferença, agora como conclusivo: Gratidão a Deus todos<br />

devem. Devemos, pois, levar em conta que Ele entregou Seu filho por nós.<br />

2) As conjunções explicativas também podem ser causais. Veremos a diferença entre causa e<br />

explicação na parte de Orações Subordinadas Adverbiais.<br />

3) Pelo amor de Deus, jamais confunda portanto (conclusiva) com porquanto (explicativa).


Subordinativas<br />

Fiquem atentos às conjunções sublinhadas, pois elas não são usuais! Por isso mesmo o<br />

“homem da banca” vai querer usá-las ardilosamente.<br />

Integrantes: introduzem orações subordinadas substantivas; conectam uma oração<br />

incompleta a uma oração que, por sua vez, vai completá-la; um antigo e válido bizu nos diz<br />

que se conseguirmos substituir uma oração iniciada por uma das integrantes (que ou se) por<br />

isto/isso, tais conectivos serão conjunções subordinativas integrantes.<br />

– Não sei se devo estudar mais. (“Não sei” o quê? Isto: “se devo estudar mais”.)<br />

– Verifiquei se faltava água aqui. (“Verifiquei” o quê? Isto: “se faltava água aqui”.)<br />

– Eu o informei de que a prova será amanhã. (“Eu o informei” de quê? Disto: “de que a<br />

prova será amanhã”.)<br />

– Percebe-se que ela é uma boa aluna. (O que “se percebe”? Isto: “que ela é uma boa<br />

aluna”.)<br />

Obs.: É isso mesmo. Só há duas conjunções integrantes, e elas são as únicas que,<br />

tradicionalmente, não carregam um sentido embutido, apesar de haver uma sutil mudança<br />

de sentido nestas orações introduzidas por que e por se: “Ela não sabe se ele virá.”<br />

(dúvida) e “Ela não sabe que ele virá.” (certeza).<br />

A partir de agora, vejamos as conjunções subordinativas adverbiais. São chamadas<br />

assim porque introduzem orações subordinadas adverbiais.<br />

Causais: exprimem a causa, a razão de um efeito.<br />

porque<br />

dado que<br />

que<br />

visto que<br />

porquanto<br />

visto como<br />

pois<br />

já que<br />

como (= visto que; só no início da oração)<br />

pois que (uso mais literário)<br />

uma vez que<br />

na medida em que<br />

sendo que<br />

– Nós brigamos não apenas porque temos personalidades diferentes mas também porque<br />

não nos amamos mais.<br />

– Se não nos amamos mais, é porque nunca abrimos concessões.<br />

– Não é porque eu não te amo que eu vou me se<strong>para</strong>r de você.<br />

– Porque eu te amo intensamente, muitas pessoas sentem ciúmes de nós.<br />

– Nunca mataria ninguém, que não é de sua índole.<br />

– Não almoçou porquanto não tinha fome.


– A menina não comprou o vestido, pois era muito caro.<br />

– Como estudamos/estudássemos dia e noite, alcançamos o êxito. (o verbo após o como<br />

causal pode ficar no indicativo ou, menos usualmente, no pretérito imperfeito do<br />

subjuntivo)<br />

– Preciso amar-te, pois que sem ti nada sou.<br />

– Dado que a metade da população vive na pobreza, precisamos ajudar.<br />

– Não participarei da aula, visto que não gosto deste professor.<br />

– Visto como não podia entrar na prefeitura, fez um protesto.<br />

– Já que lhe ficou proibida a participação, teve de se resignar.<br />

– Ele deixou de estudar uma vez que teve de começar a trabalhar.<br />

– Na medida em que não conseguiu resolver a prova, ficou bem nervoso.<br />

– Sendo que a classe política perde credibilidade a cada dia, aumenta a tendência do voto<br />

nulo nas eleições deste ano.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda porque, que, porquanto e pois causais com explicativas. Sempre que vier<br />

um verbo no imperativo antes – não respire! –, tais conjunções serão sempre explicativas:<br />

“Vem, que eu te espero!” (explicativa). Falarei mais sobre elas em Orações<br />

Subordinadas Adverbiais Causais.<br />

2) Por causa que e por causa de que são coloquialismos. Evite!<br />

3) Não confunda o como causal com o aditivo, com<strong>para</strong>tivo e conformativo: Como fizesse<br />

frio, pus um casaco. (causa) / Tanto nado como pedalo. (adição) / Como age o pai, age<br />

o filho. (com<strong>para</strong>ção) / Como já dissemos, acalmem-se! (conformidade)<br />

4) Desde que (= uma vez que; causal) é ignorado por alguns estudiosos e abonado por<br />

outros: Desde que conseguimos entrar na Faculdade, precisamos agora conquistar<br />

nosso diploma. O fato é que tal construção não é nada usual atualmente.<br />

5) Segundo Bechara, “a construção ‘sendo que’ aparece repetida e condenada em<br />

consultórios gramaticais, dicionários de dúvidas de linguagem e manuais de redação,<br />

quando a sequência é usada como equivalente à conjunção aditiva ‘e’ ou à adversativa<br />

‘mas’ (...) Não conhecemos a fonte de onde se originou essa lição condenatória que não<br />

tem o respaldo de quem conhece profundamente a história que se reflete no uso de seus<br />

melhores escritores. No emprego de ‘sendo que’ não temos erro de língua, nem tampouco,<br />

uma sintaxe agramatical. Por questão pessoal de estilo ou por possível necessidade de<br />

clareza do contexto, pode-se substituir ‘sendo que’ pelas alternativas propostas. Estará<br />

mesmo certo dizer que um exemplo como ‘Os autores concordam com essa teoria e os<br />

nacionais são ainda mais enfáticos.’ é mais claro e traz mais ênfase ao estilo que ‘Os


autores concordam com essa teoria, sendo que os nacionais são ainda mais enfáticos.’?<br />

Para nós, é infundada a correção gramatical e estilística pretendida, conforme se vê no<br />

testemunho de nossos melhores escritores (...)”. Em outras palavras, pelo que pesquisei, o<br />

gramático, só ele, considera culta tal locução conjuntiva como aditiva (ou adversativa),<br />

os demais a consideram coloquial, nessas acepções.<br />

6) Dado que e Posto que são normalmente locuções conjuntivas concessivas (normalmente<br />

com verbo no subjuntivo): Dado que/Posto que tenha deixado de estudar, nunca esqueci<br />

as explicações do mestre. Não obstante no Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes,<br />

ele se valeu de sua licença poética <strong>para</strong> usar posto que como causal: Que não seja eterno<br />

posto que (= porque) é chama mas que seja infinito enquanto dure. A norma culta não<br />

acolhe a classificação de locução conjuntiva causal <strong>para</strong> posto que. Para Cegalla e <strong>para</strong> o<br />

gramático Houaiss, Dado que pode ter valor condicional.<br />

7) Não confunda na medida em que (locução causal) com à medida que (locução<br />

proporcional). É bom dizer também que na medida que é uma locução inexistente na<br />

língua culta. Consulte: FGV – SENADO FEDERAL – Técnico LEGISLATIVO – 2008 –<br />

QUESTÃO 10.<br />

Veja outra:<br />

(FAB – EEAR – Sargento – 2002)<br />

– Observe o período: “Eu desejava mais uma blusa: quem viaja está sempre pensando em alegrias que, de volta,<br />

pode dar aos amigos.”.<br />

Substituindo-se os dois pontos por uma conjunção ou locução conjuntiva, a relação entre as orações estará correta em:<br />

a) Eu desejava mais uma blusa, assim quem viaja está sempre pensando...<br />

b) Eu desejava mais uma blusa, na medida em que quem viaja está sempre pensando... (a relação entre as orações<br />

se<strong>para</strong>das por dois-pontos é de causa e consequência)<br />

c) Eu desejava mais uma blusa, desde que quem viaja está sempre pensando...<br />

d) Eu desejava mais uma blusa, à medida que quem viaja está sempre pensando...<br />

8) Há muitas questões que trabalham relação de causa e consequência e reescritura de frases<br />

ao mesmo tempo. A banca que privilegia tal assunto é a FCC. Vou dar um exemplo: Como<br />

Berenice não gostava de ir ao cinema (causa), seu pai a levava à força. = Berenice não<br />

gostava de ir ao cinema de modo que seu pai a levava à força.<br />

(conclusão/consequência) / Os irmãos viviam brigando porque sentiam ciúmes terríveis<br />

um do outro. (causa) = Os irmãos sentiam ciúmes terríveis um do outro, por isso viviam<br />

brigando. (conclusão/consequência). Note que há duas maneiras de dizer a mesma coisa<br />

porque há uma correspondência na construção com conjunção causal e com conjunção<br />

conclusiva/consecutiva. Note também que é possível dizer que há ideia de causa e<br />

consequência mesmo com o uso de uma locução conjuntiva conclusiva (por isso).<br />

9) Não confunda por quanto (preposição + pronome; indica quantidade) com porquanto<br />

(conjunção causal ou explicativa).<br />

10) Venho acompanhando o progresso da expressão haja vista que (= pois, porque, visto


que, já que etc.) como locução conjuntiva causal. E não é que caiu uma questão sobre<br />

isso? Cespe/UnB – CÂMARA DOS DEPUTADOS – Analista LEGISLATIVO – 2012 –<br />

QUESTÃO 85.<br />

Com<strong>para</strong>tivas: exprimem com<strong>para</strong>ção, analogia, tanto qualitativamente como<br />

quantitativamente.<br />

tal qual<br />

(tão)... como/quanto<br />

tal e qual<br />

tanto... como<br />

qual<br />

como<br />

tal como<br />

assim como<br />

como se<br />

*(mais, menos, maior, menor, melhor, pior)... (do) que<br />

* As conjunções com<strong>para</strong>tivas em si são as que não estão entre parênteses; os termos entre<br />

parênteses só participam da correlação. Outra coisa: lembre-se de que do é facultativo antes<br />

do que.<br />

– Os homens, tal qual as mulheres, são sentimentais. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Gosto de cinema tal e qual teatro. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Corria qual um touro. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– É excelente esportista, tal como o irmão. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Viva o dia de hoje como se fosse o último. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Casa é mais confortável do que apartamento. (com<strong>para</strong>tivo de superioridade)<br />

– Apartamento é menos confortável que casa. (com<strong>para</strong>tivo de inferioridade)<br />

– Este apartamento é maior que aquela casa. (com<strong>para</strong>tivo de superioridade)<br />

– Esta casa é menor do que aquele apartamento. (com<strong>para</strong>tivo de superioridade)<br />

– Tu sempre serás melhor que minha ex-esposa. (com<strong>para</strong>tivo de superioridade)<br />

– Ela sempre será pior pessoa que você. (com<strong>para</strong>tivo de superioridade)<br />

– A programação da TV aberta é tão interessante como/quanto a da TV a cabo.<br />

(com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Nenhum atleta treinou tanto ao longo da vida como o Ricardo. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Acho-o submisso como um cão. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

– Assim como chegou, partiu: em silêncio. (com<strong>para</strong>tivo de igualdade)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Que nem e feito são vistos como conectivos coloquiais, mas Cegalla os alista entre as<br />

com<strong>para</strong>tivas sem fazer ressalva alguma, portanto cuidado com a abordagem das bancas:<br />

Ela recendia perfumes que nem um galho de manacá silvestre. / Por que ficou me


olhando assim feito boba? (C. Drummond de Andrade)<br />

2) A expressão tal qual, quando varia, é analisada como tal (pronome demonstrativo) e qual<br />

(pronome relativo), é por isso que tais vocábulos variam com seus referentes: Os filhos<br />

agem tais qual o pai. / O filho age tal quais os pais. / Os filhos agem tais quais os pais.<br />

O tal, de tal como, também varia: “As crianças, tais como os idosos, merecem<br />

cuidados.”.<br />

3) É normalíssimo que os verbos das orações iniciadas pelas conjunções estejam elípticos<br />

(implícitos): “O governo daqui é tão corrupto quanto os de lá (... quanto são os<br />

governos de lá)”. Dentro de um contexto, pode haver elipse total de uma oração e, ainda<br />

assim, haver duas orações: João Rosa e Pedro Orósio estão disputando o segundo<br />

turno. Os dois candidatos não <strong>para</strong>m de discutir sempre que têm uma chance. No<br />

entanto, na última vez que se viram, Pedro parecia mais calmo. (ou seja, Pedro parecia<br />

mais calmo do que parecia João). A oração sublinhada apresenta, portanto, duas orações,<br />

só que uma delas está em elipse total.<br />

4) Não confunda a construção “tanto... quanto” com<strong>para</strong>tiva com aditiva: Ela tanto ri<br />

quanto chora. (adição) / Ela chora tanto quanto ri. (com<strong>para</strong>ção).<br />

5) A ideia de superioridade pode representar uma preferência com a construção “antes...<br />

(do) que”: O apelo das cidades seria antes social que econômico.<br />

6) Lembre que “maior, menor, melhor, pior... que” é construção própria de com<strong>para</strong>tivo de<br />

superioridade. Reveja o grau dos adjetivos!<br />

Concessivas: exprimem contrariedade, ressalva, oposição a uma ideia sem invalidá-la.<br />

Embora<br />

se bem que<br />

malgrado<br />

posto que<br />

conquanto<br />

nem que<br />

ainda que/quando<br />

apesar de que<br />

mesmo que<br />

em que (pese)¹<br />

por (mais, menos, melhor, pior, maior, menor, muito) que (indica grau)<br />

– Embora viaje o mundo inteiro, nunca conhecerá sua terra profundamente.<br />

– Malgrado haja problemas em casa, não os leve <strong>para</strong> o trabalho.<br />

– Conquanto eu trabalhe, nunca paro de estudar.<br />

– Ainda que/quando ela faça tudo por você, não se cansa em rejeitá-la, não é?<br />

– Conseguiu chegar ao cume do morro, mesmo que se sentisse fraco.<br />

– Nunca iremos esmorecer, em que pese a falta de incentivo deles.


– O comportamento da turma é satisfatório, se bem que alguns alunos continuem a<br />

perturbar as aulas.<br />

– A taça foi <strong>para</strong> outros, posto que se achassem capazes <strong>para</strong> ganhar o campeonato.<br />

– Iremos ao jogo, nem que caia um temporal<br />

– Tornou-se um ótimo professor, apesar de que seu carisma não fosse grande.<br />

– Por mais que o tempo mude, não mudarão seus planos <strong>para</strong> hoje.<br />

– Não desista, por pior que esteja sua vida!<br />

– Por muito que chamasse sua atenção, não era possível ser notado.<br />

Cuidado!!!<br />

1) ¹ Construção cristalizada na língua. A locução conjuntiva é em que (= ainda que) seguida<br />

do verbo pesar (= provocar determinado sentimento). Este verbo pode ser VTD – “Em<br />

que pesem os esforços do governo, nada muda em nosso país.” (os esforços do governo<br />

é o sujeito do verbo pesar) – ou VTI (neste caso, exige a preposição a: “Em que pese aos<br />

adeptos do progresso a qualquer preço, continuaremos defendendo a natureza.” (aos<br />

adeptos do progresso a qualquer preço é o objeto indireto do verbo pesar).<br />

2) É quase unânime a opinião de que as locuções conjuntivas concessivas terminadas em que<br />

(ainda que, mesmo que, posto que, apesar de que...) sempre vêm seguidas de verbo no<br />

modo subjuntivo. Disse “quase”, pois Maria H. de M. Neves, Laudelino Freire, Assis<br />

Cintra e Cegalla registram a possibilidade de tais conectivos virem seguidos de verbo no<br />

modo indicativo também: Posto que era/fosse esperto e malicioso, acabou sendo<br />

enganado. Maldosamente, criaram uma questão baseada nesse pequenino detalhe<br />

(confira: FCC – MPE/AP – Técnico MINISTERIAL – 2012 – QUESTÃO 12). Por que as<br />

bancas fazem isso conosco?!<br />

3) Atenção! Não obstante é locução conjuntiva concessiva quando seguida de verbo no<br />

subjuntivo: Não obstante possuísse muitas posses, era humilde.<br />

4) Mesmo se não é locução conjuntiva concessiva, tampouco construção culta, portanto<br />

evite! No lugar de “Mesmo se arrumasse um emprego fixo, não conseguiria manter-se.”,<br />

use simplesmente “Mesmo que arrumasse um emprego, não conseguiria manter-se.”.<br />

5) Semanticamente, as conjunções adversativas são muito próximas às concessivas. Há duas<br />

maneiras básicas de diferenciarmos uma da outra:<br />

I – Memorize o grupo de ambas, pois as conjunções adversativas nunca são iguais às<br />

concessivas, exceto não obstante – mas o modo verbal que se seguirá a esta expressão<br />

irá diferenciá-las: indicativo (adversativa), subjuntivo (concessiva).<br />

II – Perceba que a oração a seguir introduzida pela conjunção adversativa, tem peso<br />

argumentativo, dando realce à oração que introduz; já a oração a seguir introduzida


pela conjunção concessiva, não tem peso argumentativo.<br />

Maria tem boa reputação, mas não parece ter. (adversativa; maior peso argumentativo em<br />

relação à oração anterior) / Embora não pareça (concessiva, menor peso argumentativo em<br />

relação à oração posterior), Maria tem boa reputação.<br />

6) Posto, suposto (ou suposto que) são conectivos concessivos não usuais. Encontra-se em<br />

Machado e em Carlos Drummond: Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento,<br />

duas considerações me levaram a adotar diferente método: (...) (Machado) /<br />

Certamente, falta-lhes não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres e<br />

graves, por vezes. (Drummond)<br />

7) Não confunda com quanto (preposição + pronome; indica quantidade) com conquanto.<br />

Também não confunda conquanto (concessão) com porquanto (explicação ou causa). Não<br />

vacile na prova!<br />

Condicionais: exprimem condição, hipótese.<br />

se<br />

desde que (seguido de subjuntivo)<br />

caso<br />

a menos que<br />

contanto que<br />

a não ser que<br />

exceto se<br />

salvo se<br />

sem que (= se não)<br />

uma vez que (seguido de subjuntivo)<br />

– Se tu <strong>para</strong>res de estudar, precisarás trabalhar.<br />

– Caso eu fizesse suas vontades, certamente mudaria seu jeito comigo.<br />

– O mundo mudará contanto que as pessoas mudem.<br />

– Os produtos daqui não poderão ser exportados, exceto se houver prévio acordo.<br />

– Salvo se meu livro não for publicado por uma grande editora, publicá-lo-ei<br />

independentemente.<br />

– Desde que você estude, obterá êxito.<br />

– Ele chegará até nós, a menos que você o impeça!<br />

– Estude, a não ser que pretenda trabalhar.<br />

– Sem que se aproxime do diretor, não conseguirá ascender na empresa.<br />

– Uma vez que você aceite a proposta, assinaremos o documento.<br />

Cuidado!!!<br />

1) A locução conjuntiva sem que pode indicar uma relação de modo, concessão, condição<br />

ou consequência, segundo Bechara, Cegalla e outros gramáticos.<br />

– Saiu sem que se despedisse. (modo)


– Sem que estudasse, passou. (concessão)<br />

– Sem que estude, dificilmente passará. (condição)<br />

– Não sai sem que leve um casaco. (consequência)<br />

No entanto, segundo Sacconi, “orações iniciadas por sem que se classificam melhor entre as<br />

concessivas ou entre as condicionais. (...)”. Essa é a visão oficial, e não pretendemos dela<br />

nos afastar. No dito pelo não dito, levemos as duas verdades <strong>para</strong> a prova. Falando em<br />

prova... veja duas questões sobre sem que nas provas: CEPERJ – PREF. DE ANGRA DOS<br />

REIS/RJ – PROFESSOR – 2008 e Cespe/UnB – TJ/ES – Cargos de nível superior – 2011.<br />

Encontrei outra questão que aborda todos os casos, mas é antiguinha (não reclama!)...<br />

16. (FAB – EEAR – Sargento – 2000) Assinalar a alternativa em que a conjunção estabelece a mesma relação que se<br />

verifica em “Bandeira livre e bandeira oficial foram comuns, posto que em graus diversos, a todo o Brasil.”.<br />

a) Fez tudo direito sem que eu lhe ensinasse. (Gabarito!)<br />

b) Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.<br />

c) Não podem ver um brinquedo sem que o queiram comprar.<br />

d) Sairás sem que te vejam.<br />

Comentário: A: Fez tudo direito embora/posto que eu não lhe ensinasse. (concessão) / B:<br />

Não sairás daqui se não me confessares tudo antes. (condição) / Não podem ver um<br />

brinquedo de modo que não o queiram comprar. (consequência) / Sairás sem que te vejam.<br />

(modo)<br />

2) Sobre a conjunção condicional se, Bechara e Maria H. de M. Neves dizem que pode<br />

apresentar sentidos subjacentes à condição, quais sejam: causa (com verbo no<br />

indicativo), concessão, tempo e factualidade; por exemplo:<br />

– Se os homens são por natureza imperfeitos, as sociedades humanas não podem ser<br />

perfeitas. (= já que; causa)<br />

– Se você tem disposição, porque não corre a maratona? (= já que; causa)<br />

–“Se o via derrubado, rosto no pó, nem por isso o respeitava menos.” (Ondina<br />

Ferreira) (= embora; concessão)<br />

– A pele, se for bem clara, escurece muito debaixo deste sol. (= embora; concessão)<br />

– Se Maria vem aqui em casa, todos se alegram. (= quando; tempo)<br />

– Se fala, irrita a todos; se não fala, idem. (= quando; tempo)<br />

– Se eu não gosto de “funk”, é porque há muita agressão verbal à mulher. (= Se é um<br />

fato que eu não gosto de funk, eu não gosto porque há muita agressão verbal a<br />

mulher; factualidade)<br />

Já outros gramáticos, como Cegalla e Sacconi, são mais “radicais” ao dizerem que o se é<br />

uma conjunção causal ou concessiva. O Sacconi vai além dos valores do se, mas não nos<br />

cabe aqui dizer tudo o que é verdade <strong>para</strong> tal gramático. O fato é que o se já foi considerado<br />

conjunção causal em questão de prova (EsPCEx – OFICIAL DO EXÉRCITO – 2010 –<br />

QUESTÃO 24) e concessiva (Cespe/UnB – TST – Analista Judiciário – 2008 – QUESTÃO


2 / Cespe/UnB – PC/ES – Cargos de nível superior – 2011 – QUESTÃO 24).<br />

3) O valor de condição necessária e suficiente da construção se e somente se está nas<br />

locuções desde que e contanto que: Um argumento é uma certeza absoluta se e somente<br />

se (desde que/contanto que) a hipótese de todas as infinitas premissas do argumento,<br />

mesmo aquelas ocultas, se tornasse uma verdade, depois da conclusão provada.<br />

4) Pode haver elipse do verbo auxiliar da locução verbal ou elipse da própria conjunção se:<br />

Se (for) reeleito, transformará a saúde carioca. / (Se) Tivesse eu os votos do povo,<br />

mudaria sua vida.<br />

5) É bom dizer que a concretização de uma condição ou hipótese implica uma consequência<br />

certa, portanto cuidado com questões que trabalhem a noção de causa e consequência,<br />

mas não utilizem conjunções causais, conclusivas ou consecutivas, mas sim condicionais!<br />

É isso mesmo! Exemplo: Se eu estudar, certamente passarei. Perceba que a<br />

consequência (passar) depende da concretização do fato contido na condição/hipótese<br />

(estudar).<br />

6) É redundância, portanto totalmente desaconselhada a construção se caso: “Se caso você<br />

for, avise-me.” (inadequado) / “Se (ou Caso) você for, avise-me.” (adequado). Já a<br />

construção se acaso (= se – conjunção condicional + porventura – advérbio de dúvida) é<br />

correta: “Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim.” (Chico<br />

Buarque).<br />

Conformativas: exprimem acordo, maneira, conformidade.<br />

conforme<br />

consoante (não usual)<br />

segundo<br />

como (= conforme)<br />

– Você enfim agiu conforme nós acordamos.<br />

– Consoante falamos, dedique-se ao estudo.<br />

– Segundo havíamos combinado, você inicia o curso amanhã.<br />

– Como se pode ver, é impossível tirar o cinturão deste lutador.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda como conformativo com com<strong>para</strong>tivo. Na com<strong>para</strong>ção é preciso haver pelo<br />

menos dois seres sendo com<strong>para</strong>dos, o que já não ocorre na conformidade. É por isso<br />

que, em “O lutador luta como o mestre.”, o como é necessariamente com<strong>para</strong>tivo.<br />

2) A conjunção conforme também pode ser proporcional, segundo o dicionário Houaiss e<br />

Maria H. de M. Neves, equivalendo a “à medida que/ao passo que”: Conforme os


convidados iam chegando, iam acomodando-se nas cadeiras.<br />

Consecutivas: exprimem resultado, efeito, consequência.<br />

tão... que<br />

tanto assim... que<br />

tanto... que<br />

de sorte que*<br />

tamanho... que<br />

de modo que<br />

tal... que<br />

de maneira que<br />

de tal modo/maneira... que de forma que<br />

a tal ponto... que<br />

* As locuções de sorte que, de modo que, de maneira que, de forma que são sinônimas.<br />

– Meu filho é tão inteligente que passou em 1 o lugar no ITA.<br />

– Estudei tanto o famigerado Português que acabei tendo uma estafa.<br />

– Tamanha foi a sua coragem que pulou no mar em ressaca.<br />

– Tal foi sua postura antes da prova que conseguiu um bom resultado.<br />

– Sua apresentação aconteceu de tal modo que todos não <strong>para</strong>vam de rir.<br />

– Ambos ligaram-se a tal ponto ao longo da amizade que pareciam o mesmo ser.<br />

– Eles não se pre<strong>para</strong>ram <strong>para</strong> a competição, tanto assim que ficaram em último lugar.<br />

– Não gostava de estudar, mas queria se estabilizar na vida, de sorte que começou a<br />

investir nos livros.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Saiba que, nas correlações, só o que é a conjunção consecutiva! As expressões que<br />

formam a correlação com a conjunção que podem vir implícitas: Essa mulher bebe<br />

(tanto) que acaba xingando todo mundo. Normalmente, nas correlações, tão é advérbio<br />

de intensidade, tanto é advérbio de intensidade ou pronome indefinido e tamanho e tal<br />

são pronomes indefinidos.<br />

2) Na linguagem coloquial, a correlação de cada + que é comum: Falou cada coisa de<br />

minha mãe que merecia uma surra.<br />

Finais: exprimem finalidade, objetivo, intuito, propósito, fim.<br />

<strong>para</strong> que<br />

a fim de que<br />

porque (= <strong>para</strong> que; não usual)<br />

de modo/maneira/forma/sorte que (= <strong>para</strong> que; não usual)<br />

– Estou estudando <strong>para</strong> que eu melhore a vida.


– A fim de que as pessoas se amem de verdade, é preciso incluir Deus na vida.<br />

– Ore porque não caia em tentação.<br />

– Viaja sempre à janela do ônibus de maneira que pegue uma brisa.<br />

Obs.: Não confunda <strong>para</strong> que (preposição exigida por algum nome + conjunção integrante)<br />

com <strong>para</strong> que (locução conjuntiva final): A preservação da Floresta Amazônica é<br />

importante <strong>para</strong> que se mantenha o equilíbrio ecológico mundial. (o nome importante<br />

exige a preposição <strong>para</strong>, que vem seguida da conjunção integrante que) / Temos de<br />

preservar a Floresta Amazônica <strong>para</strong> que se mantenha o equilíbrio ecológico<br />

mundial. (locução conjuntiva final)<br />

Proporcionais: exprimem proporcionalidade, simultaneidade, concomitância.<br />

à proporção que<br />

à medida que<br />

ao passo que<br />

quanto mais/menos/menor/maior/melhor/pior...* (tanto) mais/menos/<br />

menor/maior/melhor/pior<br />

* As locuções conjuntivas iniciadas por quanto (quanto mais, quanto menos...) estão em<br />

correlação com as expressões que as seguem (tanto mais, tanto menos...).<br />

– A temperatura sobe à proporção que o verão se aproxima.<br />

– O meio ambiente sofre à medida que a população ignora os impactos do progresso.<br />

– Ao passo que estudava o assunto, mais dúvidas lhe apareciam.<br />

– Quanto mais conheço os homens, mais estimo meus cachorros.<br />

– Quanto mais estudo Matemática, menos a entendo. (inversamente proporcional)<br />

– Quanto menos esforço fizer, tanto melhor será.<br />

– Quanto maior é o tamanho, pior é a queda.<br />

– Quanto melhor for seu tempo, mais chance terá de se classificar.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Enquanto, além de temporal, segundo o gramático Celso Cunha e Maria H. de M. Neves e<br />

os dicionários Aulete e Houaiss, é também conjunção proporcional: Enquanto uns se<br />

decepcionaram, outros aplaudiram. Indica normalmente simultaneidade: Desliguei a TV,<br />

enquanto ela me beijava. Equivale a “ao passo que”. Veja uma questão sobre isso:<br />

Consulplan – TSE – Técnico Judiciário – 2012 – QUESTÃO 11. Ainda sobre esta<br />

conjunção, o gramático Domingos P. Cegalla diz que ela equivale a “ao passo que”


(conjunção adversativa, segundo ele) quando indica contrariedade, oposição: “Uns<br />

trabalham enquanto (= ao passo que, mas) outros se divertem”. Faz sentido, mas não<br />

conheço outro gramático que diga o mesmo. No entanto, <strong>para</strong> nossa surpresa, veja essa<br />

questão: Cespe/UnB – TELEBRÁS – Técnico Administrativo – 2013 – QUESTÃO 16.<br />

2) Preciso dizer pela milésima vez que na medida que e à medida em que não existem na<br />

língua culta? Cuidado! Só existe à medida que (proporcional) e na medida em que<br />

(causal)! Não erre na prova!<br />

Temporais: exprimem tempo.<br />

Quando<br />

enquanto<br />

mal (= logo que)<br />

apenas (= logo que; não usual)<br />

depois que<br />

antes que<br />

sempre que<br />

logo que<br />

assim que<br />

agora que<br />

todas as vezes que<br />

cada vez que<br />

ao mesmo tempo que<br />

primeiro que (= antes que; não usual)<br />

até que<br />

desde que (verbo no indicativo)<br />

– Quando respeitamos nossos pais, isso nos identifica como pessoas de honra.<br />

– No início do século passado, as mulheres ficavam em casa, enquanto os homens ficavam<br />

na rua.<br />

– Mal entrei em sala, começaram os aplausos!<br />

– Ela me reconheceu apenas apertei sua mão.<br />

– Depois que a sala de cinema ficou lotada, ninguém quis sair de lá.<br />

– Antes que o mundo acabe, quero marcar meu nome na história.<br />

– Ficas excitada sempre que Augusto te olhas?<br />

– Logo que os índios viram os portugueses, assustaram-se.<br />

– Assim que você acordar, peço que me ligue, urgentemente.<br />

– Agora que vocês chegaram, podemos ir.<br />

– Todas as vezes que dançam bolero, os velhinhos sentem-se realizados.<br />

– Cada vez que a Lua completa uma volta no céu, o Sol muda de signo.<br />

– Come ao mesmo tempo que lê.<br />

– Primeiro que falecesse, deixou um legado.<br />

– Até que se cumpram suas palavras, continuarei confiando em ti.<br />

– Desde que essas explicações chegaram à minha vida, nunca mais fui o mesmo estudante.


Cuidado!!!<br />

1) A conjunção quando pode indicar matiz condicional e concessivo: Quando o senhor<br />

quer algo de mim, é gentil. (condição) / Vive saindo, quando deveria estar estudando.<br />

(concessão) Veja duas questões sobre isso:<br />

(FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011)<br />

Ficam hibernando à espera do momento eleitoral quando deveriam estar em praça pública em busca de<br />

militantes e se expondo ao debate.<br />

A conjunção quando, no período acima, tem valor:<br />

a) proporcional;<br />

b) com<strong>para</strong>tivo;<br />

c) consecutivo;<br />

d) temporal;<br />

e) concessivo. (Gabarito!)<br />

(FGV – SEAD/AP – Fiscal da Receita Estadual – 2010)<br />

Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não<br />

havendo diálogo entre governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de uma ordem<br />

consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das elites políticas e econômicas de então.<br />

A respeito do uso do vocábulo quando no fragmento acima, pode-se afirmar que se trata de uma conjunção:<br />

a) Subordinativa com valor semântico de condição. (Gabarito!)<br />

b) Coordenativa com valor semântico de tempo.<br />

c) Coordenativa com valor semântico de finalidade.<br />

d) Subordinativa com valor semântico de concessão.<br />

e) Coordenativa com valor semântico de explicação.<br />

2) Não me custa dizer que mal e apenas são advérbios, normalmente. Também não me custa<br />

dizer <strong>para</strong> você tomar cuidado com desde que condicional (seguido de verbo no<br />

subjuntivo, pois indica hipótese: “Desde que se alimentasse bem, poderia desenvolverse.”)<br />

e desde que temporal (seguido de verbo no indicativo, que não indica hipótese mas<br />

fato: “Desde que se alimentou, pôde desenvolver-se.”). Para fechar: a maioria dos<br />

gramáticos, como Cegalla, repudiam o uso da preposição na expressão ao mesmo tempo<br />

em que.<br />

3) Sobre a locução conjuntiva temporal no que (= assim que), é coloquial, por não haver<br />

registro na língua culta: “No que ele saiu, começou a chover.”.<br />

4) As expressões todas as vezes em que, todas as vezes nas quais, ao mesmo tempo em<br />

que, ao mesmo tempo no qual são equivocadas, segundo a língua culta. Os gramáticos<br />

Cegalla e Bechara, por exemplo, abonam essa afirmação. As locuções conjuntivas<br />

temporais adequadas são sem preposição.<br />

Observação Final: Além de outras classificações, o vocábulo que pode ser conjunção<br />

aditiva, adversativa, alternativa, explicativa, integrante, causal, concessiva, consecutiva,<br />

com<strong>para</strong>tiva, condicional, final, temporal. No entanto, só falo de todas essas classificações<br />

no Capítulo 31 (Que, Se e Como). Se quiser, dê um pulo até lá...


Valor Discursivo<br />

A função das conjunções é tornar explícitos diversos nexos semânticos entre as partes do<br />

texto, dando coesão a ele. Em outras palavras: as conjunções sinalizam as relações entre os<br />

termos e as frases, não <strong>para</strong> que o texto fique bonitinho, mas <strong>para</strong> que o interlocutor perceba<br />

que as partes do texto são compostas de ideias conectadas e tornadas claras pelas conjunções.<br />

Entenda, de uma vez por todas, que as relações entre os termos e as orações normalmente<br />

existem sem que haja uma conjunção explicitando tal relação, mas ao colocarmos o conector, a<br />

relação fica mais clara, explícita. Veja um exemplo:<br />

Ano passado estudei demais: consegui a valiosa classificação.<br />

Note que, no lugar dos dois-pontos, poderíamos colocar um conectivo que clarificasse a<br />

ideia de causa/efeito (ou fato/conclusão), certo? Veja se não ficaria assim:<br />

Ano passado estudei demais, logo consegui a valiosa classificação.<br />

É bom dizer que algumas conjunções que comumente têm apenas um valor semântico podem<br />

explicitar determinadas relações de sentido entre as ideias do texto. Veja uma questão sobre<br />

isso:<br />

(ENEM – Vestibular – 2001)<br />

O mundo é grande<br />

O mundo é grande e cabe<br />

Nesta janela sobre o mar.<br />

O mar é grande e cabe<br />

Na cama e no colchão de amar.<br />

O amor é grande e cabe<br />

No breve espaço de beijar.<br />

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1983.<br />

Nesse poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como<br />

o uso da mesma conjunção <strong>para</strong> estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias<br />

relacionadas, um sentido de:<br />

a) oposição; (Gabarito!)<br />

b) com<strong>para</strong>ção;<br />

c) conclusão;<br />

d) alternância;<br />

e) finalidade.<br />

Comentário: A conjunção e tem sentido adversativo (= mas). No poema, contrapõe-se a ideia<br />

de grandeza do mundo à pequenez da janela, a grandeza do mar à pequenez da cama e do<br />

colchão, a grandeza do amor ao “breve espaço de beijar”.<br />

Sobre a função textual da conjunção, veja mais questões:<br />

(UERJ – Vestibular – 2000)<br />

“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.” (linha 9)<br />

Nesse trecho a opção pelo emprego do travessão evita a utilização explícita de um conectivo entre as duas orações. Mantidos o<br />

sentido original e a coerência textual, o autor poderia ter optado pelo uso da seguinte conjunção:<br />

a) pois; (Gabarito!)


) quando;<br />

c) entretanto;<br />

d) se bem que.<br />

(ACCESS – Pref. Teresópolis/RJ – Professor II – 2005)<br />

– Observe a relação semântica existente entre as orações:<br />

I. Sofreu tanto. Ficou doente.<br />

II. Estou gostando de outro. Já disse.<br />

III. A paixão é própria do ser humano. Todos podem senti-la.<br />

IV. Nunca mais se apaixonou. Se separou.<br />

Para dar sentido a cada item, a sequência correta das conjunções é:<br />

a) ou... ou – porque – quando – em que;<br />

b) que – porque – enquanto – quando;<br />

c) que – como – por isso – desde que (consequência-conformidade-conclusão-tempo; gabarito!);<br />

d) conforme – mas – mas – se;<br />

e) que – por isso – porque – embora.<br />

(UEG – Núcleo – PC/GO – Delegado de Polícia – 2008)<br />

No trecho, “ela [a fortuna] é sempre amiga dos jovens: estes são menos judiciosos, mais aguerridos e mais audazes ao<br />

comandá-la”, os dois pontos podem ser substituídos sem prejuízo de sentido por:<br />

a) ‘já que’; (Gabarito!)<br />

b) ‘portanto’;<br />

c) ‘contudo’;<br />

d) ‘ainda que’;<br />

Ficou claro como as conjunções colaboram com a coesão? É isso... Vamos às questões<br />

agora!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Todas as conjunções podem cair na sua prova, portanto não se esquive! Estude! Decore!<br />

Memorize! Depois que estiver “tudão entubado no sangue”, nunca mais você irá errar!<br />

E coloque uma coisa em sua cabeça: quem domina conjunção mata qualquer questão de<br />

coesão e coerência, de reescritura de frases, de correção gramatical, de orações coordenadas<br />

e subordinadas, de pontuação etc. É um coringa!<br />

Você vai ver que, quando eu começar a falar de orações coordenadas e subordinadas, o<br />

domínio de conjunção será pri-mor-di-al. Fique esperto no padrão das questões!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Divirta-se!<br />

Já foram registradas na floresta amazônica brasileira 2.500 espécies de árvores. Em apenas um hectare são<br />

encontradas trezentas espécies de vegetais diferentes. _____________________, o consumo e a miséria são faces<br />

da mesma moeda. Alguns recursos naturais, renováveis ou não, são explorados de forma inescrupulosa e<br />

consumidos em ritmo superior à capacidade de renovação da natureza.<br />

1. (Esaf – Auxiliar Judiciário – 2002) Para unir as duas partes do texto de forma coerente, assinale a expressão correta.<br />

a) na medida em que.<br />

b) assim que.<br />

c) por muito que.<br />

d) à medida que.<br />

e) no entanto.<br />

2. (FAB – EEAR – Sargento – 2003) Observe os períodos abaixo:<br />

I. Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida.<br />

II. “Os animais devem ser adestrados, ao passo que os seres humanos devem ser educados.”<br />

III. Não obstante haja concluído um curso superior, é incapaz de redigir uma carta.<br />

IV. Pode criticar, desde que fundamente sua crítica em argumentos.<br />

As orações sublinhadas exprimem, respectivamente, circunstância de:<br />

a) tempo, proporção, concessão e condição;<br />

b) causa, conformidade, condição e concessão;<br />

c) tempo, proporção, condição e concessão;<br />

d) condição, concessão, tempo e consequência.<br />

3. (FAB – EEAR – Sargento – 2003) Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta quanto às conjunções<br />

coordenativas que preenchem adequadamente o texto abaixo, dando-lhe coerência.<br />

Yes, nós temos cinema!<br />

Todo mundo fala de um renascimento do cinema brasileiro ______ ele parece incontestável. ______ ainda falta vencer<br />

um obstáculo fundamental: o preconceito do espectador brasileiro que continua relutante em sair de casa <strong>para</strong><br />

assistir a um filme nacional. _____ os filmes têm dificuldade de conseguir muitas salas _____ não conseguem o<br />

sucesso que mereciam.<br />

(Rubens Ewald Filho)<br />

a) e – assim – contudo – por isso;<br />

b) logo – pois – portanto – todavia;<br />

c) e – mas – por isso – e;<br />

d) pois – contudo – entretanto – mas.<br />

4. (FAB – EEAR – Sargento – 2003) A um secretário de escola foi dada a ordem de redigir um ofício <strong>para</strong> o prefeito da cidade<br />

com o seguinte conteúdo:<br />

I. Finalidade: pedido de conserto da parte hidráulica do prédio.<br />

II. Concessão: impedimento da regularidade das aulas.<br />

III. Tempo: o mais rápido possível.<br />

IV. Acordo: o previsto em reunião anterior.<br />

Utilizando as conjunções e locuções conjuntivas subordinativas, o corpo do texto corretamente produzido deverá ser:<br />

a) Conforme o combinado em assembleia de junho/2000, solicitamos de V.Ex. a a gentileza de enviar funcionário a esta<br />

escola, em caráter de urgência, <strong>para</strong> que seja feito o conserto da parte hidráulica do prédio. Embora os reparos impeçam<br />

o andamento das aulas, não podemos mais adiar a solução desse problema e, por isso, pedimos sua colaboração.<br />

b) Mesmo que não seja possível, solicitamos de V. Ex. a a gentileza de enviar funcionário a esta escola a fim de que seja<br />

feito o conserto da parte hidráulica do prédio. Contanto que os reparos impeçam o andamento das aulas, não podemos<br />

mais adiar a solução desse problema e, por isso, pedimos sua colaboração já que foi combinado em assembleia de<br />

junho/2000.<br />

c) Se for possível, solicitamos de V. Ex. a a gentileza de enviar funcionário a esta escola à medida que a parte hidráulica do<br />

prédio seja consertada. Para que os reparos impeçam o andamento das aulas, não podemos mais adiar a solução desse<br />

problema e, por isso, pedimos sua colaboração, apesar do que foi combinado em assembleia de junho/2000.


d) Visto que é possível, solicitamos de V. Ex. a a gentileza de enviar funcionário a esta escola, posto que seja feito o<br />

conserto da parte hidráulica do prédio. Conforme os reparos impeçam o andamento das aulas, não podemos mais adiar a<br />

solução desse problema e, por isso, pedimos sua colaboração, porquanto tenha sido combinado em assembleia de<br />

junho/2000.<br />

5. (Esaf – Técnico Administrativo – 2004) Em relação ao texto, assinale a opção correta.<br />

(...) Aliás, a sua perda na atmosfera colabora <strong>para</strong> o efeito estufa, pois seu contato com o oxigênio do ar produz uma queima<br />

incompleta, (...)<br />

d) Não haveria alteração na relação sintática com a substituição de “pois” por qualquer um desses conectivos: já que,<br />

porque, visto que, uma vez que, porquanto.<br />

6. (FAB – EEAR – Sargento da Aeronáutica – 2/2005) Observe as orações coordenadas sindéticas destacadas:<br />

1. Ela sempre acende um cigarro, e não fuma.<br />

2. Dormirei com dois cobertores, pois a temperatura diminuirá ainda mais esta noite.<br />

A seguir, assinale a alternativa correta quanto a sua classificação, respectivamente.<br />

a) adversativa – conclusiva.<br />

b) aditiva – conclusiva.<br />

c) aditiva – explicativa.<br />

d) adversativa – explicativa.<br />

7. (ITA – Vestibular – 2006) Considere as duas frases finais do texto, abaixo reproduzidas:<br />

(1) Mas talvez os shoppings, mesmo os mais sofisticados, como o Iguatemi, tenham se tornado democráticos demais <strong>para</strong> o<br />

gosto da classe alta paulista.<br />

(2) A cada pequeno entusiasmo econômico, logo a alvoroçada classe média da cidade resolve se intrometer aos bandos<br />

nas searas exclusivas dos muito ricos.<br />

Nota-se que a frase (2) apresenta uma relação de sentido com a frase (1). Essa relação ficaria explicitada se a frase (2)<br />

iniciasse por:<br />

a) apesar de que;<br />

b) tanto assim que;<br />

c) além disso;<br />

d) por isso;<br />

e) já que.<br />

8. (Esaf – TCU – Analista de Controle Externo – 2006) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A conjunção “e” (Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado histórico inequívoco: a voragem<br />

exterminista e genocida do capital e do capital financeiro em primeiríssimo lugar. E fracassaram.) pode ser substituída,<br />

sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical do período e <strong>para</strong> o sentido do texto, por mas.<br />

9. (FAB – EEAR – Sargento – 2007) “Conjunções (...) São vocábulos que existem <strong>para</strong> preencher as lacunas de<br />

pensamento de quem lê.” Assinale a alternativa que traz a correta sequência de conjunções que podem preencher os<br />

parênteses nos textos abaixo.<br />

1. “O átomo é um monumento à sabedoria humana. (*) Um dia poderá ser a lápide de sua insensatez.” (Henry<br />

Adams)<br />

2. “O que Deus fez em seis dias/ Eu desfaço em um/ (*) Eu sou o lobo homem/ Devoro-me a mim mesmo.” (Aridjis)<br />

3. “A literatura deve ser vida. (*) O escritor deve ser o que escreve.” (Guimarães Rosa)<br />

a) e – porque – por isso.<br />

b) porque – portanto – e.<br />

c) mas – como – porquanto.<br />

d) por conseguinte – visto que – pois.<br />

Fragmento de texto<br />

“(...) que dizer de técnicos de futebol que vivem de terço na mão e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de<br />

cada lance decisivo, as puxam <strong>para</strong> fora, as beijam e murmuram orações? Isso <strong>para</strong> não falar nos que consultam<br />

pais-de-santo e pagam promessas a Iemanjá. É como se dissessem: treino os jogadores, traço o esquema de jogo,<br />

armo jogadas, mas, independentemente disso, existem forças imponderáveis que só obedecem aos santos e paisde-santo;<br />

são as forças do acaso.<br />

Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer esporte; (...)”<br />

10. (ITA – Vestibular – 2008) No penúltimo parágrafo, a conjunção mas estabelece com os demais argumentos do texto uma


elação de:<br />

a) restrição;<br />

b) adversidade;<br />

c) atenuação;<br />

d) adição;<br />

e) retificação.<br />

11. (FAB – EAGS – Sargento – 2008) Leia:<br />

Vem contemplar comigo o mar de minha saudade, que em murmurantes ondas canta o amor perdido.<br />

Tomando a oração destacada e substituindo em por as e canta por cantam, a oração resultante deverá ser classificada<br />

sintaticamente como:<br />

a) subordinada adjetiva explicativa;<br />

b) subordinada adjetiva restritiva;<br />

c) coordenada conclusiva;<br />

d) coordenada explicativa.<br />

12. (Esaf – MPOG – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – 2008) (Adaptada) A afirmação abaixo está<br />

correta ou incorreta?<br />

(...) Até a pouco tempo atrás, havia sérias dúvidas sobre a capacidade de arregimentação dessas empresas pelo<br />

governo chinês. A imagem predominante era a de que elas realizavam incursões esporádicas e oportunistas em<br />

vários mercados, sem objetivos comuns. A compra de parte do capital acionário da Rio Tinto, entretanto, passa a<br />

mostrar um alinhamento entre os interesses do Estado e os das estatais enquanto empresas, <strong>para</strong> assegurar o<br />

suprimento de commodities que sustente a rápida expansão econômica. (...)<br />

– O termo “entretanto” pode, sem prejuízo <strong>para</strong> a informação original do período, ser substituído por qualquer um dos<br />

seguintes: porém, contudo, todavia, conquanto, porquanto.<br />

13. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Chegou-se a dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas classes A e B. Mas uma pesquisa mostra que as<br />

classes C e D utilizam amplamente a internet. No ano passado, os brasileiros compraram mais computadores (10,5<br />

milhões de unidades) do que televisores.<br />

– O termo “Mas” insere no texto uma relação de com<strong>para</strong>ção.<br />

14. (Cesgranrio – PROMINP – Administrador de PDMS – 2010) Considere o texto <strong>para</strong> verificar em que situações a<br />

substituição do se por mesmo que garante a equivalência de sentido entre os enunciados em destaque.<br />

I. Ficaria fácil escorrer os grãos se a bacia <strong>para</strong> lavar o arroz tivesse furinhos. (mesmo que a bacia <strong>para</strong> lavar o<br />

arroz tivesse furinhos).<br />

II. A explosão só acontece se há acúmulo de gás dentro da cozinha. (mesmo que haja acúmulo de gás na cozinha).<br />

III. Se o gás vazasse, saía <strong>para</strong> o ambiente externo. (mesmo que o gás vazasse).<br />

Há equivalência APENAS no apresentado em:<br />

a) I;<br />

b) II;<br />

c) III;<br />

d) I e II;<br />

e) II e III.<br />

15. (Esaf – CVM – Agente Executivo – 2010) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

Onde as sociedades são mais justas, equilibradas, honestas e onde as necessidades sociais são mais satisfeitas, há<br />

menor risco <strong>para</strong> a atividade jornalística. Com esse cenário, os governos são mais honestos e o Estado é mais<br />

transparente; as empresas privadas menos corruptas e corruptoras e os cidadãos mais íntegros. Com isso, a<br />

atividade jornalística é mais segura e não necessita ir a fundo e substituir as tarefas delegadas ao Judiciário, à<br />

política e à polícia. Nem cobrar do Estado, por meio de estratégias investigativas que, <strong>para</strong> chegar à denúncia,<br />

envolvem o risco físico dos repórteres e jornalistas em geral. Assim, onde há mais corrupção em vários níveis do<br />

Estado e onde os negócios públicos são mais obscuros, envolvendo setores privados, todo bom jornalista corre<br />

mais risco, porque ele é o último recurso da voz pública, do cidadão, da esperança.<br />

I. O termo “Assim” confere ao período a noção de conclusão.<br />

II. O termo “porque” confere ao período a noção de condição.<br />

16. (Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou


incorreta?<br />

– Provoca-se erro gramatical ou incoerência ao ligar os dois últimos períodos sintáticos (A evolução da renda per capita<br />

dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da<br />

demografia...), pela conjunção porquanto, escrevendo o artigo em “A renda” com letra minúscula.<br />

17. (Esaf – SMF/Pref. RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O termo “como” (Reduzir tudo a efeito natural da atual crise é simplismo. Flagelos assim são como os desastres de<br />

avião: sempre têm múltiplas causas.) indica que “desastres de avião” se dão por causa de “flagelos”.<br />

18. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2010) Em “Não minta <strong>para</strong> você, essa é a forma mais rápida de se<br />

perder.”, relacionando a 2 a oração com a 1 a , o conectivo que NÃO poderia introduzir a 2 a oração, por provocar alteração<br />

do sentido inicial, é:<br />

a) porquanto;<br />

b) que;<br />

c) pois;<br />

d) logo;<br />

e) porque.<br />

19. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Para que a cobertura mínima oferecida pelos planos de saúde aos seus segurados inclua as tecnologias, os<br />

tratamentos e os equipamentos que entraram em uso recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar<br />

(ANS) acrescentou 73 novos procedimentos à lista de exames, consultas, cirurgias e outros serviços que as<br />

operadoras são obrigadas a oferecer.<br />

– O termo “Para que” confere ao período em que ocorre a ideia de finalidade.<br />

20. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) A advertência vale <strong>para</strong> o Brasil, embora as causas do nosso déficit sejam diferentes das da União Europeia. (...)<br />

– Mantém-se a correção gramatical do período e as informações originais ao se substituir “embora” por qualquer um dos<br />

seguintes termos: conquanto, se bem que, apesar de que, contanto que, consoante.<br />

21. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2010) Assinale a opção que ao substituir a oração sublinhada, no texto abaixo,<br />

provoca erro gramatical e/ou incoerência textual.<br />

Sem vitória ou derrota, na com<strong>para</strong>ção entre o pré e o pós-crise, a turbulência financeira que abalou o mundo trouxe<br />

perdas ao Brasil, mas no decorrer de 2009 os prejuízos foram recuperados e, se o país não cresceu, conseguiu ao<br />

menos fazer com que importantes indicadores econômicos e sociais empatassem com os que eram registrados em<br />

2008 – ano do pico de desenvolvimento brasileiro.<br />

a) caso o país não cresceu.<br />

b) apesar de o país não crescer.<br />

c) mesmo o país não crescendo.<br />

d) embora o país não crescesse.<br />

e) ainda que o país não tenha crescido.<br />

22. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) “O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar.” (L. 10-11)<br />

Na linha argumentativa do texto, a oração “que a gente banaliza o olhar” em relação à oração “de tanto ver” encerra uma:<br />

a) causa;<br />

b) consequência;<br />

c) conformidade;<br />

d) condição;<br />

e) concessão.<br />

23. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) A conjunção/locução conjuntiva entre parênteses que NÃO expressa a<br />

mesma relação de sentido da conjunção/locução conjuntiva destacada é:<br />

a) “assim como não estamos aqui,” (l. 5-6) – (bem como)<br />

b) “...quando procuramos estar com alguém,” (l. 8) – (sempre que)<br />

c) “...porque gostamos,” (l. 9-10) – (ao passo que)<br />

d) “...<strong>para</strong> que elas venham até você.” (l. 25) – (a fim de que)<br />

e) “mas quem estava procurando por você!” (l. 27-28) – (porém)<br />

24. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2011) É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no


âmbito das empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos de postura<br />

administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa jurídica em seus países<br />

de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas congêneres<br />

espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de responsabilização em sua matriz. (L.21-30)<br />

No trecho acima, as ocorrências da palavra QUE classificam- se, respectivamente, como:<br />

a) pronome relativo e preposição;<br />

b) conjunção integrante e preposição;<br />

c) conjunção integrante e conjunção integrante;<br />

d) pronome relativo e conjunção integrante;<br />

e) preposição e pronome relativo.<br />

25. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011) A articulação lógica entre as ideias expressada pelo<br />

emprego de conectivos em um texto é um fator de coerência. No trecho do Texto II “No trabalho, em que a comunicação<br />

pode custar dinheiro ou mesmo o sucesso profissional, um e-mail deve ser redigido com toda a atenção <strong>para</strong> não dar<br />

margem a mal-entendidos.” (l. 14-17), o termo em destaque introduz, em relação à parte inicial, a ideia de:<br />

a) alternância;<br />

b) com<strong>para</strong>ção;<br />

c) conclusão;<br />

d) contraste;<br />

e) proporção.<br />

26. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011) Um dos aspectos responsáveis por garantir a coerência<br />

textual é a relação lógica que se estabelece entre as ideias. Essa relação pode ser explicitada por conectores ou estar<br />

implícita na sequência textual. No trecho a seguir, estabelece-se uma relação lógica implícita entre os dois períodos.<br />

Na prática, não há garantia de que aprender uma dada quantidade de técnicas de escrita nos faça escrever melhor.<br />

Escrever, como ler, só será efetivamente um hábito qualificado se feito com prazer.<br />

Essa relação lógica entre os dois períodos pode ser expressa por:<br />

a) embora;<br />

b) por conseguinte;<br />

c) à medida que;<br />

d) a fim de que;<br />

e) sempre que.<br />

27. (Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011) A relação lógica estabelecida entre as ideias do Texto<br />

IV, por meio da palavra ou da expressão destacada, está exemplificada corretamente em:<br />

a) conclusão: “[...] algo que a humanidade vem fazendo há milhares de anos, desde que precisou sobreviver e viver melhor<br />

em ambientes diversos [...]” (l. 4-6)<br />

b) temporalidade: “A Era do Virtual é um caminho <strong>para</strong> essa perspectiva múltipla, e a mobilidade é um meio <strong>para</strong> o alcance<br />

da liberdade de expressão [...]” (l. 16-19)<br />

c) com<strong>para</strong>ção: “Tal comportamento independe do que pensamos estar certo ou errado, pois este binômio não é mais<br />

aplicável com uma solução razoável.” (l. 27-29)<br />

d) causalidade: “[...] ampliando o espectro de conhecimentos dos alunos – uma vez que as instituições físicas, apenas<br />

mundo real, não serão mais capazes de fazer.” (l. 33-36)<br />

e) condição: “[...] os conteúdos não são mais simplesmente empacotados do professor <strong>para</strong> os alunos; mas são conteúdos<br />

que permitem a produção de parcelas enormes de contribuições pelo estudante.” (l. 46-49)<br />

28. (FCC – TRE/RN – Analista Judiciário – 2011) Mal sugeria imagem de vida<br />

(Embora a figura chorasse).<br />

É correto afirmar que a frase entre parênteses tem sentido:<br />

a) adversativo;<br />

b) concessivo;<br />

c) conclusivo;<br />

d) condicional;<br />

e) temporal.<br />

29. (FAB – EPCAR – 2011/2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– “Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades...” (O conectivo sublinhado<br />

estabelece uma relação de inclusão entre os termos.)


30. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) Considere o texto abaixo.<br />

A teoria econômica evoluiu muito desde 1776, quando Adam Smith, em célebre obra investigou as causas das riquezas<br />

das nações. A teoria mostrou como funcionam os mercados, o papel da produtividade, as formas de aumentá-la e a<br />

função das instituições. Contribuiu, assim, <strong>para</strong> a formulação das políticas que trouxeram mais desenvolvimento e<br />

bem-estar. No Brasil, os economistas também contribuem <strong>para</strong> o desenvolvimento. Acontece que, se defenderem<br />

reformas em favor das maiorias, que causam perdas a minorias, os economistas serão rotulados de socialmente<br />

insensíveis. Quando um médico prescreve um tratamento, o objetivo é o bem-estar do paciente. Ninguém dirá que<br />

ele planeja o sofrimento. Mas, se os economistas sugerem medidas de austeridade <strong>para</strong> resolver desequilíbrios e<br />

restabelecer o crescimento sustentável, diz-se que eles propugnam ações <strong>para</strong> promover a recessão, o desemprego<br />

e a destruição de conquistas sociais. O receituário do médico incorpora esperança e simpatia, pois se sabe que o<br />

objetivo dele é a cura da doença. Sua ação é mais percebida por todos. A expectativa maior é de êxito. O<br />

diagnóstico é mais preciso, especialmente com os avanços da tecnologia. O economista não tem essas vantagens.<br />

No tratamento de crises, lida com incertezas, complexidades e situações inéditas. Os economistas tendem a errar<br />

mais que os médicos, mas seu foco jamais será a recessão pela recessão ou a austeridade sem propósito.<br />

Preserva-se a coerência entre os argumentos do texto, bem como sua correção gramatical, ao:<br />

a) empregar um conectivo de valor condicional, como Se, em lugar de “Quando”;<br />

b) substituir a conjunção condicional “se” pelo conectivo caso;<br />

c) explicitar o valor explicativo da oração, inserindo a conjunção pois <strong>para</strong> ligar a oração iniciada por “Sua ação” com a<br />

anterior, mudando <strong>para</strong> minúscula a letra inicial de “Sua”;<br />

d) ligar as orações iniciadas por “O economista...” e “No tratamento”, em um mesmo período sintático, retirando o ponto<br />

final e mudando <strong>para</strong> minúscula a letra inicial maiúscula de “No”;<br />

e) inserir a conjunção Embora no início do último período sintático do texto, mudando <strong>para</strong> minúscula a letra inicial de<br />

“Os”.<br />

31. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale a opção em que o preenchimento da lacuna com o<br />

conectivo abaixo resulta em erro gramatical ou incoerência textual no seguinte fragmento.<br />

A dívida pública brasileira é uma velha herança. ____a)_____ aumentou consideravelmente nos anos 80,<br />

____b)_____ os juros internacionais subiram muito. Mais de 40 países foram arrastados pela crise da dívida, a<br />

partir de 1982. ____c)____ seus governos foram capazes de reorganizar as contas públicas e de reduzir o peso<br />

da dívida. ____d)____ o Brasil continuou prisioneiro do endividamento inflado naquele período e, além disso,<br />

permitiu o aumento de seu peso nos anos seguintes. ____e)____, a carga tributária brasileira é maior que a de<br />

todos ou quase todos os países emergentes e até mais pesada que a de algumas economias avançadas, como os<br />

EUA e o Japão.<br />

a) Portanto;<br />

b) quando;<br />

c) Porém;<br />

d) Mas;<br />

e) No entanto.<br />

32. (FCC – Pref./SP – Auditor-Fiscal do Município – 2012) O desenvolvimento corresponde a uma matriz endógena,<br />

gerada em nossas próprias sociedades, e [que] portanto não é possível importar.<br />

Propõe-se outra redação <strong>para</strong> a frase acima, a ser iniciada com “Não é possível importar o desenvolvimento...”. Para que o<br />

sentido e a correção originais sejam mantidos, a conexão desse início com o segmento destacado deve ser feita mediante o<br />

uso de:<br />

a) contudo;<br />

b) dado que;<br />

c) se bem que;<br />

d) no caso de;<br />

e) onde.<br />

33. (FCC – TRF (2 a R) – Técnico Judiciário – 2012) Os resultados preocupam. É indiscutível que a prática de esportes,<br />

associada a uma alimentação regrada, está diretamente ligada a uma vida mais saudável.<br />

Transformando as duas afirmativas acima em um só período, com as alterações necessárias, a conjunção que deverá uni-las<br />

está grifada em:<br />

a) Os resultados preocupam, pois é indiscutível ...<br />

b) Os resultados preocupam, contanto que seja indiscutível ...<br />

c) Os resultados preocupam, caso seja indiscutível ...


d) Os resultados preocupam, porém é indiscutível ...<br />

e) Os resultados preocupam, <strong>para</strong> que seja indiscutível ...<br />

34. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) Com o tempo se desenvolveram dentro da modalidade dois tipos de<br />

mamulengos. O rural é o mais tradicional, que conserva figuras alegóricas bíblicas, como a alma e o diabo, e cujo universo<br />

social reproduz os hábitos cotidianos, os valores culturais, os conflitos entre os humildes e as autoridades nas fazendas e<br />

povoados. Já o mamulengo urbano adota novas personagens e circunstâncias relacionadas à dinâmica das cidades<br />

e do tempo e mantém um enredo, embora não abra mão do improviso. (último parágrafo)<br />

As palavras grifadas acima denotam, considerando-se o contexto em que se apresentam, respectivamente, noção de:<br />

a) consequência da afirmativa anterior e conformidade com o fato expresso no mesmo segmento;<br />

b) com<strong>para</strong>ção com a declaração anterior e conclusão coerente <strong>para</strong> o que está sendo afirmado;<br />

c) causa que justifica a declaração anterior e sua consequência imediata;<br />

d) temporalidade e oposição ao que vem sendo expresso no parágrafo;<br />

e) oposição ao que foi expresso na afirmativa anterior e ressalva que não invalida a declaração feita.<br />

35. (FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário – 2012) Victor fracassou porque cedeu a uma predisposição da natureza<br />

humana...<br />

O elemento grifado na frase acima tem o mesmo sentido de:<br />

a) ainda que;<br />

b) conquanto;<br />

c) enquanto;<br />

d) embora;<br />

e) uma vez que.<br />

36. (FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário – 2012) Atente <strong>para</strong> estas frases, do 5 o parágrafo do texto:<br />

I. Não podemos contar com a sorte.<br />

II. Daqui <strong>para</strong> frente, preservar é suor.<br />

Para articulá-las de modo a preservar o sentido do contexto, será adequado uni-las por intermédio deste elemento:<br />

a) no entanto;<br />

b) ainda assim;<br />

c) haja vista que;<br />

d) muito embora;<br />

e) por conseguinte.<br />

37. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) Com o avançar da idade, eles precisam de mais cálcio e<br />

vitaminas...<br />

Iniciando o período por Eles precisam de mais cálcio e vitaminas, o segmento grifado poderá passar corretamente a:<br />

a) à medida que a idade vai avançando:<br />

b) conquanto a idade avance;<br />

c) se a idade for avançando;<br />

d) ainda que a idade vá avançando;<br />

e) em com<strong>para</strong>ção à idade que avança.<br />

38. (FCC – TCE/AP – Técnico de Controle Externo – 2012) Preços mais altos proporcionam aos agricultores incentivos<br />

<strong>para</strong> produzir mais, o que torna mais fácil a tarefa de alimentar o mundo. Mas eles também impõem custos aos<br />

consumidores, aumentando a pobreza e o descontentamento. (início do 2 o parágrafo)<br />

A 2 a afirmativa introduz, em relação à 1 a , noção de:<br />

a) condição;<br />

b) temporalidade;<br />

c) consequência;<br />

d) finalidade;<br />

e) restrição.<br />

39. (Cesgranrio – CMB – Assistente Técnico – 2012) Em um texto, as frases relacionam-se umas com as outras,<br />

estabelecendo entre si relações que contribuem <strong>para</strong> a construção do sentido do texto. Essas relações podem não ser<br />

explicitadas por meio do uso de um conectivo, como é o caso das duas frases do fragmento abaixo.<br />

“Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava.” (L. 2-4)<br />

A relação construída entre essas duas frases pode ser expressa, sem alteração de sentido, pelo seguinte conectivo:


a) onde;<br />

b) como;<br />

c) contudo;<br />

d) portanto;<br />

e) conforme.<br />

40. (Cespe/UnB – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) No quarto período do primeiro parágrafo, a conjunção “Enquanto”<br />

introduz oração de valor consecutivo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

41. (Cespe/UnB – PEFOCE/CE – Auxiliar de Perícia de 1 a Classe – 2012) No segundo parágrafo, destaca-se o início de<br />

períodos com ideias de natureza adversativa, por meio das expressões “No entanto”, “Porém” e “Entretanto”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

42. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Fragmento de texto<br />

Escrevi <strong>para</strong> ele dizendo que não conhecia Joyce nem Virginia Woolf nem Proust quando fiz o livro, porque o diabo do<br />

homem só faltou me chamar de representante comercial deles.<br />

No terceiro período do texto, a oração iniciada pelo conector “quando” e a iniciada pelo conector “porque” indicam,<br />

respectivamente, as circunstâncias de tempo e causa relacionadas ao fato expresso na oração “que não conhecia Joyce<br />

nem Virginia Woolf nem Proust”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

O cientista político Phillippe Schmitter argumentou que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso <strong>para</strong><br />

além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o contexto contemporâneo favorece...<br />

43. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) O conector “embora” introduz um conteúdo que, mesmo sendo contrário à<br />

proposição contida no trecho “seu progresso <strong>para</strong> além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica”, não a<br />

invalida.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

“ (...) O cientista político Phillippe Schmitter argumentou que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso <strong>para</strong> além<br />

do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o contexto contemporâneo favorece sistematicamente a<br />

transformação dos Estados em confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos”.<br />

44. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) O conector “pois” introduz ideia de consequência no trecho em que ocorre.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

45. (Cesgranrio – Petrobras – Analista de Sistemas Júnior – 2012) As seguintes orações “Não ri nem sequer sorri.” (l. 43-44) e<br />

“Não faz uma pirueta.” (l. 44) podem ser reescritas em um único período, sem alteração de sentido em:<br />

a) Não ri nem sequer sorri, mas não faz uma pirueta.<br />

b) Embora não ria nem sequer sorria, não faz uma pirueta.<br />

c) Não ri nem sequer sorri, e não faz uma pirueta.<br />

d) Caso não ria nem sequer sorria, não faz uma pirueta.<br />

e) Não ri nem sequer sorri, porém não faz uma pirueta.<br />

46. (Cespe/UnB – TJ/RR – Cargos de Nível Médio – 2012) Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do<br />

período ao se substituir o conectivo “pois” por já que, uma vez que, porquanto, visto que ou porque.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

Título: EXCLUSÃO SOCIAL E VIOLÊNCIA<br />

O acentuado crescimento da violência no Brasil, todos sabemos, tem como causa uma série de determinantes institucionais e


fatores sociais... (...) A injustiça social, portanto, tem contribuído <strong>para</strong> o atual quadro de violência e de desumanidade, ao<br />

tempo em que tem transformado a liberdade de ir e vir numa utopia <strong>para</strong> os excluídos da sociedade.<br />

47. (CEPERJ – Degase – Psicólogo – 2012) No título, emprega-se a conjunção aditiva “e” <strong>para</strong> ligar “exclusão” à “violência”.<br />

A leitura global do texto, entretanto, revela que não se trata de uma adição. A relação que o autor estabelece entre exclusão e<br />

violência, na verdade, é de:<br />

a) causalidade;<br />

b) proporcionalidade;<br />

c) temporalidade;<br />

d) adversidade;<br />

e) finalidade.<br />

48. (Vunesp – CREFITO/SP – Secretário da Presidência – 2012) Leia as frases.<br />

I. As novas regras integram um pacote de medidas que o governo estuda <strong>para</strong> melhorar o acesso a serviços de<br />

diagnóstico.<br />

II. O governo também quer incentivar cursos de capacitação de técnicos – que, segundo o ministro, são parte importante<br />

na qualidade do resultado do exame.<br />

As expressões em destaque estabelecem, correta e respectivamente, relação de:<br />

a) finalidade e conformidade;<br />

b) causa e condição;<br />

c) finalidade e consequência;<br />

d) adversidade e adição;<br />

e) temporalidade e conformidade.<br />

49. (FDC – Câmara Mun. Duque de Caxias/RJ – Técnico Legislativo – 2012) Altera-se o sentido fundamental de: “Mas, por<br />

importante que seja, essa informação pontual não é tudo” (§ 2) reescrevendo-se a oração entre vírgulas como:<br />

a) importante que seja;<br />

b) conquanto muito importante;<br />

c) sendo embora muito importante;<br />

d) por mais que importante;<br />

e) por ser muito importante.<br />

Fragmento de texto<br />

“(...) A quantidade de livros ruins é uma grandeza, e são famosos os casos de clássicos ou de best-sellers que foram recusados<br />

por editora após editora até, finalmente, chamarem a atenção de alguém mais antenado. Ainda assim, um mundo sem<br />

editoras seria um caos <strong>para</strong> nós, leitores, que passaríamos mais tempo peneirando erros do que encontrando acertos. (...)”<br />

50. (FDC – Câmara Mun. Duque de Caxias/RJ – Técnico Legislativo – 2012) Na linha de argumentação desenvolvida no texto,<br />

a locução destacada em: “AINDA ASSIM, um mundo sem editoras seria um caos <strong>para</strong> nós, leitores” pode ser substituída,<br />

sem que o sentido do enunciado se altere, por:<br />

a) Sem dúvida;<br />

b) Outrossim;<br />

c) Por isso mesmo;<br />

d) Não obstante;<br />

e) Haja vista.<br />

“(...) Faz parte da nossa cultura gostar do local onde nascemos e vivemos, as pessoas são apegadas as suas cidades e querem<br />

que haja eventos nela. Só que esse sentimento saudável se transforma numa armadilha contra a própria população. (...)”<br />

51. (FIOCRUZ – EPSJV – Técnico (Ensino Médio) – 2011/2012) No trecho “Só que esse sentimento saudável se transforma<br />

numa armadilha contra a própria população”, a expressão sublinhada liga ideias. Para que mantenha o sentido apresentado<br />

no texto, ela pode ser substituída por:<br />

a) mas;<br />

b) embora;<br />

c) apesar de;<br />

d) e também;<br />

e) pois.


Gabarito<br />

1. E. 12. INCORRETO. 22. B. 32. B. 42. ERRADO.<br />

2. A. 13. INCORRETO. 23. C. 33. A. 43. CERTO.<br />

3. C. 14. C. 24. B. 34. E. 44. ERRADO.<br />

4. A.<br />

15. I- CORRETO.<br />

II- INCORRETO.<br />

25. A. 35. E. 45. C.<br />

5. D. 16. CORRETO. 26. B. 36. E. 46. CERTO.<br />

6. D. 17. INCORRETO. 27. D. 37. A. 47. A.<br />

7. E. 18. D. 28. B. 38. E. 48. A.<br />

8. CORRETO. 19. CORRETO. 29. CORRETO. 39. C. 49. E.<br />

9. A. 20. INCORRETO. 30. A. 40. ERRADO. 50. D.<br />

10. D. 21. A. 31. A. 41. CERTO. 51. A.<br />

11. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 16<br />

Interjeição


Definição<br />

Do ponto de vista semântico, a interjeição pode apresentar muitos valores. Basicamente a<br />

interjeição exprime determinados estados emocionais altissonantes, sensações ou estados de<br />

espírito do falante. Como as conjunções, as interjeições podem ser classificadas de acordo<br />

com a expressividade ou o sentimento que traduzem.<br />

Do ponto de vista morfológico, a interjeição é uma palavra que não muda de forma,<br />

portanto é invariável.<br />

Do ponto de vista sintático, a interjeição não exerce função sintática alguma.<br />

Pois bem... <strong>para</strong> entendermos todas as definições de interjeição, vamos analisar este<br />

poema:<br />

INTERJEIÇÃO<br />

Ah! Lá vem ela bela<br />

Oh! Ri meu coração de satisfação<br />

Olá! Dizem meus lábios a ela<br />

Olé! Diz a presença a solidão.<br />

Avante! Avante! Coragem! Coragem!<br />

Cala meu medo, fala meu coração<br />

Viva! Que maravilha de paisagem<br />

Psiu! É ela chamando minha atenção.<br />

Chi! Tomou-me paixão<br />

Pudera! Estava diante de meu desejo<br />

Silêncio! Era demais a emoção<br />

Bis! Acabara de receber um beijo.<br />

Te amo, disse sua boca<br />

Não resisti à vontade louca<br />

Gritei alto: ooooooooooooooba!<br />

(Karl Marx Valentim Santos)<br />

Note que os vocábulos em azul são interjeições, pois<br />

1) apresentam, respectivamente, valores semânticos de admiração/alegria, admiração/desejo,<br />

saudação/chamamento, satisfação, encorajamento (todas as palavras do 5 o verso), alegria,<br />

chamamento, espanto/surpresa, expectativa, ordem, pedido, alegria/excitação;<br />

2) não variam de forma (oba variou de forma por razões estilísticas, uma vez que se trata de<br />

um poema);<br />

3) não exercem função sintática alguma, exceto “ooooooooooooooba!”, que, por servir de<br />

complemento do verbo gritar, se torna um substantivo.


Identificação<br />

A interjeição é facilmente identificada porque é uma palavra seguida de ponto de<br />

exclamação (!). E, ainda que isso não ocorra, a entonação sempre indicará um sentimento<br />

expresso por ela.<br />

– Meu Deus! é um anjo aquela menina!*<br />

– Ah, mulheres fúteis, quando ireis mudar vossa postura?<br />

– Ih... elas não vão sequer te cumprimentar.<br />

* Obs.: Depois de interjeição seguida de exclamação numa frase igualmente exclamativa,<br />

usa-se letra minúscula após o ponto.<br />

Qualquer palavra proferida em tom exclamativo, como substantivo, adjetivo, pronome, verbo<br />

e advérbio, pode-se tornar uma interjeição:<br />

– Cuidado!, Atenção!, Silêncio!, Rua!, Céus!, Misericórdia! etc.<br />

– Boa!, Bravo!, Coitado!, Ótimo!, Grato! etc.<br />

– Nossa!, Isso!, Qual! etc.<br />

– Tomara!, Morra!, Pudera!, Viva!, Passa! etc.<br />

– Devagar!, Fora!, Francamente!, Alerta! etc.


Locução Interjetiva<br />

Assim como todas as locuções, a locução interjetiva é uma expressão que vale por uma<br />

interjeição. Veja algumas:<br />

Meu Deus!, Meu Deus do céu!, Santo Deus!, Jesus Cristo!, Nossa Senhora!, Valha-me<br />

Deus!, Pelo amor de Deus!, Virgem Maria!, Nossa mãe!, Graças a Deus!, Eita-ferro!, Ora<br />

bolas!, Bom dia!, Vapt-vupt!, Vuco-vuco!, Macacos me mordam!, Pelas barbas do profeta!,<br />

Raios te partam!, Cruz-credo!, Puxa-vida!, Muito bem!, Alto lá!, Ai de mim!, Ó de casa!, Ô<br />

de casa!, Muito obrigado!, Que bom!, Pobre de mim!, Que droga!, Que horror!, Credo em<br />

cruz!, Com todos os diabos!, Que diabos!, Quem dera! etc.


Classificação<br />

A classificação de uma interjeição se dá por seu valor semântico no contexto. Na fala, a<br />

entonação “diz tudo”.<br />

• Aplauso, louvação: bis!, bem!, bravo!, viva!, fiufiu!, hup!, hurra!, isso!, muito bem!,<br />

<strong>para</strong>béns!<br />

• Afugentamento: arreda!, fora!, passa!, sai!, roda!, rua!, toca!, xô!, xô pra lá!<br />

• Advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, fogo!<br />

• Alegria: oba!, eba!, viva!, oh!, ah!, uhu!, eh!, gol!, que bom!, iupi!, irra!<br />

• Apelo, invocação: alô!, olá!, ó!<br />

• Alívio: ufa!, uh!, ah!, ainda bem!, arre!<br />

• Animação, estímulo: coragem!, avante!, firme!, vamos!, eia!<br />

• Aprovação: bravo!, bis!, viva!, muito bem!<br />

• Admiração: ah!, chi!, xi!, ih!, oh!, uh!, uf!, ué!, puxa!, uau!, caramba!, caraca!, putz!,<br />

gente!, céus!, uai!, horra!, nossa!<br />

• Agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!<br />

• Aprovação, concordância: ok!<br />

• Chamamento, invocação: alô!, hei!, olá!, psiu!, pst!, socorro!, oi!, ei!, eh!, ô!<br />

• Desculpa: perdão!<br />

• Desejo: oh!, tomara!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!, oxalá!<br />

• Despedida: adeus!, até logo!, bai-bai!, tchau!<br />

• Dor ou prazer: ai!, ui!, au!<br />

• Dúvida: hum?, hein?, hem?, hã?<br />

• Desapontamento, desprezo: puxa!, aff!<br />

• Espanto: uai!, hi!, ali!, ué!, ih!, oh!, poxa!, quê!, caramba!, nossa!, opa!, Virgem!, xi!, vixi!,<br />

terremoto!, barbaridade!, meu Deus!, menino Jesus!, Jesus!<br />

• Estímulo: ânimo!, adiante!, avante!, eia!, coragem!, firme!, força!, upa!<br />

• Impaciência: hum!, hem!, raios!, diabo!, puxa!, pô!<br />

• Medo: credo!, cruzes! uh!, ui!, socorro!<br />

• Ordem: silêncio!, alto!, basta!, chega!, quietos!, rua!<br />

• Saudação: ave!, olá!, ora viva!, salve!, viva!, adeus!, alô!, oi!<br />

• Saudade: ah!, oh!<br />

• Silêncio, ordem: psiu!, silêncio!, calada!, psiu! (bem demorado), psit!<br />

• Surpresa: puxa!, nossa!, ué!, putz!, ai!, ui!, meu Jesus!, meu Deus!, caramba!, pô!, cacete!,<br />

uau!<br />

• Suspensão: alto!, alto lá!<br />

• Terror: credo!, cruzes!, Jesus!, que medo!, uh!, ui!, fogo!, barbaridade!


Cuidado!!!<br />

1) A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte.<br />

Não desempenha função sintática. Ex.: Perdão! = Desculpe-me!<br />

2) Ah, é importante dizer também que muitas onomatopeias são interjeições: Bum!, Pou!,<br />

Pluft!, Tibum!, Atchim!, Buá!, Pum!...<br />

3) Os palavrões (palavras de baixo calão) são interjeições! Preciso mencionar alguns?<br />

4) Usa-se a interjeição ó como apelo, chamamento, em vocativos: “Ó Deus, olhe por mim!”.<br />

Usa-se oh <strong>para</strong> exprimir admiração, alegria, tristeza etc.: “Oh, Deus, que bom!”.<br />

5) As interjeições tomara e oxalá levam o verbo ao subjuntivo: “Oxalá/Tomara ele me<br />

deixe em paz!”.


Valor Discursivo<br />

As interjeições são usadas com muita frequência na língua falada informal. Mas, quando<br />

empregadas na língua escrita, costumam “contaminar” o texto com marcas de coloquialidade.<br />

Além do mais, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do locutor ou do<br />

interlocutor intratextual, indicando a escassez de vocabulário, o temperamento, a origem<br />

geográfica, o nível social etc.<br />

Normalmente nos diálogos de textos narrativos, as interjeições têm o objetivo de<br />

caracterizar personagens e, muitas vezes, tornar o discurso mais dinâmico. Isso ocorre muito<br />

hoje em dia no “internetês” por causa de sua natureza sintética e por causa de seu conteúdo<br />

mais emocional do que racional.<br />

Dois gêneros textuais que abusam flagrantemente das interjeições são os textos publicitários<br />

e os quadrinhos, pois se associam imagens às exclamações expressas por essa classe<br />

gramatical.<br />

Como a fala é muito criativa, já vemos as interjeições sofrendo variação em grau: oizinho!,<br />

bravíssimo! até loguinho!.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Você só precisa saber o conceito de interjeição, identificá-la e perceber seu valor<br />

semântico. Nada mais que o básico. Questões sobre interjeição são quase impossíveis de<br />

encontrar. No entanto, juro que me esforcei e encontrei algumas perdidas no limbo.


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Mackenzie – Vestibular – 2006) Considere a seguinte afirmação acerca dos sentidos em que são empregadas algumas<br />

palavras e expressões no texto.<br />

I. Oi (... o meu coração a pulsar. Oi, a pulsar.) é interjeição que apresenta significado equivalente ao de “Olá”.<br />

2. (Vunesp – Pref. Louveira/SP – Inspetor de Alunos – 2007) Na sequência dos quadrinhos, o personagem Cebolinha, por<br />

intermédio de expressões faciais, comunica ao leitor reações de:<br />

a) sossego e felicidade;<br />

b) alegria e espanto;<br />

c) raiva e tranquilidade;<br />

d) indiferença e irritação;<br />

e) susto e alívio.<br />

3. (UFMT – Pref. Cuiabá/MT – Procurador Municipal – 2007) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Não entendo nada de mulher, claro. (...) As que têm cintura – a-há! – têm mais saúde. (...)<br />

- O uso de interjeições como a-há! e claro caracteriza o registro formal adotado <strong>para</strong> o texto.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) Passado o teste, fui encaminhada <strong>para</strong> a cadeira astronáutica do banco de sangue. Passaram o garrote no meu<br />

braço, e o olho da enfermeira faiscou ao ver a veia saltar. – Hummmm... Calibrosa! – disse ela, já chamando a<br />

colega do lado <strong>para</strong> dar uma olhada. As duas trocaram sorrisos interessados. (...) prometi voltar <strong>para</strong> doar<br />

plaquetas. Voltei. Doar plaquetas é outro capítulo. (...) Foi lá que recebi outro cumprimento esdrúxulo: –<br />

Hummmmm... Plaquetuda!<br />

4. (Funcab – Sesau/RO – Técnico em Informática – 2009) A interjeição usada pela enfermeira denota:<br />

a) preocupação;<br />

b) cautela;<br />

c) admiração;<br />

d) temor;<br />

e) inexperiência.


5. (ULBRA – Vestibular – 2011) No primeiro quadrinho, a palavra “Puxa” contribui <strong>para</strong> o efeito de sentido de toda a tirinha.<br />

Assinale a alternativa que explica a função gramatical dessa palavra.<br />

a) Trata-se de aposto, porque “Puxa” está se<strong>para</strong>do por vírgula.<br />

b) Trata-se de uma gíria que introduz apenas situações de alegria.<br />

c) Trata-se de uma interjeição que exprime surpresa.<br />

d) Trata-se de um vocativo.<br />

e) Trata-se de uma onomatopeia.<br />

6. (UNIUV – Câm. Gen. Carneiro/PR – Auxiliar de Serviços Gerais – 2011) As interjeições exprimem emoções ou estados de<br />

espírito. Indique a interjeição que não condiz com a emoção apresentada:<br />

a) Oxalá – desejo;<br />

b) Ora! – reprovação;<br />

c) Arre! – alívio;<br />

d) Ué! – afugentamento;<br />

e) Ave! – saudação.<br />

7. (FGV – SEFAZ/RJ – Analista de Controle Interno – 2011) Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as<br />

afirmativas a seguir:<br />

I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia.<br />

II. Classifica-se como interjeição.<br />

III. É exemplo de estrangeirismo.<br />

Assinale:<br />

a) Se apenas a afirmativa III estiver correta.<br />

b) Se apenas a afirmativa I estiver correta.<br />

c) Se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

d) Se apenas a afirmativa II estiver correta.<br />

e) Se nenhuma afirmativa estiver correta.<br />

8. (RCV <strong>Concursos</strong> – Pref. Coronel Vivida/PR – Auxiliar de Odontólogo – 2012) “Ufa! Até que enfim terminei a prova!”. A<br />

palavra sublinhada pertence à classe gramatical:<br />

a) das conjunções;<br />

b) das onomatopeias;<br />

c) dos verbos;<br />

d) dos advérbios;<br />

e) das interjeições.


Gabarito<br />

1. INCORRETO. 5. C.<br />

2. E. 6. D.<br />

3. INCORRETO. 7. D.<br />

4. C. 8. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 17<br />

Sintaxe<br />

Sintaxe é a parte da gramática que trata da ordem, da relação e da função das palavras na<br />

frase.<br />

Observe a seguinte frase:<br />

<strong>Pestana</strong> alunos os do próximo classificarão o se concurso <strong>para</strong> ano neste.<br />

Ahn? Estranha, não? Adivinha por quê? “Ah, <strong>Pestana</strong>, deve ter alguma coisa a ver com a<br />

sintaxe.”. Não tenha dúvidas, nobre leitor(a). Leia de novo acima a definição de sintaxe.<br />

Percebeu?<br />

A definição acima diz: “... trata da ordem...”, e ordem é sinônimo de organização. Logo,<br />

você já chegou à conclusão desejada por mim: as palavras estão fora de... ordem, ou<br />

sequência – mais do que isso, elas estão tão embaralhadas que nem chegam a refletir a<br />

estrutura sintática da nossa língua. Ou seja, uma frase não é um mero ajuntamento de palavras.<br />

Ninguém fala “Bebi ela Coca-Cola uma com.”, mas sim “Eu bebi uma Coca-Cola com ela.”.<br />

Até aí, tudo bem, certo?<br />

Colocando-as na ordem (usual, comum, normal) sintática da língua portuguesa, veja se não<br />

ficaria assim:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.<br />

Perfeito! Em outras palavras, os falantes da língua organizam as palavras mentalmente antes<br />

de formar frases; normalmente segue-se esta ordem: sujeito, verbo, complemento e adjunto (S<br />

V C A), chamada de ordem direta. Foi o que fiz.<br />

Bem, o primeiro passo já foi cumprido: fazer você entender que a sintaxe da língua envolve<br />

a disposição, a sequência, a organização das palavras dentro da frase. Foi? Maravilha! Vamos<br />

<strong>para</strong> o segundo passo.<br />

Percebeu que determinadas palavras ficaram juntas de outras, formando uma espécie de<br />

grupo/conjunto de palavras? Note o primeiro grupo (ou sintagma):<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.


Note agora o segundo grupo:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.<br />

Note o terceiro:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.<br />

Por fim, o quarto:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.<br />

Bem, a pergunta que não quer calar: “Tá, e aí, <strong>Pestana</strong>?”<br />

Por que as palavras foram divididas em grupos (ou sintagmas)? Simples! Algumas<br />

inexoravelmente mantêm relações com outras, logo não podem vir desvinculadas. Vou<br />

explicar melhor. Se alguém perguntasse <strong>para</strong> você assim: “Aluno(a), quem ‘se classificará<br />

<strong>para</strong> o próximo concurso neste ano’?”. O que você responderia? “Os”, ou “alunos”, ou “do”,<br />

ou “<strong>Pestana</strong>”, ou “Os alunos do <strong>Pestana</strong>.”?<br />

Certamente seria esta sua resposta: “Os alunos do <strong>Pestana</strong>.”. Adivinha por quê? A resposta<br />

é que as palavras mantêm uma relação entre si de modo que formam pequenos grupos (ou<br />

sintagmas). Ok? Está acompanhando? Então, continue.<br />

Por fim, a função das palavras na frase, ou seja, a famosa função ou classificação sintática<br />

dos termos da oração. Para os concursos, você tem de saber os nomes que são dados <strong>para</strong><br />

classificar as funções que as palavras (ou os grupos de palavras) exercem na frase.<br />

Você já teve aula disso alguma vez em sua vida, por isso, voltando <strong>para</strong> a frase exemplar,<br />

observe que o S é o sujeito, o V é o verbo, o C é o complemento e o A é o adjunto adverbial.<br />

Veja:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> (S) se classificarão (V) <strong>para</strong> o próximo<br />

concurso (C) neste ano (A).<br />

Acabamos de fazer uma breve análise sintática dos termos dessa frase. Percebeu? É<br />

importante dizer também que os grupos de palavras (sintagmas) podem estar invertidos na<br />

frase:<br />

Para o próximo concurso (C) neste ano (A) os alunos do <strong>Pestana</strong> (S) se classificarão (V).<br />

ou<br />

Neste ano (A) os alunos do <strong>Pestana</strong> (S) se classificarão (V) <strong>para</strong> o<br />

próximo concurso (C).<br />

ou<br />

Para o próximo concurso (C), neste ano (A), classificar-se-ão (V)<br />

os alunos do <strong>Pestana</strong> (S).<br />

ou


Os alunos do <strong>Pestana</strong> (S), neste ano (A), se classificarão (V) <strong>para</strong> o<br />

próximo concurso (C).<br />

(...)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

16. (Vunesp – TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2010) Assinale a alternativa em que a oração se estrutura,<br />

sequencialmente, com as mesmas funções sintáticas dos termos da oração: As artes nunca desperdiçam nosso tempo.<br />

c) Os intelectuais sempre criticam os esportes. (Gabarito!)<br />

Comentário: A opção C é a única que tem esta ordem sintática: As artes (S) nunca (A)<br />

desperdiçam (V) nosso tempo (C) = Os intelectuais (S) sempre (A) criticam (V) os esportes<br />

(C).<br />

Tal inversão respeita a relação das palavras na frase, os sintagmas continuam juntos.<br />

Percebeu? O que mudou apenas foi a ordem dos termos, por isso chamamos de ordem<br />

indireta/inversa. Essa ordem é prevista na Língua Portuguesa, pois reflete a estrutura sintática<br />

da nossa língua. A ordem direta obviamente é:<br />

Os alunos do <strong>Pestana</strong> se classificarão <strong>para</strong> o próximo concurso neste ano.<br />

Não pense que todas as frases terão S V C A. Algumas frases podem figurar sem sujeito<br />

e/ou sem complemento e/ou sem adjunto. Veja algumas:<br />

– Classificaram-se <strong>para</strong> o concurso do fim deste ano. (S não está expresso.)<br />

– Classificaram-se este ano. (S e C não estão expressos.)<br />

– Classificaram-se. (S, C e A não estão expressos.)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

2. (NCE/UFRJ – BNDES – Análise de Sistemas – 2005) O segmento inicial de nosso Hino Nacional diz o seguinte:<br />

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heróico o brado retumbante<br />

Se colocados na ordem direta, os termos desses dois versos estariam assim dispostos:<br />

a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram / O brado retumbante de um povo heróico;<br />

b) As margens plácidas ouviram do Ipiranga / O heróico brado retumbante de um povo;<br />

c) As margens plácidas do Ipiranga ouviram / O heróico brado retumbante de um povo;<br />

d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram / O brado retumbante de um povo heróico;<br />

e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga / De um povo o heróico brado retumbante.<br />

Comentário: O gabarito é a letra A. Lembre: a ordem direta é S V C A, logo “As margens<br />

plácidas do Ipiranga (S) ouviram (V) o brado retumbante de um povo heróico c)”.<br />

É bom dizer que as inversões sintáticas muitas vezes não são gratuitas; servem <strong>para</strong> realçar<br />

uma ideia, tornando-a mais expressiva.


– As mulheres da minha vida nunca deixarei de amar. (Note que a inversão do complemento<br />

do verbo amar (as mulheres da minha vida) a enfatiza, focalizando-a.)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2006)<br />

A inversão sintática observada em “O que principalmente sou?” (l.1) condiz com a estrutura gramatical interrogativa e<br />

apresenta-se como legítimo recurso de ênfase.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: A ordem direta é “Sou o quê principalmente?”. Quando houve a inversão, os<br />

termos invertidos foram realçados porque “saíram” de sua posição original, de sua ordem<br />

direta.<br />

Enfim... a noção de sintaxe não é mais um mistério. Enquanto o objeto de estudo da<br />

Fonologia é o som das palavras, enquanto o objeto de estudo da Morfologia é a forma das<br />

palavras, o objeto de estudo da Sintaxe é a frase e as palavras dentro dela, dentro da oração,<br />

dentro do período. E é isso que veremos... nas cenas do próximo capítulo...


Capítulo 18<br />

Frase, Oração e Período<br />

Vamos entender mais os mecanismos da sintaxe, como frase, oração e período.<br />

Frase é qualquer enunciado (curto ou longo) que estabelece comunicação. Toda frase deve<br />

ser inteligível. Tradicionalmente, ela pode ser nominal ou verbal. Imagine a seguinte situação:<br />

o Flamengo perde do Vasco (meio difícil, mas...) e um torcedor flamenguista se lamenta com<br />

outro: “E agora, com o Vasco na frente da tabela?”.<br />

Percebeu que não há sequer um verbo na frase dele? Logo a frase é nominal. Agora, se ele<br />

dissesse assim (ainda lamentando): “Agora, com o Vasco na frente da tabela, com certeza vou<br />

ser zoado!”, a frase seria verbal, pois nela há uma forma verbal (que pode ser um verbo ou<br />

uma locução verbal, “vou ser zoado”). Simples assim.<br />

Vale dizer que no fim dessas duas frases há sinais de pontuação diferentes, percebeu? “E<br />

isso significa alguma coisa, <strong>Pestana</strong>?” Certamente.<br />

Existem cinco tipos de frase, segundo a gramática tradicional:<br />

1) Declarativa: o enunciado é afirmativo ou negativo; termina em ponto (.) ou reticências<br />

(...).<br />

– Eu sou você amanhã.<br />

– Você nunca será como eu.<br />

– Venda de antiguidades aqui.<br />

Obs.: É praxe encontrar palavras de sentido negativo em frases declarativas negativas: não,<br />

nunca, jamais, nada, nenhum...<br />

2) Interrogativa: o enunciado apresenta um questionamento direto ou indireto; termina em<br />

ponto de interrogação (?) se a indagação for direta; em ponto, se for indireta.<br />

– Aonde você pretende chegar?<br />

– Não sei onde ela pode estar.<br />

Obs.: Para perceber uma interrogativa indireta, ignore o “Não sei” e se dará conta de que é<br />

possível fazer uma pergunta direta com o restante da frase: “onde ela pode estar (?)”.<br />

3) Exclamativa: o enunciado exprime um sentimento e uma altissonância; termina em ponto de


exclamação (!).<br />

– Que pena! (lamento)<br />

– Deus ouviu as minhas preces! (alegria)<br />

Obs.: O que realmente determina uma frase exclamativa é a expressão de uma emoção, por<br />

isso o contexto é determinante.<br />

4) Imperativa: o enunciado apresenta um tom de ordem, pedido, súplica, exortação,<br />

advertência etc.; verbos no imperativo (afirmativo ou negativo) marcam tal tipo de frase;<br />

termina em ponto, ponto de exclamação ou reticências.<br />

– Volte!<br />

– Seja mais razoável.<br />

– Não faça isso...<br />

5) Optativa: o enunciado exprime um desejo; termina em ponto ou ponto de exclamação,<br />

normalmente.<br />

– Bons ventos o tragam.<br />

– Deus te ouça, meu filho!<br />

– Boa sorte!<br />

Obs.: Alguns gramáticos consideram a optativa (com tom de maldição, praga) como frase<br />

imprecativa: Vá <strong>para</strong> o inferno, e que o Diabo o carregue!<br />

Para ilustrar os tipos de frase, veja este diálogo:<br />

– Você vai à festa hoje? (frase interrogativa)<br />

– Sim! E não deixe de ir. (frase declarativa afirmativa/frase imperativa)<br />

– Tomara que a Ju esteja lá. (frase optativa)<br />

– A Ju nunca falta. (frase declarativa negativa)<br />

– Que bom! (frase exclamativa)<br />

Agora você, nobre leitor(a), precisa entender o que é a oração.<br />

Uma oração não é nada mais que uma frase verbal; seu núcleo é um verbo (ou uma locução<br />

verbal). Portanto, todas essas frases do diálogo, exceto a segunda (Sim!) e a última, são<br />

orações. Diz-se que uma oração é absoluta quando apresenta só um verbo (ou locução<br />

verbal). Há duas orações absolutas a seguir:<br />

Todos os alunos do <strong>Pestana</strong> pre<strong>para</strong>m-se <strong>para</strong> concursos. Eu sou um deles.<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

4. (FGV – Senado Federal – Analista de Sistemas – 2008) “É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que


certamente poderemos promover o desenvolvimento dos países.” (L.86-88)<br />

Ao fazermos a seguinte alteração no período acima: É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que<br />

certamente promoveremos o desenvolvimento dos países, é correto afirmar que:<br />

a) tem duas orações;<br />

b) é composto por subordinação somente;<br />

c) é composto por coordenação e subordinação;<br />

d) é simples; (GABARITO!)<br />

e) é composto por coordenação somente.<br />

Comentário: O período é simples, pois apresenta uma expressão expletiva formada pelo<br />

verbo ser + que, a qual não é contada como oração. Veja com atenção: É com uma ação<br />

eficiente do governo e do setor privado que certamente promoveremos o desenvolvimento<br />

dos países. Retirando: Com uma ação eficiente do governo e do setor privado certamente<br />

promoveremos o desenvolvimento dos países. Viu? Há um verbo só, logo é uma oração<br />

absoluta... oração absoluta = período simples.<br />

Cuidado com construções com a expressão expletiva formada pelo verbo ser + que, pois<br />

tal verbo não é contado como oração, pois serve apenas <strong>para</strong> realçar a frase; tanto é assim<br />

que pode ser retirado da frase sem implicações sintáticas:<br />

– Além da escola, foram meus pais que me deram muita educação.<br />

Veja que é possível retirar essa expressão enfática sem prejuízo sintático e semântico<br />

algum: “Além da escola, meus pais me deram muita educação.”. Essa oração, portanto, é<br />

absoluta, pois só há um verbo na verdade.<br />

Consulte isto: CESPE/UNB – CEE/RS – ADMINISTRADOR – 2005 – QUESTÃO 6.<br />

Há outras orações. As coordenadas, as principais, as subordinadas (justapostas,<br />

desenvolvidas e reduzidas) e as interferentes (ou intercaladas) são designadas assim quando<br />

fazem parte de um período composto. Por isso, precisamos entender o que é um período.<br />

Período é uma frase que possui uma ou mais orações; começa com letra maiúscula,<br />

apresenta um verbo (ou locução verbal) e termina em ponto, ponto de interrogação, ponto de<br />

exclamação ou reticências. Há dois tipos:<br />

• Simples: constituído de uma oração, logo todo período simples é uma oração absoluta.<br />

– Estudo hoje com apenas uma gramática .<br />

– Muitos professores do curso continuam escrevendo artigos <strong>para</strong> seus alunos!<br />

– Seria esta a resposta certa?<br />

• Composto: constituído de mais de uma oração; pode ser formado por coordenação,<br />

subordinação ou coordenação e subordinação (período misto); as conjunções, os pronomes<br />

relativos e certas preposições normalmente aparecem <strong>para</strong> ligar as orações deste tipo de<br />

período.<br />

– Os resultados foram ótimos, por isso ficamos satisfeitos. (duas orações/coordenação)<br />

– Pedi que todos viessem pre<strong>para</strong>dos. (duas orações/subordinação)


– Para salvar a economia, é preciso planejamento. (duas orações/subordinação)<br />

– A mão que balança o berço é a mão que mata. (três orações/subordinação)<br />

– Sei que eles passaram e que se estabeleceram na profissão. (três orações/coordenação<br />

e subordinação)<br />

Obs.: Algumas orações do período composto podem vir implícitas, mas o período não deixa<br />

de ser composto por isso, ok? Por exemplo: em “Sou mais inteligente que ela.”, há duas<br />

orações, formando um período composto. “<strong>Pestana</strong>, mas eu só vejo um verbo, logo só há<br />

uma oração.” Negativo! Há duas orações, sendo que o segundo verbo está implícito.<br />

Veja de novo: “Sou mais inteligente que ela (é).”. Percebeu? Fique atento!<br />

Ah, em um primeiro momento, não se preocupe com o que venha a ser coordenação ou<br />

subordinação, ok? Falarei sobre isso cautelosamente em capítulos à frente. Antes de falarmos<br />

de período composto, porém, é preciso entender bem a sintaxe do período simples. Você vai<br />

aprender sobre todos os termos sintáticos da oração nos próximos capítulos: termos<br />

essenciais, integrantes e acessórios.<br />

Pois bem... <strong>para</strong> fechar o caixão e eu ficar com a consciência tranquila, entendeu mesmo os<br />

conceitos de frase, oração e período? Espero que sim. Espero que tenha ficado claro em sua<br />

mente que nem toda frase é uma oração. Safo? Veja duas questões sobre tais conceitos:<br />

15) (CONSULPLAN – Pref. Mimoso do Sul/ES – Professor de Língua Portuguesa – 2007) Assinale a alternativa que é<br />

frase, mas NÃO é oração:<br />

a) “às quatro em ponto me casarei contigo no mais alto beiral – disse o pombo”.<br />

b) “Como a brisa é triste”.<br />

c) “... porque as andorinhas mais velhas enfileiravam-se nas cornijas...”.<br />

d) “Irônica, perguntou a pomba”.<br />

e) “Que tarde azul!”. (Gabarito!)<br />

Comentário: É uma frase nominal, por isso não tem verbo, logo não é uma oração.<br />

(Questão 04 FUNRIO – CEITEC – Administração – 2012)<br />

O primeiro parágrafo da crônica “O Verão e as Mulheres”, de Rubem Braga, diz: “Talvez tenha acabado o verão. Há um<br />

grande vento frio cavalgando as ondas, mas o céu está limpo e o sol é muito claro. Duas aves dançam sobre as espumas<br />

assanhadas. As cigarras não cantam mais. Talvez tenha acabado o verão.”<br />

Observando-se as orações e períodos existentes no parágrafo anterior, pode-se reconhecer que o cronista escreveu:<br />

a) três períodos simples e dois períodos compostos;<br />

b) quatro períodos simples e dois períodos compostos;<br />

c) quatro períodos e nove orações;<br />

d) cinco períodos e sete orações;<br />

e) cinco períodos e oito orações. (Gabarito!)<br />

Comentário: Se há cinco pontos, há cinco períodos. As oito orações: tenha acabado, Há,<br />

cavalgando, está, é, dançam, cantam, tenha acabado.


Capítulo 19<br />

Termos Essenciais da Oração


Definição<br />

Como você já sabe, as frases verbais ou orações são formadas por termos sintáticos, certo?<br />

Por isso iremos falar justamente sobre tais termos sintáticos que constituem a oração. Neste<br />

capítulo, você aprenderá tudo sobre os termos essenciais da oração, a saber: o sujeito e o<br />

predicado.<br />

“<strong>Pestana</strong>, por que essenciais?” Simples. O sujeito e o predicado são chamados de termos<br />

essenciais da oração porque normalmente as orações são formadas por esses termos.<br />

“Afinal, o que é o sujeito e o que é o predicado?”<br />

Vamos ver!


Sujeito<br />

Sujeito é não só o termo que representa o ser ou o fato sobre o qual se declara alguma<br />

coisa, mas também o termo que faz o verbo ser conjugado. É por isso que o verbo/locução<br />

verbal concorda em número e pessoa com o sujeito. Cada sujeito está ligado a um (1) verbo,<br />

por isso fique de olho na relação entre o verbo e o seu sujeito.<br />

– As casas da vila estavam à venda.<br />

– Nós ficamos casados por sete anos.<br />

– Sua Majestade foi flagrada às escondidas com o amante.<br />

– Ninguém deveria apoiar campanhas a favor das drogas.<br />

– Quem nunca pecou nesta vida?<br />

– Quem são aquelas ali?<br />

– Morreu este mês o homem o qual revolucionou o mundo moderno. (o homem: sujeito de<br />

morreu; o qual: sujeito de revolucionou)<br />

– Dois dos meus amigos passaram na prova da EsPCEx.<br />

– Ler nunca deixou de ser uma prática das pessoas inquietas.<br />

– Quem não tem cão caça com gato.<br />

– Está um pouco amarelado o branco dos olhos dela.<br />

Obs.: Note que o núcleo do sujeito pode ser, tradicionalmente, um substantivo<br />

(normalmente), um pronome, um numeral, um verbo no infinitivo, uma oração<br />

substantiva ou uma palavra substantivada. É muito importante notar que o verbo<br />

concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito. E... só <strong>para</strong> os que desejam<br />

aumentar seu conhecimento... saibam que alguns linguistas mais ousados dizem que o<br />

advérbio pode funcionar como sujeito, como Claudio Cezar Henriques, Eneida Bonfim e<br />

Evanildo Bechara: “Moro no Rio de Janeiro com muito orgulho. Aqui é um bom lugar<br />

<strong>para</strong> viver”. Note que esse advérbio é de base pronominal e refere-se a Rio de Janeiro.<br />

Percebeu que eu coloquei em negrito e sublinhado os núcleos dos sujeitos? “Mas o que é<br />

realmente o núcleo?” O núcleo, do sujeito ou de qualquer outro termo sintático, é a palavra<br />

mais importante desse termo. Normalmente os determinantes – artigos, pronomes, numerais,<br />

adjetivos e locuções adjetivas – vêm ao redor do núcleo, formando um sintagma (grupo de<br />

palavras relacionadas). Às vezes, um termo sintático pode ter mais de um núcleo; nesse caso,<br />

dizemos que o termo é composto de dois, três, ou mais núcleos. Vamos entender melhor<br />

estudando sujeito.<br />

Bizu do achamento do sujeito


Uma boa maneira de identificarmos o sujeito de uma oração é fazer a pergunta “o que...?”<br />

ou “quem...?” antes do verbo. Observe os exemplos anteriores (um por um):<br />

– O que estava à venda? Resposta: as casas da vila.<br />

– Quem ficou casado por sete anos? Resposta: nós.<br />

– Quem foi flagrado às escondidas com o amante? Resposta: Sua Majestade.<br />

– Quem deveria apoiar campanhas a favor das drogas? Resposta: ninguém.<br />

– Quem nunca pecou nesta vida? Resposta: quem. (No caso de pronome interrogativo<br />

funcionando como sujeito, substitua-o por um nome qualquer, e ficará fácil identificá-lo<br />

como sujeito. Veja: João (= quem) nunca pecou nesta vida. Quem nunca pecou nesta<br />

vida? Resposta: João (= quem))<br />

– Quem “são” ali? Resposta: aquelas. (a ordem direta facilita a identificação neste caso:<br />

Aquelas ali são quem?)<br />

– Quem morreu este mês? Resposta: o homem. Quem revolucionou o mundo? Resposta: o<br />

qual (Lembrando que o pronome relativo retoma o termo antecedente, o homem)<br />

– Quem passou na prova da EsPCEx? Resposta: Dois dos meus amigos.<br />

– O que nunca deixou de ser uma prática das pessoas inquietas? Resposta: ler.<br />

– Quem caça com gato? Resposta: quem não tem cão. (Este quem de quem não tem cão é<br />

sujeito do verbo ter; lembre: cada verbo com seu sujeito).<br />

– O que está um pouco amarelado? Resposta: o branco dos olhos dela.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Fique esperto em algo que cai DIRETO em prova: inversão do sujeito.<br />

– Agradou-me, desde ontem pela manhã, quando ele me havia ligado, o fato de ter<br />

uma pessoa amiga ao meu lado em situações difíceis.<br />

Bizu do achamento: O que me agradou desde ontem pela manhã, quando ele me havia<br />

ligado? Resposta: o fato de ter uma pessoa amiga ao meu lado em situações difíceis.<br />

Dica de irmão: as bancas adoram trabalhar questão com sujeito deslocado. Por isso,<br />

coloque na ordem direta: “O fato de ter uma pessoa amiga ao meu lado em situações<br />

difíceis agradou-me...”. Não confunda sujeito deslocado com objeto direto. Falarei sobre<br />

isso mais à frente.<br />

2) Segundo a tradição gramatical, o sujeito não pode vir regido de preposição, ou seja,<br />

nenhum verbo ou nome pode exigir uma preposição que inicie o sujeito, portanto nunca<br />

confunda com sujeito o termo preposicionado que vier antes do verbo. Normalmente a<br />

frase se encontra na ordem indireta, <strong>para</strong> dificultar a identificação do sujeito.<br />

– A Cleópatra era feita por cada subordinado uma mesura em suas aparições<br />

públicas. (Na ordem direta, fica mais fácil identificar o sujeito: Uma mesura era feita


por cada subordinado a Cleópatra (objeto indireto) em suas aparições públicas.)<br />

– Nunca nos custou, por mais que todos se opusessem a nossa parceria, manter nossa<br />

amizade. (Na ordem direta: Manter nossa amizade nunca nos custou, por mais que<br />

todos se opusessem a nossa parceria.)<br />

Apesar de Bechara e outros gramáticos não desaprovarem a contração antes de sujeito de<br />

verbo no infinitivo, a maioria dos gramáticos, respaldados pela doutrina de que “o sujeito<br />

não pode vir regido de preposição”, dizem que isso é uma incorreção gramatical. Veja:<br />

– Em virtude da regra gramatical impedir qualquer construção com sujeito<br />

preposicionado, devemos evitar qualquer contração antes de infinitivo. (construção<br />

não privilegiada)<br />

– Em virtude de a regra gramatical impedir qualquer construção com sujeito<br />

preposicionado, devemos evitar qualquer contração antes de infinitivo. (construção<br />

privilegiada)<br />

– A fim dela, a opinião minoritária, não nos fazer errar uma questão na prova,<br />

optemos pela visão tradicional, a saber: não se deve contrair preposição com artigo<br />

ou pronome antes de verbo no infinitivo. (construção não privilegiada)<br />

– A fim de ela, a opinião minoritária, não nos fazer errar uma questão na prova,<br />

optemos pela visão tradicional, a saber: não se deve contrair preposição com artigo<br />

ou pronome antes de verbo no infinitivo. (construção privilegiada)<br />

A justificativa de Bechara e a de outros, que aprovam as quatro construções anteriores, é a<br />

de que a preposição rege a oração, e não o sujeito, por isso não haveria problema algum na<br />

contração, a qual, inclusive, torna a frase mais eufônica e natural. Já falei sobre isso em<br />

Pronome Pessoal e Preposição!<br />

O que eu vou falar agora não cai em prova nenhuma, mas, cá entre nós, o sujeito pode estar<br />

preposicionado sem estar regido de preposição: “Meus alunos estudaram muito <strong>para</strong> a<br />

prova. Entre dez e vinte passaram”.


Classificação do Sujeito<br />

Já que sabemos o que é um sujeito e como identificá-lo, vamos ver os tipos de sujeito.<br />

Simples<br />

Apresenta somente um núcleo explícito.<br />

– Alguém escondeu a minha bolsa.<br />

– Quem foram os beneficiados pelo projeto esportivo?<br />

– As despesas das casas de praia e de campo ficaram por minha conta.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Há determinadas construções de sujeitos simples tão grandes que dentro delas há outros<br />

termos exercendo outras funções sintáticas (como adjuntos adnominais), inclusive outras<br />

orações dentro do próprio sujeito (como orações adjetivas), mas não se preocupe. É o<br />

chamado sujeito “complexo” <strong>para</strong> certos gramáticos, como Eduardo Carlos Pereira. Você<br />

deve observar o núcleo do sujeito e a relação dele com o verbo da oração. Veja dois<br />

exemplos:<br />

– O novo desentendimento público entre os ministros Joaquim Barbosa (relator) e<br />

Ricardo Lewandowski (revisor) expôs a ponta de uma questão que pode se tornar a<br />

mais grave deformação no julgamento da Ação Penal 470, chamada de mensalão.<br />

Só há um núcleo do sujeito: desentendimento. Por isso, o verbo está no singular: expôs.<br />

– O simples fato de exercer o jornalismo honesto sem detrimento das opiniões<br />

ditadas pelo nosso espírito crítico e pela nossa visão da vida e do mundo nos<br />

distingue brutalmente dos arautos do pensamento único, representantes e intérpretes<br />

da casa-grande. (Mino Carta)<br />

Só há um núcleo do sujeito: fato. Por isso, o verbo está no singular: distingue.<br />

– A mulher que foi espancada pelo marido resolveu denunciá-lo.<br />

Só há um núcleo do sujeito: mulher. Por isso, o verbo está no singular: resolveu<br />

denunciar.<br />

Os gramáticos Gladstone Chaves de Melo e Celso Pedro Luft corroboram tais análises<br />

desses sujeitos enormes (sujeito complexo).<br />

2) Ainda há sujeito simples em frases nas quais dois ou mais termos são ligados pela<br />

conjunção e, mas equivalem a uma ideia só, formando uma expressão (note que o verbo<br />

fica no singular):<br />

– “Ordem e Progresso” faz parte de nossa bandeira. (Sem aspas, pode gerar<br />

ambiguidade.)<br />

– Casseta e Planeta vai fundo!


– Plástica & Beleza vem se consolidando no mercado como uma das revistas mais<br />

lidas sobre estética.<br />

3) Revisite voz verbal! E fique esperto quando o verbo vier acompanhado de partícula<br />

apassivadora, na voz passiva sintética. Estou dizendo isso, pois muita gente confunde o<br />

sujeito simples com o indeterminado. Uma maneira fatal de resolver esse problema é<br />

passar a frase <strong>para</strong> a voz passiva analítica. Se conseguir, o sujeito não é indeterminado.<br />

Teste:<br />

– Comemora-se ainda hoje um aninho de vida de meu filho. (voz passiva sintética;<br />

sujeito simples)<br />

– Um aninho de vida de meu filho é comemorado ainda hoje. (voz passiva analítica;<br />

sujeito simples)<br />

– É preciso que se incuta nos partidos políticos brasileiros, tachados de corruptos, o<br />

valor da honestidade. (voz passiva sintética; sujeito simples)<br />

– É preciso que o valor da honestidade seja incutido nos partidos políticos<br />

brasileiros, tachados de corruptos. (voz passiva analítica; sujeito simples)<br />

* Na voz passiva, o sujeito é chamado de paciente. Na ativa, de sujeito agente.<br />

4) Por motivo de ênfase ou de expressividade, o sujeito pode ser pleonástico. Isso ocorre<br />

principalmente no registro coloquial: Esses alunos, eles me dão muito orgulho.<br />

Oculto<br />

Apresenta um núcleo implícito, elíptico, mas facilmente identificável pelo contexto ou pela<br />

desinência do verbo. Por isso, este tipo de sujeito é chamado de oculto, implícito, elíptico,<br />

desinencial etc.<br />

– Não consigo deixar as responsabilidades de lado. (Quem não consegue? Eu. Percebe-se<br />

isso pela desinência do verbo.)<br />

– Todo procedimento médico deve ser bem programado; só será bem-sucedido se houver<br />

acompanhamento e manutenção. (O que será bem-sucedido? O procedimento médico.)<br />

– Escondeste minha bolsa onde? (Fica fácil perceber que o sujeito oculto é o tu, pois a<br />

desinência/terminação do verbo é de 2 a pessoa do singular, ou seja, “Tu escondeste a<br />

minha bolsa onde?”.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Se o verbo vier no imperativo, o sujeito normalmente virá implícito: “Nunca mais<br />

esconda (você) a minha bolsa!”.<br />

2) Em contextos maiores, o sujeito oculto é um ótimo recurso de coesão <strong>para</strong> evitar a<br />

repetição de uma palavra já mencionada. No entanto, devemos ficar atentos ao contexto


(principalmente aos verbos) <strong>para</strong> percebermos isso:<br />

– O Papa Bento XVI enalteceu neste sábado a “coragem” dos jovens sírios diante da<br />

violência em seu país – que já causou a morte de mais de 27.000 pessoas –, em<br />

discurso na sede do patriarcado maronita de Bkerke, no norte de Beirute. “Entre nós<br />

há jovens provenientes da Síria e quero dizer o quanto admiro sua coragem”,<br />

destacou em seu discurso em um encontro com milhares de jovens cristãos, ao qual<br />

também assistiram representantes de outras religiões.<br />

Note que o sujeito da forma verbal destacou é oculto, tendo como referente “O Papa”.<br />

3) O sujeito oculto pode ser hipotético (representado pelo pronome demonstrativo<br />

anafórico: isso) em determinados contextos, como:<br />

– Saia daqui, menino, porque é conversa de adulto. (... isso é conversa de adulto.)<br />

– Seria trágico se não fosse cômico. (Isso seria trágico se isso não fosse cômico.)<br />

– Eu lhe implorei que não saísse naquela noite, pois era perigoso. (... isso (sair<br />

naquela noite) era perigoso.)<br />

Composto<br />

Apresenta mais de um núcleo explícito.<br />

– Minha chave, minha bolsa, minha moto foram roubadas.<br />

– Indignados ficaram os moradores da zona oeste e os da zona sul com o descaso.<br />

– Tanto a felicidade como a tristeza são estados de espírito.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Há alguns casos em que o sujeito composto não leva o verbo ao plural. Vou citar apenas<br />

três agora, porquanto tratarei melhor do assunto mais à frente, em Concordância.<br />

I. Se o sujeito composto vier depois do verbo, este pode concordar com o termo mais<br />

próximo, ficando no singular: Foi escondida minha bolsa e minha chave.<br />

II. Quando há uma enumeração de núcleos do sujeito composto e no fim há um termo<br />

resumitivo, como em “Velhos, crianças, mulheres e homens, ninguém sobreviveu ao<br />

desastre.”, o verbo concorda com o termo resumitivo.<br />

III. Quando os núcleos do sujeito designam a mesma pessoa ou coisa: Morre o mais<br />

famoso escritor, cantor e compositor brasileiro aos 70 anos.<br />

2) Caiu certa vez uma questão muito interessante no concurso da EAGS, em 2008. Tratavase<br />

de tipos de sujeito. Observe o comentário oficial da banca sobre a frase “Os dois<br />

apenas sentimos o desejo de mudar o mundo.”: “o sujeito Os dois classifica-se como<br />

simples e não como implícito na desinência verbal. O que ocorre é uma concordância<br />

ideológica, em que há silepse de pessoa, pois o verbo sentimos, na 1 a pessoa do plural,


permite que consideremos que o locutor do enunciado se inclua ideologicamente no<br />

sujeito Os dois, que está na 3 a pessoa do plural.”. Falarei melhor sobre isso em Silepse,<br />

no capítulo de Concordância.<br />

3) Na frase “Pedro e Bino, dancem com elas”, o termo destacado não pode ser o sujeito<br />

composto do verbo dançar, pois há uma vírgula entre eles. Analisa-se o termo destacado<br />

como vocativo, e o sujeito está oculto (Pedro e Bino, dancem (vocês) com elas).<br />

Indeterminado<br />

Este tipo de sujeito é interessante, pois se assemelha ao oculto. Só que, apesar de o verbo<br />

indicar que houve uma ação praticada por alguém, a identidade do sujeito é indeterminada.<br />

Indetermina-se o sujeito normalmente por três motivos: 1) por não se saber sua identidade, 2)<br />

por querer torná-lo desconhecido ou 3) por generalização. Existem três construções com<br />

sujeito indeterminado na língua culta.<br />

1) Verbo na 3 a pessoa do plural sem sujeito explícito.<br />

– Criticaram-nos na reunião de ontem. (Alguém criticou, mas quem?)<br />

– Normalmente falam pelas costas por ser mais conveniente. (Alguém fala, mas quem?)<br />

– Esconderam minha bolsa. (Alguém escondeu, mas quem?)<br />

Obs.: Em “Meus filhos João e Pedro vivem aprontando. Outra vez esconderam minha<br />

bolsa.”, o verbo esconder não apresenta sujeito explícito e está na 3 a pessoa do plural,<br />

no entanto não há indeterminação do sujeito, pois o contexto indica quem são os que<br />

praticaram a ação de esconder. Logo, o sujeito do verbo esconder é oculto, e não<br />

indeterminado. Fique esperto!<br />

2) Verbo (de ligação, intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto seguido de<br />

preposição) na 3 a pessoa do singular + partícula de indeterminação do sujeito se,<br />

indicando uma ideia de generalização/indefinição. (Recomendo dar uma conferida em<br />

predicação verbal, um pouco mais à frente, ainda neste capítulo.)<br />

– Só se é feliz neste lugar por causa de vocês. (Quem é feliz? Todos que são de lá.)<br />

– Vive-se bem quando há paz e segurança. (Quem vive bem? Todos.)<br />

– Tratava-se de doenças gravíssimas naquela clínica. (Quem tratava? Alguém.)<br />

– Ama-se a Deus nesta Igreja. (Quem ama a Deus? Todos que a frequentam.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Observe a excelente abordagem da pesquisadora Christiana Lourenço Leal sobre<br />

indeterminação do sujeito, em seu estudo A transitividade, as vozes verbais e o ensino


da gramática – O problema de critérios semânticos na definição das funções<br />

sintáticas:<br />

“(11) Come-se bem aqui nesta cidade. / (12) Come-se bem aqui nesta cidade uma<br />

bela feijoada. No exemplo (11) temos um caso de sujeito indeterminado. Mas isso só<br />

acontece porque não há termo na oração que possa funcionar como sujeito, visto que<br />

todos são adjuntos adverbiais. Logo, “alguém come”, mas não se pode precisar quem.<br />

Já no exemplo (12) há um sujeito simples: “uma bela feijoada”. É equivalente a<br />

“Uma bela feijoada é comida.”. Como se pode observar, foi só aparecer um termo<br />

que pudesse se adequar à função de sujeito que se transformou uma oração de sujeito<br />

indeterminado em uma oração caracterizada por verbo em voz passiva.”<br />

Por isso, não confunda a partícula se (indeterminadora) com se (apassivadora). A<br />

partícula apassivadora aparece com verbo transitivo direto sem estar seguido de termo<br />

preposicionado e pode-se desdobrar a oração que a contém em passiva analítica; isso já não<br />

ocorre com o verbo acompanhado da partícula de indeterminação do sujeito.<br />

– Vendeu-se tudo da loja. (Tudo da loja foi vendido.)<br />

– Duvida-se de tudo hoje em dia. (De tudo é duvidado hoje em dia? (construção<br />

inexistente)<br />

Note que o verbo concorda com o sujeito. Segundo a gramática tradicional, a construção<br />

“Vendeu-se todos os produtos da loja.” estaria incorreta, devendo ser “Venderam-se todos<br />

os produtos da loja.” (= Todos os produtos da loja foram vendidos.).<br />

No entanto... na prova de Analista Judiciário (STF) de 2008, elaborada pela banca<br />

Cespe/UnB, veja a questão 2 (deveria ter sido anulada, mas não foi):<br />

“Preservando-se a correção gramatical do texto, bem como sua coerência<br />

argumentativa, a forma verbal “mudam-se” (Na economia, por exemplo, mudam-se os<br />

valores de uso concreto e qualitativo <strong>para</strong> os valores de troca geral e quantitativa)<br />

poderia ser empregada também no singular”.<br />

Ela foi considerada correta. Incrível, não? “Mas por que, Pest? O verbo não precisa<br />

concordar com o sujeito paciente?” Resposta: também acho, mas... alguns linguistas e<br />

gramáticos, como o senhor Evanildo Bechara, Said Ali, João Andrade Peres, Telmo Moía e<br />

José Carlos de Azeredo, entendem que o verbo transitivo direto pode vir seguido de índice<br />

de indeterminação do sujeito, mesmo quando não há objeto direto preposicionado depois.<br />

Segundo Bechara, em “Vende-se casas./Vendem-se casas.”, ambas as sintaxes são corretas,<br />

e a primeira não é absolutamente modificação da segunda. São apenas dois estágios<br />

diferentes de evolução”. Interessante é que, no capítulo de concordância da gramática do<br />

homem, ele diz que o verbo tem de ficar no plural nesse mesmo caso, o que significa que o<br />

se é apassivador, logo o certo seria apenas “Vendem-se casas. = Casas são vendidas.”. Sim,


ele se contradiz, e a banca Cespe vacilou! Muita polêmica nesta questão, mas precisamos<br />

ficar atentos às próximas questões do Cespe, que, nessa situação, estabeleceu um padrão. O<br />

fato é que 99,99% dos gramáticos normativos não concordam com essa doutrina, ok?<br />

Recurso neles! Para a explicação ficar completa, a tal minoria que aceita “Vende-se casas”<br />

analisa o “se” como índice de indeterminação do sujeito e “casas” como objeto direto. O<br />

mais incrível é que uma banca já trabalhou esta visão ultrapolêmica: FGV – PC/RJ –<br />

INSPETOR – 2008 – QUESTÃO 21 (c).<br />

3) Verbo no infinitivo impessoal.<br />

– Para conquistar sua confiança, é necessário trabalhar arduamente. (= Para (alguém)<br />

conquistar sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar arduamente.)<br />

Já na frase “Nós estamos destinados a passar na prova.”, apesar de o verbo não estar<br />

flexionado, ele tem pessoa, ele tem sujeito, o sujeito oculto de passar tem como referente o<br />

sujeito de estar, isto é: nós.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Existem certos casos de sujeito indeterminado próprios do registro coloquial, quando<br />

usamos as expressões você, a gente, muita gente, todo o mundo, geral etc. como sujeito.<br />

Veja uma questão sobre isso.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,<br />

biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao<br />

receber o órgão transplantado? Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o coração em<br />

frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias<br />

obstruídas e os batimentos devagar quase <strong>para</strong>ndo. A vida se esvai, mas localizaram um doador compatível: já<br />

<strong>para</strong> a mesa de cirurgia. Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum, tum-tum, tum-tum. Um espetáculo.<br />

O médico lhe dá uma sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do quarto. (...)<br />

10. (Funiversa – Terracap – Administrador – 2010) Com relação ao texto, assinale a alternativa incorreta.<br />

d) O pronome “Você” é empregado na frase como forma de indeterminar o agente da ação, traço característico da<br />

oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital” corresponde a Entrou-se no hospital.<br />

Comentário: Esta opção não foi o gabarito, logo a afirmação da d) está adequada. Sobre a<br />

ideia de generalização, indeterminação, é interessante dizer que algumas gramáticas mais<br />

atentas aos fenômenos linguísticos, principalmente as descritivas, nos informam que, no<br />

registro coloquial, o pronome você pode ser usado <strong>para</strong> indeterminar o sujeito, com um viés<br />

de generalização. Imagine que você esteja conversando com alguém sobre viajar de avião,<br />

mas nem você nem a pessoa viajaram de avião. Aí você diz a ela: “Viajar de avião deve<br />

ser muito ruim, porque quando você pega um avião, você sente um mal-estar, fora o risco<br />

de você morrer, não é?”. Este você se refere a quem? Ao falante, ao ouvinte ou a todos os<br />

que pegam avião? Percebe a ideia de generalização? Essa é uma forma, coloquial, de


indeterminar o sujeito. Interessante, não?<br />

2) Sempre acho muito importante dizer que, quando o núcleo é um pronome indefinido ou<br />

interrogativo, não há indeterminação do sujeito, ou seja, há sujeito simples nestas frases:<br />

“Quem me ligou?” “Alguém ligou, pai.”.<br />

Oração sem Sujeito (sujeito inexistente)<br />

As orações sem sujeito sempre apresentam verbos impessoais, os quais, por sua semântica,<br />

não apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais verbos são usados na 3 a pessoa do<br />

singular (exceto o engraçadinho do ser).<br />

De todos os verbos impessoais, muita atenção ao verbo haver. Todo ano cai uma<br />

questão sobre ele, seja em oração sem sujeito, seja em concordância. É incrível a tara<br />

que as bancas têm com esse verbo.<br />

1) Haver com sentido de existência, ocorrência ou tempo decorrido.<br />

– Havia poucas pessoas aqui. (Existiam poucas...)<br />

– Houve duas confusões ali. (Ocorreram duas...)<br />

– Abandonei o cigarro há três meses. (... faz três mês...)<br />

Cuidado!!!<br />

1) O verbo ter pode ter sentido existencial (Mas é coloquial neste sentido, ok?): “Terá<br />

reuniões aqui.”, “Tinha uma pedra no meio do caminho.” (C. Drummond)<br />

2) Lembrando que o verbo haver pode ser pessoal, ou seja, ter sujeito, se fizer parte de uma<br />

locução verbal como auxiliar ou se tiver outros sentidos (não tão usuais): “Ele haveria<br />

de fazer isso.”, “Enfim (eu/ele) havia entendido o mistério.”, “Os rivais se houveram no<br />

ringue.”, “Eu me haverei bem diante dos convidados.”, “Os criminosos se houveram<br />

com a justiça.”.<br />

3) Os verbos existir e ocorrer são pessoais, logo sempre têm sujeito, normalmente<br />

aparecendo depois do verbo, por isso muitos confundem com objeto direto: Existem<br />

pessoas merecedoras da morte. (sujeito simples) / Ocorrem às vezes certos<br />

contratempos aqui. (sujeito simples)<br />

4) Todos os verbos impessoais, quando acompanhados de auxiliares, transmitem a estes sua<br />

impessoalidade, ficando no singular.<br />

– Há lanches sobre a mesa.<br />

– Deve haver lanches sobre a mesa. (e não “Devem haver...”)<br />

5) O verbo haver é transitivo direto quando impessoal, logo em “Houve cem acidentes na<br />

Avenida Brasil em apenas dois meses.”, cem acidentes é objeto direto. Se fosse<br />

“Ocorreram cem acidentes...”, cem acidentes seria sujeito. Cuidado com a maldade no


coração de alguns “homens da banca”, pois eles podem pegar o objeto direto e colocar<br />

antes do verbo <strong>para</strong> que você confunda com um sujeito; exemplo: “Apenas um acidente<br />

houve na Avenida Brasil.”. Como o verbo haver tem sentido de ocorrer, ainda é<br />

impessoal, logo continua exigindo objeto direto, a saber: apenas um acidente. Não<br />

confunda sujeito com objeto!<br />

2) Fazer, parecer, ficar, estar indicando tempo ou aspectos naturais.<br />

– Não a vejo faz dez meses.<br />

– Aqui fez invernos rigorosos ano passado.<br />

– Parecia tarde da noite.<br />

– Ficou escuro do nada.<br />

– Estava frio naquele dia.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os verbos fazer, parecer, ficar, estar podem ser pessoais, ou seja, ter sujeito (em<br />

negrito): “Fazem dez anos de casamento ainda hoje os meus amigos.”, “Todos pareciam<br />

abobalhados.”, “Alguém ficou sem o convite?, “Vocês estão bem?”.<br />

2) Todos os verbos impessoais, quando acompanhados de auxiliares, transmitem a estes sua<br />

impessoalidade, ficando no singular.<br />

– Fará dias quentes em dezembro.<br />

– Vai fazer dias quentes em dezembro. (e não “Vão fazer...”)<br />

3) O verbo faltar não é impessoal, mesmo quando indica tempo decorrido, portanto em<br />

“Faltam dois anos <strong>para</strong> a Copa.”, dois anos é o sujeito. Equivoca-se quem diz: “Falta<br />

dois anos <strong>para</strong> a Copa.”.<br />

3) Ir + <strong>para</strong>/em indicando tempo decorrido.<br />

– Vai <strong>para</strong> dois anos que ela está na França.<br />

– Vai em cinco anos desde a últimas vez que nos falamos.<br />

Obs.: O verbo ir pode ser pessoal: “Já se foram duas horas de aula...”, “Ele foi à festa.”.<br />

4) Passar + de indicando tempo.<br />

– Já passava das duas horas da manhã!<br />

Obs.: Verbo passar pessoal: “Passou-se meia hora de aula.”, “Ele passou há dez minutos<br />

aqui.”.


5) Bastar/Chegar + de no imperativo, indicando suficiência.<br />

– Basta de tolices! Chega de problemas!<br />

Obs.: Os verbos bastar e chegar podem ser pessoais: “Quatro fatias não chegam <strong>para</strong> tua<br />

satisfação?”, “Não basta ser amigo, ok?”.<br />

6) Tratar-se + de indicando um assunto.<br />

– Paro de falar aqui, pois não se trata de quem tem ou não razão.<br />

Obs.: Tanto Bechara quanto Kury aceitam esta análise (oração sem sujeito), mas a<br />

demolidora maioria diz que o sujeito é indeterminado – sendo a partícula se<br />

indeterminadora do sujeito. O verbo tratar, nesse caso, nunca se pluraliza! Sobre a<br />

visão da maioria (a única que já vi aparecer em prova), consulte: FGV – SEFAZ/RJ –<br />

AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2011 – QUESTÃO 8. / Cespe/UnB –<br />

TRT/MA (16 a R) – AUXILIAR Judiciário – 2005 – QUESTÃO 9. / IBFC – PGE/SP –<br />

OFICIAL ADMINISTRATIVO – 2011 – QUESTÃO 10.<br />

7) Ser indicando tempo vago, hora, data, distância e aspectos naturais.<br />

– Era uma vez um lugarzinho no meio do nada...<br />

– São três horas da madrugada.<br />

– Hoje são dezoito de outubro.<br />

– São dois quilômetros daqui a sua casa.<br />

– Já era manhã de primavera quando acordei.<br />

Obs.: O verbo ser é o único impessoal que fica no plural, como você pôde ver! Verbo ser<br />

pessoal: “Ele é gente boa.”, “O presidente será reeleito?”.<br />

8) Certos verbos que indicam sensações, como doer, coçar, cheirar etc.<br />

– Meu filho, onde lhe dói?<br />

– Coça muito aqui atrás, doutor.<br />

– Realmente cheira mal atrás de suas costas.<br />

9) Verbos que indicam fenômenos naturais (chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,<br />

escurecer).<br />

– Ventou, trovejou, choveu e depois nevou no Sul do país.<br />

Obs.: Em sentido figurado, todos esses verbos são pessoais: “O patrão escureceu de


aiva.”, “Assim que o dia amanheceu lá no mar alto da paixão...” (Djavan), “Todos os<br />

dias chovem notícias tristes nos jornais.”. Esses verbos são normalmente intransitivos,<br />

mas, em frases como a que segue, o verbo vira transitivo direto: “Chovia uma chuva<br />

fininha.”, em que uma chuva fininha é o objeto direto, e a oração não tem sujeito, pois o<br />

sentido não é figurado. Falarei melhor sobre isso em Objeto Direto Interno.<br />

Oracional<br />

O sujeito é oracional quando vem em forma de oração. O verbo do sujeito oracional fica<br />

sempre na 3 a pessoa do singular.<br />

– Quem semeia vento colhe tempestade.<br />

– Não é saudável, embora seja delicioso, comer frituras todos os dias.<br />

– Viu-se que ela tem grande potencial na música.<br />

Obs.: Falo melhor sobre isso em Orações Subordinadas Substantivas e em Orações<br />

Reduzidas.<br />

Veja uma questão bacaninha:<br />

48. (Cespe/UnB – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 2012) A flexão de singular na forma verbal “importava”<br />

(... regido por leis físicas e matemáticas, que importava descobrir e estudar) justifica-se por ser o sujeito da oração<br />

indeterminado, de interpretação genérica.<br />

( ) CERTO<br />

( X ) ERRADO<br />

Comentário: Errado. O verbo importar está no singular porque concorda com o sujeito<br />

oracional descobrir e estudar, ou seja, “... descobrir e estudar importava...”. Logo, se há<br />

sujeito na frase, mesmo sendo oracional, não podemos dizer que ele é indeterminado.


Predicado<br />

O predicado é a soma de todos os termos da oração, exceto o sujeito e o vocativo. É tudo o<br />

que se declara na oração referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta um<br />

verbo.<br />

– A língua portuguesa sofreu uma reforma ortográfica polêmica em 2009.<br />

Lembre que as bancas são maliciosas, logo “pedaços” que compõem o predicado poderão<br />

estar “espalhados” pela frase. Veja:<br />

– Em 2009, sofreu a língua portuguesa uma reforma ortográfica polêmica.<br />

Nas orações sem sujeito, tudo é predicado, por um motivo muito óbvio: não há sujeito.<br />

– Pode haver até duzentos alunos em sala de aula em um aulão de véspera. (só há<br />

predicado)<br />

Às vezes, o verbo do predicado aparece implícito. Note que há dois predicados na frase<br />

abaixo:<br />

– Meu irmão comeu três maçãs, e eu, duas. (Meu irmão comeu três maçãs, e eu comi<br />

duas.)<br />

Para o reconhecimento dos tipos de predicado, precisamos entender o conceito de<br />

predicação verbal ou transitividade verbal, afinal, não existe predicado sem verbo. O<br />

verbo tem um papel muito importante, pois mantém relações com os outros termos da frase.<br />

Portanto, estude bem esta parte, ok? Vamos lá...


Predicação Verbal / Transitividade Verbal<br />

Predicação verbal (ou transitividade verbal) é a relação entre o verbo e outros termos da<br />

oração, principalmente dentro do predicado. E, quanto à predicação, diz-se que os verbos<br />

podem ser de ligação, intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto<br />

e indireto.<br />

Existem dois grupos de verbos: os nocionais (intransitivos e transitivos) e os relacionais<br />

(de ligação, normalmente: ser, estar, ficar, permanecer, continuar, parecer, tornar-se,<br />

encontrar-se, transformar-se, converter-se...).<br />

Obs.: É bom dizer que, em locuções verbais, o verbo principal é o que “carrega” o valor<br />

nocional ou relacional: “Você precisa ficar bom.” (verbo relacional) / “Você precisa<br />

estudar mais.” (verbo nocional).<br />

Verbo de Ligação<br />

Também chamado de copulativo, o verbo de ligação relaciona o sujeito ao seu predicativo<br />

(atributo que indica estado, qualidade ou condição do sujeito). Os verbos de ligação não<br />

indicam ação alguma por parte do sujeito, por isso são tradicionalmente “vazios” de<br />

significado, indicando apenas estado, e por isso o núcleo do predicado, somente neste caso,<br />

não é o verbo, mas sim o predicativo.<br />

– João é alegre. (estado permanente)<br />

– João está alegre. (estado transitório)<br />

– João ficou alegre. (estado mutatório)<br />

– João permanece alegre. (estado continuativo)<br />

– João parece alegre. (estado aparente)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda verbo relacional, que indica estado, com verbo nocional, que,<br />

normalmente, indica ação.<br />

77. (FAB – AFA – Oficial – 2011/2012) De acordo com a análise morfossintática dos termos sublinhados abaixo, pode-se<br />

concluir que está INCORRETA a afirmativa:<br />

b) em “A fonte da felicidade pública se transforma no <strong>para</strong>-raios do rancor público”, a expressão grifada é predicativo<br />

do sujeito.<br />

Comentário: O gabarito é outro, mas vamos nos ater à letra B. Pode ser que você confunda<br />

o verbo de ligação transformar-se com um verbo transitivo indireto, uma vez que,<br />

aparentemente, tal verbo exige um complemento preposicionado (no <strong>para</strong>-raios do rancor<br />

público). No entanto, note que o verbo transformar-se indica uma mudança de estado entre<br />

o sujeito e o predicativo, a saber: a fonte da felicidade pública se torna o <strong>para</strong>-raios do


ancor público. Portanto, transformar-se (em) é um verbo de ligação, sinônimo de<br />

converter-se (em), como nos ensina Bechara.<br />

2) A predicação do verbo depende do seu valor no contexto frasal. Logo, o verbo de<br />

ligação pode deixar de ser de ligação <strong>para</strong> ter outra predicação. E verbos que não são de<br />

ligação podem passar a ser de ligação, como viver, andar, cair, virar, dar etc. Entenda:<br />

– No princípio era estudante... (verbo de ligação)<br />

– “No princípio era o verbo...” (= existia; verbo intransitivo)<br />

– O aluno fica contente com boas explicações. (verbo de ligação)<br />

– O aluno deve ficar em sala de aula até segunda ordem. (verbo intransitivo, pois vem<br />

seguido de adjunto adverbial)*<br />

– Eu estou sempre satisfeito. (verbo de ligação)<br />

– “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mateus 28:20; verbo<br />

intransitivo seguido de adjunto adverbial de companhia)<br />

– As pessoas continuam apáticas. (verbo de ligação)<br />

– As pessoas continuam em frente à sacada. (verbo intransitivo seguido de adjunto<br />

adverbial de lugar)<br />

– Ele parece bem esforçado. (verbo de ligação)<br />

– Parece que vai chover. (= aparenta; verbo intransitivo)<br />

* Normalmente os verbos de ligação que se tornam intransitivos vêm seguidos de adjunto<br />

adverbial (de lugar, principalmente).<br />

– Eu vivo bem. (verbo intransitivo)<br />

– Nós estamos vivendo o momento. (verbo transitivo direto)<br />

– Que mulher complicada! Ela vive de má vontade. (verbo de ligação)<br />

– Ainda vou andar rapidamente. (verbo intransitivo)<br />

– Melina anda feliz esses dias. (verbo de ligação)<br />

– O rapaz virou o móvel <strong>para</strong> limpar a sujeira. (verbo transitivo direto)<br />

– O rapaz virou drag queen. (verbo de ligação)<br />

– Segundo noticiado, assassino segue suas vítimas à noite. (verbo transitivo direto)<br />

– Segundo noticiado, assassino segue preso. (verbo de ligação)<br />

– José lhe deu a melhor explicação possível. (verbo transitivo direto e indireto)<br />

– José deu um excelente professor de português. (verbo de ligação)<br />

– O homem caiu da cama. (verbo intransitivo)<br />

– O homem caiu de cama. (verbo de ligação)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

19. (Exército – EsSA – Sargento – 2006) A oração cujo predicado tem a mesma classificação que em “João Teodoro caiu<br />

em meditação profunda” é:


a) “E sumiu.”<br />

b) “Chamava-se João Teodoro, só.”<br />

c) “Um dia aconteceu a grande novidade...”<br />

d) “Mas, como? Agora que você está delegado?” (Gabarito!)<br />

e) “Já teve três médicos bem bons...”<br />

Comentário: Tanto o verbo estar como o verbo cair indicam estado (transitório e mutatório,<br />

respectivamente). Ambos são verbos de ligação, por isso estamos diante de um predicado<br />

nominal.<br />

2) Alguns verbos (conhecidos como incoativos, segundo o grande mestre Celso Cunha),<br />

apesar de indicarem estado (mutatório), não são de ligação, mas intransitivos: adoecer,<br />

emagrecer, empobrecer, melhorar., que equivalem a “ficar doente, ficar magro, ficar<br />

pobre, ficar melhor.” Sobre isso, veja uma questão extremamente polêmica, que deveria<br />

ter sido anulada, mas não foi, por associarem equivocadamente verbo intransitivo à<br />

ideia de ação:<br />

19. (Exército – EsPCEx – Oficial – 2011) No trecho, “Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo que nem<br />

melhorava nem matava.” (linha 29), os verbos sublinhados indicam, respectivamente:<br />

a) ação – ação – ação – ação (Gabarito!);<br />

b) ação – estado – ação – estado;<br />

c) estado – ação – estado – ação;<br />

d) estado – ação – ação – ação;<br />

e) ação – ação – estado – ação.<br />

Comentário: A resposta deveria ter sido a letra e), pois melhorar indica estado mutatório.<br />

Fica a lição: nem todo verbo intransitivo indica ação.<br />

Intransitivo<br />

O verbo intransitivo é aquele que contextualmente não exige complemento, por ter sentido<br />

completo.<br />

Segundo a visão tradicional, consideram-se verbos intransitivos também aqueles que,<br />

indicando deslocamento ou moradia, normalmente vêm acompanhados de uma expressão<br />

adverbial (de lugar, principalmente).<br />

– No dia 5 de outubro de 2011, morre o famoso inventor Steve Jobs.<br />

– Encerraram-se as sessões de cinema às 22h.<br />

– Todos chegaram ao teatro à noite.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Cuidado com os verbos ir, chegar, voltar, regressar, partir, retornar, morar, residir,<br />

habitar e sinônimos, pois eles aparentemente exigem um objeto indireto, mas na<br />

verdade são apenas especificados por um adjunto adverbial indicando lugar. Esta é a<br />

visão tradicional. Alguns estudiosos, como Celso P. Luft, em seu Dicionário de Regência<br />

Verbal, entendem que os verbos que indicam deslocamento podem ser analisados como


transitivos indiretos. Voltando à visão tradicional... Tais verbos são acompanhados de<br />

adjunto adverbial de lugar, pois, caso contrário, o interlocutor não entenderia plenamente<br />

uma frase como esta: “Você sabia que ele foi?” (Pergunta óbvia: Ele foi aonde?). Esses<br />

verbos precisam de um especificador de lugar, e não de um complemento. Há muita<br />

polêmica em torno disso. Rocha Lima, por exemplo, fala em “complemento<br />

circunstancial”. Não obstante, pela gramática tradicional, reitero: tais verbos são<br />

considerados intransitivos e são seguidos de adjuntos adverbiais de lugar!<br />

2) Certos intransitivos podem ser transitivos diretos ou indiretos, contextualmente.<br />

– Vou dormir cedo. (verbo intransitivo)<br />

– Vou dormir um sono profundo. (verbo transitivo direto)<br />

– Sua ajuda financeira não basta, meu amigo! (verbo intransitivo)<br />

– Sua ajuda financeira não basta <strong>para</strong> mim, meu amigo! (verbo transitivo indireto)<br />

Transitivo Direto<br />

O verbo transitivo direto é aquele que contextualmente exige um complemento sem<br />

preposição obrigatória (objeto direto). Uma maneira de saber se o verbo é transitivo direto se<br />

dá por meio da passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva. Se isso ocorrer, o verbo é de fato<br />

transitivo direto (99,99% das vezes).<br />

– Por que os homens destroem assim a natureza? (Destrói-se algo/alguém)<br />

– Sabemos que o mercado imobiliário está em ascensão. (Sabe-se algo)<br />

– Consideramo-las pessoas realmente idôneas. (Considera-se alguém/algo)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não raro, o complemento deste tipo de verbo vem em forma de pronome átono (o, a, os,<br />

as (lo, las, los, las/no, na, nos, nas)).<br />

2) Às vezes, os verbos transitivos diretos vêm acompanhados de termo preposicionado em<br />

certas expressões idiomáticas, como “Puxar da espada”, “Cumprir com o dever”, “Beber<br />

da água”, “Comer da comida” etc. Falo melhor sobre isso em objeto direto<br />

preposicionado, mais à frente.<br />

3) Muitas vezes, pelo contexto, o verbo transitivo direto pode se tornar intransitivo:<br />

– O marido passou a odiar a mulher. (verbo transitivo direto)<br />

– Quem odeia se envenena aos poucos. (verbo intransitivo)<br />

– Ouço dez gêneros musicais por dia. (verbo transitivo direto)<br />

– Enfim eles estão ouvindo perfeitamente. (verbo intransitivo)<br />

4) Lembre-se: todo verbo na voz passiva, em que o objeto direto da ativa se tornou sujeito, é<br />

transitivo direto (ou transitivo direto e indireto). Portanto, em “Vende-se casa.” e “Fui


aplaudido.”, os verbos vender e aplaudir são transitivos diretos. Reitero: o VTD na<br />

forma passiva não tem OD porque este virou sujeito. Mas ele continua VTD. Se não, não<br />

haveria voz passiva.<br />

Transitivo Indireto<br />

O verbo transitivo indireto é aquele que contextualmente exige um complemento com<br />

preposição obrigatória (objeto indireto).<br />

– Concordo com você, realmente tenho de acreditar em Deus, pois aqueles que lhe<br />

desobedecem sofrem graves consequências. (Concorda-se com algo/alguém/Acredita-se<br />

em algo/alguém/Desobedece-se a alguém/algo)<br />

Obs.: Muitos transitivos indiretos aceitam o lhe como complemento, mas outros não, como<br />

aludir, anuir, assistir (=ver), atentar, investir, recorrer etc. Falo melhor sobre isso no<br />

capítulo Termos Acessórios da Oração, em Funções Sintáticas dos Pronomes Oblíquos<br />

Átonos (veja o lhe).<br />

Transitivo Direto e Indireto<br />

Também chamado de bitransitivo, o verbo transitivo direto e indireto exige dois<br />

complementos, um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto).<br />

– A comissão parlamentar comunicou o problema a todos. (Comunica-se algo a alguém)<br />

– Comprei uma blusa <strong>para</strong> mim. (Compra-se algo <strong>para</strong> alguém)<br />

– Minha mãe só conseguiu me dar à luz depois de muito esforço. (me é objeto direto e à luz,<br />

objeto indireto)<br />

Obs.: Lembre-se sempre: só o contexto determinará a classificação do verbo.<br />

– Ela escreve bem. (VI)<br />

– Ela escreveu dois poemas. (VTD)<br />

– Ela ainda não me escreveu. (VTI)<br />

– Ela não me escreveu nada. (VTDI)


Predicativo do Sujeito e do Objeto<br />

Vamos entender agora o que é o predicativo, porque este conhecimento servirá <strong>para</strong><br />

entendermos os tipos de predicado melhormente.<br />

Predicativo é o termo sintático que expressa estado, qualidade ou condição do ser ao qual<br />

se refere, ou seja, é um atributo. Normalmente aparece ligado ao sujeito por um verbo de<br />

ligação, mas não pense que só há predicativo do sujeito com verbo de ligação. Esse termo<br />

sintático pode ocorrer em orações com verbos intransitivos e transitivos.<br />

Seu núcleo é representado por um adjetivo (normalmente), um substantivo, um numeral, um<br />

pronome, uma palavra substantivada, um advérbio (segundo Bechara e Sacconi) ou uma<br />

oração.<br />

Existem dois tipos, segundo os gramáticos tradicionais, mas muitos também se referem a um<br />

terceiro tipo, por isso vejamos:<br />

1) Predicativo do sujeito: refere-se ao sujeito, caracterizando-o; não necessariamente<br />

aparece só com verbo de ligação.<br />

– (Nós) Estamos felizes.<br />

– O ônibus da seleção chegou atrasado <strong>para</strong> o jogo.<br />

– Ele foi nomeado supervisor pelo gerente.<br />

– Definiu-se o caso como impossível.<br />

– O caso foi definido como impossível.<br />

– Eles assistiram nervosos à partida.<br />

– Eles deram, muito ansiosos, um presente ao irmão.<br />

– Meu filho se tornou um grande médico.<br />

– Nós somos dez lá em casa.<br />

– Eu serei você amanhã.<br />

– Meu Brasil é o verde das matas e o amarelo do ouro.<br />

– A vida é assim, às vezes as pessoas ficam bem depois de uma se<strong>para</strong>ção.*<br />

– Nós parecemos que estamos sempre nos intrometendo na vida dos outros?<br />

* Muitas bancas, principalmente militares, insistem em analisar tais predicativos como<br />

adjuntos adverbiais de modo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O predicativo do sujeito pode vir preposicionado: A taça é de cristal. / Estou sem medo.<br />

/ Continuamos com sono. / A distância é de vinte quilômetros?<br />

2) O predicativo do sujeito pode modificar um sujeito oracional: É primordial que<br />

aprendamos gramática.<br />

3) Em orações sem sujeito com o verbo ser, existe predicativo do sujeito! Isso é estranho


demais, no entanto é assim que manda a tradição gramatical, e a gente, que não é bobo<br />

nem nada, lhe obedece. Consoante o que diz a NGB, o gramático Luiz Antonio Sacconi<br />

reitera: “Nas orações Era primavera e Estava frio, o predicado é nominal, já que nelas<br />

existem verbos de ligação, cujos predicativos são primavera e frio.”. Fiz uma pergunta à<br />

ABL sobre isso e foi-me dito o mesmo. Logo, é isso aí.<br />

4) O predicativo do sujeito pode ser representado por um pronome demonstrativo o: Ele não<br />

é feliz, mas ela o é. (... ela é feliz).<br />

5) Existe predicativo do sujeito pleonástico, ou seja, um predicativo do sujeito que retoma<br />

um predicativo do sujeito já existente na oração. Veja: “Orgulhoso, ele sempre o foi.”. O<br />

o (demonstrativo) é um predicativo do sujeito pleonástico, pois já existe um predicativo<br />

do sujeito, a saber: orgulhoso.<br />

6) Pelo mesmo princípio de tipos de sujeitos, por inferência, notamos que há predicativo<br />

simples, composto, implícito (só contextualmente) e oracional. Basta ficarmos de olho<br />

no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem em prova, meu objetivo é apenas ilustrar<br />

um fato linguístico.<br />

– Sou estudioso. (simples: um núcleo)<br />

– Sou rico e bonito. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você é feliz?” “Sou.” (oculto: = Sou (feliz))<br />

– O fato é que o assunto me intriga. (o predicativo do sujeito é oracional, pois<br />

apresenta um verbo em sua constituição)<br />

2) Predicativo do objeto direto: normalmente é uma característica dada pelo sujeito ao<br />

objeto direto; enfim, é um termo sintático que modifica o objeto direto.<br />

É bom dizer que há predicativo do objeto direto normalmente com os verbos<br />

transobjetivos (julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar,<br />

adotar, tornar, encontrar, deixar, achar...), os quais indicam opinião ou designação e<br />

normalmente exigem um objeto seguido de um predicativo do objeto.<br />

Note que predicativo do objeto é uma característica atribuída, e não inerente ao ser.<br />

– O povo elegeu-o presidente pela segunda vez.<br />

– Tu tens de me agradecer eternamente, pois eu te tornei um homem famoso.<br />

– O fraco rei faz fraca a forte gente. (Camões)<br />

– Faço as suas palavras as minhas.<br />

– Deixei-a preocupadíssima.<br />

– Irritadíssima, largou o namorado no meio da rua e saiu em dis<strong>para</strong>da.<br />

Cuidado!!!


1) Na passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva, o predicativo do objeto vira predicativo do<br />

sujeito: Todos consideramos a prova difícil. (voz ativa) / A prova foi considerada difícil<br />

por todos. (voz passiva).<br />

2) Pode haver predicativo do objeto referente a uma oração objetiva direta (objeto direto<br />

oracional): Eu considero válido que você arrume um emprego. O que é considerado<br />

válido pelo sujeito? Isto: “que você arrume um emprego”, complemento (objeto direto)<br />

do verbo considerar. Veja outro exemplo: Essa agilidade teve como objetivo exclusivo<br />

(predicativo do objeto direto oracional) permitir-nos decidir o que merecia a nossa<br />

atenção (= Isto; objeto direto oracional). Ou seja: “Essa agilidade teve isto como<br />

objetivo exclusivo”. O como é uma preposição acidental.<br />

Veja uma questão sobre o como, preposição acidental, iniciando um predicativo do objeto e<br />

um predicativo do objeto modificando uma oração:<br />

Fragmentos de texto<br />

L. 9: ... e comprar um item mais caro...<br />

L. 17: ... levar um bom vinho <strong>para</strong> o almoço...<br />

L. 26-27: ... o primeiro é regido por valores como amor e lealdade, o segundo tem como marca indexadores<br />

monetários e contratos.<br />

L. 32: ... acha bobagem comprar...<br />

04. (CONSULPLAN – TSE – Técnico Judiciário – 2012) Assinale a palavra que, no texto, desempenhe função sintática<br />

idêntica à de marca (L. 27).<br />

a) amor (L. 26).<br />

b) vinho (L. 17).<br />

c) bobagem (L. 32).<br />

d) caro (L. 9).<br />

Comentário: O substantivo marca, iniciado pela preposição acidental como, tem função de<br />

predicativo deste objeto direto: “indexadores monetários e contratos”. O substantivo<br />

bobagem também tem função de predicativo do objeto, mas seu objeto vem em forma de<br />

oração: comprar. Note que tal predicativo é “fruto” da exigência de um verbo transobjetivo,<br />

achar.<br />

3) O predicativo do objeto direto pode vir preposicionado: Ele se fez de bobo <strong>para</strong><br />

conquistá-la. (o pronome reflexivo “se” tem função de objeto direto). / Os próprios<br />

doutores da faculdade tinham aquele professor por um sábio. / Infelizmente encontrei,<br />

sem esperanças e com a vida por um fio, meu amigo no hospital.<br />

4) Pode haver predicativo do objeto de um objeto direto preposicionado: Estamos no<br />

mundo <strong>para</strong> fazer dele um mundo melhor.<br />

5) Por inferência, notamos que há predicativo do objeto simples, composto, implícito (só<br />

contextualmente). Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem<br />

em prova, meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.


– Por causa do prêmio Nobel de Literatura, encontrei o escritor orgulhoso. (simples:<br />

um núcleo)<br />

– Por causa do prêmio Nobel de Literatura, encontrei o escritor orgulhoso e<br />

sorridente. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você o encontrou orgulhoso por ter ganhado o prêmio?” “Encontrei-o.” (oculto: =<br />

Encontrei-o (orgulhoso))<br />

3) Predicativo do objeto indireto: refere-se ao objeto indireto, caracterizando-o.<br />

– Gosto de vocês quietinhos.<br />

– Eu preciso do meu marido consciente, doutor!<br />

– No início do século XX, as filhas obedeciam aos pais – sempre austeros.<br />

– As muralhas não resistiram aos ataques (extremamente ferozes).<br />

Cuidado!!!<br />

1) O verbo transobjetivo chamar no sentido de nomear, apelidar, cognominar, classificar<br />

pode ser verbo transitivo direto (VTD) ou indireto (VTI) acompanhado de predicativo do<br />

objeto direto (POD) ou indireto (POI). A preposição de é facultativa.<br />

– Chamei ao rapaz (de) vigarista. (VTI / POI) - Chamei-lhe (de) vigarista. (VTI / POI)<br />

– Chamei o rapaz (de) vigarista. (VTD / POD) - Chamei-o (de) vigarista. (VTD / POD)<br />

2) Por inferência, notamos que há predicativo do objeto indireto simples, composto,<br />

implícito (só contextualmente). Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas<br />

nomenclaturas não caem em prova, meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Eu me lembro delas ainda moças. (simples: um núcleo)<br />

– Eu me lembro delas ainda moças e dispostas. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você a chamou de infeliz?” “Chamei-a, sim!” (oculto: = Chamei-a (de infeliz,<br />

sim!))<br />

Obs. final: Apesar de isso não cair em prova alguma, o importante linguista Claudio Cezar<br />

Henriques ensina que o predicativo não se restringe ao sujeito ou aos objetos, mas pode<br />

modificar outros termos sintáticos. Vou dar só um exemplo <strong>para</strong> matar sua curiosidade: O<br />

rapaz nunca sai com a namorada desarrumada. (predicativo do adjunto adverbial de<br />

companhia, levando em conta que ele só tem uma namorada).


Classificação do Predicado<br />

São três tipos de predicado: nominal, verbal e verbo-nominal.<br />

1) Nominal: o nome, o predicativo do sujeito, é a parte mais significativa do predicado; é<br />

constituído sempre de verbo de ligação + predicativo do sujeito.<br />

– Os alunos parecem bem interessados ultimamente.<br />

– Esses moradores continuam sem moradia!<br />

– É de chorar esse programa de comédia.<br />

– Já são vinte e duas horas? (tudo é predicado nominal, pois não há sujeito)<br />

2) Verbal: expressa ideia de ação/movimento e tem como núcleo um verbo; constituído de<br />

qualquer verbo, exceto o de ligação; não há predicativo algum.<br />

– Meus alunos não estão em sala de aula. (verbo intransitivo)<br />

– Devido ao frio, tivemos de nos agasalhar até o conserto do aquecedor.¹ (verbo<br />

transitivo direto)<br />

– Houve esquema de compra de votos segundo o relator da CPI.² (verbo transitivo<br />

direto)<br />

– Todos nós visamos a uma carreira estável. (verbo transitivo indireto)<br />

– O rapaz informou sua classificação ao mestre. (verbo transitivo direto e indireto)<br />

¹ Tudo é o predicado; o sujeito está oculto (nós). ² Oração sem sujeito: tudo é o predicado.<br />

3) Verbo-nominal: é a mistura dos dois anteriores; composto de um verbo qualquer que não<br />

seja de ligação + um predicativo (do sujeito ou do objeto).<br />

– A relação do casal, inicialmente caótica, amadureceu.<br />

– O povo reelegerá Dilma presidenta daqui a poucos anos?<br />

– Nós nos aliamos a ele desconfiados.<br />

– Emocionados, convidaram o professor <strong>para</strong> a despedida.¹<br />

– Como professor, tive de fornecer um vultoso material aos alunos.²<br />

¹ Tudo é o predicado; o sujeito está indeterminado. ² Tudo é o predicado; o sujeito está oculto<br />

(eu).<br />

Obs.: A ordem do predicativo do sujeito pode mudar a predicação verbal: O entrevistado<br />

ficou calado na sala de espera. (verbo de ligação) / O entrevistado ficou na sala de<br />

espera calado. (verbo intransitivo).<br />

Último adendo (só <strong>para</strong> eu poder dormir tranquilo): Dentro da classificação de termos<br />

essenciais, integrantes e acessórios da oração, os predicativos do sujeito e do objeto são<br />

termos essenciais no que diz respeito à formação dos predicados nominal e verbo-nominal.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Você vai ver que a maioria das questões de bancas diversas estão relacionadas à<br />

identificação do sujeito (normalmente afastado do verbo) e ao tipo de sujeito. No entanto,<br />

saiba que a FCC adora cobrar questão de transitividade verbal. Observe o padrão das<br />

questões!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Em dezembro do ano passado, milhares de pessoas tomaram as ruas de Seattle nos Estados Unidos, <strong>para</strong> protestar<br />

contra uma reunião da Organização Mundial de Comércio, que tentava aprovar mais uma rodada de liberalização<br />

comercial (a chamada Rodada do Milênio). Conseguiram barrar a negociação, que ficou <strong>para</strong> um futuro <strong>para</strong> lá<br />

de incerto, e, de quebra, ridicularizaram ninguém menos que o presidente americano Bill Clinton, o anfitrião do<br />

encontro. (...)<br />

1. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2000) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O sujeito de “conseguiram” e de “ridicularizaram” é “milhares de pessoas”.<br />

2. (Esaf – SERPRO – Técnico de Operação de Rede – 2001) Assinale a opção em que o termo sublinhado no texto exerce a<br />

função de sujeito sintático da oração.<br />

Em meio à profusãoa) de novidades no mundo dos computadores, não há carteirab) que resista ao apelo consumista de<br />

vendedores interessados em empurrar-lhe um equivalente a um modelo de Fórmula 1c), quando vocêd) precisa na<br />

verdade é de um carro confortávele) <strong>para</strong> ir de casa <strong>para</strong> o trabalho ou escapar <strong>para</strong> o sítio no fim de semana.<br />

a) A.<br />

b) B.<br />

c) C.<br />

d) D.<br />

e) E.<br />

3. (ACEP – BNB – Assistente Administrativo – 2004) Em “A dedicação ao trabalho te enche de glória e te faz vencedor”, as<br />

palavras em itálico são respectivamente:<br />

a) objeto direto, objeto indireto, objeto direto;<br />

b) objeto indireto, objeto indireto, predicativo do sujeito;<br />

c) adjunto adnominal, adjunto adnominal, objeto direto;<br />

d) objeto direto, objeto direto, predicativo do objeto;<br />

e) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto.<br />

4. (Esaf – Advogado – 2004) Assinale a frase do texto que constitui uma oração sem sujeito.<br />

O direito nada pode sem a ética, e não pode haver paz sem justiça. Toda regra de Justiça envolve amor, que resume, em<br />

seu mais amplo sentido, a verdadeira idéia da convivência entre os homens.<br />

a) O direito nada pode sem a ética.<br />

b) [...] não pode haver paz sem justiça.<br />

c) Toda regra de Justiça envolve amor.<br />

d) que resume [...] a verdadeira idéia da convivência entre os homens.<br />

e) [...] em seu mais amplo sentido [...]<br />

5. (Esaf – Técnico Administrativo – ANEEL – 2006) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da<br />

estrutura produtiva nacional. (...) No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados<br />

que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.<br />

I. Em “manifestam-se”, o “se” é índice de indeterminação do sujeito.<br />

II. Por se tratar de verbo expletivo, “foi” pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe.<br />

6. (IBFC – ABDI – Assistente Jurídico – 2008) Assinale a alternativa em que o predicado é verbo-nominal:<br />

a) O garoto tímido fez o discurso.<br />

b) Não encontraram o suspeito.<br />

c) A garota saiu chateada da escola.<br />

d) O garoto continua internado.<br />

7. (Cespe – IRBr – Diplomata – 2008) Na linha 17 (O único perigo é que o porão faça da criança, no futuro, um romancista<br />

introvertido...), o termo ‘um romancista introvertido’ exerce função sintática de predicativo do objeto ‘da criança’.<br />

( ) CERTO ( ) ERRADO<br />

8. (Cesgranrio – SEC. ADM./TO – Administrador Hospitalar – 2009) O verbo destacado é impessoal na frase:<br />

a) “(e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime).” (L. 3-4);<br />

b) “E, ah, quando não há ninguém por perto,...” (L. 5);


c) “E tudo agora é <strong>para</strong> valer.” (L. 10);<br />

d) “Vira mais uma atividade produtiva a cumprir...” (L. 17);<br />

e) “quem brinca não quer chegar a lugar nenhum –” (L. 20-21).<br />

9. (FCC – TRT/MG (3R) – Analista Judiciário – 2009) ... que prevalece no conhecimento do torcedor comum sobre os dados<br />

históricos. (3 o parágrafo)<br />

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:<br />

a) ... que homogeneíza todos os indivíduos.<br />

b) ... o sentimento tribal é muito forte ...<br />

c) ... acompanha o indivíduo por toda vida ...<br />

d) ... que (...) participam no rito das danças guerreiras.<br />

e) ... e estão espalhados por vários locais.<br />

10. (FCC – TRT/MA (16R) – Analista Judiciário – 2009) Na frase Mas aqui surge outro problema, o termo em destaque<br />

exerce a mesma função sintática que o termo sublinhado em:<br />

a) Não, não sou um conservador reacionário.<br />

b) Tivemos tempo suficiente <strong>para</strong> ver quanto podia durar um disco de vinil (...)<br />

c) (...) as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade.<br />

d) Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação (...)<br />

e) Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos, são rapidamente perecíveis (...)<br />

11. (FUNRIO – MPOG – Agente Administrativo – 2009) “Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça...”.<br />

Assinale a opção que apresenta corretamente a classificação do sujeito de “Dizem” e uma respectiva explicação <strong>para</strong> tal<br />

emprego.<br />

a) Sujeito inexistente – inexiste um termo a que o verbo possa se referir.<br />

b) Sujeito indeterminado – não se pode ou não se deseja especificar o sintagma que exerce a função de sujeito.<br />

c) Sujeito oculto – é identificável na forma verbal.<br />

d) Sujeito simples – seu núcleo é Robespierre.<br />

e) Sujeito composto – apresenta dois núcleos, Robespierre e Carrasco.<br />

12. (FCC – TRT/CE (7R) – Analista Judiciário – 2009) Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate<br />

continua.<br />

Os termos sublinhados exercem na frase acima a mesma função sintática do termo sublinhado em:<br />

a) Ainda temos muito a caminhar.<br />

b) Para ele, trabalho não era opção <strong>para</strong> as crianças.<br />

c) Caberiam aos pais as providências (....)<br />

d) Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade (...)<br />

e) A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem (...)<br />

13. (FUNDEP – TJ/MG – Assistente Social – 2010) “Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um<br />

resto de verão [...].”<br />

O termo destacado no trecho acima, quanto à função sintática, classifica-se em:<br />

a) adjunto adverbial;<br />

b) aposto;<br />

c) predicativo do sujeito;<br />

d) adjunto adnominal.<br />

14. (Cespe/UnB – Caixa – Advogado – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Na oração “Vale a pena deixá-los sem futuro?”, o sujeito é inexistente.<br />

15. (CONSULPLAN – Técnico Administrativo – 2010) Assinale a seguir uma oração sem sujeito:<br />

a) Come-se bem naquele restaurante.<br />

b) Vai haver um campeonato.<br />

c) Vive-se feliz no Brasil.<br />

d) Paulo faz vinte anos amanhã.<br />

e) Eles haviam feito a pesquisa.<br />

16. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judicário – 2010) Uma pesquisa recente de um grupo de arqueólogos alemães<br />

confirma a antiguidade da família nuclear entre humanos.


A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:<br />

a) Várias hipóteses apontam nesse sentido.<br />

b) ... geravam mais descendentes que os aventureiros ...<br />

c) ... em que os animais andam em bandos ...<br />

d) ... que datam de 4.600 anos atrás ...<br />

e) ... de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural.<br />

17. (CONSULPLAN – Pre. Santa Maria Madalena – Enfermeiro – 2010) Em “...saibamos ensinar aos alunos o mais<br />

elementar,...”, o verbo destacado é:<br />

a) Transitivo direto.<br />

b) Transitivo indireto.<br />

c) Intransitivo.<br />

d) De ligação.<br />

e) Transitivo direto e indireto.<br />

(...) Quão competente é, porém, o crítico competente? Suponhamos que uma obra de arte profundamente original surja<br />

diante de seus olhos. Como a julga ele? Com<strong>para</strong>ndo-a com as obras de arte do passado. Se for original, afastarse-á<br />

em alguma coisa – e, quanto mais original, mais se afastará – das obras de arte do passado. (...)<br />

18. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) Pelo desenvolvimento das ideias do texto, verifica-se que a<br />

referência do sujeito elíptico de todas as orações do período iniciado por “Se for original” corresponde à expressão “o<br />

crítico competente”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Pernambucano em Málaga<br />

A cana doce de Málaga<br />

dá domada, em cão ou gata:<br />

deixam-na perto, sem medo,<br />

quase vai dentro das casas.<br />

(...)<br />

A cana doce de Málaga<br />

não é mar, embora em praias,<br />

dá sempre em pequenas poças,<br />

restos de uma onda recuada.<br />

(...)<br />

A cana doce de Málaga<br />

dá dócil, disciplinada:<br />

dá em fundos de quintal<br />

e podia dar em jarras.<br />

(...)<br />

João Cabral de Melo Neto<br />

19. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) A forma “dá” é empregada no poema ora como verbo intransitivo,<br />

nos versos 19 e 27, por exemplo, ora como transitivo, nos versos 2 e 26.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Esaf – Analista Técnico da SUSEP – 2010) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

(...) O fenômeno já se fazia sentir com força, no final de 2009, na procura por engenheiros. Agora se vê que a<br />

carência de profissionais se espraia <strong>para</strong> vários níveis de formação – sobram vagas <strong>para</strong> farmacêuticos, mas<br />

também <strong>para</strong> eletricistas e torneiros. Trata-se de um problema grave, <strong>para</strong> o qual não há solução simples nem<br />

imediata. A rede educacional do país, com suas falhas e distorções distribuídas do ensino fundamental à<br />

universidade, mostra-se incapaz de oferecer ao mercado de trabalho mão de obra competente.<br />

I. Em “se espraia” o termo “se” funciona como indicador de sujeito indeterminado.<br />

II. A forma verbal “mostra-se” tem como sujeito “distorções distribuídas do ensino fundamental à universidade”.<br />

21. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Superior – 2011) As orações “São tantos os espaços <strong>para</strong> a dita participação<br />

popular” e “não há espaços de visibilidade claros” são exemplos de oração sem sujeito.


( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (Cespe/UnB – BRB – Escriturário – 2011) O emprego da partícula “se” em “se estabeleceram” (No entanto, foi somente<br />

no século XVII que os bancos se estabeleceram...) indica que o sujeito da oração é indeterminado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

23. (Cespe/UnB – BRB – Escriturário – 2011) A expressão “moedas mexicanas e peruanas” (No extremo norte, por exemplo,<br />

continuavam sendo usadas no comércio moedas mexicanas e peruanas...) exerce, na oração em que ocorre, a função<br />

sintática de sujeito.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

24. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) Considerando-se apenas o trecho “Viver em ambiente sem gravidade<br />

faz coisas curiosas com o corpo”, não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o sujeito da forma verbal “faz”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

25. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Em “Quando o carteiro chegou e meu nome gritou”, os sujeitos<br />

gramaticais “o carteiro” e “meu nome” estão antepostos a seus respectivos predicados verbais.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

No palácio da Cachoeira,<br />

com pena bem a<strong>para</strong>da,<br />

começa Joaquim Silvério<br />

a redigir sua carta.<br />

Cecília Meireles<br />

26. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Se os versos do fragmento fossem reescritos na ordem sujeito–verbo–<br />

complemento verbal–adjunto adverbial, a versão correta seria: No palácio da Cachoeira/Joaquim Silvério começa/ a<br />

redigir sua carta/ com pena bem a<strong>para</strong>da.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

27. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Constituem exemplos de orações que não seguem a ordem sujeito–<br />

verbo–objeto: “como nos inclina a pensar a prevalência da forma pronominal” e “uma vez que foi necessário levar em<br />

conta a noção de memória coletiva”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Em pleno sertão do Cariri, no sul do Ceará, um meio de transporte causa estranheza na paisagem árida. Cobrindo os 14<br />

quilômetros que se<strong>para</strong>m Crato e Juazeiro do Norte, um misto de metrô e ônibus transporta passageiros. Trata-se do<br />

primeiro veículo leve sobre trilho (VLT) do Brasil, um tipo de transporte coletivo capaz de melhorar o trânsito nas cidades<br />

sem acarretar tantos malefícios ao ambiente. Além de custar menos que o metrô, transporta muito mais passageiros<br />

que o ônibus e é até 93% menos poluente que este. (...)<br />

28. (Cespe/UnB – CBM/ES – Oficial Bombeiro – 2011) O sujeito da oração “transporta muito mais passageiros” está elíptico.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

29. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) O verbo destacado NÃO é impessoal em:<br />

a) Fazia dias que aguardava a sua transferência <strong>para</strong> o setor de finanças.<br />

b) Espero que não haja empecilhos à minha promoção.<br />

c) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial.<br />

d) Já passava das quatro horas quando ela chegou.<br />

e) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado.<br />

30. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2011) A palavra sujeitas (... as matrizes das empresas


transnacionais que aqui operam sujeitas às normas...) exerce, no texto, função sintática de:<br />

a) complemento nominal;<br />

b) objeto direto;<br />

c) predicativo do objeto;<br />

d) predicativo do sujeito;<br />

e) adjunto adverbial de modo.<br />

31. (FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011) De acordo com o contexto da fala do aluno, o uso do verbo no plural indica<br />

sujeito:<br />

a) desinencial;<br />

b) indeterminado;<br />

c) inexistente;<br />

d) composto;<br />

e) elíptico.<br />

32. (FCC – TRE/PE – Analista Judiciário – 2011) (Adaptada) O termo sublinhado em Sabe-se quão barbaramente os<br />

ingleses subjugaram os hindus exerce a função de ......, a mesma função sintática que é exercida por ...... na frase<br />

Cometeram-se incontáveis violências contra os hindus.<br />

Qual item preenche corretamente as lacunas do enunciado acima, respectivamente?<br />

I. objeto direto – os hindus;<br />

II. sujeito – os hindus;<br />

III. sujeito – violências.<br />

33. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – 2011) Na frase No caso dos donos do mundo, não se devem<br />

esperar exames de consciência mais profundos, é correto afirmar que:<br />

a) a construção verbal é um exemplo de voz ativa;<br />

b) a partícula se tem a mesma função que em “E se ela não vier?”;<br />

c) a forma plural devem concorda com exames;<br />

d) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito;<br />

e) a expressão donos do mundo leva o verbo ao plural.<br />

34. (FCC – TRT/MT (23R) – Analista Judiciário – 2011) Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...<br />

O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está também grifado em:<br />

a) ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social.<br />

b) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala.<br />

c) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ...<br />

d) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais.<br />

e) Era engajado o seu modo de escrever história.


35. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) O conetivo e (Gates afirmou ser importante usar outros meios <strong>para</strong><br />

convencer o Irã a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares<br />

somente iriam retardar...) está ligando:<br />

a) dois verbos intransitivos;<br />

b) dois verbos transitivos indiretos;<br />

c) um verbo transitivo direto e outro indireto;<br />

d) dois verbos transitivos;<br />

e) dois verbos circunstanciais.<br />

36. (Cespe/UnB – FUB – Cargos de Nível Médio – 2011) Em “Pela estreita peneira do programa só passam os realmente<br />

capazes”, o sujeito da oração está indeterminado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (Cespe/UnB – FUB – Cargos de Nível Médio – 2011) O termo “gente” (Há gente no Brasil interessada em...) exerce a<br />

função de sujeito da oração em que se insere.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Não era preciso ser médium <strong>para</strong>, mesmo antes do desastre com avião na Amazônia no final de 2006, perceber que<br />

a leniência das autoridades federais... (...)<br />

38. (Cespe/UnB – STM – Técnico Judiciário – 2011) A forma verbal “perceber” possui sujeito oracional.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

39. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) No trecho “É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas”, o<br />

emprego da forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não ter sujeito explícito.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

40. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Na linha 5 do fragmento I, destaca-se, por meio da partícula expletiva “é que”, o<br />

sujeito simples da oração absoluta “Essa criança é que chamaram de Macunaíma”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

41. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Admite-se como forma alternativa de reescrita da expressão coloquial “o diabo<br />

do homem só faltou me chamar de” a estrutura só faltou o diabo do homem me chamar de, na qual o verbo faltar é<br />

empregado como impessoal e, portanto, integra uma oração sem sujeito.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

42. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) ... elas ainda sofrem de imensas deficiências de nutrientes ...<br />

A relação entre verbo e complemento, grifada acima, se reproduz em:<br />

a) ... embora a maioria das pessoas consuma calorias suficientes ...<br />

b) ... e têm pontuação mais baixa nos testes de habilidade cognitiva.<br />

c) ... a epidemia de obesidade nos países ricos representa exatamente o problema oposto.<br />

d) ... e muitos não obtêm esses nutrientes.<br />

e) ... menos da metade daqueles que mais precisam deles ...<br />

43. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) ... <strong>para</strong> que ela não interfira de forma excessiva em seus<br />

projetos.<br />

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em:<br />

a) ... contra forças desconhecidas que anulam tudo aquilo ...<br />

b) ... com as quais procuramos lidar com a realidade ...<br />

c) ... deixando-nos desarmados e atônitos ...<br />

d) ... de algo que está além de nossa compreensão ...<br />

e) ... ele o convoca constantemente.<br />

44. (Cesgranrio – Petrobras Distr. – Direito Júnior – 2012) O trecho “Pensa-se logo num palhaço” pode ser reescrito,


espeitando a transitividade do verbo e mantendo o sentido, assim:<br />

a) O palhaço pode ser logo pensado.<br />

b) Pensam logo num palhaço.<br />

c) Pode-se pensar num palhaço.<br />

d) Pensam-se logo num palhaço.<br />

e) O palhaço é logo pensado.<br />

45. (FUMARC – TJ/MG – Técnico Judiciário – 2012) Leia o trecho transcrito: “O povo respira aliviado.”. A predicação do<br />

verbo negritado na frase se repete em:<br />

a) Mesmo com os meus conselhos, ele continua ansioso.<br />

b) O presidente nomeou Catarina primeira secretária.<br />

c) Só ficarão acesas as lâmpadas da sala e do corredor.<br />

d) O filho dependia da mãe <strong>para</strong> as atividades diárias.<br />

46. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) Este conceito é relativo, pois em arte não há originalidade absoluta.<br />

... a sua contribuição maior foi a liberdade de criação e expressão.<br />

Ambos os elementos acima grifados exercem nas respectivas frases a função de:<br />

a) adjunto adverbial;<br />

b) objeto direto;<br />

c) complemento nominal;<br />

d) predicativo;<br />

e) objeto indireto.<br />

47. (FGV – Senado Federal – Administração (Técnico) – 2012) Em relação aos verbos da tirinha e sua natureza sintática,<br />

analise as alternativas a seguir:<br />

I. Só há um verbo de ligação na tirinha, em uma única ocorrência.<br />

II. Só há um verbo transitivo direto na tirinha, em uma única ocorrência.<br />

III. Todos os verbos possuem sujeito simples.<br />

a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.<br />

b) Se nenhuma afirmativa estiver correta.<br />

c) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.<br />

d) Se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

e) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


Gabarito<br />

1. CORRETO. 11. B. 21. ERRADO. 31. B. 41. ERRADO.<br />

2. D. 12. E. 22. ERRADO. 32. III. 42. E.<br />

3. D. 13. C. 23. CERTO. 33. C. 43. B.<br />

4. B. 14. INCORRETO. 24. ERRADO. 34. A. 44. B.<br />

5. I- INCORRETA.<br />

II- INCORRETA.<br />

15. B. 25. ERRADO. 35. D. 45. B.<br />

6. C. 16. B. 26. ERRADO. 36. ERRADO. 46. D.<br />

7. CERTO. 17. E. 27. CERTO. 37. ERRADO. 47. D.<br />

8. B. 18. ERRADO. 28. CERTO. 38. ERRADO.<br />

9. D. 19. ERRADO. 29. E. 39. ERRADO.<br />

10. C.<br />

20. I- INCORRETA.<br />

II- INCORRETA.<br />

30. D. 40. ERRADO.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 20<br />

Termos Integrantes da Oração


Definição<br />

Os termos integrantes da oração servem <strong>para</strong> completar o sentido de certos verbos e<br />

certos nomes <strong>para</strong> que a oração fique plena, por isso são chamados de complementos verbais<br />

(objeto direto e objeto indireto), complemento nominal e agente da passiva.


Objeto Direto<br />

O objeto direto é um termo que estabelece uma relação sintática com um verbo transitivo<br />

direto ou transitivo direto e indireto, complementando seu sentido. Normalmente o objeto<br />

direto é o alvo da ação verbal e não vem preposicionado.<br />

– De um modo completo mas didático, ensinei gramática aos alunos.<br />

– Gostaria de vê-lo no topo do mundo, meu filho.<br />

– Quem vocês conhecem deste lugar?<br />

– Libertaram os demais, pois não haviam feito nada de ilícito.<br />

– Aqueles eu tolero, mas estes jamais irei tolerar.<br />

– O técnico convocou somente os do Brasil. (os = aqueles)<br />

– Nos últimos dias, Deus começará o despertar de um novo mundo.<br />

– Deixamos o nosso filho perceber as dificuldades da vida sozinho.<br />

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por substantivo, pronome, numeral, palavra<br />

substantivada ou oração.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por inferência, notamos que há objeto direto simples, composto, oculto (só<br />

contextualmente) e oracional. Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas<br />

nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Estou quase entendendo Português. (simples: um núcleo)<br />

– A Língua Portuguesa e todas as suas regrinhas, só mesmo o professor domina.<br />

(composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você comprou aquele livro?” “Comprei.” (oculto: = Comprei (aquele livro))<br />

– Hoje sabemos que ela não se apresentou por timidez. (o objeto direto é oracional,<br />

pois apresenta um verbo em sua constituição)<br />

É bom dizer que, quando o objeto (ou qualquer outro complemento ou adjunto) vier ligado<br />

por e ou nem (conjunções coordenativas aditivas), ou se<strong>para</strong>do por vírgula numa<br />

enumeração, não haverá verbo implícito. Por exemplo: “Fomos comprar uma televisão, uma<br />

geladeira, um fogão e um sofá.”. Todos esses termos são núcleos do objeto coordenados,<br />

não é <strong>para</strong> entender que há orações implícitas, ou seja, fazer a seguinte análise errada:<br />

“Fomos comprar uma televisão, (comprar) uma geladeira, (comprar) um fogão e<br />

(comprar) um sofá.”. Só há uma (1) oração, sinalizada pela locução verbal fomos comprar,<br />

ok?<br />

2) Assim como o sujeito simples pode ser “complexo”, ou seja, ser constituído de adjuntos<br />

adnominais ou de orações adjetivas, o objeto direto também: “Os candidatos aplicados<br />

sempre resolvem muitas provas anteriores que fazem parte das bancas de maior


prestígio no universo dos concursos”. A palavra em azul é só o núcleo, mas tudo em<br />

negrito é o objeto, ou seja, o complemento do verbo resolver.<br />

3) Além dos pronomes oblíquos o(s) e a(s), e suas variações lo(a/s), no(a/s), quase sempre<br />

exercerem a função de OD, os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também podem<br />

exercer a função de OD. O lhe(s) nunca exerce função de OD.<br />

– Convidaram-na <strong>para</strong> palestrar sobre Sintaxe.<br />

– Levou-me à sabedoria esta aula.<br />

– Admira-te que eu tenha voltado?<br />

– Sujou-se com graxa <strong>para</strong> compor o personagem.<br />

– Depois de terem nos expulsado do colégio, convidaram-nos novamente.<br />

– Nunca vos tomeis como grandes personalidades!<br />

4) Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos diretos. Normalmente vêm<br />

antes do pronome relativo que:<br />

– Escuta o que eu tenho a te dizer. (Escuta (VTD) o (= aquilo; objeto direto) que eu<br />

tenho a te dizer.)<br />

5) Existem outros tipos de objeto direto que muito raramente caem em prova. Vamos<br />

conhecer.<br />

Objeto Direto Preposicionado<br />

Lembre-se sempre de que não é o verbo que exige a preposição! Ela é posta antes do<br />

objeto direto normalmente por motivo de ênfase ou clareza. Nos oito primeiros casos, a<br />

preposição é obrigatória; nos demais casos, facultativa.<br />

a) OD é pronome oblíquo tônico.<br />

– Não entendo nem a ele nem a ti.<br />

b) OD é de um VTD + SE (PIS).<br />

– Antigamente, respeitava-se aos mais velhos.<br />

c) OD é preposicionado <strong>para</strong> evitar a ambiguidade.<br />

– À mulher venceu o homem. (Sem a preposição a + a = à, A mulher poderia ser<br />

interpretado como sujeito ou objeto; assim, sabemos que o homem é o sujeito.)<br />

d) OD é o pronome relativo quem.<br />

– Ele tinha um avô a quem idolatrava.<br />

e) OD é uma expressão de reciprocidade – um(a/s) a(o/s) outro(a/s).<br />

– Os lutadores agrediram-se uns aos outros.<br />

f) OD é um substantivo coordenado com um oblíquo.<br />

– Redação do art. 229, inc. III, do Novo Código Civil:<br />

“Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:<br />

(...)


III- que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente”<br />

– Mulher, amo-te e aos meus pais também.<br />

g) OD é um infinitivo (regido pela preposição a) dos verbos ensinar e aprender.<br />

– Sua professora lhe ensinou a ler Machado de Assis?<br />

– Não aprendi a somar nem a dividir.<br />

h) OD é um substantivo numa construção com<strong>para</strong>tiva <strong>para</strong> evitar falta de clareza.<br />

– “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher feita.” (Ciro dos Anjos)<br />

* Se não houvesse a preposição, o sentido seria outro: “Olho Gabriela como uma criança<br />

(olha)...”, em que uma criança passaria a ser o sujeito do verbo implícito, e não o objeto<br />

direto. Com a preposição, a leitura é esta: “Olho Gabriela como olho uma criança...”.<br />

i) OD é um nome próprio ou comum, referente a seres personativos, principalmente com<br />

verbos que indicam sentimento.<br />

– Nós amamos a Deus, a Jesus e aos anjos.<br />

– O dinheiro, esse maldito!, atrai a homens e a mulheres.<br />

j) OD é pronome de tratamento, indefinido, interrogativo ou demonstrativo.<br />

– Não admito que coloquem a Sua Excelência num pedestal!<br />

– O amor fere a uns, mas a outros não.<br />

– Meu Deus, a quem eu devo ajudar?<br />

– De todos esses filmes, eu odeio mais a estes do que àqueles.<br />

k) OD iniciando a oração, por motivo de ênfase.<br />

– Ao povo ninguém engana.<br />

– Às artimanhas de Satanás, as quais visam destruir nossa relação com Deus,<br />

devemos sempre evitá-las.<br />

l) OD é o numeral ambos.<br />

– Se deixassem, ele matava a ambos.<br />

m) OD é constituído por expressões idiomáticas enfáticas (as preposições aqui são<br />

chamadas de posvérbios, termo cunhado por Antenor Nascentes <strong>para</strong> indicar que tais<br />

preposições não mudam a transitividade do verbo, mas atribuem um matiz de sentido ao<br />

contexto, tornando a frase mais expressiva).<br />

– fazer com que ele estude*, puxar da faca, arrancar da espada, sacar do revólver,<br />

pedir por socorro, pegar pelo braço, cumprir com o dever... beber da água, comer<br />

do pão, dar do leite (essas preposições indicam parte de um todo).<br />

* Confira uma questão (n o . 19) sobre essa estrutura: FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário<br />

(EXECUÇÃO DE MANDADOS) – 2007.<br />

– É possível haver um predicativo do objeto direto preposicionado: “O homem a quem<br />

(ODP) considerava amigo (PODP) me traiu.”.


Objeto Direto Pleonástico<br />

Usa-se normalmente o pronome oblíquo átono <strong>para</strong> retomar enfaticamente um objeto<br />

direto que já existe e que vem no início da oração (facultativamente se<strong>para</strong>do por vírgula).<br />

– Este carro, comprei-o hoje.<br />

– A mim ele nunca me chama <strong>para</strong> sair.<br />

– Todos aqueles ditos e não ditos quem não os ouviu?<br />

Objeto Direto Interno (Intrínseco ou Cognato)<br />

O núcleo possui radical normalmente semelhante ao do verbo da oração ou com sentido<br />

dentro do mesmo campo semântico; sempre há um modificador do núcleo. Note que, em<br />

outros contextos, tais verbos são normalmente intransitivos.<br />

– Ele vive uma vida de rei.<br />

– Dormi um sono gostoso como se estivesse protegido dos males do mundo.<br />

– “E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes)<br />

Veja questões do século XXI (raríssimas, deveras) sobre objeto direto preposicionado<br />

(FAB – EEAR – SARGENTO – 2003 – QUESTÃO 20), objeto direto pleonástico (FAB –<br />

EEAR – SARGENTO – 2010 – QUESTÃO 24) e objeto direto interno (CONCSEL – PREF.<br />

SÍTIO NOVO/RN – CARGOS ENSINO FUNDAMENTAL – 2009 – QUESTÃO 13).


Objeto Direto X Sujeito<br />

Normalmente a distinção se torna complicadinha porque as provas trabalham o sujeito<br />

depois do verbo, <strong>para</strong> dar a impressão de que se trata de um objeto e vice-versa.<br />

Para fazer a distinção entre objeto direto e sujeito, saiba que o objeto direto pode ser<br />

passado <strong>para</strong> a voz passiva (analítica), tornando-se sujeito. Entenda melhor:<br />

– Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)<br />

– Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)<br />

Note que é totalmente possível passar a segunda frase <strong>para</strong> a voz passiva analítica (Os<br />

jogos da seleção foram ignorados.), em que o objeto direto os jogos da seleção vira sujeito.<br />

Esta é a “prova dos noves” <strong>para</strong> saber se é um objeto direto.<br />

Lembre-se: na voz passiva não há objeto direto, pois este virou sujeito na passagem de<br />

ativa <strong>para</strong> passiva. Portanto, na frase “Foram levados os computadores <strong>para</strong> o conserto.”, os<br />

computadores é o sujeito. Na frase “Doou-se muita roupa velha.”, como está na voz passiva,<br />

não há objeto direto, por isso muita roupa velha é o sujeito. Ficou claro?<br />

Algumas bancas, “maldosamente”, criam questões de concordância com objeto direto<br />

antecipado como se fosse o sujeito, mas, como sabemos, o verbo concorda com o sujeito, e<br />

não com o objeto. Veja uma frase “maldosinha”:<br />

– As opiniões muito polêmicas sobre a gramática apresentaram os dois professores.<br />

Logicamente não podemos dizer que a ação de apresentar foi praticada por As opiniões<br />

muito polêmicas sobre a gramática, afinal, quem pode apresentar são os dois professores.<br />

Assim, o sujeito é os dois professores, e o objeto direto é As opiniões muito polêmicas sobre<br />

a gramática. Fique atento a essa diferença!


Objeto Indireto<br />

O objeto indireto é um termo que estabelece uma relação sintática com um verbo transitivo<br />

indireto ou transitivo direto e indireto, complementando seu sentido. Normalmente o objeto<br />

indireto é um complemento que representa o ser beneficiado ou o alvo de uma ação e vem<br />

sempre preposicionado, a não ser que venha em forma de pronome oblíquo átono (me, te, se,<br />

nos, vos, lhe(s)). Os objetos indiretos são iniciados pelas preposições a, com, contra, de, em,<br />

<strong>para</strong>, por.<br />

– Sempre dou graças a Deus por minhas realizações.<br />

– Gosto de ti, meu nobre.<br />

– Só depende dos dois resolver essa pendência.<br />

– Não troque o certo pelo duvidoso.<br />

– Vamos insistir em promover o novo romance de ficção.<br />

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por substantivo, pronome, numeral, palavra<br />

substantivada ou oração.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por inferência, notamos que há objeto indireto simples, composto, oculto (só<br />

contextualmente) e oracional. Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas<br />

nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Isto não convém a ninguém. (simples: um núcleo)<br />

– Assistimos ao filme e à peça de teatro no mesmo dia. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você competiu com aquele rapaz?” “Competi.” (oculto: = Competi (com aquele<br />

rapaz))<br />

– Avisei-o de que haveria mudança no quadro de funcionários. (o objeto indireto é<br />

oracional, pois apresenta um verbo em sua constituição)*<br />

* Segundo Cegalla e outros gramáticos, a preposição pode ficar implícita neste caso, sem<br />

incorreção gramatical, mas não é assim que pensa a maioria dos gramáticos tampouco a<br />

maioria das bancas. Prova disso: FUNIVERSA – MTur – Administrador – 2010 –<br />

QUESTÃO 10 – C). Falarei mais sobre isso em Orações Subordinadas Substantivas.<br />

2) Além de o pronome oblíquo lhe(s) quase sempre exercer a função de OI, os pronomes<br />

oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer a função de OI.<br />

– Peço-lhe desculpas.<br />

– Obedeça-me, e ele será liberto.<br />

– Nada disto te pertence?<br />

– Deram-se as mãos e prosseguiram. (pronome com valor reflexivo recíproco)<br />

– Não nos pediram licença <strong>para</strong> ficar.


– Só vos peço isto: amai uns aos outros.<br />

Certos VTIs, por bem da eufonia, não admitem pronomes oblíquos átonos como seus<br />

complementos: depender, discordar, prescindir, equivaler etc. Tipo: “depende-lhe,<br />

discordei-lhe”.<br />

3) Jamais confunda objeto indireto com objeto direto preposicionado.<br />

– É preciso que não cedamos à tentação. (objeto indireto, pois ceder é VTI)<br />

– A Espanha derrotou à Holanda, tornando-se campeã mundial. (objeto direto<br />

preposicionado, pois derrotar é VTD)<br />

4) Diferentemente do objeto direto, há objeto indireto tanto na voz ativa como na voz<br />

passiva.<br />

– No decorrer das investigações, os suspeitos denunciaram as ações do grupo à<br />

polícia. (voz ativa)<br />

– No decorrer das investigações, as ações do grupo foram denunciadas à polícia pelos<br />

suspeitos. (voz passiva)<br />

5) Certos VTIs podem apresentar dois objetos indiretos: queixar-se, pedir, desculpar-se,<br />

instar, resultar etc.: “Nunca me queixei das broncas de meu pai (OI) à minha mãe<br />

(OI).”. Nunca vi isso em provas!<br />

6) Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos indiretos. Normalmente vêm<br />

antes do pronome relativo que:<br />

– Gostei da que está vestida de vermelho. (Gostei (VTI) da (= daquela; objeto<br />

indireto) que está vestida de vermelho.)<br />

7) Existem outros tipos de objeto indireto que muito raramente caem em prova. Vamos<br />

conhecer.<br />

Objeto Indireto Pleonástico<br />

O objeto indireto pleonástico é representado por um pronome oblíquo átono <strong>para</strong><br />

enfatizar um objeto indireto que já existe na frase.<br />

– De que lhe vale ao homem ganhar o mundo?<br />

– A mim não me agrada esse cantor.<br />

– Ao ingrato, nada lhe daremos.<br />

Objeto Indireto por Extensão (ou Dativos)<br />

O objeto indireto por extensão é um objeto indireto de verbo não transitivo indireto.<br />

Pode parecer estranho (e é!), mas não se preocupe, pois a chance de cair isso em prova é<br />

pequena como um átomo.<br />

As construções que veremos abaixo são, na verdade, resquícios do latim. Alguns<br />

estudiosos, como Bechara, chamam tais complementos de dativos de opinião, de interesse<br />

e de posse. Sacconi também fala sobre isso. As razões <strong>para</strong> tais nomes são óbvias, veja:


– A política brasileira sempre será corrupta <strong>para</strong> mim. (opinião)<br />

– Não me perca estas anotações, hein! (interesse; alguns gramáticos dizem que o me é<br />

apenas uma palavra expletiva, sem função sintática alguma)<br />

– Quase lhe quebraram a perna no jogo. (posse; alguns gramáticos consideram este lhe<br />

como um adjunto adnominal)<br />

Veja uma questão raríssima sobre isso! Faço questão de colocá-la na íntegra:<br />

12) (CONCSEL – Pref. Sítio Novo/RN – Cargos Ensino Fundamental – 2009) Na frase: Não me ponha os pés no sofá<br />

nem me saia mais à rua hoje! Os termos destacados exercem função de:<br />

a) objeto direto preposicionado;<br />

b) objeto direto intrínseco;<br />

c) objeto indireto pleonástico;<br />

d) objeto indireto por extensão. (Gabarito! Receio que essa questão seja baseada no Sacconi.)<br />

* Cuidado, porém, com a construção: Correr 2 km é difícil/fácil <strong>para</strong> mim. O gramático<br />

Celso P. Luft, em seu dicionário de regência nominal, diz que tais adjetivos exigem a<br />

preposição <strong>para</strong>, logo <strong>para</strong> mim é um complemento nominal, mesmo indicando opinião.<br />

Depois dizem que matemática é complexo...


Complemento Nominal<br />

Assim como os verbos, os nomes também podem ser “transitivos”, uma vez que exigem<br />

complementos. Na boa... o que seria um complemento no-mi-nal senão um com-ple-men-to de<br />

um no-me? O próprio nome dado a esse termo sintático diz o que ele é, ora.<br />

O complemento nominal é um termo que estabelece uma relação sintática com um nome<br />

(substantivo, adjetivo ou advérbio de base adjetiva, terminado em -mente), complementando<br />

seu sentido. Normalmente, o complemento nominal é um termo de valor semântico passivo e<br />

vem sempre preposicionado.<br />

– Temos certeza da vitória. (substantivo exigindo CN)<br />

– Contra fatos, não há argumentos. (substantivo exigindo CN)<br />

– Esta sala vive cheia de verde. (adjetivo exigindo CN)<br />

– O júri votou favoravelmente ao réu. (advérbio exigindo CN)<br />

– Foi feito um investimento de capital em tecnologia. (um substantivo exigindo dois CNs)<br />

– Independentemente disso, volte <strong>para</strong> mim. (advérbio exigindo CN)<br />

– A Bíblia é útil a nós. (adjetivo exigindo CN)<br />

– A lembrança dos três ocorreu de repente. (substantivo exigindo CN)<br />

– Sigo com medo de que a prova venha em um nível difícil. (substantivo exigindo CN)<br />

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por substantivo, pronome, numeral, palavra<br />

substantivada ou oração.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por inferência, notamos que há complemento nominal simples, composto, oculto (só<br />

contextualmente) e oracional. Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas<br />

nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Sou fiel a ela. (simples: um núcleo)<br />

– Sou fiel a ele e a ela. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você é fiel a ela?” “Certamente sou fiel.” (oculto: = Certamente sou fiel (a ela))<br />

– Estou convicto de que ela me ama. (o complemento nominal é oracional, pois<br />

apresenta um verbo em sua constituição)*<br />

* Segundo Cegalla e outros gramáticos, a preposição pode ficar implícita neste caso, sem<br />

incorreção gramatical, mas não é assim que pensa a maioria dos gramáticos tampouco a<br />

maioria das bancas. Prova disso: Cespe/UnB – PC/ES – ESCRIVÃO – 2010 – QUESTÃO<br />

23. Falarei mais sobre isso em Orações Subordinadas Substantivas.<br />

2) Não são todos os gramáticos que aceitam pronomes oblíquos átonos funcionando como<br />

complemento nominal. No entanto, no próximo capítulo, falarei sobre isso amplamente em<br />

Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos.


3) Alguns gramáticos dizem que, em “Sua casa é longe da escola”, da escola é um<br />

complemento nominal do advérbio longe. No entanto, há divergência gramatical nas<br />

expressões dentro de, perto de, longe de, diante de.... Enquanto Ulisses Infante, Pasquale<br />

Cipro Neto, Luiz A. Sacconi e Celso P. Luft entendem que tais expressões são advérbios<br />

seguidos de preposições (exigidas por tais advérbios), do ponto de vista da vastíssima<br />

maioria dos gramáticos, porém, elas são, na verdade, locuções prepositivas. Na parte de<br />

complemento nominal de sua gramática, Manoel Pinto Ribeiro é mais taxativo ainda: “Em<br />

‘Perto de casa’, não ocorre complemento nominal do advérbio ‘perto’, pois ‘perto de’ é<br />

locução prepositiva que introduz um adjunto adverbial de lugar, ou seja, ‘perto de casa’<br />

em ‘Estou perto de casa’ é um adjunto adverbial de lugar. Resumo da ópera: há polêmica<br />

nessa seara. No entanto, como acho que a opinião da Academia Brasileira de Letras deve<br />

ser levada em conta <strong>para</strong> bater o martelo... veja:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Olá. Quando dentro, perto, longe estiverem seguidos da preposição de,<br />

formando dentro de, longe de, perto de, são locuções prepositivas ou são<br />

advérbios/adjetivos que exigem, pela regência, a preposição de ? Por exemplo, em “Estou<br />

longe da estrada.”, da estrada é complemento nominal de longe ou longe da estrada é um<br />

adjunto adverbial iniciado pela locução prepositiva longe de ? Grato.<br />

Resposta: 1) São locuções prepositivas; 2) longe da estrada é um adjunto adverbial de<br />

lugar.<br />

Martelo batido! Mas... na hora da prova... como você não sabe o que o “homem da<br />

banca” vai aprontar, leia com calma as opções, buscando a “melhor resposta”.<br />

4) Não confunda complemento nominal oracional com predicativo do sujeito oracional.<br />

Digo isso, pois o predicativo do sujeito oracional pode vir preposicionado por uma<br />

preposição exigida por um nome do sujeito: A sensação é de que tudo se move depressa.<br />

(predicativo do sujeito oracional iniciado pela preposição exigida pelo nome sensação).<br />

Interessante essa construção.<br />

5) Mera curiosidade: Na frase Interessa-nos o combate ao que é nocivo, onde está o CN?<br />

Note que o nome combate exige a preposição a, que se combina com o demonstrativo o<br />

(= aquilo), formando ao. É como se disséssemos Interessa-nos o combate àquilo que é<br />

nocivo. Logo o ao é CN.


Complemento Nominal X Objeto Indireto<br />

O complemento nominal se diferencia do objeto indireto por uma razão muito simples:<br />

enquanto o CN é exigido por um nome, o OI é exigido por um VTI ou VTDI. Veja como é fácil:<br />

– Crer em Deus é importante. (OI)<br />

– A crença em Deus é importante. (CN)<br />

– O povo necessita de atenção. (OI)<br />

– O povo tem necessidade de atenção. (CN)<br />

Se você não notou, é superválido dizer que os nomes antes dos CNs normalmente são<br />

derivados dos verbos; normalmente o CN está ligado a um substantivo deverbal, ou seja,<br />

derivado de verbo (crer > crença; necessitar > necessidade etc.).<br />

Tome cuidado com a voz passiva. Veja estas frases:<br />

– Comida e bebida sempre são fornecidas aos trabalhadores pela empresa.<br />

A banca pode enganar você, dizendo que aos trabalhadores é complemento nominal do<br />

suposto adjetivo fornecidas. No entanto, <strong>para</strong> que você nunca se confunda, passe a frase <strong>para</strong><br />

a voz ativa, e verá que aos trabalhadores é um objeto indireto:<br />

– A empresa sempre fornece comida e bebida aos trabalhadores.<br />

Outro caso semelhante a esse:<br />

– Tudo ficou reduzido a cinzas.<br />

Note que a cinzas é o objeto indireto do verbo reduzir, que é transitivo direto e indireto.<br />

Safo?


Agente da Passiva<br />

O agente da passiva é o complemento de um verbo na voz passiva analítica; sempre<br />

precedido da preposição por (ou de, mais raramente).<br />

Lembre-se de que o nome dado ao termo diz muita coisa, portanto um agente da passiva é<br />

um termo que age, ou seja, é um termo que pratica uma ação, só que na voz passiva. Tanto<br />

isso é verdade que, quando se passa o agente da passiva <strong>para</strong> a voz ativa, ele vira um sujeito<br />

agente. Safo?<br />

Lembrando que a voz passiva se forma essencialmente por estes verbos auxiliares: ser (nas<br />

passivas de ação); estar, viver e andar (nas passivas de estado); ficar (nas passivas de<br />

mudança de estado). Veja só:<br />

– O gramático ficou rodeado de admiradores.<br />

– Os governantes serão repreendidos pelo povo.<br />

– O livro vai ser cuidadosamente revisado por quem?<br />

– Era conhecida dos dois professores.<br />

– Tínhamos sido surpreendidos pelo brilhante azul do mar.<br />

– Eles estavam dominados por quem os coordenava.<br />

Como se vê, seu núcleo pode ser representado por substantivo, pronome, numeral, palavra<br />

substantivada ou oração.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por inferência, notamos que há agente da passiva simples, composto, oculto (só<br />

contextualmente) e oracional. Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas<br />

nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Fui mordido pelo cão. (simples: um núcleo)<br />

– Fui assediado pela editora X e pela editora Y. (composto: mais de um núcleo)<br />

– “Você foi convidado pelo patrão?” “Sim. Fui convidado.” (oculto: = Fui convidado<br />

(pelo patrão))<br />

– O prédio foi construído por quem entendia de engenharia civil. (o agente da passiva<br />

é oracional, pois apresenta um verbo em sua constituição)<br />

2) Apesar de não ser comum, o agente da passiva pode estar deslocado: “Pelo público o<br />

cantor foi vaiado.” / “O cantor foi pelo público vaiado.”<br />

3) Às vezes, o agente da passiva vem ligado a só um verbo no particípio (oração reduzida<br />

de particípio): “A barricada feita pelo soldado surtiu efeito.” = “A barricada que foi<br />

feita pelo soldado surtiu efeito.”.<br />

4) Não custa relembrar que o agente da passiva corresponde ao sujeito da ativa.<br />

– Os fãs rodearam o cantor. = O cantor ficou rodeado por/de fãs.


Sobre o fato de ser rara a preposição de iniciar agente da passiva, veja esta questão:<br />

IBFC – CRA/SP – Analista DE TI – 2011 – QUESTÃO 6.<br />

5) O agente da passiva pode estar indeterminado se o sujeito da ativa for indeterminado.<br />

– (?) Atacaram nossas lojas ontem. = Nossas lojas foram atacadas (?) ontem.<br />

6) É muito raro, hoje em dia, que o agente da passiva venha junto de um verbo na voz<br />

passiva sintética, porque esta é uma construção antiga e não recomendada. No entanto...<br />

<strong>para</strong> a nossa surpresa... veja esta questão:<br />

12. (FGV – POTIGÁS – Administrador Júnior – 2006) Não, a política externa não pode se guiar por convicções e<br />

preferências partidárias. (L. 89-90)<br />

O termo grifado acima desempenha função sintática de:<br />

a) complemento nominal;<br />

b) objeto indireto;<br />

c) adjunto adverbial;<br />

d) agente da passiva;<br />

e) adjunto adnominal.<br />

Comentário: O gabarito é a D! Como toda voz passiva sintética pode ser transformada em<br />

voz passiva analítica, faça a tal transformação e comprove: “Não, a política externa não<br />

pode se guiar por convicções e preferências partidárias.” (voz passiva sintética) / “Não, a<br />

política externa não pode ser guiada por convicções e preferências partidárias.” (voz<br />

passiva analítica). Agora, <strong>para</strong> fechar o caixão, passe <strong>para</strong> a voz ativa e veja se o termo<br />

destacado não se torna o sujeito da ativa (afinal, o agente da passiva é sempre o sujeito da<br />

ativa): “Não, convicções e preferências partidárias não podem guiar a política externa.”.<br />

Moral da história: A essa altura do campeonato, depois de tantas referências a provas,<br />

gramáticos, polêmicas, chegamos a uma conclusão: nunca se sabe o que as bancas podem<br />

aprontar. Por isso, sangue nos olhos, meu/minha nobre, <strong>para</strong> dizer à banca no dia do<br />

concurso: “Nunca serão! Jamais serão!”.


Agente da Passiva X Complemento Nominal<br />

A diferença é bem simples: se você conseguir passar a frase da passiva <strong>para</strong> a ativa,<br />

mantendo o significado, achará a resposta a sua dúvida.<br />

– O rapaz foi apaixonado pela colega. (CN) = A colega apaixonou o rapaz?<br />

– O rapaz foi assediado pela colega. (AGP) = A colega assediou o rapaz.<br />

Em “As ruas ficaram cobertas de lama.”, o que você diria? CN ou AGP? AGP ou CN?<br />

Passe <strong>para</strong> a voz ativa. É possível? Sim. “Lama cobriu as ruas.” Logo... AGP. Voilà!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Basta saber reconhecer os termos integrantes da oração. São pouquíssimas questões que<br />

tratam desse assunto de maneira mais profunda como faço na teoria. Por isso, eu sempre<br />

aviso: por mais que eu seja muito detalhista, sempre mantenha seu foco naquilo que cai em<br />

prova! Ninguém aqui pretende ser o próximo Bechara, certo? Foco no que é recorrente!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

“(...) Ela antes tinha acesso ao sistema financeiro habitacional, a universidades públicas, à expansão de empresas estatais<br />

cheias de ofertas de trabalho e à indexação, que reajustava o dinheiro nos bancos. (...)”<br />

1. (Esaf – Técnico Administrativo – ANEEL – 2006) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– As estruturas linguísticas mostram que “acesso” é complementado, sintática e semanticamente, pelas quatro expressões<br />

centradas, respectivamente, em “sistema”, “universidades”, “expansão” e “indexação”.<br />

2. (AEDB – Pref. Itatiaia/RJ – Professor – 2007) Em qual das alternativas abaixo ocorre objeto indireto pleonástico?<br />

a) A Rafael chamaram-lhe covarde.<br />

b) O moço correspondeu na hora à gentileza.<br />

c) Tu não dependes do teu pai <strong>para</strong> nada, meu caro.<br />

d) Não obedeço a ninguém, só ao meu próprio juízo.<br />

e) O seu filho só precisa mesmo de compreensão.<br />

(...) Essa exaltação do orgânico em detrimento do social reduz a tenacidade do esforço humano, em centenas e<br />

centenas de séculos, ao humilhante plano da causalidade ou do fatalismo, inaceitáveis ambos. (...)<br />

3. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2008) No quinto parágrafo, o autor constrói, <strong>para</strong> a forma verbal “reduz”, um<br />

complemento verbal composto: “a tenacidade do esforço humano” e “em centenas e centenas de séculos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

4. (FCC – MPE/RS – Secretário de Diligências – 2008) O velho gaúcho foi ajudar, no posto mais próximo do hotel em que se<br />

hospedara, o serviço de assistência aos desabrigados pelo temporal.<br />

A função sintática do termo grifado acima é a mesma do termo, também grifado, da frase:<br />

a) ... quando um mais afobado desanda a correr pelo pátio ...<br />

b) Como tem prática de campo e prática de cidade ... de repressão a contrabando ...<br />

c) ... propõe, de saída, a divisão dos serviços em setores bem caracterizados ...<br />

d) ... mas tudo se resolve com bom humor.<br />

e) Nomeia o rapazinho seu ajudante-de-ordens ...<br />

[...] O que antes eu via como o inimigo e, com grande otimismo, como o inimigo que haveria de ser derrotado, acabou<br />

na verdade por nos vencer. [...]Ou se, como temo, estaremos caindo numa sociedade do homem e da mulher<br />

medíocres onipresentes, governados por altas mediocridades. [...]<br />

5. (FCC – MRE – Oficial de Chancelaria – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Os fragmentos por nos vencer e por altas mediocridades exercem idêntica função sintática.<br />

6. (FCC – TRT/MG (3R) – Analista Judiciário – 2009) ... que prevalece no conhecimento do torcedor comum sobre os<br />

dados históricos.<br />

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:<br />

a) ... que homogeneíza todos os indivíduos.<br />

b) ... o sentimento tribal é muito forte ...<br />

c) ... acompanha o indivíduo por toda vida ...<br />

d) ... que (...) participam no rito das danças guerreiras.<br />

e) ... e estão espalhados por vários locais.<br />

7. (Cesgranrio – IBGE – Agente Censitário Municipal – 2010) Tratando-se das funções sintáticas dos termos destacados do<br />

texto, pode-se afirmar que:<br />

a) “O dono da fábrica...” – objeto direto.<br />

b) “...ter de aumentar o preço.” – sujeito.<br />

c) “Você está ficando doido?” – adjunto adverbial de modo.<br />

d) “...e agora quer receber três.” – adjunto adverbial de lugar.<br />

e) “eu não pago a ele.” – objeto indireto.<br />

8. (CONSULPLAN – Pref. Guaxupé – Assistente Social – 2010) A expressão destacada está corretamente analisada em:<br />

a) “Entram em cena dois gigantes” (4 o §) (objeto direto)<br />

b) “Desponta uma circunstância imprevista” (5 o §) (objeto direto)


c) “Democratizar o acesso” (5 o §) (objeto direto)<br />

d) “Muda a lógica da distribuição.” (6 o §) (objeto direto)<br />

e) “E ficam os dedos?” (6 o §) (objeto direto)<br />

9. (FCC – TRF (4R) – Analista Judiciário – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Em “O narrador desse romance é um escritor ultraconsciente de seu ofício”, o termo destacado é complemento de<br />

ultraconsciente.<br />

10. (Esaf – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) Ela tem de assegurar aos que buscam a proteção dos planos de saúde a cobertura mais completa possível, o que inclui as<br />

novas tecnologias na área de medicina. (...)”<br />

– A expressão “aos que buscam a proteção dos planos de saúde” tem, no período, a função de objeto direto.<br />

11. (Cespe/UnB – TJ – Analista Judiciário – 2011) A expressão “essa minha angústia” (... não sei quanto tempo durou essa<br />

minha angústia...) constitui o complemento da forma verbal “durou”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

12. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Superior – 2011) Em “que ele chama metafísica dos costumes” (Kant inicia a<br />

exposição da ética, que ele chama metafísica dos costumes...), o trecho em itálico, que exerce, na oração, a função de<br />

complemento verbal, deveria estar precedido da preposição de.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

13. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) O complemento da forma verbal “considera” (Dondonim considera<br />

que o assistencialismo oficial prejudicou os índios.) consiste em uma oração.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

14. (Cespe/UnB – TRE/ES – Técnico – 2011) Em “emitir-lhes” (... devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos...), o<br />

pronome exerce a função de objeto direto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) A retomada de uma área tão populosa, que até pouco tempo era dominada por criminosos que andavam livremente<br />

pelas ruas com fuzis e metralhadoras, animou até mesmo quem faz oposição ao governo. (...)<br />

15. (Cespe/UnB – PC/ES – Cargos de nível superior – 2011) O complemento verbal “por criminosos que andavam livremente<br />

pelas ruas com fuzis e metralhadoras” designa o ser que pratica a ação verbal.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) Das expressões em negrito, SOMENTE uma exerce a função de<br />

complemento.<br />

a) ... caso de assassinato que o havia atormentado ...<br />

b) ... 20 anos após o crime, o julgamento ...<br />

c) Foi assim que o Departamento de Justiça Criminal ...<br />

d) ... esperança de ver os assassinos de...<br />

e) ... comprometimento em prender os homens...<br />

17. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) A palavra pronunciamento (Em pronunciamento ao conselho diretor do<br />

Wall Street Journal...) é transitiva e exige:<br />

a) complemento nominal;<br />

b) objeto indireto;<br />

c) objeto direto;<br />

d) adjetivo;<br />

e) predicativo do sujeito.<br />

18. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) O fragmento frasal de que ações militares somente iriam retardar (...<br />

repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar) é ...... do substantivo preocupações.


Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto acima.<br />

a) complemento verbal.<br />

b) complemento nominal oracional.<br />

c) adjunto verbal.<br />

d) adjunto nominal.<br />

e) complemento prepositivo-verbal.<br />

19. (Cespe/UnB – TJ/AL – Analista Judiciário – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A expressão “alguma coisa da sua frescura e novidade” (... trasladam <strong>para</strong> o papel alguma coisa da sua frescura e<br />

novidade) complementa o sentido da forma verbal “trasladam”.<br />

20. (Instituto Cidades – TCM/GO – Auditor de Controle Externo – 2012) Assinale a análise correta do termo da oração<br />

destacado: O filme “O Artista” ultrapassou os limites do público segmentado.<br />

a) Objeto direto.<br />

b) Objeto indireto.<br />

c) Sujeito.<br />

d) Predicativo do sujeito.<br />

e) Agente da passiva.<br />

21. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) (adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Os termos “o endereço” e “a literatura desta missiva”, no trecho “Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e<br />

a literatura desta missiva”, são complementos do verbo surpreender, assim como “vos”, que exerce a função de objeto<br />

indireto desse verbo.<br />

22. No período “Que Demócrito não risse, eu o provo”, o verbo provar complementa-se com uma estrutura em forma de<br />

objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente <strong>para</strong> um pronome.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

23. (FCC – TJ/RJ – Comissário da Infância e da Juventude – 2012) A frase em que ambos os elementos sublinhados são<br />

complementos verbais é:<br />

a) Assim vos confesso que entendo de arquitetura, apesar das muitas opiniões em contrário.<br />

b) Ninguém se impressiona tanto com um velho porão como este velho cronista, leitor amigo.<br />

c) O porão deverá jazer sob os pés da família como jazem os cadáveres num cemitério.<br />

d) Que atração exercem sobre o cronista as gravatas manchadas, quando desce a um porão...<br />

e) Já não se fazem porões, hoje em dia, já não há qualquer mistério ou evocação mágica numa casa moderna.<br />

24. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Em uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas, a voz verbal é ativa, sendo umas bugigangas o objeto<br />

direto.<br />

25. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Na linha 3 (... sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de<br />

poder...), a expressão “pelas redes transnacionais de poder” indica o agente da ação verbal de ultrapassar.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

26. (FCC – INSS – Técnico do Seguro Social – 2012) Na frase O compositor dedicava inteiramente à criação musical os<br />

meses de verão, o termo sublinhado exerce a mesma função sintática que o termo em destaque na frase:<br />

a) A visão de mundo de uma geração mais jovem teve influência central aqui.<br />

b) Intérpretes conhecidos e pesquisadores descobriram o compositor.<br />

c) Em vida, Mahler foi alvo de intensas polêmicas.<br />

d) Mahler empreendia longas caminhadas que lhe proporcionaram inspiração <strong>para</strong> grandiosas sinfonias.<br />

e) Essas casinhas das alturas alpinas hoje se transformaram em memoriais.<br />

27. (FUNCAB – MPE/RO – Analista – 2012) O termo destacado em: “(...) termos gasto tanto dinheiro na construção DE<br />

HOSPITAIS (...)” exerce função sintática de:<br />

a) complemento nominal;<br />

b) adjunto adverbial;<br />

c) objeto indireto;<br />

d) objeto direto;


e) predicativo.<br />

28. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) ... elas ainda sofrem de imensas deficiências de nutrientes ...<br />

A relação entre verbo e complemento, grifada acima, se reproduz em:<br />

a) ... embora a maioria das pessoas consuma calorias suficientes ...<br />

b) ... e têm pontuação mais baixa nos testes de habilidade cognitiva.<br />

c) ... a epidemia de obesidade nos países ricos representa exatamente o problema oposto.<br />

d) ... e muitos não obtêm esses nutrientes.<br />

e) ... menos da metade daqueles que mais precisam deles ...<br />

29. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012)... <strong>para</strong> que ela não interfira de forma excessiva em seus<br />

projetos.<br />

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em:<br />

a) ... contra forças desconhecidas que anulam tudo aquilo ...<br />

b) ... com as quais procuramos lidar com a realidade ...<br />

c) ... deixando-nos desarmados e atônitos ...<br />

d) ... de algo que está além de nossa compreensão ...<br />

e) ... ele o convoca constantemente.<br />

30. (FAB – EEAR – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Coloque, nos parênteses que seguem os termos em destaque no<br />

trecho abaixo, CN <strong>para</strong> complemento nominal e OI <strong>para</strong> objeto indireto e assinale a alternativa com a sequência correta.<br />

“Creio no mundo ( ) como num malmequer, / Porque o vejo. Mas não penso nele ( ) / Porque pensar é não compreender ... / O<br />

Mundo não se fez <strong>para</strong> pensarmos nele / (pensar é estar doente dos olhos)” ( )<br />

a) CN, CN, OI.<br />

b) OI, CN, CN.<br />

c) OI, OI, CN.<br />

d) CN, OI, OI.<br />

31. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Em qual alternativa o termo destacado é um agente da passiva?<br />

a) Para tratar o problema da insônia, muitos optam pela medicação.<br />

b) Hoje em dia, a ansiedade tem sido muito combatida pelos médicos.<br />

c) Assim como a insônia, a apneia do sono incomoda muitas pessoas por muitos anos.<br />

d) A opção pela cirurgia, em casos de graves de apneia, é exclusivamente do paciente.<br />

32. (FUNRIO – CIETEC – Administração – 2012) Cecília Meireles escreveu: “Há momentos na vida em que sentimos tanto a<br />

falta de alguém… que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”<br />

O único termo que não desempenha a função de objeto direto no trecho acima é:<br />

a) momentos;<br />

b) a falta de alguém;<br />

c) esta pessoa;<br />

d) nossos sonhos;<br />

e) la.<br />

33. (CONSULPLAN – Pref. Nova Iguaçu/RJ – Professor I – 2012) A expressão que exerce função sintática diferente das<br />

demais se encontra na alternativa<br />

a) Falava o representante da Associação dos Magistrados Brasileiros. (2 o §)<br />

b) Os dois cavalheiros apresentavam reações características do Homo connectus. (4 o §)<br />

c) De vez em quando, um deles guardava o telefoninho no bolso. (4 o §)<br />

d) E se chega uma mensagem? Uma notícia? (4 o §)<br />

e) Às vezes o smartphone exigia mais que um simples olhar. (5 o §)<br />

34. (IBFC – Pref. Campinas/SP – Agente de Ação Cultural (Geral) – 2012) Considere os termos destacados nas orações<br />

abaixo e assinale a alternativa correta.<br />

I. Ele gosta de futebol.<br />

II. Ele chorou de emoção.<br />

a) Os dois termos exercem a mesma função sintática.<br />

b) Em II, o termo destacado exerce a função de objeto indireto.<br />

c) Em I, o termo destacado exerce a função de objeto direto.


d) Em II, o termo destacado exerce a função de adjunto adverbial.<br />

35. (CEV-URCA – Vestibular – 2012)<br />

“E deixo pra Zé Patife,<br />

Que anda cagando goma,<br />

Uma bainha pros chifre<br />

E as cueca de Zé Maromba” (linhas 32 a 35)<br />

Sintaticamente, o termo em destaque é núcleo de:<br />

a) complemento nominal;<br />

b) objeto direto;<br />

c) adjunto adverbial;<br />

d) adjunto adnominal;<br />

e) objeto indireto.<br />

36. (FUNDEP – Pref. BH/MG – Técnico Administrativo – 2012) “[...] da morte do velho nasce a vida e a transformação.”<br />

A expressão sublinhada exerce, nessa frase, a função sintática de;<br />

a) objeto direto;<br />

b) objeto indireto;<br />

c) predicativo;<br />

d) sujeito.<br />

37. (FUNDEP – Pref. Patrocínio/MG – Agente Administrativo – 2012) “Nos estudos citados pelos autores, vários deles<br />

mostram que as pessoas com menos força de vontade são aquelas mais suscetíveis a problemas como alcoolismo,<br />

obesidade e vícios em drogas.”<br />

A expressão sublinhada nessa frase pode ser analisada, sintaticamente, como:<br />

a) adjunto adnominal;<br />

b) adjunto adverbial;<br />

c) agente da voz passiva;<br />

d) predicativo.<br />

38. (FBC – Câmara de Nova Iguaçu/RJ – Agente Administrativo – 2012) Não há complemento nominal em:<br />

a) Marta envolveu-se numa batalha pela chave do quarto.<br />

b) A fé na democracia nos anima.<br />

c) O amor pelo dinheiro pode render muitas frustrações.<br />

d) Samuel batalhou pelo controle remoto da TV.<br />

e) É um crime a falsificação de documentos.


Gabarito<br />

1. CORRETO. 11. ERRADO. 21. INCORRETO. 31. B.<br />

2. A. 12. ERRADO. 22. CERTO. 32. D.<br />

3. ERRADO. 13. CERTO. 23. A. 33. C.<br />

4. B. 14. ERRADO. 24. CORRETO. 34. D.<br />

5. INCORRETO. 15. CERTO. 25. CERTO. 35. B.<br />

6. D. 16. A. 26. A. 36. D.<br />

7. E. 17. A. 27. A. 37. C.<br />

8. C. 18. B. 28. E. 38. D.<br />

9. CORRETO. 19. CORRETO. 29. B.<br />

10. CORRETO. 20. A. 30. C.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 21<br />

Termos Acessórios da Oração


Definição<br />

O adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto formam o conjunto de termos<br />

acessórios. São chamados assim, pois (em tese) são dispensáveis à construção de uma oração.<br />

O vocativo não é um termo acessório, nem integrante, nem essencial, porque não se liga ao<br />

verbo nem ao nome, também não faz parte do sujeito nem do predicado, mas, por razões<br />

didáticas, é tradicionalmente colocado neste capítulo.


Adjunto Adnominal<br />

O adjunto adnominal é um termo sintático que determina, restringe o sentido de um<br />

substantivo, caracterizando-o. O próprio sentido da expressão “ad/junto adnominal” indica<br />

que é um termo que vem ao lado, junto do nome.<br />

As classes gramaticais que podem funcionar como ADN são:<br />

Pronome<br />

Locução adjetiva<br />

Adjetivo<br />

Numeral<br />

Artigo<br />

– O homem de negócios comprou só um imóvel: aquela bela casa.<br />

– Já se encontraram ambos os meninos em certas vielas escuras com pedras de crack.<br />

– O primeiro dia de aula cativou alguns alunos estudiosos.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por inferência, notamos que há adjunto adnominal simples, composto e oracional. Basta<br />

ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo<br />

é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– A mãe do Pedro é muito simpática. (simples: um núcleo)<br />

– A mãe do Pedro e do Paulo é muito agradável. (composto: mais de um núcleo)<br />

– A mulher que é simpática conquista as pessoas. (o adjunto adnominal é oracional,<br />

pois apresenta um verbo em sua constituição)<br />

2) Por via de regra, o adjunto adnominal não vem se<strong>para</strong>do por pontuação (vírgula,<br />

travessão, parênteses...). Se houver uma enumeração de adjuntos adnominais, aí sim as<br />

vírgulas deverão ser usadas: “O livro maravilhoso, impactante, revelador e de grande<br />

sucesso é, até hoje, a Bíblia Sagrada.”.<br />

3) Breve déjà vu da aula de Substantivo. Bechara, em sua Moderna Gramática Portuguesa,<br />

nos ensina que são adjuntos adnominais os termos preposicionados sublinhados<br />

introduzidos pela preposição expletiva de nas construções enfáticas abaixo:<br />

– O bobo do palhaço fez todos rirem.<br />

– A idiota da mulher fez um escândalo no banco.<br />

– A pobre da menina está carente.<br />

– O infeliz do rapaz continuava estudando.<br />

4) Normalmente os adjuntos adnominais, em forma de locução adjetiva, são iniciados por<br />

preposições com valor semântico de posse ou de ação (agente). Podem também indicar<br />

qualidade, origem, matéria ou outra especificação. Este é mais um dos argumentos <strong>para</strong> a


diferenciação de adjunto adnominal x complemento nominal.<br />

– As mãos dele congelaram com o frio. (posse)<br />

– A banda do César não emplacou. (posse)<br />

– A divulgação do livro pela editora está bem. (agente)<br />

– O aviso do presidente foi ouvido por todos. (agente)<br />

– Homens sem escrúpulos devem ser disciplinados. (qualidade)<br />

– Só bebo água da fonte lá no sítio. (origem)<br />

– Um fio de aço suporta esta carga. (matéria)<br />

– A luta do século não aconteceu. (restrição)<br />

5) O adjunto adnominal em forma de locução adjetiva pode modificar um pronome, um<br />

numeral ou uma palavra substantivada: Todos da cidadezinha assistiram ao show<br />

gratuito. / Apenas 60% dos atletas mantêm-se em forma depois da aposentadoria. / O<br />

rebolar dela é sensual.<br />

6) Em frases do tipo: “A capacidade de adaptação e de empatia é do ser humano.”, não<br />

viaje na maionese pensando que o e liga núcleos do sujeito (um explícito e outro<br />

implícito), como se fosse “A capacidade de adaptação e (a capacidade) de empatia é<br />

própria do ser humano”. Só o Bechara enxerga esta possibilidade de análise, mas não é<br />

assim que vejo cair em prova tampouco assim ensinam 99% dos gramáticos, por isso<br />

ignore o ensino dele.<br />

Na verdade, o e liga os adjuntos adnominais de adaptação e de empatia ao núcleo do<br />

sujeito simples, capacidade, por isso o verbo fica no singular. Neste caso, seria um erro se<br />

o verbo ficasse no plural, concordando com os núcleos dos adjuntos adnominais, isto é “A<br />

capacidade de adaptação e de empatia são do ser humano.”, pois o verbo concorda com o<br />

núcleo do sujeito: “A capacidade de adaptação e de empatia é do ser humano.”. Lembre-se:<br />

a conjunção não liga só orações, mas liga termos também.


Adjunto Adnominal X Agente da Passiva<br />

Nem todo termo iniciado pela preposição por é um agente da passiva, portanto não<br />

confunda adjunto adnominal com agente da passiva. Veja:<br />

– Derrotada pelo Flamengo, a equipe do Vasco arrumou confusão. (agente da passiva)<br />

– A derrota do Vasco pelo Flamengo desnorteou os vascaínos. (adjunto adnominal)<br />

Note que ambos os termos têm valor agente, mas o agente da passiva vem ligado a um verbo<br />

no particípio, já o adjunto adnominal modifica um substantivo. Fácil, não?


Adjunto Adnominal X Complemento Nominal<br />

Chegou a hora tão aguardada dos concurseiros de plantão!<br />

Antes de qualquer coisa, saiba que só há dificuldade em reconhecer o CN ou o ADN<br />

quando o termo preposicionado pela preposição de estiver ligado a um substantivo abstrato.<br />

Portanto, preste atenção à diferenciação e siga os critérios <strong>para</strong> não errar mais!<br />

1 a Dica: Será sempre CN a expressão ligada a substantivo abstrato antecedida de<br />

qualquer preposição, exceto a preposição de.<br />

– Fiz menção a você ontem.<br />

– Tenho amor pelo meu filho.<br />

– Nossa fé em Deus é transcendente.<br />

2 a Dica: Será sempre ADN se a expressão preposicionada estiver ligada a substantivo<br />

concreto.<br />

– Comprei o material de um site famoso.<br />

3 a Dica: Normalmente o ADN mantém uma relação de posse com o substantivo; a<br />

preposição tem valor nocional.<br />

– A atitude do professor foi justa. (A atitude pertence ao professor, é dele.)<br />

4 a Dica: O CN tem valor paciente (normalmente o seu núcleo não é um ser animado nem<br />

personificado, mas o alvo de uma ação) e encontra respaldo na reescritura de voz passiva<br />

analítica. Já o ADN tem valor agente (normalmente o seu núcleo é um ser animado ou<br />

personificado, que pratica uma ação) e encontra respaldo na reescritura de voz ativa.<br />

– A resolução da questão foi ótima. (CN/A questão foi resolvida/valor paciente)<br />

– A resolução do professor foi ótima. (ADN/O professor resolveu/valor agente)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Nos dois exemplos abaixo, há de se observar se o substantivo antes do CN ou do ADN é<br />

abstrato ou concreto, <strong>para</strong> encontrar a diferença. Mas note que isso é feito pelas noções<br />

de agente e paciente, que resolvem 90% dos casos.<br />

– A invenção do controle remoto mudou o século XX. (CN/O controle remoto foi<br />

inventado)<br />

– A invenção da empresa norte-americana mudou o século XX. (ADN/A empresa<br />

norte-americana inventou)<br />

É bom dizer também que, em certos casos, por falta de um contexto maior, pode haver<br />

ambiguidade na análise sintática:<br />

– A matança dos policiais precisa acabar! (Não se sabe se os policiais estão matando –<br />

ADN – ou se eles estão sendo mortos – CN).


Depois dessa explicação, dá <strong>para</strong> errar alguma questão na prova? Duvido! Internalize aos<br />

poucos essa diferença, por ler e reler as informações... e praticar, é claro!


Adjunto Adnominal X Predicativo do Sujeito e do Objeto<br />

Enquanto o adjunto adnominal é uma característica ou um estado inerente/permanente de<br />

um ser, o predicativo é uma característica atribuída a um ser, indicando um estado transitório.<br />

Mais especificamente, o predicativo do objeto é normalmente uma opinião do sujeito sobre o<br />

objeto.<br />

Outra dica bacana é a seguinte: o adjunto adnominal não vem se<strong>para</strong>do por vírgula<br />

(travessões ou parênteses) nem distante do nome a que se liga, já o predicativo pode vir<br />

se<strong>para</strong>do por vírgula (travessões ou parênteses) ou distante do nome a que se refere.<br />

Vejamos alguns exemplos (note as vírgulas):<br />

– O exame deixou o aluno preocupado. (O aluno não é permanentemente preocupado, logo é<br />

um predicativo do objeto.)<br />

– O aluno preocupado negou o erro. (O aluno é permanentemente preocupado, logo é um<br />

adjunto adnominal.)<br />

– O aluno, preocupado, negou o erro. (O aluno está transitoriamente preocupado, logo é um<br />

predicativo do sujeito.)<br />

– O jurado considerou a cantora bela e talentosa. (O objeto – a cantora – recebeu atributos<br />

do sujeito – o jurado –, logo é um predicativo do objeto.)<br />

– Encontrei a cantora bela e talentosa conversando com uma produtora. (Ser bela e<br />

talentosa é uma característica inerente da cantora, logo é um adjunto adnominal.)<br />

– Bela e talentosa, a cantora tinha um grande futuro. (Neste caso, é a vírgula que determina<br />

que se trata de um predicativo do sujeito e não de um adjunto adnominal.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não há dificuldade em diferenciar o adjunto adnominal do predicativo do objeto. Bizu:<br />

passe a frase <strong>para</strong> a voz passiva analítica; se o adjetivo ficar ao lado do nome, será<br />

adjunto adnominal. Moleza!<br />

– Resolvi uma questão difícil. > Uma questão difícil foi resolvida por mim. (ADN nos<br />

dois casos, pois o adjetivo ficou “ao lado do nome”.)<br />

2) Às vezes, pode existir ambiguidade em uma frase, o que dificultará a análise; portanto,<br />

fique atento ao contexto!<br />

– Achei o homem perdido. (Não se sabe se o sujeito considerou o homem perdido,<br />

conotativamente – predicativo do objeto –, ou se o sujeito estava em busca de um<br />

homem literalmente perdido e o encontrou – adjunto adnominal.)


Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos<br />

Bastante atenção que a <strong>para</strong>da é séria, hein! Vejamos um por um!<br />

Me<br />

– Eu me amo, por isso não posso viver sem mim... (objeto direto)<br />

– Lascaram-me um beijo daqueles! (objeto indireto)<br />

– Meu computador sempre me foi útil. (complemento nominal)<br />

– Roubaram-me o carro. (adjunto adnominal)<br />

– Deixe-me entrar na casa, por favor. (sujeito)<br />

– Não me venha com desculpas. (partícula expletiva; não tem função sintática, mas estilística)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Sobre o terceiro exemplo, vale a pena dizer que Claudio Cezar Henriques, Ulisses Infante<br />

& Pasquale Cipro Neto, Faraco & Moura, Celso Pedro Luft dizem que os pronomes<br />

oblíquos átonos (exceto o, a, os, as) podem exercer função sintática de complemento<br />

nominal (Ele sempre foi útil a mim.). Sacconi diz que são objetos indiretos por<br />

extensão. Veja uma questão sobre isso, com o pronome lhe (vale <strong>para</strong> os pronomes<br />

oblíquos átonos me, te, se, nos, vos) exercendo função de complemento nominal:<br />

Consulte isto: CESPE/UnB – TRE/MT – ANALISTA – 2013 – QUESTÃO 1<br />

30. (FAB – EEAR – Sargento – 2002) Assinale a alternativa cujo termo destacado classifica-se como complemento nominal.<br />

a) Arrancaram-lhe as roupas. (= Arrancaram as suas roupas. / adjunto adnominal)<br />

b) Ela nunca lhe desobedece. (= Ela nunca desobedece a ele. / objeto indireto)<br />

c) A sentença foi-lhe favorável. (= A sentença foi favorável a ele. / complemento nominal)<br />

d) Júlio devolveu-lhe o livro emprestado. (= Júlio devolveu a ele o livro emprestado./ objeto indireto)<br />

2) Sobre o quarto exemplo, “Roubaram-me o carro.” equivale a “Roubaram o meu carro.”, o<br />

pronome oblíquo tem valor possessivo, logo muitos mestres (Ulisses Infante, Pasquale<br />

Cipro Neto, Alfredo Gomes, Claudio Cezar Henriques, Hildebrando André, José<br />

Oiticica, João D. Maia, Leila L. Sarmento) analisam-no como adjunto adnominal; já<br />

outros (Celso Cunha, Evanildo Bechara, Said Ali, Adriano G. Kury, Napoleão M. de<br />

Almeida, Gladstone Chaves de Melo, Vilela & Koch) analisam-no como objeto indireto<br />

com valor possessivo. Bechara também o chama de dativo de posse. Sem querer<br />

polemizar, nas provas de concurso público, fique com a primeira opinião (adjunto<br />

adnominal), pois é assim que vem caindo. Isso também vale <strong>para</strong> os pronomes oblíquos<br />

átonos te, se, nos, voz, lhe(s).<br />

3) Apesar de entrarmos em um assunto polêmico a partir de agora, ainda assim sugiro<br />

que leia (com calma) o que segue.<br />

Sobre o quinto exemplo (Deixe-me entrar na casa, por favor.), saiba que a construção<br />

formada por verbos causativos mandar, deixar, fazer, permitir (e sinônimos) ou sensitivos


ver, ouvir, olhar, sentir (e sinônimos) seguidos de pronomes oblíquos átonos + verbos no<br />

infinitivo ou no gerúndio faz com que os oblíquos tenham função de sujeito do verbo no<br />

infinitivo ou no gerúndio:<br />

Mandaram-me entrar. (E não: Mandaram eu entrar.) / Deixe-as dormir. (E não: Deixe<br />

elas dormirem.) / Faça-nos cantar. (E não: Faça nós cantarmos.). Ficou claro? Veja mais:<br />

Viram-me sair. / Ouvi-o bater à porta./ Nós sentimo-los abraçar-nos. / Eu a vi chorando<br />

copiosamente. / Eles te viram traindo teu marido / Ela deixou-se tatuar.<br />

Tais construções equivalem a “Mandaram que eu entrasse.”, “Deixe que elas<br />

durmam.”, “Faça que nós cantemos.”, “Viram que eu saí.”, “Ouvi que ele batia à porta.”,<br />

“Nós sentimos que eles nos abraçaram.”, “Eu vi que ela chorava copiosamente.”, “Eles<br />

viram que tu traías teu marido.”, “Ela deixou que fosse tatuada.”.<br />

Esta é a visão da maioria dos estudiosos: Celso Cunha, Cegalla, Sacconi, Napoleão M. de<br />

Almeida, José Oiticica, Cândido de Oliveira, A. Gama Kury, Celso P. Luft, Sílvio Elia e a<br />

maioria dos gramáticos modernos, como Faraco & Moura, Pasquale C. Neto & U. Infante,<br />

Claudio Cezar Henriques, Maria H. M. Neves etc. apoiam as construções acima.<br />

Já, no segundo pelotão, Rocha Lima, Said Ali e Eduardo Carlos Pereira dizem que o<br />

pronome (nesses casos com verbo causativo/sensitivo + infinitivo) é objeto direto do<br />

causativo e sujeito do infinitivo ao mesmo tempo.<br />

Por fim, Evanildo Bechara (atualmente) e J. C. de Azeredo, baseando-se nos estudos de<br />

Henrique Maurer Jr., têm opinião bem particular sobre os verbos causativos e sensitivos<br />

(dizem que o pronome é objeto e que o verbo no infinitivo constitui uma oração com função<br />

de predicativo do objeto).<br />

Ah! Em tempo: Cegalla (que cita exemplo de Celso P. Luft) e Francisco Fernandes nos<br />

informam que a construção com o lhe (como sujeito) só é aceita se o verbo no infinitivo<br />

exigir um complemento direto (objeto direto): “O professor mandou-lhe calar a boca.” (ou<br />

seja, “O professor mandou que ele calasse a boca.”).<br />

Veja uma questão sobre essa polêmica toda. Note que a banca fica com a opinião da<br />

maioria, a saber, o pronome oblíquo tem função de sujeito do infinitivo:<br />

49. (FAB – AFA – Oficial – 2009) Sobre o 3 o fragmento do texto acima, é correto afirmar que o:<br />

a) pronome em destaque no sintagma “deixai-me levar” (l. 22) exerce a função sintática de sujeito da ação verbal<br />

“levar”. (Gabarito!)<br />

Comentário: Em “deixai-me levar”, o me é sujeito do infinitivo levar, e o sujeito de deixai<br />

é vós (oculto), equivalendo a “... deixai vós que eu leve...”.<br />

No entanto, veja esta questão que fica com a visão do segundo grupo:<br />

11. (Cesgranrio – DECEA – Técnico de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo – 2009)<br />

“ ... e a fazem funcionar dentro de padrões éticos.” (L. 4-5)


O termo que apresenta função sintática idêntica à do exemplo em destaque é:<br />

a) “... face à chaga histórica que extenua os pobres.” (L. 13-14)<br />

b) “... inibe a audácia que os problemas sociais exigem.” (L. 27-28)<br />

c) “Ela equilibra a audácia.” (L. 32-33)<br />

d) “O excesso de audácia é a insensatez.” (L. 40-41)<br />

e) “Em condições normais significa a justa medida,” (L. 48-49)<br />

Comentário: A banca deu como gabarito a letra B, em que o pronome relativo que exerce<br />

função de objeto direto (sobre a função sintática dos pronomes relativos, veja Orações<br />

Subordinadas Adjetivas), o que indica, consequentemente, que o pronome oblíquo a foi<br />

visto pela banca como objeto direto do verbo causativo fazer. Não obstante a questão<br />

deveria ser anulada, pois, segundo a maioria dos gramáticos, o pronome oblíquo exerce<br />

função de sujeito do infinitivo; daí que o gabarito deveria ser a letra A, em que o pronome<br />

relativo que exerce função de sujeito. Polêmicas! Elas não deveriam figurar em prova de<br />

concurso, mas as bancas não estão nem aí... Por isso sou detalhista. Nunca se sabe...<br />

4) Recomenda-se que se use um pronome oblíquo átono <strong>para</strong> cada verbo (com transitividade<br />

diferente) numa estrutura de coordenação: Os professores me encontraram e deram-me<br />

um conselho. Note que o verbo encontrar é VTD e o verbo dar é VTDI. O primeiro tem<br />

função de objeto direto, e o segundo, indireto. É possível encontrar isso na gramática do<br />

Celso Cunha. Ele diz mais: “um pronome oblíquo átono pode ser complemento de verbos<br />

de regências iguais”: Eu lhe dei comida e emprestei dinheiro.<br />

Te<br />

– “Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida”. (Tom Jobim) (objeto direto)<br />

– Nunca mais te dirigiram a palavra. (objeto indireto)<br />

– Fica tranquila, meu amor, eu sempre te serei leal. (complemento nominal)<br />

– Beijei-te o rosto no passado e beijar-te-ei a boca agora. (adjunto adnominal)<br />

– Fizeram-te realizar o exame duas vezes? (sujeito)<br />

Se<br />

– Não saía de casa sem se olhar no espelho. (objeto direto)<br />

– A menina se impôs uma dieta rigorosa. (objeto indireto)<br />

– Narciso tinha-se grande paixão. (complemento nominal)<br />

– O cego costuma deixar-se levar pelo guia. (sujeito)<br />

Cuidado!!!<br />

Este pronome oblíquo átono tem cinco classificações: reflexivo (recíproco), integrante<br />

do verbo, expletivo, indeterminador do sujeito e apassivador. Nas explicações abaixo,<br />

precisarei contar com sua ajuda: seu conhecimento básico sobre transitividade verbal e um<br />

pouquinho de voz verbal.


Reflexivo (Recíproco)<br />

Sempre acompanhado de verbo transitivo direto e/ou indireto (VTD/VTI/VTDI). Segundo<br />

Bechara, ele “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou”. Diz-se que o<br />

pronome reflexivo é chamado de recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo<br />

se encontra normalmente no plural.<br />

Ex.: A menina se cortou. / Se está doente, trate-se. / A modelo se impôs uma dieta muito<br />

severa. / Ele se achou culpado por ter perdido a luta. / O Brasil já se deixou explorar<br />

por muito tempo. / O cego costuma deixar-se levar pelo guia. / Os namorados se deram<br />

as mãos. (recíproco) / A avó e a neta se queriam muito. (recíproco) / O casal se beijou<br />

com vontade. (recíproco)<br />

Obs.: Em “Dar-se ao trabalho...” ou “Dar-se o trabalho...”, o se é pronome reflexivo. No<br />

primeiro caso tem função de objeto direto; no segundo, objeto indireto. O fato é que<br />

ambas as formas são corretas. Além disso, saiba que outros pronomes oblíquos também<br />

podem indicar reflexividade (me, te) e reciprocidade (nos, vos).<br />

Integrante do Verbo<br />

Sempre acompanha verbo intransitivo (VI) ou transitivo indireto (VTI). Baseando-me no<br />

Bechara, posso dizer que tais verbos, chamados de pronominais, pois não se conjugam sem a<br />

presença do pronome oblíquo, indicam sentimento (indignar-se, ufanar-se, atrever-se,<br />

alegrar-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se<br />

etc.) ou movimento/atitudes da pessoa em relação ao seu próprio corpo (sentar-se, suicidarse,<br />

concentrar-se, converter-se, afastar-se, precaver-se etc.). Por favor, não confunda com<br />

pronome reflexivo.<br />

Ex.: Ele se precaveu das pragas. / Ela, infelizmente, suicidou-se. / Nunca você deve<br />

queixar-se da sua vida.<br />

Obs.: Outros pronomes oblíquos também podem ser integrantes do verbo: me, te, nos, vos.<br />

Expletivo<br />

Acompanhado de verbos intransitivos (VI), normalmente. Pode ser retirado da oração sem<br />

prejuízo sintático e semântico, pois seu valor é apenas estilístico (ênfase, expressividade),<br />

por isso é chamado de partícula de realce.<br />

Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. = Vão os anéis, ficam os dedos. / Ela se tremia de<br />

medo do escuro. = Ela tremia de medo do escuro. / Passaram-se anos, e ele não<br />

retornou ainda. = Passaram anos, e ele não retornou ainda.<br />

Indeterminador do Sujeito (Cai muito em prova!)<br />

Sempre acompanha verbos na 3 a pessoa do singular de quaisquer transitividades (verbo<br />

de ligação – VL –, VI, VTI, VTD), sem sujeito explícito. No caso do VTD, precisará haver<br />

objeto direto preposicionado <strong>para</strong> que o se indetermine o sujeito – note o último exemplo.


Tal indeterminação implica um sujeito de valor genérico (generalizador), impreciso.<br />

Ex.: Lá se era mais feliz. (VL) / Aqui se vive em paz. (VI) / Lamentavelmente, não se<br />

confia mais nos governantes. (VTI) / Já não mais se ama a Deus nesta Igreja. (VTD)<br />

De leve, veja uma questãozinha sobre isso:<br />

2. (Esaf – AFRFB – 2009) Em relação ao texto, assinale a opção correta.<br />

“Há alguma esperança de que a diminuição do desmatamento no Brasil possa se manter e não seja apenas, e mais uma<br />

vez, o reflexo da redução das atividades econômicas causada pela crise global. Mas as notícias ruins agora vêm de<br />

outras frentes. As emissões de gases que provocam o efeito estufa pela indústria cresceram 77% entre 1994 e<br />

2007, segundo estimativas do Ministério do Meio Ambiente a partir de dados do IBGE e da Empresa de Pesquisa<br />

Energética. Para piorar, as fontes de energia se tornaram mais “sujas”, (...)”<br />

a) Em “possa se manter” o pronome “se” indica sujeito indeterminado.<br />

d) Em “se tornaram” o pronome “se” indica voz passiva.<br />

Gabarito: E. Na Letra A, a palavra se indica voz passiva por se tratar de uma partícula<br />

apassivadora (possa se manter = possa ser mantida). Na letra D, a palavra se é parte<br />

integrante do verbo, pois ele é um verbo pronominal: tornar-se.<br />

Apassivador (Cai muito em prova!)<br />

Sempre acompanha VTD ou VTDI <strong>para</strong> indicar que o sujeito explícito da frase tem valor<br />

paciente, ou seja, sofre a ação verbal. Sempre é possível reescrever a frase passando <strong>para</strong> a<br />

voz passiva analítica, ou seja, transformando o verbo em locução verbal (ser + particípio).<br />

Ex.: Alugavam-se apartamentos aqui. = Apartamentos eram alugados aqui. / Sabe-se que<br />

as línguas evoluem. = É sabido que as línguas evoluem. / Jabuticaba se chupa no pé. =<br />

Jabuticaba é chupada no pé. / Guerra se faz com armas. = Guerra é feita com armas. /<br />

Fez-se-lhe uma homenagem. = Uma homenagem surpresa foi feita a ele. / Amores não<br />

se compram = Amores não são comprados.<br />

Obs.: Há casos que podem causar certa confusão, dependendo da posição dos termos, mas<br />

vale o bom senso: As duas mulheres não se beijaram naquela festa. As duas mulheres<br />

não foram beijadas ou uma não beijou a outra? Pronome reflexivo recíproco ou partícula<br />

apassivadora? Creio que a primeira impressão seja de reciprocidade, logo o se é um<br />

reflexivo recíproco. Na inversão, muda-se a análise, pois normalmente o se apassivador<br />

vem seguido de seu sujeito: Não se beijaram as duas mulheres naquela festa. Fique<br />

esperto!<br />

Nos<br />

– Você só nos ajuda por interesse. (objeto direto)<br />

– Ofereceram-nos sociedade na empresa ontem. (objeto indireto)<br />

– Os três nos eram bem próximos. (complemento nominal)<br />

– Nosso time nos tirou a paciência há muito tempo. (adjunto adnominal)<br />

– Não é de hoje que nos sentimos formar um ótimo casal. (sujeito)


Vos<br />

– Vós ainda vos amais? (objeto direto)<br />

– Resta-vos agora mudar certos traços nocivos de personalidade. (objeto indireto)<br />

– Eles vos têm muito respeito. (complemento nominal)<br />

– Vossos namorados vos roubaram a pureza? (adjunto adnominal)<br />

– Deixo-vos mantendo meu legado, meus filhos! (sujeito)<br />

Obs.: Como já vimos, a maioria dos gramáticos concorda que o pronome oblíquo átono pode<br />

ser sujeito de um infinitivo ou de um gerúndio, na construção com verbo causativo ou<br />

sensitivo. No entanto, certamente você se lembra de que o assunto é polêmico, pois<br />

certos gramáticos de renome, como Rocha Lima, dizem que o pronome é objeto do verbo<br />

causativo ou sensitivo e sujeito do verbo seguinte. Por isso, fez-se uma pergunta (de<br />

novo) à ABL <strong>para</strong> saber seu parecer, afinal, sempre vale a pena saber a opinião desse<br />

órgão máximo da língua portuguesa no Brasil:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Saudações! Há algum tipo de erro na construção “Eu a vejo cantando todos os<br />

dias.”? Está certo dizer que o a é sujeito de cantando? Muito grato!<br />

Resposta: A construção está adequada; o a é objeto direto de vejo e sujeito de cantando;<br />

eu é sujeito de vejo. De nada, disponha.<br />

Dica: No dia da prova, analise todas as opções, levando em conta as três visões sobre a<br />

estrutura com verbos causativos e sensitivos + pronome oblíquo átono + infinitivo/gerúndio,<br />

e marque a “melhor resposta”.<br />

Lhe / Lhes<br />

– Procure o senhorio e pague-lhe o aluguel. (objeto indireto)<br />

– Uma ideia lhe veio à mente. (= veio à sua mente; adjunto adnominal (posse))*<br />

– Incrivelmente, o cigarro nunca lhe foi prejudicial. (complemento nominal)<br />

– Fiz-lhes repensar o motivo de estar ali. (sujeito do infinitivo)#<br />

Cuidado!!!<br />

* Os gramáticos dizem que, neste contexto, o lhe é também excelente recurso de estilo.<br />

Falando nisso, <strong>para</strong> calar a boca daqueles que dizem não haver questão sobre pronome<br />

oblíquo átono com valor possessivo e com função de adjunto adnominal, eis aí umazinha:<br />

30. (EAGS – Aeronáutica – Sargento – 2010) Leia:<br />

O pardalzinho nasceu<br />

Livre. Quebraram-lhe a asa.


Sacha lhe deu uma casa,<br />

Água, comida e carinhos.<br />

Os termos destacados, no texto acima, classificam-se respectivamente em:<br />

a) objeto indireto e objeto indireto;<br />

b) adjunto adnominal e objeto indireto; (GABARITO!)<br />

c) objeto indireto e adjunto adnominal;<br />

d) adjunto adnominal e adjunto adnominal;<br />

Outra questão sobre isso é encontrada em:<br />

29. (Cesgranrio – FUNASA – Administrador – 2009) Na passagem “Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com<br />

comovida atenção.”, o pronome oblíquo lhe exerce função sintática idêntica ao termo destacado em:<br />

a) “Olívia se aproximou de Eugênio...”<br />

b) “A enfermeira juntava os ferros.”<br />

c) “A respiração voltava lentamente,”<br />

d) “Vencera! Salvara a vida de uma criança!”<br />

e) “Sentia-se leve e aéreo.”<br />

Gabarito: D. Tanto o lhe como de uma criança apresentam valor possessivo e ambos os<br />

termos exercem função sintática de adjunto adnominal.<br />

# Cegalla indica que o lhe exerce função sintática de sujeito dentro de estrutura com verbos<br />

causativos e sensitivos se o verbo seguinte no infinitivo exigir um complemento direto<br />

(objeto direto): “O professor mandou-lhe calar a boca” (ou seja, “O professor mandou que<br />

ele calasse a boca”). Bechara, em seus livros antigos de sintaxe, apoiava tal tese. Só<br />

encontrei uma questãozinha sobre isso... antiiiiiiga:<br />

30. (MPE/RJ – CGJ/RJ – Corregedor – 1998) Assinale a frase em que há erro no emprego de o ou lhe:<br />

a) Mandei-o visitar os pais em Petrópolis;<br />

b) Mandei-lhe visitar os pais em Petrópolis;<br />

c) Eu lhe felicitarei pela vitória; (Gabarito!)<br />

d) Não lhe assiste o direito de protestar;<br />

e) A verdade é que eu lhe quero muito bem.<br />

Gabarito: C. O verbo felicitar é VTD, por isso exige complemento direto (objeto direto),<br />

função nunca exercida por lhe. Mas note a letra B! Note o lhe com função de sujeito do<br />

infinitivo: Mandei-lhe visitar os pais em Petrópolis. = Mandei que ele visitasse os pais em<br />

Petrópolis.<br />

–-------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />

-----------------------<br />

1) Lembra-se da música do Moraes Moreira “Eu ia lhe chamar enquanto corria a barca...”?<br />

O que acha do uso do lhe neste caso? I-na-de-qua-do à norma culta! O verbo chamar é<br />

transitivo direto (VTD), logo o lhe não pode ser complemento de um VTD, pois ele nunca<br />

exerce função de objeto direto. Normalmente sua função é de objeto indireto – nunca objeto<br />

direto, ok? Deveria ser, então: “Eu ia te chamar...” ou “Eu ia chamá-lo...” etc., sem lhe.<br />

2) Agora veja este exemplo: “Vi o filme que me recomendou, apesar de não ter querido<br />

assistir-lhe.”.<br />

Nossa! Assistir-lhe? Não “rola”, não é? “Por que, <strong>Pestana</strong>, se o lhe exerce função de OI,


e o verbo assistir é VTI? O lhe não pode ser substituído por a ele(a/s)? Eu me lembro dessa<br />

explicação!”<br />

É verdade, mas calma! A força da gramática tradicional ainda diz que o lhe não substitui<br />

complemento de certos verbos, como assistir, aspirar, referir-se, aludir, recorrer etc. Está<br />

claro? É regra. Portanto, a frase acima deveria ser assim: “Vi o filme que você me<br />

recomendou, apesar de não ter querido assistir a ele.”<br />

Entenda melhor (por trás da regra): O lhe não é usado como complemento de alguns<br />

verbos, como aludir, anuir, aceder, aspirar (almejar), assistir (ver), escarnecer, proceder,<br />

presidir, recorrer, referir (aludir), visar (almejar), pois ele é um complemento que<br />

representa o ser beneficiado ou o alvo de uma ação: “Eu atribuí a notícia ao jornal (ser<br />

beneficiado/alvo).”. Portanto, ele não pode substituir complemento desses verbos, uma vez<br />

que o sentido deles não contempla tal possibilidade, isto é: não se assiste a alguém, não se<br />

aspira a alguém, não se visa a alguém, como se este “alguém” estivesse sendo beneficiado<br />

por outra pessoa ou coisa. Aí, você me pergunta: “Qual é o equívoco gramatical em dizer<br />

‘Eu assisti à peça.’ ou ‘Eu assisti-lhe.’?” Resposta: “O equívoco está em o verbo não indicar<br />

que algum ser é o beneficiário da ação expressa pelo verbo”, isto é, ‘a peça’ não se está<br />

beneficiando de nada, quando eu assisto a ela. É por isso que, nesses casos, não usamos o<br />

pronome oblíquo átono lhe(s) como complemento, mas sim o pronome oblíquo tônico ‘a<br />

ele(a/s)’.”<br />

3) Alguns gramáticos modernos, como Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante, dizem que o<br />

lhe só substitui pessoa. Veja, porém, que isso não é verdade, pois o gramático Rocha<br />

Lima, Bechara e a Academia Brasileira de Letras pensam diferente (e, <strong>para</strong> sacramentar,<br />

as questões da FCC corroboram o que dizem tais fontes). Leia o ensino da ABL:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Consultei uma gramática tradicional que afirma que o pronome oblíquo átono<br />

lhe só substitui pessoas. Mas, em “Paguei-lhe (ao banco) a dívida.” e “Dei-lhe (no<br />

cachorro) um trato.”, o lhe está usado erradamente? Não entendo! Por favor, ajudem! Grato!<br />

Resposta: “O objeto indireto é o complemento que representa a pessoa ou coisa a que se<br />

destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo ela se realiza.” Ex.: Aos meus escritos, não<br />

lhes dava importância nenhuma. Lhes é objeto indireto em relação a escritos, portanto,<br />

coisa. “Fiquei só com oito ou dez cartas <strong>para</strong> reler algum dia e dar-lhes o mesmo fim.”<br />

(Machado de Assis, Memorial de Aires).<br />

Falou, tá falado! Logo, esse papo de lhe só substituir pessoa é furado. Você verá as<br />

questões da FCC à frente... aguarde.<br />

O, a, os, as


– Levei-o, levei-a, levei-os e levei-as ao Forte de Copacabana. (objeto direto)<br />

– Nunca os vi namorar com volúpia, eram discretos. (sujeito do infinitivo)<br />

Obs.: Vale muito a pena dizer que estes pronomes oblíquos átonos de 3 a pessoa exercem<br />

99% das vezes função de objeto direto! “Por que você fez este adendo, <strong>Pestana</strong>?”<br />

Simples, meu nobre. Já vi muita gente boa cometendo deslizes do tipo: “Eu vou informálo<br />

a verdade.”. O problema é que quem informa informa algo a alguém (objeto indireto).<br />

A frase, de acordo com a norma culta, deveria ser: “Eu vou informar-lhe a verdade”. O<br />

lhe, sim, exerce função de objeto indireto. No entanto, o verbo informar tem dupla<br />

regência, e também pode manter relação com seus complementos da seguinte maneira:<br />

quem informa informa alguém de algo, de modo que também poderíamos escrever<br />

assim: “Eu vou informá-lo da verdade.”. Estude Regência Verbal!


Adjunto Adverbial<br />

Se você sabe identificar um advérbio e uma locução adverbial numa frase, sensacional!<br />

Pois todo advérbio e locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial.<br />

Além do advérbio e da locução adverbial, o pronome relativo e o pronome pessoal também<br />

podem exercer função sintática de adjunto adverbial (veremos isso também em Funções<br />

Sintáticas dos Pronomes Relativos, no capítulo 23):<br />

– A sobreloja, onde ele também morava, estava em estado calamitoso. (adjunto adverbial de<br />

lugar)<br />

– Os rapazes saíram conosco, pois iríamos apresentar-lhes as moças. (adjunto adverbial de<br />

companhia)<br />

Vejamos alguns adjuntos adverbiais mais cobrados (e outros nem tanto):<br />

Afirmação: Certamente passarei na prova.<br />

Negação: Não vou desistir de meus sonhos.<br />

Modo: Agiu de coração, mas foi sabotado.<br />

Tempo: Anteontem foi o melhor dia da minha vida.<br />

Lugar: Cheguei à sala na hora certa, mas entrei atrasado no assunto.<br />

Obs.: Segundo Carlos Góis, quando o adjunto adverbial de lugar for uma pessoa ou um lugar<br />

imaginário, será analisado como adjunto adverbial de lugar virtual. Sacconi corrobora<br />

isso. Segundo Bechara, certos termos podem indicar lugar e/ou tempo, como em<br />

“Encontrei minha namorada numa festa.”. Sendo assim, numa festa poderia ser<br />

classificado como adjunto adverbial de lugar ou de tempo.<br />

Dúvida: A velhice talvez tenha cura.<br />

Intensidade: Ficou absolutamente realizado.<br />

Causa: O homem suava com aquele calor carioca.<br />

Concessão: A despeito dos problemas, tivemos êxito.<br />

Conformidade: Faça tudo conforme os regulamentos.<br />

Finalidade: Ele viajou <strong>para</strong> negociar.<br />

Obs.: Neste caso, estamos diante de um adjunto adverbial oracional, ou seja, um adjunto<br />

adverbial em forma de oração, pois tal expressão é constituída de verbo. Há muitas<br />

orações com função de adjunto adverbial. Veremos todas elas em Orações<br />

Subordinadas Adverbiais.<br />

Condição: Sem educação, não há progresso.


Meio: Prefiro ir de ônibus a pegar avião.<br />

Instrumento: Escrevi quinhentas páginas a caneta.<br />

Assunto: Ele só fala de política.<br />

Obs.: Certos dicionários de regência, como o de Francisco Fernandes e do Celso P. Luft,<br />

entendem que de política é um objeto indireto, pois veem o verbo falar como VTI. No<br />

entanto, Bechara é bem taxativo em dizer que se trata de um adjunto adverbial de assunto<br />

(ou matéria tratada), logo falar seria intransitivo... polêmicas... No capítulo de<br />

Regência voltarei a falar sobre isso.<br />

Companhia: Com ou sem você, preciso prosseguir em minha jornada.<br />

Preço: Meu carro não custou caro.<br />

Matéria: Fabricamos com plástico esses copos.<br />

Reciprocidade: Entre mim e ti sempre houve amor.<br />

Obs.: Por inferência, notamos que há adjunto adverbial simples, composto e oracional.<br />

Basta ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem em prova. Meu<br />

objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– De noite, fui estudar. (simples: um núcleo)<br />

– De manhã à tarde, fico estudando. (composto: mais de um núcleo)<br />

– Quando estudo, fico calmo. (o adjunto adverbial – indicando tempo – é oracional,<br />

pois apresenta um verbo em sua constituição)


Adjunto Adverbial X Adjunto Adnominal<br />

Lembre-se sempre do básico: tradicionalmente, o adjunto adverbial modifica um verbo,<br />

um adjetivo ou outro advérbio; já o adjunto adnominal modifica um substantivo. Assim, por<br />

mais que o adjunto adnominal tenha valor semântico de lugar, por exemplo, perceba a relação<br />

sin-tá-ti-ca, isto é, adjunto adnominal se liga a substantivo e adjunto adverbial se liga a verbo,<br />

adjetivo ou outro advérbio, ok? Veja:<br />

– Nada como uma casa em cima de uma montanha! (adjunto adnominal, pois modifica<br />

casa)<br />

– Já morei muitos anos em cima de uma montanha! (adjunto adverbial de lugar, pois<br />

modifica morar)<br />

– O homem com a maleta entrou no avião. (adjunto adnominal, pois modifica homem)<br />

– O homem entrou com a maleta no avião. (adjunto adverbial, pois modifica entrar)<br />

– Preciso de muito pensamento positivo. (adjunto adnominal, pois modifica pensamento)<br />

– As pessoas vêm trabalhando muito. (adjunto adverbial de intensidade, pois modifica<br />

trabalhar)<br />

Obs.: Há certos momentos, por falta de contexto maior, que a análise dos termos sintáticos<br />

pode ser dupla. Veja uma questão sobre isso:<br />

14. (FAB – EAGS – Sargento – 2010) Assinale a alternativa em que um termo da frase pode ser classificado tanto como<br />

adjunto adverbial quanto como adjunto adnominal.<br />

a) Vagarosamente, ele partiu alinhavando, em meu coração, uma imensa saudade.<br />

b) Atônitos, os moradores saíram à rua <strong>para</strong> verificar o estrondo.<br />

c) A professora de Português observava os alunos da classe. (Gabarito!)<br />

d) Com ternura, os pais acariciavam o filho doente.<br />

Comentário: Não se sabe se ela estava dentro da classe observando os alunos (adjunto<br />

adverbial de lugar) ou se ela estava observando os alunos que pertencem à classe (adjunto<br />

adnominal).


Adjunto Adverbial X Objeto Indireto<br />

O fato de muitos adjuntos adverbiais virem introduzidos por preposição não deve gerar<br />

confusão com o objeto indireto (termo sempre preposicionado).<br />

O adjunto adverbial modifica o sentido de um verbo, expressando uma circunstância<br />

(lugar, meio, companhia...), já o objeto indireto apenas complementa o sentido do verbo<br />

transitivo indireto. Veja:<br />

– Viajei de trem. (adjunto adverbial de meio)<br />

– Não gosto de trem. (objeto indireto)<br />

– Não saia de casa. (adjunto adverbial de lugar)<br />

– Não duvide de mim. (objeto indireto)<br />

– Com Pedro você pode caminhar. (adjunto adverbial de companhia)<br />

– Concordo com você. (objeto indireto)<br />

Déjà vu: Cuidado com os verbos ir, chegar, voltar, regressar, partir, retornar, morar,<br />

residir, habitar e sinônimos, pois eles “aparentemente” exigem um objeto indireto, mas na<br />

verdade são apenas especificados por um adjunto adverbial indicando lugar. Tais verbos<br />

são acompanhados de adjunto adverbial de lugar, pois, caso contrário, o interlocutor não<br />

entenderia plenamente uma frase como esta: “Você sabia que ele foi?” (Pergunta óbvia: Ele<br />

foi aonde?). Estes verbos precisam de um circunstancial de lugar, e não de um<br />

complemento. Há muita polêmica em torno disso. Rocha Lima, por exemplo, fala em<br />

“complemento circunstancial”. Celso P. Luft considera a possibilidade de tais verbos serem<br />

transitivos indiretos.


Adjunto Adverbial X Predicativo do Sujeito<br />

Lembre-se de que o adjunto adverbial (advérbio) modifica verbo, adjetivo ou outro<br />

advérbio; já os predicativos (adjetivo, normalmente) modificam um termo de valor<br />

substantivo.<br />

– O aluno falou sério com o professor. (adjunto adverbial de modo)<br />

– O aluno continua sério. (predicativo do sujeito)<br />

– Voe tranquilo com a nossa companhia aérea. (adjunto adverbial de modo)<br />

– O cliente, tranquilo, viajou pela nossa companhia. (predicativo do sujeito)<br />

Obs.: Tratei bem deste assunto no capítulo de Advérbio. Revisite!


Adjunto Adverbial X Agente da Passiva<br />

Nem todo termo introduzido pela preposição por (pelo(a/s)) é um agente da passiva.<br />

Principalmente se o núcleo não for um ser animado ou personificado. Por isso, não confunda<br />

adjunto adverbial de causa (como nos exemplos abaixo) com agente da passiva.<br />

– O aluno foi premiado por sua apresentação.<br />

– A corrupção foi novamente discutida pelos constantes casos de lavagem de dinheiro.<br />

Note que foi premiado e foi discutida são locuções verbais de voz passiva analítica, ou<br />

seja, existe, sim, um agente da passiva nas frases acima, mas ele está apagado, indeterminado.<br />

É como se houvesse na frase um agente da passiva seguido de um adjunto adverbial de causa.<br />

Veja as reescrituras <strong>para</strong> ficar mais claro:<br />

– O aluno foi premiado por alguém (agente da passiva) por causa de sua apresentação<br />

(adjunto adverbial de causa).<br />

– A corrupção foi novamente discutida por alguém (agente da passiva) por causa dos<br />

constantes casos de lavagem de dinheiro (adjunto adverbial de causa).


Aposto<br />

O aposto é um termo sempre de valor substantivo (nunca adjetivo!) que explica, esclarece,<br />

desenvolve, resume outro termo sintático antecedente.<br />

– Nós voltamos a estudar, minha namorada e eu, depois de dois anos. (aposto do sujeito)<br />

– Ela era a famosa Regina Duarte – grande atriz da televisão brasileira. (aposto do<br />

predicativo do sujeito)<br />

– Considerei-o como o novo Chacrinha: grande apresentador do século XX. (aposto do<br />

predicativo do objeto)<br />

– Duas propostas tenho de lhe fazer: uma positiva e outra negativa. (aposto do objeto<br />

direto)<br />

– Disse aos meus filhos Pedro e João que iria viajar. (aposto do objeto indireto)<br />

– João estava ansioso pela chegada de uma de suas primas, que demorou muito, a Maria.<br />

(aposto do complemento nominal)<br />

– O atual presidente foi muito criticado pelo ex-presidente, Carlos da Silva. (aposto do<br />

agente da passiva)<br />

– O monumento da cidade do Rio de Janeiro foi tombado. (aposto do adjunto adnominal)<br />

– Peguei o carro lá na oficina às dezoito horas, a hora do rush. (apostos dos adjuntos<br />

adverbiais)<br />

– O senhor Arnaldo, dono da academia de jiu-jítsu (a mais completa arte marcial) é faixa<br />

preta e vermelha. (aposto do aposto)<br />

– Pai, meu melhor amigo, estou precisando de dinheiro <strong>para</strong> sair. (aposto do vocativo)<br />

Obs.: Por inferência, notamos que há aposto simples, composto e oracional. Basta ficarmos<br />

de olho no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem em prova. Meu objetivo é<br />

apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Esses dois são relapsos. (simples: um núcleo)<br />

– Elas, Lúcia e Regina, são irmãs. (composto: mais de um núcleo)<br />

– Tenho um sonho: presenciar a justiça de Deus. (o aposto é oracional, pois apresenta<br />

um verbo em sua constituição)<br />

Só de curiosidade: O plural de aposto é apostos (pronuncia-se aPÓStos).


Classificação do Aposto<br />

Diz-se que o aposto é um termo de valor substantivo B que reitera um termo A, numa<br />

“fórmula” A = B.<br />

Trocando em miúdos: o “aposto” é sempre igual ao “anteposto”.<br />

– Carmen Miranda, a Pequena Notável, fez sucesso no Brasil e no mundo.<br />

A = B<br />

Há 6 tipos de aposto, cujo núcleo pode ser um substantivo, um pronome, um numeral, uma<br />

palavra substantivada ou uma oração. Vamos a eles!<br />

1) Explicativo<br />

– Carolina, uma ótima pessoa, e seu amigo, um idiota, estavam íntimos demais.<br />

– Algo o incomodava frequentemente: suas brigas com a esposa.<br />

– Deus – o grande assunto dos embates entre ateus e crentes – analisa o coração.<br />

– Pelé (o Rei do Futebol) será um dia superado?<br />

– Machado de Assis, como grande romancista brasileiro, nunca foi superado.<br />

Obs.: Como se viu, este aposto sempre vem se<strong>para</strong>do por pontuação: vírgula, dois-pontos,<br />

travessão ou parênteses. Note também que o aposto pode ser iniciado pela preposição<br />

acidental como.<br />

2) Especificativo<br />

– No mês de novembro, a presidenta Dilma foi eleita e usou a palavra satisfação no seu<br />

discurso.<br />

– Dona Carlota Joaquina causou muita polêmica ao vir <strong>para</strong> o Brasil.<br />

– Nós todos somos seus fãs.<br />

– Convidaram nós três <strong>para</strong> escrever um livro de Gramática, Literatura e Redação.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Note que o aposto especificativo não vem se<strong>para</strong>do por pontuação alguma e é um termo<br />

que tem o mesmo valor semântico da palavra especificada anterior, ou seja, em<br />

“presidenta Dilma”, Dilma é o quê? Uma presidenta. Existem vários presidentes, e a<br />

palavra especificadora Dilma aponta qual presidente é.<br />

2) Interessante: a semântica, a sintaxe e a vírgula (aposto explicativo e aposto<br />

especificativo):<br />

– Disse aos meus filhos, Pedro e João, que iria viajar. (o falante tem dois filhos<br />

apenas)


– Disse aos meus filhos Pedro e João que iria viajar. (existe a possibilidade de o<br />

falante ter mais filhos)<br />

3) Distributivo<br />

– Tenho dois filhos: um baixinho, outro altinho.<br />

– Mussolini e Hitler foram dois cruéis ditadores, aquele com o sistema fascista e este<br />

com o sistema nazista.<br />

Obs.: Neste caso, normalmente os apostos vêm retomando dois ou três termos anteriores.<br />

4) Enumerativo<br />

– Atenderemos a todos: homens, mulheres, velhos e crianças.<br />

– Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, preconceito, antipatia e arrogância.<br />

– Alguns países da Europa não são banhados pelo mar – por exemplo, Áustria, Suíça,<br />

Vaticano etc.<br />

Obs.: Note que os apostos podem ser iniciados por expressões explicativas, como isto é, ou<br />

seja, a saber, por exemplo...<br />

5) Resumitivo/Recapitulativo<br />

– Brasil, Costa Rica, México, Uruguai, isto é, nenhum é um país desenvolvido.<br />

– Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste, lugares onde se fala português.<br />

Obs.: Normalmente este tipo de aposto é representado pelos pronomes indefinidos nada,<br />

ninguém, nenhum, tudo, todo(a/s).<br />

6) De uma Oração<br />

Pode se referir a uma oração inteira por meio das palavras sinal, coisa, fato, motivo,<br />

razão.<br />

– As nuvens estão chegando, o que pode aborrecer a todos. (ou seja, “isso – o fato de as<br />

nuvens estarem chegando – pode aborrecer a todos”)*<br />

– O noticiário disse que amanhã fará muito calor – ideia que muito me agrada.<br />

* Esse tipo cai muito em prova!<br />

Cuidado!!!<br />

1) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere, normalmente antes do sujeito,<br />

como no exemplo abaixo:


– O maior piloto brasileiro de todos os tempos, Ayrton Senna marcou uma geração.<br />

Consulte uma questão sobre isso: FAB – EAGS – SARGENTO – 2008 – QUESTÃO 33.<br />

2) Segundo Cegalla, quando o aposto se refere a um termo preposicionado, pode ele vir<br />

igualmente preposicionado.<br />

– “De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo ela tinha medo.”<br />

3) Nunca vi em prova alguma o que direi agora, por isso decida se vai ou não pular esta<br />

observação. Estudiosos modernos, na contramão da classificação de aposto como termo<br />

de valor substantivo, apoiam o fato linguístico de que o aposto pode ter núcleo adjetivo<br />

ou adverbial, em construções como estas:<br />

– Tuas pestanas eram assim: finas e curvas. (adjetivos; aposto do predicativo do<br />

sujeito)<br />

– Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente. (advérbios; aposto do adjunto<br />

adverbial de modo)


Aposto X Adjunto Adnominal<br />

Apesar da semelhança, é fácil distinguir o aposto especificativo do adjunto adnominal.<br />

Há correspondência semântica entre o aposto e o termo a que se refere; é possível retirar a<br />

preposição que precede o aposto, normalmente. O adjunto não tem correspondência semântica<br />

e, se a preposição for retirada, a estrutura ficará esdrúxula.<br />

– A cidade (de) Fortaleza é quente. (Aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade.)<br />

– O clima de Fortaleza é quente. (Adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?)<br />

Obs.: Conheça outros apostos especificativos: a capital de Belo Horizonte, a cidade do<br />

Rio de Janeiro, o estádio do Maracanã, o ano de 2012, o mês de setembro, a festa de<br />

carnaval, o nome de Jeová, os bairros de Irajá, Vaz Lobo e Madureira...


Aposto X Predicativo do Sujeito<br />

Lembre-se de algo básico: o aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo adjetivo,<br />

logo... a diferença é facílima! Veja:<br />

– Muito desesperado, João perdeu o controle. (predicativo do sujeito; núcleo: desesperado –<br />

adjetivo)<br />

– Homem desesperado, João sempre perde o controle. (aposto; núcleo: homem –<br />

substantivo)


Vocativo<br />

O vocativo é o termo que põe em evidência algum ser a quem se dirige; indica a invocação<br />

de alguém ou algo; vem sempre se<strong>para</strong>do por vírgula; pode se deslocar pela oração. Muito<br />

encontrado em textos injuntivos, em que o locutor do texto se dirige diretamente ao<br />

interlocutor.<br />

– Só tem uma garrafa, mãe!<br />

– Ó querida, não faça isso comigo... (todo termo será um vocativo se acompanhado de ó)<br />

Obs.: Por inferência, notamos que há vocativo simples, composto e oracional. Basta<br />

ficarmos de olho no(s) núcleo(s). Essas nomenclaturas não caem em prova. Meu<br />

objetivo é apenas ilustrar um fato linguístico.<br />

– Amigo, escuta-me. (simples: um núcleo)<br />

– Companheiros e companheiras, escutem a verdade. (composto: mais de um núcleo)<br />

– Quem estiver atento, por favor, o diretor quer falar. (o vocativo é oracional, pois<br />

apresenta um verbo em sua constituição)<br />

* Quem corrobora o vocativo oracional é o gramático Ulisses Infante. Nunca vi em prova<br />

alguma!


Vocativo X Aposto<br />

O vocativo não mantém relação sintática com nenhum termo de uma oração, diferente do<br />

aposto.<br />

– Solte os rapazes, senhor, urgentemente. (vocativo; não se refere a termo algum da<br />

oração)<br />

– Os rapazes, amigos entre si, são honestos. (aposto; refere a “os rapazes”)<br />

Obs.: Pode haver ambiguidade entre vocativo e aposto; só o contexto desfará a ambiguidade:<br />

“Aqueles candidatos, meus alunos, passaram na prova”.<br />

Às vezes, a vírgula faz toda a diferença <strong>para</strong> diferenciarmos o vocativo do sujeito:<br />

– Marcos, o professor de História chegou. (vocativo)<br />

– Marcos, o professor de História, chegou. (sujeito)<br />

Note também que a segunda vírgula tornou o sujeito da primeira frase em aposto da<br />

segunda.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Normalmente a diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal é a menina dos<br />

olhos das bancas. Correndo por fora, vem o aposto. Por isso, neste capítulo, sugiro que<br />

domine os conceitos de adjunto adnominal e aposto. Manda ver!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FAB – EEAR – Sargento – 2003) Assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, os termos grifados no<br />

período “A manutenção das estradas é fundamental <strong>para</strong> nossa segurança”.<br />

a) complemento nominal – complemento nominal.<br />

b) complemento nominal – adjunto adnominal.<br />

c) adjunto adnominal – complemento nominal.<br />

d) adjunto adnominal – adjunto adnominal.<br />

2. (FAB – EEAR – Cabo – 2008) Em todas as alternativas, o termo “pelo rio” classifica-se como adjunto adverbial. Apenas<br />

em uma ele também pode ser classificado como agente da passiva. Identifique essa alternativa.<br />

a) Durante a noite, os caçadores levaram alguns animais pelo rio.<br />

b) Durante a noite, alguns animais foram levados pelo rio.<br />

c) Durante a noite, levaram-se alguns animais pelo rio.<br />

d) Durante a noite, levaram alguns animais pelo rio.<br />

3. (Esaf – MPOG – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – 2008) (Adaptada) A afirmação abaixo está<br />

correta ou incorreta?<br />

“(...) A rápida, coordenada, cautelosa e surpreendente compra de 9% do capital da anglo-australiana Rio Tinto, a terceira maior<br />

mineradora do mundo, mostra uma mudança de qualidade no planejamento da investida no exterior das estatais chinesas.<br />

(...)”<br />

– O segmento “a terceira maior mineradora do mundo” está entre vírgulas porque é um aposto.<br />

4. (FCC – TRT/MG (3R) – Analista Judiciário – 2009) O sucesso da democracia nas sociedades industriais trouxe<br />

inegáveis benefícios a amplos setores antes excluídos...<br />

O mesmo tipo de complemento grifado acima NÃO ocorre APENAS em:<br />

a) da tomada de decisões;<br />

b) a perda de identidades grupais;<br />

c) pelo conceito de cidadania;<br />

d) um mundo de tribos;<br />

e) no conhecimento do torcedor comum.<br />

5. (Cesgranrio – FUNASA – Agente Administrativo – 2009) No Texto I, em “e controlar a epidemia crescente das doenças<br />

crônicas,”, o termo destacado está ligado sintaticamente ao substantivo “epidemia”.<br />

O termo que desempenha função sintática idêntica ao destacado acima está no trecho:<br />

a) “enquanto cerca de 300 milhões de adultos são obesos,”<br />

b) “...que ajude as autoridades nacionais a enfrentar os problemas.”<br />

c) “– Para alcançar as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU,”<br />

d) “Todos eles estão mais expostos...”<br />

e) “entre outras doenças ligadas ao excesso de peso.”<br />

6. (Cesgranrio – FUNASA – Administrador – 2009) Na passagem “Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com<br />

comovida atenção.”, o pronome oblíquo lhe exerce função sintática idêntica ao termo destacado em:<br />

a) “Olívia se aproximou de Eugênio...”<br />

b) “A enfermeira juntava os ferros.”<br />

c) “A respiração voltava lentamente,”<br />

d) “Vencera! Salvara a vida de uma criança!”<br />

e) “Sentia-se leve e aéreo.”<br />

7. (Cesgranrio – BNDES – Profissional Básico – 2009) (Adaptada) Em “– gerentes de três grandes empresas nacionais –“<br />

(De acordo com a pesquisa, feita entre 230 profissionais – gerentes de três grandes empresas nacionais –, ...), o uso dos<br />

travessões justifica-se, sintaticamente, por: I- se<strong>para</strong>r o vocativo ou II- isolar o aposto?<br />

8. (Instituto Cidades – UNIFESP – Analista de TI – 2009) Nos versos 01 e 15 (Voa, coração), a palavra “coração” é<br />

corretamente classificada como:<br />

a) sujeito;<br />

b) vocativo;<br />

c) objeto direto;<br />

d) predicativo do sujeito.


9. (FUNDEP – TJ/MG – Assistente Social – 2010) Assinale a afirmativa em que o(s) termo(s) em destaque NÃO ESTÁ(ÃO)<br />

corretamente classificado(s) quanto à função sintática.<br />

a) “Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo.” – sujeito.<br />

b) “Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal.” – predicativo do sujeito.<br />

c) “Outoniza-te com dignidade, meu velho”. – vocativo.<br />

d) “(...) Há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves...” – aposto.<br />

10. (PUC/PR – COPEL – Profissional de Comunicação Jr. – 2010) Assinale a alternativa CORRETA:<br />

a) “Para o empresário e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo de<br />

<strong>Fernando</strong> Henrique Cardoso, insuspeito de simpatias pelo governo Lula (...)”; o trecho sublinhado é um vocativo.<br />

b) Em “Hoje, por causa de distorções como essas, o Estado brasileiro custa caro, funciona mal e trabalha na direção<br />

errada”, a vírgula colocada após “hoje” pode ser substituída por ponto e vírgula.<br />

c) “Arquiteto e engenheiro da prosperidade do “milagre econômico”, o ex-ministro Antonio Delfim Netto está convencido<br />

(...)”; o trecho sublinhado é um exemplo de aposto.<br />

d) Em “Mesmo o etanol, que funciona tão bem no Brasil, não é uma saída definitiva no plano mundial” é possível retirar as<br />

vírgulas, sem prejuízo do sentido original.<br />

e) A expressão “pelo menos”, em “o Brasil tem pela frente uma possibilidade de crescimento seguro, sem risco, por pelo<br />

menos uma geração”, pode ser retirada sem prejuízo do sentido original.<br />

11. (Cesgranrio – BACEN – Analista – 2010) A circunstância expressa pelos termos em destaque está corretamente indicada<br />

em:<br />

a) “algo <strong>para</strong> ser visto pela janelinha do carro,” – lugar.<br />

b) “...esparramada sobre a calçada,” – concessão.<br />

c) “...pingando esmolas em mãos rotas.” – modo.<br />

d) “Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV.” – consequência.<br />

e) “Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.” – condição.<br />

12. (Cesgranrio – Eletrobras Eletronuclear – Analista (Meteorologia) – 2010) No Texto I, em “avançaram em segurança e<br />

controle dos resíduos radioativos”, o termo destacado está ligado sintaticamente ao substantivo “controle”. O termo que<br />

desempenha função sintática idêntica ao destacado acima está no trecho:<br />

a) “As crises mundiais do petróleo,”<br />

b) “os preços ficam mais caros,”<br />

c) “...captar energia da natureza.”<br />

d) “...especialistas em energia estão fazendo perguntas incômodas...”<br />

e) “...não teria sido uma alternativa menos danosa ao meio ambiente...”<br />

13. (Esaf – Agente Executivo – 2010) (Adaptada) Em relação ao texto abaixo, julgue a afirmação seguinte:<br />

“Onde as sociedades são mais justas, equilibradas, honestas e onde as necessidades sociais são mais satisfeitas, há menor risco<br />

<strong>para</strong> a atividade jornalística. (...)”<br />

O emprego de vírgulas após “justas” e “equilibradas” justifica-se por isolar aposto.<br />

14. (Esaf – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ao anunciar que a taxa básica do BCE não seria<br />

mudada... (...)”<br />

– O nome próprio “Jean-Claude Trichet” está entre vírgulas por tratar-se de um vocativo.<br />

15. (FUNCAB – DETRAN/PE – Analista de Trânsito – 2010) Os termos grifados exercem as seguintes funções sintáticas:<br />

“...e como eu ia dizendo, é muito mais econômico você andar devagar e ser assaltado por mim do que correr e ser<br />

assaltado pelo radar. E eu nem somo pontos em sua habilitação!”:<br />

a) objeto direto – objeto indireto – adjunto adverbial;<br />

b) adjunto adnominal – sujeito – adjunto adverbial;<br />

c) predicativo – agente da passiva – adjunto adverbial;<br />

d) objeto direto – objeto direto preposicionado – objeto indireto;<br />

e) aposto – objeto indireto – objeto direto preposicionado.<br />

16. (FGV – CODESP/SP – Advogado – 2010) O ensino técnico profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio,<br />

pois, se persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam definitivamente perdidas pela desistência dos<br />

potenciais empregadores.<br />

O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de:


a) adjunto adverbial;<br />

b) agente da passiva;<br />

c) complemento nominal;<br />

d) adjunto adnominal;<br />

e) objeto indireto.<br />

17. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) No segmento “o gosto que estes revelam pela improvisação”, o<br />

termo “pela improvisação” exerce função distinta da exercida na seguinte frase: Revelou, pela improvisação, o quanto<br />

se afastara da cultura clássica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) “...e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.”<br />

“isso existe às pampas.”<br />

Quais as locuções destacadas que encerram, respectivamente, as mesmas circunstâncias das destacadas nos trechos<br />

transcritos acima?<br />

a) Aos poucos, ele ia percebendo que não precisava mais dela. / Nada em volta causava mais surpresa.<br />

b) Saiu às pressas porque tinha um compromisso. / De vez em quando, é preciso repensar as estratégias.<br />

c) Vá em frente que você encontrará o que procura. / De modo algum aceitarei a proposta feita pelo meu superior.<br />

d) Em breve, estarei terminando de escrever minha biografia. / Trabalhou em excesso <strong>para</strong> apresentar seu projeto final.<br />

e) A notícia chegou de súbito causando, assim, um grande impacto. / Hoje em dia, as pessoas pensam mais nelas próprias.<br />

19. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Médio – 2011) A expressão “um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no<br />

Brasil” (Para o Professor Laurindo Leal Filho, da Universidade de São Paulo, um dos pioneiros sobre mídia pública no<br />

Brasil, esse não é um conceito fechado.) exerce, na oração, a função sintática de vocativo, pois se refere a uma pessoa<br />

citada anteriormente.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário – 2011) As expressões “do espírito laico” (... são a mais alta expressão do<br />

espírito laico...) e “da fé” (... mais à razão crítica que aos impulsos da fé...) complementam, respectivamente, os vocábulos<br />

“expressão” e “impulsos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (Cespe/UnB – TRE/ES – Técnico – 2011) O segmento “o mais abundante dos gases-estufa” (Por exemplo, as emissões de<br />

CO2, o mais abundante dos gases-estufa,...) está entre vírgulas por constituir aposto explicativo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (FCC – BB – Escriturário – 2011) Na iminência de um temporal, o enorme tronco, que armazena grande quantidade<br />

de líquido, dá uma descarga de água <strong>para</strong> as raízes – resultado da variação atmosférica.<br />

O sentido do trecho grifado acima está reproduzido com outras palavras em:<br />

a) Quando se aproxima uma tempestade ...<br />

b) Com a força destruidora das águas ...<br />

c) Para que o temporal venha com força ...<br />

d) Desde que venha a cair uma forte chuva ...<br />

e) Depois de uma forte tempestade ...<br />

“O colégio Hugo Sarmento, em São Paulo, decidiu levar <strong>para</strong> a sala de aula uma ferramenta virtual que muitos adolescentes<br />

já dominam. O limite de 140 caracteres imposto pelo microblog Twitter está permitindo que alunos do ensino<br />

fundamental exerçam sua veia literária por meio do gênero conhecido como microconto.”<br />

23. (COPEVE – UFAL – Assistente de Administração – 2011) As expressões em negrito classificam-se, respectivamente,<br />

como:<br />

a) sujeito – adjunto adverbial – complemento nominal;<br />

b) aposto – objeto direto – complemento nominal;<br />

c) núcleo do sujeito – adjunto adnominal – objeto indireto;<br />

d) aposto – objeto direto – agente da passiva;<br />

e) sujeito – adjunto adverbial – agente da passiva.


24. FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011 Partidos são fundamentais <strong>para</strong> a consolidação da democracia e o<br />

permanente desenvolvimento da cidadania e devem existir – de verdade – em bases cotidianas.<br />

Os termos sublinhados no período acima classificam-se, respectivamente, como:<br />

a) adjunto adnominal e adjunto adnominal;<br />

b) complemento nominal e complemento nominal;<br />

c) adjunto adnominal e complemento nominal;<br />

d) complemento nominal e adjunto adnominal;<br />

e) objeto indireto e objeto indireto.<br />

25. (FCC – DPE/RS – Defensor Público – 2011) O fragmento frasal de que ações militares somente iriam retardar (...<br />

repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar) é ...... do substantivo preocupações.<br />

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto acima.<br />

a) complemento verbal.<br />

b) complemento nominal oracional.<br />

c) adjunto verbal.<br />

d) adjunto nominal.<br />

e) complemento prepositivo-verbal.<br />

26. (FCC – TRE/PE – Analista Judiciário – 2011) Os mais fortes empreendiam a conquista colonial, legitimavam a conquista<br />

colonial, atribuindo à conquista colonial o mérito de uma transformação civilizadora que tornava a conquista colonial uma<br />

espécie de benemerência.<br />

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:<br />

a) legitimavam-na – atribuindo-lhe – a tornava;<br />

b) a legitimavam – atribuindo-na – tornava-lhe;<br />

c) legitimavam-na – lhe atribuindo – lhe tornava;<br />

d) legitimavam-lhe – a atribuindo – a tornava;<br />

e) legitimavam-a – lhe atribuindo – tornava-a.<br />

27. (FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Nosso espírito logo se define, logo se agregam ao nosso espírito as<br />

marcas que distinguirão nosso espírito <strong>para</strong> sempre, já que nunca faltarão ao nosso espírito os impulsos determinantes da<br />

natureza.<br />

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:<br />

a) agregam-no − lhe distinguirão − lhe faltarão;<br />

b) agregam-lhe − lhe distinguirão − faltar-lhe-ão;<br />

c) agregam a ele − lhe distinguirão − lhe faltarão;<br />

d) o agregam − o distinguirão − o faltarão;<br />

e) lhe agregam − o distinguirão − lhe faltarão.<br />

28. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – 2011) Em 11 de setembro ocorreu a tragédia que marcou o início<br />

deste século, e o mundo acompanhou essa tragédia pela TV. A princípio, ninguém atribuiu a essa tragédia a dimensão que<br />

ela acabou ganhando, muitos chegaram a tomar essa tragédia como um grave acidente aéreo.<br />

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:<br />

a) acompanhou-a – a atribuiu – lhe tomar;<br />

b) acompanhou-a – lhe atribuiu – tomá-la;<br />

c) lhe acompanhou – lhe atribuiu – tomar-lhe;<br />

d) acompanhou-a – a atribuiu – tomá-la;<br />

e) lhe acompanhou – atribuiu-lhe – a tomar.<br />

29. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) A frase em que o complemento verbal destacado NÃO admite a<br />

sua substituição pelo pronome pessoal oblíquo átono lhe é:<br />

a) Após o acordo, o diretor pagou aos funcionários o salário.<br />

b) Ele continuava desolado, pois não assistiu ao debate.<br />

c) Alguém informará o valor ao vencedor do prêmio.<br />

d) Entregou o parecer ao gerente <strong>para</strong> que fosse reavaliado.<br />

e) Contaria a verdade ao rapaz, se pudesse.<br />

30. (Cesgranrio – Transpetro – Administrador Júnior – 2011) Observe as palavras “se” no trecho “se não se cuidar botam<br />

numa jaula: um animal estranho.” (L. 16-17)<br />

Afirma-se corretamente que ambas apresentam, respectivamente, as mesmas funções das palavras destacadas em:


a) Tire um tempo livre se quiser se tratar.<br />

b) Ele se considera sabido se acerta todas as questões.<br />

c) O consumidor virá queixar-se, se você não devolver o produto.<br />

d) Formaram-se diversos grupos <strong>para</strong> debater se é o melhor momento.<br />

e) Se ele desconhecia se ia adotar uma nova política, por que tocou no assunto?<br />

31. (Cespe/UnB – PF – Agente – 2012) Os trechos “Por sentenças, por decretos” (Por sentenças, por decretos, pareceríeis<br />

divinos) e “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos” (Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos,<br />

inutilmente matastes) exercem função adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio empregado na<br />

ação representada pelo verbo a que se referem.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (FUNCAB – MPE/RO – Técnico em Contabilidade – 2012) A alternativa em que o termo destacado tem a função de<br />

adjunto adnominal e não a de predicativo do sujeito é:<br />

a) “(...) ela estava muito mais VIVA(...)”<br />

b) “(...) um peixe SOZINHO num tanque era algo muito solitário. (...)”<br />

c) “(...) a mãe era BOA <strong>para</strong> dar ideias. (...)”<br />

d) “(...) Mas ele estava SOZINHO. (...)”<br />

e) “(...) Só então notou como estava CANSADO.”<br />

33. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) ... frase com a menção de que são essenciais à busca da<br />

felicidade.<br />

A relação de regência exemplificada acima NÃO ocorre APENAS em:<br />

a) a observância da felicidade coletiva;<br />

b) acesso aos básicos serviços públicos;<br />

c) crença na contínua evolução da sociedade;<br />

d) a pretensão legítima ao seu atendimento;<br />

e) dos valores de cada pessoa.<br />

34. (CONSULPLAN – Pref. Barra Velha/SC – Professor de Português – 2012) “Durante a festa, estimulei a criatividade de<br />

meus alunos por entender que a juventude tem necessidade de diversão.” Analise o texto e indique a alternativa que<br />

identifica a sequência correta da classificação dos termos sublinhados.<br />

a) adjunto adverbial / complemento nominal.<br />

b) complemento nominal / adjunto adnominal.<br />

c) adjunto adnominal / complemento nominal.<br />

d) adjunto adnominal / adjunto adverbial.<br />

e) adjunto adnominal / adjunto adnominal.<br />

35. (CONSULPLAN – Pref. Barra Velha/SC – Professor de Português – 2012) Analise a função dos termos sublinhados e<br />

relacione corretamente as colunas a seguir.<br />

1. Objeto direto.<br />

2. Agente da passiva.<br />

3. Objeto indireto.<br />

4. Adjunto adverbial.<br />

( ) A oração foi por mim proferida em São Paulo.<br />

( ) No mês passado estive alguns dias em Belo Horizonte.<br />

( ) Não quero que fiques triste.<br />

( ) A campanha visa doar agasalhos aos pobres.<br />

A sequência está correta em:<br />

a) 4, 2, 3, 1;<br />

b) 2, 4, 3, 1;<br />

c) 2, 4, 1, 3;<br />

d) 4, 3, 2, 1;<br />

e) 4, 3, 1, 2.<br />

(...) Tratava-se então de uma biblioteca imaginária, cujos livros talvez nunca tivessem existido? Persistiam, contudo,<br />

numerosas fontes clássicas que descreviam o lugar em que se encontravam centenas de milhares de rolos. E eis a<br />

solução do enigma. (...)


36. (Cespe/UnB – STJ – Todos os Cargos (nível médio) – 2012) A partícula “se”, em “Tratava-se” e em “se encontravam”,<br />

classifica-se como pronome reflexivo e retoma, respectivamente, “uma biblioteca imaginária” e “centenas de milhares de<br />

rolos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (FUNDEP – Pref. BH/MG – Administrador – 2012) “O símbolo do movimento é Titã, o cãozinho enterrado vivo pelo dono<br />

[...]”<br />

O trecho sublinhado nessa frase pode ser corretamente classificado como:<br />

a) aposto;<br />

b) objeto direto;<br />

c) objeto indireto;<br />

d) predicativo.<br />

38. (FUNDEP – GASMIG – Técnico em Administração – 2012) Leia a seguinte frase transcrita do texto.<br />

“[...] e o organismo máximo que as coordena, a Organização das Nações Unidas (ONU), é controlado pelos cinco países [...]”.<br />

Considerando os termos sintáticos sublinhados nesse trecho da frase, é CORRETO afirmar que exercem, respectivamente, a<br />

função de:<br />

a) objeto direto, sujeito e adjunto adverbial;<br />

b) objeto direto, aposto e agente da passiva;<br />

c) sujeito, adjunto adverbial e agente da passiva;<br />

d) aposto, objeto direto e adjunto adverbial.<br />

39. (FBC – Câmara Itaboraí/RJ – Agente Administrativo – 2012) Dentre os valores semânticos assumidos pelas circunstâncias<br />

num enunciado cita-se o de instrumento, o qual está expresso numa das alternativas abaixo. Selecione-a.<br />

a) As tulipas vieram da Holanda.<br />

b) Meus ganhos vieram do meu próprio esforço.<br />

c) O aluno veio de ônibus <strong>para</strong> fazer a prova.<br />

d) O candidato redigiu o artigo todo a lápis.<br />

e) O pregador falou da fraternidade entre os homens.


Gabarito<br />

1. A. 11. A. 21. CERTO. 31. ERRADO.<br />

2. B. 12. E. 22. A. 32. B.<br />

3. CORRETA. 13. INCORRETA. 23. D. 33. E.<br />

4. D. 14. INCORRETA. 24. B. 34. C.<br />

5. B. 15. C. 25. B. 35. C.<br />

6. D. 16. A. 26. A. 36. ERRADO.<br />

7. II. 17. CERTO. 27. E. 37. A.<br />

8. B. 18. D. 28. B. 38. B.<br />

9. B. 19. ERRADO. 29. B. 39. D.<br />

10. C. 20. ERRADO. 30. A.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 22<br />

Orações Coordenadas


Conceito de Coordenação<br />

Até agora, analisamos o período simples, em que se estuda apenas a relação entre as<br />

palavras dentro de uma só oração.<br />

A análise desta vez é macro, pois olhamos aqui <strong>para</strong> a relação entre as orações. A partir<br />

de agora irei falar sobre as famigeradas orações (coordenadas, subordinadas – justapostas,<br />

desenvolvidas e reduzidas – e interferentes). Este tipo de estudo faz parte da análise sintática<br />

de uma sentença constituída por mais de uma oração e a relação entre elas.<br />

Vamos começar pelo conceito de coordenação, ok? Acompanhe!<br />

A coordenação trata da relação de independência entre termos e orações. Fique tranquilo,<br />

pois explicarei com bastante cautela este assunto. Fique sabendo que, <strong>para</strong> os concursos, o que<br />

importa de verdade é a coordenação entre as orações. Mas vou falar agora brevemente sobre<br />

a coordenação entre os termos.<br />

Lembra-se de todos os termos sintáticos que a gente já viu até agora? Sujeito, predicativo,<br />

objeto, complemento, adjunto, aposto etc. Então... quando esses termos (ou seus núcleos) vêm<br />

enumerados, seja se<strong>para</strong>dos por vírgula, seja ligados por alguma conjunção, dizemos são<br />

coordenados. Exemplo: “Maria, João e José disputarão cabo de guerra com Marta, Pedro e<br />

Paulo.”. Note que os termos sublinhados estão coordenados, um ao lado do outro, seja<br />

se<strong>para</strong>dos por vírgula, seja ligados por uma conjunção (no caso, e). O mesmo se dá com as<br />

orações.<br />

Por isso, vamos ao que interessa... a coordenação entre as orações.<br />

Quando você lê uma frase com duas orações (período composto), é certo que elas mantêm<br />

algum tipo de relação. No caso da coordenação, percebemos que as orações estão<br />

simplesmente uma ao lado da outra (coordenadas), com uma estrutura sintática completa,<br />

de modo que uma oração não depende da outra. Falar que uma oração tem estrutura sintática<br />

completa significa dizer que ela tem sujeito (explícito ou implícito) + predicado (explícito ou<br />

implícito). Nas orações sem sujeito, só vai haver predicado, é claro. Veja:<br />

Os alunos se encontram muito ansiosos; já as alunas estão tranquilas.<br />

Note que a primeira oração (Os alunos se encontram muito ansiosos) tem sujeito e<br />

predicado, logo está completa. Perceba também que seria até possível colocar um ponto (.) no<br />

fim dela <strong>para</strong> visualizarmos que ela, de fato, está completa. O mesmo ocorre com a segunda<br />

oração (já as alunas estão tranquilas). Concluindo: uma oração não depende da outra, porque<br />

cada uma tem sua estrutura completa, uma não precisa da outra sintaticamente.<br />

É por isso que se diz que o período composto por coordenação apresenta orações<br />

sintaticamente independentes, isto é, existe uma oração ao lado da outra, mas uma não


depende da outra nem exerce função sintática na outra.<br />

Tenho mais a dizer. Vou apresentar mais argumentos <strong>para</strong> ajudar seu cérebro.<br />

É o seguinte: as orações coordenadas podem ser se<strong>para</strong>das por vírgula, ponto e vírgula<br />

(exemplo já visto), dois-pontos ou travessão. Veja:<br />

Os alunos se encontram muito ansiosos, já as alunas estão tranquilas.<br />

Os alunos estão se esforçando muito: com certeza serão classificados.<br />

Tirei a ansiedade de um só aluno – não fui bem-sucedido com os outros.<br />

Obs.: As orações coordenadas não podem ser se<strong>para</strong>das por ponto (.). No entanto, se tais<br />

orações fossem se<strong>para</strong>das por ponto (Os alunos se encontram muito ansiosos. Já as<br />

alunas estão tranquilas.), teríamos orações absolutas (ou períodos simples). O uso do<br />

ponto (.) é apenas um recurso <strong>para</strong> entendermos como elas são, de fato, sintaticamente<br />

independentes, por isso as chamamos de orações coordenadas..<br />

Percebeu que as orações se<strong>para</strong>das por pontuação se encontram c-o-o-r-d-e-n-a-d-a-s, isto<br />

é, independentes sintaticamente? Por um motivo muito simples: uma não depende da outra,<br />

pois elas têm estrutura sintática completa.<br />

Insisto em que as orações são sin-ta-ti-ca-men-te independentes. Por que insisto? Simples.<br />

Muitos professores dizem que as orações coordenadas são também se-man-ti-ca-men-te<br />

independentes. Isso é mentira, pois em um período como “Os alunos estão se esforçando<br />

muito: com certeza serão classificados”, a segunda oração depende semanticamente da<br />

primeira, pois só sabemos quem será classificado porque na primeira oração há essa<br />

informação, a saber: os alunos.<br />

Portanto, a coordenação é uma independência sintática, em que uma oração não depende da<br />

outra <strong>para</strong> estar completa (sintaticamente).


Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas<br />

Falarei agora de dois tipos de orações coordenadas: as assindéticas e as sindéticas. Não há<br />

mistério algum nisso, beleza?<br />

As assindéticas são justapostas (ou seja, postas uma ao lado da outra), não iniciadas por<br />

síndeto (= conjunção)! Adivinha quais são as sindéticas? Ora, são as iniciadas por síndeto<br />

(conjunção).<br />

Vejamos as assindéticas e as sindéticas:<br />

“Sou um gigolô das palavras, vivo às suas custas e tenho com elas exemplar conduta de<br />

um cáften profissional; abuso delas... maltrato-as, sem dúvida, e jamais me deixo dominar<br />

por elas; não me meto na sua vida particular, não me interessa seu passado, suas origens,<br />

sua família...” (Luís <strong>Fernando</strong> Veríssimo)<br />

Percebeu que nenhuma assindética (em azul) é iniciada por conjunção coordenativa? O<br />

contrário não é verdadeiro, ou seja, as sindéticas (em preto) são SEMPRE iniciadas por<br />

conjunção coordenativa (no caso, a conjunção e).<br />

É bom dizer também que as orações assindéticas normalmente mantêm uma relação<br />

semântica entre si, por isso é que muitas vezes as conjunções são usadas <strong>para</strong> explicitar o<br />

sentido que há entre as orações coordenadas assindéticas. Por exemplo, em “Todos estavam<br />

muito atrasados, não deram a mínima <strong>para</strong> isso.”, as orações assindéticas mantêm uma relação<br />

de oposição. É por isso que podemos explicitar esta relação semântica por meio de um<br />

síndeto, uma conjunção, tornando a segunda oração sindética: “Todos estavam muito<br />

atrasados, porém não deram a mínima <strong>para</strong> isso.”.<br />

Vamos ver mais sistematicamente as orações coordenadas sindéticas agora.<br />

Dica de amigo do peito: Procure decorar as conjunções coordenativas, que você já vai ter<br />

mais do que meio caminho andado na hora de resolver essas questões. Quando eu, <strong>Pestana</strong>,<br />

quero resolver uma questão de orações coordenadas, vou em busca das conjunções<br />

coordenativas, pois elas sinalizam o valor semântico e a relação sintática de coordenação.<br />

Saiba também que, atualmente, os concursos mais sofisticados estão menos preocupados<br />

com a nomenclatura das orações e mais preocupados com a relação entre as orações (seja de<br />

coordenação, seja de subordinação).


Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas<br />

Exprimindo ideia de soma, adição, sempre são iniciadas pelas conjunções coordenativas<br />

aditivas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções coordenativas.<br />

– Dezenove sem-terra morreram no local, e dois, a caminho do hospital.<br />

– Eu não tinha estes olhos sem brilho nem tinha pensamentos amargos.<br />

– Tanto leciona quanto advoga.<br />

– Não só os parentes das vítimas ficaram chocados com o massacre, como o povo externou<br />

sua fúria contra os culpados pela chacina.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Na primeira frase, a segunda vírgula indica a elipse do verbo. A leitura deve ser feita<br />

assim: Dezenove sem-terra morreram no local, e dois morreram a caminho do<br />

hospital. Ou seja, há uma oração, mas ela está implícita. Isso pode ocorrer com as<br />

demais orações (coordenadas ou subordinadas). Fique atento a isso, pois, se o “homem<br />

da banca” perguntar quantas orações há num período, você precisa estar ligado na elipse<br />

do verbo que a constitui. A FGV se amarra nisso!<br />

2) Nas orações com conjunções correlativas (chamadas também de séries aditivas<br />

enfáticas, que costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda<br />

oração), só a segunda parte da correlação constitui oração coordenada sindética aditiva.<br />

3) Pode ocorrer coordenação entre orações que se subordinam à mesma oração principal.<br />

Chamamos isso de período misto. Falo melhor sobre isso mais à frente, porém, <strong>para</strong><br />

ilustrar, veja o seguinte exemplo: “Lamento que não tenha passado no concurso e que não<br />

tenha conseguido alcançar seu propósito.”. As orações “que não tenha passado no<br />

concurso” e “que não tenha conseguido alcançar seu propósito” são orações subordinadas<br />

em relação à oração principal “Lamento”. Não obstante, são coordenadas entre si, pois<br />

estão ligadas pela conjunção coordenativa aditiva e. Nesses casos, pode-se manter<br />

apenas a primeira conjunção integrante (Lamento que não tenha passado no concurso e<br />

não tenha conseguido alcançar seu propósito.). O mesmo vale <strong>para</strong> ligar orações<br />

subordinadas introduzidas por pronomes relativos: “O concurso que fiz e que obtive<br />

ótimo resultado foi bem difícil.” ou “O concurso que fiz e obtive ótimo resultado foi bem<br />

difícil.”.<br />

4) Às vezes o advérbio de inclusão (ou acréscimo) também vem ao lado da conjunção e,<br />

enfatizando a ideia de adição: “Ele estuda, e também ela não deixa por menos.”.


Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas<br />

Exprimindo ideia de adversidade, oposição, sempre são iniciadas pelas conjunções<br />

coordenativas adversativas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções coordenativas.<br />

– Os economistas estão empolgados com o cenário atual, mas isso durará pouco.<br />

– A polícia invadiu a comunidade; o tiroteio, porém, continuava.<br />

– O conhecimento enfuna, todavia é uma necessidade.<br />

– O homem enriqueceu muito; continuou a defender as classes mais desfavorecidas, não<br />

obstante.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Exceto mas, todas as conjunções adversativas podem ficar deslocadas na oração<br />

coordenada sindética adversativa.<br />

2) Às vezes, a combinação de mas com outras conjunções adversativas servem <strong>para</strong> realçar<br />

o valor de adversidade: Sabe-se muito pouco sobre Deus, mas, entretanto, muito se<br />

fala sobre ele.<br />

3) Segundo Sacconi e Cegalla, as orações coordenadas sindéticas iniciadas por e com valor<br />

adversativo (= mas) são classificadas como adversativas: Você prega lealdade, e (=<br />

mas) age de modo desleal?


Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas<br />

Exprimindo ideia de alternância, exclusão, sempre são iniciadas pelas conjunções<br />

coordenativas alternativas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções coordenativas.<br />

– A mulher ora o agradava, ora o ofendia.<br />

– Quer chovesse, quer fizesse sol, tinha de sair.<br />

– Ou o prefeito da cidade executa o projeto anunciado, ou os cidadãos do município não<br />

mais lhe darão crédito.<br />

– Você vai ou não?<br />

Obs.: Note que, nas três primeiras frases, ambas as orações em negrito são coordenadas<br />

sindéticas alternativas, pois apresentam síndeto. Na última frase, note que o verbo está<br />

elíptico, mas há oração; lê-se assim: Você vai ou não vai? Por último, observe que, na<br />

segunda frase, as orações coordenadas exprimem uma ideia de concessão em relação à<br />

última.


Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas<br />

Exprimindo ideia de conclusão, consequência, sempre são iniciadas pelas conjunções<br />

coordenativas conclusivas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções coordenativas.<br />

– O povo não consegue alimentar-se bem; é um fato, pois, a necessidade de empregos.<br />

– Vocês são especiais em minha vida, por isso não vivo sem vocês.<br />

– Ele estuda todo dia, logo resolverá facilmente as questões.<br />

– Não me sinto pre<strong>para</strong>do ainda, prestarei concurso só no próximo ano, portanto.<br />

Obs.: Algumas conjunções conclusivas podem ficar deslocadas dentro das orações<br />

coordenadas sindéticas conclusivas. Nesse caso, serão se<strong>para</strong>das por vírgula.


Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas<br />

Exprimindo ideia de explicação, justificativa, sempre são iniciadas pelas conjunções<br />

coordenativas explicativas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções coordenativas.<br />

– A necessidade de empregos é um fato, pois o índice aumenta a cada dia.<br />

– A criança devia estar doente, porquanto chorava muito.<br />

– Amai, porque amor é tudo. – Quisera saber bem o Português, que eu iria passar em todas<br />

as provas.<br />

Obs.: Se vier um verbo no imperativo (ou com valor optativo) antes de uma dessas<br />

conjunções, como nos dois últimos exemplos, tenha certeza de que a oração iniciada por<br />

uma dessas conjunções será coordenada sindética explicativa, sempre!


Paralelismo Sintático<br />

O <strong>para</strong>lelismo sintático é um conceito que trata de um encadeamento ou de uma<br />

repetição de estruturas sintáticas semelhantes (termos ou orações), em uma sequência ou<br />

enumeração. Tal conceito está diretamente ligado ao conceito de coordenação.<br />

Termos coordenados entre si são aqueles que desempenham a mesma função sintática dentro<br />

do período. Orações coordenadas são aquelas sintaticamente semelhantes e independentes<br />

uma da outra. Normalmente há conectivos ligando tais termos ou orações. E não sou eu que o<br />

digo.<br />

Segundo o gramático Manoel Pinto Ribeiro (MPR), neste processo de encadeamento de<br />

termos ou orações, há elementos gramaticais, principalmente conectivos coordenativos, que<br />

são utilizados com frequência. Assim:<br />

1. Conjunção coordenativa e: Parece que vai chover e que a cidade ficará inundada.<br />

2. Conjunções correlativas aditivas (não só/apenas/somente... mas/como também; tanto...<br />

quanto/como): O trabalho não só ficou incompleto, mas também apresenta alguns<br />

senões gramaticais. / Tanto o professor como o aluno precisam estudar muito.<br />

3. Conjunção coordenativa aditiva nem: Não gosto de brincadeira nem de chacota.<br />

4. Expressões isto é, ou seja, a saber: Todos deviam espiritualizar-se, isto é, seguir um<br />

preceito religioso.<br />

5. Ou... ou: Ele ou estuda ou será reprovado.<br />

Veja os exemplos de termos coordenados (em <strong>para</strong>lelismo sintático):<br />

João, Maria e José são personagens bíblicos. (núcleos do sujeito coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Os nomes deles são João, Maria e José. (predicativos do sujeito coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Conheci João, Maria e José. (objetos diretos coordenados; termos sintaticamente<br />

semelhantes)<br />

Considero essas pessoas sábias, importantes e santas. (predicativos do objeto<br />

coordenados; termos sintaticamente semelhantes)<br />

Isso interessa a João, a Maria e a José. (objetos indiretos coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Tenho medo de escuro, de altura e de cobra. (complementos nominais coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Foi preso pela polícia federal, pela polícia civil e pela polícia militar. (agentes da passiva


coordenados; termos sintaticamente semelhantes)<br />

Ele era um homem forte, destemido, leal. (adjuntos adnominais coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

A loja funciona da segunda à sexta. (adjuntos adverbiais coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Xuxa, a rainha dos baixinhos, uma das mulheres mais famosas do Brasil, é muito amada.<br />

(apostos coordenados; termos sintaticamente semelhantes).<br />

Luís, Pedro e Hugo, por favor, a comida está na mesa! (vocativos coordenados; termos<br />

sintaticamente semelhantes)<br />

Veja agora os exemplos de orações coordenadas (em <strong>para</strong>lelismo sintático):<br />

Os alunos se encontram muito ansiosos, já as alunas estão tranquilas.<br />

Os alunos estão ansiosos e as alunas estão tranquilas.<br />

Os alunos não se classificaram, mas as alunas conseguiram.<br />

Os alunos se classificaram, porque estudaram muito.<br />

Ora os alunos se classificam, ora eles ficam reprovados.<br />

Estudei muito, logo consegui me classificar.<br />

É interessante dizer que pode haver orações subordinadas que são coordenadas entre si,<br />

ou seja, correlação entre orações subordinadas (não iniciadas por conjunções coordenativas).<br />

Veja os exemplos de <strong>para</strong>lelismo sintático nessas condições:<br />

Eu acho não só que eles vão conseguir passar, mas também que serão muito bemsucedidos.<br />

(orações subordinadas substantivas objetivas diretas coordenadas)<br />

Conheci um homem que estudava das sete ao meio-dia, que trabalhava das duas da tarde<br />

até as nove da noite e que depois ainda tinha de limpar a casa e fazer seu jantar. (orações<br />

subordinadas adjetivas restritivas coordenadas)<br />

Cuidado, porém, com certas construções que aparentemente apresentam <strong>para</strong>lelismo<br />

sintático! Ainda com o gramático M. P. Ribeiro e com alguns acréscimos meus:<br />

“Na frase “Não fui trabalhar em virtude de estar chovendo e porque estava gripado.”,<br />

observamos que as orações subordinadas adverbiais causais apresentam estrutura diferente: a<br />

primeira tem o verbo no infinitivo e vem introduzida por uma locução prepositiva (‘em<br />

virtude de estar chovendo’; oração reduzida de infinitivo), ao passo que a segunda é<br />

desenvolvida (‘estava’; verbo conjugado normalmente) e está introduzida por conectivo<br />

(conjunção subordinativa causal ‘porque’).”


Apesar de as orações subordinadas adverbais causais estarem coordenadas, tal construção<br />

sintática não respeita plenamente o <strong>para</strong>lelismo sintático, que, como reza Othon M. Garcia, “a<br />

ideias similares deve corresponder forma verbal similar”. Portanto, o ideal é dar forma verbal<br />

similar; assim: “Não fui trabalhar em virtude de estar chovendo e estar gripado.”, ou “Não<br />

fui trabalhar porque estava chovendo e porque estava gripado.”, ou “Não fui trabalhar não<br />

apenas por estar chovendo, mas também por estar gripado.”.<br />

Obs.: Dê uma olhada no capítulo de Orações Subordinadas <strong>para</strong> entender melhor esse<br />

mecanismo. Faça isso quantas vezes forem necessárias até pegar a manha.<br />

Ficou claro? Bem, agora vamos a um exemplo prático:<br />

6. (FUNRIO – MPOG – Analista Administrativo – 2009) Quaisquer elementos da frase, quando coordenados entre si, devem<br />

apresentar estrutura gramatical similar – a isso se chama <strong>para</strong>lelismo sintático. Esse princípio está respeitado na seguinte<br />

alternativa:<br />

A) Os empregados daquela firma planejam nova manifestação pública e interditar o acesso pelo viaduto principal da<br />

cidade.<br />

B) Mande-me tudo que conseguir sobre as manobras de minha tia e se meu tio encontrou os documentos que procurava.<br />

C) Durante a reunião, os debates não só foram proveitosos como também apontaram <strong>para</strong> soluções interessantes.<br />

D) O tumulto começava na esquina de minha rua e que era perto dos gabinetes do ministro e do secretário.<br />

E) Tenho o hábito de sempre carregar meus óculos escuros, por precaução e porque nunca se sabe se vai abrir o sol.<br />

Comentário: O gabarito é C, pois há uma estrutura de coordenação com correlação de<br />

conjunções aditivas (não só... como também), estabelecendo estruturas semelhantes.<br />

Palavra final: Cespe/UnB, FCC, IADES, FUNIVERSA, PUC/PR, FUNRIO e Cesgranrio são<br />

as principais bancas que trabalham esse conceito sintático – principalmente as duas<br />

primeiras. Vale ressaltar que só em cargos muito difíceis, de nível superior, é claro, caem<br />

questões sobre <strong>para</strong>lelismo. Para o cargo de Diplomata (Cespe/UnB), você precisa saber<br />

isso!<br />

Existe também o <strong>para</strong>lelismo semântico, de que pouco se fala... Segundo o Manual de<br />

Redação Oficial da Presidência da República, veja a lição:<br />

“Atentemos, ainda, <strong>para</strong> o problema inverso, o falso <strong>para</strong>lelismo, que ocorre ao se dar<br />

forma <strong>para</strong>lela (equivalente) a idéias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de<br />

forma <strong>para</strong>lela, estruturas sintáticas distintas:<br />

Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.<br />

Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o<br />

Papa). Uma possibilidade de correção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado<br />

de não repetir o verbo da primeira (visitar):<br />

Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o<br />

Papa.<br />

Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita complexidade.


Aqui, repete-se a equivalência gramatical indevida: estão em coordenação, no mesmo nível<br />

sintático, o número de páginas do projeto (um dado objetivo, quantificável) e uma avaliação<br />

sobre ele (subjetiva). Pode-se reescrever a frase de duas formas: ou faz-se nova oração com o<br />

acréscimo do verbo ser, rompendo, assim, o desajeitado <strong>para</strong>lelo:<br />

Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito complexo.<br />

Ou se dá forma <strong>para</strong>lela harmoniosa transformando a primeira oração também em uma<br />

avaliação subjetiva:<br />

Certo: O projeto é muito extenso e complexo.”


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Tudo o que se viu pode cair na prova. No entanto, hoje em dia, são muito trabalhadas as<br />

relações semânticas de coordenação, por, isso dê atenção a elas! Reitero: saber conjunção é<br />

mais do que primordial, por isso, a essa altura do campeonato, já era <strong>para</strong> você ter decorado!<br />

Conhecê-las irá facilitar muito sua vida quando tiver de fazer uma questão sobre orações. Vá<br />

por mim!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

(...) Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em troca contínua<br />

de experiências com os outros. (...)<br />

1. (Cespe/UnB – TRE/AL – Analista Judiciário – 2004) No segundo período do texto (acima), a relação entre as orações dá-se<br />

por coordenação.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2. (Cespe/UnB – SEAD/PA – Procurador – 2005) Assinale a opção incorreta a respeito das relações sintáticas e semânticas.<br />

b) As expressões “a política” e “as questões sociais” (tanto a política quanto as questões sociais devem ser...) estão em<br />

uma relação aditiva.<br />

d) Na linha 10, apesar de iniciado pela conjunção de valor adversativo “Porém” (Não nego que o indivíduo tenha<br />

importância no processo histórico. Porém, o indivíduo conta onde a coletividade não conta), o período sintático<br />

representa uma causa <strong>para</strong> as ideias do período anterior.<br />

e) Seriam preservadas as relações argumentativas do texto se a oração coordenada assindética iniciada por “não” (A<br />

tarefa é tornar o jogo verdadeiramente democrático, não mera legitimação da impetuosidade arrivista de líderes mais<br />

preocupados com o sucesso pessoal que com as causas sociais) fosse transformada em uma aditiva, substituindo-se a<br />

vírgula que a precede pela conjunção e.<br />

(...) Na década de 90, essas facilidades acabaram e a classe média passou a ter mais gastos. É como se ela tivesse viajado<br />

sempre de executiva e agora tivesse de andar de econômica. (...)<br />

3. (Esaf – ANEEL – Técnico Administrativo – 2006) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

I. As duas orações coordenadas que seguem a expressão “Na década de 90”, expressam, semanticamente, uma relação<br />

que também pode ser escrita em apenas uma oração: com o fim dessas facilidades, a classe média passou a ter mais<br />

gastos.<br />

II. A conjunção “e” (no segundo período) coordena duas orações que, semanticamente, expressam um contraste; por isso<br />

equivale a mas.<br />

4. (CONSULPLAN – Administrador – 2006) A alternativa em que a oração assinalada expressa adição é:<br />

a) “... os ramos industriais em ascensão são aqueles que empregam intensivamente tecnologia...”<br />

b) “... posição de destaque entre as indústrias brasileiras, e são responsáveis por mais da metade do consumo<br />

energético industrial.<br />

c) “Contudo, elaborou um novo modelo <strong>para</strong> o setor elétrico destinado a atrair investidores...”<br />

d) “Coerente com os objetivos que levaram à sua criação, a Eletrobras passou décadas vendendo energia ao setor<br />

industrial.”<br />

e) “... ajudam a entender o elevado consumo energético do setor enquanto nos países desenvolvidos os ramos<br />

industriais em ascensão são aqueles...”<br />

5. (AOCP – Pref. de Catu/BA – Mecânico de Veículos – 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não<br />

dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda oração.<br />

a) Oração coordenada assindética aditiva.<br />

b) Oração coordenada sindética aditiva.<br />

c) Oração coordenada sindética adversativa.<br />

d) Oração coordenada sindética explicativa.<br />

e) Oração coordenada sindética alternativa.<br />

6. (AOCP – Pref. de Catu/BA – Bibliotecário – 2007) Leia a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem<br />

fazer exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas orações.<br />

a) Oração coordenada assindética e oração coordenada adversativa.<br />

b) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.<br />

c) Oração coordenada assindética e oração coordenada aditiva.<br />

d) Oração principal e oração subordinada adverbial consecutiva.<br />

e) Oração coordenada assindética e oração coordenada adverbial consecutiva.<br />

7. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2008) É exemplo de <strong>para</strong>lelismo sintático o estilo de construção do trecho “você e eu, de<br />

um e outro lado das palavras. Eu dou as vozes, você dá a escritura”.


( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

8. (FCC – TRT/GO (18 a R) – Técnico Judiciário – 2008) (Adaptada) Assim, a procura de alimentos de origem animal<br />

cresceu naqueles países e criou um desafio <strong>para</strong> os produtores e também <strong>para</strong> os plantadores de soja e de cereais<br />

usados na fabricação de rações.<br />

A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Trata-se de um período composto por ter três orações coordenadas entre si.<br />

9. (IBFC – ABDI – Assistente Jurídico – 2008) Assinale a alternativa em que o período é composto por coordenação<br />

assindética:<br />

a) Dormi tarde, mas acordei muito cedo.<br />

b) Dormiu pouco, estava, pois, cansado.<br />

c) O rapaz trouxe a encomenda e já foi embora.<br />

d) O ônibus chegou, despedimo-nos.<br />

10. (FUNDATEC – DETRAN/RS – Técnico de nível superior – 2009) Na linha 04 (... cuidar do asfalto e instalar placas...), o<br />

elemento coesivo e tem a função de unir:<br />

a) termos de mesmo valor sintático;<br />

b) orações coordenadas;<br />

c) orações subordinadas;<br />

d) termos de mesmo sentido;<br />

e) expressões semanticamente semelhantes.<br />

11. (Instituto Cidades – UNIFESP – Analista DE TI – 2009) “Voa, coração, que ele não deve demorar”, a oração<br />

destacada é corretamente classificada como:<br />

a) coordenada concessiva;<br />

b) subordinada adverbial temporal;<br />

c) coordenada explicativa;<br />

d) subordinada substantiva objetiva direta.<br />

12. (AOCP – CIASC – Analista de Sistemas – 2009) Assinale a alternativa correta. Em “Porém, não podemos festejar a<br />

situação presente, pois <strong>para</strong> o progresso futuro precisamos ser obstinadamente inconformistas.”, temos, respectivamente:<br />

a) uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração subordinada adverbial causal;<br />

b) uma oração subordinada adverbial causal e uma oração coordenada sindética explicativa;<br />

c) uma oração coordenada sindética adversativa e uma oração coordenada sindética explicativa;<br />

d) uma oração subordinada adverbial concessiva e uma oração subordinada adverbial causal;<br />

e) uma oração coordenada sindética conclusiva e uma oração subordinada adverbial causal.<br />

13. (FAB – EAGS – Sargento – 2009) Em qual alternativa a oração destacada é coordenada conclusiva?<br />

a) Roberto Carlos não só canta mas também compõe.<br />

b) Cumprimente-o, pois hoje é seu aniversário.<br />

c) O candidato estava pre<strong>para</strong>do, entretanto não obteve classificação no concurso.<br />

d) Não tinha mais nenhuma chance com o ex-namorado, portanto desistiu de procurá-lo.<br />

14. (FEPESE – SEFAZ/SC – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?<br />

“A lealdade conjugal é uma qualidade admirável, além de algo rara. Mas, em um caso, ao menos, ela quase pôs a perder aquela<br />

que se tornaria a ideia mais influente do pensamento científico nos dois últimos séculos: a teoria da evolução formulada por<br />

Charles Darwin.”<br />

– A frase “Mas, em um caso, ao menos, ela quase pôs a perder aquela.” é uma oração coordenada sindética adversativa,<br />

na qual o conectivo mas estabelece uma relação de oposição com a ideia expressa na oração anterior.<br />

15. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações humanas.<br />

– O período estrutura-se por coordenação, sendo a segunda oração coordenada sindética conclusiva introduzida pela<br />

conjunção pois.<br />

16. (Cespe/UnB – TRT/RN (21 a R) – TÉCNICO Judiciário – 2010) A oração “que pagam impostos quando consomem” (...


sabem que pagam impostos quando consomem) mantém relação de coordenação com a anterior.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Eles furtavam, brigavam nas ruas, xingavam nomes, derrubavam negrinhas no areal, por vezes feriam com navalhas ou punhal<br />

homens e polícias. Mas, no entanto, eram bons, uns eram amigos dos outros.”<br />

17. (FUNRIO – SEBRAE/PA – Analista Técnico – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A combinação de MAS e NO ENTANTO tem valor expressivo de reforço da ideia adversativa.<br />

“Quando Edward Said morreu, em setembro de 2003, após batalhar por uma década contra a leucemia, era provavelmente o<br />

intelectual mais conhecido do mundo. Orientalismo, seu controvertido relato da apropriação do Oriente pela literatura e<br />

pelo pensamento europeu moderno, gerou uma subdisciplina acadêmica por conta própria: um quarto de século após sua<br />

publicação, a obra continua a provocar irritação, veneração e imitação. Mesmo que seu autor não tivesse feito mais nada,<br />

restringindo-se a lecionar na Universidade Columbia, em Nova York – onde trabalhou de 1963 até sua morte –, ele ainda<br />

teria sido um dos acadêmicos mais influentes do final do século XX. Mas ele não viveu confinado. (...)”<br />

Mas ele não viveu confinado.<br />

18. (FCC – TRF (4 a R) – Técnico Judiciário – 2010) A noção adversativa da palavra em destaque articula a frase acima ao<br />

segmento:<br />

a) ... seu controvertido relato da apropriação do Oriente pela literatura ...<br />

b) Quando Edward Said morreu, em setembro de 2003, [...] era provavelmente o intelectual mais conhecido do mundo.<br />

c) ... teria sido um dos acadêmicos mais influentes do final do século XX.<br />

d) ... a obra continua a provocar irritação, veneração e imitação.<br />

e) Mesmo que seu autor não tivesse feito mais nada, restringindo-se a lecionar na Universidade de Columbia.<br />

19. (Cesgranrio – BACEN – Analista – 2010) As duas orações enunciadas estão ligadas por conectivo adequado ao sentido<br />

expresso no texto em:<br />

a) Acredito na existência de vida em outros planetas, mas tenho três adolescentes em casa.<br />

b) Acredito na existência de vida em outros planetas, pois tenho três adolescentes em casa.<br />

c) Acredito na existência de vida em outros planetas, posto que tenho três adolescentes em casa.<br />

d) Acredito na existência de vida em outros planetas, porém tenho três adolescentes em casa.<br />

e) Acredito na existência de vida em outros planetas, não obstante ter três adolescentes em casa.<br />

(...) Não é possível que ele pregue a autonomia, sem ser autônomo; que fale de liberdade, sem experimentar a conquista da<br />

independência, que é o saber; que ele queira que seu aluno seja feliz, sem demonstrar afeto. (...)<br />

20. (FUNIVERSA – GDF – Professor de Língua Portuguesa – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?<br />

– O período contém, na se<strong>para</strong>ção de orações subordinadas, dois sinais de ponto e vírgula – indicativos de pausa mediana,<br />

equivalentes a um ponto breve ou a uma vírgula alongada. Isso é possível, em virtude do <strong>para</strong>lelismo sintático existente:<br />

trata-se de orações de mesma natureza.<br />

21. (FUNIVERSA – GDF – Professor de Língua Portuguesa – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?<br />

– O <strong>para</strong>lelismo sintático está presente na seguinte reescrita: falta o essencial – a emoção, que é própria do homem, o<br />

olhar atento do professor, ver o professor gesticular, falar, a interrupção do aluno...<br />

22. (FAB – EEAR – Sargento – 2010) Observe:<br />

I. A curta existência de Álvares de Azevedo, um legítimo representante do Mal do Século, não permitiu que houvesse uma<br />

edição de sua obra em vida.<br />

II. A maior parte das histórias de Joaquim Manuel de Macedo é ambientada no Rio de Janeiro, e nelas os heróis e as<br />

heroínas enfrentam obstáculos <strong>para</strong> a realização amorosa.<br />

III. Castro Alves, a voz mais importante da terceira geração romântica, não apenas defendeu os escravos, mas também<br />

escreveu versos expressivos.<br />

Constituem períodos compostos por coordenação:<br />

a) I, II e III;<br />

b) I e II;<br />

c) I e III;<br />

d) II e III.


23. (AOCP – Colégio Pedro II – Assistente em Administração – 2010) Em “A quadrilha estava em dois carros e usava armas<br />

longas e fuzis.”, há:<br />

a) duas orações coordenadas, pois uma não depende sintaticamente da outra;<br />

b) duas orações subordinadas, pois a segunda completa sintaticamente a primeira;<br />

c) dois períodos simples, pois há dois verbos e duas orações independentes;<br />

d) um período simples, independente, e uma oração coordenada, independente;<br />

e) um período simples, independente, e uma oração subordinada, dependente.<br />

Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal – que atende diretivas da União Europeia sobre o<br />

tema – trouxe, no artigo 31 bis, não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos<br />

que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas), mas<br />

também estabelece regras de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável<br />

[...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades desempenhadas pelas pessoas físicas<br />

que as dirigem ou que agem em seu nome).<br />

24. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2011) A respeito do período acima, analise a afirmativa a seguir:<br />

I. Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração coordenada sindética alternativa.<br />

25. (FAB – EAGS – Sargento – 2011) Leia:<br />

Você não estuda, nem me deixa estudar. Faça silêncio, que quero ouvir a explicação. Você quer que eu participe de<br />

suas brincadeiras durante as aulas, e nenhuma influência externa vai me atrapalhar.<br />

Considerando os períodos compostos por coordenação, há no texto:<br />

a) duas orações aditivas e uma oração explicativa;<br />

b) uma oração aditiva, uma oração adversativa, uma oração alternativa;<br />

c) uma oração aditiva, uma oração alternativa, uma oração conclusiva;<br />

d) uma oração aditiva, uma oração explicativa, uma oração adversativa.<br />

26. (FAB – EEAR – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Assinale a alternativa em que a relação expressa pela oração<br />

coordenada em destaque está correta.<br />

a) A vida parou ou foi o automóvel? (adversidade)<br />

b) Mude seu pensamento e você mudará o mundo. (alternância)<br />

c) Nem sempre as esperanças se realizam, contudo sempre as cultivo. (conclusão)<br />

d) Não só era inteligente, mas também observava tudo com atenção. (adição)<br />

27. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Observe os períodos abaixo:<br />

I. Venha logo, pois estou ansioso.<br />

II. Ele é o homem da casa, logo deve assumir o papel de chefe da família.<br />

III. Termine logo esse trabalho, pois quero ir embora <strong>para</strong> casa.<br />

IV. Trabalhei muito, logo mereço aproveitar bastante minhas férias.<br />

Assinale a alternativa incorreta.<br />

a) Há, em I, uma oração coordenada sindética explicativa.<br />

b) Há, em II, uma oração coordenada sindética conclusiva.<br />

c) Há, em III, uma oração coordenada sindética conclusiva.<br />

d) Há, em IV, uma oração coordenada sindética conclusiva.<br />

28. (FAB – EEAR – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Relacione as colunas de acordo com o valor semântico das<br />

conjunções coordenativas e, em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.<br />

( ) O político não agiu com lealdade; perdeu, pois, na disputa <strong>para</strong> a reeleição.<br />

( ) Não solte balões, que pode causar incêndio.<br />

( ) Choveu vários dias sem <strong>para</strong>r, por conseguinte houve enchente no sul.<br />

( ) Ele foi eleito, não obstante suas loucuras não tinham o apoio da população.<br />

(1) ideia de conclusão<br />

(2) ideia de explicação<br />

(3) ideia de adversidade<br />

a) 2, 1, 1, 3.<br />

b) 3, 2, 1, 1.<br />

c) 1, 2, 1, 3.<br />

d) 1, 1, 2, 3.


29. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Considerando-se a relação de sentido estabelecida entre as orações do período<br />

composto por coordenação, em qual alternativa não se pode utilizar a conjunção pois?<br />

a) Invadiram meu quarto, pois as minhas roupas desapareceram.<br />

b) Não conte seus segredos <strong>para</strong> essa mulher, pois ela não é uma pessoa confiável.<br />

c) A festa foi planejada durante seis meses; não haverá, pois, surpresas desagradáveis.<br />

d) A festa foi planejada durante seis meses, pois não haverá surpresas desagradáveis.<br />

30. (CLICK – Pref. Canoinhas – Professor de Português – 2012) Assinale a alternativa que contém uma oração coordenada<br />

sindética aditiva:<br />

a) Pedro não veio <strong>para</strong> aula porque estava doente.<br />

b) Pedro não foi <strong>para</strong> a escola e nem <strong>para</strong> o trabalho.<br />

c) Pedro está doente, logo não vai <strong>para</strong> a aula.<br />

d) Pedro vai <strong>para</strong> a escola, ou <strong>para</strong> o trabalho.<br />

31. (SOLER – Pref. Macaubal/SP – Assistente Administrativo de Trânsito – 2012) Em “No outro dia tomei o trem, ferrei no<br />

sono e acordei às dez horas na estação central” (Graciliano Ramos), temos:<br />

a) período simples;<br />

b) período composto por subordinação;<br />

c) período composto por coordenação;<br />

d) período composto por coordenação e subordinação.<br />

32. (SOLER – IPREM – Agente Contábil Previdenciário – 2012) É uma oração coordenada assindética aquela expressa na<br />

alternativa:<br />

a) “O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.”<br />

b) Não emprestes, não disputes, não maldigas, e não terá do que arrepender-te.<br />

c) A virtude é comunicável, porém o vício, contagioso.<br />

d) As circunstâncias descobrem ou fazem as grandes personalidades.<br />

33. (SOLER – IPREM – Agente Financeiro e RH Previdenciário – 2012) Encontramos um período composto por coordenação<br />

na alternativa:<br />

a) Um de seus filhos é muito inteligente.<br />

b) Ele veio visitar-me, mas não me encontrou.<br />

c) Os policiais descobriram como foi feito o assalto da casa ao lado da delegacia.<br />

d) Aqueles que se dedicam ao trabalho vencem na vida.<br />

34. (SOLER – IPREM – Agente Financeiro e RH Previdenciário – 2012) Temos uma oração coordenada assindética em:<br />

a) Em 1960 – no dia de meu aniversário – houve a inauguração da nova Capital.<br />

b) Parece que vai chover, esfriar, gear.<br />

c) É bem verdade que chegamos cedo.<br />

d) Sabe-se que tudo vai bem.


Gabarito<br />

1. CERTO. 10. B. 19. B. 28. C.<br />

2. D. 11. C. 20. CORRETA. 29. D.<br />

3. I- CORRETA.<br />

II-CORRETA.<br />

12. C. 21. INCORRETA. 30. B.<br />

4. B. 13. D. 22. D. 31. C.<br />

5. C. 14. CORRETA. 23. A. 32. A.<br />

6. C. 15. INCORRETA. 24. CORRETA. 33. B.<br />

7. CERTO. 16. ERRADO. 25. D. 34. B.<br />

8. INCORRETA. 17. CORRETA. 26. D.<br />

9. D. 18. E. 27. C.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 23<br />

Orações Subordinadas


Conceito de Subordinação<br />

A subordinação trata da relação de dependência entre termos e orações. Não obstante,<br />

fique sabendo que, <strong>para</strong> os concursos, o que importa de verdade é a subordinação entre as<br />

orações.<br />

Vamos lá... Quando você lê uma frase com duas orações (período composto), é certo que<br />

elas mantêm algum tipo de relação. No caso da subordinação, percebemos que uma oração<br />

está “presa” à outra, porque uma delas (chamada de subordinada) completa a estrutura<br />

sintática da outra (chamada de principal), ou simplesmente depende da outra (da principal)<br />

<strong>para</strong> ampliar a sua estrutura.<br />

Trocando em miúdos, a oração subordinada sempre mantém uma relação de dependência<br />

com a oração principal.<br />

Os alunos estavam temerosos de que a prova viesse em um nível difícil.<br />

Os alunos que mantêm constância nos estudos sentem-se confiantes.<br />

Quando eles precisam de ajuda, o professor sempre busca ajudá-los.<br />

As orações em azul são subordinadas. Vamos analisar uma por uma.<br />

Note que a primeira (de que a prova viesse em um nível difícil) completa a estrutura<br />

sintática da oração principal (Os alunos estavam temerosos). Eu digo que completa, porque<br />

“quem está temeroso, está temeroso de alguma coisa”. Percebe que o adjetivo temeroso exige<br />

um complemento? Então, o complemento dele vem em forma de oração (de que a prova viesse<br />

em um nível difícil). Logo, a primeira oração em azul está “presa” à oração principal, porque<br />

completa sua estrutura sintática. Imagine... eu chego até você e digo: “Aí, os alunos estão<br />

temerosos.” Você responde: “Ah, ok.”? Claro que não! Você vai me perguntar: “Estão<br />

temerosos de quê, <strong>Pestana</strong>?” Aí eu respondo: “Ah, eles estão temerosos de que a prova venha<br />

difícil”.<br />

Percebe, então, que a oração principal precisa de um complemento? Por sua vez, a oração<br />

subordinada exerce função sintática de complemento nominal (um termo integrante, lembrase?),<br />

completando a principal. Essa relação é de dependência, portanto... subordinação!<br />

Analisando a segunda oração em azul, notamos que ela é acessória, ou seja, pode ser<br />

retirada do período sem prejuízo <strong>para</strong> a estrutura da outra (principal); certo? Vou apagá-la<br />

<strong>para</strong> você perceber quão acessória ela é:<br />

Os alunos que mantêm constância nos estudos sentem-se confiantes.<br />

Os alunos (...) sentem-se confiantes.


Notou que a oração em azul é acessória? “Hmmm... acessória... isso me lembra termos<br />

acessórios da oração... adjunto adnominal, adjunto adverbial... Ah! Entendi!”.<br />

A oração em azul exerce função de adjunto adnominal, pois está determinando um<br />

substantivo (alunos). Percebeu também que a oração principal não depende dela? Por outro<br />

lado... a subordinada depende da principal, pois ela é como um termo acessório, isto é,<br />

depende da existência da principal <strong>para</strong> ampliar sua estrutura.<br />

A terceira oração também funciona sintaticamente como um termo acessório, mais<br />

especificamente como um adjunto adverbial de tempo. Note que também podemos colocar<br />

uma tarja e perceber que a oração principal não depende dela, mas sim o contrário:<br />

Quando eles precisam de ajuda,<br />

, o professor sempre busca assisti-los.<br />

Logo, tendo em mente a análise das três orações, concluímos que existem orações<br />

subordinadas completando a principal (a primeira, em azul) e existem orações subordinadas<br />

acessórias, ampliando/determinando a principal (a segunda e a terceira, em azul).<br />

Resumindo: existem três tipos de orações subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as<br />

adverbiais. Vejamos todas, respectivamente, a partir de agora.


Orações Subordinadas Substantivas<br />

As orações subordinadas substantivas são chamadas assim porque exercem função<br />

sintática própria de substantivo em relação à oração principal. Isto é, elas exercem função<br />

sintática de sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal,<br />

aposto etc. São iniciadas pelas conjunções integrantes que ou se. Segundo o famoso bizu,<br />

podem ser substituídas por isto/isso.<br />

Quero que você perceba sempre o seguinte: as orações substantivas exercem função típica<br />

de substantivo, por isso a correspondência entre uma oração substantiva e um termo<br />

substantivo é visível. Veja:<br />

1) Sujeito<br />

– Hoje se anunciou sua aposentadoria. = Hoje se anunciou que ele se aposentará.<br />

2) Predicativo<br />

– O anúncio lamentável era a aposentadoria dele. = O anúncio lamentável era que ele<br />

se aposentaria.<br />

3) Objeto direto<br />

– Ninguém desejou sua aposentadoria. = Ninguém desejou que se aposentasse.<br />

4) Objeto indireto<br />

– Avisei-o de sua aposentadoria. = Avisei-o de que deveria aposentar-se.<br />

5) Complemento nominal<br />

– Estava receoso de sua aposentadoria. = Estava receoso de que se aposentasse.<br />

6) Aposto<br />

– Hoje o atleta só deseja isto: sua aposentadoria. = Hoje o atleta só deseja isto: que se<br />

aposente.<br />

Portanto, segundo a gramática tradicional, são seis tipos de orações substantivas<br />

(subordinadas, em azul; principais, em preto).


Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas<br />

Funcionam como sujeito da oração principal, logo não há sujeito na oração principal, pois<br />

este é oracional. O verbo da principal sempre estará na 3 a pessoa do singular, porque o sujeito<br />

vem em forma de oração! Tal informação é importante, porque há muitas questões feitas pelas<br />

bancas FCC, Esaf e Cespe/UnB explorando a concordância com o sujeito em forma de oração.<br />

Há cinco casos ou construções clássicas. Não decore, entenda!<br />

1 o caso: VL + adjetivo/substantivo/advérbio + que/se... OSSS<br />

– Seria verdade que as pessoas têm o poder de mudar?. (O que seria verdade? Isso seria<br />

verdade.)<br />

– Depois do julgamento pelo STF, está certo se os deputados serão condenados?<br />

– Foi assim que o professor ensinou a matéria.<br />

– Tornou-se claro <strong>para</strong> ele que ninguém mais atrapalharia sua felicidade.<br />

2 o caso: VTD (3 a p. s.) + se (partícula apassivadora) + que/se... OSSS<br />

– Está se comentando que ele explica bem a matéria. (O que está se comentando? Isso está<br />

se comentando.)<br />

– Não se sabe se haverá aula.<br />

– Viu-se que o aluno entendeu direito a explicação.<br />

3 o caso: loc. verbal (ser, estar, ficar + particípio) + que/se... OSSS<br />

– Foi dito que todos ficaram satisfeitos com os resultados. (O que foi dito? / Isso foi dito.)<br />

– Está decidido pelo conselho se o professor vai ministrar aulas este ano?<br />

– Ficou provado que ele foi classificado no exame.<br />

4 o caso: parecer, convir, suceder, acontecer, ocorrer, importar, urgir...* + que/se... OSSS<br />

– Convém que todos estudem com frequência. (O que convém? Isso convém.)*<br />

– Não me importa nem um pouco se o concurso será difícil.<br />

– Parece que nós estamos aprendendo Português.<br />

* Neste último caso, <strong>para</strong> facilitar a análise, tais verbos podem normalmente ser substituídos<br />

por ser + adjetivo cognato ao verbo, isto é, “Convém que todos estudem” = “É conveniente


que todos estudem”.<br />

5 o caso: verbos psicológicos (interessar, surpreender, agradar...) +<br />

que/se... OSSS<br />

– Não me interessa se seus problemas não foram resolvidos. (O que não me interessa? Isso<br />

não me interessa.)<br />

– Surpreende-te que tenha faltado luz no jogo entre Brasil e Argentina, na Argentina?<br />

– Hoje mais nos alegra que o presidente seja uma mulher.<br />

* Esses verbos psicológicos das orações principais exprimem uma reação emotiva diante de<br />

um fato contido na subordinada, e normalmente são VTDs ou VTIs tendo como complemento o<br />

oblíquo.<br />

Obs.: Às vezes, independentemente de sua classificação, as orações subordinadas<br />

substantivas vêm iniciando o período. Neste caso, <strong>para</strong> o gramático Luiz A. Sacconi, a<br />

vírgula é obrigatória (os demais gramáticos de renome não se manifestam, e nunca vi<br />

ainda em prova alguma, mas vai que...): “Que o concurso seja difícil, não me importa<br />

nem um pouco.” / “Se ele vem hoje não é da minha conta.”...


Orações Subordinadas Substantivas Predicativas<br />

Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal, que apresenta o verbo de<br />

ligação ser, ou, mais raramente, parecer.<br />

– O certo é que todos querem a felicidade. (O que é o certo? Isso é o certo.)<br />

– A questão não é se eles vão condenar os corruptos, mas tomara que os condenem.<br />

– Minha impressão era (de) que ela não desistiria tão fácil.<br />

– As mulheres parecem que são mais felizes neste século.<br />

– Que haja um só rebanho e um só pastor, sempre foi a maior preocupação da Igreja.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em “Certo é que todos querem a felicidade (= Isso é certo)”, a oração é subjetiva, pois<br />

na principal não há artigo ou pronome. Se houver artigo ou pronome no sujeito da<br />

principal, a oração subordinada será predicativa. Veja: “O certo é que todos querem a<br />

felicidade.”<br />

2) Às vezes, como na terceira frase que usei como exemplo, a preposição de, exigida pelo<br />

substantivo da oração principal, aparece imediatamente antes da oração subordinada.<br />

Neste caso, a preposição é expletiva (mero realce), não constituindo assim uma oração<br />

subordinada substantiva completiva nominal. Veja uma questão com estrutura semelhante:<br />

ESAF – SET/RN – AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL – 2005 –<br />

QUESTÃO 3


Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas<br />

Funcionam como objeto direto da oração principal, a qual apresenta um VTD ou um VTDI,<br />

obrigatoriamente.<br />

– Esperamos que você aprenda português. (Esperamos o quê? Esperamos isso.)<br />

– Não sabemos se haverá aula.<br />

– O repórter do telejornal noticiou aos cidadãos que haverá votação amanhã?<br />

– Não me diga que você vai embora...<br />

– Que seu filho seja bem-sucedido na vida, toda mãe deseja.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Alguns verbos que são transitivos indiretos, quando passam a ter complemento verbal em<br />

forma de oração, mudam de transitividade, passando a transitivos diretos. Tais verbos<br />

estão ligados ao campo semântico do julgamento, opinião, crença: acreditar, crer,<br />

desconfiar, pensar.<br />

– Creio em Deus. (VTI – OI) = Creio que Deus existe. (VTD – OSSOD)<br />

Na contramão disso, Sacconi entende que o verbo crer (e, por tabela, acreditar e pensar)<br />

em “Creio que tudo está bem agora.” continua sendo transitivo indireto, com a preposição<br />

em implícita antes da conjunção integrante.<br />

2) Na construção “Fizeram com que a religião se redimisse de seus erros.”, a preposição<br />

com é usada como realce, ou seja, é expletiva, por isso pode ser retirada de antes da<br />

oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

3) Em “Pedi (Disse) <strong>para</strong> que ela não largasse o emprego.”, segundo a tradição gramatical,<br />

há um erro: o uso da preposição ‘<strong>para</strong>’ após o verbo da oração principal (pedir ou dizer).<br />

O certo é: “Pedi (Disse) que ela não largasse o emprego.”. O único caso em que a norma<br />

culta abona tal preposição é quando se explicita ou se subentende as palavras “licença”,<br />

“permissão”, “vênia” etc.: “Ela pediu [licença] <strong>para</strong> que passasse.”. Neste caso, porém, a<br />

oração iniciada pela preposição passa a ser classificada como completiva nominal.<br />

4) Às vezes, a conjunção integrante vem implícita (caso raro!): “Sua Excelência espera<br />

(que) não duvidem dela”.<br />

5) Alguns gramáticos, como Sacconi, consideram que, na construção “Tomara que ele<br />

chegue.”, a oração destacada é objetiva direta, sendo o verbo da principal (Tomara) um<br />

VTD.


Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas<br />

Funcionam como objeto indireto da oração principal, a qual apresenta um VTI ou um VTDI<br />

obrigatoriamente.<br />

– Não te informaram de que o concurso seria este mês? (Não te informaram de quê? Não<br />

me informaram disso.)<br />

– O professor insiste em que eu tenho de estudar mais.<br />

– Não resisti a que tu me ajudasses.<br />

– Anseio por que algumas pessoas estejam na Terra por um propósito.<br />

– Jamais se esqueça de que fui eu o mentor do projeto.<br />

– De tantas profissões, não se lembrava mais se exercia a profissão de médico.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O verbo ansiar pode ser VTD, segundo Celso P. Luft e Francisco Fernandes. Sendo assim<br />

podemos analisar a oração (sem preposição por) como objetiva direta: “Anseio que<br />

algumas pessoas estejam na Terra por um propósito”. Sobre lembrar-se, seguido da<br />

conjunção integrante se, a preposição fica implícita.<br />

2) Segundo alguns estudiosos da língua, como Bechara, Cegalla, Sacconi, Claudio Cezar<br />

Henriques, Celso P. Luft, a preposição exigida pelo verbo da principal pode vir elíptica:<br />

“Ela não gosta (de) que a chamem de senhora.” / Esqueceu-se (de) que votaria no<br />

domingo. Corroborando isso, a banca da UERJ, em 2000, afirma que, quando o<br />

complemento de lembrar-se (o mesmo vale <strong>para</strong> esquecer-se) vem em forma de oração, a<br />

preposição de pode ficar implícita. Consulte a questão (e o gabarito) de número 4 acerca<br />

do texto “No meio do caminho”, de Drummond. Outra questão (mais recente) corrobora a<br />

elipse da preposição, não implicando incorreção gramatical. Veja: FCC – TRF (1 a R) –<br />

TÉCNICO Judiciário – 2011 – QUESTÃO 15 – OPÇÃO “B”.<br />

3) Segundo Claudio Cezar Henriques, “é um solecismo bastante comum empregar a<br />

preposição de em estruturas subordinadas sem preposição. Tal uso (chamado dequeísmo)<br />

caracteriza sério erro de regência: “É indispensável de que todos estejam informados<br />

dessa manobra.”. Sobre isso, veja uma questão:<br />

Cespe/UnB – MP – Analista DE INFRAESTRUTURA – 2012<br />

– Seria mantida a correção gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam.”, caso a preposição<br />

de fosse inserida imediatamente antes da conjunção “que”.<br />

( ) CERTO ( X ) ERRADO<br />

Comentário: Absolutamente nada (nem verbo, nem nome) exige a preposição de antes da<br />

subordinada substantiva subjetiva. Afinal, não existe oração preposicionada com função de<br />

sujeito. Eis o famigerado dequeísmo, tão comum na fala diária.


Orações Subordinadas Substantivas Completivas Nominais<br />

Funcionam como complemento nominal da oração principal, a qual apresenta um nome<br />

(normalmente, substantivo ou adjetivo) exigindo um complemento preposicionado.<br />

– Elas tinham certeza de que você aceitaria minha sugestão. (Elas tinham certeza de quê?<br />

Elas tinham certeza disso.)<br />

– Não tinha certeza se aceitaria minha sugestão.*<br />

– O fato de que ela se classificou me alegrou muito.<br />

– Fiz menção a que você tinha passado na primeira tentativa.<br />

– O alerta <strong>para</strong> que os banhistas evitassem o local das pedras foi ignorado.<br />

* Diante da conjunção integrante se, a preposição fica implícita.<br />

Obs.: Segundo alguns gramáticos, como Bechara, Cegalla, José Carlos de Azeredo e<br />

Claudio Cezar Henriques, a preposição também pode vir implícita antes da oração<br />

completiva nominal: “Estava ansioso (por) que ela voltasse logo.”. Sobre isso,<br />

encontrei uma questão que toma como errada tal elipse, pois a visão da maioria dos<br />

gramáticos diz que a preposição é obrigatória. Por isso que eu digo que cada banca é<br />

uma banca; é preciso conhecer o perfil delas. Veja:<br />

Cespe/UnB – PC/ES – Cargos de nível superior – 2011<br />

– No trecho “estão convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou históricas” (L.8-10), a<br />

omissão da preposição “de” prejudicaria a correção gramatical do período.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: Foi considerado “certo”, pois a visão da maioria dos gramáticos diz que a<br />

preposição tem de vir explícita antes da conjunção integrante. No entanto, <strong>para</strong> o nosso<br />

desespero, incoerentemente, a mesma banca, seis anos antes, considerou certa a omissão da<br />

preposição: CESPE – TJ/BA – ADMINISTRADOR DO FÓRUM – 2005 – QUESTÃO 2.


Orações Subordinadas Substantivas Apositivas<br />

Funcionam como aposto da principal; vêm normalmente se<strong>para</strong>das por dois-pontos, vírgula<br />

ou travessão.<br />

– Quero apenas uma coisa de você: que aprenda português.<br />

– Tenho um grande sonho, que você aprenda português!<br />

– A minha vontade – que você aprenda português – se realizou.<br />

Obs.: A conjunção integrante da oração apositiva pode vir implícita: “Corre um boato na<br />

principal rede de televisão, a saber: (que) o dono da emissora pretende vendê-la.”.


Orações Subordinadas Substantivas Justapostas<br />

Além das tradicionais orações já vistas, todas iniciadas por conjunções integrantes, é bom<br />

que você saiba o seguinte: 1) existem muitas orações que simplesmente não são iniciadas por<br />

conjunção alguma e 2) existem muitas orações iniciadas por pronomes interrogativos (que,<br />

quem, qual, quanto) e advérbios interrogativos (onde, como, quando, por que). O nome dado<br />

a elas é orações justapostas. Veja alguns exemplos:<br />

1) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Justaposta<br />

– Quem espera sempre alcança.<br />

Obs.: Segundo Sacconi, quando o sujeito vem em forma desse tipo de oração justaposta, a<br />

vírgula se<strong>para</strong>ndo o sujeito do predicado é facultativa, ou seja: Quem espera, sempre<br />

alcança. No entanto, essa não é a visão tradicional, que insiste em dizer que sujeito não<br />

se se<strong>para</strong> do verbo por vírgula.<br />

2) Oração Subordinada Substantiva Predicativa Justaposta<br />

– “O amor é quando a gente mora um no outro.” (Mário Quintana)<br />

3) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta Justaposta<br />

– Perguntaram-lhe de que professor estavam falando.<br />

– Quero entender por que as guerras e a fome persistem no mundo.<br />

Obs.: O verbo perguntar é VTDI: quem pergunta, pergunta algo (OD; de que professor<br />

estavam falando) a alguém (OI; lhe). Mas você deve estar se perguntando: “O que a<br />

preposição de está fazendo antes do pronome interrogativo que?” Resposta: toda vez<br />

que um verbo da oração justaposta (no caso, falar) exigir uma preposição (no caso, de),<br />

esta a encabeçará. Aí eu é que lhe pergunto: “O ‘homem da banca’ (à la pegadinha do<br />

Mallandro) pode criar uma questão dizendo que de que professor estavam falando é<br />

uma oração objetiva indireta, não pode? Afinal, a oração é iniciada por preposição...<br />

Abra o olho!!! A oração é objetiva direta, pois complementa o verbo perguntar. Ponto.<br />

4) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Justaposta<br />

– Lembra-te de qual pessoa te salvou naquele momento de desespero.<br />

– Fui convencido de como deveria viver a partir de então, sem recursos, na miséria.<br />

5) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal Justaposta<br />

– Não tenho noção de quantas pessoas já ajudei nesta vida, graças a Deus!<br />

– Estou convencido de onde devo morar.


Obs.: Note que convencido (4) é diferente de convencido (5), pois este é um adjetivo<br />

exigindo um complemento nominal e aquele é um verbo no particípio, cuja voz é<br />

passiva. Passando <strong>para</strong> a voz ativa, fica claro que a oração é objetiva indireta de fato:<br />

Fui convencido de como deveria viver a partir de então, sem recursos, na miséria. =<br />

Convenceram-me de como deveria viver a partir de então, sem recursos, na miséria.<br />

Note que o verbo convencer é VTDI (quem convence, convence alguém de alguma<br />

coisa).<br />

6) Oração Subordinada Substantiva Apositiva Justaposta<br />

– “A saudade é como o sol do inverno: ilumina sem aquecer.”<br />

7) Oração Subordinada Substantiva Agentiva da Passiva Justaposta<br />

– O escravo foi surrado até a morte por quem o comprou.<br />

– O candidato está rodeado de quem não deseja a sua eleição. (Sacconi)<br />

Obs.: Ulisses Infante diz que existe oração com função de vocativo: “Quem estiver atento,<br />

por favor, o diretor tem algumas palavras importantes a dizer.”.


Orações Subordinadas Adjetivas<br />

As orações subordinadas adjetivas são chamadas assim porque exercem função sintática<br />

própria de adjetivo em relação à oração principal. Isto é, segundo a tradição gramatical, elas<br />

exercem tão somente a função de adjunto adnominal, pois funcionam como um acessório em<br />

relação à oração principal. São iniciadas pelos pronomes relativos que, o qual, quem, cujo,<br />

quanto, onde, como, quando.<br />

Quero que você entenda o seguinte: por mais que algumas orações adjetivas sejam<br />

se<strong>para</strong>das por pontuação (vírgula, travessão ou parênteses), elas equivalem a um adjetivo<br />

que exerce função de adjunto adnominal.<br />

É fácil perceber a correspondência entre uma oração adjetiva e um termo adjetivo. Veja:<br />

– O advogado, ambicioso por novos clientes, trabalha mais de 12 horas por dia.<br />

– O advogado, que ambiciona novos clientes, trabalha mais de 12 horas por dia.<br />

Perceba que ambicioso por novos clientes tem o mesmo valor que a oração adjetiva que<br />

ambiciona novos clientes, isto é, modifica um substantivo (advogado). Outro exemplo:<br />

– Vinha relutando há muito tempo <strong>para</strong> pintar aquela parede sem cor.<br />

– Vinha relutando há muito tempo <strong>para</strong> pintar aquela parede que estava sem cor.<br />

Perceba, novamente, que a locução adjetiva sem cor tem o mesmo valor que a oração<br />

adjetiva que estava sem cor, isto é, modifica um substantivo (parede).<br />

Dica de irmão: leia e releia a parte de pronomes relativos, <strong>para</strong> que você domine o<br />

assunto!


Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas<br />

As orações subordinadas adjetivas restritivas têm o papel de limitar a parte de um<br />

conjunto, restringindo o sentido do termo antecedente. Por via de regra, não vêm se<strong>para</strong>das<br />

por pontuação.<br />

Vou dar três exemplos cujas orações são introduzidas pelo pronome relativo que, pois é<br />

definitivamente o mais cobrado em provas de concurso público. Veja:<br />

– Os candidatos que partici<strong>para</strong>m das aulas extras não encontraram dificuldade na prova.<br />

Entenda: do “conjunto” candidatos, foram todos que não encontraram dificuldade na prova?<br />

Claro que não! Apenas alguns, ou seja, só aqueles que partici<strong>para</strong>m das aulas extras não<br />

encontraram dificuldade na prova, ok? E os que não partici<strong>para</strong>m... devem ter saído chorando<br />

da prova.<br />

– Domingo, ela saiu com o namorado que mora em Ipanema.<br />

Entenda: do “conjunto” namorado, ela saiu com qual? Com o que mora em Ipanema, certo?<br />

“Ué, <strong>Pestana</strong>, essa frase quer dizer que ela tem mais de um namorado?” Exatamente! Ela é uma<br />

garota sapequinha. Ela tem mais de um namorado, mas no domingo saiu com um deles: o que<br />

mora em Ipanema. Segunda-feira ela vai sair com o que mora no Leblon, terça-feira ela vai<br />

sair com o que mora em Copacabana etc.<br />

– Os homens tornam a vida difícil ou impossível <strong>para</strong> os animais que deles dependem <strong>para</strong><br />

sobreviver.<br />

Entenda: do “conjunto” animais, está-se falando que todos dependem deles (dos homens)<br />

<strong>para</strong> sobreviver? Claro que não! Está-se falando apenas dos animais que dependem dos<br />

homens <strong>para</strong> sobreviver. Logo... nem todos os animais dependem dos homens <strong>para</strong> sobreviver.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não confunda oração adjetiva restritiva com oração substantiva completiva nominal.<br />

– A recomendação de que saíssem tão logo daquelas terras não afugentou os grileiros.<br />

– A recomendação de que lhe falei ontem à noite deve ser levada a sério, rapaz!<br />

O bizu <strong>para</strong> resolver essa situação é perceber qual que é um pronome relativo ou uma<br />

conjunção integrante. Perceba que o segundo que equivale a outro pronome relativo, “a<br />

qual”, e exerce função sintática: “A recomendação da qual lhe falei ontem à noite deve ser<br />

levada a sério, rapaz!”. Por isso, a segunda oração é a subordinada adjetiva restritiva.<br />

2) É impossível construir certas frases com oração restritiva, pois o sentido não permite.<br />

Quer ver?<br />

– O gramático Evanildo Bechara que escreveu a Moderna Gramática Portuguesa é<br />

um mito.


Percebeu que não é possível restringir “o gramático Evanildo Bechara”? Isso porque ele é<br />

um ser único. Não se pode restringir, limitar o sentido de um ser que é único. Está claro? É<br />

justamente neste momento que a pontuação desempenha um papel importantíssimo. Se não se<br />

pode restringir, pode-se explicar. Daí que a única forma acertada de escrever esta frase<br />

seria com vírgulas, travessões ou parênteses:<br />

– O gramático Evanildo Bechara, que escreveu a Moderna Gramática Portuguesa, é um<br />

mito.<br />

– O gramático Evanildo Bechara – que escreveu a Moderna Gramática Portuguesa – é<br />

um mito.<br />

– O gramático Evanildo Bechara (que escreveu a Moderna Gramática Portuguesa) é um<br />

mito.<br />

Outro exemplo:<br />

– Os Estados Unidos da América, que emergiu da Segunda Guerra Mundial como o<br />

primeiro país com armas nucleares, ainda é soberano.<br />

Aí eu lhe pergunto: “Poderíamos colocar esta oração adjetiva sem vírgulas, como uma<br />

oração restritiva? Podemos restringir ‘Os Estados Unidos da América’? Existe outro<br />

‘Estados Unidos da América’ <strong>para</strong> que possamos restringi-lo?” Claro que não! Acho que<br />

agora ficou claro como água.<br />

Só se pode restringir um “ser único”, como o gramático Evanildo Bechara e Os Estados<br />

Unidos da América, se houver uma informação contrastante sobre o mesmo referente. Por<br />

exemplo:<br />

– O gramático Evanildo Bechara que foi considerado um mito não é mais o mesmo<br />

Bechara dos tempos de Faculdade.<br />

– Aqueles Estados Unidos da América que tínhamos como o país está bem diferente dos<br />

Estados Unidos que meus netos conhecem.


Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas<br />

As orações subordinadas adjetivas explicativas têm o papel de modificar um termo,<br />

generalizando-o ou simplesmente tecendo um comentário extra sobre ele. Vêm sempre<br />

se<strong>para</strong>das por pontuação (vírgulas, travessões ou parênteses).<br />

Vou dar os mesmos três exemplos, só que, dessa vez, as orações serão se<strong>para</strong>das por<br />

pontuação <strong>para</strong> se tornarem explicativas. Veja:<br />

– Os candidatos, que partici<strong>para</strong>m das aulas extras, não encontraram dificuldade na<br />

prova.<br />

Entenda: agora fica claro que todos os candidatos partici<strong>para</strong>m das aulas extras e, por isso,<br />

não encontraram dificuldade na prova.<br />

– Domingo, ela saiu com o namorado – que mora em Ipanema.<br />

Entenda: agora fica claro que ela saiu com o namorado e que o cara mora em Ipanema. Essa<br />

menina não é a mesma... agora ela tem só um namorado! Tomou juízo.<br />

– Os homens tornam a vida difícil ou impossível <strong>para</strong> os animais (que deles dependem)<br />

<strong>para</strong> sobreviver.<br />

Entenda: está claro agora que todos os animais, <strong>para</strong> sobreviver, dependem dos homens.<br />

Dica quente: Em questões de pontuação, a distinção semântica entre restritiva e explicativa<br />

é frequente! Fique esperto no capítulo de pontuação, principalmente em Vírgula, pois as<br />

bancas adoram trabalhar retirada ou colocação de vírgula e perguntar se o sentido da oração<br />

adjetiva mudou.


Valores Circunstanciais das Orações Adjetivas<br />

Como diz o eminente gramático José Carlos de Azeredo: “As orações adjetivas podem<br />

apresentar cumulativamente um conteúdo circunstancial de causa, concessão, condição,<br />

finalidade etc.”. “Cumulativamente” significa que, além das noções de restrição e explicação,<br />

existem valores adverbiais contidos na oração subordinada adjetiva em relação à oração<br />

principal.<br />

– Minha filha, que amava tanto a vida, decidiu achar a cura da morte. (causa)<br />

Ou seja: Minha filha decidiu achar a cura da morte porque amava tanto a vida.<br />

– Minha filha, que amava tanto a vida, começou a se drogar. (concessão)<br />

Ou seja: Minha filha começou a se drogar, embora amasse tanto a vida.<br />

– Estava em busca de uma gramática que ampliasse meus conhecimentos. (finalidade)<br />

Ou seja: Estava em busca de uma gramática <strong>para</strong> ampliar meus conhecimentos.<br />

– O jornal fez algumas declarações que comprometeram os vereadores. (consequência)<br />

Ou seja: O jornal fez algumas declarações que, consequentemente, comprometeram os<br />

vereadores.<br />

Só encontrei uma questão sobre isso, até hoje. Veja:<br />

5. (UERJ – Vestibular (2 a fase (discursiva)) – 2007) A vela que ilumina é uma vela alegre. (l. 4)<br />

O conectivo que, além de introduzir uma caracterização <strong>para</strong> o substantivo vela, estabelece relações lógicas entre as duas<br />

orações presentes no período acima.<br />

Reescreva esse período de duas maneiras diferentes – sempre substituindo o conectivo que –, de modo a explicitar dois tipos<br />

de relações lógicas entre as orações. A seguir, identifique o tipo de relação estabelecida em cada um dos períodos<br />

reescritos.<br />

Gabarito Oficial (adaptado)<br />

Causa: A vela, porque ilumina, é uma vela alegre.<br />

Tempo: A vela, enquanto ilumina, é uma vela alegre.<br />

Condição: A vela, se ilumina, é uma vela alegre.<br />

Proporção: A vela, à medida que ilumina, é uma vela alegre.


Orações Subordinadas Adjetivas Justapostas<br />

As orações adjetivas justapostas são aquelas não iniciadas por pronomes relativos, mas<br />

por pronomes interrogativos (que, quem, qual, quanto) ou advérbios interrogativos (onde,<br />

como, quando, por que):<br />

– Os frutos de quem merece a classificação sempre são colhidos no tempo certo.<br />

– O veterano de guerra ainda veste roupas de quando era militar.


Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos<br />

Antes de qualquer coisa, peço novamente, encarecidamente, ajoelhadamente o seguinte:<br />

leia e releia a parte de pronomes relativos, no capítulo 11.<br />

“Receita de bolo” <strong>para</strong> descobrir a função sintática de um pronome relativo:<br />

1) substitua-o pelo seu antecedente;<br />

2) coloque os termos da oração subordinada adjetiva na ordem direta;<br />

3) faça a análise sintática do termo substituído pelo relativo.<br />

Veja um exemplo de análise sintática do pronome relativo:<br />

As pessoas que desde pequenas fumam prejudicam sua saúde e a saúde de outros.<br />

O relativo que retoma as pessoas, certo? Então, substitua o relativo pelo antecedente: ... as<br />

pessoas fumam... Agora, coloque na ordem direta: ... as pessoas fumam desde pequenas... Por<br />

fim, faça a análise sintática do termo substituído: ... as pessoas (sujeito) fumam desde<br />

pequenas...<br />

Logo, o pronome relativo que exerce função sintática de sujeito. Simples, não?<br />

Importantíssimo: toda vez que um verbo ou um nome dentro da oração adjetiva exigir<br />

uma preposição, esta ficará obrigatoriamente antes do pronome relativo! Nunca se<br />

esqueça disso!<br />

1) Que (o qual)<br />

Eis as funções exercidas por este pronome relativo:<br />

Sujeito: o pronome relativo exerce função de sujeito na oração subordinada adjetiva.<br />

– Comprei um livro que (=o qual) fez sucesso. (Um livro fez sucesso.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não erre a análise do pronome relativo com função de sujeito, pensando se tratar de um<br />

objeto direto, quando a ele se segue um verbo na voz passiva sintética: “As crianças que<br />

se disciplinam logo cedo se tornam adultos responsáveis.” (... que (as crianças) se<br />

disciplinam (são disciplinadas)...).<br />

2) Em “Estas instruções não podem ser reportadas a mim, que sou apenas um subordinado<br />

nesta megaempresa.”, você não vai substituir o que por mim, senão a frase ficará assim:<br />

... mim sou apenas um subordinado nesta megaempresa. Como sabemos, mim não<br />

conjuga verbo, daí que, como mim é pronome pessoal oblíquo tônico de 1 a pessoa, ele é<br />

substituído por um pronome pessoal reto de 1 a pessoa (Eu sou apenas um subordinado<br />

nesta megaempresa.).


Predicativo do sujeito: o pronome relativo exerce função de predicativo do sujeito na<br />

oração subordinada adjetiva.<br />

– Aquele grande ator que (= o qual) em breve serei está cada vez mais perto. (Eu serei<br />

aquele grande ator em breve.)<br />

Objeto direto: o pronome relativo exerce função de objeto direto na oração subordinada<br />

adjetiva.<br />

– Sou o homem que (= o qual) você vai amar. (Você vai amar o homem.)<br />

Obs.: Pode haver pronome relativo com função de objeto direto preposicionado: “Meu<br />

dever, com que eu não posso deixar de cumprir, é extremamente importante.” (... eu não<br />

posso deixar de cumprir com meu dever...)<br />

Objeto indireto: o pronome relativo exerce função de objeto indireto na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– Assisti a um programa de que (= do qual) você vai gostar. (Você vai gostar de um<br />

programa)<br />

Complemento nominal: o pronome relativo exerce função de complemento nominal na<br />

oração subordinada adjetiva.<br />

– Retornei a um lugar a que (= ao qual) tinha aversão. (Tinha aversão ao lugar.)<br />

Agente da passiva: o pronome relativo exerce função de agente da passiva na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– A hipnotizante mulher por que (= pela qual) fiquei seduzido era de meu amigo. (Fiquei<br />

seduzido pela hipnotizante mulher.)<br />

Adjunto adnominal: o pronome relativo exerce função de adjunto adnominal na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– As pessoas, de que (= das quais) o doutor Andrade é médico, são extremamente gratas. (O<br />

doutor Andrade é médico daquelas pessoas.)<br />

Adjunto adverbial: o pronome relativo exerce função de adjunto adverbial na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– As praias a que (= às quais) eu ia quando criança estão totalmente poluídas. (Eu ia às<br />

praias quando criança.)<br />

2) Quem<br />

Exerce as seguintes funções sintáticas:


Objeto direto (preposicionado): o pronome relativo exerce função de objeto direto na<br />

oração subordinada adjetiva.<br />

– Hospedei um amigo a quem não via desde a infância. (Não via um amigo desde a<br />

infância.)<br />

Objeto indireto: o pronome relativo exerce função de objeto indireto na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– Tu nunca foste uma pessoa com quem simpatizamos. (Nunca simpatizamos com uma<br />

pessoa. – Neste caso, a palavra pessoa tem como referente tu, isto é: “Nunca<br />

simpatizamos contigo.”.)<br />

Complemento nominal: o pronome relativo exerce função de complemento nominal na<br />

oração subordinada adjetiva.<br />

– Meu filho, por quem fui responsável até os dezoito anos, fugiu de casa. (Fui responsável<br />

pelo meu filho até os dezoito anos.)<br />

Agente da passiva: o pronome relativo exerce função de agente da passiva na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– A hipnotizante mulher por quem fui seduzido se tornou minha. (Fui seduzido pela<br />

hipnotizante mulher.)<br />

Adjunto adnominal: o pronome relativo exerce função de adjunto adnominal na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– Achei aquela menina de quem você disse que era irmão. (Você disse que era irmão<br />

daquela menina.)<br />

Obs.: Note que, nesse caso, o pronome relativo exerce função sintática de um termo que<br />

pertence à oração substantiva objetiva direta (que era irmão).<br />

Adjunto adverbial: o pronome relativo exerce função de adjunto adverbial na oração<br />

subordinada adjetiva.<br />

– As más companhias com quem eu andava certamente me influenciaram. (Eu andava com<br />

más companhias.)<br />

3) Cujo<br />

Adjunto adnominal: o pronome relativo exerce função de adjunto adnominal na oração<br />

subordinada adjetiva; tem valor possessivo.<br />

– Esta é aquela casa a cujos aposentos eles deram preferência? (Eles dão preferência aos<br />

aposentos da casa.)


Complemento nominal: o pronome relativo exerce função de complemento nominal na<br />

oração subordinada adjetiva; não tem valor possessivo.<br />

– O assunto, cuja explicação entendi, era interessantíssimo. (Eu entendi a explicação do<br />

assunto.)<br />

Cuidado!!!<br />

Já ouviu falar em truncamento sintático? Não? Então está na hora de você aprender, pois<br />

isso cai em algumas provas, principalmente na Esaf, no Cespe e na FCC. Entenda melhor por<br />

meio deste exemplo:<br />

“Recentemente houve uma falta de incentivo à cultura por parte do governo e órgãos<br />

privados, por isso a indústria cinematográfica, cuja produção vem caindo nos últimos<br />

anos.”<br />

Tem alguma coisa estranha nessa frase que você não sabe identificar, não é? Mas o fato é<br />

que rolou um estranhamento, concorda? Observe que a oração subordinada adjetiva está<br />

completa, mas a oração principal está sem o verbo... está faltando um verbo! Ora, sem verbo<br />

não há oração principal, se a oração principal está incompleta, ela está “truncada”, ou seja,<br />

sem um “pedaço”, ela está “mutilada”, coitada! Sendo assim, houve truncamento sintático,<br />

que ocorre quando uma oração está sem uma parte que a integra. Refazendo o período,<br />

teríamos algo assim:<br />

“Recentemente houve uma falta de incentivo à cultura por parte do governo e órgãos<br />

privados, por isso a indústria cinematográfica, cuja produção vem caindo nos últimos<br />

anos, está desesperada.”<br />

Agora, sim, temos uma oração principal, e não há truncamento sintático. Veja uma questão:<br />

13. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial da<br />

Folha de S. Paulo de 29/3/2012. Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta.<br />

b) Internamente, a renda do trabalho ampliada por políticas salariais e previdenciárias generosas estimula o consumo e o<br />

setor de serviços. O resultado seria a especialização da economia nos setores primário e terciário, cuja forte geração<br />

de emprego, em troca de menor competitividade industrial.<br />

Não me interessa o resto da questão, quero que você aprenda o que é o tal do truncamento<br />

sintático. Note a frase destacada. Percebeu? O pronome relativo cuja inicia uma oração<br />

subordinada adjetiva, certo? Mas cadê o maldito verbo? Sem ele a frase fica incoerente,<br />

certo? Eis um belo exemplar de... truncamento sintático! Voilà!<br />

4) Quanto<br />

Sujeito: o pronome relativo exerce função de sujeito na oração subordinada adjetiva.<br />

– Todas quantas estiveram na festa ficaram felizes. (Todas estiveram na festa...)<br />

Objeto direto: o pronome relativo exerce função de objeto direto na oração subordinada


adjetiva.<br />

– Ele encontrou tudo aquilo quanto procurava. (Ele procurava tudo aquilo...)<br />

5) Onde<br />

Sempre exerce função de adjunto adverbial de lugar na oração subordinada adjetiva.<br />

– Estamos indo em direção a um acampamento onde se costumam reunir pessoas de<br />

diversas nacionalidades. (Pessoas de diversas nacionalidades costumam-se reunir num<br />

acampamento.)<br />

6) Como<br />

Sempre exerce função de adjunto adverbial de modo na oração subordinada adjetiva.<br />

– A agência de saúde das Nações Unidas já revisou a maneira desastrosa como foi tratado<br />

o surto de gripe suína. (O surto de gripe suína foi tratado de uma maneira desastrosa.)<br />

7) Quando<br />

Sempre exerce função de adjunto adverbial de tempo na oração subordinada adjetiva.<br />

– Aquele momento, quando se entende a piada, é único. (Entende-se a piada naquele<br />

momento.)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em “A festa onde/quando comecei a namorar estava lotada.”, pode-se usar onde ou<br />

quando <strong>para</strong> retomar a palavra festa, que, segundo Bechara, remete à ideia de tempo ou<br />

lugar.<br />

2) Algumas bancas, como a FCC, não consideram quando um pronome relativo, logo a<br />

oração destacada “Aquele momento, quando se entende a piada, é único.” seria<br />

subordinada adverbial temporal, <strong>para</strong> tal banca. A questão 10, cujo gabarito é a letra E,<br />

corrobora isso; consulte: FCC – DPE/RS – DEFENSOR PÚBLICO – 2011. Já a FGV<br />

pensa diferente, ou seja, entende que uma oração adjetiva pode ser iniciada por quando:<br />

FGV – SEFAZ/RJ – FISCAL DE RENDAS – 2007 – QUESTÃO 13.


Orações Subordinadas Adverbiais<br />

As orações subordinadas adverbiais são chamadas assim porque exercem função sintática<br />

própria de advérbio em relação à oração principal. Isto é, elas exercem a função de adjunto<br />

adverbial. São iniciadas pelas conjunções subordinativas (já decorou?)<br />

Quero que você perceba o seguinte: as orações adverbiais exercem função típica de<br />

advérbio, por isso a correspondência entre uma oração adverbial e um adjunto adverbial é<br />

visível. Veja:<br />

– O candidato esquerdista não conseguiu ir <strong>para</strong> o segundo turno por falta de<br />

popularidade.<br />

– O candidato esquerdista não conseguiu ir <strong>para</strong> o segundo turno porque não tinha<br />

popularidade.<br />

Perceba que o adjunto adverbial de causa por falta de popularidade tem o mesmo valor<br />

que a oração subordinada adverbial causal porque não tinha popularidade. O que diferencia<br />

o adjunto adverbial da oração subordinada adverbial é a presença da conjunção<br />

subordinativa porque e do verbo ter (tinha), que constituem uma oração.<br />

Dica de irmão: leia e releia a parte de conjunções subordinativas <strong>para</strong> dominar o<br />

assunto!


Orações Subordinadas Adverbiais Causais<br />

Exprimindo ideia de causa, são iniciadas pelas conjunções subordinativas causais. Não<br />

deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Um analista de sistemas esfaqueado 38 vezes e deixado <strong>para</strong> morrer sobreviveu porque<br />

estava acima do peso.<br />

– Como estivesse ferido gravemente, não suportou a cirurgia.<br />

– A entrevista foi alvo de críticas dos opositores do presidente, visto que sua pauta<br />

focalizou a gestão macroeconômica do governo.<br />

Obs.: Só de curiosidade, veja este que causal. Escreve Machado de Assis, em Memórias<br />

Póstumas de Brás Cubas: “Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me<br />

canse...”. Esse que pode ser substituído por porque, conjunção subordinativa causal,<br />

logo a releitura seria esta: “Começo a arrepender-me deste livro, não porque ele me<br />

canse...”. Sendo assim, a oração destacada é subordinada adverbial causal. Outro<br />

exemplo: Corrupto que é, nunca mais terá o apoio do povo.


Orações Subordinadas Adverbiais Causais X Orações Coordenadas<br />

Sindéticas Explicativas<br />

Antes de tudo, saiba que este é um assunto escorregadio e sem solução final. Por isso as<br />

questões sobre isso são raríssimas.<br />

E, antes que você pense que estou fugindo pela tangente, digo que só estou sendo sincero.<br />

Muitos gramáticos oferecem soluções finais <strong>para</strong> este “imbróglio”, mas a verdade é que não<br />

há solução final quando se trata da diferença final entre oração subordinada adverbial causal e<br />

oração coordenada sindética explicativa.<br />

Para você sentir a pressão e ver como o buraco é mais embaixo, observe:<br />

2. (UERJ – Vestibular (2 a Fase (Discursiva)) – 2009) Eles não podem ser pensados independentemente uns dos outros,<br />

porque todos são portadores da mesma humanidade. (l. 14-15)<br />

Identifique a relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a parte do período que a antecede. Reescreva todo<br />

o período, substituindo o conectivo e mantendo essa mesma relação de sentido.<br />

Gabarito Oficial da UERJ<br />

Uma das relações e uma das respectivas reescrituras:<br />

• Causa<br />

– Eles não podem ser pensados independentemente uns dos outros visto que todos são<br />

portadores da mesma humanidade.<br />

– Eles não podem ser pensados independentemente um dos outros já que todos são<br />

portadores da mesma humanidade.<br />

– Como todos são portadores da mesma humanidade, eles não podem ser pensados<br />

independentemente uns dos outros.<br />

• Explicação<br />

– Eles não podem ser pensados independentemente um dos outros, pois todos são<br />

portadores da mesma humanidade.<br />

Meu Comentário: “É isso aí mesmo, <strong>Pestana</strong>, a banca deu dois gabaritos <strong>para</strong> a mesma<br />

questão, como se a oração sublinhada pudesse ser analisada como subordinada causal ou<br />

coordenada explicativa?” “É isso aí mesmo, meu/minha nobre! Incrível, não?”<br />

“Pois bem... mas, então, é sempre possível analisar das duas maneiras, e estará certo,<br />

Pest?” Resposta: “Não! Depois de tanto estudar, é possível muitas vezes definir o que é causa<br />

e o que é explicação – e já criaram questões sobre isso, como você verá nas questões<br />

comentadas.”<br />

Vejamos mais detalhes...<br />

• Na subordinada causal, a circunstância de causa precede e gera o fato ou o ocorrido (ou<br />

seja, na linha do tempo, 1 o vem a causa, depois a consequência).


• Na coordenada explicativa, a circunstância não precede nem gera o fato ou o ocorrido.<br />

• A confusão é gerada por causa do uso das conjunções porque, pois, que, porquanto.<br />

Exemplos clássicos:<br />

– Choveu aqui, porque a calçada está molhada. (explicativa; o fato de a calçada estar<br />

molhada não provocou a chuva, ou seja, não é a causa da chuva, mas sim a consequência)<br />

– A calçada está molhada, porque choveu. (causal; é um fato claro que a chuva provocou o<br />

molhamento da calçada)<br />

Nesses exemplos clássicos, vemos que, no primeiro período, o porque inicia uma ideia de<br />

consequência, logo a oração é explicativa. No segundo período, o porque inicia uma ideia de<br />

causa, logo a oração é causal.<br />

Por ser uma situação difícil e polêmica, explicarei com mais fluidez ainda. Existem três<br />

casos importantes a considerar. Veja:<br />

1 o caso: Se o verbo que antecede a conjunção vier no imperativo, ou indicar desejo, é certo<br />

que a oração será coordenada explicativa.<br />

– Estude, que seu futuro estará garantido!<br />

– Deus o abençoe, meu filho, porque sua generosidade não tem limite.<br />

Obs.: Em “Fugimos todos, que a maré não está <strong>para</strong> peixe.” e “Fujamos todos, que a maré<br />

não está <strong>para</strong> peixe.”, a simples mudança do modo verbal torna diferente a classificação<br />

da conjunção destacada. Na primeira frase, é causal; na segunda, explicativa.<br />

2 o caso: Se o porque (ou que, pois, porquanto) iniciar uma consequência, a oração será<br />

explicativa; se iniciar uma causa, a oração será causal.<br />

– A avenida não tinha limite de velocidade, porque o carro passou a 300 km/h.<br />

(explicativa)<br />

– O carro passou a 300 km/h porque a avenida não tinha limite de velocidade. (causal)<br />

3 o caso: Se a afirmação anterior à conjunção for uma suposição ou uma constatação por<br />

dedução, gerada por uma apuração ou comprovação, a conjunção será explicativa (este é o<br />

caso de “Choveu, porque a rua está molhada.”; ou seja, você deduz que choveu por causa de<br />

uma apuração – a rua molhada).<br />

– Ele passou por aqui, porque ainda há pouco o vi. (explicativa)<br />

– Não precisa mentir. O Leandro faltou às aulas, pois me contaram. (explicativa)<br />

Como se viu, a diferença é puramente semântica, pois sintaticamente não há distinção entre<br />

as orações causais e as explicativas iniciadas por que, porque, pois, porquanto. É certo que<br />

existem outras formas de diferenciar, mas não vou fazer do assunto um tratado ou um ensaio,


por isso me apeguei às diferenciações principais, que resolvem (<strong>para</strong> mim) a grande maioria<br />

dos casos.


Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas<br />

Exprimindo ideia de consequência, são iniciadas pelas conjunções subordinativas<br />

consecutivas. Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Nesta cidade, chove que é o Diabo! (tanto não expresso antes do que)<br />

– Isso é tão prazeroso que me vicia.<br />

– O presidente não melhorou a vida da população, de modo que se sentiu enganada pelas<br />

promessas.<br />

Obs.: Diferença entre oração adjetiva e oração adverbial consecutiva.<br />

– Nós fizemos um barulho que incomodava a todos. (adjetiva restritiva; o que é um<br />

pronome relativo e exerce função sintática de sujeito; = O barulho incomodava a todos.)<br />

– Nós fizemos um barulho que ninguém conseguia conversar. (consecutiva; = Fizemos um<br />

barulho tão grande que...)


Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais<br />

Exprimindo ideia de condição, são iniciadas pelas conjunções subordinativas condicionais.<br />

Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Chegaremos hoje, salvo se houver imprevistos.<br />

– Tudo ficará bem, desde que façamos nossa parte.<br />

– O candidato disse que, se eleito, cumprirá as promessas. (o verbo auxiliar da locução<br />

verbal da oração condicional está implícito; = ... se for eleito...)<br />

Obs.: O se pode iniciar uma oração subordinada adverbial causal, segundo Cegalla, Sacconi<br />

etc. Veja isso melhor no capítulo de Conjunção!


Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas<br />

Exprimindo ideia de concessão, são iniciadas pelas conjunções subordinativas concessivas.<br />

Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Por pior que esteja sua vida, não desista de estudar.<br />

– Tínhamos de comer sempre um pouco de tudo, conquanto isso fosse uma tarefa difícil.<br />

– Sortudo que fosse nos relacionamentos, não se casou com uma mulher virtuosa.


Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas<br />

Exprimindo ideia de conformidade, são iniciadas pelas conjunções subordinativas<br />

conformativas. Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Como todos sabemos, o Brasil já é autossuficiente em petróleo.<br />

– A revelação dos contatos do lobista com a empresa portuguesa deixou clara, consoante<br />

relevou uma revista famosa, a participação dele na “jogada”.<br />

– Segundo foi noticiado por nós, a reunião da sexta-feira 13 era esperada desde há muito.


Orações Subordinadas Adverbiais Com<strong>para</strong>tivas<br />

Exprimindo ideia de com<strong>para</strong>ção, são iniciadas pelas conjunções subordinativas<br />

com<strong>para</strong>tivas. Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Amo-o como a um filho. (= como amo a um filho)<br />

– O professor hoje é mais didático do que nunca. (= do que nunca foi)<br />

– Sua sabedoria é tão intrigante quanto sua humildade. (= quanto sua humildade é)<br />

Obs.: É normal que os verbos das orações com<strong>para</strong>tivas estejam implícitos. Por isso,<br />

cuidado <strong>para</strong> não errar uma questão de contagem de orações, como a FGV gosta de<br />

fazer. Além disso, preste atenção à lição do Manual de Redação Oficial da Presidência<br />

da República:<br />

“A omissão de certos termos ao fazermos uma com<strong>para</strong>ção, omissão própria da língua<br />

falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é<br />

possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo<br />

pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase:<br />

Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.<br />

A omissão de termos provocou uma com<strong>para</strong>ção indevida: “o salário de um professor” com<br />

“um médico”.<br />

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.<br />

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.<br />

Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.<br />

Novamente, a não repetição dos termos com<strong>para</strong>dos confunde. Alternativas <strong>para</strong> correção:<br />

Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria.<br />

Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.<br />

Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os Ministérios do<br />

Governo.<br />

No exemplo acima, a omissão da palavra outros (ou demais) acarretou imprecisão:<br />

Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os outros Ministérios do<br />

Governo.<br />

Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os demais Ministérios do<br />

Governo.


Orações Subordinadas Adverbiais Finais<br />

Exprimindo ideia de finalidade, são iniciadas pelas conjunções subordinativas finais. Não<br />

deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Entre em silêncio <strong>para</strong> que as crianças não acordem.<br />

– Tudo fiz porque ela se casasse comigo.<br />

– Estudem mais a fim de que resolvam bem as questões.<br />

Obs.: Diferença entre oração completiva nominal e oração final.<br />

– O Instituto de Assistência à Saúde continua habilitado <strong>para</strong> que gerencie o maior<br />

hospital da região. (completiva nominal; o adjetivo habilitado exige a preposição <strong>para</strong>,<br />

que se une à conjunção integrante, aparentando se tratar de uma locução conjuntiva final)<br />

– Não deixe de preencher corretamente o envelope <strong>para</strong> que os Correios façam um bom<br />

trabalho de entrega. (adverbial final; não há nenhum termo exigindo a preposição <strong>para</strong>,<br />

logo <strong>para</strong> que é uma locução conjuntiva final)


Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais<br />

Exprimindo ideia de proporcionalidade, são iniciadas pelas conjunções subordinativas<br />

proporcionais. Não deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Entre as revistas, X e Y mostram perfis engajados, ao passo que Z é ligeiramente<br />

desviante.<br />

– À medida que o Brasil acelera, os limites impostos pelo real valorizado aparecem.<br />

– Quanto menos as pessoas comem e bebem, mais elas pensam e teorizam.<br />

Obs.: Normalmente há uma relação de causa e efeito nestas construções, em que a causa está<br />

contida na oração proporcional, e o efeito, na principal. Cuidado com questões de causa<br />

e consequência muito trabalhadas pela FCC, pois vai que o “homem da banca” resolva<br />

criar uma questão de causa-efeito com estrutura de oração proporcional... iria ser<br />

bacana.


Orações Subordinadas Adverbiais Temporais<br />

Exprimindo ideia de tempo, são iniciadas pelas conjunções subordinativas temporais. Não<br />

deixe de dar uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.<br />

– Já se sentiu sozinho enquanto havia 300.000 pessoas ao seu redor?<br />

– Desde que essas explicações chegaram à minha vida, nunca mais fui o mesmo estudante.<br />

– Depois que ela adormecer, iremos fugir deste lugar.<br />

Obs.: Segundo o mestre Francisco de Assis Moura Sobreira, a oração subordinada<br />

adverbial temporal iniciada pela conjunção quando pode indicar frequência,<br />

simultaneidade, posterioridade etc.:<br />

– Quando ele nos visitava, trazia alegria à nossa casa. (frequência; = sempre que)<br />

– Chegamos ao aniversário quando partiam o bolo. (simultaneidade; = no momento que)<br />

– André só se formou quando completou trinta anos. (posterioridade; = depois que)<br />

Às vezes, o verbo da oração adverbial pode vir implícito após quando: Quando em sala<br />

de aula, os alunos conseguem se concentrar. (= Quando estão em sala de aula...). Veja mais<br />

sobre tal conjunção no capítulo de conjunções subordinativas.


Orações Subordinadas Adverbiais Modais<br />

Apesar de a NGB não contemplar este tipo de oração, preciso falar dela, pois ela existe.<br />

Ainda bem que Bechara não faz vista grossa e coloca na gramática dele tal oração. Ela é<br />

iniciada pela locução conjuntiva sem que.<br />

– Os alunos saíram da sala de aula sem que a professora percebesse.<br />

Obs.: “<strong>Pestana</strong>, e a chance de cair essa oração modal na prova?” Nunca vi uma questão<br />

trabalhando isso, mas... nunca se sabe o dia de amanhã...


Orações Subordinadas Adverbiais Justapostas<br />

Além das tradicionais orações já vistas, todas iniciadas por conjunções subordinativas, é<br />

bom que você saiba o seguinte: 1) existem muitas orações que simplesmente não são iniciadas<br />

por conjunção alguma e 2) existem muitas orações iniciadas por pronomes interrogativos e<br />

advérbios interrogativos. Acerca das orações a partir do número 4, a NGB (Nomenclatura<br />

<strong>Gramatica</strong>l Brasileira) nada diz, mas elas existem! Veja:<br />

1) Oração Subordinada Adverbial Temporal Justaposta<br />

– Há aproximadamente dez anos que não viajo <strong>para</strong> a Europa.<br />

– Faz cinco meses que minhas filhas estão morando na Inglaterra.<br />

Obs.: O que dessas frases é expletivo, ou seja, pode ser retirado sem prejuízo sintático ou<br />

semântico à frase. No entanto, alguns gramáticos o consideram como uma conjunção<br />

subordinativa temporal, como Bechara. Sacconi e outros a veem como conjunção<br />

integrante. Nunca vi questão alguma sobre isso.<br />

2) Oração Subordinada Adverbial Condicional Justaposta<br />

– Não fosse a perseverança, jamais teria conseguido.<br />

– Tivesse eu muito dinheiro, ajudaria mais as pessoas.<br />

3) Oração Subordinada Adverbial Concessiva Justaposta<br />

– Haverá futebol no feriado, custe o que custar.<br />

Obs.: Sacconi, Bechara e outros gramáticos entendem que as orações cristalizadas na língua<br />

a seguir são contadas como uma só oração concessiva: aconteça o que acontecer, custe<br />

o que custar, haja o que houver, dê no que der, dê onde der, venha o que vier, venha<br />

donde vier, seja o que for, seja como for etc.<br />

4) Oração Subordinada Adverbial Locativa Justaposta<br />

– O carro ficou estacionado onde o deixamos.<br />

– Moro onde não mora ninguém.<br />

5) Oração Subordinada Adverbial de Companhia Justaposta<br />

– Aqui você aprende com quem sabe ensinar.<br />

– Toda mulher interesseira só sai com quem tem dinheiro.<br />

6) Oração Subordinada Adverbial de Favor Justaposta<br />

– Assim como morreria pela pátria, morrerei por quem sempre me deu todo o apoio:<br />

meu pai.


– Apesar de nunca ter amado, tudo farei por quem eu amar.<br />

7) Oração Subordinada Adverbial de Assunto Justaposta<br />

– Conversamos durante a madrugada sobre quem irá substituir-me na empresa.<br />

– Só falam sobre quantas mulheres irão ao evento.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Depois de martelar tanto na sua cabeça “Decore as conjunções, decore as conjunções,<br />

decore as conjunções...”, creio que você já tenha feito isso, certo? (Espero que sim.)<br />

Pois bem... as provas de concursos públicos, de modo geral, privilegiam as orações<br />

subordinadas, por isso devemos estar atentos a todas. Sobre orações justapostas, é megarraro<br />

cair. Faça as questões consultando a teoria. Xô, preguiça!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Empasial – TJ/SP – Oficial de Justiça – 1999) Indique a oração coordenada sindética explicativa:<br />

a) O paciente salvou-se porque não bebia.<br />

b) Não fui à escola porque fiquei doente.<br />

c) Não beba, porque você se salvará.<br />

d) Não posso receber mais inscrições porque não há mais vagas.<br />

e) Fomos bem recebidos porque trazíamos boas notícias.<br />

2. (Empasial – TJ/SP – Escrevente Judiciário – 1999) Analise sintaticamente a oração em destaque:<br />

“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompensados.” (Machado de Assis)<br />

a) oração subordinada substantiva completiva nominal.<br />

b) oração subordinada adverbial causal.<br />

c) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.<br />

d) oração coordenada sindética conclusiva.<br />

e) oração coordenada sindética explicativa.<br />

3. (FAB – EAGS – Sargento – 2003) Observe o termo em destaque no trecho a seguir e assinale a alternativa que traz a<br />

correta consideração a seu respeito quanto à justificativa de sua grafia.<br />

“Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho.” (Pe.<br />

Antônio Vieira)<br />

a) Trata-se de uma interrogativa indireta.<br />

b) Porque é uma conjunção explicativa, e somente neste caso justifica-se tal grafia.<br />

c) Busca-se explicitar o motivo do que se afirma na primeira oração.<br />

d) A palavra porque introduz um enunciado afirmativo, e, neste caso, faz-se uso de conjunção, seja explicativa, seja causal.<br />

4. (FAB – AFA – Oficial – 2005) Leia o fragmento abaixo transcrito.<br />

“– Por que Laís não chegou ainda?<br />

– Ela não chegou porque o carro que a conduzia quebrou.<br />

– Gostaria que ela chegasse logo porque preciso dela aqui!”<br />

Os termos destacados devem ser classificados, respectivamente, como:<br />

a) Advérbio; conjunção coordenativa explicativa; conjunção subordinativa causal.<br />

b) Advérbio; conjunção subordinativa causal; conjunção coordenativa explicativa.<br />

c) Preposição acidental; conjunção subordinativa causal; conjunção coordenativa conclusiva.<br />

d) Preposição acidental; conjunção subordinativa causal; conjunção coordenativa explicativa.<br />

5. (Esaf – IRB Brasil Seguros – Analista – 2006) Assinale a opção que apresenta truncamento sintático.<br />

a) Duas pesquisas, divulgadas nos últimos dias, mostram que as políticas sociais e de combate à fome implementadas pelo<br />

governo federal começam a apresentar resultados concretos na melhoria das condições de vida do povo brasileiro.<br />

b) Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, intitulado “Miséria em Queda”, baseado em dados da Pesquisa Nacional por<br />

Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, confirmando que a miséria no Brasil caiu em 2004, e atingiu o nível mais baixo<br />

desde 1992.<br />

c) O número de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza passou de 27,26% da população, em 2003, <strong>para</strong> 25,08% em<br />

2004. Em 1992, esse percentual era de 35,87%.<br />

d) É considerado abaixo da linha da pobreza quem pertence a uma família com renda inferior a R$ 115 mensais, valor<br />

considerado o mínimo <strong>para</strong> garantir a alimentação de uma família. O estudo da FGV mostrou que o índice de miséria no<br />

Brasil caiu 8% de 2003 <strong>para</strong> 2004, deixando o país com a menor proporção de miseráveis desde 1992.<br />

e) A redução da taxa foi fortemente influenciada pela queda na distância entre os ricos e pobres no Brasil, registrada em<br />

três anos consecutivos. Somente em 2004, a desigualdade caiu duas vezes mais do que no ano anterior.<br />

6. (EJEF – TJ/MG – Analista Judiciário – 2007) Assinale a alternativa em que o pronome assinalado NÃO preenche, na frase<br />

em que se encontra, a mesma função sintática exercida pelos que estão destacados nas demais frases.<br />

a) “E o universo em que vivemos hoje [...] é [...] diferente do de uma pessoa de 1650.”<br />

b) “Ela é verdadeira [...] <strong>para</strong> sacerdotes egípcios que viveram há quatro mil anos.”<br />

c) “No topo, ficam as verdades absolutas, que transcendem o elemento humano.”<br />

d) “São as verdades matemáticas, as que podem ser afirmadas categoricamente.”<br />

7. (FGV – Senado Federal – Técnico Legislativo – Administração – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser um<br />

processo de observação cristalina <strong>para</strong> assumir um discurso de políticas de averiguação de custos engessadas que pouco


ou quase nada retratam as necessidades de populações distintas.”.<br />

A oração grifada no trecho acima classifica-se como:<br />

a) subordinada substantiva predicativa;<br />

b) subordinada adjetiva restritiva;<br />

c) subordinada substantiva subjetiva;<br />

d) subordinada substantiva objetiva direta;<br />

e) subordinada adjetiva explicativa.<br />

“Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem<br />

não se gosta mais e que não gosta mais da gente – como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)”<br />

8. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009) Nos segmentos “– como se chama o que sinto?” e “e que não gosta mais da<br />

gente”, os pronomes relativos exercem a mesma função sintática.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

9. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2009) A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade seria<br />

desumano, pois ela nada mais é que a relação entre os humanos.<br />

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se afirmar que se trata de:<br />

a) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo valor de explicação;<br />

b) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativos introduzindo valor de consequência;<br />

c) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo valor de alternância;<br />

d) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa, retomando a expressão sociedade;<br />

e) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo valor de explicação.<br />

10. (Cesgranrio – DETRAN/AC – Advogado – 2009) O barulho no local era tão alto que o homem, coitado, saiu rápido.<br />

Indique o único período que mantém exatamente o mesmo sentido da oração apresentada acima, embora com outra estrutura.<br />

a) Quando o barulho ficou muito alto, o homem coitado saiu rápido.<br />

b) O homem, que era muito rápido, saiu por causa do barulho tão alto no local.<br />

c) O homem saiu rápido porque no local o barulho era muito alto. Coitado.<br />

d) Depois de ouvir um barulho muito alto, o homem rápido saiu.<br />

e) No local, o barulho, coitado, era tão alto que o homem saiu rápido.<br />

“(...) No máximo interessará às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos <strong>para</strong> exportação.<br />

(...)”<br />

11. (Esaf – SEFAZ/SP – Analista de Finanças e Controle – 2009) Ainda em relação ao texto, assinale a opção correta.<br />

a) O segmento “que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos <strong>para</strong> exportação” constitui oração subordinada<br />

adjetiva restritiva.<br />

12. (FUNCAB – Pref. Porto Velho/RO – Médico – 2009) No trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são<br />

classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como:<br />

“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, mas nunca à custa de nossos filhos...”<br />

a) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sindética adversativa;<br />

b) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética explicativa;<br />

c) subordinada adverbial conformativa e subordinada adverbial concessiva;<br />

d) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada sindética adversativa;<br />

e) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial concessiva.<br />

13. (TJ/SC – TJ/SC – Analista Jurídico – 2009) Há exemplo de oração subordinada adjetiva restritiva em:<br />

a) Esse fóssil se compõe de exemplares de Paleodictyon nodosum, que, por viverem em condições extremas no fundo<br />

dos oceanos, acabaram protegidos dos ciclos predatórios.<br />

b) O magistrado afirma que os tribunais devem fixar prazo ao Poder competente <strong>para</strong> a adoção das providências<br />

necessárias.<br />

c) Estuda-se o incentivo fiscal às empresas que, possuindo mais de 20 funcionários, tenham no mínimo 20% de negros em<br />

seu quadro profissional.<br />

d) Quando um ciclone nasce e se desenvolve no Oceano Atlântico, ele é chamado furacão.<br />

e) A comunicação com o usuário se processa através dos famigerados call centers, cujos serviços são terceirizados.<br />

14. (Cespe/UnB – ADAGRI/CE – Agente Estadual Agropecuário – 2009) O segmento “que agravam o efeito estufa” (...


emissões de gases que agravam o efeito estufa...) constitui oração subordinada adjetiva restritiva.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

15. (CONSULPLAN – Pref. St. Maria Madalena/RJ – Enfermeiro – 2010) (Adaptada) A análise dos elementos destacados<br />

está INCORRETA em:<br />

I. “... de que seus atos repercutem,...” (... precisa ter consciência de que seus atos repercutem...) – oração<br />

subordinada substantiva completiva nominal.<br />

II. “... que nossa economia floresce,...” (Dizem que nossa economia floresce...) – oração subordinada substantiva<br />

objetiva direta.<br />

“(...) mas antes de qualquer ação existiu a imaginação, um sonho que, aliado ao conhecimento e habilidades, pode transformarse<br />

em algo concreto. (...) Oportunidades aos empreendedores, aos inovadores, às pessoas e empresas que tiverem atitude<br />

e criatividade (...) novos usos de produtos e boas oportunidades <strong>para</strong> os mercados que passaram a existir (...) seja o<br />

primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguindo ver. (...) faço das palavras de Einstein minha resposta:<br />

alguém que duvidou e provou o contrário.<br />

16. (Cesgranrio – BNDES – Técnico Administrativo – 2010) O pronome relativo que difere dos demais, nos trechos listados<br />

abaixo, quanto à função sintática, é:<br />

a) “...que aliado ao conhecimento e habilidades pode transformar-se...”<br />

b) “...que tiverem atitude e criatividade,”<br />

c) “...que passaram a existir.”<br />

d) “...que ninguém está conseguindo ver.”<br />

e) “...que duvidou e provou o contrário.”<br />

17. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) A oração “que se tornariam centrais na produção intelectual e<br />

artística do século XX” (Euclides realizara um mapeamento de temas que se tornariam centrais na produção intelectual e<br />

artística do século XX) tem, no período em que se insere, sentido explicativo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (FAB – EEAR – Controlador de Tráfego Aéreo – 2010) Observe:<br />

I. Eu não sei<br />

Se vem de Deus<br />

Do céu ficar azul<br />

II. Se desmorono ou se edifico<br />

Se permaneço ou me desfaço,<br />

– Não sei, não sei.<br />

III. Mundo mundo vasto mundo,<br />

Se eu me chamasse Raimundo<br />

Seria uma rima, não seria uma solução<br />

IV. Meu Deus, por que me abandonaste<br />

Se sabias que eu não era Deus<br />

Se sabias que eu era fraco.<br />

Assinale a alternativa em que todas as afirmações estão corretas.<br />

a) Em IV, há duas orações subordinadas adverbiais condicionais.<br />

Em III, há uma oração subordinada adverbial condicional.<br />

b) Em I, há uma oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

Em IV, há duas orações subordinadas adverbiais causais.<br />

c) Em II, há uma oração subordinada substantiva objetiva<br />

direta. Em III, há uma oração subordinada adverbial causal.<br />

d) Em III, há uma oração subordinada substantiva objetiva<br />

direta. Em I, há uma oração subordinada adverbial causal.<br />

“Se falharmos aí, trairemos o compromisso com a saúde e com a vida do planeta.”<br />

19. (Cesgranrio – Eletrobras Eletronuclear – Analista (Meteorologia) – 2010) A primeira oração do período, destacada acima,<br />

liga-se à segunda oração, estabelecendo uma relação de sentido.<br />

A relação de sentido entre as orações é de:


a) com<strong>para</strong>ção;<br />

b) proporção;<br />

c) conformidade;<br />

d) condição;<br />

e) finalidade.<br />

20. (Vunesp – TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2010) A alternativa que reescreve corretamente o período “É preciso<br />

ensaiar <strong>para</strong> não fazer em campo apenas as jogadas ensaiadas.” iniciando-o com a ideia de finalidade, é:<br />

a) Para que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, é preciso ensaiar.<br />

b) Embora não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, é preciso ensaiar.<br />

c) Ainda que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, é preciso ensaiar.<br />

d) Por mais que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, é preciso ensaiar.<br />

e) Contanto que não se façam em campo apenas jogadas ensaiadas, é preciso ensaiar.<br />

21. (Vunesp – TJ/SP – Agente de Fiscalização Judiciária – 2010) Considere este trecho “os brasileiros são obrigados a ser<br />

mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda”.<br />

A oração que tem a mesma natureza sintática da oração subordinada “porque a infraestrutura não ajuda” é:<br />

a) uma vez que a infraestrutura não ajuda;.<br />

b) embora a infraestrutura não ajude;<br />

c) a infraestrutura, pois, não ajuda;<br />

d) muitas vezes a infraestrutura não ajuda;<br />

e) como a infraestrutura não ajuda.<br />

22. (ACEP – Pref. Quixadá/CE – Psicólogo – 2010) No período “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um<br />

governo tão imbuído da ideia // de que veio // <strong>para</strong> recomeçar a história.”, a oração sublinhada é classificada como:<br />

a) coordenada assindética;<br />

b) subordinada substantiva completiva nominal;<br />

c) subordinada substantiva objetiva indireta;<br />

d) subordinada substantiva apositiva.<br />

23. (FUNCAB – SESAP/RN – Médico – 2010) A oração grifada em: “...e até mesmo em locais ao ar livre, caso se comprove<br />

que a fumaça não se dispersa com facilidade.”, classifica-se como subordinada:<br />

a) substantiva subjetiva;<br />

b) substantiva objetiva direta;<br />

c) substantiva completiva nominal;<br />

d) adjetiva restritiva;<br />

e) adjetiva explicativa.<br />

24. (MPE/SC – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2010) (Adaptada) Julgue a afirmativa abaixo:<br />

Imponho-lhe somente um objetivo: que administre bem o patrimônio público. O sinal de dois pontos foi usado <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r<br />

uma oração subordinada substantiva apositiva, tal como pode ocorrer com o aposto.<br />

25. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações<br />

humanas.<br />

Com relação à frase transcrita e a análise sintática tradicional, considere a afirmativa a seguir.<br />

I. O vocábulo que é uma conjunção integrante e presta-se a articular a oração subjetiva ao núcleo verbal que a subordina.<br />

26. (Cespe/UnB – Correios – Analista (Letras) – 2011) Na construção “mais à pintura e à musica do que à filosofia e à<br />

religião”, o vocábulo “que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

27. (Cespe/UnB – TJ/ES – Cargos de Nível Superior – 2011) No desenvolvimento da argumentação do texto, a oração “A<br />

semana terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)”<br />

expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

28. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) A oração cuja classificação está INCORRETA é:<br />

a) “Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver.”– oração subordinada adverbial condicional.


) “Parece fácil, mas não é.” – oração coordenada sindética adversativa.<br />

c) “O campo visual da nossa rotina é como um vazio.” – oração principal.<br />

d) “Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.” – oração absoluta.<br />

e) “O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem...” – oração coordenada assindética.<br />

É importante desmistificar a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade.<br />

29. (FGV – TRE/PA – Analista Judiciário – 2011) Em relação ao período acima, analise a afirmativa a seguir:<br />

– Há uma oração completiva nominal.<br />

“(...) Um projeto de lei, em debate no parlamento espanhol, propõe que não seja mais obrigatório o sobrenome do pai<br />

vir em primeiro lugar – deixando a cargo dos pais escolher a ordem dos sobrenomes. (...)”<br />

30. (COPEVE/UFAL – UFAL – Bibliotecário Documentalista – 2011) Dadas as proposições seguintes,<br />

I. Há, no texto, uma oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

“É sabido que a bactéria em questão – Escherichia coli – somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes<br />

fezes – animais ou humanas.”<br />

31. (Cespe/UnB – CBM/DF – Bombeiro – 2011) O trecho “que a bactéria em questão – Escherichia coli – somente é<br />

transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes – animais ou humanas” exerce a função de sujeito da locução<br />

“É sabido”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (Cespe/UnB – CBM/DF – Bombeiro – 2011) A oração “que pôs a Europa em estado de emergência médica” (A bactéria<br />

que pôs a Europa em estado de emergência médica...) tem caráter explicativo e, por isso, poderia ser empregada entre<br />

vírgulas, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Não implica, tampouco, autoconsciência crítica ou consciência histórica, nem a necessidade de identificar se existe uma<br />

tendência”<br />

33. (AOCP – BRDE – Analista de Sistemas – 2012) No fragmento anterior, as orações de identificar e se existe uma tendência<br />

são, respectivamente:<br />

a) oração subordinada substantiva objetiva direta e oração subordinada substantiva objetiva direta;<br />

b) oração subordinada substantiva completiva nominal e oração subordinada substantiva objetiva direta;<br />

c) oração subordinada substantiva objetiva indireta e oração subordinada adverbial condicional;<br />

d) oração subordinada substantiva completiva nominal e oração subordinada adverbial condicional;<br />

e) oração subordinada substantiva objetiva indireta e oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

34. (Fadems – TJ/MS – Analista Judiciário – 2012) A alternativa que traz a análise correta da oração “por que ‘velho’ é<br />

politicamente incorreto”, em “Não entendo por que ‘velho’ é politicamente incorreto”, é:<br />

a) subordinada substantiva objetiva direta;<br />

b) subordinada adverbial causal;<br />

c) subordinada adjetiva explicativa;<br />

d) subordinada substantiva predicativa;<br />

e) coordenada sindética explicativa.<br />

35. (FAB – AFA – Oficial – 2012) As palavras abaixo destacadas foram utilizadas <strong>para</strong> introduzir orações subordinadas<br />

substantivas. Porém, em somente uma opção, essa relação sintática foi estabelecida por uma conjunção integrante própria.<br />

Assinale-a.<br />

a) “Impressiona-me como se formam conceitos, são opiniões, baseados em estatísticas...”<br />

b) “Parece haver uma disputa <strong>para</strong> saber quem dá mais informações e estatísticas...”<br />

c) Estou sem paciência <strong>para</strong> assistir a tantas partidas tumultuadas no Brasil.”<br />

d) “Na partida entre Escócia e Brasil, um repórter da TV Globo deu a “grande notícia”, que Neymar foi o primeiro jogador<br />

brasileiro...”<br />

Fragmento de texto<br />

(...) A primeira convicção política incutida em meu espírito foi que o município não tinha recursos, e que por esse


motivo andava descalçado, ou devia o calçado; (...)<br />

36. (Cespe/UnB – TCDF – Auditor de Controle Externo – 2012) A “primeira convicção política” do narrador é constituída, de<br />

fato, por duas convicções, que completam o sentido da forma verbal “foi”: “que o município não tinha recursos” e “que por<br />

esse motivo andava descalçado, ou devia o calçado”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) No trecho “É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas”, o<br />

emprego da forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não ter sujeito explícito.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

38. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Na linha 12 (Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o<br />

trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha), a oração “que tinha”, sintática e semanticamente<br />

dispensável <strong>para</strong> o texto, caracteriza-se por ter um pronome relativo como sujeito sintático.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

39. (FUNCAB – MPE/RO – Analista (ADM) – 2012) Em “(...) Garanto: naquela região se operam, de fato, milagres QUE<br />

SALVAM VIDAS DIARIAMENTE. (...)”, a oração em destaque classifica-se como:<br />

a) subordinada substantiva subjetiva;<br />

b) subordinada substantiva predicativa;<br />

c) coordenada sindética explicativa;<br />

d) subordinada adjetiva restritiva;<br />

e) subordinada adjetiva explicativa.<br />

40. (Dom Cintra – Pref. Itaboraí/RJ – Agente de Adm. Previdenciária – 2012) “...as mudanças feitas por ele no planeta têm<br />

sido tão rápidas que agora elas ameaçam não só a humanidade mas também muitas espécies...”; a oração<br />

negritada mostra a ideia de:<br />

a) consequência;<br />

b) com<strong>para</strong>ção;<br />

c) concessão;<br />

d) modo;<br />

e) causa.<br />

41. (FUNDEP – GASMIG – Técnico em Administração – 2012) “[...] aceleram novas descobertas que, por sua vez, servem<br />

de ferramenta [...]”.<br />

Considerando o pronome sublinhado nessa frase, é correto afirmar que ele exerce a função sintática de:<br />

a) sujeito indeterminado;<br />

b) sujeito inexistente;<br />

c) sujeito oculto;<br />

d) sujeito simples;


Gabarito<br />

1. C. 10. C. 18. B. 26. ERRADO. 34. A.<br />

2. E. 11. A. 19. D. 27. ERRADO. 35. D.<br />

3. D. 12. D. 20. A. 28. C. 36. ERRADO.<br />

4. B. 13. C. 21. A. 29. CORRETA. 37. ERRADO.<br />

5. B. 14. CERTO. 22. B. 30. CORRETA. 38. ERRADO.<br />

6. A. 15. NENHUMA. 23. A. 31. CERTO. 39. D.<br />

7. A. 16. D. 24. CORRETA. 32. ERRADO. 40. A.<br />

8. ERRADO. 17. ERRADO. 25. CORRETA. 33. B. 41. D.<br />

9. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 24<br />

Orações Reduzidas


Definição<br />

As orações reduzidas têm as seguintes características:<br />

• apresentam o verbo numa das formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);<br />

• nunca são iniciadas por conjunções (no caso das substantivas e adverbiais) nem por<br />

pronomes relativos (no caso das adjetivas);<br />

• normalmente podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses conectivos;<br />

• podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.<br />

Veja exemplos:<br />

– Saí da religião, sem ser incomodado. (reduzida)<br />

– Saí da religião, sem que me incomodassem. (desenvolvida)<br />

– Agindo Deus, quem pode impedi-lo? (reduzida)<br />

– Se Deus age, quem pode impedi-lo? (desenvolvida)<br />

– Terminada a prova, fomos ao restaurante. (reduzida)<br />

– Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. (desenvolvida)<br />

Obs.: É bom dizer que algumas orações reduzidas adverbiais, quando desenvolvidas, podem<br />

apresentar mais de uma análise semântica. Por exemplo: “Resolvido o problema, todos<br />

confraternizaram.” (causa? / tempo?)<br />

Vejamos agora todos os tipos de orações reduzidas. Acompanhe!


Orações Reduzidas de Infinitivo<br />

Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Lembre-se de que, se o infinitivo for<br />

pessoal, irá flexionar normalmente.<br />

Substantivas<br />

– É preciso trabalhar muito. (subjetiva)<br />

– Não convém resolver a questão agora. (subjetiva)<br />

– Deixe o aluno pensar. (objetiva direta)<br />

– “Achei uma injustiça não me premiarem também.” (objetiva direta)<br />

– Os adversários o acusaram de fazer coisas erradas. (objetiva indireta)<br />

– Por que não aconselha seu filho a largar aquele trabalho? (objetiva indireta)<br />

– A melhor política é ser honesto. (predicativa)<br />

– O mais honesto seria tu lhe pedires perdão. (predicativa)<br />

– Uma parte do povo é capaz de mobilizar toda a nação. (completiva nominal)<br />

– Este é um livro difícil de ler. (completiva nominal)<br />

– Temos uma missão: criar os filhos. (apositiva)<br />

– Só te falta uma coisa <strong>para</strong> o sucesso: seres mais longânime. (apositiva)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em “Cabe frisar que reconhecer a importância da educação na existência da<br />

humanidade é dar valor àquilo que consideramos como nossa própria descendência<br />

cultural.”, o sujeito do verbo caber é oracional, a saber: frisar que reconhecer a<br />

importância da educação na existência da humanidade é dar valor àquilo que<br />

consideramos como nossa própria descendência cultural. Note que, dentro desse sujeito<br />

oracional, há outras orações (que reconhecer a importância da educação na existência<br />

da humanidade / é / dar valor àquilo / que consideramos como nossa própria<br />

descendência cultural). Esse sujeito enorme é chamado também de sujeito complexo.<br />

Troque-o por “isso”, ficará: “isso cabe”. O gramático Gladstone Chaves de Melo<br />

corrobora tal análise. A FCC e a Esaf gostam de trabalhar esses sujeitos gigantes na parte<br />

de concordância verbal! Fique atento!<br />

2) Não confunda subordinadas substantivas completivas nominais com subordinadas<br />

adverbiais finais. Em “Estou pronto <strong>para</strong> entrar em qualquer instituição federal.”,<br />

“Este cheque foi bom <strong>para</strong> resolver minha vida.” e “Esta doutrina gramatical é<br />

essencial <strong>para</strong> compreendermos outras dificuldades linguísticas.”, a preposição <strong>para</strong> é


exigida pelos adjetivos pronto, bom e essencial, portanto ela inicia orações<br />

subordinadas substantivas completivas nominais.<br />

3) O infinitivo não constitui oração basicamente em dois casos: em locução verbal e<br />

quando substantivado.<br />

– Mesmo que tenha sido ele o culpado, deve haver algum engano aqui.<br />

– O comer e o beber fazem parte da vida.<br />

Bechara e Sacconi alistam outros casos de não orações, como:<br />

a) Querer é poder!<br />

Tais infinitivos em sentido vago são considerados meros substantivos, logo só há uma (1)<br />

oração neste período, marcada pelo verbo ser (é). Só serão considerados orações se vierem<br />

acompanhados de complementos ou adjuntos adverbiais: “Querer a vitória é poder!”.<br />

Agora há duas orações (Querer a vitória / é).<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cespe/UNB – TRE/AP – Técnico Judiciário – 2007) Com referência à sintaxe das orações e dos períodos do texto, assinale<br />

a opção correta.<br />

c) O período “Votar aos 16 anos é despertar uma consciência cidadã” (L.7-8) é composto por duas orações. (Na<br />

verdade, há três orações: Votar aos 16 anos / é / despertar uma consciência cidadã).<br />

b) Vamos à sala de jantar?<br />

A palavra jantar é considerada núcleo do adjunto adnominal, como um mero substantivo,<br />

logo não constitui uma oração. Esse período, portanto, tem uma oração, marcada pelo verbo<br />

ir (Vamos). “Quando a preposição de e o infinitivo equivalem a um adjetivo, temos<br />

predicativo, e não oração reduzida: É de admirar (admirável) que isso ainda aconteça.”<br />

Falo mais sobre isso no capítulo 28, de Concordância, em Casos Especiais.<br />

Adjetivas<br />

– João não é homem de meter os pés pelas mãos.<br />

– Consoante a Bíblia, a morte é o último inimigo a ser destruído.<br />

Adverbiais<br />

– Apesar de estar machucado, continua jogando bola. (concessiva)<br />

– Não obstante ser ainda um estagiário, tinha postura de líder. (concessiva)<br />

– Sem estudar, não passarão. (condicional)<br />

– A julgar pelas aparências, os dois países formam uma aliança exemplar. (condicional)<br />

– Ela passou mal, de tanto comer balas. (causal)<br />

– Por terem sido vítimas, serão ressarcidas. (causal)


– Aquela cena o chocou a ponto de lhe tirar o sono. (consecutiva)<br />

– Nossos parentes são muitos leais <strong>para</strong> serem nossos acusadores. (consecutiva)<br />

– Ela estuda <strong>para</strong> fazer um concurso. (final)<br />

– A fim de encontrar a verdade sobre Deus, farei tudo! (final)<br />

– Pense muito bem antes de tomar uma ação. (temporal)<br />

– Ao se despedirem dos seus amigos, guarde-os no coração. (temporal)<br />

Cuidado!!!<br />

1) É praxe que as adverbiais reduzidas iniciadas pelas preposições ao, a, <strong>para</strong>, por, sem<br />

sejam, respectivamente, de tempo, condição, finalidade, causa e concessão/condição:<br />

– Ao entrar, faça silêncio.<br />

– A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.<br />

– Para viajar, é preciso dinheiro.<br />

– Por ser exato, o amor não cabe em si.<br />

– Sem estudar, passou.<br />

– Sem estudar, não passa.<br />

* É raro as reduzidas finais virem sem preposição, mas é possível: “Fomos ao cartório<br />

assinar um documento.”<br />

2) Há certas orações adverbiais não contempladas pela NGB:<br />

– Em vez de você ficar pensando nele, pense em mim. (exclusão)<br />

– Além de os lutadores serem agressivos, eram ágeis. (Cegalla pensa ser coordenada<br />

aditiva = Os lutadores eram agressivos e eram ágeis.)<br />

– Retirei-me discretamente sem ser notado. (modal)


Orações Reduzidas de Gerúndio<br />

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apositivas, adjetivas ou adverbiais.<br />

Coordenada Aditiva<br />

– Pagou a conta, ficando livre dos juros. (Pagou a conta e ficou livre dos juros.)<br />

– O poeta residiu em Ilhéus na década de 20, dedicando-se tão somente à literatura neste<br />

período. (O poeta residiu em Ilhéus na década de 20 e se dedicou tão somente à<br />

literatura neste período.)<br />

Obs.: No primeiro período, certos estudiosos (Bechara, p. ex.) cogitam a ideia de<br />

consequência, ou seja: “Pagou a conta, de modo que ficou livre dos juros”. No<br />

segundo período, outros entendem que a oração pode indicar finalidade: “O poeta<br />

residiu em Ilhéus na década de 20, <strong>para</strong> que se dedicasse tão somente à literatura<br />

neste período.”.<br />

Substantiva Apositiva<br />

– Esta é a melhor maneira de conhecer as pessoas: convivendo com elas.<br />

– O melhor caminho <strong>para</strong> chegar ao coração dela é este: cantando liras.<br />

Adjetiva<br />

– Criança pedindo esmola dói o coração.<br />

– Na UPP, encontrei doze soldados portando fuzis.<br />

Adverbial<br />

– Mesmo não tendo condições, comprou um terno. (concessiva)<br />

– Sendo ele um rapaz tão arredio, nunca lhes faltou com o respeito. (concessiva)<br />

– Agindo desse modo, ninguém ficará com você. (condicional)<br />

– “Chegarás facilmente lá, querendo.” (condicional; Said Ali)<br />

– Temendo a reação do pai, não contou a verdade. (causal)<br />

– Agora vejo que errei, mantendo-me calado. (causal; Cegalla)<br />

– Saindo do estádio, encontrei meus amigos. (temporal)<br />

– Em fazendo os trabalhos escolares, deixarei que brinque na rua. (temporal/condicional)<br />

Obs.: Oração subordinada adverbial modal reduzida de gerúndio (não contemplada pela


NGB): “O homem entrou na sala dando empurrões.”. Oração subordinada adverbial<br />

de assunto reduzida de gerúndio: “Em se tratando de seleção brasileira, nós sempre<br />

falamos mal.”.


Orações Reduzidas de Particípio<br />

Podem ser adjetivas ou adverbiais.<br />

Adjetivas<br />

– Uma modelo vinda da Bulgária chamou a atenção de todos no Brasil.<br />

– A notícia divulgada pela mídia era falsa.<br />

– O nosso planeta, ameaçado constantemente por nós mesmos, ainda resiste.<br />

Adverbiais<br />

Note que o particípio concorda em gênero e número com os termos a que se refere.<br />

– Agredido pelo outro, mantive a calma. (concessiva)<br />

– Mesmo derrotados pelo time adversário na primeira partida, reergueram-se e<br />

conquistaram o título. (concessiva)<br />

– Aceitas as condições, não haveria problemas. (condicional)<br />

– Tomados os Estados Unidos, a Segunda Guerra teria outro fim. (condicional)<br />

– Preocupado com a prova, ele se esqueceu da carteira. (causal)<br />

– Dada a notícia da herança, as brigas começaram. (causal/temporal)<br />

– Terminada a aula, todos pularam de alegria. (temporal)<br />

– Comprada a casa, a família se mudou logo. (temporal)<br />

Cuidado!!!<br />

1) As formas participiais nem sempre constituirão orações reduzidas; pois podem ser<br />

verdadeiros adjetivos com função de adjunto adnominal ou predicativo.<br />

– Os alunos foram apaixonados pela professora. (adjetivo, predicativo)<br />

– Os alunos gripados voltaram mais cedo <strong>para</strong> suas casas. (adjetivo, adjunto<br />

adnominal)<br />

2) Em um período composto, a locução verbal ou o tempo composto não constituem oração<br />

reduzida. Para que haja oração reduzida com locução verbal, é necessário que o verbo<br />

auxiliar esteja em forma nominal do verbo (gerúndio, infinitivo, particípio)<br />

– Tendo recebido o dinheiro, comprarei o carro. (oração reduzida de gerúndio)<br />

– Olhe com cuidado, pois as crianças estão brincando. (locução verbal com o verbo<br />

auxiliar flexionado, fazendo parte de uma coordenada explicativa)<br />

3) Devido ao <strong>para</strong>lelismo sintático, não se coordenam orações adjetivas reduzidas a orações<br />

desenvolvidas: “Os candidatos aprovados no exame médico e que estejam de posse da


documentação poderão apresentar-se à comissão.” (errado). / “Os candidatos<br />

aprovados no exame médico estando de posse da documentação poderão apresentarse<br />

à comissão.” (certo). O <strong>para</strong>lelismo exige que termos e orações de mesma função<br />

sintática se combinem, sejam semelhantes. Portanto o certo é usar duas orações<br />

reduzidas (aprovados no exame médico e estando de posse da documentação).


O Que Cai Mais na Prova?<br />

As reduzidas adverbiais são bem frequentes. Cai muito também a reescritura delas (o<br />

desenvolvimento usando conectivo). Estude-as!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

(...) Mais uma vez, milhares de pessoas ganharam as ruas e forçaram os organizadores do encontro a antecipar o fim da<br />

reunião. (...)<br />

1. (Esaf – Auditor Fiscal da Receita Federal – 2000) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O trecho “a antecipar o fim da reunião” funciona como objeto indireto.<br />

(...) O comportamento das pessoas em grupo, tornando suas ações conhecidas e avaliadas, segundo critérios éticos do mesmo<br />

grupo quanto ao caráter, às condutas ou às intenções manifestadas e assim por diante, só repercute no direito se<br />

extrapolarem os limites deste. (...)<br />

2. (Esaf – Auditor Fiscal Receita Federal – SRF – 2002) (Aadaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A oração subordinada reduzida de gerúndio “tornando suas ações conhecidas e avaliadas” mantém seu valor adjetivo ao<br />

ser substituída pela desenvolvida adjetiva restritiva “que tornam suas ações conhecidas e avaliadas”.<br />

3. (FCC – TRT (15R) – Analista Judiciário – 2005) A persistirem os sintomas, deve-se consultar o médico.<br />

A expressão sublinhada na frase acima tem o mesmo sentido que:<br />

a) ainda que persistam;<br />

b) tão logo persistam;<br />

c) a menos que persistam;<br />

d) caso venham a persistir;<br />

e) mesmo se vierem a persistir.<br />

4. (FGV – SSP-RJ – Perito Criminal – 2008) “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa,<br />

como se fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo <strong>para</strong> o jogo eleitoral <strong>para</strong> daqui a dois anos.”<br />

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:<br />

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.<br />

II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.<br />

III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.<br />

Assinale:<br />

a) Se apenas os itens I e II estiverem corretos.<br />

b) Se apenas os itens I e III estiverem corretos.<br />

c) Se apenas os itens II e III estiverem corretos.<br />

d) Se nenhum item estiver correto.<br />

e) Se todos os itens estiverem corretos.<br />

5. (FGV – Senado Federal – Polícia Legislativa – 2008) “Em julho de 1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento,<br />

deixando <strong>para</strong> Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de<br />

1895.”<br />

No período acima, a oração destacada tem valor:<br />

a) condicional;<br />

b) concessivo;<br />

c) causal;<br />

d) consecutivo;<br />

e) conformativo.<br />

(...) O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez<br />

mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos trabalhadores,<br />

cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. (...)<br />

6. (Cespe/UnB – TST – Analista Judiciário – 2008) O valor de adjetivo do gerúndio em “podendo optar” fica preservado se<br />

essa oração reduzida for substituída pela subordinada adjetiva correspondente: que pode optar. Essa substituição<br />

manteria a coerência e a correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Desde cedo, a cidade teve o mérito de dar ao homem a possibilidade de evoluir além da luta pela sobrevivência pura<br />

e simples.”


7. (FCC – TRT/SP (2 a R) – Técnico Judiciário – 2008) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Há duas orações subordinadas, equivalentes a substantivos, com seus verbos no infinitivo.<br />

8. (FUNCAB – Pref. Porto Velho/RO – Médico – 2009) Aponte o período em que a oração reduzida abaixo foi corretamente<br />

desenvolvida.<br />

“Ninguém precisa ter medo da morte sabendo que seus genes serão imortais”.<br />

a) Ninguém precisava ter medo da morte de tal modo que sabia que seus genes são imortais.<br />

b) Embora soubesse que seus genes eram imortais, ninguém precisou ter medo da morte.<br />

c) Ninguém precisa ter medo da morte <strong>para</strong> saber que seus genes são imortais.<br />

d) Mesmo que soubesse que seus genes são imortais, ninguém precisaria ter medo da morte.<br />

e) Ninguém precisa ter medo da morte se sabe que seus genes serão imortais.<br />

9. (FCC – TRT/MA (16R) – Técnico Judiciário – 2009) Ao falarem de chuva ...<br />

A frase acima está corretamente transcrita, sem alteração do sentido original, em:<br />

a) Quando falam de chuva ...<br />

b) À medida que falam de chuva ...<br />

c) Como falam de chuva ...<br />

d) Visto que falam de chuva ...<br />

e) Conquanto falem de chuva ...<br />

10. (FCC – TRT/MA (16R) – Técnico Judiciário – 2009) O vapor liberado pela transpiração das árvores sobe na atmosfera.<br />

O vapor encontra camadas de ar frio.<br />

O vapor se condensa e forma as nuvens.<br />

As frases acima encontram-se articuladas em um único período, com clareza, correção e lógica, em:<br />

a) O vapor, quando vai subindo na atmosfera com o vapor da transpiração das árvores, vão encontrar camadas de ar frio<br />

se condensando e formando as nuvens.<br />

b) A fim de ser liberado pela transpiração das árvores, o vapor que se condensa formando as nuvens, quando encontra<br />

camadas de ar frio na atmosfera.<br />

c) Ao subir na atmosfera, o vapor liberado pela transpiração das árvores encontra camadas de ar frio e se condensa,<br />

formando as nuvens.<br />

d) O vapor que encontra camadas de ar frio se condensa e formam as nuvens, quando é liberado pela transpiração das<br />

árvores, subindo na atmosfera.<br />

e) O vapor se condensa formando as nuvens, sendo liberado pela transpiração das árvores que sobem na atmosfera, com<br />

as camadas de ar frio.<br />

11. (FCC – TRT/MG (3R) – Técnico Judiciário – 2009) Elas jogam milhões de toneladas de sedimentos no rio,<br />

inviabilizando sua navegabilidade.<br />

A oração grifada acima denota, considerando-se o contexto:<br />

a) causa;<br />

b) ressalva;<br />

c) consequência;<br />

d) temporalidade;<br />

e) proporcionalidade.<br />

12. (FGV – CODESP – Técnico em Informática – 2010) Em 1994, foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e do Trabalho (National Economic Development and Labour Council – NEDLAC), cujo principal<br />

objetivo consistia em promover a integração entre governo, empresários e trabalhadores, tornando as decisões<br />

econômicas mais abrangentes <strong>para</strong> promover as metas do crescimento econômico e da igualdade social.<br />

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:<br />

I. O período é composto por quatro orações.<br />

II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.<br />

III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

Assinale:<br />

a) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.<br />

b) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.<br />

c) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.<br />

d) Se nenhuma afirmativa estiver correta.<br />

e) Se todas as afirmativas estiverem corretas.


13. (Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2010) Em qual das orações reduzidas abaixo há ERRO quanto à<br />

circunstância a ela atribuída?<br />

a) Sem pensar, poderá, no futuro, pagar caro por suas decisões. (condição)<br />

b) Não vendo o mundo a seu redor, fez um julgamento que o prejudicou. (causa)<br />

c) Apesar de ser orgulhoso, estava disposto a novas tentativas. (consequência)<br />

d) Ao criticar o amigo, não se lembrou de que o mundo dá voltas. (tempo)<br />

e) Para ser finalmente feliz, era preciso mais uma vez analisar seu passado. (finalidade)<br />

14. (FUNCAB – PRODAM/AM – Analista de TI – 2010) A oração reduzida de gerúndio no período “Batendo de quina pode<br />

até matar” exprime, em relação à oração principal, a circunstância de:<br />

a) causa;<br />

b) com<strong>para</strong>ção;<br />

c) condição;<br />

d) consequência;<br />

e) concessão.<br />

15. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Ao escolher um caminho, pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o melhor em relação a outro (...)<br />

– A oração reduzida Ao escolher um caminho informa circunstância de tempo.<br />

16. (Cesgranrio – BACEN – Analista do Banco Central – 2010) “Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação<br />

eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas.”<br />

No período acima, encontram-se uma oração:<br />

a) principal e outra subordinada reduzida de infinitivo;<br />

b) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de gerúndio;<br />

c) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de particípio;<br />

d) coordenada e outra subordinada adjetiva restritiva;<br />

e) coordenada e outra subordinada reduzida de gerúndio.<br />

17. (FAURGS – TJ/RS – Oficial Escrevente – 2010) Considere a estrutura sintática do período seguinte:<br />

Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle, colhendo espécies diversas da flora, observando o<br />

comportamento da fauna local, colecionando fatos e anotações.<br />

A respeito desse período, assinale a alternativa INCORRETA.<br />

a) A oração principal é atravessou o mundo no navio Beagle.<br />

b) A sequência Quando jovem pode ser interpretada como uma oração subordinada adverbial proporcional, em que o<br />

verbo era está elíptico.<br />

c) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando<br />

fatos e anotações estabelecem com a principal uma relação de subordinação explicitada pelo emprego do gerúndio.<br />

d) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando<br />

fatos e anotações estabelecem entre si uma relação de coordenação em que está ausente a conjunção.<br />

e) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando<br />

fatos e anotações classificam- se como subordinadas adverbiais, nas quais se observa uma relação de simultaneidade<br />

de eventos.<br />

(...) Dada a extrema desigualdade no perfil brasileiro de distribuição de renda, os bons e os maus caminhos bifurcam-se logo<br />

adiante. (...)<br />

18. (FCC – TJ/PI – Analista Judiciário – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A noção transmitida pelo segmento grifado em Dada a extrema desigualdade no perfil brasileiro de distribuição de<br />

renda permanecerá a mesma se ele for substituído por Devido à extrema desigualdade.<br />

19. (Esaf – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso à informação, essa civilização cria condições favoráveis<br />

<strong>para</strong> desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade.<br />

– Pode-se substituir o segmento “<strong>para</strong> desafiar” por “<strong>para</strong> que se desafiem”.<br />

20. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) Considerando-se apenas o trecho “Viver em ambiente sem gravidade<br />

faz coisas curiosas com o corpo”, não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o sujeito da forma verbal “faz”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


21. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Para que a argumentação do texto seja coerente, a oração<br />

“pertencendo a grupos sociais diferentes” (Diferentes pessoas, pertencendo a grupos sociais diferentes, têm não<br />

apenas histórias diferentes <strong>para</strong> contar, mas formas diferentes de contá-las...) deve ser interpretada como condicional,<br />

correspondente à seguinte oração: caso pertençam a grupos sociais diferentes.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto ao<br />

se substituir “a se<strong>para</strong>r” (... é ideal que o fosso material a se<strong>para</strong>r as pessoas seja menos profundo) por que se<strong>para</strong>.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Na Espanha, as mulheres estão prestes a conseguir mais uma vitória no que toca à igualdade de direitos entre os sexos.<br />

Um projeto de lei, em debate no parlamento espanhol, propõe que não seja mais obrigatório o sobrenome do pai<br />

vir em primeiro lugar – deixando a cargo dos pais escolher a ordem dos sobrenomes. No caso de não haver<br />

consenso, porém, valerá a ordem alfabética.<br />

23. (COPEVE/UFAL – UFAL – Bibliotecário Documentalista – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?<br />

– Os verbos conseguir, vir e haver introduzem orações reduzidas de infinitivo.<br />

24. (FESMIP/BA – MPE/BA – Analista de Sistemas – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“Assim, cabe frisar que reconhecer a importância da educação na existência da humanidade é dar valor àquilo que<br />

consideramos como nossa própria descendência cultural.”<br />

– A expressão “Cabe frisar” forma uma locução verbal, uma vez que o verbo no infinitivo não pode ser desdobrado em<br />

uma oração com a presença de um conectivo.<br />

25. (FCC – TRE/AP – Analista Judiciário – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

A extensão do star-system não se dá sem uma forma de banalização ou mesmo de degradação − da figura pura da<br />

estrela, trazendo consigo uma imagem de eternidade, chega-se à vedete do momento, à figura fugidia da<br />

celebridade do dia; do ícone único e insubstituível, passa-se a uma comunidade internacional de pessoas<br />

conhecidas, “celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam as fotos, contam os segredos, perseguem a<br />

intimidade.<br />

– A forma trazendo expressa, na frase, sentido de condicionalidade, equivalendo a “se trouxer”.<br />

26. (FCC – TRT/MT (23R) – Analista Judiciário – 2011) Quando a bordo, e por não poderem acender fogo, os viajantes tinham<br />

de contentar-se, geralmente, com feijão frio, feito de véspera.<br />

Identificam-se nos segmentos grifados na frase acima, respectivamente, noções de:<br />

a) modo e consequência;<br />

b) causa e concessão;<br />

c) temporalidade e causa;<br />

d) modo e temporalidade;<br />

e) consequência e oposição.<br />

27. (FCC – TRE/TO – Analista Judiciário – 2011) A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na<br />

Antártida, <strong>para</strong> realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre<br />

outros.<br />

O segmento grifado na frase acima tem sentido:<br />

a) adversativo;<br />

b) de consequência;<br />

c) de finalidade;<br />

d) de proporção;<br />

e) concessivo.<br />

28. (Cesgranrio – Petroquímica Suape – Eletricista Pleno – 2011) “Eles vivem roubando tampas de bueiro e fiação dos postes<br />

da rua <strong>para</strong> revender.”<br />

A oração destacada se liga à primeira com determinada relação de sentido. Essa relação de sentido é caracterizada por uma<br />

ideia de:<br />

a) proporção;


) concessão;<br />

c) finalidade;<br />

d) com<strong>para</strong>ção;<br />

e) tempo.<br />

29. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) Desenvolvendo-se a oração reduzida “Para ser notado, o porteiro teve que<br />

morrer”, tem-se:<br />

a) <strong>para</strong> ter sido notado;<br />

b) <strong>para</strong> que fosse notado;<br />

c) <strong>para</strong> que tenha notado;<br />

d) <strong>para</strong> que seja notado;<br />

e) <strong>para</strong> que se note.<br />

30. (Cesgranrio – CITEPE – Mecânico Têxtil Pleno – 2011) A oração reduzida “Ela, ao tentar puxar a ponta de fio do casulo,<br />

fez com que fino fio de seda se desenrolasse” transmite uma ideia de:<br />

a) finalidade;<br />

b) concessão;<br />

c) condição;<br />

d) tempo;<br />

e) consequência.<br />

31. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) “O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar.”<br />

Na linha argumentativa do texto, a oração “que a gente banaliza o olhar” em relação à oração “de tanto ver” encerra uma:<br />

a) causa;<br />

b) consequência;<br />

c) conformidade;<br />

d) condição;<br />

e) concessão.<br />

32. (FCC – TRF (2R) – Analista Judiciário – 2012) ... uma espécie de religiosidade de resultados, que invoca as forças<br />

celestes <strong>para</strong> garantir as ambições terrenas dos fiéis.<br />

No contexto da frase acima, é correto dizer que o segmento grifado possui sentido de:<br />

a) consequência;<br />

b) finalidade;<br />

c) concessão;<br />

d) proporção;<br />

e) condição.<br />

33. (Vunesp – CREFITO/SP – Secretário da Presidência – 2012) Em – Com o mChip, basta uma espetada e uma gota de<br />

sangue <strong>para</strong> o texto sair em minutos, dizendo na hora se a pessoa está saudável ou não. – a expressão em destaque<br />

pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:<br />

a) embora diga;<br />

b) mas dirá;<br />

c) visto que diga;<br />

d) logo dirá;<br />

e) e dirá.


Gabarito<br />

1. CORRETA. 8. E. 15. CORRETA. 22. CERTO. 29. B.<br />

2. INCORRETA. 9. A. 16. B. 23. CORRETA. 30. D.<br />

3. D. 10. B. 17. B. 24. INCORRETA. 31. B.<br />

4. E. 11. C. 18. CORRETA. 25. INCORRETA. 32. B.<br />

5. C. 12. D. 19. CORRETA. 26. C. 33. E.<br />

6. CERTO. 13. C. 20. ERRADO. 27. C.<br />

7. CORRETA. 14. C. 21. ERRADO. 28. C.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 25<br />

Orações Intercaladas


Definição<br />

Como verdadeiras orações justapostas, as orações intercaladas (ou interferentes) são<br />

aquelas que acrescentam um comentário, em determinado ponto da frase, acerca do que está<br />

sendo dito. Tais orações sempre são se<strong>para</strong>das por vírgulas, travessões, parênteses ou<br />

colchetes.<br />

É bom dizer que a oração intercalada, na maior parte dos casos, não exerce função sintática<br />

alguma, por não manter relação sintática com oração alguma fora da intercalação.<br />

Os comentários embutidos em tais orações têm determinados valores semânticos, como:<br />

esclarecimento, opinião, desejo, desculpa, permissão, ressalva. Vejamos a seguir...<br />

Obs.: Não confunda o conceito de intercalação com oração intercalada. Certas expressões<br />

ou orações podem estar intercaladas, mas não serem orações intercaladas. Exemplo: O<br />

mundo, que é belo, nunca irá perecer. (a oração subordinada adjetiva está intercalada,<br />

ou seja, ela está no meio do período, se<strong>para</strong>da por vírgulas). Uma oração intercalada<br />

(ou interferente), de fato, em tese, não exerce função sintática alguma, diferentemente do<br />

exemplo que acabamos de ver. Entenda melhor com a leitura do capítulo. No entanto,<br />

saiba que este assunto do capítulo tem 0,1% de chance de cair em prova, mas... vai<br />

que...


Tipos<br />

1) Oração Intercalada de Citação (Discurso Direto)<br />

Este tipo de oração intercalada é o único que, <strong>para</strong> a maioria dos gramáticos, exerce função<br />

sintática – normalmente sujeito, objeto direto ou aposto. Substitua essa oração intercalada<br />

(marcada por aspas ou travessão) por isso <strong>para</strong> ver a função sintática mais claramente.<br />

Se você nunca ouviu falar em discurso direto, este é o momento. Dizemos que o discurso é<br />

direto quando a fala da personagem vem entre aspas ou antecedida por travessão.<br />

– Para os alunos, as aulas não estão boas: “Precisamos imediatamente de um bom<br />

professor!”.<br />

Note que a oração intercalada só exercerá função sintática se houver um verbo dicendi (ou<br />

elocutivo) antecipando a fala da personagem. Veja exemplos desse tipo especial de oração<br />

intercalada, que exerce função sintática:<br />

– Foi avisado a mim diversas vezes: “Menino, comece a estudar!”. (sujeito: Isso foi<br />

avisado a mim diversas vezes.)<br />

– Avisou-se diversas vezes a mim: “Menino, comece a estudar!”. (sujeito: Avisou-se isso<br />

diversas vezes a mim.)<br />

– “Menino, comece a estudar!”, meus parentes me avisaram diversas vezes. (objeto direto:<br />

Meus parentes me avisaram isso diversas vezes.)<br />

– Meus parentes me avisaram algo diversas vezes: – Menino, comece a estudar! (aposto)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) Si o incitavam a falar exclamava:<br />

– Ai! Que preguiça!...<br />

e não dizia mais nada.<br />

No fragmento, o período iniciado em “Si o incitavam a falar” inclui uma frase em discurso direto como complemento de verbo<br />

dicendi, seguida de oração coordenada, que se inicia em outra linha do texto.<br />

( X ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: Todo período começa com letra maiúscula e termina em ponto, logo “Si o<br />

incitavam a falar exclamava: – Ai! Que preguiça!... e não dizia mais nada.” é um período.<br />

Dentro desse período, de fato existe uma frase em discurso direto como complemento direto<br />

do verbo dicendi exclamar (que é transitivo direto): – Ai! Que preguiça!... (tal oração<br />

justaposta tem função de objeto direto). Antes que você pire me perguntando o que é verbo<br />

dicendi, é simples: trata-se de todo verbo transitivo direto (ou VTDI), normalmente, que<br />

“abre” a fala de uma personagem; normalmente vem antes de dois-pontos. Dentro ainda do<br />

período, há de fato uma oração coordenada sindética aditiva “e não dizia mais nada”. Este<br />

trecho é considerado um período misto, pois apresenta coordenação e subordinação. Falo<br />

melhor sobre isso no capítulo seguinte.


Certas orações intercaladas apresentam orações coordenadas e subordinadas dentro de si.<br />

Nesse caso, também podemos analisar sintaticamente as orações que constituem a oração<br />

intercalada.<br />

2) Oração Intercalada de Esclarecimento<br />

– “Em 2006 – isto aconteceu na minha formatura, cujo dia marcou minha vida –<br />

nunca mais me esqueci de quão bom é ter um curso superior.”<br />

Obs.: Como se viu, certas orações intercaladas apresentam orações coordenadas e<br />

subordinadas dentro de si. No caso acima, devemos analisar sintaticamente as orações<br />

que constituem a oração intercalada. Veja: “... – isto aconteceu na minha formatura<br />

(oração principal), cujo dia marcou minha vida (oração subordinada adjetiva<br />

explicativa) – ...”. No entanto, o trecho intercalado entre travessões (oração<br />

intercalada) não exerce função sintática alguma em relação à oração que está fora dos<br />

travessões.<br />

3) Oração Intercalada de Opinião<br />

– João (por que esse nome é comum?), por gentileza, venha aqui, quero falar com você.<br />

4) Oração Intercalada de Desejo<br />

– Encontramos seus pais lúcidos e alegres [Deus os conserve assim!], mesmo com mais<br />

de 90 anos.<br />

5) Oração Intercalada de Desculpa<br />

– “... não sei por que fenômenos de ventriloquismo cerebral (perdoem-me os filósofos<br />

essa frase bárbara) murmurei comigo...” (Machado de Assis)<br />

6) Oração Intercalada de Permissão<br />

– Meu nobre mestre (permita-me aqui um elogio), o senhor realmente mudou minha<br />

vida com seus ensinamentos.<br />

7) Oração Intercalada de Ressalva<br />

– O livro apresentado pela editora, que, diga-se de passagem, é a melhor do mercado<br />

editorial brasileiro, surpreendeu a todos.<br />

Adendo: É certo que as orações intercaladas podem apresentar outros propósitos, com<br />

outros valores semânticos, mas os principais foram alistados aqui. A chance de este assunto<br />

vir a cair em prova é ínfima!


Capítulo 26<br />

Período Misto


Definição<br />

Alguns períodos são considerados mistos porque apresentam estruturas oracionais de<br />

coordenação e subordinação.


Possibilidades de Período Misto<br />

As orações subordinadas (substantivas, adjetivas ou adverbiais – desenvolvidas ou<br />

reduzidas) podem vir coordenadas, seja uma ao lado da outra sem conjunção coordenativa<br />

ligando-as, seja uma ao lado da outra com conjunção coordenativa ligando-as. Tais orações<br />

são chamadas de equipolentes.<br />

Atenção! O papel da conjunção coordenativa é apenas marcar que as orações subordinadas<br />

estão coordenadas entre si, logo uma oração subordinada que venha depois de uma<br />

conjunção coordenativa nunca vai deixar de ser uma oração subordinada <strong>para</strong> se tornar uma<br />

oração coordenada.<br />

Dica de amigo: o segredo <strong>para</strong> classificar as orações é perceber os conectivos (conjunções e<br />

pronomes relativos).<br />

1) Orações Subordinadas Substantivas Coordenadas entre si<br />

– Espero que você não me culpe, que não culpe meus pais nem que culpe meus<br />

parentes.<br />

– Sabe-se que o homem é inocente e que nunca deveria ter sido colocado em situação<br />

vexatória.<br />

– É importante que o lazer tenha seu lugar reservado na vida, mas o estudo é<br />

primordial.<br />

Obs.: A conjunção integrante e/ou parte da oração subordinada substantiva pode(m) vir<br />

implícita(s) quando as subordinadas estão coordenadas entre si: “Consta dos presentes<br />

autos que o homem esteve utilizando no estabelecimento um equipamento<br />

inadequado <strong>para</strong> emissão de comprovantes e conseguindo, com isso, certos desvios<br />

relativos a eventuais prestações de conta”. Ou seja: “Consta dos presentes autos que<br />

o homem esteve utilizando no estabelecimento um equipamento inadequado <strong>para</strong><br />

emissão de comprovantes e que o homem esteve conseguindo, com isso, certos<br />

desvios relativos a eventuais prestações de conta”.<br />

2) Orações Subordinadas Adjetivas Coordenadas entre si<br />

– Os primitivos cristãos participavam das comemorações que tinham raízes pagãs ou<br />

que não tinham?<br />

– Certos escritores brasileiros, como Jorge Amado, que escreveu o romance Gabriela,<br />

Cravo e Canela e que escreveu o teatro O Amor do Soldado, eram comunistas.<br />

– A mulher que é compreensiva, mas que é cautelosa não deixa o marido sozinho.


Obs.: O pronome relativo e/ou parte da oração subordinada substantiva pode(m) vir<br />

implícita(s) quando as subordinadas estão coordenadas entre si: “Aquilo que é<br />

saudável, é interessante e importa deve ser enaltecido!” Ou seja: “Aquilo que é<br />

saudável, que é interessante e que importa deve ser enaltecido!”. Se o relativo não<br />

exercer a mesma função sintática, recomenda-se repeti-lo: “Aquilo que é saudável e<br />

que eu considero importante deve ser enaltecido!”.<br />

3) Orações Subordinadas Adverbiais Coordenadas entre si<br />

– Não só quando estou presente mas também quando não estou, sou discriminado.<br />

– Ainda que a reportagem vá ao ar, ainda que todos os jornais denunciem a lavagem<br />

de dinheiro ou ainda que o Papa dê seu testemunho sobre o fato, nada mudará.<br />

– Não devo nada a ninguém porque pago minhas contas em dia e porque sou uma<br />

pessoa organizada.<br />

Obs.: Numa série de orações subordinadas adverbiais coordenadas entre si, (1) pode a<br />

conjunção subordinativa se repetir, (2) se fragmentar ou (3) se omitir: (1) Depois que<br />

ela saiu e depois que ela entrou, ninguém mais nada falou. / (2) Depois que ela saiu e<br />

que ela entrou, ninguém mais nada falou. / (3) Depois que ela saiu e entrou, ninguém<br />

mais nada falou.<br />

4) Orações Coordenadas com Subordinadas no mesmo Período<br />

– Presume-se que as penitenciárias cumpram seu papel social, no entanto a realidade<br />

mostra o contrário.<br />

1 a oração: Presume-se (oração principal)<br />

2 a oração: que as penitenciárias cumpram seu papel social (oração subordinada substantiva<br />

subjetiva da principal)<br />

3 a oração: no entanto a realidade mostra o contrário (oração coordenada sindética<br />

adversativa da 1 a )<br />

– Os que aqui estão precisam entender que a chance não pode ser desperdiçada, por<br />

isso todos devem esforçar-se a fim de conseguir a vaga.<br />

1 a oração: Os... precisam entender... (oração principal da 2 a e da 3 a )<br />

2 a oração: ... que aqui estão... (oração subordinada adjetiva restritiva da 1 a )<br />

3 a oração: ... que a chance não pode ser desperdiçada... (oração subordinada substantiva<br />

objetiva direta da 1 a )


4 a oração: ... por isso todos devem esforçar-se... (oração coordenada sindética conclusiva da<br />

1 a e principal da 5 a )<br />

5 a oração: ... a fim de conseguir a vaga. (oração subordinada adverbial final reduzida de<br />

infinitivo da 4 a )<br />

– Neste dia – que linda manhã faz! – resolva logo os problemas que mais o aborrecem,<br />

que a vida é muito curta.<br />

1 a oração: Neste dia... resolva logo os problemas... (oração principal da 3 a )<br />

2 a oração: ... – que linda manhã faz! –... (oração intercalada)<br />

3 a oração: ... que mais o aborrecem... (oração subordinada adjetiva restritiva da 1 a )<br />

4 a oração: ... que a vida é muito curta. (oração coordenada sindética explicativa da 1 a )


A Elipse na Análise Sintática<br />

Às vezes, suprimem-se determinados elementos linguísticos em um enunciado, como uma<br />

oração, <strong>para</strong> tornar o período mais “leve”. A elipse de orações é muito comum.<br />

Peço-lhe cuidado! Não erre a análise de um período por não “ver” uma oração implícita<br />

(elipse). Isso é importante em questões de contagem de orações e suas respectivas<br />

classificações, tudo bem?<br />

Veja exemplos de orações elípticas, e suas reescrituras:<br />

– “Para isto é que os quadros cresceram nas proporções que se sabe.” (Ruy Barbosa)<br />

(= “Para isto é que os quadros cresceram nas proporções que se sabe que cresceram.” –<br />

oração subordinada substantiva subjetiva)<br />

– “... e nessa hipótese, o mais acertado é deixá-la estar os três dias pedidos, e os mais dias<br />

que for necessário.” (Camilo Castelo Branco)<br />

(=“... e nessa hipótese, o mais acertado é deixá-la lá estar os três dias pedidos, e os mais<br />

dias que for necessário deixá-la lá estar.” – oração subordinada substantiva subjetiva)<br />

– As crianças são mais inocentes, segundo todos dizem.<br />

(= As crianças são mais inocentes, segundo todos dizem que são mais inocentes – oração<br />

subordinada substantiva objetiva direta)<br />

– Tão bom se ela estivesse conosco neste momento.<br />

(= Seria tão bom se ela estivesse conosco neste momento. – oração principal)<br />

– A rua estava deserta como um cemitério.<br />

(= A rua estava deserta como um cemitério é deserto. – oração subordinada adverbial<br />

com<strong>para</strong>tiva)<br />

– O cão morrerá, se não de fome, de sede.<br />

(= O cão morrerá, se não morrer de fome, de sede. – oração subordinada adverbial de<br />

condição)<br />

– Assim que todos voltarem a estudar e a trabalhar <strong>para</strong> o bem da sociedade, o mundo será<br />

melhor.<br />

(= Assim que todos voltarem a estudar e assim que todos voltarem a trabalhar <strong>para</strong> o bem<br />

da sociedade, o mundo será melhor. – oração subordinada adverbial temporal)<br />

– O vento havia <strong>para</strong>do, mas a chuva não. Então as crianças brincaram de bola, de pique e<br />

de barcos na rua.<br />

(= O vento havia <strong>para</strong>do, mas a chuva não havia <strong>para</strong>do. Então as crianças brincaram de<br />

bola, de pique e de barcos na rua. – oração coordenada sindética adversativa)


– À tarde houve uma festa muito grande em comemoração aos seus cinquenta anos de<br />

casamento, e à noite seresta, <strong>para</strong> comemorar.<br />

(= À tarde houve uma festa muito grande em comemoração aos seus cinquenta anos de<br />

casamento, e à noite houve seresta, <strong>para</strong> comemorar. – oração coordenada sindética<br />

aditiva)<br />

– Este assunto é simples, o outro também.<br />

(= Este assunto é simples, o outro também é simples. – oração coordenada assindética)<br />

– Eu nunca sei como, quando e onde ele vai atacar.<br />

(= Eu nunca sei como ele vai atacar, quando ele vai atacar e onde ele vai atacar. – orações<br />

subordinadas substantivas objetivas diretas justapostas)<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2005) “O período que se seguiu à Grande Guerra pode ser decomposto em três grandes<br />

fatias: de 1919 a 1924–28, quando todos os países europeus procuraram liquidar os resquícios deixados pela<br />

guerra e voltar às condições econômicas normais (...)”<br />

– Com relação ao texto IV, assinale a opção incorreta.<br />

c) A elipse na oração coordenada iniciada por “e” corresponde ao longo segmento oracional “quando todos os países<br />

europeus procuraram”.<br />

Comentário: Esta afirmação está correta. Constate: “quando todos os países europeus<br />

procuraram liquidar os resquícios deixados pela guerra e quando todos os países<br />

europeus procuraram voltar às condições econômicas normais”. Safo?<br />

Normalmente a vírgula marca a elipse de uma oração, logo fica fácil de ver:<br />

– Ela gosta de filmes românticos; ele, de ação. (= ... ele gosta de filmes de ação)<br />

Agora... não “viaje” pensando que há elipse “a torto e a direito” dentro dos períodos,<br />

principalmente quando uma conjunção coordenativa liga termos de mesma função sintática (e<br />

não orações). Ou seja, na frase “Todo mundo conhece alguém que sabe tudo sobre o futebol<br />

brasileiro ou sobre as regras gramaticais de concordância.”, não há duas orações, como se<br />

estivesse escrito assim: “Todo mundo conhece alguém que sabe tudo sobre o futebol<br />

brasileiro ou sabe tudo sobre as regras gramaticais de concordância.”. A conjunção<br />

coordenativa ou liga termos, isto é: sobre o futebol brasileiro a sobre as regras gramaticais<br />

de concordância. Ok?


Modelo de Análise de um Período Misto<br />

Observe este período misto:<br />

No setor das comunicações, o monopólio não deixa de ser uma tendência natural, já que, ao<br />

contrário do que acontece em outros mercados, uma rede se torna mais valiosa à medida<br />

que mais pessoas a utilizam e a divulgam; uma rede que todo mundo usa, como o Facebook,<br />

vale muito mais que cem redes com usuários pulverizados.<br />

(Luciano Trigo – ampliado)<br />

Análise de todas as orações do período (preste atenção sempre nos conectivos, pois eles vão<br />

ajudá-lo na hora da classificação das orações):<br />

1 a oração: ... o monopólio não deixa de ser uma tendência natural... (oração principal da<br />

2 a )<br />

2 a oração: ... já que, ao contrário do... uma rede se torna mais valiosa... (oração<br />

subordinada adverbial causal em relação à 1 a e principal em relação à 3 a e à 4 a )<br />

3 a oração: ... que acontece em outros mercados... (oração subordinada adjetiva restritiva da<br />

2 a )<br />

4 a oração: ... à medida que mais pessoas a utilizam... (oração subordinada adverbial<br />

proporcional da 2 a )<br />

5 a oração: ... e a divulgam... (oração subordinada adverbial proporcional em relação à 2 a ; a<br />

4 a e a 5 a estão coordenadas entre si)<br />

6 a oração: ... uma rede ... vale muito mais... (oração coordenada assindética em relação à 2 a<br />

e principal em relação à 7 a e à 8 a )<br />

7 a oração: ... que todo mundo usa... (oração subordinada adjetiva restritiva da 6 a )<br />

8 a oração: ... que (valem) cem redes com usuários pulverizados. (oração subordinada<br />

adverbial com<strong>para</strong>tiva da 6 a )<br />

Para conseguir analisar sintaticamente um período misto, é preciso muito treino, por isso,<br />

antes de partir <strong>para</strong> o período misto, faça muitas questões de orações coordenadas e<br />

subordinadas <strong>para</strong> “pegar a manha”!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Tudo é possível! Para quem pretende fazer provas de nível NASA, prepare-se bem! Apesar<br />

de não ser frequente em concursos, quem intenta cargos elevados... estude... estude muito este<br />

capítulo! Assustei você? Claro que não! Como diz o outro: Deus é mais!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Repare que, principalmente a FGV, adora questões de período misto! Vai fundo!<br />

1. (Esaf – Auditor Fiscal da Receita Federal – 2002) Considere o seguinte período do texto <strong>para</strong> analisar os esquemas<br />

propostos abaixo: “Descumprir a lei gera o risco da punição prevista pelo Código Penal ou de sofrer sanções civis.”<br />

A = Descumprir a lei<br />

B = gera o risco<br />

C = da punição prevista pelo Código Penal<br />

D = de sofrer sanções civis<br />

Considerando que as setas representam relações sintáticas entre as expressões linguísticas, assinale a opção que corresponde à<br />

estrutura do período.<br />

Olhamos e não vemos. Não conseguimos olhar nada pela primeira vez. Já o primeiro olhar é preconceituoso – dá<br />

informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada, anterior ao ato de olhar. O economista cheio de<br />

teorias pensa que sabe o remédio <strong>para</strong> a inflação, a origem da miséria, o segredo da estabilidade e quanto<br />

desaforo a democracia agüenta. Erra como o médico, o astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem<br />

elegante, de terno e cabelo com brilhantina que parece ser rico, mas é estelionatário. Só que no caso do<br />

economista, não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça, ou mais um cheque sem fundo. São 10% de<br />

desempregados. Um deles acaba apontando um revólver <strong>para</strong> a sua cabeça. Nada é visto pela primeira vez.<br />

Ninguém olha atentamente como as corujas, antes de propor ou piar.<br />

2. (Esaf – Auditor Fiscal do Trabalho – 2006) Assinale o esquema que representa corretamente a estrutura sintático-semântica<br />

do período sintático retirado do texto (desconsidere a pontuação e as letras maiúsculas).<br />

a) o primeiro olhar → é preconceituoso<br />

b) O economista → cheio de teorias<br />

→ dá informação → falsa<br />

→ ou verdadeira<br />

→ mas sempre pré-fabricada<br />

→ pensa que sabe o remédio <strong>para</strong><br />

→ a inflação<br />

→ a origem da miséria<br />

→ o segredo da estabilidade<br />

→ e quanto desaforo...<br />

c) Erra como → o médico<br />

→ o astrônomo<br />

→ ou o caixa<br />

→ que aceita o cheque do homem elegante<br />

d) não é apenas o paciente que → fica com dor de cabeça<br />

→ ou mais um cheque sem fundo<br />

e) São 10% de desempregados → Um deles acaba apontando → um revólver<br />

→ <strong>para</strong> sua a cabeça<br />

→ Nada é visto pela primeira vez<br />

→ Ninguém olha atentamente como....


3. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2007) Observe atentamente o trecho a seguir:<br />

(...) A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado tão farta quanto aquela encontrada na economia. Isso se<br />

deve, talvez, à associação feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre gerações especificamente na década de<br />

70, quando o movimento ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido, angariando adeptos das mais<br />

variadas formações, em diversas partes do planeta. (...)<br />

Analise sua estrutura sintática e avalie as afirmativas a seguir:<br />

I. O primeiro período é composto por três orações.<br />

II. No segundo período encontram-se orações reduzidas de particípio e de gerúndio.<br />

III. No segundo período ocorrem dois casos de oração coordenada.<br />

IV. A oração “quando o movimento ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido” classifica-se como<br />

subordinada adjetiva.<br />

Assinale:<br />

a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas;<br />

b) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas;<br />

c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas;<br />

d) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas;<br />

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

“É importante que os contribuintes percebam que a política tributária é justa, a administração fiscal é proba, sensível e confiável,<br />

e os recursos arrecadados são corretamente aplicados.”<br />

4. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2008) A respeito da estrutura sintática do período acima, é correto afirmar que há:<br />

a) cinco orações subordinadas e duas coordenadas entre si;<br />

b) quatro orações subordinadas e três coordenadas entre si;<br />

c) quatro orações subordinadas e duas coordenadas entre si;<br />

d) cinco orações subordinadas e três coordenadas entre si;<br />

e) três orações subordinadas e somente uma coordenada.<br />

“Conduzo tua lisa mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal / Onde balança ao léu<br />

minh’alma”<br />

5. (FGV – SSP/RJ – Inspetor de Polícia Civil – 2008) Tomando o trecho acima como um período composto, há:<br />

a) três orações, sendo duas subordinadas;<br />

b) três orações, sendo uma subordinada;<br />

c) quatro orações, sendo duas coordenadas;<br />

d) quatro orações, sendo uma coordenada;<br />

e) duas orações, sendo uma coordenada.<br />

“Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não estimulados por cenários competitivos, estarão fadados a não encontrar motivação<br />

<strong>para</strong> o exercício de suas funções.”<br />

6. (FGV – Senado Federal – Técnico Legislativo – Administração – 2008) A respeito do período acima, analise os itens a<br />

seguir:<br />

I. O período é composto por quatro orações.<br />

II. Há três orações reduzidas.<br />

III. Há uma oração coordenada.<br />

Assinale:<br />

a) se todos os itens estiverem corretos;<br />

b) se somente o item II estiver correto;<br />

c) se somente o item III estiver correto;<br />

d) se somente o item I estiver correto;<br />

e) se nenhum item estiver correto.<br />

(...) Da mesma forma, diarreias epidêmicas, <strong>para</strong>sitoses intestinais e outras enfermidades transmissíveis por meio da<br />

água contaminada têm sua incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de saneamento nas secas,<br />

quanto por contaminação com esgotos, lixo e dejetos de animais durante as enchentes. (...)<br />

7. (FGV – Prefeitura de Angra dos Reis/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) O período acima:<br />

a) é composto por coordenação;


) é composto por subordinação;<br />

c) é composto por coordenação e subordinação;<br />

d) é simples;<br />

e) apresenta orações reduzidas.<br />

8. (Vunesp – TJ/SP – Agente de Fiscalização Judiciária – 2010) No trecho – ... a empresa gostaria que o jogo fosse refeito,<br />

que a trapaça não tivesse acontecido. – têm-se, além de uma oração principal:<br />

a) duas orações coordenadas e três subordinadas;<br />

b) três orações coordenadas e uma subordinada;<br />

c) três orações subordinadas;<br />

d) três orações coordenadas;<br />

e) duas orações subordinadas coordenadas entre si.<br />

(...) São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a economia brasileira continuar com seu impulso de<br />

crescimento – e a qualidade da educação continuar baixa. (...)<br />

9. (FGV – CODESP – Administrador – 2010) A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a seguir:<br />

I. Há uma oração principal.<br />

II. Há duas orações subordinadas adverbiais.<br />

III. O período é composto por coordenação e subordinação.<br />

Assinale:<br />

a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas;<br />

b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;<br />

c) se todas as afirmativas estiverem corretas;<br />

d) se nenhuma alternativa estiver correta;<br />

e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.<br />

“Minha proposta é a de que o fundo partidário seja composto por uma quantia mínima <strong>para</strong> o partido manter uma estrutura<br />

básica.”<br />

10. (FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011) A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:<br />

I. O período poderia ser redigido, sem incorrer em inadequação gramatical ou semântica, da seguinte maneira: “Minha<br />

proposta é que o fundo partidário seja composto por uma quantia mínima <strong>para</strong> o partido manter uma estrutura básica.”<br />

II. O período é composto por três orações.<br />

III. No período há uma oração reduzida de particípio.<br />

Assinale:<br />

a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas;<br />

b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas;<br />

c) se nenhuma afirmativa estiver correta;<br />

d) se todas as afirmativas estiverem corretas;<br />

e) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.<br />

Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal – que atende diretivas da União Europeia sobre o<br />

tema – trouxe, no artigo 31bis, não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos<br />

que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas), mas<br />

também estabelece regras de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável<br />

[...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades desempenhadas pelas pessoas físicas<br />

que as dirigem ou que agem em seu nome).<br />

11. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2011) A respeito do período acima, analise as afirmativas a<br />

seguir:<br />

I. Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração coordenada sindética alternativa.<br />

II. Há três orações na voz passiva, mas somente uma com agente da passiva explícito.<br />

III. Há quatro orações subordinadas adjetivas desenvolvidas e uma oração subordinada adjetiva reduzida.<br />

Assinale:<br />

a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;<br />

b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas;<br />

c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas;<br />

d) se nenhuma afirmativa estiver correta;


e) se todas as afirmativas estiverem corretas.<br />

12. (FGV – SEFAZ/RJ – Analista de Controle Interno – 2011) É imprescindível que a tributação seja suportável e mais<br />

bem distribuída e todos contribuam com justiça e se beneficiem dessa contribuição. (L.6-8)<br />

Em relação ao período acima, atribua a seguinte convenção: QUE = Δ e E = +.<br />

Assinale a alternativa que melhor represente a estrutura do período.<br />

a) É imprescindível Δ [a tributação (A + B) + todos (D + E)].<br />

b) É imprescindível Δ (a tributação A + B + todos D + E).<br />

c) É imprescindível Δ (a tributação A + B) + (todos D + E).<br />

d) É imprescindível Δ (a tributação A) + b) + (todos D) + e).<br />

e) É imprescindível Δ a tributação (A + B) + [todos (D + E)].<br />

Aquele que age na direção da lei como que age contra a moral caracterizada pelo “fazer como a grande maioria”,<br />

levando em conta que no âmbito da corrupção se entende que o que a maioria quer é “dinheiro”.<br />

A respeito do período anterior, analise as afirmativas a seguir.<br />

I. O período apresenta orações coordenadas e subordinadas.<br />

II. Há ocorrência de exemplo de oração reduzida.<br />

III. Há ocorrência de exemplo de oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

13. (CONSULPLAN – TSE – Analista Judiciário – 2012) Assinale:<br />

a) se todas as afirmativas estiverem corretas;<br />

b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas;<br />

c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;<br />

d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


Gabarito<br />

1. A. 8. E.<br />

2. A. 9. C.<br />

3. D. 10. E.<br />

4. B. 11. E.<br />

5. B. 12. A.<br />

6. D. 13. B.<br />

7. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 27<br />

Pontuação


Definição<br />

Antes de qualquer coisa, saiba que Pontuação e Sintaxe andam de mãos dadas!<br />

– Ahn? O Pest enlouqueceu de vez... Desde quando pontuação tem a ver com sintaxe, <strong>Pestana</strong>?<br />

Eu aprendi, desde criancinha, que vírgula é uma pausa.<br />

– Meu nobre, calma. Primeiro, pontuação não é só vírgula, apesar de sabermos que ela é a<br />

“menina dos olhos” das bancas de concursos públicos. Vamos falar, sim, especialmente<br />

sobre a vírgula e a sintaxe. A tal pausa marcada pela vírgula nem é tão importante assim,<br />

mas o conhecimento de análise sintática de período simples e composto... Você vai<br />

descobrir ao longo do capítulo se estou “viajando” ou não. Relax... Vou dizer mais! Fique<br />

atento também ao seguinte: a vírgula tem uma relação muito grande com a semântica e com<br />

o objetivo discursivo do falante. Você já deve ter ouvido falar que “uma vírgula muda<br />

tudo”, não é?<br />

Veja a Campanha dos 100 anos da ABI<br />

(Associação Brasileira de Imprensa)<br />

Vírgula, aquele sinal incômodo que às vezes sobra, às vezes falta, e outras vezes muda o<br />

sentido do texto.<br />

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.<br />

Não, espere.<br />

Não espere.<br />

Ela pode sumir com seu dinheiro.<br />

23,4.<br />

2,34.<br />

Pode ser autoritária.<br />

Aceito, obrigado.<br />

Aceito obrigado.<br />

Pode criar heróis.<br />

Isso só, ele resolve.<br />

Isso só ele resolve.<br />

E vilões.<br />

Este, juiz, é corrupto.<br />

Este juiz é corrupto.


Ela pode ser a solução.<br />

Vamos perder, nada foi resolvido.<br />

Vamos perder nada, foi resolvido.<br />

A vírgula muda uma opinião.<br />

Não queremos saber.<br />

Não, queremos saber.<br />

Isto serve <strong>para</strong> nos lembrar que vírgula não é problema de gramática, mas de informação.<br />

ABI: 100 anos lutando <strong>para</strong> que ninguém mude uma vírgula<br />

da sua informação.<br />

Lembre-se: a Pontuação, principalmente a vírgula, está ligada diretamente ao seu<br />

conhecimento de análise sintática. Você precisará reconhecer o sujeito, o verbo, os<br />

complementos, os adjuntos... Precisará também dominar orações coordenadas, subordinadas...<br />

Ok? Até porque muitas vezes a presença ou ausência da vírgula poderá mudar não só o<br />

sentido (facilmente perceptível na propaganda anterior), mas também a análise sintática.<br />

Por exemplo, nas frases abaixo, há mudança de sentido e de classificação sintática:<br />

1) “Este, juiz, é corrupto” e “Este juiz é corrupto”; juiz entre vírgulas tem função de vocativo;<br />

sem vírgulas, sujeito.<br />

2) “Vamos perder, nada foi resolvido” e “Vamos perder nada, foi resolvido”; o primeiro nada<br />

é sujeito; o segundo, objeto direto.<br />

Veja que poema intrigante, cujo poeta, muito astuto, faz uma declaração de amor <strong>para</strong> três<br />

mulheres que estavam apaixonadas por ele: Soledade, Lia e Iria. Conforme a pontuação que<br />

cada uma empregasse na leitura, o poeta diria que amava ou Soledade, ou Lia, ou Iria:<br />

Três belas, que belas são,<br />

Querem que, por minha fé,<br />

Eu diga qual delas é<br />

Que adora meu coração.<br />

Ama-se Soledade assim:<br />

Se consultar a razão<br />

Digo que amo Soledade<br />

Não Lia cuja bondade<br />

Ser humano não teria<br />

Não aspiro à mão de Iria<br />

Que não tem pouca beldade.


Três belas, que belas são,<br />

Querem que, por minha fé,<br />

Eu diga qual delas é<br />

Que adora meu coração.<br />

Se consultar a razão,<br />

Digo que amo Soledade<br />

Não Lia, cuja bondade<br />

Ser humano não teria.<br />

Não aspiro à mão de Iria,<br />

Que não tem pouca beldade.<br />

Ama-se Lia assim:<br />

Três belas, que belas são,<br />

Querem que, por minha fé,<br />

Eu diga qual delas é<br />

Que adora meu coração.<br />

Se consultar a razão,<br />

Digo que amo Soledade?<br />

Não! Lia, cuja bondade<br />

Ser humano não teria.<br />

Não aspiro à mão de Iria,<br />

Que não tem pouca beldade.<br />

Ama-se Iria assim:<br />

Três belas, que belas são,<br />

Querem que, por minha fé,<br />

Eu diga qual delas é<br />

Que adora meu coração.<br />

Se consultar a razão,<br />

Digo que amo Soledade?<br />

Não! Lia, cuja bondade<br />

Ser humano não teria?<br />

Não! Aspiro à mão de Iria,<br />

Que não tem pouca beldade.<br />

Gostou? Pois bem... <strong>para</strong> começarmos bem a “brincadeira”, vamos aos sinais de pontuação


tradicionalmente usados nos textos de nossa língua:<br />

• Vírgula [ , ]<br />

• Ponto e Vírgula [ ; ]<br />

• Dois-pontos [ : ]<br />

• Ponto [ . ]<br />

• Ponto de Interrogação [ ? ]<br />

• Ponto de Exclamação [ ! ]<br />

• Travessão [ – ]<br />

• Parênteses [ ( ) ]<br />

• Aspas [ “ ” ]<br />

• Reticências [ ... ]


Vírgula<br />

Antes de tudo, sobre vírgula, é bom reiterar que seu conhecimento de sintaxe precisa estar<br />

“em dia” <strong>para</strong> que entenda bem o que vou dizer a partir de agora, beleza?<br />

A vírgula pouco ou nada tem a ver com prosódia, mas tem muito a ver com sintaxe. Estou<br />

insistindo nisso porque algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas feitas na fala.<br />

A vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco é usada <strong>para</strong> pausar<br />

quando se lê um trecho virgulado.<br />

Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em que situações gerais não se<br />

usa a vírgula.<br />

1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e logo após o seu verbo.<br />

– Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas por quem, a vírgula entre tal<br />

oração e o verbo da principal é facultativa, segundo Luiz A. Sacconi: “Quem lê sabe<br />

mais.” ou “Quem lê, sabe mais.”. Os demais gramáticos nada falam sobre isso, logo<br />

deduzimos que não pode haver vírgula entre sujeito e verbo. Ponto final! Mas... fique<br />

atento a essa “visão excepcional” do Sacconi. Veja uma questão sobre essa estrutura:<br />

18. (FCC – TRT/GO (18 a R) – Analista Judiciário – 2008) Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:<br />

a) Quem cuida da saúde, conta com os recursos do corpo, já quem cultiva uma amizade, conta com o conforto moral.<br />

Comentário: O gabarito está em outra alternativa, mas quem se importa com isso? Vamos à<br />

letra A. Observe que ela deveria ter sido redigida assim: “Quem cuida da saúde (sujeito)<br />

conta (verbo) com os recursos do corpo, já quem cultiva uma amizade (sujeito) conta<br />

(verbo) com o conforto moral.”. Isto é, não se coloca vírgula entre o sujeito e o seu verbo,<br />

mesmo que o sujeito seja oracional. Esta é a visão tradicional! Não erre mais!<br />

2) Por mais que o sujeito esteja deslocado no período, nunca será se<strong>para</strong>do por vírgula:<br />

“Ficaram inconformados com a notícia da proibição de qualquer manifestação<br />

religiosa os evangélicos e os católicos.”<br />

2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo após o seu complemento (objeto<br />

direto, indireto (em forma de oração, inclusive)) ou predicativo do sujeito.<br />

– Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre vírgula.<br />

– Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula.<br />

– Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a vírgula.<br />

– Os alunos precisam de, que os professores os ajudem.<br />

– Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.


Obs.: Alguns verbos de ligação que se tornam intransitivos, quando vêm acompanhados de<br />

adjunto adverbial de lugar, não são se<strong>para</strong>dos por vírgula desse adjunto: “Os alunos<br />

ficaram, em casa.” (errado) / “Os alunos ficaram em casa.” (certo). Por motivo de<br />

ênfase, entretanto, pode-se colocar a vírgula.<br />

Outro ponto importante: se o complemento vier deslocado da sua posição original, será<br />

possível a se<strong>para</strong>ção por vírgula (normalmente por motivo de clareza): “Toda aquela<br />

explicação do professor sobre vírgula, entenderam os alunos.” / “De explicações<br />

detalhadas sobre vírgula, precisam os alunos.”<br />

Nas duas próximas frases, a vírgula é obrigatória, pois se<strong>para</strong> um predicativo do sujeito:<br />

“Satisfeitos com a explicação, os alunos ficaram.” / “O ex-presidente Lula, de 67 anos,<br />

governou o Brasil por 8 anos.”.<br />

3) A vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo e logo após um adjunto<br />

adverbial.<br />

– Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula ontem à noite.<br />

– Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula, ontem à noite.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Um advérbio só, como o não ou o nunca antes do verbo, modificadores intrínsecos do<br />

verbo, jamais é se<strong>para</strong>do por vírgula: Eu não vou mais errar esta questão. / Nunca<br />

errarei esta questão.<br />

2) Se o adjunto adverbial de curta extensão (normalmente formado por um ou dois<br />

vocábulos) estiver deslocado em qualquer posição na frase, a vírgula será facultativa<br />

também: “De fato estes alunos são mais interessados.” ou “De fato, estes alunos são<br />

mais interessados.”. Celso Cunha diz que a vírgula é facultativa entre o adjunto adverbial<br />

(mesmo não sendo de curta extensão) no início da oração e o verbo: “Por cima daquele<br />

prédio(,) formavam-se muitas nuvens.”. Esta questão de curta ou longa extensão às vezes<br />

é subjetiva... <strong>para</strong> variar...<br />

4) A vírgula não pode ser usada entre um substantivo e seu complemento nominal ou<br />

adjunto adnominal.<br />

– Todos os alunos, daquele professor entenderam a explicação.<br />

Obs.: Em títulos de livros seguidos de nomes de autores, o adjunto adnominal vem sempre<br />

entre vírgulas: “O ‘Dom Quixote’, de Cervantes, é a grande obra prima espanhola do<br />

maneirismo.”. Só conheço essa exceção.


5) A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal de voz passiva e o agente da<br />

passiva.<br />

– Todos os alunos foram convidados, por aquele professor <strong>para</strong> a Feira.<br />

Normalmente as questões de concursos relativas à vírgula tratam do que eu acabei de falar.<br />

As pontuações erradas anteriores são bizarrices de grande porte! Se aparecer isso na prova –<br />

atenção! –, não titubeie, acerte e seja feliz!<br />

“<strong>Pestana</strong>, se houver um termo, uma expressão ou uma oração intercalada entre o sujeito e o<br />

verbo, ou entre o verbo e o complemento, ou entre o complemento e o adjunto adverbial, ou<br />

entre a locução verbal de voz passiva e o agente da passiva? Como fica a posição da<br />

vírgula?”<br />

Bem, normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que interrompem a estrutura S V<br />

C A. Veja:<br />

1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto adverbial<br />

– O professor do curso, <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>, ministra aulas de Português.<br />

2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto adverbial<br />

– Eu estudei, <strong>Pestana</strong>, toda a aula de ontem, ok?<br />

3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto adverbial<br />

– O professor explicou Pontuação, que é minha maior dificuldade, magistralmente.<br />

4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da passiva<br />

– Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos e amigos.<br />

Bem... se você compreender todas as informações anteriores, terá “mais do que meio<br />

caminho andado”, pois tais questões são recorrentes em concursos.<br />

Para sistematizar mais ainda a vírgula, vejamos seu uso dentro do período simples e<br />

dentro do período composto.<br />

A Vírgula dentro do Período Simples<br />

Alguns exemplos foram retirados do Manual de Redação da Presidência da República<br />

<strong>para</strong> melhor ilustrar o assunto.<br />

1) Se<strong>para</strong> termos de mesma função sintática, numa enumeração.<br />

– Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na<br />

redação oficial.<br />

– Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade e a concisão na redação<br />

oficial.<br />

Obs.: Como se viu, numa enumeração, pode-se dispensar a conjunção que liga o penúltimo


ao último elemento e deixar só a vírgula.<br />

2) Se<strong>para</strong> aposto explicativo.<br />

– Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.<br />

Obs.: Em “Nós ocidentais somos capitalistas.” ou “Nós, ocidentais, somos capitalistas.”,<br />

a análise sintática muda, por isso podemos ou não usar vírgulas. Na primeira frase,<br />

ocidentais é um adjetivo com função de adjunto adnominal de nós, por isso não vem<br />

se<strong>para</strong>do por vírgulas. Na segunda frase, ocidentais é um substantivo com função de<br />

aposto explicativo, por isso as vírgulas são obrigatórias. Isso já foi questão de prova na<br />

FCC (TCE-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA – 2012 – QUESTÃO 10<br />

– OPÇÃO E). Outra coisa: quando um aposto com núcleo implícito vier introduzido por<br />

uma expressão denotativa (até mesmo, pelo menos, inclusive etc.), ficará entre vírgulas:<br />

“Todos os alunos, até mesmo (os) de nível médio, entenderam a explicação.”.<br />

3) Se<strong>para</strong> vocativo.<br />

– Brasileiros, é chegada a hora de votar.<br />

4) Se<strong>para</strong> predicativos do sujeito deslocados.<br />

– Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte.<br />

– O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte.<br />

Obs.: Por uma questão estética ou de clareza de pensamento, a pausa marcada pela vírgula<br />

antes de um predicativo do sujeito em sua posição original, ou seja, após o verbo, é<br />

conveniente: “Meu filho passou em um grande concurso, avesso a todas as palavras<br />

derrotistas.”.<br />

5) Se<strong>para</strong> termos (objeto direto ou indireto, normalmente) deslocados de sua posição<br />

normal na oração (caso facultativo).<br />

– As explicações sobre vírgula, o professor procurou lhes dar?<br />

Obs.: Se o objeto estiver no início da oração e vier depois um objeto pleonástico, a vírgula<br />

pode não figurar, segundo Sacconi: “Aos amigos(,) ninguém lhes dá a devida atenção”.<br />

Para Rocha Lima, a vírgula é obrigatória nesse caso. Gladstone Chaves de Melo atesta<br />

que, assim como o sujeito, um objeto deslocado não pode ser se<strong>para</strong>do por vírgula do<br />

seu verbo: “As explicações procurou lhes dar o professor?”. Confrontando as opiniões<br />

diversas, podemos dizer que a vírgula é facultativa quando o objeto vem deslocado.<br />

Assim encarou o Cespe/UnB STJ – TÉCNICO Judiciário – 2012 – QUESTÃO 5.


6) Se<strong>para</strong> (facultativamente) as expressões <strong>para</strong> mim, <strong>para</strong> ti ou <strong>para</strong> si (ou sinônimas)<br />

quando indicam benefício próprio ou posse, independentemente de sua posição na<br />

frase.<br />

– Para mim(,) nada é melhor que acordar depois do meio-dia e dormir depois da meianoite.<br />

7) Se<strong>para</strong> termos repetidos.<br />

– Aquele aluno era esforçado, esforçado.<br />

8) Se<strong>para</strong> os adjuntos adverbiais deslocados.<br />

– A multidão foi, aos poucos, avançando <strong>para</strong> o palácio.<br />

Obs.: Como já explicado, a vírgula só será facultativa se o adjunto adverbial for de curta<br />

extensão. A maioria dos gramáticos entende que a vírgula é obrigatória quando o adjunto<br />

adverbial de grande extensão está deslocado. Mas o que é grande extensão ou curta<br />

extensão? Este é um dos mistérios gramaticais. No entanto, fui à fonte correta sobre o<br />

assunto e veja o que ela disse:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Olá! As gramáticas ensinam que adjuntos adverbiais deslocados de curta<br />

extensão podem ser ou não se<strong>para</strong>dos por vírgula. Exemplo: Finalmente ela chegou ou<br />

Finalmente, ela chegou. Quantos vocábulos um adjunto adverbial deslocado precisa ter<br />

<strong>para</strong> ele não ser considerado de curta extensão e consequentemente ser sempre se<strong>para</strong>do<br />

por vírgula? Obrigado!<br />

Resposta: Prezado consulente, uma locução adverbial com três ou mais palavras já não é de<br />

curta extensão e demanda obrigatoriamente a utilização da vírgula.<br />

Sobre isso, veja uma questão: CESPE/UnB – STM – ANALISTA – 2011 – QUESTÃO 1.<br />

9) Se<strong>para</strong> certas expressões explicativas, retificativas, exemplificativas, como: isto é, ou<br />

seja, ademais, a saber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso,<br />

aliás, antes, com efeito, data vênia, digo.<br />

– O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil<br />

compreensão.<br />

A Vírgula dentro do Período Composto<br />

1) Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos).<br />

– O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (= ... a portaria<br />

regulamenta os casos particulares)<br />

– Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002, Ronaldo. (= ... em 2002,


Ronaldo ganhou a Copa do Mundo)<br />

2) Se<strong>para</strong> orações coordenadas assindéticas.<br />

– Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as ideias na cabeça...<br />

– A honestidade “deveria” ser a ordem do dia, não “poderia”.<br />

3) Não se<strong>para</strong> as orações coordenadas sindéticas aditivas ligadas por e ou nem.<br />

– Muitos policiais estão envolvidos em receptação e continuam a envolver-se.<br />

– Aqueles policias não estão envolvidos em receptação nem procuram envolver-se.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Ligando orações com sujeitos diferentes, alguns gramáticos, como William R. Cereja e<br />

Bechara, dizem que a vírgula é facultativa: “Muitos policiais estão envolvidos em<br />

corrupção(,) e os políticos não deixam <strong>para</strong> menos.”. No entanto, <strong>para</strong> a maioria dos<br />

gramáticos, é obrigatória!<br />

2) O e com valor adversativo (= mas), conclusivo/consecutivo (= portanto) ou enfático é<br />

se<strong>para</strong>do por vírgula, segundo muitos gramáticos, como Luiz A. Sacconi e Hildebrando<br />

André: “Ele sempre chega atrasado, e nunca leva bronca do patrão.” / “Ela foi<br />

prorrogada, e não anulada.” / “Eles violaram a lei, e foram presos. (Neste caso,<br />

Sacconi diz ser facultativa) / “Neguei-o eu, e nego.” (Rui Barbosa).<br />

3) Se as conjunções vierem repetidas (polissíndeto), a vírgula é obrigatória: “Muitos<br />

policiais estão envolvidos em corrupção, e tramas obscuras, e conluios, e todo tipo de<br />

intrigas escusas.”. Qualquer polissíndeto (e, ou, nem...) vem se<strong>para</strong>do por vírgula:<br />

“João, ou Maria, ou Pedro, ou José são personagens bíblicos.”/ “Nem o sol, nem o<br />

mar, nem o brilho das estrelas...”. Falando em “nem”, Sacconi diz que tal conjunção<br />

pode vir antecedida de vírgula quando liga orações de maior extensão: “O pai não<br />

permitia que as filhas ficassem à janela, nem que saíssem à rua.”.<br />

6. (FGV – PC/RJ – Inspetor – 2008) Porém, havendo um número “excepcionalmente elevado” de estrangeiros, estes<br />

podem ser mesclados aos presos comuns, e as famílias podem ser se<strong>para</strong>das. (L.30-33)<br />

No trecho acima, seguindo as regras da boa discursividade, utilizou-se apropriadamente a vírgula antes da conjunção e.<br />

Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.<br />

a) Eles se esforçaram muito, e acabaram sendo reprovados.<br />

b) Eles chegaram à janela muito timidamente, espiaram com cuidado, e depois abriram um sorriso.<br />

c) A turba gritava, e vociferava, e brandia ameaçadoramente.<br />

d) Fiz, e faria tudo novamente.<br />

e) Ele esperava, naquela tarde, a chegada do malote, e, depois, ela esperaria após anoitecer.<br />

Comentário: O gabarito é a B, pois não se coloca vírgula antes da conjunção e, quando ela<br />

liga orações com sujeitos iguais. Em A, o e tem valor adversativo (= mas), por isso usa-se a<br />

vírgula. Em C, há polissíndeto, por isso as vírgulas são obrigatórias antes do e. Em D, a<br />

vírgula antes do e é enfática, reiterando uma ideia anterior. Em E, a vírgula antes do e se


justifica, pois liga orações com sujeitos diferentes.<br />

7. (FGV – TRE/PA – Analista Judiciário – 2011) Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes<br />

o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas. (L.9-<br />

13)<br />

A respeito da vírgula no período acima, é correto afirmar que:<br />

a) está correta, pois se trata de vírgula antes da conjunção E com valor adversativo;<br />

b) está correta, pois é caso de vírgula antes da conjunção E que inicia oração com sujeito diferente do da anterior;<br />

c) está incorreta, uma vez que não é necessário usar vírgula já havendo a conjunção E, mesmo sem valor aditivo;<br />

d) está incorreta, já que introduz oração aditiva, mesmo que os sujeitos sejam diversos;<br />

e) é facultativa, pois as orações apenas se justapõem e não se coordenam.<br />

Comentário: O gabarito é a B. Veja que o e liga orações com sujeitos diferentes: [Os sócios<br />

e colaboradores] dificilmente são consultados, e muitas vezes [o apoio] reflete mais as<br />

posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas.<br />

4) Quando termos de mesma função sintática aparecem unidos pelas conjunções e, nem, ou,<br />

não se usam vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam repetidas: “Tenho muito<br />

cuidado com meus filhos e filhas.” / “Ou você, ou sua esposa deve comparecer à<br />

reunião de pais.”.<br />

5) Alguns gramáticos, em seus exemplos de oração coordenada sindética aditiva com “não<br />

só... mas também (e sinônimas)”, se<strong>para</strong>m por vírgula, já outros, não: “Juçara não só<br />

trabalha, mas também estuda.” (Sacconi) / “Os livros não só instruem mas também<br />

divertem.” (Cegalla). Como isso é controverso, logo podemos dizer que faculta? Seria<br />

sensato, não? O Cespe/UnB analisou a questão, porém, de acordo com os gramáticos que<br />

dizem ser obrigatória a vírgula se<strong>para</strong>ndo séries aditivas enfáticas, a saber: Luiz A.<br />

Sacconi e José C. Azeredo (consulte: Cespe/UnB – UERN – TÉCNICO DE nível<br />

superior – 2010 – QUESTÃO 15).<br />

6) A conjunção e pode vir entre vírgulas se estas forem usadas <strong>para</strong> outras estruturas na<br />

oração: A casa, muito antiga, e, além dela, o edifício, moderníssimo, formavam visível<br />

contraste. (As duas primeiras vírgulas são <strong>para</strong> o predicativo do sujeito deslocado; a<br />

terceira e a quarta vírgula são usadas <strong>para</strong> a expressão intercalada; as duas últimas<br />

se<strong>para</strong>m o predicativo do sujeito.)<br />

7) Segundo o professor Cláudio Moreno, <strong>para</strong> evitar a ambiguidade, usamos a vírgula. Nas<br />

palavras dele... “Os convidados eram João e Maria, Paulo e Virgínia, e eu.” (eu estava<br />

desacompanhado); “As almofadas podem ser feitas em branco e preto, vermelho e<br />

branco, e azul.” (ou vermelho e branco, ou azul). “O bem-humorado Quinion brinca<br />

com a hipótese de alguém dedicar seu livro ‘To my parents, Mary and God. (Para meus<br />

pais, Maria e Deus)”. (...) devemos usar uma vírgula antes do e <strong>para</strong> evitar que os<br />

leitores tomem Maria e Deus como aposto de meus pais e nos mandem internar no<br />

hospício por absoluto delírio de grandeza: “Para meus pais, Maria, e Deus.”. Alguns<br />

chamam essa vírgula de “Vírgula de Oxford ou Vírgula Serial”. O gramático Sacconi


egistra exemplos desse caso, ou seja, vírgula antes de uma conjunção que precede o<br />

último item de uma enumeração. Ele vai além e diz que se pode usar a vírgula (ou<br />

travessão) antes do e quando se deseja pausa seguida de ênfase ao que vem a seguir: “Ele<br />

sairá daqui logo, e espero que nunca mais volte!” ou “Ele sairá daqui logo – e espero<br />

que nunca mais volte!”. Sobre o uso de e antecedido de vírgula por motivo de ênfase,<br />

consulte: Esaf – SRF – AFRFB – 2012 – QUESTÃO 48 (P1-G1).<br />

4) Se<strong>para</strong> as orações coordenadas sindéticas adversativas.<br />

– O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas se arrependeu dias depois.<br />

Cuidado!!!<br />

1) O mas nunca pode ser deslocado na oração, mas as outras conjunções adversativas<br />

(porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante), quando deslocadas por<br />

qualquer parte da oração, são se<strong>para</strong>das por vírgula: “A maioria das pessoas julgam<br />

indiscriminadamente; eu, porém, não o faço. (eu não o faço, porém)”. Mesmo após o<br />

ponto e vírgula ou o ponto, a conjunção pode vir se<strong>para</strong>da por vírgula: “A maioria das<br />

pessoas julgam indiscriminadamente; porém, eu não o faço.” ou “A maioria das<br />

pessoas julgam indiscriminadamente. Porém, eu não o faço.”.<br />

2) Apesar de, em certos textos modernos, normalmente de registro literário, não<br />

encontrarmos vírgula antes de orações coordenadas sindéticas adversativas iniciadas por<br />

“mas”, a regra gramatical unânime diz que a vírgula é obrigatória. Veja:<br />

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Bem, desejo saber uma coisa: a vírgula antes da conjunção mas iniciando<br />

oração coordenada sindética adversativa é facultativa ou obrigatória? É assim: “João foi,<br />

mas não voltou?”. Pode ser assim: “João foi mas não voltou?”. Aguardo ansioso!<br />

Resposta: Prezado, a conjunção adversativa mas deve ser antecedida por vírgula. (friso<br />

meu)<br />

Para ter mais do que certeza, consulte: FUNDATEC – DETRAN/RS – TÉCNICO DE nível<br />

superior – 2009 – QUESTÃO 8.<br />

Veja isto: FCC – SERGIPE GÁS S.A. – ADMINISTRADOR – 2013 – QUESTÃO 13<br />

(assertiva I):<br />

3) Ressalto que entre dois termos (de valor adjetivo) da frase, a vírgula não é obrigatória.<br />

Tal exemplo se vê apresentado por Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do<br />

Português Contemporâneo: “Uma luz bruxuleante mas teimosa continuava a brilhar nos<br />

seus olhos.”.


5) Se<strong>para</strong> as orações coordenadas sindéticas alternativas (ou... ou..., ora... ora..., quer...<br />

quer...).<br />

– Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora decide fazer<br />

justamente o avesso.<br />

Obs.: No caso de ou retificativo, a vírgula se fará necessária quando houver pausa: “A<br />

nossa paixão, ou nossa mera ligação, já se esvaiu.”. Por motivo de ênfase, podemos<br />

usar vírgula antes de ou: “Iremos embora, ou transporemos essas etapas sem medo?”.<br />

6) Se<strong>para</strong> as orações coordenadas sindéticas conclusivas.<br />

– Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda a plateia os aplaudiu<br />

efusivamente.<br />

Obs.: As conjunções coordenativas conclusivas, se deslocadas <strong>para</strong> qualquer parte da<br />

oração, são se<strong>para</strong>das por vírgula sempre: “Os atores fizeram um grande espetáculo;<br />

toda a plateia, portanto, os aplaudiu efusivamente (toda a plateia os aplaudiu<br />

efusivamente, portanto).” Alguns gramáticos, como Sacconi, dizem que é facultativa a<br />

vírgula após conjunção conclusiva iniciando período: “Falaram mal de mim e da minha<br />

família. Portanto(,) darei o troco.”. Sobre isso, veja: Cespe/UnB – BB –<br />

ESCRITURÁRIO – 2007 – QUESTÃO 6.<br />

7) Se<strong>para</strong> as orações coordenadas sindéticas explicativas.<br />

– Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso.<br />

Obs.: O pois deslocado (após o verbo) e entre vírgulas é conclusivo: “Esse assunto não<br />

tem importância; devemos, pois, retirá-lo da pauta.”.<br />

8) Se<strong>para</strong> as orações subordinadas substantivas deslocadas*.<br />

– Que vocês estudam a Língua Portuguesa, todos já sabemos.<br />

Obs.: * Quem apresenta esta regra de vírgula é o gramático Sacconi e os gramáticos Faraco<br />

& Moura; até onde sei, os demais não se manifestam. As orações subordinadas<br />

substantivas apositivas podem ser se<strong>para</strong>das por vírgula: “Dos alunos eu só quero isto,<br />

que eles estudem mais.”. Não pode haver vírgula logo após a conjunção integrante, a<br />

não ser que haja uma intercalação: “Eu quero que, vocês estudem mais.” (errado) / “Eu<br />

quero que, mesmo com dificuldades, vocês estudem mais!”. (certo)


9) Se<strong>para</strong> as orações subordinadas adjetivas explicativas.<br />

– O homem, que é razoável, saberá evitar uma “Terceira Guerra”.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Esta frase significa que todo homem é razoável, e, por essa razão, saberá evitar uma<br />

“Terceira Guerra”. Caso retirássemos as vírgulas, estaríamos afirmando que nem todos os<br />

homens são razoáveis, a ponto de saber evitar uma “Terceira Guerra”, só alguns; aí a<br />

oração seria restritiva. Isso cai direto em prova!<br />

2) Do ponto de vista da maioria dos gramáticos, as orações subordinadas adjetivas<br />

restritivas não são se<strong>para</strong>das por vírgula, mas alguns gramáticos (como Said Ali,<br />

Bechara e Sacconi) dizem que uma vírgula pode vir no fim dessa oração, principalmente<br />

quando ela tem grande extensão e os verbos das orações do período estão próximos: “O<br />

mundo que as pessoas sensatas sempre desejaram(,) começa finalmente a surgir.” .<br />

Veja uma questão sobre isso:<br />

(Esaf – SRF – Auditor Fiscal da Receita Federal – 2000)<br />

Numa época de crise longa e generalizada como a que estamos vivendo que desestruturou o campo das idéias e dos projetos<br />

políticos e econômicos consolidados no século XX, a discussão sobre uma alternativa histórica que contemple o interesse<br />

dos fracos e inferiorizados não pode ficar prisioneira de um debate meramente conjuntural nem muito menos das idéias e<br />

propostas dos mais fortes e ganhadores. Sua primeira providência nesse sentido é clarificar o que foi a grande<br />

transformação da ordem capitalista que se cristalizou nos últimos 25 anos do século XX. (Adaptado de José Luís Fiori,<br />

Correio Braziliense, 20/10/2000)<br />

No que se refere à pontuação do texto, assinale a opção incorreta:<br />

a) Estaria correto usar vírgula isolando a expressão como a que estamos vivendo.<br />

b) Seria correto colocar vírgulas isolando a expressão nesse sentido.<br />

c) Caso não se coloque uma vírgula após alternativa histórica seria correto colocar uma vírgula antes de não pode ficar<br />

prisioneira.<br />

d) A expressão meramente conjuntural deve ser isolada por vírgulas <strong>para</strong> que o texto fique correto.<br />

e) Se a oração que contemple o interesse dos fracos e inferiorizados vier entre vírgulas será uma subordinada<br />

explicativa.<br />

Comentário: O gabarito é a D. Ignore o gabarito. Leia a alternativa C. A Esaf adota certos<br />

posicionamentos gramaticais pouco conhecidos e/ou ensinados, muitas vezes apoiados na<br />

gramática do Bechara e do Luft. A vírgula após a oração subordinada adjetiva restritiva, por<br />

exemplo, é facultativa <strong>para</strong> alguns nomes. Segundo eles (Eduardo Carlos Pereira, Júlio<br />

Ribeiro, Said Ali, Luiz A. Sacconi, Celso P. Luft, Evanildo Bechara, Ulisses Infante e<br />

Napoleão Mendes de Almeida), isso ocorre quando a oração é extensa ou quando o verbo da<br />

oração subordinada e o da principal estão próximos um do outro. O que fazer em questões<br />

como esta, em que há doutrinas gramaticais divergentes? Antes de qualquer coisa, tenha<br />

cuidado, pois já vi questões semelhantes em certas provas, realizadas por outras bancas,<br />

como FCC, FGV e cia., em que a vírgula após a adjetiva restritiva foi considerada incorreta.<br />

Respondendo à questão que inicia este parágrafo: antes de considerar tomar qualquer<br />

decisão, veja se há a possibilidade de outra opção ser a resposta que a banca deseja.


Resumindo: marque sempre a MELHOR RESPOSTA! Sacou?<br />

Importante: A partir da 2 a oração adjetiva restritiva (em uma enumeração), as vírgulas são<br />

obrigatórias, como se fossem adjuntos adnominais enumerados:<br />

– Comprei um carro que custou caro, que me deu trabalho, que me desapontou e que<br />

ficou desvalorizado depois de dois anos.<br />

10) Se<strong>para</strong> as orações subordinadas adverbiais (sobretudo as que vierem antes da<br />

principal ou intercaladas).<br />

– Quando comprei o material, gostei muito.<br />

– Alguns vilões, assim que aparecem nas primeiras cenas das novelas, parecem bons.<br />

– Não irás temer quaisquer adversidades, se me amas de verdade.<br />

Obs.: A vírgula é facultativa – segundo Ulisses Infante, Pasquale Cipro Neto, Mauro<br />

Ferreira, William R. Cereja, Faraco, Moura & Martuxo Jr. – quando as orações<br />

subordinadas adverbiais vêm após as principais: “Gostei muito(,) quando comprei o<br />

material.”. Said Ali também “sugere” isso.<br />

Você sabia que isso já foi tema de questão da banca NCE/UFRJ em 2004 (Técnico<br />

Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro)? A polêmica foi entre a letra C e E,<br />

respectivamente: “Os juízes intervieram, quando viram os réus frente a frente.” / “Os<br />

juízes intervieram quando viram os réus frente a frente.”. Embora seja correto colocar<br />

vírgula antes da oração subordinada adverbial pós-principal, pode-se usar sem vírgula,<br />

segundo os gramáticos acima. Enfim... a letra E foi considerada a correta. A questão deveria<br />

ter sido anulada, pois havia duas respostas possíveis – a depender da visão gramatical.<br />

Rocha Lima, entretanto, registra, com todas as letras, que a vírgula é obrigatória na<br />

se<strong>para</strong>ção de orações adverbiais, independentemente de sua posição. Esse posicionamento<br />

figurou em questão recente de prova. A banca FCC, na prova do TRE/PR – TÉCNICO<br />

Judiciário – 2012 –, julgou como incorreta a retirada da vírgula antes da oração subordinada<br />

adverbial causal em “A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso<br />

conforto...”.<br />

Duas bancas, duas visões... O que fazer no dia da prova? Arrancar os cabelos? Não.<br />

Marcar a melhor alternativa dentre elas.<br />

Só <strong>para</strong> piorar: Cegalla diz que as adverbiais consecutivas (tão... que...) não são<br />

se<strong>para</strong>das por vírgula. Rocha Lima diz o oposto. Sensato seria encarar, portanto, como<br />

facultativa a vírgula em: “Ele era tão jovem(,) que não pôde suportar a pressão dos<br />

supostos amigos.”. Quanto às orações com<strong>para</strong>tivas iniciadas por quanto/(do)que, saiba<br />

que não há vírgula: “Precisamos de mais esclarecimentos gramaticais do que de


divergências.”. Bem-vindo à língua portuguesa! Na hora da prova, analise as opções e<br />

marque a melhor resposta.<br />

Último adendo: 99% dos gramáticos dão exemplos de orações adverbiais causais na<br />

ordem direta iniciadas pelo porque, sem vírgula: “Só terminei o livro em dezembro porque<br />

me dediquei.”. Aí você se pergunta: “Ué, mas não posso colocar a vírgula antes da oração<br />

‘porque me dediquei’?” Aí eu respondo: “Yes, you can.” (Tecla SAP: Sim, você pode!).<br />

Afinal, a maioria dos gramáticos recomenda a vírgula se<strong>para</strong>ndo as orações subordinadas<br />

adverbiais, independentemente de sua posição em relação à principal.<br />

Momento-desabafo: Por que cada um diz o que quer? Por que alguma instituição séria,<br />

como a ABL, não sistematiza e unifica as regras gramaticais, pelo menos <strong>para</strong> as gramáticas<br />

de ensino médio? Por que as bancas de concursos públicos não <strong>para</strong>m de trabalhar questões<br />

polêmicas... pelo menos? Sem comentários... Enquanto isso... vá estudando...<br />

11) Se<strong>para</strong> as orações interferentes.<br />

– O mercado financeiro, até ontem eu não estava inteirado desses assuntos, deve<br />

beneficiar mais os pobres este ano.<br />

12) Se<strong>para</strong> orações reduzidas de gerúndio, particípio ou infinitivo com valor de oração<br />

adverbial, de coordenada aditiva (gerúndio) ou de adjetiva explicativa.<br />

– Chegando a carta, avise-me.<br />

– Terminada a palestra, rompeu com risos e aplausos.<br />

– Ele, antes de ser homem, foi uma criança.<br />

– O vaso caiu no chão, despedaçando-se. (Cegalla)<br />

– O nosso planeta, ameaçado constantemente por nós mesmos, ainda resiste.<br />

Cuidado!!!<br />

Existem certas situações extras no uso das vírgulas... veja:<br />

1) Isola o nome do lugar nas datas.<br />

– Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.<br />

2) Se<strong>para</strong> o <strong>para</strong>lelismo de provérbios.<br />

– Ladrão de tostão, ladrão de milhão.<br />

– Casa de ferreiro, espeto de pau.<br />

3) Após a saudação em correspondência (social e comercial).<br />

– Com muito amor,<br />

– Respeitosamente, (...)<br />

4) A vírgula antes do etc. é controversa, por isso é facultativa.<br />

– Eu adquiri um livro, um cd, um computador(,) etc.


5) Depois do sim ou do não usados em respostas.<br />

– Sim, senhor! Não, senhor!<br />

6) Antes de como abrindo uma enumeração, explicação ou exemplificação (equivalendo<br />

a “por exemplo”).<br />

– O Rio de Janeiro sempre lançou excelentes jogadores, como (por exemplo) Zico,<br />

Romário e Ronaldo.<br />

Adendo final:<br />

Segundo o Manual de Redação Oficial da Presidência da República, “A fragmentação de<br />

frases “consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se<br />

fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma frase simples. Embora seja<br />

usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos<br />

textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.: O programa recebeu a<br />

aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido. (errado) / O<br />

programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.<br />

(certo)


Ponto e Vírgula<br />

O ponto e vírgula é usado <strong>para</strong> marcar uma pausa maior do que a da vírgula. Seu objetivo é<br />

colaborar com a clareza do texto.<br />

O ponto e vírgula serve <strong>para</strong>:<br />

1) Se<strong>para</strong>r orações coordenadas assindéticas, normalmente entre trechos já se<strong>para</strong>dos<br />

por vírgula (ou outros sinais de pontuação), marcando uma enumeração.<br />

– As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de dúvida,<br />

portanto, elas devem ser respeitadas.<br />

– Em criança, era um menino tímido mas inteligente; quando moço, era esperto e<br />

alegre; agora, como homem maduro, tornou-se um chato.<br />

– Por que Deus permite terremotos (como os que ocorreram recentemente na Itália e na<br />

Grécia); não impede os ciclones (como os que atacam os EUA ano após ano); nada faz<br />

contra as secas intensas (como as do nordeste brasileiro), etc.?<br />

2) Se<strong>para</strong>r vários itens de uma enumeração (frequente em leis).<br />

Art. 1 o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e<br />

Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como<br />

fundamentos:<br />

I – a soberania;<br />

II – a cidadania;<br />

III – a dignidade da pessoa humana;<br />

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;<br />

(...)<br />

3) Se<strong>para</strong>r orações coordenadas cuja conjunção “implícita” é facilmente percebida.<br />

– Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à aula de hoje. (= Comeu<br />

muito na festa, exageradamente, por isso não conseguiu ir à aula hoje.)<br />

Obs.: Se a conjunção vier explícita, por motivo de ênfase, também se pode usar o ponto e<br />

vírgula: “Defenda-se; mas não se vingue.” (José Oiticica)<br />

4) Se<strong>para</strong>r orações coordenadas adversativas e conclusivas com conectivo deslocado.<br />

– Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém.<br />

– Finalmente vencemos; fiquemos, pois, felizes com nossa conquista!


Dois-pontos<br />

Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos<br />

práticos, este sinal é usado <strong>para</strong>:<br />

1) Introduzir uma citação (discurso direto).<br />

– Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas<br />

respostas.”<br />

2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada<br />

substantiva apositiva.<br />

– Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu maior propósito: seduzir Pedro, que,<br />

por sua vez, amara três pessoas: Magda, Luana e, principalmente, a si mesmo.<br />

– Em nosso meio, há bons profissionais: professores, jornalistas, médicos...<br />

Obs.: Serve simplesmente <strong>para</strong> indicar um resultado ou resumo do que se disse: “Corri dez<br />

quilômetros durante dois meses seguidos. Resultado: emagreci doze quilos.” / “Fui<br />

presenteado com livros, CDs, DVDs, garrafas de vinho, dinheiro... Resumindo: ganhei<br />

o dia!”.<br />

3) Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões por exemplo, isto é, ou<br />

seja, a saber, como etc.<br />

– Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosofia, Ciências...<br />

4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente a relação semântica<br />

entre elas é de oposição, explicação/causa ou consequência).<br />

– Ele já leu muitos livros: pode-se dizer que é um homem considerado culto.<br />

– Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela.<br />

5) Marcar a invocação em correspondências.<br />

– Prezados senhores:<br />

Último adendo: Só há letra maiúscula após os dois-pontos se a palavra for uma expressão<br />

em que se exija a letra maiúscula, como topônimos, antropônimos, siglas etc.; em citações<br />

também a letra maiúscula pode vir após os dois-pontos; é correta a letra maiúscula após<br />

“nota:”, ou “obs.:”, ou qualquer expressão que sugira um adendo, como a do início deste<br />

“box”.


Ponto<br />

Emprega-se o ponto, basicamente, <strong>para</strong> indicar o fim de uma frase declarativa de um<br />

período simples ou composto. Pode substituir a vírgula quando o autor quer realçar, enfatizar<br />

o que vem após (evita-se isso em linguagem formal).<br />

– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando tudo!<br />

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: fev. = fevereiro, hab. = habitante,<br />

rod. = rodovia, etc. = et cætera.<br />

O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver outro ponto: “..., feijão, arroz,<br />

etc..”. Absurdo também é usar etc. seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”.<br />

Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período e a ele se segue outro período<br />

em linha diferente. Esse último ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo,<br />

pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto final é este que virá agora.<br />

Obs.: Estilisticamente, podemos usar o ponto <strong>para</strong>, em períodos curtos, empregar<br />

dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era um garoto pobre. Mas tinha vontade<br />

de crescer na vida. Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. Usase<br />

muito em narrações em geral.


Ponto de Interrogação<br />

O ponto de interrogação marca uma entoação ascendente (elevação da voz) com tom<br />

questionador. Usa-se nestes casos:<br />

1) Frase interrogativa direta.<br />

– O que você faria se só lhe restasse um dia?<br />

2) Entre parênteses <strong>para</strong> indicar incerteza sobre o que se disse.<br />

– Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que havia palavra melhor naquele<br />

contexto.<br />

3) Combinado com o ponto de exclamação <strong>para</strong> denotar surpresa, admiração etc.<br />

– Você não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou!?)<br />

4) Em interrogações retóricas (sentença que é uma interrogação na forma, mas que<br />

expressa uma afirmação ou gera uma reflexão com resposta subentendida).<br />

– E o que tenho eu com isso? (Ou seja: “Não tenho nada com isso.”)<br />

– Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no mundo. Jogaremos comida fora à toa?<br />

(Ou seja: “Claro que não jogaremos comida fora à toa.”)<br />

Obs.: Hoje em dia, em certas bancas, são até recorrentes questões sobre o objetivo<br />

discursivo desse ponto, como estratégia argumentativa do autor do texto. Um dos<br />

objetivos principais é provocar o leitor a interagir ou aguçar sua reflexão.


Ponto de Exclamação<br />

O ponto de exclamação é empregado <strong>para</strong> marcar o fim de qualquer frase com entonação<br />

exclamativa, indicando altissonância, exaltação de espírito.<br />

1) Normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação, ordem etc.<br />

– Coitada dessa menina!<br />

– Que linda mulher!<br />

– Saia daqui!<br />

2) Vem após as interjeições usualmente.<br />

– Nossa! Deus do céu! Como não vimos isso antes? Oh! Isso é fantástico!<br />

3) É usado <strong>para</strong> substituir as vírgulas em vocativos enfáticos.<br />

– Minha mãe me dizia quando eu era criança: “<strong>Fernando</strong> José! onde estava até esta<br />

hora?”.<br />

4) É repetido (duas ou mais vezes) quando a intenção é marcar uma ênfase, uma<br />

intensidade na voz.<br />

– Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara <strong>para</strong> o gol e... perdeu!!! Inacreditável<br />

Futebol Clube!


Travessão<br />

O travessão é um sinal bastante usado na narração, na descrição, na dissertação e no<br />

diálogo, portanto, figura repetida em qualquer prova; é um instrumento eficaz em uma redação.<br />

Pode vir em dupla, se vier intercalado na frase. Veja seus usos:<br />

1) Indica a mudança de interlocutor no diálogo (discurso direto).<br />

– Que gente é aquela, seu Alberto?<br />

– São japoneses.<br />

– Japoneses? E... é gente como nós?<br />

– É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.<br />

– Mas então não são índios?<br />

(Ferreira de Castro)<br />

2) Coloca em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a<br />

vírgula, os dois-pontos, os parênteses ou os colchetes.<br />

Marlene Pereira – sem ser artificial ou piegas – lhe perdoou incondicionalmente.<br />

(oração adverbial modal)<br />

Um grupo de turistas estrangeiros – todos muito ruidosos – invadiu o saguão do hotel<br />

no qual estávamos hospedados. (predicativo do sujeito)<br />

Os professores – amigos meus do curso carioca – vão fazer videoaulas. (aposto<br />

explicativo)<br />

Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina de fazer versos – já havia o poeta<br />

parnasiano”. (orações coordenadas assindéticas – conectivo implícito)<br />

A decisão do ministério foi a seguinte – que todos se unissem contra o mosquito<br />

transmissor da dengue. (oração substantiva apositiva)<br />

O Brasil – que é o maior país da América do Sul – tem milhões de analfabetos. (oração<br />

adjetiva explicativa)<br />

Meninos – pediu ela –, vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)<br />

Ela é linda – linda! (travessão usado como mero realce)<br />

Cuidado!!!<br />

1) A vírgula (ou ponto e vírgula) pode vir após um travessão (ou parêntese), se houver<br />

necessidade dela. Em outras palavras, toda vez que aparecer uma questão trabalhando<br />

travessões intercalados e vírgula após eles, por favor, faça o seguinte: ignore a existência<br />

dos travessões e do que está dentro dele, ok? Se houver necessidade de vírgula, use-a<br />

após o último travessão. Veja um exemplo:<br />

Quando João a viu chorando – ele lamentou muito tal fato, pois a amava –, não<br />

conseguiu conter seu próprio choro.


Se você ignorar os travessões e a oração interferente dentro deles, o período ficará assim:<br />

Quando João a viu chorando, não conseguiu conter seu próprio choro.<br />

Esta vírgula aí está certa, pois a primeira oração é subordinada adverbial iniciando<br />

período (sempre se<strong>para</strong>da por vírgula, portanto). Tal regrinha vale também <strong>para</strong> os<br />

parênteses, ou seja:<br />

Quando João a viu chorando (ele lamentou muito tal fato, pois a amava), não conseguiu<br />

conter seu próprio choro.<br />

Veja outro exemplo, com vocativo: “<strong>Pestana</strong> – chamou o diretor –, precisamos<br />

conversar.”<br />

Veja a questão 8, cujo gabarito foi a letra E, em: FGV – MEC – ANALISTA DE<br />

SISTEMAS – 2009. Foram usados pontos e vírgulas depois dos travessões! Cuidado, hein!<br />

2) Apesar de o Manual de Redação da PUC/RS e do Senado Federal informarem que deve<br />

vir a sigla entre travessões ou parênteses (O Fundo Monetário Internacional – FMI –<br />

ajuda as nações), a Esaf trabalha o assunto diferentemente. Fique atento! Veja:<br />

17. (Esaf – MDIC – Analista de Controle Externo – 2012) Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial de<br />

O Estado de S. Paulo de 29/3/2012.<br />

Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente incorreta.<br />

c) Para a Confederação Nacional da Indústria − CNI há alguns temas de maior importância <strong>para</strong> consideração dos<br />

parlamentares. Essa pauta mínima inclui dezesseis projetos em tramitação no Congresso, selecionados por seu<br />

elevado potencial de impacto positivo ou negativo na atividade empresarial.<br />

Comentário: O gabarito foi outra opção. Mas o que nos importa aqui é o fato de a sigla<br />

figurar só com um travessão e a Esaf considerar tal uso certo.<br />

“Ajuda” enviada por uma amiga:<br />

ABL RESPONDE<br />

Pergunta: Antes de mais nada, bom carnaval! Para quem está estudando, como eu, rs,<br />

surgem dúvidas... Espero que possam ajudar. Há erro na pontuação em “O Sistema Único de<br />

Saúde – SUS apresenta falhas.”? Obrigadinha!<br />

Resposta: Prezada consulente:<br />

A frase está correta, mas, se indicou um travessão <strong>para</strong> destacar a sigla do nome próprio,<br />

utilize o mesmo travessão antes e depois da sigla: “O Sistema Único de Saúde – SUS –<br />

apresenta falhas”.<br />

Portanto, a pergunta que fica é esta: “Por que a Esaf ignora o ensino da ABL?”


Parênteses<br />

Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às vírgulas, são empregados <strong>para</strong>:<br />

1) Colocar em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a<br />

vírgula ou os travessões.<br />

– Marlene Pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe perdoou incondicionalmente.<br />

(oração adverbial modal)<br />

– Um grupo de turistas estrangeiros (todos muito ruidosos) invadiu o saguão do hotel<br />

no qual estávamos hospedados. (predicativo do sujeito)<br />

– Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto<br />

explicativo)<br />

– O Brasil (que é o maior país da América do Sul) tem milhões de analfabetos. (oração<br />

adjetiva explicativa)<br />

– Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)<br />

2) Incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.).<br />

– Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os<br />

registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser<br />

admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser posto de lado.<br />

3) Indicar marcações cênicas numa peça de teatro.<br />

João – Você vai aonde?<br />

Pedro – Devo ir à praia.<br />

João – Vou com você. Tchau, mãe! (sai pela esquerda)<br />

Obs.: Os colchetes [ ] fazem o mesmo papel dos parênteses, porém são mais usados na<br />

Matemática. “O ‘sic’ serve <strong>para</strong> evidenciar que o uso incorreto ou incomum de<br />

pontuação, ortografia ou forma de escrita presente em uma citação, provém de seu autor<br />

original. Vem entre parênteses ou colchetes”: “Disse o editor do jornal: ‘Não entendo<br />

porque (sic) dizem que a mídia no Brasil é tão tolhida.”. Deveria ser “por que”<br />

(se<strong>para</strong>do).


Aspas<br />

As aspas são usadas comumente em citações, mas também há outras funções bem<br />

interessantes. Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo frequentemente o uso das<br />

aspas. Resumindo, elas são empregadas:<br />

1) Antes e depois de citações textuais.<br />

– “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a editora de opinião do jornal<br />

Correio Braziliense e especialista em língua portuguesa Dad Squarisi, 64.<br />

2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares<br />

ou vulgares, conotativas.<br />

– Chávez, com 58 anos, é uma figura doente e fugidia, que hoje representa o<br />

“establishment”. (Carta Capital)<br />

– Não me venham com problemática, que tenho a “solucionática”. (Dadá Maravilha)<br />

– O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que desejava.<br />

– Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal Meia Hora)<br />

– Anderson Silva “passou o carro” no adversário.<br />

3) Para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes com objetivo irônico ou<br />

malicioso.<br />

– Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.<br />

– Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!<br />

– Se ela fosse “minha”...<br />

4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.<br />

– Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.<br />

– “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Quanto à posição das aspas e outros pontos<br />

Se uma frase começar e terminar com aspas, o sinal de pontuação ficará dentro dela:<br />

– “Só sei que nada sei.” Essa frase é atribuída a um grande filósofo grego.<br />

Se uma frase não começar por aspas, o ponto final ficará fora dela:<br />

– Disse o diretor: “Considerem as informações relevantes”. Depois se contradisse.<br />

Se a citação contiver ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências, tais<br />

sinais ficarão entre aspas, e o ponto final fechará o período:<br />

– A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritará na final entre Brasil e Espanha: “Gol!!!<br />

É Brasil!!!”. Assim nós, brasileiros, esperamos...


Vale dizer que alguns manuais de redação, como o da Câmara dos Deputados, ensinam<br />

que o ponto final neste caso é dispensável, de modo que a frase também estaria correta<br />

assim:<br />

– A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritará na final entre Brasil e Espanha: “Gol!!!<br />

É Brasil!!!” Assim nós, brasileiros, esperamos...<br />

Obviamente, quando não fizerem parte da citação, o ponto de interrogação, o ponto de<br />

exclamação ou as reticências deverão vir depois das aspas:<br />

– Conheces a famosa frase “Penso, logo existo”?<br />

Quando a frase continuar após a citação entre aspas, o ponto de interrogação, ponto de<br />

exclamação ou reticências serão usados dentro das aspas, mas não o ponto final:<br />

– “Está encerrada a sessão!” – anunciou o Presidente.<br />

– O Presidente anunciou: “Está encerrada a sessão...”; o plenário logo se esvaziou.<br />

– “Haverá sessão extraordinária amanhã?”, perguntou o Deputado.<br />

2) Sobre as aspas simples<br />

Segundo o Manual de Redação da Câmara dos Deputados, quando alguma expressão que<br />

deva vir com aspas se encontra dentro de uma frase aspeada, essa expressão virá entre aspas<br />

simples:<br />

– Disse o Ministro: “Estou repetindo agora tudo o que escrevi no artigo ‘Os<br />

problemas da Previdência’, publicado em vários jornais, recentemente.”<br />

Se possível, deve-se evitar, por não ser visualmente favorável, o encontro de aspas<br />

simples e duplas:<br />

– O Presidente declarou: “Sua proposta está prejudicada, pois fui enfático ao<br />

proclamar ‘Está encerrada a discussão’”.


Reticências<br />

As reticências são empregadas <strong>para</strong>:<br />

1) Assinalar interrupção do pensamento.<br />

– O Presidente da República está ciente...<br />

– Um aparte, por favor...<br />

– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre Deputado.<br />

(Manual de Redação da Câmara dos Deputados)<br />

2) Indicar partes que são suprimidas de um texto (pode vir entre parênteses ou colchetes).<br />

– O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia<br />

respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos... (ou (...),<br />

ou [...]) Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais<br />

geral, a ciência dos signos...<br />

(Mattoso Câmara Jr.)<br />

3) Para sugerir o prolongamento da fala.<br />

(Saul Garber. Adaptado de FAOZA et al. (org.). Central de tiras. São Paulo: Via Lettera,<br />

2003.)<br />

Percebeu a fala “Mapa Astral...”? Vênus ia acelerado e a lua fez uma pergunta, só que ele<br />

não parou <strong>para</strong> responder a nada, ele falou correndo, logo a sua fala fica mais ou menos assim<br />

(prosodicamente falando): “Mapa astraaaaaaaal”. Interessante, não?<br />

4) Para indicar hesitação, suspense ou breve interrupção de pensamento.<br />

– Eu não a beijava porque... porque... eu tinha vergonha!<br />

5) Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com malícia, ironia ou outro<br />

sentimento.<br />

– Ela é linda...! Você nem sabe como...! (lê-se assim, prosodicamente: “Ela é liiiiinda...<br />

você nem sabe como...”).


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Definitivamente a vírgula é o que precisamos saber... de cor e salteado. Todos os demais<br />

sinais vêm correndo por fora... mas vale a pena saber mais sobre ponto e vírgula, doispontos<br />

e travessão. Dado o recado... vamos às questões!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FCC – TRT/PA/AP (8 a R) – Técnico Judiciário – 2010) Considere:<br />

I. O Polo Norte está ameaçado: o oceano gelado que o rodeia começou a derreter.<br />

II. Vamos assistir a um fenômeno raro: uma subversão da geografia que se desenrolará diante de nossos olhos.<br />

III. As nações que margeiam o Oceano Ártico já estão na linha de largada: Estados Unidos, Rússia, Canadá, Groenlândia<br />

(Dinamarca) e Noruega.<br />

Identifica-se, nos segmentos introduzidos por dois pontos, respectivamente, a noção de:<br />

a) explicação de sentido causal, especificação do significado da expressão anterior a eles e enumeração;<br />

b) consequência de um fato, explicação adicional e especificação necessária <strong>para</strong> o entendimento do texto;<br />

c) causa e consequência, conclusão decorrente da afirmativa anterior e especificação dos interesses em disputa;<br />

d) temporalidade, explicação com sentido causal e repetição enfática de dados já constantes anteriormente;<br />

e) especificação do sentido de um termo anterior, constatação decorrente da exposição e repetição enumerativa.<br />

2. (Cesgranrio – FINEP – Técnico – 2011) A vírgula pode ser retirada sem prejuízo <strong>para</strong> o significado e mantendo a normapadrão<br />

na seguinte sentença:<br />

a) Mário, vem falar comigo depois do expediente.<br />

b) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.<br />

c) Telefonei <strong>para</strong> o Tavares, meu antigo chefe.<br />

d) Encomendei canetas, blocos e crachás <strong>para</strong> a reunião.<br />

e) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.<br />

3. (Cesgranrio – FINEP – Analista de Suporte – 2011) Os trechos transcritos abaixo apresentam apenas um sinal de<br />

pontuação. Em qual deles, o sinal pode ser substituído por ponto e vírgula (;), com as adaptações necessárias, se for o<br />

caso?<br />

a) “Há 15 dias, uma educadora no Recife”<br />

b) “indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais”<br />

c) “Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da história”<br />

d) “tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão”<br />

e) “reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato”<br />

4. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Enfermagem do Trabalho – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de<br />

pontuação em:<br />

a) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convidados e retirou-se da sala: era o final da reunião.<br />

b) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorrateiramente pela porta?<br />

c) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.<br />

d) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem muito branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os<br />

irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.<br />

e) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arrependeria. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria<br />

cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.<br />

5. (Cesgranrio – Transpetro – Contador Júnior – 2011) A mudança na pontuação mantém o sentido da frase original,<br />

preservando a norma-padrão da língua, em:<br />

a) “Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.” / Nesta trepidante<br />

cultura nossa, da agitação e do barulho gostar de sossego é uma excentricidade.<br />

b) “algumas que não combinam conosco nem nos interessam.” / algumas que não combinam conosco, nem nos interessam.<br />

c) “Quem não corre com a manada praticamente nem existe,” / Quem não corre, com a manada praticamente nem existe,<br />

d) “dis<strong>para</strong>mos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hamsters (...)” / dis<strong>para</strong>mos sem rumo ou em trilhas<br />

determinadas feito hamsters.<br />

e) “Estar sozinho é considerado humilhante,” / Estar sozinho, é considerado humilhante,<br />

6. (Cesgranrio – Transpetro – Técnico de Contabilidade – 2011) A mudança na pontuação mantém o sentido da frase original,<br />

preservando a norma-padrão da língua, em:<br />

a) “(...) realizada efetivamente há uns quatro ou cinco anos,” / realizada efetivamente há uns quatro, ou cinco anos,<br />

b) “(...) analisa o impacto da criação do telégrafo (surgido em 1837).” / analisa o impacto da criação do telégrafo: surgido<br />

em 1837.<br />

c) “Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos foram inventados (...)” / Romances floresceram<br />

sob impacto do telégrafo, códigos secretos foram inventados.


d) “Igual impacto teve a Internet.” / Igual impacto, teve a Internet.<br />

e) “(...) não se ouviam notícias delas durante anos.” / não se ouviam notícias, delas, durante anos.<br />

7. (Cesgranrio – Transpetro – Administrador Júnior – 2011) No diálogo abaixo, cada fala corresponde a um número.<br />

I. Por que ele adquiriu somente um ingresso!<br />

II. Comprou dois: um <strong>para</strong> você outro <strong>para</strong> mim.<br />

III. Mas ele saiu daqui dizendo: “Só comprarei o meu!”<br />

IV. Pelo visto você acredita em tudo, o que ele diz.<br />

Em relação ao diálogo, a pontuação está correta APENAS em:<br />

a) I;<br />

b) III;<br />

c) I e II;<br />

d) II e IV;<br />

e) III e IV.<br />

(...) Tanto na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz que a felicidade seja uma felicidade: a<br />

faculdade de esquecer, ou melhor, em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo que<br />

dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica. (...)<br />

8. (Cespe/UnB – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2011) No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos<br />

dois-pontos apresenta uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) “Pode parecer uma difícil realidade agora, mas, na Idade Média, os monges escreviam em conjunto os livros <strong>para</strong> a<br />

posteridade”, observou.<br />

9. (Cespe/UnB – EBC – Gestor de Atividade Jornalística – 2011) No trecho acima, a vírgula que antecede “observou” poderia<br />

ser substituída por travessão, sem prejuízo <strong>para</strong> o sentido original e <strong>para</strong> a correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido pelos estudiosos da comunicação: a proliferação<br />

demasiada de determinados espaços acaba por apagá-los por si mesmos. (...)<br />

10. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Superior (exceto Advocacia) – 2011) A substituição dos dois-pontos empregados<br />

logo após “comunicação” pelo vocábulo pois alteraria o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Em meio à turbulência financeira, essas nações também ganharam voz e importância no contexto geopolítico que culminou<br />

com a ascensão do G-20 (...)<br />

11. (Cespe/UnB – BRB – Analista de Tecnologia da Informação – 2011) Para dar mais destaque ao complemento da forma<br />

verbal “ganharam”, duas vírgulas poderiam ser inseridas no período: uma antes e outra depois da expressão “voz e<br />

importância”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Assim, a interação é vista como processo social que dá aos atores que interagem não apenas um papel de agentes de<br />

reprodução, mas de reinventores da vida social.<br />

12. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) A ausência de vírgulas logo depois de “atores” e de<br />

“interagem” indica que há outros atores que não interagem.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Para apreciar o valor e o significado dessas indicações, é preciso entender as principais razões que levavam o padre a<br />

interessar-se pelo tempo (...)<br />

13. (Cespe/UnB – Correios – Cargos de Nível Superior – 2011) O emprego de vírgula logo após o vocábulo “indicações” é<br />

obrigatório.


( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

(...) Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de fraqueza, e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a<br />

fim de escapar dos golpes do destino. (...)<br />

14. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Taquigrafia) – 2011) Caso se omitisse a vírgula empregada imediatamente antes<br />

da conjunção “e”, a correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

(...) a vida depende da vontade de outrem, a morte, da nossa. (...)<br />

15. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Taquigrafia) – 2011) No trecho “a morte, da nossa”, a vírgula foi empregada<br />

<strong>para</strong> indicar a omissão do vocábulo “vontade”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (FCC – Infraero – Administrador – 2011) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:<br />

a) Os personagens principais de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de pequenas<br />

providências que, tomadas por figurantes aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história.<br />

b) Os personagens principais, de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas<br />

providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história.<br />

c) Os personagens principais de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas<br />

providências, que, tomadas por figurantes aparentemente, sem importância, ditam o rumo de toda a história.<br />

d) Os personagens principais, de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas<br />

providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história.<br />

e) Os personagens principais de uma história, responsáveis, pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de pequenas<br />

providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, sem importância, ditam o rumo de toda a história.<br />

17. (FCC – TRE/PE – Analista Judiciário – 2011) Está plenamente adequada a pontuação da frase:<br />

a) Não cabe aos jovens, ao menos os livres de cinismo tentar justificar, suas ações pela pressão do mercado de trabalho,<br />

pois os velhos jornalistas, igualmente pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos.<br />

b) Não cabe aos jovens, ao menos os livres de cinismo, tentar justificar suas ações, pela pressão do mercado de trabalho;<br />

pois os velhos jornalistas igualmente pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos.<br />

c) Não cabe aos jovens, ao menos, os livres de cinismo, tentar justificar suas ações, pela pressão do mercado de trabalho,<br />

pois, os velhos jornalistas, igualmente pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos.<br />

d) Não cabe aos jovens, ao menos os livres de cinismo, tentar justificar suas ações pela pressão do mercado de trabalho,<br />

pois os velhos jornalistas, igualmente pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos.<br />

e) Não cabe aos jovens, ao menos, os livres de cinismo, tentar justificar suas ações, pela pressão do mercado de trabalho,<br />

pois os velhos jornalistas, igualmente pressionados não costumavam abdicar, dos princípios éticos.<br />

18. (FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:<br />

a) Para o gosto moderno, a grandiloquência não surge ao contrário de outras épocas, como prova de gosto refinado, na<br />

verdade a pompa retórica indicia, o vazio do pensamento.<br />

b) Para o gosto moderno, a grandiloquência, não surge, ao contrário de outras épocas como prova de gosto refinado, na<br />

verdade a pompa retórica indicia: o vazio do pensamento.<br />

c) Para o gosto moderno, a grandiloquência não surge, ao contrário de outras épocas, como prova de gosto refinado; na<br />

verdade, a pompa retórica indicia o vazio do pensamento.<br />

d) Para o gosto moderno, a grandiloquência não surge, ao contrário de outras épocas como prova de gosto refinado, na<br />

verdade, a pompa retórica indicia o vazio do pensamento.<br />

e) Para o gosto, moderno, a grandiloquência, não surge, ao contrário de outras épocas, como prova de gosto refinado: na<br />

verdade a pompa retórica indicia o vazio do pensamento.<br />

19. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Editorial de<br />

O Globo de 20/3/2012. Assinale a opção correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação.<br />

a) Estudo recente de uma instituição americana, mostra que, em termos da produtividade do trabalho, estamos atrás da<br />

Argentina, do Chile, do México, do Uruguai, do Peru e da Colômbia, <strong>para</strong> citar apenas algumas nações sul-americanas.


Superamos apenas a Bolívia e Equador.<br />

b) O aumento da escolaridade, foi um passo à frente, pois os jovens estarão mais aptos ao aprendizado necessário, a um<br />

bom desempenho em suas profissões e atividades do que as gerações anteriores.<br />

c) Porém, <strong>para</strong> se nivelar aos parâmetros, até mesmo, da maioria dos países do continente, o Brasil, terá de andar bem<br />

mais rápido.<br />

d) O país já se encontra em um estágio no qual os saltos de produtividade não ocorrerão sem investimentos mais<br />

expressivos. Além de equipamentos, automação e outras ferramentas da tecnologia, parte desses investimentos<br />

precisará estar voltada <strong>para</strong> os recursos humanos.<br />

e) É recente (menos de vinte anos) um envolvimento mais vigoroso do poder público, nesse esforço, <strong>para</strong> qualificar os<br />

recursos humanos disponíveis. Até então, a iniciativa partia de instituições privadas ou das empresas, muitas vezes<br />

agindo de maneira isolada.<br />

20. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Há erro gramatical (vírgula depois de “minerais”) inserido na transcrição do fragmento abaixo.<br />

O dinamismo da indústria ao longo do ano, particularmente no setor de veículos automotores, metalurgia e produtos<br />

minerais, assegurou o crescimento real da receita...<br />

21. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Desconsiderando os necessários ajustes nas letras iniciais<br />

maiúsculas e minúsculas, provoca-se erro gramatical e/ou incoerência textual ao:<br />

O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de desemprego cai de forma<br />

consistente. Uma das possíveis causas é a redução do crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população<br />

apta a trabalhar. Com menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o baixo<br />

crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o número de desempregados e<br />

aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir <strong>para</strong><br />

reequilibrar as contas. É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade – <strong>para</strong> manter<br />

o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados <strong>para</strong> produzir mais.<br />

a) substituir o sinal de interrogação depois de “bom” por um sinal de ponto e vírgula;<br />

b) inserir uma vírgula depois de “cair”;<br />

c) retirar o sinal de dois pontos depois de “intrigante” e, ao mesmo tempo, substituir a vírgula depois de “baixos” pelo sinal<br />

de dois pontos;<br />

d) substituir o ponto depois de “Depende” pelo sinal de dois pontos e, ao mesmo tempo, substituir o ponto depois de<br />

“renda” por ponto e vírgula;<br />

e) substituir o travessão depois de “produtividade” pelo sinal de dois pontos.<br />

22. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte<br />

alteração nos sinais de pontuação do texto:<br />

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a<br />

dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos<br />

envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos<br />

legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que<br />

o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria conseqüências nefastas. (...)<br />

Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão<br />

de demandas dos destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.<br />

a) substituir o ponto depois de “quinquênio”, por vírgula;<br />

b) substituir o ponto depois de “décadas” pelo sinal de dois pontos;<br />

c) inserir uma vírgula depois de “Logicamente”;<br />

d) retirar os parênteses que destacam “e devem”;<br />

e) substituir o travessão depois de “urbana” por vírgula.<br />

23. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte<br />

público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade – os<br />

corredores de ônibus –, será a chave do sucesso <strong>para</strong> qualquer cidade que almeja ser líder global.<br />

– A presença do travessão depois de “ônibus” torna desnecessário o uso da vírgula; por isso, sua omissão manteria a<br />

correção gramatical do texto.<br />

24. (Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou<br />

incorreta?


Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a experiência da modernidade (que não deve ser<br />

pensada como algo que já aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um porvir) implica a<br />

experiência da violência que a tornou possível – a violência fundadora da modernidade.<br />

– O sinal de travessão exerce função semelhante ao sinal de dois pontos, que é a de introduzir uma explicação ou uma<br />

especificação <strong>para</strong> a ideia anterior.<br />

25. (Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2012) Provoca-se erro gramatical ou incoerência na<br />

argumentação do texto ao substituir os dois travessões por vírgulas: “O desenvolvimento é um processo complexo, que<br />

deriva de uma gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de tempo <strong>para</strong> enraizar-se”?<br />

26. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir os travessões por vírgulas: “Dados do Sine – uma rede<br />

pública de agências de emprego, associada ao Ministério do Trabalho – mostram que apenas 39% das vagas ali<br />

oferecidas em 2009 foram preenchidas”.<br />

27. (Cespe/UnB – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) Preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituírem os<br />

dois-pontos, após a expressão “ou seja” (... o sistema nervoso causaria uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos a<br />

um ponto em que...), por vírgula.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

28. (Cespe/UnB – STJ – Analista Judiciário – 2012) Na linha 37 (... <strong>para</strong> o entendimento de uma forma particular de<br />

comunicação – ... –, o estudioso deve reconstruir...), é obrigatório o emprego da vírgula após o travessão.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

É certo que, de modo geral, toda obra literária deve ser a expressão, a revelação de uma personalidade.<br />

29. Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012 Sem alteração da informação expressa no primeiro período do texto, a expressão<br />

adverbial “de modo geral” poderia ser deslocada, com as vírgulas, <strong>para</strong> imediatamente depois da locução verbal “deve ser”<br />

ou, eliminando-se as vírgulas que a isolam, <strong>para</strong> imediatamente após o núcleo nominal “personalidade”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

30. (Cespe/UnB – TCDF – Auditor de Controle Externo – 2012) Justifica-se o emprego da vírgula logo após “mas” (...<br />

representaram profundas mudanças <strong>para</strong> a sociedade da época, mas, do ponto de vista político, assistiu-se a uma<br />

concentração ainda maior...) <strong>para</strong> enfatizar o sentido de contraste introduzido por essa conjunção, razão por que a<br />

supressão desse sinal de pontuação não acarretaria prejuízo gramatical ao texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

31. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) A vírgula após “Ora” (... os dirigentes políticos sonham com estabilidade. Ora, as<br />

formas de governo utilizadas pelos impérios fascinam por sua resistência... ) pode ser suprimida sem prejuízo <strong>para</strong> a<br />

correção gramatical e <strong>para</strong> o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Sem que haja prejuízo <strong>para</strong> o sentido original do texto, “Isso” (... o fato de o<br />

império absorver povos diferentes faz que alguns de seus componentes desejem destacar-se do conjunto. Isso explica por<br />

que os impérios perduram...) pode ser corretamente substituído por o que, desde que se substitua o ponto que antecede<br />

esse pronome por ponto e vírgula.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

33. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Com os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto após “passados”<br />

(Pensar o império não significa ressuscitá-lo dos mundos passados. Trata-se de considerar a multiplicidade...) pode ser<br />

substituído por dois-pontos sem que haja prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical e o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto


“... outras formas de soberania que respondam melhor a um mundo caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e pela<br />

diversidade.”<br />

34. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Caso se insira, antes de “caracterizado”, o segmento que é, será necessário,<br />

<strong>para</strong> a manutenção da correção gramatical e do sentido do período, o emprego de vírgula após “mundo”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Fragmento de texto<br />

“A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse: ...”<br />

35. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) O emprego da vírgula após “quartel” é facultativo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

36. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período:<br />

a) Em qualquer escalão do governo costuma haver mais cedo, ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo<br />

estabilizado, por concurso, e o pessoal indicado <strong>para</strong> cargos de confiança que ficam ao sabor, das conveniências<br />

políticas.<br />

b) Em qualquer escalão, do governo, costuma haver mais cedo ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo<br />

estabilizado por concurso, e o pessoal indicado <strong>para</strong> cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências<br />

políticas.<br />

c) Em qualquer escalão do governo, costuma haver, mais cedo ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo,<br />

estabilizado por concurso, e o pessoal indicado <strong>para</strong> cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências<br />

políticas.<br />

d) Em qualquer escalão do governo costuma haver, mais cedo ou mais tarde, atritos, entre o pessoal técnico-administrativo,<br />

estabilizado por concurso e o pessoal, indicado <strong>para</strong> cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências<br />

políticas.<br />

e) Em qualquer escalão do governo costuma haver mais cedo, ou mais tarde atritos, entre o pessoal técnico-administrativo<br />

estabilizado, por concurso, e o pessoal indicado, <strong>para</strong> cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências<br />

políticas.<br />

37. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a<br />

injustiça social, seria sempre em nome de valores que ainda não se realizaram, mas a respeito dos quais nós,<br />

ocidentais, saberíamos, de antemão, seu sentido.<br />

Do ponto de vista da pontuação, o padrão culto escrito abonaria também, sem prejuízo do sentido original, a substituição<br />

proposta no seguinte segmento:<br />

a) “Pois se por exemplo,”.<br />

b) “Pois se, por exemplo:”.<br />

c) “em nome de valores, que ainda não se realizaram,”.<br />

d) “saberíamos de antemão, seu sentido.”.<br />

e) “mas a respeito dos quais nós ocidentais saberíamos, de antemão, seu sentido.”.<br />

38. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) O período corretamente pontuado está em:<br />

a) Estudos, deixam evidente que muitas vezes nos julgamos vítimas do acaso, sem nos apercebermos de que movidos, por<br />

complexos sentimentos ocultos, como a culpa, inadvertidamente nós mesmos fabricamos aquelas situações, que nos<br />

afligem.<br />

b) Estudos deixam evidente que muitas vezes, nos julgamos vítimas do acaso sem nos apercebermos de que movidos por<br />

complexos sentimentos ocultos como a culpa, inadvertidamente, nós mesmos fabricamos, aquelas situações que nos<br />

afligem.<br />

c) Estudos deixam evidente que muitas vezes nos julgamos vítimas do acaso, sem nos apercebermos de que, movidos por<br />

complexos sentimentos ocultos, como a culpa, inadvertidamente nós mesmos fabricamos aquelas situações que nos<br />

afligem.<br />

d) Estudos deixam evidente, que muitas vezes, nos julgamos vítimas do acaso sem nos apercebermos de que movidos por<br />

complexos sentimentos ocultos, como a culpa, inadvertidamente nós mesmos fabricamos aquelas situações, que nos<br />

afligem.<br />

e) Estudos deixam evidente que, muitas vezes nos julgamos vítimas do acaso sem nos apercebermos, de que movidos por<br />

complexos sentimentos ocultos como a culpa, inadvertidamente nós mesmos fabricamos, aquelas situações que nos


afligem.<br />

39. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) Considere os itens abaixo. Em cada um deles, encontram-se a transcrição de<br />

um segmento do texto e o mesmo segmento pontuado de maneira diferente da original.<br />

I. frequentemente reivindicando <strong>para</strong> si as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do roteiro /<br />

frequentemente reivindicando, <strong>para</strong> si, as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do roteiro<br />

II. Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising Kane” trazia (o artigo foi bastante contestado<br />

na época), / Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising Kane” trazia – o artigo foi bastante<br />

contestado na época –<br />

III. surgem agora evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como ela acusava Welles de<br />

ter agido. / surgem agora, evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como ela acusava Welles<br />

de ter agido.<br />

O padrão culto escrito abona a nova pontuação de:<br />

a) I, apenas.<br />

b) I e II, apenas.<br />

c) I, II e III.<br />

d) II e III, apenas.<br />

e) I e III, apenas.<br />

40. (FCC – ISS/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2012) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais<br />

não foi um mero fantasma, mas ruiu exatamente conforme as previsões de Kant.<br />

Outra pontuação <strong>para</strong> a frase acima, que mantém o sentido e a correção originais, é:<br />

a) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais, não foi um mero fantasma (mas: ruiu exatamente conforme as<br />

previsões de Kant).<br />

b) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais não foi: um mero fantasma; mas ruiu, exatamente, conforme<br />

as previsões de Kant.<br />

c) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais não foi um mero fantasma. Mas ruiu exatamente, conforme as<br />

previsões de Kant.<br />

d) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados, nacionais, não foi um mero fantasma − mas ruiu; exatamente conforme<br />

as previsões de Kant.<br />

e) O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais não foi um mero fantasma; mas ruiu, exatamente conforme as<br />

previsões de Kant.<br />

41. (Cesgranrio – Petrobras Distribuidora – Técnico de Administração e Controle Júnior – 2012) A substituição da vírgula por<br />

ponto pode ser feita, mantendo dois períodos bem-formados sintaticamente, em:<br />

a) Ela nasceu em Salvador, capital do estado da Bahia.<br />

b) O rapaz andava com passos rápidos, estava com pressa.<br />

c) Pedi informação a um senhor, que parecia saber o caminho.<br />

d) Se você não souber o caminho, procure a informação no mapa.<br />

e) Todas as ruas, avenidas e praças de Copacabana estão sinalizadas.<br />

42. (Cesgranrio – CHESF – Analista de Sistemas – 2012) “Hoje, informação é poder.”<br />

No fragmento acima, a vírgula é empregada <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o adjunto adverbial de tempo deslocado. Outro exemplo do texto em<br />

que a vírgula é utilizada com a mesma função encontra-se em:<br />

a) “nomes e números em profusão, que nos chegam por jornais.”<br />

b) “O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções.”<br />

c) “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis.”<br />

d) “De repente eu me dava conta de como nossa existência é frágil, de como somos governados pelo acaso e pelo<br />

imprevisto.”<br />

e) “meu palpite é que, no dia do Juízo Final, cada um de nós vai inserir o pen drive de sua vida no Grande Computador<br />

Celestial.”<br />

43. (Cesgranrio – PROMINP – Nível Superior – Área de Qualidade – 2012) O trecho “Gente não vem com manual de<br />

instruções quando nasce. Nem <strong>para</strong> viver nem <strong>para</strong> morrer.” Está reescrito em uma única sentença, sem alteração do<br />

sentido, e pontuada de acordo com a norma-padrão, em:<br />

a) Gente não vem com manual de instruções quando nasce; nem <strong>para</strong> viver; nem <strong>para</strong> morrer.<br />

b) Gente não vem com manual de instruções quando nasce: nem <strong>para</strong> viver – nem <strong>para</strong> morrer.<br />

c) Gente não vem com manual de instruções quando nasce, nem <strong>para</strong> viver: nem <strong>para</strong> morrer.<br />

d) Gente não vem com manual de instruções quando nasce – nem <strong>para</strong> viver – nem <strong>para</strong> morrer.


e) Gente não vem com manual de instruções quando nasce: nem <strong>para</strong> viver, nem <strong>para</strong> morrer.<br />

44. (Cesgranrio – CEF – Arquiteto – 2012) O trecho “Mas não. Não serve qualquer uma.” pode ter sua pontuação alterada,<br />

sem modificar-lhe o sentido original, em:<br />

a) Mas não: não serve qualquer uma.<br />

b) Mas, não; não, serve qualquer uma.<br />

c) Mas não; não serve, qualquer uma.<br />

d) Mas: não, não. Serve qualquer uma.<br />

e) Mas não – não; serve qualquer uma.<br />

45. (CEPERJ – Procon – Advogado – 2012) O emprego da vírgula marca anteposição de termos, com alteração da ordem<br />

direta da frase, no seguinte exemplo do texto:<br />

a) “O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais<br />

marcantes da sociedade atual.”<br />

b) “obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da<br />

agressividade e violência, entre outras.”<br />

c) “Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação.”<br />

d) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado <strong>para</strong> a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo<br />

é chamado a participar do universo adulto.”<br />

e) “salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza.”<br />

46. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro<br />

em troca de uma ação qualquer na contramão do dever, é porque no sistema da corrupção o valor da honestidade,<br />

que garantiria ao sujeito a sua autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

Assinale a alternativa que apresente pontuação <strong>para</strong> o trecho anterior igualmente correta.<br />

a) Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar – mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do<br />

dever, é porque – no sistema da corrupção –, o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua autonomia, foi<br />

substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

b) Se a conduta de praxe seria não, apenas, aceitar, mas exigir dinheiro, em troca de uma ação qualquer na contramão do<br />

dever, é porque no sistema da corrupção, o valor da honestidade, que garantiria – ao sujeito – a sua autonomia, foi<br />

substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

c) Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do<br />

dever, é porque, no sistema da corrupção, o valor da honestidade – que garantiria ao sujeito a sua autonomia –, foi<br />

substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

d) Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar – mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do<br />

dever –, é porque, no sistema da corrupção, o valor da honestidade – que garantiria ao sujeito a sua autonomia – foi<br />

substituído pela vantagem do dinheiro.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) o que é detectado pelas respostas vagas, inconsistentes, sem coerência, coesão (...) O x dá lugar ao ch em<br />

“xícara”, “mexer” e “vexame”; o inverso ocorre em “chuchu”, “enchimento” e “pichação”. (...) A tecnologia deveria<br />

ser uma parceira em vez de contribuir <strong>para</strong> a alienação dos jovens. Como ensinar redação a estudantes sem<br />

argumentos <strong>para</strong> defender seu ponto de vista? É imprescindível enfatizar a necessidade da leitura <strong>para</strong> redigir com<br />

clareza, no português padrão, usando um vocabulário rico e adequado, de forma coerente, concisa e sem repetição de<br />

ideias.<br />

47. (FUMARC – TJ/MG – Oficial Judiciário – 2012) Sobre o emprego dos sinais de pontuação, analise as afirmativas a seguir,<br />

nos trechos:<br />

I. “( ...) respostas vagas, inconsistentes, sem coerência, coesão...” o uso das vírgulas se justifica pela enumeração das<br />

informações.<br />

II. “xícara”, “mexer” e “vexame” os sinais das aspas nas palavras foram utilizados <strong>para</strong> enfatizar a maneira correta como<br />

cada uma deve ser grafada.<br />

III. “Como ensinar redação a estudantes sem argumentos <strong>para</strong> defender seu ponto de vista?” compreende-se o uso do<br />

ponto de interrogação, nesta frase, uma articulação de indignação.<br />

Está(ão) CORRETA(s) a(s) afirmativa(as):<br />

a) I, II e III.<br />

b) Apenas I e III.<br />

c) Apenas II e III.


d) Apenas I.<br />

48. (FUNCAB – MPE/RO – Analista – 2012) Assinale a opção correta quanto à pontuação.<br />

a) O nosso século, que se iniciou e tem se desenvolvido sob a insígnia da civilização industrial, primeiro inventou a máquina<br />

e depois fez dela o seu modelo de vida.<br />

b) O nosso século, que se iniciou e tem se desenvolvido, sob a insígnia, da civilização industrial primeiro inventou a máquina<br />

e depois fez dela o seu modelo de vida.<br />

c) O nosso século que se iniciou e tem se desenvolvido sob a insígnia da civilização industrial, primeiro inventou a máquina,<br />

e depois fez dela, o seu modelo de vida.<br />

d) O nosso século que se iniciou, e tem se desenvolvido, sob a insígnia da civilização industrial, primeiro inventou a máquina<br />

e, depois fez dela o seu modelo de vida.<br />

e) O nosso século que se iniciou, e tem se desenvolvido sob a insígnia da civilização industrial primeiro, inventou a máquina<br />

e depois, fez dela o seu modelo de vida.<br />

49. (Vunesp – Pref. São José dos Campos/SP – Analista Técnico – 2012) Nos versos – Quando se vê, já é sexta-feira/ Quando<br />

se vê, já passaram 60 anos – o emprego da vírgula é obrigatório, mas ele é facultativo em:<br />

a) Se pudesse, o poeta nem olharia o relógio.<br />

b) Já era sexta-feira, quando ele se deu conta da passagem do tempo.<br />

c) Se me dessem uma oportunidade, seguiria sempre em frente.<br />

d) Embora tenha sido reprovado, o poeta espera nova oportunidade.<br />

e) Conforme se constatou, já se passaram 60 anos.<br />

50. (FCC – TRE/PR – Técnico Judiciário – 2012) A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso conforto,<br />

o nosso bem-estar, a nossa saúde.<br />

Considere as afirmativas seguintes sobre o emprego das vírgulas no segmento acima.<br />

I. A vírgula colocada após é nobre pode ser retirada, sem prejuízo da correção.<br />

II. A vírgula que se<strong>para</strong> as expressões o nosso bem-estar, a nossa saúde pode ser corretamente substituída por um e.<br />

III. A vírgula após a expressão o nosso conforto pode ser substituída por dois-pontos, sem prejuízo da correção e do<br />

sentido original.<br />

Está correto o que se afirma APENAS em:<br />

a) III.<br />

b) II.<br />

c) I e III.<br />

d) I e II.<br />

e) I.<br />

Minha vida meu amor<br />

Olha minha vida meu amor<br />

Há muito não és mais meu<br />

Toda a loucura que fiz<br />

Foi por você<br />

Que nunca me deu valor<br />

(...)<br />

Por tua causa João<br />

Eu morro pelada<br />

(...)<br />

No fundo do poço<br />

Amor desculpe algum erro<br />

E a falta de vírgula<br />

Dalton Trevisan, Minha vida meu amor. Revista Língua, ano 7, jan. 2011. (texto adaptado)<br />

51. (COPESE – UFT – Vestibular – 2012) Considerando a linguagem utilizada no texto Minha vida meu amor, podemos<br />

afirmar que a falta do uso da vírgula nos vocativos você (linha 4), João (linha 6) e Amor (linha 9) é uma inadequação à<br />

variedade padrão escrita?


Gabarito<br />

1. A. 11. ERRADO. 21. A. 31. ERRADO. 41. B.<br />

2. B. 12. CERTO. 22. A. 32. ERRADO. 42. E.<br />

3. B. 13. CERTO. 23. INCORRETA. 33. CERTO. 43. E.<br />

4. E. 14. ERRADO. 24. CORRETA. 34. ERRADO. 44. A.<br />

5. B. 15. ERRADO. 25. CORRETA. 35. CERTO. 45. C.<br />

6. C. 16. A. 26. INCORRETA. 36. C. 46. D.<br />

7. B. 17. D. 27. CERTO. 37. E. 47. A.<br />

8. ERRADO. 18. C. 28. CERTO. 38. C. 48. A.<br />

9. CERTO. 19. D. 29. ERRADO. 39. A. 49. B.<br />

10. CERTO. 20. CORRETA. 30. ERRADO. 40. E. 50. B.<br />

51. INCORRETA.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 28<br />

Concordância Verbal e Nominal


Definição<br />

A concordância diz respeito à conformidade de palavras que mantêm relações entre si.<br />

Por exemplo, as palavras que acompanham um substantivo ou substituem-no ficam no<br />

mesmo gênero e no mesmo número que ele (normalmente, são artigos, adjetivos, numerais e<br />

pronomes).<br />

Perceba que, no parágrafo anterior, há uma relação de concordância entre algumas palavras<br />

(as em azul concordam com as em negrito):<br />

Por exemplo, as palavras que acompanham um substantivo ou substituem-no, ficam no<br />

mesmo gênero e no mesmo número que ele (normalmente, são artigos, adjetivos, numerais<br />

e pronomes).<br />

Sabe por que os falantes cultos jamais colocariam no feminino os vocábulos um, no, o,<br />

mesmo e ele? Por causa de um princípio da língua, chamado concordância nominal.<br />

A concordância nominal trata da adequada variação em gênero e número dos<br />

determinantes (artigos, adjetivos, numerais e pronomes) com o substantivo, pois tais<br />

classes dependem dele e relacionam-se com ele! Digo mais: note que os artigos (um e o)<br />

acompanham um substantivo, certo? Mas os pronomes (no, mesmo, ele) podem substituir<br />

substantivos, concordando em gênero e número com ele.<br />

Por isso, atenção! As palavras de um texto mantêm relações de concordância entre si.<br />

Jamais você construiria um texto assim:<br />

Por exemplo, os palavras que acompanham uma substantivo ou substituem-na, ficam na<br />

mesma gênero e na mesma número que ela (normalmente, são artigos, adjetivos, numerais<br />

e pronomes).<br />

Adivinha por quê? Não há respeito à concordância! Beleza? Em certos casos, porém, o<br />

determinante pode concordar só com o substantivo mais próximo. Dizemos que, nesses casos,<br />

há uma concordância nominal atrativa. Veja:<br />

– O aluno e a aluna estudiosa conquistaram a tão desejada vaga de Analista Judiciário.<br />

É óbvio que o adjetivo poderia concordar com os dois substantivos:<br />

– O aluno e a aluna estudiosos conquistaram a tão desejada vaga de Analista Judiciário.<br />

“Ok! Entendi! Mas, <strong>Pestana</strong>, e a concordância verbal?” Vejamos agora.<br />

Na concordância verbal, o conceito de concordância se mantém. O que ocorre nesse caso é<br />

a relação entre o verbo e o sujeito.<br />

Note, por exemplo, o primeiro período deste parágrafo anterior: “Na concordância verbal,<br />

o conceito de concordância se mantém”. Imagine se ele estivesse escrito assim: “Na<br />

concordância verbal, o conceito de concordância se mantêm, ...” E aí? Alguma diferença? É<br />

claro que sim! Sutil, mas sim, há diferença!


Nessa reescritura, o sujeito o conceito de concordância está na 3 a pessoa do singular, e o<br />

verbo mantêm está na 3 a pessoa do plural. Por isso, não há con-cor-dân-cia, pois o verbo<br />

deve concordar com o sujeito, ficando na mesma pessoa e no mesmo número!<br />

Obs.: Muito cuidado com os verbos vir e ter (e seus derivados, como manter), pois eles, no<br />

plural, recebem acento circunflexo! Cai direto na prova!<br />

Assim, a concordância verbal trata da adequada flexão, em número e pessoa, de um<br />

verbo com seu sujeito. Ou seja: sujeito no singular = verbo no singular; sujeito na 3 a pessoa<br />

= verbo na 3 a pessoa... e por aí vai...<br />

Imagine se eu dissesse assim:<br />

De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões<br />

contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de “brasis” – digamos<br />

assim –, ganham dis<strong>para</strong>do dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui:<br />

europeus, asiáticos e africanos.<br />

Nem o Word me corrigiu! Espero que você já tenha corrigido. Sublinhe o verbo e procure o<br />

sujeito depois:<br />

De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões<br />

contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de “brasis” – digamos<br />

assim –, ganham dis<strong>para</strong>do dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui:<br />

europeus, asiáticos e africanos.<br />

O Brasil... ganham?!<br />

“Caiu a ficha” sobre concordância verbal agora, não? Esse exemplo que eu dei é o que as<br />

bancas adooooooooram fazer com você: distanciar o sujeito do seu verbo, não deixando o<br />

candidato perceber a concordância. Pelo amor de Deus! Cuidado com isso!<br />

O que torna a “maldade” deles ainda pior é que há uma série de palavras no “meio do<br />

caminho”, entre o sujeito e o verbo, de modo que perceber a concordância culta fica realmente<br />

mais difícil. Pois bem... de acordo com a concordância formal, o período acima deveria ficar<br />

assim:<br />

De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões<br />

contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de “brasis” – digamos<br />

assim –, ganha dis<strong>para</strong>do dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui:<br />

europeus, asiáticos e africanos.<br />

Verbo no singular, pois sujeito no singular.<br />

Em certos casos, o verbo pode concordar com o termo mais próximo do sujeito. Dizemos


que, nesses casos, há uma concordância verbal atrativa. Veja:<br />

– Conquistou o aluno e a aluna a tão sonhada vaga de Analista Judiciário.<br />

É óbvio que o verbo poderia concordar com os dois núcleos do sujeito composto:<br />

– Conquistaram o aluno e a aluna a tão sonhada vaga de Analista Judiciário.<br />

Em outros casos, o verbo concorda com um sujeito implícito tendo como referente um ou<br />

mais termos. Leia este texto (sujeito em azul, verbo em negrito):<br />

Caberia aos cidadãos do Brasil, cujas leis são muitas vezes negligenciadas por eles<br />

mesmos, o direito de reclamar. É por isso que deve ser levado a sério, pois quanto mais<br />

reclamações, maior possibilidade de se corrigirem problemas.<br />

“O que deve ser levado a sério?” Resposta: “o direito de reclamar”. Note que o sujeito de<br />

deve ser levado está implícito; como ele está na 3 a pessoa do singular, o verbo fica igualmente<br />

na 3 a pessoa do singular. Fácil, não?<br />

Bem... espero que você tenha entendido os conceitos básicos de concordância nominal e<br />

verbal. Poderia ser só isso, mas existem algumas... ”regrinhas”... Vamos a elas? Sem medinho!<br />

Eu quero sangue nos olhos a partir de agora, pois “missão dada é missão cumprida”!


Concordância Verbal com o Sujeito Simples<br />

Toda vez que você quiser saber se o verbo está concordando em número e pessoa com o<br />

sujeito, busque o verbo da oração. Depois de encontrado, procure o núcleo do sujeito. Em<br />

regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito.<br />

Os jogadores de futebol ganham um salário exorbitante.<br />

Por que o verbo (ganham) está no plural? Porque o núcleo do sujeito simples (jogadores)<br />

está no plural. Quem ganha um salário exorbitante? Os jogadores de futebol. Logo, eles<br />

ganham.<br />

Apesar de já ter falado, quero reiterar que as provas não costumam apresentar questões de<br />

concordância neste nível fácil. O intuito delas é testá-lo, por isso procuram inverter a ordem<br />

dos termos. A minha dica é esta: sublinhe primeiramente o verbo da oração (veja qual é a<br />

pessoa e número dele); depois disso, leia a oração e faça a pergunta “O que/Quem...?” ao<br />

verbo, a fim de achar o sujeito; depois de achá-lo, veja se seu núcleo está na mesma pessoa e<br />

número do verbo. Se sim, houve concordância. Veja uma oração com inversão de termos:<br />

No começo da semana, foi publicado, <strong>para</strong> o preenchimento de vagas no Ministério<br />

Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) – cuja procura por parte dos candidatos é<br />

grande –, o tão aguardado edital.<br />

Percebeu que o sujeito está bem depois do verbo? Colocando na ordem direta, fica mais<br />

fácil de “enxergar”: O tão aguardado edital foi publicado no começo da semana ...<br />

Vamos às regras agora.<br />

1) O núcleo do sujeito é uma palavra de sentido coletivo.<br />

O verbo fica no singular.<br />

– A multidão gritou entusiasticamente o nome do jogador.<br />

– O grupo, ontem à noite, decidiu que iria ao congresso.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Coletivo especificado ou partitivo: a metade de, a maior parte de, a maioria de, uma<br />

porção de, uma parte de, uma turba de, o resto de, um grupo de, um bando de, a metade<br />

de, o grosso de, um grande número de, um bom número de... (verbo no singular,<br />

concordando com o núcleo do sujeito, ou verbo no plural, concordando com o núcleo do<br />

adjunto).<br />

– A multidão de torcedores gritou entusiasticamente.<br />

– A multidão de torcedores gritaram entusiasticamente.<br />

O gramático Cegalla recomenda que, se este tipo de sujeito vier deslocado, o verbo ficará<br />

no singular, concordando com o núcleo:


– Gritou entusiasticamente a multidão de torcedores.<br />

2) Sujeitos formados por milhão, bilhão, trilhão etc. seguem o mesmo modelo acima:<br />

– Mais de um milhão de mulheres foi às ruas a fim de protestar contra o abuso sexual.<br />

– Mais de um milhão de mulheres foram às ruas a fim de protestar contra o abuso<br />

sexual.<br />

2) O sujeito é o pronome relativo que.<br />

Neste caso, o verbo posterior ao pronome relativo (com função de sujeito!) concorda com o<br />

antecedente do relativo.<br />

– Depois de participar da promoção, presentearam a mim, que nunca ganhei um “par<br />

ou ímpar”.<br />

– Quais são os limites do Brasil continental que se situam mais próximos e mais<br />

distantes do Meridiano?<br />

Cuidado!!!<br />

1) Se houver pronome pessoal reto seguido de outra palavra antes do pronome relativo, o<br />

verbo após o relativo concordará com o pronome reto ou com a outra palavra.<br />

No entanto, a maioria dos gramáticos enfatiza que, neste caso, o verbo fica na 3 a pessoa.<br />

– Não seremos nós os que, depois de tudo, mentiremos/mentirão.<br />

2) Se houver dois substantivos antes do pronome relativo, pode o pronome concordar com<br />

um dos dois, desde que o sentido da frase esteja claro.<br />

– O resultado das pesquisas que se apurou/se apuraram provocou polêmica.<br />

3) Com a expressão um(a) dos(as) + substantivo/pronome vindo antes do pronome relativo<br />

que, o verbo pode concordar com um(a) ou com o substantivo/pronome.<br />

– Aquela aluna é uma das pessoas que precisava/precisavam de ajuda.<br />

Se o sentido da frase exigir que o verbo após o relativo fique no singular, só haverá esta<br />

possibilidade de concordância:<br />

– Santos Dumont foi um dos brasileiros que inventou o avião. (Só ele inventou.)<br />

4) Lembre-se disto: o pronome relativo que precisa ter função de sujeito <strong>para</strong> que o verbo<br />

após ele concorde com o antecedente do relativo. Veja esta frase: “As acusações que<br />

promove quem defende o ‘assembleísmo’ baseiam-se na decantada ‘soberania’ das<br />

assembleias”. Algumas pessoas poderiam pensar que o verbo promover deveria ficar no<br />

plural concordando com o antecedente do relativo (acusações), mas nessa frase, o que<br />

tem função de objeto direto, e não de sujeito. Na ordem direta a frase é esta: “As<br />

acusações que quem defende o ‘assembleísmo’ promove baseiam-se na decantada<br />

‘soberania’ das assembleias”.


3) O sujeito é o pronome indefinido quem.<br />

Por via de regra, o verbo fica na 3 a pessoa do singular concordando com quem.<br />

– Fomos nós quem resolveu a questão.<br />

Obs.: Se no lugar do pronome reto vier outra palavra, o verbo vai concordar<br />

obrigatoriamente com quem: Foram os rapazes da Jovem Guarda quem fez sucesso.<br />

Pode concordar com o pronome reto antecedente também, por razões de ênfase: Fomos<br />

nós quem resolvemos a questão. Sobre isso, consulte: Esaf – SRF – AUDITOR-<br />

FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2012 – QUESTÃO 36 (P1-G1).<br />

Mas não é assim que costuma cair em prova, como se vê nas duas questões a seguir:<br />

11. (FUNCAB – MPE/RO – Analista – 2012) Assinale a opção correta quanto à concordância verbal.<br />

D) Eram eles quem fazia a ronda no local. (Gabarito!)<br />

– (Cespe/UnB – PM/SE – Médico – 2006) Assinale a opção que obedece às orientações da norma culta.<br />

B) Na passagem “Por que não fui eu que criei a Microsoft?” (l.12-13), o segundo “que” pode ser corretamente<br />

substituído por quem, sem modificações das formas verbais.<br />

Comentário: O gabarito foi outro, logo, <strong>para</strong> o Cespe/UnB, prevaleceu a regra principal,<br />

isto é, não se pode usar quem no lugar do segundo que, de modo que o verbo concorde com<br />

o pronome reto: “Por que não fui eu quem criei a Microsoft?” (errado)<br />

4) O sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido no plural + de<br />

nós/de vós.<br />

O verbo pode concordar com o pronome no plural (interrogativo, demonstrativo ou<br />

indefinido) ou com nós/vós.<br />

– Quais de vós me ajudarão? / Quais de vós me ajudareis?<br />

– Aqueles de nós se expressam bem. / Aqueles de nós nos expressamos bem.<br />

– Alguns de nós resolviam essas questões. / Alguns de nós resolvíamos essas questões.<br />

Obs.: Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com<br />

eles em pessoa e número: Qual de vós me ajudará agora?<br />

5) O sujeito é formado de palavras pluralizadas, normalmente topônimos, como:<br />

Amazonas, Alpes, Andes, Alagoas, Campinas, Campos, Buenos Aires, Emirados Árabes<br />

Unidos, Filipinas, Marrocos, Minas Gerais, Montes Claros, Patos, Vassouras, etc.<br />

Se o sujeito vier antecedido de artigo no plural, o verbo ficará no plural. Se o sujeito não<br />

vier antecedido de artigo (ou de artigo no plural), o verbo ficará no singular.<br />

– Os Estados Unidos continuam sendo a maior potência mundial.<br />

– Santos fica em São Paulo.


– O Marrocos foi dominado pelos árabes no século VIII.<br />

– Férias faz bem à saúde.<br />

– Vozes verbais diz respeito, basicamente, a três formas diferentes do verbo.<br />

– As vozes verbais são tradicionalmente divididas em ativa, passiva e reflexiva.<br />

Obs.: Há muita polêmica em torno deste caso, mas, de um modo geral, quando o sujeito<br />

apresenta nome de obra artística pluralizada (livros, filmes...), o verbo pode ficar no<br />

singular ou no plural, quando antecedida de artigo no plural (Os Sertões, Os Maias,<br />

Os pastores da noite, etc.):<br />

– Os Lusíadas imortalizou/imortalizaram Camões.<br />

– Velozes e Furiosos marcou o cinema relativo a carros.<br />

6) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, cerca de, perto de, menos de, coisa<br />

de, obra de etc.<br />

O verbo concorda com o numeral.<br />

– Mais de um aluno não compareceu à aula.<br />

– Mais de cinco alunos não compareceram à aula.<br />

Obs.: A expressão mais de um tem particularidades: se a frase indicar reciprocidade<br />

(pronome reflexivo recíproco se), se houver coletivo especificado ou se a expressão<br />

vier repetida, o verbo fica no plural:<br />

– Mais de um irmão se abraçaram.<br />

– Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa na praia.<br />

– Mais de um aluno, mais de um professor estavam presentes.<br />

7) Sujeito formado de número percentual ou fracionário.<br />

O verbo concorda com o numerador (o número antes da barra da fração) ou com o número<br />

inteiro (o número antes da vírgula na porcentagem), mas pode concordar com o especificador<br />

dele. Se o numeral vier precedido de determinante, o verbo concordará apenas com o numeral.<br />

– Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.<br />

– Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é viver bem.<br />

– Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.<br />

– Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.<br />

– Os 30% da população não sabem o que é viver mal.<br />

Obs.: Note que, no primeiro exemplo, o verbo concordou com o 1 de 1/3, o mesmo ocorre


com 0 em “Só 0,9% das pessoas sabe o que significa ‘lóxia’.”. Veja uma questão sobre<br />

isso:<br />

11. (FGV – SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas – 2008) “... mostram que um terço dos pagamentos realizados por intermédio de<br />

instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição...” (L.67-70)<br />

Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se tenha mantido a concordância em conformidade com<br />

a norma culta. Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa.<br />

a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por<br />

aquela contribuição.<br />

b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foram tributados<br />

apenas por aquela contribuição.<br />

c) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas<br />

por aquela contribuição.<br />

d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foram tributados<br />

apenas por aquela contribuição.<br />

e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por<br />

aquela contribuição.<br />

Comentário: O gabarito é a C, pois não houve concordância adequada: “... grande parte dos<br />

pagamentos realizados... foi tributado...”; deveria ser “... parte... foi tributada...” ou “...<br />

pagamentos... foram tributados...”. a) “... 0,27%... foi tributado...”. b) “... 2%... foram<br />

tributados...”. d) “...três quartos... foram tributados...”. e) “... 1,6 milhão... foi<br />

tributado...”.<br />

8) Os verbos bater, dar e soar concordam com o número de horas ou vezes (sujeito),<br />

exceto se o sujeito for a palavra relógio, sino, carrilhão...<br />

– Deram duas horas e ela não chegou. (Duas horas deram...)<br />

– Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu...)<br />

– Soaram dez badaladas no relógio da escola. (Dez badaladas soaram...)<br />

– Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio da escola soou dez badaladas.)<br />

Obs.: Alguns gramáticos, como Celso Cunha e Antenor Nascentes, encaram tais verbos como<br />

impessoais, de modo que o número de horas é o adjunto adverbial e a oração é sem<br />

sujeito. Nesse caso, a concordância é atrativa. Já outros gramáticos, como Domingos. P.<br />

Cegalla e Rocha Lima, encaram tais expressões numéricas como o sujeito, de modo que<br />

o verbo não é impessoal.<br />

9) Sujeito em voz passiva sintética.<br />

O verbo concorda com o sujeito paciente. Passe sempre <strong>para</strong> a voz passiva analítica <strong>para</strong><br />

“enxergar” o sujeito mais facilmente.<br />

– Vendem-se casas de veraneio aqui. (Casas de veraneio são vendidas aqui.)<br />

– Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão interessada. (Pessoa tão interessada nunca<br />

foi vista em parte alguma.)


Cuidado!!!<br />

1) Quando o sujeito composto está posposto, vale a regra de atração com o mais próximo ou<br />

com todos os elementos do sujeito composto:<br />

– Modificou-se, no século XXI, ainda que a população brasileira estivesse descrente,<br />

a maneira de fazer política no Brasil, os tratos do Legislativo com os cidadãos e,<br />

por fim, a visão do povo sobre os governantes.<br />

– Modificaram-se, no século XXI, ainda que a população brasileira estivesse<br />

descrente, a maneira de fazer política no Brasil, os tratos do Legislativo com os<br />

cidadãos e, por fim, a visão do povo sobre os governantes.<br />

2) Não confundir se apassivador com se indeterminador do sujeito! Revise o se relendo<br />

Funções Sintáticas dos Pronomes Oblíquos Átonos, no capítulo 21. Cai muito em prova,<br />

hein!<br />

Veja um exemplo de frase <strong>para</strong> você entender “como” aparece em prova:<br />

Não se discutem muito, afirma o economista sênior do BES Investimentos, Flávio<br />

Serrano, lembrando que no Brasil o sistema de supervisão é muito mais conservador, o<br />

que evitou maiores problemas na crise, a questão do tamanho, mas sim a alavancagem<br />

desses bancos. (Retirado de Carta Capital, 18/10/2012)<br />

Corrija-se <strong>para</strong> o singular:<br />

Não se discute muito, afirma o economista sênior do BES Investimentos, Flávio<br />

Serrano, lembrando que no Brasil o sistema de supervisão é muito mais conservador, o<br />

que evitou maiores problemas na crise, a questão do tamanho, mas sim a alavancagem<br />

desses bancos. (= ... a questão do tamanho não é discutida...)<br />

Veja mais um:<br />

Não se discute muito, afirma o economista sênior do BES Investimentos, Flávio<br />

Serrano, lembrando que no Brasil o sistema de supervisão é muito mais conservador, o<br />

que evitou maiores problemas na crise, as questões do tamanho, mas sim a alavancagem<br />

desses bancos.<br />

Corrija-se <strong>para</strong> o plural:<br />

Não se discutem muito, afirma o economista sênior do BES Investimentos, Flávio<br />

Serrano, lembrando que no Brasil o sistema de supervisão é muito mais conservador, o<br />

que evitou maiores problemas na crise, as questões do tamanho, mas sim a alavancagem<br />

desses bancos. (= ... as questões do tamanho não são discutidas... )<br />

Nas provas, há uma tendência muito grande em formular a frase de voz passiva sintética<br />

com verbo no singular, indeterminando o sujeito. Por isso se faz muita pergunta sobre o se.<br />

Não confunda!<br />

3) Concordância com costumar/poder/dever + se + infinitivo + substantivo no plural.


Existem duas análises possíveis <strong>para</strong> essa construção:<br />

Em “Devem-se resolver rapidamente as questões de Português”, analisamos devem-se<br />

resolver como uma locução verbal com partícula se apassivadora, concordando o verbo<br />

auxiliar da locução com o sujeito as questões de Português. Afinal de contas, “O que se<br />

devem resolver rapidamente?” Resposta: “As questões de Português.”, certo? Passe <strong>para</strong> a<br />

voz passiva analítica que vai ficar mais fácil ainda:<br />

“As questões de Português devem ser resolvidas rapidamente.” Percebeu?<br />

Agora, a segunda análise possível é feita se os verbos costumar/poder/dever estiverem<br />

no singular, não mais formando uma locução verbal, mas sim um verbo principal seguido de<br />

uma oração reduzida. “Como assim, Pest?” Veja a frase a seguir e sua análise:<br />

“Pode-se / resolver rapidamente estas questões de Português.”<br />

O que “se pode”? Ou seja, o que é possível? Resposta: “resolver rapidamente estas<br />

questões de Português” se pode (= é possível). Logo, resolver rapidamente estas questões<br />

de Português é a oração reduzida com função de sujeito da oração principal Pode-se. O<br />

verbo fica sempre no singular quando seu sujeito é oracional.<br />

Resumindo:<br />

Costumam/Devem/Podem-se resolver questões de Português.<br />

(locução verbal com se apassivador concordando com sujeito no plural)<br />

ou<br />

Costuma/Deve/Pode-se / resolver questões de Português.<br />

(oração principal / oração reduzida de infinitivo com função de sujeito)<br />

4) Com a estrutura querer + se + infinitivo, Bechara indica que a concordância não pode ser<br />

arbitrária quando o sentido falar mais alto: “Quer-se inverter as leis.” não equivale a<br />

“As leis querem ser invertidas.”, logo não faz sentido escrever ou dizer “Querem-se<br />

inverter as leis.”. Sendo assim, o sujeito de “Quer-se inverter as leis.” é oracional:<br />

inverter as leis.<br />

5) Na expressão “não (nunca)... mais que (do que)”, o verbo concorda com o termo que vem<br />

depois do fim da expressão: “Não se viam mais do que corpos espalhados no chão.”<br />

10) O sujeito é um pronome de tratamento.<br />

O verbo fica sempre na 3 a pessoa do singular.<br />

– Por que Vossa Majestade está tão preocupada com sua imagem hoje?<br />

– Suas Excelências precisam <strong>para</strong>r de colocar “panos quentes” no julgamento.<br />

11) Sujeito do verbo viver (orações optativas ou exclamativas).<br />

– Vivam os campeões!


Continue a labuta... vamos a mais regras! Não desista!


Concordância Verbal com o Sujeito Composto<br />

Se o sujeito é composto, o verbo concorda em número e pessoa com os núcleos do sujeito.<br />

A Copa do Mundo e as Olimpíadas beneficiarão muito o Brasil em 2014 e em 2016.<br />

O verbo está no plural porque os núcleos do sujeito também estão. Ok?<br />

Cuidado!!!<br />

1) Por concordância atrativa, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo do<br />

sujeito composto posposto ao verbo. Pode também concordar com os dois núcleos. Se,<br />

porventura, o verbo vier acompanhado de pronome reflexivo recíproco, aí o verbo fica<br />

obrigatoriamente no plural.<br />

– Vai trazer benefícios, em 2014 e em 2016, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.<br />

– Vão trazer benefícios, em 2014 e em 2016, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.<br />

– Vão cumprimentar-se, em 2014 e em 2016, alguma autoridade brasileira e alguma<br />

autoridade estrangeira, em virtude dos jogos a serem realizados aqui.<br />

Essa concordância atrativa, porém, foi ignorada completamente pela banca Esaf:<br />

6. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale a opção que apresenta erro gramatical inserido na<br />

transcrição do fragmento abaixo.<br />

(...) Contribuiu, ainda, <strong>para</strong> o aumento da arrecadação, o recebimento de concessões <strong>para</strong> exploração de petróleo e<br />

gás natural e serviços de telefonia móvel celular, a receita de dividendos da União e a receita de cota-parte de<br />

compensações financeiras, em decorrência da elevada cotação do preço do petróleo no mercado internacional<br />

em parte deste ano.<br />

c) flexão de singular no verbo “Contribuiu”;<br />

Comentário: O gabarito foi a letra C. É isso mesmo! A Esaf considerou um erro a<br />

concordância atrativa entre a forma verbal singular Contribuiu e o termo mais próximo<br />

(recebimento) do sujeito composto! Esta questão deveria ter sido anulada! É incrível, não?!<br />

Pensou que tinha acabado a novela? Em 2005, a mesma banca aceitou a concordância<br />

atrativa!!! Duvida?! Veja isto: ESAF – SET/RN – AUDITOR-FISCAL DO TESOURO<br />

ESTADUAL – 2005 – QUESTÃO 3.<br />

2) Quando os núcleos do sujeito designam a mesma pessoa ou coisa, o verbo fica no<br />

singular: “Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João-ninguém agora é<br />

cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond de Andrade)<br />

1) Núcleos do sujeito constituídos de pessoas gramaticais diferentes.<br />

Para haver concordância adequada, segue-se a ordem de prioridade: a 1 a pessoa prevalece<br />

sobre a 2 a , que prevalece sobre a 3 a .<br />

– Eu e ele (= Nós) nos tornaremos pessoas melhores depois desses ensinamentos.<br />

– Tu e ele (= Vós) vos tornareis pessoas melhores depois desses ensinamentos.


Cuidado!!!<br />

1) No segundo exemplo, também é aceita a concordância do verbo com a terceira pessoa.<br />

– Tu e ele (= Vocês) se tornarão pessoas melhores depois desses ensinamentos.<br />

2) Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o<br />

núcleo mais próximo do verbo.<br />

– Tornar-me-ei eu e meus amigos pessoas melhores depois desses ensinamentos.<br />

3) No sujeito posposto, quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordância é feita<br />

obrigatoriamente no plural, concordando com ambos os termos do sujeito.<br />

– Abraçaram-se o professor e ele.<br />

2) Núcleos do sujeito ligados pela preposição com.<br />

O verbo fica no plural, mas, se a expressão iniciada por com estiver entre vírgulas, o verbo<br />

concordará com o primeiro sujeito.<br />

– O ministro com seus assessores chegaram ontem de uma exaustiva viagem.<br />

– O ministro, com seus assessores, chegou ontem de uma exaustiva viagem.<br />

Obs.: Bechara diz que a arbitrariedade independe do uso das vírgulas, pois o com equivale<br />

a e, ligando núcleos do sujeito composto. Já o conceituado Rocha Lima, assim como<br />

outros gramáticos, entende que a expressão (entre vírgulas) iniciada por com é um<br />

adjunto adverbial de companhia, por isso o verbo concorda só com o antecedente do<br />

com (ministro). Com deslocamento do sujeito, a concordância é atrativa: Chegou ontem<br />

de uma exaustiva viagem o ministro com seus assessores.<br />

3) Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada ou nenhum.<br />

O verbo fica no singular.<br />

– Cada jogador, cada time, cada um deve manter o espírito esportivo.<br />

– Nenhum diretor, nenhum coordenador, nenhum professor agrediria um aluno.<br />

4) Os núcleos do sujeito são sinônimos e estão no singular.<br />

O verbo pode ficar no singular ou no plural.<br />

– A angústia e a ansiedade não o ajudava a se concentrar.<br />

– A angústia e a ansiedade não o ajudavam a se concentrar.<br />

Obs.: Neste caso, Sacconi diz que o verbo fica no singular, obrigatoriamente. Polêmicas à<br />

parte... quando os núcleos são antônimos, o verbo fica no plural: A ansiedade e a<br />

despreocupação andam lado a lado em um homem.


5) Gradação entre os núcleos do sujeito.<br />

O verbo fica no singular ou no plural.<br />

– Seu cheiro, seu olhar, seu toque bastou <strong>para</strong> me seduzir.<br />

– Seu cheiro, seu olhar, seu toque bastaram <strong>para</strong> me seduzir.<br />

Obs.: Neste caso, Sacconi diz que o verbo fica no singular, obrigatoriamente. Polêmicas à<br />

parte... se, depois da gradação, vier um termo resumitivo, com ele o verbo concordará:<br />

Seu cheiro, seu olhar, seu toque, tudo isso bastou <strong>para</strong> me seduzir. Se vier um nome<br />

plural na gradação, o verbo ficará no plural: Seu cheiro, seu olhar, seus toques<br />

bastaram <strong>para</strong> me seduzir.<br />

6) Núcleos do sujeito no infinitivo.<br />

O verbo fica no singular.<br />

– Andar e nadar faz bem à saúde.<br />

– Ver-te e não te querer é improvável, é impossível. (Skank – adaptado)<br />

Obs.: Se os infinitivos vierem determinados ou se forem antônimos, o verbo ficará no plural:<br />

O andar e o nadar fazem bem à saúde. / Rir e chorar se alternam no ser humano.<br />

7) Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resumitivo (nada, tudo, ninguém...).<br />

O verbo fica no singular.<br />

– Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada disso o comoveu.<br />

Obs.: Cuidado com a concordância, que pode não ser com o termo resumitivo, mas com o<br />

que vem depois do verbo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada disso exigiam de<br />

seus servos os amos.<br />

8) Sujeito constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro.<br />

O verbo fica no singular ou no plural.<br />

– Um e outro já veio/vieram aqui.<br />

– Nem um nem outro já veio/vieram aqui.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Ao indicar reciprocidade, é obrigatório o verbo no plural.<br />

– Nem um nem outro se abraçaram aqui.<br />

2) Se o sujeito for constituído pela expressão um ou outro, o verbo fica no singular.<br />

– Uma ou outra conseguirá uma boa classificação.


Em nem um nem outro, há divergência: alguns gramáticos dizem que o verbo tem de vir<br />

no singular (Bechara, p. ex.) ou no plural (Cegalla, p. ex.). Outros (Sacconi, p. ex.) dizem<br />

ser caso facultativo. Para “resolver” este impasse, veja:<br />

12. (Esaf – TCU – Analista de Controle Externo – 2006) Assinale a asserção falsa acerca da estruturação linguística e<br />

gramatical do texto abaixo.<br />

“Nem o ‘sim’ nem o ‘não’ venceram o referendo, e quem confiar no resultado aritmético das urnas logo perceberá a força do<br />

seu engano. O vencedor do referendo foi o Grande Medo. Esse Medo latente, insidioso, que a todos nos faz tão<br />

temerosos da arma que o alheio possa ter, quanto temerosos de não ter defesa alguma na aflição. Se um lado ou outro<br />

aparenta vantagem na contagem das urnas, não faz diferença. O que importa é extinguir o Grande Medo. E nem um<br />

lado nem outro poderia fazê-lo. Todos sabemos muito bem porquê.”<br />

a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de ordem sintática, a concordância do sujeito composto ligado por<br />

“nem... nem” deve ser feita com o verbo no plural, tal como se fez na ocorrência do mesmo sujeito composto, na<br />

primeira linha do texto.<br />

Comentário: Não deve ser feita no plural, pois é facultativa.<br />

9) Núcleos do sujeito ligados por nem... nem...<br />

Verbo preferencialmente no plural.<br />

– Nem a televisão nem a internet desviarão meu foco nos estudos.<br />

– Nem você nem ninguém conseguirão desmotivar-me a ponto de eu desistir.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Quando o sujeito está posposto ao verbo, há preferência pelo singular: “Não lhes faltava<br />

talento nem disposição.”.<br />

2) Quando “nem... nem” tem valor de exclusão, o verbo fica no singular, segundo ensina<br />

Ulisses Infante: “Nem você nem ele será o novo representante da classe.”.<br />

3) Com pronomes retos, segue-se a lei da primazia: “Nem eu nem ela seremos<br />

condenados, por falta de prova.”.<br />

10) Núcleos do sujeito ligados por ou.<br />

Se o ou indicar exclusão, retificação, sinonímia, o verbo concordará com o núcleo mais<br />

próximo. Se indicar inclusão/adição, o verbo ficará no plural (neste caso, o singular não é<br />

proibido, segundo Cegalla e Bechara).<br />

– O Vasco ou o Corinthians ganhará o campeonato este ano. (exclusão)<br />

– O Botafogo ou o Flamengo é pentacampeão brasileiro. (retificação)<br />

– O Flamengo ou Mengão sempre morará em meu coração. (sinonímia)<br />

– O Santos ou o Fluminense têm grande chance de conquistar o campeonato este ano.<br />

(inclusão/adição)<br />

Obs.: Quando a conjunção ou liga termos antônimos, o verbo fica no plural: “O amor ou o


ódio exacerbados não fazem bem à saúde.”.<br />

11) Entre os núcleos do sujeito aparecem as palavras como, menos, inclusive, exceto ou<br />

as expressões bem como, assim como, tanto quanto (geralmente entre vírgulas).<br />

A preferência é a concordância com o primeiro elemento do sujeito composto.<br />

– Vocês, assim como eu, gostam/gostamos muito de Português.<br />

12) Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas aditivas enfáticas (tanto...<br />

quanto/como/assim como; não só... mas também etc.)<br />

O verbo concorda com o mais próximo ou com ambos. Há preferência pelo plural entre os<br />

gramáticos.<br />

– Tanto Dilma quanto Lula mantém/mantêm sua popularidade em alta.<br />

– Não só o Lula mas também a Dilma apresenta/apresentam o mesmo discurso.<br />

13) Quando dois ou mais adjuntos modificam um único núcleo, o verbo fica no singular<br />

concordando com o núcleo único. Mas, se houver determinante após a conjunção, o<br />

verbo fica no plural, pois aí o sujeito passa a ser composto.<br />

– O preço dos combustíveis e dos alimentos aumentou.<br />

– O preço dos alimentos e o dos combustíveis aumentaram.<br />

Obs.: Para Bechara, a primeira frase poderia apresentar verbo no plural, “como se tratasse<br />

na realidade de sujeito composto”: O preço dos combustíveis e dos alimentos<br />

aumentaram.


Concordância Verbal do Ser<br />

Aí, a essa altura do campeonato eu pergunto: “Quando o verbo ser não é especial?” Não<br />

poderia ser diferente na concordância! O fato é o seguinte: ora o verbo ser concorda com o<br />

sujeito, ora com o predicativo do sujeito.<br />

Vejamos as regras desse verbo todo especial.<br />

1) O verbo ser concorda com o sujeito (pronome pessoal reto).<br />

– Nós somos unha e carne.<br />

2) O verbo ser concorda com o sujeito (pessoa).<br />

– <strong>Fernando</strong> Pessoa foi muitos poetas; basta conhecer seus heterônimos.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Quando o sujeito e o predicativo forem personativos, o verbo ser poderá concordar com<br />

um dos dois. Logo...: <strong>Fernando</strong> Pessoa foi/foram muitos poetas; basta conhecer seus<br />

heterônimos.<br />

2) Quando pessoa concorre com pronome reto, o verbo ser concorda com o pronome reto<br />

(sujeito):<br />

– <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong> sou eu.<br />

– Eles são vencedores.<br />

3) Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o<br />

que aparecer primeiro, considerando-o como sujeito da oração.<br />

– Eu não sou tu, e tu não és eu.<br />

3) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes<br />

tudo, nada, isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concordará com o predicativo<br />

(preferencialmente) ou com o sujeito.<br />

– No início, tudo é/são flores.<br />

– Tua Palavra sempre foi/foram as Sagradas Escrituras.<br />

– Vestidos, sapatos e bolsas são/é assunto de mulher.<br />

Veja uma questão exemplar sobre isso:<br />

08. (Esaf – SFC – Analista de Finança e Controle – 2002) Assinale a norma gramatical que justifica, com correção e<br />

propriedade, a flexão plural do verbo ser no período abaixo.<br />

“Já é mais do que conhecido que o principal problema do sistema tributário nacional são justamente as contribuições, e não os<br />

impostos propriamente ditos.” (Revista CNT, “Lixo tributário”)<br />

a) “Com os verbos ser e parecer a concordância se faz de preferência com o predicativo, se este é plural.” (Luiz<br />

Antonio Sacconi)<br />

b) “Nas frases em que ocorre a locução invariável é que, o verbo concorda com o substantivo ou pronome que a


precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito.” (Celso Cunha & Lindley Cintra)<br />

c) “Se tanto o sujeito como o predicativo forem personativos e nenhum dos dois for pronome pessoal, a concordância<br />

será facultativa (pode-se concordar com o sujeito ou o predicativo).” (Dileta S. Martins & Lúbia S. Zilberknop)<br />

d) “Expressões de sentido quantitativo (...) acompanhadas de complemento no plural admitem concordância verbal no<br />

singular ou no plural.” (Manual de Redação da Presidência da República)<br />

e) “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...), o verbo concorda com o mais<br />

próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do sujeito)”.(Evanildo Bechara)<br />

Comentário: O gabarito é a letra A... por sinal, autoexplicativa: “... o principal problema...<br />

é/são... as contribuições...”.<br />

4) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes<br />

interrogativos que ou quem.<br />

– Que são anacolutos?<br />

– Quem foram os classificados?<br />

5) Em indicações de horas, datas, tempo, distância (predicativos), o verbo concorda com o<br />

predicativo.<br />

– São nove horas.<br />

– É frio aqui.<br />

– Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?<br />

– Daqui à Cidade são só dez quilômetros.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra<br />

dia.<br />

– Hoje são 4 de setembro.<br />

– Hoje é (dia) 4 de setembro.<br />

2) Indicando horas e seguido de locuções como “perto de”, “cerca de”, “mais de”, o verbo<br />

“ser” tanto pode ficar no singular como no plural.<br />

– Era/Eram cerca de dez horas.<br />

6) Fica o verbo “ser” no singular quando a ele se seguem termos como muito, pouco,<br />

nada, tudo, bastante, mais, menos, etc. junto a especificações de preço, peso,<br />

quantidade, distância, etc. Ou seguido do pronome demonstrativo o.<br />

– Cento e cinquenta reais é nada, perto do que irei ganhar em São Paulo.<br />

– Cem metros é muito <strong>para</strong> uma criança.<br />

– Duas surras será pouco <strong>para</strong> ele aprender.<br />

– Divertimentos é o que não lhe falta naquele parque temático.<br />

7) Na expressão expletiva é que, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e


o que, o ser ficará invariável. Se o ser vier se<strong>para</strong>do do que, o verbo concordará com o<br />

termo não preposicionado entre eles.<br />

– Eles é que sempre chegam atrasados.<br />

– São eles que sempre chegam atrasados.<br />

– São nessas horas que a gente precisa de ajuda. (construção inadequada)<br />

– É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (construção adequada)


Casos Especiais de Concordância Verbal<br />

I – Concordância do Infinitivo<br />

1) Quando o sujeito for claro.<br />

– Nós lutaremos até vós serdes bem tratados pela sociedade.<br />

2) Mesmo não sendo explícito o sujeito, é possível a flexão do infinitivo (favorece muitas<br />

vezes a clareza)<br />

– Está na hora de começarmos o trabalho. (se fosse “começar”, não haveria clareza de<br />

quem praticaria a ação; eu?, você?, ele?)<br />

Obs.: Na frase “Não é mais permitido aos professores bater/baterem nos alunos.”, o<br />

plural do verbo bater realça seu sujeito implícito, que tem como referente professores<br />

(núcleo do objeto indireto). Em “Ele sempre proíbe os empregados de sair/saírem no<br />

horário.”, o plural do verbo sair realça seu sujeito implícito, que tem como referente<br />

empregados (núcleo do objeto direto).<br />

3) Frase contendo verbos com sujeitos diferentes<br />

– ¹Falei sobre o desejo de ²aprontarmos o site logo. (¹eu, ²nós)<br />

Obs.: Se o sujeito implícito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a<br />

flexão do infinitivo não é necessária, mas não é proibida: “Falamos sobre o desejo de<br />

aprontar/aprontarmos o site logo.” ou “Vocês estão aqui <strong>para</strong> resolver/resolverem<br />

meu problema?” ou “Não existiam motivos suficientes a fim de ser/serem<br />

reprovados.”. Se o sujeito do infinitivo estiver explícito, terá de variar: “Falamos<br />

sobre o desejo de nós aprontarmos o site logo.” ou “Vocês estão aqui <strong>para</strong> vocês<br />

resolverem meu problema?” ou “Não havia motivos suficientes a fim de os alunos<br />

serem reprovados.”.<br />

4) Quando iniciarem oração com preposição (preferencialmente).<br />

– Até me encontrarem, vocês terão de procurar muito.<br />

5) Com verbos pronominais ou acompanhados de pronome reflexivo ou apassivador.<br />

– Para nós nos precavermos, precisaremos de víveres.<br />

– Eles ficaram sem se cumprimentarem durante anos.<br />

– Por se reunirem os familiares, tudo ficou bem.<br />

6) Verbo ser indicando tempo, concorda com o numeral.<br />

– Visto serem dez horas, deixei o local.


7) Querendo-se indeterminar o sujeito (3 a pessoa do plural).<br />

– Estudo <strong>para</strong> não me considerarem um inútil.<br />

8) Infinitivo pessoal composto: locução verbal formada por verbo auxiliar ter ou haver no<br />

infinitivo pessoal simples + o principal no particípio, indicando ação passada em relação<br />

ao momento da fala; segue as mesmas regras acima.<br />

– Para vocês terem adquirido este conhecimento todo, precisou de muito estudo?<br />

Falemos agora sobre os casos de não flexão do infinitivo (infinitivo não flexionado):<br />

1) Nas locuções verbais (como auxiliar ou principal):<br />

– Devo continuar trabalhando neste projeto.<br />

– Elas não poderiam ter feito isso comigo.<br />

– Tornou a discutir devaneios e vãs filosofias.<br />

– Acabou de passar na prova.<br />

Obs.: Cuidado com o infinitivo que faz parte de uma locução verbal, mas vem distante do<br />

auxiliar ou este está subentendido, é incrivelmente (na minha opinião) facultativo:<br />

“Poderemos, depois das lutas acirradas, vencidas duramente, cantar/cantarmos<br />

vitória.”. E, antes que você duvide de mim, o camarada que fala isso é nada mais, nada<br />

menos que o senhor Evanildo Bechara. Conhece?<br />

2) Quando o sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo átono ou um substantivo no<br />

singular (normalmente com verbos causativos – mandar, deixar, fazer e sinônimos – ou<br />

sensitivos – ver, ouvir, sentir – e sinônimos).<br />

– Deixei-os brincar aqui.<br />

– Deixaram-nos brincar ali.<br />

– Deixaste o garoto brincar lá?<br />

– A menina deixou-se ficar na janela.<br />

Obs.: Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no plural, pode-se usar tanto o<br />

infinitivo flexionado quanto o infinitivo não flexionado: “Mandei os garotos<br />

sair/saírem.”.<br />

3) Quando o infinitivo não se refere a sujeito algum, com valor genérico.<br />

– Navegar é preciso, viver não é preciso.<br />

4) Quando complemento de adjetivo ou substantivo, precedidos, respectivamente, de<br />

preposição de ou <strong>para</strong>.


– São casos difíceis de solucionar.*<br />

– Eles têm aptidão <strong>para</strong> aprender línguas estrangeiras.<br />

* Nesta construção com a preposição de, complementando um adjetivo, ele tem valor<br />

passivo e não admite o se antes do infinitivo. Alguns gramáticos, como Hildebrando André,<br />

dizem que este é um terceiro caso de voz passiva: São casos difíceis de solucionar. = São<br />

casos difíceis de serem solucionados.<br />

Abro aqui um adendo <strong>para</strong> que você leia a excelente e esclarecedora explicação da<br />

professora Eunice Marta, do site Ciberdúvidas, sobre uma pergunta enviada por uma<br />

consulente, a saber: “Os leitores têm a possibilidade de consultar ou consultarem?”<br />

Resposta: “Ambas as formas são aceitáveis, embora a do infinitivo não flexionado (ou<br />

impessoal) – “Os leitores têm a possibilidade de consultar.” – seja a mais aconselhável.<br />

Repare-se que se trata de um dos casos previstos <strong>para</strong> o uso do infinitivo impessoal (não<br />

flexionado), pois está precedido da preposição de e dependente de um substantivo –<br />

possibilidade –, cuja construção corresponde a um infinitivo passivo, tal como aconselham<br />

Cunha e Cintra com a seguinte indicação: “O infinitivo conserva a forma não flexionada […]<br />

quando é precedido da preposição de, em que o infinitivo depende de um substantivo [assim<br />

como de um adjetivo ou de um verbo] em construções em que corresponde a um infinitivo<br />

passivo” (Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, pp.<br />

483). De qualquer modo, os próprios gramáticos apercebem-se de que “o emprego das<br />

formas flexionada e não flexionada do infinitivo é uma das questões mais controvertidas da<br />

sintaxe portuguesa” (idem, p. 482), o que os levou a considerar que lhes “parece mais<br />

acertado falar não de regras, mas de tendências” (idem). Por isso, concluem, seguindo Said<br />

Ali, que se “trata de um caso de emprego seletivo, cuja escolha depende da intenção do<br />

emissor: “a escolha da forma infinitiva depende de cogitarmos somente da ação ou do intuito<br />

ou necessidade de pormos em evidência o agente da ação. No primeiro caso, preferimos o<br />

infinitivo não flexionado (ou impessoal); no segundo, o flexionado (ou pessoal)” (idem, p.<br />

487). Portanto, a primeira frase – “Os leitores têm a possibilidade de consultarem” – é,<br />

também, legítima, pois o sujeito do infinitivo é o mesmo que o do verbo anterior (“têm de”)<br />

– os leitores, sendo o uso do infinitivo flexionado justificado pelo realce do sujeito. Nestes<br />

casos, podemos optar por usar quer o infinitivo pessoal (flexionado) quer o impessoal (não<br />

flexionado). É o que acontece, por exemplo, numa frase como “Os leitores têm o hábito de<br />

ler/lerem muitos livros”. E é também o que acontece com a frase em apreço”.<br />

5) Quando der ao infinitivo valor de imperativo.<br />

– Soldados, recuar!


– Esquerda, volver!<br />

– Dar descarga ao usar o vaso. Grato.<br />

Adendo Final<br />

Veja agora alguns casos em que o infinitivo não constitui oração, segundo Bechara, ou seja,<br />

tem valor puramente nominal, classificado como substantivo. Caso queira saber mais sobre<br />

análise sintática, termos sintáticos e afins, vá aos capítulos de sintaxe.<br />

– Acompanhado de determinante: O andar dela continua a provocar suspiros. (núcleo do<br />

sujeito)<br />

– Sem referência a nenhum sujeito, de modo vago: Viver é lutar. (sujeito e predicativo do<br />

sujeito) / Amar implica sofrer. (sujeito e objeto direto)<br />

– Dentro de locução adjetiva: Comprei uma tábua de passar. (núcleo do adjunto adnominal)<br />

– Equivalendo a um adjetivo na construção de + infinitivo: É de esperar (esperado) que<br />

voltem logo. (núcleo do predicativo do sujeito)<br />

– Dentro de expressões substantivadas ou simplesmente nomeando uma ação: “Ele subiu <strong>para</strong><br />

cima, pai.”; “Use subir apenas, filho.”. (objeto direto)<br />

II – Concordância do Parecer<br />

Com o verbo parecer, flexiona-se ou não o infinitivo.<br />

– Pareceu-me estarem os candidatos confiantes.<br />

Entenda: a construção nos mostra duas orações:<br />

1 a : Pareceu-me (verbo que exprime dúvida)<br />

2 a : estarem os candidatos confiantes (infinitivo flexionado por apresentar sujeito próprio).<br />

Isto é, <strong>para</strong>fraseando: Pareceu-me que os candidatos estavam confiantes.<br />

Note que, na paráfrase acima, o verbo estar se encontra no plural. Por isso o verbo estar,<br />

no infinitivo, fica no plural. Note também que o verbo parecer fica na 3 a pessoa do singular,<br />

pois o sujeito dele é uma oração subordinada substantiva subjetiva. Toda vez que o sujeito de<br />

um verbo for oracional, o verbo ficará na 3 a pessoa do singular.<br />

Saiba também que o verbo parecer pode ser auxiliar de uma locução verbal. Nesse caso,<br />

ele varia; o infinitivo, como verbo principal da locução, não varia.<br />

– Eles parecem estudar bastante.<br />

III – Concordância dos Verbos Impessoais<br />

São aqueles que não possuem sujeito (oração sem sujeito). Ficarão sempre na 3 a pessoa do<br />

singular. Lembra-se da aula de oração sem sujeito? É importante lembrar! O “campeão” em<br />

aparições é o verbo haver, mas há também os verbos fazer, estar, verbos que indicam


fenômenos naturais etc.<br />

– Havia sérios problemas na cidade.<br />

– Fazia quinze anos que ele havia <strong>para</strong>do de estudar.<br />

– Deve haver sérios problemas na cidade.<br />

– Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. (...)<br />

– Trata-se de problemas pedagógicos, meu caro.<br />

– Geou muitas horas no Sul.<br />

Obs.: Note que o verbo auxiliar da locução verbal, cujo verbo impessoal é o principal da<br />

locução, fica no singular! Fique de olho nisso, pois é recorrente em prova! Veja uma<br />

questão:<br />

(FCC – TJ/PE – Técnico Judiciário – 2012) Afirma-se com correção:<br />

a) Do ponto de vista gramatical, é apropriada a substituição de existiam por “deviam haver”.<br />

Comentário: A afirmação da letra A é equivocada, pois o verbo haver é impessoal,<br />

transmitindo sua impessoalidade ao verbo auxiliar da locução verbal. Logo, existiam =<br />

devia haver.<br />

IV – Concordância do Sujeito Oracional<br />

Muito cuidado!!! Recorrente em prova!<br />

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3 a pessoa<br />

do singular.<br />

– Ainda vale a pena investir nos estudos. (O que ainda vale a pena? Investir nos estudos.)<br />

– Quem anda em demanda com o diabo anda. (Quem com o diabo anda? Quem anda em<br />

demanda.)<br />

– Sabe-se que dois alunos nossos passaram na prova. (O que se sabe? Que dois alunos<br />

passaram na prova.)<br />

– Ficou programado que sairíamos à tarde. (O que ficou programado? Que sairíamos à<br />

tarde.)<br />

– Urge que você estude! (O que urge? Que você estude.)<br />

– Era preciso encontrar a verdade. (O que era preciso? Encontrar a verdade.)<br />

Cuidado!!!<br />

Muito, mas muito, mas muito cuidado mesmo com a frase abaixo!<br />

– Havia muitos erros e complicações que já não estavam em suas mãos resolver.<br />

O verbo estar deve ficar na 3 a pessoa do singular porque o seu sujeito é oracional, a<br />

saber: resolver erros e complicações. Note que uma parte do sujeito oracional (erros e<br />

complicações) é retomada pelo pronome relativo que, o qual tem função de objeto direto. É


como se juntássemos as duas orações abaixo...:<br />

1) Havia muitos erros e complicações.<br />

2) Resolver erros e complicações não estava em suas mãos.<br />

... de modo que ela ficasse assim:<br />

– Havia muitos erros e complicações que já não estava em suas mãos resolver.


Silepse de Número e de Pessoa<br />

A silepse é também chamada de “concordância irregular, ideológica ou figurada”.<br />

Trata-se de uma figura de linguagem em que as regras tradicionais da concordância sintática<br />

são contrariadas, usando-se em seu lugar a concordância de acordo com o sentido. A<br />

concordância siléptica não é considerada um erro!<br />

Como bem observa o Professor Mattoso Câmara Jr., “não constituem solecismos (desvios<br />

gramaticais) os desvios das normas sintáticas feitos com intenção estilística, em que a<br />

afetividade predomina sobre a análise intelectiva, como na silepse...” [grifos meus]. Dessa<br />

forma, a silepse pode ser usada em situações de comunicação que não deixem dúvidas quanto<br />

à capacidade do falante sobre o domínio da norma culta, desde que se sublinhe bem sua<br />

intenção estilística. Não é possível fazer silepse “a torto e a direito”, pois muitas silepses são<br />

próprias do registro coloquial, não encontrando respaldo no registro culto da língua.<br />

Segundo uma semiparáfrase do que diz o eminente gramático Evanildo Bechara, com<br />

exceção de certas construções populares, como “O povo trabalham” ou “A gente vamos”,<br />

havendo distanciamento entre o sujeito e o verbo, a silepse de número não constitui<br />

incorreção gramatical.<br />

Quando uma banca não trabalha questão de silepse, stricto sensu, trabalha a ideia de que a<br />

silepse não constitui um erro gramatical, mas é um tipo especial de concordância – mais<br />

encontrada como recurso expressivo em textos igualmente expressivos.<br />

1) Silepse de Número<br />

Usa-se um vocábulo em número diferente da palavra a que se refere <strong>para</strong> concordar com o<br />

sentido que ela tem.<br />

– Flor tem vida muito curta, logo murcham.<br />

– Toda aquela multidão veementemente se insurgiu contra o governo. Estavam sedentos<br />

por justiça.<br />

2) Silepse de Pessoa<br />

Aqui o autor da frase participa do processo verbal; o verbo fica necessariamente na 1 a<br />

pessoa do plural, pois ele se inclui.<br />

– Os brasileiros, especialmente os cariocas, quando podemos usar de malandragem,<br />

usamos.<br />

– “E os dois, ali no quarto, picamos em mil pedaços as trezentas páginas do livro.”<br />

(Paulo Setúbal)<br />

Veja o modo como duas questões de bancas diferentes trataram disso:<br />

36. (CEPERJ – Pref. Angra dos Reis/RJ – Professor de Português – 2008) Leia a frase a seguir, atribuída ao autor de<br />

Canção do Exílio.<br />

– Eu sou poeta e, aos 30 anos, doente, não queremos desperdiçar o tempo.


Nesta frase, a concordância do verbo querer é um exemplo de:<br />

a) silepse de número;<br />

b) silepse de gênero;<br />

c) silepse de pessoa; (Gabarito!)<br />

d) concordância atrativa;<br />

e) concordância lógica.<br />

Comentário: Ocorre silepse de pessoa, pois o autor da frase participa do processo verbal<br />

(queremos).<br />

35) (Dom Cintra – Pref. Petrópolis/RJ – Auxiliar em Enfermagem – 2008) Marque a frase que apresenta erro com relação à<br />

sintaxe de concordância:<br />

e) os mineiros nos orgulhamos da homenagem que nos prestou o capixaba Rubem Braga nessa crônica.<br />

Comentário: A letra E não foi considerada o gabarito, o que significa que a silepse (de<br />

pessoa: os mineiros nos orgulhamos) não é considerada um erro de concordância, mas tão<br />

somente um tipo de concordância. Ponto.


Concordância Nominal com Adjetivos<br />

De acordo com a regra geral, os determinantes artigo, pronome, numeral, adjetivo (e o<br />

particípio) concordam em gênero e número com o substantivo (ou outra palavra de valor<br />

substantivo). O substantivo é o “cara” neste tipo de concordância, assim como o verbo o foi<br />

na verbal. A concordância atrativa é frequente, por isso olho vivo!<br />

As minhas três belas casas vão ser vendidas porque fui à falência.<br />

É bom dizer que, nos concursos públicos, a concordância com os adjetivos (com função de<br />

adjunto adnominal, predicativo do sujeito ou do objeto) é o que mais interessa. Fique esperto!<br />

1) Adjetivo com Função de Adjunto Adnominal<br />

a) Quando um só adjetivo se refere a um substantivo, concorda com ele normalmente.<br />

– O aluno sempre foi muito atento, mas a aluna nunca foi tão atenta quanto ele.<br />

b) Quando o adjetivo é composto, só o último termo varia com o substantivo. Esta é a regra<br />

geral. Para mais detalhes, consulte o capítulo de Adjetivo.<br />

– As intervenções médico-cirúrgicas foram um sucesso!<br />

c) Quando o adjetivo se referir a mais de um substantivo, concordará com todos os<br />

substantivos ou com o mais próximo.<br />

– Os alunos e as alunas atentos entenderam tudo.<br />

– Os alunos e as alunas atentas entenderam tudo.<br />

Obs.: Mesmo que haja concordância atrativa, semanticamente o adjetivo ainda caracterizará<br />

ambos os substantivos. Isso vale <strong>para</strong> todos os casos de concordância atrativa, a não ser<br />

em casos em que o sentido fica absurdo: “Senti um cheiro e um toque macio.”. Um<br />

cheiro não pode ser macio, exceto em linguagem figurada.<br />

d) Se o adjetivo vier antes dos substantivos, a concordância será feita obrigatoriamente com o<br />

mais próximo.<br />

– Comprei as velhas gramáticas e manuais de que precisava <strong>para</strong> uma pesquisa.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Os pronomes adjetivos seguem a mesma regra: A sua idade, preferência sexual e<br />

profissão não me interessam. / Aqueles planos e intenções são desprezíveis. / Por que<br />

tantas palmas e elogio?<br />

2) Se os substantivos exprimirem nomes próprios ou parentesco, o adjetivo aceitará apenas<br />

a concordância gramatical (prevalecendo o masculino): Queridos pai e mãe, estou com<br />

muita saudade de vocês. / Os talentosos Renato Russo e Cazuza deixaram suas marcas.


e) É obrigatória a concordância com o substantivo mais próximo quando o sentido exige ou<br />

quando os substantivos são sinônimos, antônimos ou em gradação.<br />

– Eu comprei frango e carne bovina. (o sentido exige)<br />

– Você tem ideias e pensamentos fixos. (sinônimos)<br />

– Neste lugar, é sempre calor e frio absurdo. (antônimos)<br />

– O sorriso, o riso, a gargalhada solta era sua maior característica. (gradação)<br />

f) Dois ou mais adjetivos podem modificar um mesmo substantivo, que fica no plural; no<br />

entanto, se colocarmos um determinante antes do 2 o adjetivo, o substantivo fica no singular.<br />

– Os setores público e privado formaram uma parceria.<br />

– O setor público e o privado formaram uma parceria.<br />

Obs.: Modernamente, entende-se que, na última frase, o último artigo pode ser retirado: “O<br />

setor público e privado formaram uma parceria.”. Quem defende isso é Evanildo<br />

Bechara. Isso já foi questão de prova na Esaf e no Cespe/UnB, pelo menos! Coloquei<br />

uma questão da Esaf sobre isso <strong>para</strong> você fazer mais adiante. No entanto, caso sua<br />

curiosidade tenha sido atiçada, consulte esta: Cespe/UnB – BB – ESCRITURÁRIO –<br />

2002 – QUESTÃO 1 – OPÇÃO 3.<br />

g) Os adjetivos iniciados pela preposição de, quando se referem a certos pronomes<br />

indefinidos (algo, muito, nada, tanto...), ficam no masculino singular. Mas, por atração,<br />

podem concordar com o sujeito.<br />

– Seus olhos têm algo de sedutor. (Cegalla)<br />

– Esse lugar nada tem de interessante.<br />

– Júlia tinha tanto de magra e sardenta, quanto de feia. (Ribeiro Couto)<br />

2) Adjetivo com Função de Predicativo do Sujeito ou do Objeto<br />

a) O adjetivo predicativo concorda normalmente com o substantivo ou pronome a que se<br />

refere, mas cuidado com certas expressões em que cabe dupla concordância:<br />

– A maioria dos homens está certa de que vale a pena manter pulso firme com os filhos.<br />

– A maioria dos homens estão certos de que vale a pena manter pulso firme com os<br />

filhos.<br />

b) O adjetivo com função de predicativo faz concordância gramatical (concordância com<br />

todos os substantivos) antes ou depois dos substantivos (ou pronomes) a que se refere. No<br />

entanto, o adjetivo com função de predicativo do sujeito só poderá concordar com o núcleo<br />

mais próximo se o sujeito composto vier após o verbo no singular*.<br />

– Os homens e as mulheres estavam excitados com a notícia.


– Estavam excitados as mulheres e os homens com a notícia.<br />

– Estava excitada a mulher e os homens com a notícia.*<br />

– Encontrei a mulher e o homem excitados com a notícia.<br />

– Encontrei excitados a mulher e o homem com a notícia.<br />

– Encontrei-os excitados com a notícia.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Alguns gramáticos, como Manoel P. Ribeiro, Domingos P. Cegalla, Bechara, entendem<br />

que o adjetivo (predicativo do objeto) anteposto aos substantivos pode concordar com o<br />

mais próximo: Encontrei excitadas as mulheres e os homens com a notícia. Cegalla vai<br />

além e diz que, na frase Estava excitada a mulher e os homens com a notícia*, ainda<br />

assim o verbo e o adjetivo com função de predicativo do sujeito poderiam variar, ficando<br />

assim: Estavam excitadas as mulheres e os homens com a notícia*.<br />

2) O adjetivo com função de predicativo de uma oração fica sempre no masculino singular:<br />

“Fica óbvio (e não óbvia) que a maioria dos casos de gripe suína é reveladora da falta<br />

de condições socioambiental.” / “Acho sensato (e não sensata) resolver nossa<br />

pendenga sem violência.”<br />

3) O adjetivo (predicativo do sujeito), em expressões como É preciso, É necessário, É bom,<br />

É proibido, É permitido, fica invariável quando se liga a um substantivo com sentido<br />

genérico, seguido de muito(a) ou não determinado. Mas... quando o substantivo está<br />

determinado, o adjetivo vai variar obrigatoriamente: Água é bom. / A água é boa. / É<br />

proibido entrada aqui. / Sua entrada é proibida aqui. / É necessário disposição <strong>para</strong><br />

este cenário mudar. / É necessária grande disposição<br />

<strong>para</strong> este cenário mudar. / Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e<br />

muito siso, muita seriedade e pouco riso. (Vinícius de Moraes). / As balas que são<br />

precisas <strong>para</strong> eliminar homens criminosos na China são compradas pela própria<br />

família. Obs.: “Proibida entrada” está correto.<br />

c) O substantivo, quando tem função de predicativo, segue as mesmas regras do adjetivo.<br />

– Por favor, não as veja como pedagogas; são apenas auxiliares.<br />

d) O particípio (na locução verbal de voz passiva analítica ou em oração reduzida) varia<br />

normalmente tal qual o adjetivo.<br />

– Minha aluna e meu aluno foram aprovados <strong>para</strong> a segunda fase do exame nacional.<br />

– Foram aprovados <strong>para</strong> a segunda fase do exame nacional minha aluna e meu aluno.<br />

– Foi aprovada minha aluna e meu aluno <strong>para</strong> a segunda fase do exame nacional.


– Minha aluna e meu aluno tinham sido aprovados <strong>para</strong> a segunda fase do exame<br />

nacional.<br />

– Guardadas as devidas proporções, creio que aquele livro é revolucionário.<br />

– Vistas e revistas as resenhas, aprovamo-las.<br />

Obs.: Sobre a frase Foram aprovadas centenas de alunos <strong>para</strong> a segunda fase do exame<br />

nacional, na ordem direta, Cegalla diz que o adjetivo pode concordar com o núcleo do<br />

especificador: Centenas de alunos foram aprovados <strong>para</strong> a segunda fase do exame<br />

nacional.<br />

Lembre-se disto: o particípio não varia quando faz parte da locução verbal de tempo<br />

composto. Logo, a frase “Elas haviam resolvidas as questões.” está equivocada, devendo<br />

ser corrigida <strong>para</strong>: “Elas haviam resolvido as questões.”.


Casos Especiais de Concordância Nominal<br />

1) Concordância do pronome com o substantivo<br />

Os pronomes concordam com o substantivo a que se referem. Se houver mais de um<br />

substantivo de gêneros diferentes, fica o pronome no masculino plural.<br />

– O ideal pelo qual entreguei minha vida, a ideologia pela qual eu vivi, tornou-me um<br />

homem melhor.<br />

– Havia uma campeã de judô no Japão, mas a do Brasil era especial.<br />

– A honestidade, o comprometimento, a empatia e a longanimidade, seu mestre os<br />

havia ensinado a eles.<br />

Obs.: Na frase “Um assunto desses não deve ser discutido em público.”, o pronome<br />

demonstrativo vem sempre no plural, pois tem valor indeterminador. Outros exemplos:<br />

“Foi uma surra daquelas.” ou “Ele está num dia daqueles.”. Neste uso, o valor<br />

intensificador do pronome é próprio da linguagem coloquial.<br />

2) Quando têm valor adjetivo, tais palavras variam normalmente: mesmo, próprio, só,<br />

extra, junto, quite, leso, obrigado, anexo/apenso, incluso.<br />

– A mulher mesma fez o trabalho.<br />

– As mulheres vivem acusando a si próprias.<br />

– As crianças ficaram sós. (= sozinhas)<br />

– Costumava trabalhar duas horas extras por dia.<br />

– Os três viviam juntos naquele “flat”.<br />

– “Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria”. (Cegalla)<br />

– Só ficamos quites depois de muito tempo de espera na justiça.<br />

– As moças disseram ao homem: “Ficamos-lhe obrigadas por tantos elogios!”. (=<br />

gratas, agradecidas)<br />

– As fotos seguem anexas/apensas. (ou “em anexo/em apenso”)<br />

– Estão inclusos os prejuízos.<br />

Obs.: Mesmo não varia quando equivale a realmente, de fato ou inclusive: “Mesmo a<br />

mulher não acusou o marido!” / “A mulher não acusou mesmo o marido!”. Só não<br />

varia quando equivale a somente. Por si sós e a sós são expressões cultas: “As crianças<br />

comeram só os feijões”. / “Os alunos, por si sós, resolveram a prova.”. Junto não<br />

varia quando faz parte de locução prepositiva. (junto com/de/a): “Eles não estão junto<br />

do (com o/ao) pai.”.


3) Não variam quando advérbios: caro, barato, bastante, meio, junto. Entretanto, quando<br />

adjetivos, variam normalmente.<br />

– A gasolina não custa caro, nem barato. (advérbios)<br />

– As carnes estão cada vez mais caras, mas as bebidas continuam baratas. (adjetivos)<br />

– Está meio nervosa, porque trabalhamos bastante. (advérbios)<br />

– Depois de comer meia fruta daquela barraca, comprou frutas bastantes <strong>para</strong> uma<br />

ceia farta. (adjetivos)<br />

– Elas procuram resolver junto seus problemas. (advérbio)<br />

– Elas procuram resolver juntas seus problemas. (adjetivo)<br />

4) Todo (advérbio) pode sofrer concordância atrativa, mas a concordância gramatical é<br />

própria da norma culta.<br />

– Encontrei os portões todo(s) abertos.<br />

– Ela ficou todo(a) religiosa depois do culto.<br />

Obs.: Em “A toda-poderosa Marquesa de Santos foi amante de D Pedro I.”, o vocábulo<br />

todo nunca varia nessa expressão, logo: “A todo-poderosa Marquesa de Santos...”.<br />

5) Não variam nunca os substantivos que se tornam adjetivos pelo contexto: padrão,<br />

fantasma, relâmpago, pirata, monstro, surpresa etc. Certos vocábulos e expressões<br />

tomadas como adjetivos também não variam: menos, alerta*, salvo, exceto, pseudo, a<br />

olhos vistos (e qualquer outra locução adverbial)...<br />

– Fizeram duas festas monstro anteontem na zona sul da cidade.<br />

– Existem muitas firmas fantasma por aqui.<br />

– Nossos times conquistaram vitórias relâmpago no fim do campeonato.<br />

– Sempre realizamos festas surpresa na empresa.<br />

– Compre menos farinha, menos frutas, menos alface... compre livros também.<br />

– Os soldados brasileiros devem sempre estar alerta.*<br />

– Salvo/Exceto elas, ninguém mais chamou a atenção do diretor da peça.<br />

– És uma pseudoprofetisa!<br />

– Seus filhos estão crescendo a olhos vistos.<br />

Obs.: Arcaica é a concordância de visto com a pessoa ou coisa vista: “Elas emagreceram a<br />

olhos vistas.” ou “Vista a olhos a árvore crescia.”.<br />

* Alerta é um advérbio, segundo a gramática tradicional. Mas Aurélio, Houaiss, Aulete,<br />

Michaelis e outros dicionários dizem que alerta é um adjetivo no estágio atual da língua e,


por isso, pode variar. A norma culta ainda não tolera.<br />

6) Possível não varia se fizer parte de uma expressão superlativa com o artigo o/a no<br />

singular (o/a mais, o/a menos, o/a pior, o/a melhor...) ou se estiver acompanhado de<br />

quanto. Varia se o/a estiver no plural.<br />

– Traga cervejas tão geladas quanto possível.<br />

– Tive de investir em máquinas o mais possível potentes.<br />

– São exemplos os mais difíceis possíveis.<br />

– Aquelas palavras foram as melhores possíveis.<br />

Obs.: Em qualquer outro contexto, o adjetivo possível varia normalmente: “Realmente estas<br />

são visões possíveis sobre o mesmo assunto.”.<br />

7) Concordância com numeral ordinal + substantivo (o substantivo é que varia)<br />

– A primeira e segunda séries foram aprovadas.<br />

– A primeira e a segunda série(s) foram aprovadas.<br />

Obs.: O plural é obrigatório se o substantivo vem antes dos numerais: As séries primeira e<br />

segunda foram aprovadas.<br />

8) As expressões um e outro e nem um nem outro exigem o substantivo posposto no<br />

singular e o adjetivo, quando houver, no plural.<br />

– Um e outro aluno esforçados passou.<br />

– Nem um nem outro aluno esforçados passou.<br />

Obs.: Quando os pronomes um e outro retomarem substantivos de gêneros diferentes, não<br />

irão variar: A mãe e o filho vieram ao Brasil. Um amou nosso país, outro odiou.<br />

9) A expressão haja vista<br />

Segundo José Maria da Costa, em seu Manual de Redação Profissional...:<br />

“Independentemente de discussões teóricas e da divergência de interpretação dos<br />

gramáticos sobre o problema, há pelo menos quatro construções, todas corretas, com tal<br />

expressão. Exs.:<br />

a) “Haja vista aos argumentos que embasaram o veredicto...”;<br />

b) “Haja vista dos argumentos que embasaram o veredicto...”;<br />

c) “Hajam vista os argumentos que embasaram o veredicto...”;<br />

d) “Haja vista os argumentos que embasaram o veredicto...”.


10) O vocábulo tal também pode se apresentar na expressão tal qual, em que tal<br />

concorda com o antecedente e o qual com o consequente.<br />

– Normalmente o discípulo age tal qual o mestre.<br />

– Normalmente os discípulos agem tais qual o mestre.<br />

– Normalmente o discípulo age tal quais os mestres.<br />

– Normalmente os discípulos agem tais quais os mestres.<br />

11) Mil, Milhão e Milhares<br />

Mil: Passou de “um”, o numeral concorda com o substantivo:<br />

– Duas mil pessoas, dois mil alunos, dois mil candidatos preencheram as vagas.<br />

Milhão: Concorda com a parte inteira do numeral cardinal a ele relacionado.<br />

– Minha empresa investiu 1,9 milhão de reais em mão de obra qualificada.<br />

O artigo e o numeral que o antecederem devem concordar com ele, no masculino:<br />

– Os cinco milhões de pessoas chegaram a prestigiar o cantor neste ano.<br />

Obs.: O mesmo vale <strong>para</strong> bilhão, trilhão etc.<br />

Milhares: substantivo sempre masculino.<br />

– Os milhares de torcedoras fizeram o “Maraca” tremer.


Silepse de Gênero e de Número<br />

1) Silepse de Gênero<br />

Usa-se um vocábulo em gênero diferente da palavra a que se refere <strong>para</strong> concordar com o<br />

sexo da pessoa ou com o nome da coisa a que nos referimos. Todas as formas abaixo estão<br />

corretas.<br />

– Vossa Excelência, deputado, está enganado!<br />

– Vossa Alteza sempre foi muito misericordioso. (Com referência a um príncipe.)<br />

– Sua Majestade está tão altiva ultimamente. (Com referência a uma rainha)<br />

– Disse <strong>Fernando</strong> Pessoa em um de seus poemas: “Estou cansado, é claro, / Porque, a<br />

certa altura, a gente tem que estar cansado.” (Com referência ao falante masculino.)<br />

– A Brasil vive engarrafada. (Com referência à Avenida.)<br />

– Nome: <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>. Nacionalidade: brasileiro. Estado civil: casado. (Com<br />

referência a <strong>Fernando</strong>, não a nacionalidade).<br />

– Nome: Juliana <strong>Pestana</strong>. Nacionalidade: brasileira. Estado civil: casada. (Com<br />

referência a Juliana, não a estado civil).<br />

2) Silepse de Número<br />

O determinante fica em número diferente do termo a que se refere.<br />

– O brasileiro não desiste nunca! Usa sua simpatia e disposição <strong>para</strong> driblar os<br />

problemas cotidianos, por serem batalhadores como sempre. (Com referência a<br />

“brasileiro”)<br />

Obs.: Às vezes, há silepse de número e pessoa ao mesmo tempo: A gente (3 a pessoa do<br />

singular) não fez isso por mal. Acho que nos (1 a pessoa do plural) interpretaram mal.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Bancas de pouca expressão costumam trabalhar um pouco de tudo. Logo é um trabalho<br />

árduo saber todas as regras, mas vale a pena exercitar, exercitar e exercitar. Bancas de<br />

prestígio, como Esaf, Cespe e FCC costumam trabalhar mais o conceito de concordância com<br />

sujeito distante do verbo, com sujeito oracional, com verbo acompanhado de partícula<br />

apassivadora e com verbo impessoal. Ah! E regras básicas de adjetivo, na concordância<br />

nominal. Fique atento na relação entre o verbo e o sujeito! Sempre sublinhe o verbo e, depois,<br />

vá à caça do sujeito!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Esaf – CVM – Analista de Sistemas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Preserva-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao usar o verbo existir em lugar de<br />

“haver”, desde que se faça a concordância adequada, escrevendo pode existirem circunstâncias.<br />

2. (Esaf – CVM – Analista de Sistemas – 2010) (Adaptada) Em qual item há erro de concordância?<br />

I. “Tal valorização reduz as exportações e aumenta as importações, meio pelos quais se compensa,...”<br />

II. “... os déficits na conta-corrente do balanço de pagamentos passem a gerar...”<br />

“Na teoria clássica, a finalidade do Estado é promover o bem comum da sociedade, considerado como o conjunto de<br />

condições que permite aos indivíduos atingirem o seu bem particular. (...)”<br />

3. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte substituição no texto: “permite” por permitem e<br />

“atingirem” por atingir.<br />

4. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto.<br />

“Os economistas G. Ranis, F. Stewart e A. Ramirez analisaram 76 países durante um período de 32 anos. Dividiramnos<br />

de acordo com dois critérios: desenvolvimento econômico e desenvolvimento humano (nesse caso, medido<br />

através de uma combinação de indicadores de educação e saúde). Usando-se essas duas dimensões, pode-se ter<br />

duas situações de equilíbrio (quando o lado humano e o econômico são igualmente altos ou baixos) e duas de<br />

desequilíbrio (quando o humano é alto e o econômico é baixo, vice-versa). Surgem algumas conclusões<br />

interessantes desse estudo. (...) Mais da metade dos países que tinham baixo crescimento e baixo CH em 1960<br />

permanecia na mesma posição na década de 90. (...) A quarta, e mais importante, é que a estratégia de privilegiar<br />

o lado humano dá frutos muito melhores do que aquela que enfatiza só o lado econômico.”<br />

a) O plural no pronome em “Dividiram-nos” deve-se à concordância com o sujeito subentendido da oração: “Os<br />

economistas G. Ranis, F. Stewart e A. Ramirez” .<br />

b) A flexão de singular no verbo em “pode-se” faz a concordância com o sujeito indeterminado; mas é igualmente correto<br />

flexionar o verbo no plural, fazendo a concordância com “duas situações”: podem-se ter.<br />

c) A flexão de plural em “Surgem” tanto permite a interpretação como indicação de sujeito indeterminado como admite a<br />

inferência de “duas dimensões” como sujeito subentendido da oração.<br />

d) A flexão de singular em “dá” é determinada por “lado humano”; mas, se fosse usada a expressão aspectos humanos, a<br />

coerência do texto não seria prejudicada, desde que o verbo fosse flexionado no plural.<br />

e) O termo “mais da metade dos países” estabelece duas relações diferentes de concordância: “países” determina a flexão<br />

de plural em “tinham”, enquanto “permanecia” faz a concordância com “metade”.<br />

5. (Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) A frase abaixo está de acordo com as regras de concordância?<br />

– Os consumidores pagam juros maiores porque obtém crédito com prazos maiores e prestações menores. Alguns fatos<br />

recentes estão contribuindo <strong>para</strong> um aumento da demanda, assim como, das pressões inflacionárias.<br />

“A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais”<br />

6. (Esaf – MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A flexão de masculino no termo “pensado” indica que o pronome relativo “que” retoma, nas relações de coesão, o<br />

pronome “algo” e não o substantivo “experiência”.<br />

7. (Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2010) Assinale a opção incorreta a respeito das relações de concordância no texto<br />

abaixo.<br />

“Quando se pensa em classe A, vem logo à cabeça a lembrança de gente milionária, que passa todos os fins de<br />

semana em Paris e compra as melhores marcas do mundo. No entanto, nossa classe A representa apenas 5% da<br />

população e possui rendimentos bem menores do que muita gente imagina. O que acontece frequentemente é uma<br />

confusão entre o brasileiro classe A e o consumidor de luxo, este sim cliente de marcas sofisticadas que movimenta<br />

um mercado de R$ 6 bilhões anuais.”<br />

a) Preserva-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao substituir “gente milionária” por<br />

milionários, desde que se flexionasse também “passa” e “compra” no plural, passam e compram.<br />

b) A forma verbal “possui” estabelece concordância com “da população”; no entanto, também estaria correta a<br />

concordância com “5%”, com o uso da flexão de plural, sem prejudicar a coerência do texto.


c) Preserva-se a coerência na argumentação, bem como a correção nas relações gramaticais do texto, ao retirar o termo<br />

“nossa classe A” do texto, deixando-o apenas subentendido na flexão de “representa”.<br />

d) Seria preservada a coerência na argumentação com a substituição de “uma confusão” por confusões, desde que o<br />

verbo ser fosse usado também no plural: são confusões.<br />

e) A opção pelo uso da flexão de plural em “movimenta”, movimentam, preservaria a correção gramatical do texto, mas<br />

alteraria as relações significativas entre os argumentos.<br />

8. (Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) Assinale a opção que corresponde à palavra ou expressão destacada no<br />

texto abaixo que foi empregada de acordo com as regras de concordância.<br />

“Como nunca antes, a ordem e a cultura do capital mostram inequivocamente o seu rosto inumano, revelam a lógica<br />

perversa que as (1) dominam (2) internamente e que, antes, podiam ser escamoteadas (3) a pretexto do confronto<br />

com o socialismo: criam, por um lado, grande riqueza e concentração de poder à custa da devastação da<br />

natureza, da exaustão da força de trabalho e de uma estarrecedora pobreza. A utilização crescente da<br />

informatização e da robotização criam (4), ao dispensar o trabalho humano, os desempregados estruturais, hoje,<br />

totalmente descartáveis. E soma-se (5) aos milhões só nos países do Primeiro Mundo.”<br />

a) (1).<br />

b) (2).<br />

c) (3).<br />

d) (4).<br />

e) (5).<br />

“(...) sobretudo de bens materiais, como eletrodomésticos, equipamentos <strong>para</strong> o lar, som e TV (2,71%), com<strong>para</strong>da com<br />

o patamar de 0,05% destinado à aquisição de livros e revistas técnicas. O consumo é também evidenciado ao<br />

notar-se que 8,76% da despesa são destinados à manutenção e à aquisição de veículos automotores. (...)”<br />

9. (Cespe/UnB – BRB – Analista de Tecnologia da Informação – 2011) Os vocábulos “destinado” e “destinados” concordam,<br />

respectivamente, com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%” e “8,76%”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

10. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) A substituição da forma verbal “parecerem” (“... fazendo as<br />

tripulações parecerem anos mais jovens...”) por parecer acarretaria prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

11. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) No primeiro período, que resume a ideia principal do texto, o<br />

emprego, na oração principal, da forma verbal “tem” (“O fato de que o homem vê o mundo por meio de sua cultura tem<br />

como consequência...”), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

12. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Em “... resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas<br />

ameaças...”, é obrigatória a flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome relativo “que”, referese<br />

a “fontes”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

13. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Com o emprego de “os contextos” (“... leva em conta os<br />

contextos histórico, político, econômico, cultural e social de cada sociedade.”), no plural, generaliza-se o significado desse<br />

termo, que, em seguida, é especificado por meio do trecho “histórico, político, econômico, cultural e social”; estariam<br />

preservadas a coerência e a correção gramatical do texto caso se empregasse o referido termo no singular – o contexto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

14. (Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) “(...) Aceitar sem discriminação a diversidade é o primeiro<br />

identificador <strong>para</strong> a luta em defesa dos direitos humanos. (...)”<br />

Justifica-se a flexão de singular em “é” tanto pelo fato de o sujeito da oração ser oracional quanto pelo fato de o trecho “o<br />

primeiro identificador” estar no singular.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


15. (Cespe/UnB – FUB – Médico – 2011) No trecho “está diminuindo a nossa capacidade de concentração e contemplação<br />

profundas”, a estrutura permaneceria correta caso o termo “profundas” estivesse no singular.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Estudos de neurociência já demonstraram que aprender a ler, especialmente na infância, altera a anatomia do<br />

cérebro e engrossa uma estrutura chamada corpo caloso... (...)”<br />

16. (Cespe/UnB – FUB – Analista de Tecnologia da Informação – 2011) A inclusão de e a escrever logo após o trecho “já<br />

demonstraram que aprender a ler” não implicaria alteração das formas verbais “altera” e “engrossa”, que devem<br />

permanecer no singular.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) Já os crimes cujas armas são os computadores devem, em 2010, ser responsáveis por perdas de 900 milhões de<br />

reais... (...)”<br />

17. (Cespe/UnB – PC/ES – Perito Criminal Especial – 2011) A forma verbal “são” está no plural porque concorda com o nome<br />

“crimes”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Cespe/UnB – FUB – Cargos de Nível Médio – 2011) Em “A maioria, no entanto, acaba deixando o programa...”, dado o<br />

sentido da palavra “maioria”, a forma verbal “acaba” poderia, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical do texto, estar<br />

flexionada na 3 a pessoa do plural.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, <strong>para</strong> os fins deste decreto, os grupos étnicoraciais,<br />

segundo critérios de autoatribuição... (...)”<br />

19. (Cespe/UnB – TRE/ES – Técnico – 2011) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir ‘Consideram-se’<br />

por São considerados.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Vunesp – TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está<br />

correta.<br />

a) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.<br />

b) O lixo de casas e condomínios vão <strong>para</strong> aterros.<br />

c) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 35% deles fosse despejado em aterros.<br />

d) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.<br />

e) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta de lixo.<br />

21. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal na frase:<br />

a) Dentro da elite nunca se criticou, diante da rotina do sistema penitenciário brasileiro, os horrores a que os presos são<br />

submetidos.<br />

b) Reserva-se ao pobre, tantas vezes identificado como potencialmente perigoso, as opções da resignação ou da<br />

marginalidade social.<br />

c) Sem altos investimentos não haverão como minimizar os horrores que vêm caracterizando as nossas penitenciárias.<br />

d) A nenhum dos intérpretes de um fato faltarão argumentos <strong>para</strong> considerá-lo segundo seu interesse e sua conveniência.<br />

e) Ainda que não lhes convenham fazer altos investimentos, as elites terão que calcular os custos de tanta violência.<br />

22. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal em:<br />

a) À noite, davam-se aos trabalhos de poucos e à diversão de muitos uma trégua oportuna, <strong>para</strong> tudo recomeçar na manhã<br />

seguinte.<br />

b) Aos esforços brutais da jubarte não correspondiam qualquer efeito prático, nenhum avanço obtinha o gigante encalhado<br />

na areia.<br />

c) Sempre haverá de aparecer aqueles que, diante de um espetáculo trágico, logram explorá-lo como oportunidade de<br />

comércio.


d) Como se vê, cabe aos bons princípios ecológicos estimular a salvação das baleias, seja no alto-mar, seja na areia da<br />

praia.<br />

e) Da baleia encalhada em 1966 não restou, lembra-nos o autor, senão as postas em que a cruel voracidade dos presentes<br />

retalhou o animal.<br />

23. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural<br />

<strong>para</strong> preencher de modo adequado a lacuna da seguinte frase:<br />

a) As acusações que ...... (promover) quem defende o “assembleísmo” baseiam-se na decantada “soberania” das<br />

assembleias.<br />

b) Não ...... (convir) aos radicais da meritocracia admitir que pode haver boas resoluções obtidas pelo critério do voto.<br />

c) Por que ...... (haver) de caber a um simples passageiro as responsabilidades do comando de uma aeronave?<br />

d) O que aos bons políticos não ...... (poder) faltar, sobretudo nos momentos de decisão, é o espírito público.<br />

e) Não ...... (caber) às associações de classe, em assembleias, avaliar o mérito técnico, julgar a qualificação profissional de<br />

alguém.<br />

24. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) A concordância verbal e nominal está inteiramente<br />

respeitada em:<br />

a) Os níveis alarmantes de poluição da água no planeta, resultante da atividade humana, está dando sinais de que ela<br />

poderá faltar em boa parte do globo terrestre, que já sofre com sua escassez.<br />

b) A proporção entre número de habitantes e oferta de recursos naturais estão em descompasso, levando à necessária<br />

redução no consumo desses recursos que garantem a vida no planeta.<br />

c) Ambientalistas já alertam <strong>para</strong> os perigos à sobrevivência da humanidade, caso os habitantes do planeta continue a<br />

consumir de modo irresponsável os recursos naturais, muitos dos quais já escassos.<br />

d) Existe programas de conscientização da população mundial que busca divulgar formas de consumo sustentável dos<br />

recursos naturais e respeito ao ritmo da natureza, <strong>para</strong> permitir que ela o reponham.<br />

e) É necessário que haja medidas que busquem controlar o consumo predatório dos recursos da natureza que, cada vez<br />

mais escassos, estão sujeitos a uma lenta reposição.<br />

25. (FCC – TRT/PE (6R) – Analista Judiciário – 2012) A concordância verbal está plenamente observada na frase:<br />

a) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e parlamentares acerca<br />

da educação religiosa nas escolas públicas.<br />

b) Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, <strong>para</strong> se<br />

reservar essa prática a setores da iniciativa privada.<br />

c) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública,<br />

consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida.<br />

d) O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do<br />

que ocorrem com o número de escolas públicas.<br />

e) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam <strong>para</strong> as inconveniências<br />

que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas.<br />

26. (FCC – TRT/AM (11R) – Analista Judiciário – 2012) O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado no plural<br />

<strong>para</strong> preencher corretamente a lacuna da frase:<br />

a) Nem todos discriminam, numa foto, os predicados mágicos que a ela se ...... (atribuir) nesse texto.<br />

b) Os tempos que ...... (documentar) uma simples foto, aparentemente congelada, são complexos e estimulantes.<br />

c) A associação entre músicos e fotógrafos profissionais ...... (remeter) às especificidades de cada tipo de sintaxe.<br />

d) A poucos ...... (costumar) ocorrer que as fotografias podem enfeixar admiráveis atributos estéticos, como obras de arte<br />

que são.<br />

e) Imaginem-se os sustos que não ...... (ter) causado aos nativos de tribos remotas a visão de seus rostos fotografados!<br />

27. (FCC – TRT/AM (11R) – Analista Judiciário – 2012) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente<br />

observadas em:<br />

a) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações<br />

ideológicas.<br />

b) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição <strong>para</strong> discutir o sentido de um juízo e as consequências de<br />

sua difusão.<br />

c) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação<br />

de desigualdade.<br />

d) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido.<br />

e) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já


cristalizados.<br />

28. (FCC – TRT/AM (11R) – Técnico Judiciário – 2012) A frase do texto que, ao ser reescrita, mantém o respeito às regras de<br />

concordância e, em linhas gerais, o sentido original é:<br />

a) Outra descoberta foi a de que também existia na figuração de um motivo em que estivesse ausente o ser humano alguns<br />

valores profundos.<br />

b) Uma gama de estados de espírito que não sabemos nomear, apesar de sua grande força, podem ser suscitados pelos<br />

artefatos e signos que o homem produz.<br />

c) É numa concepção de humanidade modificada ao longo do tempo que se assenta noções relativas a uma dimensão<br />

humana da arte.<br />

d) Não fazem muitos anos que na grande arte só se podiam admitir temas heroicos, míticos ou religiosos.<br />

e) As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliados na medida da importância do tema tratado.<br />

29. (FCC – TRT/AM (11R) – Técnico Judiciário – 2012) O verbo que se mantém corretamente no singular, apesar das<br />

alterações propostas entre parênteses <strong>para</strong> o segmento grifado, está na frase:<br />

a) É o desafio do nosso tempo. (os desafios)<br />

b) E isso quando a própria FAO alerta ... (os especialistas da própria FAO)<br />

c) E que a produção precisará crescer 70% até 2050 ... (a produção de alimentos)<br />

d) Tudo acontece num cenário <strong>para</strong>doxal. (Todos os problemas)<br />

e) Um relatório da própria FAO assegura ... (Os dados de um relatório)<br />

30. (Cesgranrio – CMB – Analista (Administrador de Dados) – 2012) No que se refere ao fenômeno da concordância nominal,<br />

no subtítulo do texto, o termo textuais também admite a forma singular.<br />

O período em que, conforme a norma-padrão, o termo destacado pode assumir tanto a forma singular quanto a plural é:<br />

a) Bastantes poemas foram lidos na aula.<br />

b) Custam caro os jornais de domingo.<br />

c) Vendem-se quadros e esculturas usados.<br />

d) Compramos livro e jornal velhos.<br />

e) Na estante, dicionário e livros jogados.<br />

31. (Cesgranrio – CMB – Auxiliar de Operação Industrial Hidráulica – 2012) Considerando-se que há palavras variáveis e<br />

palavras invariáveis na língua portuguesa, qual é a frase que está em DESACORDO com a norma-padrão, no que diz<br />

respeito à concordância?<br />

a) Estamos todos alerta em relação ao problema dos menores de rua.<br />

b) A população está meio descrente em relação a soluções de curto prazo.<br />

c) As organizações que cuidam das crianças receberam bastantes recursos este ano.<br />

d) A partir de hoje, é proibido a adoção de crianças que tenham pais biológicos vivos.<br />

e) No caso de crianças sob maus tratos, muitas vezes, elas próprias fogem <strong>para</strong> as ruas.<br />

32. (Cesgranrio – Petrobras – Geofísico Júnior – 2012) O trecho “O declínio, a decadência alcança maior nitidez na Europa”<br />

apresenta um exemplo de um dos casos de concordância verbal vigentes na norma-padrão do Português.<br />

Outro exemplo em que a concordância se justifica pelo mesmo motivo é o seguinte:<br />

a) A conciliação, a contenda entre os participantes do bloco do euro tem provocado grande insegurança entre os países do<br />

mundo inteiro.<br />

b) A predisposição, a incapacidade de recuperar a decadência econômica tem provocado crises dos países da zona do<br />

euro.<br />

c) A redistribuição, a concentração de poder entre as grandes potências tem mantido o mundo refém de decisões<br />

arbitrárias.<br />

d) O privilégio, a necessidade de compartilhar decisões com outros países gerou um projeto de integração bem sucedido.<br />

e) O recrudescimento, a exacerbação da crise econômica provocou uma reação de protecionismo entre as potências<br />

tradicionais.<br />

33. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Exploração de Petróleo Júnior – 2012) A seguinte frase do Texto I apresenta<br />

concordância nominal de acordo com as regras da norma-padrão da língua portuguesa, já que o adjetivo anteposto<br />

concorda com o primeiro dos dois substantivos que o seguem.<br />

“Com esse resultado, renomadas consultorias e bancos começam a revisar a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) deste<br />

ano.”<br />

No caso de um adjetivo vir posposto a dois substantivos, as seguintes expressões apresentam concordância de acordo com a<br />

norma-padrão, EXCETO:


a) empresas e consultorias renomadas;<br />

b) consultorias e bancos renomadas;<br />

c) consultorias e bancos renomados;<br />

d) bancos e consultorias renomadas;<br />

e) economistas e bancos renomados.<br />

34. (Cesgranrio – Termobahia – Técnico de Inspeção e Instalação Júnior – 2012) O verbo em destaque no trecho abaixo está<br />

no plural concordando com uma determinada palavra.<br />

“Segundo ele, as políticas mais adequadas são aquelas que permitem às mulheres fazerem escolhas sobre o número de filhos<br />

que querem e o momento certo <strong>para</strong> engravidar.”<br />

Essa palavra é:<br />

a) políticas;<br />

b) aquelas;<br />

c) mulheres;<br />

d) escolhas;<br />

e) filhos.<br />

35. (Cesgranrio – Termobahia – Engenheiro de Termelétrica Júnior – 2012) Na expressão destacada no trecho “os alimentos<br />

processados industrialmente tornaram os surtos de fome ‘nacionais’ mais raros”, a concordância nominal está de<br />

acordo com a norma-padrão. Nas frases a seguir, a concordância da palavra destacada está de acordo com a norma<br />

padrão, EXCETO em:<br />

a) A demanda econômica está gerando montanhas de lixo cada vez maiores nas grandes cidades.<br />

b) A ampliação das pesquisas médicas realizadas nas últimas décadas reduziu a mortalidade infantil.<br />

c) As pesquisas de todo o mundo preveem situações de aglomeração calamitosas nos grandes centros.<br />

d) O controle dos nascimentos prematuros efetuados pelo governo é imprescindível <strong>para</strong> as políticas de saúde pública.<br />

e) O acesso a empregos formais conquistado pela população contribui <strong>para</strong> melhor qualidade de vida.<br />

36. (Cesgranrio – Transpetro – Técnico em Mecânica Júnior – 2012) Com relação ao uso da norma-padrão, há um desvio de<br />

concordância na canção abaixo.<br />

Gente que vem de Lisboa<br />

Gente que vem pelo mar<br />

Laço de fita amarela<br />

Na ponta da vela<br />

no meio do mar<br />

Ei nós, que viemos<br />

De outras terras, de outro mar<br />

Temos pólvora, chumbo e bala<br />

Nós queremos é guerrear<br />

Quem me ensinou a nadar<br />

Quem me ensinou a nadar<br />

Foi, foi marinheiro<br />

Foi os peixinhos do mar<br />

Ei nós, que viemos<br />

De outras terras, de outro mar<br />

Temos pólvora, chumbo e bala<br />

Nós queremos é guerrear<br />

MOURA, Otávio A.P. (adaptador e arranjador). Peixinhos do mar (canção folclórica de marujada). Intérprete: Milton<br />

Nascimento.<br />

Esse desvio ocorre no seguinte par de versos:<br />

a) 1 e 2.<br />

b) 6 e 7.<br />

c) 8 e 9.<br />

d) 10 e 11.<br />

e) 12 e 13.<br />

37. (Cesgranrio – Liquigás – Oficial de Manutenção I – 2012) Na abordagem da concordância verbal, as gramáticas


apresentam casos em que o verbo fica invariável, por ser considerado “impessoal”. O exemplo do texto em que o verbo<br />

grifado encontra-se no singular por ser impessoal é:<br />

a) “Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais.”<br />

b) “Eu os buscarei, é óbvio.”<br />

c) “Há alguns anos...”<br />

d) “Vejo motoristas de táxi...”<br />

e) “A maioria dos chefes sente-se no direito...”<br />

38. (Cesgranrio – CEF – Técnico Bancário Novo – 2012) A língua portuguesa conhece situações de dupla possibilidade de<br />

concordância. A modificação possível do termo destacado, mantendo-se a concordância, de acordo com a norma-padrão,<br />

encontra-se em:<br />

a) Jogar games de computador pode fazer bem à saúde – podem.<br />

b) um dos títulos mais populares do gênero no mundo, produzido pela Blizzard – produzidos.<br />

c) escolhidos pelos pesquisadores <strong>para</strong> integrar o grupo – integrarem.<br />

d) o grupo de controle não progrediu – progrediram.<br />

e) é preciso interagir socialmente – interagirem.<br />

39. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) No período “Mas é assim mesmo que se vive: perdida no tempo e no espaço.”<br />

(trecho retirado de um registro literário), o particípio do verbo perder, empregado em estrutura de indeterminação do<br />

sujeito da oração, poderia, conforme regra de concordância nominal, estar na forma masculina, regra da qual, no entanto, a<br />

obra literária prescinde, dada a liberdade que preside a criação artística.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

40. (Cespe/UnB – PF – Agente – 2012) No período “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria<br />

simples...”, como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a forma verbal do predicado<br />

“seria simples” poderia, conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural: seriam.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

41. (Cespe/UnB – PF – Agente – 2012) Em “... que fortalezas seguras, que duro peso de algemas, que profundas<br />

sepulturas nascidas de vossas penas...”, a forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas as expressões nominais<br />

que a antecedem, concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de concordância nominal.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

42. (Cespe/UnB – TCDF – Auditor de Controle Externo – 2012) Em “O fim da Idade Média, no século XV, e o<br />

ressurgimento... representaram...”, a forma verbal “representaram” está no plural <strong>para</strong> concordar com o sujeito<br />

composto da oração, cujos núcleos são “fim”, “século” e “ressurgimento”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

43. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) No trecho “É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas”, o<br />

emprego da forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não ter sujeito explícito.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

44. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A forma verbal “pressionados” (Uma parte da desaceleração de 2011 decorreu da diminuição de estoques em alguns<br />

setores, como o automobilístico, pressionados por importações crescentes e vendas internas estagnadas.) está no<br />

masculino plural porque concorda com “alguns setores”.<br />

45. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção<br />

que apresenta erro gramatical ou de grafia de palavra que prejudica a coerência textual.<br />

Constata-se (1) uma discrepância nas carteiras dos maiores detentores de dinheiro no mundo rico: uma pequena<br />

fração, menos de 10%, está investida (2) nos países emergentes, que, no entanto, já representa (3) mais de 50% do<br />

PIB global. Nesse cenário o Brasil continuará a conviver com maciças (4) entradas de recursos, que devem<br />

manter o real ainda valorizado. O governo precisa favorecer investimentos diretos e conter fluxos mais<br />

especulativos. É tolerável desestimular a entrada de capital aventureiro, mas cumpre evitar exageros que<br />

afugentem (5) o dinheiro bom.


a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 4.<br />

e) 5.<br />

46. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale a opção que fornece a correta justificativa <strong>para</strong> as<br />

relações de concordância no texto abaixo.<br />

O bom desempenho do lado real da economia proporcionou um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A<br />

maior lucratividade das empresas foi decisiva <strong>para</strong> os resultados fiscais favoráveis. Elevaram-se, de forma<br />

significativa e em valores reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as receitas do<br />

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição<br />

<strong>para</strong> o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de salários fez aumentar a<br />

arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência<br />

social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, responsáveis pelo aumento da arrecadação do<br />

IRPF.<br />

a) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural em “deflacionados”.<br />

b) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural em “Elevaram-se”.<br />

c) Emprega-se o singular em “proporcionou” <strong>para</strong> respeitar as regras de concordância com “economia”.<br />

d) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de singular em “fez aumentar”.<br />

e) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância com “relevantes”.<br />

47. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– A flexão de singular em “há” (A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano) devese<br />

à concordância com “otimismo”.<br />

48. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no<br />

texto.<br />

A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais profundamente sobre a relação entre liberdade,<br />

igualdade, autonomia e formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para<br />

alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes<br />

índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) <strong>para</strong> melhorar a vida do<br />

cidadão, soa como um caminho <strong>para</strong> a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras.<br />

(...) A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão<br />

ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, <strong>para</strong> que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de<br />

bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. (...) Em outros termos, não foi a igualdade que<br />

deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que<br />

nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento<br />

criativo e crítico, e a processos transformadores.<br />

a) A flexão de singular em “soa” justifica-se pela concordância com “uma sociedade igualitária”.<br />

b) A enumeração de vários elementos, “liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais” justifica a flexão de plural em<br />

“podem”.<br />

c) Devido ao uso do pronome “se”, o plural em “referem-se” é opcional: estaria igualmente correto empregar o singular:<br />

refere-se.<br />

d) Por se referir a “sociedades desiguais”, o infinito em “podem ser” admitiria também a flexão de plural, serem.<br />

e) O plural no pronome “todos” justifica a flexão de plural em “levaram”.<br />

49. (FCC – TRF (5 a R) – Técnico Judiciário – 2012) Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de<br />

peregrinação.<br />

O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso o segmento grifado seja substituído por:<br />

a) Há folheteiros que;<br />

b) A maior parte dos folheteiros;<br />

c) O folheteiro e sua família;<br />

d) O grosso dos folheteiros;<br />

e) Cada um dos folheteiros.<br />

50. (FCC – TRE/SP – Técnico Judiciário – 2012) ...... tomar medidas que ...... a sobrevivência de algumas espécies de aves na<br />

região.


a) Eram necessários – garantissem.<br />

b) Eram necessárias – garantissem.<br />

c) Era necessário – garantisse.<br />

d) Eram necessárias – garantisse.<br />

e) Era necessário – garantissem.<br />

51. (Instituto Cidades – TCM/GO – Auditor de Controle Externo – 2012) Assinale o item que preenche corretamente as<br />

lacunas, do ponto de vista da concordância verbal.<br />

Já ___ muitos anos que não se lançava nenhum filme mudo, mas ___ muitas pessoas que ainda ____ por este tipo de<br />

filme.<br />

a) devem fazer, tem, se apaixona;<br />

b) deve fazer, há, se apaixonam;<br />

c) deve fazerem, há, se apaixona;<br />

d) fazem, há, se apaixona;<br />

e) faz, haviam, se apaixonarão.


Gabarito<br />

1. INCORRETA. 11. CERTO. 21. D. 31. D. 41. ERRADO.<br />

2. I. 12. CERTO. 22. D. 32. E. 42. ERRADO.<br />

3. INCORRETA. 13. CERTO. 23. C. 33. B. 43. ERRADO.<br />

4. E. 14. CERTO. 24. E. 34. C. 44. CORRETA.<br />

5. NÃO. 15. CERTO. 25. E. 35. D. 45. C.<br />

6. CORRETA. 16. CERTO. 26. A. 36. E. 46. A.<br />

7. B. 17. ERRADO. 27. C. 37. C. 47. INCORRETA.<br />

8. A. 18. ERRADO. 28. E. 38. C. 48. A.<br />

9. ERRADO. 19. ERRADO. 29. C. 39. CERTO. 49. E.<br />

10. ERRADO. 20. E. 30. D. 40. ERRADO. 50. E.<br />

51. B.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 29<br />

Regência Verbal e Nominal


Definição e Particularidades<br />

Antes de começar a estudar este capítulo, é preciso que você volte ao capítulo 19 e estude<br />

tudo sobre Predicação Verbal / Transitividade Verbal. É megaimportante que você faça<br />

isso, ok? Além disso, recomendo que você crie o hábito de consultar dicionários de regência<br />

verbal e nominal, principalmente do Celso P. Luft. Os compêndios deste estudioso servem de<br />

base <strong>para</strong> a confecção das questões trabalhadas pelas bancas. Em futuros “recursos” contra<br />

questões, use as lições do homem como defesa de tese. Agora vamos ao que interessa...<br />

Regência é a relação de dependência entre os componentes de uma oração ou entre<br />

orações. Mas o que nos deve interessar, principalmente <strong>para</strong> os concursos, é este conceito:<br />

“regência é a maneira como o nome ou o verbo se relacionam com seus complementos, com<br />

preposição ou sem ela”.<br />

Quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um complemento<br />

preposicionado, dizemos que este nome é um termo regente e que seu complemento é um<br />

termo regido. Por um motivo muito simples: há uma relação de dependência entre o nome e o<br />

seu complemento.<br />

Lembre-se: o nome (substantivo, adjetivo e advérbio) exige um complemento nominal<br />

sempre iniciado por preposição, exceto se o complemento vier em forma de pronome oblíquo<br />

átono.<br />

Aqui vai uma dica: Cuidado com questões em que a banca afirma que um termo<br />

preposicionado é um complemento nominal, quando, na verdade, é um adjunto adnominal, um<br />

adjunto adverbial ou um agente da passiva. Revisite esses termos sintáticos!<br />

No caso do verbo, a relação mantida com seu complemento pode ou não se dar por meio de<br />

preposição. Por isso é bom que relembremos os conceitos de transitividade verbal (ou<br />

predicação verbal). Assim como o nome, o verbo mantém uma relação de dependência<br />

sintática com seu complemento, em que o verbo é o termo regente e seu complemento, o<br />

termo regido.<br />

Veja a relação entre alguns nomes (substantivo, adjetivo e advérbio) e seus complementos:<br />

Sempre senti ojeriza a qualquer atitude desonesta.<br />

Ojeriza é um substantivo. Quem sente ojeriza... sente ojeriza a, contra, por algo ou alguém.<br />

Portanto, a qualquer atitude desonesta é um complemento nominal de ojeriza.<br />

Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram leais.<br />

Leal é um adjetivo. Quem é leal... é leal a algo ou a alguém. Neste exemplo, o complemento<br />

nominal veio em forma de pronome oblíquo átono, que, se passado a oblíquo tônico, ficaria


assim, no contexto: leais a ele. É assim que cai em prova de concurso.<br />

A exposição de pinturas, evento realizado <strong>para</strong>lelamente<br />

ao musical, terminou.<br />

Paralelamente é um advérbio que exige a preposição a. Portanto, ao musical é um<br />

complemento nominal de <strong>para</strong>lelamente.<br />

Veja agora a relação entre alguns verbos e seus complementos:<br />

Já fui a parques de todo o mundo.<br />

Neste caso, o verbo ir rege um complemento iniciado pela preposição a. Quem vai... vai a<br />

algum lugar (real ou virtual). A gramática tradicional considera tal complemento um<br />

adjunto adverbial, e é assim que vem caindo em prova até então.<br />

Neste ano, os candidatos conquistaram a tão sonhada classificação.<br />

O verbo conquistar exige um complemento sem que nenhuma preposição intermedeie a<br />

ligação entre o verbo e seu complemento direto. Quem conquista... conquista alguém ou<br />

alguma coisa.<br />

Em nenhum momento nós desistimos do que nos motivava!<br />

O verbo desistir exige um complemento preposicionado, em que a preposição de liga o<br />

verbo a seu complemento indireto. Quem desiste... desiste de algo ou de alguém. Detalhe: o<br />

núcleo do objeto indireto é o (= aquilo). Veja de novo: “... desistimos do (= daquilo) que<br />

nos motivava!”.<br />

Garçom, por gentileza, ofereça ao amigo o melhor prato da casa.<br />

O verbo oferecer exige um complemento sem preposição (o melhor prato da casa) e um<br />

complemento com preposição (ao amigo). Quando vem em forma de pronome átono (“lhe”,<br />

p. ex.), obviamente não há preposição explícita no complemento indireto (ou objeto<br />

indireto).<br />

Enfim, a regência nominal ou verbal trata da relação de dependência entre termos dentro<br />

da oração, como atestamos.<br />

É bom dizer também que ocorre regência nominal e verbal entre orações. Lembra-se das<br />

orações subordinadas substantivas? Entre elas e suas orações principais também há regência<br />

nominal e verbal. Quer ver?<br />

Tenho noção de que preciso empenhar-me em busca do melhor.<br />

O nome noção, que faz parte da oração principal, rege um complemento nominal oracional<br />

(ou uma oração subordinada substantiva completiva nominal). Afinal, “quem tem noção...


tem noção de...”.<br />

Tanto ela quanto ele só gostam de quem gosta deles.<br />

O verbo gostar da oração principal exige igualmente um complemento preposicionado, que,<br />

neste caso, é uma oração subordinada substantiva objetiva indireta justaposta. Quem gosta...<br />

gosta de...<br />

Saiba que, se os “homens da banca” quiserem derrubá-lo, vão elaborar questões com<br />

esses... digamos... “detalhes”... Todo cuidado é pouco a partir de agora! Leia atentamente!<br />

1) É importante dizer que, se um verbo ou um nome da oração subordinada adjetiva exigir a<br />

presença de uma preposição, esta ficará obrigatoriamente antes do pronome relativo.<br />

– O filho, por quem a mãe tinha admiração, era honesto.<br />

– O dinheiro de que a Secretaria Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro dispõe não<br />

pagará as despesas vultosas e crescentes.<br />

– Informo que os cursos a respeito das principais bancas, às quais fiz menção nas<br />

últimas aulas, estão na pasta B.<br />

– “Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo.” (<strong>Fernando</strong> Pessoa)<br />

– A tese contra a qual opusemos argumentos era a de que a beleza não põe mesa.<br />

2) Acho superválido dizer também que alguns nomes e verbos, com regências diferentes,<br />

podem reger o mesmo complemento. Só que isso é polêmico... A maioria dos gramáticos<br />

tradicionais diz que nomes de regências diferentes NÃO podem ter um só complemento.<br />

Enfim, veja os exemplos a seguir <strong>para</strong> ficar mais claro:<br />

Pedro e Larissa assistiram e gostaram da sessão de cinema.<br />

Saiba que o verbo assistir (no sentido de ver) rege um complemento pela preposição a, e<br />

que o verbo gostar o faz pela preposição de. Logo, se cada verbo tem sua maneira própria<br />

de reger um complemento, é preciso haver um complemento <strong>para</strong> cada verbo – dizem as<br />

gramáticas mais tradicionais. Em outras palavras, tradicionalmente, a frase acima deveria<br />

estar escrita assim:<br />

Pedro e Larissa assistiram à sessão de cinema e gostaram dela.<br />

Não obstante, Bechara e Cegalla, por exemplo, pensam diferente. Veja o que Cegalla diz:<br />

“Por concisão, pode-se... dar um complemento comum a verbos (e mais à frente ele fala o<br />

mesmo sobre os nomes) de regência diferente.”. Daí, segue o exemplo dele: “Os devotos<br />

entravam e saíam da igreja [Em vez de: Os devotos entravam na igreja e saíam dela]”.<br />

Com essas palavras concluímos que, na hora da prova, como as bancas de concursos<br />

públicos não costumam divulgar bibliografia, devemos observar bem a questão, analisar<br />

todas as alternativas e, se figurar alguma com a visão “não ortodoxa” e alguma com a


“tradicional”, opte pela tradicional. “Mas, <strong>Pestana</strong>, e se só houver a visão ‘não ortodoxa’ na<br />

questão, o que faço com a informação da ‘tradicional’ na cabeça?” Resposta: Ignore-a<br />

completamente, marque a visão “não ortodoxa” e seja feliz!<br />

A visão “tradicional”, inclusive, proíbe construções com mais de uma preposição<br />

(essencial, acidental ou locução prepositiva) com sentido diferente se referindo a um só<br />

termo. A “não ortodoxa” (Bechara e Cegalla) aprova tais construções. Veja um exemplo da<br />

construção “não ortodoxa”, seguida da “tradicional”:<br />

Choveu antes, durante e depois do jogo. (não ortodoxa)<br />

Choveu antes do jogo, durante o jogo e depois dele. (tradicional)<br />

Veja mais exemplos da visão “não ortodoxa”:<br />

Você é a favor ou contra esta lei?<br />

Com ou sem ela, estou indo <strong>para</strong> a Inglaterra ainda esta noite.<br />

Reescrevendo-as na visão “tradicional”:<br />

Você é a favor desta lei ou contra ela?<br />

Com ela ou sem ela, estou indo <strong>para</strong> a Inglaterra ainda esta noite.<br />

3) Verbos com regências iguais, por outro lado, podem ter o mesmo complemento:<br />

O Brasil costuma exportar e importar certos produtos agrícolas.<br />

4) Outra questão polêmica é a seguinte: pode ou não um sujeito de verbo no infinitivo vir<br />

contraído com uma preposição? Novamente... Cegalla, Bechara, Sílvio Elia e Souza da<br />

Silveira têm uma visão “não ortodoxa” do assunto, apesar de explicitarem a visão<br />

“tradicional”. Quer conhecer a visão “tradicional”? Então... lá vai: ela diz que um sujeito<br />

não pode ser regido de preposição diante de qualquer verbo (infinitivo ou não). Ponto.<br />

Exemplo:<br />

É chegada a hora de os meninos serem se<strong>para</strong>dos dos adultos.<br />

Para o imortal Bechara, tanto faz, você decide. A visão “não ortodoxa” aprova a contração:<br />

É chegada a hora de os meninos serem se<strong>para</strong>dos dos adultos.<br />

ou<br />

É chegada a hora dos meninos serem se<strong>para</strong>dos dos adultos.<br />

Aí vem sua famigerada pergunta: “<strong>Pestana</strong>, o que faço na prova?” O mesmo que eu falei<br />

agora há pouco: devemos observar bem a questão, analisar todas as alternativas e, se figurar<br />

alguma alternativa com a visão “não ortodoxa” e alguma com a “tradicional”, opte pela<br />

tradicional. Veja:<br />

O fato do Brasil e dos Estados Unidos se acharem no mesmo continente é um<br />

acidente geográfico.<br />

Certo ou errado? Depende da prova, depende da questão. A visão “tradicional” repudia; a<br />

“não ortodoxa” aprova. Na dúvida, já expus a polêmica. Agora estude e fique atento! É com


você. A Esaf aprova ambas as estruturas.<br />

5) Apesar de já haver falado disso no capítulo de Orações Subordinadas Substantivas,<br />

reitero: a preposição exigida por verbo ou nome pode vir implícita antes de orações<br />

subordinadas substantivas objetivas indiretas e completivas nominais. Essa é a visão<br />

“não ortodoxa”. A “tradicional” diz que precisa haver preposição explícita.<br />

Esqueceu-se de que tenho oitenta anos? (tradicional)<br />

Esqueceu-se ( ) que tenho oitenta anos? (não ortodoxa)<br />

Tinha a impressão de que estava certo. (tradicional)<br />

Tinha a impressão ( ) que estava certo. (não ortodoxa)<br />

6) É muito frequente questão de regência verbal envolvendo pronomes oblíquos átonos e<br />

pronomes relativos. Principalmente na FCC há questões recorrentes de “regência com<br />

pronome relativo”, em que a preposição, exigida por verbo ou nome da oração adjetiva,<br />

fica obrigatoriamente antes do pronome relativo. Sendo assim, veja dois exemplos<br />

hipotéticos de questões desse tipo.<br />

Exemplo 1:<br />

Informei aos alunos aquela notícia tão aguardada.<br />

Levando-se em conta a regência verbal, as reescrituras possíveis da frase acima são:<br />

I - Informei-lhes aquela notícia tão aguardada.<br />

II - Informei-a aos alunos.<br />

III - Informei-os daquela notícia tão aguardada.<br />

IV - Informei-lhes daquela notícia tão aguardada.<br />

a) I e II.<br />

b) II e III.<br />

c) III e IV.<br />

d) I, II e III.<br />

e) II, III e IV.<br />

Comentário: O gabarito é a letra D, pois “quem informa, informa algo (OD) a alguém (OI)”,<br />

ou “quem informa, informa alguém (OD) de algo (OI)”. O verbo é transitivo direto e<br />

indireto, logo exige um objeto direto e um objeto indireto. Por isso, observe: I- Informeilhes<br />

(OI) aquela notícia tão aguardada (OD). II- Informei-a (OD) aos alunos (OI). III-<br />

Informei-os (OD) daquela notícia tão aguardada (OI). IV- Informei-lhes (OI) daquela<br />

notícia tão aguardada (OI). O verbo informar não exige dois objetos indiretos, logo a<br />

reescritura IV está errada. Lembre-se de que os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as, lo,<br />

las, los, las, no, na, nos, nas exercem função de objeto direto, nunca de objeto indireto. Já<br />

lhe, lhes exercem função de objeto indireto, nunca de objeto direto. Saiba também que os<br />

pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos podem exercer função de objeto direto, objeto<br />

indireto etc. Consulte Funções Sintáticas dos Pronomes Oblíquos Átonos, no capítulo 21.<br />

Exemplo 2:<br />

Os assuntos gramaticais de que venho tratando aqui são muito importantes.<br />

Assinale a alternativa que apresenta regência adequada, como na frase acima.


a) Respeitar padrões morais é uma qualidade da qual não abrem mão certos homens.<br />

b) A força do nosso trabalho, de que não relutamos em vender, dificilmente será paga.<br />

c) A barbaridade de que serviu ao poeta de tema não espantou os civilizados.<br />

d) O autor do texto, de cuja convicção estamos longe de alcançar, desconfia de tudo.<br />

e) Os maus tempos dos quais estamos atravessando devem-se a uma falta de previsão.<br />

Comentário: O gabarito é a letra A, pois o verbo abrir, no contexto, é VTDI (abre-se mão<br />

(OD) de algo (OI)). Logo, a preposição de fica obrigatoriamente antes do pronome relativo.<br />

Nos demais casos, há erro de regência, pois nenhum verbo ou nome das orações adjetivas<br />

exige preposição, devendo ser reescritas assim: b) A força do nosso trabalho, que não<br />

relutamos em vender, dificilmente será paga. c) A barbaridade que serviu ao poeta de tema<br />

não espantou os civilizados. d) O autor do texto, cuja convicção estamos longe de alcançar,<br />

desconfia de tudo. e) Os maus tempos os quais estamos atravessando devem-se a uma falta<br />

de previsão.


Regência Verbal<br />

Antes de entrarmos na regência de alguns verbos tradicionais, é preciso que você saiba o<br />

seguinte: não é possível abordar todos os verbos em uma gramática, <strong>para</strong> isso existem<br />

Dicionários de Regência. No entanto, saiba que as provas costumam abordar os mesmos<br />

verbos. Graças a Deus! De mais de 11.000 verbos e suas regências, você precisará conhecer<br />

cerca de 40. Não pense que isso é muito, pois o candidato realmente pre<strong>para</strong>do ou engajado<br />

ficará feliz em saber isso.<br />

Pontos importantíssimos<br />

1) O lhe<br />

O lhe exerce função de objeto indireto, nunca de objeto direto, por isso certas frases (“Não<br />

lhe vejo há muito tempo.”) são equivocadíssimas. Se o verbo ver é transitivo direto, não<br />

podemos usar lhe como seu complemento. O adequado à norma culta é: “Não o vejo há muito<br />

tempo.” ou “Não a vejo há muito tempo.” ou “Não te vejo há muito tempo.”. Saiba também<br />

que o lhe não serve de complemento <strong>para</strong> alguns verbos, como: aludir, anuir, aceder, aspirar<br />

(= almejar), assistir (= ver), escarnecer, proceder, presidir, recorrer, referir-se (= aludir),<br />

visar (= almejar).<br />

2) Preposições e prefixos verbais<br />

Apesar de não ser uma regra fixa, é um fato linguístico que alguns verbos regem preposição<br />

semelhante a seus “prefixos”: concorrer com, deduzir de, depender de, incluir em, aderir a,<br />

concordar com, coincidir com, conviver com, embarcar em, peregrinar por, interpor entre,<br />

perpassar por, compactuar com, compartilhar com, contemporizar com, implicar em...<br />

3) Verbos pronominais<br />

É bom saber que alguns verbos não pronominais (não acompanhados da partícula integrante<br />

se) podem se tornar pronominais. Quando isso ocorre, sua regência muda. De transitivos<br />

diretos passam a transitivos indiretos: aborrecer (aborrecer-se com), aconselhar<br />

(aconselhar-se com), alegrar (alegrar-se com), apoderar (apoderar-se de), aproveitar<br />

(aproveitar-se de), armar (armar-se de), carregar (carregar-se de), cercar (cercar-se de),<br />

comunicar (comunicar-se com), debater (debater-se com, contra, em, entre, sob), defender<br />

(defender-se de), dedicar (dedicar-se a), enganar (enganar-se em), esquecer (esquecer-se<br />

de), lembrar (lembrar-se de), limitar (limitar-se a), orgulhar (orgulhar-se de), recordar<br />

(recordar-se de), referir (referir-se a), tratar (tratar-se de), zangar (zangar-se com),<br />

precaver (contra/de), etc.<br />

Além disso, existem certos verbos, essencialmente pronominais, que sempre exigem<br />

complemento preposicionado: apaixonar-se por, arrepender-se de, atrever-se a, candidatar-


se a, dignar-se de, engalfinhar-se com, esquivar-se de, esforçar-se em/<strong>para</strong>/por, queixar-se<br />

de, refugiar-se em/de etc.<br />

Não são pronominais: antipatizar, confraternizar, ombrear, proliferar, silenciar,<br />

simpatizar, sobressair etc. Logo, há incorreção gramatical em: “Os jovens procuram se<br />

sobressair na internet, a qual é um universo anárquico.”. A forma culta é: “Os jovens<br />

procuram sobressair na internet, a qual é um universo anárquico.”.<br />

4) Voz verbal e regência<br />

Há verbos transitivos indiretos, como apelar, assistir (= ver), pagar/perdoar (com<br />

complemento de pessoa), responder etc., em que há “concessões” <strong>para</strong> o uso da forma<br />

passiva, como diz Bechara. Napoleão Mendes de Almeida vai além, defendendo o uso de<br />

assistir (= ver) na voz passiva. Veja:<br />

– Não apelaram da sentença. / A sentença não foi apelada.<br />

– Muitas pessoas assistiram à missa. / A missa foi assistida por muitas pessoas.<br />

– Pagamos às empregadas. / As empregadas foram pagas por nós.<br />

– Todos lhe perdoaram. / Ele foi perdoado por todos.<br />

– Reponder-se-ão às dúvidas. / As dúvidas serão respondidas.<br />

– João abusou de Maria. / Maria foi abusada por João.<br />

Os verbos obedecer e desobedecer, apesar de hoje serem transitivos indiretos, eram<br />

considerados transitivos diretos antigamente. Por esse motivo, muitos gramáticos registram<br />

que tais verbos podem figurar na voz passiva: A ordem da mãe não foi obedecida pelo filho. /<br />

Obedeceu-se a ordem.<br />

Outra informação importante é que os verbos assistir (= ajudar) e pagar/perdoar (com<br />

complemento de coisa) podem ser passados <strong>para</strong> a voz passiva analítica normalmente, pois,<br />

nesses casos, eles são transitivos diretos:<br />

– O professor continua assistindo os alunos. / Os alunos continuam sendo assistidos pelo<br />

professor.<br />

– Tomara que tenham perdoado toda a dívida. / Tomara que toda a dívida tenha sido<br />

perdoada.<br />

Mas a grande verdade é que a tradição da língua culta NÃO tolera que verbos transitivos<br />

indiretos sejam passados <strong>para</strong> a voz passiva. E é assim que 99% das bancas veem tal fato.<br />

Fique esperto!<br />

Verbos com mais de uma regência sem mudança de sentido<br />

Tais verbos costumam ser indistintamente transitivos diretos ou indiretos:<br />

– O rei abdicou o trono. / O rei abdicou do trono.


– A secretária atendeu o telefone. / A secretária atendeu ao telefone.<br />

– A noite antecede o amanhecer. / A noite antecede ao amanhecer.<br />

– Acredito que Deus existe. / Acredito na existência de Deus.<br />

Obs.: Os verbos acreditar, crer, pensar e sinônimos (ao expressar uma opinião, um<br />

julgamento) são VTDs quando seu complemento é uma oração subordinada substantiva<br />

objetiva direta: Penso (VTD) que devo estudar mais (OD).<br />

– Na prova, atente o que estiver diante de seus olhos. / Na prova, atente a/em/<strong>para</strong> o que<br />

estiver diante de seus olhos.<br />

– Anseio/Almejo uma vida estável. / Anseio/Almejo por uma vida estável.<br />

– Durante uma semana, eu cogitei aquela vingança. / Durante uma semana, eu cogitei<br />

naquela vingança.<br />

– Como o patrão consente tantos erros? / Como o patrão consente em tantos erros?<br />

– Declinou o cargo. / Declinou do cargo.<br />

– Desfrutemos o bom da vida! / Desfrutemos do bom da vida!<br />

Obs.: Os verbos desfrutar e usufruir são tradicionalmente vistos, inclusive em manuais de<br />

redação oficiais, como VTDs (complemento sem preposição), mas Celso Pedro Luft diz<br />

que a variante regencial usufruir de, não faz mais que seguir o modelo da base<br />

verbal fruir: fruir as utilidades, fruir dos bens. Isso porque o verbo fruir, em todas as<br />

suas acepções, pode ser usado como transitivo direto ou como transitivo indireto,<br />

regendo a preposição de. A alternância de regência não implica alteração do sentido do<br />

verbo. Em outras palavras, tais verbos podem ser encontrados como VTDs, sem<br />

preposição, ou como VTIs, regendo a preposição de, segundo Celso Pedro Luft.<br />

Francisco Fernandes já os vê como VTDs. Sobre isso, consulte: CONSULPLAN –<br />

PREF. PORTO VELHO/RO – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2012 – QUESTÃO<br />

5 e).<br />

– Desdenho tua sabedoria. / Desdenho de tua sabedoria.<br />

– “Na penumbra da noite deparei um vulto estranho.” (Cegalla) / Na penumbra da noite<br />

deparei com um vulto estranho.<br />

Obs.: Quem se de<strong>para</strong> se de<strong>para</strong> com algo ou alguém. Cuidado com essa regência junto a<br />

pronome relativo: “A situação que se de<strong>para</strong> com frequência não o surpreende.”<br />

(incorreta) / “A situação com que se de<strong>para</strong> com frequência não o surpreende.”


(correta).<br />

– Ele goza sua melhor forma. / Ele goza de sua melhor forma.<br />

– Não necessitam/precisam defesa de ninguém. (forma rara atualmente) / Não<br />

necessitam/precisam da defesa de ninguém.<br />

– O nascimento do filho obstou a viagem. / O nascimento do filho obstou à viagem.<br />

Obs.: Tais regências são abonadas por Celso Pedro Luft e por Francisco Fernandes.<br />

– O trovão precedeu o temporal. / O trovão precedeu ao temporal.<br />

– O padre presidirá a cerimônia. / O padre presidirá à cerimônia.<br />

– O político, mais um, renunciou o cargo. O político renunciou ao cargo.<br />

– Satisfez sua necessidade? / Satisfez à sua necessidade?<br />

Cuidado!!!<br />

Alguns verbos transitivos diretos seguidos de preposição, segundo Bechara, “dão um<br />

colorido especial ao contexto”. Lembra-se dos casos de objeto direto preposicionado?<br />

Então, lá há alguns verbos que fazem parte de expressões idiomáticas do português junto<br />

com seus complementos preposicionados. Exemplos:<br />

– Comi o bolo. / Comi do bolo. (Apenas um pedaço do bolo – não ele todo – foi comido; a<br />

preposição neste caso tem um papel semântico indicando “partição”.)<br />

Na edição de junho de 2011 da revista Piauí, o professor Evanildo Bechara diz que “a<br />

função das preposições não é sintática, mas semântica. Pegar uma linha indicaria nada mais<br />

do que segurá-la. Mas pegar da linha implica que ela será utilizada”. O erudito disse mais:<br />

“É impressionante como os bons autores aproveitam todas as faculdades da língua”,<br />

comentou. No inglês, o fenômeno, conhecido como two-word verbs, é largamente utilizado.<br />

Look é “olhar”. Acrescido da preposição for, quer dizer “procurar”, look for. Bechara<br />

explicou então que “cumprir o dever” é diferente de “cumprir com o dever”, que exige<br />

sacrifício [zelo, esforço].<br />

O mesmo se dá com fazer, que pode figurar como “Fazer que...” ou “Fazer com que”, em<br />

que a preposição apenas serve de ênfase ao objeto direto: “Pouco conhecimento faz (com)<br />

que as pessoas se sintam orgulhosas.”. (Leonardo Da Vinci)<br />

Verbos que normalmente mudam de sentido devido à regência<br />

Para facilitar sua vida, apresentarei os verbos mais corriqueiros nos concursos. É óbvio<br />

que existem outros não tão populares assim em seu concurso... e, por isso mesmo,


normalmente de fácil percepção quanto à regência. Caso você queira mais, recomendo a<br />

consulta ao Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso P. Luft, ou ao Dicionário de<br />

Verbos e Regimes, de Francisco Fernandes, ou ainda ao Dicionário de Regência Verbal, de<br />

Antenor Nascentes. São as grandes referências no assunto.<br />

Usarei algumas siglas: VI (verbo intransitivo), VTD (verbo transitivo direto), VTI (verbo<br />

transitivo indireto) e VTDI (verbo transitivo direto e indireto, ou bitransitivo). Suas<br />

respectivas preposições, quando houver, virão junto. Vamos lá!<br />

Agradar<br />

Acariciar, fazer carinho (VTD)<br />

– A mãe agradou seu filho no colo.<br />

Satisfazer, alegrar, contentar (VTI – a)<br />

– Este espetáculo sempre agrada ao público.<br />

Obs.: Não ortodoxamente, Luft diz que neste último caso, o verbo pode ser VTD: Este<br />

espetáculo agradou-o. Na hora da prova, analise todas as opções possíveis, ficando<br />

com a “melhor resposta”.<br />

Agradecer<br />

VTD (complemento “coisa”)<br />

– Alguns sem-teto agradeceram nosso auxílio.<br />

VTI (complemento “pessoa”; acompanhado ou não de adjunto adverbial de causa)<br />

– Devemos agradecer a Deus (quem crê, é claro) pelas bênçãos diárias.<br />

VTDI (OD (“coisa”) / OI (“pessoa”) – a)<br />

– Agradeceste-lhe (a ele) o elogio?<br />

Ajudar<br />

Facilitar (VI)<br />

– Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda. (dito popular)<br />

Auxiliar (VTD)<br />

– Deus ajuda quem cedo madruga. (dito popular)<br />

Auxiliar (VTI – em)<br />

– Ele sempre ajuda na reforma da Igreja.<br />

Auxiliar (VTDI (OD: “pessoa” / OI: “coisa” – em)<br />

– Os irmãos não se ajudam em nada.<br />

Obs.: Quando o OI tem como núcleo um verbo no infinitivo, Celso P. Luft diz que é iniciado<br />

pela preposição a, sendo desaconselhada na linguagem culta formal o uso de lhe na


posição de objeto direto: “Vou ajudar-lhe a arrumar o quarto.” (regência<br />

desaconselhada) / “Vou ajudá-lo a arrumar o quarto.” (regência aconselhada). Já<br />

Francisco Fernandes diz que tanto faz. É a visão do Luft, porém, que prevaleceu na visão<br />

do Cespe/UnB, que ignorou o ensinamento de Francisco Fernandes: Cespe/UnB –<br />

ANATEL – TÉCNICO EM REGULAÇÃO – 2006 – QUESTÃO 11.<br />

Apelar<br />

Interpor recurso judicial à instância superior, recorrer (VTI – de)<br />

– O advogado apelou da decisão.<br />

Pedir socorro/ajuda (VTI – a, <strong>para</strong>)<br />

– Aquela mulher feia teve de apelar <strong>para</strong> o santo casamenteiro.<br />

Aspirar<br />

Respirar, inspirar, sugar (VTD)<br />

– Em regiões muito altas, é difícil aspirar o ar.<br />

Almejar, pretender alcançar (VTI – a)<br />

– Nunca mais aspirarei a amores impossíveis.<br />

Obs.: O pronome oblíquo átono lhe nunca é usado como complemento deste verbo. Logo,<br />

usamos o pronome oblíquo tônico: “Nunca mais aspirarei a eles (a amores<br />

impossíveis).”.<br />

Assistir<br />

Morar, residir, habitar (VI – em)<br />

– Assisto em Copacabana há 15 anos.<br />

Obs.: Lembre-se de que em Copacabana não é um complemento <strong>para</strong> os gramáticos<br />

tradicionais, em outras palavras, não é um objeto indireto, mas sim um adjunto adverbial<br />

de lugar! Lembrando que este é um dos verbos que indicam<br />

moradia/estaticidade/permanência.<br />

Ajudar, auxiliar, apoiar, prestar assistência (VTD (preferencialmente) ou VTI – a)<br />

– O professor assistia frequentemente a aluna com dificuldade.<br />

– O professor assistia-lhe (a ela) frequentemente.<br />

Ver (e ouvir), presenciar, observar (VTI – a)<br />

– Quando namorávamos, assistíamos a vários shows.


Obs.: O pronome oblíquo átono lhe nunca é usado como complemento deste verbo, nesta<br />

acepção. Logo, usamos o pronome oblíquo tônico: “Quando namorávamos, assistíamos<br />

a eles (a vários shows).”.<br />

Ser da competência de, caber, competir (VTI – a)<br />

– Não lhe (a você) assiste dizer se isto é certo ou errado.<br />

Atender<br />

Veja uma questão da Esaf que elucida tudo sobre a regência deste verbo:<br />

(Esaf – IRB – Analista de Sistemas – 2004)<br />

– Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regência verbal.<br />

a) Atender uma explicação. / Atender a um conselho.<br />

b) O diretor atendeu aos interessados. / O diretor atendeu-os no que foi possível.<br />

c) Atender às condições do mercado. / Os requerentes foram atendidos pelo juiz.<br />

d) Atender o telefone. / Atender ao telefone.<br />

e) Ninguém atendeu <strong>para</strong> os primeiros sintomas da doença. / Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.<br />

GABARITO: E. Esta questão trata de todas as acepções do verbo atender. A maior parte<br />

das frases da questão foi retirada do livro de regência de Celso Pedro Luft (lembra que eu<br />

falei dele?!). Vamos lá...<br />

a) O verbo será VTD ou VTI no sentido de dar ou prestar atenção.<br />

b) No sentido de servir, acolher, deferir, tomar em consideração, é VTD ou VTI. Se o complemento deste verbo for<br />

um pronome oblíquo átono, só serão aceitas as formas diretas “o, a, os, as (e variações)”.<br />

c) VTD ou VTI no sentido de tomar em consideração, considerar, levar em conta, ter em vista, deferir. Por ser<br />

também VTD, a voz passiva analítica é adequada: foram atendidos.<br />

d) VTD ou VTI no sentido de escutar e responder (ao telefone).<br />

e) no sentido de atentar, re<strong>para</strong>r, é VTI, podendo reger as preposições a, em, <strong>para</strong>: 1 a frase da opção E; mas... há<br />

uma forma incorreta, que é: “Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio”. Neste sentido, não há<br />

como o verbo atender ser pronominal (com partícula integrante ‘se’). Deveria ser: “Ninguém atendeu aos (<strong>para</strong> os<br />

ou nos) primeiros alarmes de incêndio”.<br />

Luft ainda fala que, no sentido de conceder audiência a, é VTD: O Papa atenderá os<br />

peregrinos.<br />

Chamar<br />

Convocar, convidar (VTD)<br />

– O técnico brasileiro chamou o novo talento <strong>para</strong> a seleção.<br />

Invocar <strong>para</strong> auxílio ou proteção, normalmente apelando (VTD ou VTI (por))<br />

– Chamaram (por) Jeová quando em extrema dificuldade.<br />

Classificar, qualificar, nomear (VTD ou VTI – a)<br />

– Chamei o professor (de) inteligente. / Chamei-o (de) inteligente.<br />

– Chamei ao professor (de) inteligente / Chamei-lhe (de) inteligente.<br />

Obs.: A preposição de é facultativa em de inteligente, que é um predicativo do objeto.


Relembrando: o verbo transobjetivo é aquele que exige um complemento (OD ou OI) +<br />

um predicativo do objeto.<br />

Chegar<br />

Tradicionalmente VI (vem acompanhado de adjunto adverbial de lugar, iniciado sempre<br />

pela preposição a, nunca por em)<br />

– Nosso time nunca chegou a uma posição decente na tabela.<br />

Obs.: O mesmo vale <strong>para</strong> outros verbos que indicam deslocamento, como ir: Quem vai... vai<br />

a algum lugar. Detalhe: “Quando alguém vai <strong>para</strong> algum lugar” significa ir e se<br />

demorar (ou ir e ficar). O Luft entende que tais verbos (ir e chegar, por exemplo)<br />

podem se classificados como transitivos indiretos. Veja isto: FCC – DPE/SP –<br />

AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – 2013 – QUESTÃO 9.<br />

Conferir<br />

Examinar (VTD)<br />

– Conferimos a redação do candidato, a qual estava excelente.<br />

Atribuir, imprimir certa característica (VTDI – a)<br />

– O júri conferiu prêmios aos melhores concorrentes.<br />

– Os pormenores conferiam verossimilhança à história.<br />

Estar de acordo (VI ou VTI – com)<br />

– O laudo confere.<br />

– A descrição do suspeito não confere com o depoimento da testemunha.<br />

Constar<br />

Ser composto de, consistir em, conter; estar incluído (VTI – de)<br />

– A epopeia consta de dez cantos.<br />

Estar incluso (VTI – de/em)<br />

– Este consta da/na antologia do poeta Drummond.<br />

Ser sabido (VTI (a) – o sujeito da frase é normalmente uma oração)<br />

– Não me (a mim) constava que ela passou na prova.<br />

Custar<br />

Indicando preço, valor (VI; acompanhado de adjunto adverbial de preço)<br />

– Nosso carro custou duzentos mil reais.<br />

Obs.: Francisco Fernandes (e o próprio Luft, em OBS) diz que é VTD, em que duzentos mil<br />

reais seria um OD.


Demorar (VI)<br />

– Custaram, mas chegaram, enfim.<br />

Causar, provocar, acarretar, resultar (VTDI – a)<br />

– A arrogância pode custar-lhe (a ele) o emprego.<br />

Ser custoso, difícil (VTI – a)<br />

– Nós custamos a aprender Português (construção coloquial)<br />

– Custou-nos(a) aprender Português (construção culta)<br />

Obs.: Lê-se a última frase assim: “Aprender Português (sujeito) custou (foi custoso,<br />

difícil) a nós (objeto indireto).”. Ainda sobre a última frase: a preposição antes do<br />

infinitivo é expletiva, não alterando a análise sintática da oração. Sobre esta última<br />

regência, consulte: FUNRIO – MPOG – Analista ADMINISTRATIVO – 2009 –<br />

QUESTÃO 4.<br />

Dar<br />

Tornar-se (VL)<br />

– O ex-atleta deu um bom empresário.<br />

Bastar (VI)<br />

– Esse dinheiro não dá.<br />

Registrar, emitir, informar... (VTD)<br />

– A mídia deu a notícia ontem.<br />

Bater, topar... (VTI – com)<br />

– O homem deu com o joelho na escada rolante.<br />

Entregar, ceder... (VTDI – a/<strong>para</strong>/em)<br />

– A mãe deu à luz um filho lindo.<br />

– Só dou conselhos bons <strong>para</strong> ele porque desejo que ele seja um bom filho.<br />

– A mão lhe (nele) deu muitas bofetadas ao longo da vida.<br />

Obs.: Sobre “dar-se o trabalho” e “dar-se ao trabalho”, ambas as expressões estão certas.<br />

Analisa-se assim a primeira expressão: dar-se (OI) o trabalho (OD). E a segunda,<br />

assim: dar-se (OD) ao trabalho (OI).<br />

Desculpar<br />

VTD<br />

– Eu o desculpo e desculpo o erro de seus irmãos, mas esta é a última vez.<br />

VTDI (de/a)<br />

– Peço que a desculpe dessas falhas.


– Peço que lhe (a ela) desculpe essas falhas.<br />

Obs.: No sentido de justificar-se, rege a preposição com: Não se desculpe com esses<br />

argumentos fracos, pois de nada valem.<br />

Ensinar<br />

VTD<br />

– Só devemos ensinar o essencial.<br />

VTDI (ensina-se algo a alguém ou alguém a algo – verbo no infinitivo)<br />

– Estou ensinando regência a você.<br />

– Estou ensinando-o a entender regência.<br />

Obs.: Sobre a última frase, mesmo que não preferencial, ainda há a seguinte possibilidade:<br />

Estou ensinando-lhe a entender regência. A preposição a antes do infinitivo é expletiva<br />

e entender regência é OD.<br />

Esquecer / Lembrar<br />

VTD (quando não pronominais)<br />

– O aluno esqueceu a informação da aula anterior.<br />

– O aluno lembrou a informação da aula anterior.<br />

Obs.: No sentido de “ser semelhante” também é VTD: O filho lembra muito o pai.<br />

VTI (quando pronominais (de); o se é uma parte integrante do verbo)<br />

– O aluno esqueceu-se/lembrou-se da informação anterior.<br />

Obs.: Alguns gramáticos, como Cegalla e o próprio Luft, consideram que, quando o<br />

complemento for uma oração subordinada substantiva objetiva indireta, a preposição<br />

pode ficar implícita: O aluno se esqueceu/se lembrou (de) que tinha de estudar mais.<br />

VTI (a)<br />

– Esqueceu-me/Lembrou-me a informação anterior.<br />

Obs.: Neste caso, “a informação anterior” é a coisa esquecida ou lembrada (analisada como<br />

sujeito). O verbo é transitivo indireto regendo a preposição a (a mim). O me é o objeto<br />

indireto. Ou seja, a frase é entendida assim: A informação anterior caiu no meu<br />

esquecimento (ou veio à minha lembrança). Atualmente, encontramos este tipo de


construção muito raramente no Brasil!<br />

VTDI (só o lembrar – de/a)<br />

– O professor lembrou o aluno da informação.<br />

– O professor lembrou a informação ao aluno.<br />

Fugir<br />

Retirar-se (VI)<br />

– Fugiram <strong>para</strong> longe sem deixar rastros.<br />

Distanciar-se, evitar (VTI (de/a); usa-se a, principalmente com substantivo abstrato)<br />

– O aluno fugiu do/ao tema.<br />

– Na coletiva de imprensa, o jogador fugiu à questão.<br />

Escapar (VTI – de)<br />

– O presidiário fugiu dos guardas e, em seguida, da penitenciária.<br />

– As palavras lhe (dele) fugiam, sempre que ficava diante de seu amor.<br />

Haver<br />

Comportar-se, proceder (VI; pronominal)<br />

– As minhas meninas sempre se houvem bem na casa das tias.<br />

Existir, ocorrer, fazer (indicando tempo decorrido), ter, considerar (VTD)<br />

– A convicção de que não havia riscos, fez o homem pular de <strong>para</strong>quedas. (existir)<br />

– Há de haver soluções emergenciais! (existir)<br />

– Vai haver uma festa surpresa daqui a pouco. (ocorrer)<br />

– Houve inúmeros encontros hoje na convenção. (ocorrer)<br />

– Ninguém aparecia na reunião havia meses. (fazer)<br />

– Há dias que não durmo bem. (fazer)<br />

– Senhor, haja piedade delas! (ter)<br />

– Se houvesse coragem, homem, não teria sido ridicularizado. (ter)<br />

– Haviam-no por sábio. (considerar)<br />

– Os diretores houveram por bem antecipar o anúncio das novas diretrizes. (considerar)<br />

Obs.: Nas duas últimas frases, o verbo haver é transobjetivo, ou seja, exige um objeto direto<br />

e um predicativo do objeto, normalmente iniciado pela preposição essencial por ou<br />

acidental como. Logo, por sábio e por bem são predicativos do objeto.<br />

Avir-se, prestar contas, tratar (VTI – com)<br />

– Caso trame intrigas, certamente se haverá comigo e com a justiça.<br />

Obter (VTDI)


– Os sem-terra houveram essas terras de quem?<br />

Implicar<br />

Zombar, troçar, provocar rixa, amolar, hostilizar (VTI – com)<br />

– O pai vive implicando com o filho.<br />

Envolver (alguém ou a si mesmo), comprometer (VTDI – em)<br />

– O policial se implicou na conspiração. (este se é reflexivo)<br />

Acarretar, produzir como consequência (VTD)<br />

– Segundo uma das leis de Newton, toda ação implica uma reação de igual ou maior<br />

intensidade, na mesma direção e em sentido contrário.<br />

Obs.: No entanto, por analogia com três verbos de significação semelhante, mas de regência<br />

indireta (resultar em, redundar em, importar em), o verbo implicar, nessa última<br />

acepção, passou a ser usado com a preposição em, como VTI. Luft registra assim: “TI:<br />

implicar em algo”, com a observação de que essa regência é um brasileirismo já<br />

consagrado e “admitido até pela gramática normativa”. As bancas Esaf e Fundação Don<br />

Cintra já aceitam tal regência.<br />

Importar<br />

Trazer <strong>para</strong> dentro (VI, VTD)<br />

– Quem importa e exporta hoje em dia se sai bem no mundo globalizado.<br />

– Por que só se importam eletrônicos?<br />

Obs.: Exemplos do Luft, com o sentido de resultar [VTD, VTI (em) ou VTDI (a/<strong>para</strong>)]: Todo<br />

novo governo importa (em) mudanças. / As enchentes importaram grande prejuízo<br />

ao/<strong>para</strong> o Estado. Com o sentido de “atingir certo custo”, recomenda-se que o verbo<br />

seja VTI (em): A reforma do estádio importou em 1 milhão e meio de dólares.<br />

Desprezar, ignorar (VTI (com/em/de); pronominal)<br />

– Ninguém se importa com os oceanos, estes, sim, os verdadeiros pulmões da Terra.<br />

Obs.: São frequentes os objetos indiretos oracionais precedidos das preposições de e em:<br />

Não me importo em/de ser criticado por você, pois sua opinião é irrelevante.<br />

Ser importante (VI ou VTI – a)<br />

– De tudo o que sabemos, importa que a vida é curta e deve ser aproveitada.<br />

– Pouco me (a mim) importa se Deus vai julgar-me ou não, quero é fazer o bem.


Obs.: As orações que a vida é curta e deve ser aproveitada e se Deus vai julgar-me ou não<br />

são sujeitos do verbo importar.<br />

Informar<br />

Tanto informar quanto avisar, aconselhar, anunciar, advertir, alertar, certificar,<br />

cientificar, dizer, comunicar, informar, impedir, incumbir, noticiar, notificar, prevenir,<br />

proibir são VTDIs, normalmente, admitindo duas possíveis construções:<br />

Informar algo a alguém.<br />

ou<br />

Informar alguém de algo.<br />

– Advertimos aos tripulantes (OI) que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos<br />

(OD).<br />

– Advertimos os tripulantes (OD) de que não nos responsabilizamos por furtos ou<br />

roubos (OI).<br />

Obs.: Pode-se usar sobre, acerca de e a respeito de no lugar da preposição de. Dica de<br />

amigo: vale muito a pena consultar o Luft sobre cada um desses verbos, pois há certa<br />

preferência quanto a uma das duas regências apresentadas. Além disso, saiba que tais<br />

verbos podem ser apenas VTDs: Não podemos criticar jornais que informam a verdade<br />

dos fatos.<br />

Namorar<br />

VTD<br />

– Namoro Maria há cinco anos. (registro culto)<br />

– Namoro com Maria há cinco anos. (registro coloquial)<br />

Obs.: A gramática tradicional não abona a regência “namorar com”. Na contramão, e por<br />

analogia com casar (com) e noivar (com), Luft (bem como meia-dúzia de dois ou três)<br />

abona o uso deste verbo como VTI (com). Encontrei uma questão sobre esse verbo, que<br />

ficou com a visão tradicional (sem preposição): COPESE – UFPI – CONSULTOR<br />

TÉCNICO ESPECIALIZADO – 2012 – QUESTÃO 7. Mesmo assim consulte a regência<br />

de casar e noivar. Valerá a pena!<br />

Obedecer / Desobedecer<br />

VTI (a)<br />

– Como filhos, devemos obedecer a nossos pais.


– Meu pai, ao qual vivia desobedecendo, era um homem superamoroso.<br />

Obs.: Segundo alguns gramáticos, como Cegalla, a voz passiva é permitida com tais verbos.<br />

Pagar / Perdoar<br />

VTD quando o complemento é coisa. VTI (a) quando o complemento é pessoa (física ou<br />

jurídica). VTDI quando um complemento é coisa (OD) e o outro é pessoa (OI).<br />

– Perdoei o erro. / Paguei a dívida.<br />

– Perdoei a meu pai. / Paguei ao banco.<br />

– Perdoei-lhe (a ele) a dívida. / Paguei-lhe (a ele) a dívida.<br />

Obs.: Tais verbos acompanhados de partícula se (apassivadora ou indeterminadora do<br />

sujeito) podem atrapalhar sua vida. Veja estes exemplos de partícula apassivadora:<br />

Pagaram-se as dívidas, enfim. (e não: Pagaram-se às dívidas.) / O homem a que se<br />

deviam pagar as dívidas ficou satisfeito. (e não: O homem que se deviam pagar as<br />

dívidas ficou satisfeito.). Agora com partícula de indeterminação do sujeito: Pagou-se<br />

ao homem pela manhã. (e não: Pagou-se o homem pela manhã.) / O homem a que se<br />

pagou pela manhã ficou satisfeito. (e não: O homem que se pagou pela manhã ficou<br />

satisfeito.).<br />

Pedir / Dizer<br />

Ignorando as regências mais óbvias de tais verbos (VTD ou VTDI), vamos a um déjà vu:<br />

Em “Pedi (Disse) <strong>para</strong> que ela não largasse o emprego.”, segundo a tradição gramatical,<br />

há um erro: o uso da preposição <strong>para</strong> após o verbo da oração principal (pedir ou dizer). O<br />

certo é: “Pedi (Disse) que ela não largasse o emprego.”. O único caso em que a norma culta<br />

abona tal preposição é quando se explicita ou se subentende a palavra licença, permissão,<br />

vênia etc.: “Ela pediu [licença] <strong>para</strong> que passasse”. A oração sublinhada é completiva<br />

nominal.<br />

Perceber<br />

Notar, receber (linguagem jurídica) (VTD)<br />

– Percebeu que algo estava errado àquela hora da manhã.<br />

– Percebia um bom ordenado pois era exemplar no trabalho.<br />

Precisar<br />

Indicando precisão (VTD)<br />

– Não conseguiram precisar a data em que o fato ocorreu.<br />

Necessitar (VTI)


– Os cidadãos brasileiros precisam de visto <strong>para</strong> entrar na Espanha?<br />

Pisar<br />

Segundo José Maria da Costa, baseando sua pesquisa em Francisco Fernandes e em Celso<br />

P. Luft:<br />

I) “Pisar a grama” (correto);<br />

II) “Pisar na grama” (correto);<br />

III) “Pisar sobre a grama” (correto);<br />

IV) “Pisar em cima da grama” (correto);<br />

V) “Pisar por cima da grama” (correto);<br />

VI) “Pisar à grama” (errado).<br />

Obs.: Em coisas pequenas, prefere-se pisar como VTD: Pisei muitas uvas no lagar. Alguns<br />

gramáticos, como Sacconi, dizem que pisar na grama é regência incorreta e que a única<br />

forma correta é pisar a grama. Polêmicas...<br />

Preferir<br />

Muitos constroem erradamente a regência deste verbo assim: “Prefiro muito mais<br />

Português do que Matemática.” ou “Prefiro muito mais Português a Matemática.” ou<br />

“Prefiro antes Português a Matemática”. No entanto, estas não são formas cultas.<br />

Veja a única regência adequada:<br />

– Prefiro Língua Portuguesa a Matemática.<br />

Pode ser só VTD<br />

– Entre Português e Matemática, prefiro Português.<br />

Obs.: Por causa do <strong>para</strong>lelismo sintático, não ocorre crase no exemplo Prefiro Língua<br />

Portuguesa a Matemática. “Por quê?” Simples: se não há determinante (artigo,<br />

pronome...) antes do objeto direto, não haverá igualmente antes do objeto indireto (por<br />

isso não há crase antes de Matemática). No entanto, se houver determinante antes do OD,<br />

haverá crase no OI: Prefiro a Língua Portuguesa à Matemática. Foi?<br />

Já com o verbo querer... constrói-se: “Antes quero morrer do que ser escravizado.”. E<br />

não: “Antes quero morrer a ser escravizado.”.<br />

Proceder<br />

Ter fundamento, cabimento; portar-se, comportar-se; originar-se (de) (VI)<br />

– Seus argumentos não procedem agora.<br />

– Meu professor procede com elegância em sala de aula.


– Os brinquedos da Uruguaiana procedem da China ou Taiwan.<br />

Obs.: As expressões com elegância e da China ou Taiwan são adjuntos adverbiais de modo<br />

e lugar, respectivamente; isso é praxe quando o verbo proceder tem essas acepções!<br />

Suceder, realizar, executar, iniciar (VTI – a)<br />

– O juiz deseja proceder ao julgamento.<br />

– Procedeu-se à apuração dos votos <strong>para</strong> saber qual foi a escola de samba campeã.<br />

Obs.: O pronome oblíquo átono lhe nunca é usado como complemento deste verbo. Logo,<br />

usamos o pronome oblíquo tônico: “O juiz deseja proceder a ele (ao julgamento).”.<br />

Querer<br />

Desejar possuir (VTD)<br />

– O Brasil quer o “status” de país de primeiro mundo.<br />

Estimar, amar (VTI – a)<br />

– Eu lhe (a ela) quero como a uma irmã.<br />

Responder<br />

Falar, declarar (VTD)<br />

– Ele sempre responde que vai passar na prova.<br />

Dar resposta a uma pergunta (VTI – a)<br />

– Fique tranquila, pois ele vai responder aos e-mails enviados.<br />

Dar uma resposta a alguém (VTDI – a)<br />

– Respondeu-lhe (a ela) todas as indagações.<br />

Servir<br />

Conforme o dicionário Houaiss ou o Aurélio, servir (= “trabalhar como servo”, “fazer de<br />

criado”, “prestar serviços ou trabalhar como empregado”) pode ser intransitivo, transitivo<br />

direto ou transitivo indireto (a).<br />

– O militar estava ali <strong>para</strong> servir.<br />

– O militar serve no Exército Brasileiro.<br />

– O militar servia a Pátria com todo o carinho.<br />

– O militar servia à Pátria há anos.<br />

Levar, ministrando, algo a alguém (VTDI – a)<br />

– O garçom serviu lagosta ao cliente.<br />

Não ser útil, não prestar (VTI – a)<br />

– Esta roupa não me (a mim) serve mais.


Simpatizar / Antipatizar<br />

VTI (com)<br />

– Simpatizo/Antipatizo com o atual governador do Rio de Janeiro.<br />

Obs.: Não existe simpatizar-se, antipatizar-se. Não são verbos pronominais!<br />

Suceder<br />

Acontecer (VI) – normalmente o sujeito vem em forma de oração<br />

– Sucede que os mestres Celso Pedro Luft e Francisco Fernandes são extraordinários.<br />

Substituir (VTI – a)<br />

– Estou prestes a suceder ao presidente da empresa.<br />

Obs.: Segundo Francisco Fernandes, no último caso, o verbo pode ser VTD: Estou prestes a<br />

suceder o presidente da empresa. Celso P. Luft também registra essa possibilidade, no<br />

entanto sublinha que, linguisticamente, não é a regência moderna.<br />

Torcer<br />

Distorcer, entortar (VTD)<br />

– Pare de torcer minhas palavras! Eu falo sério!<br />

– O vento torceu o galho da árvore.<br />

Simpatizar com time ou clube, desejar sucesso (VTI – por/<strong>para</strong>)<br />

– Minha família torce <strong>para</strong>/pelo Flamengo desde o início do século passado.<br />

– Torço por/<strong>para</strong> que você se recupere logo e, <strong>para</strong> a nossa alegria, volte a jogar.<br />

Obs.: O gramático Sacconi admite apenas a preposição por nestas últimas frases.<br />

Visar<br />

Mirar, fitar, apontar; pôr visto em (VTD)<br />

– O soldado visou o peito do inimigo.<br />

– O inspetor federal visou todos os diplomas.<br />

Almejar, pretender, objetivar, ter como fim (VTI – a)<br />

– Este trabalho visa ao bem-estar geral.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Manoel Pinto Ribeiro, Cegalla, Francisco Fernandes, Celso Pedro Luft, Antenor<br />

Nascentes, Rocha Lima, Artur de Almeida Torres, Cândido Jucá Filho, Arnaldo Niskier<br />

etc. registram este último caso como VTD: Este trabalho visa o bem-estar geral. Como


VTI, a omissão da preposição ocorre principalmente antes de infinitivo, mas neste caso se<br />

analisa também como VTD: Este trabalho visa (a) resolver muitas dúvidas dos alunos.<br />

Corroborando isso, consulte: Cespe/UnB – CÂMARA DOS DEPUTADOS – Analista<br />

LEGISLATIVA – 2012 – QUESTÃO 87.<br />

2) O pronome oblíquo átono lhe nunca é usado como complemento deste verbo, nesta última<br />

acepção. Logo, usamos o pronome oblíquo tônico: “Este trabalho visa a ele (ao bem-estar<br />

geral).”.<br />

Dever de Casa (Não chore!)<br />

Se você já tiver o dicionário de regência verbal do Celso P. Luft, fará bem em analisar os<br />

seguintes verbos (e suas observações):<br />

abençoar, abicar, aborrecer, abraçar, abundar, aceitar, acertar, aclimatar, acometer,<br />

aconselhar, acordar, acostumar, acrescentar, açucarar, acusar, admirar, admoestar, adorar,<br />

advertir, agilizar, agradar, agradecer, aguardar, aguentar, ajudar, amar, ameaçar, amigar,<br />

ansiar, anteceder, apostar, aprazer, aprender, arrancar, arrasar, arrendar, arrenegar,<br />

arrepender, arrostar, arvorar, aspirar, assentir, assistir, associar, atender, aterrizar, atingir,<br />

atirar, atravessar, autorizar, avisar, bastar, bater, beijar, bem-querer, blasfemar, caber,<br />

cabrestear, calar, calhar, carecer, carregar, cavoucar, certificar, chamar, chegar, chorar,<br />

cientificar, clamar, cobrar, cogitar, combater, começar, comer, comover, compadecer,<br />

comparecer, comportar, comprar, comprazer, concordar, condenar, condizer, confessar,<br />

confiar, configurar, congratular, conscientizar, considerar, consistir, constar, constatar,<br />

constipar, constituir, contagiar, contar, contentar, contestar, continuar, convencer,<br />

conversar, convir, corar, correr, cumprir, curiosar, custar, dar, dedignar, deixar, denegrir,<br />

de<strong>para</strong>r, derrogar, desagradar, desaguar, desejar, desfazer, desobedecer, destrinçar,<br />

determinar, dever, dignar-se, dilapidar, dirigir, dis<strong>para</strong>r, dispor, distar, dizer, doer, durar,<br />

duvidar, edificar, empurrar, encarar, encarregar, encontrar, enfrentar, engajar, engatar,<br />

engazopar, enlaçar, ensinar, entrar, enxergar, escapar, escrupulizar, esforçar, esmolar,<br />

esperar, espocar, esquecer, esquivar, estabelecer, estalar, estimar, estremecer, evitar,<br />

exceder, exercer, exercitar, falar, faltar, fanar, fazer, filiar, fingir, fugir, ganhar, gostar,<br />

gozar, haver, hesitar, igualar, impedir, implicar, implorar, inaugurar, incomodar, incorporar,<br />

incorrer, incumbir, indagar, indenizar, influenciar, informar, infundir, insistir, instar,<br />

instruir, interessar, ir, juntar, jurar, lecionar, lembrar, ligar, liquidar, mandar, mirar, moer,<br />

montar, morar, murmurar, namorar, noticiar, nutrir, obedecer, obstar, obviar, olhar,omitir,<br />

opinar, optar, ordenar, ousar, ouvir, <strong>para</strong>r, parecer, participar, passar, pedinchar, pedir,<br />

pegar, penetrar, perdoar, pesar, petiscar, pisar, poder, pôr, portar, prantear, prazer, preceder,<br />

precisar, predeterminar, predispor, preestabelecer, preexistir, preferir, prefixar, pregar,


prejudicar, prejulgar, premer, prescindir, presidir, prevenir, proceder, procurar, professar,<br />

proibir, prometer, propor, propugnar, provar, puxar, quedar, querer, recear, reclinar, reduzir,<br />

refletir, renunciar, repartir, repugnar, resfriar, residir, resistir, resolver, responder, resultar,<br />

rir, rivalizar, rogar, romper, sacar, sair, satisfazer, sentar, sentir, ser, servir, simpatizar,<br />

sobrepujar, sobressair, soer, somar, sorrir, subir, sub-rogar, suceder, tardar, temer, ter, tomar,<br />

torcer, traduzir, traficar, tratar, travar, trepidar, ulular, unir, usufruir, velar, velejar, ver,<br />

verter, vetar, vigiar, vingar, vir, visar, voltar, xeretear, zelar


Regência Nominal<br />

Como já dito, alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem complementos<br />

preposicionados – exceto quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. É importante que<br />

você estude novamente Complemento Nominal, em Termos Integrantes da Oração.<br />

Pontos Importantíssimos!<br />

1) Advérbios terminados em -mente<br />

Os advérbios derivados de adjetivos seguem, normalmente, a regência dos adjetivos:<br />

análoga/analogamente a; contrária/contrariamente a; compatível/compativelmente com;<br />

diferente/diferentemente de; favorável/favoravelmente a; <strong>para</strong>lela/<strong>para</strong>lelamente a;<br />

próxima/proximamente a/de; relativa/relativamente a (...)<br />

2) Preposições e prefixos verbais<br />

Alguns nomes regem preposições semelhantes a seus “prefixos”: dependente, dependência<br />

de, inclusão, inserção em, inerente em/a, descrente de/em, desiludido de/com,<br />

desesperançado de, desapego de/a, convívio com, convivência com, demissão, demitido de,<br />

encerrado em, enfiado em, imersão, imergido, imerso em, instalação, instalado em,<br />

interessado, interesse em, intercalação, intercalado entre, supremacia sobre etc.<br />

Veja agora uma “pequena” lista de nomes e suas regências, em ordem alfabética. Não entre<br />

na neurose de sair gravando tudo. É que nem academia de musculação... um pouquinho todo<br />

dia. Familiarize-se aos poucos (adquira um dicionário de regência nominal!):<br />

A<br />

abrigado de; aceito a; acessível a; acostumado a, com; adaptado a, de, <strong>para</strong>; adequado<br />

a; admiração a, por; afável com, <strong>para</strong> com; afeição a, por; afeiçoado a, por; aflito com,<br />

<strong>para</strong>, por; agradável a, de, <strong>para</strong>; alheio a, de; aliado a, com; alienado de; alternativa a,<br />

<strong>para</strong>; alusão a; amante de; ambicioso de; amigo de; amizade a, com, por; amor a, por;<br />

amoroso com, <strong>para</strong> com; analogia com, entre; análogo a; ansioso de, <strong>para</strong>, por; anterior a;<br />

antipatia a, contra, por; apaixonado de, por; aparentado com; apto a, <strong>para</strong>; atencioso com,<br />

<strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; atentado a, contra; atentatório a, de; atento a, em; atinar com; avaro de;<br />

aversão a, <strong>para</strong>, por; avesso a; ávido de, por<br />

B<br />

bacharel em; baseado em, sobre; bastante a, <strong>para</strong>; bem em, de; benéfico a; benevolência<br />

com, em, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; benquisto a, de, por, com; boato de, sobre; bom de, <strong>para</strong>, <strong>para</strong><br />

com; bordado a, com, de; briga com, entre, por; brinde a; busca a, de, por<br />

C<br />

capacidade de, <strong>para</strong>; capaz de, <strong>para</strong>; caritativo com, de, <strong>para</strong> com; caro a; cego a;


certo(eza) de; cessão de... a; cheio de; cheiro a, de; circunvizinho de; cobiçoso de; coerente<br />

com; coetâneo de; comemorativo de; compaixão de, <strong>para</strong> com, por; compatível com;<br />

compreensível a; comum a, de; conceito de, sobre; condizente com; confiante em; conforme<br />

a, com; consciente de; cônscio de; constante de, em; constituído com, de, por;<br />

contemporâneo a, de; contente com, de, por, em; contíguo a; contraditório com; contrário<br />

a; convênio entre; cruel com, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; cuidadoso com; cúmplice em; curioso a, de,<br />

<strong>para</strong>, por<br />

D<br />

dedicado a; depressivo de; deputado a, por; desagradável a; desatento a; descontente<br />

com; desejoso de; desfavorável a; desgostoso com, de; desleal a; desprezo a, se, por;<br />

desrespeito a, contra; dever de; devoção a, <strong>para</strong> com, por; devoto a, de; diferente de; difícil<br />

de; digno de; diligente em, <strong>para</strong>; direito a, contra, de, em, <strong>para</strong>, sobre; disposto a;<br />

dissemelhante de; ditoso com; diverso de; doce a; dócil a, <strong>para</strong> com; doente de;<br />

domiciliado em; dotado de; doutor em; duro de; dúvida acerca de, de, em, sobre<br />

E<br />

embaraçoso a, <strong>para</strong>; empenho de, em, por; êmulo de; encarregado de; entendido em,;<br />

envio de... a; estendido a, de... a, até, em, <strong>para</strong>, sobre; equivalente a; eriçado de; erudito<br />

em; escasso de; essencial a, em, <strong>para</strong>; estéril de; estranho a; estreito de, <strong>para</strong>; estropiado<br />

de; exato em<br />

F<br />

fácil a, de, em, <strong>para</strong>; falha em; falho de, em; falta a, contra, de, <strong>para</strong> com; falto de;<br />

fanático por; farto em; favorável a; fecundo em; feliz com, de, em, por; fértil de, em; fiel a;<br />

firme em; forte de, em; fraco de, em, <strong>para</strong> com; franco de, em, <strong>para</strong> com; frouxo de;<br />

fundado em, sobre; furioso com, de<br />

G<br />

generoso com; gordo de; gosto por; gostoso a; grande de; gratidão a, por, <strong>para</strong> com;<br />

gravoso a; grosso de; guerra a, com, contra, entre<br />

H<br />

hábil em, <strong>para</strong>; habilidade de, em, <strong>para</strong>; habilitado a, em, <strong>para</strong>; habituado a; harmonia<br />

com, entre; hino a; homenagem a; hora de, <strong>para</strong>; horror a; horrorizado com, de, por, sobre;<br />

hostil a, com, contra, em, <strong>para</strong> com<br />

I<br />

ida a; idêntico a; idôneo a, <strong>para</strong>; imbuído de, em; imediato a; impaciência com;<br />

impaciente com; impedimento a, <strong>para</strong>; impenetrável a; impossibilidade de; impossível de;


impotente contra, <strong>para</strong>; impróprio <strong>para</strong>; imune a, de; inábil <strong>para</strong>; inacessível a; inapto a,<br />

<strong>para</strong>; incansável em; incapaz de, <strong>para</strong>; incerto de, em; incessante em; inclinação a, <strong>para</strong>,<br />

por; incompatível com; incompreensível a; inconsequente com; inconstante em; incrível a,<br />

<strong>para</strong>; indébito a; indeciso em; independente de, em; indiferente a; indigno de; indócil a;<br />

indulgente com, <strong>para</strong> com; inepto <strong>para</strong>; inerente a, em; inexorável a; infatigável em;<br />

inferior a, de; infiel a; inflexível a; influência sobre; ingrato com, <strong>para</strong> com; inimigo de;<br />

inocente de; insaciável de; insensível a; inseparável de; insípido a; interesse em, por;<br />

intermédio a; intolerância a, contra, em, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; intolerante com, <strong>para</strong> com; inútil<br />

a, <strong>para</strong>; investimento de, em; isento de<br />

J<br />

jeito de, <strong>para</strong>; jeitoso <strong>para</strong>; jogo com, contra, entre; jubilado em; juízo sobre;<br />

julgamento de, sobre; junto a, de; juramento a, de; justificativa de, <strong>para</strong><br />

L<br />

leal a, em, com, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; lembrança de; lento em; levante contra; liberal com;<br />

lícito a; ligeiro de; limitado a, com, de, em; limpo de; livre de; louco de, com, <strong>para</strong>, por<br />

M<br />

maior de, entre; manco de; manifestação a favor de, contra, de; manso de; mau com,<br />

<strong>para</strong>, <strong>para</strong> com; mediano de, em; medo a, de; menor de; misericordioso com, <strong>para</strong>, <strong>para</strong><br />

com; molesto a; morador em; moroso de, em<br />

N<br />

nascido de, em, <strong>para</strong>; natural de; necessário a, <strong>para</strong>; necessitado de; negligente em;<br />

negociado com; nivelado a, com, por; nobre de, em, por; noção de, sobre; nocivo a; nojo a,<br />

de; notável em, por; núpcias com; nutrido com, de, em, por<br />

O<br />

obediente a; oblíquo a; obrigação de; obsequioso com; ódio a, contra, de, <strong>para</strong> com;<br />

odioso a, <strong>para</strong>; ofuscado com, de, por; ojeriza a, contra, por; oneroso a; oposto a;<br />

orgulhoso com, de, <strong>para</strong> com; originado de, em<br />

P<br />

paixão por; pálido de; <strong>para</strong>lelo a; parco de, em; parecido a, com; pasmado de; passível<br />

de; peculiar a; pendente de; penetrado de; perito em; permissivo a; pernicioso a;<br />

perpendicular a; pertinaz em; pesado a; pesar a, de; piedade com, de, <strong>para</strong>, por; pobre de;<br />

poderoso <strong>para</strong>, em; possível de; possuído de; posterior a; prático em; preferível a;<br />

prejudicial a; preocupação com, de, em, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com, por, sobre; preocupado com, de,<br />

em, <strong>para</strong> com, por, prestes a, <strong>para</strong>; presto a, <strong>para</strong>; primeiro a, de, dentre, em; pródigo de,


em; proeminência de, sobre; pronto a, em, <strong>para</strong>; propenso a, <strong>para</strong>; propício a; propínquo<br />

de; proporcionado a, com; próprio de, <strong>para</strong>; protesto a, contra, de; proveitoso a; próximo<br />

a, de<br />

Q<br />

qualificado de, <strong>para</strong>, por; queimado de, por; queixa a, contra, de, sobre; querido de, por;<br />

questionado sobre; quite com, de<br />

R<br />

reanimado a, <strong>para</strong>; rebelde a; relacionado com; relativo a; rente a, com, de; residente<br />

em; respeito a, com, de, <strong>para</strong>, <strong>para</strong> com, por; responsável por; rico de, em; rígido de; rijo<br />

de, rumo a, <strong>para</strong><br />

S<br />

sábio em; são de; satisfeito com, de, em, por; saudade de, por; seco de; sedento de, por;<br />

seguido a, de, por; seguro de, em; semelhante a; senador por; sensível a; serviço em;<br />

severo com, em, <strong>para</strong> com; simpatia a, <strong>para</strong> com, por; sito em (sito a é próprio da<br />

linguagem tabelioa); situado a, em, entre; soberbo com, de; sóbrio de, em; sofrido em;<br />

solícito com; solidário com; solto de; sujo de; superior a; surdo a, de; suspeito a, de<br />

T<br />

tachado de; talentoso em, <strong>para</strong>; tardo a, em; tarjado de; tédio a, de, por; temente a, de;<br />

temerário em; temeroso de; temido de, por; temível a; temperado com, de, em, por; tenaz<br />

em; tendência a, de, <strong>para</strong>; teoria de, sobre; terminado em, por; terno de; terror de, por,<br />

sobre; testemunha de; tinto de, em; tolo de, em; traidor a, de; transido de; transversal a;<br />

trespassado de; triste com, de<br />

U<br />

último a, de, em; ultraje a; unânime em; união a, com, entre; único a, em, entre, sobre;<br />

unido a, a favor de, contra, entre; unificado em; urgente a, <strong>para</strong>; useiro em; útil a, <strong>para</strong>;<br />

utilidade em, <strong>para</strong>; utilizado em, <strong>para</strong><br />

V<br />

vacina contra; vaga de, <strong>para</strong>; vaia a, contra, em; vaidade de, em; vaidoso de; valioso a,<br />

<strong>para</strong>; valor em, <strong>para</strong>; vantagem a, de, em, <strong>para</strong>, sobre; vantajoso a, <strong>para</strong>; vassalagem a;<br />

vazado em; vazio de; vedado a; veleidade de; venda a, de, <strong>para</strong>; vendido a; veneração a,<br />

de, <strong>para</strong> com, por; verdade sobre; vereador a, por; vergonha de, <strong>para</strong>; versado em; versão<br />

<strong>para</strong>, sobre; vestido com, de, em; veterano em; vexado com, de, por; viciado em; vidrado<br />

em; vinculado a, com, entre; visível a; vital a, <strong>para</strong>; viúvo de; vizinhança com, de; vizinho<br />

a, com, de; vocação a, de, <strong>para</strong>; voltado a, contra, <strong>para</strong>, sobre; vontade de, <strong>para</strong>;


vulnerável a<br />

X<br />

xeque a; xingado com, de; xodó com<br />

Z<br />

zangado com, por; zelo a, com, de, <strong>para</strong> com, por; zeloso com, <strong>para</strong> com; zombaria com;<br />

zonzo com, de<br />

Ufa³!!! Acabou... Acabou nada... Exercícios!


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Estude tudo! Tudo é importante. Das duas, a regência verbal é a mais cobrada. Atenção<br />

redobrada na preposição (exigida pelo verbo ou nome da oração adjetiva) antes do pronome<br />

relativo! Isso também é importante ressaltar. É hora do “vamos ver”!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FCC – TRE/MG – Técnico Judiciário – 2005) As liberdades ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a<br />

nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, na ordem dada, as expressões:<br />

a) a que – de que;<br />

b) de que – com que;<br />

c) a cujas – de cujos;<br />

d) à que – em que;<br />

e) em que – aos quais.<br />

2. (Esaf – ANEEL – Técnico Administrativo – 2006) Para cada lacuna abaixo são propostas duas formas de preenchimento.<br />

Assinale a opção em que as duas propostas complementam de maneira coerente e gramaticalmente correta o texto.<br />

O Brasil está assumindo papel ___(a)___ liderança no fornecimento de energia de fonte renovável, ___(b)___ o<br />

álcool. Chamou, por isso, ___(c)___ atenção do mundo desenvolvido e há países negociando a compra do<br />

produto nacional. Problemas como o do preço interno devem ser administrados com responsabilidade <strong>para</strong> não<br />

corrermos o risco de perder a oportunidade, rara, ___(d)___ fixar papel preponderante ___(e)___ setor essencial<br />

como o energético.<br />

a) na/da;<br />

b) como/<strong>para</strong>;<br />

c) a/à;<br />

d) de/<strong>para</strong>;<br />

e) em/pelo.<br />

3. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2008) Assinale o trecho do texto adaptado do Jornal do Commercio (PE),<br />

de 12/01/2008, que apresenta erro de regência.<br />

a) Depois de um longo período em que apresentou taxas de crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil<br />

fecha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a maior taxa registrada na última década.<br />

b) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a<br />

conhecida Comissão Econômica <strong>para</strong> a América Latina (CEPAL).<br />

c) Não há dúvida de que os números são bons, num momento em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em<br />

que se revela queda no desemprego e até se anuncia a ampliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de<br />

novas fontes de petróleo.<br />

d) Mesmo assim, olhando-se <strong>para</strong> os vizinhos de continente, percebe-se que nossa performance é inferior a que foi<br />

atribuída a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação menor no conjunto dos bens produzidos pela<br />

América Latina.<br />

e) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto<br />

inteiro da América Latina, o organismo internacional está atribuindo um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um<br />

pouco maior do que o do Brasil.<br />

4. (Esaf – ANA – Analista Administrativo – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O verbo “autorizar” (“...o poder público autoriza o usuário de água... a utilizar...”) está empregado, no texto, com a<br />

mesma predicação verbal que apresenta na frase: O diretor autorizou-nos a tirar férias em fevereiro.<br />

5. (Esaf – SRF – Técnico Administrativo – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

(...) Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao<br />

desemprego. (...)<br />

– A presença de preposição em “ao desemprego” justifica-se pela regência de “combate”.<br />

6. (Esaf – MF – Assistente Técnico-Administrativo – 2009) (Adaptada) Qual frase está gramaticalmente correta quanto à<br />

concordância e regência?<br />

I – Antigamente, nas empresas, eram poucos os funcionários que dominavam um idioma estrangeiro, e com eles recorriam<br />

os colegas quando precisavam traduzir uma palavra ou um texto.<br />

II – A primeira pergunta que surge a quem se impõe ao desafio de falar outro idioma fluentemente é: será preciso passar<br />

um tempo no exterior?<br />

7. (Cespe/ UnB – ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010) Na linha 31 (... são instrumentos legais de que dispõe o<br />

Estado...), a preposição “de” empregada antes de “que” é exigência sintática da forma verbal “dispõe”; portanto, sua<br />

retirada implicaria prejuízo à correção gramatical do período.<br />

( ) CERTO


( ) ERRADO<br />

“(...) A Convenção lida com muitas formas de expressão cultural que resultam da criatividade de... (...)”<br />

8. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2010) Em “resultam da”, o vocábulo “da”, resultante da junção da<br />

preposição de com o artigo definido a, pode ser substituído por na sem que se altere o sentido original do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Hipermodernidade é o termo usado <strong>para</strong> denominar a realidade contemporânea, caracterizada pela cultura do excesso, do<br />

acréscimo sempre quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis. (...)”<br />

9. (Cespe/UnB – MPU – Analista de Informática – 2010) A repetição da preposição de em “do acréscimo”, “de bens<br />

materiais” e “de coisas” indica que esses termos são empregados, no texto, como complementos de “cultura”, vocábulo<br />

que tem como primeiro complemento “do excesso”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

10. (Cespe/UnB – ANEEL – Analista Administrativo (Arquivologia) – 2010) A supressão da preposição antes dos vocábulos<br />

“antecipação” e “voluntarismo” (A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa parte, ao voluntarismo), com a<br />

manutenção dos artigos definidos, não acarretaria prejuízo sintático ao texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

11. (FDC – Mapa – Administrador – 2010) Das alterações feitas abaixo na redação do trecho “O processo de globalização e a<br />

mundialização aos quais as organizações têm sido submetidas” (2 o parágrafo), está INCORRETA, quanto ao emprego do<br />

pronome relativo, de acordo com as normas de regência, a seguinte:<br />

a) O processo de globalização e a mundialização dos quais as organizações têm sido vítimas.<br />

b) O processo de globalização e a mundialização sobre os quais as organizações têm tido alguma influência.<br />

c) O processo de globalização e a mundialização com cujos parâmetros as organizações procuram imitar.<br />

d) O processo de globalização e a mundialização <strong>para</strong> os quais as organizações têm voltado sua atenção.<br />

e) O processo de globalização e a mundialização por cujos princípios as organizações procuram guiar-se.<br />

12. (Fundação Dom Cintra – Câmara Municipal de Petrópolis/RJ – Arquivista – 2010) De acordo com a norma culta da língua,<br />

a frase “O carro negro investiu a multidão” (9 o parágrafo) também poderia ser redigida, sem alteração de sentido, na<br />

forma “O carro negro investiu contra a multidão”, caracterizando uma situação de verbo de regência variada. Das opções<br />

abaixo, aquela em que a segunda forma NÃO caracteriza situação de verbo de regência variada, mas constitui erro, pois é<br />

regência NÃO admitida pela norma culta, é:<br />

a) Nenhum médico apareceu <strong>para</strong> assistir-lhe naquele momento. / Nenhum médico apareceu <strong>para</strong> assisti-lo naquele<br />

momento.<br />

b) Remover o cadáver implicava uma responsabilidade que ninguém queria assumir. / Remover o cadáver implicava numa<br />

responsabilidade que ninguém queria assumir.<br />

c) Para muitos transeuntes, o morto estava ali a importuná-los. / Para muitos transeuntes, o morto estava ali a importunarlhes.<br />

d) A confusão provocada pelo defunto influiu no ambiente tranquilo da rua, tumultuando-o. / A confusão provocada pelo<br />

defunto influiu sobre o ambiente tranquilo da rua, tumultuando-o.<br />

e) O fim a que todos visavam era depenar por completo o morto. / O fim que todos visavam era depenar por completo o<br />

morto.<br />

13. (Cesgranrio – Petroquímica Suape – Engenheiro de Manutenção Pleno – 2011) “Outra fonte de renda é o valor do ingresso,<br />

que custa R$ 35:”<br />

Quanto à sintaxe de regência, o trecho que apresenta um verbo com regência semelhante à do termo destacado na passagem<br />

transcrita acima é:<br />

a) “...de quem procura a reserva <strong>para</strong> comprar artesanato,”<br />

b) “<strong>para</strong> levar um casal de amigos.”<br />

c) “Scavello considera positiva a implantação do sistema na aldeia:”<br />

d) “– Não somos assalariados,”<br />

e) “pois não caçamos mais,”<br />

14. (Cesgranrio – Petrobras – Inspetor de Segurança Interna Jr. – 2011) Considere as frases abaixo.


I. Manuel aspira ......... cargo de gerente na empresa.<br />

II. Quem quiser assistir ......... filme, deve permanecer em silêncio.<br />

III. Certamente, essa decisão implicará ......... dissolução do grupo.<br />

IV. Ao chegar .......... casa, verificarei se os documentos estão em ordem alfabética.<br />

Em relação à regência verbal, a sequência que preenche corretamente as lacunas é:<br />

a) o – ao – na – em;<br />

b) o – o – a – a;<br />

c) ao – o – na – em;<br />

d) ao – ao – a – a;<br />

e) ao – ao – na – em.<br />

15. (Cesgranrio – Transpetro – Técnico Ambiental Jr. – 2011) A sentença em que a expressão em negrito está usada de acordo<br />

com a norma-padrão é:<br />

a) O provedor que comprei o plano demonstra eficiência.<br />

b) As pessoas dos quais compareceram desconheciam informática.<br />

c) O desejo de que a Internet ficasse mais rápida se realizou.<br />

d) O menino, o cujo pai trabalha em informática, virá ajudar-nos.<br />

e) A matéria aonde me dei mal foi programação.<br />

16. (Cesgranrio – Finep – Técnico (Apoio Adm. e Secr.) – 2011) Dentre os períodos compostos abaixo, qual foi elaborado de<br />

acordo com a norma-padrão da língua?<br />

a) Entrei e saí do escritório hoje correndo.<br />

b) O relatório que te falei está em cima da mesa.<br />

c) Esse é o colega que dei meu endereço novo.<br />

d) O manual por que aprendeu a usar a máquina é ruim.<br />

e) A ilha que eu mudei minha residência oficial é grande.<br />

17. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico de Informática – 2011) Em qual das sentenças abaixo, a regência verbal está em<br />

DESACORDO com a norma-padrão?<br />

a) Esqueci-me dos livros hoje.<br />

b) Sempre devemos aspirar a coisas boas.<br />

c) Sinto que o livro não agradou aos alunos.<br />

d) Ele lembrou os filhos dos anos de tristeza.<br />

e) Fomos no cinema ontem assistir o filme.<br />

18. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico Manutenção Jr. – 2011) Substituindo o verbo destacado por outro, a frase, quanto à<br />

regência verbal, torna-se INCORRETA em:<br />

a) O líder da equipe, finalmente, viu a apresentação do projeto. / O líder da equipe, finalmente, assistiu à apresentação do<br />

projeto.<br />

b) Mesmo não concordando, ele acatou as ordens do seu superior. / Mesmo não concordando, ele obedeceu às ordens do<br />

seu superior.<br />

c) Gostava de recordar os fatos de sua infância. / Gostava de lembrar dos fatos de sua infância.<br />

d) O candidato desejava uma melhor colocação no ranking. / O candidato aspirava a uma melhor colocação no ranking.<br />

e) Naquele momento, o empresário trocou a família pela carreira. / Naquele momento, o empresário preferiu a carreira à<br />

família.<br />

19. (Cespe/UnB – EBC – Cargos de Nível Superior – 2011) Em “Kant inicia a exposição da ética, que ele chama metafísica<br />

dos costumes”, o trecho em itálico, que exerce, na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da<br />

preposição de.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/UnB – FUB – Analista de Tecnologia da Informação – 2011) A retirada da preposição “de” em “A indicação inicial<br />

é a de que, sim, a rede está alterando (...)” não implicaria alteração do texto, quer do ponto de vista semântico, quer<br />

sintático.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) Os vocábulos “decorrência” (É a decorrência natural da sua


constituição...), “condizente” (... procurou a forma condizente com sua mensagem...) e “irreprimível” (... a voz irreprimível<br />

dos fantasmas... ) regem termos que lhes complementam, necessariamente, o sentido.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (FCC – Infraero – Analista de Sistemas – 2011) Considere as frases abaixo, construídas com palavras retiradas do texto<br />

(grafadas em negrito). A frase cuja redação está inteiramente de acordo com a norma culta é:<br />

a) Alguns acreditam que com o advento da chamada globalização o mundo foi reduzido entre uma pequena aldeia.<br />

b) É notável a submissão de certos animais acerca do dono.<br />

c) Não se pode afirmar que não haja legitimação sobre regras morais na sociedade contemporânea.<br />

d) Parece razoável propor que em todas as áreas do conhecimento há certa dicotomia à teoria e prática.<br />

e) Alguns críticos acreditam que a sensibilidade é inerente nos grandes artistas.<br />

23. (FCC – TRT/MT (23R) – Analista Judiciário – 2011) Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na<br />

frase:<br />

a) Os argumentos de que devemos nos agarrar devem se pautar nos limites da racionalidade e da justiça.<br />

b) Os casos históricos em que Voltaire recorre em seu texto ajudam-no a demonstrar de que a pena de morte é ineficaz.<br />

c) A pena de talião é um recurso de cuja eficácia muitos defendem, ninguém se abale em tentar demonstrá-la.<br />

d) Os castigos a que se submetem os criminosos devem corresponder à gravidade de que se reveste o crime.<br />

e) As ideias liberais, de cuja propagação Voltaire se lançou, estimulam legisladores em quem não falte o senso de justiça.<br />

24. (FCC – TJ/AP – Titular Serviços de Nota e Registros – 2011) ... a assunção de convicções individuais, bem como o<br />

silêncio e a solidão cederam passo a uma posição passiva ... (2 o parágrafo)<br />

A regência determinada pelo verbo grifado acima se reproduz em:<br />

a) ... que são enviadas em processo contínuo de transmissão durante todo dia ...<br />

b) ... na medida em que penetra nossa existência em todos os instantes ...<br />

c) ... vê-se televisão a todo tempo.<br />

d) .... a televisão é uma imposição de modos de ser, de pensar ...<br />

e) ... que deverá pautar sua ação em código de conduta do órgão de imprensa ...<br />

25. (FCC – Infraero – Administrador – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:<br />

a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhecimento.<br />

b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar.<br />

c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.<br />

d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de Neve.<br />

e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais.<br />

26. (FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:<br />

a) Não deu certo o tal do método prático em cuja eficiência Paulo Honório chegou a acreditar.<br />

b) Para o jornalista, a criação da língua literária requer uma técnica sofisticada em que nenhum escritor pode abdicar.<br />

c) Quando Paulo Honório leu os dois capítulos datilografados, sentiu neles um artificialismo verbal de que jamais toleraria.<br />

d) Se literatura fosse um arranjo de palavras difíceis, os dicionaristas fariam poemas de cujo brilho ninguém superaria.<br />

e) A linguagem com que Paulo Honório de fato aspirava era simples, direta, e não uma coleção de figuras retóricas.<br />

27. (FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão<br />

se modificando à medida que são tocados”.<br />

A expressão pronominal em que, grifada acima, preenche corretamente a lacuna da frase:<br />

a) As questões ...... se preocupam os cientistas dizem respeito às alterações cerebrais devidas ao uso indiscriminado da<br />

internet.<br />

b) É incalculável o número de informações, sobre os mais diversos temas, ...... o cérebro humano é capaz de processar.<br />

c) As hipóteses aventadas, ...... se baseiam os especialistas, devem ainda ser comprovadas por exames acurados.<br />

d) As implicações causadas pela onipresença da internet, ...... está sujeito o cérebro humano, são objeto de preocupação<br />

de cientistas.<br />

e) As informações ...... dispõem os usuários da comunicação eletrônica são múltiplas, embora sejam superficiais.<br />

28. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – 2011) Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados<br />

na frase:<br />

a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam todo seu desprezo, passaram a se<br />

enfeixar com a expressão dez de setembro.


) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de segurança em cuja<br />

radicalidade muitos recriminam.<br />

c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do pasmo no qual<br />

foram tomados tantos americanos.<br />

d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é na esperança que queremos<br />

nos apegar.<br />

e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se de<strong>para</strong>r, são também lições terríveis, de cujo significado não se deve<br />

esquecer.<br />

(Cespe/UnB – CNPQ – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior – 2011) “(...) A história das teorias consiste, em grande parte,<br />

na reelaboração e em novas formas de usos de conceitos. (...)”<br />

29. O emprego da preposição em antes de “reelaboração” e “novas formas” deve-se à relação de regência do verbo consistir,<br />

do qual esses termos são, no texto, complementos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

30. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que<br />

queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade.<br />

– O emprego da preposição a antes de “o destino” indica que esse termo complementa a expressão “em relação”, assim<br />

como “o modelo” também a complementa.<br />

31. (Cespe/UnB – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos<br />

anos”, o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário – 2012) As ideias estão articuladas de modo claro e correto na seguinte frase: “Mesmo<br />

sendo ele um hábil articulador e a despeito do grande prestígio de que gozava, não obteve êxito na transação, pois a<br />

verdadeira natureza do negócio lhe esca<strong>para</strong>”?<br />

33. (FCC – TCE/SP – Agente de Fiscalização Financeira – 2012) A frase em que a regência está em conformidade com o<br />

padrão culto escrito é:<br />

a) Em seu fingimento, só restou de que dissesse ao ex-sócio que sentia saudades dele.<br />

b) Tudo isso considerado, é necessário fazer que ele sinta o peso da responsabilidade.<br />

c) Em atenção por seu talento indiscutível, o pou<strong>para</strong>m as devidas multas.<br />

d) Passou os documentos a mão do técnico e não os perdeu de vista até ao final da reunião.<br />

e) Inconformado de que eles propalavam injúrias a seu respeito, decidiu denunciá-los.<br />

34. (FCC – ISS/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal I – 2012) A frase em que a palavra destacada está empregada<br />

corretamente é:<br />

a) Só mesmo ele, com sua ousadia, podia ter-se arrogado em certos direitos.<br />

b) Percebeu que o que fizera era uma exorbitância com suas funções.<br />

c) No dia seguinte da postagem da carta, ela já a recebia em casa.<br />

d) Sua função lhe incompatibilizou com muitos colegas.<br />

e) Depois de anos, resignou-se definitivamente àquele modo de vida precário.<br />

35. (Cesgranrio – BB – Escriturário – 2012) A frase em que a presença ou ausência da preposição está de acordo com a<br />

norma-padrão é:<br />

a) A certeza que a sorte chegará <strong>para</strong> mim é grande.<br />

b) Preciso de que me arranjem um emprego.<br />

c) Convidei à Maria <strong>para</strong> vir ao escritório.<br />

d) A necessidade que ele viesse me ajudar me fez chamá-lo.<br />

e) Às dez horas em ponto, estarei à sua casa.<br />

36. (Cesgranrio – Petrobrás – Economista Jr. – 2012) A frase cuja regência do verbo respeita a norma-padrão é:<br />

a) Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.<br />

b) Os professores avisaram aos alunos da prova.<br />

c) Deve-se obedecer o português padrão.


d) Assistimos uma aula brilhante.<br />

e) Todos aspiram o término do curso.<br />

37. (Cesgranrio – Liquigás – Profissional Jr. – 2012) A leitura do trecho “A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e<br />

o de que necessita. E a lutar <strong>para</strong> ganhar o dinheiro com que pagar” permite concluir que as preposições são exigidas,<br />

respectivamente, pelos seguintes verbos:<br />

a) desejar e ganhar;<br />

b) desejar e pagar;<br />

c) pagar e desejar;<br />

d) necessitar e ganhar;<br />

e) necessitar e pagar.<br />

38. (Esaf – SRF – Analista Tributário da Receita Federal – 2012) (Adaptada) Há a erro gramatical na transcrição do texto<br />

abaixo em (4) ou (5)?<br />

(...) em absoluto, de recusar investimentos estrangeiros que, de qualquer modo, apresentam vantagens, mas de<br />

procurar direcionar-lhes (4) <strong>para</strong> onde são mais importantes e necessários e de estar conscientes de que (5) nem<br />

todos eles representam a salvação da economia num momento de dificuldades.<br />

39. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) A frase que, segundo os preceitos da gramática normativa do português do<br />

Brasil, está correta quanto à regência é:<br />

a) A cada pequena discussão, costumava lhe chamar de aventureiro e até como irresponsável, e disso já se havia coletado<br />

muitas provas.<br />

b) Nada daquela maluca versão interessava a ele, principal testemunha do caso, e por isso manifestou-se quanto à imediata<br />

retirada do indesejável depoimento.<br />

c) A afinidade entre os colegas intensificava-se ao mesmo tempo que seus estudos se desenvolviam, e disso surgiu uma<br />

amizade que todos tinham orgulho.<br />

d) Sua obra é daquelas que se pode dizer tudo, menos que passará despercebida a futuras gerações, seja <strong>para</strong> negar-lhe<br />

méritos, seja <strong>para</strong> reconhecê-los.<br />

e) Aquele professor é a verdadeira razão de que muitos estudantes decidiram dedicar-se à pesquisa, o que lhe faz ser<br />

constantemente mencionado como exemplo a ser seguido.<br />

40. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012) Cronistas de reinos passados, gênios das navegações [...] não falam de discos,<br />

pratos ou charutos voadores...<br />

O verbo que NÃO foi empregado com o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está em:<br />

a) Começou com um piloto norte-americano de caças ...<br />

b) ... que simplesmente desistimos deles?<br />

c) ... sequer pensarmos em outros mundos ...<br />

d) Enjoaram de nós?<br />

e) Venceu a hipótese de naves ...<br />

41. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) “O que definia o século XIX era a mudança: mudança em termos de e em<br />

função dos objetivos das regiões dinâmicas do Atlântico norte, que eram, à época, o núcleo do capitalismo mundial.”<br />

Estrutura que considera, como a destacada acima, corretamente as regências, encontra-se em frases que seguem, com<br />

EXCEÇÃO desta única:<br />

a) Comprovou que e alegou de que os documentos eram originais.<br />

b) Segurou o menino com e pela mão esquerda.<br />

c) Por conta de e <strong>para</strong> saldar as dívidas, penhorou seu único imóvel.<br />

d) Necessitava de e exigia os documentos que haviam ficado retidos indevidamente.<br />

e) Os estados se unificaram em e por uma sólida confederação.<br />

42. (CEPERJ – DEGASE – Psicólogo – 2012) “É forçoso reconhecer que razão assiste ao magistrado.”<br />

A frase acima exemplifica um uso mais formal da língua, escolhido pelo autor deste texto, que foi originalmente publicado em<br />

uma seção voltada <strong>para</strong> questões de Direito e Justiça de um jornal.<br />

No contexto da frase, o significado do verbo “assistir” é:<br />

a) comparecer;<br />

b) acompanhar;<br />

c) faltar;<br />

d) caber;<br />

e) permanecer.


43. (MPE/SC – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2012) Na Língua Portuguesa, é primordial o conhecimento da sintaxe de<br />

regência, isto é, a relação sintática de dependência que se estabelece entre nomes e verbos e seu complemento, com a<br />

presença ou não de preposição. Essa preposição pode estar associada ao pronome relativo. Assim, assinale o(s) item(ns)<br />

que contempla(m) duas versões da mesma frase consideradas corretas:<br />

I. Prefiro ser um bom advogado a um mau juiz. / Prefiro ser um bom advogado do que um mal Juiz.<br />

II. Os livros já foram, um dia, objeto sagrado onde o acesso era permitido a poucos. / Os livros já foram, um dia, objeto<br />

sagrado cujo acesso era permitido a poucos.<br />

III. Haverá recursos do Estado <strong>para</strong> a associação de cuja parte nós fazemos. / A associação de que fazemos parte<br />

receberá recursos do Estado.<br />

IV. Causou polêmica a medida provisória que autoriza o plantio de soja transgênica no país. / Causou polêmica a medida<br />

provisória a qual autoriza o plantio de soja transgênica no país.<br />

V. O dinheiro que o político dispõe <strong>para</strong> a campanha política é bem mais que ele receberá em salário. / O dinheiro de que o<br />

político dispõe <strong>para</strong> a campanha política é bem mais do que ele receberá em salário.<br />

a) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.<br />

b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.<br />

c) Apenas as assertivas II e V estão corretas.<br />

d) Apenas as assertivas I, III, IV e V estão corretas.<br />

e) Todas as assertivas estão corretas.<br />

44. (FCC – TCE/AP – Analista de Controle Externo – 2012) Do ponto de vista da regência, a frase redigida em conformidade<br />

com o padrão culto escrito é:<br />

a) Vive dizendo que, <strong>para</strong> ele, nos fins de semana, nada melhor como pegar um bom livro e lê-lo até o fim.<br />

b) Depois de tanto esforço dos que o acolheram, nem sequer se dignou de apresentar pessoalmente suas despedidas.<br />

c) O exagero no consumo de bebidas alcoólicas na formatura ocasionou em um fim trágico.<br />

d) As vítimas mais graves do engavetamento foram atendidas ao Hospital das Clínicas.<br />

e) Acredito, sinceramente, de que o melhor a fazer é afastá-lo da comissão.<br />

45. (FEC – PC – Inspetor de Polícia Civil (6ª Classe ) – 2012) A alternativa em que a duplicidade de regência verbal<br />

documentada é INACEITÁVEL no português culto é a seguinte:<br />

a) “refletir sobre o significado das favelas” / refletir no significado das favelas.<br />

b) “desfrutando da sua beleza singular” / desfrutando a sua beleza singular.<br />

c) “oferecer melhores condições de vida <strong>para</strong> os seus moradores” / oferecer (...) aos seus moradores.<br />

d) “entender que os moradores dessas comunidades possuem histórias de vida” / entender de que os moradores.<br />

e) “Vivemos em uma época de profundas transformações” / Vivemos uma época.


Gabarito<br />

1. A. 10. ERRADO . 19. ERRADO . 28. E. 37. E.<br />

2. D. 11. C. 20. ERRADO . 29. CERTO . 38. (4).<br />

3. D. 12. C. 21. ERRADO . 30. CO RRETA. 39. B.<br />

4. CO RRETA. 13. E. 22. E. 31. CERTO . 40. E.<br />

5. CO RRETA. 14. D. 23. D. 32. CO RRETO . 41. A.<br />

6. NENHUMA. 15. C. 24. E. 33. B. 42. D.<br />

7. CERTO . 16. D. 25. B. 34. E. 43. A.<br />

8. ERRADO . 17. E. 26. A. 35. B. 44. B.<br />

9. ERRADO . 18. C. 27. C. 36. A. 45. D.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 30<br />

Crase


Definição<br />

Antes de tudo, quem diz que crase é fácil está enganado! Crase é risível de fácil!<br />

– Poxa, <strong>Pestana</strong>, até hoje eu tenho trauma com esse sinal de crase! Nem consigo dormir<br />

pensando em questões de crase!<br />

– Para começar, o nome do sinal é grave! É isso mesmo! O sinal (`) tem nome: acento<br />

grave! É ele que indica a crase. E pode dormir tranquilo a partir de agora.<br />

– Ué, então crase não é o nome do acento?<br />

– Nunca foi! O nome do acento é “grave”. A crase é um fenômeno em que duas vogais<br />

iguais se tocam, por isso se diz a + a = à. E... se eu fosse você... faria uma recapitulação<br />

do capítulo Artigo. Safo? Vamos entender melhor agora!<br />

Para concursos, o que você precisa saber é o seguinte: a crase é a fusão de duas vogais<br />

idênticas. A primeira vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome<br />

demonstrativo.<br />

“Muito bem. Mas como essas vogais se fundem formando a crase?” Muito simples.<br />

Normalmente um verbo ou um nome exige a preposição a, que se funde com outro a (artigo ou<br />

pronome demonstrativo), formando a crase: à.<br />

Existem quatro situações básicas. Veja abaixo:<br />

a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)<br />

É impossível resistir à lasanha da minha mãe.<br />

Quem nunca resiste... nunca resiste a + a (lasanha) = à (lasanha). Foi?<br />

“Mas como é que você sabe que há um artigo feminino antes do substantivo lasanha <strong>para</strong> a<br />

gente poder crasear o a?”<br />

DOIS BIZUS LINDOS: Para sabermos se haverá crase (a+a=à), basta colocarmos o<br />

artigo antes do substantivo e criar uma frase hipotética, colocando-o como sujeito da frase: “A<br />

lasanha da minha mãe é ótima.”. Percebe que a ausência do artigo tornaria a frase estranha:<br />

“Lasanha da minha mãe é ótima.”? O artigo serve <strong>para</strong> determinar, especificar a palavra<br />

lasanha. Este método é ótimo <strong>para</strong> perceber se há ou não artigo antes de um substantivo. Outro<br />

método que normalmente dá certo é trocar a palavra feminina por uma masculina. Se no lugar<br />

do à puder ser ao, a crase estará 99% das vezes certa: “É impossível resistir ao nhoque da<br />

minha mãe.”. Foi?<br />

Veja outro exemplo:<br />

Minha mãe deu à luz um bebê lindo em 1982: eu.<br />

O verbo dar, como se sabe, é bitransitivo (VTDI). Logo, um bebê lindo é objeto direto, e à<br />

luz, o objeto indireto. Dá-se algo a alguém (a “luz” está em sentido conotativo, equivalendo a


“vida”, “ao mundo”). Bonito isso! Quase chorei...<br />

Para fechar, mais um:<br />

Eu cheguei à Brasil, mas, como de costume, ela estava engarrafadíssima!<br />

“Ué, <strong>Pestana</strong>, você está maluco? Brasil é uma palavra masculina, ora; é o Brasil e não a<br />

Brasil!”<br />

Calma, calma... Olhos abertos! Às vezes, o substantivo vem implícito. Você deveria ter<br />

visto assim: “Eu cheguei à (avenida) Brasil...”. Ou seja, quem chega, chega a + a avenida.<br />

Percebeu agora? A+a=à. Simples assim.<br />

a (preposição) + a(s) (pronome demonstrativo) = à(s)<br />

Antes de qualquer coisa, há basicamente dois casos em que o vocábulo a pode ser um<br />

pronome demonstrativo, equivalendo ao pronome “aquela”: antes de pronome relativo que e<br />

antes de preposição de: A (= aquela) que chegou era minha filha. / Sua filha é linda, mas a<br />

(= aquela) dele é muito mais.<br />

Agora sim, o princípio da crase é o mesmo, beleza? Veja:<br />

Nós nos referimos à que foi 01 do concurso <strong>para</strong> Analista Judiciário.<br />

Sempre procuro fazer alusão às lições do Bechara e às do Celso Cunha.<br />

No primeiro caso, quem se refere, se refere a + a = à. No segundo caso, quem faz alusão,<br />

faz alusão a + as = às.<br />

a (preposição) + aquele(s), aquela(s), aquilo (pronomes demonstrativos) = àquele(s),<br />

àquela(s), àquilo<br />

Lembre-se: crase é a fusão de duas vogais idênticas. Jamais erre na prova este caso.<br />

A bebida é sempre nociva àqueles que se embriagam.<br />

Procurou explicar-se àquela comissão, mas ela não tolerou seu erro.<br />

Depois de todo o terror, assistir àquilo foi a gota d’água.<br />

O que é nocivo, é nocivo a + aqueles = àqueles. Quem se explica... se explica a + aquela<br />

= àquela. Quem assiste (= ver), assiste a + aquilo = àquilo.<br />

a (preposição) + a qual, as quais (pronome relativo) = à qual, às quais<br />

Lembre-se: se um verbo ou um nome exigindo preposição vier depois do pronome relativo,<br />

a preposição ficará obrigatoriamente antes do pronome relativo.<br />

Todas as professoras de Língua Portuguesa às quais me dirigi eram capazes.<br />

A explicação à qual tenho direito finalmente me foi dada pelo mestre.


No primeiro caso, o verbo pronominal dirigir-se exige a preposição a, que se aglutina com<br />

as quais (pronome relativo), formando às quais. No segundo caso, o nome direito também<br />

exige a preposição a, que se aglutina com a qual (pronome relativo), formando à qual.


Casos Obrigatórios<br />

Além dos casos clássicos de crase, já vistos anteriormente, há dois casos obrigatórios de<br />

crase. Vejamos:<br />

1) Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e prepositivas com núcleo feminino<br />

A crase ocorre porque a preposição a que inicia tais locuções se funde com o artigo a que<br />

vem antes do núcleo feminino. O acento grave é fixo!<br />

– Um policial à paisana trocou tiros com três homens que tentavam roubar um banco.<br />

– Cheguei às cinco horas da tarde.<br />

– À medida que estudo, fico mais seguro.<br />

– Einstein estava à frente de seu tempo.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Conheça algumas locuções (as que têm valor semântico de meio ou instrumento são<br />

polêmicas entre os gramáticos):<br />

a) adjetivas: à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à vontade, à<br />

venda, à mão armada, à beça...<br />

b) adverbiais*: à noite, à tarde, às vezes, às pressas, à farta, à vista, à primeira vista,<br />

à hora certa, àquela hora, à esquerda, à direita, à uma (ao mesmo tempo,<br />

juntamente), à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escondidas, à<br />

míngua, à fome, à venda, à mão armada, à beça, à bala, à tinta, à máquina, à espada,<br />

à caneta, à foice, à chave, à revelia, à deriva, à meia-noite...<br />

c) prepositivas: à altura de, à custa de, à espera de, à beira de, à espreita de, à base<br />

de, à moda de, à maneira de, à procura de, à roda de, à guisa de, à mercê de, à<br />

semelhança de...<br />

d) conjuntivas (só duas): à medida que, à proporção que.<br />

* o mais das vezes, as mais das vezes são locuções não craseadas.<br />

2) Polêmica! As locuções que têm valor semântico de meio ou de instrumento podem ou<br />

não receber acento grave. Depende da visão do gramático. Infelizmente não há (mais uma<br />

vez) unidade de pensamento. Exemplos: “Eu costumo escrever a (à) caneta<br />

(instrumento).”. / “Não gosto de comprar a (à) prestação (meio).”.<br />

No entanto, todos eles concordam que, por razões de clareza, a fim de afastar qualquer<br />

ambiguidade, pode-se usar o acento grave. Exemplos: “Vendi a vista.” (o olho?) / “Vendi à<br />

vista.” (meio).<br />

Use sempre seu bom senso na hora da prova, pois não sabemos o que as bancas irão<br />

aprontar. O fato é que questões assim são raríssimas! Veja uma que “resolve” a polêmica:<br />

(Cespe/UnB – BB – Escriturário I – 2003 – Questão 35 – Opção 5)


– Em “Preencher à máquina”, na linha vertical na margem esquerda do formulário, o emprego do sinal indicativo de<br />

crase é opcional.<br />

Comentário: A questão foi anulada! Logo, se foi anulada e, portanto, o emprego do sinal<br />

indicativo de crase não é opcional, inferimos que a crase é obrigatória em à máquina! Pelo<br />

menos <strong>para</strong> o Cespe/UnB.<br />

Corroborando isso, os manuais de redação, como o Manual de Redação da Câmara dos<br />

Deputados, o Manual de Redação e Estilo de O Estado de São Paulo, o Manual de<br />

Redação da PUC/RS e muitos importantíssimos gramáticos brasileiros, como Evanildo<br />

Bechara, Rocha Lima, Said Ali, ensinam (seja por razões de clareza, seja pela tradição<br />

linguística) que há crase nas locuções que indicam meio ou instrumento. Outros estudiosos<br />

dirão que não há crase porque nesse caso não se pode usar a regra prática de substituir a por<br />

ao, o que provaria a presença do artigo antes da locução, incorrendo em crase. É isso... em<br />

vez de facilitarem nossa vida, atrapalham. Cuidado com as provas da vida!<br />

3) Pensou que a polêmica havia acabado? Bem-vindo à “língua portuguesa”! Apesar de<br />

alguns gramáticos discordarem, está estabelecida na tradição gramatical que a locução<br />

adjetiva a distância não recebe acento indicativo de crase. E é assim que vem caindo em<br />

prova de concurso. Por exemplo: Fiz um curso à distância (errado). Fiz um curso a<br />

distância (certo).<br />

Se a locução vier especificada, aí, sim, ocorre acento indicativo de crase: Fiz um curso à<br />

distância de cem metros da minha casa. / Aqui você tem todos os canais à distância de um<br />

clique.<br />

Uma prova de que a visão tradicional prevalece – ou seja, só há acento grave na locução se<br />

vier especificada – está aqui: INSTITUTO CIDADES – TCM/GO – AUDITOR DE<br />

CONTROLE EXTERNO – 2012 / FJG – SME/RJ – PROFESSOR – 2003 / FJPF – CREA –<br />

ASSISTENTE – 2005 / FIP – CÂMARA/SJC – PROGRAMADOR/Analista de Sistemas –<br />

2009.<br />

3) “Ah! Agora acabaram as polêmicas, não é, Pest?” Escuta esta agora. Alguns gramáticos,<br />

como Napoleão M. de Almeida, dizem que a locução à vista não vem craseada. Mas...<br />

consagrado pelo uso, o acento grave é sempre usado nessa expressão – quando não<br />

indicar a “córnea”, o “olho”: Machucou a vista jogando bola. O gramático Cegalla<br />

corrobora isso, dizendo que as locuções à vista e à vista de são sempre craseadas. E<br />

mais uma prova disso está aqui: FCC – TRF (3 a R) – Analista Judiciário – 2007 –<br />

QUESTÃO 12 – OPÇÃO C.<br />

4) A expressão à domicílio, muito craseada nos panfletos e fachadas da vida, não pode levar<br />

acento grave, pois o núcleo (domicílio) é masculino.<br />

5) Cuidado com a expressão as vezes de (que significa “desempenhar as funções que são da<br />

competência de outro” ou “ser usada <strong>para</strong> o mesmo fim que outro”) em frases do tipo “O


professor fez as vezes de aluno.”, pois não representa uma locução prepositiva, logo não<br />

há crase. Nunca! Sobre isso, consulte: FCC – TJ/RJ – COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E<br />

DA JUVENTUDE – 2012 – QUESTÃO 11.<br />

2) Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”<br />

Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas locuções prepositivas com<br />

núcleo feminino iniciadas por a: “Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.”. Às<br />

vezes, porém, a locução vem implícita antes de substantivos masculinos, o que pode fazer<br />

você pensar que não rola a crase. Mas... há crase, sim!<br />

– Comi uma caça à espanhola anteontem.<br />

– Ontem jantei um bacalhau à Gomes de Sá.<br />

– Hoje comerei um filé à Osvaldo Aranha.<br />

– Talvez amanhã eu coma um tutu à mineira...<br />

– Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-ei à Versace e<br />

entregá-la-ei à tímida aniversariante.<br />

Obs.: Não vá você agora pensar que tal locução vem sempre implícita. Quando você vai a<br />

um restaurante, lá vem o cardápio... Está lá escrito (normalmente): frango à passarinho<br />

e bife à cavalo. “E daí?” Bem, o fato é que não se pode comer um frango à maneira do<br />

passarinho, porque passarinho não come frango de maneira alguma nem lança moda. O<br />

mesmo vale <strong>para</strong> o cavalo, beleza? Entenda: as expressões à moda de e à maneira de<br />

significam “em imitação a; do jeito de; da maneira como se faz; da maneira como se<br />

come; de acordo com o estilo de...”. Logo, não há crase em frango a passarinho nem em<br />

bife a cavalo. Entendido?


Casos Proibitivos<br />

1) Antes de substantivos masculinos<br />

– Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a pé.<br />

2) Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou plural) usado em sentido<br />

generalizador (Veja Casos Especiais!)<br />

– Depois do trauma, nunca mais foi a festas.<br />

– Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a homem.<br />

Obs.: Se houver individualização do substantivo, o artigo aparecerá <strong>para</strong> indicar que o<br />

substantivo é conhecido do falante ou já foi mencionado antes, logo haverá crase: “Não<br />

foi feita menção à mulher, nem à criança, tampouco (ao) homem”. Se o substantivo<br />

feminino vier acompanhado de alguma ou nenhuma, não haverá crase, pois a ideia ainda<br />

será de indeterminação, generalização: “Não foi feita menção a mulher<br />

alguma/nenhuma.”.<br />

3) Antes de artigo indefinido “uma”<br />

– Iremos a uma reunião muito importante no domingo.<br />

Obs.: Diante do numeral indicando hora, crase na cabeça: Chegarei à uma (hora). Cuidado<br />

com há (indicando existência ou tempo decorrido): Há (existe) uma hora em que<br />

precisamos mudar de opinião. / Há (faz) uma hora fechamos um contrato milionário.<br />

Veja Casos Especiais.<br />

4) Antes de nomes de santas, de Nossa Senhora e de mulheres célebres<br />

– Tenho devoção a Santa Maria Madalena.<br />

– Muito devemos a Teresa de Calcutá.<br />

– Dirigiu-se a santa Rita em oração com fervor.<br />

Obs.: Em “Tenho devoção à Virgem.”, a crase é obrigatória. O artigo definido pode surgir<br />

por razões intencionais, emocionais ou estilísticas, logo, se quisermos aproximar-nos de<br />

tais figuras históricas, tratando-as afetivamente, o uso do artigo não poderá incorrer em<br />

erro, havendo a possibilidade de crase. No entanto, no registro formal, aconselha-se o<br />

não uso do artigo.<br />

5) Antes de pronomes pessoais, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos, pronomes<br />

demonstrativos e pronomes relativos


– Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.<br />

– A quem vocês se reportaram no Plenário?<br />

– Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.<br />

– Entreguei o livro a esta editora, mas ela desprezou a obra.<br />

– A atriz brasileira a cuja peça aludi já ganhou dois prêmios internacionais.<br />

Obs.: Não obstante, pode haver crase:<br />

I - antes das “formas de tratamento” senhora, senhorita, dona*, dama, madame, doutora<br />

etc.: “Destes teu coração à senhorita, e, ainda assim, ela te ignoraste?” / “À dama não<br />

respondeu por vergonha ou falta de educação.”<br />

II - antes dos pronomes indefinidos pouca(s), muitas, demais, outra(s) e várias: “O doutor<br />

atendeu às poucas mulheres que hoje foram à sua clínica.” / “BC equi<strong>para</strong> crédito<br />

consignado às demais operações.” / “De uma geração à outra, tudo pode mudar.”<br />

III - antes dos pronomes demonstrativos aquele(a/s), aquilo, mesma(s), própria(s), tal:<br />

“Dedicou-se à própria vida, esquecendo as outras pessoas que o rodeavam.”<br />

IV - antes do pronome relativo a qual: “A fórmula à qual a economia brasileira está<br />

subordinada não passa de uma regra básica.”<br />

* Sobre a palavra dona, há certa polêmica, por isso recomendo este material (excelente!):<br />

http://jeinformalinguaelinguagem.blogspot.com.br/2007/03/crase-e-palavra-dona.html<br />

6) Antes de numerais não determinados por artigo<br />

– O professor só conseguiu explicar o assunto a uma aluna; as três não quiseram<br />

esperar <strong>para</strong> tirar suas dúvidas.<br />

– O político iniciou visita a duas nações europeias.<br />

Obs.: Se as nações forem determinadas... crase: O político iniciou visita às duas nações<br />

europeias.<br />

7) Antes de verbos no infinitivo<br />

– A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.<br />

Obs.: Preciso dizer que não há crase em “Blusas à partir de R19,90”?<br />

8) Depois de outra preposição qualquer (essencial ou acidental)<br />

– Fui <strong>para</strong> a Itália.<br />

– A Fundação Casa é uma instituição que atua em casos de extrema gravidade, mediante<br />

a determinação judicial.


– Serão encaminhados após a sessão os documentos exigidos.<br />

– O futuro mártir se colocou contra a medida adotada pelo governo.<br />

9) Entre palavras repetidas que formam uma locução<br />

– Quero que você fique cara a cara e diga a verdade.<br />

– Nosso dia a dia nunca mais foi o mesmo após o furacão.<br />

Obs.: Cuidado com expressões como estas: “É preciso declarar guerra à guerra!” / “É<br />

preciso dar mais vida à vida!”, em que há crase devido à regência do verbo declarar e<br />

dar. Neste caso, guerra a guerra e vida a vida não formam locuções.<br />

10) Antes de qualquer expressão ou frase substantivada<br />

– A expressão “Não vou beber” está ligada por uma ideia de causa a “A água está<br />

muito gelada”.<br />

– O conectivo “se” às vezes equivale a “já que”.


Casos Facultativos<br />

1) Antes de pronomes possessivos adjetivos femininos<br />

– Enviamos cartas a (à) nossa filha que está no Canadá.<br />

Obs.: Se o pronome possessivo for substantivo (ou seja, aquele que substitui um<br />

substantivo), crase obrigatória! Exemplo: Enviaram uma encomenda a (à) nossa<br />

residência, não à sua.<br />

2) Depois da considerada locução prepositiva até a<br />

Quando não houver crase, leia-se até a como preposição + artigo.<br />

– Vá até a geladeira e pegue um pedaço de torta <strong>para</strong> seus avós. (até + a)<br />

– Vá até à geladeira e pegue um pedaço de torta <strong>para</strong> seus avós. (até a + a)<br />

Obs.: Não confundir com até (= inclusive; palavra denotativa de inclusão). Em “Como dito<br />

pelo Secretário, alguns setores tendem até a definhar no Brasil”, não poderia haver<br />

crase por dois motivos: 1) não há crase antes de verbo e 2) até = inclusive. Já nesta<br />

frase a crase é obrigatória: “Foi levado ao internato, à cadeia, e (pasmem!) até à<br />

penitenciária, durante sua vida.”. Explicando: o até é uma palavra denotativa de<br />

inclusão, e a crase ocorre porque levado exige a preposição a + a penitenciária = à<br />

penitenciária.<br />

Para fechar, veja esta frase curiosa: “Queimou todo o cabelo, até a raiz.”. Pode-se entender<br />

que todo o cabelo foi queimado, inclusive a raiz ou que todo o cabelo foi queimado<br />

alcançando até um determinado limite, a raiz. Na segunda leitura, há possibilidade de crase:<br />

“Queimou todo o cabelo, até a (à) raiz.”. Disse “possibilidade”, por se tratar de um caso<br />

facultativo.<br />

3) Antes de nomes próprios femininos<br />

– A (À) Juliana tenho conseguido manter-me fiel, o que tem surpreendido a todos.<br />

Obs.: Em muitos lugares do Brasil, não se costuma usar artigo antes de nomes de pessoas.<br />

Eu moro na zona oeste do Rio de Janeiro. Perto daqui, em Niterói, os falantes não<br />

costumam usar artigo. Em sala de aula, os alunos niteroienses se referiam a mim deste<br />

jeito: “Hoje tem aula de <strong>Pestana</strong>?”. Já no RJ era assim: “Hoje tem aula do <strong>Pestana</strong>?”.<br />

Portanto, se há ou não artigo antes de nome próprio, há ou não crase. Simples assim.<br />

Adendo: os gramáticos dizem que o artigo antes do nome próprio denota intimidade,<br />

familiaridade.


4) Diante de certos topônimos, como Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha,<br />

Holanda, Escócia, Recife...<br />

– O técnico português já prevê volta a (à) Inglaterra <strong>para</strong> conduzir o melhor time do<br />

país à vitória.


Casos Especiais<br />

1) Na correlação (ou simetria de construção) das preposições “de... a”, se houver<br />

determinante (artigo ou pronome) contraído com “de”, haverá artigo contraído com a<br />

preposição “a”, resultando na crase.<br />

– A loja funciona de segunda à quinta, de 8h às 18h. (inadequado)<br />

– A loja funciona da segunda à quinta, das 8h às 18h. (adequado)<br />

– De 01/03 à 30/08, haverá dois cursos <strong>para</strong> a área militar. (inadequado)<br />

– De 01/03 a 30/08, haverá dois cursos <strong>para</strong> a área militar. (adequado)<br />

– Ela se molhou dos pés a cabeça. (inadequado)<br />

– Ela se molhou dos pés à cabeça. (adequado)<br />

– Trabalho só deste domingo a sexta; depois, férias! (inadequado)<br />

– Trabalho só deste domingo à sexta; depois, férias! (adequado)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Em qualquer correlação que não seja “de... a”, não haverá crase: “Entre as 14h e as 21h,<br />

estou no trabalho.”. Os “as” são artigos apenas.<br />

2) Não há erro na construção “Horário de atendimento: 8h às 17h”, pois ocorre elipse de<br />

“das” (das 8h às 17h).<br />

3) Observe que há mudança de sentido nestas duas frases: “Trabalha de duas a oito horas” /<br />

“Trabalha das duas às oito horas.”. Na primeira, indica-se que o sujeito trabalha entre<br />

duas e oito horas. Na segunda, o sujeito trabalha durante 6 horas.<br />

4) Veja agora um caso curioso: segundo Domingos P. Cegalla, como o numeral uma não vem<br />

precedido de artigo definido, podemos dizer que, em “Trabalho de uma às cinco<br />

horas.”, a crase independe da correlação, pois é usada <strong>para</strong> evitar ambiguidade em<br />

relação a “Trabalho de uma a cinco horas.”, em que o sentido certamente seria outro.<br />

Não obstante, Bechara diz que se trata de caso facultativo o artigo figurar antes da<br />

expressão uma hora, o que nos leva a esta possibilidade de redação: “Trabalho da uma<br />

às cinco horas.”. Aqui, a correlação é visível.<br />

2) Com as locuções adverbiais indicativas de “hora” (do relógio), há crase.<br />

Há crase, pois junta-se a preposição a (que inicia a locução adverbial) ao artigo a ou ao<br />

pronome demonstrativo iniciado por “a” (que concorda com hora e a determina). Por mais<br />

que a palavra hora esteja elíptica, a crase é obrigatória. Um bizu é substituir a expressão por<br />

“ao meio-dia”. Se puder, crase na cabeça.<br />

– Nesta última eleição, o TSE bateu o recorde histórico, alcançando a totalização de<br />

90% dos votos às 19h.


– Às 21h15min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.<br />

– À zero hora, todo fim de ano, soltam-se fogos.<br />

– Àquela hora todos já estavam de pé?<br />

– Costuma-se acordar às quatro nos quartéis.<br />

– Os lutadores de MMA se enfrentarão às dezenove deste domingo.<br />

– Diga a ela que esteja aqui à uma hora <strong>para</strong> conversarmos a respeito do projeto.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Não há crase antes de hora diante de palavras que rejeitam artigo: “A mídia estampa de<br />

maneira persuasiva, e à qualquer hora, produtos <strong>para</strong> a classe C.” (errado) / “A mídia<br />

estampa de maneira persuasiva, e a qualquer hora, produtos <strong>para</strong> a classe C.” (certa)<br />

2) Não haverá crase antes de hora se vier antecedida de outra preposição que não seja a<br />

(<strong>para</strong>, após, desde e entre): “Desde as 16h30, venho tentando falar com você.” / “Será<br />

estendido <strong>para</strong> as 20 horas o prazo de entrega.” / “Após as 22h, não mais atendemos<br />

pessoalmente.”<br />

3) Diante do caso facultativo “até a”: “Chegue até as 22h ou até às 22h, mas chegue!” / –<br />

“Chegaremos ao trabalho até a (ou até à) uma hora da tarde.”.<br />

4) Sobre uma hora<br />

I – Não devemos confundir “Ela chegou à 1h.” (tempo determinado) com “Ela chegou há<br />

uma hora.”. (tempo decorrido)<br />

II – Se fizer referência a um período de tempo impreciso, que não se trate da hora do<br />

relógio, não há crase: “Sairei daqui a uma hora.” (confirme isso reescrevendo com<br />

duas horas: “daqui a duas horas”, portanto não há crase).<br />

3) Não há crase antes da palavra casa, exceto se vier especificada por um adjetivo, uma<br />

locução adjetiva ou uma oração adjetiva.<br />

– Fui a casa resolver um problema.<br />

– Fui à casa dela resolver um problema.<br />

– O bom filho a casa torna.<br />

– O bom filho à casa dos pais torna.<br />

– Só volta à casa de quem o trata com mimos.<br />

Obs.: Na frase “Em frente a sua casa, houve um incêndio.”, a crase antes de casa é<br />

facultativa, pois vem antecedida do pronome possessivo adjetivo feminino sua. Logo,<br />

poderemos escrever: “Em frente à sua casa, houve um incêndio.”. Prova disso: FCC –<br />

DPE/RS – DEFENSOR PÚBLICO – 2011.


4) Não há crase antes da palavra terra (em oposição a bordo, no contexto frasal). Se<br />

estiver especificada, há crase sempre. Afora isso, pode haver crase.<br />

– Os marinheiros retornaram a terra.<br />

– Os marinheiros retornaram à terra natal.<br />

– O amor à Terra deve imperar, pois é nosso lar.<br />

– Viemos da terra e à terra voltaremos.<br />

Obs.: Veja a questão 4 deste concurso: FGV – SENADO – Analista – 2008. Ela resume tudo<br />

isso.<br />

5) Paralelismo<br />

Ocorre <strong>para</strong>lelismo quando duas ou mais estruturas apresentam semelhança em sua<br />

construção. Em outras palavras, se o primeiro termo de uma enumeração ou com<strong>para</strong>ção vier<br />

determinado, o segundo e os demais também deverão vir determinados. Entenda:<br />

– Não tenho dúvidas de que é preferível virtude a desonestidade.<br />

– Não tenho dúvidas de que é preferível a virtude à desonestidade.<br />

Quando dois ou mais elementos estão coordenados e o primeiro está introduzido por<br />

preposição, há apenas quatro possibilidades corretas de construção:<br />

– Todo brasileiro tem direito a saúde, educação e segurança. (preposição)<br />

– Todo brasileiro tem direito a saúde, a educação e a segurança. (preposição)<br />

– Todo brasileiro tem direito à saúde, educação e segurança.(preposição + artigo)<br />

– Todo brasileiro tem direito à saúde, à educação e à segurança. (preposição + artigo)<br />

6) Antes de topônimos (nomes de lugar) que aceitam artigo<br />

Não é possível colocar todos os nomes de todos os lugares do mundo e do universo em uma<br />

gramática, por isso uma maneira de saber se ocorre artigo antes de um topônimo é por meio de<br />

um bizu do tempo de meu avô: “Quem vai a, volta de (crase pra quê?)” / “Quem vai a, volta<br />

da (crase há)”.<br />

– Fui à Bahia nas minhas férias de início de ano. (Quem vai à Bahia, volta da Bahia.)<br />

– Fui a Ipanema. (Quem vai a Ipanema, volta de Ipanema.)<br />

Obs.: Se o topônimo estiver especificado, crase certa: “Fui à linda Ipanema cantada por<br />

Vinícius.”.<br />

7) Antes de substantivo feminino singular com sentido genérico<br />

Coloquei este caso como especial, pois a presença do artigo feminino singular antes de<br />

substantivo feminino singular com sentido genérico, além de implicar mudança de sentido,


implica a crase. O Cespe/UnB adora esse tipo de questão!<br />

Veja, pelos exemplos, como o assunto é interessante:<br />

Tudo está sujeito a degeneração.<br />

Tudo está sujeito à degeneração.<br />

Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Que tipo de degeneração?”. Não se sabe. Logo,<br />

o sentido é genérico. Na segunda frase, trata-se de uma degeneração já mencionada ou<br />

conhecida dos participantes do ato comunicativo: locutor e interlocutor.<br />

O homem deve ser submetido a cirurgia tão logo.<br />

O homem deve ser submetido à cirurgia tão logo.<br />

Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Que tipo de cirurgia?”. Não se sabe; só se sabe<br />

que se trata de um ato cirúrgico. Logo, o sentido é genérico. Na segunda frase, trata-se de uma<br />

cirurgia já mencionada ou conhecida dos participantes do ato comunicativo: locutor e<br />

interlocutor.<br />

Sempre faço doação a instituição beneficente.<br />

Sempre faço doação à instituição beneficente.<br />

Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Qual instituição beneficente?”. Não se sabe.<br />

Logo, o sentido é genérico. Na segunda frase, trata-se de uma instituição beneficente já<br />

mencionada ou conhecida dos participantes do ato comunicativo: locutor e interlocutor.<br />

O advogado se referiu a lei federal, não a lei estadual.<br />

O advogado se referiu à lei federal, não à lei estadual.<br />

Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Qual lei federal e qual lei estadual?”. Não se<br />

sabe. Trata-se da lei federal e da lei estadual em sentido amplo, como um todo. Na segunda<br />

frase, trata-se de uma lei federal e de uma lei estadual já mencionadas ou conhecidas dos<br />

participantes do ato comunicativo: locutor e interlocutor. Como se estivesse dizendo: “àquela<br />

lei federal”, “àquela lei estadual”.<br />

Nesses casos, podemos dizer que a presença ou não do acento grave é possível, a depender<br />

do sentido que a pessoa quiser dar à frase.<br />

Cuidado!!!<br />

O fato é que nem todo caso de adjetivo especificando substantivo fará o uso do acento<br />

indicativo de crase ser obrigatório. Veja:<br />

– Ela só é fiel a pessoa infiel, por isso vive magoada.<br />

Contextualmente, “pessoa infiel” é um tipo de pessoa, não uma pessoa específica, logo o<br />

adjetivo não determina a ponto de ser necessária a presença do artigo.<br />

– Depois de uma vida inteira de honestidade e contas pagas, minha vida estará sujeita<br />

a rigorosa análise?


Novamente, não há necessidade de artigo definido antes de “rigorosa análise”, pois se trata<br />

de uma “análise” em seu sentido amplo, mas feita de modo rigoroso, e não “aquela análise já<br />

mencionada anteriormente, conhecida, definida”; até porque não há contexto suficiente <strong>para</strong><br />

interpretarmos assim.<br />

Com diz a Prof. Dr. a Rosane Reis de Oliveira (UERJ), “nestes casos, a crase é explicada<br />

pelo teor semântico e não estritamente pela sintaxe”.<br />

Veja algumas questões do Cespe/UnB que trataram disso:<br />

(Cespe/UnB – PRF – Policial Rodoviário Federal – 2004)<br />

“(...) O mais recente êxito de Lula na ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia Geral da<br />

Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de<br />

Estado <strong>para</strong> dinamizar as ações de combate à fome e à miséria em todo o mundo.”<br />

Os sinais indicativos de crase em “combate à fome e à miséria” podem ser eliminados sem prejuízo <strong>para</strong> a correção do<br />

período.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: CERTO. A fome e a miséria podem ser tomadas em sentido genérico, logo<br />

pode não haver crase.<br />

(Cespe/UnB – FUB – Analista de TI – 2011)<br />

O uso do sinal indicativo de crase em “à imediata erosão” (“Tudo o que eu aprendo está sujeito à imediata erosão”, afirma.) é<br />

obrigatório.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: ERRADO. Não é obrigatório (na verdade, nem cabe no contexto da frase)<br />

porque o substantivo erosão, da expressão à imediata erosão”, está em sentido genérico,<br />

não se está individualizando a “erosão”. Não se trata de uma erosão específica, mas de uma<br />

erosão que pode acontecer a qualquer momento, ou seja “Tudo o que eu aprendo pode<br />

imediatamente erodir.”. O adjetivo imediata não está em contraposição a estendida.<br />

Imediata é apenas um adjetivo modalizador, não determina erosão a ponto de tirar seu<br />

caráter generalizador.<br />

Cespe – CORREIOS – nível superior – 2011<br />

O emprego do sinal indicativo de crase em “Sujeitado a residência forçada” (Sujeitado a residência forçada, Antônio Vieira<br />

ansiava pela chegada do correio...) manteria a correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: CERTO. Pelo bizu do “ao”, pode-se chegar a “Sujeitado ao trabalho forçado”,<br />

assim haveria crase.<br />

Cespe – MPE/PI – nível médio – 2012<br />

O emprego do sinal indicativo de crase em “ligados à globalização” (Eles estão inextricavelmente ligados à globalização) é<br />

facultativo, pois o termo “globalização” poderia ser empregado, nesse contexto, de forma indeterminada, indefinida e,<br />

consequentemente, sem o artigo definido.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Comentário: CERTO. Se fosse “mercado de trabalho” não poderia ficar “inextricavelmente


ligados a mercado de trabalho”? Certamente que sim. Logo, a crase é facultativa.


A Crase e Certas Implicações<br />

Quando usado o acento grave em algumas frases, há mudança de sentido, morfológica e<br />

semântica. Por isso, quando há crase, há certas implicações na estrutura frasal. Entenda<br />

melhor.<br />

Em alguns casos, por motivo de clareza e <strong>para</strong> evitar a ambiguidade, a presença do acento<br />

grave é muito importante. Veja um caso: “Matou a cobra à onça.” (Ou seja, a cobra matou a<br />

onça). Veja outro: “Eu lavei a mão.” (Sem acento grave, significa “higienizar a mão”.) / “Eu<br />

lavei à mão.” (Com acento grave, significa “usar a mão <strong>para</strong> lavar”.). Mais: “Chegou a<br />

noite.” (a noite é o sujeito), mas “Chegou à noite.” (à noite é um adjunto adverbial de tempo).<br />

A presença ou a ausência do sinal indicativo de crase faz toda a diferença.<br />

Veja este poema de Cineas Santos: “O amor bate à porta e tudo é festa / O amor bate a<br />

porta e nada resta”. Percebeu a mudança sensível de sentido? Além disso, houve mudança de<br />

função sintática. No primeiro verso, significa “bater na porta”, pedindo <strong>para</strong> entrar; à porta<br />

tem função de adjunto adverbial de lugar. No segundo, significa “fechar a porta com força”; a<br />

porta tem função de objeto direto.<br />

Veja agora vários casos e tente perceber as implicações semânticas, morfológicas e<br />

sintáticas:<br />

– Aqui se mata a fome.<br />

– Aqui se mata à fome.<br />

– Recebeu a pessoa a bala.<br />

– Recebeu a pessoa à bala.<br />

– Teve de pintar a mão hoje cedo.<br />

– Teve de pintar à mão hoje cedo.<br />

– Costuma cheirar a gasolina.<br />

– Costuma cheirar à gasolina.<br />

– Comeu a francesa*.<br />

– Comeu à francesa.<br />

– Feriu o rosto dele a navalha.<br />

– Feriu o rosto dele à navalha.<br />

– Vendeu a vista.<br />

– Vendeu à vista.<br />

– A vista dele está cansada de tanto ler.<br />

– À vista dele está cansada de tanto ler.


– Pagou a prestação.<br />

– Pagou à prestação.<br />

– Disse a minha mãe que voltaria cedo.<br />

– Disse à minha mãe que voltaria cedo.<br />

– As editoras sugerimos alguns livros.<br />

– Às editoras sugerimos alguns livros.<br />

– A indústria nacional prejudicou o acordo.<br />

– À indústria nacional prejudicou o acordo.<br />

– O homem pinta a máquina.<br />

– O homem pinta à máquina.<br />

– Parecia agradável a primeira vista.<br />

– Parecia agradável à primeira vista.<br />

– A disposição dos alunos na sala está incorreta.<br />

– À disposição dos alunos na sala está a professora.<br />

– Só as vezes que ela me convida <strong>para</strong> sair são marcantes.<br />

– Só às vezes que ela me convida <strong>para</strong> sair.<br />

– Não conseguiram enxergar a distância de um prédio a outro.<br />

– Não conseguiram enxergar à distância de um metro.<br />

– O direito à intercomunicação e à memória coletiva é importante no cenário atual.<br />

– O direito à intercomunicação e a memória coletiva são importantes no cenário atual.<br />

intercomunicação e a memória coletiva são importantes no cenário atual.<br />

* canibalismo (não vá pensar bobagens...)<br />

Veja uma questão sobre tais implicações:<br />

12. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Assinale a alternativa na qual o grupo em negrito atua como conjunção subordinativa.<br />

a) Eu me referi à medida que contemplaria a maioria.<br />

b) O sol ardia mais manso à medida que a tarde se esvaía. (gabarito)<br />

c) Os moradores deram crédito à medida que cortou a água.<br />

d) À medida que una os dois povos é o que todos visam hoje.<br />

Comentário: O que é um pronome relativo que retoma medida nas opções A, C e D. Em a)<br />

a crase ocorre porque o verbo referir-se exige a preposição a + a medida = à medida. Em<br />

c) a crase ocorre porque o verbo dar exige a preposição a + a medida = à medida. Em d) a<br />

crase ocorre porque o verbo visar exige a preposição a + a medida = à medida. Em b) há<br />

crase obrigatória na locução conjuntiva à medida que.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Tudo pode cair! No entanto, a maioria das questões exige seu conhecimento relativo à<br />

regência verbal e nominal, pois são os verbos e os nomes que exigem preposição. Aí você já<br />

sabe: preposição a + a (artigo ou pronome demonstrativo) = à. Fique ligado nos padrões das<br />

bancas, isso é sempre importante!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FGV – Senado Federal – Policial Legislativo Federal – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamente<br />

por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.<br />

a) Vou à Brasília dos meus sonhos.<br />

b) Nosso expediente é de segunda à sexta.<br />

c) Pretendo viajar a Paraíba.<br />

d) Ele gosta de bife à cavalo.<br />

e) Ele tem dinheiro à valer.<br />

2. (FDC – MAPA – Analista de Sistemas – 2010) Na oração “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o<br />

ataque, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se a ocorrência da crase nas locuções adverbiais<br />

em caixa-alta. Nas locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser marcada com o acento, EXCETO<br />

em:<br />

a) Todos estavam à espera de uma solução <strong>para</strong> o problema.<br />

b) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do eleitorado pelo resultado final.<br />

c) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.<br />

d) Os técnicos estavam face à face com um problema insolúvel.<br />

e) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sistema.<br />

3. (FAB – EAGS – Sargento – 2011) Em qual alternativa a ausência da crase pode alterar a função sintática do adjunto<br />

adverbial?<br />

a) Saiu às escondidas antes do final do jantar.<br />

b) Saiu às onze horas antes do final do jantar.<br />

c) Saiu às pressas antes do final do jantar.<br />

d) Saiu à francesa antes do final do jantar.<br />

4. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que<br />

manteve o emprego correto do sinal indicativo de crase.<br />

Interessa à (1) todo o País, por sua importância <strong>para</strong> à (2) produção, à (3) criação de empregos e o desenvolvimento,<br />

a agenda levada ao Congresso pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria − CNI. Ao apresentar uma<br />

lista de 131 projetos considerados favoráveis ou prejudiciais ao setor, ele cobrou dos parlamentares, como de<br />

costume, atenção urgente às (4) questões de grande relevância <strong>para</strong> à (5) economia, especialmente numa fase de<br />

crise internacional.<br />

a) 1.<br />

b) 2.<br />

c) 3.<br />

d) 4.<br />

e) 5.<br />

5. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) No que diz respeito ao uso do sinal de crase, assinale a opção que<br />

preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.<br />

Uma mera observação __(1)__olho nu já basta <strong>para</strong> constatar que parcela relevante do spread está ligada, direta ou<br />

indiretamente, __(2)__ políticas públicas, sejam tributárias regulatórias ou de outra natureza. (...) Por outro lado,<br />

o aumento da eficiência do sistema bancário é igualmente relevante <strong>para</strong> __(3)__ queda dos spreads. (...) Em<br />

suma, é necessário um permanente diálogo entre o setor bancário e o governo, com vistas __(4)__ implementação<br />

de medidas sustentáveis <strong>para</strong> redução de spread, objetivo que deve ser atingido sem ameaças __(5)__ estabilidade<br />

financeira.<br />

a) à / às / a / à / à.<br />

b) a / as / a / à / a.<br />

c) a / às / a / à / à.<br />

d) a / a / à / a / a.<br />

e) à / a / à / a / à.<br />

6. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O emprego do sinal indicativo de crase em “rumo à modernização” (A legislação trabalhista brasileira está perto de dar<br />

um passo rumo à modernização...) justifica-se porque a palavra “passo” exige complemento antecedido pela preposição<br />

“a” e “modernização” admite artigo definido.


7. Indique a opção que corresponde a erro gramatical na transcrição do texto.<br />

A (1) seca nos Estados Unidos prenuncia mais uma fase de preços altos <strong>para</strong> os alimentos, com perspectivas de bons<br />

ganhos <strong>para</strong> os exportadores e de graves dificuldades <strong>para</strong> as (2) economias pobres e dependentes da importação<br />

de comida. (...) A (3) longa estiagem, excepcionalmente severa, afeta mais de 60% do país e a maior parte das<br />

regiões agrícolas. O mercado reagiu imediatamente às (4) novas estimativas, divulgadas pelo Departamento de<br />

Agricultura dos Estados Unidos, com indicações de redução dos estoques na temporada 2012-2013. O Brasil será<br />

um dos países em condições de aproveitar às (5) oportunidades abertas pela quebra da safra americana.<br />

a) A (1).<br />

b) as (2).<br />

c) A (3).<br />

d) às (4).<br />

e) às (5).<br />

8. (Esaf – SRF – Analista Tributário da Receita Federal – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) Não estão em pauta medidas juridicamente controversas nem de impacto sobre o orçamento no curto prazo, mas<br />

decisões a serem tomadas logo <strong>para</strong> atenuar, no futuro, a expansão da despesa com a Previdência. Hoje, ela já é<br />

da ordem de 10% do PIB (incluindo o setor público), comparável à de países mais ricos e com maior número de<br />

idosos. (...)”<br />

– O emprego do sinal indicativo de crase em “à de países” justifica-se pela fusão da preposição “a”, exigida pelo adjetivo<br />

“comparável”, com o artigo definido feminino singular “a” que acompanha o substantivo “despesa”, elíptico na frase.<br />

9. (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) O spread elevado também se deve a fatores como alta carga tributária e inadimplência – os empréstimos atrelados<br />

a garantias são incipientes...”<br />

– A ausência do sinal indicativo de crase antes de “fatores” e “garantias” indica que esses substantivos estão empregados<br />

de modo genérico, sem o uso de artigo que os defina.<br />

10. Assinale a opção que corresponde a erro gramatical na transcrição do texto abaixo.<br />

A pequena reação da indústria em junho (crescimento de 0,2% em relação a maio) não foi suficiente <strong>para</strong> compensar a<br />

(1) queda da produção no primeiro semestre, da ordem de 3,8%, quando com<strong>para</strong>da à (2) produção do mesmo<br />

período de 2011. Segundo o IBGE, responsável por essa estatística, a indústria brasileira hoje produz o mesmo<br />

que há (3) três anos. Mesmo que o setor tenha passado por um ponto de inflexão, como acredita o ministro da<br />

Fazenda, Guido Mantega, é pouco provável que a (4) produção chegue à (5) registrar crescimento em 2012. Os<br />

especialistas projetam uma queda de até 2%, o que contribuirá <strong>para</strong> o fraco desempenho do Produto Interno<br />

Bruto (PIB) este ano.<br />

a) (1).<br />

b) (2).<br />

c) (3).<br />

d) (4).<br />

e) (5).<br />

11. (Esaf – MF – Assistente Técnico-Administrativo – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Pode-se acrescentar o sinal de crase no a antes de “endurecer”: “as principais instituições financeiras do País passaram<br />

a endurecer o jogo na hora de conceder empréstimos”.<br />

12. (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Em “O encarecimento dos importados, associado à contração da demanda...”, o emprego de sinal indicativo de crase em<br />

“à contratação” justifica-se porque a palavra “associado” exige complemento antecedido pela preposição “a” e<br />

“contratação” é antecedida por artigo definido feminino.<br />

13. Em relação ao uso do sinal indicativo de crase, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do fragmento a<br />

seguir.<br />

Será necessário aceitar que há um princípio darwiniano regendo ______ ascensão e ______ queda de setores da<br />

economia mundial. Um país não consegue ser bom em tudo, e alguns setores tendem ______ desaparecer em uma<br />

parte do mundo <strong>para</strong> florescer do outro lado do planeta. Por essa dinâmica, alguns setores tendem até ______<br />

definhar no Brasil. A diminuição da fatia industrial na economia frequentemente se dá de forma natural e lenta,<br />

como parte do desenvolvimento das nações. Por isso, não costuma ser encarada como um transtorno, mas como<br />

mais uma etapa rumo ______ maturidade econômica.<br />

a) à, à, a, a,a.


) a, a, à, a, à.<br />

c) à, a, a, a, à.<br />

d) a, a, à, à, a.<br />

e) a, a, a, a, à.<br />

14. (Adaptada) A crase está correta ou incorreta?<br />

“(...) E com resultado positivo, pois, graças à privatizações e concessões de serviços públicos, passos foram dados e o país não<br />

parou.<br />

15. (Cespe/UnB – TCDF – Auditor de Controle Externo – 2012) No trecho “Exceção a essa regra”, é opcional o emprego do<br />

sinal indicativo de crase no “a”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

16. (Cespe/UnB – MPE/PI – Analista Ministerial – 2012) No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos<br />

anos”, o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

17. (FCC – TRT/AM (11R) – Técnico Judiciário – 2012) É a atividade de construção de que o artista dispõe, o seu poder<br />

de imprimir ...... um trabalho sentimentos e sensações, e a qualidade de pensamento que conferem humanidade ......<br />

arte; e essa humanidade pode ser realizada com uma série ilimitada de temas ou elementos formais. Tudo isso já<br />

foi repetido ...... exaustão.<br />

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:<br />

a) à – à – a.<br />

b) a – à – à.<br />

c) a – à – a.<br />

d) à – a – à.<br />

e) à – a – a.<br />

18. (FCC – TCE/SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira – 2012) A parcela da população mundial que ascendeu ......<br />

classe média nos últimos vinte anos passou ...... consumir mais, ...... um ritmo acelerado, o que põe em risco a<br />

sustentabilidade do planeta.<br />

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:<br />

a) à – a – a.<br />

b) à – à – a.<br />

c) à – a – à.<br />

d) a – a – à.<br />

e) a – a – a.<br />

19. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) ... levava à crença na contínua evolução da sociedade ...<br />

O emprego do sinal de crase, exemplificado acima, estará correto, unicamente, em:<br />

a) aludir à felicidade geral;<br />

b) buscar à felicidade;<br />

c) propor à toda a população;<br />

d) impor à esse grupo;<br />

e) discutir à obrigatoriedade da lei.<br />

20. (FCC – TRF (5 a R) – Analista Judiciário – 2012) Do mesmo modo que no segmento ameaça à paz e à segurança, o sinal<br />

indicativo de crase também está corretamente empregado em:<br />

a) O mais grave foi a ameaça à integridade física da vítima.<br />

b) A crise econômica ameaça à preservação do acervo de vários museus.<br />

c) Certos animais reagem agressivamente a ameaças à seus interesses.<br />

d) Houve ameaça à grupo de manifestantes presos durante protesto.<br />

e) A censura ameaça à liberdade de criação.<br />

21. (FCC – MPE/AP – Promotor de Justiça – 2012) A palavra “maquiavélico”, ...... que se costuma atribuir uma acepção<br />

negativa, está longe de fazer justiça ...... complexidade do pensamento de Maquiavel, mesmo aquele restrito ......<br />

seu mais famoso tratado, O príncipe.


Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:<br />

a) a – à – à;<br />

b) à – a – a;<br />

c) à – a – à;<br />

d) a – à – a;<br />

e) à – à – à.<br />

22. (FCC – TJ/RJ – Analista Judiciário – 2012) ... e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro<br />

tomando café.<br />

Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de crase em destaque na frase acima, está correto o seu emprego em:<br />

a) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada;<br />

b) e chegou então à tirar conclusões precipitadas;<br />

c) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais;<br />

d) e chegou finalmente à inevitável conclusão;<br />

e) e chegou à conclusões as mais dis<strong>para</strong>tadas.<br />

23. (FCC – TRF (2 a R) – Analista Judiciário – 2012) Não deixa de ser <strong>para</strong>doxal o fato de o crescimento da descrença,<br />

que parecia levar ...... uma ampliação da liberdade, ter dado lugar ...... escalada do fundamentalismo religioso,<br />

...... que se associam manifestações profundamente reacionárias.<br />

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:<br />

a) a – à – a;<br />

b) à – a – a;<br />

c) a – a – à;<br />

d) à – à – a;<br />

e) a – à – à.<br />

24. FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) (Adaptada) É possível encontrar antecedentes a esse tipo de análise na<br />

teoria do imperialismo. No entanto, a elaboração anterior à CEPAL preocupava-se principalmente com os países<br />

capitalistas avançados, interessando-se pelos países “atrasados” na medida em que desenvolvimentos ocorridos<br />

neles repercutissem <strong>para</strong> além deles.<br />

Considerado o trecho acima transcrito, é correto afirmar que o sinal gráfico indicativo da crase está adequadamente empregado<br />

em à CEPAL, mas se, em vez de Comissão, tivesse sido empregada uma palavra masculina, o padrão culto escrito<br />

abonaria unicamente o emprego de a.<br />

25. (Funiversa – PC/DF – Perito Criminal – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Nas orações “<strong>para</strong> chegar à tal felicidade”, “ou são ligadas à sua comunidade” e “se com<strong>para</strong>das àquelas pessoas”, os<br />

acentos graves marcadores de crase são todos opcionais.<br />

26. (Cesgranrio – Liquigas – Profissional Jr. – 2012) As crases grafadas no início de cada uma das seguintes frases do texto se<br />

justificam pela exigência do verbo acostumar: “Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À lenta<br />

morte dos rios.”<br />

Uma quarta frase que poderia estar nessa sequência, grafada de acordo com a norma-padrão, seria a seguinte:<br />

a) À ver injustiças<br />

b) À vida sem prazer.<br />

c) À alguma forma de tristeza.<br />

d) À todas as mazelas do mundo<br />

e) À essa correria em busca do sucesso.<br />

27. (Cespe – TRE/RJ – Nível Superior – 2012) A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “aos contornos<br />

constitucionais” fosse substituída por à legislação constitucional.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

28. (Cesgranrio – CMB – Analista (Arquitetura) – 2012) Observa-se o uso adequado do acento grave no trecho “estamos nos<br />

referindo à não ativação de elementos”.<br />

Verifica-se um DESRESPEITO à norma-padrão quanto ao emprego desse acento em:<br />

a) O professor se reportou àquele texto de Machado de Assis.<br />

b) Sonhamos em viajar à terra de Gonçalves Dias.<br />

c) Ele sempre fazia alusão à palavras de seu poeta favorito.


d) Os alunos compreenderam o poema à custa de muito empenho.<br />

e) Prefiro as poesias de Drummond às de Olavo Bilac.<br />

29. (Cesgranrio – CITEPE – Operador de Utilidades Têxtil II – 2012) Observe a seguinte frase, correta quanto ao emprego do<br />

acento grave: “[...] competências comportamentais referentes à forma [...]”<br />

O emprego do acento indicativo de crase está também corretamente feito em:<br />

a) Os empregados mostraram-se resistentes à mudanças na empresa.<br />

b) Muitos gostariam de ter um tempo maior à fim de se qualificar.<br />

c) O mercado oferece menos chances à quem está afastado.<br />

d) O bom profissional está atento à todas as transformações do mercado.<br />

e) Quem quer voltar ao mercado deve atender às necessidades de hoje.<br />

30. (Cesgranrio – CEF – Técnico Bancário Novo – 2012) O sinal indicativo de crase está adequadamente usado em:<br />

a) Os pesquisadores dedicaram um estudo sobre games à um conjunto de pessoas idosas.<br />

b) Daqui à alguns anos, os pesquisadores pretendem verificar por que os games são viciantes <strong>para</strong> os jovens.<br />

c) Muitos dos idosos pesquisados obtiveram resultados positivos e passaram à se comportar de nova maneira.<br />

d) A escolha de um determinado game se deveu à preocupação dos pesquisadores com as características que tal jogo<br />

apresentava.<br />

e) Os estudos dos efeitos dos jogos eletrônicos sobre os idosos vêm sendo realizados à vários anos.<br />

“(...) Para isso, criou instrumentos efetivos <strong>para</strong> melhor adequar os serviços às populações de menor renda... (...)”<br />

31. (Cespe/UnB – Banco da Amazônia – Técnico Científico – 2012) O emprego do sinal indicativo de crase em “às<br />

populações” deve-se à presença da forma verbal “adequar” e do artigo feminino definido que precede o substantivo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (Cespe/UnB – TJ/RR – Nível Superior – 2012) Se fosse empregado o termo espécie humana em lugar de “gênero<br />

humano”, a substituição de “ao” por à seria obrigatória <strong>para</strong> a manutenção da correção gramatical do texto.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

33. (Cespe/UnB – MP – Analista de Infraestrutura – 2012) Na linha 7 (... força de trabalho às voltas com questões...), o sinal<br />

indicativo de crase em “às voltas” decorre da presença do artigo definido e do uso da preposição a exigida pelo substantivo<br />

“força”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. (...)”<br />

34. (Cespe/UnB – PF – Papiloscopista – 2012) Na linha 24, considerando-se a dupla regência do verbo impor e a presença do<br />

pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas<br />

renúncias”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

35. (AOCP – BRDE – Analista de Sistemas – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética <strong>para</strong>...”<br />

– O emprego do sinal indicativo de crase no “a”, na expressão “a produção poética”, não altera a correção gramatical.<br />

36. (Funcab – MPE/RO – Analista Processual – 2012) Assinale a opção em que o espaço deve ser preenchido com À<br />

(preposição e pronome), como destacado em “(...) uma média semelhante À de um casal de classe média (...) ”.<br />

a) ___ medida que caminhava, recordava-se da terra natal.<br />

b) Esta cena corresponde ___ que presenciei ontem.<br />

c) Aproveite ___ oferta e se contente com a cor do tecido.<br />

d) Referia-se, com certeza, ___ terra de seus pais.<br />

e) Obedeceu ___ ordem dada, sem reclamar.<br />

37. (Vunesp – Pref. São José Campos/SP – Analista em Gestão Municipal – 2012) Analise as afirmações:<br />

I. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está correta quanto à crase: Se, por outro lado, tem um<br />

temperamento saturnino, é melhor adaptar-se à ele.


II. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está correta quanto à regência nominal: Andrew Oswald avaliou<br />

o impacto dessas sequelas e chegou à conclusão que, num primeiro momento, elas reduzem bastante o grau de<br />

felicidade.<br />

III. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está correta quanto à regência verbal: Mas, com o passar do<br />

tempo, este volta a elevar-se, até atingir níveis semelhantes aos verificados antes do acidente e estacionar.<br />

Está correto apenas o que se afirma em:<br />

a) I.<br />

b) II.<br />

c) III.<br />

d) I e III.<br />

e) II e III.<br />

38. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012) Considere:<br />

...... angústia de imaginar que o homem pode estar só no universo soma-se a curiosidade humana, que se prende ......<br />

tudo o que é desconhecido, <strong>para</strong> que não desapareça de todo o interesse por pistas que dariam embasamento ......<br />

teses de que haveria vida em outros planetas.<br />

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:<br />

a) À – a – às;<br />

b) A – à – as;<br />

c) À – a – as;<br />

d) A – a – às;<br />

e) À – à – as.<br />

39. (Upenet – Jucepe – Técnico – 2012) Em “Bem-vindos à Feira de Caruaru”, a crase é obrigatória. Em qual das<br />

alternativas abaixo, o uso da crase É FACULTATIVO?<br />

a) A Feira de Caruaru é atração devido à grande diversidade lá existente.<br />

b) Na Feira de Caruaru, tudo está à venda.<br />

c) Em feiras, como a de Caruaru, vendem-se coisas às pessoas de diferentes classes sociais.<br />

d) Nas cidades de pequeno comércio, há mais pagamentos à vista.<br />

e) Todos os dias, os comerciantes da Feira de Caruaru permanecem até às 18h.<br />

40. (Vunesp – Fapesp – Analista de Sistemas Jr. – 2012) À semelhança do trecho – Nem sempre o que era desconhecido...<br />

restringe-se à descoberta –, assinale a alternativa em que, após o verbo restringir, deve ser empregado o acento grave da<br />

crase.<br />

a) O alcance desses sensores restringe-se a limites claros.<br />

b) Sua tarefa restringe-se a medir os intervalos.<br />

c) O alcance do radar restringe-se a Brasília.<br />

d) A visita a esse hospital restringe-se a horários predeterminados.<br />

e) Essa proibição restringe-se a presença de menores de 18 anos.<br />

41. (Consulplan – Pref. Barra Velha/SC – Advogado – 2012) Em “... um ano e tanto depois da chegada do primeiro pastor<br />

alemão àquela casa, ...”, a ocorrência de crase no segmento anterior ocorre devido à:<br />

a) fusão do artigo “a” com o pronome “aquela”;<br />

b) fusão da preposição “a” com o pronome “aquela”;<br />

c) colocação do pronome “aquela” diante de “casa”;<br />

d) especificação atribuída ao cachorro;<br />

e) substituição do artigo “a” pelo pronome “aquela”.<br />

42. (Consulplan – Pref. São Domingos Prata/MG – Assistente Social – 2012) O uso do acento grave indicativo de crase é<br />

obrigatório em “vem à cabeça da maioria das pessoas”. O mesmo ocorre em:<br />

a) Sempre aspirou a tal emprego.<br />

b) Eles aspiravam a altos cargos.<br />

c) Disse que aspirava a ser médico.<br />

d) O jovem aspirava a notoriedade.<br />

e) Aspirava a uma posição mais brilhante.


Gabarito<br />

1. A. 10. E. 19. A. 28. C. 37. C.<br />

2. D. 11. INCORRETA. 20. A. 29. E. 38. A.<br />

3. D. 12. CORRETA. 21. D. 30. D. 39. E.<br />

4. D. 13. E. 22. D. 31. CERTO. 40. E.<br />

5. C. 14. INCORRETA. 23. A. 32. CERTO. 41. B.<br />

6. INCORRETA. 15. ERRADO. 24. INCORRETO. 33. ERRADO. 42. D.<br />

7. E. 16. CERTO. 25. INCORRETA. 34. ERRADO.<br />

8. correta. 17. B. 26. B. 35. INCORRETA.<br />

9. CORRETA. 18. A. 27. CERTO. 36. B.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 31<br />

QUE, SE e COMO


Definição<br />

Os vocábulos que, se, como e tantos outros apresentam muitas classificações morfológicas<br />

e sintáticas. Como já sabemos, toda análise deve levar em conta o contexto.<br />

Apesar de usar este capítulo <strong>para</strong> falar só de três vocábulos especiais, saiba que existem<br />

outros merecedores de sua atenção, por isso vá à caça deles nesta gramática ou consulte os<br />

dicionários Aurélio, Houaiss e Aulete. Ei-los:<br />

a, aí, algo, atrás, bastante, bem, certo, logo, mais, meio, melhor, menos, mesmo, muito,<br />

nem, o, pior, pois, porque, pouco, próprio, quanto, segundo, todo...<br />

Voltando à realidade deste capítulo... Mais especificamente sobre que, se e como, observe<br />

que falarei dos valores morfológicos, sintáticos e também dos traços semânticos desses<br />

vocábulos tão usuais e frequentes em provas. Se for o caso de você retornar a certos capítulos<br />

<strong>para</strong> relembrar as classes gramaticais e as funções sintáticas, não hesite. Certamente seu<br />

empenho valerá a pena. Aproveite!


O Vocábulo que e Suas Classificações<br />

De todas as classificações deste vocábulo especial, sugiro que esteja “no sangue”, pelo<br />

menos, duas: conjunção integrante e pronome relativo. São as campeãs nos concursos.<br />

1) Substantivo<br />

Representa algo (fato, coisa etc.) de modo indeterminado, indefinido, equivalendo a<br />

“alguma coisa” ou “qualquer coisa”. É sempre modificado por um determinante (artigo,<br />

adjetivo, pronome ou numeral), tornando-se monossílabo tônico (logo, com acento<br />

circunflexo). Pode exercer qualquer função sintática substantiva.<br />

– “Meu bem querer / Tem um quê de pecado...” (Djavan)<br />

– A gramática normativa não é difícil, mas tem lá seus quês.<br />

– Sua tatuagem era um lindo quê, meio gótico, o qual representava sua inicial.<br />

Obs.: Quando se indica a décima sexta letra do alfabeto, usa-se o substantivo quê: A palavra<br />

quilo deve ser escrita com quê. Entre aspas, fazendo referência a outro igual, não<br />

recebe acento; por exemplo: Este “que” da frase destacada não é uma conjunção.<br />

2) Interjeição<br />

Sempre em contexto exclamativo, também recebe acento circunflexo. Exprime um<br />

sentimento, uma emoção, um estado interior e equivale a uma frase, não desempenhando<br />

função sintática alguma. Vem normalmente com ponto de exclamação.<br />

– Quê? Impossível! Ela não pode ter saído assim, tão rapidamente.<br />

– Quê! Você por aqui... quanto tempo...<br />

3) Advérbio<br />

Serve <strong>para</strong> intensificar adjetivos ou advérbios, atuando sintaticamente como adjunto<br />

adverbial de intensidade. Equivale a “quão”, “quanto”.<br />

– Que bela estava aquela noite de fim de ano.<br />

– Que depressa passaram aqueles dias! Infelizmente se aproveitou pouco.<br />

4) Preposição Acidental<br />

Equivale às preposições essenciais a, de ou <strong>para</strong>, em certas construções. A que eu já vi<br />

figurar em prova até hoje é esta locução verbal: ter/haver + que + infinitivo (indicando<br />

obrigatoriedade, necessidade).<br />

– Você tinha que falar dela na frente dele? (= de)<br />

– Há que se fazer um novo arranjo de ônibus <strong>para</strong> o congresso. (= de)


– Primeiro que tudo, estude Conjunções, só depois estude Orações. (= de)<br />

– Não havia mais nada que fazer ali. (= a/<strong>para</strong>)*<br />

– Ainda há muito que esclarecer. (= a/<strong>para</strong>)*<br />

* Alguns gramáticos, como Cegalla, analisam como pronome relativo.<br />

Obs.: Alguns gramáticos, como Manoel Pinto Ribeiro, dizem que o uso da preposição<br />

acidental que na locução verbal é coloquial, mas não foi assim que encarou a Esaf. Tal<br />

banca não viu nesta construção coloquialismo tampouco erro gramatical: Esaf – MF –<br />

ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – 2012 – QUESTÃO 17. Outro ponto<br />

importante: não são poucos os gramáticos, como Napoleão M. de Almeida, que<br />

repudiam, tratando como vício de linguagem (ou galicismo), a construção não tem nada<br />

a ver, em vez de não tem nada que/<strong>para</strong> ver.<br />

5) Partícula Expletiva<br />

Também chamada de partícula de realce, serve como recurso expressivo, enfático de<br />

alguma parte da oração. A retirada da palavra que não prejudica a estrutura sintática nem o<br />

valor semântico da oração.<br />

– Quase que ela desmaia depois daquela cena. (= Quase ela desmaia depois daquela<br />

cena.)<br />

– Então qual que é a verdade? (= Então qual é a verdade?)<br />

– Eu que apanho, e ela que chora? (Eu apanho, e ela chora?)<br />

Cuidado!!!<br />

1) Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que: “O artigo do<br />

Zuenir Ventura é que trata de cultura.”. O verbo ser neste caso não é contado como<br />

oração.<br />

2) Às vezes, há um afastamento do verbo ser do que: “É o artigo do Zuenir Ventura que<br />

trata de cultura”. O verbo ser neste caso não é contado como oração.<br />

3) Se o termo a que se refere a locução estiver no plural, o verbo ser com ele concordará:<br />

“São os artigos do Zuenir Ventura que tratam de cultura.”. O verbo ser neste caso não<br />

é contado como oração.<br />

4) Caso o termo a que a locução se refira esteja preposicionado, o verbo ser não irá variar:<br />

“É nos artigos do Zuenir Ventura que se trata de cultura.”. O verbo ser neste caso não<br />

é contado como oração.<br />

6) Pronome Interrogativo


Equivale a qual ou a qual coisa, em frases interrogativas diretas ou indiretas. Quando<br />

acompanha substantivo, exerce função de adjunto adnominal. Quando o substitui, exerce<br />

função própria de substantivo. Em fim de frase e antes de pontuação, este vocábulo, por ser<br />

tônico, sempre recebe acento circunflexo.<br />

– Que questão sobre a qual todos estão falando caiu na prova?<br />

– O que estava ocorrendo com aquela aeronave?<br />

– Não quiseram saber que se passava por lá.<br />

– Vocês estavam pensando em quê?<br />

– As muralhas da cidade eram feitas de quê, a ponto de cederem tão rápido ao ataque?<br />

Obs.: Como se viu no segundo exemplo, pode vir antecedido do artigo expletivo o.<br />

7) Pronome Indefinido<br />

Sempre acompanha substantivo, exercendo função de adjunto adnominal. Às vezes equivale<br />

a “quanto(a)”. É praxe vir em frase exclamativa.<br />

– Que tempo estranho... ora faz frio... ora faz calor...<br />

– Que lugar maravilhoso!<br />

– Que raiva!<br />

8) Pronome relativo<br />

Recomendo que releia tudo sobre pronome relativo no capítulo de pronomes! Para facilitar<br />

sua vida, recomendo este bizu: substitua-o por o qual, a qual, os quais, as quais. Se for<br />

possível, usar um desses pronomes relativos substituindo um termo antecedente (não respira!),<br />

o que será um pronome relativo!<br />

– “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que<br />

amava Lili que não amava ninguém.” (Carlos Drummond de Andrade)<br />

– Este é o motivo por que continuaram a insistir em ajudá-lo.<br />

– As atitudes polidas de que lhe falei eram aceitáveis naquela sociedade.<br />

Obs.: Há um caso que, talvez, possa dificultar sua visão: pronome relativo antecedido de<br />

pronome demonstrativo o (= isso, aquilo) ou os, a, as: “Um recente desastre nos EUA<br />

ceifou muitas vidas, o que muito me chocou.” / “O que mais aprecio nesta vida é o<br />

olhar inocente de uma criança.” / “Mesmo a contragosto, teve de se encontrar com as<br />

que iriam ajudá-lo.”.<br />

9) Conjunção Coordenativa ou Subordinativa


As quatro primeiras são coordenativas, portanto iniciam orações coordenadas sindéticas.<br />

As outras sete são subordinativas, logo introduzem orações subordinadas.<br />

Aditiva<br />

Aparece entre dois verbos, equivalendo a e.<br />

– Anda que anda, e nunca chega a lugar algum.<br />

– Reza que reza, e a assombração não sai de cima de sua vida.<br />

Obs.: Em “Dize-me com quem andas, que te direi quem és.”, Napoleão M. de Almeida,<br />

considera o que uma conjunção aditiva: “Dize-me com quem andas, e te direi quem<br />

és.”.<br />

Adversativa<br />

Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a “mas”.<br />

– Outro, que não eu, terá de fazer aquilo.<br />

– Procure outra pessoa <strong>para</strong> fazer trabalho, que não ela, pois já vimos sua<br />

incapacidade.<br />

Alternativa<br />

Aparece em correlação, equivalendo a “quer... quer...”.<br />

– Que percam, que não percam, nunca falarei mal de vocês.<br />

– Que chova, que faça sol, sairei de casa, pois não aguento mais o sedentarismo.<br />

Explicativa<br />

Equivale a “porque”, “pois”.<br />

– Façamo-nos fortes, que o fim está próximo.<br />

– Ignore essas pessoas, que elas não sabem o que fazem.<br />

Integrante<br />

Junto com o pronome relativo, esta classificação é a que mais aparece em provas! Se eu<br />

fosse você, eu retornaria agora ao capítulo de conjunção <strong>para</strong> “entubar”. Bizu: substitua a<br />

oração iniciada pela conjunção por isso. Se for possível, trata-se de uma conjunção integrante<br />

mesmo!<br />

– Não pensem que o poeta é um marginal, pois nunca o foi. (= Não pensem isso.)<br />

– Parecia que as paredes tinham ouvidos.<br />

– O que importa é que ela me ama e que vamos ficar sempre juntos. (= O que importa é


isso e isso.)<br />

Obs.: A conjunção integrante pode vir elíptica: Não pensem o poeta é um marginal, pois<br />

nunca o foi. Quando vem repetida, pode-se explicitar só a primeira: O que importa é<br />

que ela me ama e vamos ficar sempre juntos.<br />

Causal<br />

Equivale a “porque”.<br />

– Levantou cedo que tinha que viajar a trabalho.<br />

– Velho que sou, jamais chegarei à metade deste século.<br />

Obs.: O que das locuções conjuntivas pode aparecer sozinho se houver enumeração de<br />

orações adverbiais. O mesmo vale <strong>para</strong> as demais orações adverbiais. Veja: “Visto que<br />

tudo estava acertado entre os sócios e que haviam fechado um ótimo negócio, a<br />

amizade deles perdurou.”. Tome cuidado com construções não iniciadas por locuções<br />

conjuntivas em que esta conjunção (que) não seja necessária, provocando erro de<br />

<strong>para</strong>lelismo: “Como tudo estava acertado entre os sócios e que haviam fechado um<br />

ótimo negócio, a amizade deles perdurou.” (errado) / “Como tudo estava acertado<br />

entre os sócios e haviam fechado um ótimo negócio, a amizade deles perdurou.”<br />

(certo).<br />

Consecutiva<br />

Vem normalmente após “tão, tanto, tamanho, tal”.<br />

– Tanta foi sua perseverança durante os anos de estudo que obteve êxito.<br />

– “Apertados no balanço / Margarida e Serafim / Se beijam com tanto ardor / Que<br />

acabam ficando assim.” (Millôr Fernandes)<br />

Com<strong>para</strong>tiva<br />

Vem numa estrutura de com<strong>para</strong>ção por superioridade ou inferioridade.<br />

– Posso ser fraco, mas menos capaz que ele não sou.<br />

– Você é maior do que todos eles juntos, meu caro amigo!<br />

Obs.: O do antes da conjunção é facultativo: Você é maior que todos eles juntos, meu caro<br />

amigo!<br />

Concessiva


Equivale a “embora”, normalmente.<br />

– Que nos tirem o direito à liberdade, continuaremos lutando por ela.<br />

Final<br />

– Dedique-se aos estudos, meu filho, todo dia, um pouco que seja!<br />

Equivale a “<strong>para</strong> que, a fim de que”. É construção rara!<br />

– “Dizei que eu saiba.” (João Cabral de Melo Neto)<br />

– Todos lhe fizeram sinal que se calasse.<br />

– Orai, que não entreis em tentação.<br />

Temporal<br />

Equivale a “desde que”.<br />

– “Porém já cinco sóis eram passados que dali nos partíramos.” (Camões)<br />

– Chegados que fomos, dirigimo-nos à pousada.<br />

– Abertos que foram os portões, os candidatos em seguida entraram.<br />

Observação Final: O gramático Luiz A. Sacconi registra em sua gramática mais dois quês:<br />

condicional (Ah, que fosse eu o escolhido!) e conformativo (Que eu saiba, Luís não é<br />

casado.).


O Vocábulo SE e Suas Classificações<br />

De todas as classificações deste vocábulo especial, sugiro que esteja “no sangue”, pelo<br />

menos, três: partícula apassivadora, partícula de indeterminação do sujeito e conjunção<br />

condicional. São as campeãs nos concursos.<br />

1) Substantivo<br />

Quando acompanhado de determinantes (artigo, adjetivo, pronome ou numeral).<br />

– Os três ses da frase “Se se quer o bem, precisa-se de amor no coração” são,<br />

respectivamente: conjunção subordinativa condicional, partícula apassivadora e<br />

partícula indeterminadora do sujeito.<br />

2) Pronome Oblíquo Átono<br />

Este pronome oblíquo átono tem cinco classificações: pronome reflexivo (ou recíproco),<br />

parte integrante do verbo, partícula expletiva, partícula de indeterminação do sujeito e<br />

partícula apassivadora. Nas explicações abaixo, precisarei contar com sua ajuda: seu<br />

conhecimento básico sobre transitividade verbal e um pouquinho de voz verbal.<br />

Pronome Reflexivo (ou Recíproco)<br />

Sempre vem acompanhado de verbo transitivo direto e/ou indireto (VTD/VTI/VTDI).<br />

Segundo Bechara, ele “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou”. Diz-se que<br />

o pronome reflexivo é chamado de recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo<br />

se encontra comumente no plural. Exerce função sintática de objeto direto, objeto indireto ou<br />

sujeito (com verbos causativos ou sensitivos), normalmente.<br />

– A menina se cortou. (objeto direto)<br />

– A modelo se impôs uma dieta muito severa. (objeto indireto)<br />

– Eles sempre se perguntam se o casamento vai durar. (objeto indireto)<br />

– A avó e a neta se queriam muito. (objeto indireto)<br />

– O casal se beijou com vontade. (objeto direto)<br />

– Deixou-se ficar à janela a tarde toda. (sujeito)<br />

Obs.: Em “Ele se chama <strong>Fernando</strong>.”, “Ele se batizou na igreja evangélica.”, “Ela se<br />

curou da gripe.”, alguns gramáticos, como Sacconi, analisam tal “se” como pronome<br />

apassivador. Outros estudiosos, como Mattoso Câmara, analisam como pronome<br />

reflexivo. Bechara registra ambas as visões.<br />

Parte Integrante do Verbo


Sempre acompanha verbo intransitivo (VI) ou transitivo indireto (VTI). Baseando-me no<br />

Bechara, posso dizer que tais verbos são chamados de pronominais, pois não se conjugam sem<br />

a presença do pronome oblíquo, indicando sentimento (indignar-se, ufanar-se, atrever-se,<br />

alegrar-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se etc.)<br />

ou certos movimentos ou atitudes do ser em relação a si próprio, intencionalmente ou não<br />

(sentar-se, suicidar-se, concentrar-se, converter-se, afastar-se, precaver-se, partir-se, afogarse<br />

etc.). Por favor, não o confunda com pronome reflexivo.<br />

– Ele se precaveu das pragas.<br />

– Ela, infelizmente, suicidou-se.<br />

– Nunca você deve queixar-se da sua vida.<br />

– Hoje mais uma criança se afogou no mar bravio.<br />

– A árvore se partiu em dois pedaços devido à força do furacão.<br />

Obs.: Outros pronomes oblíquos também podem ser integrantes do verbo: me, te, nos, vos.<br />

Partícula Expletiva<br />

Acompanhado de verbos intransitivos (VI), normalmente. Pode ser retirado da oração sem<br />

prejuízo sintático e semântico, pois seu valor é apenas estilístico (ênfase, expressividade), por<br />

isso é chamado de partícula de realce.<br />

– Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. = Vão os anéis, ficam os dedos.<br />

– Ela se tremia de medo do escuro. = Ela tremia de medo do escuro.<br />

– “Ele estava chateado com a nota do meu boletim?” “Se estava!, respondeu a mãe.”<br />

Partícula de Indeterminação do Sujeito<br />

Sempre acompanha verbos na 3 a pessoa do singular de quaisquer transitividades (VL, VI,<br />

VTI, VTD), sem sujeito explícito. No caso do VTD, precisará haver objeto direto<br />

preposicionado <strong>para</strong> que o se indetermine o sujeito – note o último exemplo. Tal<br />

indeterminação, em todos os exemplos, implica um sujeito de valor genérico (generalizador),<br />

impreciso. Cai muito em prova!<br />

– Neste mundo, quando se é honesto, muito se perde.<br />

– Tratou-se de fenômenos geológicos desconhecidos no filme.<br />

– Nunca se bebeu tanto dessa cerveja brasileira.<br />

Obs.: Note que o sujeito nunca vem explícito, por isso é possível criar um sujeito hipotético<br />

(alguém) <strong>para</strong> facilitar a “visão” do sujeito indeterminado: “Neste mundo, quando<br />

alguém é honesto, este alguém perde muito.”/ “Alguém tratou de fenômenos


geológicos desconhecidos no filme.” / “Nunca alguém bebeu tanto dessa cerveja<br />

brasileira.”.<br />

Partícula Apassivadora<br />

Sempre acompanha VTD ou VTDI <strong>para</strong> indicar que o sujeito explícito da frase tem valor<br />

paciente, ou seja, sofre a ação verbal. Bizu: sempre é possível reescrever a frase passando<br />

<strong>para</strong> a voz passiva analítica, ou seja, transformando o verbo em locução verbal (ser +<br />

particípio). Cai muito em prova!<br />

– Lia-se no jornal há um tempo: “RJ sofre com tráfico”. (= Era lido no jornal há um<br />

tempo: “RJ sofre com tráfico”.)<br />

– Sabe-se que as línguas evoluem. (= É sabido que as línguas evoluem.)<br />

– Jabuticaba se chupa no pé. (= Jabuticaba é chupada no pé.)<br />

– Fez-se-lhe uma homenagem surpresa. (= Uma homenagem surpresa foi feita a ele.)<br />

– Estão-se considerando outras propostas, ultimamente, <strong>para</strong> o bem-estar da população.<br />

(= Outras propostas <strong>para</strong> o bem-estar da população estão sendo consideradas,<br />

ultimamente.)<br />

3) Conjunção Subordinativa<br />

Releia atentamente o capítulo de conjunção, especificamente o “Cuidado!!!”, em conjunção<br />

condicional. Vá por mim!<br />

Integrante<br />

Vale o mesmo bizu do que, a saber: substitua a oração iniciada por se por isso. Cai muito<br />

em prova!<br />

– Veja se a companhia elétrica já resolveu o problema da falta de luz. (= Veja isso.)<br />

– Não desejamos saber se ela é velha, mas sim se ela é eficiente. (= Não desejamos<br />

saber isso, mas sim isso.)<br />

Condicional<br />

Introduz uma oração com valor hipotético, equivalendo semanticamente a “caso”. Cai muito<br />

em prova!<br />

– Se houver entre as nações algum acordo, todos irão se beneficiar com a paz.<br />

– Talvez se deva deixar a discussão <strong>para</strong> depois, se porventura pretendemos manter a<br />

paz.<br />

Obs.: “Se caso” é construção equivocada: “Se caso eles vierem, não os atenda.”. O


adequado é: “Se (ou Caso) eles vierem, não os atenda.”.<br />

Causal<br />

– Se a sua família vive em harmonia, por que seus pais brigaram feio ontem?<br />

– Se a vida está tão fácil (e como está, graças a Deus!), vamos aproveitá-la.<br />

Obs.: Veja uma questão sobre este se: FCC – TCE/AP – Analista DE CONTROLE<br />

EXTERNO – 2012 – QUESTÃO 7. Ignore os itens I e III da questão. Veja que o se do<br />

item II tem valor causal e não condicional, pois equivale a “já que”. Tal estrutura usada<br />

pela FCC é muito semelhante aos exemplos dados pelo Sacconi em sua gramática a<br />

respeito do se causal. Veja isto: FUNIVERSA – PMDF – SOLDADO – 2013 –<br />

QUESTÃO 7.<br />

Concessiva<br />

Equivale a “embora”.<br />

– “Se ferido ele queria lutar, imagine, então, são!” (Sacconi)<br />

–“Se o via derrubado, rosto no pó, nem por isso o respeitava menos.” (Ondina Ferreira)<br />

Temporal<br />

Equivale a “quando”. Os verbos da oração normalmente estão no presente do indicativo.<br />

– Se penso em você, começo a chorar de saudade.<br />

– “Consolo-o, se o vejo triste.” (Cegalla)<br />

Observação Final: Segundo o gramático Luiz A. Sacconi, o se pode ser uma conjunção<br />

com<strong>para</strong>tiva: “Se o estilo reflete o homem, o idioma é o espelho da cultura de um povo.” (=<br />

assim como).


O Vocábulo como e Suas Classificações<br />

De todas as classificações deste vocábulo especial, sugiro que esteja “no sangue”, pelo<br />

menos, três: conjunção com<strong>para</strong>tiva, conjunção causal e conjunção conformativa. São as<br />

campeãs nos concursos.<br />

1) Substantivo<br />

Vem determinado, assim como o que e o se. Exerce função sintática própria de substantivo.<br />

– O como tem sete classificações morfológicas diferentes.<br />

– Tenha cuidado com o como no início de oração adverbial, pois pode ser causal,<br />

com<strong>para</strong>tivo ou conformativo.<br />

2) Advérbio<br />

Pode ser advérbio de modo, advérbio interrogativo de modo e advérbio de intensidade<br />

(neste caso, equivale a “quão” ou “quanto”). Sempre exerce função sintática de adjunto<br />

adverbial.<br />

– O trabalho não está como a diretoria deseja.<br />

– Como resolver o problema?<br />

– Como é perfeita a sua face!<br />

3) Preposição Acidental<br />

Equivale, normalmente, a “por”, “na qualidade de” ou “na condição de”. Normalmente<br />

introduz um termo que exerce a função de predicativo do sujeito ou do objeto, adjunto<br />

adnominal ou aposto.<br />

– Na seleção, ele atua como zagueiro.<br />

– Obtiveram como resposta um sonoro não.<br />

– Os ganhadores tiveram como prêmio uma medalha de ouro.<br />

– O conceito de cultura como recurso ganhou legitimidade.<br />

– As matérias da prova, como Português, Direito Administrativo e Informática, já estão<br />

assimiladas.<br />

4) Interjeição<br />

Em um contexto exclamativo, indicando determinadas emoções. Normalmente seguido de<br />

ponto de exclamação e interrogação.<br />

– Como?! Não havíamos combinado a sua volta esta semana?<br />

Obs.: Os dicionários interpretam este como como advérbio.


5) Verbo<br />

É a 1 a pessoa do singular do presente do indicativo.<br />

– Eu sei que como muito!<br />

6) Pronome Relativo<br />

Retoma os antecedentes “modo”, “maneira”, “jeito” ou “forma” e, como todo pronome<br />

relativo, exerce função sintática dentro da oração adjetiva: adjunto adverbial.<br />

– A maneira como ela realizou a tarefa surpreendeu-nos.<br />

– Este é o jeito como fazemos as coisas aqui.<br />

7) Conjunção Coordenativa ou Subordinativa<br />

Pode ser conjunção coordenativa aditiva ou subordinativa causal, com<strong>para</strong>tiva ou<br />

conformativa.<br />

Aditiva<br />

Normalmente vem na correlação “não só/apenas/somente... (bem) como (também/ainda)...”<br />

ou “tanto... como...”. Equivale a “e também”.<br />

– Não só o Japão como a China têm grandes centros comerciais.<br />

– Tanto estudo, como trabalho.<br />

– O Rio, como o Recife, é uma cidade <strong>para</strong>doxal, pois o belo e o feio convivem juntos.<br />

Causal<br />

Equivalente a “porque”, é usado no início da frase. Pode vir seguido de verbo no pretérito<br />

imperfeito do subjuntivo.<br />

– Como estivesse recuperado, decidiu proceder à cerimônia.<br />

– Como se aqueceu no inverno, saiu o urso da hibernação.<br />

Com<strong>para</strong>tiva<br />

Introduz o segundo elemento de uma com<strong>para</strong>ção, equivale a “quanto”, é precedido de<br />

“tanto, tão”, normalmente. Às vezes vem junto do se.<br />

– Como a luz que ilumina meu caminho, teus conselhos são um verdadeiro farol.<br />

– Ninguém o conhece tão bem como eu.<br />

Conformativa<br />

Equivale a “conforme”.<br />

– Como a chamada era feita, os alunos iam se alinhando.


– Em algumas situações, devemos fazer como manda nossa consciência.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Sobre a palavra que, é preciso estar no sangue conjunção integrante e pronome relativo.<br />

Sobre a palavra se, é preciso estar no sangue partícula apassivadora, partícula de<br />

indeterminação do sujeito e conjunção condicional. Sobre a palavra como, é preciso estar<br />

no sangue conjunção com<strong>para</strong>tiva, conjunção causal e conjunção conformativa. As bancas<br />

que adoram tais assuntos são, além das militares, o Cespe/UnB – quando se trata do vocábulo<br />

se – e, principalmente, a FGV – quando se trata do vocábulo que. A Vunesp e a FUNCAB não<br />

deixam por menos.


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (FAB – EEAR – Sargento – 2001) Estabelecer a correlação entre o sentido e o termo grifado. Em seguida, assinalar a<br />

alternativa que apresenta a sequência correta:<br />

1. Causa<br />

2. Com<strong>para</strong>ção<br />

3. Conformidade<br />

( ) Confesso que eu escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido.<br />

( ) Vinham em bandos, descansavam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem <strong>para</strong> o Sul.<br />

( ) Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro.<br />

( ) Não me respeitava a adolescência, como não respeitava a batina do irmão...<br />

( ) O diabo não é tão feio como o pintam.<br />

a) 2 – 3 – 1 – 1 – 2.<br />

b) 1 – 2 – 3 – 2 – 3.<br />

c) 2 – 1 – 1 – 2 – 3.<br />

d) 3 – 1 – 2 – 1 – 2.<br />

2. (FAB – EEAR – Sargento – 2001) Observe: “ ... não sei se é esta toalha.”<br />

Qual das alternativas abaixo apresenta oração com a mesma classificação da destacada acima?<br />

a) Se for possível, gostaria de acompanhá-lo.<br />

b) Ficaremos decepcionados, se a prova for adiada.<br />

c) Os pedidos serão atendidos, se bem elaborado o ofício.<br />

d) Na verdade, gostaria de perguntar se ainda me considera seu amigo.<br />

3. (FAB – EEAR – Sargento – 2002) “Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se<br />

te provocam. Espera que cada um se realize e consuma com seu poder de palavras e seu poder de silêncio.” (...) (C.D.<br />

Andrade)<br />

As palavras grifadas, no poema, classificam-se, respectivamente, como:<br />

a) conjunção integrante, conjunção integrante;<br />

b) conjunção adverbial condicional, conjunção adverbial condicional;<br />

c) partícula expletiva, partícula expletiva;<br />

d) pronome reflexivo, conjunção adverbial condicional;<br />

4. Assinale a alternativa em que o vocábulo que funciona como conjunção.<br />

a) O jornal a que me refiro publicará seu texto.<br />

b) O importante é que todos se convençam de que é preciso lutar.<br />

c) Foram inúteis os argumentos de que fizeram uso durante o debate.<br />

d) É importante saber conviver com as mudanças que acompanham a existência.<br />

5. Assinale a alternativa em que há conjunção integrante.<br />

a) Já li o livro que você me emprestou.<br />

b) Não venha, que não estarei mais aqui.<br />

c) Espero que você recupere logo a saúde.<br />

d) Quase que a criança caiu.<br />

“Minha querida Mariana:<br />

Só hoje consegui autorização da tua Madre Superiora <strong>para</strong> te escrever, às escondidas de teus pais e meu marido, que<br />

embora não te conheça a ti não pode de ti ouvir, sem raiva, certamente pela amizade que sabe eu te dedicar e isso<br />

o enfurece (...)” (Trecho de Novas Cartas Portuguesas)<br />

6. Observando-se a natureza morfológica e a função sintática dos termos em destaque, é correto afirmar que são,<br />

respectivamente:<br />

a) conjunção integrante e sujeito; pronome relativo e objeto direto;<br />

b) pronome relativo e sujeito; pronome relativo e objeto direto;<br />

c) conjunção integrante e objeto direto; conjunção integrante e sujeito;<br />

d) pronome relativo e sujeito, pronome relativo e sujeito.<br />

7. (FGV – Senado Federal – Analista Legislativo – 2008) “Outro aspecto que configura alguns desafios ainda não


esolvidos na atual Constituição é a existência de muitos dispositivos a reclamar leis que lhes deem eficácia plena.<br />

A propósito, convém recordar que, promulgado o diploma constitucional, o Ministério da Justiça realizou<br />

levantamento de que resultou a publicação do livro ‘Leis a Elaborar’.”<br />

Em relação às ocorrências da palavra QUE no trecho acima, é correto afirmar que há:<br />

a) duas conjunções subordinativas, um pronome relativo e uma conjunção integrante;<br />

b) três conjunções subordinativas e um pronome relativo;<br />

c) três conjunções integrantes e uma conjunção subordinativa;<br />

d) dois pronomes relativos e duas conjunções integrantes;<br />

e) três pronomes relativos e uma conjunção integrante.<br />

8. (FGV – Senado Federal – Analista de Relações Públicas – 2008) “Ainda não é o fim do capitalismo, mas talvez seja a<br />

agonia do caráter neoliberal que hipertrofiou o sistema financeiro. Acumular fortunas tornou-se mais importante<br />

que produzir bens e serviços.”<br />

Assinale a alternativa em que estejam corretamente classificadas, respectivamente, as ocorrências da palavra QUE no trecho<br />

acima.<br />

a) pronome relativo – conjunção subordinativa.<br />

b) conjunção integrante – conjunção integrante.<br />

c) pronome relativo – pronome relativo.<br />

d) conjunção integrante – conjunção subordinativa.<br />

e) conjunção subordinativa – pronome relativo.<br />

9. (Cespe/UnB – TRT/RJ (1 a R) – Analista Judiciário – 2008) (Adaptada) As conjunções destacadas nos trechos a seguir<br />

estão associadas a uma determinada interpretação. Assinale o item que apresenta trecho do texto seguido de interpretação<br />

correta da conjunção destacada.<br />

I. ‘como dizem meus filhos’ (“Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou”) – com<strong>para</strong>ção<br />

II. ‘É um erro imaginar que há inflação no Brasil’ – consequência<br />

10. (FGV – MEC – Analista de Sistemas – 2009) “À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de<br />

organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar as sociedades<br />

e o mundo a partir do acesso <strong>para</strong> todos aos direitos fundamentais.”<br />

As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:<br />

a) conjunção integrante e conjunção integrante;<br />

b) pronome relativo e conjunção integrante;<br />

c) pronome relativo e pronome relativo;<br />

d) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa;<br />

e) conjunção integrante e pronome relativo.<br />

11. (UFF – UFF – Administrador – 2009) A conjunção “como” está empregada no período: “Aliás, é quase consenso que uma<br />

das maiores falhas dos Estados Unidos é não terem um sistema de saúde como o europeu e o canadense” com o mesmo<br />

valor significativo que no período:<br />

a) Não constitui novidade <strong>para</strong> mim, pois várias vezes já ouvi essa “teoria”, como ele a chama.<br />

b) Como anoitecesse, recolhi-me pouco depois e deitei-me.<br />

c) Sua força vinha dos olhos, vivos e inquiridores como os de um cachorro fiel.<br />

d) Como terá conseguido vencer, se tudo lhe eram obstáculos?<br />

e) Homem de poucas letras, queria saber como devia expressar o que sentia por ela.<br />

12. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– Em “O que é importante notar aqui é que a oposição entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre<br />

presença e ausência”, a expressão “é que” é expletiva.<br />

13. (FUNCAB – Pref. Porto Velho/RO – Médico – 2009) Assinale a opção em que a palavra grifada é uma conjunção<br />

subordinativa adverbial condicional.<br />

a) “Outro dia, um amigo biólogo me perguntou se eu gostaria de conviver bilhões de anos ao lado dos ectoplasmas de<br />

macaco...”<br />

b) “O cientista Carl Sagan adverte, como muitos outros, que vida só se tem uma...”<br />

c) “Resolver essa dúvida religiosa logo no início da vida adulta é mais importante do que se imagina.”<br />

d) “... poderá vir a ser o bisavô daquela moça que vai um dia se casar com seu bisneto.”<br />

e) “Se não transmitirmos uma ética robusta a eles, nosso DNA terá curta duração.”


14. (FUNIVERSA – MTUr – Administrador – 2010) Com base na gramática da norma culta, assinale a alternativa correta.<br />

“(...) O estudo mostra ainda que dois terços dos jovens naquela faixa etária utilizam regularmente serviços de<br />

mensagens instantâneas, como MSN. (...) Como a sede de consumo dos meios é tão grande <strong>para</strong> os jovens<br />

paulistanos – e região metropolitana de SP – de 18 a 24 anos, quase metade deles acessam a Internet enquanto<br />

assistem à TV ou enquanto ouvem rádio. (...)”<br />

a) O termo “como” tem o mesmo sentido que o “Como”.<br />

15. “Nenhum bicho venenoso pode alegar que a luta pela vida o fez assim. Que ele foi ficando venenoso com o tempo, que só<br />

descobriu que sua picada era tóxica por acidente, que nunca pensou etc.”<br />

(Cesgranrio – IBGE – Analista Agrícola – 2010 ) No trecho acima, o cronista faz uso do termo “que”, repetidamente. A<br />

passagem na qual o termo “que” apresenta a mesma classificação gramatical daquela desempenhada no trecho destacado<br />

é<br />

a) “as características que garantem a sua sobrevivência”;<br />

b) “a arma ou o disfarce que o salva dos seus predadores”;<br />

c) “E o que vale <strong>para</strong> serpentes vale <strong>para</strong> o ser humano”;<br />

d) “o fato é que não dá <strong>para</strong> evitar a constatação”;<br />

e) “A pura maldade inerente a tanto que se vê”.<br />

16. (FUNCAB – DETRAN/PE – Analista de Trânsito – 2010) Marque a opção que apresenta, respectivamente, a ideia<br />

expressa pela conjunção “como” em cada uma das frases abaixo.<br />

I. “Até aparelhos que deixam as mãos livres, como o bluetooth, não eliminam os riscos.”<br />

II. “Como a legislação difere entre os estados americanos, pesquisas frequentes ajudam a estimular o debate.”<br />

III. “... como eu ia dizendo, é muito mais econômico você andar devagar e ser assaltado por mim do que correr e ser<br />

assaltado pelo radar.”<br />

a) com<strong>para</strong>ção – causa – conformidade.<br />

b) com<strong>para</strong>ção – com<strong>para</strong>ção – conformidade.<br />

c) conformidade – causa – com<strong>para</strong>ção.<br />

d) causa – conformidade – causa.<br />

e) causa – conformidade – conformidade.<br />

17. (FEC – MPA – Agente Administrativo – 2010) A conjunção “como”, nas orações “como mostramos todos os meses em<br />

nossa revista” e “Como sempre digo”, tem o mesmo valor significativo que em:<br />

a) Como foi combinado, partimos bem cedo.<br />

b) Como fazia calor, abrimos as janelas.<br />

c) Não sei como ela suportou tanta injustiça.<br />

d) Era tão alto como o irmão.<br />

e) Saltava pelo campo como uma lebre.<br />

18. (Cesgranrio – Bacen – Técnico – 2010) No fragmento “O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a meta for<br />

impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2°C de aquecimento neste século, como recomenda<br />

a maioria dos climatologistas.”, o termo “se” tem o sentido equivalente ao de:<br />

a) logo que;<br />

b) à medida que;<br />

c) no caso de;<br />

d) apesar de;<br />

e) uma vez que.<br />

19. (FUNRIO – SEBRAE/PA – Analista Técnico – 2010) (Adaptada) As afirmações abaixo estão corretas ou incorretas?<br />

“(...) Se faziam tudo aquilo é que não tinham casa... (...)”<br />

I- O uso do pronome SE no início da terceira frase é uma marca de oralidade tipicamente brasileira.<br />

II- A expressão É QUE usada na terceira frase é expletiva e pode ser retirada do período sem prejuízo de sentido.<br />

20. (Cespe/UnB – TRE/ES – Técnico Judiciário – 2011) Em “inspirar-se” (Os participantes... bem poderiam... inspirar-se na<br />

última reunião sobre diversidade.), a partícula “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (FGV – SEFAZ/RJ – Auditor-Fiscal da Receita Estadual – 2011) É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no<br />

âmbito das empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos de postura


administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa jurídica em seus países<br />

de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas congêneres<br />

espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de responsabilização em sua matriz.<br />

No trecho acima, as ocorrências da palavra QUE classificam-se, respectivamente, como:<br />

a) pronome relativo e preposição;<br />

b) conjunção integrante e preposição;<br />

c) conjunção integrante e conjunção integrante;<br />

d) pronome relativo e conjunção integrante;<br />

e) preposição e pronome relativo.<br />

22. (FAB – AFA – Oficial – 2011) Assinale a única alternativa em que a palavra SE recebe a mesma classificação<br />

morfossintática que a destacada em: “Outra discussão chata, durante e após as partidas, é se um jogador teve a<br />

intenção...”.<br />

a) “...ambiente bélico em que se transformou o futebol, dentro e fora de campo.”<br />

b) “Impressiona-me como se formam conceitos...”<br />

c) “Se dizem que a imagem vale mais que mil palavras, por que se fala e se grita tanto?”<br />

d) “Não dá <strong>para</strong> o árbitro saber se a falta foi intencional ou não.”<br />

23. Assinale a alternativa na qual a palavra QUE tem a mesma classificação morfológica que a destacada em: “... baseados em<br />

estatísticas que têm pouca ou nenhuma importância.”<br />

a) “... ambiente bélico em que se transformou o futebol.”<br />

b) “É óbvio que informações e estatísticas são importantíssimas.”<br />

c) “Se dizem que a imagem vale mais que mil palavras...”<br />

d) “... <strong>para</strong> achar que todas as faltas violentas são involuntárias.”<br />

24. (COPEVE/UFAL – UFAL – Assistente de Administração – 2011) “O colégio Hugo Sarmento, em São Paulo, decidiu<br />

levar <strong>para</strong> a sala de aula uma ferramenta virtual que muitos adolescentes já dominam. O limite de 140 caracteres<br />

imposto pelo microblog Twitter está permitindo que alunos do ensino fundamental exerçam sua veia literária por<br />

meio do gênero conhecido como microconto.”<br />

A palavra que destacada é, respectivamente:<br />

a) conjunção subordinativa e conjunção integrante;<br />

b) pronome relativo e conjunção integrante;<br />

c) conjunção integrante e conjunção subordinativa;<br />

d) pronome relativo e pronome relativo;<br />

e) conjunção integrante e conjunção integrante.<br />

25. (FEC/UFF – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil – 2012) Na frase: “Elas fracassarão COMO construtoras de conhecimento<br />

de alto nível”, a palavra em destaque expressa noção idêntica à que se lê em:<br />

a) Como lhe disse, estou cansado de trabalhar.<br />

b) Como chegou tarde, não pode entrar em sala.<br />

c) Ele é tão trabalhador como o pai.<br />

d) Venceu, mas como, se nunca quis nada?<br />

e) Para mim, isto não diz nada como poesia.<br />

26. (Vunesp – Pref. Suzano/SP – Médico Cardiologista – 2012) Leia as frases do segundo parágrafo:<br />

Como todo remédio, o tempo precisa ser bem administrado.<br />

Como ainda não inventaram uma categoria na medicina <strong>para</strong> tratar disso, cabe a nós mesmos saber diferenciar um do<br />

outro.<br />

O termo Como, destacado nas frases, introduz, respectivamente, ideias de:<br />

a) com<strong>para</strong>ção e alternância;<br />

b) concessão e condição;<br />

c) com<strong>para</strong>ção e causa;<br />

d) concessão e alternância;<br />

e) consequência e condição.<br />

27. (FUNCAB – MPE/RO – Técnico em Contabilidade – 2012) Em relação ao SE em “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela<br />

teria dado uma ideia (...)”, é correto afirmar que, morfologicamente, o termo é:<br />

a) uma conjunção subordinativa integrante, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada substantiva direta e a<br />

oração principal;


) uma conjunção subordinativa adverbial condicional, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada adverbial<br />

condicional e a oração principal;<br />

c) pronome reflexivo, pois indica que a ação expressa volta-se sobre o próprio sujeito da ação verbal, nele se refletindo;<br />

d) índice de indeterminação do sujeito, porque serve <strong>para</strong> deixar indeterminado um sujeito de 3 a pessoa, junto ao verbo<br />

intransitivo;<br />

e) pronome apassivador, porque associa-se ao verbo transitivo <strong>para</strong> garantir o sentido passivo pretendido <strong>para</strong> a voz verbal,<br />

ou seja, contribui <strong>para</strong> a caracterização da voz do verbo.<br />

28. (CONSULPLAN – Pref. Barra Velha/SC – Agente Controle Interno – 2012) Dentre os elementos em destaque, só NÃO<br />

exerce papel pronominal:<br />

a) “um pesadelo que me atormentou por mais de um ano”.<br />

b) “A história que agora passo a narrar”.<br />

c) “decidiram em assembleia que esperariam”.<br />

d) “essas criaturas que adotamos”.<br />

e) “mundo cão em que vivemos”.<br />

29. (CONSULPLAN – TSE – Analista Judiciário – 2012) Verdade é que (1) a ação em nome de um universal por si só<br />

caracteriza qualquer moral. É por meio dela que (2) se faz o cálculo do “sentido” no qual, fora da vantagem que<br />

(3) define a regra, o sujeito honesto se transfigura imediatamente em otário.<br />

A respeito das ocorrências do QUE no período anterior, é correto afirmar que se trata de conjunção em:<br />

a) (1), apenas.<br />

b) (3), apenas.<br />

c) todas.<br />

d) (2), apenas.<br />

30. (Cesgranrio – Liquigas – Profissional Jr. – 2012) A opção por uma linguagem informal, em algumas passagens do texto,<br />

permite jogos de palavras como o que se verifica no emprego de Se nas seguintes frases:<br />

“Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.”<br />

“A gente se acostuma <strong>para</strong> não se ralar na aspereza, <strong>para</strong> preservar a pele. Se acostuma <strong>para</strong> evitar feridas,<br />

sangramentos...”<br />

Nos trechos acima, as palavras em destaque classificam-se, respectivamente, como:<br />

a) conjunção e pronome;<br />

b) conjunção e preposição;<br />

c) pronome e preposição;<br />

d) pronome e conjunção;<br />

e) conjunção e conjunção.<br />

31. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Em “volume que se mantém”, o elemento sublinhado indica sujeito<br />

indeterminado.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. Em “se soube” (Sempre se soube que um dos principais entraves...) e em “se supunha” (... o problema é muito mais grave<br />

do que se supunha.), o termo “se” confere às formas verbais a noção de reflexividade.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

33. (Cespe/UnB – STJ – Todos os Cargos – 2012) A partícula “se”, em “Tratava-se” (Tratava-se então de uma biblioteca<br />

imaginária...) e em “se encontravam” (... descreviam o lugar em que se encontravam centenas de milhares de rolos...),<br />

classifica-se como pronome reflexivo e retoma, respectivamente, “uma biblioteca imaginária” e “centenas de milhares de<br />

rolos”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

34. (NUCEPE – PM/PI – Agente de Polícia – 2012) “Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.”<br />

Nesse trecho, o termo destacado sugere uma:<br />

a) afirmação categórica;<br />

b) dúvida;<br />

c) condição;


d) explicação;<br />

e) negação.<br />

35. (FCC – TRF (5 a R) – Analista Judiciário – 2012) Não teria graça se só melhorasse.<br />

O elemento grifado na frase acima pode ser corretamente substituído por:<br />

a) conquanto;<br />

b) porquanto;<br />

c) caso;<br />

d) pois;<br />

e) embora.<br />

36. (Vunesp – SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária (I) – 2012) No comentário de Cayatte – “Se o réu é culpado, a<br />

pena foi pouca. Se o réu é inocente, a pena foi muita.” – as orações iniciadas pela conjunção Se expressam sentido de:<br />

a) conclusão;<br />

b) consequência;<br />

c) conformidade;<br />

d) condição;<br />

e) concessão.<br />

37. (Vunesp – Pref. Sertãozinho/SP – Agente de Trânsito – 2012) No trecho – ... mas o tempo passou, não há nada a fazer,<br />

então fico pensando em como seria minha vida, hoje, se tivesse feito tudo como deveria. – o termo em destaque expressa<br />

ideia de:<br />

a) finalidade;<br />

b) causa;<br />

c) modo;<br />

d) intensidade;<br />

e) oposição.<br />

38. (Vunesp – CREFITO/SP – Almoxarife – 2012) No penúltimo verso (Depressa, que o amor/não pode esperar.), a conjunção<br />

“que” está empregada com sentido de:<br />

a) explicação;<br />

b) causa;<br />

c) conclusão;<br />

d) adição;<br />

e) condição.<br />

39. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) A conjunção subordinativa em destaque estabelece que tipo de relação de sentido entre<br />

as orações por ela conectadas?<br />

Como as organizações ambientalistas têm denunciado, os países industrializados são os que mais poluem o meio<br />

ambiente.<br />

a) Conformidade.<br />

b) Com<strong>para</strong>ção.<br />

c) Finalidade.<br />

d) Condição.<br />

40. (MARINHA – Colégio Naval – 2012) Dentre as frases apresentadas abaixo, retiradas do texto I, assinale a opção na qual a<br />

palavra QUE remete a um antecedente.<br />

a) “Ele afirmava que o desejo é a regência do mundo.”<br />

b) “Esta insaciabilidade do ser humano é que o vai manter preso à infelicidade.”<br />

c) “[...] mais do que ajudar em uma reflexão mais profunda, tornam-se barreiras [...].”<br />

d) “[...] o assunto me ocorre ao me lembrar de que vivemos em uma sociedade [...].”<br />

e) “[...] desejamos o que não temos.”


Gabarito<br />

1. C. 9. I e II. 17. A. 25. E. 33. ERRADO.<br />

2. D. 10. B. 18. C. 26. C. 34. C.<br />

3. B. 11. C.<br />

19. I- INCORRETA.<br />

II- INCORRETA.<br />

27. B. 35. C.<br />

4. B. 12. INCORRETA. 20. ERRADO. 28. C. 36. D.<br />

5. C. 13. E. 21. B. 29. A. 37. C.<br />

6. B. 14. INCORRETA. 22. D. 30. A. 38. A.<br />

7. E. 15. D. 23. A. 31. ERRADO. 39. A.<br />

8. A. 16. A. 24. B. 32. ERRADO. 40. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 32<br />

Estilística


Definição<br />

A estilística é a parte da gramática que trata das estratégias artísticas/criativas usadas na<br />

língua (principalmente as figuras de linguagem). Tais recursos – os quais têm o objetivo de<br />

sugerir, provocar, embelezar a forma e/ou o conteúdo do texto – promovem determinados<br />

efeitos expressivos. A estilística trata daquela linguagem criativa, fora do usual, fora do que é<br />

comum nos registros linguísticos corriqueiros dos falantes. A “brincadeira” com as palavras,<br />

em seus aspectos semânticos, fonológicos, morfológicos, léxicos e/ou sintáticos, dá colorido<br />

ao que é dito.<br />

Por exemplo, uma simples cantada criativa (com estilo) é capaz de provocar muitas<br />

emoções:<br />

– Você é um poema do Vinícius, sabia?<br />

É claro que a menina precisa saber quem é o Vinícius (Vinícius de Moraes).<br />

Agora, imagina se fosse dito algo banal como:<br />

– Você é bonita, sabia?<br />

Qualquer um diz isso, não é? Que graça tem?<br />

Veja outra cantada bonitinha:<br />

– Você sabe qual é o motivo do meu sorriso todos os dias? A primeira palavra da pergunta<br />

que te fiz.<br />

E por aí vai! Os recursos estilísticos são formas de expressão mais localizadas no discurso<br />

(não só nas cantadas, é claro!) e, principalmente, nos poemas. Afinal, poesia sem estilo não é<br />

poesia, portanto não há poesia sem estilo. Veja este de Oswald de Andrade:<br />

Amor<br />

Humor<br />

É isso mesmo, o poema é só esse; o título é amor cujo verso único é humor. E é justamente<br />

tal minimalismo criativo que nos encanta. Observe a interessante troca de fonemas... Enquanto<br />

o amor é encarado sempre como algo sublime, vem o poeta e desconstrói essa ideia,<br />

associando o amor a algo jocoso, o humor.<br />

Enfim... vamos ao que interessa. Na sua prova, as figuras de linguagem (quando<br />

aparecem!) são o espelho da estilística. Pelo que sei, existem mais de 50 figuras de linguagem,<br />

mas obviamente falarei apenas das que mais aparecem em concursos, a saber: elipse, zeugma,<br />

pleonasmo, hipérbato, anacoluto, assíndeto, polissíndeto, hipérbole,<br />

prosopopeia/personificação, perífrase, antítese, oximoro/<strong>para</strong>doxo, gradação,<br />

com<strong>para</strong>ção, metáfora, ironia, eufemismo, metonímia, catacrese, anáfora, assonância,<br />

aliteração, <strong>para</strong>nomásia, pleonasmo, <strong>para</strong>lelismo, onomatopeia...<br />

Recomendo três livros sobre elas: As Figuras de Linguagem, de Roberto de Oliveira


Brandão; Dicionário de Figuras de Linguagem, de Sebastião Cherubim; Figuras de<br />

Linguagem, de Hélio de Seixas Guimarães. Há muitos livros bons sobre Estilística, como<br />

Língua Portuguesa – Semântica e Estilística, de Claudio Cezar Henriques. Na verdade,<br />

qualquer livro deste autor é excelente.<br />

Ah! É difícil encontrar questões sobre vícios de linguagem, mas falaremos deles também.<br />

Dica de amigo: Os termos “linguagem figurada”, ou “simbólica”, ou “figurativa”, ou<br />

“conotativa” ou “recurso estilístico ou expressivo”, em geral, são o mesmo que figura de<br />

linguagem.<br />

Agora, sim... Vamos lá!


Figuras de Palavras (conceito)<br />

Nas figuras de palavras ou figuras de estilo, as palavras passam a assumir sentidos<br />

ampliados, diversos, consoante o contexto.


Metáfora<br />

Trata do emprego da palavra fora do seu sentido básico, recebendo nova significação por<br />

uma com<strong>para</strong>ção entre seres de universos distintos.<br />

– Evanildo Bechara é uma fera da gramática.<br />

– Evanildo Bechara – uma fera da gramática – é o melhor atualmente.<br />

– A fera do Bechara tem obras importantíssimas sobre a língua.<br />

– Bechara?! Que fera!<br />

– O Bechara vai “desmatando o amazonas de minha ignorância”.<br />

Obs.: Este último exemplo apresenta um trecho entre aspas porque é retirado de um poema<br />

de Drummond. A metáfora é percebida quando se entende que a minha ignorância é tão<br />

grande quanto o território do Amazonas. Chama-se metáfora hiperbólica. Lindo, não?<br />

Ah! Para fechar, a uma sucessão de metáforas chamamos alegoria: “Na parede da<br />

memória, essa lembrança é o quadro que dói mais”. (Belchior)


Com<strong>para</strong>ção<br />

Não confunda metáfora com “com<strong>para</strong>ção” (ou símile) porque na metáfora não há conectivo<br />

explicitando a relação de com<strong>para</strong>ção. Na com<strong>para</strong>ção (ou símile) sempre há um conectivo ou<br />

uma expressão estabelecendo a relação de com<strong>para</strong>ção:<br />

– Ela é gorda como uma vaca.<br />

– “Meu coração tombou na vida tal qual uma estrela ferida pela flecha de um caçador.”<br />

(Cecília Meireles)<br />

– Este lutador tem postura semelhante aos deuses nórdicos.


Metonímia<br />

Segundo o Aulete, é uma “figura de linguagem baseada no uso de um nome no lugar de<br />

outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente<br />

pelo conteúdo etc.”. Ou seja, ocorre a substituição de uma palavra por outra porque há entre<br />

elas uma relação de todo e parte.<br />

– O bronze (sino) repicava na torre da igreja. (a matéria pelo objeto)<br />

– Essa juventude (os jovens) está perdida. (o abstrato pelo concreto)<br />

– Vivo do suor (trabalho) do meu rosto. (o efeito pela causa)<br />

– Gostaria de ter um Picasso (um quadro) em casa. (o autor pela obra)<br />

– O Brasil (as pessoas do Brasil) vibrou com a conquista da Copa do Mundo. (o<br />

continente pelo conteúdo)<br />

Obs.: Há uma distinção formal entre sinédoque e metonímia, mas isso não nos deve<br />

interessar em prova de concurso público.


Catacrese<br />

É um tipo de metáfora que se cristalizou na cultura popular, caracterizada pela falta de um<br />

termo adequado a um ser ou por ignorância, desconhecimento da comunidade linguística sobre<br />

um termo exato.<br />

– Ele enterrou uma farpa no dedo.<br />

– Com os dentes do serrote, ele serrou a perna da cadeira.<br />

– Estou com coceira no céu da boca.


Perífrase<br />

Consiste no uso de maior quantidade de palavras <strong>para</strong> exprimir o que poderia ser dito com<br />

menos palavras.<br />

– O poeta dos escravos escreveu poemas condoreiros. (Castro Alves)<br />

– A terra dos faraós é ainda um lugar misterioso. (Egito)<br />

– A rainha dos baixinhos continua fazendo sucesso. (Xuxa)<br />

– O rei dos animais é até mais respeitado pelos homens. (leão)<br />

Obs.: Muitos autores não fazem distinção entre antonomásia (trata dos apelidos) e<br />

perífrase.


Sinestesia<br />

Ocorre quando há uma combinação de diversas impressões sensoriais (visuais, auditivas,<br />

olfativas, gustativas e táteis) entre si, e também entre as referidas sensações e sentimentos.<br />

– “O aroma (olfato) endoideceu, upou-se em cor (visão), quebrou / Gritam-me sons de<br />

cor e de perfumes (audição, visão, olfato).” (Mário de Sá Carneiro)<br />

– Sua voz aveludada (audição, tato) me tornou um de seus fãs.<br />

– O cheiro gostoso (olfato, paladar) daquela comida entrava por meu nariz como um<br />

néctar divino.


Figuras de Sintaxe<br />

Nas figuras de sintaxe ou figuras de construção, as palavras sofrem mudanças na ordem<br />

sintática comum dentro da oração <strong>para</strong> provocar determinados sentidos ou tornar belo o<br />

discurso.


Hipérbato<br />

Consiste na inversão violenta da ordem normal dos membros de uma frase.<br />

– Se o penhor dessa igualdade / Conseguimos conquistar com braço forte, / Em teu seio,<br />

ó liberdade, / Desafia o nosso peito a própria morte!<br />

Na ordem direta: Se conseguimos conquistar o penhor dessa igualdade com braço forte,<br />

nosso peito desafia a própria morte em teu seio, ó liberdade!<br />

– Estranha, de mãos dadas vinha a mulher com ele.<br />

Na ordem direta: A mulher estranha vinha com ele de mãos dadas.<br />

Obs.: Há também a anástrofe e a sínquise como figuras de inversão. Naquela, a inversão é<br />

mais branda; nesta a inversão é tão intensa que torna obscuro o sentido da frase.<br />

Exemplos limítrofes confundem alguns estudiosos, a ponto de tratarem hipérbato como<br />

sínquise, e vice-versa.


Pleonasmo<br />

Trata da repetição de significação de vocábulo ou de termos oracionais.<br />

– “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quanto<br />

em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira)<br />

– Ao pobre nada lhe peço, ao rico nada lhe devo.<br />

– Médica, ela nunca o será.<br />

– Chorou um choro de profundo lamento.<br />

Obs.: O pleonasmo vicioso diz respeito à repetição inútil e desnecessária de algum termo ou<br />

ideia na frase. Nesse caso não é uma figura de linguagem, e sim um vício de linguagem.


Anacoluto<br />

É a quebra da estrutura lógico-sintática, ficando um termo sem função sintática na frase;<br />

normalmente no início dela, como um tópico.<br />

– A lua, os poetas sempre cantaram esse tema.<br />

– Nosso amor, tudo não passou de frenesi efêmero.<br />

– Revolução Francesa, hoje falaremos sobre insurreições ocorridas na França.<br />

– “O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto.” (Carlos Drummond de<br />

Andrade)<br />

Obs.: Não confunda anacoluto com pleonasmo. Por exemplo, na última frase, se fosse “Ao<br />

homem, chamar-lhe...”, só haveria pleonasmo, em que o lhe seria um objeto indireto<br />

pleonástico do objeto indireto que já existe, a saber: “Ao homem”. Como não há<br />

preposição no verso de Drummond (em “O homem”), não se pode analisar<br />

sintaticamente tal termo, logo é um anacoluto.


Elipse<br />

É a omissão de um termo ou de uma expressão.<br />

– Saímos ontem à noite.<br />

– Na sala de espera, apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, um.<br />

– Espero tão logo encontre seu par.<br />

Obs.: Explicitando o termo elíptico: Nós saímos ontem à noite. / Na sala de espera, havia<br />

apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, havia um. / Espero que tão logo<br />

encontre seu par.


Zeugma<br />

Tal figura não é frequente em provas de concurso, logo a ideia de uma supressão de um<br />

termo anteriormente expresso tem se aplicado também à elipse. Em outras palavras, os<br />

concursos costumam analisar o zeugma como elipse, o que não deixa de ser verdade, pois a<br />

diferença entre elas é que a elipse é a omissão de um termo sem referência no texto; já o<br />

zeugma é a omissão de um termo ocorrido anteriormente no texto.<br />

– Meu irmão passou em dois concursos; eu, em um só.<br />

– Corremos 5 km, eu em 30 minutos, ele em 25.<br />

– Ele é muito estudioso e a irmã também é.<br />

Traduzindo: Meu irmão passou em dois concursos; eu passei em um só. / Corremos 5 km,<br />

eu corri em 30 minutos, ele correu em 25 minutos. / Ele é muito estudioso e a irmã também<br />

é estudiosa.


Assíndeto<br />

Omissão do conectivo coordenativo, que liga orações coordenadas.<br />

– Acordei, comi, saí, trabalhei, voltei, dormi.


Polissíndeto<br />

Repetição do conectivo coordenativo, que liga termos ou orações coordenadas.<br />

– Ela não era assim, tão frágil, e boba, e inocente, e fácil.


Anáfora<br />

Repetição de vocábulo ou expressão no início de cada verso ou frase.<br />

– “Quando não tinha nada, eu quis / Quando tudo era ausência, esperei / Quando tive<br />

frio, tremi / Quando tive coragem, liguei...” (Chico César)<br />

– “Era uma estrela tão alta! / Era uma estrela tão fria! / Era uma estrela sozinha /<br />

Luzindo no fim do dia.” (Manoel Bandeira)<br />

Obs.: Não confunda anáfora, figura de linguagem, com anáfora, processo de coesão. Nesta,<br />

um vocábulo tem o papel de retomar outro já mencionado.


Figuras de Pensamento<br />

São recursos estilísticos que tornam a expressão mais incisiva, provocando forte<br />

impressão. Aqui, exploram-se mais as ideias do que as palavras em si ou a disposição delas<br />

na frase.


Antítese<br />

É o contraste entre duas palavras (antônimas), expressões ou pensamentos, provocando uma<br />

relação de oposição.<br />

– Metade de mim te adora, a outra metade te odeia.<br />

– Não há vida sem alegrias e sobressaltos.<br />

– Transformou sua vida de água a vinho.


Oxímoro (Paradoxo)<br />

Duas ideias contrárias que coexistem, que ocorrem ao mesmo tempo, implicando falta de<br />

lógica.<br />

– Amor é fogo que arde sem se ver, / É ferida que dói e não se sente, / É um<br />

contentamento descontente, / É dor que desatina sem doer. (Camões)<br />

– Que música silenciosa ele toca!<br />

– “Foi sem querer querendo.” (Chaves)<br />

Obs.: Nas provas, não há diferença entre oximoro e <strong>para</strong>doxo.


Hipérbole<br />

Ideia que denota exagero.<br />

– Se eu não passar na prova, vou dar um tiro na cabeça.<br />

– O carro voava pela rodovia.<br />

– Já falei mil vezes <strong>para</strong> você calar a boca!


Gradação<br />

Enumeração que denota crescimento ou diminuição (clímax ou anticlímax).<br />

– É um pássaro, é um avião, não... é o super-homem.<br />

– O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.<br />

– O amor é esfuziante, grande, perturbador, uma tragédia.


Eufemismo<br />

Suavização de uma ideia negativa.<br />

– Agora ele foi <strong>para</strong> o andar de cima. Descansou. (relativo à noite)<br />

– Ela trabalha higienizando locais contendo detritos orgânicos. (fezes e urina)<br />

– Por ser uma pessoa de cor, naquela época, vivia de caridade pública. (negro, esmola)


Ironia<br />

Consiste em declarar o oposto do que realmente se pensa ou do que é, com tom de deboche,<br />

normalmente.<br />

– Ela é ótima pessoa, afinal vive judiando das crianças.<br />

– Que motorista excelente você, quase me atropelou.<br />

– Professor, olha como meu boletim está excelente, só há uma nota acima da média.<br />

Obs.: As aspas muitas vezes marcam uma ironia: Quando a “linda” funcionária entrava na<br />

empresa, começavam os risos sarcásticos.


Prosopopeia (Personificação)<br />

Atribuição de características humanas a seres não humanos. Dizer que a personificação é a<br />

atribuição de características de seres animados a seres inanimados é uma definição ruim, pois<br />

quando, numa história, um animal fala, ele não é um ser “inanimado”, afinal todo animal tem<br />

vida e, portanto, é um ser “animado”.<br />

– “A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há / Quando cai, cai sem vontade.”<br />

(Vinícius de Moraes)<br />

– A Amazônia chora devido ao desmatamento.<br />

Obs.: As fábulas costumam apresentar esta figura de linguagem: “Morta de fome, uma<br />

raposa foi até um vinhedo sabendo que ia encontrar muita uva. A safra tinha sido<br />

excelente. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços.<br />

Só que sua alegria durou pouco: por mais que tentasse, não conseguia alcançar as<br />

uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo: – Por<br />

mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem.<br />

Se alguém me desse essas uvas eu não comeria.” (Esopo)


Figuras Fônicas<br />

Nas figuras de som, explora-se a camada sonora da linguagem, a fim de produzir<br />

determinados efeitos.


Aliteração<br />

Repetição sistemática de uma determinada consoante.<br />

– “Em horas inda louras, lindas / Clorindas e Belindas, brandas / Brincam nos tempos<br />

das Berlindas / As vindas vendo das varandas” (<strong>Fernando</strong> Pessoa)<br />

– O rato roeu a roupa do rei de Roma.


Assonância<br />

Repetição sistemática da vogal tônica ou do encontro vocálico na sequência da frase.<br />

– Como é escuro e profundo o mundo obscuro dos surdos e mudos.<br />

– “Juro que não acreditei / Eu te estranhei / Me debrucei / Sobre o teu corpo e duvidei”<br />

(Chico Buarque)


Paranomásia<br />

Também chamada de paronomásia, é a aproximação de palavras de um texto pela sua<br />

semelhança na forma ou na pronúncia (parônimos).<br />

– “Exportar é o que importa.” (Delfim Netto)<br />

– “Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias.” (Padre Antônio Vieira)


Onomatopeia<br />

Consiste no uso de palavras que imitam sons em geral.<br />

– “Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com<br />

alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhemnhem-nhem-nhem-nhem...”<br />

(Cecília Meireles)


Paralelismo<br />

Repetição de palavras ou estruturas sintáticas maiores (frases, orações, sintagmas etc.) de<br />

forma igual ou parecida que se correspondem quanto ao som.<br />

– “Começou a circular o expresso 2-2-2-2 / que parte direto de Bonsucesso / pra<br />

depois. Começou a circular o expresso 2-2-2-2 / da Central do Brasil / que parte<br />

direto de Bonsucesso / pra depois do ano 2000.” (Gilberto Gil)


Combinação de Figuras<br />

Em um trecho, ou em um texto, pode haver mais de uma figura de linguagem concorrendo.<br />

Um exemplo disso ocorre na frase “As janelas vigiavam as pessoas na noite boêmia.”, em<br />

que se pode analisar como metonímia (as pessoas na janela) ou personificação (janela<br />

vigiando).<br />

Pode-se também perceber que um texto trabalha mais de uma figura. Além da rima e outras<br />

características, observe algumas figuras do “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes:<br />

De tudo ao meu amor serei atento<br />

Antes (hipérbato), e com tal zelo, e sempre, e tanto (polissíndeto e gradação)<br />

Que mesmo em face do maior encanto<br />

Dele se encante mais meu pensamento (assonância)<br />

Quero vivê-lo em cada vão momento<br />

E em seu louvor hei de espalhar meu canto<br />

E rir meu riso (pleonasmo) e derramar meu pranto<br />

Ao seu pesar ou seu contentamento<br />

E assim, quando mais tarde me procure<br />

Quem sabe a morte, angústia de quem vive<br />

Quem sabe (anáfora) a solidão, fim de quem ama<br />

Eu possa me dizer do amor (que tive):<br />

Que não seja imortal, posto que é chama (metáfora)<br />

Mas que seja infinito enquanto dure. (<strong>para</strong>doxo)


Vícios de Linguagem<br />

Segundo o mestre no assunto, Napoleão Mendes de Almeida, os vícios de linguagem são<br />

palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do<br />

pensamento, ora devido ao desconhecimento da norma culta, ora devido ao simples descuido<br />

do emissor.<br />

Não confunda com licença poética, pois esta é a “permissão” dada aos grandes poetas <strong>para</strong><br />

extrapolar o uso da norma culta da língua. Se você não está entre os grandes poetas e comete<br />

um desvio gramatical, você só pode dizer que tem licença poética de brincadeira.<br />

Brincadeiras à parte, a licença poética é a liberdade que o escritor tem de manipular os<br />

níveis da língua (som, palavra, sintaxe, sentido...) como desejar, <strong>para</strong> poder transmitir ao<br />

leitor o que deseja, agradando ou não.<br />

Vamos ao que interessa... aos vícios de linguagem!


Ambiguidade (Anfibologia)<br />

Como vimos no capítulo de Semântica e Lexicologia (revisite, está tudo lá!), há vários<br />

casos de ambiguidade. Veja um dos mais comuns, com pronome possessivo:<br />

5. (FCC – TRT/PE (6ª R) – Analista Judiciário – 2012) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o<br />

texto: O articulista da Folha de S. Paulo<br />

c) propõe que se estenda à bancada religiosa a decisão de aceitar ou rejeitar, segundo seus interesses, o ensino privado da<br />

religião.<br />

Comentário: E a pergunta é...: Segundo os interesses de quem? Do articulista ou da bancada<br />

religiosa? Note que o pronome possessivo seus torna a frase ambígua. Por isso a letra c) não<br />

foi considerada o gabarito.


Arcaísmo<br />

Segundo o dicionário Houaiss, trata-se de “palavra, expressão, construção sintática ou<br />

acepção que deixou de ser usada na norma atual de uma língua [Em linguagens especiais, é<br />

comum a sobrevivência de algumas formas arcaicas (por exemplo, na linguagem forense, na<br />

linguagem regional, entre locutores de idade avançada etc.); também podem ser utilizadas<br />

como recurso <strong>para</strong> recriar a atmosfera de uma época (por exemplo, no romance histórico).]”.<br />

Neste último caso, não constitui vício de linguagem.<br />

– Vosmecê poder-me-ia ajudar? (Hoje se usa “você”.)<br />

– Ninguém não escreve mais em latim. (Não se usa o “não” entre palavra negativa e<br />

verbo.)<br />

– “Aurélia, que se dirigia ao seu toucador, sentou-se a uma escrivaninha...” (José de<br />

Alencar) (O mesmo que “penteadeira”.)<br />

Obs.: Não há unanimidade sobre a mesóclise ser um arcaísmo.


Barbarismo<br />

Desvio gramatical relativo à ortoepia, prosódia, ortografia, morfologia e semântica.<br />

Vejamos, respectivamente, os exemplos:<br />

– Os bolsos (= ó) estão cheios de dinheiro. (Forma culta: o (= ô).)<br />

– O protagonismo brasileiro na reunião íbero-americana não é casual. (Forma culta:<br />

ibero.)<br />

– Se ele quizer ajudar a família, terá de muito trabalhar. (Forma culta: quiser)<br />

– Quando o brasileiro ver seu país no primeiro mundo, terá menas razões <strong>para</strong> criticálo.<br />

(Formas cultas: vir, menos.)<br />

– Todos ficaram alegres com a nova lei, pois ela veio de encontro aos interesses do<br />

povo. (Forma culta: ao encontro de.)<br />

Obs.: Alguns gramáticos, como Napoleão M. de Almeida e Luiz A. Sacconi, consideram os<br />

estrangeirismos como barbarismos. Por exemplo, é considerada galicismo (ou<br />

francesismo) as expressões “face a”, “frente a”: “Os países europeus conseguiram<br />

acordar sua posição face ao problema nuclear iraniano.” (Na nossa língua, usa-se “em<br />

face de”.) No entanto, o gramático Celso P. Luft abona tais construções.


Cacofonia<br />

É um som desagradável, cômico, às vezes obsceno, provocado pela união de certas<br />

palavras. Veja alguns cacófatos.<br />

– Ela tinha na boca dela nosso hino completo.<br />

– Aquele goleiro paulistano sempre marca gol de falta.<br />

– Vou-me já porque está na hora.<br />

– Ela me tinha por inteiro.


Colisão<br />

Combinação desagradável de sons, resultante de aliteração (repetição de consoantes).<br />

– Levante-se cedo amanhã.<br />

– Cá cágado não se cria, apenas tartarugas.


Parequema<br />

Trata-se da repetição de som ou sílaba do final de uma palavra e começo de outra.<br />

– A dor do dente te incomoda?<br />

– O ataque que queria foi executado.<br />

– A vida dada pelos gregos aos deuses tornou seu panteão enorme.<br />

Obs.: Alguns parequemas viram cacófatos: “O saco colorido que ela comprou era um<br />

charme.”. Alguns estudiosos entendem que colisão e parequema são sinônimos. No<br />

caso de exigência de próclise, não constitui erro tal construção: “Se se deseja a paz, é<br />

preciso mudanças radicais”.


Eco<br />

Repetição de sons iguais no fim das palavras.<br />

– De tão aparentemente valente, você mente que nem sente.<br />

– Por que não dão explicação <strong>para</strong> a desunião do irmão?


Hiato<br />

É a aproximação de vogais idênticas.<br />

– Leva a águia à ala dos animais silvestres.<br />

– Eu pego o ovo, jogo o óleo e deixo fritar.


Solecismo<br />

É o desvio sintático relativo à colocação ou emprego dos pronomes, à regência e à<br />

concordância. Vejamos, respectivamente, três exemplos:<br />

Forma inculta: Nunca chamar-te-ia de meu irmão, porque você ama ele mais do que a<br />

mim, por isso, <strong>para</strong> mim achar que você é merecedor de meu amor, precisará provar.<br />

Forma culta: Nunca te chamaria de meu irmão, porque você o ama mais do que a mim,<br />

por isso, <strong>para</strong> eu achar que você é merecedor de meu amor, precisará provar.<br />

Forma inculta: Não lhe conheceram, pois eram muito novos.<br />

Forma culta: Não o conheceram, pois eram muito novos.<br />

Forma inculta: Precisariam haver mais pessoas no mundo que se dispusessem a ajudar<br />

outras.<br />

Forma culta: Precisaria haver mais pessoas no mundo que se dispusessem a ajudar<br />

outras.


Preciosismo<br />

Linguagem rebuscada, com uso excessivo de vocábulos não usuais, afastando-se da clareza<br />

e inteligibilidade imediata. Resumindo: é “falar difícil”.<br />

– O melífluo circunlóquio de Vossa Excelência causou-me espécie. (= discurso longo,<br />

bajulador e hipócrita)<br />

– A ruminante bovina deslocou-se <strong>para</strong> terreno sáfaro e alagadiço. (= A vaca foi <strong>para</strong> o<br />

brejo.)<br />

– Meu progenitor sofre de alopecia androgênica. (= Meu pai é careca.)<br />

Obs.: Ainda no meio jurídico, há certa “afetação” no modo de falar, com desnecessárias<br />

erudições, que constituem preciosismo. Quando as gírias ou coloquialismos passam a<br />

atender a uma necessidade/propósito discursivo, deixam de constituir vício de<br />

linguagem. Um exemplo disso é o modo como decidi escrever esta gramática, a qual<br />

muitas vezes apresenta linguagem informal, <strong>para</strong> tornar o texto mais leve e próximo do<br />

leitor.


Plebeísmo<br />

Segundo o Aulete, “palavras, expressões e modos de dizer característicos do dialeto das<br />

classes populares, frequentemente considerados pelas classes dominantes como um linguajar<br />

vulgar”. Resumindo: uso de gírias e palavras bem informais.<br />

– Para de me avacalhar porque eu já estou de saco cheio de tanto você me gastar, seu<br />

bunda-suja!


Redundância (Tautologia)<br />

Trata-se de um pleonasmo vicioso. Trata-se de uma expressão que repete o mesmo conceito<br />

já emitido.<br />

– Vamos ter de subir <strong>para</strong> cima agora, senão vai ficar muito tarde.<br />

– Adia essa reunião <strong>para</strong> depois, porque é preciso pensar melhor na pauta.<br />

– O fim da novela foi uma surpresa inesperada, visto que o principal protagonista de<br />

uma trama nunca morre.<br />

Obs.: Não há redundância, segundo Luiz A. Sacconi, em “intrometer-se no meio” e “voltarse<br />

<strong>para</strong> trás”, pois pode haver intromissão no início ou no fim e pode haver volta <strong>para</strong> o<br />

lado. Se vier especificado, deixa de ser vicioso: “Entrou <strong>para</strong> dentro o rapaz.”<br />

(vicioso) / “Entrou <strong>para</strong> dentro da sala o rapaz.” (não vicioso).


Estrangeirismo<br />

Ainda segundo Luiz A. Sacconi, é um vício o uso de estrangeirismos desnecessários, ou<br />

seja, palavras de origem estrangeira facilmente substituíveis por palavras correspondentes em<br />

nossa língua, seja por já existirem, seja por haver forma aportuguesada.<br />

– Ele tem “know-how”, por isso foi contratado. (= conhecimento, experiência)<br />

– Teve de entregar seu “curriculum” por e-mail; estava atrasado. (= currículo)<br />

– Preciso falar com o “quality manager” sobre minha proposta. (= gerente de<br />

qualidade)<br />

Obs.: Alguns gramáticos mais rígidos consideram que qualquer estrangeirismo, tenha ele<br />

equivalente vernácula ou não, é considerado barbarismo. Estudiosos mais modernos<br />

discordam do estrangeirismo como vício de linguagem, mas não é assim que vê a<br />

gramática tradicional.


Prolixidade<br />

É o uso de muitas palavras no lugar de poucas <strong>para</strong> se dizer o que se deseja.<br />

Com prolixidade: A sacarose, extraída da cana-de-açúcar, que ainda não tenha passado<br />

pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos<br />

tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a<br />

sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido<br />

espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções<br />

quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões<br />

equivalentes e opostas.<br />

Sem prolixidade: O açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor<br />

agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.<br />

(Dad Squarisi, texto adaptado)


O Que Cai Mais na Prova?<br />

São poucas as bancas de prestígio no mundo dos concursos que trabalham figuras de<br />

linguagem. Mas às vezes encontramos na Consulplan, na FGV, na FCC e no Cespe/UnB.<br />

Mesmo assim, questões de figuras não são frequentes. Normalmente a metáfora e a elipse são<br />

as que mais aparecem nas provas, mas não deixe de estudar as demais, como a metonímia, a<br />

ironia, a elipse e a prosopopeia. Sobre vícios de linguagem, as questões são tão raras quanto<br />

às de interjeição. Encontrei poucas... ”<strong>para</strong> não dizer que não falei das flores”.


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Cespe/UnB – TRT (16 a R) – Analista Judiciário – 2005) A palavra “stress” está destacada, pois trata-se de um<br />

estrangeirismo e sua grafia não está registrada de acordo com as normas ortográficas da língua portuguesa.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2. (IBFC – ABDI – Assistente Jurídico – 2008) Assinale a alternativa que indica corretamente a figura de linguagem presente<br />

na oração: “O cavaleiro enterrou a espada no dragão.”<br />

a) catacrese.<br />

b) antítese.<br />

c) zeugma.<br />

d) eufemismo.<br />

3. (Esaf – MPOG – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – 2008) (Adaptada) A afirmação abaixo está<br />

correta ou incorreta?<br />

“O objetivo da Embratur é atrair mais turistas estrangeiros. Em média, segundo a empresa, eles permaneceram no Brasil...<br />

(...)”<br />

– O pronome “eles” constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente “turistas estrangeiros”.<br />

4. (FUNRIO – PRF – Policial Rodoviário Federal – 2009) Observe o trecho de “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo:<br />

“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete<br />

horas de chumbo.”<br />

Seu autor utiliza o seguinte recurso estilístico:<br />

a) eufemismo;<br />

b) gradação;<br />

c) com<strong>para</strong>ção;<br />

d) antítese;<br />

e) personificação.<br />

5. (FIP – Câmara-SJC – Analista de Sistemas – 2009) Observe a sequência de frases abaixo e responda a seguir.<br />

(1) E no dia lindo vi que vinhas vindo, minha vida. (Guilherme de Almeida)<br />

(2) Conhecer as manhas e as manhãs. (Almir Sater e Renato Teixeira)<br />

(3) E as cantilenas de serenos sons amenos fogem fluidas. (Eugênio de Castro)<br />

Nas frases apresentadas em (1), (2) e (3), temos, respectivamente, as seguintes figuras de estilo que exploram a sonoridade das<br />

palavras:<br />

a) Assonância, <strong>para</strong>nomásia e aliteração.<br />

b) Onomatopeia, assonância e <strong>para</strong>nomásia.<br />

c) Aliteração, onomatopeia e assonância.<br />

d) Paranomásia, assonância e aliteração.<br />

e) Assonância, onomatopeia e <strong>para</strong>nomásia.<br />

6. (FIP – Câmara-SJC – Programador – 2009) Observe a sequência de frases abaixo e responda a seguir:<br />

(1) Onde estão todos? Estão todos dormindo. Estão todos deitados. Dormindo. (Manuel Bandeira)<br />

(2) Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora rica. (Mário Quintana)<br />

(3) Vieram os gentios, e tornaram-se fiéis; vieram idólatras, e tornaram-se cristãos. (António Vieira)<br />

Nas frases apresentadas em (1), (2) e (3), temos, respectivamente, as seguintes figuras de pensamento:<br />

a) Alegoria, eufemismo e antítese.<br />

b) Eufemismo, ironia e prosopopeia.<br />

c) Prosopopeia, antítese e alegoria.<br />

d) Eufemismo, alegoria e prosopopeia.<br />

e) Eufemismo, prosopopeia e antítese.<br />

7. (NCE/UFRJ – UFRJ – Médico – 2009) “Toda obra de um homem... é sempre um auto-retrato.”; nesse segmento há a<br />

presença de um tipo de linguagem figurada denominado:<br />

a) hipérbato;<br />

b) metáfora;<br />

c) metonímia;<br />

d) com<strong>para</strong>ção;


e) pleonasmo.<br />

8. (TJ/SC – TJ/SC – Juiz – 2009) Marque a única alternativa que NÃO contém nenhum erro gramatical considerado<br />

barbarismo:<br />

a) Quando nada mais couber, bastará uma telefonema – de forma expontânea – do seu procurador.<br />

b) Caso eles virem armados, serão pegos pela polícia.<br />

c) Com o pronto-socorro grátis ao jornalista, a categoria terá cobertura quando, no exercício de sua profissão, se vir, por<br />

qualquer meio legal ou abusivo, tolhida no seu direito de informar.<br />

d) Se o advogado não intervir a tempo, ninguém reaverá o investimento feito e o montante que já tinha gastado.<br />

e) Qualquer economista que se dispor a analisar os dados pedirá que o governo afroxe as medidas objetivando a contenção<br />

das despesas.<br />

9. (FAB – Epcar – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) Ah, minha Senhora, já viste tantas coisas! Quantos segredos ouviste e não contaste a ninguém. Quantos amores teus já<br />

partiram sem que derramasses uma única lágrima. Quantos meninos de olhos assustados transformaste em homens de<br />

coragem incontestável na arte de pilotar um avião ou enaltecer a vida civil. Quantos destinos aqui se cruzaram. Quantos<br />

anos se passaram... Em cada canto um nome, uma história <strong>para</strong> contar. (...)”<br />

– A anáfora é uma figura de linguagem marcante no período acima.<br />

10. (FGV – DETRAN/RN – Assessor Técnico – 2010) Há um exemplo de prosopopeia em:<br />

a) “Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram!”<br />

b) “E antes seja olvido que confusão; explico-me.”<br />

c) “Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas.”<br />

d) “Não, não, a minha memória não é boa.”<br />

e) “... e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.”<br />

11. (Funiversa – MPE/GO – Engenheiro Ambiental – 2010) Diz-se que há personificação quando houver atribuição de<br />

sentimentos, traços psicológicos e(ou) comportamento humanos a seres inanimados e a animais. Assinale a alternativa que<br />

apresenta exemplo de personificação.<br />

a) “de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira”.<br />

b) “as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas <strong>para</strong> o verde onde cresce a esperança”.<br />

c) “o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento”.<br />

d) “o lobo e o cordeiro pastarão juntos”.<br />

e) “Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama”.<br />

12. (Funiversa – MTur – Agente Administrativo – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) Assim como o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer<br />

que o outro tenha. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil<br />

que seja confessá-la. (...)”<br />

– A figura de palavra conhecida como perífrase está ilustrada na frase “O mais renegado dos sete pecados capitais é uma<br />

emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la.”<br />

13. (Cesgranrio – Petrobras – Profissional Jr. – 2010) Antítese é uma figura de linguagem com a qual se salienta uma oposição<br />

de ideias por meio de sentenças ou palavras. O fragmento que contém uma antítese é:<br />

a) “Somos artesãos, meio como as formigas,”<br />

b) “vemos nossas obras destruídas em segundos por cataclismos naturais,”<br />

c) “se pensamos que cada estrela é um sol, e que tantas delas têm sua corte de planetas, fica difícil evitar a questão da<br />

nossa existência cósmica,”<br />

d) “Ao olhar <strong>para</strong> o Universo, o homem é nada. Ao olhar <strong>para</strong> o Universo, o homem é tudo.”<br />

e) “somos como o Universo pensa sobre si mesmo.”<br />

14. (Fundep – TJ/MG – Oficial de Apoio Judicial – 2010) Assinale a alternativa em que se encontra uma gradação.<br />

a) “[...] será o incentivo à violência o resultado único desse processo de informação em escala mundial?”<br />

b) “[...] a violência aumenta em proporções assustadoras, tanto no resto do mundo como aqui bem perto, em cada<br />

esquina.”<br />

c) “[...] reflexão de um amigo meu, médico de meia idade, sabedoria e ciência.”<br />

d) “Está se conhecendo em seus máximos e em seus mínimos [...].”<br />

15. (Cetap – AL/RR – Analista de Sistemas – 2010) A figura de linguagem presente em “Durante séculos, a Inglaterra<br />

dominou os mares...” é:


a) Metáfora.<br />

b) Silepse.<br />

c) Antítese.<br />

d) Metonímia.<br />

e) Ironia.<br />

16. (FCC – Bahiagás – Analista de Processos Organizacionais – 2010) A construção de uma frase pode resultar em<br />

ambiguidade, ensejando duplo sentido. Isso NÃO ocorre apenas em:<br />

a) Desde meninos, os pais aconselham os filhos a não brincarem com o fogo.<br />

b) Por ser muito perigoso, o filho é aconselhado a não brincar com o fogo.<br />

c) Porquanto seja perigoso, deve-se evitar uma criança próxima do fogo.<br />

d) Caso bem prevenida contra o perigo do fogo, a criança não se queimará.<br />

e) Uma vez esclarecida sobre o fogo, a criança não terá como queimar-se.<br />

17. (TJ/SC – TJ/SC – Técnico Judiciário – 2010) Aponte a alternativa que NÃO apresenta solecismo:<br />

a) Às vezes queremos ter tudo sem pensar que podemos se arrepender depois.<br />

b) Ele pediu pra mim não deixar meu paletó na cadeira.<br />

c) Acabamos jantando no restaurante do Lauro, onde fomos muito bem atendidos.<br />

d) Eu lhe abracei muito quando lhe vi na rodoviária.<br />

e) Por que fosses dizer que a gente não vamos sair?<br />

18. (TJ/SC – TJ/SC – Técnico Judiciário – 2010) A frase “Este tribunal recebeu a informação de que a empresa Marca X<br />

estaria sendo vendida por volta das 21 horas de terça-feira” apresenta o vício de linguagem denominado:<br />

a) Cacofonia.<br />

b) Eco.<br />

c) Pleonasmo.<br />

d) Ambiguidade.<br />

e) Barbarismo.<br />

19. (Vunesp – MPE/SP – Analista de Promotoria – 2010) Observe as frases, títulos de matérias da revista, e analise as<br />

afirmações.<br />

Por que o Brasil toma tanto Rivotril<br />

Cores que enganam seu cérebro<br />

(Superinteressante, julho de 2010)<br />

I. Na primeira frase, a figura de linguagem presente é a metonímia, já que o termo Brasil está empregado no lugar de<br />

brasileiros.<br />

II. Na segunda frase, a figura de linguagem presente é a hipérbole, já que o verbo enganar representa uma ação<br />

exagerada.<br />

III. Na primeira frase, sem alteração da ordem dos termos, também estaria correto o uso da forma Por quê.<br />

Está correto o que se afirma em:<br />

a) I, apenas.<br />

b) III, apenas.<br />

c) I e II, apenas.<br />

d) II e III, apenas.<br />

e) I, II e III.<br />

20. (FGV – TRE/PA – Técnico Judiciário – 2011) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço<br />

de R$ 100 milhões. Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à<br />

arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a razão <strong>para</strong> se aumentar de forma tão<br />

extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha.<br />

– No terceiro período, há um caso de zeugma.<br />

21. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2011) Nos dois primeiros versos (Através de grossas portas, sentem-se luzes acesas), o<br />

eu lírico alude ao sigilo dos inconfidentes por meio de <strong>para</strong>doxo e sinestesia.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (FGV – TRE/PA – Analista Judiciário – 2011) “(...) Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito


deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos e a atitude de diversos candidatos, durante<br />

as campanhas eleitorais, de “doar” cestas básicas e toda a sorte de brindes em troca da promessa de voto dos eleitores.<br />

(...)”<br />

No último parágrafo, as aspas em doar confirmam, <strong>para</strong> o vocábulo, seu aspecto de:<br />

a) polifonia;<br />

b) coloquialismo;<br />

c) antonímia;<br />

d) metáfora;<br />

e) ironia.<br />

É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm <strong>para</strong><br />

ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem d’agora. É a carga.<br />

Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos abismos do<br />

esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem<br />

uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja ilógica. O que assim<br />

parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes lógicas! – de que<br />

emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só aparentemente! – às vezes chegados à memória<br />

vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória. (Pedro Nava – Baú de Ossos)<br />

23. (Consulplan – Professor de Língua Portuguesa – 2011) A linguagem pode ser manipulada em função de objetivos<br />

específicos, o que caracteriza a ocorrência das figuras de linguagem. Quando se constrói uma metáfora, diz-se que houve<br />

uma transferência de um termo <strong>para</strong> um contexto de significação que não lhe é próprio. Há metáfora em:<br />

a) “É impossível colocar em série exata os fatos da infância...”<br />

b) “Mesmo próximos eles viram logo passado remoto.”<br />

c) “... não há associação de ideias que seja ilógica.”<br />

d) “... liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas – ...”<br />

e) “... função ativa dessa mesma memória.”<br />

24. Ainda com relação às figuras de linguagem, em “... a memória os atira nos abismos do esquecimento.” é correto afirmar<br />

que:<br />

a) Há uma com<strong>para</strong>ção entre dois elementos.<br />

b) Opera-se uma personificação pela atribuição de característica própria dos seres humanos.<br />

c) Há uma sequência de palavras sinônimas que promovem a intensificação de uma ideia.<br />

d) O vocábulo “abismos” foi usado com um sentido conotativo de sátira.<br />

e) Há uma redundância <strong>para</strong> enfatizar uma ideia importante.<br />

25. (Consulplan – Carreira Universitária (Analista Administrativo) – Nível Superior – 2011) “Entra ano sai ano, as tempestades<br />

de verão continuam atormentando a vida de milhares de pessoas nos estados do sul e sudeste do país.” O excerto anterior<br />

constitui um exemplo de figura de linguagem denominada:<br />

a) Paronomásia.<br />

b) Antonomásia.<br />

c) Perífrase.<br />

d) Metonímia.<br />

e) Prosopopeia.<br />

26. (Cesgranrio – CHESF – Profissional de Nível Superior – 2012) As palavras podem assumir sentidos figurados, ou seja,<br />

significados diferentes das acepções e usos previstos pelos dicionários, embora facilmente compreensíveis no contexto<br />

específico em que se encontram.<br />

A passagem do texto em que uma palavra em sentido figurado está presente é:<br />

a) “Daí esta avalanche, este tsunami de informações.”<br />

b) “O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções; tudo isso pode representar uma limitação <strong>para</strong> nossa<br />

capacidade de lembrar.”<br />

c) “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis, é um recurso precioso.”<br />

d) “Mas não encontrei pen drive algum.”<br />

e) “Perguntei no aeroporto, entrei em contato com o táxi que me trouxera, liguei <strong>para</strong> casa: nada.”<br />

27. (Unicentro – Vestibular – 2012) O fragmento que ilustra a linguagem conotativa é o transcrito na alternativa:<br />

a) “pelo uso dos aviões sequestrados como arma.”<br />

b) “A derrubada do Taleban, que governava o país centro-asiático, contribuiu de modo decisivo <strong>para</strong> debilitar aquele grupo


terrorista.”<br />

c) “uma guerra injustificável contra o Iraque.”<br />

d) “como alegou então, por má-fé e <strong>para</strong>noia, o governo americano.”<br />

e) “Produziu até agora apenas dois outros atentados de vulto.”<br />

“Chico passou por maus bocados, andou gastando mais de cinco litros de saliva <strong>para</strong> reconquistar a mulher”<br />

28. (CEV/Urca – Vestibular – 2012) A construção em destaque é própria da linguagem literária e caracteriza-se como:<br />

a) Hipérbole.<br />

b) Eufemismo.<br />

c) Catacrese.<br />

d) Anáfora.<br />

e) Elipse.<br />

29. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“*(jn) Relação de pessoas ou de assuntos vetados ou “indesejáveis” em um órgão de imprensa...”<br />

– É aceitável entender-se “indesejáveis” como forma de eufemismo.<br />

“(...) Novas pesquisas... revelam que o problema é muito mais grave... A mais recente, elaborada pelo Instituto... (...)”<br />

30. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Em “A mais recente”, ocorre elipse da palavra pesquisa, que pode<br />

ser subentendida a partir do antecedente “pesquisas”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Tomar uma decisão envolve uma disputa com 3 participantes: dois deles (instinto e experiência) cuidam de seu presente, o<br />

outro (razão) pensa no seu futuro. (...)”<br />

31. (PaqTcPB – UEPB – Técnico de Enfermagem – 2012) A utilização dos termos “participantes”, “cuidam” e “pensa”<br />

contribui <strong>para</strong> estabelecer, no texto, uma relação de sentido denominada:<br />

a) Ambiguidade.<br />

b) Sinonímia.<br />

c) Paráfrase.<br />

d) Oposição.<br />

e) Metáfora.<br />

32. (Funcab – MPE/RO – Técnico em Contabilidade – 2012) Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a<br />

repetição de palavras ou expressões, aparentemente desnecessárias, <strong>para</strong> enfatizar uma ideia. No entanto, alguns<br />

pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não desempenharem função<br />

expressiva no enunciado. Considerando esta afirmação, assinale a alternativa que possui exemplo de pleonasmo vicioso.<br />

a) “(...) E então abriu a torneira: a água espalhou-se (...)”<br />

b) “(...) O jeito era ir comprar um pão na padaria. (...)”<br />

c) “(...) Matá-la, não ia; não, não faria isso. (...)”<br />

d) “(...) Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. (...)”<br />

e) “(...) Tirou <strong>para</strong> fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; (...)”<br />

33. (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Quanto à classificação das figuras de linguagem, coloque (1) <strong>para</strong> antítese, (2) <strong>para</strong><br />

hipérbole, (3) <strong>para</strong> metonímia e (4) <strong>para</strong> metáfora. Depois assinale a alternativa com a sequência correta.<br />

I. ( ) “Trabalhava arduamente, pois tinha de alimentar quatro bocas.”<br />

II. ( ) “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.”<br />

III. ( ) “Um mundo de ideias havia em minha cabeça.”<br />

IV. ( ) “Meu coração é um campo minado.”<br />

a) 2, 1, 3, 4.<br />

b) 3, 1, 2, 4.<br />

c) 1, 2, 4, 3.<br />

d) 3, 4, 1, 2.<br />

34. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Assinale a alternativa em que não se verifica a presença de<br />

metáfora.<br />

a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe. Vieira)<br />

b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Camilo Castelo Branco)<br />

c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar.” (José de Alencar)


d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena que não pousava em nada.” (Bernardo Elis)


Gabarito<br />

1. CERTO. 8. C. 15. D. 22. E. 29. CORRETA.<br />

2. A. 9. CORRETA. 16. D. 23. D. 30. CERTO.<br />

3. CORRETA. 10. E. 17. C. 24. B. 31. E.<br />

4. E. 11. C. 18. D. 25. E. 32. E.<br />

5. A. 12. CORRETA. 19. C. 26. A. 33. B.<br />

6. E. 13. D. 20. CORRETA. 27. B. 34. B.<br />

7. B. 14. B. 21. CERTO. 28. A.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 33<br />

Teoria da Comunicação


Definição<br />

Para entender o que é comunicação, é preciso entender primeiro o que é linguagem e seus<br />

objetivos.<br />

– O que é linguagem?<br />

Linguagem é um fenômeno ligado a várias áreas na vida do homem.<br />

Biologicamente falando, linguagem é como um software superdesenvolvido normalmente<br />

localizado no cérebro humano, ou seja, nascemos com a capacidade de linguagem.<br />

Psicológica e afetivamente falando, sem ela não há como entender a vida interna e externa<br />

do homem, pois somente ela permite a exposição objetiva/criativa de pensamentos, emoções,<br />

ideias, sentimentos, volições, experiências etc.<br />

Cultural e socialmente falando, esse dom inato permite que o homem crie, recrie,<br />

manipule, reproduza, absorva o maior conjunto de conhecimentos, informações, valores,<br />

costumes e afins (individuais e coletivos). Para onde o homem for, sua cultura expressa em<br />

forma de linguagem irá com ele.<br />

Formalmente falando, a linguagem, manifestada por meio de sinais verbais ou não<br />

verbais, permite ao homem uma adaptação incrível em diferentes situações comunicativas;<br />

<strong>para</strong> isso, ele precisa adquirir competência comunicativa.<br />

– Qual são os objetivos da linguagem?<br />

A expressão do pensamento e a interação entre as pessoas são os principais objetivos da<br />

linguagem. Quando falamos, escrevemos, gesticulamos ou usamos quaisquer outros signos<br />

(sinais), o propósito é fazer-se entender. Muitas vezes falamos com nós mesmos em voz alta<br />

ou em pensamento <strong>para</strong> organizar nossas ideias; de qualquer maneira, estamos nos<br />

comunicando. Assim, precisamos dela <strong>para</strong> viver, reviver e conviver.<br />

É sempre importante dizer que usamos a linguagem <strong>para</strong> representar o mundo real e o<br />

mundo das ideias, portanto a linguagem não é o espelho da realidade externa, apenas. Por<br />

meio dela construímos e organizamos nossa realidade com toda nossa herança cultural e<br />

subjetividade.<br />

É a linguagem verbal que nos deve interessar <strong>para</strong> os concursos públicos. Em vestibulares,<br />

há muitas questões de linguagem não verbal. Vamos entender.


Elementos da Comunicação<br />

– O que é linguagem verbal?<br />

Linguagem verbal é a maneira que o homem tem de se fazer entender por meio de<br />

palavras. Estas se manifestam por sons (fala) ou formas (escrita) atreladas a um conceito a<br />

fim de representar algo do universo externo ou interno do homem. Usamos a linguagem verbal<br />

por meio de signos <strong>para</strong> a construção de sentido do universo humano na fala e na escrita.<br />

– O que é o signo linguístico?<br />

Signo linguístico é qualquer unidade de uma língua que conjuga som (na fala) ou forma<br />

(escrita) + ideia/conceito a fim de representar algo do universo externo ou interno do homem.<br />

Os signos de uma língua substituem os objetos e os representam. Todo signo, então, apresenta<br />

dois “lados” básicos: o significante e o significado.<br />

1) Significante: é “a imagem acústica”, a imagem mental gerada pelo som (em pensamento ou<br />

em voz alta – fala), ou pela forma (escrita) de uma palavra; é a parte audível ou visível da<br />

palavra que o nosso cérebro identifica e converte em imagem ou mera abstração.<br />

2) Significado: é a ideia, o conceito, o conteúdo semântico da palavra que representa algo do<br />

mundo do homem.<br />

O signo linguístico (= a palavra) pode ter seu significante mudado e seu significado<br />

permanecer o mesmo; muito dependerá da cultura de uma pessoa ou de um grupo. Pense em<br />

tangerina, bergamota, mexerica, mandarina, por exemplo; formas diferentes, significados<br />

iguais. O contrário também é verdadeiro, ou seja, uma forma pode ter mais de um sentido:<br />

precisar (carecer, necessitar, ajustar...).<br />

Podemos acrescentar ao conceito de signo linguístico (significante + significado) o conceito<br />

de referente, que é um elemento extralinguístico, ao qual o signo linguístico se remete,<br />

circunscrito ao nosso mundo biossocial. Dessa maneira, a compreensão que temos de<br />

tangerina está associada ao que apreendemos do som [tangerina] + a ideia que temos dela<br />

(fruta) + “o objeto”, a fruta em si. Logo, o signo linguístico é uma tríade: significante +<br />

significado + referente.<br />

– Enfim, o que é a comunicação?<br />

A grande função da linguagem é o estabelecimento da comunicação, conceito que trata da<br />

transmissão/recepção de mensagem em um código compreendido. Vamos nos apegar à<br />

comunicação verbal (oral ou escrita).<br />

O processo de comunicação envolve seis elementos básicos, os quais constituem o<br />

conceito atual dela. Sem esses elementos, não há comunicação. Vejamos:<br />

1) Emissor (remetente, transmissor, 1 a pessoa do discurso, locutor, falante etc.): aquele que<br />

envia uma mensagem.


2) Receptor (destinatário, recebedor, 2 a pessoa do discurso, interlocutor, ouvinte etc.): aquele<br />

que recebe uma mensagem.<br />

3) Mensagem: aquilo que é transmitido pelo emissor.<br />

4) Código: signos compartilhados pelo emissor e pelo receptor.<br />

5) Referente (contexto): é o assunto da mensagem, o elemento extralinguístico dela.<br />

6) Canal (contato): é o meio, o veículo transportador da mensagem.<br />

Para ilustrar: João (carioca) envia um e-mail falando sobre as suas férias, na língua nativa<br />

deles, <strong>para</strong> Maria (paulista). Assim:<br />

1) João: emissor;<br />

2) Maria: receptor;<br />

3) o conteúdo do e-mail: mensagem;<br />

4) em língua portuguesa: código;<br />

5) as férias do João: referente;<br />

6) o e-mail: canal.<br />

Mensagem / Referente<br />

Emissor ===========================→ Receptor<br />

Código / Canal<br />

É bom dizer que o receptor pode virar emissor no processo de comunicação.


Funções da Linguagem<br />

A linguagem vai muito além do que imaginamos, pois apresenta determinadas funções<br />

dentro do processo comunicativo, consoante o propósito, a intenção do usuário da língua. A<br />

título de curiosidade, quem discriminou tais objetivos da linguagem foi um homem chamado<br />

Roman Jakobson. Devemos muito a ele.<br />

Pois bem... as funções da linguagem tratam do relevo dado a um dos seis elementos da<br />

comunicação, que acabamos de ver, a depender da proposta ou intento do texto. É certo<br />

também que um texto pode apresentar mais de uma função da linguagem que concorre com a<br />

função predominante. Organizamos a linguagem de tal modo a atender nossa finalidade. Uma<br />

dica: <strong>para</strong> cada elemento da comunicação, há uma função da linguagem! Vejamos as seis:<br />

1) Função Emotiva (Expressiva)<br />

• o “eu” do texto é o centro da mensagem, na qual ele destaca seus próprios sentimentos,<br />

expressa suas emoções, impressões, atitudes, expectativas etc.;<br />

• é um texto pessoal, cercado de subjetividade;<br />

• algumas marcas gramaticais indicam que tal função é a predominante no texto: verbos e<br />

pronomes de 1 a pessoa, frases exclamativas, certas interjeições, vocativos, reticências,<br />

termos e expressões modalizadoras etc.;<br />

• é a linguagem das músicas românticas, dos poemas líricos e afins.<br />

Exemplo:<br />

– “Eu não tinha este rosto de hoje / assim calmo, assim triste, assim magro (...)”<br />

(Cecília Meireles)<br />

– Estou bem feliz!<br />

2) Função Conativa (Apelativa)<br />

• o receptor é o centro da mensagem, na qual ele é estimulado, provocado, seduzido,<br />

am<strong>para</strong>do etc.;<br />

• normalmente o interlocutor é conduzido a adotar uma determinada postura;<br />

• é um texto normalmente claro e objetivo que visa à persuasão;<br />

• algumas marcas gramaticais: verbos e pronomes de 2 a pessoa (ou 3 a pessoa – você),<br />

vocativos, imperativos, perguntas ao interlocutor etc.;<br />

• é a linguagem das músicas e dos poemas românticos, das propagandas e afins.<br />

Exemplos:<br />

– “Mel, tua boca tem o mel / E melhor sabor não há / Que loucura te beijar (...)” (Belo)<br />

– Não deixe de ver aquele filme amanhã, ouviu?<br />

3) Função Poética<br />

• a mensagem por si é posta em relevo; mais do que seu conteúdo, o destaque dela se


encontra na forma como ela é construída, criativa e inusitadamente;<br />

• essa função usa vários recursos gramaticais: figuras de linguagem, conotação,<br />

neologismos, construções estruturais não convencionais, polissemia etc.;<br />

• é a linguagem dos poemas e prosas poéticas (literária), da publicidade criativa e afins.<br />

Exemplo:<br />

– “Antes de dormir, não se esqueça de apagar os insetos.” (Propaganda de inseticida)<br />

– Amar: / Fechei os olhos <strong>para</strong> não te ver / e a minha boca <strong>para</strong> não dizer... / E dos meus<br />

olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, / e da minha boca fechada<br />

nasceram sussurros / e palavras mudas que te dediquei... / O amor é quando a gente<br />

mora um no outro. (Mário Quintana)<br />

4) Função Metalinguística<br />

• o código usado <strong>para</strong> estabelecer comunicação é o centro da mensagem, no sentido de que<br />

ele é instrumento de explicação de si mesmo; usa-se um signo <strong>para</strong> explicar a si próprio;<br />

• essa função busca esclarecer, refletir, discutir o processo discursivo, em um ato de<br />

comunicação em que se usa a linguagem <strong>para</strong> falar sobre ela própria;<br />

• encontramos em poemas que falam sobre o fazer poético (metapoema), sambas que<br />

abordam esse gênero musical, filmes que discutem o cinema, palavras usadas <strong>para</strong><br />

explicar outras em dicionários, narradores que refletem sobre a arte de narrar<br />

(metanarração) etc.<br />

Exemplo:<br />

– “Samba, / Eterno delírio do compositor / Que nasce da alma, sem pele, sem cor (...)”<br />

(Fundo de Quintal)<br />

– “Ódio: aversão intensa geralmente motivada por medo, raiva ou injúria sofrida;<br />

odiosidade” (Dicionário Houaiss)<br />

* O programa Vídeo Show é um exemplo forte de metalinguagem, pois se usa o “código” da<br />

televisão (programa de TV) <strong>para</strong> falar sobre a própria televisão (outros programas de TV).<br />

5) Função Referencial (Informativa/Denotativa)<br />

• o referente é o centro da mensagem;<br />

• destaca-se o objeto, o assunto da mensagem de forma clara e objetiva;<br />

• algumas marcas gramaticais e discursivas: uso da 3 a pessoa, denotação, impessoalidade,<br />

precisão, frases declarativas etc.;<br />

• encontramos tal função predominantemente em textos jornalísticos, científicos, didáticos<br />

e afins (não literária).<br />

Exemplo:<br />

– “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou o governo com avaliação recorde de


87% <strong>para</strong> seu desempenho pessoal, conforme pesquisa da Confederação Nacional do<br />

Transporte (CNT) e Instituto Sensus divulgada nesta quarta-feira. Em setembro deste<br />

ano, essa percepção era de 80,7%.” (Site de notícias)<br />

6) Função Fática<br />

• o canal (contato) é o centro da mensagem;<br />

• essa linguagem se manifesta quando a finalidade é testar, estabelecer ou encerrar o<br />

contato entre o emissor e o receptor (como em ligações telefônicas, saudações,<br />

cumprimentos etc.);<br />

• tal função cria as condições básicas <strong>para</strong> que ocorra a interação verbal;<br />

• algumas marcas linguísticas: “Bom dia/tarde/noite”, “Oi”, “Olá”, “Fala...”, “E aí”,<br />

“Estou entendendo”, “Vamos lá?”, “Pronto”, “Atenção”, “Sei...”, “Fui”, “Valeu”,<br />

“Tchau” etc.<br />

Exemplo:<br />

– “Fala, galera! Beleza? Boa noite a todos. Bem... vamos lá...” (um professor, antes de<br />

iniciar a aula)<br />

– “Alô? Entendeu?”


Noções de Semiótica (ou Semiologia) e Linguística<br />

Este assunto pode parecer-lhe estranho, e é, em 99,99% dos concursos públicos! Mas... a<br />

FCC já tratou dele. Veja o conteúdo programático do edital (beeeeem diferente do usual!):<br />

Analista Judiciário – ÁREA APOIO ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE<br />

TAQUIGRAFIA – 2010<br />

PORTUGUÊS:<br />

Comunicação e expressão em língua portuguesa: Gramática (fonética, morfologia e sintaxe:<br />

construção frasal, concordância, regência, crase, colocação e emprego). Semântica.<br />

Estilística. Interpretação de textos. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas<br />

e incorretas). Figuras e vícios de linguagem. Pontuação: pontuação e estrutura sintática,<br />

pontuação ênfase; particularidades em textos normativos articulados, em enumerações, em<br />

citações e em transcrições. Terminologia jurídica, expressões usuais na linguagem jurídica,<br />

latinismos jurídicos, vícios e impropriedades da linguagem judiciário-forense.<br />

NOÇÕES BÁSICAS DE SEMIOLOGIA E LINGUÍSTICA:<br />

Conceituação, campo de atuação dos fenômenos e questões linguísticas e semiológicas,<br />

aplicação. A linguagem e seus planos, estrutura, modalidades, evolução; a linguagem e a<br />

comunicação. Teoria do Discurso: estruturas narrativas, organização discursiva, enunciações<br />

e relações intertextuais; a tipologia, análise e metodologia do discurso. A questão sígnica:<br />

sistemas, estrutura e dinâmica de signos.<br />

Vamos entender agora!<br />

Semiótica é a ciência geral dos signos, ou a arte dos sinais. É uma ciência que trata de<br />

todas as linguagens, a saber, quaisquer sinais usados pelo homem (ou não!) <strong>para</strong> representar<br />

algo interno ou externo, estabelecendo normalmente a comunicação. Assim, um cheiro, uma<br />

imagem, uma percepção, um movimento, um som, um sabor, ou todos esses elementos juntos –<br />

que dizem respeito aos sentidos humanos (ou não!) – colaboram <strong>para</strong> patentear a comunicação.<br />

Já a Linguística é mais específica, pois trata da linguagem humana, ou melhor, da língua. O<br />

dicionário Houaiss define bem esta ciência: “ciência que tem por objeto: (1) a linguagem<br />

humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico; (2)<br />

as línguas consideradas como estrutura; (3) origem, desenvolvimento e evolução das línguas;<br />

(4) as divisões das línguas em grupos, por tipo de estrutura ou em famílias, consoante o<br />

critério seja tipológico ou genético”.


Veja uma questão sobre isso:<br />

52. (FCC – TRF (4 a R) – Analista Judiciário (Taquigrafia) – 2010) Analise:<br />

A Semiologia (ou Semiótica) é a teoria geral ...J.... Ela difere da Linguística por sua maior abrangência: enquanto a<br />

Linguística é o estudo científico ...K..., a Semiologia preocupa-se com todo e qualquer sistema ...L..., seja ele<br />

natural ou convencional. Por esse ângulo, a Linguística insere-se como uma parte da Semiologia. Semiologia e<br />

Semiótica são termos permutáveis.<br />

(Adaptado de Castelar de Carvalho (UFRJ, ABF). Saussure e a Língua Portuguesa,<br />

http://www.filologia.org.br/viisenefil/09.htm. Acesso em 02 de fevereiro de 2010.)<br />

As lacunas J, K e L são, correta e respectivamente, preenchidas por:<br />

a) dos significados – das linguagens – de significantes;<br />

b) da significação – da fala – linguístico;<br />

c) dos símbolos – dos signos – de fala;<br />

d) da comunicação – da morfossintaxe – de troca;<br />

e) dos sinais – da linguagem humana – de comunicação.<br />

Comentário: E. Note que a questão trata da definição da semiótica e da linguística de<br />

maneira bem didática. Bastaria saber a definição de ambas e a diferença entre elas <strong>para</strong><br />

acertá-la.<br />

Uma vez que a semiótica trata de signos (ou sinais) verbais ou não verbais, diz-se que eles<br />

(co)ocorrem em forma de ícone, índice ou símbolo. Vejamos:<br />

1) O ícone é uma retratação de algo do mundo real ou imaginário. A sua foto 3X4, uma pintura<br />

de um vaso de flores, uma escultura de um homem famoso, um desenho de uma sereia etc.<br />

são signos icônicos, pois buscam representar de modo bem similar os elementos do externo<br />

universo humano. Sabemos, por exemplo, que determinada conversa que ouvimos ou lemos<br />

pertence a um casal de namorados, pois nela muitas palavras (e a entonação delas)<br />

aparentam a maneira comum de os casais se tratarem; daí, podemos afirmar que ocorre<br />

iconicidade neste trecho: – Oi, amorzinho. – Fala, nem. Como foi o seu dia? – Ai, paixão,<br />

senti tanto a sua falta! – Ah, calma, Ju, só faltam dois dias pra gente se ver. – Sabe, Nando,<br />

eu sou louquinha por você! – Você só é assim, porque... eu sou lindo! – Convenciiiido!<br />

2) O índice (ou indício) é um signo que sugere, por inferência, um acontecimento, uma<br />

intenção etc. Ocorre a ideia de contiguidade nesse tipo de signo, pois ele é uma parte de um<br />

todo absorvido, anteriormente, pelo conhecimento de mundo. Um céu estrelado sugere sol<br />

no dia seguinte, uma buzinada sugere pedido de passagem, um lugar saindo fumaça sugere<br />

presença de fogo, uma fala irônica sugere desprezo por alguém, um simples clique (pela<br />

boca) sugere insatisfação, um sotaque sulista sugere a origem da pessoa etc.<br />

3) O símbolo é, em geral, uma imagem que, por herança cultural ou não, serve <strong>para</strong><br />

representar o abstrato pelo concreto. Uma caveira simboliza a morte ou o perigo, o preto<br />

simboliza o luto, nossa bandeira simboliza nossa nação, a pomba branca simboliza a paz,<br />

as letras dos alfabetos simbolizam sons ou ideias inteiras, uma aliança no dedo anelar<br />

esquerdo simboliza o casamento, a cruz simboliza o cristianismo etc.


Os signos são incontáveis e seus referentes idem. Vale dizer ainda que um mesmo signo<br />

pode, ao mesmo tempo, ser tomado como ícone, índice e símbolo; por exemplo, a imagem de<br />

um sapatinho na janela. É ícone, porque retrata um sapato na janela; é índice, porque sugere<br />

que o Papai Noel vai deixar um presente; é símbolo, porque representa (também) o Natal.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Dos assuntos tratados aqui, as funções da linguagem são o que você deve estudar!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

(Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2003 ) Mistura linguística<br />

Muita gente, em vários países, fala um pouco de inglês todo dia sem perceber. Sem contar o “informatiquês”, cujos verbetes –<br />

como megabyte, browser, hard disk, software – são expressões do mais puro inglês, muitas outras palavras do dia-a-dia<br />

de brasileiros, franceses, alemães e, principalmente, japoneses têm origem no idioma bretão. Futebol (football), sanduíche<br />

(sandwich) e deletar (verbo criado a partir de to delete, suprimir) são exemplos conhecidos de anglicismo (uso de<br />

expressões em inglês ou originadas dele) no português. Os alemães apertam o resetknopf (reset button ou botão de reset)<br />

<strong>para</strong> iniciar o computador. E os franceses, conhecidos por sua ojeriza a estrangeirismos, despedem-se dos colegas de<br />

trabalho na sexta-feira dizendo bon weekend.<br />

A situação do japonês é particularmente curiosa. Estima-se que cerca de vinte mil palavras do vocabulário moderno tenham<br />

origem no inglês. Sorvete é aisukurimu, de ice cream. Ar condicionado é eacon, de air conditioner. E banheiro deixou<br />

de ser obenjyo <strong>para</strong> se tornar toiré, de toillet.<br />

A história dessa imposição linguística certamente desperta animosidades. Na Índia, por exemplo, onde o inglês é uma das<br />

línguas oficiais, ele não é muito ouvido nas ruas. Falar inglês ainda lembra um passado de opressão.<br />

Galileu, fev./2002, p. 37 (com adaptações).<br />

1. A seleção de argumentos e do vocabulário mostra o grau de engajamento do autor em face do assunto: <strong>para</strong>lelamente às<br />

funções referencial e metalinguística, que veiculam informações objetivas, há marcadores linguísticos que deixam entrever<br />

elementos subjetivos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2. (UNIFESP – Vestibular – 2005) Observe os pares de versos:<br />

“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica<br />

Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.”<br />

“Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto...”<br />

Considerando-se o título e os sentidos propostos no poema, é correto afirmar sobre os versos que<br />

a) o primeiro par remete à ideia de gramática; o segundo, à ideia de linguagem. Neles predominam, respectivamente, a<br />

função metalinguística e a apelativa.<br />

b) ambos os pares remetem à ideia de gramática; portanto, neles predomina a função metalinguística.<br />

c) o primeiro par remete à ideia de gramática; o segundo, à ideia de linguagem. Nos dois pares, predomina a função<br />

referencial.<br />

d) ambos os pares remetem à ideia de linguagem. No primeiro, a função é metalinguística; no segundo, referencial.<br />

e) o primeiro par remete à ideia de linguagem; o segundo, à ideia de gramática. Em ambos os pares, estão presentes as<br />

funções apelativa e referencial.<br />

Frente à tradição hindu que há 2.500 anos divide a sociedade indiana em mais de 2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de<br />

Gandhi e os 10 anos da legalização do casamento entre castas revelam-se impotentes <strong>para</strong> transformar a organização<br />

hierárquica da sociedade. Em confronto direto com o costume milenar, o governo da Índia oferece uma recompensa de R$<br />

2.400 <strong>para</strong> homens e mulheres de diferentes grupos sociais que formalizem sua união.<br />

O dinheiro equivale ao dobro da renda per capita anual do país. O governo justifica que a medida é um passo <strong>para</strong> a<br />

reacomodação das desigualdades. Para grande parte da sociedade, é um passo no escuro.<br />

O governo – que já enfrenta protesto contra cotas em universidades – vê-se, agora, diante de um desafio maior. O esquema<br />

está sob ataque de todos os lados. Os conservadores alegam que a medida é gatilho <strong>para</strong> o caos social. Os liberais<br />

sustentam que poucos vão receber a oferta porque o dinheiro vai desaparecer no bolso de autoridades corruptas.<br />

Indianos de castas mais baixas dizem que rejeitariam a recompensa, pois perderiam o acesso preferencial às universidades,<br />

garantido pelas já controversas cotas. Hoje, o governo oferece 22,5% das vagas aos intocáveis, os últimos na hierarquia<br />

hindu, mas pretende aumentá-las <strong>para</strong> 50%.<br />

“Sei que esta não é a única maneira de pôr um fim à discriminação, mas é preciso começar de algum lugar”, defende a ministra<br />

da Justiça Social. Para a socióloga Radhika Chopra, a oferta é uma forma de sinalizar que esses casamentos não devem<br />

ser condenados. “Com a medida, o governo apóia os indivíduos que transgrediram barreiras sociais e mostra que podem<br />

funcionar como exemplos”, acrescenta a socióloga.<br />

Jornal do Brasil, 17/12/2006 (com adaptações).<br />

3. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2007) No que se refere a funções da linguagem, predomina, no texto, a função:<br />

a) fática, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer os leitores dos benefícios do projeto que visa<br />

incentivar o casamento entre pessoas pertencentes a castas diferentes;


) referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de determinado assunto;<br />

c) emotiva, dado que são as falas das autoridades entrevistadas que direcionam a forma como as informações são<br />

apresentadas;<br />

d) conativa, visto que as opiniões expressas estão devidamente referenciadas, não havendo, portanto, perda de objetividade<br />

na transmissão das informações;<br />

e) metalinguística, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como demonstram as diversas vozes que acompanham a<br />

informação divulgada.<br />

“O princípio de que o Estado necessita de instrumentos <strong>para</strong> agir com rapidez em situações de emergência está inscrito no<br />

arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição, de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império.<br />

(...)”<br />

4. (Cespe/UnB – TJ/RJ – Técnico de Atividade Judiciária – 2008) A função da linguagem predominante no texto é:<br />

a) metalinguística;<br />

b) poética;<br />

c) expressiva;<br />

d) apelativa;<br />

e) referencial.<br />

5. (IBFC – ABDI – Assistente Jurídico – 2008) Assinale a alternativa que indica corretamente a função de linguagem<br />

predominante no texto abaixo:<br />

A estação Júlio Prestes, marco histórico e turístico de São Paulo, completou 70 anos nesta semana. Atualmente, o local abriga a<br />

Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado, além de ser o ponto de partida da atual Linha 8 (Júlio Prestes-<br />

Itapevi) da CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos].<br />

a) emotiva.<br />

b) apelativa.<br />

c) referencial.<br />

d) fática.<br />

Bom Conselho<br />

Ouça um bom conselho<br />

Que eu lhe dou de graça<br />

Inútil dormir que a dor não passa<br />

Espere sentado<br />

Ou você se cansa<br />

Está provado, quem espera nunca alcança<br />

Venha, meu amigo<br />

Deixe esse regaço<br />

Brinque com meu fogo<br />

Venha se queimar<br />

Faça como eu digo<br />

Faça como eu faço<br />

Aja duas vezes antes de pensar<br />

6. (CAP/UFRJ – Admissão (Ensino Médio – 2 A Série) – 2008 (adaptada)) Qual é a função da linguagem predominante nas<br />

duas primeiras estrofes da composição de Chico Buarque, considerando-se o modo verbal mais recorrente?<br />

a) fática.<br />

b) emotiva.<br />

c) referencial.<br />

d) poética.<br />

e) conativa.<br />

Os índios descobertos pelo Google Earth<br />

Duas aldeias de índios que vivem isolados foram fotografadas pela primeira vez, na fronteira entre o Peru e o Acre. O<br />

sertanista José Carlos Meirelles, da Funai, havia encontrado ainda em terra vestígios de duas etnias desconhecidas e dos<br />

nômades maskos. Rielli Franciscato, outra sertanista da Funai, localizou as coordenadas exatas das malocas pelo Google<br />

Earth, programa que fornece mapas por satélite. Meirelles, que procurava os povos havia 20 anos, sobrevoou a área e<br />

avistou os roçados e as ocas. O avião assustou a tribo, que nunca teve contato com homem branco. As mulheres e as<br />

crianças correram, e os homens tentaram flechar o avião. A exploração de madeira no lado peruano pode ter estimulado a


migração das etnias <strong>para</strong> o território brasileiro.<br />

Revista Época. Globo, N 524, 2 de junho de 2008, p. 17<br />

7. (UEMS – Vestibular – 2008) No texto, encontra-se como função da linguagem predominante a:<br />

a) fática;<br />

b) metalinguística;<br />

c) referencial;<br />

d) poética;<br />

e) emotiva.<br />

Texto 1<br />

Em sucessivos relatórios do ministro da Fazenda em meados da década de 1880, aludia-se ao fato de várias<br />

assembleias provinciais estabelecerem impostos sobre a exportação, uma parte da receita dos quais podiam reter, e<br />

também sobre a importação, o que era expressamente vedado pela Constituição. Sob pressão de associações<br />

comerciais e dos delegados regionais da Fazenda, diversas assembleias foram forçadas a votar a supressão desses<br />

impostos. O Visconde Paranaguá, em seu relatório <strong>para</strong> 1883, informava que apenas Pernambuco, Bahia e<br />

Maranhão ainda resistiam. A questão da repartição dos impostos e das competências de cada ente federativo<br />

parece, portanto, mais antiga que a própria República.<br />

8. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009) No texto, narrativa de cunho histórico acerca de tema da economia brasileira, o<br />

autor emprega predominantemente linguagem referencial e objetiva.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Texto 2<br />

“(...)<br />

– Tudo; vocês como simples impostos são excelentes, gorduchos e corados, cheios de vida. O que os corrompe e faz<br />

definhar é o epíteto de inconstitucionais. Eu, abolindo por um decreto todos os adjetivos de Estado, resolvia de<br />

golpe esta velha questão, e cumpria esta máxima que é tudo o que tenho colhido da história e da política, que aí<br />

dou por dois vinténs a todos os que governam o mundo: os adjetivos passam, e os substantivos ficam.”<br />

9. O narrador recorreu à função metalinguística da linguagem <strong>para</strong> formular, ao final da crônica, sua máxima, carregada de<br />

arbitrariedade.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“(...) Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada <strong>para</strong> depois.<br />

Diga o que tem <strong>para</strong> dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e<br />

sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores<br />

bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.<br />

10. (Funiversa – IPHAN – Analista (Contabilidade) – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O último parágrafo do texto utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na opção pela<br />

subjetividade voltada <strong>para</strong> o narrador.<br />

“(...) Isso dá valor ímpar ao par “com ideais/sem ideais”: em “com ideais”, a preposição “com” introduz o<br />

instrumento; em “sem ideais”, a preposição “sem” introduz a condição (“Não se atua na sociedade sem ideais” =<br />

“Não se atua na sociedade se não houver/ sem que haja ideais”). Como se vê, a relação que existe entre “com<br />

ideais” e “sem ideais” vai muito além da mera antonímia. (...)”<br />

11. (Fadesp – Pref. Juruti/PA – Enfermeiro – 2010) (Adaptada) Sobre o texto, a afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– No penúltimo parágrafo do texto, a função de linguagem predominante é a metalinguística.<br />

A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas<br />

ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que<br />

regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.<br />

12. (ENEM – Vestibular – 2010) Predomina no texto a função da linguagem:<br />

a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia;<br />

b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação;<br />

c) poética, porque o texto chama a atenção <strong>para</strong> os recursos de linguagem;


d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor;<br />

e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.<br />

13. (FUMARC – PM/MG – Oficial da PM – 2011) Leia e analise o BRASÃO da Polícia Militar de Minas Gerais:<br />

Pode-se inferir que o BRASÃO representa, predominantemente, uma função de linguagem:<br />

a) expressiva;<br />

b) referencial;<br />

c) conativa;<br />

d) fática.<br />

14. (Cespe/UnB – SAEB/BA – Professor de Língua Portuguesa – 2011) Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas, é correto<br />

concluir que o emprego de “Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a:<br />

a) metalinguística;<br />

b) poética;<br />

c) conativa;<br />

d) expressiva.<br />

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua<br />

experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa<br />

própria – o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira <strong>para</strong> ir brigar por um filho em quem<br />

querem bater. Mas, <strong>para</strong> quem conhece o homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o<br />

avesso do causídico, como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida.<br />

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem nada a ver com o conhecimento<br />

realista – que Oscar tem – de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores<br />

verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso construir a beleza e<br />

a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário.<br />

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do<br />

Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens<br />

verdes da Terra; no exemplo do trabalho <strong>para</strong> o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em<br />

estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que<br />

lhe foi dado <strong>para</strong> viver.<br />

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer,<br />

velho e querido amigo, como não me emocionar?<br />

(Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. RJ: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações))<br />

15. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2011) No texto, a linguagem foi empregada predominantemente em suas funções<br />

emotiva e poética.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

UM CÃO APENAS<br />

Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarenta degraus do jardim – plantas em flor, de cada lado; borboletas<br />

incertas; salpicos de luz no granito – eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura da<br />

cal no pórtico, um cãozinho doente, com todo o corpo ferido; gastas as mechas brancas de pelo; o olhar dorido e<br />

profundo, com esse lustro de lágrimas que há nos olhos das pessoas muito idosas. Com grande esforço acaba de<br />

levantar-se. Eu não lhe digo nada; não faço nenhum gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono. Se ele<br />

estava feliz, eu não devia ter chegado. Já lhe faltavam tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais<br />

devem esquecer, enquanto dormem. (Cecília Meireles)<br />

16. (COPEVE-UFAL – UFAL – Assistente de Administração – 2011) Ao escrever sobre um cão doente, Cecília Meireles


explora formas de comunicação centradas na expressão do Eu. Isso quer dizer que:<br />

a) não há intenção emotiva em seu texto;<br />

b) seu objetivo é envolver o leitor, seduzir, convencer;<br />

c) a ênfase está na subjetividade da autora, na sua condição de expressar opiniões;<br />

d) há uma manutenção dos aspectos expressivos a partir do canal de comunicação;<br />

e) a ênfase recai principalmente sobre a construção do texto, sobre a arrumação das palavras no espaço gráfico.<br />

O QUE VOCÊ DEVE FAZER<br />

(Se for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio,<br />

obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.)<br />

Consuma aveia, como experiência, durante 30 anos.<br />

Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta.<br />

Livre-se do complexo de magreza, usando Koxkoax hoje mesmo.<br />

Procure nosso revendedor autorizado.<br />

Economize servindo a garrafa monstro de Lero-Lero.<br />

Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete.<br />

Tenha sempre à mão um comprimido de leite de magnólia.<br />

Resolva de uma vez o problema de seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe.<br />

Use somente peças originais, <strong>para</strong> o funcionamento ideal do seu W.Y.Z.<br />

Tenha sempre à mão uma caixa de adesivos plásticos.<br />

Faça o curso de madureza por correspondência.<br />

Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profissão de relojoeiro. [...]<br />

Carlos Drummond de Andrade<br />

17. (Ceperj – Pref. Cantagalo/Rj – Oficial Administrativo – 2011) Sempre que há comunicação há uma intenção, o que<br />

determina que a linguagem varie, assumindo funções. A função da linguagem predominante no texto com a respectiva<br />

característica está expressa em:<br />

a) referencial – presença de termos científicos e técnicos;<br />

b) expressiva – predominância da 1 a pessoa do singular;<br />

c) fática – uso de cumprimentos e saudações;<br />

d) apelativa – emprego de verbos flexionados no imperativo.<br />

I<br />

II<br />

III<br />

A Lei Maria da Penha<br />

Está em pleno vigor<br />

Não veio pra prender homem<br />

Mas pra punir agressor<br />

Pois em “mulher não se bate<br />

Nem mesmo com uma flor”.<br />

A violência doméstica<br />

Tem sido uma grande vilã<br />

E por ser contra a violência<br />

Desta lei me tornei fã.<br />

Pra que a mulher de hoje<br />

Não seja vítima amanhã.<br />

Toda mulher tem direito<br />

A viver sem violência<br />

É verdade, está na lei.<br />

Que tem muita eficiência<br />

Pra punir o agressor<br />

E à vítima, dar assistência.<br />

.........................................<br />

(Tião Simpatia. A Lei Maria da Penha em cordel)<br />

18. (FDSM – Vestibular – 2011) Qual função da linguagem se destaca nesse texto?


a) Função denotativa ou referencial.<br />

b) Função conativa ou apelativa.<br />

c) Função metalinguística.<br />

d) Função poética.<br />

e) Função fática.<br />

Pequeno concerto que virou canção<br />

Não, não há por que mentir ou esconder<br />

A dor que foi maior do que é capaz meu coração<br />

Não, nem há por que seguir cantando só <strong>para</strong> explicar<br />

Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar<br />

Ah, eu vou voltar pra mim<br />

Seguir sozinho assim<br />

Até me consumir ou consumir toda essa dor<br />

Até sentir de novo o coração capaz de amor<br />

19. (ENEM – Vestibular – 2011) Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é<br />

percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do<br />

texto, entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor:<br />

a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos;<br />

b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção;<br />

c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento;<br />

d) procura explicar a própria linguagem que utiliza <strong>para</strong> construir a canção;<br />

e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.<br />

Início do texto (ao longo dele, predominam as mesmas características gramaticais e discursivas presentes aqui): “Não<br />

fui, e não sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus<br />

sentimentos a respeito dela<br />

Linhas 25 a 27: O maior epistológrafo (que palavra horrível!) de todos os tempos foi, sem dúvida, São Paulo. Há<br />

quem diga que suas epístolas deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio<br />

de cartas <strong>para</strong> seus discípulos...<br />

Linhas 38 a 40: Na música, em minha adolescência, me comovia com a voz de Dalva de Oliveira cantando<br />

“Quando o carteiro chegou/e meu nome gritou/com uma carta na mão/ante surpresa tão rude/não sei como<br />

pude/chegar ao portão...”.<br />

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem na expressão e na comunicação humanas,<br />

conforme o realce particular que cada um dos componentes do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso<br />

mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto. O<br />

mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere à presença das<br />

funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue os itens a seguir:<br />

20. (Cespe/UnB – Correios – Analista de Correios (Letras) – 2011) A função fática se manifesta, no texto, nos versos<br />

transcritos nas linhas de 38 a 40, nos quais se evidencia um trabalho de construção da linguagem <strong>para</strong> produzir sonoridades,<br />

ritmo e rimas, recursos característicos da produção de letras de composições musicais.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. A função emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem, está presente no texto, o que se comprova pelo<br />

emprego de verbos na primeira pessoa, de segmentos com julgamentos subjetivos e de pronomes de primeira pessoa.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. Presente no ato de falar sobre a linguagem, a função metalinguística manifesta-se nos enunciados “(que palavra horrível!)”<br />

(L.24) e “Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o cristianismo por<br />

meio de cartas <strong>para</strong> seus discípulos” (L.25-27), nos quais o autor tomou o próprio código de comunicação como assunto da<br />

mensagem.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

O LENDÁRIO PAÍS DO RECALL


Moacyr Scliar<br />

“MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e querida boneca, que você não vê há três meses. Sei<br />

que você sente muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você. Lembro de você me pegando no colo, me<br />

chamando de filhinha, me dando papinha... (...)”<br />

23. (Ceperj – Procon/Rj – Agente de Proteção e Defesa do Consumidor – 2012) A função da linguagem predominante no texto<br />

é:<br />

a) emotiva;<br />

b) conativa;<br />

c) referencial;<br />

d) fática;<br />

e) metalinguística.<br />

Desabafo<br />

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar:<br />

esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados <strong>para</strong><br />

serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas <strong>para</strong> pagar que venceram ontem. Estou nervoso.<br />

Estou zangado. (CARNEIRO, J.E.Veja, 11 set. 2002 (fragmento))<br />

24. (ENEM – Vestibular – 2012) Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem,<br />

com predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função de linguagem<br />

predominante é a emotiva ou expressiva, pois:<br />

a) O discurso do enunciador tem como foco o próprio código;<br />

b) A atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito;<br />

c) O interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem;<br />

d) O referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais;<br />

e) O enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.<br />

A Felicidade<br />

Tristeza não tem fim felicidade sim.<br />

A felicidade é como a pluma<br />

que o vento vai levando pelo ar,<br />

voa tão leve, mas tem a vida breve<br />

precisa que haja vento sem <strong>para</strong>r.<br />

A felicidade do pobre<br />

parece a grande ilusão do carnaval<br />

a gente trabalha o ano inteiro<br />

por um momento de sonho<br />

pra fazer a fantasia<br />

de rei ou de pirata ou jardineira<br />

pra tudo se acabar na quarta-feira.<br />

A felicidade é como a gota de orvalho<br />

numa pétala de flor,<br />

brilha tranquila<br />

depois de leve oscila<br />

e cai como uma lágrima de amor.<br />

A minha felicidade<br />

está sonhando nos olhos<br />

da minha namorada<br />

É como esta noite, passando,<br />

passando em busca da madrugada<br />

Fale baixo por favor<br />

pra que ela acorde<br />

alegre com o dia<br />

oferecendo beijos de amor.<br />

MORAES, Vinicius e JOBIM, Tom. As mais belas serestas brasileiras. 9ª ed. Belo Horizonte: Barvalle Indústria<br />

Gráfica Ltda., 1989.<br />

25. (FAB – EPCAR – Cadetes – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?


– A função da linguagem predominante é a conativa.<br />

26. (UERJ – Vestibular (1o Exame de Qualificação) – 2012) O texto de Lima Barreto explora o recurso da metalinguagem, ao<br />

comentar, na sua ficção, o próprio ato de compor uma ficção.<br />

Esse recurso está exemplificado principalmente em:<br />

a) São em geral de uma lastimável limitação de ideias,<br />

b) Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem.<br />

c) – Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório <strong>para</strong> amanhã!<br />

d) Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum,<br />

27. (Fundação Sousândrade – Pref. Estreito/Ma – Supervisor Escolar – 2012) Segundo o linguista Jakobson, a linguagem opera<br />

em várias funções, conforme a ênfase dada a um dos elementos da comunicação. A partir dessa informação, pode-se<br />

afirmar que em “last act (bribery)” e em “último ato (suborno)” evidencia-se uma centralidade no código linguístico. Esse<br />

procedimento evidencia o emprego da função denominada:<br />

a) Emotiva.<br />

b) Conativa.<br />

c) Poética.<br />

d) Referencial.<br />

e) Metalinguística.


Gabarito<br />

1. CERTO. 7. C. 13. B. 19. A. 25. INCORRETA.<br />

2. A. 8. CERTO. 14. C. 20. ERRADO. 26. D.<br />

3. B. 9. CERTO. 15. CERTO. 21. CERTO. 27. E.<br />

4. E. 10. INCORRETA. 16. C. 22. ERRADO.<br />

5. C. 11. CORRETA. 17. D. 23. A.<br />

6. E. 12. E. 18. D. 24. B.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 34<br />

Compreensão/Interpretação de Textos e<br />

Tipologia Textual


Definição<br />

Milhares de alunos já me perguntaram algo parecido com isto: “Professor, o que devo fazer<br />

<strong>para</strong> interpretar melhor?” Resposta: “Só se aprende a interpretar interpretando.”<br />

Parece uma resposta meio evasiva, desprovida de objetividade, não é? No entanto,<br />

interpretar está diretamente ligado à capacidade que todo ser humano, com suas faculdades<br />

mentais em perfeito estado, tem. Por isso, quando lemos um jornal ou uma revista ou quando<br />

ouvimos uma notícia, normalmente entendemos a mensagem. Só não a entenderemos<br />

plenamente se for um assunto que não dominamos, não é verdade? Sendo assim, quanto mais<br />

lemos, quanto mais absorvemos conhecimento, mais fácil fica entender o que um texto quer<br />

dizer.<br />

Mas o que é um texto?<br />

Segundo Platão e Fiorin, “não é amontoando os ingredientes que se pre<strong>para</strong> uma receita;<br />

assim também não é superpondo frases que se constrói um texto”.<br />

Essa assertiva desses consagrados professores marca como uma epígrafe este tópico, pois<br />

um texto nunca é um emaranhado de frases. Um texto é um conjunto de frases que<br />

“dialogam” entre si, estabelecendo determinadas relações de sentido. Às vezes, um texto<br />

pode ser formado por uma só frase, uma só palavra. O fato é que, em um texto, o todo é o que<br />

importa, e não suas partes, pois frases soltas podem gerar interpretações equivocadas. Imagine<br />

o seguinte diálogo:<br />

– Que nota você daria <strong>para</strong> esta gramática?<br />

– Dez...<br />

Se o diálogo <strong>para</strong>sse aqui, poderíamos dizer que o <strong>Pestana</strong> ficaria feliz, certo? Afinal, o<br />

segundo falante atribui nota máxima a este livro. Não obstante, o texto do segundo falante<br />

ainda não está terminado (agora o diálogo completo):<br />

– Que nota você daria <strong>para</strong> esta gramática?<br />

– Dez... quilômetros por hora.<br />

E agora? O <strong>Pestana</strong> fica triste, ora. Aqui podemos entender que minha obra é tão ruim, tão<br />

lenta... que dá sono.<br />

Em outras palavras, se tomássemos isoladamente o texto “Dez...” chegaríamos a uma<br />

conclusão diferente da que chegamos agora, pois as partes de um texto, mesmo que curto, se<br />

completam. Por isso, o melhor leitor de um texto é aquele que não se apega a frases soltas<br />

dentro dele, mas que observa o contexto (o entorno do texto). Não há texto que possa ser<br />

bem lido e compreendido sem que se considerem também as questões extralinguísticas, as<br />

quais cerceiam o discurso do autor, a saber: sua visão de mundo, seu contexto histórico e<br />

social.<br />

Um texto precisa ter textualidade, que é o conjunto de características que o constituem. Em


outras palavras, ele precisa ter início, meio e fim. Precisa apresentar certa lógica <strong>para</strong> que<br />

atinja seu objetivo. Por exemplo, elementos linguísticos precisam colaborar <strong>para</strong> que a<br />

comunicação seja estabelecida, afinal todo autor escreve com a intenção de ser lido e<br />

compreendido. Perceber que existem parágrafos se<strong>para</strong>ndo ideias que se relacionam já é um<br />

bom começo <strong>para</strong> dominar a leitura de um texto.<br />

Eu mesmo (e aqui vai uma dica!), quando leio um texto “pretensioso”, complexo, divido<br />

minha leitura pelos parágrafos e faço pequenos resumos do que consta do parágrafo.<br />

Recomendo o mesmo!<br />

É certo que existem certas estratégias <strong>para</strong> facilitar ainda mais a leitura e compreensão de<br />

um texto. Uma delas é o reconhecimento dos modos de organização discursiva, tipologia<br />

textual. Saber as características de um tipo de texto e também de um gênero textual facilita<br />

muito a vida de quem pretende “decifrar” um texto.<br />

Antes, porém, quero destacar alguns conceitos notáveis, os quais nos auxiliam na melhor<br />

apreensão de sentido de um texto: operadores argumentativos e pressupostos e<br />

subentendidos.


Operadores Argumentativos<br />

Os operadores argumentativos são certos elementos da língua – normalmente invariáveis,<br />

como advérbio, conjunção, preposição e palavra denotativa – os quais estabelecem<br />

determinadas relações de sentido e concatenam as ideias dentro do texto. Servem <strong>para</strong><br />

introduzir diversos tipos de argumentos, que, dentre outras funções, apontam <strong>para</strong><br />

determinadas inferências. Sem eles, a clareza ou a inteligibilidade de um texto ficaria<br />

comprometida.<br />

Nada como bons exemplos <strong>para</strong> entendermos com facilidade o que se diz. Veja estas quatro<br />

frases e os respectivos comentários acerca delas:<br />

No mundo todo, ainda há pessoas sendo exploradas como escravos.<br />

Note que o advérbio ainda nos leva a inferir (deduzir, concluir) que, antes do momento da<br />

declaração, já havia pessoas sendo exploradas como escravos.<br />

Embora muitos vivam em lugares sem infraestrutura, a felicidade<br />

não os abandona.<br />

Note que a conjunção embora introduz argumento de valor negativo que se contrapõe, como<br />

ressalva/restrição, ao conteúdo de valor positivo da oração seguinte.<br />

Até o presidente brasileiro faz “vista grossa” <strong>para</strong> o problema<br />

do trabalho infantil.<br />

Note que a palavra denotativa de inclusão até indica que outras pessoas, além do presidente<br />

brasileiro, ignoram o problema.<br />

Além do tráfico de drogas e de armas, o tráfico de pessoas é um<br />

dos mais chocantes.<br />

Note que a locução prepositiva além de indica um acréscimo de informações, reforçando a<br />

argumentação.<br />

Conheça os operadores argumentativos mais usados nos textos em geral (se for o caso,<br />

recapitule o capítulo de conjunção, preposição e advérbio – nunca é demais):<br />

1) Introduzem argumentos que se somam a outros: e, nem (= e não), não<br />

só/apenas/somente... mas/como/senão (também, ainda)..., tanto... quanto/como, além de,<br />

além disso, também, ainda...<br />

– O político, não só por representar o maior colégio eleitoral do Brasil, mas também<br />

por ser do maior partido brasileiro, está muito bem cotado <strong>para</strong> a presidência.


Obs.: Certas palavras denotativas de inclusão também somam argumentos: até, inclusive,<br />

mesmo... A expressão até mesmo tem muita força argumentativa ao introduzir um<br />

argumento. Sobre isso, veja esta questão: FEC – PC/RJ – INSPETOR DE POLÍCIA 6 a<br />

CLASSE – 2012 – QUESTÃO 21 b).<br />

2) Introduzem argumentos que se opõem a outros: mas, porém, todavia, contudo,<br />

entretanto, no entanto, não obstante... (conjunções adversativas); embora, ainda que,<br />

mesmo (que), apesar de (que), a despeito de, conquanto, se bem que, por mais que, sem<br />

que... (conjunções concessivas); já, quando, agora, antes, ao contrário... (advérbios)<br />

– Eles vieram de carro, quando – cá entre nós – poderiam ter vindo a pé.<br />

3) Introduzem argumentos que se alternam ou se excluem: ou, ou...ou, ora...ora,<br />

quer...quer, já...já, umas vezes...outras vezes, talvez...talvez, seja...seja...<br />

– Quer consiga uma vaga <strong>para</strong> Fiscal de Rendas este ano, quer não, nunca desistirei.<br />

4) Introduzem uma conclusão ou consequência: logo, portanto, por isso, por conseguinte,<br />

então, assim, em vista disso, sendo assim, consequentemente, pois (depois do verbo), de<br />

modo/forma/maneira/sorte que...<br />

– Tal exploração ilegal foi denunciada em 2000; em vista disso, quem foi pego está<br />

preso até hoje.<br />

5) Introduzem argumentos com ideia de explicação ou causa: porque, que, porquanto,<br />

senão, pois (antes do verbo), visto que/como, uma vez que, já que, dado que, posto que,<br />

em virtude de, devido a, por motivo/causa/razão de, graças a, em decorrência de, como...<br />

– A estimativa é que mais de 80 mil pessoas foram mortas e 320 mil torturadas em<br />

decorrência das ações da operação na região.<br />

6) Introduzem argumentos com ideia de com<strong>para</strong>ção, analogia: (do) que (após mais,<br />

menos, maior, menor, melhor, pior), qual/ como (após tal), como/ quanto (após tanto,<br />

tão), como (= igual a), assim como, como se, feito...<br />

– “Absurdo é afirmar peremptoriamente, como se fosse produto de conhecimento<br />

científico, que o Brasil não pode ter uma taxa de juros real.” (Delfim Netto)<br />

7) Introduzem argumentos com ideia de condição, hipótese: se, caso, contanto que, exceto<br />

se, desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a não ser que, exceto se...<br />

– O rapaz completará 18 anos de idade em dezembro e ingressará na faculdade no<br />

próximo ano, salvo se, até lá, tiver de fazer uma viagem com os pais pelo mundo.<br />

8) Introduzem argumentos indicando conformidade: conforme, consoante, segundo, como


(= conforme).<br />

– O contraventor, conforme deixou clara a reportagem, aparece em gravações feitas<br />

pela Policia Federal.<br />

9) Introduzem argumentos indicando tempo: quando, logo que, depois que, antes que,<br />

sempre que, desde que, até que, assim que, enquanto, mal, apenas, depois de, antes de...<br />

– Depois de sofrer duras repreensões do sistema penitenciário, reergueu-se como<br />

cidadão exemplar.<br />

10) Introduzem argumentos indicando finalidade: <strong>para</strong>, <strong>para</strong> que, a fim de (que), com o<br />

objetivo/intuito/escopo/fito de...<br />

– A marcha não foi convocada com o intuito de defender o uso da droga, nem de longe<br />

propunha isso.<br />

11) Introduzem ideias de proporcionalidade ou concomitância: à proporção que, à medida<br />

que, ao passo que, quanto mais/menos/menor/maior/melhor/pior...<br />

– À medida que mais policiais entraram na perseguição, ficou fácil derrubar o<br />

brasileiro no chão, torturando-o, até deixá-lo inconsciente.<br />

12) Introduzem argumentos com ideia de prioridade, relevância, visando também à<br />

ênfase, à focalização: primeiramente, precipuamente, em primeiro lugar, primeiro, antes<br />

de mais nada, acima de tudo, sobretudo, por último...<br />

– Sobretudo quando o assunto é Gramática, entramos num “terreno escorregadio”.<br />

13) Introduzem argumentos que sintetizam uma ideia anterior, marcando um desfecho:<br />

em suma, em síntese, enfim, dessa maneira, afinal, em resumo, recapitulando...<br />

– O Brasil, infelizmente, é cercado de corruptos, pessoas incapazes de exercer a<br />

administração de um país como o nosso, tão equipado de qualidades naturais, as<br />

quais, se bem usadas, alavancariam nossa economia, tornando-nos grande potência<br />

mundial. Enfim, precisamos de novas pessoas no poder, com ética.<br />

14) Introduzem argumentos que esclarecem, exemplificam ou retificam: ou seja, isto é,<br />

vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou melhor, ou antes, na realidade,<br />

aliás, por exemplo...<br />

– “A pena <strong>para</strong> quem casa é de prisão perpétua. Pois o juiz, ou melhor, o padre sempre<br />

finaliza a sentença dizendo: até que a morte os separe.” (Antonio Brás Constante)<br />

15) Estabelecem uma contraposição: de um lado... de/por outro lado...<br />

– “Oh! Mundo tão desigual/Tudo é tão desigual / Oh! De um lado, esse carnaval / De<br />

outro, a fome total”. (Gilberto Gil)


16) Introduzem argumentos decisivos que “dão o golpe final” em argumentos contrários:<br />

aliás, além do mais, além de tudo, ademais...<br />

– Pessoas bonitas, ricas e cultas circulam muito bem dentro da sociedade. Aliás, quem<br />

não gostaria de ter tais predicados?


Pressupostos e Subentendidos<br />

Esses dois conceitos são importantes <strong>para</strong> compreendermos bem um texto, afinal, sempre há<br />

informações “implícitas” em um texto, que podem ser propositais ou não, facilmente<br />

percebidas ou não.<br />

Pressupostos<br />

Segundo Platão e Fiorin, pressupostos “são ideias não expressas de maneira explícita, que<br />

decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase”.<br />

Trocando em miúdos: algumas palavras dentro da frase “carregam” informações implícitas.<br />

Observe estas duas frases e os comentários acerca delas:<br />

A população, manipulada, supõe que o país vai progredir<br />

com o novo presidente.<br />

Note que o verbo supor indica que o sujeito (A população) considera verdadeiro o conteúdo<br />

do objeto direto (o país vai progredir com o novo presidente). No entanto, podemos<br />

facilmente pressupor (informação implícita) que o autor dessa declaração não se inclui entre<br />

“A população”, ou seja, ele não supõe que o país vai progredir com o novo presidente.<br />

As pessoas que foram atendidas pelo governo por meio das “bolsas”<br />

estão satisfeitas.<br />

Note que a oração destacada é subordinada adjetiva restritiva, logo o pressuposto é que<br />

apenas algumas pessoas foram atendidas pelo governo e só elas é que estão satisfeitas, isto<br />

é, nem todas foram atendidas, logo nem todas estão satisfeitas. Se a oração fosse adjetiva<br />

explicativa, o pressuposto seria que todas as pessoas foram atendidas e, portanto, estão<br />

satisfeitas.<br />

A respeito da pressuposição, aqui vai uma “dica” importante de Rodolfo Ilari, em seu livro<br />

Introdução à semântica – Brincando com a Gramática:<br />

Diz-se que uma informação é pressuposta quando ela se mantém mesmo que neguemos a<br />

sentença que a veicula. Se alguém nos disser que o carro parou de trepidar depois que foi<br />

ao mecânico, concluímos que o carro morria antes de ir ao mecânico; se esse mesmo<br />

alguém nos disser que o carro não parou de trepidar apesar de ter ido ao mecânico, também<br />

concluiremos que o carro trepidava antes. Sempre que um certo conteúdo está presente<br />

tanto na sentença como em sua negação, dizemos que a sentença pressupõe esse conteúdo.<br />

Há milhares de elementos linguísticos que servem de marcadores de pressupostos, mas,<br />

<strong>para</strong> facilitar a sua vida no assunto, vejamos os mais frequentes, segundo Platão e Fiorin:


1) Certos adjetivos e certos numerais<br />

– O Chevette foi meu primeiro carro.<br />

Pressuposto: Já teve outros carros depois desse.<br />

– A loja foi vítima de novos furtos.<br />

Pressuposto: Já havia sido furtada antes.<br />

– O Vasco é o último colocado na tabela.<br />

Pressuposto: Há outros times à frente dele.<br />

– As microempresas não recebem crédito dos bancos <strong>para</strong> cobrir seus constantes<br />

déficits.<br />

Pressuposto: As microempresas nunca têm lucro.<br />

2) Certos advérbios<br />

– Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.<br />

Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado ou os resultados vão chegar mais tarde.<br />

– O prefeito está menos popular.<br />

Pressuposto: O prefeito antes era mais popular.<br />

– Como Paulo atravessou o rio?<br />

Pressuposto: Paulo atravessou o rio.<br />

– Quando você volta a estudar?<br />

Pressuposto: Já estudou, não está estudando no momento e estudará em algum momento.<br />

3) Certas palavras denotativas<br />

Com ideia de inclusão: inclusive, ainda, mesmo, até, também, nem mesmo...<br />

– Até as mais eminentes autoridades políticas demonstraram sua revolta contra aquele<br />

ato terrorista.<br />

Pressuposto: Outras pessoas, além das eminentes autoridades políticas, manifestaram sua<br />

revolta.<br />

Com ideia de exclusão: apenas, só, somente, exceto, menos...<br />

– Só servimos champanhe na festa.<br />

Pressuposto: Nenhuma outra bebida se serve na festa.<br />

4) Certas formas verbais que indicam mudança ou permanência de estado<br />

Conheça: permanecer, continuar, tornar-se, virar, vir a ser, ficar, passar (a), deixar (de),<br />

<strong>para</strong>r (de), começar (a), principiar (a), converter-se, transformar-se, ganhar, perder...<br />

– Dengue vira risco de epidemia em SP.


Pressuposto: A dengue não era risco de epidemia anteriormente.<br />

– João parou de bater na esposa.<br />

Pressuposto: João é casado e batia na esposa.<br />

– A corrupção no Brasil continua efervescente.<br />

Pressuposto: A corrupção no Brasil já era efervescente anteriormente.<br />

5) Certos verbos que indicam um ponto de vista sobre um fato<br />

Conheça: pretender, supor, alegar, presumir, imaginar...<br />

– Os jornalistas imaginam que nada do que fazem e dizem terá consequências.<br />

Pressuposto: Para os jornalistas, o conteúdo do complemento de imaginar é verdadeiro,<br />

mas, <strong>para</strong> o autor da declaração, é falso.<br />

6) Orações adjetivas (explicativas e restritivas)<br />

– “Os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção.”<br />

Pressuposto: Todos os índios brasileiros abandonaram suas tradições e, por isso, estão em<br />

fase de extinção.<br />

– “Os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção.”<br />

Pressuposto: Somente alguns índios brasileiros abandonaram suas tradições, e, por isso,<br />

nem todos estão em fase de extinção.<br />

Obs.: O mesmo vale <strong>para</strong> os adjetivos; nesse caso, a pontuação muda o sentido: “O<br />

brasileiro, orgulhoso, se considera feliz.” (Pressuposto: Todo brasileiro é orgulhoso.) /<br />

“O brasileiro orgulhoso se considera feliz.” (Pressuposto: Nem todo brasileiro é<br />

orgulhoso.)<br />

7) Certas conjunções e preposições<br />

– “Quando entrarmos em contato com seres inteligentes de outros planetas, os<br />

presumíveis mistérios acerca de sua existência serão esclarecidos.”<br />

Pressuposto: Nunca houve contato com extraterrestres ou ainda vai haver contato com<br />

extraterrestres.<br />

– Apesar de ser mulher, é muito inteligente.<br />

Pressuposto: Mulher não é inteligente.<br />

– “Os acidentados foram socorridos num pronto-socorro do INSS, mas saíram de lá<br />

sãos e salvos.”<br />

Pressuposto: Os que saem do INSS não saem sãos e salvos. Crítica feroz ao INSS.


Antes de passarmos <strong>para</strong> o conceito de subentendidos, veja um exercício proposto pelo<br />

autor Rodolfo Ilari, no mesmo livro citado por último, sobre pressuposição:<br />

“2. Leia a nota abaixo e responda em seguida às perguntas:<br />

Ex-paquita desmente<br />

A ex-paquita Roberta Cipriani desmente rumores do final de seu noivado com Diogo Boni, filho do atual consultor da<br />

Rede Globo de Televisão, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Ela me garantiu que está muito bem com o rapaz, e que<br />

passaram o Carnaval juntinhos em Angra dos Reis.<br />

(Jornal de Jundiaí, 8.3.2000)<br />

Situe-se no momento em que a nota foi escrita e considere estas afirmações:<br />

a) Roberta Cipriani foi paquita, no passado.<br />

b) Roberta Cipriani e Diogo Boni ficaram noivos há algum tempo.<br />

c) O pai de Diogo Boni ainda vive.<br />

d) O pai de Diogo Boni é José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.<br />

e) J. B. de Oliveira Sobrinho trabalha na Rede Globo como consultor.<br />

f) Correram boatos de que Roberta e Diogo terminaram o noivado.<br />

g) Roberta e Diogo terminaram o noivado.<br />

Quais delas são verdadeiras, segundo a nota do jornal? O que mudaria se a nota fosse reduzida à sua primeira parte, e<br />

se, em vez do verbo desmente tivéssemos seu antônimo confirma?”<br />

Resposta:<br />

a) Roberta Cipriani foi paquita, no passado.<br />

Sim. Prova disso: “A ex-paquita Roberta Cipriani...”.<br />

b) Roberta Cipriani e Diogo Boni ficaram noivos há algum tempo.<br />

Sim. Prova disso: “... final de seu noivado com Diogo Boni...”.<br />

c) O pai de Diogo Boni ainda vive.<br />

Sim. Prova disso: “... filho do atual consultor da Rede Globo de Televisão, José Bonifácio<br />

de Oliveira Sobrinho...”.<br />

d) O pai de Diogo Boni é José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.<br />

Sim. Prova disso: “... filho do atual consultor da Rede Globo de Televisão, José Bonifácio<br />

de Oliveira Sobrinho...”.<br />

e) J. B. de Oliveira Sobrinho trabalha na Rede Globo como consultor.<br />

Sim. Prova disso: “...filho do atual consultor da Rede Globo de Televisão, José Bonifácio<br />

de Oliveira Sobrinho...”.<br />

f) Correram boatos de que Roberta e Diogo terminaram o noivado.<br />

Sim. Prova disso: “A ex-paquita Roberta Cipriani desmente rumores do final de seu noivado<br />

com Diogo Boni...”.<br />

g) Roberta e Diogo terminaram o noivado.<br />

Não. Prova disso: “A ex-paquita Roberta Cipriani desmente rumores do final de seu noivado<br />

com Diogo Boni...”.<br />

Logo... todas são verdadeiras, exceto a “g”. Se a nota fosse reduzida à sua primeira parte e,<br />

em vez do verbo desmente, tivéssemos seu antônimo confirma, todas seriam verdadeiras.


Subentendidos<br />

Os subentendidos são mensagens implícitas deduzidas subjetivamente pelo interlocutor.<br />

Justamente por essa ideia de dedução, os subentendidos de uma declaração podem não ser<br />

verdadeiros. Vejamos três exemplos de subentendido, o qual normalmente surge em contextos<br />

sociais:<br />

Ana – Vamos ao cinema?<br />

Carlos – Mas está chovendo...<br />

Possível subentendido: Carlos sugere que não quer ir ao cinema.<br />

Amigo do Mário – É da casa do Mário?<br />

Mãe do Mário – Ele teve de sair, mas já volta.<br />

Possível subentendido: A mãe do Mário entende que o amigo do filho queria falar com ele.<br />

Marido – Está muito frio lá fora!<br />

Esposa – Tudo bem, eu já vou fechar a janela.<br />

Possível subentendido: A esposa entende que o marido fez um pedido.<br />

Para finalizar, segundo Platão e Fiorin, uma informação importante: “Os subentendidos são<br />

as insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na<br />

mão pergunta: Você tem fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe<br />

acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro<br />

por favor.”.<br />

Veja duas questões sobre pressupostos e subentendidos:<br />

4. (FGV – ICMS-RJ – Fiscal de Rendas – 2008) Com base na leitura do texto, analise os itens a seguir:<br />

I. Em “Portanto, a necessidade de as gerações atuais preservarem recursos <strong>para</strong> as gerações futuras também se dá no<br />

que tange aos recursos públicos” o termo grifado colabora com a identificação de um pressuposto.<br />

II. Em “Não mais se concebe uma atuação estatal efetiva sem uma apurada reflexão sobre os gastos públicos, seus<br />

limites e sua aplicação”, na identificação dos implícitos, observa-se um pressuposto.<br />

III. Em “Enquanto o primeiro, normalmente, se adstringe a situações futuras próximas, o segundo vincula-se a situações<br />

futuras a longo prazo”, a leitura só se efetiva se o leitor identificar os subentendidos.<br />

Assinale:<br />

a) Se somente os itens II e III estiverem corretos.<br />

b) Se somente os itens I e II estiverem corretos. (Gabarito)<br />

c) Se todos os itens estiverem corretos.<br />

d) Se nenhum item estiver correto.<br />

e) Se somente os itens I e III estiverem corretos.<br />

Comentário: I- O advérbio também apresenta ideia de adição, logo “se dá no que tange aos<br />

recursos públicos” é apenas um dos possíveis exemplos de preservação de recursos. II- A<br />

expressão não mais indica que anteriormente se concebia “uma atuação estatal efetiva sem<br />

uma apurada reflexão sobre os gastos públicos, seus limites e sua aplicação”. III-<br />

Pegadinha: a leitura só se efetiva se o leitor identificar os “pressupostos”, e não os


subentendidos. O examinador da banca trocou os conceitos <strong>para</strong> você errar. Aproveitando o<br />

ensejo, em “Enquanto o primeiro, normalmente, se adstringe a situações futuras<br />

próximas, o segundo vincula-se a situações futuras a longo prazo”, os pressupostos são,<br />

devido ao normalmente e ao verbo vincular-se, que nem sempre o primeiro se adstringe a<br />

situações futuras próximas e o segundo não se vincula a situações que não sejam futuras nem<br />

que não sejam situações futuras a longo prazo.<br />

4. (UERJ – Vestibular (2 o EQ) – 2012) Político que ousou pensar, intelectual que não se omitiu em agir, pensador e<br />

ativista com causa, principal artífice da abolição do regime escravocrata no Brasil. (l. 2-4)<br />

Na frase acima, Cristovam Buarque define Joaquim Nabuco de quatro maneiras. As três primeiras definições partem de<br />

determinadas pressuposições.<br />

Uma pressuposição que se pode deduzir da leitura do fragmento é:<br />

a) ativistas têm abraçado muitas causas;<br />

b) intelectuais costumam resistir à ação; (Gabarito.)<br />

c) políticos ousam pensar a respeito de tudo;<br />

d) pensadores têm lutado pelo fim da escravidão.<br />

Comentário oficial: Nas três primeiras definições dadas a Joaquim Nabuco, o autor faz o<br />

movimento retórico de inseri-lo em um grupo <strong>para</strong> destacá-lo positivamente desse grupo.<br />

Esse movimento retórico se constrói com base em elementos que podem ser pressupostos a<br />

partir do que é enunciado. Quando define Nabuco como “político que ousou pensar”,<br />

Buarque deixa implícito que políticos na verdade não pensam. Quando define Nabuco como<br />

“intelectual que não se omitiu em agir”, Buarque deixa pressuposta a ideia de que os<br />

intelectuais costumam resistir à ação. Quando define Nabuco como pensador e ativista com<br />

causa, Buarque sugere que os ativistas em geral não têm uma causa clara pela qual se<br />

mobilizam.


Tipologia Textual<br />

Para entendermos mais sobre “o que é um texto” e consequentemente compreendê-lo bem,<br />

precisamos ter contato com diferentes tipos de texto, ou modos de organização do discurso.<br />

A tipologia textual trata da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco<br />

tipos clássicos que aparecem em prova. Dos cinco, recomendo que domine a dissertação.


Texto Narrativo e Tipos de Discurso<br />

O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que<br />

ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem<br />

um enredo ou intriga – o encadeamento, a sucessão dos fatos, o conflito que se desenvolve,<br />

podendo ser linear ou não.<br />

Carcaterísticas principais:<br />

• O tempo verbal predominante é o passado.<br />

• Alguns gêneros textuais narrativos: piada, fábula, parábola, epístola (carta com<br />

relatos), conto, novela, epopeia, crônica (mix de literatura com jornalismo),<br />

romance.<br />

• Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo), com quem ocorreu (personagem),<br />

como ocorreu (conflito/clímax), quando/onde ocorreu (tempo/espaço) são elementos<br />

presentes neste tipo de texto.<br />

• Foco narrativo com narrador de 1 a pessoa (participa da história – onipresente) ou de 3 a<br />

pessoa (não participa da história – onisciente).<br />

• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em prosa, não em verso.<br />

Exemplo:<br />

Numa noite brilhante do mês de fevereiro (tempo), <strong>Fernando</strong> e Juliana (personagens)<br />

caminhavam pela rua (espaço) que conduzia à praça, ao sabor das estrelas (foco narrativo<br />

de 3 a pessoa). Como em um conto de fadas, ela estava totalmente apaixonada por mim, o<br />

<strong>Fernando</strong> da história (foco narrativo de 1 a pessoa). Era o momento ideal <strong>para</strong> ser atrevido,<br />

surpreendendo-a. Foi nesse momento que o rapaz (infelizmente este sou eu de novo) tomou<br />

um tapa daqueles na cara! (clímax) (o todo é o enredo) Eita! Bendita autoestima.<br />

Observe que o texto está escrito em prosa e não em verso, afinal, não há rima, nem métrica,<br />

nem musicalidade.<br />

Observe também que os verbos estão no passado, quando o objetivo é simplesmente relatar:<br />

caminhavam, conduzia, estava, era, foi, tomou. Digo isso, pois, no trecho “infelizmente este<br />

sou eu de novo”, o verbo está no presente. “Por que isso ocorre, <strong>Pestana</strong>?” Simples: o<br />

presente do indicativo é o tempo do comentário e não do relato.<br />

Resumindo: quando se deseja contar, relatar algo, verbo no passado; quando se deseja<br />

comentar, opinar, verbo no presente.<br />

“Mas, <strong>Pestana</strong>, não é possível relatar algo com o verbo no presente?” Até é, mas não é<br />

comum. Quando se usa o presente no lugar do pretérito perfeito, por exemplo, a ideia é relatar<br />

a história imprimindo atualidade a ela, como ocorre nas narrações de futebol.<br />

Agora veja o texto narrativo à la cordel:


CORDEL DA AUTOESTIMA<br />

Poncio Mineiro<br />

9/11/12<br />

Distribuindo alegria<br />

Qual propaganda, letreiro,<br />

<strong>Fernando</strong> e Juliana<br />

Numa noite, em fevereiro,<br />

Caminhavam pela rua<br />

Sob o brilho nu da lua<br />

Num andar aventureiro...<br />

Tendo as estrelas por guia<br />

Até acharam graça<br />

Pois sabiam, com certeza,<br />

Que chegariam à praça<br />

E continuaram andando<br />

Como que desfrutando<br />

Mesma bebida em taça...<br />

Na rua, somente eles,<br />

Num passeio sem igual<br />

Sorvendo cada segundo<br />

Como se fosse o final<br />

Com total liberdade<br />

Parecia, na verdade,<br />

O conto de amor ideal...<br />

E na praça chegaram...<br />

<strong>Fernando</strong> logo pensou:<br />

“Que momento mágico!<br />

Aqui na praça eu estou!<br />

Com Juliana, apaixonada...<br />

O que mais quero? Nada!”<br />

E o imaginário aflorou...<br />

“Nesse conto de fadas<br />

Sou seu ator principal!<br />

E sendo seu príncipe,<br />

Devo agir como tal!<br />

As suas mãos devo tocar


Beijá-las e viajar<br />

Pra meu deleite total...”<br />

“Talvez, seja bem pouco,<br />

O que acabei de pensar...<br />

Devo ser mais ousado<br />

E um pedido pleitear:<br />

Nós dois como um só laço<br />

Envoltos em forte abraço!<br />

Já vejo-a se emocionar...”<br />

“Mas a paixão pede mais!<br />

Ela quer ser desejada!<br />

Serei bem atrevido!<br />

E de repende, do nada,<br />

Agindo sem desleixo<br />

Agarrarei seu queixo<br />

E por mim será beijada...”<br />

“E, então, dessa maneira<br />

Ela sentirá minh’alma<br />

Mexerei com sua libido<br />

E sem ter muita calma<br />

Buscará apavorada<br />

Pela minha mão amada<br />

Somente palma com palma...”<br />

Isso foi suficiente<br />

Pra <strong>Fernando</strong> se nutrir<br />

De todo a certeza<br />

Que era hora de agir<br />

Com seu peito estufado<br />

Deixando receio de lado<br />

E sua vaidade polir...<br />

E um pouco diferente<br />

Do que havia suposto<br />

De fato, houve surpresa,<br />

E pra seu contragosto<br />

Uma mão viu voar<br />

Na sua cara viajar


Carimbando seu rosto...<br />

E foi forte a porrada<br />

Que <strong>Fernando</strong> percebeu<br />

Que do conto de fadas<br />

Havia mais do que um eu<br />

A princesa se apresentou<br />

Ao príncipe se mostrou<br />

Além de um objeto seu...<br />

A viagem que a mão fez<br />

Teve destino impensado<br />

Sua autoestima não viu<br />

O que sempre esteve ao lado:<br />

Ponderar o que se pensa,<br />

E ter, por recompensa,<br />

Sensatez como aliado...<br />

FIM<br />

Tipos de Discurso<br />

Vale dizer que é extremamente comum figurar em textos narrativos determinados tipos de<br />

discurso: direto, indireto e indireto livre. Certamente você já deve ter estudado isso alguma<br />

vez na sua vida.<br />

Os tipos de discurso tratam da participação, da fala da personagem dentro da narração. Isso<br />

acontece de três maneiras: o narrador apresenta a fala da personagem pela própria<br />

personagem (discurso direto), reproduz com sua voz a fala da personagem (discurso indireto)<br />

e apresenta o pensamento da personagem no meio da narração (discurso indireto livre).<br />

No discurso direto, há a presença de alguns elementos básicos (normalmente todos<br />

aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala da personagem), dois-pontos, aspas ou<br />

travessão marcando a própria fala.<br />

No discurso indireto, a fala da personagem por meio do narrador aparece dentro de uma<br />

oração subordinada substantiva (normalmente objetiva direta ou subjetiva).<br />

No discurso indireto livre, a fala da personagem se insere no meio do discurso do narrador,<br />

dando a impressão de que se trata do pensamento do narrador, mas na verdade se trata do<br />

pensamento da personagem; neste caso, não há marcas linguísticas claras indicando a fala<br />

dela. O bom é que, na maioria das provas, o discurso indireto livre vem pontuado por ponto<br />

de exclamação ou interrogação.<br />

– O professor pediu aos alunos: “Fiquem quietos”. (discurso direto)


– O professor pediu-lhes que ficassem quietos. (discurso indireto)<br />

– Eu, como professor, estava incomodado com um aluno desde o início do ano. Olhava, com<br />

raiva e irritado, <strong>para</strong> esse estudante todos os dias. Quando ele vai <strong>para</strong>r de me<br />

perseguir? O aluno se levantou e pediu <strong>para</strong> ir ao banheiro. (discurso indireto livre)<br />

Note, neste último exemplo, que o trecho “Quando ele vai <strong>para</strong>r de me perseguir?” só<br />

pode ter sido do aluno, pois se trata de um pensamento dele sobre a atitude do professor.<br />

Como você pôde perceber, há uma equivalência entre o discurso direto e o indireto. Notou,<br />

por exemplo, que os vocábulos do discurso direto ficaram depois da conjunção integrante<br />

(que) no discurso indireto? Isso é praxe.<br />

Na verdade, existem certas regras de transposição do discurso direto <strong>para</strong> o indireto.<br />

Conheça-as:<br />

DIRETO – Enunciado em primeira pessoa: Disse o aluno: – Eu não confio mais no<br />

professor.<br />

INDIRETO – Enunciado em terceira pessoa: O aluno disse [que ele não confiava mais no<br />

professor.]<br />

DIRETO – Verbo no presente do indicativo: – Eu não confio mais no professor, disse ele.<br />

INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: Ele disse [que não confiava<br />

mais no professor.]<br />

DIRETO – Verbo no pretérito perfeito: “Eu não falei nada!”, exclamou.<br />

INDIRETO – Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no<br />

pretérito mais-que-perfeito: Exclamou [que não tinha/havia falado (ou falara) nada.]<br />

DIRETO – Verbo no futuro do presente: “Protestaremos contra ele de qualquer<br />

maneira.”<br />

INDIRETO – Verbo no futuro do pretérito: Declararam [que protestariam contra ele de<br />

qualquer maneira.]<br />

DIRETO – Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo: “Saia da minha sala”,<br />

ordenou o professor ao aluno.<br />

INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O professor ordenou ao aluno<br />

[que saísse da sua sala.]


DIRETO – Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1 a pessoa (eu, nós,<br />

meu(s), minha(s), nosso(a/s), este(a/s), isto): “A esta hora não responderei nada”, disse<br />

ele.<br />

INDIRETO – Os mesmos pronomes, de 3 a pessoa: Ele disse [que àquela hora não<br />

responderia nada.]<br />

DIRETO – Advérbio aqui e cá: “Daqui eu não saio tão cedo, até que eu fale com o<br />

diretor.”<br />

INDIRETO – Advérbio ali e lá: Disse [que dali não saía tão cedo, até que ele falasse com<br />

o diretor.]


Texto Descritivo<br />

A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por<br />

escrito (ou não) de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um<br />

objeto, um movimento etc.<br />

Características principais:<br />

• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução<br />

adjetiva e oração adjetiva), por sua função caracterizadora.<br />

• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enumeração.<br />

• A noção temporal é normalmente estática.<br />

• Normalmente usam-se verbos de ligação <strong>para</strong> abrir a definição.<br />

• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.<br />

• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anúncio, propaganda,<br />

relatórios, biografia, tutorial.<br />

Exemplo:<br />

Era uma casa (objeto da descrição) muito engraçada (adjetivo descritivo subjetivo)<br />

Não tinha teto*, não tinha nada*<br />

Ninguém podia entrar nela, não<br />

Porque na casa não tinha chão*<br />

Ninguém podia dormir na rede<br />

Porque na casa não tinha parede*<br />

Ninguém podia fazer pipi<br />

Porque penico não tinha ali*<br />

Mas era feita com muito esmero<br />

Na rua dos bobos, número zero<br />

(Vinícius de Moraes)<br />

* Note que este texto, escrito em versos, é narrativo, mas dentro da narração há a descrição,<br />

que apresenta predicados verbais com função objetivamente caracterizadora de um objeto<br />

(a casa): Não tinha teto, não tinha nada, não tinha chão, não tinha parede, penico não tinha<br />

ali.


Texto Injuntivo<br />

A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor.<br />

Chamado também de texto instrucional, o tipo de texto injuntivo é utilizado <strong>para</strong> predizer<br />

acontecimentos e comportamentos, nas leis jurídicas.<br />

Características principais:<br />

• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, com tom<br />

imperativo; há também o uso do futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis<br />

diversas).<br />

• Essas características são encontradas em vários gêneros textuais, como horóscopos,<br />

receitas de bolo, discursos de autoridades, manual de instruções, livros de autoajuda,<br />

leis etc.<br />

• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2 a pessoa ou 1 a pessoa do<br />

plural, perguntas reflexivas etc.<br />

Exemplo:<br />

Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5 o do Código Eleitoral) – Não podem alistar-se<br />

(verbo no imperativo) eleitores: os que não saibam exprimir-se na língua nacional, e os que<br />

estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. Os militares são<br />

alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou<br />

suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior <strong>para</strong> formação de<br />

oficiais.<br />

Seção IV – Da Contingência na Votação – Art. 58. Na hipótese de falha na urna, em<br />

qualquer momento da votação, o presidente da mesa receptora de votos, à vista dos fiscais<br />

presentes, deverá (verbo no futuro com tom imperativo) desligar e religar a urna, digitando<br />

o código de reinício da votação.


Texto Dialogal<br />

O texto dialogal (ou diálogo, ou dialogismo) normalmente aparece dentro de um texto<br />

predominantemente narrativo <strong>para</strong> materializar o intercâmbio entre personagens (a<br />

interlocução), que vão apresentando a história através da conversa; presente no gênero<br />

dramático (peças de teatro).<br />

Características principais:<br />

• Na organização gráfica, é normal o uso de pontuação (travessões ou aspas) <strong>para</strong> indicar<br />

as falas das personagens (iniciadas por letra maiúscula), antecipada por verbo dicendi<br />

(verbo elocutivo) e dois-pontos; resumindo: discurso direto.<br />

• Pode conter marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas.<br />

• Marcadores conversacionais: então, ora pois, pois é, bem, mas vá lá, diz lá, pronto,<br />

assim assim, e tal, não pode ser, não me digas, tipo, que tal?, não é (né)?, não é<br />

verdade?, não é assim?, não achas?, como assim?, que te parece?, e tu?, como assim?,<br />

diz quem? etc.<br />

Exemplo:<br />

Uma senhora entra em uma concessionária de carros famosos. Ela olha ao redor, acha o<br />

carro perfeito e começa a examiná-lo. Ao inclinar-se <strong>para</strong> ver se tinha revestimento de<br />

couro, deixa escapar um sonoro pum. Muito envergonhada, ela nervosamente dá uma<br />

olhada <strong>para</strong> ver se alguém notou o pequeno incidente... Porém, ao virar-se, dá de cara com<br />

um vendedor que já estava atrás dela, que diz (com a maior cara dura):<br />

– Bom dia, senhora. Como posso ajudá-la hoje? (discurso direto)<br />

Muito sem graça, ela pergunta:<br />

– Por favor, qual o preço deste adorável veículo? (discurso direto)<br />

O vendedor responde:<br />

– A senhora me perdoe a sinceridade, mas se a senhora peidou somente ao vê-lo, vai se<br />

cagar toda quando souber o preço. (discurso direto)


Texto Dissertativo<br />

Antes de mais nada, o texto dissertativo pode ser expositivo ou argumentativo.<br />

Dissertação Expositiva<br />

Este tipo de texto é caracterizado por esclarecer um assunto de maneira atemporal com o<br />

objetivo de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.<br />

Características principais:<br />

• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.<br />

• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, informar.<br />

• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.<br />

• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa de ponto de vista.<br />

• Apresenta linguagem clara e imparcial.<br />

Exemplo:<br />

O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no questionamento, na reflexão,<br />

na polemização, no debate, na expressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de<br />

um determinado tema. (introdução) Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a<br />

dissertação expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). (desenvolvimento)<br />

Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um assunto, imparcialmente, ou<br />

discutindo-o, parcialmente. (conclusão)<br />

Note os verbos no presente: consiste, existem, pode-se dissertar.<br />

Dissertação Argumentativa<br />

Este tipo de texto – muito frequente nas provas de concursos! – apresenta posicionamentos<br />

pessoais e exposição de ideias apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de<br />

objetividade, clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu intuito é a<br />

defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor (leitor ou ouvinte).<br />

Características principais:<br />

• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão): ideia principal<br />

do texto (tese); argumentos (estratégias argumentativas: causa-efeito, dados<br />

estatísticos, testemunho de autoridade, citações, confronto, com<strong>para</strong>ção, fatoexemplo,<br />

enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com<br />

sugestão/solução).<br />

• Principais gêneros textuais em que se observam características desse tipo de texto:<br />

redação de concursos, artigos de opinião, cartas de leitor, discursos de<br />

defesa/acusação, resenhas...<br />

• Utiliza verbos na 1 a pessoa (normalmente nas argumentações informais) e na 3 a pessoa


do presente do indicativo (normalmente nas argumentações formais) <strong>para</strong> imprimir uma<br />

atemporalidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito.<br />

• Constitui-se de linguagem cuidada, com estruturas lexicais e sintáticas claras, simples e<br />

adequadas ao registro culto.<br />

• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modalizações discursivas (indicando<br />

noções de possibilidade, certeza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou<br />

sentimentos exaltados.<br />

• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o desenvolvimento coerente da<br />

ideia principal, evitando-se rodeios.<br />

• Às vezes, usam-se elementos de primeira pessoa como recurso retórico <strong>para</strong> envolver o<br />

leitor no pensamento do autor do texto.<br />

• Os verbos normalmente se encontram no presente do indicativo ou no futuro do presente.<br />

Exemplo de texto dissertivo-argumentativo:<br />

A maioria dos problemas existentes em um país em desenvolvimento, como o nosso,<br />

podem ser resolvidos com uma eficiente administração política (tese), porque a força<br />

governamental certamente se sobrepõe a poderes <strong>para</strong>lelos, os quais – por negligência de<br />

nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metrópoles (tópico frasal: todo este<br />

período). Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que<br />

comprovou uma verdade simples: se for do desejo dos políticos uma mudança radical<br />

visando o bem-estar da população, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa:<br />

fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar de mãos atadas à<br />

espera de uma atitude do governo só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre terá<br />

de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão).<br />

Note que a maior parte dos verbos estão no presente do indicativo, o que imprime um<br />

caráter de verdade ao texto. Isso influencia o leitor (ou ouvinte) a aceitar o ponto de vista<br />

exposto. Note também que há um desenvolvimento coerente das ideias ao longo do texto, as<br />

quais se centram na tese. Por fim, a linguagem polida com estratégia de argumentação<br />

consistente tornam o texto bem persuasivo, afinal, a intenção de um texto dissertativoargumentativo<br />

é sempre conduzir alguém a aceitar um ponto de vista.<br />

Falemos mais agora das estratégias argumentativas, pois elas é que sedimentam a tese,<br />

influindo diretamente na opinião do interlocutor.


Estratégias Argumentativas<br />

Existem muitas estratégias argumentativas – ou seja, recursos discursivos que servem<br />

<strong>para</strong> fortalecer a tese a respeito de um assunto – de que nos podemos valer <strong>para</strong> tornar nosso<br />

discurso mais convincente. Vejamos algumas:<br />

Modalização<br />

Recomendo que releia os valores discursivos das classes gramaticais <strong>para</strong> relembrar o que<br />

é modalização.<br />

“Com a finalidade de evitar o desperdício, o que nos protegerá de futuros problemas, é<br />

vital que se faça um trabalho voltado <strong>para</strong> o reuso da água.”<br />

A palavra destacada é modalizadora porque expressa um ponto de vista do autor do texto.<br />

Para ele, o fato de se fazer um trabalho voltado <strong>para</strong> o reuso da água é muito importante, ou<br />

melhor, é vital! O objetivo dessa palavra é provocar a reflexão do leitor sobre a importância<br />

do assunto em pauta.<br />

Exemplificação (fato-exemplo)<br />

Exemplificar é apresentar um fato ou cenário que confirma uma tese ou demonstra uma<br />

verdade.<br />

“Certos comportamentos humanos não podem ser tolerados e, por isso, precisam ser<br />

constantemente relembrados <strong>para</strong> que não se repitam, como o massacre dos judeus pelos<br />

nazistas.”<br />

Obs.: Não confunda explicação X explicitação X exemplificação. A explicação é a ação de<br />

fazer entender algo já apresentado; a explicitação é a ação de revelar algo, torná-lo<br />

conhecido; a exemplificação é a ação de ilustrar, representar ou confirmar aquilo de que<br />

se está falando. Já caiu uma questão sobre isso: FGV – MEC – Analista de Sistemas –<br />

2009 – QUESTÃO 5 d).<br />

Enumeração<br />

Enumerar é fazer uma lista especificada, uma relação metódica de algo; normalmente há<br />

gradação em uma enumeração.<br />

“O Brasil, se quiser deixar de ser um país em desenvolvimento e se tornar um país<br />

desenvolvido, precisará urgentemente de algumas mudanças: investimento em educação,<br />

saúde, segurança, saneamento básico, emprego, etc.”<br />

Fato histórico


“Tendenciosamente, a religião, principalmente a católica, sempre esteve envolvida com a<br />

política. No golpe militar de 64, a Igreja esteve ao lado dos militares. Só após os seus<br />

terem sido perseguidos e torturados passou a reagir e a lutar em defesa de seus membros.”<br />

Com<strong>para</strong>ção<br />

Com<strong>para</strong>r é confrontar elementos, identificando pontos de analogia ou de similaridade entre<br />

si, numa relação de igualdade, superioridade ou inferioridade.<br />

“Não há dúvidas de que os eventos esportivos nos países em desenvolvimento os ajudam<br />

a modificar seu cenário econômico e social. Assim como a África do Sul se beneficiou<br />

com o aumento de emprego e com o investimento em transporte, o mesmo ocorrerá no<br />

Brasil.”<br />

Contraposição<br />

Contrapor significa confrontar, pondo lado a lado certos elementos.<br />

“Segundo uma enquete realizada pela BVA <strong>para</strong> o vespertino Le Parisien, 58% dos<br />

franceses são favoráveis ao casamento homossexual, ante 63% no ano passado. Por outro<br />

lado, 50% entre eles não são contrários à adoção homoparental, ante 56% no ano<br />

passado.” (Gianni Carta; 06/11/2012)<br />

Causa e efeito<br />

Reestude os conectivos de valor causal, conclusivo ou consecutivo (conjunções e<br />

preposições), pois são eles que estabelecem a relação de causa e efeito.<br />

“Como todos os outros, o preconceito homofóbico é cultural, pois não se nasce com ele.<br />

Não se escolhe ser homossexual, nem heterossexual”. (Içami Tiba)<br />

Dados estatísticos<br />

“O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de âmbito nacional. Deu o esperado: 48%<br />

dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Mas 80% desses se<br />

restringiram a apenas três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 6%) e PSDB (com<br />

5%). Olhado desse modo, o sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os restantes<br />

26 partidos dividem os 20% que sobram.” (Marcos Coimbra; 30/05/2012)<br />

Definição<br />

Definir é retratar, descrever, explicar algo em sua natureza; é mostrar o significado de algo.<br />

A definição pode ser objetiva ou subjetiva.<br />

“Segundo Barbosa Filho, ‘O amor é um sentimento sublime, que supera os problemas e


diferenças, resiste ao tempo e se fortalece com a distância’. É a partir desse sentimento<br />

que muitas pessoas entregam suas vidas a favor de outras.”<br />

Testemunho de autoridade<br />

Uma autoridade pode ser uma pessoa ou, até mesmo, uma instituição. Desde que goze de<br />

prestígio social, tal recurso é muito relevante na argumentação.<br />

“Deve-se ressaltar a importância da transparência nos governos <strong>para</strong> aprimorar a<br />

governança e a gestão. Tal afirmação foi, inclusive, sublinhada pela presidenta Dilma<br />

Rousseff: ‘Quanto maior a transparência, maior a possibilidade de que o dinheiro público<br />

se destine ao que são os programas necessários.’”<br />

Contra-argumentação<br />

Contra-argumentar é apresentar argumento em contrário. Ou seja, expõe-se uma ideia <strong>para</strong><br />

depois refutá-la (negando-a ou reduzindo sua importância) a fim de mostrar que a tese<br />

defendida (a contra-argumentação) é melhor que a refutada.<br />

“Muito se diz sobre o cigarro de maconha ser prejudicial à saúde (tese refutada), no<br />

entanto é importante que se saiba que a erva tem ajudado pessoas com câncer a suportar a<br />

dor, pessoas com AIDS a se alimentar melhor, pessoas com esclerose múltipla a ter seus<br />

sintomas aliviados, etc. (tese defendida)”<br />

Pergunta retórica<br />

A pergunta retórica é aquela que não exige uma resposta imediata, pois seu objetivo é<br />

provocar a reflexão. Muitas vezes a resposta à pergunta retórica vem embutida.<br />

“Em vista da pacificação das favelas do Rio de Janeiro, a força militar vem sendo muito<br />

elogiada por sua precisão e competência. Precisamos realmente de uma nova ação militar<br />

<strong>para</strong> restaurar a paz nas comunidades ou agora é o momento de levar cultura a elas?”<br />

A primeira parte da pergunta traz um “não” como resposta embutida, afinal, já houve<br />

pacificação. A segunda parte da pergunta é o foco, o próximo passo a ser dado a fim de trazer<br />

mais um elemento positivo a esses grupos sociais, a cultura. Percebeu que a pergunta levou a<br />

uma reflexão?<br />

Obs.: Caso queira ver boas questões sobre estratégias argumentativas, recomendo que<br />

consulte estas: UERJ – VESTIBULAR (1 o EQ) – 2012 – QUESTÃO 11 b); UERJ –<br />

VESTIBULAR (1 o EQ) – 2011 – QUESTÃO 5 b); UERJ – VESTIBULAR (2 o EQ) –<br />

2009 – QUESTÃO 5 d).


Métodos de Raciocínio<br />

Os métodos de raciocínio ou métodos argumentativos servem <strong>para</strong> construir a<br />

argumentação de maneira lógica, partindo-se de um conceito geral <strong>para</strong> um conceito particular<br />

ou vice-versa. Algumas vezes, porém, há raciocínios falhos, intencionalmente usados (ou não)<br />

<strong>para</strong> enganar o interlocutor, a que chamamos de falácia.<br />

Vamos entender isso melhor a partir da análise dos conceitos de silogismo e dos derivados<br />

métodos dedutivo, indutivo e dialético.<br />

Silogismo<br />

O filósofo Aristóteles foi o “cara” responsável por cunhar este conceito. Ele “efetuou o<br />

conceito de argumentação lógica e perfeita baseada em três proposições relacionadas entre<br />

si”.<br />

Trata-se de um raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições,<br />

ditas premissas (maior e menor), das quais, por inferência, se obtém necessariamente uma<br />

terceira, chamada conclusão.<br />

Premissa maior: Todos os homens são mortais.<br />

Premissa menor: Os gregos são homens.<br />

Conclusão: Logo, os gregos são mortais.<br />

É óbvio que haveria muito mais a dizer sobre isso, mas basicamente construímos nossa<br />

argumentação em cima de premissas (consideradas verdadeiras) <strong>para</strong> chegarmos a uma<br />

conclusão. É praxe a redação dissertativo-argumentativa trabalhar isso. Vamos continuar<br />

entendendo...<br />

Método de Raciocínio Dedutivo<br />

Consiste em apresentar primeiro um conceito abstrato (geral), partindo, em seguida, <strong>para</strong><br />

um conceito concreto (particular). A conclusão é inquestionável. O exemplo do silogismo<br />

acima é dedutivo. Veja outro exemplo:<br />

Premissa maior: O estudo promove ascensão financeira.<br />

Premissa menor: Meus filhos estudam nos melhores colégios.<br />

Conclusão: Logo, meus filhos ascenderão socialmente.<br />

Em termos práticos, veja uma questão sobre isso: UERJ – VESTIBULAR (2 o EQ) – 2009 –<br />

QUESTÃO 3 b).<br />

Método de Raciocínio Indutivo<br />

Consiste em apresentar primeiro um conceito concreto (particular), partindo, em seguida,<br />

<strong>para</strong> um conceito abstrato (geral). A conclusão é eficaz, mas questionável. Veja:


Premissa maior: Os políticos do Brasil frequentemente estão envolvidos em corrupção,<br />

segundo lemos nos jornais todos os dias.<br />

Premissa menor: A política é um meio corruptível.<br />

Conclusão: Logo, a política no Brasil produz governantes antiéticos.<br />

Em termos práticos, veja uma questão sobre isso: UERJ – VESTIBULAR (1 o EQ) – 2012 –<br />

QUESTÃO 6 a). UERJ – VESTIBULAR (2 o EQ) – 2012 – QUESTÃO 7 d).<br />

Método de Raciocínio Dialético<br />

Apresenta-se a tese, depois a antítese e finaliza-se com a síntese. A tese é o ponto de<br />

vista do autor do texto. A antítese é o ponto de vista contrário ao do autor. A síntese é a<br />

desconstrução da antítese <strong>para</strong> validar a tese.<br />

“A inclinação do ser humano <strong>para</strong> adorar um ser superior não é voluntária. (tese) É<br />

claro que, por outro lado, há os que creem ser possível crescer, viver e morrer sem a ideia<br />

de Deus, escolhendo a anulação de um ser superior como guia e/ou ajudador de suas vidas.<br />

(antítese) Não obstante, quanto mais passamos por experiências relacionadas a<br />

dificuldades, como doenças, pobreza, fome, vícios, mais reconhecemos que não podemos<br />

nos colocar na posição de juízes de nós mesmos. Necessitamos, portanto, de uma lei maior,<br />

de uma providência. (síntese)”<br />

Falácia<br />

Segundo o Manual de Redação da PUC/RS, falácias “são enunciados ou tentativas de<br />

persuadir o leitor mediante um raciocínio errôneo, mediante um argumento fraudulento,<br />

enganoso. As falácias, como você pode constatar, estão em todos os discursos: na<br />

publicidade, na política, nas religiões, na economia, no comércio etc. Falácia é, pois, todo o<br />

raciocínio aparentemente válido, mas, na realidade incorreto, que faz cair em erro ou engano”.<br />

Existem diversas maneiras falaciosas de convencer alguém: ameaça, apelação, boato,<br />

sabedoria popular, testemunho de (não) autoridade, discurso religioso, falso dilema,<br />

generalização, falsa analogia, mudança do ônus da prova etc.<br />

Veja três exemplos de argumentos falaciosos (perceba o “engano” neles):<br />

– As práticas religiosas muçulmanas remontam a muitos e muitos séculos, logo não<br />

podemos questioná-las.<br />

– O maior piloto brasileiro de todos os tempos já morreu, certamente não existirá outro<br />

igual a ele em profissionalismo e habilidade.<br />

– “Deve-se coibir usos como estes: “Me dá um cigarro”, “eu vi ele”, “tu foi”, etc.,<br />

porque, com essa permissividade, vamos reduzir a língua de Camões a uma falação de<br />

brutos, a uma língua pobre, de poucas palavras e alguns grunhidos.”


Em termos práticos, veja uma questão sobre isso: UERJ – VESTIBULAR (PORTUGUÊS<br />

INSTRUMENTAL) – 2009 – QUESTÃO 5.


Gênero Textual<br />

Gêneros textuais são formas diferentes de expressão comunicativa. As muitas formas de<br />

elaboração de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo,<br />

os gêneros desempenham papéis sociais, próprios do dia a dia: telefonema, sermão, cartas<br />

(comercial, pessoal, argumentativa, oficial...), romance, conto, crônica, poema, bilhete,<br />

reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística,<br />

horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante,<br />

panfletos, charges, quadrinhos, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha,<br />

edital de concurso, piada, fábula, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica,<br />

bate-papo por computador, apostilas, aulas virtuais etc.<br />

Portanto, não confunda tipo de texto com gênero textual. Estes são desdobramentos<br />

daqueles (mais fixos). Olhamos <strong>para</strong> um texto e dizemos que ele é do t-i-p-o dissertativo por<br />

causa de sua estrutura e de sua função, no entanto esse mesmo texto dissertativo pode se<br />

desdobrar em artigos (de opinião ou não), carta de leitor, carta de solicitação, carta<br />

argumentativa, discurso de defesa ou de acusação, resenha crítica, resumo, editorial,<br />

ensaio, seminário, conferência, palestra, verbete, resenha etc. (todos esses, gêneros<br />

textuais).<br />

Alguns gêneros textuais mais cobrados em provas são carta (argumentativa ou não),<br />

publicidade, charge, textos literários (poemas, crônicas, fragmentos de contos e<br />

romances), quadros e textos jornalísticos (notícias, entrevista, artigo de opinião,<br />

reportagem, artigos de opinião, editorial, classificados...).<br />

Infelizmente esta gramática não é um livro de redação, por isso recomendo que procure<br />

conhecer esses gêneros textuais em livros que tratam disso, como Para Entender o Texto –<br />

Leitura e Redação, de Platão e Fiorin e Texto e Interação – Uma Proposta de Produção<br />

Textual a partir de Gêneros e Projetos, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar<br />

Magalhães.<br />

No entanto, como meus dedos coçam e sei que a “crônica” aparece frequentemente em<br />

concursos, deixarei que o grande mestre das nossas letras, Machado de Assis, explique-nos o<br />

que é uma crônica por meio de uma crônica:<br />

O nascimento da crônica<br />

Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que<br />

desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou<br />

simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos<br />

atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre<br />

amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a


crônica.<br />

Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam<br />

de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes<br />

mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No <strong>para</strong>íso é provável, é certo que o calor era<br />

mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas<br />

razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia<br />

sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe.<br />

Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias<br />

do primeiro homem.<br />

Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o <strong>para</strong>íso, cessou, com essa<br />

degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o<br />

inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos<br />

pelos doze meses do ano.<br />

Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a<br />

probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas,<br />

entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, <strong>para</strong> debicar os sucessos do dia.<br />

Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma diria que não pudera comer ao<br />

jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das<br />

ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito<br />

morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem<br />

da crônica.<br />

Que eu, sabedor ou conjeturador de tão alta prosápia, queira repetir o meio de que<br />

lançaram mãos as duas avós do cronista, é realmente cometer uma trivialidade; e<br />

contudo, leitor, seria difícil falar desta quinzena sem dar à canícula o lugar de honra<br />

que lhe compete. Seria; mas eu dispensarei esse meio quase tão velho como o mundo,<br />

<strong>para</strong> somente dizer que a verdade mais incontestável que achei debaixo do sol é que<br />

ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre mais feliz do que outra.<br />

Não afirmo sem prova.<br />

Fui há dias a um cemitério, a um enterro, logo de manhã, num dia ardente como todos<br />

os diabos e suas respectivas habitações. Em volta de mim ouvia o estribilho geral: que<br />

calor! Que sol! É de rachar passarinho! É de fazer um homem doido!<br />

Íamos em carros! Apeamo-nos à porta do cemitério e caminhamos um longo pedaço. O<br />

sol das onze horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos os chapéus,<br />

abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se o


enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em abrir<br />

covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazer cair a enxada. Nós enterramos o<br />

morto, voltamos nos carros, e daí às nossas casas ou repartições. E eles? Lá os<br />

achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar com a enxada. Se o<br />

sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante todas as horas quentes<br />

do dia?<br />

O texto acima foi publicado no livro “Crônicas Escolhidas”, Editora Ática – São<br />

Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras”,<br />

Editora Objetiva – Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de<br />

Joaquim Ferreira dos Santos.<br />

Resumindo: A crônica narra fatos do dia a dia, acontecimentos cotidianos e atuais, de uma<br />

maneira diferente, ora com intenção crítica, ora com intenção poética, ou de ambas as<br />

maneiras.


Estratégias <strong>para</strong> Compreensão/Interpretação de Textos<br />

Agora chegou o momento de assimilar algumas estratégias que facilitarão a intelecção<br />

(compreensão) de um texto.<br />

Antes, porém, já reparou que, normalmente, a banca põe no conteúdo programático<br />

“Compreensão e Interpretação de Texto”? Aí, meus alunos vêm a mim e lançam um direto no<br />

queixo: “<strong>Pestana</strong>, qual é a diferença entre compreensão e interpretação?” Minha resposta é<br />

basicamente esta: “Meu camarada (ou minha queridinha – sem ironia), compreender é ter a<br />

habilidade de perceber o significado de algo, analisar o que realmente está escrito. Já<br />

interpretar significa dar sentido a, deduzir de maneira lógica, inferir, chegar a uma conclusão<br />

do que se lê nas entrelinhas do texto.”. As bancas não exigem diretamente de você a diferença,<br />

então relaxe.<br />

A interpretação está muito ligada ao subentendido, ou seja, ao que está nas entrelinhas (não<br />

vamos entrar aqui no mérito de pressuposto e subentendido novamente), logo ela trabalha<br />

com o que se pode deduzir de um texto. Veja estas duas piadas – elas são ótimas <strong>para</strong> que<br />

você entenda interpretação, afinal você só ri de uma se conseguir interpretá-la, “ver” o<br />

implícito. Tente deduzir as ideias contidas nelas (depois confira meus comentários):<br />

1 a piada:<br />

– Como é que chama um bandido armado até os dentes?<br />

– Eu o chamaria de senhor.<br />

2 a piada:<br />

– O que o senhor fazia no emprego anterior?<br />

– Era funcionário público.<br />

– Ok... o senhor pode contar até dez?<br />

– Claro. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... valete, dama, rei...<br />

Comentários:<br />

Para que haja o riso na primeira piada, é preciso que a interpretação aconteça da seguinte<br />

maneira: o perguntador esperava outra resposta, como “meliante”, “perigoso”, “delinquente”,<br />

“marginal” etc., mas inusitadamente o interlocutor quebra a sua expectativa e diz: “Eu o<br />

chamaria de senhor.”, ou seja, o tratamento dado a um bandido fortemente armado deve ser<br />

polido, cortês, <strong>para</strong> que o assaltado não sofra nenhuma represália.<br />

Já o humor da segunda piada está centrado em um conhecimento de mundo, mais<br />

propriamente a uma opinião preconceituosa sobre funcionários públicos, a saber: o trabalho<br />

deles é um lazer; percebemos isso pelas palavras que remetem ao jogo de baralho.<br />

Em suma, a interpretação depende do subentendido, do conhecimento de mundo. A


compreensão depende do que está claramente percebido na leitura de um texto. Quando<br />

alguém pergunta se entendemos este ou aquele texto, só dizemos “sim” caso tenha ficado<br />

percebida a ideia principal e as principais características do texto lido. Podemos não saber<br />

tudo dele, mas conseguimos sintetizá-lo. Veja o texto abaixo:<br />

“Portanto, o ideal é pensarmos o corpo como objeto da educação, ou seja, é reconhecer<br />

que o conhecimento emerge do corpo a partir das experiências vividas. Experiências,<br />

essas, que estão relacionadas tanto com a autonomia do corpo quanto com a sua<br />

dependência ao meio, a cultura e a sociedade em que vive. Nesse contexto,<br />

consideramos que, na própria ação, já há cognição, uma vez que a aprendizagem<br />

emerge do corpo a partir das suas relações com o entorno (...)<br />

A gestualidade ou os cuidados com o corpo podem e devem ser tematizados nas<br />

diferentes práticas educativas, inseridos nas grades curriculares e viabilizados por<br />

diferentes disciplinas. O desafio está <strong>para</strong> os educadores e, principalmente, <strong>para</strong> os<br />

educadores físicos, em desmitificar o culto ao corpo perfeito, dando subsídios <strong>para</strong> se<br />

pensar num corpo que contenha significações que singularizam o sujeito, que permitam<br />

a intercomunicação com a singularidade do outro indivíduo, sendo considerada base<br />

<strong>para</strong> a construção do conhecimento.”<br />

(Fragmento conclusivo do artigo Corpo objeto: um olhar das ciências sociais sobre o<br />

corpo na contemporaneidade, de José Florentino e Fátima Rejane Ayres Florentino, na<br />

internet, em http://www.efdeportes.com/efd113/o-corpo-na-contemporaneidade.htm)<br />

Podemos entender do texto que, <strong>para</strong> os autores, o corpo deve ser pensado em suas<br />

singularidades e em sua capacidade de interação, pois eles pensam em um corpo “que<br />

contenha significações que singularizam o sujeito, que permitam a intercomunicação com a<br />

singularidade do outro indivíduo”. Opõem-se à ideia do “culto ao corpo” e asseveram que<br />

“diferentes disciplinas” (não apenas Educação Física) versem sobre ele.<br />

O bom desse papo todo de interpretação e compreensão é que, na prova, a banca está<br />

realmente preocupada em nivelar os que têm uma boa capacidade intelectiva, por isso faço<br />

questão de revelar meu método de boa leitura de um texto, de modo que você se sinta<br />

confortável <strong>para</strong> fazer uma questão de compreensão/interpretação.<br />

Meu método dos “dez mandamentos” é este (devo muito ao Bechara):<br />

1 o Leia o texto despretensiosamente uma primeira vez, como se quisesse apenas se inteirar<br />

do assunto; e uma segunda vez, <strong>para</strong> confirmar sua primeira percepção sobre como ele foi<br />

articulado: narração, descrição, dissertação...<br />

2 o Na segunda vez, sem muita pressa, resuma cada parágrafo, buscando sempre a ideia mais


importante dele; <strong>para</strong>fraseie as ideias <strong>para</strong> ficarem mais claras em sua mente. Releia quantas<br />

vezes forem necessárias (administre seu tempo!).<br />

3 o Em textos dissertativos, não deixe de sublinhar o tópico frasal (a frase mais importante)<br />

de cada parágrafo, pois lá estará a opinião ou tese do autor.<br />

4 o Como normalmente os textos das provas de concurso são dissertativo-argumentativos,<br />

observe as estratégias de argumentação do texto: causa-efeito, dados estatísticos,<br />

testemunho de autoridade, com<strong>para</strong>ção, fato-exemplo, enumeração.<br />

5 o Mais do que isso, observe entre cada par de parágrafos se há entre eles alguma relação<br />

de esclarecimento, resumo, explicação, exemplificação, descrição, enumeração,<br />

oposição, conclusão (estude os operadores argumentativos <strong>para</strong> este fim).<br />

6 o Importante: se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, ele se refere à tese. Vá<br />

direto ao(s) parágrafo(s) de introdução ou conclusão do texto; sempre há uma reiteração do<br />

conteúdo principal do texto.<br />

7 o Não se desespere com palavras técnicas ou não usuais, pois elas não serão o foco da<br />

questão; no entanto, tente depreender o sentido delas pelo contexto.<br />

8 o Não queira adivinhar o que o autor quis dizer, mas apegue-se tão somente ao texto, nunca<br />

extrapole a visão dele. Seja objetivo, não “viaje”, pois as respostas são encontradas no<br />

texto! Por isso, procure as “pistas” espalhadas nele.<br />

9 o Nas questões, busque o comando delas, e sublinhe, <strong>para</strong> manter o foco: “Infere-se...<br />

Deduz-se... Conclui-se... A ideia central é...”.<br />

10 o MARQUE A QUESTÃO CERTA, POR FAVOR!<br />

Descontraia-se! Fazer uma prova despretensiosamente é a melhor arma do candidato. Eu<br />

falei despretensiosamente, não “desconcentradamente”! Desconcentrado nunca! A<br />

despretensão tira de você aquele peso nas costas de fazer uma prova difícil.<br />

O próximo tópico é bastante interessante. Não deixe de considerá-lo!


Análise de um Texto<br />

Senti a necessidade de mostrar como se faz, isto é, mostrar o que se deve fazer <strong>para</strong> melhor<br />

analisar um texto, buscando sua compreensão máxima. Acompanhe!<br />

Um semi<strong>para</strong>doxo chamado reality show<br />

Como se não bastasse a teatralização manipuladora das novelas brasileiras – exibidas<br />

de segunda a sábado! –, a população brasileira passou a conviver, a partir do início de<br />

2002, com uma nova forma de nocivo controle mental que vai ao ar de segunda a<br />

segunda – durante alguns meses – com um curto intervalo entre um programa e outro: o<br />

Big Brother Brasil (BBB), um reality show globalizado. Por outro lado, o despertar<br />

do fascínio é criado pela mídia e sustentado por pessoas influentes, de discurso<br />

garboso, na sociedade, de modo que nos acabamos sabotando. E outros programas<br />

similares vêm correndo por fora.<br />

Desde então, as ruas ficam muito desertas nas noites de quinta-feira, e mais<br />

abandonadas ainda nas imperdíveis e emocionantes terças-feiras. Não podemos perder<br />

“quem vai ser o líder” ou “quem vai ao paredão”, certo? Além de tal aprisionamento<br />

em frente à TV, os espectadores ainda acreditam que podem participar deste programa,<br />

já que uma babá recebeu meio milhão de reais e, no ano seguinte, um homossexual<br />

levou <strong>para</strong> casa o dobro da quantia. Agora você pode ganhar R$1.500.000,00 (quem<br />

sabe mais, com prêmios extras ao longo do programa)! Mais do que este grande mote,<br />

há um fascínio pelo show. “O que torna o programa um sucesso se deve ao fato de que<br />

há uma necessidade inerente do homem do voyeurismo”, diz o sexólogo Carlos Motta<br />

Noblat.<br />

Não satisfeito, desde o primeiro ano, o centro de pesquisas VOX GENERALIS vem<br />

apresentando precisos números que corroboram o garantido sucesso no nosso<br />

intelectualmente atrasado país: assustadores 65% da população assistem assiduamente<br />

aos famosos “paredões”. Dá <strong>para</strong> acreditar como a cultura da futilidade é tão popular?<br />

Assim como Chacrinha era um “estouro” na audiência, nos anos 80, o novo Chacrinha<br />

ressurge com nova roupagem atraindo os olhares alheios <strong>para</strong> mulheres seminuas –<br />

quiçá nuinhas da silva! Ainda nos resta alguma dúvida de que tal reality show vai<br />

perpetuar-se ao longo de bons anos pela frente? Pasmem: há um contrato deste<br />

“câncer” só até 2014.<br />

Não obstante, quem não gosta de “dar uma espiadinha”, como diz Bial? Se o próprio Jô<br />

Soares postou no twitter (ele diz que não tem!): “BBB = desliga a TV”, é porque ele<br />

sentiu aquele comichão do homem em investigar a vida alheia. O que se deduz é que o<br />

homem se vê no lugar do outro e tem a sensação de que está sendo representado por um<br />

brother da casa. Dessa forma, a indústria do espetáculo vem recrutando os ingênuos


telespectadores, que se submetem às mais patéticas situações <strong>para</strong> gravarem seus<br />

DVDs e concorrerem a uma vaga no programa. Inclusive nós já nos devemos ter<br />

perguntado: “E se eu...?”<br />

De qualquer modo, fico com o que diz meu bom senso: o programa é nocivo, pois<br />

desperta no homem muita baixaria e vilania. E não é falso moralismo; é simplesmente<br />

patético ver que, com a oscilação da audiência, o diretor tenta de tudo: paredão<br />

quádruplo com direito a duas eliminações de uma só vez; construção de uma casa de<br />

vidro num famoso shopping carioca <strong>para</strong> dar a chance de um dos cinco primeiros<br />

eliminados retornarem ao programa; a intervenção de Pedro Bial (coitado!) apelando<br />

<strong>para</strong> os participantes “curtirem a vida dentro da casa”, etc. O BBB entrou <strong>para</strong> a<br />

história como um dos programas mais abjetos e desprezíveis da televisão brasileira.<br />

Espere <strong>para</strong> ver o BBB 13, ou seria o 14...?<br />

<strong>Fernando</strong> J. V. <strong>Pestana</strong><br />

E aí?! 1) Leu o texto despretensiosamente? 2) Percebeu que este texto é dissertativoargumentativo?<br />

3) Resumiu cada parágrafo? 4) Sublinhou os tópicos frasais de cada<br />

parágrafo? 5) Observou as estratégias argumentativas nos parágrafos de desenvolvimento? 6)<br />

Percebeu as relações entre os parágrafos? 7) Consultou os parágrafos de introdução e de<br />

conclusão <strong>para</strong> ver se as ideias principais são reiteradas? 8) Observou os operadores<br />

argumentativos que estabelecem coesão no texto? 9) Leu o texto como um todo sem extrapolar<br />

as ideias dele?<br />

Se você fez tudo isso, seus problemas acabaram! Antes, porém, veja se meus comentários<br />

(que respondem às perguntas) se conformam à sua tarefa de análise textual à base do meu<br />

método:<br />

1 e 2) O texto é dissertativo-argumentativo, pois discorre sobre um assunto de forma metódica<br />

e abrangente, expondo um ponto de vista, uma tese defendida com argumentos.<br />

3) No 1 o §, fica clara a tese do autor, em que ele vê negativamente o reality show, mas<br />

contrapõe sua visão com o tom atrativo do programa. No 2 o §, fala-se de algumas<br />

características do programa e de como o público o interpreta segundo uma autoridade. No<br />

3 o §, estratégias argumentativas de dados estatísticos e com<strong>para</strong>ção corroboram o sucesso<br />

do programa. No 4 o §, há a sugestão, contrapondo a visão geral negativa do autor de que<br />

nos sentimos de certa forma atraídos pelo espetáculo. No 5 o §, a conclusão sintetiza a visão<br />

central negativa sobre a atração televisiva.<br />

4) No 1 o §, o primeiro período é a frase mais importante. No 2 o §, o penúltimo período. No 3 o<br />

§, o penúltimo período. No 4 o §, o primeiro ou o terceiro período concorrem. No 5 o §, o<br />

primeiro e o último período concorrem.


5) No 2 o §, as estratégias argumentativas usadas <strong>para</strong> ratificar a tese do autor são: causa-efeito<br />

e argumento de autoridade/citação de autoridade. No 3 o §, dados estatísticos, com<strong>para</strong>ção e<br />

pergunta retórica. No 4 o §, exemplificação. No 5 o §, enumeração. Além dos vocábulos<br />

modalizadores ao longo do texto.<br />

6) Entre o 1 o § e o 2 o §, há uma relação temporal relacionada à atração televisiva. Entre o 2 o §<br />

e o 3 o §, há a continuação de apresentação de estratégias de argumentação. Entre o 3 o § e o<br />

4 o §, há uma contraposição (falseada, pois o autor quer espezinhar o programa). Entre o 4 o<br />

§ e o 5 o §, há uma retomada <strong>para</strong> a real visão do autor sobre o assunto.<br />

7) As ideias são reiteradas, pois no 1 o §, fica clara a tese do autor, em que ele vê<br />

negativamente o reality show; no 5 o §, a conclusão sintetiza a visão central negativa sobre a<br />

atração televisiva.<br />

8) Sublinhei alguns dos operadores argumentativos e de alguns pressupostos mais relevantes<br />

no próprio texto. Percebeu? Tente perceber a relação que eles têm no texto.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Se eu fosse você, estudaria os tipos de texto (narração e dissertação, principalmente).<br />

Sobre compreensão e interpretação de textos, procure sempre encontrar a resposta de uma<br />

questão dentro do texto. Outra dica: leia mais, faça questões de interpretação, leia mais um<br />

pouco, treine mais questões... este é o melhor método interpretativo. Aproveite as questões!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Fundação Sousândrade – BNB – Analista Bancário – 2007) A argumentação textual está organizada, principalmente, em<br />

torno do sentido de restrição. Assinale a opção em que o termo destacado estabelece uma relação com esse mesmo<br />

sentido.<br />

a) “É um indicador usado pelas agências internacionais de classificação de risco <strong>para</strong> definir os países que, em tese,<br />

merecem a confiança dos investidores.”<br />

b) “O atual é algo que, no idioma de economistas e operadores, recebe o nome de ‘grau de investimento’”.<br />

c) “São aqueles que, em princípio, têm um ambiente político-econômico mais estável que os demais e pagam em dia seus<br />

compromissos externos”.<br />

d) “Até agora, apesar da consistência da política econômica praticada no país nos últimos anos, o Brasil ainda não<br />

conseguiu nota suficiente <strong>para</strong> ser aprovado no ‘vestibular’”.<br />

e) “Muitos analistas passaram a encarar a obtenção do ‘grau de investimento’ como uma panacéia, algo indispensável <strong>para</strong><br />

garantir um futuro brilhante <strong>para</strong> o Brasil.”<br />

2. (FCC – MPU – Analista Processual – 2007) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) A experiência da Europa Central e Oriental no século XX é, genericamente falando, a de tentar atualizar-se mediante<br />

a sucessiva adoção e fracasso de vários modelos. (...)”<br />

– A expressão genericamente falando constitui estratégia do autor <strong>para</strong> orientar o processo de leitura do trecho.<br />

3. (FGV – ICMS/SP – Fiscal de Rendas – 2008) “As alternativas atuais <strong>para</strong> a construção de uma economia sólida e menos<br />

suscetível passam necessariamente pelo controle de gastos públicos. Alguns países desenvolvidos, tendo em vista essa<br />

perspectiva, buscaram limitar gastos e muitas vezes editaram leis <strong>para</strong> esse fim. É impossível, na atualidade, visualizar<br />

qualquer Estado que se proponha ao desenvolvimento sem um minucioso projeto de controle de gastos públicos.”<br />

O segundo período do trecho acima, em relação ao primeiro, constitui uma:<br />

a) explicação;<br />

b) explicitação;<br />

c) exemplificação;<br />

d) contraposição;<br />

e) retificação.<br />

4. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2008) No texto, a oposição ou contraste como estratégia argumentativa pode ser<br />

exemplificada em vários enunciados, entre eles: “Não veio salvar o morto. Veio salvar a vida, a nossa vida.” e<br />

“encontrará não a folha escrita mas um vazio que você mesmo irá preencher”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

5. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da<br />

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à<br />

linguagem. (...)”<br />

– Os operadores “não apenas” e “mas também” possibilitam ao autor a apresentação de dois argumentos mutuamente<br />

excludentes.<br />

6. (FCC – MRE – Oficial de Chancelaria – 2009) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

– O enunciado “aquilo que o texto nos diz já não constitui o objeto preferido de nossa atenção” contém pressuposto<br />

introduzido pelo advérbio já.<br />

7. (FADESP – Pref. Conceição Araguaia/PA – Médico – 2009) No trecho “Em outras palavras, são adolescentes – que pela lei<br />

ainda não podem ser responsabilizados por seus atos – com atribuições como sustentar uma casa ou mesmo criar filhos”, a<br />

locução grifada tem a função de:<br />

a) retomar e reformular a informação anterior;<br />

b) acrescentar um elemento decisivo à argumentação do autor;<br />

c) introduzir uma informação de pouca importância <strong>para</strong> a questão levantada;<br />

d) assinalar uma estratégia concessiva por meio da qual o autor introduz novas informações.<br />

Viver em sociedade<br />

(1) A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que<br />

possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.


(2) Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, depende de<br />

outros <strong>para</strong> conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na<br />

cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite de outros<br />

muitas vezes por dia.<br />

(3) Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os<br />

meios de transporte e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana<br />

necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem.<br />

Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.<br />

(4) Os seres humanos não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida, mas também porque a vida<br />

em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa<br />

humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada. E não basta que a vida social<br />

permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas<br />

algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas<br />

possam satisfazer todas as suas necessidades; é aquela em que todos têm as mesmas oportunidades, aquela em que os<br />

benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos.<br />

(5) Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles<br />

sejam respeitados; é preciso também que todos conheçam e cumpram seus deveres e suas responsabilidades sociais.<br />

8. (UESPI – PC/PI – Delegado – 2009) O Texto, <strong>para</strong> ser compreendido com sucesso, deve ser percebido como um texto:<br />

a) Narrativo-descritivo; basta ver o cenário e os personagens que compõem o enredo apresentado.<br />

b) Expositivo-argumentativo; há a definição de um conceito em torno do qual é construída uma argumentação.<br />

c) Narrativo-dissertativo; os fatos são propostos ao leitor com uma finalidade claramente dissertativa.<br />

d) Descritivo-apelativo; predominam no texto estratégias de convencimento, semelhantes àquelas que ocorrem na<br />

publicidade.<br />

e) Expositivo-injuntivo; o texto é construído <strong>para</strong> indicar etapas e procedimentos que um determinado processo implica.<br />

9. (Cesgranrio – Petrobras – Todos os Cargos (Nível Superior) – 2010) Em “afinal, sou humano...”, o elemento destacado é um<br />

operador argumentativo de:<br />

a) condição;<br />

b) consequência;<br />

c) conclusão;<br />

d) conformidade;<br />

e) concessão.<br />

A FÉ CURA<br />

Pesquisas sugerem novíssimas evidências de que a religiosidade tem o poder de auxiliar na cura de vários problemas de<br />

saúde – de tumores a depressão.<br />

por RAQUEL DE MEDEIROS<br />

A recuperação de pacientes com câncer está diretamente ligada à sua religiosidade. Taxativo assim é o resumo dos<br />

resultados de um estudo realizado na Universidade de São Paulo, que foi divulgado há pouco. “Para começar, os pacientes<br />

que têm uma crença religiosa se mostram mais confiantes <strong>para</strong> lutar contra a doença”, explica a psicóloga Joelma Ana<br />

Espíndula, que liderou a pesquisa. O trabalho ouviu 12 voluntários em tratamento e 11 especialistas em oncologia do<br />

Hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão Preto, no interior paulista. O surpreendente é que até mesmo os<br />

profissionais de saúde entrevistados ressaltaram a importância da religião <strong>para</strong> a melhora do quadro dos doentes. “A<br />

maioria deles acredita que a fé ajuda a superar um problema grave. Os médicos dizem que o sistema imunológico desses<br />

indivíduos aparenta ser mais resistente, e talvez por isso eles apresentem uma recuperação mais satisfatória”, conclui<br />

Joelma.<br />

Outro estudo, que leva a assinatura da Universidade de Toronto, no Canadá, revela que a fé é um santo remédio contra a<br />

ansiedade e a depressão. Ele prova que pessoas religiosas ou que apenas acreditam na existência de Deus são menos<br />

angustiadas e sentem menor culpa em relação aos próprios erros. Os especialistas avaliaram a mente de 51 universitários<br />

por meio de testes e da eletroencefalografia, método que se vale de eletrodos dispostos na cabeça <strong>para</strong> medir as correntes<br />

elétricas do cérebro. A maioria dos participantes era cristã, mas no grupo também havia muçulmanos, hindus, budistas e<br />

ateus. “Nossa principal descoberta foi perceber que há um elo entre as crenças religiosas e a atividade de uma parte da<br />

massa cinzenta chamada de córtex cingulado anterior”, conta a SAÚDE! O psicólogo Michael Inzlicht, que coordenou a<br />

pesquisa. “Quanto mais as pessoas acreditam em Deus, menos atuante é essa região.” Só <strong>para</strong> ter uma ideia, o córtex<br />

cingulado anterior costuma trabalhar em dobro em indivíduos pra lá de ansiosos. O sentido que a religião dá <strong>para</strong> a vida dos<br />

pacientes pode ser a chave <strong>para</strong> explicar esse fenômeno. “Suspeitamos que se trata de uma proteção contra a ansiedade e<br />

a depressão porque ela dá um significado <strong>para</strong> a vida”, afirma Inzlicht. A oncologista Nise Yamaguchi, de São Paulo,


compartilha da mesma opinião. “A performance física de um indivíduo depende de aspectos emocionais, mentais e<br />

espirituais. Quem acredita que a vida continua após a morte tem uma postura diferente da pessoa que não crê na<br />

continuidade”, diz Nise, uma das mais conceituadas especialistas em câncer do país. (...)<br />

10. (ADVISE – SESC/CE – Biblioteconomista – 2010) Para dar consistência a seu texto Raquel Medeiros, utiliza-se de<br />

estratégias argumentativas. Dentre as estratégias listadas abaixo, qual a autora emprega com mais frequência?<br />

a) relação de causa e consequência;<br />

b) apelo emocional;<br />

c) com<strong>para</strong>ção/contraste;<br />

d) dados estatísticos;<br />

e) argumentos de autoridade.<br />

11. (FCC – TRF (4 a R) – Analista Judiciário (Taquigrafia) – 2010) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a sessão, informando ao magistrado que sua<br />

principal testemunha estava adoentada e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.<br />

– Em discurso direto, a fala correta do advogado seria: Solicito-lhe, Meritíssimo, que adie a sessão, uma vez que minha<br />

principal testemunha encontra-se adoentada, o que a impede de comparecer.<br />

12. (FCC – AL-SP – Agente Técnico Legislativo – 2010) O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): “Restaurese<br />

a moralidade, ou então nos locupletemos todos!”.<br />

Transpondo-se adequadamente o trecho acima <strong>para</strong> o discurso indireto, ele ficará: O velho e divertido Barão de Itararé<br />

já reivindicava que:<br />

a) ou bem se restaurasse a moralidade, senão nos locupletaríamos todos.<br />

b) fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos todos.<br />

c) seja restaurada a moralidade, ou todos nos locupletávamos.<br />

d) seria restaurada a moralidade, caso contrário nos locupletássemos.<br />

e) a moralidade seja restaurada, quando não venhamos a nos locupletar.<br />

O exercício diário da meditação limpa as impurezas impregnadas em nossa mente, como medo, raiva, ansiedade e culpa.<br />

Classificadas na Ayurveda (a tradicional medicina indiana) como mais perigosas toxinas que existem, essas emoções<br />

negativas nos desequilibram e quando se transformam em hormônios de estresse, causam envelhecimento precoce.<br />

Portanto, ao meditar, praticamos um exercício de rejuvenescimento – ao mesmo tempo em que aumentamos a<br />

produtividade, a criatividade, a concentração e a inteligência. Mais: a mente apaziguada auxilia na prevenção de doenças e<br />

acelera a recuperação física. E ainda é a melhor ferramenta <strong>para</strong> o autoconhecimento, o autodesenvolvimento e a<br />

realização espontânea dos desejos.<br />

Agora, vamos à ação: coluna ereta solas dos pés firmes apoiadas no chão, feche os olhos e coloque atenção na respiração.<br />

Observe o ar entrando e saindo dos pulmões. E só. Em inglês, o estado meditativo é definido “restful alertness”, que pode<br />

ser traduzido como “estado de alerta relaxado”.<br />

Não é uma delícia? Pratique hoje por 5 minutos, e amanhã, e depois e, gradativamente, vá aumentando esse tempo. O ideal<br />

é chegar a meia hora diária. Melhor ainda se conseguir meditar ao amanhecer e no fim do dia. Mas se entre o ideal e o<br />

possível a distância é grande, não se incomode. Faça o que der <strong>para</strong> a sua realidade. Você verá que nesse processo, a<br />

cada dia, fica mais fácil viver. Simples assim.<br />

13. (FMZ/AP – SEAD/AP – Agente Penitenciário – 2010) Analisando a forma de organização do texto, podemos dizer que ele<br />

se estrutura predominantemente por meio de sequências linguístico-textuais, denominadas de:<br />

a) descrição e argumentação;<br />

b) exposição e injunção;<br />

c) narração e descrição;<br />

d) argumentação e narração;<br />

e) conversa e argumentação.<br />

A década de 1980 foi o marco do surgimento de um novo ator social nos países ricos: o novo-pobre (nouveau-pauvre).<br />

Corolário do desmoronamento do sistema de proteção social, em um quadro agravado pela revolução tecnológica, que<br />

automatizou o sistema produtivo sem gerar novos postos de trabalho, esse novo personagem vai materializar uma<br />

inesperada e imprevisível reprodução, no mundo desenvolvido, do problema da desigualdade social, tão comum no terceiro<br />

mundo.<br />

O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do fenômeno da exclusão social. Não é mais um indivíduo que está à<br />

margem, mas, sim, fora do sistema econômico e social prevalente. Não tem acesso ao mercado de trabalho (nem mesmo<br />

informal), não tem perspectiva de engajamento (independentemente de seu grau de qualificação profissional) e, cada vez


mais, vai ficando de fora dos mecanismos de proteção social do moribundo welfare state.<br />

No caso da periferia, o fenômeno global da emergência do novo-pobre, deserdado do neoliberalismo, soma-se ao<br />

histórico problema da pobreza. Os velhos-pobres, em países como o Brasil, são atores presentes na formação da<br />

sociedade nacional desde seus primórdios. O que se apresenta como fato novo é a constatação de que estes últimos<br />

caíram dos patamares da pobreza <strong>para</strong> os da miséria. E isso é tão evidente como tão mais urbana foi-se tornando a<br />

sociedade.<br />

14. (Esaf – Auditor-Fiscal do Trabalho – AFT – MTE – 2010) Assinale a opção que apresenta ideia que se confirma no texto.<br />

a) A categoria social novo-pobre aplica-se à realidade observada apenas nos países pobres.<br />

b) O processo de urbanização verificado no mundo na década de 1980 foi o fator principal do surgimento de um novo ator<br />

social, fadado à exclusão social.<br />

c) Os efeitos do neoliberalismo no sistema produtivo são observados, a partir de 1980, tanto em países ricos quanto no<br />

terceiro mundo.<br />

d) A partir da década de 1980, verifica-se a substituição do processo histórico de marginalização social pelo de exclusão,<br />

fenômeno que atinge exclusivamente as populações da periferia dos países do terceiro mundo.<br />

e) Dado estar o neoliberalismo atrelado à exclusão social, não surpreende que seus efeitos se tenham manifestado nos<br />

países ricos, nos quais, à semelhança do que ocorreu no terceiro mundo a partir de 1980, a desigualdade social instaurouse.<br />

15. Leia:<br />

Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e multiplica os piores costumes do norte. E do norte não recebe as<br />

virtudes, mas o pior: torna suas a religião norte-americana do automóvel e do desprezo pelo transporte público bem como<br />

toda a mitologia da liberdade de mercado e da sociedade de consumo. E o sul também recebe, de braços abertos, as<br />

fábricas mais porcas, as mais inimigas da natureza, em troca de salários que dão saudade da escravidão.<br />

No entanto, cada habitante do norte consome, em média, dez vezes mais petróleo, gás e carvão; e, no sul, apenas uma de<br />

cada cem pessoas tem carro próprio. Gula e jejum do cardápio ambiental: 75% da contaminação do mundo provêm de 25%<br />

da população. E, nessa minoria, claro, não figuram o bilhão e duzentos milhões que vivem sem água potável nem o bilhão e<br />

cem milhões que, a cada noite, vão dormir de barriga vazia. Não é “a humanidade” a responsável pela devoração dos<br />

recursos naturais nem pelo apodrecimento do ar, da terra e da água. O poder encolhe os ombros: quando este planeta<br />

deixar de ser rentável, mudo-me <strong>para</strong> outro.<br />

De acordo com o autor do texto, não é um fenômeno positivo que:<br />

a) apenas uma em cada cem pessoas dos países do hemisfério norte possua automóvel.<br />

b) 75% da população mundial utilize água potável e se alimente de forma saudável.<br />

c) os países do norte do mundo atribuam a culpa por todas as mazelas da sociedade global aos países do hemisfério sul.<br />

d) o desenvolvimento dos países ricos seja pautado, principalmente, na instalação de indústrias nos países do hemisfério sul.<br />

e) ações predatórias do modelo de desenvolvimento de países ricos sejam bem recebidas nos países do hemisfério sul.<br />

16. Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.<br />

Na história do capitalismo, as crenças a respeito da relação entre Estado e mercado seguem uma dinâmica pendular,<br />

chegando a atingir os extremos do espectro ideológico. Períodos de maior confiança no livre mercado e na<br />

desregulamentação podem permitir intenso crescimento econômico, mas em geral se associam a deslocamentos abruptos e<br />

nocivos no tecido social. A reação comum nos momentos subsequentes, em especial após uma crise, é uma meia-volta em<br />

favor de maior intervenção do Estado.<br />

Depois de 20 anos de marcante crescimento global, quando reinou o ultraliberalismo no Ocidente e irromperam a revolução<br />

da tecnologia da informação, a globalização acelerada e o protagonismo da China, nova reviravolta pendular foi deflagrada<br />

pela crise financeira de 2008, que fez ressurgir em muitos meios a crença no “Estado grande”.<br />

Os adeptos desse slogan em geral colocam Estado e mercado como opostos. É um erro. Trata-se mais de uma simbiose<br />

do que de uma luta, pois, longe de existir em si mesmo, o mercado está inserido nas estruturas da sociedade e, por<br />

conseguinte, na política. Mas o fato é que, se antes o risco do ultramercadismo prevalecia, agora é a ameaça do<br />

ultraestatismo que cabe combater.<br />

a) Predomina na história do capitalismo a ideologia da desregulamentação.<br />

b) A confiança no livre mercado produz crescimento econômico sem crises.<br />

c) O ultraliberalismo provocou e intensificou o protagonismo da China.<br />

d) A crise financeira de 2008 estimulou a crença no intervencionismo do Estado.<br />

e) O mercado funciona de forma independente em relação ao Estado.<br />

17. (Cespe/UnB – Correios – Analista de Correios (Letras) – 2011) “Você não acha que, daqui um tempo, todo mundo vai<br />

depender de tecnologias digitais <strong>para</strong> gerenciar a vida?”


É claro que sim. Quem disser que não estará reproduzindo o discurso daquelas pessoas que eram contrárias às<br />

linhas férreas, por exemplo. Elas diziam que aquilo não era seguro, que era mais fácil lidar com carroças e<br />

cavalos. Isso não existe! Nós vivemos na era da informação e as nações que quiserem realmente estar nesse tempo<br />

devem colocar cada vez mais informações na rede. Não acredito que seja possível nos desligarmos dessa<br />

dependência tecnológica, ainda mais se nós realmente quisermos nos manter competitivos. O que nós precisamos<br />

fazer é nos pre<strong>para</strong>r <strong>para</strong> essa onda tecnológica.<br />

Na argumentação formulada como resposta à indagação proposta no início do fragmento de texto acima, o entrevistado<br />

recorre à estratégia de se posicionar a respeito da pergunta feita, tal como se percebe no emprego da expressão “Não<br />

acredito”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

18. (Cespe/UnB – IFB – Cargos de Nível Médio – 2011) O uso do imperativo “Acalmem-se” é uma das estratégias utilizadas<br />

pelo autor <strong>para</strong> aproximar a linguagem do texto da modalidade oral e <strong>para</strong> envolver o leitor, pondo-o no centro da<br />

mensagem.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)<br />

Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due, na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do que à<br />

filosofia e à religião.<br />

Grande parte do êxito intelectual de Erasmo deu-se ao estudar os grandes clássicos humanistas enquanto seus colegas de<br />

monastério estavam nos cultos religiosos.<br />

Foi na biblioteca do monastério, durante os estudos, que aprendeu e desenvolveu o domínio do latim – língua que o faria<br />

conhecido em toda a Europa.<br />

Em 1508, Erasmo foi <strong>para</strong> Veneza, na Itália, e conheceu o famoso impressor Aldo Manúcio, que havia imprimido o seu<br />

livro Adágios.<br />

Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega – idioma dominado apenas por eruditos. A partir de então,<br />

conheceu o filósofo Juan Colet, que lhe apresentou a primeira versão da Bíblia. O acesso ao livro foi decisivo <strong>para</strong> Erasmo<br />

se afastar da filosofia escolástica.<br />

19. (Cespe/UnB – Analista de Correios (Letras) – 2011) O texto, de caráter informativo, é exemplo do gênero biografia.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Embora pareça absurdo, por muito tempo os exercícios físico-militares fizeram parte dos currículos das escolas civis brasileiras.<br />

Isso ocorreu na passagem do século XIX <strong>para</strong> o XX, período marcado por uma grande tensão política e militar entre as<br />

nações europeias, e que levou à Primeira Guerra Mundial. Os exercícios físico-militares eram ensinados por professores e<br />

militares e tinham como objetivo pre<strong>para</strong>r os alunos <strong>para</strong> que pudessem defender a nação em conflitos armados no futuro.<br />

A prática dos exercícios físico-militares nas escolas fazia parte de uma filosofia educacional geralmente desconhecida por<br />

regentes e pais. Alguns desses acreditavam que seus filhos corriam o risco de ter de entrar <strong>para</strong> a carreira militar por<br />

estarem participando dessas aulas nas escolas. Também havia aqueles que não viam qualquer sentido ou utilidade nos<br />

exercícios. Outros apontavam os riscos <strong>para</strong> a saúde de crianças e jovens, especialmente por inexistirem espaços físicos<br />

<strong>para</strong> a realização das atividades.<br />

A falta de militares, professores mal pre<strong>para</strong>dos e a oposição dos pais criaram dificuldades <strong>para</strong> a realização dos exercícios<br />

nas escolas brasileiras. Havia um sentimento generalizado de que essas atividades representavam a formação de um<br />

espírito belicista, estranho à realidade brasileira. Em meados do século XX, esses exercícios caíram em desuso nas<br />

escolas. O fim da Segunda Guerra Mundial e a necessidade de se estabelecer um ambiente mais pacífico entre as nações<br />

certamente contribuíram muito <strong>para</strong> isso.<br />

20. (Cespe/UnB – STM – Analista Judiciário – 2011) O texto filia-se ao gênero informativo, o que justifica a predominância do<br />

emprego de linguagem denotativa.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Um circo e um antipalhaço<br />

Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor<br />

do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi então, com olhos<br />

de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só <strong>para</strong> os meninos têm plenitude de encanto. Em 1954, revendo “o<br />

maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.


(...)<br />

O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante<br />

como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as pontes, as<br />

usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica relevos<br />

monumentais.<br />

(...)<br />

21. (Cesgranrio – Petrobras – Administração Júnior – 2012) Os trechos de “Em 1954 [...] encanto” e “O gênio de organização<br />

[...] monumentais.” caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por serem, respectivamente:<br />

a) descrição e narração;<br />

b) narração e argumentação;<br />

c) narração e descrição;<br />

d) argumentação e descrição;<br />

e) argumentação e narração.<br />

22. (FCC – TRE-RS – Defensor Público – 2011) A transformação da frase “Eu nunca parei de pensar sobre isso”, disse<br />

Goodwin, <strong>para</strong> discurso indireto é:<br />

a) Goodwin disse que nunca <strong>para</strong>ra de pensar sobre aquilo.<br />

b) Goodwin diz que nunca tivera <strong>para</strong>do de pensar sobre aquilo.<br />

c) Goodwin disse: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.<br />

d) Goodwin diz: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.<br />

e) Goodwin disse o que pensava sobre aquilo.<br />

PLANEJAMENTO PRETENDE DESBUROCRATIZAR<br />

Brasília, 22/12/2011 – Para desburocratizar e modernizar a administração pública federal, o Ministério do Planejamento,<br />

Orçamento e Gestão (MPOG) assinou acordo de cooperação com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).<br />

O objetivo do termo é propor e implementar o Plano Nacional de Desmaterialização de Processos (PNDProc), que prevê a<br />

utilização da documentação eletrônica em todos os trâmites de processos. O extrato do pacto entre as entidades foi<br />

publicado nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União.<br />

Delfino Natal de Souza, secretário de logística e tecnologia da informação, defende que esta nova modalidade de gestão de<br />

documentos irá modernizar a gestão pública ao permitir que o gerenciamento de processos seja feito de forma eletrônica.<br />

“Na prática significa o reconhecimento de um documento digital. Significa nascer, ser encaminhado e decidido sem a<br />

utilização de papel”, explica.<br />

O acordo, que tem duração de três anos, prevê a criação de normas, implantação de projeto piloto, definição de padrões,<br />

metodologias e soluções tecnológicas <strong>para</strong> a disseminação do plano.<br />

Para divulgar o PNDProc, também estão previstas no termo de cooperação a capacitação de servidores públicos que<br />

atuam na área de documentação, como os que trabalham em protocolos e secretarias, por exemplo.<br />

Como órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP), a Secretaria de<br />

Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) deve prover o suporte <strong>para</strong> a realização das ações do PNDProc. A<br />

secretaria deve ainda atender aos Padrões de Interoperabilidade do Governo Eletrônico (e-Ping) e também do Modelo de<br />

Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG) na implementação do plano.<br />

O secretário explica ainda que o acordo não prevê a digitalização de processos antigos. “As ações <strong>para</strong> a implantação do<br />

plano serão feitas no trâmite de novas documentações”, relata. (Ministério do Planejamento)<br />

23. (CEPERJ – SEPLAG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2012) O primeiro parágrafo do texto desempenha a<br />

função de:<br />

a) despertar a curiosidade do leitor em relação ao conteúdo do texto;<br />

b) resumir os tópicos mais importantes do projeto publicado;<br />

c) explicar ao leitor menos informado as finalidades do MPOG;<br />

d) demonstrar a necessidade do processo de desburocratização proposto;<br />

e) justificar a necessidade de cooperação do MPOG com o ITI.<br />

24. O texto apresentado é do tipo informativo. Entre as marcas abaixo, aquela que é inadequada em relação a esse tipo de texto<br />

é:<br />

a) O enunciador do texto informativo é dono de um saber desconhecido do público leitor a que o texto se destina.<br />

b) O conteúdo do texto informativo pressupõe um interesse qualquer por parte do público leitor.<br />

c) A variedade linguística do texto informativo, pelo próprio fato de pretender que algo seja divulgado, é popular e informal.<br />

d) O texto informativo tem sua qualidade relacionada à precisão e atualidade das informações prestadas.<br />

e) A credibilidade e a autoridade do meio de divulgação é parte importante da eficiência do que é informado.


25. Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI) é o nome da instituição com quem o MPOG assinou acordo de<br />

cooperação. Pelo que é expresso no texto, esse parceiro se encarregará de:<br />

a) substituir a documentação eletrônica por outra mais moderna;<br />

b) contornar o desconhecimento de usuários em relação à Informática;<br />

c) gerenciar os processos de forma a empregar pouco papel;<br />

d) digitalizar os processos antigos, em algum momento futuro;<br />

e) capacitar mão de obra <strong>para</strong> a implantação do projeto.<br />

Consumismo Infantil, Um Problema de Todos<br />

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das<br />

características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença<br />

ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo<br />

inconsequente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora<br />

dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências relacionadas aos excessos do<br />

consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da<br />

agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema<br />

importância e interesse geral.<br />

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares <strong>para</strong> a infância − os primeiros preocupados<br />

com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para<br />

o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de<br />

produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience,<br />

outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma<br />

criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a<br />

principal ferramenta do mercado <strong>para</strong> a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do<br />

universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente<br />

pronto <strong>para</strong> isso.<br />

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como<br />

consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio<br />

hábito consumista que lhes é praticamente imposto.<br />

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à<br />

categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a<br />

publicidade não se dirige às crianças apenas <strong>para</strong> vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como<br />

eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia<br />

divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$<br />

39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o<br />

fato de a criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação<br />

televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No<br />

entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem <strong>para</strong> o<br />

consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que<br />

evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas<br />

por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião<br />

dos amigos também foi identificada como uma forte influência.<br />

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à ideia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais,<br />

como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e<br />

frequentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.<br />

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, <strong>para</strong> o desequilíbrio global. O consumismo infantil,<br />

portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase<br />

sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconsequente e<br />

desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.<br />

O Projeto Criança e Consumo [...] combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender<br />

que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a<br />

infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental <strong>para</strong> a formação da cidadania.<br />

Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida<br />

não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.<br />

26. (CEPERJ – Procon/RJ – Analista de Proteção e Defesa do Consumidor – 2012) O texto pode ser considerado<br />

argumentativo principalmente porque:<br />

a) defende um ponto de vista;


) apresenta a descrição de fatos;<br />

c) recorre a elementos narrativos;<br />

d) aparenta uma neutralidade objetiva;<br />

e) resume as informações pertinentes.<br />

27. O exemplo do texto no qual se apresentam operadores argumentativos que somam razões <strong>para</strong> reforçar uma ideia principal<br />

presente na mesma frase é:<br />

a) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.”<br />

b) “Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de<br />

escolha de produtos ou serviços.”<br />

c) “Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo<br />

decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza.”<br />

d) “As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como<br />

consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio<br />

hábito consumista que lhes é praticamente imposto.”<br />

e) “Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a<br />

consumir de forma inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética,<br />

econômica e social.”<br />

A consolidação da regularização fundiária como política urbana no Brasil<br />

A promulgação da Constituição Federal em 1988 coroou o longo processo de democratização do país iniciado, ainda, no<br />

final dos anos 1970. A democratização do país foi a ocasião propícia <strong>para</strong> uma reflexão mais acurada sobre a integração<br />

socioespacial das camadas urbanas mais desprotegidas, tanto no plano jurídico quanto no plano social. Diante das pressões<br />

dos movimentos sociais urbanos, o capítulo constitucional sobre a política urbana (artigos 182 e 183) reconheceu que tanto<br />

a propriedade quanto a própria cidade devem exercer uma função social. Esse mesmo artigo estabeleceu que o município<br />

exerce, de agora em diante, um papel central na elaboração e na aplicação das políticas de desenvolvimento urbano local.<br />

O instrumento de base dessa política é doravante o Plano Diretor municipal, exigência constitucional <strong>para</strong> todas as cidades<br />

com mais de 20 mil habitantes. As disposições desse capítulo constitucional se focalizam, assim, na instituição de medidas<br />

aptas a dissuadir a concentração especulativa do solo, assim como possibilitar a legalização das formas informais de acesso<br />

à moradia.<br />

Este último aspecto revela-se crucial diante do índice de informalidade fundiária das cidades brasileiras. Segundo Edésio<br />

Fernandes (2002, p.52), essa informalidade pode atingir, por exemplo, quase 50% da população das duas principais<br />

metrópoles brasileiras (São Paulo e Rio de Janeiro). Ao regulamentar as disposições do supracitado capítulo constitucional,<br />

a lei do Estatuto da Cidade (Lei n o 10.257 de 10 de julho de 2001) contribuiu <strong>para</strong> consolidar a regularização fundiária<br />

como uma das principais diretrizes da política urbana no Brasil. Antes de analisarmos as disposições da legislação brasileira<br />

sobre esse assunto, impõe-se, inicialmente, uma breve análise das diferentes questões sociopolíticas relativas à legalização<br />

do solo.<br />

A regularização fundiária consiste em regularizar a posse dos habitantes e promover a urbanização do local sem recorrer à<br />

remoção da população <strong>para</strong> outras localidades. A regularização fundiária é frequentemente limitada à transferência de<br />

títulos fundiários, sobretudo os de propriedade privada. Medida, aliás, preconizada como “solução milagrosa” pelas<br />

instituições internacionais e celebrizada, nos últimos anos, pelos trabalhos do economista peruano Hernando de Soto. Os<br />

governos dos países em desenvolvimento abandonaram, a partir dos anos 1980, os esforços <strong>para</strong> a construção em massa<br />

de moradias populares na periferia das cidades e se concentraram, sobretudo, na ideia de que a legalização do informal,<br />

aliada a uma desregulamentação mais acentuada do mercado imobiliário, poderia atenuar o preço do solo, suscitando,<br />

enfim, uma oferta mais consistente de moradias, erguidas, geralmente, pela autoconstrução. O balanço que se obtém 20<br />

anos mais tarde é, todavia, um enorme fracasso. A regularização fundiária, onde foi efetivamente realizada, liberou o solo e<br />

desencadeou uma pressão do mercado imobiliário sobre os bairros beneficiados que eram, até então, relativamente<br />

protegidos, justamente em razão da sua ilegalidade. O fenômeno atual de segregação urbana torna-se, assim, mais um<br />

produto derivado das leis de mercado que o resultado da recusa, por parte das autoridades públicas, do reconhecimento<br />

oficial da existência dos bairros informais. A solução do mercado originou outras formas de exclusão que apenas fizeram<br />

aumentar o círculo de informalidade, agora concentrado nas regiões cada vez mais periféricas, insalubres e/ou<br />

ecologicamente precárias das cidades.<br />

Esse modelo, ao menos no caso específico das favelas, foi apenas parcialmente aplicado no Brasil. A política de<br />

urbanização das favelas, implementada a partir dos anos 1980, não foi necessariamente seguida da regularização fundiária<br />

plena desses espaços. A ilegalidade fundiária, conjugada à violência imposta pelos narcotraficantes num grande número de<br />

favelas, desestimula, nos dias atuais, a entrada dos grandes promotores imobiliários no mercado imobiliário das favelas. O<br />

fim das políticas de remoções em massa e a ausência de um controle público mais efetivo sobre o crescimento das favelas


asseguraram, todavia, a relativa segurança da posse dos habitantes das favelas e o florescimento do mercado imobiliário no<br />

interior desses espaços. Esse mercado se apresenta concentrado nas mãos de alguns “latifundiários”, muitas vezes ligados<br />

às redes mafiosas locais. A flexibilidade urbanística nas favelas permite, ainda, uma oferta consistente de habitações a<br />

preços reduzidos. A despeito da especulação imobiliária, as favelas se revelam, pelo menos por enquanto, um relevante<br />

meio de acesso à moradia <strong>para</strong> as camadas mais desfavorecidas das metrópoles brasileiras.<br />

Nesse contexto, a regularização fundiária deve-se concentrar menos sobre uma lógica mercadológica de fluidificação das<br />

transações imobiliárias e de alargamento da base fundiária fiscal do município do que sobre a redução da insegurança que<br />

afeta as relações fundiárias, como aliás já destacou a campanha pela segurança da posse, promovida pela UN-Habitat,<br />

desde 1997. A precariedade jurídica do acesso ao solo nas favelas sempre serviu como justificativa não somente <strong>para</strong> as<br />

expulsões arbitrárias, mas também <strong>para</strong> a ausência de serviços públicos adequados nesses espaços. A insegurança<br />

fundiária também limitou o investimento dos moradores em suas casas e em seus bairros. A regularização fundiária se<br />

manifesta, assim, como um elemento imprescindível <strong>para</strong> se materializar o direito à moradia, integrando, aliás, esse direito<br />

específico ao leque de direitos que constitui o direito à cidade.<br />

A legalização da moradia garante, de fato, direitos sociopolíticos às populações das favelas que adquirem recursos jurídicos<br />

indispensáveis <strong>para</strong> enfrentar os diferentes conflitos de ordem fundiária/imobiliária, seja entre vizinhos, seja ante os<br />

pretensos proprietários dos terrenos ocupados pela favela, ou mesmo ante as autoridades públicas. A regularização<br />

fundiária pode, por sua vez, desempenhar um importante papel na planificação urbana, por meio da imposição de regras<br />

urbanísticas às construções e ao uso do solo nas favelas. Dependendo da natureza do título outorgado aos habitantes, ela<br />

pode até mesmo contribuir ativamente <strong>para</strong> a gestão do fundiário, limitando tanto a excessiva valorização do solo quanto o<br />

aumento da exclusão espacial no interior das metrópoles.<br />

28. (CEPERJ – ITE/RJ – Analista de Gestão Organizacional (ADM) – 2012) O texto é um fragmento de artigo acadêmico.<br />

Dentre as características desse gênero, o texto não apresenta:<br />

a) predomínio da impessoalidade;<br />

b) citações explícitas de outros textos;<br />

c) preponderância de sequências descritivas;<br />

d) emprego da norma de prestígio;<br />

e) presença de argumentação.<br />

A Nova Riqueza dos Pobres<br />

Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas, agosto é o do desgosto, junho é o das fogueiras e fevereiro é o<br />

do Carnaval. Os estudantes aguardam dezembro como o mês das férias; as crianças, como o do Natal. Para os<br />

trabalhadores, é o mês em que eles pensam que estão mais ricos.<br />

Recebem o 13 o salário ou parte dele – e compram. A verdade é que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres,<br />

vêm comprando. Compram de tudo. Um compra geladeira nova porque a velha, bom, gelar ela gelava direitinho, mas<br />

gastava muita energia. Outro compra televisão nova porque a velha não tem tela plana de LCD, 42 polegadas, e a vizinha<br />

pensa que é melhor do que a gente só porque comprou uma de 36 polegadas. Compram DVD, celular <strong>para</strong> a filha<br />

adolescente, forno de micro-ondas, MP3, 4, 5, freezer, videogames, fogão novo, carro. Qual é a mágica? É a prestação que<br />

“cabe no bolso”.<br />

Perdiam dinheiro <strong>para</strong> a inflação, agora perdem <strong>para</strong> os juros. Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e<br />

comprarem à vista com desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro, ou em 24 meses e pagar o triplo.<br />

Ficam na mão de espertos, aqueles que lucravam com especulações de curto prazo durante a grande inflação e agora<br />

lucram financiando prestações. Os novos compradores não fazem essa conta. Cabendo no orçamento do mês, pagam.<br />

Querem se sentir parte da grande nação de consumidores, participar da vida colorida dos anúncios da televisão, esquecer<br />

por um momento que não têm escola, atendimento médico, transporte, esgoto, segurança...<br />

O marido da senhora que faz limpeza na casa de uma amiga esteve desempregado quase um ano. Como não tem nenhum<br />

preparo técnico, integrava a turma do bico. Arranjou emprego e, no dia do primeiro pagamento, ele e a mulher compraram<br />

uma geladeira nova. Três meses depois, ele estava desempregado outra vez, de volta ao bico. Não se abalaram. O que<br />

importa <strong>para</strong> eles é que a geladeira está em casa há quatro meses e estão conseguindo pagar, seguem tocando a vida.<br />

– Se nós não tivesse comprado a geladeira, não ia comprar nunca – diz ela, otimista, bebendo sua água geladinha e<br />

mantendo protegido o leite das crianças.<br />

Essa atitude otimista acontece em um momento crítico <strong>para</strong> o trabalhador no mundo. Caem os investimentos e o comércio<br />

entre as nações. As indústrias investem em processos de produção que rendem mais e custam menos. Novas tecnologias<br />

provocam dispensas, e não só por lá. Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.<br />

Mais de 200 milhões de trabalhadores formais perderam o emprego no mundo, segundo a Organização Internacional do<br />

Trabalho; quase 1 bilhão de pessoas em condições de trabalhar não encontram vagas, 700 milhões vivem de expedientes,<br />

se virando. É a globalização do bico. Milhões sem conta não conseguem nem se virar. É a globalização do dane-se.


Os temores que a crise lá de fora desperta nos analistas e alarmistas daqui parecem não atingir os moradores das áreas<br />

carentes das grandes cidades brasileiras. É fantástica a capacidade que eles têm de acreditar no melhor, em meio à<br />

incerteza.<br />

Se alguma conclusão se pode tirar da ingênua tendência compradora daqueles que têm tão pouco, é a de que ela nasce de<br />

um incompreensível otimismo – incompreensível <strong>para</strong> nós, atormentados da classe média. Ao redor deles pipocam<br />

dificuldades, mas eles, confiantes, jogam com o destino como se ele fosse uma Mega-Sena que um dia vai dar.<br />

29. (CEPERJ – Degase – Agente Socioeducativo – 2012) O texto é uma crônica, que comenta um aspecto da vida cotidiana a<br />

partir da visão do autor.<br />

O fragmento que melhor demonstra a presença de uma opinião do autor é:<br />

a) “Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas...”<br />

b) “Recebem o 13 o salário ou parte dele – e compram.”<br />

c) “A queda da inflação deixou sobrar no bolso deles a parte do salário que se queimava na fogueira do aumento de<br />

preços.”<br />

d) “Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista com desconto, preferem parcelar em doze meses<br />

e pagar o dobro...”<br />

e) “As indústrias investem em processos de produção que rendem mais e custam menos.”<br />

30. A pequena narrativa do caso da senhora que faz limpeza na casa da amiga do cronista cumpre, no texto, a seguinte função:<br />

a) Contestar dados estatísticos posteriormente citados.<br />

b) Exemplificar atitude posteriormente descrita.<br />

c) Detalhar casos anteriormente narrados.<br />

d) Contradizer ideia anteriormente exposta.<br />

e) Reforçar discurso constantemente relatado.<br />

31. “Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.[...] É a globalização do bico. [...] É a globalização<br />

do dane-se.”<br />

A sequência acima caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho.<br />

Do ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma:<br />

a) gradação, com o aumento progressivo das dificuldades;<br />

b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado;<br />

c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial;<br />

d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais;<br />

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.<br />

O LENDÁRIO PAÍS DO RECALL<br />

Moacyr Scliar<br />

“MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e querida boneca, que você não vê há três meses. Sei<br />

que você sente muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você. Lembro de você me pegando no colo, me<br />

chamando de filhinha, me dando papinha... Você era, e é, minha mãezinha querida, e é por isso que estou lhe mandando<br />

esta carta, por meio do cara que assina esta coluna e que, sendo escritor, acredita nas coisas da imaginação.<br />

Posso lhe dizer, querida, que vivi uma tremenda aventura, uma aventura que em vários momentos me deixou apavorada.<br />

Porque tive de viajar <strong>para</strong> o distante país do recall.<br />

Aposto que você nem sabia da existência desse lugar; eu, pelo menos, não sabia. Para lá fui enviada. Não só eu: bonecas<br />

defeituosas, ursinhos idem, eletrodomésticos que não funcionavam e peças de automóvel quebradas. Nós todos ali, na<br />

traseira de um gigantesco caminhão que andava, andava sem <strong>para</strong>r.<br />

Finalmente chegamos, e ali estávamos, no misterioso e, <strong>para</strong> mim, assustador país do recall. Um homem nos recebeu e<br />

anunciou, muito secamente, que o nosso destino em breve seria traçado: as bonecas (e os ursinhos, e outros brinquedos, e<br />

objetos vários) que tivessem conserto seriam consertados e mandados de volta <strong>para</strong> os donos; quanto tempo isso levaria<br />

era imprevisível, mas três meses era o mínimo. Uma boneca que estava do meu lado, a Liloca, perguntou, com os olhos<br />

arregalados, o que aconteceria a quem não tivesse conserto. O homem não disse nada, mas seu sorriso sinistro falava por<br />

si.<br />

Passamos a noite num enorme pavilhão destinado especialmente às bonecas. Éramos centenas ali, algumas com<br />

probleminhas pequenos (um braço fora do lugar, por exemplo), outras já num estado lamentável. Estava muito claro que<br />

<strong>para</strong> várias de nós não haveria volta.<br />

Naquela noite conversei muito com minha amiga Liloca – sim, querida dona, àquela altura já éramos amigas. O infortúnio<br />

tinha nos unido. Outras bonecas juntaram-se a nós e logo formamos um grande grupo. Estávamos preocupadas com o que<br />

poderia nos suceder.


De repente a Liloca gritou: “Mas, gente, nós não somos obrigados a aceitar isso! Vamos fazer alguma coisa!”. Nós a<br />

olhamos, espantadas: fazer alguma coisa? Mas fazer o quê?<br />

Liloca tinha uma resposta: vamos tomar o poder. Vamos nos apossar do país do recall.<br />

No começo, aquilo nos pareceu absurdo. Mas Liloca sabia do que estava falando. A mãe da dona dela tinha sido uma<br />

militante revolucionária e sempre falava nisso, na necessidade de mudar o mundo, de dar o poder aos mais fracos.<br />

Ora, dizia Liloca, ninguém mais fraco do que nós, pobres, desam<strong>para</strong>dos e defeituosos brinquedos. Não deveríamos<br />

aguardar resignadamente que decidissem o que fazer com a gente.<br />

De modo, querida dona, que estamos aqui pre<strong>para</strong>ndo a revolução. Breve estaremos governando o país do recall. Mas não<br />

se preocupe, eu a convidarei <strong>para</strong> uma visita. Você poderá vir a qualquer hora. E não precisará de recall <strong>para</strong> isso.”<br />

32. (CEPERJ – Procon/RJ – Agente de Proteção e Defesa do Consumidor – 2012) O texto enquadra-se no gênero carta, o<br />

que pode ser percebido, dentre outros traços, pela seguinte marca linguística:<br />

a) narração detalhada;<br />

b) citações entre aspas;<br />

c) interrogações diretas;<br />

d) recursos de humor;<br />

e) vocativo inicial.<br />

Economia religiosa<br />

Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma<br />

pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de<br />

Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula.<br />

É uma boa ocasião <strong>para</strong> discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço<br />

nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, <strong>para</strong> efeitos de<br />

argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se<br />

então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la,<br />

com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.<br />

A minha impressão é a de que não faltam oportunidades <strong>para</strong> conhecer as mais diversas mensagens religiosas,<br />

onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em<br />

torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado<br />

deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta.<br />

Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de religião,<br />

quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na<br />

esquina.<br />

Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais<br />

não poderia representar ônus <strong>para</strong> os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei <strong>para</strong> empurrar essa conta <strong>para</strong> o<br />

Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio.<br />

33. (FCC- TRT/PE (6a R) – Analista Judiciário – 2012) No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor<br />

mantém-se:<br />

a) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação<br />

desse ensino;<br />

b) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais <strong>para</strong> que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer<br />

matérias religiosas;<br />

c) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública estão razões de ordem<br />

jurídica e econômica;<br />

d) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas de decidir sobre essa<br />

matéria;<br />

e) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado<br />

por muitas entidades.<br />

34. Atente <strong>para</strong> estas afirmações:<br />

I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se<br />

do exemplo da própria CNBB.<br />

II. A falta de oportunidade <strong>para</strong> se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de<br />

redes de comunicação voltadas <strong>para</strong> esse fim.<br />

III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade <strong>para</strong> a implementação do<br />

ensino religioso na escola pública.


Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:<br />

a) I, II e III.<br />

b) I e II, apenas.<br />

c) II e III, apenas.<br />

d) I e III, apenas.<br />

e) III, apenas.<br />

35. Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que:<br />

a) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como contratar;<br />

b) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio<br />

Scaramussa;<br />

c) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade<br />

de São Paulo;<br />

d) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as ciências exatas;<br />

e) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino<br />

religioso.<br />

36. (Cesgranrio – PROMINP – Nível Superior – Área de Qualidade – 2012) Os extratos 1 e 2 do texto apresentam<br />

características que permitem estabelecer diferenças entre a tipologia textual.<br />

1) “Você começa a escrever um e-mail de trabalho, e é interrompido pelo toque do celular. Atende à ligação e, quando<br />

desliga, vê avisos de mensagens na telinha. Abre uma delas e, antes mesmo de responder, algum colega chama você<br />

<strong>para</strong> terminar aquela conversa que começaram de manhã...” (linhas 1-5)<br />

2) “Como empreendia seus próprios projetos e trabalhava de casa, o empresário não sabia mais o que era horário de<br />

expediente, final de semana ou feriados. Mas reagiu a essa falta de limites e criou espaço <strong>para</strong> folgas e diversão.”<br />

(linhas 30-33)<br />

Considerando tais características, constata-se que o extrato:<br />

a) 1 é argumentação, e o 2, narração;<br />

b) 1 é narração, e o 2, argumentação;<br />

c) 1 é narração, e o 2, descrição;<br />

d) 1 é descrição, e o 2, argumentação;<br />

e) 1 é descrição, e o 2, narração.


Gabarito<br />

1. D. 10. E. 19. CERTO. 28. C.<br />

2. CORRETA. 11. CORRETA. 20. CERTO. 29. A.<br />

3. C. 12. B. 21. B. 30. D.<br />

4. CERTO. 13. B. 22. A. 31. E.<br />

5. CORRETA. 14. C. 23. B. 32. E.<br />

6. CORRETA. 15. E. 24. C. 33. C.<br />

7. A. 16. D. 25. E. 34. E.<br />

8. B. 17. CERTO. 26. A. 35. D.<br />

9. C. 18. CERTO. 27. D. 36. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 35<br />

Coesão e Coerência


Definição<br />

Bem, até aqui entendemos o que é um texto, conhecemos os tipos de texto e suas<br />

características. Agora, precisamos ir mais a fundo. Explico o porquê. Para que entendamos<br />

bem um texto, existe a premente necessidade de sabermos que, 1) se ele é um conjunto de<br />

frases que se relacionam, 2) mantendo um sentido harmonioso, isso se deve ao fato de que há<br />

nele a famosa coesão e a famosa coerência – tão massificadas nas provas de concursos<br />

variados.<br />

Dica de irmão: Reestude, pelo menos, o tópico Valor Discursivo dos capítulos 11 e 15. Vai<br />

sedimentar!<br />

Coesão é a ligação entre as partes do texto (palavras, expressões, frases, parágrafos) por<br />

meio de determinados elementos linguísticos. Com ela, fica mais fácil ler e compreender um<br />

texto.<br />

Veja um exemplo de texto coeso:<br />

Último Recurso<br />

Clarice Lispector<br />

Quando fazemos tudo <strong>para</strong> que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último<br />

recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto<br />

ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais<br />

adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor<br />

nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é<br />

inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se<br />

rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma<br />

caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos<br />

a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando<br />

tivermos feito tudo <strong>para</strong> conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o<br />

de mais nada fazer.<br />

Comentários sobre a função textual dos elementos coesivos destacados, na sequência:<br />

– Quando: conjunção que introduz uma oração subordinada à outra, estabelecendo uma<br />

relação temporal.<br />

– <strong>para</strong> que: conjunção que introduz uma oração subordinada à outra, estabelecendo uma<br />

relação de finalidade.<br />

– e: conjunção que introduz uma oração coordenada à outra, estabelecendo uma relação de<br />

oposição, equivalendo a “mas”.


– último recurso: expressão substantiva de valor catafórico, pois antecipa o que será dito,<br />

referindo-se a algo posterior.<br />

– Por isso: locução conjuntiva que introduz um período o qual retoma a ideia do período<br />

anterior, estabelecendo uma relação de conclusão.<br />

– que: pronome relativo retomando, por sua natureza anafórica, “o amor, o afeto ou a ternura”.<br />

– pois: conjunção que introduz uma oração coordenada à outra, estabelecendo uma relação de<br />

explicação.<br />

– ou: conjunção que introduz uma oração coordenada à outra, estabelecendo uma relação de<br />

disjunção, exclusão; note a elipse do verbo na oração anterior (... ou não nasce...).<br />

– mas: conjunção que introduz uma oração coordenada à outra, estabelecendo uma relação de<br />

oposição; note a elipse do verbo na oração anterior (... mas nunca nasce...)<br />

– Às vezes: locução adverbial que situa um fato vago no tempo e introduz um argumento que se<br />

contrapõe ao seguinte.<br />

– outras vezes: locução adverbial que situa um fato vago no tempo e introduz um argumento<br />

que se contrapõe ao anterior.<br />

– quem: pronome interrogativo/indefinido de valor dêitico, pois refere-se a algo fora do texto.<br />

– Assim: conjunção que introduz um período que estabelece uma relação de conclusão<br />

(desfecho) com tudo o que se disse antes no texto.<br />

– <strong>para</strong>: preposição que introduz uma oração subordinada a outra, estabelecendo uma relação<br />

de finalidade.<br />

– um: numeral de valor catafórico, pois antecipa o que será dito, referindo-se a algo<br />

posterior.<br />

– o: pronome demonstrativo de valor anafórico, pois retoma o substantivo caminho.<br />

Eu acho que você está começando a se dar conta de que um texto é muito mais do que uma<br />

porção de frases, certo? Querendo ou não, se você entendeu o texto da Clarice, é porque<br />

percebeu, mesmo que intuitivamente, os elementos coesivos e suas funções textuais.<br />

Muitos me perguntam: “<strong>Pestana</strong>, afinal, qual é a diferença entre coesão e coerência?” A<br />

resposta é muito simples, e o melhor a responder isso é o mestre Bechara (com uma leve<br />

contribuição minha):<br />

Coerência é a relação semântica que se estabelece entre as diversas partes do texto,<br />

criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de<br />

interpretação daquilo que se ouve ou lê. Enquanto a coesão está <strong>para</strong> os elementos<br />

conectores de ideias no texto, a coerência está <strong>para</strong> a harmonia interna do texto, o sentido.<br />

Muitos professores, infelizmente, ainda ensinam que só há coerência se houver coesão. Não<br />

obstante, vejamos:


Coeso e incoerente<br />

“Os jornalistas se comprometem a divulgar artigos políticos de maneira polida e imparcial,<br />

no entanto eles comumente afligem a opinião daqueles que se empenham em ter um cerne ou<br />

um ponto de vista menos fundamentalista.”<br />

Do que o texto fala mesmo? O elemento coesivo no entanto estabelece uma relação de<br />

oposição com o quê? Com o fato de os artigos ou os jornalistas afligirem a opinião de quem?<br />

Dos leitores, dos jornalistas ou dos artigos políticos?<br />

Percebe que há uma confusão, que gera uma incompreensão do texto? Logo, podemos dizer<br />

que não houve coerência, apesar de ter havido coesão.<br />

Incoeso e coerente<br />

“Saí. Praia. Futebol. Volto à noite. Morto. Não espere nada de mim. Bj!”<br />

Sabemos que ela vai falar muito no ouvido dele, não? Bem... depois do comentário<br />

machista... quero que você perceba que não houve nenhum elemento conectando as frases;<br />

houve apenas justaposição de frases. Realmente não houve coesão stricto sensu, mas houve<br />

total coerência, pois as frases mantêm relações de sentido bem típicas de um homem cara de<br />

pau (do ponto de vista da mulher). A incoesão, ausência de elementos conectores ou<br />

referenciadores, não prejudicou o sentido do texto, ou seja, a coerência.<br />

Apoiando-me em grandes nomes, como Agostinho Dias Carneiro, Evanildo Bechara, José<br />

Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli, construí o restante do capítulo. Redobre sua atenção a<br />

partir de agora!


Coesão Referencial<br />

Exceto a interjeição, as demais classes gramaticais colaboram <strong>para</strong> a construção de um<br />

texto coeso. A coesão referencial ocorre quando usamos as classes gramaticais <strong>para</strong><br />

recuperar certos termos dentro do texto. O objetivo disso é evitar a repetição enfadonha,<br />

tornando o discurso mais fluido, mais dinâmico.<br />

Tecnicamente falando, se um elemento tem como referente um termo anterior, dizemos que<br />

ele apresenta valor anafórico. Por outro lado, se um elemento tem como referente um termo<br />

posterior, dizemos que ele apresenta valor catafórico. Logo, a coesão referencial trata de<br />

termos que substituem outros.<br />

Relembrou isso da aula de Pronome? Se não, releia pelo menos a teoria relativa aos<br />

pronomes demonstrativos e também o tópico Valor Discursivo. Vá por mim!<br />

1) Substantivos ou expressões substantivas<br />

– A resignação normalmente se enquadra no grupo de sentimentos próprios de pessoas<br />

fracas. No entanto, nem toda submissão deve ser mal interpretada. (sinônimos)<br />

– Celso Cunha é bem conhecido entre os “concurseiros”. Até hoje, a obra desse<br />

gramático tem grande prestígio. (hipônimo-hiperônimo)<br />

– Estão circulando alguns boatos a respeito da premiação de um ator brasileiro na<br />

próxima festa do Oscar. Rodrigo Santoro realmente pode conseguir seu lugar ao sol.<br />

(hiperônimo-hipônimo)<br />

– Jesus Cristo, após sua morte, continuou sendo alvo de ataques. Alguns céticos até<br />

hoje duvidam da existência do Salvador e dos milagres atribuídos a ele. (antonomásia)<br />

– As chaminés estão com os dias contados. O governo aprovou finalmente critérios<br />

rígidos <strong>para</strong> as indústrias produtoras de gases nocivos ao meio ambiente. (metonímia)<br />

– O Cespe é um órgão que integra a Fundação Universidade de Brasília, realizando<br />

diversos concursos públicos anualmente. É por isso que muitos candidatos procuram<br />

saber mais sobre o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos. (abreviação)<br />

– Luís Inácio Lula da Silva foi presidente duas vezes. Todo o povo brasileiro amava<br />

Lula. (repetição de parte do nome)<br />

– Depois de ter se convertido àquela religião, nunca mais foi a mesma pessoa. Como<br />

pode uma conversão, aparentemente positiva, afastar amigos? (nominalização)<br />

– A demora na liberação de verbas, na compra de material, na execução de serviços<br />

tem provocado desconforto, por isso o presidente cobrou de seus ministros menos<br />

burocracia, com o intuito de ajudar os que mais necessitam. (palavra-síntese)<br />

Obs.: Os casos anteriores costumam ser enquadrados também no que se chama coesão


lexical. Também é digno de nota dizer o que é expansão lexical: trata do uso de<br />

palavras ou expressões sinônimas que, normalmente, indicam o ponto de vista do autor:<br />

“O professor Evanildo Bechara ainda ministra aulas no Rio de Janeiro. Este grande<br />

mestre gosta de dividir sua sabedoria com os alunos.”.<br />

2) Elipse<br />

– Os verdadeiros mestres prezam a excelência no ensino e assistem os alunos da melhor<br />

maneira possível.<br />

Evita-se a repetição do sujeito por meio da elipse: “... (verdadeiros mestres) assistem os<br />

alunos...”.<br />

3) Adjetivos<br />

– Relacionadas ao tabaco, dói imaginar que o Brasil tenha gastado 0,5% do Produto<br />

Interno Bruto (PIB) em 2011 <strong>para</strong> tratar doenças – cerca de 20 bilhões de reais.<br />

Note que o adjetivo relacionadas faz referência a doenças.<br />

4) Artigos definidos<br />

– Um guarda de trânsito multou um carro estacionado em lugar irregular na rua em que<br />

deixo meu carro. Tenho sorte por conhecer o policial.<br />

Observe que o artigo definido destacado tem valor anafórico, pois remete ao guarda de<br />

trânsito mencionado anteriormente. Se, no lugar do o, fosse usado um (artigo indefinido), o<br />

sentido iria mudar e a relação coesiva entre policial e guarda de trânsito não seria<br />

estabelecida.<br />

5) Pronomes<br />

Todos os seis tipos (pessoal, possessivo, indefinido, interrogativo, demonstrativo e<br />

relativo) colaboram com a referenciação, seja anafórica, seja catafórica.<br />

– “Se o diretor é uma espécie de CEO (diretor-executivo) na escola, é necessário que<br />

ele desenvolva habilidades de liderança.” (Irma Zardoya)<br />

– “Ou o sistema muda de bom grado, ou as “quebradeiras” e as multidões tomando as<br />

ruas vão obrigá-lo a mudar!”<br />

– “A participação das mulheres no Congresso norte-americano ainda é considerada<br />

baixa (cerca de 17%), mas o resultado no Senado comprova um aumento sistemático<br />

da participação delas na tomada de decisões.” (José Antonio Lima)<br />

– Não deve ser fácil <strong>para</strong> Sua Santidade conter a vaidade, afinal, Francisco é hoje o<br />

líder religioso mais poderoso do mundo.<br />

– “O governo do Equador deu asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. O Reino<br />

Unido, com seu conhecido respeito seletivo pela legislação internacional, desenterrou


uma lei bisonha <strong>para</strong> afirmar que poderia invadir a embaixada do país latinoamericano,<br />

a fim de capturar seu inimigo público.” (Vladimir Safatle)<br />

– O futebol é indiscutivelmente a paixão nacional do brasileiro, em segundo lugar vem<br />

o basquete. Um apresenta Pelé como ídolo; o outro, Oscar.<br />

– Segundo algumas religiões cristãs, há dois governantes no mundo: Deus e Satanás. A<br />

quem você serve?<br />

– “Duas estradas se se<strong>para</strong>m em uma floresta: eu tomo aquela que é menos viajada, e<br />

isso tem feito toda a diferença.” (Robert Frost)<br />

– Os alunos cujas famílias estão no programa do governo têm frequência acima da<br />

média dos demais.<br />

6) Numerais<br />

– João, Pedro e Amanda passaram, mas só o primeiro se classificou <strong>para</strong> o concurso<br />

elaborado pelo Cespe. O segundo e a terceira desistiram da carreira e decidiram<br />

tentar o concurso elaborado pela Esaf.<br />

7) Verbos vicários<br />

Os verbos fazer e ser são substitutos de outros verbos <strong>para</strong> se evitar a repetição.<br />

– É preciso acabar com a corrupção de uma vez por todas, mas como fazê-lo? (... mas<br />

como acabar)<br />

– “Amo a liberdade, por isso as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é (=<br />

voltaram) porque as conquistei. Se não voltarem é (= não voltaram) porque nunca as<br />

tive.” (Bob Marley)<br />

8) Advérbios<br />

– O Brasil e os Estados Unidos são países que conservam um certo grau de preconceito.<br />

Mas lá chega a ser pior que aqui.<br />

– É assim que quero morrer: na minha cama, num sono profundo.


Coesão Sequencial<br />

Ocorre quando se usam conjunções, locuções conjuntivas, preposições, locuções<br />

prepositivas ou pronomes relativos que normalmente conectam orações dentro do texto, dando<br />

sequência à leitura, estabelecendo determinadas relações de sentido e concatenando as ideias<br />

dentro dele. Por isso, sugiro que você recapitule estas classes gramaticais.<br />

– Eu me esforcei muito e fiz grande investimento na minha carreira inicial, mas nada<br />

saiu como eu esperava ou como deveria ser, porque, afinal, esse não era meu destino.<br />

Por isso hoje decidi fazer faculdade, a qual me fez muito feliz. Finalmente encontrei<br />

minha vocação <strong>para</strong> obter sucesso profissional. Em virtude disso, posso dizer que<br />

estou realmente realizado.<br />

Note que todos os termos destacados “jogam” o leitor <strong>para</strong> a frente na leitura, pois tais<br />

conectores (ou conectivos) servem <strong>para</strong>, além de introduzir argumentos, dar progressão ao<br />

texto.<br />

Dica de irmão: Decore os conectivos, pois a maneira como isso cai na prova é simples:<br />

normalmente se pede a substituição de um conectivo por outro mantendo o mesmo sentido.<br />

Logo, se você não tem os conectivos no sangue, vai perder a oportunidade de acertar uma<br />

questão.


Coesão Recorrencial<br />

Ocorre quando se usa a repetição (reiteração) de vocábulos, o <strong>para</strong>lelismo sintático<br />

(repetição de estrutura sintática semelhante) e a paráfrase (repetição de conteúdo semântico<br />

semelhante, introduzido por ou seja, isto é, quer dizer...)<br />

– “Uma em cada sete pessoas no mundo vai <strong>para</strong> a cama com fome, na maioria mulheres e<br />

crianças”, disse a diretora da representação do PAM em Genebra (Suíça), Lauren<br />

Landis, no seminário intitulado Lutar Juntos Contra a Fome. “A fome mata anualmente<br />

mais pessoas do que o vírus que transmite a Aids, a malária e a tuberculose”,<br />

acrescentou. (repetição enfática)<br />

– Bom mesmo é passar no concurso, ganhar bem e ser feliz. (<strong>para</strong>lelismo)<br />

– Ela não compareceu à prova, ou seja, perdeu a chance. (paráfrase)<br />

Obs.: Dos três, o mais comum é o recurso do <strong>para</strong>lelismo sintático. Veja:<br />

Questão 03 (Uerj – Vestibular (Português Instrumental) – 2006)<br />

O homem de grandes negócios fecha a pasta de zíper e toma o avião da tarde. O homem de negócios miúdos<br />

enche o bolso de miudezas e toma o ônibus da madrugada. A mulher elegante faz Cooper e sauna na quintafeira.<br />

A mulher não elegante faz feira no sábado. (l. 1 – 3)<br />

Na passagem citada, estão implícitas com<strong>para</strong>ções, que se constroem por meio de um mecanismo de coesão<br />

determinado.<br />

A) Identifique e defina o mecanismo de coesão que estrutura essas com<strong>para</strong>ções.<br />

Gabarito Oficial: Paralelismo. Apresentação de estruturas sintáticas semelhantes.


Fatores de Coerência<br />

Para que um texto tenha harmonia de sentido entre suas partes, e, portanto, coerência, é<br />

preciso que nele haja textualidade, um conceito que trata, dentre outras coisas, dos fatores de<br />

coerência de um texto. Conheça alguns:<br />

Manutenção temática<br />

Suponha que um parágrafo esteja falando sobre educação brasileira...<br />

O investimento na educação brasileira precisa ser levado a sério, pois há jovens mentes<br />

brilhantes apenas esperando ser lapidadas a fim de produzir arte e novas tecnologias em<br />

benefício de toda a sociedade.<br />

Faria sentido dar continuidade ao texto assim?<br />

Por isso, o governo continuará desenvolvendo projetos relativos ao esporte, afinal, nosso<br />

país vem sendo considerado um dos grandes polos esportivos.<br />

É claro que não... afinal, o contexto (o primeiro período) não mantém harmonia de sentido<br />

com a segunda parte do texto.<br />

Conhecimento de mundo<br />

Suponha que um parágrafo esteja falando sobre os oceanos...<br />

Quase três quartos da superfície terrestre são cobertos pelos oceanos.<br />

Faria sentido dar continuidade ao texto assim?<br />

Dentre eles, o maior de todos, o Pacífico, banha grande parte do território brasileiro.<br />

É claro que não... afinal, nosso conhecimento de mundo nos diz que tal oceano não banha o<br />

Brasil, mas sim o Atlântico.<br />

Situação de comunicação<br />

Suponha que uma carta de demissão seja dirigida à área de departamento pessoal assim:<br />

Prezado empregador,<br />

Na boa, nunca gostei de trabalhar aqui nesse lugar horrível, que paga mal, que nos<br />

causa estresse e o escambau. Por isso estou metendo o pé. Quero que me paguem tudo<br />

certinho, senão vou meter a empresa no pau. Fui!<br />

Percebe que falta adequação à situação de comunicação? Por mais que o empregado<br />

estivesse insatisfeito com a empresa, a situação exige um discurso mais formal (sem gírias) e<br />

desprovido de ofensas e ameaças.<br />

Mecanismos gramaticais e semânticos da língua<br />

É preciso tomar cuidado com certas palavras da língua, como sinônimos e parônimos, pois,


em alguns contextos, pode haver certa confusão no uso, gerando incoerência. Veja um exemplo<br />

de mau uso na escolha vocabular:<br />

O sobrepeso é mais do que um problema com a aparência, é um perigo real <strong>para</strong> a saúde,<br />

haja vista os milhares de mortes relacionadas a ele. A questão é tão grave que muitos<br />

médicos, nutricionistas e professores de educação física militam contra o sobrepeso,<br />

alertando que ele provoca a diabetes tipo 2, doenças cardíacas, pressão alta, infarto e<br />

certos cânceres.<br />

Percebeu que o autor quis dizer obesidade, mas usou sobrepeso? Sobrepeso é apenas o<br />

peso acima do ideal, levando-se em conta sexo, altura, idade etc. Obesidade é um excesso de<br />

gordura acumulada em todo o corpo que representa uma porcentagem muito maior em relação<br />

à massa magra. Em outras palavras, o sobrepeso representa apenas um risco do indivíduo<br />

tornar-se obeso. Ponto. Já a obesidade traz prejuízos à saúde.<br />

Agora note que se usa equivocadamente uma palavra:<br />

Enquanto os principais líderes da colisão e da oposição alimentaram a impressão em<br />

julho e agosto de que estavam pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> que a Grécia deixasse o euro, a opinião<br />

comum hoje parece ser de que o país deve ser mantido no bloco monetário.<br />

Percebeu que o autor quis dizer coalizão, ou seja, um acordo entre partidos políticos? Ao<br />

usar colisão, o sentido ficou absurdo, afinal, não houve choque entre dois corpos, ninguém<br />

colidiu com ninguém, nem conflito houve.<br />

Intertextualidade<br />

A intertextualidade é um recurso argumentativo muito bom quando o intuito é a defesa de<br />

uma tese. No entanto, se mal usada, além de nada acrescentar, pode provocar incoerência.<br />

A falta de comedimento já levou o ser humano a se destruir, individual e coletivamente,<br />

muitas vezes. Por isso não podemos nos dar ao luxo de pensar que nossas atitudes são<br />

inconsequentes e só nos ferem a nós mesmos. Precisamos seguir o que disse o poeta Cazuza<br />

em um de seus raros momentos de lucidez moral e espiritual: “Até nas coisas mais banais,<br />

pra mim é tudo ou nunca mais.”.<br />

Note que o conteúdo da citação, que é um tipo de intertextualidade (reveja este conceito no<br />

capítulo de Semântica), não corrobora a tese, mas vai em direção contrária a ela.<br />

Intencionalidade<br />

Quando se cria um texto, é preciso deixar clara a intenção ao interlocutor. Não se pode, por<br />

exemplo, apresentar duas teses num parágrafo introdutório de uma redação dissertativoargumentativa,<br />

pois o leitor ficará confuso. Veja:<br />

Para mantermos uma consciência sustentável, precisamos usar inteligentemente, hoje, os


ecursos do planeta, pois ninguém mais duvida que, por sermos seres dependentes deles,<br />

precisam ser bem utilizados e reutilizados. É certo que o homem precisa investir em<br />

empreendimentos sustentáveis, mas não se pode negar que há um alarmismo quanto ao<br />

esgotamento dos recursos naturais da Terra. Sendo assim, é preciso ação e menos discurso.<br />

Observe de novo a primeira tese:<br />

Para mantermos uma consciência sustentável, precisamos usar inteligentemente, hoje, os<br />

recursos (esgotáveis) do planeta, pois ninguém mais duvida que, por sermos seres<br />

dependentes deles, precisam ser bem utilizados e reutilizados.<br />

Agora, a segunda:<br />

É certo que o homem precisa investir em empreendimentos sustentáveis, mas não se pode<br />

negar que há um alarmismo quanto ao esgotamento dos recursos naturais da Terra.<br />

Afinal, o autor do texto acredita que os recursos são esgotáveis ou não? Qual é o grau de<br />

importância que ele dá a isso na primeira tese e na segunda tese? O que ele vai defender ao<br />

longo do texto: a ideia de que precisamos manter uma consciência sustentável ou de que é<br />

preciso investir em empreendimentos sustentáveis?<br />

Há uma incoerência, ou obscuridade (<strong>para</strong> dizer o mínimo), na intenção do autor.<br />

Vamos conhecer agora os tipos de coerência mais comuns.


Coerência Narrativa<br />

Há coerência narrativa quando um texto narrativo apresenta harmonia e logicidade entre as<br />

partes que o compõem.<br />

A partir desse conceito, veja dois exemplos de fácil percepção:<br />

Incoerência: Assim que Manuela chegou à estação de trem, deu-se conta de que havia<br />

esquecido o objeto mais importante de sua vida até então, a foto de seu amor. Por isso,<br />

pegou o trem e partiu.<br />

Coerência: Assim que Manuela chegou à estação de trem, deu-se conta de que havia<br />

esquecido o objeto mais importante de sua vida até então, a foto de seu amor. Por isso,<br />

retornou a sua casa, fazendo em seguida o trajeto de volta <strong>para</strong> pegar o trem.<br />

Raciocínio simples: se a personagem tinha como objeto mais precioso a foto de seu amor,<br />

não poderia ter partido sem ela.


Coerência Argumentativa<br />

Há coerência argumentativa quando um texto dissertativo apresenta harmonia e logicidade<br />

entre as partes que o compõem, normalmente entre os argumentos e a tese.<br />

A partir desse conceito, veja dois exemplos de fácil percepção:<br />

Incoerência: Doença que mais mata no país e que costuma ser associada a pacientes<br />

idosos, o acidente vascular cerebral (AVC) também atinge jovens. Por isso aqueles<br />

precisam investir nos exercícios físicos e na boa alimentação, mas não estes.<br />

Coerência: Doença que mais mata no país e que costuma ser associada a pacientes<br />

idosos, o acidente vascular cerebral (AVC) também atinge jovens. Por isso ambos os grupos<br />

etários precisam investir nos exercícios físicos e na boa alimentação.<br />

Raciocínio simples: independentemente de o AVC matar mais idosos que jovens, ambos<br />

precisam se preocupar com a saúde.


Coerência Figurativa<br />

Há coerência figurativa quando um texto, normalmente narrativo-descritivo, apresenta<br />

harmonia e logicidade entre as partes que o compõem – o assunto tratado e as figuras usadas<br />

<strong>para</strong> ilustrá-lo.<br />

A partir desse conceito, veja dois exemplos de fácil percepção:<br />

Incoerência: Todo o velório foi profundamente triste, pois Laureliano era uma pessoa<br />

notável e assaz virtuosa. Pessoas contavam piadas, bebiam, comiam, dançavam,<br />

gargalhavam e se beijavam, como se o mundo estivesse acabando. O morto foi ignorado por<br />

completo.<br />

Coerência: Todo o velório foi profundamente triste, pois Laureliano era uma pessoa<br />

notável e assaz virtuosa. Não havia piadas, nada se bebia, nada se comia, não havia dança,<br />

só choro; os beijos eram de condolências, o mundo havia acabado ali, pois o morto era o<br />

centro de todas as atenções.<br />

Raciocínio simples: se o morto é uma pessoa notável e assaz virtuosa, a expectativa é de<br />

que as pessoas deem total atenção a ele. Por estarem em um velório, as pessoas têm de<br />

comportar-se conforme a ocasião.


Coerência Temporal<br />

Há coerência temporal quando um texto, normalmente dissertativo ou narrativo, apresenta<br />

harmonia e logicidade temporal entre as partes que o compõem, respeitando-se as leis da<br />

sucessividade dos eventos.<br />

A partir desse conceito, veja esta questão:<br />

Questão 2 (FUNRIO – MPOG – Analista Administrativo – 2009)<br />

A coerência textual se constrói de muitas maneiras. Uma delas é aquela que respeita as leis da sucessividade dos<br />

eventos ou apresenta uma compatibilidade entre os enunciados do texto, do ponto de vista da localização no tempo.<br />

Nesse caso, temos o que se chama de coerência temporal.<br />

Qual dos trechos abaixo apresenta incoerência, pois os enunciados são incompatíveis do ponto de vista da<br />

temporalização?<br />

a) Antes do jogo, a torcida cantou músicas que saudavam o seu time. Com a derrota por goleada, o coro da<br />

arquibancada só servia <strong>para</strong> execrar os jogadores e os dirigentes – responsabilizados por mais aquele fracasso.<br />

b) Enquanto alguns povos se vangloriam dos feitos de seus antepassados e não se pre<strong>para</strong>m <strong>para</strong> o futuro, aos povos<br />

que não têm grande tradição só resta buscar a organização de sua sociedade.<br />

c) Quando a professora entrou, o menino já tinha posto o sapo na bolsa de seu colega e estava sentado tranquilamente<br />

no seu lugar. A mestra pegou-o em flagrante, bem no instante em que ele colocava o sapo na bolsa do colega.<br />

d) A moça escolheu minuciosamente os grãos de feijão e de arroz e só depois disso colocou-os na panela e no fogo, pois<br />

sabia que no dia seguinte não teria tempo <strong>para</strong> fazer esse serviço.<br />

e) Durante o temporal que caiu na semana passada na cidade onde eu nasci, vi muita gente comprando guarda-chuvas e<br />

capas protetoras, pois tudo aconteceu muito repentinamente.<br />

Comentário: O gabarito é a letra C, pois, se ele já tinha posto o sapo na bolsa antes de ela<br />

entrar, não faz sentido algum dizer que ela o pegou no momento em que ele fazia isso.


Coerência de Registro<br />

Há coerência de registro ou coerência no nível de linguagem quando um texto apresenta<br />

apenas um registro. Quando há mais de um registro no mesmo texto, normalmente o formal e o<br />

informal, ocorre uma incoerência.<br />

A partir desse conceito, veja dois exemplos de fácil percepção:<br />

Incoerência: “Cada descoberta científica é uma pequena história de aventura. Nas<br />

publicações científicas, o relato dessas <strong>para</strong>das está encoberto por uma porrada de termos<br />

técnicos, descrição de métodos e um cuidado <strong>para</strong>noico com a precisão da linguagem. O<br />

resultado é que o sabor da aventura se perde em um texto difícil pra dedéu.” (<strong>Fernando</strong><br />

Reinach)<br />

Coerência: “Cada descoberta científica é uma pequena história de aventura. Nas<br />

publicações científicas, o relato dessas aventuras está encoberto por uma infinidade de termos<br />

técnicos, descrição de métodos e um cuidado <strong>para</strong>noico com a precisão da linguagem. O<br />

resultado é que o sabor da aventura se perde em um texto quase incompreensível” (<strong>Fernando</strong><br />

Reinach)<br />

Observe que há incoerência no primeiro fragmento porque há mistura de linguagem sóbria,<br />

formal com linguagem chula, vulgar. Para haver coerência, é preciso manter uma uniformidade<br />

no registro linguístico.


Continuidade Textual<br />

Este assunto, antes de qualquer coisa, é a cara da Esaf. Todo bendito ano cai uma questão a<br />

respeito disso (às vezes duas ou três). Vamos entender isso de uma vez por todas?<br />

Todo texto coerente precisa apresentar progressão textual, ou seja, “cada segmento que se<br />

sucede precisa ir acrescentando informações novas aos enunciados anteriores”. Não pode<br />

haver repetição de ideias, a não ser por motivo enfático, senão o texto vira uma ladainha,<br />

ficando “pobre”. A partir desse conceito, veja um texto sem progressão textual seguido de sua<br />

reescritura com progressão:<br />

Sem progressão textual: A água potável sempre foi um recurso finito. Mesmo sendo um<br />

recurso renovável, pelo ciclo natural, suas reservas não são ilimitadas. Dizer que ela nunca<br />

vai acabar é um dis<strong>para</strong>te, pois um dia isso pode acontecer. Afinal, a água que usamos <strong>para</strong><br />

a sobrevivência (higiene e alimentação), pode ter um fim.<br />

Com progressão textual: A água potável sempre foi um recurso finito. Mesmo sendo um<br />

recurso renovável, pelo ciclo natural, suas reservas hoje estão comprometidas, por causa de<br />

algumas ações humanas. Por exemplo, a indústria consome cerca de 24% da água do<br />

planeta, além de poluir lagos e rios, causando também perda de biodiversidade. Precisamos<br />

entender sua importância <strong>para</strong> que simultaneamente não tenhamos o mesmo fim.<br />

Note que o primeiro texto “roda, roda, e não sai do lugar”. Há um discurso circular, sem<br />

informações novas e relevantes. O segundo texto é o oposto disso, por isso há progressão.<br />

Às vezes, a progressão textual é comprometida por coesão inadequada ou incoerência. Veja<br />

quatro exemplos:<br />

Texto com coesão inadequada:<br />

O capitalista ganha na massa de produtos, porque em cada mercadoria produzida há<br />

sempre proporcionalmente menos peso da força de trabalho e, portanto, da mais valia – que<br />

é o que lhe permite acumular capital.<br />

No entanto, o capitalista está sempre buscando ampliar sua produção, <strong>para</strong> ganhar na<br />

competição, pela escala de produção e porque ganha na massa de mercadorias produzidas.<br />

(Emir Sader – adaptado)<br />

Texto com coesão adequada:<br />

O capitalista ganha na massa de produtos, porque em cada mercadoria produzida há<br />

sempre proporcionalmente menos peso da força de trabalho e, portanto, da mais valia – que<br />

é o que lhe permite acumular capital.<br />

Por isso, o capitalista está sempre buscando ampliar sua produção, <strong>para</strong> ganhar na<br />

competição, pela escala de produção e porque ganha na massa de mercadorias produzidas.<br />

(Emir Sader – adaptado)


A conjunção no entanto, que inicia o segundo parágrafo, não deveria ser usada, pois tal<br />

conectivo estabelece uma relação de oposição; mas, entre o primeiro parágrafo e o segundo,<br />

há uma clara relação de causa e consequência, por isso o elemento coesivo a ser usado no<br />

início do segundo parágrafo deveria ser um destes: portanto, então, por isso, por<br />

conseguinte, em vista disso etc.<br />

Texto sem coerência:<br />

Uma trágica guerra instaurou-se entre o crime organizado e a Polícia Militar de São<br />

Paulo. A selvageria e a violência tomaram conta do cotidiano de amplos setores da<br />

periferia da cidade. A população, sempre vítima maior deste conflito, vive momentos de<br />

intensa insegurança. A mídia comercial é estranhamente comedida nos espaços dedicados<br />

ao noticiário do tema.<br />

Por isso a Comissão Global de Política sobre Drogas (CGPD), presidida pelo expresidente<br />

<strong>Fernando</strong> Henrique Cardoso, pediu nesta quarta-feira 24, em Varsóvia, políticas<br />

orientadas <strong>para</strong> a prevenção e o controle, justificando que a guerra contra as drogas foi um<br />

fracasso.<br />

(Pedro Estevam Serrano – adaptado)<br />

Texto com coerência:<br />

Uma trágica guerra instaurou-se entre o crime organizado e a Polícia Militar de São<br />

Paulo. A selvageria e a violência tomaram conta do cotidiano de amplos setores da<br />

periferia da cidade. A população, sempre vítima maior deste conflito, vive momentos de<br />

intensa insegurança. A mídia comercial é estranhamente comedida nos espaços dedicados<br />

ao noticiário do tema.<br />

Por isso, os governos federal e estadual travaram acordo de cooperação com vistas à<br />

repressão comum do crime organizado por meio da criação de uma agência especializada.<br />

(Pedro Estevam Serrano – adaptado)<br />

Não se pode mudar de assunto de um parágrafo a outro sem que haja uma razão <strong>para</strong> isso.<br />

Note que o primeiro parágrafo fala sobre uma guerra na cidade de São Paulo entre o crime<br />

organizado e a Polícia Militar. No segundo, fala-se de guerra contra as drogas e políticas<br />

relativas a drogas. Cuidado com a manutenção temática! Ela é necessária <strong>para</strong> que possa<br />

haver coerência textual.<br />

Dica de irmão: Normalmente a Esaf é a banca que trata de continuidade textual. Por isso<br />

saiba que, quando ela trabalha este assunto na prova, a maioria das vezes os enunciados<br />

dizem assim: “Assinale a opção que fornece uma continuidade coesa, coerente e<br />

gramaticalmente correta.”. Quando se diz “gramaticalmente correta”, muitas vezes é possível<br />

eliminar opções só pelo conhecimento de regras gramaticais, como regência, crase,


concordância, emprego de pronomes, ortografia, acentuação, pontuação etc. Por isso, ao<br />

fazer uma questão dessas, tente agilizar sua vida na hora da prova por perceber as<br />

alternativas que têm desvios gramaticais, ok?


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Hoje as provas têm abordado muito a questão do valor coesivo dos pronomes. Eles têm o<br />

papel de recuperar ou fazer referência a termos dentro do texto (coesão endofórica –<br />

anafórica, que substitui termo ou ideia anterior – ou catafórica, que refere-se a um termo ou<br />

ideia posterior). Os termos, expressões, ideias inteiras retomadas ou antecipadas por um<br />

pronome são chamados de referentes. Normalmente os pronomes são usados com tais funções<br />

<strong>para</strong> evitar a repetição viciosa no texto.<br />

Portanto, estude coesão referencial e sequencial muito bem, e qualquer prova estará em<br />

suas mãos. Sobre progressão textual e coerência, preste atenção na manutenção temática e no<br />

uso dos conectivos. Por isso, insisto: faça e refaça as questões deste capítulo e dos de<br />

Conjunção, Preposição e Pronome, pois há muitas questões que tratam de coesão e<br />

coerência! O conhecimento dessas classes gramaticais (e suas funções discursivas) será<br />

determinante <strong>para</strong> acertar uma questão na prova. Todas as bancas (todas!) adoram tratar de<br />

coesão e coerência. Não diga que não avisei!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

1. (Consulplan – CFN – Administrador – 2011) Os termos destacados constituem elementos coesivos por retomarem termos ou<br />

ideias anteriormente registrados, EXCETO:<br />

a) “Para isso, existiam os oráculos” (1 o §)<br />

b) “Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio.” (2 o §)<br />

c) “Só sei que nada sei” (2 o §)<br />

d) “Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam <strong>para</strong> defender essa ou aquela posição ideológica” (3 o §)<br />

e) “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3 o §)<br />

2. Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1 o §), “Após muito meditar<br />

sobre as palavras do oráculo” (2 o §), “então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria<br />

ignorância” (2 o §), “A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria” (2 o §), e “Mas<br />

havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres” (3 o §). As expressões<br />

destacadas indicam, respectivamente, ideia de:<br />

a) Tempo, tempo, conclusão, conclusão, adversidade.<br />

b) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adversidade.<br />

c) Tempo, tempo, conclusão, tempo, adversidade.<br />

d) Consequência, tempo, tempo, conclusão, adversidade.<br />

e) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adição.<br />

É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm<br />

<strong>para</strong> ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem d’agora.<br />

É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos<br />

abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como<br />

se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja ilógica.<br />

O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes<br />

lógicas! – de que emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só aparentemente! – às vezes<br />

chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória. (Pedro Nava, Baú de<br />

Ossos)<br />

3. (Consulplan – Pref. Santo Antônio do Descoberto/GO – Advogado – 2011) Considerando-se as relações de coesão do texto,<br />

assinale a opção em que o 2 o elemento faz referência ao 1 o :<br />

a) os fatos da infância – aqueles;<br />

b) tempo afora – d’agora;<br />

c) carga – os outros;<br />

d) carga – miúdos fatos;<br />

e) abismos do esquecimento – eles.<br />

Fragmentos de texto<br />

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.<br />

(...)<br />

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não<br />

sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu<br />

escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou<br />

uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.<br />

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado,<br />

o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém<br />

desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E<br />

vemos? Não, não vemos.<br />

(...)<br />

4. (Cesgranrio – BNDES – Engenheiro – 2011) A passagem transcrita em que NÃO há correspondência entre o pronome<br />

destacado e o referente a ele atribuído é:<br />

a) “...como se a visse pela última vez.” (l. 2-3) – coisa


) “Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro.” (l. 20-21) – hall do prédio<br />

c) “Dava-lhe bom-dia...” (l. 21-22) – profissional<br />

d) “pode ser também que ninguém desse por sua ausência.” (l. 29-30) – girafa<br />

e) “O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem.” (l. 30-31) – olhos<br />

5. (Cesgranrio – FINEP – Técnico (Apoio Adm. e Secr.) – 2011) O período “Fiquei perturbada, mas acabei dando as costas<br />

<strong>para</strong> o resultado [...]” (L. 27-29) pode ser reescrito, mantendo-se o mesmo sentido, assim:<br />

a) Como fiquei perturbada, acabei dando as costas <strong>para</strong> o resultado.<br />

b) Antes de ficar perturbada, acabei dando as costas <strong>para</strong> o resultado.<br />

c) Conforme ficava perturbada, acabei dando as costas <strong>para</strong> o resultado.<br />

d) Caso tivesse ficado perturbada, acabei dando as costas <strong>para</strong> o resultado.<br />

e) Embora tenha ficado perturbada, acabei dando as costas <strong>para</strong> o resultado.<br />

6. (FDC – Cremerj – Administrador – 2011) “As drogas medicinais ou ‘drogas da virtude’, prescritas pelos físicos, odontólogos<br />

e médicos homeopatas ou alopatas eram manipuladas por boticários, que importavam remédios europeus e usavam<br />

produtos nativos em sua formulação.”<br />

No texto há um conjunto de elementos que se prendem a termos anteriores a fim de produzir coesão (ligações formais e<br />

semânticas) entre esses elementos. A indicação INCORRETA de um desses termos é:<br />

a) o pronome possessivo sua tem como referente “remédios europeus”;<br />

b) o particípio prescritas refere-se às duas espécies de drogas mencionadas antes;<br />

c) o conectivo por une a forma verbal eram manipuladas a seu agente;<br />

d) a forma verbal usavam repete o mesmo sujeito de importavam;<br />

e) o pronome relativo que refere-se a boticários.<br />

7. (FCC – INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012) Identifica-se uma consequência e sua causa, respectivamente, em:<br />

a) Há felicidade coletiva // quando são adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. (2 o<br />

parágrafo)<br />

b) E a sociedade será mais feliz // se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos de saúde... (2 o parágrafo)<br />

c) A educação, a segurança, a saúde, o lazer, a moradia e outros mais são considerados direitos fundamentais de<br />

cunho social pela Constituição // exatamente por serem essenciais ao bem-estar da população no seu todo. (5 o<br />

parágrafo)<br />

d) ... por dizer a Constituição serem os direitos sociais essenciais à busca da felicidade, // se vai, então, forçar os<br />

entes públicos a garantir condições mínimas de vida ... (3 o parágrafo)<br />

e) O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, // mas não há<br />

felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. (6 o parágrafo)<br />

8. (Consulplan – Pref. Nova Iguaçu/RJ – Médico Acupunturista – 2012) Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa<br />

ideia de oposição em:<br />

a) “... atingido esse consenso, porém, não é motivo <strong>para</strong> a humanidade...”<br />

b) “Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos lotada...”<br />

c) “... isso não garante que também eles serão capazes de repassar a fortuna...”<br />

d) “... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera...”<br />

e) “Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico...”<br />

Fragmento de texto<br />

“Nesta altura do campeonato já dá <strong>para</strong> dizer que todos concordam com a importância de deixar um planeta melhor <strong>para</strong><br />

os nossos filhos. E que, exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos. O fato de<br />

termos atingido esse consenso, porém, não é motivo <strong>para</strong> a humanidade bater no peito e acreditar que deu um passo à<br />

frente. (...)”<br />

9. Tendo em vista a importância e função dos elementos de coesão textual, o termo destacado em “E que, exatamente por isso,<br />

a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos.” refere-se:<br />

a) ao futuro das novas gerações;<br />

b) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente;<br />

c) à importância da sustentabilidade em nossos tempos;<br />

d) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos;<br />

e) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor <strong>para</strong> as próximas gerações.


“Sei que você sente muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você.”<br />

10. (Ceperj – Procon/RJ – Agente de Proteção e Defesa do Consumidor – 2012) O conectivo “porque”, no contexto acima,<br />

estabelece relação de:<br />

a) modo;<br />

b) causa;<br />

c) adversidade;<br />

d) conformidade;<br />

e) proporcionalidade.<br />

“Para os trabalhadores, é o mês em que eles pensam que estão mais ricos. Recebem o 13º salário ou parte dele – e<br />

compram. A verdade é que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres, vêm comprando. Compram de tudo.”<br />

11. (Ceperj – Degase – Agente Socioeducativo – 2012) “A verdade é que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres,<br />

vêm comprando.”<br />

O período acima poderia ser reescrito com a introdução de um conectivo, de modo a explicitar a relação de sentido do<br />

contexto original.<br />

A inserção do conectivo preserva o sentido original da frase na seguinte alternativa:<br />

a) embora venham comprando;<br />

b) <strong>para</strong> virem comprando;<br />

c) porque vêm comprando;<br />

d) contudo vêm comprando;<br />

e) apesar de virem comprando.<br />

“Delfino Natal de Souza, secretário de logística e tecnologia da informação, defende que esta nova modalidade de gestão de<br />

documentos irá modernizar a gestão pública / ao permitir que o gerenciamento de processos seja feito de forma<br />

eletrônica.”<br />

12. (Ceperj – Seplag – Analista de Planejamento e Orçamento – 2012) As relações lógicas entre os segmentos sublinhados são<br />

as de:<br />

a) causa / consequência.<br />

b) fato / justificativa.<br />

c) previsão / retificação.<br />

d) opinião / modo.<br />

e) afirmação / exemplificação.<br />

13. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Assinale a opção que constitui continuação coesa, coerente e<br />

gramaticalmente correta <strong>para</strong> o texto abaixo.<br />

O governo concedeu R$ 97,8 bilhões em benefícios fiscais a empresas, nos últimos cinco anos, e adotou dezenas de<br />

medidas <strong>para</strong> conter a valorização cambial e proteger a indústria da concorrência estrangeira − mas tudo isso teve<br />

resultados insignificantes, como demonstra o fraco desempenho brasileiro no mercado internacional de manufaturados.<br />

Incapaz de acompanhar o crescimento do mercado interno, a indústria de transformação perdeu espaço no Brasil <strong>para</strong> os<br />

concorrentes de fora e cresceu em 2011 apenas 0,1%, ou quase nada.<br />

a) Por isso esse protecionismo seja uma forma de compensar a falta de uma estratégia minimamente eficaz. O resultado<br />

só poderá ser o desperdício de mais dinheiro, esforços e oportunidades.<br />

b) Esses investidores tomam dinheiro barato na Europa e aplicam no Brasil, em troca de juros altos. A ação defensiva,<br />

nesse caso, é justificável, embora pouco eficaz.<br />

c) Alem disso, é consenso entre esses empresários, administradores e governantes que é preciso aplicar muito mais<br />

dinheiro em máquinas, equipamentos e obras de infraestrutura.<br />

d) Portanto, diante desse bom desempenho é um erro atribuir os problemas nacionais a fatores externos. Mas é preciso<br />

responsabilizar os bancos centrais do mundo rico por uma parcela importante dos males econômicos do País.<br />

e) Sem competitividade, essa indústria é superada pelos produtores instalados nas economias mais dinâmicas e mal<br />

consegue manter, mesmo na América do Sul, posições conquistadas em tempos melhores.<br />

14. Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto.<br />

Quando a crise financeira eclodiu em 2008, uma das ameaças mais temidas foi __1__ ela trouxesse consigo o<br />

protecionismo generalizado. A crise ainda não acabou, as perspectivas pessimistas __2__ comércio mundial não se<br />

concretizaram, e __3__ Brasil tenta agora é obter sinal verde <strong>para</strong> fechar por um tempo sua economia, abrindo caminhos<br />

__4__ outros países em situação semelhante façam o mesmo. A Organização Mundial do Comércio − OMC daria então


aval a esse protecionismo, supondo que ela fosse capaz de estabelecer __5__ deveria ser a taxa de câmbio de equilíbrio de<br />

seus membros, e o período pelo qual uma taxa desalinhada poderia voltar ao seu nível “normal”, que é o que o Brasil<br />

parece supor ao pedir proteção temporária. A proteção, se concedida ao Brasil, provavelmente elevaria seus substanciais<br />

saldos comerciais, valorizando mais sua moeda, __6__esse é apenas um dos problemas da proposta.<br />

1 2 3 4 5 6<br />

a) o de que com o aquilo que o <strong>para</strong> onde porém<br />

b) que do o de que que todavia<br />

c) a de que a respeito do o que o <strong>para</strong> que qual mas<br />

d) que sobre o que o dos quais de quanto no entanto<br />

e) qual <strong>para</strong> com o nosso com que como porquanto<br />

15. Assinale a opção que preenche de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta a lacuna do trecho a seguir.<br />

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul são mais do que cinco economias emergentes em expansão num mundo em<br />

crise. Reunidas sob o acrônimo BRICS, abrigam mais de 40% da população global e somam perto de US$ 14 trilhões de<br />

PIB, ou seja, quase um quinto das riquezas produzidas no planeta. É natural que busquem maior participação no cenário<br />

internacional − o que seria facilitado por uma atuação conjunta, em bloco.<br />

________________________________________________<br />

________________________________________________<br />

________________________________________________<br />

A instituição permitiria aos países reduzir a dependência econômica em relação aos Estados Unidos e à União Europeia, em<br />

sérias dificuldades. Mais do que isso, a experiência poderia depois ser replicada <strong>para</strong> dar um pontapé inicial <strong>para</strong> mudanças<br />

políticas não apenas voltadas ao desenvolvimento sustentável, como também à segurança e à paz no universo, com um<br />

rearranjo das regras e dos organismos internacionais.<br />

a) Maior dos BRICS, a China, segunda potência mundial, tem PIB de US$ 7,4 trilhões e reservas cambiais superiores a<br />

US$ 3 trilhões. Contudo, é uma ditadura que ganha mercados mundo afora com vantagens artificiais, como a<br />

desvalorização da moeda, o yuan, um calo inclusive <strong>para</strong> o Brasil, invadido por produtos chineses em condições<br />

desfavoráveis de competitividade.<br />

b) Assim, reconhecer a necessidade de promover correções de rumo internas é desafio de primeira ordem <strong>para</strong> os cinco<br />

emergentes. Aproximações bilaterais, vale lembrar, também terminam por fortalecer o quinteto emergente.<br />

c) A Rússia, por sua vez, apresenta desenvolvimento relativo e hoje consolida-se como economia de mercado ainda sob<br />

olhares desconfiados de parte dos governantes de outros países do globo.<br />

d) Os demais países têm abismos sociais a superar, problemas de desigualdades evidentes, o que deixa o bloco, formalizado<br />

ou não, distante da pose de referência internacional na questão do desenvolvimento humano.<br />

e) Avançar na criação de um banco de desenvolvimento, proposto pelo primeiro-ministro indiano, como alternativa ao<br />

Banco Mundial − Bird e ao Fundo Monetário Internacional − FMI, já seria grande passo.<br />

16. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Leia o texto.<br />

A oferta total de crédito na economia brasileira dobrou nos últimos oito anos. A queda da inflação, a diminuição da taxa<br />

básica de juros e também a criação de novas modalidades de financiamento, como o consignado, contribuíram <strong>para</strong> o<br />

aumento da disponibilidade de crédito. Isso foi decisivo <strong>para</strong> o crescimento do consumo e tem sido um dos principais<br />

dínamos do PIB. Mas começam a ficar evidentes os sinais de fadiga nessa expansão econômica baseada no<br />

endividamento. Mesmo com o barateamento do dinheiro provido pelo Banco Central, o crédito ficou mais caro <strong>para</strong> os<br />

consumidores. Preocupado com a falta de vigor da economia, o governo determinou que o Banco do Brasil e a Caixa<br />

Econômica Federal reduzissem as suas taxas. No cheque especial e no financiamento de veículos, por exemplo, os juros<br />

que agora serão cobrados pelos bancos públicos são praticamente a metade das taxas médias de mercado.<br />

Assinale a opção que fornece uma continuidade gramaticalmente correta e coerente <strong>para</strong> a argumentação do texto.<br />

a) Ou seja, esses bancos passaram a pagar menos pelo dinheiro que captam no mercado, aumentando as possibilidades de<br />

conssessão de empréstimos.<br />

b) Essa e outras medidas teriam a finalidade de aquecer de novo a economia, por meio do estímulo ao consumo e impulso<br />

<strong>para</strong> os investimentos.<br />

c) Mas essas medidas foram eclipsadas pelo aumento dos spreads bancários como é chamada a diferença entre o juro<br />

que o banco paga e o juro que cobra.<br />

d) Provisões <strong>para</strong> cobrir essa inadimplência e o peso da tributação responde por mais da metade do custo do dinheiro −<br />

que os bancos repassam aos consumidores.<br />

e) No entender dos analistas essas medidas com respeito às taxas excessivas traz a ameaça de causar prejuízos que mais<br />

tarde terão que ser cobertos pelo Tesouro.


17. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) O texto Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes diz<br />

estudo, da France Press, publicado em http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228 (com acesso em 29/12/2011) foi<br />

adaptado <strong>para</strong> compor os fragmentos abaixo. Numere-os, de acordo com a ordem em que devem ser dispostos <strong>para</strong><br />

formar um texto coeso e coerente.<br />

( ) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões<br />

causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as<br />

emissões per capita em algumas cidades.<br />

( ) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as<br />

maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada “Environment and Urbanization”.<br />

( ) “Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis <strong>para</strong> a produção de eletricidade, uma base industrial<br />

significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo.<br />

( ) Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões<br />

menores por pessoa. A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa.<br />

O desafio <strong>para</strong> elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias.<br />

( ) O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e<br />

de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos.<br />

A sequência correta é:<br />

a) (1) (2) (5) (4) (3);<br />

b) (2) (1) (3) (5) (4);<br />

c) (2) (5) (1) (3) (4);<br />

d) (4) (1) (2) (5) (3);<br />

e) (4) (2) (1) (3) (5).<br />

Enxergando suas obras da década de 1890 à luz de seus conceitos-chave – como o de “idealismo prático” e o de “República”<br />

–, conclui-se que Nabuco permaneceu monarquista por julgar que o advento do regime republicano, naquele momento,<br />

................................. o advento de uma sociedade autenticamente republicana, liberal e democrática entre nós. (...)<br />

18. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) Assinale a opção que completa a lacuna sem provocar<br />

incoerência de ideias ou ruptura na direção argumentativa do texto.<br />

a) poderia acelerar as transformações sociopolíticas necessárias <strong>para</strong>;<br />

b) viria a prejudicar e não a favorecer;<br />

c) encontraria valores sedimentados de civismo e liberalismo <strong>para</strong>;<br />

d) legitimaria a implantação de regimes totalitários, forçando;<br />

e) em vez de retardar o processo democrático, viria a acelerar.<br />

19. (Esaf – SRF – Analista Tributário da Receita Federal – 2012) Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do parágrafo,<br />

provoca erro gramatical e/ou incoerência na argumentação do texto.<br />

A inflação, que deveria voltar a ser um problema só no ano que vem, vai causar preocupação no curto<br />

prazo._____________________________, mais uma vez a taxa vai ficar acima do centro, ainda que permaneça dentro<br />

da margem de segurança. A alta foi pequena, mas dá uma ideia do pessimismo que anda dominando os mercados.<br />

a) A serem confirmadas as expectativas do mercado.<br />

b) Apesar de confirmá-las as expectativas do mercado.<br />

c) Se a expectativa do mercado se confirmar.<br />

d) Confirmando-se as expectativas do mercado.<br />

e) Caso sejam confirmadas as expectativas de mercado.<br />

20. Assinale a opção que constitui continuação gramaticalmente correta, coesa e coerente <strong>para</strong> o texto a seguir.<br />

Apesar do nível de emprego ainda elevado, a situação da indústria brasileira piorou consideravelmente desde o ano passado<br />

e hoje destoa muito menos do padrão internacional. As medidas tomadas pelo governo <strong>para</strong> isolar o País da crise externa,<br />

ou <strong>para</strong> reduzir, pelo menos, o risco de contágio, foram insuficientes, até agora, <strong>para</strong> impulsionar a indústria de<br />

transformação. A manutenção do emprego, a elevação do salário real, a rápida expansão do crédito e a redução de<br />

impostos <strong>para</strong> alguns setores estimularam o consumo, mas a produção manufatureira foi incapaz de acompanhar a<br />

demanda interna.<br />

a) Parte desse estímulo foi aproveitada por produtores estrangeiros bem mais pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> disputar espaço nos<br />

mercados. O recuo da atividade industrial brasileira reflete, entre outros fatores, o aumento das importações e a<br />

deterioração do saldo comercial.<br />

b) Diante dessa pequena reação de maio <strong>para</strong> junho foi amplamente insuficiente <strong>para</strong> a retomada do nível de atividade do<br />

ano passado. As maiores perdas em 2012 continuam no setor de bens de capitais, isto é, de máquinas e equipamentos. A


fabricação desses bens aumentou 1,4% de maio <strong>para</strong> junho, mas a produção do primeiro semestre foi 12,5% inferior à<br />

de um ano antes.<br />

c) Essa presença do concorrente de fora não ajuda a explicar os números ruins acumulados a partir de 2011. No primeiro<br />

semestre, a produção foi 3,8% menor que a de janeiro a junho do ano passado. O resultado acumulado em 12 meses<br />

diminuiu 2,3%.<br />

d) Quando se examina esse período de 12 meses, há uma pequena mudança no conjunto, com redução de 7,6% na<br />

produção de bens duráveis de consumo e de 5,5% na fabricação de bens de capital. Durante esses 12 meses, no<br />

entanto, a política anticrise estimulou o consumo e abriu espaço <strong>para</strong> alguma recuperação das indústrias de bens<br />

duráveis, como a de automóveis e a da linha branca.<br />

e) Essa iniciativa legal foi suficiente <strong>para</strong> levar o empresariado a investir com maior entusiasmo em máquinas e<br />

equipamentos. Autoridades fizeram apelos ao espírito aguerrido dos empresários, mas sem resultados. Mesmo nos<br />

setores beneficiados por facilidades fiscais e medidas protecionistas o efeito foi muito limitado.<br />

“Sempre se soube que um dos principais entraves ao crescimento do Brasil é o gargalo educacional. Novas pesquisas, porém,<br />

revelam que o problema é muito mais grave do que se supunha. A mais recente, elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro<br />

e pela ONG Ação Educativa, mostrou que 38% dos estudantes do ensino superior no país simplesmente “não dominam<br />

habilidades básicas de leitura e escrita”. O Indicador de Analfabetismo Funcional, que resulta desse trabalho, não mede<br />

capacidades complexas.”<br />

21. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) A expressão “desse trabalho” é um recurso de coesão que retoma a<br />

informação anterior: “Indicador de Analfabetismo Funcional”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (FUMARC – TJ/MG – Técnico Judiciário – 2012) Em “É o desejo, e não já da cidade, senão de toda a população”, a<br />

palavra assinalada pode ser substituída, sem que haja alteração de sentido, por:<br />

a) exceto;<br />

b) mas sim;<br />

c) portanto;<br />

d) até porque.<br />

– O invejoso procura destruir a felicidade alheia.<br />

– O invejoso age movido também pelo ódio.<br />

– O invejoso nutre a expectativa de que o término da felicidade alheia traga felicidade a ele.<br />

23. (FCC – TRT/PE (6 a R) – Técnico Judiciário – 2012) As frases acima se articulam com correção e lógica em:<br />

a) Movido também pelo ódio, o invejoso procura destruir a felicidade alheia, pois nutre a expectativa de que o seu término<br />

lhe traga felicidade.<br />

b) Com a expectativa na qual o término da felicidade do outro lhe traz felicidade, o invejoso, age também pelo ódio e<br />

procura destruí-lo.<br />

c) Por acreditar que, o término da felicidade alheia lhe trará felicidade, o invejoso procura destruir-lhe, agindo, também,<br />

pelo ódio.<br />

d) O invejoso, o qual age movido também pelo ódio, onde procura destruir a felicidade alheia, nutre a expectativa de que o<br />

término desta lhe traga felicidade.<br />

e) Como nutre a expectativa, de que o término da felicidade alheia lhe traga felicidade, o invejoso o qual procura destruir a<br />

felicidade alheia, agindo também pelo ódio.<br />

“Inundado por investimentos, patrocínios e empréstimos de bancos, o futebol brasileiro vive um momento de crescimento<br />

financeiro que começa a mudar o mapa do esporte no mundo. Um panorama do futebol nacional mostra que, em vários<br />

aspectos, clubes começam a ter receitas parecidas com as dos grandes times europeus. Entre os cartolas de tradicionais<br />

equipes da Europa, a constatação é de que está cada vez mais caro tirar um jovem do Brasil. (...)”<br />

24. (Vunesp – SEAP/SP – Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – 2012) O termo em destaque no trecho – Entre os<br />

cartolas de tradicionais equipes da Europa, a constatação é de que está cada vez mais caro tirar um jovem do Brasil. –<br />

refere-se aos:<br />

a) dirigentes;


) jogadores;<br />

c) torcedores;<br />

d) uniformes;<br />

e) treinadores.<br />

Texto<br />

Há doenças piores que as doenças,<br />

Há dores que não doem, nem na alma<br />

Mas que são dolorosas mais que outras.<br />

Há angústias sonhadas mais reais<br />

Que as que a vida nos traz, há sensações<br />

Sentidas só com imaginá-las<br />

Que são mais nossas do que a própria vida.<br />

...<br />

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.<br />

(<strong>Fernando</strong> Pessoa.)<br />

25. No verso – Sentidas só com imaginá-las – o termo destacado refere-se a:<br />

a) dores;<br />

b) sensações;<br />

c) doenças;<br />

d) angústias;<br />

e) pessoas.<br />

26. (FCC – TRT/PE (6 a R) – Técnico Judiciário – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?<br />

“Um dos mitos narrados por Ovídio nas Metamorfoses conta a história de Aglauros. A jovem é irmã de Hersé,<br />

cuja beleza extraordinária desperta o desejo do deus Hermes. Apaixonado, o deus pede a Aglauros que interceda<br />

junto a Hersé e favoreça os seus amores por ela; Aglauros concorda, mas exige em troca um punhado de moedas<br />

de ouro. Isso irritou Palas Atena, que já detestava a jovem porque esta a espionara em outra ocasião. Não<br />

admitia que a mortal fosse recompensada por outro deus; decide vingar-se, e a vingança é terrível: Palas Atena<br />

vai à morada da Inveja e ordena-lhe que vá infectar a jovem Aglauros. (...)”<br />

– De acordo com o contexto, os pronomes grifados acima se referem, respectivamente, à atitude de Aglauros e a Palas<br />

Atena.<br />

27. (FCC – TJ/RJ – Comissário da Infância e da Juventude – 2012) Atente <strong>para</strong> as afirmações abaixo.<br />

II. Em quem sabe das dificuldades que Clarice enfrentou vê com alegria o reconhecimento que seu nome alcança e<br />

sua irradiação pelo mundo, o pronome grifado pode se referir tanto a Clarice como a nome.<br />

Está correto o que se afirma?<br />

“Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o<br />

diga. (...)”<br />

28. (Cespe/UnB – MPE/PI – Cargos de nível superior – 2012) Na expressão “que o diga”, o termo “o” refere-se à ideia<br />

expressa no período anterior.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Texto<br />

“O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data.<br />

Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos... (...)”<br />

29. A forma pronominal “las”, em “enviá-las”, pode fazer referência tanto ao termo “garrafas” quanto ao termo “mensagens”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“O aumento da população, o crescimento econômico e a sofisticação das relações sociais requerem mais serviços públicos, de<br />

maior qualidade e crescente complexidade. Para fazer frente a essas demandas, o dimensionamento adequado da força<br />

de trabalho no setor público é condição necessária, mas não suficiente. Elas requerem que o Estado atente também <strong>para</strong> a<br />

qualificação de uma força de trabalho às voltas com questões cada vez mais complicadas (...)”


30. (Cespe/UnB – MP – Analista de Infraestrutura – 2012) No desenvolvimento da argumentação do texto, o pronome “Elas”<br />

retoma “demandas”.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

31. (Vunesp – Pref. Cubatão/SP – Fiscal de Tributos – 2012) No trecho – Embora as estatísticas completas da arrecadação de<br />

União, estados e municípios apenas venham a ser conhecidas em meados do ano, é razoável estimar (...), – o termo em<br />

destaque pode ser substituído, sem acarretar alteração de sentido, por:<br />

a) entretanto;<br />

b) contudo;<br />

c) conquanto;<br />

d) todavia;<br />

e) no entanto.<br />

32. (FEC – Pref. Angra dos Reis/RJ – Administrador – 2012) Em relação à construção textual, a expressão destacada em<br />

“Felizmente, a medicina atual dispõe de inúmeras drogas capazes de curar, controlar e até mesmo de evitar inúmeras<br />

doenças. Aparelhos eletrônicos sofisticados são capazes de fazer um diagnóstico apurado, passando informações<br />

importantes sobre o paciente. Os avanços NESTA ÁREA são rápidos e possibilitam uma vida cada vez melhor <strong>para</strong> as<br />

pessoas.”, coesivamente, se refere a:<br />

a) aparelhos eletrônicos;<br />

b) medicina atual;<br />

c) informações;<br />

d) doenças;<br />

e) avanços.<br />

33. Na frase destacada “Foi, contudo, no século XVII, que William Harvey fez uma nova descoberta: o sistema circulatório do<br />

sangue. A partir daí, os homens passaram a compreender melhor a anatomia e a fisiologia.”, a expressão A PARTIR DAÍ<br />

será corretamente substituída, de acordo com seu sentido no texto, por:<br />

a) em consequência;<br />

b) nesse instante;<br />

c) nesse lugar;<br />

d) ao contrário;<br />

e) ao passo que.<br />

1 A Educação é um processo de acúmulo de conhecimento, não de<br />

consumo de aulas. Mas as salas de aula de nossas faculdades estão<br />

parecendo restaurantes, onde se consomem aulas. (...)<br />

5 Além de mais vagas em faculdades é preciso promover uma formação de qualidade <strong>para</strong> todos na educação de base.<br />

Isso exige uma revolução, não apenas um II Plano Nacional de Educação, possivelmente tão irrelevante quanto o IPNE.<br />

(...)<br />

6 Um programa como esse pode ser iniciado de imediato, mas demora a ser implementado em todo o país, sobretudo por<br />

falta de recursos humanos em quantidade. A solução é executá-lo por cidades. (...)<br />

7 Esta revolução foi iniciada no final de 2003, em 28 pequenas cidades, e interrompida antes mesmo de ser implementada.<br />

A posse de um novo ministro pode ser o momento <strong>para</strong> iniciar a execução dessa proposta que em 2003 recebeu o nome<br />

de Escola Ideal. Com ela, contaremos todos com uma educação de base qualificada e teremos a possibilidade de um<br />

sistema de ensino superior de qualidade, (...)”<br />

34. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia 6 a Classe – 2012) Todos os pronomes em destaque fazem referência a elementos<br />

intratextuais, EXCETO o seguinte, cujo referente se encontra fora do texto:<br />

a) “as salas de aula de NOSSAS faculdades estão parecendo restaurantes” (parágrafo 1).<br />

b) “ONDE se consomem aulas” (parágrafo 1).<br />

c) “ISSO exige uma revolução” (parágrafo 5).<br />

d) “A solução é executá-LO por cidades” (parágrafo 6).


e) “Com ELA, contaremos todos com uma educação de base qualificada” (parágrafo 7).<br />

Para especialistas, arrecadação é reflexo do excesso da burocracia. Mais de quatro anos após a extinção da CPMF<br />

por decisão do Congresso, o governo continua engordando seu caixa com o tributo, cobrado de empresas e<br />

pessoas físicas.<br />

De janeiro de 2008, quando o imposto do cheque deixou de existir, até o mês passado, já foi arrecadado R$ 1,750<br />

bilhão. Esse valor é suficiente, por exemplo, <strong>para</strong> o governo arcar com um ano da desoneração da folha de<br />

pagamento de setores já beneficiados pela medida, como confecções e calçados. Segundo técnicos da Receita, a<br />

arrecadação residual da CPMF ocorre devido a ações administrativas e judiciais. Para especialistas, isso mostra<br />

o excesso e o tamanho da burocracia no país.<br />

35. (DOM CINTRA – Pref. Belo Horizonte/MG – Analista de Políticas Públicas (Adm. – 2012) Nesse segmento do texto, o<br />

termo destacado que se refere a um elemento do parágrafo anterior é:<br />

a) isso;<br />

b) quando;<br />

c) esse valor;<br />

d) o imposto do cheque;<br />

e) a arrecadação residual.<br />

36. “Segundo técnicos da Receita...”; “Para especialistas...”. A alternativa que mostra uma afirmação correta sobre esses dois<br />

segmentos do texto é:<br />

a) As opiniões dos técnicos são superiores às dos especialistas.<br />

b) Técnicos e especialistas se situam em diferentes escalões do Governo.<br />

c) Os técnicos da Receita e os especialistas referem-se às mesmas pessoas.<br />

d) As opiniões emitidas pelos técnicos e pelos especialistas dizem a mesma coisa.<br />

e) Os vocábulos “segundo” e “<strong>para</strong>”, nos segmentos, possuem o mesmo significado.<br />

37. A alternativa em que o vocábulo sublinhado apresenta um substituto inadequado é:<br />

a) “Mesmo extinta, CPMF rende R$1,7 bilhão ao governo” / conquanto.<br />

b) “Esse valor é suficiente, por exemplo, <strong>para</strong> o governo...” / ou seja.<br />

c) “...ocorre devido a ações administrativas...” / em razão de.<br />

d) “Segundo técnicos da Receita...” / conforme.<br />

e) “Para especialistas...” / na visão dos.<br />

38. (Dom Cintra – Pref. Itaboraí/RJ – Agente Administrativo Escolar – 2012) “Durante os últimos três anos, o historiador<br />

alagoano Nireu Cavalcanti (...) compilou informações a respeito do casamento no Brasil colônia, período que se encerra<br />

em 1815, quando o Brasil é declarado Reino Unido. (...) Cavalcanti reuniu um material rico em detalhes”.<br />

Nesse primeiro segmento do texto, o vocábulo que NÃO faz referência a qualquer termo anterior é:<br />

a) Cavalcanti;<br />

b) material;<br />

c) detalhes;<br />

d) período;<br />

e) quando.<br />

39. (PUC/PR – FEAES – Administrador – 2012) Leia o seguinte trecho, destacado do texto de Frei Betto, e assinale a<br />

alternativa CORRETA:<br />

Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações<br />

comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder<br />

público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais<br />

mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos<br />

convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e<br />

eleitorais.<br />

a) O pronome “lhes”, utilizado em “exige-lhes”, faz referência à “Pastoral da Criança”.<br />

b) O pronome “o”, em “critica-o”, faz referência a “recursos”.<br />

c) A palavra “nos”, em “Zilda Arns nos deixa”, é uma preposição.<br />

d) A palavra “pelo”, em “eventos convocados pelo governo”, é um pronome demonstrativo.<br />

e) A palavra “esta” faz referência à “Pastoral da Criança” e é um pronome demonstrativo.<br />

40. (PUC/PR – DPE – Técnico Administrativo – 2012) (Adaptada) A afirmação abaixo está correta ou incorreta?


“O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, pediu mais tempo ao Senado <strong>para</strong> que a<br />

proposta do novo Código Penal seja discutida. Cavalcante participou de audiência pública, nesta terça-feira, na comissão<br />

especial que analisa o texto do anteprojeto do código, formulado por juristas a pedido do presidente da Casa, José Sarney<br />

(PMDB-AP).”<br />

– A palavra “Casa” se refere a “Senado”; trata-se de um exemplo de expansão lexical.<br />

“(...) Então, retomando o início: vinha eu de volta do supermercado, com dois saquinhos de compras miúdas, caminhando atento<br />

às armadilhas das calçadas, quando vi, no chão, o cenário perturbador: pitangas caídas, maduras, vítimas de algum vento da<br />

manhã, muitas delas comidas pela metade, quantidade de caroços limpos de frutinhas já degustadas... Olhei <strong>para</strong> o alto:<br />

afe! Pé carregado, do verde ao roxo. Adiante, outro pé, igual! Ah, o que a chuva e o sol haviam feito em quinze dias... Foi<br />

automático: passei as compras de um saquinho do supermercado ao outro e comecei a colheita. Dava-me o prazer de<br />

escolher as mais bonitas. Quando ficaram mais difíceis, apanhei uma vassoura velha numa caçamba de demolição ali perto<br />

e com ela verguei os galhos mais altos, engordando o saquinho. Geleia rende pouco, e a fartura de matéria-prima me<br />

empolgava. Nesse momento, passava de carro um ex-colega de jornal, que me reconheceu e parou. Eu me senti ridículo.<br />

Já estava ensaiando explicações, longas talvez, que nos cansariam os dois, quando ele cortou: – Maravilha! Eu sempre quis<br />

fazer isso e nunca tive coragem! Desceu do carro e me ajudou.<br />

41. (Funcab – Pref. Aracruz/ES – Administrador – 2012) O pronome ISSO da frase “– Maravilha! Eu sempre quis fazer isso e<br />

nunca tive coragem!”, no contexto, refere-se a:<br />

a) apanhar uma vassoura;<br />

b) colher pitangas;<br />

c) vergar os galhos mais altos;<br />

d) fazer geleia;<br />

e) engordar saquinhos.<br />

42. (Funcab – Pref. Magé/RJ – Administrador – 2012) A alternativa em que, do ponto de vista semântico, há evidente equívoco<br />

na substituição da preposição empregada no texto pela locução prepositiva indicada é:<br />

a) “Sei, PELA própria experiência, o quanto há de honrado e o quanto há de hipocrisia nesse proclamado interesse [...]”<br />

/EM RAZÃO DA;<br />

b) “[...] reuniram-se fiéis e sacerdotes de todas as crenças PARA lembrar os meninos mortos [...]” / COM O INTUITO<br />

DE;<br />

c) “[...] a pobreza deve ser eliminada no ventre, COM o ligamento de trompas [...]” / POR MEIO DE;<br />

d) “[...] muitas mulheres foram esterilizadas CONTRA a própria vontade.” / AO ENCONTRO DE;<br />

e) “Há muitos que vivem DAS crianças abandonadas.” / ÀS EXPENSAS DAS.


Gabarito<br />

1. C. 10. C. 19. B. 28. CERTO. 37. B.<br />

2. C. 11. C. 20. A. 29. CERTO. 38. C.<br />

3. A. 12. D. 21. ERRADO. 30. CERTO. 39. E.<br />

4. D. 13. E. 22. B. 31. C. 40. CORRETA.<br />

5. E. 14. C. 23. A. 32. A. 41. B.<br />

6. B. 15. E. 24. A. 33. A. 42. D.<br />

7. C. 16. B. 25. B. 34. A.<br />

8. A. 17. B. 26. CORRETA. 35. D.<br />

9. E. 18. B. 27. CORRETA. 36. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 36<br />

Domínio do Registro Culto


Definição<br />

Infelizmente, ainda, alguns brasileiros insistem em dizer <strong>para</strong> outros: “Para de falar assim,<br />

cara; você fala muito errado!” Interessante seria se o outro dissesse: “Meu amigo, então seja<br />

coerente com o seu pedido!”<br />

Leitor, se você não entendeu a péssima piada, foi devido ao não conhecimento ou à não<br />

lembrança de um princípio chamado “uniformidade de tratamento”, que trata do uso da mesma<br />

forma de tratamento do início ao fim do discurso. Além disso, note que houve o uso de gíria,<br />

típico de linguagem coloquial, ou seja, de uma linguagem que não se pauta nas regras<br />

gramaticais.<br />

Os brasileiros preconceituosos – do ponto de vista linguístico – acham que todos deveriam<br />

usar o “português correto”, respeitando todas as prescrições gramaticais (e sem gírias!). O<br />

problema é que pessoas assim exigem algo que não conseguem fazer, ou seja, o personagem<br />

linguisticamente preconceituoso (<strong>para</strong> ser coerente com o modo de usar a língua que ele<br />

privilegia, a forma culta) deveria ter falado assim: “Para de falar assim, cara; tu falas muito<br />

errado!”. Aí, sim, ele teria respeitado o princípio da modalidade culta da língua (a<br />

uniformidade de tratamento) e sido coerente com o pedido inicial dele. Afinal, se ele começou<br />

o discurso usando uma forma de 2 a pessoa (Para – tu), deveria tê-la mantido até o fim de seu<br />

discurso.<br />

Vamos combinar assim: ninguém consegue (nem precisa) usar o tempo todo o registro culto<br />

da língua. No entanto, em certas situações, como no dia da prova, é importante que você<br />

domine as regras gramaticais que vimos ao longo dessa gramática <strong>para</strong> acertar uma questão.<br />

Por isso o capítulo se chama “Domínio do Registro Culto”. Entenda melhor, lendo o que<br />

segue...<br />

Conceito de Erro<br />

Não existe erro de português! A língua não evolui nem involui, ela está em constante<br />

mudança. E todos os falantes da língua de uma nação conseguem se comunicar, pois usam o<br />

mesmo código <strong>para</strong> estabelecer comunicação e interação.<br />

Assim, o certo e o errado na língua é uma mera convenção, uma arbitrariedade, uma<br />

tradição que se baseia na antiga ideia contida nas ultrapassadas gramáticas normativas, as<br />

quais ensinavam que o “bem falar” e “bem escrever” seriam ditados a partir do uso da língua<br />

por pessoas influentes na sociedade. Por isso, quando alguém diz: “A gente vamos na praia<br />

hoje?”, vem outro e corrige: “NÓS vamos À praia hoje! Você não conhece concordância e<br />

regência, seu burro?!”. Esse é só um exemplo de como as pessoas definem o que deve ser feito<br />

e o que não dever ser feito na língua portuguesa, como se, em todas as situações de uso da<br />

língua, tal uso fosse único e, portanto, obrigatório.


Apesar de esta gramática contemplar a modalidade culta da língua, não estamos cegos às<br />

variações (normais) da nossa língua. Assim, citamos Marcos Bagno: “... é preciso sempre<br />

lembrar que, do ponto de vista sociocultural, o ‘erro’ existe, e sua maior ou menor ‘gravidade’<br />

depende precisamente da distribuição dos falantes dentro da pirâmide das classes sociais, que<br />

é também uma pirâmide de variedades linguísticas. Quanto mais baixo estiver um falante na<br />

escala social, maior número de ‘erros’ as camadas mais elevadas atribuirão à sua variedade<br />

linguística (e a diversas outras características sociais dele). O ‘erro’ linguístico, do ponto de<br />

vista sociológico e antropológico, se baseia, portanto, numa avaliação negativa que nada<br />

tem de linguística: é uma avaliação estritamente baseada no valor social atribuído ao<br />

falante, no seu poder aquisitivo, no seu grau de escolarização, na sua renda mensal, na sua<br />

origem geográfica, nos postos de comando que lhe são permitidos ou proibidos, na cor de<br />

sua pele, no seu sexo e outros critérios e preconceitos estritamente socioeconômicos e<br />

culturais” (friso meu). Por isso é que, muitas vezes, um mesmo suposto erro é considerado<br />

uma “licença poética” quando surge num texto assinado por um autor de renome ou na fala de<br />

um membro das classes privilegiadas, mas como um “vício de linguagem”, quando se<br />

materializa na fala ou na escrita de uma pessoa estigmatizada socialmente.<br />

Em resumo, não insistamos mais no discurso preconceituoso e desagregador de outrora, a<br />

saber, que alguém cometeu um erro de português, mas sim que, no máximo, alguém cometeu<br />

um desvio da norma culta, ou uma transgressão da norma culta, ou uma inadequação ao<br />

registro culto da língua. É claro que agora você não vai sair por aí dizendo: “Ih, você viu?<br />

Ele não se adequou ao registro culto da língua.”. Seria risível, no mínimo. Vale ainda dizer<br />

que o falante de uma língua só comete falha se aquilo que foi expresso não estabeleceu vínculo<br />

comunicativo. Linguisticamente, não há certo e errado numa língua. Há ausência ou<br />

presença de comunicação.<br />

Quanto à norma culta, só podemos dizer que, em um discurso, há inadequação ou<br />

adequação, ou seja, seria inadequado falar com um juiz de direito assim: “E aí, maluco,<br />

beleza? Será que nós pode falar aí contigo pra gente trocar uma ideia sobre um bagulho da<br />

promotoria?”, porque o contexto é formal, afinal, fala-se com uma autoridade. Sendo assim,<br />

seria preciso haver adequação à norma culta. Infelizmente, algumas bancas, como a Esaf,<br />

ainda trabalham com o conceito de “erro” gramatical.<br />

Vamos entender melhor quando o registro é culto ou coloquial.


Registro Culto e Coloquial<br />

A Língua Portuguesa apresenta uma unidade, um padrão linguístico que permite a seus<br />

usuários a comunicação a partir do mesmo código, ou seja, um falante carioca consegue se<br />

comunicar com um falante gaúcho com irrisório esforço, pois ambos usam um mesmo sistema<br />

de som, forma, construção frasal, léxico e sentido. Assim, dizemos que há homogeneidade<br />

na língua portuguesa do Brasil.<br />

Para ilustrar a questão da unidade, pense no jogo de futebol. Há um campo com dois gols,<br />

algumas linhas indicando algumas áreas importantes do espaço em que se joga, onze jogadores<br />

de cada lado, que obedecem a algumas regras previstas, com o objetivo primário de fazer a<br />

bola entrar no gol adversário etc. Essas características do futebol são únicas em qualquer<br />

lugar do Brasil (e do mundo). Ou seja, a equipe do Grêmio e a equipe do Flamengo falarão<br />

uma mesma “língua” no campo de futebol, pois ambas partilham do mesmo conhecimento<br />

sobre esse jogo.<br />

Quanto à diversidade linguística, continuemos com a ilustração. De um lado, os cariocas;<br />

do outro, os gaúchos. As equipes partilham das mesmas regras <strong>para</strong> que o jogo ocorra<br />

(unidade), mas cada time apresenta características e habilidades diferentes em seu modo de<br />

jogar (diversidade)... e o jogo ocorre amistosamente. Assim, fica claro que a diversidade<br />

existe na unidade e a unidade não existe sem diversidade. Portanto, o padrão é a coexistência<br />

unidade-diversidade.<br />

Linguisticamente falando, toda língua apresenta um padrão no som das palavras, na forma<br />

das palavras, no vocabulário, na construção frasal e no sentido das palavras, compartilhado<br />

por um grupo de pessoas que se comunicam sem grandes problemas. Isso é unidade! A<br />

diversidade tem a ver com o “tempero” da língua. Imagine: cada cidadão brasileiro, por<br />

exemplo, fala de um modo peculiar devido a questões puramente particulares, regionais,<br />

socioculturais, sexuais, situacionais, etárias, profissionais, familiares etc. Isso é diversidade!<br />

Existe um uso padrão, que permite a unidade da língua, e existe a norma culta. Estamos,<br />

nesta gramática, a destacar a norma culta, pois é do conhecimento dela que precisamos <strong>para</strong><br />

fazer uma boa prova nos moldes ainda normativos. Percebeu o “normativos”? Por isso,<br />

estamos nos ocupando mais dessa modalidade da língua neste livro, que tem como públicoalvo<br />

os alunos “concurseiros” e os professores desses alunos.<br />

Como já dito na Introdução deste livro, a norma culta é um conjunto de regras gramaticais<br />

baseadas no uso formal da língua por pessoas cultas da sociedade. É o domínio da norma culta<br />

que nos fará acertar questões na maioria das provas de concursos, que ainda testam seu<br />

conhecimento do registro culto, isto é, o modo de usar a língua segundo as regras<br />

gramaticais prescritas pelos gramáticos normativos.<br />

Antes de falar mais profundamente do registro culto e do coloquial, porém, vamos entender


mais a respeito das variações linguísticas.<br />

Variações Linguísticas<br />

Assim como outras, a língua portuguesa no Brasil é extremamente heterogênea. As<br />

diferentes manifestações e realizações da língua, as diversas formas que a língua possui,<br />

decorrentes de fatores de natureza histórica, regional, sociocultural ou situacional constituem<br />

o que chamamos de variações linguísticas. Essas variações podem ocorrer nas camadas<br />

fonológica, morfológica, sintática, léxica e semântica; em certos momentos ocorrem duas ou<br />

mais variações ao mesmo tempo em um discurso. Entenda: a variação linguística é inerente<br />

ao discurso dos falantes de qualquer língua, pois a língua é a forma que o homem tem de<br />

entender o seu universo interno e externo; portanto, a idade, o sexo, o meio social, o<br />

espaço geográfico, tudo isso torna a língua peculiar. Vejamos melhor:<br />

1) Variação diacrônica (histórica): a língua apresenta mudanças dentro da linha do tempo;<br />

normalmente isso acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser<br />

identificado quando se com<strong>para</strong>m dois estágios de uma língua; é interessante dizer que o<br />

meior rural ainda conserva uma linguagem com traços antigos; as mudanças mais visíveis<br />

se dão no léxico e na semântica, como veremos neste trecho da crônica Antigamente, de<br />

Carlos Drummond de Andrade:<br />

“(...) Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o<br />

próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica <strong>para</strong> aviar a receita, de cápsulas ou<br />

pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os<br />

sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens<br />

portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e<br />

mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas (...)”<br />

2) Variação diatópica (geográfica, regional, dialetal): a língua apresenta mudanças de região<br />

<strong>para</strong> região; o sotaque (pronúncia típica de uma região) é o principal acusador do lugar<br />

onde determinado indivíduo vive, mas a peculiaridade se estende também ao vocabulário,<br />

sentido das palavras, estrutura sintática etc.; ilustram bem as músicas Tremendo Vacilão, da<br />

cantora Perlla e A Feira de Caruaru, de Luiz Gonzaga, respectivamente:<br />

“(...) Na madrugada / Abandonada / E não atende o celular / Tirando onda / Cheio de<br />

marra / Achando que eu / Vou perdoar... / Prá mim já chega / Eu tô bolada / Agora<br />

quem não quer sou eu / Não te dou bola / Senta e chora / Porque você já me perdeu... /<br />

Deu mole prá caramba / É um tremendo vacilão / Tá todo arrependido / Vai comer na<br />

minha mão / Pensou que era o cara / Mas não é bem assim / Agora baba, bobo / Vai<br />

correr atrás de mim...”<br />

“A Feira de Caruaru, / Faz gosto a gente vê. / De tudo que há no mundo, / Nela tem pra


vendê, / Na feira de Caruaru. (...) Tem loiça, tem ferro véio, / Sorvete de raspa que faz<br />

jaú, / Gelada, cardo de cana, / Fruta de paima e mandacaru. / Bunecos de Vitalino, /<br />

Que são cunhecidos inté no Sul, / De tudo que há no mundo, / Tem na Feira de Caruaru”<br />

3) Variação diastrática (social, sociocultural): a língua apresenta mudanças em camadas<br />

sociais diferentes (nível socioeconômico) e grupos sociais diversos (profissionais da<br />

mesma área, surfistas, funkeiros, políticos, comediantes etc.); as gírias e os jargões se<br />

destacam entre os grupos sociais ligados a uma profissão ou não; chamamos de tecnoleto a<br />

linguagem que se vale de termos técnicos compartilhados por um grupo (jargão) que<br />

pertence a uma mesma área de conhecimento profissional (o economês, o juridiquês, o<br />

cientifiquês etc.); chamamos de socioleto a linguagem compartilhada por um grupo com<br />

características sociais em comum.<br />

Observe os diálogos de um porteiro com um “doutor”’ e de um médico com uma paciente,<br />

respectivamente:<br />

O Porteiro e o doutor<br />

– Bom dia, dotô.<br />

– Bom dia.<br />

– Seu Jorge, os portero aqui da área tão fazendo uma caxinha pá comemorá o fim do ano<br />

com um churraquinho; ó só, os moradores vão poder estar participando, viu?<br />

– Bem, Osvaldo, eu até gostaria de participar da comemoração de vocês, mas<br />

infelizmente só vou poder ajudar com a caixinha; ajuda?<br />

– Claro, dotô! Brigadão!<br />

– Disponha.<br />

O Médico e uma paciente<br />

– Boa tarde.<br />

– Pois não, em que posso ajudar a senhora?<br />

– Bem, eu estive aqui semana passada com uma dor nas articulações muito grande.<br />

– Dona Kátia, sua prostração me incomoda muito e queremos evitar que sua condição<br />

avance <strong>para</strong> uma anquilose, certo?<br />

– Prosta... o quê? Anqui... o quê?<br />

– Fica calma, vou explicar e depois receito um remédio, ok?<br />

4) Variação diafásica (situacional, expressiva): a língua apresenta mudanças em função do<br />

contexto, das circunstâncias, da situação comunicativa; um falante varia o uso da língua se<br />

está em um ambiente familiar, profissional, formal, informal, etc., considerando o grau de<br />

intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores; basicamente é possível<br />

identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do


indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano;<br />

e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do<br />

dia a dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo; não se deve confundir o estilo<br />

formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as<br />

formas de comunicação; importante é dizer que existe uma maneira própria de cada falante<br />

usar a língua (idioleto): o uso preferencial de determinadas palavras ou construções<br />

frásicas, o valor semântico dado a um ou outro termo etc.; veremos alguns exemplos desse<br />

tipo de variação em um diálogo entre pais e filha, entre amigos jovens em um bar e entre<br />

um empregador e um candidato ao emprego:<br />

Pais e filha<br />

– Papai, o que é sexo?<br />

– Que isso, menina?! Que história é essa?<br />

– Ah, papai, uma coleguinha minha me falou que a mamãe dela faz isso com...<br />

– Quem é essa menina, filha?!<br />

– É a Julinha.<br />

– Michele, vem aqui.<br />

– Que foi, Pedro?<br />

– Mamãe, por que o papai ficou nervoso com o sexo? É ruim?<br />

– Que isso, menina?! Que história é essa?<br />

– Michele, ela quer saber o que é sexo, é isso.<br />

– Ah, amorzinho, vem aqui pra eu te explicar. Não é nada, não. Sai daqui, Pedro! Bem,<br />

filha, é o seguinte: não tem quando o papai e a mamãe se beijam e se abraçam?<br />

– Ãrrã.<br />

– Então, isso é sexo. É beijo e abraço entre o papai e a mamãe.<br />

– Ah... entendi. Posso te dar um beijo e um abraço então, né?<br />

– Não!... Quer dizer... Claro, filhota! Vem cá.<br />

Amigos jovens em um bar<br />

– Fala aí, parceiro!<br />

– E aí, muleque! Beleza?<br />

– Pô, tranquilão.<br />

– E aí, vamo jogá aquela sinuquinha?<br />

– Junto com aquela gelada.<br />

– Já é.<br />

Empregador e candidato a emprego<br />

– Bem, senhor Mário, por que devemos contratar o senhor <strong>para</strong> a vaga de inspetor dessa<br />

escola?


– Senhor Roberto, com o devido respeito ao senhor e a sua instituição, seria uma honra<br />

trabalhar aqui, uma vez que as referências que tenho dessa escola são ótimas. Agora,<br />

quanto a por que me contratar, só posso lhe dizer a verdade: eu sou uma pessoa<br />

comprometida com o que faço, sou perfeccionista e responsável com meu horário, além de<br />

gostar muito de me relacionar com o público infanto-juvenil. Enfim, acho que o trabalho<br />

pode ser meu porque eu creio que tenho um bom perfil.<br />

– Ok, senhor Mário, iremos entrar em contato depois, mas desde já, agradeço sua<br />

apresentação.<br />

Registros Linguísticos: Língua Falada e Língua Escrita<br />

Em linguística, registro designa a variedade da língua, falada ou escrita, definida de<br />

acordo com o seu uso em situações sociais. Assim, esse termo designa os diversos estilos que<br />

um falante pode usar de acordo com a situação comunicativa em que participa. Numa conversa<br />

informal num café com os amigos, por exemplo, utilizará um registro diferente do que utiliza<br />

em família, com a avó. Já um texto escrito formal dirigido a um professor com o propósito de<br />

pedir licença da prova por causa de um falecimento de alguém da família será diferente de<br />

uma carta dirigida a um presidente. E por aí vai...<br />

Tanto a língua falada quanto a língua escrita apresentam graus de reflexão <strong>para</strong> a produção<br />

do discurso. Cada uma das variedades linguísticas pode-se apresentar na modalidade escrita<br />

ou falada. Não se pode fazer uma distinção total entre língua falada e língua escrita como se<br />

esta fosse mais pautada nas regras da norma culta e por isso menos espontânea, e aquela<br />

menos apegada às regras da norma culta e mais espontânea, pois o uso de uma ou outra<br />

modalidade depende da situação comunicativa.<br />

Vale dizer que língua falada não é sempre sinônimo de conversação, pois nem sempre a<br />

fala é usada nas práticas diárias informais de um cidadão com outro; às vezes, usa-se a fala<br />

em um seminário, por exemplo, no qual não há conversação e o ambiente é formal. O fato é<br />

que algumas características da conversação ainda assim aparecem na oralidade, como desvios<br />

da norma culta, pausas de pensamento, ênfases etc.<br />

A princípio, a escrita é tomada como uma representação da fala, mas não podemos negar<br />

que a língua escrita, por ser menos usada em com<strong>para</strong>ção à falada e normalmente usada em<br />

um contexto formal, reflete, com maior regularidade, a norma culta.<br />

A análise das duas modalidades de uso da língua é importante! Para sistematizar as marcas<br />

da oralidade e as marcas da escrita, vejamos algumas diferenças (é claro que algumas<br />

características da língua falada podem figurar na língua escrita e vice-versa):<br />

Língua Falada<br />

• normalmente não há planejamento do discurso, por isso é mais espontânea;


• normalmente há um contrato de comunicação entre o locutor e o interlocutor, em que o<br />

contexto, a situação comunicativa formam o discurso entre os interlocutores;<br />

• normalmente há pausas <strong>para</strong> a seleção do vocabulário;<br />

• normalmente ocorre contração e truncamento entre palavras (Ex.: <strong>para</strong> o > pro);<br />

• normalmente ocorre entoação enfática, alongamento de vogal ou consoante, silabação<br />

etc.;<br />

• normalmente ocorre quebra de sequência temática;<br />

• normalmente as construções frasais são menos extensas;<br />

• normalmente ocorre repetição de termos;<br />

• normalmente se usam muitas expressões idiomáticas ou clichês;<br />

• normalmente ocorrem muitos marcadores discursivos, como tá?, né?, viu?, certo?,<br />

entendeu?, beleza?, e aí?, pô!, bem, então, pois é, olha, tipo (assim), aí, ah..., eh...<br />

ahn..., escuta, vem cá, ok, etc. e tal, tal e coisa, exato..., sei..., seguinte... etc.;<br />

• normalmente ocorre a monotongação de ditongos (caixa > caxa, peixe > pexe, negócio ><br />

negoço...);<br />

• normalmente ocorrem muitos anacolutos;<br />

• normalmente há um uso maior de frases interrogativas e exclamativas;<br />

• normalmente os verbos se encontram na voz ativa;<br />

• normalmente se usa próclise durante todo o discurso;<br />

• normalmente ocorre redução e variação em algumas conjugações (Ex.: está > tá; Quando<br />

eu vir você... > Quando eu ver você...);<br />

• normalmente algumas regras rígidas de concordância e regência são ignoradas;<br />

• normalmente se usa o pronome reto na posição de objeto;<br />

• normalmente se usa o verbo ter no lugar do haver, com sentido de existir;<br />

• normalmente não se usa a forma de 2 a pessoa do imperativo, usa-se a forma de 3 a pessoa<br />

do presente do indicativo (traze > traz).<br />

Língua Escrita<br />

• normalmente há planejamento do discurso, por isso é menos espontânea e mais precisa;<br />

• normalmente há maior seleção vocabular;<br />

• normalmente se evitam transgressões gramaticais de todo tipo, pois é possível “corrigir”<br />

conforme a norma culta o que se escreve;<br />

• normalmente tem fins utilitários, como contratos, correspondências comerciais,<br />

linguagem jornalística, escrituras, ofícios, requerimentos, atas etc.;<br />

• normalmente na literatura com finalidade artística há um uso frequente de recursos<br />

expressivos;<br />

• é a modalidade <strong>para</strong> a criação da língua artificial, a das novelas, telejornais, seminários,


teatros, etc.;<br />

• normalmente a maioria das características da língua falada não aparecem com frequência<br />

na língua escrita.<br />

Obs.: É importante frisar que a língua falada não é sinônimo de coloquialismo nem a língua<br />

escrita é sinônimo de erudição.<br />

Normalmente o registro culto está associado à língua escrita, portanto as características<br />

alistadas em “Língua Escrita” são próprias do registro culto. No entanto, saiba que há mais<br />

alguns detalhes importantes <strong>para</strong> a resolução de questões que tratam do registro culto. Tais<br />

questões exploram normalmente seu conhecimento relativo a acentuação, ortografia,<br />

emprego de classes gramaticais (pronomes e verbos principalmente), pontuação,<br />

concordância, regência e crase. Por isso, cuidado!<br />

Conheça alguns “erros” comuns:<br />

Acentuação<br />

– Tem legislação de combate à homofobia, de acordo com a Pesquisa de Informações<br />

Básicas Municipais, dos municípios brasileiros, cerca de 2%.<br />

Os verbos vir e ter, na 3 a pessoa do plural, recebem acento circunflexo diferencial, logo a<br />

forma culta é esta, pois o núcleo do seu sujeito está na 3 a pessoa do plural (2%).<br />

– Têm legislação de combate à homofobia, de acordo com a Pesquisa de Informações<br />

Básicas Municipais, dos municípios brasileiros, cerca de 2%.<br />

Ortografia<br />

– José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, revela em entrevista porque<br />

ainda há resistência às cotas.<br />

Usa-se porque quando equivale a “pois”, o que não é o caso. Logo, a forma culta é esta,<br />

pois a expressão equivale a “por qual razão”:<br />

– José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, revela em entrevista por que<br />

ainda há resistência às cotas.<br />

Emprego de classes gramaticais (pronomes e verbos,<br />

principalmente)<br />

– Se ninguém me criticar, atacar ou fazer qualquer tipo de denúncia, serei-lhe<br />

imensamente grato.<br />

O verbo fazer, como está no futuro do subjuntivo, deveria vir empregado diferentemente.


Quanto ao emprego do pronome lhe, também se deve fazer uma adequação ao registro culto da<br />

língua, a saber:<br />

– Se ninguém me criticar, atacar ou fizer qualquer tipo de denúncia, ser-lhe-ei<br />

imensamente grato.<br />

Pontuação<br />

– As cinco maiores e mais lucrativas filiais da marca campeã de venda de franquias do<br />

Rio de Janeiro, foram novamente premiadas.<br />

Não se usa vírgula, de acordo com a norma culta, entre o sujeito e o seu verbo. Logo, <strong>para</strong><br />

haver adaptação ao registro culto da língua, é preciso retirá-la:<br />

– As cinco maiores e mais lucrativas filiais da marca campeã de venda de franquias do<br />

Rio de Janeiro foram novamente premiadas.<br />

Concordância<br />

– Devem haver pelo menos 128 milhões de hectares de áreas aptas <strong>para</strong> a agricultura,<br />

sem desmatamento, localizadas especialmente no Cerrado, na Pré-Amazônia e na<br />

Mata Atlântica. Por isso, é preciso deixar claro toda e qualquer proposta de<br />

exploração.<br />

O verbo haver, com sentido de existir, é impessoal, por isso fica obrigatoriamente na 3 a<br />

pessoa do singular. Como, no caso, faz parte de uma locução verbal, o verbo auxiliar irá ficar<br />

igualmente no singular. Além disso, o adjetivo deve concordar em gênero e número com o<br />

substantivo a que se refere. Logo, de acordo com o registro formal da língua, é preciso haver<br />

esta adequação:<br />

– Deve haver pelo menos 128 milhões de hectares de áreas aptas <strong>para</strong> a agricultura,<br />

sem desmatamento, localizadas especialmente no Cerrado, na Pré-Amazônia e na<br />

Mata Atlântica. Por isso, é preciso deixar clara toda e qualquer proposta de<br />

exploração.<br />

Regência<br />

– É certo que as pessoas podem custar a entender certas manobras políticas visando ao<br />

bem-estar social, no entanto muitas delas são simplesmente necessárias.<br />

O verbo custar, com o sentido de “ser custoso, ser difícil”, é transitivo indireto e tem como<br />

sujeito uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo (entender certas<br />

manobras políticas visando ao bem-estar social), logo é preciso haver esta adequação à<br />

norma culta:<br />

– É certo que pode custar às pessoas a entender certas manobras políticas visando ao


em-estar social, no entanto muitas delas são simplesmente necessárias.<br />

Obs.: A preposição a antes de entender é expletiva.<br />

Crase<br />

– Em uma carta escrita pela atleta, divulgada em outubro de 2012, ela diz que perdoa a<br />

prima por denúncia.<br />

O verbo perdoar exige a preposição a antes de complemento (pessoa). Tal preposição se<br />

contrai com o artigo feminino a antes de prima (pessoa), gerando a crase. Logo, é preciso,<br />

segundo a correção gramatical, reescrever o texto assim:<br />

– Em uma carta escrita pela atleta, divulgada em outubro de 2012, ela diz que perdoa à<br />

prima por denúncia.<br />

Cuidado!!!<br />

Resumindo o conceito de certo e errado (<strong>para</strong> as provas que testam seu conhecimento de<br />

norma culta!):<br />

Certo: é todo uso da língua que segue as normas da língua-padrão/culta.<br />

Errado: é todo uso da língua que não segue as normas impostas pela gramática.<br />

Veja estes dois textos e suas correções <strong>para</strong> ilustrar as questões que você irá encontrar<br />

pela frente (retirados da Lição 26, do livro Para Entender o Texto – Leitura e Redação, de<br />

José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli):<br />

Sem correção:<br />

Embora o clima fosse de grande tenção, os operários não hezitaram em apresentar suas<br />

reinvindicações, alegando que, com excessão de uns poucos previlegiados, todos vinham<br />

recebendo o pagamento com vários dias de atrazo.<br />

Com correção:<br />

Embora o clima fosse de grande tensão, os operários não hesitaram em apresentar suas<br />

reivindicações, alegando que, com exceção de uns poucos privilegiados, todos vinham<br />

recebendo o pagamento com vários dias de atraso.<br />

Sem correção:<br />

Prezados senhores, prazerosamente remetemos à Vossas Senhorias os resultados de<br />

vossas aplicações em nosso Fundo de Investimentos. Cumprem-nos ainda informá-los que,<br />

já a uma semana, está à vossa disposição as bonificações referentes as ações do Banco<br />

Industrial.<br />

Com correção:<br />

Prezados senhores, prazerosamente remetemos a Vossas Senhorias os resultados de


suas aplicações em nosso Fundo de Investimentos. Cumpre-nos ainda informá-los de que,<br />

já há uma semana, estão à sua disposição as bonificações referentes às ações do Banco<br />

Industrial.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

As principais bancas são a Fundação Dom Cintra, a FCC, a Esaf e o Cespe/UnB. A<br />

primeira trata diretamente de língua coloquial e culta. As outras exigem de você um bom<br />

conhecimento de acentuação, ortografia, emprego de classes gramaticais (pronomes e<br />

verbos principalmente), pontuação, concordância, regência e crase, pois trabalham<br />

questões com enunciados exigindo domínio das regras gramaticais associadas à correção de<br />

um texto! Os editais costumam chamar de “Aferição quanto ao domínio do registro culto da<br />

língua” ou “Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas)”. Faça as<br />

questões com olho clínico!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

Particularmente... cá entre nós... eu me amarro em questões desse tipo, pois elas são o<br />

termômetro de quem está realmente pre<strong>para</strong>do em gramática! Por isso mesmo, estas são as<br />

questões que mais eliminam candidatos. Mas relax!... venha comigo... na humildade.<br />

1. (CEPERJ – Pref. Angra dos Reis/RJ – Professor (Língua Portuguesa) – 2008) “Minha terra tem palmeiras” – o verbo ter<br />

foi usado segundo o registro coloquial na frase:<br />

a) O poeta tem saudades da sua terra.<br />

b) Tem coisas que não se explicam: a dor do exílio é uma delas.<br />

c) Muitos não têm idéia do que foi o exílio <strong>para</strong> o poeta.<br />

d) De poeta e louco, todos temos um pouco.<br />

e) O Brasil tem natureza exuberante e povo generoso.<br />

2. (FCC – TRF (1 a R) – Técnico Judiciário – 2011) É clara e correta a seguinte redação:<br />

a) Na seção em que passou a trabalhar, o cenário de intrigas e favorecimentos vários, que o incomoda e quase o<br />

enlouquece, pois lhe parecem infernal.<br />

b) Ela sempre duvidou que o marido compusesse uma canção de tal fascínio, mas ele o fez exatamente <strong>para</strong> surpreender a<br />

esposa, à qual muito devia de sua trajetória artística.<br />

c) É o relato de um passeio que o pretenso advinho fez com dois amigos, o qual, no momento em que passavam por uma<br />

ponte, o céu cobriu-se de nuvens negras.<br />

d) Não há dúvidas de que têm-se um avanço tecnológico e científico nessa área, mas os professores e alunos até chegam<br />

a temer esse mundo que os cercam.<br />

e) São muitas as entidades que militam nesse âmbito <strong>para</strong> qual prestei assessoria, mas não tenho a presunção de ter<br />

conquistado algum prestígio em alguma delas.<br />

3. (FDC – CREMERJ – Agente Administrativo – 2011) O texto é predominantemente expresso em língua culta, mas, em<br />

algumas passagens, aparece uma marca de linguagem coloquial. A alternativa em que uma dessas passagens aparece é:<br />

a) “Não arrisque sua saúde!”<br />

b) “Ouça um profissional antes de engolir qualquer remédio ou até mesmo um suplemento.”<br />

c) “Outras têm o poder de anular ou potencializar os efeitos de medicamentos associados a elas.”<br />

d) “Só eles conhecem as peculiaridades de cada substância e são capazes de prescrevê-las, garantindo a sua segurança.”<br />

e) “No último caso, sintomas como sonolência, tontura, enjoo e falta de concentração podem perturbar o sujeito e até<br />

desencadear quadros mais graves.”<br />

4. (FDC – CREMERJ – Agente Administrativo – 2011) Como se trata de um texto relacionado à área médica, é justo que<br />

apareçam expressões que fazem parte do jargão (linguagem específica) dos médicos. A frase do texto em que NÃO<br />

ocorre qualquer vocábulo ou expressão desse tipo é:<br />

a) “Diante de uma dor de cabeça alucinante ou de uma queimação no estômago...”<br />

b) “A probabilidade de o micro-organismo envolvido na história...”<br />

c) “No último caso, sintomas como sonolência, tontura, enjoo...”<br />

d) “...e até desencadear quadros mais graves.”<br />

e) “...e são capazes de prescrevê-las.”<br />

5. (FDC – Pref. de Itaboraí/RJ – Analista de Sistemas – 2012) Na frase “E, como nas festas caipiras, há torcedores que<br />

incentivam os candidatos...” há uma com<strong>para</strong>ção estruturada com o conectivo como. O conectivo que, na forma coloquial<br />

popular, poderia substituí-lo é:<br />

a) tal qual;<br />

b) que nem;<br />

c) assim como;<br />

d) da mesma forma que;<br />

e) do mesmo modo que.<br />

6. “Mas sei do que se trata”. A frase que NÃO segue regras de norma culta é:<br />

a) Mas sei sobre que discute.<br />

b) Mas sei a quem obedece.<br />

c) Mas sei a que respondeu.


d) Mas sei aonde se dirige.<br />

e) Mas sei do que lembra.<br />

7. (FDC – Pref. de Itaboraí/RJ – Técnico de Informática (Itaprevi) – 2012) Exemplificam a linguagem coloquial as duas frases<br />

do texto na seguinte alternativa:<br />

a) “O mundo existe há mais de 4 bilhões de anos...”. / “Quando os dinos caminhavam sobre a Terra, por exemplo, era<br />

muito mais quente...”.<br />

b) “Quando os dinos caminhavam sobre a Terra, por exemplo, era muito mais quente...”. / “Puxa, se tudo muda e se vai<br />

continuar mudando...”.<br />

c) “...mas também muitas espécies que dividem a Terra com a gente” / “As principais feridas causadas na Terra são três”.<br />

d) “Puxa, se tudo muda e se vai continuar mudando...” / “... mas também muitas espécies que dividem a Terra com a<br />

gente”.<br />

e) “As principais feridas causadas na Terra são três”. / “O mundo existe há mais de 4 bilhões de anos...”.<br />

8. (FAB – AFA – Oficial – 2012) Encontram-se exemplos de emprego de linguagem coloquial nos seguintes trechos do texto,<br />

EXCETO:<br />

a) “Fala-se muito, mesmo com a bola rolando.”<br />

b) “... <strong>para</strong> saber quem grita gol mais alto e prolongado ...”<br />

c) “... ninguém é louco <strong>para</strong> fazer pênalti nem tão canalha <strong>para</strong> querer quebrar o outro jogador.”<br />

d) “... o jogador, no impulso, sem pensar, soltar o braço na cara do outro.”<br />

9. (FCC – TCE/AP – Analista de Controle Externo – 2012) A frase redigida corretamente é:<br />

a) No caso de elas virem até nós, teremos a oportunidade de esclarecer por que os documentos ainda não foram liberados,<br />

e também reiterar que o diretor os mantém devidamente resguardados.<br />

b) Quanto aos fabricantes, se se contraporem à decisão do juiz, terão de apresentar provas convincentes, que, segundo<br />

eles mesmos, não é garantia de sortir efeito em nova deliberação.<br />

c) Esclareço hoje, a uma semana da audiência de conciliação, que um acordo só será aceito por meu cliente se lhe convir<br />

não só o montante da indenização, mas também a forma de pagamento.<br />

d) Quando entrevisto candidatos, sempre os argúo acerca de sua descrição quanto a assuntos profissionais, pois esse é um<br />

dos quesitos avaliados no processo de ascenção na empresa.<br />

e) Ele incendia todas as reuniões com essa mania de projetos mirabolantes, a ponto de sempre alguém freiar sua<br />

participação em comissões de eventos.<br />

10. (FCC – TCE/AP – Analista de Controle Externo – 2012) A frase redigida de forma clara e correta é:<br />

a) Funcionários sem acesso à sala das telefonistas confirmaram que deviam ter havido mais de dez chamadas <strong>para</strong>,<br />

segundo se apurou posteriormente, denunciar o falsário, e ninguém atendendo, perdeu-se a oportunidade de prendê-lo<br />

aonde estava.<br />

b) Existem, sim, grandes possibilidades de essa reutilização de tecidos com defeitos dar certo, entretanto é necessário que<br />

haja algumas reuniões, sejam quem forem os consultores, <strong>para</strong> definirem-se as linhas gerais do negócio.<br />

c) Talvez alguns não deem importância ao relato do chefe dos pedreiros sobre o incidente com a cal, mas o fato é que,<br />

minimizá-lo, será abrir a possibilidade de o desempenho de todos eles decaírem intensa e irreversivelmente.<br />

d) Senhor Ministro, é realmente confiável, segundo fontes fidedignas, os números que indicam quão séria é a questão que<br />

está sob sua responsabilidade enfrentar antes que se torne definitivamente insolúvel.<br />

e) Visto a oportunidade imperdível de rever as normas não mais aplicáveis àquele específico grupo de infratores, os<br />

legisladores não convenceram-se da necessidade de ver postergado, no último momento, as datas das primeiras reuniões<br />

setoriais.<br />

11. (FCC – TCE/AP – Analista de Controle Externo – 2012) É frase clara e correta a apresentada na seguinte alternativa:<br />

a) Nessa época do ano, as enchentes, e mais do que previsíveis, como todos o sabem, transformam a cidade uma<br />

paisagem horrenda.<br />

b) A atividade docente por si só já exerce uma função de liderança nata, e isso é que às vezes a sociedade teme, pois nem<br />

todos os mestres primam por ética.<br />

c) Com a anuência do interessado, revisei o texto e assinalei os pontos que, a meu ver, são os mais sensíveis da questão, e<br />

que efetivamente não lhe estariam a favor no caso de querer levar a juízo esse já antigo litígio.<br />

d) Em detrimento do fenômeno de chuvas intensas, podemos destacar a significativa e essencial parceria entre distintos<br />

poderes − o municipal e o estadual − como avanço importante na área de prevensão de tragédias.<br />

e) Minha expressão de compromisso <strong>para</strong> com meus pares e o órgão a que passarei a pertencer há de ser demonstrado a<br />

cada passo de minha atuação, pela qual sempre zelarei, como venho demonstrando por anos consecutivos.


12. (FCC – TJ/PE – Técnico Judiciário – 2012) A frase redigida em conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) A mãe sempre intervia nas discussões, mas os mal-entendidos entre o pai e o filho eram tão frequentes e tão<br />

excessivos, que um e outro já não dominavam a sua própria agressividade.<br />

b) Com aquele jeito bonachão, a cada passo da viagem recaptulava a esplêndida experiência que tivera anteriormente, a<br />

ponto dos colegas pedirem que dispensasse as descrições.<br />

c) Nesse processo de conscientização, são importantes o reconhecimento e respeito às diferenças, e como ele não as<br />

exercita só obstrói o crescimento do grupo.<br />

d) Se muitas perdas advissem daquela decisão, ele as lamentaria, mas sem imputá-las jamais aos que denominava<br />

“guardiães da boa conduta alheia”.<br />

e) Ao término do prazo de exceção, em que os processos não tiveram andamento, requereu nova acareação, com vistas a<br />

questionar o réu sobre as incongruências da anterior.<br />

13. A frase redigida em conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) O projeto reformulado por implicar atitude descriminatória no tocante a raças foi sancionado pelo presidente, o que o fez<br />

ser saudado com grande entusiasmo.<br />

b) A assessoria negou que o dirigente obtem informações por meios considerados expúrios, mas se propôs a discutir a<br />

questão perante uma comissão técnica.<br />

c) Propuseram que todas as sexta-feiras, impreterivelmente ao mesmo horário, o grupo faça uma apresentação detalhando<br />

o avanço semanal da pesquisa.<br />

d) Havendo crido nos seus sócios, manifestou seu lado mais ingênuo, o que faz que o advogado do jovem crédulo alimente<br />

a pretensão de pugnar por sua inocência.<br />

e) São problemas, evidentemente, de ordem institucionais, que devem ser evitados sob pena de a barbárie vir a se instalar<br />

irreprimível na organização.<br />

14. (FCC – TRT/AM (11R) – Analista Judiciário – 2012) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:<br />

a) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de natureza<br />

igualmente temporal.<br />

b) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparentemente<br />

congelada...<br />

c) Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter<br />

temporal.<br />

d) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular em planos<br />

temporais.<br />

e) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente <strong>para</strong> abrir mão de implicâncias semânticas no plano<br />

temporal.<br />

15. É preciso reelaborar, <strong>para</strong> sanar falha estrutural, a redação da seguinte frase:<br />

a) O autor do texto chama a atenção <strong>para</strong> o fato de que o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um efeito<br />

contrário.<br />

b) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, <strong>para</strong> se promover a igualdade, visto que desconsideram o<br />

risco do contrário.<br />

c) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério <strong>para</strong> julgar casos diferentes não crê que isso reafirme uma<br />

situação de injustiça.<br />

d) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas que, à primeira vista, parecem em si mesmas<br />

distorcidas.<br />

e) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam necessários os desequilíbrios compensatórios de uma<br />

ação corretiva.<br />

16. (FCC – TRE/PR – Analista Judiciário – 2012) Considerado o padrão culto escrito, a frase que NÃO exige correção é:<br />

a) No memorial do professor está registrado que ingressou <strong>para</strong> a universidade em idade inferior à determinada pela lei.<br />

b) O fato que o acusado se recusa a dar detalhes é o que mais pesará na decisão dos jurados.<br />

c) O movimento que me filiei nos anos 70 foi grandemente responsável pela renovação da pintura no Brasil.<br />

d) Esta é, enfim, a parca remuneração da qual arco totalmente com as despesas da casa.<br />

e) Os valores por que tantos lutaram e morreram não serão jamais esquecidos, pois nossa geração se dedicará a relembrálos<br />

a cada passo.<br />

17. A frase construída em conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) Qualquer que sejam os motivos alegados pela comissão <strong>para</strong> justificar o atraso, lhe devem ser repassadas as anotações<br />

acerca dos itens em que houve perda do prazo de entrega anteriormente acordado.


) Demos a eles a notícia que mais almejam e passeamos nosso olhar sobre seus semblantes: o que veremos surpreenderá,<br />

pois será muito mais do que alguém possa supor.<br />

c) O empreiteiro jura que reconstróe a laje danificada em poucos dias, mas existe, na avaliação do engenheiro e do<br />

arquiteto, sérias dúvidas quanto à possibilidade de isso ser possível.<br />

d) Pelo que tudo indica, os responsáveis pela empresa hão de questionar a advertência que lhes foi feita pelo setor de<br />

cobranças, que, durante dias, os procurou <strong>para</strong> tratar do assunto em pendência.<br />

e) Registram-se em livros de história que aqueles artesãos eram bastante hábeis com as ferramentas que eles mesmo<br />

produziam, o que lhes garantiu a fama de burilar com criatividade qualquer tipo de material.<br />

18. A frase que respeita o padrão culto escrito é:<br />

a) Tudo que fizeram afim de angariar a simpatia do diretor pela proposta não deu bons frutos, por isso não lhes restaram,<br />

conforme estavam todos de acordo, outra idéia a não ser agregar valor ao projeto inicial.<br />

b) Os jornalistas não creem que existam documentos espúrios em meio àqueles já examinados, e isso por que já haviam<br />

feito cuidadosa checagem, todavia, a transparência impondo, voltarão a tarefa de imediato.<br />

c) A questão ficou cada vez mais descaracterizada quando, logo depois da visita o antropólogo defendeu que aquelas<br />

dificuldades não se restringiam <strong>para</strong> as nações indígenas daquela região, sendo mais universal.<br />

d) A manutenção e apoio ao grupo de escoteiros dependem dele aceitar a contrapartida dos empresários, que não é, aliás,<br />

nada abuso, visto que eles executam as tarefas solicitadas cotidianamente, sem desgaste exaustivo.<br />

e) Não obstante a grande aprovação recebida pelos candidatos da legenda, não se ignora que, se não revirem suas<br />

plataformas, cujas bases têm fragilidades que só há pouco os analistas expuseram, sairão lesados em futuro bem<br />

próximo.<br />

19. (FCC – ISS/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal I – 2012) Considerado o padrão culto escrito, a alternativa que<br />

apresenta frase correta é:<br />

a) Depois de muita hesitação, convim com as condições da compra e assinei um documento, cuja linguagem é bastante<br />

técnica, declarando irrevogáveis as cláusulas do contrato.<br />

b) Por mais que queiramos negar envolvimento dos menores no distúrbio, podem haver fatos que desconheçamos, por isso<br />

acataremos as orientações que advenham do episódio.<br />

c) Pelo que dissestes sobre a incrustação das joias, mereces <strong>para</strong>béns, e também pela competência, pois, sem tê-las sequer<br />

mostrado à interessada, a tornou uma feliz compradora.<br />

d) A especialista à qual se deve as pesquisas educacionais diz que cada uma das escolas que se proporam a fornecer<br />

dados declararam o motivo particular que as pôs em movimento.<br />

e) As terras de que essa espécie de vinho provêm são as do tipo mais recomendáveis <strong>para</strong> a cultura da videira, motivo pelo<br />

qual são tão valorizadas e desejadas por viticultores.<br />

20. A frase que se apresenta redigida de forma clara e correta é:<br />

a) Não quero e não devo contar qual foi a confusão em que me meti, nem porque idas e vindas acabei percebendo o real<br />

perigo que corria.<br />

b) Todos estando bastante, ou excessivamente, contrariados, nesse diapasão nada se podia fazer <strong>para</strong> acalmar o<br />

representante dos funcionários, cujo apoio sustentaria o evento.<br />

c) O debate seguia acalorado entre o jornalista e o entrevistado, sendo por essa razão o convite feito a um mediador, pois<br />

de sua presença dependia o impasse.<br />

d) Pior do que hostilizá-los é fazer os trabalhadores acreditarem que qualquer outro modo de reconhecimento pelo seu<br />

esforço, que não seja a justa remuneração, é tão honesto quanto ela.<br />

e) O indivíduo contribui com a cidadania, quando se posiciona a favor dos direitos, porém corrompe com a ética, se fizer<br />

contra os preceitos morais.<br />

21. (Esaf – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2012) Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial da<br />

Folha de S. Paulo de 29/3/2012. Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta.<br />

a) Houveram muitas mudanças nas condições externas e internas da economia, que contribuíram <strong>para</strong> a estagnação da<br />

indústria brasileira. Do lado externo, os altos preços das matérias-primas exportadas pelo Brasil encorpam a entrada de<br />

divisas e valoriza o real.<br />

b) Internamente, a renda do trabalho ampliada por políticas salariais e previdenciárias generosas, estimula o consumo e o<br />

setor de serviços. O resultado seria a especialização da economia nos setores primário e terciário, cuja forte geração de<br />

emprego, em troca de menor competitividade industrial.<br />

c) A perda de mercado <strong>para</strong> importações, por sua vez, não seriam um problema, já que boa parte delas seria compras de<br />

bens de capital <strong>para</strong> investimento e modernização do parque industrial.<br />

d) Não se deve considerar que exportações de poucos produtos primários sejam confiáveis, pois uma inversão de preços


traria problemas às contas externas. No que se refere às importações de bens de capital, é fato que o uso de<br />

equipamentos importados melhora a produtividade, mas a perda da base de conhecimento é uma ameaça <strong>para</strong> o futuro<br />

do país.<br />

e) É temerário considerar que, um país de renda média e com baixa escolaridade, como o Brasil possa manter tal padrão<br />

de crescimento. Serviços que geram renda, hoje, são atividades complexas como design industrial e marketing, de alto<br />

conteúdo intelectual.<br />

22. (Esaf – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2012) Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial do<br />

Valor Econômico de 29/3/2012. Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente incorreta.<br />

a) Parece cada vez mais claro que a tendência de valorização do real vai durar um bom tempo. Há demanda futura<br />

garantida <strong>para</strong> as commodities que o país exporta e enormes possibilidades de novos negócios.<br />

b) Toda a estrutura de defesa comercial deveria ser aperfeiçoada e acelerada <strong>para</strong> barrar a concorrência desleal. Os<br />

instrumentos disponíveis <strong>para</strong> isso não têm sido usados intensamente como seria necessário. Resta, porém, a<br />

competitividade.<br />

c) A bonança encontrou o país com uma carga de impostos maior do que a de competidores emergentes do mesmo porte,<br />

gargalos enormes na infraestrutura e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica – a conhecida conspiração de<br />

custos contra as empresas nacionais.<br />

d) A valorização agravou problemas crônicos, em detrimento da indústria. A licença <strong>para</strong> se proteger que o Brasil pede<br />

agora já existe de alguma forma e ela deveria se voltar prioritariamente contra a China, cuja mágica de formação dos<br />

preços dos bens exportados é poderosa.<br />

e) O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado eles cobriam praticamente o deficit em contacorrente,<br />

ao que limitava o efeito, <strong>para</strong> explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e capitais<br />

especulativos.<br />

23. (Esaf – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2012) Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O<br />

Globo de 20/3/2012. Assinale a opção que respeita as exigências gramaticais da norma culta na sua transcrição.<br />

a) Em geral, quando a economia está em trajetória de crescimento, multiplicam-se as condições <strong>para</strong> os ganhos de<br />

produtividade, pela facilidade de se concretizarem investimentos. Mas não é algo que caia do céu. Sem esforço e<br />

determinação, a produtividade não avança.<br />

b) Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes econômicos, como o ambiente institucional <strong>para</strong><br />

a realização de negócios, a infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política econômica, o que se<br />

refletem no crédito e na carga tributária.<br />

c) São vários os fatores que contribuem <strong>para</strong> os saltos de produtividade. Alguns relacionados do processo produtivo, como<br />

à inovação, a melhoria da gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos que produzem, a<br />

utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados <strong>para</strong> se chegarem ao resultado final.<br />

d) Com uma taxa de investimento relativamente baixa cuja proporção do Produto Interno Bruto (PIB), pouco acima dos<br />

19%, o Brasil conseguiu avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte.<br />

e) A estabilidade monetária abriu caminhos <strong>para</strong> ganhos de produtividade que tornou factíveis tais avanços, mas é preciso<br />

definir prioridades claras nos gastos públicos.<br />

24. (Esaf – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2012) Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial de O<br />

Estado de S. Paulo de 29/3/2012. Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente incorreta.<br />

a) Estão na lista, entre outros, projetos relativos a novas regras <strong>para</strong> licitações, a normas de licenciamento ambiental, à<br />

redução da jornada de trabalho, ao fim da contribuição adicional de 10% em caso de demissão injustificada, à<br />

regulamentação dos contratos de terceirização e à condição das agências reguladoras.<br />

b) Para os países da Europa em situação mais complicada, a superação dos problemas dependerá de ganhos consideráveis<br />

de produtividade e de reformas, em alguns casos dolorosas, <strong>para</strong> desemperrar a economia. O desarranjo financeiro e<br />

fiscal foi apenas uma das consequências de um desajuste mais amplo.<br />

c) Para a Confederação Nacional da Indústria − CNI há alguns temas de maior importância <strong>para</strong> consideração dos<br />

parlamentares. Essa pauta mínima inclui dezesseis projetos em tramitação no Congresso, selecionados por seu elevado<br />

potencial de impacto positivo ou negativo na atividade empresarial.<br />

d) Não se deve contemplar o Brasil como uma ilha de tranquilidade, de estabilidade, de equilíbrio, no meio da infindável<br />

crise internacional. A experiência europeia mostra os elevados custos de se adiarem constantemente o enfrentamento<br />

dos problemas de competitividade.<br />

e) Alguns projetos tratam de questões tributárias. O documento da CNI aponta alguns que, se aprovados, resultarão em<br />

maior tributação da atividade produtiva, agravando uma das mais importantes desvantagens competitivas da indústria<br />

brasileira, e outros que trarão benefícios. Nenhum deles, no entanto, tem a amplitude necessária a uma reforma efetiva<br />

do sistema de impostos e contribuições.


25. (Esaf – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2012) Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O<br />

Estado de São Paulo de 24/3/2012. Assinale a opção que foi transcrita de forma gramaticalmente correta.<br />

a) Por tornar mais acentuada a perda de competitividade da indústria brasileira, a valorização do real em relação ao dólar<br />

vêm despertando reações cada vez mais ácidas de dirigentes empresariais, mas está muito longe de ser o único, ou o<br />

principal, problema que prejudica o desempenho do setor manufatureiro.<br />

b) Questões estruturais e modelos de gestão empresarial inadequados tem sobre a atividade industrial efeitos negativos<br />

muito mais profundos e duradouros e, por isso, mais nocivos do que a taxa de câmbio.<br />

c) Sem eliminar essas deficiências, o Brasil terá cada vez menos condições de competir com outros países, até mesmo<br />

com os vizinhos sul-americanos. É preciso considerar que a valorização do real também fez o custo da mão de obra na<br />

indústria aumentar.<br />

d) Mesmo, porém, que a questão cambial venha a ser superada, a qualidade da atividade industrial continuará prejudicada<br />

por deficiências históricas, e por isso muito conhecidas, mas que tem sido toleradas por governantes, empresários,<br />

trabalhadores e pela sociedade.<br />

e) Pesquisas e estudos recentes não deixam dúvidas quanto aos impactos do câmbio valorizado sobre a produtividade da<br />

indústria brasileira quando com<strong>para</strong>das com a de outros países.<br />

26. (Esaf – MI-CENAD – Analista de Sistemas – 2012) Assinale o trecho em que a transcrição do texto adaptado de Rodolfo<br />

Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico (http://www.scielo.br/scielo.php) desrespeita as regras<br />

gramaticais no uso das estruturas linguísticas.<br />

a) Embora haja consenso (pelo menos aparente) sobre a necessidade de diminuir a desigualdade, toda medida específica<br />

gera polêmica. Muitas pesquisas mostram uma associação da desigualdade da distribuição da renda no Brasil com o<br />

nível e a distribuição da escolaridade. O aumento acelerado da escolaridade é uma estratégia que levaria ao crescimento<br />

econômico com menor desigualdade.<br />

b) É provável que a importância da educação como determinante do rendimento das pessoas e da sua desigualdade está<br />

superestimada nas análises econométricas, simplesmente porque não se dispõem de boas medidas <strong>para</strong> vários outros<br />

determinantes da renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade.<br />

c) Muitas dessas pesquisas se baseiam na teoria do capital humano. É desnecessário dizer que a própria expressão “capital<br />

humano” é contraditória com o conceito marxista de capital. Mas, a ideia de que a remuneração de um trabalhador deva<br />

crescer com a sua escolaridade é perfeitamente compatível com essa corrente de pensamento.<br />

d) Mas, o aumento da escolaridade também é um objetivo em si, considerando-se que ela favorece a participação mais<br />

plena do cidadão na economia e na sociedade modernas. Assim, apesar das divergências teóricas, há um consenso<br />

sobre a necessidade de aumentar rapidamente a escolaridade. Um movimento no sentido de diminuir a desigualdade da<br />

distribuição da renda no país certamente não pode se basear apenas em determinada política econômica.<br />

e) Na realidade, praticamente toda política econômica tem um impacto, maior ou menor, sobre a distribuição da renda:<br />

política fiscal, previdência social, política de crédito, política educacional, reforma agrária etc. Alterações na legislação<br />

também podem ter impacto importante. A dificuldade na análise de cada medida é levar em consideração seus diversos<br />

efeitos diretos e indiretos, como fica claro na discussão sobre o aumento do salário-mínimo.<br />

27. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale a opção em que a reescrita do trecho sublinhado preserva<br />

a correção gramatical e a coerência do texto.<br />

O “jogo” civilizatório da redistribuição melhorou de forma espetacular a inclusão social, ampliou o mercado interno e<br />

funcionou muito bem aumentando a demanda global. Infelizmente não acompanhamos o mesmo ritmo e, com a mesma<br />

disposição, a ampliação da oferta global. Está esgotado o espaço disponível. O resultado natural é que a diferença entre a<br />

demanda e a oferta globais se dissipa, inexoravelmente, em um aumento da inflação interna nos preços dos bens não<br />

transacionáveis (os serviços) e externamente, em uma ampliação do déficit em conta-corrente. O efeito colateral muito<br />

importante desse processo é a imensa valorização da relação câmbio nominal/salário nominal, que é o indicador do câmbio<br />

“real”.<br />

a) Daí resulta, naturalmente, uma ampliação do déficit em conta-corrente que vem da diferença entre a demanda e a<br />

oferta globais e se dissipa, inexoravelmente, em um aumento da inflação interna nos preços dos bens não<br />

transacionáveis (os serviços).<br />

b) Daí naturalmente resulta que a diferença entre a demanda e a oferta globais, inexoravelmente, se dissipam por um<br />

aumento da inflação interna nos preços dos bens não transacionáveis (os serviços) e uma ampliação externa do déficit<br />

em conta-corrente.<br />

c) O resultado natural da diferença entre a demanda interna e a oferta global se dissipa, inexoravelmente, em um aumento<br />

da inflação internamente (nos preços dos bens não transacionáveis − os serviços) e externamente, em uma ampliação do<br />

déficit em conta-corrente.<br />

d) Vem daí, como resultado natural, a diferença entre a demanda que dissipa a oferta global dissipa inexoravelmente, em


um aumento da inflação interna nos preços dos bens não transacionáveis − os serviços − e externamente, há uma<br />

ampliação do déficit em conta-corrente.<br />

e) Como resultado natural, há, internamente, um aumento da inflação nos preços dos bens não transacionáveis (os<br />

serviços) e, externamente, uma ampliação do déficit em conta-corrente; isso dissipa, inexoravelmente, a diferença entre<br />

a demanda e a oferta globais.<br />

28. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Com relação ao uso das estruturas linguísticas ou da grafia das<br />

palavras, assinale o trecho em que o texto adaptado de Júlio Miragaya, Desindustrialização e baixo crescimento econômico<br />

(Correio Braziliense, 23 de abril de 2012), foi transcrito corretamente.<br />

a) A valorização do real e o custo Brasil, que têm reduzido a competitividade de nossos produtos industriais no mercado<br />

internacional, ao mesmo tempo que torna o mercado interno mais vulnerável à concorrência de produtos de outros países<br />

com consequências ruins não só <strong>para</strong> a balança comercial, mas também <strong>para</strong> os níveis de emprego e de renda <strong>para</strong> a<br />

arrecadação de tributos.<br />

b) No custo Brasil consta os elevados preços da energia elétrica e do gás natural; a insuficiência e relativamente precária<br />

malha de transportes; o baixo nível de investimentos em tecnologia; e uma estrutura tributária que incide sobre a<br />

produção e o consumo e não sobre a renda e a riqueza.<br />

c) O fato é que o setor industrial ficou estaguinado em 2011, puxando <strong>para</strong> baixo o crescimento do PIB, sendo o mais baixo<br />

entre todos os países sul-americanos. E as perspectivas são de novo crescimento do produto industrial próximo a zero −<br />

com um tímido crescimento do PIB.<br />

d) O elevado custo de nossa logística é outra causa que não vêm sendo devidamente enfrentada. O barateamento do custo<br />

da energia e dos transportes requerem a ampliação dos investimentos públicos, necessidade que se choca com um dos<br />

pilares da política econômica.<br />

e) Em suma, não há como ampliar substantivamente os investimentos públicos sem uma redução drástica nos gastos com<br />

pagamento dos juros da dívida pública. Também se deve buscar ampliação do investimento em inovação, condição<br />

essencial <strong>para</strong> o aumento da produtividade.<br />

29. (Esaf – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2012) Assinale a opção em que foi inserido erro gramatical na<br />

transcrição do texto abaixo.<br />

Deve-se rejeitar o argumento de que a) uma das causas da baixa competitividade da indústria seja b) o alto custo do<br />

trabalho. Não se combate a perda c) de competitividade com redução de direitos trabalhistas. Pelo contrário, foi d)<br />

precisamente a elevação e) dos salários e a crescente formalização do trabalho os fatores responsáveis pelo aumento do<br />

poder aquisitivo da população e a ampliação de nosso mercado interno.<br />

a) A.<br />

b) B.<br />

c) C.<br />

d) D.<br />

e) E.<br />

Com relação à correção gramatical, julgue os itens subsequentes, que apresentam trechos reescritos do texto.<br />

30. (Cespe/UnB – PEFOCE – Auxiliar de Perícia de 1 a Classe – 2012) Necessitam-se tanto da criação de métodos<br />

transparentes e previsíveis quanto da definição clara do que se considere violação ética, cujas alegações desse tipo seja<br />

submetido à investigação.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

31. (Cespe/UnB – PEFOCE – Auxiliar de Perícia de 1 a Classe – 2012) Independentemente das razões que levem-nas a<br />

sujeitar, por exemplo, suas posses ou sua moradia ao trabalho pericial, à toda pessoa estão garantidos os direitos de: ser<br />

autor de seu destino e de optar por o caminho de sua conveniência.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

32. (Cespe/UnB – PEFOCE – Auxiliar de Perícia de 1 a Classe – 2012) Mas apesar da grande importância da ética<br />

deontológica, ela parece que é insuficiente <strong>para</strong> se aprofundarem reflexões éticas quanto à condutas profissionais, em<br />

vistas de se entender que ela seja atendida quando os códigos são simplesmente obedecidos.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


33. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) O trecho “A um coronel que se queixava da vida de quartel” poderia ser<br />

assim reescrito, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical do texto: Para um coronel que queixava-se da vida em quartel.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

34. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) O segundo período do texto (A antropologia tem demonstrado que muitas<br />

atividades atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens em outra) poderia ser corretamente<br />

reescrito da seguinte forma: Segundo a antropologia, várias atividades que são atribuídas ao sexo feminino em dada cultura<br />

podem atribuir-se ao sexo masculino em outra.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

35. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) Sem prejuízo <strong>para</strong> a sua correção gramatical, o primeiro período do texto<br />

poderia ser assim reescrito: A espécie humana distingue-se entre si no que concerne a anatomia e a fisiologia, por meio do<br />

dimorfismo sexual, embora seja falso crer que as diferenças de comportamento verificado entre as pessoas de sexo distinto<br />

determine-se de forma biológica.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

36. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) Mantendo-se a correção gramatical do texto, o trecho “Carregar cerca de<br />

vinte litros de água sobre a cabeça implica, na verdade, um esforço físico considerável” poderia ser reescrito da seguinte<br />

forma: Para que se carreguem aproximadamente vinte litros d’água na cabeça, requer-se, na realidade, um imenso esforço<br />

físico.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

37. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) (Cespe/UnB – STJ – todos os cargos – 2012) O trecho “jamais poderiam<br />

localizá-la” poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: jamais a poderiam localizar.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

38. (Cespe/UnB – STJ – Técnico Judiciário – 2012) O último período do texto poderia ser assim reescrito, sem prejuízo <strong>para</strong> a<br />

correção gramatical do texto: Compreender, pois, o modo porque tais materialidades influenciam na elaboração do ato<br />

comunicativo é essencial <strong>para</strong> entender-se como elas chegam à afetar na própria organização do tecido social.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

39. (Cespe/UnB – IRBr – Diplomata – 2012) O trecho “a pequena causa, ou o motivo irrelevante, pode produzir um grande<br />

efeito” poderia ser reescrito, sem prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical ou <strong>para</strong> os sentidos do texto, da seguinte forma: a<br />

causa pouco significativa, ou o pequeno motivo, pode provocar um resultado de extensa repercussão.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

Em cada um dos itens a seguir, são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo dos impérios, antigos<br />

ou recentes, permite acessar as raízes do mundo contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de<br />

organização do poder político”. Julgue-os com relação à correção gramatical.<br />

40. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que seja<br />

acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela nossa compreensão, os modos como está organizado o<br />

poder político.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

41. (Cespe/UnB – PC/CE – Inspetor – 2012) Contudo, estudar os impérios, antigos ou recentes, proporciona-nos o acesso às<br />

raízes do mundo contemporâneo e leva-nos à aprofundar a compreensão dos modos conforme aos quais organiza-se o<br />

poder político.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

eu gostava muito de passeá… saí com as minhas colegas… brincá na porta di casa di vôlei… andá de patins… bicicleta…<br />

quando eu levava um tombo ou outro… eu era a… a palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi uma das fases


mais… assim… gostosas da minha vida foi… essa fase de quinze… dos meus treze aos dezessete anos…<br />

A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG, 2010 (inédito).<br />

42. (ENEM – Vestibular – 2012/2013) Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como<br />

modalidade falada da língua é:<br />

a) predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas;<br />

b) vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português;<br />

c) realização do plural conforme as regras da tradição gramatical;<br />

d) ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados;<br />

e) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.<br />

Texto<br />

Entrevista com Marcos Bagno<br />

Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos<br />

que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo<br />

“ter” no lugar do verbo “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento<br />

da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.<br />

No entanto, temos registros escritos da época medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim<br />

como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos<br />

de nossos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar <strong>para</strong><br />

“errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, colocação pronominal,<br />

concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma gramática<br />

normativa de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz sentido<br />

continuar rejeitando o que é nosso <strong>para</strong> só aceitar o que vem de fora.<br />

Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros <strong>para</strong> só considerar certo o que é usado por menos de dez<br />

milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos mais falantes de português que em toda a Europa!<br />

Informativo Parábola Editorial, s/d.<br />

43. Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas coloquiais e faz uso da norma de padrão em toda a extensão do<br />

texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele:<br />

a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão.<br />

b) apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado<br />

na materialidade do texto.<br />

c) propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve<br />

ser usada por falantes não escolarizados.<br />

d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a<br />

gramática normativa do português europeu.<br />

e) defende que a quantidade de falantes do português brasileiro ainda é insuficiente <strong>para</strong> acabar com a hegemonia do<br />

antigo colonizador.<br />

44. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) Assinale o trecho inteiramente correto quanto ao emprego do<br />

padrão formal escrito da língua portuguesa.<br />

a) Quando falamos em prova, no direito, tem-se a idéia de que existe algo a ser defendido ou algo que venha a ser<br />

contestado. Dentro dessa linha cognoscível, entende-se que vai existir sempre um agente acusador e um agente<br />

acusado.<br />

b) Pois bem, a prova é o meio de resolução desse conflito existente, da qual é dela que o juiz irá extrair aqueles meios<br />

exequíveis à resolução pendente.<br />

c) O juiz não tem o ônus de buscar a verdade – ele somente apresenta as partes a verdade mais justa diante do caso em<br />

questão. A parte é quem tem o ônus de buscar a verdade, daí as provas serem de suma importância <strong>para</strong> a resolução do<br />

litígio.<br />

d) Devido à atribuição de pontos a cada tipo de prova, o sistema tarifal de provas passou a facilitar as decisões dos juízes,<br />

que somente se encarregavam da somatória dos pontos que cada parte obtera mediante suas provas apresentadas e<br />

decidia o caso a favor de quem somou mais pontos.<br />

e) Para adquirir força probatória no processo judicial, os meios “moralmente legítimos” de obtenção de provas devem está<br />

em congruência com os aspectos lícitos do nosso ordenamento legal.<br />

45. (Esaf – SRF – Analista-Tributário da Receita Federal – 2012) Assinale o trecho em que a transcrição do texto adaptado do<br />

jornal Correio Braziliense, de 7 de agosto de 2012, desrespeita as regras gramaticais no uso das estruturas linguísticas.<br />

a) Ao mesmo tempo em que os analistas do mercado financeiro elevam a perspectiva <strong>para</strong> a inflação este ano, eles


trabalham cada vez mais com a possibilidade de queda <strong>para</strong> o Produto Interno Bruto (PIB) e também <strong>para</strong> a taxa de<br />

juros básica da economia.<br />

b) A principal razão <strong>para</strong> isso é que o setor industrial não dá mostras de que vai reagir, revertendo a tendência de queda na<br />

atividade. Pela décima semana consecutiva, os analistas vêm revendo <strong>para</strong> baixo as expectativas de desempenho da<br />

indústria brasileira.<br />

c) De acordo com o relatório Focus, a média das estimativas <strong>para</strong> o ano passou de uma contração na atividade no setor<br />

industrial de 0,44% <strong>para</strong> uma queda maior, de 0,69%. Com isso, as expectativas <strong>para</strong> o PIB, que já vinham diminuindo,<br />

caíram mais ainda.<br />

d) Segue também em queda, segundo os analistas do mercado financeiro, a previsão <strong>para</strong> a taxa básica de juros. Agora,<br />

segundo a pesquisa Focus, a taxa Selic deve chegar a 7,25% no final do ano.<br />

e) Até à semana passada, a estimativa que prevalescia era de que o ciclo de redução da Selic <strong>para</strong>ria em 7,5%.<br />

Atualmente a taxa está em 8%. Com a mudança o mercado financeiro passa a trabalhar com a perspectiva de que o<br />

Banco Central reduza a taxa mais duas vezes.


Gabarito<br />

1. B. 10. B. 19. A. 28. E. 37. CERTO.<br />

2. B. 11. C. 20. D. 29. D. 38. ERRADO.<br />

3. E. 12. E. 21. D. 30. ERRADO. 39. CERTO.<br />

4. A. 13. D. 22. E. 31. ERRADO. 40. ERRADO.<br />

5. B. 14. C. 23. A. 32. ERRADO. 41. ERRADO.<br />

6. E. 15. B. 24. D. 33. ERRADO. 42. A.<br />

7. D. 16. E. 25. C. 34. CERTO. 43. A.<br />

8. B. 17. D. 26. B. 35. ERRADO. 44. A.<br />

9. A. 18. E. 27. E. 36. CERTO. 45. E.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 37<br />

Reescritura de Frases


Definição de Paráfrase<br />

Paráfrase, segundo o dicionário Houaiss, é a “maneira diferente de dizer algo que foi dito;<br />

frase sinônima de outra”.<br />

Sendo assim, muitas questões de provas são criadas a partir desse conceito. Os enunciados<br />

das questões normalmente falam de “reescrita/reescritura de texto ou de frases”. Muitas vezes<br />

também as questões tratam da manutenção/preservação do sentido ou da alteração/prejuízo<br />

do sentido de certos trechos. É válido dizer que as provas se preocupam em trabalhar este<br />

assunto junto com o conceito de “correção”. Observe este texto:<br />

– Considerando que o cronograma estabelecido visa assegurar a qualidade do serviço,<br />

solicito alteração no procedimento estabelecido <strong>para</strong> instalações e imediata reposição<br />

dos computadores.<br />

Possibilidade de “reescritura” com “correção”:<br />

– Considerando que o cronograma estabelecido visa a assegurar a qualidade do serviço,<br />

solicito alteração no procedimento estabelecido <strong>para</strong> instalações e imediata reposição<br />

dos computadores.<br />

Observe que apenas a preposição a foi utilizada <strong>para</strong> a reescritura. Não houve mudança de<br />

sentido. Mas a pergunta que se faz é: “Houve correção gramatical na colocação deste<br />

vocábulo antes do verbo?” Resposta: “Sim!” Explicando...: segundo a norma culta, o verbo<br />

visar (= objetivar, almejar) antes de verbo no infinitivo pode ou não vir seguido da<br />

preposição a.<br />

Fique atento, pois existem cerca de 30 maneiras de <strong>para</strong>frasear um texto:<br />

– Linguagem informal <strong>para</strong> formal.<br />

– Mudança de posição dos vocábulos.<br />

– Predicado converso e predicado simétrico.<br />

– Substituição de locuções por palavras.<br />

– Substituição de verbos por advérbios e vice-versa.<br />

– Uso de sinônimos, hipônimos e hiperônimos.<br />

– Mudança de tipos de discurso.<br />

– Conversão de voz verbal.<br />

– Emprego de antonomásias ou perífrases.<br />

– Síntese ou resumo.<br />

– Substituição de substantivos por pronomes.<br />

– Mudança de tempo verbal sem alteração do sentido.<br />

– Nominalização.<br />

– Transformação de oração reduzida <strong>para</strong> desenvolvida e vice-versa.<br />

– Inversão sintática.


– Mudança de pronome relativo por outro e pronome demonstrativo por outro.<br />

– Mudança de pontuação por outra e pontuação facultativa.<br />

– Dupla grafia.<br />

– Possibilidades de colocação pronominal.<br />

– Amplificação.<br />

– Possibilidades de Paralelismo.<br />

– Orações assindéticas em sindéticas.<br />

– Elipse.<br />

– Conectivos de mesmo valor semântico.<br />

– Relação de causa e consequência.<br />

– Antônimos apoiados em palavras negativas.<br />

– Dupla regência.<br />

– Crase facultativa.<br />

– Dupla concordância.<br />

Tratarei neste livro apenas dos 10 casos que mais figuram em prova, ok? Acompanhe!


Mudança de Posição dos Vocábulos<br />

Ora a mudança de posição de certos vocábulos ou termos da oração pode mudar o sentido<br />

da frase, ora não.<br />

Uma simples frase como esta...<br />

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas<br />

como se fosse a primeira vez. (Friedrich Nietzsche)<br />

... pode ser invertida de diversas formas, sem alteração de sentido.<br />

Veja algumas:<br />

Divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez, é a<br />

vantagem de ter péssima memória.<br />

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se com as mesmas coisas boas, como se fosse<br />

a primeira vez, muitas vezes.<br />

Divertir-se com as mesmas coisas boas, muitas vezes, como se fosse a primeira vez, é a<br />

vantagem de ter péssima memória.<br />

É a vantagem de ter péssima memória divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas<br />

como se fosse a primeira vez.<br />

A vantagem de ter memória péssima é divertir-se, como se fosse a primeira vez, com as<br />

mesmas boas coisas muitas vezes.<br />

E por aí vai...<br />

Em outras palavras, a inversão de termos dentro de uma frase pode não alterar seu sentido.<br />

No entanto, não é sempre assim que ocorre, pois, às vezes, alguns vocábulos (adjetivos,<br />

pronomes, advérbios, palavras denotativas etc.), quando deslocados, a alteração de sentido<br />

fica visível. Veja que o deslocamento, ou seja, a inversão dos termos pode gerar alteração de<br />

sentido:<br />

– João é um alto funcionário.<br />

– João é um funcionário alto.<br />

– Qualquer mulher merece respeito.<br />

– Maria é uma mulher qualquer.<br />

– Pedro já fez a prova.<br />

– Pedro fez a prova já.<br />

– Até aquela aluna o elogiou.


– Aquela aluna o elogiou até.<br />

Percebeu que houve flagrante mudança de sentido nestas duplas? Portanto, a inversão dos<br />

termos na frase pode ou não alterar o sentido dela.


Equivalência entre Locuções e Palavras e entre Conectivos<br />

O que são locuções? São grupos de vocábulos com valor de uma palavra, normalmente.<br />

Existem locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas,<br />

conjuntivas e interjetivas.<br />

Nas questões de reescrituras de frases em provas de concurso público, é comum haver<br />

substituição de locuções adjetivas, verbais, adverbiais, prepositivas e conjuntivas por,<br />

respectivamente, adjetivos, verbos, advérbios, preposições e conjunções, semanticamente<br />

correspondentes.<br />

Veja algumas substituições:<br />

Locuções Adjetivas<br />

Grupos de vocábulos iniciados por preposição caracterizando um substantivo,<br />

normalmente. Têm valor de um adjetivo.<br />

– A jogada de mestre serviu <strong>para</strong> exemplificar sua habilidade.<br />

– A jogada magistral serviu <strong>para</strong> exemplificar sua habilidade.<br />

– A população das cidades vem aumentando exponencialmente.<br />

– A população urbana vem aumentando exponencialmente.<br />

Locuções Verbais<br />

Grupos de vocábulos formados por verbos auxiliares + verbos principais no infinitivo,<br />

gerúndio ou particípio. Têm valor de um verbo.<br />

– Estávamos viajando pela Grécia quando recebemos uma má notícia.<br />

– Viajávamos pela Grécia quando recebemos uma má notícia.<br />

– Os cientistas vêm lutando/têm lutado <strong>para</strong> descobrir a cura definitiva da AIDS.<br />

– Os cientistas lutam <strong>para</strong> descobrir a cura definitiva da AIDS.<br />

Obs.: Estude os tempos compostos (locuções verbais formadas pelos verbos ter/haver +<br />

particípio).<br />

Locuções Adverbiais<br />

Grupos de vocábulos normalmente iniciados por uma preposição. Têm valor de advérbio.<br />

– De repente o tempo ficou nublado.<br />

– Repentinamente o tempo ficou nublado.<br />

– Ela faz provas de seis em seis meses.<br />

– Ela faz provas semestralmente.


Locuções Prepositivas<br />

Grupos de vocábulos com valor de uma preposição. Sempre terminam em preposição.<br />

– Sempre estudo Português a fim de eliminar as dúvidas mais comuns.<br />

– Sempre estudo Português <strong>para</strong> eliminar as dúvidas mais comuns.<br />

– Quando estamos juntos, conversamos acerca de política.<br />

– Quando estamos juntos, conversamos sobre política.<br />

Locuções conjuntivas<br />

Grupos de vocábulos com valor de uma conjunção.<br />

– Ainda que eu veja mudanças no país, continuo descrente.<br />

– Embora eu veja mudanças no país, continuo descrente.<br />

– Desde que vocês entendam, ficarei satisfeito.<br />

– Se vocês entenderem, ficarei satisfeito.


Substituição de Verbos por Advérbios e Vice-versa<br />

Segundo Rodolfo Ilari, um tipo de paráfrase é a substituição de verbos por advérbios e<br />

vice-versa (aparentemente: parecer; possivelmente: poder; necessariamente: precisar;<br />

geralmente: costumar etc.):<br />

– Os ensaios da banda são feitos habitualmente na noite da quarta-feira. = Os ensaios da<br />

banda costumam ser feitos na noite de quarta-feira.<br />

– Ele parece contente com o resultado da prova. = Ele ficou aparentemente contente com o<br />

resultado da prova.


Uso de Sinônimos<br />

Palavras, expressões e frases inteiras podem ser sinônimas de outras, contanto que<br />

preservem o sentido entre si. Veja exemplos:<br />

– “Na perspectiva maniqueísta que domina hoje as formas vulgares do pensamento social<br />

existe a fome da esquerda e existe a fome da direita.” (José de Souza Martins)<br />

– Na perspectiva dualista que domina hoje as formas vulgares do pensamento social existe<br />

a fome da esquerda e existe a fome da direita.<br />

– Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses na ilha Maurício,<br />

empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum.<br />

– Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses na ilha Maurício,<br />

dedicou-se com afinco à busca dos dodôs e não encontrou nenhum.<br />

– Uma lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação da pessoa.<br />

– Certa prescrição proíbe a utilização de roupas que obstam a identidade pessoal.


Substituição de Substantivos por Pronomes<br />

Todos os pronomes (pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos, demonstrativos e<br />

relativos) podem substituir substantivos. Por isso, muitas questões tratam disso nas provas de<br />

concursos públicos. Veja exemplos bem simples que ilustram isso:<br />

– João é estudioso, por isso ele consegue boas notas.<br />

– Ele é um cara muito esforçado, por isso todos adoram o João.<br />

– O estudo é algo primordial, e eu o levo muito a sério.<br />

– A aluna quer muito a vaga. Sua determinação é invejável.<br />

– João e Pedro passaram, mas nenhum ficou satisfeito.<br />

– Ela e ele se classificaram, mas quem ficou realmente feliz?<br />

– Só isto me interessa: a aprovação.<br />

– O professor que me ajudou a passar foi o <strong>Pestana</strong>.


Nominalização<br />

Como foi falado muito sobre isso no capítulo de Substantivo e Adjetivo, “rolará” agora um<br />

déjà vu.<br />

Nominalizar é, normalmente, transformar uma estrutura verbal em uma estrutura nominal, ou<br />

seja, substituir um verbo por um substantivo de mesmo radical (às vezes, por um adjetivo), a<br />

fim de evitar o exagero no uso de verbos. Isso se dá por meio de derivação sufixal ou de<br />

derivação regressiva, normalmente.<br />

Segundo Ulisses Infante, a nominalização “constitui um recurso eficaz no momento de<br />

redigir, pois passamos a contar com diferentes possibilidades <strong>para</strong> estruturar nossas frases”.<br />

Ele está falando aqui sobre reescritura de frases, sobre a qual falarei mais detalhadamente<br />

num dos capítulos finais. Continua Infante: “O uso de substantivos é mais frequente em textos<br />

científicos e analíticos, em que os conceitos são mais utilizados do que as ações. Nos textos<br />

narrativos, as ações tendem a ser mais importantes do que os conceitos, o que acarreta<br />

predomínio de verbos”.<br />

Um texto dissertativo bem redigido é aquele que não abusa de verbos. Sem verbalização,<br />

um texto com mais nomes valoriza a concisão e a clareza.<br />

Contando, também, com as informações essenciais da Prof. a Dr. a Maria Francisca Oliveira<br />

Santos, vejamos como isso ocorre na prática.<br />

Por derivação sufixal<br />

-ção/-são: fabricar > fabricação; ligar > ligação; adaptar > adaptação; expressar ><br />

expressão, ceder > cessão...<br />

– Fabricar produtos sustentáveis está na moda. (frase com dois verbos)<br />

– A fabricação de produtos sustentáveis está na moda. (frase com um verbo)<br />

– Ceder meus direitos autorais ao artista foi difícil. (frase com dois verbos)<br />

– A cessão de meus direitos ao artista foi difícil. (frase com um verbo)<br />

Note que, assim como verbo exige dois complementos (Cede-se algo (1) a alguém (2)), o<br />

nome também exige (cessão de... (1) ao... (2)). Falarei mais sobre a relação dos verbos e dos<br />

nomes com seus complementos no capítulo de Regência. Não se empolgue, fica por aqui,<br />

senão vai se enrolar!<br />

-da: sair > saída; chamar > chamada; chegar > chegada...<br />

– Quando meu filho chegou, fiquei emocionada. (frase com dois verbos)<br />

– A chegada do meu filho me emocionou. (frase com um verbo)<br />

-mento: conhecer > conhecimento; lançar > lançamento; surgir > surgimento...<br />

– Surgiram novos problemas em minha tese que me deixaram preocupado. (frase com dois


verbos)<br />

– O surgimento de novos problemas em minha tese me deixou preocupado. (frase com um<br />

verbo)<br />

Os demais sufixos seguem o mesmo <strong>para</strong>digma (modelo):<br />

-nça/-ncia: mudar > mudança; tolerar > tolerância; concordar > concordância...<br />

-aria: pescar > pescaria; piratear > pirataria...<br />

-agem: abordar > abordagem; filmar > filmagem; reciclar > reciclagem...<br />

-dor: pescar > pescador; acusar > acusador; dever > devedor...<br />

-nte: participar > participante; fabricar > fabricante...<br />

-(t)ura: ler > leitura; candidatar > candidatura...<br />

-eza: Estar certo de > A certeza de...<br />

-dade: Ser difícil de > A dificuldade de...<br />

Por derivação regressiva<br />

Observe três exemplos em que ocorre nominalização:<br />

– Quem canta os males espanta. (frase com dois verbos)<br />

– O canto espanta os males. (frase com um verbo)<br />

– Ele causou o estardalhaço porque se revoltou com a postura dos políticos. (frase com dois<br />

verbos)<br />

– A causa do estardalhaço foi sua revolta com a postura dos políticos. (frase com um verbo)<br />

– Depois de jantar com a namorada, percebeu que foi um sucesso. (frase com três verbos)<br />

– A janta com a namorada foi um sucesso. (frase com um verbo)<br />

No caso dos adjetivos, a nominalização se dá pela transformação de orações subordinadas<br />

adjetivas em meros adjetivos. Veja alguns exemplos:<br />

– O aluno que é inteligente passou na prova.<br />

– O aluno inteligente passou na prova.<br />

– Comprei <strong>para</strong> a minha frota dois carros que estavam novíssimos.<br />

– Comprei <strong>para</strong> a minha frota dois carros muito novos.<br />

Note nesses exemplos que houve uma redução no número de verbos, tornando a leitura<br />

mais concisa. Simples assim.


Transformação de Oração Reduzida em Desenvolvida e Vice-versa<br />

Como já falamos sobre isso em capítulos anteriores, mais um déjà vu:<br />

Reduzidas de gerúndio <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

– Pagou a conta, ficando livre dos juros. (coordenada aditiva)<br />

– Pagou a conta e ficou livre dos juros. (coordenada aditiva)<br />

– Vimos um mendigo levando uma surra dos pitboys. (adjetiva)<br />

– Vimos um mendigo que levava uma surra dos pitboys. (adjetiva)<br />

– Não tendo condições, comprou um terno. (concessiva)<br />

– Embora não tivesse condições, comprou um terno. (concessiva)<br />

– Agindo desse modo, ninguém ficará com você. (condicional)<br />

– Se você agir desse modo, ninguém ficará com você. (condicional)<br />

– Temendo a reação do pai, não contou a verdade. (causal)<br />

– Uma vez que temia a reação do pai, não contou a verdade. (causal)<br />

– Saindo do estádio, encontrei meus amigos. (temporal)<br />

– Quando saí do estádio, encontrei meus amigos. (temporal)<br />

Reduzidas de infinitivo <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

– É preciso trabalhar muito. (subjetiva)<br />

– É preciso que se trabalhe muito. (subjetiva)<br />

– Deixe o aluno pensar. (objetiva direta)<br />

– Deixe que o aluno pense. (objetiva direta)<br />

– Os adversários o acusaram de fazer coisas erradas. (objetiva indireta)<br />

– Os adversários o acusavam de que fazia coisas erradas. (objetiva indireta)<br />

– A melhor política é sermos honestos. (predicativa)<br />

– A melhor política é que sejamos honestos. (predicativa)<br />

– Tenho medo de mudarmos. (completiva nominal)<br />

– Tenho medo de que mudemos. (completiva nominal)<br />

– De mim só quero isto: amar-te toda a vida. (apositiva)<br />

– De mim só quero isto: que eu te ame toda a vida. (apositiva)<br />

– João não é homem de meter os pés pelas mãos. (adjetiva)


– João não é homem que mete os pés pelas mãos. (adjetiva)<br />

– Apesar de estar machucado, continua jogando bola. (concessiva)<br />

– Ainda que esteja machucado, continua jogando bola. (concessiva)<br />

– Sem se dedicar aos estudos, não terá êxito. (condicional)<br />

– Sem que se dedique aos estudos, não terá êxito. (condicional)<br />

– Ela passou mal de tanto comer aquelas balas. (causal)<br />

– Ela passou mal porque comeu muito aquelas balas. (causal)<br />

– Aquela cena o chocou a ponto de lhe tirar o sono. (consecutiva)<br />

– Aquela cena o chocou tanto que lhe tirou o sono. (consecutiva)<br />

– Ela estuda tanto <strong>para</strong> fazer um concurso. (final)<br />

– Ela estuda tanto <strong>para</strong> que faça um concurso. (final)<br />

– Pense muito antes de tomar uma decisão. (temporal)<br />

– Pense muito antes que você tome uma decisão. (temporal)<br />

Obs.: É praxe que as adverbiais reduzidas iniciadas pelas preposições ao, <strong>para</strong>, por, sem<br />

sejam, respectivamente, de tempo, finalidade, causa e concessão/condição:<br />

– Ao entrar, faça silêncio. (= Quando entrar, faça silêncio.)<br />

– Para viajar, é preciso dinheiro. (= Para que se viaje, é preciso dinheiro.)<br />

– Foi aceito no grupo por injetar muito dinheiro na instituição. (= Foi aceito no grupo<br />

porque injetou muito dinheiro na instituição.)<br />

– Sem tomar seu remédio, melhorou. (= Sem que tenha tomado seu remédio, melhorou.)<br />

– Sem tomar seu remédio, não melhorará. (= Sem que tome seu remédio, não melhorará.)<br />

Reduzidas de particípio <strong>para</strong> desenvolvidas<br />

– Havia aqui uma árvore, plantada por mim. (adjetiva explicativa)<br />

– Havia aqui uma árvore, que foi plantada por mim. (adjetiva explicativa)<br />

– A notícia divulgada pela mídia era falsa. (adjetiva restritiva)<br />

– A notícia que foi divulgada pela mídia era falsa. (adjetiva restritiva)<br />

– Agredido pelo outro, mantive a calma. (concessiva)<br />

– Embora eu tenha sido agredido pelo outro, mantive a calma. (concessiva)<br />

– Aceitas as condições, não haverá problemas. (condicional)


– Desde que se aceitem as condições, não haverá problemas. (condicional)<br />

– Preocupado com a prova, esqueceu os documentos em casa. (causal)<br />

– Como se preocu<strong>para</strong> com a prova, esqueceu os documentos em casa. (causal)<br />

– Terminada a aula, todos pularam de alegria. (temporal)<br />

– Logo que terminou a aula, todos pularam de alegria (temporal)


Substituição de Pronome Relativo por Outro e Pronome<br />

Demonstrativo por Outro<br />

Como assim? Bem, vamos lá! São 8 pronomes relativos, lembra? Relembrando: que, o<br />

qual, quem, cujo, quanto, onde, como, quando. Os relativos que e o qual substituem a<br />

maioria dos outros relativos, portanto vou-me fixar neste primeiro momento neles. Já os<br />

demonstrativos que nos devem interessar são estes: o, a, os, as, substituindo isso, aquele(a/s),<br />

aquilo.<br />

Vejamos na prática a substituição de um pronome relativo por outro:<br />

– O rapaz da loja, que nos sugeriu aquela compra, era meu primo.<br />

– O rapaz da loja, o qual nos sugeriu aquela compra, era meu primo.<br />

– As senhoras de que eu falei são muito ativas.<br />

– As senhoras das quais eu falei são muito ativas.<br />

Nesses exemplos, percebeu que o pronome relativo o qual (variável) substitui o pronome<br />

relativo que. Tal substituição é muito trabalhada em provas. Veja mais:<br />

– Estive ontem com minha coordenadora, à que devo meu emprego.<br />

– Estive ontem com minha coordenadora, à qual devo meu emprego.<br />

– Estive ontem com minha coordenadora, a quem devo meu emprego.<br />

– O lugar em que estive ano passado era <strong>para</strong>disíaco.<br />

– O lugar no qual estive ano passado era <strong>para</strong>disíaco<br />

– O lugar onde estive ano passado era <strong>para</strong>disíaco.<br />

Os demonstrativos o, a, os, as, são substituíveis por isso, aquele(a/s), aquilo. Isso ocorre<br />

quando vêm antes de pronome relativo que e preposição de, normalmente. Veja:<br />

– O que me chamou <strong>para</strong> trabalhar com vocês foi o Sandro.<br />

– Aquele que me chamou <strong>para</strong> trabalhar com vocês foi o Sandro.<br />

– As do estado da Bahia são mais atenciosas que as de Pernambuco.<br />

– Aquelas do estado da Bahia são mais atenciosas que aquelas de Pernambuco.<br />

– Você é o que você é. Ninguém precisa dizer como deve ser.<br />

– Você é isso que você é. Ninguém precisa dizer como deve ser.<br />

Está percebendo que existem múltiplas possibilidades de reescrever um texto?


Possibilidades de Paralelismo<br />

As que eu já vi sendo trabalhadas em prova são as que tratam de termos preposicionados.<br />

Quando dois ou mais elementos estão coordenados e o primeiro está introduzido por<br />

preposição, há apenas quatro possibilidades corretas de construção:<br />

– Todo brasileiro tem direito a saúde, educação e segurança. (preposição)<br />

– Todo brasileiro tem direito a saúde, a educação e a segurança. (preposição)<br />

– Todo brasileiro tem direito à saúde, educação e segurança. (preposição + artigo)<br />

– Todo brasileiro tem direito à saúde, à educação e à segurança. (preposição + artigo)<br />

Lamento o déjà vu do capítulo de Crase, mas tal lição serve <strong>para</strong> qualquer outra<br />

preposição.


Relação de Causa e Consequência<br />

Nas provas, a relação de causa e consequência se dá entre orações – sem presença de<br />

conectivo ou com presença de conectivo. Veja os exemplos:<br />

Sem conectivo:<br />

– Faltam mecanismos <strong>para</strong> financiar a modernização (causa); ele opta pela expansão da<br />

área, que é muito mais barata (consequência).<br />

Com conectivo:<br />

– Ele opta pela expansão da área, que é muito mais barata (consequência), porque faltam<br />

mecanismos <strong>para</strong> financiar a modernização (causa).<br />

Obs.: Peço que estude conjunções coordenativas conclusivas, conjunções subordinativas<br />

causais e consecutivas. Estude também preposições e locuções prepositivas que tenham<br />

valor semântico de causa ou consequência.


O Que Cai Mais na Prova?<br />

Hoje em dia, a maior parte das bancas trabalha este assunto de uma maneira ou de outra,<br />

mas os tipos mais comuns são estes: uso de palavras e expressões sinônimas, relação de<br />

causa e consequência, substituição de um conectivo por outro de igual valor semântico,<br />

transformação de oração reduzida em desenvolvida e vice-versa, substituição de<br />

substantivos por pronomes, nominalização e substituição de formas simples por formas<br />

perifrásticas (locuções). Isso é o filé!


Questões de <strong>Concursos</strong><br />

“O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção de<br />

mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma<br />

maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.”<br />

1. (Cespe/UnB – ANCINE – Técnico Administrativo – 2012) Apesar do mesmo grau de universalidade atribuído pelo autor do<br />

texto ao “riso” e à “seriedade”, se o trecho “O riso é tão universal como a seriedade” fosse reescrito como A seriedade é<br />

tão universal como o riso, as estruturas sintáticas e argumentativas do texto seriam prejudicadas.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

2. (Cespe/UnB – PM/CE – Soldado – 2012) Estaria mantida a correção gramatical do texto caso o trecho “estarem seguindo o<br />

exemplo” fosse reescrito da seguinte forma: estarem aderindo ao exemplo.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

3. (FAURGS – TJ/RS – Analista Judiciário – 2012) Considere as seguintes propostas de reescrita do trecho A migração do<br />

morto, em vez de ser da vida <strong>para</strong> o nada, era só entre categorias verbais.<br />

I. A migração do morto, em lugar de ser da vida <strong>para</strong> o nada, era tão somente entre categorias verbais.<br />

II. A imigração do morto, ao invés de ser da vida <strong>para</strong> o nada, era apenas entre categorias verbais.<br />

III. A migração do morto, ao contrário de ser da vida <strong>para</strong> o nada, era restrita a categorias verbais.<br />

Quais estão corretas do ponto de vista da norma?<br />

a) Apenas I.<br />

b) Apenas II.<br />

c) Apenas III.<br />

d) Apenas I e II.<br />

e) Apenas II e III.<br />

Fragmento de Texto<br />

“(...) A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do <strong>para</strong>doxo do conhecimento: quanto mais se<br />

sabe, mais há <strong>para</strong> saber, de modo que, o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem<br />

a resposta periódica... (...)”<br />

4. (FAURGS – TJ/RS – Analista Judiciário – 2012) A oração reduzida de gerúndio o máximo sendo também o mínimo, no<br />

período em que ocorre no texto, pode ser substituída, sem alteração de sentido, pela seguinte forma:<br />

a) a despeito de o máximo ser também o mínimo;<br />

b) contanto que o máximo seja também o mínimo;<br />

c) a não ser que o máximo seja também o mínimo;<br />

d) a fim de que o máximo seja também o mínimo;<br />

e) visto ser o máximo também o mínimo.<br />

Fragmentos de texto<br />

“Considerada ponto-chave em todas as investigações criminais, a perícia técnica vem ganhando destaque nos últimos anos por<br />

conta dos crimes de grande repercussão e que parecem ser de difícil solução. Além disso, seriados que mostram policiais<br />

ou peritos que utilizam ciência e tecnologia <strong>para</strong> desvendar casos complexos também ajudam a aumentar o interesse pela<br />

área. (...) Entrevistado hoje, Ferreira explicou que um perito não pode se envolver com nenhum caso. (...) A perícia é<br />

imparcial. Não importa se os vestígios ajudarem a defesa ou a acusação. (...)”<br />

5. (FUNIVERSA – PC/DF – Perito Criminal – 2012) Assinale a alternativa que apresenta reescrita correta de fragmentos do<br />

texto, com preservação do sentido original.<br />

a) Considerada ponto-chave em todas as investigações criminais, a perícia técnica vem ganhando destaque nos últimos<br />

anos em virtude de crimes de grande repercussão e de solução aparentemente difícil.<br />

b) seriados que mostram policiais e peritos e que utilizam ciência e tecnologia <strong>para</strong> desvendar casos complexos também<br />

ajudam a aumentar o interesse pela área.<br />

c) Entrevistado na noite da morte da menina Isabella Nardoni, em março de 2008, Ferreira explicou que o perito não pode<br />

ter envolvimento emocional com o caso que examina.<br />

d) Por isso, policiais ou peritos que utilizam ciência e tecnologia <strong>para</strong> desvendar casos complexos também ajudam a<br />

aumentar o interesse pela área.


e) A perícia é imparcial, embora não tenha nenhum valor o fato de os vestígios ajudarem a defesa ou a acusação.<br />

Fragmentos de texto<br />

“(...) <strong>para</strong> chegar à tal felicidade, precisamos ter amigos. (...) Outro benefício decorrente de ter amigos é manter a saúde em<br />

ordem. (...) “A amizade libera substâncias hormonais no cérebro que favorecem a alegria de viver e o bem-estar”. (...) o<br />

único jeito de ultrapassar a barreira da solidão é justamente ter pelo menos um amigo e um amor. (...) Para termos pelo<br />

menos um amigo, diz ele, precisamos nos livrar daquilo que ele chama de “avareza de si mesmo””.<br />

6. (FUNIVERSA – PC/DF – Perito Criminal – 2012) Assinale a alternativa em que a reescrita de fragmento do texto preserva<br />

a correção gramatical e o sentido original.<br />

a) <strong>para</strong> se chegar à tal felicidade, precisamos ter amigos.<br />

b) Outro benefício resultante de ter amigos é a manutenção da saúde em ordem.<br />

c) A amizade libera substâncias hormonais no cérebro que favorece a alegria de viver e o bem-estar.<br />

d) o único jeito de ultrapassar a barreira da solidão é justo ter pelo menos um amigo e um amor.<br />

e) Para termos pelo menos um amigo, diz ele, precisamos nos livrar daquilo que o amigo chama de “avareza de si mesmo”.<br />

7. (AOCP – BRDE – Assistente Administrativo – 2012) As alternativas abaixo apresentam propostas de reescrita de<br />

fragmentos do texto, que se encontram entre aspas. Assinale a alternativa em que a reescrita NÃO preserva a correção<br />

gramatical e o sentido original do texto.<br />

a) “Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do passado.”: Não entendem a grandeza desses e de<br />

outros grandes romances do passado.<br />

b) “uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do domínio de textos<br />

complexos.”: uma etapa importante da formação do jovem: a da compreensão, da análise e, por consequência, do<br />

domínio de textos complexos.<br />

c) “As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos balões e descrições extraídas diretamente do livro.”: As<br />

ilustrações são feias, caricatas, limitando-se a servir aos balões e às descrições extraídas diretamente do livro.<br />

d) “Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas diretamente de uma obra.”: Repare<br />

que esses grandes artistas dificilmente se submetem às adaptações feitas diretamente de uma obra.<br />

e) “Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes <strong>para</strong> a desmoralização da<br />

literatura.”: Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes à desmoralização da<br />

literatura.<br />

À época de Nabuco, os Estados Unidos despontavam já como um país poderoso, o moralismo desse país representando, no<br />

entanto, um entrave <strong>para</strong> que se promovesse nesse país uma disputa eleitoral em alto nível.<br />

8. (FCC – TCE/AM – Analista de Controle Externo – 2012) Evita-se a viciosa repetição de palavras na frase acima<br />

substituindo-se, de modo adequado, as expressões sublinhadas, respectivamente, por:<br />

a) cujo moralismo representaria – lá se promovesse.<br />

b) aonde o moralismo representa – ali se promova.<br />

c) no qual o moralismo representasse – neles se promovam.<br />

d) em cujo moralismo representa-se – neste se promovesse.<br />

e) conquanto seu moralismo representa – lá se promova.<br />

9. (NUCEPE – PM/PI – Agente de Polícia (Cabo) – 2012) Assinale a opção em que a reescrita do trecho “Se for assaltado,<br />

não reaja – entregue tudo” altera o sentido do que é dito na frase original.<br />

a) “Sendo assaltado, não reaja – entregue tudo.”<br />

b) “Em caso de assalto, não reaja – entregue tudo.”<br />

c) “Caso seja assaltado, não reaja – entregue tudo.”<br />

d) “Assaltando, não reaja – entregue tudo.”<br />

e) “Para caso de assalto, não reaja – entregue tudo.”<br />

10. (COPESE – UFT – Vestibular – 2012) Em produções escritas é comum o uso excessivo do elemento “que”. Substituí-lo por<br />

substantivos e orações reduzidas pode ser uma alternativa no sentido de eliminar seu uso exagerado.<br />

Considerando o enunciado “A coordenadora exigiu que adiasse o encontro até que as infrações que o funcionário<br />

cometeu fossem solucionadas.”, assinale a alternativa em que a substituição do “que” por substantivos e/ou orações<br />

reduzidas pode deixar o texto mais leve, sem alterar o sentido.<br />

a) A coordenadora exigiu o adiamento do encontro com o funcionário até as infrações serem solucionadas.<br />

b) A coordenadora exigiu o adiamento do encontro até a solução das infrações cometidas pelo funcionário.<br />

c) A coordenadora exigiu o adiamento do encontro com o funcionário até as infrações serem solucionadas por ele.


d) A coordenadora exigiu o adiamento do encontro até as infrações cometidas serem solucionadas pelo funcionário.<br />

e) A coordenadora exigiu o adiamento do encontro até o funcionário solucionar as infrações cometidas por ele.<br />

11. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) Assinale a substituição proposta <strong>para</strong> os diálogos abaixo que<br />

desrespeita a correta morfossintaxe do padrão formal escrito da língua portuguesa.<br />

a) Você chega lá e diz / Você se apresenta ao funcionário da Receita Federal e afirma.<br />

b) Se bate ou não bate, se tem regularidade ou não, é outro problema. / Se dá certo ou não, sendo regulares ou não, é outra<br />

questão.<br />

c) E você: E daí? Não tem nada demais. / E você retruca: – Que importância tem isso? Não há nenhum problema nisso.<br />

d) Não vai colar, não é mesmo? Mas na Justiça Eleitoral cola. / O argumento não será aceito, certamente. Contudo, na<br />

Justiça Eleitoral ele o será.<br />

e) mas declarou tudo na prestação de contas – está limpo. / mas declarou o que arrecadou e o que gastou na prestação de<br />

contas – está quite com a Justiça Eleitoral.<br />

12. (Esaf – SRF – Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) Assinale a paráfrase (escrever a mesma coisa de forma<br />

diferente) correta e adequada do período “A solução foi muito simples: de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, era<br />

descontado anualmente, na folha de pagamento, o salário de um dia de trabalho.”<br />

a) Descontava-se um dia de trabalho do salário, na folha de pagamento anual, dos sindicalizados ou não, de todos os<br />

trabalhadores, como solução fácil <strong>para</strong> a falta de recursos do imposto sindical.<br />

b) Para solucionar a escassez de recursos dos sindicatos, a solução se encaminhou no sentido de serem descontados, de<br />

todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, da folha anual de pagamento, o salário de um dia de trabalho.<br />

c) Para conseguirem sobreviver, os sindicatos adotaram uma solução simples de todos os trabalhadores, sindicalizados ou<br />

não – o desconto anual, na folha de pagamento, do salário de um dia de trabalho.<br />

d) Não foi complicada achar a solução. De todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, descontava-se um dia de<br />

trabalho, anualmente, juntamente com a folha de pagamento.<br />

e) Foi simples a solução adotada – seria descontado anualmente, na folha de pagamento de todos os trabalhadores,<br />

sindicalizados ou não, o valor equivalente a um dia de trabalho.<br />

13. (FCC – TST – Analista Judiciário (Taquigrafia) – 2012) Assinale a alternativa em que a nova redação <strong>para</strong> o fragmento<br />

está clara e correta.<br />

a) Colocava sob minha análise um texto que já nascera das vozes do folclore, e propunha-me entender as relações<br />

deste texto com suas variantes intertextuais. / Submetia a meu escrutínio um texto que, como se não bastasse haver<br />

nascido das vozes da cultura popular, eu desejava interpretar tendo em vista as relações que mantém com suas variantes<br />

intertextuais.<br />

b) Escolhi Chapeuzinho Vermelho [...], que, por alguma razão, foi retomado tantas vezes, a serviço de outras<br />

enunciações. / Elegi Chapeuzinho Vermelho, o qual foi recaptulado imensas vezes, a serviço de diferentes formações<br />

ideológico-discursivas – nem imagino por quê.<br />

c) A obra não poderia mais ser vista como um monólogo de um sujeito independente, que pressupõe, além de seus<br />

limites, apenas um leitor receptivo, privilegiado por uma intuição especial. / O trabalho estaria impedido de ser<br />

enxergado como fala de uma pessoa com ela mesma, o que implica, além de seus limites, num só leitor <strong>para</strong> a recepção,<br />

sendo que ele seja dotado de sensibilidade diferenciada.<br />

d) Entendi que o que acontecia não era apenas a perda de um centro único. Era o diálogo que perpassa todo<br />

discurso. / Atinei que não só estava se dando a perca de um centro restrito, mas também do diálogo que atravessa todo<br />

discurso.<br />

e) Teria de entender que há sempre a palavra de um outro, junto daquela que eu julgo ser de um. / Haveria de<br />

compreender que permanece a palavra de outro, pegada naquela que eu penso ser do primeiro.<br />

14. (FCC – TRF (5 a R) – Analista Judiciário – 2012) Atente <strong>para</strong> as afirmações abaixo.<br />

I. A frase Sem essa consciência, não há poeta pode ser corretamente reescrita do seguinte modo: Não há essa<br />

consciência em quem não seja poeta.<br />

II. A frase este palíndromo não só encantou o menino Cortázar, como decidiu o seu destino de escritor tem seu<br />

sentido corretamente reproduzido nesta outra construção: este palíndromo, além de ter encantado o menino<br />

Cortázar, decidiu o seu destino de escritor.<br />

III. Em Mesmo <strong>para</strong> um menino aberto ao que der e vier, a frase é bastante surrealista, a substituição do verbo é por<br />

parecia implica a alteração do segmento grifado <strong>para</strong> um menino aberto ao que desse e viesse.<br />

Está correto o que consta em:<br />

a) I, II e III.<br />

b) II, apenas.


c) I e III, apenas.<br />

d) II e III, apenas.<br />

e) I, apenas.<br />

15. (FCC – TRF (5 a R) – Analista Judiciário – 2012) Devemos evitar, especialmente, posturas que venham a contribuir −<br />

ainda que indiretamente − <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a promoção da democracia<br />

e dos direitos humanos.<br />

Mantendo-se a correção e a lógica, uma redação alternativa <strong>para</strong> a frase acima está em:<br />

a) Deve ser especialmente evitada posturas que possam contribuir, embora de maneira apenas indireta, <strong>para</strong> o<br />

estabelecimento de elo automático entre a coerção e a promoção da democracia e dos direitos humanos.<br />

b) Posturas que contribuem, <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a promoção da democracia e dos<br />

direitos humanos, devem ser especialmente evitados, ainda que indiretamente.<br />

c) Ainda que contribua, apenas indiretamente, <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a promoção da<br />

democracia e dos direitos humanos, tais posturas devem ser especialmente evitadas.<br />

d) Posturas que contribuam, mesmo que de maneira indireta, <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a<br />

promoção da democracia e dos direitos humanos, devem ser especialmente evitadas.<br />

e) Conquanto contribuam apenas de modo indireto, posturas que estabeleçam elo automático entre a coerção e a<br />

promoção da democracia e dos direitos humanos, devem ser especialmente evitados.<br />

... o incontestável Grande Detetive, cuja brilhante inteligência dedutiva é capaz de superar qualquer adversário ...<br />

16. (FCC – TRF (5 a R) – Técnico Judiciário – 2012) Mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, o trecho acima está<br />

corretamente reescrito em:<br />

a) Qualquer adversário pode ser superado pela brilhante inteligência dedutiva do incontestável Grande Detetive.<br />

b) Sendo dedutiva a inteligência brilhante do incontestável Grande Detetive, qualquer adversário tem a capacidade de lhe<br />

superar.<br />

c) A brilhante inteligência dedutiva do incontestável Grande Detetive, é capaz de superar a de qualquer adversário.<br />

d) Adversário algum é capaz de superar o incontestável Grande Detetive, do qual é dotado de brilhante inteligência<br />

dedutiva.<br />

e) A brilhante inteligência dedutiva pela qual é dotado o incontestável Grande Detetive, é capaz de superar a de qualquer<br />

adversário.<br />

Fragmento de texto<br />

“(...) Embora a realização de investigações criminais diretamente pelo MP não deva ser a regra – no dia a dia, as<br />

polícias têm maior estrutura <strong>para</strong> isso, além de ser essa a sua função primordial –, não se pode impedir que, em<br />

determinados casos, o MP investigue, sob pena de que criminosos permaneçam sem punição. Uma primeira<br />

vantagem da investigação direta do MP é o ganho de qualidade e rapidez, uma vez que a prova será obtida<br />

diretamente por aquele que avaliará sua pertinência e legitimidade <strong>para</strong> o processo. Sob a direção imediata do<br />

MP, serão produzidas somente as provas que realmente permitam a condenação dos culpados (ou o arquivamento<br />

dos autos, caso se verifique a inocência do investigado). Além de zelar pela regularidade da prova, o que<br />

contribui <strong>para</strong> evitar nulidades que muitas vezes levam à perda de investigações importantíssimas, é dever do MP<br />

assegurar o respeito aos direitos do investigado, evitando abusos lamentavelmente ainda rotineiros em<br />

procedimentos da polícia.”<br />

17. (Cespe/UnB – MPE/TO – Promotor de Justiça – 2012) Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do texto<br />

caso se substituísse o trecho<br />

a) “evitando abusos lamentavelmente ainda rotineiros em procedimentos da polícia” por ainda prevenindo abusos<br />

lamentáveis na rotina investigatória policial.<br />

b) “além de ser essa a sua função primordial” por demais de essa ser a sua função desde os primórdios.<br />

c) “sob pena de que criminosos permaneçam sem punição” por no risco de se manter criminosos na impunidade.<br />

d) “Sob a direção imediata do MP” por Dirigidos imediatamente pelo MP.<br />

e) “caso se verifique a inocência do investigado” por na hipótese de ser o investigado dado por inocente.<br />

“(...) O povo a que remete a ideia de soberania popular constitui uma unidade, e não, a soma de indivíduos. (...)”<br />

18. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Cargos de Nível Superior – 2012) De acordo com as informações presentes no texto, a expressão<br />

“de indivíduos” poderia ser substituída por individual sem que houvesse alteração do sentido textual.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO


19. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “São<br />

considerados” (São considerados inelegíveis os enquadrados...) por Consideram-se.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

20. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “onde”<br />

(Mas a realidade é bem outra na maioria dos municípios, onde a missão dos eleitos é discutível) por nos quais.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

21. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Se a expressão “cooptados pelo” fosse substituída por atraídos <strong>para</strong><br />

os objetivos do, a correção gramatical e o sentido do texto não seriam prejudicados.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

22. (Cespe/UnB – TRE/RJ – Técnico Judiciário – 2012) Ao se substituir “o que facilita” (... muitos não lembram em quem<br />

votaram, o que facilita o surgimento de...) por o que vem facilitando ou por o que tem facilitado, mantém-se a correção<br />

gramatical do período.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“A verdade é que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres, vêm comprando.”<br />

23. (CEPERJ – DEGASE – Técnico de Suporte e Comunicação – 2012) O período acima poderia ser reescrito com a<br />

introdução de um conectivo, de modo a explicitar a relação de sentido do contexto original.<br />

A inserção do conectivo preserva o sentido original da frase na seguinte alternativa:<br />

a) embora venham comprando;<br />

b) <strong>para</strong> virem comprando;<br />

c) porque vêm comprando;<br />

d) contudo vêm comprando;<br />

e) apesar de virem comprando.<br />

24. (Cespe/UnB – TJ/AL – Auxiliar Judiciário – 2012) Assinale a opção que apresenta proposta de reescrita correta <strong>para</strong><br />

trecho do texto indicado entre aspas.<br />

a) “O igualitarismo formal vem decantado enfaticamente na Carta Política em dois trechos (art. 5. o , inc. I, e art. 226, §<br />

5. o ), o que não basta, por si só, <strong>para</strong> se alcançar a absoluta equivalência social e jurídica de homens e mulheres.”: A<br />

Carta Política menciona o igualitarismo formal em apenas dois artigos (art. 5. o , inc. I, e art. 226, § 5. o ) e isso é<br />

insuficiente <strong>para</strong> conseguir a absoluta equivalência social e jurídica do ser humano.<br />

b) “Agora, não mais é o marido o “cabeça” do casal, o representante legal da família, nem o único responsável por prover<br />

o seu sustento.”: Antes, o representante legal da família era o homem. Era dele apenas a responsabilidade de prover o<br />

sustento da mesma.<br />

c) “O simples estabelecimento do princípio da igualdade, no entanto, não logrou eliminar as diferenciações existentes.”: O<br />

mero estabelecimento do princípio da igualdade, entretanto, não conseguiu abolir as discriminações existentes.<br />

d) “Resta nítida a intenção do novo sistema jurídico de consagrar a máxima aristotélica”: A intenção do novo sistema<br />

jurídico de consagrar a iminência do princípio de Aristóteles é clara.<br />

e) “A Constituição Federal de 1988 (CF) buscou resgatar a igualdade, cânone da democracia desde a Revolução Francesa<br />

e linha mestra da Declaração dos Direitos Humanos.”: A igualdade, a qual, desde a Revolução Francesa, é cânone da<br />

democracia e linha mestra da Declaração dos Direitos Humanos, foi resgatada pela Constituição Federal de 1988.<br />

25. (Cespe/UnB – Câmara dos Deputados – Analista – 2012) O período “Em segundo lugar, os historiadores têm mostrado que<br />

não se pode falar em uma periferia colonial passiva, modelada por um centro de atividade científica dinâmica” poderia ser<br />

reescrito, mantendo-se o seu sentido original e a sua correção gramatical, da seguinte forma: Em segundo lugar, os<br />

historiadores mostraram que não podem falar sobre uma periferia nas colônias passivas e modeladas por um<br />

centro científico com atividades dinâmicas.<br />

( ) CERTO<br />

( ) ERRADO<br />

“Àquela altura já éramos amigas. O infortúnio tinha nos unido.”


26. (CEPERJ – PROCON/RJ – Técnico em Contabilidade – 2012) O trecho acima poderia ser reescrito, unindo-se as orações<br />

por meio de um conectivo.<br />

A reescritura que preservaria o sentido original do trecho seria:<br />

a) contudo o infortúnio tinha nos unido;<br />

b) porque o infortúnio tinha nos unido;<br />

c) embora o infortúnio tinha nos unido;<br />

d) portanto o infortúnio tinha nos unido;<br />

e) enquanto o infortúnio tinha nos unido.<br />

27. (CEPERJ – PROCON/RJ – Técnico em Contabilidade – 2012) “Mesmo não havendo registro de incidentes no País...”<br />

O trecho acima poderia ser reescrito, sem alteração do sentido essencial, da seguinte forma:<br />

a) Como não há registro de incidentes no país;<br />

b) Embora não haja registro de incidentes no país;<br />

c) Para que não haja registro de incidentes no país;<br />

d) Enquanto não há registro de incidentes no país;<br />

e) Quando não houver registro de incidentes no país.<br />

A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.<br />

28. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) A frase acima pode ser reescrita, sem prejuízo <strong>para</strong> a clareza, a correção e o<br />

sentido, da seguinte forma:<br />

a) À distância, a maior camuflagem da nossa solidão são os meios com que nos conectamos.<br />

b) Nenhum disfarce de nossa solidão chegou a ser mais eficaz do que o da conectividade atual.<br />

c) Nossa dissimulada solidão é preferível, como sempre foi, do que já foi nossa ansiedade de comunicação.<br />

d) Pela conectividade, mal conseguimos disfarçar a necessidade maior de imergirmos em nossa solidão.<br />

e) O disfarce de uma geral e efetiva conectividade oculta o fato de que jamais superamos nossa solidão.<br />

29. (CONSULPLAN – TSE – Analista Judiciário – 2012) Assinale a alternativa em que a alteração estrutural de um trecho do<br />

texto NÃO tenha provocado inadequação de ordem gramatical ou discursiva nem alteração semântica.<br />

a) Se a moral é medida em dinheiro, não entregar-se a ele poderá parecer um luxo. / Se a moral em dinheiro é<br />

medida, poderá parecer um luxo não se entregar a ele.<br />

b) Mas teria também todo o perdão? / Mas teria também todo perdão?<br />

c) O simples fato de que essa pergunta seja colocada implica o pressuposto de que uma verdade ética tal como a<br />

honestidade foi transvalorada. / O simples fato que essa pergunta seja colocada implica no pressuposto que uma<br />

verdade ética tal como a honestidade foi transvalorada.<br />

d) É por meio dela que se faz o cálculo do “sentido” no qual, fora da vantagem que define a regra, o sujeito<br />

honesto se transfigura imediatamente em otário. / É através dela que faz-se o cálculo do “sentido” onde, fora da<br />

vantagem que define a regra, o sujeito honesto se transfigura imediatamente em otário.<br />

30. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil (6 a Classe) – 2012) A sugestão de reescrita que altera fundamentalmente o<br />

sentido de: “Um programa como esse pode ser iniciado de imediato, mas demora a ser implementado em todo o país,<br />

sobretudo por falta de recursos humanos em quantidade. A solução é executá-lo por cidades” encontra-se em:<br />

a) reescrever “Um programa como esse” como “Semelhante programa”.<br />

b) simplificar a forma verbal composta “ser iniciado”, escrevendo em seu lugar “iniciar-se”.<br />

c) substituir a forma verbal auxiliar “pode” por “deve”.<br />

d) coordenar as orações do 1 o período com o uso de “não obstante”, em vez da conjunção “mas”.<br />

e) unir os dois períodos num período único, usando <strong>para</strong> tanto a conjunção “por conseguinte”.<br />

31. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil (6 a Classe) – 2012) Preserva-se o sentido de: “A Educação é um processo de<br />

acúmulo de conhecimento, não de consumo de aulas” com a seguinte redação:<br />

a) A Educação é antes um processo de acúmulo de conhecimento que de consumo de aulas.<br />

b) A Educação não é um processo de acúmulo de conhecimento, senão de consumo de aulas.<br />

c) A Educação é, não só um processo de consumo de aulas, senão de acúmulo de conhecimento.<br />

d) A Educação é, não um processo de consumo de aulas, senão de acúmulo de conhecimento.<br />

e) A Educação é um processo de acúmulo de conhecimento, tanto quanto de consumo de aulas.<br />

32. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil (6 a Classe) – 2012) Altera-se o sentido de: “Mesmo considerando a necessidade<br />

de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio, esta diferença é uma distorção absurda” reescrevendo-se a oração


subordinada como:<br />

a) Ainda que considerada a necessidade de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio.<br />

b) Conquanto se considere a necessidade de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio.<br />

c) A despeito de se considerar a necessidade de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio.<br />

d) Posto que considerando a necessidade de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio.<br />

e) Visto considerar-se a necessidade de vagas <strong>para</strong> antigos concluintes do ensino médio.<br />

33. (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia Civil (6 a Classe) – 2012) Invertem-se os termos da relação causa/consequência<br />

expressa em: “Pela baixa qualificação dos alunos, o aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado desejado”<br />

na alternativa:<br />

a) Dado que é baixa qualificação dos alunos, o aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado desejado.<br />

b) É baixa a qualificação dos alunos, motivo por que o aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado<br />

desejado.<br />

c) O aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado desejado, porquanto é baixa a qualificação dos alunos.<br />

d) É baixa a qualificação dos alunos, a ponto de que o aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado<br />

desejado.<br />

e) O aumento nas vagas do ensino superior não trará o resultado desejado, portanto é baixa a qualificação dos alunos.<br />

34. (Dom Cintra – Pref. Petrópolis/RJ (INPAS) – Advogado – 2012) Das alterações feitas abaixo na redação do período<br />

“Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos casos, sendo 13.310 em<br />

homens e 14.800 em mulheres”, aquela em que foi mantido o sentido original do texto é:<br />

a) Análogo ao que diz o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos casos, uma<br />

vez que 13.310 em homens e 14.800 em mulheres.<br />

b) Consoante o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos casos, conquanto<br />

13.310 em homens e 14.800 em mulheres.<br />

c) De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos casos, dos quais<br />

13.310 em homens e 14.800 em mulheres.<br />

d) Coincidente com o que informa o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos<br />

casos, onde 13.310 em homens e 14.800 em mulheres.<br />

e) Em conformidade com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, foram registrados 28.110 novos casos,<br />

cujos 13.310 em homens e 14.800 em mulheres.<br />

35. (Dom Cintra – Pref. Itaboraí/RJ – Analista de Sistemas – 2012) “Já vi muita coisa neste mundo, mas nunca assisti<br />

pessoalmente a um pau de sebo de verdade”; o modo de reescrever-se esse segmento do texto que altera o seu sentido<br />

original é:<br />

a) Já vi pessoalmente muita coisa neste mundo, mas nunca assisti a um pau de sebo de verdade.<br />

b) Apesar de já ter visto muita coisa neste mundo, nunca assisti pessoalmente a um pau de sebo de verdade.<br />

c) Embora já tenha visto muita coisa neste mundo, nunca assisti pessoalmente a um pau de sebo de verdade.<br />

d) Nunca assisti pessoalmente a um pau de sebo de verdade, ainda que já tenha visto muita coisa neste mundo.<br />

e) Pessoalmente, nunca assisti a um pau de sebo de verdade, mesmo que já tenha visto muita coisa neste mundo.<br />

36. (Dom Cintra – Pref. Itaboraí/RJ – Analista de Sistemas – 2012) “Já vi muita coisa neste mundo, mas nunca assisti<br />

pessoalmente a um pau de sebo de verdade,...”; o segmento assisti pessoalmente poderia ser substituído por um só verbo:<br />

presenciei.<br />

A frase em que esse mesmo tipo de substituição está corretamente feito é:<br />

a) Destruir completamente um conjunto de apartamentos. / desmoronar.<br />

b) Acabar completamente com a resistência dos traficantes. / aniquilar.<br />

c) Matar totalmente as abelhas de uma colmeia. / esquartejar.<br />

d) Pagar integralmente uma dívida ao banco. / negociar.<br />

e) Amar profundamente a mulher. / extinguir-se.<br />

37. (Dom Cintra – Câmara de Duque de Caxias/RJ – Consulto Contábil – 2012) A sugestão de reescrita que altera o sentido<br />

de: “A quantidade de livros ruins é uma grandeza, e são famosos os casos de clássicos ou de best-sellers que foram<br />

recusados por editora após editora até, finalmente, chamarem a atenção de alguém mais antenado” é a seguinte:<br />

a) antepor, na 1 a oração, o predicado “é uma grandeza” a seu sujeito;<br />

b) inserir, entre vírgulas, a expressão “por seu turno”, após o predicativo da 2 a oração,“famosos”;<br />

c) substituir, na 2 a oração, a conjunção “ou” pela locução “ou antes” entre vírgulas;


d) escrever a oração adjetiva como: “que editora após editora recusaram”;<br />

e) dar à 4 a oração a forma: “até que, finalmente, chamaram a atenção de alguém mais antenado”.<br />

38. (Dom Cintra – Câmara de Duque de Caxias/RJ – Consulto Contábil – 2012) Feitas as mudanças na ordem dos termos, tal<br />

como indicadas, o enunciado que mantém seu sentido básico original é:<br />

a) até, finalmente, chamarem a atenção de alguém mais antenado / até chamarem a atenção de alguém, finalmente, mais<br />

antenado;<br />

b) um mundo sem editoras seria um caos <strong>para</strong> nós, leitores / seria, leitores, um caos <strong>para</strong> nós;<br />

c) até porque, como objeto, o livro é um produto singularmente bem resolvido / porque até;<br />

d) há transformações já em curso que serão cada vez mais interessantes de acompanhar / já há transformações em curso;<br />

e) as editoras têm linhas editoriais com as quais os editores aprendem a se identificar / aprendem os editores a se<br />

identificar.<br />

39. (VUNESP – Academia Barro Branco – Aluno Oficial – 2012) Em – Não posso auxiliar a nossa polícia legal,<br />

porquanto desde muito que não vou a cinematógrafos... –, a conjunção destacada pode ser substituída, sem prejuízo de<br />

sentido, por:<br />

a) no entanto;<br />

b) enquanto;<br />

c) uma vez que;<br />

d) por conseguinte;<br />

e) embora.<br />

40. (VUNESP – Academia Barro Branco – Aluno Oficial – 2012) Em – Apesar disso tudo –, é na assistência delas que<br />

nasce muito amor condenado. –, a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:<br />

a) Não obstante isso tudo;<br />

b) Em detrimento disso tudo;<br />

c) Conforme isso tudo;<br />

d) De acordo com isso tudo;<br />

e) Por conseguinte a isso tudo.<br />

41. (VUNESP – Pref. Cubatão/SP – Agente Fiscal de Tributos – 2012) Assinale a alternativa que apresenta o trecho – Poderá<br />

também dizer que ocorreram reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores. – reescrito de acordo com a norma-padrão e<br />

sem alteração de sentido.<br />

a) Poderá também dizer que houve reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores.<br />

b) Poderá também dizer que ocorrera reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores.<br />

c) Poderá também dizer que houveram reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores.<br />

d) Poderá também dizer que ocorrerão reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores.<br />

e) Poderá também dizer que haveria reduções de impostos <strong>para</strong> alguns setores.


Gabarito<br />

1. CERTO. 9. D. 17. E. 25. ERRADO. 33. E.<br />

2. CERTO. 10. B. 18. ERRADO. 26. B. 34. C.<br />

3. A. 11. B. 19. ERRADO. 27. B. 35. A.<br />

4. E. 12. E. 20. CERTO. 28. B. 36. B.<br />

5. A. 13. A. 21. CERTO. 29. A. 37. C.<br />

6. B. 14. D. 22. CERTO. 30. C. 38. E.<br />

7. D. 15. D. 23. C. 31. D. 39. C.<br />

8. A. 16. A. 24. C. 32. E. 40. A.<br />

41. A.<br />

Os comentários sobre as questões estão no site da editora na página<br />

www.elsevier.com.br/agramatica_pestana


Capítulo 38<br />

Questões Comentadas da Banca CQIP<br />

Não conhece a banca CQIP? Uma das mais temidas e polêmicas bancas?! Não acredito!<br />

Então, está mais do que na hora de você conhecer!<br />

CQIP: CENTRO DE QUESTÕES IMPOSSÍVEIS DO PESTANA.<br />

Se você está rindo agora, prepare-se <strong>para</strong> chorar da 1 a à 36 a questão! Brincadeira... Meu<br />

objetivo é mostrar que há muitas polêmicas em certas questões. Você perceberá que, a cada<br />

questão, será um aprendizado. Outra coisa: atualmente as principais bancas de concursos<br />

públicos vêm trabalhando questões “híbridas”, ou seja, questões que tratam de diversos<br />

assuntos em suas opções. Por exemplo, na letra (A) a banca testa seu conhecimento de crase;<br />

na letra (B), de <strong>para</strong>lelismo; na letra (C), de interpretação; na letra (D), de pontuação; na letra<br />

(E), de coesão. Elas vêm trabalhando também questões de registro culto da língua. Por isso,<br />

fique atento!<br />

Hoje em dia, a FCC e a Esaf são as principais bancas a trabalharem esse modelo de<br />

questão. Por isso, tive a preocupação de ilustrar isso com questões feitas exclusivamente por<br />

mim. Prepare-se! Ah! E nem tente entrar com recurso contra alguma questão, pois elas são de<br />

concursos passados...<br />

Questões da banca CQIP<br />

1. Leia.<br />

O delegado Reinaldo Lobo, da 29 a DP, no Riacho Fundo, a 18 quilômetros de Brasília, surpreendeu a<br />

Corregedoria da Polícia Civil ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de poesia.<br />

O documento apresentado pelo delegado faz parte do inquérito policial, formado ainda pelo auto de prisão em<br />

flagrante, as oitivas e o relatório. A peça final, única feita em poesia, não foi aprovada e teve que ser refeita.<br />

O relatório dizia respeito a um crime de receptação, ocorrido na noite de 22 de julho, quando um homem foi<br />

flagrado por policiais militares na garupa de uma motocicleta roubada.<br />

“O preso pediu desculpa/disse que não tinha culpa/pois estava só na garupa/foi checada a situação/ele é mesmo<br />

sem noção/estava preso na domiciliar/não conseguiu mais se explicar”, escreveu o delegado sobre a abordagem<br />

ao suspeito.<br />

Mais adiante, o delegado prossegue: “Se na garupa ou no volante/sei que fiz esse flagrante/desse cara<br />

petulante/que no crime não é estreante”.<br />

A vontade de fazer um trabalho diferente motivou a redação do poema, disse o delegado. “O nosso trabalho é um<br />

pouco de idealismo. Apesar de muito árduo, ele é um pouco de fantasia, de você lutar pela reconstrução e pela<br />

melhora do mundo. Acho que isso traz muita realização e eu quis transformar isso em arte, daí a ideia da poesia.”<br />

I. A oração “ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de poesia” (1 o §) mantém uma relação semântica de<br />

causa e tempo em relação à outra oração.<br />

II. Há no 2 o § oito elementos explícitos que costumam compor a estrutura da voz passiva.


III. O trecho “O relatório dizia respeito a um crime de receptação” (3 o §) apresenta dois termos preposicionados que<br />

exercem a mesma função sintática.<br />

IV. Poderíamos reescrever o trecho entre aspas (4 o §), sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, da seguinte<br />

maneira: “O preso pediu desculpa, disse que não tinha culpa, pois estava só na garupa. Foi checada a situação – ele é<br />

mesmo sem noção –; estava preso na domiciliar, não conseguiu mais se explicar”.<br />

V. O vocábulo que, nas duas ocorrências do 5 o §, tem igual valor coesivo e gramatical.<br />

VI. O pronome isso retoma “lutar pela reconstrução” (6 o §).<br />

São corretas as seguintes afirmações sobre o texto:<br />

a) I, II, e III.<br />

b) III e V.<br />

c) II e VI.<br />

d) III, IV, V e VI.<br />

e) I e IV.<br />

Comentário: I – A oração “ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de<br />

poesia” (1 o §) mantém uma relação semântica de causa e tempo em relação à outra oração,<br />

pois revela o motivo da surpresa da Corregedoria e também é circunstância de “tempo”<br />

porque mostra quando ocorreu o fato (ao registrar = quando registrou). II – Há 9 elementos<br />

explícitos que compõem uma estrutura de voz passiva, não 8. Veja: O documento apresentado<br />

(particípio) pelo delegado (agente da passiva) faz parte do inquérito policial, formado<br />

(particípio) ainda pelo auto de prisão (agente da passiva) em flagrante, as oitivas (agente da<br />

passiva) e o relatório (agente da passiva). A peça final, única feita (particípio) em poesia,<br />

não foi aprovada (particípio) e teve que ser refeita (particípio). III – Os dois termos<br />

preposicionados não têm a mesma função sintática: um é complemento nominal (de respeito),<br />

o outro é aposto especificativo (de crime). Veja, respectivamente: “O relatório dizia respeito<br />

a um crime de receptação”. IV – O preso pediu desculpa, disse que não tinha culpa, pois<br />

estava só na garupa. Foi checada a situação – ele é mesmo sem noção –; estava preso na<br />

domiciliar, não conseguiu mais se explicar. As primeiras duas vírgulas se<strong>para</strong>m orações<br />

coordenadas. O ponto indica o fim de um período. Os travessões se<strong>para</strong>m uma oração<br />

interferente. O ponto e vírgula se<strong>para</strong> uma oração coordenada de outra. A última vírgula<br />

se<strong>para</strong> uma oração coordenada de outra. V – Os vocábulos não têm o mesmo valor coesivo<br />

nem gramatical, pois o primeiro (conjunção integrante) estabelece uma coesão sequencial; o<br />

segundo (pronome relativo), uma coesão referencial, pois tem valor anafórico. VI – O<br />

pronome isso retoma todo o trecho lutar pela reconstrução e pela melhora do mundo.<br />

Gabarito: E.<br />

2. Aponte a opção em que ambas as frases prescindem de correção gramatical.<br />

a) Apesar de o candidato não ter experiência, eu examinei-o e aprovei-o. / Apesar de o candidato não ter experiência, eu o<br />

examinei e aprovei.<br />

b) Nada me atinje a esta altura. / Nada me atinje àquela altura.<br />

c) De tudo o que me difere de você, o ciúme é o sentimento mais relevante. / De tudo o que me diferencia de você, o<br />

ciúme é o sentimento mais relevante.<br />

d) Ele fez apelo às milhares de pessoas que o ouviam. / Ele fez apelo às milhares de pessoas que o escutavam.<br />

e) O malabarista só fazia contorsões incríveis devido ao seu preparo físico intenso. / O malabarista só fazia contorsões


incríveis devido a seu preparo físico intenso.<br />

Comentário: A) Em orações coordenadas, quando se usa a ênclise, o pronome deve ser<br />

repetido. Quando, porém, se usa a próclise, não se repete o pronome (exceto quando o<br />

pronome tem funções sintáticas diferentes ou quando se quer dar ênfase). Por isso, ambas as<br />

frases prescindem de correção gramatical. Quem corrobora esta visão gramatical é Odilon<br />

Soares Leme. B) O erro não está no uso do acento grave nem no uso dos pronomes<br />

demonstrativos. O fato é que o verbo atingir só é escrito com j se a ele se seguir a vogal o ou<br />

a. C) O verbo diferir não é pronominal, logo deve-se dizer: “De tudo o que eu difiro de<br />

você...”. D) O erro gramatical não está no uso de ouvir e escutar, mas na concordância com<br />

milhares, que é palavra masculina, portanto “... aos milhares de pessoas...”. E) O erro não<br />

está na presença ou ausência do artigo antes do pronome possessivo adjetivo, até porque,<br />

nesse caso, o artigo faculta. O que talvez tenha passado despercebido (e não desapercebido,<br />

rs) foi o fato de que a palavra contorção vem de contorcer, que vem de torcer, logo, se<br />

escreve contorção (-ões). Muitos erros de ortografia seriam evitados se você tivesse a<br />

palavra primitiva em mente antes de escrever a derivada. Gabarito: A.<br />

3. Das redações abaixo, a única que não apresenta incorreção gramatical nem incoerência é:<br />

a) Depois de muito tempo em coma, devido a um acidente envolvendo dois carros e um ônibus, só se foi notar, anos depois<br />

da tragédia, alguns sinais de recuperação no rapaz.<br />

b) Não só havíamos nos mudado <strong>para</strong> bem longe daquela terra infértil e cheia de mazelas culturais, como também nos<br />

havíamos livrado daquela gente que a habitava.<br />

c) O governo do Espírito Santo só se adéqua à Lei da Informação e divulga salário dos servidores, porque há uma pressão<br />

muito grande por parte dos líderes sindicais.<br />

d) Como o remédio foi lançado há pouco tempo no mercado farmacológico, os médicos e farmacêuticos não lhe conhecem<br />

todos os efeitos colaterais ainda, o que pode gerar problemas.<br />

e) Enviamo-lhes o projeto <strong>para</strong> o exame, mas ainda nada foi resolvido, por isso vimo-nos em situação periclitante, uma vez<br />

que temos um cronograma assaz rígido.<br />

Comentário: A) “... só se foram notar... alguns sinais de recuperação...”. Desvio de<br />

concordância com verbo acompanhado de partícula apassivadora. B) “Não só nos havíamos<br />

mudado...”. O pronome átono fica antes do verbo auxiliar do tempo composto, pois há palavra<br />

atrativa antes dele. C) O verbo adequar é defectivo, segundo 99% dos gramáticos e linguistas,<br />

mas alguns dicionaristas, como Houaiss, entendem que esse verbo tem conjugação completa,<br />

de modo que adéqua (ou adequa) é forma certa. Esta letra poderia ser a resposta, se não<br />

houvesse opção melhor (= incontestável). D) Não há erro algum nesta opção. O lhe tem valor<br />

possessivo, como se estivesse escrito assim: “... os médicos e farmacêuticos não conhecem<br />

todos os seus efeitos colaterais ainda...” E) “Enviamos-lhes...”. Excetuando o que diz<br />

Napoleão Mendes de Almeida sobre o assunto, a saber, que o s pode ser suprimido seguido de<br />

qualquer oblíquo, o fato é que a maioria (99,99%) diz que o s do verbo não desaparece<br />

quando se junta a ele o pronome lhe(s). Isso só se dá com o pronome nos (1 a pessoa do<br />

plural). Gabarito: D.


4, Qual opção apresenta reescritura adequada da primeira frase?<br />

a) É nessas horas que se conhecem os amigos. / São nessas horas que se conhecem os amigos.<br />

b) Decorrido mais de um mês, tudo mudou. / Decorridos mais de um mês, tudo mudou.<br />

c) Foi um de seus irmãos que me procuraram ontem. / Foi um de seus irmãos que me procurou ontem.<br />

d) Não lhes restaram senão uns poucos amigos. / Não lhes restaram se não uns poucos amigos.<br />

e) Ele se descontrolou em face daquele imprevisto. / Ele se descontrolou face àquele imprevisto.<br />

Comentário: Na frase Foi um de seus irmãos que me procurou ontem, foi... que é uma<br />

expressão expletiva. Isso significa que pode ser retirada, sobrando: Um de seus irmãos me<br />

procurou ontem. Daí que o verbo no plural é impossível. Não confunda aquela regra de<br />

concordância famosa com a expressão um dos que com a estrutura de expressão expletiva<br />

apresentada na letra C. Cuidado!!! A) O verbo da expressão expletiva São... que não pode<br />

ficar no plural, pois só concorda com um termo não preposicionado, e nessas horas é um<br />

termo preposicionado, logo a reescritura está errada. B) A concordância com a expressão<br />

mais de um se faz no singular, logo a reescritura está errada. D) Em correlação com uma<br />

proposição negativa o senão só pode vir junto, indicando exceto, logo a reescritura está<br />

errada. E) A expressão face a não é uma locução prepositiva abonada pela norma culta. Logo,<br />

a reescritura está errada. Gabarito: C.<br />

5. Marque a opção com incontestável correção gramatical.<br />

a) Vejo-lhe estudar todo tipo de assunto; você merece os <strong>para</strong>béns, pois o verdadeiro sábio une o saber com a virtude.<br />

b) Todos nós usufruímos dos benefícios da civilização, por isso vimos aqui <strong>para</strong> agradecer-lhe a oportunidade.<br />

c) Vamos nos aproximando do fim, e a reforma fiscal continua sem viger, porquanto isso não interessa aos políticos.<br />

d) O governo deixa os trabalhadores na angústia de talvez vir a ser eles os obrigados à comprovação do recolhimento da<br />

contribuição.<br />

e) Depois de muita luta (a reunião terminou às 0h25min), nada aconteceu: vetaram o deputado de aprovar o projeto.<br />

Comentário: O lhe pode estar ligado aos verbos causativos ou sensitivos se seguido de<br />

verbo transitivo direto no infinitivo. Unir é VTDI. Exige a preposição a ou com. Perfeita a<br />

redação da A ! B) A maioria dos gramáticos ensina que usufruir é VTD, mas Celso P. Luft e<br />

Cândido Jucá Filho ensinam que pode ser VTI, exigindo preposição de. Polêmicas... C) A<br />

maioria dos gramáticos ensina que o pronome oblíquo vem ligado ao verbo auxiliar por hífen,<br />

perdendo o -s final: Vamo-nos aproximando. Cegalla, porém, diz que pode ser sem hífen, do<br />

jeito que está. Polêmicas... D) ... virem a ser eles (sujeito)... Cuidado com a concordância! E)<br />

O artigo deve concordar com o número de horas, que no caso é zero, logo a forma certa é à<br />

0h25min. A regência de vetar é assim: Vetaram ao deputado aprovar o projeto. Gabarito: A.<br />

6. Marque a opção que não apresenta incorreção gramatical.<br />

a) Apesar de se tentarem frear os preços exorbitantes que as lojas impunham aos clientes, <strong>para</strong> seu desespero, nada<br />

aconteceu.<br />

b) O imortal poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade celebra seu centenário com tudo que tem direito, afinal, ele é o<br />

homem!<br />

c) O meu projeto de terraplenagem só seria mais econômico que o de vocês caso algumas empresas me ajudassem a<br />

torná-lo popular.<br />

d) O Xis era um daqueles restaurantes de Paris que você vai à toalete e tem pena de fazer suas necessidades – é assim<br />

em nosso país?<br />

e) Durante o encontro dos dois líderes, os quais se odeiam, trataram-se de problemas que afligem o lado mais pobre da


população.<br />

Comentário: A) Apesar de se tentar frear os preços exorbitantes que as lojas impunham<br />

aos clientes, <strong>para</strong> seu desespero, nada aconteceu. (Frear os preços é o sujeito do verbo<br />

tentar, logo fica no singular). B) O imortal poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade<br />

celebra seu centenário com tudo a que tem direito, afinal, ele é o homem! (O substantivo<br />

direito exige a preposição a, que fica antes do pronome relativo). C) O meu projeto de<br />

terraplenagem só seria mais econômico que o de vocês caso algumas empresas me<br />

ajudassem a torná-lo popular. (Eis o gabarito!). D) O Xis era um daqueles restaurantes de<br />

Paris em que você vai ao toalete e tem pena de fazer suas necessidades – é assim em nosso<br />

país? (Quando indica lugar, usa-se em que, e toalete é palavra masculina, segundo Cegalla).<br />

E) Durante o encontro dos dois líderes, os quais se odeiam, tratou-se de problemas que<br />

afligem o lado mais pobre da população. (O verbo é conjugado no singular quando vem<br />

acompanhado de se – indeterminador do sujeito ou integrante do verbo). Gabarito: C.<br />

7. Considerado o padrão culto escrito, a alternativa que apresenta frase correta é:<br />

a) Nunca mais faremos tamanha loucura, que foi estar em seis, espremidos, dentro de um carro, que partiu do Rio de<br />

Janeiro <strong>para</strong> Sergipe!<br />

b) Silêncio profundo sucedera o ruído que a aparição daquele homem desvairado havia excitado.<br />

c) Muitas polêmicas estão-se sucedendo no meio televisivo ultimamente, uma vez que a moral dos do ramo está em baixa.<br />

d) Largou tudo sem olhar <strong>para</strong> trás, mas com a discrição de quem se afasta de erros e complicações que já não estavam<br />

em suas mãos resolver.<br />

e) Algumas tribos indígenas já impunham sua suserania sobre povos agrícolas, forçando-os a supri-los de alimentos e de<br />

servos.<br />

Comentário: A) Com verbo de ligação, o numeral não vem antecedido de preposição em<br />

construções como essas. Deve-se reescrever assim: “... que foi estar seis...”. É estranho,<br />

mas... fazer o quê? B) Suceder é VTI: “... sucedera ao ruído...”. C) O verbo suceder não é<br />

pronominal no sentido de ocorrer, logo: “... estão sucedendo...”. Pensou que o erro estava no<br />

hífen? Tal uso é culto, formal. D) O verbo estar deve ficar na 3 a pessoa do singular porque o<br />

seu sujeito é oracional: resolver erros e complicações. E: Perfeita redação! Um detalhe que<br />

tenha feito todo mundo ficar de cabelo em pé foi o fato de -los retomar tribos indígenas, só<br />

que -los, por silepse de gênero, retoma índios. A silepse não é um desvio da norma culta, é<br />

apenas uma concordância ideológica. Cuidado! Gabarito: E.<br />

8. A frase que não se apresenta redigida de forma clara e correta é:<br />

a) Sem embargo de residir em rica mansão vivia amargurada a solitária embaixatriz.<br />

b) Se queres fazer uma caridade à mulher, escuta-a com paciência; se não, evite olhar muito <strong>para</strong> ela.<br />

c) A mesa em que se sentou o poeta, a fim de fazer suas observações, ficava ao pé da vitrine dos cigarros.<br />

d) A regulamentação da concepção do serviço público deve manter as rédeas sobre o controle do governo.<br />

e) As grandes árvores do pátio sobressaíam-se mais negras no breu do sinistro período vespertino.<br />

Comentário: Você tinha de marcar a opção com incorreção E com incoerência. Em A, há<br />

incorreção, pois falta apenas uma vírgula após a oração reduzida. Em B, há incorreção, pois<br />

não foi respeitada a uniformidade de tratamento, pois se inicia o texto com a 2 a pessoa do


singular, mas, na penúltima oração, o verbo está na 3 a pessoa do singular. Curiosidade: o se<br />

não pode vir se<strong>para</strong>do quando se subentende o verbo anterior, o que é o caso. Em C, não há<br />

incorreção nem incoerência, pois o verbo sentar-se exige a preposição a quando a pessoa se<br />

coloca diante da mesa; com a preposição em, a ideia é de estar sobre a mesa. No contexto,<br />

tanto uma quanto outra estariam certas. Em D, há incoerência, pois o contexto exige a<br />

preposição sob. Em E, há incorreção e incoerência, pois o verbo sobressair não é pronominal,<br />

logo não vem acompanhado do pronome se, e breu no período vespertino é um absurdo, pois<br />

breu está ligado ao período noturno. Gabarito: E.<br />

9. A frase que não está em total conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) A comissão presidida pelo ex-presidente <strong>Fernando</strong> Henrique Cardoso (que já havia presidido a duas anteriores) e<br />

integrada por outros notáveis, como os ex-presidentes da Colômbia – César Gaviria – e do México – Ernesto Zedillo –,<br />

diz que a guerra contra as drogas, da forma como é travada hoje, é um esforço perdido.<br />

b) Os mosquitos transmissores da dengue, principalmente o Aedes aegypti, não só se proliferam dentro de habitações ou<br />

nas proximidades delas (casas, apartamentos, pousadas, hotéis, etc.), mas também em recipientes onde se acumula água<br />

limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas, etc.).<br />

c) Parece mentira, mas, depois de intensos estudos dedicados a isto, um soldado cego por uma granada no Iraque teve sua<br />

vida transformada por uma tecnologia inovadora - um dispositivo que combina uma câmera montada nuns óculos de sol<br />

com uma corda vibrando dentro da boca – que lhe permite “ver” com a língua.<br />

d) Após exaustiva relutância, deverá referendar o acordo assinado por seu representante na ONU o governo brasileiro; tal<br />

hesitação foi motivada pelo constante imbróglio de instituições tomadas como sérias, as quais sofrem costumeiros<br />

reveses de certas soberbas potências mundiais.<br />

e) Mesmo que se queira mudar os fundamentos da economia nacional, o que é inevitável, infelizmente, eles estão<br />

acorrentados a compromissos financeiros e metas orçamentárias que se estenderão até um futuro distante, e nós, meros<br />

mortais, continuaremos sendo alvos de megalômanos “cartéis”.<br />

Comentário: O verbo proliferar não é pronominal, logo não é conjugado junto com a<br />

partícula integrante se. O trecho deve ser reescrito assim: “... não só proliferam...”.<br />

Gabarito: B.<br />

10. Está clara e em total conformidade com o padrão culto escrito a seguinte redação:<br />

a) Lê-se que, na Idade Média, as corporações se precavinham da interferência estrangeira, pois o perigo de mácula no<br />

sistema era grande.<br />

b) Pode-se dizer mesmo que o negro precede o índio no trabalho agrícola organizado pelo branco; só lhe precede por<br />

motivos históricos.<br />

c) Antes quero engolir petróleo em seu estado de ebulição a engolir em seco a mágoa que tenho cá dentro de minha alma.<br />

d) Tal atitude da mulher, aparentemente radical, quiçá fundamentalista, quanto ao uso de cosméticos, não lhe prejudica a<br />

beleza, prejudica-lhe como pessoa.<br />

e) Meu marido, ontem à noite, depois de ter tomado umas e outras, despiu-se e deitou-me na cama, em cima da roupa que<br />

ele me presenteara.<br />

Comentário: Em B, o verbo preceder pode ser VTD ou VTI. A) O verbo precaver, no<br />

pretérito imperfeito do indicativo, se conjuga como o verbo vender, logo “... as corporações<br />

se precaviam...”. C) O verbo querer não exige a preposição a numa com<strong>para</strong>ção. Por isso<br />

deveria ser “Antes quero... que engolir...” D) O verbo prejudicar só pode estar acompanhado<br />

de lhe quando este tem valor possessivo. Afora isso, o verbo é VTD, logo deveria ser: “...<br />

prejudica-a como pessoa”. E) O verbo presentear tem a seguinte regência: presenteia-se<br />

alguém com alguma coisa. Logo, o trecho deveria ser reescrito: “... em cima da roupa com


que ele me presenteara”. Gabarito: B.<br />

11. Marque a redação que não infringe o registro formal nem a coerência.<br />

a) Como era muito hábil e paciente, percebia um razoável ordenado, acrescido ainda pelos biscates que fazia de noite.<br />

b) Façamo-lhe uma última homenagem; afinal, João foi um homem digno, capaz de atender às mesmas pessoas várias<br />

vezes.<br />

c) De vários mártires, Joaquim Jose da Silva Xavier, o Tiradentes, foi a personagem mais forte da Conspiração Mineira.<br />

d) Por hora – disse-lhe um velho desconhecido -, creio que V. Sa., com isto, pode saber finalmente em que terreno pisa.<br />

e) Devo poupar-lhes do longo e doloroso processo, posto que já conheço, e muito!, como a burocracia ocorre neste maldito<br />

país.<br />

Comentário: A) O verbo perceber pode significar “receber honorários”. B) Façamos-lhe...<br />

C) ... José... D) Por ora... E) Devo poupar-lhes o... visto que... Gabarito: A.<br />

12. Aponte a alternativa que não desconsidera a correção gramatical.<br />

a) A concordância do verbo ser em O português são dois explica-se pelo predicativo e o sujeito serem de números<br />

diferentes.<br />

b) Fez uma longa pausa <strong>para</strong> responder às perguntas, como se buscasse no seu íntimo uma resposta <strong>para</strong> ele mesmo.<br />

c) Eu o exasperava tanto que se tornara doloroso <strong>para</strong> mim ser o objeto do ódio daquele homem que, de certo modo, eu<br />

amava.<br />

d) O bispo gravou uma mensagem <strong>para</strong> a TV Record, da qual é dono, pedindo aos seus seguidores <strong>para</strong> que orem e jejuem<br />

por ele.<br />

e) A julgar pelo o que os jornais disseram sobre ele, o prefeito reluta em tomar todas as medidas necessárias.<br />

Comentário: A) ... por o predicativo e o sujeito serem... (Não pode haver, segundo a<br />

maioria dos gramáticos e das bancas (exceto a Esaf), contração antes de sujeito de verbo no<br />

infinitivo). B) ... <strong>para</strong> si mesmo. D) ... pedindo aos seus seguidores que orem e... (Regência<br />

do verbo pedir) E) A julgar pelo que... (pelo já é a contração de por + o). Gabarito: C.<br />

13. A única redação que apresenta incorreção gramatical é:<br />

a) Os norte-americanos sempre receberam ajuda do nosso país mas poucas vezes lhe agradeceram da maneira adequada.<br />

b) Ele insistiu que eu tentasse a sorte na loteria, não obstante lhe objetei que eu não tinha sorte, infelizmente.<br />

c) A lei pune quem solicitar, exigir, cobrar ou obtiver vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário<br />

público.<br />

d) Nos dias atuais da política brasileira, o que não falta são inúmeros escândalos envolvendo bicheiros e políticos.<br />

e) Os pastores da noite, do saudoso e genial Jorge Amado, tem como cenário a cidade de Salvador.<br />

Comentário: A oração coordenada sindética adversativa (mas nunca lhe agradeceram) é<br />

obrigatoriamente se<strong>para</strong>da por vírgula. Simples assim! Gabarito: A.<br />

14. A única redação que não apresenta incorreção gramatical é:<br />

a) A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida que se desigualam.<br />

b) Na década de 1920, a sociedade, além da ópera ou do teatro, também frequentava os cinematógrafos, que exibiam os<br />

filmes de Hollywood, e seus astros.<br />

c) Nenhuma tirania moderna, nenhum teórico da ditadura, ninguém, por mais sábios que fossem, chegou sequer a<br />

vislumbrar aquela possibilidade.<br />

d) O número de moças que se inscreveu no concurso de Miss Bumbum na década de 70 foi bem maior do que<br />

esperávamos.<br />

e) Cerca de 1,98% dos alunos ainda não entende que a presença em sala de aula é primordial <strong>para</strong> que seu futuro seja<br />

bem-sucedido.<br />

Comentário: A) ... na medida em que... (na medida que não existe na língua culta). B) Não<br />

se se<strong>para</strong>m termos coordenados por e por vírgula. C) ... teórico... por mais sábio que fosse...


D) ... moças... se inscreveram...Gabarito: E.<br />

15. Qual opção abaixo está em desacordo com a correção gramatical?<br />

a) Ao meio-dia e meia, os bancos cariocas já estarão fechados devido à pertinente greve dos funcionários; o mesmo<br />

ocorrerá em Recife.<br />

b) Contaram-se os votos contidos nos vinte e dois milhões trezentas e quarenta e duas mil seiscentas e vinte e uma cédulas<br />

no segundo turno.<br />

c) Os pombinhos casaram-se e foram residir numa casa próxima a que Maria morava quando solteira.<br />

d) Quinhentos miligramas de sódio por dia vêm sendo recomendados a fim de manter a saúde sem qualquer problema.<br />

e) Ficou comprovado o assassinato de Osama Bin Laden por alguns dos milhares de forças interessadas em eliminá-lo.<br />

Comentário: Por mais estranho que fique, antes do pronome relativo, deve ficar a<br />

preposição em (... próxima à (= àquela) em que Maria morava...), por causa do verbo<br />

morar. Gabarito: E.<br />

16. Aponte a opção que desrespeita as prescrições gramaticais.<br />

a) A malcriação do magérrimo manauara, que hoje vive em Madagáscar, criou celeuma entre os cidadãos<br />

madagascarenses.<br />

b) É mais vantajoso <strong>para</strong> o Rio de Janeiro desenvolver o turismo a construir fábricas, que poluirão ainda mais o cenário.<br />

c) O pedido <strong>para</strong> que as palavras fossem melhor acomodadas partiu do presidente da Federação Internacional de Futebol.<br />

d) Os pais dos alunos mandaram-lhes entregar um recado à direção do colégio onde estudavam há muitos anos.<br />

e) João vive envolvido com tráfico de drogas; Pedro está preso há meses; esses dois irmãos são muito maus-caracteres.<br />

Comentário: A) As palavras malcriação, magérrimo, manauara e Madagáscar são<br />

encontradas no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa). Se a Academia<br />

Brasileira de Letras diz isso, quem sou eu <strong>para</strong> desdizer... Sobre magérrimo, apesar de a<br />

maioria dos gramáticos insistirem que é forma coloquial, os dicionários Melhoramentos,<br />

Aulete etc. e os estudiosos Silveira Bueno, Cândido de Oliveira e Napoleão Mendes de<br />

Almeida abonam tal forma. B) É mais... (do) que construir... (correlação com<strong>para</strong>tiva culta,<br />

neste caso; só com o verbo preferir ou com o adjetivo correspondente (preferível), usa-se a<br />

preposição a no último elemento da com<strong>para</strong>ção). C) Muitos gramáticos aceitam ambas as<br />

formas (Bechara, Cegalla, Sousa e Silva, etc.): melhor acomodadas e mais bem<br />

acomodadas. Marque sempre a “melhor resposta”. D) Cegalla e Luft não se opõem ao uso do<br />

lhe como sujeito de um infinitivo, desde que o verbo seja transitivo direto. Sobre o pronome<br />

relativo onde, seu uso está correto, pois retoma uma palavra indicativa de lugar. E) Mauscaracteres<br />

é o plural de mau-caráter. Feiaço, mas é essa <strong>para</strong>da aí! Gabarito: B.<br />

17. Marque a opção que não dispensa mudança na redação.<br />

a) Hoje, professor Manoel – clamou em desespero o aluno preocupado com a nota –, posso dizer que devo tudo ao senhor.<br />

b) Havia uma TV dentro da loja, em frente à qual todos os transeuntes ficaram <strong>para</strong>dos <strong>para</strong> ver o desastre ocorrido com<br />

o avião.<br />

c) Para que os alimentos não fiquem insípidos, disse o cozinheiro aos seus primeiros alunos, junta-se-lhes sal.<br />

d) É sempre bom lembrar, devido a mudanças ocorridas na ortografia recentemente, que os esses e os erres se duplicarão<br />

em certas palavras.<br />

e) Por mais que alguns pseudoprofessores se deem ao trabalho de tentar explicar tudo, nunca lhes recorra em momentos<br />

decisivos.<br />

Comentário: A) Esta redação dispensa alteração. Talvez a dúvida fosse em cima da


segunda vírgula após o segundo travessão, certo? Bem, não erre mais: se, antes do primeiro<br />

travessão, houver razão <strong>para</strong> o uso da segunda vírgula, ela virá depois do segundo travessão.<br />

Neste caso, professor Manoel é um vocativo, logo vem se<strong>para</strong>do por vírgulas. B) Esta<br />

redação dispensa alteração. Está correta. C) Esta redação dispensa alteração. Alguns<br />

gramáticos dizem que o lhe só se usa <strong>para</strong> se referir a seres animados ou personificados, mas<br />

isso não é consenso. Na prova da FCC, estamos cansados de ver que o lhe pode substituir<br />

coisas, portanto esta alternativa não seria a melhor resposta. D) Esta redação dispensa<br />

alteração. Talvez a dúvida aqui fosse em relação ao plural das letras s e r, que podem ser<br />

escritas por extenso seguidas de desinência -s ou duplicadas <strong>para</strong> marcar o plural (ss e rr). Ou<br />

a dúvida estava no uso do pronome oblíquo átono antes de futuro do presente? Não há<br />

problema na próclise, pois, quando há sujeito explícito antes do verbo no futuro, a próclise e a<br />

mesóclise são opcionais. E) Eis o gabarito! Esta redação não dispensa alteração, pois<br />

convencionalmente o verbo recorrer não aceita lhe(s) como complemento. Regra! Quanto à<br />

expressão dar-se ao trabalho, não há problema algum, mas poderíamos grafar dar-se o<br />

trabalho. Teríamos uma dupla análise sintática, sem incorrer em desvio gramatical. Gabarito:<br />

E.<br />

18. Marque a opção que preferencialmente não precisaria de reescrita a fim de haver adequação ao registro culto.<br />

a) O guarda da embaixada, depois de calorosa discussão com um indivíduo, impediu-lhe veementemente de entrar.<br />

b) Implica necessariamente a imposição de valores da nação dominante na destruição da cultura da que é dominada.<br />

c) Não lhe importa, mesmo após terem falado barbaridades de você, as críticas absurdas e aleatórias que lhe fazem?<br />

d) Mesmo com toda a imundice daquele lugar, desde menino lhe incitava o desejo de tornar-se um artista famoso.<br />

e) Anteontem, os projetos do governo, que receberam total apoio do povo, não pareceu encontrarem apoio no Senado.<br />

Comentário: A) Seguindo a regência culta do verbo impedir, impede-se alguém (OD) de<br />

alguma coisa (OI). Portanto, a reescrita adequada é esta: O guarda da embaixada, depois de<br />

calorosa discussão com um indivíduo, impediu-o veementemente de entrar. B) A vastíssima<br />

maioria dos gramáticos e linguistas entende que o verbo implicar (no sentido de acarretar) é<br />

transitivo direto, portanto a reescrita deve ser esta: Implica necessariamente a imposição de<br />

valores da nação dominante a destruição da cultura da que é dominada. Até porque há uma<br />

“melhor resposta” nesta questão. C) O núcleo do sujeito do verbo importar está no plural,<br />

logo o verbo deve ficar no plural, assim: Não lhe importam, mesmo após terem falado<br />

barbaridades de você, as críticas absurdas e aleatórias que lhe fazem? D) O verbo incitar é<br />

VTD, logo é preciso haver uma reescrita: Mesmo com toda a imundice daquele lugar, desde<br />

menino o incitava o desejo de tornar-se um artista famoso. E) O sujeito do verbo encontrar<br />

é os projetos do governo. Gabarito: E.<br />

19. Marque a opção com desvio gramatical.<br />

a) Independentemente da decisão de vocês, terão de avir-se comigo, senão vocês se haverão com ele.<br />

b) O presidente não possui qualificação necessária <strong>para</strong> o cargo, hajam vista as suas últimas decisões.<br />

c) Vinte anos depois daquela maldita guerra, desgraçadamente, há muito pouco que comemorar.<br />

d) Engarrafamentos nas avenidas das metrópoles só costumam haver por causa do volume de carros.


e) Aquelas políticas, como Dilma Rousseff, têm horror de eventos em que se apregoam demagogias.<br />

Comentário: A) Avir-se e haver-se significam a mesma coisa. B) Hajam vista também é<br />

forma culta. O verbo haver (hajam) concorda com as suas últimas decisões. C) Não há<br />

problema em muito pouco. D) O verbo haver faz parte de uma locução verbal (costumam<br />

haver). O problema (ou a solução, rs) é que ele tem sentido de existir, logo o verbo auxiliar<br />

deve ficar no singular, afinal o verbo haver é impessoal quando apresenta noção existencial.<br />

Ainda: nesta acepção, o verbo haver é transitivo direto; seu objeto direto é Engarrafamentos<br />

nas avenidas das metrópoles. Até onde sei, verbo não pode concordar com objeto, mas sim<br />

com sujeito. Portanto, o certo seria: Engarrafamentos nas avenidas das metrópoles só<br />

costuma haver por causa do volume de carros ou Só costuma haver engarrafamentos nas<br />

avenidas das metrópoles por causa do volume de carros. E) Aquelas políticas, como Dilma<br />

Rousseff, têm horror de eventos em que se apregoam demagogias. O adjetivo horror pode<br />

reger a preposição a ou de. Gabarito: D.<br />

20. A frase redigida em conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) Têm, <strong>para</strong> conseguir notícias do Brasil nas diferentes crises agudas e periódicas da República, gasto muito dinheiro os<br />

jornais americanos.<br />

b) Depois de Deus, de seu pai, de sua mãe e de seus irmãos, quem ela mais gostava era sua avó; o namorado nem sequer<br />

entrava na lista.<br />

c) Aquela antiga professora da série primária sempre gostava que seus ex-alunos, como eu, a visitassem, pois se sentia<br />

muito carente após a aposentadoria.<br />

d) Toquei a música de que ela mais gostava de cantar, afinal, precisamos fazer precipuamente a vontade das pessoas a<br />

quem amamos.<br />

e) Harmonia lembra música, que, a grosso modo, nada mais é do que a arte de harmonizar sons, os quais certamente<br />

provocarão a catarse.<br />

Comentário: A) A locução verbal pode ser têm... gasto ou têm... gastado,<br />

indiferentemente. Nos 40 gramáticos e linguistas em que pesquisei o assunto, o ponto de vista<br />

é dividido, mas a demolidora maioria diz que os verbos pagar, ganhar e gastar têm duplo<br />

particípio depois dos verbos ter ou haver, ou seja, pode-se dizer (ou escrever) de acordo com<br />

a norma culta: Eu tinha pagado/pago/ganhado/ganho/gastado/gasto. Por isso este é o<br />

gabarito! B) O certo é ... de quem... A preposição de, exigida pelo verbo gostar, é obrigatória<br />

antes do pronome quem. C) A preposição de exigida pelo verbo gostar pode ficar implícita<br />

antes da conjunção integrante de acordo com alguns gramáticos e linguistas: Cegalla, Assis<br />

Cintra, Cândido Jucá Filho, Claudio Cezar Henriques, Bechara, Sacconi, Faraco & Moura,<br />

José Carlos de Azeredo, Eduardo Carlos Pereira, Hildebrando André, João A. Peres & Telmo<br />

Moia, Francisco Fernandes. No entanto, a maioria dos gramáticos e linguistas “teima” pela<br />

preposição explícita! Daí o “erro”. Quanto ao uso do pronome oblíquo átono a logo após a<br />

vírgula e antes do verbo também está correto. Ignora-se a expressão intercalada (como eu) e<br />

faz-se a colocação pronominal adequada. D) A preposição de antes do pronome relativo está<br />

errada, pois o verbo cantar, cujo complemento direto é o relativo que, não a exige. E) A


expressão correta é grosso modo. Gabarito: A.<br />

21. Levando-se em conta a coerência, marque a única alternativa que atende às prescrições gramaticais da norma culta!<br />

a) Ela foi sem dúvida uma grande líder, à qual – independentemente de alguns contratempos –, não faltaram os dotes do<br />

espírito e do coração.<br />

b) Depois de cinco dias em uma ilha deserta, submetido à escassez de alimento, o famigerado ilhéu encontrou – já<br />

subnutrido – comida.<br />

c) Anteontem, alguns camelôs comentavam, animados, a briga entre as autoridades – a qual lhes acabou favorecendo.<br />

d) <strong>Fernando</strong> Henrique Cardoso – coincidentemente em outubro de 2002 – visitou a Catedral da Sé e fez votos <strong>para</strong> que as<br />

eleições transcorressem com tranquilidade.<br />

e) Os oito assassinatos naquela região não foram cometidos por terroristas estrangeiros, mas por francos-atiradores<br />

americanos – que não foram encontrados.<br />

Comentário: A) O VOLP registra a palavra líder como substantivo comum de dois gêneros;<br />

o verbo faltar exige a preposição a, que se desloca <strong>para</strong> antes do pronome relativo<br />

obrigatoriamente. A crase ocorre devido à contração da preposição a + a qual. O único<br />

desvio diz respeito à vírgula indevida após o último travessão, pois ABSOLUTAMENTE<br />

NADA justifica seu uso. B) O adjetivo famigerado não se refere a esfomeado, mas sim a<br />

indivíduo célebre, notável, por isso um não pode substituir outro; hoje a palavra é usada em<br />

sentido pejorativo, normalmente. C) O verbo favorecer não exige complemento<br />

preposicionado (substituído por lhes (= a eles)), logo deveria ser: “... a qual os acabou<br />

favorecendo”. D) A expressão fazer votos exige a preposição de, <strong>para</strong> ou por. Quem abona<br />

tais regências é o Dicionário da Academia de Lisboa. Nas minhas pesquisas, entre os<br />

pesquisadores brasileiros, a preferência é pelo uso da preposição de ou por. E) Segundo o<br />

VOLP, o Aulete e o Houaiss, o plural de franco-atirador é franco-atiradores, logo este é o<br />

desvio. Gabarito: D.<br />

22. Marque a alternativa com redação inadequada à norma culta<br />

a) A máquina estatal mostra-se ineficiente, em que pesem os esforços do governo.<br />

b) Semanalmente entram e saem alunos do curso onde estudei em criança.<br />

c) Lívia é uma jovem de boa aparência e que trabalha, inclusive, como modelo.<br />

d) Esca<strong>para</strong>m à vigilância do guarda e conseguiram fugir da prisão.<br />

e) Antes de chegar a esse estádio adiantado na exposição de suas ideias, sofrera.<br />

Comentário: A) A imensa maioria dos gramáticos aprova somente a expressão em que pese<br />

a, que equivale a apesar de, não obstante, ou seja, tem valor concessivo. Tendo pese uma<br />

pronúncia fechada. Estes gramáticos condenam a flexão do verbo pesar e a não aposição da<br />

preposição a; mas... outros estudiosos, como Cegalla, não veem problema algum. Ele mesmo<br />

diz, no Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, que só se pode flexionar tal verbo<br />

sem a preposição a no fim da expressão (em que pesem), se o sujeito for nome de coisa, como<br />

é o caso. Portanto, os esforços do governo é o sujeito do verbo pesar, segundo tal autor.<br />

Opção polêmica; nesses casos, precisamos encontrar a melhor “resposta”. B) A vírgula antes<br />

de semanalmente (adjunto adverbial deslocado) é facultativa, pois ele tem curta extensão.<br />

Além disso, por motivo de concisão, o uso de mesmo complemento de verbos com regências


diferentes (entram e saem... do curso) não incorre em equívoco gramatical <strong>para</strong> alguns<br />

estudiosos da língua, como Cegalla, Bechara, José de Sá Nunes, Sousa e Silva, Epifânio Dias,<br />

Arnaldo Niskier etc. A maioria condena tal uso de verbos com regências diversas tendo o<br />

mesmo complemento. Além disso, o pronome relativo onde (ou em que) está adequado, pois<br />

retoma palavra de sentido locativo (curso). Para quem ainda tem dúvida: Eu fui à praia, à<br />

casa dela, ao curso e à minha casa. Todos os termos coordenados de mesma função sintática<br />

(adjuntos adverbiais de lugar) estão se<strong>para</strong>dos por vírgula. Ah! A locução adverbial de tempo<br />

em criança existe, é permitida e equivale a quando criança. Opção polêmica; nesses casos,<br />

precisamos encontrar a melhor “resposta”. C) Há falta de simetria de construção, ou seja, há<br />

falta de <strong>para</strong>lelismo sintático. O que é isso, Pest? Bem, <strong>para</strong> que uma frase tenha <strong>para</strong>lelismo<br />

sintático, é preciso que haja coordenação entre termos ou entre orações. Sendo assim, não<br />

podemos coordenar (com a conjunção e) um adjunto adnominal (de boa aparência) com uma<br />

oração subordinada adjetiva (que trabalha como modelo). A adequada redação é esta, em que<br />

se coordenam expressões sintáticas semelhantes, no caso, orações subordinadas adjetivas:<br />

Lívia é uma jovem que tem boa aparência e que trabalha como modelo. Eis o gabarito! D) A<br />

regência do verbo escapar está adequada, mas poderia também ser usada a preposição de<br />

(escapar de). E) A palavra estádio é sinônima de estágio. Não há erro algum. Gabarito: C.<br />

23. Aponte a alternativa que apresenta redação sem qualquer desvio gramatical.<br />

a) Certamente que aquele filme vai gerar muita polêmica entre os fãs do gênero, por causa das crucifixões.<br />

b) No Natal, os povos confraternizam-se, esquecendo as rivalidades, o que faz com que fiquem mais felizes.<br />

c) Finalmente consegui convencer ao contador que seu cálculo de ontem, infelizmente, estava errado.<br />

d) Manteve-se calmo durante todo o interrogatório, de maneira a que não despertasse suspeitas.<br />

e) O trânsito melhorou em 50%, desde que o piso das ruas foi asfaltado com um piche especial.<br />

Comentário: A) Nada a dizer! Perfeita redação! O que (em certamente que) é expletivo.<br />

B) O verbo confraternizar não é pronominal, logo a partícula se é dispensada. C) Quem<br />

convence, convence alguém de alguma coisa, e não alguma coisa a alguém. D) A expressão<br />

correta é esta: de maneira que. E) A preposição em antes de 50% é um equívoco gramatical,<br />

quando vem ao lado de um verbo intransitivo. Gabarito: A.<br />

24. A única reescritura que dispensa correção gramatical, levando em conta o registro culto da língua, é:<br />

a) Quando o infinitivo vem antecedido da preposição PARA, há 99,99% de chance de o sentido dela indicar finalidade.<br />

b) Quando o infinitivo vem antecedido da preposição PARA, tem 99,99% de chance de o sentido dela indicar finalidade.<br />

c) Quando o infinitivo vem antecedido da preposição PARA, há 99,99% de chance do sentido dela indicar finalidade.<br />

d) Quando o infinitivo vem antecedido da preposição PARA, tem 99,99% de chance do sentido de ela indicar finalidade.<br />

e) Quando o infinitivo vem antecedido da preposição PARA, há 99,99% de chance do sentido de ela indicar finalidade.<br />

Comentário: A) Perfect! No comments. B) O verbo ter no sentido de existir faz parte do<br />

registro coloquial. Daí a incorreção gramatical. C) De acordo com a maioria dos gramáticos,<br />

não pode haver contração antes de sujeito de verbo no infinitivo, logo a construção<br />

preferencial é assim: ... há 99,99% de chance de o sentido dela indicar finalidade. D) O<br />

verbo ter no sentido de existir faz parte do registro coloquial. Além disso, a contração da


preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ela formando a locução adjetiva dela é<br />

obrigatória; até porque o núcleo do sujeito do verbo indicar é sentido, e não ela. E) A<br />

contração da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ela formando a locução<br />

adjetiva dela é obrigatória; até porque o núcleo do sujeito do verbo indicar é sentido, e não<br />

ela. Gabarito: A.<br />

25. Aponte a única alternativa que se encontra em consonância com o registro culto da língua.<br />

a) Os abaixo-assinados vêm respeitosamente solicitar a Vossa Excelência que repense as questões levantadas outrora.<br />

b) Nesta data, devemos ter a coragem de proclamar, em alto e bom som, a importância dos valores morais.<br />

c) Um tédio tão grande foi apoderando-se da mulher ao ponto de lhe alterar a personalidade.<br />

d) Peço que orem por este pobre historiador e escritor, que nada mais aspira na vida senão a viver em paz.<br />

e) Rompia em exclamações contra a mulher que lhe aconselhara dar maior publicidade a sua desonra.<br />

Comentário: A) Certo: Os abaixo assinados... Por quê? Simples. A expressão, neste<br />

contexto, designa os signatários do documento, e não os documentos. B) Certo: ... alto e bom<br />

som... Por quê? A expressão não pode ser acompanhada da preposição em, o que gera uma<br />

incorreção gramatical; em alto e bom som é uma deturpação. C) Certo: ... a ponto de... Por<br />

quê? A expressão ao ponto de não é uma locução prepositiva como verdadeiramente o é a<br />

ponto de (sentidos: de tal modo que; prestes a). Ao ponto de só ocorre quando ponto é<br />

substantivo, exemplo: Retornamos ao ponto de partida. D) A regência correta é: ... que a nada<br />

mais aspira na vida senão viver em paz. E) O verbo aconselhar é VTDI, logo exige OD (dar<br />

maior publicidade a sua desonra) e OI (lhe). Perfeito! Gabarito: E.<br />

26. Levando em conta a construção de sentido, a redação que prescinde de adequação ao registro culto é:<br />

a) Numa Faculdade, nem sempre os melhores posicionados são os mais bem colocados no mercado de trabalho, pois eu<br />

que compito com os grandes passei por isso.<br />

b) Muitos superatores, infelizmente, já sofreram grande desrespeito; alguns, inclusive, já disseram abertamente: “De<br />

maneira submissa, já fui dirigido por quem me distratou”.<br />

c) Depois de frequentes discussões em reunião fechada, todos os presentes anuíram àquela proposta, demorando <strong>para</strong><br />

tomar uma posição, entretanto.<br />

d) Ocorre que ontem estive com uma fonte que me disse haver uma parte do grupo a torcer <strong>para</strong> o Flamengo.<br />

e) A toxidade de certas substâncias depende da dose e/ou do sistema biológico de cada um; a escolha dos componentes<br />

destes sistemas, pois, deve ser criteriosa.<br />

Comentário: A) Apenas uma correção: Numa Faculdade, nem sempre os melhores<br />

posicionados são os mais bem colocados no mercado de trabalho, pois eu, que compito com<br />

os grandes, passei por isso. (Não se pode restringir um ser único, por isso a oração<br />

subordinada adjetiva deve ser explicativa – entre vírgulas). B) Apenas uma correção: Muitos<br />

superatores infelizmente já sofreram grande desrespeito; alguns, inclusive, já disseram<br />

abertamente: “De maneira submissa, já fui dirigido por quem me destratou”. (Destratar:<br />

tratar mal / Distratar: desfazer trato). C) Apenas uma correção: Depois de frequentes<br />

discussões em reunião fechada, todos os presentes anuíram àquela proposta, demorando em<br />

tomar uma posição, entretanto. (O verbo demorar, seguido de infinitivo, exige a preposição a<br />

ou em). D) Apenas uma correção: Ocorre que ontem estive com uma fonte que me disse


haver uma parte do grupo a torcer pelo Flamengo. (O verbo torcer – desejar que um time<br />

ganhe ou perca – exige a preposição por). E) Perfeita redação; prescinde de mudanças <strong>para</strong><br />

tornar o registro culto! Antes que você viaje sobre toxidade, saiba que tal palavra é variante<br />

de toxicidade. Tanto faz! Gabarito: E.<br />

27. A redação alheia à clareza e/ou à correção é:<br />

a) Em ter alguns pensamentos que, por um intento maléfico ou não, insiste delinear, o ser humano é constante.<br />

b) A despeito de os homens, por mais virtuosos que sejam, indisporem-se por um momento, acredito mormente que a<br />

competição é salutar.<br />

c) Consoante fonte consagrada, a dez por cento das empresas vem a falência todo ano, conquanto seja dito que cresce a<br />

economia.<br />

d) Cumpro aqui a grata obrigação de consignar meus cordiais agradecimentos às diversas pessoas que se dignaram de me<br />

enviar seus elogios.<br />

e) Àquilo com que minha alma nunca deixo de enriquecer, direciono minhas ideias; às demais procuro nada rumar.<br />

Comentário: Eis o desvio gramatical que torna a redação alheia à correção gramatical: o<br />

verbo rumar exige a preposição <strong>para</strong>, e não a. Portanto, deveria estar assim escrito o texto:<br />

Àquilo com que minha alma nunca deixo de enriquecer, direciono minhas ideias; <strong>para</strong> as<br />

demais procuro nada rumar. Cuidado com a regência verbal! Já o substantivo rumo exige a<br />

preposição a (de ou <strong>para</strong>). Gabarito: E.<br />

28. As ideias estão articuladas de modo claro e correto na seguinte frase:<br />

a) A pimenta traz com ela alguns mitos, como o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta, até hemorroidas; nada disso é<br />

verdade. Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto!<br />

b) A característica ardida da pimenta, chamada pungência, é desse gênero exclusiva e é atribuída a um alcaloide – a<br />

capsaicina que fica acumulada na parte interna do fruto.<br />

c) No Benin, se uma viúva é suspeita de ter cometido o assassinato do marido, ela é posta isolada num recinto e obrigada a<br />

respirar fumaça de cebolas e pimentas. É então considerada culpada se lacrimejar.<br />

d) A maior pimenta, segundo o Guinness Book, é a NUMEX BIG JIM, desenvolvida na Universidade do Novo México,<br />

com nada menos que 34,5 cm de comprimento.<br />

e) A pimenta mais ardida (a Naga Morich ou Bhut Jolokia) entrou <strong>para</strong> o Guiness Book como a pimenta mais ardida do<br />

mundo, após testes de laboratório que acusaram nada menos que 1.001.304 SHU, desbancando à antiga campeã Red<br />

Savina Habanero (577.000 SHU).<br />

Comentário: A) Nesta alternativa, o uso de com ela é equivocado, uma vez que a ideia de<br />

“trazer com ela” é reflexiva, portanto devemos usar o pronome oblíquo tônico consigo, que<br />

carrega a ideia de reflexividade sempre! Isso deixa o texto adequado à clareza e à correção<br />

gramatical. Veja: A pimenta traz consigo alguns mitos... Quanto ao uso singular de o em ...<br />

alguns mitos, como o de que..., não há problema algum, pois se fala de um mito dentre alguns.<br />

Veja, com esta reescritura, como fica mais fácil enxergar tal ideia: A pimenta traz consigo<br />

alguns mitos, como o (mito) de que provoca gastrite... Para os safos em língua portuguesa de<br />

plantão, este o (=aquele) é um pronome demonstrativo. B) Por uma questão de<br />

desconhecimento do léxico, você poderia associar pungência a um tipo de pimenta ou à<br />

ardência dela. Não obstante, até aí não há falta de clareza; o entendimento do texto depende do<br />

vocabulário do leitor, que deve (ou deveria) perceber as relações de coesão e coerência, a<br />

saber: pelo sentido de pungência, tal vocábulo se refere à “característica ardida”. Há uma


inversão do termo exclusiva, mas isso também não provoca incorreção gramatical nem impede<br />

a clareza. O desvio, de fato, está na ausência da vírgula logo após capsaicina, pois a oração<br />

iniciada pelo pronome relativo é de caráter semântico explicativo. Segundo as regras de<br />

pontuação, as orações subordinadas adjetivas explicativas são sempre se<strong>para</strong>das por<br />

pontuação (vírgula, travessão, parênteses). Por conseguinte, a forma correta deveria ser: ... a<br />

capsaicina, que fica acumulada na parte interna do fruto. C) Aqui está a grande polêmica de<br />

hoje! Na prova do TRE/PR-2012 (Técnico), pre<strong>para</strong>da pela FCC, houve uma questão<br />

semelhante a esta; tanto a minha como a da FCC ainda está dividindo opiniões. Vamos lá! De<br />

todas as gramáticas normativas que tenho em minha casa – meu nobre, não são essas<br />

gramáticas resumidinhas <strong>para</strong> pseudoconcurseiros ou apostilas virtuais, eu falo é de GRA-<br />

MÁ-TI-CA, livro que serve de referência bibliográfica <strong>para</strong> concursos públicos! –, encontrei<br />

quatro que dizem, sem sombra de dúvidas, ser facultativo o uso da vírgula quando a oração<br />

subordinada adverbial está posposta à principal: a do Ulisses Infante & Pasquale Cipro Neto,<br />

a do Mauro Ferreira, a do Faraco, Moura e Maruxo Jr. e a do William Roberto Cereja &<br />

Thereza Cochar Magalhães. Digo isso por causa deste trecho: É então considerada culpada<br />

se lacrimejar. A pergunta que se faz é esta: Faculta o uso da vírgula antes da oração<br />

subordinada adverbial posposta à principal – “... (,) se lacrimejar”? Segundo essas quatro<br />

gramáticas, sim! Tais compêndios que citei fazem parte de bibliografias sugeridas em<br />

concursos militares tradicionais, inclusive. Mas... Ah! O mas...! Dos gramáticos<br />

conceituadíssimos (Said Ali, Bechara, Celso Cunha, Rocha Lima, Napoleão Mendes de<br />

Almeida, Cegalla etc.), nenhum diz que tal vírgula é facultativa antes de oração subordinada<br />

adverbial posposta à principal. Rocha Lima é ainda mais taxativo. Só não citei outros antigos<br />

e clássicos, pois tal informação em pauta se omite nos livros deles. Diz o famoso Rocha que,<br />

independentemente da posição da subordinada adverbial, deve ela ser se<strong>para</strong>da por<br />

vírgula! Sendo assim, tanto a FCC ficou com a opinião da maioria, como eu farei igual! Na<br />

minha opinião, como existe uma “melhor resposta” nesta questão que criei, e não é a letra C,<br />

prefiro ficar com a opinião do grande Rocha Lima a ficar com a opinião daquelas quatro<br />

gramáticas citadas. No entanto, cuidado com as provas, nunca se sabe... Vamos ao que<br />

interessa! O desvio gramatical está neste trecho: É então considerada culpada se lacrimejar.<br />

Ele deveria estar assim: É então considerada culpada, se lacrimejar. D) Não há falta de<br />

clareza tampouco de correção gramatical. Portanto, este é o gabarito! E) Há um desvio<br />

gramatical relativo à crase em desbancando à antiga campeã; não deveria haver acento<br />

indicativo de crase, pois o verbo desbancar não exige preposição a. Gabarito: D.<br />

29. A frase que não está redigida em conformidade com o padrão culto escrito é:<br />

a) Depois de atendidas as demandas, eu permiti aos alunos conversarem um pouco, afinal, precisamos de arranjar tempo<br />

<strong>para</strong> momentos de lazer.<br />

b) São a continuação da história da família os filhos, por isso são subumanos aqueles pais que não lhes proveem o que é<br />

necessário.


c) Tirante os senatórios arreganhos de uma e outra hiena, que não me interessam, gostaria de ensinar-lhe duas coisas:<br />

estude e estude mais.<br />

d) Aos interesses mais esdrúxulos, submetemo-nos, devido à empáfia de alguns venturosamente privilegiados e... abjetos<br />

humanos.<br />

e) Pretendia reduzir as formas naturais a um alto grau de abstração, retendo apenas aquelas que julgava fundamentais<br />

<strong>para</strong> o desenho, o pintor e fotógrafo Charles Sheeler.<br />

Comentário: Deveria ser: São a continuação da história da família os filhos, por isso são<br />

subumanos aqueles pais que não os proveem do que é necessário. Questãozinha de regência<br />

verbal. O verbo prover é transitivo direto e indireto. Quem provê, provê alguém de algo. Foi?<br />

Gabarito: B.<br />

30. Das alternativas abaixo, a que não apresenta incorreção gramatical é:<br />

a) O Oceano Pacífico é a maior massa marítima do globo – situada entre a América, a leste; a Ásia e a Austrália, a oeste;<br />

à Antártida, ao sul. Com 180 milhões de km², o Pacífico cobre quase um terço da superfície do planeta e corresponde a<br />

quase metade da superfície e do volume dos oceanos.<br />

b) O Oceano Índico que se distingue por suas dimensões relativamente reduzidas em com<strong>para</strong>ção com as do oceano<br />

Pacífico ou do oceano Atlântico estende-se em sua maior parte em hemisfério Austral e é fechado ao norte pela Ásia.<br />

Largamente aberto ao sul, sob influência da monção asiática, tem a forma de um triângulo, cujas linhas medianas são<br />

formadas por dorsais oceânicas, dispostas em Y invertido.<br />

c) O Oceano Ártico, localizado no Hemisfério Norte e em sua maioria na região polar ártica, é a menor e mais rasa das<br />

cinco grandes divisões oceânicas do mundo. A Organização Hidrográfica Internacional (OHI) reconhece o Oceano<br />

Ártico como um oceano, embora o chamem de Mar Ártico Mediterrâneo ou simplesmente Mar Ártico, alguns<br />

oceanografistas, classificando-o como um dos mares mediterrâneos do Oceano Atlântico.<br />

d) O Oceano Antártico, também chamado de oceano Austral e oceano glacial Antártico, é o conjunto das águas que<br />

banham o Continente Antártico, mas que em realidade constituem o prolongamento meridional do Oceano Atlântico,<br />

Oceano Pacífico e Oceano Índico. Muitos cientistas, oceanógrafos e geógrafos, não reconhecem a existência do oceano<br />

Antártico, considerando-o como uma junção de partes dos outros oceanos.<br />

e) O oceano Atlântico – segundo maior oceano em extensão, com uma área de aproximadamente 106.400.000 km², cerca<br />

de um quinto da superfície da Terra, que o Brasil há mais de 500 anos banha, – tem seu nome derivado de Atlas – uma<br />

divindade da mitologia grega.<br />

Comentário: A) A expressão à Antártida não deveria receber acento indicativo de crase,<br />

pois não há contração de preposição (a) com artigo (a). B) A oração subordinada adjetiva<br />

após Oceano Índico deveria ser explicativa (entre vírgulas), pois não se pode restringir um<br />

ser único. C) A expressão alguns oceanografistas não pode ser se<strong>para</strong>da por vírgulas, pois<br />

exerce função de sujeito do verbo chamar. D) A vírgula após geógrafos não procede, pois não<br />

se se<strong>para</strong> o último núcleo do sujeito composto de seu verbo. E) Perfeita! Gabarito: E.<br />

31. Das alternativas abaixo, a única que se encontra plenamente de acordo com o registro padrão culto da língua é:<br />

a) Resolvemos, no ínterim da conversa, depois de tantas desavenças e polêmicas, calarmo-nos, uma vez que é preferível<br />

cultivar o respeito do bem que o respeito da lei.<br />

b) Já lhe disse que se podem ter, conquanto em mim não creia, todas as mulheres a seus pés quantas assim desejar, posto<br />

que tuas investidas sempre implicam sucesso.<br />

c) Até agora, os que, aqui, por longo tempo, estiveram, necessitam entender que é chegada a hora de os meninos serem<br />

se<strong>para</strong>dos dos homens enquanto lhes restar sabedoria.<br />

d) Por virtuosismo ou teimosia, deixai tão logo serem, por mais que forçosamente, os acertos substitutos dos erros, dado<br />

que vêm necessitando disso a humanidade.<br />

e) Custa-me a crer na explicação do professor, pois tem que ver com o total ignorar daquilo que hei aprendido a muito, não<br />

sendo pouco.<br />

Comentário: A) Resolvemos, no ínterim da conversa, depois de tantas desavenças e


polêmicas, calarmo-nos, uma vez que é preferível cultivar o respeito do bem ao respeito da<br />

lei. Regência do adjetivo preferível. B) Já lhe disse que se podem ter, conquanto em mim<br />

não creia, todas as mulheres a seus pés quantas assim desejar, posto que suas investidas<br />

sempre implicam sucesso. Uniformidade de tratamento (deve-se usar só a 3 a pessoa). C) De<br />

todas as opções, esta é a “melhor resposta”. Quem abona a contração antes de sujeito de verbo<br />

no infinitivo é o Bechara, por exemplo. Mas isso você já sabia, pois falei exaustivamente<br />

sobre o assunto na teoria deste livro que você está lendo agora! D) Por virtuosismo ou<br />

teimosia, deixai tão logo serem, por mais que forçosamente, os acertos substitutos dos<br />

erros, dado que vem necessitando disso a humanidade. O verbo vir só recebe acento<br />

circunflexo se o seu sujeito estiver no plural. E) Custa-me a crer na explicação do professor,<br />

pois tem que ver com o total ignorar daquilo que hei aprendido há muito, não sendo pouco.<br />

Tempo decorrido (passado), usa-se há. A preposição a é facultativa depois do verbo custar e<br />

antes do verbo crer. Novamente, recorro ao supremo Bechara. Ele diz que tal preposição é<br />

facultativa. Você encontra as justificativas do homem em sua gramática, no capítulo de<br />

Regência. A dica final é: “Fiquem espertos, concurseiros, pois nunca se sabe de onde vem a<br />

pedrada!” Gabarito: C.<br />

32. Leia:<br />

Soneto de Fidelidade<br />

Vinícius de Moraes<br />

De tudo ao meu amor serei atento<br />

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto<br />

Que mesmo em face do maior encanto<br />

Dele se encante mais meu pensamento.<br />

Quero vivê-lo em cada vão momento<br />

E em seu louvor hei de espalhar meu canto<br />

E rir meu riso e derramar meu pranto<br />

Ao seu pesar ou seu contentamento<br />

E assim, quando mais tarde me procure<br />

Quem sabe a morte, angústia de quem vive<br />

Quem sabe a solidão, fim de quem ama<br />

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama<br />

Mas que seja infinito enquanto dure.<br />

Aponte o comentário adequado acerca do texto.<br />

a) O complemento nominal “De tudo” deveria vir depois de “Antes” <strong>para</strong> não haver hipérbato, eliminando, assim, a<br />

inversão sintática do primeiro verso.<br />

b) Os pleonasmos usados na segunda estrofe servem <strong>para</strong> enfatizar os sentimentos do eu-lírico.<br />

c) As expressões “angústia de quem vive” e “fim de quem ama” são introduzidas por uma expressão implícita, a saber:<br />

“Quem sabe”, constituindo um zeugma.<br />

d) A conjunção “mas”, que coordena orações subordinadas substantivas objetivas diretas, não cumpre o papel de realçar o<br />

conteúdo do último verso.<br />

e) O trecho “posto que é chama” explica metaforicamente o que é o amor <strong>para</strong> o eu-lírico.<br />

Comentário: E) Posto que, apesar de ser uma locução conjuntiva concessiva, de acordo<br />

com a norma culta, foi usado pelo poeta com valor causal ou explicativo. O objetivo era<br />

com<strong>para</strong>r a não imortalidade do amor a uma chama, que, por mais quente e intensa que seja,<br />

um dia se extingue. Lembre-se: em poemas, o autor tem licença poética, isto é, ele pode<br />

cometer desvios gramaticais em favor de sua arte. A) Para poucos gramáticos, como Luiz A.<br />

Sacconi e Celso P. Luft, De tudo é um complemento nominal. Para os demais gramáticos,<br />

antes de é uma locução prepositiva e não um advérbio + preposição. Logo, De tudo não seria<br />

um complemento nominal, <strong>para</strong> a maioria. A afirmação inicial da alternativa até procede,<br />

segundo os dois gramáticos, mas o que torna errada a opção é o fato de a colocação na ordem<br />

direta de De tudo não eliminar totalmente a inversão do primeiro verso. A expressão ao meu<br />

amor está invertida. A ordem direta seria esta: “Serei atento ao meu amor antes de tudo.” B)<br />

Só há um pleonasmo: “rir meu riso”. C) Não há elipse ou zeugma. Tais expressões são,<br />

respectivamente, apostos explicativos de morte e solidão. D) A conjunção adversativa mas<br />

sempre realça o conteúdo da oração que introduz. Gabarito: E.<br />

33. A partir da frase abaixo, julgue se as afirmações estão certas ou erradas.<br />

Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor quer que se lhe atribuam honras a que não tem direito.<br />

1) O artigo definido após Todas pode ser retirado, havendo prejuízo de sentido, mas não incorreção gramatical.<br />

2) A preposição em pode ser colocada antes do primeiro que, pois a construção em que serve <strong>para</strong> retomar uma ideia<br />

temporal.<br />

3) O primeiro que exerce função sintática de adjunto adverbial.<br />

4) Faltou um acento indicativo de crase na passagem faz as vezes de diretor, uma vez que se trata de uma locução de<br />

núcleo feminino; o mesmo não se deve dar em Todas as vezes, pois o as nesse caso é só um artigo.<br />

5) A expressão de diretor exerce função de objeto indireto, pois nesta acepção o verbo exige um complemento<br />

preposicionado.<br />

6) Uma vírgula logo após diretor provocaria uma incorreção gramatical.<br />

7) O verbo querer deveria vir no plural, pois se trata de um sujeito indeterminado; a reescritura adequada é esta:Todas as<br />

vezes que ele faz as vezes de diretor querem que se lhe atribuam honras a que não tem direito.<br />

8) O segundo vocábulo que tem o papel de introduzir uma oração com função completiva.<br />

9) O se exerce função indeterminadora do sujeito, pois não se dá a conhecer quem é o sujeito do verbo atribuir.<br />

10) A justaposição dos pronomes oblíquos átonos se e lhe provoca incorreção gramatical.<br />

11) O verbo atribuir é transitivo direto e indireto; seus complementos são lhe e honras.<br />

12) A passagem quer que se lhe atribuam honras poderia ser assim reescrita: quer que lhe sejam atribuídas honras.<br />

13) O nome honras exige um complemento iniciado por a, logo a que não tem direito tem função de complemento.


14) O segmento a que não tem direito poderia ser assim reescrito: às quais não têm direito.<br />

15) Há duas elipses que retomam anaforicamente o agente das ações verbais do período.<br />

Comentário: 1) ERRADO. Não se pode retirar o artigo definido após o pronome<br />

indefinido todas, pois, entre este pronome (todos, todas, no plural) e um substantivo, sempre<br />

haverá a necessidade do artigo definido. É regra! 2) ERRADO. Segundo os gramáticos<br />

Domingos P. Cegalla, Evanildo Bechara, Said Ali etc., todas as vezes que (locução conjuntiva<br />

temporal) é a forma culta e não todas as vezes em que. 3) ERRADO. Este que faz parte da<br />

locução conjuntiva subordinativa adverbial temporal todas as vezes que, logo não pode ser<br />

analisado se<strong>para</strong>damente, do ponto de vista sintático. Logo não exerce função sintática<br />

alguma, tampouco de adjunto adverbial. 4) ERRADO. A expressão as vezes de equivalendo,<br />

semanticamente, a “em substituição de” nunca vem craseada. 5) ERRADO. A expressão<br />

exerce função de predicativo, como se a frase fosse “Ele fez a si mesmo de diretor”. 6)<br />

ERRADO. Pode haver uma vírgula após uma oração subordinada adjetiva restritiva, segundo<br />

Said Ali, Bechara e Sacconi, por exemplo. Para ser mais exato ainda, a construção “Todas as<br />

vezes que ele faz as vezes de diretor” é um adjunto adverbial de tempo deslocado, por isso a<br />

vírgula é obrigatória. A ordem direta do período é esta: “Quer que se lhe atribuam honras a<br />

que não tem direito todas as vezes que ele faz as vezes de diretor.”. 7) ERRADO. O verbo<br />

querer deve ficar no singular, pois seu sujeito implícito tem como referente o pronome<br />

singular ele. 8) CERTO. Trata-se de uma conjunção integrante, que tem o papel de completar<br />

sintaticamente, com a oração subordinada, a estrutura da principal. Bizu: substitua por isso –<br />

Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor quer isso (= que se lhe atribuam honras a que<br />

não tem direito). 9) ERRADO. O se tem função apassivadora. O verbo tem, sim, sujeito:<br />

honras. Na voz passiva analítica, fica mais fácil de ver: “... quer que honras... lhe sejam<br />

atribuídas...”. 10) ERRADO. Não há problema algum na construção. O se tem função<br />

apassivadora, e o lhe tem função de objeto indireto. 11) ERRADO. O verbo é, de fato, um<br />

VTDI, mas honras exerce função de sujeito, pois a voz verbal é passiva sintética. Só na voz<br />

ativa, honras vira complemento direto (= objeto direto). 12) CERTO. Mera passagem de voz<br />

passiva sintética <strong>para</strong> passiva analítica. 13) ERRADO. A preposição a em a que não tem<br />

direito é exigida pelo nome direito. Toda vez que um verbo ou um nome dentro da oração<br />

adjetiva exigir uma preposição, esta ficará antes do pronome relativo. 14) ERRADO. O erro<br />

está em têm. Só rola acento circunflexo neste verbo se ele estiver na 3 a pessoa do plural, o<br />

que não é o caso. Fiz um vídeo sobre isso (está no YouTube). 15) ERRADO. Veja: Todas as<br />

vezes que ele faz as vezes de diretor (ele) quer que se lhe atribuam honras (sujeito passivo<br />

de atribuir) a que (ele) não tem direito.<br />

34. A única opção que não se encontra adequada ao registro culto da língua é:<br />

a) O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados<br />

pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.<br />

b) Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder


de um vinte avos da extensão total enunciada.<br />

c) Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o<br />

primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impedirá que o outro participe do julgamento.<br />

d) Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando aconselhar alguma das partes o objeto da causa, ou<br />

subministrar meios <strong>para</strong> atender às despesas do litígio.<br />

e) Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, poderá o juiz<br />

mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.<br />

Comentário: “Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando<br />

aconselhar (VTDI) alguma das partes (OD) em/acerca de/sobre o objeto da causa (OI), ou<br />

subministrar meios <strong>para</strong> atender às despesas do litígio”. Gabarito: D.<br />

35. Marque a alternativa cuja análise sintática das expressões sublinhadas esteja inadequada.<br />

a) A visão que tive do professor gesticulando horrorizou-me! – respectivamente, temos um adjunto adnominal, um<br />

complemento nominal e um adjunto adnominal.<br />

b) A escalação do Zagallo, em 58, foi decisiva, e a de 98, idem. – respectivamente, temos um complemento nominal, um<br />

adjunto adverbial, um sujeito e um complemento nominal.<br />

c) Sendo militar por mais de 20 anos, nunca, meus homens, em hipótese alguma, permiti, embora tenha havido certos<br />

desconfortos, a mim repreender. – respectivamente, temos um sujeito, um objeto direto e uma oração subordinada<br />

substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo.<br />

d) Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria<br />

morte. – respectivamente, temos um adjunto adnominal, uma oração subordinada substantiva subjetiva e um objeto<br />

direto.<br />

e) Queriam adivinhar os pensamentos de que se povoam as cabeças desses velhinhos.- respectivamente, temos um objeto<br />

direto, um agente da passiva e um sujeito.<br />

Comentário: Na letra A, que tive é oração subordinada adjetiva; toda oração subordinada<br />

adjetiva exerce função sintática de adjunto adnominal. Sobre do professor, podemos dizer que<br />

é um complemento nominal, pois tem valor passivo e se liga ao nome visão. Por fim,<br />

gesticulando é uma oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio; como sabemos, toda<br />

oração subordinada adjetiva exerce função sintática de adjunto adnominal. Na letra B, do<br />

Zagallo é complemento nominal, pois tem valor passivo, ou seja, ele foi escalado em 58. Já<br />

em 58 exerce função sintática de adjunto adverbial. O pronome demonstrativo a (= aquela)<br />

exerce função de sujeito da locução verbal elíptica (foi decisiva; note que a vírgula marca a<br />

elipse). Por fim, de 98 é adjunto adnominal (valor de agente), pois, dessa vez, pelo nosso<br />

conhecimento de mundo, ele era o técnico, portanto ele escalou. Na letra C, há uma sínquise,<br />

ou seja, inversão sintática dos termos de maneira bem intensa. Colocando mais próximo da<br />

ordem direta, temos: “Sendo militar por mais de 20 anos, nunca, em hipótese alguma,<br />

permiti meus homens repreender a mim (= permiti que meus homens repreendessem a mim),<br />

embora tenha havido certos desconfortos”. Melhorou? Bem, o termo meus homens é sujeito<br />

do verbo repreender, que pode ficar ou não no plural, segundo as regras de concordância do<br />

infinitivo. Já a mim é objeto direto preposicionado do verbo repreender, que é transitivo<br />

direto, o qual, por sua vez, constitui oração subordinada substantiva objetiva direta do verbo<br />

causativo permitir. Na letra D, também há sínquise, afinal, trata-se de uma parte do hino<br />

nacional. Bem, da justiça é adjunto adnominal de clava, substantivo concreto. Colocando na


ordem direta o finzinho, temos: “Nem quem te adora (sujeito oracional, ou oração<br />

subordinada substantiva subjetiva) teme a própria morte (objeto direto do verbo temer)”.<br />

Na letra E, o termo os pensamentos é objeto direto do verbo adivinhar. Para facilitar sua<br />

visão, vou reescrever a parte final do período na voz passiva analítica e na ordem direta: “...<br />

de que as cabeças desses velhinhos (sujeito) são povoadas”. Agora vou substituir o pronome<br />

relativo que pelo seu antecedente <strong>para</strong> que vejamos a função sintática do relativo: “... as<br />

cabeças desses velhinhos são povoadas de (= por) pensamentos”. Eis o agente da passiva. É<br />

interessante dizer que é muito raro o agente da passiva vir em voz passiva sintética, como está<br />

no trecho original da alternativa E. Gabarito: B.<br />

36. Das frases abaixo, qual é a única que não apresenta termo ou estrutura com classificação sintática idêntica a um termo ou<br />

estrutura das demais?<br />

a) Porque não lhe sou favorável, você me despreza?<br />

b) Vereis amor da pátria não movido/De prêmio vil, mas alto e quase eterno.<br />

c) Do auxílio que ele viesse, precisaram (quando em fútil desespero) os homens.<br />

d) Não solícitos sempre me foram os que detinham o poder.<br />

e) Fui oficialmente informado que me deveria submeter a exame de saúde.<br />

Comentário: E. A) O lhe exerce função de complemento nominal do adjetivo favorável. B)<br />

O De prêmio vil exerce função de complemento nominal do adjetivo movido. C) A oração que<br />

ele viesse exerce função de complemento nominal do substantivo auxílio. A preposição pode<br />

vir implícita antes de orações subordinadas substantivas objetivas indiretas e completivas<br />

nominais. D) O me exerce função de complemento nominal do adjetivo solícitos. E) Este é o<br />

gabarito! “Por quê, pestana?!” Vamos ver agora, meus bons! Nem é adjetivo a palavra<br />

informado, nem é completiva nominal a oração que me deveria submeter a exame de saúde.<br />

Informado é particípio do verbo informar, transitivo direto e indireto, na voz passiva<br />

analítica (informar alguém de ou sobre alguma coisa). A oração que me deveria submeter a<br />

exame de saúde é, pois, oração subordinada substantiva OBJETIVA INDIRETA. Na voz ativa<br />

temos: “... informaram-me oficialmente que me deveria submeter a exame de saúde”, em<br />

que o sujeito é indeterminado, me é objeto direto e também objetiva indireta a oração “que me<br />

deveria submeter a exame de saúde”. Sobre a ausência da preposição antes da oração, já<br />

expliquei acima que a elipse é normal. Gabarito: E.


Bibliografia<br />

Saiba que esta bibliografia é cândida e honesta... Espero não ter esquecido alguém.<br />

Ah! Recomendo que você adquira os três livros (em azul) que mudaram a minha vida!<br />

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa.<br />

5. ed. São Paulo, Global, 2009. (Site:<br />

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23)<br />

ALMEIDA, N. M. Dicionário de questões vernáculas. São Paulo, Caminho Suave, 1981.<br />

______. Gramática metódica da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo, Saraiva, 2005.<br />

ALI, M. S. Dificuldades da língua portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica,<br />

1957.<br />

______. Gramática elementar da língua portuguesa. 9. ed. São Paulo, Melhoramentos, 1966.<br />

______. Gramática secundária da língua portuguesa. 7. ed. São Paulo, Melhoramentos,<br />

1966.<br />

ANDRÉ, H. A. Gramática ilustrada. 2. ed. São Paulo, Moderna, 1982.<br />

AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo, Publifolha,<br />

2008.<br />

BAGNO, M. Dramática da língua portuguesa. São Paulo, Edições Loyola, 2000.<br />

______ Gramática pedagógica do português brasileiro. 1. ed. São Paulo, Parábola, 2012.<br />

BARRETO, M. Novíssimos estudos da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro, Presença,<br />

1980.<br />

BASILIO, M. Teoria lexical. 8. ed. São Paulo, Ática, 2007.<br />

BECHARA, E. Moderna gramática da língua portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro, Lucerna,<br />

2003.<br />

______. Lições de português pela análise sintática. 17. ed. Rio de Janeiro, Lucerna, 2005.<br />

______. Gramática escolar da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro, Lucerna, 2004.<br />

CÂMARA JR., J. M. Dicionário de lingüística e gramática. 18. ed. Rio de Janeiro, Vozes,<br />

1997.<br />

______. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis, Vozes, 1970.<br />

CAMPEDELLI, A. Y. e SOUZA, J. B. Gramática do texto e texto da gramática. São Paulo,


Saraiva, 1999.<br />

CASTILHO, A. T. Gramática do português brasileiro. 1 ed. São Paulo, Contexto, 2010.<br />

CEGALLA, D. P. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro,<br />

Lexicon; Porto Alegre/RS, L&PM, 2007.<br />

______. Novíssima gramática da língua portuguesa. 43. ed. São Paulo, Nacional, 2000.<br />

CEREJA, W. R. e MAGALHÃES, T. C. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação.<br />

São Paulo: Atual, 1999.<br />

CRUZ, J. M. Português prático – Gramática. 28 ed. São Paulo, Melhoramentos, 1959.<br />

COSERIU, E. Principios de semántica estructural. Madri, Gredos, 1977.<br />

COSTA, J. M. Manual de redação profissional. Campinas, Millenium, 2002.<br />

CUNHA, C. e CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de<br />

Janeiro, Lexicon, 2007.<br />

DE NICOLA, J. e TERRA, Ernani. 1001 dúvidas de português. 10. ed. São Paulo, Saraiva,<br />

2000.<br />

DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO; SÉCULO XXI. Rio de Janeiro, Nova Fronteira<br />

e Lexicon Informática, 1999, CD-rom, versão 3.0.<br />

DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Rio de Janeiro,<br />

Objetiva, 2001, CD-rom versão 1.0, <strong>para</strong> Windows.<br />

DICIONÁRIO AULETE DIGITAL. <br />

ELIA, H. e ELIA, S. 100 textos errados e corrigidos; de acordo com a nova nomenclatura<br />

gramatical brasileira. 27. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985.<br />

FARACO, C. E, MOURA, F. M e MARUXO, J. H. Gramática. 20. ed. São Paulo, Ática,<br />

2006.<br />

FERREIRA, M. Aprender a praticar gramática. São Paulo, FTD, 2003.<br />

FERNANDES, F. Dicionário de verbos e regimes. 43. ed. Rio de Janeiro, Globo, 1999.<br />

FIORIN, J. L. e SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo, Ática,<br />

2001.<br />

______. Para entender o texto – Leitura e redação. 2. ed. São Paulo, Ática, 1991.<br />

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 14. ed. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio<br />

Vargas, 1988.<br />

GÓIS, C. Gramática expositiva primária. 5. ed. Belo Horizonte, Oliveira, Costa, 1934.<br />

HAUY, A. B. Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa. São Paulo,<br />

Ática, 1983.<br />

HENRIQUES, C. C. Sintaxe portuguesa <strong>para</strong> a linguagem culta contemporânea: teoria e<br />

prática. Rio de Janeiro, Oficina do Autor, 1997.<br />

_____ Sintaxe: estudos descritivos da frase <strong>para</strong> o texto. 3. ed. Rio de Janeiro, Elsevier,


2011.<br />

ILARI, R. e GERALDI, J. W. Semântica. 2. ed. São Paulo, Ática, 1985.<br />

INFANTE, U. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo. Scipione, 2001.<br />

KURY, A. G. Novas lições de análise sintática. 7. ed. São Paulo, Ática, 1997.<br />

LEME, O. S. Tirando dúvidas de português. 2. ed. São Paulo, Ática, 1995.<br />

LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. 35. ed. Rio de Janeiro, José<br />

Olympio, 2008.<br />

LUFT, C. P. A vírgula. 2. ed. São Paulo, Ática, 1998.<br />

______. Dicionário prático de regência nominal. 4. ed. São Paulo, Ática, 2010.<br />

______. Dicionário prático de regência verbal. 3. ed. São Paulo, Ática, 2001.<br />

______. Moderna gramática brasileira. 1. ed. São Paulo, Globo, 2006.<br />

MACIEL, Dr. M. Grammatica descriptiva, 5. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1914.<br />

MATEUS, M. H. M et alii. Gramática da língua portuguesa. 7. ed. Lisboa, Caminho, 2003.<br />

MAURER JR., T. H. O infinitivo flexionado português. São Paulo, Nacional, 1968.<br />

MELO, G. C. Gramática fundamental da língua portuguesa. 4. ed.<br />

NASCENTES, A. Dicionário de dúvidas e dificuldades do idioma nacional. 3. ed. Rio de<br />

Janeiro, Freitas Bastos, 1952.<br />

NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. 1. ed. São Paulo, UNESP, 2000.<br />

OITICICA, J. Manual de análise léxica e sintática. 10. ed. Rio de Janeiro, Paulo de<br />

Azevedo Ltda., 1953.<br />

PEREIRA, E. C. Gramática expositiva. 101. ed. São Paulo, Nacional, 1957.<br />

PERINI, M. A. Gramática do português brasileiro. São Paulo, Parábola, 2010.<br />

REIS, O. Breviário da conjugação de verbos. 38. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978.<br />

RIBEIRO, J. Grammatica portugueza. 7. ed. São Paulo. N. Falcone & Comp., 1913 (1881).<br />

SACCONI, L. A. Não erre mais! 4. ed. São Paulo, Moderna, 1979.<br />

______. Nossa gramática – Teoria e prática. São Paulo, Atual, 1999.<br />

SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo, Cultrix & Edusp, 1969.<br />

SILVEIRA BUENO, F. Estudos de filologia portuguesa. 6. ed. São Paulo, Saraiva, 1967.<br />

______. Antologia arcaica. 2. ed. São Paulo, Saraiva, 1968.<br />

SILVEIRA, S. Lições de português. 9. ed. Rio de Janeiro, Presença, 1983.<br />

TERRA, E. Curso prático de gramática. 4. ed. São Paulo, Scipione, 2002.<br />

TORRES, A. A. Moderna gramática expositiva da língua portuguesa. 14 ed. Rio de<br />

Janeiro, Fundo de Cultura, 1962.


Mensagem final<br />

Nenhum livro irá substituir os grandes nomes dessa bibliografia, portanto, concurseiro e,<br />

principalmente, você, professor, tenham alguns deles em sua biblioteca, a fim de fazer<br />

consultas na íntegra. Esta dica é valiosa, pois certamente você precisará do Bechara, do<br />

Cegalla, do Celso Cunha, do Celso P. Luft, do Rocha Lima, do Napoleão Mendes de Almeida<br />

e do Ulisses Infante, pelo menos, <strong>para</strong> elaborar possíveis recursos contra questões polêmicas<br />

ou mal formuladas pelas bancas da vida. Não existe simpatia <strong>para</strong> passar em concurso. O<br />

segredo é simples: estudar! Muito sucesso em sua jornada... Brasil!


Gabarito Comentado


Capítulo 1<br />

Gabarito<br />

1 – A. A palavra transoceânico apresenta o prefixo trans – seguido de vogal. Segundo a<br />

regra, se<strong>para</strong>mos a última consoante do prefixo que se une à vogal seguinte. Logo, a se<strong>para</strong>ção<br />

correta é tran-so-ce-â-ni-co. Lembre-se disto: toda sílaba apresenta apenas uma vogal.<br />

2 – D. A única palavra que apresenta a letra X com som de Z, como em exame, é exequível.<br />

Esta palavra, de acordo com a nova ortografia, perdeu o trema.<br />

3 – B. Partindo do princípio de que toda sílaba tem uma vogal, o falante intuitivamente<br />

consegue se<strong>para</strong>r as sílabas de uma palavra desde que ela seja pronunciada pausadamente. No<br />

entanto, há algumas regras <strong>para</strong> a se<strong>para</strong>ção adequada. Na palavra expressão, o dígrafo SS se<br />

se<strong>para</strong>. Na palavra língua, o ditongo UA não se se<strong>para</strong>. Por fim, na palavra fora, há duas<br />

sílabas, pois há duas vogais.<br />

4 – A. A única palavra que é paroxítona, mas não apresenta o mesmo número de sílabas é<br />

gratuito (trissílaba). As demais são polissílabas. Esta questão é aparentemente fácil, mas a<br />

brincadeira está em suscitar dúvida no candidato a respeito da pronúncia adequada, ou seja, é<br />

GRA-TUI-TO ou GRA-TU-I-TO? Se fosse a segunda opção, não haveria resposta, mas a<br />

pronúncia adequada, sem silabada (deslocamento da sílaba tônica), é GRA-TUI-TO, como IN-<br />

TUI-TO, FOR-TUI-TO etc. Cuidado com a palavra silencio (verbo), que é diferente de<br />

silêncio (substantivo). Esta é considerada comumente como trissílaba (si-lên-cio), mas aquela<br />

é polissílaba (si-len-ci-o).<br />

5 – B. Olha aí! Eu não avisei? Cuidado! Na palavra cinquentão, o “homem da banca” diz que<br />

há dois encontros consonantais, tentando lhe dar uma pernada! A pegadinha é fazer você errar<br />

por pensar que há encontro consonantal em ciNQueNTão. Não obstante, conforme eu já havia<br />

alertado, não confunda encontro consonantal com dígrafo vocálico. Este N não é uma<br />

consoante, mas sim uma marca de nasalização (como um ~) que nasaliza a vogal anterior,<br />

formando um dígrafo vocálico.<br />

6 – A. Quase você marcou a letra D, não foi? O problema é que a palavra pretenCioso não<br />

existe! O que existe é pretenSioso, que vem de pretenSão. Bem, a opção A (seriíssimo) é a<br />

correta. De fato, a antepenúltima sílaba é tônica (palavra proparoxítona), apresenta um hiato<br />

(se-rI-Ís-si-mo) e um dígrafo (seriíSSimo).<br />

7 – C. Há dígrafos consonantais e vocálicos. Ambos são constituídos de duas letras que<br />

representam apenas um fonema. Logo, isso ocorre em baiRRo e maraviLHosa (dígrafos<br />

consonantais).


8 – B. Há dígrafos consonantais em naSCer e eXCeto.<br />

9 – C. A palavra RorAIma é trissílaba e apresenta um ditongo decrescente (V+SV), logo a<br />

se<strong>para</strong>ção correta dela é Ro-rai-ma.<br />

10 – A. Em desperdício e desperdiçamos, tanto a letra C como Ç têm som de SS. No entanto,<br />

em júbilo e gargalo, a letra J e G não têm o mesmo som; a letra G só tem som de J quando<br />

seguida de E ou I. Em produção e doses, o Ç tem som distinto de S, que neste caso tem som de<br />

Z. Em reservamos e burocracia, o primeiro R tem som de RR, o segundo R não. Em excessos<br />

e xampu, o dígrafo XC tem som de SS e o X tem som de CH.<br />

11 – B. O encontro consonantal CÇ é separável, portanto a se<strong>para</strong>ção de convicção está<br />

correta. A se<strong>para</strong>ção de abstrato está errada, pois quando há um grupo de consoantes no meio<br />

da palavra, se<strong>para</strong>mos entre a última e a penúltima; isso só não ocorre nesta palavra, pois o<br />

encontro TR é perfeito, portanto inseparável; daí que se<strong>para</strong>mos entre a antepenúltima e a<br />

penúltima consoante: abs-tra-to. Em transparência, o prefixo seguido de consoante não é<br />

separável: trans-pa-rên-cia (se<strong>para</strong>ção comum, como paroxítona) ou trans-pa-rên-ci-a<br />

(se<strong>para</strong>ção rara, como proparoxítona). Por fim, em nascimento, a se<strong>para</strong>ção está correta, pois<br />

se<strong>para</strong>-se o dígrafo SC.<br />

12 – INCORRETA. A palavra adjacentes se se<strong>para</strong> assim: ad-ja-cen-tes. Isso ocorre porque<br />

o prefixo AD, seguido de consoante, não se se<strong>para</strong>, como em ad-je-ti-vo.<br />

13 – C. Em abri, há encontro de consoantes (BR). Em olhos, há dígrafo consonantal (LH). Em<br />

quantidade, há ditongo crescente (SV+V). Em deparei, há ditongo decrescente (V+SV). Em<br />

entreabri, há hiato (V—V).<br />

14 – D. Em meus, há ditongo decrescente (V+SV). Em piavam, há hiato (V—V). Em pai, há<br />

ditongo decrescente (V+SV).<br />

15 – ERRADO. O som do X em encaixar, engraxar e luxo equivale a CH, mas em asfixia o<br />

X tem som de KS.<br />

16 – CERTO. Em testosterona, o encontro consonantal é imperfeito, por isso se se<strong>para</strong>. Em<br />

neurologista, o ditongo não se se<strong>para</strong>, e o encontro consonantal imperfeito se se<strong>para</strong>. Em<br />

pudéssemos, o dígrafo consonantal (SS) se se<strong>para</strong>. Em saberíamos, as vogais que formam o<br />

hiato obviamente se se<strong>para</strong>m.<br />

17 – C. A palavra Rosinha tem três vogais, logo tem três sílabas: Ro-si-nha. Lembre-se de<br />

que o dígrafo NH é inseparável.<br />

18 – C. Há 6 letras e 4 fonemas em guerra, pois há dois dígrafos (duas letras = um fonema):


GU e RR.<br />

19 – D. Olha aí o “homem da banca” querendo enganar o desavisado (que não é você,<br />

espero!). Na palavra discussões, o SC não é um dígrafo consonantal, pois tanto S como C são<br />

pronunciados. É diferente de miSCigenação, dígrafo de fato. Note que em discussões o S tem<br />

som de S e o C tem som de K. Cuidado, hein!<br />

20 – D. Em Senhor, há um dígrafo consonantal: NH. Simples assim.<br />

21 – C. Em Paraíso, há um hiato: A-Í. Dava <strong>para</strong> errar?<br />

22 – B. Palavras proparoxítonas são aquelas que apresentam a antepenúltima sílaba tônica:<br />

PÚblicas, pedaGÓgico, FÍsica.<br />

23 – A. Há apenas um encontro vocálico na palavra Relatórios, um ditongo crescente oral.<br />

Caso você tenha visto um hiato na palavra, não há problema, pois muitos gramáticos entendem<br />

que se pode interpretar palavras desse tipo como proparoxítonas eventuais ou acidentais,<br />

terminando em hiato: Re-la-tó-ri-os. No entanto, a análise comum é encarar tais palavras<br />

como paroxítonas terminadas em ditongo: Re-la-tó-rios.<br />

24 – C. Na palavra barriga, as letras RR constituem um dígrafo, ou seja, duas letras escritas<br />

em sequência, representando um único som (fonema).<br />

25 – A. Um ditongo oral crescente é a união de uma semivogal (SV) seguida de uma vogal (V)<br />

na mesma sílaba, sem o sinal gráfico til (~) ou qualquer outra marca de nasalização (m ou n).<br />

Por isso, a palavra água corresponde à informação anterior, uma vez que UA é um encontro<br />

vocálico que apresenta uma SV + V na mesma sílaba (á-gua). Foi?<br />

26 – E. Se<strong>para</strong>m-se os encontros consonantais imperfeitos, principalmente no meio das<br />

palavras, por isso plástico deve ser se<strong>para</strong>do silabicamente assim: plás-ti-co. Já contribuir é<br />

se<strong>para</strong>do pela regra de se<strong>para</strong>ção dos hiatos (vogal se<strong>para</strong>da de vogal): con-tri-bu-ir. A<br />

palavra avaliar segue a mesma regra de contribuir, daí o erro em sua se<strong>para</strong>ção.<br />

27 – B. Na palavra horrores, as letras RR constituem um dígrafo, ou seja, duas letras escritas<br />

em sequência, representando um único som (fonema).<br />

28 – E. A palavra trás apresenta o encontro de duas consoantes (tr); pequeno, um dígrafo (qu);<br />

mulherzinha, dois dígrafos (lh e nh). Tranquilo, não?<br />

29 – D. A palavra consuMISmo é tão paroxítona quanto TÊnis, pois ambas apresentam a<br />

penúltima sílaba tônica.<br />

30 – E. A palavra Saúde é trissílaba, pois apresenta três vogais: SA-Ú-DE.


31 – B. Em enigma, há um encontro consonantal imperfeito, por isso separável (e-nig-ma).<br />

Em prorrogar, há um dígrafo consonantal separável (RR): pror-ro-gar. Em canário, há um<br />

ditongo crescente (inseparável, é claro, a não ser que se queira interpretar a palavra como<br />

uma proparoxítona terminada em hiato; isso não é o comum, entretanto): ca-ná-rio. Em<br />

incontestável, se<strong>para</strong>-se o encontro consonantal imperfeito: in-con-tes-tá-vel. Em europeia<br />

(sem acento de acordo com a nova reforma ortográfica), se<strong>para</strong>-se o ditongo do falso hiato:<br />

eu-ro-pei-a (nesta palavra não há um tritongo, pois este é formado por SV+V+SV, o que não é<br />

o caso de europeia, que termina em V+SV+V). Em iguais, sim, há tritongo: i-guais.<br />

32 – Primeira afirmação: CORRETA. Há no primeiro balãozinho hiato (especi-al) e encontro<br />

consonantal (especial). Segunda afirmação: INCORRETA. Em colégio e obrigatório, há<br />

ditongos crescentes orais (SV+V), e não decrescentes orais (V+SV).<br />

33 – B. Todas as letras são contadas como fonemas, exceto o “n”, que nasaliza o encontro<br />

vocálico anterior (= uã).<br />

34 – B. Possui dígrafo (SS) e hiato (O-A). É uma paroxítona, pois a penúltima sílaba é tônica.<br />

É trissílaba, pois apresenta três vogais (pes-so-a).<br />

35 – D. O encontro vocálico “ua”, em “quatro”, é ditongo oral crescente, pois apresenta SV +<br />

V.


Capítulo 2<br />

Gabarito<br />

1 – D. Adaptei esta questão de 2005 <strong>para</strong> que você conheça um pouco mais sobre uso do hífen<br />

consoante a nova reforma ortográfica, beleza? Vamos lá! Em extraoficial, o prefixo terminado<br />

em vogal (extra) diante de vogal diferente (oficial) se une sem hífen. Em antessala,<br />

contrassenso, ultrarrealismo e contrarregra, o prefixo terminado em vogal (ante, contra,<br />

ultra e contra) se une a uma palavra iniciada por R ou S (sala, senso, realismo, regra), de<br />

modo que o R e o S se duplicam. Levando em conta tudo isso, as palavras extraoficial,<br />

antessala, contrassenso, ultrarrealismo, contrarregra se encontram corretamente grafadas.<br />

2 – E. Bastante interessante esta questão, pois são trabalhados os conhecimentos de<br />

concordância do sujeito composto deslocado e acentuação gráfica do verbo vir, o qual, na 3ª<br />

pessoa do plural, recebe acento circunflexo (o mesmo ocorre com o verbo ter). A regra de<br />

concordância do sujeito composto diz o seguinte: quando o sujeito composto vier posposto ao<br />

verbo, este pode concordar com o núcleo mais próximo do sujeito. Sendo assim, se<br />

retirássemos o acento circunflexo da forma “vêm” (na 3ª pessoa do plural, usa-se tal acento),<br />

não haveria erro, pois o verbo poderia ficar no singular concordando com o núcleo mais<br />

próximo (compreensão).<br />

3 – CERTO. Todas as palavras recebem acento gráfico obrigatório por serem proparoxítonas.<br />

4 – CERTO. As formas verbais pode (presente do indicativo) e pôde (pretérito perfeito do<br />

indicativo) se opõem pelo uso do acento circunflexo diferencial. Isso não mudou na nova<br />

reforma ortográfica.<br />

5 – INCORRETA. É preciso haver esta correção ortográfica: “Nenhuma distância dilui o<br />

afeto, pelo contrário: o reconhecimento da amada longeva avizinha-a (de vizinho, vizinhança)<br />

de nós, fá-la mais próxima que nunca.” Como o capítulo trata de Acentuação Gráfica, vamos a<br />

ela: o fá (de fá-la) é acentuado por se tratar de monossílaba tônica terminada em -a. Lembrase<br />

de que devemos ignorar o pronome oblíquo átono (-la)?<br />

6 – B. O Novo Acordo Ortográfico (assinado em 2009) retirou o acento agudo dos ditongos<br />

abertos ei e oi das palavras paroxítonas: espermatozoide, epopeia, apoio (não confunda com<br />

apoio,— substantivo), colmeia (existe a forma variante “colmeia” (com timbre fechado e sem<br />

acento), joia e assembleia. Vale lembrar, por exemplo, que as palavras “destróier e Méier”<br />

permanecem acentuadas por se enquadrarem na regra das paroxítonas terminadas em -r.<br />

Ainda: o acento agudo permanece nos ditongos abertos das palavras oxítonas e monossílabas<br />

(mói, céu, constrói, troféu). Segundo as novas regras ortográficas, não se usa mais o acento


circunflexo nos vocábulos terminados em -oo e -eem (abençoo, enjoo, eles veem, eles<br />

entreveem). Por fim, a nova reforma retirou o trema das palavras que apresentam os grupos -<br />

gue, -gui, -que, -qui, com U pronunciado (linguiça, tranquilo, aguentar, linguística, bilíngue)<br />

— entretanto, ele permanece em nomes de origem estrangeira (e derivados): Hübner,<br />

hübneriano, Müller, mülleriano. Nos acentos diferenciais, houve certas mudanças: polo não<br />

tem mais acento. Na regra dos hiatos I e U após ditongo decrescente (vogal + semivogal), em<br />

que eram acentuados com acento agudo, houve mudança: feiúra > feiura (forma atual). Por<br />

essas razões, ficamos com “epopeia – voo – tranquilo – constrói”.<br />

7 – ERRADO. O verbo ter deveria ficar com acento circunflexo (têm), uma vez que está na 3ª<br />

pessoa do plural. Lembrou-se da regra dos verbos vir e ter na 3ª pessoa do plural? Basta ver<br />

o núcleo do sujeito: “Todas as línguas indígenas em terras brasileiras”. Logo, o trecho deveria<br />

ser reescrito <strong>para</strong> se adequar à norma culta escrita: “Todas as línguas indígenas em terras<br />

brasileiras têm menos de 40 mil falantes...”. Tranquilinha, não?<br />

8 – INCORRETA. O verbo derivado de ter (obter) está acentuado por ser oxítona terminada<br />

em -em; até aí nada de mais. Porém, meu nobre, lembra-se das regras de “vir” e “ter”? Na 3ª<br />

pessoa do plural, vir, ter e seus derivados recebem acento circunflexo, logo, deveria ser<br />

obtêm, concordando com o sujeito “os consumidores”. Cuidado!<br />

9 – INCORRETA. A forma verbal com o pronome oblíquo “exclui-lo” deveria ter sido<br />

acentuada, pois a vogal i forma um hiato com a vogal u, logo... regra do hiato, meu nobre.<br />

Assim deveria estar: ex-clu-Í-lo.<br />

10 – Ambas INCORRETAs. Na primeira frase, o verbo deveria ser constrói-se (regra dos<br />

ditongos abertos éi, éu, ói). Na segunda frase, a palavra patrimônio deveria ter acento, pois é<br />

uma paroxítona terminada em ditongo crescente. Moleza.<br />

11 – Ambas INCORRETAs. Na primeira frase, “O espaço era exiguo (escreve-se exíguo por<br />

se tratar de uma paroxítona terminada em ditongo crescente), à exceção da cozinha, mas nada<br />

impedia que os vizinhos tentassem grangear (granjear, pois vem de granja) a simpatia do<br />

padre inflingindo-lhe (infligindo, pois vem de infligir) pratos que excitavam sua gula”. Na<br />

segunda frase, o certo é ojeriza, e em ferí-lo há um erro de acentuação, pois somente as<br />

oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(ens) recebem acento; por isso, deveria ser tão<br />

somente feri-lo.<br />

12 – Ambas INCORRETAs. Na primeira frase, deveria haver esta correção ortográfica: “É o<br />

caso de se por (pôr; o verbo ainda leva acento diferencial) em discussão se ele realmente crê<br />

na veracidade dos dados”. Na segunda frase, deveria haver estas correções ortográficas:<br />

“Enquanto construimos (constru-í-mos; regra do hiato) esta ala, eles constroem a reservada


aos aparelhos de rejuvenecimento (rejuvenescimento; vem de rejuvenescer)”.<br />

13 – A. Na letra A, as palavras são obrigatoriamente acentuadas por serem paroxítonas<br />

terminadas em ditongo crescente. Na letra B, as duas primeiras palavras (elétrica e<br />

hidráulica) são proparoxítonas (e todas as proparoxítonas são acentuadas); já a última<br />

(responsáveis) é paroxítona terminada em ditongo decrescente. Na letra C, as duas primeiras<br />

(sérios e potência) são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente; já<br />

a última (após) é oxítona terminada em -o(s). Na letra D, a primeira (Goiás) é acentuada por<br />

ser oxítona terminada em -a(s), a segunda (já) é acentuada por ser monossílaba tônica<br />

terminada em -a, a terceira (vários) é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo<br />

crescente. Na letra E, as duas primeiras palavras (solidária e área) são acentuadas por serem<br />

paroxítonas terminadas em ditongo crescente; a última (após) é acentuada por ser oxítona<br />

terminada em -o(s).<br />

14 – E. Na letra A, o vocábulo que é tônico em fim de frase (assim como o quê da expressão<br />

por quê), portanto deveria ser acentuado (quê), afinal, monossílabos tônicos terminados em -<br />

a(s), -e(s), -o(s) são acentuados. A frase deveria estar escrita assim: “Ele se esqueceu de<br />

quê?”. Na letra B, ruím está escrito erradamente, pois é uma palavra oxítona, ou seja,<br />

apresenta a última sílaba tônica. E, segundo a regra das oxítonas, só são acentuadas as que<br />

terminam em -a(s), -e(s), -o(s), -em(ens). Ainda: caso você pensasse na regra dos hiatos, ou<br />

seja, aquela regra que diz que o i e o u, seguidos ou não de s na mesma sílaba, são acentuados<br />

quando formam hiatos, a palavra ruím estaria mesmo assim errada, pois o i é seguido de letra<br />

diferente de s (ru-im), logo não cabe o acento agudo de jeito nenhum. Em distribui-lo, a regra<br />

do hiato tinha de ser levada em conta; note a se<strong>para</strong>ção silábica: dis-tri-bu-Í-lo. Na letra C, a<br />

palavra devessemos deveria receber acento, pois é uma proparoxítona (antepenúltima sílaba<br />

tônica). Todas as proparoxítonas são acentuadas! Na letra D, a regra do hiato foi mal aplicada,<br />

pois juiz não leva acento, uma vez que após o i se segue a letra z, e não s. Portanto, juiz nunca<br />

é acentuado! Na letra E, a expressão “por que” não é acentuada, pois equivale a “por que<br />

razão/motivo”. Só seria acentuada se fosse antes de pontuação ou em fim de frase: Você vai?<br />

Por quê? Não queira saber por quê.<br />

15 – E. Na letra A, o verbo ter está na 3ª pessoa do plural, por isso recebe acento circunflexo.<br />

Na letra B, a regra do hiato se aplica: ru-Í-nas. Na letra C, o verbo derivado de vir, provir,<br />

recebe acento agudo devido à regra das oxítonas terminadas em -em (provém). Se estivesse no<br />

plural, seria provêm. Na letra D, a regra dos ditongos abertos se aplica: lençóis. Só não se usa<br />

mais esse acento em palavras paroxítonas (exceto em Méier e destróier, que seguem a regra<br />

das paroxítonas terminadas em -r). Na letra E, paroxítona terminada em -ens não é acentuada!<br />

Por isso o certo é itens, sem acento.


16 – D. Usa-se vê, pois o verbo está na 3ª pessoa do singular, concordando com o núcleo do<br />

sujeito “chefe”. Se o núcleo do sujeito estivesse no plural, aí escreveríamos (de acordo com a<br />

nova ortografia) como está na letra B: veem (sem acento agora!). Olha aí mais uma<br />

questãozinha de nova ortografia!<br />

17 – CERTO. As palavras têxtil (têx-til) e pênsil (pên-sil) são paroxítonas terminadas em -l,<br />

por isso o acento é obrigatório. Se forem ao plural, continuarão sendo acentuadas<br />

obrigatoriamente, pois serão terminadas em ditongo, seguido de desinência de plural -s: têxteis<br />

e pên-seis. Talvez esta questão gerasse certa dificuldade envolvendo a forma plural de<br />

pênsil. Mas saiba que os substantivos oxítonos terminados em -il recebem um -s no lugar do -l;<br />

os substantivos paroxítonos terminados em -il recebem a terminação -eis no lugar de -il. Ou<br />

seja, barril > barris; fóssil > fósseis. Safo? As palavras obsolescência (ob-so-les-cên-cia) e<br />

ciência (ci-ên-cia) são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Logo, são<br />

obrigatoriamente acentuadas. Tanto em déspotas (dés-po-tas) como em déspota, o acento é<br />

obrigatório, pois a palavra é proparoxítona (antepenúltima sílaba tônica); independente de<br />

estar ou não no plural, nada muda quanto ao uso do acento neste caso.<br />

18 – ERRADO. As palavras não são acentuadas pela mesma regra: ônibus (ô-ni-bus) é<br />

proparoxítona. Todas as proparoxítonas são acentuadas sempre! Já invioláveis é paroxítona<br />

terminada em ditongo decrescente (in-vi-o-lá-veis). O -s é só uma desinência de plural.<br />

19 – CERTO. Ambas as palavras são proparoxítonas (a-na-lí-ti-ca e te-rí-a-mos), logo são<br />

obrigatoriamente acentuadas!<br />

20 – ERRADO. O vocábulo países (pa-í-ses) é acentuado pela regra do hiato. Já o vocábulo<br />

áreas (á-reas) é acentuado pela regra das paroxítonas terminadas em ditongo.<br />

21 – CERTO. Ambas as palavras são obrigatoriamente acentuadas por serem proparoxítonas!<br />

22 – ERRADO. Os primeiros vocábulos (es-pé-cies/di-fí-ceis) são acentuados por serem<br />

paroxítonos terminados em ditongo crescente. Já a palavra históricas é acentuada por ser<br />

proparoxítona.<br />

23 – INCORRETA. As palavras ninguém, pé, você não são acentuadas pela mesma razão,<br />

porque a primeira é oxítona terminada em -em; a segunda é um monossílabo tônico terminado<br />

em -e; a terceira, uma oxítona terminada em -e.<br />

24 – INCORRETA. As palavras ponderará, informática e possuía não são acentuadas pela<br />

mesma razão. A primeira é oxítona terminada em a, e a segunda é proparoxítona (todas são<br />

acentuadas), e a última é acentuada pela regra dos hiatos (i e u), seguidos ou não de s.


25 – D. Esta é uma aula de uso do hífen, segundo a nova ortografia. Em todas as afirmações, o<br />

hífen deve ser utilizado, exceto em palavras formadas por prefixo terminado em vogal quando<br />

o segundo elemento começa por r ou s, como diz a letra D. Exemplo: antirrugas, infrassom.<br />

26 – D. As palavras heróico, onomatopéico e platéia tinham acento por apresentarem<br />

ditongos abertos, mas a nova reforma ortográfica aboliu o acento agudo nos ditongos abertos<br />

de palavras paroxítonas, logo o certo agora é: heroico, onomatopeico, plateia.<br />

27 – CORRETA. Olha aí a questão fresquinha de paroxítona terminada em ditongo crescente,<br />

que pode ser uma proparoxítona eventual ou relativa! Ou seja, pa-ci-ên-cia (paroxítona<br />

terminada em ditongo crescente) ou pa-ci-ên-ci-a (proparoxítona eventual ou relativa).<br />

28 – A. A palavra substituído é acentuada pela regra dos hiatos (subs-ti-tu-Í-do),<br />

diferentemente das demais, que são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo<br />

crescente (polícia, jurisprudência, saqueável).<br />

29 – E. A palavra armazém é acentuada por ser oxítona terminada em -em. A palavra órgão é<br />

acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo decrescente -ão(s). A palavra caráter é<br />

acentuada por ser paroxítona terminada em -r. Eu não queria comentar, mas meus dedos<br />

coçam... sentiu a maldade na palavra magoa. Ela pode ou não ser acentuada: mágoa<br />

(substantivo) e magoa (verbo).<br />

30 – INCORRETA. Não se usa mais (segundo a nova ortografia) o acento agudo no u tônico<br />

das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir.<br />

Nunca se usou, além disso, acento agudo ou trema em argúo. O certo é: eu arguo, tu arguis,<br />

ele argui, nós arguimos, vós arguis, eles arguem.<br />

31 – INCORRETA. Faltou à frase um acento agudo na forma verbal mantém, oxítona<br />

terminada em -em. Só de curiosidade: como o verbo manter é derivado do verbo ter, no<br />

plural a forma seria: mantêm. Ok?<br />

32 – INCORRETA. O verbo vir está no singular e concorda com o núcleo do sujeito “uma”<br />

(uma das quais), por isso não pode vir acentuado pelo acento circunflexo. Os verbos vir e ter<br />

só recebem acento circunflexo se estiverem na 3ª pessoa do plural. Deveria ser assim: “...<br />

uma das quais... vem merecendo...”.<br />

33 – E. Se o prefixo estiver terminado em vogal seguida de palavra iniciada por s, o s<br />

duplica. Logo, antissemita é a forma correta!<br />

34 – CERTO. São todas paroxítonas terminadas em ditongo crescente, por isso o acento.<br />

35 – ERRADO. A primeira palavra é paroxítona terminada em ditongo decrescente nasal e a


segunda é proparoxítona, logo não seguem a mesma regra de acentuação.<br />

36 – CERTO. Todas são oxítonas terminadas em a, logo são obrigatoriamente acentuadas:<br />

comunicá-las, ensiná-las, comandá-las.<br />

37 – E. Todas as palavras são acentuadas pela regra dos hiatos tônicos (i e u).<br />

38 – A. A pronúncia correta é misTER, oxítona, que significa normalmente incumbência ou<br />

necessidade. As demais são paroxítonas, como aVAro: filanTROpo, graTUIto, maquinaRIa,<br />

iBEro.<br />

39 – A. A palavra por é uma preposição e a palavra pôr é um verbo. Eis o papel do acento<br />

diferencial.<br />

40 – E. De acordo com a nova regra dos ditongos abertos, ideia não mais tem acento.<br />

41 – D. Angústia (substantivo), angustia (flexão do verbo angustiar); crítica (substantivo),<br />

critica (flexão do verbo criticar); análise (substantivo), analise (flexão do verbo analisar);<br />

escritório (substantivo). Não existe escritorio, do verbo escritoriar, porque esse verbo não<br />

existe! Questão bonitinha!


Capítulo 3<br />

Gabarito<br />

1 – B. Há incorreção na letra A, pois “infringir” é cometer infração e “infligir” (este, sim, está<br />

certo no contexto) significa aplicar uma pena. Na letra C, está incorreta a escrita da palavra<br />

“homogeinizar” (homogêneo + izar), deveria ser homogeneizar (Lembra-se do I após o ‘e’ em<br />

palavras terminadas em ‘eo’?). Na letra D, “iminente” é prestes a acontecer e ‘eminente’ (este,<br />

sim, está certo) significa superior, elevado, importante. Na letra E, ‘aferir’ é medir e ‘auferir’<br />

(esta, sim, é a forma certa) equivale a obter (lucro).<br />

2 – A. O vocábulo ”perspassa” não existe, mas sua proximidade na forma com “perspicácia e<br />

perspectiva” faz o candidato cometer um equívoco. O certo é perpassa. Esse é o único erro de<br />

grafia no texto. Em ”simultaneidade”, há uma derivação de ”simultâneo”, em que a letra I<br />

aparece no lugar da letra O antes do sufixo -dade. Perfeito! Sobre “espectador”, você talvez<br />

tenha ficado na dúvida com o homônimo homófono ”expectador”, não? Segundo o Manual da<br />

PUC-RS: “Espectador – o que observa um ato” e “Expectador – o que tem expectativa”. Logo<br />

está certo!<br />

3 – D. Em A, avareza (avaro + eza). Em B, aprazível (mesmo radical que prazer). Em C,<br />

escreve-se razão. Em E, cafezal (café + z + al).<br />

4 – B. A: catequese. C: analisar. D: deleitoso. E: catálise.<br />

5 – B. A: manteigueira. C: meritíssimo. D: intitulado. E: beneficente.<br />

6 – ERRADO. O verbo viger está conjugado errado. Houve um erro em sua grafia. No<br />

pretérito perfeito do indicativo, esse verbo é conjugado assim: eu vigi, tu vigeste, ele vigeu,<br />

nós vigemos, vós vigestes, eles vigeram. Portanto, o texto deveria ser reescrito com a forma<br />

vigeu em vez de vigiu.<br />

7 – B. Escrevemos com S os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já<br />

possuir S no radical: ParaliSia = ParaliSar.<br />

8 – CERTO. Os vocábulos imundície, imundice e imundícia são formas variantes.<br />

9 – E. Na letra A, deveria haver estas correções ortográficas: “Intervensões (Intervenções)<br />

governamentais massiças (maciças) e até agora sem precedentes não conseguiram conter os<br />

impactos da crise financeira em diversos países.”. Não confunda precedente (anteceder) com<br />

procedente (origem). Na letra B, deveria haver estas correções ortográficas: “A permanência<br />

e a gravidade dos desdobramentos da crise financeira deicham (Nossa! Essa foi forte! Preciso<br />

dizer que se escreve DEIXAM?) dúvidas e originam expeculações (especulações) em todo o


mundo.”. Na letra C, deveria haver estas correções ortográficas: “A ganância por lucros cada<br />

vez maiores fez com que os riscos dos investimentos crecessem (crescessem, que vem de<br />

crescer) esponencialmente (exponencialmente, que vem de exponencial) no mercado<br />

financeiro.”. Na letra D, deveria haver estas correções ortográficas: “A excessiva circulação<br />

de instrumentos financeiros imbutia (embutia) imenço (imenso) potencial de perigos<br />

redundando, como se viu, em enormes prejuízos.”.<br />

10 – D. Observe: “O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o<br />

ciclo das águas, pode transformar um continente em um estenso e inabitável deserto.” Se<br />

descriminar (daí descriminado) significa “considerar ou declarar inocente; tirar a culpa;<br />

absolver; inocentar”, indescriminado só pode ser o oposto. Mas este sentido não cabe no<br />

contexto. O certo seria “O desmatamento indiscriminado...”, ou seja, “sem controle, sem<br />

ordem, sem critério etc.; descontrolado, desordenado, desregrado etc.”. A palavra estenso não<br />

existe, mas sim extenso.<br />

11 – E. Na letra A, deve ser conteve, e não conteu, porque a conjugação do verbo conter<br />

(derivado do verbo ter) neste caso (pretérito perfeito do indicativo) é assim: eu contive, tu<br />

contiveste, ele conteve, nós contivemos, vós contivestes, eles contiveram. Na letra B, não é<br />

esmoresciam, mas esmoreciam, derivado de esmorecer. Na letra C, prEvilegiasse é dose! É<br />

prIvilégio, prI, prIvilegiasse. Safo? Uma letrinha pode acabar com a vida de uma pessoa. Na<br />

letra D, é titubEaram, e não titubiaram, porque a palavra correta vem de ti-tu-be-ar.<br />

12 – A. Algumas pessoas pronunciam a palavra prazeroso assim: prazeiroso. Isso acaba<br />

influenciando sua escrita. Cuidado! Veja as formas corretas agora. Em B: abstenÇão. Em C:<br />

aviZinha. Em D: excluI. Em E: obCecados e goZosa.<br />

13 – B. Vejamos: impreSCindíveis (vem de preSCindir), obseSSão (vem de obSED(I)AR),<br />

deserÇão (vem de deserTAR, deserTOR), baliZadores (vem de baliZa).<br />

14 – INCORRETA. O verbo construir termina em -uir, logo, na 3ª pessoa do singular do<br />

presente do indicativo, se escreve com a letra I, e não com E (constroe está errado). Portanto,<br />

o certo é: “Constrói-se o espaço...”. Não se esqueça também do acento agudo, seguindo a<br />

regra dos ditongos abertos (éi, éu, ói, em palavras não paroxítonas).<br />

15 – CERTO. As expressões “Império Romano” e “Revolução Francesa” são escritas com<br />

letra maiúscula, pois, respectivamente, referem-se a instituições (acadêmicas ou não),<br />

períodos notáveis, acontecimentos (históricos ou não). Já “Cristianismo” pode ser escrito<br />

também com minúscula (cristianismo). Nos nomes de leis, decretos, atos ou diplomas<br />

oficiais, a letra maiúscula deve ser usada, por isso está correta a escrita de “Lei no<br />

8.888/1998”.


16 – A. Atente <strong>para</strong> as seguintes palavras da letra A (decore-as): reminiscências,<br />

esdrúxulas, exorbitava. Sobre iguaizinhas, talvez você tenha ficado em dúvida. Estou<br />

errado? Bem, a palavra está correta mesmo, porque o plural diminutivo de uma palavra é feito<br />

assim: igual > iguais > iguai + (z)inhas > iguaizinhas. Voilà! Na letra B, “O espaço era exíguo<br />

(escreve-se exíguo por se tratar de uma paroxítona terminada em ditongo crescente), à<br />

exceção da cozinha, mas nada impedia que os vizinhos tentassem grangear (granjear, pois<br />

vem de granja) a simpatia do padre inflingindo-lhe (infligindo, pois vem de infligir) pratos<br />

que excitavam sua gula.”. Na letra C, o certo é descansar, de descanso. Na letra D, atenção<br />

<strong>para</strong> a palavra presunção (e não presunsão) e lisonjeiro mesmo (e não lisongeiro como<br />

alguns, infelizmente, escrevem). Na letra E, sobre ojeriza já falamos. Cuidado com ela! Em<br />

ferí-lo há um erro de acentuação, pois somente as oxítonas terminadas em -a, -e, -o, -em (e<br />

seus plurais) recebem acento; por isso, deveria ser tão somente feri-lo.<br />

17 – A. Na letra B, deveria haver estas correções ortográficas: “A escursão (excursão)<br />

prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso colaborou<br />

<strong>para</strong> o explendor (esplendor) da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.”. Na letra C,<br />

deveria haver estas correções ortográficas: “Casualmente encontraram-se no saguão; ela<br />

parecia advinhar (adivinhar) o que ele tinha a lhe dizer, por isso não lhe deu oportunidade de<br />

ser posta em cheque (xeque).”. Na letra D, deveria haver estas correções ortográficas:<br />

“Considerou ultrage (ultraje (Lembra a banda?)) o comentário adivindo (advindo) do seu<br />

sucessor, mas, <strong>para</strong> preservar-se, abdicou de dar-lhe resposta à altura.”. Na letra E, deveria<br />

haver estas correções ortográficas: “Com a dispensa (despensa; estas palavras são parônimas)<br />

abarrotada de produtos nobres, não exitou (hesitou) um minuto ao negar um jantar aos<br />

participantes do programa de inclusão social.”.<br />

18 – D. As palavras “assacinar”, “almentar”, “esibido” e “alcanse” não estão de acordo com<br />

a ortografia oficial. Segundo o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa),<br />

encontrado no site da ABL (Academia Brasileira de Letras), as palavras devem ser grafadas<br />

assim: “assassinar”, “aumentar”, “exibido” e “alcance”. Consulte bons dicionários, como<br />

Houaiss, Aulete e Aurélio.<br />

19 – E. Beneficiente não existe, mas sim beneficente. As demais alternativas apresentam as<br />

seguintes incorreções (a forma correta vem ao lado de cada uma): sensasão/sensação;<br />

despezas/despesas; advinhou/adivinhou; impecilhos/empecilhos.<br />

20 – D. Na letra A, algumas formas dos verbos terminados em air, oer, uir: atrai (de atrair),<br />

dói (de doer), influi (influir), possui (de possuir)... mantêm a letra I na sua conjugação.<br />

Portanto, possue é um erro! Na letra B, as formas corretas são advento e imensa. Memória


visual. Na letra C, as formas corretas são escassez (substantivo abstrato derivado do adjetivo<br />

escasso) e o porquê (vou explicar essa expressão no próximo capítulo). Na letra E, as formas<br />

corretas são descomunal e consolidação. Essas duas palavras até se explicam pelas regras<br />

ortográficas: a palavra descomunal significa fora do comum, o que não é comum, portanto<br />

usa-se o prefixo des, que carrega o sentido de oposição, ausência; ok? Agora, em<br />

consolidação, que significa ato de consolidar, o sufixo ção é responsável por “transformar”<br />

um verbo (consolidar) em substantivo abstrato (consolidação). Moleza!<br />

21 – E. A palavra ascenção não existe, mas sim ascensão. Derivado do verbo ascender, que<br />

tem -nd no radical, a palavra se escreve com -s. Já ia me esquecendo da palavra expressivo;<br />

bem, o S entre vogais tem som de Z, portanto é preciso um outro S (daí o duplo S — SS) <strong>para</strong><br />

que, na escrita, o som da palavra lida corresponda ao som correto (na fala).<br />

22 – C. Talvez a única palavra que provocasse dúvidas em você seria estresse, que vem do<br />

inglês stress (com dois esses) e se manteve na escrita portuguesa, com leve alteração. Tenho<br />

certeza de que você acertou essa. Bem, na letra A, as palavras corretas são carboidratos e<br />

nível. Esta última se acentua porque é paroxítona terminada em l. Na letra B, concentraÇão<br />

vem de concentrar. Na letra D, há uma regra do dígrafo SS que diz que, em verbos terminados<br />

em primir, meter, mitir, cutir, ceder, gredir... usa-se o SS: excesso (exceder), impressão (de<br />

imprimir), depressão (de deprimir)... E nocivo é escrito com C por causa da etimologia<br />

(origem da palavra), vem desde o latim com C. Na letra E, a palavra toxinas não é<br />

acentuada por se tratar de uma paroxítona terminada em -a(s). E há aquele famoso caso<br />

do mal/mau. Segue a regra: a forma “mal” pode ser um substantivo, um advérbio (antônimo<br />

de ‘bem’) ou uma conjunção subordinativa temporal (equivalendo a ‘logo que’, ‘assim que’).<br />

“Mau” pode ser um substantivo ou um adjetivo (equivalendo a ‘bom’). Logo deve ser “mal”.<br />

23 – A. Talvez você ficasse em dúvida na palavra viajem, pois também existe a palavra<br />

viagem. São palavras homônimas homófonas, ou seja, apresentam grafia diferente, mas som<br />

igual. A palavra viagem é um substantivo (Fiz uma viagem longa.). Já a palavra viajem é um<br />

verbo na 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo. Sobre excesso (de exceder) eu já<br />

falei, e você já está escaldado. Vale lembrar, porém, que exceção é com Ç. Na letra B, há<br />

duas palavras erradas: deslises e cheque. As formas corretas, no contexto, são deslizes e<br />

xeque. Existe a palavra cheque, mas não cabe neste contexto; já a palavra xeque é adequada,<br />

pois significa “situação que representa ameaça ou perigo; risco”. Acho que vale a pena dizer,<br />

de novo, algo a respeito de espontaneidade e da palavra cortês: nas palavras terminadas em<br />

EO (espontâneo), acrescenta-se a vogal I e depois um sufixo (-dade): espontâneo ><br />

espontaneidade; em cortês, usa-se o S e não Z porque se trata de um adjetivo. Na letra C,


descançar é escrito com S, descansar, descanso, descansado... A palavra frondoza é escrita<br />

com S, também desde o latim. As demais palavras estão corretas! Ah!, decore a palavra<br />

ojeriza, que não é hojeriza, nem hogeriza, nem hogerisa, nem ogeriza, nem ogerisa, nem<br />

ojerisa. Na letra D, não é influe, mas influi, de verbos terminados em -uir. Sobre impecilho,<br />

só tenho a dizer que tal palavra não existe, mas sim empecilho, que é aquilo que empece, e<br />

vem de empecer, empeço etc. Na letra E, há algumas palavras interessantes e que são<br />

recorrentes em questões de ortografia em variadas provas de concurso público e militar;<br />

corrigi apenas as que estão seguidas das palavras corretas entre parênteses: “O diretor exitou<br />

(hesitou) ao aprovar a retenção (!) dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado (cuidado<br />

com o parônimo tachado) de conivente na concessão (!) de privilégios (!) ilegítimos.”. As<br />

seguidas de ! são interessantes, pois normalmente são escritas assim (<strong>para</strong> enrolar o<br />

candidato): retensão, tachado (esta forma está sempre em um contexto de depreciação; taxado<br />

nem sempre), conceção e previlégios.<br />

24 – ERRADO. O erro está na forma verbal “basea-se”; deveria ser “baseia-se”, com I. Isso<br />

ocorre porque os verbos terminados em -ear e -iar têm uma forma peculiar de grafia no<br />

momento em que são conjugados, como já vimos na teoria.<br />

25 – ERRADO. A palavra “encalso” não existe; a grafia correta é “encalço”, com ç; derivado<br />

regressivo de encalçar. Daí o uso do Ç.<br />

26 – A. Os verbos terminados em -ear (recear, passear, nomear, sapatear e frear) recebem a<br />

letra I depois da letra E só na 1ª pessoa do singular, na 2ª pessoa do singular e na 3ª pessoa do<br />

singular e plural (no presente do indicativo e no presente do subjuntivo). Exemplo de<br />

conjugação no presente do indicativo e do subjuntivo do verbo nomear: Eu nomeIo, Tu<br />

nomeIas, ele nomeIa, nós nomeamos, vós nomeais, eles nomeIam/Que eu nomeIe, tu<br />

nomeIes, ele nomeIe, nós nomeemos, vós nomeeis, eles nomeIem. Como o verbo da letra A<br />

está na 3ª pessoa do plural do imperativo negativo, que é a cópia do presente do subjuntivo,<br />

recebe a letra I depois da letra E: receiem. Note que o verbo da B está no pretérito perfeito,<br />

por isso não recebe a letra I! Note que em C faltou a letra I, pois o verbo está na 3ª pessoa do<br />

plural do presente do subjuntivo. Note que na D, faltou a letra I, pois o verbo está na 3ª pessoa<br />

do singular do presente do indicativo. Por fim, faltou o I, pois o verbo está na 3ª pessoa do<br />

plural do presente do subjuntivo.<br />

27 – A. A regra é clara: nos substantivos derivados de verbo com -mitir no radical, usa-se -ss<br />

em sua formação. Daí que admitir > admissão. Corrigindo as demais: distensão (pois vem de<br />

distender, que tem -nd no radical); discussão (pois vem de discutir, que tem -cutir no radical);<br />

exceção (pois vem de exceto, que tem -to no radical); extensão (pois vem de estender, que tem<br />

-nd no radical).


28 – C. Veja as palavras escritas corretamente. Em A: intemperança. Em B: manusear e<br />

dispensa. Em D: disenteria. Em E: discricionário.<br />

29 – C. Veja as palavras escritas corretamente. Em A: incidência (de incidir, incidente). Em<br />

B: beneficentes. Em D: achincalhar e maledicência. Em E: Viajem (verbo).<br />

30 – E. Segundo a regra de ortografia da letra Z, o sufixo izar é usado quando não há S no<br />

radical das palavras. Portanto, “hospital + izar = hospitalizar”, “civil + izar = civilizar” e<br />

“humano + izar = humanizar”.<br />

31 – C. Despõem e Empacto? Só pode ser brincadeira! O “homem da banca” pediu <strong>para</strong><br />

você não errar a questão! O verbo dIspor se conjuga na 3ª pessoa do plural do presente do<br />

indicativo, assim: “Poucos estudiosos se dIspõem...”. Preciso explicar por que Empacto está<br />

errado? Até o Google me corrige: “Você quis dizer: impacto”.<br />

32 – CERTO. Comentário correto e autoexplicativo.<br />

33 – ERRADO. Percentual poderia ser reescrito como porcentual, pois é uma palavra com<br />

dupla grafia. O sentido é o mesmo. Já percentil significa “cada um dos cem grupos em que se<br />

dividam os resultados de observação de uma variável, ordenados por ordem crescente; o<br />

grupo mais baixo será o primeiro percentil e, assim, sucessivamente”.<br />

34 – D. A palavra defasagem se escreve com S, assim como defasar.<br />

35 – D. Seguindo as regras de Ç, temos: em palavras com to no radical: projeto > projeção;<br />

em palavras derivadas de vocábulos terminados em -tar/-tor (principalmente!): produtor ><br />

produção, redutor> redução; fique atento a palavras derivadas de verbos dos quais se retira<br />

a desinência r e coloca-se o sufixo ção: desacelerar > desaceleração. No caso dos verbos da<br />

letra d), segue-se a regra de palavras terminadas em -tor: obstrutor > obstrução; interventor<br />

> intervenção; condutor > condução. Sobre as demais: a) admissão, agressão, intuição; b)<br />

discussão, emissão, aferição; c) inquirição, impressão, perseguição; e) redução, omissão,<br />

extinção. Consulte as regras!<br />

36 – D.Vejamos uma por uma: a) À mínima contrariedade, exacerbava-se de tal maneira que<br />

seus excessos verbais eram já conhecidos de todos. b) A espontaneidade com que se referiu<br />

ao local como “empesteado” fez que todo o auditório explodisse em risos. c) Quanto à<br />

infraestrutura, será necessário reconstruí-la (regra do hiato: re-cons-tru-Í-la) em prazo curto,<br />

mas sem que haja qualquer tipo de displicência. e) A obra faraônica será uma excrescência<br />

naquela paisagem bucólica, mas ninguém teve êxito em convencer os responsáveis da<br />

necessidade de revisão do projeto.


37 – A. Corrigindo os erros das letras B, C, D e E: beleza, deslizou, hesitar e pretensões.<br />

Cuidado com a forma “ESTRUPAR”, inexistente na língua. Dói até de falar.


Capítulo 4<br />

Gabarito<br />

1 – E. Em A, a ideia é de finalidade e não de causa. Em B, não há um <strong>para</strong>doxo, pois não há<br />

sequer uma ideia de oposição, ou seja, “muitos centros” não se opõe a “pouco dinheiro”. Em<br />

C, a expressão sublinhada tem valor pejorativo, já a expressão em negrito não. Em D, a<br />

expressão sublinhada está ligada a uma ideia positiva; a expressão em negrito, não. (Se fosse<br />

“ao encontro de”, aí sim estaria correta a substituição.) Portanto, o gabarito é a letra E, afinal,<br />

”em tese” e “como conceito” são expressões sinônimas. Outra expressão sinônima de “em<br />

tese” seria “em princípio”. Cuidado <strong>para</strong> não confundir com “a princípio”, que significa<br />

“inicialmente”. Foi?<br />

2 – B. Mandato significa tempo de serviço prestado em prol do povo, logo não poderia ser<br />

mandaDo, que significa ordem/incumbência <strong>para</strong> cumprir determinado propósito. São<br />

palavras parecidas na pronúncia e na grafia, logo são palavras parônimas. Lembrou?<br />

3 – O primeiro grupo está CORRETO. Observe que o verbo haver indicando tempo<br />

decorrido foi substituído por faz. Por isso está perfeita a reescritura. O segundo grupo está<br />

INCORRETO. Houve um problema no uso de a cerca de (é usada <strong>para</strong> indicar distância<br />

aproximada ou tempo futuro aproximado), mas, no contexto, o certo é usar há cerca de, que<br />

indica tempo passado/decorrido aproximado. A reescritura deveria ser esta, portanto: “No<br />

Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um ‘sistema’ interessantíssimo, que HÁ cerca<br />

de (tempo decorrido aproximado) trezentos anos desenvolve-se.”.<br />

4 – A. Mal = bem; mau = bom. Na maioria das vezes, ok? Veja: “II. Não há nenhum mau<br />

(bom?) na utilização do Caixa 2. Os recursos não contabilizados não são um mau (bom?),<br />

porque todos os políticos o utilizam./III. É mau (‘bom’ cabe aqui) apenas lamentar a atitude<br />

dos políticos. O povo poderá puni-los com o voto nas eleições que se aproximam. Nesse<br />

momento, como diz o ditado popular, eles estarão em mal (bem?) lençóis.” Vejamos a<br />

resposta: em I: “O mau (‘bom’ cabe aqui) julgamento político de suas ações não preocupa os<br />

deputados corruptos. Para eles, o mal (‘bem’ cabe aqui) está na mídia impressa ou<br />

televisiva.”.<br />

5 – CORRETA. Quero ressaltar algumas palavras e expressões <strong>para</strong> você decorar: “Quando<br />

se considera a par do tema, ajuíza sem medo, mas, ao se compreender insipiente, pára tudo e<br />

pede aos especialistas que o catequizem no assunto <strong>para</strong> não passar por néscio”. Não<br />

confunda o homônimo homófono insipiente (ignorante) com incipiente (principiante). Não<br />

confunda a par de (ciente de) com ao par de (pareado economicamente). Sobre pára, retirouse<br />

o acento na nova ortografia.


6 – INCORRETA. Esta alternativa testava seu conhecimento deste fato da língua culta: de<br />

encontro a x ao encontro de. A primeira expressão tem carga semântica negativa, por isso não<br />

cabe no contexto. A segunda tem carga semântica positiva, por isso cabe perfeitamente no<br />

contexto. Veja a correção plena: “É prazerosa a experiência de quem formula propósitos e<br />

promove ações que vão ao encontro deles”. Percebe que o contexto é todo positivo? Agora,<br />

só de curiosidade, na língua culta, não se usa “o mesmo(a/s)” (pronome demonstrativo) <strong>para</strong><br />

retomar palavras anteriores. Só se usa tal expressão quando equivale a “mesma coisa”.<br />

Exemplo: Ele disse <strong>para</strong> eu ficar quieto, o mesmo serve <strong>para</strong> você.<br />

7 – CERTO. Levando em conta que “porque” pode ser substituído por “pois”, a substituição<br />

procede perfeitamente. Algumas pessoas têm mais dinheiro do que outras pois sabem como<br />

aumentar sua riqueza.<br />

8 – D. Denotação: significado básico, objetivo, literal de uma palavra. Conotação: significado<br />

secundário, subjetivo, figurado de uma palavra. Na letra A, automóvel não pode ter religião<br />

(conotação). Na letra B, o mercado não pertence a mitologia alguma (conotação). Na letra C, a<br />

região sul não recebe ninguém de braços abertos, pois não tem braços (conotação). Na letra D,<br />

não há linguagem conotativa alguma, pois as palavras têm sentido real. Na letra E, cardápio<br />

(?) ambiental não tem fome nem passa fome, ora (conotação). Esta foi fácil, não é?<br />

9 – CORRETA. É impossível que a ANS opere numa corda bamba, li-te-ral-men-te, pois a<br />

ANS é uma instituição e não uma pessoa; logo, há conotação (sentido figurado), conferindo um<br />

tom de informalidade ao texto. Isso porque na linguagem informal, usamos muitas conotações.<br />

10 – CORRETA. “Acusar” pode ter vários sentidos, a depender do contexto. Quando um<br />

lutador leva um golpe e sente este golpe, o que o narrador da luta diz? “Fulano acusou o<br />

golpe!” Neste mesmo sentido, “as finanças públicas estão sofrendo pressão, devido a isso elas<br />

apontam, indicam, revelam, mostram, evidenciam ‘deficits’ muito elevados”.<br />

11 – A. Levando em conta o que são parônimos e o quadro de parônimos já apresentado lá<br />

atrás, só poderíamos marcar a letra A, pois descrição e discrição são palavras próximas na<br />

pronúncia e na grafia (sentidos diferentes). Na B, as palavras são iguais na pronúncia e na<br />

grafia, logo não são parônimas. Na C, estamos diante de palavras homônimas homógrafas, ou<br />

seja, palavras diferentes na pronúncia, mas iguais na grafia (e diferentes no sentido). A<br />

palavra sede (é) significa “localização central de uma instituição, empresa, firma etc.”; já<br />

sede (ê) significa “apetite, necessidade, vontade de beber”. Na D, as palavras são iguais na<br />

pronúncia e na grafia, logo não são parônimas. Na E, estamos diante de homônimos perfeitos,<br />

ou seja, vocábulos iguais na pronúncia e na grafia (sentidos diferentes e, normalmente, classes<br />

gramaticais diferentes). Feridos no primeiro caso é um substantivo; no segundo, um adjetivo.


12 – D. Não deixe as palavras parônimas derrubarem você! Observe: “O desmatamento<br />

indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar<br />

um continente em um estenso e inabitável deserto.”. Se descriminar (daí descriminado)<br />

significa “considerar ou declarar inocente; tirar a culpa; absolver; inocentar”, indescriminado<br />

só pode ser o oposto. Mas este sentido não cabe no contexto. O certo seria “O desmatamento<br />

indiscriminado...”, ou seja, “sem controle, sem ordem, sem critério etc.; descontrolado,<br />

desordenado, desregrado etc.”. A palavra estenso não existe, mas sim extenso.<br />

13 – B. De novo! Palavras parônimas são as que se parecem na grafia e na pronúncia, mas têm<br />

sentidos diferentes, logo cabe dizer que tráfego (movimentação, fluxo de carros, por exemplo)<br />

e tráfico (comércio ilícito) são parônimas por esse motivo.<br />

14 – C. O primeiro porquê é junto e acentuado pois é um substantivo acompanhado de<br />

determinante (artigo, pronome, numeral ou adjetivo). O segundo deveria ser se<strong>para</strong>do e sem<br />

acento, pois equivale a “pelas quais”. O terceiro está certo por estar se<strong>para</strong>do e acentuado,<br />

visto que finaliza o período e não vem acompanhado de determinante. O quarto está certo,<br />

pois equivale a “pela qual”.<br />

15 – CERTO. Esta questão tratava de mais um fato da língua culta. A expressão “ao invés de”<br />

é usada com formas antônimas na frase em que aparece, equivalendo a ”ao contrário de/em<br />

oposição a”; já “em vez de” equivale a “no lugar de”. Portanto, nesse contexto, como não há<br />

ideia de oposição, a substituição de “no lugar de” por “em vez de” está correta.<br />

16 – ERRADO. No caso, a simples substituição já seria suficiente: “Finalmente estou bem<br />

das pernas.”; se usamos bem, o certo é substituir por mal, com L. Curiosidade: quando a<br />

palavra mal está ligada à ideia de doença, como mal de Parkinson, mal de Alzheimer,<br />

escreve-se com L.<br />

17 – E. Esta questão trata de parônimos. Flagrante (exato instante) não é o mesmo que<br />

fragrante (aroma, cheiro bom). Portanto deveria ser “A fragrância do perfume...”. Reveja o<br />

quadro de parônimos.<br />

18 – A. A expressão por que pode ser substituída por “por qual razão/a razão pela qual”. A<br />

palavra porque, conjunção explicativa ou causal, pode ser substituída por pois, visto que, já<br />

que, uma vez que... Sendo assim, com as substituições adequadas, teríamos a seguinte<br />

reescrita: Eis a razão pela qual o espectador não se sente em casa em parte alguma, visto<br />

que o espetáculo está em toda parte.<br />

19 – D. Usa-se a fim de (se<strong>para</strong>do), pois é uma locução prepositiva que indica finalidade,<br />

equivalendo semanticamente a expressões como <strong>para</strong> que, a fim de que, com a finalidade


de... Portanto, o trecho deveria ser reescrito: “... Reforça, isso sim, a necessidade de<br />

aperfeiçoar instituições, a fim de (4) preservar a funcionalidade dos mercados e a<br />

concorrência...”.<br />

20 – D. Na letra A, o certo seria iminente (prestes a ocorrer); na letra B, o certo seria<br />

ascender (elevar-se); na C, discrimina (divide, organiza); na E, diferir (diferenciar). Na letra<br />

D, a palavra espectativa até existe (registrada no VOLP), mas é arcaica. Hoje se usa<br />

expectativa apenas. Questão de homônimos e parônimos. Dê uma lida nisso de novo!<br />

21 – D. Em “O seu primeiro erro se deu quando tentou ajudar um amigo em apuros.”, o verbo<br />

dar(-se) significa ocorrer; veja a reescritura: “O seu primeiro erro ocorreu quando tentou<br />

ajudar um amigo em apuros.”. Questão de sinonímia.<br />

22 – E. Em todas as demais opções, o “até” é sinônimo de “inclusive”. Em E, indica direção,<br />

movimento.<br />

23 – E. Destacar-se significa diferenciar-se, estar em relevo em relação a outros seres,<br />

portanto a substituição de diferenciados por destacados é plenamente cabível!<br />

24 – C. Congruência significa “Identidade ou cor-res-pon-dên-cia entre as características de<br />

duas ou mais coisas.”. Preciso dizer mais alguma coisa?<br />

25 – B. Em “Alguns constrangimentos porque venho passando me obrigam a considerar outras<br />

opções.”, o uso do “porque” está equivocado, pois no contexto, poderíamos substituí-lo por<br />

“pelos quais”, o que nos leva à seguinte redação: “Alguns constrangimentos por que (pelos<br />

quais) venho passando me obrigam a considerar outras opções.”. Se<strong>para</strong>do e sem acento, hein!<br />

26 – D. Usa-se senão quando puder ser substituído por “do contrário”; sempre vem em uma<br />

oração ou contexto que não indique hipótese. Usa-se acerca de quando equivaler a sobre,<br />

indicando assunto. Por fim, usa-se a fim de que, locução conjuntiva, <strong>para</strong> indicar finalidade.<br />

27 – E. Aeronave é todo e qualquer veículo de navegação aérea (hiperônimo; sentido<br />

abrangente) e jatinho é uma espécie de aeronave, logo tem o sentido mais específico<br />

(hipônimo).<br />

28 – ERRADO. A expressão “por que” não pode ser substituída por “porque” uma vez que a<br />

primeira equivale a “pela qual”, o que tão somente cabe ao contexto apresentado. Veja: “Daí a<br />

razão pela qual, segundo o filósofo...”. Safo? Na segunda ocorrência, deve-se usar tão<br />

somente “porque” visto que equivale a “pois”, tendo valor causal ou explicativo.<br />

29 – E. Mera questão de sinonímia, ou seja, uso de palavras/expressões/frases diferentes com<br />

sentidos semelhantes. “Empenhar-se” e “dedicar-se com afinco” têm o mesmo sentido,


portanto são expressões sinônimas; “na procura” e “à busca” também apresentam o mesmo<br />

sentido, logo a resposta só pode ser a letra E. Agora as incorretas. Sobre a letra A: prodigiosa<br />

= extraordinária, fenomenal, real, e não ilusória. Sobre a B: regalar = sentir grande prazer;<br />

empanturrar = encher-se. Sobre a C: singular = única, uniforme; variegado = diferente,<br />

variado. Sobre a D: indigitar = mostrar, designar.<br />

30 – C. Em A, as palavras iminente e eminente são parônimas, ou seja, apresentam<br />

semelhança na escrita e na pronúncia, mas o sentido é diferente. Em B, as palavras edifício e<br />

prédio são sinônimas, ou seja, apresentam diferença na forma, mas semelhança no sentido. Em<br />

C, o gabarito, a palavra manga em ambas as frases, assim como coral, são homônimas<br />

perfeitas, ou seja, apresentam igualdade na escrita e na pronúncia, mas diferença no sentido.<br />

Em D, figo e fruta estabelecem entre si uma relação de homonímia e hiperonímia, em que<br />

figo, que é uma fruta, tem um sentido mais específico, enquanto fruta tem um sentido mais<br />

abrangente. Por fim, em E, as palavras sala e escola pertencem ao mesmo campo semântico,<br />

ou seja, pertencem ao mesmo grupo de palavras que partilham de um mesmo “universo”<br />

semântico, isto é, quando pensamos em escola, sala é um dos seus componentes, certo?<br />

31 – E. Ambos os sentidos do verbo tocar (no enunciado e na opção E) são de sensibilizar,<br />

impressionar. Em A, o sentido é de tanger (fazer música, som). Em B, o sentido é de soar. Em<br />

C, o sentido é de iniciar. Em D, o sentido é de encostar.<br />

32 – A. Usa-se mau quando se opõe a bom e usa-se mal quando se opõe a bem, normalmente.<br />

Portanto, na expressão mau-humorado, substitua por bom-humorado. Existe tal palavra? Não!<br />

Agora bem-humorado existe, não é? Sim! Logo, escreve-se mal-humorado. Em B, a forma<br />

por que (= pela qual) está certa. Em C, aonde é forma certa, pois o verbo chegar após aonde<br />

exige a preposição A, logo, A + ONDE = AONDE. Em D, senão (= exceto, a não ser) está<br />

certo. Em E, acerca de (= sobre) está certo.<br />

33 – B. A expressão “objetivo... Comum, vírgula” significa que todos tinham o mesmo<br />

objetivo comum, geral; iam trabalhar, mas dessa vez seria diferente, pois o contexto permitiu<br />

que todos faturassem devido ao evento da baleia encalhada. Logo, “Geral, mas nem tanto.” é<br />

uma expressão sinonímica que mantém o sentido original.<br />

34 – D. Esta foi fácil, pois as palavras das expressões da letra D são sinônimos facilmente<br />

identificáveis: perspectivas = visões; mais sombrias = menos animadoras.<br />

35 – B. Replicar tem como sinônimos estas palavras: contestar, objetar, redarguir, refutar,<br />

retorquir, retrucar, revidar, copiar, reproduzir etc. No contexto, já que se trata de fazer<br />

moléculas iguais às da natureza, ficamos com o verbo reproduzir (copiar).<br />

36 – A. São homônimos homófonos, logo homonímia.


37 – E. “Para” é uma preposição que normalmente indica finalidade e pode ser substituída<br />

pela locução prepositiva “a fim de”, e não “afim de”. Além da semântica, esta questão<br />

trabalhava noções de preposição e ortografia.<br />

38 – D. Note que todas as palavras mantêm sentidos semelhantes à do enunciado, exceto<br />

escassez, que é o antônimo (sentido posto) de exuberância.<br />

39 – C. Sesta e cesta são parecidas na pronúncia e na grafia, por isso são parônimas. As<br />

demais palavras são homônimas homófonas, pois apresentam grafia diferente e pronúncia<br />

idêntica.<br />

40 – E. Há intertextualidade em todas as frases, exceto na E, porque apresentam frases prontas<br />

(ditos populares), já existentes pelo nosso conhecimento de mundo. a) “Se tudo o que é bom<br />

dura pouco, eu já deveria ter morrido há muito tempo”. b) “Nariz é essa parte do corpo que<br />

brilha, espirra, coça e se mete onde não é chamada”. c) “Une-te aos bons e será um deles. Ou<br />

fica aqui com a gente mesmo!” d) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,<br />

tudo bem.”.


Capítulo 6<br />

Gabarito<br />

1 – A. Apenas o elemento panto está com seu sentido indicado equivocadamente. Ele, na<br />

verdade, significa tudo, todo (vem do grego pan-, panto-). Pantofobia (panofobia ou<br />

panfobia) é o medo infundado de tudo, de qualquer coisa.<br />

2 – A. As palavras são formadas por derivação sufixal, pois, nas duas primeiras, o sufixo -<br />

dade é usado; na terceira, usa-se o sufixo -oso. Resumindo: responsável + -dade =<br />

responsabilidade (o -vel se torna -bil); musical + -dade = musicalidade; defeito + -oso =<br />

defeituoso. Foi?<br />

3 – CERTO. A palavra habitável apresenta sufixo (-vel) e a palavra inabitado apresenta<br />

prefixo (in-) e sufixo (-ado). Portanto, ambas as palavras sofreram derivação.<br />

4 – CORRETO. Para acertar uma questão de pontuação, é necessário ter conhecimento de<br />

neologismo. A palavra financeirização é inventada, não dicionarizada, portanto um<br />

neologismo.<br />

5 – CERTO. Vejamos o processo: combusto + -vel > combustível > bi + combustível ><br />

bicombustível. Note um detalhe muito importante: a maneira como o CESPE cobra a<br />

classificação da derivação é pelo último elemento constituinte da palavra. Como o prefixo bi<br />

– entrou por último <strong>para</strong> formar a palavra bicombustível, a derivação é prefixal. Outras<br />

bancas diriam que essa palavra sofreu derivação prefixal e sufixal, pois ela recebeu um sufixo<br />

e um prefixo em momentos diferentes em sua formação. Atenção ao estilo das bancas.<br />

6 – D. Por eliminação, ficamos com a letra D, pois a recomendação é que siglas com quatro<br />

letras ou mais sejam escritas só com a primeira letra maiúscula: Ematra.<br />

7 – C. Formação clássica de derivação <strong>para</strong>ssintética (união simultânea de afixos): en – +<br />

louco + -ecer = enlouquecer.<br />

8 – ERRADO. Em instabilidade (in + estabilidade) e imperfeita (im + perfeita), o prefixo<br />

in(m) – indica negação ou provação. Em inçado, in – faz parte do radical; não é prefixo. Em<br />

impõe, o im – indica movimento.<br />

9 – ERRADO. Inaturável é aquilo que não se pode aturar. Desnaturado é aquilo que se<br />

desnaturou, que sofreu profundas alterações em sua natureza. Os radicais são diferentes.<br />

10 – CERTO. Estas palavras são cognatas, pois têm o mesmo radical: grav (de grave).<br />

11 – ERRADO. A palavra anomalia vem do adjetivo anômalo pelo acréscimo do sufixo -ia.


Ou seja, a palavra sofreu sufixação, logo já está errada por aí. Por sufixação também, a<br />

palavra alacridade vem do adjetivo álacre. A palavra arrebataram é formada por derivação<br />

<strong>para</strong>ssintética (a + rebate + ar).<br />

12 – CERTO. Lamentável (adjetivo) + mente = lamentavelmente; plena (adjetivo) + mente =<br />

plenamente.<br />

13 – D. Ocorre derivação sufixal: descobrir + mento = descobrimento.<br />

14 – A. A palavra desentristecer (des + entristecer) vem de entristecer (en + triste + ecer)<br />

que vem de triste. Bonitinha a questão.<br />

15 – D. Se o verbo virou um substantivo, houve mudança (conversão) de classificação<br />

morfológica.<br />

16 – D. Por eliminação, temos de marcar a palavra multiconfessionais, pois nela há dois<br />

radicais: multi – e confess-, logo há composição por justaposição.<br />

17 – A. Em metropolitana, o radical metro vem do radical grego meter, metros (mãe); em<br />

metrologia, o radical grego original é métron, que significa medida.<br />

18 – C. I: cuidado com as palavras terminadas em -inho, pois nem sempre tal sufixo indica<br />

diminuição; jeitinho, por exemplo, carrega uma ideia afetiva. II: a palavra utilitarista sofreu<br />

derivação sufixal (utilitário + ista). III: a palavra analfabetismo vem de analfabeto, que vem<br />

de alfabeto; também podemos dizer que a palavra analfabetismo vem de alfabetismo, que<br />

vem de alfabeto; de qualquer modo, analisando todos os elementos que formaram a palavra<br />

analfabetismo, percebemos que os afixos entraram não simultaneamente.<br />

19 – A. A palavra megalópoles tem dois radicais (mega(lo) – e poles-), mas alguns<br />

dicionaristas entendem que mega – é prefixo, logo podemos interpretar a palavra como<br />

derivada por prefixação; devido a isso, como inter – é prefixo, a palavra internacional é<br />

formada por derivação prefixal. As demais palavras são formadas por sufixação: sustentável<br />

+ dade = sustentabilidade; sanear + mento = saneamento; obrigatório + dade =<br />

obrigatoriedade; olímpia (olimpo) + -ico = olímpico.<br />

20 – C. Em dissociação e discordar, ambos os prefixos indicam negação, oposição. Os<br />

demais: dissolver (se<strong>para</strong>ção), dispor (distribuição, organização), disenteria (defeito,<br />

dificuldade), dissimular (aumento, intensidade).<br />

21 – B. Ocupar > ocupação > desocupação ou ocupar > desocupar > desocupação. Os<br />

afixos entraram em momentos distintos <strong>para</strong> formar a palavra desocupação, logo a palavra<br />

pode ser classificada como tendo sofrido derivação prefixal e sufixal.


22 – CERTO. Desertor é aquele que deserta (pratica a deserção) e integrante é aquele que<br />

integra. Ambos os sufixos evidenciam o sentido de agente.<br />

23 – C. Ambas as palavras têm dois radicais que se uniram sem perda de elementos<br />

estruturais e fonéticos.<br />

24 – ERRADO. Em integração, in – não é um prefixo, pois não existe a palavra “tegração”;<br />

em impulsiona, o im – indica movimento; em indefectivelmente e imprudências, o in – indica<br />

negação.<br />

25 – ERRADO. Pelo contrário. O sufixo -nte carrega a ideia de agente : detergente,<br />

fervente, purificante etc.<br />

26 – CERTO. Todos os morfemas têm o mesmo sentido, ou seja, indicam movimento <strong>para</strong> o<br />

meio, posição intermediária.<br />

27 – B. A palavra desfavoravelmente foi formada pela colocação não simultânea de afixos:<br />

favor > favorável > favoravelmente > desfavoravelmente ou favor > favorável ><br />

desfavorável > desfavoravelmente. Portanto, houve derivação prefixal e sufixal, se levarmos<br />

em conta a formação da palavra desde sua origem primitiva. Poderíamos analisar também só<br />

como derivação prefixal ou como derivação sufixal, levando em conta apenas a formação pelo<br />

último elemento que entrou na palavra.<br />

28 – E. Vejamos uma por uma: magro + eza = magreza/excitar + cão = excitação; medir +<br />

dor = medidor/obsedar + (s)são = obsessão; firmar + mento = firmamento/perverter + são<br />

= perversão; digno + dade = dignidade/alucinar + cão = alucinação; violar + cão =<br />

violação/deslumbrar + mento = deslumbramento. Curiosidade <strong>para</strong> aqueles que ainda acham<br />

que palavras terminadas em -mento podem ajudar na <strong>para</strong>ssíntese: se a palavra violação foi<br />

encarada pela banca como formada por derivação sufixal, assim como deslumbramento, por<br />

associação chegamos à conclusão de que a palavra desmatamento (semelhante a<br />

deslumbramento) também sofreu derivação sufixal. Isto corrobora o que falei insistentemente<br />

na parte teórica de derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

29 – D. Comerciar com trastes, com coisas de pouco valor: traste + ejar. Em transvalorada,<br />

o prefixo significa “<strong>para</strong> além de, através de”. É bom dizer que algumas vezes constrói-se em<br />

tras (trasbordar por transbordar), e, por corruptela, em tres (tresmalhar, tresler); e ainda em<br />

tra (trapaça, tramontana).<br />

30 – D. Todas as palavras têm dois radicais, exceto desvalorizada, que apresenta um prefixo e<br />

dois sufixos ligados a um só radical.<br />

31 – A. Mortal (adjetivo) + dade; mesquinho (adjetivo) + ez; úmido (adjetivo) + dade;


escuro (adjetivo) + ão. Simples assim.<br />

32 – A. Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.<br />

Arara + inha = ararinha.<br />

33 – E. A palavra rigidez vem de rígido. Fique ligado! Muitos substantivos abstratos são<br />

formados pelo acréscimo do sufixo -ez/-eza a um adjetivo, conforme já apareceu em questão<br />

anterior. Nas demais opções, temos, respectivamente, palavra primitiva, derivação prefixal,<br />

derivação prefixal e derivação prefixal (de novo!).<br />

34 – E. A palavra descriminalizar sofreu uma derivação prefixal (criminalizar ><br />

descriminalizar). O mesmo aconteceu com a palavra reanimar (animar > reanimar).<br />

35 – D. Note que, na letra D, a palavra formada recebe, ao mesmo tempo, a adição do prefixo<br />

in – e do sufixo -mente. Porém, retirando um ou outro, as palavras resultantes existem<br />

(infeliz/felizmente). Nas letras A, B e D, temos apenas o processo de derivação sufixal:<br />

cotidiano > cotidianamente, oportuno > oportunidade e sucata > sucateado. Na letra C,<br />

temos apenas uma flexão de número: responsável > responsáveis.<br />

36 – E. Todas as opções, exceto a correta, claro, são sufixais. “Como assim, Pest?”. Vou te<br />

mostrar, meu nobre. Na letra A, temos repercutir + ão = repercussão. Na B, desdobrar +<br />

mento = desdobramento. (Tome cuidado com essa opção! O sufixo –mento é utilizado na<br />

formação de palavras por meio da derivação sufixal, apenas.) Na C, temos favor + vel =<br />

favorável. Na D, recente + mente = recentemente. Na E, entretanto, temos uma derivação<br />

prefixal des + preocupar = despreocupar.<br />

37 – D. Discreta + mente = discretamente. Simples assim.<br />

38 – D. Pobre (adjetivo) + eza = pobreza (substantivo). Hipócrita (adjetivo) + ia =<br />

hipocrisia (substantivo).<br />

39 – D. Conto deriva de contar, logo sofre regressão. Ternura deriva de terno, logo sofre<br />

sufixação.<br />

40 – C. O prefixo ex – significa movimento <strong>para</strong> fora: exorcismo é o ato de expulsar o<br />

demônio de dentro de alguém.


Capítulo 7<br />

Gabarito<br />

1 – E. A palavra charlatão só tem dois plurais: charlatães ou charlatões.<br />

2 – C. Os sufixos -eta, -az, -alha, e -ulo são formadores de substantivos diminutivo,<br />

aumentativo, aumentativo e diminutivo, respectivamente.<br />

3 – C. os substantivos milhões e milhares são masculinos plurais, portanto os artigos devem<br />

ficar no masculino plural.<br />

4 – B. Como essa questão é de 2002, o novo acordo ortográfico ainda não estava valendo,<br />

logo a palavra mão de obra ainda era escrita com hífen. E hoje, como seria, meu nobre, e por<br />

quê? Sem hífen, porque apresenta dois elementos ligados por preposição (cuidado com as<br />

espécies botânicas e animais, pois o hífen permanece nelas). Bom, vamos lá: segundo as<br />

regras de plural dos substantivos compostos, quando há subst. + prep. + subst., só o primeiro<br />

varia: mãos-de-obra; o plural dos adjetivos compostos se faz apenas com o último elemento,<br />

infanto-juvenis; por fim, “bolsa-escola” é um substantivo composto por dois substantivos e,<br />

quando é assim, só o primeiro varia, preferencialmente: bolsas-escola. Foi? Maravilha!<br />

5 – B. Olha aí a nominalização. O erro está em transformar o verbo simplificar (que indica<br />

ação) no substantivo simplicidade (que indica qualidade). Deveria ser simplificação: “Estão<br />

prontas <strong>para</strong> o crescimento quando assegurarmos as condições <strong>para</strong> a diminuição dos juros e<br />

<strong>para</strong> a simplificação dos tributos”.<br />

6 – C. O plural de “salva-vidas” é “os salva-vidas”, pois verbo não varia quando forma um<br />

substantivo composto e “vidas” já está pluralizado, logo o plural é feito só pelo determinante<br />

(artigo, por exemplo).<br />

7 – C. O plural de meia-tigela (numeral + substantivo) é meias-tigelas. E o plural de valerefeição<br />

(substantivo + substantivo) é vales-refeição/vales-refeições.<br />

8 – A. Sobre a locução pronominal “um(a) tal de”, o Dicionário Aulete diz que “é usada antes<br />

do nome de alguém (ou de algo) que não é conhecido, ou de quem só se sabe por ouvir dizer.<br />

Por vezes, tem conotação de desdém, ou de atribuição de pouca importância à pessoa, de falta<br />

de interesse por ela. Pode também ser usada de modo irônico (sem desdém) <strong>para</strong> falar de<br />

alguém ou algo muito conhecido ou famoso”. Isoladamente o pronome tal, na expressão da<br />

questão, é essencialmente um pronome demonstrativo (A tal (da) demanda social = Aquela<br />

demanda social). A preposição de é expletiva, pois pode ser retirada sem prejuízo de sentido.<br />

Entenda melhor: o artigo A está determinando o substantivo demanda. Depois do artigo, pode<br />

haver pronomes, adjetivos e numerais antes de substantivos, e eles continuarão sendo


pronomes, adjetivos e numerais. Veja exemplos: “A vossa demanda social” (pronome<br />

possessivo)/“A grande demanda social” (adjetivo). “Por que não um substantivo, <strong>Pestana</strong>?”<br />

Pois tal só se torna substantivo em três situações: quando se nomeia o pronome (O tal é um<br />

pronome), quando se quer dar a entender que alguém é notável (Ele é o tal (= o cara) em<br />

Português!) e quando substitui uma pessoa (Encontrei o tal (= homem) que te procurava).<br />

9 – A. Note que escolas-modelos (subst. + subst.) foi considerado errado pela banca. Como eu<br />

já havia alertado, quando há dois substantivos formando um composto, em que o segundo<br />

especifica o primeiro, a preferência é pela pluralização só do primeiro substantivo: escolasmodelo.<br />

Mais uma questão de concurso em que se marca a melhor resposta: guarda-chuvas<br />

(em guarda + substantivo, só o substantivo varia).<br />

10 – B. Quando o substantivo composto for formado por substantivo + preposição +<br />

substantivo, só o primeiro elemento variará, logo quedas d’água é a forma certa. Já quando<br />

um substantivo composto é formado por um substantivo + um adjetivo, ambos variam, logo<br />

cartões-postais.<br />

11 – E. Substantivos compostos formados por substantivos e adjetivos em sua formação<br />

variam normalmente, logo micos-leões-dourados e ararinhas-azuis são formas certas.<br />

12 – C. A letra C é a única que podemos associar à afirmação do enunciado, a saber: “tanto<br />

pode receber a interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo<br />

concreto”, pois o artigo o substantiva o verbo ser, mas é possível interpretarmos que, devido<br />

a essa substantivação, o vocábulo ser assume valor de substantivo concreto, pois, como<br />

sabemos, substantivo concreto é aquele que não indica ação, nem estado, nem qualidade, nem<br />

sentimento. O contexto corrobora isso. O primeiro ser faz parte da locução substantiva ser<br />

humano, logo o vocábulo ser dessa expressão não foi substantivado.<br />

13 – E. Cal é substantivo feminino. Os demais são masculinos. Suéter e pijama pode ser<br />

masculino ou feminino, indiferentemente.<br />

14 – A. Note que os substantivos vêm normalmente acompanhados de determinantes: “Um<br />

anjo de asas azuis, todo vestido de luz, sussurrou-lhe num segredo os mistérios de outra<br />

vida.”<br />

15 – CERTO. O substantivo duelo refere-se à briga de dois homens por causa de uma mulher.<br />

Em outras palavras, retoma, resumidamente, toda a ideia anterior.<br />

16 – D. Eis os substantivos acompanhados de determinantes: “... precisa da confirmação e do<br />

endosso do ‘impresso’”.<br />

17 – O substantivo situação retoma toda a ideia do período anterior (O efeito da


supervalorização...), com objetivo resumitivo. Por sua vez, o substantivo problema refere-se<br />

ao substantivo situação. Bela questão sobre o valor discursivo dos substantivos.<br />

18 – C. A: “Os tabeliões (tabeliães é o plural correto, por convenção) reúnem-se sempre às<br />

quinta-feiras.” (A forma correta é quintas-feiras porque numeral e substantivo variam quando<br />

formam um substantivo composto). B: “Nos últimos botas-foras (verbo + advérbio não<br />

variam, logo o certo é os bota-fora”), houve grande confusão, pois a agência de turismo não<br />

reteu (reteve é a forma certa, derivada do verbo ter) os que não possuíam ingresso.” D: (A<br />

FCC adora o verbo ter e derivados!): “Se não se conterem (contiverem é a forma certa do<br />

verbo conter, derivado do verbo ter, no futuro do subjuntivo) roubos de obras-primas,<br />

gerações futuras serão privadas de grandes realizações do espírito humano.” E: “Os lusosafricanos<br />

(substantivo composto indicando origem, nacionalidade só varia o último elemento;<br />

deveria ser luso-africanos) ostentavam no braço fitinhas verde-amarela (verde-amarelas é a<br />

forma certa, pois a regra geral de adjetivo composto diz que só varia o último elemento).”<br />

19 – C. A palavra mal-estar é composta de um advérbio (mal) e de um verbo na forma<br />

nominal infinitiva (estar), a qual varia sozinha: os mal-estares. Segundo a regra dos<br />

substantivos compostos com a palavra guarda, caso esta venha seguida de substantivo, só este<br />

variará: guarda-roupas. Portanto, ambas as palavras apresentam apenas o segundo elemento<br />

variando.<br />

20 – C. A primeira aparição de via é como substantivo, pois está sendo modificado por uma<br />

locução adjetiva (sem saída). A segunda aparição de via é como verbo, pois é modificado<br />

pelo advérbio bem. Fácil assim!<br />

21 – B. O plural da palavra verão pode ser escrito (arbitrariamente!) assim: verões e verãos.<br />

Esta é uma área muito escorregadia na língua. Particularmente, considero tal questão caduca e<br />

fora da realidade dos concursos, mas... fazer o quê? É aquela velha história: “Vai que...”<br />

22 – C. O plural de cidadão é feito com o acréscimo de -s apenas; já em pasteizinhos, a<br />

fórmula é: pastel > pastéis > pasteizinhos (o -s cai e entra o -(z)inho); em paul (não é o<br />

McCartney, rs), lê-se PA-UL (brejo, pântano; palavra oxítona), o qual, por terminar em -ul, o -l<br />

cai e a palavra recebe -is no plural. Pronto.<br />

23 – C. Já sabemos que pé de moleque não tem mais hífen de acordo com a nova ortografia,<br />

mas este concurso não levou isso em conta, portanto vamos aplicar as regras. Substantivo +<br />

preposição + substantivo = só o primeiro varia (pés-de-moleque). Substantivo + substantivo<br />

(em que o segundo especifica o primeiro) = preferencialmente só o primeiro varia (bananasmaçã<br />

e canetas-tinteiro).<br />

24 – E. Olhando pela lógica, o plural de corrimão seria apenas corrimãos, porque esta


palavra é formada de correr + mão. Mas vulgarizou-se, ou seja, tornou-se comum o plural<br />

corrimões por possíveis duas razões: por um lado, porque se perdeu bastante a noção de que<br />

em corrimão entra o elemento mão, cujo plural é mãos; por outro lado, porque há tendência<br />

<strong>para</strong> fazermos em -ões o plural da maioria das palavras terminadas em -ão. Em suma: há o<br />

plural corrimãos e corrimões. Este último é mais usual. Sobre as letras A, B, C, D,<br />

respectivamente, observe os comentários. A: quando um substantivo composto é formado por<br />

advérbio + adjetivo, só o adjetivo varia, logo é abaixo-assinados. B: quando um substantivo<br />

composto é formado por palavra invariável (preposição, interjeição etc.) + substantivo, o<br />

substantivo varia, logo é contra-argumentos. C: o plural de tabelião é tabeliães. D: sobre o<br />

plural composto por guarda: guarda + substantivo (só o substantivo varia); guarda + adjetivo<br />

(ambos variam); logo o certo é guarda-costas.<br />

25 – D. País > países > paíse + zinhos > paisezinhos. Beija-flores (verbo, que não varia) +<br />

substantivo, que varia).<br />

26 – E. A palavra cartão-postal é composta por substantivo + adjetivo, logo ambos variam:<br />

cartões-postais. A palavra guarda-civil também, logo guardas-civis.<br />

27 – A. Os substantivos compostos obra-prima, navio-petroleiro, água-marinha são<br />

formados por substantivo + adjetivo, logo ambos os elementos variam: obras-primas, naviospetroleiros,<br />

águas-marinhas.<br />

28 – ERRADO. O único plural de cidadão é cidadãos.<br />

29 – D. Se pudermos substituir uma oração por um substantivo ou por um pronome de valor<br />

substantivo, como isso, ela terá valor de substantivo certamente. Veja: “A verdade é [minha<br />

péssima memória]”/“A verdade é [isso]”.<br />

30 – INCORRETA. Segundo o VOLP, o plural de mal-estar é mal-estares. Ponto e basta.<br />

31 – C. O único substantivo que não varia como os demais é bate-bola (verbo, que não varia<br />

+ substantivo, que varia): bate-bolas.<br />

32 – B. Televisão > televisões. Mão > mãos. Produção > produções. Organização ><br />

organizações. Conclusão > conclusões. Dava <strong>para</strong> errar essa questão?<br />

33 – A. Trata-se de um modo afetivo de designar uma pessoa e um objeto.<br />

34 – C. A expressão nominal ou substantiva é “filho de um pedreiro”, que faz referência ao<br />

“menino Joaquim Barbosa”.<br />

35 – B. O magma, a libido, o pernoite. Mera decoreba! a) O eclipse, a dinamite, a derme. c) O<br />

aneurisma, o fonema, o clã. d) A pane, a ênfase, o dó.


36 – D. Todos os substantivos destacados são do tipo comum de dois gêneros, exceto a<br />

testemunha, que é sobrecomum, em que não se sabe se se trata de um homem ou de uma<br />

mulher.


Capítulo 8<br />

Gabarito<br />

1 – B. O adjetivo convenientes apresenta um ponto de vista, uma opinião sobre o assunto<br />

(demarcações) em pauta pelo autor, por isso é modalizador.<br />

2 – E. O adjetivo brilhante é subjetivo por ser modalizador, ou seja, exprimir um ponto de<br />

vista, uma opinião sobre um assunto, o futuro. Note também que ele é o único adjetivo que<br />

veio anteposto ao substantivo.<br />

3 – A. Lembra-se dos adjetivos modalizadores? Mais uma questão! Ao dizer “triste situação”,<br />

“futuro incerto e infeliz”, “grave problema social”, os adjetivos triste, incerto, infeliz e grave<br />

exprimem um ponto de vista sobre o assunto tratado. Simples assim!<br />

4 – C. Seria melhor se fosse “bolo fofo” ou “macio”, porque o adjetivo mole pode passar uma<br />

ideia de consistência pastosa ou até mesmo sem consistência, como se estivesse estragado. Há<br />

uma carga negativa nesse adjetivo.<br />

5 – INCORRETA. A palavra imprevisível se conserva um adjetivo, pois continua<br />

caracterizando o substantivo história (em que imprevisível dormita a história = em que a<br />

história dormita imprevisível).<br />

6 – INCORRETA. Segundo a regra geral de plural dos adjetivos compostos, só o último<br />

elemento varia, logo o plural de político-institucional é político-institucionaiS.<br />

7 – D. A expressão de outra forma está ligada ao verbo Penso, logo é uma locução adverbial,<br />

e não adjetiva. Em A, B, C e E, as expressões destacadas se ligam a termos de valor<br />

substantivo, como bem faz um adjetivo. Estes são os termos de valor substantivo a que se<br />

ligam as expressões de valor adjetivo (na sequência): magistratura, os (= aqueles), espírito,<br />

medida. Destaco a opção E, em que uma oração adjetiva caracteriza um substantivo. Não falei<br />

que já havia questão de prova sobre isso?<br />

8 – A. O adjetivo canônicos (masculino e plural) se refere apenas ao substantivo códigos<br />

(masculino e plural). B: há dois adjetivos (sociais e políticas). C: há dois adjetivos (mental e<br />

espiritual). D: há dois adjetivos (diferentes e religiosas). E: desmedidas é um adjetivo que se<br />

refere a dois substantivos (vaidades e ambições).<br />

9 – A. Velha é um adjetivo que caracteriza o substantivo poltrona e da sala é uma locução<br />

adjetiva que também caracteriza o substantivo poltrona.<br />

10 – INCORRETA. O adjetivo boa não é usado <strong>para</strong> exprimir um juízo de valor, mas sim<br />

<strong>para</strong> indicar extensão, de modo que o trecho equivalha a Durante grande/extensa parte do


século XIX.<br />

11 – A. Tanto extraordinária quanto heroico (agora sem acento) exprimem uma avalização,<br />

um julgamento por parte do autor sobre os substantivos beleza e esforço, respectivamente.<br />

12 – A. Questão maldosa! A pessoa da banca que fez isso foi meio sem coração, não? Como<br />

você vai saber que “ornitologia” é o ramo da zoologia que trata das aves? Você é zoólogo?<br />

Resumindo, a banca não titubeou e lascou um adjetivo erudito da locução adjetiva “das aves”.<br />

Brincadeira, não? E só de curiosidade (vai que...): ofiológico (estudo das serpentes),<br />

entomológico (estudo dos insetos), ictiológico (estudo dos peixes), saurológico (estudo dos<br />

lagartos – dinossauros). É, meu nobre... questãozinha <strong>para</strong> fazer a triagem. Isso não cai em<br />

prova de concurso a não ser <strong>para</strong> eliminar candidato ou em prova militar. Eu tive de recorrer<br />

ao dicionário <strong>para</strong> saber tudo isso, é mole?<br />

13 – D. Para conceituar o adjetivo, é necessário apresentar a relação que ele estabelece com o<br />

substantivo. Em muitas situações, a distinção entre essas duas classes de palavras só é<br />

possível a partir de elementos fornecidos pelo contexto. Em “direitos humanos”, direitos é<br />

substantivo e humanos é o adjetivo que o caracteriza; em “humanos direitos”, ocorre o<br />

contrário: humanos é substantivo e direitos passa a ser o adjetivo que o caracteriza. Este foi o<br />

gabarito oficial.<br />

14 – D. Adjetivo pátrio é aquele que se refere a países, estados, cidades ou localidades.<br />

Quem nasce em Belém é belenense, quem nasce em São Luís é ludovicense ou são-luisense e<br />

quem nasce em Manaus é manauense ou manauara, e não “manauano”. Não falei que só cai<br />

isso em questão militar? E, mesmo assim, é raro.<br />

15 – B. Lembra-se da estrutura de grau com<strong>para</strong>tivo de superioridade dos adjetivos? Então...<br />

ela está mais do que clara aqui por meio da construção “... mais lentos que...”.<br />

16 – A. Em condições normais de temperatura e pressão, a palavra generosas seria um<br />

adjetivo, mas nesse caso é impossível, pois ela está sendo determinada por um pronome<br />

(algumas). Lembra-se de que eu falei <strong>para</strong> você que a preocupação da banca é testá-lo no<br />

reconhecimento das classes gramaticais? É isso que ocorre aqui, um adjetivo se torna um<br />

substantivo. O substantivo é uma classe gramatical normalmente acompanhada de<br />

determinantes (artigo, PRONOME, numeral e/ou adjetivo). No caso em questão, o<br />

determinante é algumas e o substantivo é generosas. Mudança de classe gramatical, meu<br />

aluno: o que parecia um adjetivo era tão somente um substantivo. Safo?<br />

17 – ERRADO. Opinioso significa “aquele que é inflexível em suas opiniões”. Tem carga<br />

semântica negativa. Não é o caso de judicioso, que significa “criterioso, de bom senso”. Tem<br />

carga semântica positiva.


18 – CERTO. De fato o adjetivo necessário modifica a oração substantiva “investir em<br />

pesquisa”. Raciocine: o que é necessário? Resposta: investir em pesquisa. Sendo assim, um<br />

adjetivo não modifica só um substantivo, mas pode modificar uma oração de valor substantivo<br />

inteirinha.<br />

19 – B. A palavra políticos caracteriza direitos. Logo, é um adjetivo. Todas as outras<br />

sublinhadas são substantivos sendo caracterizados por adjetivos. De novo, reconhecimento de<br />

classe gramatical, certo?<br />

20 – A. Sobre a letra A, o comentário procede. A expressão que se repete no texto é o<br />

sintagma nominal: executiva bem-sucedida (substantivo feminino + expressão composta de<br />

advérbio + adjetivo).<br />

21 – A. Note que estamos diante daquela questão de locução adjetiva versus preposição +<br />

substantivo. Observe o valor ativo (ou de posse; locução adjetiva) e o valor passivo (falsa<br />

locução adjetiva). Só na A existe a relação de posse, além de ser possível substituir a locução<br />

adjetiva (da nação) por um adjetivo correspondente (nacional).<br />

22 – A. Este sufixo é próprio do grau superlativo absoluto sintético e serve <strong>para</strong> intensificar,<br />

enfatizar um termo. Assim como -inho ou -ão (sufixos usados em substantivos normalmente)<br />

podem intensificar um adjetivo, o sufixo -íssimo (sufixo próprio <strong>para</strong> intensificar um adjetivo)<br />

também pode ampliar o sentido de um advérbio. Falarei mais sobre isso em grau estilístico<br />

dos advérbios.<br />

23 – E. Nesta questão se aprende muito em todas as opções. A única afirmação equivocada<br />

está na E, pois independente de pobre ser deslocado, sua função sintática não mudará, pois ele<br />

continuará dentro do sintagma nominal (“um pobre homem da cidade” ou “um homem pobre da<br />

cidade”), funcionando como um adjunto adnominal. Só há mudança de sentido com seu<br />

deslocamento, como se diz em A e B.<br />

24 – A. O adjetivo negras, independente da posição, significa difíceis, negativas, ruins. Veja<br />

as demais: B: pobre homem (coitado), homem pobre (sem dinheiro); C: simples pessoa (mera,<br />

desimportante), pessoa simples (humilde); D: única oferta (apenas uma), oferta única<br />

(singular, importante); E: grande homem (virtuoso, importante), homem grande (fisicamente<br />

grande). Para fechar, fino manto (caro) e manto fino (delgado).<br />

25 – D. Melancolia é uma palavra designadora de um sentimento, portanto é um substantivo<br />

abstrato, que, no contexto, ainda por cima, é caracterizado pelo vocábulo escondida, aí sim<br />

um adjetivo.<br />

26 – INCORRETA. Não haveria mudança de sentido, tampouco estrutura incomum nestas


inversões: biológicos motivos e infalível receita. No entanto, em forma melhor, há uma ideia<br />

de restrição e, em melhor forma, uma ideia de superlativação; em anos setenta, há uma<br />

mudança substancial de sentido, pois tal expressão já não se refere à idade (setenta anos), mas<br />

sim à geração.<br />

27 – A. A locução adjetiva de direito pode ser substituída satisfatoriamente pelo adjetivo<br />

jurídica, pois o contexto o permite. Já pendular não se refere a um pêndulo literal, logo a<br />

locução adjetiva do pêndulo não cabe no contexto. Enfim, a locução adjetiva do tirano pode<br />

ser plenamente substituída pelo adjetivo tirânico, que significa “relativo ao tirano, à tirania”.<br />

28 – B. Em pobres famílias, o adjetivo significa “dignas de pena”. Qualquer é pronome<br />

indefinido, e não adjetivo, mas há mudança de sentido no deslocamento, pois, à direita do<br />

substantivo, tal vocábulo tem sentido depreciativo. O adjetivo velhos, anteposto ao<br />

substantivo, significa “antigo”, e não “imprestável, gasto, obsoleto”. Em novo golpe, o<br />

adjetivo novo pode indicar “atual”, “recente” ou “mais um”.<br />

29 – C. A afirmação corretíssima da I anula a da III. O que nos importa neste capítulo é a<br />

afirmação perfeita da II. Isto foi visto por nós na parte de formas estilísticas de grau. Muito<br />

boa a questão!<br />

30 – A. Diversas origens (muitas) – origens diversas (variadas).<br />

31 – D. Esta era <strong>para</strong> elevar a autoestima! O adjetivo escandaloso caracteriza o substantivo<br />

topete. Ponto.<br />

32 – B. Dava <strong>para</strong> ficar em dúvida na C, não é? Mas note que a ideia de grande é relativa,<br />

subjetiva, depende de uma avaliação pessoal. Por outro lado, o adjetivo social é meramente<br />

informativo, objetivo, denotativo. Os demais adjetivos são modalizadores desde criancinhas.<br />

33 – D. Este grau (superlativo relativo de superioridade) tem estrutura fixa: o mais + adjetivo<br />

+ de/dentre. Não era possível errar, se você soubesse, é claro.<br />

34 – A. O adjetivo inconsequente expressa uma opinião ou juízo do autor sobre o modo.<br />

35 – A. É uma oração adjetiva, pois caracteriza o substantivo veículos, logo tem valor de<br />

adjetivo.<br />

36 – A. O adjetivo marcante é um modalizador, logo atende ao pedido do enunciado.<br />

37 – A. A locução adjetiva da tarde e o adjetivo perigosa caracterizam o substantivo hora.<br />

38 – D. Brasileira é o único adjetivo, pois caracteriza o substantivo bandeira. Os adjetivos<br />

verde e brasileiro sofreram derivação imprópria, tornando-se substantivos.


39 – A. O único adjetivo que sofreu substantivação foi o primeiro, uma vez que veio<br />

antecedido de determinante. Nos demais casos, as palavras são verdadeiros adjetivos, pois<br />

não nomeiam, caracterizam.


Capítulo 9<br />

Gabarito<br />

1 – E. Interessante questão, pois você tem de perceber que o substantivo respeito exige a<br />

preposição a, que pode ou não se combinar com o artigo masculino plural os (devido ao<br />

substantivo masculino milhões). Em A, o artigo não é obrigatório. Em B, o artigo feminino não<br />

cabe, pois se liga a um substantivo masculino plural, milhões. Em C, diz é transitivo direto,<br />

logo não exige preposição. Em D, o substantivo respeito (com sentido de relação, referência)<br />

exige preposição a.<br />

2 – ERRADO. Crase e artigo andam lado a lado. Há três casos tradicionais em que o artigo é<br />

facultativo: antes de nomes próprios femininos, antes de pronomes possessivos que<br />

acompanham um substantivo e na locução prepositiva até a. Nenhum desses casos ocorre no<br />

texto. A primeira contração da preposição a com o artigo a se dá pelo verbo permitir –<br />

permite-se algo (o acesso) a alguém (a + a sociedade); a segunda ocorrência de crase é gerada<br />

pelo nome acesso, que exige a preposição a + as informações (= às informações); a terceira<br />

ocorrência é devido à exigência da preposição pelo adjetivo relativas (relativas a + a<br />

utilização = à utilização).<br />

3 – D. O artigo vem antes de substantivo (a taxa); a preposição pode ligar verbos (continuará<br />

a ser); a preposição inicia grupo de vocábulos terminados em preposição, ou seja, locução<br />

prepositiva (a partir de); a preposição pode ser exigida por verbos (o verbo chegar exige a<br />

preposição a, que fica antes do pronome relativo que).<br />

4 – CERTO. O artigo definido só se contrai com as preposições a, de, em e por.<br />

5 – E. O primeiro os é complemento do verbo empurrar, logo é um pronome oblíquo átono. O<br />

segundo o pode ser visto como um artigo expletivo ou como parte da locução pronominal<br />

interrogativa o que, de modo que não pode ser analisado isoladamente. Questão maldosa! O<br />

terceiro o vem antes do pronome relativo que e pode ser substituído por um pronome<br />

demonstrativo (= aquilo), por isso é um demonstrativo. O quarto é demonstrativo também (o =<br />

aqueles). O último é um artigo, pois vem antes do substantivo país. Note que a FGV foi bem<br />

tradicional por não contrair o artigo com a preposição antes de sujeito de verbo no infinitivo<br />

(de o país perder, e não do país perder).<br />

6 – CERTO. Em dos, os é um pronome demonstrativo, pois equivale a “aqueles” e vem antes<br />

da preposição de. Em da, a” é artigo, pois vem antes do substantivo Idade.<br />

7 – E. Não há artigo antes do pronome todo acompanhando substantivo. O a é só uma<br />

preposição.


8 – E. O vocábulo uma pode ser artigo indefinido, numeral ou pronome indefinido. No<br />

contexto, uma não indica quantidade, nem vem sozinho no texto, logo só pode ser um artigo<br />

indefinido.<br />

9 – CERTO. A preposição em pode se contrair com o artigo um sem problema algum: em +<br />

um = num.<br />

10 – F. O artigo um indetermina, pois é indefinido, logo a afirmação é falsa. Não se sabe que<br />

comerciante ou que produtor é.<br />

11 – D. Em I, com a retirada dos artigos, a ideia de generalização permanece; não há problema<br />

(correto). Em II, os dois-pontos se<strong>para</strong>riam orações coordenadas assindéticas, a palavra<br />

seguinte após saúde vem realmente com letra minúscula (correto). Em III, nenhum vocábulo<br />

exige a presença da preposição com (incorreto). Em IV, a contração de em com um (num) é<br />

viável; a se<strong>para</strong>ção, idem (correto). Em V, se o artigo definido for retirado resta apenas a<br />

preposição a, sem acento grave (incorreto). Em VI, em + as = nas (correto).<br />

12 – E. Em I, a ausência do artigo não implica erro e mantém a mesma ideia; só não há crase,<br />

pois a preposição a (exigida pelo substantivo acesso) não se contrai com artigo a. Em II, a<br />

ideia de generalização se mantém com a expressão no plural, daí que você percebe que a<br />

ausência do artigo (em I) ou a presença do artigo indefinido imprimem um valor generalizador,<br />

assim como a expressão no plural. Em III, o gerúndio tem valor de adjetivo. Em IV, o advérbio<br />

muito é dispensável por ser um termo acessório, acrescentando uma nova circunstância<br />

semântica ao contexto, mas sua ausência não interfere na estrutura sintática; se a questão<br />

falasse que o sentido não mudaria com sua ausência, aí seria falsa a afirmação, pois muito<br />

mais é diferente de mais, sozinho.<br />

13 – D. Em A, o a liga verbos, logo é uma preposição. Em B, o a liga palavras, logo é uma<br />

preposição. Em C, o a inicia locução adverbial, logo é uma preposição. Em D, o a é um<br />

artigo, pois vem antes do substantivo família, com o qual concorda em gênero e número.<br />

14 – A. O primeiro a liga um verbo a outro, logo é uma preposição. O segundo a vem antes de<br />

um substantivo, concordando em gênero e número com ele, logo é um artigo.<br />

15 – B. O nome críticas exige a preposição a, assim como voltei. Logo, nos dois casos a é<br />

uma preposição.<br />

16 – B. Não pode haver dois artigos numa estrutura de superlativo relativo. Logo, a frase<br />

deveria ser reescrita assim: “A ilha mais <strong>para</strong>disíaca pede regulamentação.”.<br />

17 – E. Vejamos: “A (artigo) primeira é tecnológica: a (artigo) internet começou, há vários<br />

anos, a (preposição) erodir a (artigo) receita da (preposição + artigo) indústria cultural.”.


18 – ERRADO. Segundo Domingos Paschoal Cegalla, equivalendo a “todas as pessoas, toda<br />

a gente”, a expressão todo mundo ou todo o mundo é válida, mas a segunda é preferencial.<br />

Ele diz ainda que o uso do artigo é obrigatório quando mundo se usa no sentido de Terra (O<br />

jogo será transmitido <strong>para</strong> todo o mundo; ou seja, <strong>para</strong> o mundo inteiro.). Logo, o artigo não<br />

pode ser retirado.<br />

19 – CERTO. A ausência do artigo não torna o trecho errado, pois a expressão considerados<br />

essenciais já determina o substantivo medicamentos, de modo que o artigo antes dele é<br />

dispensável. Uma maneira de perceber que o artigo pode ser dispensado é por meio desta<br />

reescritura com pronome indefinido: “... ampliar o acesso da população a todos os<br />

medicamentos considerados essenciais...”. Percebe que a ideia é a mesma quando se coloca o<br />

pronome indefinido todos antes do substantivo? No entanto, veja esta outra frase: “Ele<br />

sobreviveu ao rigoroso exame na empresa.” (isso significa que há um só rigoroso exame na<br />

empresa). Agora: “Ele sobreviveu a rigoroso exame na empresa.” (sem o artigo, há mais de<br />

um exame rigoroso na empresa).<br />

20 – E. Em A, o é artigo, pois vem antes de substantivo. Em B, o é artigo expletivo ou<br />

constituinte da expressão interrogativa o que. Em C, o é artigo, pois vem antes de substantivo<br />

(note que a visão do CESPE sobre a contração de preposição com artigo antes de sujeito de<br />

verbo no infinitivo foi tradicional, isto é, não há contração). Em D, o é artigo, pois vem antes<br />

de substantivo. Em E, o é pronome demonstrativo, pois vem antes do pronome relativo que e<br />

pode ser substituído por aquele, assim como no enunciado o o pode ser substituído por<br />

aquilo.<br />

21 – B. O primeiro vem antes de substantivo, logo é artigo. O segundo vem ligando termos,<br />

logo é uma preposição. O terceiro é pronome oblíquo átono, pois completa o verbo encontrar.<br />

22 – CORRETA. Não há incoerência nem incorreção na reescritura “... a colonização<br />

espanhola caracterizou-se largamente... pela aplicação...”. Ambas as expressões determinam o<br />

substantivo.<br />

23 – ERRADO. O a não pode ser artigo, pois artigo concorda em gênero e número com o<br />

substantivo, o que não é o caso. O a é uma preposição, pois liga o nome acesso a revólver. A<br />

preposição é um conector, o artigo nunca.<br />

24 – CORRETA. O artigo é facultativo antes de pronome possessivo que acompanha<br />

substantivo.<br />

25 – D. Em I, só um é artigo indefinido do substantivo passo. Em II, todo o indica inteireza,<br />

todo indica “qualquer”; há mudança de sentido, equivalendo a “qualquer mundo”. Em III, por


+ a = pela; perfeito!<br />

26 – CORRETA. De fato, há contração de em + as = nas.<br />

27 – CORRETA. De fato As é um artigo definido, pois precede um substantivo (economias),<br />

concordando em gênero e número com ele e determinando-o.<br />

28 – C. Não há contração da preposição com o artigo quando este faz parte do nome de uma<br />

publicação. Logo, deveria ficar assim: “Li a notícia em ‘O Estado de Sergipe’”.<br />

29 – C. O artigo nunca vem antes ou depois do pronome relativo cujo! Nunca!<br />

30 – Correta. Segundo já sabemos, o artigo é facultativo antes do pronome possessivo<br />

adjetivo, portanto, dizer: “Comprei meu carro ontem.” e “Comprei o meu carro ontem.” dá no<br />

mesmo!<br />

31 – C. O a é um artigo definido, pois vem antes de um substantivo, determinando-o. O um é<br />

um artigo indefinido, pois vem dentro de um sintagma nominal cujo núcleo é um substantivo<br />

(engano), indeterminando-o. O vocábulo triste caracteriza o substantivo engano, logo é um<br />

adjetivo.<br />

32 – D. O segundo a vem antes de um substantivo, determinando-o, logo estamos diante<br />

realmente de um artigo definido. O primeiro a é exigido pelo adjetivo igual, e, quando isso<br />

ocorre, o a é fatalmente um conector, uma preposição.<br />

33 – C. Questão linda! Falei sobre isso em Valor Discursivo. Releia o diálogo entre os<br />

fofoqueiros e a explicação dada por mim e pelo Celso Cunha. É muito verdade que<br />

substantivos precedidos de artigos indefinidos nunca podem aparecer textualmente como<br />

termos que se referem a outros anteriores.<br />

34 – B. Antes de pronome possessivo que acompanha um substantivo, o artigo é facultativo.


Capítulo 10<br />

Gabarito<br />

1 – A. O substantivo grama é masculino quando se trata de unidade de peso, logo o numeral<br />

cardinal precisa variar em gênero e número com ele: “duzentos gramas”.<br />

2 – B. O algarismo romano X tem como correspondente árabe 10. No caso de soberanos,<br />

papas, séculos, livros e partes de uma obra, até 10o (décimo), lê-se como ordinal, depois<br />

como cardinal.<br />

3 – D. O algarismo romano X tem como correspondente árabe 10. No caso de soberanos,<br />

papas, séculos, livros e partes de uma obra, até 10o (décimo), lê-se como ordinal, depois<br />

como cardinal.<br />

4 – C. Preposição a+ a (artigo) = às. Sob é preposição. Ambos é numeral dual, equivalendo a<br />

“um e outro” ou “os dois”. Se é pronome pessoal oblíquo átono.<br />

5 – D. Os vocábulos oito, três, dez e 5,7 milhões são cardinais e 40% é fracionário.<br />

6 – C. O algarismo romano X tem como correspondente árabe 10. No caso de soberanos,<br />

papas, séculos, livros e partes de uma obra, até 10o (décimo), lê-se como ordinal, depois<br />

como cardinal.<br />

7 – A. Uma é artigo indefinido. Segunda, 2002, dez, cinco são numerais cardinais.<br />

8 – B. A conjunção e liga centenas a dezenas, dezenas a unidades.<br />

9 – B. Ambas as vezes equivale a “As duas vezes”.<br />

10 – C. Segundo os gramáticos José de Nicola e Ernani Terra, em seu livro 1.001 Dúvidas de<br />

Português, o vocábulo a pode ser um numeral ordinal quando equivale a “primeiro”,<br />

indicando uma sequência. O dicionário Michaelis diz que é um adjetivo “com a acepção de<br />

primeiro: 1 Sempre posposto ao substantivo modificado: a cadeira a, o livro a, o parágrafo<br />

a; 2 Posposto a um algarismo, indicando o primeiro objeto de uma série secundária ou a<br />

primeira repetição do mesmo número: casa 21-A, classe cinco-a, página 25-a”. Questão<br />

estranha!<br />

11 – A. O primeiro e o último são ordinais, pois carregam uma ideia serial ou sequencial. Os<br />

demais são cardinais, pois indicam apenas quantidade.<br />

12 – D. Após X (décimo), lê-se como cardinal, logo “Luís XVI (dezesseis)”. Esta é a regra<br />

<strong>para</strong> reis, séculos, papas etc.<br />

13 – errada. Até X (décimo), lê-se como ordinal, logo século VIII (oitavo).


14 – ERRADO. A expressão cerca de dez indica indefinição, ideia aproximada, muito<br />

diferente da clara ideia numérica contida em uma dezena de.<br />

15 – B. Mais uma questão com “ambos/ambas”. Do ponto de vista do Bechara, tal questão<br />

poderia ser anulada, pois ele diz que ambos também pode ser considerado um pronome.<br />

16 – A. Mero reconhecimento de tipos de numeral. Cardinal indica quantidade absoluta.<br />

Ordinal indica posição, sequência, ordem.<br />

17 – C. Questão maldosa! Quadringentenário (ou quadricentenário) se refere a fato sucedido<br />

400 anos antes. Sesquicentenário se refere a período de 150 anos, pois o prefixo sesqui –<br />

significa “um e meio”, logo “um centenário e meio” é igual a “cento e cinquenta anos”. Um<br />

sinônimo de sesquicentenário é tricinquentenário. Septenário faz menção ao período de 7<br />

dias/anos. O sufixo -ário indica, dentre outras coisas, “o que ou aquele que está na casa dos<br />

anos”: centenário, ducentenário, tricentenário, quadragenário, quinquagenário,<br />

sexagenário, septuagenário, octogenário, nonagenário etc.<br />

18 – D. A opção certa é autoexplicativa.<br />

19 – B. Perceba que o eu-lírico multiplica tudo por dez <strong>para</strong> indicar uma ideia bem<br />

hiperbólica (exagerada) do que ele sente: dez vezes a cada dia (1 x 10 = 10), setenta a cada<br />

semana (7 x 10 = 70), trezentas a cada mês (30 x 10 = 300). Logo, a semana tem sete dias e o<br />

mês indicado, exatos trinta dias.<br />

20 – A. Brasileiro é um adjetivo, mas foi substantivado pelo determinante artigo (o). O<br />

vocábulo um só pode ser numeral, pois indica unidade (quantidade) dentro de um grupo. O a é<br />

uma preposição, pois vem antes de verbo. O outro a é um artigo, pois vem antes do<br />

substantivo tese. O o é um artigo, pois vem antes do substantivo mosquito. Por fim, epidemia<br />

é um designador precedido de artigo, logo é um substantivo.<br />

21 – C. Quanto ao numeral dois, ninguém tem dúvidas de que é um numeral cardinal. Sobre<br />

meio, talvez rolasse uma dúvida, pois tal vocábulo também pode ser um substantivo ou um<br />

advérbio. Nesse caso, é um numeral mesmo, pois equivale a “metade” (dois quilômetros e<br />

meio – metade de um quilômetro).<br />

22 – E. Sete é numeral cardinal. Artigo é um nomeador, logo é um substantivo. De é uma<br />

preposição, pois liga termos.<br />

23 – C. Três é numeral cardinal. A precede substantivo, logo é artigo. Aquecimento é<br />

precedido de artigo, logo é substantivo.<br />

24 – B. É cardinal, pois indica quantidade absoluta.


25 – A. “Exercer papel” adjetivo não é o mesmo que “ser” adjetivo. Como já sabemos que<br />

existem numerais adjetivos, pelo fato de acompanharem substantivos atribuindo-lhes<br />

determinados sentidos, não temos dúvidas de que dois em os dois registros tem “valor<br />

de/papel de” adjetivo. Reitero: não é um adjetivo, mas um numeral adjetivo.<br />

26 – B. Meio equivalendo a “metade” é um numeral fracionário. A: substantivo. C: advérbio.<br />

D: substantivo. E: advérbio.<br />

27 – C. Cinco é um numeral cardinal substantivo, pois indica quantidade e substitui<br />

substantivos.<br />

28 – B. A palavra um cerceada por só, somente, apenas e sequer é um numeral.<br />

29 – C. Eu é pronome pessoal do caso reto. Terceira é numeral ordinal, pois indica posição,<br />

ordem. Contente é adjetivo, pois caracteriza o substantivo Ana. Emprego é substantivo, pois<br />

está determinado por um adjetivo (novo).<br />

30 – D. Mim é pronome pessoal oblíquo tônico. Dois é numeral cardinal, pois indica<br />

quantidade absoluta. Sonho é substantivo, pois é um designador.


Capítulo 11<br />

Gabarito<br />

1 – Só a segunda está INCORRETA, pois a expressão sua construção refere-se ao<br />

antecedente crise financeira e não a banco Lehman Brothers. Na primeira, no qual substitui<br />

sem problemas em que, retomando um longo período; veja o contexto: “Depois de termos<br />

vivido um longo período em que (= no qual) prevaleceu a ilusão da racionalidade<br />

intrínseca...”. Na terceira, veja que a expressão seu funcionamento retoma o assunto do<br />

contexto, a saber: mercados financeiros: Depois de termos vivido um longo período em que<br />

prevaleceu a ilusão da racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente<br />

o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos associados a seu funcionamento<br />

(ou seja, ao funcionamento dos mercados financeiros).<br />

2 – INCORRETA. Veja o contexto: “... o indivíduo tem as condições mínimas <strong>para</strong> atingir a<br />

felicidade, a que todos os homens tendem”. Lembra-se de que eu falei sobre o uso obrigatório<br />

da preposição antes do pronome relativo quando um verbo após ele exigi-la? Deveria ser: “...<br />

o indivíduo tem as condições mínimas <strong>para</strong> atingir a felicidade, à qual todos os homens<br />

tendem”, com acento indicativo de crase.<br />

3 – A. Na primeira afirmação, não há erro gramatical algum, nem se desrespeitam as relações<br />

entre os argumentos se substituirmos onde por em que, uma vez que ambos os pronomes<br />

relativos retomam uma palavra que indica lugar (mundo); falsa afirmação, portanto. Na quarta<br />

afirmação, há de fato erro gramatical e a relação entre os argumentos é desrespeitada, uma vez<br />

que o pronome relativo onde não é substituível por outro pronome relativo não iniciado por<br />

preposição; a substituição só seria possível assim: “... uma ponte ou uma estrada na qual se<br />

cobrava pedágio.”.<br />

4 – C. Em A, o pronome oblíquo átono -lo retoma o substantivo desenvolvimento. Em C, veja<br />

o contexto: “Acabar drasticamente e de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização<br />

de combustíveis fósseis não é possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que<br />

aumentem ou estimulem ainda mais o seu consumo, nem pensar.”. Em D, veja o contexto: “A<br />

principal fonte de energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a<br />

emissão de CO2 na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à<br />

sua redução pela adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia.”.<br />

Percebeu que o pronome destacado não se refere à industrialização, mas sim à emissão?<br />

5 – A. Os pronomes Essas (demonstrativo) e elas (pessoal reto) têm valor anafórico,<br />

retomando energias renováveis. O uso dos pronomes Tais e essas está adequado na letra B. O<br />

uso do pronome indefinido Certas está inadequado na letra C, pois dá, erradamente, uma ideia


vaga. A mesma inadequação ocorre em D e em E com Algumas/algumas e Diversas/certas.<br />

6 – CERTO. O pronome oblíquo átono é usado antes do verbo auxiliar ou após o principal<br />

quando vem uma palavra atrativa antes da locução verbal. Corretíssimo!<br />

7 – Se retirarmos o pronome demonstrativo o (= aquilo) antes do pronome relativo que, a<br />

estrutura ficará comprometida, pois o pronome relativo deixará de retomar um termo, coisa<br />

que não existe na língua portuguesa. Veja: “Nos países em geral, economistas, políticos e o<br />

noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a<br />

situação geral da economia, mas não revelam que se passa em seu interior.” Alguns<br />

gramáticos vão dizer que este pronome negritado é um pronome indefinido, equivalendo a que<br />

coisa. Questionável... bem-vindo à ESAF.<br />

8 – CERTO. No texto 1, há usos prescritos e não prescritos: “Dá-se isto...”: segundo a<br />

prescrição gramatical, não se inicia período com pronome oblíquo átono; tem ele de ficar em<br />

posição enclítica (após o verbo); a ênclise está adequada, portanto. “Me mande...”: segundo a<br />

prescrição gramatical, não se inicia período com pronome oblíquo átono; tem ele de ficar em<br />

posição enclítica (após o verbo); a forma adequada à norma culta, portanto, não seria a<br />

próclise (antes do verbo), mas a ênclise: “Mande-me...”. No texto 2, há total respeito às regras<br />

de colocação pronominal: “E desde já te agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo que<br />

foi você que se lembrou do meu nome”. Os pronomes oblíquos átonos estão em posição<br />

proclítica (próclise), pois o advérbio já e o pronome relativo que “atraem” o pronome<br />

oblíquo, ficando antes do verbo.<br />

9 – ERRADO. Segundo as regras de colocação pronominal, é facultativo o uso do pronome<br />

oblíquo antes de sujeito explícito (nome ou pronome), sem “palavra atrativa”. Simples assim!<br />

10 – ERRADO. Na primeira ocorrência, a colocação é facultativa, pois há sujeito explícito<br />

sem palavra atrativa. Na terceira ocorrência, a colocação é igualmente facultativa, pois segue<br />

esta regra: “infinitivo não flexionado precedido de palavras atrativas ou das preposições<br />

<strong>para</strong>, em, por, sem, de, até, a”. Na segunda ocorrência, a palavra denotativa de exclusão só<br />

serve de atrativa, logo a próclise é obrigatória.<br />

11 – CERTO. Esta questão trata da função referencial (anafórica) do pronome. A elipse é a<br />

omissão de um termo facilmente subentendido pelo contexto. E é exatamente o contexto que<br />

nos permite dizer que a afirmação da banca procede, pois na linha 6 o sujeito elíptico<br />

(implícito) é “Oscar”; por sua vez, o pronome anafórico ele (que retoma um termo anterior)<br />

faz referência a Oscar, e não a outro nome. Talvez você confundisse o referente Oscar com<br />

Papai do Céu, mas o contexto não deixa dúvida, pois logo após ele vem como um verdadeiro<br />

homem, logo não pode se referir a Papai do Céu, mas sim a Oscar.


12 – CERTO. Esta questão é chatinha; não é qualquer um que faz, não! Trata do uso do<br />

pronome demonstrativo este com valor catafórico (refere-se a um termo ou ideia posterior).<br />

Realmente não é possível a reescrita proposta, pois o pronome oblíquo átono o (... e o<br />

desenvolvam) tem valor anafórico e está retomando aquilo que é “este nobre fim”, a saber, o<br />

que vem após os dois-pontos (fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado<br />

<strong>para</strong> viver). O problema desta retomada anafórica pelo o é que o referente do pronome<br />

catafórico este só vem após os dois-pontos, logo não podemos retomar o referente do<br />

catafórico este pelo oblíquo átono anafórico o. Em outras palavras, a reescrita só seria<br />

realmente possível assim: “... que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem<br />

feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado <strong>para</strong> viver, e o desenvolvam.”.<br />

13 – ERRADO. Note que o texto começa falando sobre o homem, centrando-se nele e em sua<br />

maneira de ver o mundo. Daí que não podemos jamais dizer que as expressões sua sociedade<br />

e sua expressão estejam se referindo a um fenômeno/conceito (etnocentrismo). Afinal, a<br />

sociedade é do homem e a maneira de se expressar (expressão) é igualmente do homem.<br />

Observe também que o pronome sua retoma, como anafórico que é, a palavra homem, presente<br />

nas linhas iniciais. Observe que se fala sobre “sua cultura” e “seu modo de vida”. Cultura de<br />

quem? Modo de vida de quem? Do homem. Veja, então: “É comum a crença de que sua<br />

própria sociedade (a própria sociedade do homem) é o centro da humanidade...”; “É comum<br />

a crença de que sua própria sociedade é... a sua única expressão (a única expressão do<br />

homem).”. Ufa!<br />

14 – CERTO. O CESPE/UnB adora esse tipo de questão. Bem... uma maneira de<br />

visualizarmos melhor os referentes é por meio da reescritura, logo o faça: “(...) Sua cultura<br />

tem base em tolerância e solidariedade. Sua cultura (A cultura da paz) respeita os direitos<br />

individuais...”. Percebe que a reescritura mantém a coesão e a coerência? Portanto, realmente<br />

o pronome Ela remete a “Sua cultura”, que, por sua vez, refere-se à “cultura de paz”.<br />

15 – C. A única alternativa que apresenta o pronome pessoal de tratamento usado de maneira<br />

correta é a C, pois, quando se usa pronome de tratamento, a regra gramatical diz que os verbos<br />

e outros pronomes que referem a ele devem estar na 3ª pessoa do discurso, o que não ocorre<br />

nas demais alternativas. Segundo os principais manuais de redação oficiais, as abreviaturas<br />

usadas pela FCC não procedem. Segundo o irrefutável Celso Pedro Luft, revisor do Manual<br />

de Redação da Presidência da República, a abreviatura de Vossa Excelência é V. Exa. (ou V.<br />

Exª.). Bem-vindo à FCC.<br />

16 – B. Para que esteja correto o uso da preposição antes do relativo, você tem de perceber se<br />

o verbo ou o nome que vem após o pronome relativo está exigindo preposição. Veja a letra B:<br />

“... um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar”. A pergunta que você


vai fazer é: “Muita gente da imprensa não consegue se esquivar de quê?”. Do vício, certo?<br />

Afinal, quem se esquiva se esquiva de algo/alguém. Em outras palavras, veja se após o<br />

pronome relativo há um verbo ou um nome exigindo uma preposição. Se houver (Brasil!), a<br />

preposição ficará antes do pronome relativo! Ok? Agora teste esse conhecimento nas demais<br />

alternativas, já corrigidas: A: “O Príncipe é um símbolo reincidente, de cujo nome pessoal<br />

talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhecimento.”. Quem tem conhecimento tem<br />

conhecimento de algo. O cujo está bem usado, pois ele sempre vem relacionando dois nomes,<br />

estabelecendo uma relação de posse entre eles. Desdobrando a oração, ela ficaria assim:<br />

“Talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhecimento do nome pessoal do Príncipe.<br />

Percebe a relação de posse entre nome e Príncipe? C: “A trama da qual o personagem<br />

anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.” Quem participa participa de<br />

algo. O pronome relativo a qual está retomando a trama, expressão feminina, logo está bem<br />

usado. D: “Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão da qual decorreria toda a trama<br />

já conhecida de Branca de Neve.”. Toda a trama decorreria de algo. E: “Os figurantes<br />

anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação de que irão depender todas as<br />

demais.”. Quem irá depender irá depender de algo/alguém.<br />

17 – E. Primeira parte: quem cultua cultua algo ou alguém, certo? Ok. Delacroix é um nome<br />

masculino singular, certo? Portanto o pronome oblíquo a ser usado é o pronome o. Só que o<br />

verbo termina em -r, certo? O r vai deixar de ser usado e o pronome o vai se tornar lo. Daí,<br />

temos a seguinte reescritura: “nem por isso deixa de cultuá-lo”. Segunda parte: o pronome<br />

oblíquo átono vai substituir uma expressão substantiva de núcleo feminino e singular, e o<br />

verbo não termina em -r, logo a reescritura certa é: “Cézanne a admira” ou “Cézanne admiraa”.<br />

A colocação do pronome neste caso é facultativa. Terceira parte: observe que a expressão<br />

substantiva sublinhada tem núcleo feminino singular, logo usaremos o pronome oblíquo átono<br />

a; como o advérbio já vem colocado antes do verbo, o pronome também ficará antes do<br />

verbo: “já a encontramos”.<br />

18 – A. Na letra A, veja que o cujo está bem usado, respeitando todos aqueles critérios de uso<br />

que a gente já viu. Sobre a preposição, ela vem antes do pronome relativo porque o verbo<br />

acreditar a exige: “Não deu certo o tal do método prático em cuja eficiência Paulo Honório<br />

chegou a acreditar.”. Vejamos os demais erros: b) “Para o jornalista, a criação da língua<br />

literária requer uma técnica sofisticada DE que nenhum escritor pode abdicar.” Quem abdica,<br />

abdica algo ou de algo. c) “Quando Paulo Honório leu os dois capítulos datilografados, sentiu<br />

neles um artificialismo verbal que jamais toleraria.” Quem tolera, tolera algo/alguém. d) “Se<br />

literatura fosse um arranjo de palavras difíceis, os dicionaristas fariam poemas cujo brilho<br />

ninguém superaria.” Quem supera, supera algo/alguém. e) “A linguagem A que Paulo Honório


de fato aspirava era simples, direta, e não uma coleção de figuras retóricas.” Quem aspira,<br />

aspira A algo (no sentido de almejar).<br />

19 – C. Observe com calma: “As hipóteses aventadas, em que se baseiam os especialistas,<br />

devem ainda ser comprovadas por exames acurados.”. Quem se baseia se baseia em algo. Aí<br />

está. Simples assim. Faça esse teste nas outras alternativas e constatará que não se exige a<br />

preposição em.<br />

20 – C. Sobre a letra C, o verbo definir é transitivo direto, exige complemento não<br />

preposicionado (objeto direto). Como já sabemos, o lhe substitui termos preposicionados<br />

(objeto indireto), logo a substituição está inadequada. Deveria ser “definiu-o”, pois -o, -a, -<br />

os, -as (e variações: -lo, -la, -los, -las, -no, -na, -nos, -nas) exercem função de objeto direto,<br />

substituindo complementos não preposicionados.<br />

21 – E. Na letra E, o lhe foi usado <strong>para</strong> substituir um complemento não preposicionado; isso é<br />

um erro, uma vez que tal pronome só substitui complemento preposicionado (a ele(a/s); <strong>para</strong><br />

ele(a/s)). Ok? Deveria ser: “Guimarães Rosa mantém-no ou Guimarães Rosa o mantém”.<br />

22 – C. A afirmação do tópico II está equivocada, pois o verbo que vem após o pronome<br />

relativo está no plural, logo o pronome relativo ‘que’ pode retomar tranquilamente o núcleo do<br />

termo preposicionado anterior. Agora, por uma questão de maior clareza, o uso do pronome<br />

relativo os quais realmente é melhor. Isso não significa que o uso do que implicaria<br />

ambiguidade ou erro. Veja: “A própria literatura consagra escritores no mercado<br />

internacional, os quais/que negociam seus direitos por intermédio de agentes...”.<br />

23 – D. Questão interessante. Na letra D, numa análise mais “moderna”, o adjetivo pesado<br />

exige um complemento preposicionado iniciado por a ou <strong>para</strong>, por isso o uso do lhe é<br />

aceitável. Lembra que o lhe pode ser substituído por “a/<strong>para</strong> ele”? É isso aí. “O jarro era por<br />

demais pesado <strong>para</strong> ele = o jarro lhe era por demais pesado”. Eu disse que a questão é<br />

interessante, pois a maioria dos gramáticos dizem que o lhe só pode exercer função sintática<br />

de objeto indireto em detrimento de outros estudiosos da língua, como Claudio Cezar<br />

Henriques, Ulisses Infante, Faraco & Moura, Celso Pedro Luft e mais uns pingados. Estes<br />

dizem que o lhe pode exercer função sintática de complemento nominal, que também é um<br />

termo preposicionado. Os gramáticos tradicionais vão dizer que, mesmo com o verbo ser<br />

(verbo de ligação), o lhe tem função de objeto indireto; é mole? Fique esperto!<br />

24 – E. a) “A obsolescência e o anacronismo, atributos com os quais os americanos<br />

manifestam todo seu desprezo, passaram a se enfeixar com a expressão dez de setembro.” (Os<br />

americanos manifestam todo seu desprezo com estes atributos: obsolescência e anacronismo.)<br />

O uso do pronome relativo os quais está correto, pois ele retoma atributos (masculino plural).


) “O estado de psicose, no qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de<br />

segurança cuja radicalidade muitos recriminam.” Quem imerge imerge em algum lugar. Quem<br />

recrimina recrimina algo/alguém. O uso dos pronomes relativos está correto, pois o qual<br />

retoma “estado de psicose”, expressão masculina singular; quanto ao cujo, estabelece a<br />

relação de posse entre dois nomes adequadamente. c) “A sensação de que o 11/9 foi um<br />

prólogo de algo o qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do pasmo do qual foram<br />

tomados tantos americanos.” Quem se arrisca a pronunciar se arrisca a pronunciar algo. Quem<br />

é tomado é tomado de alguma coisa. Quanto ao uso de o qual retomando algo e pasmo, não há<br />

nada a dizer, pois está corretíssimo. d) “Não é à descrença, sentimento por que nos sentimos<br />

invadidos depois de uma tragédia, é à esperança que queremos nos apegar.” Quem se sente<br />

invadido, se sente invadido por algo. Quem quer se apegar, quer se apegar a algo/alguém.<br />

Sobre o uso do pronome relativo que, você já sabe que ele retoma qualquer palavra. e) “Fatos<br />

como os de 11/9, com que ninguém espera se de<strong>para</strong>r, são também lições terríveis, de cujo<br />

significado não se deve esquecer.” Quem espera se de<strong>para</strong>r espera se de<strong>para</strong>r com<br />

algo/alguém. Quem não se deve esquecer não se deve esquecer de algo/alguém. Os pronomes<br />

relativos que e cujo estão dentro do padrão culto.<br />

25 – C. NUNCA o pronome oblíquo átono pode ficar após verbo no particípio! Regra<br />

clássica!<br />

26 – C. Veja o contexto: “Um texto descuidado não chega a ser atestado de toda uma formação<br />

educacional frágil. Mas o é (ou seja, ‘mas é atestado’) da forma como damos ênfase àquilo<br />

que fazemos...”. Cuidado com esse pronome demonstrativo que substitui uma ideia inteira!<br />

27 – B. Comento só as letras A e E, pois têm a ver com este capítulo. Na letra A, de fato o<br />

pronome possessivo sua tem como referente “remédios europeus”. Uma maneira de você<br />

perceber isso é substituindo o pronome pelo referente. Veja: “... que importavam remédios<br />

europeus e usavam produtos nativos na formulação dos remédios europeus”. Foi? Em E, o<br />

pronome relativo que refere-se a boticários de fato; substitua: “... eram manipuladas por<br />

boticários, os boticários importavam remédios...”. Foi?<br />

28 – Totalmente INCORRETA! O pronome demonstrativo tais não é usado em linguagem<br />

informal apenas, mas também em linguagem formal <strong>para</strong> retomar termos, quando equivale aos<br />

demonstrativos esse(a/s). Veja se a substituição não é perfeita: “O que essas pessoas talvez<br />

nunca percebam...”.<br />

29 – B. Sobre B: o artigo é facultativo antes de pronome possessivo adjetivo. Portanto,<br />

correta a reescrita. Na letra A, ocorre um erro, pois o pronome indefinido seguido de artigo<br />

tem um sentido; sem artigo, outro. Sobre a letra E, veja o contexto <strong>para</strong> saber se é possível


trocar o pronome relativo que por a qual: “Portanto, correríamos o risco de, mesmo vivendo<br />

muito, ter de suportar a dor das perdas prematuras a qual, em função de uma vida maior,<br />

seriam muito mais doloridas.”. Note que o pronome relativo, na verdade, pelo contexto, está<br />

retomando “perdas prematuras”, logo deveria ser as quais e não a qual. Foi? Reescrevendo<br />

corretamente: “Portanto, correríamos o risco de, mesmo vivendo muito, ter de suportar a dor<br />

das perdas prematuras que/as quais, em função de uma vida maior, seriam muito mais<br />

doloridas.”.<br />

30 – A. A forma foram fechando-se respeita o registro culto da língua, pois, em uma locução<br />

verbal, o pronome oblíquo átono pode ficar depois do verbo principal no gerúndio (ênclise),<br />

sem problemas.<br />

31 – B. Cuidado com as preposições antes dos pronomes relativos! A essa altura do<br />

campeonato, você não pode mais garotear, hein! Veja de novo a letra B: exige-se alta<br />

habilitação <strong>para</strong> (esta preposição fica antes do pronome relativo cujo); o verbo caber exige a<br />

preposição A, que fica antes do pronome quem obrigatoriamente. Veja os erros das demais: a)<br />

A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja pretendia<br />

confundir função técnica com função política. Quem se vale se vale de, então deveria ser: “A<br />

argumentação da qual se valeu...”. O pronome relativo cujo vem entre dois nomes<br />

estabelecendo uma relação de posse, o que não ocorre neste texto. Portanto, o texto deveria<br />

ser reescrito assim: “A argumentação da qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia<br />

que pretendia confundir função técnica com função política.”. c) Para muitos, seria preferível<br />

uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo mérito onde nem todos<br />

confiam. O adjetivo preferível, assim como o verbo preferir, exige a preposição A, isto é:<br />

“Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto à promoção...”. Além<br />

disso, o pronome relativo onde só retoma palavra de sentido locativo, o que não é o caso.<br />

Portanto, o texto deveria ser escrito assim: “Para muitos, seria preferível uma escolha baseada<br />

no consenso do voto à promoção pelo mérito no qual nem todos confiam.”. d) A má reputação<br />

de que se imputa ao “assembleísmo” é análoga àquela em que se reveste a “meritocracia”. O<br />

verbo imputar não exige a preposição de, mas sim o verbo revestir-se, logo o trecho deveria<br />

ser escrito assim: “A má reputação que se imputa ao ‘assembleísmo’ é análoga àquela de que<br />

se reveste a ‘meritocracia’”. e) “A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que<br />

a adoção de um ou outro critério se faça segundo à natureza do caso.” Pela milésima vez, o<br />

cujo só vem entre dois nomes, o que não é o caso. A crase final não procede, pois não há<br />

contração de preposição a com artigo a <strong>para</strong> haver a crase. Logo, o trecho deveria ser escrito<br />

assim: “A convicção de que/da qual não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um<br />

ou outro critério se faça segundo a natureza do caso.”.


32 – D. Uma maneira de descobrir que expressão está sendo substituída pelo pronome<br />

demonstrativo isso é simplesmente substituir o pronome pela expressão (ou por uma paráfrase<br />

dela), no contexto. Veja: “Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos.<br />

Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual projetos hidrelétricos provocam<br />

necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse<br />

duplo objetivo é inatingível. Mas a ideia de que não é possível aliar construção de<br />

hidrelétricas e preservação da Amazônia não tem de ser assim ...”.<br />

33 – CORRETA. Reveja o trecho: “Também certos latino-americanos (adjetivo pátrio que<br />

reporta ao processo de colonização), como o brasileiro (adjetivo pátrio específico) Caio<br />

Prado Jr., o trindadense (adjetivo pátrio específico) Eric Williams e o argentino (adjetivo<br />

pátrio específico) Sérgio Bagu, haviam chamado a atenção <strong>para</strong> a vinculação, desde a<br />

colônia, da sua região (ou ‘da região deles’, a saber: Brasil, Trinidad e Tobago e<br />

Argentina) com o capitalismo mundial.”.<br />

34 – ERRADO. Afirmação equivocada, pois o demonstrativo Essas (também esse, esses,<br />

essa) nunca é usado <strong>para</strong> se referir a termo posterior. No contexto, “Essas” refere-se ao termo<br />

antecedente “muitos”.<br />

35 – E. Segundo a visão da FCC, apoiada em gramáticos tradicionais, não pode haver<br />

contração de preposição com artigo/pronome antes de sujeito de verbo no infinitivo. Logo, a<br />

redação da E está equivocada, pois, segundo esta ótica, deveria ser: “o motivo de os gregos<br />

legarem-nos apenas um valor fundamental”. A minha ideia, ao colocar esta questão, na<br />

verdade, foi comentar a letra C. A FCC, acertadamente, nos ensina que pode haver próclise<br />

mesmo depois de uma intercalação. Exemplo: “Os professores, muito competentes por sinal,<br />

nos ajudaram (ou ajudaram-nos) muito.”. Cuidado com esse papo de que pronome oblíquo<br />

átono não pode vir logo após a vírgula, hein. Neste caso, P-O-D-E! Quem diz isso não sou eu,<br />

mas a Academia Brasileira de Letras.<br />

36 – ERRADO. Não é sanada, pois o pronome de tratamento que se refere a juiz é Vossa<br />

Excelência. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos<br />

Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Vossa Excelência é usada <strong>para</strong> autoridades do Poder<br />

Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores/Membros de Tribunais/Juízes/Auditores da<br />

Justiça Militar.<br />

37 – ERRADO. O pronome retoma rei, e não o poder do rei.<br />

38 – C. Esta questão deveria ter sido anulada, pois o vocábulo qualquer é tão somente um<br />

pronome indefinido, independente de sua posição junto ao substantivo. Quem diz isso não sou<br />

eu, mas todos os gramáticos superconsagrados, e nada mais, nada menos que a Academia


Brasileira de Letras. No entanto, ela não foi anulada, pois o dicionário Houaiss diz que<br />

qualquer pode ser um adjetivo. Não conheço outro dicionário que diga o mesmo que o<br />

Houaiss. Estranho, não?! Durma com um barulho desse!<br />

39 – E. Quando o, a, os, as estão antes de pronome relativo que e antes de preposição de e<br />

podem ser substituídos por pronomes demonstrativos (aquele(a/s), aquilo), eles são<br />

classificados como reais pronomes demonstrativos.<br />

40 – A. Conforme o trecho apresentado, o pronome oblíquo em destaque refere-se ao<br />

substantivo convivência: “... afastar a tensão na convivência entre os países, colaborando <strong>para</strong><br />

manter a convivência em desejável harmonia” = “... afastar a tensão na convivência entre os<br />

países, colaborando <strong>para</strong> mantê-la (= convivência) em desejável harmonia.”. Safo?<br />

41 – CORRETA. Para ter certeza de que o pronome retoma determinado referente, substitua o<br />

pronome pelo referente: “A fraqueza da produção manufatureira, nos últimos meses e anos,<br />

aqueceu o debate sobre o risco de desindustrialização no Brasil. No ano passado, o<br />

crescimento da produção manufatureira foi de apenas 0,3%, uma ninharia em com<strong>para</strong>ção<br />

com a alta de 6,7% no varejo”. Simples assim!<br />

42 – E. Vejamos um por um. A: O pronome indefinido todos se refere aos cidadãos<br />

finlandeses, não retoma nem sintetiza os termos da enumeração. B: As duas expressões estão<br />

em oposição, logo não pode ser uma paráfrase da outra. C: O pronome relativo que retoma o<br />

termo anterior: vida. D: O pronome isso sintetiza tão somente esta ideia: “A maioria de seus<br />

educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são<br />

fisicamente contidos”. E: Reescreva o trecho, substituindo os pronomes pelo referente<br />

substantivo (cidadão): “A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir<br />

referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à disposição do<br />

cidadão, <strong>para</strong> que, atendidas as necessidades básicas e diárias de bem-estar do cidadão, o<br />

cidadão ocupe a si mesmo (ou seja, o cidadão) com questões outras que a sobrevivência.”.<br />

43 – C. O autor se expressa na 1ª pessoa do plural como estratégia de polidez, de modéstia,<br />

evitando-se a possível interpretação de arrogância ou extrema pessoalidade.<br />

44 – E. Substitua o o por fato e notará que a escrita de próprio punho provoca, na região<br />

dedicada ao processamento das informações armazenadas na memória, uma atividade<br />

significativamente mais intensa do que a da digitação é a ideia retomada, pois o pronome<br />

demonstrativo o faz referência ao papel que a escrita de próprio punho provoca no cérebro em<br />

contrapartida ao uso da digitação.<br />

45 – D. A conjunção e não é atrativa, logo o pronome pode ficar enclítico ou proclítico.


46 – A. Observe com calma: “... tamanhos avanços tecnológicos provocam o distanciamento<br />

dos jovens em vez de (os avanços tecnológicos) aproximá-los (os jovens)...”. Fácil, não?<br />

47 – C. “O nome da cidade cuja população a respeita muito é Nadópolis.”. Perfeito o uso do<br />

cujo.<br />

48 – A. Segundo a regra de colocação pronominal sobre locução verbal com verbo principal<br />

no gerúndio, a reescritura de I está correta. As demais estão equivocadas: em II, o verbo<br />

tratar-se não varia em número, pois vem acompanhado de uma partícula de indeterminação do<br />

sujeito; em III, a próclise prevalece sobre a mesóclise; em IV, na segunda frase, a próclise não<br />

ocorre por causa da atração de um pronome indefinido, mas da de um advérbio (Já).<br />

49 – C. O único referente feminino plural é duas loiras, logo o pronome oblíquo las tem valor<br />

anafórico, pois remete a duas loiras, substituindo-as, <strong>para</strong> evitar a repetição.<br />

50 – C. Nas opções a), b) e e), o vocábulo que é uma conjunção integrante, pois inicia<br />

orações subordinadas substantivas, que equivalem a “isto/isso”. Na d), o que é uma conjunção<br />

com<strong>para</strong>tiva. Só na c), o que é um pronome relativo, pois retoma eletrodomésticos e pode ser<br />

substituído por os quais.<br />

51 – C. a) O lhe, que não exerce função de objeto direto, não pode retomar esta coluna, que é<br />

um objeto direto. O adequado seria assina-a, pois o pronome a, além de concordar em gênero<br />

e número com termo substituído, exerce função de objeto direto. b) O adequado é formamo-lo,<br />

pois o verbo termina em s. c) Como o verbo termina em r, usa-se o pronome átono lo <strong>para</strong><br />

retomar o termo substituído o poder. d) Mudá-lo. e) Pre<strong>para</strong>ndo-a.<br />

52 – C. Quem é frequentador é frequentador de algum lugar, logo de que: O restaurante Reis,<br />

de que o poeta era assíduo frequentador, ficava no velho centro do Rio. Poderia ser do qual<br />

também.


Capítulo 12<br />

Gabarito<br />

1 – INCORRETA. O verbo tornar-se é pronominal quando indica mudança de estado, logo o<br />

se não indica voz passiva, pois é uma parte integrante do verbo.<br />

2 – INCORRETA. O se é um índice de indeterminação do sujeito. Retire o se e coloque o<br />

alguém antes do verbo, como se fosse o sujeito, e verá que o sentido é o mesmo. Chegou-se a<br />

dizer que... = Alguém chegou a dizer que... Não se sabe quem é o sujeito, logo o sujeito é<br />

indeterminado, e o se indica justamente isso, por isso é um pronome com função de<br />

indeterminar o sujeito.<br />

3 – A segunda afirmação está CORRETA e é autoexplicativa. Mas <strong>para</strong> torná-la de fácil<br />

digestão, perceba que, em “Qualquer invencionice só estimularia operações especulativas no<br />

câmbio, que acabariam provocando uma valorização ainda mais indesejável da moeda<br />

nacional”, as operações especulativas no câmbio seriam estimuladas por qualquer<br />

invencionice. Logo, na linha do tempo, primeiro ocorreria “qualquer invencionice” (passado)<br />

estimulando (no futuro), hipoteticamente, operações especulativas no câmbio. Já na primeira<br />

afirmação, as formas verbais estão no modo subjuntivo, logo não indicam “fatos de realização<br />

garantida”, afinal, o subjuntivo exprime incerteza, dúvida, suposição etc.<br />

4 – B. Observe que o enunciado fala sobre erro gramatical. Nada sobre sentido. Assim,<br />

perceba que em vinham divulgando o verbo auxiliar está no plural, logo o verbo ter, na 3ª<br />

pessoa do plural, recebe acento circunflexo, ficando assim: têm divulgado.<br />

5 – CORRETA. O modo subjuntivo de fato introduz noção hipotética. A afirmação procede.<br />

6 – INCORRETA. Não prejudica a correção, pois houve simples passagem de voz passiva<br />

sintética <strong>para</strong> voz passiva analítica.<br />

7 – C. O verbo negociar, terminado em -iar, tem a seguinte conjugação no imperativo negativo<br />

(cópia do presente do subjuntivo): não negocies, não negocie, não negociemos, não negocieis,<br />

não negociem. Pelo que se vê, não há ditongação.<br />

8 – B. A alternativa certa é autoexplicativa. O futuro do presente do indicativo indica fato<br />

futuro certo, ainda que sem data certa.<br />

9 – B. Esta questão é de transposição de voz passiva analítica <strong>para</strong> voz passiva sintética.<br />

Elimina-se o verbo ser e passa-se o verbo principal <strong>para</strong> o mesmo modo, tempo e pessoa em<br />

que estava o verbo ser. Junta-se o pronome se apassivador ao verbo, observando-se as regras<br />

de colocação dos pronomes. O sujeito fica posposto ao verbo que com ele concorda. Assim:


Os estudos serão apresentados ao Ministério da Saúde > Apresentar-se-ão os estudos ao<br />

Ministério da Saúde. Simples assim!<br />

10 – D. Questão de uniformidade de tratamento bastante legal. Lembra-se desse assunto? Bem,<br />

os verbos e os pronomes precisam estar em uma mesma forma de tratamento, ou seja, se o<br />

texto começa na 2ª pessoa, os demais elementos precisam estar na 2ª pessoa. Normalmente<br />

questão desse tipo está ligada à formação do imperativo. Observe a frase original: “Levanta<br />

suas mãos <strong>para</strong> o alto. Afaste-se da vítima e não mexa em seus pertences. Passa teus<br />

documentos e considere-se preso.”. Observe agora as formas de tratamento usadas (note que<br />

há mistura de tratamentos, 2ª pessoa com 3ª pessoa... uma bagunça!): “Levanta (2ª p.) suas (3ª<br />

p.) mãos <strong>para</strong> o alto. Afaste-se (3ª p.) da vítima e não mexa (3ª p.) em seus (3ª p.) pertences.<br />

Passa (2ª p.) teus (2ª p.) documentos e considere-se (3ª p.) preso.”. A única alternativa que<br />

respeita a uniformidade de tratamento é a letra D: “Levanta (2ª p.) tuas (2ª p.) mãos <strong>para</strong> o<br />

alto. Afasta-te (2ª p.) da vítima e não mexas (2ª p.) em seus (3ª p.) pertences. Passa (2ª p.) teus<br />

(2ª p.) documentos e considera-te (2ª p.) preso.”. Tudo na 2ª pessoa; percebeu?<br />

11 – CORRETA. O subjuntivo indica hipótese, como de costume, e o indicativo, afirmação<br />

certa. A substituição de sejam por são ou serão mudaria a perspectiva de sentido, atendendo à<br />

intenção que se deseja atribuir ao contexto.<br />

12 – INCORRETA. Por falta de correlação verbal, é impossível que o pretérito imperfeito do<br />

subjuntivo substitua o presente do subjuntivo neste contexto, pois a correlação só se<br />

estabelece através de dois verbos: ‘garante’ (presente do indicativo) + ‘exerça’ (presente do<br />

subjuntivo). Veja como a substituição fica esdrúxula: “Apesar desta missão ser, por si só,<br />

relevante, na medida em que garante os recursos financeiros <strong>para</strong> que o Poder Público bem<br />

exercesse seu mister...”. Raciocine: se a missão garante algo <strong>para</strong> que o Poder Público passe<br />

a exercer, isso não pode estar ligado a uma ideia passada.<br />

13 – Nenhum. Em I, o verbo ser é expletivo, ou seja, pode ser retirado sem prejuízo sintático<br />

ou semântico, pois o objetivo dele é meramente estilístico (realce). Em II, está certa a<br />

substituição, pois o tempo composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fizera) é<br />

feito por meio do verbo ter/haver no pretérito imperfeito do indicativo + particípio (havia<br />

feito).<br />

14 – CERTO. Os gramáticos dizem que, quando se quer dar ênfase ao sujeito do verbo no<br />

infinitivo, é possível flexioná-lo. Portanto, embora devamos levar em conta as regras abaixo,<br />

a flexão do infinitivo dependerá da intenção do autor e da clareza que se quer dar ao discurso.<br />

Observe esta frase: Convidei meus amigos <strong>para</strong> almoçar/almoçarem lá em casa (tanto faz).<br />

Portanto, pode o infinitivo se flexionar ou não neste caso: “Ficamos a olhar o verde do jardim,


as gotas a evaporar/evaporarem, as lesmas a pre<strong>para</strong>r/pre<strong>para</strong>rem os corpos <strong>para</strong> novas<br />

caminhadas.”.<br />

15 – CERTO. O futuro do pretérito é um tempo verbal que está diretamente ligado à ideia de<br />

hipótese, suposição, dúvida, incerteza. Portanto, uma maneira de criarmos um distanciamento<br />

no nosso discurso é por meio do uso desse tempo verbal. Perceba que, com o uso do verbo no<br />

futuro do pretérito, se coloca em xeque a veracidade da afirmação, a saber: é, de fato, a<br />

indispensabilidade da teoria política uma necessidade de autoconhecimento dos indivíduos?<br />

16 – ERRADO. O uso do verbo no presente do subjuntivo estejam não se relaciona<br />

sintaticamente com a oração “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas”, mas<br />

sim tão somente com pessoas. Além disso, a escolha do presente do subjuntivo nada tem a ver<br />

com a relação sintática entre a forma verbal estejam e algum termo da oração. A seleção deste<br />

tempo e modo verbal <strong>para</strong> o verbo estar tem a ver com o contexto de possibilidade, hipótese,<br />

a saber: “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo estudos focados em<br />

entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas — estejam elas no topo<br />

ou na base.” (Percebe aqui a ideia de possibilidade?). Safo?<br />

17 – ERRADO. O verbo auxiliar dever, em ambos os casos, não indica probabilidade. Não é<br />

pelo fato de eles estarem, respectivamente, no presente e futuro do presente do indicativo, o<br />

modo da certeza, mas sim porque exprimem um tom imperativo, de<br />

obrigatoriedade/dever/recomendação. O verbo auxiliar dever é bem interessante, pois seu<br />

valor semântico pode mudar consoante o contexto. Veja: Você deve sair daqui agora!<br />

(obrigatoriedade)/Já que você não trabalha, deve estudar. (necessidade)/O João já deve ter<br />

chegado. (possibilidade, incerteza).<br />

18 – ERRADO. A substituição incorrerá em erro gramatical e incoerência, porque há falta de<br />

correlação verbal. Veja: “... sabia que isso não o tornasse menos humano e digno”. Esse<br />

verbo não cabe no contexto uma vez que não há harmonia de sentido entre a forma verbal<br />

sabia (pretérito imperfeito do indicativo) e tornasse (pretérito imperfeito do subjuntivo).<br />

Raciocine: se ele sabia algo (isso indica certeza, fato), não faz sentido deixar o verbo tornar<br />

no subjuntivo, indicando um passado hipotético. Ficará incoerente. Ok?<br />

19 – CERTO. Lembra-se daquele bizuzinho de conjugação verbal do subjuntivo que você<br />

aprendeu láááááá com a Tia Teteca, na escolinha? Então, ele vale ainda hoje. Veja: (Se) eu<br />

amasse, tu amasses, ele amasse, nós amássemos... (pretérito imperfeito do subjuntivo). Sabe<br />

por que você aprende a conjugar com essas conjunções antes do verbo no subjuntivo? Porque<br />

o verbo no subjuntivo é próprio das orações subordinadas, e tais conjunções são<br />

subordinativas, introduzindo, afinal, orações subordinadas. Logo, faz todo o sentido a


afirmação da banca.<br />

20 – ERRADO. No primeiro caso, misturar é verbo principal da locução verbal voltam a se<br />

misturar, portanto não sofre flexão — a não ser que estivesse bem afastado do auxiliar, o que<br />

não é o caso. Sobre provocar, note que, antes, um substantivo seguido de preposição de rege o<br />

verbo, logo, não se pode flexioná-lo: “... na esperança de... provocar...”.<br />

21 – CERTO. A forma verbal apreenderem é um infinitivo flexionado, pois vem antecedido<br />

de preposição. Estou falando isso, pois muita gente confunde a forma verbal de futuro do<br />

subjuntivo com a forma de infinitivo. Enquanto esta vem antecedida de preposição, aquela<br />

vem antecedida de conjunção. Veja: Quando policiais da Delegacia Antipirataria<br />

apreenderem.../“... após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem...”. A forma de<br />

tempo composto do verbo ‘apreender’ é ter/haver apreendido. Colocando na 3ª pessoa do<br />

plural, temos terem apreendido, que tem o mesmo sentido que apreenderem. Logo, “... após<br />

policiais da Delegacia Antipirataria terem apreendido...”. Safo?<br />

22 – CERTO. Houve simples mudança de voz passiva analítica <strong>para</strong> sintética e vice-versa.<br />

23 – CERTO. Interessante a questão, pois, de fato, a troca de se por caso altera o tempo<br />

verbal, mas não o modo, de modo que a frase fica assim: “Caso nos apressemos (presente do<br />

subjuntivo) a dizer... poderá (futuro do subjuntivo) apenas...”.<br />

24 – ERRADO. Como se trata de uma pergunta, os verbos no futuro do presente expressam<br />

dúvida, portanto não existe assertiva (ou certeza) quanto às supostas características da nova<br />

sociedade.<br />

25 – CERTO. O tempo composto formado pelos verbos ter/haver no pretérito imperfeito do<br />

indicativo + particípio, formam o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, que<br />

equivale ao pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Em outras palavras,<br />

havia/tinha imprimido = imprimira.<br />

26 – ERRADO. A ideia não é sugerir que há nações que resistem a “estar nesse tempo”. O<br />

futuro do subjuntivo (quiserem) tão somente indica o verdadeiro desejo que as nações devem<br />

ter de fazer parte, no futuro (hipotético, pois não se sabe com certeza se nações não adotarão<br />

tal postura, o que é totalmente diferente de dizer que algumas nações resistem à era<br />

tecnológica), da era da informação (internet).<br />

27 – CERTO. Note que a locução verbal de tempo composto (ter/haver + particípio) está na<br />

voz passiva analítica (tenha sido... formada). No entanto, nada impede que substituamos o<br />

verbo ter, no presente do subjuntivo, pelo verbo haver, desde que este esteja no mesmo tempo<br />

e modo verbal. Portanto, poderíamos reescrever o trecho assim: “... que haja sido


completamente formada na era da Internet”. Fica feio, mas é forma culta... fazer o quê?<br />

28 – A. Esta questão trata, na letra A, de emprego de tempos e modos verbais e aspecto<br />

verbal. Vejamos o contexto: “No entanto, sem escala de valor está a vida de milhares de<br />

pessoas que faleceram (pretérito perfeito do indicativo) e virão a sucumbir (futuro do<br />

presente do indicativo), vítimas das enchentes.”. De fato os verbos expressam,<br />

respectivamente, uma ação concluída, observada no seu término, no seu resultado, e uma ação<br />

a ocorrer após o momento em que se enuncia o fato. Na letra B, a banca sugere que a locução<br />

verbal fique assim: “poderiam terem sido evitadas”. Nooossssaaa! Ficaria no mínimo... feio,<br />

como dizem as meninas! Mas a questão é que apenas o primeiro verbo da locução verbal<br />

(verbo auxiliar) pode variar em número e pessoa, os outros não! Safo? Sobre a letra E, não se<br />

pode trocar a forma participial suspenso por suspendido à la Bangu, não! Você pensa que<br />

cachaça é água? Cachaça não é água, não! Lembra-se dos verbos abundantes? Segundo Rocha<br />

Lima, verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma verbal <strong>para</strong><br />

expressar a mesma flexão. Há muitos verbos que possuem duas formas de particípio: uma<br />

terminada em ado ou ido – regular (quando vierem os verbos ter ou haver antes), portanto; e<br />

outra reduzida, irregular, sem ado ou ido (quando vierem os verbos ser ou estar antes).<br />

29 – CORRETO. A afirmação está perfeita. Veja o contexto: “Afinal, se uma pessoa se<br />

lembrasse (pretérito imperfeito do subjuntivo) de tudo, em todos os pormenores, não<br />

conseguiria (futuro do pretérito do indicativo) pensar de forma genérica.”. Se mudássemos o<br />

tempo verbal, haveria mudança na correlação verbal: “Afinal, se uma pessoa se lembrar<br />

(futuro do subjuntivo) de tudo, em todos os pormenores, não conseguirá (futuro do presente do<br />

indicativo) pensar de forma genérica.”.<br />

30 – CERTO. Questão de correlação verbal de novo: clássica! Está é mole, pois há duas<br />

combinações clássicas <strong>para</strong> que haja harmonia de sentido entre os verbos no período:<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo (caísse) + futuro do pretérito (viria) ou futuro do subjuntivo<br />

(cair) + futuro do presente do indicativo (virá).<br />

31 – A. Por que a letra A é o gabarito? Veja: (A) As ponderações de Kucinski seriam úteis se<br />

acatadas por todos os que estivessem envolvidos no campo de atuação que ele analisou.<br />

Essa dobradinha de correlação verbal é clássica! Futuro do pretérito + Pretérito imperfeito<br />

do subjuntivo (ou vice-versa).<br />

32 – B. A correta correlação é esta e nenhuma outra: “Paulo Honório queria contar a própria<br />

vida, mas, julgando que não o conseguiria, pediu ao jornalista Gondim que o fizesse.”<br />

Lembre-se de que a correlação ocorre entre dois verbos em uma estrutura de subordinação.<br />

Portanto, você precisaria perceber a correlação entre essas estruturas de subordinação (note a


conjunção integrante marcando a relação de subordinação): “julgando que não o<br />

conseguiria”/“pediu ao jornalista Gondim que o fizesse”. No primeiro caso, como se trata de<br />

uma narração, o verbo no gerúndio mantém a ideia de passado, é como se estivesse escrito<br />

assim: “julgou que não o conseguiria”: voilà!; correlação adequada, pois temos aí pretérito<br />

perfeito + futuro do pretérito. No segundo caso, temos a adequada correlação verbal<br />

pretérito perfeito (pediu) + pretérito imperfeito do subjuntivo (fizesse).<br />

33 – E. Note, no enunciado, que a forma verbal fez está acompanhada da partícula se, certo?<br />

Essa partícula é apassivadora porque podemos reescrever a frase passando <strong>para</strong> a voz passiva<br />

analítica (a marca de voz passiva analítica é o verbo ser + particípio. Veja: Foi assim que<br />

sempre se fez a literatura = Foi assim que sempre a literatura foi feita. Esta reescritura<br />

prova que o se é partícula apassivadora e que encontra semelhança com a letra B. No entanto,<br />

o enunciado não quer que você marque a frase que esteja na voz passiva analítica, mas sim na<br />

voz ATIVA. Passando da voz passiva sintética <strong>para</strong> a ativa, basta retirar o se e o verbo da<br />

ativa ficará na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito, ou seja, sujeito indeterminado.<br />

Exemplo: Fez-se um grande arranjo <strong>para</strong> o casamento./Fizeram um grande arranjo <strong>para</strong> o<br />

casamento. Desse modo, meu nobre, Foi assim que sempre se fez a literatura (passiva<br />

sintética) = Foi assim que sempre fizeram a literatura (ativa).<br />

34 – B. Mole: ... a leitura em profundidade (sujeito da passiva vira objeto direto na ativa) foi<br />

substituída (vira um simples verbo com o mesmo tempo e modo verbais do ser – pretérito<br />

perfeito) pela massa de informações (agente da passiva vira sujeito da ativa)... Logo: “A<br />

massa de informações (sujeito) substituiu (simples verbo no pretérito perfeito) a leitura em<br />

profundidade (objeto direto).”.<br />

35 – E. Caso houvesse ganhos da produtividade na pecuária (hipótese), po-de-ri-am liberar<br />

terras... vão re-al-men-te liberar? Talvez! Enfim... o futuro do pretérito indica hipótese! Olho<br />

nele!<br />

36 – A. Os verbos no subjuntivo, normalmente, aparecem após conjunções subordinativas<br />

(que, embora...), portanto prestemos atenção nas conjunções <strong>para</strong> que conjuguemos os verbos<br />

corretamente. Outra forma de acertar é perceber as desinências: <strong>para</strong> verbos de 1ª conjugação<br />

(ar), a desinência que sempre vai aparecer no presente do subjuntivo é a desinência modotemporal<br />

e. Para verbos de 2ª conjugação (er) e de 3ª conjugação, a desinência será a.<br />

37 – C. Antes de qualquer coisa, perceba a noção temporal do verbo: passado, presente ou<br />

futuro? Passado, certo? Daí que eliminamos as letras A e E. Passado = pretérito. Há três<br />

pretéritos no modo indicativo: perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito. As marcas<br />

desinenciais (ou seja, as terminações formais) de verbos no pretérito perfeito são: 1ª p.: i/2ª


p.: ste/3ª p.: u (singular)/1ª p.: mos/2ª p.: stes/3ª p.: ram (plural). Os verbos que se encaixam<br />

aqui são elogiaram e realizou. Restou-nos apenas a forma verbal enfatizavam que pertence<br />

ao mesmo tempo e modo verbal que conhecia. Veja as terminações de 1ª conjugação e a<br />

conjugação, respectivamente: va(ve)/a(e).<br />

38 – E. Viu pedrinhas ali perto. (voz ativa) = Pedrinhas foram vistas ali perto. (voz passiva<br />

analítica)<br />

39 – C. É (presente do indicativo) comum que, durante suas brincadeiras, as crianças se<br />

transportem (presente do subjuntivo) <strong>para</strong> um universo mágico e assumam (presente do<br />

subjuntivo) a identidade de uma personagem admirada, seja (presente do subjuntivo) um<br />

super-herói ou uma figura da realeza. Note que todos os verbos após o presente do<br />

indicativo estão no presente do subjuntivo, o que corrobora a dobradinha clássica presente<br />

do indicativo + presente do subjuntivo.<br />

40 – B. Questão atípica da FCC. Uma questão parecida caiu na prova do ITA 2002-2003. Leia<br />

a afirmação I de novo. Lembra quando eu falei de emprego de tempos e modos verbais? Então,<br />

o pretérito imperfeito do indicativo é interessante, pois é usado por crianças em suas histórias<br />

e universos infantis. Com certeza, você já usou quando criança esta forma verbal (Agora faz<br />

de conta que eu era a mamãe e você era o papai, tá?). O sentido desse uso do pretérito<br />

imperfeito do indicativo se refere a um tempo que não cabe na história temporal, datada<br />

cronologicamente, real, como o do ontem ou do amanhã, mas um tempo dentro de um espaço<br />

imaginário, da fantasia. Portanto, nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não<br />

tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se ADEQUADO, dentro do universo infantil, do<br />

imaginário. Sobre a afirmação II, Finja e dê são verbos no imperativo afirmativo, pois<br />

indicam mando ou conselho ou pedido etc.<br />

41 – B. Aluno, cá entre nós, <strong>para</strong> fazer uma questão de conjugação verbal, você não precisa<br />

conhecer a conjugação dos mais de 11.000 verbos. Assustou-se? Não se assuste, pois você só<br />

precisa saber a conjugação de alguns principais: ser, ir, haver (e o derivado reaver), pôr (e<br />

derivados), ver (e derivados), vir (e derivados), prover, requerer, caber, valer, crer, precaver,<br />

ter (e derivados), os terminados em -uir, -iar e -ear. Conjugue esses verbos em casa, até<br />

internalizá-los! Bem, respondendo à questão: A – Os verbos terminados em -uir, como<br />

constituir, não apresentam a letra e por terminação, mas sim a letra i (Eu constituo, tu<br />

constituis, ele constitui...). B – O verbo requerer não é conjugado como o verbo querer. No<br />

presente do indicativo, ele é conjugado assim: eu requeiro, tu requeres, ele requer, nós<br />

requeremos, vós requereis, eles requerem...; nas demais formas verbais, ele se conjuga como<br />

o verbo vender (veja, por exemplo, o pretérito perfeito do indicativo: eu vendi/requeri, tu<br />

vendeste/tu requereste, ele vendeu/requereu, nós vendemos/requeremos, vós


vendestes/requerestes, eles venderam/requereram). Foi? C: retiveram é a forma certa, pois o<br />

verbo reter é derivado do verbo ter; normalmente as bancas gostam de trabalhar o pretérito<br />

perfeito nas conjugações verbais, fique ligado! Eu (re)tive, tu (re)tiveste, ele (re)teve, nós<br />

(re)tivemos, vós (re)tivestes, eles (re)tiveram. D: vier é a forma correta, pois o verbo vir está<br />

no futuro do subjuntivo; só interessante dizer que o verbo ver no futuro do subjuntivo dá<br />

trabalho, pois é “estranho”; veja: Quando... eu vir, tu vires, ele vir, nós virmos, vós virdes,<br />

eles virem. Estranhinho, não? E: Se eles puserem... o verbo pôr precisa ser bem conjugado,<br />

meus nobres; aprendam! Todo ano cai essa <strong>para</strong>da!<br />

42 – D. Tanto as fontes quanto a própria historiografia (sujeito) falavam (verbo no pretérito<br />

imperfeito do indicativo) a linguagem do poder (objeto direto)... Transposição <strong>para</strong> a passiva<br />

analítica: A linguagem do poder (sujeito) era falada (locução verbal ser + particípio) tanto<br />

pelas fontes quanto pela própria historiografia (agente da passiva).<br />

43 – B. Competir e compelir têm conjugação semelhante. Saiba uma, saberá a outra. Presente<br />

do indicativo: Eu compito/compilo, Tu competes/compeles, Ele compete/compele, Nós<br />

competimos/compelimos, Vós competis/compelis, Eles competem/compelem. E por aí vai...<br />

Veja também o presente do subjuntivo: Que... eu compita/compila; tu compitas/compilas; ele<br />

compita/compila; nós compitamos/compilamos; vós compitais/compilais; eles<br />

compitam/compilam. Finalmente no pretérito imperfeito do subjuntivo (desinência modotemporal<br />

sse), temos: Se... eu competisse/compelisse; tu competisses/compelisses; ele<br />

competisse/compelisse. É isso aí! Agora a letra A. Lembra-se do verbo ver, que se encontra<br />

na lista dos que devem ser conjugados por você? Então, na letra A, aparece seu derivado:<br />

antever. A conjugação é a mesma, só é preciso colocar o prefixo (ante-) antes do verbo ver<br />

conjugado. Assim, a forma certa seria antevissem (se... eu visse, tu visses, ele visse, nós<br />

víssemos, vós vísseis, eles (ante)vissem). Letra C: o que ocorre nesta letra é a possível<br />

confusão entre sortir e surtir (verbos parônimos); sortir significa abastecer, prover, misturar,<br />

combinar; surtir significa provocar, acarretar, ter como consequência; no contexto da<br />

alternativa, a conjugação está certa, mas o verbo está errado, deveria ser sortir (Caso não se<br />

sortisse...). Letra D: o verbo maldizer vem de dizer, obviamente; logo a forma verbal no<br />

contexto apresentado deveria ser (mal)diSSessem (... os viajantes maldissessem...). Letra E:<br />

olha aí de novo o verbo pôr, ou melhor, seu derivado (sobre)por; a conjugação deveria ser<br />

sobrepuseram, pois o verbo sobrepor se encontra no futuro do subjuntivo.<br />

44 – B. Mera questão de conjugação verbal. É preciso apenas conhecer a conjugação do verbo<br />

haver (Eu pedi <strong>para</strong> você treinar a conjugação dele naquela lista de verbos recorrentes!);<br />

quanto ao verbo expressar, ele é conjugado como qualquer outro verbo de 1ª conjugação, ou<br />

seja, verbos terminados em -ar, como amar. Pretérito perfeito do indicativo: Eu houve, tu


houveste, ele houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. Eu amei/expressei, tu<br />

amaste/expressaste, ele amou/expressou, nós amamos/expressamos, vós<br />

amastes/expressastes, eles amaram/expressaram.<br />

45 – A. Os verbos estão no modo subjuntivo, e, como você já sabe, esse modo é o da hipótese.<br />

46 – B. A forma de tempo composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo é feita por<br />

meio do verbo ter/haver no pretérito imperfeito + particípio. Ou seja, escolhera =<br />

tinha/havia escolhido.<br />

47 – B. A primeira forma verbal (crê) está na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo,<br />

logo ficamos entre a letra A e B, pois a 2ª pessoa do singular do presente do indicativo do<br />

verbo crer é (tu) crês. A segunda forma verbal (Erga) está na 3ª pessoa do singular do<br />

imperativo afirmativo, que é cópia da 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo (vale<br />

dizer que o imperativo é formado pelo presente do indicativo e pelo presente do subjuntivo).<br />

Passando <strong>para</strong> a 2ª pessoa do singular do imperativo, temos que copiá-la da 2ª pessoa do<br />

singular do presente do indicativo (sem a terminação -s), a saber: ergue. Pronto! Batemos o<br />

martelo já! Mas, já que estamos aqui, comentaremos os demais verbos: agradece vem da 2ª<br />

pessoa do singular do presente do indicativo (sem o s) <strong>para</strong> formar o imperativo afirmativo;<br />

cobiçaste e acertaste são formas de 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.<br />

48 – C. Voz passiva pronominal (ou sintética) apresenta pronome apassivador se. Para que o<br />

se seja um pronome apassivador, ele deve estar relacionado a um verbo transitivo direto, com<br />

sujeito paciente explícito na frase. Exemplo: Alugam-se casas. (Casas são alugadas).<br />

Vejamos cada alternativa: (A) “feito hamsters que se alimentam de sua própria agitação.” —<br />

os hamsters praticam a ação de “se alimentar”; este se é pronome reflexivo. (B) “Recolher-se<br />

em casa,” — o verbo recolher é intransitivo e o se é partícula integrante do verbo. (C) “sinal<br />

de que não se arrumou ninguém” — o verbo arrumar é transitivo direto e o se é uma partícula<br />

apassivadora; na voz passiva analítica temos: “sinal de que não foi arrumado ninguém”. (D)<br />

“Mas, se a gente aprende a gostar (...)” — o se é uma conjunção condicional. (E) “nela a gente<br />

se refaz (...)” — “a gente” pratica a ação de “se refazer”, ou seja, refazer a si mesmo; o se é<br />

um pronome reflexivo.<br />

49 – E. Cuidado com alguns verbos: os terminados em -ear e -iar, caber, valer, requerer,<br />

precaver-se, reaver, prover, viger, aderir (competir, preterir, discernir, concernir, impelir,<br />

expelir, repelir), ser, ir, vir (e derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e<br />

derivados), haver, sortir/surtir, construir/destruir, obstruir. Se eu fosse você, eu conjugava<br />

todos os dias esses verbos! São sempre os mesmos que caem todo santo ano! Veja as frases já<br />

corrigidas: (A) O coordenador reviu as necessidades dos grupos (rever). Verbo rever


(derivado do verbo ver) flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do<br />

indicativo. (B) A impaciência deteve as pessoas (deter). Verbo deter (derivado do verbo ter)<br />

flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. (C) Eu reavejo minhas<br />

convicções diariamente. (O verbo reaver – derivado do verbo haver sem a letra h – não é<br />

flexionado na 1ª pessoa do singular no presente do indicativo.). (D) Quando você se opuser à<br />

minha solidão, ficarei aborrecido. Verbo opor (derivado do verbo pôr) flexionado na 3ª<br />

pessoa do singular do futuro do subjuntivo. (E) Nós apreciamos os bons alunos. Verbo<br />

apreciar flexionado na 1ª pessoa do plural do presente do indicativo.<br />

50 – B. Respeitando-se as regras de passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva, temos a seguinte<br />

reescritura: O efetivo acesso à Justiça, antes de tudo, tem sido proporcionado às partes pela<br />

conciliação... Note que o tempo composto mudou apenas pela colocação do verbo ser (no<br />

particípio) + proporcionado, formando uma locução verbal de voz passiva analítica ser +<br />

particípio.<br />

51 – B. Aspecto cursivo, durativo: o processo verbal já teve um início e continuou ou<br />

continua, sem conclusão: Ele vem ouvindo música desde criança. (!!!)/Temos exercitado<br />

muito a Língua Portuguesa..<br />

52 – D. Para haver correlação verbal adequada, o trecho deveria ser reescrito assim: “Depois<br />

de se haver debatido por três dias na areia da praia a jubarte acabou sendo salva por uma<br />

traineira que veio socorrê-la.”. Acabara indica uma ação passada terminada antes de outra<br />

ação passada, o que, no contexto, é inadequado, porque a baleia foi salva depois de ficar na<br />

praia 3 dias, e não antes.<br />

53 – E. Nível Tele Tubbies! Tanto aliaram quanto conheceu estão no pretérito perfeito do<br />

indicativo, pois as terminações -ram e -u marcam não só o número e a pessoa mas também o<br />

modo e o tempo. São desinências cumulativas, que indicam o modo, o tempo, o número e a<br />

pessoa da forma verbal. Para acertar uma questão desta, é preciso treinar conjugação verbal,<br />

hein!<br />

54 – D. Antes de tudo, dê graças a Deus de a FCC sempre colocar os mesmos verbos em<br />

questões de flexão verbal. Vejamos a reescrita de uma por uma: (A) A revalorização e a nova<br />

proeminência de Paraty não prescindiram e não requereram mais do que o esquecimento e<br />

a passagem do tempo. (B) Quando se imaginou que Paraty havia sido <strong>para</strong> sempre relegada<br />

a um segundo plano, eis que ela emerge do esquecimento, em 1974. (C) A cada novo ciclo<br />

econômico ratificava-se a importância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855,<br />

sobrevieram longos anos de esquecimento. (D) A Casa Azul envidará todos os esforços,<br />

refreando as ações predatórias, <strong>para</strong> que a cidade não sucumba aos atropelos do turismo


selvagem. (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios <strong>para</strong> que obtivesse, agora em<br />

definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor histórico.<br />

55 – B. Tanto sejam como venha estão no presente do subjuntivo. Uma forma de perceber isso<br />

é que, normalmente, tais verbos vêm antecipados de locuções conjuntivas ou conjunções<br />

subordinativas adverbiais: <strong>para</strong> que e ainda que, respectivamente. Este é um bizu sagaz! Mas<br />

bom mesmo é saber a terminação das conjugações verbais e treinar muita conjugação, aí fica<br />

no sangue!<br />

56 – E. A forma verbal teriam constitui forma de futuro do pretérito do indicativo, e não<br />

presente. Usa-se futuro do pretérito do indicativo <strong>para</strong> atenuar uma ordem no lugar de verbo<br />

no imperativo: “Você pegaria aquela bola <strong>para</strong> mim, por favor?” em vez de “Pega aquela bola<br />

<strong>para</strong> mim, por favor?” (Esta segunda forma de dizer o mesmo é mais incisiva, percebe?).<br />

57 – E. Vejamos uma por uma: (A) A ideia de ação em processo não é exclusiva da forma<br />

Continuamos, pois o verbo no gerúndio (repetindo) indica o mesmo. (B) A locução verbal foi<br />

redigida indica fato passado concluído.(C) A expressão a realizar-se em Salvador diz<br />

respeito à III Conferência de Cúpula da região. (D) Não é um fato possível, mas meramente<br />

hipotético. (E) De fato há ideia de futuro e desejo na expressão hão de alimentar, como, por<br />

exemplo: “O Brasil há de ganhar a Copa de 2014!”.<br />

58 – E. A forma verbal publicava está no pretérito imperfeito, logo o verbo auxiliar da<br />

locução verbal de voz passiva analítica (ser + particípio) ficará no pretérito imperfeito do<br />

indicativo também. Por isso, a frase transposta <strong>para</strong> a voz passiva é esta: Há 40 anos, seu<br />

artigo mais famoso era publicado pela mais célebre crítica de cinema dos Estados Unidos,<br />

Pauline Kael (1919-2001).<br />

59 – A. Na voz ativa, o sujeito pratica a ação. Quando isso não é claro na frase, devemos<br />

olhar se há marcas de voz passiva, caso contrário estaremos diante de voz ativa. As marcas de<br />

voz passiva (analítica e sintética) são, respectivamente: ser + particípio (locução verbal) ou<br />

partícula se apassivadora. Note que em todas as opções, exceto em A (o gabarito), há marca<br />

de voz passiva analítica: “De dez em dez anos toda a burocracia precisa ser fuzilada e<br />

trocada.”; “O Brasil é a melhor piada que já foi contada por um português.”; “Advogados são<br />

as únicas pessoas cuja ignorância da lei não é punida com cadeia.”; “O Brasil é um país<br />

perigosamente gasoso. Os problemas são detectados, mas ninguém sabe resolvê-los.”. Veja a<br />

letra A: “Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não perceba isso.”. Não há marcas de<br />

voz passiva, logo voz ativa na cabeça!<br />

60 – E. O futuro do presente do indicativo pode ter valor imperativo. Normalmente isso<br />

ocorre em “leis e termos de serviço”, por exemplo! É chamado de futuro jussivo (um futuro


com tom de imperativo): “Havendo notícia de infração penal, a Autoridade Policial, conforme<br />

a hipótese legal, determinará a imediata instauração do procedimento Policial competente<br />

(Inquérito Policial, Termo Circunstanciado, Procedimento de apuração de Ato Infracional).”<br />

ou “Exceto se acordado de outra forma por escrito pelo Google, o contrato do usuário com o<br />

Google incluirá sempre, no mínimo, os termos e condições apresentados neste documento.”<br />

Nos dez mandamentos bíblicos isso também ocorre.<br />

61 – D. O verbo ser é considerado irregular por alguns gramáticos e anômalo por outros. É<br />

irregular, pois seu radical e/ou terminação não apresenta(m) a mesma forma em toda a<br />

conjugação.<br />

62 – CERTO. Quando ela diz “Morri desde pequena” significa que ela já estava morta desde<br />

pequena, e não que ela estava em processo de morte até o momento da declaração.<br />

63 – ERRADO. A afirmação diz que todos os verbos estão no imperativo afirmativo, mas<br />

isso não é verdade. A forma calculais é de 2ª pessoa do plural do presente do indicativo.<br />

64 – CERTO. As formas verbais gerundivas (-ndo) indicam continuidade, processo em<br />

movimento, logo o sentido de fazem e brincam é igual a fazendo e brincando. Perfeito!<br />

65 – E. Ter/haver (tenha) + particípio (passado) = tempo composto.<br />

66 – E. Havia chegado é o tempo composto de chegara (pretérito mais-que-perfeito do<br />

indicativo), logo indica passado concluído.<br />

67 – E. A essa altura do campeonato, estamos todos escaldados com os mesmos verbos, não<br />

é? A: INTERPUSER. B: INTERVEIO. C: VIR. D: VIER. E: IMPUSER (futuro do subjuntivo).<br />

68 – B. Dizer que haver indica ação é um absurdo! E a questão não foi anulada. Por outro<br />

lado, a afirmação de que os “fatos” ocorrem simultaneamente procede.<br />

69 – D. Ser + particípio formando uma locução verbal, Brasil! Locução verbal de voz passiva<br />

analítica na cabeça! Mole!<br />

70 – C. Se você já domina a formação do imperativo, não teve dúvidas, pois a 2ª pessoa do<br />

singular o imperativo deriva da 2ª pessoa do singular do presente do indicativo sem o s (III,<br />

IV, V) e a 3ª pessoa do singular do imperativo deriva da 3ª pessoa do singular do presente do<br />

subjuntivo (II). Fique de olho no imperativo!<br />

71 – C. A única opção que apresenta correlação verbal perfeita é a C, pois há harmonia de<br />

sentido entre a junção das formas verbais (1) houve (pretérito perfeito do indicativo) +<br />

falasse (pretérito imperfeito do subjuntivo); (2) depois de preposição, usa-se infinitivo<br />

(perceber); (3) discordam (presente do indicativo, <strong>para</strong> manter a relação de certeza com o


verbo anterior – são); (4) possam (presente do subjuntivo, <strong>para</strong> manter a relação de hipótese<br />

com o verbo anterior – supor); (5) prevê (presente do indicativo, pois indica certeza); (6)<br />

trará (futuro do presente do indicativo; todo o contexto do período em que se encontra tal<br />

forma verbal dá ideia de futuro certo).<br />

72 – C. O verbo no presente do indicativo expressa reiteração, frequência, repetição, hábito,<br />

tem um aspecto iterativo.


Capítulo 13<br />

Gabarito<br />

1 – A. O advérbio tão modifica os adjetivos difícil e simples, tolo e natural. Lembre-se de<br />

que, quando o advérbio modifica adjetivo ou advérbio, é sempre de intensidade, segundo os<br />

gramáticos tradicionais. Pronome de intensidade? A banca carteou bonito! Só rindo...<br />

2 – B. Muita gente, de cara, marcaria “pronome demonstrativo”, não é? Você marcou? Toda<br />

análise morfológica deve ser feita levando em conta o contexto. Em Tal como está<br />

organizada, a sociedade gira em torno do mercado, esse tal indica modo – circunstância<br />

adverbial, equivalendo a “assim”: “Assim como está organizada/Do modo como está<br />

organizada”. É, portanto, um advérbio desde criancinha... nesse caso, é claro.<br />

3 – C. O primeiro advérbio de negação não é usado como resposta a uma suposta pergunta do<br />

leitor (Ué, mas não é cedo demais? Não.). Percebeu isso? Já o segundo não apenas serve de<br />

mero advérbio de negação modificando o verbo ser.<br />

4 – A. Subitamente significa “inesperadamente”, “repentinamente”, o que está de acordo com<br />

o contexto (Ao contornar a ilha principal em busca do Ninhal das Fragatas, nosso ponto de<br />

ancoragem, subitamente vimos a exuberância da fauna, uma espécie de “Galápagos” do litoral<br />

paulista.).<br />

5 – C. Como um advérbio de intensidade, exponencialmente, no contexto, está ligado à ideia<br />

de “grande medida”. Para ser mais preciso, note que caberia a substituição por qualquer<br />

advérbio de intensidade (muito, bastante...) no trecho “Durante esse mesmo período, a<br />

industrialização permitiu que o consumo aumentasse exponencialmente (=<br />

intensamente/demasiadamente).”.<br />

6 – C. No enunciado, a palavra mais está empregada como advérbio de intensidade,<br />

modificando o adjetivo comum. Igualmente, na opção C, o termo mais é advérbio de tempo,<br />

mas dessa vez modificando o verbo acreditar, acrescentando uma circunstância ao verbo.<br />

Interessante é dizer que o vocábulo mais depois de palavra de sentido negativo tem<br />

normalmente ideia de tempo. Exemplo: Nunca mais olhe na minha cara! A: Faz parte da<br />

locução adverbial. B: Pronome indefinido. D: Pronome indefinido. E: Pronome indefinido.<br />

7 – D. Algo é normalmente um pronome indefinido, mas neste caso modifica um adjetivo<br />

(perplexos), logo vira um advérbio. Leia mais sobre isso no capítulo de pronome, em<br />

pronome indefinido.<br />

8 – CORRETO. A ideia de pressuposição será abordada num dos capítulos finais desta


gramática, mas podemos adiantar que tal conceito trata do uso de determinadas palavras ou<br />

construções sintáticas <strong>para</strong> imprimir uma ideia implícita à frase. Quando se diz que “aquilo<br />

que o texto nos diz já não constitui o objeto preferido de nossa atenção”, isso significa que<br />

“anteriormente aquilo que o texto nos dizia constituía o objeto preferido de nossa atenção”.<br />

Muitos advérbios servem à pressuposição. Em “O homem pisou de novo no freio do carro”,<br />

por exemplo, pressupomos que ele já havia pisado.<br />

9 – A primeira afirmação está CORRETA; a segunda, não. Só (= apenas, somente) pode ser,<br />

além de uma palavra denotativa de exclusão (encarada por alguns gramáticos como mero<br />

advérbio), um adjetivo também, quando equivale a “sozinho”: Eu estou tão só (= sozinho)<br />

nessa casa. A expressão só que introduz ideia opositiva (= mas, porém...). Já o vocábulo<br />

mesmo indica inclusão, e não retificação, pois pode ser substituído por inclusive.<br />

10 – D. Como já vimos no capítulo de pronome, não usamos tal vocábulo – mesmo(a/s) –<br />

substituindo um substantivo. A frase estaria correta assim: O Bumba Meu Boi é manifestação<br />

folclórica diferente das demais do país; ela é mais espetacular. As demais opções são<br />

autoexplicativas.<br />

11 – A segunda afirmação está INCORRETA, pois a expressão na realidade tem valor<br />

opositivo ou retificativo, uma vez que serve <strong>para</strong> introduzir uma sentença que apresenta a<br />

verdade do que fora dito. O advérbio realmente serve apenas <strong>para</strong> indicar certeza.<br />

A primeira afirmação está correta e é autoexplicativa (aliás, além disso e outrossim são<br />

advérbios de acréscimo, se forem sinônimos de também).<br />

12 – INCORRETA. Note que de surras está modificando o substantivo vítimas, logo, de<br />

surras é uma locução adjetiva.<br />

13 – C. De fato o vocábulo mais intensifica o verbo falar. A: Carisma é substantivo. B:<br />

Nossas é pronome substantivo possessivo. D: Exerce está no presente.<br />

14 – ERRADO. Antes de tudo, veja que o CESPE tratou o pronome relativo onde como<br />

advérbio. “Está errado?” Não, pois muitos gramáticos dizem que o onde é um advérbio<br />

relativo, neste contexto. Portanto, tanto podemos dizer que o onde é um advérbio quanto um<br />

pronome relativo, pois ele assume esses dois papéis. O primeiro onde está equivocado, pois<br />

não retoma ideia temporal, mas sim locativa. A primeira frase deveria estar reescrita assim:<br />

“...nos dias de folia carnavalesca, quando...”.<br />

15 – CERTO. Outrossim e também dão ideia de acréscimo, logo o uso de ambos é<br />

redundante.<br />

16 – CERTO. A afirmação da banca procede, pois quando o autor do texto diz “Realmente”,


fica implícito que “De fato os números governam o mundo.”. Esse advérbio é<br />

tradicionalmente considerado de afirmação, indicando mais especificamente neste caso a<br />

ideia de confirmação.<br />

17 – CERTO. O advérbio ali tem valor anafórico, pois refere-se a um termo anterior:<br />

muralha verde. Uma maneira de saber isso é reescrevendo: “Quando as caravelas atracaram<br />

nas límpidas águas e areias do litoral brasileiro, que em pequena distância parecia infinito,<br />

algo impressionou ainda mais aqueles inegáveis exploradores: uma enorme muralha verde<br />

parecia proteger aquelas terras. Densas árvores, rica fauna... Algo jamais visto, algo<br />

jamais imaginado. Aos poucos, os portugueses perceberam que naquela muralha verde<br />

estava a verdadeira riqueza daquela terra recém-conquistada. Ficou claro agora?<br />

18 – CORRETA. Mutuamente e reciprocamente são sinônimos e advérbios de modo.<br />

19 – INCORRETA. De fato inexoravelmente é advérbio derivado do adjetivo inexorável,<br />

que significa rigoroso, severo, inflexível, portanto a afirmação final não procede. Esta questão<br />

serve <strong>para</strong> relembrá-lo de que os advérbios terminados em -mente são, normalmente (risos)<br />

derivados de adjetivos femininos ou uniformes.<br />

20 – A afirmação em I é equivocada, pois displicentemente significa negligentemente, sem<br />

atenção. Em II, a palavra bastante modifica o adjetivo comum, logo é um advérbio de<br />

intensidade. Lembre-se de que advérbio é uma palavra invariável.<br />

21 – CORRETA. Até umas três gerações atrás faz referência a uma ideia temporal de<br />

passado, o que se opõe à ideia de presente contida no advérbio hoje.<br />

22 – E. Este vocábulo é engraçadinho. No enunciado, ele é um advérbio de intensidade, pois<br />

modifica o adjetivo renegado. Como você já sabe, tal vocábulo pode mudar de classe<br />

gramatical consoante o contexto. Veja em detalhe: a) Não aguentava mais tanto barulho.<br />

(advérbio de tempo)/b) E que tudo o mais vá pro inferno! (substantivo)/c) Cinco mais dois são<br />

sete. (conjunção aditiva)/d) Sem mais nem menos, ela sumiu. (substantivo)*/e) Com a chegada<br />

do irmão, ela ficou mais nervosa. (advérbio de intensidade modificando adjetivo) * Sem mais<br />

nem menos é uma locução adverbial de modo; o núcleo das locuções adverbiais têm base<br />

nominal, normalmente um substantivo, portanto, vejo o mais e o menos como substantivos.<br />

23 – Ambas estão INCORRETAS. Sobre a primeira, há um advérbio que não indica lugar: “E<br />

foi aí que o interlocutor sugeriu”. Tal vocábulo tem ideia de tempo, pois equivale a “nesse<br />

momento, então”. Sobre a segunda, os primeiros “nãos” realmente são advérbios de negação,<br />

pois o interlocutor nega o conteúdo das perguntas anteriores. Já a expressão “Pois não” tem<br />

valor de afirmação, consentimento ou boa disposição: “Você pode me ajudar?” “Pois não!”.


24 – INCORRETA. A afirmação não procede, pois a norma padrão exige que o grau do<br />

advérbio seja feito com o sufixo -íssimo. Estilisticamente, encontramos no registro literário e<br />

coloquial, não obstante, o uso de sufixos diminutivos ou aumentativos <strong>para</strong> indicar o grau de<br />

advérbios. Exemplo: Fui à praia de tardinha.<br />

25 – CORRETA e autoexplicativa.O vocábulo ainda é um advérbio de tempo e não poderia<br />

ser substituído por ainda que, locução conjuntiva concessiva (= embora, mesmo que, posto<br />

que, se bem que etc.).<br />

26 – D. Uma maneira de identificar a semelhança entre o ainda do enunciado e o ainda da<br />

letra D é reescrever assim: “A entidade também relata as condições das prisões já divulgadas<br />

por meio dos mutirões do CNJ e o crescente número de prisões de pessoas acusadas de<br />

delitos menores e inocentes. Além disso (ou ademais), é considerado grave o fato de as<br />

detenções gerarem facções criminosas.”. Agora veja a reescrita da letra D: “A jovem recebeu<br />

acusações injustas e, ainda (= além disso), foi impedida de se explicar.”. Sobre a letra A, o<br />

ainda pode ser substituído por até o presente momento. Sobre a letra B, o ainda exprime<br />

ideia de acontecimento/momento futuro. Sobre a letra C, o ainda indica constância,<br />

continuidade. Sobre a letra E, o ainda indica concessão, equivalendo a “mesmo assim”.<br />

27 – A. Apesar de estar fora de contexto, era perfeitamente possível marcar a letra A, pois as<br />

demais expressam outras circunstâncias. B: tempo; C: lugar (virtual) ou assunto; D: tempo; E:<br />

afirmação.<br />

28 – D. Apesar de alguns gramáticos, como Bechara, abrirem uma concessão <strong>para</strong> o uso do<br />

advérbio todo com variação em gênero e número, a doutrina gramatical de que “advérbio é<br />

uma palavra invariável” foi levada a sério nesta questão, de modo que toda escancarada é<br />

uma construção equivocada, pois o advérbio sofreu flexão de gênero.<br />

29 – D. A locução adverbial além disso, assim como além do mais ou ademais exprimem<br />

acréscimo, adição, logo adiciona um argumento.<br />

30 – E. Preciso comentar mesmo? Talvez é uma palavra que indica possibilidade ou dúvida,<br />

mas nunca certeza; sinônimos: acaso; porventura; quiçá (Usa-se geralmente com o verbo no<br />

subjuntivo e, raramente, com o verbo no indicativo.)<br />

31 – B. A expressão ou seja não serve <strong>para</strong> retificar. É usada antes de se dar uma explicação,<br />

antes de manifestar com outras palavras, ou de modo mais exato, a mesma ideia antes<br />

expressa.<br />

32 – C. Os advérbios modalizadores que traduzem uma atitude ou estado psicológico do autor<br />

diante do fato por ele enunciado são felizmente, infelizmente, lamentavelmente,


agradavelmente, etc. A: Tempo. B: Certeza, convicção. D: Dúvida. E: Modo/focalização.<br />

33 – INCORRETA. O vocábulo logo pode ser advérbio de tempo, sim: “Atenda logo o<br />

telefone!”. Mas, quando equivale a “portanto” ou “então”, tal vocábulo passa a ser<br />

classificado como conjunção conclusiva.<br />

34 – CORRETA. O mais modifica um adjetivo (barato), intensificando-o, logo é um<br />

advérbio de intensidade.<br />

35 – D. Muito modifica o adjetivo grande, logo é um advérbio de intensidade. A: Adjetivo.<br />

B: Adjetivo. C: Adjetivo.<br />

36 – A. A dúvida está atrelada ao conceito de relativização, por isso podemos dizer que<br />

presumivelmente, do ponto de vista da tradição gramatical, é um advérbio de dúvida. Segundo<br />

os estudos e perspectivas atuais sobre os advérbios, presumivelmente seria um modalizador<br />

epistêmico (quase asseverativo). Certamente e absolutamente são advérbios de afirmação,<br />

do ponto de vista tradicional, e modalizadores epistêmicos (asseverativos), do ponto de<br />

vista dos estudos e perspectivas atuais sobre os advérbios. Cuidado com absolutamente, pois<br />

pode indicar afirmação ou negação, a depender do contexto. Pacientemente indica modo<br />

apenas.<br />

37 – B. Muitas vezes e não raro (= não raramente = muitas vezes) são expressões sinônimas.<br />

Veja o segundo trecho, em que há a expressão adverbial de fato: segundo o dicionário Aulete,<br />

a expressão com efeito é o mesmo que sem dúvida (confirmando consequência verdadeira de<br />

fato ou ideia anterior): “Disseram que ela é eficiente. Com efeito, seu trabalho o demonstra.”.<br />

Segundo o Aurélio, “significa: Efetivamente, realmente.”. Portanto, de fato e com efeito são<br />

expressões sinônimas. Veja o terceiro trecho, em que há a locução conjuntiva assim sendo<br />

(conclusiva, como portanto, assim, desse modo), a qual é diferente de de todo modo — que<br />

apresenta, por sua vez, uma ressalva, como de qualquer maneira, seja como for, em todo<br />

caso, não obstante e afins. E no quarto trecho, o mesmo é uma palavra denotativa de inclusão,<br />

dessemelhante a igualmente, pois, convenhamos, inclusão e igualdade são conceitos distintos.<br />

38 – A. O vocábulo mais modifica um substantivo, logo faz parte da categoria dos pronomes<br />

indefinidos. B: Bastante modifica o adjetivo tímida, logo é um advérbio de intensidade. C:<br />

Penal é um advérbio de modo, tradicionalmente falando; note que o sufixo -mente está (E<br />

pode estar!) implícito, pois o advérbio que o segue carrega tal sufixo. D: Apesar de só estar<br />

ligado ao advérbio não, formando parte da construção de conjunções correlativas (não<br />

só...mas também ou não só... como também etc.), a banca considerou tal vocábulo<br />

isoladamente como um advérbio de exclusão (chamado por alguns gramáticos de palavra<br />

denotativa de exclusão). E: Antes é um advérbio de tempo. A expressão o quanto, de o quanto


antes é considerada enfática e correta por Cegalla.<br />

39 – Ambas estão INCORRETAs. Sobre a primeira, o vocábulo aí equivale a “nesse<br />

momento”; então, servindo como um termo sequenciador. A ideia dele não é de lugar, logo não<br />

há equivalência com naquele lugar. Ele dá ideia de tempo (= a partir de então...). Sobre a<br />

segunda, o vocábulo só não equivale a “somente”. Isto posto, quero relembrá-lo de que a<br />

locução conjuntiva só que tem valor semântico adversativo, equivalendo a “mas”, “porém”,<br />

“contudo”, “todavia”, “entretanto” etc. Exemplo: Ele é muito legal, só que (= mas) sua família<br />

não presta.<br />

40 – CORRETA. O vocábulo dis<strong>para</strong>do significa no contexto em primeiríssimo lugar; tratase<br />

de um advérbio, tanto é assim que pode ser acrescido o sufixo -mente: “A leitura,<br />

dis<strong>para</strong>damente, é a melhor forma de exercitar a memória”.<br />

41 – D. As locuções adverbiais às vezes e em breve exprimem ideia de tempo; já às pampas e<br />

em excesso exprimem ideia de intensidade. A: Tempo/lugar; B: Modo/tempo; C:<br />

Lugar/negação; E: Modo/tempo.<br />

42 – A. O ainda equivale a “inclusive”. Veja: “Diz inclusive a lenda que a imperatriz fez um<br />

fino manto de seda <strong>para</strong> o imperador.”.<br />

43 – A. I. De fato, ontem indica tempo passado. II. A locução do mundo está ligada ao<br />

substantivo economia, logo é locução adjetiva, e não adverbial. III. O advérbio aqui tem valor<br />

anafórico e refere-se a Brasil.<br />

44 – B. Esta questão só nos interessa porque o vocábulo meio pode ser um advérbio de<br />

intensidade, quando se liga a um adjetivo ou a um advérbio: A indústria farmacêutica anda<br />

meio apurada com tanta demanda de remédios./As pessoas ficam meio dependentes dos<br />

efeitos químicos da medicação.<br />

45 – C. Veja como a força da tradição gramatical ainda persiste em muitos concursos. A banca<br />

sustenta que estranhamente é um advérbio de modo, quando na realidade tal ideia é absurda,<br />

porque o sentido da frase não é que o personagem se recusava a comer de modo estranho.<br />

Não! A ideia do contexto é esta: o fato de ele se recusar a comer era estranho, do ponto de<br />

vista do enunciador do texto. Logo, estranhamente é um advérbio modalizador afetivo<br />

(subjetivo), pois exprime um ponto de vista, um juízo de valor ou um estado de espírito do<br />

enunciador (falante) em relação ao conteúdo do enunciado. A locução adverbial em silêncio<br />

de fato indica o modo, pois indica o modo como se contemplava a paisagem. Por fim,<br />

vagamente modifica o adjetivo familiar, intensificando-o.


Capítulo 14<br />

Gabarito<br />

1 – E. Não é o exílio que canta, a canção não pertence ao exílio, logo a preposição de na<br />

contração do não tem valor possessivo, como você deve ter imaginado. Em “Canção do<br />

exílio”, a ideia é: de onde, de que lugar vem a canção? Resposta: do exílio. Logo a<br />

preposição de tem valor locativo no contexto, indicando a mesma ideia de distância que se<br />

percebe em de longe. A: Qualidade. B: Matéria. C: Causa. D: Tempo.<br />

2 – A. A ideia é de causa. Veja que dá <strong>para</strong> substituir pela locução prepositiva por causa de:<br />

“Por causa do real...”, “Por causa da chuva...”. As demais ocorrências da preposição com<br />

indicam companhia. O último com não tem valor semântico, pois é uma preposição relacional,<br />

exigida pelo verbo transitivo indireto brigar.<br />

3 – C. Apesar de a preposição <strong>para</strong> normalmente indicar finalidade e, portanto, poder ser<br />

substituída pela locução prepositiva a fim de, não é o caso no contexto, pois a preposição<br />

<strong>para</strong> em “Esta é uma receita <strong>para</strong>...” tem valor meramente relacional, exigida pelo nome<br />

receita. A: Assunto. B: Exclusão. D: Lugar/proximidade. E: Lugar/direção.<br />

4 – ERRADO. Tanto de como sob indicam modo/conformidade no contexto; nada se altera.<br />

5 – CORRETO. Indica procedência. Isso fica claro quando se substitui de por a partir de.<br />

6 – CERTO. Apesar de alguns gramáticos, como Cegalla, ensinarem que a preposição pode<br />

ficar implícita antes de oração iniciada por conjunção integrante que, a visão tradicional<br />

ensina que é obrigatório explicitar a preposição nesse contexto <strong>para</strong> não incorrer em erro<br />

gramatical.<br />

7 – CERTO. Autoexplicativo. A preposição de, contida em “dos Estados Unidos da<br />

América”, expressa ideia de procedência ou lugar.<br />

8 – ERRADO. Quando há um nome antes do verbo ser exigindo uma preposição, esta deve<br />

ficar antes da conjunção integrante que inicia uma oração subordinada substantiva predicativa.<br />

9 – CERTO. A locução prepositiva apesar de indica concessão, carregando a ideia de<br />

contraposição, contraste, oposição, quebra de expectativa.<br />

10 – CERTO. A locução prepositiva a fim de indica finalidade, tal como <strong>para</strong>, no contexto.<br />

Logo, a substituição de uma por outra está adequada.<br />

11 – B. O substantivo agressão exige a preposição contra também, logo a substituição está<br />

adequada.


12 – C. No primeiro caso, a preposição por tem valor nocional de causa. No segundo caso, o<br />

verbo optar exige a preposição por, que tem valor relacional.<br />

13 – ERRADO. A afirmação da banca é viagem pura de ácido com whisky e Red Bull. A<br />

expressão a despeito de é tão somente uma locução prepositiva de concessão. As partes que<br />

compõem a locução não são analisadas se<strong>para</strong>damente. É por isso que toda locução tem o<br />

valor de unidade.<br />

14 – ERRADO. Além de a relação semântica ser diferente, não seria mantida a correção<br />

gramatical do texto caso se substituísse uma por outra. Veja: “de (início)... a (fim)...”/“entre...<br />

e...” (focaliza o que ocorre no meio das duas datas). Percebeu que a preposição de se<br />

correlaciona com a preposição a e que a preposição entre se correlaciona com a conjunção e?<br />

É isso!<br />

15 – CERTO. Tanto a preposição de como a preposição <strong>para</strong> no contexto da questão<br />

apresentam a mesma ideia de início (origem) e fim (destino), como em “De: <strong>Fernando</strong> Para:<br />

Juliana”.<br />

16 – ERRADO. Na primeira ocorrência, <strong>para</strong> indica finalidade, tanto que pode ser<br />

substituída por a fim de. Na segunda, <strong>para</strong> não tem valor nocional algum, pois é exigida pelo<br />

adjetivo importantes.<br />

17 – E. A banca “brinca” aqui com a diferença entre a (artigo definido) e a (preposição).<br />

Como em contraposição a é uma locução prepositiva e 99,99% das locuções prepositivas<br />

terminam em preposição, a só pode ser preposição, e não artigo definido, logo o elemento<br />

gramatical a não define quais são as tentações, porque é preposição.<br />

18 – D. O substantivo meios exige a preposição <strong>para</strong>, que tem valor meramente relacional.<br />

19 – CORRETA. A substituição de por por de não prejudica a correção gramatical nem a<br />

coerência, pois ambas as preposições indicam valor de agente e iniciam um agente da passiva.<br />

Isso ficará mais claro quando eu falar de agente da passiva no capítulo de sintaxe.<br />

20 – A. I: <strong>para</strong>, dos, às. II: o, a, os, às (a + as). III: dos (daqueles).<br />

21 – D. Preposição <strong>para</strong> antes de verbo no infinitivo pode indicar duas circunstâncias:<br />

finalidade, quando equivale a “a fim de”, ou consequência. Na letra D, o vocábulo <strong>para</strong><br />

introduz ideia de finalidade. Nas demais frases, o <strong>para</strong> tem valor meramente relacional.<br />

22 – E. Se for possível substituir por pela locução prepositiva por causa de, a ideia é de<br />

causa. Veja: “Por causa de precaução, a maioria dos...”. Pense: qual é o motivo, a razão, a<br />

causa de a maioria dos médicos recomendarem que se evite a combinação de bebida e


emédios? Resposta: Por precaução.<br />

23 – B. A preposição de antes do pronome relativo que, na primeira lacuna, é exigida pelo<br />

verbo servir-se. A preposição <strong>para</strong> antes do pronome relativo que, na segunda lacuna, é<br />

exigida pelo nome obrigações.<br />

24 – C. Note que em “... filhos com até dois anos de idade...”, há um acúmulo de preposições<br />

(com e até), cada uma conservando seu sentido original. Safo?<br />

25 – C. Fim ou finalidade. Dá no mesmo. Lembre-se: antes de infinitivo, o <strong>para</strong> indicará<br />

finalidade (= a fim de) ou consequência (= a ponto de).<br />

26 – E. A preposição <strong>para</strong>, antes de verbo no infinitivo, pode indicar consequência<br />

(normalmente antecedida de advérbio de intensidade) ou finalidade: Você devia estar muito<br />

distraído <strong>para</strong> (= a ponto de) não vê-la se exibindo./O doutor continua receitando remédios<br />

<strong>para</strong> (= a fim de) resolver aquele seu problema?<br />

27 – INCORRETA. Apesar de nunca introduz argumento orientado <strong>para</strong> a conclusão do texto.<br />

Apesar de é locução prepositiva que sempre indica concessão (= não obstante, a despeito de).<br />

28 – Ambas estão CORRETAs. Tanto devido a equivale a em razão de (ambas as locuções<br />

prepositivas são causais) como segundo equivale a conforme (ambas são preposições<br />

acidentais de conformidade).<br />

29 – E. Cuidado com até (preposição) e até (palavra denotativa – ou advérbio – de inclusão).<br />

No caso, até equivale a inclusive.<br />

30 – B. Vou me apegar apenas ao que interessa neste capítulo: preposição. Note que a<br />

preposição tem o papel de ligar palavras ou orações. Neste caso, a preposição a liga o verbo<br />

auxiliar (começou) ao verbo principal (chorar), formando a locução verbal começou a<br />

chorar.<br />

31 – A. Na primeira lacuna, usa-se a preposição a antes do pronome relativo que, pois o<br />

verbo referir-se a exige. Na segunda, usa-se a preposição de antes do pronome relativo que,<br />

pois o verbo dispor a exige. Simples assim.<br />

32 – A. Note que todas as locuções têm valor causal, exceto ademais de, que tem valor<br />

aditivo.<br />

33 – E. A conjunção por indica causa no enunciado e na letra E. Demais opções: A: Agente.<br />

B: Lugar. C: Agente. D: Agente.


Capítulo 15<br />

Gabarito<br />

1 – E. Nos dois primeiros períodos, cria-se uma boa expectativa em relação à abundância da<br />

floresta amazônica. No entanto, não é isso o que ocorre na ideia contida no terceiro período,<br />

que se contrapõe às anteriores. Por esse motivo, a conjunção adversativa no entanto abre o<br />

terceiro período quebrando uma expectativa. Valor semântico das demais conjunções: A:<br />

Causa. B: Tempo. C: Concessão. D: Proporção.<br />

2 – A. Mera decoreba! Mal = logo que (temporal); ao passo que = à medida que<br />

(proporcional); não obstante seguido de subjuntivo = embora (concessivo); desde que<br />

seguido de subjuntivo (condicional).<br />

3 – C. Esta questão trata da relação entre as partes do texto e das conjunções como elementos<br />

coesivos, construtores de sentido dentro da lógica discursiva. Veja que as relações são,<br />

respectivamente, de adição, adversidade, conclusão e adição: Todo mundo fala de um<br />

renascimento do cinema brasileiro E ele parece incontestável. MAS ainda falta vencer um<br />

obstáculo fundamental: o preconceito do espectador brasileiro que continua relutante em<br />

sair de casa <strong>para</strong> assistir a um filme nacional. POR ISSO os filmes têm dificuldade de<br />

conseguir muitas salas E não conseguem o sucesso que mereciam.<br />

4 – A. Só pela ideia de acordo, já matamos a questão. Veja em B: já que foi combinado em<br />

assembleia de junho/2000 (locução conjuntiva causal), em C: apesar do que foi combinado<br />

em assembleia de junho/2000 (locução prepositiva concessiva) e em D: porquanto tenha sido<br />

combinado em assembleia de junho/2000 (conjunção causal). Se você domina as conjunções e<br />

seus valores semânticos, não sentiu dificuldade, pois o comando de arrumação do texto é<br />

indicado pelas relações de sentido que as conjunções estabelecem. Veja: Conforme o<br />

combinado em assembleia de junho/2000 (conjunção conformativa; acordo), solicitamos de<br />

V.Ex.ª a gentileza de enviar funcionário a esta escola, em caráter de urgência, <strong>para</strong> que<br />

seja feito o conserto da parte hidráulica do prédio (conjunção final; finalidade). Embora<br />

os reparos impeçam o andamento das aulas (conjunção concessiva; concessão), não<br />

podemos mais adiar a solução desse problema e, por isso, pedimos sua colaboração.<br />

5 – D. Todos os conectivos são conjunções (ou locuções conjuntivas) subordinativas causais.<br />

6 – D. Apesar de não ser uma questão puramente de conjunção, mas sim de orações<br />

coordenadas, queria reiterar que alguns gramáticos, como Sacconi, Cegalla e Infante,<br />

entendem que, quando a conjunção e tiver valor adversativo (= mas), a oração iniciada por ele<br />

será classificada como coordenada sindética adversativa.


7 – E. A relação entre uma frase e outra é de causa e consequência, logo, como a causa se<br />

inicia em (2), só podemos usar o já que, que é uma locução conjuntiva causal: “Mas talvez os<br />

shoppings, mesmo os mais sofisticados, como o Iguatemi, tenham se tornado democráticos<br />

demais <strong>para</strong> o gosto da classe alta paulista, JÁ QUE a cada pequeno entusiasmo econômico,<br />

logo a alvoroçada classe média da cidade resolve se intrometer aos bandos nas searas<br />

exclusivas dos muito ricos.”. As demais: A: Locução conjuntiva concessiva. B: Locução<br />

conjuntiva consecutiva. C: Locução prepositiva além de indica adição, soma. D: Locução<br />

conjuntiva conclusiva.<br />

8 – CORRETA. Note que a conjunção e liga períodos e tem, de fato, valor semântico de<br />

oposição (= mas).<br />

9 – A. Perceba que entre orações já há uma relação de sentido, que fica explícita quando se<br />

usa a conjunção, portanto em 1) a relação é de oposição, que pode ser marcada por e ou mas,<br />

o que elimina B e D; já em 2) a relação é de causa, dando empate entre A e C, pois porque e<br />

como, iniciando período, podem indicar causa; por fim, a relação entre as frases de 3) é de<br />

conclusão, e a única opção que apresenta um conectivo conclusivo é a A: por isso (porquanto<br />

é causal/explicativo).<br />

10 – D. A conjunção mas equivale a mas também e, no contexto, significa “além disso”, “além<br />

do mais”, adquirindo, assim, valor aditivo.<br />

11 – D. Comentário da própria banca: “Considerando-se que o pronome relativo que retoma o<br />

elemento expresso na oração anterior, o sujeito do verbo canta é a expressão o mar de minha<br />

saudade. Nesse caso, o trecho em negrito recebe a classificação de oração subordinada<br />

adjetiva explicativa. Após as substituições exigidas pelo enunciado, o sujeito do verbo canta<br />

passa a ser o elemento as murmurantes ondas, devendo, portanto, todo o trecho ser<br />

classificado como oração coordenada explicativa, uma vez que o vocábulo que passa a atuar<br />

como conjunção explicativa.”.<br />

12 – INCORRETA. A conjunção entretanto é adversativa e só pode ser substituída,<br />

conservando-se seu sentido original por conjunções igualmente adversativas, como mas,<br />

porém, contudo, todavia, no entanto, não obstante, só que etc. É bom dizer que as<br />

conjunções concessivas (conquanto) apresentam um valor semântico semelhante ao das<br />

adversativas, mas, no contexto, não poderia haver substituição, pois a concessiva teria de<br />

levar o verbo ao subjuntivo. Porquanto não pode substituir conjunções adversativas, pois tal<br />

conectivo indica explicação ou causa.<br />

13 – INCORRETA. O mas NUNCA indica com<strong>para</strong>ção. NUNCA! Ele é uma conjunção<br />

adversativa ou aditiva.


14 – C. Em I, a ideia é de condição (se = desde que). Em II, a ideia é de condição ou tempo<br />

(se = quando). Em III, a conjunção se tem valor concessivo, por isso equivale a “mesmo que”.<br />

15 – A primeira está CORRETA; a segunda, não. O assim é uma conjunção conclusiva (=<br />

portanto). O porque nunca indica condição, mas sim causa, explicação ou finalidade.<br />

16 – CORRETA. A conjunção porquanto indica causa/explicação, logo, nesse contexto, seria<br />

uma incoerência usá-la, pois se “a renda per capita da Inglaterra começou a crescer<br />

descolada da demografia” e “a evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade<br />

e mortalidade”, há um contraste de ideias, e não uma relação de causa e consequência. Por<br />

isso, o conectivo adequado deveria ser adversativo: “A evolução da renda per capita<br />

dependia das taxas de natalidade e mortalidade, no entanto a renda per capita da Inglaterra<br />

começou a crescer descolada da demografia...”.<br />

17 – INCORRETA. O como não indica causa, mas sim com<strong>para</strong>ção entre “flagelos assim” e<br />

“desastres de avião”.<br />

18 – D. Logo é a única conjunção, dentre as opções, que não indica explicação, mas<br />

conclusão.<br />

19 – CORRETA. Para que é uma locução conjuntiva final desde criancinha, logo a afirmação<br />

procede.<br />

20 – INCORRETA. Contanto que é uma locução conjuntiva condicional, e consoante,<br />

conjunção conformativa.<br />

21 – A. Caso é uma conjunção condicional e exige verbo no subjuntivo (“caso o país não<br />

tenha crescido”). Mais importante que isso, porém, pelo que você notou nas outras<br />

alternativas, o vocábulo se estabelece relação de concessão (apesar de, mesmo, embora,<br />

ainda que...); caso indica apenas... condição. Nada a ver com concessão! Esta era <strong>para</strong> não<br />

zerar, hein!<br />

22 – B. A gente banaliza o olhar (consequência) por quê? De tanto ver (causa). Ou seja, “A<br />

gente vê tanto (causa) que banaliza o olhar (consequência).”.<br />

23 – C. A conjunção porque é causal, explicativa ou final, depende do contexto, mas nunca é<br />

proporcional como ao passo que.<br />

24 – B. A FGV se amarra em trabalhar diferença entre os “quês”. Veremos muito mais sobre<br />

essa palavrinha maledeta no capítulo de Que, Se e Como. Por ora, fiquemos com a explicação<br />

da questão. Bizu: se pudermos substituir uma oração iniciada por que por isto, estaremos<br />

diante de uma conjunção integrante (É certo que a mudança do enfoque sobre o tema...


decorrerá... = É certo isto.), pois ela sempre inicia orações subordinadas substantivas que<br />

completam ou determinam a estrutura sintática de outra oração (chamada de principal). O<br />

segundo que é uma preposição acidental, equivalendo a “de”, pois vem entre ter e verbo no<br />

infinitivo: “... terão que (= de) abranger...”.<br />

25 – A. Se ou é uma conjunção AL-TER-NA-TI-VA, a ideia é de...? Questão nível Tele<br />

Tubbies!<br />

26 – B. A relação entre o primeiro e o segundo período é de causa e efeito (ou fato seguido de<br />

conclusão). Por isso a única locução conjuntiva possível é por conseguinte, que equivale a<br />

“portanto, assim, por isso, então, dessa forma, logo...” Veja: Na prática, não há garantia de<br />

que aprender uma dada quantidade de técnicas de escrita nos faça escrever melhor, por<br />

conseguinte escrever, como ler, só será efetivamente um hábito qualificado se feito com<br />

prazer. As Demais: A: Concessão; C: Proporção; D: Finalidade; E: Tempo.<br />

27 – D. Mera decoreba! A: Tempo. B: a preposição é exigida pelo substantivo meio. C:<br />

Explicação. E: Adversidade.<br />

28 – B. A frase tem sentido concessivo por causa da conjunção concessiva Embora. Simples<br />

assim!<br />

29 – CORRETA. Todos os elementos enumerados em A são dignos da mesma ideia de<br />

respeito, estão no mesmo nível, por isso pode-se entender que o conectivo ou estabelece ideia<br />

de inclusão.<br />

30 – A. A: Alguns gramáticos, como Maria H. de Moura Neves e alguns dicionários, como<br />

Aulete e Houaiss, dizem que o se pode ter valor temporal, logo a substituição de Quando por<br />

Se mantém a coerência do texto. B: Só poderíamos substituir se por caso desde que o verbo<br />

em seguida fosse colocado no subjuntivo (... caso defendam...). C: A relação é de conclusão,<br />

por isso o uso de pois estaria equivocado (... se sabe que o objetivo dele é a cura da doença,<br />

LOGO sua ação é mais percebida por todos). D: não é uma alternativa que tenha a ver com o<br />

assunto deste capítulo (conjunção), por isso julgo relevante não comentá-la. E: Já há uma ideia<br />

de oposição no último período marcada pela conjunção mas; não se pode usar embora e mas<br />

no mesmo contexto.<br />

31 – A. A relação entre o primeiro período e o início do segundo é de ressalva, restrição, logo<br />

o melhor conectivo que poderia entrar na primeira lacuna seria o adversativo: mas, porém,<br />

entretanto...<br />

32 – B. Percebe-se que a relação entre as orações do trecho original é de causa e<br />

consequência/conclusão (indicada pelo portanto). Sendo assim, invertendo-se as orações,


teremos de usar um conectivo de valor causal, a saber: dado que. Fica assim, então: Não é<br />

possível importar o desenvolvimento dado que corresponde a uma matriz endógena, gerada<br />

em nossas próprias sociedades.<br />

33 – A. A relação entre os períodos é de explicação, logo as demais opções são descartadas.<br />

(B: Condição. C: Condição. D: Adversidade. E: Finalidade.)<br />

34 – E. O advérbio já tem valor opositivo e equivale a “mas”, “por outro lado”, “em<br />

contrapartida” etc. E a conjunção embora, por ser concessiva, indica uma ressalva que não<br />

invalida a declaração feita (definição clássica de conjunção concessiva).<br />

35 – E. Uma vez que é uma locução conjuntiva causal correspondente à conjunção causal<br />

porque. As demais conjunções e locução conjuntivas indicam, respectivamente: concessão,<br />

concessão, tempo e concessão.<br />

36 – E. A relação lógico-semântica que existe entre I e II é de causa e consequência, por<br />

conseguinte devemos usar a locução conjuntiva conclusiva por conseguinte. As demais<br />

conjunções e locução conjuntivas indicam, respectivamente: adversidade, adversidade, causa<br />

e concessão.<br />

37 – A. A ideia é de tempo ou proporção, logo letra A. As demais conjunções e locução<br />

conjuntivas indicam, respectivamente: concessão, condição, concessão. Em com<strong>para</strong>ção a é<br />

uma locução prepositiva que indica com<strong>para</strong>ção.<br />

38 – E. Segundo o dicionário Houaiss, a conjunção adversativa mas “com variações de<br />

sentido, introduz o segmento que denota basicamente uma oposição ou restrição ao que já foi<br />

dito.”.<br />

39 – C. Há uma quebra de expectativa, um contraste, logo usa-se a conjunção adversativa<br />

contudo.<br />

40 – ERRADO. Enquanto indica tempo; Celso Cunha diz que pode ser proporcional também.<br />

41 – CERTO. Perfeito. Tais conectivos são adversativos, de fato.<br />

42 – ERRADO. A conjunção quando de fato está relacionada ao fato expresso na oração “que<br />

não conhecia Joyce nem Virginia Woolf nem Proust”. Agora, observe com calma: Escrevi <strong>para</strong><br />

ele... porque o diabo do homem só faltou me chamar de representante comercial deles. Pelo<br />

que se vê, a causa (iniciada por porque) está ligada a “Escrevi <strong>para</strong> ele”, e não a “que não<br />

conhecia Joyce nem Virginia Woolf nem Proust”. Malícia total do CESPE!<br />

43 – CERTO. Por definição, conjunção concessiva é a que introduz um conteúdo que, mesmo<br />

sendo contrário a uma proposição, não a invalida.


44 – ERRADO. NUNCA indica consequência! O pois indica causa, explicação ou conclusão.<br />

45 – C. As duas frases mantêm uma relação de adição de acontecimentos, logo, <strong>para</strong> se unirem<br />

tais orações em um só período, precisaríamos usar um conectivo (normalmente conjunção) de<br />

valor aditivo. Por isso a reescritura correta é esta: “Não ri nem sequer sorri, e não faz uma<br />

pirueta.”.<br />

46 – CERTO. Todos esses conectivos são causais. Simples assim.<br />

47 – A. Há uma relação de causa e consequência, pois a exclusão social causa a violência, daí<br />

que EXCLUSÃO SOCIAL E (consequente) VIOLÊNCIA. Muito boa a questão!<br />

48 – A. A preposição <strong>para</strong>, antes de verbo no infinitivo, equivale à locução conjuntiva <strong>para</strong><br />

que (<strong>para</strong> melhorar = <strong>para</strong> que melhore). E segundo é uma conjunção conformativa, como<br />

conforme e consoante.<br />

49 – E. A construção por (mais) que constitui uma locução conjuntiva concessiva, por isso a<br />

única reescritura impossível é a E, pois preposição por + verbo no infinitivo reitera ideia de<br />

causa.<br />

50 – D. Tanto ainda assim como não obstante são locuções conjuntivas adversativas.<br />

51 – A. Tanto só que quanto mas são conectivos adversativos.


Capítulo 16<br />

Gabarito<br />

1 – INCORRETA. Normalmente a interjeição oi é usada como saudação (= olá), mas é<br />

empregada também <strong>para</strong> indicar que não se ouviu bem o que foi dito ou perguntado, e ainda<br />

como chamamento ou resposta a um chamamento. Numa música, esse oi serve como<br />

chamamento.<br />

2 – E. No primeiro quadrinho, não só a interjeição exclamada por Cebolinha, Oh!, exprime<br />

susto, bem como seu rosto, por causa da suposta pancada que a Mônica está dando em Cascão.<br />

No segundo quadrinho, há um alívio, pois na verdade ela está penteando o Cascão.<br />

3 – INCORRETA, porque as interjeições não são normalmente usadas em registros formais,<br />

como bem indica o contexto. Além disso, a classificação de claro é discutível, pois é um<br />

adjetivo modalizador.<br />

4 – C. A interjeição Hummmm, com o esticamento do som nasal sinalizado pela repetição da<br />

letra m e das reticências, indica admiração com a veia da doadora, por isso as enfermeiras<br />

“trocam sorrisos interessados”.<br />

5 – C. Segundo o dicionário Houaiss, a interjeição Puxa! “traduz alegria, assombro,<br />

deslumbramento, admiração, mas também pasmo, estupefação por consternação,<br />

aborrecimento, desalento, impaciência”. A locução interjetiva Puxa vida! indica o mesmo. O<br />

dicionário Aulete sacramenta: “Us. <strong>para</strong> exprimir admiração, surpresa, impaciência, irritação,<br />

aborrecimento etc.”.<br />

6 – D. Ué! exprime surpresa, espanto, admiração.<br />

7 – D. Putz é uma interjeição muito coloquial que indica admiração, surpresa.<br />

8 – E. A interjeição Ufa! exprime cansaço, alívio.


Capítulo 19<br />

Gabarito<br />

1 – CORRETA. Reveja todo o contexto: “Em dezembro do ano passado, milhares de pessoas<br />

tomaram as ruas de Seattle nos Estados Unidos, (...) Conseguiram barrar a negociação, que<br />

ficou <strong>para</strong> um futuro <strong>para</strong> lá de incerto, e, de quebra, ridicularizaram ninguém menos que o<br />

presidente americano Bill Clinton, o anfitrião do encontro”. A ESAF adora complicar tua<br />

vida, não? O sujeito milhares de pessoas, superafastado, encontra-se oculto em relação aos<br />

verbos conseguiram e ridicularizaram.<br />

2 – D. O termo você é sujeito simples e explícito do verbo precisa.<br />

3 – D. Note que te e te são pronomes oblíquos átonos com função de complemento do verbo<br />

(objeto direto). No segundo caso, o verbo fazer é transobjetivo, ou seja, exige objeto +<br />

predicativo do objeto (faz alguém (OD) vencedor (POD)).<br />

4 – B. O verbo haver (pode haver) no sentido de existir fica na 3ª pessoa do singular por ser<br />

um verbo impessoal. Tal verbo constitui oração sem sujeito. Simples assim.<br />

5 – Ambas estão INCORRETAs. Sobre a primeira, jamais o se pode indeterminar o sujeito,<br />

pois o sujeito está na cara de qualquer um; veja: “... o Programa de Metas foi executado e seus<br />

resultados manifestam-se...”. Sobre a segunda, note que a expressão formada pelo verbo ser +<br />

que é expletiva, ou seja, pode ser retirada sem prejuízo sintático-semântico; portanto não é só<br />

o verbo ser que é expletivo. Veja: “No entanto, (foi) graças ao controle do câmbio e ao regime<br />

de incentivos criados (que) as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.”.<br />

6 – C. Note que o verbo saiu não é de ligação, pelo contrário, indica ação e vem seguido de<br />

um predicativo do sujeito (chateada), logo o predicado (saiu chateada da escola) é verbonominal.<br />

7 – CERTO. Mais uma vez o verbo fazer foi usado como transobjetivo, ou seja, exige um<br />

objeto + um predicativo do objeto (faça da criança (OI) um romancista introvertido (POI)).<br />

8 – B. O verbo haver (= existir) é um verbo impessoal sempre, ou seja, não tem sujeito.<br />

9 – D. Os verbos prevalecer e participar são transitivos indiretos, logo exigem complemento<br />

preposicionado (objetos indiretos: “no conhecimento do torcedor comum sobre os dados<br />

históricos” e “no rito das danças guerreiras”).<br />

10 – C. Cuidado com a inversão dos termos da oração! Isso pode derrubar você. Coloque a<br />

frase na ordem direta: “Mas outro problema surge aqui”. Perceba que outro problema é<br />

sujeito em que problema é núcleo do sujeito. Sobre a letra C, faça a perguntinha <strong>para</strong> achar o


sujeito: “O que perde as cores?” Resposta: “as fitas de vídeo” (sujeito).<br />

11 – B. Verbo na 3ª pessoa do plural com sujeito implícito sem referente anterior sinaliza que<br />

o sujeito é indeterminado. Sabe-se que alguém disse, mas não se sabe quem.<br />

12 – E. Direto ao bizu de achamento do sujeito: “O que não se torna realidade?” Resposta:<br />

”O sonho de Darcy.”. “O que continua?” Resposta: “O debate.”. Sujeitos simples, pois<br />

apresentam um núcleo. Olhe a E: “O que é de tal ordem?” Resposta: “A tragédia dos menores<br />

abandonados.”. Sujeito simples também, pois apresenta apenas um núcleo.<br />

13 – C. Colocando na ordem direta: “Tudo anda muito desorganizado.”. Observe que o verbo<br />

andar não indica ação, mas sim estado, logo é um verbo de ligação, que liga o sujeito (tudo)<br />

ao predicativo do sujeito (muito desorganizado).<br />

14 – INCORRETA. O sujeito não é inexistente, mas sim oracional. Bizu do achamento do<br />

sujeito: “O que vale a pena?” Resposta: “Deixá-los sem futuro”. Logo, colocando na ordem<br />

direta, temos claramente um sujeito oracional: Deixá-los sem futuro (sujeito) vale a pena?<br />

15 – B. A oração sem sujeito é aquela que apresenta um verbo impessoal. As bancas adoram<br />

trabalhar o verbo haver (com sentido de existir, ocorrer) em questões de sujeito inexistente.<br />

16 – B. Tipo de questão muito frequente em todos os anos da FCC! Estude transitividade<br />

verbal! Ambos os verbos (confirmar e gerar) são VTDs, logo exigem objetos diretos<br />

(respectivamente, a antiguidade da família nuclear entre humanos e mais descendentes).<br />

17 – E. O verbo é transitivo direto e indireto, pois exige dois complementos (um direto e<br />

outro indireto). Veja: “... saibamos ensinar o quê? (o mais elementar) a quem? (aos<br />

alunos),...”.<br />

18 – ERRADO. O sujeito implícito do predicado for original remete ao referente obra de<br />

arte: Suponhamos que uma obra de arte profundamente original surja diante de seus olhos.<br />

Como a julga ele? Com<strong>para</strong>ndo-a com as obras de arte do passado. Se (ela) for<br />

original,...”.<br />

19 – ERRADO. Vejamos o contexto de cada verso: 19: A cana doce de Málaga não é mar,<br />

embora em praias, dá sempre em pequenas poças, restos de uma onda recuada. (intransitivo,<br />

pois não exige complemento; em pequenas poças é adjunto adverbial de lugar); 27: A cana<br />

doce de Málaga dá dócil, disciplinada: dá em fundos de quintal e podia dar em jarras.<br />

(intransitivo, pois não exige complemento; em fundos de quintal é adjunto adverbial de lugar);<br />

2: A cana doce de Málaga dá domada, em cão ou gata: deixam-na perto, sem medo, quase<br />

vai dentro das casas. (transitivo indireto, pois exige complemento; em cão ou gata é objeto<br />

indireto); 26: A cana doce de Málaga dá dócil, disciplinada: dá em fundos de quintal e podia


dar em jarras. (intransitivo, pois não exige complemento; dócil, disciplinada é predicativo do<br />

sujeito).<br />

20 – Ambas estão INCORRETAs. Na primeira, é impossível que a partícula se seja<br />

indeterminadora do sujeito uma vez que o sujeito do verbo espraiar está explícito,<br />

determinado, “na cara”! Veja o contexto de novo: “Agora se vê que a carência de profissionais<br />

se espraia <strong>para</strong> vários níveis de formação...”. Pergunto: “O que se espraia <strong>para</strong> vários níveis<br />

de formação?”. Respondo: “A carência de profissionais”’. Na segunda, o sujeito é outro, veja:<br />

“A rede educacional do país, com suas falhas e distorções distribuídas do ensino fundamental<br />

à universidade, mostra-se incapaz de oferecer ao mercado de trabalho mão de obra<br />

competente”. Safo?<br />

21 – ERRADO. Observe a primeira oração: “São tantos os espaços <strong>para</strong> a dita participação<br />

popular”. Está na ordem direta? Jamais! Colocando: “Os espaços <strong>para</strong> a dita participação<br />

popular (sujeito) são (verbo) tantos (predicativo)”. Ah, agora sim podemos analisar com mais<br />

tranquilidade. Percebe que o verbo ser tem sujeito simples? Maravilha! E quanto à próxima<br />

oração? Veja: “não há espaços de visibilidade claros”. Percebe o verbo haver com sentido de<br />

existir? Pronto, oração sem sujeito. Sendo assim, concluímos que a questão traz uma<br />

afirmação equivocada, pois na primeira oração há sujeito simples; só na segunda há oração<br />

sem sujeito!<br />

22 – ERRADO. Se ”os bancos se estabeleceram”, como o sujeito pode ser indeterminado? O<br />

sujeito está explícito, e é simples: os bancos. A partícula se é integrante do verbo. Nível Tele<br />

Tubbies!<br />

23 – CERTO. Perfeita a afirmação! Coloque na ordem direta: “Moedas mexicanas e peruanas<br />

(sujeito) continuavam sendo usadas (locução verbal) no comércio no extremo norte (adjunto<br />

adverbial).”.<br />

24 – ERRADO. O sujeito de faz é oracional: “Viver em ambiente sem gravidade”. Bizu do<br />

achamento do sujeito: “O que faz coisas curiosas com o corpo?” Resposta: “Viver em<br />

ambiente sem gravidade.”. Mole!<br />

25 – ERRADO. O erro está em afirmar que meu nome é sujeito e que meu nome está<br />

anteposto a seu predicado verbal. Na primeira oração, o sujeito vem antes do predicado, ok!<br />

Na segunda oração, meu nome é objeto direto do verbo gritar, ou seja, “... o carteiro chegou e<br />

(o carteiro) gritou meu nome.”. Pescou?<br />

26 – ERRADO. A ordem direta é tão somente esta: “Joaquim Silvério (sujeito) começa a<br />

redigir (verbo) sua carta (complemento verbal) com pena bem a<strong>para</strong>da no palácio da<br />

Cachoeira (adjuntos adverbiais)”. Na reescritura proposta, o adjunto adverbial inicia o verso,


portanto a ordem é indireta, diferente da sequência sujeito-verbo-complemento verbaladjunto<br />

adverbial.<br />

27 – CERTO. De fato, tais orações não seguem a ordem direta, que deveria ser sujeito-verboobjeto,<br />

assim: “como a prevalência da forma pronominal (sujeito) inclina (verbo)-nos (objeto)<br />

a pensar” e “uma vez que levar em conta a noção de memória coletiva (sujeito) foi (verbo de<br />

ligação) necessário (predicativo do sujeito)”. Inclusive a questão foi mal formulada, pois<br />

necessário é predicativo do sujeito e não objeto. Coisas da vida...<br />

28 – CERTO. Se o sujeito não está explícito na frase, mas existe a possibilidade de encontrar<br />

seu referente pelo contexto, dizemos que ele está oculto, ou implícito, ou elíptico. É o que<br />

ocorre neste caso. “O que transporta muitos passageiros?” Resposta: “O tal veículo leve sobre<br />

o trilho, o tal meio de transporte que causa estranheza, o tal misto de metrô e ônibus, o tal tipo<br />

de transporte coletivo capaz de melhorar o trânsito nas cidades.”. Resumindo: ele<br />

transporta... Foi? Questão interessante.<br />

29 – E. Os verbos impessoais são aqueles que não têm sujeito, como o verbo fazer (indicando<br />

tempo decorrido ou aspecto natural), passar (indicando tempo decorrido) e haver (no sentido<br />

de existir, ocorrer ou indicando tempo decorrido). Mas na letra E não é o caso, pois há um<br />

sujeito oculto <strong>para</strong> o verbo haver: Embora (ele) houvesse acertado a hora, ele chegou<br />

atrasado. Quando o verbo haver for auxiliar de uma locução verbal, como é o caso da E, ele<br />

sempre terá sujeito.<br />

30 – D. O pronome relativo que, funcionando como sujeito, retoma “empresas transnacionais”,<br />

as quais “operam sujeitas às normas”... Observe que sujeitas é uma característica de<br />

“empresas transnacionais”, afinal, trata-se de um adjetivo. E, como todo adjetivo só exerce<br />

função de adjunto adnominal (quando vem ao lado do termo substantivo, sem vírgula) ou de<br />

predicativo (quando vem se<strong>para</strong>do do termo substantivo, seja por vírgula ou simplesmente<br />

afastado), sujeitas só pode ser um predicativo do sujeito.<br />

31 – B. Usamos o sujeito indeterminado quando não sabemos determinar quem é o sujeito<br />

(fala do garoto) ou não desejamos torná-lo conhecido. Para isso, usamos o artifício de colocar<br />

o verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito.<br />

32 – O item III. Para a identificação do sujeito, há uma técnica bastante usada e que<br />

normalmente funciona: pergunta-se ao verbo “O que...?” ou “Quem...?”; daí acha-se o sujeito.<br />

Portanto, vamos aplicar: “Quem subjugou os hindus?” Resposta: “Os ingleses subjugaram.”.<br />

Logo, o sujeito de subjugaram é os ingleses. Simples, não? “O que se cometeu contra os<br />

hindus?” Resposta: “Incontáveis violências se cometeram (foram cometidas).”. Logo, o sujeito<br />

de Cometeram-se é incontáveis violências, cujo núcleo é o substantivo violências. Safo? Vale


dizer que no segundo caso estamos diante de uma voz passiva sintética, em que o verbo vem<br />

acompanhado da partícula apassivadora se.<br />

33 – C. Vamos nos ater aos termos essenciais da oração. Na letra B, a partícula se do<br />

enunciado não exerce a mesma função que a outra. A primeira é apassivadora; <strong>para</strong> tirar a<br />

“prova dos 9”, basta passar da voz passiva sintética <strong>para</strong> a analítica (... não se devem esperar<br />

exames... = ... exames não devem ser esperados...). Lembrou-se das marcas de passiva<br />

sintética e analítica? Esta apresenta ser + particípio e aquela, se apassivador. Sobre a letra D,<br />

não há indeterminação do sujeito, pois o sujeito está explícito. Bizu: “O que não se deve<br />

esperar?” Resposta: “Exames de consciência mais profundos não se devem esperar.”. Esta<br />

perguntinha ao verbo é coisa linda, não? Resolve na hora o achamento do sujeito.<br />

34 – A. O verbo do enunciado (proviriam) exige complemento preposicionado. Veja a frase na<br />

ordem direta: “As pistas que indicariam o caminho proviriam destes”. O que provém, provém<br />

de! Percebeu a transitividade do verbo? Ele é um transitivo indireto, ou seja, exige<br />

complemento preposicionado <strong>para</strong> ter seu sentido completo e <strong>para</strong> completar a estrutura<br />

sintática da frase. Imagina se eu falasse assim <strong>para</strong> você: “Aí, maluco, a dor muscular<br />

provém.”. Você iria perguntar assim: “A dor muscular provém de quê, <strong>Pestana</strong>? Tá ficando<br />

maluco?”. Enfim, eu tenho de completar a frase porque o verbo exige complemento, logo<br />

deveria dizer assim: “A dor muscular provém do excesso de exercícios.”. “Aaaah! Sim! Agora<br />

entendi.”, diria você. Beleza? Na letra A, o verbo consistir também é VTI, pois exige<br />

complemento preposicionado. Veja: “a principal tarefa do historiador consistia em estudar<br />

possibilidades de mudança social”. Safo?<br />

35 – D. Note que a conjunção coordenativa e está ligando duas orações encabeçadas por<br />

verbos transitivos diretos: “Gates afirmou ser importante usar outros meios <strong>para</strong> convencer o<br />

Irã a não procurar ter armas nucleares e (Gates) repetiu as suas preocupações de que ações<br />

militares somente iriam retardar...”. Quem afirma, afirma algo; quem repete, repete algo.<br />

Ambos são VTDs.<br />

36 – ERRADO. O sujeito da oração é os realmente capazes. Veja na ordem direta: “Os<br />

(=Aqueles) realmente capazes (sujeito) só passam pela estreita peneira do programa.”. Este os<br />

equivale a “aqueles”, por isso é um pronome demonstrativo, núcleo do sujeito.<br />

37 – ERRADO. Mais uma vez: verbo haver no sentido existir = oração sem sujeito.<br />

38 – ERRADO. O sujeito do verbo perceber é indeterminado. Veja o trecho em que este<br />

verbo se encontra: “Não era preciso ser médium... <strong>para</strong> (alguém) perceber que a leniência...”.<br />

Quem percebe? Qualquer um. Percebe a ideia de generalização, vaguidão, indefinição,<br />

indeterminação? Este é o terceiro caso de indeterminação do sujeito, pouco comum.


39 – ERRADO. O verbo da oração principal está na 3ª pessoa do singular, pois seu sujeito<br />

está em forma de oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional): É verdade isso<br />

(que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas) = isso (que a CE vem desenvolvendo<br />

novas formas políticas) é verdade (na ordem direta). Então, esse papo de que o verbo está no<br />

singular porque o sujeito não está explícito é conversa <strong>para</strong> boi dormir. Cuidado com as<br />

pegadinhas do CESPE.<br />

40 – ERRADO. O sujeito do verbo chamar não é simples, mas sim indeterminado. Note<br />

que o verbo está na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito. Essa criança é o objeto<br />

direto do verbo chamar. E de Macunaíma é o predicativo do objeto. Veja na ordem direta,<br />

sem a expressão expletiva é que: “(?) Chamaram essa criança de Macunaíma.”. Detalhe<br />

importante: a expressão de realce (ou expletiva) é que, apesar de ter um verbo em sua<br />

construção, não é contada como oração!<br />

41 – ERRADO. O verbo faltar nunca é impessoal, nem quando indica tempo: “Faltam dez<br />

dias <strong>para</strong> a prova.”. Na frase em questão, o sujeito do verbo faltar é o diabo do homem.<br />

42 – E. Sofrer e precisar são verbos transitivos indiretos. Ambos exigem um complemento<br />

(objeto indireto) iniciado pela preposição de.<br />

43 – B. Interferir e lidar são verbos transitivos indiretos. Ambos exigem um complemento<br />

(objeto indireto) iniciado pela preposição de e com, respectivamente.<br />

44 – B. Esta questão trabalha o conhecimento de transitividade verbal e sujeito indeterminado.<br />

Este verbo é transitivo indireto na frase do enunciado e na letra B, pois exige um complemento<br />

indireto (objeto indireto), ou seja, um complemento preposicionado. Quanto ao sentido,<br />

percebemos uma ideia de indeterminação do sujeito. Podemos indeterminar o sujeito por meio<br />

da colocação de uma partícula de indeterminação do sujeito junto ao verbo (que pode<br />

apresentar qualquer transitividade) na 3ª pessoa do singular (Pensa-se logo num palhaço.) ou<br />

por meio do uso do verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito (Pensam logo num<br />

palhaço.), normalmente.<br />

45 – B. No enunciado, o verbo respirar é intransitivo e aliviado é um predicativo do sujeito,<br />

logo tempos um predicado verbo-nominal. Na letra B, o verbo nomear é transobjetivo, logo<br />

exige um objeto direto mais um predicativo do objeto, logo temos também um predicado<br />

verbo-nominal.<br />

46 – D. Note que o verbo ser liga o sujeito ao predicativo do sujeito em ambos os casos.<br />

47 – D. I: Certo. Quarto quadrinho. II: Certo. Segundo quadrinho. III: Certo. Respectivamente:<br />

minhocas aquáticas, alguém, essa minhoca, essa minhoca, minha lógica.


Capítulo 20<br />

Gabarito<br />

1 – CORRETA. O substantivo abstrato acesso exige quatro complementos nominais<br />

coordenados: “Ela antes tinha acesso ao sistema financeiro habitacional, a universidades<br />

públicas, à expansão de empresas estatais cheias de ofertas de trabalho e à indexação, que<br />

reajustava o dinheiro nos bancos”.<br />

2 – A. O objeto indireto pleonástico é representado pelo pronome oblíquo átono lhe, uma vez<br />

que já existe objeto indireto na oração, a saber: A Rafael. Como você sabe, um termo<br />

pleonástico pode ser retirado da frase sem alteração sintática ou semântica, logo veja a frase<br />

na ordem direta sem o lhe: Chamaram (VTI) a Rafael (OI) covarde (POI).<br />

3 – ERRADO. O verbo reduz é transitivo direto e indireto, exigindo um só objeto direto e um<br />

só objeto indireto, portanto não há objeto direto composto por dois núcleos. Veja: “... reduz<br />

(VTDI) a tenacidade do esforço humano (OD)... ao humilhante plano da causalidade ou do<br />

fatalismo (OI)”. A expressão em centenas e centenas de séculos é um adjunto adverbial de<br />

tempo, não um complemento verbal.<br />

4 – B. O termo preposicionado do enunciado completa o sentido do nome assistência, logo é<br />

um complemento nominal. O mesmo se dá com a contrabando, que é complemento nominal do<br />

substantivo repressão. A: Adjunto adverbial de lugar. C: Adjunto adverbial de modo. D:<br />

Adjunto adverbial de modo. E: Predicativo do objeto direto.<br />

5 – INCORRETA. Reveja os contextos: “... como o inimigo que haveria de ser derrotado,<br />

acabou na verdade por nos vencer.”/“... estaremos caindo numa sociedade do homem e da<br />

mulher medíocres onipresentes, governados por altas mediocridades.”. Os termos<br />

preposicionados sublinhados não exercem a mesma função sintática, pois só o segundo exerce<br />

função sintática. O primeiro na verdade faz parte de uma locução verbal: acabou por vencer,<br />

não exercendo função sintática alguma. O segundo, sim, exerce função sintática de agente da<br />

passiva. Voz passiva analítica: “... (sendo) governados por altas mediocridades” = voz ativa:<br />

“... altas mediocridades nos governando”. Esse teste de passagem de voz verbal ajuda muito a<br />

identificação do agente da passiva. Se você pensou que por altas mediocridades era<br />

complemento nominal, enganou-se.<br />

6 – D. Os verbos prevalecer e participar são VTIs, exigem complemento preposicionado<br />

(objetos indiretos, respectivamente: no conhecimento do torcedor comum sobre os dados<br />

históricos e no rito das danças guerreiras).<br />

7 – E. Quem paga, paga algo a alguém. Logo, a ele (em “eu não pago a ele”) é um objeto


indireto, complemento do verbo pagar. Inclusive o verbo pagar é curioso, pois o objeto direto<br />

é sempre uma coisa e o objeto indireto é sempre uma pessoa (física ou jurídica ou ser<br />

personificado).<br />

8 – C. Esta questão trata da diferença entre sujeito e objeto direto. Normalmente o sujeito vem<br />

antes do verbo, e o objeto direto vem depois. Mas, nessa questão, a ideia era saber se você<br />

conseguia perceber a diferença. A única opção que não apresenta um sujeito é a C, pois o<br />

acesso é o alvo da ação de democratizar, o objeto direto. Coloque na ordem direta os demais<br />

e verá o sujeito.<br />

9 – CORRETA. O adjetivo ultraconsciente exige um complemento preposicionado pela<br />

preposição de, afinal, quem é (ultra)consciente, é (ultra)consciente de alguma coisa. Portanto,<br />

de seu ofício é um complemento nominal.<br />

10 – CORRETA. Quem assegura, assegura algo (a cobertura mais completa possível) a<br />

alguém (aos (= àqueles) que buscam a proteção dos planos de saúde). Logo, a expressão não<br />

tem função de objeto direto.<br />

11 – ERRADO. Novamente o sujeito vem depois do verbo, parecendo ser um objeto direto,<br />

mas coloque na ordem direta e verá que se trata de um sujeito: (... não sei quanto tempo essa<br />

minha angústia durou...). O que durou? Resposta: “essa minha angústia” (sujeito). Safo?<br />

12 – ERRADO. O termo em itálico não é complemento do verbo chamar. O complemento<br />

deste verbo é o pronome relativo que. Você sabia que os pronomes relativos podem exercer<br />

função sintática? Podem sim! Basta você substituir o relativo pelo termo anterior e analisar<br />

sintaticamente a oração. Veja: “Kant inicia a exposição da ética, que ele chama metafísica dos<br />

costumes...”. Ele chama a exposição da ética metafísica dos costumes. Portanto, o pronome<br />

relativo exerce função de complemento verbal, uma vez que, quando o substituímos pelo<br />

antecedente, descobrimos a função sintática do termo sublinhado, a saber: complemento<br />

verbal (objeto direto). Esse termo em itálico é o predicativo do objeto direto. Lembre-se: o<br />

verbo chamar, no sentido de “apelidar”, “cognominar”, “julgar”, “classificar”, é chamado de<br />

transobjetivo, pois exige um objeto + um predicativo do objeto. Percebeu que a preposição de<br />

é facultativa ao iniciar o predicativo do objeto? Portanto, a afirmação desta questão não<br />

procede, por dois motivos: 1) metafísica dos costumes não é complemento verbal, mas<br />

predicativo do objeto e 2) a preposição de não é obrigatória antes do predicativo.<br />

13 – CERTO. O verbo considerar é VTD, logo exige um objeto direto, que vem em forma de<br />

oração. Dondonim considera o quê? Resposta: “que o assistencialismo oficial prejudicou os<br />

índios” (OD).<br />

14 – ERRADO. O pronome lhe(s) nunca exerce função de objeto direto. Note também que o


verbo emitir é VTDI: quem emite, emite algo (os títulos respectivos) a alguém (lhes = a eles).<br />

15 – CERTO. Perfeito! Este termo é um agente da passiva, por isso é o agente da ação verbal.<br />

A oração em que se encontra apresenta sempre verbo na voz passiva. O que é possível tornar<br />

o trecho na voz ativa, lembra? Veja: “Criminosos que andavam livremente pelas ruas com<br />

fuzis e metralhadoras dominavam uma área tão populosa.”. O agente da passiva vira sujeito<br />

agente (é claro!) na ativa, percebeu?<br />

16 – A. A locução verbal havia atormentado apresenta um verbo principal transitivo direto<br />

(quem atormenta, atormenta alguém). Logo, o o (pronome oblíquo átono, que normalmente<br />

exerce função de objeto direto) é de fato um objeto direto em “caso de assassinato que o havia<br />

atormentado”. Os demais em negrito são artigos, e todos os artigos exercem função de adjunto<br />

adnominal. Sempre!<br />

17 – A. Quando se diz que um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) é transitivo, isso<br />

significa que ele exige complemento. O substantivo pronunciamento de fato exige um<br />

complemento. Quem faz um pronunciamento, faz um pronunciamento a alguém. Percebe que é<br />

isso que se dá no contexto da questão? “Em pronunciamento ao conselho diretor...”. Assim<br />

como o verbo exige complemento, alguns nomes também exigem complemento. Por isso, letra<br />

A!<br />

18 – B. Um complemento nominal oracional é um complemento nominal em forma de oração,<br />

que recebe o nome de oração subordinada substantiva completiva nominal. O substantivo<br />

preocupações exige um complemento iniciado pela preposição de. Portanto, de que ações<br />

militares somente iriam retardar é um complemento nominal oracional de preocupações.<br />

19 – CORRETA. Trasladar é VTDI: trasladam (VTDI) <strong>para</strong> o papel (OI) alguma coisa da<br />

sua frescura e novidade (OD).<br />

20 – A. Esta era <strong>para</strong> não errar. O verbo pede um complemento sem preposição, logo OD na<br />

cabeça!<br />

21 – INCORRETA, pois o endereço e a literatura desta missiva é o sujeito composto do<br />

verbo surpreender. Como o sujeito composto vem depois do verbo, este pode concordar com<br />

o núcleo mais próximo, ficando no singular. Sobre vos, saiba que é um simples objeto direto,<br />

complemento direto do verbo surpreender.<br />

22 – CERTO. De fato, Que Demócrito não risse é o objeto direto oracional do verbo provar.<br />

O o é só um objeto direto pleonástico, que retoma o objeto direto que já existe, a saber Que<br />

Demócrito não risse.<br />

23 – A. O verbo confessar é VTDI, em que “que entendo de arquitetura é objeto direto


oracional e vos, objeto indireto, ou seja, complementos verbais. E de arquitetura é objeto<br />

indireto de entender. Assim, ambos os elementos sublinhados são complementos verbais.<br />

24 – CORRETA. A voz é ativa porque o sujeito pratica a ação verbal e umas bugigangas é o<br />

objeto direto de anunciar.<br />

25 – CERTO. O verbo está na voz passiva analítica (foi ultrapassada) seguido de um agente<br />

da passiva, ou seja, o agente da ação verbal (pelas redes transnacionais de poder). Para<br />

provar isso, passe <strong>para</strong> a voz ativa: As redes transnacionais de poder ultrapassou sua<br />

soberania. Lembre-se de que o agente da passiva é o sujeito da ativa.<br />

26 – A. O verbo dedicar, do enunciado, é VTDI, logo exige um complemento direto (os meses<br />

de verão) e um complemento indireto (à criação musical). O verbo ter é VTD, logo exige um<br />

complemento direto (influência central). Assim, influência central e os meses de verão são<br />

objetos diretos.<br />

27 – A. O substantivo construção exige um complemento nominal, logo de hospitais é um CN.<br />

28 – E. Não só o verbo sofrer exige um complemento preposicionado (o objeto indireto de<br />

imensas deficiências de nutrientes) mas também o verbo precisar exige um complemento<br />

igualmente preposicionado (o objeto indireto deles). Portanto, ambos os verbos são VTIs<br />

seguidos de OIs.<br />

29 – B. Interferir e lidar são verbos transitivos indiretos. Ambos exigem um complemento<br />

(objeto indireto) iniciado pela preposição de e com, respectivamente.<br />

30 – C. Os verbos crer e pensar são transitivos indiretos e exigem, óbvio, objetos indiretos:<br />

no mundo e nele. O nome doente exige um complemento nominal, a saber: dos olhos.<br />

31 – B. Note que a frase está na voz passiva analítica (tem sido combatida), em seguida vem o<br />

agente da passiva pelos médicos. Prova disso é a passagem <strong>para</strong> a voz ativa: Os médicos têm<br />

combatido muito a ansiedade hoje em dia. A: Objeto indireto. C: Adjunto adverbial de<br />

tempo. D: Complemento nominal.<br />

32 – D. A expressão de nossos sonhos é um complemento nominal, tendo como núcleo sonhos<br />

e nossos seu adjunto adnominal.<br />

33 – C. O verbo guardar é VTD e exige um objeto direto (o telefoninho). Nas demais opções,<br />

os termos sublinhados são sujeitos. Não se deixe enganar pelo sujeito deslocado.<br />

34 – D. No item I, temos um verbo transitivo indireto, logo de futebol exerce a função<br />

sintática de objeto indireto. Esse é mole! Mas, agora, muita atenção, meu nobre! No item II,<br />

apesar de ser tentador acharmos que de emoção cumpre a mesma função, temos de lembrar


que o verbo chorar é intransitivo. Assim, o termo em destaque está cumprindo a função de<br />

adjunto adverbial de causa, pois indica o motivo pelo qual Ele estava chorando.<br />

35 – B. O verbo deixar é VTDI, logo pra Zé Patife é objeto indireto, e bainha é objeto direto.<br />

36 – D. Parece um objeto direto, mas o verbo nascer é intransitivo, antes de mais nada. Esta é<br />

uma das questões em que a banca trabalha a sua capacidade de diferenciar sujeito de objeto<br />

direto. Note que o verbo concorda com o termo mais próximo do sujeito composto posposto,<br />

ficando no singular. Na ordem direta, seria assim: “A vida e a transformação nascem da morte<br />

do velho.”.<br />

37 – C. “Nos estudos citados pelos autores...” = “Nos estudos que os autores citaram...”. Se é<br />

possível passar da voz passiva analítica <strong>para</strong> a voz ativa, é certo que se trata de um agente da<br />

passiva.<br />

38 – D. a) O substantivo batalha exige um complemento iniciado pela preposição por, logo<br />

CN. b) O substantivo fé exige um complemento iniciado pela preposição em, logo CN. c) O<br />

substantivo amor exige um complemento iniciado pela preposição por, logo CN. e) O<br />

substantivo falsificação exige um complemento iniciado pela preposição de, logo CN. Note o<br />

valor de alvo de uma ação, o valor passivo do CN em todos esses casos. Agora, em d), o<br />

complemento preposicionado é um objeto indireto do verbo batalhar. Não confunda CN com<br />

OI.


Capítulo 21<br />

Gabarito<br />

1 – A. Abrindo os caminhos com a famosíssima diferença entre ADN e CN. O termo das<br />

estradas tem valor passivo, pois sofre a ação, logo... complemento nominal. Assim como o<br />

substantivo abstrato (manutenção) exige um complemento preposicionado, o adjetivo<br />

fundamental também exige (o que é fundamental é fundamental a/<strong>para</strong>).<br />

2 – B. Mais uma diferença, dessa vez entre adjunto adverbial e agente da passiva. Note que só<br />

na B há a locução verbal formada por ser + particípio, típica da voz passiva analítica. Sendo<br />

assim, pelo rio é o agente da passiva. Para bater o martelo, passe <strong>para</strong> a voz ativa: “... o rio<br />

levou alguns animais...”.<br />

3 – CORRETA, pois o aposto explicativo é um termo que vem se<strong>para</strong>do por pontuação<br />

(vírgula(s), travessão(ões) ou parênteses) <strong>para</strong> explicar um termo anterior, normalmente.<br />

4 – D. Esta questão trata, mais uma vez, daquela velha e polêmica diferença entre CN e ADN.<br />

O complemento nominal vem ligado a um substantivo abstrato e o adjunto adnominal vem,<br />

normalmente, ligado a um substantivo concreto. Como mundo é concreto, de tribos é adjunto<br />

adnominal. No caso do enunciado, o adjetivo benefícios exige um complemento, logo a<br />

amplos setores é um complemento nominal. A confusão entre CN e ADN só ocorre quando o<br />

termo preposicionado está ligado a um substantivo abstrato. Se o termo preposicionado vier<br />

ligado a um adjetivo ou advérbio — NÃO RESPIRA! —, complemento nominal nas cabeças.<br />

5 – B. Sempre que uma locução adjetiva estiver ligada a um substantivo concreto, não<br />

pestaneje, ela exercerá função sintática de adjunto adnominal. Sempre! Como a palavra<br />

epidemia é um substantivo concreto, das doenças crônicas exerce função sintática de adjunto<br />

adnominal, assim como o adjetivo nacionais ligado a um substantivo (autoridades) também<br />

exerce esta mesma função sintática.<br />

6 – D. De acordo com alguns gramáticos, principalmente modernos, quando o lhe tem valor<br />

possessivo, exerce função sintática de adjunto adnominal. Ao dizer “Eugênio examinava-lhe<br />

as mudanças do rosto com comovida atenção”, isso equivale a “Eugênio examinava as<br />

mudanças do seu rosto...” ou “Eugênio examinava as mudanças do rosto dele...”. Daí ser<br />

classificado como adjunto adnominal tal qual de uma criança (valor de posse) em “Salvara a<br />

vida de uma criança”.<br />

7 – II. A expressão entre travessões é um aposto explicativo do termo anterior (profissionais).<br />

Lembre-se de que o aposto pode vir entre vírgulas, entre travessões ou entre parênteses.<br />

8 – B. Trata-se de um vocativo, pois, além de indicar um chamamento, coração é o


interlocutor.<br />

9 – B. Trata-se de um vocativo, pois, além de indicar um chamamento, querido é o<br />

interlocutor. Mais interessante do que tudo é o fato de um adjetivo (querido) virar um<br />

substantivo no contexto.<br />

10 – C. Apesar de não ser comum o aposto vir antes do termo a que se refere, temos aí um<br />

belo exemplo disso. Veja na ordem comum: “O ex-ministro Antonio Delfim Netto, arquiteto e<br />

engenheiro da prosperidade do “milagre econômico”, está convencido (...)”.<br />

11 – A. Simples! Algo <strong>para</strong> ser visto por onde, por qual lugar? Resposta: “pela janelinha do<br />

carro” (adjunto adverbial de lugar modificando o verbo ver).<br />

12 – E. Assim como o nome controle exigiu um complemento nominal (dos resíduos<br />

radioativos), o nome danosa também o fez (o que é danoso, é danoso ao meio ambiente).<br />

13 – INCORRETA. O aposto não vem representado por um adjetivo, logo justas e<br />

equilibradas jamais poderiam ser um aposto, só <strong>para</strong> começar. Perceba que o predicado é<br />

nominal (são mais justas, equilibradas, honestas...), logo os termos têm função de predicativo<br />

do sujeito.<br />

14 – INCORRETA. Jean-Claude Trichet está entre vírgulas por se tratar de um aposto<br />

explicativo.<br />

15 – C. Colocando na ordem direta fica mais fácil perceber a função sintática dos termos;<br />

veja: “...e como eu ia dizendo, você andar devagar e ser assaltado por mim (agente da<br />

passiva) do que correr e ser assaltado pelo radar é muito mais econômico (predicativo do<br />

sujeito). E eu nem somo pontos em sua habilitação (adjunto adverbial de lugar (virtual))!”.<br />

16 – A. Muito boa a questão, que trabalha a diferença entre agente da passiva e adjunto<br />

adverbial. Não podemos passar <strong>para</strong> a voz ativa, logo o termo não se trata de um agente da<br />

passiva, mas sim de um adjunto adverbial de causa: “... as oportunidades acabam<br />

definitivamente perdidas por causa da desistência dos potenciais empregadores.”.<br />

17 – CERTO. De fato as funções são distintas! No primeiro segmento, o termo é complemento<br />

nominal de gosto (quem tem gosto, tem gosto por). No segundo segmento, o termo é um<br />

adjunto adverbial de meio, modificando o verbo revelar.<br />

18 – D. As expressões às vezes e Em breve exercem função sintática de adjunto adverbial de<br />

tempo. As expressões às pampas e em excesso exercem função sintática de adjunto adverbial<br />

de intensidade.<br />

19 – ERRADO. A justificativa da banca diz respeito à classificação de aposto. E “um dos


pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil” é um aposto explicativo, desde<br />

criancinha.<br />

20 – ERRADO. Ambas as expressões têm sentido possessivo, logo são adjuntos adnominais,<br />

e não complementos nominais.<br />

21 – CERTO. É aposto explicativo de CO2.<br />

22 – A. O enorme tronco dá uma descarga de água <strong>para</strong> as raízes quando? Na iminência de<br />

um temporal, ou seja, quando se aproxima uma tempestade. Percebeu que o adjunto adverbial<br />

de tempo na iminência de um temporal foi substituído por uma oração subordinada adverbial<br />

de tempo Quando se aproxima uma tempestade? Isso ocorre porque a oração subordinada<br />

adverbial exerce função de adjunto adverbial, também chamada de adjunto adverbial<br />

oracional.<br />

23 – D. Hugo Sarmento especifica colégio, logo é um aposto especificativo. O termo uma<br />

ferramenta virtual, objeto direto, é complemento do verbo levar. Agora, você percebeu a<br />

diferença entre agente da passiva e complemento nominal no termo pelo microblog? E é isso<br />

que faz você acertar a questão. Não podemos dizer que é um complemento nominal, pois é<br />

possível passar <strong>para</strong> a voz ativa o trecho, transformando o agente da passiva em sujeito da<br />

ativa. Veja: “O limite de 140 caracteres imposto pelo microblog Twitter...” (voz passiva) –<br />

“O microblog Twitter impõe o limite de 140 caracteres...” (voz ativa).<br />

24 – B. Os termos sublinhados têm valor passivo, logo são complementos nominais:<br />

consolidação da democracia = a democracia é consolidada/desenvolvimento da cidadania =<br />

a cidadania é desenvolvida.<br />

25 – B. Um complemento nominal oracional é um complemento nominal em forma de oração<br />

(apresenta um verbo em sua constituição). O substantivo preocupações exige um complemento<br />

iniciado pela preposição de. Portanto, de que ações militares somente iriam retardar é um<br />

complemento nominal de preocupações.<br />

26 – A. Na letra A, observe que o primeiro verbo termina em ditongo, logo o pronome oblíquo<br />

átono poderá ser -no, -na, -nos, -nas. Como o núcleo do complemento verbal é feminino<br />

singular, usaremos -na. Não poderia rolar a próclise porque não há palavra atrativa alguma.<br />

Sendo assim, “legitimavam-na”. No segundo momento, o pronome lhe, como já vimos, exerce<br />

função de objeto indireto (= a ele(a)): “atribuindo-lhe”. Quanto à colocação pronominal, ok,<br />

pois não há palavra atrativa. Quanto ao uso do lhe, sabemos que ele substitui complementos<br />

verbais preposicionados (objeto indireto). Para fechar o comentário, observe o contexto do<br />

terceiro momento: “... que a tornava...”. O que é uma palavra atrativa, portanto, o pronome<br />

átono fica antes do verbo. O pronome é feminino singular, pois substitui expressão feminina


singular.<br />

27 – E. O lhe é usado pela FCC <strong>para</strong> substituir qualquer objeto indireto, seja coisa ou pessoa.<br />

Comentando só a letra E: no primeiro caso, o verbo agregar exige complemento<br />

preposicionado (ao nosso espírito; objeto indireto), logo usemos o lhe. No segundo caso, o<br />

vocábulo que atrai o pronome oblíquo átono, logo fica “o distinguirão”. Lembra que, apesar<br />

de o verbo estar no futuro, a preferência é a próclise? Além disso, o pronome está no<br />

masculino singular, pois substitui uma expressão substantiva masculina singular. Por fim, no<br />

terceiro caso, usemos o lhe de novo substituindo ao nosso espírito, termo preposicionado<br />

(objeto indireto).<br />

28 – B. Quem acompanha acompanha algo/alguém. Portanto, o verbo é transitivo direto, exige<br />

objeto direto. Os pronomes oblíquos átonos que exercem função de objeto direto são -o, -a, -<br />

os, -as (e variações). Como a palavra tragédia, núcleo da expressão substantiva, é feminina<br />

singular, o pronome a ser usado é a. Logo, “... o mundo acompanhou-a ou o mundo a<br />

acompanhou”. A colocação é facultativa, pois antes do verbo não há palavra atrativa. O<br />

complemento do verbo atribuir é preposicionado, porque quem atribui atribui algo a<br />

algo/alguém. Como a gente já sabe que a FCC coloca lhe <strong>para</strong> substituir qualquer termo<br />

preposicionado por a ou <strong>para</strong>, que assim seja. O uso do lhe neste caso está correto, pois ele<br />

tem função de objeto indireto. Sua colocação está adequada porque o pronome indefinido<br />

ninguém serve de palavra atrativa, daí a próclise. Quem toma toma algo. O verbo pede um<br />

complemento não preposicionado, logo usamos -o, -a, -os, -as (e variações). Como o verbo<br />

termina em -r, usamos -lo, -la, -los, -las, lembrou? Por isso, “... chegaram a tomá-la”. O -la<br />

substitui o substantivo feminino singular tragédia.<br />

29 – B. O pronome oblíquo átono lhe normalmente exerce função de objeto indireto, por isso<br />

aparentemente não haveria problema em usar tal pronome <strong>para</strong> substituir ao debate; no<br />

entanto, o lhe não é usado como complemento de alguns verbos, como aludir, anuir, aceder,<br />

aspirar (almejar), assistir (ver), escarnecer, proceder, presidir, recorrer, referir (aludir),<br />

visar (almejar), como já vimos na teoria.<br />

30 – A. Tenha sempre em mente também que o se pode ser conjunção (integrante, condicional,<br />

causal, temporal) ou pronome oblíquo átono (com aquelas funções todas). Beleza? Vamos lá!<br />

O primeiro se do enunciado é uma conjunção condicional, equivale a “caso” (Caso não se<br />

cuide...). O segundo se é um pronome reflexivo (se cuidar = cuidar de si mesmo). Na letra A,<br />

a análise é idêntica: “Tire um tempo livre caso queira tratar de si.”. Veja as demais<br />

alternativas: b) “Ele se considera sabido se acerta todas as questões.” (se considera =<br />

considera a si mesmo: pronome reflexivo/se acerta = quando acerta: conjunção temporal). c)<br />

“O consumidor virá queixar-se, se você não devolver o produto.” (queixar-se : partícula


integrante do verbo/se você = caso você: conjunção condicional). d) “Formaram-se diversos<br />

grupos <strong>para</strong> debater se é o melhor momento.” (formaram-se diversos grupos = diversos<br />

grupos foram formados: pronome apassivador/se é o melhor momento: conjunção integrante).<br />

e) “Se ele desconhecia se ia adotar uma nova política, por que tocou no assunto?” (se ele<br />

desconhecia = já que ele desconhecia: conjunção causal/se ia adotar: conjunção integrante).<br />

Falarei de conjunção integrante só no capítulo de conjunção.<br />

31 – ERRADO. Só os adjuntos adverbiais do primeiro grupo indicam valor semântico de<br />

meio. Os demais indicam causa, e não meio. Veja esta reescritura na ordem direta: “Vós<br />

inutilmente matastes por que razões (causas)? Por fictícia autoridade, por vãs razões, por<br />

falsos motivos.”.<br />

32 – B. Diferença entre adjunto adnominal e predicativo do sujeito. O adjunto adnominal vem<br />

junto do nome, não se<strong>para</strong>do por pontuação nem distante do sujeito sendo ligado por verbo de<br />

ligação... como nos demais casos.<br />

33 – E. Esta questão mistura regência nominal com a questão da diferença entre complemento<br />

nominal e adjunto adnominal. Qual é a diferença? A essa altura do campeonato, já sabemos,<br />

não é? Mas não custa relembrar a diferença mais importante: o complemento nominal tem<br />

valor passivo e o adjunto adnominal tem valor ativo (ou de posse). No enunciado, note que o<br />

adjetivo exige um complemento nominal iniciado pela preposição a. O que é essencial é a (ou<br />

<strong>para</strong>). A opção E é a única que não apresenta um nome exigindo um complemento, porque de<br />

cada pessoa indica posse em relação a valores, logo é um adjunto adnominal. Veja as demais:<br />

a) a observância da felicidade coletiva./b) acesso aos básicos serviços públicos./c) crença<br />

na contínua evolução da sociedade./d) a pretensão legítima ao seu atendimento. Todos os<br />

termos sublinhados são complementos nominais, pois são termos exigidos pelos nomes<br />

negritados.<br />

34 – C. O primeiro termo estabelece uma relação de posse, logo trata-se de um adjunto<br />

adnominal. O segundo é um termo exigido pelo nome necessidade (quem tem necessidade tem<br />

necessidade de).<br />

35 – C. O termo por mim é um agente da passiva, pois pode se tornar um sujeito da ativa. O<br />

termo em Belo Horizonte é um adjunto adverbial de lugar, pois modifica o verbo estar. O<br />

objeto direto oracional que fiques triste é um complemento do verbo transitivo direto querer.<br />

O termo aos pobres é um objeto indireto, pois complementa o verbo transitivo direto e<br />

indireto doar.<br />

36 – ERRADO. Bechara e Francisco Fernandes entendem que o se do verbo tratar-se é<br />

partícula integrante do verbo. A maioria dos gramáticos (Cegalla, Kury...), porém, veem tal se


como partícula de indeterminação do sujeito. Já o se ligado ao verbo encontrar, que é<br />

transitivo direto, é partícula apassivadora (... o lugar em que se encontravam centenas de<br />

milhares de rolos = o lugar em que centenas de milhares de rolos eram encontrados). Logo<br />

a classificação do se é diferente.<br />

37 – A. Trata-se de um aposto, pois explica o termo anterior.<br />

38 – B. Note que as é complemento verbal do VTD coordena, por isso é um objeto direto. Já<br />

a Organização das Nações Unidas (ONU) é um aposto explicativo de organismo máximo.<br />

Por último, pelos cinco países é um agente da passiva. Passe <strong>para</strong> a voz ativa e comprove:<br />

“Os cinco países controlam o organismo máximo que as coordena...”. Percebeu que o AGP<br />

virou sujeito? Fácil!<br />

39 – D. O objeto, o instrumento usado <strong>para</strong> redigir foi o lápis, logo a lápis é um adjunto<br />

adverbial de instrumento.


Capítulo 22<br />

Gabarito<br />

1 – CERTO. Se aquele seu professor dissesse <strong>para</strong> você que “oração coordenada é aquela<br />

que tem sentido (!) completo”, você se daria mal nessa. Desde quando “Mas leitura, quer do<br />

mundo, quer de livros, só se aprende” tem s-e-n-t-i-d-o completo? Nunca! Mas a estrutura<br />

sintática está completa, pois tem sujeito e predicado: Mas leitura, quer do mundo, quer de<br />

livros, (sujeito) só se aprende (predicado). Cuidado com o que ensinam por aí... Vamos à<br />

explicação completa! Há coordenação, pois as orações são sintaticamente completas, por isso<br />

independentes do ponto de vista sintático. Oração 1: “Mas leitura, quer do mundo, quer de<br />

livros, só se aprende”. Oração 2: “e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em troca<br />

contínua de experiências com os outros”. Ambas as orações têm estrutura sintática completa.<br />

2 – D. Se uma oração é iniciada por uma conjunção adversativa, toda ela terá valor<br />

adversativo em relação à oração anterior, nunca indicará causa ou outro valor. A afirmação da<br />

letra D não procede. Sobre B, a afirmação procede, pois a série aditiva enfática “tanto...<br />

quanto...” estabelece a relação aditiva. Sobre E, a afirmação também procede; veja a<br />

reescritura proposta: “A tarefa é tornar o jogo verdadeiramente democrático e não (tornar)<br />

mera legitimação da impetuosidade arrivista de líderes mais preocupados com o sucesso<br />

pessoal que com as causas sociais.”.<br />

3 – Ambas estão CORRETAs. Sobre a primeira, perceba que há uma relação de causa e<br />

consequência marcada pela conjunção e, que tem valor semântico conclusivo/consecutivo.<br />

Veja: “essas facilidades acabaram (causa) e (consequentemente/portanto) a classe média<br />

passou a ter mais gastos”. A reescritura “com o fim dessas facilidades, a classe média passou<br />

a ter mais gastos” mantém a mesma relação de sentido, pois “com o fim dessas facilidades” é<br />

um adjunto adverbial de causa, seguido de sua consequência “a classe média passou a ter mais<br />

gastos”. Sobre a segunda, a reescritura abona a afirmação de que há uma relação de contraste:<br />

“É como se ela tivesse viajado sempre de executiva e (= mas) agora tivesse de andar de<br />

econômica”.<br />

4 – B. Questão nível Teletubbie! Qual é a única oração iniciada por uma conjunção<br />

coordenativa aditiva, que, obviamente, expressa adição? Preciso dizer? E olha que era prova<br />

de nível superior...! Em A, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva; em C, temos uma<br />

oração coordenada sindética adversativa; em D, temos uma oração subordinada adjetiva<br />

restritiva; em E, temos uma oração subordinada adverbial temporal.<br />

5 – C. “Joana tomou um sonífero e (= mas) não dormiu”. Segundo a tradição gramatical,<br />

classifica-se a oração iniciada por um “e” adversativo como oração coordenada sindética


adversativa.<br />

6 – C. Em Não precisaremos voltar ao médico nem fazer exames, a oração Não precisaremos<br />

voltar ao médico é assindética, pois não vem introduzida por síndeto (conjunção<br />

coordenativa) e a oração nem fazer exames é coordenada sindética aditiva, pois vem iniciada<br />

por uma conjunção coordenativa aditiva (nem). Simples assim.<br />

7 – CERTO. Há <strong>para</strong>lelismo, pois há estruturas sintáticas semelhantes coordenadas: 1) você e<br />

eu (termos coordenados); 2) de um e outro lado das palavras (termos coordenados); 3) Eu dou<br />

as vozes, você dá a escritura (orações coordenadas assindéticas).<br />

8 – INCORRETA. Há três orações, mas só duas estão coordenadas entre si (as ligadas pelo<br />

primeiro e). Veja: Assim, a procura de alimentos de origem animal cresceu naqueles países e<br />

criou um desafio <strong>para</strong> os produtores e também <strong>para</strong> os plantadores de soja e de cereais<br />

usados na fabricação de rações. O segundo e o terceiro e ligam termos, num <strong>para</strong>lelismo<br />

sintático perfeito, e não orações (<strong>para</strong> os produtores e também <strong>para</strong> os plantadores de soja e<br />

de cereais). A última oração é reduzida de particípio (usados na fabricação de rações).<br />

9 – D. Para haver coordenação assindética, é preciso que não haja síndeto (conjunção)<br />

ligando as orações do período composto: O ônibus chegou (1ª oração), despedimo-nos (2ª<br />

oração).<br />

10 – B. A conjunção aditiva e liga duas orações (oração = verbo): “cuidar... e instalar...”.<br />

11 – C. Lembra-se da dica? Se vier um verbo imperativo antes da oração iniciada por que,<br />

porque, pois, porquanto... “Voa, coração, PORQUE ele não deve demorar” (Or. Coord.<br />

Expl.).<br />

12 – C. As conjunções nos dão o gabarito. Veja: “Porém (conjunção adversativa), não<br />

podemos festejar a situação presente, pois (conjunção explicativa) <strong>para</strong> o progresso futuro<br />

precisamos ser obstinadamente inconformistas.”.<br />

13 – D. Novamente a conjunção nos dá o gabarito. A única oração iniciada por uma conjunção<br />

coordenativa conclusiva é a D (... portanto desistiu...).<br />

14 – CORRETA. Autoexplicativa.<br />

15 – INCORRETA. Perceba que o pois, entre vírgulas, é de fato uma conjunção coordenativa<br />

conclusiva, equivalente a portanto, que estabelece uma relação de conclusão com uma ideia<br />

anterior, não explícita no fragmento. Só que tem um detalhe: o pois inicia a primeira oração<br />

(Vê-se), e não a segunda, que é , por sua vez, iniciada por uma conjunção integrante que (...<br />

que o plano ético...). Sendo assim, a afirmação não procede.


16 – ERRADO. A relação não é de coordenação, mas sim de subordinação, pois a oração que<br />

pagam impostos quando consomem” serve de complemento <strong>para</strong> a 1ª oração (sabem).<br />

17 – A afirmação é autoexplicativa. Corretíssima.<br />

18 – E. Em relação à frase contida em E, a construção com “Mas ele não viveu confinado”<br />

possui lógica na articulação, pois indica que o autor, embora não tivesse feito mais nada, não<br />

viveu confinado.<br />

19 – B. As conjunções mas, porém e a locução conjuntiva não obstante são adversativas;<br />

posto que é locução conjuntiva concessiva e exige verbo no subjuntivo (o que não ocorre na<br />

letra C, erradamente, pois a frase da C indica que posto que tem sentido equivalente a visto<br />

que, causal, mas a norma culta não abona essa visão sobre posto que). A única que tem valor<br />

explicativo é a conjunção pois, a qual inicia a segunda oração que explica a primeira.<br />

20 – CORRETA. Vejamos o contexto novamente <strong>para</strong> saber se há ou não <strong>para</strong>lelismo: “Não é<br />

possível que ele pregue a autonomia (oração subordinada substantiva subjetiva), sem ser<br />

autônomo (oração subordinada adverbial condicional reduzida de infinitivo); que fale de<br />

liberdade (oração subordinada substantiva subjetiva), sem experimentar a conquista da<br />

independência (oração subordinada adverbial condicional reduzida de infinitivo), que é o<br />

saber; que ele queira que seu aluno seja feliz (oração subordinada substantiva subjetiva),<br />

sem demonstrar afeto (oração subordinada adverbial condicional reduzida de infinitivo)”.<br />

Há <strong>para</strong>lelismo sintático, pois há uma repetição de mesma estrutura sintática.<br />

21 – INCORRETA. Não há <strong>para</strong>lelismo sintático, pois os elementos, apesar de enumerados<br />

em uma estrutura de coordenação, não são semelhantes, pois não há <strong>para</strong>lelismo formado por<br />

termos e orações; ou se coordenam orações com orações, ou se coordenam termos com<br />

termos. Veja: “falta o essencial (em seguida vêm os apostos <strong>para</strong> explicar o “essencial”) — a<br />

emoção (termo), que é própria do homem, o olhar (termo) atento do professor, ver (oração) o<br />

professor gesticular, falar, a interrupção do aluno (termo)...”. Percebe que os apostos são<br />

formados por termos e orações? Logo não há <strong>para</strong>lelismo! Fique esperto! Só haveria<br />

<strong>para</strong>lelismo se assim fosse: “falta o essencial — a emoção, que é própria do homem, o olhar<br />

atento do professor, a visão do professor gesticulando, falando, a interrupção do aluno...”.<br />

Todos os apostos (substantivos) são termos sintáticos, e não orações. Foi?<br />

22 – D. Gabarito oficial da banca: “O período I é formado por subordinação, isto é, uma<br />

oração principal, ‘A curta existência de Álvares de Azevedo, um legítimo representante do<br />

Mal do Século, não permitiu’, e outra subordinada substantiva objetiva direta, ‘que houvesse<br />

uma edição de sua obra em vida”, que completa o verbo ‘permitiu’ da oração principal. No<br />

período II, há uma oração coordenada assindética, ‘A maior parte das histórias de Joaquim


Manuel de Macedo é ambientada no Rio de Janeiro’, e outra coordenada sindética aditiva, ‘e<br />

nelas os heróis e as heroínas enfrentam obstáculos <strong>para</strong> a realização amorosa’. No período III,<br />

há uma oração coordenada assindética, ‘Castro Alves, a voz mais importante da terceira<br />

geração romântica, não apenas defendeu os escravos’, e outra sindética, conhecida como série<br />

aditiva enfática, que costuma ser usada quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda<br />

oração, ‘mas também escreveu versos expressivos’.”.<br />

23 – A. São, de fato, duas orações coordenadas, pois uma não depende sintaticamente da<br />

outra, uma vez que têm estrutura sintática completa: “A quadrilha estava em dois carros” (1ª<br />

oração) “e usava armas longas e fuzis” (2ª oração). Ambas têm sujeito e predicado.<br />

24 – A assertiva I está CORRETA. A oração coordenada sindética aditiva é introduzida pela<br />

expressão mas também (... mas também estabelece regras...), que forma uma série aditiva<br />

enfática em relação à expressão anterior não só (... trouxe... não só a possibilidade...). A<br />

oração coordenada sindética alternativa é mais fácil de ser identificada, pois é iniciada pela<br />

conjunção alternativa ou que liga duas orações subordinadas: “...que as dirigem ou que agem<br />

em seu nome”. Percebeu que as conjunções nos mostram o gabarito? Fique atento a elas!<br />

25 – D. Note as conjunções e voilà!: Você não estuda, nem me deixa estudar. Faça silêncio,<br />

que quero ouvir a explicação. Você quer que eu participe de suas brincadeiras durante as<br />

aulas, e (= mas) nenhuma influência externa vai me atrapalhar.<br />

26 – D. Conforme já vimos, a oração aditiva é iniciada pela parte da correlação aditiva “não<br />

só... mas também”, que constitui uma oração coordenada aditiva: “mas também observava<br />

tudo com atenção”.<br />

27 – C. Em III, há uma oração coordenada sindética explicativa, iniciada pela conjunção<br />

coordenativa explicativa pois.<br />

28 – C. Aplicação de mero conhecimento de conjunção coordenativa. O pois entre vírgulas<br />

tem valor conclusivo (= portanto). O que vem depois de verbo no imperativo, logo tem valor<br />

explicativo (= porque). Por conseguinte é uma locução conjuntiva coordenativa conclusiva,<br />

sempre. Não obstante (ou nada obstante) seguido de verbo no indicativo é sempre uma<br />

locução conjuntiva coordenativa adversativa.<br />

29 – D. A conjunção pois pode ter valor causal a), explicativo b) ou conclusivo c) – (entre<br />

vírgulas; = portanto). O único período que apresenta orações que não mantêm uma relação<br />

estabelecida por pois é a D, pois entre elas há uma ideia de conclusão, mas o pois não está<br />

entre vírgulas. Só estaria certa a D se estivesse redigida assim: “A festa foi planejada durante<br />

seis meses; não haverá, pois (= portanto), surpresas desagradáveis”.


30 – B. Pedro não foi <strong>para</strong> a escola e nem <strong>para</strong> o trabalho. = Pedro não foi <strong>para</strong> a escola e<br />

não foi <strong>para</strong> o trabalho. Logo, a oração é coordenada sindética aditiva.<br />

31 – C. O período é composto por coordenação pois as orações são sintaticamente<br />

independentes entre si.<br />

32 – A. As assindéticas não são ligadas por conjunção, logo só pode ser a letra a), pois, nas<br />

demais opções, as conjunções coordenativas estão presentes: b) e, c) porém e d) ou.<br />

33 – B. Observe a conjunção coordenativa mas ligando as orações. Isso é uma marca de clara<br />

coordenação.<br />

34 – B. As orações coordenadas assindéticas são vai chover, esfriar, gear, pois são<br />

sintaticamente independentes uma da outra.


Capítulo 23<br />

Gabarito<br />

1 – C. Se, após verbo no imperativo, vier a conjunção porque (que, pois ou porquanto), a<br />

oração será coordenada sindética explicativa. Sem pestanejar. Por exclusão, as demais são<br />

subordinadas adverbiais causais.<br />

2 – E. A oração sublinhada carrega a ideia de consequência em relação à anterior, logo ela é<br />

coordenada sindética explicativa. Releia na teoria a diferença entre oração explicativa e<br />

causal.<br />

3 – D. Note aí mais uma questão, além daquela da UERJ que eu lhe mostrei na teoria, que fica<br />

“em cima do muro” no sentido de asseverar se a oração iniciada pelo porque é causal ou<br />

explicativa. Note que a B e a C se excluem por dizerem o mesmo.<br />

4 – B. Preferi tratar desta questão neste capítulo por causa da diferença entre causa e<br />

explicação, novamente. Sei que a questão trata de classe gramatical, mas vou “puxar a brasa<br />

<strong>para</strong> a sardinha” deste capítulo, ok? Vamos nos ater só ao porque da segunda e da terceira<br />

frase, respectivamente. O porque introduz uma ideia de causa em porque o carro que a<br />

conduzia quebrou, sendo a consequência Ela não chegou. Logo, na segunda frase, a oração<br />

porque o carro que a conduzia quebrou é subordinada adverbial causal. Na terceira frase, a<br />

oração porque preciso dela aqui não provoca, não causa diretamente o conteúdo da oração<br />

Gostaria que ela chegasse logo, por isso porque preciso dela se aproxima mais de uma<br />

oração coordenada sindética explicativa.<br />

5 – B. Note que, <strong>para</strong> constituir uma oração, falta um verbo no trecho “Um estudo da Fundação<br />

Getúlio Vargas, intitulado ‘Miséria em Queda’, baseado em dados da Pesquisa Nacional por<br />

Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE,”. Por isso, gera-se uma incoerência, um certo<br />

estranhamento na leitura do período. Melhor seria se estivesse redigido assim o período: “Um<br />

estudo da Fundação Getúlio Vargas, intitulado ‘Miséria em Queda’, baseado em dados da<br />

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, apresentou alguns pontos<br />

positivos, confirmando que a miséria no Brasil caiu em 2004, e atingiu o nível mais baixo<br />

desde 1992.”.<br />

6 – A. Em A, faça aquela “jogada” que eu lhe ensinei na teoria: “Vivemos hoje em um<br />

universo” (adjunto adverbial de lugar). Nas demais, todos os pronomes relativos têm função<br />

de sujeito.<br />

7 – A. Exemplo clássico de oração subordinada substantiva predicativa: Sujeito (o fato) +<br />

verbo ser (é) + oração predicativa (que transparência deixou de ser...). A oração sublinhada


exerce função sintática de predicativo do sujeito do verbo da oração principal. Muito fácil!<br />

8 – ERRADO. Veja: “como se chama o (aquilo) que sinto” (= eu sinto aquilo (objeto<br />

direto)). Agora veja: “e (uma pessoa) que não gosta mais da gente” (= uma pessoa não gosta<br />

mais da gente (sujeito)). Logo, como se viu, os pronomes relativos exercem funções sintáticas<br />

diferentes.<br />

9 – E. O pois pode ser uma conjunção explicativa, conclusiva ou causal. Note que a banca<br />

foge pela tangente quanto à diferenciação entre oração explicativa e causal, por dar a entender,<br />

na letra A, que a conjunção pois é subordinativa explicativa (?), quando a gente sabe que não<br />

existe oração subordinada adverbial explicativa mas sim causal. Na verdade, a banca poderia<br />

ter criado uma polêmica ao colocar na letra A assim: “uma conjunção subordinativa que<br />

estabelece conexão entre as orações introduzindo valor de causa”. Desse modo, resta-nos a<br />

letra E, o pois é uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações<br />

introduzindo valor de explicação (oração coordenada sindética explicativa).<br />

10 – C. Mais uma questão de relação de causa e consequência entre orações. Veja: O barulho<br />

no local era tão alto (causa) que o homem, coitado, saiu rápido (consequência). (= O<br />

homem saiu rápido (consequência) porque no local o barulho era muito alto (causa).<br />

Coitado.) Nas demais alternativas, tal relação não ocorre.<br />

11 – A. De fato que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos <strong>para</strong> exportação<br />

constitui oração subordinada adjetiva restritiva, pois é iniciada por pronome relativo e não<br />

vem se<strong>para</strong>da por pontuação.<br />

12 – D. A oração de que precisaremos curtir mais o dia a dia é complemento nominal do<br />

substantivo dúvida, que faz parte da oração principal. Lê-se: Não há dúvida disso (de que<br />

precisaremos curtir mais o dia a dia). A oração iniciada por mas, que é uma conjunção<br />

coordenativa adversativa, é coordenada sindética adversativa. Dã!<br />

13 – C. Via de regra, a oração subordinada adjetiva restritiva não vem se<strong>para</strong>da por<br />

pontuação: “... empresas que... tenham no mínimo 20% de negros em seu quadro profissional”.<br />

14 – CERTO. Via de regra, a oração subordinada adjetiva restritiva é iniciada por pronome<br />

relativo e não vem se<strong>para</strong>da por pontuação alguma, por isso a afirmação procede.<br />

15 – NENHUMA. Ambas as orações têm suas classificações acertadas. Na primeira b), de<br />

que seus atos repercutem é complemento nominal de consciência. Na segunda e), que nossa<br />

economia floresce é complemento direto de Dizem.<br />

16 – D. Em “uma chance que ninguém está conseguindo ver” (= ninguém está conseguindo ver<br />

uma chance), o pronome relativo exerce função de objeto direto. Todos os demais pronomes


elativos exercem função de sujeito.<br />

17 – ERRADO. A oração subordinada adjetiva que se tornariam centrais na produção<br />

intelectual e artística do século XX não está se<strong>para</strong>da por pontuação, portanto é restritiva<br />

e não explicativa.<br />

18 – B. Analisemos todas: I – Eu não sei isso (se vem de Deus...; oração subordinada<br />

substantiva objetiva direta). II – Na ordem direta: Não sei isso (se desmorono...; oração<br />

subordinada substantiva objetiva direta). III – Se (= Caso) eu me chamasse Raimundo...<br />

oração subordinada adverbial condicional. IV – Se (= Já que) sabias que eu era fraco...<br />

oração subordinada adverbial causal.<br />

19 – D. Podemos substituir a conjunção subordinativa condicional se por caso; veja: Caso<br />

falhemos aí (oração subordinada adverbial condicional), trairemos o compromisso com a<br />

saúde e com a vida do planeta.<br />

20 – A. Para acertar esta questão, bastava conhecer as locuções conjuntivas finais. Por isso,<br />

eu insisto: estude conjunções! A oração “Para que (= A fim de que) não se façam em campo<br />

apenas jogadas ensaiadas” é subordinada adverbial final. B, C, D: “Embora...”, “Ainda<br />

que...”, “Por mais que...” são orações subordinadas adverbiais concessivas, pois são<br />

iniciadas por conectivos concessivos. E: “Contanto que...” indica condição, logo introduz<br />

uma oração subordinada adverbial condicional.<br />

21 – A. Novamente resolvemos uma questão de oração subordinada adverbial pelo conectivo:<br />

porque = uma vez que ; ambos iniciam uma oração subordinada adverbial causal.<br />

22 – B. O substantivo ideia exige um complemento regido pela preposição de, logo a oração<br />

sublinhada (iniciada por conjunção integrante) é, de fato, substantiva completiva nominal.<br />

23 – A. Note que a oração sublinhada tem função de sujeito da oração principal (se comprove,<br />

em que o se é uma partícula apassivadora). Leia-se: “... caso se comprove isso” (= ... caso<br />

isso seja comprovado).<br />

24 – CORRETO. De fato que administre bem o patrimônio público é uma oração<br />

subordinada substantiva apositiva, pois explica o termo anterior da oração principal um<br />

objetivo.<br />

25 – CORRETO. A afirmação procede. Faça o bizu do isso <strong>para</strong> substituir a oração<br />

substantiva subjetiva: Vê-se... isso (= isso é visto). Logo que o plano ético permeia todas as<br />

ações humanas tem função de sujeito da oração principal Vê-se.<br />

26 – ERRADO. A construção sintática “mais... do que...” é típica de oração subordinada


adverbial com<strong>para</strong>tiva, logo o vocábulo que não inicia oração subordinada adjetiva restritiva,<br />

pois não é um pronome relativo, mas uma conjunção com<strong>para</strong>tiva.<br />

27 – ERRADO. A locução conjuntiva sem que” nunca inicia oração com valor causal. Neste<br />

caso, ela tem valor semântico de modo. Que o diga Bechara! Em sua gramática, ele coloca um<br />

exemplo semelhante, chamando a dita cuja de oração subordinada adverbial modal, o que faz<br />

todo o sentido. Raciocine: “A semana terminou como? De que modo?” Resposta: “A semana<br />

terminou assim: sem que estivesse claro...”. Beleza?<br />

28 – C. A oração principal, como o nome sugere, vem acompanhada de outra no mesmo<br />

período (que não é a principal, lógico!). Na letra C, só há uma (1) oração, pois só há um (1)<br />

verbo. As orações principais são identificadas dentro do período composto por subordinação.<br />

Sendo assim, trata-se de uma oração absoluta “O campo visual da nossa rotina é como um<br />

vazio”.<br />

29 – CORRETO. Realmente há uma oração completiva nominal, pois de que política é uma<br />

sujeira só e sem utilidade complementa o nome ideia.<br />

30 – CORRETO. A afirmação procede. Veja que a oração entre colchetes é o objeto direto<br />

exigido pelo verbo transitivo direto propor: “... propõe [que não seja mais obrigatório o<br />

sobrenome do pai vir em primeiro lugar]....<br />

31 – CERTO. É sabido isso (que a bactéria em questão — Escherichia coli — somente é<br />

transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes — animais ou humanas)... isso<br />

(que a bactéria em questão — Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando,<br />

nele, estão presentes fezes — animais ou humanas) é sabido. A oração iniciada pela conjunção<br />

integrante é subordinada substantiva subjetiva, por isso exerce a função de sujeito da oração<br />

principal.<br />

32 – ERRADO. Se a oração subordinada adjetiva que pôs a Europa em estado de<br />

emergência médica não vem se<strong>para</strong>da por pontuação, não pode ela ser explicativa, senão<br />

restritiva.<br />

33 – B. A primeira oração é completiva nominal, pois completa o nome necessidade. A<br />

segunda é objetiva direta, pois completa o verbo identificar (VTD).<br />

34 – A. Finalmente uma questão de oração subordinada substantiva objetiva direta justaposta.<br />

Ela é justaposta pelo simples fato de não ser iniciada por uma conjunção integrante, e sim por<br />

um advérbio interrogativo de causa: por que. Veja “Não entendo por que ‘velho’ é<br />

politicamente incorreto” (= Não entendo isso). Portanto a oração “por que ‘velho’ é<br />

politicamente incorreto” completa, como um verdadeiro objeto direto, o verbo da oração


principal (entender).<br />

35 – D. A única oração substantiva iniciada por uma conjunção integrante é que Neymar foi o<br />

primeiro jogador brasileiro, a qual funciona como aposto de grande notícia. Sendo assim, tal<br />

oração é subordinada substantiva apositiva. Note que a apositiva também pode ser se<strong>para</strong>da<br />

por vírgula. Na letra A, a oração como se formam conceitos é subordinada substantiva<br />

subjetiva justaposta (bizu: Impressiona-me isso... isso me impressiona); é justaposta, pois não<br />

é iniciada por conjunção integrante, e sim por advérbio interrogativo de modo (como). Na<br />

letra B, a oração quem dá mais informações e estatísticas é subordinada substantiva objetiva<br />

direta justaposta, pois complementa o verbo da oração principal (saber); é justaposta pois não<br />

é iniciada por conjunção integrante, e sim por pronome interrogativo (quem). Na letra C, a<br />

oração <strong>para</strong> assistir a tantas partidas tumultuadas no Brasil parece subordinada adverbial<br />

final, mas não é, pois a preposição <strong>para</strong> é exigida pelo nome paciência; por isso, ela é<br />

classificada como subordinada substantiva completiva nominal.<br />

36 – ERRADO. A primeira convicção política do narrador foi apenas que o município não<br />

tinha recursos. O que se fala depois não é convicção, é constatação. Portanto, a oração<br />

subordinada substantiva predicativa (que o município não tinha recursos) é que completa a<br />

oração principal (A primeira convicção política foi), constituindo sua única convicção. A<br />

outra oração predicativa (que por esse motivo andava descalçado, ou devia o calçado) não<br />

carrega a ideia de convicção política, mas sim de constatação.<br />

37 – ERRADO. O verbo da oração principal está na 3ª pessoa do singular, pois seu sujeito<br />

está em forma de oração subordinada substantiva subjetiva: É verdade isso (que a CE vem<br />

desenvolvendo novas formas políticas) = isso (que a CE vem desenvolvendo novas formas<br />

políticas) é verdade (na ordem direta). Então, esse papo de que o verbo está no singular<br />

porque o sujeito não está explícito é conversa <strong>para</strong> boi dormir. Cuidado com as pegadinhas do<br />

CESPE.<br />

38 – ERRADO. O pronome relativo não tem função sintática de sujeito. Perceba que ele<br />

retoma dois manos, mas não com função de sujeito, e sim com função de objeto direto. Vou<br />

colocar um sujeito hipotético só <strong>para</strong> você visualizar melhor. Leia de novo, com atenção:<br />

“[João] Ficava no canto da maloca, [João] trepado no jirau de paxiúba, [João] espiando o<br />

trabalho dos outros e principalmente os dois manos que [João] tinha.”, ou seja, [João] tinha<br />

(VTD) o quê (OD)? Dois manos (OD).<br />

39 – D. Em “... milagres que (=os quais) salvam vidas diariamente.”, a oração destacada é<br />

subordinada adjetiva restritiva, pois é iniciada por um pronome relativo e não vem se<strong>para</strong>da<br />

por pontuação.


40 – A. A oração em negrito é subordinada adverbial consecutiva. Veja a correlação: “...<br />

tão... que...”. Como a gente já viu no capítulo de conjunções subordinativas consecutivas,<br />

esta correlação entrega de mão beijada que há uma relação clara de consequência. Estude<br />

conjunção! (Sou muito chato, não é?)<br />

41 – D. O pronome relativo que exerce função de sujeito simples do verbo servir. Na<br />

verdade, quando ele exerce função de sujeito, é sempre sujeito simples. Para saber que ele<br />

exerce tal função, basta substituí-lo pelo termo anterior: “... novas descobertas, por sua vez,<br />

servem de ferramenta...”.


Capítulo 24<br />

Gabarito<br />

1 – CORRETA, pois o verbo forçar é VTDI. Quem força, força alguém (os organizadores do<br />

encontro) a alguma coisa (a antecipar o fim da reunião).<br />

2 – INCORRETA. A afirmação quase procede. O único erro da afirmação é dizer que a<br />

oração é adjetiva restritiva. Note que a oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio é<br />

explicativa, por estar entre vírgulas: “..., tornando suas ações conhecidas e avaliadas, ...” (=<br />

“..., que torna suas ações conhecidas e avaliadas, ...”). Pegadinha da ESAF!<br />

3 – D. Como vimos, preposição a + infinitivo, oração condicional na cabeça! A oração<br />

sublinhada é subordinada adverbial condicional reduzida de infinitivo, equivalendo a “Caso<br />

venham a persistir os sintomas, deve-se consultar o médico.”. Note a conjunção condicional.<br />

4 – E. I. “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa...”<br />

(sujeito oracional do verbo valer (vale); = isso não vale a pena). II. “... tornar (VTD) esta<br />

matéria (OD) elemento decisivo (predicativo do objeto)...”. III. “... como se fosse possível<br />

tornar esta matéria elemento decisivo <strong>para</strong> o jogo eleitoral <strong>para</strong> daqui a dois anos.” (sujeito<br />

oracional do verbo ser (fosse); = como se isso fosse possível).<br />

5 – C. A oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio pode ser desenvolvida<br />

com um conectivo causal; veja: “Em julho de 1898, uma vez que temia por sua saúde,<br />

escreveu um testamento...”.<br />

6 – CERTO. O enunciado se autoexplica.<br />

7 – A afirmação está CORRETA:“de dar ao homem a possibilidade” e “de evoluir além da<br />

luta pela sobrevivência pura e simples” são duas orações subordinadas substantivas<br />

completivas nominais reduzidas de infinitivo regidas pelo substantivo mérito.<br />

8 – E. A oração sabendo que seus genes serão imortais é subordinada adverbial condicional<br />

reduzida de gerúndio. A reescrita da E apresenta o valor condicional correto, que poderia ter<br />

sido redigida também assim: “Ninguém precisa ter medo da morte caso saiba que seus<br />

genes serão imortais.”.<br />

9 – A. Lembrou-se daquela informação das preposições antes de verbos no infinitivo? Então...<br />

ao + verbo no infinitivo = tempo: “Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser<br />

consultado.” = “Quando os sintomas persistirem, o médico deverá ser consultado.”.<br />

10 – B. Para acertar esta interessante questão, é necessário entender o que acontece primeiro e<br />

qual é a sequência de acontecimentos, <strong>para</strong> que depois se perceba a relação de causa e


consequência. Note que há uma reação em cadeia: 1º: O vapor é liberado pela transpiração<br />

das árvores. 2º: Ele sobe na atmosfera. 3º: Lá o vapor encontra camadas de ar frio. 4º: Por<br />

causa disso ele se condensa e 5º: Forma as nuvens. Logo “Ao subir na atmosfera (2), o vapor<br />

liberado pela transpiração das árvores (1) encontra camadas de ar frio (3) e se condensa<br />

(4), formando as nuvens. (5)”.<br />

11 – C. Há uma clara relação de causa e consequência entre jogar toneladas de sedimentos<br />

no rio (causa) e inviabilizar a navegação (efeito). Ou seja, os milhões de toneladas de<br />

sedimentos jogados no rio causam a impossibilidade de navegação neste. Poderíamos também<br />

interpretar a oração sublinhada como aditiva, isto é: Elas jogam milhões de toneladas de<br />

sedimentos no rio, e inviabilizam sua navegabilidade.<br />

12 – D. I: Preste atenção na quantidade de verbos e locuções verbais: foi criado (locução),<br />

consistia, promover, tornando, promover. Existem cinco orações, duas desenvolvidas e três<br />

reduzidas. II: Só existe uma ocorrência de predicativo do objeto: “tornando (VTD) as<br />

decisões econômicas (OD) mais abrangentes (predicativo do objeto)”. III: A oração em<br />

promover a integração entre governo, empresários e trabalhadores complementa o sentido<br />

do verbo transitivo indireto consistir (quem consiste, consiste em algo). Oração subordinada<br />

substantiva objetiva indireta.<br />

13 – C. Apesar de é uma locução prepositiva concessiva, logo ela inicia uma oração<br />

subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo. Fique de olho nas locuções<br />

prepositivas!<br />

14 – C. A oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio pode ser<br />

desenvolvida assim (<strong>para</strong> ficar mais fácil de perceber!): Caso bata de quina, pode até<br />

matar./Se bater de quina, pode até matar.<br />

15 – CORRETA. Por causa daquele bizu da preposição + infinitivo, você já está escaldado,<br />

não é? Ao escolher um caminho = Quando se escolhe um caminho.<br />

16 – B. A frase pode ser reescrita da seguinte forma: “Vemos incontáveis estrelas, que<br />

emitem sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações<br />

humanas”. A oração que emitem sua radiação eletromagnética é oração subordinada<br />

adjetiva explicativa. O fato de o pronome relativo que poder ser substituído por as quais<br />

comprova essa classificação da oração. A oração Vemos incontáveis estrelas perfeitamente<br />

indiferentes às atribulações humanas é então a oração principal.<br />

17 – B. O erro da B está em dizer que a oração é proporcional, quando se trata na verdade de<br />

uma oração temporal. Basta ver que ela se inicia por uma conjunção temporal (quando).


18 – CORRETA. A afirmação procede, pois ambos os segmentos indicam causa.<br />

19 – CORRETA, pois ambas as orações (reduzida e desenvolvida) são subordinadas<br />

adverbiais finais.<br />

20 – ERRADO. Estamos diante de um sujeito oracional, ou seja, um sujeito em forma de<br />

oração! Veja como o núcleo do sujeito é um verbo: “Viver em ambiente sem gravidade faz<br />

coisas curiosas com o corpo”. Isso é um sujeito oracional, uma oração subordinada<br />

substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. Portanto é claro que se pode determinar o sujeito<br />

de faz.<br />

21 – ERRADO. A relação não é de condição, mas sim de causa-consequência. Veja:<br />

“Diferentes pessoas, visto que/já que/uma vez que/porque pertencem a grupos sociais<br />

diferentes, têm não apenas histórias diferentes <strong>para</strong> contar, mas formas diferentes de contálas...”.<br />

Ou seja, elas têm não apenas histórias diferentes <strong>para</strong> contar, mas formas diferentes de<br />

contá-las porque pertencem a grupos sociais diferentes”.<br />

22 – CERTO. A oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo (a se<strong>para</strong>r)<br />

pode ser desenvolvida mediante o uso de um pronome relativo, que inicia oração subordinada<br />

adjetiva desenvolvida. Portanto A = B: “é ideal que o fosso material a se<strong>para</strong>r as pessoas<br />

seja menos profundo” = “é ideal que o fosso material que se<strong>para</strong> as pessoas seja menos<br />

profundo”.<br />

23 – CORRETA, pois 1) a conseguir mais uma vitória no que toca à igualdade de direitos<br />

entre os sexos é uma oração subordinada substantiva completiva nominal do adjetivo prestes;<br />

2) propõe que não seja mais obrigatório o sobrenome do pai vir em primeiro lugar equivale<br />

a “propõe que não seja mais obrigatório que o sobrenome do pai venha em primeiro lugar”;<br />

3) “No caso de não haver consenso” equivale a “Caso não haja consenso”.<br />

24 – INCORRETA. Realmente o verbo frisar não pode ser desdobrado em uma oração<br />

subjetiva iniciada por uma conjunção integrante, mas, ainda assim, cabe frisar não forma uma<br />

locução verbal, pois frisar que reconhecer a importância da educação na existência da<br />

humanidade é dar valor àquilo que consideramos como nossa própria descendência<br />

cultural é o sujeito de Cabe. Trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva<br />

reduzida de infinitivo (note que dentro dela há mais quatro orações). Lindo isso!<br />

25 – INCORRETA. Pode haver oração subordinada adverbial condicional reduzida de<br />

gerúndio, sem problemas, mas não é o caso, pois não podemos substituir no contexto trazendo<br />

por se trouxer, uma vez que não há tal ideia de condicionalidade, mas sim de explicação: “A<br />

extensão do star-system não se dá sem uma forma de banalização ou mesmo de degradação


− da figura pura da estrela, a qual traz consigo uma imagem de eternidade...”. Percebe que<br />

o desenvolvimento da oração reduzida (trazendo) se dá por meio de um pronome relativo e do<br />

verbo conjugado (a qual traz)? Portanto, não há ideia de condicionalidade, há, sim, uma ideia<br />

de explicação. A oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio trazendo<br />

consigo uma imagem de eternidade equivale à desenvolvida “a qual traz consigo uma<br />

imagem de eternidade”, que também é, logicamente, uma subordinada adjetiva explicativa.<br />

26 – C. Explicitamente quando é uma conjunção subordinativa que indica tempo, introduzindo<br />

uma oração subordinada adverbial temporal, com verbo implícito: “Quando (estavam) a<br />

bordo...” Fácil! Agora, o que me interessa dizer é que a construção por não poderem acender<br />

fogo é uma subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo. Veja que dá até <strong>para</strong><br />

reescrever, desenvolvendo a oração: “Os viajantes tinham de contentar-se, geralmente, com<br />

feijão frio, feito de véspera, porque não podiam acender fogo.”.<br />

27 – C. A oração sublinhada é subordinada adverbial final reduzida de infinitivo. Dá até <strong>para</strong><br />

desenvolver com uma locução conjuntiva subordinativa final (<strong>para</strong> que, afim de que...); veja<br />

só: “A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, <strong>para</strong><br />

que realize estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por<br />

satélite, entre outros.”. Foi?<br />

28 – C. A campeã das reduzidas nas provas de concurso: oração subordinada adverbial final<br />

reduzida de infinitivo. <strong>para</strong> + infinitivo = finalidade.<br />

29 – B. Mais uma vez! Oração adverbial final! O porteiro teve que morrer <strong>para</strong> que fosse<br />

notado.<br />

30 – D. ao + infinitivo = tempo. Já estamos escaldados de tanto ver essa também, não é?<br />

31 – B. Finalmente a CESGRANRIO fez uma questão bonitinha sobre isso. Sintaticamente,<br />

temos 3 orações: (1) “O diabo é”, (2) “que de tanto ver,” (3) “a gente banaliza o olhar”. O<br />

diabo é é uma oração principal. O restante do período (que, de tanto ver, a gente banaliza o<br />

olhar) desempenha uma função sintática de predicativo do sujeito em relação a essa oração<br />

principal e é iniciado pela conjunção integrante que. Mas na relação entre as orações (2) e (3)<br />

há o fato de ver muito algo (de tanto ver) e sua consequência: o fato de a gente banalizar o<br />

olhar. Isto é: “A gente banaliza o olhar porque vê muito”. Existe uma relação de causa e<br />

consequência entre essas orações (certo?), em que ver muito é a causa, e banalizar o olhar é<br />

consequência. Bonitinha, não é?<br />

32 – B. Se for possível reescrever uma oração reduzida iniciada por “<strong>para</strong>...” trocando este<br />

vocábulo por “a fim de” ou “<strong>para</strong> que...”, ela será subordinada adverbial final, isto é, uma


oração que indica semanticamente finalidade, propósito, intenção. Alguém tem dúvidas disso<br />

ainda? Veja: uma espécie de religiosidade de resultados, que invoca as forças celestes a fim<br />

de garantir as ambições terrenas dos fiéis ou uma espécie de religiosidade de resultados, que<br />

invoca as forças celestes <strong>para</strong> que garantam as ambições terrenas dos fiéis. Simples assim!<br />

33 – E. Eis um belo exemplar de oração coordenada aditiva reduzida de gerúndio! A<br />

oração dizendo na hora se a pessoa está saudável ou não estabelece uma relação de adição<br />

com a oração anterior, de modo que se pode reescrever o período assim: Com o mChip, basta<br />

uma espetada e uma gota de sangue <strong>para</strong> o texto sair em minutos, e dirá na hora se a<br />

pessoa está saudável ou não. Safo?


Capítulo 26<br />

Gabarito<br />

1 – A. A análise sintática correta é esta: a) Descumprir a lei (sujeito oracional do verbo gera)<br />

b) gera o risco (predicado relacionado ao sujeito Descumprir a lei) c) da punição prevista<br />

pelo Código Penal ou d) de sofrer sanções civis (complementos nominais – um deles<br />

oracional – do substantivo risco, coordenados entre si pela conjunção ou). Fácil, não?<br />

Brincadeira...<br />

2 – A. Interessantíssima esta questão! Exigia domínio de análise sintática. O que a banca<br />

desejava do candidato era que ele fosse capaz de perceber a relação que há entre os termos do<br />

texto, trabalhando, stricto sensu, o conceito de sintaxe. Veja o contexto: “Já o primeiro olhar<br />

é preconceituoso – dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada, anterior<br />

ao ato de olhar.”. Note que o primeiro olhar (sujeito) está ligado ao predicado é<br />

preconceituoso, constituindo uma oração coordenada assindética, e, de maneira oculta, é<br />

também sujeito do predicado dá informação falsa ou verdadeira (outra oração coordenada<br />

assindética). Já os termos (adjuntos adnominais) da expressão falsa ou verdadeira, mas<br />

sempre pré-fabricada estão ligados ao núcleo do objeto direto informação.<br />

3 – D. I: “A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado (oração<br />

principal) tão farta quanto aquela encontrada (oração subordinada adjetiva restritiva<br />

reduzida de particípio) na economia (se tem mostrado)”. A oração com<strong>para</strong>tiva, como você<br />

sabe, normalmente apresenta verbo oculto. Portanto, há três orações. II: A oração subordinada<br />

adjetiva reduzida de particípio é: feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre<br />

gerações especificamente na década de 70, que restringe o substantivo associação. A oração<br />

subordinada adverbial consecutiva reduzida de gerúndio é: angariando adeptos das mais<br />

variadas formações, em diversas partes do planeta. III: Não há nenhuma oração coordenada<br />

no segundo período. IV: Se você achou que quando era uma conjunção subordinativa<br />

temporal, errou feio! A oração quando o movimento ambientalista passou a formular um<br />

discurso jurídico mais sólido é subordinada adjetiva explicativa que retoma década de 70.<br />

4 – B. Veja a análise: É importante (oração principal da subordinada seguinte) que os<br />

contribuintes percebam (oração subordinada substantiva em relação à principal “É<br />

importante” e principal em relação à oração seguinte) que a política tributária é justa<br />

(oração subordinada substantiva em relação à principal “os contribuintes percebam” e<br />

coordenada em relação à oração seguinte), (que) a administração fiscal é proba, sensível e<br />

confiável (oração subordinada substantiva em relação à principal “os contribuintes<br />

percebam” e coordenada em relação à oração anterior e à oração seguinte), e (que) os


ecursos arrecadados são corretamente aplicados (oração subordinada substantiva em<br />

relação à principal “os contribuintes percebam” e coordenada em relação à oração<br />

anterior)”. Notou as conjunções integrantes implícitas? Logo, são quatro orações<br />

subordinadas: 1) que os contribuintes percebam, 2) que a política tributária é justa, 3) (que)<br />

a administração fiscal é proba, sensível e confiável e 4) (que) os recursos arrecadados são<br />

corretamente aplicados. E três orações coordenadas entre si: 1) que a política tributária é<br />

justa, 2) (que) a administração fiscal é proba, sensível e confiável e 3) (que) os recursos<br />

arrecadados são corretamente aplicados. Ufa!<br />

5 – B. Antes de mais nada, achei esse poema meio safadinho... Mas vamos ao que interessa...<br />

Como você já percebeu, o período possui três orações e é misto, composto por subordinação<br />

e coordenação ao mesmo tempo. Entre as orações “Conduzo tua lisa mão/Por uma escada<br />

espiral/E no alto da torre exibo-te o varal”, existe uma relação coordenada; a segunda<br />

(sublinhada) é aditiva. As orações “E no alto da torre exibo-te o varal/Onde balança ao léu<br />

minh’alma” apresentam uma relação de subordinação, em que a primeira é a principal, e a<br />

segunda é sua subordinada adjetiva restritiva iniciada pelo pronome relativo onde, que retoma<br />

varal.<br />

6 – D. I: “Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não (forem) estimulados por cenários<br />

competitivos, estarão fadados a não encontrar motivação <strong>para</strong> o exercício de suas funções”.<br />

II: Há duas orações reduzidas: ajudar e encontrar (infinitivo), os outros estão flexionados no<br />

futuro do subjuntivo (... se não (forem) estimulados...) e no futuro do presente do indicativo<br />

(... estarão... ). III: Qual? Só o cara da banca viu uma oração coordenada. Não há oração<br />

coordenada alguma no período.<br />

7 – D. Por incrível que pareça, este período enorme é simples, pois só apresenta um verbo:<br />

têm.<br />

8 – E. As duas orações (que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido) são<br />

subordinadas em relação à principal (a empresa gostaria), mas coordenadas entre si, pois<br />

vêm uma ao lado da outra com mesma função sintática.<br />

9 – C. O gabarito oficial foi a letra E. Eu discordo veementemente! A banca analisou São<br />

como uma oração, mas não se deu conta de que esse verbo ser vem seguido logo depois por<br />

que, formando a expressão expletiva ser + que, que pode ser retirada da frase e não é contada<br />

como oração! A análise correta do período é esta (ignore “São... que”!): “... numerosas<br />

oportunidades perdidas se multiplicarão (oração principal em relação à subordinada<br />

adverbial condicional seguinte), se a economia brasileira continuar com seu impulso de<br />

crescimento (oração subordinada adverbial condicional em relação à principal anterior) –


e (se) a qualidade da educação continuar baixa (oração subordinada adverbial<br />

condicional em relação à principal “numerosas oportunidades perdidas se multiplicarão” e<br />

coordenada à oração subordinada adverbial condicional anterior)”. Logo, há uma oração<br />

principal (numerosas oportunidades perdidas se multiplicarão), duas subordinadas<br />

adverbiais (se a economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento e (se) a<br />

qualidade da educação continuar baixa (uma está coordenada à outra por meio da conjunção<br />

coordenativa e). Logo, o período é misto, pois é composto por coordenação e subordinação.<br />

10 – E. I: A retirada da expressão a de não prejudica a correção gramatical tampouco o<br />

sentido da frase. II: “Minha proposta é a de que o fundo partidário seja composto por uma<br />

quantia mínima <strong>para</strong> o partido manter uma estrutura básica.” III: O verbo manter está no<br />

infinitivo. Talvez a brincanagem da banca tenha sido pegar de calça arriada o candidato<br />

desavisado – aquele que pensou que, na locução verbal seja composto, o verbo principal<br />

encontrava-se no particípio, constituindo uma oração reduzida. Mas você já sabe: é o verbo<br />

auxiliar que determina se a oração é reduzida ou desenvolvida (a forma verbal seja está<br />

desenvolvida, conjugada no modo subjuntivo, logo não há oração reduzida). Brasil!<br />

11 – E. I: Oração coordenada sindética aditiva (... mas também estabelece regras...),<br />

formando uma série aditiva enfática em relação à expressão anterior (... trouxe, no artigo 31<br />

bis, não só a possibilidade...). Oração coordenada sindética alternativa (... ou que agem em<br />

seu nome). Detalhe: ela é coordenada aditiva alternativa em relação à oração subordinada<br />

adjetiva anterior e subordinada adjetiva em relação a uma principal (... sobre atividades<br />

desempenhadas (principal) pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu nome).<br />

II: “... (por delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por<br />

conta, nome, ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como essa<br />

responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável [...], em função da<br />

inoperância de controles empresariais, sobre atividades desempenhadas pelas pessoas<br />

físicas...”. O agente da passiva está explícito só na última oração. III: As orações adjetivas<br />

desenvolvidas (de olho no pronome relativo!): “... que atende diretivas...”; “... que sejam<br />

cometidos...”; “... que as dirigem...; “... que agem...”. Veja agora a adjetiva reduzida:<br />

“...atividades desempenhadas pelas pessoas físicas...”. Observe que não há pronome relativo<br />

encabeçando a oração e o verbo desempenhar se encontra no particípio. Cansativa, hein!<br />

12 – A. Veja a análise: É imprescindível... (oração principal)/... que a tributação seja<br />

suportável e mais bem distribuída e todos contribuam com justiça e se beneficiem dessa<br />

contribuição = Δ (Toda esta oração (com orações coordenadas entre si) é subordinada à<br />

principal)/... seja suportável a) e (+) mais bem distribuída b)... (Orações coordenadas entre si<br />

– e subordinadas à principal)/... e (+) todos contribuam com justiça d) (Oração coordenada à


anterior e à posterior – e subordinada à principal)/... e (+) se beneficiem dessa contribuição<br />

e) (Oração coordenada à anterior – e subordinada à principal).<br />

13 – B. I: Não há coordenação, só subordinação. II: Há duas orações reduzidas<br />

(caracterizada e levando), logo “há ocorrência de exemplo de oração reduzida”. III: “... se<br />

entende que o que a maioria quer é “dinheiro” = se entende isso = isso se entende.


Capítulo 27<br />

Gabarito<br />

1 – A. I (explicação de sentido causal): O Polo Norte está ameaçado porque o oceano<br />

gelado que o rodeia começou a derreter. II (especificação do significado da expressão<br />

anterior a eles): “uma subversão da geografia que se desenrolará diante de nossos olhos”<br />

explica o “fenômeno raro”. III (enumeração): “... Estados Unidos, Rússia, Canadá,<br />

Groenlândia (Dinamarca) e Noruega.”.<br />

2 – B. Vejamos uma por uma: a) A vírgula está se<strong>para</strong>ndo o vocativo. Não pode ser retirada.<br />

b) A vírgula está se<strong>para</strong>ndo o adjunto adverbial deslocado de curta extensão, logo pode ser<br />

retirada. c) A vírgula se<strong>para</strong> o aposto explicativo. Não pode ser retirada. d) A vírgula se<strong>para</strong><br />

termos de uma enumeração, logo não pode ser retirada. e) A vírgula se<strong>para</strong> orações<br />

coordenadas assindéticas.<br />

3 – B. a) O ponto e vírgula não pode se<strong>para</strong>r uma expressão adverbial deslocada. b) O ponto e<br />

vírgula pode se<strong>para</strong>r orações coordenadas: “indagou a um grupo de estudantes quais os<br />

meios de comunicação que eles conheciam; nenhum citou cartões-postais”. c) O ponto e<br />

vírgula não se<strong>para</strong> oração subordinada adverbial. d) O ponto e vírgula não substitui travessão<br />

<strong>para</strong> marcar a se<strong>para</strong>ção de uma oração de narrador. e) O ponto e vírgula não se<strong>para</strong> oração<br />

subordinada adjetiva explicativa.<br />

4 – E. O certo é: Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arrependeria. Prometia<br />

a si própria que, da próxima vez (adjunto adverbial deslocado), tomaria cuidado com as<br />

palavras, o que, entretanto (conjunção adversativa deslocada), não acontecia.<br />

5 – B. a) A expressão “da agitação e do barulho” deve vir entre vírgulas porque se trata de<br />

um aposto explicativo. b) A vírgula se<strong>para</strong> orações coordenadas sindéticas iniciadas por nem,<br />

se forem de certa extensão. c) Se formos se<strong>para</strong>r o adjunto adverbial de companhia (com a<br />

manada) após o verbo por vírgula, devemos fazê-lo levando em conta que, se ele estiver no<br />

meio da frase, serão necessárias duas vírgulas, ou seja: “..., com a manada,...”. d) No lugar<br />

dos travessões, caberiam vírgulas ou travessões, que marcariam a expressão intercalada; sem<br />

pontuação, há erro. e) Entre sujeito e verbo, não há vírgula. Básico.<br />

6 – C. a) Não se se<strong>para</strong> a conjunção ou quando ela coordena termos. b) Não se se<strong>para</strong> oração<br />

subordinada adjetiva reduzida por dois-pontos. c) A vírgula se<strong>para</strong> orações coordenadas<br />

assindéticas. Perfeito! d) Objeto direto deslocado não deve ser se<strong>para</strong>do por vírgula do seu<br />

verbo ponto de vista de alguns gramáticos, como Gladstone Chaves de Melo. Outros<br />

gramáticos dizem que se pode usar a vírgula. e) Nunca se se<strong>para</strong> o adjunto adnominal do nome


a que ele se liga.<br />

7 – B. Em I, como se trata de uma pergunta, faltou o ponto de interrogação. Em II, faltou uma<br />

vírgula <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r os apostos (um <strong>para</strong> você, outro <strong>para</strong> mim). Em III, não há problema, pois<br />

os dois-pontos abrem um discurso direto, as aspas marcam tal discurso e o ponto de<br />

exclamação indica uma altissonância na voz. Em IV, não se pode se<strong>para</strong>r o adjunto adnominal<br />

do termo a que ele se refere: “... tudo o que...” e não “... tudo, o que...”.<br />

8 – ERRADO. Os dois-pontos servem <strong>para</strong> abrir uma explicação ou enumeração,<br />

normalmente. Só que nesse caso, eles não introduzem uma explicação do que o autor entende<br />

por “maior felicidade”, mas sim encabeçam uma oração que explica o “algo” em: “... há<br />

sempre algo que faz que a felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou<br />

melhor, em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo<br />

que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica.”<br />

9 – CERTO. A oração observou poderia ser se<strong>para</strong>da por travessão, pois se trata de uma<br />

oração intercalada. Encontramos esse tipo de oração frequentemente nas narrações.<br />

10 – CERTO. Haveria alteração de sentido, porque a conjunção pois introduz uma ideia<br />

explicativa, o que não é o caso. Note que, após os dois-pontos, há um aposto (a proliferação<br />

demasiada de determinados espaços acaba por apagá-los por si mesmos), que esclarece<br />

outro (processo) já muito conhecido pelos estudiosos da comunicação. Mesmo que o aposto<br />

seja explicativo, nunca é iniciado por uma conjunção explicativa, como pois. Devido a isso, a<br />

substituição proposta não cabe.<br />

11 – ERRADO. A regra é clara: não se se<strong>para</strong> complemento de seu verbo por vírgula.<br />

12 – CERTO. Cuidado com questões de vírgula e oração adjetiva. Quando se diz “... os<br />

atores que interagem...”, entendemos que se está restringindo o ente atores, ou seja, está-se<br />

falando sobre um tipo de atores, os que interagem, logo deduzimos que há outros atores que<br />

não interagem. Se colocássemos as vírgulas, a oração adjetiva passaria a ser explicativa, o<br />

que alteraria o sentido. Neste caso (... os atores, que interagem,...), todos os atores interagem,<br />

não só alguns.<br />

13 – CERTO. Sim, a vírgula é obrigatória, pois a oração é subordinada adverbial reduzida<br />

deslocada. A polêmica ocorre quando a oração adverbial está depois da principal. Alguns<br />

gramáticos modernos (como vimos na teoria) dizem que é facultativo o uso da vírgula quando<br />

a adverbial vem depois da principal. Fiquemos de olho!<br />

14 – ERRADO. Quando e sim ou e não tiver valor adversativo (= mas sim, mas não) haverá<br />

vírgula antes de tal expressão. Simples assim. Portanto, a vírgula não pode ficar omissa.


15 – ERRADO. A vírgula serve <strong>para</strong> marcar, normalmente, a elipse verbal, que é o que está<br />

de fato acontecendo. Veja de novo o trecho, agora reescrito: “a vida depende da vontade de<br />

outrem, a morte depende da nossa”. Ficou claro? Não foi o vocábulo vontade elíptico, mas a<br />

forma verbal depende.<br />

16 – A. Comentando as vírgulas: Os personagens principais de uma história, responsáveis<br />

pelo sentido maior dela, (predicativo do sujeito deslocado) dependem, muitas vezes, (adjunto<br />

adverbial deslocado) de pequenas providências que, tomadas por figurantes aparentemente<br />

sem importância, (oração reduzida de particípio deslocada) ditam o rumo de toda a história.<br />

Veja os erros das demais: b) Os personagens principais, de uma história, (adjunto adnominal<br />

não pode ser se<strong>para</strong>do de seu núcleo substantivo) responsáveis pelo sentido maior dela,<br />

dependem muitas vezes, (adjunto adverbial deslocado deve vir entre vírgulas) de pequenas<br />

providências que tomadas por figurantes, (faltou uma vírgula antes da oração reduzida de<br />

particípio deslocada e a vírgula após figurantes está equivocada porque não se se<strong>para</strong> adjunto<br />

adnominal – sem importância – de seu núcleo substantivo) aparentemente sem importância,<br />

ditam o rumo de toda a história. c) Os personagens principais de uma história,<br />

responsáveis pelo sentido maior dela (faltou uma vírgula <strong>para</strong> marcar o deslocamento do<br />

predicativo do sujeito) dependem muitas vezes de pequenas providências, que, tomadas por<br />

figurantes aparentemente, sem importância, (tais vírgulas não procedem porque estão<br />

se<strong>para</strong>ndo o adjunto adnominal de seu núcleo substantivo) ditam o rumo de toda a história. d)<br />

Os personagens principais, de uma história, (adjunto adnominal não pode ser se<strong>para</strong>do de<br />

seu núcleo substantivo) responsáveis pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes<br />

(adjunto adverbial deslocado deve vir entre vírgulas) de pequenas providências, que tomadas<br />

por figurantes aparentemente sem importância, (faltou uma vírgula antes da oração reduzida<br />

de particípio deslocada) ditam o rumo de toda a história. e) Os personagens principais de<br />

uma história, responsáveis, (não se se<strong>para</strong> complemento nominal – pelo sentido maior dela –<br />

do nome, responsáveis) pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de pequenas<br />

providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, sem importância, (faltou uma<br />

vírgula antes da oração reduzida de particípio deslocada e aparentemente sem importância<br />

não pode ser se<strong>para</strong>do de figurantes porque é seu adjunto adnominal) ditam o rumo de toda a<br />

história.<br />

17 – D. Comentando as vírgulas: Não cabe aos jovens, ao menos os livres de cinismo (aposto<br />

explicativo), tentar justificar suas ações pela pressão do mercado de trabalho, pois os<br />

velhos jornalistas (oração coordenada explicativa), igualmente pressionados (oração<br />

reduzida de particípio), não costumavam abdicar dos princípios éticos.. Veja os erros das<br />

demais: a) Não cabe aos jovens, ao menos os livres de cinismo (as vírgulas devem se<strong>para</strong>r o<br />

aposto explicativo) tentar justificar, (entre o verbo e o seu complemento não há vírgula) suas


ações pela pressão do mercado de trabalho, pois os velhos jornalistas, igualmente<br />

pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos. b) Não cabe aos jovens, ao<br />

menos os livres de cinismo, tentar justificar suas ações, pela pressão do mercado de<br />

trabalho; (recomenda-se a vírgula no lugar do ponto e vírgula) pois os velhos jornalistas<br />

igualmente pressionados, (oração reduzida deve vir entre vírgulas) não costumavam abdicar<br />

dos princípios éticos. c) Não cabe aos jovens, ao menos, (nenhuma locução pode ser<br />

se<strong>para</strong>da por vírgula do termo ou oração que ela introduz) os livres de cinismo, tentar<br />

justificar suas ações, pela pressão do mercado de trabalho, pois, (esta conjunção introduz<br />

uma oração coordenada explicativa, logo não pode estar entre vírgulas) os velhos<br />

jornalistas, igualmente pressionados, não costumavam abdicar dos princípios éticos. e)<br />

Não cabe aos jovens, ao menos, (nenhuma locução pode ser se<strong>para</strong>da por vírgula do termo ou<br />

oração que ela introduz) os livres de cinismo, tentar justificar suas ações, pela pressão do<br />

mercado de trabalho, pois os velhos jornalistas, igualmente pressionados (oração reduzida<br />

de particípio deve ser se<strong>para</strong>da por vírgulas) não costumavam abdicar, dos princípios éticos<br />

(não se se<strong>para</strong> o verbo do seu complemento por vírgula).<br />

18 – C. Comentando as vírgulas e o ponto e vírgula: Para o gosto moderno, (adjunto<br />

adverbial deslocado) a grandiloquência não surge, ao contrário de outras épocas, (adjunto<br />

adverbial deslocado) como prova de gosto refinado; (ponto e vírgula se<strong>para</strong> orações<br />

coordenadas assindéticas de extensão longa e com trechos já se<strong>para</strong>dos por vírgula) na<br />

verdade, (adjunto adverbial deslocado; a vírgula é facultativa, pois ele é de curta extensão) a<br />

pompa retórica indicia o vazio do pensamento. Veja os erros das demais: a) Para o gosto<br />

moderno, a grandiloquência não surge ao contrário de outras épocas, (adjunto adverbial<br />

deslocado vem entre vírgulas) como prova de gosto refinado, (aqui se deve usar o ponto e<br />

vírgula, pois se<strong>para</strong> orações coordenadas assindéticas de extensão longa com trechos já<br />

se<strong>para</strong>dos por vírgula) na verdade (adjunto adverbial deslocado deve ser se<strong>para</strong>do por<br />

vírgula, mas, como é de curta extensão, a vírgula é facultativa) a pompa retórica indicia, o<br />

vazio do pensamento (não se se<strong>para</strong> verbo do seu complemento). b) Para o gosto moderno, a<br />

grandiloquência, não surge (não se se<strong>para</strong> sujeito do seu verbo), ao contrário de outras<br />

épocas (adjunto adverbial deslocado vem entre vírgulas) como prova de gosto refinado, (aqui<br />

se usa o ponto e vírgula, pois se<strong>para</strong> orações coordenadas assindéticas de extensão longa com<br />

trechos já se<strong>para</strong>dos por vírgula) na verdade (adjunto adverbial deslocado deve ser se<strong>para</strong>do<br />

por vírgula, mas, como é de curta extensão, a vírgula é facultativa) a pompa retórica indicia:<br />

o vazio do pensamento (não se se<strong>para</strong> verbo do seu complemento). d) Para o gosto moderno,<br />

a grandiloquência não surge, ao contrário de outras épocas (adjunto adverbial deslocado<br />

deve ser se<strong>para</strong>do por vírgulas) como prova de gosto refinado, (aqui cabe o ponto e vírgula,<br />

pois se<strong>para</strong> orações coordenadas assindéticas de extensão longa com trechos já se<strong>para</strong>dos por


vírgula) na verdade, a pompa retórica indicia o vazio do pensamento. e) Para o gosto,<br />

moderno, (adjunto adnominal não pode ser se<strong>para</strong>do por vírgulas) a grandiloquência, não<br />

surge (não se se<strong>para</strong> sujeito de seu verbo), ao contrário de outras épocas, como prova de<br />

gosto refinado: (o ponto e vírgula é recomendado nesse caso, pois se<strong>para</strong> orações<br />

coordenadas assindéticas de extensão longa com trechos já se<strong>para</strong>dos por vírgula) na verdade<br />

(adjunto adverbial deslocado deve ser se<strong>para</strong>do por vírgula, mas, como é de curta extensão, a<br />

vírgula é facultativa) a pompa retórica indicia o vazio do pensamento.<br />

19 – D. O país já se encontra em um estágio no qual os saltos de produtividade não<br />

ocorrerão sem investimentos mais expressivos. Além de equipamentos, (vírgula <strong>para</strong><br />

enumeração) automação e outras ferramentas da tecnologia, (vírgula <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o adjunto<br />

adverbial deslocado) parte desses investimentos precisará estar voltada <strong>para</strong> os recursos<br />

humanos. a) Estudo recente de uma instituição americana, mostra... (não se se<strong>para</strong> sujeito<br />

de verbo). b) O aumento da escolaridade, foi... (não se se<strong>para</strong> sujeito de verbo). c) ... até<br />

mesmo, (não se se<strong>para</strong> a expressão denotativa que inicia o aposto do aposto) da maioria dos<br />

países do continente, o Brasil, terá... (não se se<strong>para</strong> sujeito de verbo). e) um envolvimento...<br />

nesse esforço... (não se se<strong>para</strong> complemento nominal do substantivo por vírgula).<br />

20 – CORRETO. Não há erro. A vírgula após minerais serve <strong>para</strong> marcar o deslocamento do<br />

adjunto adverbial (...) , particularmente no setor de veículos automotores, metalurgia e<br />

produtos minerais, (...).<br />

21 – A. Há incoerência textual se o ponto de interrogação for substituído por ponto e vírgula,<br />

uma vez que a ideia de interrogação sumiria <strong>para</strong> dar vez à ideia de afirmação, mudando o<br />

sentido do trecho.<br />

22 – A. Com a vírgula, a palavra Mesmo deveria ser escrita minúscula. Eis o erro. Ainda que<br />

ignorássemos isso, a vírgula mudaria o sentido do trecho, pois a expressão Mesmo com a<br />

capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana passaria<br />

a modificar a oração anterior, não a posterior — como se encontra no contexto.<br />

23 – INCORRETA. J-A-M-A-I-S!!! A vírgula após o último travessão cumpre, sim, seu<br />

papel, a saber: marcar a intercalação da oração reduzida “bem como ampliar os investimentos<br />

no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade”. Não erre mais uma<br />

questão como essa; é muito recorrente! Resumindo: a afirmação está incorreta.<br />

24 – A afirmação está CORRETA. A expressão iniciada pelo travessão (— a violência<br />

fundadora da modernidade) é aposto explicativo de violência que a tornou possível.<br />

25 – Não há erro algum na substituição, pois se trata de uma oração subordinada adjetiva<br />

explicativa, que pode ser se<strong>para</strong>da por vírgulas, travessões ou parênteses.


26 – A afirmação é INCORRETA, pois a expressão entre travessões é um aposto explicativo;<br />

como tal, pode ser, sim, se<strong>para</strong>do por vírgulas, travessões ou parênteses.<br />

27 – CERTO. A expressão explicativa “ou seja” deve vir entre vírgulas. Regra!<br />

28 – CERTO. A vírgula é obrigatória depois do último travessão porque antes deles há um<br />

adjunto adverbial deslocado. Ignore os travessões e ateste: “... <strong>para</strong> o entendimento de uma<br />

forma particular de comunicação, o estudioso deve reconstruir...”.<br />

29 – ERRADO. Se for colocada a expressão adverbial de modo geral após personalidade,<br />

ela passará a ser uma expressão adjetiva, o que modificará o sentido do substantivo<br />

personalidade, e não da oração inteira, como o faz na posição do trecho original.<br />

30 – ERRADO. A vírgula após o mas não é colocada <strong>para</strong> ele, mas sim <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r a<br />

expressão adverbial deslocada do ponto de vista gramatical.<br />

31 – ERRADO. Com a retirada da vírgula, parecerá que a palavra denotativa de situação ora,<br />

também chamada modernamente de marcador discursivo, se torna uma conjunção alternativa.<br />

De qualquer modo, a retirada da vírgula provoca, sim, mudança de sentido.<br />

32 – ERRADO. A expressão o que, iniciada por um pronome demonstrativo com função<br />

apositiva não pode ser se<strong>para</strong>da por ponto e vírgula, só por vírgula (ou travessão). Logo, a<br />

única reescritura possível é esta: “... o fato de o império absorver povos diferentes faz que<br />

alguns de seus componentes desejem destacar-se do conjunto, o que explica por que os<br />

impérios perduram...”.<br />

33 – CERTO. Os dois-pontos servem <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r orações coordenadas que mantêm uma<br />

relação de sentido entre si, logo não há erro em reescrever o trecho assim: “Pensar o império<br />

não significa ressuscitá-lo dos mundos passados: trata-se de considerar a<br />

multiplicidade...”.<br />

34 – ERRADO. Com o acréscimo de que é, cria-se uma oração adjetiva restritiva, que não é<br />

se<strong>para</strong>da por vírgula, logo a afirmação não procede. Veja como ficaria a reescritura: “...<br />

outras formas de soberania que respondam melhor a um mundo QUE É caracterizado ao<br />

mesmo tempo pela desigualdade e pela diversidade.”.<br />

35 – CERTO. Levando em conta as opiniões divergentes entre os gramáticos,. quando um<br />

objeto direto ou indireto está deslocado <strong>para</strong> o início da frase, a vírgula é facultativa.<br />

36 – C. Em qualquer escalão do governo, (adjunto adverbial deslocado) costuma haver, mais<br />

cedo ou mais tarde, (adjunto adverbial deslocado) atritos entre o pessoal técnicoadministrativo,<br />

estabilizado por concurso, (oração reduzida de particípio) e o pessoal


indicado <strong>para</strong> cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências políticas (oração<br />

adjetiva explicativa). a) Adjunto adverbial deslocado de longa extensão (Em qualquer<br />

escalão do governo) deve vir obrigatoriamente se<strong>para</strong>do por vírgula. O adjunto adverbial<br />

intercalado mais cedo ou mais tarde deve vir entre vírgulas, e não com vírgula no meio dele.<br />

Não se se<strong>para</strong> nome (estabilizados) de seu complemento (por concurso). Não se se<strong>para</strong> nome<br />

(sabor) de seu complemento (das conveniências políticas). A vírgula é obrigatória logo após<br />

confiança, pois encabeça uma oração subordinada adjetiva explicativa. b) Não se se<strong>para</strong><br />

nome (escalão) de seu adjunto (do governo). O adjunto adverbial intercalado mais cedo ou<br />

mais tarde deve vir entre vírgulas. d) Não se se<strong>para</strong> nome (atritos) de seu complemento<br />

(entre o pessoal...). A ausência da vírgula antes de e o pessoal prejudica a clareza. e) Adjunto<br />

adverbial deslocado de longa extensão (Em qualquer escalão do governo) deve vir<br />

obrigatoriamente se<strong>para</strong>do por vírgula. O adjunto adverbial intercalado mais cedo ou mais<br />

tarde deve vir entre vírgulas, e não com vírgula no meio dele. Não se se<strong>para</strong> nome atritos de<br />

seu complemento entre o pessoal.... Não se se<strong>para</strong> nome estabilizados de seu complemento<br />

por concurso. Não se se<strong>para</strong> nome indicado de seu complemento <strong>para</strong> cargos de confiança.<br />

37 – E. Sobre “nós ocidentais” e “nós, ocidentais,”, a explicação é a seguinte: sem vírgulas,<br />

ocidentais é adjunto adnominal; com vírgulas, é aposto explicativo.<br />

38 – C. Estudos deixam evidente que muitas vezes nos julgamos vítimas do acaso, sem nos<br />

apercebermos de que, (oração reduzida deslocada) movidos por complexos sentimentos<br />

ocultos, (oração reduzida de particípio) como a culpa, (aposto explicativo) inadvertidamente<br />

nós mesmos fabricamos aquelas situações que nos afligem. a) Entre o sujeito (Estudos) e seu<br />

verbo (deixam), não há vírgula. Faltou se<strong>para</strong>r a oração reduzida de particípio por vírgula<br />

logo em seu início (movidos por complexos sentimentos ocultos, como a culpa). Não se<br />

se<strong>para</strong> verbo (movidos) de seu agente da passiva (por complexos sentimentos ocultos). A<br />

última oração (que nos afligem) é adjetiva restritiva, logo não pode ser se<strong>para</strong>da por vírgula.<br />

b) O adjunto adverbial muitas vezes está intercalado, logo recomenda-se que esteja entre<br />

vírgulas. A oração movidos por complexos sentimentos ocultos como a culpa deve vir entre<br />

vírgulas; além disso, faltou uma vírgula antes de como <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o aposto (como a culpa<br />

explica sentimentos ocultos). Entre verbo (fabricamos) e complemento (aquelas<br />

situações...), não há vírgula. d) Não se se<strong>para</strong> verbo (deixam) de seu complemento (que<br />

muitas vezes nos julgamos...). O adjunto adverbial “muitas vezes” está intercalado, logo<br />

recomenda-se o uso de vírgulas se<strong>para</strong>ndo-o. A oração movidos por complexos sentimentos<br />

ocultos como a culpa deve vir entre vírgulas. A última oração (que nos afligem) é adjetiva<br />

restritiva, logo não pode ser se<strong>para</strong>da por vírgula. e) O adjunto adverbial muitas vezes está<br />

intercalado, logo recomenda-se o uso de vírgulas se<strong>para</strong>ndo-o. Não se se<strong>para</strong> verbo (nos<br />

apercebermos) de seu complemento (de que...). A oração movidos por complexos


sentimentos ocultos como a culpa deve vir entre vírgulas; além disso, faltou uma vírgula<br />

antes de como <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o aposto (como a culpa explica sentimentos ocultos). Entre verbo<br />

(fabricamos) e complemento (aquelas situações...), não há vírgula.<br />

39 – A. I: Para alguns gramáticos, <strong>para</strong> si é um dativo de interesse. Ainda outros veem como<br />

um objeto indireto. O fato é que este tipo de construção, que indica benefício próprio, pode<br />

ficar entre vírgulas ou não, como se fosse um adjunto adverbial de curta extensão, cuja<br />

virgulação é facultativa. II: Os parênteses podem substituir travessões e vice-versa. A vírgula<br />

que vem após o último parêntese também deve vir após o último travessão, caso ela seja<br />

exigida por algum termo, expressão ou oração antes dos parênteses ou travessões. Nesse caso,<br />

a oração adverbial Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising Kane”<br />

trazia inicia o período, logo deve vir se<strong>para</strong>da por vírgula obrigatoriamente, mesmo após<br />

travessões ou parênteses. Curiosidade: na época, o gabarito desta questão havia sido B.<br />

Recursos foram feitos e... pronto... a banca foi sensata em aceitar a verdade. Sorte nossa! III:<br />

Não se se<strong>para</strong> verbo (surgem) de seu complemento (evidências).<br />

40 – E. O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais não foi um mero<br />

fantasma; (ponto e vírgula pode se<strong>para</strong>r oração coordenada sindética adversativa) mas ruiu,<br />

exatamente conforme as previsões de Kant (adjunto adverbial se<strong>para</strong>do por ênfase). a) Não<br />

se se<strong>para</strong> o sujeito (O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados nacionais...) de seu<br />

verbo (... não foi...). b) Não se se<strong>para</strong> verbo (... não foi...) de complemento predicativo (... um<br />

mero fantasma...). Nada justifica a vírgula após exatamente, pois ele modifica “conforme...”,<br />

e não a oração anterior. c) Nada justifica a vírgula após exatamente, pois ele modifica<br />

“conforme...”, e não a oração anterior. d) Não se se<strong>para</strong> nome (Estados) de seu adjunto<br />

(nacionais). Não se se<strong>para</strong> o sujeito (O equilíbrio alcançado pelo sistema de Estados<br />

nacionais...) de seu verbo (... não foi...). Ponto e vírgula não se<strong>para</strong> adjunto adverbial do<br />

verbo.<br />

41 – B. Há duas orações coordenadas assindéticas no período da letra B: O rapaz andava<br />

com passos rápidos/estava com pressa. Elas sempre podem ser se<strong>para</strong>das por ponto —<br />

formando dois períodos simples —, uma vez que a estrutura sintática desse tipo de orações é<br />

completa. Veja: O rapaz andava com passos rápidos. Estava com pressa. a) O ponto não<br />

pode se<strong>para</strong>r um aposto explicativo. c) A oração subordinada adjetiva explicativa não pode<br />

ser se<strong>para</strong>da por ponto. d) O ponto não pode se<strong>para</strong>r a oração subordinada adverbial. e) O<br />

ponto não pode se<strong>para</strong>r termos numa enumeração.<br />

42 – E. Somente na alternativa e) verificamos um adjunto adverbial de tempo deslocado (no<br />

dia do Juízo Final), posto no meio da frase e entre vírgulas. Questão de nível teletubiano!


43 – E. Verifique a alternativa e) e perceba que os dois pontos após o verbo nascer<br />

introduzem uma sequência que discrimina o tal “manual de instruções”, cumprindo uma das<br />

funções precípuas do emprego dos dois pontos.<br />

44 – A. Em A, os dois-pontos servem <strong>para</strong> abrir uma explicação; não há erro de pontuação.<br />

Em B, em D, em E, o sentido muda, pois entende-se que “qualquer uma serve”, quando, na<br />

verdade, o sentido original é: “não serve qualquer uma”. Além disso, em B, a vírgula antes de<br />

serve não é usada. Em C, não se se<strong>para</strong> verbo de complemento. Questãozinha esquisita!<br />

45 – C. Adjunto adverbial deslocado (antes de tudo) = vírgula. Mole, mole!<br />

46 – D. Perfeita a letra D: Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar – mas exigir<br />

dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do dever – (oração iniciada por<br />

conectivo de série aditiva enfática pode vir se<strong>para</strong>da por vírgulas – ou travessões), (esta<br />

vírgula se<strong>para</strong> a oração subordinada adverbial condicional que inicia o período) é porque, no<br />

sistema da corrupção, (adjunto adverbial deslocado) o valor da honestidade – que garantiria<br />

ao sujeito a sua autonomia – (oração subordinada adjetiva explicativa) foi substituído pela<br />

vantagem do dinheiro. a) Faltou a vírgula após dever e foi colocada após o último travessão<br />

desnecessariamente, uma vez que os últimos travessões já intercalam a expressão adverbial.<br />

b) Não se se<strong>para</strong>m vocábulos de uma expressão fixa na língua: não apenas. O adjunto<br />

adverbial no sistema da corrupção deve vir entre vírgulas. E ao sujeito não pode vir ser<br />

se<strong>para</strong>do por pontuação alguma, pois não se se<strong>para</strong> complemento do verbo. c) Nada justifica a<br />

última vírgula, pois os travessões estão se<strong>para</strong>ndo apenas a oração adjetiva explicativa.<br />

47 – A. Assertivas autoexplicativas.<br />

48 – A. O nosso século, que se iniciou e tem se desenvolvido sob a insígnia da civilização<br />

industrial, (as vírgulas se<strong>para</strong>m a oração subordinada adjetiva explicativa) primeiro inventou<br />

a máquina e depois fez dela o seu modelo de vida. b) A vírgula após insígnia está errada,<br />

pois não se se<strong>para</strong> adjunto adnominal de seu nome. Faltou uma vírgula após industrial <strong>para</strong><br />

fechar a oração subordinada adjetiva explicativa. c) Falta uma vírgula antes do pronome<br />

relativo, pois a oração é adjetiva explicativa. A rigor, não há vírgula antes do e, pois a vírgula<br />

não se encaixa em nenhum dos casos de “vírgula antes do e”. Não se se<strong>para</strong> o predicativo do<br />

objeto do objeto em fez dela o seu modelo de vida. d) Falta uma vírgula antes do pronome<br />

relativo, pois a oração é adjetiva explicativa. A rigor, não há vírgula antes do e, pois a vírgula<br />

não se encaixa em nenhum dos casos de “vírgula antes do e”. Nada justifica a vírgula após o e,<br />

uma vez que não há nenhuma intercalação após tal conjunção. e) Falta uma vírgula antes do<br />

pronome relativo e depois de industrial, pois a oração é adjetiva explicativa. A rigor, não há<br />

vírgula antes do e, pois a vírgula não se encaixa em nenhum dos casos de “vírgula antes do e”.


Nada justifica as vírgulas de “..., inventou a máquina e depois,...”, pois a oração não é nem<br />

está intercalada.<br />

49 – B. Segundo alguns gramáticos (os poucos que coloquei na teoria), a vírgula é facultativa<br />

antes de oração subordinada adverbial em ordem direta, ou seja, depois da principal. Sendo<br />

assim, podemos escrever: “Já era sexta-feira, quando ele se deu conta da passagem do<br />

tempo” ou “Já era sexta-feira quando ele se deu conta da passagem do tempo”. Veja o<br />

gabarito da 50, <strong>para</strong> pirar o cabeção!<br />

50 – B. Esta questão não foi anulada, pois a FCC ficou com a visão da maioria dos gramáticos<br />

a respeito da vírgula que se<strong>para</strong> as orações subordinadas adverbiais, independentemente de<br />

sua posição em relação à oração principal, qual seja: as orações subordinadas adverbiais são<br />

obrigatoriamente se<strong>para</strong>das por vírgula. Por isso, a afirmação I está equivocada. A FCC diz<br />

uma coisa, a VUNESP (questão 49) diz outra... e assim caminha a humanidade... A afirmação<br />

II está correta pois se trata de uma enumeração, e a afirmação III está errada pois não se<br />

se<strong>para</strong>m termos enumerados por dois-pontos.<br />

51 – INCORRETO. A afirmação está equivocada, pois você é núcleo do adjunto adverbial<br />

de causa por você. João e Amor são vocativos e deveriam ser se<strong>para</strong>dos por vírgula(s). Só<br />

parte da questão está certa.


Capítulo 28<br />

Gabarito<br />

1 – A afirmação está INCORRETA. Toda vez que você estiver diante de uma locução verbal,<br />

saiba que o verbo principal NUNCA varia!<br />

2 – I. Há erro no primeiro item. A expressão pelo qual (por + o qual), sendo este o qual um<br />

pronome relativo, deve concordar com o referente, que está no masculino singular (meio).<br />

Logo, o trecho deveria estar assim: “Tal valorização reduz as exportações e aumenta as<br />

importações, meio pelo qual...”. No outro item, o verbo passar está no plural <strong>para</strong> concordar<br />

com déficits.<br />

3 – INCORRETA. Temos a possibilidade de dupla concordância, sem mudança de sentido,<br />

uma vez que há dois antecedentes <strong>para</strong> o pronome relativo que. O verbo pode concordar com<br />

conjunto ou com condições. Na letra B, o verbo atingir pode concordar ou não com seu<br />

sujeito implícito (que tem como referente indivíduos) por uma questão de clareza: “... o<br />

conjunto de condições que permite aos indivíduos atingirem (ou atingir) o seu bem particular”.<br />

Para corroborar isso, ninguém menos que Evanildo Bechara. Ele diz, citando seu mestre e<br />

grande inspirador Said Ali, que “fora da locução verbal, a escolha da forma infinitiva<br />

depende de cogitarmos somente da ação ou do intuito ou necessidade de pormos em evidência<br />

o agente do verbo”. Ele continua dizendo que “ocorre o infinitivo flexionado sempre que se<br />

tornar necessário destacar o agente, e referir a oração especialmente a um sujeito, seja <strong>para</strong><br />

evitar confusão, seja <strong>para</strong> tornar mais claro o pensamento. O infinitivo concordará com o<br />

sujeito que temos em mente; ou quando o autor intencionalmente põe em relevo a pessoa a que<br />

o verbo se refere”. Daí, ele dá um exemplo: “É permitido aos versistas poetarem em prosa”.<br />

Tal estrutura se assemelha a “permite aos indivíduos atingirem (ou atingir)...”. Logo, é uma<br />

questão de escolha!<br />

4 – E. Veja: “Mais da metade dos países que tinham baixo crescimento e baixo CH em 1960<br />

permanecia na mesma posição na década de 90.”. Isso se dá por causa daquela regra de<br />

sujeito coletivo ou partitivo, em que o verbo pode concordar com o núcleo do sujeito ou com<br />

o núcleo do adjunto. Lembra? a) O pronome nos se refere aos 76 países (Dividiram-nos =<br />

Dividiram eles (= os 76 países). b) Tanto em pode-se ter como em podem-se ter há sujeito,<br />

pois a partícula se é apassivadora, e não indeterminadora do sujeito. Só há uma diferença na<br />

análise sintática. Enquanto o sujeito de pode-se é oracional (ter duas situações de equilíbrio),<br />

o sujeito de podem-se ter é um sujeito simples (duas situações de equilíbrio). Reveja a regra<br />

de costumar/dever/poder + se + infinitivo na teoria. c) A afirmação é equivocada, pois<br />

explicitamente o sujeito é simples: “Surgem algumas conclusões interessantes desse estudo


(sujeito)”. d) Toda a afirmação da alternativa é equivocada, pois o núcleo do sujeito com que<br />

a forma verbal dá concorda é estratégia. Veja: “A quarta, e mais importante, é que a<br />

estratégia de privilegiar o lado humano dá frutos muito melhores do que aquela que enfatiza<br />

só o lado econômico.”.<br />

5 – Há um erro de concordância. Deveria ser: “Os consumidores pagam juros maiores<br />

porque obtêm crédito com prazos maiores e prestações menores.”. Lembra-se daquela<br />

regrinha de acentuação relacionada à concordância dos verbos vir e ter na 3ª pessoa do<br />

plural? Então... os verbos vir e ter (e suas formas derivadas, como obter, deter, reter,<br />

entreter), na 3ª pessoa do plural, recebem acento circunflexo.<br />

6 – Pelo contexto, percebemos que a afirmação procede. Veja: “A experiência da<br />

modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais.”.<br />

Lembrou-se da regra de retomada do pronome relativo? O verbo, inclusive no particípio, que<br />

estiver após o pronome relativo que concordará com o antecedente do relativo.<br />

7 – B. A afirmação da letra B está incorreta, porque o verbo possuir concorda com nossa<br />

classe A.<br />

8 – A. O pronome oblíquo átono as retoma, concordando em gênero e número, a ordem e a<br />

cultura do capital, expressão feminina plural. A (2) está errada, pois o verbo dominar deve<br />

ficar no singular, concordando com lógica. A (3) está errada, pois a expressão deveria ser<br />

podia ser escamoteada uma vez que concorda com a palavra lógica, feminina singular. Em<br />

(4), há um erro, pois o núcleo do sujeito simples está no singular, logo o verbo criar deve<br />

igualmente ficar no singular. Em (5), deveria ser somam-se, pois este verbo tem como<br />

referente do seu sujeito implícito o termo desempregados.<br />

9 – ERRADO. O vocábulo destinado (particípio com valor de adjetivo) concorda em gênero<br />

(masculino) e número (singular) com o substantivo patamar. Já destinados (masculino plural)<br />

de fato concorda com o numerador (8) do numeral percentual 8,76%.<br />

10 – ERRADO. O verbo no infinitivo, parecer, pode ficar no plural ou no singular, pois faz<br />

parte de uma estrutura em que se permite isso. A estrutura é esta:<br />

mandar/deixar/fazer/ver/ouvir/sentir + substantivo plural + verbo no infinitivo (singular<br />

ou plural). Neste caso (... fazendo as tripulações parecer(em)...), a variação do infinitivo é<br />

facultativa. Logo não acarretaria prejuízo <strong>para</strong> a correção gramatical se o verbo ficasse no<br />

singular.<br />

11 – CERTO. Veja de novo: “O fato... tem...”. Sendo assim, apesar de o núcleo do sujeito<br />

estar distanciado do seu verbo, percebemos que o verbo ter fica no singular <strong>para</strong> concordar


com um núcleo do sujeito igualmente singular. Se o núcleo do sujeito estivesse no plural, o<br />

verbo ter receberia acento circunflexo: “Os fatos... têm...”. Safo?<br />

12 – CERTO. Afirmação correta e autoexplicativa.<br />

13 – CERTO. Evanildo Bechara não se opõe a esta construção, a saber: de substantivo no<br />

singular com vários adjetivos ligados a ele. Portanto é forma culta: “o contexto histórico,<br />

político, econômico, cultural e social”, ou “os contextos histórico, político, econômico,<br />

cultural e social”, ou “o contexto histórico, o político, o econômico, o cultural e o social”.<br />

Bechara ainda chega a dizer assim, <strong>para</strong> quem quiser ver, em sua Moderna Gramática<br />

Portuguesa: “O vocábulo determinado irá <strong>para</strong> o plural ou ficará no singular, sendo, neste<br />

último caso, facultativa a repetição do artigo: As literaturas brasileira e portuguesa, ou A<br />

literatura brasileira e portuguesa, ou A literatura brasileira e a portuguesa”.<br />

14 – CERTO. Todo verbo que tem como sujeito uma oração fica na 3ª pessoa do singular. Por<br />

se tratar do verbo ser, que pode concordar também com o predicativo, a afirmação da banca<br />

procede.<br />

15 – CERTO. Sim! Quando o adjetivo em função de adjunto adnominal vem após dois<br />

substantivos, pode ele concordar com o núcleo mais próximo: “está diminuindo a nossa<br />

capacidade de concentração e contemplação profunda”.<br />

16 – CERTO. O que a banca sugere é esta reescritura: “... que aprender a ler e a escrever...<br />

altera... e engrossa...”. De fato, as formas verbais altera e engrossa não variam, pois seu<br />

sujeito é oracional, o que faz com que os verbos fiquem na 3ª pessoa do singular, sempre.<br />

17 – ERRADO. Os computadores são as armas dos crimes, e não o contrário. Portanto, o<br />

verbo ser concorda com os computadores.<br />

18 – ERRADO. Não! Independentemente de a ideia ser plural (coletiva), é um erro pôr o<br />

verbo no plural. Isso só ocorreria se o núcleo do especificador estivesse no plural: “A<br />

maioria dos professores acaba/acabam deixando a profissão.”. Foi?<br />

19 – ERRADO. O “homem da banca” trabalha aqui seu conhecimento de passagem de voz<br />

passiva sintética <strong>para</strong> passiva analítica e concordância verbal e nominal ao mesmo tempo.<br />

Perceba que em Consideram-se, o verbo está na voz passiva sintética, pois ele é VTD e está<br />

acompanhado de uma partícula apassivadora (se). Passando <strong>para</strong> a voz passiva analítica,<br />

temos de transformar o verbo em locução verbal formada por ser + particípio; nessa passagem<br />

devemos observar a manutenção do tempo e modo verbais e a concordância verbal e nominal.<br />

Note que o sujeito do verbo considerar é os grupos étnico-raciais, portanto, na voz passiva<br />

analítica, o verbo ser da locução verbal vai ficar no presente do indicativo (como estava o


verbo considerar na voz passiva sintética) e no plural; já o particípio vai ficar no masculino<br />

plural concordando com o núcleo grupos. Portanto, Consideram-se... os grupos étnicoraciais...<br />

= Os grupos étnico-raciais são considerados.... Desse modo, não há prejuízo algum<br />

na correção gramatical na reescritura.<br />

20 – E. O verbo concorda com quem, por isso fica na 3ª pessoa do singular. a) Havia (verbo<br />

impessoal fica na 3ª pessoa do singular). b) O lixo... vai. c) O tratamento e a destinação<br />

corretos do lixo evitariam que 35% deles fossem despejados em aterros. d) Faz (verbo<br />

impessoal fica na 3ª pessoa do singular).<br />

21 – D. Coloque na ordem direta: “Argumentos (sujeito) não faltarão (verbo) a nenhum dos<br />

intérpretes de um fato <strong>para</strong> considerá-lo segundo seu interesse e sua conveniência”. Claro,<br />

não? Vejamos uma por uma (corrigidas): a) Dentro da elite nunca se criticaram, diante da<br />

rotina do sistema penitenciário brasileiro, os horrores (núcleo do sujeito) a que os presos<br />

são submetidos (os horrores nunca foram criticados; perceba que o “se” ligado ao verbo é<br />

uma partícula apassivadora). b) Reservam-se ao pobre, tantas vezes identificado como<br />

potencialmente perigoso, as opções (núcleo do sujeito) da resignação ou da marginalidade<br />

social. c) Sem altos investimentos não haverá (com sentido de existir, não varia) como<br />

minimizar os horrores que vêm caracterizando as nossas penitenciárias. e) Ainda que não<br />

lhes convenha (verbo) fazer altos investimentos (sujeito oracional leva o verbo à 3ª pessoa<br />

do singular), as elites terão que calcular os custos de tanta violência.<br />

22 – D. Coloque na ordem direta <strong>para</strong> facilitar a “visão” <strong>para</strong> a concordância: “Como se vê,<br />

estimular a salvação das baleias (sujeito oracional) cabe (verbo) aos bons princípios<br />

ecológicos, seja no alto-mar, seja na areia da praia”. Veja as demais (corrigidas): a) À<br />

noite, dava-se (verbo com “se” apassivador; cuidado!!!) aos trabalhos de poucos e à<br />

diversão de muitos uma trégua (núcleo do sujeito) oportuna, <strong>para</strong> tudo recomeçar na<br />

manhã seguinte. b) Aos esforços brutais da jubarte não correspondia (verbo) qualquer<br />

efeito (núcleo do sujeito) prático, nenhum avanço obtinha o gigante encalhado na areia. c)<br />

Sempre haverão (verbo) de aparecer aqueles (sujeito) que, diante de um espetáculo trágico,<br />

logram explorá-lo como oportunidade de comércio. (O verbo haver só não varia quando tem<br />

sentido de existir, seja sozinho, seja como verbo principal de uma locução verbal, o que não é<br />

o caso, pois nesta frase ele é o verbo auxiliar da locução verbal haverão de aparecer.) e) Da<br />

baleia encalhada em 1966 não restaram (verbo), lembra-nos o autor, senão as postas<br />

(núcleo do sujeito) em que a cruel voracidade dos presentes retalhou o animal.<br />

23 – C. O verbo haver só é impessoal quando tem sentido de existir. Se ele for verbo auxiliar<br />

de uma locução verbal, como é o caso (haverão de caber), irá variar normalmente. Por que


haverão (verbo) de caber a um simples passageiro as responsabilidades (núcleo do sujeito)<br />

do comando de uma aeronave?<br />

24 – E. “É necessário (o verbo fica no singular e o adjetivo no masculino singular por<br />

causa do sujeito oracional em seguida) que haja medidas que busquem controlar o consumo<br />

predatório dos recursos da natureza que, cada vez mais escassos, estão sujeitos a uma lenta<br />

reposição”. Veja os erros das demais (corrigidas): a) Os níveis (núcleo do sujeito)<br />

alarmantes de poluição da água no planeta, resultante da atividade humana, estão (verbo)<br />

dando sinais de que ela poderá faltar em boa parte do globo terrestre, que já sofre com sua<br />

escassez. b) A proporção (núcleo do sujeito) entre número de habitantes e oferta de<br />

recursos naturais está (verbo) em descompasso, levando à necessária redução no consumo<br />

desses recursos que garantem a vida no planeta. c) Ambientalistas já alertam <strong>para</strong> os<br />

perigos à sobrevivência da humanidade, caso os habitantes (núcleo do sujeito) do planeta<br />

continuem (verbo) a consumir de modo irresponsável os recursos naturais, muitos dos<br />

quais já escassos. d) Existem (verbo) programas (núcleo do sujeito) de conscientização da<br />

população mundial que busca divulgar formas de consumo sustentável dos recursos<br />

naturais e respeito ao ritmo da natureza, <strong>para</strong> permitir que ela (sujeito) o reponha (verbo).<br />

25 – E. “Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do<br />

mercado (sujeito composto) sinalizam <strong>para</strong> as inconveniências que adviriam da adoção do<br />

ensino religioso nas escolas públicas”. Veja os desvios das demais: a) Provoca (verbo)<br />

muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento (núcleo do sujeito) de<br />

alguns religiosos e parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas públicas. b)<br />

Sempre deverá haver (quando o verbo haver tem sentido de existir, o verbo auxiliar da<br />

locução verbal fica na 3ª pessoa do singular) bons motivos, junto àqueles que são contra a<br />

obrigatoriedade do ensino religioso, <strong>para</strong> se reservar essa prática a setores da iniciativa<br />

privada. c) Um (núcleo do sujeito) dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os<br />

que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consiste (verbo) nos altos custos<br />

econômicos que acarretarão tal medida. d) O número (núcleo do sujeito) de templos em<br />

atividade na cidade de São Paulo vem (verbo) gradativamente aumentando, em proporção<br />

maior do que ocorrem com o número de escolas públicas.<br />

26 – A. Na letra A, o verbo atribuir, acompanhado de se apassivador, concorda com o<br />

antecedente do pronome relativo que (os predicados mágicos), por isso deve ficar no plural.<br />

Veja: “Nem todos discriminam, numa foto, os predicados mágicos que a ela se atribuem<br />

nesse texto.”<br />

27 – C. Eu falei a você que a FCC se amarra em deslocar o sujeito, portanto coloque a frase


na ordem direta. Veja como a frase da letra C está invertida: “Não convém aos injustiçados<br />

reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação<br />

de desigualdade”. Ordem direta (o sujeito sempre vem antes do verbo): “Reclamar por<br />

igualdade de tratamento... não convém aos injustiçados”. Facilitou a visão, não é? Percebe<br />

que o sujeito da forma verbal convém é uma oração reduzida de infinitivo (Reclamar por<br />

igualdade de tratamento)? Quando o sujeito está em forma de oração, o verbo sempre fica no<br />

singular. Ok? Veja os erros (já corrigidos) das demais: a) A utilidade dos dicionários,<br />

mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifesta-se nas argumentações<br />

ideológicas. b) Não se nota, entre os preconceituosos, qualquer disposição <strong>para</strong> discutir o<br />

sentido de um juízo e as consequências de sua difusão. d) Como discernimento e<br />

preconceito são duas acepções de discriminação, há que se esclarecer o sentido pretendido.<br />

e) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surge na utilização de<br />

preconceitos já cristalizados. Percebeu que o sujeito veio depois do verbo em B e em D?<br />

28 – E. “As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliados na medida da importância<br />

do tema tratado”. Sujeito composto, verbo no plural. Simples assim. Veja os erros (já<br />

corrigidos) das demais: a) Outra descoberta foi a de que também existiam na figuração de<br />

um motivo em que estivesse ausente o ser humano alguns valores profundos. Colocando na<br />

ordem direta: “Outra descoberta foi a de que alguns valores profundos existiam...”. Viu<br />

como facilita? Faça isso sempre que necessário for. b) Uma gama de estados de espírito que<br />

não sabemos nomear, apesar de sua grande força, pode ser suscitada pelos artefatos e<br />

signos que o homem produz. c) É numa concepção de humanidade modificada ao longo do<br />

tempo que se assentam noções relativas a uma dimensão humana da arte. O verbo assentar<br />

vem seguido de uma partícula apassivadora (bastante comum na FCC). Note como é fácil<br />

descobrir se o se é ou não uma partícula apassivadora. Coloque a voz verbal na voz passiva<br />

analítica; se for possível, o se é apassivador. Veja (na ordem direta, é claro!): “É numa<br />

concepção... que noções relativas a uma dimensão humana da arte são assentadas.”.<br />

Normalmente o sujeito de um verbo com partícula apassivadora vem após ele. Atenção! d)<br />

Não faz muitos anos que na grande arte só se podiam admitir temas heróicos, míticos ou<br />

religiosos. O verbo fazer, indicando tempo decorrido é impessoal, portanto não varia.<br />

29 – C. Note que o verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito singular: “E que a<br />

produção de alimentos precisará crescer 70% até 2050...”.<br />

30 – D. Quando o adjetivo, com função de adjunto adnominal, vem após dois substantivos de<br />

gêneros diferentes, a concordância de gênero e número (concordância nominal) pode se dar<br />

com o substantivo mais próximo (concordância atrativa) ou com ambos, ficando no masculino<br />

plural (concordância gramatical). Portanto, tanto faz: Compramos livro e jornal velhos ou


Compramos livro e jornal velho.<br />

31 – D. Com sujeito determinado, o particípio de ser + adjetivo/particípio varia<br />

normalmente. Deveria ser, portanto: “A partir de hoje, é proibida a adoção de crianças...”.<br />

32 – E. Quando núcleos do sujeito composto são sinônimos, o verbo preferencialmente fica no<br />

singular. Já que recrudescimento e exacerbação são sinônimos, o verbo provocar fica no<br />

singular, assim como, no enunciado, o verbo alcançar ficou no singular, pois os núcleos do<br />

sujeito são igualmente sinônimos (declínio e decadência). Quando os núcleos são antônimos,<br />

o verbo fica no plural. Logo, as frases de A a D deveriam apresentar verbos no plural.<br />

33 – B. Adjetivo, com função de adjunto adnominal, posposto a substantivos de gêneros<br />

diferentes concorda com ambos, no masculino plural, ou com o mais próximo. Logo, a<br />

construção consultorias e bancos renomadas não procede.<br />

34 – C. Vamos combinar uma velha máxima da concordância verbal: o verbo concorda em<br />

pessoa e número com seu sujeito. Quem quer “filhos”? As mulheres. Até porque só elas<br />

podem engravidar...<br />

35 – D. Perceba que o governo é quem “efetua” o controle dos nascimentos prematuros. Logo,<br />

“O controle dos nascimentos prematuros (é) efetuado pelo governo...”.<br />

36 – E. “Foram os peixinhos do mar”. A palavra peixinhos é o núcleo do sujeito da forma<br />

verbal foi, por isso ela deve ficar no plural (foram).<br />

37 – C. Caso clássico do verbo haver significando existir. Esta é <strong>para</strong> elevar a autoestima!<br />

38 – C. Na alternativa c), o verbo integrar pode ter como referente (aqueles que foram)<br />

escolhidos, indo assim <strong>para</strong> o plural – integrarem. Em todas as outras alternativas, existe a<br />

obrigatoriedade da forma verbal em destaque. Na alternativa a), o sujeito da oração é Jogar<br />

“games” de computador, sendo seu núcleo jogar, levando o verbo obrigatoriamente <strong>para</strong> o<br />

singular. Portanto não há opção de pluralizar o verbo. Na alternativa b), quem foi produzido<br />

foi “um” dos títulos, não “os títulos”, portanto o verbo deve ficar no singular, sem opção de<br />

plural. Na alternativa d), em o grupo de controle, que é o sujeito, a expressão grupo é núcleo,<br />

obrigando o verbo a ficar no singular, até porque seu especificador “de controle” também está<br />

no singular. Quanto à derradeira alternativa e), interagir é o próprio sujeito de é preciso, logo<br />

não pode ir <strong>para</strong> o plural, porque, apesar de ser um verbo, funciona como substantivo.<br />

39 – CERTO. Note que antes do particípio do verbo perder (perdida), há uma estrutura de<br />

indeterminação do sujeito: “... que se vive...”. Logo, o verbo perder, no particípio, deveria<br />

ficar no masculino singular, que é uma forma neutra <strong>para</strong> se referir ao sujeito indeterminado, a<br />

saber: “Mas é assim mesmo que se vive (alguém vive): perdido no tempo e no espaço.”. Isto


é o que diz a norma culta. No entanto, como esse trecho foi retirado de uma obra literária, o<br />

autor tem licença poética <strong>para</strong> usar o particípio se referindo a uma personagem, por exemplo.<br />

40 – ERRADO. O ou tem valor de exclusão, pois indica que um dos três atos (puxar, afiar,<br />

assistir) seria simples. Quando os núcleos do sujeito composto forem ligados por este ou<br />

exclusivo, o verbo ficará no singular, sempre!<br />

41 – ERRADO. Nascidas se refere tão somente a sepulturas, assim como seguras se refere a<br />

fortalezas e duro se refere a peso. A afirmação não procede.<br />

42 – ERRADO. O único erro desta afirmação é dizer que século faz parte do sujeito<br />

composto, quando na verdade se trata do núcleo do adjunto adverbial de tempo no século XV.<br />

43 – ERRADO. O sujeito explícito existe, sim (!), e está em forma de oração: “que a CE vem<br />

desenvolvendo novas formas políticas” (oração subordinada substantiva subjetiva) = isso [é<br />

verdade]. Não deixe o CESPE lhe dar uma pernada, hein!<br />

44 – Retire a intercalação (como o automobilístico) e verá que a afirmação da banca procede:<br />

“... decorreu da diminuição de estoques em alguns setores (...) pressionados...”. Bingo!<br />

45 – C. “... nos países emergentes, que, no entanto, já representam mais de 50%...”. O verbo<br />

concorda com o antecedente do pronome relativo. Simples assim!<br />

46 – A. Desenvolva a oração reduzida de particípio deflacionados <strong>para</strong> visualizar melhor: “...<br />

e em valores reais, que foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor<br />

Amplo...”. Portanto, a afirmação procede. b) Elevaram-se concorda com o sujeito composto<br />

iniciado por as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. c) A forma verbal<br />

proporcionou concorda com desempenho. d) O singular em fez aumentar é devido ao núcleo<br />

do sujeito crescimento. e) A forma verbal foram concorda com ganhos.<br />

47 – INCORRETA. A afirmação está equivocada porque o verbo haver (= existir) é<br />

impessoal. Nunca varia.<br />

48 – A. Ignore todas as intercalações entre o sujeito e o verbo, e você verá que a afirmação da<br />

opção A procede: “... uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana,<br />

excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de<br />

fato) <strong>para</strong> melhorar a vida do cidadão, soa...”. b) Podem varia com sociedades. c) O sujeito<br />

de referem-se é composto (A igualdade e a dignidade humana), logo o plural é a<br />

concordância correta. d) O verbo principal de uma locução verbal nunca varia; a afirmação da<br />

banca é absurda. e) O verbo levar concorda com o sujeito composto a igualdade, o respeito e<br />

a dignidade, por isso fica no plural.


49 – E. Na estrutura “Cada um dos folheteiros”, o verbo concorda com um obrigatoriamente,<br />

por isso não pode ficar no plural. a) O verbo concorda com o antecedente do relativo,<br />

folheteiros. b) O verbo concorda com o especificador do sujeito de valor partitivo,<br />

folheteiros. c) O verbo concorda com o sujeito composto, “O folheteiro e sua família”. d) O<br />

verbo concorda com o especificador do sujeito de valor coletivo, folheteiros.<br />

50 – E. A construção ser + adjetivo (Era necessário) fica no masculino singular, pois o<br />

sujeito é oracional (tomar medidas...). O verbo garantir fica no plural, pois concorda com o<br />

antecedente do pronome relativo, a saber: medidas.<br />

51 – B. O verbo fazer é impessoal quando indica tempo decorrido. Como faz parte de uma<br />

locução verbal, o verbo auxiliar fica obrigatoriamente no singular, pois é transmitida a<br />

impessoalidade do fazer a ele (deve fazer). O verbo haver (= existir) é impessoal também. O<br />

verbo apaixonar-se varia concordando com o antecedente do pronome relativo: pessoas.


Capítulo 29<br />

Gabarito<br />

1 – A. Olhe sempre <strong>para</strong> o verbo ou <strong>para</strong> o nome dentro da oração adjetiva. Se um deles exigir<br />

uma preposição, esta ficará antes do pronome relativo. O verbo referir-se exige a preposição<br />

a, por isso a que. O verbo ocupar-se exige a preposição de, por isso de que. Simples assim.<br />

2 – D. O substantivo oportunidade rege a preposição de ou <strong>para</strong>, logo a letra D está perfeita.<br />

a) Só “papel na”. b) Só como, por ser palavra explicativa introduzindo aposto explicativo. c)<br />

O verbo chamar não exige a preposição a, logo o a é só um artigo. e) idem à opção A.<br />

3 – D. O adjetivo inferior exige a preposição a + a (= aquela) = à. Faltou isso. A forma<br />

participial atribuída exige a preposição a + a Argentina = à Argentina. Faltou isso também no<br />

texto. A ESAF curte trabalhar regência com crase, mais de 90% das vezes.<br />

4 – CORRETA. A maneira como o verbo autorizar mantém relação com seus complementos<br />

é igual, pois em ambos os casos o verbo é VTDI (quem autoriza, autoriza alguém a algo).<br />

5 – A afirmação de que a presença de preposição em ao desemprego justifica-se pela regência<br />

de combate está perfeita, pois este substantivo de fato rege um complemento preposicionado<br />

por a.<br />

6 – Ambas estão erradas. Na primeira, há um desvio de regência do verbo recorrer, pois ele<br />

rege a preposição a. Portanto, deveria ser: “... e a eles recorriam os colegas...”. Na segunda,<br />

o verbo impor é VTDI, exige um objeto direto e um indireto. O objeto indireto na frase em<br />

questão é o pronome reflexivo se, e o objeto direto é o desafio de falar. A análise é esta,<br />

portanto: quem impõe, impõe alguma coisa (o desafio de falar outro idioma fluentemente) a<br />

alguém (se).<br />

7 – CERTO. Sim! A preposição deve vir explícita antes de oração subordinada adjetiva<br />

quando um verbo ou um nome depois do pronome relativo a exigir. Exemplo: O jornal que eu<br />

gosto é o Nacional. (errado)/O jornal de que eu gosto é o Nacional. (certo). Safo?<br />

8 – ERRADO. Nem precisaríamos de contexto <strong>para</strong> resolver esta questão se soubéssemos que<br />

resultar de indica causa e resultar em indica consequência, ou seja, “A mais doce<br />

embriaguez é a que resulta da mistura dos vinhos.” (causa) e “Aquela discussão resultou<br />

numa briga feia.” (consequência).<br />

9 – ERRADO. Questão perigosa! Todos os termos preposicionados são complementos do<br />

substantivo cultura, menos de bens materiais, que é complemento de acréscimo.<br />

10 – ERRADO. A forma verbal remete-se (VTI) exige a preposição a, logo ela não pode ser


etirada antes dos objetos indiretos.<br />

11 – C. Toda vez que cair uma questão como esta, ou seja, regência com pronome relativo,<br />

fique ligado no verbo ou no nome que vem após o pronome relativo. Digo isso porque eles é<br />

que vão ditar a regência e, consequentemente, o uso da preposição antes do pronome relativo.<br />

Vou grifar o verbo ou o nome e sua preposição antes do pronome relativo, ok? Lembre-se de<br />

que a banca quer a regência INCORRETA. a) O processo de globalização e a mundialização<br />

dos quais as organizações têm sido vítimas. b) O processo de globalização e a<br />

mundialização sobre os quais as organizações têm tido alguma influência. c) O processo de<br />

globalização e a mundialização com cujos parâmetros as organizações procuram imitar.<br />

COM cujos parâmetros? De onde vem este COM? Algum verbo ou nome exige tal preposição?<br />

Claro que não! Quem procura imitar, procura imitar alguém ou algo. Eis o erro! d) O processo<br />

de globalização e a mundialização <strong>para</strong> os quais as organizações têm voltado sua atenção.<br />

e) O processo de globalização e a mundialização por cujos princípios as organizações<br />

procuram guiar-se.<br />

12 – C. Questão megapolêmica, em que se marca a “melhor resposta”! Na letra A, o verbo<br />

assistir (= ajudar) pode ser VTD ou VTI (com preposição a). Na letra B, há um (1) gramático<br />

(só conheço ele!) que admite o uso de implicar (no sentido de resultar, acarretar) com a<br />

preposição em: Celso P. Luft. Os demais dizem que, nesta acepção, implicar é VTD.<br />

Polêmicas! Na letra C, ninguém tem dúvidas de que importunar é VTD (quem importuna,<br />

importuna alguém e não a alguém). Na letra D, ninguém tem dúvidas da dupla regência de<br />

influir (em ou sobre). Na letra E, há bons gramáticos, como o próprio Luft, que aceitam a<br />

regência do verbo visar com a preposição a (VTI) ou sem a preposição (VTD). Fazer tal<br />

coisa com o candidato é privilégio da Fundação Dom Cintra? Claro que não! Todas as bancas<br />

fazem isso: ESAF, FCC, CESPE, FGV etc., etc., etc. Fique esperto!<br />

13 – E. O verbo que não exige complemento é chamado de intransitivo. No enunciado, o verbo<br />

custar (exprimindo preço/valor) é sempre intransitivo, acompanhado de adjunto adverbial de<br />

preço (R$ 35). Pois bem... o verbo caçar, na letra E, não exige complemento algum, portanto<br />

ambos os verbos são intransitivos. Os demais verbos exigem complementos (que eu<br />

sublinhei). Na letra D, o verbo ser é de ligação. Veja: a) “...de quem procura a reserva <strong>para</strong><br />

comprar artesanato,”. b) “<strong>para</strong> levar um casal de amigos”. c) “Scavello considera positiva<br />

a implantação do sistema na aldeia:”. d) “– Não somos assalariados,”.<br />

14 – D. Vejamos uma por uma: I – O verbo aspirar (=almejar) exige a preposição a. II – O<br />

verbo assistir (=ver) exige a preposição a. III – O verbo implicar (=acarretar) não exige<br />

preposição alguma, segundo 99% dos gramáticos. IV – O verbo chegar exige a preposição a,


mas diante da palavra casa só haverá crase se ela vier especificada, o que não é o caso.<br />

15 – C. a) O provedor cujo plano comprei demonstra eficiência. Esta questão é sobre o uso<br />

do cujo! Ele nunca é substituído pelo pronome relativo que. O cujo fica entre dois nomes<br />

estabelecendo uma relação de posse entre eles. b) As pessoas as quais compareceram<br />

desconheciam informática. O verbo comparecer não exige a preposição de. c) O desejo de<br />

que a Internet ficasse mais rápida se realizou. Segundo o padrão CESGRANRIO, seria um<br />

erro omitir essa preposição exigida pelo substantivo desejo antes da conjunção integrante.<br />

Portanto, está certa. d) O menino, cujo pai trabalha em informática, virá ajudar-nos. O<br />

artigo nunca vem acompanhando o pronome relativo cujo. e) A matéria em que me dei mal foi<br />

programação. Quem se dá mal se dá mal em alguma coisa.<br />

16 – D. a) Segundo a vasta maioria dos gramáticos, não podemos ter um complemento só <strong>para</strong><br />

verbos de regências diferentes, logo deveria ser: “Entrei no escritório e saí dele hoje<br />

correndo.”. b) O certo seria “O relatório de que (ou sobre o qual) te falei está em cima da<br />

mesa.”, pois quem fala, fala de/sobre alguma coisa. c) Quem dá, dá algo a alguém, logo “Esse<br />

é o colega a que (ou a quem ou ao qual) dei meu endereço novo.”. d) Ele aprendeu a usar a<br />

máquina por alguma coisa (pelo manual), logo está certo o uso da preposição por antes do<br />

pronome relativo que. Poderíamos reescrever assim: “O manual pelo qual aprendeu a usar a<br />

máquina é ruim.”. e) O certo seria “A ilha <strong>para</strong> onde (ou <strong>para</strong> a qual) eu mudei minha<br />

residência oficial é grande.”.<br />

17 – E. O verbo ir exige a preposição a. Além disso, o verbo assistir (=ver) exige a<br />

preposição a. Logo: “Fomos Ao cinema ontem assistir ao filme.”. Bem fácil esta!<br />

18 – C. O verbo recordar não exige complemento preposicionado, logo é um VTD. O verbo<br />

lembrar também é VTD, logo não pode exigir complemento preposicionado. Reescrevendo...<br />

“Gostava de recordar os fatos de sua infância./Gostava de lembrar os fatos de sua<br />

infância.”. Vale dizer que o verbo pronominal lembrar-se é VTI e exige a preposição de.<br />

Veja: “Gostava de se lembrar dos fatos de sua infância.”. Aí, sim, estaria certo! Beleza?<br />

19 – ERRADO. O verbo chamar no sentido de “classificar”, “cognominar” é um verbo<br />

transobjetivo, ou seja, exige um objeto direto seguido de um predicativo do objeto.<br />

Substituindo o pronome relativo que por seu antecedente, teremos a seguinte reescritura: “Ele<br />

chama a ética (OD) de metafísica dos costumes (POD).”. Quanto à preposição de, saiba que<br />

ela é facultativa sempre antes do predicativo do objeto do verbo chamar. Sendo assim, o<br />

trecho em itálico não é complemento verbal nem a preposição deve ser colocada<br />

obrigatoriamente.


20 – ERRADO. O nome indicação exige a preposição de. Mera questão de regência. Logo,<br />

lê-se o trecho assim: “A indicação inicial é (a = aquela) de que, sim, a rede está<br />

alterando...”. Segundo a maioria dos gramáticos, a oração com função de complemento<br />

nominal é iniciada por preposição obrigatória (outros gramáticos dizem que ela pode ficar<br />

implícita).<br />

21 – ERRADO. Os dois primeiros nomes – decorrência (de) e condizente (com) –, de fato,<br />

exigem complementos preposicionados, mas irreprimível não exige complemento<br />

preposicionado algum. Em a voz irreprimível dos fantasmas, a preposição de estabelece uma<br />

relação nocional de posse entre voz e fantasmas.<br />

22 – E. Questão de regência nominal purinha! Em A: “Alguns acreditam que com o advento<br />

da chamada globalização o mundo foi reduzido a/em uma pequena aldeia”. Em B: “É<br />

notável a submissão de certos animais <strong>para</strong> com/ao dono.”. Em C: “Não se pode afirmar<br />

que não haja legitimação <strong>para</strong> as regras morais na sociedade contemporânea.”. Em D:<br />

“Parece razoável propor que em todas as áreas do conhecimento há certa dicotomia<br />

em/entre teoria e prática.”. Em E: “Alguns críticos acreditam que a sensibilidade é<br />

inerente em/aos grandes artistas.”.<br />

23 – D. a) “Os argumentos em que devemos nos agarrar devem se pautar nos limites da<br />

racionalidade e da justiça.” Quem deve se agarrar, deve se agarrar em algo/alguém. Quanto<br />

ao uso do pronome oblíquo átono em próclise ao verbo principal da locução verbal (... em<br />

que devemos nos agarrar), Cegalla e Azeredo dizem ser formas corretas, mesmo com palavra<br />

atrativa antes da locução; os demais dizem que não! Portanto, faço questão de reescrever de<br />

duas maneiras diferentes <strong>para</strong> atender às exigências da maioria dos gramáticos: “... em que<br />

nos devemos agarrar” ou “... em que devemos agarrar-nos”. Essas duas formas de<br />

colocação pronominal são consenso entre os gramáticos. b) “Os casos históricos a que<br />

Voltaire recorre em seu texto ajudam-no a demonstrar que a pena de morte é ineficaz.”<br />

Quem recorre, recorre a algo/alguém. Este último que é uma conjunção integrante, pois<br />

conecta a oração anterior à posterior sem substituir/retomar nenhum termo anterior como faz o<br />

pronome relativo. A preposição antes da conjunção integrante estava errada porque “quem<br />

demonstra, demonstra algo”. c) “A pena de talião é um recurso cuja eficácia muitos<br />

defendem, ninguém se abale de tentar demonstrá-la.” Quem defende, defende algo. O uso da<br />

preposição antes do cujo é um equívoco. O verbo abalar-se (= fugir) exige a preposição de.<br />

d) “Os castigos a que se submetem os criminosos devem corresponder à gravidade de que se<br />

reveste o crime.” Quem se submete, se submete a. Certo. Quem se reveste, se reveste de.<br />

Certo. Impecável! e) “As ideias liberais, a cuja propagação Voltaire se lançou, estimulam<br />

legisladores em quem não falte o senso de justiça.” Quem se lança, se lança A algo/alguém.


24 – E. No enunciado, o verbo é VTDI. Veja: “... cederam passo (objeto direto) a uma<br />

posição passiva (objeto indireto)...”. O mesmo ocorre com o verbo pautar na letra E: “...<br />

deverá pautar sua ação (objeto direto) em código de conduta (objeto indireto)...”<br />

25 – B. Veja logo a letra B: “... um vício de que muita gente da imprensa não consegue se<br />

esquivar”. A pergunta que você vai fazer é: “Muita gente da imprensa não consegue se<br />

esquivar de quê?” Do vício, certo? Afinal, quem se esquiva, se esquiva de algo/alguém. Em<br />

outras palavras, veja se após o pronome relativo há um verbo ou um nome exigindo uma<br />

preposição. Se houver (Brasil!), a preposição ficará antes do pronome relativo! Ok? a) “O<br />

Príncipe é um símbolo reincidente, de cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de<br />

Neve tenha conhecimento.” Quem tem conhecimento, tem conhecimento de algo. c) “A trama<br />

da qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.” Quem<br />

participa, participa de algo. O pronome relativo a qual está retomando a trama, expressão<br />

feminina, logo está bem usado. d) “Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão da qual<br />

decorreria toda a trama já conhecida de Branca de Neve”. Toda a trama decorreria de algo.<br />

e): “Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação de que irão<br />

depender todas as demais.” Todas as demais irão depender de...<br />

26 – A. Na letra A, veja que o cujo está bem usado, respeitando todos os critérios de uso.<br />

Sobre a preposição, ela vem antes do pronome relativo porque o verbo acreditar a exige:<br />

“Não deu certo o tal do método prático em cuja eficiência Paulo Honório chegou a<br />

acreditar.”. Vejamos os demais erros: b) “Para o jornalista, a criação da língua literária<br />

requer uma técnica sofisticada de que nenhum escritor pode abdicar.” Quem abdica, abdica<br />

algo ou de algo. c) “Quando Paulo Honório leu os dois capítulos datilografados, sentiu<br />

neles um artificialismo verbal que jamais toleraria.” Quem tolera, tolera algo/alguém. d)<br />

“Se literatura fosse um arranjo de palavras difíceis, os dicionaristas fariam poemas cujo<br />

brilho ninguém superaria.” Quem supera, supera algo/alguém. e) “A linguagem a que Paulo<br />

Honório de fato aspirava era simples, direta, e não uma coleção de figuras retóricas.”<br />

Quem aspira, aspira a algo (no sentido de almejar).<br />

27 – C. Observe com calma: “As hipóteses aventadas, em que se baseiam os especialistas,<br />

devem ainda ser comprovadas por exames acurados.”. Quem se baseia, se baseia em alguma<br />

coisa. Aí está. Faça este teste nas outras alternativas e constatará que não se exige a<br />

preposição em. a) com que. b) que d) A que. e) de que.<br />

28 – E. Vejamos as alternativas já corrigidas: a) “A obsolescência e o anacronismo,<br />

atributos a/<strong>para</strong>/<strong>para</strong> com/de/por os quais os americanos manifestam todo seu desprezo,<br />

passaram a se enfeixar com a expressão dez de setembro.” Os americanos manifestam todo


seu desprezo a/<strong>para</strong>/<strong>para</strong> com/de/por estes atributos: obsolescência e anacronismo. O uso do<br />

pronome relativo os quais está correto, pois ele retoma atributos (masculino plural). b) “O<br />

estado de psicose, no qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de<br />

segurança cuja radicalidade muitos recriminam.” Quem imerge, imerge em algum lugar...<br />

Quem recrimina, recrimina algo/alguém. O uso dos pronomes relativos está correto, pois o<br />

qual retoma estado de psicose, expressão masculina singular; quanto ao cujo, estabelece a<br />

relação de posse entre dois nomes adequadamente. c) “A sensação de que o 11/9 foi um<br />

prólogo de algo o qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do pasmo por/do qual<br />

foram tomados tantos americanos.” Quem se arrisca a pronunciar, se arrisca a pronunciar<br />

algo. Quem é tomado, é tomado de/por alguma coisa. Quanto ao uso de o qual retomando algo<br />

e pasmo, não há nada a dizer, pois está corretíssimo. d) “Não é à descrença, sentimento por<br />

que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é à esperança que queremos nos<br />

apegar.” Quem se sente invadido, se sente invadido por algo. Quem quer se apegar, quer se<br />

apegar A algo/alguém. Sobre o uso do pronome relativo que, você já sabe que ele retoma<br />

qualquer palavra. e) “Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se de<strong>para</strong>r, são<br />

também lições terríveis, de cujo significado não se deve esquecer.” Quem espera se de<strong>para</strong>r,<br />

espera se de<strong>para</strong>r com algo/alguém. Quem não se deve esquecer, não se deve esquecer de<br />

algo/alguém. Os pronomes relativos que e cujo estão dentro do padrão culto.<br />

29 – CERTO. O verbo consistir exige a preposição em. Tanto na reelaboração quanto em<br />

novas formas são complementos indiretos (objetos indiretos) do verbo. Simples assim.<br />

30 – A afirmação está CORRETA. Veja: “... deve ser tomada em relação ao modelo ... e (em<br />

relação) ao destino...”.<br />

31 – CERTO. Esta afirmação da banca procede, pois o adjetivo somado exige preposição a +<br />

os, que, por ser um demonstrativo, equivale a “aqueles”, logo o elemento aos poderia ser<br />

corretamente substituído por àqueles (... somado a + aqueles = àqueles... ).<br />

32 – A frase está CORRETA. O verbo escapar, no sentido de “fugir”, é transitivo indireto<br />

exige um complemento preposicionado. Foge-se a/de algo. O verbo escapar tem a mesma<br />

regência. Portanto, podemos reescrever o trecho “... pois a verdadeira natureza do negócio lhe<br />

esca<strong>para</strong>” assim: “pois a verdadeira natureza do negócio esca<strong>para</strong> a ele (ou dele)”.<br />

33 – B. Talvez você tenha pensado que deveria haver a preposição com entre fazer e que<br />

(fazer com que), certo? Só que essa preposição é facultativa antes de conjunção integrante.<br />

Portanto, pode-se dizer: “... fazer com que...” ou “... fazer que...”. Veja os desvios das demais<br />

(corrigidas): a) Em seu fingimento, só restou (este verbo não exige a preposição “de”) que<br />

dissesse ao ex-sócio que sentia saudades dele. c) Em atenção a (o nome atenção exige a


preposição “a”) seu talento indiscutível, pou<strong>para</strong>m-no das devidas multas (quem poupa,<br />

poupa alguém de alguma coisa). d) Passou os documentos a/<strong>para</strong> (passa-se algo <strong>para</strong>/a<br />

alguém) a mão do técnico e não os perdeu de vista até ao final da reunião. e)<br />

Inconformado com (o adjetivo inconformado exige a preposição “com”) que eles<br />

propalavam injúrias a seu respeito, decidiu denunciá-los.<br />

34 – E. a) Só mesmo ele, com sua ousadia, podia ter-se arrogado a certos direitos. (o verbo<br />

é VTDI e exige a preposição a). b) Percebeu que o que fizera era uma exorbitância de suas<br />

funções. (o substantivo exige a preposição em ou de, principalmente). c) No dia seguinte à<br />

postagem da carta, ela já a recebia em casa. (o adjetivo seguinte exige a preposição a). d)<br />

Sua função o incompatibilizou com muitos colegas. (o verbo é VTDI: incompatibiliza-se<br />

algo/alguém com algo/alguém). e) Depois de anos, resignou-se definitivamente àquele modo<br />

de vida precário. (o verbo exige a preposição a + aquele = àquele).<br />

35 – B. Segundo a CESGRANRIO, a preposição não é facultativa antes de complemento em<br />

forma de oração. Ou seja, se o verbo ou o nome exigir preposição, esta ficará ex-plí-ci-ta<br />

antes do complemento oracional. A letra A está errada porque deveria ser: “A certeza de que<br />

a sorte chegará <strong>para</strong> mim é grande.”. Preposição explícita! Percebeu? Por isso o gabarito é<br />

“Preciso de que me arranjem um emprego.”. Veja as demais (já corrigidas): c) Convidei a<br />

(artigo) Maria <strong>para</strong> vir ao escritório. d) A necessidade de que ele viesse me ajudar me fez<br />

chamá-lo. e) Às dez horas em ponto, estarei em sua casa.<br />

36 – A. Já tratamos do caso dos verbos esquecer/lembrar aqui, lembra-se disso? Como o<br />

verbo da alternativa a) é pronominal, exige a preposição de, corretamente empregada junto ao<br />

pronome demonstrativo. Corrigindo as demais: b) Os professores avisaram os alunos da<br />

prova. c) Deve-se obedecer ao português padrão. d) Assistimos a uma aula brilhante. e)<br />

Todos aspiram ao término do curso.<br />

37 – E. “... e o (= aquilo) de que necessita”. Quem necessita, necessita daquilo. “...o<br />

dinheiro com que pagar”. Quem paga, paga com dinheiro.<br />

38 – Há erro em (4). Quem direciona, direciona alguém/algo (OD) <strong>para</strong> alguma coisa (OI).<br />

Logo, o certo é “direcioná-los <strong>para</strong>...”. A (5) está certa, pois o adjetivo conscientes exige a<br />

preposição de.<br />

39 – B. O verbo interessar exige a preposição a, logo interessava a ele está adequado à<br />

norma culta. Sobre manifestar-se, este verbo pronominal normalmente tem como complemento<br />

termos iniciados por sobre, quanto a, acerca de, a favor de, contra. Logo, igualmente correta<br />

está a regência. Vejamos os desvios das demais: a) “... e até de irresponsável”. c) “... de que


todos tinham orgulho”. d) “Sua obra é daquelas de que se pode dizer tudo...” e) “Aquele<br />

professor é a verdadeira razão pela qual (por que) muitos estudantes decidiram dedicar-se à<br />

pesquisa, o que o (exerce função de sujeito de ser (VL), logo não pode ser ‘lhe’) faz ser<br />

constantemente mencionado como exemplo a ser seguido.”.<br />

40 – E. Segundo Bechara, no capítulo de adjunto adverbial, o verbo falar (de) é intransitivo<br />

na acepção do enunciado e de discos é seu adjunto adverbial de assunto (ou matéria tratada).<br />

Portanto, não haveria resposta, uma vez que temos em a) VTI, b) VTI, c) VTI, d) VTI e só em<br />

e) VI. Ou seja, todas as opções, exceto a E, seriam o gabarito. Não obstante, segundo<br />

Francisco Fernandes e Celso P. Luft, em seus dicionários de regência, falar é VTI, logo, na<br />

visão deles, só restaria a letra E, gabarito da banca. Valia fazer um recurso, mas...<br />

41 – A. Tanto o verbo comprovar quanto o verbo alegar não exigem preposição, logo a opção<br />

a) deve ser assim reescrita: Comprovou que e alegou que os documentos eram originais. Nas<br />

demais opções, segue-se a regra aceita por alguns gramáticos, como Cegalla e Bechara, a<br />

saber: pode-se dar o mesmo complemento a termos de regências diferentes. b) Segurou o<br />

menino com (a mão esquerda) e pela mão esquerda. c) Por conta de (saldar dívidas) e <strong>para</strong><br />

saldar as dívidas, penhorou seu único imóvel. d) Necessitava de (documentos que haviam<br />

ficado retidos indevidamente) e exigia os documentos que haviam ficado retidos<br />

indevidamente. e) Os estados se unificaram em (uma sólida confederação) e por uma sólida<br />

confederação.<br />

42 – D. Dentre os sentidos de assistir, pode ele significar “caber, dizer respeito a”: É forçoso<br />

reconhecer que razão cabe ao magistrado.<br />

43 – A. I – O verbo preferir tem regência fixa: prefere-se isso A aquilo. II – “... a cujo<br />

acesso...”. III – O substantivo parte exige a preposição de, que fica antes do pronome<br />

relativo. IV – Quem autoriza, autoriza alguma coisa, logo este verbo não exige preposição<br />

alguma. V – O verbo dispor exige a preposição de, que fica obrigatoriamente antes do<br />

pronome relativo.<br />

44 – B. a) “... nada melhor que (ou do que)...” (a estrutura é de com<strong>para</strong>ção de<br />

superioridade). b) O verbo dignar-se exige a preposição de. Perfeito! c) O verbo ocasionar<br />

não exige preposição alguma (“... ocasionou um fim trágico.”). d) “foram atendidas no<br />

Hospital...”. e) O verbo acreditar, tendo como complemento uma oração não exige<br />

preposição, pois é um VTD, logo “Acredito, sinceramente, que o melhor a fazer é afastá-lo<br />

da comissão.”.<br />

45 – D. Como o verbo entender é transitivo direto, não exige complemento preposicionado.<br />

Simples.


Capítulo 30<br />

Gabarito<br />

1 – A. O topônimo Brasília não vem antecedido de artigo, mas, por estar especificado por dos<br />

meus sonhos passa a vir. Sendo assim, a preposição exigida pelo verbo ir se funde com o<br />

artigo, formando a crase: Vou a + a Brasília dos meus sonhos = Vou à Brasília dos meus<br />

sonhos. b) Se fosse “da segunda à sexta”, por causa da correlação, a crase seria obrigatória.<br />

c) O verbo viajar não exige a preposição a, logo não pode haver crase. d) Cavalo não dita<br />

moda. Logo, dizer “bife à cavalo” é o mesmo que dizer que o cavalo come bife de uma<br />

determinada maneira a ponto de lançar moda. Loucura total! e) Não há crase diante de verbo.<br />

2 – D. Antes de mais nada, curiosa foi a ousadia da banca em expor a expressão à distância<br />

(não especificada, mas craseada). Vamos lá! O erro da D se dá porque não há crase entre<br />

palavras repetidas. a) Locução prepositiva de núcleo feminino é sempre craseada. b) Locução<br />

conjuntiva de núcleo feminino é sempre craseada. c) Locução adjetiva de núcleo feminino é<br />

sempre craseada; quando indica instrumento ou meio, há polêmica! e) Locução prepositiva de<br />

núcleo feminino é sempre craseada.<br />

3 – D. Além de o sentido mudar, mudou a classificação sintática. “Saiu à francesa” (sentido:<br />

saiu sem ser notado; função sintática: adjunto adverbial de modo). “Saiu a francesa” (sentido:<br />

a francesa saiu; função sintática: sujeito).<br />

4 – D. (1) Não há crase diante de pronome indefinido, ainda mais no masculino. (2) Não há<br />

crase depois de outra preposição, exceto “até” (caso facultativo); o a é só um artigo. (3) idem<br />

ao anterior. (4) O nome atenção exige a preposição a + as questões = às questões. (5) Idem<br />

ao (2).<br />

5 – C. (1) Não há crase diante de palavra masculina. (2) O adjetivo ligada exige a preposição<br />

a + as políticas = às políticas. (3) Não há crase depois de outra preposição, exceto “até”<br />

(caso facultativo); o a é só um artigo. (4) A expressão com vistas a termina em preposição a +<br />

a implementação = à implementação. (5) O substantivo ameaças exige a preposição a + a<br />

estabilidade = à estabilidade.<br />

6 – A afirmação está equivocada, pois é o substantivo rumo que exige a preposição a + a<br />

modernização = à modernização.<br />

7 – E. O verbo aproveitar não exige preposição alguma, pois é um VTD (quem aproveita,<br />

aproveita alguma coisa). Logo o trecho deve ser: “...condições de aproveitar as<br />

oportunidades...”.<br />

8 – A afirmação, autoexplicativa por sinal, procede. No entanto, saiba que a maioria dos


gramáticos veem o a antes da preposição de como um pronome demonstrativo. A ESAF,<br />

entretanto, se baseia muito no Bechara e no Luft <strong>para</strong> a formulação de suas questões; na visão<br />

desses caras, o a antes de de é um artigo seguido de substantivo implícito.<br />

9 – CORRETA. O a antes de fatores e garantias é só uma preposição, pois tais substantivos<br />

pluralizados estão em sentido genérico.<br />

10 – E. Não há crase antes de verbo.<br />

11 – A afirmação está equivocada, pois não há crase antes de verbo, em hipótese alguma!<br />

12 – A afirmação está perfeita. É autoexplicativa.<br />

13 – E. Nas duas primeiras lacunas, não há crase, pois o verbo regendo não exige preposição,<br />

logo só cabem artigos. Na terceira e na quarta lacuna, não há crase antes de verbo. Na última<br />

lacuna, o substantivo rumo exige a preposição a + a maturidade = à maturidade.<br />

14 – INCORRETA. Não há crase antes de palavra pluralizada em sentido genérico.<br />

15 – ERRADO. Não há crase diante de pronome demonstrativo, exceto aquele(a/s), aquilo.<br />

16 – CERTO. A afirmação da banca procede, pois o adjetivo somado exige preposição a +<br />

os, que equivale a “aqueles”. Logo, o elemento aos poderia ser corretamente substituído por<br />

“àqueles” (... somado a + aqueles = àqueles... ).<br />

17 – B. É a atividade de construção de que o artista dispõe, o seu poder de imprimir a um<br />

trabalho (não há crase diante de artigo indefinido) sentimentos e sensações, e a qualidade de<br />

pensamento que conferem humanidade à arte (crase clássica; confere-se humanidade a + a<br />

arte); e essa humanidade pode ser realizada com uma série ilimitada de temas ou elementos<br />

formais. Tudo isso já foi repetido à exaustão (caso obrigatório de crase: locução adverbial<br />

de núcleo feminino).<br />

18 – A. O verbo ascendeu exige a preposição a + a classe média = à classe média. Antes de<br />

verbo (a consumir) e antes de artigo indefinido (a um ritmo acelerado), não há crase.<br />

19 – A. O verbo aludir exige a preposição a + a felicidade = à felicidade.<br />

20 – A. Tanto no enunciado como nesta opção, o substantivo ameaça rege um complemento<br />

iniciado pela preposição a + a integridade = à integridade. Simples assim. b) O verbo<br />

ameaçar é VTD, não exige preposição a. Não confunda verbo com substantivo. c) Não há<br />

crase diante de palavra masculina. d) Idem ao anterior. e) Idem ao B.<br />

21 – D. Não há crase antes do pronome relativo que, a não ser que antes dele haja um<br />

pronome demonstrativo a (= aquela), o que não é o caso. Quem faz justiça, faz justiça a + a


complexidade = à complexidade. Na última lacuna, não há crase diante de palavra masculina.<br />

Basicão!<br />

22 – D. Tanto no enunciado como nesta opção, o verbo chegar exige a preposição a + a<br />

(inevitável) conclusão = à (inevitável) conclusão. O fato de haver um termo antes do<br />

substantivo feminino não significará que não haverá crase.<br />

23 – A. Não há crase diante de artigo indefinido. Quem dá lugar, dá lugar a + a escalada = à<br />

escalada. Não há crase antes do pronome relativo que, a não ser que antes dele haja um<br />

pronome demonstrativo a (= aquela), o que não é o caso.<br />

24 – Questão maldosa! A afirmação está equivocada, pois o padrão culto escrito abonaria,<br />

sim, o emprego de ao: No entanto, a elaboração anterior ao Grupo...<br />

25 – INCORRETA. Só é opcional ou facultativa a crase antes de pronome possessivo<br />

adjetivo feminino, ou seja, em ou são ligadas à (a) sua comunidade. Veja isso em Casos<br />

Facultativos.<br />

26 – B. a) Não há crase diante de verbo. b) Há crase diante de palavra feminina em sentido<br />

específico. c) Não há crase diante da maioria dos pronomes indefinidos (exceto outra(s),<br />

várias, demais...). d) Idem ao C. e) Não há crase diante de pronome demonstrativo, exceto<br />

aquele(a/s), aquilo.<br />

27 – CERTO. Se há preposição (a) + artigo (os), o feminino disso seria preposição (a) +<br />

artigo (a), o que resultaria na crase. Logo, a substituição de aos contornos constitucionais<br />

por à legislação constitucional está perfeita.<br />

28 – C. Não ocorre crase diante de palavras pluralizadas (com sentido genérico ou<br />

indefinido). Para haver crase, é preciso a (preposição) + a (artigo). Só haveria crase em C se<br />

houvesse artigo “as” antes de palavras: Ele sempre fazia alusão às (a + as) palavras de seu<br />

poeta favorito.<br />

29 – E. A regência verbal em atender exige a preposição a que, junto do artigo feminino as<br />

(necessidades), forma a crase (às necessidades). a) Os empregados mostraram-se resistentes<br />

(a ou às) mudanças na empresa. Não há crase diante de palavra pluralizada em sentido<br />

genérico. b) Muitos gostariam de ter um tempo maior a fim de se qualificar. Não há crase<br />

diante de palavra masculina. c) O mercado oferece menos chances a quem está afastado. Não<br />

há crase diante desse pronome indefinido. d) O bom profissional está atento a todas as<br />

transformações do mercado. Não há crase diante desse pronome indefinido, ainda mais<br />

pluralizado.<br />

30 – D. Acento exigido pela regência verbal (... se deveu a + a preocupação = à


preocupação). a) Não há crase diante de artigo indefinido. b) Não há crase diante desse<br />

pronome indefinido. c) Não há crase diante de verbo. e) Os estudos dos efeitos dos jogos<br />

eletrônicos sobre os idosos vêm sendo realizados há vários anos (indica tempo decorrido).<br />

31 – CERTO. Autoexplicativa: “... adequar os serviços a + as populações = às<br />

populações...”.<br />

32 – CERTO. Bizu de crase: se for possível substituir à por ao, há 99% de chance de a crase<br />

estar certa. Vejamos: “a (preposição) + o (artigo) = ao gênero humano”/a (preposição) + a<br />

(artigo) = à espécie humana.<br />

33 – ERRADO. A expressão às voltas com é uma locução prepositiva de núcleo feminino.<br />

Caso obrigatório de crase.<br />

34 – ERRADO. Em não se impõem as mesmas renúncias, a análise sintática é esta: não se<br />

(OI) impõem (VTDI) as mesmas renúncias (OD). Logo, não há a mínima chance de haver<br />

crase aqui.<br />

35 – INCORRETA. Obviamente altera! Um pouquinho de análise sintática não faz mal a<br />

ninguém <strong>para</strong> acertar esta questão: “A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual a<br />

produção poética recorre <strong>para</strong> continuar...”. Note que a produção poética é o sujeito do<br />

verbo recorrer. Sujeito não pode vir preposicionado, logo não pode ser craseado!<br />

36 – B. Veja que o a antes da preposição de (enunciado) é um pronome demonstrativo,<br />

equivalendo a “aquela”. Como o adjetivo semelhante exige a preposição a, ocorre a fusão, a<br />

crase: “... uma média semelhante àquela de um casal de classe média...”. O mesmo se dá em<br />

“Esta cena corresponde à (= àquela) que presenciei ontem.”.<br />

37 – C. I – Não há crase diante de pronome pessoal. II – “... chegou à conclusão (de) que...”.<br />

Inferimos que, na VUNESP, é preciso haver preposição explícita antes de oração objetiva<br />

indireta e antes de completiva nominal. III – Não há desvio algum de regência verbal, de fato.<br />

38 – A. Questão maldosa. Parece que o primeiro a é só um artigo, pois parece que angústia<br />

de imaginar que o homem pode estar só no universo tem função de sujeito. Mas... basta<br />

olharmos com mais calma <strong>para</strong> ver que não é bem assim, não. Veja o trecho na ordem direta:<br />

“A curiosidade humana soma-se a + a = à angústia de imaginar que o homem pode estar só<br />

no universo...”. O resto é mole! Não há crase diante de tudo — palavra masculina não rola!<br />

E, na última lacuna, o verbo dar (VTDI) exige a preposição a + as teses = às teses. Bingo!<br />

39 – E. Na locução prepositiva até a, a crase é facultativa. Gostaria de realçar a letra D. Há<br />

uma polêmica muito grande entre os gramáticos sobre colocar crase na expressão à vista, por<br />

não haver a forma masculina “ao prazo”. No entanto, a expressão à vista já se consolidou e


figura em provas de concursos como correta (com crase!). O gramático Cegalla é taxativo: à<br />

vista e à vista de são acentuadas.<br />

40 – E. O verbo restringir-se exige a preposição a + a presença = à presença. Simples<br />

assim.<br />

41 – B. O substantivo chegada exige a preposição a + aquela = àquela. Nível Teletubbie!<br />

42 – D. O verbo aspirar (= almejar) é VTI e exige a preposição a + a notoriedade = à<br />

notoriedade.


Capítulo 31<br />

Gabarito<br />

1 – C. Na primeira frase, com<strong>para</strong>m-se fatos. Na segunda e na terceira, a conjunção pode ser<br />

substituída por “visto que”, “uma vez que”, “já que”, atestando seu valor causal. Na quarta,<br />

com<strong>para</strong>m-se fatos. Na quinta, a ideia é de conformidade; pode-se substituir a conjunção por<br />

“conforme”.<br />

2 – D. Para saber a classificação da oração, é preciso reconhecer o se. Tanto na frase do<br />

enunciado como na letra D, a oração iniciada por se pode ser substituída por isso, o que<br />

confirma que o se é uma conjunção integrante: “... não sei isso (= se é esta toalha).”/“...<br />

gostaria de perguntar isso (=se ainda me considera seu amigo)”. Nas demais opções, o se é<br />

uma conjunção condicional.<br />

3 – B. Ambos os “ses” são conjunções condicionais, pois introduzem orações de sentido<br />

hipotético. Além disso, é possível reescrever os trechos em que aparecem assim: “Tem<br />

paciência, caso sejam obscuros. Calma, caso te provoquem.”.<br />

4 – B. Teste do bizu: “O importante é isso (= que todos se convençam de que é preciso<br />

lutar)”. Logo, o que é uma conjunção integrante. Nas demais opções, o que é um pronome<br />

relativo.<br />

5 – C. “Espero isso (= que você recupere logo a saúde).”. a) Pronome relativo. b) Conjunção<br />

coordenativa explicativa. d) Partícula expletiva (realce).<br />

6 – B. O primeiro que retoma meu marido. Para sabermos a função sintática do pronome<br />

relativo, basta substituirmo-lo pelo antecedente e reescrever a oração adjetiva: “... meu<br />

marido... não pode de ti ouvir” (Quem não pode ouvir (falar) de ti? Meu marido). Portanto o<br />

primeiro pronome relativo tem função de sujeito. O segundo que retoma amizade. Fazendo o<br />

mesmo esquema, temos a seguinte reescritura, em que desenvolvi a oração reduzida <strong>para</strong><br />

facilitar sua visão: “... (ele (o marido)) sabe que eu te dedico a amizade...” (Eu te dedico o<br />

quê? A amizade). Logo, esse relativo tem função de objeto direto de dedicar (VTDI). Questão<br />

difícil.<br />

7 – E. Substitua o pronome relativo que por o(a/s) qual(is). Este é um bom bizu <strong>para</strong> saber se<br />

o que é um pronome relativo. Outro bizu, você já sabe, substitua a oração iniciada pelo que<br />

por isso. Se der, conjunção integrante na cabeça. Veja os bizus em ação: “Outro aspecto o<br />

qual... leis as quais lhes deem... convém recordar isso... levantamento do qual resultou...”.<br />

Moleza!


8 – A. O primeiro que retoma a agonia do caráter neoliberal; trata-se de um pronome<br />

relativo. Troque por a qual e confira. O segundo que é uma conjunção subordinativa<br />

com<strong>para</strong>tiva (veja a estrutura de com<strong>para</strong>tivo de superioridade: “... mais... que...”).<br />

9 – I e II. Em ambas as opções, há erro na classificação. I – O como (= conforme) é uma<br />

conjunção subordinativa conformativa; indica, pois, conformidade e não com<strong>para</strong>ção. II – Na<br />

ordem direta: “Imaginar isso (= que há inflação no Brasil) é um erro.”. Assim, o que é uma<br />

conjunção integrante, não tem valor semântico de nada.<br />

10 – B. Bizus em ação: “À evidência imposta, a qual presume isso (= que a única forma<br />

aceitável de organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado)...”. Simples assim!<br />

11 – C. O vocábulo como na frase do enunciado e na opção c) é uma clara conjunção<br />

subordinativa com<strong>para</strong>tiva. a) Conjunção subordinativa com<strong>para</strong>tiva. b) Conjunção<br />

subordinativa causal. d) Advérbio interrogativo de modo (em frase interrogativa direta). e)<br />

Advérbio interrogativo de modo (em frase interrogativa indireta).<br />

12 – A afirmação está equivocada, pois não se pode dispensar é que da frase, logo não se trata<br />

de uma expressão expletiva. Na verdade, trata-se de um verbo de ligação + uma conjunção<br />

integrante: “O que é importante notar aqui é isso (= que a oposição entre falar e<br />

escrever...).”.<br />

13 – E. Substituindo o Se por Caso, a frase fica assim: “Caso não transmitamos uma ética<br />

robusta a eles, nosso DNA terá curta duração.”. Além disso, note que a oração iniciada por<br />

Se tem valor hipotético, próprio da condição. a) Conjunção integrante. b) Partícula<br />

apassivadora. c) Partícula de indeterminação do sujeito. d) Parte integrante do verbo.<br />

14 – Afirmação equivocada. O como é uma preposição acidental que introduz um aposto. Já o<br />

Como equivale a “visto que”, “já que”, “uma vez que” etc., ou seja, é uma conjunção causal.<br />

15 – D. Todos os “quês” do segmento do enunciado são conjunções integrantes. A única opção<br />

que traz uma conjunção integrante é a d): “o fato é isso (= que não dá <strong>para</strong> evitar a<br />

constatação)”. Nas demais opções, o vocábulo que é um pronome relativo.<br />

16 – A. I – Com<strong>para</strong>m-se aparelhos com o bluetooth. II – “Visto que, já que, dado que, uma<br />

vez que...”. III – “conforme eu ia dizendo...”. Não dava <strong>para</strong> errar esta, hein!<br />

17 – A. Nas ocorrências do enunciado e na letra a), o como tem valor conformativo. b) Causa.<br />

c) Modo. d) Com<strong>para</strong>ção. e) Com<strong>para</strong>ção.<br />

18 – C. A ideia é de condição, hipótese, por isso há equivalência semântica entre se e no caso<br />

de.


19 – Ambas as afirmações são equivocadas. O Se é uma conjunção condicional e pode iniciar<br />

período, sem problemas. A expressão é que não é expletiva, trata-se de um verbo vicário<br />

seguido de uma conjunção subordinativa causal. Um verbo vicário é aquele que ocupa o lugar<br />

de outro <strong>para</strong> evitar sua repetição. Lê-se assim: “Se faziam tudo aquilo, faziam porque não<br />

tinham casa.”.<br />

20 – ERRADO. Não há a mínima possibilidade de o se indicar um sujeito indeterminado,<br />

pois o sujeito está explícito (Os participantes).<br />

21 – B. Bizus em ação: “É certo isso (= que a mudança...).”: conjunção integrante. Entre o<br />

verbo ter/haver + infinitivo, o que é uma preposição acidental, equivalendo a “de”: “terão de<br />

abranger”.<br />

22 – D. Tanto na frase do enunciado quanto na da letra d), o se é uma conjunção integrante.<br />

Mais uma vez o bizu resolve: “Outra discussão chata, durante e após as partidas, é isso (=<br />

se um jogador teve a intenção...).”/“Não dá <strong>para</strong> o árbitro saber isso (= se a falta foi<br />

intencional ou não).”. a) Parte integrante do verbo. b) Partícula apassivadora. c) Conjunção<br />

causal.<br />

23 – A. Tanto na frase do enunciado quanto na da letra a), o que é um pronome relativo. Bizu:<br />

“... baseados em estatísticas as quais têm pouca ou nenhuma importância.”/“... ambiente<br />

bélico no qual se transformou o futebol”. Nas demais opções, o que é uma conjunção<br />

integrante.<br />

24 – B. A essa hora, você já deve estar escaldado de tanto ver pronome relativo e conjunção<br />

integrante, não é? Bizus em ação, novamente: “... uma ferramenta virtual a qual muitos<br />

adolescentes já dominam.”/“está permitindo isso (= que alunos do ensino fundamental<br />

exerçam sua veia literária...).”.<br />

25 – E. Na frase do enunciado e na letra e), o como é uma preposição acidental, equivale a<br />

“na qualidade de”. a) Conjunção subordinativa conformativa. b) Conjunção subordinativa<br />

causal. c) Conjunção subordinativa com<strong>para</strong>tiva. d) Advérbio interrogativo de modo.<br />

26 – C. Na primeira frase, com<strong>para</strong>-se o tempo a um remédio. Na segunda frase, pode-se<br />

substituir o como por visto que, já que ou qualquer outra conjunção subordinativa causal.<br />

27 – B. Autoexplicativa. Bizu: substitua o Se por Caso.<br />

28 – C. Bizu da conjunção integrante: decidiram em assembleia isso (= que esperariam). Nos<br />

demais casos, o que é um pronome relativo.<br />

29 – A. (1) “Verdade é isso (= que a ação...).”. (2) Trata-se de um que expletivo, fazendo


parte da construção expletiva ser + que: “É por meio dela que se faz o cálculo...” = “Por<br />

meio dela se faz o cálculo...”. (3) “... fora da vantagem a qual define a regra...” (bizu do<br />

pronome relativo). Com os bizus, a gente já acertou várias questões, percebeu?<br />

30 – A. O primeiro Se tem valor condicional: “Caso o cinema esteja cheio, a gente senta...”.<br />

O segundo Se não poderia iniciar o período, pois é um pronome oblíquo átono com valor de<br />

parte integrante do verbo.<br />

31 – ERRADO. O se é apassivador: “volume que se mantém” = “volume que é mantido”.<br />

32 – ERRADO. O primeiro se é apassivador (Sempre se soube isso. = Isso sempre foi<br />

sabido.). O segundo se também (o problema é muito mais grave do que se supunha (o<br />

problema) = o problema é muito mais grave do que era suposto (o problema)).<br />

33 – ERRADO. O primeiro se pode ser interpretado como uma parte integrante do verbo ou<br />

como, mais comumente, uma partícula de indeterminação do sujeito. O segundo se é<br />

apassivador: “... se encontravam centenas de milhares de rolos...” = “... centenas de<br />

milhares de rolos eram encontrados...”.<br />

34 – C. Se (conjunção condicional) = Caso + verbo no subjuntivo = hipótese = condição.<br />

35 – C. Se (conjunção condicional) = Caso + verbo no subjuntivo = hipótese = condição.<br />

Fácil!<br />

36 – D. Equivalente a “Caso o réu seja culpado... Caso o réu seja inocente...”. Simples assim.<br />

37 – C. Trata-se de um advérbio de modo.<br />

38 – A. Equivalente a “Depressa, porque o amor não pode esperar”. Sempre que vier um<br />

verbo no imperativo antes do que (= porque), não pestaneje, conjunção coordenativa<br />

explicativa!<br />

39 – A. Equivalente a “Conforme as organizações ambientalistas têm denunciado...”.<br />

40 – E. O que da letra e) retoma o pronome demonstrativo o (= aquilo): “[...] desejamos o (=<br />

aquilo) que não temos”. Em a), b) e d), use o bizu do isso, pois são conjunções integrantes. Na<br />

c), a conjunção é com<strong>para</strong>tiva, numa estrutura de superioridade (... mais do que...).


Capítulo 32<br />

Gabarito<br />

1 – CERTO. Afirmação autoexplicativa.<br />

2 – A. Enterrar significa literalmente “pôr sob a terra”. No contexto, a palavra foi usada, por<br />

desconhecimento, no lugar de “cravar”. Quando falamos que “embarcamos” no trem, também<br />

ocorre catacrese, pois não há palavra exata <strong>para</strong> entrar no trem, logo, por analogia, usamos<br />

“embarcar”.<br />

3 – Selecionei esta questão de propósito. Não confunda “anáfora”, recurso coesivo, com<br />

“anáfora”, figura de linguagem. Esta diz respeito à repetição de palavras no início de uma<br />

frase. Aquela diz respeito a palavras que retomam termos anteriores visando à não repetição.<br />

A afirmação está correta, mas nada tem que ver com figura de linguagem.<br />

4 – E. Cortiço não é um ser humano <strong>para</strong> acordar, logo houve personificação, isto é, atribuição<br />

de característica humana a ser não humano.<br />

5 – A. (1) Ocorre assonância, pois há repetição de vogais tônicas (di, lin, vi, vin, mi, vi). (2)<br />

Ocorre <strong>para</strong>nomásia, pois há vocábulos semelhantes na grafia e no som (manhas, manhãs).<br />

(3) Ocorre aliteração, pois há repetição de fonemas consonantais (serenos sons amenos fogem<br />

fluidas).<br />

6 – E. Antes de mais nada, saiba que a alegoria é uma espécie de metáfora (na verdade é uma<br />

sucessão de metáforas) que visa, normalmente, dar uma lição moral. Cristo as usava muito nas<br />

parábolas. Agora vamos ao gabarito: (1) Ocorre eufemismo, pois dormindo e deitados dizem<br />

respeito à condição de morte. (2) Ocorre prosopopeia, pois humaniza-se uma cômoda<br />

(observe as inicias maiúsculas: Dona Cômoda), tratando-a como “senhora rica”. (3) Ocorre<br />

antítese, pois há uma ideia clara de oposição (gentios – fiéis; idólatras – cristãos).<br />

7 – B. Com<strong>para</strong>m-se seres de universos distintos (obra – auto-retrato). Só de curiosidade:<br />

segundo a nova reforma ortográfica, escreve-se “autorretrato”.<br />

8 – C. O barbarismo é um desvio gramatical. Veja como deveria ficar cada opção <strong>para</strong> se<br />

adaptar à norma culta: a) um telefonema, espontânea. b) vierem. d) intervier. e) dispuser,<br />

afrouxe.<br />

9 – CORRETA. A anáfora, repetição da mesma palavra ou expressão no início de diferentes<br />

frases ou versos, é recorrente, de fato. Há a repetição da palavra quantos no início de cada<br />

uma das cinco frases presentes nesse trecho.<br />

10 – E. Notas musicais não dormem, logo há uma personificação (ou prosopopeia).


11 – C. Palmeira não é ser humano <strong>para</strong> confiar, logo trata-se de uma personificação.<br />

12 – A perífrase consiste em exprimir aquilo que poderia ser expresso por menor número de<br />

palavras, logo a afirmação procede, pois “O mais renegado dos sete pecados capitais” =<br />

“ciúme”.<br />

13 – D. Fácil: “... nada... tudo...”. Se há antônimos, há antítese.<br />

14 – B. Parte-se do geral (tanto no resto do mundo) <strong>para</strong> o particular (como aqui bem perto,<br />

em cada esquina), logo há gradação.<br />

15 – D. Não foi a extensão territorial chamada Inglaterra (todo) que dominou os mares, mas<br />

sim os ingleses (parte). Exemplo clássico de metonímia.<br />

16 – D. a) Desde meninos... os pais ou as crianças? b) Quem é perigoso... o filho ou o fogo? c)<br />

Evitar a criança ou a criança evitar ficar próxima do fogo? e) Pode dar a impressão de que<br />

colocaram a criança em cima do fogo.<br />

17 – C. a) “... nos podemos arrepender... ou ... podemos arrepender-nos...”. b) “... pediu <strong>para</strong><br />

eu não deixar...”. d) “Eu o abracei... quando o vi...”. e) “Por que foste dizer que a gente não ia<br />

sair?”<br />

18 – D. A ambiguidade é a seguinte: a informação foi recebida por volta das 21 horas ou a<br />

empresa seria vendida por volta das 21 horas?<br />

19 – C. I – A metonímia consiste na troca de um termo no lugar de outro, havendo estreita<br />

ligação ou afinidade de sentidos: Brasil (todo), brasileiros (parte). II – A hipérbole é o<br />

exagero da ideia expressa, no entanto, o que se apresenta na frase é a ocorrência de<br />

prosopopeia “cores que enganam o cérebro”; cores não enganam, foi, portanto, atribuída uma<br />

característica humana à cor. III – Só se usa “Por quê” em fim de frase ou seguido de sinais de<br />

pontuação que indicam uma pausa.<br />

20 – A afirmação procede, pois há uma elipse de um termo já mencionado antes, o que<br />

constitui um zeugma: Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$<br />

36 milhões são referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral.<br />

21 – CERTO. O <strong>para</strong>doxo está em ver luzes acesas através de grossas portas, afinal como se<br />

vê luz acesa através de uma porta grossa? Isso é <strong>para</strong>doxal. A sinestesia está em sentir (tato)<br />

luzes (visão).<br />

22 – E. Percebe-se que a palavra doar assume sentido conotativo de ironia, porque a atitude<br />

de doação não pode depender de uma troca de favores, mas o contexto (político) mostra o<br />

contrário.


23 – D. O trecho diz que o subconsciente tem raízes subterrâneas, logo há uma com<strong>para</strong>ção<br />

entre seres de universos distintos (partes do cérebro que guardam a memória profundamente<br />

são com<strong>para</strong>das a raízes subterrâneas, profundas). Logo, ocorre metáfora clara.<br />

24 – B. A personificação é constituída de uma atribuição de característica humana a um ser<br />

não humano. Dizer que a memória atira algo em algum lugar é personificar, tornar a memória<br />

uma pessoa, afinal, são pessoas que podem atirar algo em algum lugar. Personificação clara!<br />

25 – E. Prosopopeia (ou personificação) é uma figura que consiste na atribuição de<br />

sentimentos, psicologia e comportamento humanos a seres não humanos. Quem pode<br />

atormentar ou provocar angústia são seres humanos, logo a expressão as tempestades de<br />

verão é personificada <strong>para</strong> provocar este efeito de sentido.<br />

26 – A. Com<strong>para</strong>m-se uma grande quantidade de informações a um tsunami. Ocorre metáfora.<br />

27 – B. Há linguagem conotativa clara na ideia de “a derrubada do Taleban debilitar (tirar<br />

ou perder o vigor físico) um grupo terrorista”. Há personificação clara.<br />

28 – A. Há um exagero explícito em “gastando mais de cinco litros de saliva”. Hipérbole<br />

clara!<br />

29 – CORRETA. De fato, há uma suavização da ideia contida em indesejáveis por causa das<br />

aspas. É usado no lugar de proibidos, o que tornaria a informação mais contundente.<br />

30 – CERTO. Afirmação autoexplicativa.<br />

31 – E. Mais uma de metáfora... <strong>para</strong> variar. Com<strong>para</strong>-se instinto, experiência, razão a<br />

participantes.<br />

32 – E. Tirar <strong>para</strong> fora, como entrar <strong>para</strong> dentro, é uma ideia redundante, ou um pleonasmo<br />

vicioso.<br />

33 – B. I – “quatro bocas” (parte) = “quatro pessoas” (todo). II – branca – escura; linda –<br />

medonha. III – É um exagero dizer que há “um mundo de ideias” na cabeça. Está mais <strong>para</strong><br />

metáfora hiperbólica. IV – Com<strong>para</strong>-se o coração a um campo minado.<br />

34 – B. Não há com<strong>para</strong>ção entre seres de universos semânticos distintos, logo não há<br />

metáfora.


Capítulo 33<br />

Gabarito<br />

1 – CERTO. Há função referencial, pois o objetivo do autor é informar um assunto. No<br />

entanto, há metalinguagem, pois em vários momentos o autor usa palavras <strong>para</strong> explicar<br />

palavras. Não se pode negar que haja subjetividade, devido ao uso de advérbio e adjetivo<br />

modalizador, neste trecho: “A situação do japonês é particularmente curiosa”. Portanto, a<br />

afirmação da banca procede.<br />

2 – A. No primeiro, usa-se a palavra <strong>para</strong> definir, explicar uma palavra. No segundo, fala-se<br />

diretamente com o leitor.<br />

3 – B. Autoexplicativa.<br />

4 – E. O objetivo do texto é informar.<br />

5 – C. O objetivo do texto é informar.<br />

6 – E. Como o modo verbal é o imperativo, a função da linguagem possui o intuito de influir<br />

no comportamento do interlocutor, por meio de ordem, pedido ou sugestão.<br />

7 – C. A ênfase recai nas informações a respeito de determinado assunto, logo o objetivo do<br />

texto é informar.<br />

8 – CERTO. A ênfase recai nas informações a respeito de determinado assunto, logo o<br />

objetivo do texto é informar.<br />

9 – CERTO. Usa-se um discurso com nomenclatura gramatical <strong>para</strong> explicar o próprio<br />

discurso, logo há metalinguagem. A parte mais evidente é esta: “... os adjetivos passam, e os<br />

substantivos ficam...”.<br />

10 – A afirmação está equivocada porque o autor do texto incentiva o leitor a tomar uma<br />

atitude, logo trata-se de linguagem conotativa (observe o imperativo!).<br />

11 – A afirmação está CORRETA, pois o código (a língua) é usado <strong>para</strong> explicar o próprio<br />

código.<br />

12 – E. Trata-se da função referencial da linguagem porque a mensagem é centrada em seu<br />

referente e este é exterior à linguagem e ao processo de comunicação. O objetivo é informar<br />

sobre um assunto.<br />

13 – B. O brasão é um desenho criado especificamente <strong>para</strong> identificar determinado grupo.<br />

Por isso, o objetivo é transmitir uma informação sobre um assunto, no caso a PM/MG.


14 – C. Perceba que os verbos estão no imperativo, com o objetivo de produzir um<br />

determinado efeito no receptor.<br />

15 – CERTO. A função emotiva é marcada pelos verbos e pronomes de 1ª pessoa do<br />

singular/plural, e isso ocorre nestas passagens: “Poucos depoimentos eu tenho lido.../ ... que<br />

já conheci em minha vida/ Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio<br />

refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me<br />

emocionar?”. A função poética está centrada na maneira como o discurso é construído,<br />

principalmente recheada de recursos estilísticos (... o artigo poderá passar por uma defesa<br />

em causa própria – o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira <strong>para</strong> ir<br />

brigar por um filho em quem querem bater./... Oscar é não só o avesso do causídico/ Oscar<br />

não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas<br />

verdes pastagens do Paraíso).<br />

16 – C. O próprio enunciado sugere que a função da linguagem é emotiva (ou expressiva), uma<br />

vez que a linguagem da autora se centra no EU. Note as marcas de 1a pessoa, isso é<br />

primordial!<br />

17 – D. Autoexplicativa.<br />

18 – D. A função é poética, pois é, antes de tudo, uma poesia. O poeta se valeu de uma forma<br />

criativa <strong>para</strong> falar de um assunto sério.<br />

19 – A. A função poética da linguagem é caracterizada pelo uso de recursos linguísticos com<br />

intuito estético, com o fito de obter efeitos criativos de expressão. Encontra-se também na<br />

canção a emotividade (sempre note as marcas de 1a pessoa – verbos e pronomes) ou<br />

expressividade da linguagem, por meio do sofrimento amoroso do eu-lírico.<br />

20 – ERRADO. A função fática não é definida da maneira como colocou a banca, e sim a<br />

poética. A função fática é centrada no próprio canal da comunicação e tem por objetivo<br />

estabelecer, ou manter aberta, sem interrupção, a comunicação entre o locutor e o destinatário,<br />

mas sem a transmissão de nenhuma mensagem importante, o que não ocorre no trecho.<br />

21 – CERTO. Perfeito o comentário da banca! Autoexplicativo.<br />

22 – ERRADO. Em “que palavra horrível!” há uma expressão de ponto de vista, por isso a<br />

linguagem é emotiva. Em “Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação a<br />

Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio de cartas <strong>para</strong> seus discípulos”, há<br />

apenas a informação sobre algo, logo a linguagem é referencial, calcada na transmissão ou<br />

explicação de algo. A afirmação da banca é uma “viagem” total.<br />

23 – A. Note as formas de 1a pessoa (verbos – sou, sei, sinto, lembro – e pronomes – eu, eu,


me, me, me), logo a linguagem é centrada na perspectiva do emissor. Fácil.<br />

24 – B. A função emotiva centra-se no emissor da mensagem. O texto é centrado nas ações e<br />

sensações do narrador da crônica, o que se pode notar no título do texto e no corpo do texto.<br />

Note as formas de 1a pessoa. a) Metalinguística, e não emotiva. c) Conativa. d) Referencial.<br />

e) Fática.<br />

25 – A afirmação não procede, pois o tempo todo o eu-lírico fala, poeticamente, sobre o que é<br />

a felicidade. Logo, a função da linguagem é poética. Só no finzinho do texto há função<br />

conativa: “Fale baixo por favor.”.<br />

26 – D. A metalinguagem é percebida quando o autor cria um texto <strong>para</strong> falar sobre a própria<br />

construção textual.<br />

27 – E. O próprio enunciado acusa a metalinguagem, quando a define: “evidencia-se uma<br />

centralidade no código linguístico”.


Capítulo 34<br />

Gabarito<br />

1 – D. Como a concessão é uma ressalva, e ressalva é sinônimo de restrição, o operador<br />

apesar de (concessivo por natureza) apresenta tal valor semântico.<br />

2 – A afirmação é perfeita, pois tal expressão modalizadora traça um ponto de vista ao que<br />

será dito, permitindo ao leitor direcionar sua compreensão.<br />

3 – C. A exemplificação (2o período) é uma ilustração, um cenário, real ou não, daquilo que<br />

se está falando (1o período). Como já disse na teoria, não confunda<br />

explicação/explicitação/exemplificação.<br />

4 – CERTO. A antítese é clara: morto, vida; folha escrita, vazio a preencher.<br />

5 – A afirmação da alternativa não procede, pois tais operadores têm o papel se somar,<br />

adicionar, incluir (e não excluir) elementos.<br />

6 – A afirmação procede porque, se aquilo que o texto nos diz já não constitui o objeto<br />

preferido de nossa atenção, isso significa que antes era o contrário disso, ou seja, constituía o<br />

objeto preferido de nossa atenção.<br />

7 – A. Certos operadores argumentativos de retificação, como ou melhor, melhor dizendo,<br />

quer dizer, servem <strong>para</strong> retomar e reformular a informação anterior, assim como Em outras<br />

palavras.<br />

8 – B. O texto é expositivo-argumentativo, pois apresenta características de dissertação<br />

expositiva, em que se explica um assunto de maneira objetiva, e de dissertação argumentativa,<br />

em que se apresentam argumentos <strong>para</strong> fundamentar uma tese.<br />

9 – C. Não se trata de uma simples conclusão. O operador afinal sintetiza tudo o que se disse<br />

antes, ao introduzir uma conclusão.<br />

10 – E. Há reiteradas passagens no texto com testemunho de autoridade, o que corrobora o<br />

gabarito. Basta ver as frases entre aspas e as citações de autoridades ao longo do texto.<br />

11 – A afirmação está CORRETA, pois o verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo passa<br />

ao presente do subjuntivo (adiasse – adie) e o pretérito imperfeito do indicativo passa ao<br />

presente do indicativo (estava – encontra-se). Apesar do uso de sinônimos <strong>para</strong> a formação<br />

da reescritura em discurso direto, não há erro na transposição.<br />

12 – B. Questão interessante, pois mistura transposição de discursos com voz verbal. O verbo<br />

no imperativo (discurso direto) fica no pretérito imperfeito do subjuntivo (discurso indireto):


Restaure-se (voz passiva sintética) = fosse restaurada (voz passiva analítica); nos<br />

locupletemos = locupletássemos.<br />

13 – B. Note que o primeiro parágrafo tem o propósito de expor um assunto de maneira clara e<br />

objetiva, apenas informando. O segundo e o terceiro já usam verbos no imperativo, e o autor<br />

se dirige a seu interlocutor em tom de instrução ou comando. Respectivamente, portanto, há<br />

exposição e injunção.<br />

14 – C. Note que o enunciado da questão pede que a alternativa correta seja confirmada no<br />

texto. Então, deixemos que o texto apoie a assertiva adequada, que segue: “Os efeitos do<br />

neoliberalismo no sistema produtivo são observados, a partir de 1980, tanto em países<br />

ricos quanto no terceiro mundo.”. Todo o primeiro parágrafo corrobora esta afirmação ao<br />

dizer que uma nova classe de pobres é resultado do progresso tecnológico e industrial, nos<br />

países ricos e pobres; em especial os trechos iniciais e finais nos informam isso,<br />

respectivamente: “A década de 1980 foi o marco do surgimento de um novo ator social nos<br />

países ricos: o novo-pobre (nouveau-pauvre).” e “Corolário (resultado) do<br />

desmoronamento do sistema de proteção social, em um quadro agravado pela revolução<br />

tecnológica... esse novo personagem vai materializar uma inesperada e imprevisível<br />

reprodução, no mundo desenvolvido, do problema da desigualdade social, tão comum no<br />

terceiro mundo.”.<br />

15 – E. De novo, observe o enunciado com calma. A banca quer que você perceba o que não é<br />

um fenômeno positivo, ou seja, o que é um fenômeno prejudicial, negativo. Toda e qualquer<br />

ação predatória típica do modelo de desenvolvimento de países ricos certamente seria algo<br />

prejudicial aos países do hemisfério sul, isto é, tais ações não são bem recebidas uma vez que<br />

tudo o que advém do norte é negativo (“Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e<br />

multiplica os piores costumes do norte. E do norte não recebe as virtudes, mas o pior...”).<br />

Sendo assim, não é positivo que o sul receba o modelo consumista, arbitrário, manipulador,<br />

impositivo, predatório do norte.<br />

16 – D. A resposta da questão está no seguinte trecho: “Depois de 20 anos de marcante<br />

crescimento global... nova reviravolta pendular foi deflagrada pela crise financeira de<br />

2008, que fez ressurgir em muitos meios a crença no ‘Estado grande’”. Claríssima<br />

corroboração do texto! A expressão crença no ‘Estado Grande’ refere-se à crença no<br />

intervencionismo do Estado.<br />

17 – CERTO. Dizer “Não acredito” é uma forma de posicionamento modalizador, pois<br />

indica o ponto de vista do autor. Logo, a afirmação da banca procede.<br />

18 – CERTO. A afirmação, além de autoexplicativa, procede. Coloquei esta questão aqui


<strong>para</strong> ilustrar mais um caso de estratégia discursiva.<br />

19 – CERTO. A biografia é um texto que tem caráter informativo mais próximo da narração e<br />

da descrição, na medida em que se conta a história de vida de uma pessoa eminente na<br />

sociedade de maneira objetiva.<br />

20 – CERTO. O emissor se detém a explicar a prática físico-militar (objetivo, origem etc.) e<br />

depois começa a abordar, segundo seu ponto de vista, os efeitos disso, fazendo-o com uma<br />

linguagem clara, objetiva, direta e sem que haja duplo sentido. Isso nos leva a caracterizar o<br />

texto como um texto informativo (dissertativo-expositivo) e de linguagem denotativa.<br />

21 – B. Podemos dizer que o primeiro trecho é narrativo devido aos elementos da narração<br />

(narrador-personagem, noção de espaço e tempo e verbos no passado): “Em 1954 (tempo),<br />

numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos (espaço), vi (narradorpersonagem/verbo<br />

no passado) ‘o maior circo do mundo’, que continua a ser o sucessor do<br />

velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados<br />

Unidos. Vi (narrador-personagem/verbo no passado) então, com olhos de adolescente ainda<br />

um tanto menino, maravilhas que só <strong>para</strong> os meninos têm plenitude de encanto.”. Já o<br />

segundo trecho é dissertativo-argumentativo devido aos elementos próprios da dissertação<br />

argumentativa (verbo no presente do indicativo, tese, estratégia argumentativa): “O gênio de<br />

organização dos anglo-americanos é (verbo no presente do indicativo) qualquer coisa de<br />

assombrar um latino (tese). Arma e desarma (verbos no presente do indicativo) um circo<br />

gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança (estratégia<br />

argumentativa de com<strong>para</strong>ção). E o que o faz (verbo no presente do indicativo) com os<br />

circos, faz (verbo no presente do indicativo) com os edifícios, as pontes, as usinas, as<br />

fábricas: uma vez planejadas, erguem-se (verbo no presente do indicativo) em pouco tempo<br />

do solo e tomam (verbo no presente do indicativo) como por mágica relevos monumentais<br />

(estratégia argumentativa de causa-efeito).”.<br />

22 – A. Note as regras de transposição: o pretérito perfeito do indicativo vira pretérito maisque-perfeito<br />

do indicativo (parei – <strong>para</strong>ra) e o pronome mais próximo da 1a pessoa (isso)<br />

passa a ter um distanciamento (aquilo).<br />

23 – B. O texto em questão se configura como um texto dissertativo-expositivo (informativo),<br />

cuja estrutura, geralmente, apresenta, no primeiro parágrafo, os tópicos mais importantes que<br />

serão aprofundados e explicados nos parágrafos seguintes. Nesse caso, o primeiro aponta as<br />

informações mais relevantes, as quais são pormenorizadas ao longo do texto, sobre o projeto<br />

publicado no Diário Oficial (a assinatura de um acordo de cooperação entre o MPOG e o ITI,<br />

<strong>para</strong> que fosse utilizada documentação eletrônica em todos os trâmites de processos).


24 – C. Nesse caso, não tem nada a ver relacionar a finalidade do texto, que é “informar<br />

algo”, à variedade popular e informal da língua. Muito pelo contrário, grande parte dos<br />

veículos de comunicação, inclusive os de massa, utiliza a variedade culta da língua. Cabe<br />

ressaltar que alguns jornais, por exemplo, utilizam-se da variedade mais informal, com o<br />

objetivo de, em alguns casos, aproximar-se de um público específico. Entretanto, isso não é<br />

uma regra <strong>para</strong> esse tipo de texto, vai depender da estratégia de comunicação de cada veículo.<br />

25 – E. No primeiro parágrafo do texto, é informado ao leitor o acordo feito entre as duas<br />

entidades. Já no terceiro parágrafo, os detalhes de tal acordo são apresentados. Vamos rever<br />

um trechinho: “O acordo, que tem duração de três anos, prevê a criação de normas,<br />

implantação de projeto piloto [...] Para divulgar o PNDProc, também estão previstas no<br />

termo de cooperação a capacitação de servidores públicos que atuam na área de<br />

documentação[...]”. Fica explícito, no trecho reproduzido, que a capacitação de mão de obra<br />

é uma das obrigações do ITI.<br />

26 – A. A principal característica de um texto argumentativo é a presença de uma tese (ideia<br />

principal) que é defendida, pelo autor, por meio de argumentos. Segundo o autor do texto, o<br />

consumismo infantil é um problema grave que deve ser enfrentado por todos urgentemente.<br />

Essa tese é defendida ao longo do texto, por meio de argumentos fortes, alguns corroborados<br />

por dados de pesquisa.<br />

27 – D. O conectivo mas também tem valor aditivo. No caso, está somando duas razões <strong>para</strong><br />

as crianças serem alvos da mídia: 1) influenciam a compra dos pais, e 2) tendem a ser mais<br />

fiéis às marcas.<br />

28 – C. Os artigos acadêmicos têm como finalidade apresentar um estudo. Assim, são textos<br />

de caráter expositivo, isto é, expõem o assunto abordado de maneira direta e objetiva.<br />

Portanto, não há intenção de realizarem-se grandes descrições. Não quer dizer que elas não<br />

possam aparecer – a descrição de uma experiência científica, por exemplo – mas jamais a<br />

descrição será a característica preponderante. Aprende-se muito com as demais opções, que<br />

apresentam características do gênero artigo acadêmico.<br />

29 – A. O gênero “crônica” tem como uma de suas principais características o fato de o texto<br />

apresentar uma visão subjetiva de fatos cotidianos. Assim, por vezes, o ponto de vista do<br />

autor fica evidente. Nesse caso, Ivan Angelo coloca sua opinião negativa em relação ao hábito<br />

das pessoas de classes mais baixas adquirirem bens à prestação e, com isso, pagarem mais<br />

caro por ele. Perceba, no entanto, meu nobre, que isso é uma questão de opinião. Talvez <strong>para</strong> o<br />

autor seja mais “fácil e inteligente” guardar o dinheiro e pagar à vista. Mas, pensemos, será<br />

que as pessoas de classes mais baixas conseguem guardar dinheiro? Sim? Não? Viu? Outra


questão de opinião. Essa é a sua característica. Uma opinião pode ser contraposta, contestada.<br />

Ao contrário do fato que, independentemente de as pessoas gostarem ou não, como o próprio<br />

nome diz, é um fato. Fica esperto!<br />

30 – D. A estratégia da exemplificação é muito utilizada em textos argumentativos. A crônica<br />

jornalística, por expor um ponto de vista e defender uma ideia, também tem esse caráter.<br />

Sendo assim, o autor utilizou um caso da vida real <strong>para</strong> reforçar a opinião que já vinha sendo<br />

construída sobre a atitude de as pessoas de classes mais baixas contraírem dívidas com<br />

naturalidade e otimismo. Dessa forma, ele facilita o entendimento do leitor, no tocante à<br />

descrição dessa atitude, que vem logo em seguida, revelando suas motivações e<br />

consequências.<br />

31 – E. A gradação é uma estratégia linguística que consiste em enumerar, apresentar ideias,<br />

colocadas de maneira crescente ou decrescente. Nesse caso, temos uma gradação crescente em<br />

relação à caracterização da globalização. A cada especificação, os adjuntos adnominais de<br />

globalização tornam-se mais fortes, acentuando as dificuldades enfrentadas pelos<br />

trabalhadores: do olho da rua (demissão), do bico (trabalho informal) e, por fim, do dane-se<br />

(ausência de qualquer ajuda ou respaldo).<br />

32 – E. O gênero carta tem como elemento fundamental um destinatário explícito, geralmente,<br />

logo no início do texto. Entenda-se que por explícito não quero dizer possível de identificar a<br />

identidade, podem ser utilizadas as formas como “meu caro”, “minha querida” etc. Na língua<br />

portuguesa, o item gramatical que faz referência ao destinatário de uma correspondência é o<br />

vocativo. Assim...<br />

33 – C. No tocante ao ensino de religião pelas escolas públicas, o autor se mantém pragmático<br />

(como é dito na letra C), visto que valoriza os aspectos práticos e objetivos ao empregar<br />

argumentos de ordem jurídica e econômica, e não de ordem pessoal, subjetiva.<br />

34 – E. Vamos começar entendendo por que estão erradas as afirmações I e II. Na I, diz-se que<br />

o autor, ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, enaltece-se. Isso não<br />

corresponde à verdade, essas considerações são um posicionamento do autor perante o<br />

assunto em debate e não uma promoção de suas qualidades pessoais. A questão ainda afirma<br />

que o autor se vale, <strong>para</strong> isso, de exemplo da própria CNBB. Esta é citada por ser entusiasta<br />

do ensino religioso na rede pública, diferente do que pensa o autor. Na assertiva II, fala-se de<br />

falta de oportunidade <strong>para</strong> se acessarem mensagens religiosas. No entanto, desde o terceiro<br />

parágrafo, o autor externa que, <strong>para</strong> ele, há muita oportunidade <strong>para</strong> esse acesso: “A minha<br />

impressão é a de que não faltam oportunidades <strong>para</strong> conhecer as mais diversas mensagens<br />

religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas.”. A única afirmação correta é a


III (letra E), uma vez que expõe que o autor se mostra contrário ao ensino de religião nas<br />

escolas públicas. Nos últimos parágrafos, ele argumenta essa visão com algumas causas <strong>para</strong><br />

isso, tais como: “Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve<br />

ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta”, “Outro ponto importante é o<br />

dos custos.”.<br />

35 – D. A questão fala de INFERIR. Você se lembra desse termo? O que querem de você?<br />

Desejam que você deduza por meio de raciocínio, chegue a uma conclusão depois de ter lido<br />

algo no texto. Bom, veja o que o autor diz em: “Não me parece que faça muito sentido gastar<br />

recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao<br />

contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.”. Com essa<br />

afirmação, deduzimos que as matérias tradicionais, ensinadas na escola, assumem, <strong>para</strong> o<br />

escritor, maior importância que a religião, pois esta “não requer instrução tão especializada<br />

como a que exigem as ciências exatas”, conforme dito na letra D.<br />

36 – E. Lembra que eu disse que descrição é o tipo de texto em que se faz um retrato por<br />

escrito de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, uma sensação, um<br />

objeto, um movimento etc.? Então você também se lembra de que narração é o tipo de texto<br />

em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar,<br />

envolvendo certos personagens? Isso é o suficiente <strong>para</strong> você perceber as características dos<br />

trechos e marcar a resposta certa. Fácil!


Capítulo 35<br />

Gabarito<br />

1 – C. Os termos isso, afinal de contas, além disso e em seguida remetem a ideias<br />

anteriormente expostas, são elementos que apresentam valor anafórico (lembra?). Já o<br />

conectivo que, na frase da letra C, é uma conjunção integrante, a qual não remete a algo<br />

anteriormente citado, ela introduz, apenas, o complemento do verbo saber: “que nada sei”.<br />

2 – C. Uma questão bem simples se estudados os conectivos (conjunção, principalmente, é um<br />

elemento coesivo muito usado) e seus valores semânticos. Quando é uma conjunção<br />

tipicamente temporal. Após, enquanto advérbio ou preposição, alude à ideia de “depois”, ou<br />

seja, um valor também de tempo. Então equivale a “assim”, vocábulos muito empregados na<br />

conclusão de um texto <strong>para</strong> fechamento das ideias em debate. A partir daí é uma locução que<br />

expressa uma continuidade do tempo a partir de certo momento. Por último, a conjunção mas<br />

(= porém) expressa uma oposição ao que foi abordado anteriormente; trata-se de uma<br />

conjunção adversativa.<br />

3 – A. Veja: “É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que<br />

já acontecem permanentes” O pronome aqueles – no masculino plural – evita repetir o<br />

elemento anteriormente citado fatos da infância e, com este, estabelece a devida<br />

concordância. Na letra B, afora não se refere ao tempo atual, d’agora. Na letra C, outros não<br />

se refere ao substantivo cargas – nem com este concorda –, mas sim ao substantivo fatos,<br />

assim, alude a um termo posterior. Na letra E, o pronome eles se refere aos miúdos fatos,<br />

incolores e quase sem som que logo viram passado remoto.<br />

4 – D. a) Vejamos o contexto: “Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa<br />

à sua volta como se a visse pela última vez.”. O pronome pessoal oblíquo átono a substitui o<br />

termo cada coisa, ou simplesmente coisa, apresentado anteriormente no texto. Valor anafórico.<br />

b) Vejamos o contexto: “Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe<br />

perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei<br />

de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá<br />

estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava<br />

um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.”.<br />

A palavra Lá é um advérbio pronominal de valor anafórico, pois substitui hall do prédio. É<br />

chamado de advérbio pronominal, pois sua função é semelhante à de um pronome, ou seja,<br />

substituir um substantivo. Não são só os pronomes que têm papel coesivo dentro do texto,<br />

como pôde ver. c) Vejamos o contexto: “Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.<br />

Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver,


você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do<br />

seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às<br />

vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a<br />

descortesia de falecer.”. O pronome oblíquo lhe substitui o termo profissional apresentado<br />

anteriormente no texto (valor anafórico): dava ao profissional bom-dia. Quem dava bom-dia<br />

era o mesmo porteiro que passava ao profissional um recado ou uma correspondência. Isso<br />

fica claro no parágrafo posterior, em que se diz que o profissional nunca tinha visto o porteiro<br />

nem se dado conta da existência dele até o falecimento. d) Vejamos o contexto: “Como era<br />

ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o<br />

viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma<br />

girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito<br />

suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E<br />

vemos? Não, não vemos.”. O pronome possessivo sua, na expressão sua ausência, faz<br />

referência ao porteiro (valor anafórico): pode ser também que ninguém desse pela ausência<br />

do porteiro (por mais que ele fosse ou estivesse em forma de uma girafa). Veja que o<br />

pronome sua não pode se referir à girafa, pois é apresentada uma possibilidade de a girafa ser<br />

colocada no lugar do porteiro, logo a ausência seria do porteiro, e não da girafa. O que ocorre<br />

é apenas uma metáfora hiperbólica (com<strong>para</strong>ção entre seres de universos distintos de modo<br />

exagerado) <strong>para</strong> indicar a desimportância do porteiro <strong>para</strong> o profissional. e) Vejamos o<br />

contexto: “Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia.<br />

Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu<br />

lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua<br />

ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,<br />

coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.” O pronome lhes substitui a palavra olhos<br />

apresentada anteriormente no texto (valor anafórico): “O hábito suja os olhos e baixa a<br />

voltagem dos olhos”. Ufa!<br />

5 – E. Note que os elementos coesivos com valor de oposição, contraste, ressalva mas e<br />

embora são classificados, respectivamente, como conjunção adversativa e conjunção<br />

concessiva. Uma pode substituir a outra numa reescritura, por isso houve manutenção de<br />

sentido (tem a ver com coerência) e correta substituição de um conectivo por outro (tem a ver<br />

com coesão).<br />

6 – B. Questão interessante de coesão. Observe de novo: “As drogas medicinais ou ‘drogas<br />

da virtude’, prescritas pelos...”. O vocábulo prescritas não se refere a duas espécies de<br />

drogas, pois drogas da virtude é o mesmo que drogas medicinais e vice-versa; são<br />

expressões sinônimas. Note que o ou que está entre drogas medicinais e drogas da virtude é o


mesmo ou que estaria, por exemplo, entre “O Rei Pelé ou Edson Arantes do Nascimento”. O<br />

objetivo deste conectivo não é marcar a diferença, mas sim reiterar. Portanto o particípio do<br />

verbo prescrever (prescritas) se flexiona em gênero e número concordando com drogas (que<br />

recebem o nome de “medicinais” ou “da virtude”, o que dá no mesmo).<br />

7 – C. Bastaria saber conectivos bem (conjunção e preposição)! a) Há felicidade coletiva //<br />

quando são adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. (tempo)<br />

b) E a sociedade será mais feliz // se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos de<br />

saúde... (condição) c) A educação, a segurança, a saúde, o lazer, a moradia e outros mais<br />

são considerados direitos fundamentais de cunho social pela Constituição // exatamente<br />

por serem essenciais ao bem-estar da população no seu todo. (consequência/causa; logo, se<br />

há uma causa, há uma consequência; neste caso, a causa vem esclarecida após a apresentação<br />

da consequência, de acordo com o pedido do enunciado) d) ... por dizer a Constituição serem<br />

os direitos sociais essenciais à busca da felicidade, // se vai, então, forçar os entes públicos<br />

a garantir condições mínimas de vida ... (neste caso, veio primeiro a causa, depois a<br />

consequência) e) O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do<br />

Mundo de Futebol, // mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo.<br />

(adversidade, oposição)<br />

8 – A. Porém, na letra A, é uma conjunção adversativa; denota, assim, uma ideia de oposição<br />

ao que foi afirmado anteriormente. Melzinho na chupeta!<br />

9 – E. Isso é um pronome demonstrativo que recupera a citação anterior, portanto, é um<br />

elemento que apresenta um valor anafórico. Basta que você, com muita disposição, volte ao<br />

texto e perceba que se refere “ao fato de que é importante deixar um planeta melhor <strong>para</strong> as<br />

próximas gerações”.<br />

10 – C. No período em análise, o enunciador (a boneca) diz saber que a sua dona sente<br />

saudades suas. Poderíamos nos perguntar: “Por que ela diz que sabe?”, “Qual é a causa que a<br />

leva a ter essa certeza?”. Segundo ela, a certeza vem do fato de que ela também sente saudade<br />

de sua dona. Logo, porque também sinto saudades suas é a causa pela qual a boneca<br />

corrobora que sua dona sente saudades dela.<br />

11 – C. Note que o período anterior encerra-se afirmando que, em dezembro, as pessoas<br />

pensam estar com maior poder aquisitivo. Essa afirmação é reiterada no parágrafo seguinte.<br />

Porém, a expressão A verdade é que reformula a primeira ideia, acrescentando que esse<br />

pensar estar rico não se restringe a dezembro, isso já vem ocorrendo há algum tempo. A<br />

explicação dada pelo autor <strong>para</strong> constatar esse fato é que as pessoas vêm comprando com<br />

frequência. Logo, vêm comprando é o que explica o fato de as pessoas estarem se sentindo


icas. Assim, o melhor conectivo seria o porque, com o mesmo sentido de “pois”.<br />

12 – D. No primeiro trecho sublinhado, há a presença do verbo defender, um verbo com valor<br />

argumentativo, que é seguido de uma opinião – nesse caso, a opinião de Delfino Natal de<br />

Souza sobre a nova gestão de documentos. Após defender o novo procedimento, Delfino<br />

explicita (segundo trecho sublinhado) a maneira como a modernização ocorrerá. Note que o<br />

verbo permitir, nesse caso, assume um valor semântico semelhante a “possibilitar algo”.<br />

Assim, o locutor transmite a ideia de um novo “modo” de gerir a documentação pública.<br />

13 – E. Note que a expressão Sem competitividade corrobora o conteúdo do período anterior<br />

“Incapaz de acompanhar o crescimento do mercado interno, a indústria de transformação<br />

perdeu espaço no Brasil <strong>para</strong> os concorrentes”. Observe também que a expressão essa<br />

indústria desempenha importante papel coesivo, retomando indústria de transformação.<br />

Quanto às demais, note: a) Não há correção gramatical; veja como deveria ser: “Por isso esse<br />

protecionismo é uma forma de compensar (...)”. b) Esta opção apresenta um erro muito<br />

frequente em questões desse tipo: a ausência de referencial anterior. Ou seja, ocorre a<br />

apresentação de uma referência ainda não mencionada no texto. No trecho “Esses investidores<br />

tomam dinheiro (...)”, não é possível identificar/relacionar a que elemento textual anterior a<br />

expressão destacada se refere. c) Entre o último período do texto e o período desta opção, não<br />

deve haver uma relação de adição, mas sim de conclusão, por isso o uso de Além disso está<br />

equivocado, devendo ser substituído por “Portanto”, “Por isso”, “Por conseguinte” etc. Outro<br />

equívoco encontrado refere-se à forma pronominal esses, pois, novamente, não há referencial<br />

anterior citado no texto. Os vocábulos empresários, administradores e governantes foram<br />

citados posteriormente. d) O texto não nos transmite a informação de que houve “bom<br />

desempenho do Brasil”, mas, sim, a de que ocorreu um “fraco desempenho brasileiro”.<br />

14 – C. A letra A já é excluída logo em 1, pois não se pode usar um artigo seguido de<br />

substantivo implícito (o (ameaça) de que) <strong>para</strong> referir-se a palavra feminina (ameaça),<br />

segundo as regras de concordância e consequente coesão. A letra E também é excluída, pois o<br />

uso do pronome indefinido/interrogativo qual provoca incoesão e incoerência no contexto em<br />

1. Resta-nos, portanto, as opções B (que; conjunção integrante), C (a de que; artigo feminino<br />

seguido de substantivo implícito (ameaça) + preposição exigida pelo substantivo implícito<br />

(ameaça) + conjunção integrante) e D (que; conjunção integrante). Em 2, o do da b) provoca<br />

incoerência, pois estabelece relação de posse e não de assunto, como se exige no contexto.<br />

Resta-nos a c) e a d), pois a respeito do e sobre o introduzem um termo com ideia de assunto.<br />

A estrutura o que o é correta no contexto, pois equivale a aquilo que o, sendo o o (= aquilo)<br />

um termo de valor catafórico, pois antecipa a oração em negrito: “... o (= aquilo) que o Brasil<br />

tenta agora é obter sinal verde <strong>para</strong>...”; logo aqui já ficamos com a letra c). Na letra d), a


estrutura que o está equivocada, pois este que está incoeso, uma vez que não tem função de<br />

conjunção integrante tampouco de pronome relativo. Do mais, <strong>para</strong> que (introduz ideia de<br />

finalidade), qual (pronome indefinido/interrogativo) e mas (conjunção adversativa) servem de<br />

elementos coesivos adequados ao contexto.<br />

15 – E. Neste tipo de questão, perceba a relação entre o segmento a ser acrescido no trecho e<br />

o parágrafo seguinte e a relação entre o segmento a ser acrescido no trecho e o parágrafo<br />

anterior. Note que, no primeiro parágrafo, foi citado o segmento uma atuação conjunta, em<br />

bloco. Já no terceiro parágrafo do texto, há coesão referencial a uma “instituição”, ou seja, é<br />

necessário que haja um referencial anterior no texto. Este é o foco! É preciso marcar a opção<br />

que diz respeito a uma “instituição”, ok? Analisando as opções, percebemos que apenas a<br />

letra E apresenta os elementos de coesão necessários e menciona uma espécie de<br />

“instituição”, qual seja, banco de desenvolvimento, sendo exemplificado com o “Bird” e o<br />

“FMI”. Quanto às demais, veja os problemas: a) A China não é uma instituição, além disso, no<br />

terceiro parágrafo se diz “A instituição permitiria aos países...”, sendo um desses países<br />

(mencionados no primeiro parágrafo) a China, logo ela não pode ser uma instituição e um<br />

desses países ao mesmo tempo. b) Não se esclarece que “instituição” é. c) Idem à opção a). d)<br />

Não se esclarece que “instituição” é.<br />

16 – B. Essas questões da ESAF podem ser respondidas mais rapidamente pelos erros<br />

gramaticais, por isso já se descarta a a) pelo erro de ortografia “conssessão” (o certo é<br />

concessão). Em d), deveria ser respondem, erro de concordância. Em e), há um erro de<br />

pontuação (“No entender dos analistas,...”. Ficamos entre a b) e a c). Veja o finzinho do<br />

excerto: “Preocupado com a falta de vigor da economia, o governo determinou que o Banco<br />

do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduzissem as suas taxas.” A b) diz “Essa e outras<br />

medidas”. Essa qual? O governo ter determinado que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica<br />

Federal reduzissem as suas taxas. Logo, a “redução de taxas” é (Essa) medida, que, inclusive,<br />

mantém coerência com a expressão, ainda na opção b), aquecer de novo a economia, isto é,<br />

reduz-se taxas = aquece-se a economia. O erro da c) está em dizer essas medidas, mas só há<br />

uma.<br />

17 – B. Colocar em ordem, ou seja, na sequência certa (coesa e coerente), é fácil. Basta<br />

perceber a relação entre as partes. Esse tipo de questão se faz por eliminação percebendo os<br />

elementos coesivos. Note que o primeiro trecho começa com Nesse estudo. É óbvio que não<br />

se pode iniciar o texto com um pronome demonstrativo de valor anafórico, logo já sabemos<br />

que este não é o (1). O 2o trecho se parece com uma tese em relação às outras opções que se<br />

iniciam com elementos coesivos de retomada, a saber: 1o trecho: “Nesse estudo” (retoma o<br />

estudo do trecho, que é a tese do texto, “Pesquisadores examinaram dados de cem cidades


em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e<br />

por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada ‘Environment and<br />

Urbanization’.); 3o trecho: Isso (retoma o conteúdo de “Nesse estudo, enquanto cidades do<br />

mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do<br />

efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram<br />

a diminuir as emissões per capita em algumas cidades.”); 4o trecho: Por fim (valor<br />

conclusivo; retoma tudo o que se disse); 5o trecho: O estudo (retoma o conteúdo de “Isso<br />

reflete a grande dependência de combustíveis fósseis <strong>para</strong> a produção de eletricidade, uma<br />

base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande<br />

e pobre”, informa o estudo.”). Sendo assim, ordenando o texto, ou seja, colocando-o em uma<br />

sequência coesa e coerente, temos: “(1) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades<br />

em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e<br />

por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada “Environment and<br />

Urbanization”. (2) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como<br />

culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que<br />

substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita<br />

em algumas cidades. (3) “Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis <strong>para</strong> a<br />

produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma<br />

população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo. (4) O estudo também<br />

aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países<br />

pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos. (5)<br />

Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e<br />

africanas, descobriram emissões menores por pessoa. A maior parte das cidades na África,<br />

Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio <strong>para</strong> elas é manter essas<br />

emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias.”<br />

18 – B. Se ele permaneceu monarquista, é porque ele julgou esta opção melhor que pender<br />

<strong>para</strong> o lado republicano, logo, naquele momento, o regime republicano não era a melhor<br />

opção, o que corrobora o trecho viria a prejudicar e não a favorecer.<br />

19 – B. A relação de sentido entre o fragmento da opção certa e o contexto é de condição, logo<br />

todas as opções são possíveis, exceto a que se inicia por uma locução prepositiva concessiva<br />

(Apesar de), daí a incoerência.<br />

20 – A. Note que o substantivo estímulo no trecho da letra a) retoma por nominalização o<br />

verbo estimular e o conteúdo semântico do sujeito dele, mantendo, assim, adequada relação<br />

coesiva. Veja: “A manutenção do emprego, a elevação do salário real, a rápida expansão do<br />

crédito e a redução de impostos <strong>para</strong> alguns setores estimularam o consumo, mas a produção


manufatureira foi incapaz de acompanhar a demanda interna. Parte desse estímulo foi<br />

aproveitada por produtores estrangeiros bem mais pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> disputar espaço nos<br />

mercados. O recuo da atividade industrial brasileira reflete, entre outros fatores, o aumento<br />

das importações e a deterioração do saldo comercial.” Veja os problemas das demais<br />

opções: b) Nada se fala no excerto sobre pequena reação de maio <strong>para</strong> junho. c) Não há<br />

presença de concorrentes, o texto não cita nada disso. d) Nada se fala sobre esse período de<br />

12 meses no excerto, logo a retomada é incoerente. e) O excerto demonstra preocupação e<br />

retração, logo essa continuação proposta não procede.<br />

21 – ERRADO. A expressão desse trabalho é um recurso de coesão que retoma pesquisa,<br />

por expansão lexical.<br />

22 – B. O vocábulo senão tem valor aditivo, por isso equivale a “mas (também) sim”.<br />

23 – A. Entre a primeira frase e a terceira, há uma relação de causa e consequência bem<br />

marcada pela conjunção pois, que estabelece a coesão adequada, produzindo um texto<br />

coerente. A segunda frase traz apenas uma característica do invejoso. Veja as demais, já<br />

reescritas: b) Com a expectativa na qual o término da felicidade do outro lhe traz (traga)<br />

felicidade, o invejoso age também pelo ódio e procura destruí-la. c) Por acreditar que o<br />

término da felicidade alheia lhe trará felicidade, o invejoso procura destruí-la, agindo,<br />

também, pelo ódio. d) O invejoso, o qual age movido também pelo ódio, procura destruir a<br />

felicidade alheia, nutrindo a expectativa de que o término dela lhe traga felicidade. e) Como<br />

nutre a expectativa de que o término da felicidade alheia lhe traga felicidade, o invejoso<br />

procura destruir a felicidade alheia, agindo também pelo ódio.<br />

24 – A. Pelo nosso conhecimento de mundo, cartolas é sinônimo de dirigentes. Simples<br />

assim!<br />

25 – B. O contexto indica que o pronome las retoma sensações, que, segundo o próprio<br />

contexto, “são mais nossas do que a própria vida”. Isto é, há sensações que são sentidas só de<br />

serem imaginadas.<br />

26 – A afirmação procede, pois o que irritou Palas Atena foi Aglauros ter pedido dinheiro em<br />

troca de favor. O que corrobora isso é este trecho: “Palas Atena... já detestava a jovem<br />

porque esta a espionara em outra ocasião. Não admitia que a mortal fosse recompensada<br />

por outro deus.” Quanto ao pronome a, de fato retoma Palas Atena, pois é esta que fora<br />

espiada por Aglauros em outra ocasião.<br />

27 – A afirmação procede. Substitua e veja: quem sabe das dificuldades que Clarice<br />

enfrentou vê com alegria o reconhecimento que seu nome alcança e a irradiação de Clarice<br />

pelo mundo OU quem sabe das dificuldades que Clarice enfrentou vê com alegria o


econhecimento que seu nome alcança e a irradiação dele (do nome) pelo mundo.<br />

28 – CERTO. O canadense Harold Hackett que o diga, ou seja, O canadense Harold Hackett<br />

que diga isto: “Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão<br />

resultado”. A expressão que o diga equivale a “atestar”. Isto é, o homem atestou que, mesmo<br />

na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado.<br />

29 – CERTO. Substitua e ateste: “O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de<br />

laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviar as garrafas, checa o<br />

sentido dos ventos... (...)” OU “O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de<br />

laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviar as mensagens,<br />

checa o sentido dos ventos... (...)”<br />

30 – CERTO. O único referente no período anterior a Elas que está no feminino plural é<br />

demandas. Além disso, o próprio direcionamento argumentativo nos leva a ver como referente<br />

de Elas, o substantivo demandas. Por último, veja a substituição: “As demandas requerem<br />

que o Estado atente também <strong>para</strong> a qualificação de uma força de trabalho...”. Agora fechou o<br />

caixão!<br />

31 – C. Mero conhecimento de coesão sequencial, que depende do conhecimento de<br />

conjunção. Ambos os conectores têm valor semântico concessivo, por isso a substituição é<br />

adequada.<br />

32 – A. O que possibilita uma vida cada vez melhor <strong>para</strong> as pessoas? Os avanços dos<br />

aparelhos eletrônicos sofisticados, que são capazes de fazer um diagnóstico apurado,<br />

passando informações importantes sobre o paciente. Logo, nesta área tem como referente<br />

aparelhos eletrônicos.<br />

33 – A. Além da noção temporal, há um valor de causa e consequência embutido na expressão<br />

conectora a partir daí, por isso cabe a substituição por em consequência.<br />

34 – A. O pronome nossas tem valor dêitico (ou díctico), isto é, refere-se a algo fora do texto,<br />

no caso o autor e seus leitores. Nas demais opções, os termos coesivos têm valor anafórico,<br />

pois substituem termos anteriormente mencionados. b) Retoma restaurantes. c) Retoma todo o<br />

período anterior. d) Retoma programa. e) Retoma proposta.<br />

35 – D. Pelo nosso conhecimento de mundo, a questão é resolvida facilmente, pois CPMF =<br />

imposto do cheque.<br />

36 – E. Ambos os elementos têm valor conformativo, introduzindo um argumento opinativo.<br />

37 – B. Por exemplo introduz um argumento de exemplificação; ou seja, de explicação.


38 – C. Por eliminação, encontramos a resposta: a) Repetição de parte do nome. b)<br />

Informações a respeito do casamento no Brasil colônia. d) Brasil colônia. e) 1815.<br />

39 – E. Autoexplicativa. Sobre as demais: a) O pronome lhes, utilizado em exige-lhes, faz<br />

referência a instituições governamentais. b) O pronome o, em critica-o, faz referência a<br />

governo. c) A palavra nos, em Zilda Arns nos deixa, é um pronome. d) A palavra pelo, em<br />

eventos convocados pelo governo, é uma contração de preposição + artigo.<br />

40 – A afirmação procede e é autoexplicativa.<br />

41 – B. O contexto mostra que o personagem viu pitangas e começou a colhê-las. Em seguida,<br />

um outro personagem passa e diz “Eu sempre quis fazer isso”. Logo, deduz-se que isso referese<br />

a colher pitangas.<br />

42 – D. Contra tem valor negativo e ao encontro de tem valor positivo.


Capítulo 36<br />

Gabarito<br />

1 – B. O único caso em que o verbo ter é coloquial é quando tem sentido de “existir”. Por<br />

isso, a norma culta sugere que se use o verbo haver: “Há coisas que não se explicam: a dor<br />

do exílio é uma delas.”<br />

2 – B. Pelo visto, a FCC considera que a preposição pode ficar implícita antes de orações<br />

subordinadas substantivas objetivas indiretas (Ela sempre duvidou (de) que...). Quanto ao<br />

pronome demonstrativo o (= isso), em “ele o fez”, ele tem valor anafórico e está<br />

acompanhado de um verbo vicário (fazer). A crase em à qual está correta por causa da<br />

regência de devia. A expressão de sua trajetória artística é um adjunto adverbial de causa.<br />

Em suma, não há erro algum na opção b), por isso é o gabarito. Veja as demais já corrigidas:<br />

a) Na seção em que passou a trabalhar, o cenário (núcleo do sujeito) de intrigas e<br />

favorecimentos vários o incomoda e quase o enlouquece, pois lhe parece (verbo no singular;<br />

concordância) infernal. c) É o relato de um passeio que o pretenso adivinho (ortografia) fez<br />

com dois amigos, os quais (concordância), no momento em que passavam por uma ponte, o<br />

céu cobriu-se de nuvens negras. d) Não há dúvidas de que se tem (colocação pronominal e<br />

concordância) um avanço tecnológico e científico nessa área, mas os professores e alunos até<br />

chegam a temer esse mundo que os cerca (concordância). e) São muitas as entidades que<br />

militam nesse âmbito <strong>para</strong> as quais (concordância) prestei assessoria, mas não tenho a<br />

presunção de ter conquistado algum prestígio em alguma delas.<br />

3 – E. A forma adequada à língua culta é Em último caso, quando equivale a “em último<br />

recurso”.<br />

4 – A. Por eliminação: b) micro-organismo; c) sintomas; d) quadros; e) prescrever.<br />

5 – B. A locução conjuntiva com<strong>para</strong>tiva que nem é considerada coloquial pela maior parte<br />

dos gramáticos. Outra conjunção com<strong>para</strong>tiva considerada coloquial é “feito”: Ele fala feito<br />

papagaio.<br />

6 – E. A regência do verbo lembrar, VTD, não está de acordo com a norma culta. A frase<br />

deveria estar assim: Mas sei do que se lembra. O verbo lembrar-se é VTI e exige a<br />

preposição de.<br />

7 – D. O uso da interjeição Puxa e do substantivo gente são próprios da linguagem coloquial.<br />

8 – B. Por eliminação: a) bola rolando (jogo em andamento); c) louco (linguagem figurada),<br />

canalha (linguagem de baixo calão, chula), quebrar (linguagem figurada); d) soltar o braço<br />

(linguagem figurada). A linguagem figurada em si não é marca de coloquialismo, mas tais usos


(da questão) são clichês próprios da informalidade.<br />

9 – A. Para resolver questões desse tipo, é preciso encontrar os desvios gramaticais nas<br />

alternativas. A que não apresentar nenhum desvio estará de acordo com a norma culta, ou<br />

“redigida corretamente”. Vejamos as opções corrigidas: b) O verbo contrapor é derivado do<br />

verbo pôr, portanto a conjugação é idêntica. No futuro do subjuntivo, então, a conjugação<br />

acertada é esta: “... se se contrapuserem...”. Há também problema na concordância verbal do<br />

verbo ser, em “... provas convincentes, que... não é garantia...”; deveria ser: “... provas<br />

convincentes, que... não são garantia...”. Lembra-se dessa regra? O verbo concorda com o<br />

antecedente do pronome relativo. Para fechar, o verbo sortir não está adequado neste<br />

contexto, uma vez que significa “abastecer”, “prover”, “misturar” etc. O certo seria “surtir”,<br />

que significa “acarretar”, “provocar”. c) Há um problema de conjugação verbal do verbo<br />

convir (derivado de vir). Como ele está no futuro do subjuntivo, conjuga-se igual a “vir”.<br />

Portanto: “... será aceito por meu cliente se lhe convier...”. d) Há dois problemas de<br />

ortografia (argúo e ascenção). Tais palavras são escritas assim: arguo (1ª pessoa do singular<br />

do presente do indicativo do verbo arguir) e ascensão. Como arguo é palavra paroxítona<br />

terminada em -o, não recebe acento gráfico. Não se usa ç em ascensão, pois quando há -nd no<br />

radical do verbo de onde se deriva o substantivo, usa-se s na escrita desse nome (ascender ><br />

ascensão > ascensorista...). e) O verbo incendiar faz parte daquele grupo de verbos<br />

terminados em –iar (lembra-se do MARIO?). Mediar, ansiar, remediar,<br />

incendiar/intermediar, odiar. A conjugação destes verbos segue o modelo da conjugação do<br />

verbo odiar. Portanto, se ele “odeia”, ele “incendeia”. Visando à correção gramatical, o texto<br />

deveria ter iniciado assim: “Ele incendeia...”. Sobre a forma verbal “freiar”, saiba que ela<br />

não existe, é “frear” a correta grafia.<br />

10 – B. Analisemos uma por uma: a) Em “... deviam ter havido mais de dez chamadas...”, há<br />

um desvio de concordância, uma vez que o verbo auxiliar deveria estar no singular, pois faz<br />

parte de uma locução em que o verbo haver tem sentido de “existir”. Quando isso ocorre, a<br />

impessoalidade do verbo haver passa a todos os verbos da locução verbal. Portanto, todos<br />

ficam na 3ª pessoa do singular obrigatoriamente. Outro desvio claro é o uso de aonde. Tal<br />

expressão só é acertada quando há um verbo ou um nome exigindo a preposição a, que se junta<br />

ao advérbio onde formando a expressão aonde. Não é o caso no contexto; deveria ser apenas<br />

onde. c) Há um desvio de concordância verbal em “... o desempenho de todos eles decaírem<br />

intensa e irreversivelmente.”, pois o verbo deve concordar em número com o núcleo do<br />

sujeito (desempenho). Portanto, o adequado à norma culta é: “o desempenho de todos eles<br />

decair intensa e irreversivelmente.” d) Novamente há problemas de concordância (verbal e<br />

nominal) neste texto. Veja a reescrita com correção: “... são realmente confiáveis... os


números que indicam...” e) Melhor seria usar a expressão de valor causal Haja vista e não o<br />

particípio isolado Visto, que, inclusive, não concorda em número e pessoa com o seu sujeito a<br />

oportunidade...; deveria ser Vista. Além disso, há um problema de colocação pronominal: ...<br />

os legisladores não convenceram-se da necessidade...”. Deveria ser: “... os legisladores não<br />

se convenceram da necessidade...”, pois o advérbio de negação (não) atrai o pronome<br />

oblíquo átono (se), ficando este antes do verbo (próclise). Não satisfeito, o cara que escreveu<br />

este texto cometeu outro desvio: “... da necessidade de ver postergado, no último momento, as<br />

datas das primeiras reuniões setoriais.”. Há um erro de concordância nominal, pois o adjetivo<br />

postergado está ligado a as datas das primeiras reuniões setoriais. Sendo assim, o texto<br />

deveria ser reescrito assim <strong>para</strong> que houvesse correção gramatical: “da necessidade de ver<br />

postergadas, no último momento, as datas das primeiras reuniões setoriais”.<br />

11 – C. Vejamos as que devem ser corrigidas: a) O ideal seria Nesta época, pois remete ao<br />

tempo presente do falante. Nada justifica o uso da conjunção e. Quem transforma algo...<br />

transforma algo em... Portanto, a reescritura deveria ser: “Nesta época do ano, as enchentes,<br />

mais do que previsíveis, como todos o sabem, transformam a cidade em uma paisagem<br />

horrenda.”. b) Falta vírgula <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o adjunto adverbial deslocado por si só. Há falta de<br />

clareza, pois não se sabe se o sujeito do verbo teme é isso ou a sociedade. Se eu digo que o<br />

sujeito é isso, queremos dizer que o fato de a atividade docente exercer liderança nata<br />

(retomada pelo isso) teme a sociedade, isto é, causa temor na sociedade. Por outro lado, se a<br />

sociedade for o sujeito, queremos dizer que a sociedade tem medo da ideia de a atividade<br />

docente exercer liderança nata, em que isso passaria a ser o objeto direto. Deveria estar assim<br />

reescrita: A atividade docente, por si só, já exerce uma função de liderança nata, e é isso que<br />

às vezes a sociedade teme, pois nem todos os mestres primam por ética. d) A palavra<br />

prevensão está escrita errada, deveria ser prevenção. O sufixo -ção é formador de<br />

substantivos abstratos. Prevenção é o ato de prevenir. e) Desvio de concordância. Se o sujeito<br />

é composto anteposto ao verbo, este deve ficar no plural. Veja a correção: “Minha expressão<br />

de compromisso <strong>para</strong> com meus pares e o órgão a que passarei a pertencer hão de ser<br />

demonstrados a cada passo de minha atuação, pela qual sempre zelarei, como venho<br />

demonstrando por anos consecutivos.”.<br />

12 – E. Vejamos as alternativas comentadas: a) O verbo intervir é derivado do verbo vir, logo<br />

a conjugação é igual. Uma vez que esse verbo está no pretérito imperfeito do indicativo no<br />

contexto, deveria estar escrito assim: “A mãe sempre intervinha nas discussões...”. b) Há um<br />

problema de ortografia: não é recaptulava, mas recapitulava, do verbo recapitular, derivado<br />

de capítulo. O outro problema polêmico está neste trecho: “... a ponto dos colegas<br />

pedirem...”. Alguns gramáticos dizem que não pode haver contração antes de sujeito no


infinitivo, outros dizem que não há problema algum. Se olharmos de um ponto de vista<br />

ortodoxo, diríamos que há um erro, pois, se não há contração, deveria estar redigido assim o<br />

trecho: “... a ponto de os colegas pedirem...”. E é assim que vê a FCC, ortodoxamente. c)<br />

Falta vírgula <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r a oração subordinada adverbial deslocada. A forma verbal obstrói<br />

não existe, mas sim obstrui. A reescrita certa é esta: Nesse processo de conscientização, são<br />

importantes o reconhecimento e respeito às diferenças, e, como ele não as exercita, só obstrui<br />

o crescimento do grupo. d) O verbo advir é derivado do verbo vir, portanto a conjugação é<br />

idêntica. Deveria ser, como está no pretérito imperfeito do subjuntivo, assim: “Se muitas<br />

perdas adviessem...”.<br />

13 – D. Vejamos os comentários: a) Descriminatória não! O certo é discriminatória. Muitos<br />

se confundem com essas duas palavras por serem parônimas, ou seja, palavras parecidas na<br />

pronúncia e na grafia. Só que, normalmente, se usa descriminar significando “inocentar”,<br />

“absolver”; já discriminar significa “diferenciar”, “distinguir” (no contexto tem a ver com<br />

racismo). b) A forma verbal obtem segue a regra das oxítonas terminadas em -em, logo deve<br />

ser acentuada: obtém. Se estivesse no plural, receberia acento circunflexo, pois é derivada do<br />

verbo ter: ele obtém, eles obtêm. Além disso, expúrios é forma não existente na língua, o<br />

correto é espúrios. c) Segundo as regras de plural dos substantivos compostos, quando um<br />

substantivo é formado por numeral + substantivo, ambos variam, logo a forma acertada é<br />

sextas-feiras. e) O adjetivo institucionais está errado, pois ele deve concordar em número<br />

com o substantivo ordem, ficando no singular: “... ordem institucional...”.<br />

14 – C. Comentando... a) A fotografia é o sujeito do verbo ombrear, logo ele deve ficar no<br />

singular, concordando em número com o sujeito: “Apesar de se ombrear com outras artes<br />

plásticas, a fotografia...” b) A forma verbal imagine deveria concordar em número com o<br />

sujeito os tempos, ficando assim: “... nem se imaginem os tempos...”. Além disso, o verbo<br />

suscitar não exige preposição a de modo que ela tenha de aparecer antes do pronome relativo.<br />

Portanto, o trecho corrigido é este: “... nem se imaginem os tempos que suscitarão essa<br />

imagem...”. d) Tal deve ficar no plural <strong>para</strong> concordar com as experiências físicas de uma<br />

fotografia. Deveria também haver um hífen ligando o pronome oblíquo átono ao verbo<br />

auxiliar: podem-se inocular. Muitos gramáticos modernos, entretanto, já aceitam a ausência<br />

do hífen. Reescrevendo o texto, temos: As experiências físicas de uma fotografia, tais como<br />

ocorrem nos espelhos da Alice, podem-se inocular em planos temporais. e) Deveria ser<br />

implicações <strong>para</strong> evitar a ambiguidade de implicâncias.<br />

15 – B. Há falha estrutural neste excerto: “Embora haja quem aposte no critério único de<br />

julgamento, <strong>para</strong> se promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.”.<br />

Já ouviu falar em truncamento sintático? Bem, é exatamente isso que está ocorrendo neste


excerto. O truncamento sintático ocorre quando a estrutura sintática parece uma colcha de<br />

retalhos, de modo que fica difícil analisar um período, pois ele está cheio de falhas, “buracos”<br />

dentro de sua construção, como se as partes não estivessem conectadas ou como se faltasse<br />

algo. Observe que no período da letra B (o gabarito!) não há oração principal. De modo que<br />

há um corte (truncamento) na estrutura sintática, ficando ela incompleta.<br />

16 – E. Vejamos uma por uma (já corrigidas). a) No memorial do professor, está registrado<br />

que ingressou na universidade em idade inferior à determinada pela lei. (Vírgula <strong>para</strong><br />

se<strong>para</strong>r o adjunto adverbial deslocado; quem ingressa, ingressa em.) b) O fato de que o<br />

acusado se recusa a dar detalhes é o que mais pesará na decisão dos jurados. (Faltou a<br />

preposição de exigida pelo nome fato.) c) O movimento a que me filiei nos anos 70 foi<br />

grandemente responsável pela renovação da pintura no Brasil. (Quem se filia, se filia a,<br />

logo a preposição fica antes do pronome relativo obrigatoriamente.) d) Esta é, enfim, a parca<br />

remuneração com a qual arco totalmente com as despesas da casa. (Eu arco totalmente com<br />

as despesas da casa com a parca remuneração.)<br />

17 – D. Vejamos uma por uma (já corrigidas). a) Quaisquer que sejam os motivos alegados<br />

pela comissão <strong>para</strong> justificar o atraso, devem-lhe ser repassadas as anotações acerca dos<br />

itens em que houve perda do prazo de entrega anteriormente acordado. (Plural de qualquer:<br />

quaisquer; não se usa pronome oblíquo após pausa, a não ser que seja por causa de uma<br />

intercalação, o que não é o caso.) b) Demos a eles a notícia de que mais almejam e<br />

passeemos nosso olhar sobre seus semblantes: o que veremos surpreenderá, pois será muito<br />

mais do que alguém possa supor. (Preposição de exigida por notícia; passear, na 1ª pessoa<br />

do plural do imperativo afirmativo, vem da 1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo,<br />

logo passeemos.) c) O empreiteiro jura que reconstrói a laje danificada em poucos dias,<br />

mas existem, na avaliação do engenheiro e do arquiteto, sérias dúvidas quanto à<br />

possibilidade de isso ser possível. (Usa-se i em verbos terminados em -uir; além disso,<br />

observe a concordância: existem...(verbo) dúvidas... (núcleo do sujeito).) e) Registra-se em<br />

livros de história que aqueles artesãos eram bastante hábeis com as ferramentas que eles<br />

mesmos produziam, o que lhes garantiu a fama de burilar com criatividade qualquer tipo de<br />

material. (Registra-se tem sujeito oracional, logo fica na 3ª pessoa do singular; mesmo varia<br />

normalmente quando é um pronome demonstrativo.)<br />

18 – E. Vejamos uma por uma (já corrigidas): a) Tudo que fizeram a fim de angariar a<br />

simpatia do diretor pela proposta não deu bons frutos, por isso não lhes restou, conforme<br />

estavam todos de acordo, outra ideia a não ser agregar valor ao projeto inicial. (A fim de:<br />

finalidade; restou (verbo)... outra ideia (sujeito)...; de acordo com a nova reforma, ideia se<br />

escreve sem acento.) b) Os jornalistas não creem que existam documentos espúrios em meio


àqueles já examinados, e isso porque já haviam feito cuidadosa checagem, todavia, a<br />

transparência impondo, voltarão à tarefa de imediato. (Porque explica, logo é junto sem<br />

acento; voltar exige preposição a + a (tarefa) = à tarefa (crase!).) c) A questão ficou cada<br />

vez mais descaracterizada quando, logo depois da visita, o antropólogo defendeu que<br />

aquelas dificuldades não se restringiam às nações indígenas daquela região, sendo mais<br />

universal. (Logo depois da visita é adjunto adverbial deslocado, logo devem-se usar vírgulas;<br />

o verbo restringir exige a preposição a.) d) A manutenção e apoio ao grupo de escoteiros<br />

dependem de ele aceitar a contrapartida dos empresários, que não é, aliás, nada abusiva,<br />

visto que eles executam as tarefas solicitadas cotidianamente, sem desgaste exaustivo. (Não<br />

há contração antes de verbo no infinitivo segundo a maioria dos gramáticos (de ele aceitar...);<br />

abusiva, concordando com contrapartida.)<br />

19 – A. Vejamos uma por uma (já corrigidas): b) Por mais que queiramos negar<br />

envolvimento dos menores no distúrbio, pode haver fatos que desconheçamos, por isso<br />

acataremos as orientações que advenham do episódio. (Pode haver, no singular, pois o<br />

verbo haver (=existir) não permite que o auxiliar da locução verbal varie.) c) Pelo que<br />

dissestes sobre a incrustação das joias, mereceis <strong>para</strong>béns, e também pela competência,<br />

pois, sem tê-las sequer mostrado à interessada, tornou-a uma feliz compradora.<br />

(Uniformidade de tratamento (vós dissestes; vós mereceis); privilegia-se a ênclise após pausa<br />

não antecedida de intercalação.) d) A especialista à qual se devem as pesquisas educacionais<br />

diz que cada uma das escolas que se propuseram a fornecer dados declararam o motivo<br />

particular que as pôs em movimento. (O sujeito de dever, acompanhado de partícula<br />

apassivadora, é pesquisas; propor no futuro do subjuntivo é propuseram.) e) As terras de que<br />

essa espécie de vinho provém são as do tipo mais recomendável <strong>para</strong> a cultura da videira,<br />

motivo pelo qual são tão valorizadas e desejadas por viticultores. (Provém é derivado do<br />

verbo vir, que, na 3ª pessoa do plural, recebe acento circunflexo, mas não é o caso, pois seu<br />

sujeito é espécie; recomendável concorda com tipo.)<br />

20 – D. Vejamos uma por uma (já corrigidas): a) Não quero e não devo contar qual foi a<br />

confusão em que me meti, nem por que idas e vindas acabei percebendo o real perigo que<br />

corria. (Usa-se por que, pois equivale a “por quais”.) b) Todos estando bastante, ou<br />

excessivamente, contrariados, nesse diapasão, nada se podia fazer <strong>para</strong> acalmar o<br />

representante dos funcionários, de cujo apoio sustentaria o evento. (O trecho “Todos<br />

estando... diapasão” deve ser se<strong>para</strong>do por vírgula, pois se trata de uma oração reduzida<br />

deslocada; o nome apoio exige a preposição de, que fica antes do relativo cujo<br />

obrigatoriamente.) c) O debate seguia acalorado entre o jornalista e o entrevistado, sendo,<br />

por essa razão, o convite feito a um mediador, pois de sua presença dependia o impasse.<br />

(Por essa razão é um adjunto adverbial deslocado, por isso as vírgulas; o pronome


possessivo sua provoca possível ambiguidade.) e) O indivíduo contribui com a cidadania,<br />

quando se posiciona a favor dos direitos, porém corrompe a ética, se faz (algo) contra os<br />

preceitos morais. (O verbo corromper rege seu complemento sem preposição; o verbo fazer<br />

precisa manter correlação verbal com corrompe.)<br />

21 – D. Vejamos uma por uma (corrigidas): a) Houve (verbo haver com sentido de existir não<br />

varia) muitas mudanças nas condições externas e internas da economia, que contribuíram<br />

<strong>para</strong> a estagnação da indústria brasileira. Do lado externo, os altos preços das matériasprimas<br />

exportadas pelo Brasil encorpam a entrada de divisas e valorizam (o verbo concorda<br />

com o núcleo do sujeito – preços) o real. b) Internamente, a renda do trabalho ampliada por<br />

políticas salariais e previdenciárias generosas (a oração subordinada adjetiva restritiva<br />

reduzida de particípio não é se<strong>para</strong>da por vírgula) estimula o consumo e o setor de serviços.<br />

O resultado seria a especialização da economia nos setores primário e terciário, cuja forte<br />

geração de emprego, (houve truncamento sintático, ou seja, a estrutura sintática não está<br />

completa, pois falta verbo na oração adjetiva iniciada pelo pronome relativo cujo) em troca<br />

de menor competitividade industrial. c) A perda de mercado <strong>para</strong> importações, por sua vez,<br />

não seria (o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito – perda) um problema, já que boa<br />

parte delas seria compras de bens de capital <strong>para</strong> investimento e modernização do parque<br />

industrial. e) É temerário considerar que (não pode haver vírgula após a conjunção<br />

integrante se<strong>para</strong>ndo a oração principal da subordinada) um país de renda média e com baixa<br />

escolaridade, como o Brasil, (expressão intercalada deve vir entre vírgulas no meio da frase)<br />

possa manter tal padrão de crescimento. Serviços que geram renda, hoje, são atividades<br />

complexas como design industrial e marketing, de alto conteúdo intelectual.<br />

22 – E. Vejamos o(s) erro(s) corrigido(s): O investimento externo direto mudou de patamar.<br />

Até o ano passado, (faltou uma vírgula <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o adjunto adverbial deslocado) eles<br />

cobriam praticamente o deficit em conta corrente, o (nada exige a preposição a antes do<br />

pronome demonstrativo o) que limitava o efeito, <strong>para</strong> explicação da valorização da moeda,<br />

de tsunamis monetários e capitais especulativos.<br />

23 – A. Vejamos uma por uma (corrigidas). b) Mas há também os fatores que não dependem<br />

diretamente dos agentes econômicos, como o ambiente institucional <strong>para</strong> a realização de<br />

negócios, a infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política<br />

econômica, o que se reflete (o verbo deve concordar com o antecedente do pronome relativo<br />

– o) no crédito e na carga tributária. c) São vários os fatores que contribuem <strong>para</strong> os saltos<br />

de produtividade. Alguns relacionados ao (o adjetivo exige a preposição a) processo<br />

produtivo, como a inovação (não há crase, pois não há exigência da preposição a), a<br />

melhoria da gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos


que produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados <strong>para</strong> se chegar<br />

(como o se é uma partícula de indeterminação do sujeito, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do<br />

singular) ao resultado final. d) Com uma taxa de investimento relativamente baixa, cuja<br />

proporção do Produto Interno Bruto (PIB) (note que houve truncamento sintático de novo, uma<br />

vez que a oração iniciada por cuja está sem verbo; além disso, como a pseudo-oração<br />

adjetiva é explicativa, deveria vir entre vírgulas, como eu coloquei aqui), pouco acima dos<br />

19%, o Brasil conseguiu avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte. e) A<br />

estabilidade monetária abriu caminhos <strong>para</strong> ganhos de produtividade que tornaram (o verbo<br />

concorda com o antecedente do pronome relativo – ganhos) factíveis tais avanços, mas é<br />

preciso definir prioridades claras nos gastos públicos.<br />

24 – D. Vejamos o(s) erro(s) corrigido(s): Não se deve contemplar o Brasil como uma ilha<br />

de tranquilidade, de estabilidade, de equilíbrio, no meio da infindável crise internacional.<br />

A experiência europeia mostra os elevados custos de se adiar (o verbo concorda com o<br />

núcleo sujeito – enfrentamento) constantemente o enfrentamento dos problemas de<br />

competitividade. A alternativa c) está errada também, pois a sigla, com função de aposto,<br />

deveria vir entre travessões, vírgulas ou parênteses, segundo consulta aos principais manuais<br />

de redação. Apesar disso, temos visto alguns textos da ESAF com uso da sigla após o nome<br />

por extenso antecedida de apenas um travessão. Pelo visto, a ESAF considera o uso de um (1)<br />

travessão antes de sigla correto.<br />

25 – C. Vejamos uma por uma (corrigidas): a) Por tornar mais acentuada a perda de<br />

competitividade da indústria brasileira, a valorização do real em relação ao dólar vem (o<br />

verbo concorda com o núcleo do sujeito (valorização) ficando no singular, sem acento<br />

circunflexo) despertando reações cada vez mais ácidas de dirigentes empresariais, mas está<br />

muito longe de ser o único, ou o principal (não há vírgula entre adjunto adnominal e seu<br />

nome) problema que prejudica o desempenho do setor manufatureiro. b) Questões<br />

estruturais e modelos de gestão empresarial inadequados têm (o verbo concorda, no plural,<br />

com os núcleos do sujeito composto – questões e modelos) sobre a atividade industrial<br />

efeitos negativos muito mais profundos e duradouros e, por isso, mais nocivos do que a taxa<br />

de câmbio. d) Mesmo, porém, que a questão cambial venha a ser superada, a qualidade da<br />

atividade industrial continuará prejudicada por deficiências históricas, e, por isso,<br />

(expressão intercalada vem entre vírgulas) muito conhecida (concordância nominal com o<br />

substantivo qualidade), mas tolerada (idem à anterior) por governantes, empresários,<br />

trabalhadores e pela sociedade. (A expressão que tem sido não mantém <strong>para</strong>lelismo sintático<br />

com muito conhecida – verbo no particípio). e) Pesquisas e estudos recentes não deixam<br />

dúvidas quanto aos impactos do câmbio valorizado sobre a produtividade da indústria<br />

brasileira quando com<strong>para</strong>dos com os de outros países. (Ambos os termos devem concordar


com impactos.)<br />

26 – B. Vejamos o erro: É provável que a importância da educação como determinante do<br />

rendimento das pessoas e da sua desigualdade está superestimada nas análises econométricas,<br />

simplesmente porque não se dispõe (VTI acompanhado de partícula de indeterminação do<br />

sujeito fica na 3ª pessoa do singular) de boas medidas <strong>para</strong> vários outros determinantes da<br />

renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade.<br />

27 – E. Vejamos os desvios das demais opções: a) O que se dissipa é a diferença entre a<br />

demanda e a oferta globais, e não “uma ampliação do déficit em conta corrente”, como dá a<br />

entender esta opção. Não houve preservação da coerência do texto. b) Daí naturalmente<br />

resulta que a diferença entre a demanda e a oferta globais, inexoravelmente, se dissipa<br />

(cuidado com a concordância!) por um aumento da inflação interna nos preços dos bens não<br />

transacionáveis (os serviços) e uma ampliação externa do déficit em conta corrente. c) O<br />

que se dissipa, no texto original, é a diferença entre a demanda e a oferta globais, não “o<br />

resultado natural da...”. Além disso, há erro de concordância: O resultado natural da<br />

diferença entre a demanda interna e a oferta global se dissipam. d) “a diferença entre a<br />

demanda que dissipa a oferta global dissipa” (construção absurda!). Falta uma vírgula antes<br />

de externamente.<br />

28 – E. Vejamos os problemas: a) A valorização do real e o custo Brasil, que têm reduzido a<br />

competitividade de nossos produtos industriais no mercado internacional, ao mesmo tempo<br />

que torna o mercado interno mais vulnerável à concorrência de produtos de outros países<br />

com consequências ruins não só <strong>para</strong> a balança comercial, mas também <strong>para</strong> os níveis de<br />

emprego e de renda <strong>para</strong> a arrecadação de tributos. (Houve truncamento sintático, pois falta<br />

uma parte da frase, o verbo da oração principal do sujeito “A valorização do real e o custo<br />

Brasil”.) b) No custo Brasil, (adjunto adverbial deslocado exige vírgula) constam os<br />

elevados preços (cuidado com a concordância) da energia elétrica e do gás natural, a<br />

insuficiência e relativamente precária malha de transportes, o baixo nível de investimentos<br />

em tecnologia e uma estrutura tributária que incide sobre a produção e o consumo, e não<br />

sobre a renda e a riqueza. (As vírgulas se<strong>para</strong>m termos enumerados; a última vírgula vem<br />

antes do e, pois ele equivale a mas.) c) O fato é que o setor industrial ficou estagnado (erro<br />

de ortografia) em 2011, puxando <strong>para</strong> baixo o crescimento do PIB, sendo o mais baixo entre<br />

todos os países sul-americanos. E as perspectivas são de novo crescimento do produto<br />

industrial próximo a zero − com um tímido crescimento do PIB. d) O elevado custo de nossa<br />

logística é outra causa que não vem (observe a concordância!) sendo devidamente<br />

enfrentada. O barateamento do custo da energia e dos transportes requer (observe a<br />

concordância!) a ampliação dos investimentos públicos, necessidade que se choca com um


dos pilares da política econômica.<br />

29 – D. O trecho tem um erro de concordância. Segundo a ESAF, por mais que o sujeito<br />

composto esteja posposto ao verbo, tal banca não aceita a concordância atrativa. Já vimos<br />

isso no capítulo de Concordância. Logo, o trecho deveria ser reescrito assim: “... foram<br />

precisamente [a elevação dos salários e a crescente formalização do trabalho (sujeito)]...”.<br />

30 – ERRADO. Necessita-se (verbo transitivo indireto seguido da partícula de<br />

indeterminação do sujeito deve ficar na 3ª pessoa do singular) tanto da criação de métodos<br />

transparentes e previsíveis quanto da definição clara do que se considere violação ética,<br />

cujas alegações [desse tipo] (expressão indicativa de posse totalmente descartável, pois o<br />

pronome cujas já indica posse) sejam submetidas (esta locução verbal fica no plural e, no<br />

caso do particípio, concordando em gênero e número com alegações) à investigação.<br />

31 – ERRADO. Independentemente das razões que as levem (o pronome relativo exige a<br />

próclise) a sujeitar, por exemplo, suas posses ou sua moradia ao trabalho pericial, a toda<br />

pessoa (não há crase antes do pronome indefinido toda) estão garantidos os direitos de: ser<br />

autor de seu destino e de optar pelo (a contração, por bem da eufonia, deve acontecer)<br />

caminho de sua conveniência.<br />

32 – ERRADO. Mas, (esta vírgula deve ser colocada <strong>para</strong> marcar a intercalação da oração<br />

adverbial reduzida) apesar da grande importância da ética deontológica, ela parece que é<br />

insuficiente <strong>para</strong> se aprofundarem reflexões éticas quanto a condutas (não há crase diante<br />

de palavra pluralizada com sentido genérico) profissionais, em vista de (a maioria dos<br />

gramáticos recomenda que não se flexione elementos de uma locução prepositiva) se entender<br />

que ela seja atendida quando os códigos são simplesmente obedecidos.<br />

33 – ERRADO. O erro está na colocação pronominal, pois o pronome relativo atrai o<br />

pronome oblíquo átono: Para um coronel que se queixava da vida em quartel.<br />

34 – CERTO. Se fizermos a com<strong>para</strong>ção entre os textos, veremos que a paráfrase está<br />

perfeita, pois as estruturas são sinônimas. Veja: A antropologia tem demonstrado (1) que<br />

muitas atividades (2) atribuídas (3) às mulheres (4) em uma cultura (5) podem ser<br />

atribuídas (6) aos homens em outra (7). Segundo a antropologia (1), várias atividades (2)<br />

que são atribuídas (3) ao sexo feminino (4) em dada cultura (5) podem atribuir-se (6) ao<br />

sexo masculino em outra (7).<br />

35 – ERRADO. A espécie humana distingue-se entre si no que concerne à anatomia e à<br />

fisiologia (o verbo concernir exige a preposição a + a (artigo) = à), por meio do dimorfismo<br />

sexual, embora seja falso crer que as diferenças de comportamento verificadas (concorda


com diferenças) entre as pessoas de sexo distinto determinem-se (concorda com diferenças)<br />

de forma biológica.<br />

36 – CERTO. Compare e veja (mero uso de sinônimos): Carregar (1) cerca de (2) vinte<br />

litros de água (3) sobre a cabeça (4) implica (5), na verdade (6), um esforço físico<br />

considerável (7). Para que se carreguem (1) aproximadamente (2) vinte litros d’água (3) na<br />

cabeça (4), requer-se (5), na realidade (6), um imenso esforço físico (7).<br />

37 – CERTO. Quando o pronome oblíquo faz parte de uma locução verbal cujo verbo<br />

principal está no infinitivo e houver uma palavra atrativa antes da locução, o pronome pode<br />

ficar antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Logo, ambas as formas estão<br />

corretas.<br />

38 – ERRADO. Compreender, pois, o modo por que (= pelos quais; usa-se se<strong>para</strong>do e sem<br />

acento) tais materialidades influenciam a (o verbo influenciar é transitivo direto e não exige<br />

a preposição em) elaboração do ato comunicativo é essencial <strong>para</strong> entender-se como elas<br />

chegam a (não há crase antes de verbo) afetar a (o verbo afetar é transitivo direto e não exige<br />

a preposição em) própria organização do tecido social.<br />

39 – CERTO. Novamente, sinônimos: “a pequena causa (1), ou o motivo irrelevante (2),<br />

pode produzir (3) um grande efeito (4)”/“a causa pouco significativa (1), ou o pequeno<br />

motivo (2), pode provocar (3) um resultado de extensa repercussão (4)”.<br />

40 – ERRADO. Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que<br />

sejam acessadas (concorda com raízes) as raízes do mundo contemporâneo, e<br />

aprofundados (concorda com modos), pela nossa compreensão, os modos como está<br />

organizado o poder político.<br />

41 – ERRADO. Contudo, estudar os impérios, antigos ou recentes, proporciona-nos o<br />

acesso às raízes do mundo contemporâneo e leva-nos a (não há crase antes de verbo)<br />

aprofundar a compreensão dos modos conforme os quais (não há preposição sendo exigida<br />

por nenhum elemento) se organiza (a próclise é obrigatória por causa do pronome relativo) o<br />

poder político.<br />

42 – A. As expressões “passeá” (passear), “saí” (sair), “brincá” (brincar), “di” (de),<br />

(gostava muito)... “di” (de) vôlei, “andá” (andar), “a palhaça” ou “fases mais gostosas”<br />

marcam a informalidade e, portanto, o registro coloquial. As reticências, próprias da língua<br />

escrita indicam as pausas organizadoras do discurso oral, que entrecortam o fluxo contínuo da<br />

fala.<br />

43 – A. Autoexplicativa. Ou seja, o entrevistado, apesar de ser um dos maiores críticos da


gramática normativa no Brasil, é capaz de adaptar-se ao contexto comunicativo em que se<br />

insere, respeitando as regras gramaticais da língua culta.<br />

44 – A. Só um detalhe sobre a a): Quando falamos em prova, no direito, tem-se a idéia<br />

(segundo a nova ortografia, esta palavra é sem acento) de que existe algo a ser defendido ou<br />

algo que venha a ser contestado. Dentro dessa linha cognoscível, entende-se que vai existir<br />

sempre um agente acusador e um agente acusado. Veja os desvios das demais: b) Pois bem,<br />

a prova é o meio de resolução desse conflito existente, da qual [é dela que (construção<br />

redundante e, portanto, dispensável)] o juiz irá extrair aqueles meios exequíveis à resolução<br />

pendente. c) O juiz não tem o ônus de buscar a verdade – ele somente apresenta às partes (o<br />

verbo apresentar é VTDI, por isso cuidado com a regência: apresenta-se algo a alguém) a<br />

verdade mais justa diante do caso em questão. A parte é quem tem o ônus de buscar a<br />

verdade, daí as provas, serem de suma importância <strong>para</strong> a resolução do litígio. d) Devido à<br />

atribuição de pontos a cada tipo de prova, o sistema tarifal de provas passou a facilitar as<br />

decisões dos juízes, que somente se encarregavam da somatória dos pontos que cada parte<br />

obtivera (conjugação verbal) mediante suas provas apresentadas e decidia o caso a favor de<br />

quem somara (correlação verbal) mais pontos. e) Para adquirir força probatória no<br />

processo judicial, os meios “moralmente legítimos” de obtenção de provas devem estar<br />

(locução verbal apresenta verbo principal no infinitivo não flexionado) em congruência com<br />

os aspectos lícitos do nosso ordenamento legal.<br />

45 – E. Até a semana passada (não há obrigatoriedade no uso do acento grave), a estimativa<br />

que prevalecia (erro de ortografia) era de que o ciclo de redução da Selic <strong>para</strong>ria em 7,5%.<br />

Atualmente, (a vírgula aqui é facultativa, pois o adjunto adverbial deslocado é de curta<br />

extensão) a taxa está em 8%. Com a mudança, (vírgula marca adjunto adverbial deslocado de<br />

certa extensão) o mercado financeiro passa a trabalhar com a perspectiva de que o Banco<br />

Central reduza a taxa mais duas vezes.


Capítulo 37<br />

Gabarito<br />

1 – CERTO. A mudança de posição dos vocábulos altera o propósito argumentativo do texto<br />

original, que tem como foco o riso, e não a seriedade, e altera a estrutura sintática. Veja que<br />

nem todos os argumentos usados no texto servem <strong>para</strong> seriedade: “É, de alguma maneira, o<br />

aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis,...”. Isso seria um contrassenso.<br />

Sobre a estrutura sintática, seria preciso mudanças na estrutura, quanto à sintaxe de<br />

concordância: “ele abarca a totalidade...” viraria “...ela abarca a totalidade...” etc.<br />

2 – CERTO. Questão de sinonímia. Note também que o enunciado nem fala de sentido, mas<br />

sim de correção gramatical. De qualquer forma, a mudança de sinônimos (seguindo =<br />

aderindo) em nada prejudicou o trecho.<br />

3 – A. Mero uso de expressões sinônimas, isto é, em vez de = em lugar de, só = tão somente.<br />

Não confunda em vez de/em lugar de com ao invés de/ao contrário de!<br />

4 – E. Relação de causa e consequência e transformação entre orações reduzidas. Como o<br />

máximo de conhecimento é também o mínimo, nunca faltará perguntas a fazer e respostas pela<br />

metade.<br />

5 – A. Observe que houve manutenção de sentido com a substituição de um conectivo por<br />

outro (ambos de valor causal) e substituição de verbo por advérbio: Considerada pontochave<br />

em todas as investigações criminais, a perícia técnica vem ganhando destaque nos<br />

últimos anos por conta dos crimes de grande repercussão e que parecem ser de difícil<br />

solução./Considerada ponto-chave em todas as investigações criminais, a perícia técnica<br />

vem ganhando destaque nos últimos anos em virtude de crimes de grande repercussão e de<br />

solução aparentemente difícil.<br />

6 – B. Questão de sinonímia e de nominalização. Observe: Outro benefício decorrente de ter<br />

amigos é manter a saúde em ordem./Outro benefício resultante de ter amigos é a manutenção<br />

da saúde em ordem.<br />

7 – D. Em todas as opções, há possibilidades de <strong>para</strong>lelismo (repetição de preposição). A<br />

melhor resposta é a opção D. Digo “melhor resposta”, pois o enunciado pede “a reescrita que<br />

não preserva a correção gramatical e o sentido original do texto. No entanto, só há mudança<br />

de sentido, e não incorreção na reescritura “Repare que esses grandes artistas dificilmente<br />

se submetem às adaptações feitas diretamente de uma obra”. A crase está adequada, pois<br />

houve determinação, com o uso de artigo definido feminino plural antes de adaptações. A<br />

mudança de sentido ocorre porque, na reescritura, o artigo define, torna conhecida as


adaptações. Na primeira frase, a ausência de artigo definido implica uma ideia genérica a<br />

respeito de adaptações.<br />

8 – A. Substituição de pronomes e uso de advérbio anafórico. O cujo estabelece relação de<br />

posse entre o termo antecedente e o consequente (o moralismo desse país = cujo moralismo).<br />

O verbo representar está no futuro do pretérito (representaria) devido à correlação com a<br />

forma de pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo promover (promovesse). O uso do<br />

advérbio lá refere-se aos EUA (lá = nesse país).<br />

9 – D. Trabalha-se transformação de oração desenvolvida condicional <strong>para</strong> reduzida<br />

condicional e uso de conectivo condicional. Na letra D, entretanto, a ideia de “Assaltando,<br />

não reaja” é igual a “Se for assaltar, não reaja”, o que provoca mudança de sentido em relação<br />

à frase original.<br />

10 – B. Ocorre nominalização e transformação de oração desenvolvida <strong>para</strong> reduzida.<br />

Compare: A coordenadora exigiu que adiasse o encontro até que as infrações que o<br />

funcionário cometeu fossem solucionadas./A coordenadora exigiu o adiamento do encontro<br />

até a solução das infrações cometidas pelo funcionário.<br />

11 – B. Na reescritura, o adjetivo regulares deveria vir no singular, pois tem como referente o<br />

sujeito oculto do verbo dar. Ou seja, a reescritura que não desrespeitaria a correta<br />

morfossintaxe do padrão formal escrito da língua portuguesa seria esta: Se dá certo ou não,<br />

sendo regular ou não, é outra questão.<br />

12 – E. O uso de sinônimos e a inversão de termos manteve o sentido básico entre o período<br />

do enunciado e a reescrita da letra E: “A solução foi muito simples (1): de todos os<br />

trabalhadores (2), sindicalizados ou não (3), era descontado anualmente (4), na folha de<br />

pagamento (5), o salário de um dia de trabalho (6).”/Foi simples a solução adotada (1) –<br />

seria descontado anualmente (4), na folha de pagamento (5) de todos os trabalhadores (2),<br />

sindicalizados ou não (3), o valor equivalente a um dia de trabalho (6).<br />

13 – A. O uso de sinônimos e a inversão de termos manteve o sentido básico entre as frases:<br />

Colocava sob minha análise (1) um texto que já nascera das vozes do folclore (2), e<br />

propunha-me entender as relações (3) deste texto com suas variantes intertextuais<br />

(4)./Submetia a meu escrutínio (1) um texto que, como se não bastasse haver nascido das<br />

vozes da cultura popular (2), eu desejava interpretar (3) tendo em vista as relações que<br />

mantém com suas variantes intertextuais (4). Observe que as demais opções apresentam,<br />

além de mudança de sentido, desvios gramaticais: b) recaptulado > recapitulado. c)<br />

implica... num... > implica... um... d) perca > perda. e) há = existir, e não = permanecer;<br />

além disso, pegada (com sentido de junto) é coloquialismo.


14 – D. I – Para que exista poeta, é preciso que exista essa consciência. Este é o sentido do<br />

trecho Sem essa consciência, não há poeta. Quando se diz “Não há essa consciência em<br />

quem não seja poeta”, está-se querendo dizer que não existe essa consciência em quem não é<br />

poeta. Logo, na reescritura proposta, se há mudança de sentido, a paráfrase está errada. II – A<br />

expressão aditiva “não só... como” é bem substituída por um conectivo sinônimo, além de,<br />

mantendo-se o sentido. III – Por uma questão de correlação verbal, é preciso fazer a alteração<br />

no tempo e no modo verbal ante a reescritura.<br />

15 – D. Note que houve mudança de posição dos termos da frase e uso de sinônimos.<br />

Compare: Devemos evitar, especialmente, (1) posturas que venham a contribuir (2) − ainda<br />

que indiretamente − (3) <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a<br />

promoção da democracia e dos direitos humanos (4)./Posturas que contribuam (2), mesmo<br />

que de maneira indireta, (3) <strong>para</strong> o estabelecimento de elo automático entre a coerção e a<br />

promoção da democracia e dos direitos humanos (4), devem ser especialmente evitadas (1).<br />

16 – A. Note que houve passagem de voz ativa <strong>para</strong> passiva, mudança de posição dos<br />

vocábulos e diferente modo de estabelecer relação de posse. Compare: ... o incontestável<br />

Grande Detetive, cuja brilhante inteligência dedutiva (1) é capaz de superar qualquer<br />

adversário (2).../Qualquer adversário pode ser superado (2) pela brilhante inteligência<br />

dedutiva do incontestável Grande Detetive (1).<br />

17 – E. A construção de valor hipotético caso se verifique é sinônima da na hipótese de ser, e<br />

a inocência do investigado, da o investigado dado por inocente. Veja as demais: a) Na<br />

primeira frase, o advérbio de tempo ainda caracteriza o adjetivo rotineiros. Na segunda frase,<br />

ainda caracteriza o verbo no gerúndio, prevenindo. b) Demais de é expressão não existente na<br />

língua; o certo é ademais de, sinônima de além de. c) Não houve concordância correta,<br />

devendo ser: no risco de se manterem criminosos na impunidade, pois o se é apassivador. d)<br />

Não há concordância: “Dirigidos imediatamente pelo MP, serão produzidas somente as<br />

provas...”.<br />

18 – ERRADO. A substituição de locução adjetiva por adjetivo gerou incoerência. Soma de<br />

indivíduos = conjunto de indivíduos; soma individual = os indivíduos somam alguma coisa.<br />

19 – ERRADO. Apesar de não ter falado nada na teoria deste capítulo sobre transposição de<br />

vozes verbais, já passamos pelo capítulo de vozes verbais, certo? Saiba que ela é trabalhada<br />

em prova em questões de reescritura, como ocorreu aqui. O Cespe/UnB, particularmente,<br />

adora esse tipo de paráfrase. Outra coisa: note que o enunciado diz: “Prejudica-se a correção<br />

gramatical”. Nada se fala sobre sentido. É claro que não há erro gramatical em substituir são<br />

considerados por consideram-se, pois há uma simples passagem de voz passiva analítica (são


considerados) <strong>para</strong> a voz passiva sintética (consideram-se). Note também que se manteve o<br />

mesmo número, modo e tempo verbais na passagem. Isso é primordial. Revise vozes verbais<br />

(teoria e questões), se, a essa altura do campeonato, você ainda tiver dificuldades.<br />

20 – CERTO. Podemos usar nos quais no lugar de onde <strong>para</strong> retomar palavra de valor<br />

locativo, como municípios.<br />

21 – CERTO. Tais expressões são sinônimas. Você, pelo seu conhecimento vocabular, teria<br />

de saber que cooptado é o mesmo que atraído; Cooptar é “atrair (alguém) e fazer participar<br />

de um movimento, ideologia, partido, ideal etc.”.<br />

22 – CERTO. A forma de presente do indicativo “facilita” tem aspecto durativo, como “vem<br />

facilitando” e “tem facilitado”, logo tais locuções substituem bem o verbo simples.<br />

23 – C. Há uma relação de causa e consequência entre “vêm se sentindo menos pobres” e<br />

“vêm comprando”, logo a reescrita adequada é com porque, conjunção causal.<br />

24 – C. Houve uso de sinônimos e substituição de conectivo de mesmo valor semântico.<br />

Compare: “O simples estabelecimento do princípio da igualdade, no entanto, não logrou<br />

eliminar as diferenciações existentes.”/O mero estabelecimento do princípio da igualdade,<br />

entretanto, não conseguiu abolir as discriminações existentes. Fácil!<br />

25 – ERRADO. O que é passiva e modelada é a periferia colonial, não as colônias. Além<br />

disso, não se trata de um centro científico, mas sim de um centro de atividade científica.<br />

Houve inversão de foco, por isso houve mudança de sentido.<br />

26 – B. Há uma relação de causa e consequência entre os períodos, logo usa-se o conectivo<br />

porque.<br />

27 – B. Transformação perfeita de oração subordinada adverbial concessiva reduzida de<br />

gerúndio (se a oração reduzida de gerúndio vier iniciada pela preposição acidental mesmo,<br />

será concessiva) <strong>para</strong> desenvolvida: Mesmo não havendo.../Embora não haja...<br />

28 – B. Se a conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou,<br />

isso significa que nenhum disfarce de nossa solidão chegou a ser mais eficaz do que o da<br />

conectividade atual. A paráfrase explica o sentido da frase original. Veja os equívocos nas<br />

demais opções: (A) A expressão de longe intensifica o conteúdo semântico da oração em que<br />

se encontra, já à distância serve apenas <strong>para</strong> marcar a noção de espaço na oração em que se<br />

encontra. (C) Além de haver mudança de sentido, pois nada se fala de preferência no texto<br />

original, há um desvio de regência do adjetivo preferível, que exige a preposição a: Nossa<br />

dissimulada solidão é preferível, como sempre foi, à nossa ansiedade de comunicação. (D)<br />

O texto original nada fala de necessidade de imersão na solidão. (E) Nada se fala sobre geral


e efetiva conectividade no texto original, além disso nada se fala sobre superação da solidão.<br />

29 – A. Só houve inversão na posição dos termos, o sentido não mudou. Veja os problemas<br />

das demais alternativas. (B) Todo o = inteiro/todo = qualquer; mudança de sentido. (C) O<br />

substantivo fato exige a preposição de, que, segundo a maioria dos gramáticos e das bancas,<br />

deve vir explícita antes de oração objetiva indireta ou completiva nominal. Lembre-se deste<br />

posicionamento da Consulplan, em futuras questões. Sobre o verbo implicar (= acarretar), ele<br />

é VTD, não exige complemento preposicionado por em, segundo a maioria dos gramáticos e<br />

das bancas. Cuidado! (D) Precisamente falando, por meio de e através de têm sentidos<br />

diferentes. O primeiro indica o meio pelo qual uma ação se realiza; o segundo indica que algo<br />

atravessou algo. Hoje em dia, usamos indiferentemente os dois, indicando a mesma coisa, mas<br />

deve-se evitar, pois assim ensinam os grandes mestres e o Manual de Redação Oficial da<br />

Presidência da República. Além disso, há um desvio de colocação pronominal em que faz-se,<br />

pois o vocábulo que atrai o pronome oblíquo.<br />

30 – C. O verbo dever indica obrigatoriedade, o que mudaria o sentido de poder, no contexto.<br />

31 – D. Houve inversão de termos, mas a ideia de contraste se manteve entre o fato de a<br />

educação não ser um processo de consumo de aulas, mas sim (= senão) de acúmulo de<br />

conhecimento.<br />

32 – E. Note os conectivos concessivos iniciando as orações desenvolvidas: Ainda que,<br />

Conquanto, A despeito de, Posto que... Lembrou-se da dica do mesmo, em um dos<br />

comentários anteriores, iniciando oração reduzida de gerúndio (sempre concessiva)? Já a<br />

oração reduzida de infinitivo iniciada por Visto é sempre causal. Fica a dica!<br />

33 – E. Pela baixa qualificação dos alunos (causa), o aumento nas vagas do ensino<br />

superior não trará o resultado desejado (consequência)/O aumento nas vagas do ensino<br />

superior não trará o resultado desejado (causa), portanto é baixa a qualificação dos alunos<br />

(consequência). Moleza!<br />

34 – C. Substituição de conectivos de mesmo valor semântico e transformação de oração<br />

reduzida. A preposição acidental Segundo indica conformidade, assim como Consoante, De<br />

acordo com e Em conformidade com. Só nessa percepção já eliminamos a (A) e a (D). O erro<br />

na (B) é o uso de conquanto, que indica concessão, no lugar da oração adjetiva “sendo<br />

13.310...”. O erro na (E) é o uso de cujo, que deve vir entre dois nomes estabelecendo<br />

relação de posse entre eles, o que não é o caso na opção. Por eliminação, ficamos com a (C),<br />

que se inicia, na parte final da reescritura, acertadamente com o pronome relativo dos quais.<br />

35 – A. No texto original, o falante viu muita coisa não pessoalmente, e a reescrita da opção<br />

(A) apresenta o avesso disso, o que prova a alteração de sentido.


36 – B. Mera questão de sinônimos, em que acabar completamente é o mesmo que aniquilar.<br />

(A) demolir. (C) exterminar. (D) saldar. (E) apaixonar.<br />

37 – C. Com ou antes, passa-se a ideia que só os best-sellers foram recusados, e não os<br />

clássicos e os best-sellers, por isso há mudança de sentido.<br />

38 – E. Coerentemente, houve apenas mudança na posição do sujeito, os editores, do verbo<br />

aprender.<br />

39 – C. Tanto uma vez que como porquanto são conectivos causais.<br />

40 – A. Tanto não obstante quanto apesar de são conectivos concessivos.<br />

41 – A. O verbo haver, com sentido de ocorrer fica na 3ª pessoa do singular, pois é um verbo<br />

impessoal. Note que, na reescritura, se manteve o mesmo modo e o mesmo tempo entre eles.<br />

Nas demais opções, houve erro de concordância (B e C) e mudança de tempo verbal (D e E).

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