Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Comparativo sobre mercado de trabalho do agronegócio apresentou queda de 2,43% no setor primário entre 2021 e 2022

Pesquisa é realizada com base no quantitativo de empregados que trabalham formal ou informalmente no setor

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No comparativo entre 2021 e 2022, o mercado de trabalho no agronegócio apresentou redução de 2,43%. Dos cinco setores analisados, a redução aparece no segmento primário, em que 8 milhões 599 mil e 22 pessoas estavam trabalhando no setor em 2021, e no ano seguinte, o número caiu para 8 milhões 389 mil e 841 pessoas. O setor primário é composto pelas relações de trabalhos que lidam diretamente com matéria-prima, como setor da agricultura, pecuária, extração mineral e vegetal. Esses dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)

O  Cepea analisa periodicamente o mercado de trabalho do agronegócio brasileiro com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Na pesquisa, é analisado o total de pessoas que trabalham formal ou informalmente no setor nos seguintes seguimentos: insumo, primário, indústria, serviços e agronegócio.

Para o economista, Eduardo Eustáquio, uma questão importante sobre o tema Trabalho no Campo, é a baixa na mão de obra especializada no setor. “Você compra uma colheitadeira de 3 ... 4  milhões de reais e tem dificuldade de achar um operador com capacidade e conhecimento para fazer esse tipo de operação. Então, a gente tem que ter um esforço maior na capacitação desse pessoal para que a gente possa criar novos postos de trabalho no campo, mas postos de trabalhos mais qualificados”. 

Juliana Mendonça, especialista em Direito e Processo do Trabalho, também concorda que o fator escassez na qualificação de mão de obra influenciou nesse comparativo e destaca ainda o cenário de crise no país. Mendonça explica que o Brasil ainda vive um momento crítico na economia do setor e que, mesmo o Brasil sendo um grande exportador do setor primário, a estimativa de melhora não é a curto prazo. “Eu não estou vendo uma grande melhora neste ano de 2023, tendo em vista o valor do preço do gado, que tem caído, e também o prejuízo que a soja tem dado esse primeiro semestre de 2023. O Brasil é um grande exportador de carne, do setor primário e a expectativa é de um crescimento sim no decorrer, mas não acredito que seja por agora não”.

Na pesquisa, os outros setores apresentaram aumento no total de pessoas ocupadas no agronegócio entre 2021 e 2022. A maior quantidade de pessoas trabalhando foi no setor de insumos, com alta de 9,61%, em seguida no setor de serviços com 8,35% e na sequência, no setor de indústria, com alta de 5,51%. 
 

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