Processos de Fabricação

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Jefferson Rodrigues da Silva Douglas Melo dos Santos Wesley José de Oliveira

Processos de Fabricação Série:

Engenharia & Arte

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Série: Engenharia & arte Edição: Processos de fabricação Copyright © 2019, Jefferson Rodrigues da Silva jefferson.silva@ifmg.edu.br Coordenador do projeto: Jefferson Rodrigues da Silva Coautor do projeto: Maurício Lourenço Jorge Bolsista do projeto: Douglas Melo dos Santos Bolsista do projeto: Wesley José de Oliveira Revisão textual do livro: Maurício Lourenço Jorge Capa e diagramação do livro: Douglas Melo dos Santos e Wesley José de Oliveira Fotografia do livro: Reginaldo Gonçalves Leão Junior Todos os direitos autorais reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98). Catalogação na publicação elaborada pela bibliotecária Meriely Ferreira de Almeida - CRB-6/ 2760 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S586p

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Silva, Jefferson Rodrigues da. Processos de fabricação / Jefferson Rodrigues da Silva; Douglas Melo dos Santos; Wesley José de Oliveira. – Arcos: Editor Jefferson Rodrigues da Silva, 2019. 51 p. : il. (Engenharia & Arte, v. 1) ISBN 978-859064773-7.

1. Engenharia. 2. Arte. 3. Mosaico. 4. Processos de fabricação. I. Santos, Douglas Melo dos Santos. II. Oliveira, Wesley José de Oliveira. III. Título. CDD: 620.1 CDU: 621


Jefferson Rodrigues da Silva Douglas Melo dos Santos Wesley José de Oliveira

Processos de Fabricação 1ª Edição Série: Engenharia & arte Volume:1

Arcos Jefferson Rodrigues da Silva 2019

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Desenhar é um ato de criar, de recordar. O que seria da engenharia sem os desenhos de Da Vinci, Copérnico, Santos Dumont? Na abordagem tradicional das universidades brasileiras, engenharia e arte são áreas do conhecimento separadas. A engenharia ainda é pouco entendida e sua arte continua sem reconhecimento. Nesse sentido nasceu o Projeto Engenharia & Arte: Mosaicos, inserido no contexto STEAM de integração da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática (acrônimo do inglês Science, Technology, Engineering, Arts and Math). O projeto atravessa as fronteiras entre áreas apostando na interdisciplinaridade como um campo fértil para o desenvolvimento da criatividade, da engenhosidade. O livro Processos de Fabricação, fruto desse projeto, já é o segundo livro da série Engenharia & Arte. A obra reúne vinte mosaicos feitos, de modo colaborativo, por alunos do ensino superior e fundamental. Estes representam e apresentam os processos de fabricação de uma maneira leve e presente no dia-a-dia das pessoas. Espero que gostem do resultado. Agradeço os envolvidos nesse trabalho, principalmente os bolsistas Douglas e Wesley. Um número, é um número! Com criatividade: é engenharia!

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Jefferson Rodrigues da Silva Professor de Engenharia Mecânica do IFMG Campus Arcos Coordenador do projeto Engenharia & Arte jefferson.silva@ifmg.edu.br


ÍNDICE Sobre a série Engenharia & arte Edição: Processos de Fabricação Torneamento Fresamento Furação Aplainamento Mandrilamento Retificação Jato D’ água Jato Abrasivo Eletroquímica Feixe de Elétrons Laser Plasma Fundição Soldagem Metalurgia do pó Laminação Extrusão Trefilação Forjamento Estampagem Bibliografia

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Sobre a série Engenharia & arte A série Engenharia & Arte é fruto de um projeto de mesmo nome realizado pelo Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos. O projeto propõe a apresentação da engenharia e suas vertentes de atuação para a sociedade por meio de sua relação com a arte. A cada edição é feito um estudo sobre um tema a ser retratado, e posteriormente, ocorre a criação de quadros, com a técnica mosaico, em oficinas com estudantes do ensino fundamental. As obras compõem a exposição itinerante intitulada Eu vos declaro Engenharia e Arte que percorre escolas, museus, centros culturais e eventos que sejam relacionados ao tema. Os registros fotográficos dos quadros e breves explicações sobre eles são apresentados nos livros da série. Mais informações em www.ifmg.edu.br/arcos/engenhariaearte 6


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Edição:

Processos de Fabricação: A presente edição da série Engenharia & arte retrata os processos de fabricação estudados pelas engenharias e presentes em vários objetos do cotidiano. Os mosaicos foram feitos em oficinas realizadas nas escolas da cidade de Arcos, Minas Gerais: Escola Estadual Dona Maricota Pinto, Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz, Escola Estadual José Geraldo de Melo, Instituto Pedagógico Arcoense e Projeto Garoto Cidadão. Alunos da Engenharia Mecânica do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos que foram voluntários nas oficinas de criação dos mosaicos: Lucas de Souza Lemos, Davi Goulart Portela, Gabriel Júnior Leal, Júlia Maria Leal Firme, Íris de Melo Souza, João Pedro Mendonça Barbosa, Carlos Miguel Geraldo de Morais, Michelli Cristina Costa Limiro, Ingridy Cristina Faria, Lucas Souza Camargos e Yan Mileib Novais. 8


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Figura 1: Usinagem de uma peça cilíndrica em um torno. Autores: Aléxia Nogueira, Giovanna Glhenda T. Elias, Islayla Lima Castro e Maria Eduarda Andrade. INPA - Instituto Pedagógico Arcoense. Voluntário: Lucas de Souza Lemos.


1- Torneamento O torneamento é um processo que tem por objetivo a obtenção de superfícies de revolução, utilizando uma ou mais ferramentas cortantes. A peça a ser trabalhada, presa no torno mecânico, gira ao redor do seu próprio eixo, enquanto a ferramenta de trabalho é deslocada de forma paralela, transversal ou inclinada ao eixo da peça, de acordo com a forma desejada. Como todos os demais trabalhos executados com máquinas-ferramenta, ocorre mediante a retirada progressiva de cavacos da peça a ser trabalhada. Este processo está presente na fabricação de engrenagens, eixos, componentes para motores de automóveis e caminhões, entre outros.

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Figura 2: Usinagem de uma peรงa com uma fresa de topo. Autores: Ingride de Cรกssia Silva, Lara Rodrigues Amarante, Maria Eduarda Barbosa, e Maria Elisa Dias Teixeira. INPA - Instituo Pedagรณgico Arcoense. Voluntรกrio: Lucas de Souza Lemos.


2- Fresamento O fresamento é uma operação de usinagem destinada à obtenção de superfícies diversas, como engrenagens, placas para ferramentas e rodas dentadas. Durante o fresamento da peça, material é removido por uma ferramenta giratória multicortante, denominada fresa, que remove uma pequena quantidade de material a cada revolução. Os dois tipos básicos de fresamento são: fresamento tangencial, onde as fresas são chamadas de fresas cilíndricas ou tangenciais, e fresamento frontal, onde as fresas são ditas fresas de topo ou frontais. O processo é muito comum para a realização de cortes de dentes de engrenagens.

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Figura 3: Peรงa sendo furada. Autores: Bernardo Guedes Silva, Nicolas Hidalgo, Polyana Felipe de Souza, e Yan Gabriel Teixeira Silva. INPA - Instituto Pedagรณgico Arcoense. Voluntรกrio: Lucas de Souza Lemos.


3- Furação Furação é o processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de um furo, geralmente cilíndrico, numa peça, com auxílio de uma ferramenta, geralmente multicortante. É um processo que, dependendo da qualidade, exigências dimensionais e geométricas, pode produzir furos acabados ou ser a preparação para outros processos, como torneamento ou alargamento. A ferramenta de trabalho é a broca, que recebe um movimento de rotação, responsável pelo corte, e um movimento de avanço, responsável pela penetração da ferramenta. Basicamente todo objeto que é fixado com parafusos passa pela furação, como rodas de automóveis, hastes de óculos, quadros de bicicletas, por exemplo.

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Figura 4: Retirada de material com aplainamento. Autores: Gustavo de Castro Silva, Joรฃo Bruno Faria Rezende, Pedro Augusto P. Santos e Yan Ferreira Maximiano de Oliveira. INPA - Instituto Pedagรณgico Arcoense. Voluntรกrio: Lucas de Souza Lemos.


4- Aplainamento O aplainamento é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies planas, geradas por um movimento retilíneo alternativo da peça ou da ferramenta, na direção horizontal, inclinada ou vertical. As operações de aplainamento podem ser classificadas em aplainamento de desbaste ou acabamento. As técnicas de aplainamento são relativamente baratas, mas sua operação é lenta, sendo pouco utilizada na produção seriada, e comum na fabricação engrenagens e pequenos lotes de peças, além da usinagem de rasgos e chavetas para acoplamento de mecanismos diversos.

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Figura 5: Processo de usinagem interna com mandrilhamento. Autores: Daffiny Lacerda Rabelo, Jamily Victória Sousa Coutinho, Juliana Gonçalves da Silva, Kailane G.Alves dos Santos, Milene P. Silva. Escola Estadual Dona Maricota Pinto. Voluntário: Davi Goulart Portela e Gabriel Júnior Leal.


5- Mandrilamento Mandrilamento é um processo mecânico de usinagem, destinado à obtenção de superfícies de revolução, com o auxílio de uma ou várias ferramentas de barra. A ferramenta de corte, fixada à barra de mandrilar, gira e a peça ou a ferramenta se deslocam simultaneamente segundo uma trajetória determinada. As operações de mandrilamento normalmente são aplicadas na usinagem de furos previamente feitos por outros processos, em operações de desbaste para alargar o furo e acabamento para obtenção das tolerâncias dimensionais desejadas. Como exemplo o mandrilhamento é utilizado para dar acabamento em peças fundidas, como o bloco e cabeçote de motores de automóveis.

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Figura 6: Acabamento de uma superfície interna de uma peça por abrasão. Autores: Ana Clara da Silva, Leonardo Vitor, Maryana Cristine A. Martins, Miriã Kênia Valadão e Renata da Costa Botelho. Escola Estadual Dona Maricota Pinto. Voluntários: Davi Goulart Portel e Júlia Maria Leal Firme.


6- Retificação A retificação é um processo de usinagem por abrasão para obtenção de superfícies lisas, que consiste na remoção de material da peça por uma ferramenta denominada rebolo. O rebolo é uma peça em formato de disco, constituído de grãos cortantes, que removem cavacos muito pequenos de material, permitindo acabamento superficial da peça muito superior ao obtido nos demais processos de usinagem, por exemplo, torneamento e fresamento. As principais aplicações da retificação são nas operações de acabamento, onde se deseja produzir uma superfície finamente acabada e com dimensões precisas. Alguns produtos obtidos através da retificação são eixos, tubos, fusos de esferas e peças para motores de combustão (automóveis, caminhões, barcos).

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Figura 7: Peça sendo cortada por um jato d’água de alta pressão. Autores: Diêgo Rodrigues Viena, Ítalo Lemos Ventura, Juan Rabelo de Sousa, Pedro Antônio Rodrigues Lopes e Raynan da Silva Leal. Escola Estadual Dona Maricota Pinto. Voluntários: Gabriel Júnior Leal e Júlia Maria Leal Firme.


7- Jato d’água O corte por jato d’água enquadra-se no grupo dos processos que visam seccionar um material através da utilização de energia mecânica, no qual a força de impacto exercida por um fino jato de água com alta pressão na superfície supera as forças de ligação entre as moléculas do material, seccionando o mesmo. São utilizados jatos que removem material por meio de fluxos de alta velocidade de água, ou uma combinação de água com abrasivos. O corte por jato d’água foi escolhido como uma nova forma de cortar anéis em Ágata, pela rapidez do processo, pela qualidade do corte e pelo acabamento. Na fabricação de mesas de mármore, este processo é utilizado para cortar as pedras no formato desejado.

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Figura 8: Jato abrasivo esquematizado. Autores: Ana Luiza Cristina Faria Vieira, Beatriz Cardoso Alves Batista, Evelyn Paola da Silva, Isadora Cristina Arantes Costa e Neander Araújo Gualberto Borges. Escola Estadual Dona Maricota Pinto. Voluntários: Davi Goulart e Júlia Maria Leal Firme.


8- Jato abrasivo Jato abrasivo é um processo de usinagem não convencional, realizado por um trabalho a frio, que consiste no arremesso de partículas a elevadas velocidades contra uma determinada superfície, visando a remoção de elementos contaminantes. Este processo é utilizado para remoção de areia e rebarbas em peças fundidas, para limpeza, decapagem e remoção de carepas (camadas espessas de óxidos depositadas sobre a superfície de um metal) em laminados, chapas, perfis, barras e fios, além de peças submetidas a tratamento térmico. Outras aplicações deste processo são o acabamento superficial em vidros e a criação de texturas em peças plásticas.

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Figura 9: Esquema do processo de usinagem eletroquímica. Autores: Ana Luysa Ferreira Julião, Erik Abner de Souza Borges, Leandro Eduardo Silva, Maria Laura Damasceno e Mariana Lourenço Vieira da Silva. Escola Estadual José Geraldo de Melo. Voluntária: Iris de Melo Sousa.


9- Usinagem eletroquímica A usinagem eletroquímica é um processo não convencional de usinagem, no qual a remoção de material não se dá por meios mecânicos abrasivos, mas sim pelas reações químicas que ocorrem durante o processo. Baseia-se em um processo eletroquímico de dissolução anódica controlada da peça (ânodo) com a ferramenta (cátodo) em uma célula eletrolítica, durante um processo de eletrólise, que é acelerado pela passagem forçada de corrente elétrica entre a peça e o eletrodo. A usinagem eletroquímica tem custo o global mais elevado dentre todos os processos não convencionais, principalmente devido ao alto custo do equipamento. Muito utilizada na microusinagem de alta precisão, como na fabricação de micropinos para medicina, ou na fabricação de peças e dispositivos para máquinas operatrizes.

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Figura 10: Peça sendo cortada por um feixe de elétrons. Autores: Andreza Shaiane dos Santos Martins, Maria Luiza da Silva Melo, Maria Tereza Reis Santos, Pablo Antônio Félix e Sérgio Augusto de Melo. Escola Estadual José Geraldo de Melo. Voluntária: Íris de Melo Souza.


10- Feixe de elétrons Feixes de elétrons podem ser utilizados em processos de fabricação, por meio da aplicação controlada do calor gerado pelo impacto dos elétrons com o material a ser trabalhado. Pelo emprego de dispositivos ópticos, é possível ajustar a concentração ou espalhamento do feixe, possibilitando a utilização do feixe eletrônico em processos de soldagem, corte, tratamento superficial e microusinagem. Porém, costuma ser utilizado quase exclusivamente para soldagem, devido às outras três aplicações não competirem técnica e economicamente com processos convencionais. Processo utilizado nas indústrias nuclear, aeroespacial e eletrônica para a criação de peças que necessitam de alta qualidade e precisão, como na litografia em semicondutores.

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Figura 11: Corte a laser. Autores: Kamilly Cristine R. Gomes, Kamyle Laurien Santos Rocha e Raíssa Vitória Dias do Vale. Projeto Garoto Cidadão. Voluntários: Ingridy Cristina Faria e Lucas Souza Camargos.


11- Laser Laser é um sistema que produz um feixe de luz concentrado, obtido por excitação dos elétrons de determinados átomos, utilizando um veículo ativo que pode ser um sólido (rubi) ou um líquido (dióxido de carbono sob pressão), produzindo intensa energia na forma de calor. A incidência do feixe de laser sobre uma peça ou material é capaz de promover a sua fusão, sendo possível furar e cortar praticamente qualquer material, independentemente de sua resistência mecânica. O corte a laser usado na indústria utiliza o dióxido de carbono como veículo ativo, por possibilitar elevada potência. Este processo é muito utilizado na fabricação de letreiros e troféus e no corte de chapas metálicas com formatos específicos.

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Figura 12: Corte a plasma. Autores: Ana Laura Fernandes, Bianca Caroliny Martins da Silva, Cristina Maria Martin AraĂşjo e Maria Eduarda Teixeira. Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz. VoluntĂĄrios: Ana Laura Teixeira Ramos e Carlos Miguel Geraldo de Morais.


12- Plasma A matéria possui três estados físicos, solido, líquido e gasoso, obtidos através da adição de energia. O plasma é conhecido como o quarto estado, que é a adição de energia no estado gasoso, processo de ionização, provocando a dissociação das moléculas, transformando gases em plasma. O corte plasma é utilizado como um processo de corte de materiais, extremamente eficiente e com grande versatilidade para o corte para materiais como alumínio, aço inoxidável e aço carbono. Ocorre através da fusão do metal mediante um arco constringido, com a remoção do material pela ação de um jato de gás ionizado de alta velocidade. Utilizado na produção de discos de freio, obtendo uma ótima precisão, e sem deixar escória.

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Figura 13: Derramamento de uma panela de fundição. Autores: Raíssa Vitória das Chagas, Suellen Cristina de Oliveira, Suzane Kétane Oliveira Santos, Vítória Gomes Silva e Yasmin Vitória Borges Ribeiro. Escola Estadual José Geraldo de Melo. Voluntário: João Pedro Mendonça Barbosa.


13- Fundição A obtenção de peças por fundição é uma das mais antigas formas de utilização dos materiais metálicos. Processos de fundição consistem em verter o metal líquido em moldes, com características, formato e medidas correspondentes aos da peça a ser fabricada. Esse processo não se restringe ao ferro, podendo ser empregado com os mais variados tipos de ligas metálicas, desde que as mesmas apresentem propriedades físicas adequadas a esse processo. A indústria automobilística utiliza muito a fabricação de peças por fundição, como exemplo na fabricação do bloco do motor, da árvore de manivelas (virabrequim) e do eixo comando de válvulas.

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Figura 14: Peça sendo soldada. Autores: Ana Clara Silva Ramos, Beatriz Moreira Gonçalves, Bianca Sarah de Oliveira Silva, Lavínia Fonseca Silva e Maria Laura Borges Silva. Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz. Voluntários: Carlos Miguel Geraldo de Morais e Michelli Cristina Costa Limiro.


14- Soldagem Soldagem é um processo de união ou revestimento de dois ou mais materiais através da adição de calor, conservando suas propriedades químicas e físicas. A soldagem se destaca pela eficiência, simplicidade da operação e economia, uma vez que as juntas soldadas requerem quantidades relativamente pequenas de material. Possui amplo campo de aplicação, desde equipamentos pesados até pequenas peças e dispositivos. O processo de soldagem é dividido em dois grupos: processos por pressão e processos por fusão. Chassis de automóveis, tratores e colheitadeiras são construídos através do processo de soldagem.

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Figura 15: Esquema do processo de metalurgia do pó. Autores: Isabella Teixeira de Miranda, Júlia Dias Castelar, Marcos Vinícius Soares Valadão, Maria Eduarda Rodrigues Gonçalves e Raquel da Silva Avelar. Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz. Voluntários: Ana Laura Teixeira Ramos e Michelli Cristina Costa Limiro.


15- Metalurgia do pó A tecnologia da metalurgia do pó baseia-se na prensagem de material em forma de particulado fino (pó), acondicionamento em moldes metálicos e consolidação da peça por meio de aquecimento controlado em um forno específico. O resultado é um produto com a forma desejada, bom acabamento superficial, composição química e propriedades mecânicas controladas. Como toda a operação se dá no estado sólido, ou seja, sem fusão do material, não há formação de vazios, poros ou qualquer outro defeito interno, produzindo peças completamente densas. Este processo pode ser observado na fabricação de próteses, mancais autolubrificantes e ferramentas para torneamento e fresamento, por exemplo.

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Figura 16: Chapa sendo laminada. Autores: Alex Sander Dias dos Santos, Henrique Valadão, João Paulo Pires, Kauã Ferreira da Silva e Ryan Medeiros de Jesus. Escola Estadual José Geraldo de Melo Voluntário: João Pedro Mendonça Barbosa.


16- Laminação A maior parte dos componentes metálicos empregados na engenharia, tais como perfis, placas, chapas, folhas, barras de seções circulares, quadradas e sextavadas, são obtidas através de processos de laminação. A laminação é um processo de conformação mecânica que apresenta alta produtividade e bom controle dimensional. Seu funcionamento consiste na passagem forçada de uma peça por entre dois cilindros que giram em sentidos contrários, deformando plasticamente a mesma. A laminação pode ser realizada a quente, na qual a peça inicial é uma barra fundida prestes a ser moldada, ou a frio, na qual a peça inicial é um produto em acabamento final, laminado a quente. Panelas e pias metálicas, em geral, são fabricadas a partir de chapas produzidas por processos de laminação.

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Figura 17: Esquema do processo de extrusão genérico. Autores: Arthur Henrique Teixeira Gonçalves, Carlos Henrique Gomes de Almeida, Daniel Garcia Rodrigues, Kaique Silva Rodrigues e Matheus Paulino Florêncio Dias. Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz. Voluntários: Ana Laura Teixeira Ramos e Carlos Miguel Geraldo de Morais.


17- Extrusão O processo de extrusão consiste na passagem forçada de uma barra ou perfil metálico através de uma matriz, reduzindo a seção transversal do material. A extrusão é normalmente usada para produzir barras cilíndricas ou tubos vazados, geralmente de grande comprimento, no entanto podem ser produzidas seções transversais de forma irregular em metais mais facilmente extrudáveis como o alumínio. Na indústria de plásticos, o processo de extrusão é utilizado para fabricação de forros de isolamento térmico em PVC, muito comum em residências.

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Figura 18: Trefilação de um fio. Autores: Beatriz Lacerda Sousa Miranda, Cristiano Rodrigues Rosa e José Miguel da Silva Neto. Projeto Garoto Cidadão. Voluntários: Lucas Sousa Camargos e Yan Mileib Novais.


18- Trefilação A trefilação é um processo de conformação plástica por compressão indireta. Um fio ou tubo é condução através da fieira, ferramenta de formato externo cilíndrico com um furo em seu centro em formato de funil cônico ou curvo. Ao passar pela fieira, o material sofre redução de sua seção e por ser realizado a frio, temperatura abaixo da temperatura de recristalização, ocorre o encruamento, alterando as propriedades mecânicas do material, reduzindo a ductilidade e aumentando a resistência mecânica. O processo de trefilação é usado na produção de fios, arames, ligas de alumínio, cobre e materiais nobres. Arames e barras finas de metal são produtos obtidos através da trefilação.

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Figura 19: Peça sendo forjada. Autores: Agnes Ribeiro Silva, Alexandre Claudio E. Cardoso, Álvaro Gabriel F. Lopes e Maycon Wendel Ferreira Silva. Projeto Garoto Cidadão. Voluntários: Ingridy Cristina Faria e Yan Mileib Novais.


19- Forjamento O forjamento é um processo de fabricação muito antigo, no qual o material é aquecido para se tornar deformável e em seguida é conformado em uma matriz com o perfil e as dimensões da peça desejada. Os produtos forjados apresentam boa resistência mecânica e certa precisão dimensional, sendo largamente empregados na indústria petroquímica, mecânica e automobilística, entre outras. Objetos comuns como tesouras, facas e alicates podem ser fabricados por forjamento.

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Figura 20: Processo de estampagem. Autores: Bruno A.S Damasceno, Giulyana M. Nogueira Martins, Thaynรก Raquel M. Costa e Victor H. Calรกcio Nunes. Projeto Garoto Cidadรฃo Voluntรกrios: Ingridy Crisitina Faria e Lucas Souza Camargos.


20- Estampagem A estampagem é um processo de conformação mecânica, normalmente realizado a frio, no qual uma chapa plana adquire nova forma geométrica, através de esforços de dobramento e corte em prensas. Na estampagem, a deformação plástica do material ocorre em nível superficial, enquanto na maior parte dos demais processos de fabricação ocorrem deformações plásticas em todo o volume do corpo. Através deste processo obtêm-se produtos como caixas, copos e flanges, entre outros. A estampagem tem como importante ramo a produção seriada de componentes internos de smarphones e computadores, além de peças de automóveis (teto, capô, portas, paralamas, etc).

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Bibliografia

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Características deste livro: Formato: A5 Tipologia: GeosansLight/Cheveuxdange Ebook: 1ª edição Formato Digital Para saber mais sobre o projeto Engenharia & Arte, acesse: www.ifmg.edu.br/arcos.engenhariaearte jefferson.silva@ifmg.edu.br

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A série Engenharia & arte é fruto de um projeto de mesmo nome realizado pelo Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos. O projeto propõe a apresentação da engenharia e suas vertentes de atuação para a sociedade por meio de sua relação com a arte. A presente edição da série retrata os processos de fabricação estudados pelas engenharias e presentes em vários objetos do cotidiano. Os mosaicos foram feitos em oficinas realizadas nas escolas da cidade de Arcos, Minas Gerais: E.E D. Maricota Pinto, E.E Yolanda Jovino Vaz, E.E José Geraldo de Melo, Instituto Pedagógico Arcoensee e no Projeto Garoto Cidadão.

Realização:

www.ifmg.edu.br/arcos/engenhariaearte jefferson.silva@ifmg.edu.br


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