Brasil é um dos maiores produtores de lixo plástico do mundo

País fica atrás apenas de EUA, China e Índia, com cada brasileiro gerando um quilo de lixo plástico por semana, aponta relatório do WWF. Apenas 1,2% do material produzido é reciclado.

    
Lixão no Rio de JaneiroÍndice de reciclagem de plástico no Brasil está bem abaixo da média mundial

No ranking dos maiores poluidores do planeta, o Brasil aparece em quarto lugar quanto à produção de lixo plástico. Por ano, o país gera 11,3 milhões de toneladas desse resíduo – número três vezes maior que sua produção anual de café, por exemplo.

No ranking dos maiores produtores de lixo plástico, o Brasil é precedido apenas por Estados Unidos (70,8 milhões de toneladas), China (54,7 milhões) e Índia (19,3 milhões). Na Europa Ocidental, a liderança é da Alemanha (8,2 milhões).

Os dados fazem parte do relatório internacional Global Plastics Report, levantamento do WWF divulgado nesta terça-feira (05/03), que aborda o impacto do plástico no meio ambiente, na economia e na sociedade. Para o estudo, a organização foi além dos números da geração desse tipo de lixo nas residências.

“Esse trabalho foi feito com base nas premissas do Banco Mundial, que engloba também os resíduos plásticos industriais, da construção civil, lixo eletrônico e agrícolas”, detalha Gabriela Yamaguchi, do WWF Brasil.

Segundo o relatório, o brasileiro produz um quilo de lixo plástico por semana – uma das maiores médias mundiais.

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“É uma produção alta porque, assim como China, Índia, Indonésia, o Brasil é um país de dimensões continentais, com uma sociedade de consumo em ascensão, onde também há um certo crescimento da infraestrutura”, analisa Yamaguchi.

Fabricado para ser usado apenas uma vez na grande maioria dos casos, o plástico é em grande parte descartado na natureza e acaba chegando aos oceanos. Estima-se que 10 milhões de toneladas vão parar nos mares a cada ano – o que equivale a 417 mil contêineres com capacidade máxima.

Além de matar e contaminar animais marinhos, pequenos fragmentos do material, os chamados microplásticos, já são encontrados até em humanos. Um estudo científico divulgado no fim de 2018 estimou que até 50% da população mundial tenha microplásticos no intestino, incorporado por meio da ingestão de alimentos e água.

Uso e reciclagem

Embora esteja entre os maiores poluidores, o Brasil ainda está abaixo da média mundial de reciclagem. O relatório calcula que o país recicla apenas 1,28% do total de plástico produzido no país  – índice inferior aos à média global de 9%.

Entre os diferentes tipos de material, o PET é o que se sai melhor: cerca de 60% do que é produzido é reciclado, sendo transformado em fios para a indústria têxtil, por exemplo.

“Os números gerais ainda são tímidos. Não avançamos muito na implantação da coleta seletiva, dos programas de inserção de catadores, de acordos setoriais”, avalia Sylmara Gonçalves Dias, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).

Quase dez anos depois da criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Brasil está aquém do que era esperado no combate ao lixo plástico, pontua Dias.

“As fontes de poluição são múltiplas. Não adianta nada restringir um tipo de uso e achar que está fazendo alguma coisa”, diz, fazendo referência a leis recentes que banem canudos de plástico, por exemplo.

“É uma enganação que só mascara a complexidade do problema. É preciso olhar para tudo: copo, fralda descartável, sacolinha, garrafas, partes plásticas de produtos maiores.”

Antes do consumo

Na avaliação de Yamaguchi, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei de 2010, é positiva, mas insuficiente. “O Brasil e o mundo têm um déficit legal em que a responsabilização pela coleta e o tratamento do resíduo não estão bem definidos para quem produz esses materiais”, afirma.

A representante do WWF defende uma mudança de paradigma e leis mais rígidas. “Não é suficiente cuidar só do pós-consumo, da reciclagem. É preciso reduzir a produção de plástico no planeta, substituir por outros materiais, inovar.”

Mesmo que toda a geração desse material fosse interrompida de imediato, o volume já despejado na natureza levaria centenas de anos para ser degradado. “Estamos nos afogando com tanto lixo. O plástico é um barato que saiu caro: o valor dele não condiz com o impacto que causa em todos nós”, afirma Yamaguchi.

Na próxima semana, a assembleia do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente (PNUMA) discute em Nairóbi, no Quênia, um acordo global para banir plásticos e microplásticos dos oceanos.

Para o WWF, seria um primeiro passo para responsabilizar produtores de plástico no que diz respeito aos custos de tratamento e coleta dos resíduos.

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50 000 pessoas por ano morrem no Brasil de doenças relacionadas à poluição

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Em países de baixa renda, 87% dos menores de 5 anos são expostos

Publicado em 29/10/2018 – 13:01

 

Por Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro

Um relatório divulgado hoje (29) pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que 93% das crianças e adolescentes respiram ar com nível de partículas finas acima do que é considerado recomendável para a saúde. A situação é mais grave em algumas regiões do mundo como a Ásia e a África e também nos países de renda média e baixa.

A publicação do relatório antecede a realização da Primeira Conferência Global da Organização Mundial de Saúde sobre Poluição do Ar e Saúde, que começa amanhã na Suíça. O tema do encontro é “Melhoria da Qualidade do Ar, Combate às Mudanças Climáticas”.

Nos países com renda baixa e média, 98% dos menores de 5 anos são expostos a níveis maiores do que é recomendado para a saúde, enquanto nos países de renda elevada, o percentual é de 52%.

 

Na África e no Mediterrâneo Oriental, 100% das crianças com menos de 5 anos estão expostas a níveis acima do recomendável.

No continente americano, países de renda baixa e média, como o Brasil, expõem 87% das crianças menores de 5 anos a esses níveis de partículas finas.

Mortes

Além da poluição das grandes cidades, as crianças muitas vezes estão expostas a partículas geradas dentro de suas próprias casas, provocadas pela queima de combustíveis como carvão e querosene.

Cerca de 3 bilhões de pessoas ainda dependem de combustíveis e equipamentos poluentes para cozinhar e se aquecer no mundo. Mulheres e crianças costumam passar mais tempo ao redor dessas fontes de calor, expostas à fumaça, o que resulta em concentrações de poluentes que chegam a ser seis vezes mais altas que o ambiente ao redor.

A organização estima que essa exposição resultou em 3,8 milhões de mortes prematuras em todo o mundo, o que supera a mortalidade causada por malária, tuberculose e Aids combinadas. Destas mortes, 400 mil atingiram menores de 5 anos.

No Brasil, a OMS estima que 50 mil pessoas morrem por ano de doenças relacionadas à poluição do ar. Quase 10% da população do país ainda queima madeira para cozinhar, o que contribui para a exposição à poluição.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2018-10/oms-93-das-criancas-respiram-poluicao-acima-do-recomendavel

Cientistas alertam a necessidade de limitar o aquecimento da Terra a até 1,5ºC

boi eCientistas brasileiros que participaram de reunião que elaborou  o recente relatório sobre o clima divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas discutiram as consequências de um aumento na temperatura terrestre nesta quinta-feira (18) durante videoconferência.

O relatório, apresentado no dia 7 deste mês, destacou a necessidade de limitar o aquecimento da Terra a até 1,5ºC, adotando medidas para que não atinja os 2ºC. As consequências dessa diferença, dizem os cientistas brasileiros, vão desde o aumento do nível do mar até mais pessoas atingidas pela fome.emiss

Conforme projeção da cientista Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), a projeção para o ano de 2100 é que limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC pode significar uma diferença de 10cm no nível do mar.

“Vai significar muito nas pequenas ilhas e todas as cidades em áreas baixas. E o nível do mar é o mais complicado de tudo, porque vai aumentar por décadas e centenas de anos, mesmo que parem todas as emissões”, afirma.

 

Os cientistas reiteram a necessidade de “mudanças sem precedentes” no padrão de consumo de alimentos, de modernização da indústria brasileira e de maior conscientização quanto à necessidade de evitar o aumento excessivo na temperatura terrestre.

 

“Com a população chegando a 13 bilhões por volta de 2040, vamos ter que produzir mais alimentos, e a nossa forma de produzir emite muito carbono. Uma das maiores emissoras é a produção de carne. Vamos ter que mudar as tecnologias usadas na agricultura, integrar às florestas, e essas tecnologias não estão maduras”, afirma Buckeridge. As mudanças, segundo ele, precisariam ser feitas o mais rápido possível, de forma a evitar gastos ainda maiores no futuro.

Fonte:https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/10/18/alta-de-15oc-na-temperatura-vai-aumentar-desigualdades-e-afetar-mais-pobres-dizem-cientistas-brasileiros.ghtml

Garrafas, sacos e louça de plástico estão proibidos na administração pública portuguesa

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Ministraa da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques

O Conselho de Ministros de Portugal  aprovou esta quinta-feira uma resolução que proíbe a administração direta e indireta do Estado de usar garrafas, sacos e louça de plástico, pretendendo ainda reduzir em 25%, num ano, o consumo de papel e consumíveis.

No briefing do Conselho de Ministros de Portugal deste dia, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, anunciou a aprovação de uma resolução que “define as medidas para a redução do consumo de papel, de consumíveis de impressão e de produtos de plástico na Administração Pública”.

“Definindo como regra a proibição de uso a garrafas, sacos e louça de plástico e forçando o uso de materiais alternativos com orientações também para a contratação pública”, explicou a governante.

O objetivo desta resolução passa ainda por “reduzir em 25%, num ano, a despesa com consumo de papel e consumíveis”.

Um exemplo desta nova medida serão os próprios comunicados do Conselho de Ministros de Portugal, que a partir da próxima reunião do Governo já não serão distribuídos em papel, como habitualmente, aos jornalistas, passando a estar apenas disponíveis na página de internet do executivo.

“A resolução terá caráter vinculativo para a administração direta e indireta do Estado, incluindo os institutos públicos de regime especial, para os gabinetes dos membros do Governo, e para o setor empresarial do Estado, aplicando-se, a título facultativo, à administração autónoma”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O cumprimento destes objetivos será avaliado a 31 de janeiro de 2020.

fonte;https://www.dn.pt/poder/interior/governo-proibe-garrafas-sacos-e-louca-de-plastico-na-administracao-publica–10021640.html?utm_source=Push&utm_medium=Web

Relatório aponta o Risco Climático

Manutenção de objetivo em 2,0°C implicaria aumento severo nas consequências das mudança climática, diz IPCC

Cientistas apresentam relatório especial do IPCC em Incheon, Coreia do Sul. (Foto: WWF)

Cientistas apresentam relatório especial do IPCC em Incheon, Coreia do Sul. (Foto: WWF)
Um objetivo de cortes de emissões de gases de efeito estufa com ambição o suficiente para que a Terra se aqueça no máximo 1,5°C é um esforço que vale a pena, quando comparado com um limite de 2,0°C. Essa é a conclusão do novo relatório especial do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática). Para que isso seja possível, porém, uma ação drástica de mitigação precisa ser tomada “muito antes de 2030″, afirmam os cientistas.

O novo documento do painel do clima da ONU foi projetado especificamente para tratar dessa questão, já que a linha de “perigo climático” considerada dentro do âmbito do Acordo de Paris para combate à mudança climática é de 2,0°C acima dos níveis medidos antes da Revolução Industrial. Três anos atrás, porém, a ciência já dava muitos indícios de que esse limite talvez fosse otimista demais, e o relatório que o IPCC divulga agora compara os desafios e benefícios de mudar a meta para 1,5°C.

Não chegou a ser uma surpresa para os cientistas que tanto os desafios quanto os benefícios são muito maiores. Agora, porém, existe uma medida bem quantificada sobre essa diferença.

Essencialmente, impedir um aquecimento maior que 1,5°C requer que um corte global de emissões de 45% em 2030, em relação às emissões medidas em 2010 (linha de base do Acordo de Paris) e chegue a zero em 2050. O objetivo menos ambicioso, de 2,0°C, requer um corte de 20% em 2030, e emissões zero em 2075.

Considerando-se que temos 12 anos até 2030, não se trata de um desafio trivial, sobretudo levando em conta que o planeta já é hoje 1,0°C mais quente do que na era pré-industrial. Mas os benefícios de frear essa subida em 1,5°C compensariam o esforço. Em outras palavras: meio grau faz diferença, sim, e muita.

Para atingir um grande nível de robustez em suas conclusões, o IPCC reuniu 91 cientistas na produção do novo relatório, que cita mais de 6.000 estudos, vários deles encomendados especialmente para o painel da ONU. O grupo bateu o martelo sobre a versão final do relatório na última sexta-feira (5), em Incheon, na Coréia do Sul.

Benefícios e desafios
A média de aumento do nível do mar, por exemplo, tenderia a ficar 10 cm menor no cenário de 1,5°C (numa projeção até 2100). Parece pouco, mas como se trata de uma média, faria uma diferença drástica para áreas costeiras de baixa elevação, as mais ameaçadas pela mudança climática.

Áreas terrestres vulneráveis a crises hídricas também poderiam se reduzir em 50% com a mudança de objetivo apreciada agora pelo IPCC. A alteração também reduziria os riscos do aquecimento global para a biodiversidade marinha, os recursos pesqueiros, os ecossistemas e os serviços prestados pela natureza aos humanos.

Os benefícios socioeconômicos mais diretos também seriam grandes. Puxar o objetivo de 2,0°C para 1,5°C também teria reduziria em níveis apreciáveis os riscos climáticos para a saúde, produção de alimentos, modos de sustento, recursos hídricos e segurança humana. Um ponto crucial é que essa mudança também significaria um maior impulso ao crescimento econômico global, compensando investimentos feitos em mitigação.

Os cenários mais viáveis traçados pelos cientistas do IPCC para que isso seja possível, porém, requerem ação praticamente imediata. Segundo o relatório, quanto mais cedo os cortes de emissão começarem, menos o planeta vai depender de ações maciças de remoção de carbono, como plantio de vastas áreas de floresta. As trajetórias simuladas com menor pressa para mitigação de emissões requerem que, no futuro, o planeta atija “emissões líquidas negativas”, com iniciativas de remoção superando em volume a emissão de gases-estufa.

A necessidade de remover e estocar carbono coloca a questão do desmatamento — principal fonte de emissões no Brasil — como um elemento crítico para atingir esse objetivo. Cada hectare de floresta fará diferença quando o planeta tiver que zerar suas emissões líquidas, e é muito mais barato manter uma área florestada do que plantar outra do mesmo tamanho.

Urgência climática
Quando maior a demora em se tomar ações, porém, menos realista parecem os cenários traçados pelo IPCC. Uma lentidão maior para chegar a 50% no corte de emissões iria implicar na adoção extensa de estratégias de eficácia ainda desconhecida em escala operacional, como o que os cientistas chamam de BECCS — bioenergia com captura e armazenamento de carbono.

Considerando-se que a trajetória atual de emissões no planeta aponta para um aquecimento de 3,4°C, porém, sabe-se que nem a meta de 2,0°C é algo dado por certo que o planeta vá atingir, como almeja o Acordo de Paris. O cenário de 1,5°C delineado agora pelo IPCC torna mais palpável a discussão sobre aumento da ambição entre os países signatários, do acordo. As ações tomadas diante dos fatos dependem agora de o que vai ocorrer no plano político.

fonte: http://www.observatoriodoclima.eco.br/frear-aquecimento-em-15c-requer-corte-de-45-nas-emissoes-em-12-anos/

Brasil participará do debate em Genebra, sobre o uso do mercúrio e as questões relacionadas à saúde

1200px-Pouring_liquid_mercury_bionerd.jpgNa 1° Assembleia das Exigências da Aliança de Minamata sobre Mercúrio (COP-1), a ser realizada de 24 a 29 de setembro em Genebra, na Suíça, o Brasil defenderá a adesão dos guias de emissões de mercúrio e a construção do plano de atuação nacional para exploração artesanal de ouro. Inclusive está na agenda da comitiva brasileira a defesa dos formulários de aceitação prévio de importação e exportação do mercúrio, constantemente com destaque para as questões relacionadas à saúde nos relatórios de efetivação.mercurio

O parecer brasileiro nas negociações internacionais foi abordado nesta semana, em assembleia no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Na terça-feira (30/08), foram apresentados os principais apresentações técnicos, entre eles, emissões de mercúrio, áreas contaminadas, aspectos de saúde relativos ao mercúrio, gestão de resíduos do mercúrio, armazenamento interino de mercúrio, liberações do mercúrio, comércio, relatoria de efetivação, equipamentos com mercúrio inserido.

Estiveram presentes os principais componentes da comissão brasileira que participará da COP1, entre eles, a equipe de analistas do Ibama e dos ministérios do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS). Além do mais, participaram da convenção os ministérios de Minas e Energia (MME) e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o setor privado, academia, a sociedade civil, além de outras instituições interessadas.

ACORDADO COLETIVO

O mercúrio é uma elemento surpreendentemente fatal controlada pela Convenção de Minamata, acordo coletivo para ajudar a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos adversos da essência.

O nome da aliança homenageia as vítimas por intoxicação de mercúrio acorrido na município japonesa de Minamata, no qual uma empresa química lançou no oceano dejetos com a substância a partir de 1930. Devido ao resultado cumulativo na cadeia alimentar, o despejo provocou envenenamento de aproximadamente 3 mil indivíduos somente através da casa de 1950, especialmente em famílias de pescadores.

O acordo mundial foi acertado por 128 países, até mesmo o Brasil, no município de Kumamoto, Japão, em outubro de 2013. O Ministério do Meio Ambiente participou ativamente das negociações, pautado pela procura de um aparelho ambicioso nos marcos do progresso defendível e dos resultados da Rio+20.

No Brasil, a Aliança foi validada tanto pela Presidência da República quanto pelo Congresso Nacional e entregue às Nações Unidas em 8 de agosto de 2017. A Assembleia entrou em atividade em 16 de agosto de 2017 e até o hora 74 países já depositaram seus dispositivos de ratificação junto à ONU.

https://meioambienterio.com/25239/2017/09/brasil-se-prepara-para-assembleia-sobre-mercurio-em-genebra/

Angola é o país lusófono com maior mortalidade associada à poluição do ar

Angola é o país lusófono – e um dos oito países africanos – com maior mortalidade associada à poluição atmosférica, com 50 pessoas em cada 100 mil a morrerem devido à exposição a ar de má qualidade

JAWAD JALALI/EPA

 

Os dados constam do relatório “Poluição do ar ambiente: Uma avaliação Global da Exposição e do peso da doença”, hoje divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que conclui que três milhões de pessoas morrem todos os anos por causas associadas à poluição do ar exterior e que 92% da população mundial respira ar poluído.

Com recurso a um novo modelo de avaliação da qualidade do ar, a OMS confirma que mais de nove em cada dez humanos vivem em locais onde a qualidade do ar exterior excede os limites definidos.

A OMS define como limite uma concentração anual média de 10 microgramas por metro cúbico de partículas finas (PM2,5), valor que, segundo o relatório, é excedido em todos os países lusófonos exceto Portugal (nove) e Brasil (10). Nesta tabela, o país lusófono mais mal classificado é Cabo Verde, que apresenta uma concentração média de 36 microgramas de partículas finas por cada metro cúbico, quando se tem em conta as medições em ambiente rural e urbano.

A Guiné Equatorial apresenta uma concentração média anual de 33 microgramas de partículas finas por metro cúbico, a Guiné-Bissau 27, Moçambique 17, Timor-Leste 15 e São Tomé e Príncipe 13.

Quando consideradas apenas as medições em ambiente urbano, Angola é o país lusófono com piores resultados, apresentando uma concentração média anual de 42 microgramas de partículas finas por metro cúbico de ar, valor que desce para 27 quando se tem em conta as zonas rurais e urbanas.

Os números têm por base medições através de satélite, modelos de transporte aéreo e estações de medição da poluição atmosférica em mais de 3.000 localidades, tanto rurais como urbanas, e o estudo foi desenvolvido pela OMS em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido. O relatório faz também uma avaliação do impacto da exposição ao ar poluído na saúde, tendo em conta dados do ano 2012.

A nível global, os autores concluem que três milhões de mortes anuais estão associadas à poluição atmosférica, nomeadamente doenças respiratórias agudas, doença pulmonar obstrutiva crónica, cancro do pulmão, doença isquémica do coração e acidente vascular cerebral. Entre os países lusófonos, Angola é o país com mais mortes associadas à poluição atmosférica – 51 por cada 100 mil habitantes.

Quando comparado com os restantes países africanos, apenas sete têm uma taxa superior: Mali (60), Burkina Faso (58), Níger (57), Eritreia (56), e Benim, Chade e República Democrática do Congo (52).

A Guiné Equatorial apresenta uma taxa de 50 mortes associadas à poluição do ar exterior em cada 100 mil habitantes, a Guiné-Bissau 47, Cabo Verde 37, Timor Leste 31, São Tomé e Príncipe 26, Brasil 14 e Portugal sete.

Segundo o relatório, as partículas poluentes consistem numa mistura complexa de partículas sólidas e líquidas de substâncias orgânicas e inorgânicas em suspensão no ar. A maioria dos seus componentes são sulfatos, nitratos, amónia, cloreto de sódio, negro de carbono e pó mineral, entre outros. As partículas iguais ou menores do que 10 micrómetros de diâmetro são particularmente perigosas porque podem penetrar e instalar-se nos pulmões.

http://observador.pt/2016/09/27/angola-e-o-pais-lusofono-com-maior-mortalidade-associada-a-poluicao-do-ar/