Acianthera aphthosa

 

Hoje vou falar sobre uma planta realmente espetacular. Uma planta de pequeno porte, com flores de aproximadamente um centímetro de diâmetro, mas que exibem uma beleza ímpar em termos de formas e cores. Uma planta que apesar de ser considerada “fora de perigo” em termos de critérios de extinção, dificilmente é encontrada em floriculturas e orquidários comerciais, sendo mais comum em coleções particulares. Uma planta fácil de cultivar e que muito recomendo aos amigos que acompanham meu trabalho. Estou falando da Acianthera aphthosa

 

 

… um joia da Serra do Japi

 

 

Acianthera (abreviatura: Acia.), é um gênero da família Orchidaceae, proposto em 1842 pelo botânico alemão Michael Joseph François Scheidweiler (1799 – 1861).

 

Michael Joseph François Scheidweiler 

Imagem retirada da internet – Site:
https://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Joseph_Fran%C3%A7ois_Scheidweiler

 

Apesar de ter nascido na Alemanha, Scheidweiler (abrev.: Scheidw.), desenvolveu a maior parte do seu trabalho nas cidades de Liège, Bruxelas e Gentbrugge, todas na Bélgica. Foi um destacado professor de botânica e um brilhante taxonomista, tendo dedicado boa parte do seu trabalho ao estudo da família Cactaceae (cactus).

 

O gênero Scheidweileria, pertencente à família Begoniaceae, foi nomeado em sua homenagem por seu compatriota Johann Friedrich Klotzsch (1805 – 1860).

 

Da mesma forma a Justicia scheidweileri, planta da família Acanthaceae, também foi nomeada em sua homenagem, desta vez pela botânica inglesa Victoria Anne Wassell Smith de Graham (1950).

 

Apenas por curiosidade esta planta é nativa da Mata Atlântica da região sudeste do Brasil, e é conhecida local e popularmente como camarão-rosa.

 

Justicia scheidweileri

Créditos fotográficos: Krzysztof Ziarnek, Kenraiz

Imagem retirada da internet – Site:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Justicia_scheidweileri_kz4.jpg

 

A orquídea utilizada por Scheidweiler como base para descrever o gênero (planta “tipo”), foi a Acianthera punctata, atualmente considerada como sendo um sinônimo da Acianthera recurva, já abordada neste blog.

 

Acianthera recurva

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Trata-se de um gênero composto por pouco mais de 200 espécies, todas originárias da extensa faixa que se estende desde a região sul do México até a região norte da Argentina. No Brasil, principal centro de dispersão do gênero, podemos encontrar quase que a metade destas espécies, a maior parte delas no bioma Mata Atlântica das regiões sudeste e sul.

 

Acianthera   –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
http://enlaescuelapublica.blogspot.com.br/2014/03/mapa-de-america-latina-con-todos-sus.html

 

 

 

Por mais de 150 anos este gênero foi deixado de lado por taxonomistas, que agrupavam estas orquídeas dentro do mega-gênero Pleurothallis, como espécies, como grupo, clado ou como subgênero. Aliás, muitos autores ainda utilizam estas nomenclaturas.

 

 

Porém, recentes revisões da subtribo Pleurothallidinae devolveram a Acianthera a condição de gênero, com grande destaque para o trabalho desenvolvido pelo botânico estadunidense Carlyle August Luer (1922 – 2019).

 

Carlyle August Luer 

Imagem retirada da internet – Site:
http://www.orchideen-roellke.de/index.php/en/online-shop/pleurothallis/scaphosepalum/product/view/66/1896


 

Luer foi um médico e botânico fantástico. No campo da orquidologia dedicou boa parte de sua vida ao estudo das simpáticas e encantadoras mini e micro-orquídeas. Participou da árdua e complexa tarefa de revisar algo em torno de 4000 espécies e na publicação de muitos gêneros, como Dryadella, muito conhecido aqui na região sul do Brasil, sendo reconhecido mundialmente como o Pai dos Pleurothallidines.

 

Dryadella zebrina

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Antes de retornar à condição de gênero Acianthera era considerado um subgênero de Pleurothallis. Nesta sistemática proposta por Luer o subgênero Acianthera ainda era dividido em seções e subseções como mostra a tabela abaixo:

 

 

 

Porém novas alterações foram e estão sendo feitas para ajustar diversas outras espécies não inseridas nas categorias acima mostradas.

 

 

O nome deste gênero, Acianthera, é uma palavra composta derivada do grego: akis, que significa “ponto”, e anthera, que significa “antera” (parte masculina do aparelho reprodutor das orquídeas). Trata-se de uma referência à posição da antera de alguma das espécies do gênero.

 

 

As plantas deste gênero vegetam de forma predominantemente epífita, fixadas em árvores, e ocasionalmente rupícola, fixadas em rochas cobertas de musgo, em diversos tipos de condições ambientais, sendo a maior parte das espécies oriunda de florestas sombrias e de elevado índice de umidade, mas com a existência de exemplares que habitam regiões extremamente áridas, em alguns casos expostas a pleno sol.

 

A seguir relaciono algumas características das plantas deste gênero:

 

A – Apresentam grande variedade em termos de porte das plantas, mas suas flores quase sempre são pequenas, muitas delas entrando na classificação de micro-orquídea.

B – São desprovidas de pseudobulbos. A estrutura morfológica da planta é composta por delicados ramicaules (1*) originários do rizoma.

 

(1*) Ramicaule: termo criado pelo brilhante botânico estadunidense Carlyle August Luer (1922 – 2019), e utilizado para designar caules de orquídeas que não se transformam em pseudobulbos. Aliás, esta é a principal característica distintiva das plantas pertencentes à subtribo Pleurothallidinae. Ilustro com foto de uma Anathallis sclerophylla.

 

Anathallis sclerophylla

Plantas de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

C – Possuem inflorescências terminais e racemosas, e suas flores possuem apenas duas polínias.

D – Apresentam pétalas livres e acuminadas (com terminação pontiaguda).

E – Possuem labelo pequeno fixado ao pé da coluna da flor.

F – A grande maioria das espécies de Acianthera possui sépalas laterais total ou parcialmente fundidas em uma única estrutura chamada de sinsépala (2*).

 

(2*) Sinsépala: termo botânico usado para designar o conjunto formado pelas duas sépalas laterais  de uma flor, quando estão total ou parcialmente fundidas (concrescidas). Exemplifico com foto de uma Acianthera strupifolia:

 

Acianthera strupifolia – Detalhe da sinsépala

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Pelo diminuto tamanho de suas flores as espécies de Acianthera são pouco utilizadas na geração de híbridos. Independentemente disto, como sempre faço, para aqueles que desejam se aventurar na arte da hibridação, informo abaixo apenas alguns dos tantos gêneros pertencentes à subtribo Pleurothallidinae, à qual pertence Acianthera: Anathallis, Andinia, Anthereon, Barbosella, Brachionidium, Chamelophyton, Dilomilis, Diodonopsis, Dracula, Dresslerella, Dryadella, Echinosepala, Frondaria, Lepanthes, Lepanthopsis, Masdevallia, Myoxanthus, Octomeria, Phloeophila, Platystele, Pleurothallis, Pleurothallopsis, Porroglossum, Restrepia, Restrepiella, Scaphosepalum, Specklinia, Stelis, Teaguia, Tomzanonia, Trichosalpinx, Trisetella, Zootrophion e seus híbridos.

 

 

 

Agora sim vamos ao estudo da planta do dia, a Acianthera aphthosa, descrita em 1838 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865), na ocasião com o nome de Pleurothallis aphthosa.

 

John Lindley

Imagem retirada da internet – Site:
https://www.britannica.com/biography/John-Lindley

 

Lindley, como já comentado inúmeras vezes, foi o maior orquidólogo de todos os tempos. Descreveu centenas de gênero e espécies, publicou muitos artigos e livros científicos, participou da fundação da revista Gardener’s Chronicle, e em 1857 foi agraciado com a cobiçada Medalha Real, homenagem da Real Sociedade de Londres para pessoas com importantes contribuições para o avanço do conhecimento da natureza.

 

Royal Horticultural Society, Lindley Medal

Imagem retirada da internet – Site:
https://historicmedals.com/viewItem.php?no=3473

 

 

Entre as fantásticas obras deixadas por Lindley, destaque para os seguintes trabalhos:

  • An Outline of the First Principle of Horticulture – 1832,
  • An Outline of the Structure and Physiology of Plants – 1832,
  • Nixus Plantarum – 1833,
  • A Natural System Botany – 1836,
  • Flora Medica – 1838,
  • Theory oh Horticulture – 1840,
  • The Vegetable Kingdom – 1846,
  • Folia Orc
  • hidaceae – 1852 e
  • Descriptive Botany – 1858.

 

 

A mudança de classificação desta planta para Acianthera aphthosa, foi feita em 2001 pelos britânicos Alec Melton Pridgeon (1950) e Mark Wayne Chase (1951), dois brilhantes botânicos especializados na família Orchidaceae.

 

 

O nome da espécie, aphthosa, é uma palavra derivada do latim: aphtha, cujo significado é “úlcera”, “ferida”, em referência às sépalas da flor desta planta, cuja superfície é irregular e apresenta diversas protuberâncias.

 

 

A planta do dia está inserida na seção Sicariae de Acianthera. A seguir mostro a classificação completa desta linda orquídea:

 

 

 

As orquídeas inseridas na seção Sicariae de Acianthera possuem várias características comuns, como o ramicaule canaliculado (3*) e pouco comprimido no ápice.

(3*) Canaliculado: substantivo que pode ser traduzido como “provido de canalículo”, “provido de pequeno canal”.

 

 

Uma das plantas mais conhecidas da seção Sicariae de Acianthera, pelo menos aqui na região de Curitiba, onde resido, e onde é abundante, é a Acianthera luteola. Exemplifico com foto de exemplar de minha coleção:

 

Acianthera luteola

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Sinonímia da planta do dia: Pleurothallis aphthosa; Pleurothallis macrophyta; Pleurothallis pelioxantha; Pleurothallis pleioxantha; Pleurothallis foetensHumboltia foetensAcianthera foetens e Specklinia aphtosa.

 

 

 

A Acianthera foetens, que incluí no rol dos sinônimos da planta do dia no parágrafo acima, é uma orquídea que gera árduas discussões no meio da orquidofilia. Alguns autores afirmam que Acianthera aphthosa e Acianthera foetens são a mesma planta, e outros consideram que são espécies diferentes.

Enfim, depois de comparar as plantas em diversas fotos, confesso que até agora tenho dúvidas e não tenho uma opinião formada.

Abaixo mostro linda foto enviada por meu grande amigo Pedroair, colega da APRO (Associação Paranaense de Orquidófilos), de uma Acianthera foetens, para que todos possam fazer a comparação entre as duas plantas, e posteriormente tirar conclusões sobre o tema:

 

Acianthera foetens

Propriedade: Pedroair José Buest (Curitiba – PR)

Créditos fotográficos:  Pedroair José Buest (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera aphthosa é uma planta originária das regiões sudeste e sul do Brasil, região sudeste do Paraguai e a província de Misiones, no nordeste da Argentina, além de Perú, Equador, sul da Colômbia e noroeste da Bolívia.

 

Acianthera aphthosa –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
https://www.todamateria.com.br/paraguai/

 

 

O principal dentro de dispersão da planta do dia é sem dúvida o ambiente de Mata Atlântica das regiões sudeste e sul do Brasil, onde vegeta de forma predominantemente epífita, fixada sobre árvores e arbustos, mas que ocasionalmente pode ser vista vegetando de forma rupícola, fixada sobre rachaduras de rochas cobertas de musgo, normalmente em altitudes compreendidas entre 300 e 1.400 metros.

 

 

Um dos principais redutos da Acianthera aphthosa é a maravilhosa Serra do Japi.

 

Serra do Japi – Imagem típica

Imagem retirada da internet – Site:
https://turismo.jundiai.sp.gov.br/atrativos/ecoturismo/

 

 

Localizada entre os municípios de Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar, a Serra do Japi estende-se por um total de 350 Km². Desse total uma área de 191,7 km² foi tombada pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).

Trata-se de uma maravilhosa reserva natural, riquíssima em termos de fauna e flora, e que atualmente é considerada “Reserva da Biosfera da Mata Atlântica” pela UNESCO.

 

Serra do Japi – Localização

Imagem retirada da internet – Site:
https://serradojapi.jundiai.sp.gov.br/institucional/

 

 

Acianthera aphthosa é uma planta de médio porte, principalmente se comparada com a grande maioria das espécies do gênero. Apresenta forma de crescimento simpodial (4*) e cespitosa (5*), e é dotada de rizoma curto e inconspícuo (6*), com raízes envolvidas por tecido velame (7*).

 

(4*) Crescimento simpodial: termo botânico utilizado para descrever plantas que crescem de forma lateral a partir de gemas em sua base.

(5*) Crescimento cespitoso: termo botânico utilizado para descrever plantas que crescem lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, formando densas touceiras.

(6*) Inconspícuo: imperceptível, difícil de notar, quase impossível de ser visto ou percebido.

(7*) Velame: nome dado ao tecido (camada em véus) que cobre as raízes das orquídeas, e cuja principal função é a retenção de umidade. É a parte branca que enxergamos nas raízes. É no velame que se alojam os Fungos Micorrízicos Orquidóides (micorrizas), indispensáveis para a germinação das sementes de orquídeas. Ilustro o tema com fotos de Angraecum didieri de minha coleção:

 

Detalhe do tecido Velame em Angraecum didieri

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Esta planta, assim como acontece com todas as espécies do gênero, é desprovida de pseudobulbos. Do citado rizoma se originam finos ramicaules eretos, canaliculados e monofoliados, com comprimento variando entre 6,0 e 11,0cm. Estes ramicaules possuem um destacado sulco longitudinal e são cobertos por duas espessas bainhas foliares.

 

As folhas possuem formato elíptico-lanceolado (8*), são conduplicadas (9*), coriáceas (10*), bilobadas (11*) e apresentam uma tonalidade escura de verde. Em termos dimensionais estas folhas possuem, em média 14,0cm de comprimento por 3,3cm de largura.

 

(8*) Formato elíptico-lanceolado: folha que combina formato elíptico com forma de lança (que se afina em direção à extremidade).

(9*) Conduplicada: termo botânico aplicado à folha dobrada em duas partes sobre o eixo de simetria longitudinal.

(10*) Coriácea: o termo coriáceo significa “semelhante ao couro”. Em termos botânicos aplica-se a folhas grossas e rígidas que quebram com facilidade

(11*) Folha bilobada: folha que apresenta terminação em dois lobos, ou seja, que apresenta divisão em sua parte terminal.

 

Acianthera aphthosa – Folhas

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

A planta do dia possui curtas e delicadas hastes florais que se originam do ápice dos ramicaules, junto à base das folhas, com inflorescências racemosas de comprimento inferior a 1,0cm. Estas inflorescências são formadas com eficiente proteção mecânica fornecida por espatas (12*), são racemosas (13*)  e suportam normalmente entre 2 e 4 delicadas e simpáticas flores de aproximadamente 1,0cm de diâmetro.

 

(12*) Espata: é um tipo de bráctea que tem por função fornecer proteção mecânica para inflorescências ou para botões florais em desenvolvimento.

(13*) Inflorescência racemosa: termo botânico utilizado para descrever inflorescências cujos pedicelos se originam diretamente da haste floral

 

Acianthera aphthosa – Inflorescência

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Na foto abaixo tento mostrar as estruturas citadas até o momento:

 

Acianthera aphthosa – Estruturas da planta

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

A flor desta orquídea é simplesmente espetacular. Em sua parte superior exibe uma linda e grande sépala dorsal livre e com forma de espátula, na qual predomina uma cor que varia entre tons de amarelo e verde, e com extremidade de cor vinho.

As sépalas laterais também são livres, não formando uma sinsépala, como ocorre na maior parte das flores das espécies do gênero Acianthera. Apresentam formato elíptico com predominância de cor vinho e margem amarela.

Nas três sépalas citadas, a dorsal e as laterais, se destacam três nervuras de cor vinho, difíceis de observar a olho nú, e todas essas estruturas apresentam margem ciliada.

As pétalas são bem pequenas em comparação com as sépalas, estão dispostas de forma paralela à coluna da flor, e exibem uma total predominância de amarelo. Também apresentam formato elíptico, porém são glabras (14*) e possuem apenas uma nervura no sentido longitudinal.

(14*) Glabra: termo utilizado para designar estruturas não apresentam cílios, pilosidades ou tricomas em sua superfície. Estruturas lisas.

 

Para completar o conjunto um pequeno labelo trilobado (15*) e linguiforme (16*) com total predominância de cor vinho.

(15*) Labelo trilobado: termo botânico que indica que o labelo é dividido em três partes denominadas lobos, sendo dois laterais e um terceiro chamado lobo frontal ou lobo central, que é a parte mais vistosa do mesmo.

(16*) Linguiforme: em forma de língua.

 

Na foto abaixo tento mostrar as estruturas da flor desta orquídea:

 

Acianthera aphthosa – Estruturas florais

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Importante frisar que as cores acima descritas foram baseadas no exemplar de minha coleção, e que existem outras variáveis com cores e pinturas um pouco diferentes.

 

 

Muitos autores classificam a Acianthera aphthosa como sendo uma micro-orquídea (17*), fato que aliás é comum em várias espécies do gênero. Porém eu discordo por esta planta apresentar grande envergadura, apesar de possuir flores com aproximadamente um centímetro de diâmetro. Na explicação abaixo vai ficar mais fácil entender meu ponto de vista.

 

(17*) Micro-orquídea: este termo gera muita polêmica dentro da orquidologia. A maior parte dos autores apenas verifica o tamanho das flores, definindo limites para classificar a orquídea como micro, como mini, etc. Assim, normalmente classificam as micro como sendo orquídeas com flores de diâmetro inferior a 1cm. Desta forma, segundo eles, um Arpophyllum giganteum, por exemplo, cuja flor possui apenas 0,8cm de diâmetro, entraria na classificação de micro-orquídea. Isto apesar da planta possuir folhas de mais de 30cm de comprimento e hastes florais de mais de 40cm. Eu particularmente sigo uma outra linha de pensamento, bastante difundida aqui no Brasil, e utilizo dois parâmetros para poder classificar uma planta como micro-orquídea: a flor tem que possuir diâmetro igual ou inferior a 1cm, e o tamanho da planta, considerando o somatório das medidas do pseudobulbo e da folha, tem que ser de no máximo 5cm.

 

Arpophyllum giganteum

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Para fechar o descritivo da Acianthera aphthosa só faltou falar do perfume emanado por suas flores. Aqui entra o ponto fraco desta planta. Um espetáculo de orquídea com cores e formas deslumbrantes, mas com um cheiro fétido e muito desagradável. Não é à toa que um de seus principais agentes polinizadores são as moscas.

 

Acianthera aphthosa

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Felizmente Acianthera aphthosa  ainda não corre riscos de extinção. Por possuir uma ampla região de ocorrência esta planta atualmente é classificada pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), como LC (Least Concern), cuja tradução é (“menos preocupante”). Este grupo inclui espécies que no momento não se qualificam como ameaçadas. São incluídas nesta categoria espécies abundantes e amplamente distribuídas.

CNCFlora é uma referência nacional em geração, coordenação e difusão de informação sobre biodiversidade e conservação da flora brasileira ameaçada de extinção. Abaixo mostro a Lista Vermelha desta entidade, com a categorização das espécies quanto ao risco de extinção (Dados obtidos no link – http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/listavermelha):

 

 

 

Abaixo relaciono algumas orientações importantes para o sucesso no cultivo desta planta:

  • Preferencialmente cultive esta orquídea fixada em troncos ou cascas de árvores, com muitas raízes expostas.
  • Porém, o cultivo também pode ser feito em vasos de plástico ou caixetas de madeira. Nestes casos recomendo o uso de um substrato bem aerado composto de partes iguais de casca de pinus e carvão vegetal, ambos bem moídos. Ainda, como esta planta gosta de bastante umidade, sugiro acrescer um pouco de esfagno ao substrato.
  • Como quase todas as orquídeas a Acianthera aphthosa também precisa de muita umidade mas, logicamente, sem excessos. Um substrato bem drenado é fundamental para evitar o acúmulo de água, e principalmente para minimizar a retenção de salinidade após regas e adubações.
  • A periodicidade das regas vai depender de vários fatores, tais como do substrato utilizado, temperatura, umidade ambiente, vento, etc. Porém, se você cultivar a planta fixada em placa de madeira ou tronco, como sugeri na primeira dica, que retém a umidade por pouco tempo, então recomendo regas diárias em períodos quentes, e a cada dois dias em períodos frios.
  • Diminua o volume e a periodicidade das regas quando começarem a despontar as hastes florais, e tome cuidado para não molhar as flores, mesmo quando estas ainda estiverem em período de formação.
  • Outra questão muito importante para o sucesso no cultivo desta planta é a circulação de ar. Ambientes fechados representam um irrecusável convite para pragas como cochonilhas e pulgões, que perfuram as diversas estruturas da planta abrindo passagem para a entrada de fungos, bactérias e vírus. Manter a planta em local ventilado é fundamental para o sucesso no seu cultivo.
  • Esta planta precisa de luminosidade mas não tolera exposição direta aos raios solares. Cultive esta orquídea com sombreamento entre 50 e 60%.
  • Em termos de temperaturas a Acianthera aphthosa resiste bem a variações entre 15 e 35 graus. Indispensável proteger esta planta nos dias mais rigorosos do inverno.
  • Pode ser dividida como quase todas as orquídeas de crescimento simpodial, cortando o rizoma e deixando pelo menos 3 ou 4 ramicaules em cada parte da divisão.
  • Uma boa adubação também é indispensável. Faça isto periodicamente respeitando as orientações dos fabricantes.

 

 

Aqui na região sul do Brasil floresce normalmente em pleno inverno, e sua floração dura em torno de 20 dias. Recomendo.

 

 

E agora algumas imagens ilustrativas, começando por oito lindas fotos enviadas por minha querida amiga Silvana, competente orquidófila residente na bela cidade de Itajaí, em Santa Catarina, a quem agradeço muito pela colaboração:

 

 

      

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Silvana A. Santos  (Itajaí – SC)

 

 

 

 

E agora, para finalizar, algumas imagens do exemplar de minha coleção, cultivado em vaso de plástico:

 

 

                

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

Acianthera Aphthosa

Propriedade e créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller  (Curitiba – PR)

 

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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IMAGES: GOOGLE search

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