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Cardosso Cinttra

Orientadora: Rossália Santos Amorim Jesuíno


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Co-o
orientadoraa: Fabrícia
a de Paula Faria
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G
Goiânia, 201
10.
 
 

Universidade Federal de Goiás


Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-graduação em Biologia
Área de concentração: Biologia Celular e Molecular

Clonagem e expressão da tiorredoxina 1 de


Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris

Lorena Cardoso Cintra

Orientadora: Rosália Santos Amorim Jesuíno

Co-orientadora: Fabrícia de Paula Faria

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Biologia do Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Goiás como
requisito parcial para obtenção do Título de Mestre
em Biologia e área de concentração Biologia Celular e
Molecular.

Goiânia – Goiás – Brasil,

agosto, 2010.
 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Cintra, Lorena Cardoso.


C575c Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de
Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris [manuscrito] /
Lorena Cardoso Cintra. - 2010.
xv, 135 f. : il., figs, tabs.

Orientadora: Profª. Drª. Rosália Santos Amorim Jesuíno; Co-


orientadora: Profª Drª Fabrícia de Paula Faria.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás,
Instituto de Ciências Biológicas, 2010.
Bibliografia.
Inclui lista de figuras, abreviaturas, siglas e tabelas.

1. Fungo – Paracoccidioides brasiliensis. 2. Pichia pastoris.


I. Título.

CDU: 582.28
 

Dissertação desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia de Fungos do Departamento de


Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Goiás e no Laboratório de Biologia Molecular e Filogeografia/Bioagro, Departamento de
Bioquímica e Biologia Molecular, Universidade Federal de Viçosa.

Banca Examinadora

Titulares

Profa. Dra. Rosália Santos Amorim Jesuíno – Orientadora – Presidente da banca

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas,


Universidade Federal de Goiás.

Prof. Dr. Luiz Artur Mendes Bataus – Examinador interno

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas,


Universidade Federal de Goiás.

Profa. Dra. Raphaela de Castro Georg – Examinador externo

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas,


Universidade Federal de Goiás

Suplentes

Profa. Dra. Kênya Silva Cunha - Examinador interno

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas,


Universidade Federal de Goiás.

Profa. Dra. Maria do Rosário Rodrigues Silva - Examinador externo

Departamento de Microbiologia, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública,


Universidade Federal de Goiás.
 

Aos melhores e amados pais, Ivair e Wilzon,


pelo amor incondicional, pelo apoio para iniciar e
terminar esse trabalho. Amo vocês!
 

Agradecimentos

Esta é a hora que podemos ser nós mesmos, sair do rigor da área dura e expressar, não
apenas genes, mas um pouco de humanidade.

"Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de


humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas
virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."- Charlie Chaplin; O Grande Didator.

E é com a frase de Charlie Chaplin que eu inicio agradecendo a minha orientadora,


Rosália, pelos 5 anos de parceria. Aprendi muito nesse tempo juntas, desde a iniciação
científica (início de 2005) até o mestrado. Obrigada pela boa convivência, obrigada pelo
carinho, preocupação e respeito. Obrigada por ter paciência comigo e ser mais que
orientadora, uma amiga.

Agradeço também a Fabrícia, a minha co-orientadora, que muito me ensinou sobre a


Pichia. Obrigada pela convivência, ensinamentos, direcionamento. Obrigada por fazer,
juntamente, com a Rosália, nosso ambiente de trabalho muito agradável.

Essa dissertação, fruto do trabalho de 2 anos e alguns meses, só foi possível pelo apoio
físico e sentimental, direto ou indireto de várias pessoas...emprestando o laboratório, reagente,
enzima, tempo, ouvido...ou jogando papo fora (ócio criativo), demonstrando carinho, dando
apoio, dentre outras muitas coisas.

Espero que a minha memória de peixe não me deixe esquecer de agradecer a todos que
contribuíram...

Aos companheiros e amigos do laboratório de biotecnologia de fungos, por


aguentarem minhas bagunças todos os dias.
A nossa casa não é o lugar onde moramos
Mas sim o lugar em que nos sentimos bem
Pode ser com quem namoramos
Ou até muitos outros alguém (...)

A nossa casa é aqui


Onde o coração gosta de morar
Seja numa mansão de luxo
 

Ou no mais desolado lugar


Eu estou em casa
Nesta vida com amizades. A minha casa é o mundo.
E em todos os lugares que tiver felicidades. (Blue Heaven)

A querida Gisele, tenho muito que te agradecer pelo ouvido sempre disponível e pelas
muitas dicas para lidar com a levedura Pichia pastoris. Tenho muita admiração por você
(igual o Faustão “tanto no pessoal, quanto no profissional”). Se eu pudesse dar mais um título
de co-orientação seria para você.

Ao sempre prestativo Syd e seus pseudônimos (Sydney, Sylvio, Sydnelson e sempre


com Y...). Você é meu ídolo (risos). Sempre paciente, sempre pronto para ajudar a todos,
sempre pronto a aprender. Obrigada por ser meu assessor para assuntos computacionalísticos.

Aos meus pupilos (se é que eu posso assim considerar): Wesley, Thiago, Elvia.
Desculpe por ensinar sempre como não se deve fazer um experimento, rs. Tentei
desencaminhá-los, mas vocês são persistentes, rs. Espero ter contribuído de alguma forma.
Aprendi mais do que ensinei.

Ao Guilhermar (figura!), um exemplo de determinação e esforço. Você que sempre diz


nos admirar, agora eu digo: admiro você “Você que é um rapaz esperto...rs” obrigada, rs.

A Ilítia e sua mente borbulhante, Byancarine, Dâmaris, Matheus, Andreia, queridos


companheiros do dia a dia. Obrigada. Ao Rafael, que não está mais no laboratório, mas que
sempre me deu muita força. Ao Wagner, que estatisticamente não pertence ao laboratório,
mas que sempre está lá para nos dar uma orientação sempre bem vinda.

A todos vocês do grupo LBF, MUITO OBRIGADA!

Um agradecimento especial ao meu amigo Tiago Carrijo, obrigada pelos artigos


contrabandeados, rs. Foram muito úteis.

A Profa. Silvana por disponibilizar o laboratório sempre que preciso. Obrigada aos
amigos do laboratório de biologia molecular de fungos: Lucas, meu companheiro pedreiro
desde a graduação até o mestrado. Começamos juntos e terminamos juntos. Obrigada por me
ensinar sobre a bolsa de valores e técnicas para sobreviver com a bolsa do mestrado. Elvira
você é demais. Pessoa de alma boa. Marília, Ana Paula, Camila, Andressa, Deyze (Deyzaaas)
 

e Elda, vocês foram muito importantíssimas para que isso fosse possível. Valeu demais.
Nunca esquecerei o que fizeram por mim.

Ao Prof. Cirano e todo pessoal do laboratório de enzimologia. Obrigada pela estrutura


laboratorial cedida. Andrei, Marcelo, Amanda Araújo, Amanda Rafaella, , Fabyano, Roberto,
Raquel, Luana, Vanessa, Rogério, Marcela (Agradeço aqui) valeu pelo apoio. Ao querido
amigo Saulo, obrigada pelos artigos decifrados na disciplina de biologia molecular e as várias
dicas para elaboração desse trabalho.

Aos amigos do Laboratório de Biologia Molecular: Patrícia Lima, Mirelle, Elisa


Flávia, Neto (Neto Neto Neto ôôÔ), Alexandre, Juliana, Patrícia Zambuzi, Clayton, Hellen,
Tereza Cristina, Dayane, Leandro e ao pessoal das antigas Bruno Tacco, Patrícia Kott,
Moniquinha, Mônica (Moc), Fernanda, Christielly, Kesser, Aline, Sabrina, Lidiane, Milce e o
amigo mais glamousoro de todos Rodrigo (bombom de cupuaçu), o meu muito obrigada pelo
auxílio prestado (“Detalhes” só com o Roberto Carlos).

Aos amigos da ex-república que se findou Marina, Renata e Thiago pelos dias que
vivemos sob o mesmo teto, rs. Especialmente para a Renata e para Marina pela companhia no
eixão e Praça A até o longínquo Campus Samambaia, pelas “marmitas, Tarsilas e cachaçadas
de balde” etc. OBRIGADA pela amizade e companheirismo!

A pequena Liliane, minha companheira de república (ex-república), obrigada pela


companhia no meu primeiro ano de mestrado.

Ao Prof. Arthur pelas muitas dicas para elaboração do trabalho e pelo suporte técnico-
científico-estrutural. Seu laboratório foi praticamente uma extensão do meu. Ao Prof. Ivan
pela ajuda com os géis sem banda. E as amigas do laboratório de genética: Ana Flávia,
Marcela (Agradeço por aqui também) e Lílian por sempre dar ouvidos as minhas lamúrias e
lamentações.

Aos grandes amigos da UFV – Viçosa. A Profa. Valéria Monteze, por ter me recebido
em seu laboratório e ter me ensinado muito sobre evolução dirigida. Adorei os 6 meses que
passei em seu laboratório. Aprendi muito e devo isso as pessoas maravilhosas que me
acolheram (a goiana que fala poRta) de braços abertos: Ana Paula (obrigada por ser sempre
solícita), Carolzinha (obrigada pelo pouso por alguns dias), a Roberta (Robs), Beatriz (Bia) e
Maria Andreia (Mariandrei) minhas companheiras de bandeijão, Larissa, Denise , Wiliane,
 

meu estagiário por 6 meses Éverton, a Dayelle, Cassiane (Cassi), Flávia, Magali, Brenda,
Mariana, Maíra e Camila. “Um dia seremos todos domadores”.

A amiga Carmem, sem palavras para descrever como foi importante conviver com
você por esses 6 meses. Minha grande companheira em Viçosa. Me ensinou sobre o melhor
café do mundo e cuidou de mim como uma irmã. Um dia eu retribuo.

Ao meu amigo Rodolfo (freudflistone), meu amigo para assuntos aleatórios,


probabilísticos, metafísicos e paranormais. Infindáveis discussões sobre o que é ciência, para
onde vamos, de onde viemos e o que estamos fazendo aqui e essa é pra você:

Tenho amigos para saber quem eu sou,


pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril
(Fernando Pessoa).
A minha amiga Paraense arretada Ellen Acioli: que bom que existe “Tim sem
fronteiras”.

Meus amigos queridíssimos, companheiros de café filosófico, meus mais que amigos
de bar: Bruno, Guilherme, Lorena (Tchatchatcha), Luis (jovem) e Juliana Beatriz (Jujuba).
Vocês são as melhores companhias. As minhas grandes amigas Jacque e Rosa por serem o
ombro amigo em qualquer hora. Aos amigos Victor (Vitim) – valeu pelos ouvidos, Bárbara,
Ramon (Baiano)...e todos os amigos da graduação.

Aos meus amigos do mestrado Aline França, Kárita, Karina, Flávim, Thiago, Patrícia
e Karla. Ao doido Hugo Delleon, sujeito que vive a Universidade nos três níveis possíveis
(Aluno de graduação, Professor e Aluno de pós-graduação). Valeu pela Taq e dNTPs
milagrosos.

Ao pessoal do laboratório da Profa. Elisangêla, a Flávia, Aline e César. Minhas


amostras estão muito bem guardadas no – 80 ºC. A Profa. Kênya Silva Cunha, pelas
contribuições feitas no trabalho e pela amizade e a todos do laboratório de mutagênese: Laise,
Igor, Nilza e Karla.

A Profa. Andreia Maranhão (UNB) que me cedeu o laboratório para que eu pudesse
fazer o Dot Blotting e ao querido Rafael Burtet. A querida Juliana Pfrimer, por me hospedar
em Brasília, obrigada por ter sido a melhor anfitriã de todos os tempos (nota 10).
 

As guardiãs do nosso dia Vaneide e Selma, me sinto segura com a proteção de vocês,
rs. Obrigada pelos cafés, prozas e muitas outras coisas...

A melhor secretária-amiga-canceriana Gleizilene ou simplesmente, a Gleice. Você me


entende como ninguém, rs. Valeu por todas as “declarações” que você foi obrigada a fazer pra
mim.

A Anézia, por sempre limpar toda bagunça que fazíamos no lab.

Ao companheiro de pedreiragem no RU, Eduardo, meu amigo cantor de sertanejo


(infelizmente). Te adoro!

A Profa. Raphaela de Castro Georg pelas contribuições feitas neste trabalho. Suas
colocações foram muito bem vindas. Muito obrigada.

Agradeço também ao melhor estimulante do mundo: o café nosso de cada dia.

Aos criadores do Google, não seria nada sem vocês. rs

A capes, pela bolsa concedida.

E para finalizar...

Ao meu irmão Wesley, a minha cunhada Angelita e a mais nova da família, a pequena
Alice, que ainda não chegou, mas que já iluminou as nossas vidas (Espero que você não
resolva nascer no dia da minha defesa, ai a Tia vai ficar louca!). Obrigada por tudo. Amo
vocês.

Aos bons e raros ventos que trouxeram um amor pra mim: Renato. Você, mais do que
ninguém, sofreu com a minha ausência, com meu mau humor terrível, com as inúmeras
explicações sobre o meu trabalho, com meus dias de choro e angústia. Obrigada pela
paciência, amizade e carinho. Sua ajuda foi decisiva para o término desse trabalho. Te amo.
Te admiro. Te agradeço por ter sido a minha Bridge Over Troubled Water...

(…)I'll take your part


When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down(…) - Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
 

Liberdade

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.


Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.


Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...


Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto


É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa
 

Sumário

Página
Lista de figuras i
Lista de tabelas iv
Lista de abreviaturas v
Resumo vii
Abstract viii

1 – Introdução 23
1.1 - Biologia e aspectos gerais do fungo Paracoccidioides brasiliensis 23
1.1.2 – Paracoccidioidomicose 26
1.2 – Espécies reativas de oxigênio e defesas antioxidantes em fungos 27
1.3 – Tiorredoxina 32
1.3.1 - A super família Tiorredoxina 35
1.3.2 - Tiorredoxina em mamíferos 36
1.3.3 - Tiorredoxina em bactérias 37
1.3.4 - Tiorredoxina em fungos 39
1.4 - Sistema de expressão heteróloga em Pichia pastoris 41

2 – Justificativa 50

3 – Objetivos 51

4 – Material 52
4.1 – Microrganismos 52
4.1.2 – Bactérias 52
4.1.3 – Levedura 52
4.2 – Vetores 53
4.2.1 - pGEM®-T 53
4.2.2 - pHIL-D2 54
4.2.3 - pPIC9 54
4. 3 – Enzimas 55
4.4 – Marcadores 56
4.4.1 - Marcadores de DNA 56
4.4.2 - Marcadores de Proteína 56
4.5 - Kits de Uso Específico em Biologia Molecular 56
4.6 – Oligonucleotídeos 56
4.7 - Ferramentas de Bioinformática 57
4.8 - Meios de Cultura e soluções 57
4.8.1 - Meios para Cultivo de Bactérias 58
4.8.2 - Meios para Cultivo da Levedura P. pastoris e Soluções Estoque 59
4.9 - Transformação da Levedura P. pastoris por Eletroporação 62
Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris
Lorena Cardoso Cintra
   
 

4.10 - Lise Celular de Levedura 62


4.11 - Extração de DNA Plasmidial 62
4.12 - Soluções para eletroforese em gel de agarose 63
4.13 - Soluções para os ensaios imunológicos (Western e Dot blotting) 64
4.14 – Anticorpos 64
4.15 - Soluções para análise de proteínas em gel de Poliacrilamida Desnaturante 65
(SDS-PAGE)
4.16 - Revelação das Proteínas por Coloração do Gel com Nitrato de Prata 67
4.17 - Revelação das proteínas por coloração do gel com Azul de Comassie 68
4.18 - Outras soluções de uso rotineiro 68

5 – Métodos 70
5.1 - Cultivo e manutenção de microrganismos 70
5.2 - Digestão de DNA com endonucleases 70
5.3 - Eletroforese de Ácidos Nucléicos em Gel de Agarose 70
5.4 - Reações de defosforilação 70
5.5 - Ligação de fragmentos de DNA (Vetor-Inserto) 71
5.6 - Preparação de células bacterianas competentes para choque térmico 71
(CaCl2)
5.7 - Transformação de E. coli por choque térmico 71
5.8 – Preparação de DNA plasmidial em média escala por lise alcalina 72
(adaptado de Sambrook e Russel, 2001)
5.9 - Precipitação de DNA 73
5.10 - Purificação de fragmentos de DNA em gel de agarose 73
5.11 - Purificação e clonagem dos produtos de PCR 73
5.12 - Desenho dos oligonucleotídeos 74
5.13 - Reação em cadeia da polimerase (PCR) 74
5.14 - PCR de colônia 75
5.15 - Sequenciamento de DNA e análise das sequencias de nucleotídeos 75
5.16 - Preparo de células competentes de P. pastoris 76
5.17 - Transformação de células de P. pastoris por eletroporação 76
5.18 - PCR de colônia de levedura (adaptado Akada et al., 2000) 77
5.18.1 - Extração do DNA da levedura 77
5.18.2 - Reação de PCR 77
5.19 - Expressão do gene da Trx1 em P. pastoris. 78
5.19.1 - Construção dos vetores de expressão 78
5.19.1.1 - Construção do vetor pHTRX1 – Construção 1 78
5.19.1.2 - Construção do vetor pPTRX1 – Construção 2 80
5.19.2 - Transformação de células de P. pastoris 82
5.19.3 - Seleção dos transformantes produtores da Trx1 83
5.19.3.1 - Seleção por Dot Blotting 84
5.19.4 - Análise do perfil de proteínas produzidas pela P. pastoris em 85
condições de indução (adaptado do Manual do Kit de Expressão em P.
pastoris).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
 

5.20 - Análise de proteína em gel de poliacrilamida desnaturante (SDS-PAGE) 86


5.20.1 - Preparo da amostra de sobrenadante de cultura 86
5.20.2 - Condições da eletroforese em gel de poliacrilamida 86
5.21 - Coloração com nitrato de prata 86

6 – Resultados e discussão 88
6.1 – Obtenção do cDNA/Trx1 90
6.2 – Clonagem do cDNA/trx1 no vetor pHIL-D2 e pPIC9 91
6.3 – Transformação de P. pastoris 96
6.4 – Análise da produção de Trx1 por P. pastoris em placa Deepweel 103
6.5 - Análise da produção da proteína rTrx1 em frasco pela levedura P. pastoris 105

7 – Conclusões e perspectivas 110

8 – Referências bibliográficas 112

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   

   

Lista de Figuras

Página
Figura 1 - Sistema enzimático envolvido na detoxificação das EROS e controle do
29
estado redox de grupos de proteínas sulfidril em Saccharomyces cerevisiae, com

suas interpelações.

Figura 2 - Estrutura da tiorredoxina de E. coli por RMN (Ressonância magnética 34

nuclear).

Figura 3 - Trx, TrxR e NADPH formam um sistema que opera de modo geral 34

como dissulfeto redutases.

Figura 4 - Estrutura da proteína Trx1 e Trx2. 35

Figura 5 - Via metabólica da oxidação do metanol em formaldeído na levedura P. 45

pastoris.

Figura 6 - Integração no genoma de P. pastoris, por inserção (A e B) e por 45

substituição do gene (C).

Figura 7 - Representação esquemática do mapa físico do vetor para clonagem de 53

produto de PCR pGEM®- T (Promega).

Figura 8 - Representação esquemática do mapa físico do vetor pHIL-D2 para 54

expressão em P. pastoris.

Figura 9 - Representação esquemática do mapa físico do vetor pPIC9 para 55

expressão em P. pastoris.

Figura 10 - Vetor de expressão construído para produção de Trx1 intracelular em 80

P. pastoris (pHTRX1).

Figura 11- Vetor de expressão construído para produção de Trx1 extracelular em 82

P. pastoris (pPTRX1).

Figura 12 - Análise eletroforética em gel de agarose 0,8%, corado com brometo 91

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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ii 
   

de etídio, do produto de amplificação relativo ao cDNA trx1 obtido por PCR.

Figura 13 - Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corado com brometo 92

de etídio, do produto da digestão do vetor pGEM-TRX1.

Figura 14 - Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corado com brometo 93

de etídio, dos transformantes por PCR de colônia.

Figura 15 - Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corado com brometo 94

de etídio, do produto da digestão dos vetores pHTRX1 e pPTRX1.

Figura 16 - Representação das sequências de nucleotídeos obtidas a partir do 95

sequenciamento dos plasmídeos pHIL-D2 e pPIC9 no qual o cDNA/trx1 foi

clonado.

Figura 17 - Representação dos vetores linearizados para formação dos cassetes de 97

expressão introduzidos na levedura P. pastoris.

Figura 18 – Representação do vetor pHTRX1 linearizado para formação do 98

cassete de expressão introduzido na levedura P. pastoris.

Figura 19 - Representação do vetor pPTRX1 linearizado para formação do cassete 99

de expressão introduzido na levedura P. pastoris.

Figura 20 - Representação das placas de cultivo dos transformantes de P. pastoris 101

obtidos.

Figura 21 - Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corado com brometo 102

de etídio, para confirmar a presença do cDNA/trx 1 nas células de P. pastoris.

Figura 22 - Análise por Dot Blotting da produção da proteína recombinante Trx1 104

por P. pastoris.

Figura 23 - Análise do perfil eletroforético de proteínas do extrato periplasmático


106
dos transformantes que integraram o cassete de expressão pHTRX1/Sac 1 e

pHTRX1/Not I de P. pastoris em gel de poliacrilamida (15%) corado por

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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iii 
   

comassie.

Figura 24 - Análise do perfil eletroforético de proteínas do sobrenadante de


106
cultura dos transformantes que integraram o cassete de expressão pPTRX1/Sac 1 e

pPTRX1/Bgl II de P. pastoris em gel de poliacrilamida (15%) corado por

comassie.

Figura 25 - Região C-terminal do fator-α mostrando os sítios de clivagem de 108

Kex2 e Ste13.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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iv 
   

Lista de tabelas

Página
Tabela 1 - Exemplos de proteínas de fungos expressas em P. pastoris. 47

Tabela 2 - Linhagem de E. coli utilizada e seu respectivo genótipo. 52

Tabela 3 - Linhagem de P. pastoris utilizada e seu respectivo genótipo. 53

Tabela 4 - Oligonucleotídeos utilizados. 57

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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Lista de abreviaturas

°C Graus Celsius

AOX 1 e 2 Genes da álcool oxidade 1 e 2

BCIP 5-Bromo-4-Cloro-Indolil fosfato

cDNA Ácido deoxirribonucléico complementar

dNTP Deoxirribonucleotídeo

DO Densidade óptica

EDTA Ácido etilenodiaminotetracético

EROS Éspécie Reativa de Oxigênio

g Velocidade de sedimentação em unidade gravitacional

h Hora

HIS 4 Gene histidinol desidrogenase

IPTG Isopropil-β-D-tiogalactopiranosídeo

Kb Kilobases

L Litro

M Molar

mg Miligrama

Mb Mega base

min Minutos

mM Milimolar

MM Massa molecular

NBT Nitro Blue Tetrazole

ng Nanograma

ORF Open Read Frame

p/v - Peso por volume

PAGE-SDS Gel desnaturante de poliacrilamida

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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vi 
   

pb Pares de base

PBS Tampão fostato – Salina

PCR Reação de polimerização em cadeia

pH Potencial hidrogeniônico

PMSF Fluoreto de fenilmetilsulfonato

q.s.p. Quantidade suficiente para

RNA Ácido Ribonucleico

RNAse Ribonuclease

rpm Rotações por minuto

SDS Sódio dodecil sulfato

TEMED N,N,N’,N’-tetrametil etilenodiamina

Tm Temperatura de desnaturação

Tris Tris (hidroximetil) aminometano

TRX 1 Tiorredoxina 1

U Unidade de atividade enzimática

UV Ultravioleta

v Volts

v/v volume por volume

X-gal 5-bromo-4-cloro-3indoxil-β-Dgalactopiranosídeo

YNB Yeast Nitrogen Base

μg Micrograma
μl Microlitro

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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vii 
   

Resumo

O fungo termodimórfico Paracoccidioides brasiliensis é agente etiológico da


paracoccidioidomicose, uma micose sistêmica humana, com alta prevalência na América
Latina. P. brasiliensis está sujeito a estresse oxidativo (EO) causado pelas espécies reativas de
oxigênio (EROs), produzidas pelas células de defesa do hospedeiro humano. O sistema de
defesa do hospedeiro quando da invasão por patógenos gera EROs para combater este
invasor. P. brasiliensis ao penetrar no hospedeiro humano é fagocitado pelos macrófagos,
enfrentando um ambiente extremamente hostil devido ao oxido nítrico e peróxido de
hidrogênio. A Trx1 é uma proteína redox, intracelular, que participa da manutenção da
homeostase redox da célula, tanto em condições de EO quanto redutor. É ubiquitária e
caracterizada pelo sítio ativo típico CXXC, responsável pela oxidação, redução, ou
isomerização das pontes dissulfeto de proteínas. Em trabalho realizado anteriormente, foi
isolado, caracterizado e clonado em vetor de expressão pGEX4T-3 o cDNA codificante para
Trx1 de P. brasiliensis (número de acesso AY376435). A proteína recombinante
(recPbTRX1) foi produzida e parcialmente purificada e as células leveduriformes de P.
brasiliensis apresentaram expressão aumentada do gene codificante para Pbtrx1 em condições
de EO. O presente trabalho teve como objetivo a expressão heteróloga de uma tiorredoxina do
fungo P. brasiliensis em Pichia pastoris, visando sua obtenção em maior quantidade para sua
a posterior caracterização bioquímica e aplicação em processos biotecnológicos. O cDNA do
gene da tiorredoxina 1 (trx1) de P. brasiliensis foi obtido via PCR utilizando como molde o
plasmídeo pGEX-Trx1 e clonado no vetor de expressão pHIL-D2 e pPIC9 (para expressão
intracelular e extracelular). A inserção do gene de interesse na orientação correta foi
verificada por seqüenciamento, apresentando homologia com a Trx1 de P. brasiliensis. Estes
vetores foram utilizados para transformar a linhagem SMD1168 da levedura P. pastoris com
genótipo his4-. A presença do cassete de expressão foi confirmada no genoma da levedura.
Não foram detectados transformantes capazes de secretar a proteína a partir da construção
com o vetor pPIC9 e a produção intracelular foi realizada a partir do vetor pHIL-D2.

 
 
 
 
 
Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris
Lorena Cardoso Cintra
   
viii 
   

Abstract

The termodimorphic fungus Paracoccidioides brasiliensis is the etiological agent of


paracoccidioidomycosis, a human systemic mycosis of high prevalence in Latin America. P.
brasiliensis is exposed to oxidative stress (OS) caused by reactive oxygen species (ROS)
produced by the defense cells of the human host. When the invasion by pathogens occurs, the
host defense system generates ROS to fight the invader. Inside the human host, P. brasiliensis
is phagocytosed by macrophages, facing an extremely hostile environment due to nitric oxide
and hydrogen peroxide. The Trx1 is an intracellular redox protein, which participates in the
maintenance of cell redox homeostasis, both in terms of OS as reducer. It is ubiquitous and is
characterized by typical CXXC active site, responsible for oxidation, reduction, or
isomerization of proteins’ disulfide bonds. In a previous work, it was isolated, characterized
and cloned into expression vector pGEX-4T-3 cDNA coding for TRX1 of P. brasiliensis
(accession number AY376435). The recombinant protein (recPbTRX1) was produced and
partially purified and the yeast cells of P. brasiliensis showed increased expression of the gene
coding for PbTRX1 in response to OS. This study aimed the heterologous expression of
cDNA of a thioredoxin of the fungus P. brasiliensis in Pichia pastoris, in order to obtain it in
larger amounts for their subsequent biochemical characterization and application in
biotechnological processes. The P. brasiliensis thioredoxin 1 (trx1) cDNA was obtained via
PCR using the plasmid pGEX-Trx1 as template and cloned into expression vector pHIL-D2
and pPIC9 (for intracellular and extracellular expression). The insertion of the interested gene
in the correct orientation was verified by sequencing and the homology was observed with
Trx1 P. brasiliensis. These vectors were used to transform the P. pastoris’ yeast strain
SMD1168 with his4- genotype. The presence of the cassette’s expression was confirmed in
the yeast’s genome. No transformants able to secrete the protein from the building with the
vector pPIC9 were detected and the intracellular production was carried from the pHIL-D2
vector.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
 
   

\ÇàÜÉwâ†ûÉ

“o caminho histórico de todas as ciências só leva


a seus pontos de partida efetivos
depois de numerosos desvios e rodeios.
Ao contrário de outros arquitetos,
a ciência não apenas projeta castelos no ar
como também constrói diversos andares habitáveis do edifício
antes de lançar os seus alicerces” (Karl Marx)

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
23 
 

1 - Introdução

1.1 - Biologia e aspectos gerais do fungo Paracoccidioides brasiliensis

O fungo Paracoccidioides brasiliensis foi inicialmente descrito por Adolf Lutz em

1908, é um fungo dimorfico e patogênico ao homem. O fungo P. brasiliensis pertence ao

reino Fungi; filo Ascomycota; subdivisão Euascomycotina; classe Plectomyceto; subclasse

Euascomycetidae; ordem Onygenales; família Onygenaceae; sub-família Onygenaceae

Anamórficos; gênero Paracoccidioides, espécie única Paracoccidioides brasiliensis (San

Blas et al., 2002).

O fungo termodimórfico P. brasiliensis é um patógeno humano agente etiológico da

Paracoccidioidomicose (PCM). Uma micose sistêmica, principalmente, em países da América

Latina (Restrepo e Tobon, 2005). A maioria dos casos é registrada no Brasil seguido por

Colômbia e Venezuela (Coutinho et al., 2002). O fungo P. brasiliensis é encontrado como

levedura nos tecidos infectados ou quando cultivados in vitro a 37 ºC e sob a forma miceliana

(infectiva) em condições saprobióticas no meio ambiente ou quando cultivado em

temperaturas inferiores a 28 ºC (Baglagli et al., 2006).

O nicho ecológico de P. brasiliensis ainda não está completamente esclarecido,

entretanto algumas hipóteses são descritas. Presume-se que o fungo P. brasiliensis ocorra

normalmente em ambientes úmidos, próximos a rios, onde possa ser protegido por

representantes de espécies aquáticas heterotérmicas como moluscos, anfíbios, peixes e

artrópodes. Estes organismos estariam fornecendo ao parasita nutrientes, umidade,

competição biológica limitada e temperatura apropriada para a sobrevivência do micélio no

meio ambiente (Conti-Diaz, 2007).

Apesar do considerado volume de estudos realizados sobre P. brasiliensis, a

organização cromossômica, tamanho do genoma e composição genética deste patógeno ainda

não é bem conhecida. Estima-se que o fungo possua de 4 a 5 cromossomos, com o tamanho

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
24 
 

do genoma de 30 Mb e entre 7.500 e 9.000 genes (Cano et al., 1998; Feitosa et al., 2003;

Reinoso et al., 2005).

A interconversão das formas micelianas em leveduriformes faz parte do ciclo

biológico do fungo, sendo, portanto, condição para o estabelecimento da infecção. O fungo P.

brasiliensis, assim como outros fungos patogênicos tais como Blastomyces dermatidis,

Histoplasma capsulatum e Coccidioides immitis, Sporothrix schenkii e Penecillium marnefii

apresentam habilidade de transitar entre a forma miceliana e leveduriforme, o que parece ser

um importante mecanismo de virulência para patogenicidade de fungos dimórficos

(Kurokawa et al., 1998; Klein e Tebbets, 2007).

A temperatura é um dos estímulos mais notórios no dimorfismo de fungos, porém

fatores nutricionais também podem interferir neste processo. A adição de soro fetal de bezerro

em meio de cultura complexo e quimicamente definido permitiu preservar a expressão

fenotípica de leveduras de P. brasiliensis a 25 ºC (Villar et al., 1988). Fatores hormonais

também têm sido relacionados ao dimorfismo de P. brasiliensis. Pesquisas sobre a ação de

esteróides neste fungo mostram que o hormônio 17--Estradiol inibe a transição da forma

miceliana para leveduriforme, tanto in vitro de maneira dose-dependente (Restrepo et al.,

1985) como in vivo (Sano et al., 1999). A alta incidência de PCM em adultos masculinos

sugere que fatores hormonais possam desempenhar papel na patogênese da doença (Sano et

al., 1999). Aristizabal et al., (2002) observaram, in vivo, a participação do hormônio feminino

na resistência de fêmeas de rato ao desenvolvimento inicial da PCM.

Acredita-se que a transição de micélio para levedura seja um importante fator de

virulência e essencial para o estabelecimento da infecção. A infecção ocorre pelas vias aéreas

superiores através da inalação de conídios, considerados a forma infectante do fungo. Nos

alvéolos pulmonares ocorre a conversão dos conídios em leveduras, dando origem ao foco

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
25 
 

infeccioso inicial, de onde o fungo pode disseminar-se para diferentes órgãos e tecidos (San

Blas et al., 2002, Nemecek et al., 2006).

A conversão morfogenética está relacionada com mudanças na composição da parede

celular do fungo. Na forma miceliana há o predomínio da -1,3 glicana, enquanto que, na

forma de levedura, o principal polissacarídeo é -1,3 glicana. Quitina é encontrada em ambas

as formas do fungo (San-Blas et al., 1987, Kurokawa et al., 1998), sendo em maior teor em

leveduras quando comparados com micélio. Estudos realizados a partir do isolamento de P.

brasiliensis sugerem que a -1,3 glicana protege o fungo contra o ataque de enzimas

digestivas de leucócitos e macrófagos no tecido infectado (Kurokawa et al., 1998). Foi

sugerido que fagócitos humanos poderiam produzir -1,3-glicanase com a capacidade de

digerir somente -1,3 glicana, presente na parede celular dos fungos da forma miceliana.

Entretanto, a transformação do fungo para a forma leveduriforme logo no início da infecção,

devido ao maior teor de -1,3 glicana, protegeria o patógeno contra a ação das enzimas

fagocitárias, possibilitando a instalação do fungo no hospedeiro (San-Blas e San-Blas, 1982).

Os genes relacionados com a biossíntese dos componentes da parece celular de P.

brasiliensis tais como -1,3 glicana sintase (ags), quitina sintase (chs), manosiltransferases,

glucosamina 6-fosfato acetil transferase (gna) são considerados potenciais fatores de

virulência bem como potenciais alvos antifúngicos (Felipe et al., 2005; Tavares et al., 2005).

Alguns genes de P. brasiliensis, já caracterizados, apresentam expressão diferencial

durante a transição dimórfica do fungo. Os genes codificantes para as proteínas de choque

térmico HSP70 (Silva et al., 1999), HSP60 (Salem-Izacc et al., 2001; Cunha et al., 2002), a

proteína homóloga a flavodoxina Pb Y20 (Daher et al., 2005), a chaperona ClpB (Jesuino et

al., 2003), manosiltransferase (Costa et al., 2002), catalase peroximal (Moreira et al., 2004),

gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (Barbosa et al., 2004), HSP30 e alfa-trealose-fosfato

sintase (Borges et al., 2010) e Tiorredoxina 1 (Domingos, 2006) são mais expressos na forma

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
26 
 

leveduriforme, quando comparados a forma miceliana, sugerindo que essas proteínas seriam

importantes fatores na composição de estratégias para morfogênese e sobrevida de P.

brasiliensis nas condições térmicas do hospedeiro.

1.1.2 – Paracoccidioidomicose

A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose humana sistêmica granulomatosa,

enfermidade de alta prevalência e morbidade que acomete parcelas da população com menor

capacidade de acesso a serviços de saúde, em áreas limitadas somente a alguns países da

América Latina (Restrepo et al., 2001). O fungo P. brasiliensis infecta o hospedeiro humano

usualmente através das vias respiratórias, por inalação de propágulos do micélio e

artroconídeos (Bagagli et al., 2006).

A doença afeta principalmente trabalhadores do sexo masculino, apresentando uma

taxa global de 13 homens para cada mulher doente (Brummer et al., 1993). A moléstia

acomete preferencialmente trabalhadores que estão em contato com o solo, como os

agricultores, entre 30 a 60 anos de idade (Svidzinski et al., 1999; Villar et al., 2000).

O progresso da patologia e a diversidade das formas clínicas dependem dos fatores

imunológicos do hospedeiro (Franco, 1987) e dos diferentes níveis de virulência dos diversos

tipos de isolados do fungo (Panunto-Castelo et al., 2003, San-Blas e Niño-Vega, 2001). A

maioria dos indivíduos infectados desenvolve apenas a infecção assintomática, a qual acomete

principalmente indivíduos sadios que vivem em áreas endêmicas. Em alguns indivíduos, a

infecção pode progredir originando a doença com manifestações clínicas do tipo aguda (tipo

juvenil) ou crônica (tipo adulto).

A PCM é caracterizada por ser uma doença de padrão granulomatoso. A resposta

imune celular e a formação de lesões granulomatosas fornecem uma resposta protetora

máxima do hospedeiro (migração, diferenciação e ativação de macrófagos) contra patógenos

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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27 
 

intracelulares (Rumbley e Phillips, 1999). P. brasiliensis pode se apresentar como patógeno

intracelular facultativo, capaz de sobreviver e se multiplicar no interior de macrófagos

murinos e humanos não ativados e células epiteliais (Brummer et al., 1989; Moscardi-Bacchi

et al., 1994).

1.2 – Espécies reativas de oxigênio e defesas antioxidantes em fungos

Sies (1993) define “estresse oxidativo” como um desequilíbrio na célula ou no

organismo entre os oxidantes e os antioxidantes em favor dos oxidantes. O estresse oxidativo

causa danos em diferentes macromoléculas celulares, e tem sido relacionado a uma série de

doenças humanas (Halliwell e Gutteridge, 2007).

Os fungos, bem como outros organismos, dependem de mecanismos de defesa

antioxidante para proteção contra danos oxidativos (Giles et al., 2006). Um pré-requisito para

o sucesso do fungo patogênico humano é a sua capacidade de defesa contra espécies reativas

de oxigênio (EROS) induzidas por células do hospedeiro no curso de uma infecção.

Espécies reativas de oxigênio, nitrogênio e as de cloro são geradas através das ações

de defesa dos fagócitos a fim de proteger os mamíferos de microrganismos invasores. Este

complexo de resposta imune inata é um importante mecanismo de defesa do hospedeiro.

Deficiência em enzimas dos fagócitos do hospedeiro envolve a geração de EROS e resulta no

aumento da susceptibilidade de infecções fungicas ou bacterianas (Aratani et al., 2000,

Aratani et al., 2002).

A sobrevivência de fungos patogênicos no hospedeiro humano depende da resposta do

sistema imune do hospedeiro e da adaptação do fungo ao novo ambiente (Campos et al.,

2005). Patógenos, incluindo o fungo termodimórfico P. brasiliensis, têm a capacidade de

sobreviver ou adaptar a esse ataque oxidativo e contornar a inata resposta imune. A

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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28 
 

capacidade de um microrganismo de sobreviver e proliferar em um ambiente hostil requer

muitas defesas, incluindo a indução de enzimas antioxidantes (Pedrajas et al., 2000).

Estes mecanismos antioxidantes têm-se mostrado importantes não só para a resistência

a EROS, nitrogênio e as espécies de cloro, mas também para a sobrevivência no hospedeiro

(Brenot et al., 2004, Missall et al., 2004, de Jesus-Berrios et al., 2003). Estas enzimas

antioxidantes além de serem importantes para a virulência de fungos patogênicos podem

também servir como excelentes alvos para a terapia antifúngica.

EROS tais como o ânion superóxido (O2¯), peróxido de hidrogênio (H2O2) e o radical

hidroxil (HO˙) são geradas nas células como os maiores subprodutos da respiração e por

diversas reações químicas, radiações ionizantes ou altas pressões de oxigênio (Halliwell e

Gutteridge, 2007).

As EROS se constituem em uma variedade de moléculas derivadas do oxigênio

molecular e enquanto radicais livres são espécies com um ou mais elétrons desemparelhados

(Halliwell e Gutteridge, 2007). As EROS são extremamente reativas e causam danos aos

componentes celulares, incluindo DNA, proteínas, lipídeos, podendo levar à morte celular

(Halliwell e Gutteridge, 1999). Os organismos desenvolveram vários mecanismos de defesa

antioxidante para manter e proteger as células destes danos oxidativos (Figura 1).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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29 
 

Figura 11. Sistema ennzimático en


nvolvido naa detoxificação das ERO
OS e controlee do estado redox de
grupos de proteínaas sulfidril em
e Saccharoomyces cereevisiae, com suas intereelações (Adaaptado de
Herrero et al., 2008).
z

E
EROS são geradas in
nevitavelmennte em céllulas que see desenvolvvem em am
mbientes

aeróbicoos, como suubproduto de


d processoos metabóliccos normais que ocorrrem na mito
ocôndria

(respiraação) e noss peroxissom


mos (-oxiidação de ácidos
á xos), bem como em sistemas
grax

enzimátticos no citoplasma
c (lipoxigennases, nico
otinamida adenina
a diinucleótido fosfato

(NADPH), oxidasees e citocrom


mo P450). Esstudos mosttram que a mitocôndria
m a é responsáável pela

maior pprodução endógena


e de EROS nnas células (Boveris e Chance, 1973; Halllywell e

Gutteriddge, 1989). Cerca de 1-4% do ooxigênio con


nsumido peela mitocônndria são reeduzidos

incomplletamente pela
p cadeia de transpoorte de elétrrons, gerand
do EROS (K
(Kwon et al., 2003;

Turrenss, 2003).

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
30 
 

A estrutura e a função das proteínas podem ser alteradas pelas EROS produzidas pelo

metabolismo celular ou por agentes oxidantes externos. Embora catalases, superóxido

dismutases e peroxidases contribuam para a manutenção de níveis não-tóxicos de EROS,

alterações nas cadeias laterais de aminoácidos podem ocorrer. Em particular, a modificação

oxidativa de grupos sulfidrílicos em proteínas pode ser um processo de duas facetas: pode

levar ao comprometimento da função da proteína, ou, dependendo do estado redox dos

resíduos de cisteína, pode ativar vias específicas envolvidas na regulação de funções

celulares. Em células de leveduras, os sistemas tiorredoxina e glutarredoxina participam na

regulação redox em diferentes compartimentos celulares (Herrero et al., 2008)

Outros estudos mostram que EROS também estão associadas a algumas funções

fisiológicas essenciais para um organismo vivo, como a regulação da proliferação celular e a

geração de EROS por células fagocíticas promovendo a defesa do hospedeiro no combate às

infecções (Finkel e Holbrook, 2000; Galaris e Evangelou, 2002). Estudos em P. brasiliensis

mostram que a produção de Interferon-gamma (IFN-γ) e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-

α) por macrófagos induzem a síntese de óxido nítrico (ON). Este, por sua vez, inibe a

transformação de conídios para a forma leveduriforme, causando a morte deste fungo

(Gonzales et al., 2000).

Outro papel fisiológico importante de EROS é o de mensageiro celular, regulando o

metabolismo (Nemoto et al., 2000), o ciclo celular e a expressão de genes, bem como a

participação destes nas vias de transdução de sinal (Allen e Tresini, 2000; Vivancos et al.,

2004). Desta forma, pode-se observar que os efeitos benéficos e deletérios de EROS exercem

influências em diversos processos biológicos e na integridade celular.

Os organismos aeróbicos têm desenvolvido sistema de defesa contra EROS por meio

da síntese de enzimas antioxidantes, como catalases (Chagas et al., 2008), peroxidases e

superóxido dismutase (SOD), citocromo c peroxidase e tiorredoxinas. Este sistema de defesa

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
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contra EROS ocorre, ainda, por meio de proteínas que protegem as biomoléculas contra danos

por outros mecanismos, como as proteínas de choque térmico e as moléculas não enzimáticas

de baixo peso molecular que removem os radicais livres, a exemplo das moléculas lipofílicas,

como retinol e α-tocoferol (vitamina E) (Evans e Halliwell, 2001), glutationa, bilurrubina,

ácido úrico (antioxidante hidrofílico), flavonóides e carotenos incluindo vitamina A. A

composição das defesas antioxidantes da célula varia de acordo com o tipo celular (Halliwell

e Gutteridge, 1999).

Vários genes descritos como responsáveis pela defesa antioxidante dos organismos

foram identificados no transcriptoma de P. brasiliensis (Dantas et al., 2008). Dentre estes:

catalase, superóxido dismutase, peroxirredoxina, citocromo-c-peroxidase, glutationa,

tiorredoxina, tiorredoxina redutase e alguns fatores de transcrição relacionados com a resposta

ao estresse oxidativo (Moreira et al., 2004; Campos et al., 2005; Felipe et al., 2003; 2005).

Enzimas como as Tiorredoxinas (Trxs) e glutaredoxinas (GRXs) regulam o estado

redox das proteínas e, portanto, surgem como importantes reguladores das funções celulares e

vias de sinalização (Shelton et al., 2005, Fernandes e Holmgren, 2004). As glutarredoxinas

(GRX) também são Trxs que contêm um sítio ativo dissulfeto redox e um sítio de ligação para

GSH. As GRXs estão relacionadas com o sistema oxirredutase de dissulfetos de proteínas

(Nordberg e Arnér, 2001). Marques et al. (2004) mostraram que as glutarredoxinas são

altamente expressas na fase leveduriforme de P. brasiliensis, quando comparadas com a fase

miceliana.

P. brasiliensis é um parasita intracelular de humanos, e assim como todos parasitas

intracelulares, ele tem que eliminar os metabólitos tóxicos endógenos e ao mesmo tempo

resistir aos efeitos dos EROS produzidos pelo sistema de defesa do hospedeiro (Rappleye e

Goldman, 2006). Pode-se inferir desta forma, que a presença da Trx e TrxR juntamente com

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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outras proteínas que respondem ao estresse oxidativo em P. brasiliensis contribua para a

viabilidade deste patógeno no hospedeiro, favorecendo desta maneira a instalação da infecção.

1.3 - Tiorredoxina

No citoplasma das células as tiol-dissulfeto redutases são requeridas para a redução de

proteínas que se tornam oxidadas como resultado de sua atividade enzimática. Em alguns

compartimentos extracitoplasmáticos, outras tiol-dissulfeto são necessárias para catalisar o

processo oposto: a formação de pontes dissulfeto em proteínas (Debarbieux e Beckwith,

1998). Estas proteínas participam da manutenção da homeostase redox da célula em ambas as

condições de estresse, oxidativo e redutor (Carmel–Harel e Storz, 2000). Uma das principais

proteínas desta via de redução envolve a tiorredoxina (Trx).

Trx foi primeiramente descrita em 1964 em Escherichia coli, como uma doadora de

elétrons para a ribonucleotídeo redutase, uma enzima requerida para a síntese de DNA

(Laurent et al., 1964). Membros da família Trx, posteriormente, foram encontrados em um

grande número de espécies eucarióticas e procarióticas (Holmgren, 1985; Nakamura et al.,

1997; Follmann e Haberlein, 1995). O primeiro relato de uma Trx em mamíferos ocorreu em

1967 por Moore (Moore, 1967), que descreveu e posteriormente purificou a proteína do

hepatoma de Novikoff (Herrmann e Moore, 1973). Trx em humanos foi identificada por

outros pesquisadores, sob outros nomes como, por exemplo, a interleucina-1 (IL-1), citocina

produzida pelo vírus Epstein-Barr (EBV) – células linfoblastóides-B infectadas (Wakasugi et

al. 1987).

As Trxs atuam em diversas funções celulares como redutases no controle da

homeostase redox (Holmgren, 1985), protegem proteínas contra danos oxidativos e inativação

(Holmgren, 1985, Holmgren e Bjornstedt, 1995), atuam na regulação da morte celular

programada (Ravi et al., 2005) e na via de nitrosilação (Benhar et al., 2008). A Trx é um

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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oxidante capaz de reduzir o peróxido de hidrogênio, de eliminar radicais livres e de proteger

as células contra o estresse oxidativo (Trotter e Grant, 2002, Garrido e Grant, 2002) e outros

tipos de estresses (Messens e Silver, 2006). Além de todas essas funções citadas, algumas

Trxs atuam como fator de crescimento (Powis et al., 2000), promovem o dobramento de

proteínas (Kern et al., 2003), modulam a resposta inflamatória (Nakamura et al., 2005) ou

desempenham importantes funções no ciclo de vida de vírus e fagos (Holmgren, 1989).

Os organismos desenvolveram um subconjunto especializado de TRXs que estão

localizados em vários compartimentos celulares. Por exemplo, algumas TRXs são abundantes

no citoplasma (Arner e Holmgren, 2000), enquanto outras são translocadas para o núcleo

(Hirota et al., 1997, Hirota et al., 1999) ou mitocôndria (Pedrajas et al., 1999), associadas

com a membrana celular (Martin e Dean, 1991) ou secretadas para o meio extracelular

(Martin e Dean, 1991; Xu et al., 2008).

As Trxs possuem uma sequência conservada (-Cys-X-X-Cys-) no seu sítio ativo e na

maioria dessas enzimas, este sítio está localizado em um domínio comum denominado de

domínio Trx-like (Pedrajas et al., 1999; Martin, 1995). Os resíduos de cisteína encontrados no

sítio catalítico são os principais agentes responsáveis pela quebra de pontes dissulfeto nos

substratos protéicos oxidados e por consequência são essenciais para a atividade das Trxs.

A primeira análise da estrutura de uma proteína Trx foi descrita por Holmgren e

colaboradores em 1975. Hoje, o cristal e a resolução das estruturas de muitas Trxs, oxidada e

reduzida, são descritos (Collet e Messens, 2010). Essas proteínas compartilham uma

arquiterura 3-D comum e é conhecida como motivo Trx, que consiste em 4 α-hélices e 5

folhas-β (Eklund et al. 1991; Holmgren 1995; Martin 1995; Capitani et al. 2000) (Fig. 2).

Quando a Trx está em seu estado reduzido, Trx -(SH)2, as duas cisteínas do sítio ativo

formam um grupo ditiol que é capaz de catalizar a redução de pontes dissulfeto em várias

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
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proteínaas. No seu estado


e oxid
dado (Trx -S
S2), a Trx pode ser reduzida pelo N
NADPH attravés da

ação cattalítica da flavoenzima


fl a tiorredoxinna redutase (TrxR) (Fig
g. 3)

Figura 2 – Estruturra da tiorreedoxina de E E. coli por RMN


R (Resso
onância maggnética nuclear). As
cisteínass do sítio ativvo (C32 e C3
35) são indicaadas em amaarelo. (Adapttado de Kum
mar et al., 200
04).

Figura 3 - Trx, TrxxR e NADP PH formam um sistema


a que opera de modo geeral como dissulfeto
d
redutasees (adaptadoo Collet e Meessens, 2010)).

A Trx tem sido estud


dada exausttivamente em
e humanos pelo fatoo de que ass células

canceroosas apresenntam níveis elevados ddesta proteíína e que níveis reduziidos de Trx
x celular

são indiicativos de risco de deesenvolvimeento de câncer (revisto


o em Kontouu et al., 200
04). Nas

plantas, o sistemaa tiorredoxin


na é particcularmente complexo, pois foram
m encontrad
dos pelo

menos 220 isoformaas de Trxs (rrevisto em G


Gelhaye et al.,
a 2005).

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
35 
 

1.3.1 - A super fam


mília Tiorredoxina

A família tiorredoxina inclui ass tioltransfeerases cujoss membross melhor esstudados

encontraados no cittoplasma sãão tiorredoxxinas 1 e 2 (TrxA e TrxC)


T (Miraanda-Vizuette et al.,

1997; S
Stewart et al.,
a 1998) e glutarredooxinas 1, 2, 3 (GrxA, GrxB, GrxxC) (Aslun
nd et al.,

1994). Também innclui uma série de pproteínas eu


ucarióticas que pertenncem à fam
mília de

proteínaas dissulfetto isomerase (PDI), coomo a PDII, ERp57, PDIp, P5, Erp72, PD
DIR e os

membroos da subfaamília PDI-D


D, que tam
mbém contêm
m domínios evolutivam
amente relaccionados

com tioorredoxina. Algumas prroteínas de bactérias, como


c DsbA
A, DsbC, D sbD, DsbG
G e DsbE

de E. cooli, promovvem a form


mação de poonte dissulfeeto em protteínas peripplásmicas e também

contêm domínios tiiorredoxinaa (Carvalho et al., 2006


6).

A
Além das cisteínas
c do
o sítio ativvo, a Trx 1 também contém
c maais três resííduos de

cisteínaa nas posiçõões 62, 69 e 73 (Fig. 4). Estas cisteínas


c são
o frequenteemente relaccionadas

com moodificações estruturaiss e pós-tradducionais, incluindo glutationilaç


g ção, oxidaçção e S-

nitrosilaação e conttribuem para a regulaçção da funçãão Trx (Haendeler, 20006). Trx 1 também

forma hhomodímeroos dissulfetto ligados através do resíduo daa cisteína-733 (Weichseel et al.,

1996).

Figura 4 - Estrutu ura da proteína Trx1 e Trx2. A Trx1 T é citoplasmática enquanto a Trx2 é
mitocon
ndrial. A Trxx1contem maais três cisteíínas adicionaais que estão
o relacionadaas com váriass funções
(Haendeeler, 2006) (A
Adaptado de Tonissen e TTrapani, 2009).

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
36 
 

Embora as enzimas da superfamília tiorredoxina não tenham um nível elevado de

similaridade em sua sequência elas compartilham um acentuado grau de semelhança

estrutural, tendo todos em comum a sequência CXXC no sítio ativo. A cisteína do N-terminal

deste motivo é desprotonado em pH fisiológico e exposta e é designada como cisteína

nucleofílica. A outra cisteína normalmente é protonada. A natureza dos aminoácidos entre

estas duas cisteínas varia muito entre as diferentes enzimas. Esta região é altamente

conservada e está presente no final de uma α-hélice em todas as enzimas pertencentes à

superfamília (Carvalho et al., 2006).

1.3.2 - Tiorredoxina em mamíferos

Camundongos C57BL/6 transgênicos (Trx1 Tg) contendo Trx humana super expressa

sob o controle do promotor de β-actina, são mais resistentes em vários tipos de estresse

oxidativo. Camundongos Trx1 Tg foram mais resistentes à cardiotoxicidade induzida por

adriamicina (Shioji et al., 2002), ao vírus da gripe (Nakamura et al., 2002), a bleomicina ou

citocina inflamatória induzida por pneumonia intersticial (Hoshino et al., 2003) e ao enfisema

induzido por cigarro (Sato et al., 2008). Camundongos transgênicos Trx1-Tg também se

mostraram resistentes à isquemia renal (Kasuno et al., 2003), hepatite aguda ou crônica

(Okuyama et al., 2003; Okuyama et al., 2005), doenças intestinais inflamatórias (Tamaki et

al., 2006) e pancreatite aguda (Ohashi et al., 2006). Além disso, os camundongos

transgênicos sobreviveram mais tempo do que os controles (Mitsui et al., 2002).

Nos últimos anos, o sistema TRX tem sido cada vez mais ligado ao desenvolvimento e

expressão de fenótipos de câncer. Níveis elevados de Trx e TrxR são encontrados em

diferentes tipos de tumor comparados com os níveis observados em células saudáveis

provenientes dos mesmos pacientes (Soderberg et al., 2000, Shao et al., 2001). Os tumores

super-expressam tanto Trx quanto TrxR. Tais tumores têm uma elevada capacidade de

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
37 
 

proliferação, uma taxa baixa de apoptose e um elevado potencial metastático. Estes dados

implicam o envolvimento do sistema TRX nos processos de oncogênese e tumorigênese,

confirmando seu potencial como um alvo para a terapia anticâncer em uma ampla variedade

de tumores humanos (Powis e Kirkpatrick, 2007). O aumento dos níveis de TRX também é

associado com a resistência a drogas quimioterápicas incluindo a cisplatina (Yamada et al.,

1996) e o docetaxel (Kim et al., 2005) e são responsáveis pelos baixos níveis de EROs nas

células humanas (Ungerstedt et al., 2005).

Apesar de não apresentar peptídeo sinal de secreção, a Trx1 pode ser encontrada em

níveis elevados no plasma em resposta ao estresse oxidativo extracelular, o que a torna um

bom marcador de estresse oxidativo (Nakamura et al., 2006). Além disso, a Trx1 apresenta

efeito antiinflamatório no meio extracelular o que a torna boa candidata como agente

terapêutico contra a inflamação aguda (Nakamura et al., 2008). Pantenaude e colaboradores

(2005) observaram que camundongos que super expressavam o gene codificante para Trx-1

apresentavam maior tempo de vida e eram relativamente resistentes aos danos no cérebro

mediados por isquemia.

1.3.3 - Tiorredoxina em bactérias

Tiorredoxina 1 (Ec-Trx1) e Tiorredoxina 2 (Ec-Trx2) são duas redutases presentes no

citoplasma de E. coli. Ec-Trx1, que contém 108 aminoácidos, tem sido o grande paradigma da

superfamília das Trxs. A Ec-Trx1 é necessária para o crescimento de vários bacteriófagos

incluindo T7, M13 e F1 (Russel, 1991). Para esta função, Ec-Trx1 se liga a uma DNA

polimerase codificada pelo genoma viral e aumenta a sua processabilidade pela remodelação

da proteína para favorecer a interação com o DNA e outras proteínas de replicação (Ghosh et

al., 2008, Hamdan et al., 2005).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
38 
 

Em 1974, Chamberlim e colaboradores isolaram uma cepa mutante com eliminação

completa da Ec-Trx1, entretanto observou-se a existência de outras proteínas citoplasmáticas

capazes de reduzir a ribonucleotídeo redutase. A partir de então, as buscas por outras

moléculas doadoras de hidrogênio se intensificaram, levando à descoberta de várias

glutarredoxinas e de uma segunda tiorredoxina, Ec-Trx2 (Miranda-Vizuete et al., 1997).

A Ec-Trx1 é uma oxidase que promove a formação da ligação dissulfeto (Debarbieux

e Beckwith, 1998). Da mesma forma, tanto a Ec-Trx1 quanto a Ec-Trx2 promovem a

formação da ligação dissulfeto em um citoplasma mais oxidado em cepas mutantes para TrxR

(Bessette et al., 1999; Stewart et al., 1998).

Embora os dois genes codificantes para Trxs não sejam essenciais para a viabilidade

de E. coli (Ritz et al., 2000), a Trx 1 é necessária para a viabilidade de uma série de outras

bactérias, por exemplo, Sphaeroides rhodobacter (Pasternak et al. 1997), Bacillus subtilis

(Scharf et al. 1998), Anacystis nidulans (Muller e Buchanan, 1989) Synechocystis sp. PCC

6803 (Navarro e Florêncio, 1996).

As Trxs também são capazes de interagir com um grande número de proteínas,

apresentando propriedade de chaperona (Caldas et al., 2007). Em E. coli as Trxs se associam

com Hsp90 e GroES, ambas relacionadas com enovelamento e degradação de proteínas

(Kumar et al., 2004). Sugerindo assim, que as Trxs interagem favoravelmente com as

proteínas.

A análise do proteoma de E. coli resultou na identificação de várias proteínas

tiorredoxina-alvo (Kumar et al., 2004). Um total de 80 proteínas foi encontrado associadas a

Trx1, implicando a participação da tiorredoxina em pelo menos 26 processos celulares

distintos que incluem a divisão celular, regulação da transcrição, transdução de energia, o

dobramento de proteínas e degradação, e várias vias biossintéticas.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
39 
 

Espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio são geradas por células de mamíferos e

células de plantas como uma estratégia de defesa contra infecções bacterianas. Portanto, as

tiorredoxinas não são importantes apenas para a resposta ao estresse oxidativo em bactérias

não patogênicas, mas também podem influenciar a sobrevivência de patógenos em células do

hospedeiro. Mycobacterium leprae abriga uma gene híbrido de tiorredoxina-tiorredoxina

redutase que aumenta a sobrevivência intracelular do Mycobacterium smegmatis (Wieles et

al., 1997).

As Trxs desempenham importantes funções celulares em todos os organismos vivos.

Em bactérias, os genes codificantes para Trx são frequentemente regulados por fatores

externos e de certa forma esta proteína interfere na expressão de muitos outros genes

importantes (Zeller e Klug, 2006; Messens e Collet, 2006).

1.3.4 - Tiorredoxina em fungos

Estudos genômicos têm mostrado que as Trxs de levedura têm funções similares nos

outros organismos. As leveduras apresentam dois genes que codificam Tiorredoxinas

citoplasmáticas (Trx1 e Trx2) que são importantes durante condições normais de crescimento

(Gan, 1991; Muller, 1991). A supressão de ambos Trx1 e Trx2 em Saccharomyces cerevisiae

afeta o ciclo celular, resultando em uma fase S prolongada e um intervalo G1 reduzido e são

auxotróficos para aminoácidos sulfurados (Muller, 1991).

Na levedura S. cerevisiae, existem duas Trxs citosólicas (Sc-Trx1, Sc-Trx2) e uma

mitocondrial (Sc-Trx3) (Herrero et al., 2008). Mutantes para Sc-Trx3 são hipersensíveis ao

hidroperóxido. A Sc-Trx3 parece funcionar como um antioxidante contra EROs geradas nas

mitocôndrias (Pedrajas et al., 1999). Em S. cerevisiae as tiorredoxinas (Trx1 e Trx2) e a TrxR

também são requeridas para proteção contra estresse redutivo induzido por ditiotreitol (DTT)

(Trotter e Grant, 2002).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
40 
 

O fungo patogênico Cryptococcus neoformans codifica duas tiorredoxinas (Trx1 e

Trx2) que são transcricionalmente induzidas em resposta ao estresse oxidativo e nitrosativo,

além de serem importantes fatores de virulência (Missall et al., 2004, Missall e Lodge, 2005).

Demasi et al. (2006) demonstraram que a tiorredoxina peroxidase I é extremamente

importante na proteção de leveduras com disfunção mitocondrial devido a sua capacidade de

atuar tanto como antioxidante, chaperona e moduladora da expressão gênica.

Estudos relacionados ao estresse oxidativo em S. cerevisiae foram realizados neste

mesmo organismo por Le Moan e colaboradores (2006), onde em um estudo proteômico de

oxidação dos grupos tióis mostraram a importância do sistema Trx frente ao estresse

oxidativo gerado por H2O2. Os autores observaram que, na presença de H2O2, as células

desprovidas do sistema Trx funcional, apresentavam um aumento das enzimas relacionadas

com o metabolismo de H2O2. Este resultado demonstra a alta eficiência do sistema Trx na

redução do H2O2 nesta levedura.

A proteína Trx foi também observada em Schizosaccharomyces pombe, tendo sido seu

gene isolado e caracterizado, correspondendo à primeira descrição deste gene neste organismo

(Cho et al., 2001). Em 2002, outro gene codificante para uma putativa Trx mitocondrial

(Trx2) foi clonado e sequenciado neste mesmo fungo (Lee et al., 2002).

Linhagens de S. cerevisiae usadas para fabricação de vinhos, adaptadas para a

fermentação anaeróbica, sofrem estresse oxidativo quando são cultivadas em condições

aeróbicas para propagação de biomassa no processo industrial. Gómez-Pastor e colaboradores

(2010) demonstraram que a super expressão de trx2 nessas linhagens as torna mais resistentes

ao estresse oxidativo, ou seja, apresentam uma defesa redox reforçada e aumentaram os níveis

de biomassa produzida.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
41 
 

Da Silva Dantas e colaboradores (2010) mostraram que a Trx1 em C. albicans, além

da sua atividade antioxidante, apresenta um papel importante na coordenação da resposta as

EROs por múltiplas vias de sinalização e auxiliam na sobrevivência do fungo no hospedeiro.

Em trabalho apresentado pelo nosso grupo, por Domingos (2006), foi realizada a

caracterização de um cDNA de 811 pb, designado como Pbtrx1, que codifica para uma

proteína, PbTRX1, de 116 resíduos de aminoácidos com massa molecular predita de ~12 kDa

e pI de 5,2. PbTRX1 apresentou um motivo de sítio ativo conservado (WCGPC) entre as

Trxs. A análise filogenética da PbTRX1 e Trxs de outros organismos localizou a PbTRX1 no

clado de fungos. Foi também realizada a predição da estrutura secundária da PbTRX1, que

apresentou um padrão característico formado por cadeias-β que estão envolvidas por α-

hélices. Foi realizada a expressão heteróloga em E. coli e a expressão e purificação parcial da

proteína recombinante foi obtida. Foi demonstrado que a rPbTRX1 apresenta atividade

redutora de insulina e que os níveis de transcritos de Pbtrx1 foram maiores nas células

leveduriformes tratadas com H2O2 do que nas células não tratadas e a partir destes resultados,

é possível creditar uma importante participação da PbTRX1 contra EROs, assim como

descrito para outros organismos.

É possível que PbTRX1 aumente a sobrevivência de P. brasiliensis no hospedeiro,

protegendo o fungo contra espécies reativas de oxigênio e, desta maneira, permitindo o

progresso da infecção.

1.4 - Sistema de expressão heteróloga em Pichia pastoris

Nas últimas décadas, algumas espécies de leveduras têm sido utilizadas como sistemas

alternativos de expressão por apresentarem vantagens sobre S. cerevisiae. Dentre esses novos

sistemas, destaca-se a Pichia pastoris, uma levedura metilotrófica, ou seja, que é capaz de

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
42 
 

crescer em meio de cultura contendo metanol como única fonte de carbono (Torres e Moraes,

2000).

A levedura metilotrófica P. pastoris tem sido amplamente descrita como um sistema

adequado de expressão de proteínas heterólogas devido algumas propriedades favoráveis

como: altos níveis de expressão sob o controle do promotor AOX1 que permite a transcrição

dos produtos gênicos a ele fusionados sob regulação de metanol e integração do cassete de

expressão no genoma da levedura de forma estável (Cereghino e Cregg, 2000). Este sistema

de expressão heteróloga pode ser utilizado tanto em pesquisas básicas, quanto em produção

em escala industrial (Cereghino et al., 2002).

Por se tratar de um microrganismo eucarioto este modelo de expressão faz com que

proteínas que necessitem de modificações pós-traducionais possam ser expressas conservando

sua estrutura o mais próximo possível da proteína nativa, possibilitando a utilização destas

proteínas recombinantes como antígenos vacinais e outros produtos de utilização na área

farmacêutica (Macauley et al., 2005). Tais modificações podem ser, por exemplo, formação

de pontes dissulfeto, dobramento correto da proteína recombinante, processamento do

peptídeo sinal e adição de lipídeos e glicosilação (O- e/ou N- ligadas) (Cereghino e Cregg,

2000; Daly e Hearn, 2005).

Ao contrário de outras leveduras utilizadas para expressão de genes heterólogos como

S. cerevisiae, a P. pastoris não realiza hiperglicosilação da proteína secretada, não

interferindo, portanto nos processos de enovelamento e dobramento finais da proteína madura

(Cregg et al., 1989). Devido a esses fatores citados acima, P. pastoris tornou-se uma

hospedeira de uso popular, e vários genes foram clonados e expressos utilizando este

microrganismo (Zhang et al., 2009). Baseado em pesquisas no banco de dados PubMed

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/), a utilização de P. pastoris como meio para

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
43 
 

expressão de proteínas heterólogas aumentou de 4% a 17% do total de 1995-2009 (Sørensen,

2010).

Nas leveduras metilotróficas, o metanol é inicialmente oxidado nos peroxissomas pela

ação das enzimas álcool oxidase (AO), catalase e dihidroxiacetona sintase. Durante o

crescimento de P. pastoris em metanol, a enzima AO constitui a proteína mais abundante da

célula chegando a representar 30% das proteínas celulares totais (Couderc e Baratti, 1980).

A expressão da AO é induzida na presença de metanol e reprimida na presença de

glicose ou glicerol. A enzima AO é codificada por dois genes distintos: AOX1 (95% da

atividade de AO) e AOX2 (15% da atividade de AO) (Cregg et al., 1999). Em células expostas

ao metanol como única fonte de carbono, o início da transcrição a partir do promotor de

AOX1 é altamente eficiente e comparável aos promotores dos genes expressos da via

glicolítica. O promotor de AOX1 é controlado pela fonte de carbono adicionada ao meio de

cultura, a indução da expressão de proteínas heterólogas em P. pastoris é facilmente obtida

em todas as escalas, desde frascos até grandes fermentadores (Cregg et al., 2007).

As leveduras metilotróficas apresentam uma via específica para a utilização do

metanol como única fonte de carbono e energia (Fig. 5). As reações iniciais ocorrem no

peroxissoma, seguidas por subseqüentes etapas metabólicas no citoplasma. Os peroxissomas

tem função indispensável durante o crescimento, uma vez que abrigam três enzimas chaves

para o metabolismo do metanol (AO, a catalase e a dihidroxiacetona sintase). O metanol entra

no peroxissoma e é oxidado por oxidases específicas para gerar formaldeído e peróxido de

hidrogênio o qual é decomposto em água e oxigênio molecular por uma catalase. O

formaldeído produzido é direcionado tanto para a via catabólica, onde é utilizado como

energia, quanto para a via anabólica, para a geração de biomassa. A reação inicial chave dessa

última via é catalisada pela dihidroxiacetona sintase, liberando dihidroxiacetona e

gliceraldeído 3-fostato. Estes compostos com três carbonos são posteriormente assimilados

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
44 
 

dentro ddo citosol. A dihidrox


xiacetona é fosforilada por uma dihidroxiace
d etona quinasse e, em

uma poosterior reaçção de aldo


olase com gliceraldeíd
do 3-fosfato ela form
ma uma fruttose-1,6-

bifosfatto que é connvertida em


m glicose-6-ffosfato por uma fosfataase. Dentro da via cataabólica o

formalddeído é oxidado
o paara formatto por um
ma formaldeído dessidrogenasee sendo

subseqüüentemente oxidado para


p dióxido
do de carbo
ono pela en
nzima form
mato desidrrogenase

(Cereghhino e Creggg, 2000; Geellissen, 20000).

Figura 5 - Via mettabólica da oxidação doo metanol em e formaldeído na leveedura P. pa astoris. A


enzima Álcool Oxiddase (1) cattalisa a oxiddação de metanol m em formaldeído,
f , sendo estee produto
utilizadoo para geraçção de energ gia e bioma ssa. (2), Caatalase; (3), Formaldeídoo desidrogen nase; (4),
Formatoo desidrogenaase, (5), Diiidroxiacetonaa sintase; (6 6), Diidroxiacetona quinaase; (7), Fru
utose 1,6-
Bifosfatoo aldolase; (88), Frutose 1,6-bisfosfataase (adaptado
o de Cereghino e Cregg, 2000).

O
Os mecanissmos pelos quais
q ocorreem a transfo
ormação e a integraçãoo em P. pastoris são

por adiçção ou por substituiçãão gênica (F


Fig. 6) (Creegg et al., 1993). A fo
forma com a qual o

cassete de expressãão se integraa no genom


ma de P. passtoris possib
bilita caracteerizar três fenótipos
f

diferenttes, que se relacionam


m com a haabilidade daa levedura em
e metaboolizar metan
nol. Tais
Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin
na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
45 
 

fenótipoos são o Mut+


M (Meth us), nos qu
hanol Utiliization Plu uais as linhhagens hosspedeiras

apresenntam os genees AOX1 e AOX2


A funccionais no seeu genoma e possuem crescimentto que se

aproxim o pela leveddura selvageem, o fenótiipo MutS (M


ma daquele apresentado
a Methanol Uttilization

Slow), ddependente da fraca traanscrição doo gene AOX


X2 uma vezz que possuui o gene AO
OX1 não

funcionnal, e por fim


m o fenótip
po Mut- (M
Methanol Utiilization Miinus) que poossui os do
ois genes

AOX inativos impoossibilitando


o a metabollização de metanol,
m e, não cresceendo na ausência de

outras ffontes de carrbono.

Figura 6 – Integraçção no genom ma de P. paastoris, por inserção


i (A e B) e por ssubstituição
o do gene
(C). A fiigura apresennta como exeemplo o genee de interessee. (Adaptado
o de Daly e H
Hearn, 2005)).

A integraçãão no genom
ma pode ocoorrer via recombinação
o homólogaa quando o vetor de

expressãão contém regiões qu


ue são hom
mólogas no
o genoma de
d P. pasto
toris e, porrtanto, a

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
46 
 

integração pode ocorrer através da inserção do gene ou substituição [Fig. 6 (A-C)]. A

integração pela inserção do gene pode resultar em vários eventos de integração de múltiplas

cópias a uma taxa de 1-10% dos transformantes (Clare et al., 1991). As transformações onde

ocorre a substituição do gene alvo geralmente resultam em transformantes de cópia única que

são geralmente geneticamente mais estáveis (Romanos et al., 1992; Clare et al., 1991).

A substituição de genes é alcançada pela digestão do vetor de expressão de tal forma

que o terminal 5’ e o 3’do vetor correspondam às regiões AOX1 5’ e 3’ do locus

cromossômico do AOX1. A transformação, portanto, resulta na retirada sítio específico do

gene AOX1 (Fig. 6 C). Este evento ocorre com uma frequência de 5-25 % dos transformantes

(Sreekrishna et al., 1997; Romanos, 1995)

O primeiro passo quando se objetiva expressar a proteína é considerar se a expressão

será intracelular ou secreção extracelular. P. pastoris tem sido usada tanto para a obtenção de

proteínas recombinantes intracelulares quanto para secretadas (Tabela 1). Essa escolha

depende da proteína a ser expressa. Se a proteína alvo não é secretada no seu sistema nativo,

por exemplo, então induzir a proteína a passar através do sistema secretor pode resultar na

alteração desta por glicosilação ou a falta de outras modificações pós-transducionais que

podem ser essenciais.

Muitas proteínas já foram produzidas com sucesso em P. pastoris utilizando sistema

de expressão intracelular, como por exemplo, as proteínas associadas à membrana como o

antígeno de superfície da hepatite B (Vassileva et al., 2001). A purificação de proteínas

expressa intracelularmente, no entanto, pode ser mais difícil do que para as proteínas

secretadas (Rees et al., 1999).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
47 
 

Tabela 1 – Exemp
plos de protteínas de fu
ungos expreessas em P.. pastoris

(* Trx1
T de Alicciclobacillus acidocaldarrius expressa em P. pastooris)

E
Existem muitos
m vetorres comerccialmente disponíveis
d que podem
m ser usad
dos para

expressaar as proteeínas heterrólogas em P. pastorris. Os vetores geralm


mente são do tipo

integrattivo. A prim
meira geração de vetorres de exprressão para P. pastoriss, como pH
HIL-D2 e

pPIC9, contêm o gene funcion


nal histidinaa desidrogen
nase (HIS4)), que pode ser usado como
c um

marcadoor de seleçãão da transfo


ormação.

C
Como outroos eucarioto
os, P. pastorris é eficien
nte para geraação de ponntes dissulfeeto e tem

sido usaada com suucesso para expressar pproteínas qu


ue contêm muitas
m ponttes dissulfettos. Para

facilitarr a secreçãoo, a proteínaa recombinaante deve caarregar umaa sequênciaa sinal. O sinal mais

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
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48 
 

comumente usado é o fator-α de S. cerevisiae (Daly e Hearn, 2005). A seqüência sinal

consiste de 19 aminoácidos (pré) seguidos por 66 resíduos (pró) contendo sítios de

glicosilação N-ligados e um sítio de processamento da endopeptidase Kex2. Este sinal é

responsável pelo transporte da pró-proteína (sem o pré-peptídio) pelo RE e sua subseqüente

clivagem. A pró-proteína é transportada pelo Golgi onde o pró-sinal é clivado pela Kex2

liberando a proteína madura (Daly e Hearn, 2005).

Como P. pastoris, normalmente secreta poucas proteínas endógenas, a purificação da

proteína recombinante a partir do sobrenadante de cultura é uma tarefa relativamente simples.

Um das grandes desvantagens do sistema de expressão em P. pastoris é a proteólise de

peptídeos secretados. Entretanto, algumas soluções para esse problema têm sido relatadas, por

exemplo, a utilização de linhagens deficientes em proteases (Romanos, 1995).

A linhagem de P. pastoris utilizada neste trabalho é a SMD1168 que é defeituosa para

a enzima vacúolo peptidase A (pep4). Esta enzima é responsável pela ativação da

carboxipeptidase Y e protease B1 e, portanto, a SMD1168 também é deficiente nestas

proteases (White et al., 1994). Linhagens como KM71, GS115 e SMD1168 são defeituosas

para o gene histidina desidrogenase (HIS4). A sua utilização permite que os transformantes

sejam selecionados com base em sua capacidade de crescer em meio de cultura sem histidina.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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]âáà|y|vtà|ät

"A ignorância gera confiança com mais frequência do que o conhecimento:


são aqueles que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito,
que tão positivamente afirmam que esse ou aquele problema
jamais será resolvido pela ciência."
Darwim

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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50 
 

2 - Justificativa

Em trabalho realizado anteriormente pelo grupo, cDNA codificante para Trx1 do

fungo P. brasiliensis (número de acesso AY376435) foi isolado da biblioteca de cDNA e

caracterizado. Este cDNA foi clonado em vetor de expressão pGEX 4T-3 e transformado em

E. coli. A proteína recombinante foi produzida e purificada, entretanto em quantidades

reduzidas, o que limitou bastante a realização de outras análises.

Por experiência adquirida em trabalhos anteriores, realizados pelo grupo de pesquisa, e

como já descrito por outros pesquisadores a levedura P. pastoris representa um excelente

modelo de expressão heteróloga a ser empregado quando se deseja produzir maiores

quantidades de proteína recombinante. A expressão heteróloga da Trx 1 utilizando este

sistema é muito importante, pois maiores quantidades de proteínas recombinantes podem ser

obtidas, possibilitando a realização de novos estudos e abordagens sobre a PbTRX1.

  Visando a produção da Trx1 e dando continuidade ao trabalho realizado, foi proposto

a expressão do cDNA da Trx1 de P. brasiliensis na levedura metilotrófica P. pastoris

objetivando níveis maiores de produção do que os alcançados quando produzida em E. coli.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
 
 

bu}xà|äÉá

“É um engano capital teorizar antes de ter dados, inconscientemente


começa-se a deformar os fatos para se adaptarem às teorias,
em lugar de adaptar as teorias aos fatos.”
Sherlok Holmes, em Um escandalo em Boêmia, por Arthur Conan Doyle

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
51 
 

3 - Objetivos

3.1 – Objetivo Geral:

Este trabalho teve como objetivo geral clonar o cDNA codificante para a proteína

Tiorredoxina 1 (Trx 1) de P. brasiliensis e expressá-lo em P. pastoris, visando a obtenção da

proteína em maior quantidade para sua a posterior caracterização bioquímica e aplicação em

processos biotecnológicos.

3.2 – Objetivos Específicos:

3.2.1 - Clonar o cDNA da Trx1 nos vetores de expressão pHIL-D2 e pPIC9, visando a

construção de vetores para expressão intracelular e extracelular da Trx1.

3.2.2 - Transformar a levedura P. pastoris com os vetores de expressão pHIL-D2/Trx1

e pPIC9/Trx1.

3.2.3 - Analisar a integração do cassete de expressão nas células de P. pastoris.

3.2.4 – Selecionar, por ensaios de micro-fermentação em placa Deep Well,

transformantes de P. pastoris capazes de produzir a Trx1.

3.2.5 – Selecionar, por meio de fermentação em frasco de cultura, os transformantes

de P. pastoris produtores de tiorredoxina 1.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
 
 

`tàxÜ|tÄ x
`°àÉwÉá

No meio do caminho tinha um método...


Tinha um método no meio do caminho...
(Parafraseando Carlos Drummond em “no meio do caminho”)

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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52 
 

4 - Material

4.1 - Microrganismos

4.1.2 - Bactérias

As linhagens bacterianas utilizadas para manipulação de DNA foram DH5-α e

XL1Blue (Tabela 2). Tanto as células selvagens quanto as transformadas foram cultivadas

em meio LB (ver seção de meios de cultura) estocadas a -80 ºC em glicerol 25% estéril.

Tabela 2 - Linhagen de E. coli utilizada e seu respectivo genótipo.

Linhagem Genótipo Referência do fornecedor

DH5-α endA1 recA1 hsdR17 supE44 gyrA96 thi-1 (Sambrook e


relA1 ΔlacU169 (φ80lacZΔM15) Tetr
Russel , 2001)
Δ(mcrA)183 Δ(mcrCB-hsdSMR-mrr)173

XL1Blue supE44 hsdR17 recA1 endA1 gyrA46 Stratagene, La Jolla,


thirelA1 lac-F’[proAB + laclq LacZ
CA
ΔM15Tn10 (tetr)]

4.1.3 - Levedura

A linhagem da levedura P. pastoris utilizada neste trabalho foi a SMD1168

(Invitrogen) (Tabela 3), deficiente na produção de histidina, pelo fato do gene his4 (codifica a

enzima histidinol desidrogenase: uma das enzimas da via biossintética de histidina) apresentar

uma mutação que inativa a enzima HIS4 e uma mutação para o gene que codifica para

proteinase A (PEP 4) permitindo a seleção do vetor de expressão contendo o gene his4 após a

transformação, sendo protease deficiente. Estoques das culturas selvagem e transformadas

foram acondicionados a -80 ºC em meio MD contendo 25% de glicerol estéril.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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53 
 

Tabela 3 - Linhaggem de P. pa
astoris utiliizada e seu
u respectivo
o genótipo.

Linhhagem Genótipo Fenótipo


F Referênciia do forneccedor

SMD
D 1168 Δ
Δpep4::URA
A3 Δkex1: ::SUC2 H -, Mut+
His (Cereghinoo e Cregg, 2000)
2
hiis4 ura3

4.2 - Veetores

pGEM®-T
4.2.1 - p

U
Utilizado nas clonagen
ns de fragm
mentos de DNA
D amplifficados por PCR. O pllasmídeo

possui uuma timina ligada a cad


da uma das extremidad
des 3’, o qu
ue impede a recircularizzação do

plasmíddeo e melhoora a eficiên


ncia de ligaação de pro
odutos de PC
CR, pois allgumas poliimerases

termoesstáveis com
mo a Taq, adicionam uma aden
nina nas ex
xtremidadess 3’ do fragmento

amplificcado (Fig. 7) (Promeega Biotechh®, número de catálogo: A13660). A seleeção dos

recombiinantes é feeita pela ausência da atiividade β-laactamase naa presença dde X-gal e IP
PTG.

Figura 77. Representtação esquem mática do mmapa físico do


d vetor parra clonagem m de produto o de PCR
pGEM®- T (Fonte: Promega). Esse E vetor poossui 3,0 kb e apresenta o gene de ressistência a am mpicilina
(Ampr) ccomo marca de seleção, origem
o de reeplicação do fago F1 (ori), parte do geene lacZ quee codifica
o fragmeento amino terminal
t da enzima
e β- lacctamase, sítio
o múltiplo de clonagem e os promoto ores T7 e
SP6 flannqueando a reegião de clon
nagem.

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
54 
 

4.2.2 - p
pHIL-D2
P
Possui 82099 nucleotídeeos, apresennta o gene de
d resistênciia a ampicillina, uma orrigem de
replicaçção de E. cooli, a região
o promotoraa e terminad
dora do gene AOX1 flaanqueando o cassete
de expreessão e o geene HIS4 in
nativo (His--) e sequênccia para aneelamento doos oligonuclleotídeos
5’ AOX
X1 e 3’ AOX
X1 (Fig. 8).

Figura 8 - Representação esqu uemática doo mapa físico o do vetor pHIL-D2


p paara expressãão em P.
pastoris.. Esse vetor possui
p 8,2 kb
b, possui o g ene de resisttência a ampiicilina comoo marca de seeleção em
bactéria,, origem de replicação
r em
m bactéria (ppBR322), marca de seleçção auxotróffica HIS4, prromotor e
terminaddor AOX1 (Fonte: Invitro ogen).

4.2.3 - p
pPIC9
P
Possui 8,0 kb,
k o promo
otor AOX1 rregulável po
or metanol, o terminadoor de transccrição do

gene AO
OX1 (TT), a sequênciaa codificadoora do pepttídeo sinal (sinal
( de seecreção) do gene do

fator α de S. cerevisae flanqueando o sítiio de policllonagem, a origem de rreplicação e o gene

de resisstência a am
mpicilina funcionais em
m E. coli, os
o sítios parra integraçãão no genom
ma de P.

pastoriss em HIS4 ou
o AOX1, numa
n regiãoo de múltip
plos sítios de
d clonagem
m, marca dee seleção

auxotrófica para leveduras (H


HIS4) e seequência paara anelameento dos olligonucleotídeos 5’

AOX1 e 3’ AOX1 (F
Fig. 9).

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
55 
 

Figura 9 - Represeentação esquemática doo mapa físiico do vetorr pPIC9 paara expressã ão em P.
pastoris.. Esse vetor possui
p 8,0 kb
b, possui o g ene de resisttência a ampiicilina comoo marca de seeleção em
bactéria,, origem de replicação
r em
m bactéria (ppBR322), maarca de seleçção auxotrófi fica HIS4, prromotor e
terminaddor AOX1 (F Fonte: Invitro
ogen).

4. 3 – E
Enzimas

 E
Endonucleaases de restrrição
Enzim
ma Sítio de clivagem
m Tamp ão Tem
mperatura dee incubaçãoo Proceedência

Xho I C^T
TCGA G Redd 37 ºC
C Ferm
mentas
EcoR I G^A
AATT C Orangge 37 ºC
C Ferm
mentas
Not I G C^^G G C GC Orangge 37 ºC
C Ferm
mentas
Bgl III A^G
GATC T Orangge 37 ºC
C Ferm
mentas
Sac I G A G C T^C Bluee 37 ºC
C Ferm
mentas

 E
Enzima T4 DNA ligasee (GIBCO®
®)

 R
RNAse A (QIAGEN)

 T
Taq DNA polimerase
p (PHT
( e Inviitrogen)

 P
Proteinase K (Fermentas).

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
56 
 

4.4 - Marcadores

4.4.1 - Marcadores de DNA

 DNA do Fago λ digerido com EcoR I e Hind III.

 GeneRuler™ 100 bp Plus DNA Ladder, ready-to-use, 100-3000 bp (Fermentas,

número de catálogo: SM1153).

 KiloBase™ DNA Marker (GE Healthcare, número de catálogo: 27-4004-01).

4.4.2 - Marcadores de Proteína

 BenchMark™ Protein Ladder (Invitrogen, número de catálogo: 10747-012).

 LMW Calibration Kit For SDS Electrophoresis (AmershamTM, número de catálogo:

17-0446-01).

4.5 - Kits de Uso Específico em Biologia Molecular

 Eluição do DNA do gel de agarose: Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System

(Promega Corporation©, número de catálogo: A9381).

 Extração de DNA plasmidial: Wizard® Plus SV Minipreps DNA Purification System

(Promega Corporation©, número de catálogo: A1330), QIAprep Spin Miniprep Kit

(QIAGEN, número de catálogo: 27106) e QIAGEN Plasmid Plus Maxi Kit (QIAGEN,

número de catálogo: 12963).

 Defosforilação de DNA: Calf Intestinal alkaline phosphatase (CIAP) (Promega

Corporation©, número de catálogo: M1821).

4.6 - Oligonucleotídeos

Os oligonucleotídeos foram sintetizados pela Invitrogen e foram diluídos para 5

pmoles/μl (concentração de trabalho). A tabela 4 relaciona os oligonucleotídeos utilizados no

trabalho.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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57 
 

Tabela 4 - Oligonucleotídeos utilizados.


Oligonucleotídeo Sequência Sítio de
restrição
TRX.fwd1 5’-CACG^AATTCCTACGACGCATGCTTC-3’ EcoR I

TRX.rev1 5’-CACG^AATTCCAATGGTTGTCCAC-3’ EcoR I

TRX.fwd2 5’-CCTC^TCGAGGGCACAATGGTTGTCC-3’ Xho I

5’ AOX1 5’-GACTGGTTCCAATTGACAAGC-3’ -

3’ AOX1 5’-GCAAATGGCATTCTGACATCC-3’ -
A sequência de ancoramento dos oligonucleotídeos está representada em negrito. A sequência
sublinhada representa os sítios de restrição adicionados.

4.7 - Ferramentas de Bioinformática

 Busca de sequências: GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank/).

 Alinhamento: Blast (http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/) (Altschul et al., 1990).

 Alinhamento: Sequencher 4.1.4 (Genecodes, Inc, Ann Arbor, Michigan USA) DNA

sequence assembly software.

 Desenho dos oligonucleotídeos: Gene Runner V 3.05 (Spruyt and Buquicchio, 1994)

(http://www.generunner.net/).

 Análises de restrição: NEBcutter V2.0 (http://tools.neb.com/NEBcutter2/) (Vincze et

al., 2003).

 Análises de estrutura de proteínas: ExPAsY (http://ca.expasy.org/) (Gasteiger et al.,

2003).

4.8 - Meios de Cultura e soluções

Os meios de cultura e soluções utilizados para cultivo de microrganismos foram

esterilizados em autoclave a 120ºC por 20 minutos.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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58 
 

4.8.1 - Meios para Cultivo de Bactérias

Meio Luria-Bertani - LB

Peptona de caseína 1,0% (p/v)

Extrato de levedura 0,5% (p/v)

NaCl 1,0% (p/v)

O pH foi ajustado para 7,2.

Meio LB ágar - LA

Foi adicionado ágar bacteriológico 1,2% (pv) ao meio LB.

Meio SOB

Bacto-Triptona 20,0 g/L

Extrato de Levedura 5,0 g/L

NaCl 0,6 g/L

KCl 0,5 g/L

pH ajustado para 7,2.

Meio SOC

SOB 100 mL

Glicose 20,0 mM

MgCl2 5,0 mM

MgSO4 5,0 mM

As soluções de glicose, MgCl2 e MgSO4 foram esterilizadas por filtração em membrana

milipore 0,22 μm.

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59 
 

Solução Estoque de Ampicilina

Ampicilina 10 mg

Água destilada (q.s.p) 100 mL

4.8.2 - Meios para Cultivo da Levedura P. pastoris e Soluções Estoque

Meio YPD (Yeast Extract Peptone Dextrose)

Extrato de Levedura 1,0% (p/v)

Peptona de caseína 2,0% (p/v)

Glicose 2,0% (p/v)

A glicose foi autoclavada separadamente por 20 min a 0,5 atm.

Meio YPD-Ágar

Meio YPD acrescido de ágar bacteriológico a 1,2% (p/v).

Meio MD (Minimal Dextrose Medium)

YNB (Yeast Nitrogen Base Without Amino acids) (Difco) 1,34% (p/v)

Dextrose 1% (p/v)

Biotina 4x10-5 (v/v)

Meio BMM (Buffered Minimal Methanol)

YNB 1,34% (p/v)

Metanol 1% (v/v)

Fosfato de potássio 100 mM (v/v)

Biotina 4x10-5 (v/v)

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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60 
 

Meio BMG (Buffered Minimal Glycerol)

YNB 1,34% (p/v)

Glicerol 1% (p/v)

Fosfato de potássio 100 mM (v/v)

Biotina 4x10-5 (v/v)

Meio de crescimento - Meio BMGY-U (Buffered Glycerol Complex Medium)

Uréia 1,34% (v/v)

Extrato de levedura 1% (p/v)

Peptona 2% (p/v)

Fosfato de potássio pH 6,0 100 mM

Biotina 4x10-5 (v/v)

Ampicilina 50 μg/mL

Glicerol 1%

Meio de indução - Meio BMMY-U (Buffered Methanol Complex Medium)

Uréia 1,34% (v/v)

Extrato de levedura 1% (p/v)

Peptona 2% (p/v)

Fosfato de potássio pH 5,0 100 mM

Biotina 4x10-5 (v/v)

Casaminoácidos 2%

Ampicilina 50 μg/mL

Metanol 1%

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61 
 

Para preparo dos meios BMGY-U e BMMY-U, uma solução contendo extrato de

levedura, peptona e uréia foi autoclavada separadamente por 20 minutos e depois foram

adicionados os demais reagentes previamente esterilizados por filtração (Biotina, Metanol,

Ampicilina) ou por autoclavagem (casaminoácidos, glicerol e Tampão Fosfato de Potássio),

adicionando água estéril para completar o volume.

YNB (Yeast Nitrogen Base) - Solução estoque de 10X

YNB* (Yeast Nitrogen Base Without Amino acids) (Difco) 3,4% (p/v)

Sulfato de amônio (NH4SO4) 10% (p/v)

Esterelizada por filtração em membrana microbiológica com poros de 0,22 μm (MilliporeTM)

e estocada a 4°C. *(s/ aminoácidos e s/ sulfato de amônio).

Tampão Fosfato de Potássio 1 M, pH 6,0

K HPO 132 mM
2 4

KH PO 686 mM
2 4

Esterilizada em autoclave por 20 minutos e estocada a temperatura ambiente.

Biotina - Solução estoque 500X

Biotina 0,02% (p/v)

Esterelizada por filtração em membrana microbiológica com poros de 0,22 μm (MilliporeTM) e

estocada a 4°C.

Glicerol – Solução estoque

Glicerol 50% (v/v)

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62 
 

4.9 - Transformação da Levedura P. pastoris por Eletroporação

Sorbitol 1 M

Sorbitol 18,21 g

Água destilada (q.s.p) 100 mL

4.10 - Lise Celular de Levedura

Tampão Breaking

Fosfato de sódio pH 7.4 50 mM

PMSF 1 mM

EDTA 1 mM

Glicerol 5%

4.11 - Extração de DNA Plasmidial

Solução I

Tris-HCl pH 8,0 25 mM

EDTA 10 mM

Glicose 50 mM

Solução II (Preparada no momento do uso)

NaOH 0,2 M

SDS 1,0% (p/v)

Solução III - (pH 4,8-5,0)

Acetato de Sódio 3,0 M

Ácido acético 2,0 M

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63 
 

Solução RNAse A

RNAse A 10 mg/mL

Tampão TE

Tris-HCl pH 7,5 10 mM

EDTA 1,0 mM

4.12 - Soluções para eletroforese em gel de agarose

Solução de brometo de etídeo 1% (p/v)

Brometo de etídeo 1,0 g

Água destilada 100 mL

Tampão de corrida para eletroforese em gel de agarose - TEB (10X)

Triz base 0,89 M

Ácido bórico 0,89 M

EDTA 0,08 M

Tampão de amostra para DNA (10X)

TEB (20X) 50% (v/v)

Glicerol 30% (v/v)

Azul de bromofenol 0,25% (p/v)

Xilenocianol 0,25% (p/v)

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64 
 

4.13 - Soluções para os ensaios imunológicos (Western e Dot blotting)

Tampão de fosfatase alcalina (APB)

Tris-HCl pH 9,5 100 mM

NaCl 100 mM

MgCl2 50 mM

Bloqueio – Western e Dot blotting

Leite em pó desnatado Molico 5% (p/v) dissolvido em PBST 1X.

Solução reveladora para Western e Dot blotting

Para revelação foram utilizados os reagentes NBT (Nitro Blue Tetrazole) e o BCIP (5-

Bromo-4-Cloro-indolil fosfato) (Promega). Para preparar 5 mL da solução reveladora

adicionavam-se 33 μL do estoque de NBT e 66 μL do estoque de BCIP em 5 mL de APB,

nesta ordem para se evitar a precipitação dos reagentes.

Membrana de nitrocelulose
®
 Hybond-C Extra Amersham Bioscience (Número de catálogo: RPN303E).

4.14 - Anticorpos

Nome Produzido em Titulação Origem Num. Cat.

Anti-IgG Cabra 1:2000 Sigma® A3687


Coelho (AP)*

Anti-TRX Coelho 1:1000 Sigma® T0803

*AP, conjugado a Fosfatase Alcalina

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65 
 

4.15 - Soluções para análise de proteínas em gel de Poliacrilamida Desnaturante (SDS-

PAGE)

Ácido tricloroacético (TCA)

Um volume de 1 mL de água destilada foi adicionado a 50 g de ácido tricloroacético. Após

todo o ácido ser dissolvido, adicionou-se água destilada suficiente para um volume final de 50

mL e a solução obtida foi estocada a 4ºC.

Persulfato de amônio (P.A.) 10% (P/V)

P.A. 1g

Água destilada (q.s.p.) 10 mL

Dodecil sulfato de sódio (SDS) - 20%

SDS 20,0 g

Água destilada 100 mL

Tampão de amostra para proteína (2x)

Tris-HCl 1 M pH 6,8 200 mM

SDS 4,0% (p/v)

β-Mercaptoetanol 4,0% (v/v)

Glicerol 20,0% (v/v)

Azul de bromofenol 0,1% (p/v)

Acrilamida: Bis-acrilamida (39:1)

Acrilamida 39% (p/v)

Bis-acrilamida 1% (p/v)

A solução foi filtrada em papel de filtro e estocada ao abrigo da luz a 4ºC.

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66 
 

Tris-HCl 1 M - pH 8,8

Trizma Base 18,2 g

Àgua destilada 100 mL

O pH foi ajustado com HCl fumegante.

Tris-HCl 1,5 M - pH 6,8

Trizma Base 12,1 g

Água destilada (q.s.p) 100 mL

O pH foi ajustado com HCl fumegante.

Tampão de corrida – Tris-glicina 5X (estoque)

Trizma Base 15,1 g

Glicina 72,0 g

SDS 5,0 g

Água destilada (q.s.p) 1 L

Preparo dos géis

Reagentes Gel concentrador Gel de separação Gel de separação


4% 15% 5%
Acrilamida: Bis-acrilamida 0,6 mL 2,9 mL 0,97 mL
(39:1)
Tris-HCl 2 M pH 8,8 - 1,5 mL 1,5 mL
Tris-HCl 1 M pH 6,8 0,51 mL - -
Água deslitada 4,2 mL 2,8 mL 4,8 mL
SDS 20% 120 μl 195 μl 195 μl
Persulfato de Amônio 10% 60 μl 30 μl 30 μl
TEMED 9 μl 6 μl 6 μl
Para separação dos géis de gradiente de separação, as soluções 15% e 5% devem ser

preparadas separadamente e misturadas no momento do uso.

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67 
 

4.16 - Revelação das Proteínas por Coloração do Gel com Nitrato de Prata

Solução de Fixação

Metanol (99,8%) 500 mL

Ácido acético Glacial (99,7%) 120 mL

Formaldeído (36,5 a 38,0%) 1 mL

Água destilada (q.s.p) 1000 mL

Solução de Lavagem

Etanol (99,8%) 500 mL

Água destilada (q.s.p) 1000 mL

Solução de Tratamento

Tiossulfato de Sódio 20 mg

Água destilada (q.s.p) 100 mL

Solução de Equilíbrio

Nitrato de Prata 0,2 g

Formaldeído (36,5 a 38,0%) 75 μL

Solução de revelação

A solução estoque de carbonato de sódio foi preparada dissolvendo-se o carbonato em água

destilada para a concentração final de 6%. A solução reveladora foi preparada misturando-se

98 mL da solução estoque de carbonato de sódio com 2 mL da solução de tratamento e

adicionado 0,05% de formaldeído a 37%.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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68 
 

Solução de parada

Metanol (99,9%) 500 mL

Ácido Acético Glacial (99,7%) 120 mL

Água destilada (q.s.p) 1000 mL

4.17 - Revelação das proteínas por coloração do gel com Azul de Comassie

Solução corante

Comassie blue R-250 0,2% (p/v)

Etanol 40% (v/v)

Ácido Acético Glacial 10% (v/v)

Água destilada (q.s.p.) 1000 mL

Solução descorante para gel corado com Comassie Blue

Metanol (99,8%) 30 mL

Ácido Acético Glacial (99,7%) 7 mL

Água destilada (q.s.p) 100 mL

4.18 - Outras soluções de uso rotineiro

Azida Sódica – Solução estoque 100X

Azida sódica 5% (p/v)

Esta solução era utilizada na conservação dos tampões PBS e PBST e nas soluções

estoque dos anticorpos em concentração final de 0,05%.

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69 
 

Tampão PBS (Phosphate-Buffered Saline) 10X, pH 7,4

NaCl 1,37 M

KCl 27 mM

Na2HPO4 100 mM

KH2PO4 20 mM

Tampão PBST 1X, pH 7,4

NaCl 0,137 M

KCl 0,0027 M

Na2HPO4 0,01 M

KH2PO4 0,002 mM

Tween 20 0,5% (v/v)

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
70 
 

5 – Métodos

5.1 - Cultivo e manutenção de microrganismos

As bactérias foram cultivadas a temperatura de 37 ºC em meio LB. A linhagem SMD

1168 da levedura P. pastoris foi cultivada em meio YPD ágar a 30 ºC por 3 dias e estocada a

4 ºC. A cada 90 dias foi realizado um novo repique.

5.2 - Digestão de DNA com endonucleases

As digestões de DNA com enzimas de restrição foram realizadas em sistemas de 10 a

100 μL, durante 1 a 16 h (estipulados de acordo com a quantidade de DNA a ser digerido). Os

tampões e as temperaturas de reação foram utilizadas de acordo com as indicações dos

fabricantes, utilizando-se cerca 10 a 20 U de enzima para cada micrograma de DNA a ser

digerido.

5.3 - Eletroforese de ácidos nucléicos em gel de agarose

A eletroforese em gel de agarose foi utilizada para análise e avaliação da qualidade,

quantificação do DNA e análise de fragmentos de DNA (De-Sousa, 2003). A agarose foi

preparada em concentrações de 0,8 a 1,0% (p/v) em tampão de corrida TEB 0,5X e contendo

0,5 μg/mL de brometo de etídeo. As amostras eram aplicadas no gel e submetidas à

eletroforese, como descrito por Sambrook e Russel (2001). Para visualização e

fotodocumentação do DNA utilizou-se a incidência de luz ultravioleta em transiluminador,

Eagle Eye II (Stratagene, La Jolla, CA, EUA).

5.4 - Reações de defosforilação

Para prevenir a religação de vetores linearizados contendo extremidades coesivas, foi

utilizada a enzima CIAP (Calf intestinal alkaline phosphatase) (fonte: Promega) para catalisar

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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71 
 

a hidrólise de grupos 5’- fosfato terminais. A reação foi realizada seguindo as instruções do

fabricante.

5.5 - Ligação de fragmentos de DNA (Vetor-Inserto)

Os sistemas de ligação foram feitos de modo que a razão molar entre o vetor e o

inserto ficasse entre 1:3 e 1:5. A enzima T4 DNA ligase foi utilizada com os tampões de

reação fornecidos pelos fabricantes. Os sistemas foram incubados a 4 ºC durante a noite e,

então, utilizados para a transformação de bactérias.

5.6 - Preparação de células bacterianas competentes para choque térmico (CaCl2)

O preparo de células de E. coli competentes para choque térmico foi realizado como

descrito por Cohen (1972) com modificações. As células de E. coli da linhagem desejada

foram crescidas em 5 mL de meio LB e incubadas a 37 ºC durante a noite e sob agitação a

250 rpm. Em seguida, 1 mL do pré-inóculo foi adicionado a 30 mL de meio LB e essa cultura

foi incubada a 37 ºC sob agitação (250 rpm) até atingir uma D.O.600 de 0,2 a 0,3. As células

foram coletadas por centrifugação a 3.000 x g por 10 minutos a 4 ºC e ressuspendidas em 10

mL de CaCl2 100 mM estéril gelado. Em seguida as células foram submetidas a uma nova

centrifugação nas mesmas condições. Finalmente, as células foram aliquotadas em tubos

eppendorf (50 a 100 μL por tubo) e estocadas a -80 ºC.

5.7 - Transformação de E. coli por choque térmico

Uma alíquota de célula competente previamente preparada foi utilizada para cada sistema de

ligação. As células foram retiradas do freezer -80 ºC e mantidas no gelo até o uso. Em

seguida, foram adicionados 5 μL do sistema de ligação às células, e as mesmas foram

novamente incubadas no gelo por 30 min. Após este período, as células foram submetidas a

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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72 
 

um choque térmico a 42 ºC por 50 s e, o sistema foi incubado no gelo por 2 min.

Posteriormente, foram adicionados 800 μL de meio SOC ao sistema e incubado por 1 hora a

37 ºC sob agitação a 150 rpm. Em seguida as células foram centrifugadas por 10 min a 3500

rpm e ressuspensas no volume desejado em placas contendo LB ágar com ampicilina (100

μg/mL), e X-gal e IPTG quando necessário. As placas foram incubadas a 37 ºC durante a

noite.

5.8 – Preparação de DNA plasmidial em média escala por lise alcalina (adaptado de

Sambrook e Russel, 2001)

Uma colônia da linhagem bacteriana de interesse foi inoculada em 5 mL de meio LB

contendo ampicilina (100 μg/mL). Esse pré-inóculo foi incubado por aproximadamente 16 h a

37 ºC sob agitação de 200 rpm. Após este período 300 μL da pré-cultura foi inoculada em 30

mL de meio LB contendo ampicilina (100 μg/mL), nas mesmas condições de crescimento do

pré-inóculo. A cultura bacteriana foi submetida a centrifugação a 12.000 g por 10 min. As

células foram ressuspensas por agitação em 2 mL de solução I e incubadas em gelo por 5 min.

A suspensão foi homogeneizada gentilmente por inversão do tubo com 4 mL de

Solução II, e posteriormente foram adicionados 3 mL de Solução III, homogeneizada

novamente por inversão. O lisado foi submetido a centrifugação a 10.000 g por 5 min e o

sobrenadante foi transferido para um novo tubo ao qual se adicionou 7,5 mL de isopropanol,

seguindo-se uma homogeneização e posterior centrifugação a 10.000 g durante 10 min à

temperatura ambiente. O precipitado foi ressuspenso em 2 mL de tampão TE, e seguidamente

foi adicionado 1,1 mL de acetato de amônio 7,5 M e homogeneizado vigorosamente.

Essa suspensão foi submetida a centrifugação a 10.000 g por 15 min, e o sobrenadante

transferido para outro tubo, ao qual foi adicionado 7,5 mL de etanol 100% e homogeneizado

por inversão. Essa solução foi centrifugada a 10.000 g por 5 min e o precipitado lavado com 5

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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mL de etanol 70%. Repetiu-se a centrifugação anterior para remover o álcool e após secagem

à temperatura ambiente o sedimento foi ressuspenso em 500 μL de TE contendo 5 μL de

RNAse 10 mg/mL.

5.9 - Precipitação de DNA

Ao DNA plasmidial extraído foi adicionado 0,5 volume de acetato de amônio 7,5 mM,

2,5 volumes de etanol 100 % gelado e 1 μL de glicogênio, procedendo-se a incubação a -20

ºC durante a noite. No dia seguinte as amostras foram submetidas à centrifugação a 12000 g,

por 40 minutos a 4 ºC. O sobrenadante foi descartado e, em seguida, adicionou-se 1 mL de

etanol 70 % gelado. Foi feita nova centrifugação a 4000 g¸ por 5 minutos, sendo o

sobrenadante novamente descartado. O precipitado foi seco, ressuspendido em 10 μL água

MilliQ contendo RNAse e estocado no freezer a -20 ºC.

5.10 - Purificação de fragmentos de DNA em gel de agarose

Após digestão dos plasmídios dos produtos de PCR com as enzimas de restrição

apropriadas, os fragmentos de DNA contendo as sequências de interesse eram aplicados em

gel de agarose e submetidos a eletroforese. Os fragmentos de DNA eram recortados do gel de

agarose e purificados utilizando-se o kit Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System

(Promega), conforme as especificações do fabricante.

5.11 - Purificação e clonagem dos produtos de PCR

A purificação foi realizada com o kit (Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System)

(Promega). A quantificação do produto de PCR foi realizada em gel de agarose 0,8% por

comparação da intensidade de bandas com DNA de concentração conhecida. Para realizar a

clonagem dos fragmentos de PCR com o vetor de clonagem pGEM-T (Fig. 7) foi utilizada a

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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razão molar inserto/vetor de 3:1. As transformações foram realizadas utilizando células de E.

coli da linhagem XL1 blue.

pGEM-T é um vetor de clonagem que possui um gene de resistência a ampicilina e o

gene codificador da β-galactosidase (lac z) (Fig. 7). O sítio de clonagem encontra-se dentro

do gene lac z¸ possuindo em suas extremidades os promotores SP6 e T7. A ligação do inserto

no sítio de clonagem, interrompe o gene lac z, logo, células bacterianas transformadas com

esta construção não produzem a enzima β-galactosidase e são identificadas em meio seletivo

(contendo: ampicilina, IPTG e X-GAL) por apresentarem coloração branca.

Foram selecionadas colônias transformantes brancas para a minipreparação plasmidial

e posteriormente foi realizada digestão para verificação da presença do inserto. O inserto pode

então ser purificado do gel de agarose 0,8% com auxílio do kit Wizard® SV Gel and PCR

Clean-Up System (Promega).

5.12 - Desenho dos oligonucleotídeos

Os oligonucleotídeos utilizados para a amplificação do cDNA de interesse foram

desenhados com base na sequência do cDNA da TRX1 de P. brasiliensis, depositada no

banco de dados, GenBank, do National Center for Biotechnology Information (NCBI), código

de acesso: AY376435. Foram adicionados aos oligonucleotídeos, sequencias referentes aos

sítios de restrição necessários para a clonagem do cDNA aos vetores. Os oligonucleotídeos

foram desenhados utilizando o programa GeneRunner 3.01.

5.13 - Reação em cadeia da polimerase (PCR)

As amplificações realizadas pela técnica de polimerização em cadeia foram feitas

utilizando-se como molde 10 ng DNA plasmidial (pGEX-TRX1) purificado, 0,2 mM de

dNTPs, tampão da Taq DNA polimerase, 1,5 a 3 mM de cloreto de magnésio, 1 U de Taq

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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DNA polimerase (Invitrogen), 10 a 30 ρmol de oligonucleotídeos iniciadores 5' e 3’, em um

volume final de reação de 25 μL. As reações foram realizadas nas seguintes condições:

desnaturação inicial (94°C – 3 min), 35 ciclos de desnaturação (94°C –1:30 min), anelamento

(55 ºC – 1:30 min), extensão (72°C – 1:30 min) e extensão final (72°C – 10 min). As reações

de PCR com Taq DNA polimerase (Invitrogen) foram realizadas de acordo com as

recomendações do fabricante.

5.14 - PCR de colônia

As colônias a serem utilizadas foram retiradas da placa seletiva com o auxílio de

ponteiras de micropipetas esterilizadas e estas foram encostadas em placa seletiva apropriada

(placa réplica) e, em seguida, usadas como molde para a PCR através da adição de parte da

colônia pela micropipeta na solução da reação. A placa foi incubada na temperatura

apropriada e a solução de PCR foi levada ao termociclador.

As amplificações foram realizadas sob as mesmas condições da PCR de DNA

purificado, exceto desnaturação inicial que procedeu-se a 94 ºC por 10 minutos.

5.15 - Sequenciamento de DNA e análise das sequências de nucleotídeos

As amostras foram enviadas para Macrogen Inc. (http://dna.macrogen.com/eng/)

(Shipping Address: Macrogen Inc. - 908 World Meridian Center. 60-24 Gasan-dong;

Geumchun-gu Seoul, Korea 153-023) juntamente com os oligonucleotídeos desenhados com

base na sequência da Trx1. As sequências obtidas foram analisadas com auxílio do programa

Sequencher 4.1.4 (Gene Codes Corporation). A seqüência consenso foi submetida a

comparação com aquelas depositadas no GenBank utilizando-se o BLAST (basic local

alignment tool) (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST) e alinhadas.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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76 
 

5.16 - Preparo de células competentes de P. pastoris

As células de P. pastoris foram inoculadas em 10 mL de meio YPD em erlenmeyer de

125 mL de capacidade e incubada a 30 ºC por 24 h sob agitação de 200 rpm. Após este

período, 50 μL do pré-inóculo foi adicionado a 200 mL de meio YPD em erlenmeyer de 1 L e

incubado sob as mesmas condições do pré-inóculo até atingir a DO600 entre 1,3 a 1,5.

Posteriormente, as células foram coletadas por centrifugação a 1.500 g por 5 min a 4 ºC e

ressuspensas em 250 mL de água destilada estéril gelada. Seguidamente foram submetidas à

centrifugação nas mesmas condições anteriores e ressuspensas em 125 mL de água destilada

estéril gelada. As células foram centrifugadas e ressuspensas em 10 mL de sorbitol 1 M

gelado, posteriormente foram centrifugadas e ressuspensas em 1 mL de sorbitol 1 M gelado

para um volume final de aproximadamente 1,5 mL. As células competentes foram utilizadas

imediatamente na transformação, pois apesar das células poderem ser congeladas, sua

eficiência diminui significativamente.

5.17 - Transformação de células de P. pastoris por eletroporação

As células de P. pastoris foram transformadas por eletroporação, conforme descrito

por Scorer e colaboradores (1994) com modificações, utilizando o aparelho GenePulser (Bio-

Rad). Para a transformação, 80 μL de células competentes foram homogeneizadas com 10 μg

de DNA plasmidial (previamente linearizado) em 10 μL de Tampão TE. A mistura foi

transferida para uma cubeta de 0,2 cm gelada e incubada em gelo por 5 min. As células foram

submetidas à eletroporação de acordo com os seguintes parâmetros: 1,5 kV, 25 μF e 400 Ω.

Imediatamente após o choque, foi adicionado 1 mL de sorbitol 1 M gelado, e o conteúdo da

cubeta foi transferido para um tubo de microcentrífuga estéril. Um volume de 200-600 μL foi

semeado em placas de Petri contendo meio MD sem histidina para seleção dos transformantes

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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com o vetor contendo a marca auxotrófica HIS4 e o crescimento das colônias ocorreu a 30ºC

por 3 a 4 dias.

5.18 - PCR de colônia de levedura (adaptado Akada et al., 2000)

5.18.1 - Extração do DNA da levedura

Um procedimento simples para o isolamento de DNA de leveduras para uso como

molde para PCR foi realizado pelo tratamento prévio com SDS, sendo suficiente para a

extração de DNA cromossômico de células de levedura. Colônias de leveduras transformadas

foram ressuspensas em um volume de 30 μL de SDS 0,2 % e submetidas a agitação intensa

por aproximadamente 20 s. Para melhor eficiência da extração foi necessário trabalhar com

células frescas. As células que permaneceram por muito tempo na geladeira não apresentaram

boa extração por este método. Em seguida, a mistura foi incubada por 4 min a 90 ºC e

submetida à centrifugação por 1 min a 3000 g. Posteriormente o sobrenadante foi transferido

para um novo tubo e estocado a -20 ºC.

5.18.2 - Reação de PCR

A PCR foi realizada em um termociclador (Applied Biosystems – 2400), utilizando a

enzima Taq DNA polimerase e tampão recomendado pelos fornecedores. Os

oligonucleotídeos utilizados estão listados na Tabela 4. A reação foi feita para um volume

final de 50 μl, incluindo, 5 μl do DNA genômico extraído, 5 μl do tampão da enzima, 1,5 μl

de MgCl2, 1 μl da mistura de 10 mM dNTPs (dCTP, dGTP, dATP, dCTP), 0,75 μl de cada

oligonucleotídeo a 10 μm e 1 U da enzima taq DNA polimerase (Invitrogen) e 0,25 μl de

Triton X-100 25% para um concentração final de 0,05%. Foi realizada uma curva para

determinação da melhor concentração de Triton X-100 e SDS na reação. A adição de Triton

X-100 permitiu a amplificação em concentrações elevadas de SDS.

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As amplificações foram realizadas nas seguintes condições: desnaturação inicial (94

ºC – 2 min), desnaturação (94 ºC – 1 min), anelamento (55 ºC – 1 min), extensão (72 ºC – 1

min) e extensão final (72 ºC – 7 min). Posteriormente, os produtos da amplificação foram

analisados em gel de agarose 1%.

5.19 - Expressão do gene da Trx1 em P. pastoris.

Para a expressão do cDNA da Trx1 em P. pastoris foram utilizados os vetores de

expressão pHIL-D2 e pPIC9 (Figuras 8 e 9, respectivamente). Para a construção do vetor

pHIL-D2/Trx1 (pHTRX1), o cDNA foi clonado após o promotor do gene AOX1, permitindo

a expressão intracelular da proteína recombinante. Para a construção do vetor pPIC9/Trx1

(pPTRX1), o cDNA foi clonado após o peptídeo sinal, o fator-α de S. cerevisiae, permitindo a

expressão extracelular da proteína recombinante.

5.19.1 - Construção dos vetores de expressão

O cDNA da Trx1 de P. brasiliensis clonado no vetor pGEX-TRX1 (Domingos, 2006)

foi utilizado como molde para a amplificação utilizando os oligonucleotídeos apresentados na

Tabela 4.

5.19.1.1 - Construção do vetor pHTRX1 – Construção 1

Para a construção do vetor pHTRX1 (Fig. 10), o cDNA da Trx1 foi amplificado com

os oligonucleotídeos TRX.fwd1 e TRX.rev1 contendo o sítio de restrição para a enzima

EcoRI nas duas extremidades (5´ e na 3´). O produto amplificado foi analisado em gel de

agarose 0,8%, em tampão TEB (0,5X) e visualizado pela coloração com brometo de etídeo

para a confirmação da amplificação. O produto da PCR foi purificado usando o kit de

purificação de DNA genômico Wizard® (Promega Corporation, EUA) de acordo com as

instruções do fabricante e em seguida digerido com EcoR I por 3 h a 37 ºC. Após 3 h, o

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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sistema de digestão foi submetido a inativação térmica a 60 ºC por 15 min para a inativação

da enzima.

Posteriomente, o produto de PCR digerido foi purificado utilizando o kit Wizard®

(Promega Corporation, EUA) e usado para ligação direta no vetor pHIL-D2. O plasmídio

pHIL-D2 (1 μg) também foi digerido com a enzima EcoR I a 37 ºC por 3 h e em seguida

defosforilado com a enzima CIAP. O produto de PCR (~20 ng) digerido e purificado foi

ligado ao vetor de expressão pHIL-D2 (20 ng) na razão de 1:5, utilizando a enzima T4 DNA

ligase e tampão desta enzima de acordo com orientações do fabricante (GIBCO) por 18 h a 4

ºC. Posteriormente, 5 μl do sistema de ligação foram utilizados para transformação de células

de E. coli DH5α, por choque térmico (método descrito anteriormente, item 4.7). Após a

transformação, as células foram plaqueadas em placas contendo ampicilina (100 μg/mL), e

das colônias que cresceram, quinze foram escolhidas, denominadas pHTRX1-1, pHTX1-2 até

pHTRX1-15 e posteriormente foram selecionadas para realização de PCR de colônia. Em

seguida, foram escolhidas três colônias para extração de DNA plasmidial. O DNA extraído

foi digerido com EcoR I e analisado com gel de agarose 0,8% para confirmação da presença

do inserto. Os cassetes de expressão foram submetidos a sequenciamento na Macrogen Inc.

para a análise da orientação correta do inserto.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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80 
 

Figura 110 – Vetor de expressã ão construíd do para pro odução de Trx1


T intraceelular em P.. pastoris
(pHTRX X1). A sequuência de nucleotídeos
n do cDNA da Trx1 está representtada no detaalhe. Em
vermelhoo estão repreesentadas as sequências ddos sítios de restrição.

5.19.1.22 - Constru
ução do veto
or pPTRX11 – Constru
ução 2

P
Para construução do vettor pPTRX 1 (Fig. 11),, foi realizaada a amplifficação na presença
p

dos oliggonucleotíddeos TRX.fw


fwd2 e TRX
X.rev1, com
m sequências flanqueaadoras conttendo os

sítios dde restrição para as en


nzimas Xhoo I e EcoR I. As condições da aamplificaçãão foram

descritaas no item 5.13. O produto ampllificado foii analisado em gel de agarose 0,,8%, em

tampão TEB (0,5X


X) e visualizzado pela ccoloração co
om brometo
o de etídeo para a conffirmação

da ampplificação. O produto da PCR fooi purificad


do usando o kit de puurificação de
d DNA

genômicco Wizard®
® (Promegaa Corporatioon, EUA) dee acordo com
m as instruçções do fabrricante e

em seguuida foi inseerido no vettor de clonaagem pGEM


M-T e transfo
formado em
m E. coli XL1 blue.

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
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Três clones obtidos na transformação foram escolhidos (pGTRX1-1, pGTRX1-2,

pGTRX1-3) e cultivados em 5 mL de meio LB a 37ºC por 16 h a 180 rpm, posteriormente foi

realizada extração de DNA plasmidial. 1 μg do DNA plasmidial foi digerido com a enzima de

restrição Xho I e EcoR I a 37 ºC por 3 h. O produto da digestão foi submetido à eletroforese

em gel de agarose 0,8%, o fragmento de aproximadamente 380 pares de base foi eluído do gel

e utilizado para clonagem no vetor de expressão pPIC9.

O plasmídio pPIC9 (1 μg) também foi digerido com as enzimas Xho I e EcoR I a 37ºC

por 3 h. O cDNA do clone pGTRX1-1 eluído foi ligado ao vetor de expressão pPIC9 na razão

de 1:5, utilizando a enzima T4 DNA ligase e tampão desta enzima de acordo com orientações

do fabricante (GIBCO) por 18 h a 4 ºC. Posteriormente, 5 μl do sistema de ligação foram

utilizados para transformação de células de E. coli DH5α, por choque térmico. Após a

transformação, as células foram plaqueadas em placas contendo ampicilina (100 μg/mL), das

colônias que cresceram, quinze foram escolhidas, denominadas pPTRX1-1, pPTX1-2 até

pPTRX1-15 e posteriormente foram selecionadas para realização de PCR de colônia. Em

seguida, foram escolhidas três colônias para extração de DNA plasmidial. O DNA extraído

foi digerido com Xho I e EcoR I e analisado com gel de agarose 0,8% para confirmação da

presença do inserto. Os cassetes de expressão foram submetidos a sequenciamento na

Macrogen Inc. para a análise da orientação correta do inserto.

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82 
 

Fig. 11 - Vetor dee expressão construído para produção de Trrx1 extracellular em P. pastoris
(pPTRX X1). A sequuência de nu ucleotídeos do cDNA da Trx1 esttá representa
tada no detaalhe. Em
vermelhoo estão repreesentadas as sequências ddos sítios de restrição.

5.19.2 - Transform
mação de céélulas de P. pastoris

A transform
mação foi realizada uutilizando o DNA lin
nearizado ((~10 μg) e células

competeentes de P.. pastoris, conforme iinstruções contidas


c no
o manual dde expressão
o em P.

pastoriss da Invitroogen (Origin


nal Pichia E
Expression Kit, númerro do catáloogo: K1710
0-01). A

eletropooração seguiu as condiçções já menncionadas (5


5.17).

O DNA plaasmidial do clone denom


minado pHTRX1-1 foii linearizadoo com Sac I por 3 h

a 37 ºC X1, gerandoo o fenótipo His+ Mut+ (Methanool utilization


C para inserçção em AOX n plus) e

com Noot I por 3 h a 37 ºC para


p H + MutS
substituuição do geene AOX1, gerando o fenótipo His

(Methannol utilization slow). Os


O plasmídeeos linearizaados foram precipitadoos como desscrito no

o em 10 μl de tampão TE e poste
item 4.99 e o precippitado foi ressuspenso
r teriomente utilizado
u

para a trransformaçãão de P. passtoris.

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
83 
 

O DNA plasmidial do clone denominado pPTRX1-1 foi linearizado com Sac I por 3 h

a 37 ºC para inserção em AOX1, gerando o fenótipo His+ Mut+ e com Bgl II por 3 h a 37 ºC

para substituição do gene AOX1, gerando o fenótipo His+ MutS. Os plasmídeos linearizados

foram precipitados ressuspensos em 10 μl de tampão TE e posteriomente utilizado para a

transformação de P. pastoris.

O vetores pHIL-D2 (Sac I e Not I) e pPIC9 (Sac I e Bgl II) também foram linearizados

com as enzimas de restrição e foram utilizados para transformação de P. pastoris funcionando

como controle negativo da expressão.

Após a transformação, as células foram plaqueadas em meio MD. Dentre os clones

crescidos em cada placa, 100 de cada condição foram escolhidos aleatoriamente e transferidos

para uma nova placa de meio MD (enumeradas de 1 a 100) e crescidos de 3 a 4 dias até o

crescimento das colônias. Esse procedimento foi repetido por 4 vezes em meio seletivo, para

certificar a integralização dos insertos.

5.19.3 - Seleção dos transformantes produtores da Trx1

Primeiramente foi realizada a seleção dos transformantes produtores da Trx1 em placa

do tipo deep well (96 poços) seguindo o método apresentado no item 5.19.1. Noventa e seis

clones foram crescidos e induzidos a produzir a Trx1. Para analisar a produção, foi realizado

ensaio imunoenzimático do tipo Dot Blot para avaliar qualitativamente a produção.

Paralelamente, foi realizado PCR de colônia de levedura para detectar a presença do

inserto nos clones transformantes. Foram selecionadas dez colônias de transformantes

contendo os cassetes (vetor com inserto) e duas colônias dos controles (vetor vazio) para

realização da PCR de colônia seguindo o protocolo descrito no item 5.18. Posteriormente,

quatro colônias de cada condição foram escolhidas para realização de produção em frasco de

250 mL.

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84 
 

5.19.3.1 - Seleção por Dot Blotting

As colônias de P. pastoris obtidas na transformação foram selecionadas inoculando as

leveduras em meio líquido BMG em placas do tipo Deep well (placa de 96 poços com fundo

redondo). As placas foram vedadas com filme plástico e incubadas por três dias a 30ºC a 200

rpm para crescimento das células. Após este período as células foram centrifugadas por 15

min a 3000 g e ressuspensas em meio BMM, sendo posteriormente incubadas por quatro dias

a 30ºC para a indução da produção da enzima recombinante na presença de metanol, sendo

que a cada 24 h foi acrescentado metanol para uma concentração final de 0,5%. Após este

período as células foram centrifugadas por 15 min a 3000 g e o sobrenadante de cultura

descartado para os clones de expressão intracelular e coletado para expressão extracelular.

Para a análise da produção da enzima Trx1 intracelular, inicialmente as células de P.

pastoris foram tratadas, permitindo a permeabilização da parede celular. A lise das células de

levedura foi efetuada por ruptura mecânica. Após a centrifugação, o precipitado celular foi

ressuspenso em 100 μL de tampão Breaking 1X, submetido a agitação vigorosa com esferas

de vidro (tamanho de 0,5 mm) durante 30 s e em seguida mantido 30 s no gelo, sendo este

processo repetido por oito vezes para o rompimento da parede celular por atrito. O extrato

periplasmático foi separado por centrifugação a 8.000 g por 10 min, e em seguida estocado a

4 °C até o momento do uso.

Para análise por Dot Blotting, adicionou-se 5 μL dos extratos protéicos obtidos

diretamente a uma membrana de nitrocelulose. Com a membrana seca, contendo as proteínas

ligadas, foi adicionada a solução de bloqueio e incubado por 1 h a temperatura ambiente sob

agitação branda. Após esse período, a membrana foi lavada 3 vezes com PBST 1X e

posteriormente incubada por 2 h a temperatura ambiente com anticorpo primário sob agitação

branda. Em seguida, procedeu-se o processo de lavagem por 3 vezes com PBST 1X. Logo

após, foi incubado com o anticorpo secundário conjugado com fosfatase alcalina em um título

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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85 
 

de 1:2000 por 2 h. Ao término desse processo, a membrana foi mais uma vez lavada com

PBST 1X por 3 vezes para remoção do anticorpo conjugado.

Posteriormente a membrana foi lavada com 10 mL de tampão APB (tampão da

fosfatase alcalina) adicionando-se a solução reveladora NBT/BCIP. O aparecimento das

bandas foi controlado visualmente. Após a reação, lavou-se a membrana com água destilada

para se retirar o excesso de solução reveladora e interromper a reação da enzima.

5.19.4 - Análise do perfil de proteínas produzidas pela P. pastoris em condições de

indução (adaptado do Manual do Kit de Expressão em P. pastoris).

Os transformantes que produziram uma quantidade maior de enzima no teste do dot

blotting e que amplificaram no PCR de colônia de levedura foram selecionados e testados

quanto à capacidade de produção enzimática em frascos erlenmeyer de 250 mL de

capacidade, contendo 50 mL de meio BMGY-U como pré-inóculo. As culturas foram

incubadas a 30ºC com agitação constante de 200 rpm até atingirem a DO600 entre 15 e 20. As

células foram centrifugadas a 3000 g durante 15 min, lavadas com água destilada estéril e

ressuspensas no meio BMMY-U. As colônias foram incubadas a 30ºC durante cinco dias,

sendo que a cada a cada 24 h foi acrescentado metanol para uma concentração final de 1 %, e

retiradas alíquotas de 1 mL, onde 0,9 mL foram para análise da cinética de produção e 100 μl

para a leitura da densidade celular. As alíquotas foram submetidas à centrifugação a 10.000 g

durante 10 min e o sobrenadante coletado para as amostras de produção extracelular e

descartado para as amostras de produção intracelular. Para a análise da produção da enzima

Trx1 intracelular, foi realizada a lise celular, já descrita anteriormente.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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86 
 

5.20 - Análise de proteína em gel de poliacrilamida desnaturante (SDS-PAGE)

5.20.1 - Preparo da amostra de sobrenadante de cultura

Um volume de 900 μL das amostras protéicas foi precipitado na presença de 100 μL

de TCA 100%, homogeneizadas e incubadas em banho de gelo e água por 1 h, em seguida

foram submetidas à centrifugação a 8000 g a 4ºC durante 10 min. O sedimento resultante da

centrifugação foi lavado três vezes com 500 μL de acetona gelada, sendo repetida a

centrifugação nas mesmas condições citadas anteriormente. O sedimento resultante foi

ressuspenso em 30 μL de tampão de amostra e analisado imediatamente ou estocado a -20ºC

até a análise em gel SDS-PAGE.

5.20.2 - Condições da eletroforese em gel de poliacrilamida

A eletroforese de proteínas foi conduzida em gel desnaturante de poliacrilamida

segundo descrito por Laemmli (1970). As amostras do sobrenadante precipitado por TCA e

do extrato periplasmático contendo a enzima recombinante foram ressuspendidas em tampão

de amostra de proteína. Antes da aplicação no gel, as amostras foram fervidas durante 5 min

para a desnaturação das proteínas e logo em seguida colocado no gelo. As amostras foram

aplicadas em um sistema de gel de gradiente separador de 15% e 5 % e concentrador de 4%.

A eletroforese foi realizada por 3 h em voltagem de 120 V. Como marcador de massa

molecular para proteínas foi utilizado o “BenchMark Protein Ladder” (Invitrogen) e LMW

Calibration Kit For SDS Electrophoresis (Amersham).

5.21 - Coloração com nitrato de prata

Ao término da corrida, as bandas protéicas presentes no gel foram reveladas

utilizando-se o método descrito por Blum e colaboradores (1987). O gel foi incubado, sob

agitação moderada, durante 1 h na solução fixadora, em seguida, lavado 3 vezes na solução de

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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87 
 

lavagem por 20 min cada vez. Após as lavagens, o gel foi incubado na solução de tratamento

por 1 min, lavado 3 vezes com água destilada por 30 s cada uma e, em seguida, incubado na

solução de equilíbrio por 20 min. Novamente o gel foi lavado com água destilada por 2 vezes

de 20 s e revelado com a solução de revelação. A reação foi interrompida, após o

aparecimento das bandas, transferindo-se o gel para a solução de parada.

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exáâÄàtwÉá x
W|ávâááûÉ
Conhecimento do real é luz que
sempre projeta algumas sombras.
Nunca é imediato e pleno.
As revelações do real são recorrentes.
O real nunca é “o que se poderia achar”,
mas é sempre o que se deveria ter pensando.
(Gaston Bachelard)

Interessa-nos a verdade? Tem alguma importância?


...Onde a ignorância é uma benção é loucura ser sábio...
(Thomas Gray)

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88 
 

6 - Resultados e discussão

Ao escolher e trabalhar com sistemas de expressão heteróloga, alguns

questionamentos podem surgir como, por exemplo, qual sistema é adequado para que a

proteína de interesse seja expressa em altos níveis? Uma vez expressa, esta proteína é

funcional? Manteve características importantes para que a sua estrutura não tenha sido

alterada? Estas e muitas outras indagações poderão surgir, entretanto existem diferentes

sistemas de expressão a disposição que podem ser selecionados na tentativa de minimizar as

dificuldades que levam ao insucesso na obtenção do produto desejado.

Uma avaliação cuidadosa das características da proteína recombinante, juntamente

com a sua aplicação deve ser considerada ao selecionar o método de expressão. Infelizmente,

existem circunstâncias em que a escolha não é óbvia e vários hospedeiros devem ser avaliados

(revisado por Brondyk, 2009).

De acordo com a literatura, aproximadamente 39 % das proteínas recombinantes são

produzidas por E. coli, 35 % por células Ovário de hamster chinês (CHO), 17 % por

leveduras, 10 % por outro sistema de mamíferos e 1 % por outra bactéria e outros sistemas

(Demain e Vaishnav, 2009).

Uma característica interessante de P. pastoris é a possibilidade de se obter alta

densidade da proteína heteróloga em condições de cultura apropriadas. Estabelecida as

condições, a cultura de P. pastoris pode chegar entre 10 a 30 g/L de massa seca (Gellison et

al., 1992; Cregg, 2007).

O sistema de expressão de proteínas heterólogas em P. pastoris apresenta várias

vantagens, em relação aos sistemas que utilizam bactérias. No caso da expressão heteróloga

de PbTrx1 existem vantagens adicionais, já que P. brasiliensis e P. pastoris são exemplos

próximos de eucariotos e podem apresentar similaridade quanto ao processamento pós-

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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89 
 

traducional do produto gênico. Estas características são desejáveis, pois possibilitam a

expressão da proteína recombinante PbTrx1 corretamente processada, possibilitando assim a

obtenção de uma proteína recombinante ativa.

A proteína gp43 de P. brasiliensis foi expressa como corpo de inclusão, insolúvel e

manteve-se fusionada com a GST (Glutationa-S-Transferase) quando expressa em E. coli

(Diniz et al., 2002). Posteriormente, foi produzida em P. pastoris com sucesso sob a forma

solúvel e glicosilada e pode ser usada para diagnóstico da paracoccidioidomicose (Carvalho et

al., 2008).

Digilio e colaboradores (2003) expressaram a Trx1 de Aliciclobacillus acidocaldarius

(AliTrx1) em P. pastoris visando produzir maiores quantidades que o obtido em E. coli

(Bartolucci et al., 1997). Foram obtidos 0.9 g/L de proteínas secretadas no meio de cultura,

cerca de 90 vezes mais do que a AliTrx1 produzida em E. coli.

O papel desempenhado pela Trx no funcionamento das células abriu as portas para a

sua aplicação biotecnológica para a solução de uma série de problemas relacionados à

nutrição e a medicina, bem como a redução da alergenicidade de alimentos e aumento da

digestibilidade, em doenças inflamatórias, controle da progressão das viroses, na inativação

de várias neurotoxinas presentes em venenos (Buchanan et al., 1994; Lozano et al., 1994; Del

Val et al., 1999; Li et al., 2009). Algumas proteínas heterólogas são produzidas sob a forma

de agregados insolúveis, a sua solubilidade pode ser aumentada usando para isso a fusão de

seus genes (co-produção) ao gene da Trx de E. coli (LaVallie et al., 1993; Yasukawa et al.,

1995; Zhan et al., 2003; Chen et al., 2005; Tomala et al., 2010).

Com objetivo de alcançar níveis de produção maior do que os obtidos pela expressão

em E. coli e para posterior estudo da proteína recombinante procedeu-se a clonagem do gene

codificante para expressão de Trx1 em P. pastoris.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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90 
 

6.1 – Obtenção do cDNA/Trx1

Em trabalho realizado anteriormente pelo grupo, o cDNA codificante para Trx1 do

fungo patogênico humano P. brasiliensis (número de acesso AY376435) foi isolado da

biblioteca de cDNA e caracterizado. Este cDNA foi clonado em vetor de expressão pGEX 4T-

3 e transformado em E. coli. O plasmídeo pGEX-TRX1 foi utilizado como molde para as

amplificações. O produto da amplificação do gene delimitado pelos oligonucleotídeos

específicos e conservando os códons de iniciação e terminação originais, resultou num

fragmento de aproximadamente 380 pares de bases, correspondendo ao quadro aberto de

leitura (ORF) do cDNA que codifica Trx1 acrescido de 18 pb que correspondem aos sítios de

clivagem das enzimas de restrição e sítios de ancoragem à sequência molde (Fig. 12).

Os sítios de restrição para a enzima EcoR I foram adicionados às extremidades 5’ e 3’

do gene, para que fosse possível a clonagem no vetor pHIL-D2. Para a clonagem no vetor

pPIC9, foram adicionados os sítios de restrição para as enzimas Xho I e EcoR I nas

extremidades 5’ e 3’, respectivamente.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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91 
 

Figura 12 - Análisee eletroforética em gel de agarosee 0,8%, cora ado com brrometo de etídio,
e do
produtoo de amplificcação relativvo ao cDNA A trx1 obtido o por PCR. 1- Marcadorr de massa molecular
m
– 100 pbb ladder (Feermentas); 2 - Produto daa amplificaçção (fragmen
nto de DNA de aproximaadamente
380 pb)) utilizando como mold de o plasmíddeo pGEX-TRX1 e os oligonucleootídeos TRX X.fwd1 e
TRX.revv1; 3 - Produuto da ampliificação (fraggmento de DNA
D de apro
oximadamennte 380 pb) utilizando
u
como moolde o plasmmídeo pGEX--TRX1 e os ooligonucleotíídeos TRX.fw fwd2 e TRX.rrev1.

6.2 – Cllonagem doo cDNA/trx


x1 no vetor pHIL-D2 e pPIC9

A
Algumas ettapas interm
mediárias fo
foram necesssárias paraa obter a coonstrução final
f dos

vetores de expresssão pHTRX


X1 e pPTRX
X1 (Fig. 10
0 e 11). A subclonagem
s m em pGE
EM-T foi

uma esttratégia utiliizada para o inserto desstinado ao vetor


v pPIC9
9, para que ffosse possív
vel obter

insertoss com sítioss de restriçãão adequadoos para a trransferênciaa do cDNA


A/trx1 em co
ondições

corretass de fase de leitura paraa o vetor de expressão.

O produto de
d PCR desstinado ao vvetor pHIL-D2 (Fig. 12
1 – linha 22) foi purifi
ficado do

gel de agarose e digerido co


om a enzim
ma EcoR I. Posteriorm
mente, o fraagmento fo
oi ligado

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92 
 

diretam
mente ao vetor pHIL-D
D2 previam
mente linearrizado com EcoR I e defosforilaado para

evitar a recircularizzação, levan


ndo a constrrução do veetor pHTRX
X1.

O produto de
d PCR desttinado ao veetor pPIC9 (Fig. 12 – linha
l 3) tam
mbém foi pu
urificado

do gel de agarosee e posterio


ormente liggado ao vettor pGEM--T. O vetorr pGEM-TR
RX1 foi

introduzzido em céllulas da lin


nhagem XL 1-blue de E.
E coli por choque térm
mico e triadas com

auxílio da coloraçção das colônias (braancas ou azzuis). Foram selecionnadas sete colônias

brancas para realizzação de ex


xtração de DNA plasm
midial e posterior clivvagem com Xho I e

EcoR I ppara verificcação da preesença do innserto e puriificação (Fiig. 13).

Figura 113 – Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corrado com brrometo de etídio, e do
produtoo da digestãoo do vetor pGEM-TRX
p X1. MM – Marcador de peso p molecullar (KiloBasee™ DNA
Marker); I – Vetor inntacto. Clonees 1 a 7 - é ppossível obseervar o produ
uto da digesttão no quadrro branco
(um fraggmento de ~ 380 pb) corrrespondendoo ao fragmento do cDNA A/Trx 1, moostrando o suucesso da
construçção.

O fragmentto correspondente ao ccDNA/Trx 1 do clone 1 foi purifficado do gel


g e em

seguidaa inserido noo vetor pPIC


C9, previam
mente linearizado com as
a enzimas de restrição
o Xho I e

EcoR I,, gerando o vetor pPT


TRX1. A cloonagem do cDNA/Trxx 1 foi direccionada de modo a

entrar em
m fase com
m o peptídeo
o sinal do fat
ator-α de S. cerevisiae
c codificado
c ppelo vetor.

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93 
 

O
Os vetores pHTRX1 e pPTRX1 fforam introd
duzidos em células da linhagem DH5α
D de

E. coli por choque térmico. Foram seleecionadas quinze


q colô
ônias de cadda construçção para

verificaação da pressença do inserto por PC


CR de colô
ônia com oss oligonucleeotídeos esp
pecíficos

(Fig. 144).

Figura 114 – Análisee eletroforéttica em gel de agarose 0,8 %, cora ado com broometo de ettídio, dos
transforrmantes por PCR de colônia. Fooram selecio onados 15 clones
c de ccada constru
ução. Foi
verificadda a presençaa de um frag
gmento de approximadam mente 380 pb,, corresponddendo ao cDNNA/trx 1.
Os clonees selecionados (quadrado branco) fforam subm metidos à extração de DN NA plasmidiial. MM-
marcadoor de peso molecular
m (100 bp DNA L Ladder). Con
nstrução 1 – PCR de colôônia para con
nfirmar a
presençaa de inserto nas
n células dee E. coli trannsformadas com
c o vetor pHTRX1;
p Coonstrução 2 – PCR de
colônia para confirm mar a preseença de inseerto nas célu ulas de E. coli transforrmadas comm o vetor
pPTRX11.

Em seguuida, foram
m selecionaados aleato
oriamente três transfo
formantes de
d cada

construçção (pHTR
RX1-1, pHT
TRX1-3, pH
HTRX1-12 e pPTRX1-1, pPTRX
X1-4 e pPTR
RX1-10)

para exttração de DNA


D plasm
midial para vverificação da presença do insertoo por clivag
gem. Os

transforrmantes seleecionados estão represeentados na figura


f quadro brannco). A clivagem do
12 (q

DNA pplasmidial liberou


l m fragmentoo de aproximadamentee 380 pb correspondendo ao
um

cDNA ddo gene trx11, conformee esperado ((Fig. 15).

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94 
 

Figura 115 – Análise eletroforética em gel de agarose 0,8 %, corrado com brrometo de etídio,
e do
produtoo da digestãoo dos vetorees pHTRX1 e pPTRX1. MM- marc cador moleccular; 1, 3 e 5- vetor
pHTRX X1 intacto; 2,
2 4 e 6- perrfil da digesstão dos vetores: pHTRRX1-1, pHT TRX1-3 e pH HTRX1-
12 com a enzima EcoR
E I; 7, 9 e 11 – vetoor pPTRX1 intacto; 8, 101 e 12 – peerfil da digeestão dos
vetores pPTRX1-11, pPTRX1--4 e pPTRX X1-10 clivaados com asa enzimas X Xho I e EccoR I. O
quadro bbranco mosstra o fragmmento de 3800 pb, liberaddo por partee dos vetorees.

Com o objetivo
o de confirmar a sequênciia do cDNA
A e verificcar a orienttação do

inserto, os vetores pHTRX1-1


1, pHTRX1 -3, pHTRX
X1-12 e pPT
TRX1-1, pPPTRX1-4, pPTRX1-

10 foram submetiddos ao sequ


uenciamentto. Para issso as amosttras de DN
NA plasmidial, bem

como oos oligonuclleotídeos (T


Tabela 4), fforam enviados a Maccrogen Inc. para realizzação do

sequencciamento. As
A sequênciias obtidas foram anallisadas utiliizando o sooftware Seq
quencher

4.1.4 (G
Genecodes, Inc,
I Ann Arrbor, Michiigan USA) para
p a avaliação da quaalidade e mo
ontagem

dos conntigs dos frragmentos (Fig. 16). A sequênciia resultantte foi subm
metida ao programa
p

BLAST
T, disponíveel na página eletrôniica do NC
CBI (http://w
www.ncbi.nnlm.nih.gov
v/), para

comparaar com as sequências depositadas


d no banco de
d dados e apresentou
a iidentidade de
d 100%

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95 
 

com a ssequência doo cDNA trxx1 de P. braasiliensis (A


AY376435) e um e-vallue = 0.0, in
ndicando

que o fr
fragmento clonado nos vetores pH
HIL-D2 e pP
PIC9 corressponde ao ggene codificcador da

tiorredooxina 1. Toddos os veto


ores analisaddos apresen
ntaram sequ
uência hom
mologa a Trx
x1 de P.

brasilieensis e o innserto foi introduzido na orientaação corretaa (in framee). Para a etapa
e de

transforrmação em P.
P pastoris foram escollhidos os veetores pHTR
RX1-1 e pPPTRX1-1.

Figura 116 - Repressentação dass sequênciass de nucleotídeos obtid das a partir do sequencciamento
dos plassmídeos pHIIL-D2 e pPIIC9 no qual o cDNA/trx x1 foi clonad
do. A – Sequuência obtidaa do vetor
pHTRX1-1; em azull o sítio paraa o oligonuclleotídeo 5’ AOX1
A (868-888), em veermelho o síttio para a
enzima E EcoR I, em amarelo o códon
c de iniiciação (ATG G), em negriito a sequênncia correponndente ao
cDNA/trrx1, em lilás o codon de terminação (TGA), em verde claro o sítio para o oligonucleeotídeo 3’
AOX1 (1036-1056). B – Sequênccia obtida doo vetor pPTR RX1-1; em azzul o sítio paara o oligonu
ucleotídeo
5’ AOX1 (855-875),, em cinza o sítio para o pprimer α-fato
or (1152-117
72), em verdee escuro o sítio para a
enzima X Xho I, em amarelo
a o có
ódon de iniciiação (ATG), em negrito a sequênccia correspon ndente ao
cDNA/trrx1, em lilás o códon de terminação ((TGA) e em verde claro o sítio para o oligonucleeotídeo 3’
AOX1 (1327-1347).

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96 
 

6.3 – Transformação de P. pastoris

Após a confirmação da orientação correta dos insertos nos vetores pHIL-D2 e pPIC9 e

da elevada identidade com a sequência da proteína nativa de P. brasiliensis foi iniciada a

transformação da levedura P. pastoris. Os transformantes de E. coli contendo os vetores

pHTRX1-1 e pPTRX1-1 foram submetidos à nova extração de DNA plasmidial.

O DNA plasmidial extraído foi linearizado para formação do cassete de expressão e

posterior integração no genoma da levedura. As células de P. pastoris foram transformadas

com duas construções diferentes do vetor pHTRX1, duas do vetor pPTRX1, bem como os

controles pHIL- D2 e pPIC9, sem inserto. As construções foram as seguintes:

A – O vetor pHTRX1 foi linearizado com a enzima de restrição Sac I para liberação do

cassete de expressão e inserção no lócus gênico AOX1 da levedura (gerando o fenótipo Mut+)

(Fig. 17) e linearizado com a enzima de restrição Not I para a liberação do cassete de

expressão e da região promotora e terminadora do gene AOX nas laterais (gerando o fenótipo

MutS) (Fig. 18).

B – O vetor pPTRX1 foi linearizado com a enzima de restrição Sac I para liberação do cassete

de expressão e inserção em AOX1 (gerando o fenótipo Mut+) (Fig. 17) e linearizado com a

enzima de restrição Bgl II para a liberação do cassete de expressão e a região promotora e a

terminadora do gene AOX nas laterais (gerando o fenótipo MutS) (Fig. 19).

C – O vetor vazio pHIL-D2 digerido com Sac I e Not I (dado não mostrado).

D – O vetor vazio pPIC9 digerido com Sac I e Bgl II (dado não mostrado).

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97 
 

Figura 17 - Repressentação do os vetores liinearizados para forma ação dos caassetes de expressão
introduzzidos na levedura P. pastoris. A-Veetor pHTRX1 1 mostrando a posição dee clivagem dad enzima
de restrição Sac I. B -Vetor pPT TRX1 mostraando a posiçção de clivaggem da enzim ma Sac I. C- Análise
eletroforrética em gell de agarose 0,8
0 %, coraddo com brom meto de etídio
o, do produtoo da clivagem
m por Sac
I. MM M - Marcadoor de peso molecular; 1 e 4 – Vetores pHIL L-D2 e pPIC C9 não lineearizados,
respectivvamente; 2 e 3 – Vetor pHTRX1 linnearizado co om Sac I; 5 e 6 – Vetor pPTRX1 lin nearizado
com Sacc I.

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98 
 

Figura 118 – Represeentação do vetor


v pHTR RX1 linearizzado para formação do ccassete de expressão
introduzzido na leveedura P. pastoris. A- Vettor pHTRX1 1 . B – Repreesentação doo cassete de expressão
e
linearizaado com a enzima
e Not I.
I C - Análiise eletroforéética em gell de agarosee 0,8 %, corrado com
brometo de etídio, dod produto da M - Marcador de peso molecular; I - Vetor
d clivagem ppor Not I; MM
pHIL-D22 não lineariizado; II - Veetor pHTRX 1 linearizado
o com Not I, liberando doois fragmentos, sendo
s integra noo genoma da levedura é representado
que o caassete de exppressão que se r o pelo fragmeento de ~
5700 pb..

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99 
 

Figura 119 – Representação do vetor


v pPTRRX1 linearizado para formação do ccassete de expressão
introduzzido na leveedura P. passtoris. A- Veetor pPTRX11 . B – Repreesentação doo cassete de expressão
e
linearizaado com a enzima
e I C - Anál ise eletroforrética em gel de agarosee 0,8 %, corrado com
Bgl II.
d produto da clivagem ppor Bgl II; MM
brometo de etídio, do M - Marcaador de pesoo molecular; I - Vetor
pPIC9 nnão linearizaddo; II - Veto
or pPTRX1 llinearizado com
c Bgl II, liberando
l doois fragmento
os, sendo
que o caassete de exppressão que se
s integra noo genoma da levedura é representado
r o pelo fragmeento de ~
6000 pb..

O
Os cassetes de expreessão pHIL
L-D2/trx1/N
Not I e pP
PIC9/trx1/Bggl II favorrecem a

substituuição do lóccus de AOX


X1 nocauteaando o gen
ne AOX1, dessa
d formaa o metabollismo de

metanoll é realizadoo apenas po


or AOX2, leevando assiim a um creescimento leento em meetanol, o

t ntes MutS. A expulsão de AOX1 ocorre em um


que caraacteriza os transforman ma frequênccia de 1-

5 a cadda vinte trannsformantess (Sreekrishhna et al., 1997). Os cassetes


c pH
HIL-D2/trx1
1/Sac I e

pPIC9/ttrx1/Sac I podem see integrar em diferen


ntes regiõees do genooma, apressentando

crescim Mut+. Os controles


mento normaal em metaanol, o quee caracterizza os transfformantes M c

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
astoris
Lorena Carrdoso Cintra
   
100 
 

negativos utilizados foram os vetores pHIL-D2 e pPIC9 sem inserto linearizados com as

mesmas enzimas de restrição utilizadas para linearizar os cassetes de expressão.

Alguns relatos na literatura sugerem que para a expressão intracelular, é preferível

usar células com fenótipo MutS, pois eles terão níveis baixos da proteína álcool oxidase e a

proteína heteróloga expressa pode ser purificada com mais facilidade. Para secreção, qualquer

uma das construções Mut+ ou MutS podem ser usadas (Sreekrishna et al., 1997). O ideal para

um dado produto é testar a expressão em ambos os contextos (Cos et al., 2005).

Abdelmoula-Souissi e colaboradores (2007) expressaram um supressor de tumor

humano (P53) em P. pastoris tanto na forma intracelular como na forma secretada e

analisaram os fenótipos Mut+ e MutS. A P53 produzida intracelularmente foi produzida com

sucesso tanto pelo MutS quanto na construção Mut+, já a produzida na forma secretada foi

produzida em maior quantidade na construção MutS que, apresentou não apenas um aumento

na produção da P53, mas também na sua secreção.

Vassileva e colaboradores (2001) expressaram o antígeno de superfície da hepatite B

(HBsAg), que apresenta vários domínios transmembrana, em P. pastoris e concluíram que a

secreção não é uma boa estratégia para a expressão de HBsAg em linhagens MutS. Não foi

observada uma grande diferença no nível de expressão de IFN-λ 1 (intérferon lambda) de

humano em P. pastoris comparando os fenótipos MutS e Mut+, onde os níveis de proteína

produzida foi de 65 mg/1-1, representando cerca de 57 % do total de proteínas secretadas (Xie

et al., 2007). Embora não seja claro qual fenótipo “Mut” é mais sensível ao acúmulo de

metanol, vários pesquisadores publicaram opiniões diferentes a esse respeito. Stratton e

colaboradores (1998) e Chiruvolu e colaboradores (1997) alegaram que Mut+ são mais

sensíveis ao acúmulo de metanol; enquanto Kim e colaboradores (1997), Clare e Romanos

(1995) e Romanos (1995) propuseram que o oposto era verdadeiro.

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


Lorena Cardoso Cintra
   
101 
 

A
Após a lineearização, oss cassetes fo
foram introd
duzidos na levedura
l P. pastoris SM
MD1168

competeente por elletroporação


o. Os transsformantes foram seleecionados ppela capaciidade de

crescer em meio seletivo sem


m histidinaa por quatrro repiques consecutivvos. Foram obtidos

aproxim
madamente sessenta transforman
t ntes por μg
μ de DNA. Para oos repiquess foram

selecionnados cem colônias


c de cada constrrução (Fig. 20).

Figura 220 - Represeentação das placas de cu


ultivo dos trransformanttes de P. passtoris obtidos.

A determinação do gen
nótipo de uttilização do
o metanol e a verificaçãão da integrração do

cassete de expressão no geno


oma da leveedura P. pa
astoris podee ser realizaada pela técnica de

PCR. Foi realizadaa PCR de colônia


c de lleveduras, por
p se trataar de um m
método de sccreening

m testados dez transfformantes de cada


rápido e simples (Mirhendi et al., 20007). Foram

construçção e doiss transform


mantes dos controles negativos.
n Para as am
mplificaçõees foram

utilizadoos os oligonnucleotídeo
os 5’ AOX1 e 3’ AOX1
1 (tabela 4)). Os produt
utos da ampllificação

dos vetoores vazioss, pHIL-D2 e pPIC9, ccorrespondeem a 188 pb


p e 492 pbb, respectiv
vamente.

Como o cDNA da Trx1 tem aproximada


a amente 380 pb o produ
uto esperadoo para o pH
HTRX1 é

de 568 ppb (188 + 380


3 = 568) e o produtoo esperado para
p o casseete de expreessão pPTR
RX1 é de

872 pb (496 + 380 = 872). O resultado ddas amplificcações está representad


r do na figura
a 21. Foi

utilizadoo como conntrole positiv


vo o DNA pplasmidial obtido
o e não
o linearizaddo.

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


na 1 de Paracocccidioides brasilien
nsis em Pichia pa
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Figura 221 – Análisee eletroforéttica em gel d


de agarose 0,8
0 %, corad do com brommeto de etíddio, para
confirm
mar a presença do cDNA A/trx 1 nas ccélulas de P.. pastoris. MM-
M marcadoor de peso molecular;
m
1 a 10 – Ampliconss derivados de colônias diferentes; 11 e 12 – Controles,
C veetor vazio; 13
1 e 14 -

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Controles positivos (DNA plasmidial). A – pHTRX1/Sac I; B - pHTRX1/Not I; C – pPTRX1/Sac I; D


– pPTRX1/Bgl II.

No caso da seleção de transformantes Mut+, é possível visualizar duas bandas. Uma

correspondendo ao tamanho do cassete de expressão e a outra para o gene AOX1 nativo

(aproximadamente 2,2 kb). No caso da integração por substituição do AOX1 (MutS), é

possível ver apenas a banda correspondente ao cassete de expressão. De acordo com o

observado na figura 21, não foi possível observar o fragmento de 2,2 kb nos possíveis

integrantes Mut+. Isto possivelmente se deva à baixa processividade da enzima utilizada.

6.4 – Análise da produção de Trx1 por P. pastoris em placa Deep-weel

Os transformantes foram analisados quanto à capacidade de produzir e secretar a

tiorredoxina recombinante (rTrx1). Para seleção dos transformantes produtores da rTrx1

foram selecionados noventa e seis (96) de cada construção, correspondendo a trezentos e

oitenta e quatro no total (384). A seleção foi realizada após cultivo em meio BMMY para a

indução da proteína recombinante na presença de metanol, em placas do tipo Deep weel (com

96 poços). Os sobrenadantes de cultura e o extrato periplasmático dos transformantes foram

coletados após 4 dias de indução e analisados por Dot Blotting para verificação da presença da

proteína (Trx1). Foram escolhidos inicialmente dez clones (os mesmos do PCR de colônia de

levedura) para análise pelo Dot Blotting (Fig. 22).

Clonagem e expressão do gene da tiorredoxina 1 de Paracoccidioides brasiliensis em Pichia pastoris


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104 
 

Figura 22 – Análise por Dot Blotting daa produção o da proteín na recombiinante Trx1 por P.
pastoriss. 5 μl do sobrenadan nte de cultuura (A- pP PTRX1/Bgl II; B- pPT TRX1/Sac I e seus
respectiivos controoles negativ
vos C1 e C C2) e do lisado celu ular (C- pH HTRX1/ No ot I; D-
pHTRX X1/Sac I e seus respecttivos controoles negativos C3 e C4 4) foram apllicados direetamente
na memmbrana de niitrocelulosee. Procedeu--se o bloqueeio e a revelação onde foi utilizad
do o anti-
Trx feito em coelhoo como antiicorpo prim
mário e anti-IgG de coellho feito emm cabra conjjugado à
fosfatasse alcalina como
c secunndário. Os ttransformanntes analisaddos nessa pprimeira etaapa estão
represenntados de 1 a 10. Foi utilizado ccomo contro ole positivo
o a Trx1 proroduzida emm E. coli
(C5).

O sobrenaddante de culttura (SC) doo restante dos transform


mantes (96 dde cada con
nstrução)

também ot Blotting (dados não


m foi analisaado por Do o mostradoss). Não foi possível deetectar a

presença da Trx1 no
n SC dos transforman
t ntes (pPTRX
X1/Bgl II e pPTRX1/Sa
Sac I). Apesar disso,

quatro ttransformanntes (denom TRX1-1, 2, 3 e 4) foram


minados pPT m selecionaados para ex
xpressão

em frassco de culttura, visand


do expressãão em maiior escala. Quanto à análise do
o extrato

periplassmático, foii possível observar


o quue os transfformantes analisados
a (pHTRX1/ Not I e

pHTRX
X1/Sac I) mostraram
m a presença da rTrx1, porém os controles negativos também

reagiram
m com o anticorpo
a an
nti-Trx1. Issso possivelmente se deve a nãoo especificiidade do

anticorppo policlonaal e provav P. pastoris. Não foi


velmente peela presençaa de Trx naa levedura P

realizadda a análise para os deemais transfformantes (os de expreessão intraccelular), visto que o

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


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105 
 

resultado, devido aos fatores acima citados, seria o mesmo para os demais. Escolhemos quatro

transformantes denominados pHTRX1-1, 2, 3 e 4 para realização da produção em frasco.

Alguns autores relataram que não conseguiram detectar a proteína desejada no meio de

cultura devido às propriedades estruturais da proteína que podem influenciar a eficiência de

secreção e/ou a sua estabilidade (Cereghino et al., 2002).

6.5 - Análise da produção da proteína rTrx1 em frasco pela levedura P. pastoris

Este experimento teve como finalidade a de determinar a produção da Trx1 em frasco

e verificar o perfil de proteínas no sobrenadante de cultura e no extrato periplasmático. Os

transformantes selecionados foram os que apresentaram integração do cassete de expressão

(analisados por PCR). Os transformantes selecionados na etapa anterior, bem como os

controles negativos foram cultivados em BMMY-U, e as alíquotas do sobrenadante e do

extrato periplasmático foram coletadas em diferentes tempos (de 0, 24 h, 48 h, 72 h, 96 h e

120 h) e analisadas quanto ao perfil de proteínas em SDS-PAGE (Dados não mostrados).

No caso da produção intracelular, foi visualizada uma banda, muito fraca, entre as

bandas de 10 e 15 kDa do MM (Fig. 23). Não foi possível verificar a presença da banda

correspondente ao produto do gene da Trx1 nos transformantes pPTRX1, cuja banda esperada

seria de aproximadamente 12 kDa (Fig. 24). Em função dos resultados da produção da

proteína intracelular ter sido muito escassos em termos de quantidade de proteína, a estratégia

será em segundo momento estabelecer uma cinética melhor de produção e procurar protocolos

alternativos de extração de proteínas de leveduras que sejam mais eficientes.

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106 
 

Figura 23 - Anállise do perrfil eletrofo rético de proteínas


p do
d extrato periplasmá ático dos
transforrmantes quee integraramm o cassete de expressão pHTRX1/Sac 1 e pH HTRX1/Not I de P.
pastoris em gel de poliacrilamid
p da (15%) coorado por co omassie. 1- Controle
C neggativo (Transsformante
com pH HIL-D2 vazioo); Poço 2 e 3 – Extraato periplasm mático do trransformantee pHTRX1-1 1/Sac I e
pHTRX1-3/Sac I; 4 e 5 – Extratoo periplasmáático do transsformante pH
HTRX1-1/NoNot I e pHTRX X1-3/Not
I; 6 – Maarcador de massa
m molecu
ular.

Figura 24 - Análiise do perfiil eletroforéético de prroteínas do sobrenadan ante de culttura dos


transforrmantes quee integraramm o cassete de expressão pPTRX1 1/Sac 1 e pPPTRX1/Bgl II de P.
pastoris em gel de poliacrilamid
p da (15%) coorado por co omassie. 1- Controle
C neggativo (Transsformante
com pPIIC9 vazio); Poço 2 e 3 – Sobrenaadante de cultura c do trransformantee pPTRX1-1 1/Sac I e
pPTRX11-3/Sac I; 4 e 5 – Sobrenaadante de cuultura do tran
nsformante pPPTRX1-1/Bggl II e pPTRX1-3/Bgl
II; 6 – M
Marcador de massa
m moleccular.

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107 
 

Digilio e colaboradores (2003) obtiveram sucesso com a produção de Trx1, utilizando

o vetor pPIC9, o que não foi o caso deste trabalho, apesar da evidência do sucesso da

integração do cassete de expressão no genoma da levedura. A ausência de expressão rTrx1 no

SC desencadeou várias reflexões, dentre elas que o problema poderia estar relacionado com a

não reconstituição do sítio de kex2 na sequência, logo o peptídeo sinal não foi processado e a

proteína foi retida intracelularmente.

Em função deste fato, o sedimento celular da produção em frasco, que havia sido

armazenado, foi lisado para liberação do extrato periplasmático e o mesmo analisado por Dot

Blotting e em gel SDS PAGE, e para confirmação do ocorrido à proteína realmente não foi

secretada, ficando retida intracelularmente (dados não apresentados).

Reforçando a hipótese, foi relatada a retenção intracelular de proteínas recombinantes

em protocolos de expressão por meio do sistema de P. pastoris em fragmentos de anticorpos

scFV (Gasser et al., 2006) e tripsinogênio humano (Maurer, 2003, apud, Gasser et al., 2006,

p.360).

A sequência preproteína do fator-α de S. cerevisiae vem sendo usada com sucesso para

a expressão de proteínas heterólogas na forma secretada em P. pastoris. Tem sido

demonstrado que a produção do fator-α “maduro” a partir da molécula precursora ocorre pela

ação de peptidases em sítios específicos dentro do precursor (Ghosalkar et al., 2008).

O processamento do peptídeo sinal envolve três passos. Primeiro, a remoção do pré-

sinal pela peptidase no RE. Segundo, a endopeptidase Kex2 reconhece o duplo par de

resíduos Lys- Arg no pró-sinal. Este processo é rapidamente seguido pela clivagem da

repetição Glu-Ala (EAEA) por Ste13 (Fig. 25). A eficiência desse processo pode ser afetada

pela sequência de aminoácidos presentes em torno do sitio de clivagem. Por exemplo, é

sabido que a eficiência de clivagem, tanto de Kex2 quanto de Stel3, pode ser influenciada pela

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proximiidade de ressíduos de prrolina. Além


m do mais, a estrutura terciária
t forrmada pela proteína

exógenaa pode prooteger os siitios de clivvagem de suas respecctivas proteeases (Cereeghino e

Cregg, 22000).

Figura 225 - Região C-terminal


C do fator-α m
mostrando os
o sítios de clivagem de K 13.
Kex2 e Ste1

D
Durante a produção
p da
d proteína heteróloga precedida pela sequênncia prepro
oteína do

fator-α em célulass de levedurras, pode ssurgir uma situação qu


uando o sítitio para dip
peptidase

Stel3 see mantém e a repetição


o EAEA nãoo é completamente rem
movida da reegião N-term
minal da

proteínaa madura (B
Brake et al., 1984; Godda et al., 200
00; Carresi et
e al., 2006)).

C
Carresi e coolaboradorees (2006) uttilizaram o vetor de ex
xpressão pPPIC9 para ex
xpressão

do cDN
NA da cerrato-platanin
na (CP) doo fungo Ceratocystis
C fimbriata em P. pa
astoris e

obtiveraam em um primeiro
p ex
xperimento a proteína secretada acrescida dee quatro resíduos na

região N
N-terminal (EAEA),
( in
ndicando quee o produto
o do gene ST
TE13 não fooi capaz de eliminar

essa seqquência. Parra obter a rCP sem nennhuma sequ


uência adiciional no N--terminal, o gene cp

foi clonnado com Xho


X I / Eco
oR I no sittio de clonaagem do pllasmídeo pPPIC9 sem inserir a

sequênccia de Glu-Glu-Ala-Alla (EAEA) após o sítiio de KEX2


2, o mesmoo feito por Brake e

colaboraadores (19884).

T
Três caracteerísticas ind
dependentess poderiam ser associad
das com o aaumento/dim
minuição

do nível de expressão: (i) a raara ocorrênccia de regiõ


ões ricas em
m AT no cD
DNA está associado

com um
m nível de expressão
e elevada, (ii) um alto po
onto isoeléttrico está asssociado co
om a não

Clonagem e expressão do geene da tiorredoxin


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109 
 

detecção da proteína; (iii) a ocorrência de proteínas homólogas na levedura está associada

com um sucesso geral no experimento de expressão (Boettner et al., 2007).

Apesar da experiência com a expressão de proteínas, ainda é trabalhoso encontrar a

combinação correta de proteína e hospedeiro, isso é uma questão de "tentativa e erro" e depois

para melhorar a produção de proteína quando finalmente se obtêm sucesso na expressão

(Yokoyama, 2003).

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VÉÇvÄâáÆxá x
cxÜáÑxvà|ätá

(...) Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os


homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O
acaso determinou o contrário; e ai vos ficais eternamente hipocondríacos. (...)
Memórias Póstumas de Braz Cubas - Machado de Assis.

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110 
 

7 - Conclusões e Perspectivas

Com base nos resultados obtidos neste trabalho foi possível concluir que:

 O cDNA correspondente ao gene trx1 de P. brasiliensis foi clonado nos vetores de

expressão pHIL-D2 e pPIC9, para expressão intracelular e extracelular,

respectivamente. Os vetores construídos foram submetidos ao sequenciamento sendo

confirmada a orientação do inserto (in frame) e foi verificada a homologia com a Trx1

de P. brasiliensis.

 O procedimento de clonagem em células de leveduras P. pastoris dos vetores

contendo o gene trx1, foi realizado e permitiu a obtenção de clones de leveduras

transformantes. Foi confirmada a integração do cassete de expressão no genoma da

levedura P. pastoris.

 O sistema adotado para expressão intracelular da Trx1 utilizando a linhagem

SMD1168 de P. pastoris e o vetor pHIL-D2 apresentou baixos níveis de produção da

proteína recombinante PbTrx1 que, posteriormente, serão otimizados.

 Não foi possível detectar a proteína recombinante com o sistema adotado para

expressão extracelular da Trx1 utilizando a linhagem SMD1168 de P. pastoris e o

vetor de secreção pPIC9, apesar do sucesso da integração do cassete de expressão.

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111 
 

A partir destas conclusões têm-se como perspectivas:

 Como o sítio de Kex2 não foi reconstituído, repetir a estratégia de expressão em pPIC9,

permitindo o correto processamento do peptídeo sinal.

 Realizar o procedimento de otimização das condições de temperatura, pH, fonte de

carbono, aeração entre outros para melhorar a eficiência da produção intracelular e

proceder a purificação da proteína recombinante.

 Decifrar estrutura tridimensional da proteína recombinante.

 Determinação da relação existente entre estrutura e função por meio de experimentos de

mutações sitio-dirigidas. 

 Analisar as possíveis interações da Trx1 com outras moléculas. 

 Avaliar potenciais aplicações biotecnológicas, especialmente na nutrição e na medicina. 

   

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exyxÜ£Çv|tá
u|uÄ|ÉzÜöy|vtá
(...) os poderes sem precedentes que a ciência
põe agora a nossa disposição devem ir
acompanhados de uma grande atenção ética e
preocupação por parte da comunidade científica...
além de uma educação pública
apoiada fundamentalmente na importância da ciência e a democracia.
(Carl Sagan em O mundo assombrado pelos demônios)

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112 
 

8 - Referências bibliográficas

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