Você está na página 1de 379

Série Livros 18

Biodiversidade bentônica da região central da


Zona Econômica Exclusiva brasileira

Editores
Helena Passeri Lavrado
Barbara Lage Ignacio

Rio de Janeiro
Museu Nacional
2006
ISBN 85-7427-014-8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Reitor : Aluísio Teixeira

MUSEU NACIONAL
Diretor: Sergio Alex Kugland de Azevedo

COMISSÃO DE PUBLICAÇÕES DO MUSEU NACIONAL


Editores: Miguel Angel Monné Barrios, Ulisses Caramaschi
Editores de Área: Alexander Wilhelm Armin Kellner, Cátia Antunes de Mello Patiu, Ciro Alexandre Ávila, Débora de Oliveira
Pires, Izabel Cristina Alves Dias, João Alves de Oliveira, Marcelo Araújo de Carvalho, Maria Dulce Barcellos Gaspar de Oliveira,
Marília Lopes da Costa Facó Soares, Rita Scheel Ybert, Vânia Gonçalves Lourenço Esteves.
Normalização: Vera de Figueiredo Barbosa

COMISSÃO EDITORIAL DO VOLUME


Débora de Oliveira Pires - UFRJ/MN
Guilherme Muricy - UFRJ/MN
Andrea de Oliveira Ribeiro Junqueira – UFRJ/IB

Revisão e normalização: Gianni Fontis Celia


Projeto gráfico e diagramação: Gustavo Cadar
Capa: Roberta Autran
Foto da capa: Fernando Moraes – Museu Nacional/UFRJ
Vista do infralitoral da Ilha de Trindade.
Em destaque: o coral Montastraea cavernosa (à esquerda) e a esponja Verongula gigantea (à direita).

MUSEU NACIONAL – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Impresso no Brasil - Printed in Brazil 2006

PATROCÍNIO

����

FICHA CATALOGRÁFICA

B 615 Biodiversidade bentônica da costa central da Zona Econômica Exclusiva


brasileira / editores Helena Passeri Lavrado, Barbara Lage Ignacio.
– Rio de Janeiro : Museu Nacional, 2006.
389 p. : il. ; 27,5 cm. – (Série Livros ; 18)

Inclui bibliografia
ISBN 85-7427-014-8

1. Bentos – Brasil. 2. Biologia marinha – Brasil. 3. Zona Econômica


Exclusiva – Brasil. 4. Programa REVIZEE. I. Lavrado, Helena Passeri. II.
Ignacio, Barbara Lage. III. Museu Nacional (Brasil). IV. Série.
CDD 574.92
COMITÊ EXECUTIVO DO PROGRAMA REVIZEE
Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Ministério das Relações Exteriores (MRE)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Ministério da Educação (MEC)
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Marinha do Brasil (MB/MD)
Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq))
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)

PROGRAMA REVIZEE - SCORE CENTRAL


Coordenador Geral
Jean Louis Valentin – IB/UFRJ

Coordenador da Oceanografia Biológica


Sergio Luiz da Costa Bonecker – IB/UFRJ

Coordenadora de Bentos e Suplente da Oceanografia Biológica


Helena Passeri Lavrado – IB/UFRJ
AGRADECIMENTOS
Ao Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) e à Comissão Intermi-
nisterial para os Recursos do Mar (CIRM), pelo apoio financeiro e institucional. À Oneida Freire, diretora do
Programa de Gerenciamento Ambiental Territorial –MMA, pelo apoio durante a fase de execução das campa-
nhas de bentos do SCORE Central. À Coordenação Geral do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável
de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Programa REVIZEE) e ao coordenador do SCORE Central, Dr.
Jean Louis Valentin, pelo apoio ao grupo de bentos para a realização dos trabalhos. Ao Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelas bolsas de estudo concedidas. A todas as equipes
de triagem e identificação dos organismos bentônicos, pelo esforço e dedicação, em especial às equipes da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenadas pela Dra. Lúcia Verçosa Carvalheira, e do Instituto
de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenadas pela Dra. Priscila Araci Grohmann. Ao
biólogo Francisco José Pinho de Matos (IB/UFRJ), por sua atuação como chefe operacional das campanhas de
bentos. Ao Dr. Paulo Alberto da Silva Costa, da UNIRIO, pelo repasse do material bentônico obtido durante as
campanhas de pesca realizadas pelo N.Oc. Thalassa e patrocinadas pela Bahia Pesca S.A. À Marinha Brasileira,
pela cessão do N.Oc. Antares, durante a campanha Central I. À PETROBRAS, parceira do programa REVIZEE,
pela cessão do N/RB Astro Garoupa para as campanhas oceanográficas Central II, Central V e Central VI e por
viabilizar recursos para a realização e edição deste livro. Nossos sinceros agradecimentos aos tripulantes do
N.Oc. Antares e do N/RB Astro Garoupa e a todas as equipes científicas (pesquisadores e alunos) que parti-
ciparam das campanhas de coleta de bentos. À equipe técnica da gerência de Avaliação e Monitoramento
Ambiental do Centro de Pesquisa da PETROBRAS, pelo imensurável apoio e incentivo para a realização deste
livro. À M.Sc. Mariana de Sá Viana, pelo auxílio inestimável na fase final de editoração do volume. E a todos
os revisores deste livro, pelas críticas e sugestões valiosas.
AUTORES
Alexandre Dias Pimenta Cristiana Serejo
Departamento de Invertebrados Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Quinta da Boa Vista, s/n. São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ. 20940-040 Rio de Janeiro, RJ
E-mail: adpimenta@yahoo.com.br E-mail: csserejo@acd.ufrj.br

André Morgado Esteves Cristina Pereira Santos


Departamento de Zoologia - CCB Departamento de Invertebrados
Universidade Federal de Pernambuco Museu Nacional
Av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária Universidade Federal do Rio de Janeiro
Recife, 52171-900, PE. Quinta da Boa Vista, s/n. São Cristóvão
E-mail: andreesteves@ufpe.br 20940-040 Rio de Janeiro, RJ
E-mail: fielding@imagelink.com.br
Carlos Henrique Soares Caetano
Departamento de Zoologia Cristovam Muniz Thiago
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Departamento de Invertebrados
Av. São Francisco Xavier, 524, Maracanã Museu Nacional
Rio de Janeiro, 20550-900, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: scaphoda@yahoo.com.br Quinta da Boa Vista, s/n. São Cristóvão,
20940-040 Rio de Janeiro, RJ
Carla Catalan Nobre E-mail: cristovamthiago@yahoo.com.br
Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Daniela Batista
Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Invertebrados
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Museu Nacional
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: cacanobre@yahoo.com Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
Carlos Renato Rezende Ventura E-mail: danibiomar@uol.com.br
Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Daniela de Almeida Lopes
Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Invertebrados
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Museu Nacional
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: ventura@acd.ufrj.br Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ.
Carolina Rodrigues Tavares E-mail: danielalopes@mn.ufrj.br
Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Daniela Rezende Peçanha Fernandes
Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Botânica
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ CCS - IB, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro
E-mail: ctavares@mn.ufrj.br 21941-590, RJ
E-mail: dani.rjbio@gmail.com
Celso Rodrigues de Abreu Junior
Departamento de Invertebrados Débora de Oliveira Pires
Museu Nacional Departamento de Invertebrados
Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
E-mail: celso2001@mn.ufrj.br Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: dopires@openlink.com.br
Clovis Barreira e Castro
Departamento de Invertebrados Diogo Pagnoncelli
Museu Nacional Departamento de Invertebrados
Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
E-mail: clovis.castro@ufrj.br Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: diogopagnoncelli@hotmail.com
Eduardo Berman Livia de Laia Loiola
Departamento de Invertebrados Núcleo da Zona Costeira e Marinha
Museu Nacional Secretaria de Biodiversidade e Florestas
Universidade Federal do Rio de Janeiro Ministério do Meio Ambiente
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Sala 713
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Brasília, 70068-900, DF
E-mail: eberman001@gmail.com E-mail: llloiola@yahoo.com.br

Eduardo Hajdu Marcelo Semeraro de Medeiros


Departamento de Invertebrados Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: hajdu@acd.ufrj.br E-mail: semeraro@acd.ufrj.br

Guilherme Ramos da Silva Muricy Maíra Ventura de Oliveira


Departamento de Invertebrados Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: muricy@acd.ufrj.br E-mail: mairaventura@oi.com.br

Helena Passeri Lavrado Maria Claudia Ferreira Moreira


Departamento de Biologia Marinha Departamento de Invertebrados
Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional
CCS, Bloco A, sala 089, Ilha do Fundão Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 21949-900, RJ Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
E-mail: hpasseri@biologia.ufrj.br Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: mclaudiabio@hotmail.com
Irene Azevedo Cardoso
Departamento de Invertebrados Maria Cristina da Silva
Museu Nacional Departamento de Zoologia – CCB
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal de Pernambuco
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Av Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Recife, 52171-900, PE
E-mail: irenecardoso@mn.ufrj.br E-mail: crisbomsilva@hotmail.com

Iuri Verissimo Mariana de Sousa Carvalho


Departamento de Invertebrados Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: iuriverissimo@yahoo.com.br E-mail: mscarvalho@infolink.com.br

Leandro de Campos Monteiro Mariana Melão


Departamento de Invertebrados Departamento de Invertebrados
Museu Nacional Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: lcmonteiro@mn.ufrj.br E-mail: rmarianamelao@hotmail.com

Lísia Mônica de Souza Gestinari Michelle Klautau


Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Zoologia
Instituto de Biologia e Núcleo de Pesquisas Ecológicas e Instituto de Biologia - CCS
Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé, Macaé, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: lisiagestinari@yahoo.com.br Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, RJ
E-mail: mklautau@biologia.com.br
Neyvan Renato Rodrigues da Silva Renata Pires Nogueira Lima
Departamento de Zoologia – CCB Departamento de Invertebrados
Universidade Federal de Pernambuco Museu Nacional
Av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária Universidade Federal do Rio de Janeiro
Recife, 52171-900, PE Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
E-mail: neyvanrodrigues@hotmail.com Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: repnlima@gmail.com
Pablo Rodrigues Dominguez Rodriguez
Departamento de Invertebrados Ricardo Silva Absalão
Museu Nacional Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Biologia - CCS
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, RJ
E-mail: prdrtita@hotmail.com
Departamento de Zoologia
Paula Caetano Zama Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Departamento de Invertebrados Av. São Francisco Xavier, 524, Maracanã
Museu Nacional Rio de Janeiro, 20550-900, RJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: absalao@hotmail.com
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ. Sabine Schwientek
E-mail: paulazama@terra.com.br University of Applied Sciences
Bremen, Alemanha
Paulo Cesar de Paiva
Departamento de Zoologia Suzi Menezes Ribeiro
Instituto de Biologia - CCS Departamento de Invertebrados
Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional
Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: pcpaiva@ biologia.ufrj.br Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
Paulo Secchin Young E-mail: suzimr@ibest.com.br
In memoriam
Tatiana Fabricio Maria
Rafael Nogueira Costa Departamento de Zoologia – IBRAG
Departamento de Invertebrados Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Museu Nacional Av. São Francisco Xavier, 524, Rio de Janeiro, 20550-900, RJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: tatiana_fabricio@yahoo.com.br
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ Ulisses dos Santos Pinheiro
E-mail: rafaelnogueiracosta@hotmail.com.br Departamento de Ciências Biológicas
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Rafael da Rocha Fortes Jequié, BA
Departamento de Zoologia E-mail: upinheiro@gmail.com, ulisses@uesb.br
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Av. São Francisco Xavier, 524, Maracanã Yocie Yoneshigue Valentin
Rio de Janeiro, 20550-900, RJ Departamento de Botânica
E-mail: rafaelfortes@hotmail.com Universidade Federal do Rio de Janeiro
CCS - IB, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, RJ
Renata Carolina Mikosz Arantes E-mail: yocie@biologia.ufrj.br
Departamento de Invertebrados
Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: remikosz@yahoo.com.br

Renata Gomes Silvano


Departamento de Invertebrados
Museu Nacional
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Quinta da Boa Vista, s/n., São Cristóvão
Rio de Janeiro, 20940-040, RJ
E-mail: renatasilvano@bol.com.br
REVISORES
Abílio Soares Gomes
Instituto de Biologia Inga Ludmila Veitenheimer Mendes
Universidade Federal Fluminense (UFF) Instituto de Biociências
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Álvaro Esteves Migotto
Centro de Biologia Marinha Luis Ricardo Lopes de Simone
Universidade de São Paulo (USP) Museu de Zoologia
Universidade de São Paulo (USP)
Antonia Cecilia Zacagnini Amaral
Instituto de Biologia Paulo da Cunha Lana
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Centro de Estudos do Mar (CEM)
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Beatriz Mothes
Museu de Ciências Naturais Paulo Sumida
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo (IOUSP)
Carlos Emílio Bemvenuti
Departamento de Oceanografia Silvia Maria Pitta Beauclair Guimarães
Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Instituto de Botânica
Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo
Cláudio Tiago
Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) Solange Peixinho
Universidade de São Paulo (USP) Instituto de Biologia
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Eurico Cabral de Oliveira
Instituto de Biociências Thais Corbisier
Universidade de São Paulo (USP) Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo (IOUSP)
Georgina Bond-Buckup
Instituto de Biociências Verônica Fonseca Genevois
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Gustavo Augusto Schmidt de Melo
Museu de Zoologia
Universidade de São Paulo
EQUIPES (*Bolsistas CNPq-ITI, **Bolsistas CNPq-DTI)
1) Macroalgas 4) Nematoda

Coordenadora: Yocie Yoneshigue-Valentin – IB/UFRJ Coordenador: André Morgado Esteves – DZ/UFPE


E-mail: yocie@biologia.ufrj.br E-mail: andreesteves@ufpe.br

Equipe: Equipe:
Alessandra Marconi Loivos* Maria Cristina da Silva
André Taouil Neyvan Renato Rodrigues da Silva
Camila Barcelos Pereira* Tatiana Fabricio Maria
Carlos Frederico Deluqui Gurgel - coleta
Clarice Martins Ribeiro
Daniela Rezende Peçanha Fernandes** 5) Polychaeta
Fabiana Pellegrini Caramaschi *
Isolda Cecília Bravin Coordenador: Paulo Cesar de Paiva – IB/UFRJ
Juliana de Melo Torres Carneiro E-mail: pcpaiva@biologia.ufrj.br
Lísia Mônica de Souza Gestinari
Ronaldo Leal Carneiro identificação Equipe:
Suzana Moscardini Ribeiro* Elisa Maria da Costa e Silva
Tiago Filgueiras Porto Fabiano da Silva Attollini
Valéria Cassano Gabriela Neves de Souza
Vinícius Peruzzi de Oliveira Joana Zanol Pinheiro da Silva
Letícia de Souza Barbosa
Maria Cláudia Rayol Sola
2) Porifera Rômulo Barroso Baptista*

Coordenador: Guilherme Ramos da Silva Muricy – MN/UFRJ


E-mail: muricy@acd.ufrj.br 6) Mollusca

Equipe: Coordenador: Ricardo da Silva Absalão – IB/UFRJ


Cristina Pereira Santos E-mail: absalao@hotmail.com
Daniela Corneli Batista
Daniela de Almeida Lopes Equipe:
Diogo Pagnoncelli Alexandre Dias Pimenta
Eduardo Hajdu Carlos Henrique Soares Caetano*
João Paulo Vidal Eliézer de Carvalho Rios
Leandro de Campos Monteiro** Franklin Noel dos Santos
Maira Ventura de Oliveira Letícia Ribeiro Gonçalves Rodrigues
Mariana Melão* Paulo Márcio Santos Costa
Mariana de Sousa Carvalho Rafael da Rocha Fortes
Michelle Regina Lemos Klautau
Pablo Rodrigues Dominguez Rodriguez*
Rafael Nogueira Costa 7) Crustacea
Renata Gomes Silvano
Spyros Saliveros Bormann Coordenadores: Paulo Secchin Young MN/UFRJ (in memoriam)
Suzi Menezes Ribeiro Cristiana Serejo MN/UFRJ - atual
Ulisses dos Santos Pinheiro E-mail: csserejo@acd.ufrj.br
Maria Cláudia Ferreira Moreira
Sabine Schwientek Equipe:
André Resende de Senna
Carla Martinho de Lima Barros
3) Cnidaria Carolina Rodrigues Tavares
Celso Rodrigues de Abreu Junior**
Coordenador: Clovis Barreira e Castro – MN/UFRJ Daniela Johanna Sittrop
E-mail: clovis.castro@ufrj.br Irene Azevedo Cardoso
Ivana Candida Amâncio
Equipe: Noa Magalhães Pinto
Álvaro Esteves Migotto - USP Pablo Freire
Cristovam Muniz Thiago*
Débora de Oliveira Pires
Eduardo Berman
Livia de Laia Loiola
Marcelo Semeraro de Medeiros
Renata Carolina Mikosz Arantes
8) Echinodermata

Coordenador: Carlos Renato Rezende Ventura – MN/UFRJ


E-mail: ventura@acd.ufrj.br

Equipe:
Adriana Luiza Pimenta S. de Carvalho**
Daniela Batista C. da Silva
Ricardo Silva Varotto**

B) Centros de Triagem

UERJ (1996-2004)
Coordenadora: Lucia Verçosa Carvalheira

Equipe:
Fabiana Fernandes de Oliveira*
Gláucia Cândida de Queiroz Mattos*

UFRJ (1996-2004)
Coordenadora: Priscila Araci Grohmann – IB/UFRJ

Equipe:
Cláudio Bloise**
Eliane de Deus Henriques Muniz **
Sandro Roberto Araújo Oitaven **
Sumário
Apresentação 13
Prefácio 15

Parte 1 - Comunidade bentônica


Capítulo 1 - Caracterização do ambiente e da comunidade bentônica 19
Helena Passeri Lavrado

Parte 2 – Fitobentos
Capítulo 2 – Macroalgas 67
Yocie Yoneshigue Valentin, Lísia Mônica de Souza Gestinari & Daniela Rezende Peçanha Fernandes

Parte 3 – Zoobentos
Capítulo 3 – Filo Porifera 109
Guilherme Muricy, Cristina Pereira Santos, Daniela Batista, Daniela A. Lopes, Diogo Pagnoncelli, Leandro de Campos Monteiro,
Maíra Ventura de Oliveira, Maria Cláudia Ferreira Moreira, Mariana de Sousa Carvalho, Mariana Melão, Michelle Klautau,
Pablo Rodrigues Dominguez Rodriguez, Rafael Nogueira Costa, Renata Gomes Silvano, Sabine Schwientek, Suzi Menezes Ribeiro,
Ulisses dos Santos Pinheiro & Eduardo Hajdu

Capítulo 4 – Filo Cnidaria. Corais 147


Clovis Barreira e Castro, Débora de Oliveira Pires, Marcelo Semeraro de Medeiros, Lívia de Laia Loiola,
Renata Carolina Mikosz Arantes, Cristovam Muniz Thiago & Eduardo Berman

Capítulo 5 – Filo Nematoda 193


André Morgado Esteves, Neyvan Renato Rodrigues da Silva, Maria Cristina da Silva & Tatiana Fabrício Maria

Capítulo 6 – Filo Mollusca 211


Ricardo Silva Absalão, Carlos Henrique Soares Caetano, Rafael da Rocha Fortes

Capítulo 7 – Filo Annelida. Classe Polychaeta 261


Paulo Cesar de Paiva

Capítulo 8 – Filo Arthropoda. Subfilo Crustacea 299


Cristiana Serejo, Paulo Secchin Young, Irene Azevedo Cardoso, Carolina Rodrigues Tavares & Celso Rodrigues de Abreu Jr.

Capítulo 9 – Filo Echinodermata 339


Carlos Renato Rezende Ventura, Renata Pires Nogueira Lima, Carla Catalan Nobre, Iuri Veríssimo & Paula Caetano Zama
Apresentação

Os ambientes costeiros e oceânicos contêm a maior de 3,5 milhões de km , direitos exclusivos de soberania
2

parte da biodiversidade disponível no planeta. Não para fins de exploração e aproveitamento, conserva-
obstante, grande parte desses sistemas vem passan- ção e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos,
do por algum tipo de pressão antrópica, levando po- das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seu
pulações de importantes recursos pesqueiros, antes subsolo, bem como para a produção de energia a par-
numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em tir da água, marés, correntes e ventos.
alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em Ao lado dos direitos concedidos, a CNUDM tam-
conseqüência, ecossistemas em desequilíbrio, com bém demanda compromissos aos Estados-partes. No
a dominância de espécies de menor valor comercial, caso dos recursos vivos (englobando os estoques pes-
ocupando os nichos liberados pelas espécies sobreex- queiros e os demais recursos vivos marinhos, incluindo
plotadas, o que representa uma séria ameaça ao de- os biotecnológicos), a Convenção (Art. 61 e 62) esta-
senvolvimento sustentável. belece que deve ser avaliado o potencial sustentável
Tal situação levou a comunidade internacional a desses recursos, tendo em conta os melhores dados
efetuar esforços e pactuar normas para a conservação científicos disponíveis, de modo que fique assegura-
e exploração racional das regiões costeiras, mares e do, por meio de medidas apropriadas de conservação
oceanos, plataformas continentais e grandes fundos e gestão, que tais recursos não sejam ameaçados por
marinhos, destacando a Convenção das Nações Uni- um excesso de captura ou coleta. Essas medidas de-
das sobre o Direito do Mar e o Capítulo 17 da Agenda vem ter, também, a finalidade de restabelecer os es-
21 (Proteção dos Oceanos, de Todos os Tipos de Mares toques das espécies ameaçadas por sobreexploração
e das Zonas Costeiras, e Proteção, Uso Racional e De- e promover a otimização do esforço de captura, de
senvolvimento de seus Recursos Vivos), além da Con- modo que se produza o rendimento máximo sustentá-
venção da ONU sobre Diversidade Biológica. O Brasil vel dos recursos vivos marinhos, sob os pontos de vista
é parte destes instrumentos, tendo participado ati- econômico, social e ecológico.
vamente da elaboração de todos eles, revelando seu Para atender a esses dispositivos da CNUDM e a
grande interesse e preocupação na matéria. uma forte motivação interna, a Comissão Interministe-
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito rial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994,
do Mar – CNUDM, ratificada por mais de 100 países, é o Programa REVIZEE (Avaliação do Potencial Sustentá-
um dos maiores empreendimentos da história norma- vel de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva),
tiva das relações internacionais, dispondo sobre todos destinado a fornecer dados técnico-científicos consis-
os usos, de todos os espaços marítimos e oceânicos, tentes e atualizados, essenciais para subsidiar o orde-
que ocupam mais de 70% da superfície da Terra. O Bra- namento do setor pesqueiro nacional.
sil assinou a CNUDM em 1982 e a ratificou em 1988, Iniciado em 1995, o Programa adotou como es-
além de ter incorporado seus conceitos sobre os espa- tratégia básica o envolvimento da comunidade cien-
ços marítimos à Constituição Federal de 1988 (Art. 20, tífica nacional, especializada em pesquisa oceanográ-
incisos V e VI), os quais foram internalizados na legisla- fica e pesqueira, atuando de forma multidisciplinar
ção ordinária pela Lei N . 8.617, de 4 de janeiro de 1993. e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de
o

A Convenção encontra-se em vigor desde 16/11/1994. Pesquisa (SCOREs). Em razão dessas características, o
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um REVIZEE pode ser visto como um dos programas mais
novo conceito de espaço marítimo introduzido pela amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvi-
Convenção, sendo definida como uma área que se es- dos no País, entre aqueles voltados para as ciências do
tende desde o limite exterior do Mar Territorial, de 12 mar, determinando um esforço sem precedentes, em
milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa, no termos da provisão de recursos materiais e da contri-
caso do nosso País. O Brasil tem, na sua ZEE de cerca buição de pessoal especializado.

BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA 13


Essa estratégia está alicerçada na subdivisão da Mar (SECIRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento
ZEE em quatro grandes regiões, de acordo com suas Científico e Tecnológico (CNPq), Bahia Pesca S.A. (em-
características oceanográficas, biológicas e tipo de presa vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e
substrato dominante: Reforma Agrária do Estado da Bahia) e Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
1. Região Norte - da foz do Rio Oiapoque à foz
váveis – IBAMA, coordenador operacional do REVIZEE.
do Rio Parnaíba;
A presente edição integra uma série que traduz,
2. Região Nordeste - da foz do Rio Parnaíba até de forma sistematizada, os resultados do Programa
Salvador, incluindo o Arquipélago de Fernando REVIZEE, para as suas diversas áreas temáticas e regi-
de Noronha, o Atol das Rocas e o Arquipélago de ões, obedecendo às seguintes grandes linhas: carac-
São Pedro e São Paulo; terização ambiental (climatologia, circulação e massas
3. Região Central - de Salvador ao Cabo de São d’água, produtividade, geologia, e biodiversidade);
Tomé, incluindo as Ilhas da Trindade e Martin Vaz; estoques pesqueiros (abundância, sazonalidade, bio-
logia e dinâmica); avaliação de estoques e análise das
4. Região Sul - do Cabo de São Tomé ao Chuí.
pescarias comerciais; relatórios regionais, com a sínte-
Em cada uma dessas regiões, a responsabilidade
se do conhecimento sobre os recursos vivos; e, final-
pela coordenação e execução do Programa ficou
mente, o Sumário Executivo Nacional, com a avaliação
a cargo de um SCORE, formado por representan-
integrada do potencial sustentável de recursos vivos
tes das instituições de pesquisa locais, contando,
na Zona Econômica Exclusiva.
ainda, com a participação de membros do setor
A série, contudo, não esgota o conjunto de con-
pesqueiro regional.
tribuições do Programa para o conhecimento dos re-
O processo de supervisão do REVIZEE está orien- cursos vivos da ZEE e das suas condições de ocorrên-
tado para a garantia, em âmbito nacional, da unidade e cia. Com base no esforço de pesquisa realizado, foram,
coerência do Programa e para alavancagem de meios e ainda vêm sendo produzidos um número significa-
e recursos, em conformidade com os princípios coo- tivo de teses, trabalhos científicos, relatórios, apre-
perativos (formação de parcerias) da CIRM, por meio sentações em congresso e contribuições em reuniões
da Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos técnicas voltadas para a gestão da atividade pesqueira
do Mar – PSRM e do Comitê Executivo para o Progra- no país, comprovando a relevância do Programa na
ma. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, produção e difusão de conhecimento essencial para
esse fórum é composto pelos seguintes representan- a ocupação ordenada e o aproveitamento sustentável
tes: Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministé- dos recursos vivos da ZEE brasileira.
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
Ministério da Educação (MEC), Ministério da Ciência e Rudolf de Noronha
Tecnologia (MCT), Marinha do Brasil (MB/MD), Secre- Diretor do Programa de Gerenciamento Ambiental
taria da Comissão Interministerial para os Recursos do Territorial - MMA

14 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Prefácio

A Zona Econômica Exclusiva (ZEE), introduzida pela esforço e dedicação de mais de 100 pesquisadores e
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar alunos que trabalharam quase 10 anos para gerar essa
(CNUDM), permite ao país soberano o uso desta re- síntese de conhecimento a respeito das comunida-
gião, garantindo o direito de exploração e aproveita- des bentônicas. Agora, de maneira acessível, não só
mento dos recursos naturais das águas sobrejacentes a comunidade científica, mas todo cidadão brasileiro
ao leito do mar, do leito e do seu subsolo. A CNUDM poderá conhecer um pouco desses grupos de orga-
estabelece, ainda, a conservação e gestão destes re- nismos marinhos que vivem associados ao substrato e
cursos baseadas no conhecimento científico desta re- que também fazem parte dos ecossistemas presentes
gião que deve ser estimulado e desenvolvido por cada na ZEE brasileira.
país signatário. Neste volume da Série Documentos REVIZEE, são
O REVIZEE representa um dos maiores progra- apresentados os principais resultados técnicos obtidos
mas governamentais para o desenvolvimento cien- nas campanhas de bentos realizadas entre 1996 e 2002.
tífico e tecnológico brasileiro, buscando, a partir da O livro está estruturado em três partes. A primeira abor-
geração do conhecimento biológico sobre a ZEE, dire- da, de uma forma sintética, a descrição das campanhas
trizes para o uso sustentável destes recursos naturais realizadas e os principais resultados obtidos em rela-
e promovendo a integração da comunidade científica ção à comunidade bentônica. A segunda parte abor-
nacional e órgãos governamentais. Mais do que isso, o da a caracterização e o levantamento da flora marinha
programa promoveu um dos maiores levantamentos bentônica (macroalgas) e a terceira parte, os principais
de biodiversidade marinha já feitos no país, e que tem grupos de animais bentônicos encontrados na região
permitido um acréscimo substancial de informação central da Zona Econômica Exclusiva brasileira.
sobre os ecossistemas marinhos presentes ao longo Praticamente, em todos os grupos de fito e
da nossa margem continental. zoobentos, foram registradas novas ocorrências de es-
Apesar do principal foco do programa REVIZEE pécies para a costa brasileira ou mesmo para o Atlân-
residir em avaliação do potencial de recursos pesquei- tico Sul. Mas o presente livro não pretende esgotar
ros, muito esforço também foi feito no sentido de se o assunto per se. Muitos organismos não puderam
avaliar os ecossistemas marinhos como um todo, in- ser abordados no presente volume, como Sipuncula,
cluindo outros compartimentos biológicos, como o Bryozoa e Ascidiacea, por exemplo, em virtude de
plâncton e o bentos. Os organismos bentônicos têm falta de recursos ou especialistas disponíveis. Mesmo
um papel fundamental, não só como elo importan- aqueles grupos descritos aqui, que continuam sendo
te da teia alimentar dos ecossistemas marinhos, mas estudados, possuem um grande número de espécies
como fonte de produtos economicamente importan- marinhas ainda não identificadas. Os trabalhos não
tes. Além de serem utilizados na alimentação huma- terminaram. O Brasil ainda tem muito que conhecer
na, como crustáceos e moluscos, por exemplo, são sobre a sua margem continental, e isso tem sido o
importantes em outros setores econômicos, como na compromisso dos pesquisadores e alunos envolvidos
indústria farmacêutica, através do uso de substâncias no Programa REVIZEE: trabalhar arduamente em prol
extraídas de diversos organismos bentônicos, como do conhecimento científico brasileiro. Esperamos que
algas, esponjas e briozoários. o presente trabalho possa ter contribuído de alguma
Este livro apresenta parte do conhecimento cien- forma para reduzir as lacunas de conhecimento a
tífico gerado pelo Programa REVIZEE – SCORE Central respeito da biodiversidade marinha brasileira.
em relação ao bentos presente na região compreen-
dida entre Salvador, na Bahia, e o Cabo de São Tomé, Helena Passeri Lavrado
no Rio de Janeiro, incluindo os montes submarinos e Barbara Lage Ignacio
as Ilhas Trindade e Martins Vaz. Este volume é fruto do Editores

BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA 15


Capítulo 1
Caracterização do ambiente
e da comunidade bentônica
Helena Passeri Lavrado1

Resumo
O Programa REVIZEE teve como objetivos inventariar e estimar o potencial sustentável de captura dos recursos
vivos na Zona Econômica Exclusiva brasileira. Dentro desse contexto, o bentos apresenta uma grande importân-
cia, seja nas teias alimentares marinhas, como fonte de alimento para recursos pesqueiros pelágicos e demersais,
ou como recursos vivos com importância econômica. O presente trabalho apresenta uma caracterização do fito e
zoobentos da plataforma e talude da região central da costa brasileira, no trecho de Salvador, na Bahia (13°00’S),
ao Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro (22°30’S). O material biológico foi coletado em 222 estações, amostradas
em quatro cruzeiros oceanográficos, de 1996 a 2002. As coletas foram feitas principalmente com dragas retangu-
lares e pegadores do tipo Van Veen e box-corer. Os dados obtidos revelam que a região possui fauna e flora ben-
tônicas muito ricas, principalmente nas áreas compreendidas pelos bancos dos Abrolhos, Cadeia Vitória-Trindade,
Banco Almirante Saldanha e nas regiões próximas a Salvador (BA) e ao Cabo de São Tomé (RJ). As macroalgas
estiveram presentes na plataforma continental e borda do talude, com um predomínio de clorófitas, em termos
de riqueza e abundância, apesar da contribuição das feófitas em termos de biomassa, em alguns pontos. Foram
encontrados 31 grupos de organismos da macrofauna, com cerca de 1/3 ocorrendo em mais de 70% das estações.
A maioria dos indivíduos encontrados pertence à epifauna (animais que vivem na superfície do substrato), em
parte, devido ao tipo de amostragem realizada (dragagem) e, em parte, devido à constituição predominante dos
fundos regionais, que permitem a existência desse tipo de fauna, por vezes composta por animais sésseis, como
poríferos e corais, e que foram os mais abundantes em termos de biomassa (cerca de 85%). A endofauna (animais
que vivem enterrados na areia ou lama) também esteve bem representada por vários táxons de poliquetas, sipun-
culídeos, equinodermos, pequenos crustáceos e moluscos, sendo os dois últimos os mais abundantes em termos
de densidade. A composição e abundância da fauna estiveram relacionadas ao tipo de fundo e profundidade lo-
cal, concentrando-se em áreas rasas (até 100 m), com fundo biogênico. A heterogeneidade ambiental dada pelos
diferentes substratos existentes na plataforma e talude, a presença de nódulos de algas calcárias e a ocorrência de
regiões estuarinas, áreas recifais, bancos submersos e canyons permitem a existência de uma grande variedade de
micro-habitats e, conseqüentemente, uma maior diversidade. Apesar da ausência de uma estimativa precisa do
potencial de captura das espécies bentônicas na área, o programa REVIZEE produziu um excelente levantamento
da região, identificando espécies com potencial importância econômica, gerando registros de novas ocorrências
para a costa brasileira e descrição de espécies novas, principalmente da plataforma externa e talude continental.

Palavras-chave: bentos marinho, margem continental brasileira, Zona Econômica Exclusiva, biodiversidade,
abundância, distribuição espacial.

1. Departamento de Biologia Marinha – Instituto de Biologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão – RJ – RJ – 21949-900

LAVRADO, H. P. 2006. Capítulo 1. Caracterização do ambiente e da comunidade bentônica. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da
Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 19-64 (Série Livros n. 18) 19
Abstract
The main objectives of the REVIZEE Programme were the species inventory and the evaluation of the sustainable
yield of living resources from the Brazilian Exclusive Economic Zone. In this context, the benthos has an important
role, since it is one of the main components of marine food webs, being food to many pelagic and demersal fishing
resources or as a living resource itself. This work presents a characterization of the phyto- and zoobenthos from
the continental shelf and slope of the central Brazilian coast, between Salvador, in Bahia (13°S) to São Tomé Cape,
in Rio de Janeiro State (22°30’ S). Samples were taken in 222 stations, during 4 oceanographic cruises (1996-2002).
Sampling was made basically using rectangular dredges, Van Veen grab and a box-corer. The region presents a
rich benthic fauna and flora, especially at areas such as Abrolhos reefs, Vitória-Trindade and Almirante Saldanha
seamounts and near Salvador (BA) and São Tomé Cape (RJ). Macroalgae occurred mainly at continental shelf and
upper slope, with green algae as the most rich and abundant group, despite the biomass contribution of brown
algae in some places. Thirty-one macrobenthic groups were found, with one third occurring in more than 70% of
stations. Most organisms belong to epifauna (animals living on the substrate), in part due to the kind of equip-
ment used (basically dredges) and also to the main bottom type found in the region (mainly biogenic substrata,
with algae nodules and calcareous sediment). This substrate favours the presence of epifauna, composed mainly
by sessile animals such as sponges and corals, the most abundant organisms in terms of biomass (ca. 85%). In-
fauna (animals that live buried in the sediment) was represented by various taxa of polychaets, sipuculans, echino-
derms, small crustaceans and mollusks, the two latter being numerically dominant. The macrofauna composition
and abundance were related to bottom characteristics and local depth, with organisms being dominant in shallow
waters (up to 100m depth) with biogenic substrate such as red algae nodules. Environmental heterogeneity given
by differences in shelf and slope substrata, the presence of a biogenic bottom, estuaries, coral reefs, seamounts
and canyons provides a great variety of microhabitats and it seems to be responsible for high benthic diversity
found. Despite the lack of a precise evaluation of the economic potential of benthic living resources, the REVIZEE
programme provided an excellent species inventory, identifying species with economic value, new species occur-
rences to brazilian coast and new species to Science, specially from the outer shelf and continental slope.

Keywords: marine benthos, Brazilian continental margin, Exclusive Economic Zone, biodiversity, abundance, spa-
tial distribution.

20 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


1.1. Introdução

O ambiente marinho apresenta uma enorme varieda- importância. Por permitirem os direitos de soberania
de de seres vivos e um número de táxons superiores para fins de exploração, conservação e gestão dos re-
(90% de todas as classes ou filos existentes) muito cursos naturais marinhos, podem ser utilizados na de-
maior do que no ambiente terrestre, sendo a grande finição de parâmetros mais significativos para a avalia-
maioria composta por organismos invertebrados (May, ção de possíveis impactos ambientais na nossa costa.
1988). Essa imensa diversidade biológica tem sido mui- Além disso, a costa brasileira, com cerca de 8.500 km
to pouco estudada, apesar do seu reconhecido papel de litoral, conta com uma Zona Econômica Exclusiva de
nos ciclos biogeoquímicos dos ecossistemas e na pro- 3.500.000 km2, dos quais 70% constituem-se de áreas
dução de alimento e de produtos farmacêuticos para de talude e de regiões abissais, principalmente nas
o ser humano (Migotto & Tiago, 1999). Estima-se que regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Entretanto, até
nos oceanos ainda exista um grande número de espé- recentemente, a maior parte das pesquisas científicas
cies novas não descritas, não só em áreas profundas, já realizadas no país envolvia coletas em águas rasas
mas até mesmo em regiões mais rasas, como recifes de próximas à costa, em virtude de dificuldades logísticas
coral, estuários e baías. No Brasil, a maioria dos grupos e econômicas para se coletar em regiões profundas, o
marinhos ainda é pouco conhecida, principalmen- que foi conseguido durante o programa, permitindo
te em zonas costeiras com profundidades superiores uma caracterização de ecossistemas marinhos de pro-
a 20 m e na região do talude continental (Migotto & fundidade até então desconhecidos.
Tiago, 1999). A escassez de informações impede até Para a execução do programa REVIZEE, foi neces-
mesmo estimativas confiáveis de densidades popula- sário dividir a costa em regiões de acordo com as ca-
cionais ou biomassas que permitam a avaliação do po- racterísticas oceanográficas. Para isso, criaram-se qua-
tencial de captura de muitas espécies que constituem tro SCORES: Norte (do Rio Oiapoque ao Rio Parnaíba),
recursos vivos diretamente utilizáveis pelo homem Nordeste (do Rio Parnaíba até Salvador, incluindo Fer-
(Lana et al., 1996), como muitos dos organismos que nando de Noronha, Atol das Rocas e Arquipélago de
vivem intimamente associados ao substrato, consoli- São Pedro e São Paulo), Central (de Salvador ao Cabo
dado (rochas) ou não (lama, areia), do fundo marinho e de São Tomé, incluindo a Cadeia Vitória-Trindade) e Sul
que constituem o bentos. (do Cabo de São Tomé ao Arroio Chuí).
Em 1994, foi criado o programa REVIZEE (Progra- Além do levantamento do potencial dos recursos
ma de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos pesqueiros, o programa REVIZEE definiu, no Programa
Vivos da Zona Econômica Exclusiva) pela CIRM (Comis- Regional de Trabalho, em 1997, os objetivos de inven-
são Interministerial para os Recursos do Mar), em virtu- tariar os grandes grupos taxonômicos e as principais
de do compromisso assumido pelo Brasil ao ratificar a associações bentônicas da plataforma externa e do
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar talude continental, entre 50 e 500 m; produzir mapas
(CNUDM). O programa voltou-se basicamente para a de distribuição espacial da biomassa úmida bentônica
Zona Econômica Exclusiva, que se estende desde o li- por unidade de área na costa central; relacionar os ma-
mite externo do mar territorial (12 milhas de largura) pas obtidos com a topografia e tipo de fundo; e identi-
até as 200 milhas marítimas da costa e da região de ficar grupos com potencial econômico.
fronteira marítima da Guiana até a fronteira marítima O presente trabalho apresenta os dados refe-
com o Uruguai. As pesquisas foram iniciadas efetiva- rentes à análise da comunidade bentônica na região
mente em 1997 e, hoje, o programa representa o maior do SCORE Central, entre Salvador (BA) e Cabo de São
projeto de levantamento de dados biológicos, geoló- Tomé (RJ), visando caracterizar a comunidade de fito e
gicos, físicos e químicos da costa brasileira. zoobentos da plataforma externa e talude continental
Os dados que estão sendo gerados são de suma dentro da Zona Econômica Exclusiva brasileira.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 21


1.2. Área de Estudo da costa, com uma área de 48.000 km2. Como ilhas
oceânicas, a Ilha de Trindade localiza-se a cerca de
A região do SCORE Central abrange a ZEE entre Sal- 1.140 km da costa ao largo de Vitória, sendo o cume
vador, na Bahia (13°S), e Cabo de São Tomé, no Rio de de uma montanha vulcânica de cerca de 5.500 m.
Janeiro (22°S), incluindo as ilhas e montes submersos A ilha tem cerca de 8 km2, e a borda da plataforma
da Cadeia Vitória-Trindade, e cobrindo a plataforma situa-se a 110 m de profundidade, com sedimentos
externa e talude continental, principalmente entre 50 calcários. A Ilha de Martin Vaz situa-se a 48 km a leste
e 500 m de profundidade (Figura 1). de Trindade.
Segundo Coutinho (1995a), a plataforma con- O recobrimento sedimentar da plataforma in-
tinental da região é estreita ao norte, com cerca de terna, defronte aos estuários, é de lama fluvial moder-
8 km de largura, na altura de Salvador, alargando-se na, estendendo-se até 20-40 m de profundidade. No
ao sul, em Caravelas, formando o Banco de Abrolhos, restante, é recoberta por areias terrígenas, até 20 m, e
com cerca de 246 km de largura (Figura 1). O alarga- depois por cascalhos e areia de algas calcárias recifais
mento da plataforma entre Belmonte e o sul de Vi- (biodetríticas), além da presença de nódulos algais. Já
tória, no Espírito Santo, é o resultado do vulcanismo na plataforma média e externa, os sedimentos são bio-
ocorrido na região e do efeito da contribuição de gênicos, ricos em carbonatos. No talude, existem de-
correntes fluviais de maior porte, como os rios Pardo, pósitos caracterizados por vasas de foraminíferos. Os
Jequitinhonha e Doce. A declividade é maior no tre- substratos calcários originados de algas coralináceas
cho entre Salvador e Canavieiras (1:100 ou 10 m/km), podem ser de três tipos, segundo Coutinho (1995b):
diminuindo para 1:3.500 (0,3 m/km) entre o sul da “cascalho”, formado de uma mistura de areia e seixos
Bahia e o Espírito Santo. de calcário biogênico, constituído de fragmentos de
A profundidade média da plataforma é de cerca algas ramificadas, associadas aos moluscos e briozo-
de 60 m, e a quebra do talude ocorre próximo da isó- ários; coralináceas incrustantes, componentes impor-
bata de 70 m. A plataforma interna, acima dos 20 m, tantes dentro do sedimento inconsolidado, misturado
é predominantemente lisa, mas a superfície das pla- com algas ramificadas, briozoários, corais, moluscos
taformas média e externa apresenta canais estreitos e foraminíferos bentônicos, intimamente ligados à
e íngremes (Melo et al., 1975). O talude continental presença de um substrato duro, sobre o qual as algas
apresenta uma largura média de 80 km e valor mínimo desenvolvem-se; e rodolitos, que incluem nódulos e
de 14 km, na região de Abrolhos, alcançando 100 km concreções de algas.
entre Salvador e o Banco Royal Charlotte. Embora a maior parte do sedimento seja cons-
A costa central apresenta grandes semelhanças tituída de seixos e areia, numa grande área da região
com a costa nordeste do ponto de vista geológico, de Abrolhos, predomina a lama calcária (Melo et al.,
morfológico e sedimentológico. Sedimentos carbo- 1975).
náticos predominam, com a presença de comunida- Em geral, a morfologia é bastante heterogênea
des de algas calcárias e corais ao norte da Cadeia Vi- na plataforma (platôs, recifes, canyons, canais e vales),
tória-Trindade (ES) e de briozoários ao sul da mesma talude íngreme e substratos biogênicos com alto teor
(Coutinho, 1995b). Três canyons ocorrem na região de carbonato.
central, um próximo a Salvador, que inflete na plata- Em termos de circulação, a área do SCORE Central
forma provocando desníveis de até 1.000 m na região está basicamente sob influência da Corrente do Brasil,
próxima à isóbata de 20 m, e os de Itaparica e Cama- com temperatura máxima de 27o e mínima de 21°C,
mu. Bancos submersos são comuns, como o Banco para a profundidade de 50 m, exceto para a região ao
Royal Charlotte, com área de 8.400 km2, superfície sul do paralelo de 20°S, onde há um decréscimo da
plana e canais de 30 e 40 m de profundidade. Já o temperatura nessa profundidade, com variações sazo-
Banco dos Abrolhos, estende-se ao longo de 260 km nais pequenas de salinidade (Silva & Alvarenga, 1995).

22 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
B.Royal Charlotte 16°S
B.Minerva B.Morgan

B.Rodger
MG
B.Abrolhos B.Hotspur
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória B.Jaseur
B.Davis
Is.Trindade
Mt.sub.Columbia
Is.Martin Vaz
B.Vitória B.Dogaressa
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
B.Almt.Saldanha

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 1: Mapa da área de estudo compreendida pelo SCORE Central do Programa REVIZEE (entre Salvador – BA
– e Cabo de São Tomé – RJ) com a distribuição das estações de coleta de bentos e batimetria.

1.3. Material e Métodos com 61 pontos de coleta (Tabela 1). Setenta estações
foram amostradas na segunda campanha, sendo 74%
das amostras obtidas entre 50 e 100 m. Em 2001, a pos-
1.3.1. Estações de amostragem sibilidade de coletas até 2.000 m dentro da ZEE existiu,
e algumas áreas profundas foram amostradas. Das 49
Os dados referentes ao bentos do SCORE Central estações de coleta, cerca de 40% possuíam profundi-
foram obtidos principalmente a partir das seguintes dades acima de 100 m, sendo oito estações em áreas
campanhas: Central I (realizada em 1996), Central II (em com profundidades superiores a 1.000 m.
1997), Central V (em 2001) e Central VI (em 2002) (Ane- Um total de 222 estações de coletas foi amos-
xo 1). A Central I foi realizada a bordo do navio oceano- trado nas quatro campanhas de bentos (Central I, II, V
gráfico Antares, da Marinha Brasileira. As demais foram e VI). A maioria das estações foi amostrada na faixa de
realizadas a bordo do supply boat N/RB Astro Garoupa, 50 a 100 m, que compreende a plataforma externa e a
da Astromarítima Navegação, cedido pela Petrobras borda do talude continental. O estado do Espírito San-
para o programa REVIZEE/SCORE Central. Esse navio to concentrou o maior número de estações graças à
possui 57,16 m de comprimento, adaptado com guin- presença dos bancos e montes submersos da Cadeia
cho de popa e com capacidade de dragagem a 1.500 Vitória-Trindade (Tabelas 1 e 2). As estações foram es-
m (cabo de 4.000 m, a partir de 2001 somente). colhidas em função das atividades de prospecção do
Na primeira campanha (Central I), foram feitos grupo da Pesca, acompanhando a borda do talude, na
testes metodológicos com vários tipos de equipamen- faixa entre 50 e 500 m de profundidade (Figura 1). As
to e, devido a limitações logísticas, as coletas concen- coordenadas e profundidade de cada estação encon-
traram-se em áreas com profundidades de até 130 m, tram-se no Anexo 1.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 23


Tabela 1: Dados das campanhas oceanográficas realizadas para coleta de bentos no SCORE Central durante o
programa REVIZEE.

Campanha Período Faixa batimétrica Número de estações


Central I 06/02 –01/05/1996 20-130 m 61
Central II 19/10 - 23/11/1997 20-570 m 70
Central V 28/06 - 21/07/2001 20-2.076 m 49
Central VI 11/06 - 28/06/2002 53-1.020 m 42

Tabela 2: Faixa batimétrica e localização geográfica das estações de coleta de bentos do SCORE Central.
Faixa Número de Número de
% Estado %
batimétrica estações estações
< 50 m 38 17,1 BA 77 34,7
50-100 m 111 50,0 ES 105 47,3
100-250 m 20 9,0 RJ 40 18,0
250-500 m 27 12,2
500-1.000 m 18 8,1
> 1.000 m 8 3,6

1.3.2. Equipamentos utilizados


adaptados para amostragem em regiões de substratos
Em virtude da heterogeneidade espacial existente ao consolidados biogênicos, como regiões de bancos de
longo da região central da costa brasileira, com subs- algas calcárias e corais. Os principais equipamentos
tratos de diversos tipos, foi necessária a utilização de abaixo listados foram utilizados em uma ou mais das
mais de um tipo de equipamento, alguns tendo sido quatro campanhas realizadas:

a. Dragas
• Uma draga retangular grande fechada (engradada), com dimensões de 1,20 m de largura x 40 cm de altura x
1,5 m de comprimento e grade com 20 mm de abertura, usada nas campanhas Central V e VI (Figura 2).

Figura 2: Draga retangular fechada.

24 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


• Duas dragas retangulares grandes abertas do tipo Charcot (modificada). Esse tipo de draga é bem frágil para
operações em oceano profundo (dimensões: 1,20 m de largura, 40 cm de altura). As dragas comportam rede de
2,5 m de comprimento, com redes de malha de 1,0 cm e sobre-saco de 3,0 cm entre nós (Figura 3).

Figura 3: Draga retangular aberta tipo Charcot (modificada).

• Uma draga pequena fechada (dimensões: 60 cm de largura x 20 cm de altura x 80 cm de comprimento), com


malha de 10 mm entre nós (Figura 4).

Figura 4: Draga
retangular fechada
pequena.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 25


b. Box-corer da Ocean Instruments (cedido pela Petrobras)
Aparelho utilizado para testemunhagem de sedimentos, principalmente nas coletas das estações profundas
(> 1.000 m) ou com sedimentos lamosos, nas campanhas Central V e VI (Figura 5). Sua operação exige uma ma-
nobra especial do navio para fixar a posição da estação. A coleta com este equipamento é pontual, mas precisa
quanto ao volume amostrado, podendo-se estimar a densidade de organismos com maior precisão. Era feito um
lançamento por estação.

Figura 5. Ocean Instruments box-corer, da


PETROBRAS, utilizada em coletas profundas.
Caixa de coleta com 50 x 50 cm.

c. Busca-fundo Van Veen


Três pegadores do tipo Van Veen (Figura 6), com 0,1m2 de área amostral e capacidade de 20 L, foram utilizados na
campanha Central II, em fundos areno-lamosos. Nas demais campanhas, apesar de se encontrarem a bordo, não
foram utilizados por sua inadequação para o tipo de substrato amostrado na maioria das estações (especialmente
rodolitos, conglomerados calcários e rochas) e também pela menor precisão amostral em relação ao box-corer,
no caso das estações profundas, dominadas por substratos não consolidados, como lama e areia fina. Mais de um
lançamento por estação era efetuado, até obter-se uma amostra de no mínimo 20 L.

Figura 6: Busca-fundo tipo Van Veen (0,1 m2).

26 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


d. Outros equipamentos
Em oito coletas da campanha Central I, foram utilizados outros equipamentos como uma beam-trawl (da Univer-
sidade Santa Úrsula) e uma otter-trawl, disponíveis no N.Oc. Antares. Entretanto, essas amostras foram utilizadas
apenas para análises qualitativas.

1.3.3. Procedimento de coleta dos No laboratório, as amostras foram triadas sob mi-
organismos bentônicos croscópio estereoscópico, os organismos identificados
em grandes grupos (filos, classes e ordens), quantifica-
Os arrastos com as dragas duravam, em média, de 5 a dos e pesados. Grupos com representantes coloniais,
10 minutos, a uma velocidade de 1 a 2 nós, resultando como Bryozoa, Ascidiacea e Cnidaria, apresentaram
em áreas varridas de cerca de 370 m2 para as dragas parte do material fragmentado e não puderam ser de-
pequenas e 740 m2 para as dragas maiores. Especial- vidamente quantificados.
mente nas estações profundas, o tempo de arrasto foi Foram obtidas 259 amostras, das quais 143 por
maior (40-60 minutos) do que normalmente ocorre dragagem, 84 por Van Veen e 24 por box-corer, além
em plataformas continentais, pelo fato de a dispersão de 5 por rede de viga (beam-trawl) e 3 por rede de por-
dos animais de zonas profundas ser geralmente maior ta (otter-trawl). Devido à maior constância do uso de
e a densidade extremamente baixa. As amostragens draga em todas as campanhas e em todos os pontos,
de profundidade são lentas e demandam constante ao tipo de fundo predominante na região do SCORE
monitoramento da batimetria de fundo, do cabo, da Central (biodetrítico e calcário), à maior área amos-
posição do amostrador e seu recolhimento a bordo. trada e ao volume de material coletado pelas dragas
Durante as dragagens realizadas no N/RB Astro Garou- ser bem maior do que o dos pegadores, permitindo
pa, um mínimo de três horas foi gasto com lançamen- uma avaliação mais representativa da biomassa, op-
tos profundos. tou-se por apresentar, no presente trabalho, os dados
Independentemente da draga utilizada, eram gerados por este tipo de equipamento. É importante
retiradas, sempre que possível, três subamostras, de ressaltar que, mesmo assim, as estimativas de abun-
40 L cada, do conteúdo de cada dragagem, totalizando dância devem ser tratadas como semiquantitativas. Os
cerca de 120 L. O procedimento foi adotado para se dados obtidos pelos pegadores (Van Veen e box-corer)
ter um melhor aproveitamento do material coletado, e os referentes à campanha Central 1 foram utilizados
levando-se em consideração o custo e a dificuldade de para complementar o levantamento taxonômico de
replicação das amostras diante do tempo disponível cada grupo apresentado nos outros capítulos desse
para as campanhas. As amostras eram então lavadas livro. Os moluscos foram pesados com conchas, sem
ainda a bordo com água do mar, em peneiras de 5, 2, 1 separação das partes moles. As triagens foram feitas
e 0,5 mm, e o material triado em grandes grupos e fixado basicamente por dois centros, localizados na UERJ e
em formaldeído a 4% ou álcool 70%, dependendo do UFRJ. O material foi encaminhado, posteriormente,
tipo de organismo. aos especialistas para identificação no menor nível de
As amostras obtidas através do box-corer foram resolução taxonômica possível. Os espécimes identi-
fixadas separadamente e em frações do sedimento, ficados estão sendo depositados principalmente nas
até 20 cm. Tanto o sedimento do box-corer como do coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro e no
Van Veen foram lavados em peneiras de 0,5 ou 0,3 mm, Instituto de Biologia da UFRJ, que possuem atividades
e o material fixado em formaldeído a 4%. Um volu- de curadoria.
me total de 30 L foi amostrado com os testemunhos
do box-corer. Além disso, para não perder o material 1.3.4. Tratamento dos dados
coletado, a área restante de superfície do box-corer
(1.793,14 cm2) foi retirada com uma pá para elutriação Os dados de abundância e biomassa foram reunidos
imediata a bordo. Foram também elutriados a bordo por grupo taxonômico e estação de coleta e expres-
pelo menos 20.000 cm3 a mais do sedimento residual sos por volume amostrado pela draga (100 L). Os da-
fora dos testemunhos. dos de biomassa da fauna foram estimados a partir do

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 27


peso úmido, em gramas. Já a biomassa de macroalgas através do agrupamento das estações em função da
foi avaliada de forma indireta, através da aferição do sua similaridade, utilizando o índice de distância de
biovolume (em mL), obtido ainda a bordo. Os dados Bray-Curtis e estratégia de médias não ponderadas
também foram categorizados por estado (RJ, ES, BA) e (UPGMA). A ordenação resume dados de comunida-
faixa batimétrica e balanceados em função do número des com muitas espécies e amostras em um gráfico
de amostras geradas para cada categoria em questão. simples, podendo ser combinada com informações
Foram escolhidas cinco faixas batimétricas (<75 m, 75- ambientais para se ter uma descrição e compreensão
100 m, 100-250 m, 250-500 m, >500 m) em função da mais completa da comunidade. A análise de ordena-
profundidade da quebra da plataforma na região e ta- ção escolhida foi o Escalonamento Multidimensio-
lude continental. nal – n-MDS (Nonmetric Multidimensional Scaling) – e
A constância (freqüência de ocorrência) foi obti- análise de similaridade (ANOSIM) (Clarke & Warwick,
da pelo número de estações em que cada táxon ocor- 1994). O MDS visa organizar as estações de forma que
reu dividido pelo número total de estações e expressa aquelas que se encontrem mais próximas tenham uma
em porcentagem. composição similar, e as mais distantes tenham uma
Após a identificação, os valores de abundância composição diferente. Já a análise de similaridade visa
dos táxons da macrofauna foram colocados numa ma- verificar se as diferenças encontradas entre essas dis-
triz de dados (táxons x amostras) que foi a base das tâncias ecológicas são significativas ou não. A matriz
análises efetuadas. resultante sofreu transformação quadrática para equi-
As técnicas de análise univariada dos dados con- librar a importância relativa das espécies. As análises
sistiram no cálculo dos principais descritores bioló- descritas podem ser encontradas em Clarke e Warwick
gicos das comunidades, expressos pelo número de (1994).
táxons ou riqueza taxonômica (S), a abundância es- Finalmente, para a confecção dos mapas de dis-
timada (N), a diversidade, através do índice de Shan- tribuição espacial da riqueza taxonômica, abundância
non-Wiener (H’ log2), e o índice de eqüitabilidade (J’), estimada e biomassa estimada, as campanhas foram
considerando todos os grupos identificados em nível tratadas, no presente trabalho, de forma sinóptica, isto
de família. O índice de eqüitabilidade fornece uma é, considerando todos os dados de forma simultânea.
idéia de como está distribuída a abundância entre os
táxons, sendo máximo quando todos os táxons pos- 1.4. Resultados
suem o mesmo número de indivíduos. Também se uti-
lizou o índice de rarefação de Hurlbert (1971), conside- 1.4.1. Fitobentos
rado uma das medidas de diversidade mais usadas na
ecologia de bentos de profundidade (Rex et al., 2000) e Um total de 228 táxons de macroalgas foi obtido, sen-
que calcula o número esperado de táxons numa amos- do 103 de clorófitas (algas verdes), 95 de rodófitas
tra de n indivíduos, selecionados ao acaso, de uma co- (algas vermelhas) e 30 de feófitas (algas pardas), nas
leção contendo N indivíduos, S táxons, com Ni indiví- quatro campanhas realizadas (Central I, II, V e VI - ver
duos do táxon i, reduzindo, assim, o efeito do tamanho cap. 2). A maior proporção foi de algas verdes, com
da amostra no cálculo da diversidade. Os dados foram 45% do número total de espécies encontradas (Figu-
inseridos de forma não padronizada (sem uso restrito ra 7). Apesar da boa representatividade de táxons de
da categoria de espécie), assim como foi utilizada em algas vermelhas encontradas (cerca de 42%), esse nú-
Borowski e Thiel (1998). Todos os índices utilizados po- mero não pode ser considerado definitivo, pois muitos
dem ser encontrados em Krebs (1989). dos táxons ainda não se encontram em nível específico.
Como alguns autores consideram os descritores Conseqüentemente, esse número pode ser bem maior,
univariados pouco sensíveis às variações ambientais pois não foram computadas, por exemplo, todas as es-
(Olsgard & Gray, 1995), para determinação de padrões pécies de algas calcárias, que ainda se encontram em
de distribuição espacial das comunidades encontra- processo de identificação e que fazem parte do próprio
das, utilizaram-se também análises multivariadas de substrato encontrado na maior parte da área da costa
classificação e ordenação. A classificação foi realizada central:os nódulos de algas calcárias (rodolitos).

28 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Phaeophyta
13%

Rhodophyta
42%
Chlorophyta
45%

Figura 7: Riqueza relativa das divisões de macroalgas encontradas no SCORE Central durante as campanhas
Central I, II, V e VI.

Quanto à freqüência de ocorrência, de 58 estações parte das amostras possuía menos de cinco táxons de
analisadas em relação à presença de macroalgas, as clo- cada uma das divisões (Chlorophyta, Phaeophyta e
rófitas apareceram em 93,1% delas, as feófitas em 67,2% Rhodophyta). Alguns pontos apresentaram uma maior
e as rodófitas em 44,8%. Dessas últimas, as mais freqüen- biodiversidade, como a região ao sul de Vitória, a Ca-
tes foram as algas calcárias não articuladas (cerca de 68% deia Vitória-Trindade e a região entre Ilhéus e Abro-
das estações). Em termos de biovolume (Figura 8), as clo- lhos, na Bahia (Figuras 9 a 11). Em termos de biomassa, o
rófitas foram as mais abundantes (média de 48,6%), se- maior volume obtido foi de 20 L para as algas pardas,
guidas das feófitas (39,9%) e rodófitas (11,6%). numa estação próxima ao Rio Una, na Bahia. Outras
Os dados quantitativos analisados referem-se áreas também apresentaram uma abundância maior,
apenas às campanhas Central V e VI. Considerando o como é o caso da Cadeia Vitória Trindade, Ilhéus e pró-
número de táxons presentes em cada estação, a maior ximo à foz do Rio Jequitinhonha (Figuras 12 a 14).

Phaeophyta
40%

Chlorophyta
48%

Rhodophyta
12%

Figura 8: Abundância relativa das divisões de macroalgas encontradas no SCORE Central.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 29


Dentre as algas verdes, destacam-se os gêneros apenas 13,5% das estações (principalmente nos bancos
Caulerpa, Codium, Pseudocodium como os mais abun- submersos ao largo da Cadeia Vitória-Trindade e próxi-
dantes; dentre as algas pardas, as de maior representa- mo ao Rio Doce, no Espírito Santo).
tividade em termos de biovolume referem-se aos gêne- Apesar de a grande maioria das algas ser en-
ros Laminaria e Lobophora e, entre as algas vermelhas, contrada em águas mais rasas, até cerca de 100 m de
as calcárias articuladas, incrustantes e Peyssonelia sp. profundidade (Figura 15), algumas clorófitas foram
Deve-se ressaltar que uma boa parte do substrato exis- encontradas em locais com profundidades maiores.
tente na região de Abrolhos e Cadeia Vitória-Trindade Não foram observadas grandes variações no biovolu-
é formada por rodolitos que possuem na sua estrutura me dos principais grupos em relação à profundidade,
uma grande cobertura de algas vermelhas incrustantes apesar de uma tendência à redução da abundância
(formando as chamadas rochas vivas, na aquariofilia). O na faixa de 100 a 250 m para clorófitas e feófitas, o
gênero Laminaria, que possui uma grande importância que era esperado em função da redução de lumino-
econômica, sobretudo em países asiáticos, ocorre em sidade (Figura 16).

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Chlorophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 9: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas verdes (Chlorophyta) obtidas nas dragagens das
campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

30 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Phaeophyta

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 10: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas pardas (Phaeophyta) obtidas nas dragagens
das campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Rhodophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 11: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas vermelhas (Rhodophyta) obtidas nas dragagens
das campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 31


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S
Biovolume (mL)
1 - 500
MG 500 - 1000
1000 - 5000
R. Mucuri 5000 - 10000 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Chlorophyta

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 12: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas verdes (Chlorophyta) obtidas nas
dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Biovolume (mL)
R. Jequitinhonha
1 - 500 16°S
500 - 1000
1000 - 5000
MG
5000 - 10000
R. Mucuri 10000 - 20000 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Phaeophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 13: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas pardas (Phaeophyta) obtidas nas
dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

32 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Biovolume (mL)
R. Jequitinhonha
1 - 500 16°S
500 - 1000
1000 - 5000
MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Rhodophyta

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 14: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas vermelhas (Rhodophyta) obtidas
nas dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.

Riqueza
20

15
Número total de táxons

10

< 75m 75-100m 100-250m


Profundidade

Figura 15: Variação batimétrica da riqueza taxonômica de macroalgas, na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 33


Biovolume
10000

Biovolume (mL de algas.100L-1 ) 7500

5000

2500

-2500
< 75m 75-100m 100-250m
Profundidade

Figura 16: Variação batimétrica do biovolume total estimado de macroalgas (mL de algas por 100 L), na região
do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

1.4.2. Macrofauna Bentônica e freqüentes, obtidos na campanha Central V (2001), fo-


ram escolhidos para uma caracterização ambiental da
região do SCORE Central, visto que essa campanha foi
Abundância e biomassa relativa a mais abrangente (cerca de 78% do total de indivíduos
Considerando-se apenas os dados coletados por draga- foi obtido nessa campanha). Dentre os grupos, os mais
gem, em três campanhas (Central II, V e VI), e desconsi- abundantes foram: Crustacea (Decapoda, Amphipoda,
derando-se organismos coloniais fragmentados, foram Isopoda e Tanaidacea), Sipuncula, Polychaeta, Bivalvia e
identificados cerca de 35.000 indivíduos pertencentes Porifera (Desmospongiae). Esses grupos foram respon-
à macrofauna bentônica e distribuídos em 31 grupos sáveis por praticamente 85% do total de indivíduos co-
(de filos a ordens). Desses, os grupos mais abundantes letados (Figura 17).

Bivalvia
11%
Gastropoda Sipuncula
15% 15%

Outros
grupos
10%
Crustacea
25%
Polychaeta
Porifera 14%
10%

Figura 17: Abundância relativa dos principais grupos da macrofauna bentônica analisados no SCORE Central
durante a campanha Central V (2001).

34 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Em relação à biomassa, o quadro se altera total- juntos, contribuíram com mais de 90% do peso total
mente. Os grupos mais representativos foram as es- coletado na região (Figura 18).
ponjas (Porifera) e os corais (Cnidaria: Anthozoa) que,

Cnidaria
18%

Porifera
75% Mollusca
4%
Outros
grupos
3%

Figura 18: Biomassa relativa dos principais grupos da macrofauna bentônica analisados no SCORE Central
durante a campanha Central V (2001).

Essa discrepância se deve a diferenças no porte Considerando a abundância e biomassa dos


dos organismos, bem maiores no caso de esponjas e táxons mais representativos reunidos por estado,
corais, e também na obtenção de um maior número percebe-se que alguns grupos, como Demospongiae
de representantes da epifauna, em virtude do equipa- (Porifera), Gastropoda, Bivalvia e Decapoda, foram
mento utilizado e das características do substrato pre- relativamente mais abundantes na Bahia, enquanto
dominante na região do SCORE Central, que favorece Sipuncula, crustáceos peracáridos (Isopoda,
a ocorrência de fauna séssil de substrato consolidado. Tanaidacea e Amphipoda) e Polychaeta foram mais
Deve-se ressaltar que parte da fauna bentônica de abundantes no Espírito Santo (incluindo a Cadeia Vitó-
menor porte e que vive no interior do substrato não ria-Trindade). Já os cnidários Anthozoa predominaram
consolidado (endofauna) não pôde ser devidamente nas amostras do Rio de Janeiro (Figura 19).
estimada pelos motivos expostos acima.

100%

80%

60% RJ
ES
40%
BA
20%

0%
e

a
da
a

la

oa
ea
da

ea
da
a

ia

od
lvi
et

cu

oz
ng

id

ac
po

po
ha

va

ap
ip
n

ro

th
po
pu

id
tro

Iso
ph
Bi
lyc

iu

ec

An
na
os
Si
as

Am

ph
Po

Ta
em
G

O
D

Figura 19: Abundância relativa dos principais grupos de organismos bentônicos por estado (Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia) obtidos nas dragagens do SCORE Central – Programa REVIZEE.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 35


Com relação à biomassa, nota-se que os Echinoidea) e Sipuncula, enquanto a Bahia obteve
grupos mais representativos se alteram, assim proporcionalmente a maior biomassa de Decapoda
como sua contribuição em cada estado. O Rio de e Gastropoda. No Espírito Santo, predominaram os
Janeiro apresentou a maior parte da biomassa demais grupos, com destaque para a biomassa de
relativa de equinodermos (como Asteroidea e esponjas calcárias e Ophiuroidea (Figura 20).

100%

80%

60% RJ
ES
40%
BA
20%

0%
e

ea

ea
ea
da

a
a

a
oa
ia

et

re
lvi

od

ul
ng

id

id
id
po
oz

ha

nc

ca
va

ap
no

ro
ro
po

tro
th

pu
Bi

lyc

al
iu
te

ec
hi
An
os

C
as

ph

Si
As
Po

Ec

D
em

O
D

Figura 20: Biomassa relativa dos principais grupos de organismos bentônicos por estado (Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia) obtidos nas dragagens do SCORE Central – Programa REVIZEE.

Freqüência de ocorrência poliquetas, os equinodermos (ofiuróides e equinói-


Dos 31 grupos de organismos registrados, 13 foram des), os antozoários, os poríferos (Demospongiae) e
encontrados em mais de 70% das estações de coleta os briozoários (Figura 21). Os grupos mais raros, com
na região central: os moluscos (bivalves, gastrópodes e ocorrência inferior a 10%, foram apenas quatro: os
poliplacóforos), os crustáceos (decápodes, anfípodes, moluscos cefalópodes, as esponjas-de-vidro da classe
isópodes, tanaidáceos), os sipunculídeos, os anelídeos Hexactinellida, os hidrozoários e os holoturóides.

100
Freqüência de ocorrência (%)

80

60

40

20

0
e
Deca ia

ertea
zoa

a
oda

area
idea

zoa
a
a

Pycn oidea
da
poda

zoa
ta

ea

llida
da

ea

da
ida
oda

Nem a
oda

da
Hydr a
a

Nem a
ngia

atod
diace
pedi
ncul

hozo

ide
lv

idace

phor
chae

noid
hipo
uroid
ropo

o
hopo
Biva

ogon

o
Bryo
Isop

atop

hiop

alop
Crino

Calc

ctine
t huro
Anth
ospo
Sipu

Cirri

r
Ast e

Scyp
placo

Asci
Poly

Echi
Amp

Tana
Gast

Ophi

Scap
Stom

Ceph
Brac

Hexa
Holo
Dem

Poly

Figura 21: Freqüência de ocorrência dos principais grupos de organismos bentônicos na região do SCORE
Central obtidos na campanha Central V (equipamento: draga retangular; número de estações: 42).

36 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Distribuição espacial da macrofauna bentônica dância alcançou valores acima de 1.000 ind.100L-1. Es-
Em relação à distribuição espacial da fauna bentônica, sas estações se localizaram em áreas rasas, ao longo
praticamente 90% das estações possuíam mais de 100 de toda a região (profundidades <75 m), mas principal-
ind.100L-1, sendo que, em cerca de 1/3 delas, a abun- mente na Cadeia Vitória-Trindade – ES (Figura 22).

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 50 16°S
50 - 100
100 - 500
MG 500 - 1000
R. Mucuri 1000 - 2500 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 22: Mapa de distribuição espacial da abundância total estimada (número de indivíduos.100L-1) da
macrofauna bentônica obtida nas dragagens da campanha Central V – Programa REVIZEE.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 37


Em termos de riqueza taxonômica (número de Espírito Santo, com mais de 20 táxons de macrofauna
grupos – de filo a subordem), as áreas mais ricas foram bentônica, em estações com profundidades inferiores
as situadas ao longo da Cadeia Vitória-Trindade, no a 100 m (Figura 23).

12°S
Baía de Todos os San tos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhon ha
Número de táxons 16°S
1 - 5
5 - 10
MG 10 - 20
R. Mucuri 20 - 25 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Para íba
do Sul
C ad eia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.To mé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 23: Mapa de distribuição espacial da riqueza taxonômica (número de táxons por estação) da macrofauna
bentônica obtida nas dragagens da campanha Central V – Programa REVIZEE.

Em relação à batimetria, tanto a abundância de diversidade o índice de rarefação de Hulbert e


como a riqueza de grupos taxonômicos diminuem o índice de diversidade de Shannon-Wiener, calcu-
ao longo do talude, a partir de 100 m, sendo esse lados a partir dos dados organizados em famílias,
gradiente mais forte para o número de táxons pre- percebe-se claramente esse gradiente, determinado
sentes (Figuras 24 e 25). A grande variabilidade exis- principalmente pela riqueza, já que os valores de
tente entre as estações, demonstrada pelo desvio- eqüitabilidade foram mais semelhantes entre si, com
padrão, não permite visualizar claramente este gra- valores entre 0,6 e 0,8, indicando uma boa distri-
diente batimétrico, provavelmente devido a outras buição da abundância de organismos pelas famílias
características ambientais envolvidas, como o tipo (Figuras 26 a 28). Os valores de diversidade obtidos
de substrato e proximidade da costa que também in- variaram entre 1,18 bits.indivíduo -1, em estações com
terferem na ocorrência e abundância da macrofauna profundidades acima de 500 m, até 5,49 em estações
bentônica. Entretanto, utilizando-se como medidas de 20 m de profundidade.

38 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Abundância total
1500

1200

Número de indivíduos.100L-1
900

600

300

< 75m 75-100m 100-250m 250-500m > 500m


Profundidade

Figura 24: Abundância total estimada da macrofauna bentônica (número de indivíduos.100L-1) por classe de
profundidade na região do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

Riqueza taxonômica
25

20
Número de táxons.estação -1

15

10

0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m

Profundidade

Figura 25: Variação batimétrica da riqueza de táxons da macrofauna bentônica na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 39


Diversidade
6

5
2
Shannon-Wiener H' (log )

0
< 75m 75-100m 100-250m 250-500m > 500m

Profundidade (m)

Figura 26: Variação batimétrica do índice de Diversidade de Shannon-Wiener da macrofauna bentônica na


região do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

Índice de Rarefação
20

16

12
ES (25)

0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade

Figura 27: Variação batimétrica do índice de Rarefação (número esperado de famílias numa amostra com 25
indivíduos) da macrofauna bentônica na região do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão,
linha vertical: desvio-padrão).

40 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Eqüitabilidade
1,0

0,8

0,6
Pielou J'

0,4

0,2

0,0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade

Figura 28: Variação batimétrica da eqüitabilidade da macrofauna bentônica na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).

Distribuição espacial da abundância estimada dos víduos em estações próximas a Salvador e Abrolhos,
principais grupos da macrofauna bentônica ou Sipuncula (Figura 31), com valores elevados obtidos
Considerando-se todos os dados obtidos nas três cam- na Ilha de Trindade. Os equinodermos apresentaram
panhas (Central II, V e VI) e analisando-se a distribui- valores crescentes de abundância em direção ao Cabo
ção espacial dos oito principais grupos da macrofauna de São Tomé e Banco Almirante Saldanha (Figura 36),
bentônica (Porifera, Cnidaria, Sipuncula, Gastropoda, principalmente em função de um grande número de
Bivalvia, Polychaeta, Crustacea e Echinodermata – fi- ofiuróides, grupo predominante. O mesmo aconteceu
guras 29 a 36), percebe-se que mais de 60% das esta- com Cnidaria e Sipuncula. Os demais grupos, como
ções de coleta apresentaram abundâncias inferiores Crustacea, Polychaeta, Gastropoda e Bivalvia, apresen-
a 50 indivíduos.100L-1. Alguns grupos apresentaram taram suas abundâncias uniformemente distribuídas
abundâncias expressivas em algumas regiões, como é ao longo da plataforma externa e talude continental
o caso de Porifera (Figura 29), com mais de 500 indi- da região do SCORE Central.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 41


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Porifera

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 29: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Porifera obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S
25 - 50
50 - 100
100 - 500
MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Cnidaria

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 30: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Cnidaria obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

42 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 500 - 1500 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Sipuncula

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 31: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Sipuncula obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 18°S
500 - 1000

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Gastropoda
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 32: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Gastropoda obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V .

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 43


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Bivalvia

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 33: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Bivalvia obtidos nas dragagens
das campanhas Central II e V.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Polychaeta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 34: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Polychaeta obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

44 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
Número de indivíduos
16°S
1 - 25
25 - 50
MG 50 - 100
100 - 500
R. Mucuri 18°S
500 - 1000

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 35: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Crustacea obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Echinodermata
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 36: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Echinodermata obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 45


Distribuição espacial da biomassa estimada dos grupo em biomassa, Cnidaria, apresentou mais de
principais grupos da macrofauna bentônica 20% das estações com valores superiores a 1 kg.100L-1,
Considerando-se todos os dados obtidos nas 3 cam- ao longo do eixo Vitória-Trindade (Figura 38). Deve-
panhas (Central II, V e VI) e analisando-se a distribui- se ressaltar que parte de peso refere-se à estrutura
ção espacial dos principais grupos da macrofauna esquelética calcária de alguns hexacorais obtidos nas
bentônica (Porifera, Cnidaria, Sipuncula, Gastropoda, amostras. Os Echinodermata apresentaram as maio-
Bivalvia, Polychaeta, Crustacea e Echinodermata – fi- res biomassas entre Vitória (ES) e o Cabo de São Tomé
guras 37 a 44), percebe-se que mais de 70% das es- (RJ), devido novamente à contribuição de Ophiuroi-
tações de coleta apresentaram biomassas inferiores a dea (Figura 44). Crustacea, Sipuncula, Gastropoda, Bi-
100 g de peso úmido.100L-1 para a maioria dos grupos valvia e Polychaeta, apesar de abundantes numerica-
taxonômicos. Alguns grupos apresentaram biomas- mente e homogeneamente distribuídos ao longo de
sas expressivas em algumas regiões, como é o caso de toda a plataforma do SCORE Central, contribuem mui-
Porifera (Figura 37), com mais de 10 kg de peso úmido, to pouco para a biomassa total, com cerca de 90% das
obtidos no Banco Almirante Saldanha (RJ), e com mais estações com menos de 100 g de peso úmido.100 L-1 .
de 1 kg em 59% das estações de coleta, principalmen- Isso se deve ao porte desses animais, geralmente bem
te entre Ilhéus e o Banco dos Abrolhos. O segundo menores do que os outros grupos em questão.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha Peso Úmido (g)


16°S
0,1 - 100
100 - 500
MG 500 - 1000
R. Mucuri
1000 - 10000 18°S
10000 - 50000
ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Porifera
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 37: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Porifera obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

46 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha Peso Úmido (g) 16°S


0,1 - 100
100 - 500
MG 500 - 1000
1000 - 10000
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Cnidaria
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 38: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Cnidaria obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus
Peso Úmido (g)
R. Jequitinhonha 0,1 - 100
16°S
100 - 500

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Sipuncula

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 39: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Sipuncula obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 47


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Peso Úmido (g)


R. Jequitinhonha
0,1 - 100 16°S
100 - 500

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Gastropoda

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 40: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Gastropoda obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Peso Úmido (g)


R. Jequitinhonha
0,1 - 100 16°S
100 - 500
500 - 1000
MG 1000 - 5000

R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Bivalvia
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 41: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Bivalvia obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V.

48 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Peso Úmido (g)


R. Jequitinhonha
0,1 - 100 16°S
100 - 500

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Polychaeta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 42: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Polychaeta obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Peso Úmido (g)


R. Jequitinhonha
0,1 - 100 16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 43: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Crustacea obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 49


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Peso Úmido (g)


R. Jequitinhonha
0,1 - 100 16°S
100 - 500
500 - 1000
MG 1000 - 10000
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Echinodermata
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 44: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Echinodermata obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.

1.4.3. Interação do bentos com o substrato cebe-se claramente a relação da comunidade bentôni-
e a profundidade ca com o tipo de substrato e profundidade (Figura 46).
A análise de similaridade (ANOSIM) revelou que, consi-
A análise de agrupamento revelou a existência de qua- derando-se o fator profundidade, existe diferença sig-
tro grupos de estações: os grupos A e D, contendo es- nificativa entre o grupamento formado pelas estações
tações com profundidades acima de 500 m, com lama mais rasas e o restante das estações (R=0,571; p=0,001).
ou areia, e os grupos B e C, contendo as estações mais Quando se considera o tipo de substrato, essa diferença
rasas e com substrato formado por rodolitos ou corais/ se deve às estações com lama, que diferem do grupa-
algas calcárias (Figura 45). As estações C5-41F e C5-6F mento de estações que apresentaram rodolitos e/ou
se separaram das demais estações profundas por apre- corais e algas calcárias como substrato predominante
sentarem profundidades maiores que 1.000 m, sendo (R= 0,543; p=0,001). Por último, observa-se uma maior
que a estação C5-7F apresentou o menor número de or- variabilidade nas estações mais profundas (> 250 m),
ganismos da macrofauna. A análise de MDS reiterou os indicando uma heterogeneidade da comunidade ben-
resultados obtidos pela análise de agrupamento e per- tônica ao longo do talude continental.

50 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Central V

20
Bray-Curtis (UPGMA)

40

60

80
3R
1R

4R
5R
7R

2R

16I
7F
2F
504

517

41F
6F
25A

38R
32R
35R
28R
33R
10R
21R
27R
34R
36R
17R
16R
48R

13R
12R
20R
14R

30R
42R
45R
25R
44R
49R
23R
24R
51R

40R
100

A B C D

Figura 45: Dendrograma obtido a partir da matriz biológica contendo os dados de abundância estimada dos
grupos da macrofauna bentônica através do índice de similaridade de Bray-Curtis e utilizando o método das
médias ponderadas.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 51


Stress: 0,1
Central V
17R
24R 49R
20R
13R
23R
33R14R 12R
42R7R
44R
45R
25R 4R16R
48R
35R
10R 2R
30R
5R
36R28R
34R
27R
38R 21R
32R 2F
1R
504

51R
16I

A
25A
41F 40R 3R
517

7F

6F

Stress: 0,1
Central V
17R
24R 49R
20R
13R
23R
33R14R 12R
42R7R
44R
45R
25R 4R16R
48R
35R
10R 2R
30R
5R
36R28R
34R
27R
38R 21R
32R 2F
1R
504

51R

B
16I 25A
41F 40R 3R
517

7F

6F

Stress: 0,1
Central V
17R
24R 49R
20R
13R
23R
33R14R 12R
42R7R
44R
45R
25R 4R16R
48R
35R
10R 2R
30R
5R
36R28R
34R
27R
38R 21R
32R 2F
1R
504

C 41F
16I
40R
25A
51R

3R
517

7F

6F

Figura 46: Diagrama de MDS das estações de coleta (A) feito a partir da matriz biológica contendo os dados de
abundância estimada dos grupos da macrofauna bentônica com sobreposição em relação à profundidade (B) e
tipo de substrato (C).

52 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


1.5. Considerações gerais ambientais a que estão submetidos (Lana et al., 1996).
Além disso, o papel dos organismos bentônicos pode
Os dados obtidos para o fitobentos revelam uma gran- ser fundamental na aeração e remobilização dos fun-
de diversidade de macroalgas, que ocupam principal- dos marinhos acelerando os processos de reminerali-
mente a plataforma interna e externa da costa com- zação dos nutrientes e, conseqüentemente, interferin-
preendida entre Cabo de São Tomé (RJ) e Salvador do nos processos de produção primária e secundária
(BA). Do total encontrado até o momento (228 espé- (Lana et al., 1996).
cies - ver cap. 2), muitas são consideradas novas ocor- Os nossos resultados revelam que a região de
rências para o Atlântico Sul, refletindo, assim, o quan- plataforma e talude da costa central possui uma fau-
to ainda se desconhece sobre a flora da nossa costa. na bentônica muito rica e diversa, mesmo no nível
Essas ocorrências novas já foram objetos de trabalhos de grandes grupos taxonômicos, principalmente
publicados (Bravin et al., 1999; Yoneshigue-Valentin & nas áreas compreendidas pelos bancos submersos
Gestinari, 2000; Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001; dos Abrolhos, Cadeia Vitória-Trindade, Almirante
Pereira, 2003; Yoneshigue-Valentin et al., 2003). Saldanha e das regiões próximas a Salvador, na Bahia,
A presença da espécie de alga parda Laminaria e ao Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro. Os valores
abyssalis, típica de águas temperadas, pode ser jus- de diversidade obtidos para profundidades de até
tificada pela influência pontual de águas frias e ricas 250 m, entre 4,0 e 5,0 bits.ind -1, revelam uma platafor-
em nutrientes, como as da Água Central do Atlântico ma extremamente rica, visto que esses valores rara-
Sul (ACAS), que aflora na região de Cabo Frio e que in- mente ultrapassam 5,0 nas comunidades biológicas,
terrompe a influência marcante da Corrente do Brasil, terrestres ou marinhas (Krebs, 1989). Além disso, vá-
de águas quentes e oligotróficas, dominante na costa rios são os registros de novas ocorrências de organis-
central. mos da macrofauna para o Brasil (eg. Costa & Absalão
Muitos gêneros de algas apresentam grande 1998; Zanol et al., 2000; Absalão et al., 2001; Loiola
importância econômica em função da aplicação in- & Castro, 2001; Absalão et al., 2003; Rodrigues, 2003;
dustrial de diversos extratos, como os polissacarídeos Rodrigues & Young, 2003). A composição e abundân-
presentes na parede celular das algas (ficocolóides) cia da fauna estiveram extremamente relacionadas
ou para o consumo humano. A alga parda Laminaria com o tipo de fundo e profundidade local, fatores
abyssalis, presente na área, aparece como recurso vivo já relatados como importantes para a estruturação
de alto valor econômico. Dessa alga, pode-se extrair dessas comunidades (Snelgrove & Butman, 1994). A
o ácido algínico, usado em vários segmentos da in- grande heterogeneidade ambiental dada pela varie-
dústria, desde a indústria têxtil à de medicamentos. dade de substratos existentes na plataforma e talu-
Pesquisas recentes demonstraram que os talos dessa de, com presença de nódulos de algas calcárias, e a
espécie têm propriedades antivírus Herpes simplex-1 ocorrência de regiões estuarinas, áreas recifais, ban-
(Santos et al., 1999). Também as carragenanas e agar- cos submersos e canyons provavelmente geram uma
agar são ficocolóides extraídos de algas vermelhas, complexidade estrutural maior, com uma grande va-
como Gracilaria, Hypnea, Gelidium e Pterocladiella, e riedade de micro-habitats, permitindo a existência
que atuam como agentes emulsificantes nas indústrias de um maior número de espécies bentônicas e, con-
alimentícia, farmacêutica, cosmética, entre outras. seqüentemente, uma maior diversidade.
Com relação à fauna, além de servirem como A grande maioria dos indivíduos encontrados
recursos vivos, os organismos de meio e macrofauna pertence à epifauna (animais que vivem na superfície
bentônica têm papel importante como indicadores da do substrato). Isso se deve, em parte, ao tipo de amos-
condição ambiental nos ecossistemas marinhos. Essas tragem realizada (dragagem) e, em parte, à constitui-
comunidades são comumente utilizadas como indica- ção predominante do fundo marinho no SCORE Cen-
dores de recuperação ou degradação ambiental, visto tral, composto por substratos biodetríticos, calcários
que possuem organismos com ciclos de vida relativa- e rodolitos, que permitem a existência desse tipo de
mente longos e de natureza séssil ou sedentária, o que fauna, por vezes composta por animais sésseis, como
permite refletir, de forma bastante fiel, as condições poríferos e corais, abundantes em termos de biomas-

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 53


sa na região. Esses dados diferem dos obtidos pelo as tainhas (Mugilidae), e vários são comedores de in-
SCORE Sul, na região compreendida entre o Cabo de vertebrados bentônicos, como os peixes-borboleta,
São Tomé (RJ) e o Arroio Chuí (RS), no qual a maior par- corcorocas e pequenos pargos. Os piscívoros, como
te da biomassa da macrofauna foi composta de orga- pargos, pequenos serranídeos e carangídeos, podem
nismos vágeis ou sedentários, como equinodermos e servir, por sua vez, de alimento para os grandes preda-
crustáceos (Amaral et al., 2004), que habitam fundos dores, como tubarões, garoupas, pargos e barracudas,
arenosos e lamosos, predominantes nessa região. muitos dos quais não residem nos recifes, mas se cons-
A endofauna (animais que vivem enterrados na tituem em visitantes transitórios e estão presentes na
areia ou lama) também esteve bem representada por costa central (Rocha & Costa, 1999). Muitos dos que se
vários táxons de poliquetas, sipunculídeos, pequenos alimentam de invertebrados marinhos utilizam como
crustáceos peracáridos, moluscos e equinodermos, presas animais sésseis da epifauna, como esponjas,
sendo os crustáceos e moluscos os mais abundantes antozoários, poliquetas, corais e tunicados, ou móveis,
em termos de densidade. A separação da macrofauna como gastrópodes, bivalves, equinodermos e caran-
nessas duas categorias é fundamental para determi- guejos (Lowe-McConnell, 1999).
nar o tipo de alimentação disponível para os preda- As áreas de plataforma externa também pos-
dores, dessa forma, influenciando na sua abundância suem uma fauna bentônica bastante diversa. A fauna
e distribuição. em geral, incluindo os peixes demersais, tem sua dis-
Na plataforma interna do SCORE Central, encon- tribuição influenciada pelo tipo de fundo. Lama, areia,
tram-se grandes extensões de áreas recifais, nas quais rochas e corais apresentam comunidades distintas de
se inclui o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, peixes e invertebrados marinhos. São encontradas vá-
além de bancos de algas calcárias, formando rodolitos. rias espécies de peixes se alimentando de camarões e
As áreas recifais são conhecidas por abrigar inúme- tamburutacas e que são utilizadas por alguns animais
ras espécies de peixes e invertebrados marinhos. São piscívoros, como o espada (Trichiurus) ou cações. Mes-
sistemas altamente produtivos e diversos e situam-se mo espécies comumente piscívoras, como o espada,
em áreas tropicais, funcionando como um oásis num organismo bentopelágico abundante no SCORE Cen-
ambiente geralmente oligotrófico (pobre em nutrien- tral (Costa et al., 2005), podem se alimentar de crustá-
tes). A comunidade de peixes desses sistemas possui ceos bentônicos, como Artemesia longinaris e Squilla
hábitos alimentares variados, com muitas famílias brasiliensis, e lulas, como Loligo sanpaulensis e Ilex ar-
possuindo representantes que se alimentam de orga- gentinus (Haimovici, 1997).
nismos bentônicos, como é o caso de Serranidae (ga- Várias espécies de peixes demersais da platafor-
roupas, badejo e mero) e Lutjanidae (cioba, vermelho), ma interna se utilizam de recursos bentônicos como
duas importantes famílias encontradas ao sul da Bahia poliquetas e crustáceos (Amaral & Migotto, 1980;
e com representantes de interesse comercial (Rocha Amaral et al., 1994), podendo chegar a 40% do total
& Costa, 1999). Além disso, vários peixes utilizam as de espécies na área da plataforma externa (Soares et
algas como recursos alimentares, como é o caso de al., 1991). O vermelho ou ariocó Lutjanus synagris pode
Scaridae, Acanthuridae, Pomacentridae, Blennidae e ocorrer até cerca de 400 m de profundidade e alimen-
Kyphosidae (Lowe-McConnell, 1999). ta-se principalmente de crustáceos e peixes, incluindo,
As redes alimentares em recifes são extremamen- como itens secundários, algas e equinodermos (Ro-
te complexas. Em termos ecológicos, as macroalgas e drigues, 1974). As raias da família Rajidae se utilizam
os corais, que possuem microalgas simbiontes, desem- basicamente de recursos bentônicos e, com exceção
penham um papel importante como produtores primá- de Psamomobatis, que se alimenta principalmente de
rios nesses ambientes. Além disso, servem de alimen- anfípodes gamarídeos, braquiúros e poliquetas, as de-
tação, local de desova, abrigo e berçário para outros mais se utilizam de camarões e peixes, como as do gê-
organismos do elo da cadeia alimentar marinha, dos nero Squatina, que também ocorre no SCORE Central
quais vários considerados como recursos pesqueiros (Costa et al., 2005).
(siris, caranguejos, camarões e peixes). Alguns peixes Apesar de os dados indicarem que a pesca de
se alimentam de detritos e microalgas na areia, como arrasto de profundidade não representa uma opção

54 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


viável para o setor pesqueiro na região abrangida pelo te nas regiões profundas. Isso ocorre porque existe
SCORE Central, pelos altos custos operacionais e por uma tendência à miniaturização da fauna de profun-
não existirem grandes áreas arrastáveis disponíveis na didade, em comparação à fauna de águas rasas (Gage
região (Costa et al., 2005), a fauna de peixes demersais, & Tyler, 1991). Além disso, devido a problemas logísti-
crustáceos e cefalópodes é bem diversificada e com- cos de coleta em grandes profundidades, apenas oito
preende mais de 500 espécies. Nas áreas arrastáveis, amostras foram obtidas em profundidades maiores
o setor mais produtivo se estende desde o Rio Doce que 1.000m, dificultando uma análise mais precisa da
até o Cabo de São Tomé, seguido pelas regiões sob diversidade nesses pontos. Entretanto, deve-se res-
influência do Rio Jequitinhonha (Belmonte) e da Baía saltar que a plataforma rasa da costa central brasileira
de Todos os Santos (Salvador), coincidindo também é diferente de outras regiões do globo por apresentar
com algumas áreas de grande abundância e riqueza ecossistemas recifais, com elevada diversidade bioló-
da macrofauna bentônica, detectadas no presente es- gica, o que poderia explicar essa inesperada queda
tudo. Mesmo nas áreas consideradas não arrastáveis, de diversidade a partir da quebra do talude.
como nas regiões recifais, muitas espécies de peixes No Brasil, com exceção dos crustáceos decápodes
demersais ou mesmo de invertebrados marinhos são (camarões, siris e caranguejos) e cefalópodes (polvos e
utilizadas como alimento por peixes pelágicos que po- lulas), os organismos bentônicos não são comumen-
dem ser capturados por outras artes de pesca, como te vistos como recursos vivos em potencial e de valor
espinhéis, linhas e covos, por exemplo. Deve-se lem- econômico. Entretanto, diversos grupos presentes na
brar que as regiões recifais permitem a reprodução nossa costa possuem representantes com reconheci-
e alimentação de diversas espécies de recursos pes- da importância em outros países do mundo, tanto em
queiros importantes, devendo ser preservadas para termos de uso na alimentação humana como na indús-
a garantia e manutenção de estoques pesqueiros em tria farmacêutica.
potencial. O pargo-rosa (Pagrus pagrus), por exemplo, Dentre as esponjas, que formaram o grupo com
é uma espécie associada a recifes de coral e fundos de maior biomassa encontrada na região do SCORE Cen-
algas calcárias até 250 m de profundidade (Costa et tral, o gênero Aplysina merece especial atenção. Trata-
al., 2005). se de um dos poucos táxons de Porifera que apresen-
O talude é conhecidamente um ambiente que tam maior diversidade no Oceano Atlântico do que
possui uma riqueza de espécies maior do que se no Indo-Pacífico e, ainda, com a peculiaridade de ser
previa no passado (pouco mais de 30 anos atrás). A aparentemente tão rico na costa brasileira quanto na
abundância e a biomassa dos organismos bentôni- região do Caribe e Antilhas (Eduardo Hajdu, comuni-
cos tendem a decrescer ao longo do talude. A maior cação pessoal). Além da importância estrutural nas
parte dos recursos pesqueiros encontrados em pesca comunidades bentônicas em que ocorre, esse gênero
de fundo (Costa et al., 2005) apresentou uma maior possui substância com notória atividade antitumoral, a
biomassa até 500 m de profundidade, com 95% de aeroplysinina, na espécie Aplysina aerophoba, do Mar
espécies de peixes, diminuindo sensivelmente a par- Mediterrâneo. Além dela, mais 14 gêneros com proprie-
tir dessa profundidade e refletindo bem o padrão que dades biológicas foram encontrados (ver capítulo 3),
também foi encontrado para o bentos. A diversidade entre os quais, aqueles que apresentam atividades
costuma aumentar com a profundidade no talude, antibióticas, antifúngicas, antitumorais, citotóxicas e
com um pico entre 1.000 e 2.000 m, diminuindo no- hemolíticas (Acosta & Rodríguez, 1992; Epifanio et al.,
vamente na direção central das zonas abissais, sendo 1999; Muricy & Silva, 1999).
esse um padrão de distribuição batimétrica parabó- Os crustáceos também aparecem como re-
lico para a riqueza de espécies nos grupos dominan- cursos vivos em potencial. Algumas famílias, como
tes da macrofauna (Gage & Tyler, 1991). Entretanto, Portunidae e Geryonidae, possuem representantes
houve uma redução da diversidade da macrofauna a comercialmente explorados no Brasil, sendo o último
partir de 500 m. Essa aparente discrepância provavel- grupo representado por Chaceon ramosae, espécie de
mente se deve ao tipo de amostragem utilizada, que alto valor comercial coletado através de covos em oce-
subestima a endofauna de pequeno porte, dominan- ano profundo (300-500 m), principalmente na região

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 55


sul do país. Por outro lado, as espécies de Aristeidae, Entretanto, o grupo mais abundante e freqüente na
encontradas também na costa central brasileira e que região do SCORE Central foi o dos ofiuróides (serpen-
representam os camarões de oceano profundo, ape- tes-do-mar), seguido pelos equinóides e, de forma
sar de intensamente exploradas nas costas da África e bem rara, pelos holoturóides. Deve-se ressaltar, con-
norte da América do Sul (Guianas), são freqüentes na tudo, que a qualidade e quantidade de equinoder-
nossa costa, mas seu potencial pesqueiro na região é mos coletados nas campanhas não necessariamente
desconhecido. Dados de Costa et al. (2005) indicam refletem a realidade das densidades populacionais
que a maior parte da biomassa de decápodes, obtidos no ambiente marinho, pois sendo organismos que
por arrastos de fundo, ocorreu entre 500 e 1.000 m de geralmente fazem parte da megafauna vágil, assim
profundidade, principalmente na área de Ilhéus. Os como os crustáceos, podem ser subestimados, mes-
estomatópodes (tamburutacas), que são comumente mo com a utilização de dragas.
comercializados como “lagostins”, representam ou- Mais de 70% das estações possuíam uma bio-
tro recurso econômico no Brasil e são explorados co- massa bentônica inferior a 100 g de peso úmido por
mercialmente no Japão e Mar Mediterrâneo (Ahyong, 100 L de sedimento. Esses valores são baixos quan-
2001), estando presentes em cerca de 40% das esta- do comparados aos valores de biomassa de recursos
ções amostradas no SCORE Central. pesqueiros demersais, como peixes e decápodos
Os equinodermos geralmente constituem um dos obtidos em arrastos de fundo (Costa et al., 2005) e,
mais conspícuos grupos da fauna bentônica, encontra- provavelmente, inviabilizam, a curto prazo, qualquer
dos desde as regiões entremarés até aquelas que fazem exploração econômica desses organismos. Entretan-
parte das zonas batiais e abissais dos oceanos. Dentre to, mesmo com todo o esforço empregado na reali-
eles, os equinóides (ouriços-do-mar) e holoturóides zação de quatro campanhas oceanográficas para a
(pepinos-do-mar) são comumente utilizados na culi- coleta de bentos, ainda não foi possível estimar o
nária européia e asiática. No entanto, com o aumento real potencial bentônico da área, nem esclarecer as
da demanda mundial para consumo humano e/ou sua relações entre o bentos e os recursos pesqueiros pe-
utilização como adorno ou fins culturais, sua pesca lágicos, assim como determinar variações sazonais na
tem aumentado muito, especialmente para atender ao estrutura da comunidade desses ambientes. Apesar
mercado asiático (Otero & Kelly, 2002). da ausência de uma estimativa precisa do potencial
No Brasil, esses organismos não costumam en- econômico do bentos na área, o programa REVIZEE
trar na lista de organismos bentônicos de importân- tem permitido um excelente levantamento faunísti-
cia econômica, embora sejam explorados por algu- co da região, gerando registros de novas ocorrências
mas comunidades pesqueiras e por consumidores para a costa brasileira e descrição de espécies novas
de restaurantes de origem européia e asiática nas para a Ciência, principalmente das regiões mais pro-
grandes cidades, como São Paulo (Hadel et al., 1999). fundas (> 200 m).

56 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


1.6. Referências Bibliográficas COSTA, P.A.S.; MARTINS, A.S.; OLAVO, G.; HAIMOVICI, M.;
BRAGA, A.C. 2005. Pesca exploratória com arrasto de
fundo no talude continental da região central da costa
ABSALÃO, R. S.; MIYAGI, C.; PIMENTA, A. D. 2001. The genus brasileira entre Salvador –BA e o Cabo de São Tomé-RJ.
Brookula Iredale, 1912 (Gastropoda: Trochidae) from In: COSTA, P.A.S.; OLAVO, G. (Eds.) Pesca e potenciais de
Brazil: description of a new species, with notes on other exploração de recursos vivos na região central da Zona
South American species. Zoosystema, v. 23, n. 4, p. 675- Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu
687. Nacional. p.145-165 (Série Livros n.13).

ABSALÃO, R. S.; CAETANO, C. H. S.; PIMENTA, A. D. 2003. COUTINHO, P. N. 1995a. Oceanografia Geológica. In:
Novas ocorrências de gastrópodes e bivalves marinhos Levantamento do Estado da Arte da Pesquisa dos
no Brasil (Mollusca). Revista Brasileira de Zoologia, v. 20, Recursos Vivos Marinhos do Brasil – Programa REVIZEE.
n. 2, p. 323-328. Relatório Consolidado. FEMAR/SECIRM/MMA.

ACOSTA, A. L.; RODRÍGUEZ, A. D. 1992. 11-oxoaerothionin: a COUTINHO, P. N. 1995b. Sedimentos carbonáticos da


cytotoxic antitumor bromotyrosine-derived alkaloid from plataforma continental brasileira. Revista Geologia,
the Caribbean marine sponge Aplysina lacunosa. Journal Fortaleza, p. 65-73.
of Natural Products, v. 55, n. 7, p. 1007-1012.
EPIFANIO, R. A.; GABRIEL, R.; MARTINS, D. L.; MURICY, G. 1999.
AHYONG, S. T. 2001. Revision of the Australian Stomatopod The sesterterpene variabilin as a fish-predation deterrent
Crustacea. Records of the Australian Museum, Sydney, in the Western Atlantic sponge Ircinia strobilina. Journal of
supplement. 26, p. 1-326. Chemical Ecology, v. 25, n. 10, p. 2247-2254.

AMARAL, A. C. Z.; MIGOTTO, A. E. 1980. Importance of the GAGE, J. D.; TYLER, P. A. 1991. Deep sea biology: a natural
Polychaeta annelids on the feeding of the demersal and history of organisms at the deep sea floor. Cambridge:
epibenthic macrofauna from the Ubatuba region, Brazil. Cambridge University Press. 504 p.
Boletim do Instituto Oceanográfico São Paulo, v. 29, p. 31-
35. HADEL, V. F.; MONTEIRO, A. M. G.; DITADI, A. S. F.; TIAGO, C. G.;
TOMMASI, L. R. 1999. Echinodermata. In: MIGOTTO, A. E.;
AMARAL, A. C. Z.; NONATO, E. F.; PETTI, M. A. V. 1994. TIAGO, C. G. (Ed.). Biodiversidade do Estado de São Paulo,
Contribution of the polychaetous annelids to the diet Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, 3:
of some Brazilian fishes. Memoires du Museum National invertebrados marinhos. São Paulo: FAPESP. p. 261-271.
d’Histoire Naturelle, Paris, v. 162, p. 331-337.
HAIMOVICI, M. 1997. Recursos pesqueiros demersais da região
AMARAL, A. C. Z.; LANA, P. C.; FERNANDES, F. C.; COIMBRA, Sul. Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos
J. C. 2004. Caracterização do ambiente e da macrofauna da Zona Econômica Exclusiva – REVIZEE. Rio de Janeiro:
bentônica. In: AMARAL, A. C. Z.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, FEMAR. 80 p.
C. (Ed.). Biodiversidade bentônica da região sudeste-sul do
Brasil – plataforma externa e talude superior. São Paulo: HURLBERT, S. H. 1971. The nonconcept of species diversity: a
IOUSP. 216 p. (Série Documentos Revizee - Score Sul) critique and alternative parameters. Ecology, v. 52, p. 577-
586.
BOROWSKI, C.; THIEL, H. 1998. Deep-sea macrofaunal impacts
of a large scale physical disturbance experiment in the KREBS, C. J. 1989. Ecological methodology. New York: Harper &
southeast Pacific. Deep-sea Research II, v. 55, p. 55-81. Row Publishers. 654 p.

BRAVIN, I. C.; TORRES, J.; GURGEL, C. F. D.; YONESHIGUE- LANA, P. C.; CAMARGO, M. G.; BROGIM, R. A.; ISAAC, V.
VALENTIN, Y. 1999. Novas ocorrências de clorofíceas J. 1996. O Bentos da costa brasileira. Avaliação crítica
marinhas de profundidade para o Brasil. Hoehnea, v. 26, e levantamento bibliográfico (1858-1996). Avaliação
n. 2, p. 121 – 133. do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona
Econômica Exclusiva – REVIZEE. Rio de Janeiro: FEMAR.
CASSANO, V.; YONESHIGUE-VALENTIN, Y. 2001. Hicksia 431 p.
onlowensis (Amster & Kapraun) Silva (Ectocarpaceae –
Phaeophyta). New occurrence in deep water for the South LOIOLA, L. L.; CASTRO, C. B. 2001. Three new records of
American Atlantic Coast. Hoehnea, v. 29, n. 1, p. 267-277 Antipatharia (Cnidaria) from Brazil, including the first
Record of Schizopathidae. Boletim do Museu Nacional,
CLARKE, K. R.; WARWICK, R. M. 1994. Change in marine Zoologia, v. 455, p. 1-10.
communities: an approach to statistical analysis and
interpretation. Plymouth: Plymouth Marine Laboratory. LOWE-MCCONNELL, R. H. 1999. Estudos ecológicos de
comunidades de peixes tropicais. São Paulo: Edusp. 534 p.
COSTA, P. M. S.; ABSALÃO, R. S. 1998. Nassarina thetys sp nov
(Neogastropoda: Columbellidae): a new species from the MAY, R. M. N. 1988. How many species are there on Earth?
brazilian coast. Basteria, v. 62, p. 277-285. Science, v. 241, p. 1441-1450.

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 57


MELO, U.; SUMMERHAYES, C. P.; ELLIS, J. P. 1975. Continental RODRIGUES, C. A.; YOUNG, P. S. 2003. Duas espécies de
margin sedimentation off Brazil. Part IV. Salvador to Vitória, Acanthocarpus (Crustacea, Calappidae) para a costa do
Southeastern Brazil. Contributions to Sedimentology, v. 4, p. Brasil. Boletim do Museu Nacional, Zoologia, Rio de Janeiro,
78-116. v. 505, p. 1-8.

MIGOTTO, A.; TIAGO, C. G. (Ed.). 1999. Biodiversidade do Estado SANTOS, M. G. M.; LAGROTA, M. H. C.; MIRANDA, M. F. S.;
de São Paulo, Brasil. Síntese do conhecimento ao final do YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; WIGG, M. D. 1999. A screening
século XX. 3. Invertebrados Marinhos. São Paulo: FAPESP. for antiviral effect of extracts from Brazilian marine algae
310 p. against acyclovir resistant Herpes simplex virus type 1.
Botanica Marina, v. 42, p. 227-230.
MURICY, G.; SILVA, O. C. 1999. Esponjas marinhas do estado
do Rio de Janeiro: um recurso renovável inexplorado. In: SILVA, L. C. F.; ALVARENGA, J. B. R. 1995. Oceanografia física.
SILVA, S. H. G.; LAVRADO, H. P. (Ed.). Ecologia dos Ambientes In: Levantamento do Estado da Arte da Pesquisa dos
costeiros do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PPGE. p. Recursos Vivos Marinhos do Brasil – Programa REVIZEE.
155-178. (Série Oecologia Brasiliensis, v. 8). Relatório Consolidado. FEMAR/SECIRM/MMA.

OLSGARD, F.; GRAY, J. S. 1995. A comprehensive analysis of the SNELGROVE, P. V. R.; BUTMAN, C. A. 1994. Animal-sediment
effects of offshore oil and gas exploration and production on relationships revisited: cause versus effect. Oceanography
the benthic communities of the Norwegian continental shelf. and Marine Biology Annual Review, v. 32, p. 111-177.
Marine Ecology Progress Series, v. 122, p. 277-306.
SOARES, L. S. H.; SANTOS, S. L. F.; ALVARES, L. M. C.; APELBAUM,
OTERO, M. M.; KELLY, M. 2002. Sea urchin cultivation: R.; ARRASA, M. V.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C. L. D. B.
controlling energy flow between somatic and gonadal 1991. Ecologia trófica da ictiofauna do sistema costeiro
growth. World Aquaculture, v. 33, n. 2, p. 43-50. do litoral de Ubatuba, São Paulo, Brasil, área externa. In:
ENCONTRO BRASILEIRO DE ICTIOLOGIA, 9, Maringá.
PEREIRA, C. B. 2003. Ocorrência de Rhipilia Kutzing e Resumos... Maringá: Sociedade Brasileira de Ictiologia. p.
Rhipiliopsis A.E. Gepp (Bryopsidales – Chlorophyta) na 92.
plataforma continental dos estados da Bahia e Espírito
Santo. 44 p. Monografia (Graduação em Biologia Marinha) YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; GESTINARI, L. M. S. 2000.
- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Stenogramme interrupta (C.Agardh) Montagne ex Harvey
(Rhodophyta, Girgatinales) em águas profundas da
REX, M. A.; STUART, C. T.; COYNE, G. 2000. Latitudinal gradients Plataforma Continental brasileira, Atlântico Sul. Leandra,
of species richness in the deep-sea benthos of the North Rio de Janeiro, v. 15, p. 73-78.
Atlantic. Proceedings of National Academy of Science, USA,
v. 97, n. 8, p. 4082-4085. YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; FUJII, M. T.; GURGEL, C. F. 2003.
Osmundea lata (m. Howe & W.R. Taylor) comb. Nov.
ROCHA, L. O. F.; COSTA, P. A. 1999. Manual de identificação de (Ceramiales: Rhodophyta) from the Brazilian Southeastern
peixes marinhos para a costa central. Programa Revizee/ continental shelf. Phycologia, v. 42, n. 3, p. 96-102.
Score Central. 70p. Disponível em:<www.mma.gov.br/
port/sqa/projeto/revizee/textos.html>. Acesso em: 20 ZANOL, J.; PAIVA, P. C.; ATTOLINI, F. 2000. Eunice and Palola
dez. 2005. (Eunicidae: Polychaeta) from the eastern Brazilian coast
(13o00’ – 22o30’S). Bulletin of Marine Science, v. 67, n. 1, p.
RODRIGUES, M. M. 1974. Alimentação de ariacó, Lutjanus 449-463.
synagris Linnaeus, do estado do Ceará, Brasil. Arquivos de
Ciências do Mar, Fortaleza, v. 14, n. 1, p. 61-62.

RODRIGUES, C. A. 2003. First record of Bathynectes longispina


Stimpson, 1871 (Crustacea, Brachyura, Portunidae) from
southern Atlantic. Boletim do Museu Nacional, Zoologia,
Rio de Janeiro, v. 506, p. 1-6.

58 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


1.7. Anexo

Anexo 1: Dados sobre as estações de coleta de bentos do Programa REVIZEE/SCORE Central (Trecho de Cabo de
São Tomé/RJ-Salvador/BA). As coordenadas se encontram em graus. Campanhas: C1 = Central I, C2 = Central II,
C5 = Central V e C6 = Central VI. Equipamentos: DR = draga retangular, VV = Van Veen, BC = box-corer,
BT = beam-trawl, OT = otter-trawl.

Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude


(m) (graus) Oeste (graus)
C1 D1 VV 08/02/96 105 22,388 37,615
C1 D1-1 DR 08/02/96 124 22,391 37,620
C1 D1 BT 08/02/96 106 22,383 37,588
C1 D2 DR 13/02/96 91 22,059 40,110
C1 D3 OT 13/02/96 98 22,075 40,082
C1 D3 VV 14/02/96 25 21,954 40,641
C1 D1-2 DR 23/02/96 69 22,818 41,157
C1 D2-2 DR 23/02/96 83 22,885 41,155
C1 D3 DR 23/02/96 80 22,883 41,154
C1 D4 DR 23/02/96 70 22,851 41,152
C1 D5 DR 24/02/96 61 22,300 40,808
C1 D6 DR 24/02/96 60 22,299 40,809
C1 D7 DR 24/02/96 60 22,330 40,842
C1 AV8 BT 24/02/96 60 22,060 40,336
C1 BT9 BT 24/02/96 60 22,070 40,336
C1 AV10 BT 24/02/96 59 22,057 40,326
C1 D11 DR 24/02/96 58 22,065 40,332
C1 D12 DR 25/02/96 129 21,612 40,177
C1 D13 DR 25/02/96 20 21,166 40,572
C1 D14 DR 26/02/96 82 21,166 40,283
C1 V V15 VV 26/02/96 26 21,167 40,433
C1 V V16 VV 26/02/96 28 21,183 40,451
C1 V V17 VV 26/02/96 27 21,166 40,451
C1 V V18 VV 26/02/96 51 21,159 40,317
C1 D19 DR 26/02/96 50 21,329 40,333
C1 D20 DR 26/02/96 79 20,926 40,140
C1 V V21 VV 27/02/96 56 20,634 40,022
C1 V V22 VV 27/02/96 33 20,340 40,099
C1 D23 DR 27/02/96 36 20,352 40,093
C1 V V24 VV 27/02/96 45 20,005 39,910
C1 BT25 BT 27/02/96 45 19,994 39,911
C1 V V26 VV 27/02/96 69 19,883 39,675
C1 A V27 OT 27/02/96 23 19,745 39,833

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 59


Continuação do anexo 1
Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude
(m) (graus) Oeste (graus)
C1 A V28 OT 27/02/96 24 19,733 39,805
C1 V V29 VV 27/02/96 24 19,732 39,804
C1 D 30 DR 28/02/96 24 19,717 39,800
C1 V V31 VV 28/02/96 23 18,876 39,587
C1 D 32 DR 28/02/96 23 18,871 39,591
C1 V V33 VV 28/02/96 37 18,888 39,231
C1 V V 34 VV 28/02/96 37 18,867 39,233
C1 V V35 VV 28/02/96 25 18,867 38,967
C1 V V36 VV 29/02/96 51 18,952 38,780
C1 V V37 VV 29/02/96 52 19,098 38,588
C1 V V38 VV 29/02/96 71 19,474 38,375
C1 D 39 DR 29/02/96 84 19,478 38,374
C1 D 40 DR 29/02/96 71 19,701 38,245
C1 D 41 DR 29/02/96 69 19,699 38,240
C1 C60 DR 24/04/96 60 20,558 38,308
C1 C61 DR 24/04/96 88 20,506 37,318
C1 C62 DR 25/04/96 96 20,500 37,475
C1 C63 DR 25/04/96 61 19,674 38,136
C1 C64 VV 25/04/96 63 19,283 38,700
C1 C65 VV 25/04/96 50 18,883 39,100
C1 C66 VV 26/04/96 41 18,333 38,917
C1 C67 VV 26/04/96 12 17,967 38,683
C1 C68 DR 27/04/96 43 17,967 37,458
C1 C69 DR 27/04/96 62 17,917 35,833
C1 C70 DR 28/04/96 61 17,128 37,038
C1 C71 DR 28/04/96 48 17,033 37,540
C1 C72 DR 29/04/96 32 16,556 38,778
C1 C73 DR 29/04/96 80 16,416 38,303
C1 C74 DR 29/04/96 33 16,129 38,504
C1 C75 DR 30/04/96 45 16,115 38,034
C1 C76 DR 30/04/96 66 15,897 38,518
C1 C77 VV 30/04/96 50 15,499 38,681
C2 1R DR/VV 19/10/97 50 13,051 38,419
C2 1F DR 19/10/97 450 13,103 38,369
C2 2R DR/VV 19/10/97 50 13,649 38,765
C2 2I DR/VV 20/10/97 160 13,631 38,759
C2 2F VV 20/10/97 320 13,631 38,811
C2 3R DR/VV 21/10/97 45 14,301 38,926
C2 4R DR/VV 21/10/97 45 14,947 38,849
C2 4F VV 21/10/97 250 14,902 38,860

60 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude
(m) (graus) Oeste (graus)
C2 5R DR/VV 25/10/97 50 15,570 38,860
C2 5F DR/VV 25/10/97 545 15,592 38,624
C2 6R VV 25/10/97 45 15,938 38,067
C2 6F DR/VV 25/10/97 355 15,906 38,048
C2 7R VV 26/10/97 58 16,332 38,244
C2 8R VV 26/10/97 50 17,573 38,423
C2 9R VV 27/10/97 70 17,687 37,698
C2 9I VV 27/10/97 60 17,687 37,698
C2 9F VV 27/10/97 300 17,682 37,706
C2 10R DR/VV 14/11/97 50 17,098 36,752
C2 11R DR/VV 14/11/97 50 17,066 36,808
C2 11F DR 14/11/97 255 17,067 36,883
C2 12R VV 27/10/97 50 17,040 37,607
C2 13R VV 26/10/97 40 16,787 38,687
C2 13F DR/VV 26/10/97 409 16,805 38,671
C2 14R DR/VV 13/11/97 63 17,797 35,881
C2 15R DR/VV 13/11/97 60 18,023 35,891
C2 16R DR/VV 23/11/97 53 18,023 37,365
C2 16I DR/VV 23/11/97 82 18,073 37,328
C2 17R DR/VV 22/11/97 55 18,567 38,067
C2 18R DR/VV 22/11/97 65 18,594 37,913
C2 18F DR 22/11/97 525 18,663 37,87
C2 20R DR/VV 22/11/97 67 19,269 38,015
C2 20F DR 22/11/97 500 19,296 37,954
C2 21R DR/VV 08/11/97 55 20,706 35,457
C2 21F DR/VV 08/11/97 520 20,674 35,477
C2 22R DR/VV 08/11/97 59 20,511 35,838
C2 22F DR 08/11/97 110 20,604 35,86
C2 23R DR/VV 08/11/97 60 20,483 36,100
C2 24R DR/VV 07/11/97 62 20,351 36,637
C2 25R DR/VV 31/10/97 65 19,520 38,768
C2 25F DR/VV 31/10/97 230 19,558 38,758
C2 27R DR/VV 31/10/97 60 19,760 39,527
C2 27F DR/VV 31/10/97 180 19,781 39,537
C2 28R DR/VV 31/10/97 54 19,813 37,943
C2 28F VV 31/10/97 200 19,848 37,872
C2 29R DR/VV 16/11/97 58 19,800 37,773
C2 30R VV 01/11/97 50 20,146 37,485
C2 30F VV 01/11/97 260 20,168 37,480
C2 31R VV 01/11/97 79 20,478 37,193

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 61


Continuação do anexo 1
Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude
(m) (graus) Oeste (graus)
C2 32R VV 01/11/97 54 20,673 37,710
C2 33R VV 01/11/97 55 20,584 38,082
C2 34R DR/VV 03/11/97 55 20,767 40,099
C2 35R DR/VV 03/11/97 55 20,867 40,167
C2 35F DR/VV 03/11/97 500 20,955 40,133
C2 36R DR/VV 04/11/97 52 21,517 40,300
C2 36F VV 04/11/97 452,5 21,542 40,133
C2 37R DR/VV 06/11/97 60 22,369 37,592
C2 37I VV 06/11/97 120 20,335 37,573
C2 37F DR/VV 06/11/97 552 22,376 37,659
C2 38R VV 04/11/97 100 22,007 40,088
C2 38F VV 04/11/97 450 22,061 40,011
C2 39R VV 04/11/97 50 22,077 40,28
C2 39F VV 04/11/97 114 22,019 40,076
C2 44R DR/VV 10/11/97 65 20,857 33,643
C2 45R DR/VV 09/11/97 125 20,951 34,006
C2 46R DR/VV 09/11/97 108 20,676 34,589
C2 47R DR/VV 11/11/97 60 20,614 34,894
C2 47F DR 11/11/97 90 20,616 34,951
C2 48F DR out-nov/97 450 17,417 38,367
RECIFE
C2 MERGULHO 25/11/97 30 18,117 38,567
CALIFORNIA
C2 ABR MERGULHO 26/11/97 25 18,925 38,900
C5 504 DR 02/07/01 278 14,482 38,901
C5 509 BC 01/07/01 2076 15,795 38,366
C5 517 DR 02/07/01 750 13,370 38,611
C5 538 BC 15/07/01 1680 20,462 39,635
C5 1F BC 03/07/01 830 13,081 38,354
C5 1R DR 03/07/01 50 13,054 38,422
C5 2F DR 02/07/01 580 13,633 38,811
C5 2R DR 02/07/01 55 13,646 38,742
C5 3R DR 02/07/01 50 14,299 38,927
C5 4F DR/BC 02/07/01 1700 14,814 38,733
C5 4R DR 01/07/01 20 14,808 38,917
C5 5R DR 01/07/01 20 15,568 38,83
C5 6F DR 01/07/01 1700 15,823 38,079
C5 7F DR 30/06/01 1500 16,474 38,344
C5 7R DR 30/06/01 40 16,117 38,17
C5 10R DR 07/07/01 50 17,103 36,741
C5 12R DR 30/06/01 50 17,042 37,608

62 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude
(m) (graus) Oeste (graus)
C5 13R DR 30/06/01 50 16,786 37,686
C5 14R DR 07/07/01 60 17,800 35,875
C5 16I DR 29/06/01 100 18,045 37,329
C5 16R DR 29/06/01 100 18,059 37,315
C5 17R DR 29/06/01 65 18,663 37,870
C5 19F BC 29/06/01 1980 19,002 37,784
C5 20R DR 28/06/01 67 19,272 38,019
C5 21R DR 12/07/01 57,5 20,704 35,704
C5 23R DR 12/07/01 55 20,487 36,103
C5 24R DR 13/07/01 55 20,347 36,642
C5 25A DR 28/06/01 230 19,558 38,758
C5 25R DR 28/06/01 65 19,527 38,768
C5 27R DR 28/06/01 60 19,760 39,527
C5 28R DR 18/07/01 60 19,808 37,939
C5 30R DR 13/07/01 60 20,151 37,480
C5 32R DR 19/10/01 55 20,674 37,710
C5 33R DR 19/07/01 55 20,573 38,059
C5 34R DR 15/07/01 50 20,402 39,923
C5 35R DR 20/07/01 55 20,867 40,167
C5 35F BC 20/07/01 1000 21,217 40,217
C5 36R DR 21/07/01 52 21,500 40,300
C5 38R DR 21/07/01 100 22,007 40,088
C5 40R DR 10/07/01 180 20,513 28,842
C5 41F DR 10/07/01 360 20,500 29,270
C5 42R DR 11/07/01 85 20,738 31,828
C5 44R DR 11/07/01 65 20,857 33,636
C5 45R DR 12/07/01 108 20,678 34,584
C5 48R DR 10/07/01 52 20,489 28,855
C5 49R DR 10/07/01 57 20,519 29,351
C5 50F BC 20/07/01 1650 20,833 39,233
C5 51R DR 21/07/01 25 21,667 40,500
C5 52F BC 21/07/01 450 21,767 40,083
C6 A1 DR 18/06/02 72,3 19,732 38,365
C6 A3 DR 19/06/02 247 18,981 37,852
C6 C13 DR 26/06/02 260 16,805 38,677
C6 C44 DR 14/06/02 54 20,630 40,025
C6 R1#1 DR 13/06/02 140 21,649 40,180
C6 R1#2-1 DR 13/06/02 246 21,637 40,151
C6 R1#2-2 BC 13/06/02 252 21,627 40,155
C6 R1#3-1 DR/BC 13/06/02 500 21,658 40,101

CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DA COMUNIDADE BENTÔNICA 63


Continuação do anexo 1
Campanha Estação Equipamento Data Profundidade Latitude Sul Longitude
(m) (graus) Oeste (graus)
C6 R1#3-2 BC 13/06/02 500 21,637 40,116
C6 R1#4-1 DR/BC 13/06/02 773 21,659 40,033
C6 R1#4-2 BC 13/06/02 700 21,679 40,044
C6 R1#5 BC 13/06/02 1020 21,716 39,983
C6 R2#1-1 DR 15/06/02 92 19,760 39,518
C6 R2#1-2 DR 15/06/02 76,5 19,765 39,519
C6 R2#2-1 DR 15/06/02 215 19,766 39,506
C6 R2#2-2 BC 15/06/02 230 19,770 39,508
C6 R2#3-1 DR 15/06/02 604 19,775 39,496
C6 R2#3-2 BC 15/06/02 497 19,775 39,496
C6 R2#4 BC 15/06/02 727 19,781 39,469
C6 R2#5 BC 15/06/02 1000 19,807 39,409
C6 R3 #1 DR 21/06/02 82,9 15,828 38,607
C6 R3 #2-1 BC 21/06/02 250 15,833 38,591
C6 R3 #2-2 BC 21/06/02 264 15,833 38,591
C6 R3 #2-1 DR 21/06/02 334 15,826 38,594
C6 R3 #2-2 DR 21/06/02 269 15,816 38,599
C6 R3 #3-1 BC 21/06/02 506 15,833 38,582
C6 R3 #3-2 DR 21/06/02 446 15,833 38,583
C6 R3 #4 BC 21/06/02 753 15,833 38,569
C6 R3 #5 BC 21/06/02 977 15,833 38,547
C6 R4 #1 DR 23/06/02 91 13,075 38,392
C6 R4 #2-1 BC 23/06/02 231 13,082 38,381
C6 R4 #2-2 DR 25/06/02 316 13,238 38,578
C6 R4 #3 BC 23/06/02 480 13,087 38,372
C6 R4 #4 BC 22/06/02 1000 13,087 38,333
C6 R4 #5 BC 22/06/02 1000 13,084 38,320
C6 Y1 DR 11/06/02 58,5 22,319 40,826
C6 Y2 DR 12/06/02 270 22,382 37,588
C6 Y3 DR 14/06/02 46,3 21,165 40,329
C6 Y4 DR 14/06/02 53,5 20,633 40,025
C6 Y5 DR 15/06/02 67 19,750 39,527
C6 Y6 DR 18/06/02 85 19,518 38,766
C6 Y7 DR 28/06/02 75 20,849 40,167

64 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Capítulo 2
Macroalgas
Yocie Yoneshigue Valentin, Lísia Mônica de Souza Gestinari & Daniela Rezende Peçanha Fernandes1

Resumo
Com a implementação do Programa REVIZEE, que visou levantar os recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva,
foi possível avançar significativamente com os conhecimentos a cerca das macroalgas da plataforma continental
do Brasil. No trecho da costa brasileira no qual as coletas foram realizadas, as profundidades variaram entre
18 e 182 m e englobaram 137 estações distribuídas entre os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro
(13°00’S – 22°53’S; 28°50’W – 41°09’W). Foram identificados 228 táxons pertencentes às divisões Chlorophyta
(103), Phaeophyta (30) e Rhodophyta (95). As ordens mais representativas foram Bryopsidales (56%) e
Cladophorales (32%) dentre as algas verdes, Dictyotales (64%), Sporochnales e Laminariales (ambas com 10%)
dentre as pardas, e Ceramiales (38%) e Halymeniales (15%) dentre as algas vermelhas. Analisando a composição
específica encontrada, observou-se a presença de espécies com afinidade tropical que são influenciadas pelas
águas quentes da Corrente do Brasil, havendo a predominância em algumas áreas das ordens Bryopsidales,
Cladophorales, Dictyotales e Ceramiales, características de regiões tropicais. Outras espécies têm preferência
por águas mais frias, como aquelas de localidades influenciadas pelas Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS).
Nessas localidades, foram encontradas as ordens Sporochnales e Laminariales, que costumam desenvolver-se
em regiões com peculiaridades de águas temperadas quentes. Na área estudada, foram encontradas diversas
espécies de interesse econômico, como é o caso de Laminaria abyssalis A.B. Joly & E.C. Oliveira, que possui
importância farmacológica devido à sua atividade antiviral. Espécies de Gracilaria e Hypnea, amplamente
utilizadas por indústrias alimentícias em função da presença em seus talos dos ficocolóides agar-agar e
carragenana, respectivamente, também foram encontradas. Portanto, a presença e o estudo dessas macroalgas
de interesse econômico confirmam a importância da plataforma continental como uma zona estratégica de
recursos para o país.

Palavras-chave: macroalgas, Plataforma Continental, Brasil, Oceano Atlântico Sul.

1. Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CEP: 21941-900, Rio de Janeiro, Brasil

YONESHIGUE - VALENTIN, Y.; GESTINARI, L.M.S.; e FERNANDES, D.R.P. 2006. Capítulo 2. Macroalgas. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região
central da Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 67-105 (Série Livros n. 18) 67
Abstract
The implementation of the REVIZEE Program, which aimed to survey the living resources from the Exclusive
Economic Zone, made possible to improve, significantly, the knowledge about macroalgae from the continental
shelf of Brazil. In the Brazilian coastal area, where samplings were performed, the depth ranged from 18 to 182
meters and 137 stations distributed among the States of Bahia, Espírito Santo and Rio de Janeiro (13°00’S –
22°53’S; 28°50’W – 41°09’W) were sampled. There were identified 228 taxa belonging to the Divisions Chlorophyta
(103), Phaeophyta (30) and Rhodophyta (95). The most representative Orders were Bryopsidales (56%) and
Cladophorales (32%) - among the green algae - Dictyotales (64%), Sporochnales and Laminariales (both with 10%)
– among the brown algae - and Ceramiales (38%) and Halymeniales (15%) – among the red ones. Analyzing the
registered species composition, it was noticed the presence of species with tropical affinities which are influenced
by the warm waters of the Brazilian Current showing the predominance, in some areas, of the Orders Bryopsidales,
Cladophorales, Dictyotales and Ceramiales, characteristic from tropical regions. Other species have affinities for
cold waters, such as those from localities influenced by the South Atlantic Central Waters (ACAS). In these localities
were found the Orders Sporochnales and Laminariales, that grow in regions with peculiar temperate warm waters.
In the studied area were found many species of economic importance, such as Laminaria abyssalis A.B. Joly & E.C.
Oliveira, which possess pharmacological use because of its antiviral activity. Gracilaria and Hypnea species, largely
used by food industries do due to the presence of the phycocoloids agar-agar and carragenana, respectively, in
their thalli were also observed. Thus, the presence and the study of these macroalgae of economic importance
confirm the relevance of the continental shelf as a strategic zone of resources to the Country.

Keywords: Macroalgae, Continental Shelf, Brazil, South Atlantic Ocean.

68 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


2.1. Introdução

No planeta Terra, cerca de três quartos da superfície Distinguem-se três divisões principais de ma-
estão cobertos por mares e oceanos, nos quais a fo- croalgas de acordo com a predominância de seus
tossíntese é realizada por vários tipos de organismos, pigmentos: Chlorophyta (algas verdes), Phaeophyta
entre eles, as algas. (algas pardas) e Rhodophyta (algas vermelhas).
O termo alga é informal, não correspondendo Esses organismos fotossintetizantes, altamente
a uma categoria taxonômica específica. Trata-se de diversificados em sua morfologia, contribuem
um grupo constituído por espécies pertencentes a largamente para o funcionamento dos ecossistemas
divisões distintas, com características pouco comuns costeiros, sobretudo na oxigenação do meio,
entre elas (Oliveira, 1996). As algas unicelulares vivem absorção e transformação de nutrientes inorgânicos
geralmente suspensas na massa d’água e são denomi- e na sustentação da cadeia alimentar. As populações
nadas espécies planctônicas. As algas multicelulares macroalgáceas desempenham um papel importante
ou macroalgas são visíveis a olho nu e, na sua grande na ecologia marinha como produtores primários,
maioria, vivem fixas a um substrato consolidado ou in- favorecendo a presença de herbívoros, carnívoros,
consolidado, constituindo as espécies bentônicas. onívoros, comensais e parasitas de seus talos. A
A classificação das macroalgas é bastante controver- arquitetura do talo serve de abrigo, local de desova e
tida. Alguns autores, como Bell e Hemsley (2000), consi- alimentação para muitas espécies de animais. Além
deram-nas como componentes do reino Plantae; outros, disso, ocupam também uma posição estratégica em
como Raven et al. (1996), englobam-nas no reino Protista. vários segmentos das indústrias. Os ficocolóides,
As macroalgas apresentam uma multiplicidade de provenientes das Phaeophyta e Rhodophyta, são
formas, sendo constituídas por um talo caracterizado usados na fabricação de géis e espessantes diversos
pela ausência de vasos condutores de seiva. Não nas indústrias alimentícia, agrícola, biotecnológica,
possuem um sistema de absorção diferenciado, microbiológica, homeopata, dietética, farmacológica
como raízes verdadeiras, fixando-se ao substrato por e cosmetológica (Zemke-White & Ohno, 1999). Além
estruturas rizoidais. Os nutrientes do meio circundante disso, os povos orientais utilizam determinadas espécies
são absorvidos através de toda superfície do talo e como fonte direta de alimento (Ohno & Triet, 1997).
transportados célula a célula por todo o seu corpo. Quanto ao habitat, as macroalgas distribuem-se
No entanto, em algumas espécies os talos são bem de pólo a pólo, sob a influência de vários fatores abió-
avançados, atingindo um alto grau de complexidade ticos (luz, temperatura, substrato, movimento da água,
anatômica e fisiológica, como é o caso de Laminaria e salinidade, nutrientes, pH, entre outros) e bióticos (com-
Sargassum, existentes no litoral brasileiro. O talo, em petição por espaço, herbivoria) e das interações entre
alguns representantes, apresenta estruturas parecidas os organismos (epifitismo, epizoísmo, parasitismo, e
àquelas dos vegetais terrestres. Tal diferenciação predação pelo homem, por exemplo). Esses organis-
se desenvolve a partir da parte basal, em forma de mos interagem em várias comunidades, desde as águas
disco de fixação, de onde se eleva um eixo cilíndrico superficiais, a partir do supralitoral (zona emersa sujeita
que apresenta expansões em forma de folhas para a aos respingos das ondas), até o infralitoral, ou seja, até
absorção de luz, como ocorre nos vegetais terrestres. a profundidade máxima alcançada pela luz adequada
Esse fato pode ser observado em Sargassum, comum e suficiente para realizar o processo fotossintético. Por
nas águas brasileiras. essa razão, a luz, em grandes profundidades, é um dos
As macroalgas dominam a comunidade bentôni- principais fatores limitantes para o seu desenvolvimen-
ca na maior parte do seu ciclo de vida. No período da to, delimitando a zona eufótica (Lüning, 1990). Na pla-
reprodução, essas macroalgas liberam gametas e es- taforma continental brasileira, as macroalgas ocorrem a
poros, os quais vão, por um breve período, fazer parte até 120 m (Yoneshigue & Oliveira Filho, 1987). Algumas
do fitoplâncton. espécies são típicas de profundidade, como Laminaria

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 69
abyssalis Joly et Oliveira Filho (Joly & Oliveira Filho, Joly, que publicou uma lista de cinco espécies de
1967), suportando uma baixa irradiância e sendo con- Chlorophyta provenientes das dragagens efetuadas
siderada uma espécie adaptada à “sombra”. pelo navio oceanográfico W. Besnard ao largo da Ilha de
Outras espécies, de cores e morfologias de talo Trindade. Em 1951, esse mesmo autor divulgou os dados
variadas, tais como foliáceos, tubulosos, cordões cilín- de dragagens realizadas pelos navios Baependi e Vega
dricos ou achatados, filamentosos (simples ou ramifica- na Ilha da Trindade, compondo uma lista constituída
dos), vesiculosos, tufos, articulados e crostosos, são en- por uma Cyanophyta, 21 Chlorophyta, 11 Phaeophyta e
contradas tanto na superfície como em profundidade. 13 Rhodophyta. Na década seguinte, através de coletas
No Brasil, há uma discrepância de conhecimento realizadas a bordo do navio oceanográfico Almirante
entre as macroalgas de locais rasos e as de profundi- Saldanha, da Marinha do Brasil, Joly e Yoneshigue-
dade. Consideram-se, neste estudo, algas de profundi- Braga (1966) identificaram uma lista de 17 táxons,
dade aquelas que ocorrem abaixo de 10 m. Tais algas distribuídos em duas Chlorophyta, duas Phaeophyta
são menos divulgadas devido à inacessibilidade de co- e 13 Rhodophyta, a maioria constituída por material
letas, como acontece em todas as regiões costeiras do muito fragmentado e proveniente de 11 estações,
planeta (Haroun et al., 1993). partindo da foz do Rio Amazonas até ao largo de Cabo
A extensão geográfica coberta neste capítulo Frio (RJ). Em 1967, Joly e Oliveira Filho descreveram a
corresponde à plataforma continental da região cos- existência de duas espécies de Laminaria: L. abyssalis
teira de Salvador (BA) até o norte do estado do Rio de e L. brasiliensis Joly et Oliveira Filho, ocorrendo na
Janeiro e encontra-se inserida na região tropical do plataforma continental dos estados do Espírito Santo
Atlântico Ocidental de acordo com Lüning (1990). e Rio de Janeiro. A presença dessas espécies em
plena latitude tropical revolucionou os conceitos da
Oceanografia Biológica no contexto mundial.
2.1.1. Estado da arte do conhecimento
das macroalgas da plataforma Joly e Oliveira Filho (1968) registraram a ocorrência
continental brasileira de exemplares diferentes de uma Chlorophyta, o que
levou à descrição de uma espécie nova, Anadyomene
Na primeira fase da história da ficologia no Brasil, os saldanhae Joly et Oliveira Filho, coletada no Banco
primeiros registros das macroalgas na plataforma Dogarezza, na Cadeia Vitória-Trindade (ES), e também
continental foram obtidos por estrangeiros através de incluíram no mesmo trabalho material adicional
dragagens realizadas pelos navios a vapor Hassler, em coletado em profundidade ao largo de Recife, no
1872 (Cabo Frio e Porto do Rio de Janeiro, no estado estado de Pernambuco.
do Rio de Janeiro, e Abrolhos no litoral da Bahia), e Kempf (1970) estudou a bionomia bentônica na
Albatross, em 1887 (Pernambuco). Taylor (1930) foi o região compreendida entre Cabo Orange (estado do
primeiro a divulgar os dados dessas dragagens, sendo Amapá) e o estado de Sergipe, abordando, sobretudo,
12 Chlorophyta, 10 Phaeophyta e 24 Rhodophyta as características do fundo, referindo-se a 29 espécies
provenientes das coletas do Hassler e quatro algas de macroalgas repartidas em 14 Chlorophyta, seis
Chlorophyta, três Phaeophyta e duas Rhodophyta Phaeophyta e nove Rhodophyta.
oriundas do Albatross. Em seguida, Howe e Taylor (1931) Ainda nas regiões Norte e Nordeste, foram publi-
publicaram uma lista de 12 espécies de Rhodophyta, cadas várias novas ocorrências de Chlorophyta: Rhipilia
a maioria nova para a ciência, coletadas ao largo de diaphana Gepp & Gepp e R. orientalis Taylor coletadas a
Cabo Frio, ainda pela Expedição Hassler. 50 m e 63 m, respectivamente, no estado da Paraíba (Joly
Em 1931, Taylor retomou o estudo das coletas do & Sazima, 1971a), Microdictyon japonicum Setchell a 60-
Hassler e Albatross, juntamente com as de W.L. Schmitt, 65 m no litoral do estado do Piauí e M. pseudohapteron
realizadas em 1925-27 nas águas rasas dos estados do Gepp & Gepp f. luciparense Setchell a 63 m ao largo do
Rio de Janeiro e São Paulo, compilando uma sinopse estado do Ceará (Joly & Sazima, 1971b).
das algas marinhas do Brasil. Joly e Yoneshigue-Braga (1974) identificaram
A segunda fase, que ocorreu somente a partir de Microdyction vanbossae Setchell, uma Chlorophyta
1950, foi liderada pelo professor Dr. Aylthon Brandão com aspecto de rede, coletada nas proximidades da

70 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


foz do Rio Amazonas, na isóbata de 83 m, e que ainda ocorrências de Phaeophyta, Kuetzingiella battersii
não havia sido encontrada em águas brasileiras. (Bornet) Kormann e Herponema tortugense (Taylor)
No delta do Rio Doce, no estado do Espírito San- Taylor, e de Rhodophyta, Antithamnion cruciatum (C.
to, Oliveira Filho (1976) descreveu a flora marinha ben- Agardh) Nägeli var. profundum Feldmann e Hypoglossum
tônica baseada em 82 estações de dragagens, entre as tenuifolium (Harvey) J. Agardh var. tenuifolium, epífitas
isóbatas de 11 a 790 m. O autor identificou 44 espécies, de Dictyotales de grande porte, coletadas entre 28
sendo oito Chlorophyta, oito Phaeophyta e 28 Rhodo- m e 83 m de profundidade, provenientes de várias
phyta, crescendo em substrato calcário e coralíneo, comissões oceanográficas realizadas desde o estado
constatando que o melhor desenvolvimento algáceo do Maranhão até o Espírito Santo.
ocorreu a 73 m de profundidade. A abundância de Foi apresentada por Guimarães et al. (1981) uma
fragmentos do gênero Laminaria e Sargassum a 590 e lista de 20 espécies de Phaeophyta, representadas
790 m deve-se ao fato de os mesmos estarem soltos no em sua maioria por Dictyotales, portando 36 espécies
assoalho marinho, não correspondendo a exemplares epifíticas (duas Chlorophyta, cinco Phaeophyta e
que cresciam nessas profundidades. 29 Rhodophyta), oriundas de várias comissões que
Joly et al. (1976) publicaram novos registros de efetuaram dragagens na plataforma continental entre
Chlorophyta no litoral Nordeste do Brasil. A partir de os estados do Amapá e Espírito Santo, incluindo as ilhas
dragagens realizadas entre as profundidades de 29 e oceânicas de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas.
54 m, nos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco No Rio Grande do Norte, com a implementação do
e Bahia, foram identificadas Avrainvillea longicaulis Projeto Algas, Pereira et al. (1981) realizaram uma prospec-
(Kützing) Murray et Boodle, Caulerpa floridana Taylor, ção dos bancos de algas entre 10 e 45 m identificando 138
Siphonocladus rigidus Howe e S. tropicus (Crouan) J. táxons, constituídos por 32 Chlorophyta, 20 Phaeophyta
Agardh. Essas espécies eram, até então, conhecidas no e 80 Rhodophyta, baseada em 281 estações de coleta.
Atlântico apenas na região do Caribe. Como era de se esperar, a flora foi dominada por grupos
Material abundante de uma espécie de Phaeophyta, tipicamente tropicais representados principalmente pe-
com características de Dictyopteris, foi coletado em vários las ordens Bryopsidales, Dictyotales e Ceramiales.
pontos dos litorais Nordeste e Sudeste brasileiros. Após Entre as isóbatas de 10 e 35 m do estado da Para-
um estudo detalhado, Oliveira Filho e Furtado (1978) íba, Pereira (1983) inventariou 126 táxons distribuídos
identificaram nesse material de profundidade uma espé- em 28 Chlorophyta, 16 Phaeophyta e 82 Rhodophyta,
cie nova, Dictyopteris jolyana Oliveira Filho & Furtado. provenientes de 53 estações de coleta.
Em um outro tipo de trabalho, Oliveira Filho e Ainda na plataforma continental das regiões Nor-
Quége (1978) apresentaram a distribuição geográfica deste e Sudeste, Teixeira et al. (1985) referiram uma lista
das espécies de Laminaria ao longo da plataforma con- de 54 espécies hospedeiras e epífitas (19 Chlorophyta,
tinental dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, oito Phaeophyta e 27 Rhodophyta) coletadas em pro-
adicionando as características vegetativas e fenológi- fundidades que variaram de 37 a 74 m entre os estados
cas dos exemplares coletados. da Bahia e Rio de Janeiro.
Joly et al. (1978) descreveram a ocorrência de uma Um estudo específico de Rhodophyta do gênero
Rhodophyta, Claudea elegans Lamouroux, na profun- Peyssonnelia e afins foi realizado por Marcot-Coqueug-
didade de 36 m ao largo de Recife (estado de Pernam- niot (1988), com exemplares coletados ao largo dos
buco) e no estado do Rio de Janeiro, quase na fronteira estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, entre as isó-
com o estado do Espírito Santo, na isóbata de 28 m. Essa batas de 40 e 65 m. A autora identificou seis táxons,
espécie é muito comum na região Indo-Pacífica. sendo três novas ocorrências nas águas brasileiras.
Como resultado das 59 estações de coleta da Yoneshigue e Villaça (1989) descreveram a
Comissão Recife, realizada no estado de Pernambuco, Rhodophyta Antithamnion tenuissimum (Hauck) Schiffner
Ugadim e Pereira (1978) identificaram 34 táxons de emend. Athanasiadis, coletada a 10 m de profundidade,
Chlorophyta ocorrendo nas isóbatas de 11 a 51 m. em local sombreado permanente, sob a influência de
Ainda nas regiões Nordeste e Sudeste, Cordeiro- águas frias em Arraial do Cabo. Essa espécie é muito
Marino e Guimarães (1981) registraram novas comum nas águas do Mediterrâneo, e sua aparição em

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 71
plena zona tropical, na área de ressurgência, veio ampliar do estado do Espírito Santo.
a distribuição de A. tenuissimum. Numa terceira fase, com a implementação do
Yoneshigue-Valentin et al. (1995), estudando a Programa REVIZEE, que enfoca o levantamento dos
flora acompanhante de Laminaria abyssalis coletada recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva, foi dado
na plataforma continental entre as profundidades um maior impulso no conhecimento das macroalgas
de 50 e 64 m no litoral norte do estado do Rio de Ja- na plataforma continental das regiões Nordeste e Su-
neiro, identificaram 33 espécies, distribuídas em seis deste, compreendendo o estado da Bahia até o norte
Chlorophyta, quatro Phaeophyta e 23 Rhodophyta. do estado do Rio de Janeiro. Nessa fase, o navio de su-
Cosson et al. (1995) realizaram um estudo prelimi- primento Astro Garoupa, subvencionado pela Petro-
nar sobre o teor de ácido algínico nas populações de brás, foi a principal embarcação usada para as coletas
Laminaria abyssalis coletadas entre as isóbatas de 59 m que se sucederam.
a 68 m ao largo dos estados do Espírito Santo e Rio de Assim, no Banco Almirante Saldanha, ponto mais
Janeiro e constataram que a relação entre os ácidos ma- longínquo do litoral do estado do Rio de Janeiro, ou seja,
nurônico e gulurônico é de 1,25 a 1,33 com nítida ten- quase no limite da Zona Econômica Exclusiva, Bravin et
dência à gelificação. Os dados da espécie obtida no Bra- al. (1999) identificaram a 110 m de profundidade sete
sil colocam-na entre as alginófitas mais ricas em algina. espécies de Chlorophyta ainda não citadas para as
Até o ano de 2000, as macroalgas do infralitoral águas do Atlântico Sul: Palmophyllum crassum (Naccari)
de fundo rochoso das ilhas, ilhotas e lajes do litoral dos Rabenhorst, P. umbracola Nelson et Ryan, Verdigelas
estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina peltata Ballantine et Norris, Anadyomene linkiana
e Rio Grande do Sul, eram, até então, completamente Littler et Littler, A. pavonina (J. Agardh) Littler et Littler,
desconhecidas. Através de uma coleta minuciosa, por Phyllodictyon pulcherrimum J.E. Gray e Pseudocodium
meio de mergulho autônomo, Horta (2000) inventa- floridanum (Figuras 12-14; 30) Dawes et Mathieson.
riou 62 táxons (42 Chlorophyta, nove Phaeophyta e 11 Na isóbata de 53 m, situada ao norte do estado
Rhodophyta) ocorrendo abaixo de 10 m. Dentre as al- do Rio de Janeiro, Yoneshigue-Valentin e Gestinari
gas vermelhas, 60% dos táxons foram constituídos por (2000) encontraram uma Rhodophyta de talo carnoso,
Ceramiales de vários tipos morfológicos. A quase to- ramificado dicotomicamente, presa nos rizóides de
talidade dos exemplares identificados ocorre também Laminaria abyssalis. Um exame detalhado mostrou que
na região entremarés ao longo do litoral brasileiro. A esse talo, quando fértil, caracteriza-se pela presença
ocorrência de Sporochnus pedunculatus nas isóbatas de nervuras medianas, constituídas pelo alinhamento
de 22 m a 26 m vem confirmar a preferência da espécie dos cistocarpos. Espermatângios e tetrasporângios
em viver em habitats profundos. localizados em soros nematecióides em forma de
Laurencia lata Howe et Taylor era conhecida so- verrugas. Tais características não deixaram dúvidas
mente no material de dragagens realizadas em 1872 quanto à espécie Stenogramme interrupta (C. Agardh)
pela expedição Hassler ao largo de Cabo Frio (Howe Montagne. Tanto o gênero quanto a espécie foram
& Taylor, 1931) sem a especificação de profundidade. citados pela primeira vez para o Atlântico Sul em águas
Material abundante dessa espécie foi coletado a 60 da plataforma continental do litoral brasileiro.
m na plataforma continental ao largo de Cabo Frio, Hincksia onslowensis (Amsler et Kapraun) Silva é
crescendo como epífita nos rizóides de Laminaria uma Phaeophyta citada pela primeira vez para o litoral
abyssalis. Um estudo detalhado da morfologia das fa- Atlântico Sul (Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001)
ses vegetativas e reprodutivas revelou características que foi coletada a 23 m de profundidade no litoral da
anatômicas pertencentes ao gênero Osmundea. Com Bahia. Na realidade, aconteceu um equívoco na indica-
base nessas características, Yoneshigue-Valentin et al. ção da ocorrência dessa espécie, já que sua estação de
(2003) propuseram a nova combinação Osmundea lata coleta corresponde ao Espírito Santo.
Yoneshigue-Valentin, Fujii et Gurgel. Graças ao Programa REVIZEE, vários outros gêne-
Guimarães e Horta (2004) descreveram Predaea ros, bem como outras espécies, estão sendo incorpora-
feldimannii Børgesen, uma espécie não muito dos às macroalgas da plataforma continental brasileira,
comum, coletada na profundidade de 10 m no litoral enriquecendo o número de espécies desse litoral.

72 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


2.2. Material e Métodos foram utilizadas. Entre os trabalhos estrangeiros, des-
tacamos: Børgesen (1913-1920), Hamel (1931-1939),
Foram incluídas 137 estações de coleta compreendi- Littler e Littler (2000), Taylor (1928, 1960), Womersley
das entre as latitudes 13ºS (estado da Bahia) e 22º53’S (1987, 1992) e outros com artigos específicos. Foi inclu-
(estado do Rio de Janeiro) e longitudes de 28º50’W ída a bibliografia referente às ocorrências novas para o
(Arquipélago de Martim Vaz) a 41º09’W (estado do Rio litoral brasileiro a partir de material identificado neste
de Janeiro). estudo. O agrupamento dos táxons seguiu a revisão de
A escolha das estações de coleta dos organismos Wynne (1998).
bentônicos na plataforma continental das regiões Nor- Este trabalho fornece ainda uma tabela conten-
deste e Sudeste (estado da Bahia, a partir da sua capi- do a lista de espécies identificadas e suas respectivas
tal, até o norte do estado do Rio de Janeiro) obedeceu a estações de coleta (as coordenadas e profundidades
um cronograma estabelecido pelo Programa REVIZEE, constam no capítulo 1).
que se encontra descrito em detalhes no capítulo 1. Encontram-se ilustradas algumas espécies de
Após as coletas desses organismos, ainda a bordo ocorrências novas em águas brasileiras, e outras que
da embarcação, os mesmos foram separados em fito- apresentaram grande biomassa. Estão também anota-
bentos e zoobentos. Em seguida, as macroalgas foram das com um asterisco (*) as espécies que são as novas
fixadas em uma solução de água do mar e formalina ocorrências e que já constituem ou que constituirão
comercial diluída a 4% e tamponada com bórax. futuras publicações. Os pontos de ocorrência dessas
No laboratório, os talos das macroalgas foram se- espécies estão representados em mapas de distribui-
parados em verdes, pardos e vermelhos. ção espacial.
Para a determinação específica e análise morfo- Os fragmentos dos talos, impossíveis de serem
anatômica dos exemplares, foram realizados cortes determinados, constam na lista somente com o epíteto
transversais e longitudinais efetuados à mão livre com genérico. Considerou-se Ulva Linnaeus e Enteromorpha
o auxílio de uma lâmina de barbear de aço. As estrutu- Link in Nees como dois gêneros distintos.
ras externas foram observadas sob o microscópio es- Na lista de espécies encontradas, existem
teroscópico e, para as internas, usou-se o microscópio estações de coleta realizadas no Programa REVIZEE-
óptico. Para os talos impregnados com CaCO3 em suas SCORE Central nos anos de 1998 e 1999 que não
paredes, foi necessária uma descalcifição usando uma possuem suas coordenadas, data e profundidades
solução de ácido nítrico diluído a 5 ou 10% durante 5 explicitadas no anexo 1 do capítulo 1. Estas se
a 10 minutos. Esses talos descalcificados permitiram encontram no anexo deste capítulo.
uma melhor visualização das estruturas internas. Toda- Após os estudos, os exemplares identificados
via, as algas coralináceas que formam crostas tiveram foram herborizados em exsicatas e encontram-se
somente registrada a sua ocorrência nas estações de depositados no herbário do Departamento de Botânica
coleta e fazem parte de um estudo específico mais de- (RFA) do Instituto de Biologia da Universidade Federal
talhado, não incluído no presente trabalho. do Rio de Janeiro.
Para evidenciar estruturas anatômicas importan-
tes utilizou-se o corante azul de anilina a 0,05% acidifi- 2.3. Resultados
cado com solução de HCl 1N.
A literatura consultada para a identificação taxo- Foram identificados, na plataforma continental do
nômica foi muito vasta, sendo cansativo citá-la neste Brasil, correspondendo de Salvador ao Cabo de São
estudo. Para as obras brasileiras, partiu-se do princípio Tomé, 228 táxons (103 Chlorophyta, 30 Phaeophyta
que estão sintetizadas no estudo completo de Oliveira e 95 Rhodophyta) ocorrendo entre as profundidades
Filho (1977). No entanto, várias publicações também de 18 e 182 m (Figura 1 e Tabela 1).

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 73
Figura 1: Número e porcentagem dos 228 táxons identificados na área estudada.

Dentre as algas verdes (Chlorophyta), o maior número de representantes foi observado nas ordens Bryopsidales
(58 espécies) e Cladophorales (33 espécies), equivalendo a 56% e 32%, respectivamente, do total de espécies
dessa divisão (Figura 2).

Figura 2: Número de táxons e porcentagem das ordens de Chlorophyta na região de estudo.

74 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Em Phaeophyta, a ordem Dictyotales apresentou 19 espécies (64%), seguida por Sporochnales e Laminariales,
ambas com três espécies correspondendo a um total de 20% dos componentes dessa divisão (Figura 3).

Figura 3: Número de táxons e porcentagem das ordens de Phaeophyta na região de estudo.

Em relação à Rhodophyta, Ceramiales foi a ordem que exibiu o maior número de espécies (37), perfazendo 38%
do total de representantes dessa divisão. Outras ordens, como Halymeniales (14), Rhodymeniales e Gigartinales
(12 espécies cada), também foram registradas neste estudo, com 15% e 13% respectivamente (Figura 4).

Figura 4: Número de táxons e porcentagem das ordens de Rhodophyta na região de estudo.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 75
Tabela1: Lista das espécies identificadas em cada estado contendo suas respectivas estações de coleta.
As coordenadas e profundidades das estações marcadas com ( ф ) se encontram ao final deste capítulo. As
demais encontram-se no anexo do capítulo 1.

Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro


Chlorophyta
Palmophyllum crassum C2-6R; C2-11R; C2-15R; C1-D40; C1-D41; C2-25R; C1-D1(BT); C1-D2-1; C2-
(Naccari) Rabenh. * C2-17R; C2-18R; C5-16I; C2-28R; C2-32R; C2-33R; 38R; C5-38R; C5-51R.
C5-16R; C5-17R; C5-10R. C2-23R; C2-29R; C2-44R;
C2-45R; C2-46R; C2-47F;
C2-20R; C5-20R; C5-25R;
C5-27R; C5-21R; C5-24R;
C5-34R; C5-28R; C5-32R;
C5-33R; C5-35R; C6-Y6;
C6-A1.
Palmophyllum umbracola C1-D14; C1-D39; C1-D41. C1-D1(BT); C1-D2-1.
-
Nelson & Ryan *
Verdigellas fimbriata D.L. C6-R3#1. C5-35R.
-
Ballant. & J.N. Norris *
Verdigellas peltata D.L. C2-29R; C2-16I; C2-18R; C1-D41; C2-25R; C2-27R; C1-D1(BT); C2-38R; C5-
Ballant. & J.N. Norris* C5-16I; C5-17R; C5-12R; C2-28R; C2-30R; C2-31R; 38R; C5-51R; C6-Y2.
C5-4R; C6-R3#1. C2-32R; C2-33R; C2-21R;
C2-22R; C2-23R; C2-29R;
C2-35R; C2-44R; C2-45R;
C2-47R; C5-20R; C5-25R;
C5-27R; C5-42R; C5-21R;
C5-45R; C5-24R; C5-28R;
C5-32R; C5-33R; C5-35R;
C6-Y6; C6-A1.
Enteromorpha lingulata J. C5-27R.
- -
Agardh
Enteromorpha linza (L.) J. C5-27R.
- -
Agardh
Enteromorpha prolifera C5-27R.
- -
(O.F. Müll.) J. Agardh
Enteromorpha sp. C5-10R. C5-27R; C5-40R; C5-48R. -
Ulva fasciata Delile C2-2R; C2-4R; C5-10R; C1-VV37; C1-D41; C5-25R;
C5-14R. C5-23R; C5-45R; C5-24R; -
C5-30R; C6-Y6.
Pringsheimiella scutata C5-13R.
(Reinke) Höhn. ex - -
Marchew
Ulvella lens P. Crouan & H. C2-11R.
- -
Crouan

76 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Anadyomene lacerata D. C2-2R; C2-4R; C2-7R; C1-VV37; C5-25R; C5-40R;
Littler & Littler C2-16I; C2-18R; C5-16I; C5-48R; C5-42R; C5-21R;
C5-16R; C5-17R; C5-7R; C5-45R; C5-24R; C5-28R;
-
C5-12R; C5-13R C5-4R; C5- C5-32R; C5-33R; C6-Y6;
5R; C5-2R; C5-10R; C5-14R; C6-A1.
C6-R3#1; C6-R4#1.
Anadyomene linkiana C2-16I; C5-14R; C6-R3#1. C1-D40. C1-D1(BT); C1-D2-1; C6-
D.Littler & Littler* Y2.
Anadyomene pavonina (J. C1-VV33; C2-7R; C6-R3#1. C1-VV37; C2-29R; C5-45R; C1-D1(BT); C1-D2-1.
Agardh) Wille* C5-28R.
Anadyomene saldanhae C1-VV33; C2-2R; C2-7R; C1-VV37; C2-47F; C5-40R; C1-D1(BT); C1-D2-1; C6-
A.B. Joly & E.C. Oliveira C2-10R; C2-11R; C2-14R; C5-48R; C5-49R; C5-42R; Y2.
C2-15R; C5-7R; C5-12R; C5-45R; C5-24R; C6-A1.
C5-4R; C5-10R; C5-14R;
C6-R3#1; C6-R4#1.
Anadyomene stellata C1-VV33; C2-2R; C2-4R; C1-VV37; C2-23R; C2-24R; C1-D1(BT); C1-D2-1; C5-
(Wulfen in Jacq.) C. C2-11R; C2-16I; C5-16I; C5-40R; C5-48R; C5-49R; 36R; C6-Y2.
Agardh C5-16R; C5-7R; C5-12R; C5-42R; C5-21R; C5-45R;
C5-13R; C5-4R; C5-5R; C5-28R; C5-36R; C5-32R.
C5-2R; C5-10R; C5-14R;
C6-R3#1; C6-R4#1.
Anadyomene stellata var. C1-D32. C1-D1(BT).
-
floridana Gray*
Anadyomene sp. C2-2R; C2-6R; C2-14R; C2-21R; C2-23R; C2-45R; C2-37R.
C2-15R; C2-16I; C2-18R; C2-46R; C2-47F; C5-48R;
C5-4R; C5-2R; C5-10R. C5-42R; C5-45R C5-34R;
C5-33R.
Microdictyon C1-D1(BT).
- -
aghardianum Decne.
Microdictyon boergesenii C2-11R; C5-4R. C2-29R; C5-32R. C1-D1(BT).
Setch.
Microdictyon callodictyon C2-7R; C2-10R; C2-11R. C1-D1(BT).
-
(Mont.) Kütz.
Microdictyon marinum C2-11R.
- -
(Bory) P.C. Silva
Microdictyon C2-11R. C2-28R; C2-29R; C5-28R.
pseudohapteron A. Gepp -
& E. Gepp
Microdictyon umbilicatum C2-15R. C2-28R; C2-29R.
-
(Velley) Zanardini
Microdictyon vanbossae C2-25R; C2-29R. C1-D1(BT).
-
Setch.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 77
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Microdictyon sp. C2-2R; C2-4R; C2-13R; C2- C2-30R; C2-21R; C5-45R.
-
14R; C2-15R.
Chaetomorpha sp. C5-13R; C5-5R. C5-48R; C5-49R; C5-42R. -
Cladophora coelothrix C2-4R.
- -
Kütz.
Cladophora longicellulata C2-11R.
- -
C. Hoek
Cladophora sp. C2-11R. C1-D23; C5-20R; C5-25R. -
Rhizoclonium africanum ? C2-4R; C2-11R; C2-18R. - -
Willella ordinata Børgesen C2-13R. - -
Phyllodictyon C5-16I.
anastomosans (Harv.) - -
Kraft & M.J. Wynne
Phyllodictyon C2-8R; C2-11R; C2-18R. C1-D1(BT).
-
pulcherrimum J.E. Gray*
Struvea elegans Børgesen C2-8R; C2-11R; C2-14R;
- -
C2-15R; C2-17R.
Chamaedoris peniculum C2-10R; C2-11R; C2-18R; C2-29R; C5-20R; C5-49R;
(Sol.) Endl. C5-7R; C5-12R; C5-4R; C5- C5-45R; C5-32R; C6-Y3; -
5R; BA-99-1ф; C6- R4#1. C6-Y4.
Cladophoropsis sp. - - C1-D1(BT).
Dictyosphaeria cavernosa C2-10R; C2-11R. C2-29R; C5-45R; ES-98-2 . ф
-
(Forrsk.) Børgesen
Dictyosphaeria verluysii C5-34R.
- -
Weber Bosse
Dictyosphaeria sp. - C5-24R; C5-33R. -
Ventricaria ventricosa (J. C2-2R; C2-13R; C2-15R; C2-29R; C5-48R; C5-45R;
Agardh) J.L. Olsen & J.A. C5-16I; C5-12R; C5-13R; C6-Y3; C6-Y4.
-
West C5-4R; BA-99-1ф; C6-R3#1;
C6-R4#1.
Valonia macrophysa Kütz. C2-10R; C5-12R; C5-13R; C2-29R; C2-46R; C5-23R;
-
C5-5R. C5-45R; C5-24R; C6-Y3.
Valonia utricularis (Roth) C1-D1(BT); C1-D2-1.
- -
C. Agardh
Valonia sp. C2-15R; C5-4R; C5-5R. C2-31R; C2-23R; C2-34R. -
Codium decorticatum C2-4R; C2-10R; C2-11R; C2-29R; C2-44R; C2-45R; C2-37R; C5-36R; C5-51R.
(Woodw.) M. Howe C2-16I; C5-7R; C5-13R; C2-46R; C5-28R; C5-33R;
C6-R3#1. C5-36R; C6-Y3; C6-A3.
Codium intertextum ES-99-5ф.
- -
Collins & Herv.

78 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Codium isthmocladum C2-4R; C2-13R; C2-10R; C2-28R; C2-29R; C5-28R; C6-Y1.
Vickers C2-11R; C5-7R; C5-13R; C5-33R; C6-Y3; C6-Y6;
C5-5R; BA-99-2ф. C6-A1.
Codium repens P. Crouan & C6-Y4.
- -
H. Crouan ex Vickers
Codium spongiosum Harv. C5-13R. C2-29R; ES-99-3ф. -
Codium taylorii P.C. Silva C2-10R. C5-20R; C5-28R; C5-32R; C5-36R; C6-Y1.
C5-36R.
Codium sp. C2-4R; C2-5R; C2-11R; C2-25R; C2-32R; C5-20R;
C2-15R; C5-16R; C5-7R; C5-45R; C5-24R; C5-34R;
-
C5-13R; C5-5R; C5-2R. C5-28R; C5-32R; C5-33R;
C5-35R.
Caulerpa ashmeadii Harv. C1-D32. C1-D13. -
Caulerpa cupressoides (H. C2-11R.
- -
West in Vahl) C. Agardh
Caulerpa cupressoides var. C1-D32; BA-99-2ф.
- -
flabellate Børgesen*
Caulerpa cupressoides var. ES-98-1ф; ES-99-3ф.
- -
lycopodium Weber Bosse
Caulerpa kempfii A.B. Joly C2-10R; C2-11R; C2-15R; C5-40R; C5-48R; C5-34R; C5-36R.
& S. Pereira C5-16R; C5-17R; BA-99-3ф. C5-36R.
Caulerpa lanuginosa J. C2-10R; C2-11R; C5-5R; C1-D13; ES-99-3ф. C5-51R.
Agardh BA-99-1ф.
Caulerpa mexicana Sond. C2-11R; C2-15R. C5-45R.
-
ex Kütz.
Caulerpa murrayi Weber C1-VV31; C1-D32; C2-10R; C1-D19; C2-29R; C2-46R;
Bosse C2-11R; C2-14R. C5-48R; C5-45R; C5-28R
Caulerpa prolifera (Forssk.) C2-2R; C5-5R. ES-99-1ф.
-
J.V. Lamour.
Caulerpa pusilla (Kütz.) J. C1-D32; C2-10R; C2-11R; C5-25R; C5-48R; C5-28R; C1-D1(BT).
Agardh C5-12R; C5-13R; BA-99-2ф; C5-32R; C5-33R.
BA-99-3ф.
Caulerpa pusilla var. C5-48R.
mucronata A.B. Joly & - -
Sazima
Caulerpa racemosa C2-10R; C2-11R. C2-29R; C6-Y6.
-
(Forssk.) J. Agardh
Caulerpa racemosa var. C2-29R.
lamourouxii (Turner) - -
Weber Bosse

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 79
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Caulerpa racemosa var. C2-29R; ES-98-1 . ф

occidentalis (J. Agardh) - -


Børgesen
Caulerpa sertularioides C1-VV31; C1-D32.
- -
(S.G. Gmel.) M. Howe
Caulerpa taxifolia (H. West ES-99-1ф
- -
in Vahl) C. Agardh
Caulerpa verticillata J. C2-10R; C2-11R. C2-46R; C5-45R; C5-32R.
-
Agardh
Caulerpa verticillata f. C2-15R. C5-48R.
-
charoides Weber Bosse*
Caulerpa webbiana Mont. - C5-48R. -
Caulerpa sp. C2-12R; C2-10R; C2-11R; C2-25R; C2-28R; C2-31R;
C2-14R; C2-15R; C2-16I; C2-32R; C2-33R; C2-21R;
C5-16R; C5-17R; C5-12R; C2-23R; C2-24R; C2-44R;
-
C5-4R; C5-5R; C5-10R; C2-45R; C2-46R; C2-47F;
C5-14R. C5-49R; C5-42R; C5-45R;
C5-24R; C5-34R; C5-35R.
Avrainvillea nigricans C5-5R. C5-49R; C5-45R.
-
Decne.
Avrainvillea sp. C5-5R; C5-2R. - -
Halimeda discoidea C2-2R; C2-5R; C2-13R; C2- C2-28R; C2-22R; C2-24R; C2-39R.
Decne. 10R; C2-11R; C2-14R; C2- C2-29R; C2-44R; C2-45R;
15R; C5-10R; BA-99-2ф. C2-46R; C2-20R; C5-49R;
C5-24R; C5-33R; C6-Y3.
Halimeda gracilis Harv. ex Ci-VV33; C2-2R; C2-5R; C2-22R. C1-D1(BT).
J. Agardh C2-11R; C2-14R; C2-15R;
C6-R4#1.
Halimeda incrassata (J. C2-15R. C5-49R.
-
Ellis) J.V. Lamour.
Halimeda simulans M. C2-2R; C2-14R.
- -
Howe
Halimeda tuna (J. Ellis & C2-10R; C2-15R C2-24R; C2-29R.
-
Sol.) J.V. Lamour.

80 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Halimeda sp. C1-V32; C1-VV33; C2-2R; C1-VV21; C1-VV22; C1- C2-39R; C5-36R; C6-Y2.
C2-4R; C2-5R; C2-10R; C2- D23; C1-BT25; C1-VV26;
11R; C2-14R; C2-15R; C5- C1-VV38; C1-D39; C2-28R;
16R; C5-17R; C5-5R; C5-2R; C2-21R; C2-24R; C2-29R;
C5-10R; C5-14R. C2-34R; C2-35R; C2-44R;
C2-45R; C2-46R; C2-20R;
C5-20R; C5-48R; C5-49R;
C5-42R; C5-23R; C5-45R;
C5-24R; C5-34R; C5-33R;
C5-36R.
Penicillus capitatus Lam. - C5-49R. -
Penicillus capitatus f. C2-10R; C2-11R; C2-15R;
elongatus (Decne.) A. C5-4R; BA-99-1ф. - -
Gepp & E. Gepp
Penicillus pyriformis A. C2-10R. C2-29R.
-
Gepp & E. Gepp
Penicillus sp. C2-10R; C5-16I. C2-28R; C2-29R; C2-45R;
-
C5-45R.
Pseudocodium floridanum C2-13R; C2-10R; C2-11R; C2-28R; C2-29R. C1-B1(BT).
Dawes & A.C. Mathieson* C2-16I.
Rhipilia crassa Millar & C5-16I.
- -
Kraft *
Rhipilia orientalis A. Gepp C5-14R.
- -
& E. Gepp
Rhipilia peniciloides A.D.R. C2-11R. C5-45R.
-
N’Yeurt & D.W. Keats
Rhipilia tomentosa C2-11R; C2-15R.
- -
Kützing
Rhipilia sp. BA-99-3ф. - -
Rhipiliopsis peltata C5-40R; C5-48R.
(Agardh) A. Gepp & E. - -
Gepp *
Rhipidosiphon floridensis C2-10R. C5-24R.
-
D. Littler & Littler*
Udotea abbottiorum D. C5-4R; BA-99-1ф. C5-44R; C5-45R; C5-24R;
-
Littler & Littler* C5-30R; C5-34R.
Udotea caribea D. Littler & C1-VV31; C1-VV33. -
-
Littler*
Udotea cyathiformis C5-13R; C6-R4#1. C5-45R.
-
Decne.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 81
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Udotea cyathiformis var. C2-3R; C2-12R; C5-16I; C5- C5-48R; C5-49R; C5-21R;
cyathiformis Decne. 12R; C5-4R; C5-5R; C5-14R; C5-23R; C5-45R; C5-24R; -
C5-34R; ES-99-3ф.
Udotea cyathifomis C2-11R; C5-12R; C5-5R; C5-21R; C5-24R.
var. cyathifomis f. C6-R3#1.
-
infundibulum (J. Agardh)
D. Littler & Littler
Udotea cyathiformis var. C5-16I; C5-7R; C5-12R; C5- C5-48R; C5-21R; C5-23R;
cyathiformis f. sublittoralis 14R; C6-R3#1. C5-24R.
-
(W.R. Taylor) D. Littler &
Littler
Udotea cyathiformis var. C2-2R; C2-4R; C2-5R; C5- C2-21R; C2-24R; C5-21R;
flabellifolia D. Littler & 4R. C5-24R. -
Littler*
Udotea dixonii D. Littler & ES-99-3ф.
- -
Littler*
Udotea flabellum (J. Ellis & C5-7R; C5-5R; C6-R3#1; C5-45R; ES-99-2ф.
-
Sol.) J.V. Lamour. C6-R4#1.
Udotea occidentalis A. C5-5R. ES-99-2ф.
-
Gepp & E. Gepp
Udotea sp. C1-D32; C2-2R; C2-4R; C2- C2-32R; C2-24R; C2-45R;
5R; C2-6R; C2-10R; C2-11R; C5-49R; C5-42R; C5-44R; -
C2-14R; C5-13R. C5-21R; C5-45R.
Dasycladus vermicularis C5-45R.
- -
(Scop.) Krasser
Phaeophyta
Hincksia onslowensis C1-D32.
(Amsler & Kapraun) P.C. - -
Silva*
Carpomitra costata C5-16I. C5-25R; C6-Y6.
-
(Stackhouse) Batters*
Nereia tropica (W.R. Taylor) C2-11R.
- -
W.R. Taylor*
Sporochnus bolleanus C2-2R; C2-10R. C2-29R.
-
Mont.
Rosenvingea C1-D32. C1-VV22.
-
sanctae-crucis Børgesen
Syringoderma abyssicola C5-5R. C1-D4.
(Setchell et Gardner) -
Levring
Dictyopteris crassinervia ? C1-VV36, C2-7R. C1-BT25. C1-D1(BT).

82 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Dictyopteris delicatula J.V. C1-D13. C1-D1(BT); C1-D7.
-
Lamour.
Dictyopteris jamaicensis C1-D39. C1-D1(BT); C1-D2-1.
-
W.R. Taylor
Dictyopteris jolyana E.C. C2-5R; C2-11R; C2-16I; C1-VV38.
-
Oliveira & R.P. Furtado C2-17R.
Dictyopteris justii J.V. C2-2R; C2-13R; C2-10R; C2-32R; C2-29R; ES-99-3ф; C6-Y1.
Lamour. C2-11R; C2-14R; C2-16I; ES-99-4ф; C6-A1; C6-A3.
C2-17R; C5-7R; C5-5R; BA-
99-3ф; BA-99-4ф; C6-R4#1.
Dictyopteris C2-2R; C2-5R; C2-13R; C1-D13; ES-99-4ф. C1-B1(BT).
plagiogramma (Mont.) C6-R3#1.
Vickers
Dictyopteris polypodioides C2-29R.
(DC. in Lam. & DC.) J.V. - -
Lamour.
Dictyopteris sp. C2-2R; C2-4R; C2-5R; C2- C1-D3; C1-D41; C2-31R; C6-Y1.
26R; C2-27R; C2-12R; C2- C2-33R; C2-29R; C6-A3.
10R; C2-11R; C2-14R; C2-
16I; C2-17R; C5-16I; C5-4R;
C5-5R; C5-2R; C6-R3#1.
Dictyota bartayresiana J.V. C2-10R; C2-16I; C2-17R. C2-29R; C5-48R; C5-49R;
-
Lamour. C5-45R.
Dictyota cervicornis Kütz. C2-10R. - -
Dictyota pfaffii Schnetter C5-13R. - -
Dictyota pulchella Hörnig C2-11R; C6-R3#1.
- -
& Schnetter
Dictyota sp. C1-D32; C1-VV33; C1- C1-VV22; C2-28R; C2-30R; C1-D1(BT).
VV34; C2-2R; C2-6R; C2- C2-22R; C2-23R; C2-29R;
7R; C2-9R; C2-12R; C2-13R; C5-48R; C5-49R; C5-42R;
C2-10R; C2-11R; C2-15R; C5-32R.
C5-7R; C5-12R; C5-10R.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 83
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Lobophora variegata (J.V. C1-VV33; C1-VV34; C1- C1-VV15; C1-VV19; C1- C2-37R.
Lamour.) Womersley ex VV35; C1-VV36; C2-2R; D19; C1-D20; C1-VV22;
E.C. Oliveira C2-4R; C2-5R; C2-6R; C2- C1-AV28; C1-VV29; C1-
7R; C2-9R; C2-12R; C2-10R; D41; C2-25R; C2-28R;
C2-11R; C2-14R; C2-15R; C2-30R; C2-31R; C2-32R;
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C2-21R; C2-22R; C2-23R;
C5-16I; C5-16R; C5-17R; C2-24R; C2-29R; C2-44R;
C5-7R; C5-12R; C5-13R; C2-45R; C2-47F; C2-20R;
C5-4R; C5-5R; C5-10R; C5- C5-20R; C5-25R; C5-27R;
14R; C6-R3#1. C5-48R; C5-49R; C5-42R;
C5-45R; C5-28R; C5-32R;
C5-33R; C6-Y6.
Padina profunda S.Earle* C2-10R; C5-5R; C6-R3#1. C2-29R. -
Padina sp. C2-8R; C2-12R; C2-13R; C2-28R; C2-30R; C2-21R;
C2-14R; C2-15R; C2-16I; C2-29R; C2-45R. -
C2-17R.
Spatoglossum schroederi C1-VV33; C1-VV34; C1- C1-VV22; C1-D39; C5- C1-AV10.
(C. Agardh) Kütz. VV35; C5-17R; C5-13R. 27R;C6-A3.
Stypopodium zonale C2-11R; C5-7R; C5-13R; C5-49R; C5-28R; C5-33R;
(Lamour.) Papenf. C5-5R; BA-99-4ф; C6-R3#1; ES-99-3ф; ES-99-4ф; C6-A3. -
C6-C13.
Zonaria tournefortii (J.V. C2-10R; C5-16I; C5-17R; C5-20R; C5-25R; C6-Y3;
Lamour.) Mont. C5-7R; C5-12R; C5-13R; C6-Y4.
-
C5-4R; C5-5R; C5-2R; C6-
R3#1.
Laminaria abyssalis A.B. C1-D3; C2-25R; C2-27R; C1-D1(BT); C1-D2-1; C1-
Joly & E.C. Oliveira - C2-28R; C2-34R; C2-35R; D4; C1-D7; C6-Y1.
C6-Y3.
Laminaria brasiliensis A.B. C6-Y3; C6-Y6.
- -
Joly & E.C. Oliveira
Laminaria sp. C5-25R; C5-27R; C5-42R;
- -
C5-23R; C5-45R; C5-24R.
Sargassum hystrix J. C5-28R.
- -
Agardh
Sargassum sp. C1-D32; C2-5R; C2-6R; C2-28R; C2-30R; C2-31R; C1-AV10; C5-36R; C5-38R;
C2-12R; C2-11R; C2-15R; C2-29R; C5-21R; C5-23R; C5-51R; C6-Y1.
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C5-45R; C5-24R; C5-34R;
C5-16R; C5-7R; C5-13R; C5-28R; C5-32R; C5-33R;
C5-5R; C5-10R; C5-14R; C5-35R; C5-36R; C6-Y5.
C6-R3#1; C6-R3#2-2.

84 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Rhodophyta
Calcárias não articuladas C1-VV35; C2-2R; C2-4R; C1-D13; C1-D14; C1-VV18; C1-D1(BT); C1-D2-1;
C2-5R; C2-8R; C2-9R; C1-VV22; C1-D23; C1-D12; C2-37R; C2-38R;
C2-12R; C2-13R; C2-11R; C1-VV26; C1-VV37; C2- C2-39R; C5-36R.
C2-15R; C2-16I; C2-17R; 25R; C2-27R; C2-28R;
C2-18R; C5-16I; C5-17R; C2-30R; C2-31R; C2-32R;
C5-7R; C5-13R; C5-10R; C2-33R; C2-22R; C2-29R;
C5-14R. C2-34R; C2-35R; C2-36R;
C2-44R; C2-45R; C2-46R;
C2-47R; C5-20R; C5-25R;
C5-27R; C5-41F; C5-48R;
C5-23R; C5-45R; C5-24R;
C5-34R; C5-28R; C5-36R;
ES-99-1ф; ES-99-6ф; ES-99-7ф.
? Lithothamnion sp. C2-2R; C2-4R; C2-5R; C2-27R; C2-29R.
-
C2-13R; C2-18R.
Pneophyllum fragille Kütz. - C1-D23. -
Corallina officinalis L. C1-D32. C1-D13. -
Haliptilon cubense (Mont. C1-VV34; C1-VV35. C1-VV37; C5-48R.
ex. Kütz.) Garbary & H.W. -
Johans.
Haliptilon subulatum (J. C5-4R; C5-5R. C1-D13.
-
Ellis & Sol.) H.W. Johans.
Jania adhaerens J.V. - C1-D14. C1-D1(BT).
Lamour.
Jania capilacea Harv. - ES-99-5ф. -
Jania pumila J.V. Lamour. C1-VV35. C1-D13. -
Jania rubens (L.) J.V. - ES-99-5 .
ф
-
Lamour.
Jania sp. C2-2R. - -
Amphiroa sp. - C1-VV22. -
Pterocladiella capillacea C1-D1(BT).
(S.G. Gmel.) Santel. & - -
Hommers.
Gelidiella sp. - C2-25R; C2-27R. -
Galaxaura sp. C2-5R; C2-6R; C2-11R; C2- C1-VV18; C2-34R; C2-36R; C1-D1(BT).
16I; C2-18R. C5-20R.
Tricleocarpa fragillis (L.) C2-5R; C2-6R; C2-14R; C2- C1-D20; C2-30R; C2-29R; C1-D2 (13-02-96).
Huisman & R.A. Towns. 16I; C2-18R; C5-16I. C2-36R; C5-20R.
Tricleocarpa sp. - C5-45R. -
Corynomorpha sp. - - C1-D2-1; C1-D6.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 85
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Craspedocarpus jolyi (E.C. C6-Y1.
- -
Oliveira) Schneid.
Chondracanthus sp. C1-VV22; C5-48R; C5-49R;
- -
C5-45R.
Hypnea musciformis C1-D13; C1-D14.
(Wulfen in Jacq.) J.V. - -
Lamour.
Callophylis microdonta C2-29R; C2-34R; C5-27R; C1-D3(OT); C1-D6; C6-Y1.
-
(Grev.) Falkenb C5-33R.
Kallymenia limminghii C6-Y3.
- -
Mont. *
Preadea sp. C2-16I; C2-17R. C1-D23; C1-BT25. -
Peyssonnelia boergesenii C5-13R. C5-25R; C5-33R; C5-36R; C5-36R.
Weber Bosse in Børgesen ES-99-2ф.
Peyssonnelia sp. C1-VV33; C2-2R; C2-4R; C1-D13; C1-D14; C1-VV15; C1-D1(BT); C1-D3(OT);
C2-5R; C2-6R; C2-7R; C1-VV16; C1-VV18; C1- C1-D2-2; C2-37R; C2-38R;
C2-8R; C2-12R; C2-10R; VV19; C1-VV21; C1-VV37; C2-39R; C5-36R.
C2-11R; C2-14R; C2-15R; C1-D41; C2-25R; C2-27R;
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C2-28R; C2-30R; C2-32R;
C5-16I; C5-17R; C5-7R; C5- C2-21R; C2-22R; C2-23R;
12R; C5-13R; C5-4R; C5-5R. C2-24R; C2-29R; C2-34R;
C2-35R; C2-36R; C2-44R;
C2-45R; C2-46R; C2-47F;
C2-20R; C5-20R; C5-25R;
C5-27R; C5-28R; C5-33R;
C5-35R; C5-36R; ES-99-7ф;
C6-Y3; C6-A3.
Petroglossum undulatum C1-D1(BT).
C.W. Schneid. in C.W. - -
Schneid. & Searles
Stenogramme interrupta C1-AV10.
(C. Agardh) Mont. ex. - -
Harv.*
Ochtodes secundiramea C5-13R.
- -
(Mont.) M. Howe
Plocamium brasiliense C6-R3#1. C1-D13; C2-25R; C2-27R; C5-36R.
(Grev. In J. St. Hil.) M. C5-35R; C5-36R; ES-99-6ф;
Howe & W.R. Taylor C6-Y3; C6-Y4.
Cryptonemia bengryi W. R. C2-11R; C2-15R.
- -
Taylor
Cryptonemia crenulata (J. C1-D1(BT); C6-Y2.
- -
Agardh) J. Agardh

86 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Cryptonemia delicatula C1-D1(BT).
A.B. Joly & Cordeiro in Joly - -
et al.
Cryptonemia flabelifolia ES-99-2ф; C6-Y5. C1-D1(BT); C6-Y1.
Pinheiro Joventino & E.C. -
Oliveira
Cryptonemia limensis C5-33R; ES-99-2ф; C6-Y5. C6-Y1.
-
(Kütz.) J.A. Lewis
Cryptonemia seminervis (C. C5-5R. C5-33R; ES-99-7ф . C1-D1(BT); C6-Y2.
Agardh) J. Agardh
Cryptonemia sp. C2-2R; C2-13R; C5-13R; C1-D20; C1-VV22; C2-29R; C1-AV10; C1-D11.
C5-2R; C5-14R. C5-20R; C5-42R; C5-23R;
C5-30R; C5-33R; C5-35R;
C6-A3.
Halymenia bermudensis C6-R3#1.
- -
Collins & M. Howe
Halymenia brasiliana C6-R3#1.
S.M.P.B. Guimarães & M.T. - -
Fujii
Halymenia gelinaria C6-Y3.
- -
Collins & M. Howe
Halymenia rosea Howe & C1-D1(BT); C1-D7; C1-BT9.
- -
W.R. Taylor
Halymenia vinacea M. C6-Y3; C6-Y5. C6-Y1.
-
Howe & W.R. Taylor
Halymenia sp. C2-13R. C1-D13; C1-VV15; C1- C1-D2-2; C1-D4; C1-D6;
VV18; C1-D19; C1-D23; C1-D7; C1-BT9; C1-AV10;
C1-VV26; C1-AV28; C1- C1-D11; C2-38R; C2-39R.
VV29; C2-25R; C6-Y3.
Halymenia sp1. C1-VV21; C2-34R; C2-35R;
- -
C2-36R; C2-20R; C6-Y3.
Gracilaria mammillaris C6-R3#1.
- -
(Mont.) M. Howe
Gracilaria sp. C2-13R; C5-5R. C1-VV15; C1-VV16; C1- C1-D11; C1-D12.
VV18; C1-D19; C1-VV22;
C6-Y3.
Asteromenia peltata (W.R. C1-D1(BT); C1-D2-1.
Taylor) Huisman & A. - -
Millar
Botryocladia occidentalis C6-Y2.
- -
(Børgesen) Kylin

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 87
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Botryocladia pyriformis C1-D1(BT).
- -
(Børgesen) Kylin
Botryocladia sp. C1-VV33; C1-VV36; C2-5R; C1-VV21. C6-Y2.
C5-4R.
Chrysymenia C2-30R.
- -
enteromorpha Harv.
Fauchea hassleri M. Howe C5-35R.
- -
& W.R. Taylor
Leptofauchea brasiliensis C6-Y3. C6-Y2.
-
A.B. Joly
Leptofauchea pacifica ? C6-R3#1; C6-R4#1. - -
Leptofauchea C5-49R. C1-D1(BT); C6-Y1.
-
rhodymenioides ?
Leptofauchea sp. C2-2R; C2-16I; C5-28R; C5- C2-27R; C2-29R; C6-Y4.
-
33R; C5-35R.
Rhodymenia C6-Y3; C6-Y4.
pseudopalmata (J.V. - -
Lamour.) P.C. Silva
Rhodymenia sp. C2-2R; C2-6R; C2-16I. C1-VV22; C2-29R; C5-28R; C1-D3(OT).
C5-33R; C5-35R.
Aglaothamniom halliae C6-Y3. C1-D1(BT).
(Collins) Aponte, D.L. -
Ballant. & J.N. Norris
Aglaothamnion C1-D1(BT).
uruguayense (W.R. Taylor)
- -
Aponte, D.L. Ballant. & J.N.
Norris
Aglaothamnion sp. - C5-45R; C6-Y3. -
Antithamnionella atlantica C6-Y3.
(E.C. Oliveira) W.C. - -
Schneid.
Callithamniella tingitana C1-D1(BT).
(Schousb. ex. Bornet) - -
Feldm. Maz.
Centroceras clavulatum C6-Y3.
(C. Agardh in Kunth)
- -
Montagne in Durieu de
Maisonneuve
Ceramium flaccidum J. C1-D23.
- -
Agardh
Ceramium luetzelburgii C1-D23; C1-VV29.
- -
O.C. Schmidt

88 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Ceramium tenerrimum (G. C6-Y3.
- -
Martens) Okamura
Ceramium sp. - C1-D23. -
Compsothamnion C5-23R; C6-Y3
- -
thuyoides (Sm.) F. Schmitz
Diplothamnion C1-D1(BT).
tetrastichum A.B. Joly & - -
Yamaguishi in Joly et al.
Pleonosporium boergesenii C1-D13.
- -
(A.B. Joly) R.E. Norris
Pleonosporium C1-D2-1.
- -
polystichum E.C. Oliveira
Pterothamnion C1-D1(BT).
heteromorphum (J.
- -
Agardh) Athanasiadis &
Kraft
Spyridia sp. - C1-VV29. -
Dasya ocellata (Gratel.) C1-D1(BT).
- -
Harv. in Hook.
Dasya rigidula (Kütz.) C1-D1(BT).
- -
Ardiss.
Dictyurus occidentalis J. C1-D32.
- -
Agardh
Acrossorium venulosum C6-Y3. C1-D1(BT).
-
(Zanardini) Kylin
Cottoniella filamentosa C1-D32.
var. fusiformis (M. Howe) - -
Børgesen
Cryptopleura ramosa C6-Y1.
(Hudson) Kylin ex L. - -
Newton
Cryptopleura sp. C5-7R; C5-12R; C5-13R. C1-D23; C5-28R; C5-33R. -
Branchioglossum minutum C5-28R.
- -
C. W. Schneid.
Frikkiella searlesii M.J. C5-28R.
- -
Wynne & C. W. Schneid.
Hypoglossum C1-D7.
hypoglossoides (Stackh.) - -
Collins & Herv.
Amansia multifida J.V. C5-5R.
- -
Lamour.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 89
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Chondria sp. - - C1-D2-2; C1-D6
Laurencia sp. C2-13R. C1-D13; C1-D14; C5-35R;
-
ES-99-3ф.
Osmundaria melvilii (J. C6-Y3.
- -
Agardh) R.E. Norris *
Osmundaria obtusiloba (C. C6-Y3
- -
Agardh) R.E. Norris
Osmundaria sp. C6-R3#1. C1-D13; C1-D14; C1-D19;
C1-D20; C1-D23; C1-VV26;
-
C1-AV28; C2-27R; C2-29R;
C5-35R; ES-99-3ф.
Polysiphonia ferulacea C2-4R.
- -
Suhr ex J. Agardh
Polysiphonia sp. C5-4R. - -
Protokuetzingia schottii C1-D13; C1-D14.
- -
W.R. Taylor
Pterosiphonia pennata (C. - C1-D1(BT).
-
Agardh) Falkenb.
Wrightiella tumanowiczii C2-46R. C1-D1(BT).
-
(Gatty ex. Harv.) F. Schmitz
* nova ocorrência

2.3.1. Espécies encontradas na plataforma 2.3.2. Espécies encontradas na plataforma


continental do estado da Bahia continental do estado do Espírito Santo

Foram identificadas 138 espécies, sendo 82 Chlorophyta Foram identificadas 165 espécies, sendo 78
(59%), 22 Phaeophyta (16%) e 34 Rhodophyta (25%). Chlorophyta, 25 Phaeophyta e 62 Rhodophyta. Nesse
Essas espécies foram coletadas entre as coordenadas estado, incluem-se os pontos mais distantes do nosso
13°04’30”S - 18°57’14”S e 35°52’50”W - 39°35’42”W e litoral, como o Arquipélago de Martin Vaz e a Ilha de
profundidade de 20 a 269 m. Trindade. As espécies foram coletadas entre as faixas
Em Chlorophyta, as ordens Bryopsidales e de coordenadas 18°58’53”S - 21°31’00”S e 28°50’50”W
Cladophorales apresentaram o maior número de - 40°51’01”W e em profundidades de 18 a 247 m.
espécies, com 48 (58%) e 27 (33%) respectivamente. Assim como no estado da Bahia, no Espírito San-
Dentre as 22 espécies de Phaeophyta, destacam- to as ordens Bryopsidales e Cladophorales também
se Dictyotales (16 espécies), Sporochnales com três apresentaram o maior número de espécies, com 48
ocorrências equivalendo a 14%, Syringodermatales (62%) e 20 (26%) respectivamente.
com dois representantes e Fucales com um Dentre as 25 espécies de Phaeophyta, 64%
representante (5%). pertencem à ordem Dictyotales (16 espécies), de
Das 34 espécies de Rhodophyta, Corallinales Sporochnales e Fucales foram registradas duas
compõe 21%, constituída em sua maioria por ocorrências, equivalendo a 8% do total dessa divisão,
articuladas, seguida por Ceramiales (8 espécies – 24%), Laminariales apresentou três (12%), e as demais ordens
Gigartinales (4 espécies – 12%) e Halymeniales com (Ectocarpales e Scytosiphonales) apresentaram um
seis espécies (18%). representante (4%). A Ectocarpales Hincksia onslowensis

90 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


(Figuras 5, 6, 23), citada pela primeira vez para o rasas quanto das que vivem em locais mais profundos
Atlântico Sul (Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001), (Taylor, 1960; Earle, 1969; Littler & Littler, 2000).
com material oriundo do Programa REVIZEE, possui A área estudada compreende a cidade de Salva-
morfologia distinta das outras espécies do gênero dor, no estado da Bahia, e se estende até o norte do
Hincksia existentes no Brasil pela posição superior estado do Rio de Janeiro, inserindo-se na zona fitoge-
dos filamentos eretos, profusamente ramificados e ográfica nordeste-oriental (limitando-se entre a costa
emaranhados, com ramos laterais longos e inseridos ocidental do Ceará até o sul do Espírito Santo), proposta
em ângulo agudo. A primeira descrição dessa espécie por Oliveira Filho (1977) e reafirmada por Oliveira et al.
ocorreu na plataforma continental da Carolina do (2004), que ampliaram o seu limite sul até o norte do
Norte. O encontro dessa espécie em águas do Brasil veio Rio de Janeiro. Essa zona destaca-se pelos diversos ti-
aumentar a sua distribuição geográfica na direção sul. pos de substrato, oferecendo ambiente propício ao es-
Na divisão Rhodophyta foram identificadas 62 tabelecimento de diversas populações algáceas. Além
espécies nas diferentes ordens, das quais 22 per- disso, esse trecho do litoral brasileiro é particularmente
tencem à ordem Ceramiales (34%), 11 a Corallinales banhado por massas d’água diferentes, como as águas
(18%), oito a Halymeniales e Rhodymeniales (13%), e quentes e oligotróficas da Corrente do Brasil, que se
sete a Gigartinales (11%). desloca de norte para sul, e das Águas Centrais do Atlân-
tico Sul (ACAS), com origem na Corrente das Malvinas,
de temperatura mais baixa, inferior a 18°C, e rica em nu-
2.3.3. Espécies encontradas na plataforma
trientes, que percorre a costa de sul para norte.
continental do estado do Rio de Janeiro
(litoral norte até Cabo de São Tomé, incluindo o Banco Nesses diversos tipos de substrato e sob a ação
Almirante Saldanha localizado a 193 milhas da costa) da Corrente do Brasil, ocorrem uma diversidade de
tipos morfológicos, desde os talos mais simples até os
Foram identificadas 82 espécies das quais 26 perten- de organização mais complexa, e uma alta riqueza de
cem à divisão Chlorophyta, 12 à Phaeophyta e 44 à espécies, constituída pelas ordens com maior número
Rhodophyta. Estas espécies foram coletadas entre a de espécies: Bryopsidales (Caulerpa [Figs. 7 e 23] ,
seguinte faixa de coordenadas 21°30’00”S - 22°53’14”S Halimeda, Udotea [Figs. 8 e 24], Codium e Pseudocodium
e 37°35’00”W - 41°09’33”W e profundidade de 25 a [Figs. 9-11; 25]; Cladophorales (Anadyomene [Figs. 12-
130 m. 16; 26-30], Phyllodictyon), seguida pelas Dictyotales
Nesse estado, os 26 representantes da divisão (Dictyota, Dictyopteris, Stypopodium, Lobophora) e
Chlorophyta foram distribuídos entre as ordens pelas Ceramiales (Dictyurus, Laurencia, Osmundaria,
Cladophorales (13 espécies – 50%), Bryopsidales (10 Polysiphonia e Compsothamnion [Figs. 17, 31]),
espécies – 38%) e Tetrasporales (3 espécies – 12%). salientando o caráter tropical desses gêneros. Tais
Em relação às algas pardas (Phaeophyta), gêneros são também facilmente encontrados nas
Dictyotales foi a ordem com maior número de espécies águas quentes das zonas costeiras do Mar do Caribe
(9), equivalendo a 76% do total dos representantes dessa (Littler & Littler, 2000) e do Brasil (Pereira 1983; Ugadim
divisão. As demais ordens apresentaram apenas uma & Pereira, 1978) tanto na superfície (Behar, 1972) como
espécie cada. em profundidade (Guimarães et al., 1981; Teixeira et
Das 44 espécies de Rhodophyta registradas para o al., 1985). Dentre esses gêneros, algumas espécies
Rio de Janeiro, 32% ocorreram na ordem Ceramiales (14 são descritas pela primeira vez em águas brasileiras.
espécies), 20% em Halymeniales (9 espécies) e 16% em Em conseqüência da forte influência da ACAS na
Gigartinales e Rhodymeniales (sete espécies cada). plataforma continental, a presença de espécies
endêmicas de Laminaria abyssalis e L. brasiliensis (Joly
2.4. Considerações Finais & Oliveira Filho, 1967) formando bancos entre 40 e 120
m de profundidade, desde o norte de Cabo Frio (RJ) até
A macrodistribuição latitudinal das 228 espécies de a foz do Rio Doce, no estado do Espírito Santo (Oliveira
macroalgas identificadas é bem próxima da região Filho & Quége, 1978; Quége, 1988), destaca a afinidade
caraíbica, tanto daquelas algas que vivem em águas dessas espécies com águas temperadas. Ainda ligadas

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 91
a essa massa d’água fria, foram identificadas pela Um outro aspecto interessante que não se pode
primeira vez no Hemisfério Sul: Carpomitra costata, deixar de mencionar é a ocorrência de espécies de in-
Nereia tropica e Stenogramme interrupta (Yoneshigue- teresse econômico. Um dos componentes importan-
Valentin & Gestinari, 2000) (Figs. 18-21; 32), além de tes é a presença de uma vasta área coberta por fundo
outras espécies não muito comuns, como Cryptonemia de rodofíceas calcárias não articuladas que constituem
flabelifolia e Asteromenia peltata (Yoneshigue-Valentin o tipo “maerl” ou rodolitos, formando base para a fi-
et al., 1995). xação das macroalgas (Oliveira et al., 2004). O litoral
Comparando a presença de espécies comuns da do estado do Espírito Santo é detentor de uma grande
região Nordeste como um todo com a da área estuda- quantidade de rodolitos, que despertam a atenção das
da, incluindo o Arquipélago de Martim Vaz, a Ilha de empresas interessadas nos adubos e aditivos de rações
Trindade e o Banco Almirante Saldanha, a distribuição (Oliveira et al., 2004).
pode ser considerada como um continuum dentro de Outras espécies de alto valor econômico são as
um ecossistema marinho de larga escala, controlado espécies endêmicas de Laminaria. Suas frondes se-
principalmente pelas águas oligotróficas e quentes da cas podem ser utilizadas como alimento direto para
Corrente do Brasil (Ekau & Knoppers, 1999). Sugere-se o homem ou como fonte de hidrocolóides, como os
que o ecossistema de larga escala seja ampliado até a alginatos, tratando-se, portanto, de um recurso reno-
região caraíbica devido à presença de muitas espécies vável de alto valor no comércio (Cosson et al., 1995).
comuns tanto no Mar do Caribe (Børgesen, 1913-1920; Os talos de Laminaria ainda são fontes de novos fár-
Taylor, 1960; Earle, 1969; Littler & Littler, 2000) quanto macos com ação inibitória de vários tipos de vírus
no litoral brasileiro (Oliveira Filho, 1977). (Santos et al., 1999; Romanos, 2001). Os extratos de
Ressaltamos neste capítulo as novas informa- Stypopodium zonale também apresentam potencial
ções obtidas sobre as macroalgas da plataforma con- antioxidante e citotóxicos para as células do melano-
tinental, destacando a presença de novas menções ma humano (Rocha, 2004). Estudos cuja abordagem
(Bravin et al., 1999; Yoneshigue-Valentin & Gestinari, utiliza as macroalgas marinhas como fonte de novos
2000; Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001). Deve-se fármacos estão sendo conduzidos pelos grupos de
isso ao esforço de coletas realizadas em 138 estações pesquisadores da Universidade Federal do Rio de
amostradas pelo Programa REVIZEE, o primeiro es- Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminen-
tudo dessa envergadura, embora não-exaustivo, re- se (UFF). Além disso, não se pode negar a extrema
alizado no litoral brasileiro. Com o prosseguimento importância de gêneros como Gracilaria e Hypnea,
desse tipo de estudo, poderemos ampliar o conheci- além de outros, como fontes de hidrocolóides ainda
mento da diversidade das macroalgas e realizar des- insubstituíveis pela indústria.
cobertas inéditas.

92 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figuras 5-6: Ectocarpales. 5 - Hábito de Hincksia onslowensis. 6 - Órgãos pluriloculares de Hincksia onslowensis.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 93
Figuras 7-11: Bryopsidales. 7 - Hábito de Caulerpa verticillata. 8 - Hábito de Udotea cyathiformis var. cyathiformis.
9 - Hábito de Pseudocodium floridanum. 10 - Detalhe de uma ramificação mostrando utrículos e filamentos
medulares. 11 - Detalhes dos utrículos

94 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figuras 12-16: Cladophorales; espécies de Anadyomene. 12 - Região apical da fronde de Anadyomene saldanhae.
13 - Hábito de Anadyomene linkiana. 14 - Fragmento da região médio-apical da fronde de Anadyomene linkiana.
15 - Fragmento da região apical da fronde de Anadyomene pavonina. 16 - Parte da fronde da Anadyomene stellata.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 95
Figuras 17-21: Ceramiales e Gigartinales. 17 - Hábito de Compsothamnion thuyoides. 18 - Hábito de
Stenogramme interrupta, planta estéril. 19 - Hábito de Stenogramme interrupta, gametófito masculino com soros
espermatangiais (–»). 20 - Hábito de Stenogramme interrupta, gametófilo feminino com citocarpos alinhados (–»).
21 - Hábito de Stenogramme interrupta, tetrasporófito com soros nematecióides.

96 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 22: Ocorrência de Hincksia onslowensis na área de estudo.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 23: Ocorrência de Caulerpa verticillata na área de estudo.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 97
12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 24: Ocorrência de Udotea cyathiformis var. cyathiformis na área de estudo.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 25: Ocorrência de Pseudocodium floridanum na área de estudo.

98 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ .
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 26: Ocorrência de Anadyomene saldanhae na área de estudo.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 27: Ocorrência de Anadyomene lacerata na área de estudo.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 99
12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 28: Ocorrência de Anadyomene linkiana na área de estudo.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 29: Ocorrência de Anadyomene pavonina na área de estudo.

100 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 30: Ocorrência de Anadyomene stellata na área de estudo.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 31: Ocorrência de Compsothamnion thyoides na área de estudo.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 101


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 32: Ocorrência de Stenogramme interrupta na área de estudo.

102 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


2.5. Referências bibliográficas EARLE, S. A. 1969. Phaeophyta of the Eastern Golf of Mexico.
Phycologia, Lawrence, v. 7, n. 2, p. 71-254.

BEHAR, L. 1972. Clorofíceas do litoral sul do estado do Espírito EKAU, W.; KNOPPERS, B. 1999. An Introduction to the Pelagic
Santo. I. Siphonocladales e Siphonales. 150 f. Dissertação System of the North – East Brazilian Shelf. Archive of Fishery
(Mestrado em Botânica) – Instituto de Biociências, Marine Research, Hambourg, v. 47, n. 2-3, p. 113-132.
Universidade de São Paulo, São Paulo.
GUIMARÃES, S. M. P. B.; CORDEIRO-MARINO, M.; YAMAGUISHI-
BELL, P. R.; HEMSLEY, A. R. 2000. Green Plants – Their Origin TOMITA, N. 1981. Deep water Phaeophyceae and their
and Diversity. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University epiphytes from Northeastern and Southeastern Brazil.
Press. 348 p. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 95-113.

BØRGESEN, F. 1913. The marine algae of the Danish West GUIMARÃES, S. M. P. B.; HORTA, P. A. 2004. Morphology and
Indies. Part I. Chlorophyceae. Dansk Botanisk Arkv, reproduction of Predaea feldmanii (Nemastomataceae,
København, v. 1, n. 4, p. 1-158. Rhodophyta), an uncommon species from Brazil. Revista
Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 507-513.
BØRGESEN, F. 1914. The marine algae of the Danish West
Indies. Part II. Phaeophyceae. Dansk Botanisk Arkv, HAMEL, G. 1931-1939 Phéophycées de France. Paris: Wolf. 431
København, v. 2, n. 2, p. 1-66. p.

BØRGESEN, F. 1916a. The marine algae of the Danish West HAROUN, R. J.; PRUD’HOMME VAN REINE, W. F.; MÜLLER, D. G.;
Indies. Part III. Rhodophyceae (1). Dansk Botanisk Arkv, SERRAO, E.; HERRERA, R. 1993. Deep-water macroalgae
København, v. 3, n. 1, p. 1-80. from the Canary Islands: new records and biogeographical
relationships. Helgoländer Meeresuntersuchungen,
BØRGESEN, F. 1916b. The marine algae of the Danish West Hamburg, v. 47, p. 125-143.
Indies. Part.III. Rhodophyceae (2). Dansk Botanisk Arkv,
København, v. 3, n. 1b, p. 81-144. HORTA, P. A. 2000. Macroalgas do infralitoral do Sul e Sudeste
do Brasil: taxonomia e biogeografia. 151f. Tese (Doutorado
BØRGESEN, F. 1917. The marine algae of the Danish West em Botânica) – Instituto de Biociências, Universidade de
Indies. Part III. Rhodophyceae (3). Dansk Botanisk Arkv, São Paulo, São Paulo.
København, v. 3, n. 1c, p. 145-240.
HOWE, M.; TAYLOR, W. R. 1931. Notes on new or little-known
BØRGESEN, F. 1918. The marine algae of the Danish West marine algae from Brazil. Brittonia, New York, v. 1, p. 7-33
Indies. Part III. Rhodophyceae (4). Dansk Botanisk Arkv, + 16 fig. + pls. 1-2.
København, v. 3, n. 1d, p. 241-304.
JOLY, A. B.; OLIVEIRA FILHO, E. C. 1967. Two Brazilian Laminarias.
BØRGESEN, F. 1919. The marine algae of the Danish West Instituto de Pesquisas da Marinha, Rio de Janeiro, n. 4, p. 1-
Indies. Part III. Rhodophyceae (5). Dansk Botanisk Arkv, 13.
København, v. 3, n. 1e, p. 305-368.
JOLY, A. B.; OLIVEIRA FILHO, E. C. 1968. Notes on Brazilian algae
BØRGESEN, F. 1920. The marine algae of the Danish West II. A new Anadyomene of the deep water flora. Phykos,
Indies. Part III. Rhodophyceae (6). Dansk Botanisk Arkv, New Delhi, v. 7, n. 1-2, p. 27-31.
København, v. 3, n. 1f, p. 369-498 + index.
JOLY, A. B.; SAZIMA, M. 1971a. Brazilian deep-water algae.
BRAVIN, I. C.; TORRES, J.; GURGEL, C. F. D.; YONESHIGUE- Additions to the Brazilian flora III. Ciência e Cultura,
VALENTIN, Y. 1999. Novas ocorrências de Clorofíceas Campinas, v. 23, n 3, p. 333-336.
marinhas de profundidade para o Brasil. Hoehnea, São
Paulo, v. 26, n. 2, p. 121-133. JOLY, A. B.; SAZIMA, M. 1971b. Brazilian deep-water algae.
Additions to the Brazilian flora II. Ciência e Cultura,
CASSANO, V.; YONESHIGUE-VALENTIN, Y. 2001. Hincksia Campinas, v. 23, n. 3, p. 329-332.
onslowensis (Amsler & Kapraun) Silva (Phaeophyta,
Ectocarpaceae): new occurrence in deep waters for the JOLY, A. B.; SAZIMA, M.; SEMIR, J. 1976. Brazilian deep-water
South American Atlantic cost. Hoehnea, São Paulo, v. 28, marine algae: additions to the Brazilian flora. IV. Boletim
n. 29, p. 267-277. de Botânica da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 4,
p. 121-128.
CORDEIRO-MARINO, M.; GUIMARÃES, S. M. P. B. 1981. Novas
referências para a flora marinha de profundidade do JOLY, A. B.; SEMIR, J.; WAKABARA, Y. 1978. Brazilian deep-water
Brasil. Rickia, São Paulo, n. 9, p. 61-70. marine algae: additions to the Brazilian flora. V. Claudea
elegans (Delesseriaceae – Rhodophyta). Revista Brasileira
COSSON, J.; YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; DESLANDES, E.; de Botânica, São Paulo, v. 1, p. 125-129.
COAT, G.; FLOC’H, J.-Y. 1995. Résultats préliminaires sur
la composition en alginates de Laminaria abyssalis des JOLY, A. B.; YONESHIGUE-BRAGA, Y. 1966. Primeira nota sobre
côtes brésiliennes. Acta botanica Gallica, Paris, v. 142, n. algas marinhas durante as viagens do Noc. Almirante
2, p. 137-140. Saldanha. Instituto de Pesquisas da Marinha, Rio de Janeiro,
n. 34, p. 1-122 + pl. h.t.

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 103


JOLY, A. B.; YONESHIGUE-BRAGA, Y. 1974. Microdyction QUÉGE, N. 1988. Laminaria (Phaeophyta) no Brasil. Uma
vanbossae in the South Atlantic. Rickia, São Paulo, v. 6, p. perspectiva econômica. 115 f. Dissertação (Mestrado em
81-88. Botânica) – Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo, São Paulo.
KEMPF, M. 1970. Notes on the benthic bionomy of the N-NE
Brazilian shelf. Marine Biology, Berlin, v. 5, n. 3, p. 213-224. RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. 1996. Biologia
vegetal. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 728 p.
LITTLER, D. S.; LITTLER, M. M. 2000. Caribbean reef plants.
Washington, D.C.: Offshore Graphics. 542 p. ROCHA, F. D. 2004. Atividade antioxidante de produtos naturais
de algas marinhas bentônicas e espécies de Bromeliaceae.
LÜNING, K. 1990. Seaweeds. Their environment, biogeography, 265 f. Tese (Doutorado em Ciências – Química de Produtos
and ecophysiology. Toronto: Wiley – Interscience Naturais) - Núcleo de Pesquisas em Produtos Naturais,
publication. 527 p. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

MARCOT-COQUEUGNIOT, J. 1988. Sur quelques ROMANOS, M. T. V. 2001. Efeito inibidor de extratos de algas na
Pessonneliaceae (Rhodophyceae) recoltees en profondeur infecção de células pelo vírus linfotrópico de célula T humana
au large des côtes du Brèsil. Vie Milieu, Banyuls-Sur-Mer, v. do tipo 1 (HTLV-1). 110 f. Tese (Doutorado em Ciências) -
38, n. 3-4, p. 299-309. Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro.
OHNO, M.; TRIET, V. D. 1997. Artificial seeding of the green
seaweed Monostroma for cultivation. Journal of Applied SANTOS, M. G. M.; LAGROTA, M. H. C.; MIRANDA, M. M F. S.;
Phycology, Netherlands, v. 9, p. 417-423, 1997. YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; WIGG, M. D. 1999. Screening
for the antiviral effect of Brazilian marine alga extracts
OLIVEIRA, E. C. 1996. Introdução à biologia vegetal. São Paulo: against acyclovir resistant Herpes simplex virus type I.
Edusp. 224 p. Botanica Marina, Berlin, v. 42, p. 227-230.

OLIVEIRA, E. C.; HORTA, P. A.; AMANCIO, C. E.; SANT’ANNA, C. TAYLOR, W. R. 1928. The marine algae of Florida, with special
L. 2004. Evaluation and priority actions for conservation of reference to the Dry Tortugas. Washington, D.C.: Carnegie
the biodiversity of the marine and coastal zone – Marine Institution of Washington. Publ. 379; papers from the
Angiosperms and Algae from the Brazilian coast. Tortugas Lab., 25:v. + 219, 3 figs., 37 pls.
Disponível em: <www.bdt.fat.org.br-workshop-costa-
algas>. Acesso em: 30 out. 2004. TAYLOR, W. R. 1930. Algae collected on the Hassler, Albatross
and Schmitt Expeditions: I. Marine Algae from Brazil.
OLIVEIRA FILHO, E. C. 1976. Deep water marine algae from American Journal of Botany, Ottawa, v. 17, p. 627-634, 1
Espírito Santo State (Brazil). Boletim de Botânica da fig., pl. 39.
Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 4, p. 73-80.
TAYLOR, W. R. 1931. Synopsis of the marine algae of Brazil.
OLIVEIRA FILHO, E. C. 1977. Algas marinhas bentônicas do Brasil. 407 Revue Algologique, Paris, v. 5, n. 3-4, p. 279-313.
f. Tese (Livre-docência) – Instituto de Biociências, Universidade
de São Paulo, São Paulo. TAYLOR, W. R. 1960. Marine algae of the eastern tropical and
subtropical coasts of the Americas. Ann Arbor: The University
OLIVEIRA FILHO, E. C.; FURTADO, R. P. 1978. Dictyopteris of Michigan Press. 870 p.
jolyana sp. Nova (Phaeophyta) from Brazil. Nova Hedwigia,
Stuttgart, v. 4, p. 759-763. TEIXEIRA, V. L.; PEREIRA, R. C.; MUNIZ, J. A.; FERREIRA DA
SILVA, L. F. 1985. Contribuição ao estudo de algas de
OLIVEIRA FILHO, E. C.; QUÉGE, N. 1978. O gênero Laminaria profundidade da costa Nordeste do Brasil. Ciência e
no Brasil. Ocorrência e potencialidades. Publicações do Cultura, Campinas, v. 37, n. 5, p. 809-816.
Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo, São Paulo,
v. 1107, p. 1-18. UGADIM, Y.; PEREIRA, S. M. B. 1978. Deep-water marine
algae from Brazil collected by the Recife Commission. I.
PEREIRA, S. M. B. 1983. Algas marinhas bentônicas do infralitoral Chlorophyta. Ciência e Cultura, Campinas, v. 30, n. 7, p.
do Estado da Paraíba. 115 f. Tese (Titular em Botânica) 839-892.
– Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife. WOMERSLEY, H. B. S. 1987. The marine benthic flora of Southern
Australia. Part II. Adelaide: South Australian Government
PEREIRA, S. M. B.; OLIVEIRA FILHO, E. C.; ARAÚJO, M. S. V. B.; Printing Division. 484 p.
PAES E MELO, L. B.; FERNANDES DE CARVALHO, F. A.;
CÂMARA NETO, C. 1981. Prospecção dos bancos de algas WOMERSLEY, H. B. S. 1992. The marine benthic flora of Southern
marinhas do estado do Rio Grande do Norte. 2ª parte: Australia. Part III C. Adelaide: State Herbarium of South
profundidade de 10 a 45 metros. Estudos da Pesca, Recife, Australia. 535 p.
v. 9, p. 29-69. (Série Brasil – Sudene).
WYNNE, M. J. 1998. A checklist of benthic marine algae of the
tropical and subtropical western Atlantic: first revision.
Nova Hedwigia, Stuttgart, v. 116, p. 1-155.

104 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


YONESHIGUE, Y.; OLIVEIRA FILHO, E. C. 1987. Preliminary YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; FUJII, M. T.; GURGEL, C. F. D.
experiments on the cultivation of the brown alga Laminaria 2003. Osmundea lata (M. Howe & W.R. Taylor) comb. nov.
(Phaeophyta) Lamouroux in Brazil. Hydrobiologia, Bélgica, v. (Ceramiales, Rhodophyta) from the Brazilian south-
151-152, p. 381-385. eastern continental shef. Phycologia, Lawrence, v. 42, n.
3, p. 301-307.
YONESHIGUE, Y.; VILLAÇA, R. C. 1989. Antithamnion tenuissimum
(Ceramiaceae, Rhodophyta) dans la région de Cabo Frio (État YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; GESTINARI, L. M. S. 2000.
de Rio de Janeiro, Brésil). Première citation pour l’Atlantique Stenogramme interrupta (C. Agardh) Montagne ex Harvey
Sud. Cryptogamie, Algologie, Paris, v. 10, n. 11, p. 325-335. (Rhodophyta, Gigartinales) em águas profundas da
plataforma continental brasileira, Atlântico Sul. Leandra,
YONESHIGUE-VALENTIN, Y.; MITCHELL, G. J. P.; GURGEL, C. Rio de Janeiro, v. 15, p. 73-78.
F. D. 1995. Quelques observation preliminaires sur les
macroalgues de la plate-forme continentale du Sud-Est ZEMKE-WHITE, W. L.; OHNO, M. 1999. World seaweed
Brésilien. Acta Botanica Gallica, Paris, v. 142, n. 2, p. 161- utilization: An end-of-century summary. Journal of Applied
165. Phycology, Netherlands, v. 11, p. 369-376.

2.6. Anexo

Anexo 1: Dados sobre as estações de coleta de outras campanhas realizadas nos anos de 1998 e 1999 pelo
Programa REVIZEE.

Estações Latitude Longitude Profundidade Data


BA-99-1ф 16º06’08”S 38º02’06”W 50 m 4-06-1999
BA-99-2ф 17º08’00”S 36º48’00”W 40-50 m 6-06-1999
BA-99-3 ф
16°24’00”S 38°48’00”W 50-55 m 14-06-1999
BA-99-4ф 17°06’00”S 38°38’00”W 157 m 18-06-1999
ES-98-1 ф
20°04’00”S 34°54’00”W 62 m jun-98
ES-98-2 ф
20°41’00”S 37°07’00”W X jun-98
ES-99-1ф 21°04’00”S 40°48’00”W 18 m 25-7-1999
ES-99-2ф 21°00’00”S 40°19’00”W 38 m 25-7-1999
ES-99-3 ф
21°20’01”S 40°51’01”W 22 m 26-7-1999
ES-99-4ф 20°50’23”S 40°28’28”W 18 m 26-7-1999
ES-99-5 ф
20°47’57”S 40°13’21”W 50 m 26-7-1999

CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 105


Capítulo 3
Filo Porifera
Guilherme Muricy1, Cristina Pereira Santos1, Daniela Batista1, Daniela de Almeida Lopes1, Diogo Pagnoncelli1,
Leandro de Campos Monteiro1, Maíra Ventura de Oliveira1, Maria Claudia Ferreira Moreira1,
Mariana de Sousa Carvalho1, Mariana Melão1, Michelle Klautau2, Pablo Rodrigues Dominguez1, Rafael Nogueira Costa1,
Renata Gomes Silvano1, Sabine Schwientek3, Suzi Menezes Ribeiro1, Ulisses dos Santos Pinheiro4 & Eduardo Hajdu1

Resumo
Neste trabalho são descritas a composição taxonômica, a riqueza específica, a abundância, a biomassa, e a dis-
tribuição geográfica e batimétrica das esponjas marinhas (Filo Porifera) coletadas pelo Programa REVIZEE SCORE
Central, campanhas de bentos II, V e VI. Foram estudados 3800 espécimes de Porifera, dos quais 99,4% eram
da Classe Demospongiae, 0,37% da Classe Calcarea e 0,26% da Classe Hexactinellida. Os espécimes foram clas-
sificados em 295 morfotipos pertencentes a 56 famílias de Porifera. Até o momento, 172 morfotipos já foram
identificados em nível de gênero ou espécie. As famílias mais ricas em espécies foram Chalinidae (22 morfotipos),
Ancorinidae (18), Niphatidae (15) e Petrosiidae (14). As famílias mais abundantes em número de indivíduos foram
Halichondriidae, Aplysinidae, Niphatidae e Spongiidae. A biomassa total de Porifera foi de 110,5 Kg apenas nas
campanhas Central V e VI, 99,9% dos quais da Classe Demospongiae. A família Aplysinidae teve a maior biomassa,
seguida por Ancorinidae, Niphatidae, Agelasidae e Halichondriidae. Ocorreram esponjas em 89 das 134 estações
de coleta por dragagem. Demospongiae esteve representada em 88 estações, enquanto Calcarea e Hexatinellida
ocorreram em apenas sete e quatro estações, respectivamente. As famílias de Porifera mais freqüentes foram
Aplysinidae, Halichondriidae, Ancorinidae, Tetillidae, Axinellidae, e Agelasidae. A maioria das famílias de Demos-
pongiae ocorreu nas áreas mais rasas, até 250 m. A Classe Calcarea se restringiu à faixa de 50-100 m de profundida-
de, e a Classe Hexactinellida ocorreu apenas nas maiores profundidades, entre 250 e 1700 m. A fauna de Porifera
coletada pelo Programa REVIZEE SCORE Central apresenta muitas novas ocorrências para o Brasil e prováveis
espécies novas, demonstrando a importância do Programa REVIZEE para o levantamento da fauna marinha brasi-
leira. A maioria das espécies e dos gêneros identificados produz substâncias bioativas de interesse farmacológico
e alto potencial econômico.

Palavras-chave: REVIZEE Central, esponjas, biodiversidade, abundância, biomassa, importância econômica.

1. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quinta da Boa Vista, s-no., São Cristóvão. 20940-040 Rio de Janeiro, RJ.
2. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.
3. University of Applied Sciences, Bremen, Alemanha.
4. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA.

MURICY, G. et al. 2006. Capítulo 3. Porifera. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva brasileira.
Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 109-145 (Série Livros n. 18) 109
Abstract
In this study we described the taxonomic composition, species richness, abundance, biomass, geographic and
bathymetric distribution, and economic importance of marine sponges (Porifera) collected by the Programme
REVIZEE– Central SCORE, benthos campaigns II, V, and VI. A total of 3800 specimens of sponges were studied,
99.4% of which belonging to Demospongiae, 0.37% to Calcarea, and 0.26% to Hexactinellida. The specimens were
classified in 295 morphotypes belonging to 56 sponge families. So far, 172 morphotypes were identified to ge-
nus or species. The richest families in numbers of species were Chalinidae (22 morphotypes), Ancorinidae (18),
Niphatidae (15), and Petrosiidae (14). In numbers of individuals, the most abundant families were Halichondriidae,
Aplysinidae, Niphatidae and Spongiidae. Total sponge biomass was high, with 110,5 kg in campaigns Central V
and VI, and a clear dominance of Demospongiae with 99.9% of the wet weight collected. Family Aplysinidae had
the highest biomass, followed by Ancorinidae, Niphatidae, Agelasidae, and Halichondriidae. Sponges occurred in
89 of the 134 sites dredged. Demospongiae was represented in 88 stations, whereas Calcarea and Hexactinellida
occurred only in seven and four stations, respectively. The most frequent sponge families were Aplysinidae,
Halichondriidae, Ancorinidae, Tetillidae, Axinellidae, and Agelasidae. Most demosponge families occurred in rela-
tively shallow waters, down to 250 m depth. The Class Calcarea was restricted to the zone between 50 and 100
m depth, and the hexactinellids were restricted to the greatest depths, from 250 to 1700 m. The sponge fauna
collected by the Programme REVIZEE – Central SCORE showed many new records for Brazil and probable new spe-
cies, demonstrating the importance of Programme REVIZEE for the knowledge of the Brazilian marine fauna. Most
species and genera identified are known to produce bioactive compounds with pharmacological importance and
high economic potential.

Keywords: REVIZEE Central, sponges, biodiversity, abundance, biomass, economic importance.

110 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


3.1. Introdução

3.1.1 Biologia A participação de algumas espécies de espon-


jas na produção primária pode ser relativamente im-
As esponjas (Filo Porifera) são um dos grupos zooló- portante em recifes de coral, o que se dá através de
gicos dominantes nos fundos marinhos consolidados simbioses com cianobactérias (algas verde-azuladas)
em todo o mundo. Os poríferos são abundantes em ou dinoflagelados como zooxantelas (Wilkinson, 1987;
todos os mares, onde costumeiramente recobrem ro- Rützler, 1990). O hábito carnívoro, embora excepcional,
chas, conchas, esqueletos mortos de corais e quaisquer também já foi descrito em uma família de esponjas, e
outras estruturas sólidas. Algumas espécies também suspeita-se que esta possa ser uma estratégia adotada
podem ser encontradas em fundos de areia fina ou com relativa freqüência em ambientes mais profun-
lama, aos quais se fixam por meio de tufos de espículas dos e com pouco alimento (Vacelet & Boury-esnault,
basais. A maioria das esponjas ocorre em águas relati- 1995). As esponjas são ainda os principais agentes da
vamente rasas, mas alguns grupos estão amplamente bioerosão dos substratos calcários (principalmente es-
distribuídos em águas profundas, com destaque para pécies da família Clionaidae; Rützler, 1975) e já tiveram
as esponjas-de-vidro (Classe Hexactinellida), conhe- seu uso como biomonitores de qualidade ambiental
cidas de até cerca de 7000m de profundidade, e com proposto por alguns autores (Alcolado & Herrera, 1987;
sua maior diversidade observada na faixa de algumas Muricy, 1989, 1991; Muricy et al., 1991; Perez, 2000;
centenas de metros (Sarà & Vacelet, 1973; Tabachnick, Wulff, 2001).
1991). Apenas cerca de 150 espécies de esponjas (2,5%) A combinação da simplicidade estrutural com a
ocorrem em ambientes de água-doce. plasticidade e adaptabilidade das espécies às condi-
A dieta das esponjas é restrita às menores fra- ções variáveis do ambiente vem garantindo o sucesso
ções de matéria orgânica particulada em suspensão na evolutivo do filo Porifera através da escala de tempo
água (< 50 µm), tais como fragmentos de organismos geológica (Kelly-Borges, 1995). A ampla distribuição
mortos, pelotas fecais e pico- e nano-plâncton (plânc- temporal dos poríferos está demonstrada por um re-
ton < 2 µm). Esta é a faixa de tamanho das bactérias, gistro fóssil abundante, conhecendo-se esponjas in-
que são filtradas com alta eficiência pelas esponjas teiras (não apenas espiculas soltas) desde o Pré-Cam-
(ingestão de mais de 99% das bactérias presentes na briano, há mais de 500 milhões de anos atrás, quando
água inalada; Reiswig, 1973; Pile et al., 1996). Os po- os poríferos já pareciam ser bastante diversificados. Os
ríferos geram ativamente uma corrente unidirecional poríferos foram particularmente importantes como
de água através de um sistema de canais, denomina- construtores de recifes no Paleozóico, antes da era dos
do sistema aqüífero, que permeia todo o seu corpo. cnidários (250-540 milhões de anos atrás; Wood, 1990;
Sua organização corporal é de nível celular, sem a for- Wiedenmayer, 1994).
mação de tecidos complexos ou órgãos. As esponjas,
porém, são capazes de realizar funções complexas nas 3.1.2. Importância econômica
quais suas células agem de maneira coordenada, tais
como a reprodução e a geração do fluxo de água por Os poríferos marinhos foram importantes recursos
células especializadas, com colarinho e flagelo (co- econômicos para povos mediterrâneos durante mui-
anócitos). A arquitetura deste sistema aquífero está tos séculos. A grande capacidade de retenção de água
constantemente em reorganização, o que se traduz pelo esqueleto córneo de algumas esponjas (feito de
em uma grande adaptabilidade dos poríferos às mu- fibras de espongina, um tipo de colágeno), em espe-
danças do ambiente, principalmente à força e direção cial dos gêneros Spongia e Hippospongia, fez destas
das correntes submarinas. esponjas ótimos utensílios para o banho e a higiene

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 111


pessoal, em uma época em que as esponjas sintéticas medicamento regulamentado internacionalmente para
ainda não haviam sido inventadas. No início do sécu- o tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida
lo XX o mercado de esponjas naturais já se espalhara (Sida; Mcconnell et al., 1994).
para várias partes do globo, em especial no Caribe, Na década de 1980 foi isolado o manoalida, da
Atlântico Tropical Ocidental e Mediterrâneo Orien- esponja Luffariella variabilis (Silva & Scheuer, 1980), que
tal (principalmente em Cuba, na Flórida e na Grécia), tem grande importância por sua atividade antibiótica
onde as esponjas eram coletadas principalmente para contra Streptomyces pyogenes e Staphylococcus aureus.
exportação para a Europa. Ainda na primeira metade A posterior descoberta de sua atividade antiinflama-
do século XX, este mercado sofreu uma forte crise em tória e analgésica (Jacobs et al., 1985) despertou ainda
conseqüência da disseminação do uso das esponjas maior interesse na comunidade científica e indústrias
artificiais e do alastramento de epidemias que dizi- farmacêuticas (Mcconnell et al., 1994). Em levantamen-
maram populações das espécies comerciais em várias to realizado por pesquisadores do Instituto Nacional
partes do globo, inicialmente no Caribe e na Florida, e do Câncer, dos Estados Unidos, observou-se que, den-
posteriormente no Mediterrâneo Oriental. O mercado tre as fontes naturais de substâncias antitumorais, os
de esponjas naturais nunca se recuperou, e hoje re- organismos marinhos são os que forneceram o maior
presenta menos de 30% do valor total das décadas de número de extratos com altas porcentagens de ativida-
1930-1940 (Verdenal, 1986; Vacelet et al., 1994). de (Cragg et al., 1997). Dentre os organismos marinhos,
O alto potencial de poríferos como fonte de novos as esponjas e os briozoários são os grupos com maior
compostos com atividades farmacológicas é bem porcentagem de espécies ativas (Munro et al., 1994).
conhecido (Garson, 1994; Munro et al., 1994; Hajdu et al., Diversas substâncias foram isoladas destes organis-
1996; Berlinck et al., 2004). Esponjas foram os primeiros mos e encontram-se atualmente submetidas a testes
invertebrados marinhos a fornecerem substâncias de clínicos, visando o tratamento de diversas formas de
interesse médico-farmacológico, o que decorreu de câncer. A maioria destas substâncias, como por exem-
uma longa aplicação na medicina, seja como matriz para plo a aeroplisinina-1, a halicondrina B, e o jasplakinoli-
embeber-se compostos bioativos, ou seja diretamente da, foram isoladas de esponjas marinhas.
como medicamento contra escrófula (uma doença de Diversas espécies de esponjas do Brasil, incluin-
pele semelhante à micose). No fim dos anos 50, foram do os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro,
isolados dois nucleosídeos da esponja Tectitethya crypta, já foram estudadas quimicamente e-ou têm proprie-
a espongouridina e a espongotimidina (Faulkner, 1992). dades farmacológicas conhecidas (Atta et al., 1989,
Estes compostos apresentaram atividade antiviral e 1990, 1992; Rodriguez et al., 1997; Epifanio et al., 1999;
foram pioneiros entre os agentes antivirais derivados Muricy & Silva, 1999; Berlinck et al., 2004). Outros usos
de nucleosídeos (North & Cohen, 1979). Dois análogos das esponjas, como por exemplo o de biomonitores de
sintéticos da espongouridina e espongotimidina, a poluição orgânica, petrolífera e térmica, também já fo-
citosina-arabinosídeo (Ara-C) e a adenina-arabinosídeo, ram estudados no Brasil (Muricy, 1989; Peso-aguiar et
(Ara-A), foram introduzidos no mercado de fármacos, o al., 2000; Vilanova et al., 2004).
primeiro como agente antitumoral e o segundo como
agente antiviral. O Ara-C é produzido sinteticamente e 3.1.3. Classificação
distribuído como Cytosar-U (® Upjohn) para o tratamento
de leucemia aguda não-linfocítica, leucemia crônica O filo Porifera é atualmente dividido em quatro clas-
mielocítica e leucemia da meninge (McConnell et al., 1994). ses: Calcarea, Hexactinellida, Demospongiae (todas
O Ara-A é obtido biotecnologicamente, sendo distribuido com representantes recentes) e Archaeocyatha (intei-
como Vira-A (®Parke-Davis). Este medicamento é ramente fóssil). A classe Archaecyatha se caracteriza
indicado para o tratamento de viroses por Herpes simplex por um esqueleto calcário maciço, em forma de cones
e Herpes zoster. Estes compostos deram origem a toda invertidos, com parede dupla e composto de cristais
uma geração de agentes antivirais, dentre os quais o de calcita. O grupo foi muito importante no Período
acyclovir, a azidotimidina (AZT) e a dideoxicitidina, Cambriano, com 306 genêros conhecidos, todos extin-
potentes agentes antivirais; destes, o AZT é o único tos (Hooper et al., 2002).

112 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


A classe Demospongiae é a mais rica, com cerca luz podem auxiliar na produção de fibras óticas mais
de 85% das espécies recentes do filo (Hooper & Van eficientes (Sundar et al., 2003). Pouco se sabe a res-
Soest, 2002). É também a mais abundante e mais am- peito da biologia de Hexactinellida (Reiswig & Mehl,
plamente distribuída nos mares e oceanos. As esponjas 1991), com exceção de poucas espécies que ocorrem
desta classe geralmente possuem esqueleto composto em águas rasas (como Oopsacas minuta em cavernas
de espículas silicosas e/ou de fibras de espongina (uma do Mediterrâneo; Boury-esnault & Vacelet, 1994).
proteína da família do colágeno), mas algumas espécies
são inteiramente desprovidas de esqueleto. As espículas 3.1.4. Poríferos da costa brasileira
possuem simetria monaxônica ou tetraxônica (com um
ou quatro eixos, respectivamente). As espécies desta Atualmente são conhecidas cerca de 350 espécies de
classe, em especial nos trópicos, costumam apresentar esponjas da costa brasileira (Van Soest, 1994; Hajdu
cores diversas e vistosas, e algumas chegam a alcançar et al., 1996; Mothes, 1996; Mothes et al., 2004; Hajdu
mais de 1 m de altura. As esponjas são também muito et al., 2004). Esta área está entre as menos estudadas
abundantes em áreas de plataforma até 90 m de pro- do mundo com relação às esponjas, juntamente com
fundidade (p. ex., Ridley & Dendy, 1887; Sollas, 1888; a da costa pacífica da América do Sul (De Laubenfels,
Boury-Esnault, 1973; Collette & Rützler, 1977), podendo 1956; Boury-esnault, 1973; Hechtel, 1976; Cuartas,
ser o grupo zoológico dominante em muitas áreas da 1986; Hajdu et al., 1992, 1995; Hajdu & Desqueyroux-
plataforma continental brasileira. faúndez, 1994). Até o presente, a maior parte dos
A classe Calcarea possui cerca de 500 espé- registros originais de esponjas para a costa brasileira
cies descritas, distinguindo-se marcantemente pela foi gerada por especialistas estrangeiros trabalhando
presença de um esqueleto formado por espículas material dragado por expedições estrangeiras de
calcárias. O arranjo esquelético mais comum é o de história natural (ver revisão em Hajdu et al., 1996).
espículas isoladas, mas em alguns raros casos pode Alguns exemplos são as expedições dos navios
ocorrer fusão das espículas ou hipercalcificação ba- oceanográficos “Alert” (seis espécies brasileiras -
sal do esqueleto, conferindo maior rigidez à esponja Ridley, 1881), “Challenger” (43 espécies de esponjas
(as chamadas “esponjas coralinas”). As espículas têm brasileiras - Poléjaeff, 1884; Ridley & Dendy, 1887;
simetria monaxônica, triaxônica ou tetraxônica (com Schulze, 1887; Sollas, 1888), “Calypso” (60 espécies
um, três ou quatro eixos, respectivamente). Esponjas de Demospongiae brasileiras - Boury-esnault, 1973)
calcárias são normalmente pequenas e ocorrem em e “Oregon” (35 espécies brasileiras - Collette &
ambientes crípticos, como cavernas, frestas e sob la- Rützler, 1977). A participação de brasileiros no estudo
jes. Cores vistosas são raras, observando-se uma pre- taxonômico das esponjas marinhas brasileiras vem se
dominância de cores pálidas como branco, amarelo, consolidando nas últimas décadas, mas de uma forma
verde claro e bege. geral através de contribuições pontuais (p.ex. Mothes-
A classe Hexactinellida, também com cerca de de-moraes, 1985; Hajdu et al., 1992, 1995, 2004; Mothes
500 espécies descritas (7% do total de esponjas co- & Bastian, 1993; Pinheiro & Hajdu, 2001; Moraes &
nhecidas), se distingue pela simetria hexaradial (com Muricy, 2003; Carvalho & Hajdu, 2004; Mothes et al.,
três eixos, ou seis raios) de diversas de suas espículas. 2004). Apesar do crescente número de novas espécies
Seu esqueleto é composto por espículas isoladas ou e ocorrências novas descritas recentemente, estima-
fusionadas em graus variáveis. Algumas espécies têm se que ainda há cerca de 300 espécies não descritas
esqueletos de sílica maciços, mas nunca foram obser- na costa brasileira (Hajdu et al., 1999).
vados esqueletos calcáreos. As cores das esponjas he- A importância do Programa REVIZEE – SCORE
xactinelidas são pouco vistosas, mas elas exibem alta Central para o conhecimento da composição, distribui-
complexidade e variedade de formas. Ao contrário ção e abundância relativa dos poríferos marinhos bra-
das outras classes, com padrão celular, a organização sileiros vem em parte do grande número de amostras
corporal em Hexactinellida é basicamente sincicial. As obtidas e da qualidade deste material. As amostras são
espículas silicosas podem ser muito longas (até 1 m de oriundas de uma faixa praticamente inexplorada da
comprimento) e suas propriedades de transmissão de plataforma e talude continental brasileiros, e incluem

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 113


esponjas de estações a até 1700 m de profundidade, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ). Os
nunca registradas em trabalhos anteriores. Informa- dados quantitativos (abundância e, principalmente,
ções quantitativas sobre a abundância de esponjas no biomassa) de todas as campanhas, e particularmente
Brasil são muito raras (Muricy, 1989; Moraes et al., 2003). da Central II, foram muito subestimados devido ao
Até o presente, só há no Brasil dados publicados sobre descarte de material a bordo. A biomassa foi estimada
a biomassa de Porifera em duas estações de coleta ao por pesagem dos espécimes úmidos em laboratório,
largo do Amapá e Pará, com estimativas da comunida- em balança com precisão de 0,5 g.
de total variando de 200 a 800 kg por estação (Collette
& Rützler, 1977). A qualidade e originalidade das infor- 3.3. Resultados: o filo Porifera na costa
mações geradas pelo Programa REVIZEE SCORE Cen- central do Brasil
tral permitirão um manejo mais adequado do recurso
renovável representado pelas esponjas na plataforma 3.3.1. Riqueza de espécies
continental e talude da costa central do Brasil.
Nas três campanhas analisadas (Central II, V e VI), fo-
3.2. Material e Métodos ram identificados 3800 espécimes de Porifera, dividi-
dos em 1356 lotes. Os espécimes foram classificados
Os espécimes coletados foram fixados em álcool em 49 famílias da Classe Demospongiae, três famílias
70%. Para observação do esqueleto, foram feitos de Hexactinellida, e quatro famílias da Classe Calcarea,
cortes espessos do esqueleto à mão livre e lâminas somando 56 famílias de Porifera. Além disso, 34 lotes
de espículas a partir da dissociação de um pequeno de espécimes de Demospongiae e um de Calcarea não
fragmento da esponja em ácido nítrico a quente puderam ser identificados em nível de família por insu-
(esponjas com espículas silicosas) ou água sanitária ficiência do material (espécimes muito pequenos, da-
(esponjas calcárias). Em alguns casos, um pequeno nificados ou fragmentados). Os espécimes coletados
fragmento foi incluído em parafina histológica antes foram separados em 295 morfotipos, que em grande
de ser cortado. Os espécimes foram identificados a parte ainda estão sendo identificados. Até o momento,
partir de comparação com a literatura especializada 172 morfotipos já haviam sido identificados em nível
e com material taxonômico depositado em coleções de gênero ou espécie, vários deles com propriedades
zoológicas. Foi seguida a classificação proposta pelo farmacológicas conhecidas (Tabela 1 e Anexo 1). As fa-
Systema Porifera (Hooper & Van Soest, 2002). Devido mílias com maior riqueza de espécies foram Chalinidae
ao grande número de amostras, muitos espécimes (22 morfotipos), Ancorinidae (18), Niphatidae (15),
não puderam ser identificados em nível de gênero Petrosiidae (14), Halichondriidae (13), e Aplysinidae (12
ou espécie, e foram classificados como “morfotipos”, morfotipos). Onze famílias apresentaram 10 ou mais
que não necessariamente correspondem a espécies morfotipos em toda a região estudada. Por outro lado,
biológicas. Todo o material estudado foi depositado 15 famílias foram representadas por apenas uma espé-
na coleção de Porifera do Museu Nacional, cie na região (Tabela 1).

Tabela 1: Lista de táxons de Porifera coletados pelo REVIZEE - SCORE Central, durante as campanhas Central II,
V e VI.

Classificação Espécies ou Morfotipos


Filo Porifera Grant, 1836
Classe Demospongiae Sollas, 1885
Subclasse Homoscleromorpha Bergquist, 1978
Ordem Homosclerophorida Dendy, 1905
Família Plakinidae Schulze, 1880 Plakinidae indet.
Gênero Plakina Schulze, 1880 Plakina spp. 1-2

114 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da Tabela 1
Classificação Espécies ou Morfotipos
Gênero Plakinastrella Schulze, 1880* Plakinastrella sp.
Gênero Plakortis Schulze, 1880* Plakortis sp.
Subclasse Tetractinomorpha Lévi, 1953
Ordem Spirophorida Bergquist & Hogg, 1969
Família Spirasigmidae Hallmann, 1912 Spirasigmidae indet.
Família Tetillidae Sollas, 1886
Gênero Cinachyra Sollas, 1886* Cinachyra sp.
Gênero Cinachyrella Wilson, 1925* Cinachyrella spp. 1-2
Cinachyrella aff. alloclada (Uliczka, 1929)*
Cinachyrella aff. apion (Uliczka, 1929)
Cinachyrella aff. kuekenthali (Uliczka, 1929)
Cinachyrella kuekenthali (Uliczka, 1929)
Gênero Tetilla Schmidt, 1868* Tetilla spp. 1-3
Ordem Astrophorida Sollas, 1888
Família Ancorinidae Schmidt, 1870 Ancorinidae indet. 1-2
Gênero Asteropus Sollas, 1888* Asteropus spp. 1-3
Gênero ?Ecionemia Bowerbank, 1864 ?Ecionemia sp.
Gênero Holoxea Topsent, 1892 Holoxea sp.
Gênero Jaspis Gray, 1867* Jaspis spp. 1-3
Gênero Melophlus Thiele, 1899 Melophlus sp.
Gênero Penares Gray, 1867 Penares sp.
Gênero Rhabdastrella Thiele, 1903 Rhabdastrella sp.
Gênero Stelletta Schmidt, 1862 Stelletta spp. 1-4
Gênero Tribrachium Weltner, 1882 Tribrachium schmidti Weltner, 1882
Família Calthropellidae Lendenfeld, 1907
Gênero Pachastrissa Lendenfeld, 1903 Pachastrissa sp.
Família Geodiidae Gray,1867
Gênero Erylus Gray, 1867* Erylus spp. 1-5
Gênero Geodia Lamarck, 1815* Geodia spp. 1-3
Família Pachastrellidae Carter, 1875 Pachastrellidae indet. 1-5
Família Thrombidae Sollas, 1888
Gênero Thrombus Sollas, 1886 Thrombus sp.
Ordem Hadromerida Topsent, 1894
Família Clionaidae d’Orbigny,1851
Gênero Cliona Grant, 1826* Cliona spp. 1-2
Gênero Thoosa Hancock, 1849 Thoosa sp.
Família Hemiasterellidae Lendenfeld, 1889 Hemiasterellidae indet. 1-2
Família Polymastiidae Gray, 1867
Gênero Polymastia Bowerbank, 1864 Polymastia sp.
Gênero Radiella Schmidt, 1870 Radiella sp.
Família Suberitidae Schmidt, 1870 Suberitidae indet. 1-8

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 115


Continuação da Tabela 1
Classificação Espécies ou Morfotipos
Gênero Aaptos Gray, 1867* Aaptos spp. 1-2
Gênero Terpios Duch. & Mich., 1864 Terpios sp.
Família Spirastrellidae Ridley & Dendy, 1886
Gênero Diplastrella Topsent, 1918 Diplastrella bistellata (Schmidt, 1862)
Diplastrella megastellata Hechtel, 1965
Gênero Spirastrella Schmidt, 1868 Spirastrella sp.
Família Timeidae Topsent, 1928
Gênero Timea Gray, 1867 Timea cumana Pulitzer-Finali, 1977
Timea spp. 1-3
Família Tethyidae Gray, 1848
Gênero Tethytimea de Laubenfels, 1936 Tethytimea sp.
Família Trachycladidae Hallmann, 1917
Gênero Rhaphidistia Carter, 1879 cf. Rhaphidistia sp.
Ordem Chondrosida Boury-Esnault & Lopes, 1985
Família Chondrillidae Gray, 1872
Gênero Chondrilla Schmidt, 1862* Chondrilla aff. nucula Schmidt, 1862*
Gênero Chondrosia Nardo, 1847 Chondrosia sp.
“Ordem Lithistida” (polifilética) Schmidt, 1870
Família Desmanthidae Topsent, 1893 Desmanthidae indet.
Gênero Petromica Topsent, 1898 Petromica sp.
Família Theonellidae Lendenfeld, 1903* Theonellidae indet.
Subclasse Ceractinomorpha Lévi, 1953
Ordem Agelasida Hartman, 1980
Família Agelasiidae Verrill, 1907
Gênero Agelas Duch. & Mich., 1864* Agelas clathrodes (Schmidt, 1870)*
Agelas conifera (Schimidt, 1870)*
Agelas dispar Duch. & Mich., 1864*
Agelas schmidti Wilson, 1902
Agelas tubulata Lehnert & van Soest, 1996
Agelas sp.
Ordem Poecilosclerida Topsent, 1928
Subordem Microcionina Hajdu, van Soest & Hooper, 1994
Família Acarnidae Dendy, 1922
Gênero Acarnus Gray, 1867 Acarnus nicoleae (van Soest, Hooper &
Hiemstra, 1991)
Acarnus radovani (Boury-Esnault, 1973)
Acarnus toxeata Boury-Esnault, 1973
Acarnus sp.
Família Microcionidae Carter, 1875
Gênero Clathria Schmidt, 1862 Clathria spp. 1-7
Família Raspailiidae Hentschel, 1923 Raspailidae indet. 1-9

116 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da Tabela 1
Classificação Espécies ou Morfotipos
Gênero Waltherarndtia de Laubenfels, 1936 Waltherarndtia sp.
Família Rhabderemiidae Topsent, 1928
Gênero Rhabderemia Topsent, 1890 Rhabderemia spp. 1-3
Subordem Myxillina Hajdu, van Soest & Hooper, 1994
Família Coelosphaeridae Dendy, 1922
Gênero Forcepia Carter, 1874 Forcepia sp.
Família Crambeidae Lévi, 1963
Gênero Monanchora Carter, 1883* Monanchora arbuscula (Duch. & Mich.,
1864)*
Monanchora aff. clathrata Carter, 1883
Monanchora spp. 1-2
Família Hymedesmiidae Topsent, 1928 Hymedesmiidae indet. 1-5
Família Iotrochotidae Dendy, 1922
Gênero Iotrochota Ridley, 1884 Iotrochota sp.
Família Myxillidae Dendy, 1922 Myxillidae indet. 1-2
Família Tedaniidae Ridley & Dendy, 1886 Tedaniidae indet. 1-2
Gênero Tedania Gray, 1867* Tedania sp.
Subordem Mycalina Hajdu, van Soest & Hooper, 1994
Família Desmacellidae Ridley & Dendy, 1886 Desmacellidae indet. 1-10
Família Esperiopsidae Hentschel, 1923
Gênero Amphilectus Vosmaer, 1880 Amphilectus sp.
Família Mycalidae Lundbeck, 1905
Gênero Mycale Gray, 1867* Mycale quadripartita Boury-Esnault, 1973
Mycale sp.
Subordem Latrunculina Kelly & Samaai, 2002
Família Latrunculiidae Topsent, 1922* Latrunculiidae indet. 1-2
Ordem Halichondrida Gray, 1867
Família Axinellidae Carter, 1875 Axinellidae indet.
Gênero Auletta Schmidt, 1870 Auletta sp.
Gênero Axinella Schmidt, 1862* Axinella sp.
Gênero Dragmacidon Hallmann, 1917 Dragmacidon spp. 1-3
Gênero Dragmaxia Hallmann, 1916 Dragmaxia aff. undata Alvarez, Rützler & van
Soest, 1998
Gênero Phakelia Bowerbank, 1862 Phakelia sp.
Gênero Ptilocaulis Carter, 1883* Ptilocaulis sp.
Família Desmoxyidae Hallmann, 1917 Desmoxyidae indet. 1-2
Gênero Didiscus Dendy, 1922* Didiscus sp.
Gênero Myrmekioderma Ehlers, 1870 Myrmekioderma sp.
Família Dictyonellidae van Soest, Diaz & Pomponi, 1990 Dictyonellidae indet. 1-6
Gênero Acanthella Schmidt, 1862 Acanthella sp.
Família Halichondriidae Gray, 1867 Halichondriidae indet. 1-2

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 117


Continuação da Tabela 1
Classificação Espécies ou Morfotipos
Gênero Ciocalapata de Laubenfels, 1936 Ciocalapata sp.
Gênero Ciocalypta Bowerbank, 1862 Ciocalypta spp. 1-2
Gênero Halichondria Fleming, 1828* Halichondria spp. 1-2
Gênero Hymeniacidon Bowerbank, 1859* Hymeniacidon sp.
Gênero Spongosorites Topsent, 1896 Spongosorites sp.
Gênero Topsentia Berg, 1899 Topsentia aff. ophiraphidites (de Laubenfels, 1934)
Topsentia spp. 1-3
Ordem Haplosclerida Topsent, 1928
Subordem Haplosclerina Topsent, 1928
Família Callyspongiidae de Laubenfels, 1936
Gênero Callyspongia Duch. & Mich., 1864* Callyspongia spp. 1-11
Família Chalinidae Gray, 1867* Chalinidae indet. 1-22
Família Niphatidae van Soest, 1980* Niphatidae indet. 1-15
Subordem Petrosina Boury-Esnault & Van Beveren, 1982
Família Phloeodictyidae Carter, 1882
Gênero Oceanapia Norman, 1869 Oceanapia spp. 1-8
Família Petrosiidae van Soest, 1980* Petrosiidae indet. 1-10
Gênero Xestospongia de Laubenfels, 1932* Xestospongia spp. 1-2
Gênero Petrosia Vosmaer, 1885* Petrosia spp. 1-2
Ordem Dictyoceratida Minchin, 1900
Família Irciniidae Gray, 1867
Gênero Ircinia Nardo, 1833* Ircinia strobilina (Lamarck, 1816)
Ircinia spp. 1-7
Família Spongiidae Gray, 1867 Spongiidae indet. 1-2
Gênero Hippospongia Schulze, 1879 Hippospongia sp.
Gênero Hyattella Lendenfeld, 1888 Hyattella cavernosa (Pallas, 1766)
Gênero Leiosella Lendenfeld, 1888 Leiosella sp.?
Gênero Spongia Linnaeus, 1759 Spongia spp. 1-4
Família Thorectidae Bergquist, 1978 Thorectidae indet. 1-8
Família Dysideidae Gray, 1867
Gênero Dysidea Johnston, 1842* Dysidea spp. 1-4
Ordem Dendroceratida Minchin, 1900
Família Darwinellidae Merejkowsky, 1879
Gênero Darwinella Müller, 1865 Darwinella sp.
Ordem Verongida Bergquist, 1978
Família Aplysinidae Carter, 1875 Aplysinidae indet.
Gênero Aplysina Nardo, 1834* Aplysina cauliformis Carter, 1882*
Aplysina lacunosa (Pallas, 1766)*
Aplysina fulva (Pallas, 1766)*
Aplysina spp. 1-6
Gênero Aiolochroia Wiedenmayer, 1977* Aiolochroia crassa (Hyatt, 1875)*

118 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da Tabela 1
Classificação Espécies ou Morfotipos
Gênero Verongula Verrill, 1907* Verongula gigantea (Hyatt, 1875)
Classe Calcarea Bowerbank, 1864
Sub-classe Calcinea Bidder, 1898
Ordem Clathrinida Hartman, 1958
Família Leucettidae de Laubenfels, 1936
Gênero Leucetta Haeckel, 1872 Leucetta sp.
Família Clathrinidae Minchin, 1900
Gênero Clathrina Gray, 1867 Clathrina sp.
SubClasse Calcaronea Bidder, 1898
Ordem Leucosolenida Hartman, 1958
Família Grantiidae Dendy, 1892
Gênero Leucandra Haeckel, 1872 Leucandra sp.
Gênero Grantia Fleming, 1828 Grantia sp.
Família Jenkinidae Borojevic, Boury-Esnault & Jenkinidae indet.
Vacelet, 2000
Classe Hexactinellida Schmidt, 1870
Subclasse Hexasterophora Schulze, 1886
Ordem Hexactinosida Schrammen, 1903
Família Aphrocallistidae Gray, 1867
Gênero Aphrocallistes Gray, 1858 Aphrocallistes beatrix Gray, 1858
Família Dactylocalycidae Gray, 1867
Gênero Dactylocalyx Stutchbury, 1841 Dactylocalyx pumiceus Stutchbury, 1841
Família Euretidae Zittel, 1877 Euretidae indet.

* Táxons com propriedades farmacológicas conhecidas (ver referências no texto). Indet.: gênero e espécie indeterminados.

3.3.2. Freqüência, abundância e biomassa das estações, e 10 famílias ocorreram em menos de


1% das estações (Tabela 2).
No total, as esponjas ocorreram em 89 das 134 A abundância total de Porifera no SCORE
estações de coleta por dragagem (66,42%). A classe Central foi alta, com 3800 espécimes estudados.
Demospongiae esteve representada em 88 estações, Essa abundância porém, assim como a biomassa,
enquanto as classes Calcarea e Hexactinellida está fortemente subestimada devido ao descarte de
ocorreram em apenas sete (5,22%) e quatro estações material a bordo, principalmente na campanha Central
(2,99%), respectivamente. As famílias de Porifera 2. Deste total, 3776 espécimes pertencem à classe
mais freqüentes no SCORE Central foram Aplysinidae Demospongiae (99,4%), 14 (0,37%) à classe Calcarea,
(40,30% das estações), Halichondriidae (35,07%), e 10 (0,26%) à classe Hexactinellida. As famílias mais
Ancorinidae (24,63%), Tetillidae (23,13%), Axinellidae abundantes foram também as mais freqüentes, apenas
(23,13%), e Agelasidae (20,15%). Um total de 18 em ordem um pouco diferente: Halichondriidae foi a
famílias ocorreu em mais de 10% das estações. Por família mais abundante, seguida por Aplysinidae e um
outro lado, 19 famílias estiveram presentes em até 2% empate entre Niphatidae e Spongiidae (Tabela 2).

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 119


A biomassa total de Porifera foi alta, com um total Demospongiae representou 99,9% da biomassa total de
de 110,5 Kg apenas nas campanhas Central V e VI, já que Porifera. A família Aplysinidae teve a maior biomassa
os dados da campanha Central II não puderam ser usados (28,4%), seguida pelas famílias Ancorinidae (22,9%),
para estimativas da biomassa por ter havido grande Niphatidae (11,2%), Agelasidae (9,1%) e Halichondriidae
descarte de material a bordo, antes da pesagem. A classe (8,3% da biomassa; Tabela 2).

Tabela 2: Abundância relativa (AR), freqüência de ocorrência (FO) e porcentagem da biomassa das famílias de
Porifera encontradas no SCORE Central (dados das dragagens das campanhas Central II, Central V e Central VI,
referentes a 3800 indíviduos somando 110,5 kg em 134 estações).

Família AR FO Biomassa Família AR FO Biomassa


(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Halichondriidae 16,45 35,07 8,30 Leucettidae 0,21 2,24 0,01
Aplysinidae 14,39 40,30 28,40 Clionaidae 0,18 3,73 0,08
Spongiidae 10,03 17,91 3,63 Spirastrellidae 0,18 3,73 0,04
Niphatidae 10,03 13,43 11,19 Tedaniidae 0,18 2,99 0,06
Ancorinidae 7,32 24,63 22,93 Rhabderemiidae 0,18 1,49 0,01
Agelasidae 6,68 20,15 9,09 Dysideidae 0,16 4,48 0,05
Tetillidae 5,29 23,13 1,86 Polymastiidae 0,16 1,49 0,05
Petrosiidae 3,84 17,16 3,06 Timeidae 0,13 3,73 0,01
Axinellidae 3,16 23,13 0,62 Chondrillidae 0,13 2,99 0,09
Geodiidae 2,39 15,67 0,87 Dactylocalycidae 0,13 2,24 0,01
Chalinidae 1,95 18,66 0,66 Mycalidae 0,13 2,24 0,01
Raspailiidae 1,87 11,94 0,52 Iotrochotidae 0,13 1,49 0,02
Irciniidae 1,53 16,42 3,38 Myxillidae 0,13 1,49 0,01
Thorectidae 1,32 7,46 1,38 Darwinellidae 0,11 2,24 0,01
Phloeodictyidae 1,29 11,19 0,79 Latrunculiidae 0,11 1,49 0,01
Callyspongiidae 1,16 12,69 0,31 Spirasigmidae 0,11 1,49 0,01
Desmacellidae 0,92 8,96 0,15 Hemiasterellidae 0,08 2,24 0,02
Microcionidae 0,79 12,69 0,02 Grantiidae 0,08 1,49 0,01
Desmoxyidae 0,74 5,22 0,25 Euretidae 0,08 0,75 0,02
Suberitidae 0,71 11,19 0,22 Esperiopsidae 0,08 0,75 0,02
Plakinidae 0,66 7,46 0,44 Aphrocallistidae 0,05 1,49 0,01
Dictyonellidae 0,58 7,46 0,23 Theonellidae 0,05 0,75 0,01
Thrombidae 0,58 6,72 0,63 Jenkinidae 0,03 0,75 0,01
Crambeidae 0,47 4,48 0,03 Calthropellidae 0,03 0,75 0,01
Desmanthidae 0,45 4,48 0,15 Clathrinidae 0,03 0,75 0,01
Hymedesmiidae 0,37 3,73 0,06 Coelosphaeridae 0,03 0,75 0,01
Pachastrellidae 0,37 3,73 0,02 Tethyidae 0,03 0,75 0,01
Acarnidae 0,26 1,49 0,06 Trachycladidae 0,03 0,75 0,01

120 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


3.3.3. Distribuição geográfica dos foram a estação 2R da Campanha Central 5 (próximo
principais táxons a Morro de São Paulo, BA) e estações Y2 (próximo ao
Cabo de São Tomé, RJ) e R3#1 (próximo a Ilhéus, BA)
As áreas mais ricas em esponjas ocorreram próximas da Campanha Central 6 com 57, 56 e 50 morfotipos,
a Salvador, ao rio Jequitinhonha, Banco dos Abrolhos, respectivamente. No total, 12 estações tiveram 20
Cadeia Vitória Trindade, Cabo de São Tomé e Banco ou mais morfotipos, e 30 estações tiveram 10 ou
Almirante Saldanha; de modo geral porém as esponjas mais morfotipos. Por outro lado, 13 estações tiveram
se distribuíram em toda a região estudada, com uma apenas uma espécie, e as esponjas foram ausentes
média de seis morfotipos por estação (Figura 1). As em 45 das 134 estações amostradas por draga ou Van
estações com maior riqueza de espécies de Porifera Veen (33,6%).

Figura 1: Distribuição espacial da riqueza (número de morfotipos) de Porifera na região do SCORE Central – Pro-
grama REVIZEE, obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 121


Figura 2: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100L-1) de Porifera obtidos nas dragagens das
campanhas Central II, V e VI.

A abundância de esponjas foi alta em toda a A biomassa de esponjas também se distribuiu


área estudada, com uma média de 86 indivíduos por homogeneamente em toda a região central da costa
estação (em 89 estações com esponjas). A estação com brasileira, com uma média de 2,6 kg por estação (em
mais esponjas (em número de indivíduos) foi a estação 43 estações com esponjas das campanhas Central V e
C5-2R, próxima a Morro de São Paulo, BA, com 607 VI com dragagem). As estações com maior biomassa
indivíduos. Outras estações com grande abundância de Porifera foram as C5-2R em Morro de São Paulo,
de esponjas foram a C5-14R com 565 espécimes (190 C5-12R raso no Banco Minerva, próximo ao Monte
milhas E de Nova Viçosa e Caravelas, BA), e C6-Y2 Pascoal, e C5-14R raso, próximo a Caravelas, todas na
com 300 espécimes (próximo ao Cabo de São Tomé, Bahia, com 12,73 kg, 11,43 kg e 10,40 kg de esponjas,
RJ). Dez estações tiveram mais de 100 indivíduos de respectivamente. Dezenove estações tiveram 1-10 kg
Porifera por dragagem, e 43 estações tiveram menos de esponjas, e seis estações tiveram menos de 0,1 kg
de dez indivíduos por dragagem (Figura 2). de peso úmido de Porifera (Figura 3).

122 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 3: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100L-1) de Porifera obtidos nas dragagens das
campanhas Central V e VI.

Dentre as famílias mais amplamente distri- maior biomassa na Cadeia Vitória-Trindade (Figura
buídas na costa central do Brasil destacam-se 5), principalmente devido à grande abundância
Halichondriidae, Aplysinidae, Niphatidae, Spongiidae, nesta região de Verongula gigantea, uma espécie que
Agelasidae e Tetillidae, que ocorreram em toda a alcança grande tamanho. A família Niphatidae foi
área estudada (Figuras 4-9). Em sua maioria, estas mais abundante em Abrolhos (Figura 6), e as famílias
famílias têm também importância econômica e Spongiidae, Agelasidae e Tetillidae se distribuíram
ecológica (ver discussão). A família Halichondriidade homogeneamente em toda a região central da costa
foi mais abundante ao Sul de Salvador e no Banco dos brasileira (Figuras 7-9).
Abrolhos, BA (Figura 4). Já a família Aplysinidae teve

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 123


Figura 4: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Halichondriidae obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

124 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 5: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Aplysinidae obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 125


Figura 6: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Niphatidae obtidos nas dragagens das campanhas CentralII, V e VI.

126 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 7: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Agelasidae obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 127


Figura 8: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Spongiidae obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

128 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 9: Distribuição espacial da abundância (no alto; em nº de indivíduos) e da biomassa estimadas (embaixo;
em g peso úmido) da Família Tetillidae obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 129


3.3.4. Distribuição Batimétrica ocorreram até 500m. As famílias da classe Calcarea se
restringiram à faixa de 50-100 m de profundidade. Já
A grande maioria das famílias de Demospongiae ocor- as três famílias da classe Hexactinellida (esponjas de vi-
reu nas áreas mais rasas, correspondentes à platafor- dro) ocorreram nas maiores profundidades, entre 250
ma (< 75m ) e borda do talude (75-250m). Oito famílias e 1700m (Figura 10).

Figura 10: Distribuição batimétrica (profundidade mínima, média e máxima de ocorrência) das famílias de
Porifera encontradas entre o Cabo de São Tomé (RJ) e Salvador (BA).

130 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Apesar das duas estações mais ricas em espécies porque muitas estações de águas rasas tiveram baixa
de esponjas serem localizadas em águas relativamente riqueza de espécies (Figura 11). As estações mais pro-
rasas (55 e 270 m), não houve redução significativa da fundas, a 773 e 1700 m de profundidade, tiveram ape-
riqueza de esponjas até 500m de profundidade, man- nas uma espécie cada.
tendo-se uma média de 10-15 morfotipos por estação,

Figura 11: Riqueza de espécies de Porifera por estação e por classe de profundidade, na região do SCORE Central.

3.4. Discussão Até o momento, 172 dos 295 morfotipos já haviam


sido identificados em nível genérico ou específico no
3.4.1. Caracterização da fauna de Porifera SCORE Central. Várias ocorrências novas para a região
do SCORE Central central ou para o Brasil são registradas aqui, como a
da família Aphrocallistidae, dos gêneros Amphilectus,
Não foi constatada grande semelhança da fauna Auletta, Ciocalapata, Rhaphidistia, Tethytimea e
de esponjas coletada pelo Programa REVIZEE Waltherarndtia, e das espécies Agelas tubulata,
central com qualquer das faunas brasileiras mais Diplastrella megastellata, Monanchora aff. clathrata,
conhecidas de poríferos de águas rasas (p. ex. litoral Timea cumana, e Verongula gigantea.
norte do Estado de São Paulo, região do Cabo Frio, As três classes recentes existentes
Fernando de Noronha, Atol das Rocas; p. ex., Muricy (Demospongiae, Calcarea e Hexactinellida) estiveram
et al., 1991; Mothes & Bastian, 1993; Muricy & Moraes, presentes na região central, com predomínio
1998; Moraes & Muricy, 2003; Moraes et al., 2003). absoluto da primeira (com 99% ou mais das espécies,
Conseqüentemente, poucas espécies são facilmente indivíduos e biomassa). Dentre as espécies mais
reconhecíveis a bordo, e muitas só podem ser comuns, destacam-se as dos gêneros Aplysina (A.
identificadas após estudo detalhado em laboratório. fulva, A. cauliformis, A. lacunosa), Aiolochroia (A. crassa),
Existem cerca de 300 espécies de esponjas descritas Agelas (A. clathrodes, A. dispar), Cinachyrella (C. aff.
para a costa brasileira, mas o potencial estimado kuekenthali), Stelletta e Ircinia. A família Aplysinidae
é de cerca de 600-700 espécies (Hajdu et al., 1999). ocorre em maior abundância na área da cadeia de

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 131


montes submarinos Vitória-Trindade, apesar de Spongia e Hippospongia (p. ex., Verdenal, 1986; Vacelet
presente em toda a região do SCORE Central. Esta et al., 1994). As esponjas de banho ainda são conside-
família, que é a segunda em abundância na costa radas boas opções para a higiene pessoal, em especial
central brasileira, é aparentemente um dos poucos de peles mais delicadas como as dos bebês, e para
grupos de esponjas mais ricos no Brasil do que em acabamentos artísticos tais como sombreamentos em
outras regiões tropicais, como o Caribe ou a Austrália desenhos à lápis e carvão, ou pátinas em móveis e pa-
(Pinheiro, 2003). Os resultados obtidos no SCORE redes. Os esqueletos de Spongia à venda no mercado
Central confirmam Aplysina como um dos gêneros de brasileiro são de origem importada. Apesar da ocor-
esponjas mais conspícuos do litoral brasileiro. Devido rência de espécies deste gênero na costa brasileira,
ao seu grande tamanho e à sua forma ereta, ramosa não são conhecidas populações suficientemente den-
ou tubular, as espécies de Aplysina têm grande sas, que possibilitem um aproveitamento econômico.
importância estrutural nas comunidades bentônicas A família Spongiidae está dentre as mais abundantes
em que ocorrem, abrigando várias espécies de peixes coletadas no Programa REVIZEE – SCORE Central, mas
recifais (Rocha et al., 2000; Wulff, 2001). o único gênero que demonstrou ser realmente abun-
Apenas quatro espécies de esponjas de dante neste segmento da costa brasileira foi Hyattella,
vidro recentes já haviam sido citadas para o Brasil: através de H. cavernosa, com um esqueleto conside-
Dactylocalyx pumiceus Stutchbury, 1841, Pheronema ravelmente mais frágil que o de Spongia, e portanto,
carpenteri Thomson, 1887, Euplectella suberea de baixo potencial econômico. Além disso, a faixa de
Thomson, 1877 e Hyalonema schmidti Schulze, 1899. profundidade habitada por H. cavernosa inviabiliza sua
A coleção do Museu Nacional conta agora com 26 coleta direta em larga escala por mergulho, fazendo
espécimes de hexactinelídeos oriundos de coletas da dragagem, com seus altos custos econômicos e am-
efetuadas no âmbito do REVIZEE Pesca – SCORE Central bientais, ou da maricultura, ainda inédita no Brasil, as
II (1997 e 2004), V (2001) e VI (2002), Bahia 1 (1999) e únicas opções para obtenção de grandes quantidades
2 (2000), entre 300 e 1700 metros de profundidade. de material biológico para processamento.
Sete morfotipos, ao menos, são reconhecíveis, o A possibilidade de uso, para fins artísticos, de
que deverá garantir aumento substancial na lista esqueletos não totalmente desprovidos de espículas
brasileira de espécies desta Classe. Dentre o material abre um leque de alternativas que poderão vir a
coletado, o proveniente de campanhas de pesca constituir substitutos viáveis para as importações de
(SCORE Central em 2004 e Bahia 1 e 2) se encontra Spongia, que com seu alto custo acarreta importante
melhor preservado. Os dois exemplares coletados freio na demanda nacional. Dentre as esponjas
por campanhas de bentos, Central V (Euretidae) e VI mais abundantes coletadas no âmbito do Programa
(Dactylocalyx sp.), não poderão ter sua identificação REVIZEE, as espécies de Agelas aparentam ser uma
concluída pelo seu estado fragmentário e pela má boa alternativa para exploração comercial, tendo
preservação. Uma espécie coletada no SCORE Central em vista a resistência de seu esqueleto de fibras de
II, Aphrocallistes beatrix, e ao menos três espécies espongina e o relativamente pequeno número de
coletadas nas campanhas Bahia 1 e 2 (N. Oc. Thalassa), espículas associadas, o que se traduz em propriedades
Hyalonema sp., Lophocalyx sp. e Chonelasma aff. mecânicas similares às de Spongia.
choanoides (Schulze & Kirkpatrick, 1910) são novos
registros para a costa brasileira. 3.4.2.2. Produção de substâncias bioativas

3.4.2. Importância econômica Vários gêneros de Demospongiae com propriedades


farmacológicas conhecidas ocorrem na região central
3.4.2.1. Esponjas de banho do Brasil (ver revisões em, p. ex., Muricy e Silva, 1999;
Berlinck et al., 2004), mas não se conhecem atividades
O uso clássico dos poríferos como esponjas de banho farmacológicas de nenhuma espécie de Calcarea ou
se deve às propriedades de retenção de água e ma- Hexactinellida listada aqui. Dentre os gêneros mais
ciez de algumas espécies, principalmente dos gêneros abundantes de Demospongiae coletados no âmbito

132 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


do Programa REVIZEE, alguns têm uma vasta lista que também atua como defesa química contra a
de publicações acerca de seus compostos bioativos, predação por peixes (Epifanio et al., 1999). Chondrilla
como por exemplo Aplysina, Agelas, Amphimedon, nucula é um complexo de espécies, das quais ao
Callyspongia, Erylus, Hyattella, Ircinia e Stelletta. menos algumas produzem lectinas com utilidade
A grande maioria dos gêneros encontrados pelo potencial como marcadores de câncer de mama
REVIZEE e que já foram estudados quimicamente (Opric et al., 1996).
contém espécies produtoras de compostos As principais atividades encontradas em espécies
com atividades farmacológicas, principalmente do gênero Agelas são: antiespasmódica, antimicrobiana,
antitumorais e antimicrobianas. Ao todo são antagônica de receptores serotonérgicos, inibitória
centenas de artigos científicos e algumas patentes de da Na-K ATPase, citotóxica, antiviral, antineoplástica,
princípios ativos, oriundos em sua grande maioria de imunossupressora, acentuadora da ATPase actomiosínica,
pesquisas efetuadas nos Estados Unidos e no Japão. antileucêmica, antimuscarínica, imunoestimulatória,
Isso demonstra o enorme potencial econômico do imunomodulatória, antiincrustante, acentuadora da
filo Porifera no Setor Central da Zona Econômica atividade dos linfócitos T-citotóxicos em camundongos,
Exclusiva Brasileira. antihistamínica, antiplasmodiana e antituberculose
A maioria das espécies da ordem Verongida (Nakamura et al., 1983, 1984; Capon & Faulkner, 1984;
encontradas na região produzem metabólitos Wu et al., 1984; Fathi-afshar & Allen, 1988; Fathi-afshar et
secundários de interesse químico e farmacológico. al., 1989; Gunasekera et al., 1989; Kobayashi et al., 1990,
Aplysina lacunosa produz o alcalóide 11- 1996; Ishida et al., 1992; Rosa et al., 1992; König & Wright,
oxoaerothionina, um composto citotóxico anti- 1993; Natori et al., 1994; Cafieri et al., 1995, 1996a, 1997;
tumoral com atividade contra câncer de cólon Costantino et al., 1996; D´ambrosio et al., 1996; Morita et
(Acosta & Rodriguez, 1992). Esta espécie, assim al., 1996; Tsukamoto et al., 1996; Hattori et al., 1997; König
como A. cauliformis, também produz lectinas com et al., 1998; Mangalindan et al., 2000). Uma das moléculas
propriedades hemo-aglutinantes (Miarons & Fresno, extraídas de Agelas com maior potencial farmacológico
2000). Aplysina cauliformis produz ainda derivados de por sua ação antitumoral, a agelastatina-a, motivou
bromotirosina com atividades citotóxicas (Ciminiello estudos para sua síntese (Stien et al., 1999). Agelas dispar
et al., 1999) e antimicrobianas (Rodriguez & Pina, e A. clathrodes produzem alcalóides bromopirrólicos
1993). Aiolochroia crassa também produz vários e betaínicos com atividade antimicrobiana moderada
derivados de dibromotirosina (Assmann et al., 1998). (Cafieri et al., 1996b, 1998a, b).
A química de Aplysina já revelou moléculas com O gênero Amphimedon já teve sua química
atividade antimicrobiana, antibacteriana, inibidora estudada também no Brasil (Berlinck et al., 1996;
da Na-K ATPase, inibidora do vírus da leucemia felina, Chehade et al., 1997). Algumas espécies como
antitumoral, antagonista dos receptores da trombina, Amphimedon viridis produzem compostos com
ativadora de protoxinas em feridas, antimalarial e atividades antitumorais, antimicrobianas e hemolíticas
antihistamínica (Tymiak & Rinehart, 1981; Gorshkov como a halitoxina (Berlinck et al., 1996) e a 1,3-
et al., 1982; D´ambrosio et al., 1983, 1984; Acosta & dimetilisoguanina. Conhecem-se também no gênero
Rodriguez, 1992; Gunasekera & Cross, 1992; Gulavita et espécies com atividades antimitótica, neurotóxica,
al., 1995; Koulman et al., 1996; Ebel et al., 1997; El Sayed citotóxica, antifúngica, inibidora da DNA topoisomerase
et al., 1996; Campagnone et al., 1999; Ciminiello et al., I e nematocida (Berlinck et al., 1996; Nemoto et al., 1997;
2001). Dentre as espécies já estudadas, A. lacunosa e Ovenden et al., 1999; Tsuda et al., 1999; Tsukamoto et
A. fulva foram coletadas pelo Programa REVIZEE. al., 2000; Hirano et al., 2000).
Espécies de outras ordens também produzem O pouco que já foi feito em termos de pesquisa
compostos com atividades farmacológicas em produtos naturais marinhos no Brasil, a importân-
conhecidas. Dentre as mais abundantes no SCORE cia e os desafios para seu incentivo foram sumariza-
Central, podemos destacar Ircinia strobilina, Chondrilla dos em Berlinck et al. (2004). O curto apanhado aqui
aff. nucula e Agelas dispar. Ircinia strobilina produz o apresentado exemplifica o potencial dos poríferos da
antibiótico variabilina (Rothberg & Shubiak, 1975), plataforma continental brasileira como fonte de novas

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 133


moléculas base para o desenvolvimento de drogas BERLINCK, R. G. S.; OGAWA, C. A.; ALMEIDA, A. M. P.; SÁNCHEZ,
M. A. A.; MALPEZZI, E. L. A.; COSTA, L. V.; HAJDU, E.;
para o tratamento de infecções e outras doenças de
FREITAS, J. C de. 1996. Chemical and pharmacological
ampla distribuição na população, como infecções bac- characterization of halitoxin from Amphimedon viridis
terianas, imuno-deficiências, câncer e doenças tropi- (Porifera) from the Southeastern Brazilian coast.
Comparative Biochemistry and Physiology, series C, v. 115,
cais. Ao fornecer dados sobre a diversidade, a distribui- n. 2, p. 155-163.
ção, a abundância e a biomassa de esponjas na costa
BERLINCK, R. G. S.; HAJDU, E.; ROCHA, R. M.; OLIVEIRA, J. H. H.
central do Brasil, o Programa REVIZEE – SCORE Central
L; HERNÁNDEZ, I. L. C.; SELEGHIM, M. H. R.; GRANATO, A.
está contribuindo para um melhor aproveitamento e C.; ALMEIDA, E. V. R.; NUÑEZ, C. V.; MURICY, G.; PEIXINHO,
manejo destes importantes recursos renováveis. S.; PESSOA, C.; MORAES, M. O.; CAVALCANTE, B. C.;
NASCIMENTO, G. G. F.; THIEMANN, O.; SILVA, M.; SOUZA,
A. O.; SILVA, C. L.; MINARINI, P. R. R. 2004. Challenges and
rewards of research in marine natural products chemistry
in Brazil. Journal of Natural Products, v. 67, p. 510-522.
3.5. Agradecimentos
BOURY-ESNAULT, N. 1973. Campagne de la Calypso au large
Este trabalho teve apoio financeiro do Programa des côtes atlantiques de l’ Amérique du Sud (1961-1962).
I, 29. Résultats Scientifiques des Campagnes de la Calypso,
REVIZEE - SECIRM, PETROBRAS, MMA, CNPq e FAPERJ. v. 10, p. 263-295.

BOURY-ESNAULT, N.; VACELET, J. 1994. Preliminary studies


on the organization and development of a hexactinellid
sponge from a Mediterranean cave, Oopsacas minuta. In:
3.6. Referências bibliográficas VAN SOEST, R. W. M.; VAN KEMPEN, Th. M.G.; BRAECKMAN,
J. C. (Ed.). Sponges in time and space: biology, chemistry,
paleontology. Rotterdam: Balkema. p. 407-415.
ACOSTA, A. L.; RODRÍGUEZ, A. D. 1992. 11-oxoaerothionin: a
cytotoxic antitumor bromotyrosine-derived alkaloid from CAFIERI, F.; CARNUCCIO, R.; FATTORUSSO, E.; TAGLIALATELA-
the Caribbean marine sponge Aplysina lacunosa. Journal SCAFATI, O.; VALLEFUOCO, T. 1997. Anti-histaminic activity
of Natural Products, v. 55, n. 7, p. 1007-1012. of bromopyrrole alkaloids isolated from Caribbean Agelas
sponges. Bioorganic and Medicinal Chemistry Letters, v. 7,
ALCOLADO, P.; HERRERA, A. 1987. Efectos de la contaminación p. 2283-2288.
sobre las comunidades de esponjas en el litoral de Habana,
Cuba. Reporte de Investigación del Instituto de Oceanologia CAFIERI, F.; FATTORUSSO, E.; MANGONI, A.; TAGLIALATELA-
de Cuba, v. 68, p. 1-23. SCAFATI, O.; CARNUCCIO, R. 1995. A novel bromopyrrole
alkaloid from the sponge Agelas longissima with
ASSMANN, M.; WRAY, V.; VAN SOEST, R. W. M.; PROKSCH, P. antiserotonergic activity. Bioorganic and Medicinal
1998. A new bromotyrosine alkaloid from the Caribbean Chemistry Letters, v. 5, p. 799-804.
sponge Aiolochroia crassa. Zeitschrift für Naturforschung
C, v. 53, n. 5-6, p. 398-401. CAFIERI, F.; FATTORUSSO, E.; MANGONI, A.; TAGLIALATELA-
SCAFATI, O. 1996a. Dispacamides, anti-histamine alkaloids
ATTA, A. M.; BARRAL, M.; PEIXINHO, S.; SOUZA-ATTA, M. L. from Caribbean Agelas sponges. Tetrahedron Letters, v. 37,
B. 1989. Isolation and functional characterization of a p. 3587-3590.
mitogenic lectin from the marine sponge Cinachyrella
alloclada. Brazilian Journal of Medical and Biological CAFIERI, F.; FATTORUSSO, E.; MANGONI A.; TAGLIALATELA-
Research, v. 22, p. 379-325. SCAFATI, O. 1996b. Clathramides, unique bromopyrrole
alkaloids from the Caribbean sponge Agelas clathrodes.
ATTA, A. M.; MENEZES, E. P.; PEIXINHO, S.; SOUZA-ATTA, M. Tetrahedron, v. 52, n. 43, p. 13713-13720.
L. B. 1990. Isolation of a lectin from the marine sponge
Desmapsamma anchorata by affinity chromatography on CAFIERI, F.; FATTORUSSO, E.; TAGLIALATELA-SCAFATI, O. 1998a.
raffinose-sepharose 6B. Brazilian Journal of Medical and Novel bromopyrrole alkaloids from the sponge Agelas
Biological Research, v. 23, p. 191-194. dispar. Journal of Natural Products, v. 61, n. 1, p. 122-125.

ATTA, A. M.; CUNHA, A. P.; PEIXINHO, S. 1992. Partial CAFIERI, F., FATTORUSSO, E.; TAGLIALATELA-SCAFATI, O. 1998b.
characterization of hemagglutinin activity of the marine Novel betaines from the marine sponge Agelas dispar.
sponge Anthosigmella varians. Brazilian Journal of Medical Journal of Natural Products, v. 61, n. 9, p. 1171-1173.
and Biological Research, v. 25, p. 53-55.
CAMPAGNONE, R. S.; AVILA, R.; SUAREZ, A. I.; ABRAMS, O. V.;
RANGEL, H. R.; ARVELO, F.; PINA, I. C.; MERENTES, E. 1999.
11-Deoxyfistularin-3, a new cytotoxic metabolite from
the Caribbean sponge Aplysina fistularis insularis. Journal
of Natural Products, v. 62, p. 1443-1444.

134 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


CAPON, R. J.; FAULKNER, D. J. 1984. Antimicrobial metabolites EBEL, R.; BRENZINGER, M.; KUNZE, A.; GROSS, H. J.; PROKSCH,
from a W Pacific sponge, Agelas sp. Journal of the American P. 1997. Wound activation of protoxins in marine sponge
Chemical Society, v. 106, p. 1819-1822. Aplysina aerophoba. Journal of Chemical Ecology, v. 23, p.
1451-1462.
CARVALHO, M. de S.; HAJDU, E. 2004. Dragmaxia anomala sp.
n. (Demospongiae: Halichondrida) from the southwestern EL SAYED, K. A.; DUNBAR, D. C.; GOINS, D. K.; CORDOVA, C. R.;
Atlantic (Brazil). Zootaxa, v. 400, p. 1-6. PERRY, T. L.; WESSON, K. J.; SANDERS, S. C.; JANUS, S. A.;
HAMANN, M. T. 1996. The marine environment: a resource
CHEHADE, C. C.; DIAS, R. L. A.; BERLINCK, R. G. S.; FERREIRA, A. for prototype antimalarial agents. Journal of Natural
G.; COSTA, L. V.; RANGEL, M.; MALPEZZI, E. L. A.; FREITAS, Toxins, v. 5, p. 261-285.
J. C. de; HAJDU, E.; 1997. 1,3-Dimethylisoguanine, a new
purine from the marine sponge Amphimedon viridis. EPIFANIO, R. A.; GABRIEL, R.; MARTINS, D. L.; MURICY, G. 1999.
Journal of Natural Products, v. 60, p. 729-731. The sesterterpene variabilin as a fish-predation deterrent
in the Western Atlantic sponge Ircinia strobilina. Journal of
CIMINIELLO, P.; DELL’AVERSANO, C.; FATTORUSSO, E.; MAGNO, Chemical Ecology, v. 25, n. 10, p. 2247-2254.
S.; PANSINI, M. 1999. Chemistry of Verongida sponges.
9. Secondary metabolite composition of the Caribbean FATHI-AFSHAR, R.; ALLEN, T. M. 1988. Biologically active
sponge Aplysina cauliformis. Journal of Natural Products, metabolites from Agelas mauritiana. Canadian Journal of
v. 62, n. 4, p. 590-593. Chemistry, v. 66, p. 45-50.

CIMINIELLO, P.; DELL’AVERSANO, C.; FATTORUSSO, E.; MAGNO, FATHI-AFSHAR, R.; ALLEN, T. M.; KRUEGER, C. A.; COOK, D.
S. 2001. Archerine, a novel anti-histaminic bromotyrosine- A.; CLANACHAN, A. S.; VRIEND, R.; BAER, H. P.; CASS, C. E.
derived compound from the Caribbean marine sponge 1989. Some pharmacological activities of novel adenine-
Aplysina archeri. European Journal of Organic Chemistry, v. related compounds isolated from a marine sponge
2001, n. 1, p. 55-60. Agelas mauritiana. Canadian Journal of Physiology and
Pharmacology, v. 67, p. 276-281.
COLLETTE, B. B.; RÜTZLER, K. 1977. Reef fishes over
sponge bottoms of the mouth of the Amazon River. In: FAULKNER, D. J. 1992. Biomedical uses for natural marine
INTERNATIONAL CORAL REEF SYMPOSIUM, 3rd, 1977, chemicals. Oceanus, v. 35, n. 1, p. 29-35.
Miami. Proceedings… Miami: University of Miami. p. 305-
310. GARSON, M. J. 1994. The biosynthesis of sponge secondary
metabolites: Why it is important. In: VAN SOEST, R. W. M.;
COSTANTINO, V.; FATTORUSSO, E.; MANGONI, A.; DI ROSA, M.; VAN KEMPEN, Th. M.G.; BRAECKMAN, J. C. (Ed.). Sponges
IANARO, A.; MAFFIA, P. 1996. Glycolipids from sponges. IV. in time and space: biology, chemistry, paleontology.
Immunomodulating glycosyl ceramides from the marine Rotterdam: Balkema. p. 427-440.
sponge Agelas dispar. Tetrahedron, v. 52, p. 1573-1578.
GORSHKOV, B. A.; GORSHKOVA, I. A.; MAKARIEVA, T. N.;
CRAGG, G. M.; NEWMAN, D. J.; SNADER, K. M. 1997. Natural STONIK, V. A. 1982. Inhibiting effect of cytotoxic bromine-
products in drug discovery and development. Journal of containing compounds from sponges (Aplysinidae) on
Natural Products, v. 60, p. 52-53. Na-K ATPase activity. Toxicon, v. 20, p. 1092-1094.

CUARTAS, E. I. 1986. Poriferos de la provincia biogeografica GULAVITA, N. K.; POMPONI, S. A.; WRIGHT, A. E. 1995. Aplysillin
argentina. II. Physis, v. 44, n. 106, p. 37-41. A, a thrombin receptor antagonist from the marine sponge
Aplysina fistularis fulva. Journal of Natural Products, v. 58,
D’AMBROSIO, M.; GUERRIERO, A.; DE CLAUSER, R.; DE p. 954-957.
STANCHINA, G.; PIETRA, F. 1983. Dichloroverongiaquinol,
a new marine antibacterial compound from Aplysina GUNASEKERA, S. P.; CRANICK, S.; LONGLEY, R. E. 1989.
cavernicola - Isolation and Synthesis. Experientia, v. 39, p. Immunosuppressive compounds from a deep water
1091-1092. marine sponge Agelas flabelliformis. Journal of Natural
Products, v. 52, p. 757-761.
D’AMBROSIO, M.; GUERRIERO, A.; PIETRA, F. 1984. Novel,
racemic or nearly rac. antibacterial bromo- & chloroquinols GUNASEKERA, S. P.; CROSS, S. S. 1992. Fistularin 3 and 11-
& y-lactams of verongiaquinol & cavernicolin type from ketofistularin 3. Feline leukemia virus active bromotyrosine
the marine sponge Aplysina cavernicola. Helvetica Chimica metabolites from the marine sponge Aplysina archeri.
Acta, v. 67, p. 1484-1492. Journal of Natural Products, v. 55, p. 509-512.

D´AMBROSIO, M.; GUERRIERO, A.; RIPAMONTI, M.; DEBITUS, HAJDU, E.; MURICY G.; CUSTODIO, M.; RUSSO, C.; PEIXINHO,
C.; WAIKEDRE, J.; PIETRA, F. 1996. The active centres of S. 1992. Geodia corticostylifera (Demospongiae, Porifera)
agelastatin A, a strongly cytotoxic alkaloid of the Coral Sea new astrophorid from the Brazilian coast (Southwestern
axinellid sponge Agelas dendromorpha, as determined by Atlantic). Bulletin of Marine Science, v. 51, n. 2, p. 204-217.
comparative bioassays. Helvetica Chimica Acta, v. 79, p.
727-735. HAJDU, E.; DESQUEYROUX-FAÚNDEZ, R. 1994. A synopsis
of South American Mycale (Mycale) (Poecilosclerida,
Demospongiae), with description of three species and a
cladistic analysis of Mycalidae. Revue Suisse de Zoologie, v.
101, n. 3, p. 563-600.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 135


HAJDU, E.; ZEA, S.; KIELMAN, M.; PEIXINHO, S. 1995. Mycale KOBAYASHI, E.; MOTOKI, K.; NATORI, T.; UCHIDA, T.; FUKUSHIMA,
escarlatei n. sp. and Mycale unguifera n. sp. (Demospongiae) H.; KOEZUKA, Y. 1996. Enhancing effects of agelasphin-
from the Tropical-Western Atlantic. Beaufortia, 45 (1): 1- 11 on natural killer cell activities of normal and tumor-
16. bearing mice. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 19,
p. 350-353.
HAJDU, E.; MURICY, G.; BERLINCK, R. G. S.; FREITAS, J. C. 1996.
Marine poriferan diversity in Brazil: through knowledge KOBAYASHI, J.; TSUDA, M.; MURAYAMA, T.; NAKAMURA, H.;
to management. In: BICUDO, C. E. M.; MENEZES, N. A. (Ed.). OHIZUMI, Y.; ISHIBASHI, M.; IWAMURA, M.; OHTA, T.;
Biodiversity in Brazil: a first approach. São Paulo: CNPq. p. NOZOE, S. 1990. Ageliferins, potent actomyosin ATPase
157-172. activators from the Okinawin marine sponge Agelas sp.
Tetrahedron, v. 46, p. 5579-5586.
HAJDU, E., BERLINCK, R. G. S., FREITAS, J. C. 1999. Porifera. In:
MIGOTTO, A. E.; TIAGO, C. G. (Ed.). Biodiversidade do estado KÖNIG, G. M.; WRIGHT, A. D. 1993. Agelorin-A and Agelorin-B,
de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do and 11-Epi-Fistularin-3, three new antibacterial Fistularin-
século XX. 3: Invertebrados marinhos. São Paulo: FAPESP. 3 derivatives from the tropical marine sponge Agelas
p. 21-31. oroides. Heterocycles, v. 36, p. 1351-1358.

HAJDU, E.; SANTOS, C. P.; LOPES, D. A.; OLIVEIRA, M. V.; König, G. M.; Wright, A. D.; Linden, A. 1998. Antiplasmodial
MOREIRA, M. C. F.; CARVALHO, M. S.; KLAUTAU, M. 2004. Filo and cytotoxic metabolites from the Maltese sponge
Porífera. In: AMARAL, C. Z. A. & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, Agelas oroides. Planta Medica, v. 64, p. 443-447.
C. L. B. (Ed.). Biodiversidade Bentônica da Região Sudeste-
Sul do Brazil – Plataforma Externa e Talude Superior. São KOULMAN, A.; PROKSCH, P.; EBEL, R.; BEEKMAN, A. C.; VAN
Paulo: Instituto Oceanográfico – USP. p. 49-56. (Série UDEN, W.; KONINGS, A. W. T.; PEDERSEN, J. A.; PRAS, N.;
Documentos REVIZEE SCORE Sul). WOERDENBAG, H. J. 1996. Cytotoxicity and mode of
action of aeroplysinin-1 and a related dienone from the
HATTORI, T.; ADACHI, K.; SHIZURI, Y. 1997. New agelasine sponge Aplysina aerophoba. Journal of Natural Products, v.
compound from the marine sponge Agelas mauritiana as 59, p. 591-594.
an antifouling substance against macroalgae. Journal of
Natural Products, v. 60, p. 411-413. DE LAUBENFELS, M. W. 1956. Preliminary discussion of the
sponges of Brazil. Contribuições Avulsas do Instituto
HECHTEL, G. J. 1976. Zoogeography of Brazilian Marine Oceanográfico, v. 1, p. 1-4.
Demospongiae. In: HARRISON, F. W.; COWDEN, R. R. (Ed.).
Aspects of sponge biology. New York: Academic Press. p. MANGALINDAN, G. C.; TALAUE, M. T.; CRUZ, L. J.; FRANZBLAU,
237-260. S. G.; ADAMS, L. B.; RICHARDSON, A. D.; IRELAND, C. M.;
CONCEPCION, G. P. 2000. Agelasine F from a Philippine
HIRANO, K.; KUBOTA, T.; TSUDA, M.; MIKAMI, Y.; KOBAYASHI, Agelas sp. sponge exhibits in vitro antituberculosis
J. 2000. Pyrinodemins B-D, potent cytotoxic bis-pyridine activity. Planta Medica, v. 66, p. 364-365.
alkaloids from marine sponge Amphimedon sp. Chemical
and Pharmaceutical Bulletin, v. 48, p. 974-977. McCONNELL, O. J.; LONGLEY, R. E.; KOHEN, F. E. 1994. The
discovery of marine natural products with therapeutic
HOOPER, J. N. A.; VAN SOEST, R. W. M. 2002. Class Demospongiae potential. In: GULLO, V. P. (Ed.). The discovery of natural
Sollas, 1885. In: HOOPER, J. N. A.; VAN SOEST, R. W. M. (Ed.). products with therapeutic potential. Boston: Butterworth-
Systema Porifera: a guide to the classification of sponges. Heinemann. p. 109-174
New York: Kluwer Academic; Plenum Publishers. v. 1, p.
15-18. MIARONS, P. B.; FRESNO, M. J. 2000. Lectins from tropical
sponges. Purification and characterization of lectins
HOOPER, J. N. A.; VAN SOEST, R. W. M.; Debrenne, F. 2002. from genus Aplysina. Biological Chemistry, v. 275, n. 38, p.
Phyllum Porifera Grant, 1836 In: HOOPER, J. N. A.; VAN 29283-29289.
SOEST, R. W. M. (Ed.). Systema Porifera: a guide to the
classification of sponges. New York: Kluwer Academic; MORAES, F. C.; MURICY, G. 2003. Taxonomy of Plakortis and
Plenum Publishers. v. 1, p. 1-5. Plakinastrella (Demospongiae: Plakinidae) from oceanic
islands off north-eastern Brazil, with description of three
ISHIDA, K.; ISHIBASHI, M.; SHIGEMORI, H.; SASAKI, T.; new species. Journal of the Marine Biological Association of
KOBAYASHI, J. 1992. Agelasine G, a new antileukemic the United Kingdom, v. 83, p. 385-397.
alkaloid from the Okinawan marine sponge Agelas sp.
Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 40, p. 766-767. MORAES, F. C.; VILANOVA, E. P.; MURICY, G. 2003. Distribuição
das esponjas (Porifera) na Reserva Biológica do Atol das
JACOBS, R. S.; CULVER, P.; LANGDOM, R.; O’BRIEN, T.; WHITE, Rocas, Nordeste do Brasil. Arquivos do Museu Nacional, v.
S. 1985. Some pharmacological observations on marine 61, n. 1, p. 13-22.
natural products. Tetrahedron, v. 41, p. 981-984.

KELLY-BORGES, M. 1995. Sponges out of their depth. Nature,


v. 373, n. 6512, p. 284.

136 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


MORITA, M.; SAWA, E.; YAMAJI, K.; SAKAI, T.; NATORI, T.; NAKAMURA, H.; WU, H.; KOBAYASHI, J.; OHIZUMI, Y.; HIRATA,
KOEZUKA, Y.; FUKUSHIMA, H.; AKIMOTO, K. 1996. Practical Y.; HIGASHIJIMA, T.; Miyazawa, T. 1983. Agelasidine-A, a
total synthesis of (2S,3S,4R)-1-O-(A-D-galactopyranosyl)- novel sesquiterpene possessing antispasmodic activity
N-hexacosanoyl-2-amino -1,3,4- oc tadecanetr iol, from the Okinawa Sea sponge Agelas sp. Tetrahedron
antitumor & immunostim A-galactosylceramide. Letters, v. 24, n. 38, p. 4105-4108.
Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, v. 60, p. 288-
292. NATORI, T.; MORITA, M.; AKIMOTO, K.; KOEZUKA, Y. 1994.
Agelasphins, novel antitumor and immunostimulatory
MOTHES, B. 1996. Esponjas da plataforma continental Norte cerebrosides from the marine sponge Agelas mauritianus.
e Nordeste do Brasil (Porifera, Demospongiae). 233 p. Tese Tetrahedron, v. 50, p. 2771-2784.
(Doutorado em Zoologia) - Universidade de São Paulo,
São Paulo. NEMOTO, T.; OJIKA, M.; SAKAGAMI, Y. 1997. Amphimic acids,
novel unsaturated C28 fatty acids as DNA topoisomerase
MOTHES, B.; BASTIAN, M. C. K. A. 1993. Esponjas do I inhibitors from an Australian sponge Amphimedon sp.
Arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil (Porifera, Tetrahedron Letters, v. 38, p. 5667-5670.
Demospongiae). Iheringia, série Zoologia, v. 75, p. 15-31.
NORTH, T. W.; COHEN, S. S. 1979. Aranucleosides and
MOTHES, B.; CAPÍTOLI, R. R.; LERNER, C.; CAMPOS, M. A. 2004. aranucleotides in viral chemoterapy. Pharmaceutical
Filo Porífera – Região Sul. In: AMARAL, C. Z. A.; ROSSI- Terapy, v. 4, p. 81-108.
WONGTSCHOWSKI, C. L. B. (Ed.). Biodiversidade bentônica
da região Sudeste-Sul do Brazil – plataforma externa e OPRIC, M. M.; POZNANOVI, C. S.; KLJAJIC, Z.; SLADIC, D.;
talude superior. São Paulo: Instituto Oceanográfico – USP. PUPIC, G.; PERUNOVIC, B.; GASIC, M. J. 1996. Labelling
p. 57-63. (Série Documentos REVIZEE SCORE Sul). of breast carcinoma, thyroid carcinoma and melanoma
with manno- and galacto-specific lectins from marine
MOTHES DE MORAES, B. 1985. Sponges collected by the invertebrates. European Journal of Histochemistry, v. 40, n.
Oxford Diving Expedition to the Cabo Frio Upwelling Area 3, p. 211-218.
(Rio de Janeiro, Brasil). Studies on Neotropical Fauna and
Environment, v. 20, p. 227-237. OVENDEN, S. P. B.; CAPON, R. J.; LACEY, E.; GILL, J. H.; FRIEDEL,
T.; WADSWORTH, D. 1999. Amphilactams A-D: novel
MUNRO, M. H. G.; BLUNT, J. W.; LAKE, R. J.; LITAUDON, M.; nematocides from southern Australian marine sponges
BATERSHILL, C. N.; PAGE, M. J.; 1994. From seabed to of the genus Amphimedon. Journal of Organic Chemistry,
sickbed: what are the prospects? In: VAN SOEST, R. W. M.; v. 64, p. 1140-1144.
VAN KEMPEN, Th. M.G.; BRAECKMAN, J. C. (Ed.). Sponges
in time and space: biology, chemistry, paleontology. PEREZ, T. 2000. Évaluation de la qualité des milieux côtiers
Rotterdam: Balkema. p. 473-484. par les spongiaires: état de l’art. Bulletin de la Societé
zoologique de France, v. 125, n. 1, p. 17-25.
MURICY, G. 1989. Sponge as pollution-biomonitors at Arraial
do Cabo, Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Biologia, PESO-AGUIAR, M. C.; SMITH, D. H.; ASSIS, R. C. F.; SANTA-
v. 49, n. 2, p. 347-354. ISABEL, L. M.; PEIXINHO, S.; GOUVEIA, E. P.; ALMEIDA, T.
C. A.; ANDRADE, W. S.; CARQUEIJA, C. R. G.; KELMO, F.;
MURICY, G. 1991. Structure des peuplements de spongiaires CARROZZO, G.; RODRIGUES, C. V.; CARVALHO, G. C.; JESUS,
autour de l’égout de Cortiou (Marseille, France). Vie et A. C. S. 2000. Effects of petroleum and its derivatives in
Milieu, v. 41, n. 4, p. 205-221. benthic communities at Baía de Todos os Santos/Todos
os Santos Bay, Bahia, Brazil. Aquatic Ecosystem Health and
MURICY, G.; HAJDU, E.; CUSTODIO, M.; KLAUTAU, M.; RUSSO, Management, v. 3, p. 459-470.
C.; PEIXINHO, S. 1991. Sponge distribution at Arraial do
Cabo, SE Brazil. In: MAGOON, O. T.; CONVERSE, H.; TIPPIE, PILE, A. J.; PATTERSON, M. R.; WITMAN, J. D. 1996. In situ grazing
V.; TOBIN, L. T.; CLARCK, D. (Ed.). Coastal Zone 1991. on plankton < 10µm by the boreal sponge Mycale lingua.
Proceedings of the VII Symposium on Coastal and Ocean Marine Ecology Progress Series, v. 141, p. 95-102.
Management. Long Beach: ASCE. v. 2. p. 1183-1196.
PINHEIRO, U. S. 2003. Revisão taxonômica de Aplysina Nardo,
MURICY, G.; MORAES, F. C. 1998. Marine sponges of Pernambuco 1834 (Aplysinidae, Verongida, Porifera) na costa brasileira.
State, NE Brazil. Revista Brasileira de Oceanografia, v. 46, n. 106 p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Universidade
2, p. 213-217. de São Paulo, São Paulo.

MURICY, G.; SILVA, O. C. 1999. Esponjas marinhas do estado PINHEIRO, U. S.; HAJDU, E. 2001. Shallow-water Aplysina
do Rio de Janeiro: um recurso renovável inexplorado. In: (Aplysinidae, Verongida, Demospongiae) from the São
SILVA, S. H. G.; LAVRADO, H. P. (Ed.). Ecologia dos ambientes Sebastião Channel and its environs (Tropical southwestern
costeiros do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Atlantic), with the description of a new species. Revista
da UFRJ. p. 155-178. (Série Oecologia Brasiliensis, 7). Brasileira de Zoologia, v. 18, supl. 1, p. 143-160.

NAKAMURA, H.; OHIZUMI, Y.; KOBAYASHI, J.; HIRATA, Y. 1984. POLÉJAEFF, N. 1884. Report in the Keratosa collected by
Keramadine, novel antagonist of serotonergic receptors H.M.S. Challenger during the years 1873-1876. Reports on
isolated from Okinawin sea sponge Agelas sp. Tetrahedron the Scientific Results of the Voyage of the H.M.S. Challenger,
Letters, v. 25, p. 2475-2478. v. 20, p. 1-275.

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 137


REISWIG, H. M. 1973. Population dynamics of three Jamaican VAN SOEST, R. W. M. 1994. Demosponge distribution
Demospongiae. Bulletin of Marine Science, v. 23, p. 191- patterns. In: VAN SOEST, R. W. M.; VAN KEMPEN, Th.
226. M.G.; BRAECKMAN, J. C. (Ed.). Sponges in time and space:
biology, chemistry, paleontology. Rotterdam: Balkema. p.
REISWIG, H. M.; MEHL, D. 1991. Tissue organization of Farrea 213-223.
occa (Porifera, Hexactinellida). Zoomorphology, v. 110, p.
301-311. SOLLAS, W. J. 1888. Report on the Tetractinellida collected by
H.M.S. Challenger, during the years 1873-1876. Reports on
RIDLEY, S. O. 1881. Spongida collected curing the survey of the Scientific Results of the voyage of the H.M.S. Challenger,
the H.M.S. “Alert” in the Straits of Magellan and the coast v. 25, p. 1-458.
of Patagonia. Proceedings of the Zoological Society, v. 188,
p. 107-137. STIEN, D.; ANDERSON, G. T.; CHASE, C. E.; KOH, Y.; WEINREB, S.
M. 1999. Total synthesis of the antitumor marine sponge
RIDLEY, S. O.; DENDY, A. 1887. Report on the Monaxonida alkaloid agelastatin A. Journal of the American Chemical
collected by the H.M.S. “Challenger” during the years Society, v. 121, p. 9574-9579.
1873-1876. Reports on the Scientific Results of the voyage of
H.M.S. Challenger, v. 20, p. 1-275. SUNDAR, V. C.; YABLON, A. D.; GRAZUL, J. L.; ILAN, M.;
AIZENBERG, J. 2003. Fibre-optical features of a glass
ROCHA, L. A.; ROSA, I. L.; FEITOZA, B. M. 2000. Sponge-dwelling sponge. Nature, v. 424, p. 899-900.
fishes of northeastern Brazil. Environmental Biology of Fish,
v. 59, p. 453-458. TABACHNICK, K. R. 1991. Adaptation of the Hexactinellid
sponges to the deep-sea life. In: REITNER, J.; KEUPP, H.
RODRÍGUEZ, A. D.; PINA, I. C. 1993. The structures of (Ed.). Fossil and recent sponges. Berlin: Springer-Verlag. p.
aplysinamisines I, II, and III, new bromotyrosine-derived 378-386.
alkaloids from the Caribbean sponge Aplysina cauliformis.
Journal of Natural Products, v. 56, n. 6, p. 907-914. TSUDA, M.; HIRANO, K.; KUBOTA, T.; KOBAYASHI, J. 1999.
Pyrinodemin A, a cytotoxic pyridine alkaloid with an
RODRIGUEZ, J.; NUÑES, L.; PEIXINHO, S.; JIMÉNEZ, C. 1997. isoxazolidine moiety from sponge Amphimedon sp.
Isolation and synthesis of the first natural 6-hydroximino- Tetrahedron Letters, v. 40, p. 4819-4820.
4-em-3-one- steroids from the sponges Cinachyrella spp.
Tetrahedron Letters, v. 38, n. 10, p. 1833-1836. TSUKAMOTO, S.; KATO, H.; HIROTA, H.; FUSETANI, N. 1996.
Mauritiamine, a new antifouling oroidin dimer from the
ROTHBERG, I.; SHUBIAK, P. 1975. The structure of some marine sponge Agelas mauritiana. Journal of Natural
antibiotics from the sponge Ircinia strobilina. Tetrahedron Products, v. 59, p. 501-503.
Letters, v. 10, p. 769-772.
TSUKAMOTO, S.; TAKAHASHI, M.; MATSUNAGA, S.; FUSETANI,
ROSA, R.; SILVA, W.; ESCALONA, D. E..; MOTTA, G.; RODRIGUEZ, N.; VAN SOEST, R. W. M. 2000. Hachijodines A-G: seven
A. D.; MORALES, J. J.; ORTIZ, M. 1992. Antimuscarinic new cytotoxic 3-alkylpyridine alkaloids from two marine
activity of a family of C11N5 compounds isolated from sponges of the genera Xestospongia and Amphimedon.
Agelas sponges. Experientia, v. 48, p. 885-887. Journal of Natural Products, v. 63, p. 682-684.

RÜTZLER, K. 1975. The role of burrowing sponges in TYMIAK, A. A.; RINEHART, K. L. 1981. Biosynthesis of
bioerosion. Oecologia, v. 19, p. 203-216. dibromotyrosine-derived antimicrobial compounds by
Aplysina fistularis (Verongia aurea). Journal of the Americam
RÜTZLER, K. 1990. Associations between Caribbean sponges Chemical Society, v. 103, p. 6763-6765.
and photosynthetic organisms. In: RÜTZLER, K. (Ed.). New
perspectives in sponge biology. Proceedings of the 3rd VACELET, J.; BOURY-ESNAULT, N. 1995. Carnivorous sponges.
International Conference on the Biology of Sponges. Nature, v. 373, p. 333-335.
Washington D.C.: Smithsonian Institution Press. p. 455-
466. VACELET, J.; GAINO, E.; GALLISSIAN, M. F.; VACELET, E. 1994.
Bacterial attack of spongin skeleton during the 1986-1990
SARÀ, M.; VACELET, J. 1973. Écologie des démosponges. In: Mediteranean sponge disease. In: VAN SOEST, R. W. M.;
GRASSÉ, P. P. (Ed.). Traité de Zoologie. 3. Spongiaires. Paris: VAN KEMPEN, Th. M.G.; BRAECKMAN, J. C. (Ed.). Sponges
Masson et Cie. p. 462-576. in time and space: biology, chemistry, paleontology.
Rotterdam: Balkema. p. 355-362.
SCHULZE, F. E. 1887. Report on the Hexactinellida collected by
H.M.S. ‘Challenger’ during the years 1873-1876. Reports on VERDENAL, B. 1986. Spongiculture en Mediterranée nord-
the Scientific Results of the voyage of the H.M.S. Challenger, occidentale: aspects culturaux, molysmologiques et
v. 21, p. 1-514. économiques. 163 p. Tese (Doutorado em Oceanologia),
Université d’Aix-Marseille II, Marseilha, França.
SILVA, E. D.; SCHEUER, P. J. 1980. Manoalide, an antibiotic
seterterpenoide from the marine sponge Luffariella VILANOVA, E.; MAYER-PINTO, M.; CURBELO-FERNANDEZ, M.
variabilis (Poléjaeff ). Tetrahedron Letters, v. 21, p. 1611- P.; SILVA, S. H. G. 2004. The impact of a nuclear power
1614. plant discharge on the sponge community of a tropical
bay (SE Brazil). Bolletino dei Musei e degli Istituti Biologici
dell’Università di Genova, v. 68, p. 647-654.

138 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


WIEDENMAYER, F. 1994. Contributions to the knowledge WU, H.; NAKAMURA, H.; KOBAYASHI, J.; OHIZUMI, Y.; HIRATA, Y.
of post-palaeozoic neretic and archibenthal sponges 1984. Agelasine -e and -f, novel monocyclic diterpenoids
(Porifera): the stratigraphic record, ecology, and global with 9-methyladeninium unit possessing inhibitory
distribution of intermediate and higher taxa. Mémoires effects on Na,K-ATPase from Okinawan sponge Agelas
Suisses de Paléontologie, v. 116, p. 1-147. nakamurai. Tetrahedron Letters, v. 25, p. 3719-3722.

WILKINSON, C. R. 1987. Interocean differences in size and WULFF, J. 2001. Assessing and monitoring coral reef sponges:
nutricion of coral reef sponge populations. Science, v. 236, Why and How? Bulletin of Marine Science, v. 69, n. 2, p. 831-
p. 1654-1657. 846.

WOOD, R. 1990. Reef-building sponges. American Scientist, v.


78, p. 224-235.

3.7. Anexo

Anexo 1: Lista de táxons de Porifera identificados com suas respectivas estações de coleta. As coordenadas e
profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.

Táxon Estações
Demospongiae
Plakinidae
Plakina sp. 1 C6-R4#1
Plakina sp. 2 C2-46R
Plakinastrella sp. C5-49R; C6-R4#1; C6-Y2
Plakortis sp. C5-12R; C6-R3#1
Plakinidae gen. sp. C5-1R; C5-2R; C5-27R; C6-A1
Spirasigmidae
Spirasigmidae gen. sp. C5-7R; C5-12R
Tetillidae
Cinachyra sp.n C2-20F; C6-Y2
Cinachyrella aff. alloclada (Uliczka, 1929) C2-16R; C5-13R
Cinachyrella aff. apion (Uliczka, 1929) C5-5R; C5-13R; C5-16R
Cinachyrella aff. kuekenthali (Uliczka, 1929) C2-9R; C2-10R; C2-14R; C2-16R; C2-17R; C2-18R; C2-
23R; C2-27R; C2-33R; C2-45R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-
7R; C5-10R; C5-13R; C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R;
C5-32R; C5-33R; C5-42R; C6-R4#1; C6-Y2
Cinachyrella kuekenthali (Uliczka, 1929) C5-7R; C5-24R; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y2
Cinachyrella sp. C5-7R
Craniella sp. C6-R1#4 DR/BC
Tetilla sp. 1 C5-5R
Tetilla sp. 3 C5-42R
Tetillidae gen. sp. C2-5R; C5-2R

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 139


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Calthropellidae
Pachastrissa sp. C6-Y2
Geodiidae
Erylus spp. C2-10R; C2-24R; C2-45R; C5-2R; C5-4R; C5-13R; C5-20R;
C5-23R; C5-25R; C5-27R; C5-34R; C5-38R; C5-41F; C6-
R3#1; C6-R4#1; C6-Y2; C6-Y4
Erylus sp.2 C2-37F
Erylus aff. formosus Sollas, 1886 C5-45R
Geodia sp. C5-2R; C5-5R
Geodiidae gen. sp. C2-33R; C6-Y2
Pachastrellidae
Pachastrellidae gen. sp. C2-20F; C2-37F; C2-38R; C5-27R
Stoeba sp. C6-Y3
Thrombidae
Thrombus sp. C6-R3#1; C6-Y4
Thrombidae gen. sp. C5-2R; C5-13R; C5-20R; C5-23R; C5-30R; C5-34R; C5-
42R; C6-R3#1
Hadromerida fam. gen. sp. C2-47R; C6-R4#1; C6-Y2
Clionaidae
Cliona sp. C2-23R
Clionidae gen. sp. C2-23R; C5-12R; C6-Y1; C6-Y6
Thoosa sp. C6-A1
Hemiasterellidae
Hemiasterellidae gen. sp. C2-16I; C5-16R; C5-20R
Polymastiidae
Polymastia sp. C6-A1
Polymastiidae gen. sp. C5-16R
Suberitidae
Suberitidae gen. sp. C5-2R; C5-5R; C5-7R; C5-12R; C5-13R; C5-17R; C5-25R;
C5-27R; C5-34R; C6-R4#1; C6-Y2
Aaptos sp. C2-46R; C5-2R; C6-R4#1; C6-Y4
Terpios sp. C6-R3#1
Spirastrellidae
Diplastrella megastellata Hechtel, 1965 C2-25R; C5-25R; C6-R3#1
Spirastrella sp. C5-2R; C5-7R
Timeidae
Timea cumana Pulitzer-Finali, 1977 C5-25R
Timea sp.n. 1 C5-27R; C5-49R
Timea sp.n. 2 C5-5R
Timea sp. 3 C6-R4#1

140 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Tethyidae
Tethytimea sp. C6-Y7
Trachycladidae
cf. Rhaphidistia sp. C6-R3#1
Chondrillidae
Chondrilla aff. nucula Schmidt, 1862* C2-47F
Chondrosia sp. C5-2R; C5-7R; C5-16R
Desmanthidae
Desmanthidae gen. sp. C5-2R; C5-7R; C5-20R; C5-27R
Theonellidae
Theonellidae gen. sp. C5-17R
Agelasiidae
Agelas clathrodes (Schmidt, 1870)* C2-22F; C2-23R; C5-12R; C5-44R;
Agelas conífera (Schmidt, 1870)* C2-29R; C5-2R; C5-34R; C6-Y2
Agelas dispar Duch. & Mich., 1864 C2-23R; C2-45R; C6-Y2
Agelas schmidti Wilson, 1902 C2-46R; C5-2R; C5-4R; C5-17R; C6-R3#1; C6-Y7
Agelas tubulata Lehnert & van Soest, 1996 C5-2R; C6-R3#1
Agelas sp. C2-21R; C2-46R; C5-2R; C5-5R; C5-7R; C5-13R; C5-21R;
C5-23R; C5-30R; C5-33R; C5-42R; C5-44R; C5-45R; C6-
A1; C6-R3#1; C6-Y2; C6-Y4
Acarnidae
Acarnus nicolae (van Soest, Hooper & Hiemstra, 1991) C6-Y7
Acarnus radovani (Boury-Esnault, 1973) C6-Y1
Acarnus toxeata Boury-Esnault, 1973 C5-17R
Acarnus sp. C5-17R
Microcionidae
Clathria sp. C6-R3#1
Clathria sp. 1 C2-16I
Clathria sp. 2 C2-31R
Microcionidae gen. sp. C2-36R; C2-44R; C5-2R; C5-5R; C5-7R; C5-12R; C5-13R;
C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-25R; C6-R3#1; C6-Y1; C6-
Y3; C6-Y4;
Raspailiidae
Raspailiidae gen. spp. C5-7R; C5-13R; C5-14R; C5-17R; C5-20R; C5-25R; C5-
27R; C5-28R; C5-34R; C6-A1; C6-R3#1; C6-Y1; C6-Y2;
C6-Y5
Waltherarndtia sp. C6-Y1
Rhabderemiidae
Rhabderemia spp. C6-Y1; C6-Y2
Coelosphaeridae
Forcepia sp. C6-R3#1

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 141


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Crambeidae
Monanchora arbuscula (Duch. & Mich., 1864)* C5-7R; C6-R3#1
Monanchora aff. clathrata Carter, 1883 C2-33R
Monanchora sp. 1 C6-R3#1
Monanchora sp. 2 C5-17R; C5-20R; C5-25R
Hymedesmiidae
cf. Hymedesmia sp. C5-49R
Phorbas sp. C6-Y4
Hymedesmiidae gen. spp. C5-17R;C5-25R; C6-Y7
Iotrochotidae
Iotrochotidae gen. sp. C5-7R
Iotrochota sp. C5-7R; C6-R4#1
Myxillidae
cf. Crella sp. C2-23R
Myxillidae gen. sp. C2-23R; C6-R3#1
Tedaniidae
Tedania sp. C6-Y6
Tedaniidae gen. sp. C5-13R; C5-20R; C6-Y1
Desmacellidae
Desmacella sp. C2-23R; C2-39F; C6-R3#1
Desmacella sp. 2 C2-23R
Desmacellidae gen. spp. C2-18R; C2-34R; C5-17R; C5-25R; C5-34R; C6-A1; C6-
R3#1; C6-R4#1; C6-Y1; C6-Y2
Desmanthidae
Petromica sp. C6-Y1; C6-Y2
Esperiopsidae
Amphilectus sp. C6-Y1
Mycalidae
Mycale quadripartita Boury-Esnault, 1973 C2-36R
Mycale sp. C2-14R; C5-49R
Latrunculiidae
Latrunculiidae gen. sp. C2-37R; C6-R3#1
Axinellidae
Axinella sp. C6-Y2
Axinellidae gen. sp. C2-16I; C2-20F; C2-22F; C2-28R; C2-31R; C2-32R;
C2-37I; C2-45R; C2-47F; C5-2R; C5-5R; C5-7R; C6-16R;
C5-17R; C5-20R; C5-23R; C5-25R; C5-27R; C5-28R;
C5-32R; C5-34R; C5-36; C5-45R; C6-A1; C6-R3#1;
C6-Y1; C6-Y2
Axinellidae sp. 3 C2-20F
Axinellidae sp. 8 C6-Y1

142 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Axinellidae sp. 13 C6-Y2
Dragmacidon sp. 1 C2-36R; C6-Y2
Dragmacidon sp. 2 C6-A1; C6-Y2
Dragmacidon sp. C6-Y2; C6-Y4; C6-Y7
Dragmaxia aff.undata C6-Y3
Desmoxyidae
Desmoxyidae gen. sp. C5-2R; C5-17R; C5-12R; C5-20R; C5-33R; C6-R4#1
Myrmekioderma sp. C5-2R
Dictyonellidae
Dictyonellidae gen. spp. C5-2R; C5-7R; C5-17R; C6-A1; C6-R3#1; C6-Y1
Dictyonellidae sp. 5 C6-Y2
Halichondriidae
Halichondriidae gen. spp. C2-9R; C2-14R; C2-15R; C2-16I; C2-17R; C2-18F; C2-22F;
C2-23R; C2-29R; C2-36R; C2-37R; C2-44R; C2-45R; C2-
47R; C2-47F; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-
10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R;
C5-23R; C5-25; C5-27R; C5-28R; C5-30R; C5-32R; C5-
33R; C5-34R; C5-42R; C5-44R; C5-49R; C6-A1; C6-R3#1;
C6-R4#1; C6-Y1; C6-Y2; C6-Y6; C6-Y7
Halichondriidae gen. sp. 4 C6-R4#1
Hymeniacidon sp. C2-16R; C6-Y1
Spongosorites sp. C6-Y2
Topsentia sp. C2-14R; C2-16R; C2-23R; C2-29R;
Haplosclerida fam. gen. sp. C2-15R; C2-28R; C2-46R; C5-2R; C6-A1
Callyspongiidae
Callyspongia sp. C2-23R; C2-32R; C5-7R; C5-12R; C6-R3#1; C6-R4#1;
C6-Y6
Callyspongiidae gen. sp. C2-18R; C2-24R; C5-7R; C5-13R; C5-17R; C5-20R; C5-
23R; C5-25R; C5-28R; C5-30R; C5-32R; C5-42R; C6-R4#1;
C6-Y5
Chalinidae
Chalinidae gen. sp. C2-4R; C2-6F; C2-13R; C2-16R; C2-23R; C2-28R; C5-4R;
C5-7R; C5-12R; C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-
27R; C5-28R; C5-30R; C5-32R; C5-33R; C5-42R; C6-A1;
C6-Y1; C6-Y2; C6-Y5; C6-Y7
Chalinidae sp. 12 C6-R3#1
Niphatidae
Niphates sp. C5-7R
Niphatidae gen. sp. C2-31R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-10R; C5-12R; C5-13R;
C5-14R; C5-17R; C5-20R; C5-28R; C5-45R; C6-A1; C6-
R3#1; C6-Y2; C6-Y4

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 143


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Phloeodictyidae
Oceanapia spp. C2-5R; C2-16I; C2-22F; C5-34R; C5-45R; C6-R3#1; C6-
R4#1; C6-Y2; C6-Y6; C6-Y7
Phloeodictyidae gen. sp. C5-2F; C5-2R; C5-14R; C5-16R; C5-44R; C5-45R; C6-
R4#1
Petrosiidae
Xestospongia sp. C2-15R; C6-Y2
Petrosiidae gen. sp. C2-10R; C2-11R; C2-14R; C2-15R; C2-16R; C2-17R; C5-
2R; C5-7R; C5-10R; C5-14R; C5-17R; C5-20R; C5-23R;
C5-25R; C5-28R; C5-34R; C5-36R; C5-42R; C6-R3#1;
C6-R4#1; C6-Y2; C6-Y4
Irciniidae
Ircinia sp. C2-15R; C2-18R; C2-44R; C5-1R; C5-13R; C6-A1; C6-
R3#1; C6-R4#1; C6-Y4
Irciniidae gen. sp. C2-11F; C2-46R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-12R; C5-13R;
C5-14R; C5-17R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-
28R; C5-44R
Spongiidae
Hippospongia sp. C5-49R
Hyatella cavernosa (Pallas, 1766) C2-21R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-7R; C5-10R; C5-20R;
C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-34R; C5-44R; C5-49R; C6-
A1; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y4; C6-Y7
cf. Leiosella sp. C6-Y4
Spongia sp. C5-7R; C6-R3#1
Spongia sp.1 C5-7R; C5-44R; C5-49R
Spongia sp.2 C5-4R; C5-20R; C5-49R
Spongia sp.3 C5-7R
Spongia sp.4 C6-R3#1
Spongiidae gen. sp. C5-10R; C5-13R; C5-25R; C5-42R; C6-Y4; C6-Y5
Thorectidae
Thorecta sp. C6-R3#1
Thorectidae gen. sp. C2-23R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-10R; C6-R1#1; C6-Y2;
C6-Y5; C6-Y6
Dysideidae
Dysidea sp. C2-2R; C5-49R; C6-Y5
Dysideidae gen. sp. C5-16R; C5-20R; C6-Y6
Darwinellidae
Darwinella sp. C5-13R; C5-16R; C5-17R;
Aplysinidae
Aiolochroia sp. C2-29R; C6-R4#1; C6-Y2; C6-Y4

144 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Aiolochroia crassa (Hyatt, 1875) C2-10R; C2-11R; C2-14R; C2-16R; C2-23R; C2-24R; C2-
28R; C2-32R; C2-44R; C2-45R; C2-46R; C2-47R; C5-2R;
C5-4R; C5-7R; C5-10R; C5-14R; C5-16R; C5-21R; C5-23R;
C5-24R; C5-28R; C5-34R; C5-36R; C5-44R; C6-Y2
Aiolochroia sp.1 C6-R4#1
Aplysina aff. cauliformis Carter, 1882 C2-21R; C2-22R; C2-23R; C2-47F; C5-1R; C5-2R; C5-24R;
C5-34R; C5-44R
Aplysina cauliformis Carter, 1882 C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y2; C6-Y4
Aplysina cf. fulva (Pallas, 1766) C2-22F; C2-24R; C2-29R; C2-46R; C5-5R; C5-21R; C5-
23R; C5-28R; C5-34R; C5-36R; C5-45R
Aplysina fulva (Pallas, 1766) C6-Y2; C6-Y4
Aplysina lacunosa (Pallas, 1766) C2-10R; C2-15R; C2-16R; C2-18R; C2-22R; C2-29R; C5-
5R; C5-7R; C5-10R; C5-14R; C5-16R; C5-21R; C5-28R;
C5-34R; C5-45R; C6-A1; C6-Y4
Aplysina sp. n. C6-Y2
Aplysina sp. n. 1 C5-7R
Aplysina sp. n. 2 C2-5R; C6-R3#1; C6-Y2
Aplysina sp. C5-2R; C5-4R; C5-44R; C5-45R; C6-R3#1
Aplysina sp.1 C2-9R; C2-17R; C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R;
C5-28R
Aplysina sp.2 C2-15R; C2-28R; C2-29R; C5-2R; C5-7R; C5-13R; C5-16R;
C5-20R; C5-30R; C5-32R
Aplysina sp.3 C5-30R
Aplysinidae gen. sp. C5-2R; C5-23R; C5-34R; C6-Y2
Verongula gigantea C2-33R; C2-44R; C5-12R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-
33R; C5-34R; C5-44R; C5-49R; C6-R4#1; C6-Y7
Calcarea
Calcarea ord. fam. gen. sp. C2-14R
Calcaronea ord. fam. gen. sp. C5-2R; C5-13R; C5-16R; C5-20R; C5-23R
Calcinea ord. fam. gen. sp. C5-23R; C5-42R
Hexactinellida
Aphrocalistidae
Aphrocalistes beatrix Gray, 1858 C2-20F; C2-37F
Dactylocalycidae
Dactylocalyx pumiceus Stutchbury, 1841 C2-20F

CAPÍTULO 3 - FILO PORIFERA 145


Capítulo 4
Filo Cnidaria
Corais
Clovis Barreira e Castro, Débora de Oliveira Pires, Marcelo Semeraro Medeiros, Livia de Laia Loiola,
Renata Carolina Mikosz Arantes, Cristovam Muniz Thiago, Eduardo Berman1

Resumo
O presente trabalho fornece dados sobre a fauna de corais (Milleporidae, Stylasteridae, Antipatharia, Scleractinia e
Octocorallia) amostrados durante as campanhas realizadas pelo Programa Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva - RE-
VIZEE, área de Oceanografia Biológica (campanhas Central II – out-nov/1997, Central V – jun-jul/2001 e Central VI – jun/2002)
e área de Pesca (Bahia I – mai-jul/1999 e Bahia II – jun-jul/2000). Os exemplares estudados encontram-se depositados na
coleção de Cnidaria do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os resultados apresentados basearam-se
no exame de 656 lotes de corais, representados por pelo menos 105 táxons específicos no total (57 de Octocorallia, 33 de
Scleractinia, 12 de Antipatharia, dois de Stylasteridae e ao menos um de Milleporidae). Foram registradas novas ocorrências
de táxons, sendo sete de famílias, 19 de gêneros e 17 de espécies, além de uma espécie nova já descrita. O número de no-
vas ocorrências de gêneros e espécies é maior que os valores indicados acima, uma vez que o número de morfotipos não
identificados até o momento ainda é muito grande. A completude do conhecimento da riqueza de espécies de corais da
área abrangida pelo SCORE Central foi avaliada pelos estimadores: número de espécies observadas em amostras agrupadas
(“Sobs” Mao Tau), número de únicas (ocorreram em uma única estação dentre as estações agrupadas), duplas (ocorreram em
apenas duas estações dentre as estações agrupadas), Chao1 e ICE (incidence-based coverage estimator of species richness).
Esses indicadores demonstraram que a riqueza dos corais sensu lato ainda não foi amostrada adequadamente na área de
estudo. As distribuições batimétricas das espécies ou de morfotipos distintos das espécies e dos demais morfotipos identifi-
cados sugeriram a ocorrência de grupos de espécies em diferentes faixas batimétricas (até 100 m, entre 100 e 500 m e a par-
tir de 500 m de profundidade). Das 51 espécies que ocorreram até 100 m de profundidade, 28 (55%) foram exclusivas dessa
faixa. Grandes ampliações batimétricas foram observadas em espécies de corais escleractíneos zooxantelados, encontrados
em áreas recifais rasas. A faixa entre 100 e 500 m de profundidade representa uma zona de transição entre a plataforma e o
talude continental, com um total de 47 espécies ou morfotipos identificados. A faixa incluindo espécies observadas a mais
de 500 m, com 41 espécies ou morfotipos, apresentou as espécies características do talude. Uma análise da distribuição da
diversidade de corais sugere a ocorrência de uma área de maior diversidade de corais sensu lato em área triangular, com
vértices no Banco dos Abrolhos, na Cadeia Vitória-Trindade e no Cabo de São Tomé, além das imediações da Baía de Todos
os Santos. O grupo com maior riqueza no geral, Octocorallia, apresentou maior diversidade em estações ao sul do Banco dos
Abrolhos (ao largo do Rio Doce) e, em menor grau, nas imediações do Cabo de São Tomé. Dentre os Scleractinia, identifica-
mos as espécies construtoras Lophelia pertusa, em duas estações, Madrepora sp., também em duas, e Solenosmilia variabilis
em sete estações, o que vem a aumentar o número de áreas de possíveis ocorrências de recifes de coral de profundidade em
águas brasileiras. Ressalta-se que, ao largo de Valença, da Ilha de Trindade e no Banco Almirante Saldanha, foram coletados
exemplares de S. variabilis dotados de tecido, indicando que esses corais ramificados encontravam-se vivos e, portanto, que
essas áreas recifais potencialmente encontram-se em bom estado de conservação e em crescimento. Com base nas análises
realizadas, recomenda-se a realização de amostragens seletivas taxonomicamente e em áreas prioritárias, ou seja, de maior
riqueza e/ou em possíveis ambientes recifais de profundidade.

Palavras-chave: Cnidaria, coral, plataforma continental, talude continental, batimetria, distribuição geográfica, Brasil.

1. Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil cbcastro@pobox.com

CASTRO et al. 2006. Capítulo 4. Filo Cnidaria. Corais. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 147-192 (Série Livros n. 18) 147
Abstract
This work presents data on the coral fauna (Milleporidae, Stylasteridae, Antipatharia, Scleractinia, and Octocorallia) obtained
during cruises of Program “Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva - REVIZEE”: biological oceanography cruises Central
II (Oct-Nov/1997), Central V (Jun-Jul/2001), and Central VI (Jun/2002), and fishing cruises Bahia I (May-Jul/1999), and Bahia
II (Jun-Jul/2000). Studied specimens are deposited in the Cnidaria Collection of the Museu Nacional/Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Results were based upon the examination of 656 lots of corals, which included about 105 specific taxa
(57 Octocorallia, 33 Scleractinia, 12 Antipatharia, two Stylasteridae, and at least one Milleporidae). Material from this project
produced new records from off Brazil: seven families, 19 genera and 17 species, and a new species described elsewhere. The
actual number of new records of genera and species is potentially greater than herein indicated, since many morphotypes
were not identified up to such ranks. The completeness of the knowledge on the richness of coral species in the studied area
was evaluated using the following indicators/estimators: number of species observed in grouped samples (“ Sobs” Mao Tau),
number of uniques (species that occurred in a single sample among grouped samples), duplicates (species that occurred
in two samples among grouped samples), Chao1 and ICE (incidence-based coverage estimator of species richness). These
indicators/estimators showed that the coral richness sensu lato has not been thoroughly sampled in the studied area. The
depth distributions of species and distinct morphotypes suggested the occurrence of groups of species at different depth
ranges (up to 100 m, between 100 and 500 m, and below 500 m). Among 51 species that occurred in the shallower range
(up to 100 m deep), 28 (55%) were recorded exclusively from this range. Expansion of depth ranges were observed for
species of zooxanthellate scleractinian corals, which are usually found in shallow-water reef areas. The depth range between
100 and 500 m deep represents a transition zone between the shallow platform and the continental slope, with a total of
47 species/morphotypes identified. Stations deeper than 500 m presented 41 species/morphotypes, several of which are
characteristic of the continental slope. An analysis of the distribution of coral diversity indicated a higher diversity area
in a triangular area, with vertices located on the Abrolhos Bank, the Vitória-Trindade Ridge, and the Cape of São Tomé.
An additional high diversity area was located off the Bay of Todos os Santos. The most diverse coral group present in the
samples - the octocorals - clearly showed its highest diversity at the southern margin of the Abrolhos Bank (off the Doce
River) and, in less magnitude, in the vicinities of Cape São Tomé. Among the Scleractinia, deep-water reef builders were
identified, with Lophelia pertusa present in two stations, Madrepora sp. also in two stations, and Solenosmilia variabilis in
seven stations. This increased the number of areas that may harbor deep-water reefs off Brazil. Specimens of S. variabilis
were collected with tissue off Valença, off Trindade Island, and at the Almirante Saldanha Seamount, indicating live colonies
in such localities. As a result, it is possible that ramified corals in these areas are thriving. Based in the present analyses, it
is recommended that new cruises be undertaken employing selective methods, prioritizing areas of higher coral diversity
and/or deep-sea reef environments.

Keywords: Cnidaria, coral, continental shelf, continental slope, depth range, geographical distribution, Brazil.

148 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


4.1. Introdução

4.1.1. Caracterização do grupo em contato com os tecidos do cnidário. Os cnidocistos


são os responsáveis pelas “queimaduras” que alguns
Os cnidários formam um grupo de organismos que in- cnidários causam em banhistas, sendo destinados à pa-
clui os corais, as anêmonas-do-mar, as gorgônias e as ralisação da presa ou à defesa do próprio animal e do
águas vivas, entre outros. território que ele habita. A categoria de cnidocisto mais
Grande parte do grupo é séssil (vive fixo no fun- comum nos cnidários é o nematocisto, que apresenta
do do mar), mas existem alguns representantes que uma grande variedade de formas. Os cnidocistos são
são planctônicos, como as medusas. Ambos são pre- considerados unidades de grande valor sistemático e
dominantemente carnívoros, podendo também ali- filogenético, ou seja, são úteis no estabelecimento da
mentar-se de partículas em suspensão. Além disso, vá- identidade das espécies e de relações de parentesco do
rios cnidários abrigam algas microscópicas chamadas grupo (Pires & Pitombo, 1992).
zooxantelas, que vivem em simbiose, isto é, em asso- Os cnidários podem ser diferenciados de
ciação, dentro das células. Estas chegam a proporcio- acordo com o ciclo de vida que apresentam. Nas clas-
nar aos cnidários quase um terço de suas necessidades ses Hydrozoa, Scyphozoa e Cubozoa, podem ocorrer
energéticas. Os cnidários podem ser solitários (isola- ciclos alternados de gerações, onde existem os pólipos
dos de seus semelhantes) ou coloniais (vários indivídu- e as medusas. Já na classe Anthozoa, só ocorrem póli-
os integrados). As colônias podem atingir dimensões e pos. A maioria dos cnidários produz uma larva ciliada e
formas não alcançadas pelos indivíduos isolados. natante que é a plânula.
Os cnidários são animais simples, dotados de Os cnidários existem desde o Pré-Cambriano
uma cavidade interna chamada de cavidade gastro- (600 – 540 milhões de anos) e, ao longo de toda a sua
vascular. Essa cavidade tem a forma de um saco, com história, vários de seus membros têm representado pa-
uma única abertura que serve como boca e ânus. A péis de enorme importância ecológica. Destacam-se
abertura (boca) se localiza no centro de um disco, cha- aqui, como relevância atual, os recifes de coral moder-
mado de disco oral. Esse disco é circundado por um ou nos.
mais círculos de tentáculos. O termo coral é usado vulgarmente para designar
Os cnidários são animais metazoários (multicelu- os cnidários capazes de secretar um esqueleto calcário
lares), que apresentam epiderme (camada externa) e ou córneo (Castro, 1994). O calcário, ou carbonato de
gastroderme (camada interna), separadas por uma ca- cálcio, forma estruturas bastante rígidas, enquanto as
mada intermediária designada de mesogléia (camada substâncias córneas são em geral flexíveis. Dentre os
gelatinosa sem ou com poucas células). A mesogléia “corais”, há representantes da classe Anthozoa, como
pode ser denominada mesênquima quando apresenta os corais-negros – Antipatharia (Figura 1), os corais-
pequenas estruturas esqueléticas embebidas. Os cni- verdadeiros ou pétreos – Scleractinia (Figura 2) e os
dários não possuem órgãos verdadeiros e são dotados octocorais – Octocorallia (Figura 3). Os corais da classe
de poucos tipos celulares. Todos os cnidários possuem Hydrozoa são vulgarmente conhecidos como hidroco-
células especializadas (cnidócitos) que secretam uma rais – Milleporidae e Stylasteridae (Figura 4). O presen-
estrutura altamente elaborada, o cnidocisto, que pode te capítulo se deterá nesses grupos de cnidários, que
ser penetrante ou adesivo. Os penetrantes contêm em são os dominantes no mar profundo. Os níveis supe-
seu interior uma substância tóxica que pode ser inje- riores de suas posições taxonômicas encontram-se
tada em presas ou em qualquer outro corpo que entre discriminados abaixo.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 149


Filo Cnidaria
Classe Anthozoa: pólipos
Subclasse Hexacorallia: mesentérios normalmente em pares e em múltiplos de seis.
Ordem Antipatharia (corais-negros): com esqueleto axial córneo.
Ordem Scleractinia (corais-verdadeiros): com esqueleto calcário externo.
Subclasse Octocorallia (octocorais): pólipos autozoóides com oito mesentérios e oito tentáculos
peniformes.
Ordem Alcyonacea: base da colônia sem pedúnculo inflável, esqueleto sob a forma de
estruturas calcárias nos tecidos (escleritos) ou eixo axial córneo ou calcário; esqueleto nunca
sob a forma de calcário rígido composto de cristais de aragonita.
Ordem Pennatulacea: base da colônia em forma de pedúnculo inflável, usado para ancorar a
colônia no substrato não consolidado.

Figura 1: Cnidaria, Anthozoa, Hexacorallia, Antipatharia, Myriopathidae, Tanacetipathes tanacetum. A – colônia;


B – detalhe de pínula com espinhos. Escalas: A – 2 cm; B – 0,2 mm. Modificado de Loiola (2003).

150 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 2: Cnidaria, Anthozoa, Hexacorallia, Scleractinia, Caryophylliidae, Lophelia pertusa. A – fragmentos de
colônias; B – detalhe de coralito. Escalas: A – 1 cm; B – 5 mm.

Figura 3: Cnidaria, Anthozoa, Octocorallia, Alcyonacea, Coralliidae, Corallium medea. A – escleritos; B –


fragmento de colônia; C – detalhe do fragmento de colônia. Escalas: A – 30 µm; B – 1 cm; C – 2 cm. Modificado de
Castro et al. (2003).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 151


Classe Hydrozoa: pólipos e medusas
Subclasse Anthoathecatae (pólipos sem hidroteca)
Ordem Capitata – Família Milleporidae (hidrocorais): com esqueleto calcário, pólipos
dimórficos (gastrozoóides e dactilozoóides); dactilozoóides longos, ocos, com tentáculos
capitados; chão do poro dos gastrozoóides sem espinho.
Ordem Filifera – Família Stylasteridae (hidrocorais): com esqueleto calcário, pólipos
dimórficos (gastrozoóides e dactilozoóides); dactilozoóides pequenos, sólidos, sem
tentáculos; pólipos distribuídos em ciclos; chão do poro dos gastrozoóides com espinho (estilo).

Figura 4: Cnidaria, Hydrozoa, Athecata, Filifera, Stylasteridae, Cripthelia sp. A – fragmento de colônia; B – detalhe
de um ciclossistema operculado. Escala de A = 1 cm.

4.1.2. Papel ecológico ficam totalmente distendidos, expondo suas “zonas de


cultivo” em direção à luz. As zonas de cultivo podem
Os cnidários, principalmente aqueles que vivem estar em tentáculos extendidos, em disco oral em forma
em ambientes recifais rasos, podem ocupar vários de colarinho ou em outras estruturas do corpo. Esses
níveis na cadeia trófica marinha. Corais, gorgônias, animais normalmente são amarelados, amarronzados
zoantídeos e algumas anêmonas-do-mar podem ou esverdeados. Os compostos orgânicos resultantes
ser chamados de “agricultores do mar” (Belém et al., da fotossíntese das algas garantem grande parte da
1986). Esses organismos podem abrigar uma grande nutrição desses animais. Assim, eles se tornam quase
quantidade de algas simbiontes (zooxantelas) em que organismos autotróficos. Os cnidários podem
seus tecidos, constituindo assim o que se poderia também ser considerados “herbívoros”, já que em
chamar de “fitoplâncton aprisionado”. Durante o dia, algumas ocasiões podem se alimentar de suas algas.
os cnidários que possuem essas algas unicelulares Além da nutrição por autotrofia e herbivoria, as algas

152 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


têm papel fundamental na formação do esqueleto principais são Solenosmilia variabilis Duncan, 1873,
calcário de corais-verdadeiros e de hidrocorais. As Madrepora oculata Linnaeus, 1758 e Lophelia pertusa
algas são capazes de utilizar e reciclar o gás carbônico (Linnaeus, 1758). Além disso, outros antozoários
produzido pelos cnidários e que após algumas reações como os octocorais (Octocorallia) e corais-negros
irá se transformar em carbonato de cálcio. O carbonato (Antipatharia) e hidrozoários (Stylasterina) também
se deposita no esqueleto dos corais, assim as algas têm têm importância na formação desses ambientes.
um papel importante no incremento de suas taxas Jensen e Frederiksen (1992) estudaram a fauna
de crescimento. À noite, esses cnidários contraem associada a blocos mortos e vivos do coral Lophelia
suas áreas de cultivo de zooxantelas e se tornam pertusa. Os autores demonstraram que a fauna asso-
carnívoros, como todos os cnidários, alimentando- ciada ao coral azooxantelado é tão diversa quanto a
se de zooplâncton ou de outros pequenos animais já registrada para corais zooxantelados ramificados
como crustáceos e peixes. Alguns corais também são formadores de recifes rasos. Nesse estudo, os auto-
capazes de se alimentar de fezes de peixes que caem res registraram também que, surpreendentemente, o
sobre seus discos orais, assumindo assim um papel de número de espécies e espécimes associados foi maior
animais detritívoros. Há registros, ainda, de que alguns em blocos mortos de coral do que nos blocos vivos
cnidários são capazes de capturar material orgânico (164 espécies e 1.366 espécimes nos corais vivos, e
em suspensão na água, o qual é absorvido pela parede 229 espécies e 3.260 espécimes nos corais mortos).
do corpo. Corais, anêmonas e zoantídeos também são Tal estudo demonstra a importância ecológica dos
capazes de produzir uma grande quantidade de muco. corais ramificados, mesmo que nas partes mortas das
O zoantídeo Palythoa caribaeorum, bastante comum colônias.
no Brasil, por exemplo, é conhecido vulgarmente como
baba-de-boi, devido à grande quantidade de muco 4.1.3. Importância econômica
que produz. O muco, além de ser de grande utilidade
para o cnidário, evitando a dessecação e agindo na Existem vários registros de que o homem utiliza os re-
defesa contra predadores, serve também de alimento cursos dos recifes de coral desde os tempos pré-histó-
para outros organismos bentônicos e planctônicos. ricos, fazendo uso de sua enorme fonte de alimentos,
Como se sabe, nos mares tropicais e em algumas bem como os utilizando para outras necessidades, tais
áreas dos mares profundos, os corais são os principais como ferramentas (conchas) ou os próprios blocos de
construtores dos recifes e, portanto, ocupam grandes coral utilizados para construções. No Brasil, existem
espaços desses ambientes. Em outras áreas tropicais, relatos verbais de que, nas últimas décadas, enormes
outros antozoários, como octocorais e zoantídeos, quantidades de corais foram removidas de Pernambu-
também ocupam enormes extensões dos substratos co e da Paraíba para a produção de calcário, empre-
disponíveis (Fautin, 1988). gado na indústria da cana e em construções (Castro &
Os recifes de coral representam áreas de Pires, 2001).
biodiversidade muito grande (hotspots), já que Os recifes tropicais oferecem produtos para as
suas estruturas fornecem nichos e agem como populações que vivem em suas proximidades, através
berçário para uma enorme variedade de organismos, da pesca e maricultura, e servem como atrativos turís-
incluindo espécies comerciais de crustáceos e ticos que podem gerar uma renda considerável, além
peixes. Os recifes rasos e os de profundidade têm de terem enorme valor científico e educativo. Adicio-
o mesmo papel ecológico, o que os diferencia é nalmente, muitos recifes agem como uma barreira físi-
que os primeiros normalmente são formados por ca que protege a costa contra processos de erosão.
uma variedade maior de formas de crescimento Como os seus equivalentes de águas rasas,
(maciços, foliáceos, ramificados, etc.) e de espécies os recifes de profundidade têm também enorme
zooxanteladas, enquanto os de profundidade importância, pois, do mesmo modo, oferecem
são formados somente por poucas espécies inúmeros recursos biológicos e econômicos.
ramificadas. As espécies formadoras dos recifes Assim como os recifes tropicais, são hotspots de
profundos têm ampla distribuição geográfica, e as biodiversidade e fornecem recursos para a pesca, a

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 153


bioprospecção e a ciência. Os recifes de profundidade intenção de perfuração. Ressalta-se que essa atividade
construídos por Lophelia pertusa proporcionam um faz parte dos procedimentos para a solicitação de no-
rico habitat e fonte de alimentos para espécies de vos licenciamentos. No Brasil (Sumida et al., 2004) e em
peixes que são comuns nos recifes e próximo deles várias outras áreas do mundo, os corais de águas frias
(Mortensen et al., 2001). Há evidências claras de que encontram-se associados a montes (mounds) carboná-
espécies de peixes economicamente importantes são ticos. Esses ambientes têm interessado à industria pe-
maiores e mais abundantes nos habitats coralíneos de trolífera como alvos de prospecção de hidrocarbone-
profundidade do que em ambientes não coralíneos tos, já que são bastante porosos e, portanto, represen-
(Husebo et al., 2002). tam áreas potenciais de abrigo de combustíveis fósseis
Há um interesse crescente de cientistas e de (Freiwald et al., 2004).
companhias de biotecnologia e farmacologia em se- Espécies do octocoral do gênero Corallium Cuvier
lecionar nos cnidários em geral, dos habitats de corais (1758) são conhecidas como “coral precioso” ou “coral
rasos, de profundidade e de suas faunas associadas, vermelho” e são muito valiosas em joalheria (Castro
espécies que sejam potenciais produtoras de subs- et al., 2003). Segundo os autores, seu valor comercial
tâncias e genes benéficos para o homem. Na Norue- movimenta um enorme mercado em várias partes do
ga, a fauna associada aos habitats de corais de pro- mundo. Somente o comércio varejista do Havaí movi-
fundidade já é alvo da bioprospecção (Freiwald et al., mentou anualmente cerca de 25 milhões de dólares no
2004). Dentre alguns cnidários de interesse médico, início da década de 90 (Grigg, 1994).
podemos destacar o zoantídeo do gênero Palythoa,
que possui substâncias anticancerígenas (Quinn et 4.1.4. Diversidade de Cnidaria no mundo
al., 1974). Os estudos baseados nesses organismos e no Brasil
têm tido grande impacto na biomedicina e ciências
relacionadas (Scheuer, 1988). Existem cerca de 11.000 espécies de cnidários no mun-
Outro aspecto importante economicamente é a do, quase todas exclusivamente marinhas (Brusca &
existência de conhecimento sobre a presença de subs- Brusca, 2003).
tâncias antiincrustação em corais. Essas podem ser Dentre os corais, o grupo mais diverso é o
usadas como uma melhor alternativa ecológica ao uso dos octocorais (Octocorallia), com cerca de 2.000
de metais pesados, normalmente utilizados na pintura espécies (Bayer, 1981a). Em seguida, a maior
de cascos de embarcações (Baker et al., 2001). diversidade é encontrada entre os corais-verdadeiros
Os recifes e corais de profundidade servem tam- (Scleractinia), com cerca de 1.400 espécies (Cairns et
bém como eficientes indicadores de mudanças cli- al., 1999). Os corais-negros (Antipatharia) formam um
máticas. Os corais de profundidade podem fornecer pequeno grupo, se comparados aos anteriores, e são
registros de mudanças de temperatura com resolução representados por cerca de 130 espécies no mundo
incomparavelmente mais alta que o fornecido por tes- (Pax et al., 1987). Em relação aos hidrocorais, a família
temunhos de sedimentos (ex: um ano para os corais de mais diversa é Stylasteridae, que possui cerca de 250
profundidade versus 500 anos para os testemunhos de espécies, enquanto Milleporidae é uma família que
sedimento) (McDonough & Puglise, 2003). possui apenas um gênero (Millepora), com cerca de 17
Em alguns locais, como no Brasil, Golfo do México espécies (Cairns et al., 1999).
e na plataforma continental da Europa, há uma grande A fauna de alguns grupos de cnidários do Bra-
área de sobreposição entre a ocorrência de corais de sil ainda é pouco conhecida. Esse fato é reforçado
águas frias e atividades de exploração de gás e petró- quando o enfoque é a diversidade do mar profundo.
leo. No Brasil e na Noruega, por exemplo, existem mui- A contribuição mais abrangente sobre a cnidofauna
tas áreas onde a indústria petrolífera trabalha bastante brasileira como um todo é a de Migotto et al. (2000),
próxima a áreas de ocorrência de corais de águas frias. que fornecem uma listagem das espécies de cnidários
A importância desses habitats já é tão reconhecida na registradas para o Brasil. Ressalta-se que as espécies
Noruega, que há obrigação da realização de mapea- costeiras, mais conhecidas, compõem a maior parte da
mento de todos os recifes de coral em áreas onde há lista e que, após quatro anos, já houve novas contribui-

154 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


ções para o conhecimento do grupo. Nessa listagem Loiola e Castro (2001), utilizando material co-
são registradas 59 espécies de octocorais, 58 espécies letado pelo programa REVIZEE, registraram três no-
de corais-verdadeiros, seis espécies de corais-negros, vas ocorrências de espécies para o Brasil: Antipathes
seis espécies de mileporídeos e uma espécie de esti- furcata Gray 1857, do Banco Davis (20°40’ S, 34°54’ W),
lasterídeo para a costa brasileira. Em relação aos corais A. atlantica Gray, 1857, do Banco Rodger (17°04’ S,
de águas rasas, existem contribuições mais abrangen- 036°53’ W) e Schizopathes affinis Brook, 1889, da região
tes para os corais-verdadeiros (Laborel, 1969) e para ao largo de Salvador (BA), sendo este o primeiro regis-
os octocorais (Castro, 1990a; Marques & Castro, 1995). tro da família Schizopathidae para águas brasileiras.
Além disso, uma avaliação biológica e revisão do co- Loiola (2003) trabalhou com a família
nhecimento de ambientes recifais rasos foram realiza- Myriopathidae, listando Tanacetipathes tanacetum
das por Laborel (1970) e Castro e Pires (2001). para a região ao largo do estado do Espírito Santo,
além de quatro novos registros de espécie: T.
4.1.5. Histórico do estudo de corais de barbadensis (Brook, 1889); T. cavernicola Opresko,
profundidade do Brasil 2001; T. hirta (Gray, 1857) e T. thamnea (Warner, 1981).
Nesse trabalho, também são indicadas duas novas
4.1.5.1 Corais-negros – Antipatharia espécies para o gênero Tanacetipathes (aqui indicadas
com Tanacetipathes sp. 1 e Tanacetipathes sp. 2). As
Estudos com corais-negros (Antipatharia) quatro últimas espécies foram registradas baseadas
no Brasil ainda são escassos. Opresko (1972, 1974) exclusivamente em material coletado pelo REVIZEE.
registrou aproximadamente 32 espécies do grupo
para o Atlântico Ocidental, sendo que, destas, 4.1.5.2. Corais-verdadeiros azooxantela-
somente duas foram citadas pelo autor para águas dos – Scleractinia
brasileiras: Antipathes tanacetum Pourtalès, 1880
(posteriormente Tanacetipathes tanacetum), do Os trabalhos pioneiros sobre os corais azooxantelados
Atol das Rocas e ao largo do Parcel do Manuel Luiz, da costa brasileira foram resultantes de expedições es-
e Antipathes columnaris (Duchassaing, 1870), sem trangeiras que realizaram coletas em alguns pontos do
especificar a localidade de coleta. Posteriormente, Brasil. A viagem do Hassler resultou em coletas de co-
um lote desta última espécie, coletado ao largo da rais azooxantelados provenientes de estações ao largo
foz do Rio Amazonas e identificado por Opresko, foi de Sergipe, Abrolhos (BA) e Cabo Frio (RJ). Esse mate-
encontrado na coleção da “Smithsonian Institution”, rial foi estudado por Pourtalès (1874), que registrou a
Washington (C. B. Castro, com. pess.). ocorrência de sete espécies de corais. A famosa expe-
Estudos específicos de espécimes brasileiros so- dição do Challenger (1872-1876), que realizou uma via-
mente vieram a ser produzidos a partir de meados da gem de circunavegação no mundo, também passou
década de 1990. por águas brasileiras. Moseley (1876, 1881), que partici-
Echeverría e Castro (1995) registraram pou dessa expedição, registrou a ocorrência de várias
Tanacetipathes tanacetum (como Antipathes tanacetum) espécies para nossas águas. Squires (1959) registrou a
e Tanacetipathes sp. (como Antipathes sp.) para a costa ocorrência de Madrepora oculata no norte do estado
sudeste do Brasil (entre 21° e 23°S) baseados em Rio de Janeiro, a partir de coletas realizadas pelo navio
material de dragagens realizadas em 1991 pelo Instituto Atlantis (1947-1948). Mais tarde, Cairns (1979) não reco-
Oceanográfico da Universidade de São Paulo. nheceu como válida a identificação de Squires.
Migotto et al. (2000) atualizaram uma listagem Já na década de 70, o pesquisador francês
dos cnidários que ocorrem no Brasil, cuja primeira ver- Jacques Laborel, que realizou uma síntese sobre a
são havia sido disponibilizada em 1998 (BDT – Base fauna coralínea das costas tropicais do Brasil (Laborel,
de dados Tropical). Nessa listagem, que inclui corais- 1969, 1970), incluiu no último estudo indicações da
negros de profundidade, são fornecidas referências existência de bancos coralíneos de profundidade ao
bibliográficas que citam as espécies e as respectivas largo de São Paulo (ver “Recifes de profundidade no
regiões e estados brasileiros onde ocorrem. Brasil”). Além disso, o autor registrou a ocorrência

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 155


de quase vinte espécies de corais azooxantelados ao Em 1997, foram publicados três trabalhos em
largo de várias áreas do Brasil (do Ceará a Cabo Frio). que corais azooxantelados brasileiros coletados pelo
O material estudado por Laborel foi obtido a partir Wladimir Besnard são objetos de estudo. Sumida e
de coletas realizadas por várias expedições, como as Pires-Vanin (1997) incluíram sete espécies de corais
do Calypso (novembro de 1961 - fevereiro de 1962), azooxantelados em seu trabalho sobre a composição
Canopus e Akaroa. e a distribuição de comunidades bentônicas ao largo
No final da década de 60, houve também algumas de Ubatuba (SP). Já Pires (1997) e Pires e Castro (1997)
amostragens de corais azooxantelados realizadas incluíram em seus trabalhos 15 espécies de corais
durante viagens do navio oceanográfico Prof. W. azooxantelados, coletadas sobretudo ao largo de São
Besnard. Os resultados dessas coletas que ocorreram Paulo. Apesar de terem como foco principal o estudo
ao largo do Rio de Janeiro, São Paulo e do Rio Grande sobre o cnidoma da ordem Scleractinia e sobre as
do Sul foram publicados por Tommasi (1970), o qual afinidades das ordens Scleractinia e Corallimorpharia,
destacou cinco espécies mais comuns, que foram baseadas no estudo do cnidoma, os dados desses
identificadas por Laborel. Leite e Tommasi (1976) artigos ampliam a distribuição geográfica de algumas
forneceram dados sobre a distribuição de Cladocora espécies.
debilis ao sul de Cabo Frio. Três anos mais tarde, Cairns publicou outra mono-
Em 1979, surge o primeiro trabalho mais abran- grafia que constituiu uma segunda parte da revisão de
gente sobre a fauna de escleractíneos de profundida- corais azooxantelados do Atlântico Ocidental (Cairns,
de do Caribe e águas adjacentes, incluindo descrições 2000). Em mais um ótimo trabalho, o autor complemen-
detalhadas e ótimas ilustrações (Cairns, 1979). Em sua ta seu extenso estudo de 1979, incluindo novos dados,
monografia, Cairns registrou a ocorrência de 25 espé- inclusive a descrição de uma espécie nova e endêmica,
cies de corais azooxantelados em águas brasileiras. Trochocyathus laboreli, homenageando assim Laborel,
Esse trabalho incluiu material coletado durante vá- um dos pioneiros no estudo dos corais azooxantelados
rias expedições, entre elas as do “U. S. Fish Comission do Brasil. Com essa segunda monografia, Stephen D.
Steamer Albatross” (1887), do navio alemão Walther Cairns indubitavelmente representa o pesquisador que
Herwig (1968), do Wladimir Besnard (1968-1969) e do mais contribuiu, até o momento, para o conhecimento
Almirante Saldanha (1972), que realizaram dragagens dos corais azooxantelados do Atlântico Ocidental.
em vários locais do Brasil. Le Goff-Vitry et al. (2004) utilizaram espécimes
Fernandes e Young (1986) registraram a ocorrên- brasileiros de Lophelia pertusa e Madrepora oculata,
cia de 10 espécies de corais recifais e sub-recifais ocor- coletados na Bacia de Campos pela Gardlines Surveys
rendo de Belmonte (BA) ao Cabo de São Tomé (RJ). Ltd. e R. V. Prof. W. Besnard respectivamente, em um
Esse estudo foi realizado com material coletado atra- trabalho de filogenia usando dados moleculares. Os
vés de dragagens efetuadas pelo navio oceanográfico autores também investigaram a distância genética en-
Almirante Câmara durante a “Operação Geomar X”. tre duas amostras de L. pertusa, uma do Brasil e outra
De 06 de maio a 02 de junho de 1987, o navio do Atlântico Oriental. Os resultados obtidos demons-
Marion Dufresne realizou amostragens na plataforma traram uma alta diferenciação genética, que poderia
continental brasileira, ao largo de Abrolhos, na estar indicando que as populações tenham sido isola-
cadeia de montanhas submarinas e ao largo de das há muito tempo ou que possam até mesmo repre-
Trindade e Martim Vaz. Infelizmente, os dados sentar duas espécies diferentes.
disponíveis resultantes dessa expedição são bastante Sumida et al. (2004) investigaram três crateras
limitados, e nenhum material coletado permaneceu submarinas, a 700 m de profundidade, localizadas na
em instituição brasileira. Os dados relativos aos Bacia de Santos. Nesse trabalho, os autores identifica-
corais azooxantelados resumem-se a uma listagem ram quatro espécies de corais azooxantelados dentre
preliminar das espécies coletadas (34 espécies/ os organismos associados a esses pockmarks.
morfoespécies) e uma listagem de estações (sem Como pôde ser visto até aqui, o conhecimento
coordenadas e profundidades) onde ocorreram corais da diversidade de corais azooxantelados presentes
escleractíneos (Zibrowius, 1988). na costa brasileira ainda é bastante fragmentado. O

156 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


presente capítulo traz dados inéditos sobre a fauna Museum of Comparative Zoology – Harvard University
coletada na costa central do Brasil, fornecendo uma e Peabody Museum – Yale University). Essa fase termina
listagem dos táxons presentes, analisando a riqueza e com o relato de Tixier-Durivault (1970), que estudou os
a distribuição da fauna encontrada, indicando novas octocorais coletados pelo Calypso ao largo da América
ocorrências e ampliando as distribuições geográficas do Sul em sua expedição de 1961-1962.
de algumas espécies. As duas principais contribuições oriundas das
expedições Thayer e da Comissão Geológica do
4.1.5.3. Octocorais – Octocorallia Império são de A. E. Verrill. O material a que teve
acesso era proveniente principalmente da região
Até a década de 1960, a maioria dos trabalhos sobre entre Pernambuco e Bahia, com registros esparsos
octocorais da plataforma e talude continental no Brasil até o Rio de Janeiro. Uma avaliação atual das espécies
era referente a estudos pontuais realizados por pes- registradas ou descritas em seus trabalhos indica
quisadores estrangeiros, muitas vezes em expedições que ele praticamente só teve acesso a espécies de
que visavam estudar áreas geográficas mais amplas águas rasas. Em 1868, descreveu uma nova espécie
e que apresentavam algumas estações ao longo do de águas rasas: Gorgonia (Pterogorgia) gracilis Verrill,
nosso litoral. Em uma listagem da bibliografia sobre 1868, para Abrolhos (BA). A série-tipo desse material
octocorais entre 1469 e 1977, Bayer (1981a) registrou é hoje combinada ao gênero Olindagorgia, exceto por
apenas 11 referências, com o tema “Taxonomic: Brazil”, um exemplar que foi indicado como pertencendo
incluindo aí também artigos sobre material de águas ao gênero Leptogorgia (ver Castro, 1990a como
rasas e ambientes recifais. Apesar disso, muitos outros Lophogorgia sp.). Especificamente para a plataforma e
trabalhos já citavam octocorais de águas brasileiras talude, Verrill (1912) cita o registro de Primnoella distans
(Castro, 1990a). No presente histórico, é dada ênfase a Studer, 1878, ao largo de Pernambuco entre 216 e 360
aspectos da fauna da plataforma continental e talude, m (material do Brasil posteriormente descrito como
especialmente daquela proveniente da área entre Sal- uma nova espécie - Primnoella polita Deichmann,
vador e o Cabo de São Tomé. 1936) e Filigella gracilis Gray, 1868 [=Thesea gracilis
Podemos dividir o conhecimento sobre os (Gray, 1868)] (ver Castro, 1990a; Marques, 1996), para a
octocorais brasileiros em três períodos históricos. O região ao largo de Cabo Frio.
primeiro deles inclui os séculos XVIII e XIX, apresentando Outras expedições de ampla abrangência geo-
um pequeno número de registros isolados de es- gráfica coletaram alguns exemplares de octocorais.
pécies, a maioria de ambientes rasos, realizados por Entre as principais destacam-se a do navio inglês
pesquisadores europeus, praticamente sem informa- Challenger, a do alemão Valdivia e dos norte-america-
ções sobre o ambiente onde se encontravam. Dentre nos Blake e Albatross. Wright e Studer (1889), estudando
os trabalhos desse período, podemos citar autores os octocorais coletados pelo Challenger, descreveram
de espécies endêmicas do Brasil, como Pallas (1766), Placogorgia atlantica e Paramuricea aequatorialis
que descreveu Gorgonia violacea (=Leptogorgia), Esper (posteriormente Muriceides aequatorialis), ambas para
(1806), que descreveu Gorgonia dilatata (=Phyllogorgia), os penedos de São Pedro e São Paulo, a 144 m de
e Milne-Edwards e Haime (1857), que descreveram profundidade. Kükenthal (1919) relatou os octocorais
Gorgonia punicea (=Leptogorgia), entre outras espécies do Valdivia, que realizou amostragens no mar profundo
e autores. em 1898-1899. Nesse trabalho, descreveu Leptogorgia
O segundo período tem início em 1865. Nesse contorta (= Leptogorgia setacea) para o Rio de Janeiro
ano, através de acertos com o Imperador Pedro II, e trabalhou com Primnoella delicatissima Kükenthal,
Louis Agassiz organiza a expedição Thayer, com a 1909, de 22o47’ S, 041o41’ W (ao largo de Búzios),
participação de Charles Frederick Hartt e Richard Leptogorgia rubra (Bielchowsky, 1918) (parte igual a
Rathbun. Em 1875, é criada a Comissão Geológica do Leptogorgia punicea) para a Bahia e Phyllogorgia dilatata,
Império, e Hartt é convidado a chefiá-la. Essas duas de Fernando de Noronha e da Bahia, sem especificar
iniciativas formaram as primeiras “grandes” coleções de suas profundidades de ocorrência. Deichmann (1936),
octocorais brasileiros (depositadas principalmente no trabalhando com os octocorais do Blake e Albatross,

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 157


descreveu Thesea bicolor ao norte da Bahia, a 360 m de Prata, citando 40 espécies, com várias delas tendo sua
profundidade, e Primnoella polita, de Pernambuco. área de distribuição ampliada, alguns novos registros e
Bayer (1959) estudou material de dragagens re- a indicação de novas espécies. Embora a maioria das
alizadas pelos navios americanos Coquette e Oregon espécies tratadas seja de águas rasas, 17 espécies são
ao largo do norte da América do Sul entre 1957 e 1958, registradas em profundidades de coleta superiores a
descrevendo duas novas espécies para a região ao lar- 20 m. Uma nova espécie foi descrita com base neste
go da foz do Rio Amazonas: Muricea midas, a 324 m, e material: Heterogorgia uatumani Castro, 1990b.
Thesea antiope, de 315 a 324 m. Nesse mesmo trabalho, Marques e Castro (1995) revisaram as espécies de
o autor fornece uma listagem das espécies então regis- Muricea presentes no Brasil e registraram quatro espé-
tradas para o Brasil, de águas rasas e profundas, citando cies, sendo uma espécie nova: Muricea flamma.
um total de 29 espécies, a maioria válida até hoje. Marques (1996) realizou uma revisão taxonômica
Tixier-Durivault (1970) estudou os octocorais do gênero Thesea para o Atlântico Ocidental, fornecen-
coletados pelo navio francês Calypso na costa leste da do chave de identificação, redescrições e diagnoses das
América do Sul entre 1961 e 1962, descrevendo uma 11 espécies consideradas válidas, quatro delas registra-
nova espécie: Thesea echinata, para Abrolhos, a 49 m das para o Brasil: Thesea antiope, ao largo da foz do Rio
(=Thesea bicolor). Apesar de ter estudado um grande Amazonas, 320 m; T. bicolor, ao largo da Bahia e ao largo
número de exemplares e espécies da plataforma rasa do Espírito Santo, de 49 a 129 m; T. gracilis, ao largo do
(menos de 100 m de profundidade), a identidade de norte do estado do Rio de Janeiro, a cerca de 60 m; e
diversos de seus registros é duvidosa. Como exemplo, Thesea sp. (sensu Tixier-Durivault, 1970), ao largo de Ma-
Tixier-Durivault indica a ocorrência de Eunicea caé (RJ) até a Ilha do Arvoredo (SC), de 3 a 51 m.
(Euniceopsis) calyculata (Ellis & Solander, 1786) em A partir de meados da década de 1990, iniciou-
grande quantidade no canal entre a Ilha Santa Bárbara se um estudo mais sistemático dos octocorais do mar
e a Ilha Redonda, no Arquipélago dos Abrolhos, entre profundo brasileiro. A maior contribuição para essa
5 e 8 m. Essa espécie é muito característica e não foi mudança foi o programa Recursos Vivos da Zona
encontrada na área de Abrolhos (Castro, 1989). O Econômica Exclusiva (REVIZEE), iniciado em 1995.
gênero como um todo não possui registros para o Alguns trabalhos incluindo material coletado pelo
Brasil até hoje. Em outros casos, seus registros foram REVIZEE já foram realizados. Medeiros e Castro (1996)
confirmados, como o de Muricea atlantica (Riess in registraram Bebryce cinerea Deichmann, 1936 para o
Kükenthal, 1919), ao largo do Rio de Janeiro, a 39 m. Sudeste e Sul do Brasil em profundidades de até 184 m.
A partir da década de 1970, tem início a terceira fase Esse registro, o primeiro do gênero para o Atlântico Sul
dos estudos sobre octocorais brasileiros. Desde então, Ocidental, aumentou em mais de 5.000 km sua área de
com o aumento do número de coletas realizadas por ins- distribuição. Medeiros (1998) trabalhou com as famílias
tituições nacionais e início de estudos sobre octocorais Paramuriceidae e Plexauridae, analisando 14 espécies,
por pesquisadores brasileiros, a quantidade de dados so- com espécimes coletados a até 400 m de profundidade,
bre o grupo apresentou um grande incremento. incluindo vários exemplares coletados pelo REVIZEE.
Inicialmente, os trabalhos de autores brasilei- Uma espécie foi indicada como nova, Muriceopsis sp.,
ros incluíram poucas espécies, todas provenientes de (sensu Medeiros, 1998) e outras 12 registradas. Medeiros
dragagens (Tommasi, 1970, 1971; Tommasi et al., 1972; e Castro (1999) publicaram uma lista de espécies com
Belém & Alvarenga, 1973). A partir do final da década discussão sobre a distribuição batimétrica dessas
de 1980, trabalhos mais abrangentes começaram a ser mesmas duas famílias. Castro e Medeiros (2001)
realizados, buscando avaliar a diversidade de áreas ou publicaram uma revisão da ordem Pennatulacea no Bra-
grupos taxonômicos acima do nível de espécie. sil, incluindo novos registros de famílias (Pennatulidae
Castro (1986) reavaliou os octocorais de Abro- e Umbellulidae) e nova espécie com material quase
lhos, resultando na descrição de uma espécie nova: que totalmente proveniente do REVIZEE: Pennatula
Plexaurella regia Castro, 1989. Castro (1990a) realizou bayeri, ocorrendo ao largo de Salvador até Camamú
um grande levantamento dos octocorais sul-ameri- (BA), de 278 a 761 m. Castro et al. (2003) realizaram o
canos, entre a foz do Rio Amazonas e a foz do Rio da primeiro registro da família Coralliidae para o Atlântico

158 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Sul, coletado no Banco submarino Almirante Saldanha Antipatharia – a sistemática dos táxons acima
(22°22'35”S, 37°39'32”W) entre 380 e 500 m. de espécie, sempre que possível, foi baseada em Pax
et al. (1987). Os principais trabalhos utilizados para a
4.1.6. Recifes de profundidade no Brasil identificação dos exemplares foram: Brook (1889), Van
Pesch (1914), Opresko (1972, 1974, 2001a, 2001b), Pax et
A ocorrência de recifes de coral de profundidade em al. (1987), Loiola e Castro (2001) e Loiola (2003).
uma determinada área pode ser indiretamente indicada Scleractinia – a sistemática dos táxons acima de
pela presença de espécies de coral formadoras desses espécie, assim como as principais referências utiliza-
ambientes. Há indicações de recifes profundos nas das na identificação do material, foi sobretudo basea-
costas nordeste e sudeste do Brasil através de registros da em Cairns (1979, 2000).
de ocorrência de importantes espécies construto- Octocorallia – a sistemática dos táxons acima
ras como Lophelia pertusa, Solenosmilia variabilis e de espécie, sempre que possível, foi baseada em
Madrepora oculata (Freiwald et al., 2004). Kükenthal (1915), para a ordem Pennatulacea, e em
Na costa sudeste, há registro de banco coralí- Bayer (1981b), para as demais ordens. Os principais
neo de profundidade ao largo de São Sebastião (SP), trabalhos utilizados para a identificação dos exemplares
a 1.000 m de profundidade (24°54'44”S, 044°26'00”W), foram: Wright e Studer (1889), Kükenthal (1915, 1924),
sendo essa ocorrência demonstrada por coletas reali- Deichmann (1936), Bayer (1956, 1959, 1981b), Castro
zadas pelo Calypso. Nessa amostragem foram obtidas (1990a, 1990b), Marques e Castro (1995), Williams
espécies indicadoras, como L. pertusa, Enallopsammia (1995), Marques (1996), Medeiros (1998), Castro e
rostrata, S. variabilis e Desmophyllum dianthus, entre Medeiros (2001) e Castro et al. (2003).
outras (Laborel, 1970). Cairns (1979) também registrou Milleporidae/Stylasteridae – a sistemática de
a presença de L. pertusa em diferentes áreas ao largo Milleporidae e Stylasteridae acima do nível de família
de São Paulo e norte do Paraná. foi baseada em Bouillon (1985). As principais referê-
Uma ampla distribuição de corais na quebra da ncias utilizadas na identificação do material foram
plataforma sudeste-sul brasileira e a presença de reci- Bouillon (1985) e Cairns (1986).
fes profundos de até 20 m de altura, ao largo da Bacia
de Santos, foram também recentemente indicadas por 4.2.2. Exemplares estudados
Sumida et al. (2004).
Mais ao norte, há alguns registros de ocorrência Foi estudado o material de campanhas realizadas
de recifes e corais construtores na Bacia de Campos pelo Programa Recursos Vivos da Zona Econômica Ex-
(RJ) (Viana, 1994; Viana et al. 1994, 1998; Hovland & clusiva, área de Oceanografia Biológica (campanhas
Mortensen, 1999; Le Goff-Vitry et al., 2004). Viana et Central II – out-nov/1997, Central V – jun-jul/2001 e
al. (1998) indicaram a presença de bancos coralíneos Central VI – jun/2002, realizadas pelo navio oceano-
nessa área, se estendendo das latitudes 20,5º a 24ºS. gráfico Astro Garoupa) e área de Pesca (campanhas
Segundo os autores, os bancos têm centenas de me- Bahia I – mai-jul/1999 e Bahia II – jun-jul/2000, ambas
tros de comprimento, dezenas de metros de largura, realizadas pelo navio oceanográfico Thalassa). Todos
podem alcançar até 15 m de altura e se desenvolvem os exemplares aqui relatados encontram-se depo-
num campo de corais de até 40 km de comprimento. sitados na coleção de Cnidaria do Museu Nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ). Espé-
4.2. Material e Métodos cimes cuja identificação não alcançou o nível de fa-
mília, pela condição precária dos materiais ou outros
4.2.1. Sistemática e identificação dos motivos, não foram aqui incluídos. Dentre os cnidá-
espécimes rios, são listados apenas os corais sensu lato, incluin-
do os corais negros (Antipatharia), corais verdadeiros
A identificação dos espécimes foi realizada de acordo (Scleractinia), octocorais (Octocorallia) e hidrocorais
com técnicas descritas em trabalhos especializados so- (Milleporidae e Stylasteridae). Anêmonas-do-mar
bre cada táxon envolvido, em especial: (Actiniaria), zoantídeos (Zoanthidea) e outros Medu-

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 159


sozoa não hidrocorais foram coletados em menor nú- ou menos umas das outras foram agrupadas. O con-
mero e não são aqui listados. junto de espécies ocorrentes nesses agrupamentos
foi recalculado e indicado nos mapas. Os seguintes
4.2.3. Análises realizadas pontos podem estar representados nos mapas, com
estações correspondentes indicadas entre parênte-
As análises realizadas incluíram apenas táxons identi- ses: Salvador (BAI-D0360, BAI-D0366, BAII-E0498,
ficados até o nível de espécie ou que foram definidos BAII-E0516, C2-1, C5-1, C6-R4#1, C6-R4#2); ao largo de
como pertencentes a morfotipo distinto das demais Salvador (BAII-E0497); ao largo do sul de Salvador 1
espécies identificadas. Esses morfotipos foram discri- (BAII-E0499, C5-517, BAII-E0517, BAII-E0522); ao largo
minados com a notação Gênero sp. n, onde “n” é um al- do sul de Salvador 2 (BAII-E0520); ao largo de Valen-
garismo arábico. Exemplares identificados até gênero, ça (BAI-D0373, C5-2F, C5-2R, C2-2R, C2-2I, C2-2F); ao
porém sem “n”, representam materiais cuja identifica- largo de Ilhéus (C5-3R, BAII-E0502, C5-504); ao largo
ção/tipagem não foi possível, geralmente devido a ca- do sul de Ilhéus (BAII-E0505, BAII-E0506, C5-4, C2-4);
racterísticas ou ao estado de conservação do material. ao largo do extremo sul de Ilhéus (BAII-E0507); ao
A completude do conhecimento da riqueza de largo do norte do Jequitinhonha 1 (C2-5R, C5-5R); ao
espécies de corais da plataforma e talude continentais largo do norte do Jequitinhonha 2 (C2-5F); ao largo
ao largo do Brasil na área abrangida pelas campanhas do Jequitinhonha 1 (C6-R3#1, C6-R3#2, C6-R3#3); ao
do REVIZEE/SCORE Central foi avaliada pelos seguin- largo do Jequitinhonha 2 (BAII-E0509); Royal Char-
tes estimadores (ver, por exemplo, Heyer et al., 1999): lotte norte (C5-6F, C2-6); ao largo de Cumuruxatiba
número de espécies observadas em amostras agru- (C5-13R, BAII-E0514); Royal Charlotte sul (C5-7); Poço
padas (“Sobs” Mao Tau), número de únicas (espécies do Jucurussú (C6-C13); sul do Poço do Jucurussú (C2-
que ocorreram em uma única estação dentre as esta- 48F); Banco Minerva (C5-12R); Banco Rodger (C2-11,
ções agrupadas), duplas (espécies que ocorreram em C2-10R, C5-10R, BAI-D0404); Banco Hotspur (C5-14R,
apenas duas estações dentre as estações agrupadas), C2-15R); Recife Califórnia; ao largo do Califórnia (C5-
Chao1 e ICE (incidence-based coverage estimator of spe- 16R); sudeste do Califórnia 1 (C5-17R, C2-17R, C2-18);
cies richness) (Chao, 1984, 1987; Chao et al., 1993; Colwell sudeste do Califórnia 2 (C6-A3); sudeste do Califórnia
& Coddington, 1994; Lee & Chao, 1994; Chazdon et 3 (C5-20R, C2-20F, C2-20R); oeste do Banco Eclaireur
al., 1998). Todos esses estimadores foram calculados (C5-28R, C2-28, C2-29R); leste do Banco Eclaireur
usando o programa “EstimateS”, versão 7.0.0 (Colwell, (C5-30R, C2-30); sudeste do Banco Eclaireur (C2-37I);
1994-2000). Banco Vitória (BAI-D0512, C2-33R, C5-33R); leste do
A distribuição batimétrica das espécies foi ana- Banco Vitória (C5-32R); Banco Montague (C2-24R,
lisada graficamente, plotando-se as profundidades C5-24R); oeste do Banco Jaseur (C5-23R); centro do
mínimas e máximas em que cada espécie foi registra- Banco Jaseur (C2-22R, C2-22F); leste do Banco Jaseur
da nas amostras estudadas. A riqueza de espécies das (C2-21R, C2-21F, C5-21R); oeste do Banco Davis (C2-
diferentes áreas foi observada graficamente plotando- 47R, C2-47F); leste do Banco Davis (C2-46R, C5-45R);
se o número de espécies em mapa da área de estudo. oeste do Banco Dogaressa (C2-45R); leste do Banco
Estações de mesma faixa de profundidade distantes Dogaressa (C2-44R, C5-44R); Banco Columbia (C5-
menos de três milhas náuticas uma da outra foram 42R); Ilha da Trindade (C5-41F, C5-49R); Ilha Martim
agrupadas, eliminando-se duplicação de espécies de Vaz (C5-40R, C5-48R); ao largo do Rio Doce 1 (BAI-
ocorrência em mais de uma delas. Esses gráficos foram D0508, C6-A1); ao largo do Rio Doce 2 (BAII-E0526);
executados com o auxílio do programa Surfer versão ao largo do Rio Doce 3 (BAI-D0502, BAI-D0503, BAI-
7.02 (Golden Software). D0504, BAI-D0506, BAII-E0523, C6-Y6, C5-25A, C5-25);
A distribuição da diversidade de espécies foi ao largo do Rio Doce 4 (BAII-E0528, BAII-E0529); ao
analisada plotando-se o número de espécies presen- largo do Rio Doce 5 (BAII-E0527); ao largo do Rio Doce
tes nas estações de coleta. Tendo em vista a grande 6 (BAII-E0533, BAII-E0534, C2-27R, C2-27F, C5-27, C6-
sobreposição de estações nos mapas e sua grande R2#1, C6-R2#2 DR, C6-R2#3 BC, C6-R2#3 DR, C6-Y5);
proximidade, estações distando cerca de 10 milhas ao largo do Rio Doce 7 (BAII-E0535); Banco Almirante

160 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Saldanha (C2-37R, C2-37F, C6-Y2); ao largo de Vitória 1 thomsonii) (Octocorallia, Pennatulacea) (para a primeira
(C5-34R); ao largo de Vitória 2 (BAII-E0536, BAII-E0537, e a terceira ver Castro & Medeiros, 2001).
BAII-E0538, C5-538); ao largo de Guarapari 1 (C6-Y4); Além dos gêneros mencionados nas novas
ao largo de Guarapari 2 (C2-34R, C2-35R, C6-Y7); ao ocorrências de família, os seguintes gêneros
largo de Guarapari 3 (BAII-E0551, BAII-E0552); ao lar- representaram novas ocorrências para o Brasil:
go de Guarapari 4 (BAII-E0540); ao largo de Guarapari Radicipes spp. e Stephanogorgia sp. (Octocorallia,
5 (BAII-E0541, C6-Y3); ao largo de Guarapari 6 (BAII- Chrysogorgiidae); Telestula sp. (Octocorallia,
E0548, BAII-E0549, BAII-E0550); norte do Cabo de Clavulariidae); Nicella spp. (incluindo N. guadalupensis)
São Tomé 1 (BAII-E0543, BAII-E0544, C2-36, C5-36R, e Riisea sp. (Octocorallia, Ellisellidae); Keratoisis sp. e
C6-R1#1, C6-R1#2, C6-R1#3 DR/BC, C6-R1#3 BC); norte Isidella longiflora (Octocorallia, Isididae); Bebryce spp.
do Cabo de São Tomé 2 (BAI-D0464, BAII-E0547); les- (incluindo B. cinerea, ver Medeiros & Castro, 1996)
te do Cabo de São Tomé 1 (C2-38R, C2-38F, C2-39F); e Caliacis spp. (incluindo C. nutans) (Octocorallia,
leste do Cabo de São Tomé 2 (C2-39R); sul do Cabo de Plexauridae); Narella sp. (Octocorallia, Primnoidae); e
São Tomé (C6-Y1). Acanthoptilum cf. agassizi (Octocorallia, Virgulariidae).
Além das espécies mencionadas nas novas
4.3. Resultados ocorrências de família e gênero, as seguintes
espécies representam novas ocorrências para o Brasil:
Antipathes atlantica e Antipathes furcata (Antipatharia,
4.3.1 Diversidade taxonômica ver Loiola & Castro, 2001); Tanacetipathes hirta e
Tanacetipathes thamnea (Antipatharia, ver Loiola,
Os resultados apresentados a seguir se baseiam no 2003); duas espécies novas de Tanacetipathes
exame de 656 lotes de corais, representados por pelo foram submetidas para publicação (Antipatharia,
menos 105 táxons específicos no total (ver lista de Loiola & Castro, com. pess.). Deltocyathus moseleyi
táxons a seguir): ao menos 57 de Octocorallia, 33 de (Scleractinia) é aqui registrada para águas brasileiras
Scleractinia, 12 de Antipatharia, dois de Stylasteridae e pela primeira vez. Sua distribuição conhecida era da
ao menos um de Milleporidae. Materiais provenientes Flórida até Bermudas, Açores e Madeira (Cairns, 1979).
das coletas do REVIZEE/SCORE Central geraram novas Caryophyllia berteriana (Scleractinia) representa
ocorrências de táxons, sendo sete de famílias, 19 de também ocorrência nova de espécie. O registro dessa
gêneros e 17 de espécies, além de uma espécie nova espécie para águas brasileiras havia sido apenas
já descrita (Castro & Medeiros, 2001). Cabe ressaltar publicado em resumo de congresso (ver Kitahara et
que o número de novas ocorrências de gêneros e al., 2002). Sua distribuição era apenas conhecida para
espécies é maior que os valores indicados acima, uma o Caribe, Bahamas e sul do Suriname (Cairns, 2000).
vez que o número de morfotipos não identificados até Acanthogorgia aspera e Caliacis nutans (Octocorallia)
o momento ainda é muito grande (ver lista de táxons eram anteriormente apenas registradas para o Caribe
a seguir). (Bayer, 1961 e Deichmann, 1936, respectivamente),
As novas ocorrências de família foram: Muriceides cf. obtusus (Octocorallia) também tinha
Schizopathidae (Antipatharia, Schizopathes affinis, uma distribuição restrita à Patagônia (Wright &
ver Loiola & Castro, 2001); Alcyoniidae (Anthomastus Studer, 1889), Isidella longiflora, Acanthoptilum cf.
grandiflorus e Inflatocalyx sp.), Coralliidae (Corallium agassizi e Nicella guadalupensis tinham sido somente
medea, ver Castro et al., 2003) e Nidaliidae (Nidalia spp.) reportadas para a Flórida e o Caribe (Deichmann,
(Octocorallia, Alcyonacea); Pennatulidae (Pennatula 1936), e a espécie Anthomastus grandiflorus era apenas
spp., incluindo P. bayeri Castro & Medeiros, 2001), registrada para a costa leste dos Estados Unidos e
Protoptilidae (Protoptilum sp.) e Umbellulidae (Umbellula Caribe (Deichmann, 1936).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 161


Lista de táxons presentes nas campanhas

Filo Cnidaria
Classe Anthozoa
Subclasse Hexacorallia
Ordem Antipatharia
Família Antipathidae
Antipathes atlantica Gray, 1857
C5-1R, 13°03,02’ S, 038°25,09’ W, 50 m (MNRJ 4750); C2-11F, 17°04’00” S,
036°53’00” W, 250 m (MNRJ 3695); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S,
037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4903, MNRJ 5991, MNRJ 5995).
Antipathes furcata Gray, 1857
C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m
(MNRJ 4948, MNRJ 4959, MNRJ 5036, MNRJ 5989); C5-38R, 22°00,4’ S,
040°05,25’ W, 100 m (MNRJ 4826); C2-38R, 22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m
(MNRJ 5864); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W,
240-300 m (MNRJ 5992).
Antipathes sp.
BAII-E0499, 13°20,872’ S, 038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4627); C2-6F,
15°54’23” S, 038°02’53” W, 320-390 m (MNRJ 4622); C6-Y5, 19°45’00” S,
039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 4920); C6-R2#1,
19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ 4936);
C5-41F, 20°30,01’ S, 029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 4865).
Cirrhipathes sp. 1
C2-1R, 13°03’02” S, 038°25’09” W, 50 m (MNRJ 5544).
Cirrhipathes sp. 2
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 3698); C6-Y5,
19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6018);
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 3692); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 6019, MNRJ 6020,
MNRJ 6022).
Cirrhipathes sp. 3
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 3691).
Cirrhipathes sp.
BAI-D0360, 12°58,655’ S, 038°15,493’ W, 132,8 m (MNRJ 3412); C5-1R, 13°03,02’ S,
038°25,09’ W, 50 m (MNRJ 4812); C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30
m (MNRJ 4626); C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4754); C6-A3,
18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 4937);
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4623); C5-27R,
19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4860); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35”W,
110 m (MNRJ 5825); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S,
040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 4960); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’ W,
100 m (MNRJ 4673); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m (MNRJ 3694);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ
4899, MNRJ 4901, MNRJ 4907, MNRJ 4908, MNRJ 4914, MNRJ 4915, MNRJ 4919).

162 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Família Myriopathidae
Tanacetipathes hirta (Gray, 1857)
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4618); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 6004).
Tanacetipathes tanacetum (Pourtalès, 1880)
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 3410); BAII-E0534,
19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4612); BAII-E0533,
19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4604, MNRJ 4617, MNRJ 5152);
C5-27R, 19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4861, MNRJ 4862);
C6-R2#1-1 - C6-R2#1-2, 19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-
100 m (MNRJ 6003, MNRJ 6012); C6-R2#3 DR, 19°46’29” S, 039°29’46” W,
604 m (MNRJ 4935); C2-37I, 20°20’07” S, 037°34’24” W, 120 m (MNRJ 3693);
BAII-E0536, 20°27,001’ S, 039°44,843’ W, 1209-1362 m (MNRJ 4634); C2-22F,
20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 3697); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W,
108 m (MNRJ 4668, MNRJ 4672, MNRJ 5153, MNRJ 5159, MNRJ 5161); C2-46R,
20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 3696, MNRJ 5149); C5-42R, 20°44,27’ S,
031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ 4670, MNRJ 4671); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’W,
100 m (MNRJ 4665, MNRJ 5140, MNRJ 5151, MNRJ 5157); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4917, MNRJ 4918,
MNRJ 4927, MNRJ 4928, MNRJ 5160, MNRJ 5162, MNRJ 5163, MNRJ 5164).
Tanacetipathes thamnea (Warner, 1981)
BAI-D0366, 13°06,795’ S, 038°25,921’ W, 558,8 m (MNRJ 3411); C5-17R, 18°34’ S,
038°04’ W, 65 m (MNRJ 4864); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ
5138, MNRJ 5824); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4669, MNRJ
5141); C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 5139); C6-Y2, 22°22’56”S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5142, MNRJ 5143,
MNRJ 5144, MNRJ 5145); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4666).
Tanacetipathes sp. 1 sensu Loiola, 2003
C5-23R, 20°29,06’ S, 036°05,71’ W, 50-60 m (MNRJ 4667); C5-45R, 20°40,7’ S,
034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 5595); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S,
037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5146).
Tanacetipathes sp. 2 sensu Loiola, 2003
C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 5148).
Tanacetipathes sp.
C5-21R, 20°42,47’ S, 035°27,41’ W, 55-60 m (MNRJ 4863); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4913, MNRJ 5910).
Família Schizopathidae
Schizopathes affinis Brook, 1889
BAII-E0520, 13°26,455’ S, 038°13,836’ W, 1981-2271 m (MNRJ 4075).
Ordem Scleractinia
Família Agariciidae
Agaricia fragilis Dana, 1846
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4702).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 163


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Agaricia humilis (Verrill, 1901)


C5-20R, 19°16,08’ S, 038°00,54’ W, 67 m (MNRJ 5131); C2-20R, 19°16’08” S,
038°00’54” W, 67 m (MNRJ 4449); C6-Y6, 19°31’06” S, 038°45’59” W - 19°31’02” S,
038°45’45” W, 85 m (MNRJ 5853); C6-A1, 19°43’55” S, 038°21’54” W - 19°44’22”
S, 038°22’23” W, 72 m (MNRJ 4889); C2-28R, 19°48’47” S, 037°56’33” W, 54 m
(MNRJ 4441); C5-30R, 20°08,73’ S, 037°29,12’ W, 60 m (MNRJ 4806); C5-23R,
20°29,06’ S, 036°05,71’ W, 50-60 m (MNRJ 4799, MNRJ 4945); C2-33R, 20°35’03” S,
038°04’55”W, 55 m (MNRJ 5364); C2-47R, 20°36’51” S, 034°53’39” W, 60 m
(MNRJ 4168); C6-Y4, 20°37’59” S, 040°01’29” W - 20°37’45” S, 040°01’21” W,
53-54 m (MNRJ 4926); C5-44R, 20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4787).
Agaricia sp.
C2-18R, 18°35’37” S, 037°54’45” W, 65 m (MNRJ 4629).
Família Caryophylliidae
C5-504, 14°28,91’ S, 038°54,03’ W, 278 m (MNRJ 6006); C6-C13, 16°47’47” S,
038°10’43” W - 16°47’32” S, 038°10’41” W, 315 m (MNRJ 4894, MNRJ 5202);
C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m
(MNRJ 5210, MNRJ 5212, MNRJ 5391, MNRJ 5394); C5-27R, 19°45,36’ S,
039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4774); C6-R2#3 DR, 19°46’29” S, 039°29’46” W,
604 m (MNRJ 5953); C2-27F, 19°46’50” S, 039°32’12” W, 180 m (MNRJ 4150);
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 6011); C6-R1#1, 21°38’57”S,
040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 4949); C2-38R,
22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m (MNRJ 5858); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4932).
Caryophyllia ambrosia caribbeana Cairns, 1979
C5-517, 13°22,21’ S, 038°36,68’ W, 750 m (MNRJ 4944); C2-35F, 20°57’17” S,
040°07’58” W, 500 m (MNRJ 5578); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m
(MNRJ 4262).
Caryophyllia berteriana Duchassaing, 1850
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 6010); C6-R1#3 DR/BC -
C6-R1#3 BC, 21°39’28” S, 040°06’04” W - 21°39’28” S, 040°06’27” W, 500 m
(MNRJ 5860).
Caryophyllia sp.
C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5386);
C2-20F, 19°17’44” S, 037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4451).
Cladocora debilis Milne Edwards & Haime, 1849
C5-27R, 19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4780); C6-Y5, 19°45’00” S,
039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 4902); C2-27R,
19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 4643); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47”W
- 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 4898, MNRJ 4950); C2-38R,
22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m (MNRJ 5376, MNRJ 5865); C6-Y1, 22°19’07” S,
040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 4946).
Coenocyathus sp. 1
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ
4905); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W,
100-180 m (MNRJ 4897).

164 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Coenocyathus sp.
BAI-D0512, 20°30,966’ S, 038°05,718’ W, 50,6-54,2 m (MNRJ 4651).
Deltocyathus calcar Pourtalès, 1874
C6-R4#1, 13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ
5195); C5-504, 14°28,91’ S, 038°54,03’ W, 278 m (MNRJ 5117); C6-R3#2-1 - C6-
R3#2-2, 15°49’59” S, 038°35’29” W - 15°49’59” S, 038°35’29” W, 250-264 m
(MNRJ 5184); C6-C13, 16°47’47” S, 038°10’43” W - 16°47’32” S, 038°10’41” W,
315 m (MNRJ 4892, MNRJ 5171, MNRJ 5201); C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W
- 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5209, MNRJ 5387, MNRJ 5963);
C6-R2#2-1 - C6-R2#2-2, 19°46’11” S, 039°30’30” W - 19°46’11” S, 039°30’30” W,
230 m (MNRJ 4934); C2-38F, 22°03’40” S, 040°00’39” W, 450 m (MNRJ 5541);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 4921, MNRJ 4930).
Deltocyathus eccentricus Cairns, 1979
C2-5F, 15°35’30” S, 038°37’27” W, 545 m (MNRJ 5559); C6-R3#3 DR - C6-R3#3 BC,
15°50’00” S, 038°34’54” W - 15°50’00” S, 038°34’54” W, 506 m (MNRJ 4933); C6-A3,
18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5388);
C6-R1#3 DR/BC - C6-R1#3 BC, 21°39’28” S, 040°06’04” W - 21°39’28” S,
040°06’27” W, 500 m (MNRJ 5200, MNRJ 5866); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5852).
Deltocyathus sp. cf. D. italicus (Michelotti, 1838)
C5-538, 20°27,71’ S, 039°38,11’ W, 1680 m (MNRJ 5116); C2-35F, 20°57’17” S,
040°07’58” W, 500 m (MNRJ 5871).
Deltocyathus moseleyi Cairns, 1979
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 4556).
Deltocyathus sp.
C6-R4#2 BC, 13°04’54” S, 038°22’50” W - 13°04’54” S, 038°22’50” W, 231 m (MNRJ
5194); C5-504, 14°28,91’ S, 038°54,03’ W, 278 m (MNRJ 5115); C6-R3#2-1 - C6-
R3#2-1, 15°49’59” S, 038°35’29” W - 15°49’59” S, 038°35’29” W, 250-264 m (MNRJ
5186); C6-R3#3 BC, 15°50’00” S, 038°34’54” W, 506 m (MNRJ 5193); C6-C13,
16°47’47” S, 038°10’43” W - 16°47’32” S, 038°10’41” W, 315 m (MNRJ 4893, MNRJ
5170, MNRJ 5199); C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13”W,
247 m (MNRJ 5169, MNRJ 5177, MNRJ 5189, MNRJ 5197, MNRJ 5204, MNRJ
5205, MNRJ 5206, MNRJ 5207, MNRJ 5208, MNRJ 5964); C5-25A, 19°33,29’ S,
038°45,28’ W, 230 m (MNRJ 5122, MNRJ 6014); C6-R2#3 DR, 19°46’29” S,
039°29’46” W, 604 m (MNRJ 5198, MNRJ 5944); C6-R1#2 BC, 21°37’32” S,
040°09’09” W - 21°37’32” S, 040°09’09” W, 252 m (MNRJ 5196); C2-38F,
22°03’40” S, 040°00’39” W, 450 m (MNRJ 5543).
Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758)
C2-48F, 17°25’ S, 038°22’ W, 450 m (MNRJ 5048, MNRJ 5050); C5-41F, 20°30,01’ S,
029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 5522, MNRJ 5671).
Phyllangia sp. 1
C2-39F, 22°01’08” S, 040°04’32” W, 114 m (MNRJ 5375).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 165


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Rhizosmilia maculata (Pourtalès, 1874)


BA-D0404, 17°08,063’ S, 036°48,332’ W, 39,2-65,2 m (MNRJ 4600); C2-Recife
Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4149); C5-44R, 20°51,43’ S,
033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4797).
Solenosmilia variabilis Duncan, 1873
C2-2R, 13°38’55” S, 038°45’55” W, 50 m (MNRJ 4284); C2-20F, 19°17’44” S,
037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4453); C2-24R, 20°21’03” S, 036°38’14” W,
62 m (MNRJ 4462); C5-41F, 20°30,01’ S, 029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 4759);
C5-49R, 20°31,18’ S, 029°21,03’ W - 20°31,1’ S, 029°21,2’ W, 50-65 m (MNRJ 4753);
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 6009); C2-37F, 22°22’35” S,
037°39’32” W, 552 m (MNRJ 4263, MNRJ 4264).
Trochocyathus laboreli Cairns, 2000
C2-6F, 15°54’23” S, 038°02’53” W, 320-390 m (MNRJ 5158).
Família Faviidae
Favia gravida Verrill, 1868
C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4153).
Montastraea cavernosa Linnaeus, 1767
C5-1R, 13°03,02’ S, 038°25,09’ W, 50 m (MNRJ 4663); C5-4R, 14°48,3’ S, 038°55’ W,
20 m (MNRJ 5061); C2-4R, 14°56’48” S, 038°50’57” W, 45 m (MNRJ 5848); C5-
10R, 17°06,18’ S, 036°44,47’ W, 50 m (MNRJ 4662); BAI-D0404, 17°08,063’ S,
036°48,332’ W, 39,2-65,2 m (MNRJ 4598); C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ
4687); C2-17R, 18°34’00” S, 038°04’00” W, 55 m (MNRJ 5520); C2-18R, 18°35’37” S,
037°54’45” W, 65 m (MNRJ 4374, MNRJ 5573); C5-20R, 19°16,08’ S, 038°00,54’ W,
67 m (MNRJ 4659, MNRJ 4661, MNRJ 5127, MNRJ 5128, MNRJ 5129, MNRJ 5130,
MNRJ 5135); C6-A1, 19°43’55” S, 038°21’54” W - 19°44’22” S, 038°22’23” W, 72 m
(MNRJ 4890, MNRJ 5216, MNRJ 5846); C5-28R, 19°48,47’ S, 037°56,33’ W, 60 m
(MNRJ 5913, MNRJ 5915, MNRJ 5916); C2-28R, 19°48’47” S, 037°56’33” W, 54 m
(MNRJ 4442); C5-30R, 20°08,73’ S, 037°29,12’ W, 60 m (MNRJ 4685, MNRJ 4815,
MNRJ 5911, MNRJ 5912, MNRJ 5914, MNRJ 5918, MNRJ 5923); C2-30R,
20°08’46” S, 037°29’06” W, 50 m (MNRJ 4858); C5-23R, 20°29,06’ S, 036°05,71’ W,
50-60 m (MNRJ 4684); C5-48R, 20°29,32’ S, 028°51,27’ W, 45-60 m (MNRJ 4695,
MNRJ 5126); C5-40R, 20°30,79’ S, 028°50,5’ W, 180 m (MNRJ 5132); C2-22R,
20°30’38” S, 035°50’16” W, 59 m (MNRJ 4375, MNRJ 4603); C5-32R, 20°40,43’ S,
037°42,6’ W, 55 m (MNRJ 4696); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ
5134); C5-21R, 20°42,47’ S, 035°27,41’ W, 55-60 m (MNRJ 4660, MNRJ 4681, MNRJ
4686, MNRJ 4690, MNRJ 4704, MNRJ 5921); C2-21R, 20°42’21” S, 035°27’25” W,
55 m (MNRJ 4438); C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ 4682); C5-
44R, 20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4689, MNRJ 5059, MNRJ 5917, MNRJ
5919, MNRJ 5920, MNRJ 5922); C2-44R, 20°51’24” S, 033°38’34” W, 65 m (MNRJ
4368); C2-45R, 20°57’05” S, 034°00’20” W, 125 m (MNRJ 4445).
Família Flabellidae
C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5390);
C2-20F, 19°17’44” S, 037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 5373); C2-21F, 20°40’27” S,
035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 6008).

166 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Flabellum apertum Moseley, 1881


C6-R1#3 DR/BC - C6-R1#3 BC, 21°39’28” S, 040°06’04” W - 21°39’28” S,
040°06’27” W, 500 m (MNRJ 5856, MNRJ 5182).
Flabellum sp.
C2-20F, 19°17’44” S, 037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4450); BAI-D0464,
21°48,496’ S, 040°01,539’ W, 592,4-618,8 m (MNRJ 4359); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4929).
Família Guyniidae
Stenocyathus vermiformis (Pourtalès, 1868)
C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m (MNRJ 4261).
Família Meandrinidae
Meandrina braziliensis (Milne Edwards & Haime, 1849)
C6-R4#1, 13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ 4955,
MNRJ 4956); BAI-D0373, 13°36,867’ S, 038°47,212’ W, 40-45,2 m (MNRJ 4356); C5-
2R, 13°38,98’ S, 038°45,94’ W, 55 m (MNRJ 4697, MNRJ 4772, MNRJ 4773);
C2-2R, 13°38’55” S, 038°45’55” W, 50 m (MNRJ 5861); C5-3R, 14°17,95’ S,
038°55,59’ W, 50 m (MNRJ 4784); C5-4R, 14°48,3’ S, 038°55’ W, 20 m (MNRJ
4683); C5-14R, 17°47,77’ S, 035°52,88’ W, 60 m (MNRJ 4714); C2-15R, 18°01’22”S,
035°53’28” W, 60 m (MNRJ 4372); C5-16R, 18°03,56’ S, 037°18,9’ W, 100 m (MNRJ
4710); C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4805); C2-18R, 18°35’37” S,
037°54’45” W, 65 m (MNRJ 4632, MNRJ 5525, MNRJ 5545); C6-A3, 18°58’52” S,
037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5392); C6-A1, 19°43’55” S,
038°21’54” W - 19°44’22” S, 038°22’23” W, 72 m (MNRJ 4891); C5-34R, 20°24,1’ S,
039°55,35’ W, 50 m (MNRJ 4708, MNRJ 4762); C2-34R, 20°46’02” S, 040°05’59” W,
55 m (MNRJ 5575); C6-Y7, 20°50’55” S, 040°10’02” W - 20°50’38” S, 040°10’23” W,
75 m (MNRJ 4953); C6-Y3, 21°09’55” S, 040°19’43” W - 21°09’38” S, 040°19’44” W,
46 m (MNRJ 6002).
Família Mussidae
C2-10R, 17°05’54” S, 036°45’08” W, 50 m (MNRJ 5519); C2-18R, 18°35’37” S,
037°54’45” W, 65 m (MNRJ 5524).
Mussismilia braziliensis (Verrill, 1868)
C5-48R, 20°29,32’ S, 028°51,27’ W, 45-60 m (MNRJ 4691).
Mussismilia harttii (Verrill, 1868)
BAI-D0373, 13°36,867’ S, 038°47,212’ W, 40-45,2 m (MNRJ 4357); C5-2R,
13°38,98’ S, 038°45,94’ W, 55 m (MNRJ 4712, MNRJ 4768); C2-28R, 19°48’47” S,
037°56’33” W, 54 m (MNRJ 4440); C2-21R, 20°42’21” S, 035°27’25” W, 55 m
(MNRJ 4439).
Mussismilia hispida (Verrill, 1902)
BAI-D0404, 17°08,063’ S, 036°48,332’ W, 39,2-65,2 m (MNRJ 4610); C5-17R,
18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4699); C2-22R, 20°30’38” S, 035°50’16” W, 59 m
(MNRJ 4377); C5-21R, 20°42,47’ S, 035°27,41’ W, 55-60 m (MNRJ 4701); C5-44R,
20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4783, MNRJ 5124).
Mussismilia sp.
C2-45R, 20°57’05” S, 034°00’20” W, 125 m (MNRJ 4446).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 167


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Scolymia wellsi Laborel, 1967


C5-5R, 15°34,08’ S, 038°49,81’ W, 20 m (MNRJ 4721); C5-16R, 18°03,56’ S,
037°18,9’ W, 100 m (MNRJ 4761); C2-18R, 18°35’37” S, 037°54’45” W, 65 m (MNRJ
4628); C5-34R, 20°24,1’ S, 039°55,35’ W, 50 m (MNRJ 4707); C5-44R, 20°51,43’ S,
033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4775); C2-44R, 20°51’24” S, 033°38’34” W, 65 m (MNRJ
4367).
Família Oculinidae
Madrepora oculata Linnaeus, 1758
C2-48F, 17°25’ S, 038°22’ W, 450 m (MNRJ 5049).
Madrepora sp.
C2-20F, 19°17’44” S, 037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4452).
Família Pocilloporidae
Madracis asperula Milne Edwards & Haime, 1849
C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 4641); C5-45, 20°40,7’ S,
034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4794); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’ W, 100 m
(MNRJ 4817).
Madracis brueggemanni (Ridley, 1881)
C6-R4#1, 13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ
4954); C5-2R, 13°38,98’ S, 038°45,94’ W, 55 m (MNRJ 4796); C2-2R, 13°38’55”S,
038°45’55” W, 50 m (MNRJ 4285, MNRJ 5862, MNRJ 5935); C2-4R, 14°56’48”S,
038°50’57” W, 45 m (MNRJ 4655); C2-5R, 15°34’11” S, 038°51’36” W, 50 m (MNRJ
5359); C6-R3#1, 15°49’40” S, 038°36’26” W - 15°49’49” S, 038°36’35” W, 83 m
(MNRJ 4896); C5-34R, 20°24,1’ S, 039°55,35’ W, 50 m (MNRJ 4756); C2-22F,
20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 5857, MNRJ 5870); C6-Y4, 20°37’59” S,
040°01’29” W - 20°37’45” S, 040°01’21” W, 53-54 m (MNRJ 4924); C6-Y7,
20°50’55” S, 040°10’02” W - 20°50’38” S, 040°10’23” W, 75 m (MNRJ 6013); C5-44R,
20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 5362); C2-35R, 20°52’00” S, 040°10’00” W,
55 m (MNRJ 5361); C2-38R, 22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m (MNRJ 5859).
Madracis decactis (Lyman, 1859)
C5-2R, 13°38,98’ S, 038°45,94’ W, 55 m (MNRJ 4723, MNRJ 5133); C5-13R,
16°47,14’ S, 038°41,14’ W, 50 m (MNRJ 4771); C5-12R, 17°02,24’ S, 037°36,26’ W,
50 m (MNRJ 4785); BAI-D0404, 17°08,063’ S, 036°48,332’ W, 39,2-65,2 m (MNRJ
4609); C5-14R, 17°47,77’ S, 035°52,88’ W, 60 m (MNRJ 4719); C2-15R, 18°01’22”S,
035°53’28” W, 60 m (MNRJ 4371); C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4705);
C2-18R, 18°35’37” S, 037°54’45” W, 65 m (MNRJ 4443, MNRJ 5526); C2-20R,
19°16’08” S, 038°00’54” W, 67 m (MNRJ 4448); C6-A1, 19°43’55” S, 038°21’54” W
- 19°44’22” S, 038°22’23” W, 72 m (MNRJ 4888); C5-33R, 20°34,37’ S, 038°03,53’ W,
55 m (MNRJ 4781); C5-28R, 19°48,47’ S, 037°56,33’ W, 60 m (MNRJ 4798, MNRJ
4811); C2-28R, 19°48’47” S, 037°56’33” W, 54 m (MNRJ 5952); C5-30R, 20°08,73’ S,
037°29,12’ W, 60 m (MNRJ 4698); C2-24R, 20°21’03” S, 036°38’14” W, 62 m (MNRJ
4459); C5-34R, 20°24,1’ S, 039°55,35’ W, 50 m (MNRJ 4706); C5-23R, 20°29,06’ S,
036°05,71’ W, 50-60 m (MNRJ 4763, MNRJ 4764, MNRJ 4943); C5-48R, 20°29,32’S,
028°51,27’ W, 45-60 m (MNRJ 4700); BA-D0512, 20°30,966’ S, 038°05,718’ W,
50,6-54,2 m (MNRJ 5955); C2-22R, 20°30’38” S, 035°50’16” W, 59 m (MNRJ 4376);
C5-49R, 20°31,18’ S, 029°21,03’ W - 20°31,1’ S, 029°21,2’ W, 50-65 m (MNRJ 4855);

168 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

C2-47F, 20°36’58” S, 034°57’04” W, 90 m (MNRJ 5521); C5-45R, 20°40,7’ S,


034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4722); C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m
(MNRJ 5062, MNRJ 5967); C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ
4757); C2-34R, 20°46’02” S, 040°05’59” W, 55 m (MNRJ 5531); C5-44R, 20°51,43’ S,
033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4370); C2-45R, 20°57’05” S, 034°00’20” W, 125 m (MNRJ
4444); C2-37R, 22°22’10” S, 037°35’31” W, 60 m (MNRJ 4642); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4922).
Madracis sp.
C2-18R, 18°35’37” S, 037°54’45” W, 65 m (MNRJ 4633); C6-A3, 18°58’52” S,
037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5211); C2-27F,
19°46’50” S, 039°32’12” W, 180 m (MNRJ 4644); C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W,
120-520 m (MNRJ 6007).
Família Poritidae
Porites astreoides Lamarck, 1816
C5-44R, 20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4821).
Porites branneri Rathbun, 1888
C2-30R, 20°08’46” S, 037°29’06” W, 50 m (MNRJ 4856); C5-24R, 20°21,1’ S,
036°38,04’ W, 55 m (MNRJ 4758); C5-23R, 20°29,06’ S, 036°05,71’ W, 50-60 m
(MNRJ 4820).
Porites sp.
C6-R3#1, 15°49’40” S, 038°36’26” W - 15°49’49” S, 038°36’35” W, 83 m (MNRJ
5956); C5-14R, 17°47,77’ S, 035°52,88’ W, 60 m (MNRJ 4720); C5-17R, 18°34’ S,
038°04’ W, 65 m (MNRJ 4709).
Família Rhizangiidae
Astrangia rathbuni Vaughan, 1906
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m
(MNRJ 4947).
Astrangia sp.
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 5854).
Família Siderastreidae
Siderastrea stellata Verrill, 1868
C5-7R, 16°19,55’ S, 038°14,39’ W, 40 m (MNRJ 4715); C2-Recife Califórnia, 18°07’ S,
038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4155); C5-21R, 20°42,47’ S, 035°27,41’ W, 55-60 m
(MNRJ 4680, MNRJ 4688); C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ
5060); C5-44R, 20°51,43’ S, 033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4692, MNRJ 4693, MNRJ
4694); C2I-44R, 20°51’24” S, 033°38’34” W, 65 m (MNRJ 4373).
Família Turbinoliidae
Sphenotrochus auritus Pourtalès, 1874
C2-39R, 22°04’37” S, 040°16’48” W, 50 m (MNRJ 5577).
Sphenotrochus sp.
C5-48R, 20°29,32’ S, 028°51,27’ W, 45-60 m (MNRJ 5114).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 169


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Subclasse Octocorallia
Ordem Alcyonacea
Família Acanthogorgiidae
Acanthogorgia aspera Pourtalès, 1867
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5958); C5-27R,
19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4740); C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W
- 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6017); C2-27R, 19°45’36” S,
039°31’36” W, 60 m (MNRJ 4130).
Acanthogorgia schrammi (Duchassaing & Michelotti, 1864)
C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5462); C5-41F, 20°30,01’ S,
029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 4741).
Acanthogorgia sp. 1
C2-2F, 13°37’51” S, 038°45’31” W, 280 m (MNRJ 5983).
Família Alcyoniidae
Anthomastus grandiflorus Verrill, 1922
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4350); BAI-D0506,
19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4349); BAI-D0504, 19°42,734’ S,
038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 4351); BAII-E0535, 19°56,087’ S, 039°35,408’ W,
984-1016 m (MNRJ 4234).
Anthomastus sp.
BAII-E0523, 19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 4235).
Inflatocalyx sp. 1
C5-2F, 13°37,57’ S, 038°48,38’ W, 580 m (MNRJ 6035).
Família Anthothelidae
Paragorgia johnsoni Gray, 1862
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4343).
Família Chrysogorgiidae
Chrysogorgia sp.
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4189, MNRJ 4211);
BAII-E0522, 13°29,472’ S, 038°37,943’ W, 1044-1275 m (MNRJ 4190); BAII-E0507,
15°07,158’ S, 038°40,542’ W, 1012-1049 m (MNRJ 4191); BAII-E0523, 19°42,685’ S,
038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 4212); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m
(MNRJ 5797).
Radicipes sp. 1
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 5968).
Radicipes sp. 2
BAI-D0464, 21°48,496’ S, 040°01,539’ W, 592,4-618,8 m (MNRJ 4361).
Stephanogorgia sp. 1
C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4146, MNRJ 6000);
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4823, MNRJ 5994); BAII-E0533,
19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4221).

170 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)
Família Clavulariidae
Carijoa riisei (Duchassaing & Michelotti, 1860)
C5-5R, 15°34,08’ S, 038°49,81’ W, 20 m (MNRJ 4711); C2-Recife Califórnia,
18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4148, MNRJ 4154); BAI-D0512, 20°30,966’ S,
038°05,718’ W, 50,6-54,2 m (MNRJ 3997).
Telestula sp. 1
BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4360); BAI-D0504,
19°42,734’ S, 038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 3998).
Família Coralliidae
Corallium medea Bayer, 1964
C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m (MNRJ 4265, MNRJ 4887).
Família Ellisellidae
Ctenocella (Ellisella) elongata (Pallas, 1766)
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4801, MNRJ 4802);
C5-40R, 20°30,79’ S, 028°50,5’ W, 180 m (MNRJ 4814); C2-22F,
20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 4132); C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W,
80-90 m (MNRJ 4779); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’ W, 100 m (MNRJ 4816);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 4900, MNRJ 5934, MNRJ 5975, MNRJ 5977).
Ctenocella (Ellisella) sp. 1
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4904).
Ctenocella (Ellisella) sp.
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 4916, MNRJ 5087).
Juncella sp. 1
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4825).
Nicella guadalupensis (Duchassaing & Michelotti, 1860)
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4803, MNRJ 4804,
MNRJ 4808, MNRJ 4809, MNRJ 4810); BAII-E0534, 19°43,828’ S, 039°24,583’ W,
605-619 m (MNRJ 5924); BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m
(MNRJ 4346); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 5976); C5-45R,
20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4824); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5064, MNRJ 5807, MNRJ 5990).
Nicella sp. 1
C2-2F, 13°37’57” S, 038°48’38” W, 280 m (MNRJ 4144); C2-6F, 15°54’23” S,
038°02’53” W, 320-390 m (MNRJ 4133); C2-11F 17°04’00” S, 036°53’00” W,
250 m (MNRJ 4136); BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m
(MNRJ 5971); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 4134); C5-45R,
20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4765, MNRJ 4792,
MNRJ 5363); C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 4135); C5-38R,
22°00,4’ S, 040°05,25’ W, 100 m (MNRJ 5077); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5800, MNRJ 5811, MNRJ 5972,
MNRJ 5973).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 171


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Nicella sp.
BAII-E0535, 19°56,087’ S, 039°35,408’ W, 984-1016 m (MNRJ 5928); C5-45R,
20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4870); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5937).
Riisea sp. 1
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5814).
Família Gorgoniidae
Leptogorgia setacea (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 4941).
Leptogorgia violacea (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m
(MNRJ 5067, MNRJ 5073, MNRJ 5076, MNRJ 5081).
Leptogorgia sp.
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 5074).
Lophogorgia sp. sensu Castro, 1990a
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m
(MNRJ 4910); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W,
100-180 m (MNRJ 5083).
Olindagorgia gracilis (Verrill, 1868)
C5-28R, 19°48,47’ S, 037°56,33’ W, 60 m (MNRJ 4827).
Família Isididae
BAII-E0516, 13°07,255’ S, 038°26,235’ W, 317-416 m (MNRJ 4196); BAII-E0498,
13°08,058’ S, 038°24,582’ W, 614-629 m (MNRJ 4193); BAII-E0499, 13°20,872’ S,
038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4192); BAII-E0514, 16°46,459’ S, 038°31,808’W,
1809-1819 m (MNRJ 4164); BAI-D0508, 19°41,239’ S, 038°23,084’ W,
56,8-61,6 m (MNRJ 4878); BII-E0523, 19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m
(MNRJ 4198); BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4362);
BAII-E0529, 19°48,911’ S, 038°59,108’ W, 1441 m (MNRJ 4206); BAII-E0526,
20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4208); BAII-E0551, 21°04,783’ S,
039°48,698’ W, 1633-1665 m (MNRJ 4195); BAII-E0552, 21°09,541’ S,
039°46,079’ W, 1686-1699 m (MNRJ 4205); BAII-E0548, 21°25,523’ S,
039°40,443’ W, 1790,2-1806 m (MNRJ 4162).
Acanella arbuscula Johnson, 1862
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 5655); BAI-D0504,
19°42,734’ S, 038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 5656, MNRJ 5993); BAII-E0534,
19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4194); BAII-E0541, 21°10,04’ S,
040°13,601’ W, 545-579 m (MNRJ 4188); BAII-E0543, 21°28,481’ S, 040°09,75’ W,
625-766 m (MNRJ 4161, MNRJ 4163); BAI-D0464, 21°48,496’ S, 040°01,539’ W,
592,4-618,8 m (MNRJ 4354).

172 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Acanella sp. 1
BAII-E0506, 14°39,605’ S, 038°50,134’ W, 1055-1173 m (MNRJ 4209); BAI-D0502,
19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4363); BAI-D0503, 19°39,943’S,
038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4355); BAI-D0504, 19°42,734’ S, 038°36,472’ W,
910 m (MNRJ 4364); BAII-E0547, 21°44,949’ S, 039°55,117’ W, 1081,2-1141 m
(MNRJ 4160); BAII-E0497, 13°14,281’ S, 038°15,584’ W, 1171-1593 m (MNRJ 4210).
Keratoisis sp. 1
BAII-E0514, 16°46,459’ S, 038°31,808’ W, 1809-1819 m (MNRJ 4207).
Isidella longiflora Verrill, 1883
C5-6F, 15°49,38’ S, 038°04,71’ W, 1700 m (MNRJ 4751).
Família Nidaliidae
Nidalia sp. 1
C2-38R, 22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m (MNRJ 4151).
Nidalia sp. 2
C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m
(MNRJ 5085).
Família Plexauridae
Bebryce cinerea Deichmann, 1936
BAII-E0534, 19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4460); C6-R2#1-1 -
C6-R2#1-2, 19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m
(MNRJ 5069); C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5981); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5066);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 5805, MNRJ 5926, MNRJ 5947, MNRJ 5974).
Brebyce parastellata Deichmann, 1936
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4461); C6-R2#3
DR, 19°46’39,2” S, 039°29’10” W, 497 m (MNRJ 5068); BAII-E0535, 19°56,087’ S,
039°35,408’ W, 984-1016 m (MNRJ 4458); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W
- 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5071).
Bebryce sp.
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5936); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5931).
Caliacis nutans (Duchassaing & Michelotti, 1864)
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5941).
Caliacis sp. 1
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5960, MNRJ 5962).
Heterogorgia uatumani Castro, 1990b
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m
(MNRJ 4909, MNRJ 5075, MNRJ 6021).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 173


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Muricea flamma Marques & Castro, 1995


C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4145); C5-25R,
19°31,11’ S, 038°46,06’ W, 65 m (MNRJ 4718); BAII-E0533, 19°43,857’ S,
039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4342, MNRJ 5959); C5-27R, 19°45,36’ S,
039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4738); C6-R2#1-1 - C6-R2#1-2, 19°45’36” S,
039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ 4939, MNRJ 4940);
C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 4129, MNRJ 5464, MNRJ 5980).
Muriceides cf. obtusus (Wright & Studer, 1889)
C2-20F, 19°17’44” S, 037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4139).
Muriceopsis sp. sensu Medeiros, 1998
C6-R4#1, 13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ
5086); BAI-D0373, 13°36,867’ S, 038°47,212’ W, 40-45,2 m (MNRJ 5082); C2-15R,
18°01’22” S, 035°53’28” W, 60 m (MNRJ 4131); C2- Recife Califórnia, 18°07’ S,
038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4147); C5-33R, 20°34,37’ S, 038°03,53’ W, 55 m (MNRJ
4869); C5-36R, 21°30’ S, 040°18’ W, 52 m (MNRJ 4872); C2-36R, 21°31’00” S,
040°18’00” W, 52 m (MNRJ 4127, MNRJ 4128).
Muriceopsis sp. 1
C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’ W, 100 m (MNRJ 4873).
Paramuricea placomus (Linnaeus, 1758)
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4456); BAI-D0502,
19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4613); BAI-D0503, 19°39,943’S,
038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4614); BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W,
935 m (MNRJ 4620); BAI-D0504, 19°42,734’ S, 038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 4605).
Paramuricea sp.
BAII-E0502, 14°24,813’ S, 038°53,006’ W, 461-567 m (MNRJ 4457).
Placogorgia atlantica Wright & Studer, 1889
C5-6F, 15°49,38’ S, 038°04,71’ W, 1700 m (MNRJ 4717).
Scleracis guadalupensis (Duchassaing & Michelotti, 1860)
C2-6F, 15°54’23” S, 038°02’53” W, 320-390 m (MNRJ 4126); C5-27R, 19°45,36’ S,
039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4739, MNRJ 4818); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5812).
Scleracis sp.
BAII-E0534, 19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 5932).
Swiftia exserta (Ellis & Solander, 1786)
C5-34R, 20°24,1’ S, 039°55,35’ W, 50 m (MNRJ 5070).

174 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Thesea bicolor Deichmann, 1936


BAI-D0360, 12°58,655’ S, 038°15,493’ W, 132,8 m (MNRJ 4615); C6-R4#1,
13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ 5080); C5-
17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4871); C5-27R, 19°45,36’ S, 039°31,36’ W,
60 m (MNRJ 4742, MNRJ 4749); C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11”S,
039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 5079, MNRJ 6015); C6-R2#1-1 - C6-R2#1-2 ,
19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ 4942);
C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5465, MNRJ 5979); C6-R2#3 DR,
19°46’39,2” S, 039°29’10” W, 497 m (MNRJ 5933); C5-30R, 20°08,73’ S,
037°29,12’ W, 60 m (MNRJ 4800); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W -
21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5072).
Thesea sp. sensu Tixier-Durivault, 1970
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 5078).
Thesea sp.
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ
4912); C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5978).
Villogorgia nigrescens Duchassaing & Michelotti, 1860
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5943); C2-21F,
20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 5529).
Villogorgia sp.
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5961).
Família Primnoidae
Narella sp. 1
C5-6F, 15°49,38’ S, 038°04,71’ W, 1700 m (MNRJ 4795); BAI-D0506, 19°42,716’ S,
038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4138).
Primnoella polita Deichmann, 1936
BAII-E0505, 14°39,662’ S, 038°50,154’ W, 1051-1197 m (MNRJ 4240); BAII-E0507,
15°07,158’ S, 038°40,542’ W, 1012-1049 m (MNRJ 5942); C2-20F, 19°17’44” S,
037°57’13” W, 480-520 m (MNRJ 4142); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m
(MNRJ 4140).
Primnoella sp. 1
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 5946); C6-Y5, 19°45’00” S,
039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 4911); C6-R2#1-1 - C6-
R2#1-2, 19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ
5945); C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 4141); C2-27F, 19°46’50” S,
039°32’12” W, 180 m (MNRJ 4143).
Primnoella sp.
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4778); C6-R2#1-1 - C6-R2#1-2,
19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ 5949,
MNRJ 5950); BAII-E0541, 21°10,04’ S, 040°13,601’ W, 545-579 m (MNRJ 5957);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ
6025).

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 175


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Ordem Pennatulacea
Família Anthoptilidae
Anthoptilum sp. 1
BAII-E0522, 13°29,472’ S, 038°37,943’ W, 1044-1275 m (MNRJ 4366); BAII-E0505,
14°39,662’ S, 038°50,154’ W, 1051-1197 m (MNRJ 4281); BAII-E0528, 19°47,581’ S,
038°59,827’ W, 1183-1318 m (MNRJ 4268); BAII-E0527, 19°50,563’ S, 039°14,496’W,
1342-1444 m (MNRJ 4280); BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m
(MNRJ 4277); BAII-E0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4274);
BAII-E0551, 21°04,783’ S, 039°48,698’ W, 1633-1665 m (MNRJ 4279); BAII-E0552,
21°09,541’ S, 039°46,079’ W, 1686-1699 m (MNRJ 4276); BAII-E0540, 21°09,576’ S,
040°00,461’ W, 1334-1391 m (MNRJ 4275); BAII-E0549, 21°22,965’ S, 039°44,646’ W,
1712,2-1721 m (MNRJ 4278); BAII-E0548, 21°25,523’ S, 039°40,443’ W, 1790,2-1806 m
(MNRJ 4159); BAII-E0550, 21°28,583’ S, 039°47,176’ W, 1594-1614 m (MNRJ 4156,
MNRJ 4158); BAII-E0547, 21°44,949’ S, 039°55,117’ W, 1081,2-1141 m (MNRJ 4157).
Anthoptilum sp.
BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 5929).
Família Pennatulidae
Pennatula bayeri Castro & Medeiros, 2001
BAII-E0499, 13°20,872’ S, 038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4040); BAII-E-0517,
13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4042, MNRJ 4069, MNRJ 4624);
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4621); BAI-D0506,
19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 5930); BAI-D0504, 19°42,734’ S,
038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 4041); BAII-E0528, 19°47,581’ S, 038°59,827’ W,
1183-1318 m (MNRJ 4630).
Pennatula sp. 1
BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4625).
Pennatula sp. 2
BAII-E0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4631).
Família Protoptilidae
Protoptilum sp. 1
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4616).
Família Renillidae
Renilla muelleri Kölliker, 1872
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 5799).
Renilla reniformis (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ
4958, MNRJ 4962).

176 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Lista de táxons presentes nas campanhas (continuação)

Família Umbellulidae
Umbellula thomsonii (Kölliker, 1874)
BAII-E0509, 15°46,378’ S, 038°24,839’ W, 1939-2239 m (MNRJ 4050); BAII-E0523,
19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 5065); BAII-E0528, 19°47,581’ S,
038°59,827’ W, 1183-1318 m (MNRJ 4052); BAII-E0529, 19°48,911’ S, 038°59,108’W,
1441 m (MNRJ 4056); BAII-E0527, 19°50,563’ S, 039°14,496’ W, 1342-1444 m
(MNRJ 4051); BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4055);
BAII-E-0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4054); BAII-E0536,
20°27,001’ S, 039°44,843’ W, 1209-1362 m (MNRJ 4049); BAII-E0538, 20°32,771’S,
039°37,65’ W, 1645-1762 m (MNRJ 4061); BAII-E0540, 21°09,576’ S, 040°00,461’W,
1334-1391 m (MNRJ 4058); BAII-E0541, 21°10,04’ S, 040°13,601’ W, 545-579 m
(MNRJ 4057); BAII-E0544, 21°20,953’ S, 040°02,847’ W, 1158-1192 m (MNRJ 4059);
BAII-E0549, 21°22,965’ S, 039°44,646’ W, 1712,2-1721 m (MNRJ 4053); BAII-E0550,
21°28,583’ S, 039°47,176’ W, 1594-1614 m (MNRJ 4060).
Família Virgulariidae
Acanthoptilum cf. agassizi Kölliker, 1872
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6024).
Classe Hydrozoa
Subclasse Anthoathecatae
Ordem Capitata
Família Milleporidae
Millepora sp.
C5-10R, 17°06,18’ S, 036°44,47’ W, 50 m (MNRJ 4788); C5-14R, 17°47,77’ S,
035°52,88’ W, 60 m (MNRJ 4716); C6-A1, 19°43’55” S, 038°21’54” W - 19°44’22” S,
038°22’23” W, 72 m (MNRJ 4886); C2-29R, 19°48’01” S, 037°46’22” W, 58 m (MNRJ
5997); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4703); C5-44R, 20°51,43’ S,
033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4789, MNRJ 4828).
Ordem Filifera
Família Stylasteridae
Crypthelia sp. 1
C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 4640).
Stylaster sp. 1
C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ 4766).

4.3.2. Completude do levantamento da tal não ocorreu e a curva encontrou-se nitidamente ain-
riqueza de espécies de corais da em momento ascendente (Figura 5A). Além disso,
em uma amostragem completa os indicadores Chao1
Todos os indicadores da completude do levantamento e ICE deveriam estabilizar em um patamar máximo de
realizado pelo REVIZEE Score Central demonstraram espécies e apresentar tendência de encontrar a curva
que os corais sensu latu ainda não estão amostrados Sobs à medida que o número de estações aumentasse.
adequadamente na área de estudo (Figura 5). A curva Novamente, a Figura 5A mostra claramente que estes
de número de espécies por número de estações amos- indicadores encontram-se muito acima da curva Sobs
tradas (Sobs) deveria ter estabilizado, alcançando o pa- e também encontram-se em estágio ascendente ao fi-
tamar do número total de espécies da área. Entretanto, nal do gráfico. Por outro lado, o número de espécies

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 177


que ocorreram apenas uma ou duas vezes em toda a realizou mais da metade das amostragens nesta faixa
amostragem deveria tender a zero. Estes indicadores de profundidade (problemas no método de amostra-
apresentam tendência ligeiramente diferente (Figura gem utilizado?), indicam que o número de espécies
5B): a curva de ocorrências únicas apresentou tendên- deste grupo presentes no talude continental brasileiro
cia praticamente contínua (reta) de ascensão, enquan- deve ser bem maior do que o observado até o presen-
to a de ocorrência em duplicata estabilizou-se após te momento. Essa ausência de corais é refletida nos
cerca de 70 estações amostradas. Houve uma ligeira dados ilustrados na Figura 5.
tendência de diminuição de espécies nesta situação, Tendo em vista o exposto, espera-se que o nú-
após cerca de 120 estações amostradas. mero total de corais presentes na plataforma e talu-
O pequeno número de estações com corais ver- de continental brasileiro deve alcançar uma riqueza
dadeiros em estações a 500 m de profundidade ou ainda maior do que a observada nas amostras aqui
mais, aliado à sua ausência na campanha Bahia II que analisadas.

A 300
250
Espécies (n)

200

150

100

50

0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Sobs (Mao Tau) Chao 1 ICE

B 70

60

50
Espécies (n)

40

30

20

10

0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
ocorrência única ocorrência em duplicata
Estações (n)

Figura 5: Indicadores de completude da amostragem de corais (Antipatharia, Scleractinia, Octocorallia,


Milleporidae e Stylasteridae) nas campanhas do REVIZEE SCORE Central. A – número de espécies observadas em
amostras agrupadas (“sobs”), estimador de riqueza Chao1 e estimador de riqueza ICE; B – número de ocorrências
únicas (média do número de espécies que ocorreram em uma única estação dentre as estações agrupadas),
duplas (média do número de espécies que ocorreram em apenas duas estações dentre as estações agrupadas).

178 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


4.3.3. Distribuição das espécies de corais seja, coletada viva (C5-40R). Ressalta-se que durante
em relação à profundidade a campanha Central V, estação 20 (na borda sudeste
do Banco dos Abrolhos), a 67 m de profundidade
A plotagem das distribuições batimétricas para todos e também na estação 45 (na parte leste do Banco
os táxons identificados até o nível de espécie ou para Davis, Cadeia Vitória-Trindade), a 108 metros, foram
morfotipos claramente distintos das espécies e dos de- coletadas grandes colônias, também dotadas de
mais morfotipos identificados sugeriu a ocorrência de tecidos e aspectos bastante saudáveis, indicando
grupos de espécies em diferentes faixas batimétricas. haver nessas áreas grandes bancos coralíneos de M.
Foram selecionadas três faixas para exemplificar esta cavernosa. A amostra de Siderastrea stellata (C5-42R,
situação, cada uma representando uma zona diferente no Banco Columbia, Cadeia Vitória-Trindade) coletada
do fundo. a 80-90 m de profundidade também representa uma
A faixa até 100 m de profundidade mostrou grande ampliação batimétrica para a espécie, que
um grupo de espécies ocorrendo sobre a plataforma foi anteriormente registrada até 54 m por Laborel
continental, em zona fótica (Figura 6). Das 51 espécies (1969). Ressaltamos a importância da observação de
que ocorreram em profundidade igual ou menor um grande número de amostras de diversas espécies
que 100 m, 28 (55%) foram exclusivas desta faixa. de corais de recifes de águas rasas ocorrendo a mais
Agrupando-se as espécies que ocorreram exclu- de 60 m de profundidade na margem sul do Banco
sivamente a menos de 200 m (ainda na zona fótica), dos Abrolhos e, especialmente, no topo da Cadeia
temos um total de 33 espécies (65%), ou cerca de dois Vitória-Trindade (ver ocorrências de Mussismilia spp.,
terços das espécies que ocorreram nesta faixa. Este Montastraea cavernosa, Siderastrea stellata, Porites
grupo inclui uma parcela considerável de espécies spp. e Agaricia humilis na lista de táxons, item 4.3.1 do
encontradas também em ambientes recifais de águas presente capítulo). Estes registros apoiam a hipótese
rasas, como os corais escleractíneos zooxantelados da Cadeia Vitória-Trindade ter servido de refúgio para
Montastraea cavernosa, Scolymia wellsi, Siderastrea uma fauna coralínea formadora de recifes de águas
stellata, Agaricia spp., Mussismilia spp., Porites spp. rasas do Terciário, abrigando populações destas
e Favia gravida, os octocorais Lophogorgia sp. sensu espécies durante regressões (baixas do nível do mar)
Castro, 1990a, Heterogorgia uatumani, Olindagorgia que ocorreram durante o Pleistoceno (Leão, 1983).
gracilis e Carijoa riisei e o coral negro Cirrhipathes sp. 1. Em relação aos corais escleractíneos azooxantela-
Grandes ampliações foram observadas dos, por outro lado, destaca-se a ocorrência da espécie
em algumas espécies de corais escleractíneos construtora de recifes de profundidade Solenosmilia
zooxantelados encontrados em áreas recifais rasas. variabilis a apenas 50 metros de profundidade ao largo
Cabe ressaltar, que essas espécies são dependentes de Salvador (C2-2R). Essa amostra foi coletada com te-
de áreas bem iluminadas já que as zooxantelas cido, indicando a possível presença de recife em cres-
necessitam de luz para a realização de fotossíntese. cimento na área, em profundidade bem mais rasa do
Dentre elas, podemos citar Agaricia humilis, que no que as anteriormente registradas. Segundo Freiwald et
Caribe ocorre até 25 m (Van Moorsel, 1983) e no Brasil al. (2004) o registro mais raso da espécie é de 220 m.
até cerca de 20 m (Laborel, 1969), é aqui registrada A faixa incluindo espécies que estiveram
numa profundidade de até 85 m, ao largo do Rio presentes entre 100 e 500 m de profundidade
Doce, na borda sul do Banco dos Abrolhos (C6-Y6). representou uma zona de transição entre a plataforma
Outra espécie de coral escleractíneo, que registramos e o talude continental, incluindo a chamada “quebra”
um aumento significativo de distribuição batimétrica do talude, com um total de 47 espécies/morfotipos
foi Montastraea cavernosa. Esta espécie que ocorre identificados (Figura 7). Embora muitas espécies
até 95 m de profundidade no Caribe (Cairns, 1982) e que ocorrem nesta faixa de profundidade sejam
era registrada no Brasil em até 80 m (Laborel, 1969), também encontradas em ambientes mais rasos e/ou
teve sua distribuição batimétrica aqui ampliada para mais fundos, novamente podemos encontrar uma
até 180 metros de profundidade, ao largo da Ilha de grande parcela das espécies que parecem ocorrer
Martim Vaz, em amostra examinada com tecido, ou preferencialmente nesta zona de plataforma funda e

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 179


transição da plataforma para o talude. Dentre estas, tipicamente localizada no talude continental,
destacamos os corais escleractíneos azooxantelados apresentou a ocorrência exclusiva de diversas
Deltocyathus calcar, D. eccentricus, D. moseleyi, famílias, tais como: os octocorais penatuláceos das
Caryophyllia berteriana, Madrepora oculata, Lophelia famílias Umbellulidae, Protoptilidae, Pennatulidae
pertusa, Solenosmilia variabilis e Trochocyathus laboreli, e Anthoptilidae, octocorais alcionáceos das famílias
os octocorais Muriceides cf. obtusus, Villogorgia Isididae, Coralliidae e Alcyoniidae e a família de corais
nigrescens, Caliacis spp., Nicella sp. 1, Acanthogorgia negros Schizopathidae. Ressalte-se ser esta zona
spp., Scleracis guadalupensis, Riisea sp. 1 e Ctenocella a mais desconhecida antes do REVIZEE, o que fica
(Ellisella) sp. 1, e os corais negros Cirrhipathes sp. 3, evidente pelo grande número de ocorrências novas
Tanacetipathes hirta e Antipathes furcata. de famílias ao largo do Brasil provenientes desta faixa
A faixa incluindo espécies observadas a mais de de profundidade: seis dentre sete. A maior parte dos
500 m, com 41 espécies/morfotipos, apresentou as grupos taxonômicos indicadores de fauna de talude
espécies características do talude continental (Figura foram octocorais. Ressalve-se, porém, a inexistência
8). Ressalte-se que apenas 14 destas espécies foram re- de amostras de corais escleractíneos na campanha
gistradas também em profundidades muito menores que realizou maior número de amostragens nesta
que 500 m (Figura 8). Esta faixa de profundidade, faixa de profundidade (ver item 4.3.2).

180 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Tanacetipathes tanacetum
Ctenocella (Ellisella) elongata
Cirrhipathes sp. 2
Bebryce cinerea
Thesea bicolor
Tanacetipathes thamnea
Solenosmilia variabilis
Deltocyathus calcar
Nicella sp. 1
Acanthogorgia aspera
Stephanogorgia sp. 1
Muricea flamma
Scleracis guadalupensis
Acanthogorgia schrammi
Tanacetipathes sp. 1 sensu Loiola
Antipathes atlantica
Madracis decactis
Meandrina braziliensis
Lophogorgia sp. sensu Castro
Espécies ocorrendo a menos de 100 m

Coenocyathus sp. 1
Primnoella sp. 1
Cladocora debilis
Montastraea cavernosa
Madracis brueggemanni

Espécies
Scolymia wellsi
Muriceopsis sp. sensu Medeiros
Stylaster sp. 1

Siderastrea stellata
Agaricia humilis
Heterogorgia uatumani
Acanthoptilum cf. agassizi
Mussismilia hispida

Rhizosmilia maculata
Porites astreoides
Juncella sp. 1
Agaricia fragilis
Olindagorgia gracilis
Thesea sp. sensu Tixier-Durivault

Renilla reniformis
Renilla muelleri
Leptogorgia violacea
Leptogorgia setacea
Astrangia rathbuni
Porites branneri
Mussismilia braziliensis
Mussismilia harttii
Carijoa riisei
Swiftia exserta
Sphenotrochus auritus
Cirrhipathes sp. 1
Favia gravida
0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Profundidade (m)

Figura 6: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações na faixa até 100 m de
profundidade, considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente
de suas profundidades.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 181


Tanacetipathes tanacetum
Primnoella polita
Bebryce parastellata
Nicella guadalupensis
Ctenocella (Ellisella) elongata
Cirrhipathes sp. 2
Bebryce cinerea

Thesea bicolor
Tanacetipathes thamnea
Solenosmilia variabilis
Muriceides cf. obtusus
Deltocyathus moseleyi
Cirrhipathes sp. 3
Caryophyllia berteriana
Villogorgia nigrescens
Deltocyathus eccentricus
Madrepora oculata
Lophelia pertusa
Espécies ocorrendo entre 100 e 500 m

Deltocyathus calcar
Tanacetipathes hirta
Caliacis sp. 1
Nicella sp. 1
Acanthogorgia aspera

Espécies
Stephanogorgia sp. 1

Muricea flamma
Trochocyathus laboreli
Scleracis guadalupensis
Acanthogorgia schrammi
Riisea sp. 1
Ctenocella (Ellisella) sp. 1

Caliacis nutans
Antipathes furcata
Tanacetipathes sp. 1 sensu Loiola
Antipathes atlantica
Madracis decactis
Acanthogorgia sp. 1
Meandrina braziliensis
Nidalia sp. 2
Lophogorgia sp. sensu Castro
Coenocyathus sp. 1
Primnoella sp. 1

Cladocora debilis
Montastraea cavernosa
Phyllangia sp. 1
Crypthelia sp. 1
Madracis asperula
Madracis brueggemanni
Tanacetipathes sp. 2 sensu Loiola
0

500

1000

1500

Profundidade (m)

Figura 7: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações entre 100 e 500 m de profundidade,
considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente de suas
profundidades.

182 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Schizopathes affinis

Keratoisis sp. 1

Placogorgia atlantica

Isidella longiflora

Pennatula sp. 1

Pennatula sp. 2

Isidella sp. 1

Anthoptilum sp. 1

Narella sp. 1

Telestula sp. 1

Anthomastus grandiflorus

Pennatula bayeri

Radicipes sp. 1

Paragorgia johnsoni

Acanella sp. 1

Paramuricea placomus
Espécies ocorrendo a mais de 500 m

Protoptilum sp. 1

Radicipes sp. 2

Inflatocalyx sp. 1

Espécies
Stenocyathus vermiformis

Corallium medea

Umbellula thomsonii

Acanella arbuscula
Deltocyathus sp. cf. D. italicus

Caryophyllia ambrosia caribbeana

Primnoella polita

Muriceides cf. obtusus


Deltocyathus eccentricus

Deltocyathus moseleyi

Cirrhipathes sp. 3

Caryophyllia berteriana

Bebryce parastellata

Nicella guadalupensis

Villogorgia nigrescens

Ctenocella (Ellisella) elongata

Cirrhipathes sp. 2

Tanacetipathes thamnea

Tanacetipathes tanacetum

Bebryce cinerea

Thesea bicolor

Solenosmilia variabilis
0

500

1000

1500

2000

2500

Profundidade (m)

Figura 8: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações a 500 m de profundidade ou
mais, considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente de suas
profundidades.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 183


4.3.4. Distribuição Geográfica da espécies no sul da área de estudo. Especificamente,
Diversidade de Corais três áreas apresentaram maior destaque: a região
no sul do Banco dos Abrolhos/ao largo do Rio Doce;
Tendo em vista a presença de comunidades de corais as imediações do Cabo de São Tomé, e o Banco
diferenciadas nas faixas de profundidade indicadas Almirante Saldanha (Figura 10), em especial para
no item 4.3.3, analisamos a distribuição geográfica octocorais (Figura 10C). Área próxima ao Cabo
das espécies presentes no material do REVIZEE SCORE de São Tomé destacou-se também pela riqueza
Central, plotando o número de espécies por área geo- de espécies de corais negros (Figura 10A). Além
gráfica, utilizando conjuntos de estações presentes em disso, foram obtidas diversas amostras de corais
cada faixa de profundidade (Figuras 9-11). azooxantelados considerados como formadores de
A avaliação da distribuição da riqueza de espécies recifes de profundidade – a maioria delas nesta faixa
nas amostragens até 100 m de profundidade indicou si- de profundidade ou ligeiramente abaixo de 500 m.
tuações diferentes para cada grupo taxonômico (Figura Identificamos a presença de Lophelia pertusa em
9). Os Antipatharia apresentaram registros esparsos e duas estações, de Madrepora também em duas e de
baixa diversidade. Houve maior ocorrência simultânea Solenosmilia variabilis em sete estações (Figura 12), o
de espécies apenas ao largo do Banco dos Abrolhos (4 que vem a aumentar o número de áreas de possíveis
espécies) e no Banco Almirante Saldanha (3 espécies) ocorrências de recifes de coral de profundidade em
(Figura 9A). Os Scleractinia foram coletados em um águas brasileiras, além das mencionadas no item
grande número de estações, com diversidade baixa na 4.1.6 do presente capítulo. Ressalta-se que ao largo
maioria. Destacou-se uma diversidade maior nos arre- da Ilha da Trindade (C5-41F) foi coletada uma enorme
dores de Salvador e, principalmente, ao largo do Ban- quantidade de fragmentos de colônias de S. variabilis,
co dos Abrolhos e ao longo da Cadeia Vitória Trindade além da presença de L. pertusa, sugerindo a existência
(Figura 9B). A porção leste do Banco Dogaressa agru- de um grande habitat coralíneo na área. Além disso, ao
pou o maior número de ocorrências de Scleractinia largo de Valença, BA, ao largo da Ilha da Trindade e no
em estações a menos de 100 m: nove. Uma avaliação Banco Almirante Saldanha (estações C2-2F, C5-49R e
da relevância das amostragens de corais verdadeiros C2-37, respectivamente) foram coletados exemplares
realizadas na Cadeia Vitória-Trindade foi apresentada dessa espécie dotados de tecido, indicando que esses
no item 4.3.3 do presente Capítulo. Os Octocorallia corais ramificados encontravam-se vivos e, portanto,
apresentaram maior diversidade em estações no sul que essas áreas recifais potencialmente encontram-se
do Banco dos Abrolhos (ao largo do Rio Doce) e, em em bom estado de conservação e em crescimento.
menor grau, nas imediações do Cabo de São Tomé (Fi- Novamente, as áreas de maior diversidade esti-
gura 9C). A área ao largo do Rio Doce/sul do Banco dos veram na margem sul do Banco dos Abrolhos/ao largo
Abrolhos apresentou 55% (16) de todas as espécies de do Rio Doce e nas imediações ao norte do Cabo de São
octocorais amostrados (29) nesta faixa de profundida- Tomé. A amostragem de corais negros em estações a
de, tendo metade (8) destas sido coletadas apenas nes- mais de 500 m foi muito reduzida, porém estas duas
ta área. Estes resultados sugerem a ocorrência de uma áreas estiveram representadas (Figura 11A). Como in-
área de maior diversidade de corais sensu latu em área dicado anteriormente (item 4.3.2), as amostragens a
triangular, com vértices no Banco dos Abrolhos, na Ca- mais de 500 m de profundidade foram bastante preju-
deia Vitória-Trindade e no Cabo de São Tomé, além das dicadas em relação aos Scleractinia. Isto fica evidente
imediações da Baía de Todos os Santos (Salvador). na Figura 11B. A maior diversidade observada nesta
As amostras provenientes de profundidades faixa de profundidade ocorreu entre os octocorais (ver
entre 100 e 500 m apresentaram maior riqueza de item 4.3.3; figura 11C).

184 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador
2
BA 14°S

Ilhéus
2

R. Jequitinhonha
16°S

A
MG

R. Mucuri 18°S
4
ES
R. Doce
Cadeia Vitória - Trindade 20°S

0m

m
Vitória

20
1

0
1

100
2 1
R.Paraíba
1

0m
do Sul

300
RJ Ca
bo 22°S
S.
To
m 3
é

Baía de Todos os Santos

Salvador
4

BA 5
14°S
1
Ilhéus 3

2
R. Jequitinhonha 1
16°S
1
1
1 4
B
MG

R. Mucuri
3 2 2 18°S
6
ES
3
m
0

1
20

R. Doce
2 4 4
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
4
m

Vitória 4 3
00

4 3 3
10

2 1 2 2
3 4 9 3
1 2
R.Paraíba
do Sul 2
m
00

RJ Ca
13 22°S
30

bo
S. 3
2 To
m 1
é

Baía de Todos os Santos

Salvador
2
1
BA 14°S

Ilhéus

1
R. Jequitinhonha
16°S

1
C
MG

R. Mucuri
4 1 18°S
4
ES
R. Doce 1
16 1 Cadeia Vitória - Trindade
1 20°S
Vitória 1
2
1
0m

m
20

00
10

R.Paraíba
do Sul 6
RJ Ca
bo 3 22°S
S.
5 To
m
é 200 km
m
00
30

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 9: Riqueza de espécies em amostragens até 100 m de profundidade: A – Antipatharia; B – Scleractinia;


C - Octocorallia.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 185


Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

A
MG

R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

Cadeia Vitória - Trindade 20°S


Vitória 2
0m

m
00
20

10

R.Paraíba
m
00

do Sul
30

RJ Ca
bo 6 22°S
S.
To
m
é

Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S
1
Ilhéus

R. Jequitinhonha 1 1 16°S

1 B
MG 2

R. Mucuri
18°S

ES 3
2
m
0
20

R. Doce
1 20°S
Cadeia Vitória - Trindade
m

Vitória
00
10

2 3 2 1
3
2 2
R.Paraíba
do Sul 2
m
00

RJ Ca
22°S
30

bo
S.
2
To
m
é
3

Baía de Todos os Santos

Salvador 1
2
BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
2 16°S

1 C
MG

R. Mucuri 18°S

ES
2
R. Doce
9
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória
3 1 2
1 1
m

m
0
20

00
10

R.Paraíba
3000 m

do Sul 5
RJ Ca
bo 22°S
S.
To
7
m
é 200 km
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 10: Riqueza de espécies em amostragens entre 100 e 500 m de profundidade: A – Antipatharia;
B – Scleractinia; C - Octocorallia.

186 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

2
R. Jequitinhonha
16°S

A
MG

R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce
1 2
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória
0m

m
00
20

R.Paraíba 10

m
00
do Sul

30
RJ 2
Ca
bo 22°S
S.
To
m
1
é

Baía de Todos os Santos

Salvador
1
BA 14°S

Ilhéus

1
R. Jequitinhonha 1
16°S

B
MG
R. Mucuri 18°S

ES
2
m
0
20

R. Doce
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
m
00

Vitória
10

1
3
2
R.Paraíba
m

do Sul 3
00
30

RJ Ca
bo 22°S
S.
To
m
é
3

Baía de Todos os Santos

Salvador
5 1
1
BA 14°S

Ilhéus 3
1

R. Jequitinhonha 1 3
16°S

1 C
MG

R. Mucuri 18°S

ES
2
R. Doce
5 3 11
3 Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória 3
2 1
21
R.Paraíba
do Sul
2
2 4
RJ Ca
bo
200 km 22°S
m

S.
To 2
00

m
m

é
10
m

0
0

0
20

30

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 11: Riqueza de espécies em amostragens a 500 m de profundidade ou mais: A – Antipatharia;


B – Scleractinia; C - Octocorallia.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 187


Figura 12: Distribuição das amostras de corais azooxantelados indicadores de áreas recifais de profundidade.

4.4. Considerações Finais e Recomendações judica e compromete a geração de conhecimento dos


corais presentes nesses habitats e de sua rica fauna as-
Apesar da dificuldade de coletar a maiores profundi- sociada. Entretanto, sabe-se que são áreas de grande
dades, a riqueza de espécies amostradas nas três faixas concentração faunística, inclusive de espécies de peixes
de profundidade aqui indicadas foi aproximadamente e crustáceos comercialmente importantes (Freiwald et
equivalente (até 100 m = 51 espécies; entre 100 e 500 al., 2004).
m = 47 espécies; a 500 m ou mais = 41 espécies). Os Os indicadores de completude da amostragem
conjuntos de espécies obtidos nessas faixas foram di- demonstraram a necessidade de maiores
ferentes uns dos outros. Apesar disso, a mesma região levantamentos para uma real avaliação da riqueza
apresentou-se como mais diversa em todas as faixas de espécies de corais da plataforma e talude ao
de profundidade: o triângulo formado entre a margem largo da área estudada. Em especial, recomenda-se a
sul do Banco dos Abrolhos, a Cadeia Vitória-Trindade e exploração dos habitats coralíneos ou áreas de maior
o Cabo de São Tomé. Nesse triângulo, vale destacar a concentração faunística já localizados. Entretanto,
área na margem sul do Banco dos Abrolhos, ao largo métodos específicos para uma amostragem mais
do Rio Doce, especialmente para os octocorais. Ressal- seletiva e menos destrutiva deveriam ser usados. As
te-se que morfotipos ainda não identificados poderão técnicas de amostragem tradicionais usadas em bancos
representar novos táxons e/ou novas ocorrências, além de corais de profundidade normalmente utilizam
do grande número já relatado no presente capítulo. dragagens e arrastos, que causam grandes impactos
Há uma tendência de não serem amostradas áreas tanto nos corais quanto nos fundos adjacentes
onde há possíveis bancos coralíneos ou quaisquer ou- (Mortensen et al., 2000). Dentre métodos alternativos,
tros habitats de corais de profundidade, pois essas es- destaca-se o uso de submersíveis tripulados ou
truturas são interpretadas durante as campanhas como operados remotamente (remote-operated vehicle
“obstáculos”. Essas áreas normalmente são previamente – ROV). Alternativamente, existem também propostas
indicadas por sonar e excluídas de serem trabalhadas, de amostradores de menor custo, como busca-fundos,
pois representam risco de perda ou dano aos amostra- adaptados para coletas seletivas de bentos. Mortensen
dores normalmente utilizados. Esse fato em muito pre- et al. (2000) descreveram um método envolvendo uma

188 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


combinação de busca-fundo ao qual foi acoplada uma pertusa. As imagens de vídeo fornecem informações
câmera de vídeo. Esse sistema tem a função de auxiliar adicionais importantes sobre as amostras, tais como:
na localização e na coleta dos exemplares. Foi utilizada região da colônia amostrada, seu tamanho e sua
uma câmera de vídeo e luz que mostrasse em tempo distância para a colônia mais próxima e para outras
real, no convés, o substrato abaixo do busca-fundo. O espécies. Tais variações são relevantes para estudos
equipamento foi usado com sucesso na Noruega tanto faunísticos e para melhor conhecimento da ecologia
na localização quanto na amostragem de Lophelia das espécies.

4.5. Referências bibliográficas BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. 2003. Invertebrates. Sunderland:


Sinauer Associates Inc. 936 p.

BAKER, C. M.; BETT, B. J.; BILLET, D. S. M.; ROGERS, A. D. 2001. An CAIRNS, S. D. 1979. The deep-water Scleractinia of the
environmental perspective. In: WWF/IUCN (Ed.). The status Caribbean Sea and adjacent waters. Studies on the Fauna
of natural resources on the highseas. Gland, Switzerland: of Curaçao and other Caribbean Islands, Amsterdam, v. 57,
WWF/IUCN. p. 2-68. n. 180, p. 1-341.

BAYER, F. M. 1956. Octocorallia. In: MOORE, R. C. (Ed.). CAIRNS, S. D. 1982. Stony corals (Cnidaria: Hydrozoa,
Treatise on invertebrate paleontology. Part F - Coelen- Scleractinia) of Carrie Bow Cay, Belize. In: RÜTZLER, K.;
terata. Lawrence: The Geological Society of America. p. MACINTYRE, I. G. (Eds.). The Atlantic Barrier Reef Ecosystem
F166-F231, figs. 134-162. at Carrie Bow Cay, Belize, I: Structure and Communities.
Smithsonian Contributions to the Marine Sciences,
BAYER, F. M. 1959. Octocorals of Suriname and the adjacent Washington, D. C., n. 12, p. 271-302.
coasts of South America. Uitgaven natuurwetenschappelijke
Studkring voor Suriname en de Nederlandse Antillen, The CAIRNS, S. D. 1986. A revision of the northwest Atlantic
Hague, v. 20, p. 1-43. Stylasteridae (Coelenterata: Hydrozoa). Smithsonian
Contributions to Zoology, Washington, D. C., v. 418, 131 p.
BAYER, F. M. 1961. The shallow-water Octocorallia of the West
Indian region. A manual for marine biologists. The Hague, CAIRNS, S. D. 2000. A revision of the shallow-water
Martinus Nijhoff. p. 1-373. azooxanthellate Scleractinia of the Western Atlantic.
Studies on the Fauna of Curaçao and other Caribbean
BAYER, F. M. 1981a. Status of knowledge of octocorals of Islands, Amsterdam, v. 75, p. 1-240.
world seas. In: SEMINÁRIOS DE BIOLOGIA MARINHA,
São Paulo. Anais... Rio de Janeiro: Academia Brasileira de CAIRNS, S. D.; HOEKSEMA, B. W.; VAN DER LAND, J. 1999. List
Ciências. p. 3-11. of extant stony corals. Atoll Research Bulletin, v. 459, p. 13-
46.
BAYER, F. M. 1981b. Key to the genera of Octocorallia exclusive
of Pennatulacea (Coelenterata, Anthozoa), with diagnosis CASTRO, C. B. 1986. Revisão sistemática dos Octocorallia
of new taxa. Proceedings of the Biological Society of (Coelenterata, Anthozoa) dos recifes de Abrolhos, BA, Brasil.
Washington, v. 94, n. 3, 28 pls. Rio de Janeiro. 98 p. Dissertação (Mestrado em Zoologia)
- Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
BELÉM, M. J. C.; ALVARENGA, L. C. F. 1973. Contribuição ao Rio de Janeiro.
conhecimento da fauna de cnidários dos estados da
Guanabara e do Rio de Janeiro, Brasil. I. Virgularia presbytes CASTRO, C. B. 1989. A new species of Plexaurella Valenciennes,
Bayer, 1955 (Anthozoa, Pennatulacea, Virgulariidae). Atas 1855 (Coelenterata, Octocorallia), from the Abrolhos
da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. Reefs, Bahia, Brazil. Revista Brasileira de Biologia, v. 49, n.
41-51. 2, p. 597-603.

BELÉM, M. J. C.; ROHLFS, C.; PIRES, D. O.; CASTRO, C. B.; YOUNG, CASTRO, C. B. 1990a. Revisão taxonômica dos Octocorallia do
P. S. 1986. S.O.S. Corais. Ciência Hoje, v. 5, n. 26, p. 34-42. litoral sul-americano: da foz do rio Amazonas à foz do rio
da Prata. 343 p. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas)
BOUILLON, J. 1985. Essai de classification des Hydropolypes- - Universidade de São Paulo, São Paulo.
Hydroméduses (Hydrozoa-Cnidaria). Indo Malayan
Zoology, Rotterdam, v. 1, p. 29-243. CASTRO, C. B. 1990b. A new species of Heterogorgia Verrill,
1868 (Coelenterata, Octocorallia) from Brazil with
BROOK, G. 1889. Report on the Antipatharia. Report on comments on the type species of the genus. Bulletin of
the scientific results of the Voyage Challenger, London, Marine Science, v. 47, n. 2, p. 411-420.
(Zoology), v. 32, p. 5-222.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 189


CASTRO, C. B. 1994. Corais do sul da Bahia. In: HETZEL, B.; FREIWALD, A.; FOSSÅ, J. H.; GREHAN, A.; KOSLOW, T.; ROBERTS,
CASTRO, C. B. Corais do sul da Bahia. Rio de Janeiro: Nova J. M. 2004. Cold-water coral reefs. Cambridge: UNEP-
Fronteira. p 161-176. WCMC. 84 p.

CASTRO, C. B.; MEDEIROS, M. S. 2001. Brazilian Pennatulacea GRIGG, R. W. 1994. History of the precious coral fishery in
(Cnidaria: Octocorallia). Bulletin of the Biological Society of Hawaii. Precious corals and octocoral research, v. 3, p. 1-
Washington, v. 10, p. 140-159. 18.

CASTRO, C. B.; PIRES, D. O. 2001. Brazilian coral reefs: what we HEYER, W. R.; CODDINGTON, J.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE,
already know and what is still missing. Bulletin of Marine D.; ERWIN, T. L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M. G.; THORINGTON,
Science, v. 69, n. 2, p. 357-371. R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J.; WEITZMAN, S. H. 1999.
Amazonian biotic data and conservation decisions.
CASTRO, C. B.; THIAGO, C. M.; MEDEIROS, M. S. 2003. First record Ciência e Cultura, São Paulo, v. 51, n 5-6, p. 372-385.
of the family Coralliidae (Cnidaria: Anthozoa: Octocorallia)
from the western South Atlantic, with a description of HOVLAND, M.; MORTENSEN, P. B. 1999. Norske korallrev og
Corallium medea Bayer, 1964. Zootaxa, v. 323, p. 1-8. prosesser i havbunnen. Bergen: John Grieg Forlag. 155 p.

CHAO, A. 1984. Non-parametric estimation of the number of HUSEBO, Å.; NØTTESTAD L.; FOSSÅ, J. H.; FUREVICK, D. M.;
classes in a population. Scandinavian Journal of Statistics, JØRGENSEN, S. B. 2002. Distribution and abundance of
v. 11, p. 265-270. fish in deep-sea coral habitats. Hydrobiologia, the Hague,
v. 471, p. 91-99.
CHAO, A. 1987. Estimating the population size for capture-
recapture data with unequal catchability. Biometrics, v. JENSEN, A.; FREDERIKSEN, R. 1992. The fauna associated with
43, p. 783-791. the bank-forming deep-water coral Lophelia pertusa
(Scleractinaria) on the Faroe Shelf. Sarsia, Oslo, v. 77, p.
CHAO, A.; MA, M. C.; YANG, M. C. K. 1993. Stopping rules and 53-69.
estimation for recapture debugging with unequal failure
rates. Biometrika, v. 80, p. 193-201. KITAHARA, M. V.; SOTO, J. M. R.; ARANTES, R. C. M.; PIRES,
D. O. 2002. Primeiro registro do coral azooxantelado
CHAZDON, R. L.; COLWELL, R. K.; DENSLOW, J. S.; GUARIGUATA, Caryophyllia berteriana Duchassaing, 1850 (Scleractinia,
M. R. 1998. Statistical methods for estimating species Caryophylliidae) no Atlântico Sul Ocidental. In:
richness of woody regeneration in primary and secondary CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24, 2002, Itajaí.
rain forests of NE Costa Rica. In: DALLMEIER, F.; COMISKEY, Resumos... Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí. v. 3.
J. A. (Ed.). Forest biodiversity research, monitoring and
modeling: conceptual background and Old World case KÜKENTHAL, W. 1915. Pennatularia. Das Tierreich, Berlin, v. 43,
studies. Paris: Parthenon. p. 285-309. p. 1-132.

COLWELL, R. K. 1994-2000. EstimateS: statistical estimation of KUKENTHAL, W. 1919. Gorgonaria. Wissenschaftliche


species richness and shared species from samples. Version Ergebnisse der Deutschen Tiefsee-Expedition auf dem
7. Disponível em: <purl.oclc.org/estimates>. Acesso em: Dampfer “Valdivia” 1898-1899, Jena, v. 13, n. 2, p. 1-946,
29 nov. 2005. pls. 30-89.

COLWELL, R. K.; CODDINGTON, J. A. 1994. Estimating terrestrial KUKENTHAL, W. 1924. Gorgonaria. Das Tierreich, Berlin, v. 47, p.
biodiversity through extrapolation. Philosophical 1-478.
Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences,
London, v. 345: 101-118. LABOREL, J. 1969. Madreporaires et hydrocorallaiaires
récifaux des côtes Brasiliennes. Systématic, écologie,
DEICHMANN, E. 1936. The Alcyonaria of the western part of répartition verticale et geographique. Annales de l’Institute
the Atlantic Ocean. Memoirs of the Museum of Comparative Océanographique, Paris, v. 47, p. 171-229.
Zoology at Harvard College, v. 53, p. 1-317.
LABOREL, J. 1970. Les peuplements de madréporaires des
ECHEVERRÍA, C. A.; CASTRO, C. B. 1995. Antipathes (Cnidaria, cotes tropicales du Brésil. Annales de l’Université d’Abidjan,
Antipatharia) from Southeastern Brazil. Boletim do Museu série E, v. 2, n. 3, p. 1-260.
Nacional, v. 364, p. 1-7.
LE GOFF-VITRY, M. C.; ROGERS, A. D.; BAGLOW, D. 2004. A deep-
FAUTIN, D. F. 1988. Anthozoan dominated benthic sea slant on the molecular phylogeny of the Scleractinia.
environments. In: INTERNATIONAL CORAL REEF Molecular Phylogenetics and Evolution, v. 30, n. 1, p. 167-
SYMPOSIUM, 6th, 1988, Townsville. Proceedings… 177.
Townsville: International Coral Reef Symposium Executive
Committee. p. 231-236. LEÃO, Z. M. A. N. 1983. Abrolhos – o refúgio Pleistocênico de
uma fauna Terciária de corais. Ciências da Terra, v. 8, p. 22-
FERNANDES, A. C. S.; YOUNG, P. S. 1986. Corais coletados 24.
durante a “Operação Geomar X” em junho de 1978
(Coelenterata, Anthozoa, Scleractinia). Publicações Avulsas
do Museu Nacional, v. 66, p. 23-31.

190 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


LEE, S. M.; CHAO, A. 1994. Estimating population size via MOSELEY, H. N. 1876. Preliminary report to Professor Wyville
sample coverage for closed capture-recapture models. Thomson, F.R.S., Director of the Civilian Scientific Staff, on
Biometrics, v. 50, p. 88-97. the true corals dredged by H. M. S. “Challenger” in deep
water between dates Dec 30th; 1870 an August 31st, 1875”.
LEITE, C. F.; TOMMASI, L. R. 1976. Distribuição de Cladocora Proceedings of the Royal Society of London, v. 24, p. 544-
debilis Meth, 1849 (Faviidae, Anthozoa, Cnidaria), ao sul 569.
de Cabo Frio (23°S). Boletim do Instituto Oceanográfico, v.
25, p. 101-112. MOSELEY, H. N. 1881. Report of certain Hydroid, Alcyonarian,
and Madreporarian corals procured during the voyage of
LOIOLA, L. L. 2003. Taxonomia de Myriopathidae (Cnidaria: H. M. S. Challenger, in the years 1873-1876. Part 3. On the
Antipatharia) da costa leste do Brasil. 80 p. Dissertação deep-sea Madreporaria. Report on the Scientific Results
(Mestrado em Ciências Biológicas- Zoologia) - Museu of the Voyage of H. M. S. Challenger during the years
Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro. 1873-76. Zoology, v. 2, 248 p.

LOIOLA, L. L.; CASTRO, C. B. 2001. Three new records of OPRESKO, D. M. 1972. Redescriptions and reevaluation of the
Antipatharia (Cnidaria) from Brazil, including the first antipatharians described by L. F. de Pourtalès. Biological
record of a Schizopathidae. Boletim do Museu Nacional, v. Results of the University of Miami Deep-Sea Expedition, v.
455, p. 1-10. 97, p. 950-1015.

MARQUES, A. C. S. J. 1996. Revisão taxonômica do gênero OPRESKO, D. M. 1974. A study of the classification of the
Thesea (Cnidaria: Octocorallia) do Atlântico Ocidental. 83 p. Antipatharia (Coelenterata: Anthozoa) with redescriptions
Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Zoologia) of eleven species. Ph.D. Thesis - University of Miami,
- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. University Microfilms, Ann Arbor, Coral Gables. 194 pp.

MARQUES, A. C. S. J.; CASTRO, C. B.. 1995. Muricea (Cnidaria: OPRESKO, D. M. 2001a. Revision of the Antipatharia (Cnidaria:
Octocorallia) from Brazil, with description of a new Anthozoa). Part I. Establishment of a new family,
species. Bulletin of Marine Science, v. 56, n. 1, p. 161-172. Myriopathidae. Zoologische Mededelingen Leiden, 75
(17): 343-370.
McDONOUGH, J. J.; PUGLISE, K. A. 2003. Deep-Sea Corals
Workshop – Summary Report. In: International Planning OPRESKO, D. M. 2001b New species of antipatharians (Cnidaria:
and Collaboration Workshop for the Gulf of Mexico and Anthozoa) from Madeira, with the establishment of a new
North Atlantic Ocean. 51 p. genus. Proceedings of the Biological Society of Washington,
v. 114, n. 2, p. 349-358.
MEDEIROS, M. S. 1998. Octocorallia (Cnidaria: Anthozoa)
da plataforma continental e ilhas oceânicas brasileiras: PAX, F.; VAN-PRAËT, M.; DOUMENC, D. 1987. Ordre des
famílias Paramuriceidae e Plexauridae. 157 p. Dissertação Antipathaires. In: GRASSÉ, P. P. (Ed.). Traité de Zoologie.
(Mestrado em Ciências Biológicas - Zoologia) - Anatomie, Systématique, Biologie. Paris: Masson. v. 3, n.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 3, p. 189-210.

MEDEIROS, M. S.; CASTRO, C. B. 1996. Bebryce (Cnidaria, PIRES, D. O. 1997. Cnidae of Scleractinia. Proceedings of the
ctocorallia), a new record of octocoral (Cnidaria) from Biological Society of Washington, v. 110, n. 2, p. 167-185.
Brazil. Boletim do Museu Nacional, n. 366, p. 1-8.
PIRES, D. O.; CASTRO, C. B. 1997. Scleractinia and
MEDEIROS, M. S.; CASTRO, C. B. 1999. Paramuriceidae e Corallimorpharia: an analysis of cnidae affinity. In:
Plexauridae (Cnidaria, Octocorallia) do Brasil: Batimetria INTERNATIONAL CORAL REEF SYMPOSIUM, 8th, 1996,
e Distribuição Geográfica. Boletim do Museu Nacional, n. Panama. Proceedings… Balboa: Smithsonian Tropical
398, p. 1-20. Research Institute. p. 1581-1586. v. 2.

MIGOTTO, A. E.; SILVEIRA, F. L.; SCHLENZ, E.; PIRES, D. O.; PIRES, D. O.; PITOMBO F. B. 1992. Cnidae of the Brazilian
CASTRO, C. B.; MARQUES, A C. 2000. Lista dos Cnidaria Mussidae (Cnidaria: Scleractinia) and their value in
registrados na costa brasileira. Disponível em: <www.bdt. taxonomy. Bulletin of Marine Science, v. 51, n. 2, p. 231-
fat.org.br/zoologia/cnidarios>. Acesso em: 29 nov. 2005. 244.

MORTENSEN, P. B.; ROBERTS, J. M.; SUNDT, R. C. 2000. Video- POURTALÈS, L. F. 1874. Deep sea corals. In: AGASSIZ, A.
assisted grabbing: a minimally destructive method of Zoological results of the “Hassler” expedition. Memoirs of
sampling azooxanthelate coral banks. Journal of the the Museum of Comparative Zoology at Harvard College,
Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 80, Cambridge, v. 4, p. 27-50.
p. 365-366.
QUINN, R. J.; KASHIWAGI, M.; MOORE, R. E.; NORTON, T. R.
MORTENSEN, P. B.; HOVLAND, M. T.; FOSSÅ, J. H.; FUREVIK, D. 1974. Anticancer activity of zoanthids and the associated
M. 2001. Distribution, abundance and size of Lophelia toxin, palytoxin, against Erlich ascites tumor and P-388
pertusa coral reefs in Mid-Norway in relation to seabed lymphocytic leukemia in mice. Journal of Pharmaceutical
characteristics. Journal of the Marine Biological Association Sciences, v. 62, p. 1464-1468.
of the United Kingdom, v. 81, p. 581-597.

CAPÍTULO 4 - FILO CNIDARIA. CORAIS 191


SCHEUER, P. J. 1988. Etno-natural historical leads. In: FAUTIN, VERRILL, A. E. 1868. Notes on the Radiata in the Museum
D. G. (Ed.). Biomedical importance of marine organisms. of Yale College, with descriptions of new genera and
San Francisco: California Academy of Sciences. p. 37-40. species. 4. Notice of corals echinoderms collected by Prof.
C.F. Hartt, at the Abrolhos Reefs, Province of Bahia, Brazil,
SQUIRES, D. F. 1959. Deep sea corals collected by the Lamont 1867. Transactions of the Connecticut Academy of Arts and
Geological Observatory. 1 Atlantic corals. American Sciences, v. 1, p. 351-371. pl. 4.
Museum Novitates, v. 1965, p. 1-42.
VERRILL, A. E. 1912. The gorgonians of the Brazilian coast.
SUMIDA, P. Y. G.; PIRES-VANIN, A. M. S.; 1997. Benthic Journal of the Academy of Natural Sciences, ser. 2, v. 15, p.
associations of the shelfbreak and upper slope off 373-404, pls. 29-35.
Ubatuba-SP, Southeastern Brazil. Estuarine-Coastal and
Shelf Science, v. 44, p. 779 - 784. VIANA, A. R. 1994. Deep-water coral mounds along
southeastern Brazilian continental slope. In:
SUMIDA, P. Y. G.; YOSHINAGA, M. Y., MADUREIRA, L. A. S.; INTERNATIONAL SEDIMENTOLOGICAL CONGRESS, 14th,
HOVLAND, M. 2004. Seabed pockmarks associated with Recife. Abstracts... Recife: AIS. D-86.
deepwater corals off SE Brazilian continental slope, Santos
Basin. Marine Geology, v. 207, n. 1-4, p. 159-167. VIANA, A. R.; KOWSMANN, R. O.; CADDAH, L. 1994. Architeture
and oceanographic controls on the sedimentation of
TIXIER-DURIVAULT, A. 1970. Octocoralliaires. Campagne de la Campos Basin continental slope. In: INTERNATIONAL
“Calypso” au large des cotes atlantiques de l’Amerique du SEDIMENTOLOGICAL CONGRESS, 14th, Recife. Abstracts...
Sud (1961-1962). Annales of de l’Institute Océanographique, Recife: AIS. D-87-88.
Mônaco, v. 47, p. 145-169.
VIANA, A. R.; FAUGÈRES, J. C.; KOWSMANN, R. O.; LIMA, J. A. M.;
TOMMASI, L. R. 1970. Nota sobre os fundos detríticos do CADDAH, L. F. G.; RIZZO, J. G. 1998. Hydrology, morphology
circalitoral inferior da plataforma continental brasileira ao and sedimentology of the Campos continental margin,
sul do Cabo Frio (RJ). Boletim do Instituto Oceanográfico, offshore Brazil. Sedimentary Geology, v. 115, p. 133-157.
São Paulo, v. 18, n. 1, p. 55-62.
WILLIAMS, G. C. 1995. Living genera of sea pens (Coelenterata:
TOMMASI, L. R. 1971. Ocorrência de Tripalea clavaria (Studer, Octocorallia: Pennatulacea): illustrated key and synopses.
1878) na plataforma continental do Rio Grande do Sul. Zoological Journal of the Linnean Society, v. 113, p. 93-
Boletim do Instituto Oceanográfico, S. Paulo, v. 20, p. 27-32. 140.

TOMMASI, L. R.; BIO, M. R.; FUETA, M. 1972. Sobre a distribuição WRIGHT, E. P.; STUDER, T. 1889. Report on the Alcyonaria
de Renilla mülleri Kölliker, 1872, na plataforma continental collected by H. M. S. Challenger during the years 1873-
do Rio Grande do Sul (Anthozoa, Pennatulacea). Revista 1876. Report on the Scientific Results of the Voyage of
Brasileira de Biologia, v. 32, p. 1, p. 55-57. H. M. S. Challenger during the years 1873-76, London.
Zoology, v. 31: lxxvii + 314 p., 43 pls.
VAN MOORSEL, G. W. N. M. 1983. Reproductive strategies in
two closely related stony corals (Agaricia, Scleractinia). ZIBROWIUS, H. 1988. Les coraux Stylasteridae et Scleractinia.
Marine Ecology Progress Series, v. 13, p. 273-283. In: GUILLE, A.; RAMOS, J. M.: Les rapports des campagnes à
la mer MD55/Brésil à bord du “Marion Dufresne” 6 mai – 2
VAN PESCH, A. J. 1914. The Antipatharia of the Siboga juin 1987. Terres Australes et Antarctiques Françaises, p.
expedition. Siboga Expedition, v. 17, p. 1-258. 132-136.

192 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Capítulo 5
Filo Nematoda
André Morgado Esteves1, Neyvan Renato Rodrigues da Silva1, Maria Cristina da Silva1 & Tatiana Fabricio Maria2

Resumo
Os Nematoda são considerados um dos grupos mais abundantes da biosfera, com cerca de 26.000 espécies exis-
tentes, e estima-se que existam mais de 1.000.000 de espécies ainda não descritas. Sua importância trófica em
biótopos marinhos pode apresentar-se subestimada devido à dificuldade de identificação dos mesmos quando
macerados ou pela rápida digestão desses organismos pelos animais maiores. O estudo sobre os Nematoda mari-
nhos no Brasil iniciou-se na década de 50, sendo reiniciado no fim da década de 90. O material identificado neste
estudo refere-se às estações de coleta realizadas nas campanhas oceanográficas de 2001 e 2002, sendo os animais
aqui estudados separados por peneiras de 0,3, 1 e 2 mm de aberturas de malha. Em função disso, o número de
amostras analisadas para esse grupo zoológico foi inferior ao número de amostras dos grupos zoológicos típicos
da macrofauna. Do total, 26 amostras estiveram localizadas na plataforma (com profundidades entre 40 e 140 m).
As 11 amostras localizadas no talude foram obtidas de estações com profundidades variando entre 230 e 773 m.
Para a observação dos animais, foram preparadas lâminas de acordo com metodologia específica de diafanização.
As lâminas foram estudadas por microscopia óptica, sendo utilizados diferentes aumentos para observação das
diferentes estruturas morfológicas utilizadas na identificação. Os dados foram transformados para uma matriz de
presença/ausência em função das diferenças metodológicas existentes na coleta das amostras. Para o estabeleci-
mento de grupos de amostras, com composição semelhante, foi aplicado o índice de similaridade de Bray-Curtis.
A partir dessa matriz, foi realizada uma análise de ordenação não métrica multidimensional (MDS). Para a signi-
ficância dos resultados da análise de similaridade foi aplicado o teste ANOSIM. Foi identificado um total de 827
organismos, pertencentes a três ordens, 21 famílias e 62 gêneros. A ordem com maior percentual de gêneros foi
Enoplida, seguida da ordem Chromadorida. Do total de 62 gêneros encontrados, destaca-se o primeiro registro
para a costa brasileira de oito gêneros. Considerando a composição da fauna em função da distribuição batimétri-
ca, observa-se que mais de 50% dos gêneros foram encontrados apenas nas amostras da plataforma continental.
Essa composição diferenciada foi observada pela análise multidimensional, que evidenciou uma tendência de se-
paração das amostras localizadas na plataforma e no talude. A influência do fator metodológico pode ser observa-
da em vários aspectos dos resultados, tais como o número total de indivíduos estudados e o tamanho dos animais
coletados. Apesar da questão metodológica, a importância dessa avaliação reside no fato de que existe uma ca-
rência muito grande de estudos com esse grupo animal, especialmente em águas profundas, onde a escassez não
se apresenta só para esse grupo, mas, de uma forma geral, para toda a fauna bentônica. Um reflexo dessa situação
é o número de primeiros registros feitos neste trabalho. Esse número representa cerca de 20% do total de gêneros
encontrados, o que reflete o pequeno número de estudos de levantamento desse grupo na costa brasileira.

Palavras-chave: Nematoda marinhos, meiofauna, costa brasileira, Enoplida, Chromadorida.

1. Depto. Zoologia, CCB, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária - Recife/PE, Brasil. CEP 52171-900. E-mail: andreesteves@ufpe.br
2. Depto. Zoologia, IBRAG, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rua São Francisco Xavier, 524. 20550-900. Rio de Janeiro, Brasil.

ESTEVES, A. M. ,SILVA, N.R.R., SILVA, M.C. & MARIA, T.F. 2006. Capítulo 5. Filo Nematoda. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central
da Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 193-209 (Série Livros n. 18) 193
Abstract
Nematoda are considered one of the most abundant groups in the biosphere, with about 26,000 existing spe-
cies; it is estimated that there are more than 1,000,000 species not yet described. Their trophic importance in
marine biotopes may be underestimated because of the difficulty of identifying them when they are macerated,
or because they are rapidly digested by large animals. Studies of marine nematodes in Brazil began in the 1950s,
and were actively renewed in the late 1990s. The material identified in the present study was collected during the
oceanographic campaigns of 2001 and 2002. Nematodes were separated with sieves of 0.3, 1 and 2 mm mesh size.
As a result, the number of analyzed samples of nematodes was much lower than numbers of samples of macro-
faunal groups. Of the total, 26 samples were taken from stations on the continental shelf, at depths between 40
and 140 meters. The 11 samples from the continental slope were taken from stations at depths between 230 and
773 meters. For observation of animals, slides were prepared according to the specific clearing method. Slides
were studied by light microscopy, using different magnifications to observe morphological structures used in
identification. Data were entered in a presence/absence matrix because of methodological differences between
sampling. The Bray-curtis similarity index was applied to estabilish groups of samples with a similar composition.
From this matrix, a non-metric multidimensional scaling (MDS) analysis was done. The significance of the results
of the similarity analysis was tested by ANOSIM. A total of 827 individual nematodes were identified, belonging
to 3 orders, 21 families and 62 genera. The order with the largest percentage of genera was Enoplida, followed by
Chromadorida. Eight of the 62 genera were recorded for the first time from the Brazilian coast. More than 50% of
the genera were found only in samples from the continental shelf. The MDS indicated a tendency toward separa-
tion of samples from the shelf and slope. The sampling effect influenced certain aspects of results, such as the
number of individuals studied and the size of the nematodes collected. In spite of the methodological question,
this analysis is important because of the scarcity of studies on this group of animals, especially in deep waters,
where not only nematodes but the entire benthic fauna are poorly known. An indication of this situation is the
number of first records generated in this study: 20% of the total genera found, which reflects the small number of
survey studies of nematodes off the Brazilian coast.

Keywords: marine Nematoda, meiofauna, Brazilian coast, Enoplida, Chromadorida.

194 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


5.1. Introdução

Os Nematoda são metazoários que ocupam praticamen- • Amplamente utilizados como ferramentas em programas
te todos os ambientes, apresentando, além de parasitas de estudos de sistemas biológicos, procurando demons-
de plantas, animais vertebrados e invertebrados, repre- trar o efeito de diferentes contaminantes na comunidade
sentantes em agrossistemas e ambiente marinho (Webs- nematofaunística através de experimentos de microcos-
ter, 1980; Coull, 1988; Viglierchio, 1991). São animais de mos (Austen, 1989; Widdicombe & Austen, 2001).
corpo vermiforme cilíndrico com uma alta pressão dos
fluidos internos, proporcionando um caráter adaptativo • Participantes ativos da cadeia trófica bêntica, no que
e fisiológico que lhes permitem colonizar diversos tipos diz respeito a sua função como alimento para diver-
de habitats (Schiemer, 1987). Há cerca de 26.000 espécies sas espécies, sendo amplamente discutido na litera-
descritas e estima-se que existam mais de 1.000.000 de tura o papel alimentar dos Nematoda no ambiente
espécies ainda não conhecidas (Hugot et al., 2001). Essa marinho (Coull, 1990).
estimativa acaba por sugerir que a afirmação de que a
maior diversidade específica encontra-se no subfilo He- • Ocupantes de posições-chave na cadeia trófica em
xapoda pode não ser válida (Viglierchio, 1991). Portanto, agroecossistemas, alimentando-se de diversos orga-
enquanto houver poucos estudos em nematologia, in- nismos no solo e podendo servir de alimento para
clusive com o decréscimo do interesse taxonômico como outros (Coull, 1988, 1990; Fitzhugh & Fleeger, 1985;
um todo, essa afirmação continuará sendo válida. No Bongers & Ferris, 1999).
entanto, há um consenso entre os zoólogos: Nematoda
é o maior grupo de metazoários na Terra em termos de • Fonte energética nos sistemas bênticos, facilitando
número de indivíduos (Viglierchio, 1991). a mineralização da matéria orgânica, influenciando
De uma forma geral, as espécies conhecidas de na estabilidade física dos sedimentos e auxiliando na
Nematoda compreendem 50% das formas marinhas transformação da matéria entre o sedimento e a co-
de vida livre, 25% vivem no solo, 15% parasitas de ani- luna d’água (Platt & Warwick, 1980; Heip et al., 1985;
mais e 10% parasitas de plantas. Warwick et al., 2002).
Os Nematoda desempenham grande papel em
diversas áreas do conhecimento e podem ser: Como conseqüência da dependência, por parte
dos pesquisadores, de investimentos financeiros pro-
• Transmissores de diversas doenças para plantas e venientes de instituições e do governo (Webster, 1980),
animais, causando grandes prejuízos em diversos ti- que requerem uma aplicação dos resultados das pesqui-
pos de culturas, tais como: banana, mandioca, cana- sas na sociedade, o grande suporte e enfoque continu-
de-açúcar, goiaba, entre outras. Além de causarem am concentrados em nematódeos parasitas de plantas
diversas doenças ao homem, como: ancilostomose, e animais, principalmente do homem (Viglierchio, 1991).
ascaridíase e filariose (Webster, 1980). A importância dos Nematoda em biótopos ma-
rinhos como alimento pode apresentar-se subestima-
• Utilizados no controle biológico de pragas transmiti- da devido à dificuldade de identificação dos mesmos
das a cultivos através de insetos (Webster, 1980; Bon- quando macerados ou pela rápida digestão desses or-
gers & Ferris, 1999). ganismos pelos animais maiores. Gee (1989) afirma que
esses artefatos de análise não apresentam relevância
• Excelentes indicadores ambientais tanto em bióto- nas estimativas de preferências alimentares dos peixes.
pos marinhos como terrestres devido a sua sensi- No entanto, alguns autores já demonstraram a diges-
bilidade a diversos tipos de distúrbios no ambiente tão seletiva de presas provenientes da meiofauna, por
(Coull & Chandler, 1992; Bongers & Bongers, 1998; exemplo, Scholz et al. (1991), utilizando imunoensaios,
Bongers et al., 1991; Bongers & Ferris, 1999). observaram que após duas horas de ingestão os Nema-

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 195


toda estavam irreconhecíveis, enquanto os Copepoda PROGRAMA AMBIENTAL DA BACIA DE CAMPOS, este úl-
apresentavam seus exoesqueletos ainda identificáveis timo realizado pela PETROBRAS, no qual a meiofauna
após oito horas de ingestão por juvenis da espécie e, em particular, os Nematoda vêem sendo estudados,
Leiostomus xanthurus (Pisces). Dittman (1993) demons- com um trabalho taxonômico intenso da equipe do
trou, de forma inequívoca, o consumo de Nematoda Departamento de Zoologia da UFPE, coordenada pela
por Crustacea Decapoda. A visão de que os Nematoda professora Dra. Verônica Genevois.
não são importantes na dieta de organismos maiores ou
de que esses animais maiores, como peixes, “evitam” os 5.2. Material e Métodos
Nematoda é improvável. Ainda que a captura seja invo-
luntária, com a ingestão acidental dos Nematoda quan- O material identificado neste estudo refere-se às esta-
do o peixe captura sua presa preferida, a contribuição ções de coleta realizadas nas campanhas oceanográficas
energética dos nematódeos pode ser bem apreciável. de 2001 e 2002. Além disso, é de fundamental importân-
A biodiversidade dos Nematoda é tão alta quan- cia destacar que os animais aqui estudados foram reti-
to a capacidade do grupo se desenvolver em diversos dos em peneiras de 0,3, 1 e 2 mm, ou seja, em aberturas
ambientes, até nos mais impactados. Eles são capazes de malha que são utilizadas para estudo da macrofau-
de manter grandes populações em condições físicas na. Assim, o número de amostras analisadas para esse
extremas, onde outros grupos provavelmente já teriam grupo zoológico (37 amostras) foi bastante inferior aos
sido eliminados (Boucher & Lambshead, 1994; Lawton números de amostras dos grupos zoológicos típicos da
et al., 1998). Rodrigues (2004) determinou densidade macrofauna, tais como os moluscos e poliquetos. Desse
máxima da nematofauna de 4.000 ind.10cm-2 presen- total, 26 amostras estiveram localizadas na plataforma,
te em um gradiente hipersalino de 40‰ a 120‰ em com profundidades entre 40 e 140 m. As 11 amostras
uma salina no Rio Grande do Norte. localizadas no talude foram obtidas em estações com
A diversidade dos Nematoda marinhos é signi- profundidades variando entre 230 e 773 m.
ficantemente diferente de acordo com o biótopo em O equipamento de coleta utilizado na quase to-
estudo (Lawton et al., 1998). Fatores ecológicos locais talidade das estações foi uma draga de arrasto e, em
podem ter uma grande influência, especialmente em duas estações, nas quais as profundidades foram abai-
medidas de eqüitabilidade. As regiões batial e abissal xo de 700 m, o coletor foi um box-corer.
são consideradas ambientes de maior diversidade do Para a preparação das lâminas, todos os Nemato-
grupo (Boucher & Lambshead, 1994), provavelmente da foram transferidos do formol a 10% para uma placa
devido a poucos fatores limitarem o desenvolvimento de Petri que continha uma solução de glicerina (5 par-
do grupo nesses habitats. tes), etanol (5 partes) e água destilada (90 partes). Essa
O estudo sobre os Nematoda marinhos no Brasil placa foi colocada em um dessecador por, no mínimo,
iniciou-se na década de 50 com os trabalhos de Gerla- 24 horas. Após esse processo de diafanização, os orga-
ch (1954, 1956a, 1956b, 1957a, 1957b). Através de um nismos foram transferidos para lâminas, incluídos em
convite feito pela USP (Universidade de São Paulo), esse glicerina pura, rodeada por parafina e, posteriormente,
pesquisador estudou a fauna de nematódeos marinhos recobertos por lamínulas através de aquecimento em
em várias áreas costeiras do litoral brasileiro (Corbisier, chapa de alumínio. Esses procedimentos foram descri-
1999). Após esse período inicial, nada foi feito em rela- tos por Platt e Warwick (1983) e Riemann (1988).
ção aos Nematoda marinhos na costa brasileira até o fim As lâminas foram estudadas por microscopia óp-
da década de 90, quando se reiniciaram os estudos de tica, sendo utilizados diferentes aumentos (até 1.000
cunho ecológico (Medeiros, 1997, 1998; Bezerra, 2001; vezes) para observação das diferentes estruturas utili-
Rodrigues, 2002; Castro, 2003; Moellmann, 2003; Rocha, zadas na identificação. Todas as lâminas encontram-se
2003; Curvelo, 2004; Esteves, 2004; Esteves et al., 2003, catalogadas e depositadas no Laboratório de Fauna
2004; Genevois et al., 2004). Ainda assim, esses trabalhos Psâmica do Departamento de Zoologia da UFRJ.
se limitam a áreas litorâneas, enquanto a nematofauna A nematofauna foi classificada quanto à tipolo-
de profundidade começa a ser agora analisada a partir gia bucal, seguindo a classificação de Wieser (1953),
de programas específicos, como o próprio REVIZEE e o conforme descrito na Tabela 1.

196 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Tabela 1: Tipos tróficos de Wieser (1953)
Tipos
Grupo Cavidade Bucal Estratégia Alimentar
Tróficos

1A reduzida ou ausente detritívoros seletivos


1
(sem armadura bucal)
1B ampla e sem dentes detritívoros não-seletivos

2A presença de pequenos dentes herbívoros


2
(com armadura bucal) predadores ou predadores/
2B ampla com dentes fortes e/ou mandíbulas
onívoros

Na análise multivariada, os dados foram trans- Esses procedimentos foram realizados a partir das roti-
formados para uma matriz de presença/ausência. Esse nas do programa PRIMER 5.0 for Windows.
procedimento foi decidido em função das diferenças
metodológicas existentes na coleta das amostras, es- 5.3. Resultados
pecialmente no que diz respeito aos diferentes cole-
tores utilizados. Para o estabelecimento de grupos de Foi identificado um total de 827 organismos perten-
amostras, com composição semelhante, foi aplicado centes a três ordens, 21 famílias e 62 gêneros (Tabela
o índice de similaridade de Bray-Curtis (Clarke & Wa- 2). A ordem com maior percentual de gêneros foi Eno-
rwick, 1994). A partir da matriz de similaridade obtida plida, seguida da ordem Chromadorida (Figura 1). As
com os dados de Nematoda, foi realizada uma análise famílias com o maior número de gêneros foram Des-
de ordenação não métrica multidimensional (MDS) modoridae e Leptsomatidae, respectivamente com 10
das estações de coleta (Clarke & Warwick, 1994). Para a e 8 gêneros (Tabela 2). Essas famílias apresentaram-se
significância dos resultados da análise de similaridade, amplamente distribuídas pela área do SCORE Central
foi aplicado o teste ANOSIM (Clarke & Warwick, 1994). (Figuras 2 e 3).

Tabela 2: Inventário faunístico dos Nematoda do REVIZEE/SCORE Central


Taxa Estações
Filo NEMATODA
Classe ADENOPHOREA
Subclasse ENOPLIA
Ordem ENOPLIDA
Subordem ENOPLINA
Família THORACOSTOMOPSIDAE
Enoploides Ssaweljev, 1912 C6-R1#4 DR/BC
Enoplolaimus De Man, 1893 C5-2R; C5-23R; C5-25A; C6-A3; C6-R2#1-1; C6-R2#2 DR;
C6-R3#2-1 DR; C6-R4#1; C6-R4#2 DR; C6-Y1; C6-Y5
Mesacanthoides Wieser, 1953 C6-C44; C6-R4#1
Thoracostomopsis Ditlevsen, 1918 C6-R1#1
Família ANOPLOSTOMATIDAE
Anoplostoma Bütschli, 1874 C5-24R; C6 R1#4 DR/BC

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 197


Continuação da tabela 2
Taxa Estações
Família PHANODERMATIDAE
Crenopharynx Filipjev, 1934 C6-A3; C6-C44; C6-R1#1; C6-R1#4 DR/BC; C6-Y5; C6-Y7
Micoletzkyia Ditlevsen, 1926 C6-R2#1-1
Phanoderma Bastian, 1865 C5-24R; C6-R1#4 DR/BC; C6-Y7
Família ANTICOMIDAE
Anticoma Bastian, 1865 C5-2R; C5-14R; C5-25R; C5-25A; C6-A1; C6-A3; C6-C1-3;
C6-R1#1; C6-R1#4 DR/BC; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-
R3#2-1 DR;C6-R3#3 DR; C6-R4#1; C6-R4#2 DR; C6-Y1;
C6-Y4
Odontanticoma Platonova, 1976 C5-504; C5-2R; C6-R1#4 DR/BC
Paranticoma Micoletzky, 1930 C6-C44; C6-R2#1-1; C6-Y5
Família IRONIDAE
Syringolaimus De Man, 1888 C5-2R; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-Y5
Família LEPTSOMATIDAE
Cylicolaimus De Man, 1889 C5-14R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-30R; C5-44R; C5-
45R; C6-Y1; C6-Y4
Deontostoma Filipjev, 1916 C5-24R; C5-25R; C6-Y1
Leptosomatides Filipjev, 1918 C5-24R; C6-R1#4 DR/BC; C6-R3#2-1 DR; R4#1; C6-Y1
Leptosomatum Bastian, 1865 C5-14R; C5-7R; C5-24R; C5-25R; C5-30R; C6-A3; C6-
R1#4 DR/BC; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-R3#3 DR; C6-
R4#1; C6-R4#2 DR; C6-Y1; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y5; C6-Y7
Metacylicolaimus Stekhoven, 1946 C5-24R; C5-25R; C5-30R; C6-Y1
Pseudocella Filipjev, 1927 C5-2R; C5-44R; C5-45R; C6-R4#1
Synonchus Cobb, 1894 C5-23R; C5-24R; C6-Y1; C6-Y5
Thoracostoma Marion, 1870 C5-517; C5-2R; C5-14R; C5-7R; C5-20R; C5-21R; C5-23R;
C5-24R; C5-25R; C5-30R; C5-44R; C5-45R; C6-A3; C6-
C44; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y1; C6-Y2; C6-
Y3; C6-Y4; C6-Y6; C6-Y7
Família OXYSTOMINIDAE
Halalaimus De Man, 1888 C5-2R; C6-R1#1; C6-R2#1-1; C6-R2#2 DR; C6-R4#1; C6-
Y4; C6-Y7
Oxystomina Filipjev, 1927 C5-2R
Thalassoalaimus De Man, 1893 C5-2R
Família ONCHOLAIMIDAE
Pontonema Leidy, 1855 C5-25R; C5-45R; C6-Y7
Viscosia De Man, 1890 C5-2R; C5-25R; C5-25A; C5-45R; C6-A1; C5-C44; C6-
R1#1; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C5-R4#1; C6-Y1; C6-Y3; C6-
Y4; C6-Y5; C6-Y7
Família ENCHELIDIIDAE
Bathyeurystomina Lambshead & Platt, 1979 C6-Y1

198 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 2
Taxa Estações
Calyptronema Marion, 1870 C5-24R
Symplocostoma Bastian, 1865 C5-2R; C5-20R; C5-24R; C5-25R; C5-42R; C6-C44; C6-
R1#4 DR/BC; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y4; C6-
Y5; C6-Y6; C6-Y7
Subclasse CHROMADORIA
Ordem CHROMADORIDA
Subordem CHROMADORINA
Família CHROMADORIDAE
Euchromadora De Man, 1886 C5-25R; C6-R3#2-1 DR
Steineridora Inglis, 1969 C5-25R
Família COMESOMATIDAE
Paracomesoma Hope & Murphy, 1972 C6-R1#4 DR/BC
Sabatieria Rouville, 1903 C5-517; C5-2R; C5-25A; C6-R1#1; C6-R2#1-1; C6-R3#1;
C6-Y5; C6-Y7
Vasostoma Wieser, 1954 C5-2R; C6-R1#1; C6-R3#2-1 DR; C6-Y5
Família CYATHOLAIMIDAE
Marylynnia Hopper, 1977 C5-2R
Paracanthonchus Micoletzky, 1924 C6-R1#4 DR/BC
Família SELACHNEMATIDAE
Choanolaimus De Man, 1880 C5-25R; C5-25A
Demonema Cobb, 1894 C5-2R
Halichoanolaimus De Man, 1886 C5-2R; C5-25R; C5-25A; C6-A3; C6-R1#1; C6-R2#1-1;
C6-R3#1
Família DESMODORIDAE
Chromaspirinia Filipjev, 1918 C5-2R; C5-14R; C5-25R; C5-49R; C6-R2#1-1; C6-R3#1;
C6-R4#1; C6-Y7
Desmodora De Man, 1889 C5-14R; C5-7R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-49R; C6-
R3#1; C6-R4#1; C6-R4#2 DR; C6-Y2; C6-Y4; C6-Y5; C6-Y6
Echinodesmodora Blome, 1982 C5-2R
Eubostrichus Greef, 1869 C6-R4#1
Leptonemella Cobb, 1920 C5-24R
Metachromadora Filipjev, 1918 C5-2R; C5-14R; C5-7R; C5-23R; C5-25R; C5-42R; C5-44R;
C5-45R; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y4; C6-Y7
Pseudochromadora Daday, 1889 C5-14R; C5-23R; C5-24R; C6-R2#1-1; C6-R3#1; C6-R4#1;
C6-R4#2 DR; C6-Y2; C6-Y4; C6-Y7
Sigmophoranema Hope & Murphy, 1972 C5-2R; C5-44R; C5-45R; C6-Y7
Stygodesmodora Blome, 1982 C5-2R; C5-25R;
Zalonema Cobb, 1920 C5-2R; C6-R4#1; C6-Y4

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 199


Continuação da tabela 2
Taxa Estações
Subordem LEPTOLAIMINA
Família LEPTOLAIMIDAE
Leptolaimus De Man, 1876 C6-Y1
Família AEGIALOALAIMIDAE
Cyartonema De Man, 1907 C5-2R; C5-23R; C5-24R; C5-30R; C6-Y2
Ordem MONHYSTERIDA
Família MONHYSTERIDAE
Thalassomonhystera Jacobs, 1987 C6-Y7
Família XYALIDAE
Linhystera Juario, 1974 C6-A3; C6-Y4
Manganonema Busseau, 1993 C6-R2#1-1
Omicronema Cobb, 1920 C6-R3#1
Família LINHOMOEIDAE
Disconema Filipjev, 1918 C6-R2#2 DR
Linhomoeus Bastian, 1865 C6-Y7
Megadesmolaimus Wieser, 1954 C6-R1#1; C6-R3#1; C6-Y7
Metalinhomoeus De Man, 1907 C6-A3; C6-C44; C6-R1#4 DR/BC; C6-R2#2 DR; C6-R3#1;
C6-Y7
Terschellingia De Man, 1888 C6-R1#4 DR/BC; C6-R4#1; C6-Y4; C6-Y7
Família AXONOLAIMIDAE
Ascolamius Ditlevsen, 1919 C6-C44
Família DIPLOPELTIDAE
Diplopeltis Cobb in Stiles & Hassal, 1905 C5-2R; C6-C44; C6-Y7
Diplopeltula Gerlach, 1950 C5-24R

MONHYSTERIDA
19%

ENOPLIDA
46%

CHROMADORIDA
35%

Figura 1: Percentuais de gêneros em cada ordem do filo Nematoda.

200 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 2: Ocorrência da família Leptsomatidae na área estudada.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S

MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 3: Ocorrência da família Desmodoridae na área estudada.

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 201


Do total de 62 gêneros encontrados, destaca-se da distribuição batimétrica, observou-se que mais de
o primeiro registro para a costa brasileira de oito gê- 50% dos gêneros foram encontrados apenas nas amos-
neros (Tabela 3). tras da plataforma continental (Tabela 4; Figura 5). Essa
Considerando a composição da nematofauna em composição diferenciada foi observada pela análise
relação à tipologia bucal, observou-se que não houve multidimensional, que evidenciou uma tendência de
um tipo bucal dominante (Figura 4). Os tipos tróficos separação das amostras localizadas na plataforma e
apresentaram valores percentuais que variaram de no talude. Tal observação foi considerada significativa
23% a 29% (Figura 4). pela análise de significância das similaridades (Figura
Considerando a composição da fauna em função 6, R = 0,325; p<0,0001).

Tabela 3: Primeiros registros para o litoral brasileiro.

Família Gênero
THORACOSTOMOPSIDAE Thoracostomopsis
LEPTSOMATIDAE Deontostoma
Leptosomatides
Metacylicolaimus
Pseudocella
Synonchus
Thoracostoma
DESMODORIDAE Zalonema

Tabela 4: Classificação trófica e ocorrência dos gêneros em função da distribuição batimétrica.


Família Gêneros Tipo Bucal Plataforma Talude
THORACOSTOMOPSIDAE Enoploides 2B X
Enoplolaimus 2B X X
Mesacanthoides 2B X
Thoracostomopsis 2B X
ANOPLOSTOMATIDAE Anoplostoma 1B X X
PHANODERMATIDAE Crenopharynx 1A X X
Micoletzkyia 1A X X
Phanoderma 1B X X
ANTICOMIDAE Anticoma 1A X X
Odontanticoma 2A X X
Paranticoma 2A X
IRONIDAE Syringolaimus 2B X
LEPTOSOMATIDAE Cylicolaimus 2B X
Deontostoma 2A X
Leptosomatides 1A X X
Leptosomatum 1A X X
Metacylicolaimus 2A X

202 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 4
Família Gêneros Tipo Bucal Plataforma Talude
Pseudocella 2A X
Synonchus 2A X
Thoracostoma 2A X X
OXYSTOMINIDAE Halalaimus 1A X X
Oxystomina 1A X
Thalassoalaimus 1A X
ONCHOLAIMIDAE Pontonema 2B X
Viscosia 2B X X
ENCHELIDIIDAE Bathyeurystomina 2B X
Calyptronema 2B X
Symplocostoma 2B X X
CHROMADORIDAE Euchromadora 2A X X
Steineridora 2A X
COMESOMATIDAE Paracomesoma 1B X
Sabatieria 1B X X
Vasostoma 1B X X
CYATHOLAIMIDAE Marylynnia 2A X
Paracanthonchus 2A X
SELACHINEMATIDAE Choanolaimus 2B X X
Demonema 2B X
Halichoanolaimus 2B X X
DESMODORIDAE Chromaspirinia 1B X
Desmodora 1B X X
Echinodesmodora 1B X
Eubostrichus 1B X
Leptonemella 1A X
Metachromadora 2A X
Pseudochromadora 2A X X
Sigmophoranema 2A X
Stygodesmodora 1B X
Zalonema 1B X
LEPTOLAIMIDAE Leptolaimus 1A X
AEGIOALAIMIDAE Cyartonema 1A X X
MONHYSTERIDAE Thalassomonhystera 1B X
XYALIDAE Linhystera 1B X X

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 203


Continuação da tabela 4
Família Gêneros Tipo Bucal Plataforma Talude
Manganonema 1B X
Omicronema 2A X
LINHOMOEIDAE Disconema 1A X
Linhomoeus 1B X
Megadesmolaimus 1B X
Metalinhomoeus 1B X X
Terschellingia 1A X X
AXONOLAIMIDAE Ascolamius 1B X
DIPLOPELTIDAE Diplopeltis 1A X
Diplopeltula 1A X

ESTRUTURA TRÓFICA

2B
23% 1A
24%

2A
24% 1B
29%

Figura 4: Estrutura trófica (Wieser, 1953) da nematofauna na área estudada.

Comuns
37%

Plataforma
57%

Talude
6%

Figura 5: Percentuais dos gêneros presentes somente na plataforma continental, somente


no talude e comuns às duas regiões batimétricas.

204 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Stress: 0.16

plataforma

talude

Figura 6: Análise de ordenação multidimensional (MDS), considerando a distribuição batimétrica das estações
(R = 0,325; p<0,0001).

5.4. Discussão qualquer afirmação sobre grupos dominantes. A ordem


Enoplida é composta principalmente por grandes pre-
A influência do fator metodológico pode ser observada dadores, com uma cavidade bucal possuindo dentes
em vários aspectos dos resultados. O primeiro aspecto e, em alguns, mandíbulas. Esses Enoplida apresentam,
é o número total de indivíduos estudados (827 orga- comparativamente, dimensões corpóreas maiores que
nismos), que é bastante inferior ao de outros grupos, os Monhysterida e Chromadorida, sendo muitas vezes
como, por exemplo, os moluscos que apresentaram enquadrados dentro do limite de tamanho de corpo da
um número total de indivíduos superior a 30.000 (ver macrofauna.
capítulo 6). Outro aspecto é o tamanho dos animais Apesar da questão metodológica, a importân-
coletados, uma vez que, dos 62 gêneros identificados, cia dessa avaliação reside no fato de que existe uma
apenas um, Linhystera, não apresenta na literatura ta- carência muito grande de estudos sobre esse grupo
manho máximo superior a 1 mm, demonstrando dessa animal, especialmente em águas profundas, onde a
maneira a influência das aberturas de malha utilizadas escassez não se apresenta só para esse grupo, mas, de
na composição da fauna encontrada. uma forma geral, para toda a fauna bentônica. Um re-
Em relação às ordens de Nematoda, observou-se flexo dessa situação é o número de primeiros registros
a dominância dos Enoplida. Chromadorida foi o grupo feitos neste trabalho. Esse número representa cerca de
dominante em regiões abissais do Atlântico Nordeste e 13% do total de gêneros encontrados, o que reflete o
em algumas áreas do Atlântico Oeste. (Thistle & Sherman, pequeno número de estudos de levantamento do gru-
1985). Observou-se também uma afinidade, ao nível de po na costa brasileira.
gênero, entre a comunidade de Nematoda do leste e Existem informações disponíveis sobre a distribui-
oeste do Atlântico (Vincx et al., 1994). No entanto, para ção da nematofauna de mar profundo para um número
a região estudada da costa brasileira, não poderíamos considerável de regiões geográficas (Tabela 5). Para a
definir qualquer padrão de dominância, uma vez que a costa brasileira, apenas nos últimos cinco anos inicia-
questão metodológica levantada anteriormente, no que ram-se os estudos da biota de mar profundo, o que
diz respeito ao aparato de coleta e às malhas utilizadas torna qualquer tipo de trabalho de extrema relevância
nas campanhas oceanográficas do REVIZEE, impede para o levantamento da biodiversidade brasileira.

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 205


Tabela 5: Trabalhos realizados com meiofauna e nematoda em regiões de mar profundo em diversas partes do mundo.

Região Referências
Wigley & McIntyre (1964); Tietjen (1971); Coull et al. (1977); Sibuet et al.
Noroeste do Atlântico
(1984); Thistle et al. (1995)
Pacífico Thiel (1975); Shirayama (1984a e b); Snider et al. (1984)
Mediterrâneo Dinet et al. (1973); Thiel (1975); Thiel (1983); Soetaert et al. (1991a, b)
Mar Vermelho Vivier (1978a, b); Thiel (1979); Thiel et al. (1987); Pfannkuche (1993)
Mar da Noruega Jensen (1988); Dinet & Vivier (1979)
Mar da Groelândia Thiel (1975)
Oceano Índico Pfannkuche & Thiel (1987)
Sudoeste do Atlântico Soltwedel (1993)

A análise multidimensional mostrou uma ten- que ainda não foram registrados e/ou descritos. As-
dência de separação entre as duas comunidades ne- sim, faz-se necessário um esforço científico para au-
matofaunísticas, corroborando o fato de que fatores mentar o conhecimento da nematofauna, procuran-
ecológicos locais podem estar influenciando na distri- do de alguma forma aumentar o interesse de jovens
buição dos gêneros presentes no talude e na platafor- cientistas pela taxonomia, como sugere Coomans
ma conforme observado por Vincx et al. (1994) para o (2002), uma vez que esses organismos são sérios
Atlântico Nordeste. candidatos a excelentes indicadores biológicos das
O percentual de primeiras ocorrências de gêne- condições ambientais e de possíveis perturbações
ros de Nematoda para o Brasil pode ser um indicati- antrópicas, tais como a exploração de petróleo ou
vo da existência de uma infinidade de novos táxons a mineração.

5.5. Agradecimentos 5.6. Referências Bibliográficas

À Profa. Dra. Helena P. Lavrado (Depto. de Biologia AUSTEN, M. C. 1989. Factors affecting estuarine meiobenthic
Marinha/UFRJ), pela oportunidade de trabalhar com o assemblages structure: a multifactorial microcosm
experiment. Journal of Experimental Marine Biology and
material do REVIZEE e, especialmente, por acreditar em Ecology, v. 130, p. 167-187.
nosso trabalho. À Profa. Dra. Thais Corbisier (IOUSP),
BEZERRA, T. N. C. 2001. Nematofauna de uma praia arenosa
pelos valiosos comentários e sugestões. À Profa. Dra.
tropical no Istmo de Olinda–Pernambuco–Brasil. 100 p.
Verônica F. Genevois (Depto. de Zoologia/UFPE) pela Tese (Doutorado em Oceanografia) - Departamento de
leitura do texto, por seu incentivo e, em especial, por Oceanografia, UFPE, Recife.
seu apoio incondicional ao estudo dos Nematoda ma- BONGERS, T.; BONGERS, M. 1998. Functional diversity of
rinhos no Brasil. nematodes. Applied soil Ecology, v. 10, p. 239-251.

BONGERS, T.; FERRIS, H. 1999. Nematode community structure


as a bioindicator in environmental monitoring. Trends in
Ecology and Evolution, v.14, n. 6.

206 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


BONGERS, T.; ALKEMADE, R.; YEATES, G. W. 1991. Interpretation DITTMANN, S. 1993. Impact of foraging soldiercrabs
of disturbance-induced maturity decrease in marine (Decapoda: Mictyridae) on meiofauna in a tropical tidal
nematode assemblages by means of the Maturity index. flat. Revista de Biologia Tropical, v. 41, p. 627-637.
Marine Ecology Progress Series, v. 76, p. 135-142.
ESTEVES, A. M. 2004. Free-living marine nematodes from
BOUCHER, G.; LAMBSHEAD, P. J. D. 1994. Ecological biodiversity Coroa Grande tidalflat (Sepetiba Bay, Rio de Janeiro,
of marine Nematodes in samples from Temperate, Tropical Brazil). Biociências, v. 12, n. 2, p. 185-186.
and Deep-Sea Regions. Conservation Biology, v. 9, n. 6,
p.1594-1604. ESTEVES, A. M.; MARIA, T. F.; WANDENESS, A. P. 2003. Population
structure of Oncholaimus cobbi (Kreis, 1932) in a tropical
CASTRO, F. J. V. 2003. Variação temporal da meiofauna e da tidalflat. Journal of the Marine Biological Association of the
nematofauna em uma área mediolitorânea da Bacia do United Kingdom, v. 83, p. 903-904.
Pina (Pernambuco, Brasil). 110 p. Tese (Doutorado em
Oceanografia) - Departamento de Oceanografia, UFPE, ESTEVES, A. M.; MARIA, T. F.; WANDENESS, A. P. 2004. Population
Recife. structure of Comesoma arenae Gerlach (Nematoda:
Comesomatidae) in a Brazilian tropical tidalflat, Rio de
CLARKE, K. R.; WARWICK, R. M. 1994. Change in marine Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 21, p. 775-
communities: an approach to statistical analysis and 777.
interpretation. Plymouth: Plymouth Marine Laboratory.
144 p. FITZHUGH, G. R.; FLEEGER, J. W. 1985. Coby (Pisces: Gobiidae)
interactions with meiofauna and small microfauna.
COOMANS, A. 2002. Present status and future of nematodes Bulletin of Marine Science, v. 36, n. 3, p. 436-444.
systematics. Nematology, v. 4, n. 5, p.573-582.
GEE, J. M. 1989. An ecological and economic review of
CORBISIER, T. N. Nematoda. 1999. In: Migotto, A. E.; Tiago, C. meiofauna as food for fish. Zoological Journal of the
G. Biodiversidade do estado de São Paulo, Brasil: síntese Linnean Society, v. 96, p. 243-261.
do conhecimento ao final do século XX. 3. Invertebrados
marinhos. São Paulo: FAPESP. p. 115-122. GENEVOIS, V.; SANTOS, G. A. P.; CASTRO, F. J. V.; BOTELHO, A.
P.; ALMEIDA, T. C. M.; COUTINHO, R. 2004. Biodiversity of
COULL, B. C. 1988. The ecology of marine meiofauna. I marine nematodes from an atypical tropical coastal area
n: HIGGINS, R. P.; THIEL, H. (Ed.). Introduction to the study affected by upwelling (Rio de Janeiro, Brazil). Meiofauna
of meiofauna. Washington: Smithsonian Institute Press. p. Marina, v. 13, p. 37-44.
18-38.
GERLACH, S. A. 1954. Freilebenden Nematoden aus der Lagoa
COULL, B. C. 1990. Are members of the meiofauna food Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro). Zoologischer Anzeiger¸
for higher trophic levels? Transactions of American Jena, v. 153, p.135-143.
Microscopical Society, v. 109, n.3, p. 233-246.
GERLACH, S. A. 1956a. Brasilianische Meeres-Nematoden I.
COULL, B. C.; CHANDLER, T. 1992. Pollution and meiofauna: Boletim do Instituto Oceanográfico da Universidade de São
field, laboratory and mesocosm studies. Oceanography Paulo, v.5, p. 3-69.
and Marine Biology: an Annual Review, v.30, p. 191-271.
GERLACH, S. A. 1956b. Die Nematodenbeseiedlung des
COULL, B. C.; ELLISON, R. L.; FLEEGER, J.W.; HIGGINS, R. P.; tropischen Brandungsstrandes von Pernambuco,
HOPE, W. D.; HUMMON W. D.; RIEGER, R. M.; STERRER, Brasilianische Meeres Nematoden II. Kieler
W. E.; TIETJEN, J. H. 1977. Quantitative estimates of the Meeresforschungen, v. 12, n. 2, p. 202-218.
meiofauna from the deep sea of North Carolina, USA.
Marine Biology, v. 39, p. 233-240. GERLACH, S. A. 1957a. Marine Nematoden aus dem Mangrove-
Gebiet vonCananéia (Brasilianische Meeres-Nematoden
CURVELO, R. R. 2004. Variação da estrutura e distribuição III). Jahrbuch Der Akademie Der Wissenschaften Und Der
da meiofauna na Enseada de Picinguaba, Ubatuba, SP. Literatur In Mainz, v. 5, p. 129-176.
145 p. Tese (Doutorado em Oceanografia) - Instituto
Oceanográfico, USP, São Paulo. GERLACH, S. A. 1957b. Die Nematodenfauna des Sandstrandes
na der küste von Mittelb (Brasilianische Meeres-
DINET, A.; VIVIER, M. H. 1979. Le meiobenthos abyssal du Nematoden IV). Mitteilungen Aus Dem Zoologischen
Golfe de Gascogne. II. Les peuplements de Nematodes et Museum In Berlin, v. 33, n. 2, p. 411-459.
leur divesité specifique. Cahiers de Biologie Marine, v. 20,
p. 109–123. HEIP, C.; VINCX, M.; VRANKEN, G. 1985. The ecology of marine
nematodes. Oceanography and Marine Biology: an Annual
DINET, A. ; LAUBIER, L. ; SOYER, J.; VITIELLO P. 1973. Resultats Review, v. 23, p. 399-489.
biologiques de la Campagne polymede II. Le méiobenthos
abyssal. Rapport de la Comisión Internationale pour HUGOT, J. P.; BAUJARD, P.; MORAND, S. 2001. Biodiversity
l´Exploration de la Mediterranee, v. 21, p. 701-704. in helminthes and nematodes as a field of study: an
overview. Nematology, v. 3, p. 199-208.

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 207


JENSEN, P. 1988. Nematode assemblages in the deep-sea SCHOLZ, D. S.; MATTHEWS, L. L.; FELLER, R. J. 1991. Detecting
benthos of Norwegian Sea. Deep-Sea Research I, v. 35, selective digestion of meiobenthic prey by juvenile spot
p.1173-1184. Leiostomus xanthurus (PISCES) using immunoassays.
Marine Ecology Progress Series, v. 72, p. 59-67.
LAWTON, J. H.; BIGNELL, D. E.; BOLTON, B.; BLOEMERS, G. F.;
EGGLETON, P.; HAMMOND, P. M.; HODDA, M.; HOLT, R. D.; SHIRAYAMA,Y. 1984a.The abundance of deep-sea meiobenthos
LARSEN, T. B.; MAWDSLEY, N. A.; STORK, N. E.; SRIVASTAVA, in the Western Pacific in relation to environmental factors.
D. S. & WATT, A. D. 1998. Biodiversity inventories, indicator Oceanologica Acta, v. 7, p.113–121.
taxa and effects of habitat modification in tropical forest.
Nature, v. 391, p. 72-76. SHIRAYAMA, Y. 1984b. Vertical distribution of meiobenthos in
the sediment profile in bathyal, abyssal and hadal deep
MEDEIROS, L. R. de A. 1997. Nematofauna de Praia Arenosa sea systems of the Western Pacific. Oceanologica Acta, v.
da Ilha Anchieta, São Paulo. 388 p. Tese (Doutorado em 7, p. 123–129.
Zoologia) - Instituto de Biociências, USP, São Paulo.
SIBUET, M.; MONNIOT, C.; DESBRUYÈRES, D.; DINET, A.;
MEDEIROS, L. R. de A. 1998. Nematofauna de praia arenosa da KHRIPOUNOFF, A.; ROWE, G.; SIGOZAC, M. 1984.
Ilha Anchieta, São Paulo: 1. Estrutura trófica. In: SIMPÓSIO Peuplements benthiques et characteristiques trophiques
BRASILEIRO DE ECOSSISTEMAS, 4, Águas de Lindóia. du milieu dans la plaine abyssale de Demerara.
Anais... São Paulo: ACIESP. v. 2, p. 166-178. Oceanologica Acta, v. 7, p. 345-358.

MOELLMANN, A. M. 2003. Variação espacial e temporal da SNIDER, L. J., BURNETT, B. R.; HESSLER, R. R. 1984. The
meiofauna de duas praias arenosas do estado de São Paulo composition and distribution of meiofauna and nanobiota
e efeito do turismo sobre a meiofauna e os Nematoda in a North Pacific deep-sea area. Deep-Sea Research, v. 31,
durante o verão. 155 p. Tese (Doutorado em Oceanografia) p. 1225-1249.
- Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo.
SOETAERT, K.; HEIP, C.; VINCX, M. 1991a. Diversity of nematode
PFANNKUCHE, O. 1993. Benthic response to the sedimentation assemblages along a Mediterranean deep-sea transect.
of particulate organic matter at the BIOTRANS station, Marine Ecology Progress Series, v. 75, p. 275-282.
47°N, 20°W. Deep-Sea Research, v. 40, p.135-149.
SOETAERT, K.; HEIP, C.; VINCX, M. 1991b. The meiobenthos
PFANNKUCHE, O.; THIEL, H. 1987. Meiobenthic stocks and along a Mediterranean deep-sea transect off Calvi
benthic activity on the NE-Svalbard shelf and in the Nansen (Corsica) and in an adjacent canyon. Marine Ecology, v. 12,
basin. Polar Biology, v. 7, p. 253-266. p. 227-242.

PLATT, H. M.; WARWICK, R. M. 1980. The significance of free-living SOLTWEDEL,T. 1993. Meiobenthos und biogene Sedimentkom-
nematodes to the littoral ecosystem. Systematics Association ponenten im tropischen Ost-Atlantik. Berichte aus dem
Special, v. 17, p. 729-759. Zentrum für Meeres- und Klimaforschung der Universitäf
hamburg Reihe E: Hydrobiologie und Fischereiwis-
PLATT, H. M.; WARWICK, R. M. 1983. Free-living Marine senschaft, v. 6.
Nematodes. Part 1. British Enoplids. Cambridge:
Cambridge University Press. 307 p. THIEL, H. 1975. The size structure of deep-sea benthos.
International Revue des gesamten Hydrobiologie, v. 60, p.
RIEMANN, F. Nematoda. 1988. In: HIGGINS, R. P.; THIEL, H. 579-606.
(Ed.). Introduction to the study of meiofauna. Washington:
Smithsonian Institute Press. p. 293-299 THIEL, H. 1979. First quantitative data on the Red Sea deep
benthos. Marine Ecology Progress Series, v. 1, p. 350-447.
ROCHA, C. M. C. da. 2003. Efeito do substrato fital na comunidade
meiofaunística associada com ênfase aos Nematoda livres. THIEL, H. 1983. Meiobenthos and nanobenthos of the deep
120 p. Tese (Doutorado em Oceanografia) - Departamento sea. In: ROWE, G.; PARIENTE, V. (Ed.). Deep-sea biology.
de Oceanografia, UFPE, Recife. New York: Wiley. p. 167-230.

RODRIGUES, A. C. L. 2002. Variação espacial da meiofauna THIEL, H.; PFANNKUCHE, O.; THEEG, R.; SCHRIEVER, G. 1987.
com ênfase à nematofauna na bacia do pina, Pernambuco Benthic metabolism and standing stock in the central and
– Brasil. 75 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) northern deep Red Sea. Marine Ecology, v. 8, p. 1-20.
- Centro de Ciências Biológicas, UFPE, Recife.
THISTLE, D.; SHERMAN, K. 1985. The Nematode fauna of a
RODRIGUES, N. R. R. 2004. Distribuição espacial dos Nematoda deep-sea site exposed to strong near-bottom currents.
livres em um gradiente hipersalino do nordeste brasileiro. Deep Sea Research, v. 32, p. 1077-1088.
78 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Centro
de Ciências Biológicas, UFPE, Recife. THISTLE, D.; LAMBSHEAD, P. J. D.; SHERMAN, K. 1995. Nematode
tail-shape groups respond to environmental differences
SCHIEMER, F. 1987. Nematoda. In: PANDIAN, T. J.; VERNBERG, in the deep sea. Vie et Milieu, v. 45, p. 107-115.
F. J. (Ed.). Animal energetics. San Diego: Academic Press. v.
1, p. 185-215. TIETJEN, J. H. 1971. Ecology and distribution of deep-sea
meiobenthos of North Carolina. Deep-Sea Research, v. 18,
p. 941-957.

208 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


VIGLIERCHIO, D. R. 1991. The world of nematodes: a fascinating WEBSTER, J. M. 1980. Nematodes in an overcrowded world.
component of the animal kingdom. Davis, CA: Ag Access Revue Nématology, v. 3, n. 1, p. 135-143.
Corporation. 226 p.
WIDDICOMBE, S.; AUSTEN, M. 2001. The interaction between
VINCX, M.; BETT, B. J.; DINET, A.; FERRERO, T.; GOODAY, A. J.; physical disturbance and organic enrichment: An
LAMBSHEAD, P. J. D.; PFANNJUNCHE, T.; SOLTWEDEL, T.; important element in structuring benthic communities.
VANREUSEL, A. 1994. Meiobenthos of the deep Northeast Limnology and Oceanography, v. 46, n. 7, p. 1720-1733.
Atlantic. Advances in Marine Biology, v. 30, p. 1-88.
WIESER, W. 1953. Die Beziehung zwischen Mundhöhlengestalt,
VIVIER, M. H. 1978a. Conséquences d´un déversement de boue Ernährungsweise und Vorkommen beifrelebenden
rouge d´alumine sur le méiobenthos profond (Canyon de marinen nematoden. Archives fur Zoologie, v. 4, n. 26, p.
Cassidaigne, Mediterranée). Tethys, v. 8, p. 249-262. 439-484.

VIVIER, M. H. 1978b. Influence d´un déversement industriel WIGLEY, R. L.; MCINTYRE, A. D. 1964. some quantitative
profond sur la nématofaune (Canyon de cassidaigne, comparisons of offshore meiobenthos and macrobenthos
Mediterranée). Tethys, v. 8, p. 307-321. south of Martha’s Vineyard. Limnology and Oceanography,
v. 9, p. 485-493.
WARWICK, R. M.; DEXTER, D. M.; KUPERMAN, B. 2002. Freeliving
nematodes from the Salton Sea. Hydrobiologia, v. 473, p.
121-128.

CAPÍTULO 5 – FILO NEMATODA 209


Capítulo 6
Filo Mollusca
Ricardo Silva Absalão1,2, Carlos Henrique Soares Caetano1, Rafael da Rocha Fortes1

Resumo
Durante a realização do Programa REVIZEE/SCORE Central - que se restringiu à área situada entre o norte do Rio
de Janeiro e a cidade de Salvador, Bahia - foram realizadas quatro campanhas oceanográficas, sendo que aqui
apresentamos os resultados referentes a três delas: Central I (1996), Central II (1997) e Central V (2001). Foram
examinados 31.816 indivíduos distribuídos entre 932 táxons, o que corresponde a um pouco mais que 50%
de toda malacofauna marinha já reportada para a costa brasileira. Dentre as classes de moluscos, apenas os
Monoplacophora não foram representados em nosso material, e os Gastropoda e Pelecypoda compreenderam a
grande maioria dos táxons (> 90% do total). Desse total, 33 espécies são, pela primeira vez, reportadas para o litoral
brasileiro: Gastropoda - Alvania colombiana, Belomitra exsculpta, Borsonia cf. syngenes, Buchema tainoa, Bulla cf.
abyssicola, Cerithiella amblytera, Cerodrillia clappi, Circulus cf. semisculptum, Cochliolepis parasítica, Compsodrillia
eucosmia, Crassispira premorra, Cryoturris cf. fargoi, Dentimargo sulcata, Famelica mirmidina, Famelica monotropis,
Gemmula periscelida, Glyphostoma elsae, Glyphostoma golfoyaquensis, Gymnobela extensa, Gymnobela malmii,
Ittibittium turriculum, Leucosyrinx pelagia, Marevalvata tricarinata, Palazzia planorbis, Typhlomangelia nivalis,
Vetulonia jefreysi -, Pelecypoda - Aligena texasiana, Ledella cf. sandersi, Limaria floridana, Neilonella corpulenta,
Tellina exilis, Youldiella cf. bigutatta - e Scaphopoda - Fustiaria stenoschiza. Também tem seu primeiro registro para
águas brasileiras um total de 14 gêneros, sendo pertencentes aos Gastropoda (Belomitra, Cerithiella, Cochliolepis,
Famelica, Ittibittium, Marevalvata, Palazzia, Phymorrinchus, Taranis, Typhlomangelia, Vetulonia, Xanthodaphne) e
aos Pelecypoda (Aligena e Myssela). Entre os táxons mais freqüentes na plataforma continental, estão: Arca
zebra, Barbatia domingensis, Botula fusca, Cerithium litteratum, Lima lima, Lithophaga nigra, Nassarius albus,
Tricolia affinis, Triphora melanura e Turritella exoleta. O talude foi caracterizado pelos seguintes táxons: Creseis
acicula, Belomitra exsculpta, Benthonellania spp., Ledella sp., Nucula semiornata, Seguenzia hapala, Solariella
lubrica e Youldiella spp., constatando-se, assim, a singularidade entre as malacofaunas da plataforma e talude
continentais. Também se verificou que a malacofauna da plataforma continental do estado do Rio de Janeiro
se distingue daquela presente nos estados mais ao norte em virtude da maior presença de componentes com
afinidades criófilas. Por outro lado, a malacofauna do talude parece pertencer a uma única assembléia que se
estenderia pelo três estados. Constatou-se a existência de uma correlação positiva (r = 0,45; p < 0,05; n = 39)
entre a distância da costa e a porcentagem de moluscos com desenvolvimento larvar planctotrófico, o que
nos sugere que organismos com esse tipo de desenvolvimento possuem uma maior capacidade de dispersão
e, conseqüentemente, uma maior área potencial de ocorrência. O estado do Rio de Janeiro apresentou a maior
riqueza taxonômica em termos relativos com 14,4 táxons por estação.

Palavras-chave: moluscos marinhos, biogeografia, Brasil, Revizee, biodiversidade, distribuição geográfica.

1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, IBRAG/DBAV. Lab. Malacologia, sl. 525/2, Maracanã, Rio de Janeiro/RJ, Brasil. CEP: 20550-013. E-mail: absalao@hotmail.com
2. Universidade Federal do Rio de Janeiro, IB, Depto. Zoologia, Lab. Malacologia, sl. 94, Ilha do Fundão/RJ, Brasil. CEP 21941-570.

ABSALÃO, R.S.; CAETANO, C.H.S. & FORTES, R.R. Capítulo 6. Filo Mollusca. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 211-260 (Série Livros n. 18) 211
Abstract
During the SCORE Central segment of the REVIZEE Program, which was carried out in the region between
northern Rio de Janeiro and the city of Salvador, state of Bahia, four oceanographic expeditions were carried
out. Here we present the results of three of them: Central I (1996), Central II (1997) and Central V (2001). A total
of 31,816 individuals were examined; 932 taxa were represented, which corresponds to slightly more than
50% of the entire marine molluscan fauna previously reported from the Brazilian coast. Monoplacophorans
were not present in our material. The Gastropoda and Pelecypoda comprised the great majority of taxa (> 90%
of the total). Of these, 33 species were reported for the first time from the Brazilian coast, including, in the
Gastropoda: Alvania colombiana; Belomitra exsculpta; Borsonia cf. syngenes; Buchema tainoa; Bulla cf. abyssicola;
Cerithiella amblytera; Cerodrillia clappi; Circulus cf. semisculptum; Cochliolepis parasitica; Compsodrillia eucosmia;
Crassispira premorra; Cryoturris cf. fargoi; Dentimargo sulca); Famelica mirmidina; Famelica monotropis; Gemmula
periscelida; Glyphostoma elsae; Glyphostoma golfoyaquensis; Gymnobela extensa; Gymnobela malmii; Ittibittium
turriculum; Leucosyrinx pelagia; Marevalvata tricarinata; Palazzia planorbis; Typhlomangelia nivalis; Vetulonia
jefreysi; Pelecypoda: Aligena texasiana; Ledella cf. sandersi; Limaria floridana; Neilonella corpulenta; Tellina
exilis; Youldiella cf. bigutatta; Scaphopoda: Fustiaria stenoschiza. A total of 14 genera were also reported from
the Brazilian coast for the first time, including, in the Gastropoda: Belomitra, Cerithiella, Cochliolepis, Famelica,
Ittibittium, Marevalvata, Palazzia, Phymorrinchus, Taranis, Typhlomangelia, Vetulonia, Xanthodaphne; and in
the Pelecypoda: Aligena e Myssela. Among the most frequent taxa on the continental shelf were: Arca zebra;
Barbatia domingensis; Botula fusca; Cerithium litteratum; Lima lima; Lithophaga nigra; Nassarius albus; Tricolia
affinis; Triphora melanura; Turritella exoleta. Species characteristic of the continental slope were: Creseis acicula;
Belomitra exsculpta; Benthonellania spp.; Ledella sp.; Nucula semiornata; Seguenzia hapala; Solariella lubrica and
Youldiella spp., so characterizing the distinct malacofauna from shelf and continental slope. The molluscs from
continental shelf from Rio de Janeiro State are distinguished from the northern malacological assemblages for
the higher presence of cryophiles species. By other hand, the molluscs from continental slope are continuing
over all three states. There was a significant positive correlation (r = 0.45; p < 0.05; n = 39) between the distance
from the coast and the percentage of molluscs having planktotrophic larval development. This suggests that
organisms with this type of development have a greater dispersal capacity and consequently a wider potential
area of occurrence. The State of Rio de Janeiro showed the greatest relative taxonomic richness, with 14.4 taxa
per station.

Keywords: marine molluscs, biogeography, Brazil, Revizee, biodiversity, geographical distribution.

212 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


6.1. Introdução

O filo Mollusca está entre os mais diversos do planeta, foram “experimentais”, no sentido de teste e ajuste me-
sendo excedido, em número de espécies, apenas pelos todológico, e nem sempre são computadas como ativi-
Arthropoda. No ambiente marinho, eles são, de longe, dades de campo formais (=coleta de dados regulares).
o filo mais diverso e, por causa de sua extrema diversi- No entanto, optamos por considerá-las formalmente
ficação trófica, ocupam quase todos os nichos. Essa di- dentro do âmbito do Projeto REVIZEE. Existe ainda o
versidade trófica os torna úteis indicadores da diversi- material proveniente da campanha oceanográfica de
dade global das comunidades/ecossistemas nas quais 2002, o qual não será abordado neste trabalho.
vivem, levando-os a serem considerados como bons A identificação taxonômica considerou tanto
indicadores da diversidade de toda a comunidade. moluscos coletados com partes moles quanto aqueles
Em função de fatores históricos e culturais que representados apenas por suas conchas. Neste último
remontam o mercantilismo europeu dos séculos XVII- caso, as mesmas tinham de se apresentar íntegras e
XIX, os moluscos estão entre os invertebrados mais em bom estado de conservação. A identificação foi
bem conhecidos. Contudo, as espécies de moluscos processada, sob magnificação, por comparação com
medindo menos que 10 mm de comprimento têm re- o material depositado na coleção de moluscos do De-
cebido comparativamente muito menos atenção que partamento de Zoologia do Instituto de Biologia da
sua contraparte de maiores dimensões, permanecen- UFRJ e através de consultas a catálogos malacológicos
do pobremente conhecidos. gerais (Dall, 1889; Abbott, 1974; De Jong & Coomans,
Os primeiros trabalhos sobre os moluscos mari- 1988; Diaz & Puyana, 1994; Rios, 1994) e demais biblio-
nhos do Brasil foram decorrentes de material recolhido grafia especializada. Os lotes referentes ao material
por expedições estrangeiras e depositado em institui- aqui tratado estão depositados tanto na coleção já
ções fora do Brasil, fazendo com que o trabalho atual mencionada quanto na coleção malacológica do Mu-
de taxonomia seja dependente de acesso a instituições seu Nacional do Rio de Janeiro.
de pesquisa e museus estrangeiros. A Cadeia Vitória-Trindade foi amostrada espe-
Morretes (1949) foi o primeiro a resumir o conhe- cificamente durante o REVIZEE Central II (19/10/97 a
cimento contemporâneo da taxonomia da malacofau- 23/11/97), no qual 39 estações se posicionaram sobre
na brasileira. Posteriormente, Rios (1970, 1985, 1994) os bancos submarinos Vitória, Montague, Jaseur, Davis
publicou uma série de livros continuando o esforço e Dogaressa. Estes se encontram distantes na mesma
pioneiro de Morretes e motivando toda uma nova ge- ordem de magnitude, cerca de 100 a 250 km, além de
ração de malacólogos. A despeito do status de relativo serem circundados por profundidades com cerca de
conhecimento que goza o filo, particularmente quan- 2.000 a 5.000 m, o que configura essa cadeia de mon-
do comparado ao de outros invertebrados marinhos, tes como um excelente e incomum laboratório natural.
há várias publicações recentes relativas à descrição de Para fins de análise, os moluscos provenientes dessas
espécies novas para a ciência (Simone, 1999; Absalão amostras tiveram os seus modos de desenvolvimento
et al., 2003; Absalão & Pimenta, 2003; Pimenta & Absa- larvar estabelecidos de acordo com Jablonski e Lutz
lão, 2004) que comprovam que nosso conhecimento é, (1983) e Leal (1991).
ainda, deficiente. Para fins de análise biogeográfica, cada táxon
com identificação específica foi classificado de acordo
6.2. Material e Métodos com afinidades termófilas ou criófilas quando 2/3 a 3/4
de sua área de ocorrência no Atlântico Leste ficasse
Os detalhes do procedimento de coleta e área compreendida entre os trópicos ou fora dessa zona
compreendida pelo REVIZEE/SCORE Central estão sen- intertropical.
do descritos em Lavrado (2006) (capítulo 1, neste volu- Para complementar, verificamos o grau de asso-
me) e não serão repetidos aqui. As atividades de 1996 ciação lato sensu das estações de coleta em relação a

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 213


sua composição taxonômica, e, para isso, todos os 6.3. Resultados e Discussão
táxons com menos de cinco ocorrências foram exclu-
ídos, e os restantes analisados através da análise de Identificamos um total de 31.816 indivíduos
ordenação multidimensional (MDS) utilizando o pro- distribuídos entre 932 táxons (Anexo 1), o que
grama PRIMER. Essa é uma técnica estatística de orde- corresponde, em número de táxons, a um pouco mais
nação que faz uma apresentação gráfica das estações que 50% de toda malacofauna marinha já reporta-
de coleta com base em suas similaridades relativas da para a costa brasileira (sensu Rios, 1994). Esses
(Clarke & Warwick, 1994). Valores de stress abaixo de táxons estão subordinados a seis classes: Gastropoda,
0,2 indicam que as estações não estão aleatoriamen- Pelecypoda, Scaphopoda, Polyplacophora,
te posicionadas. O teste R (ANOSIM) foi aplicado para Cephalopoda e Aplacophora. As classes Gastropoda
garantir a significância dessa distribuição não aleatória e Pelecypoda foram as mais representativas, com
das amostras (=existência de associações) (ver Clarke & mais de 90% do número total de táxons identificados
Green, 1988 para detalhes do test R). (Figura 1).

3,5%

24,2% 72,2%

GASTROPODA
PELECYPODA
OUTROS

Figura 1: Contribuição relativa dos táxons identificados por classes do filo Mollusca no REVIZEE Central
(outros = Scaphopoda, Polyplacophora, Cephalopoda e Aplacophora).

A classe Gastropoda foi representada por um to- Tellinidae (17), Limidae (15), Pectinidae (14), Mytilidae
tal de 673 táxons subordinados a 81 famílias. Dentre (14), Nuculanidae (13), Arcidae (12) e Cardiidae (11).
as famílias com maior riqueza destacam-se: Turridae As figuras 2 e 3 apresentam um mapa da área de
(99), Pyramidellidae (33), Marginellidae (31), Trochidae estudo com a abundância (número de exemplares
(29), Muricidae (27), Rissoidae (24), Columbellidae (22), coletados e identificados) para algumas das famílias
Conidae (21) e Turbinidae (20), com os valores entre de gastrópodes e pelecípodes com maior riqueza de
parênteses representando o número de táxons em espécies nas estações de coleta.
cada família. Esses valores, se somados, correspondem Com relação à classe Scaphopoda, apesar do nú-
a cerca de 45% do total de gastrópodes considerados mero absoluto ser relativamente pequeno, 23 táxons,
neste trabalho. o mesmo é bastante expressivo quando levamos em
Os Pelecypoda foram representados por 226 consideração o total de espécies até então reporta-
táxons subordinados a 39 famílias. As oito famílias das para o litoral do Brasil (30 espécies segundo Rios,
com maior número de táxons constituem mais 1994). Das seis famílias representadas em nosso mate-
da metade do total de pelecípodes identificados rial, os Dentaliidae são os mais diversificados, com um
neste trabalho e são as seguintes: Veneridae (24), total de 11 táxons.

214 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S 12°S
A Baía de Todos os Santos

Salvador
B Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S BA 14°S

Ilhéus Ilhéus Número de indivíduos

R. Jequitinhonha R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S 16°S
Número de indivíduos
25 - 50
0 - 10
MG MG
11 - 25
R. Mucuri 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S
26 - 50

ES ES
100 - 500
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Turridae Pyramidellidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S

C Baía de Todos os Santos

Salvador
D Baía de Todos os Santos

Salvador

BA BA 14°S
14°S

Ilhéus Ilhéus Número de indivíduos


Número de indivíduos

R. Jequitinhonha 1 - 25 R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S 16°S

25 - 50 25 - 50
MG MG

R. Mucuri
50 - 100 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S

ES ES
100 - 500 100 - 500
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Marginellidae Trochidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

12°S 12°S
E Baía de Todos os Santos

Salvador
F Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S BA 14°S

Ilhéus Ilhéus Número de indivíduos

Número de indivíduos 1 - 25
R. Jequitinhonha R. Jequitinhonha
16°S 16°S
1 - 25

25 - 50
25 - 50
MG MG
R. Mucuri 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S

ES ES
100 - 500
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Muricidae Rissoidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 2: Mapa da região do REVIZEE/SCORE Central mostrando a abundância (número de indivíduos) nas
estações de coleta para as famílias de Gastropoda: (A) Turridae, (B) Pyramidellidae, (C) Marginellidae, (D)
Trochidae, (E) Muricidae e (F) Rissoidae.

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 215


12°S 12°S
A Baía de Todos os Santos

Salvador
B Baía de Todos os Santos

Salvador

BA BA 14°S
14°S

Ilhéus Ilhéus

Número de indivíduos R. Jequitinhonha Número de indivíduos


R. Jequitinhonha
16°S 16°S
0 - 10 1 - 25
10 - 25
MG MG
26 - 50
R. Mucuri 51 - 200 18°S R. Mucuri 18°S

ES ES
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Veneridae Tellinidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
C Baía de Todos os Santos

Salvador
D Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S BA 14°S

Ilhéus Ilhéus

R. Jequitinhonha
Número de indivíduos 16°S
R. Jequitinhonha Número de indivíduos 16°S
0 - 10 1 - 25
10 - 25
MG MG 25 - 50
26 - 60
R. Mucuri 18°S R. Mucuri 18°S

ES ES
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Limidae Pectinidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
E Baía de Todos os Santos

Salvador
F Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S BA 14°S

Ilhéus Ilhéus
Número de indivíduos

R. Jequitinhonha Número de indivíduos R. Jequitinhonha 1 - 25


16°S 16°S
1 - 25
25 - 50
MG MG
25 - 50
R. Mucuri 18°S R. Mucuri 18°S
50 - 100
50 - 100
ES ES
100 - 500
R. Doce R. Doce

20°S 20°S
Vitória Vitória

R.Paraíba R.Paraíba
do Sul do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S

24°S 24°S
Mytilidae Nuculanidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 3: Mapa da região do REVIZEE/SCORE Central mostrando a abundância (número de indivíduos) nas
estações de coleta para as famílias de Pelecypoda: (A) Veneridae, (B) Tellinidae, (C) Limidae, (D) Pectinidae, (E)
Mytilidae e (F) Nuculanidae.

216 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Os Polyplacophora, Cephalopoda e Aplacophora pertencentes aos Gastropoda – Belomitra, Cerithiella,
foram representados por uma dezena de táxons, Cochliolepis, Famelica, Ittibittium, Marevalvata, Palazzia,
com a maior diversidade estando concentrada nos Phymorrinchus, Taranis, Typhlomangelia, Vetulonia,
Polyplacophora. Xanthodaphne – e aos Pelecypoda – Aligena e Myssela.
Um total de 237 táxons (25,4%) permaneceu sem A Tabela 1 mostra que em termos absolutos,
identificação específica. A continuidade do trabalho nenhum outro levantamento já realizado no Bra-
taxonômico certamente revelará dentre esse material sil alcançou resultados dessa magnitude quanto ao
um considerável número de espécies ainda desconhe- número de táxons identificados. Miyaji (1995), com
cidas para a ciência. 472 táxons em 114 estações de coleta, havia sido o
Trinta e três espécies são pela primeira vez mais rico levantamento malacológico já realizado
reportadas para o litoral brasileiro: Gastropoda – na costa brasileira. No entanto, em termos relativos,
Alvania colombiana Romer & Moore, 1988; Belomitra nossos dados representam resultados modestos de
exsculpta (Watson, 1882); Borsonia cf. syngenes (Watson, 6,1 táxons/estação, o que o colocaria em sétimo lu-
1886); Buchema tainoa (Corea, 1934); Bulla cf. abyssicola gar entre outros estudos similares reportados por
Dall, 1881; Cerithiella amblytera (Watson, 1880); Absalão (no prelo). Em relação aos limites geográfi-
Cerodrillia clappi (Bartsch & Rehder, 1939); Circulus cf. cos dos estados compreendidos na área amostrada,
semisculptum (Olsson & McGinty, 1958); Cochliolepis os táxons se distribuíram entre Rio de Janeiro (288
parasitica Stimpson, 1858; Compsodrillia eucosmia táxons), Espírito Santo (696 táxons) e Bahia (543 tá-
(Dall, 1889); Crassispira premorra (Dall, 1889); Cryoturris xons). O Rio de Janeiro desponta como o estado com
cf. fargoi (McGinty, 1955); Dentimargo sulcata (Orbigny, maior diversidade malacológica em termos relativos
1842); Famelica mirmidina (Dautzemberg & Fisher, (14,4 táxons/estação), o que corrobora trabalhos pré-
1896); Famelica monotropis (Dautzemberg & Fisher, vios (Vannucci, 1964; Absalão, 1989; Floeter & Soares-
1896); Gemmula periscelida (Dall, 1889); Glyphostoma Gomes, 1999) que apontam essa região como sendo
elsae Bartsch, 1934; Glyphostoma golfoyaquensis um ecótono composto pelas faunas essencialmente
Maury, 1917; Gymnobela extensa Dall, 1889; Gymnobela termófila do Nordeste e euritérmica com afinidades
malmii (Dall, 1889); Ittibittium turriculum (Noel-Usticke, criófila do Sudeste .
1969); Leucosyrinx pelagia (Dall, 1881); Marevalvata A Figura 4 apresenta a distribuição de freqüência
tricarinata (Stearns, 1872); Palazzia planorbis (Dall, de ocorrência. Esses dados mostram que grande parte
1927); Typhlomangelia nivalis (Lovén, 1846); Vetulonia dos táxons (364 táxons que correspondem a cerca
jefreysi Dall, 1913 –, Pelecypoda – Aligena texasiana de 39% do total identificado) esteve presente em
Harry, 1969; Ledella cf. sandersi Allen & Hannah, apenas uma estação de coleta, o que evidencia que
1989; Limaria floridana (Olsson & Harbison, 1953); tanto a eqüitabilidade quanto a riqueza de táxons
Neilonella corpulenta Dall, 1881; Tellina exilis Lamarck, são importantes como determinantes na estimativa
1818; Youldiella cf. bigutatta Allen, Sanders & Hannah, da diversidade malacológica da área. Wiggers e
1995 – e Scaphopoda –Fustiaria stenoschiza (Pilsbry Veitenheimer-Mendes (2003) encontraram uma
& Sharp, 1897). Também tem seu primeiro registro distribuição de freqüência semelhante à nossa num
para águas brasileiras um total de 14 gêneros, sendo levantamento malacológico realizado no sul do Brasil.

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 217


Tabela 1: Levantamentos malacológicos da costa brasileira, * inferidos a partir da riqueza de Gastropoda. PC =
plataforma continental; T = talude; vv = Van Veen; d = draga; t = rede de porta; cm= corer manual; bc= box-corer.
# estações de coleta.

Riqueza Riqueza de
Riqueza de
Referência – nº. estações Latitude Habitat/ Amostrador de Mollusca/
Gastropoda
Mollusca estações (#)
Absalão, no prelo 18o39’S PC 3-30 m, cm, mergulho 293 238 (81,0%) 6,5
(RAP Abrolhos) – 39
Floeter (1996) – 9 21o00’S PC 15-18 m, cm, mergulho 244* 161 (65,9%) 27,1
Absalão (1989) – 30 21 30’S
o
PC, d 191 111 (56,3%) 6,3
Miyaji (1995) – 114 22 30’S
o
PC 10-100 m, vv, d, t 472 254 (53,8%) 4,2
Absalão et al. (1999) – 17 22 30’S
o
PC 10-30 m, vv, d 152 108 (71,1%) 8,9
Alves (1991) – 25 22 55’S
o
PC, vv 197 111 (53,6%) 7,9
Neves (1994) – 22 23 00’S
o
PC 10-100 m, d 263 130 (68,1%) 11,9
Absalão (1986) – 65 23 00’S
o
PC 10-50 m, vv 82 56 (68,3%) 1,2
Absalão (1991) – 44 32 00’S
o
PC 10-50 m, d 93 40 (43,0%) 2,1
Este estudo – 153 13o-22oS PC, T, 50-2.000 m, vv, d, bc 933 674 (72,2%) 6,1

400

300
Nº táxons

200

100

0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52

Freqüência de ocorrência

Figura 4: Distribuição da freqüência absoluta de ocorrência dos táxons no total das estações de coleta do
REVIZEE Central.

Dentre as 133 estações de coleta situadas sobre ocorrendo apenas nessas estações mais profundas.
a plataforma continental, foram identificados 849 tá- Como esses dois ambientes apresentaram 114 táxons
xons (6,38 táxons/estação), dos quais 735 foram ex- em comum, há um forte indicativo da profundidade
clusivos dessas estações, enquanto as 20 estações re- como fator importante na determinação da composi-
alizadas sobre o talude deram origem a uma listagem ção das assembléias malacológicas.
de 198 táxons (9,90 táxons/estação), com 84 deles Quando comparamos a contribuição relativa das

218 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


classes Gastropoda e Pelecypoda entre a plataforma em profundidades mais rasas que 30 m, provavelmente
continental e o talude, observamos padrões distin- sendo sensíveis às perturbações do ambiente bêntico
tos. Enquanto os Gastropoda aumentaram sua contri- pela passagem das tempestades geradoras de
buição em águas mais profundas (71,9 e 75,2% para a grandes ondas, as quais geram um impacto de arrasto
plataforma continental e talude, respectivamente), os sobre o fundo que pode atingir até essa faixa de 30
Pelecypoda foram relativamente mais abundantes na m. O aumento da participação dos Protobranchia,
plataforma continental (com 24,9 e 17,7% para a plata- por outro lado, parece muito mais associado ao tipo
forma continental e talude, respectivamente). de sedimento, pois é comum encontrá-los a partir dos
Mais importante do que o decréscimo de 7% na 20 m (McCall, 1978; Absalão, 1990, 1991), desde que o
participação dos Pelecypoda quando comparamos as sedimento seja apropriadamente fino, de onde, como
assembléias malacológicas oriundas da plataforma depositívoros, extraem seu alimento. A dominância de
continental e do talude, é a contribuição dos lama na maioria das estações na faixa de 200 m ou mais,
Septibranchia e, especialmente, dos Protobranchia, os aliada à relativa estabilidade oceanográfica nessas
quais foram sensivelmente maiores na área do talude profundidades, parece favorecer seu crescimento, seja
(Figura 5). Os Septibranchia raramente são coletados em número seja em freqüência.

Plataforma
100
Talude

80
Nº táxons (%)

60

40

20

0
PROTOBRANCHIA LAMELLIBRANCHIA SEPTIBRANCHIA

Figura 5: Contribuição relativa das subclasses de Pelecypoda (Protobranchia, Lamellibranchia e Septibranchia)


nos ambientes de plataforma e talude continental coletadas na região compreendida pelo REVIZEE Central.

A fauna malacológica, em termos de freqüência abundante na região devido a sua origem biogênica.
absoluta de ocorrência nas estações (valores Por outro lado, no talude mereceram destaque,
entre parênteses), caracterizou-se na plataforma entre os Gastropoda (figuras 16-20), Creseis acicula
continental pelos Gastropoda (figuras 6-10) – Turritella Rang, 1928 (11), Seguenzia hapala Woodring, 1928 (9),
exoleta (Linnaeus, 1758) (29); Nassarius albus (Say, 1826) Belomitra exsculpta (Watson, 1882) (7), Benthonellania
(27); Cerithium litteratum (Born, 1778) (24); Triphora spp. (8) e Solariella lubrica Dall, 1881 (6), e, entre
melanura (C. B. Adams, 1850) (21) e Tricolia affinis (C. os Pelecypoda (figuras 21-23), Nucula semiornata
B. Adams, 1850) (21) – e pelos Pelecypoda (figuras Orbigny, 1846 (4), Ledella sp. (4) e Youldiella spp. (3),
11-15) – Arca zebra (Swainson, 1833) (43); Barbatia ou seja, mesmo os táxons mais freqüentes estão
domingensis (Lamarck, 1819) (56); Botula fusca presentes em um número relativamente pequeno de
(Gmelin, 1791) (31); Lithophaga nigra (Orbigny, 1842) estações, o que parece distinguir substancialmente
(33) e Lima lima (Linnaeus, 1758) (27) – muitos destes essas assembléias das presentes nas regiões Sudeste
associados ao substrato consolidado relativamente e Sul do país (vide Amaral, 2003).

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 219


Figuras 6-15: Gastropoda e Pelecypoda da plataforma continental do Brasil coletados pelo programa REVIZEE
/ SCORE Central. (6)Turritella exoleta (Linnaeus, 1758) IBUFRJ 14143, 45,5 mm; (7) Nassarius albus (Say, 1826),
IBUFRJ 12087, 11,2 mm; (8) Cerithium litteratum (Born, 1778) IBUFRJ 0147, 22,4 mm; (9) Triphora melanura (C. B.
Adams, 1850) IBUFRJ 13315, 4,1 mm; (10) Tricolia affinis (C. B. Adams, 1850), IBUFRJ 8572, 4,9 mm; (11) Arca zebra
(Swainson, 1833), IBUFRJ 12126, 14,8 mm; (12) Barbatia domingensis (Lamarck, 1819), IBUFRJ 10411, 10,7 mm; (13)
Botula fusca (Gmelin, 1791), IBUFRJ 13154, 14,1 mm; (14) Lithophaga nigra (Orbigny, 1842), IBUFRJ 13162, 35,0
mm; (15) Lima lima (Linnaeus, 1758), IBUFRJ 12130, 11,0 mm.

220 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figuras 16-23: Gastropoda e Pelecypoda do talude continental do Brasil coletados pelo programa REVIZEE
/ SCORE Central. (16) Creseis acicula Rang, 1928, IBUFRJ 13355, 10,0 mm; (17) Seguenzia hapala Woodring,
1928, IBUFRJ 13350, 3,3 mm; (18) Belomitra exculpta (Watson, 1882), IBUFRJ 10954, 4,5 mm; (19) Benthonellania
xanthias (Watson, 1886), IBUFRJ 13916, 3,5 mm; (20) Solariella lubrica Dall, 1881, IBUFRJ 13311, 3,7 mm;
(21) Nucula semiornata Orbigny, 1846, IBUFRJ 13406, 3,0 mm; (22) Ledella sp., IBUFRJ 13370, 2,2 mm;
(23) Youldiella sp., IBUFRJ 13695, 3,0 mm.

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 221


Mas, no que tal quadro de elevada biodiversida- ressaltando a influência das águas tépidas da Corrente
de se traduz? Atualmente, a diversidade é entendida do Brasil na caracterização dessa malacofauna como
como um componente vital da resistência de um ecos- predominantemente termófila (90,1% da fauna tem
sistema à perda de sua estrutura produtiva, da qual, em afinidade termófila). No entanto, a presença de
última instância, todos dependemos. Sua capacidade espécies como Vetulonia jeffreysi Dall, 1913; Brookula
de resistir a modificações em sua estrutura é conhe- pfefferi Powell, 1915; Barleeia rubrooperculata
cida por resiliência e depende da capacidade local do (Castellanos, 1972); Amphissa acuminata (Smith, 1915);
ecossistema de se auto-organizar. Tal capacidade será Agaronia travassosi Morretes, 1931; Olivella defiorei
amplamente influenciada pelo número de alternativas Klappenbach, 1964; Brachytoma rioensis (E.A.Smith,
que o sistema tem disponível para resistir às pressões 1915); Benthomangelia macra (Watson, 1881); Glycymeris
exógenas, sejam elas antropogênicas ou não. Em ou- longior (Sowerby, 1833); Limopsis janeiroensis E.A.Smith,
tras palavras, quanto maior o número de espécies, 1915; Musculus viator (Orbigny, 1846); Crassinella
maiores as possibilidades de criar ou encontrar rotas marplatensis Castellanos, 1970; Pleuromeris sanmartini
alternativas que mantenham o fluxo de energia sem Klappenbach, 1971; Chlamys tehuelchus (Orbigny, 1846)
perda da capacidade funcional do ecossistema. e Cuspidaria platensis E.A.Smith, 1915, entre outras,
Do ponto de vista biogeográfico, essa mala- revela uma participação de moluscos euritérmicos
cofauna mostra considerável semelhança à caribeana, com afinidades criófilas.

20
18,2
Nº táxons criófilos (%)

15

10
8,6
5
4,9

0
BA ES RJ

Figura 24: Participação de espécies com afinidades criófilas (%) na malacofauna dos estados da Bahia, Espírito
Santo e Rio de Janeiro coletadas na região compreendida pelo REVIZEE Central.

222 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Essa participação de táxons euritérmicos com afi- Amalda josecarlosi Pastorino, 2002; Prunum martini
nidade criófila diminui em consonância com o decrés- (Kiener, 1841); Mitra larranagai (Carcelles, 1947);
cimo da latitude (Figura 24), assim, encontramos que, Nucula puelcha Orbigny, 1846; Nuculana larranagai
no estado do Rio de Janeiro, 18,2% da malacofauna Klappenbach & Scarabino, 1968; Limatula pygmaea
apresenta afinidade criófila, caindo essa participação (Phillippi, 1845); Crassinella marplatensis Castellanos,
no Espírito Santo para 8,6% e, mais ainda, para 4,9% 1970 e Cardiomya cleryana (Orbigny, 1846).
no estado da Bahia. Absalão (1989) mostrou que a par- Embora Coelho e Ramos (1972) tenham propos-
ticipação de moluscos euritérmicos com afinidades to a existência de uma província faunística marinha
criófilas oscila entre 9 e 40% conforme a época do ano para o litoral Nordeste do Brasil baseados na carci-
e a metodologia de coleta utilizada para a plataforma nofauna, em sua última análise biogeográfica geral,
continental do estado do Rio de Janeiro (~22oS). Palacio (1982) não confirmou essa proposição, esta-
Essa participação de espécies euritérmicas com belecendo a Província Paulista, que abrange desde
afinidades criófilas no Rio de Janeiro pode ser expli- o litoral do estado do Rio de Janeiro até o norte da
cada, em parte, como função da ressurgência que Argentina. Tradicionalmente, o critério básico para
ocorre ao longo do litoral desse estado (especialmen- o estabelecimento dessas províncias é o grau de en-
te pronunciada na região de Cabo Frio) (Silva, 1973) e, demismo (Ekman, 1953; Briggs, 1974). Absalão (no
em parte, pela compreensão da atuação do litoral do prelo) relata, especificamente para a sub-região de
estado como um ecótono entre duas regiões biogeo- Abrolhos, que 12,6% dos moluscos seriam endêmicos
gráficas (Vannucci, 1964; Palacio, 1982; Absalão, 1989; para a costa brasileira, sendo tal percentual suficiente
Floeter & Soares-Gomes, 1999). para a individualização de uma unidade biogeográfi-
A presença de espécies euritérmicas com afinida- ca própria. Em relação aos dados do REVIZEE/SCORE
des criófilas em latitudes tão baixas como as da Bahia Central, o grau de endemismo estimado (táxons reco-
envolveria o entendimento da paleocirculação da re- nhecidamente endêmicos + aqueles com alto poten-
gião, na qual, segundo Damuth e Fairbridge (1970) e cial de o sê-lo = espécies ainda a serem descritas) é de
Müehe (1983), a Corrente das Malvinas avançaria além cerca de 15%, ou seja, reforça as evidências a favor de
do Trópico de Capricórnio devido a uma alteração na uma área biogeograficamente única no litoral leste
direção da Corrente do Brasil, que teria passado a in- do Brasil.
flectir em direção leste em latitudes menores que as Uma outra maneira de se abordar essa questão
atuais, como conseqüência do deslocamento da célula está representada na Figura 25, na qual se percebe que
de alta pressão do Atlântico Sul em cerca de 10o para o as estações de coleta procedentes do estado do Rio de
norte em função da última Transgressão Holocênica. Janeiro são as mais dissimilares em relação às dos ou-
Assim, a ocorrência de táxons com afinidades tros estados, embora existam diferenças significativas
criófilas seria relicto de um padrão oceanográfico entre os conjuntos de estações procedentes de cada
passado que enriqueceu a malacofauna regional, um dos três estados (ANOSIM Global R = 0,119; p<0,05).
tipicamente termófila, com uns poucos elementos Também verificamos diferenças significativas entre a
euritérmicos com afinidades criófilas, por exemplo: fauna das estações situadas na plataforma e talude (Fi-
Turritelopsis marplatensis Castellanos & Landoni, 1980; gura 26 - ANOSIM Global R = 0,371; p<0,05).

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 223


Figura 25: Análise de ordenação multidimensional (MDS) para o conjunto de estações de coleta obtidas na
região compreendida pelo REVIZEE Central. Valores do teste R de significância: RJ x BA = 0,177; p = 0,001 / RJ x ES
= 0,255; p = 0,001 / BA x ES = 0,047; p = 0,01.

Figura 26: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações situadas na plataforma e
talude continental obtidas na região compreendida pelo REVIZEE Central.

Para testar a influência da profundidade no pa- na do talude ao longo de toda a área estudada (norte
drão descrito, refizemos a análise tratando os dados do Rio de Janeiro até Salvador) (ANOSIM Global R = -
da plataforma e do talude separadamente. A Figura 27 0,088; p>0,05), sugerindo uma maior homogeneidade
mostra que não há diferenças significativas entre a fau- malacológica nas regiões mais profundas (abaixo dos

224 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


200 m). Por outro lado, a Figura 28 mostra que o pa- associativo entre as estações dos estados do Espírito
drão geral representado na Figura 25 é decorrente de Santo e da Bahia indicam que ambos compartilham
diferenças significativas na fauna malacológica da pla- um pool comum de espécies que os diferencia da fau-
taforma continental (R = 0,151; p<0,05). Esse “padrão” na malacológica presente no Rio de Janeiro.

Figura 27: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações situadas no talude entre os
estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Valores do teste R de significância: RJ x BA = -0,200; p = 0,803 /
RJ x ES = 0,016; p = 0,361 / BA x ES = 0,067; p = 0,804.

Figura 28: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações de coleta situadas na
plataforma entre os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Valores do teste R de significância: RJ x BA =
0,267; p = 0,001 / RJ x ES = 0,318; p = 0,001 / BA x ES = 0,046; p = 0,460.

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 225


Em relação à cadeia de montes submarinos 1982), e principalmente a dispersão passiva de adultos
Vitória-Trindade, sua orientação leste-oeste e a dis- e/ou massas de ovos associados a algas e outros
tância aproximada de 200 km entre os bancos criaram objetos flutuantes (Terry & Tunnicliffe, 1994), poderiam
condições apropriadas para se testar como estariam atuar, de alguma forma, “mascarando” tal relação.
distribuídas as formas de desenvolvimento larvar, Finalmente, uma consideração de cunho meto-
classificadas em planctotróficas e não planctotróficas dológico, pois costumeiramente são feitas críticas à
segundo Jablonski e Lutz (1983). De modo geral, utilização de material obtido apenas como conchas
grandes habilidades dispersivas em organismos bên- vazias, desprovidas de partes moles, com fins de es-
ticos marinhos têm sido associadas a uma longa vida tudos de distribuição geográfica e/ou dominância
larvar e a uma dispersão passiva de suas larvas pelas ecológica, já que haveria a possibilidade de transpor-
correntes marinhas (Beesley et al., 1998). A Figura te passivo após a morte dos organismos. Contudo,
29 mostra a existência de uma fraca correlação po- Absalão et al. (1999) mostraram que a remobilização
sitiva, mas estatisticamente significativa, entre a dis- de moluscos pós-morte é muito baixa. Adicionalmen-
tância da costa e a porcentagem de moluscos com o te, Kidwell (2001a, b), a partir de análises comparati-
desenvolvimento larvar planctotrófico, o que seria vas de faunas de moluscos marinhos e suas conchas
uma evidência da maior capacidade dispersiva de vazias associadas, indicou que associações sedimen-
organismos bentônicos marinhos com esse tipo de tares de moluscos mortos refletem, de forma robusta,
desenvolvimento e, conseqüentemente, da sua área a composição e a abundância da comunidade local, o
potencial de ocorrência. A fraqueza da relação pode que fornece subsídios a favor da utilização de dados
decorrer do fato de que o modo de desenvolvimento de conchas vazias e naturalmente acumuladas para
larvar nem sempre se correlaciona bem com a distância estudos de caracterização da malacofauna. O fato de
de ocorrência da costa (Leal & Bouchet, 1991; Terry & utilizarmos apenas conchas em bom estado de con-
Tunnicliffe, 1994). Aparentemente, fatores locais, como servação minimizaria ainda mais essa possibilidade
a topografia, batimetria e correntometria (Palacio, de transporte.

1
0,8
Planctotrofia

0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800
Distância da costa (km)

Figura 29: Correlação entre a distância da estação de coleta em relação à costa e a porcentagem de táxons que
possuem larva planctotrófica (R2 = 0,20; b = 0,0004; p < 0,05; n = 39).

226 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


6.4. Conclusão lembrar e proibitivo listar todos os nomes. Mas, espe-
cialmente aos membros passados e presentes do labo-
A região estudada é caracterizada pela alta diversida- ratório de Malacologia da UFRJ, nosso reconhecimento
de malacológica e, mais importante, como um possível pelo trabalho abnegado em prol da Malacologia; ao
centro de endemismo. Essa região demanda um esfor- Prof. Dr. André Morgado Esteves (Universidade do Es-
ço continuado em taxonomia alfa para elucidação de tado do Rio de Janeiro), pela ajuda com o programa
seu status biogeográfico e de seu papel numa futura estatístico PRIMER, e aos Drs. Luiz R.L. Simone (Museu
política de gerenciamento auto-sustentado. de Zoologia, Universidade de São Paulo) e Inga Ludmi-
la Veitenheimer-Mendes (Universidade Federal do Rio
6.5. Agradecimentos Grande do Sul), pela leitura crítica do texto. Ao Conse-
lho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pelas
Num projeto da envergadura e duração do REVIZEE, bolsas de produtividade e DTI concedidas aos primeiro
acaba-se devendo muito a tantos que seria impossível e segundo autores, respectivamente.

6.6. Referências Bibliográficas ABSALÃO, R. S.; SANTOS, F. N.; TENÓRIO, D. O. 2003. Five
new species of Turbonilla Risso, 1826 (Gastropoda,
Heterobranchia, Pyramidellidae) found off the northeast
ABBOTT, R. T. 1974. American Seashells. New York: Van coast of Brazil (02o - 13oS). Zootaxa, v. 235, p. 1-11.
Nostrand Reinhold. 663 p.
ALVES, O. F. S. 1991. Associações de moluscos e equinodermos
ABSALÃO, R. S. (no prelo). Soft-Bottom Marine Molluscs of da plataforma continental interna entre Cabo Frio e
Abrolhos Bank. In: RAP. A Rapid Biodiversity Assessment of Saquarema (RJ) e suas características ambientais. 142 p.
the Abrolhos Bank, Brazil. Conservation International. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
ABSALÃO, R. S. 1986. Moluscos da Comissão Oceanográfica
Geocosta Rio I, RJ, Brasil. Revista Brasileira de Biologia, v. AMARAL, A. C. Z. 2003. Biodiversidade bêntica. REVIZEE-
46, p. 27-31. SCORE Sul, Mollusca-Bivalvia. In: ENCONTRO BRASILEIRO
DE MALACOLOGIA, 18., Rio de Janeiro. Resumos... Rio de
ABSALÃO, R. S. 1989. Padrões distributivos e zoogeografia Janeiro: Sociedade Brasileira de Malacologia. p. 81-82.
dos moluscos da plataforma continental brasileira. Parte
III. Comissão Oceanográfica Espírito Santo I. Memórias do BEESLEY, P. L.; ROSS, G. J. B.; WELLS, A. (Ed.). 1998. Mollusca:
Instituto Oswaldo Cruz, v. 84, n. 4, p. 1-6. The Southern Synthesis. Fauna of Australia. Melbourne:
CSIRO. 1234 p. v. 5.
ABSALÃO, R. S. 1990. Ophiuroid Assemblages off the Lagoa
dos Patos outlet, Southern Brazil. Ophelia, v. 31, n. 2, p. BRIGGS, J. C. 1974. Marine Zoogeography. New York: McGraw-
133-143. Hill. 475 p.

ABSALÃO, R. S. 1991. Environmental discrimination among CLARKE, K. R.; WARWICK, R. M. 1994. Change in marine
soft-bottom mollusc association off Lagoa dos Patos, communities: An approach to statistical analysis and
South Brazil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, v. 32, p. interpretation. Plymouth: Plymouth Marine Laboratory.
71-86. 144 p.

ABSALÃO, R. S.; PIMENTA, A. D. 2003. A new subgenus and CLARKE, K. R.; GREEN, R. H. 1988. Statistical design and
three new species of Brazilian deep waters Olivella analysis for a biological effects study. Marine Ecology
(Mollusca, Gastropoda, Olivellidae) collected by the RV Progress Series, v. 46, p. 213-226.
Marion Dufresne in 1987. Zoosystema, v. 25, n. 2, p. 177-
185. COELHO, P. A.; RAMOS, M. A. 1972. A constituição e
distribuição da fauna de Decapoda do litoral leste da
ABSALÃO, R. S.; PIMENTA, A. D.; GOMES, R. S.; CECCHETTI, América do Sul entre 5o N e 39oS. Trabalhos Oceanográficos
F. 1999. Associações malacológicas dos substratos da Universidade Federal de Pernambuco, v. 13, p. 133-236.
inconsolidados na Área de Proteção Ambiental do
Arquipélago de Santana, Macaé, Rio de Janeiro. In: SILVA,
S. H. G.; LAVRADO, H. P. Ecologia dos ambientes costeiros
do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PPGE/UFRJ. p.
273-289. (Série Oecologia Brasiliensis, v. VII).

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 227


DALL, W. H. 1889. Reports on the results of dredging, under MIYAJI, C. 1995. Composição e distribuição da fauna de
the supervision of Alexander Agassiz, in the Gulf of Mexico moluscos gastrópodes e bivalves da plataforma continental
(1877-78) and in the Carribean Sea (1879-1880), by the U. da região da Bacia de Campos (Rio de Janeiro, Brasil). 128
S. Coast Survey Steamer “Blake”, Lieutenant-Commander p. Dissertação (Mestrado em Oceanografia Biológica) -
C.D. Sigsbee, U.S.N., and Commander J.R. Bartlett, U.S.N., Universidade de São Paulo, São Paulo.
commanding. XXIX. Report on the Mollusca. Part II
Gastropoda and Scaphopoda. Bulletin of the Museum of MORRETES, F. L. 1949. Ensaio de catálogo dos moluscos do
Comparative Zoology, Harvard, v.18, p. 1-492. Brasil. Arquivos do Museu Paranaense, v. 7, p. 1-226.

DAMUTH, J. E.; FAIRBRIDGE, R. W. 1970. Equatorial Atlantic MÜEHE, D. 1983. Conseqüências hidroclimáticas das
Deep sea Arkosic Sands and Ice-Age aridity in tropical glaciações Quaternárias no relevo costeiro a leste da Baia
South America. Bulletin of the Geological Society of de Guanabara. Revista Brasileira de Geologia, v. 13, n. 4, p.
America, v. 81, p. 189-206. 245-252.

DE JONG, K. M.; COOMANS, H. E. 1988. Marine Gastropods NEVES, E. G. 1994. Padrões de Distribuição Geográfica dos
from Curaçao, Aruba and Bonaire. Leiden: E.J.Brill. 261 p. Micromoluscos da Plataforma Continental do Estado do
Rio de Janeiro - Comissão Oceanográfica CABO FRIO VII.
DIAZ, J. M.; PUYANA, M. H. 1994. Moluscos del Caribe Colombiano. 80 p. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) -
Santafe de Bogota: Colciencias y Fundacion Natura Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Colombia. 291 p.
PALACIO, F. J. 1982. Revisión Zoogeográfica Marina del Sur
EKMAN, S. 1953. Zoogeography of the Sea. London: Sidwick & del Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico, v. 31, p. 69-
Jackson. 417 p. 92.

EMILSON, I. 1961. The shelf and coastal waters off southern PIMENTA, A. D.; ABSALÃO, R. S. 2004. Fifteen new species and
Brazil. Boletim do Instituto Oceanográfico, v. 11, p. 101- ten new records of Turbonilla Risso, 1826 (Gastropoda,
112. Heterobranchia, Pyramidellidae) from Brazil. Bollettino
Malacologico, v. 39, n. 5-8, p. 113-140.
FLOETER, S. R. 1996. Padrões de biogeografia e riqueza de espécies
de gastrópodes da região de Marataízes-ES. Considerações RIOS, E. C. 1970. Coastal Brazilian Seashells. Rio Grande:
para o Atlântico Sul Ocidental. 42 p. Dissertação (Mestrado Fundação Universidade do Rio Grande. 255 p.
em Biologia Marinha) - Universidade Federal Fluminense,
Niterói. RIOS, E. C. 1985. Seashells of Brazil. Rio Grande: Fundação
Universidade do Rio Grande. 328 p.
FLOETER, S. R.; SOARES-GOMES, A. 1999. Biogeography
and species richness patterns of Gastropoda on the RIOS, E. C. 1994. Seashells of Brazil. 2nd. ed. Rio Grande:
Southwestern Atlantic. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, Fundação Universidade do Rio Grande. 368 p.
n. 4, p. 567-575.
SILVA, P. C. M. da. 1973. A ressurgência de Cabo Frio (I). Boletim
JABLONSKI, D.; LUTZ, R. A. 1983. Larval ecology of marine do Instituto de Pesquisas da Marinha, v. 78, p. 1-60.
benthic invertebrates: paleobiological implications.
Biological Review, v. 58, p. 21-89. SIMONE, L. R. L. 1999. Comparative morphology and
systematics of Brazilian Terebridae (Mollusca, Gastropoda,
KIDWELL, S. M. 2001a. Preservation of species abundance Conoidea), with descriptions of three new species.
in marine deasth assemblages. Science, v. 294, p. 1091- Zoosystema, v. 21, n. 2, p. 199-248.
1094.
TERRY, P.; TUNNICLIFFE, V. 1994. Dispersal strategies of the
KIDWELL, S. M. 2001b. Ecological fidelity of molluscan death biota on an oceanic seamount: Implications for Ecology
assemblages. In: ALLER, J. Y.; WOODIN, S. A.; ALLER, R. C. and Biogeography. Biological Bulletin, v. 187, p. 336-345.
Organism-Sediment Interactions. Columbia: University of
South Carolina Press. p. 199-221. VANNUCCI, M. 1964. Zoogeografia marinha do Brasil. Boletim
do Instituto de Biologia Marinha, v. 7, p. 113-121.
LEAL, J. H. 1991. Marine prosobranch gastropods from oceanic
islands off Brazil. Oegstgeest: UBS. 418 p. WIGGERS, F.; VEITENHEIMER-MENDES, I. L. 2003. Gastrópodes
atuais da plataforma continental externa e talude
LEAL, J. H.; BOUCHET, P. 1991. Distribution patterns and continental ao largo de Rio Grande, Rio Grande do Sul,
dispersal of prosobranch gastropods along a seamount Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia, v. 5, p. 55-60.
chain in the Atlantic Ocean. Journal of Marine Biological
Association U.K., v. 71, p. 11-25.

MCCALL, P. L. 1978. Spatial-temporal distribution of Long


Island Sound infauna: The rule of bottom disturbance
in a nearshore marine habitat. In: WILEY, M. L. Estuarine
Interactions. New York: Academic Press. p. 191-219.

228 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


6.7. Anexo

Anexo 1: Lista dos táxons de Mollusca coletados e identificados durante as campanhas do programa REVIZEE/
SCORE Central e estações de coleta. As coordenadas e profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.

Táxon Estações
GASTROPODA
Scissurellidae
Anatoma aedonia (Watson,1886) C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-
VV21, C1-VV38, C5-7R, C5-17R, C5-20R, C5-25A
Anatoma sp. C1-C61
Scissurella cingulata O.G. Costa, 1861 C5-7R, C5-16R
Sinezona brasiliensis Mattar, 1987 C1-C62, C5-7R, C5-20R
Sinezona sp. C1-C61
Haliotidae
Haliotis aurantium Simone,1998 C1-C64, C1-C73, C5-34R, C5-35R
Acmaeidae
Acmaea sp. C1-C63, C1-C64, C1-VV16, C1-VV17, C5-25A
Collisella abrolhosensis (Petuch, 1979) C1-C62, C1-ABR-1
Collisella sp. C2-21F
sp. ñ identificado C1-VV38, C2-11R, C2-29R
Fissurellidae
Diodora aff. jaumei Aguayo & Rehder, 1936 C1-C61, C1-C76, C5-13R
Diodora aff. mirifica Métivier, 1972 C5-42R
Diodora jaumei Aguayo & Rehder,1936 C1-C64, C1-C76, C1-D39, C1-VV21, C2-5R, C2-13R, C2-38R
Diodora listeri (Orbigny,1842) C1-C65, C1-VV38
Diodora meta (Ihering,1927) C1-C65, C1-C74, C2-5R, C2-7R, C2-21R, C2-38F
Diodora mirifica Métivier, 1972 C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C74, C1-D13, C1-VV22, C1-VV24,
C2-5R, C2-13R, C2-14R
Diodora sayi (Dall,1899) C1-C62, C1-C63, C1-C65, C2-5R
Diodora sp.1 C1-C62, C1-VV16, C5-48R, C5-504
Diodora sp.2 C1-C76, C1-VV24
Diodora sp.3 C2-2R
Emarginula aff. phrixodes Dall, 1927 C1-C64, C1-VV38, C2-2R, C5-13R
Emarginula pumila (A.Adams, 1851) C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-VV21, C1-VV22, C5-2R,
C5-10R, C5-12R, C5-13R, C5-16I, C5-17R, C5-20R, C5-23R, C5-
42R, C5-49R
Emarginula sp. C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-VV16, C1-VV38
Emarginula tuberculosa Libassi, 1859 C1-C62, C2-38F, C5-2F
Lucapina aegis (Reeve, 1850) C1-VV24
Lucapina sowerbii Sowerby,1835 C1-C65, C1-C76, C1-C77
Lucapinella limatula (Reeve, 1850) C1-VV31

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 229


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Puncturella pauper Dall, 1927 C1-C65, C1-D3DR, C1-VV24, C1-VV31, C5-42R
Puncturella sp. C1-VV38
Trochidae
Brookula aff. lamonti Clarke, 1961 C5-5R
Brookula conica (Watson, 1885) C5-1F, C5-5R, C5-25A, C5-50F, C5-517
Brookula pfefferi Powell, 1951 C5-52F
Brookula spinulata Absalão, Pimenta & Miyaji, C5-41F
2001
Calliostoma aff. carcellesi Clench & C1-D1-2DR
Aguayo,1940
Calliostoma brunneopictum Quinn,1992 C1-D3DR
Calliostoma carcellesi Clench & Aguayo,1940 C1-D1-2DR
Calliostoma depictum Dall, 1927 C1-ABR
Calliostoma echinatum Dall,1881 C1-C69, C1-C76, C1-VV17, C1-VV21, C2-7R, C2-36R, C5-1R, C5-
2R
Calliostoma gemmosum (Reeve,1842) C1-C62, C1-C63
Calliostoma sp. C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV16, C1-
VV21, C1-VV24, C1-VV38, C1-BT22, C2-18R, C2-38F, C5-2R, C5-
16R
Calliostoma vinosum Quinn,1992 C1-C63, C1-C65, C1-C73, C1-C76, C1-D23, C2-20R, C2-34R, C5-
7R, C5-28R
Calliotropis actinophora (Dall, 1890) C5-5R, C5-50F, C5-504
Calliotropis aeglees (Watson,1879) C2-18R
Calliotropis calatha (Dall, 1927) C5-50F
Echinogurges clavatus (Watson, 1879) C5-50F
Echinogurges sp. C5-25A
Euchelus hummelincki Moonlenbeek & C1-C63, C1-VV38, C5-30R
Faber,1989
Gaza aff. olivacea Quinn, 1991 C2-5R
Halystilus columna Dall, 1890 C1-D1-2DR
Lamellitrochus carinatus Quinn, 1991 C1-C76, C5-42R
Marevalvata tricarinata (Stearns, 1872) C5-16R
Margarites dnopherus (Watson, 1879) C2-35R
Margarites sp. C1-C76, C1-VV16, C1-VV17, C1-VV38
Mirachelus clinocnemus Quinn, 1979 C1-D1-2DR, C1-D3DR, C5-50F
Solariella carvalhoi Lopes & Cardoso,1958 C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C2-21R, C2-39R
Solariella lubrica Dall, 1881 C2-4F, C2-38F, C5-1F, C5-25A, C5-52F, C5-504
Solariella sp. C1-D3DR, C2-39R, C5-50F
Vetulonia jeffreysi Dall, 1913 C5-4F, C5-50F
Vanikoridae
Crucibulum auricula (Gmelin, 1791) C5-2R, C5-27R

230 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Skeneidae
Anekes sp. C5-19F
Cyclostremiscus pentagonus (Gabb,1873) C1-C65, C1-VV17, C1-VV24
Cyclostremiscus sp. C1-C65
Haplocochlias aff. swifti Vanatta, 1913 C5-13R, C5-50F
Moelleriopsis sp. C5-25A
Moelleriopsis watsoni (Tryon, 1888) C5-5R, C5-25A
Palazzia planorbis (Dall, 1927) C5-25A
Parviturbo rehderi Pilsbry & McGinty, 1945 C1-C61, C1-C65, C1-C76, C5-2R, C5-7R, C5-12R
Parviturbo sp. C1-C65, C5-25A
Parviturbo weberi Pilsbry & McGinty, 1945 C1-VV38, C5-2R, C5-13R
Skenea sp. C5-50F
sp. ñ identificado C5-16R, C5-25A
Turbinidae
Arene aff. riisei Rehder, 1943 C5-20R, C5-44R
Arene aff. venusta Woodring, 1928 C1-C61
Arene bairdii (Dall,1889) C2-38F
Arene boucheti Leal,1991 C1-C73
Arene brasiliana (Dall,1881) C1-C61, C1-C63, C1-C65, C2-11R
Arene flexispina Leal & Coelho,1985 C1-C61, C1-D39, C1-BT22
Arene microforis (Dall,1889) C1-C60, C1-C62, C1-C76
Arene sp. C1-C63, C1-C64, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D13, C1-VV17, C5-
10R, C5-13R, C5-14R, C5-24R, C5-25R, C5-48R
Arene variabilis (Dall,1889) C1-C76, C1-VV38, C2-22F, C2-46R
Arene venusta (Woodring,1928) C1-C63, C1-D3DR, C5-24R, C5-25R, C5-25A, C5-48R
Astraea latispina (Philippi, 1844) C2-34R, C5-5R, C5-35R
Astraea phoebia Röding,1798 C1-D12
Astraea sp. C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-D3DR, C1-VV17, C5-25R, C5-42R
Astraea tecta olfersii (Philippi, 1846) C1-ABR
Homalopoma borrii Mann, 1975 C1-C76
Turbo cailleti Fisher & Bernardi,1857 C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-D39, C1-VV38, C1-BT22,
C2-2R, C2-6R, C2-16R, C2-18R, C2-34R, C5-42R
Turbo canaliculatus Hermann, 1781 C1-C74, C1-D13, C5-5R
Turbo castanea Gmelin,1791 C1-C67, C2-32R
Turbo heizei Prado, 1998 C5-1R, C5-2R, C5-4R, C5-7R, C5-13R, C5-16R, C5-21R, C5-23R,
C5-24R, C5-25R, C5-30R, C5-34R, C5-42R, C5-45R
Turbo sp. C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-C77
Cyclostrematidae
Cyclostrema sp. C1-VV31, C5-25A, C5-50F
Cyclostrema tortuganum (Dall, 1927) C5-25R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 231


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Phenacolepadidae
Phenacolepas hamillei (Fisher,1857) C1-C63
Seguenziidae
Ancistrobasis costulata (Watson, 1879) C1-D1-2DR
Carenzia carinata (Jeffreys, 1876) C5-5R, C5-50F, C5-538
Carenzia trispinosa (Watson, 1888) C5-50F
Hadroconus altus (Watson, 1879) C5-5R
Seguenzia hapala Woodring, 1928 C5-4F, C5-19F, C5-25A, C5-41F, C5-50F, C5-52F, C5-504, C5-517,
C5-538
Tricoliidae
Gabrielona sulcifera Robertson,1973 C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-
VV17, C1-VV24, C1-VV31
sp. ñ identificado C1-VV38
Tricolia affinis (C.B.Adams,1850) C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-C66, C1-C76, C1-D1-2DR,
C1-D13, C1-VV15, C1-VV22, C1-VV35, C5-2R, C5-7R, C5-13R,
C5-20R, C5-23R, C5-24R, C5-25R, C5-30R, C5-42R, C5-44R, C5-
45R, C5-48R, C5-49R
Tricolia bella (M. Smith, 1937) C5-7R, C5-504
Tricolia sp. C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C76, C1-VV16, C1-VV17
Tricolia thalassicola Robertson, 1958 C5-5R
Capulidae
Capulus sp. C5-49R
sp. ñ identificado C2-11R
Truncatellidae
Truncatella sp. C1-C63
Rissoidae
Alvania auberiana (Orbigny,1842) C1-C62, C1-C65, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV24, C1-VV38, C5-
2R, C5-4R, C5-7R, C5-1F, C5-24R, C5-25R, C5-30R, C5-45R
Alvania caribaea Orbigny,1842 C1-C62, C5-4R
Alvania colombiana Romer & Moore, 1988 C5-25A
Alvania sp. C1-C62, C1-C76, C1-D1-2DR, C5-4R
Benthonella sp. C1-C76, C1-VV16
Benthonella tenella (Jeffreys, 1883) C1-C62, C5-4F, C5-5R, C5-16R, C5-19F, C5-50F, C5-52F, C5-509,
C5-517, C5-538
Benthonellania xanthias (Watson, 1885) C2-36F, C5-2R, C5-5R, C5-25A, C5-1F, C5-4F, C5-19F, C5-20R,
C5-50F, C5-52F, C5-41F, C5-48R, C5-504
Ceratia sp. C1-C63
Folinia bermudezi (Aguayo & Rehder,1936) C1-C63, C5-12R, C5-30R, C5-48R, C5-49R,C5-504
Rissoa sp. C5-52F
Rissoina aff. sagraiana Orbigny, 1842 C1-C74
Rissoina bryerea (Montagu,1803) C1-VV31

232 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Rissoina cancellata (Phillipi,1847) C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-C76, C1-VV22, C1-VV24, C1-VV38,
C5-1F, C5-4R, C5-13R, C5-504
Rissoina catesbyana Orbigny, 1842 C1-ABR
Rissoina decussata Montagu, 1803 C1-C76
Rissoina fenestrata Schwartz,1860 C1-C76, C1-VV38, C5-2R, C5-5R, C5-7R, C5-13R
Rissoina fischeri Desjardin, 1949 C5-48R
Rissoina multicostata (C.B.Adams,1850) C1-C61, C1-C63, C1-C76, C5-30R, C5-42R, C5-44R, C5-45R, C5-
48R, C5-49R
Rissoina princeps C.B.Adams,1850 C1-C64, C1-C65, C1-C66, C1-C76, C1-C77, C1-VV24, C1-VV31,
C1-VV38, C5-12R, C5-13R
Rissoina sagraiana Orbigny,1842 C1-C66, C5-2R, C5-504
Rissoina sp. C1-C65, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV22, C5-45R
Rissoina striosa (C.B.Adams,1850) C1-C61
sp. ñ identificado C1-VV38
Zebina browniana (Orbigny, 1842) C5-7R, C5-30R, C5-44R
Barleeidae
Barleeia rubrooperculata Castellanos & C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17
Fernadez, 1972
Barleeia sp. C1-D3DR, C1-VV38, C5-24R
Caelatura sp. C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-D39, C1-VV21, C1-VV38, C5-7R,
C5-13R, C5-16R, C5-20R, C5-30R, C5-44R
Caelatura barcellosi Absalão & Rios,1995 C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-VV38, C5-7R, C5-19F, C5-23R, C5-
44R, C5-45R
Caelatura speculabunda Absalão, 2002 C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-VV21, C1-VV24, C1-VV38,
C5-12R, C5-20R
Caelatura tigrina Absalão, 2002 C5-42R, C5-44R, C5-45R
Protobarleeia aff. pyrrocincta Absalão, 2002 C5-20R
Rissoellidae
Rissoella sp. C1-VV38
Rissoella caribaea Rehder, 1943 C1-D3DR, C5-20R
sp. ñ identificado C1-D1-2DR, C1-D3DR, C5-52F
Elaschisinidae
Elaschisina floridana (Rehder, 1943) C1-C61
Assimneidae
Assimnea succinea (Pfeiffer, 1840) C1-D1-2DR, C1-C61
Caecidae
Caecum (Caecum) sp. C1-C62, C1-C66, C1-D1-2DR, C1-D13, C1-VV17, C1-VV21, C1-
VV38, C5-13R, C5-24R, C5-25R, C5-25A, C5-30R, C5-45R, C5-52F
Caecum brasilicum Folin, 1874 C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV38, C5-4R, C5-30R,
C5-49R
Caecum butoti De Jong & Coomans,1988 C1-C61, C1-C62, C1-VV38, C5-44R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 233


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Caecum circumvolutum Folin,1867 C1-C62, C1-C76, C1-VV38, C5-4R
Caecum eliezeri Absalão,1997 C1-D1-2DR, C1-VV17, C1-VV38
Caecum floridanum Stimpson,1851 C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV22,
C1-VV31, C5-2R, C5-4R, C5-16R, C5-42R
Caecum massambabensis Absalão & Rios,1997 C1-VV17
Caecum nitidum (Stimpson,1851) C1-C62, C1-C76
Caecum planum Folin,1867 C1-C62, C1-C65, C1-VV17
Caecum ryssotitum Folin,1867 C1-C76
Caecum someri (Folin, 1867) C1-VV17
Caecum striatum Folin,1868 C1-C62, C1-VV38, C5-49R
Caecum subvolutum Folin,1874 C1-C64
Meioceras cornocupiae (Carpenter, 1858) C1-C62, C1-C65, C1-C76, C1-VV38, C5-20R, C5-25R
Meioceras cubitatum (Folin, 1868) C5-4R, C5-5R
Meioceras nitidum (Stimpson, 1851) C5-7R, C5-44R
Meioceras sp. C1-C64, C5-20R, C5-24R, C5-44R, C5-45R
Vitrinellidae
Circulus cf. semisculptum (Olsson & McGinty, 1958) C5-25A
Cochliolepis parasitica Stimpson, 1858 C5-25A
Episcynia inornata (Orbigny, 1842) C1-D3DR, C1-VV31, C5-2R
Parviturboides interruptus (C.B.Adams,1850) C1-C65, C1-D3DR, C1-VV24, C5-4R, C5-7R, C5-24R
Solariorbis aff. shumoi (Vanatta, 1913) C1-VV24
Solariorbis infracarinatus Gabb, 1881 C1-VV24
Solariorbis mooreana (Vanatta, 1904) C1-VV16
Solariorbis shimeri (Clapp, 1914) C1-VV21
Solariorbis sp. C5-41F
sp. ñ identificado C1-D3DR, C5-48R
Teinostoma cocolitoris Pilsbry & McGinty, 1945 C1-D1-2DR, C1-D3DR
Teinostoma incertum Pilsbry & McGinty, 1945 C1-VV24
Teinostoma pilsbryi McGinty, 1945 C1-C62
Teinostoma sp. C1-D1-2DR, C5-25A
Vitrinella sp. C5-25A
Modulidae
Modulus carchedonius (Lamarck,1822) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-C74, C1-C76, C1-VV38,
C5-13R, C5-23R, C5-25R
Modulus modulus (Linnaeus,1758) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-C67, C1-C74, C1-C77,
C1-VV21, C1-VV38, C5-2R, C5-7R, C5-30R, C5-45R
Cerithiidae
Bittiolum varium (Pfeiffer,1840) C1-C62, C1-D13, C1-VV31, C5-4F, C5-504
Cerithium atratum (Born, 1778) C5-45R
Cerithium eburneum Bruguiere, 1792 C2-2R, C5-2R, C5-4R, C5-13R, C5-24R, C5-45R, C5-48R

234 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Cerithium litteratum (Born,1778) C1-C61, C1-C63, C1-C69, C1-C73, C1-C76, C1-C77, C1-ABR,
C2-2R, C2-5R, C2-14R, C2-16R, C2-47R, C5-2R, C5-4R, C5-7R,
C5-12R, C5-13R, C5-14R, C5-16R, C5-24R, C5-34R, C5-45R, C5-
48R, C5-49R
Cerithium sp. C1-C61, C1-C62, C1-VV31, C2-2R, C5-7R, C5-23R, C5-24R, C5-
30R, C5-44R, C5-48R
sp. ñ identificado C1-C61, C1-VV22
Ittibittium turriculum (Nowell-Usticke, 1969) C5-14R
Litiopidae
Alaba incerta (Orbigny,1842) C1-C74, C1-C76, C1-D13, C1-VV16, C1-VV38, C5-2R, C5-5R
Diastomatidae
Finella dubia (Orbigny,1842) C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D13, C1-VV31, C5-4R, C5-5R, C5-13R
Tornidae
Macromphalina sp. C5-13R
Turritellidae
Turritella exoleta (Linnaeus,1758) C2-2R, C2-5R, C2-11R, C2-16R, C2-27R, C2-34R, C2-36R, C1-C61,
C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-C66, C1-C67, C1-C73, C1-C76, C1-
C77, C1-D32, C1-D39, C1-VV38, C5-1R, C5-2R, C5-5R, C5-13R,
C5-16R, C5-27R, C5-34R, C5-35R, C5-36R
Turritella hookeri Reeve,1849 C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D4, C1-D6,
C1-D7, C1-VV22, C2-21R, C2-38R, C5-7R, C5-2R, C5-12R, C5-
13R, C5-20R, C5-25R
Turritelopsis marplatensis Castellanos & C5-7R, C5-13R, C5-23R, C5-24R, C5-25A, C5-45, C5-52F
Landoni, 1980
Vermicularia aff. spirata (Phillipi,1836) C1-C64
Vermetidae
sp. ñ identificado C1-C61, C1-C64, C1-C65, C1-VV38
Siliquariidae
Siliquaria modesta Dall, 1881 C5-1R, C5-2R, C5-13R, C5-33R
Siliquaria sp. C1-C63
Siliquaria squamata Blainville, 1827 C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-D14, C2-14R, C5-25R, C5-35R
Littorinidae
Littorina angulifera (Lamarck, 1822) C1-ABR
Thaididae
Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1767) C1-ABR
Strombidae
Strombus gallus Linnaeus,1758 C2-5R, C2-15R, C1-C62, C1-C74, C1-C77, C5-2R, C5-7R, C5-13R,
C5-14R, C5-16R, C5-34R, C5-36R, C5-49R
Strombus goliath Schroter, 1805 C2-5R, C5-10R
Strombus pugilis Linnaeus,1758 C1-D32, C1-AV10, C1-BT9, C5-3R, C5-5R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 235


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Hipponicidae
Cheilea equestris (Linnaeus,1758) C1-C65, C1-C74, C1-C76, C1-VV24, C5-2R
Hipponix antiquatus (Linnaeus,1767) C1-C65, C1-ABR, C5-48R
Hipponix incurvus (Gmelin, 1791) C1-ABR, C2-11R, C5-48R
Hipponix leptus Simone, 2002 C5-2R, C5-4R, C5-7R, C5-16R
Hipponix subrufus (Lamarck,1819) C1-ABR
Calyptraeidae
Bostrycapulus aculeatus (Gmelin, 1791) C1-VV31
Calyptraea centralis (Conrad,1841) C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D11, C1-VV22, C1-VV24, C1-
VV31
Crepidula plana Say, 1822 C1-VV16
Crepidula sp. C1-C65, C1-D3VV, C1-D3DR, C1-VV38
Crucibulum auricula (Gmelin, 1791) C1-C76, C2-5R, C5-27R
Crucibulum striatum (Say,1824) C1-VV24, C2-37R
sp. ñ identificado C2-36R
Xenophoridae
Xenophora conchiliophora (Born,1780) C1-C62, C1-C73, C1-C76, C1-D39, C1-VV31, C1-VV38, C2-5R,
C2-13R, C2-14R, C2-16R, C2-17R, C2-22F, C2-46R, C5-2R, C5-5R,
C5-14R, C5-16R, C5-27R, C5-34R
Xenophora longleyi Bartsch, 1931 C5-25A
Cypraeidae
Cypraea acicularis Gmelin,1791 C1-C73, C1-C76, C1-C77
Cypraea cinerea Gmelin,1791 C1-C62, C1-C76, C1-BT22, C2-2R, C2-5R, C2-13R, C2-15R, C5-
2R, C5-4R, C5-7R, C5-34R
Cypraea sp. C1-C61, C1-C62, C2-21F
Cypraea spurca Gmelin, 1791 C5-2R, C5-7R, C5-13R, C5-16R, C5-34R, C5-35R, C5-42R
sp. ñ identificado C5-4R, C5-5R, C5-19F
Triviidae
Erato maugeriae (Gray,1832) C1-D13, C1-VV22, C1-BTV25
Trivia antillarum Schilder, 1922 C1-VV38
Trivia candidula (Gaskoin, 1836) C1-C65, C1-C76, C1-C77, C1-D3DR, C1-D13, C1-VV22, C2-5R,
C2-38R
Trivia maltbiana Schwengel & Mcginty,1942 C2-5R
Trivia nix Schilder,1922 C1-C61, C1-C65, C1-C73, C1-VV21, C1-VV38, C2-7R
Trivia occidentalis Schilder,1922 C1-C65, C1-C76, C1-VV38
Trivia pediculus (Linnaeus,1758) C1-C67, C1-D32
Trivia sp. C1-D3DR
Trivia suffusa (Gray,1830) C1-C65, C1-C76, C1-C77, C1-D3DR, C2-33R
Atlantidae
Atlanta peronii Lesueur,1817 C1-C62, C1-C76, C5-4F

236 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Naticidae
Natica bayeri Rehder, 1986 C5-2R, C5-5R, C5-16R
Natica cayennensis Récluz,1850 C1-D30, C1-VV16, C2-38R, C5-2R
Natica cf. marochiensis (Gmelin, 1791) C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-D3DR, C1-D13, C1-VV16, C1-VV24,
C2-16R, C2-24R, C5-16R
Natica cf. sulcata (Born, 1778) C5-1R, C5-3R, C5-5R, C5-23R, C5-27R
Natica pusilla Say, 1822 C1-C76, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17, C1-VV24, C1-VV31, C5-
4R, C5-5R, C5-19F
Natica sagrayana Orbigny, 1842 C1-D3DR, C2-38R
Natica sp. C1-D3DR, C1-VV17, C1-BT22, C5-42R
Natica sulcata (Born,1778) C1-C76
Polinices aff. uberinus (Orbigny,1842) C1-D7
Polinices fringillus (Dall, 1881) C2-35R
Polinices hepaticus (Roding, 1798) C2-38R
Polinices lacteus (Guilding, 1833) C1-C76, C1-BT9, C2-7R, C2-27F, C5-2R, C5-13R, C5-16R
Polinices sp. C2-2R, C2-30F
sp. ñ identificado C2-35R, C5-25A, C5-42R
Lamellariidae
Lamellaria perspicua (Linnaeus, 1758) C5-28R
Cassidae
Casmaria ponderosa atlantica Clench, 1944 C2-34R, C5-2R, C5-36R
Cypraecassis testiculus (Linnaeus, 1758) C5-2R, C5-16R
Phalium sp. C1-C76
Ranellidae
Cymatium comptum (A. Adams, 1855) C2-22F, C5-1R
Cymatium labiosum (Wood,1828) C2-16R
Cymatium parthenopeum (von Salis,1793) C1-C74, C1-D4, C1-D13, C1-BTV25
Cymatium sp. C1-C76, C1-VV38, C5-2R
Cymatium vespacea (A. Adams, 1855) C1-C76
Distorsio constricta macgintyi Emerson & C1-D12, C5-1R
Puffer, 1953
sp. ñ identificado C1-C61, C2-14R, C5-2R, C5-45R
Bursidae
Bursa corrugata (Reeve, 1844) C5-2R, C5-23R
Bursa cubaniana (Orbigny, 1842) C5-2R, C5-5R, C5-10R
Bursa grayana (Dunker, 1868) C5-2R, C5-13R
Bursa rhodostoma thomae (Orbigny,1840) C1-C62, C5-7R
Bursa sp. C1-C61, C1-C65
Cerithiopsidae
Cerithiella amblytera (Watson, 1880) C5-517
Cerithiella sp. C1-C65, C1-VV24, C1-VV31

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 237


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Cerithiopsis emersoni (C.B. Adams, 1838) C1-C76, C1-VV22, C1-VV31, C5-36R
Cerithiopsis lata (C.B. Adams, 1850) C1-C62, C1-VV31
Cerithiopsis sp. 1 C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV24,
C1-VV31, C1-VV38
Cerithiopsis sp. 2 C1-C62, C1-C65, C1-D3, C1-VV21, C1-VV31
Cerithiopsis sp. 3 C1-VV24
Cerithiopsis sp. 4 C1-C61, C1-C65, C1-C76, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV38
Cerithiopsis sp. 5 C1-VV38
Cerithiopsis sp. 6 C1-VV21
Cerithiopsis sp. 7 C1-C63
Seila adamsi (H.Lea, 1845) C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-C73, C1-VV21, C1-VV22, C1-VV38,
C2-34R, C2-36R, C5-4R, C5-7F, C5-13R
Triphoridae
Metaxia exilis C.B.Adams,1850 C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-C66, C1-VV38, C2-22R, C5-4R, C5-
12R, C5-13R, C5-20R, C5-25R, C5-48R, C5-42R, C5-45R, C5-517
Triphora decorata (C.B.Adams, 1850) C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-VV31, C5-7R, C5-12R, C5-
13R, C5-30R, C5-42R
Triphora melanura (C.B.Adams, 1850) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-VV22, C2-10R, C2-22R, C2-
36R, C5-7R, C5-10R, C5-12R, C5-13R, C5-20R, C5-23R, C5-24R,
C5-25R, C5-30R, C5-42R, C5-45R, C5-48R, C5-49R
Triphora nigrocincta (C.B. Adams, 1839) C5-13R, C5-42R
Triphora ornata (Deshayes,1823) C1-C76, C5-4R, C5-7R, C5-13R
Triphora pulchella (C.B.Adams, 1850) C1-VV22, C2-35R, C5-30R
Triphora sp. C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C66, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-
D3DR, C1-VV17, C1-VV22, C1-VV38, C2-36R, C2-38R, C5-2R,
C5-4R, C5-7R, C5-13R,C5-23R, C5-25R, C5-30R, C5-42R, C5-48R,
C5-49R, C5-52F
Triphora turristhomae (Holten, 1802) C1-C65, C2-22F
Epitoniidae
Amaea retifera Dall, 1889 C1-C76, C1-D3DR, C1-VV38
Cirsotrema dalli Rehder, 1945 C1-C61, C1-D32
Epitonium angulatum (Say, 1830) C1-VV24, C1-AV10
Epitonium candeanum (Orbigny, 1842) C1-VV16
Epitonium krebsi (Morch,1874) C1-C65, C1-VV16, C1-VV24
Epitonium novangliae (Couthouy, 1838) C1-VV31
Epitonium occidentale (Nyst,1871) C2-36R
Epitonium sp. C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV21, C1-VV24, C5-25A
Opalia sp. C1-C61, C1-C62, C1-VV24, C1-VV38, C5-25A
sp. ñ identificado C1-C65, C5-25A

238 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Janthinidae
Janthina exigua Lamarck, 1816 C2-35R
Janthina pallida (Thompson, 1840) C2-21R, C2-35R, C2-39R, C5-4F
Janthina sp. C5-52F
Eulimidae
Costaclis egregia (Dall, 1889) C5-4F
Eulima auricincta Abbott, 1959 C1-C61, C1-C65, C1-VV22, C5-7R, C5-14R, C5-20R, C5-23R, C5-
24R, C5-28R, C5-30R, C5-42R, C5-44R, C5-45R, C5-49R
Eulima bifasciata (Orbigny,1842) C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C76, C1-VV24
Eulima sp. C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-D3DR, C1-VV17, C1-VV22,
C1-VV38, C2-38F, C5-4R
Melanella arcuata (C.B.Adams, 1850) C1-C61, C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV21, C1-VV24
Melanella brevisulcata (Dunker, 1875) C1-C65
Melanella conoidea (Kurtz & Stimpson, 1851) C1-C76, C1-D3DR, C1-VV16
Melanella intermedia (Cantraine, 1835) C1-C76, C1-VV22
Melanella sp. C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-VV16, C1-VV38, C5-4R,
C5-5R, C5-12R, C5-13R, C5-16R, C5-17R, C5-25R, C5-30R, C5-
45R, C5-48R, C5-50F, C5-52F, C5-504, C5-517
sp. ñ identificado C1-D3DR, C1-VV24, C5-2R, C5-13R, C5-44R, C5-504
Thaleia nisonis (Dall, 1889) C5-5R
Aclididae
Bermudaclis bermudensis (Dall & Bartsch, C5-2R
1911)
Muricidae
Attiliosa sp. C1-C61, C1-C62, C1-C64
Chicoreus aff. formosus (Sowerby,1841) C1-D32
Chicoreus carolynae Vokes, 1990 C5-2R
Chicoreus coltrorum Vokes, 1990 C5-34R, C5-44R
Chicoreus consuelae (Vokes,1990) C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-D39, C1-BT22, C2-22F, C2-34R,
C2-47F
Chicoreus formosus (Sowerby, 1841) C5-3R, C5-16R
Chicoreus senegalensis (Gmelin,1790) C1-D1-2DR, C1-D4, C1-D6, C1-D11, C1-AV10, C1-BT9, C2-3R,
C2-20R
Chicoreus sp. C1-C65, C5-2R
Chicoreus tenuivaricosus (Dautzenberg,1927) C1-D3, C1-D12, C1-AV10, C2-27F, C2-38R
Cytharomorula gravi (Dall, 1889) C2-4F
Dermomurex oxum Petuch,1979 C1-C66, C1-C67
Favartia cellulosa (Conrad,1846) C1-C61
Favartia sp. C1-C61, C1-C64, C1-VV38
Favartia varimutabilis Houart, 1991 C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C74, C1-VV38, C2-7R
Latiaxis dalli Emerson & D’Attilio, 1963 C1-D3DR

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 239


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Murexiella aff. macgintyi (M. Smith, 1938) C1-VV31
Murexiella glypta (M.Smith, 1938) C1-C66, C1-C67, C1-VV31, C2-2R, C5-45R
Muricopsis neochaena (Pilsbry, 1900) C2-25R, C2-34R
Muricopsis oxossi Petuch,1979 C1-C64, C1-VV24, C1-VV38
Muricopsis sp. C1-VV38
Pazinotus sp. C1-VV38
Phyllonotus ocullatus (Reeve, 1845) C5-2R, C5-34R
sp. ñ identificado C1-C61, C1-C76, C1-VV24, C5-2R, C5-42R
Trachypolia didyma Schwengel, 1943 C1-C61, C2-4R
Trachypolia turricula (von Maltan, 1884) C1-C61, C1-C73, C1-C76, C1-VV38, C2-3R, C2-20R, C2-34R, C5-
2R, C5-3R, C5-16R, C5-42R
Typhis cleryi (Petit,1848) C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D4, C1-D7, C1-AV10, C1-BT9, C2-21R,
C2-39R
Typhis riosi Bertsch & D’Attilio, 1980 C2-27F
Coralliophilidae
Coralliophila abbreviata (Lamarck,1816) C2-20R
Coralliophila aberrans (C.B. Adams, 1850) C5-2R
Coralliophila sp. C1-C61, C1-VV21
Coralliophilla aedonius (Watson,1886) C2-21R, C2-39R
Buccinidae
Antillophos candei (Orbigny, 1842) C5-1R, C5-3R
Belomitra exsculpta (Watson, 1882) C5-19F, C5-41F, C5-50F, C5-52F, C5-504, C5-517, C5-538
Cantharus karinae Usticke, 1959 C2-4R, C5-2R, C5-7R, C5-34R, C5-48R
Engina sp. C1-C65
Engina turbinella (Kiener, 1835) C1-ABR
Pisania pusio (Linnaeus, 1758) C1-ABR, C5-21R
Prosipho sp. C1-D3DR
sp. ñ identificado C1-D3DR, C1-VV38, C2-38R, C5-19F, C5-25A, C5-50F, C5-52F,
C5-5R
Columbellidae
Aesopus stearnsi (Tryon,1883) C1-VV16, C1-VV21, C1-VV22, C5-25A, C5-30R
Amphissa acuminata (Smith,1915) C1-D4
Amphissa cancellata (Castellanos, 1982) C5-19F
Amphissa sp. C2-38R
Anachis catenata (Sowerby, 1844) C1-VV31
Anachis helenae (Costa,1983) C1-C66, C2-25R, C2-27F
Anachis obesa (C.B.Adams, 1845) C1-VV31
Anachis sp. C1-C65, C1-VV21, C2-36F, C5-49R, C5-50F
Collumbella mercatoria (Linnaeus,1758) C1-C67, C1-C73, C1-C76, C1-D13, C1-ABR, C2-13R, C2-17R, C2-
33R, C5-7R, C5-13R, C5-30R, C5-34R
Collumbella sp. C1-C65

240 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Mitrella aff. profundi (Dall, 1889) C2-24F
Mitrella albovittata Lopes,Coelho & Cardoso, C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-VV21, C1-VV22,
1965 C1-VV38, C2-36R, C5-7R, C5-20R
Mitrella antares Costa & Souza, 2001 C5-13R
Mitrella lunata (Say, 1826) C1-C61, C1-C65, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV22, C1-VV24, C1-
VV31, C1-VV38, C5-1R, C5-7R, C5-20R, C5-23R, C5-24R, C5-25A,
C5-30R, C5-45R, C5-48R
Mitrella sp. C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C5-45R
Nassarina columbellata Dall, 1889 C5-27R, C5-52F
Nassarina minor (C.B. Adams, 1845) C1-C65, C1-C66, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D13, C1-
VV21, C1-VV22, C1-VV38
Nassarina sp. C1-D3DR, C1-VV38, C5-30R
Nassarina thetys Costa & Absalão, 1998 C2-7R, C1-BT25
Nitidella nitida (Lamarck, 1822) C1-VV24
sp. ñ identificado C1-VV24, C5-2R, C5-7R, C5-24R, C5-30R, C5-45R
Zafrona idalina (Duclos,1840) C2-24R, C1-C62, C1-C64, C1-VV33, C5-33R
Nassariidae
Nassarius aff. capillaris (Watson, 1882) C2-16R
Nassarius aff. pernitidus (Dall, 1889) C2-35R
Nassarius albus (Say,1826) C1-D2, C1-D3DR, C1-D4, C1-D6, C1-D7, C1-D13, C1-D14, C1-
D32, C1-VV24, C1-VV25, C1-VV31, C1-VV37, C1-AV10, C2-1F,
C2-22F, C2-27F, C2-36R, C2-38R, C5-1R, C5-2R, C5-3R, C5-5R,
C5-7R, C5-13R, C5-16R, C5-27R, C5-34R, C5-42R
Nassarius fraterculus (Dunker, 1860) C1-C63
Nassarius sp. C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C66, C1-C67, C1-C73,
C1-C76, C1-C77, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17,
C1-VV21, C1-VV22, C1-VV31, C1-VV38, C1-ABR, C2-2R, C2-4R,
C2-36R, C2-45R, C5-4R, C5-48R
Fasciolariidae
Colubraria sp. C1-C65, C1-C76, C1-VV38, C5-2R
Dolicholatirus sp. C1-AV10
Fusinus brasiliensis (Grabau, 1904) C1-C76, C2-16R, C2-46R, C5-1R, C5-2R, C5-4R, C5-5R, C5-16R,
C5-25R, C5-27R, C5-34R
Fusinus frenguelli (Carcelles,1953) C1-D2, C1-D3DR
Fusinus marmoratus (Philippi,1846) C2-5R
Fusinus sp. C1-C65, C1-C66, C2-7R, C2-36R
Latirus cf.varae Bullock,1970 C1-D4, C1-D39
Latirus devyanae Rios, Costa & Calvo, 1994 C5-38R
Latirus ogum Petuch, 1979 C1-BT22, C5-34R, C5-38R
Latirus sp. C1-C65
Leucozonia nassa (Gmelin, 1791) C1-ABR, C5-44R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 241


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Leucozonia ocellata (Gmelin, 1791) C1-ABR
Pleuroploca aurantiaca (Lamarck, 1816) C1-C75
sp. ñ identificado C1-VV38
Volutidae
Adelomelon sp. C1-C62
Odontocymbiola americana (Reeve, 1856) C1-D7, C5-25R, C5-51R
Odontocymbiola sp. C2-27F, C5-5R
Plicoliva zelindae Petuch, 1979 C1-D39
Vasidae
Vasum cassiforme (Kiener,1841) C1-D23, C2-ABR, C2-34R, C5-20R
Olividae
Agaronia travassosi Morretes, 1931 C1-D7, C5-51R
Amalda josecarlosi Pastorino, 2002 C1-C66, C1-D3VV, C1-D1-2DR, C1-D2, C1-D3DR, C1-D7, C1-
D11, C1-BT9, C5-2R, C5-3R
Amalda sp. C1-C65
Oliva aff. circinata Marrat, 1870 C2-16F, C2-46R
Oliva circinata Marrat, 1870 C2-46R, C1-C76, C5-27R, C5-51R
Olivella amblia Watson, 1882 C5-1F, C5-41F
Olivella defiorei Klappenbach, 1964 C1-D1-2DR, C1-VV31
Olivella floralia (Diclos,1853) C1-C65
Olivella mutica (Say,1822) C1-VV29
Olivella nivea (Gmelin,1791) C1-C76, C1-D3VV, C5-51R
Olivella sp. C1-C61, C1-C65, C1-C75, C1-C77, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-
VV17, C2-21R, C2-27F, C2-39, C5-4R, C5-14R, C5-23R, C5-25A,
C5-41F, C5-42R, C5-48R, C5-50F, C5-504
Olivella watermani (McGinty,1940) C1-C62, C1-C76, C1-BT22, C2-5R, C2-16R, C2-22F, C2-46R, C5-
1R, C5-2R, C5-4R, C5-42R, C5-45R
sp. ñ identificado C2-36F
Marginellidae
Bullata bullata (Born, 1778) C5-2R
Bullata cf. largillieri (Kiener, 1834) C1-D32
Bullata largillieri (Kiener, 1834) C2-7R, C2-16R, C5-36R
Bullata sp. C1-VV38, C2-14R, C2-34R, C5-2R, C5-23R
Dentimargo lasallei Talawera & Princz, 1985 C1-C76, C5-7R
Dentimargo sp. C2-14R
Dentimargo sulcata (Orbigny, 1842) C1-C76, C1-VV16
Gibberula sp. C1-D13
Granula lavaleeana Orbigny, 1842 C1-C76, C5-2R, C5-20R, C5-30R, C5-49R
Granulina clandestinella Bavay, 1908 C1-D1-2DR
Granulina ovuliformis (Orbigny,1841) C2-38F, C1-C64, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV21, C1-VV24, C1-
VV31, C1-VV38, C5-2R, C5-16R, C5-20R

242 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Granulina sp. C1-C66
Marginella cloveri Rios & Matheus,1972 C1-C76
Marginella sp. C1-C76, C5-48R
Persicula catenata (Montagu, 1803) C1-C65, C1-VV38, C2-10R, C2-21R, C2-35R, C2-38R
Persicula sagittata (Hinds, 1844) C1-C61, C1-C74, C5-20R
Persicula sp. C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-VV17, C1-VV21, C1-VV22,
C1-BT22, C5-5R, C5-13R, C5-25R
Prunum bahiensis (Tomlin, 1917) C1-C64, C1-C76, C1-VV17, C2-36R, C5-13R
Prunum fulminatum (Kiener, 1841) C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D4, C1-D6, C1-D7, C1-D11,
C1-D39
Prunum martini (Kiener, 1841) C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D2, C1-D3, C1-D4, C1-D7, C1-D11, C5-
2R, C5-35R
Prunum sp. C1-D1-2DR, C1-D3, C1-VV16, C2-11R, C2-27R, C2-27F, C5-13R,
C5-41F, C5-51R
sp. ñ identificado C2-10R, C2-21R, C2-35R, C2-38R, C2-39R, C1-C62, C1-C76, C1-
D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17, C1-VV24, C5-4R, C5-23R
Volvarina aff. albolineata (Orbigny, 1842) C5-13R, C5-30R
Volvarina aff. avena (Kiener, 1834) C1-C61, C1-VV31, C1-VV38, C2-38R
Volvarina aff. roberti (Bavay, 1917) C1-C64, C1-C76, C1-C77, C2-12R, C2-27R, C2-35R, C2-36R
Volvarina aff. serrei (Bavay, 1913) C1-C63, C1-C65, C1-D13, C1-VV24, C2-11R, C2-27R, C2-27F,
C2-38R, C5-13R
Volvarina avena (Kiener, 1834) C1-C64, C1-VV21, C1-VV22, C5-13R
Volvarina lactea (Kiener, 1841) C5-13R
Volvarina serrei (Bavay,1913) C1-C62, C2-12R, C2-22R, C2-38R, C5-20R
Volvarina sp. C1-C61, C1-C74, C1-D1-2DR, C1-D13, C1-VV16, C1-VV17, C1-
VV21, C1-VV22, C5-2R, C5-4R, C5-5R, C5-14R, C5-23R, C5-25R,
C5-28R, C5-30R, C5-44R, C5-45R, C5-48R, C5-52F
Mitridae
Mitra barbadensis (Gmelin,1791) C1-C69, C1-C76, C2-11R, C2-14
Mitra larranagai (Carcelles, 1947) C1-C69, C1-C76, C2-11R, C2-14R, C5-12R
Mitra nodulosa (Gmelin, 1791) C2-10R, C2-27R, C5-2R, C5-7R
sp. ñ identificado C1-C61, C1-C62, C1-VV38, C2-10R, C2-39R
Subcancilla candida Reeve, 1845 C1-C66, C1-C76
Costellariidae
Vexillum cubanum Aguayo & Rehder, 1936 C1-C61
Vexillum exiguum (C.B.Adams,1845) C1-C61, C1-C65
Vexillum hendersoni (Dall,1927) C1-C65, C1-C66, C2-16R, C5-2R, C5-3R
Vexillum histrio (Reeve, 1844) C5-45R
Vexillum lixa Petuch, 1979 C1-C66, C1-C76
Vexillum pulchellum (Reeve, 1844) C1-C65, C1-C73, C2-2R, C5-10R, C5-13R, C5-14R, C5-30R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 243


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Vexillum sp. C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-VV16, C1-
VV21, C1-VV22, C1-VV24, C1-VV38, C5-2R, C5-7R, C5-10R, C5-
13R, C5-19F, C5-34R, C5-42R
Cancellariidae
Cancellaria petuchi Harasewich,Peti & C1-D32, C1-VV31, C5-16R
Verhecken, 1992
Tritonoharpa lanceolata (Menke, 1828) C1-C66, C1-C76, C1-D39, C1-VV24, C5-5R
Tritonoharpa leali Harasewich, Petit & C2-35R
Verhecken, 1992
Conidae
Conus abrolhosensis Petuch, 1987 C1-C67, C1-C76, C5-13R
Conus aff. abrolhosensis Petuch, 1987 C2-16R, C1-C63
Conus aff. daucus Hwass, 1792 C2-5R, C2-6R, C2-16F, C2-21F, C2-22F, C2-27F
Conus aff. mindanus Hwass, 1792 C2-27F
Conus aff. regius Gmelin, 1791 C2-16R
Conus archetypus brasiliensis Clench, 1942 C1-D13
Conus austini Rehder & Abbott, 1951 C2-3R, C2-20R, C5-3R, C5-27R
Conus cf. jaspideus Gmelin, 1791 C5-1R
Conus cf. mindanus Hwass, 1792 C5-10R
Conus clerii (Reeve, 1844) C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D6, C1-D7, C1-D11, C1-BT9
Conus daucus Hwass, 1792 C2-27R
Conus iansa Petuch, 1979 C1-C63
Conus jaspideus Gmelin, 1791 C1-C66, C1-C71, C1-C76, C1-C77, C1-D7, C5-2R
Conus mazei Deshayes, 1874 C2-3R, C2-20R, C5-3R
Conus mindanus Hwass, 1792 C1-C67, C1-C74, C1-D1-2DR, C1-D13, C5-2R, C5-3R
Conus regius Gmelin, 1791 C1-C74, C2-15R, C5-2R, C5-10R
Conus riosi Petuch, 1986 C5-2R
Conus sanderi Wils & Moolenbeeck, 1979 C2-27R, C2-27F, C1-D12, C5-2R, C5-4R, C5-5R, C5-13R, C5-16R,
C5-16I, C5-20R
Conus sp. C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-C76, C1-C77, C1-VV24,
C1-VV38, C1-AV10, C2-2R, C2-4R, C2-16R, C2-20R, C2-21R, C5-
1R, C5-2R, C5-7R, C5-27R, C5-34R
Conus worki Petuch, 1998 C2-6R
Conus xanthocinctus Petuch, 1986 C5-1R, C5-51R
Turridae
Acmaturris brisis Woodring, 1928 C5-2R
Benthomangelia macra (Watson, 1881) C5-2F
Benthomangelia sp. 1 C1-VV16
?Benthomangelia sp. 2 C5-4F
Borsonia cf. silicea (Watson, 1881) C5-2F
Borsonia cf. syngenes (Watson, 1886) C2-35R

244 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Borsonia sp. C5-23R
Brachycythara biconica (C.B.Adams,1850) C1-C65, C1-C76, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV22, C1-
VV31, C1-VV38, C5-2R
Brachytoma rioensis (E.A Smith,1915) C1-D3DR, C1-D7, C5-2R
Buchema aff. liella (Corea, 1934) C1-VV21
Buchema liella (Corea, 1934) C1-C66
Buchema sp. 1 C2-36R
Buchema sp. 2 C1-VV21
Buchema sp. 3 C1-C67
Buchema tainoa (Corea, 1934) C1-C76
Cerodrillia aff. thea (Dall, 1883) C1-C61, C1-C62, C1-C76, C2-11R, C2-35R, C5-13R
Cerodrillia clappi (Bartsch & Rehder, 1939) C1-C66, C1-D1-2DR
Cerodrillia sp. C1-VV38
Cerodrillia thea (Dall, 1883) C1-C76, C2-5R, C2-46R, C5-5R, C5-44R
Clathodrillia ? lophoesa (Watson, 1881) C5-51F
Clathrodrillia minor (Dautzenberg, 1900) C1-D1-2DR, C2-27R, C5-2R, C5-27R
Clathrodrillia sp. C1-C66
Corinaeturris rhysa (Watson, 1881) C2-1F
Corinaeturris sp. C2-35R
Crassispira premorra (Dall, 1889) C2-1F
Cryoturris aff. diadema Woodring, 1928 C1-C66
Cryoturris citronella (Dall, 1889) C1-C76, C1-VV21, C1-VV22, C1-VV24
Cryoturris serga (Dall, 1881) C5-2R
Cryoturris sp. C1-D3DR
Cryoturris cf. fargoi (McGinty, 1955) C2-2R, C5-27R
Daphnella lymneiformis (Kiener, 1840) C5-2R
Daphnella margaretae Lyons, 1972 C5-13R
Daphnella stegeri McGinty, 1955 C1-C65, C5-1R
Drillia aff. oleacina (Dall, 1889) C2-36F
Drillia marmarina (Watson, 1881) C5-7R
Drilliola loprestiana (Calcara, 1841) C5-52F
Eubela limacina (Dall, 1881) C5-1F, C5-5R, C5-517
Famelica mirmidina (Dautzemberg & Fisher, 1896) C5-19F, C5-50F, C5-517
Famelica monotropis (Dautzemberg & Fisher, 1896) C5-4F
Fenimorea fucata (Reeve, 1845) C5-5R
Fenimorea halidorema Schwengel,1940 C1-C63, C5-42R, C5-45R
Fenimorea sp. 1 C1-D1-2DR, C1-D6, C5-27R
Fenimorea sp. 2 C5-48R
Gemmula periscelida (Dall, 1889) C2-21F, C5-2F, C5-504
Glyphostoma elsae Bartsch, 1934 C1-C65, C1-C76, C1-VV38, C5-27R
Glyphostoma golfoyaquense Maury, 1917 C2-30F

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 245


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Glyphoturris rugirima (Dall, 1889) C1-C63, C1-C65, C1-D3DR, C1-VV22, C1-VV38
Glyphoturris sp. C1-VV38
Gymnobela aff. streptophora (Watson, 1886) C5-41F, C5-52F
Gymnobela extensa Dall, 1889 C5-19F, C5-41F, C5-52F, C5-509
Gymnobela malmii (Dall, 1889) C5-41F, C5-52F
Gymnobela sp. C2-35F
Hindisclava appelii Weinkauf,1886 C2-16F
Inodrillara sp. 1 C2-24R
Inodrillara sp. 2 C2-35R
Ithycythara hiperlepta Haas, 1953 C2-27F
Ithycythara pentagonalis (Reeve, 1845) C1-C76, C1-VV31
Ithycythara sp. (C.B.Adams,1850) C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR
Knefastia horrenda (Watson, 1885) C5-2F
Leptadrillia sp. 1 C1-C66, C5-27R
Leptadrillia sp. 2 C2-4F
Leptadrillia splendida Bartsch, 1934 C1-C66
Leucosyrinx pelagia (Dall, 1881) C5-517
Lioglyphostoma jousseaumei (Dautzenberg,1900) C1-C66, C2-3R, C5-3R
Lioglyphostoma sp. C2-36F
Mitrolumna biplicata (Dall, 1889) C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV38, C5-25R
Mitrolumna sp. 1 C5-16R, C5-30R
Mitrolumna sp. 2 C1-C63
Mitrolumna sp. 3 C1-VV38
Mitrolumna sp. 4 C5-14R
Mitrolumna sp. 5 C1-D3DR, C2-13F
Mitromorpha sp. C1-C62
Nannodiella vespuciana (Orbigny,1842) C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV22, C1-VV31,
C1-VV38
Neodrillia cydia Bartsch, 1943 C1-D13, C5-2R, C5-13R
Phymorrinchus sp. C5-2F, C5-52F
Pilsbryspira leucocyma (Dall, 1884) C2-16R
Pleurotomella aff. ipara (Dall, 1881) C2-4F, C5-1F
Pleurotomella aguayoi (Carcelles,1953) C1-D2-2, C1-D3DR
Pleurotomella circumvoluta (Watson, 1881) C5-41F
Pleurotomella ipara (Dall, 1881) C5-5R, C5-19F
Pleurotomella sp. C2-1R
Polystira coltrorum Petuch, 1993 C1-C65, C1-C66, C2-27F, C5-3R, C5-27R
Pyrgocythara candidissima (C.B.Adams,1845) C1-C65, C1-VV22, C1-VV38
Pyrgospira fuscescens (Reeve, 1843) C1-C65, C5-5R
Pyrgospira tampaensis (Bartsch & Rehder, 1939) C1-C66, C1-C74, C1-C76, C5-3R
Rimosodaphnella morra (Dall, 1881) C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR

246 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Spirotropis lithocolleta (Watson, 1881) C2-13F
Splendrillia coccinata (Reeve,1845) C2-27R
Stenodrillia acestra (Dall, 1889) C1-D6
Stenodrillia eucosmia (Dall, 1889) C2-16R
Stenodrillia gundlachi (Dall & Simpson, 1901) C2-27R
Stenodrillia haliostrephis (Dall, 1889) C1-C73, C5-13R, C5-27R
Taranis sp. C5-517
Tenaturris bartletii (Dall, 1889) C1-C76
Thelecythara mucronata Woodring, 1928 C1-C65
Typhlomangelia nivalis (Lovén, 1846) C5-35R
Veprecula sp. C1-VV38, C5-25R, C5-30R, C5-42R
Xanthodaphne sp. C5-25A, C5-52F
Terebridae
Hastula hastata (Gmelin, 1791) C1-D3VV, C5-51R
sp. ñ identificado C1-VV38
Terebra brasiliensis (E.A Smith, 1873) C1-VV16
Terebra duello-juradoi Carcelles, 1953 C1-VV31
Terebra protexta (Conrad, 1846) C1-C65, C1-C66
Terebra sp. C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D32, C2-38F
Architectonidae
Architectonica nobilis Röding, 1798 C1-D11, C2-3R, C2-20R, C2-21R, C5-3R
Heliacus bisulcatus (Orbigny, 1845) C1-C65, C1-C76, C1-D3DR, C1-VV31, C2-30F
Pseudomalaxis centrifuga Monterosato, 1890 C1-C76
Solarium sp. C1-VV16
sp. ñ identificado C5-7R
Mathildidae
Mathilda hendersoni Dall, 1827 C1-VV38
Mathilda sp. C1-C62
Pyramidellidae
Careliopsis styliformis Mörch, 1875 C1-VV22
Chrysallida gemmulosa (C. B. Adams, 1850) C1-VV22
Chrysallida sp. C1-D3DR, C5-2R, C5-25A, C5-42R
“Egila” ektopa Pimenta & Absalão, 2004 C1-VV38
Eulimastoma aff. weberi (Morrison, 1965) C5-52F, C5-504
Eulimastoma surinamense Altena, 1975 C1-C63
Eulimella rudis Watson, 1885 C5-25R
Eulimella smithii (Verril, 1880) C1-C63, C1-VV38
Fargoa bushiana Bartsch, 1909 C1-D1-2DR, C1-VV24, C5-4R
Odostomia canaliculata C.B. Adams, 1850 C1-C76
Odostomia impressa (Say, 1822) C1-D1-2DR

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 247


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Odostomia laevigata (Orbigny, 1842) C5-49R
Odostomia sp. C1-C62, C1-VV38, C5-7R, C5-41F, C5-48R, C5-52F, C5-504
Odostomia virginiae Altena, 1975 C5-13R
Pyramidella crenulata (Holmes, 1859) C1-C76, C1-D3DR
Pyramidella dolabrata (Linnaeus,1758) C2-5R
Pyramidella sp. C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR
sp. ñ identificado C1-C62, C1-C64, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV21, C1-VV24, C1-
VV31, C5-4R, C5-7R, C5-13R, C5-30R, C5-49R
Turbonilla aff. enna Bartsch, 1927 C1-D3DR
Turbonilla aff. fasciata (Orbigny, 1840) C5-1F, C5-41F
Turbonilla aff. unilirata Bush, 1899 C5-41F
Turbonilla aracruzensis Pimenta & Absalão, C1-D1-2DR, C1-VV16
2004
Turbonilla arnoldoi De Jong & Coomans,1988 C1-VV24
Turbonilla capixaba Pimenta & Absalão, 2004 C1-VV24, C1-VV38
Turbonilla cf. anira Bartsch, 1927 C1-D3DR
Turbonilla coomansi Van Aartsen, 1994 C1-D3DR, C5-25A
Turbonilla enna Bartsch, 1927 C5-517
Turbonilla fasciata (Orbigny, 1840) C1-VV38
Turbonilla fluminensis Pimenta & Absalão, 2004 C1-D1-2DR, C1-D3DR
Turbonilla goytacazi Pimenta & Absalão, 2004 C2-38F
Turbonilla lepta Pimenta & Abslão, 2004 C1-D3DR
Turbonilla pupoides (Orbigny, 1842) C1-C62, C1-D1-2DR, C1-VV16, C1-VV38, C5-2R, C5-7R, C5-12R,
C5-23R, C5-24R, C5-30R, C5-44R, C5-45R
Turbonilla sp. C1-C62, C1-C76, C1-VV22, C2-4F, C5-1F, C5-2R, C5-4R, C5-5R,
C5-7R, C5-12R, C5-13R, C5-19F, C5-20R, C5-25R, C5-25A, C5-
30R, C5-41R, C5-45R, C5-48R, C5-50F, C5-52F, C5-504
Amathinidae
Iselica anomala (C.B.Adams, 1850) C1-C65
Acteonidae
Acteon candens Rehder, 1939 C1-C66
Acteon danaida (Dall, 1889) C1-D4
Acteon pelecais Marcus, 1981 C2-21R, C2-35R, C5-25A, C5-41F, C5-50F, C5-52F, C5-504, C5-
1R, C5-4F
Acteon sp. C1-D1-2DR, C1-D3, C1-D32, C1-VV21, C1-VV24, C5-19F, C5-
25A, C5-50F
Acteon vagabundus (Mabille & Rochebrune, C1-D1-2DR, C2-35R
1885)
Cylichnidae
Acteocina bullata (Kiener,1834) C1-VV16, C1-VV17, C1-VV31, C1-VV38
Acteocina candei (Orbigny, 1842) C1-C76, C1-VV16, C1-VV17, C1-VV31

248 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Acteocina lepta Woodring, 1928 C5-49R, C5-50F
Acteocina sp. C5-16R, C5-19F, C5-48R, C5-50F
Cylichna aff. crispula Watson, 1883 C5-41F
Cylichna alba (Brown, 1827) C2-38F
Cylichna discus Watson, 1883 C1-VV16
Cylichna sp. C1-C66, C5-1F, C5-5R, C5-19F, C5-25A, C5-41F, C5-50F, C5-52F,
C5-504
Cylichna verrillii Dall, 1889 C2-46R, C1-D3DR
Scaphander darius Marcus,1967 C1-BT9, C5-25A, C5-52F
Diaphanidae
Diaphana seguenzai (Watson, 1886) C1-VV38
Bullidae
Bulla cf. abyssicola Dall, 1881 C2-36F, C5-52F
Bulla striata Bruguiére,1792 C1-C65, C5-2R
sp. ñ identificado C2-1F
Hamineidae
Atys aff. caribaea (Orbigny, 1841) C2-5R, C5-2R
Atys aff. sandersoni Dall,1881 C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-C77
Atys caribaea (Orbigny, 1841) C5-16R
Atys cf. riiseana (Morch,1875) C1-C73, C5-2R
Atys mandrewii E.A. Smith, 1872 C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-VV16, C1-VV38, C2-2R, C2-36R,
C5-4R, C5-42R
Atys riiseana (Mörch,1875) C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-C75, C1-C76
Atys sandersoni Dall,1881 C1-C64, C5-7R, C5-16R, C5-50F
Atys sp. C1-C77, C2-2R, C5-4R, C5-45R, C5-48R
Haminoea antillarum (Orbigny, 1841) C2-5R
Haminoea elegans Gray, 1825 C1-C66, C1-C75, C1-C77, C1-VV38, C2-5R
Haminoea sp. C2-35R, C5-20R, C5-25A
Retusidae
Pyrunculus ovatus (Jeffreys, 1870) C1-C64, C1-C77, C5-5R, C5-19F, C5-20R, C5-25A, C5-41F, C5-
45R, C5-50F, C5-52F, C5-504
Pyrunculus caelatus (Bush,1885) C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV24, C1-VV38
Volvulella paupercula (Watson, 1883) C5-2R, C5-25A, C5-41F, C5-52F
Volvulella persimilis (Mörch, 1875) C1-C76, C5-52F
Volvulella recta (Mörch, 1875) C5-16R
Limacinidae
Limacina bulimoides (Orbigny, 1836) C5-1F, C5-4R, C5-25A
Limacina inflata (Orbigny, 1836) C1-C62, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C5-1F, C5-4F, C5-5R, C5-12R, C5-
13R, C5-16R, C5-25A, C5-30R, C5-41F, C5-45R, C5-509, C5-517
Limacina lesueuri (Orbigny, 1836) C5-19F

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 249


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Cavoliniidae
Cavolinia gibbosa (Orbigny, 1836) C1-C61, C2-6R, C2-13R, C2-27F, C2-35R
Cavolinia longirostris (Blainville,1821) C1-C61, C1-C65, C2-31R, C2-36F, C2-38F
Cavolinia tridentata (Niebuhr, 1775) C1-D1-2DR, C2-7F, C2-13R, C2-27F
Cavolinia uncinata (Rang, 1829) C1-C61, C1-VV21, C2-1F, C2-24F, C2-30F
Clio pyramidata Linnaeus,1767 C2-13F, C2-24F
Clio recurva Children,1829 C2-35R
Creseis acicula Rang, 1928 C2-36R, C5-2R, C5-1F, C5-4F, C5-19F, C5-25A, C5-41F, C5-50F,
C5-52F, C5-504, C5-509, C5-517, C5-538
Creseis sp. C1-C76, C2-6R, C2-13R, C2-27F, C2-35R
Cuvierina columnella (Rang,1827) C2-24F, C5-2F
Diacria quadridentata (Blainville,1821) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C2-13R, C2-35R, C5-48R
Diacria trispinosa (Blainville,1821) C1-C61, C1-C63, C1-C76, C2-24F, C2-30F
Styliola subula (Quoy & Gaimard, 1827) C1-C76, C1-D1-2DR, C5-4F, C5-16R, C5-17R, C5-25A, C5-52F
Pleurobranchidae
Pleurobranchus inconspicua Bergh,1897 C1-D11, C1-D13, C1-AV10, C1-BT9
Pleurobranchus sp. C1-D3DR
Siphonariidae
Siphonaria hispida E.A.Smith, 1890 C1-C62
Williamia krebsi (Morch,1877) C1-C61, C1-C62, C1-C77, C1-VV21, C1-VV38, C2-38F, C5-12R,
C5-13R, C5-16R, C5-17R, C5-23R, C5-25R, C5-42R, C5-50F
Chromodorididae
sp. ñ identificado C1-BT25
Nudibranchia
sp.1 (ñ identificado) C1-D6
sp.2 (ñ identificado) C1-BT22
PELECYPODA
Nucinellidae
Nucinella serrei Lamy, 1912 C1-C76
Nuculidae
Nucula cf. pernambucensis (E. A. Smith, 1885) C5-4F
Nucula puelcha Orbigny,1846 C1-C65, C1-D3DR, C5-1F, C5-41F
Nucula semiornata Orbigny,1846 C1-C76, C1-VV29, C5-1F, C5-19F, C5-52F, C5-509, C5-517
Nucula sp. C2-38F, C5-1F, C5-50F
Nucula venezuelana Weisbord,1964 C1-D13, C5-52F
Nuculanidae
Ledella acinula (Dall, 1889) C5-1F
Ledella cf. sandersi Allen & Hannah, 1989 C5-504
Ledella cf. semen (E.A. Smith, 1885) C5-504, C5-509
Ledella solidula (E.A. Smith, 1885) C5-1F, C5-504
Ledella sp. C5-1F, C5-41F, C5-50F, C5-52F

250 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Neilonella corpulenta C5-52F
Nuculana aff. vitrea (Dall, 1881) C5-36R
Nuculana cf. concentrica (Say, 1824) C1-D1-2DR, C5-1F
Nuculana larranagai Klappenbach & C2-38F, C5-1F, C5-5R, C5-504
Scarabino, 1968
Nuculana sp. C5-36R
Propeleda fortiana (Esteves, 1984) C5-35R
Youldiella cf. bigutatta Allen, Sanders & C5-50F
Hannah, 1995
Youldiella sp. C5-50F, C5-52F
Arcidae
Anadara notabilis (Röding, 1798) C1-C65, C1-C66, C1-D32, C1-VV22, C1-VV31, C1-BT25, C2-36R,
C5-2R, C5-3R, C5-5R, C5-27R
Arca imbricata Bruguiére, 1789 C1-C63, C1-C73, C1-C77, C2-14R, C2-24R, C2-31R, C2-32R, C2-
38R, C2-44R, C5-2R, C5-4R, C5-12R, C5-23R
Arca sp. C1-C64, C1-BT25
Arca zebra (Swainson, 1833) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-VV38, C1-BT22,
C2-6R, C2-11R, C2-12R, C2-14R, C2-15R, C2-18R, C2-21R, C2-
22R, C2-22F, C2-25R, C2-27F, C2-28R, C2-29R, C2-30R, C2-32R,
C2-36R, C2-38R, C2-47R, C2-47F, C5-1R, C5-2R, C5-4R, C5-5R,
C5-7R, C5-12R, C5-13R, C5-16R, C5-17R, C5-20R, C5-21R, C5-
23R, C5-25R, C5-30R,C5-32R, C5-34R, C5-49R
Barbatia cancellaria (Lamarck, 1819) C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-D14, C1-BT22, C1-BT25,
C2-17R, C2-22R, C2-23R, C2-25R, C2-47R, C5-10R, C5-12R, C5-
13R, C5-16R, C5-17R, C5-20R, C5-28R, C5-48R, C5-49R
Barbatia candida (Helbing, 1779) C1-D32, C1-VV31, C5-20R, C5-25R, C5-28R, C5-30R, C5-32R,
C5-48R, C5-49R
Barbatia dominguensis (Lamarck, 1819) C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-C71, C1-C74, C1-C75, C1-D1-2DR,
C1-D3DR, C1-D23, C1-D41, C1-VV15, C1-VV21, C1-VV22, C1-
VV33, C1-VV35, C1-VV38, C2-5R, C2-10R, C2-12R, C2-13R, C2-
14R, C2-21R, C2-22R, C2-24R, C2-25R, C2-29R, C2-30R, C2-33R,
C2-44R, C2-45R, C2-47R, C5-2R, C5-4R, C5-7R, C5-10R, C5-12R,
C5-13R, C5-14R, C5-16I, C5-16R, C5-17R, C5-20R, C5-21R, C5-
23R, C5-24R, C5-25R, C5-27R, C5-28R, C5-30R, C5-34R, C5-38R,
C5-40R, C5-44R, C5-45R, C5-48R, C5-49R
Barbatia ectocomata (Dall, 1886) C1-C61, C2-21F, C2-24F, C2-25R
Barbatia sp. C1-C61, C1-VV38, C5-23R, C5-45R
Bathyarca sp. C5-25A, C5-504
Bentharca asperula (Dall, 1881) C5-504, C5-538
sp. ñ identificado C1-D13

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 251


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Noetiidae
Arcopsis adamsi (Dall, 1886) C1-C65, C1-VV31, C2-5R
Limopsidae
Limopsis antillensis Dall, 1881 C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C64, C1-C65, C1-D1-2DR, C1-D3,
C2-7R, C5-4R, C5-13R, C5-14R, C5-16R, C5-42R
Limopsis aurita (Brochi,1814) C1-D1-2DR
Limopsis janeiroensis E. A Smith,1915 C2-21R, C2-27F, C2-38R
Limopsis minuta (Phillippi, 1836) C2-35R
Limopsis sp. C2-27R
Glycymerididae
Glycymeris cf. pectinata (Gmelin, 1791) C5-1R, C5-2R, C5-2F, C5-3R, C5-13R, C5-16R, C5-34R, C5-45R
Glycymeris decussata (Linnaeus,1758) C1-C65, C1-C76, C2-5R, C2-21F, C2-22F, C2-37R, C2-45R, C2-
46R, C5-1R, C5-2R, C5-3R, C5-16I, C5-34R, C5-40R, C5-42R, C5-
48R, C5-49R, C5-51R
Glycymeris longior (Sowerby, 1833) C5-51R
Glycymeris pectinata (Gmelin,1791) C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C2-1F, C2-5R, C2-10R, C2-
14R, C2-34R, C2-46R
Glycymeris sp. C1-C62, C1-C65, C1-C66, C1-VV21, C1-VV17, C2-5R, C2-10R,
C2-13R, C2-15R, C2-21R, C2-27R, C2-27F, C2-34R, C2-39R, C2-
45R
Glycymeris undata (Linnaeus,1758) C1-C62, C2-38R
Pteriidae
Pinctada imbricata Röding,1798 C1-C73, C1-D13, C1-VV16
Pteria hirundo (Linnaeus, 1758) C2-46R
Philobryidae
Cosa brasiliensis Klappenbach, 1966 C1-D1-2DR, C1-VV21
Mytilidae
Amygdalum sp. C1-C60
Botula fusca (Gmelin,1791) C1-C61, C1-D13, C1-VV15, C1-VV33, C2-6R, C2-16F, C2-17R, C2-
18R, C2-21F, C2-22F, C2-29R, C2-30R, C2-44R, C2-46R, C2-47R,
C5-7R, C5-12R, C5-13R, C5-16R, C5-17R, C5-20R, C5-23R, C5-
24R, C5-25R, C5-27R, C5-28R, C5-30R, C5-40R, C5-45R, C5-48R,
C5-49R
Brachidontes sp. C1-C61, C1-C63, C1-C64, C1-D3DR, C1-VV24
Crenella divaricata Orbigny,1846 C1-C66, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17, C1-VV21,
C1-VV24
Gregariella coralliophila (Gmelin,1791) C1-C63, C1-C64, C1-VV38, C5-13R
Lioberus castaneus (Say, 1822) C5-5R
Lithophaga bisulcata (Orbigny,1842) C1-C71

252 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Lithophaga nigra (Orbigny,1842) C2-11R, C2-12R, C2-14R, C2-16F, C2-21R, C2-22R, C2-28R, C2-
30R, C2-31R, C2-32R, C2-44R, C2-47F, C1-C60, C1-C63, C1-C71,
C5-5R, C5-10R, C5-12R, C5-16R, C5-17R, C5-20R, C5-21R, C5-
23R, C5-24R, C5-28R, C5-30R, C5-32R, C5-33R, C5-40R, C5-44R,
C5-45R, C5-48R, C5-49R
Lithophaga sp. C1-C63, C1-D32, C2-21R, C2-22R, C2-45R, C2-47R, C2-47F
Modiolus sp. C1-D39, C5-25R, C5-27R
Musculus lateralis (Say, 1822) C5-13R, C5-20R, C5-25R
Musculus sp. C5-20R
Musculus viator (Orbigny, 1846) C1-D3DR
sp. ñ identificado C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-D1-2DR, C1-VV24, C1-VV38, C1-
BT22, C2-7R, C2-22F, C2-44R
Malleidae
Malleus candeanus (Orbigny, 1842) C5-2R, C5-20R
Pinnidae
Atrina seminuda (Orbigny,1846) C1-D1-2DR, C1-D7
sp. ñ identificado C2-11R
Limidae
Lima aff. scabra (Born,1778) C1-BT22
Lima lima (Linnaeus,1758) C1-C61, C1-C63, C1-D3DR, C1-D23, C1-D41, C1-BT25, C1-VV31,
C1-BT22, C2-12R, C2-21R, C2-22R, C2-27F, C2-29R, C2-30F,
C2-38R, C2-46R, C5-1R, C5-2R, C5-7R, C5-13R, C5-14R, C5-16R,
C5-21R, C5-23R, C5-27R, C5-41F, C5-48R, C5-49R
Lima scabra (Born,1778) C1-C60, C1-C61, C1-C62, C1-C71, C1-C73, C1-C74, C1-C76,
C1-C77, C1-D41, C1-VV33, C2-7R, C2-10R, C2-14R, C2-15R, C2-
18R, C2-20R, C2-22R, C2-23R, C2-24R, C2-27F, C2-30F, C2-33R,
C5-27R
Lima sp. C1-C63, C1-C65, C1-C71, C1-D23
Limaria aff. albicoma (Dall,1880) C1-C61, C1-C64
Limaria albicoma (Dall,1880) C1-C65, C1-VV24, C5-7R, C5-16R, C5-20R
Limaria floridana (Olsson & Harbison, 1953) C1-C64, C1-C65, C1-C66, C1-C69, C1-VV31, C5-1R, C5-2R, C5-2F,
C5-4R, C5-7R, C5-12R, C5-13R, C5-14R, C5-16R, C5-17R, C5-20R,
C5-23R, C5-24R, C5-25R, C5-30R, C5-33R, C5-34R, C5-42R, C5-
45R, C5-49R
Limaria sp. C5-28R
Limatula confusa (E A Smith,1885) C1-VV17
Limatula hendersoni (Olsson & McGinty,1958) C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV17, C2-21R, C2-38R, C5-17R
Limatula pygmaea (Philippi,1845) C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-VV22
Limea aff. browniana Dall,1886 C1-C61, C1-C62
Limea browniana Dall,1886 C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-VV21
Limea sp. C1-C62

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 253


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
sp. ñ identificado C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-C76
Ostreidae
Crassostrea rhizophorae (Guilding,1828) C1-C66
Ostrea cristata Born, 1778 C1-ABR, C5-7R
Ostrea sp. C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-VV24, C2-18R, C2-46R
Plicatulidae
Plicatula gibbosa Lamarck, 1801 C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-D7, C1-VV31, C2-27F, C2-39R, C5-5R,
C5-51R
Pectinidae
Argopecten aff. gibbus (Linnaeus, 1758) C5-2R
Argopecten gibbus (Linnaeus, 1758) C2-4R, C2-34R
Argopecten noronhensis (E.A.Smith, 1885) C1-C65, C1-VV22, C1-BT22, C2-5R, C2-6R, C2-21F, C2-22F, C2-
34R, C2-36R, C2-45R, C2-46R, C5-1R, C5-2R, C5-2F, C5-3R, C5-
4R, C5-5R, C5-16R, C5-34R, C5-36R
Chlamys benedicti (Verril & Bush, 1897) C1-C63, C1-C64, C1-C76, C1-D23, C1-BT25, C2-7R, C2-20R, C2-
4R, C2-36R, C5-1R, C5-4R, C5-5R, C5-7F, C5-13R, C5-16R, C5-
24R, C5-25R, C5-28R, C5-30R, C5-34R, C5-45R, C5-48R, C5-49R
Chlamys sentis (Reeve, 1853) C1-C60, C1-C61, C1-C64, C1-C65, C1-C69, C1-C73, C1-C76, C1-
VV22, C1-VV24, C2-14R, C2-28R, C2-31R, C2-36R, C2-38R
Chlamys sp. C1-C61, C1-C65, C1-VV21, C2-13R, C2-15R, C2-34R
Chlamys tehuelchus (Orbigny, 1846) C1-C65, C1-D3DR, C5-17R
Cyclopecten nanus Verril & Bush, 1897 C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-C64, C1-C66, C1-C76, C1-D1-2DR,
C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17,C1-VV21, C1-VV22, C1-VV24, C1-
VV38, C2-34R, C2-38R, C5-4R, C5-7R, C5-34R, C5-35R
Leptopecten bavayi (Dautzenberg, 1900) C1-VV22, C1-VV31, C5-1R, C5-2R, C5-2F, C5-3R, C5-4R, C5-16R,
C5-27R, C5-34R, C5-45R
Lyropecten nodosus (Linnaeus, 1758) C1-D39, C2-5R, C2-25R, C2-34R
Pecten chazaliei Dautzenberg, 1900 C1-C65, C1-D39, C1-AV10, C1-BT22, C2-5R, C2-6R, C2-16R, C2-
22F, C2-36R, C2-46R
Pecten sp. C2-16F
Pecten ziczac (Linnaeus,1758) C1-C73, C1-D1-2DR, C1-D11, C1-BT9, C2-34R
sp. ñ identificado C2-4R, C2-21R, C2-39R, C2-46R
Propeamussiidae
Propeamussium sp. C1-VV21
Propeamussium pourtalesianum (Dall, 1886) C2-35R, C2-38F
Spondylidae
Spondylus americanus Hermann, 1781 C1-C61, C1-C62, C1-C65
Spondylus ictericus Reeve, 1856 C2-11R, C2-14R, C2-29R, C2-45R
Spondylus sp. C1-C62, C1-C76, C1-C77, C1-VV22, C2-18R, C2-21F, C2-37R,
C5-1R

254 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Lucinidae
Codakia costata (Orbigny, 1842) C1-C76
Ctena pectinella C.B Adams, 1852 C5-13R
Lucina aff. multilineata Tuomey & Holmes, 1857 C5-16R
Lucina pectinata (Gmelin,1791) C2-27R
Lucina rehderi Britton, 1972 C1-C76
Lucina sombrerensis (Dall, 1886) C1-C76
Lucina sp. C1-D3DR
Myrtea lens (Verril & Smith, 1880) C2-13F, C2-27R
Parvilucina blanda (Dall & Simpson, 1901) C1-C65, C1-VV21, C2-36R
sp. ñ identificado C1-C62, C1-C63, C1-VV16, C2-5R
Thyasiridae
Thyasira sp. C1-VV38
Thyasira trisinuata Orbigny, 1842 C2-27R
Ungulinidae
Diplodonta danieli (Klein, 1967) C1-D3VV
Diplodonta nucleiformis Wagner, 1838 C1-C62, C1-C64, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C2-6R
Diplodonta sp. C1-C61, C1-VV31
sp. ñ identificado C1-C63, C1-C64
Timothynus rehderi (Altena, 1968) C1-D14, C1-VV16, C2-2R
Lasaeidae
Aligena aff. nucea Dall, 1913 C1-C63
Aligena texasiana Harry, 1969 C5-7R, C5-13R, C5-20R
Myssela sp. C5-1F, C5-7R
sp. ñ identificado C5-48R
Carditidae
Carditamera micella Penna, 1971 C1-C61, C1-C64, C1-C65, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV17, C1-
VV21, C1-VV22, C1-VV24, C1-VV38, C2-21R, C2-36R, C5-4R,
C5-13R, C5-16R, C5-20R
Pleuromeris sanmartini Klappenbach, 1971 C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17
Condylocardiidae
Americuna besnardi Klappenbach, 1962 C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17
Chamidae
Chama aff. macerophylla (Gmelin, 1791) C1-D1-2DR
Chama congregata Conrad, 1833 C1-VV31
Chama sinuosa Broderip, 1835 C1-C61, C1-C64, C1-C65, C1-C73, C1-C76, C1-D32, C1-VV24,
C1-VV38, C1-AV10, C1-BT22, C2-6R, C2-13R, C2-14R, C2-21R,
C2-21F, C2-22F, C2-23R, C2-46R
Chama sp. C1-D11, C1-AV10, C2-22F, C5-12R, C5-13R, C5-16R, C5-25R,
C5-30R, C5-49R
Pseudochama radians (Lamarck, 1819) C2-27R, C2-47R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 255


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
sp. ñ identificado C2-22F
Crassatellidae
Crassinella lunulata (Conrad, 1834) C1-C61, C1-C62, C1-C65, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-VV16, C1-
VV17, C1-VV22, C1-VV24, C1-VV31, C5-1F, C5-2R, C5-4R, C5-5R,
C5-7R, C5-12R, C5-13R, C5-16R, C5-27R, C5-52F, C5-504
Crassinella maldonadensis (Conrad, 1834) C1-C61, C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C64, C1-C76, C1-D1-2DR,
C1-VV17, C1-VV24
Crassinella marplatensis Castellanos, 1970 C1-C63, C1-C76, C1-VV22, C1-VV38, C5-20R
Crassinella martinicensis (Orbigny, 1842) C1-C63, C1-C66, C1-VV22
Crassinella sp. C1-C62, C2-27R
Cardiidae
Laevicardium brasilianum (Lamarck,1819) C1-C65, C1-C76, C1-D1-2DR, C5-2R, C5-5R, C5-34R, C5-48R
Laevicardium pinctum (Ravenel,1861) C2-1R, C2-5R, C2-10R, C2-22F, C2-34R, C2-36R, C2-45R, C2-46R,
C5-1R, C5-2R, C5-4R, C5-16R, C5-27R, C5-40R, C5-45R, C5-48R
Laevicardium sp. C2-15R
Nemocardium tinctum (Dall,1881) C1-C66, C1-C76, C1-D11, C1-BT25, C1-BT9, C2-5R
Papyridea semisulcata (Gray,1825) C1-C65, C1-VV31, C5-25R
Papyridea soleniformis (Bruguiére,1789) C1-C66, C5-2R, C5-5R, C5-7R, C5-49R
sp. ñ identificado C1-D3DR
Trachycardium magnum (Linnaeus,1758) C2-2R, C2-5R, C2-11R, C2-14R, C2-15R, C2-16R, C1-C76, C5-2R,
C5-4R, C5-7R, C5-14R, C5-16R, C5-28R, C5-34R, C5-49R
Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758) C5-5R
Trigoniocardia antillarum (Orbigny,1842) C1-C65, C1-C76
Trigoniocardia media (Linnaeus,1758) C2-5R, C2-14R, C2-22F, C2-45R, C1-C65, C5-1R, C5-2R, C5-7R,
C5-13R, C5-16R, C5-27R, C5-49R
Mactridae
Mactra petit Orbigny,1846 C1-D3VV
Mactra sp. C1-C77, C1-VV24
Tellinidae
Cymatoica orientalis (Dall,1890) C1-C62
Macoma cleryana (Orbigny,1846) C2-27F
Macoma sp. C1-D3DR, C1-VV16
Macoma tenta (Say,1834) C1-C65, C1-VV31
Macoma uruguayensis (E. A Smith,1885) C2-27R
sp. ñ identificado C2-22F, C2-27R, C2-27F, C2-35R, C2-38F, C2-46R
Tellina (Scissula) sp. C1-D30
Tellina aff. alternata Say, 1822 C2-35R, C2-38F
Tellina americana Dall, 1900 C1-VV17
Tellina exilis Lamarck, 1818 C1-C66, C1-C76
Tellina listeri Röding,1798 C1-VV17, C2-45R, C5-49R
Tellina persica Dall & Simpson, 1901 C2-3R, C2-27F

256 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Tellina sandix Boss, 1968 C1-C65
Tellina sp. C1-C76, C1-D32, C1-VV16, C1-VV17, C2-5R, C2-21R, C2-27R,
C2-36F, C2-39R
Tellina squamifera Deshayes, 1855 C2-27R, C5-16R
Tellina sybaritica Dall, 1881 C5-5R
Tellina trinitatis (Tomlim, 1929) C1-D30, C1-AV27
Corbulidae
Corbula caribaea (Orbigny, 1842) C1-C64, C1-C65, C1-D3DR, C1-D30, C1-VV29, C1-VV31
Corbula cubaniana Orbigny, 1853 C1-C65, C1-VV22, C1-VV24, C1-ABR
Corbula cymella Dall, 1881 C1-C61, C1-C64, C1-C65, C2-10R, C2-38R
Corbula dietziana C.B.Adams, 1852 C1-C63, C1-C65, C1-C76
Corbula lyoni Pilsbry, 1897 C1-C60, C1-C61, C1-C74, C1-C76, C5-1R, C5-4R, C5-7R, C5-13R,
C5-16R
Corbula operculata Phillipi, 1849 C1-C65, C1-C66, C1-C76, C1-D3DR, C1-D7, C1-VV16, C1-VV22,
C1-VV38, C2-5R, C2-7R, C2-22F, C2-27R, C2-34R, C2-36R, C5-1R,
C5-3R, C5-5R, C5-16R, C5-27R, C5-34R
Corbula sp. C1-C76, C1-C77, C1-VV16, C1-VV21, C1-VV24, C2-1R
Psammobiidae
Solecurtus sanctaemarthae (Orbigny,1842) C1-C67
Semelidae
Abra aequalis (Say,1822) C1-C62, C1-C65, C1-D3DR, C1-VV21
Abra lioica (Dall,1881) C1-C65
Abra sp. C1-C65, C1-C76, C1-VV24, C1-VV31, C1-VV38
Ervilia concentrica (Holmes,1860) C1-VV17, C5-4R
Semele bellastriata (Conrad,1837) C1-C65, C1-C76, C2-34R, C2-39R
Semele casali Doello-Jurado,1949 C1-C65, C1-D3VV, C2-4R
Semele nuculoides (Conrad,1841) C1-C61, C1-D1-2DR, C1-VV16, C1-VV17
Semele purpurascens (Gmelin,1791) C1-C65, C1-C76
Semele sp. C1-C65, C5-5R
Trapeziidae
Coralliophaga coralliophaga (Gmelin, 1791) C1-C76, C2-22R
Glossidae
Meiocardia agassizii Dall, 1889 C2-21F, C2-38R
Veneridae
Callista eucymata (Dall, 1889) C1-C65, C1-D39, C1-VV21, C2-5R, C2-27F, C2-29R, C2-36R, C5-
1R, C5-2R, C5-4R, C5-16R, C5-34R, C5-36R
Chione cancellata (Linnaeus,1758) C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-C67, C1-C74, C1-C76, C1-VV31,
C1-ABR, C2-14R, C2-29R, C2-36R,C5-5R, C5-7R, C5-13R, C5-16R,
C5-34R, C5-45R, C5-48R
Chione cf. latilirata (Conrad, 1841) C5-4R, C5-51R
Chione paphia (Linnaeus,1767) C1-D4, C1-D32, C5-5R, C5-49R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 257


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Chione pubera (Bory Saint-Vicent, 1827) C5-51R
Chione sp. C1-VV16, C1-VV17, C1-VV24
Cyclinella sp. C1-D1-2DR, C1-VV17
Cyclinella tenuis (Récluz,1852) C1-C65
Gouldia cerina (C.B.Adams,1845) C1-C64, C1-C65, C1-C66, C1-C74, C1-D3DR, C1-VV17, C1-VV21,
C1-VV22, C1-VV24, C1-VV31, C5-1R, C5-2R, C5-4R, C5-5R, C5-
13R, C5-27R
Pitar albidus (Gmelin, 1791) C1-VV16
Pitar cordatus (Schwengel,1951) C2-34R
Pitar fulminatus (Menke,1828) C1-D39, C2-2R, C2-5R, C2-14R, C2-22F, C2-34R, C2-36R
Pitar palmeri Fischer-Piette & Testud, 1967 C1-VV16
Pitar sp. C2-2R, C2-16R, C2-21R, C2-39R
sp. ñ identificado C2-3R, C2-13R, C2-20R, C2-27F, C2-36R
Tivela fulminata (Orbigny,1846) C1-D3VV, C5-51R
Transenella cubaniana (Orbigny, 1842) C1-VV16, C1-VV17
Transenella sp. C1-D3DR, C1-VV16, C1-VV17
Transenella stimpsoni Dall, 1902 C1-C65, C1-C67, C1-C70, C1-C76, C1-C77, C1-VV16
Transenpitar americana (Doello-Jurado, 1951) C1-D1-2DR, C1-D7
Ventricolaria aff. strigillina (Dall, 1902) C2-13R, C2-15R, C2-45R, C2-46R
Ventricolaria foresti Fisher-Piette & Testud, 1967 C1-C76, C2-5R, C2-36R, C2-35R
Ventricolaria rigida (Dillwyn, 1817) C2-1R, C5-1R, C5-2R, C5-3R, C5-7R, C5-13R, C5-16R, C5-17R,
C5-20R, C5-34R, C5-35R
Ventricolaria sp. C1-D32
Petricolidae
Petricola lapicida (Gmelin, 1791) C2-22R
Petricola typica (Jonas, 1844) C1-C77, C2-38R, C2-46R, C5-13R
Gastrochaenidae
Gastrochaena hians (Gmelin, 1791) C1-C75, C1-D13, C1-BT25
Gastrochaena ovata Sowerby, 1834 C1-C63, C2-22R, C2-30R, C2-38R, C5-7R, C5-13R, C5-16R, C5-
17R, C5-23R, C5-24R, C5-44R, C5-48R, C5-49R
Gastrochaena sp. C1-C61, C1-D32, C1-VV22, C2-23R, C2-44R
Splengeria rostrata (Spengler, 1783) C2-22R
Verticordiidae
Euciroa grandis (E. A. Smith, 1885) C5-52F
Verticordia ornata (Orbigny, 1842) C2-35R, C1-C61, C1-C62, C1-C76, C1-D3DR, C1-VV21, C2-ABR,
C5-23R, C5-32R, C5-45R, C5-504
Cuspidariidae
Cardiomya cleryana (Orbigny, 1846) C1-C76, C2-35R
Cardiomya ornatissima (Orbigny, 1842) C1-C65, C1-C66, C1-VV24
Cardiomya perrostrata (Dall, 1881) C1-C76

258 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do Anexo 1
Táxon Estações
Cardiomya striata (Jeffreys, 1876) C2-27F
Cuspidaria aff. braziliensis Clench, 1942 C2-27F
Cuspidaria braziliensis E.A. Smith, 1915 C2-27R
Cuspidaria platensis E.A Smith, 1915 C1-C62, C2-38R, C5-16R
Cuspidaria sp. C2-36F
Myonera paucistriata Dall, 1886 C1-C65
SCAPHOPODA
Dentaliidae
Antalis cerata (Dall, 1881) C1-VV24, C5-38R, C5-504
Antalis disparille (Orbigny, 1842) C1-D30, C1-VV29, C1-AV27, C1-AV28, C2-5R
Antalis infracta (Odhner, 1931) C1-D1-2DR, C1-D4, C1-AV10, C2-27F, C5-27R
Antalis sp. C5-2R, C5-21R, C5-35R, C5-41F, C5-50F, C5-509, C5-517, C5-538
Antalis taphris (Dall, 1889) C1-C76, C1-C77, C2-18R, C2-34R, C2-36R, C5-13R, C5-25A, C5-
34R, C5-42R, C5-45R
Dentalium laqueatum Verril, 1885 C1-D14, C1-VV38, C2-27R, C2-35R, C5-25A, C5-27R
Graptacme calama (Dall, 1889) C1-VV16, C5-51R
Graptacme perlonga (Dall, 1881) C5-517
Graptacme semistriolata (Guilding, 1834) C5-42R, C5-49R
Graptacme sp. C1-VV16, C5-42R
Paradentalium americanum (Chenu, 1843) C1-C65, C1-VV24, C1-VV31, C2-5R
Fustiariidae
Fustiaria liodon (Pilsbry & Sharp, 1897) C5-51R
Fustiaria stenoschiza (Pilsbry & Sharp, 1897) C1-C62, C2-22F, C2-46R, C5-42R
Gadilinidae
Episiphon didymum (Watson, 1879) C5-504
Episiphon sowerbyi (Guilding, 1834) C5-1F
Entalinidae
Entalina platamodes (Watson, 1879) C2-34R, C2-36F, C2-38F, C5-1F, C5-2F, C5-5R, C5-20R, C5-25A,
C5-52F, C5-504, C5-517
Incertae sedis
Compressidens pressum (Pilsbry & Sharp, 1897) C5-1F, C5-50F, C5-2F
Gadilidae
Cadulus sp. C5-25A
Gadila acus (Dall, 1889) C1-VV24, C5-16R, C5-25A, C5-36R, C5-48R
Gadila aff. cobbi Lamprell & Healy, 1998 C5-35R
Gadila sp. C5-25A
Polyschides cf. portoricensis (Henderson, 1920) C1-VV16
Polyschides tetrachistus (Watson, 1879) C1-VV16, C1-VV31, C5-48R

CAPÍTULO 6 – FILO MOLLUSCA 259


Táxon Estações
POLYPLACOPHORA
Acanthochitonidae
Acanthochitona sp. C1-C64, C1-C73, C1-D12, C1-BT22, C5-12R, C5-20R, C5-23R,
C5-25R, C5-27R, C5-44R, C5-45R
Ischnochitonidae
Ischnochiton edwini (Mello & Pinto, 1989) C1-C77, C213R, C234R, C235R
Ischnochiton marcusi Righi, 1971 C1-C77, C24R, C235R, C238F, C245R
Ischnochiton sp. 1 C5-24R, C5-42R
Ischnochiton ? sp. 2 C5-2R, C5-4R
Polyplacophora sp. 1 C1-C61
Polyplacophora sp. 2 C1-C60
sp. ñ identificado C1-C62, C1-VV21, C1-BT22, C5-5R, C5-13R, C5-17R, C5-20R,
C5-23R, C5-25R, C5-27R, C5-30R, C5-35R, C5-44R, C5-48R, C5-49R
CEPHALOPODA
Octopodidae
sp. ñ identificado C1-D12, C1-D39, C221R, C5-21R, C5-30R
APLACOPHORA
sp. ñ identificado C5-1F

260 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Capítulo 7
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Paulo Cesar de Paiva1

Resumo
Foram identificadas 88 espécies de 30 famílias de Polychaeta em toda a região da costa central brasileira (entre
Cabo de São Tomé, RJ, e Salvador, BA) no âmbito do Programa REVIZEE. Dessas espécies, oito foram registradas
pela primeira vez para a costa brasileira e duas são novas para a ciência. Foram também ampliadas as distribui-
ções de uma série de espécies antes referidas apenas para a costa sul do Brasil. A família Eunicidae dominou em
abundância relativa e freqüência de ocorrência, seguida dos Nereididae e Phyllodocidae. A riqueza de espécies foi
maior no setor raso e em fundos biogênicos, onde o esforço amostral foi maior, enquanto a diversidade específica
foi maior em fundos de lamas e nos setores intermediários, entre 75 e 250 m de profundidade. Geograficamen-
te, a região sul do estado da Bahia foi a mais diversa, e a região dos bancos da Cadeia Vitória-Trindade a menos
diversa, talvez devido ao seu isolamento geográfico das regiões costeiras. O número de espécies encontradas é
relativamente baixo quando comparado a outras regiões da costa brasileira, entretanto este deverá ser ampliado
com estudos mais detalhados.

Palavras-chave: Polychaeta, costa brasileira, bentos, biogeografia.

1. Departamento de Zoologia – Instituto de Biologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro CCS - Bloco A - Ilha do Fundão CEP 21940-590 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
E-mail: pcpaiva@biologia.ufrj.br

PAIVA, P.C. 2006. Capítulo 7. Filo Annelida. Classe Polychaeta. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva
brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 261-298 (Série Livros n. 18) 261
Abstract
A total of 88 species belonging to 30 families of Polychaeta were identified in the Brazilian central coast (between
Cabo de São Tomé, RJ and Salvador, BA) from surveys conducted in the scope of the REVIZEE Program. From these
species, eight were recorded for the first time to the Brazilian coast and two are new to science. Distribution of
several other species referred to the southern coast of Brazil was extended. The family Eunicidae was the most
abundant and frequent being followed by Nereididae and Phyllodocidae. Species richness was higher in the shal-
low sector and in biogenic bottoms were a greater sampling effort was employed. Diversity of species was higher
in muddy bottoms and in medium depths stations (between 75 and 250m). The southern coast of Bahia State was
the most diverse region and the Vitória-Trindade Chain the less diverse, probably owing to their geographic isola-
tion from other coastal regions. The number of species found in the present survey is rather low when compared
to other regions from the Brazilian Coast and must be increased by more detailed studies.
Keywords: Polychaeta, Brazilian Coast, benthos, biogeography.

262 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


7.1. Introdução

7.1.1. Caracterização e importância (Polychaeta, do grego: poly = muitas; quetas =


cerdas), isto é, projeções semelhantes a espinhos
Os Annelida Polychaeta são um dos grupos de inver- que surgem da parede do corpo, dando em muitos
tebrados mais abundantes e diversos em ambientes casos a aparência de uma taturana ou lagarta. Não
marinhos. Habitam desde as regiões entremarés e es- por acaso, um dos Polychaeta mais abundantes em
tuarinas até as grandes profundidades das fossas oce- regiões litorais do Brasil, Eurythoe complanata, cujas
ânicas (mais de 10.000 m de profundidade). São mais cerdas urticantes costumam causar irritações e
comuns no bentos, como são denominados os orga- queimaduras na pele, é popularmente denominado
nismos que vivem associados ao substrato dos ocea- de taturana-do-mar. Os Polychaeta se diferenciam
nos, embora muitas de suas larvas e mesmo adultos ainda dos demais Annelida por apresentar, na grande
de algumas famílias habitem a coluna de água onde maioria das espécies, sexos separados, enquanto os
vivem ao sabor das correntes no ambiente pelágico. demais apresentam indivíduos com os dois sexos,
Entre os animais que constituem o bentos, os Annelida sendo, portanto, hermafroditas. Outras diferenças
Polychaeta são um dos grupos mais importantes em são relacionadas à presença nos Polychaeta de uma
biomassa, produtividade e número de espécies (Knox, reprodução externa ao corpo do animal e à presença,
1977), principalmente em áreas costeiras, como praias, na maioria das formas marinhas de Polychaeta, de
estuários, manguezais, costões rochosos e recifes de uma larva. A presença de uma reprodução externa e
corais. É ainda um dos grupos dominantes, juntamente de uma larva de vida livre permite a esses animais se
com moluscos e crustáceos, em ambientes da platafor- distribuírem por amplas áreas oceânicas.
ma continental e de fundos oceânicos mais profundos Em relação aos demais Annelida, os Polychaeta
(Grassle & Maciolek, 1992). apresentam, além de uma maior diversidade de
Apesar de sua abundância e biodiversidade, os formas e hábitos de vida, uma maior biodiversidade.
Polychaeta são pouco conhecidos pela população em A grande diversidade de formas é acompanhada
geral, sendo em muitos casos denominados de vermes- também por uma grande variação de tamanho do
marinhos ou minhocas-do-mar. Essa denominação corpo. Embora a grande maioria dos Polychaeta
popular reflete o conhecimento de que os Polychaeta são seja de animais de pequeno tamanho (ca. de 5 a 20
relacionados aos Oligochaeta, grupo este do qual fazem mm), formas mais robustas também são conhecidas.
parte as populares minhocas. Estes últimos, entretanto, Entre estas se destacam, na costa brasileira, por sua
são mais abundantes em ambientes de água doce e distribuição costeira em praias arenosas, as espécies
terrestre. Ambos os grupos, juntamente com as também do complexo Diopatra cf. cuprea, com exemplares que
populares sanguessugas (Hirudinea), formam um grupo podem facilmente ultrapassar 50 cm de comprimento,
maior denominado de Annelida. A denominação do Australonuphis casamiquelorum (cerca de 1 m) e Eunice
grupo se deve à aparência anelada do corpo, embora no sebastiani, com cerca de 1,5 a 2 m de comprimento e
caso dos Annelida Polychaeta ocorra uma diversidade um diâmetro que pode atingir até 2 cm (Nonato, 1958).
muito grande de formas de corpo. Essa diversidade Eunice conglomerans, encontrada dentro de esponjas
de formas está relacionada à grande diversidade de marinhas na região do Atol das Rocas, também pode
hábitos de vida desse grupo, principalmente quando ultrapassar facilmente 1,5 m de comprimento.
comparados aos seus aparentados Oligochaeta e Os Annelida Polychaeta são, do ponto de vista
Hirudinea, que apresentam um hábito de vida mais da história evolutiva dos oceanos, um grupo muito
restrito, vivendo geralmente enterrados nos sedimentos antigo, sua origem data de cerca de 500 milhões de
de fundos de lagos, represas ou rios. anos (Conway-Morris, 1979), no período geológico de-
Os Polychaeta se diferenciam, grosso modo, nominado de Cambriano, antes mesmo dos oceanos
dos demais Annelida pela abundância de cerdas apresentarem sua conformação atual. Esta história an-

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 263


tiga permitiu uma rápida diversificação desses animais 7.1.2. Papel ecológico
(Fauchald, 1974), devido a isso, a maioria das famílias
de Polychaeta está distribuída em praticamente todos
Os Polychaeta apresentam um papel ecológico im-
os oceanos de altas a baixas latitudes.
portante, principalmente nas cadeias alimentares ma-
A grande diversidade de hábitos de vida parece
rinhas. Muitas espécies de importância comercial da
estar diretamente relacionada às diferentes formas
costa brasileira, como peixes de fundo, camarões, siris
de captura de alimento. Animais que se alimentam
e caranguejos, têm nos Polychaeta um dos principais
de material orgânico depositado no substrato, os
itens de sua dieta (Amaral & Migotto, 1980; Petti et al.,
depositívoros, são muito abundantes em ambientes
1996). O fato de muitas espécies se alimentarem de de-
ricos em material orgânico como manguezais,
tritos de fundo facilita a recuperação de restos orgâni-
estuários e fundos de sedimentos de lama de
cos que, de outra forma, ficariam retidos nos sedimen-
plataformas continentais. Outras formas ingerem uma
tos marinhos. Esses animais incorporam os detritos or-
infinidade de organismos e partículas microscópicas
gânicos, que são transformados em biomassa animal.
que vagueiam pelo plâncton marinho ou mesmo
Ao serem ingeridos por peixes e outros animais que se
detritos que se encontram suspensos no mar, sendo,
alimentam no fundo, esse material orgânico retorna
portanto, denominadas de suspensívoros. Dentre
para o ciclo de material orgânico dos oceanos. Em re-
estas, são comuns espécies que vivem em tubos,
giões entremarés, esse mesmo papel pode ser amplia-
fixadas em rochas, recifes, costões, cascos de barco
do para animais de ambiente aéreo, com diversas aves
ou enterradas no sedimento, com um hábito de
marinhas utilizando-se desses animais como alimento
vida praticamente séssil. Seus aparelhos filtradores
durante os períodos de marés baixas (McLusky, 1989;
normalmente são em forma de coroas de tentáculos
Burder et al., 1997).
semelhantes a penas, o que lhes dá a aparência
Muitos Polychaeta são extremamente resistentes
de uma flor marinha. Muitos desses animais são
à poluição marinha, especialmente àquela causada
conhecidos por mergulhadores ou mesmo comuns
por esgotos orgânicos. Por essa razão, são utilizados
em aquários devido a sua beleza e seu colorido,
em muitos casos como indicadores de poluição (Reish,
alguns deles apresentando nomes populares como
1979). Três gêneros, distribuídos por vários oceanos,
vermes-árvore-de-natal, principalmente os do
Capitella, Polydora e Streblospio, se destacam por esta
gênero Spirobranchus, comuns em ambientes de
resistência (Levin et al., 1996), sendo jocosamente de-
recifes de corais na costa brasileira, principalmente
nominados na literatura científica como “Os Três Por-
na costa central e nordeste. As formas carnívoras
quinhos”. Não obstante, apenas a ocorrência dessas
apresentam muitas vezes mandíbulas e outros
espécies não pode ser considerada como indicação de
aparelhos como maxilas e dentes relativamente
condições de poluição, mas sim uma predominância
duros, os quais são utilizados para agarrar, cortar
dessas espécies associadas à uma pobreza ou redução
ou mesmo macerar suas presas. Algumas espécies,
na abundância das demais espécies. Na costa brasileira,
como Glycera americana, podem atingir grandes
um empobrecimento da fauna de Polychaeta seguido
tamanhos (ca. de 50 cm) e possuem glândulas
de dominância de Capitella capitata foi observado em
para inoculação de veneno semelhantes às das
uma região costeira que sofreu forte impacto ambien-
serpentes. Formas herbívoras são menos freqüentes,
tal por esgotos domésticos (Amaral et al., 1987).
embora possam ser eventualmente abundantes em
alguns ambientes costeiros ricos em algas. Algumas 7.1.3. Histórico e estado do conhecimento
formas são parasitas ou vivem associadas a outros
animais (simbiontes), como Echinodermata (lírios- 7.1.3.1. No mundo
do-mar e estrelas-do-mar), Crustacea Brachyura
(caranguejos), ou mesmo outros Polychaeta (Martin O estudo da fauna de Annelida Polychaeta é muito
& Britayev, 1998). Uma ampla discussão sobre hábitos antigo, o seu reconhecimento como um grupo animal
alimentares e hábitos de vida dos Polychaeta pode data do trabalho pioneiro de Linnaeus (1758), com sua
ser encontrada em Fauchald e Jumars (1979). sistematização dos organismos de forma geral. Entre-

264 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


tanto, monografias mais abrangentes, apenas deste comuns, podendo ser encontrados em algumas revi-
grupo, só surgem no século XIX, destacando-se os tra- sões (Knox, 1977; Beesley et al., 2000).
balhos de Grube (1850) e Quatrefages (1866). Com o Quanto à biologia das espécies, aspectos
início do período das grandes expedições oceanográ- relacionados à biologia reprodutiva e história de
ficas dos navios Challenger, Discovery e Eugène, entre vida são muito relevantes para a compreensão do
outros, o conhecimento da fauna marinha de forma potencial de dispersão e distribuição das espécies e
geral sofreu um grande impulso, e um número cres- suas estratégias de colonização de ambientes. Embora
cente de pesquisadores passou a se dedicar ao estudo haja uma bibliografia bem adequada sobre o assunto
deste grupo tão abundante e diverso nos oceanos. A (Schroeder & Hermans, 1975; Fischer & Pfannenstiel,
título de exemplo, temos a monografia de McIntosh 1984; Olive, 1994; Schroeder, 1989; Giangrande, 1997),
(1885) sobre os Polychaeta coletados pela expedição devido ao grande número de espécies do grupo, ainda
global do Challenger. são necessários mais estudos sobre biologia das larvas,
No século XX, foi publicada uma série de mono- principalmente quanto ao tempo de vida no plâncton
grafias abrangentes, as quais foram e ainda são am- e capacidade de dispersão, já que espécies antes
plamente utilizadas como base para a identificação e consideradas como de ampla distribuição diferenciam-
estudo da fauna de Polychaeta de forma geral. Entre se geneticamente (Bastrop, 1997; Breton et al., 2003).
estas, destacam-se, pela qualidade e abrangência, São conhecidas atualmente pela ciência cerca de
as de Fauvel (1923, 1927), Hartman (1944, 1968, 1969, 9.000 espécies de Polychaeta, distribuídas em cerca de
entre outros), Day (1967) e Hartmann-Schröder (1971). 70 famílias (Rouse & Pleijel, 2001), número este aproxi-
Em 1977, foi publicada a revisão mais completa sobre mado, considerando-se que ainda são necessários es-
as famílias e gêneros de Annelida Polychaeta, incluin- tudos mais detalhados, com a revisão das referências
do chaves e diagnoses de todos os gêneros válidos de uma série de espécies e um melhor conhecimento
(Fauchald, 1977). Desde então, poucas monografias de alguns ambientes pouco estudados. Entre tais am-
gerais descritivas foram publicadas, destacando-se bientes, destacam-se as grandes profundidades oceâ-
pela abrangência as séries editadas por Uebelacker nicas e mesmo ambientes costeiros, como os recifes de
(1984) e Blake et al. (iniciada em 1994), com descrições corais, onde se supõe que habitem uma grande diver-
detalhadas das faunas do Golfo do México e Califórnia, sidade de formas de pequeno tamanho, ainda desco-
respectivamente. nhecidas (Hutchings, 1983; Grassle & Maciolek, 1992).
Recentemente, duas sínteses sobre o conheci-
mento atual do grupo foram publicadas: a de Bessley 7.1.3.2. No Brasil
et al. (2000), sobre a fauna de Polychaeta da Austrália,
mas com uma abrangência maior do que a sua especi- Os primeiros levantamentos da fauna de Polychaeta
ficidade geográfica, e o livro de Rouse e Pleijel (2001), efetuados na costa brasileira remontam aos trabalhos
que procura sintetizar de forma clara e atualizada o pioneiros de Fritz-Müller (1858) na Ilha de Santa Catari-
conhecimento das famílias de Polychaeta quanto à na, Hansen (1882) próximo ao Rio de Janeiro e Kinberg
morfologia e taxonomia principalmente. Informações (1865) para a costa brasileira de modo geral. A taxono-
e bibliografia a cerca de morfologia, fisiologia, história mia dos Annelida Polychaeta da costa brasileira foi efe-
natural e filogenia das famílias de Polychaeta podem tivamente incrementada a partir de meados do século
ser encontradas nestas duas últimas publicações. XX com os primeiros trabalhos realizados por Edmundo
O conhecimento sobre a ecologia dos Polychaeta Ferraz Nonato, da Universidade de São Paulo (Nonato,
é bastante amplo, podendo estar inserido em estudos 1958, 1963, 1965, 1966; Nonato & Luna, 1969, 1970). Além
mais gerais sobre comunidades bentônicas e suas rela- de iniciar seus estudos sobre os Annelida Polychaeta,
ções com variáveis ambientais, como os estudos clás- esse pesquisador iniciou também a formação de outros
sicos sobre comunidades bentônicas realizados por especialistas, os quais se concentraram especialmente
Petersen (1913) no Mar do Norte e Sanders (1958, 1960) nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, não
no Atlântico Norte Ocidental. Estudos restritos apenas por acaso as regiões da costa brasileira onde a fauna de
às comunidades de Polychaeta são também bastante Annelida Polychaeta é mais estudada e conhecida.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 265


A partir da década de 70 e ao longo das demais Zanol (2002), Garraffoni e Lana (2002), Brasil (2003),
décadas do século XX, houve um incremento no co- Garraffoni e Amorim (2003) e Silva (2003).
nhecimento da fauna brasileira, destacando-se os tra- Na costa brasileira foram registradas, até o mo-
balhos de Zibrowius (1970), Orensanz e Gianuca (1974), mento, 56 famílias de Polychaeta e cerca de 700 espé-
Fauchald (1976), Rullier e Amoureux (1979), Amaral e cies (Amaral & Nallin, 2004). Este número deverá ser
Nonato (1981, 1982, 1984), Nonato (1981), Lana (1984), brevemente ampliado, com o incremento no número
Bolívar e Lana (1986a, 1986b), Blankensteyn (1988), de especialistas efetivamente trabalhando no grupo e
Lana (1991a, 1991b), Paiva e Nonato (1991) e Camar- de novos esforços no sentido de coletar espécimens
go e Lana (1995a, 1995b) entre outros, sendo que a em regiões pouco estudadas. Embora boa parte do co-
maior parte desses estudos concentrou-se na costa nhecimento da fauna de Polychaeta da costa brasileira
sul do Brasil. Do ponto de vista ecológico, vários es- se refira à costa sul do Brasil, mesmo nessa região, no-
tudos abordaram as comunidades de praias (Amaral, vas espécies até então desconhecidas da ciência con-
1980), manguezais (Rebelo, 1985), marismas (Lana & tinuam sendo descritas, e novos registros de espécies
Guiss, 1991, 1992), áreas costeiras rasas (Lana, 1981) e para a costa brasileira ainda são comuns.
plataforma continental (Morgado, 1988; Paiva, 1993a, As costas leste, nordeste e especialmente a costa
1993b). Na década de 70, foi publicada a primeira norte do Brasil estão entre as regiões menos estudadas
chave para famílias e gêneros de Polychaeta da costa da costa brasileira no tocante à composição de sua fau-
brasileira (Nonato & Amaral, 1979), mais tarde revisada na bentônica, incluindo os Annelida Polychaeta (Lana
e atualizada (Amaral & Nonato, 1996). Posteriormente et al., 1996). Na costa leste do Brasil, âmbito do REVIZEE
um número muito maior de estudos taxonômicos e central, os estudos são mais recentes e pontuais, exce-
faunísticos foram publicados, os quais podem ser en- tuando-se alguns de larga escala realizados na costa
contrados no catálogo disponibilizado na rede mun- brasileira, como os de Rullier e Amourex (1979). Levan-
dial de computadores por Amaral e Nallin (2004). tamentos de espécies nessa região foram efetuados
Quanto à biologia das espécies da costa brasi- principalmente em áreas sob regime de marés, como
leira, os estudos são extremamente escassos, desta- praias, mangues e costões, ou estudos isolados em al-
cando-se os de Pardo e Amaral (2004a, 2004b) sobre guns ambientes de recifes de corais. Entre tais estudos,
alimentação de algumas espécies de Cirratulidae e destacam-se os de Santa-Isabel et al. (2000), sobre os
Spionidae costeiros. Pouco se sabe sobre estratégias Polychaeta associados a um recife costeiro na costa da
reprodutivas e história de vida das espécies brasileiras, Bahia, e Paiva (2001), sobre os Polychaeta associados
excetuando-se extrapolações de padrões observados aos sedimentos coralíneos do Banco de Abrolhos (BA).
em espécies comuns a outras regiões. Entretanto, es- Mais ao sul, os estudos se concentraram principalmen-
ses padrões devem ser considerados com profundas te na região da Bacia de Campos (Attolini, 1997), área
restrições, já que espécies de ampla distribuição po- de grande densidade de plataformas de prospecção
dem apresentar padrões de história de vida comple- petrolífera. Estudos mais específicos sobre padrões
xos ou diversos em diferentes latitudes ou regiões de distribuição de determinadas famílias e descri-
(Mazurkiewicz, 1975; Levin, 1984). Alguns estudos de ções detalhadas de espécies, incluindo novas ocor-
cunho populacional fornecem informações importan- rências e novas espécies, foram efetuados por Santos
tes sobre a produtividade, longevidade e recrutamen- (1996), Santos e Lana (2000, 2001), Zanol et al. (2000) e
to para algumas espécies de praia, principalmente da Garraffoni e Costa (2003).
costa sul do Brasil (Santos, 1994; Shimizu, 1997; Omena A escassez de dados básicos sobre ocorrência e
& Amaral, 2000). distribuição das espécies de Polychaeta da costa les-
Com o crescente conhecimento da morfologia e te do Brasil impede a elaboração de hipóteses mais
taxonomia da fauna de Annelida Polychaeta da costa abrangentes a respeito da biogeografia das espécies
brasileira, houve um esforço recente em estudos que e seus respectivos padrões de distribuição. Essa re-
visam avaliar o relacionamento filogenético entre as gião se localiza na Província Tropical ou Caraíbica que
espécies e gêneros da costa brasileira e de outras re- abrange toda a região tropical do Atlântico Ociden-
giões. Entre estes, destacam-se os de Santos (2001), tal e limitada, ao sul, por uma província de transição

266 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


(Província Paulista) com a Província Norte-Patagônica, tradas 13 espécies apenas do gênero Eunice (Zanol et
mais ao sul (Palácio, 1982). Essas diferentes províncias al., 2000). Estudos mais detalhados dessa família de-
faunísticas apresentam uma série de diferenças quanto verão incrementar muito o número de espécies refe-
ao ambiente, principalmente no tocante à geomorfo- ridas para a costa central.
logia do fundo e às características das massas de água, Um total de 1.351 indivíduos foi analisado, os
por exemplo, a temperatura. Na costa leste (Província quais se dividiram de forma irregular entre as estações,
Caraíbica), são comuns fundos calcários formados por com a abundância variando de apenas um indivíduo
algas, corais e seus fragmentos, além de predomina- (estações C6-R3#2, 264 m e C6- R3#5, 977 m de pro-
rem águas sensivelmente mais quentes do que na fundidade) até 129 indivíduos (estação C5-10R, 50 m
Província Paulista da costa sul do Brasil (Lana, 1996). A de profundidade).
definição dessas províncias e seus respectivos limites As famílias de Polychaeta encontradas são co-
para a fauna de Polychaeta só pode ser considerada a muns na costa brasileira como um todo, mas o número
partir do conhecimento da fauna “Caraíbica” da costa de famílias é relativamente baixo quando se considera
leste do Brasil (Paiva, 1990). que foram referidas 56 famílias para o Brasil de manei-
ra geral (Amaral & Nallin, 2004), quase todas represen-
7.2. Caracterização do grupo tadas no SCORE Sul do Programa REVIZEE (Amaral et
na costa central brasileira al., 2003). No Golfo do México, em uma área geográ-
fica similar à do SCORE Central e também localizada
7.2.1. Riqueza do grupo no SCORE Central em uma região tropical do Atlântico Ocidental, foram
registradas 58 famílias (Uebelacker & Johnson, 1984).
Os Annelida Polychaeta coletados em 53 estações do A riqueza específica por estação de coleta foi tam-
SCORE Central do Bentos das campanhas V e VI (2001 bém relativamente baixa, com um número de espécies
e 2002) do Programa REVIZEE foram analisados, sen- por estação que variou de uma (diversas estações) a
do aqui apresentados na forma de uma lista de espé- 17 espécies (estação 13R, 50 m de profundidade). As
cies (Tabela 1), e sua distribuição pelas estações de estações mais ricas foram aquelas associadas a fundos
coleta no Anexo 1 . Foi computado um total de 88 biogênicos, isto é, fundos calcários normalmente de
espécies pertencentes a 30 famílias (Tabela 1). Dessas algas e corais, sendo geralmente estações rasas ou de
espécies, 37 foram identificadas apenas em nível de profundidades intermediárias (de 10 a 250 m). As es-
gênero, devido às condições do material, que impos- tações mais ricas também não apresentaram qualquer
sibilitaram a identificação específica, ou a problemas padrão geográfico notável em toda a área do REVIZEE,
de cunho taxonômico, como a necessidade de uma incluindo entre elas algumas estações distantes da
revisão mais profunda desses gêneros. Como exem- costa no extremo oriental da Cadeia Vitória-Trindade
plo, temos os Eunicidae, a família mais abundante e (Figura 1). Entretanto, a riqueza dessas estações deve
freqüente em toda a área de estudo, a qual requer ser considerada com restrições, já que foram utilizados
uma profunda revisão de seus gêneros e principal- instrumentos de amostragem e metodologias diferen-
mente das espécies do gênero Eunice (Zanol, 2002). ciadas conforme a profundidade e o tipo de substrato.
Não por acaso, em um estudo efetuado com amos- Nessas estações ricas, a utilização de dragas de arrasto
tras provenientes, principalmente de fundos biogê- tende a varrer uma área sensivelmente maior do que
nicos, da Campanha Central 1 em 1996 e de amostras os fundos de sedimento, os quais foram amostrados
da Bacia de Campos no Rio de Janeiro, foram encon- geralmente com box-corer.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 267


Tabela 1: Lista das espécies de Annelida Polychaeta no âmbito do SCORE Central do Programa REVIZEE (critério
taxonômico de Rouse & Pleijel, 2001).

Scolecida
Capitellidae Grube, 1862 Dasybranchus caducus (Grube, 1846)
Leiochrides sp.
Notomastus lobatus Hartman, 1947
Cossuridae Day, 1963 Cossura candida Hartman, 1955
Maldanidae Malmgren, 1867 Axiothella sp.
Chirimia amoena (Kingerg, 1867)
Clymenella sp.
Euclymene sp.
Opheliidae Malmgren, 1867 Ophelina acuminata Oersted, 1843
Ophelina cylindricaudata (Hansen, 1878)
Orbiniidae Hartman, 1942 Naineris sp.
Palpata, Aciculata, Phyllodocida, Aphroditiformia
Acoetidae Kinberg, 1856 Panthalis sp.
Polyodontes sp.
Aphroditidae Malmgren, 1867 Aphroditella sp.
Pontogenia cf. chrysocoma (Baird, 1865)
Polynoidae Malmgren, 1867 Halosydna glabra Hartman, 1939
Harmothoe aculeata Andrews, 1891
Harmothoe lunulata (delle Chiaje, 1841)
Harmothoe sp.
Lepidonotus tenuisetosus (Gravier, 1901)
Sigalionidae Kinberg, 1856 Leanira sp.
Neopsammolyce catenulata (Amaral & Nonato, 1984)
Psammolyce flava Kinberg, 1856
Sthenelanella atypica Berkeley & Berkeley, 1941
Sthenolepis oculata (Hartman, 1942)
Nereidiformia
Hesionidae Grube, 1850 Gyptis sp.
Hesione sp.
Nereididae Johnston, 1865 Ceratonereis hircinicola (Eisig, 1870)
Ceratonereis longicirrata Perkins, 1980
Ceratonereis mirabilis Kinberg, 1866
Neanthes caudata (delle Chiaje, 1841)
Neanthes sp.
Nereis riisei Grube, 1857
Nicon sp.
Perinereis floridana Ehlers, 1868

268 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da Tabela 1
Syllidae Grube, 1850 Pionosyllis sp.
Trypanosyllis vittigera Ehlers, 1887
Typosyllis variegata (Grube, 1860)
Typosyllis sp.
Aciulata não posicionados
Glyceridae Grube, 1850 Glycera americana Leidy, 1855
Glycera tesselata Grube, 1863
Glycera sp.
Hemipodia sp.
Goniadidae Kinberg, 1866 Goniada maculata Oersted, 1843
Nephtyidae Grube, 1850 Aglaophamus verrilli (McIntosh, 1885)
Aglaophamus sp.
Nephtys simoni Perkins, 1980
Phyllodocidae Oersted, 1843 Nereiphylla castanea (Merenzeller, 1879)
Phyllodoce madeirensis Langerhans, 1880
Phyllodoce sp.
Palpata, Aciculata, Amphinomida
Amphinomidae Savigny, 1818 Chloeia cf. viridis Schmarda, 1861
Eurythoe complanata (Pallas, 1766)
Hermodice carunculata (Pallas, 1766)
Notopygos sp.
Palpata, Aciculata, Eunicida
Eunicidae Berthold, 1827 Eunice donathi Carrera-Parra and Salazar-Vallejo, 1998*
Eunice cf. edwinlinkae Carrera-Parra and Salazar-Vallejo, 1998*
Eunice filamentosa Grube, 1856*
Eunice fucata Ehlers, 1887*
Eunice marcusi Zanol, Paiva & Attolini, 2000*
Eunice multicylindri Shisko, 1981*
Eunice cf. nicidioformis Treadwell, 1906*
Eunice ornata Andrews, 1891*
Eunice stigmatura (Verrill, 1900)*
Eunice thomasiana Augener, 1922*
Eunice violaceomaculata Ehlers, 1887*
Eunice cf. websteri Fauchald, 1969*
Eunice spp.
Eunice (Nicidion) spp.
Euniphysa sp.
Lysidice spp.
Marphysa sp.
Palola brasiliensis Zanol, Paiva & Attolini, 2000*
Palola sp.
* Espécies referidas pelo Programa REVIZEE-SCORE Central I

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 269


Continuação da Tabela 1
Lumbrineridae Schmarda, 1861 Abyssoninoe sp.*
Eranno sp.
Lumbrineriopsis mucronata (Ehlers, 1908)
Lumbrineris latreilli (Audouin & Milne-Edwards, 1834)
Lumbrineris sp.
Scoletoma tetraura (Moore, 1911)
Oenonidae Kinberg, 1865 Arabella mutans (Chamberlin, 1919)
Drilonereis filum (Claparède, 1868)
Oenone fulgida Savigny, 1818
Onuphidae Kinberg, 1865 Diopatra tridentata Hartman, 1944
Hyalinoecia sp.
Kinbergonuphis sp.
Palpata, Canalipalpata, Sabellida
Sabellidae Latreille, 1825 Hypsicomus elegans (Webster, 1884)
Serpulidae Latreille, 1825 Pomatostegus stellatus (Abildgaard, 1789)
Spirobranchus giganteus (Pallas, 1767)
Vermiliopsis sp.
Palpata, Canalipalpata, Terebellida, Cirratuliformia
Cirratulidae Ryckholdt, 1851 Cirriformia tentaculata (Montagu, 1808)
Tharyx sp.
Flabelligeridae Saint-Joseph, 1894 Diplocirrus sp.
Piromis roberti (Hartman, 1951)
Therochaeta sp.
Sternaspidae Carus, 1863 Sternaspis capillata Nonato, 1966
Sternaspis sp.
Terebelliformia
Ampharetidae Malmgren, 1866 Melinninae gen. sp.
Terebellidae Grube, 1850 Loimia medusa (Savigny, 1818)
Trichobranchidae Malmgren, 1865 Terebellides sp.
Palpata, Canalipalpata, Spionida
Magelonidae Cunningham & Ramage, 1888 Magelona sp.
* Espécies referidas pelo Programa REVIZEE-SCORE Central I

Quanto à composição da fauna de Polychaeta, a grande leira e a expansão da distribuição geográfica de algumas
maioria de espécies e gêneros referidos da costa central espécies conhecidas apenas da costa sul do Brasil.
já era conhecida de outras regiões da costa brasileira Entre as novas ocorrências para a costa brasileira,
(costas sul e nordeste principalmente) ou da própria cos- ou seja, aquelas não formalmente referidas através
ta central (Amaral & Nallin, 2004). Entretanto, devem ser de publicações, temos os gêneros: Eranno sp. (Família
destacadas algumas novas ocorrências para a costa brasi- Lumbrineridae), Leiochrides sp. (Capitellidae) e Leanira

270 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


(Sigalionidae) e as espécies: Ceratonereis longicirrata e amoena, Drilonereis filum, Hemipodia sp., Hyalinoecia
Perinereis floridana (Nereididae), Trypanosyllis vittigera sp., Kimbergonuphis sp., Lumbrineriopsis mucronata,
(Syllidae), Aglaophamus verrilli (Nephtyidae) e Arabella Notomastus lobatus, Panthalis sp., Piromis robertii e
mutans (Oenonidae). A maioria dessas espécies foi Tharyx sp.
registrada na região do Caribe e Golfo do México, Não se pode descartar a possibilidade de que
tendo, portanto, suas distribuições ampliadas para o espécies identificadas apenas ao nível de gênero
Atlântico Sul Tropical. no presente levantamento sejam novas para a
Diversas espécies conhecidas da costa brasilei- ciência, devendo ser formalmente descritas a partir
ra tiveram suas distribuições geográficas ampliadas a de estudos mais específicos, como ocorreu com
partir dos resultados do Programa REVIZEE. O padrão os Eunicidae Eunice marcusi e Palola brasiliensis
biogeográfico mais recorrente foi a ampliação para descritos a partir de material coletado pelo Programa
norte da distribuição de algumas espécies e gêneros PREVIZEE (Zanol et al., 2000). Novas ocorrências ou
registrados apenas para a costa sul do Brasil, cuja nova mesmo novas espécies também podem estar entre
distribuição atinge agora os seguintes estados: os espécimens coletados em estações profundas,
- Espírito Santo: Aglaophamus sp., Cossura candida, como aquelas de mais de 500 ou principalmente
Nereiphylla castanea, Nephtys simoni, Neopsammolyce 1.000 m de profundidade, onde o conhecimento da
catenulata. fauna de Polychaeta de forma geral, e no Brasil mais
- Bahia: Aphroditella sp., Axiothella sp., Chirimia especificamente, é ainda muito restrito.

12°S
���� �� ����� �� ������

Salvador

�� 14°S

Ilhéus

�� �������������
16°S
1 espécie

�� a

�� ������ 17 espécies 18°S

��
�� ����

20°S
Vitória

�������� �
�� �� �
������ � ����� � � ��������
�� ���� ������
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 1: Riqueza (número de espécies) por estação de coleta realizada pelo REVIZEE (SCORE Central Bentos
- Campanhas V e VI).

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 271


7.2.2. Ocorrência e abundância das famílias dade. No caso de Scolecida, este padrão pode ser ex-
plicado pelo fato de este grupo ser mais comum em
Das 30 famílias registradas para o SCORE Central, fundos de sedimentos, os quais foram mais raros nas
apenas oito, Eunicidae, Nereididae, Phyllodocidae, amostragens do SCORE Central. A baixa abundância
Polynoidae, Syllidae, Amphinomidae, Aphroditidae de Canalipalpata, entretanto, não era esperada, já
e Sigalionidae, foram responsáveis por 90% de todos que muitas das espécies desse grupo são comuns
os indivíduos coletados, destacando-se os Eunicidae em substratos biogênicos de corais e algas calcárias
com 55,38% (Tabela 2). Das demais famílias, 17% (Hutchings, 1983; Attolini & Tararam, 2001).
contribuíram com menos de 5% de toda a abundân- Quanto à freqüência de ocorrência de famílias
cia. As famílias dominantes são todas de Polychaeta nas 53 estações analisadas, foi encontrado um padrão
Aciculata, sendo quase todos animais vágeis, muito similar ao de abundância. Cinco famílias, Eunicidae,
comuns em fundos biogênicos. Essa dominância re- Nereididae, Phyllodocidae, Syllidae e Aphroditidae,
flete a maior ocorrência desse tipo de fundo entre as ocorreram em pelo menos 30% das estações, desta-
estações de coleta do SCORE Central do Programa cando-se, novamente, Eunicidae, com ocorrência em
REVIZEE. As famílias de baixa abundância se referem 41 estações (77,36%). Por outro lado, 18 famílias ocor-
principalmente a Canalipalpata e Scolecida, grupos reram em menos de 10% das estações de coleta, sendo
de animais geralmente sésseis ou de pouca mobili- que oito só ocorreram em uma única estação.

Tabela 2: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) das famílias de Polychaeta encontradas no
âmbito do SCORE Central do Programa REVIZEE.

Família FO(%) AR(%)


Eunicidae 77,36% 55,38%
Nereididae 49,06% 6,92%
Phyllodocidae 45,28% 6,11%
Syllidae 33,96% 4,64%
Aphroditidae 30,19% 3,83%
Oenonidae 28,30% 1,84%
Polynoidae 26,42% 5,15%
Glyceridae 20,75% 1,69%
Amphinomidae 20,75% 4,49%
Lumbrineridae 13,21% 0,96%
Serpulidae 13,21% 0,88%
Sigalionidae 11,32% 3,31%
Maldanidae 9,43% 0,44%
Onuphidae 9,43% 0,74%
Capitellidae 7,55% 0,59%
Acoetidae 7,55% 0,44%
Hesionidae 7,55% 0,52%
Cirratulidae 5,66% 0,22%
Nephtyidae 5,66% 0,44%
Opheliidae 5,66% 0,29%

272 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da Tabela 2
Família FO(%) AR(%)
Flabelligeridae 3,77% 0,22%
Sternaspidae 3,77% 0,15%
Ampharetidae 1,89% 0,07%
Sabellidae 1,89% 0,07%
Goniadidae 1,89% 0,07%
Cossuridae 1,89% 0,15%
Trichobranchidae 1,89% 0,15%
Terebellidae 1,89% 0,07%
Magelonidae 1,89% 0,07%
Orbiniidae 1,89% 0,07%

7.2.3. Distribuição batimétrica em cinco faixas de profundidade (menos de 75 m, de


75 a 100 m, de 100 a 250 m, de 250 a 500 m e mais
7.2.3.1. Famílias de Polychaeta de 500 m). Considerando que houve um maior esforço
amostral nas estações mais rasas, os dados de abun-
Para uma avaliação dos padrões de distribuição das fa- dância são apresentados de forma relativa para as 9
mílias por profundidade, as estações foram agrupadas famílias mais abundantes (Figura 2).

Figura 2: REVIZEE-SCORE Central. Distribuição das famílias por faixas de profundidade (valores de abundância
relativa. As classes de profundidade das famílias incluem o valor superior).

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 273


Excetuando-se a abundância quase absoluta de 7.2.3.2. Abundância, riqueza e diversidade
Eunicidae em todas as faixas de profundidade, as fa-
mílias mais abundantes apresentaram um padrão re- A abundância de espécimens de Polychaeta foi muito
lativamente equilibrado em profundidades baixas e maior nas áreas rasas (ca. de 900 indivíduos), onde se
médias (até 250 m), com Phyllodocidae se destacando concentrou a maioria das estações de coleta, do que
pela maior contribuição entre 75 e 100 m de profundi- em áreas profundas, com uma abundância inferior a
dade. Sigalionidae e Eunicidae se destacaram na faixa 50 indivíduos (Figura 3, quadrados vazios). Ao se con-
de 250 a 500 m, enquanto em profundidades maiores siderar apenas o número médio de indivíduos coleta-
(mais de 500 m) foram dominantes Syllidae (55%) e dos por estação, pode-se ainda observar um padrão
Eunicidae, com 42% da dominância quando conside- batimétrico com valores decrescendo em função
radas apenas as famílias dominantes. do aumento da profundidade (Figura 3, quadrados
Embora a maioria das famílias de Polychaeta apre- cheios). Tal padrão não é corroborado por outros
sente uma ampla distribuição batimétrica, habitando estudos que envolvem intervalos de profundidade
desde regiões entremarés até as grandes profundezas similares na costa sul (Capitoli & Bonilha, 1991; Sumi-
marinhas (Rouse & Pleijel, 2001), suas abundâncias rela- da & Pires-Vanin, 1997). Tal divergência de padrões
tivas podem variar muito, principalmente devido a dife- pode estar relacionada a diferenças entre ambas as
renças quanto ao suprimento alimentar, tipo de substrato costas. Essa diferenciação está expressa na própria
ou outras condições ambientais, como a solubilidade de geomorfologia, com uma predominância de fundos
carbonato de cálcio, utilizado por algumas famílias para a sedimentares terrígenos na costa sul e carbonáticos
construção de seus tubos (Serpulidae, p. ex.) ou estruturas biogênicos na costa central (Lana et al., 1996). Em re-
bucais (Eunicidae, Onuphidae e Lumbrineridae, p. ex.). lação às características hidrográficas, a costa central,
Na costa central, onde a amplitude de profundida- sob forte influência da Corrente do Brasil, apresen-
des foi relativamente grande (20 a 2.706 m), é possível ta massas de água com características oligotróficas
que o padrão batimétrico observado para a dominân- (Knoppers et al., 1999) contrastando com a costa sul,
cia relativa das famílias de Polychaeta esteja refletindo sob influência das águas subantárticas mais eutró-
a composição do substrato. Em profundidades baixas ficas e, conseqüentemente, com uma maior produ-
e intermediárias, onde houve um maior equilíbrio en- tividade primária (Castello et al., 1998). As menores
tre as famílias, ocorre uma mescla de tipos de fundo de abundâncias de espécimens de Polychaeta na plata-
areia, lama e principalmente fundos biogênicos de al- forma externa e talude da costa central podem estar
gas calcárias e corais. Em profundidades maiores, com provavelmente associadas à menor produtividade da
um número muito inferior de estações de coleta, pre- costa central quando comparada à costa sul, já que
dominaram os fundos de lama, onde a abundância da os recursos alimentares para a fauna de fundo dessas
maioria das famílias, mesmo aquelas mais abundantes profundidades maiores dependem principalmente
em fundos de sedimentos, foi extremamente baixa. da produtividade pelágica.

274 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


45 1000
N. médio
45 1000
40 N. médio N. total
40 N. total
35
35
Núm. médio de indiv.
30 100

Núm. total de indiv.


Núm. médio de indiv.

30 100

Núm. total de indiv.


25
25
20
20
15 10
15 10
10
10
5
5
0 1
0 < 75m 1
75-100m 100-250m 250-500m >500m
< 75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade
Profundidade
Figura 3: Número de indivíduos total e médio entre as estações de coleta do REVIZEE-SCORE Central em
diferentes intervalos de profundidade (Barra de erro = erro padrão).

Quanto à riqueza, isto é, o número de espé- vés do número médio de espécies por estação, esse
cies de Polychaeta coletadas nas diferentes faixas de padrão batimétrico de riqueza maior em fundos mais
profundidade, houve um acentuado decréscimo no rasos é muito menos acentuado (Figura 4, círculos
número de espécies em função do aumento da pro- cheios), com os valores médios variando de cerca de
fundidade, com a riqueza passando de 61 espécies três espécies (mais de 500 m) a nove espécies (menos
no setor mais raso (menos de 75 m) para 29 entre 75 de 75 m de profundidade); valores estes ainda muito
e 100 m de profundidade. Nos setores mais profun- baixos quando comparados à riqueza de Polychaeta
dos (250 a 500 e mais de 500 m), a riqueza foi muito em outras regiões de plataforma da costa brasileira,
baixa, com registros de apenas 12 e 13 espécies res- onde instrumentos de coleta similares foram utiliza-
pectivamente (Figura 4, círculos vazios). Esse padrão dos (Lana, 1981; Paiva, 1993; Attolini & Tararam, 2001).
também reflete o maior esforço amostral no setor Apesar do maior esforço amostral no setor mais raso
raso. Um aumento do número de espécies com o (menos de 75 m), a variação da riqueza entre estações
incremento do esforço é normal em estudos de eco- da mesma faixa batimétrica, expressas pelas barras
logia de comunidades em áreas geográficas muito de erro na Figura 4, foi muito maior nas faixas inter-
amplas, onde uma grande variedade de ambientes mediárias de 75 a 100 m e 100 a 250 m de profundida-
é amostrada de forma pontual (Picket & Candenasso, de, provavelmente devido à variabilidade de tipos de
1995). Entretanto, quando a riqueza é avaliada atra- fundos amostrados nessas faixas batimétricas.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 275


70 30

Núm. médio de espécies por estação


60 S total 25
Núm. total de espécies por prof.
50 S médio
20
40
15
30
10
20

10 5

0 0
� ��� ������� �������� �������� �����
Profundidade

Figura 4: Número total e número médio de espécies entre as estações de coleta do REVIZEE-SCORE Central em
diferentes intervalos de profundidade (Barra de erro = erro padrão).

Embora a quantificação do número médio de es- didade (Figura 5). Essas curvas indicam que a maior
pécies por estação de coleta forneça informações úteis diversidade está associada às profundidades interme-
quanto à riqueza nas diferentes faixas de profundida- diárias (75 a 250 m), enquanto as estações mais pro-
de, essa quantificação foi baseada em amostragem fundas (mais de 250 m) ou mais rasas (menos de 75 m)
com diferentes instrumentos de coleta, i.e., draga e apresentaram diversidade relativamente menor. Esse
box-corer, os quais tendem a amostrar áreas muito di- padrão de riqueza maior em profundidades interme-
ferentes (Holme & McIntyre, 1984). Uma forma de esti- diárias ocorre em função da maior heterogeneidade
mativa da real diversidade de espécies que independe dos tipos de fundo nessas profundidades (expressos
da área amostral é através do conhecimento do núme- também na Figura 4 com a maior variabilidade entre
ro de espécies encontradas em uma coleção definida as estações), onde se mesclaram estações de fundos
de indivíduos. Esse método é conhecido como análi- biogênicos, lama e areia. Diferentes tipos de substrato
se de curvas de rarefação (Sanders, 1958; Magurran, tendem a ser habitados por formas diferentes de es-
2003). Nessa análise, a diversidade de um ambiente ou pécies de Polychaeta ou mesmo de famílias devido à
local é expressa através do número de espécies que diversidade de formas de vida do grupo.
se espera encontrar neste local quando coletado um As curvas de rarefação indicam ainda que o nú-
determinado número de indivíduos. Essas curvas de mero de espécies de Polychaeta em todas as profun-
rarefação podem então ser graficamente comparadas, didades deve ser muito maior do que o observado nas
como no caso da Figura 5 onde são apresentadas as campanhas do Programa REVIZEE, pois suas curvas
diversidades das diferentes faixas de profundidade. de rarefação ainda não atingiram uma estabilização.
O padrão observado na Figura 4, com um decrés- Estudos mais detalhados, mesmo em profundida-
cimo acentuado do número total de espécies por faixa des menores, onde se concentrou o maior esforço de
de profundidade, não se repete quando se compara amostragem, devem incrementar a lista de espécies
as curvas de rarefação para cada intervalo de profun- referidas para esta região da costa brasileira.

276 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


20
Número esperado de espécies
75-100m
15 100-250m
<75m
<500m
250-500m
10

0
0 5 10 15 20 25
Número de indivíduos
Figura 5: Curva de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central em diferentes intervalos de profundidade (menos de 75 m = 32 estações; 75 a
100 m = 5; 100 a 250 m = 6; 250 a 500 m = 4; mais de 500 m = 6).

7.2.3.3. Espécies grau, os Eunicidae Eunice (Nicidion) spp. (50-270 m), o


Oenonidae Drilonereis filum (46-278 m) e o Nereididae
Das 88 espécies coletadas, apenas 28 ocorreram em pelo Neanthes sp. (55-270 m). Embora espécies de glicerídeos
menos quatro das 53 estações de coleta (7,5%). Entre e eunicídeos possam ocorrer em uma grande amplitude
essas espécies mais freqüentes na área, a grande maioria de profundidades (Faulchald, 1992; Boegmmann, 2002),
se limitou às profundidades baixas e intermediárias a identificação de Marphysa sp. e Hemipodia sp. em
(Figura 6), com 16 se limitando a profundidades nível de gênero se deve à possibilidade de se tratarem
inferiores a 100 m. Destacaram-se pela ampla de espécies crípticas em diferentes profundidades. No
distribuição batimétrica o Syllidae Typosyllis variegata caso de Hemipodia sp., cuja distribuição batimétrica é
(20 a 580 m), os Eunicidae Marphysa sp. (20-500 m) e muito descontínua (20 a 100 m ou 1.650 a 2.076 m), esta
o Glyceridae Hemipodia sp. (20-2.076 m) e, em menor possibilidade é ainda maior.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 277


ta
a
m

la
ol ta s
er mm ieg tosu

nu
co

m ulg ta a

on sp ra s
f da ol

D the lab latu


s
so

te

a
si
.

sp iger
ps va ise
p sp

ca

on ca ini

io ss na
do sp y
op ia iren

rin sp. ana

n a g tel
pi os chr

m sp ta
u

rc
si a s n)

a
er riis ce

tt

um
N ylli ten

H ra orid
N ge ade

Po ne ela
G pod s vi
hi

An oth ida

ic
Ly ys io

Tr ides sp.
y

N ydn us
Le yg cf.

Ty no .

am .
u
r
An ice .

er
ph icid

er .
fil
s

an sp.
s

lli

os teg
ce is fl

.
o m
.

tid .

at ei

i
re
lo pp

ai sp

po tu

ai oë

s
a
em osy

es te
ni .
M e (N

eo s

en s

s
n

ei
i
N one
Po es
Eu sp

H tos
Pa e s

O he

G ere
e
a

G ra

Pe ra
s
la

nt

a
ce

ce
c

ei
d

i
t
nt
ni

yp
ea

ea
ar

ar
ot

ly

ly

ly

al

ril
Eu

H
10
Profundidade

100

1000

10000

Figura 6: REVIZEE-SCORE Central. Amplitude de distribuição batimétrica das espécies de poliquetas mais
freqüentes (valores mínimos e máximos de profundidade em metros).

7.2.4. Distribuição por tipo de fundo Central, predominaram fundos compostos por
substrato biogênico (66% das estações). Na lista de
As regiões de plataforma continental e talude da cos- espécies aqui apresentada há uma clara predominância
ta central do Brasil apresentam uma grande variação de espécies de Polychaeta normalmente dominantes
de tipos de fundo, que vão de lamas e areias de ori- nesse tipo de substrato. De um total de 88 espécies
gem continental ou calcária até fundos biogênicos coletadas, 64 ocorreram em fundos biogênicos. As
praticamente duros de algas calcárias, corais ou brio- famílias dominantes na área estudada, como Eunicidae,
zoários (Coutinho, 1995). Essa variabilidade de tipos Polynoidae, Sigalionidae, Phyllodocidae e Syllidae,
de fundo é fundamental para as comunidades ben- são muito comuns em ambientes de recifes de coral
tônicas como um todo (Gray, 1981; Lana et al., 1996) ou de algas calcárias de diversos oceanos (Hartmann-
e, em particular, para os Polychaeta com seus hábitos Schroeder, 1992; Gimenez-Casalduero et al., 2001)
diferenciados de vida. incluindo a costa brasileira (Attolini & Tararam, 2001).
Para avaliar a distribuição dos Polychaeta quanto A abundância das famílias por substrato pode
ao tipo de fundo, as diferentes estações de coleta foram ser visualizada na Figura 7. Algumas famílias foram
agrupadas quanto a três tipos básicos de fundo, basea- comuns nos três tipos de substrato, como Eunicidae,
dos na predominância do sedimento em cada estação. Nereididae, Polynoidae e Sigalionidae. Em fundos de
Os tipos de fundo foram classificados como: areia (4 es- sedimentos mais finos de areias e lamas, Onuphidae,
tações), lama (14 estações) e biogênicos, isto é, fundos Arabellidae e Maldanidae se destacaram por suas
compostos por associações de algas calcárias, corais e, abundâncias maiores e ausência em fundos biogêni-
em menor proporção, briozoários (35 estações). cos. A única família que ocorreu em apenas um tipo
Como na maioria das estações de amostragem sedimentar foi Oenonidae, exclusivamente encontra-
das campanhas V e VI do Programa REVIZEE-SCORE da em fundos biogênicos.

278 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 7: Abundância das famílias dominantes por tipo de sedimento nas estações de coleta do REVIZEE-SCORE Central.

A composição específica também variou entre fundos biogênicos, por outro lado, foram muito
os diferentes tipos de fundo, sendo avaliada através mais abundantes e freqüentes, como Nereis riisei,
da freqüência com que estas espécies ocorreram Oenone fulgida, Glycera americana e Phyllodoce
nas estações de cada tipo de substrato (Tabela 3). madeirensis, embora ocorrências únicas, como as de
Algumas espécies ocorreram exclusivamente em um Dasybranchus caducus e Nereiphylla castanea, tenham
único tipo de substrato, como Diopatra tridentata, sido comuns.
Arabella mutans, Sthenolepis oculata e Ophelina Uma diferenciação por tipo de fundo também
acuminata, que ocorreram apenas em fundos de caracterizou os gêneros de Eunicidae, a família mais
areia. As oito espécies exclusivas de fundos de lama abundante e freqüente do SCORE Central, com Eunice e
foram espécies de baixa freqüência e abundância, Lysidice dominando em fundos biogênicos e Marphysa
a maioria com apenas uma ou duas ocorrências de em fundos de lamas, enquanto Palola ocorreu em
um a quatro indivíduos. As espécies exclusivas de ambos os ambientes.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 279


Tabela 3: Espécies características e exclusivas por tipo de sedimento do REVIZEE-SCORE Central. (Consideradas
espécies características aquelas com pelo menos 20% de freqüência de ocorrência; para espécies exclusivas
foram excluídas as ocorrências em uma única estação para fundos biogênicos).

AREIA LAMA BIOGÊNICO


Total = 10 espécies Total = 36 espécies Total = 64 espécies
ESPÉCIES Diopatra tridentata Marphysa sp. Eunice spp.
CARACTERÍSTICAS Perinereis floridana Palola sp. Palola sp.
Lysidice spp.
Phyllodoce madeirensis
Pontogenia cf. chyrsocoma
Oenone fulgida
Typosyllis variegata
Phyllodoce sp.
Nereis riisei
Notopygos sp.
Neanthes caudata
Trypanosyllis vittigera
ESPÉCIES EXCLUSIVAS Arabella mutans Piromis roberti Nereis riisei
Sthenolepis oculata Aglaophamus verrilli Oenone fulgida
Diopatra tridentata Cossura candida Glycera americana
Ophelina acuminata Abyssoninoe sp. Phyllodoce madeirensis
Magelona sp. Hermodice carunculata
Tharyx sp. Pomatostegus stellatus
Kinbergonuphis sp. Halosydna glabra
Terebellides sp. Spirobranchus giganteus
Ceratonereis longicirrata
Nephtys simoni
Ceratonereis mirabilis
Dasybranchus caducus
Nereiphylla castanea
Lumbrineris latreilli
Scoletoma tetraura
Lysidice spp.
Pontogenia cf. chyrsocoma
Phyllodoce sp.
Neanthes sp.
Glycera sp.
Hesione sp.
Eranno sp.
Typosyllis sp.
Aglaophamus sp.

280 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Apesar das baixas abundâncias, os fundos de utilização de box-corer, quando comparada às draga-
lama (27% das estações) apresentaram um número gens nos fundos biogênicos. A diversidade de fundos
grande de espécies (36) e uma maior diversidade de de lama tende a aumentar consideravelmente com o
formas sésseis em comparação com os fundos biogê- aumento da área amostral, uma característica comum
nicos, onde predominaram formas mais móveis. Os em fundos marinhos de plataforma, talude ou mesmo
fundos de areia, restritos a 7% das estações, foram os mar profundo (Grassle & Maciolek, 1992).
mais pobres, com a ocorrência de apenas 10 espécies A expectativa de diversidade dos fundos de areia
de poucos indivíduos (17 no total). foi a mais baixa dos diferentes substratos. Essa esti-
A diversidade dos diferentes tipos de fundo tam- mativa, no entanto, é baseada em um número muito
bém foi avaliada através de curvas de rarefação. Ape- restrito de estações e, portanto, deve ser interpretada
sar do elevado número de espécies encontradas em com cautela. Não obstante, em fundos de areia, prin-
fundos biogênicos, a diversidade esperada para um cipalmente areias médias e grossas de plataforma
determinado número de indivíduos é maior nos fun- continental, os Polychaeta são pouco abundantes ou
dos de lamas (Figura 8). Esse padrão deve estar asso- diversos quando comparados aos fundos de lama ou
ciado à pequena área de fundo amostrada através da areia fina (Pires-Vanin, 1993).

15
Número esperado de espécies

Lama
Biogênico

10 Areia

0
0 5 10 15 20
Número de indivíduos
Figura 8: Curvas de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central por tipo de fundo (estações agregadas por tipo de fundo, lama = 11 estações;
areia = 4; biogênicos = 35).

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 281


7.2.5. Distribuição geográfica na costa central Grupo C – estações ao largo do estado do Espírito
Santo na porção mais ocidental da Cadeia Vi-
7.2.5.1. Abundância, riqueza e diversidade tória-Trindade, incluindo o Banco Montague
(17 estações).
Para uma avaliação da riqueza e distribuição das espécies
Grupo D – estações da borda da plataforma continen-
dominantes de Annelida Polychaeta ao longo da costa
tal ao largo da costa sul do estado do Espírito
central, as estações de coleta foram reunidas em 5 gru-
Santo e extremo norte do estado do Rio de
pos localizados ao longo de toda a costa e ao longo da
Janeiro, ao largo do Cabo de São Tomé (12
Cadeia Vitória-Trindade (Figura 9), descritos a seguir:
estações).
Grupo A – estações costeiras do sul do estado da
Bahia entre Salvador e ao largo da foz do Rio Grupo E – estações intermediárias da Cadeia Vitória-
Jequitinhonha (13 estações). Trindade (3 estações).

Grupo B – estações da borda da plataforma continen- Grupo F – estações da porção mais oriental da Cadeia
tal ao largo do Banco de Abrolhos no extre- Vitória-Trindade, incluindo a Ilha de Trindade
mo sul do estado da Bahia (5 estações). (3 estações).

12°S
���� �� ���� � � � � �����

Salvador

�� 14°S

Ilhéus �
�� ������������ �
16°S

��
�� ������
� 18°S

��
�� ����
� 20°S
Vitória
� �
�������� �
�� �� �
� ������ ������ � � ��������
�� ���� ������
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 9: Localização das estações de amostragem e seus respectivos grupos geográficos do REVIZEE-SCORE Central.

282 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


A diferença no esforço amostral por grupo se quando se considera que riquezas da mesma mag-
refletiu no número total de espécies. Nos grupos nitude foram referidas para apenas uma estação de
compostos por um número maior de estações (A, C coleta em estudos em plataforma continental de fun-
e D), foi encontrado um número maior de espécies, dos arenosos ou biogênicos (Paiva, 1993b; Attolini
entre 36 e 39, enquanto nos grupos com apenas três & Tararam, 2001). Entretanto, as curvas de rarefação
estações, E e F, foram registradas apenas 22 e 20 es- de espécies por grupo de estações (locais) permitem
pécies respectivamente. Esses números de espécies uma comparação mais direta entre os grupos apesar
por região são extremamente baixos, principalmente das diferenças no esforço amostral (Figura 8).

40
Número esperado de espécies

30
D

C
E
20 B
F

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de indivíduos
Figura 10: Curvas de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central por grupo de estações (ver grupos na Figura 9).

O grupo A, na borda da plataforma continental do de fundo na área, indica a necessidade de um melhor co-
sul da Bahia, foi o mais diverso, seguido pelo grupo D, nhecimento dessa região. A baixa diversidade dos bancos
em ambiente semelhante na costa sul do Espírito Santo ao largo pode estar associada ao seu isolamento geográfi-
e norte do Rio de Janeiro. Os demais grupos, referentes co. Estes, geralmente formados por fundos biogênicos, es-
a estações localizadas nos bancos mais ao largo da cos- tão isolados dos ambientes costeiros similares pelas planí-
ta, apresentaram diversidades mais baixas, aí incluídos cies do fundo oceânico, como ilhas submersas. Ambientes
os bancos da Cadeia Vitória-Trindade. distantes da costa e com uma área espacial restrita tendem
A costa sul da Bahia é uma das menos conhecidas naturalmente a apresentar uma fauna mais pobre e uma
quanto à fauna de Polychaeta, e sua alta diversidade, pro- baixa colonização por migração, conforme previsto pela
vavelmente relacionada à grande complexidade de tipos teoria da biogeografia de ilhas (McArthur & Wilson, 1967).

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 283


7.2.5.2. Espécies tral. Entretanto, alguns padrões podem ser observados
quanto a diferenças em suas abundâncias entre os di-
Quanto à distribuição das espécies, estas foram anali- ferentes locais. A relação entre as espécies e os locais,
sadas de forma conjunta, tendo sido incluídas apenas ou grupos de estações, pôde ser avaliada através de
aquelas que ocorreram em pelo menos 10% das esta- uma análise de correspondência. Os resultados dessa
ções de coleta, perfazendo um total de 21 espécies. O análise são visualizados em gráfico (Figura 11), onde as
gênero Eunice não foi incluído por ser composto de di- estações e espécies são ordenadas em dois eixos prin-
versas espécies com hábitos de vida diferentes. cipais. A proximidade no gráfico entre estações e es-
A maioria das espécies freqüentes se caracteri- pécies indica que uma determinada espécie apresenta
zou por ocorrer em quase toda a região da costa cen- uma maior abundância naquele local.

0,04
Lep

C
0,02 Cer

Oen E Gly Ner Gla


E IXO II

Pon Pal
Phs A
0,00 F
Per Not Try Hem Nic
Phy
Mar
Har
B
Typ Lys Nea

D
-0,02
Psa

-0,04
-0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04
EIXO I
Figura 11: Ordenação dos grupos de estações de coleta (A, B, C, D e F) e espécies dominantes (siglas ao longo
do texto) nos dois primeiros eixos de uma análise de correspondência do REVIZEE-SCORE Central.

O primeiro eixo explicou 38% da variação dos tenuisetosus (Lep), Phyllodoce sp. (Phs), Perinereis
dados e separa os locais B, D e C, com valores positivos, floridana (Per), Harmothoe sp. (Har), Oenone fulgida
dos locais E, A e F, com valores negativos, indicando (Oen), Neopsammolyce catennulata (Psa), Typosyllis
que as estações do sul da Bahia (grupo A) apresentam variegata (Typ), Notopygos sp. (Not) e Pontogenia cf.
uma similaridade maior, quanto à fauna de Polychaeta, chrysocoma (Pon).
com os bancos ao largo da Cadeia Vitória-Trindade (E Em regiões mais costeiras, dominaram nos
e F). Das espécies dominantes, destacaram-se pela grupos C e D: Glycera americana (Gla), Nereis riisei (Ner),
abundância nesses grupos (A, E e F): Lepidonotus Marphysa sp. (Mar) e Neanthes caudata (Nea). No grupo

284 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


B, com estações um pouco mais ao largo do Banco de padrão geográfico claro, como Ceratonereis vittata (Cer),
Abrolhos (BA), dominaram Lysidice sp. (Lys), Phyllodoce Trypanosyllis vittigera (Try) e Hemipodia sp. (Hem).
madeirensis (Phy), Eunice (Nicidion) sp. (Nic) e Palola Portanto, uma diferenciação geográfica da fau-
sp. (Pal), todas espécies típicas de fundos biogênicos. na foi possível, apesar de se tratar justamente das
Os grupos C e D se diferenciam pelas abundâncias de espécies mais freqüentes e, portanto, mais passíveis
suas espécies características, observadas no segundo de apresentar distribuições geográficas mais amplas.
eixo (26% da variação), com Neanthes caudata (Nea) e Quando se considera também as espécies menos fre-
Lysidice sp. (Lys), mais abundantes em D, e Nereis riisei qüentes, pode-se observar a ocorrência de algumas
(Ner) e Glycera americana (Gla) em C. Algumas espécies destas em apenas um dos grupos geográficos estabe-
dominantes estiveram distribuídas pela região sem um lecidos (Tabela 4).

Tabela 4: Espécies exclusivas por grupos de estações do REVIZEE-SCORE Central. (Para referência quanto à
localização dos grupos, ver Figura 5).

Grupo A Scoletoma tetraura Grupo D Lumbrineris latreilli


Polyodontes sp. Sthenelanella atypica
Therochaeta sp. Sternaspis sp.
Terebellides sp. Sternaspis capillata
Psammolyce flava Magelona sp.
Piromis roberti Loimia medusa
Naineris sp. Leanira sp.
Melinninae gen. sp. Goniada maculata
Lumbrineriopsis mucronata Euclymene sp.
Kinbergonuphis sp. Clymenella sp.
Hyalinoecia sp. Arabella mutans
Diplocirrus sp. Aglaophamus verrilli
Axiothella sp. Abyssoninoe sp.
Grupo B Vermiliopsis sp. Grupo E Lumbrineris sp.
Hypsicomus elegans Aglaophamus sp.
Gyptis sp. Grupo F Halosydna glabra
Eurythoe complanata Cossura candida
Grupo C Ceratonereis longicirrata Dasybranchus caducus
Sthenolepis oculata
Ophelina acuminata
Harmothoë lunulata
Nereiphylla castanea
Euniphysa sp.
Eranno sp.
Cirriformia tentaculata

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 285


Os grupos A e D e, em menor grau, o grupo C ca de pequeno tamanho para estudos mais específi-
apresentam um número maior de espécies exclusi- cos. As amostragens utilizando box-corer, por outro
vas, provavelmente fruto do maior esforço amostral lado, foram submetidas a uma triagem mais detalhada
nessas regiões com amostragens em uma maior faixa em laboratório, entretanto, como demonstrado pe-
batimétrica e envolvendo tipos de fundos mais diver- las baixas densidades, esse equipamento envolveu a
sos. Algumas das espécies exclusivas são de grandes amostragem de apenas uma ínfima fração do fundo
profundidades, como Terebellides sp., Axiothella sp. oceânico. O estudo da fauna associada aos fundos se-
(Grupo A) e Sternaspis sp. (Grupo D), onde o esforço dimentares é um dos problemas de mais difícil resolu-
amostral foi menor. É provável que em futuros estudos ção em oceanografia biológica (Andrew & Mapstone,
em mar profundo essas ocorrências sejam ampliadas 1987). No caso dos Polychaeta, espécies com apenas
geograficamente, indicando uma maior homogenei- um ou dois indivíduos são extremamente comuns, e o
dade faunística entre estas regiões do que as áreas aumento da área efetiva de amostragem leva à incor-
mais costeiras. poração de espécies ainda não coletadas. Dessa forma,
Entretanto, a distribuição exclusiva por local estimativas de riqueza e listas faunísticas só refletem a
de algumas espécies indica diferenças regionais en- biodiversidade local em áreas intensamente amostra-
tre a fauna do sul da Bahia (Grupo A) e dos estados das, como a costa sul do Brasil, embora mesmo nesta
do Rio de Janeiro e Espírito Santo (B). A presença região novas espécies e ocorrências têm sido bastante
de muitas espécies exclusivas no Grupo C distingue comuns (Amaral et al., 2003).
as estações da porção mais ocidental da Cadeia Vi- Devido à grande diversidade de formas de
tória-Trindade em relação às estações próximas da Polychaeta, existe uma grande diferença entre as
plataforma sul do Espírito Santo e norte do Rio de famílias quanto ao estado do conhecimento. Com isso,
Janeiro. O menor número de espécies exclusivas dos é possível que mudanças na taxonomia e nomenclatura
bancos do sul da Bahia (Grupo B) ou das porções de espécies e gêneros possam ocorrer a curto prazo.
mais orientais da Cadeia Vitória-Trindade (Grupos E Além disso, a carência de revisões detalhadas de alguns
e F) devem ser produtos do baixo esforço amostral gêneros ou mesmo de famílias pode levar a uma
nessas regiões, não obstante reforça a possibilidade modificação dos padrões de distribuição batimétrica ou
de uma distinção entre a fauna de bancos oceânicos geográfica de algumas espécies aqui identificadas. Entre
e a fauna costeira em geral. as famílias abundantes na região, algumas merecem ser
destacadas quanto ao seu estado do conhecimento:
7.2.6. Considerações gerais
Eunicidae
O presente levantamento procurou contribuir para A família Eunicidae é uma das mais abundantes e di-
um melhor conhecimento da fauna de Annelida versas em mares tropicais, principalmente aqueles
Polychaeta da costa central do Brasil, uma das regiões ricos em fundos biogênicos de corais e algas. Entre
menos conhecidas da costa brasileira (Lana et al., 1996). seus gêneros, Eunice, dominante na costa central bra-
Os dados aqui disponibilizados, assim como a lista sileira, é um dos mais ricos em espécies entre todos os
de espécies e famílias referidas, indicam claramente Polychaeta (Fauchald, 1992). A taxonomia da família
a necessidade de um maior esforço amostral e de como um todo e do gênero Eunice especialmente re-
estudos mais detalhados dessa fauna. quer uma profunda revisão (Zanol, 2002), já que uma
Quanto à amostragem, os fundos biogênicos, variação de caracteres utilizados no diagnóstico das
onde se concentraram a maioria das coletas, apresen- espécies é comum ao longo do ciclo de vida, fazendo
taram uma dominância de espécies vágeis e de tama- com que muitas espécies ou mesmo gêneros tenham
nho considerável. Esse padrão se deve, provavelmente, sido descritos ou referidos baseados em exemplares
à utilização de dragas e à triagem a bordo do material. jovens de espécies já conhecidas (Orensanz, 1990). É
Uma triagem mais elaborada, com a fragmentação das possível ainda que o atual gênero Eunice seja desmem-
algas, corais, briozoários e esponjas que compõe esse brado em outros gêneros a partir do agrupamento de
tipo de fundo, disponibilizará uma nova fauna crípti- espécies com características similares.

286 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Syllidae possível que no caso de E. complanata, que pode ser
Embora tenham sido referidas apenas quatro espé- encontrada em uma grande diversidade de ambientes,
cies no presente levantamento, o número de espécies o status da espécie seja modificado e novas espécies
para a costa central deve ser muito superior. Diversos sejam descritas.
gêneros do grupo apresentam uma taxonomia relati- Algumas famílias dominantes ou muito freqüentes
vamente complexa, como no caso de Typosyllis, recen- em outras regiões da costa brasileira foram raras ou
temente revisto (Litcher, 2000), e Trypanosyllis, ambos ausentes no presente levantamento. Spionidae, por
comuns na costa central do Brasil. Além disso, muitas exemplo, é uma das famílias dominantes em fundos de
formas pequenas desta família vivem associadas a co- sedimentos rasos, sendo comuns referências de mais
rais ou esponjas, requerendo uma amostragem mais de cinco espécies diferentes em uma única estação
específica e detalhada do que a utilizada no âmbito do de coleta. Como são geralmente formas de pequeno
REVIZEE. tamanho e frágeis, é provável que ocorram na região,
mas não tenham sido coletadas devido à metodologia
Nereididae de amostragem, pois raramente são coletadas em
O conhecimento do grupo, principalmente na costa dragagens qualitativas. Embora tenham sido efetuadas
brasileira, era até recentemente muito restrito. Antes amostragens quantitativas de sedimento com box-
dos estudos de Santos e Lana (2001, 2003) no Nordes- corer, com posterior triagem detalhada em laboratório,
te do Brasil, apenas seis espécies haviam sido referidas concentraram-se em regiões mais profundas, onde
para toda a costa brasileira. Algumas espécies, aqui a família é menos abundante. Orbiniidae, ausente
referidas, como Nereis riisei e Neanthes caudata apre- no presente estudo, e Cirratulidae e Onuphidae,
sentam distribuição geográfica muito ampla e podem presentes, mas com poucos representantes e em baixas
se tratar de complexos específicos. Em Ceratonereis, densidades, são outras famílias comuns em fundos de
com três espécies encontradas, cuja taxonomia é mais sedimentos de plataforma, incluindo a costa central
bem conhecida, referências novas de espécies para a brasileira (Nonato & Luna, 1970; Rullier & Amoureux,
costa brasileira têm sido comuns e indicam uma alta 1979), e que devem estar sendo subestimadas no
diversidade do gênero. Diversas espécies novas desse presente trabalho.
gênero foram descritas de poucas localidades na re- O conhecimento da fauna de Polychaeta da costa
gião da Flórida no Atlântico Tropical (Perkins, 1980). É central do Brasil ainda é muito restrito. Não obstante,
possível que, com uma profunda revisão da taxonomia novas espécies, novos registros para a costa brasileira e
do grupo, a diversidade de espécies seja ainda maior expansão da distribuição geográfica de diversas espé-
na costa central. cies foram observados no âmbito do SCORE Central do
Programa REVIZEE. Esse conhecimento deverá ainda
Glyceridae ser ampliado com o desenvolvimento da taxonomia do
Embora a família tenha sido recentemente revista grupo e com novas amostragens em outras regiões da
(Boegmann, 2002), é possível que, devido ao peque- costa central e um esforço amostral maior em fundos de
no número de caracteres diagnósticos e simplicidade sedimentos de lama e areia. Mesmo os fundos biogê-
da forma do corpo, algumas espécies consideradas nicos, intensamente amostrados no presente levanta-
como de ampla distribuição geográfica e batimétrica mento, podem, se utilizados procedimentos de triagem
possam constituir complexos específicos ou espécies em campo e laboratório mais detalhados, apresentar
crípticas, como no caso de Glycera americana encon- uma biodiversidade de Polychaeta ainda maior do que
trada na região. aquela encontrada no presente inventário.

Amphinomidae 7.3. Importância econômica do grupo


Das quatro espécies referidas, duas têm distribuição
cosmopolita, Eurythoe complanata e Hermodice Em virtude de seu papel ecológico no ambiente ma-
carunculata. Estas estão sendo revistas, pelo menos rinho, especialmente nas cadeias tróficas de animais
quanto à sua distribuição na costa brasileira. É bem marinhos de importância comercial, os Polychaeta

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 287


têm uma importância econômica indireta na medi- dos Onuphidae Australonuphis casamiquelorum
da em que influenciam a produtividade desses re- e Diopatra spp. e, possivelmente, exemplares do
cursos exploráveis. Entretanto, a exploração direta Eunicidae Eunice sebastiani são capturados em
dos Polychaeta com objetivos comerciais também é ambientes de praias através de laços colocados em volta
comum, principalmente na crescente indústria de is- de suas galerias e tubos. Os animais, uma vez atraídos
cas de pesca. Além disso, alguns Polychaeta têm um com peixes ou algum outro tipo de alimento, deixam
papel importante em cultivos comerciais de animais suas galerias e tubos e são ‘laçados’. Algumas dessas
marinhos, ora sendo utilizados como suprimento ali- formas podem ultrapassar um metro de comprimento,
mentar ora afetando de forma negativa os cultivos. A fornecendo uma isca grande, fácil e nutritiva ao
utilização direta, seja na extração de substâncias bio- mesmo tempo. No litoral do estado do Rio de Janeiro,
ativas ou na alimentação humana, é rara ou pratica- especialmente nas praias oceânicas dos municípios do
mente ausente, excetuando-se o consumo restrito a Rio de Janeiro e Niterói, muitos pescadores cavam em
comunidades nativas das Ilhas Samoa, onde espécies busca de exemplares de Hemipodia sp. (Glyceridae),
de Eunicidae, localmente denominadas de “vermes que podem atingir 20 cm de comprimento e são muito
palolo”, são consideradas uma iguaria. úteis, pois são amarradas vivas em anzóis fornecendo
uma isca viva extremamente atraente para os peixes.
7.3.1. Polychaeta como iscas de pesca Além do extrativismo acima citado, a exploração
comercial em grande escala é uma atividade lucrativa
Como minhocas marinhas, o potencial de utilização de em países como a Inglaterra e os Estados Unidos. Na
Polychaeta como iscas de pesca é explorado há muito Inglaterra é estimado que o extrativismo de Polychaeta
tempo de forma artesanal através do extrativismo para uso pessoal por pescadores é de 500 a 700 t e que
local. Espécies de Nereididae, como Hediste diversicolor, de 300 a 500 são comercialmente exploradas, com um
Neanthes virens e Perinereis cultrifera, principalmente na preço de mercado de aproximadamente 4 dólares por
costa da Inglaterra, são muito valorizadas devido ao seu pacote de 20 vermes (Olive, 1994).
grande tamanho, podendo atingir até 30 cm, e à grande Esse mercado foi ampliado através de cultivos
abundância com que são encontradas (Olive, 1999). em laboratório, visando o consumo interno e a expor-
Outras famílias usualmente exploradas são Glyceridae tação para o mercado asiático (Japão principalmente)
(Glycera spp.), Nephtyidae (Nephtys spp.), Eunicidae e europeu (França principalmente). Nesses cultivos,
(Marphysa sanguinea) e Areniciolidae (Arenicola são priorizadas espécies de crescimento rápido e re-
marinha), todas podendo atingir tamanhos superiores produção de fácil controle em laboratório, permitin-
a 30 cm de comprimento e vivendo principalmente do uma boa produtividade e uma boa relação cus-
em ambientes entremarés de sedimentos em ambas to-benefício. A espécie mais utilizada é o Nereididae
as costas do Atlântico Norte e Mar do Norte. Neanthes virens, embora outras espécies com ciclos
Na costa brasileira, não há registros de exploração de vida mais complexos, como Arenicola marina, já
comercial, provavelmente por que poucas espécies de estejam sendo cultivadas em escala comercial (Olive,
grande porte atinjam densidades altas o suficiente 1994; Gambi et al., 1994).
para justificar tal exploração. Entretanto, pescadores Entre as famílias e gêneros explorados comer-
esportivos ou mesmo artesanais se utilizam de algumas cialmente no mundo que apresentam representantes
espécies, principalmente na costa sul do Brasil. Nos na costa central brasileira, se destacam o Glyceridae
estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, espécimens Glycera americana e alguns Nereididae (Figura 12).

288 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


(a) (b)

Figura 12: Representantes na costa central do Brasil de gêneros explorados comercialmente no mundo: Glycera
americana (a) e Neanthes caudata (b).

Embora Glycera americana possa atingir tama- condições ambientais, como salinidade, temperatura
nhos consideráveis (cerca de 30 cm), a ocorrência ou até a dessecação dos tanques, são muito adequa-
dessa espécie em grandes densidades, no entanto, de- das para inoculação nos cultivos.
pende de um melhor conhecimento de regiões costei- No Brasil, criadores comerciais têm observado a
ras entremarés, como estuários e praias de grande am- abundância de alguns Polychaeta em seus tanques de
plitude. Por outro lado, os exemplares de Hemipodia cultivo e como estes são consumidos pelos camarões.
sp. das praias do estado do Rio de Janeiro são muito No estado do Ceará, o Nereididae Laeonereis acuta
abundantes, o que poderia viabilizar sua extração em apresenta uma alta abundância nos cultivos semi-in-
escala comercial. No caso dos Nereididae, são raros tensivos de camarões do gênero Penaeus, onde apa-
os registros de formas de grande tamanho corpóreo rentemente consomem o excesso de ração disponibi-
na costa brasileira, embora seu cultivo em laboratório lizado nos tanques de cultivo, evitando a eutrofização
fosse viável em virtude do conhecimento acumulado destes e, ao mesmo tempo, fornecendo alimento aos
sobre biologia reprodutiva e manutenção em labora- camarões (Paiva & Silva, 1998). Embora haja registros
tório realizada em cultivos comerciais em outros paí- de grande abundância de Polychaeta, principalmente
ses (Olive, 1987). da família Sabellidae, em cultivos intensivos, não está
claro que tenham algum potencial como suplemento
7.3.2. Polychaeta em cultivos alimentar nesse tipo de cultivo.
de animais marinhos Dois gêneros de Polychaeta da família Spionidae,
Polydora e Boccardia, são conhecidos por causar
Em cultivos comerciais de camarões marinhos, diver- prejuízos em cultivos comerciais de ostras, vieiras e
sas espécies do bentos podem ser utilizadas como mexilhões, incluindo os do Brasil (Handley, 1995; Nell,
suplemento alimentar às rações comerciais em culti- 2002). Essas pragas marinhas têm o hábito de perfurar
vos extensivos e semi-intensivos (Ordner et al., 1990), as conchas dos moluscos para fixação de seus tubos.
aumentando o potencial produtivo dos cultivos atra- Incidentalmente essas perfurações causam danos ao
vés do fornecimento de elementos essenciais, como aparelho filtrador dos moluscos devido à entrada de
ácidos graxos, de uma forma barata e de fácil mani- sedimento ou ao contato do verme com a musculatura
pulação (Tacon, 1988). Espécies de grande produtivi- do molusco Embora a mortalidade seja pequena, o
dade e que sobrevivem em uma grande amplitude de valor comercial, principalmente das ostras, é reduzido

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 289


devido à aparência perfurada das conchas. Entre os ATTOLINI, F. S. 1997. Composição e distribuição dos anelídeos
poliquetas na Plataforma Continental da região da Bacia
moluscos cultivados, os mais atingidos são as ostras
de Campos, RJ, Brasil. 122 p. Dissertação (Mestrado
Crassostrea virginica, Crassostrea gigas e Ostrea edulis, em Oceanografia Biológica) - Instituto Oceanográfico,
a vieira Patinopecten yessoensis e o mexilhão Mytilus Universidade de São Paulo, São Paulo.
edulis (Lauckner, 1983; Anderson, 1990). ATTOLINI, F. S.; TARARAM, A. S. 2001. Polychaete spatial
distribution in the continental shelf of the Bacia de
Campos area, southeastern Brazil. Oceánides, Mexico, v.
7.4. Referências Bibliográficas 16, n. 1, p. 17-32.

BASTROP, R. M. 1997. Where did Marenzelleria spp. (Polychaeta:


AMARAL, A. C. Z. 1980. Anelídeos poliquetos dos infralitoral Spionidae) in Europe come from? Aquatic Ecology, v. 31, p.
em duas enseadas da região de Ubatuba. II. Aspectos 119-136.
ecológicos. Boletim do Instituto Oceanográfico, v. 29, n. 1,
p. 69-87. BEESLEY, P. L.; ROSS, G. J. B.; GLASBY, C. J. (Ed.). 2000.
Polychaetes and Allies: the Southern Synthesis. Fauna of
AMARAL, A. C. Z.; MIGOTTO, A. 1980. Importância dos Australia Volume 4A. Melbourne: CSIRO Publishing.
anelídeos poliquetos na alimentação da macrofauna
demersal e epibentônica da região de Ubatuba. Boletim BLAKE, J. A.; HILBIG, B. (Ed.). 1994. Taxonomic Atlas of the
do Instituto Oceanográfico de São Paulo, v. 29, n. 2, p. 31- Benthic Fauna of Santa Maria Basin and Western Santa
35. Barbara Channel. Vol. 4: The Annelida. Part I - Oligochaeta
and Polychaeta: Phyllodocida (Phyllodocidae to
AMARAL, A. C. Z.; NALLIN, S. A. H. 2004. Catálogo das espécies Paralacydoniidae). Santa Barbara: Santa Barbara Museum
de Annelida Polychaeta da costa brasileira. Disponível of Natural History.
em: <http:-www.ib.unicamp.br-pesquisa-projetos-biota-
bentos_marinho-prod_cien-texto_poli.pdf>. Acesso em: BLANKENSTEYN, A. 1988. Terebellidae e Trichobranchidae
30 jul. 2004. (Annelida: Polychaeta) da costa sudeste do Brasil (24º
- 29º). 128 p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) -
AMARAL, A. C. Z.; NONATO, E. F. 1981. Anelídeos poliquetos da Departamento de Zoologia, Universidade Federal do
costa brasileira. 1-2 - Características e chaves para famílias; Paraná, Curitiba.
Glossário. Brasília: CNPq-Coordenação Editorial.
BOEGMMANN, M. 2002. Revision of the Glyceridae Grube
AMARAL, A. C. Z.; NONATO, E. F. 1982. Anelídeos poliquetos 1850 (Annelida: Polychaeta). Abhandlungen der
da costa brasileira. 3: Aphoditidae e Polynoidae. Brasília: Senckenbergischen Naturforschenden Gesellschaft,
CNPq-Coordenação Editorial. Stutgartt, v. 555, p. 1-249.
AMARAL, A. C. Z.; NONATO, E. F. 1984. Anelídeos poliquetos da BOLÍVAR, G. A.; LANA, P. C. 1986a. Magelonidae (Annelida:
costa brasileira. 4: Polyodontidae, Pholoidae, Sigalionidae Polychaeta) do litoral do Estado do Paraná. Nerítica, Pontal
e Eulepethidae. Brasília: CNPq-Coordenação Editorial. do Paraná, v. 1, n. 3, p. 131-147.
AMARAL, A. C. Z.; NONATO, E. F. 1996. Annelida Polychaeta: BOLÍVAR, G. A.; LANA, P. C. 1986b. Spionidae (Annelida:
características, glossário e chaves para famílias e gêneros Polychaeta) do litoral do Estado do Paraná. Nerítica, Pontal
da costa brasileira. Campinas: Editora da Unicamp. do Paraná, v. 2, n. 1, p. 107-148.
AMARAL, A.C.Z.; NONATO, E.F. & MORGADO, E.H. 1987. BRASIL, A. C. S. 2003. Filogenia da família Magelonidae
Alterações na fauna de anelídeos poliquetos da Praia Cunningham & Ramage 1888 (Annelida - Polychaeta) com
do Saco da Ribeira, Ubatuba, SP. Anais I Simpósio sobre base na morfologia externa. Tese (Doutorado em Zoologia)
Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira - Síntese - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.
dos Conhecimentos. Publ. ACIESP, S. Paulo, v. 3, n. 54, p.
244-257. BRETON, S.; DUFRESNE, F.; Desrosiers, G.; Blier, P. U. 2003. Population
structure of two northern hemisphere polychaetes, Neanthes
AMARAL, A. C. Z.; LANA, P. C.; FERNANDES, F. C.; COIMBRA, J. virens and Hediste diversicolor (Nereididae), with different life-
C. 2003. Biodiversidade bêntica da Região Sul-Sudeste da history traits. Marine Biology, v. 142, p. 707-715.
costa brasileira. Brasília: MMA.
BURDER, J.; NILES, L.; CLARKE, K. E. 1997. Importance of beach,
ANDERSON, R. K. 1990. Diseases in Australian invertebrate mudflat and marsh habitats to migrant shorebirds on
aquaculture. In: International Colloquium on Invertebrate Delaware Bay. Biological Conservation, v. 79, n. 2-3, p. 283-
Pathology and Microbial Control, 5th, 1990, Adelaide. 292.
Proceedings…Adelaide: Society for Invertebrate
Pathology. p. 38-48 CAMARGO, M. G.; LANA, P. C. 1995a. Lumbrineridae (Polychaeta:
Eunicemorpha) da costa sul e sudeste do Brasil. I. Lysarete,
ANDREW, N. L; MAPSTONE, B. D. 1987. Sampling and Arabelloneris, Lumbrineriopsis, Lumbrinerides, Paraninoe e
the description of spatial pattern in marine ecology. Ninoe. Iheringia - Série Zoologia, v. 79, p. 77-91.
Oceanography and Marine Biology, Annual Review, v. 25,
p. 3990.

290 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


CAMARGO, M. G.; LANA, P. C. 1995b. Lumbrineridae GAMBI, M. C.; CASTELLI, A.; GIANGRANDE, A.; LANERA, P.;
(Polychaeta: Eunicemorpha) da costa sul e sudeste do PREVEDELLI, D.; ZUNARELLI, R. 1994. Polychaetes of
Brasil. II. Lumbrineris. Iheringia - Série Zoologia, v. 79, p. commercial and applied interest in Italy: an overview. In:
93-120. DAUVIN, J. C.; LAUBIER, L.; REISH, D. J. (Ed.). Actes de la 4ème
Conférence Internationale des Polychetès. Mémoires du
CAPITOLI, R. R.; BONILHA, L. E. C. 1991. Comunidades Muséum d’Histoire Naturelle, Paris, v. 162, p. 593-603.
Bentônicas. In: RELATÓRIO final do Projeto Talude. Rio
Grande: Fundação Universidade do Rio Grande. p.1-105. GARRAFFONI, A. R. S.; AMORIM, D. S. 2003. Análise filogenética
de Questidae e Clitellata: o problema da parafilia de
CASTELLO, J. P.; HAIMOVICI, M.; ODEBRECHT, C; VOOREN, C. M. Polychaeta. Iheringia - Série Zoologia, v. 93, n. 1, p. 97-
1998. A Plataforma e o talude continental. In: SEELIGER, U; 109.
ODEBRECHT, C.; CASTELLO, J. P. Os ecossistemas costeiro e
marinho do extremo sul do Brasil. Rio Grande: Ecoscientia. GARRAFFONI, A. R. S.; COSTA, E. M. 2003. Two new species
p. 189-193. of Polycirrus (Polychaeta, Terebellidae) from Abrolhos
Archipelago, Brazil. Zootaxa, v. 297, p. 1-7.
CONWAY-MORRIS, S. 1979. Middle Cambrian polychaetes
from the Burgess Shale of British Columbia. Philosophical GARRAFFONI, A. R. S.; LANA, P. C. 2002. Is Filibranchus, Malm
Transactions of the Royal Society of London, B Biological 1874 (Trichobranchidae: Polychaeta) a natural taxon?
Series, v. 285, n. 1007, p. 227-274. Sarsia, Oslo, v. 87, n. 6, p. 472-477.

COUTINHO, P. N. Oceanografia Geológica. In: Levantamento do GIANGRANDE, A. 1997. Polychaete reproductive patterns,
Estado da Arte da Pesquisa dos Recursos Vivos Marinhos life-cycle and life-history: an overview. Oceanography and
do Brasil – Programa REVIZEE (Relatório Consolidado). Marine Biology, Annual Review, v. 35, p. 323-386.
Brasília: FEMAR-SECIRM-MMA, 1995.
GIMENEZ-CASALDUERO, F.; RODRIGUEZ-RUIZ, S.; VIVAS, M.;
DAY, J. H. 1967. A monograph on the Polychaeta of southern RAMOS-ESPLA, A. A. 2001. Variaciones de las caracteristicas
Africa. British Museum of Natural History 656. Trustees of estructurales de la comunidad de poliquetos asociada
the British Museum of Natural History Part I. Errantia ; Part a dos fondos de maerl del litoral alicantino (sudeste
II. Sedentaria. London: British Museum (Natural History), de la peninsula Iberica). Boletin Instituto Espanol de
p. 1-878. Oceanografia, v. 17, n. 1-2, p.191-201.

FAUCHALD, K. 1974. Polychaete phylogeny: A problem in GRASSLE, J. F.; MACIOLEK, N. J. 1992. Deep-sea species richness
protostome evolution. Systematic Zoology, v.23, n. 4, p. regional and local diversity estimates from quantitative
493-506. bottom samples. American Naturalist, Chicago, v. 139, n.
2, p. 313-341.
FAUCHALD, K. 1976. Some Nephtyidae (Polychaeta) from
Ubatuba, Brazil. Bulletin of the Southern California Academy GRAY, J. S. 1981. The ecology of marine sediments. Cambridge:
of Sciences, v. 75, n. 1, p. 16-19. Cambridge University Press.

FAUCHALD, K. 1977. The Polychaeta worms. Definitions and GRUBE, A. E. 1850. Die Familien der Anneliden. Archiv für
keys to the orders, families and genera. Natural History Naturgeschichte, Berlin, v. 16, n. 1, p. 249-364.
Museum of Los Angeles, v. 28, p. 1-188.
HANDLEY, S. J. 1995. Spionid polychaetes in Pacific oysters,
FAUCHALD, K. 1992. A review of the genus Eunice (Eunicidae: Crassostrea gigas (Thunberg) from Admiralty Bay,
Polychaeta) based upon type material. Smithsonian Marlborough Sounds, New Zealand. New Zealand Journal
Contributions to Zoology, v. 523, p. 1-422. of Marine and Freshwater Research, v. 29, p. 305-309.

FAUCHALD, K.; JUMARS, P. A. 1979. The diet of worms: a study HANSEN, G. A. 1882. Recherches su les annélides recueillies
of Polychaeta feeding guilds. Oceanography and Marine par M. le professeur Eduard van Beneden pendant son
Biology, Annual Review, v. 17, p. 193-284. voyage au Brésil et à la Plata. Memoires Couronnes et
Memoires des Savants Etrangers publies par L’Academie
FAUVEL, P. 1923. Polychètes errantes. Faune de France, v. 5, p.1- Royale des Sciences, des Lettres et des Beaux-Arts de
488. Belgique, Bruxeles, v. 44, p. 1-29.

FAUVEL, P. 1927. Polychètes sédentaires. Addenda aux HARTMAN, O. 1944. Polychaetous Annelids. Part V. Eunicea.
errantes, Arachiannélides, Myzostomaires. Faune de Allan Hancock Pacific Expeditions, Los Angeles, v. 10, n. 1,
France, v. 16, p. 1-494. p. 1-237.

FISCHER, A.; PFANNENSTIEL, D. 1984. Polychaete Reproduction. HARTMAN, O. 1968. Atlas of the errantiate polychaetous
Fortschritte der Zoologie Bd.29. Stuttgart: Gustav Fischer annelids from California. Los Angeles: Allan Hancock
Verlag. Foundation Publications.

FRITZ-MÜLLER, J. 1858. Einiges uber die Anneliden Fauna der HARTMAN, O. 1969. Atlas of the sedentariate polychaetous
Insel St. Catharina and der Brasilianischen Kuste. Archiv annelids from California. Los Angeles: Allan Hancock
für Naturgeschichte, v. 24, p. 211-220. Foundation Publications.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 291


HARTMANN-SCHRÖDER, G. 1971. Annelida, Borstenwürmer, LAUCKNER, G. 1983. Diseases of Mollusca: Bivalvia. In: KINNE,
Polychaeta. Tierwelt Deutschlands und der angrenzenden O. (Ed.). Diseases of Marine Animals. Volume II: Introduction,
Meeresteile nach ihren Maermalen und nach ihrer Bivalvia to Scaphopoda. Hamburg: Biologische Anstalt
Lebensweise, p. 1-594. Helgoland. p. 805-817.

HARTMANN-SCHROEDER, G. 1992. Contribution to the LEVIN, L. A. 1984. Life history and dispersal patterns in a
polychaete fauna of the Polynesian Islands Huahine dense infaunal polychaete assemblage - community
(Society Islands) and Rangiroa (Tuamotu Islands). structure and response to disturbance. Ecology, v. 65, p.
Mitteilungen aus dem Hamburgischen Zoologischen 1185-1200.
Museum und Institut, Hamburg, v. 89, p. 49-84.
LEVIN, L.; CASWELL, H.; BRIDGES, T.; DIBACCO, C.; CABRERA,
HOLME, N. A.; MCINTYRE, A. D. 1984. Methods for the study of D.; PLAIA, G. 1996. Demographic responses of estuarine
marine benthos. Oxford: Blackwell. polychaetes to pollutants: life table response experiments.
Ecological Applications, v. 6, n. 4, p. 1295-1313.
HUTCHINGS, P. A. 1983. Cryptofaunal communities of coral
reefs. In: BARNES, D. J. (Ed.). Perspectives in Coral Reefs. LINNAEUS, C. V. 1758. Systema naturae per regna tria
Townsville: AIMS. p. 200-208. naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum
characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. 10 ed.
KINBERG, J. 1865. Annulata nova. Öfversigt af Königlich reformata . Larurentii Salvii, Holmiae: Systema Naturae.
Vetenskapsakademiens förhandlingar, Stockholm, v. 21,
n.10, p. 559-574. LITCHER, F. 2000. Revision der Gattung Typosyllis Langerhans,
1879 (Polychaeta: Syllidae). Morphologie, Taxonomie und
KNOPPERS, B.; EKAU, W; FIGUEIREDO, A. G. 1999. The coast and Phylogenie. [Revision of the genus Typosyllis Langerhans
shelf of east and northeast Brazil and material transport. 1879 (Polychaeta: Syllidae): Morphology, taxonomy
Geo-Marine Letters, Berlin, v. 19, n. 3, p. 171-178. and phylogeny]. Abhandlungen der Senckenbergischen
Naturforschenden Gesellschaft, Stutgartt, v. 551, p. 1-336.
KNOX, G. A. 1977. The role of polychaetes in benthic soft-
bottom communities. In: REISH, D.; FAUCHALD, K. (Ed.). MACARTHUR, R. H.; WILSON, E. O. 1967. The theory of island
Essays on polychaetous annelids in memory of Dr. Olga biogeography. Princeton: Princeton University Press.
Hartman. Los Angeles: Allan Hancock Foundation. p. 547-
604. MAGURRAN, A. E. 2003. Measuring biological diversity. Oxford:
Blackwell.
LANA, P. C. 1981. Padrões de distribuição e diversidade específica
de anelídeos poliquetos na região de Ubatuba, Estado de MARTIN, D.; BRITAYEV, T. A. 1998. Symbiotic polychaetes:
São Paulo. 111 p. Dissertação (Mestrado em Oceanografia review of known species. Oceanography and Marine
Biológica) - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Biology, Annual Review, v. 36, p. 217-340.
Paulo, São Paulo.
MAZURKIEWICZ, M. 1975. Larval development and habitats
LANA, P. C. 1984. Anelídeos poliquetas errantes do litoral do of Laeonereis culveri (Webster) (Polychaeta: Nereidae).
Estado do Paraná. 275 p. Tese (Doutorado em Oceanografia) Biological Bulletin, v. 149, p. 186-204.
- Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São
Paulo. MCINTOSH, W. C. 1885. Report on the Annelida Polychaeta
collected by H.M.S. Challenger during the years 1873-
LANA, P. C. 1991a. Sigalionidae (Polychaeta) from the coast of 1876. Report on the Scientific Results of the Voyage of
Paraná (SE Brazil) and adjacent areas. Ophelia, Helsingør, H.M.S. Challenger during the years 1872-76. Zoology, v.
v. 5, p. 121-132. 12, p. 1-554.

LANA, P. C. 1991b. Onuphidae (Annelida: Polychaeta) form MCLUSKY, D. S. 1989. The estuarine ecosystem. 2nd ed. New
southeastern Brazil. Bulletin of Marine Science, v. 48, n. 2, York: Chapman and Hall.
p. 280-295.
MORGADO, E. H. 1988. Anelídeos poliquetos do sublitoral
LANA, P. C.; GUISS, C. 1991. Influence of Spartina alterniflora da região de Ubatuba (SP), compreendida entre as ilha
on structure and temporal variability of macrobenthic Anchieta e Vitória. 181 p. Tese (Doutorado em Zoologia) -
associations in a tidal flat of Paranaguá Bay (southeastern Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas,
Brazil). Marine Ecology Progress Series, v. 73, p. 231-244. Campinas.

LANA, P. C.; GUISS, C. 1992. Macrofauna-plant-biomass NELL, J. 2002. The Australian oyster industry. World
interactions in a euhaline salt marsh in Paranaguá Bay (SE Aquaculture, Sydney, v. 33, p. 8-10.
Brazil). Marine Ecology Progress Series, v. 80, p. 57-64.
NONATO, E. F. 1958. Sobre duas Arenicolas da costa Brasileira
LANA, P. C.; CAMARGO, M. G.; BROGIM, R. A.; ISAAC, V. J. (Annelida, Polychaeta). Contribuições Avulsas do Instituto
1996. O bentos da costa brasileira. Avaliação crítica e Oceanográfico, São Paulo, v. 3, p. 1-6.
levantamento bibliográfico (1858-1996). Avaliação
do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona NONATO, E. F. 1963. Poecilochaetus australis sp. nov. (Annelida:
Econômica Exclusiva – REVIZEE. Rio de Janeiro: FEMAR. Polychaeta). Neotropica, v. 9, n. 28, p. 17-26.

292 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


NONATO, E. F. 1965. Eunice sebastiani sp. nov. (Annelida: PAIVA, P. C. 1993. Padrões de densidade e diversidade
Polychaeta). Boletim do Instituto Oceanográfico de São específica dos anelídeos poliquetas da plataforma
Paulo, v. 14, p. 133-139. continental norte do Estado de São Paulo. Boletim do
Instituto Oceanográfico de São Paulo, v. 41, n. 1, p. 69-80.
NONATO, E. F. 1966. Anelídeos poliquetas da campanha
científica do pesqueiro “Pescal II”. Boletim do Instituto PAIVA, P. C. 1994. Trophic structure of a shelf polychaete
Oceanográfico, v. 19, p. 57-130. taxocoenosis in southern Brazil. Cahiers de Biologie Marine,
v. 35, p. 39-55.
NONATO, E. F. 1981. Contribuição ao conhecimento dos
anelídeos poliquetas bentônicos da plataforma continental PAIVA, P. C. 2001. Soft-bottom polychaetes of the Abrolhos
brasileira, entre Cabo Frio e o Arroio Chuí. 246 p. Tese (Livre bank, eastern Brazil. In: SIGVALDADOTTIR, E.; MACKIE,
Docência) - Instituto Oceanográfico, Universidade de São A. S. Y.; HELGASON, G. V.; REISH, D. J.; SVAVARSSON, J.;
Paulo, São Paulo. STEINGRIMSSON, S. A.; GUDMUNDSSON, G. (Ed.). Advances
in Polychaete Research: Proceedings of the 7th International
NONATO, E. F.; AMARAL, A. C. Z. 1979. Anelídeos Poliquetas Polychaete Conference held in Reykjavik, Iceland, 2-6 July
da costa brasileira - chaves para famílias e gêneros. São 2001. Kluwer Academic Publishers. p. 145.
Paulo: Universidade de São Paulo.
PAIVA, P. C.; NONATO, E. F. 1991. On the genus Iphitime
NONATO, E. F.; LUNA, J. A. C. 1969. Sobre alguns poliquetas (Polychaeta: Iphitimidae) and description of Iphitime
de escamas do Nordeste do Brasil. Boletim do Instituto sartorae sp. nov. a commensal of brachyuran crabs.
Oceanográfico de São Paulo, v. 18, n. 1, p. 63-91. Ophelia, Helsingør, v. 34, n. 3, p. 209-215.

NONATO, E. F.; LUNA, J. A. C. 1970. Anelídeos poliquetas do PAIVA, P. C.; SILVA, J. R. M. C. 1998. Macrobenthic invertebrates
nordeste do Brasil. I. Poliquetas bentônicos da costa de as food for a penaeid shrimp pond farm in Brazil. Revista
Alagoas e Sergipe. Boletim do Instituto Oceanográfico de São de Biologia Tropical, San José, v. 46, n. 2, p. 427-430.
Paulo, v. 19, p. 57-130.
PALÁCIO, F. J. 1982. Revision zoogeografica marina del sur
OLIVE, P. J. W. 1987. Menai Strait ragworm studies. A report to del Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico de São Paulo,
the Nature Conservancy Council. CSD Report, n. 802. v.31, p.69-92.

OLIVE, P. J. W. 1994. Polychaeta as a world resource: a review PARDO, E. V.; AMARAL, A. C. Z. 2004a. Feeding behavior of
of patterns of exploitation as sea angling baits and the Scolelepis sp. (Polychaeta: Spionidae). Brazilian Journal of
potential for aquaculture based production. In: DAUVIN, Oceanography, v. 52, n. 1.
J. C.; LAUBIER, L.; REISH, D. J. (Ed.). Actes de la 4ème
Conferénce internationale des polychètes. Mémoires du PARDO, E. V.; AMARAL, A. C. Z. 2004b. Feeding behavior of the
Muséum d’Histoire Naturelle, Paris, v. 162, p. 603-610. cirratulid Cirriformia filigera (Delle Chiaje, 1825) (Annelia:
Polychaeta). Brazilian Journal of Biology, v. 64, n. 3, p. 283-
OLIVE, P. J. W. 1999. Polychaete aquaculture and polychaete 288.
science: a mutual synergism. Hydrobioloia, v. 402, p. 175-183.
PERKINS, T. H. 1980. Syllidae (Polychaeta), principally from
OMENA, E. P.; AMARAL, A. C. Z. 2000. Population dynamics Florida, with descriptions of a new genus and twenty-
and secondary production of Laeonereis acuta (Treadwell, one new species. Proceedings of the Biological Society of
1923) (Nereididae: Polychaeta). Bulletin of Marine Science, Washington, v. 93, n. 4, p. 1080-1172.
v. 67, n. 1, p. 421-431.
PETERSEN, C. G. J. 1913. Valuation of the sea. II. The animal
ORDNER, M. T.; LAWRENCE, A.; TUNNEL Jr., J. W. 1990. communities of the sea bottom and their importance for
Macrobenthos in earthen shrimp ponds in southern marine zoogeography. Reports of the Danish Biological
Texas. Texas Journal of Science, v. 42, p. 273-282. Station, v. 21, p. 1-110.

ORENSANZ, J. M. 1990. The Eunicemorph polychaete annelids PETTI, M. A. V.; NONATO, E. F.; PAIVA, P. C. 1996. Trophic
from Antarctic and Subantarctic Seas. With addenda to the relationships between polychaetes and brachyuran crabs
Eunicemorpha of Argentina, Chile, New Zealand, Australia, on the southeastern Brazilian coast. Revista Brasileira de
and the Southern Indian Ocean. Antarctic Research Series - Oceanografia, v. 44, n. 1, p. 61-67.
Biology of the Antarctic Seas, v. 52, p.1-183.
PICKETT, S. T. A.; CADENASSO, M. L. 1995. Landscape ecology:
ORENSANZ, J. M.; GIANUCA, N. M. 1974. Contribuição ao spatial heterogeneity in ecological systems. Science, v.
conhecimento dos anelídeos poliquetas do Rio Grande 269, p. 331-334.
do Sul, Brasil. I. Lista sitemática preliminar e descrição de
três novas espécies. Comunicação do Museu de Ciências da PIRES-VANIN, A. M. S. 1993. A macrofauna bêntica da
PUCRS, Porto Alegre, v. 4, p. 1-37. plataforma continental ao largo de Ubatuba, São Paulo,
Brasil. Publicação Especial do Instituto Oceanográfico, v. 10,
PAIVA, P. C. 1990. Padrões de distribuição e estrutura trófica dos p. 137-158.
anelídeos poliquetas da plataforma continental do litoral
norte do Estado de São Paulo. 146 p. Dissertação (Mestrado QUATREFAGES, A. D. 1866. On the classification of the
em Oceanografia Biológica) - Instituto Oceanográfico, annelides. Annals and Magazine of Natural History, v. 317,
Universidade de São Paulo, São Paulo. p. 1-24.

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 293


REBELO, F. C. 1985. Endofauna do manguezal de Coroa Grande, SANTOS, C. S. G.; LANA, P. C. 2003. Nereididae (Annelida,
RJ. 115 p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Museu Polychaeta) da costa Nordeste. III. Gêneros Ceratonereis e
Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Nereis. Iheringia – Série Zoologia, v. 93, n.1, p. 5-22.
Janeiro.
SCHROEDER, P. C. 1989. Annelida-Polychaeta. In: ADIYODI, K. G.;
REISH, D. J. 1979. Bristle Worms (Annelida Polychaeta). In: AIDIYODI, R. G. (Ed.). Reproductive biology of invertebrates.
HART, C. W.; FULLER, S. L. H. (Ed.). Pollution ecology of Chichester: John Wiley & Sons. v. 4A, p. 383-442.
estuarine invertebrates. Washington: Academic Press. p.
78-127. SCHROEDER, P. C.; HERMANS, C. O. 1975. Annelida: Polychaeta.
In: GEISE, A. C.; PEARSE, J. S.; PEARSE, V. B. (Ed.).
ROUSE, G.; PLEIJEL, F. 2001. Polychaetes. Oxford: Oxford Reproduction of marine invertebrates. New York: Academic
University Press. Press. v. III, p. 85-245.

RULLIER, F.; AMOUREUX, L. 1979. Annélides polichètes. SHIMIZU, R. M. 1997. Ecologia populacional de Scolelepis
Campagne de la Calypso au large des côtes atlantiques squamata (Müller, 1806) (Polychaeta: Spionidae) e
de l´Amérique du Sud (1961-1962). Annales de l’Institut Callichirus major (Say, 1818) (Crustacea: Decapoda:
océanographique, Paris, v. 44, p. 10-206. Thalassinidea) da Praia de Barequeçaba (São Sebastião,
SP). 187 p. Tese (Doutorado em Ecologia) - Instituto de
SANDERS, H. L. 1958. Benthic studies in Buzzards Bay. I. Animal- Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
sediment relationships. Limnology and Oceanography, v.
3, n. 3, p. 245-258. SILVA, G. S. 2003. Revisão taxonômica e análise cladística de
Owenia (Polychaeta, Annelida). Dissertação (Mestrado
SANDERS, H. L. 1960. Benthic studies in Buzzards Bay. III. em Zoologia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
The structure of soft-bottom community. Limnology and 2003.
Oceanography, v. 5, p. 138-153.
SUMIDA, P. Y. G.; PIRES-VANIN, A. M. S. 1997. Benthic
SANTA-ISABEL, L. M.; LEÃO, Z. M. A. N.; PESO-AGUIAR, M. C. associations of the shelfbreak and upper slope off
2000. Polychaetes from the Guarajuba coral reefs, Bahia, Ubatuba-SP, Southeastern Brazil. Estuarine, Coastal and
Brazil. Bulletin of Marine Science, v. 67, n. 1, p. 645-653. Shelf Science, v. 44, n. 6, p. 779-784.

SANTOS, P. J. P. 1994. Population dynamics and production of TACON, A. G. J. 1988. The nutrition and feeding of farmed fish
Scolelepis gaucha (Polychaeta: Spionidae) on the sandy and shrimp – a training manual. 3. Feeding methods.
beaches of southern Brazil. Marine Ecology Progress Series, Brasília: FAO.
v. 110, n. 2, p. 159-165.
UEBELACKER, J. M.; JOHNSON, P. G. (Ed.). 1984. Taxonomic guide
SANTOS, C. S. G. 1996. Nereididae (Annelida; Polychaeta) da to the polychaetes of the Northern Gulf of Mexico. Alabama:
costa Nordeste do Brasil (2ºS - 18ºS). 170 p. Dissertação U.S. Department of the Interior; Minerals Management
(Mestrado em Zoologia) - Setor de Ciências Biológicas - Service; Barry Victor & Associates, Inc. Mobile.
Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
ZANOL, J. 20002. Filogenia de espécies relacionadas do gênero
SANTOS, C. S. G. 2001. Revisão e análise cladística da subfamília Eunice (Eunicidae: Polychaeta). Dissertação (Mestrado em
Gymnonereidinae Banse, 1977 (Nereididade: Polychaeta). Zoologia) - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio
139 p. Tese (Doutorado em Zoologia) - Setor de Ciências de Janeiro, Rio de Janeiro.
Biológicas - Zoologia, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba. ZANOL, J.; PAIVA, P. C.; ATTOLINI, F. S. 2000. Eunice and Palola
(Eunicidae: Polychaeta) from the Eastern Brazilian Coast
SANTOS, C. S. G.; LANA, P. C. 2000. Nereididae (Annelida, (13o 00’- 22o 30’S). Bulletin of Marine Science, v. 67, p. 449-
Polychaeta) da costa nordeste do Brasil. I. Padrões 463.
regionais e zoogeográficos de distribuição. Iheringia
– Série Zoologia, Porto Alegre, v. 88, p. 181-188. ZIBROWIUS, H. 1970. Contribution a l’etude de Serpulidae
(Polychaete Sedentaire) du Bresil. Boletim do Instituto
SANTOS, C. S. G.; LANA, P. C. 2001. Nereididae (Annelida, Oceanográfico, São Paulo, v. 19, p. 1-32.
Polychaeta) da costa nordeste do Brasil. II. Gêneros
Namalycastis, Ceratocephale, Laeonereis e Rullierinereis.
Iheringia – Série Zoologia, Porto Alegre, v. 91, p. 137-149.

294 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


7.5. Anexo

Anexo 1: Lista dos táxons de Polychaeta coletados e identificados durante as campanhas do programa REVIZEE/
SCORE Central. As coordenadas e profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.

Táxon Estações
Acoetidae
Panthalis sp. C6-R2#1-1; C6-R3#3
Polyodontes sp. C5-1R; C5-2R
Amphinomidae
Eurythoe complanata (Pallas, 1766) C5-13R
Hermodice carunculata (Pallas, 1766) C5-12R; C5-16R; C5-42R; C5-45R
Notopygos sp. C5-7R; C5-10R; C5-13R; C5-20R; C5-25A; C5-34R; C5-
36R; C5-45R
Aphroditidae
Aphroditella sp. C5-4R; C5-27R; C6-R3#2-2
Pontogenia cf. chrysocoma (Baird, 1865) C5-2R; C5-4R; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-20R;
C5-23R; C5-32R; C5-34R; C5-36R; C5-44R; C5-45R; C6-
A1
Capitellidae
Dasybranchus caducus (Grube, 1846) C5-48R
Leiochrides sp. C5-2R; C5-48R
Notomastus lobatus Hartman, 1947 C6-R2#1-1; C6-R3#3
Cirratulidae
Cirriformia tentaculata (Montagu, 1808) C5-28R
Tharyx sp. C5-509; C5-41F
Cossuridae
Cossura candida Hartman, 1955 C5-41F
Eunicidae
Eunice (Nicidion) sp. C5-2R; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-17R; C5-
20R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-28R; C5-32R;
C5-33R; C5-35R; C5-36R; C5-38R; C5-44R; C5-48R; C5-
49R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y6
Eunice spp. C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-13R;
C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-21R; C5-23R; C5-
24R; C5-25R; C5-27R; C5-28R; C5-32R; C5-33R; C5-35R;
C5-36R; C5-38R; C5-42R; C5-44R; C5-48R; C5-49R; C6-
R4#1; C6-Y1; C6-Y2; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y5; C6-Y6; C6-Y7
Euniphysa sp. C5-24R;
Lysidice sp. C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-10R; C5-13R; C5-14R; C5-17R;
C5-20R; C5-23R; C5-24R; C5-28R; C5-36R; C5-38R; C5-
42R; C5-44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 295


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Marphysa spp. C5-2R; C5-3R; C5-4R; C5-5R; C5-10R; C5-12R; C5-13R;
C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-23R; C5-24R; C5-
25R; C5-27R; C5-28R; C5-32R; C5-33R; C5-35R; C5-38R;
C5-42R; C5-44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R; C6-R1#2;
C6-R3#3; C6-Y3
Palola sp. C5-504; C5-2R; C5-5R; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R;
C5-17R; C5-20R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-
28R; C5-32R; C5-34R; C5-35R; C5-36R; C5-38R; C5-42R;
C5-44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y4;
C6-Y6; C6-Y7
Flabelligeridae
Diplocirrus sp. C5-4R
Piromis roberti (Hartman, 1951) C5-504
Therochaeta sp. C5-4R
Glyceridae
Glycera americana Leidy, 1855 C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-36R; C5-49R
Glycera sp. C5-16R; C5-33R; C5-34R; C5-42R; C5-48R
Glycera tesselata Grube, 1863 C5-5R; C5-49R; C6-Y7
Hemipodia sp. C5-509; C5-4R; C5-16R; C5-23R; C5-27R; C5-50F
Goniadidae
Goniada maculata Oersted, 1843 C5-38R
Hesionidae
Gyptis sp. C5-14R
Hesione sp. C5-13R; C5-14R; C5-48R; C5-49R
Lumbrineridae
Abyssoninoe sp. C6-R1#2
Eranno sp. C5-20R;
Lumbrineriopsis mucronata (Ehlers, 1908) C5-7R
Lumbrineris latreilli (Audouin and Milne-Edwards, 1834) C5-35R; C6-Y4
Lumbrineris sp. C5-45R
Scoletoma tetraura (Moore, 1911) C5-5R; C5-7R
Magelonidae
Magelona sp. C5-52F
Maldanidae
Axiothella sp. C6-R3#3
Chirimia amoena (Kingerg, 1867) C6-R1#2; C6-R3#5
Clymenella sp. C5-52F
Euclymene sp. C5-36R
Melinninae
Melinninae gen. sp. C5-5R

296 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Nephtyidae
Aglaophamus sp. C5-42R
Aglaophamus verrilli (McIntosh, 1885) C5-52F
Nephtys simoni Perkins, 1980 C5-34R; C5-42R
Nereididae
Ceratonereis hircinicola (Eisig, 1870) C5-4R; C5-7R; C5-10R; C6-Y3; C6-Y7
Ceratonereis longicirrata Perkins, 1980 C5-24R; C5-32R
Ceratonereis mirabilis Kinberg, 1866 C5-45R; C5-49R
Neanthes caudata (delle Chiaje, 1841) C5-2R; C5-13R; C5-17R; C5-20R; C5-42R; C5-45R;
C5-49R; C6-A1
Neanthes sp. C5-20R; C5-35R; C5-42R; C6-Y2
Nereis riisei Grube, 1857 C5-5R; C5-10R; C5-13R; C5-20R; C5-34R; C5-35R;
C5-48R; C6-R4#1
Nicon sp. C5-25A; C5-36R
Perinereis floridana Ehlers, 1868 C5-10R; C6-A1; C6-R1#1; C6-Y1; C6-Y5
Oenonidae
Arabella mutans (Chamberlin, 1919) C6-R1#1
Drilonereis filum (Claparède, 1868) C5-504; C5-10R; C5-42R; C6-Y3
Oenone fulgida Savigny, 1818 C5-16R; C5-23R; C5-27R; C5-32R; C5-34R; C5-35R;
C5-36R; C5-44R; C5-49R; C6-Y3; C6-Y4
Onuphidae
Diopatra tridentata Hartman, 1944 C5-1R; C6-R2#1-1; C6-Y5
Hyalinoecia sp. C5-5R
Kinbergonuphis sp. C5-504
Opheliidae
Ophelina acuminata Oersted, 1843 C6-R2#1-1
Ophelina cylindricaudata (Hansen, 1878) C5-16R; C5-41F
Orbiniidae
Naineris sp. C5-5R
Phyllodocidae
Phyllodoce madeirensis Langerhans, 1880 C5-2R; C5-5R; C5-10R; C5-13R; C5-16R; C5-20R; C5-23R;
C5-28R; C5-33R; C5-34R; C5-35R; C5-36R; C5-38R;
C5-42R; C5-44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R; C6-Y3; C6-Y7
Phyllodoce sp. C5-13R; C5-16R; C5-20R; C5-24R; C5-36R; C5-45R; C6-
Y3; C6-Y4; C6-Y6
Nereiphylla castanea (Marenzeller, 1879) C5-17R
Polynoidae
Halosydna glabra Hartman, 1939 C5-48R; C5-49R
Harmothoe lunulata (delle Chiaje, 1841) C5-28R
Harmothoe sp. C5-13R; C5-17R; C5-25A; C5-25R; C5-34R; C5-35R;
C6-R2#1-1; C6-Y4

CAPÍTULO 7 – FILO ANNELIDA. CLASSE POLYCHAETA 297


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Lepidonotus tenuisetosus (Gravier, 1901) C5-13R; C5-28R; C5-35R;C5-36R; C6-Y3; C6-Y7
Sabellidae
Hypsicomus elegans (Webster, 1884) C5-16R
Serpulidae
Pomatostegus stellatus (Abildgaard, 1789) C5-10R; C5-24R; C5-44R; C5-49R
Spirobranchus giganteus (Pallas, 1767) C5-12R; C5-30R
Vermiliopsis sp. C5-13R
Sigalionidae
Leanira sp. C6-R1#1
Neopsammolyce catenulata (Amaral & Nonato, 1984) C5-20R; C5-42R
Psammolyce flava Kinberg, 1856 C5-504
Sthenelanella atypica Berkeley & Berkeley, 1941 C5-34R
Sthenolepis oculata (Hartman, 1942) C6-R2#1-1
Sternaspidae
Sternaspis capillata Nonato, 1966 C5-38R
Sternaspis sp. C5-50F
Syllidae
Pionosyllis sp. C5-2F; C5-20R;
Trypanosyllis vittigera Ehlers, 1887 C5-2R; C5-14R; C5-17R; C5-21R; C5-25R; C5-34R; C6-A1;
C6-Y1
Typosyllis sp. C5-36R; C5-42R; C5-45R
Typosyllis variegata (Grube, 1860) C5-2F; C5-4R; C5-10R; C5-13R; C5-20R; C5-25R; C5-28R;
C5-35R; C5-45R; C6-A1
Terebellidae
Loimia medusa (Savigny, 1818) C5-34R
Trichobranchidae
Terebellides sp. C6-R3#3

298 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Capítulo 8
Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea
Cristiana Serejo; Paulo Secchin Young; Irene Azevedo Cardoso; Carolina Rodrigues Tavares e
Celso Rodrigues de Abreu Jr.1

Resumo
Os crustáceos estão entre os grupos mais diversos do bentos e foram representados nas coletas do REVIZEE
Bentos por aproximadamente 9.780 indivíduos distribuídos em 50 famílias. A área amostral foi entre Salvador,
BA (13oS), e a região do Cabo de São Tomé, RJ (22o30’S). Ao todo foram 158 amostras coletadas entre 1997 e
2002, a profundidades variando entre 50 e 2.076 m, sendo que 48,7% das estações foram realizadas entre 50 e
100 m. Em termos numéricos, os anfípodes dominaram nas amostras, com 32%, seguidos de isópodes (19%),
decápodes (19%) e tanaidáceos (16%). Dentre os Isopoda, as subordens mais abundantes foram os Anthuridea
(48%), seguidos dos Asellota (28%) e Flabellifera (24%). Os Stomatopoda foram representados por oito espécies,
sendo duas ocorrências novas para o Brasil, Squilla edentata e Odontodactylus havanensis. Gonodactylidae foi a
família mais abundante, seguida de Squillidae, que em contrapartida apresentou a maior biomassa (55,61%). As
demais espécies com novos registros para o Brasil são: Pontonia manningi e Pseudocheles chacei. Das 90 espécies
de Decapoda encontradas, temos: 15 Caridea, quatro Thalassinidea, um Palinura, seis Anomura e 64 Brachyura.
Os grupos mais abundantes e freqüentes foram os Axiidae (Thalassinidea), representados apenas pela espécie
Coralaxius abelei, Alpheidae (Caridea), com seis espécies, sendo três identificadas em nível de gênero, e Majidae
(Brachyura), com 27 espécies. Das 25 famílias encontradas de Decapoda, oito ocorrem apenas entre 50 e 100
m, e nove ocorrem além dos 100 m, indo até o limite da plataforma continental e talude superior. As duas famí-
lias que habitam zonas mais profundas do talude (>500 m) são Galatheidae e Goneplacidae. Apesar de serem
grupos bem conhecidos no Brasil, 30% do total de taxa identificados em espécies entre os Stomatopoda e De-
capoda é de novos registros para a costa brasileira ou para a área de estudo. Em relação à distribuição espacial
da riqueza de espécies de Crustacea, as áreas mais ricas foram as regiões entre Salvador e os bancos recifais no
sul da Bahia, cadeia de montes submersos Vitória-Trindade, ES, e vários pontos entre Vitória, ES, e o Cabo de São
Tomé, RJ. Toda a área amostral do REVIZEE Bentos/SCORE Central está inserida na província Brasileira, sendo
que 89% das espécies de Stomatopoda e Decapoda encontradas são comuns às províncias do Caribe e Índias
Ocidentais. Por outro lado, a taxa de endemismo foi baixa, com apenas 7% das espécies sendo endêmicas da
província Brasileira. As espécies coletadas pelo REVIZEE Bentos a princípio não possuem importância econô-
mica direta, pois são em geral de pequeno porte e baixa biomassa. No entanto, os invertebrados bentônicos,
incluindo as espécies coletadas pelo REVIZEE Bentos, são a base alimentar de muitas espécies comercialmente
exploradas, como peixes, moluscos, crustáceos, etc. Sendo assim, a fim de se utilizar os recursos vivos comer-
cialmente exploráveis dos oceanos, os países devem determinar a produção ótima dos seus bancos pesqueiros
com estudos da biologia das espécies em questão, assim como conhecer e preservar o ecossistema a ser ex-
plorado. O REVIZEE Bentos/SCORE Central é uma dessas iniciativas no Brasil de se conhecer melhor os nossos
recursos vivos marinhos para que então possamos explorá-los de uma forma sustentável.

Palavras-chave: Crustacea, abundância, distribuição, importância econômica, REVIZEE, Brasil.

1. Museu Nacional/UFRJ, Depto. de Invertebrados, Quinta da Boa Vista s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

SEREJO, C. et al. Capítulo 8. Filo Arthoropoda. Subfilo Crustacea. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 299-337 (Série Livros n. 18) 299
Abstract
Crustaceans are among the most diverse groups in the benthos and were represented in the REVIZEE Benthos sur-
vey by approximately 9,780 individuals distributed in 50 families. The survey area was between Salvador, BA (13oS),
and the region of Cabo de São Tomé, RJ (22o30’S). In total, 158 samples were collected from 1997-2002 in depths
varying from 50 and 2,076 m, being 48.7% of these samples from 50 and 100 m. In numerical terms, amphipods
dominated in the samples with about 32%, followed by the isopods (19%); decapods (19%) and tanadaiceans
(16%). Among the isopods the most abundant suborders were Anthuridea (48%), followed by Asellota (28%) and
Flabellifera (19%). The Stomatopoda were represented by seven species, being two of them new records for the
Brazilian coast: Squilla edentata and Odontodactylus havanensis. Gonodactylidae was the most abundant family
and Squillidae on the other hand presented the larger biomass (55.61%). The other species with new records from
the Brazilian coast are: Pontonia manningi e Pseudocheles chacei. The 90 species of Decapoda are distributed in: 15
Caridea, four Thalassinidea, one Palinura, six Anomura and 64 Brachyura. The most abundant and frequent groups
were Axiidae (Thalassinidea), represented by the single species Coralaxius abelei, Alpheidae (Caridea), with six
species, being three identified at genus level and Majidae (Brachyura), with 27 species. From the 25 represented
Decapod families found in this study, eight occur only between 50 and 100 m and nine occur only beyond 100 m,
going until the limit of the continental shelf and upper slope. The two families inhabiting greater depths (> 500
m) of the slope are Galatheidae and Goneplacidae. Although the stomatopods and decapods are well-known
groups in Brazil, 30% of the total taxa identified to species are new records for the Brazilian coast or the study area.
Related to the spatial richness distribution of Crustacea, the richest areas were the regions from Salvador and the
reef banks of southern Bahia, sea mounts chain of Vitória-Trindade, ES, and several points between Vitória, ES, and
Cabo de São Tomé, RJ. All the survey area from REVIZEE Bentos/SCORE Central is confined in the Brazilian province.
In the present study, 89% of the Stomatopoda and Decapoda species found are common to the Caribbean and
West Indies provinces. On the other hand, the endemism rate was low, with only 7% of the species endemic for the
Brazilian province. The species surveyed in the REVIZEE Benthos do not have a direct commercial value, as they
are small in size and with low biomass. However, the benthic invertebrates in general, including the surveyed spe-
cies by REVIZEE Benthos are the base of the diet of several important commercial species as fishes, mollusks, and
crustaceans. Thus, with the objective of using the living commercial resources of the oceans, each country needs
to determine the production of its fishery banks, studying the biology of commercial species, as well as under-
standing and preserving the ecosystem to be explored. The REVIZEE Benthos/SCORE Central is one of the starting
points in Brazil to understand our living marine resources so we can explore them in a sustainable way.

Keywords: Crustacea, abundance, distribution, commercial value, REVIZEE, Brazil.

300 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


8.1. Introdução

O filo Arthropoda, grupo de invertebrados com o encontrados em todas as profundidades dos oceanos
maior número de espécies viventes na superfície do mundo desde as zonas polares até os trópicos.
da terra, estimado em aproximadamente 1.097.289 Alguns grupos conquistaram com sucesso a água
taxa descritos, abriga o subfilo Crustacea. Registros doce, e poucos o ambiente terrestre, este último sendo
fósseis indicam que os Arthropoda surgiram no Pré- mais bem representado pelos tatuzinhos de jardim
Cambriano, há aproximadamente 600.000.000 de anos, (Isopoda – Oniscoidea).
indicando um longo tempo evolutivo para especiação Por ser um grupo extremamente diverso, ampla-
e experimento de forma e função dentro do grupo mente distribuído e abundante nos oceanos, os crus-
(Brusca & Brusca, 2003). Dentre os Arthropoda, os táceos apresentam um importante papel ecológico
crustáceos dominam o ambiente marinho e, devido à nesse ecossistema. A variedade de hábitos de vida do
sua grande abundância e diversidade, são muitas vezes grupo reflete no seu papel na cadeia alimentar. Sen-
considerados como os “insetos do mar”. Os crustáceos do assim, no bentos, os macrocrustáceos peracáridos
são populares entre o público leigo por conterem (5-20 mm), como anfípodes, isópodes e tanaidáceos
espécies economicamente importantes no mercado entre outros e alguns grupos de camarões, reciclam
pesqueiro, como camarões, caranguejos, lagostas e matéria em decomposição, uma vez que são animais
lagostins. O grupo exibe uma grande variabilidade de detritívoros. Conseqüentemente, são importante fon-
formas e tamanhos, podendo variar em comprimento te de alimento para peixes, baleias (em zonas tempe-
de 0,1 mm, como algumas espécies intersticiais ou radas) e outros invertebrados, sendo muitos desses de
planctônicas, a formas gigantes atingindo até 4 m importância econômica para o homem. Crustáceos
de envergadura, como o caranguejo-aranha japonês Decapoda, como caranguejos, lagostas e camarões,
Macrocheira kaempferi (Temminck, 1836). Outro grupo são importante dieta de vários peixes, polvos, outros
peculiar são os isópodes do gênero Bathynomus, crustáceos e o próprio homem. No plâncton marinho,
que podem atingir até 35 cm de comprimento e são os copépodes são geralmente o grupo mais abundan-
comumente encontrados no talude da costa brasileira te e, conseqüentemente, a base da alimentação de vá-
(Magalhães & Young, 2003). Ainda assim, os crustáceos rios animais planctotróficos.
possuem uma uniformidade e podem ser definidos por Dados atuais estimam que exista em torno de
apresentar cinco somitos cefálicos, com respectivos 52.000 espécies de crustáceos descritas, valor esse
apêndices: primeira antena (antênula), segunda considerado ainda aquém da realidade. Reconheci-
antena (antena), mandíbula gnatobásica, primeira damente, muitas espécies de macrocrustáceos, como
maxila (maxílula) e segunda maxila (maxila); tronco Copepoda, Ostracoda e Peracarida, que são bem re-
pós-cefálico presente e geralmente dividido em tórax presentados no bentos marinho, ainda estão por ser
e abdome; um ou mais somitos torácicos podem estar descritas (Martin & Davis, 2001).
fusionados à cabeça e seus respectivos apêndices são No Brasil, algumas compilações da fauna de
chamados de maxilípodes; apêndices birremes (ou crustáceos de água doce foram realizadas (Vanzolini,
secundariamente unirremes); escudo cefálico ou uma 1964; Hurlbert, 1977; Hurlbert et al., 1981; Melo, 2003).
carapaça geralmente presente, e uma larva natante Mais recentemente, com a publicação do “Catalo-
chamada nauplius. Contudo, o estágio naupliar pode- gue of Crustacea of Brazil”, pôde-se ter uma primeira
se passar dentro do ovo, com liberação de larvas em avaliação da biodiversidade dos Crustacea marinhos
estágios mais adiantados (desenvolvimento indireto) para o Brasil (Young, 1998). Alguns grupos não mari-
ou pode ser totalmente suprimido, com liberação de nhos também foram abordados, ampliando o conhe-
jovens similares ao adulto (desenvolvimento direto). cimento dessa fauna para o Brasil. Ao todo foram re-
Quanto ao hábito de vida, os crustáceos gistradas cerca de 2.400 espécies de Crustacea para o
são predominantemente marinhos e podem ser Brasil, sendo 68,8% marinhas, 23,7% dulcícolas, 2,7%

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 301


estuarinas e 4,8% semiterrestres. Dessa fauna ma- os Crustacea e subgrupos têm sido elaboradas (Spears
rinha registrada, 58,5% fazem parte da classe Mala- & Abele, 1997; Schram & Hof, 1998 e outros). A idéia
costraca, que inclui a ordem Decapoda (737 espécies de uma classificação definitiva ainda está longe de
registradas) e superordem Peracarida (571 espécies ser adquirida, mas o estudo recente da sistemática
registradas), consideradas os maiores grupos entre em Crustacea com propostas de grupos naturais
os Malacostraca e, em muitos ambientes, sendo tam- vem a elucidar melhor o entendimento evolutivo do
bém os mais abundantes. Além do catálogo de Young grupo como um todo. Recentemente foi proposta
(1998), foram publicados dois manuais de identifica- uma atualização da classificação de Bowman e
ção (Melo, 1996, 1999) dos principais grupos de Deca- Abele (1982) incluindo uma revisão dos estudos
poda (Brachyura, Thalassinidea, Anomura, Palinura, de sistemática mais recentes com comentários nas
Astacidea) que ocorrem na costa brasileira, incluindo propostas de classificações (Martin & Davis, 2001).
chaves de identificação e dados taxonômicos e de A maioria dos autores atualmente divide os Crus-
distribuição das espécies. tacea em cinco classes: Cephalocarida, Remipedia,
Toda a coleção de Crustacea coletada pelo REVI- Branchiopoda, Maxillopoda (Ostracoda como subclas-
ZEE Bentos/SCORE Central encontra-se depositada no se) e Malacostraca (Brusca & Brusca, 2003), como ado-
Museu Nacional/UFRJ. tado neste estudo, ou em seis classes, considerando
A seguir, seguem as abreviações dos estados Ostracoda como classe (Martin & Davis, 2001).
e ilhas oceânicas utilizadas no texto: AL, Alagoas; AP, A classificação de Brachyura no nível de família,
Amapá; AR, Atol das Rocas; BA, Bahia; CE, Ceará; ES, Es- especialmente Xanthidae e Majidae, tem sofrido alte-
pírito Santo; FN, Ilha de Fernando de Noronha; IT, Ilha rações. Muitas subfamílias estão sendo reconhecidas
de Trindade; MA, Maranhão; PA, Pará; PB, Paraíba; PE, como famílias, e alguns autores têm reconhecido tais
Pernambuco; PI, Piauí; PR, Paraná; RJ, Rio de Janeiro; famílias individualmente dentro de um grupo maior
RN, Rio Grande do Norte; RS, Rio Grande do Sul; SE, que seria os Xanthoidea ou Majoidea (Coelho & Coelho
Sergipe; SC, Santa Catarina; SP, São Paulo. Filho, 1993; Boschi, 2000; Martin & Davis, 2001). Toda-
via, essas divisões ainda não estão totalmente estabe-
8.2. Classificação lecidas e optou-se neste estudo por não dividir esses
taxa em famílias menores.
Crustacea vem sendo reconhecido como um grupo Entre os Isopoda, a classificação da subordem
desde o século XVIII, mas por muito tempo foi Flabellifera foi recentemente revista (Brandt & Poore,
considerado um subgrupo dos Insecta. Desde então, 2003). Flabellifera sensu lato foi dividida em quatro
sua classificação vem sendo amplamente modificada subordens, mas, por motivos práticos, optamos por
e estudada ao longo do tempo (Monod & Forest, não dividir tal táxon e seguimos com a classificação de
1996). Em tempos modernos, muitos autores têm-se Martin e Davis (2001).
baseado na classificação de Bowman e Abele (1982),
considerada por muitos autores como uma visão 8.3. Caracterização de Crustacea na costa
clássica ou mesmo conservativa do grupo. Schram central brasileira
(1986) propôs uma classificação utilizando-se de
grupos atuais e fósseis. O ponto mais discutível da A caracterização de Crustacea como um todo em uma
classificação de Schram (1986) é a proposta da classe determinada região se torna uma tarefa complexa,
Phyllopoda, que reúne os crustáceos com filopódios – uma vez que o grupo é extremamente diverso e he-
Branchiopoda, Phyllocarida e Cephalocarida. Tal grupo terogêneo quanto ao hábito de vida. Um fator a ser le-
não foi aceito como natural (Martin & Christiansen, vado em consideração é a metodologia de coleta, que
1995) e não tem sido usado em classificações mais vai influenciar diretamente no tipo de amostra e con-
recentes. Atualmente, com a explosão da utilização seqüentemente nos taxa encontrados, como discutido
da metodologia cladística como método testável, no capítulo 1.
o advento da biologia molecular e facilidades A identificação supra-específica de Maxillopoda
computacionais, várias hipóteses filogenéticas entre (Thecostraca e Ostracoda) e Malacostraca (Phyllocarida

302 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


e Peracarida) encontra-se listada na Tabela 1. A ênfase será dada às ordens Stomatopoda e Decapoda
caracterização de abundância relativa e de hábitos com dados de riqueza, abundância e distribuição na
de vida de alguns peracáridos será discutida. Especial costa brasileira.

Tabela 1: Relação das famílias e alguns gêneros de Crustacea (excluindo Decapoda e Stomatopoda) coletados
no REVIZEE Bentos/SCORE Central durante as campanhas Central V e Central VI. Dados de Bathynomus são do
REVIZEE Central Pesca, e registros em negrito são novas ocorrências para a região estudada.

Classe Maxillopoda Dahl, 1956


Subclasse Thecostraca Gruvel, 1905
Infraclasse Cirripedia Burmeister, 1834
Superordem Thoracica Darwin, 1854
Ordem Sessilia Lamarck, 1918
Subordem Balanomorpha Pilsbry, 1816
Superfamília Coronuloidea Leach, 1817
Família Corolunidae Leach, 1817
Coronula sp.
Ordem Pedunculata Lamarck, 1818
Subordem Heteralepadomorpha Newman, 1987
Família Heteralepadidae Nilsson-Cantell, 1921
Heteralepas sp.
Subclasse Ostracoda Latreille, 1802
Superordem Myodocopa Sars, 1866
Ordem Myodocopida Sars, 1866
Superordem Podocopa Müller, 1894
Ordem Podocopida Sars, 1866
Superfamília Bairdioidea Sars, 1865
Classe Malacostraca
Subclasse Phyllocarida Latreille, 1802
Ordem Leptostraca Claus, 1880
Família Nebaliidae Samouelle, 1819
Subclasse Eumalacostraca Grobben, 1892
Superordem Peracarida Calman, 1904
Ordem Amphipoda Latreille, 1816
Subordem Gammaridea Latreille, 1816
Família Ampeliscidae Costa, 1857
Ampelisca spp.
Família Ampithoidae Stebbing, 1899
Família Aoridae Walker, 1908
Família Isaeidae Dana, 1853
Família Leucothoidae Dana, 1852
Leucothoe spp.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 303


Continuação da tabela 1
Família Liljeborgidae Stebbing, 1899
Família Lysianassidae Dana, 1849
Família Melitidae Bousfield, 1977
Família Phliantidae Stebbing, 1899
Família Platyischnopidae Barnard & Drummond, 1979
Família Synopiidae Dana, 1853
Ordem Isopoda Latreille, 1817
Subordem Anthuridea Monod, 1922
Família Leptanthuridae Poore, 2001
Accalathura sp.
Subordem Asellota Latreille, 1802
Subordem Flabellifera Sars, 1882
Família Cirolanidae Dana, 1852
Bathynomus giganteus A. Milne Edwards, 1879 – Oceano Índico, Pacífico e
Atlântico Ocidental: Florida até Brasil (estuário do Amazonas até o norte do
RJ – 200-1.800 m).
Bathynomus miyarei Lemos de Castro, 1978 – Brasil (CE, RN, BA, ES, RJ, RS – 230-800 m).
Bathynomus obtusus Magalhães e Young, 2003 – Brasil (BA, ES – 232-840 m).
Calyptolana sp.
Cirolana sp
Colopisthus sp.
Eurydice sp.
Excirolana sp.
Metacirolana sp.
Natatolana sp.
Politolana sp.
Rocinela sp.
Família Corallanidae Hansen, 1890
Excorallana sp.
Família Cymothoidae Leach, 1814
Família Gnathiidae Leach, 1814
Gnathia spp.
Família Limnoridae White, 1850
Família Serolidae Dana, 1852
Família Sphaeromatidae Latreille, 1825
Subordem Valvifera Sars, 1882
Família Arcturidae Dana, 1849
Família Idoteidae Samouelle, 1819
Erichsonella sp.

304 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


8.3.1. Superordem Peracarida reconhecidamente com grande potencial de espécies
novas a serem descobertas, e revisões do que se co-
A superordem Peracarida inclui oito ordens, sendo que nhece serão necessárias. Devido a tais fatores e ao re-
no Brasil temos representantes de seis dessas ordens: duzido número de especialistas no Brasil, é um grupo
Amphipoda, Isopoda, Tanaidacea, Cumacea, Mysidacea que merece especial atenção dos novos estudantes
e Spelaeogriphacea (Young, 1998). Desses grupos, os brasileiros de carcinologia.
Mysidacea são na grande maioria epipelágicos e não Em termos numéricos, os anfípodes dominaram
foram encontrados neste estudo. Spelaeogriphacea é nas amostras, com 32%, seguidos de isópodes (19%) e
um grupo raro e cavernícola, a única espécie descrita tanaidáceos (16%). Quanto à freqüência de ocorrência
para o Brasil foi coletada em Bonito, Mato Grosso do Sul nas 62 estações das campanhas Central V e VI entre
(Pires, 1987). Sendo assim, em termos de peracáridos os Peracarida, os Isopoda aparecem em 80,6% das
marinhos bentônicos, os grupos mais freqüentes são estações, seguidos dos Amphipoda (79%), Tanaidacea
Amphipoda, Isopoda, Tanaidacea e Cumacea, não (72,6%) e Cumacea (19,4%) (Tabela 2). No presente
só no Brasil como em nível mundial. Desses quatro estudo, foram identificados os grandes grupos de
grupos, Amphipoda e Isopoda são de longe os mais Peracarida, sendo que Amphipoda e Isopoda estão
diversos em número de espécies, com estimativas em nível de subordem, família e, alguns taxa, em
de 7.000 espécies descritas para Amphipoda (Forest, nível de gênero (Tabela 1). Em grupos já trabalhados,
1999) e 10.300 espécies para Isopoda (Kensley et al., como Bathynomus, têm-se mais informação. O gênero
1996). Já Tanaidacea e Cumacea são comuns no bentos, Bathynomus foi coletado em grandes quantidades no
mas aparecem com menor freqüência e diversidade programa REVIZEE Central Pesca, sendo encontrado
de espécies quando comparados com Amphipoda e geralmente em águas mais profundas (233 a 2.271 m).
Isopoda, uma vez que são grupos bem menores (+665 O sucesso da amostragem desses animais se deve ao
spp. e 1.300 spp., respectivamente) (Forest, 1999). tipo de equipamento utilizado, sendo a coleta com
Por serem extremamente abundantes, freqüen- covos a que evidenciou melhores resultados, uma
tes e sensíveis a vários poluentes, os peracáridos são vez que são animais saprófagos. Por fazerem parte
excelentes indicadores biológicos de diversos ecossis- da fauna bentônica, as espécies encontradas estão
temas (Thomas, 1993). Contudo, para se usar tal grupo listadas neste estudo. Ao todo eram conhecidas
como indicador biológico em programas de monito- duas espécies para a costa brasileira, B. giganteus e B.
ramento ambiental, deve-se ter um bom conhecimen- miyarei. A partir de um estudo taxonômico do material
to da fauna local. No Brasil, com cerca de 8.500 km de do REVIZEE, uma nova espécie foi descrita, B. obtusus,
costa, temos um conhecimento razoável dos peracári- e novos registros das duas espécies conhecidas para
dos marinhos bentônicos, com aproximadamente 350 a costa brasileira são fornecidos (Magalhães & Young,
espécies descritas (Young, 1998). Portanto, é um grupo 2003) (Tabela 1).

Tabela 2: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) dos taxa de Peracarida encontrados no
REVIXEE Bentos/SCORE Central com dados das campanhas Central V e VI.

Grupo AR (%) FO (%)


PERACARIDA
Amphipoda 32,0 79,0
Isopoda 19,3 80,6
Tanaidacea 16,1 72,6
Cumacea 0,3 19,4

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 305


8.3.1.1. Ordem Isopoda subordem mais abundante foi Anthuridea (48%),
seguida dos Asellota (28%), Flabellifera (24%) e
Dentre os Isopoda, foram encontrados 2.256 Valvifera, registrada com apenas 10 exemplares
espécimes distribuídos em quatro subordens. A (0,1%) (Figura 1).

0,1%
24%
����������
��������
������������
���������

28%

Figura 1: Abundância relativa das subordens de Isopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central.

Mesmo não tendo dados específicos dos Iso- Apesar de se mostrarem menos abundantes neste
poda, alguns comentários gerais quanto à ecologia estudo, os Flabellifera são geralmente os mais di-
e diversidade dessas subordens podem ser feitos. Os versos em águas rasas quando comparados com os
três grupos mais abundantes, Anthuridea, Asellota Asellota. A situação se inverte quando o ambiente
e Flabellifera, são os mais diversos e os mais comu- é o mar profundo, onde os Asellota dominam em
mente encontrados na plataforma continental de re- diversidade e muitas vezes em abundância (Gage &
giões tropicais. Asellota é o grupo mais diverso, com Tyler, 1991). Das 29 famílias de Asellota conhecidas,
2.037 espécies descritas mundialmente, incluindo 14 são primariamente ou exclusivamente do mar
espécies de águas continentais (Kensley et al., 1996). profundo, o que mostra o sucesso evolutivo do gru-
Para o Brasil, temos o registro de oito espécies mari- po nesse ambiente (Wilson, 2004).
nhas e de águas rasas (Pires-Vanin, 1998) e uma espé- Os Anthuridea são isópodes cilíndricos, sem
cie dulcícola (Brasil-Lima & Barros, 1998). Flabellifera placas coxais e adaptados a viverem em tubos (Figura
(Figura 2A) é o segundo maior grupo, com 1.897 2B). Tais tubos podem ser confeccionados por eles
espécies descritas mundialmente, incluindo grupos mesmos ou podem ser de outros animais, comumente
dulcícolas (Kensley et al., 1996). Para o Brasil, temos de Polychaeta (Annelida). Ao todo são conhecidas mais
77 registros de espécies marinhas (Brasil-Lima, 1998; de 500 espécies dessa subordem no mundo (Poore,
Loyola e Silva, 1998; Pires-Vanin, 1998) e 18 registros 2001) e para o Brasil se conhecem 10 espécies (Pires-
de espécies dulcícolas (Brasil-Lima & Barros, 1998). Vanin, 1998).

306 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 2: Isopoda do REVIZEE Bentos/SCORE Central. A. Excorallana sp., #10, 17o06’18”S/ 36o43’09”W, 50 m, MNRJ
17436; B. Anthuridea, Accalathura sp., #38, 22o00’24”S/ 40o 05’15”W, 100 m, MNRJ 17440. Escalas: A. 5 mm; B. 4 mm.

Os Valvifera são assim chamados pela forma 8.3.1.2. Ordem Amphipoda


opercular dos urópodes, apêndices que vão fechar e
formar o assoalho da câmara branquial no abdome Dentre os Amphipoda Gammaridea, foram encontrados
desses animais. Ao todo foram descritas 562 espé- 2.838 espécimes distribuídos em 11 famílias (Tabela 1).
cies de Valvifera no mundo (Kensley et al., 1996) e A partir do trabalho de Wakabara e Serejo (1998), novas
para o Brasil temos 11 registros (Pires-Vanin, 1998). espécies foram descritas, e temos atualmente registros
Uma das razões da baixa riqueza e abundância dos de aproximadamente 155 spp. de Gammaridea e 15
Valvifera nas coletas do REVIZEE Bentos, que são spp. de Caprellidea para o Brasil. Essas duas subordens
confinadas à região tropical, é o fato de o grupo são primariamente marinhas e bentônicas, mas
apresentar o centro de diversidade em águas tem- ocorreu a colonização do ambiente de água doce e
peradas, especialmente do Hemisfério Sul (Brandt & terrestre. Sendo assim, entre os Gammaridea temos
Poore, 2003). o gênero Hyalella, que é endêmico das Américas e
Em estudo recente com a comunidade de Isopoda exclusivamente dulcícola. Hyalella foi recentemente
na região da plataforma e talude superior de Ubatuba, revisto e possui nove espécies registradas para o Brasil
SP, foram registradas 24 spp. de Flabellifera, 15 spp. (González & Watling, 2003). Entre os Talitridae, a única
de Anthuridea, cinco spp. de Asellota e três spp. de família que colonizou os ambientes semiterrestre e
Valvifera (Pires-Vanin, 2001). Dessas 47 espécies citadas, terrestre, temos registro de 10 espécies (Wakabara &
apenas para a região de Ubatuba, 40% são novas para Serejo, 1998; Serejo, 2004).
a ciência, em especial entre os Flabellifera, Anthuridea Os anfípodes são extremamente comuns no
e Asellota, o que reafirma a necessidade de maiores bentos, mas há uma preferência por habitats específicos
estudos com os peracáridos da costa brasileira, como em cada grupo, uma vez que mostram hábitos de vida
discutido anteriormente e mencionado pelo próprio diferentes (Barnard, 1976). Sendo assim, amostras de
autor do estudo (Pires-Vanin, 2001). sedimento não consolidado comportam os chamados

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 307


anfípodes cavadores, que possuem apêndices picais. Representantes desse grupo são normalmente
fossoriais, que são bem cerdosos e modificados para reconhecidos como nidícolas, formando ninhos com
cavar. Exemplos desses grupos encontrados foram restos de material orgânico do ambiente.
Platyischnopidae e Synopiidae. A alta riqueza de famílias de Gammaridea encon-
Os Ampeliscidae também habitam o sedimento, tradas no estudo com diferentes hábitos de vida evi-
mas não são cavadores. Constroem tubos e são con- denciou uma heterogeneidade de nichos amostrados
siderados como tubícolas da infauna, alimentando-se pelo REVIZEE Bentos.
geralmente através das antenas (filtragem seletiva).
O gênero Ampelisca é o mais numeroso dentro da fa- 8.3.2. Ordem Stomatopoda
mília (aproximadamente 150 spp.) e é extremamente
comum em coletas de sedimento não consolidado da Os estomatópodes variam em tamanho de 9 a
plataforma continental. 39 cm e são vulgarmente chamados de tamburutacas.
Ampithoidae, Aoridae e Isaeidae também são tu- São animais predadores e extremamente agressivos,
bícolas, mas são encontrados na epifauna. São grupos territorialistas e usam o segundo par de patas rapto-
extremamente diversos e comumente encontrados em riais para capturar suas presas.
vários tipos de substratos biológicos. Ampithoidae geral- A ordem Stomatopoda está representada no
mente é encontrado em algas e muitos são herbívoros. Brasil por 36 espécies distribuídas em nove famílias
Os Leucothoidae podem ser encontrados no se- (Gomes-Corrêa, 1998; Tavares & Mendonça, 1997). A
dimento, mas tipicamente esse grupo habita o interior família Squillidae é a mais representativa, com 15 espé-
de esponjas e ascídias. Possuem o corpo arredondado cies inseridas em quatro gêneros, seguida pela família
e são reduzidos em tamanho (2-9 mm), como adapta- Gonodactylidae, com oito espécies inseridas em um
ção a esse ambiente. único gênero, Neogonodactylus Manning, 1995. Todas
Liljeborgidae e Lysianassidae podem ser encon- as espécies do Atlântico Ocidental incluídas anterior-
trados no sedimento, na epifauna ou como inquilinos mente em Gonodactylus foram transferidas para Neo-
em outros invertebrados. Lysianassidae sensu lato gonodactylus (Manning, 1995).
(Barnard & Karaman, 1991) é um grupo enorme e que Nas duas campanhas analisadas (Central V e VI),
possui uma grande variedade de hábitos de vida. Mui- foram identificadas oito espécies de estomatópodes
tas espécies têm hábitos saprófagos e são coletadas inseridas em quatro famílias, sendo que duas
através de armadilhas. Melitidae é um dos grupos mais espécies são novas ocorrências para a costa brasileira,
comuns e abundantes na epifauna de águas rasas tro- Odontodactylus havanensis (Bigelow, 1893) e Squilla

Tabela 3: Lista de espécies de Stomatopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central durante as


campanhas Central V e VI com dados de distribuição geográfica mundial e no Brasil. Registros em negrito são
novas ocorrências com base no material estudado (BA até RJ).

Classe Malacostraca Latreille, 1802


Subclasse Hoplocarida Calman, 1904
Ordem Stomatopoda Latreille, 1817
Infra-ordem Unipeltata Latreille, 1825
Família Gonodactylidae Giesbrecht, 1910
Neogonodactylus lacunatus (Manning, 1966) - Atlântico Ocidental: Mar do Caribe
e Brasil (MA até RJ).
Neogonodactylus spinulosus (Schmitt, 1924) - Atlântico Ocidental: Mar do Caribe
e Brasil (CE até ES).
Neogonodactylus sp.

308 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 3
Família Odontodactylidae Manning, 1980
Odontodactylus havanensis (Bigelow, 1893) - Atlântico Ocidental: costa leste dos
EUA (Key West e Dry Tortugas), México (Golfo do Campeche), Cuba (Havana),
Bahamas, Curaçao e Brasil (BA e ES).
Família Pseudosquillidae Manning, 1977
Pseudosquilla ciliata (Fabricius, 1787) - Indo-Pacífico, Atlântico Norte e Ocidental:
Mar do Caribe e Brasil (AP até SP e AR).
Família Squillidae Latreille, 1802
Squilla edentata (Lunz, 1937) - Atlântico Ocidental: Golfo do México, Mar do Caribe
e Brasil (BA e ES).
Squilla grenadensis Manning, 1969 - Atlântico Ocidental: Mar do Caribe (Ilhas
Grenada) e Brasil (MA, BA e SC).
Squilla obtusa Holthuis, 1959 - Atlântico Norte e Ocidental: Mar do Caribe e
Brasil (PI até ES).

Em termos de riqueza de espécies, o padrão en- espécies encontradas, seguidas por Pseudosquillidae
contrado reflete o que se conhece para a costa brasilei- e Odontodactylidae, que apresentaram registro de
ra. Sendo assim, no material do REVIZEE Bentos, temos uma única espécie (Figura 3).
Squillidae e Gonodactylidae com o maior número de

16
14

12
Nº de espécies

10 Brasil
8
REVIZEE
6

4
2
0
1 2 3 4

Figura 3: Riqueza de espécies das famílias de Stomatopoda encontradas no Brasil e no REVIZEE Bentos/SCORE
Central. 1. Squillidae; 2. Pseudosquillidae; 3. Odontodactylidae; 4. Gonodactylidae.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 309


A família Gonodactylidae foi a mais abundante Odontodactylus havanensis foi a única espé-
e mais freqüente, com 17 exemplares capturados em cie capturada da família Odontodactylidae, de baixa
sete estações, mas com baixa biomassa quando com- abundância, mas contribuiu com 23,82% da biomassa
parada com Squillidae (Tabela 4). A família Squillidae total de estomatópodes (Tabela 4).
foi a que apresentou a maior biomassa, sendo a segun- A biomassa total dos estomatópodes encontra-
da mais abundante e mais freqüente, com cinco exem- dos foi baixa (25,48 g), e reconhecidamente esse é
plares capturados em quatro estações. um grupo com baixo potencial econômico no Brasil.
Pseudosquillidae foi a segunda família mais Contudo, em áreas como o sudeste da Ásia, Japão e
freqüente junto com os Squillidae, sendo dois exem- Mediterrâneo, o grupo apresenta espécies comercial-
plares de Pseudosquilla ciliata capturados em 6,4% mente exploráveis, sendo consumido em maior escala
das estações. (Ahyong, com. pess.).

Tabela 4: Abundância relativa (AR), freqüência de ocorrência (FO) e porcentagem da biomassa das famílias de
Stomatopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central. Dados das dragagens das campanhas Central V e
VI referentes a 28 indivíduos, 25,48 g em 62 estações.

Famílias AR(%) FO(%) Biomassa(%)


Gonodactylidae 60,7 11,2 13,81
Squillidae 17,8 6,4 55,61
Pseudosquillidae 14,2 6,4 6,75
Odontodactylidae 7,1 3,2 23,82

8.3.2.1. Distribuição batimétrica Bathysquillidae habitam zonas mais profundas do


talude.
Ao todo são conhecidas mundialmente 490 espécies No REVIZEE Bentos, encontramos famílias que
de Stomatopoda, sendo que 85% a 90% dessas são típicas da plataforma, sendo a maioria dos regis-
espécies são habitantes da plataforma continental tros encontrados entre 50 e 100 m. Apenas Squilla
e talude superior. Apenas representantes de edentata foi capturada a 250 m (Figura 4).
s
is

si
s

s
us

en

a
en
os

at
at

ad
sa

an
l
ta

nt
un

nu

en
tu
ia

av

e
ac

pi

ob

ed
cil

gr
.h
.s
.l

P.

S.

S.

S.
O
N

50
Profundidade(m)

100

150

200

250

300

Figura 4: Distribuição batimétrica das espécies de Stomatopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central
com dados das dragagens das campanhas Central V e VI.

310 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


8.3.3. Ordem Decapoda dem dentre os Malacostraca, com aproximadamente
13.000 espécies descritas (modificado de Bowman &
A ordem Decapoda inclui os caranguejos, lagostas, Abele, 1982).
camarões e afins e pode ser caracterizada por apre- Um total de 90 espécies de Decapoda foi identi-
sentar uma carapaça que se estende lateralmente ficado nas amostras de draga das campanhas Central
(branquiostegito) para envolver a câmara branquial, V e VI, incluindo 15 Caridea, quatro Thalassinidea, um
e os três primeiros pares de patas estão sempre mo- Palinura, seis Anomura e 64 Brachyura. As famílias com
dificados para alimentação – chamados de maxilí- maior número de espécies foram Majidae (27 espécies)
podes. Os Decapoda são considerados a maior or- e Xanthidae (nove espécies) (Tabela 5 e Anexo 1).

Tabela 5: Lista de espécies de Decapoda encontradas no REVIZEE Bentos - SCORE Central, durante as
campanhas Central V e VI com dados de distribuição geográfica mundial e no Brasil. Registros em negrito são
novas ocorrências com base no material estudado (BA até RJ). Espécies com asterisco são endêmicas do Brasil.

Classe Malacostraca Latreille, 1802


Subclasse Eumalacostraca Grobben, 1892
Superordem Eucarida Calman, 1904
Ordem Decapoda Latreille, 1802
Subordem Pleocyemata Burkenroad, 1963
Infraordem Caridea Dana, 1852
Família Alpheidae Rafinesque, 1815
Alpheus amblyonyx Chace, 1972 - Atlântico Ocidental: Golfo do México até Brasil
(PB até ES e AR).
Alpheus cristulifrons Rathbun, 1900 - Pacífico Leste e Atlântico Oriental e Ocidental:
Golfo do México até Brasil (PB até AL, ES, RN e AR).
Alpheus floridanus Kingsley, 1878 - Pacífico Leste, Atlântico Oriental e Ocidental:
Golfo do México até Brasil (PE até RS e AR).
Automate sp.
Synalpheus sp.
Família Bresiliidae Calman, 1896
Pseudocheles chacei Kensley, 1983 - Atlântico Ocidental: Flórida, Mar do Caribe
(Belize) e Brasil (ES, 50 m).
Família Hippolytidae Bate, 1888
Latreutes fucorum (Fabricius, 1798) - Atlântico Oriental e Ocidental: Newfoundland
até Brasil (PE, AL, BA).
Trachycaris restricta (A. Milne Edwards, 1878) - Atlântico Oriental e Ocidental:
Flórida, Bermudas e Brasil (PA até ES).
Família Palaemonidae Borradaile, 1815
Subfamília Palaemoninae Borradaile, 1815
Brachycarpus biunguiculatus (Lucas, 1849) - Cosmopolita. Brasil (AP até ES e FN).
Leander tenuicornis (Say, 1818) - Indo-Pacífico, Mar Mediterrâneo e Atlântico
Ocidental. Brasil (MA até BA e FN).
Subfamília Pontoniinae Kingsley, 1878

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 311


Continuação da tabela 5
Anchistioides antiguensis (Schmitt, 1924) - Atlântico Ocidental: Bermudas, Índias
Ocidentais e Brasil (MA, PE, AL e ES).
Periclimenaeus bermudensis (Armstrong, 1940) - Atlântico Ocidental. Brasil (MA, CE,
AL, BA e ES).
Pontonia manningi Fransen, 2000 - Atlântico Oriental (Ilhas Canárias e Cabo Verde)
e Atlântico Ocidental: Carolina do Norte, Flórida, Mar do Caribe e Brasil (ES).
Família Pasiphaeidae Dana, 1852
Leptochela (Leptochela) serratorbita Bate, 1888 - Pacífico Oriental e Atlântico
Ocidental. Brasil (AP até PE, BA e SP).
Família Processidae Ortmann, 1890
Processa brasiliensis Christoffersen, 1979* - Brasil (PE, BA, ES, AR).
Infraordem Thalassinidea Latreille, 1831
Família Axiidae Huxley, 1879
Coralaxius abelei Kensley e Gore, 1981 - Atlântico Ocidental: Flórida, Mar do Caribe
(Belize) e Brasil (RA, PE, BA, ES até RJ - 40 a 108 m).
Família Callianassidae Dana, 1852
Callianassidae gen. sp.
Família Upogebiidae Borradaile, 1903
Pomatogebia operculata (Schmitt, 1924) - Atlântico Ocidental: Mar do Caribe e
Brasil (CE, RN, PE, BA, ES).
Upogebia sp.
Infraordem Palinura Latreille, 1802
Família Palinuridae Latreille, 1802
Justitia longimanus H. Milne Edwards, 1837 - Oceano Índico (Ilhas Maurícius),
Oceano Pacífico (Havaí). Atlântico Ocidental: Bermudas, Mar do Caribe e Brasil
(RN, BA e ES - 14 a 270 m).
Infraordem Anomura MacLeay, 1838
Superfamília Galatheoidea Samouelle, 1819
Família Galatheidae
Munida forceps A. Milne-Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental: Virgínia, Flórida,
Golfo do México, Antilhas, Guianas, Brasil (AL, BA, ES, RJ, SP, SC, RS) e Uruguai.
Munida spinifrons Henderson, 1885 - Atlântico Ocidental: Flórida e Brasil (AP até SP,
FN e AR).
Munidopsis sp. - Brasil (PE, RJ).
Munidopsis sp. nov. - Brasil (ES).
Família Porcellanidae Haworth, 1825
Pachycheles ackleianus A. Milne-Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental. Brasil (PA até ES).
Petrolisthes sp.
Infraordem Brachyura Latreille, 1802
Seção Dromiacea De Haan, 1833
Família Dromiidae De Hann, 1833
Moreiradromia antillensis (Stimpson, 1858) - Atlântico Ocidental. Brasil (MA até RS).

312 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 5
Família Homolidae De Haan, 1839
Homola barbata (Fabricius, 1793) - Atlântico Oriental e Ocidental. Brasil (RJ, RS - 30
até 682 m).
Seção Eubrachyura De Saint Laurent, 1980
Família Calappidae H. Milne Edwards, 1837
Acanthocarpus bispinosus A. Milne-Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental: Flórida,
Golfo do México, Antilhas e Brasil (PE, BA – 200 a 522 m).
Calappa gallus (Herbst, 1803) - Oceano Índico, Pacífico Ocidental, Atlântico
Oriental e Ocidental. Brasil (AL até RS).
Cryptosoma balgueri (Desbonne, 1867) - Pacífico Oriental. Atlântico Ocidental.
Brasil (AP até RJ).
Osachila antillensis Rathbun, 1916 - Atlântico Ocidental. Brasil (AP, MA, RJ, RS – 240
a 300 m).
Família Dorippidae MacLeay, 1838
Ethusa americana A. Milne Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental. Brasil (MA até RJ).
Família Goneplacidae MacLeay, 1838
Bathyplax typhla A. Milne Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Flórida, México, Cuba, Guadalupe, Brasil (PE, AL, BA, ES - 220 a 1.100 m).
Nanoplax xanthiformis (A. Milne-Edwards, 1880) - Atlântico Ocidental. Brasil (AP
até RJ - 10 a 330 m).
Neopilumnoplax americana (Rathbun, 1898) - Indo-Pacífico e Atlântico Ocidental.
Brasil (BA, ES - 130 a 800 m).
Família Leucosiidae Samouelle, 1819
Callidactylus asper Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental. Brasil (AP até AL, BA).
Iliacantha sparsa Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental. Brasil (PA até ES).
Myropsis quinquespinosa Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental. Brasil (BA, RJ até RS).
Speloephorus elevatus Tathbun, 1898 - Atlântico Ocidental. Brasil (MA até BA).
Lithadia sp.
Família Majidae Samouelle, 1819
Apiomithrax sp.
Aepinus septemspinosus (A. Milne Edwards, 1879) - Atlântico Ocidental: costa leste
dos EUA, Antilhas e Brasil (PA até SP, FN e AR).
Collodes armatus Rathbun, 1898 - Atlântico Ocidental: Mar do Caribe (Cuba) e
Brasil (ES, RJ).
Collodes rostratus A. Milne Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental: Brasil (ES até RS) e
Argentina.
Collodes trispinosus Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental: Carolina do Norte e do
Sul, Flórida, Mar do Caribe e Brasil (AP, RJ, SP).
Epialtus bituberculatus H. Milne Edwards, 1834 - Atlântico Ocidental: Antilhas e
Brasil (CE até SP).
Herbstia depressa Stimpson, 1860 - Atlântico Ocidental: Antilhas, Venezuela, Brasil
(AL, ES).

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 313


Continuação da tabela 5
Leurocyclus tuberculosus (H. Milne Edwards e Lucas, 1843) - Pacífico Leste, Atlântico
Ocidental: Brasil (RJ até RS), Uruguai e Argentina.
Macrocoeloma eutheca (Stimpson, 1871) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, América Central e Brasil (MA até ES).
Macrocoeloma laevigatum (Stimpson, 1860) - Atlântico Ocidental: costa leste dos
EUA, Antilhas e Brasil (PA até AL, BA).
Macrocoeloma septemspinosum (Stimpson, 1871) - Atlântico Ocidental: costa leste
dos EUA, Antilhas e Brasil (CE até ES).
Macrocoeloma trispinosum (Latreille, 1825) - Atlântico Ocidental: costa leste dos
EUA, Antilhas e Brasil (PI até SP, FN).
Microlissa brasiliensis (Rathbun, 1923)* - Brasil (CE até SP).
Mithraculus forceps (A. Milne Edwards, 1875) - Atlântico Ocidental: costa leste dos
EUA, Antilhas, Venezuela e Brasil (MA até SP).
Mithrax hemphilli Rathbun, 1923 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (MA até RJ, AR).
Mithrax sp.
Mycrophrys bicornutus (Latreille, 1825) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, América Central, Venezuela e Brasil (MA até RS, FN).
Nemausa acuticornis (Stimpson, 1870) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (AP até RJ).
Nemausa cornutus (Saussure, 1857) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (AP até ES; plataforma até 1.070 m).
Picroceroides tubularis Miers, 1886 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (MA até ES).
Podochela algicola Stebbing, 1914 - Atlântico Ocidental: Colômbia e Brasil (MA até SP).
Podochela brasiliensis Coelho, 1972* - Brasil (CE até SE, ES).
Podochela gracilipes Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, Guianas e Brasil (AP até RS).
Podochela riisei Stimpson, 1860 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA, Antilhas
e Brasil (PB, PE, RJ).
Podochela sp.
Rochinia gracilipes A. Milne Edwards, 1875 - Atlântico Ocidental: Brasil (RJ até RS),
Uruguai e Argentina.
Stenorhynchus seticornis (Herbest, 1788) - Atlântico Ocidental: Antilhas, norte da
América do Sul e Brasil (AP até RS).
Família Palicidae Bouvier, 1898
Palicus alternatus Rathbun, 1897 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (BA, RJ até RS).
Família Parthenopidae MacLeay, 1838
Parthenope (Platylambrus) fraterculus (Stimpson, 1871) - Atlântico Ocidental:
Antilhas e Brasil (costa norte até RS).

314 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 5
Parthenope (Platylambrus) serrata (H. Milne-Edwards, 1834) - Atlântico Ocidental:
Antilhas e Brasil (costa norte até SP).
Thyrolambrus astroides Rathbun, 1894 - Atlântico Ocidental: Antilhas e Brasil (costa
norte até RJ).
Família Pinnotheridae De Haan, 1833
Holothuriophilus tomentosus (Ortmann, 1894)* - Brasil (BA, SC).
Dissodactylus crinitichelis Moreira, 1901 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
norte da América do Sul, Brasil (PA até RS) e Argentina.
Família Portunidae Rafinesque, 1815
Cronius tumidulus Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, Guianas e Brasil (PA até SP – até 75 m).
Laleonectes vocans (A. Milne Edwards, 1878) - Atlântico Oriental, Central e
Ocidental: Golfo do México, Antilhas e Brasil (BA até RJ – 40 a 310 m).
Portunus anceps (Saussure, 1858) - Atlântico Ocidental: Antilhas, Brasil (AP até RJ
– até 370 m).
Portunus ordwayi (Stimpson, 1860) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, Guianas, Venezuela e Brasil (AP até RS e FN – até 110 m).
Família Raninidae De Haan, 1839
Ranilia constricta A. Milne Edwards, 1880 - Atlântico Oriental (Senegal até Congo),
Central (Ilhas Ascension) e Ocidental: Brasil (AP, RJ, SP, RS, 20 a 340 m).
Ranilia muricata H. Milne Edwards, 1837 - Atlântico Ocidental. Brasil (PE, ES – 10 a 100 m).
Symethis variolosa (Fabricius, 1793) - Atlântico Ocidental. Brasil (AP, MA, BA até SP,
FN – 20 a 110 m).
Família Xanthidae MacLeay, 1838
Allactaea lithostrota (Williams, 1974) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas e Brasil (ES até RS, de 50 a 640 m).
Glyptoxanthus vermiculatus (Lamarck, 1818) - Atlântico Ocidental: Venezuela,
Guianas e Brasil (BA e ES).
Melybia thalamita Stimpson, 1871 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, norte da América do Sul e Brasil (AP até SP).
Micropanope sp.
Paractaea rufopunctata nodosa (Stimpson, 1860) - Atlântico Central e Ocidental:
costa leste dos EUA, Antilhas, norte da América do Sul, Brasil (AP até RJ) e Uruguai.
Pilumnoides coelhoi Guinot e MacPherson, 1987* - Brasil (BA até SC – até 30 m).
Pilumnoides hassleri A. Milne-Edwards, 1880 - Atlântico Ocidental: Brasil (RJ até RS),
Uruguai e Argentina.
Pilumnus spinosissimus Rathbun, 1898 - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, e Brasil (RN até SC).
Platypodiella spectabilis (Herbst, 1794) - Atlântico Ocidental: costa leste dos EUA,
Antilhas, Venezuela e Brasil (RN até RJ, FN, TI).

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 315


Os grupos mais abundantes e freqüentes foram espécies, sendo três em gênero, Majidae e Xanthidae
os Axiidae (Thalassinidea), representados apenas pela (Brachyura) (Tabela 6).
espécie Coralaxius abelei, Alpheidae (Caridea), com seis

Tabela 6: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) dos Decapoda coletados no REVIZEE Bentos/
SCORE Central. Dados das campanhas Central V e VI referentes a 1.766 indivíduos em 62 estações.

Famílias AR% FO%


Axiidae 30,9 30,7
Alpheidae 25,1 64,0
Majidae 9,4 46,7
Xanthidae 6,0 28,0
Thalassinidae 5,9 29,3
Caridea 4,5 28,0
Galatheidae 4,2 28,0
Upogebiidae 3,3 16,0
Paguroidea 2,9 21,3
Portunidae 2,3 25,3
Goneplacidae 2,1 14,7
Dromiidae 0,7 5,3
Raninidae 0,7 5,3
Porcellanidae 0,6 5,3
Parthenopidae 0,5 6,7
Callapidae 0,3 4,0
Leucosiidae 0,2 4,0
Palicidae 0,1 2,7
Pinnotheridae 0,1 2,7
Calianassidae 0,1 1,3
Homolidae 0,1 1,3
Palinuridea 0,1 1,3

8.3.2.1. Infra-ordem Caridea tencem ao gênero Macrobrachium, que é estritamente


dulcícola. Já a família Alpheidae, com a segunda maior
A infra-ordem Caridea inclui 28 famílias (Holthuis, 1993), riqueza de espécies do Brasil, é estritamente marinha.
dentre essas, 16 ocorrem no Brasil, totalizando 145 espé- O panorama geral da riqueza de espécies de
cies (Christoffersen, 1998; Ramos-Porto & Coelho, 1998). Caridea no Brasil se reflete nos resultados obtidos
A maior riqueza de espécies de Caridea no Brasil está pelas coletas do REVIZEE Bentos. Nelas, Alpheidae
concentrada nas famílias Palaemonidae, com 54 espécies (378 espécimes em três gêneros) e Palaemonidae (68
distribuídas em 15 gêneros, e Alpheidae, com 39 espécies espécimes em cinco gêneros) foram as famílias com
distribuídas em seis gêneros, seguidas de Hyppolytidae, maior riqueza e abundância entre os Caridea, seguidas
Pandalidae, Processidae e demais famílias. dos Hippolytidae e Processidae (Figuras 5 e 6).
Apesar de Palaemonidae apresentar a maior ri- Enquanto a família Palaemonidae apresentou a
queza de espécies do Brasil, 35% desses registros per- maior riqueza de espécies, Alpheidae apresentou uma

316 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


maior abundância entre os Caridea coletados pelo corais erodidos, costas arenosas e fundos de algas.
REVIZEE Bentos (Figura 6). O gênero Alpheus foi o mais No Brasil estão registradas seis espécies do gêne-
abundante, com 65 espécimes distribuídos em três ro Processa. No REVIZEE Bentos, da família Processidae,
espécies. Membros da família Alpheidae são conhecidos foram coletados 15 espécimes de Processa brasiliensis
como camarões-estalo e vivem normalmente em (Figura 7B), o que representa uma abundância relati-
pares associados a corais, esponjas e outros substratos vamente alta e uma riqueza de espécies relativamen-
biológicos. Recebem esse nome por produzirem um te baixa. Essa espécie foi descrita para Pernambuco,
som agudo com as quelas, usado geralmente em depois registrada no Atol das Rocas e na Bahia, sendo
comportamentos territorialistas ou comunicação entre considerada endêmica do litoral brasileiro. O REVIZEE
os parceiros. Dentre os Palaemonidae, Brachycarpus Bentos coletou ainda duas espécies de Hippolytidae
biunguiculatus (Figura 7A) foi a espécie mais abundante, (sete indivíduos) e uma espécie (três indivíduos) de
com 25 espécimes coletados. Essa espécie ocorre em Pasiphaeidae, essas famílias apresentaram baixa abun-
uma ampla variedade de habitats, como fundos de dância e baixa riqueza de espécies (Figura 5).

60

50
n de espécies

40
Brasil
30
REVIZEE
20

10
0
1 2 3 4 5 6

Figura 5: Riqueza das espécies marinhas das famílias de Caridea no Brasil e coletadas pelo REVIZEE Bentos/
SCORE Central. 1. Palaemonidae; 2. Alpheidae; 3. Hippolytidae; 4. Processidae; 5. Pasipheidae; 6. Bresiliidae.

Figura 6: Abundância relativa das principais famílias de Caridea coletadas pelo REVIZEE Bentos/SCORE Central.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 317


Figura 7: Diversidade de Caridea no REVIZEE Bentos/SCORE Central. A. Brachycarpus biunguiculatus, macho,
C6-Y3, 21o09’55”S - 40º19’43”W, 46 m, MNRJ 17740; B. Processa brasiliensis, macho, C5-40R, 20o30’79”S -
28o50’50”W, 180 m, MNRJ 17738.

8.3.2.2. Infra-ordem Anomura Melo, 1999; Melo-Filho & Melo, 2001; Melo-Filho & Coe-
lho-Filho, 2004). Cerca de 60% dessas espécies ocorrem
Da infra-ordem Anomura, foram identificadas espécies na área amostrada pelo REVIZEE Bentos (Melo-Filho &
de Galatheidae e Porcellanidae. Os pagurídeos foram Melo, 2001). Nas duas campanhas analisadas (Central
representados por 43 indivíduos, mas não foram iden- V e VI), foram identificadas duas espécies de Munida e
tificados e não serão tratados neste estudo. Dentre os duas espécies de Munidopsis. Dessas quatro espécies,
porcelanídeos, foram coletadas duas espécies (Tabela duas tiveram sua distribuição estendida para a área de
5) com poucos exemplares. estudo, e uma espécie é nova (Tabela 5).
A família Galatheidae, ao longo da costa brasileira, Munida spinifrons (Figura 8A) foi a espécie mais
tem registro de 20 espécies inseridas em dois gêneros: abundante (93,75%) e mais freqüente, seguida por
Munida (com 16 espécies registradas) e Munidopsis (com Munida forceps, Munidopsis sp. e Munidopsis sp. nov.
quatro espécies registradas) (Tavares & Campinho, 1998; (Tabela 7).

Tabela 7: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) das espécies de galateídeos encontradas no REVIZEE
Bentos/SCORE Central. Dados das dragagens das campanhas Central V e VI referentes a 65 indivíduos em 62 estações.

ESPÉCIES AR(%) FO(%)


Munida spinifrons 93,75 25,8
Munida forceps 3,12 3,22
Munidopsis sp. 1,56 1,61
Munidopsis sp. nov. 1,56 1,61 TT

318 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 8: Diversidade de Decapoda no REVIZEE Bentos/SCORE Central. A. Munida spinifrons, C6-Y3, 21º9’55”S
- 40º19’43”W; 46,6 m, MNRJ 17228; B. Podochela brasiliensis, C5-5R, 15º34’08”S – 38º49’81”W, 20 m, MNRJ 16247;
C. Macrocoeloma septemspinosum, C6-44R, 20º37’49”S – 40º01’29”W, 54 m, MNRJ 17095; D. Bathyplax typhla,
C5-517, 13º22’21”S – 38º36’68”W, 750 m, MNRJ 17062. Escalas: A. 7 mm; B-D. 5 mm.

8.3.2.3. Infra-ordem Brachyura dos, uma vez que a grande maioria das espécies vive em
manguezais, estuários e praias, ambientes não coletados
A infra-ordem Brachyura é composta por 55 famí- pelo REVIZEE Bentos. As outras três famílias de maior re-
lias (incluindo Majidae e Xanthidae sensu lato), das quais presentatividade, Majidae, Xanthidae e Portunidae, entre
25 são encontradas no Brasil, com um total de 340 re- outras, foram encontradas neste estudo (Figura 9).
gistros (Magalhães, 1998; Melo, 1998; Melo et al., 1998). A família Majidae inclui os chamados caranguejos-
Dessas famílias, as que têm o maior número de espécies aranha, que são, muitas vezes, definidos por possuírem
registradas no Brasil são Majidae (81 spp.), Xanthidae uma carapaça subtriangular e rosto alongado (Figuras
(48 spp.), Trichodactylidae (29 spp.), Grapsidae (22 spp.), 8B, C). O grupo possui a maior riqueza de espécies
Parthenopidae (22 spp.) e Portunidae (20 spp.). no Brasil, resultado este corroborado nas coletas do
Dessas famílias, Trichodactylidae é totalmente REVIZEE Bentos/SCORE Central. Todas as 27 espécies
dulcícola, habitando riachos, rios e planícies alagadas de majídeos encontradas têm registros para o Brasil,
do Brasil. Exemplares de Grapsidae não foram encontra- porém Herbstia depressa, Macrocoeloma laevigatum

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 319


e Podochela brasiliensis tiveram sua distribuição A família Goneplacidae teve a mesma riqueza
ampliada para a área de estudo (Tabela 5). A família que Parthenopidae, com três espécies coletadas, mas
teve uma alta freqüência relativa, sendo encontrada teve maior freqüência relativa, ocorrendo em 17,7%
em 56,4% das 62 estações. das estações. Todas as espécies encontradas para essa
O segundo grupo com maior riqueza de espécies família têm registros conhecidos para o Brasil, porém
foi Xanthidae. As nove espécies encontradas têm re- Bathyplax typhla (Figura 8D) teve sua distribuição es-
gistros conhecidos para o Brasil. A família Xanthidae tendida para a área de estudo (Tabela 5).
foi encontrada em 33,8% das estações. As famílias Leucosiidae (5 spp.), Dromiidae (1 sp.),
A família Portunidae inclui os siris, comumente Pinnotheridae (2 spp.), Calappidae (4 spp.), Raninidae
encontrados em sedimentos lodosos de zonas estuari- (3 spp.), Palicidae (1 sp.) e Homolidae (1 sp.) também
nas e manguezais. São facilmente caracterizados pelo foram coletadas nas campanhas do REVIZEE Bentos,
dáctilo da quinta pata achatado e modificado para na- porém com baixa riqueza de espécies. Algumas des-
tação. Foram coletados 34 indivíduos de Portunidae sas famílias, como Homolidae, Dromiidae e Raninidae,
distribuídos em quatro espécies. A família foi encon- apresentam uma baixa riqueza em todo Brasil. Porém,
trada em 30,6% das estações. as outras famílias apresentam uma riqueza relativa-
Foram coletadas três espécies da família mente alta no Brasil e uma baixa riqueza nas coletas
Parthenopidae, que ocorreu em 8% das estações. do REVIZEE Bentos/SCORE Central (Figura 9).

90
80

70
60
Nº de espécies

50 Brasil
40 REVIZEE

30
20

10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Figura 9: Riqueza de espécies das famílias de Brachyura encontradas no Brasil e no REVIZEE Bentos - SCORE
Central. Legenda: 1. Majidae; 2. Xanthidae; 3. Parthenopidae; 4. Portunidae; 5. Goneplacidae; 6. Leucosiidae; 7.
Pinnotheridae; 8. Callappidae; 9. Palicidae;10. Raninidae; 11. Dromiidae; 12. Homolidae.

Em termos de abundância, a família Majidae demais famílias apareceram com menor abundância
dominou, representada por 142 indivíduos (42,8% dos e com valores entre 1 e 3% do total de braquiúros
Brachyura). Em seguida, temos as famílias Xanthidae coletados (Figura 10).
(30,1%), Goneplacidae (9,5%) e Portunidae (8,6%). As

320 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 10: Abundância relativa das famílias de Brachyura encontradas no REVIZEE Bentos – SCORE Central.
1- Majidae; 2 - Xanthidae; 3 - Goneplacidae; 4 - Portunidae; 5 - Dromiidae; 6 - Raninidae; 7 - Outras;
8 - Parthenopidae; 9 - Callapidae.

8.3.4. Novas ocorrências para o Brasil – 22o30’S) ou mesmo para a costa do Brasil. Dentre os
e área de estudo Stomatopoda, temos dois novos registros para o Brasil,
Squilla edentata (Figura 11) e Odontodactylus havanensis,
A fauna de Stomatopoda e Decapoda é relativamente com distribuição anterior para a região do Golfo do
bem conhecida para a costa brasileira (plataforma até México e Caribe (Tabela 3). Redescrições detalhadas
300 m), mas ainda assim 30% das espécies identificadas dessas espécies com dados de distribuição geográfica
são novos registros para a área de estudo (entre 13o encontram-se em Rodrigues e Young (2005).

Figura 11: Nova ocorrência para o Brasil com material do REVIZEE Bentos/SCORE Central. Squilla edentata,
BAII-E0511; 15º42.675’S - 038º37.298’W a 15º44.231’S - 038º39.196’W; 251 m, MNRJ 14725. Escala: 30 mm.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 321


Dentre os Caridea, um exemplar de Pseudocheles nental (0-200 m), batial (talude) (200-2.000 m), abissal
chacei foi encontrado, sendo a primeira ocorrência do (2.000-6.000 m) e hadal (>6.000 m) (Gage & Tyler, 1991).
gênero e da espécie para o Brasil (ES). Essa espécie O talude pode ser dividido em talude superior (200-
tinha a distribuição conhecida apenas para Flórida 800 m), médio (800-1.300 m) e inferior (1.300-2.000 m),
e Mar do Caribe. Outras 27 espécies tiveram sua divisões estas que podem variar conforme o estudo.
distribuição estendida na costa brasileira com base Essa terminologia reflete apenas a descrição das pro-
no material estudado (Tabela 5). O pontoniíneo fundidades nos oceanos e, com relação à zonação da
Pontonia manningi é uma nova ocorrência para a costa fauna, essas divisões não devem ser aplicadas rigida-
brasileira. Contudo, deve-se levar em consideração mente. Especialmente nas zonas além da plataforma,
que registros anteriores de P. margarita para o Brasil vários fatores ecológicos vão influenciar a distribuição
(Ramos-Porto & Coelho, 1998) possivelmente são, na das espécies e devem ser levados em consideração em
realidade, P. manningi. Revisão recente do gênero cada área estudada (Gage & Tyler, 1991).
estabelece que P. margarita ocorre apenas na costa A diversidade de espécies responde a um gradien-
leste do Pacífico, sendo que registros do Atlântico te vertical em conjunto com a variação latitudinal. Em
devem ser revistos (Fransen, 2002). zonas temperadas a temperadas-frias, a diversidade do
Recentemente, Rodrigues e Young (2003) bentos aumenta a partir da plataforma até o talude mé-
redescreveram Acanthocarpus alexandri Stimpson, dio, sendo que abaixo dos 2.000 m a diversidade dimi-
1871 e Acanthocarpus bispinosus (Calappidae) com nui drasticamente. Por outro lado, em zonas tropicais,
base no material do REVIZEE Central Pesca e Bentos. vemos um padrão um pouco diferente, com uma maior
Acanthocarpus alexandri tem uma ampla distribuição diversidade de espécies do bentos na plataforma e de-
no Atlântico Ocidental, indo desde a costa leste dos créscimo gradativo no talude (Briggs, 1995). No presen-
EUA (40oN) até o sul do Uruguai e fez parte da coleta te estudo, foi observado um padrão similar ao proposto
do REVIZEE Pesca. No Brasil, Acanthocarpus bispinosus para as zonas tropicais, com maior número de taxa na
foi registrado primeiramente para Pernambuco plataforma interna (<75 m) e um decréscimo gradativo
por Ramos-Porto et al. (2000) e teve o limite da sua até a borda da plataforma e talude superior (200-250
distribuição meridional estendida para a Bahia com o m), e se mantendo estável até os 500 m. Somente no
material do REVIZEE Bentos/SCORE Central (Tabela 5) talude abaixo dos 500 m, houve um decréscimo signi-
(Rodrigues & Young, 2003). ficativo no número de espécies, chegando a menos de
Entre os anomuros, foi encontrada uma espécie cinco taxa por estação (Figura 12).
nova de Munidopsis. A descrição detalhada dessa es- Levando-se em consideração a amostragem
pécie está sendo elaborada em outro artigo (Rodri- do REVIZEE Bentos, 59% das amostras foram realizadas
gues in prep.). na plataforma e talude superior (50-250 m) (capítulo
1). Das 19 principais famílias encontradas de Decapo-
8.3.5. Distribuição batimétrica da, oito ocorrem apenas entre 50 e 100 m, e nove ocor-
rem além dos 100 m, indo até o limite da plataforma
Quanto à distribuição batimétrica, os oceanos continental e talude superior. As duas famílias registra-
são divididos em zonas de acordo com a profundi- das com distribuição batimétrica além dos 500 m são
dade. São elas: rasa, que equivale à plataforma conti- Galatheidae e Goneplacidae (Figura 13).

322 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


25

20

15

10

< 75m 75-100m 100-250m 250-500m > 500m


Profundidade

Figura 12: Riqueza de taxa de Crustacea por classe de profundidade na região do SCORE Central. (Ponto=Média;
Retângulo=Erro-padrão; Linha vertical=Desvio-padrão).
Parthenopidae

Goneplacidae
Pinnotheridae
Porcellanidae

Callianasidae
Upogebidae

Leucosiidae

Galatheidae
Calappidae
Palinuridae

Homolidae

Portunidae
Dromiidae

Raninidae

Alpheidae

Xanthidae
Palicidae

Majidae
0,0 Axiidae
Profundidade (m)

250,0

500,0

750,0

Figura 13: Distribuição batimétrica (profundidade mínima, média e máxima de ocorrência) das principais
famílias de Decapoda encontradas pelo REVIZEE Bentos/SCORE Central.

Os Galatheidae foram representados por duas Bentos, o padrão de distribuição desses gêneros foi
espécies de Munida e duas espécies de Munidopsis diferente do observado por Wenner (1982). Munida
(Tabela 5). Wenner (1982) estudou os galateídeos do spinifrons apresentou sua distribuição ao longo da
Atlântico Central e encontrou um padrão de distri- plataforma entre 50 e 250 m. Munida forceps ocorreu
buição distinto entre Munida e Munidopsis. Espécies apenas no talude entre 278 e 580 m. Entre as duas
de Munida foram normalmente encontradas na pla- espécies de Munidopsis, nenhuma ocorreu em pro-
taforma continental e talude até 500 m, enquanto fundidades maiores do que 500 m. O único exemplar
espécies de Munidopsis colonizaram profundidades de Munidopsis sp. ocorreu em águas rasas (65 m), e
maiores que 500 m. Foi observado também que es- Munidopsis sp. nov. teve um registro a 360 m (Figura
pécies de Munida são mais abundantes que espécies 14). Quanto à abundância, os resultados deste traba-
de Munidopsis, e a razão para tal seria que as espécies lho corroboram com os obtidos por Wenner (1982),
de Munidopsis teriam a capacidade de se enterrar, evi- onde Munida foi representado por 62 indivíduos e
tando, assim, o equipamento de coleta. No REVIZEE Munidopsis por apenas dois indivíduos.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 323


Munidopsis sp. Munida spinifrons Munidopsis sp. nov. Munida forceps
0

100
Profundidade (m)

200

300
400

500

600

700

Figura 14: Distribuição batimétrica das espécies de Galateídeos encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central.
Dados das dragagens das campanhas Central V e VI.

Quanto aos Goneplacidae, as duas espécies com 8.3.6. Distribuição espacial da riqueza
registros além da plataforma foram Bathyplax typhla e de Crustacea
Neopilumnoplax americana. Bathyplax typhla (Figura
8D) é uma espécie típica do talude, com registros de Em relação à distribuição espacial da riqueza de espé-
220 a 1.100 m. Tal espécie foi originalmente registrada cies de Crustacea, as áreas mais ricas foram as regiões
para o Brasil (Pernambuco) pela expedição “Challenger” entre Salvador e os bancos recifais ao sul da Bahia,
como Bathyplax typhlus var. oculiferus. Tal variedade foi cadeia de montes submersos Vitória-Trindade, ES, e
sinonimizada recentemente a B. typhla com base no vários pontos entre Vitória, ES, e o Cabo de São Tomé,
material da costa brasileira (Espírito Santo) coletado RJ (Figura 15). Padrão similar ocorreu considerando-
pelo R/V Marion Dufrèsne. Dados de dimorfismo sexual se apenas os decápodes (Figura 16). Toda a região
dessa espécie e posição sistemática do gênero entre os entre Salvador, BA, até o Cabo de São Tomé, RJ, apre-
Brachyura também foram discutidos (Tavares, 1996). senta uma grande heterogeneidade de habitats com
Apenas um exemplar de Neopilumnoplax americana diferentes tipos de fundo e sedimento, que vão con-
foi encontrado ao largo da costa da Bahia a 750 m. tribuir para uma alta riqueza de espécies (capítulo 1).
Homola barbata (Homolidae) teve apenas um re- Além disso, deve-se ter em mente que toda a área de
gistro a 100 m neste estudo, mas sabe-se que essa es- estudo está compreendida na zona tropical do Atlân-
pécie habita profundidades maiores, chegando a até tico Ocidental, incluindo os bancos recifais do sul da
682 m (Melo et al., 1998). Bahia, que são reconhecidamente áreas com alta pro-
dutividade e biodiversidade na costa brasileira (Leão
& Kikuchi, 2001).

324 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 15: Mapa de distribuição espacial da riqueza de Crustacea na região do SCORE Central – Programa
REVIZEE Bentos.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S
Decapoda

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 16: Mapa de distribuição espacial da riqueza de Decapoda na região do SCORE Central – Programa
REVIZEE Bentos.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 325


Algumas espécies que foram capturadas em das Guianas, que se continua na corrente da Flórida, e
arrastos de profundidade realizados pelo N/Oc. Thalassa que por sua vez dá origem à grande Corrente do Gol-
(Costa et al., 2000), na mesma região, não apareceram fo, de águas quentes. Ao sul, a Corrente Sul Equato-
nas amostras de dragas obtidas pelas campanhas de rial continua na Corrente do Brasil, também de águas
bentos e vice-versa. Tal fato indica a necessidade de quentes (Briggs, 1995).
se utilizar diferentes tipos de equipamentos para uma Esse padrão com maior riqueza de espécies de
eficiente avaliação da comunidade de macrocrustáceos Decapoda em zonas tropicais da plataforma continen-
nessa região. As dragas tipo Charcot (120 cm X 40 cm) tal foi bem estabelecido no trabalho de Boschi (2000),
utilizadas pelo REVIZEE Bentos são equipamentos bem que discute a diversidade de Decapoda das Américas
menores do que as redes de porta utilizadas no REVIZEE (plataforma até 300 m) mostrando que as províncias
Pesca, permitindo uma coleta eficiente de crustáceos tropicais do Caribe (Caribe + Índias Ocidentais), Pana-
de pequeno porte e de fundo, mas permitindo má (lado do Pacífico) e do Brasil são as que apresen-
também a fuga de espécies maiores e mais rápidas. As tam o maior número de espécies, com 1.049, 793 e 570
redes de porta utilizadas pelo REVIZEE Pesca são muito respectivamente. Dentre os Brachyura, considerado
maiores (tipo ARROW 47,4 m X 26,8 m) e especializadas o maior grupo entre os Decapoda, foram registradas
para coletas no pélagos e, por isso, amostraram uma 455, 390 e 290 espécies respectivamente para cada
fauna de Crustacea diferente. Das 119 espécies de província. Comparando esses dados com os resulta-
crustáceos Decapoda obtidas na campanha REVIZEE dos do REVIZEE Bentos, que amostrou parte da costa
Pesca (Serejo et al., no prelo), apenas representantes de brasileira, foi encontrado em torno de 15% do total de
nove gêneros foram encontrados nas campanhas do espécies de Decapoda conhecidas para a província
REVIZEE Bentos: os galateídeos Munida e Munidopsis Brasileira, sendo que para Brachyura individualmente
e os braquiúros Acanthocarpus, Bathyplax, Palicus, foi encontrado 22% do total de espécies conhecidas.
Parthenope, Portunus, Rochinia e Stenorhynchus. Outro Ao todo, 89% das espécies de Decapoda
fator também a ser considerado é que as coletas do encontradas são comuns às províncias do Caribe e
REVIZEE Pesca foram realizadas predominantemente Índias Ocidentais, sendo a maioria delas consideradas
na região do talude (até 2.200 m), enquanto as coletas espécies tropicais (Tabela 5). Por outro lado, temos
do REVIZEE Bentos foram em grande maioria realizadas espécies com uma distribuição subtropical a temperada,
na plataforma continental. sendo encontradas apenas na Província Argentina,
também chamada de região leste da América do Sul, e
8.4. Padrões biogeográficos que vai desde Cabo Frio, RJ, até a Península de Valdez,
Argentina (Briggs, 1995). Contudo, algumas espécies
A distribuição de Decapoda e Stomatopoda em nível podem se estender mais ao norte, até o Espírito Santo,
mundial reflete um gradiente latitudinal, com maior como é o caso de Pilumnoides hassleri. Outras espécies
número de espécies nos trópicos e decréscimo em lati- com distribuição subtropical a temperada são: Collodes
tudes maiores. Situação aparentemente inversa ocorre rostratus; Leurocyclus tuberculosus e Rochinia gracilipes.
com os Peracarida, onde há uma maior diversidade em Boschi (2000) registrou 324 espécies de Decapoda
zonas subtropicais e temperadas (Abele, 1982). para a província Argentina. Contudo, a comparação
A área de estudo está toda compreendida na com os dados do REVIZEE Bentos/SCORE Central não
província Brasileira que vai desde o delta do Rio Ori- se faz pertinente, uma vez que a área de coleta está
noco, Venezuela, até a região de Cabo Frio, RJ (Briggs, praticamente fora dessa província.
1995). Muitas espécies de Decapoda que ocorrem na As demais espécies possuem ampla distribuição
província Brasileira têm uma ampla distribuição até e não ficaram confinadas a essas províncias, sendo
as províncias do Caribe e Índias Ocidentais, mais ao consideradas cosmopolitas ou com ampla distribuição
norte, como confirmado neste estudo. As províncias mundial, como é o caso de Calappa gallus, Paractaea
do Caribe, Índias Ocidentais e Brasileira são influen- rufopunctata nodosa, Ranilia constricta, Dissodactylus
ciadas pela Corrente Sul Equatorial, que é dividida ao crinitichelis entre outras.
norte, na altura do Rio Grande do Norte, na Corrente A taxa de endemismo das espécies de

326 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Stomatopoda e Decapoda encontradas foi baixa, concentra no bentos. Sendo assim, podemos alcançar
sendo apenas 7% endêmicas para a costa brasileira. um nível de pesca sustentável e que não comprometa
As espécies endêmicas encontradas foram: o carídeo a própria manutenção do ecossistema em questão.
Processa brasiliensis , os majídeos Microlissa brasiliensis e As espécies coletadas pelo REVIZEE Bentos, a
Podochela brasiliensis; o majídeo Microlissa brasiliensis; princípio, não possuem importância econômica direta,
o pinoterídeo Holothuriophilus tomentosus e o xantídeo pois são, em geral, de pequeno porte e baixa biomas-
Pilumnoides coelho. sa. No entanto, os invertebrados bentônicos, incluin-
do as espécies de crustáceos coletadas pelo REVIZEE
8.5. Importância econômica Bentos, são a base alimentar de muitas espécies co-
mercialmente exploradas pelo homem, como peixes,
As espécies de Crustacea comumente reconhecidas moluscos, crustáceos, etc.
como de importância econômica pertencem A partir de diversos trabalhos que tratam do con-
basicamente à ordem Decapoda, sendo muitas delas teúdo estomacal de espécies comercialmente explora-
pelágicas, como alguns grupos de Penaeidae (camarão- das, podemos inferir quais os grupos de crustáceos mais
rosa, camarão-santana, camarão-branco e camarão- comumente predados no bentos marinho da região.
sete-barbas) e Aristeidae (camarão-vermelho), ou
algumas bentônicas, como representantes dos 8.5.1. Crustáceos na dieta de peixes
Astacidea (lagostins e lagosta-americana), Palinura
(rocky lobster) e Brachyura (caranguejos) (Boschi & Serrano et al. (2003) trabalharam na Baía de Biscaia,
Scelzo, 1967; Holthuis, 1978, 1980, 1991; Pérez-Farfante, Espanha, com conteúdo estomacal de 18 espécies de
1970, 1988). peixes Teleostei e Elasmobranchii demersais, sendo
Muitos estudos sobre crustáceos de importância que alguns deles ocorrem no Brasil e são de importân-
econômica se concentram nos grupos pelágicos, en- cia comercial, como: Conger sp., Galeus sp., Merluccius
tretanto todos eles ressaltam a necessidade do conhe- sp., Mullus sp., Raja spp. e Scyliorhinus sp. Serrano et al.
cimento da base da cadeia alimentar. De acordo com (2003) observaram que as espécies adotam diferentes
Pérez-Farfante (1970), a fim de se obter a máxima ex- comportamentos tróficos em relação aos crustáceos,
tração de camarões sem colocar em perigo seu rendi- como: 1. predadores generalistas - são extremamente
mento futuro, os países devem determinar a produção especializados na predação de crustáceos, mas não se
ótima dos bancos de camarões a partir do estudo da atêm a um grupo específico; 2. predadores especiali-
biologia dessas espécies, incluindo estudos sobre ciclo zados - consomem preferencialmente um grupo parti-
vital, alimentação, crescimento, mortalidade e ecolo- cular de crustáceos; 3. predadores não-especializados
gia. A preocupação com o estudo das comunidades - consomem diferentes tipos de crustáceos, depen-
bentônicas, além de antiga, é crescente, e recentemen- dendo da fase do seu crescimento.
te vários trabalhos têm sido publicados a esse respeito. Analisando os resultados de Serrano et al.
Pinnegar et al. (2000) compilaram diversos estudos e (2003), temos as espécies de peixes Conger sp. e
publicaram uma revisão sobre os efeitos da pesca so- Scyliorhinus sp. e a raia Raja sp. como predadores
bre a comunidade bentônica. De acordo com esses generalistas. O primeiro alimentou-se de Munida
autores, as ferramentas utilizadas pela pesca muitas sp., Galathea sp. e Alpheus sp. (somando 17,5% de
vezes causam danos físicos ao bentos. Além disso, a sua dieta), o segundo alimentou-se basicamente de
pesca exploratória causa uma redução da predação pagurídeos (45% de sua dieta), e o terceiro alimentou-
sobre a comunidade bentônica, o que pode originar se de Crangonidae, Processa spp. e Galathea spp.
um aumento da competição entre os organismos. Tal (somando 70,5% de sua dieta). Destes, Alpheus
interação é chamada de cascata trófica, onde uma al- spp. (65 indivíduos) e Processa sp. (15 indivíduos)
teração em qualquer um dos níveis causa mudanças ocorreram na região de coleta do REVIZEE Bentos.
em todos os outros. Dessa forma, o ideal é conhecer Galeus sp. é predador não-especializado e alimentou-
e monitorar tanto as espécies de importância econô- se de Pasiphaea sp. e pagurídeos (somando 35,7%
mica direta como o seu alimento, que muitas vezes se da sua dieta). Pasiphaea é um gênero de camarões

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 327


pelágicos, portanto não foram encontrados nas do REVIZEE Bentos: os gêneros Alpheus (65 indivíduos),
coletas bentônicas da região estudada. Mulus Synalpheus (30 indivíduos) e Upogebia (2 indivíduos) e
sp. e Raja spp. são predadores especializados. O as famílias Portunidae (34 indivíduos), Xanthidae (90
primeiro alimentou-se basicamente de Processa spp. indivíduos), Leucosiidae (3 indivíduos) e Majidae (142
(somando 57% de sua dieta), e o segundo alimentou- indivíduos). Além desses, foram encontrados espécimes
se de pequenos crustáceos bentônicos, Amphipoda de Stomatopoda e Isopoda (Tabela 8).
e Crangonidae (somando 40% de sua dieta). Gilliam & Sullivan (1993) estudaram o conteúdo
Merluccius sp. alimentou-se basicamente de peixes, estomacal de Dasyatis americana Hildebrant & Schroder,
os crustáceos representaram apenas 4% de sua dieta 1928 nas Bahamas. Esse gênero ocorre no Brasil e tem
e, por esse motivo, não foi classificado quanto ao tipo sido explorado comercialmente. Os crustáceos foram
de alimentação crustacívora. as presas dominantes, correspondendo a 76,4% da
Estudo recente na região de Fortaleza sobre a dieta dessa espécie. Entre os crustáceos, as famílias
dieta alimentar da raia Dasyatis guttata mostra a im- mais predadas foram Albuneidae (4,1%), Alpheidae
portância dos crustáceos como um dos itens da base (5,5%), Gonodactylidae (6,8%), Penaeidae (18,7%),
alimentar desse vertebrado (Silva et al. 2001). Dasyatis Portunidae (24,8%) e Squillidae (11,6%). Dentre os
guttata ocorre em grande extensão do litoral brasi- membros da ordem Decapoda, as famílias Albuneidae
leiro, incluindo a área de estudo do REVIZEE Bentos/ e Penaeidae não foram coletadas pelo REVIZEE Bentos,
SCORE Central. Espécies de Dasyatis são responsáveis já a família Alpheidae foi bastante abundante, com 387
por grande parte da produção pesqueira de raias, indivíduos. A família Portunidae também foi coletada
principalmente as espécies D. americana Hildebrand e pelo REVIZEE Bentos (34 indivíduos). As famílias de
Schroeder, 1928 e D. guttata (Silva et al., 2001). Stomatopoda, Gonodactylidae e Squillidae foram
Silva et al. (2001) dividiram as raias coletadas representadas no REVIZEE Bentos com 17 e cinco
de D. guttata (juvenis e adultas) em classes de tama- indivíduos respectivamente.
nho, variando entre 120 e 800 mm. Os crustáceos Um dos fenômenos de enxameamento entre os
foram os únicos encontrados em todas as classes, crustáceos mais bem conhecidos é o que ocorre com
exceto a de 120-130 mm, sendo, portanto, o grupo espécies de galateídeos do gênero Pleuroncodes no
predominante na dieta dessa espécie. Estiveram Pacífico Oriental. Tais crustáceos são vulgarmente
presentes na dieta crustacívora indivíduos dos conhecidos como caranguejo-vermelho (red crab),
gêneros Penaeus (Dendrobranchiata) e Callinectes apesar de pertencerem à infra-ordem Anomura. Como
(Brachyura) e das ordens Stomatopoda, Isopoda e hábito de vida, tais animais possuem uma fase pelágica
Amphipoda (Tabela 8). na plataforma continental durante os dois primeiros
Outro estudo sobre D. guttata realizado na região anos de suas vidas e posteriormente descem para
da Ilha de Itaparica, Bahia, (Souza Filho, 1993) mostra o fundo onde migram para zonas mais profundas.
uma dieta um pouco diferente dessa espécie, quando Contudo, nessa fase pelágica é que ocorre uma alta
comparado com o estudo anterior. Os itens alimentares concentração de indivíduos na ordem de centenas de
mais importantes na dieta foram os crustáceos, indivíduos por m3. Esses cardumes de galateídeos são
principalmente da família Alpheidae (Alpheus sp. e grande fonte de alimento para peixes comercialmente
Synalpheus sp.), seguida pelos Upogebiidae (Upogebia importantes, como diferentes espécies de atuns, assim
sp.), Brachyura (Chasmocarcinus cilindricus Rathbun, como para aves, leões-marinhos e a baleia-cinza (Bliss,
1901, Arenaeus cribarius (Lamarck, 1818), Portunidae, 1982). No REVIZEE Bentos, foram coletadas quatro
Xanthidae, Leucosiidae e Majidae), Dendrobranchiata espécies de galateídeos, mas com uma abundância
(Penaeidae), Stomatopoda e Isopoda. Dos grupos acima extremamente baixa (64 indivíduos) quando comparada
citados, os seguintes foram coletados nas campanhas com os resultados do Pacífico.

328 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Tabela 8: Grupos de Crustacea predados por peixes que ocorrem no Brasil (modificado de Gilliam & Sullivan,
1993; Souza Filho, 1993; Silva et al., 2001 e Serrano et al., 2003) e sua abundância nas coletas do REVIZEE Bentos.
Quando o gênero ou espécie não foram coletados pelo REVIZEE Bentos foi quantificada a família ou superfamília
correspondente.

Gêneros de Teleostei e Grupos de Crustacea predados Número de indivíduos dos


Elasmobranchii que ocorrem no que foram coletados pelo grupos de Crustacea coletados
Brasil e citados como predadores REVIZEE Bentos pelo REVIZEE
do Bentos

Elasmobranchii
Dasyatis americana Alpheidae 387
Gonodactylidae 17
Portunidae 34
Squillidae 05
Dasyatis guttata Alpheidae (Alpheus) 65
Alpheidae (Synalpheus) 30
Amphipoda 2.838
Isopoda 2.256
Leucosiidade 03
Portunidae 34
Majidae 142
Stomatopoda 28
Upogebiidae (Upogebia) 02
Xanthidae 90
Raja spp. Amphipoda 2.838
Euphausiacea 01
Galatheidae 66
Portunidae 34
Processidae (Processa spp.) 15
Scyliorhinus spp. Galatheidae 66
Portunidae 34
Teleostei
Conger sp. Alpheidae (Alpheus) 65
Galatheidae 66
Galatheidae (Munida sp.) 64
Mulus sp. Processidae (Processa spp.) 15
Portunidae 34

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 329


8.5.2. Crustáceos na dieta de oriental da América do Norte. Foi associado o tamanho
outros crustáceos dos organismos após o assentamento com o tipo de
dieta alimentar empregada pelos mesmos. Dessa for-
Apesar da reconhecida importância, poucos trabalhos ma, as lagostas foram divididas em quatro grupos de
tratam da dieta dos crustáceos mais consumidos na acordo com o comprimento de carapaça. No grupo de
pesca comercial. Lumardon-Branco et al. (2002) ana- até 7 mm de carapaça, os principais itens consumidos
lisaram a dieta de Callinectes ornatus Ordway, 1863 foram os moluscos (bivalves e gastrópodes) e as algas,
(Portunidae) trabalhando com material de Santa Ca- os crustáceos mais representativos foram Copepoda,
tarina, Brasil. Essa espécie tem ampla distribuição no Ostracoda, Amphipoda e o caranguejo Cancer irroratus
Atlântico Ocidental, desde a Carolina do Norte, Esta- Say, 1817. No grupo de 10-20 mm de carapaça, os prin-
dos Unidos, até o Rio Grande do Sul, Brasil, e pode ser cipais itens consumidos foram os moluscos bivalves e
encontrada em profundidades de até 75 m. Os autores algas, seguidos dos crustáceos Brachyura, Copepoda,
afirmam que além de saprófago, C. ornatus é também Ostracoda, Amphipoda, Isopoda, lagostas, Pagurus sp.
predador e cava o substrato procurando alimento. e Crangonidae. No grupo de 25-60 mm de carapaça, a
Os principais itens na dieta de C. ornatus são peixes dieta ainda foi constituída principalmente de molus-
(22,41%), crustáceos braquiúros (15,19%) e peneídeos cos bivalves, porém logo seguido pelos caranguejos.
(14,75%). No entanto, os crustáceos foram a categoria A dieta desse grupo consistiu ainda de Pagurus sp., Iso-
de presa mais diversificada, com 17 grupos identifica- poda, Amphipoda, Palinuridae, Cangronidae, Copepo-
dos. Dessa forma, somando as porcentagens de volu- da, Ostracoda e Balanus sp. Já no grupo de 65-77 mm
me do conteúdo estomacal dos 17 grupos, os crustáce- de comprimento de carapaça, os principais itens con-
os ficam sendo o item mais representativo na dieta de sumidos foram os caranguejos, ocorrendo também
C. ornatus (42,42% da dieta). pagurídeos e lagostas.
Nesse mesmo trabalho, Lumardon-Branco et
al. (2002) estudaram a variação sazonal da dieta de C. 8.6. Agradecimentos
ornatus e observaram que os crustáceos foram usados
como presa durante as quatro estações do ano. A partir O primeiro autor agradece à Dra. Helena Passeri
desse resultado, pode-se afirmar que os crustáceos re- Lavrado(UFRJ) pelo convite e confiança em coordenar a
presentam a base da dieta de C. ornatus, que é compos- parte de Crustacea do REVIZEE-Bentos em decorrência do
ta principalmente por Brachyura não identificados, Pe- falecimento do Prof. Paulo S. Young (MN/UFRJ) em maio
naeidae, Portunidae, Mysidacea, Amphipoda, Isopoda, de 2004. Os demais autores agradecem à Msc. Letícia Gon-
Diogenidae (Paguroidea), Sergestidae e Xanthidae. çalves Rodrigues (MN/UFRJ) pelo auxílio com literatura
Sainte-Marie e Chabot (2001) tratam especifica- de dieta de peixes. Gostaríamos de agradecer também a
mente da dieta de estágios juvenis bentônicos da lagos- valiosa contribuição dos referees Dr. Gustavo Mello (MU-
ta Homarus americanus H. Milne Edwards, 1837 na costa ZUSP) e Dra. Georgina Bond-Buckup (UFRGS).

330 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


8.7. Referências bibliográficas COSTA, P. A. S.; MARTINS, A. S.; SILVA, G. O. M.; BRAGA, A. C.;
HAIMOVICI, M. 2000. Prospecção pesqueira demersal no
talude da costa central brasileira a bordo do N. Oc. Thalassa.
ABELE, L. G. 1982. Systematics, the fossil record, and Campanha Bahia 2. In: Relatório interno. Avaliação do
biogeography. 6. Biogeography. In: BLISS, D. E. (Ed.). The Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica
Biology of Crustacea. New York: Academic Press. p. 241- Exclusiva – REVIZEE. Rio de Janeiro. 56 p.
304.
FOREST, J. (Ed.). 1999. Traité de Zoologie. Anatomie,
BARNARD, J. L. 1976. Amphipoda (Crustacea) from the Indo- Systématique, Biologie. Tome VII, Fascicule IIIA. Crustacés
Pacific tropics: a review. Micronesica, Guam, v. 12, n. 1, p. Péracarides. Memoires de l’Institut Oceanographique,
169-181. Monaco, v. 19, p. 1-450.

BARNARD, J. L.; KARAMAN, G. S. 1991. The families and genera FRANSEN, C. H. 2002. Taxonomy, phylogeny, historical
of marine gammaridean Amphipoda (except marine biogeography, and historical ecology of the genus
gammaroids). Records of the Australian Museum, Sydney, Pontonia Latreille (Crustacea: Decapoda: Caridea:
Supplement 13, p. 1-866. Palaemonidae. Zoologische Verhandenlingen, Leiden, v.
336, p. 1-433.
BLISS, D. E. 1982. Shrimps, lobsters and crabs – their fascinating
life history. New Jersey: New Century Publishers. 242 p. GAGE, J. D.; TYLER, P. A. 1991. Deep-sea biology – A natural history
of organisms at the deep-sea floor. New York: Cambridge
BOSCHI, E. E. 2000. Biodiversity of marine decapod brachyurans University Press. 504 p.
of the Americas. Journal of Crustacean Biology, New York,
v. 20, n. 2, p. 337-342. Special number. GILLIAM, D.; SULLIVAN, M. 1993. Diet and feeding habits of
the southern stingray Dasyatis americana in the central
BOSCHI, E. E.; SCELZO, M. A. 1967. Campaña de pesca Bahamas. Bulletin of Marine Science, Miami, v. 52, n. 3, p.
exploratoria camaronera en el litoral de la provincia de 1007-1013.
Buenos Aires. Serie Informes Técnicos, Mar del Plata, v. 2.
GOMES-CORRÊA, M. M. 1998. Malacostraca. Hoplocarida. In:
BOWMAN, T. E.; ABELE, L. G. 1982. Systematics, the fossil YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of Crustacean of Brazil. Rio de
record, and biogeography. 1. Classification of the Recent Janeiro: Museu Nacional. p. 289-298. (Série Livros 6).
Crustacea. In: In: BLISS, D. E. (Ed.). The Biology of Crustacea.
New York: Academic Press. p. 1-27. GONZÁLEZ, E. R.; WATLING, L. 2003. A new species from
Hyalella from Brazil (Crustacea: Amphipoda: Hyalellidae),
BRANDT, A.; POORE, G. 2003. Higher classification of the with redescirptions of three other species in the genus.
flabelliferan and related Isopoda based on a reappraisal of Journal of Natural History, London, v. 37, n. 17, p. 2045-
relationships. Invertabrate Systematics, v. 17, p. 893-923. 2076.

BRASIL-LIMA, I. M. 1998. Malacostraca-Peracarida. Isopoda- HOLTHUIS, L. B. 1978. FAO species identification sheets for
Flabellifera. Aegidae. In: YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of fishery purposes. Food and Agriculture Organization of the
Crustacean of Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. United Nations, 6, 156 p.
633. (Série Livros 6).
HOLTHUIS, L. B. 1980. FAO species catalogue. Shrimps and
BRASIL-LIMA, I. M.; BARROS, C. M. L. 1998. Malacostraca- prawns of the world. An annotated catalogue of species
Peracarida. Freshwater Isopoda. Flabellifera and Asellota. of interest to fisheries. Rome: FAO. p. 271. (FAO Fisheries
In: P.S. YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of Crustacean of Synopsis, n. 125, v. 1).
Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 645-651. (Série
Livros 6). HOLTHUIS, L. B. 1991. FAO Species Catalogue. Marine Lobsters
of the world. An annotated and illustrated catalogue of
BRIGGS, J. C. 1995. Global Biogeography. Developments in species of interest to fisheries known to date. Rome: FAO.
Palaeontology and Statigraph. Amsterdam: Elsevier. v. 14. 292 p. (FAO Fisheries Synopsis, n. 125, v. 13).
452 p.
HOLTHUIS, L. B. 1993. The recent genera of the caridean and
BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. 2003. Invertebrates. Sunderland: stenopodidean shrimps (Crustacea, Decapoda. Leiden:
Sinauer Associates. 936 p. Nationaal Natuurhistorisch Museum. 328 p.

CHRISTOFFERSEN, M. 1998. Malacostraca. Eucarida. HURLBERT, S. H. 1977. Aquatic Biota of Southern South America. San
Crangonoidea and Alpheioidea (Except Diego: San Diego State University. 342 p.
Glyphocrangonidae and Crangonidae): In: YOUNG, P. S.
(Ed.). Catalogue of Crustacean of Brazil. Rio de Janeiro: HURLBERT, S. H.; RODRÍGUEZ, G; SANTOS, N. D. (Ed.) 1981.
Museu Nacional. p. 351-372. (Série Livros 6). Aquatic Biota of Tropical South America. San Diego: San
Diego State University. 323 p.
COELHO, P. A.; COELHO FILHO, P. A. 1993. Proposta de
classificação da família Xanthidae (Crustacea, Decapoda, KENSLEY, B; SCHOTTE, M.; SCHILLING, S. 1996. World list of
Brachyura) através da taxonomia numérica. Revista Marine, Freshwater and Terrestrial Crustacea Isopoda.
Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 10, p. 559-580. Washington DC: Smithsonian Institution. Disponível em:
<www.nmnh.si.edu/iz/isopod>. Acesso em: set. 2004.

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 331


LEÃO, Z. M. A. N.; KIKUCHI, R. K. P. 2001. The Abrolhos reefs MELO-FILHO, G. A. S.; COELHO-FILHO, P. A. 2004. Material of
of Brazil. In: Seelinger, U.; Kjerfve, B. (Ed.). Coastal marine Munida Leach (Decapoda: Galatheidae collected off the
ecosystems of Latin America. Berlin: Springer Verlag. p. 83- northeast of Brazil under the Revizee Program. Nauplius,
96. (Ecological studies, 144) São Paulo, v. 12, n. 2, p. 59-64.

LOYOLA e SILVA, J. 1998. Malacostraca-Peracarida. Isopoda- MELO-FILHO, G. A. S.; MELO, G. A. S. 2001. Espécies do gênero
Flabellifera. Spheromatidae and Ancinidae. In: YOUNG, P. Munida Leach (Crustacea, Decapoda, Galatheidae),
S (Ed.). Catalogue of Crustacean of Brazil. Rio de Janeiro: distribuídas na costa do Brasil. Revista Brasileira de
Museu Nacional. p. 627-632. (Série Livros 6). Zoologia, Curitiba, v. 18, n. 4, p. 1135-1176.

LUMARDON-BRANCO, M. J.; VERANI, J. R.; SCHVEITZER, R; MONOD, T. H.; FOREST, J. 1996. Histoire de la classification de
SOUTO, F. X.; VALE, W. G. 2002. Natural diet of Callinectes Crustacés. In: FOREST, J. (Ed.). Traité de Zoologie. Anatomie,
ornatus Ordway, 1863 (Decapoda, Portunidae) in Systématique, Biologie. Crustacés. Tome VII, Fascicule II.
Itaporocoy Inlet, Penha, SC, Brazil. Brazilian Archives of Généralités (suite) et systématique. Paris: Masson. p. 235-
Biology and Technology, v. 45, n. 1, p. 35-40. 267.

MAGALHÃES, C. 1998. Malacostraca-Eucarida. Brachyura. PÉREZ-FARFANTE, I. 1970. Claves ilustradas para la


Pseudothelphusidae and Trichodactylidae. In: YOUNG, P. identificación de los camarones comerciales de la America
S. (Ed.). Catalogue of Crustacea of Brazil. Rio de Janeiro: Latina. Instituto National de Investigaciones Biológico
Museu Nacional. p. 517-523. (Série Livros 6). Pesqueras, Serie Divulgación, México, v. 3, n. 50, p. 48.

MAGALHÃES, N.; YOUNG, P. S. 2003. Bathynomus A. Milne PÉREZ-FARFANTE, I. 1988. Illustrated key to penaeoid shrimps
Edwards, 1879 (Isopoda, Cirolanidae) from the Brazilian of commerce in the Americas. NOAA Technical Report,
coast, with description of a new species. Arquivos do National Marine Fisheries Service, v. 64, p. 1-32.
Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 61, n. 4, p. 221-239.
PINNEGAR, J. K.; POLUNIN, N. V. C.; FRANCOUR, P.;
MANNING, R. B. 1995. Stomatopod Crustacea of Vietnam: the BADALAMENTI, F.; CHEMELO, R.; HARMELIN-VIVIEN, M.
legacy of Raul Serène. Crustacean Research, Kumamoto, n. L.; HEREU, B.; MILAZZO, M.; ZABALA, M.; D´ANNA, G.;
4, p. 1-339. Special number PIPITONE, C. 2000. Trophic cascades in benthic marine
ecosystems: lessons for fisheries and protected-area
MARTIN, J. L.; DAVIS, G. E. 2001. An updated classification of management. Enviromental Conservation, Lausanne, v.
recent Crustacea. Los Angeles: Natural History Museum of 27, n. 2, p. 179-200.
Los Angeles County. 124 p. (Science Series 39).
PIRES, A. M. S. 1987. Potiicoara brasiliensis, a new genus and
MARTIN, J. W.; CHRISTIANSEN, J. C. 1995. A morphological species of Spelaeogriphacea (Crustacea: Peracarida)
comparison of the phyllopodous thoracic limbs from Brazil with phylogenetic analysis of the Peracarida.
of a leptostracan (Nebalia sp.) and a spinicaudate Journal of Natural History, London, v. 21, p. 225-238.
conchostracan (Leptestheria sp.), with comments on the
use of Phyllopoda as a taxonomic category. Canadian PIRES-VANIN, A. M. S. 1998. Malacostraca-Peracarida. Marine
Journal of Zoology, Ottawa, v. 73, n. 12, p. 2283-2291. Isopoda. Anthuridea, Asellota (pars), Flabellifera (pars), and
Valvifera. In: YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of Crustacean of
MELO, G. A. 1996. Manual de identificação dos Brachyura Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 605-624. (Série Livros
(caranguejos e siris) do Litoral brasileiro. São Paulo: Museu 6).
de Zoologia da Universidade de São Paulo; Plêiade. 603 p.
PIRES-VANIN, A. M. S. 2001. Isopod assemblages on the
MELO, G. A. 1998. Malacostraca-Eucarida. Brachyura. continental shelf and upper slope from the southwestern
Oxyrhyncha and Brachyrhyncha. In: YOUNG, P. S. (Ed.). Atlantic. Crustacean Issues, Leiden, v. 13, p. 289-300.
Catalogue of Crustacea of Brazil. Rio de Janeiro: Museu
Nacional. p. 455-515. (Série Livros 6). POORE, G. 2001. Families and genera of Isopoda Anthuridea.
Crusctacean Issues, Leiden, v. 13, p. 63-173.
MELO, G. A. 1999. Manual de identificação dos Crustacea
Decapoda do litoral brasileiro: Anomura; Thalassinidea; RAMOS-PORTO, M.; COELHO, P. 1998. Malacostraca-Eucarida.
Palinura; Astacidea. São Paulo: Museu de Zoologia da Caridea. In: YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of Crustacean of
Universidade de São Paulo; Plêiade. 551 p. Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 325- 350. (Série
Livros 6).
MELO, G. A. 2003. Manual de identificação dos Crustacea
Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo: Museu de RAMOS-PORTO, M.; TORRES, M. F. A; VIANA, G. F. S; SANTOS,
Zoologia da Universidade de São Paulo; Loyola. 429 p. M. C. F; ACIOLI, F. D.; CABRAL, E. 2000. Registers of two
species of Crustacea Decapoda Brachyura in Brazilian
MELO, G. A.; TORRES, M. F. A.; CAMPOS Jr., O. 1998. Malacostraca- waters. Nauplius, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 169-171.
Eucarida. Brachyura. Dromiacea and Oxystomata. In:
YOUNG, P. S. (Ed.). Catalogue of Crustacea of Brazil. Rio de RODRIGUES, C.; YOUNG, P. S. 2003. Duas espécies de
Janeiro: Museu Nacional. p. 439-454. (Série Livros 6). Acanthocarpus (Crustacea, Calappidae) para a costa do
Brasil. Boletim do Museu Nacional, Série Zoologia, Rio de
Janeiro, v. 505, p. 1-8.

332 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


RODRIGUES, C.; YOUNG, P. S. 2005. Stomatopoda (Crustacea, SPEARS, T.; ABELE, L. G. 1997. Crustacean phylogeny inferred
Hoplocarida) coletados pelo Programa REVIZEE com duas from 18S rDNA. In: FORTEY, R. A.; THOMAS, R. H. (Ed.).
novas ocorrências para a costa do Brasil. Arquivos do Arthropod relationships. London: Chapman and Hall.
Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 63, n. 2, p. 233-245. (Systematics Association Special Volume series 55).

SAINTE-MARIE, B.; CHABOT, D. 2001. Ontogenetic shifts in TAVARES, M. 1996. Sur la validité de Bathyplax typhlus oculiferus
natural diet during benthic stages of American lobster Miers, 1886 (Decapoda, Brachyura). Crustaceana, Leiden,
(Homarus americanus), off Magdalen Islands. Fishery v. 69, n. 3, p. 413-423.
Bulletin, Washington, v. 100, n. 1, p. 106–116.
TAVARES, M., CAMPINHO, P. 1998. Three new records of deep
SCHRAM, F. R. 1986. Crustacea. New York: Oxford University sea squat lobsters of the genus Munidopsis Whiteaves
Press. p. 606. from the southwestern Atlantic Ocean (Decapoda:
Galatheidae). Crustacean research, Kunamoto, v. 27, p. 88-
SCHRAM, F. R.; HOF, C. H. J. 1998. Fossil and the interrelationship 100.
of major crustacean groups. In: EDGECOMBE, G. D. (Ed.).
Arthropod fossil and phylogeny. New York: Columbia TAVARES, M.; MENDONÇA Jr., J. B. 1997. Bathysquilla microps
University Press. p. 233-302. (Manning, 1961), a deep sea mantis shrimp new to the
Brazilian fauna (Crustacea: Stomatopoda, Bathysquillidae).
SEREJO, C. S. 2004. Talitridae (Amphipoda: Gammaridea) from Bulletin of Marine Science, Miami, v. 61, n. 3, p. 929-933.
the Brazilian coast. Zootaxa, v. 646, p. 1-29.
THOMAS, J. 1993. Biological monitoring and tropical
SEREJO, C. S.; YOUNG, P. S.; CARDOSO, I. C.; TAVARES, C.; RODRIGUES, biodiversity in marine environments: a critique with
C.; ALMEIDA, T. C. (no prelo). Abundância e diversidade de recommendations, and comments on the use of
Crustacea no talude da costa central do Brasil (11º – 22ºS) amphipods as bioindicators. Journal Natural History,
coletado pelo Programa REVIZEE Pesca – SCORE Central. London, v. 27, p. 795-806.
In: COSTA, P. A. S.; MARTINS, A. S; OLAVO, G. (Ed.). Pesca e
potenciais de exploração de recursos vivos da região central da VANZOLINI, P. E. (Ed.). 1964. História natural dos organismos
Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu aquáticos do Brasil. Resultado de um seminário sobre
Nacional. (Série livros n.14). história natural de organismos aquáticos do Brasil. São
Paulo, dezembro 1963. São Paulo: Fundação de Amparo
SERRANO, A.; VELASCO, F.; SÁNCHEZ, F. 2003. Macrobenthic à Pesquisa do Estado de São Paulo. 452 p.
crustaceans in the diet of demersal fish in the Bay of
Biscay in relation to abundance in the environment. WAKABARA, Y.; SEREJO, C. S. 1998. Malacostraca-Peracarida.
Sarsia, Bergen, v. 88, p. 36-48. Amphipoda. Gammaridea and Caprellidea. In: YOUNG, P.
S. (Ed.). Catalogue of Crustacean of Brazil. Rio de Janeiro:
SILVA, G. B.; VIANA, M. S. R.; FURTADO NETO, M. A. A. 2001. Museu Nacional. p. 561-594. (Série Livros 6).
Morfologia e alimentação da raia Dasyatis guttata
(Chondricthyes: Dasyatidae) na enseada do Mucuripe, WENNER, E. L. 1982. Notes on the distribution and biology
Fortaleza, Ceará. Arquivos de Ciências do Mar, Fortaleza, v. of Galatheidae and Chirostylidae (Decapoda: Anomura)
34, p. 67-75. from the Middle Atlantic Bight. Journal of Crustacean
Biology, New York, v. 2, n. 3, p. 360-377.
SOUZA-FILHO, J. J. 1993. Dinâmica alimentar de Dasyatis
guttata, Bloch e Schneider, 1801, (Elasmobranchii: WILSON, G. 2004. Systematic of Asellota (Isopoda). Sydney:
Dasyatididae), comentários sobre a biologia reprodutiva Australian Museum. Disponível em: <www.personal.usyd.
e descrição da pesca na área de influência da estação edu.au/~buz/asellota.html>. Acesso em: set. 2004.
ecológica Ilha do Medo (Itaparica – BA) e águas adjacentes.
65 f. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) - YOUNG, P. S. (Ed.). 1998. Catalogue of Crustacea of Brazil. Rio
Universidade Federal da Bahia, Salvador. de Janeiro: Museu Nacional. 717 p. (Série Livros 6).

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 333


8.8. Anexo

Anexo 1: Lista dos taxa de Crustacea Decapoda coletados pelas campanhas Central V e VI do programa REVIZEE/
SCORE Central e as respectivas estações de coleta na área de estudo.

Táxon Estações
Alpheidae
Alpheus amblyonix Chace, 1972 C5-2R; C5-4R; C5-13R; C5-21R; C5-34R;
C5-48R; C5-49R
Alpheus cristulifrons Rathbun, 1900 C5-48R
Alpheus floridanus Kingsley, 1878 C5-2R; C5-4R
Alpheus sp. Fabricius, 1798 C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-13R; C5-16R; C5-23R; C5-25A;
C5-36R; C5-38R; C5-40R; C5-45R
Automate sp. C5-48R
Synalpheus sp. Bate, 1888 C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-14R;
C5-17R; C5-25R; C5- 28R; C5-30R; C5- 34R; C5- 40R;
C5-45R; C5- 49R; C6-Y2
Axiidae
Coralaxius abelei Kensley & Gore, 1980 C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-14R; C5-20R; C5-21R;
C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-27R; C5-30R; C5-40R;
C5-45R; C5-49R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y6
Bresiliidae
Pseudocheles chacei Kensley, 1983 C5- 34R
Calappidae
Acanthocarpus bispinosus A. Milne-Edwards, 1880 C5-504
Calappa gallus (Herbst, 1803) C5-45R
Cryptosoma balgueri (Desbonne, 1867) C6-Y1
Osachila antillensis Rathbun, 1916 C6-Y2
Callianassidae
Callianassidae gen. sp. C6-R2#1
Dorippidae
Ethusa americana A. Milne Edwards, 1880 C5-5R
Dromiidae
Moreiradromia antillensis (Stimpson, 1858) C5-7R; C5-20R
Galatheidae
Munida forceps A. Milne Edwards, 1880 C5-504; C5-2F
Munida spinifrons Henderson, 1885 C5- 17; C5-20R; C5-25R; C5-27R; C5- 35; C5-36; C5-38R;
C5-42; C6-1R; C6-Y2; C6-Y3; C6-C6R2; C6-Y6; C6- C13;
C6-44
Munidopsis sp. C5-25R
Munidopsis sp. nov. C5-41F

334 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Goneplacidae
Bathyplax typhla A. Milne Edwards, 1880 C5-517
Goneplacidae gen. sp. C5-7R; C5-10R; C5-25R; C5-30R; C5-33R; C5-42R
Nanoplax xanthiformes (A. Milne-Edwards, 1880) C5-45R; C5-49R
Neopilumnoplax americana (Rathbun, 1898) C5-517
Hippolytidae
Latreutes fucorum (Fabricius, 1798) C5-4F
Trachycaris restricta (A. Milne Edwards, 1878) C5-13R
Homolidae
Homola barbata (Fabricius, 1793) C5-38R
Leucosiidae
Callidactylus asper Stimpson, 1871 C6-R1#4
Iliacanta sparsa Stimpson, 1871 C5-36
Lithadia sp. C5 -13B
Myropsis quinquespinosa Stimpson, 1871 C6-R3#2
Speloephorus elevatus Tathbun, 1898 C5-2R
Majidae
Aepinus septemspinosus A. Milne Edwards, 1879 C6-Y2
Collodes armatus Rathbun, 1898 C6-Y7
Collodes rostratus A. Milne Edwards, 1880 C6-R1#1; C6-Y1
Collodes trispinosus Stimpson, 1871 C5-38R
Epialtus bituberculatus H. Milne Edwards, 1834 C5-4F; C5-10R
Herbstia depressa Stimpson, 1860 C5-30R
Leurocyclus tuberculosus (H. Milne Edwards & Lucas, C6-Y1
1843)
Macrocoeloma eutheca (Stimpson, 1871) C5-45R; C6-R1#1; C6-Y6
Macrocoeloma laevigatum (Stimpson, 1860) C5-5R
Macrocoeloma septemspinosum (Stimpson, 1871) C5-42R
Macrocoeloma trispinosum (Latreille, 1825) C5-42R
Microlissa brasiliensis (Rathbun, 1923) C5-17R; C5-36; C5-44;
Mithraculus forceps (A. Milne Edwards, 1875) C5-5R; C5-21R; C5-24R; C5-30R; C5-49R; C6-A1; C6-Y3;
C6-Y7
Mithrax hemphilli Rathbun, 1923 C5-2R; C5-21R
Mithrax sp. Desmarest, 1823 C5-49R
Mycrophrys bicornutus (Latreille, 1825) C5-45R
Nemausa acuticornis (Stimpson, 1870) C5-2R; C5- 10R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y3; C6-Y6; C6-Y7
Nemausa cornutus (Saussure, 1857) C5-20R
Nemausa sp. C5-44R
Picroceroides tubularis Miers, 1886 C5-2R; C5-42R; C6-Y7
Podochela algicola Stebbing, 1914 C6-A1; C6-Y7
Podochela brasiliensis Coelho, 1972 C5-5R; C5-33R;

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 335


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Podochela gracilipes Stimpson, 1871 C5-42R
Podochela riisei Stimpson, 1860 C5-45R
Podochela sp. C6-R4#1
Rochinia gracilipes A. Milne Edwards, 1875 C6-Y1
Stenorhyncus seticornis (Herbest, 1788) C5-45R
Paguroidea
Paguroidea gen. sp. C5-2R; C5-4R; C5-14R; C5-25A; C5-27R; C5-30R; C5-38R;
C5-42R; C5-45R; C6-Y2; C6-Y7
Palaemonidae
Anchistioides antiguensis (Schmitt, 1924) C5-34R
Brachycarpus biunguiculatus (Lucas, 1849) C5-2R; C5-4F; C5-7F; C5-13R; C5-16R; C5-20R; C5-21R;
C5- 28R; C5-30R; C5- 48R; C5-49R; C6-Y3
Leander tenuicornis (Say, 1818) C5-4R; C5-5R; C5-7R
Periclimenaeus bermudensis (Armstrong, 1940) C5-10R; C5-21R
Pontonia manningi Fransen, 2000 C5-30R
Parthenopidae
Parthenope (Platylambrus) fraterculus (Stimpson, 1871) C5-38R
Parthenope (Platylambrus) serrata (H. Milne-Edwards, C5-32R
1834)
Thyrolambrus astroides Rathbun, 1894 C5-12R; C5-30R
Pinnotheridae
Dissodactylus crinitichelis Moreira, 1901 C5-44R
Pinnaxodes tomentosus Ortmann, 1894 C5-5R
Portunidae
Cronius tumidulus Stimpson, 1871 C5-2R; C5-4R; C5-5R; C6-Y7
Laleonectes vocans (A. Milne Edwards, 1878) C5-10R; C5-20R; C5-21R; C5-24R; C5-30R; C5-42R;
C5-49R
Portunus anceps (Saussure, 1858) C5-49R
Portunus ordwayi (Stimpson, 1860) C5-2R; C5-5R; C6-A1
Processidae
Processa brasiliensis Christoffersen, 1979 C5-4R; C5- 5R C5-13R; C5-21R; C5-30R; C5-34R;
C5- 40R; C5- 48R
Palicidae
Palicus alternatus Rathbun, 1897 C5-2R
Raninidae
Ranilia constricta A. Milne Edwards, 1880 C6-Y1;
Ranilia muricata H. Milne Edwards, 1837 C5-49R
Symetis variolosa (Fabricius, 1793) C5-5R

336 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Thalassinidea
Thalassinidea gen. sp. Latreille, 1831 C5-504; C5-2R; C5-7R; C5-12R; C5-14R; C5-20R; C5-21R;
C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-27R; C5-30R; C5-33R;
C5-42R; C5-45R; C5-49R; C6-C13; C6-R2#4
Upogebiidae
Pomatogebia operculata Schmitt, 1924 C5-5R; C5-25R; C5-27R; C6-A1; C6-Y3; C6-Y7
Upogebia sp. C6-Y5
Xanthidae
Allactaea lithostrota (Williams, 1974) C5-25R
Glyptoxanthus vermiculatus (Lamarck, 1818) C5-16R; C5-44R
Melybia thalamita Stimpson, 1871 C5-2R
Micropanope sp. C5-42R
Paractaea rufopunctata nodosa (Stimpson, 1860) C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-20R; C5-21R; C5-23R;
C5-24R; C5-25R; C5-30R; C5-42R; C5-45R; C5-49R
Pilumnoides coelhoi Guinot & MacPherson, 1987 C5-5R
Pilumnoides hassleri A. Milne-Edwards, 1880 C5-35R; C5-36;
Pilumnus sp. C5-5R; C5-14R; C5-49R
Pilumnus spinosissimus Rathbun, 1898 C5-2R; C5-4R
Platypodiella spectabilis (Herbst, 1794) C5-2R

CAPÍTULO 8 – FILO ARTHROPODA. SUBFILO CRUSTACEA 337


Capítulo 9
Filo Echinodermata
Carlos Renato Rezende Ventura; Renata Pires Nogueira Lima; Carla Catalan Nobre; Iuri Veríssimo;
Paula Caetano Zama.1

Resumo
Dos 4.735 espécimes coletados, foram registradas 78 morfoespécies pertencentes a 38 famílias. Dentre as mor-
foespécies, 51 foram identificadas em nível específico, 21 em nível de gênero e seis em nível de família. A classe
Ophiuroidea foi a mais abundante, e as classes Crinoidea e Holothuroidea as menos representadas. As famí-
lias Astropectinidae e Goniasteridae (Asteroidea), Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae e Ophiocomidae
(Ophiuroidea), Cidaridae e Echinothuriidae (Echinoidea) foram as predominantes. O número de famílias dimi-
nuiu gradativamente com o aumento da profundidade. O mesmo padrão foi registrado para o número absoluto
de espécies. Os índices de riqueza e diversidade de espécies foram maiores nas estações mais rasas (20-100 m)
e menores naquelas mais profundas. Houve uma mudança na composição faunística e um aumento nos índices
de riqueza e diversidade nas estações localizadas entre 400 e 600 m de profundidade. As espécies com maior
distribuição batimétrica foram Psilaster crassiope, Stylocidaris lineata e Phormosoma placenta. Três novas ocor-
rências foram registradas para a costa brasileira: Asteronyx loveni, Astrodia tenuispina e Tamaria cf. floridae. Ape-
sar de as diferenças no esforço amostral e o uso de vários equipamentos de coleta limitarem a interpretação dos
dados de riqueza e diversidade de espécies, padrões semelhantes aos aqui apresentados já foram registrados
em outras regiões do mundo.

Palavras-chave: Echinodermata, Zona Econômica Exclusiva, abundância, riqueza, diversidade.

1. Departamento de Invertebrados – Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro

VENTURA, C. R. R. et al. 2006. Capítulo 9. Filo Echinodermata. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva
brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 339-389 (Série Livros n. 18) 339
Abstract
A total of 4,735 specimens was sampled and 78 morpho-species belonging to 38 families were recorded. Among
the morpho-species, 51 were identified to species level, 21 to genus and 6 to family. The class Ophiuroidea
was the most abundant and the classes Crinoidea and Holothuroidea were only scarcely recorded. The families
Astropectinidae and Goniasteridae (Asteroidea), Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae and Ophiocomidae
(Ophiuroidea), Cidaridae and Echinothuridae (Echinoidea) were dominant. The number of families decreased
gradually with increasing depth. The same pattern was recorded for the absolute number of species. The indi-
ces of richness and diversity of species were higher at shallow stations than at the deep ones. Changes in faunal
composition and increases in richness and diversity indices were recorded at 400-600m depth stations. Three
species showed the most extent bathymetric distribution, Psilaster cassiope, Stylocidaris lineata and Phormosoma
placenta. Three species were recorded for the first time in the Brazilian coast: Asteronyx loveni, Astrodia tenuispina
and Tamaria cf. floridae. Although differences in sampling efforts and the use of several kinds of sampling gear
limit the interpretation of richness and diversity indices, similar patterns have already been recorded in other
regions around the world.

Keywords: Echinodermata, Exclusive Economic Zone, abundance, species richness, diversity

340 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


9.1. Introdução

9.1.1. Origem e caracterização doviciano Médio e Superior, entre 540 e 450 milhões
de anos atrás, quando cerca de 17 classes coexistiram
O filo Echinodermata é composto por animais com (Sprinkle, 1983). As cinco classes atuais já tinham seus
formas corporais peculiares que se tornaram emble- representantes no Período Ordoviciano, quando diver-
máticos do ambiente marinho, especialmente as estre- giram e prosseguiram seus caminhos evolutivos, en-
las-do-mar (classe Asteroidea), grupo mais conhecido quanto as outras classes se extinguiram (Paul & Smith,
pela população. No entanto, o filo é formado por ou- 1984; Smith, 1988a). Houve um decréscimo gradual
tras quatro classes atuais: Crinoidea (lírios-do-mar ou no número de classes até os períodos Permiano e Triássico
crinóides), Ophiuroidea (serpentes-do-mar ou ofiurói- (entre 280 e 190 milhões de anos atrás). Esse intervalo
des), Echinoidea (ouriços-do-mar, bolachas-da-praia é conhecido como a “Fronteira Permo-Triássica” e ca-
ou equinóides) e Holothuroidea (pepinos-do-mar ou racteriza-se pela extinção em massa de vários grupos
holoturóides). Apesar de estarem presentes em todos de invertebrados marinhos. Particularmente no caso
os ambientes marinhos, em todas as latitudes e pro- dos equinodermos, ocorreu um aumento no número
fundidades, os equinodermos, em geral, não possuem de táxons inferiores (espécies, gêneros e famílias) após
no Brasil nomes populares específicos como outros a “Fronteira Permo-Triássica”. Aquelas formas que se
invertebrados (crustáceos, moluscos e insetos), aves adaptaram às bruscas mudanças ambientais e às pres-
e mamíferos. O filo é composto por cerca de 6.500 a sões de predação e competição com outros grupos de
7.000 espécies atuais, sendo a classe Ophiuroidea a metazoários obtiveram sucesso evolutivo e originaram
mais diversa (com cerca de 2.000 espécies), seguida novas espécies (Sprinkle, 1983; Smith, 1988a).
pela classe Asteroidea (com cerca de 1.800 espécies), Uma das principais adaptações que favoreceram
Holothuroidea (com aproximadamente 1.400 espé- os Echinodermata foi a capacidade de se locomover,
cies), Echinoidea (com cerca de 900 espécies) e, a me- ou seja, a mudança da forma fixa (séssil) original para
nos diversa, a classe Crinoidea (com aproximadamente a errante (vágil). Para isso, foi necessário ocorrer a per-
700 espécies) (Hendler et al., 1995; Rowe & Gates, 1995; da da haste de fixação (pedúnculo). Com exceção dos
Brusca & Brusca, 2003). Crinoidea, ocorreu nos outros grupos a inversão no
Os equinodermos constituem um grupo muito posicionamento da face oral, que originalmente esta-
antigo. Os primeiros registros fósseis datam de 600 a va voltada para a coluna d’água e passou a estar vol-
570 milhões de anos atrás, no início da Era Paleozóica (no tada para o substrato. Isso permitiu uma mudança no
Período Cambriano) ou mesmo antes, há 700 milhões hábito alimentar de grande parte do grupo, que pas-
de anos, no Pré-Cambriano (final da Era Proterozóica). sou de obrigatoriamente suspensívoro para herbívoro,
O conhecimento do registro fóssil dos Echinodermata é carnívoro ou onívoro. Assim, as novas formas puderam
complexo e ainda incompleto, embora mais de 13.000 explorar novos ambientes e diferentes recursos ali-
espécies fósseis já tenham sido descritas (Sprinkle, mentares tendo, ainda, a possibilidade de escapar de
1983; Hendler et al., 1995). Há uma grande dificuldade predadores (Lawrence, 1987).
no resgate do registro fóssil de algumas classes, cujo Os equinodermos são animais exclusivamente
esqueleto possui estruturas calcárias diminutas e dis- marinhos, com um desenvolvimento embrionário
persas na parede do corpo (Holothuroidea) ou estrutu- distinto da grande maioria de invertebrados. Tal ca-
ras que se desarticulam facilmente durante o processo racterística, entretanto, não os distingue de outros
de fossilização (Crinoidea, Asteroidea e Ophiuroidea). grupos animais. Entre as características exclusivas
Estima-se que já tenham existido cerca de 20 classes do grupo, a mais marcante é a simetria corporal do
de Echinodermata, surgidas entre 570 e 480 milhões adulto, baseada em cinco eixos radiais (simetria pen-
de anos (entre o Período Cambriano e o Ordoviciano). tarradial). Esse arranjo corporal é mais evidente nas
O clímax na diversidade do grupo ocorreu entre o Or- estrelas-do-mar e ofiuróides, embora esteja presente

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 341


nas cinco classes. Entretanto, essa simetria pentarra- em um posicionamento defensivo obtido pelo enri-
dial ocorre secundariamente, pois as larvas de todos jecimento da articulação dos espinhos de um equi-
os equinodermos apresentam uma simetria bilateral, nóide ou no amolecimento de um apêndice corporal
possuindo um único eixo de simetria que divide o mantido no fluxo de uma correnteza, sem que haja
corpo em duas partes iguais. risco de rompimento de tecidos. Dessa forma, os
Outra característica particular do grupo é a exis- equinodermos conseguem se adaptar a situações
tência de um sistema interno de canais de origem ce- distintas, mudando a consistência da parede corporal
lômica, conhecido como sistema hidrovascular, e que e/ou apêndices com rapidez sem, no entanto, con-
se forma na ocasião da metamorfose da larva em juve- sumir demasiada energia, como ocorre quando há
nil. Esse sistema está fortemente associado à formação contrações musculares. Os pepinos-do-mar (classe
dos cinco eixos de simetria corporal dos adultos, pois Holothuroidea) são os mais estudados sob esse as-
várias estruturas e outros sistemas acompanham a pecto. A presença desse tecido conectivo mutável é
disposição desses canais internos e definem o arranjo diagnóstica para o filo Echinodermata, pois se acre-
corporal pentarradial. Um sistema de canais internos dita que as espécies ancestrais já possuíam tal tecido
também aparece em outros grupos de invertebrados na parede do corpo. Pelas características fisiológicas
marinhos, como os lofoforados, mas o arranjo do siste- do tecido conectivo mutável, considera-se que o su-
ma hidrovascular (com um anel em torno do esôfago cesso evolutivo dos equinodermos se deve também
e cinco canais radiais que partem desse anel e se alon- à consistência versátil da parede corporal e, especial-
gam pelo corpo) é uma exclusividade dos Echinoder- mente, ao baixo gasto energético requerido no pro-
mata (Jefferies, 1988). cesso de amolecimento e enrijecimento (Motokawa,
Outras características exclusivas dos equinoder- 1988; Motokawa & Tsuchi, 2003).
mos são o endoesqueleto e a estrutura de sua parede Ao contrário do exoesqueleto dos moluscos, o
corporal. Ela é composta por cristais calcários (calcita) endoesqueleto dos equinodermos não limita a forma
envoltos por uma matriz de proteínas (principalmen- do corpo. Nos moluscos, a mudança da forma da con-
te colágeno), também chamada de tecido conectivo cha (exoesqueleto) ocorre apenas pela deposição di-
mutável. A proporção de cada um desses componen- ferenciada de minerais, enquanto nos equinodermos
tes define a rigidez e a flexibilidade do corpo desses a mudança na forma corporal pode ocorrer tanto por
animais. A parede corporal dos ouriços-do-mar (classe deposição como por reabsorção. O endoesqueleto
Echinoidea) é a mais rígida, pois há maiores propor- dos equinodermos permite o crescimento contínuo,
ções de estruturas calcárias do que de matriz pro- sem a interrupção para muda (troca de exoesqueleto),
téica. No outro extremo, estão as espécies da classe como ocorre nos crustáceos. Assim, os equinodermos
Holothuroidea, que possuem maiores proporções de não estão submetidos às necessidades e problemas
matriz protéica na composição da parede corporal. As associados à troca de carapaça (exoesqueleto), como
fibras de colágeno são capazes de conferir à parede os crustáceos. A capacidade de reabsorver material da
corporal tanto rigidez como flexibilidade, de acordo parede corporal permite que os equinodermos sobre-
com mudanças no ambiente iônico (concentrações de vivam por determinado tempo sob condições alimen-
íons, como cálcio, potássio e hidrogênio), e, por isso, tares adversas, ocorrendo, porém, o decréscimo no
esse tecido é denominado mutável. O estado físico tamanho do corpo (Lawrence, 1987).
(viscosidade) desse tecido conectivo é controlado por As relações de parentesco entre as classes do
conexões nervosas. Essa mudança de consistência é filo Echinodermata ainda são controvertidas, mes-
semelhante àquela obtida por contração ou relaxa- mo quando diferentes aspectos são analisados con-
mento muscular, mas a grande vantagem é que esta juntamente (como dados morfológicos de espécies
ocorre praticamente sem qualquer gasto energético. atuais e fósseis, dados embrionários, dados morfo-
Os equinodermos utilizam o controle da con- lógicos de larvas e dados moleculares). Porém, há
sistência do tecido conectivo mutável em uma série duas hipóteses mais aceitas atualmente. Em ambas,
de situações, como na obtenção de alimentos em os crinóides são considerados o grupo mais primiti-
suspensão pelos braços enrijecidos de um crinóide, vo dentre as classes atuais. Em uma das hipóteses, o

342 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


próximo grupo a surgir após Crinoidea seria a clas- 9.1.2. Papel ecológico
se Asteroidea, seguida pelas classes Ophiuroidea,
Echinoidea e Holothuroidea. Essa hipótese corrobo- As espécies do filo Echinodermata desempenham
ra a classificação sugerida por Bather (1900), Hyman importantes papéis ecológicos nas comunidades ma-
(1955) e Smith (1984), na qual se admite a divisão rinhas, especialmente em relação às cadeias alimen-
em dois subfilos: Pelmatozoa (que inclui a classe tares. Elas ocupam vários níveis tróficos como herbí-
Crinoidea e outras classes extintas) e Eleutherozoa voras, carnívoras, detritívoras e onívoras. Além disso,
(que compreende as classes Asteroidea, Ophiuroidea, várias espécies de importância comercial e ecológica,
Echinoidea e Holothuroidea). Essa hipótese é a mais como peixes e caranguejos bentônicos, alimentam-se
provável, segundo alguns autores (Littlewood, 1995; de equinodermos ou são predados por esses quando
Littlewood et al., 1997, 1998). Na outra hipótese, após juvenis (Lawrence, 1987).
o surgimento da classe Crinoidea, segue-se um gru- Muitos equinodermos são capazes de controlar
po formado pelas classes Asteroidea e Ophiuroidea as densidades de espécies mais abundantes no am-
e um outro grupo formado pelas classes Echinoidea biente, exercendo, assim, um relevante papel nas co-
e Holothuroidea. Essa segunda hipótese corrobora a munidades marinhas. Dessa forma, garantem a alta
classificação sugerida por Fell (1963), que considera diversidade no ambiente, seja como consumidores
os subfilos Crinozoa (formado pela classe Crinoidea primários, que mantêm a diversidade das macroalgas
e outros grupos fósseis), Asterozoa (formado pelas impedindo a dominância de espécies oportunistas,
classes Asteroidea e Ophiuroidea) e Echinozoa (for- seja como predadores de topo, que mantêm a diver-
mado pelas classes Echinoidea e Holothuroidea). sidade entre vários grupos de invertebrados marinhos.
Na década de 1980, foram encontrados em gran- Flutuações acentuadas na densidade populacional de
des profundidades (mais de 1.000 m) na costa neoze- algumas espécies-chave de equinodermos podem
landesa (Baker et al., 1986) e caribenha (Rowe et al., causar desequilíbrios ambientais consideráveis, tanto
1988) pequenos animais de formato circular e acha- pela sua retirada do ambiente como pelo aumento ex-
tado, com um sistema de canais internos e diminutos cessivo na sua densidade.
pés na periferia do corpo. Tais características levaram Por exemplo, a mortalidade em massa de uma es-
seus descobridores a sugerir uma nova classe para pécie herbívora de ouriço-do-mar (Diadema antillarum)
o filo Echinodermata, chamada Concentricycloidea. que ocorreu no Caribe no início de 1983, ocasionou o
Esses animais estavam associados a madeiras sub- crescimento populacional descontrolado de algumas
mersas e foram denominados margaridas-do-mar. As espécies de macroalgas (dos gêneros Turbinaria, Lo-
duas espécies descritas receberam os nomes Xyloplax bophora, Dictyota, Padina) (Lessios et al., 1984; Lessios,
medusoides (Baker et al., 1986) e Xyloplax turnerae 1988). Estas passaram a competir por espaço com
(Rowe et al., 1988). Mais recentemente, uma terceira espécies de corais formadores de recifes, causando a
espécie foi registrada para o Pacífico Norte (Voight, queda na biodiversidade em várias localidades do Ca-
2005). Após tais surpreendentes descobertas, muita ribe. As macroalgas recobriram os corais, causando o
controvérsia surgiu a respeito da validade de uma sombreamento e, posteriormente, a morte dos recifes.
nova classe para o filo (Smith, 1988b; Pearse & Pearse, Esse foi o mais grave impacto ambiental ocorrido em
1994). Atualmente, admite-se que o gênero Xyloplax comunidades de corais do Oceano Atlântico, pois atin-
deva ser incluído na classe Asteroidea, após a análise giu uma grande área geográfica. O início da recupera-
filogenética com dados morfológicos e moleculares ção das comunidades coralíneas foi apenas registrado
realizada por Janies e Mooi (1999). O seu posiciona- cerca de 20 anos depois, quando pequenos espécimes
mento dentro da classe Asteroidea, no entanto, ain- de ouriços-do-mar e de corais foram encontrados em
da permanece indefinido, visto que as relações de algumas regiões afetadas pela mortalidade em mas-
parentesco entre as espécies dessa classe ainda não sa de Diadema antillarum (Lessios, 1995; Edmunds &
estão devidamente esclarecidas (Blake, 1987, 1988, Carpenter, 2001).
1989; Gale, 1987; Lafay et al., 1995; Wada et al., 1996; Outro exemplo importante de desequilíbrio
Knot & Wray, 2000). ambiental, registrado inicialmente em 1962, é aquele

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 343


causado pelo crescimento acentuado nas populações e lagostas (Monteiro & Pardo, 1994; Ventura et al.,
da estrela-do-mar Acanthaster planci nos oceanos 1997, 1998). Curiosamente, a qualidade e a quanti-
Índico e Pacífico. Essa espécie alimenta-se de corais dade de presas na dieta de algumas dessas espécies
formadores de recifes e, em altas densidades, destrói (Astropecten brasiliensis, A. cingulatus e Luidia ludwigi
grandes extensões recifais na Austrália e em várias lo- scotti) variam consideravelmente em função de suas
calidades do Indo-Pacífico, como nas Ilhas Maldivas, ocorrências. Quando os três asteróides estão presen-
na Indonésia, em Vanatu, nas Ilhas Fiji e no Japão. Esse tes no mesmo local, A. brasiliensis amplia a sua dieta,
fenômeno ocorreu repetidamente a partir da década ingerindo mais espécies de moluscos (bivalves e gas-
de 1970 (em 1970, 1975, 1979, 1994, 1999, 2000 e 2001). trópodes), enquanto as outras duas estrelas-do-mar
Nem todos os recifes de coral foram atingidos na pri- restringem o espectro de suas dietas. A seleção de
meira ocorrência da superpopulação de Acanthaster presas por esses asteróides demonstra a capacidade
planci, mas grandes densidades dessa estrela-do-mar de rápida mudança no hábito alimentar. Isso acarreta
foram registradas nos anos subseqüentes, atingindo conseqüências imediatas na comunidade bentônica,
especialmente os recifes costeiros. A recuperação dos uma vez que uma ou outra espécie de presa pode ser
recifes de coral após o efeito devastador da predação mais ou menos predada (Ventura et al., 2001). A prefe-
por Acanthaster planci ocorreu lentamente, da mesma rência por uma única espécie de presa (como ocorre
forma que as comunidades coralíneas se recuperam para Luidia ludwigi scotti) e o comportamento preda-
de outros impactos naturais, como furacões. A taxa tório mais generalista (como ocorre para A. brasiliensis
de recuperação, entretanto, depende de vários fato- e A. cingulatus) demonstram a complexidade da in-
res, especialmente da taxa de recrutamento. Como teração entre esses predadores e seus efeitos diretos
muitas espécies de corais se reproduzem apenas uma nas populações da macrofauna do sedimento. O papel
vez a cada ano e as larvas formadas na coluna d’água ecológico desses asteróides predadores é relevante,
dependem das correntes marinhas para alcançar uma pois regulam as densidades populacionais de espécies
determinada localidade, aqueles recifes que recebem detritívoras, filtradoras e predadoras da endofauna
mais larvas se recuperam mais rapidamente que ou- (Ventura et al., 2001).
tros. Os recifes que recebem um maior suprimento de Também no mar profundo, as estrelas-do-mar
larvas podem retornar aos níveis normais dentro de exercem papéis ecológicos importantes. Espécies da
10 anos. Entretanto, aqueles que não recebem grande ordem Brisingida (Freyella elegans, Brisingella coronata
quantidade de larvas irão levar cerca de 15 anos para e Brisinga endecacnemos) são suspensívoras e se ali-
se recuperar (Sano, 2000). Muitas vezes, no entanto, mentam principalmente de microcrustáceos (copé-
o aumento populacional de Acanthaster planci ocorre podes). Estes, alimentam-se de fitodetritos na coluna
em intervalos menores, não permitindo, assim, a com- d’água, que passam a ser incorporados indiretamen-
pleta recuperação da comunidade coralínea. Estudos te pelos asteróides. Portanto, essas estrelas-do-mar
recentes têm demonstrado que, mesmo após a recu- se posicionam na cadeia trófica como consumidores
peração, os recifes sofrem uma considerável perda na secundários. Outras espécies de asteróides (como
diversidade, pois passam a ser formados apenas por Hyphalaster inermis e Styracaster chuni) ingerem sedi-
aquelas espécies de corais capazes de reproduzirem- mentos, alimentando-se principalmente de bactérias
se mais rapidamente. Segundo a instituição de pesqui- heterotróficas. O terceiro grupo trófico relevante ocu-
sa australiana denominada “CRC Reef Research Centre pado pelos asteróides é o de predadores/decompo-
Ltd”, estima-se que o último fenômeno ocorrido em sitores. Espécies dos gêneros Dytaster, Bathybiaster e
2001 na Grande Barreira de Corais da Austrália tenha Hymenaster obtêm alimentos provenientes de diferen-
ocasionado um prejuízo de 2,3 milhões de dólares aus- tes fontes, como a cadeia detrítica-pelágica e a cadeia
tralianos às atividades turísticas. microbiana-bentônica. Entretanto, diferenças alimen-
Na plataforma continental brasileira, espécies tares dentro desse grupo trófico já foram registradas.
de estrelas-do-mar dos gêneros Astropecten e Luidia Por exemplo, Hymenaster membranaceus depende
alimentam-se principalmente de moluscos e peque- muito mais da fonte detrítica-pelágica do que Dytaster
nos crustáceos, incluindo larvas bentônicas de siris grandis grandis e Bathybiaster vexillifer, que consomem

344 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


mais dinoflagelados e copépodes. No entanto, tam- do com a idade, sexo, tamanho ou estágio reprodutivo
bém há diferenças alimentares entre essas duas espé- do animal. Além disso, as amostras de endoesqueleto
cies: D. grandis grandis ingere muito mais organismos (carapaça) dos equinodermos podem ser mais facil-
da endofauna (como ofiuróides, equinóides, esponjas, mente conservadas e homogeneizadas. Como a com-
poliquetas, bivalves e decápodas) do que B. vexillifer, posição da carapaça permanece inalterada por muito
que depende mais de fontes de carbono fotossintéti- tempo, mesmo depois da morte do animal, é possível
co. Assim, B. vexillifer ocupa uma posição trófica entre obter séries históricas da contaminação, ou seja, infor-
as duas outras espécies predadoras/decompositoras, mações sobre a contaminação ocorrida em um longo
utilizando mais espécies herbívoras do que D. grandis período de tempo (Auemheimer & Chichon, 1997). Os
grandis, porém com maior associação à cadeia micro- ouriços-do-mar também são capazes de acumular
biana-bentônica do que H. membranaceus (Howell et metais pesados na parede do intestino e nas gônadas.
al., 2003). Os holoturóides, equinóides, ofiuróides e Contaminantes como ferro, cobre, chumbo, cádmio e
crinóides de mar profundo, que ingerem sedimento mercúrio causam a má formação embrionária das lar-
ou alimentam-se da matéria orgânica em suspensão, vas e a deficiência na capacidade reprodutiva do equi-
também devem ocupar posições tróficas semelhantes nóide Sphaerechinus granularis (Guillou et al., 2000).
àquelas das estrelas-do-mar que habitam o mesmo Tais efeitos podem ser esperados em outras espécies
ambiente. Entretanto, entre espécies de holoturóides que ocupam uma posição ecológica semelhante e, por
de mar profundo, há diferenças sazonais expressivas isso, são consideradas equivalentes ecológicos.
na taxa de ingestão de sedimento e na qualidade nu- Os equinodermos também são bons bioindica-
tricional deste que estão associadas às diferentes es- dores em relação à poluição por contaminantes fos-
tratégias reprodutivas dessas espécies (Hudson et al., fatados. A contaminação do ambiente marinho por
2004). Em resumo, é possível perceber que os equi- fosfatos orgânicos e inorgânicos ocorre através da
nodermos participam efetivamente das principais ca- drenagem de águas continentais (rios e águas pluviais)
deias tróficas do ambiente marinho profundo e que há onde há a utilização de pesticidas e despejos domésti-
um alto grau de complexidade nessa participação. cos, respectivamente. Böttger e McClintock (2002) de-
Os equinodermos, especialmente os ouriços- monstraram que esses contaminantes em doses suble-
do-mar, são considerados bons bioindicadores am- tais causam drásticos efeitos no equinóide Lytechinus
bientais porque exibem uma alta sensibilidade às variegatus, como a redução na taxa de absorção de nu-
mudanças ocorridas no ambiente, além de possuírem trientes (carboidratos e lipídios) pelos tecidos reprodu-
uma forma de vida sedentária que permite a inves- tivos, que causa retardo na produção de gametas e de-
tigação da contaminação local ao longo do tempo. créscimo da qualidade das células reprodutivas. Além
Sendo bioacumuladores, são utilizados para identifi- disso, esses poluentes causam deficiência na alimenta-
car e quantificar os poluentes no ambiente em que ção e na absorção de nutrientes pelos outros tecidos
vivem (Guillou et al., 2000). corporais, o que acarreta problemas para o crescimen-
Em relação à poluição marinha por metais pesa- to do animal. Essa espécie de ouriço-do-mar é comum
dos, os equinodermos (especialmente os equinóides) em águas rasas da costa atlântica ocidental (incluindo
atuam como depositários passivos desses elementos, o litoral brasileiro) e exerce um papel determinante na
que são incorporados no endoesqueleto calcário. Os estrutura das comunidades marinhas (Valentine et al.,
metais pesados (como ferro, zinco, manganês e chum- 2000; Watts et al., 2001).
bo) possuem a propriedade físico-química de substi- A contaminação por hidrocarbonetos do petró-
tuir o cálcio na estrutura cristalina do endoesqueleto, leo causa danos, inicialmente, na quimiorrecepção
sem assumir outra disposição (o que é chamado subs- dos asteróides. Esses danos impedem a detecção de
tituição isomórfica). Dessa forma, a análise desses ele- presas no ambiente e, conseqüentemente, alteram o
mentos contaminantes no endoesqueleto calcário dos efeito ecológico de predadores de topo, que contro-
equinodermos é vantajosa porque apresenta menor lam a estrutura das comunidades marinhas. Temara
variabilidade do que aquela observada em tecidos et al. (1999) demonstraram que esses contaminantes
moles, pois suas concentrações não mudam de acor- causam a incapacidade de percepção e localização das

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 345


presas pelo asteróide Coscinasterias muricata, mas tais Theél (1882, 1886a, 1886b), Sladen (1889), Köehler
efeitos são reversíveis quando a exposição aos poluen- (1908), Fisher (1940) e Clark (1941). Outras descrições e
tes é interrompida. Outros estudos demonstram que o inventários faunísticos importantes foram publicados
ataque e ingestão das presas por asteróides também a partir da segunda metade do século XIX, que, por
são afetados por tais poluentes (Ordzie & Garofalo, sua qualidade e abrangência, são utilizados até hoje,
1981; O’Clair & Rice, 1985). como, por exemplo, Lyman (1865), Ljungman (1867a,
Em resumo, os equinodermos são componentes 1867b, 1870), Verrill (1867, 1868, 1871, 1894, 1895, 1899,
ecológicos importantes em todas as comunidades ma- 1915), Clark (1901, 1907, 1914, 1915, 1922, 1924, 1933,
rinhas bentônicas. A complexidade das interações en- 1940), Köehler (1907, 1913, 1914), Fisher (1911, 1919,
tre espécies competidoras, entre predadores e presas 1928) e Mortensen (1928, 1933b).
e a sensibilidade às mudanças das condições ambien- O conhecimento acerca dos Echinodermata pas-
tais, conforme exemplificado anteriormente, traduzem sou a abranger várias áreas da ciência e cresceu ex-
o relevante papel ecológico exercido pelo grupo. A al- pressivamente a partir da segunda metade do século
teração na densidade de espécies de equinodermos XIX e início do século XX, especialmente na área da
pode causar graves danos ambientais, refletidos na embriologia (Ernst, 1997). Entretanto, não havia uma
queda da biodiversidade, além de grandes prejuízos integração de todo conhecimento produzido até 1972.
econômicos. Neste ano, ocorreu a primeira Conferência Internacio-
nal sobre Echinodermata (CIE), organizada pelos pes-
9.1.3. Histórico e estado do conhecimento quisadores David Pawson e Maureen Downey, na cida-
de norte-americana de Washington, no Smithsonian
Institution. Nessa ocasião, dos 79 participantes, apenas
9.1.3.1. No mundo 19 não eram norte-americanos. Essa 1a CIE tem impor-
tância histórica porque proporcionou a primeira opor-
Há muito tempo, os equinodermos estão presentes na tunidade para o conhecimento pessoal entre estudio-
história das civilizações. Provavelmente, as primeiras sos do filo Echinodermata de várias partes do mundo.
representações gráficas do grupo são afrescos produ- Segundo Nichols (1994), “foi a primeira oportunidade
zidos na Ilha de Creta (Grécia), datadas de 4.000 anos de juntar rostos aos nomes, extrair mais informações
atrás. Atribui-se a denominação do termo Echinoder- daquelas contidas nas publicações científicas e de nos
mata (do grego echino = espinho + derma = pele) a reunir informalmente para workshops”.
Jacob Klein, que em 1734 assim se referiu aos ouriços- A partir da 1a CIE, novas conferências internacio-
do-mar. Entretanto, o reconhecimento dos equinoder- nais passaram a ocorrer regularmente a cada três anos,
mos como um grupo animal distinto ocorreu apenas alternando sua sede entre o continente americano, a
em 1847, proposto por Frey e Leuckart. Antes disso, po- Europa e a Ásia-Oceania. Nichols (1994) realizou uma
rém, os equinodermos já foram reunidos com outros retrospectiva das oito primeiras CIEs ocorridas no in-
grupos animais no táxon Mollusca, como proposto por tervalo de 21 anos (entre 1972 e 1993) e demonstrou
Linnaeus, e no táxon Radiata, juntamente com os cni- que tanto o número de artigos apresentados como
dários, como propôs Lamarck (Brusca & Brusca, 2003). o número de participantes internacionais cresceram
O aumento do conhecimento sobre o grupo se significativamente (um crescimento superior a 300%).
deu no século XIX, após as grandes expedições oce- Outro ponto relevante enfatizado por David Nichols foi
anográficas, como a Challenger e Ingolf, entre outras. a evolução do conhecimento sobre o grupo, refletido
Em seguida, várias monografias relevantes foram pu- pelos trabalhos apresentados nessas CIEs nas áreas da
blicadas utilizando o material coletado por essas gran- paleontologia, da fisiologia, da biologia reprodutiva e
des expedições. Destacam-se as excelentes monogra- da filogenia, esta última passando a utilizar técnicas
fias de Mortensen (1933a, 1940, 1943a, 1943b, 1948a, moleculares para identificar o grau de parentesco den-
1948b, 1950, 1951a, 1951b, 1956), além de estudos tro do filo Echinodermata e entre este e outros grupos
anteriores, como o de Lyman (1865, 1875, 1878, 1882), de metazoários.
Ljungman (1871), Pourtalés (1874), Thompson (1877), Em sua 11a edição, realizada em 2003 na Alema-

346 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


nha, a Conferência Internacional sobre Echinodermata e b, 1967, 1978 e “Echinoid Paleobiology”, ver Smith,
continua sendo a principal vitrine do estado do conhe- 1984), da nutrição (“Echinoderm Nutrition”, ver Jangoux
cimento mundial sobre o filo. Nela, são apresentados & Lawrence, 1982), da biologia funcional (“Functional Bio-
novos conceitos, idéias e grandes revisões sobre os logy of Echinoderms”, ver Lawrence, 1987), da filogenia e
equinodermos, que estão reunidos no volume dos evolução (“Echinoderm Phylogeny and Evolutionary Bio-
Anais de cada edição. Geralmente, publicações mais logy”, ver Paul & Smith, 1988), da morfologia e taxonomia
extensas aparecem posteriormente nos principais pe- (ver Hyman, 1955; Nichols, 1966; Paterson, 1985; Clark &
riódicos internacionais das áreas da zoologia, gené- Downey, 1992; Rowe & Gates, 1995; Hendler et al., 1995),
tica, paleontologia, evolução, ecologia, biologia mari- da reprodução (“Reproduction of Marine Invertebrates,
nha e embriologia. Echinoderms and Lophophorates”, ver Giese et al., 1991)
O sucesso da Conferência Internacional sobre e da biologia e ecologia (“Edible sea urchins: Biology and
Echinodermata e a velocidade na produção do conhe- Ecology”, ver Lawrence, 2001).
cimento sobre o grupo em diversas áreas estimularam a Ainda há muitos lapsos de informações em vá-
organização de outros encontros internacionais, que se rias áreas do conhecimento, seja na taxonomia (iden-
estabeleceram pela regularidade e qualidade dos arti- tificação de espécies de regiões pouco estudadas,
gos apresentados e publicados. A Conferência Européia identificação de espécies crípticas e de morfotipos),
sobre Echinodermata (CEE) é, indubitavelmente, o me- na filogenia (parentesco entre o filo e outros animais,
lhor exemplo. Em sua sexta edição, realizada em 2001 entre as classes de Echinodermata e, especialmente,
na França, a CEE passou a atrair cada vez mais pesquisa- dentro da classe Asteroidea), na filogeografia (disper-
dores de outros continentes, tornando-se, assim, qua- são e similaridade entre populações e espécies), na
se uma versão reduzida da Conferência Internacional. biologia reprodutiva (história de vida e controle am-
A Conferência Norte-Americana sobre Echinodermata biental) e na biologia da regeneração (mecanismos
também é outro exemplo mais recente, mas que ainda moleculares envolvidos nesse processo), para citar
possui uma abrangência regional. Em 2003, realizou- alguns exemplos.
se no Chile a 1a Conferência Internacional sobre pesca, No entanto, espera-se que um grande avan-
aquacultura e ecologia de ouriços-do-mar (Lawrence & ço ocorra após a conclusão do “Projeto Geno-
Guzmán, 2004). Espera-se que esse encontro científico ma de Echinodermata” (Cameron et al., 2000) (ver
também se realize com regularidade. http://sea-urchin.caltech.edu:8000/genome/). Os ou-
Não há uma revista científica exclusiva para o filo riços-do-mar, como já mencionado, representam um
Echinodermata, como ocorre para outros grupos de sistema-modelo para áreas centrais da biologia, como
invertebrados. As informações estão espalhadas em a biologia molecular da regulação gênica, a biologia
periódicos de diversas áreas do conhecimento, o que celular e a bioquímica de ovos, embriões e dos pro-
reflete o papel do grupo como modelo para várias dis- cessos de fertilização, a biologia evolutiva, a genética
ciplinas, especialmente a embriologia, evolução, ge- de populações marinhas, a toxicologia, a imunologia,
nética, paleontologia e ecologia. além da relevância médica direta no combate a doen-
A partir de 1983, surgiu a série intitulada “Estu- ças na espécie humana.
dos em Equinodermos” (Echinoderm Studies) editada Um dos mais notáveis avanços no conhecimento
por Michel Jangoux e John M. Lawrence. Essa série sobre o filo ocorre em relação aos genes que regulam
tem como objetivo publicar revisões nos campos da o desenvolvimento. O mapeamento desses genes e de
ecologia, evolução, paleontologia, biologia do desen- suas expressões na formação de estruturas corporais
volvimento, biologia molecular, reprodução, compor- dos equinodermos é fundamental para a compreen-
tamento, fisiologia e taxonomia. A série já alcançou são da correspondência entre caracteres morfológicos
o sexto volume, publicado em 2001 (ver Jangoux & e moleculares, ou seja, na identificação de homologias
Lawrence, 1983, 1987, 1989, 1993, 1996, 2001). reais, extremamente necessária para as análises de pa-
Outras publicações importantes integraram o rentesco (análises filogenéticas) (Wray & Lowe, 2000;
conhecimento no campo da paleontologia (“Treati- Hinman et al., 2003).
se on Invertebrate Paleontology”, ver Moore, 1966a Avanços importantes vêm ocorrendo na área

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 347


da biologia evolutiva e celular, referentes aos meca- pécies provenientes do litoral brasileiro. No entanto,
nismos celulares de união entre gametas (esperma- o primeiro trabalho sobre equinodermos realizado
tozóides e óvulos) de ouriços-do-mar. Uma pequena no Brasil surgiu apenas 17 anos depois, realizado por
mudança nos receptores de membrana dos gametas Müller (1899) no litoral de Santa Catarina (Tommasi,
pode causar a incompatibilidade entre essas células 1999).
e, conseqüentemente, impedir a fertilização do óvulo. Os estudos sobre a taxonomia de Echinodermata
Em outras palavras, uma pequena diferença genética da costa brasileira se desenvolveram a partir da segun-
pode ocasionar o isolamento reprodutivo entre dois da metade do século XX, realizados principalmente
organismos (morfologicamente muito parecidos), o pelo professor Dr. Luiz Roberto Tommasi, da Univer-
que é reconhecido como fonte de formação de uma sidade de São Paulo. Em seus trabalhos, o professor
nova espécie (especiação) (Mayr, 1954). A existência Tommasi estudou todas as classes de Echinodermata
desse fenômeno e o conhecimento desse gene (de- e forneceu as primeiras chaves de identificação para as
nominado de “bindin”) têm sido documentados para espécies brasileiras (ver Tommasi, 1957, 1958a, 1958b,
várias espécies de equinóides (Metz & Palumbi, 1996; 1960, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b,
Biermann, 1998; Debenham et al., 2000; Geyer & Pa- 1965c, 1966a, 1966b, 1967, 1968, 1969a, 1969b, 1969c,
lumbi, 2003; Zigler et al., 2003; Zigler & Lessios, 2004). 1970a, 1970b, 1971a, 1971b, 1971c, 1971d, 1972, 1974a,
Curiosamente, as proteínas receptoras de membrana 1974b, 1985; Tommasi & Abreu, 1974; Tommasi & Olivei-
formadas por esse gene são as únicas homólogas à ra, 1976; Tommasi & Aron, 1987; Tommasi et al., 1988).
proteína policistina na espécie humana. Mutações No mesmo período, destacam-se também os traba-
sofridas na policistina humana causam uma doença lhos de descrição de fauna realizados por Brito (1959,
renal degenerativa comum, chamada rins policísti- 1960a, 1960b, 1960c, 1960d, 1960e, 1962, 1968, 1971,
cos. Portanto, além da importância desse fenômeno 1979, 1982) e, posteriormente, os de Ávila-Pires (1983),
na compreensão da evolução dos ouriços-do-mar e Albuquerque (1986, 1991), Monteiro (1987), Monteiro et
do processo de especiação no ambiente marinho, o al. (1992) e Manso (1988a, 1988b, 1988c, 1988d, 1988e,
conhecimento sobre o gene “bindin” dos equinóides 1989, 1993).
tem interesse médico direto no estudo dessa doença A partir da década de 1990, formaram-se novos
renal da espécie humana. pesquisadores no Brasil interessados em trabalhar
com o filo Echinodermata, especialmente nas regiões
9.1.3.2. No Brasil Sul e Sudeste. Assim, surgiram novos estudos em di-
versas áreas do conhecimento, como, por exemplo,
O primeiro registro da fauna de equinodermos no lito- a estrutura de comunidades (Ventura, 1991; Castro et
ral brasileiro que se tem notícia foi feito em 1648 por al., 1995; Ventura & Fernandes, 1995; Sumida & Pires-
J. Marcgrave, que acompanhou a comitiva do Conde Vannin, 1997), a biologia alimentar (Guerrazzi, 1999;
de Nassau ao Brasil. Marcgrave cita quatro espécies Ventura et al., 2001), a biologia reprodutiva (Ventura et
que coletou nessa ocasião (duas espécies de estre- al., 1994; Hadel, 1997; Junqueira, 1998; Ventura, 1998;
las-do-mar, um equinóide e um ofiuróide) (Tommasi, Ventura et al., 1997; Ventura et al., 1998; Alves et al.,
1999; Tiago & Ditadi, 2001). Em 1867, C. F. Hartt co- 2002; Carvalho & Ventura, 2002; Tavares et al., 2004;
letou 16 espécies de equinodermos no Arquipélago Ventura & Barcellos, 2004; MacCord & Ventura, 2004),
dos Abrolhos e, posteriormente (entre 1875 e 1877), a taxonomia (Tiago, 1998; Tiago & Ditadi, 2001; Borges
coletou mais 62 espécies quando chefiou a Comissão et al., 2002; Hopkins et al. 2003), o crescimento (Freire
Geológica do Brasil. A descrição desse material, por et al., 1992; Varotto, 2001) e ecologia (MacCord & Duar-
R. Rathbun em 1879, formou o primeiro catálogo de te, 2002), além de inventários faunísticos (Hadel et al.,
Echinodermata da costa brasileira, embora, em 1873, 1999), entre outras.
o navio oceanográfico H. M. S. Challenger já houves- Dentre as publicações recentes, deve-se destacar
se coletado equinodermos em nosso litoral (Tiago, o excelente trabalho sobre Echinodermata (especial-
1998; Tommasi, 1999). mente sobre taxonomia) realizado por Tommasi (1999),
Em 1882, Ludwig apresentou o estudo de 30 es- disponibilizado na rede mundial de computadores,

348 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


como também aquele sobre taxonomia de ofiuróides sileira reflete-se no número crescente de trabalhos
realizado por Borges et al. (2002) utilizando o material apresentados em Conferências Internacionais sobre
coletado pelo Programa REVIZEE no SCORE Sul. Echinodermata em um intervalo de 10 anos (de 1993
A projeção dos estudos realizados na costa bra- a 2003) (Figura 1).

Figura 1: Número de trabalhos brasileiros (abscissa) apresentados em Conferências Internacionais sobre


Echinodermata (ordenada). CIE = Conferência Internacional sobre Echinodermata; CEE = Conferência Européia
sobre Echinodermata; CIPEO = Conferência Internacional sobre Pesca e Ecologia de Ouriços-do-mar.

Há ainda uma grande carência no conhecimento história de vida de vários grupos, na medida em que
do filo Echinodermata na costa brasileira. Isso se deve o estudo do material coletado pelo Programa REVIZEE
diretamente ao pequeno número de pesquisadores ao longo da costa brasileira for aprofundado.
dedicados a estudar o filo e a formar novos alunos.
Apesar da fauna costeira de equinodermos mais co- 9.2. Caracterização do grupo na costa
muns ser relativamente bem conhecida, ainda há mui- central brasileira
ta controvérsia a respeito da validade de espécies que
possuem uma grande variação morfológica, especial-
mente aquelas que possuem uma extensa distribuição 9.2.1. Composição da fauna e abundância
geográfica. das famílias no SCORE Central
Apesar do avanço no conhecimento da biologia
reprodutiva de várias espécies, ainda há muito que Os equinodermos aqui apresentados foram coleta-
conhecer para que se possa estabelecer com precisão dos nas seguintes campanhas do Programa REVIZEE:
medidas efetivas no delineamento de áreas de conser- SCORE Central II - Bentos (1997), Central - Bahia I - Pes-
vação ambiental e na preservação de espécies. ca (1999), Central - Bahia II - Pesca (2000),Central V
Em geral, a composição da fauna bentônica ain- - Bentos (2001) e Central VI - Bentos (2002). Foram re-
da é menos estudada nas costas brasileiras das regi- gistradas pelo menos 78 morfoespécies pertencentes
ões Nordeste e Norte. O mesmo ocorre para a fauna a 38 famílias (Tabela 1 e Anexos 1 e 2). Dentre essas
de Echinodermata. O Programa REVIZEE forneceu uma morfoespécies, 51 foram identificadas em nível espe-
excelente fonte para o estudo taxonômico de equi- cífico, 21 em nível de gênero e seis em nível de família
nodermos profundos que ocorrem ao largo da nossa devido às condições do material ou à necessidade de
costa. Espera-se, portanto, que ocorra um avanço tan- um maior aprofundamento taxonômico. Destacam-se,
to no conhecimento taxonômico dos equinodermos nesse caso, os ofiuróides das famílias Amphiuridae e
como na compreensão da filogenia, biogeografia e na Ophiotrichidae especialmente. Estas famílias são cos-

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 349


mopolitas e estão entre aquelas de maior riqueza, sen- damento do estudo taxonômico do material coletado
do a primeira formada por 28 gêneros e mais de 400 certamente irá incrementar o número de espécies re-
espécies (Clark, 1970; Rowe & Gates, 1995). O aprofun- gistradas para a costa central brasileira.

Tabela 1: Lista das espécies de Echinodermata coletadas nas campanhas do Score Central do Programa
REVIZEE.

Classe Crinoidea
Ordem Isocrinida Sievert-Doreck, 1952
Família Isocrinidae Gislén, 1924
Endoxocrinus maclearanus (Thomson, 1877)
Ordem Comatulida Clark, 1908
Família Tropiometridae H.A. Clark, 1908
Tropiometra carinata carinata (Lamarck, 1816)
Classe Asteroidea
Ordem Paxillosida Perrier, 1884
Família Astropectinidae Gray, 1840
Astropecten sp. Madsen, 1950
Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842
Astropecten cingulatus Sladen, 1883
Astropecten acutiradiatus Tortonese, 1956
Psilaster cassiope Sladen, 1889
Família Luidiidae Verrill, 1889
Luidia clathrata (Say, 1825)
Luidia alternata alternata (Say, 1825)
Família Goniopectinidae Verrill, 1889
Ordem Notomyotida Ludwig, 1910
Família Benthopectinidae Verrill, 1894
Cheiraster (Cheiraster) planus Verrill, 1915
Ordem Valvatida Perrier, 1884
Família Asterinidae Gray, 1840
Asterina sp. Nardo, 1834
Família Goniasteridae Forbes, 1841
Mediaster bairdi capensis Stimpson, 1857
Tosia parva (Perrier, 1881)
Nymphaster arenatus (Perrier, 1881)
Plinthaster dentatus Perrier, 1884
Rosaster alexandri Perrier, 1881
Família Oreasteridae Fisher, 1911
Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758)
Família Ophiodiasteridae Verril, 1867
Ophidiaster alexandri Verril, 1915

350 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 1
Linckia guildingii Gray, 1840
Tamaria cf. floridae (Perrier, 1881)
Narcissia trigonaria Sladen, 1883
Ordem Spinulosida Perrier, 1884
Família Echinasteridae Verril, 1867
Echinaster sp. Müller & Troschel, 1840
Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842
Echinaster (Othilia) guyanensis Clark, 1987
Ordem Forcipulatida Perrier, 1893
Família Asteriidae Gray, 1840
Coscinasterias tenuispina (Lamarck, 1816)
Família Zoroasteridae Sladen, 1889
Zoroaster fulgens Thomson, 1873
Classe Ophiuroidea
Ordem Ophiurida Müller & Troschel, 1840
Família Ophiactidae Matsumoto, 1915
Ophiactis savignyi Lütken, 1856
Ophiactis lymani Ljungman, 1871
Família Ophiocomidae Ljungman, 1867
Ophiocoma sp. Agassiz, 1836
Ophiocoma pumila Lütken, 1859
Ophiocoma wendtii Müller &Trochel, 1842
Ophiopsila sp. Forbes, 1843
Ophiopsila riisei Lutken, 1859
Família Ophiodermatidae Ljungman, 1867
Ophioderma sp. Müller & Troschel, 1840
Ophioderma appressum (Say, 1825)
Ophioderma januarii Lutken, 1856
Família Ophionereididae (Matsumoto, 1915)
Ophionereis sp. Luetken, 1859
Ophionereis reticulata Say, 1825
Ophionereis squamulosa (Koehler, 1914)
Ophionereis olivacea Clark 1901
Família Ophiuridae Lyman, 1865
Ophioplax sp. Lyman, 1875
Ophiomusium sp. Lyman, 1869
Ophioceramis januarii Lutken, 1856
Ophiosphalma sp. (McClendon, 1909)
Ophiolepis paucispina (Say, 1825)
Ophiolepis impressa Lütken, 1859
Família Ophiotrichidae Ljungman, 1866
Ophiothrix sp. Müller & Troschel, 1840

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 351


Continuação da tabela 1
Ophiothrix angulata (Say, 1825)
Família Hemieuryalidae Verrill, 1899
Família Amphiuridae Ljungman, 1867
Amphiodia planispina (Martens, 1867)
Ordem Phrynophiurida Matsumoto, 1915
Família Ophiomyxidae Ljungman, 1866
Ophiosciasma sp.
Ophiomyxa flaccida (Say, 1825)
Família Gorgonocephalidae Ljungman, 1867
Família Asteronychidae Müller & Troschel, 1842
Asteronyx loveni (Müller & Troschel, 1842)
Astrodia tenuispina (Verrill, 1884)
Classe Echinoidea
Ordem Cidaroida Claus, 1880
Família Cidaridae Gray, 1825
Eucidaris tribuloides (Lamarck, 1816)
Stylocidaris lineata Mortensen, 1910
Tretocidaris cf. bartletti (Agassiz, 1880)
Ordem Echinothurioida Claus, 1880
Família Echinothuriidae Thomson, 1872
Paraphormosoma alternans (de Meijere, 1902)
Phormosoma placenta Thomson, 1872
Ordem Diadematoida Duncan, 1889
Família Diadematidae Gray, 1855
Diadema sp. Gray, 1825
Ordem Temnopleuroida Mortensen, 1942
Família Toxopneustidae Troschel, 1872
Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816)
Tripneustes ventricosus (Lamarck, 1816)
Ordem Clypeasteroida Agassiz, 1872
Família Mellitidae Stefanini, 1911
Leodia sexiesperforata (Leske, 1778)
Família Clypeasteridae Agassiz, 1835
Clypeaster sp. Lamarck, 1801
Clypeaster rosaceus (Linnaeus, 1758)
Clypeaster subdepressus (Gray, 1925)
Clypeaster ravenelli Agassiz, 1869
Ordem Spatangoida Claus, 1876
Família Schizasteridae Lambert, 1905
Agassizia excentrica A. Agassiz, 1869
Família Loveniidae Lambert, 1905
Homolampas lovenioides Mortensen, 1948

352 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação da tabela 1
Família Brissidae Gray, 1855
Brissopsis atlantica Mortensen, 1907
Classe Holothuroidea
Ordem Aspidochirotida Grube, 1940
Família Holothuriidae Ludwig, 1894
Ordem Dendrochirotida Brandt, 1835
Família Cucumaridae Ludwig, 1894
Família Phyllophoridae Oestergren, 1907
Ordem Elasipodida Théel, 1882
Família Elpidiidae Théel, 1879
Scotoplanes sp. Théel, 1882
Ordem Apodida Brandt, 1835
Família Chiridotidae Oestergren, 1898
Chiridota rotifera (Pourtalés, 1851)

Este trabalho consiste na análise dos 4.735 es- - Bentos (1997), foram utilizados dois amostradores:
pécimes coletados durante as cinco campanhas reali- draga retangular e um pegador (Van Veen). Os espéci-
zadas no SCORE Central. O número de espécimes de mes da classe Ophiuroidea foram os mais amostrados
cada classe de Echinodermata coletados em cada cam- por esses aparelhos (Tabela 3).
panha encontra-se na Tabela 2. Na campanha Central II

Tabela 2: Número de espécimes de cada classe de Echinodermata coletados em cada campanha do Programa
REVIZEE.
Classes de Echinodermata
Campanhas Crinoidea Asteroidea Ophiuroidea Echinoidea Holothuroidea TOTAL
Central II - Bentos (1997) 7 15 1.412 111 3 1.548
Central - Bahia I - Pesca (1999) - 170 114 36 - 320
Central - Bahia II - Pesca (2000) - 116 62 143 - 321
Central V - Bentos (2001) 13 83 1.639 249 4 1.988
Central VI - Bentos (2002) 17 53 387 93 8 558
TOTAL 37 437 3.614 632 15 4.735

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 353


Tabela 3: Número de espécimes coletados pela draga e pelo pegador de Van Veen durante a campanha
Central II - Bentos (1997).
Classes de Echinodermata
Central II - Bentos (1997) Crinoidea Asteroidea Ophiuroidea Echinoidea Holothuroidea TOTAL
Draga - 10 993 86 - 1089
Van Veen - 5 419 25 - 449
TOTAL 15 1.412 111 1.538

As classes Crinoidea e Holothuroidea foram as se sabe sobre as estratégias reprodutivas das espé-
que registraram menores riquezas e abundâncias. cies de profundidade. Apenas recentemente, as fases
Dentre os Crinoidea, duas famílias foram identificadas larvais de um crinóide pedunculado de profundida-
(Tropiometridae e Isocrinidae), sendo três indivíduos de (Metacrinus rotundus, da família Isocrinidae) foram
da espécie Tropiometra carinata carinata amostrados descritas (Nakano et al., 2003). Da mesma forma, as re-
na campanha Central II - Bentos (1997) e três espéci- lações de parentesco dentro da classe Crinoidea ainda
mes de Endoxocrinus maclearanus coletados na Cen- não estão claramente definidas (Cohen et al., 2004).
tral VI - Bentos (2002). Os outros espécimes coletados Foram registradas no Brasil, até o momento,
nas campanhas de 1997, 2001 e 2002 não foram iden- 40 espécies de holoturóides pertencentes a 11 famí-
tificados devido às más condições do material e/ou lias (Tommasi, 1999). Dentre os Holothuroidea regis-
aguardam um maior aprofundamento taxonômico. trados no SCORE Central, 28 espécimes do gênero
Até o momento, são conhecidas 15 espécies re- Scotoplanes (família Elpidiidae) e 37 indivíduos da fa-
centes de Crinoidea que ocorrem em águas brasileiras mília Holothuriidae (provisoriamente tipados como
(Tommasi, 1999). Mais estudos sobre a classe são ne- três espécies diferentes) foram coletados na campanha
cessários em todo o mundo. Ausich e Kammer (2001) de 2000 (Bahia II - Pesca). Quatro espécimes da família
enfatizam que os desafios atuais são numerosos, des- Phyllophoridae foram coletados na campanha de 2001
de a investigação da fauna em áreas pouco estuda- (Bentos - V). Em 2002 (campanha Bentos - VI), foram co-
das (para a compreensão da biogeografia do grupo), letados dois espécimes da família Phyllophoridae, um
passando por estudos de morfologia funcional e pela da família Holothuriidae, um da família Cucumaridae e
revisão taxonômica da fauna européia e norte-ameri- um espécime da família Chirodotidae.
cana, até a complementação de análises filogenéticas. Dentre os Asteroidea, as espécies das famílias
Apesar de admitirem a falta de conhecimento sobre as Astropectinidae e Goniasteridae foram as mais abun-
espécies de crinóides pedunculados, Améziane e Roux dantes, especialmente nas campanhas onde a rede
(1997) sugerem que a fauna de crinóides do Atlântico de fundo foi utilizada como equipamento de coleta
Sul seja formada pela dispersão de espécies caribe- (Central - Pesca Bahia I e Bahia II) (Figura 2) (Tabela 1).
nhas e de profundidade (batiais). Estas últimas não Em 1997, as famílias Astropectinidae e Ophidiasteridae
foram afetadas pelas mudanças ambientais ao lon- foram as mais abundantes nas coletas realizadas com
go do tempo geológico (como as variações no nível draga, enquanto as famílias Asteriidae e Asterinidae
do mar) e permaneceram nas bacias abissais, cadeias predominaram quando o amostrador utilizado foi o
submarinas e talude continental. No entanto, pouco pegador de Van Veen (Figura 3) (Tabela 2).

354 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 2: Porcentagem de espécimes das famílias de Asteroidea coletados nas cinco campanhas do Programa
REVIZEE - SCORE Central.

Figura 3: Porcentagens de indivíduos das famílias de Asteroidea coletadas com draga e pegador Van Veen
durante a campanha de 1997.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 355


O número de espécimes (abundância) por esta- mais freqüente e abundante na região de quebra da
ção de coleta das famílias de Asteroidea predominan- plataforma continental (entre 200 e 1.000 m), ocorren-
tes, Astropectinidae e Goniasteridae, está represen- do também em áreas costeiras e na região da cadeia
tado nas figuras 4 e 5. A família Astropectinidae foi submarina Vitória-Trindade (Figura 4).

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha 1 a 5 16°S

6 a 10
MG
11 a 15
R. Mucuri 18°S

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 4: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Astropectinidae


(Asteroidea) coletadas no SCORE Central.

A família Goniasteridae foi característica da re- em um menor número de estações (10) do que as es-
gião de quebra da plataforma continental e ocorreu pécies da família Astropectinidae (Figura 5).

356 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA 14°S

Ilhéus

R. Jequitinhonha
1 a 10 16°S
11 a 20
21 a 30
MG 31 a 40
41 a 50
R. Mucuri 18°S
51 a 62

ES
R. Doce

20°S
Vitória

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S

24°S

042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W

Figura 5: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Goniasteridae (Asteroidea)
coletadas no SCORE Central.

Dentre os Ophiuroidea, as famílias mais abun- tadas nas campanhas - Pesca Bahia I (1999) e Bahia II
dantes em todas as campanhas do SCORE Central (2000), nas quais a rede de fundo foi utilizada como
foram Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae e equipamento de coleta (Figura 6) (Tabela 1).
Asteronychidae, sendo as duas últimas mais represen-

Figura 6: Porcentagem de espécimes das famílias de Ophiuroidea coletados nas cinco campanhas do Programa
REVIZEE.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 357


As famílias Ophiocomidae e Ophiothrichidae fo- nessa mesma campanha (Figura 7) (Tabela 2). Ainda
ram as mais abundantes quando a draga retangular foi há material a ser identificado e, certamente, as famílias
utilizada na campanha de 1997 (Bentos II). As famílias Ophiuridae e Amphiuridae estarão mais bem repre-
Ophionereididae e Ophiocomidae foram as que pre- sentadas (Figura 7).
dominaram nas coletas com o pegador de Van Veen

Figura 7: Porcentagem de indivíduos das famílias de Ophiuroidea coletados com draga retangular e pegador de
Van Veen na campanha de 1997.

A abundância e a distribuição das famílias pre- sentes em regiões costeiras (profundidades inferiores
dominantes de Ophiuroidea estão representadas nas a 200 m), na cadeia submarina Vitória-Trindade e em
figuras 8 a 13. A distribuição das famílias Amphiuridae, algumas estações mais profundas e da região de que-
Ophiotrichidae e Ophiocomidae foi ampla e bastante bra da plataforma continental (Figuras 8, 9 e 10).
semelhante. Espécimes dessas famílias estiveram pre-

358 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha
1 a 10
11 a 20 16°S
21 a 30
31 a 40
41 a 50
MG
51 a 62
R. Mucuri
18°S

ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°

Figura 8: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Amphiuridae (Ophiuroidea)
coletadas no SCORE Central.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha

1 a 20
16°S

21 a 40
MG
41 a 60
R. Mucuri
18°S
61 a 80

ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°

Figura 9: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Ophiothrichidae


(Ophiuridea) coletadas no SCORE Central.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 359


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus
1 a 20

R. Jequitinhonha
21 a 40 16°S
41 a 60
MG
61 a 80
R. Mucuri
18°S
81 a 100
ES
101 a 300
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°


Figura 10: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Ophiocomidae
(Ophiuroidea) coletadas no SCORE Central.

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha 1 a 10
16°S
11 a 20

21 a 30
MG
31 a 40
R. Mucuri
18°S

ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°


Figura 11: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Ophiodermatidae
(Ophiuroidea) coletadas no SCORE Central.

360 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S
1 a 20
MG 21 a 40
R. Mucuri 41 a 60 18°S

ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°

Figura 12: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Ophiuridae (Ophiuroidea)
coletadas no SCORE Central.

A distribuição, a freqüência de ocorrência nas es- continental e em profundidades abaixo dos 1.000 m.
tações e a abundância (número de indivíduos) regis- Poucos indivíduos foram coletados em outra área, na
tradas para a família Asteronychidae foram inferiores região de quebra da plataforma continental, próxima
àquelas para as outras famílias de Ophiuroidea men- à cidade de Salvador (BA) (Figura 13). Esse é o primei-
cionadas anteriormente. Todos os espécimes foram ro registro da família Asteronychidae para o Brasil. As
coletados por arrastos de rede de fundo nas campa- duas espécies atuais conhecidas que compõem essa
nhas de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia II) (Figura família ocorreram nessas regiões (Asteronyx loveni e
6). A distribuição ficou concentrada na região ao largo Astrodia tenuispina, ver Tabela 1).
do estado do Espírito Santo, na quebra da plataforma

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 361


12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha
16°S
1 a 3

4 a 6
MG
7 a 10
R. Mucuri
18°S

ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°

Figura 13: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Asteronychidae
(Ophiuroidea) coletadas no SCORE Central.

Dentre os Echinoidea, as famílias Cidaridae e II) (Figura 14). Essa família foi representada por três
Echinothuriidae foram as mais abundantes (Figura 14, espécies, Eucidaris tribuloides, Stylocidadris lineata e
Tabela 2). Um maior destaque, no entanto, deve ser Tretocidaris cf. bartletti (ver Tabela 1), sendo as duas pri-
dado à família Cidaridae, pois esta foi a mais abundan- meiras as mais abundantes e freqüentes. Exemplares
te nas três campanhas de Bentos (1997, 2001 e 2002) da família Echinothuriidae foram capturados apenas
e também foi capturada por rede de arrasto de fundo por rede de arrasto de fundo durante as campanhas
nas campanhas de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia II) (Figura 14).

Figura 14: Porcentagem de espécimes das famílias de Echinoidea coletados nas quatro campanhas do
Programa REVIZEE.

362 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Figura 15: Porcentagem de indivíduos das famílias de Echinoidea coletados com draga retangular e pegador de
Van Veen na campanha de 1997.

Na campanha de 1997 (Bentos - Central II), a dra- meros moderados (máximo de 26 indivíduos em uma
ga retangular e o pegador de Van Veen amostraram estação), porém foram freqüentes (ocorreram em
quase que praticamente representantes das famílias muitas estações) (Figura 16). A espécie Eucidaris tri-
Cidaridae e Schizasteridae (Figura 15, Tabela 3). Nessa buloides ocorreu mais freqüentemente nas estações
ocasião, também ocorreu o predomínio das espécies mais rasas e na Cadeia Vitória-Trindade, ao contrário
da família Cidaridae. de Stylocidaris lineata que ocorreu nas estações do ta-
A distribuição das espécies da família Cidaridae lude (região de quebra da plataforma continental).
foi bastante ampla. Os espécimes ocorreram em nú-

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

1 a 5
R. Jequitinhonha
16°S
6 a 10

11 a 15
MG
16 a 20
R. Mucuri
18°S
21 a 26
ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°


Figura 16: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Cidaridae (Echinoidea)
coletadas no SCORE Central.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 363


As espécies da família Echinothuriidae foram co- Nessas poucas estações, foram registrados números
letadas em poucas estações da região do talude con- moderados de espécimes de Echinothuriidae, sendo
tinental ou de maior profundidade, registrando uma que a maior densidade foi registrada na região do ta-
distribuição bem menos ampla que a família Cidaridae. lude, próximo à cidade de Salvador (BA) (Figura 17).

12°S
Baía de Todos os Santos

Salvador

BA
14°S
Ilhéus

R. Jequitinhonha
1 a 2
16°S
3 a 10

11 a 15
MG
R. Mucuri 16 a 20 18°S
21 a 25
ES
R. Doce

Vitória
20°S

R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé

24°S

042° 040° 038° 036° 034° 032° 030° 028°

Figura 17: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Echinothuriidae
(Echinoidea) coletadas no SCORE Central.

Em resumo, a composição da fauna de & Downey, 1992). O aprofundamento do estudo taxo-


Echinodermata identificada em nível de espécie e gê- nômico desse exemplar pode resultar na expansão da
nero já era conhecida, em sua maioria, nas regiões da área de ocorrência de uma das espécies conhecidas
costa brasileira (especialmente na costa central). Entre- (Tamaria floridae) ou na descrição de uma nova espé-
tanto, devem ser destacadas algumas novas ocorrên- cie para a ciência.
cias para a costa brasileira, ou seja, aquelas espécies Entre os Ophiuroidea, são dignas de nota novas
que não foram registradas formalmente em publica- ocorrências para uma família (Asteronychidae Verrill,
ções científicas. 1899 emendada por Mortensen, 1933c), dois gêneros
Entre os Asteroidea, foi coletado um exemplar (Asteronyx Müller & Troschel, 1842 e Astrodia Verrill,
do gênero Tamaria (família Ophidiasteridae). O gênero 1884) e duas espécies para a costa brasileira (Asteronyx
está representado por três espécies no Oceano Atlân- loveni e Astrodia tenuispina, ver Pranchas 1 e 2 no Ane-
tico, T. floridae (Perrie, 1881), T. halperni Downey, 1971 e xo 3). Asteronyx loveni possui uma ampla distribuição
T. passiflora Downey, 1971. Todas elas estão restritas à geográfica, porém sem registros para o Oceano Ártico
região da Flórida (EUA), Bahamas e Caribe e foram co- e o Hemisfério Sul, e já foi coletada entre as profundi-
letadas entre as profundidades de 180 e 600 m (Clark dades de 100 m e 4.721 m (Paterson, 1985). Na costa

364 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


central brasileira, A. loveni ocorreu em uma área res- nístico nessas regiões ainda é muito restrito. Deve-se,
trita, entre 942 m e 1.717 m de profundidade. Astrodia portanto, ressaltar a necessidade da continuação dos
tenuispina é uma espécie característica de regiões pro- estudos taxonômicos mais específicos para ampliar o
fundas dos dois lados do Atlântico Norte e já foi regis- conhecimento da fauna de Echinodermata coletada
trada entre 2.452 m e 3.659 m na costa dos EUA e entre pelo Programa REVIZEE.
1.560 m e 3.548 m na costa européia (Paterson, 1985).
Na costa central brasileira, Astrodia tenuispina foi cole- 9.2.2. Distribuição batimétrica das
tada entre 600 m e 910 m. A ausência dessas espécies famílias e espécies identificadas
na costa sul brasileira, conforme o estudo recente de
Borges et al. (2002), também deve ser destacada. To- Para analisar a distribuição batimétrica das famílias e
dos os espécimes coletados na costa central possuem espécies identificadas de Echinodermata, as estações
dimensões relativamente grandes (diâmetro do disco de coleta foram agrupadas de acordo com suas pro-
entre 10 e 35 mm e braços longos) e são capazes de en- fundidades, em intervalos de 200 m. Os dados seguin-
rolar seus braços verticalmente, o que permite que es- tes referem-se a 39 famílias identificadas para as cinco
calem organismos arborescentes, como penatuláceos classes de Echinodermata.
e gorgonáceos. A ausência dessas espécies em outras O maior número de famílias, ou seja, 30, que re-
regiões brasileiras talvez seja conseqüência da falta de presentam cerca de 77%, ocorreu nos primeiros 200 m
exploração com equipamentos adequados. Todos os de profundidade (Figura 18). Cerca de 26% das famílias
espécimes encontrados foram capturados pela rede estiveram restritas a esse intervalo batimétrico (Figura
de arrasto de fundo do navio oceanográfico francês 19). O número de famílias registradas diminuiu grada-
Thalassa, que realizou as campanhas Pesca - Bahia I tivamente de acordo com o aumento da profundida-
e Bahia II e é reconhecido por possuir equipamentos de: cerca de 54% das famílias ocorreram entre 200 m
modernos. e 400 m, 36% entre 400 m e 600 m, 31% entre 600 m e
É clara a possibilidade de que espécimes identi- 800 m, 20% entre 800 m e 1.600 m, 8% entre 1.600 m
ficados apenas em nível de família ou gênero no pre- e 1.800 m, e 5% entre 1.800 m e 2.000 m (Figura 18).
sente estudo sejam novas para a ciência, especialmen- As famílias Astropectinidae (Asteroidea), Amphiuridae
te aquelas das famílias Ophiothrichidae, Ophiuridae e (Ophiuroidea) e Cidaridae (Echinoidea) destacam-se
Amphiuridae (Ophiuroidea). A ampliação da distribui- por possuir ampla distribuição batimétrica (entre 20
ção geográfica (novas ocorrências) e mesmo a descri- m e 1.800 m). Outras famílias, como Benthopectinidae
ção de novas espécies também podem ser esperadas, e Zoroasteridae (Asteroidea), Asteronychidae
especialmente para aqueles espécimes capturados (Ophiuroidea), Lovenidae (Echinoidea) e Elpidiidae
em estações mais profundas, abaixo de 500 m ou mais (Holothuroidea), ocorreram apenas em maiores pro-
(1.000 m) de profundidade, pois o conhecimento fau- fundidades, entre 600 m e 1.800 m (Figura 19).

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 365


366
Profundidades (m)

2400
2200
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
Isocrinidae
Tropometridae
Asteriidae
Asterinidae

Programa REVIZEE.
Astropectinidae
Echinasteridae
Goniasteridae
Luidiidae
Ophidiasteridae
Oreasteridae
Benthopectinidae
Zoroasteridae
Amphiuridae
Asteronychidae
Ophiactidae
Gorgonocephalidae
Hemieuryalidae
Ophiochitonidae

total registrado no SCORE Central do Programa REVIZEE.


Ophiocomidae
Ophiodermatidae
Ophiomixidae

Famílias
Ophionereididae
Ophiothrichidae
Ophiolepididae
Ophiuridae
Cidaridae
Clypeasteridae
Diadematidae
Mellitidae
Schizasteridae
Toxopneustidae
Brissidae
Lovenidae
Echinothuriidae
Phyllophoridae
Elpidiidae
Holothuriidae
Cucum ariidae
Figura 18: Distribuição batimétrica do número de famílias de cada classe do filo Echinodermata e o número

Chirodotidae

Figura 19: Distribuição batimétrica das principais famílias de Echinodermata registradas no SCORE Central do

BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


A distribuição batimétrica das espécies identifi- Echinothuriidae) (Figura 20). O crinóide peduncula-
cadas (Figura 20) corrobora a análise realizada com as do Endoxocrinus maclearanus (Crinoidea, Isocrinidae)
famílias, ou seja, ratifica que o maior número de táxons ocorreu apenas no início do talude continental, entre
ocorreu nas menores profundidades. Entre as espé- 200 m e 300 m. Outras espécies também só ocorreram
cies, cerca de 38% foram registradas entre as profun- na quebra da plataforma continental, entre 400 m e
didades de 20 m e 200 m, sendo que a maioria (cerca 1.000 m, como Astropecten acutirradiatus (Asteroidea,
de 35%) ocorreu no intervalo de 20 m a 100 m (Figu- Astropectinidae), Rosaster alexandri (Asteroidea,
ra 20). Entre as espécies com ampla distribuição bati- Goniasteridae), Astrodia tenuispina (Ophiuroidea,
métrica, destacam-se Psilaster crassiope (Asteroidea, Asteronychidae) e Paraphormosoma alternans
Astropectinidae), Stylocidaris lineata (Echinoidea, (Echinoidea, Echinothuriidae) (Figura 20).
Cidaridae) e Phormosoma placenta (Echinoidea,

Espécies
Tropiometra carinata carinata

Paraphormosoma alternans
Endoxocrinus maclearanus

Astropecten acutirradiatus

Mediaster bairdi capensis


Astropecten brasiliensis

Ophioderma apressum
Astropecten cingulatus

Phormosoma placenta
Nymphaster arenatus

Ophioceramis januarii
Amphiodia planispina

Ophiolepis impressa
Ophioderma januari

Eucidaris tribuloides
Ophiothrix angulata
Ophiocoma wendtii
Rosaster alexandri

Tretocidaris barletii
Astrodia tenuispina

Ophiocoma pumila

Stylocidaris lineata
Plintaster dentatus
Psilaster cassiope

Asteronyx loveni

Chiridota rotifera

Scotoplanes sp
Ophiopsila riiei
Tosia parva

0
100
200
Profundidades (m)

300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900

Figura 20: Distribuição batimétrica das principais espécies de Echinodermata registradas no SCORE Central do
Programa REVIZEE.

O número acumulado de espécies ao longo de do que nas outras profundidades, o que pode estar de-
todas as profundidades amostradas revela que a com- terminando o padrão registrado, ou seja, o maior núme-
posição da fauna de Echinodermata cresce até o in- ro de espécies em menores profundidades. Além disso,
tervalo batimétrico de 600 m a 800 m e se estabiliza a deve-se também enfatizar que a utilização de diferentes
partir de 800 m até 1.800 m (Figura 21). amostradores na área estudada e suas freqüências amos-
Entretanto, é importante considerar o fato de que o trais também definem a quantidade e o tipo de organis-
esforço amostral nas profundidades mais rasas foi maior mo que será capturado (Holme & McIntyre, 1984).

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 367


40

35

����������������������������
30

25

20

15

10
20-100 100-200 200-400 400-600 600-800 800-1000 1000-1800
Profundidades (m )

Figura 21: Número acumulado de espécies de Echinodermata coletadas nos diferentes intervalos batimétricos
estudados no SCORE Central do Programa REVIZEE.

A similaridade entre a composição faunística 22). Considerando um menor grau de similaridade,


de Echinodermata em cada intervalo batimétrico pode-se distingüir dois grupos de estações, as mais
amostrado foi aferida através do cálculo do índice rasas (entre 20 m e 400 m) e as mais profundas (a
de Bray-Curtis (Krebs, 1989). As estações mais simi- partir de 400 m até 1.800 m). Entretanto, as estações
lares foram aquelas entre os intervalos batimétricos entre 400 e 600 m, 600 e 800 m, 800 e 1.000 m, 1.000
de 100-200 m e 200-400 m. Todas as outras estações e 1.800 m formaram grupos distintos, mais similares
obtiveram índices de similaridade inferiores (Figura (Figura 22).

0
Similaridade (Bray-Curtis)

20

40

60

80

100
1000-1800
100-200

200-400

400-600

600-800
800-1000
20-100

Profundidades (m)

Figura 22: Análise de agrupamento utilizando o Índice de Similaridade de Bray-Curtis em relação às espécies de
Echinodermata coletadas nos conjuntos de estações em cada intervalo batimétrico estudado no SCORE Central
do Programa REVIZEE.

368 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


9.2.3. Riqueza e diversidade de espécies de exemplares) de cada espécie coletada (uniformida-
identificadas de), ou seja, se todas as espécies possuem números si-
milares de indivíduos, a uniformidade da amostra será
A riqueza de espécies foi calculada através do Índice alta. A uniformidade foi calculada através do Índice de
de Margalef, que considera tanto o número de espé- Pielou (Magurran, 1988).
cies registradas como o número total de exemplares O maior valor de diversidade registrado ocorreu
coletados (Magurran, 1988, 2003). Essa relação entre para as estações mais rasas, entre 20 m e 100 m de pro-
o número e a abundância das espécies pode gerar re- fundidade. Assim como o Índice de Riqueza de Marga-
sultados diferentes do que aqueles em que apenas o lef, o segundo maior valor de diversidade ocorreu para
número absoluto de espécies é considerado. O maior as estações localizadas entre 400 m e 600 m de pro-
valor registrado para o Índice de Margalef ocorreu fundidade. Neste intervalo batimétrico, tanto a riqueza
para as estações localizadas entre 20 m e 100 m de quanto a uniformidade contribuíram para o aumento
profundidade (Figura 23). Entretanto, a riqueza não da diversidade (Figura 23). A diversidade decresceu
decresceu gradativamente de acordo com o aumento nas estações localizadas entre 600 m e 1.000 m e obteve
da profundidade, como ocorreu quando apenas o nú- um ligeiro aumento entre 1.000 m e 1.800 m, devido à
mero absoluto de espécies foi considerado. Apesar de uniformidade das amostras (Figura 23).
apresentar oscilações, os valores do Índice de Rique- Nas estações localizadas entre 400 m e 600 m, foi
za de Margalef decresceram nas estações de maiores registrado, de fato, o maior número de espécies exclu-
profundidades. As estações localizadas entre 400 m e sivas, ou seja, que não ocorreram nas profundidades
600 m obtiveram o segundo maior valor do índice de inferiores. Isso é evidenciado quando o número acu-
riqueza (Figura 23). mulado de espécies encontradas é analisado (Figura
A diversidade de espécies foi calculada através 21). Como enfatizado anteriormente, a interpretação
do Índice de Shanon-Wiener (Magurran, 1988). Esse desses resultados deve ser cautelosa, devido à diferen-
índice é influenciado tanto pelo número de espécies ça no esforço amostral entre as profundidades e à utili-
amostradas (riqueza) como pela abundância (número zação de diferentes equipamentos de amostragem.

2,5

2
Índices

1,5

0,5

0
20 -100 100 - 200 200 - 400 400 - 600 600 - 800 800 -1000 1000 - 1800

Profundidades (m)

Riqueza (Margalef) Uniformidade (Pielou) Diversidade (Shanon -Wiener log e)

Figura 23: Índices de riqueza (Margalef ), uniformidade (Pielou) e diversidade (Shanon-Wiener) das espécies de
Echinodermata coletadas nos conjuntos de estações em cada intervalo batimétrico estudado no SCORE Central
do Programa REVIZEE.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 369


Apesar das limitações mencionadas para a aná- to de espécies crípticas foi documentado apenas após
lise dos dados de riqueza e diversidade de espécies, a utilização de dados moleculares (Baric & Sturmbauer,
é relevante mencionar exemplos na costa brasileira 1999). Provavelmente, esse gênero está representado
e em outras localidades onde ocorreu uma evidente por mais de uma espécie na costa central brasileira,
mudança na composição das comunidades em de- visto que a família Ophiothrichidae foi uma das mais
terminadas faixas batimétricas. Sumida e Pires-Vanin abundantes. Há outros exemplos em que a maioria
(1997) registraram uma mudança na composição da dos caracteres diagnósticos aparece em estados in-
fauna entre as profundidades de 320 m e 500 m no termediários, como é o caso dos asteróides da família
litoral de Ubatuba (SP). Essas mudanças foram relacio- Echinasteridae (Clark & Downey, 1992; Hopkins et al.,
nadas às maiores taxas de sedimentação na região do 2003). Dificuldades semelhantes também são encon-
talude continental. Bianchi (1992a, 1992b) encontrou tradas nas espécies das famílias Amphiuridae (Ophiu-
resultados semelhantes em uma região de quebra de roidea) e Ophiurida (Ophiuroidea). Entretanto, deve-se
plataforma continental e no talude no Atlântico Oeste, mencionar que os espécimes identificados até o nível
ao largo de Angola, e na América Central na costa do de gênero ou espécie, mas que necessitam de confir-
Pacífico. Colloca et al. (2004) registraram maiores abun- mação taxonômica, não foram incluídos nas análises
dâncias de peixes e espécies epibênticas da macrofau- aqui apresentadas. Esse é o caso dos gêneros Ophio-
na (crustáceos e cefalópodes) na região de quebra da musium, Ophiomusidium e Ophiomastus e da espécie
plataforma continental (entre 100 m e 200 m de pro- Ophiomusium acuferium Lyman 1875, todos ofiuróides
fundidade) do Mar Mediterrâneo. Esses autores tam- da família Ophiuridae.
bém sugerem que o crinóide Leptometra phalangium As amostragens sobre fundos biogênicos, princi-
J. Müller, 1841 (Crinoidea, Antedonidae) seja uma es- palmente sobre a cadeia submarina Vitória-Trindade,
pécie indicadora de habitat altamente produtivo, de trouxeram fragmentos de algas e corais que necessi-
fundo detrítico, onde são encontradas várias espécies tam de uma triagem mais detalhada. Provavelmente,
de peixes e macroinvertebrados, tanto na forma adulta o conhecimento da fauna críptica, de pequeno tama-
quanto juvenil. nho, associada a esses fragmentos trará registros de
novas espécies ou novas ocorrências para nossa costa,
9.2.4. Considerações gerais evidenciando diferenças entre a composição faunísti-
ca das cadeias submarinas e do talude adjacente.
Este levantamento da fauna de Echinodermata do Pro- Conforme já mencionado, a diferença no esforço
grama REVIZEE/SCORE Central visou contribuir para o amostral entre as regiões e a utilização de diferentes
conhecimento mais profundo do filo na costa central equipamentos para a amostragem limitaram a com-
brasileira, uma das regiões menos conhecidas do nos- paração entre estações e, conseqüentemente, a in-
so litoral (Lana et al., 1996). A lista de espécies e famí- terpretação mais profunda dos dados de abundância,
lias identificadas e as análises dos dados apresentados riqueza e diversidade. Entretanto, deve-se enfatizar
neste capítulo são, portanto, bastante relevantes, po- que o padrão obtido na costa central brasileira para a
rém também evidenciam a necessidade de um maior mudança da fauna de Echinodermata de acordo com
esforço amostral e de estudos taxonômicos mais de- a batimetria também ocorre no Atlântico Norte (Gage,
talhados. 1986). Essa é uma das regiões mais estudadas do mun-
Há problemas taxonômicos gerados pelas ex- do, em relação à fauna profunda (Gage & Tyler, 1991).
pressivas variações morfológicas intra-específicas, es- Em Rockall Trough (Atlântico Nordeste), a mudança na
pecialmente para aquelas espécies que possuem uma composição faunística de equinodermos ocorre entre
ampla distribuição geográfica (Hopkins & Ventura, 800 m e 1.200 m, especialmente para ofiuróides. Essa
2001). A distinção entre morfotipos e o reconhecimento rápida mudança ocorre dentro de uma massa d’água
de espécies crípticas ainda são pontos controvertidos. distinta, de origem mediterrânea, onde há uma ter-
Um bom exemplo é o gênero Ophiothrix (Ophiuroidea: moclina permanente. As diferenças batimétricas nas
Ophiothrichidae), que possui um alto grau de variação zonas de mudanças faunísticas máximas entre locali-
morfológica intra-específica. Por isso, o reconhecimen- dades devem ocorrer devido às influências das corren-

370 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


tes ou outras características oceanográficas locais que e, especialmente, na Ásia. A pesca e o cultivo contro-
promovem instabilidades no ambiente (Gage, 1986). lado em laboratório ou no ambiente geram empregos
A utilização da rede de arrasto para amostragem e divisas para esses países. O crescente consumo de
da fauna dermersal nas campanhas Pesca-Bahia I e equinóides e o alto preço nos mercados europeus e
Bahia II proporcionou o novo registro de ocorrência de asiáticos, principalmente, resultaram, na última déca-
duas espécies (Asteronyx loveni e Astrodia tenuispina) da, em registros de exploração de 110.000 toneladas
da família Asteronychidae (Ophiuroidea). Esse é o pri- por ano dos estoques naturais da Europa e do leste da
meiro registro também para essa família na costa bra- Ásia (Otero & Kelly, 2002).
sileira. A ausência dessas espécies no levantamento No Chile, cerca de 50.000 toneladas do ouriço-
realizado no Score Sul do Programa REVIZEE (Borges do-mar Loxechinus albus são pescadas por ano (Stotz,
et al., 2002) deve-se, provavelmente, à não utlização 2004). Apesar da predominância da pesca artesanal,
de rede de arrasto nas amostragens. Portanto, o uso há centros de cultivos de larvas e assentados que for-
de diferentes equipamentos de coleta promoveu uma necem as “sementes” para aquacultores realizarem a
captura mais diversificada. Também é importante en- engorda dos animais no ambiente, até que estes alcan-
fatizar que a rede de arrasto exerce uma captura sele- cem o tamanho comercial.
tiva dos organismos, dependendo da malha utilizada. Na costa oeste da América do Norte, do Alaska ao
Por exemplo, a megafauna de equinodermos ao largo norte do México, a exploração comercial do equinóide
da Noruega é dominada por altas densidades de um Strongylocentrotus franciscanus se desenvolveu rapida-
holoturóide da família Elpidiidae (Elpidia glacialis) de mente, declinou e se estabilizou em níveis razoáveis
menos de 25 mm de tamanho (Sibuet, 1985). Espéci- nos últimos 30 anos (Dwees, 2004). Nos EUA, durante
mes com tais dimensões não foram capturados pela a década de 1960, os ouriços-do-mar foram considera-
rede de arrasto utilizada no SCORE Central. dos uma ameaça à exploração de macrófitas marinhas.
Em resumo, apesar de o conhecimento da fauna O interesse pela pesca de equinóides surgiu dez anos
de Echinodermata da costa central brasileira ainda ser depois, no início da década de 1970. Em 13 anos (de
muito limitado, os dados aqui apresentados fornecem 1972 a 1985), a pesca de ouriços-do-mar cresceu de
uma fonte inédita de informações, que só foi possí- 3.500 t a 11.200 t por ano. Em 1988, chegou ao máximo
vel devido ao esforço empregado para a realização da exploração no norte da Califórnia, quando foram
do Programa REVIZEE/SCORE Central. Certamente, o pescados cerca de 23.600 t. A produção declinou na
conhecimento dessa fauna amostrada ainda não se década de 1990 e se mantém estável atualmente em
esgotou. Novas informações serão obtidas na medida torno de 6.400 t (Dwees, 2004).
em que estudos mais detalhados forem realizados. É No Japão, um programa governamental
importante enfatizar a necessidade do engajamento de incentivo ao cultivo de equinóides do gênero
de novos alunos de pós-graduação e outros profissio- Strongylocentrotus (principalmente S. intermedius) re-
nais interessados no conhecimento mais profundo da colonizou recifes naturais com cerca de 67 milhões de
fauna de Echinodermata da costa brasileira. juvenis no ano de 2000 (Agatsuma et al., 2004). Esse
programa se justifica porque o Japão é um dos maio-
9.3. Importância econômica do grupo res consumidores mundiais de gônadas de equinóides,
mas seus estoques naturais não suportam a explora-
Além do importante papel ecológico já mencionado e ção exigida pela demanda. Atualmente, o Japão é um
os conseqüentes custos ambientais e econômicos re- dos principais importadores desse pescado.
lacionados ao desequilíbrio das populações, os equi- Na Espanha (Galícia), a exploração do equinóide
nodermos têm uma importância econômica direta, Paracentrotus lividus se mantém estável nos últimos
seja como alimento ou como fonte de fármacos, entre dez anos, em torno de 500 a 600 toneladas métricas
outras utilizações na medicina. por ano. A maior parte da produção destina-se ao mer-
Equinóides e holoturóides são bastante explo- cado interno, mas o crescente aumento da demanda
rados para o consumo no Chile, nos EUA, no Canadá, internacional incentivou os aquacultores a investirem
em alguns países europeus (como Espanha e França) no beneficiamento das gônadas dos equinóides para

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 371


atingir novos mercados. Para se ter uma idéia, a produ- uma falha na regulação do transporte de íons pode ser
ção desse pescado movimentou cerca de 1 milhão de a causa básica para essa doença nos seres humanos.
euros em 2002 (Catoira, 2004). Compostos químicos (polissacarídeos sulfatados)
Os holoturóides são explorados principalmente retirados da parede corporal de holotúrias agem como
pelos países asiáticos, onde há o maior mercado consu- eficientes anticoagulantes. Esses compostos são im-
midor. Cerca de 36.000 t de holotúrias foram pescadas portantes no tratamento de doenças cardiovasculares,
em 1996, principalmente no Japão, Coréia, Indonésia, principalmente depois de infartos, pois evitam o blo-
Papua Nova Guiné, Iêmen, Filipinas, entre outros paí- queio da circulação sangüínea (Mourão et al., 1998). Es-
ses do Indo-Pacífico (Conan, 2001). A principal espécie sas substâncias são semelhantes à heparina tradicional,
explorada é Stichopus japonicus, que representa mais que é formada por compostos extraídos de pulmões e
de 30% do total pescado em 1996. Alguns países oci- intestinos de suínos e bovinos. As vantagens do anti-
dentais exportam holotúrias para o mercado asiático, coagulante extraído das holotúrias sobre a heparina
como é o caso do Chile, Equador, EUA e Canadá. tradicional são os menores riscos de contaminação e
No Brasil, não há consumo expressivo de equinói- efeitos colaterais. Outra grande vantagem é que esse
des e holoturóides, como descrito para outros países, estudo vem sendo realizado pelo grupo de pesquisa-
por questões culturais e também devido à proibição dores brasileiros, liderado pelo professor Dr. Paulo A. S.
da atividade de coleta desses animais no ambiente Mourão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
pela legislação ambiental e pela inexistência de cria- Outro exemplo interessante é a atividade an-
douros comerciais. Atualmente, só são encontradas tiviral de pigmentos extraídos do corpo do crinóide
gônadas de ouriços-do-mar ou algum alimento con- Gymnocrinus richeri (Cyrtocrinida: Cyrtocrinidae). As
tendo pedaços de holotúrias nos cardápios de restau- substâncias isoladas, chamadas gimnocromo D e iso-
rantes sofisticados dos grandes centros urbanos que, gimnocromo D, inibiram eficientemente a atividade
provavelmente, importam esses itens (ou os exploram do vírus da dengue, sem causar prejuízos às células
ilegalmente). hospedeiras (Laille et al., 1998). Esse crinóide foi encon-
Os equinodermos também são utilizados direta- trado durante o levantamento faunístico realizado nas
mente na pesquisa médica, seja como modelos para cadeias submarinas da Nova Caledônia e é considera-
a compreensão de processos fisiológicos, seja como do primitivo (Cohen et al., 2004). Gymnocrinus richeri é
fonte de substâncias químicas utilizadas como medi- reconhecido como um “fóssil vivo”, pois é um dos pou-
camentos (fármacos). A pesquisa básica na área médi- cos representantes atuais do gênero e possui muitas
ca utiliza freqüentemente gametas e outras células de características morfológicas dos ancestrais fósseis.
equinóides. Por exemplo, os receptores de membrana Os equinodermos também são fontes de subs-
relacionados com um tipo de disenteria (doença intes- tâncias inibidoras da incrustação biológica. Extratos
tinal humana) foram primeiramente isolados de esper- do ofiuróide Astrocyclus caecilia e dos asteróides Luidia
matozóides de um ouriço-do-mar. Substâncias impor- clathrata e Astropecten articulatus têm efeitos signifi-
tantes nos processos fisiológicos humanos foram iden- cantes como antiincrustantes sobre esporos da alga
tificadas pela primeira vez em óvulos de equinóides, parda Hincksia irregularis, mesmo em concentrações
como o liberador de íons de cálcio (ADP cíclico), im- três vezes menores do que aquelas encontradas na-
portante no funcionamento do pâncreas. Outro bom turalmente na parede corporal desses animais (Iken et
exemplo é a proteína da membrana de espermatozói- al., 2003).
des de ouriços-do-mar, responsável pela fertilização Os exemplos mencionados acima evidenciam a
dos óvulos (união entre os gametas). Até o momento, relevância econômica dos Echinodermata. A utilização
essa proteína é a única reconhecida como homóloga direta dos espécimes como alimento ou como fontes
à policistina humana. Mutações na policistina humana de fármacos e substâncias antiincrustantes gera em-
causam uma doença renal degenerativa relativamen- pregos e divisas em diversos segmentos da economia.
te comum, chamada “rim policístico”. Nos equinóides, Portanto, o levantamento da biodiversidade desse
essa proteína controla a atividade dos canais de íons grupo em regiões pouco conhecidas é fundamental
na membrana celular. Por analogia, acredita-se que para o avanço em várias áreas do conhecimento.

372 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


9.4. Referências bibliográficas BIERMANN, C. H. 1998. The molecular evolution of sperm
bindin in six species of sea urchins (Echinoida:
Strongylocentrotidae). Molecular Biology and Evolution,
AGATSUMA, Y.; SAKAY, Y.; ANDREW, N. L. 2004. Enhancement Oxford, v. 15, p. 1761-1771.
of Japan’s sea urchin fisheries. In: LAWRENCE, J. M.;
GUZMÁN, O. (Ed.). Sea urchins, fisheries and ecology. BLAKE, D. B. 1987. A classification and phylogeny of post-
Lancaster: DEStec Publications. p. 18-36. Palaeozoic sea stars (Asteroidea: Echinodermata). Journal
of Natural History, London, v. 21, p. 481-528.
ALBUQUERQUE, M. N. 1986. Ophiuroidea Gray, 1840
(Echinodermata) da plataforma continental do Norte BLAKE, D. B. 1988. Paxillosidans are not primitive asteroids: A
e Nordeste do Brasil. Tese (Doutorado em Zoologia) – hypothesis based on functional considerations. In: BURKE,
Instituto de Biociências, USP, São Paulo. 393 p. R. D.; MLADENOV, P. V.; LAMBERT, P.; PARSLEY, R. L. (Ed.).
Echinoderm biology. Rotterdam: Balkema Publishers, p.
ALBUQUERQUE, M. N. 1991. Ophiuroidea (Echinodermata) ao 309-314.
longo do Brasil-Banco dos Abrolhos, cadeia submarina.
Vitória – Trindade e Plataforma Continental adjacente. BLAKE, D. B. 1989. Asteroidea: functional morphology,
Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, n.353, 30 p. classification and phylogeny. In: Jangoux, M.; Lawrence,
J. M. (Ed.). Echinoderm studies. Rotterdam: Balkema
ALVES, S. L. S.; PEREIRA, A. D.; VENTURA, C. R. R. 2002. Sexual Publishers. v. 3., p. 179-233.
and asexual reproduction of Coscinasterias tenuispina
(Lamarck, 1816) from Rio de Janeiro, Brazil. Marine Biology, BORGES, M.; MONTEIRO, A. M. G.; AMARAL, A. C. Z. 2002.
Berlin, v. 140, p. 95-101. Taxonomy of Ophiuroidea (Echinodermata) from
the Continental Shelf and Slope of the Southern and
AMÉZIANE N.; ROUX, M. 1997. Biodiversity and historical Southeastern Brazilian Coast. Biota Neotropica, São
biogeography of stalked crinoids (Echinodermata) in Paulo, v. 2, n. 2, 2002. Disponível em:<http://www.
the deep sea. Biodiversity Conservation, New York, v. 6, p. biotaneotropica.org.br/v2n2/pt/abstract?article+BN02
1557-1570. 302022002>. Acesso em: 18 out. 2004.

AUEMHEIMER, C.; CHINCHON, S. 1997. Calcareous skeletons BÖTTGER, S. A.; MCCLINTOCK, J. B. 2002. Effects of inorganic
of sea urchins as indicators of heavy metals pollution. and organic phosphate exposure on aspects of
Portman Bay, Spain. Environmental Geology, New York, v. reproduction in the common sea urchin Lytechinus
29, n.1/2, p. 78-83. variegatus (Echinodermata: Echinoidea). Journal of
Experimental Zoology, New Haven, v. 292, p. 660-671.
AUSICH, W. I.; KAMMER, T. W. 2001. The study of crinoids during
the 20th century and the challenges of the 21st century. BRITO, I. M. 1959. Sobre uma nova Clypeaster do Brasil.
Journal of Paleontology, Iowa City, v. 75, p. 1161-1173. Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade de Filosofia
Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 1, 8 p.
AVILA-PIRES, T. C. S. 1983. Contribuição ao estudo do gênero
Echinaster Müller & Troschel, 1840 (Echinodermata, BRITO, I. M. 1960a. Clipeasteróides do Rio de Janeiro.
Asteroidea) no litoral brasileiro. Anais da Academia Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade de Filosofia
Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 55, n. 4, p. 431- Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 3, 10 p., 3 est.
448.
BRITO, I. M. 1960b. Os Equinóideos regulares do litoral do Rio
BAKER, A. N.; ROWE, F. W. E; CLARK, H. E. S. 1986. A new class de Janeiro. Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade
of Echinodermata from New Zealand. Nature, London, v. de Filosofia Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 4, 8
321, p. 862-864. p., 2 est.

BARIC, S.; STURMBAUER, C. 1999. Ecological parallellism and BRITO, I. M. 1960c. Asteróides dos Estados do Rio de Janeiro
cryptic species in the genus Ophiothrix derived from e São Paulo. Parte 1-Forcipulata e Phanerozonia.
mitochondrial DNA sequences. Molecular Phylogenetics Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade de Filosofia
and Evolution, San Diego, v. 11, n. 1, p. 157-162. Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 5, 13 p., 3 est.

BATHER, F. A. 1900. The Echinodermata. In: LANKESTER, E. R. BRITO, I. M. 1960d. Os Ofiuróideos do Rio de Janeiro. Parte
(Ed.). A treatise on zoology, part 3. London: A. & C. Black I. Ophiothrichidae, Ophiochitonidae e Ophiactidae.
Ed. Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade de Filosofia
Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 6, p. 1-4.
BIANCHI, G. 1992a. Demersal assemblages of the continental
shelf and upper slope of Angola. Marine Ecology Progress BRITO, I. M. 1960e. Holoturóides do Rio de Janeiro. Parte I.
Series, Oldendorf/Luhe, v. 81, p. 101-120. Aspidochirota e Apoda. Avulsos Centro Estudos Zoológicos
Faculdade de Filosofia Universidade do Brasil, Rio de
BIANCHI, G. 1992b. Study of the demersal assemblages of the Janeiro, n. 7, 8 p., 2 est.
continental shelf and upper slope off Congo and Gabon,
based on the trawl surveys of the RV ‘Dr. Fridtjof Nansen’. BRITO, I. M. 1962. Ensaio de catálogo dos Echinodermata do
Marine Ecology Progress Series, Oldendorf/Luhe, v. 85, p. Brasil. Avulsos Centro Estudos Zoológicos Faculdade de
9-23. Filosofia Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, n. 13, 11 p.,
3 est.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 373


BRITO, I. M. 1968. Asteróides e Equinóideos do Estado da CLARK, H. L. 1924. The holothurians of the Museum of
Guanabara e adjacências. Boletim do Museu Nacional, Rio Comparative Zoology: the Synaptinae. Bulletin of Museum
de Janeiro, n. 260, 57 p., 15 est. Comparative Zoology of Harvard University, Cambridge, v.
5, n. 1, p. 459-501, 12 pls.
BRITO, I. M. 1971. Contribuição ao conhecimento dos
Equinodermos da Ilha da Trindade, Brasil. Arquivos do CLARK, H. L. 1933. A handbook of the littoral echinoderms
Museu Nacional, Rio de Janeiro, n. 54, p. 261-265. of Porto Rico and the other West Indies islands. Scientific
Survey of Porto Rico and the Virgin Island, New York, v. 16,
BRITO, I. M. 1979. Clipeasteróides Cenozóicos do Brasil n. 1, p. 147, 3 est.
(Echinodermata, Echinoides). Anais da Academia Brasileira
de Ciências, Rio de Janeiro, v. 51, n. 4, p. 729-740. CLARK, H. L. 1940. A revision of the keyhole urchins (Mellita).
Proceedings of United States Natural Museum, Washington,
BRITO, I. M. 1982. A ocorrência de Clypeaster durandi v. 89, n. 3099, p. 435-444.
Cherbonnier no Brasil (Echinoidea, Clypeasteroidea).
Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. CLARK, H. L. 1941 Report on the scientific results of the
54, n. 2, p. 365-368. Atlantis Expedition to the West Indies, under the joint
supervision of the University of Havana and Harvard
BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. 2003. Invertebrates. 2nd ed. University. Memórias de la Sociedad Cubana de Historia
Sunderland: Sinauer. 935 p. Natural Felipe Poey. 1, Habana.

CAMERON, R. A.; MAHAIRAS, G.; RAST, J. P.; MARTINEZ, P.; CLARK, A. M. 1970. Notes on the family Amphiuridae. Bulletin
BIONDI, T. R.; SWARTZELL, S.; WALLACE, J. C.; POUSTKA, of the British Museum (Natural History), Zoology, London,
A. J.; LIVINGSTON, B. T.; WRAY, G. A.; ETTENSOHN, C. A.; v. 19, p. 5-89.
LEHRACH, H.; BRITTEN, R. J.; DAVIDSON, E. H.; HOOD,
L. 2000. A sea urchin genome project: Sequence scan, CLARK, A. M.; DOWNEY, M. E. 1992. Starfishes of the Atlantic.
virtual map, and additional resources. Proceedings of the London: Chapman & Hall Editors. 794 p.
National Academy of Sciences, Washington, v. 97, n. 17, p.
9514-9518. COHEN, B. L.; AMÉZIANE, N.; ELEUME, M.; FORGES, B. R. 2004.
Crinoid phylogeny: a preliminary analysis (Echinodermata:
CARVALHO, A. L. P. S.; VENTURA, C. R. R. 2002. The reproductive Crinoidea). Marine Biology, Berlin, v. 144, p. 605-617.
cycle of Asterina stellifera (Möbius) (Echinodermata:
Asteroidea) in the Cabo Frio region, southeastern Brazil. COLLOCA, F.; CARPENTIERI, P.; BALESTRI, E.; ARDIZZONE,
Marine Biology, Berlin, v. 141, p. 947-954. G. D. 2004. A critical habitat for Mediterranean fish
resources: shelf-break areas with Leptometra phalangium
CASTRO, C. B.; ECHEVERRIA, C. A.; PIRES, D. O.; MASCARENHAS, (Echinodermata: Crinoidea). Marine Biology, Berlin, v. 145,
B. J. A.; FREITAS, S. G. 1995. Distribuição de Cnidaria e p. 1129-1142.
Echinodermata no infralitoral de costões rochosos de
Arraial do Cabo, R.J. Revista Brasileira de Biologia, Rio de CONAN, C. 2001. Overview of sea cucumber fisheries
Janeiro, v. 55, n. 3, p. 471-480. over the last decade - What possibilities for a durable
management? In: BARKER, M. (Ed.). Echinoderms, 2000.
CATOIRA, J. L. 2004. History and current state of sea urchin Lisse: Swets & Zeitlinger. p. 339-344.
Paracentrotus lividus Lamarck, 1816, fisheries in Galicia,
NW Spain. In: LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN, O. (Ed.). DEBENHAM, P.; BRZEZINSKI, M. A.; FOLTZ, K. R. 2000. Evaluation
Sea urchins, fisheries and ecology. Lancaster: DEStec of sequence variation and selection in the bindin locus of
Publications. p. 64-73. the red sea urchin, Strongylocentrotus franciscanus. Journal
of Molecular Evolution, New York, v. 51, p. 481-490.
CLARK, H. L. 1901. The Echinoderms of Porto Rico. Bulletin of
United States Fisheries Commerce, Miami, v. 20, n. 2, p. 233- DWEES, C. M. 2004. Sea urchin fisheries: a Californian
236. perspective. In: LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN, O. (Ed.).
Sea urchins, fisheries and ecology. Lancaster: DEStec
CLARK, H. L. 1907. The apodous hotlothurians. Smithsonian Publications. p. 37-55.
Contribution to Knowledge, Washington, v. 35, n. 1723,
231 p. EDMUNDS, P. J.; CARPENTER, R. 2001. Recovery of Diadema
antillarum reduces macroalgal cover and increases
CLARK, H. L. 1914. Growth-changes in brittle stars. Papers abundance of juvenile corals on a Caribbean reef.
from the Tortugas Laboratory, Washington, v. 5, p. 93-126. Proceedings of the American Academy of Science,
Carnegie Inst., Washington, Dep. Marine Biology. Washington, v. 98, n. 9, p. 5067-5071.

CLARK, H. L. 1915. Catalogue of recent ophiurans. Memoirs ERNST, S. G. 1997. A century of sea urchin development.
of Museum of Comparative Zoology of Harvard University, American Zoologist, Seattle, v. 37, n. 3, p. 250-259.
Cambridge, v. 25, n. 4, p. 165-376, 30 est.
FELL, H. B. 1963. The phylogeny of sea stars. Philosophical
CLARK, H. L. 1922. The Holothurians of the genus Stichopus. Transactions of the Royal Society of London, Série B,
Bulletin of Museum of Comparative Zoology of Harvard London, v. 246, n. 735, p. 381-485.
University, Cambridge, v. 65, n. 3, p. 39-74.

374 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


FISHER, W. K. 1911. Asteroidea of the North Pacific and HADEL, V. F.; MONTEIRO, A. M. G.; DITADI, A. S. F., TIAGO, C. G.;
Adjacent Waters. 1. Phaerozonia and Spinulosa. Bulletin of TOMMASI, L. R. 1999. Echinodermata. In: Migotto, A. C.;
United States Natural Museum, Washington, v. 76, n. 1, p. Tiago, C. G. (Ed.). Biodiversidade do estado de São Paulo,
419, 122 pls. Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, 3:
Invertebrados Marinhos. São Paulo: FAPESP. p. 260-271.
FISHER, W. K. 1919. Starfishes of the Philippine Seas and
adjacent Waters. Bulletin of United States Natural Museum, HENDLER, G.; MILLER, J. E.; PAWSON, D. L.; KIER, P. M. 1995.
Washington, v. 100, n. 3, 713 p., 155 est. Sea stars, sea urchins and allies: echinoderms of Florida
and the Caribbean. Washington: Smithsonian Institution
FISHER, W. K. 1928. Asteroidea of the North Pacific and Press. 390 p.
Adjacent Waters. Part 2. Forcipulata. Smithsonian Institute
of United States Natural Museum Bulletin, Washington, v. HINMAN, V. F; NGUYEN, A. T.; CAMERON, R. A.; DAVIDSON,
76, 245 p., 70 est. E. H. 2003. Developmental gene regulatory network
architecture across 500 million years of echinoderm
FISHER, W. K. 1940. Asteroidea. Discovery Reports, Cambridge, evolution. Proceedings of the National Academy of Sciences,
v. 20, p. 69-306, 23 figs. Washington, v. 100, n. 23, p. 13356-13361.

FREIRE, C. A.; SANTOS, P. J. P.; FONTOURA, N. F.; MAGALHÃES, HOLME, N. A.; MCINTYRE, A. D. 1984. Methods for the study of
R. A. O.; GROHMANN, P. A. 1992. Growth and spatial marine benthos. Oxford: Blackwell Scientific Publications.
distribution of Cassidulus mitis (Echinodermata:
Echinoidea) on a sand beach in south-eastern Brazil. HOPKINS, T. S.; VENTURA, C. R. R. 2001. The many facies
Marine Biology, Berlin, v. 112, p. 625-630. of Encope emarginata (Leske). In: BARKER, M. (Ed.).
Echinoderms 2000. Lisse: Swets & Zeitlinger. p. 246-251.
GAGE, J. D. 1986. The benthic fauna of the Rockall Trough:
regional distribution and bathymetric zonation. HOPKINS, T. S.; FONTANELLA, F. M.; VENTURA, C. R. R. 2003.
Proceedings of the Royal Society of Edinburgh Section B, Morphological diagnosis of three Brazilian sea stars od
Edinburgh, v. 88, p. 159-174. the genus Echinaster (sub-genus Othilia). In: FÉRAL, J-P.;
DAVID, B. (Ed.). Echinodem Research 2001. Lisse: Sweets &
GAGE, J. D.; TYLER, P. A. 1991. Deep-Sea Biology: A natural Zeitlinger. p. 97-103.
history of organisms at the deep-sea floor. Cambridge:
Cambridge University Press 504 p. HOWELL, K. L.; POND, D. W.; BILLETT, D. S. M.; TYLER, P. A. 2003.
Feeding ecology of deep-sea seastars (Echinodermata:
GALE, A. S. 1987. Phylogeny and classification of the Asteroidea): a fatty-acid biomarker approach. Marine
Asteroidea. Zoological Journal of the Linnean Society, Ecology Progress Series, Oldendorf/Luhe, v. 255, p. 193-
London, v. 89, p. 107-132. 206.

GEYER, L. B.; PALUMBI, S. R. 2003. Reproductive character HUDSON, I. R.; POND, D. W.; BILLET, D. S. M.; TYLER, P. A.;
displacement and the genetics of gamete recognition in LAMPITT, R. S.; WOLFF, G. A. 2004. Temporal variations
tropical sea urchins. Evolution, Lawrence, v. 57, p. 1049- in fatty acid composition of deep-sea holothurians:
1060. evidence of bentho-pelagic coupling. Marine Ecology
Progress Series, Oldendorf/Luhe, v. 281, p. 109-120.
GIESE, A. C.; PEARSE, J. S.; PEARSE, V. B. (Ed.). 1991.
Reproduction of marine invertebrates, v. VI, Echinoderms HYMAN, L. H. 1955. The Invertebrates: Echinodermata – The
and Lophphorates. Pacific Groove: The Boxwood Press. coelomate Bilateria. New York: McGraw, 763 p.

GUERRAZZI, M. C. 1999. Padrões populacionais e ecologia de IKEN, K.; GREER, S. P.; AMSLER, C. D.; McCLINTOCK, J. B. 2003.
forrageamento de Echinaster brasiliensis Müller & Troschel A new antifouling bioessay monitoring brown algal spore
(Echinodermata: Asteroidea) no canal de São Sebastião, swimming behaviour in the presence of echinoderm
SP. 77 p. Tese (Doutorado em Zoologia) - Universidade extracts. Biofouling, Buckingham, v. 19, n. 5, p. 327-334.
Estadual Paulista, Rio Claro.
JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1982. Echinoderm
GUILLOU, M.; QUINIOU, F.; HUART, B.; PAGANO, G. 2000. Nutrition. Rotterdam: Balkema Publishers. 654 p.
Comparison of embryonic development and metal
contamination in several populations of thesea JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1983. Echinoderm studies.
urchin Sphaerechinus granularis (Lamarck) exposed to Rotterdam: Balkema Publishers. v. 1, 204 p.
anthrpogenic pollution. Archives of Contamination and
Toxicology, New York, v. 39, p. 337-344. JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1987. Echinoderm studies.
Rotterdam: Balkema Publishers. v. 2, 320 p.
HADEL, V. F. 1997. Reprodução e comportamento de Chiridota
rotifera (Echinodermata. Holothuroidea) em laboratório. JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1989. Echinoderm studies.
175 p. Tese (Doutorado em Zoologia) - Instituto de Rotterdam: Balkema Publishers. v. 3, 396 p.
Biociências, USP, São Paulo.
JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1993. Echinoderm studies.
Rotterdam: Balkema Publishers. v. 4, 376 p.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 375


JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 1996. Echinoderm studies. LAWRENCE, J. M. (Ed.). 2001. Edible sea urchins: biology and
Rotterdam: Balkema Publishers. v. 5, 250 p. ecology. Amsterdam: Elsevier. 419 p.

JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). 2001. Echinoderm studies. LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN, O. (Ed.). 2004. Sea urchins, fisheries
Rotterdam: Balkema Publishers. v. 6, 346 p. and ecology. Proceedings of the International Conference
on Sea-urchin Fisheries and Aquaculture. Lancaster:
JANIES, D.; MOOI, R. 1999. Xyloplax is an asteroid. In: Carnevali DEStec Publications. 402 p.
and, M. C.; Bonasoro, F. (Ed.). Echinoderm Research 1998.
Rotterdam: Balkema Publishers. LESSIOS, H. A. 1988. Population dynamics of Diadema
antillarum (Echinodermata: Echinoidea) following mass
JEFFERIES, R. P. S. 1988. How to characterize the Echinodermata- mortality in Panama. Marine Biology, Berlin, v. 99, p. 515-
some implications of the sister group relationship 526.
between echinoderms and chordates. In: PAUL, C. R. C.;
SMITH, A. B. (Ed.). Echinoderm philogeny and evolutionary LESSIOS, H. A. 1995. Diadema antillarum 10 years after mass
biology. Current geological concepts. 1. Oxford: Oxford mortality: still rare, despite help from a competitor.
Science Publ.; Clarendon Press. p. 3-12. Prceedings of the Royal Society of London, London, v. 259,
p. 331-337.
JUNQUEIRA, A. O. R. 1998. Biologia populacional de Lytechinus
variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do LESSIOS, H. A.; ROBERTSON, D. R.; CUBT, J. D. 1984. Spread of
litoral do Rio de Janeiro, Brasil. 154 p. Tese (Doutorado em Diadema mass mortality through the Caribbean. Science,
Zoologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São New York, v. 226, p. 335-337.
Paulo, São Paulo.
LITTLEWOOD, D. T. J. 1995. Echinoderm class relationships
KNOTT, K. E.; WRAY, G. A. 2000. Controversy and consensus in revisited. In: EMSON, R. H.; SMITH, A. B.; CAMPBELL, A.
asteroid systematics: new insights to original and familial C. (Ed.). Echinoderm research 1995. Rotterdam: Balkema
relationships. American Zoologist, Seattle, v. 40, p. 382- Publishers. p. 19-28.
392.
LITTLEWOOD, D. T. J.; SMITH, A. B.; CLOUGH, K. A; EMSON, R.
KOEHLER, R. 1907. Révision de la collection des Ophiures du H. 1997. The interrelationships of the echinoderm classes:
Museum d’Histoire naturelle de Paris. Bulletin Scientifique morphological and molecular evidence. Biological Journal
de la France et de la Belgique, Paris, v. 41, p. 279-351. of the Linnean Society, London, v. 61, p. 409-438.

KOEHLER, R. 1908. Asteries, Ophiures et Echinides de LITTLEWOOD, D. T. J.; SMITH, A. B.; CLOUGH, K. A; EMSON, R.
l’Expedition Antarctic Ecossaise. Transactions of the Royal H. 1998. Five classes of echinoderm and one school of
Society of Edinburgh, Edinburg, v. 46, p. 529-649. thought. In: MOOI, R.; TELFORD, M. (Ed.). Echinoderms:
San Francisco. Rotterdam: Balkema Publishers. p. 47-50.
KOEHLER, R. 1913. Ophiures. Zoologische Jahrbücher
Supplement, v. 2, n. 3, p. 351-380. LJUNGMAN, A. V. 1867a. Ophiuroidea viventia hue usque
cognita. Ofvers. K. Vetensk. Akad. Forh. Stockh., Stockholm,
KOEHLER, R. 1914. A contribution to the study of Ophiurans v. 4, p. 303-336.
of the United States. National Museum Bulletin of United
States Natural Museum, Washington, v. 84, 173 p., 18 pls. LJUNGMAN, A. V. 1867b. Ona nagra nya arter Ophiurider.
Ofvers. K. Vetensk. Akad. Forh. Stockh., Stockholm, v. 4, p.
KREBS, C. J. 1989. Ecological methodology. New York: Harper 163-166.
& Row. 654 p.
LJUNGMAN, A. V. 1870. On tyanne nya arter Ophiurider. Ofvers.
LAFAY, B.; SMITH, A. B.; CHRISTEN, R. 1995. A combined K. Vetensk. Akad. Forh., Stockholm, v. 27, p. 471-475.
morphological and molecular approach to the phylogeny
of asteroids (Asteroidea: Echinodermata). Systematic LJUNGMAN, A. V. 1871. Förteckning Ofver uti Vestindien af
Biology, London, v. 44, p. 190-208. Dr. Göes samt under Korvetten Jocefinas expedition in
Atlantiska oceanen samlade Ophiurider. Ofvers. K. Vetensk.
LAILLE, M.; GERALD, F.; DEBITUS, C. 1998. In vitro antiviral Akad. Forh. Stockh., Stockholm, v. 28, p. 615-658.
activity on dengue virus of marine natural products.
CMLS, Cellular and Molecular Life Sciences, Basel, v. 54, p. LYMAN, T. 1865. Ophiuridae and Astrophytidae. III. Catalogue
167-170. of Museum of Comparative Zoology at Harvard College,
Cambridge, v. 1, 200 p.
LANA, P. C.; CAMARGO, M. G.; BROGIM, R. A.; ISAAC, V. J.
1996. O bentos da costa brasileira. Avaliação crítica e LYMAN, T. 1875. Ophiuridae and Astrophytidae-Zoological
levantamento bibliográfico (1858-1996). Avaliação Results of the Hassler Expedition. III. Catalogue of Museum
do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona of Comparative Zoology at Harvard College, Cambridge, v.
Econômica Exclusiva – REVIZEE. Rio de Janeiro: FEMAR. 8, 34 p.

LAWRENCE, J. M. 1987. Functional biology of echinoderms.


London: Croom Helm Ltd. 340 p.

376 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


LYMAN, T. 1878. Ophiuridae and Astrophytidae of the MAYR, E. 1954. Geographical speciation in tropical echinoids.
Exploring Voyage of H.M.S. Challenger. Bulletin of Museum Evolution, Lawrence, v. 8, n. 1, p. 1-18.
Comparative Zoology of Harvard University, Cambridge, v.
5, p. 65-168. METZ, E. C.; PALUMBI, S. R. 1996. Positive selection and sequence
rearrangements generate extensive polymorphism in the
LYMAN, T. 1882. Report on the Ophiuroidea. Report on the gamete recognition protein bindin. Molecular Biology and
Scientific Results of the Voyage of H.M.S. “Challenger”during Evolution, Oxford, v. 13, p. 397-406.
the Years 1873-76, Zoology, v. 5, n. 1, p. 1-386.
MONTEIRO, A. M. G. 1987. Ophiuroidea (Echinodermata) da
MACCORD, F. S.; DUARTE, L. F. L. 2002. Dispersion in population região de Ubatuba (SP)-aspectos morfológicos e ecológicos.
of Tropiometra carinata in the São Sebastião Channel, São 166 p. Tese (Doutoramento em Oceanografia Biológica) -
Paulo State, Brazil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, San Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São
Diego, v. 54, n. 2, p. 219-225. Paulo.

MACCORD, F. S.; VENTURA, C. R. R. 2004. Reproductive cycle MONTEIRO, A. M. G.; PARDO, E. V. 1994. Dieta alimentar
of the endemic cassiduloid Cassidulus mitis (Echinoidea: de Astropecten marginatus e Luidia senegalensis
Cassiduloida) on the Brazilian coast. Marine Biology, (Echinodermata: Asteroidea). Revista Brasileira de Biologia,
Berlin, v. 145, p. 603-612. Rio de Janeiro, v. 54, n. 1, p 49-54.

MAGURRAN, A. E. 1988. Ecological diversity and its MONTEIRO, M. G.; REIS, M. de O.; PARDO, E. V. 1992. Morfologia
measurement. London: Croom Helm. comparada e distribuição batimétrica de duas espécies
de Ophiuroidea na região costeira de Ubatuba. Boletim do
MAGURRAN, A. E. 2003. Measuring biological diversity. Oxford: Instituto Oceanográfico, São Paulo, v. 40, n. 1-2, p. 39-53.
Blackwell Publishing.
MOORE, R. C. (Ed.). 1966a. Treatise on Invértebrates
MANSO, C. L. de. 1988a. Ophiuroidea: situação pré- Paleontology. (S). Echinodermata. New York: Geological
operacional nos sacos de Piraquara, região sob influência Society of America; University of Kansas Press. v. 1, n. 1,
da descarga da central nuclear Almirante Alvaro Alberto p. 1-296.
(CNAA). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 48,
n. 1, p. 75-82. MOORE, R. C. (Ed.). 1966b. Treatise on Invértebrates
Paleontology. (U). Echinodermata. New York: Geological
MANSO, C. L. de. 1988b. Sobre a ocorrência de Ophionema Society of America; University of Kansas Press. v. 3, n. 1,
intricata Lütken, 1869 e Ophiophragmus brachyatis H. p. 367-695.
L. Clark, 1915 no Brasil (Echinodermata Ophiuroidea,
Amphiuridae). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, MOORE, R. C. (Ed.). 1967. Treatise on Invértebrates Paleontology.
v. 48, n. 4, p. 965-968. (S). Echinodermata. New York: Geological Society of
America; University of Kansas Press. v. 1, n. 2, p. 298-650.
MANSO, C. L. de. 1988c. Sobre a ocorrência de Amphilepis
sanmatiensis Bernasconi e D’Agostino, 1975 na Costa Sul MOORE, R. C. (Ed.). 1978. Treatise on Invértebrates Paleontology.
do Brasil (Echinodermata: Ophiuroidea). Revista Brasileira (T). Echinodermata. New York: Geological Society of
de Biologia, Rio de Janeiro, v. 48, n. 2, p. 371-373. America; University of Kansas Press. v. 2, n. 2, p. 403-812.

MANSO, C. L. de. 1988d. Uma nova espécie de Ophiactis MORTENSEN, TH. 1928. A Monograph of the Echinoidea. I.
(Echinodermata: Stelleroidea) da Costa Sudeste do Brasil. Cidaroidea. Copenhagen: C. A. Reitzel Publisher. 551 p.
Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 48, n. 2, p. 173 figs. Atlas, 80 est.
375-379.
MORTENSEN, TH. 1933a. Echinoidea. Danish Ingolf-Expedition,
MANSO, C. L. de. 1988e. Ofiuróides da plataforma continental v. IV, n. 8, 121 p., 1935. A Monograph of the Echinoidea II.
brasileira. Parte I: Rio de Janeiro (Echinodermata, Bothriocidaroida, Melonechinoida. Lepidocentroida, and
Ophiuroidea). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, Stirodonta. 647p. 377 figs. Atlas, 90 est. Copenhagen. C.
v. 48, n. 4, p. 845-850. A. Reitzel Publisher.

MANSO, C. L. de. 1989. Os Echinodermata da plataforma MORTENSEN, TH. 1933b. The Echinoderms of St. Helena. Viden
interna entre Cabo Frio e Saquarema, Rio de Janeiro, Medd. Dansk naturh. For. Kjb., v. 93, p. 401-472.
Brasil. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 49,
n. 2, p. 355-359. MORTENSEN, TH. 1933c. Studies of Indo-Pacific Euryalids.
Viden Medd. Dansk naturh. For. Kjb., v. 93, p. 1-75.
MANSO, C. L. de. 1993. Ofiuróides da plataforma continental
brasileira. Parte II: Norte do Estado do Rio de Janeiro, MORTENSEN, TH. 1940. Echinoidea. Danish Ingolf-Expedition,
Estado do Espírito Santo, Sul do Estado da Bahia e v. IV, n. 8, 121 p., 1935. A Monograph of the Echinoidea.
Bancos Royal Charlotte, Hostpur e Davis (Echinodermata: III. 1. Audolonta-370p., 321 figs. Atlas, 77 est.
Ophiuroidea). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro,
v. 53, n. 2, p. 189-195. MORTENSEN, TH. 1943a. Idem III. 2. Camarodonta. I. 553p.,
321 figs. Atlas, 56 est.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 377


MORTENSEN, TH. 1943b. Idem III. 3. Camarodonta. II. 446p., OTERO, M. M.; KELLY, M. 2002. Sea urchin cultivation:
215 figs. Atlas, 66 est. controlling energy flow between somatic and gonadal
growth. World Aquaculture, Charleston, v. 33, n. 2, p. 43-
MORTENSEN, TH. 1948a. Idem IV. 1. Holectypoida and 50.
Cassiduloida. 371p., 326 figs., 14 est.
PATERSON, G. L. J. 1985. The deep-sea Ophiuroidea of the
MORTENSEN, TH. 1948b. Idem IV. 2. Clypeastroida, 471p., 258 North Atlantic Ocean. Bulletin of the British Museum,
figs. Atlas, 72 est. Natural History, Zoology series, London, v. 49, n. 1, p. 1-
165.
MORTENSEN, TH. 1950. Idem V. 1. Spatangoida. I. 432p., 315
figs. 25 est. PAUL, C. R. C.; SMITH, A. B. 1984. The early radiation and
phylogeny of echinoderms. Biological Reviews, Chicago, v.
MORTENSEN, TH. 1951a. Idem V. 2. Spatangoida II. 59, p. 443-481.
Amphisternata. II. Spartangidae, Loveniidae, Pericosmidae,
Schizasteridae, Brissidae. 593p., 286 figs. Atlas, 64 est. PAUL, C. R. C.; SMITH, A. B. (Ed.). 1988. Echinoderm phylogeny
and evolutionary biology. Current geological concepts. 1.
MORTENSEN, TH. 1951b. Idem. Index to vols. I -V, 63p. Oxford: Oxford Science Publ.; Clarendon Press. 373 p.

MORTENSEN, TH. 1956. Echinoidea and Ophiuroidea. PEARSE, V. B.; PEARSE, J. S. 1994. Echinoderm phylogeny and
Discovery Report, Cambridge. v. 12, p. 199-348. the place of concentricycloids. In: DAVID, B.; GUILLE, A.;
FÉRAL, J. P.; ROUX, M. (Ed.). Echinoderms through time.
MOTOKAWA, T. 1988. Catch connective tissue: a key character Rotterdam: Balkema Publishers. p. 121-126.
for echinoderms’ sucess. In: BURKE, R. D.; MLADENOV, M.
V.; LAMBERT, P.; PARSLEY, R. L. (Ed.). Echinoderm biology. POURTALÉS, L. F. 1874. Zoological results of the Hessler
Rotterdam: Balkema Publishers. p. 39-54. Expedition. Crinoids and Corals. Catalogue of Museum of
Comparative Zoology at Harvard College, Cambridge, v. 8,
MOTOKAWA, T.; TSUCHI, A. 2003. Dynamic mechanical p. 27-52.
properties of body-wall dermis in various mechanical
states and their implications for the behavior of sea ROWE, F. W. E.; GATES, J. 1995. Echinodermata. Zoological
cucumbers. Biological Bulletin, Stanford, v. 205, p. 261- Catalogue of Australia. Melbourne: CSIRO. v. 33, 509 p.
275.
ROWE, F. W. E.; BAKER, A. N.; CLARK, H. E. S. 1988. The
MOURÃO, P. A. S.; GUIMARÃES, M. A. M.; MULLOY, B.; THOMAS, morphology, development and taxonomic status of
S.; GRAY, E. 1998. Antithrombotic activity of a fucosylated Xyloplax Baker, Rowe and Clark 1986 (Echinodermata:
chondroitin sulphate from echinoderm: sulphated Concentricycloidea), with the description of a new
fucose branches on the polysaccharide account for its species. Philosophical Transactions of the Royal Society of
antithrombotic action. British Journal of Hematology, London B, London, v. 233, p. 431-459.
London, v. 101, p. 647-652.
SANO, M. 2000. Stability of reef fish assemblages: responses to
MÜLLER, F. 1899. Beobachtungern uber die Meeresfauna der coral recovery after catastrophic predation by Acanthaster
Kuste von. Santa Catarina. Rev. Mus. Paulista, v. 3, p. 31- planci. Marine Ecology Progress Series, Oldendorf/Luhe, v.
40. 198, p. 121-130.

NAKANO, H.; HIBINO, T.; OJI, T.; HARA, Y.; AMEMIYA, S. SIBUET, M. 1985. Quantitative distribution of echinoderms
2003. Larval stages of a living sea lily (stalked crinoid (Holothuroidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea) in
echinoderm). Nature, London, v. 421, p.158-160. relation to organic matter in the sediment in deep basins
of the Atlantic Ocean. In: KEEGAN, B. F.; O’CONNOR, B. D.
NICHOLS, D. 1966. Echinoderms. London: Hutchinson S. (Ed.). Proceedings of the Fifth International Echinoderm
University Library. 192 p. Conference Galway. Rotterdam: Balkema Publishers. p. 99-
108.
NICHOLS, D. 1994. The International Echinoderm Conferences
- a retrospect. In: DAVIS, B.; GUILLE, A.; FÉRAL, J-P; ROUX, SLADEN, W. P. 1889. The Asteroidea. Report on the Scientific
M. (Ed.). Echinoderm through time. Rotterdam: Balkema Results of the Voyage of H.M.S. “Challenger”during the Years
Publishers. p. 3-6. 1873-76, Zoology, v. 30, p. 1-935, 117 est.

O’CLAIR, C. E.; RICE, S. D. 1985. Depression of feeding and SMITH, A. B. 1984. Classification of the Echinodermata.
growth of the seastar Evasterias troschelii during long- Paleontology, Iowa City, v. 27, p. 431-459.
term exposure to the water-soluble fraction of crude oil.
Marine Biology, Berlin, v. 84, p. 331-340. SMITH, A. B. 1988a. Fossil evidence for the relationship of
extant echinoderm classes and their times of divergence.
ORDZIE, C. J.; GAROFALO G. C. 1981. Lethal and sublethal In: PAUL, C. R. C.; SMITH, A. B. (Ed.). Echinoderm phylogeny
effects of short term acute doses of Kuwait crude oil and and evolutionary biology. Oxford: Clarendon Press. p. 85-
a dispersant Corexit 9527 on bay scallops, Argopecten 97.
irradians (Lamarck) and two predators at diferent
temperatures. Marine Environmental Research, Blue Hill, v.
5, p. 195-210.

378 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


SMITH, A. B. 1988b. To group or not to group: taxonomic TOMMASI, L. R. 1957. Os Echinodermata do litoral de São
position of Xyloplax. In: BURKE, R. D.; MLADENOV, P. V.; Paulo-I. Echinoidea, Crinoidea e Holothurioidea do
LAMBERT, P.; PARSLEY, R. L. (Ed.). Proceedings of the 6th bentos costeiro. Papéis do Departamento de Zoologia da
International Echinoderm Conference. Rotterdam: Balkema Secretaria de Agricultura de São Paulo, São Paulo, v. 13, n.
Publishers. p. 17-23. 12, p. 19-44.

SPRINKLE, J. 1983. Patterns and problems in echinoderm TOMMASI, L. R. 1958a. El genero Astropyga Gray, nuevo para
evolution. In: JANGOUX, M.; LAWRENCE, J. M. (Ed.). América del Sur. Neotropica, La Plata, v. 4, n. 15, p. 85-87.
Echinoderm studies. Rotterdam: Balkema Publishers. v. 1,
p. 1-18. TOMMASI, L. R. 1958b. Os Echinodermata do litoral de
São Paulo-II. Diadematidae, Echinasteridae, Brissidae,
STOTZ, W. B. 2004. Sea-urchin fisheries: a Chilean perspective. Cidaroidae (Echinoidea) e Asteroidea do bentos costeiro.
In: LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN, O. (Ed.). Sea urchins, Contribuições Instituto. Oceanográfico, Universidade de São
fisheries and ecology. Lancaster: DEStec Publications. p. Paulo, ser. Oceanografia Biológica, São Paulo, v. 2, 35 p.
3-17.
TOMMASI, L. R. 1960. Echinodermata do Estado do Rio de
SUMIDA, P. Y. G.; PIRES-VANIN, A. M. S. 1997. Benthic Janeiro-I. Anais da Academia Brasileira de Ciência, Rio de
associations of the shelfbreak and upper slope off Janeiro, v. 31, n. 4, p. 601-604.
Ubatuba-SP, Southeastern Brazil. Estuarine, Coastal and
Shelf Science, San Diego, v. 44, n. 6, p. 779-784. TOMMASI, L. R. 1962. Sobre el hallazgo de Tripneustes
ventricosus. Neotropica, La Plata, v. 1, n. 26, p. 59-60.
TAVARES, Y. A. G.; KAWALL, H. G.; BORZONE, C. A. 2004.
Biochemical changes in the gonad in relation to the TOMMASI, L. R. 1963. Notas sobre alguns crinóides del Brasil.
reproductive cycle of Echinometra lucunter and Arbacia Neotropica, La Plata, v. 9, n. 30, p. 95-101.
lixula in Southern Brazil. In: LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN, O.
(Ed.). Sea urchins, fisheries and ecology. Lancaster: DEStec TOMMASI, L. R. 1964a. Echinodermata (menos Holothurioidea)
Publications. p. 147-155. recogidos por el barco “Emilia” del IOUSP. en el litoral de
Santa Catarina. Neotropica, La Plata, v. 10, n. 33, p. 112-
TEMARA, A.; GULEC, I.; HOLDWAY, D. A. 1999. Oil-induced 113.
disruption of foraging behaviour of the asteroid keystone
predator, Coscinasterias muricata (Echinodermata). Marine TOMMASI, L. R. 1964b. Echinodermata (exceto Holothurias).
Biology, Berlin, v. 133, p. 501-507. História Natural dos organismos aquáticos do Brasil. São
Paulo: FAPESP. p. 271-274.
THEÉL, H. 1882. Report on the Holothurioidea dredged
by HMS Challenger during the years 1873-1876. Part TOMMASI, L. R. 1964c. Observações sobre Equinóides do
I. Report on the Scientific Results of the Voyage of H.M.S. Brasil. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 24,
“Challenger”during the Years 1873-76, Zoology, v. 4, n. 13, n. 1, p. 83-93.
176 p.
TOMMASI, L. R. 1965a. Amphiodia repens (Lyman, 1869)
THEÉL, H. 1886a. Report on the Holothurioidea of the Blake sinônimo de Amphiodia pulchella Verril, 1899. Contribuições
expedition. Bulletin of Museum Comparative Zoolology of do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo,
Harvard, Cambridge, v. 13, n. 1, 21 p. Série Oceanografia Biológica, São Paulo, v. 7, 5 p., 4 figs.

THEÉL, H. 1886b. Report on the Holothurioidea. Part II. TOMMASI, L. R. 1965b. Alguns Amphiuridae (Ophiuroidea)
Report on the Scientific Results of the Voyage of H.M.S. do litoral de São Paulo e Santa Catarina. Contribuições do
“Challenger”during the Years 1873-76, Zoology, v. 4, n. 39, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Série
290 p. Oceanografia Biológica, São Paulo, v. 8, 9 p., 5 figs.

THOMPSON, W. 1877. The Atlantic: a preliminary acount of TOMMASI, L. R. 1965c. Lista dos crinóides recentes do Brasil.
the general results of the exploring voyage of H.M.S. Contribuições do Instituto Oceanográfico da Universidade
“Challenger” during the year 1873 and the early part or de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, São Paulo, v.
the year 1876. London. 2: XIV + 396p., 62 figs. 11, 50 p., 18 est.

TIAGO, C. G. 1998. Dendrochirotida (Echinodermata: TOMMASI, L. R. 1966a. Distribuição geográfica de alguns


Holothuroidea) no Canal de São Sebastião, São Paulo. 136 Echinodermata do Brasil. Revista Brasileira de Biologia, Rio
p. Tese (Doutorado em Zoologia) - Instituto de Biociências, de Janeiro, v. 26, n. 3, p. 239-246.
Universidade de São Paulo, São Paulo.
TOMMASI, L. R. 1966b. Lista dos Equinoides recentes do Brasil.
TIAGO, C. G.; DITADI, A. S. F. 2001. Holothurians from the Contribuições do Instituto Oceanográfico da Universidade
Brazilian coast: a historical survey. In: BARKER, M. (Ed.). de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, São Paulo, n.
Echinoderms, 2000. Lisse: Swets & Zeitlinger. p. 379-384. 11, 50 p., 72 pls.

TOMMASI, L. R. 1967. Sobre dois Amphiuridae da fauna marinha


do sul do Brasil. Contribuições do Instituto Oceanográfico
da Universidade de São Paulo, Série Oceanografia Biológica,
São Paulo, n. 12, 5 p.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 379


TOMMASI, L. R. 1968. Os Ofiuróides existentes nas coleções TOMMASI, L. R. 1985. Echinodermata da região da Ilha Vitória
do Museu de Buenos Aires, coletados do La Plata até 42° (SP). Relatório Interno do Instituto Oceanográfico da
latitude sul. Papéis avulsos do Departamento de Zooogia, Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 13, 4 p.
v. 21, n. 11, p. 115-124.
TOMMASI, L. R. 1999. Echinodermata Recentes e Fósseis do
TOMMASI, L. R. 1969a. Lista dos Holothurioidea recentes Brasil. In: Invertebrados Marinhos Registrados no Litoral
do Brasil. Contribuições do Instituto Oceanográfico da Brasileiro. Disponível em: <http://www.bdt.fat.org.br/
Universidade de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, zoologia/echinodermata>. Acesso em: 20 out. 2004.
São Paulo, v. 15, 29 p., 27 figs.
TOMMASI, L. R.; ABREU, J. 1974. Echinodermata do Brasil IV.
TOMMASI, L. R. 1969b. Nova contribuição à lista dos Crinóides Sobre seis espécies novas de Ophiuroidea da região
recentes do Brasil. Contribuições do Instituto Oceanográfico ao longo da Ilha Grande (RJ). Boletim do Instituto
da Universidade de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, Oceanográfico, São Paulo, v. 23, p. 17-32.
São Paulo, v. 8.
TOMMASI, L. R.; ARON, M. A. 1987. Echinodermata dos
TOMMASI, L. R. 1969c. Os Echinodermata da região de Ilha bancos submarinos da cadeia de montanhas Vitória-
Grande, estado do Rio de Janeiro. 500 p. Tese (Doutorado Trindade. Relatório Interno do Instituto Oceanográfico da
em Ciências) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 18, p. 9.
Universidade de São Paulo, São Paulo.
TOMMASI, L. R.; OLIVEIRA, F. 1976. Echinodermata do Brasil. V.
TOMMASI, L. R. 1970a. Lista dos Asteroides recentes do Brasil. Sobre algumas espécies coletadas durante viagens do N/
Contribuições do Instituto Oceanográfico da Universidade Oc. “Prof. W. Besnard”. Boletim do Instituto Oceanográfico,
de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, São Paulo, v. São Paulo, v. 25, p. 77-100.
18, p. 1-16.
TOMMASI, L. R.; CASTRO, S. M.; SOUSA, E. C. P. M. 1988.
TOMMASI, L. R. 1970b. Os Ofiuroides recentes do Brasil e de Echinodermata coletados durante as campanhas
regiões vizinhas. Contribuições do Instituto Oceanográfico oceanográficas do N/Oc. “Almirante Saldanha” no Atlântico
da Universidade de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, Ocidental. Relatório Interno do Instituto Oceanográfico da
São Paulo, v. 20, p. 1-146. Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21, 11 p.

TOMMASI, L. R. 1971a. Echinodermata da região entre Amapá VALENTINE, J. F.; HECK Jr., K. L.; KIRSCH, K. D.; WEBB, D. 2000.
e a Flórida I. Contribuições do Instituto Oceanográfico da Role of sea urchin Lytechinus variegatus grazing in
Universidade de São Paulo, Série Oceanografia Biológica, regulating subtropical turtlegrass Thalassia testudinum
São Paulo, v. 23, p. 6. meadows in the Florida Keys (USA). Marine Ecology
Progress Series, Oldendorf/Luhe, v. 200, p. 213-228.
TOMMASI, L. R. 1971b. Echinodermata do Brasil-I. Sobre
algumas espécies novas e outras pouco conhecidas para VAROTTO, R. S. 2001. Modelagem matemática do crescimento
o Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico, São Paulo, v. somático e mortalidade do ouriço-do-mar Cassidulus
20, p. 1-21, 23 figs. mitis Krau, 1954 (Echinoidea: Cassidulidae). Dissertação
(Mestrado em Zoologia) - Museu Nacional, Universidade
TOMMASI, L. R. 1971c. Echinodermata do Brasil-II. Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Echinodermata da Baía do trapandé, situada no
complexo estuarino de Cananéia (SP). Boletim do Instituto VENTURA, C. R. R. 1991. Distribuição, abundância e hábito
Oceanográfico, São Paulo, v. 20, p. 30-36. alimentar de Asteroidea (Echinodermata) de fundos
inconsolidados da plataforma continental do Cabo Frio,
TOMMASI, L. R. 1971d. The echinoderms of the Ilha Grande RJ. 101 p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Museu
region (RJ-Brasil). In: CLOSTOW, J. D. (Ed.). Fertility of the Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Sea. New York: Gordon and Brach Sc. Publishers.p. 581- Janeiro.
592.
VENTURA, C. R. R. 1998. Biologia de Astropecten brasiliensis
TOMMASI, L. R. 1972. Echinodermata da região entre Amapá Müller & Troschel, 1842 e Astropecten cingulatus Sladen,
e a Flórida II. Echinozoa. Boletim do Instituto Oceangráfico, 1889 (Echinodermata: Asteroidea) na região de ressurgência
São Paulo, v. 21, p. 15-67. de Cabo Frio, RJ. 80 p. Tese (Doutorado em Zoologia) -
Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São
TOMMASI, L. R. 1974a. Echinodermata do Brasil-III. Paulo.
Observações sobre algumas espécies coletadas durante
as viagens do N/Oc. “Alm. Saldanha”. Boletim do Instituto VENTURA, C. R. R; BARCELLOS, C. F. 2004. Instantaneous
Oceanográfico, São Paulo, v. 23 p. 1-15. comparison of reproductive and morphological traits
of Paracentrotus gaimardi (Echinodermata: Echinoidea)
TOMMASI, L. R. 1974b. Observações sobre a distribuição along the Brazilian coast. In: LAWRENCE, J. M.; GUZMÁN,
batimétrica de seis espécies de Echinodermata na região O. (Ed.). Sea urchins, fisheries and ecology. Lancaster:
da desembocadura do Rio Doce. Revista Brasileira de DEStec Publications. p. 156-163.
Biologia, Rio de Janeiro, v. 34, n. 2, p. 187-190.

380 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


VENTURA, C. R. R.; FERNANDES, F. C. 1995. Bathymetric VERRILL, A. E. 1894. Description of new species of Starfishes
distibution and population size structure of paxillosid and Ophiurians with a Revision of certains species formelu
seastars (Echinodermata) in the Cabo Frio upwelling described. Proceedings of United States Natural Museum,
ecosystem of Brazil. Bulletin of Marine Science, Miami, v. Washington, v. 17, n. 1000, p. 245-297.
56, n. 1, p. 268-282.
VERRILL, A. E. 1895. Distribuition of the echinoderms of north-
VENTURA, C. R. R; JUNQUEIRA, A. O. R.; FERNANDES, F. C. eastern America. American Journal of Science, New Haven,
1994. The relation between body size and number of v. 49, p. 127-141; 199-212.
prey in starfish (Echinodermata: Asteroidea). In: DAVID,
B.; GUILLE, A.; FÉRAL, J-P.; ROUX, M. (Ed.). Echinoderms VERRILL, A. E. 1899. North American Ophiuroidea. Transactions
through time. Rotterdam: Balkema Publishers. p. 375-380. of the Connecticut Academy of Arts and Sciences, New
Haven, v. 10, p. 301-386, 2 pls.
VENTURA, C. R. R; FALCÃO, A. P. C.; SANTOS, J. S.; FIORI, C.
S. 1997. Reproductive cycle and feeding periodicity VERRILL, A. E. 1915. Report on the Starfishes of the West
in the starfish Astropecten brasiliensis in the Cabo Frio Indies Florida and Brazil. Bulletin of Laboratories of Natural
upwelling ecosystem (Brazil). Invertebrate Reproduction History State University of Iowa, Iowa City, v. 7, n. 1, 232 p.,
and Development, Rehov, v. 31, n. 1-3, p.135-141. 29 pls.

VENTURA, C. R. R; SANTOS, J. S.; FALCÃO, A. P. C.; FIORI, C. VOIGHT, J. R. 2005. First report of the enigmatic echinoderm
S. 1998. Reproduction and food intake in Astropecten from the Noth Pacific. Biological Bulletin, Stanford, v. 208,
cingulatus (Asteroidea: Paxillosida) in the upwelling p. 77-80.
environment of Cabo Frio (Brazil). In: MOOI, R.; TELFORD,
M. (Ed.). Echinoderms San Francisco. Rotterdam: Balkema WADA, H.; KOMATSU, M.; SATOH, N. 1996. Mitochondrial rDNA
Publishers. p. 313-318. phylogeny of the Asteroidea suggests the primitiveness
of the Paxillosida. Molecular Phylogenetics and Evolution,
VENTURA, C. R. R.; GRILLO, M. C. G.; FERNANDES, F. C. 2001. San Diego, v. 6, p. 97-106.
Feeding niche breadth and feeding niche overlap of
paxillosid starfishes (Echinodermata: Asteroidea) from a WATTS, S. A.; McCLINTOCK, J. B.; LAWRENCE, J. M. 2001. The
midshelf upwelling region, Cabo Frio, Brazil. In: BARKER, ecology of Lytechinus variegatus. In: LAWRENCE, J. M.
M. (Ed.). Echinoderms, 2000. Lisse: Swets & Zeitlinger. p. (Ed.). Edible sea urchins: biology and ecology. Amsterdam:
227-233. Elsevier. p. 375-393.

VERRILL, A. E. 1867. On the geographical distribution of WRAY, G. A.; LOWE, C. J. 2000. Developmental regulatory
the Echinoderms of the West Coast of America (and genes and echinoderm evolution. Systematic Biology,
Comparisions of the Tropical Echinoderms Fauna of Glasgow, v. 49, n. 1, p.28-51.
the East and West Coast of America). Transactions of the
Connecticut Academy of Arts and Sciences, New Haven, v. ZIGLER, K. S.; LESSIOS, H. A. 2004. Speciation on the coasts
1, p. 323-361. of the new world: phylogeography and the evolution
of bindin in the sea urchin genus Lytechinus. Evolution,
VERRILL, A. E. 1868. Notice of the corals and Echinoderms Lawrence, v. 58, n. 6, p. 1225-1241.
collected by Prof. C.F. Harth, at the Abrolhos Reefs.
Province of Bahia. Brazil. 1867. Transactions of the ZIGLER, K. S.; RAFF, E. C.; POPODI, E.; RAFF, R. A.; LESSIOS,
Connecticut Academy of Arts and Sciences, New Haven, v. H. A. 2003. Adaptive evolution of bindin in the genus
1, p. 351-371. Heliocidaris is correlated with the shift to direct
development. Evolution, Lawrence, v. 57, p. 2293-2302.
VERRILL, A. E. 1871. Description of Starfishes and Ophiurans
from the Atlantic coast of America and Africa. American
Journal of Science, New Haven, v. 2, p. 130-133.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 381


9.5. Anexos

Anexo 1: Lista de táxons de Echinodermata coletados e identificados durante as campanhas do programa


REVIZEE/SCORE Central. As coordenadas e profundidades das estações das campanhas Central II, Central V e
Central VI encontram-se no anexo do capítulo 1. As demais, referentes às campanhas da pesca Bahia-1 e Bahia-2,
encontram-se no anexo 2 deste capítulo.

Táxon Estações
Crinoidea
Isocrinidae
Endoxocrinus maclearanus (Thomson, 1877) C6-Y2
Isocrinidae C6-A1; C6-R2#1-1; C6-R2#1-2; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-
Y2; C6-Y6
Tropiometridae
Tropiometra carinata (Lamarck, 1816) C2-11R; C2-15R; C2-29R
Asteroidea
Asteriidae
Coscinasterias tenuispina (Lamarck, 1816) C5-13R; C5-17R; C6-R1#1; C6-Y4
Asterinidae
Asterinidae C2-21R; C2-25R; C5-13R; C5-17R; C5-25R; C6-Y3
Astropectinidae
Astropectinidae C5-48R; C6-C13; C6-R1#1
Astropecten acutirradiatus Tortonese, 1956 BA-1 D0538
Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842 C5-51R; C6-Y1
Astropecten cingulatus Sladen, 1883 C5-38R; C5-51R; C6-R3#2-1; C6-R3#2-2; C6-Y1; C6-Y2
Astropecten spiniphorus Madsen, 1950 C2-3R
Astropecten sp. C5-2F; C5-3R; C2-5R; C5-16R; C2-46R; C6-A3; C6-Y1; C6-
Y2; BA-1 D0506; BA-1 D0538; BA-2 E0508; BA-2 E0517;
BA-2 E0529; BA-2 E0531
Psilaster cassiope Sladen, 1889 BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-2 E0499; BA-2 E0500;
BA-2 E0503; BA-2 E0510; BA-2 E0517; BA-2 E0526; BA-
2 E0538
Benthopectinidae
Cheiraster (Cheiraster) planus Verrill, 1915 BA-1 D0504; BA-1 D0506
Echinasteridae
Echinasteridae C6-Y1
Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842 C6-Y2
Echinaster sp. C2-20R; C5-5R; C5-36R
Goniasteridae
Goniasteridae BA-2 E0517; C6-A3
Mediaster bairdi capensis Stimpson, 1857 C2-37R
Nymphaster arenatus (Perrier, 1881) BA-1 D0503; BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-1 D0538
Plinthaster dentatus Perrier, 1884 BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-1 D0538; BA-2 E0508;
BA-2 E0517

382 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Rosaster alexandri Perrier, 1881 BA-1 D0504
Tosia parva (Perrier, 1881) C5-38R; C6-R1#1
Luidiidae
Luidia alternata (Say, 1825) C5-7F; C5-13R; C5-34R; C5-36R
Luidia clathrata (Say, 1825) C5-51R
Luidia sp. C6-Y1
Ophidiasteridae
Ophidiasteridae C5-13R; C6-Y2
Linckia guildingii Gray, 1840 C5-48R
Narcissia trigonaria Sladen, 1883 BA-1 D0438; BA-2 E0517; C5-34R; C6-Y2
Ophidiaster alexandrii Verrill, 1915. C5-16R; C5-32R; C5-48R
Oreasteridae
Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758) C5-7F
Zoroasteridae
Zoroaster fulgens Thomson, 1873. BA-2 E0526; BA-2 E0535; BA-2 E0538; BA-2 E0549; BA-
2 E0552
Ophiuroidea
Amphiuridae
Amphiodia planispina (Martens, 1867) C5-51R
Amphiuridae BA-1 D0503; BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-2 E0548;
BA-2 E0551; BA-2 E0552; C2-1R; C2-2F; C2-11R; C2-
15R; C2-18F; C2-20R; C2-27R; C2-27F; C2-29R; C2-34R;
C2-35R; C2-36R; C5-2F; C5-5R; C5-10R; C5-34R; C5-35R;
C5-36R; C5-38R; C6-R1#1; C6-Y1;C6-Y3; C6-Y4; C6-Y6;
C6-Y7
Asteronychidae
Asteronyx loveni Muller & Troschel,1842 BA-1 D0506; BA-2 E0523; BA-2 E0525; BA-2 E0526; BA-
2 E0527; BA-2 E0528; BA-2 E0529; BA-2 E0538; BA-2
E0549; BA-2 E0550; BA-2 E0551; BA-2 E0552
Astrodia tenuispina Verril, 1884 BA-1 D0503; BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-2 E0517
Gorgonocephalidae
Gorgonocephalidae BA-1 D0404; C2-36R; C5-24R; C5-33R; C6-R2#1-1
Hemieuryalidae
Hemieuryalidae C5-45R; C6-Y2
Ophiactidae
Ophiactis savignyi Lütken, 1856 C2-10R; C2-16R; C2-29R; C2-44R; C5-2F; C5-2R; C5-5R;
C5-7F; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-16I; C5-
21R; C5-30R; C5-34R; C5-44R; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y2;
C6-Y4
Ophiactis sp. C2-34R; C5-45R

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 383


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Ophiocomidae
Ophiocomidae C2-11R; C2-16I; C2-21R; C2-22R; C2-23R; C2-24R; C2-
29R; C2-34R; C2-36R; C2-37F; C2-47F; C5-23R; C5-28R;
C5-34R; C5-36R; C5-41F; C5-42R
Ophiocoma pumila Lütken, 1859 C5-12R
Ophiocoma wendtii Müller &Trochel, 1842 C5-12R; C5-33R; C5-44R;
Ophiocoma sp. C2-14R; C2-16R; C2-18R; C2-21R; C2-23R; C2-29R; C2-
44R; C5-7F; C5-10R; C5-14R; C5-16I; C5-20R; C5-21R;
C5-23R; C5-24R; C5-28R; C5-30R; C5-32R; C5-33R; C5-
42R; C5-44R; C5-45R; C6-A1; C6-Y4
Ophiopsila sp. C2-4R; C2-5R; C2-14R; C2-15R; C2-17R; C2-18F; C2-20R;
C2-23R; C2-29R; C5-2F; C5-2R; C5-5R; C5-7F; C5-10R;
C5-13R; C5-14R; C5-16I; C5-17R; C5-20R; C5-28R; C5-
34R; C5-36R; C5-38R; C6-A1; C6-R1#1; C6-R4#1; C6-Y4
Ophiodermatidae
Ophiodermatidae C2-46R
Ophioderma apressum (Say, 1825) C2-16R; C2-20R; C2-22F; C2-25R; C2-34R; C2-35R; C2-
36R; C5-2F; C5-5R; C5-17R; C5-20R; C5-35R; C5-36R;
C6-A1; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y2; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y6;
C6-Y7
Ophioderma januarii Lutken, 1856 C2-34R; C2-36R; C5-7F; C5-17R; C5-20R; C5-49R; C6-
R3#1; C6-R4#1; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y7
Ophioderma sp. BA-2 E0527; C2-29R; C5-2R; C5-13R; C5-25R; C5-27R;
C5-30R; C5-44R; C6-Y7
Ophiomyxidae
Ophiomyxidae C2-5R; C2-36R; C5-23R; C5-34R;
Ophiosciama sp. C6-Y2
Ophiomyxa flaccida (Say, 1825) C2-29R; C2-34R; C2-35R; C2-36R; C5-2F; C5-2R; C5-4F;
C5-7F; C5-10R; C5-13R; C5-14R; C5-16I; C5-20R; C5-
21R; C5-27R; C5-28R; C5-30R; C5-33R; C5-35R; C5-36R;
C5-38R; C5-44R; C5-45R; C6-R3#1; C6-Y2; C6-Y3; C6-Y4;
C6-Y7
Ophionereididae
Ophionereididae C2-34R; C2-36R; C6-R4#1
Ophionereis olivacea Clark 1901 C2-15R; C2-20R; C2-23R
Ophionereis reticulata Say, 1825 C2-11R; C2-15R; C2-16R; C2-16I; C2-21R; C2-35R; C2-
47F; C5-7F; C5-12R; C6-A1; C6-R3#1; C6-Y2; C6-Y3; C6-
Y4; C6-Y6; C6-Y7
Ophionereis squamulosa (Koehler, 1914) C2-10R; C2-15R; C2-16R; C2-16I; C2-17R; C2-18R; C2-
20R; C2-21R; C2-22R; C2-23R; C2-24R; C2-27R; C2-29R;
C2-36R; C6-A1; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y6; C6-Y7

384 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Ophionereis sp. C5-7F; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-16I; C5-17R; C5-
20R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-27R; C5-28R;
C5-30R; C5-33R; C5-34R; C5-36R; C5-38R; C5-42R; C5-
44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R; C5-51R; C6-R1#1
Ophiotrichidae
Ophiotrichidae C2-15R
Ophiothrix angulata (Say, 1825) C2-5R; C2-14R; C2-17R; C2-18F; C2-20R; C2-23R; C2-
36R; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y1; C6-Y3; C6-Y7
Ophiothrix sp. BA-2 E0517; C2-2R; C2-10R; C2-15R; C2-16R; C2-16I;
C2-22R; C2-28R; C2-29R; C2-34R; C2-47F; C5-2R; C5-4F;
C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-16I; C5-17R; C5-
20R; C5-23R; C5-25R; C5-27R; C5-30R; C5-32R; C5-34R;
C5-35R; C5-36R; C5-45R; C5-48R; C5-49R
Ophiuridae
Ophiuridae BA-1 D0503; BA-1 D0504; BA-1 D0506; C2-14R; C5-2R;
C5-7F; C5-27R; C5-35R; C5-41F
Ophioceramis januarii Lutken, 1856 C2-35R; C6-Y1; C6-Y3
Ophiolepis impressa Lütken, 1859 C5-7F; C5-12R
Ophiomusium sp. BA-1 D0506; C2-18F
Ophioplax sp. C5-2F; C5-5R; C5-25R; C5-27R
Echinoidea
Brissidae
Brissopsis atlantica Mortensen, 1907. BA-2 E0542
Cidaridae
Cidaridae C2-34R; C5-23R
Eucidaris tribuloides (Lamarck, 1816) BA-1 D0464; C2-2R; C2-11R; C2-15R; C2-16R; C2-24R;
C2-27R; C2-29R; C5-2F; C5-4F; C5-5R; C5-7F; C5-10R;
C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-
21R; C5-23R; C5-27R; C5-28R; C5-30R; C5-32R; C5-33R;
C5-34R; C5-35R; C5-36R; C5-40R; C6-R3#1; C6-Y2; C6-
Y3; C6-Y4; C6-Y6; C6-Y7
Stylocidaris lineata Mortensen, 1910 BA-1 D0506; BA-2 E0495; BA-2 E0496; BA-2 E0504;
BA-2 E0511; BA-2 E0516; C2-6F; C5-38R; C6-R1#1; C6-
R3#1; C6-R3#2-1
Tretocidaris cf.bartletii (Agassiz, 1880) BA-2 E0505; BA-2 E0535; C2-35R
Clypeasteridae
Clypeaster ravenelli Agassiz, 1869 BA-1 D0360; BA-2 E0504; BA-2 E0511; BA-2 E0531; C6-
R1#1; C6-Y7
Clypeaster rosaceus (Linnaeus, 1758) C5-34R
Clypeaster subdepressus (Gray, 1925) C5-34R; C5-42R; C5-48R

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 385


Continuação do anexo 1
Táxon Estações
Diadematidae
Diadema sp. C5-40R
Echinothuriidae
Echinothuriidae BA-1 D0538; BA-2 E0496; BA-2 E0501; BA-2 E0509; BA-
2 E0514; BA-2 E0517; BA-2 E0538; BA-2 E0548
Paraphormosoma alternans (de Meijere, 1902) BA-2 E0502; BA-2 E0510
Phormosoma placenta Thomson, 1872 BA-1 D0538; BA-2 E0500; BA-2 E0503; BA-2 E0508; BA-
2 E0518; BA-2 E0528; BA-2 E0538;
Loveniidae
Homolampas lovenioides Mortensen, 1948 BA-1 D0504
Melitidae
Leodia sexiesperforata (Leske, 1778) C5-40R
Schizasteridae
Agassizia excentrica A. Agassiz, 1869 C2-2R; C2-2F; C2-5F; C2-22F; C2-27F; C2-34R; C5-1F
Toxopneustidae
Toxopneustidae C5-38R; C6-Y2; C6-Y3
Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) C5-2F
Tripneustes ventricosus (Lamarck, 1816) BA-1 D0438; C2-20R
Holothuroidea
Chiridotidae
Chiridota rotifera (Pourtalés, 1851) C6-Y7
Cucumaridae
Cucumaridae C6-Y6
Elpidiidae
Scotoplanes sp. BA-2 E0504; BA-2 E0538; BA-2 E0540; BA-2 E0547; BA-
2 E0548; BA-2 E0549; BA-2 E0550; BA-2 E0551
Holothuriidae
Holothuriidae BA-2 E0504; BA-2 E0525; BA-2 E0526; BA-2 E0530; BA-
2 E0539; BA-2 E0540; BA-2 E0545; BA-2 E0548; BA-2
E0549; BA-2 E0551; C6-Y2
Phyllophoridae
Phyllophoridae C5-5R; C5-13R; C5-25R; C6-Y6

386 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Anexo 2: Coordenadas e profundidades de outras estações realizadas pelas campanhas da Pesca - REVIZEE/
SCORE Central.

Campanha Estação Data Latitude S Longitude W Profundidade (m)


BA-1 D0360 29/05/99 12°58,655’ 38°15,493’ 132,8
BA-1 D0366 29/05/99 13°06,795’ 38°25,921’ 558,8
BA-1 D0373 01/06/99 13°36,867’ 38°47,212’ 40-45,2
BA-1 D0404 06/06/99 17°08,063’ 36°48,332’ 39,2-65,2
BA-1 D0438 14/06/99 16°24,595’ 38°26,729’
BA-1 D0464 22/06/99 21°48,496’ 40°01,539’ 592,4-618,8
BA-1 D0502 29/06/99 19°37,488’ 38°41,909’ 665,2-706,4
BA-1 D0503 29/06/99 19°39,943’ 38°38,435’ 808,4
BA-1 D0504 29/06/99 19°42,734’ 38°36,472’ 910
BA-1 D0506 29/06/99 19°42,716’ 38°36,497’ 935
BA-1 D0508 30/06/99 19°41,239’ 38°23,084’ 56,8-61,6
BA-1 D0512 01/07/99 20°30,966’ 38°05,718’ 50,6-54,2
BA-2 E0495 06/06/00 13°06,903’ 38°25,807’ 341
BA-2 E0496 07/06/00 13°12,030’ 38°14,873’ 1717
BA-2 E0499 08/06/00 13°20,872’ 38°35,922’ 761
BA-2 E0500 08/06/00 13°19,472’ 38°38,035’ 394
BA-2 E0501 09/06/00 14°16,764’ 38°38,978’ 1654
BA-2 E0502 09/06/00 14°24,813’ 38°53,006’ 522
BA-2 E0503 10/06/00 14°34,565’ 38°51,672’ 740
BA-2 E0504 10/06/00 14°25,696’ 38°53,870’ 278
BA-2 E0505 10/06/00 14°39,662’ 38°50,154’ 1089
BA-2 E0508 11/06/00 15°18,873’ 38°41,685’ 421
BA-2 E0509 12/06/00 15°46,378’ 38°24,839’ 2076
BA-2 E0510 12/06/00 15°47,383’ 38°36,154’ 599
BA-2 E0511 12/06/00 15°44,231’ 38°39,196’ 251
BA-2 E0514 14/06/00 16°46,459’ 38°31,808’ 1815
BA-2 E0516 19/06/00 13°07,255’ 38°26,235’ 334
BA-2 E0517 19/06/00 13°24,968’ 38°38,277’ 750
BA-2 E0518 19/06/00 13°24,353’ 38°39,782’ 518
BA-2 E0523 27/06/00 19°42,685’ 38°36,961’ 922
BA-2 E0525 28/06/00 20°07,308’ 38°42,906’ 1639
BA-2 E0526 28/06/00 20°03,984’ 38°36,676’ 1637
BA-2 E0527 29/06/00 19°50,563’ 39°14,496’ 1402
BA-2 E0528 29/06/00 19°47,581’ 38°59,827’ 1237
BA-2 E0529 29/06/00 19°48,911’ 38°59,108’ 1337
BA-2 E0530 30/06/00 19°42,655’ 39°25,458’ 202
BA-2 E0531 30/06/00 19°40,781’ 39°22,652’ 195
BA-2 E0535 01/07/00 19°56,087’ 39°35,408’ 1002
BA-2 E0538 02/07/00 20°32,771’ 39°37,650’ 1680

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 387


Continuação do anexo 2
Campanha Estação Data Latitude S Longitude W Profundidade (m)
BA-2 E0539 04/07/00 21°09,644’ 40°15,529’ 202
BA-2 E0540 04/07/00 21°09,576’ 40°00,461’ 1364
BA-2 E0542 05/07/00 21°21,087’ 40°14,804’ 259
BA-2 E0545 06/07/00 21°41,103’ 40°08,112’ 246
BA-2 E0547 06/07/00 21°44,949’ 39°55,117’ 1105
BA-2 E0548 07/07/00 21°25,523’ 39°40,443’ 1799
BA-2 E0549 07/07/00 21°22,965’ 39°44,646’ 1718
BA-2 E0550 07/07/00 21°28,583’ 39°47,176’ 1598
BA-2 E0551 07/08/00 21°04,783’ 39°48,698’ 1642
BA-2 E0552 07/08/00 21°09,541’ 39°46,079’ 1694

388 BIODIVERSIDADE BENTÔNICA DA REGIÃO CENTRAL DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA BRASILEIRA


Anexo 3: Pranchas das espécies Asteronyx loveni e Astrodia tenuispina.

Pracha 1: Asteronyx loveni. Vista da superfície aboral.

Pracha 2: Astrodia tenuispina. Vista da superfície aboral.

CAPÍTULO 9 – FILO ECHINODERMATA 389

Você também pode gostar