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Editores
Helena Passeri Lavrado
Barbara Lage Ignacio
Rio de Janeiro
Museu Nacional
2006
ISBN 85-7427-014-8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Reitor : Aluísio Teixeira
MUSEU NACIONAL
Diretor: Sergio Alex Kugland de Azevedo
PATROCÍNIO
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FICHA CATALOGRÁFICA
Inclui bibliografia
ISBN 85-7427-014-8
Equipe: Equipe:
Alessandra Marconi Loivos* Maria Cristina da Silva
André Taouil Neyvan Renato Rodrigues da Silva
Camila Barcelos Pereira* Tatiana Fabricio Maria
Carlos Frederico Deluqui Gurgel - coleta
Clarice Martins Ribeiro
Daniela Rezende Peçanha Fernandes** 5) Polychaeta
Fabiana Pellegrini Caramaschi *
Isolda Cecília Bravin Coordenador: Paulo Cesar de Paiva – IB/UFRJ
Juliana de Melo Torres Carneiro E-mail: pcpaiva@biologia.ufrj.br
Lísia Mônica de Souza Gestinari
Ronaldo Leal Carneiro identificação Equipe:
Suzana Moscardini Ribeiro* Elisa Maria da Costa e Silva
Tiago Filgueiras Porto Fabiano da Silva Attollini
Valéria Cassano Gabriela Neves de Souza
Vinícius Peruzzi de Oliveira Joana Zanol Pinheiro da Silva
Letícia de Souza Barbosa
Maria Cláudia Rayol Sola
2) Porifera Rômulo Barroso Baptista*
Equipe:
Adriana Luiza Pimenta S. de Carvalho**
Daniela Batista C. da Silva
Ricardo Silva Varotto**
B) Centros de Triagem
UERJ (1996-2004)
Coordenadora: Lucia Verçosa Carvalheira
Equipe:
Fabiana Fernandes de Oliveira*
Gláucia Cândida de Queiroz Mattos*
UFRJ (1996-2004)
Coordenadora: Priscila Araci Grohmann – IB/UFRJ
Equipe:
Cláudio Bloise**
Eliane de Deus Henriques Muniz **
Sandro Roberto Araújo Oitaven **
Sumário
Apresentação 13
Prefácio 15
Parte 2 – Fitobentos
Capítulo 2 – Macroalgas 67
Yocie Yoneshigue Valentin, Lísia Mônica de Souza Gestinari & Daniela Rezende Peçanha Fernandes
Parte 3 – Zoobentos
Capítulo 3 – Filo Porifera 109
Guilherme Muricy, Cristina Pereira Santos, Daniela Batista, Daniela A. Lopes, Diogo Pagnoncelli, Leandro de Campos Monteiro,
Maíra Ventura de Oliveira, Maria Cláudia Ferreira Moreira, Mariana de Sousa Carvalho, Mariana Melão, Michelle Klautau,
Pablo Rodrigues Dominguez Rodriguez, Rafael Nogueira Costa, Renata Gomes Silvano, Sabine Schwientek, Suzi Menezes Ribeiro,
Ulisses dos Santos Pinheiro & Eduardo Hajdu
Os ambientes costeiros e oceânicos contêm a maior de 3,5 milhões de km , direitos exclusivos de soberania
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parte da biodiversidade disponível no planeta. Não para fins de exploração e aproveitamento, conserva-
obstante, grande parte desses sistemas vem passan- ção e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos,
do por algum tipo de pressão antrópica, levando po- das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seu
pulações de importantes recursos pesqueiros, antes subsolo, bem como para a produção de energia a par-
numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em tir da água, marés, correntes e ventos.
alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em Ao lado dos direitos concedidos, a CNUDM tam-
conseqüência, ecossistemas em desequilíbrio, com bém demanda compromissos aos Estados-partes. No
a dominância de espécies de menor valor comercial, caso dos recursos vivos (englobando os estoques pes-
ocupando os nichos liberados pelas espécies sobreex- queiros e os demais recursos vivos marinhos, incluindo
plotadas, o que representa uma séria ameaça ao de- os biotecnológicos), a Convenção (Art. 61 e 62) esta-
senvolvimento sustentável. belece que deve ser avaliado o potencial sustentável
Tal situação levou a comunidade internacional a desses recursos, tendo em conta os melhores dados
efetuar esforços e pactuar normas para a conservação científicos disponíveis, de modo que fique assegura-
e exploração racional das regiões costeiras, mares e do, por meio de medidas apropriadas de conservação
oceanos, plataformas continentais e grandes fundos e gestão, que tais recursos não sejam ameaçados por
marinhos, destacando a Convenção das Nações Uni- um excesso de captura ou coleta. Essas medidas de-
das sobre o Direito do Mar e o Capítulo 17 da Agenda vem ter, também, a finalidade de restabelecer os es-
21 (Proteção dos Oceanos, de Todos os Tipos de Mares toques das espécies ameaçadas por sobreexploração
e das Zonas Costeiras, e Proteção, Uso Racional e De- e promover a otimização do esforço de captura, de
senvolvimento de seus Recursos Vivos), além da Con- modo que se produza o rendimento máximo sustentá-
venção da ONU sobre Diversidade Biológica. O Brasil vel dos recursos vivos marinhos, sob os pontos de vista
é parte destes instrumentos, tendo participado ati- econômico, social e ecológico.
vamente da elaboração de todos eles, revelando seu Para atender a esses dispositivos da CNUDM e a
grande interesse e preocupação na matéria. uma forte motivação interna, a Comissão Interministe-
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito rial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994,
do Mar – CNUDM, ratificada por mais de 100 países, é o Programa REVIZEE (Avaliação do Potencial Sustentá-
um dos maiores empreendimentos da história norma- vel de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva),
tiva das relações internacionais, dispondo sobre todos destinado a fornecer dados técnico-científicos consis-
os usos, de todos os espaços marítimos e oceânicos, tentes e atualizados, essenciais para subsidiar o orde-
que ocupam mais de 70% da superfície da Terra. O Bra- namento do setor pesqueiro nacional.
sil assinou a CNUDM em 1982 e a ratificou em 1988, Iniciado em 1995, o Programa adotou como es-
além de ter incorporado seus conceitos sobre os espa- tratégia básica o envolvimento da comunidade cien-
ços marítimos à Constituição Federal de 1988 (Art. 20, tífica nacional, especializada em pesquisa oceanográ-
incisos V e VI), os quais foram internalizados na legisla- fica e pesqueira, atuando de forma multidisciplinar
ção ordinária pela Lei N . 8.617, de 4 de janeiro de 1993. e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de
o
A Convenção encontra-se em vigor desde 16/11/1994. Pesquisa (SCOREs). Em razão dessas características, o
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um REVIZEE pode ser visto como um dos programas mais
novo conceito de espaço marítimo introduzido pela amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvi-
Convenção, sendo definida como uma área que se es- dos no País, entre aqueles voltados para as ciências do
tende desde o limite exterior do Mar Territorial, de 12 mar, determinando um esforço sem precedentes, em
milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa, no termos da provisão de recursos materiais e da contri-
caso do nosso País. O Brasil tem, na sua ZEE de cerca buição de pessoal especializado.
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE), introduzida pela esforço e dedicação de mais de 100 pesquisadores e
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar alunos que trabalharam quase 10 anos para gerar essa
(CNUDM), permite ao país soberano o uso desta re- síntese de conhecimento a respeito das comunida-
gião, garantindo o direito de exploração e aproveita- des bentônicas. Agora, de maneira acessível, não só
mento dos recursos naturais das águas sobrejacentes a comunidade científica, mas todo cidadão brasileiro
ao leito do mar, do leito e do seu subsolo. A CNUDM poderá conhecer um pouco desses grupos de orga-
estabelece, ainda, a conservação e gestão destes re- nismos marinhos que vivem associados ao substrato e
cursos baseadas no conhecimento científico desta re- que também fazem parte dos ecossistemas presentes
gião que deve ser estimulado e desenvolvido por cada na ZEE brasileira.
país signatário. Neste volume da Série Documentos REVIZEE, são
O REVIZEE representa um dos maiores progra- apresentados os principais resultados técnicos obtidos
mas governamentais para o desenvolvimento cien- nas campanhas de bentos realizadas entre 1996 e 2002.
tífico e tecnológico brasileiro, buscando, a partir da O livro está estruturado em três partes. A primeira abor-
geração do conhecimento biológico sobre a ZEE, dire- da, de uma forma sintética, a descrição das campanhas
trizes para o uso sustentável destes recursos naturais realizadas e os principais resultados obtidos em rela-
e promovendo a integração da comunidade científica ção à comunidade bentônica. A segunda parte abor-
nacional e órgãos governamentais. Mais do que isso, o da a caracterização e o levantamento da flora marinha
programa promoveu um dos maiores levantamentos bentônica (macroalgas) e a terceira parte, os principais
de biodiversidade marinha já feitos no país, e que tem grupos de animais bentônicos encontrados na região
permitido um acréscimo substancial de informação central da Zona Econômica Exclusiva brasileira.
sobre os ecossistemas marinhos presentes ao longo Praticamente, em todos os grupos de fito e
da nossa margem continental. zoobentos, foram registradas novas ocorrências de es-
Apesar do principal foco do programa REVIZEE pécies para a costa brasileira ou mesmo para o Atlân-
residir em avaliação do potencial de recursos pesquei- tico Sul. Mas o presente livro não pretende esgotar
ros, muito esforço também foi feito no sentido de se o assunto per se. Muitos organismos não puderam
avaliar os ecossistemas marinhos como um todo, in- ser abordados no presente volume, como Sipuncula,
cluindo outros compartimentos biológicos, como o Bryozoa e Ascidiacea, por exemplo, em virtude de
plâncton e o bentos. Os organismos bentônicos têm falta de recursos ou especialistas disponíveis. Mesmo
um papel fundamental, não só como elo importan- aqueles grupos descritos aqui, que continuam sendo
te da teia alimentar dos ecossistemas marinhos, mas estudados, possuem um grande número de espécies
como fonte de produtos economicamente importan- marinhas ainda não identificadas. Os trabalhos não
tes. Além de serem utilizados na alimentação huma- terminaram. O Brasil ainda tem muito que conhecer
na, como crustáceos e moluscos, por exemplo, são sobre a sua margem continental, e isso tem sido o
importantes em outros setores econômicos, como na compromisso dos pesquisadores e alunos envolvidos
indústria farmacêutica, através do uso de substâncias no Programa REVIZEE: trabalhar arduamente em prol
extraídas de diversos organismos bentônicos, como do conhecimento científico brasileiro. Esperamos que
algas, esponjas e briozoários. o presente trabalho possa ter contribuído de alguma
Este livro apresenta parte do conhecimento cien- forma para reduzir as lacunas de conhecimento a
tífico gerado pelo Programa REVIZEE – SCORE Central respeito da biodiversidade marinha brasileira.
em relação ao bentos presente na região compreen-
dida entre Salvador, na Bahia, e o Cabo de São Tomé, Helena Passeri Lavrado
no Rio de Janeiro, incluindo os montes submarinos e Barbara Lage Ignacio
as Ilhas Trindade e Martins Vaz. Este volume é fruto do Editores
Resumo
O Programa REVIZEE teve como objetivos inventariar e estimar o potencial sustentável de captura dos recursos
vivos na Zona Econômica Exclusiva brasileira. Dentro desse contexto, o bentos apresenta uma grande importân-
cia, seja nas teias alimentares marinhas, como fonte de alimento para recursos pesqueiros pelágicos e demersais,
ou como recursos vivos com importância econômica. O presente trabalho apresenta uma caracterização do fito e
zoobentos da plataforma e talude da região central da costa brasileira, no trecho de Salvador, na Bahia (13°00’S),
ao Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro (22°30’S). O material biológico foi coletado em 222 estações, amostradas
em quatro cruzeiros oceanográficos, de 1996 a 2002. As coletas foram feitas principalmente com dragas retangu-
lares e pegadores do tipo Van Veen e box-corer. Os dados obtidos revelam que a região possui fauna e flora ben-
tônicas muito ricas, principalmente nas áreas compreendidas pelos bancos dos Abrolhos, Cadeia Vitória-Trindade,
Banco Almirante Saldanha e nas regiões próximas a Salvador (BA) e ao Cabo de São Tomé (RJ). As macroalgas
estiveram presentes na plataforma continental e borda do talude, com um predomínio de clorófitas, em termos
de riqueza e abundância, apesar da contribuição das feófitas em termos de biomassa, em alguns pontos. Foram
encontrados 31 grupos de organismos da macrofauna, com cerca de 1/3 ocorrendo em mais de 70% das estações.
A maioria dos indivíduos encontrados pertence à epifauna (animais que vivem na superfície do substrato), em
parte, devido ao tipo de amostragem realizada (dragagem) e, em parte, devido à constituição predominante dos
fundos regionais, que permitem a existência desse tipo de fauna, por vezes composta por animais sésseis, como
poríferos e corais, e que foram os mais abundantes em termos de biomassa (cerca de 85%). A endofauna (animais
que vivem enterrados na areia ou lama) também esteve bem representada por vários táxons de poliquetas, sipun-
culídeos, equinodermos, pequenos crustáceos e moluscos, sendo os dois últimos os mais abundantes em termos
de densidade. A composição e abundância da fauna estiveram relacionadas ao tipo de fundo e profundidade lo-
cal, concentrando-se em áreas rasas (até 100 m), com fundo biogênico. A heterogeneidade ambiental dada pelos
diferentes substratos existentes na plataforma e talude, a presença de nódulos de algas calcárias e a ocorrência de
regiões estuarinas, áreas recifais, bancos submersos e canyons permitem a existência de uma grande variedade de
micro-habitats e, conseqüentemente, uma maior diversidade. Apesar da ausência de uma estimativa precisa do
potencial de captura das espécies bentônicas na área, o programa REVIZEE produziu um excelente levantamento
da região, identificando espécies com potencial importância econômica, gerando registros de novas ocorrências
para a costa brasileira e descrição de espécies novas, principalmente da plataforma externa e talude continental.
Palavras-chave: bentos marinho, margem continental brasileira, Zona Econômica Exclusiva, biodiversidade,
abundância, distribuição espacial.
1. Departamento de Biologia Marinha – Instituto de Biologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão – RJ – RJ – 21949-900
LAVRADO, H. P. 2006. Capítulo 1. Caracterização do ambiente e da comunidade bentônica. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da
Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 19-64 (Série Livros n. 18) 19
Abstract
The main objectives of the REVIZEE Programme were the species inventory and the evaluation of the sustainable
yield of living resources from the Brazilian Exclusive Economic Zone. In this context, the benthos has an important
role, since it is one of the main components of marine food webs, being food to many pelagic and demersal fishing
resources or as a living resource itself. This work presents a characterization of the phyto- and zoobenthos from
the continental shelf and slope of the central Brazilian coast, between Salvador, in Bahia (13°S) to São Tomé Cape,
in Rio de Janeiro State (22°30’ S). Samples were taken in 222 stations, during 4 oceanographic cruises (1996-2002).
Sampling was made basically using rectangular dredges, Van Veen grab and a box-corer. The region presents a
rich benthic fauna and flora, especially at areas such as Abrolhos reefs, Vitória-Trindade and Almirante Saldanha
seamounts and near Salvador (BA) and São Tomé Cape (RJ). Macroalgae occurred mainly at continental shelf and
upper slope, with green algae as the most rich and abundant group, despite the biomass contribution of brown
algae in some places. Thirty-one macrobenthic groups were found, with one third occurring in more than 70% of
stations. Most organisms belong to epifauna (animals living on the substrate), in part due to the kind of equip-
ment used (basically dredges) and also to the main bottom type found in the region (mainly biogenic substrata,
with algae nodules and calcareous sediment). This substrate favours the presence of epifauna, composed mainly
by sessile animals such as sponges and corals, the most abundant organisms in terms of biomass (ca. 85%). In-
fauna (animals that live buried in the sediment) was represented by various taxa of polychaets, sipuculans, echino-
derms, small crustaceans and mollusks, the two latter being numerically dominant. The macrofauna composition
and abundance were related to bottom characteristics and local depth, with organisms being dominant in shallow
waters (up to 100m depth) with biogenic substrate such as red algae nodules. Environmental heterogeneity given
by differences in shelf and slope substrata, the presence of a biogenic bottom, estuaries, coral reefs, seamounts
and canyons provides a great variety of microhabitats and it seems to be responsible for high benthic diversity
found. Despite the lack of a precise evaluation of the economic potential of benthic living resources, the REVIZEE
programme provided an excellent species inventory, identifying species with economic value, new species occur-
rences to brazilian coast and new species to Science, specially from the outer shelf and continental slope.
Keywords: marine benthos, Brazilian continental margin, Exclusive Economic Zone, biodiversity, abundance, spa-
tial distribution.
O ambiente marinho apresenta uma enorme varieda- importância. Por permitirem os direitos de soberania
de de seres vivos e um número de táxons superiores para fins de exploração, conservação e gestão dos re-
(90% de todas as classes ou filos existentes) muito cursos naturais marinhos, podem ser utilizados na de-
maior do que no ambiente terrestre, sendo a grande finição de parâmetros mais significativos para a avalia-
maioria composta por organismos invertebrados (May, ção de possíveis impactos ambientais na nossa costa.
1988). Essa imensa diversidade biológica tem sido mui- Além disso, a costa brasileira, com cerca de 8.500 km
to pouco estudada, apesar do seu reconhecido papel de litoral, conta com uma Zona Econômica Exclusiva de
nos ciclos biogeoquímicos dos ecossistemas e na pro- 3.500.000 km2, dos quais 70% constituem-se de áreas
dução de alimento e de produtos farmacêuticos para de talude e de regiões abissais, principalmente nas
o ser humano (Migotto & Tiago, 1999). Estima-se que regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Entretanto, até
nos oceanos ainda exista um grande número de espé- recentemente, a maior parte das pesquisas científicas
cies novas não descritas, não só em áreas profundas, já realizadas no país envolvia coletas em águas rasas
mas até mesmo em regiões mais rasas, como recifes de próximas à costa, em virtude de dificuldades logísticas
coral, estuários e baías. No Brasil, a maioria dos grupos e econômicas para se coletar em regiões profundas, o
marinhos ainda é pouco conhecida, principalmen- que foi conseguido durante o programa, permitindo
te em zonas costeiras com profundidades superiores uma caracterização de ecossistemas marinhos de pro-
a 20 m e na região do talude continental (Migotto & fundidade até então desconhecidos.
Tiago, 1999). A escassez de informações impede até Para a execução do programa REVIZEE, foi neces-
mesmo estimativas confiáveis de densidades popula- sário dividir a costa em regiões de acordo com as ca-
cionais ou biomassas que permitam a avaliação do po- racterísticas oceanográficas. Para isso, criaram-se qua-
tencial de captura de muitas espécies que constituem tro SCORES: Norte (do Rio Oiapoque ao Rio Parnaíba),
recursos vivos diretamente utilizáveis pelo homem Nordeste (do Rio Parnaíba até Salvador, incluindo Fer-
(Lana et al., 1996), como muitos dos organismos que nando de Noronha, Atol das Rocas e Arquipélago de
vivem intimamente associados ao substrato, consoli- São Pedro e São Paulo), Central (de Salvador ao Cabo
dado (rochas) ou não (lama, areia), do fundo marinho e de São Tomé, incluindo a Cadeia Vitória-Trindade) e Sul
que constituem o bentos. (do Cabo de São Tomé ao Arroio Chuí).
Em 1994, foi criado o programa REVIZEE (Progra- Além do levantamento do potencial dos recursos
ma de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos pesqueiros, o programa REVIZEE definiu, no Programa
Vivos da Zona Econômica Exclusiva) pela CIRM (Comis- Regional de Trabalho, em 1997, os objetivos de inven-
são Interministerial para os Recursos do Mar), em virtu- tariar os grandes grupos taxonômicos e as principais
de do compromisso assumido pelo Brasil ao ratificar a associações bentônicas da plataforma externa e do
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar talude continental, entre 50 e 500 m; produzir mapas
(CNUDM). O programa voltou-se basicamente para a de distribuição espacial da biomassa úmida bentônica
Zona Econômica Exclusiva, que se estende desde o li- por unidade de área na costa central; relacionar os ma-
mite externo do mar territorial (12 milhas de largura) pas obtidos com a topografia e tipo de fundo; e identi-
até as 200 milhas marítimas da costa e da região de ficar grupos com potencial econômico.
fronteira marítima da Guiana até a fronteira marítima O presente trabalho apresenta os dados refe-
com o Uruguai. As pesquisas foram iniciadas efetiva- rentes à análise da comunidade bentônica na região
mente em 1997 e, hoje, o programa representa o maior do SCORE Central, entre Salvador (BA) e Cabo de São
projeto de levantamento de dados biológicos, geoló- Tomé (RJ), visando caracterizar a comunidade de fito e
gicos, físicos e químicos da costa brasileira. zoobentos da plataforma externa e talude continental
Os dados que estão sendo gerados são de suma dentro da Zona Econômica Exclusiva brasileira.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
B.Royal Charlotte 16°S
B.Minerva B.Morgan
B.Rodger
MG
B.Abrolhos B.Hotspur
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória B.Jaseur
B.Davis
Is.Trindade
Mt.sub.Columbia
Is.Martin Vaz
B.Vitória B.Dogaressa
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
B.Almt.Saldanha
24°S
Figura 1: Mapa da área de estudo compreendida pelo SCORE Central do Programa REVIZEE (entre Salvador – BA
– e Cabo de São Tomé – RJ) com a distribuição das estações de coleta de bentos e batimetria.
1.3. Material e Métodos com 61 pontos de coleta (Tabela 1). Setenta estações
foram amostradas na segunda campanha, sendo 74%
das amostras obtidas entre 50 e 100 m. Em 2001, a pos-
1.3.1. Estações de amostragem sibilidade de coletas até 2.000 m dentro da ZEE existiu,
e algumas áreas profundas foram amostradas. Das 49
Os dados referentes ao bentos do SCORE Central estações de coleta, cerca de 40% possuíam profundi-
foram obtidos principalmente a partir das seguintes dades acima de 100 m, sendo oito estações em áreas
campanhas: Central I (realizada em 1996), Central II (em com profundidades superiores a 1.000 m.
1997), Central V (em 2001) e Central VI (em 2002) (Ane- Um total de 222 estações de coletas foi amos-
xo 1). A Central I foi realizada a bordo do navio oceano- trado nas quatro campanhas de bentos (Central I, II, V
gráfico Antares, da Marinha Brasileira. As demais foram e VI). A maioria das estações foi amostrada na faixa de
realizadas a bordo do supply boat N/RB Astro Garoupa, 50 a 100 m, que compreende a plataforma externa e a
da Astromarítima Navegação, cedido pela Petrobras borda do talude continental. O estado do Espírito San-
para o programa REVIZEE/SCORE Central. Esse navio to concentrou o maior número de estações graças à
possui 57,16 m de comprimento, adaptado com guin- presença dos bancos e montes submersos da Cadeia
cho de popa e com capacidade de dragagem a 1.500 Vitória-Trindade (Tabelas 1 e 2). As estações foram es-
m (cabo de 4.000 m, a partir de 2001 somente). colhidas em função das atividades de prospecção do
Na primeira campanha (Central I), foram feitos grupo da Pesca, acompanhando a borda do talude, na
testes metodológicos com vários tipos de equipamen- faixa entre 50 e 500 m de profundidade (Figura 1). As
to e, devido a limitações logísticas, as coletas concen- coordenadas e profundidade de cada estação encon-
traram-se em áreas com profundidades de até 130 m, tram-se no Anexo 1.
Tabela 2: Faixa batimétrica e localização geográfica das estações de coleta de bentos do SCORE Central.
Faixa Número de Número de
% Estado %
batimétrica estações estações
< 50 m 38 17,1 BA 77 34,7
50-100 m 111 50,0 ES 105 47,3
100-250 m 20 9,0 RJ 40 18,0
250-500 m 27 12,2
500-1.000 m 18 8,1
> 1.000 m 8 3,6
a. Dragas
• Uma draga retangular grande fechada (engradada), com dimensões de 1,20 m de largura x 40 cm de altura x
1,5 m de comprimento e grade com 20 mm de abertura, usada nas campanhas Central V e VI (Figura 2).
Figura 4: Draga
retangular fechada
pequena.
1.3.3. Procedimento de coleta dos No laboratório, as amostras foram triadas sob mi-
organismos bentônicos croscópio estereoscópico, os organismos identificados
em grandes grupos (filos, classes e ordens), quantifica-
Os arrastos com as dragas duravam, em média, de 5 a dos e pesados. Grupos com representantes coloniais,
10 minutos, a uma velocidade de 1 a 2 nós, resultando como Bryozoa, Ascidiacea e Cnidaria, apresentaram
em áreas varridas de cerca de 370 m2 para as dragas parte do material fragmentado e não puderam ser de-
pequenas e 740 m2 para as dragas maiores. Especial- vidamente quantificados.
mente nas estações profundas, o tempo de arrasto foi Foram obtidas 259 amostras, das quais 143 por
maior (40-60 minutos) do que normalmente ocorre dragagem, 84 por Van Veen e 24 por box-corer, além
em plataformas continentais, pelo fato de a dispersão de 5 por rede de viga (beam-trawl) e 3 por rede de por-
dos animais de zonas profundas ser geralmente maior ta (otter-trawl). Devido à maior constância do uso de
e a densidade extremamente baixa. As amostragens draga em todas as campanhas e em todos os pontos,
de profundidade são lentas e demandam constante ao tipo de fundo predominante na região do SCORE
monitoramento da batimetria de fundo, do cabo, da Central (biodetrítico e calcário), à maior área amos-
posição do amostrador e seu recolhimento a bordo. trada e ao volume de material coletado pelas dragas
Durante as dragagens realizadas no N/RB Astro Garou- ser bem maior do que o dos pegadores, permitindo
pa, um mínimo de três horas foi gasto com lançamen- uma avaliação mais representativa da biomassa, op-
tos profundos. tou-se por apresentar, no presente trabalho, os dados
Independentemente da draga utilizada, eram gerados por este tipo de equipamento. É importante
retiradas, sempre que possível, três subamostras, de ressaltar que, mesmo assim, as estimativas de abun-
40 L cada, do conteúdo de cada dragagem, totalizando dância devem ser tratadas como semiquantitativas. Os
cerca de 120 L. O procedimento foi adotado para se dados obtidos pelos pegadores (Van Veen e box-corer)
ter um melhor aproveitamento do material coletado, e os referentes à campanha Central 1 foram utilizados
levando-se em consideração o custo e a dificuldade de para complementar o levantamento taxonômico de
replicação das amostras diante do tempo disponível cada grupo apresentado nos outros capítulos desse
para as campanhas. As amostras eram então lavadas livro. Os moluscos foram pesados com conchas, sem
ainda a bordo com água do mar, em peneiras de 5, 2, 1 separação das partes moles. As triagens foram feitas
e 0,5 mm, e o material triado em grandes grupos e fixado basicamente por dois centros, localizados na UERJ e
em formaldeído a 4% ou álcool 70%, dependendo do UFRJ. O material foi encaminhado, posteriormente,
tipo de organismo. aos especialistas para identificação no menor nível de
As amostras obtidas através do box-corer foram resolução taxonômica possível. Os espécimes identi-
fixadas separadamente e em frações do sedimento, ficados estão sendo depositados principalmente nas
até 20 cm. Tanto o sedimento do box-corer como do coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro e no
Van Veen foram lavados em peneiras de 0,5 ou 0,3 mm, Instituto de Biologia da UFRJ, que possuem atividades
e o material fixado em formaldeído a 4%. Um volu- de curadoria.
me total de 30 L foi amostrado com os testemunhos
do box-corer. Além disso, para não perder o material 1.3.4. Tratamento dos dados
coletado, a área restante de superfície do box-corer
(1.793,14 cm2) foi retirada com uma pá para elutriação Os dados de abundância e biomassa foram reunidos
imediata a bordo. Foram também elutriados a bordo por grupo taxonômico e estação de coleta e expres-
pelo menos 20.000 cm3 a mais do sedimento residual sos por volume amostrado pela draga (100 L). Os da-
fora dos testemunhos. dos de biomassa da fauna foram estimados a partir do
Rhodophyta
42%
Chlorophyta
45%
Figura 7: Riqueza relativa das divisões de macroalgas encontradas no SCORE Central durante as campanhas
Central I, II, V e VI.
Quanto à freqüência de ocorrência, de 58 estações parte das amostras possuía menos de cinco táxons de
analisadas em relação à presença de macroalgas, as clo- cada uma das divisões (Chlorophyta, Phaeophyta e
rófitas apareceram em 93,1% delas, as feófitas em 67,2% Rhodophyta). Alguns pontos apresentaram uma maior
e as rodófitas em 44,8%. Dessas últimas, as mais freqüen- biodiversidade, como a região ao sul de Vitória, a Ca-
tes foram as algas calcárias não articuladas (cerca de 68% deia Vitória-Trindade e a região entre Ilhéus e Abro-
das estações). Em termos de biovolume (Figura 8), as clo- lhos, na Bahia (Figuras 9 a 11). Em termos de biomassa, o
rófitas foram as mais abundantes (média de 48,6%), se- maior volume obtido foi de 20 L para as algas pardas,
guidas das feófitas (39,9%) e rodófitas (11,6%). numa estação próxima ao Rio Una, na Bahia. Outras
Os dados quantitativos analisados referem-se áreas também apresentaram uma abundância maior,
apenas às campanhas Central V e VI. Considerando o como é o caso da Cadeia Vitória Trindade, Ilhéus e pró-
número de táxons presentes em cada estação, a maior ximo à foz do Rio Jequitinhonha (Figuras 12 a 14).
Phaeophyta
40%
Chlorophyta
48%
Rhodophyta
12%
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Chlorophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 9: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas verdes (Chlorophyta) obtidas nas dragagens das
campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Phaeophyta
Figura 10: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas pardas (Phaeophyta) obtidas nas dragagens
das campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Rhodophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 11: Distribuição espacial da riqueza taxonômica de algas vermelhas (Rhodophyta) obtidas nas dragagens
das campanhas Central II, V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
16°S
Biovolume (mL)
1 - 500
MG 500 - 1000
1000 - 5000
R. Mucuri 5000 - 10000 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Chlorophyta
Figura 12: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas verdes (Chlorophyta) obtidas nas
dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Biovolume (mL)
R. Jequitinhonha
1 - 500 16°S
500 - 1000
1000 - 5000
MG
5000 - 10000
R. Mucuri 10000 - 20000 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Phaeophyta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 13: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas pardas (Phaeophyta) obtidas nas
dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Biovolume (mL)
R. Jequitinhonha
1 - 500 16°S
500 - 1000
1000 - 5000
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Rhodophyta
Figura 14: Distribuição espacial do biovolume (mL de algas.100 L-1 ) de algas vermelhas (Rhodophyta) obtidas
nas dragagens das campanhas Central V e VI do SCORE Central – Programa REVIZEE.
Riqueza
20
15
Número total de táxons
10
Figura 15: Variação batimétrica da riqueza taxonômica de macroalgas, na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).
5000
2500
-2500
< 75m 75-100m 100-250m
Profundidade
Figura 16: Variação batimétrica do biovolume total estimado de macroalgas (mL de algas por 100 L), na região
do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).
Bivalvia
11%
Gastropoda Sipuncula
15% 15%
Outros
grupos
10%
Crustacea
25%
Polychaeta
Porifera 14%
10%
Figura 17: Abundância relativa dos principais grupos da macrofauna bentônica analisados no SCORE Central
durante a campanha Central V (2001).
Cnidaria
18%
Porifera
75% Mollusca
4%
Outros
grupos
3%
Figura 18: Biomassa relativa dos principais grupos da macrofauna bentônica analisados no SCORE Central
durante a campanha Central V (2001).
100%
80%
60% RJ
ES
40%
BA
20%
0%
e
a
da
a
la
oa
ea
da
ea
da
a
ia
od
lvi
et
cu
oz
ng
id
ac
po
po
ha
va
ap
ip
n
ro
th
po
pu
id
tro
Iso
ph
Bi
lyc
iu
ec
An
na
os
Si
as
Am
ph
Po
Ta
em
G
O
D
Figura 19: Abundância relativa dos principais grupos de organismos bentônicos por estado (Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia) obtidos nas dragagens do SCORE Central – Programa REVIZEE.
100%
80%
60% RJ
ES
40%
BA
20%
0%
e
ea
ea
ea
da
a
a
a
oa
ia
et
re
lvi
od
ul
ng
id
id
id
po
oz
ha
nc
ca
va
ap
no
ro
ro
po
tro
th
pu
Bi
lyc
al
iu
te
ec
hi
An
os
C
as
ph
Si
As
Po
Ec
D
em
O
D
Figura 20: Biomassa relativa dos principais grupos de organismos bentônicos por estado (Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia) obtidos nas dragagens do SCORE Central – Programa REVIZEE.
100
Freqüência de ocorrência (%)
80
60
40
20
0
e
Deca ia
ertea
zoa
a
oda
area
idea
zoa
a
a
Pycn oidea
da
poda
zoa
ta
ea
llida
da
ea
da
ida
oda
Nem a
oda
da
Hydr a
a
Nem a
ngia
atod
diace
pedi
ncul
hozo
ide
lv
idace
phor
chae
noid
hipo
uroid
ropo
o
hopo
Biva
ogon
o
Bryo
Isop
atop
hiop
alop
Crino
Calc
ctine
t huro
Anth
ospo
Sipu
Cirri
r
Ast e
Scyp
placo
Asci
Poly
Echi
Amp
Tana
Gast
Ophi
Scap
Stom
Ceph
Brac
Hexa
Holo
Dem
Poly
Figura 21: Freqüência de ocorrência dos principais grupos de organismos bentônicos na região do SCORE
Central obtidos na campanha Central V (equipamento: draga retangular; número de estações: 42).
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 50 16°S
50 - 100
100 - 500
MG 500 - 1000
R. Mucuri 1000 - 2500 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Figura 22: Mapa de distribuição espacial da abundância total estimada (número de indivíduos.100L-1) da
macrofauna bentônica obtida nas dragagens da campanha Central V – Programa REVIZEE.
12°S
Baía de Todos os San tos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhon ha
Número de táxons 16°S
1 - 5
5 - 10
MG 10 - 20
R. Mucuri 20 - 25 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Para íba
do Sul
C ad eia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.To mé
22°S
24°S
Figura 23: Mapa de distribuição espacial da riqueza taxonômica (número de táxons por estação) da macrofauna
bentônica obtida nas dragagens da campanha Central V – Programa REVIZEE.
1200
Número de indivíduos.100L-1
900
600
300
Figura 24: Abundância total estimada da macrofauna bentônica (número de indivíduos.100L-1) por classe de
profundidade na região do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).
Riqueza taxonômica
25
20
Número de táxons.estação -1
15
10
0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade
Figura 25: Variação batimétrica da riqueza de táxons da macrofauna bentônica na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).
5
2
Shannon-Wiener H' (log )
0
< 75m 75-100m 100-250m 250-500m > 500m
Profundidade (m)
Índice de Rarefação
20
16
12
ES (25)
0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade
Figura 27: Variação batimétrica do índice de Rarefação (número esperado de famílias numa amostra com 25
indivíduos) da macrofauna bentônica na região do SCORE Central (ponto: média, retângulo: erro-padrão,
linha vertical: desvio-padrão).
0,8
0,6
Pielou J'
0,4
0,2
0,0
<75m 75-100m 100-250m 250-500m >500m
Profundidade
Figura 28: Variação batimétrica da eqüitabilidade da macrofauna bentônica na região do SCORE Central
(ponto: média, retângulo: erro-padrão, linha vertical: desvio-padrão).
Distribuição espacial da abundância estimada dos víduos em estações próximas a Salvador e Abrolhos,
principais grupos da macrofauna bentônica ou Sipuncula (Figura 31), com valores elevados obtidos
Considerando-se todos os dados obtidos nas três cam- na Ilha de Trindade. Os equinodermos apresentaram
panhas (Central II, V e VI) e analisando-se a distribui- valores crescentes de abundância em direção ao Cabo
ção espacial dos oito principais grupos da macrofauna de São Tomé e Banco Almirante Saldanha (Figura 36),
bentônica (Porifera, Cnidaria, Sipuncula, Gastropoda, principalmente em função de um grande número de
Bivalvia, Polychaeta, Crustacea e Echinodermata – fi- ofiuróides, grupo predominante. O mesmo aconteceu
guras 29 a 36), percebe-se que mais de 60% das esta- com Cnidaria e Sipuncula. Os demais grupos, como
ções de coleta apresentaram abundâncias inferiores Crustacea, Polychaeta, Gastropoda e Bivalvia, apresen-
a 50 indivíduos.100L-1. Alguns grupos apresentaram taram suas abundâncias uniformemente distribuídas
abundâncias expressivas em algumas regiões, como é ao longo da plataforma externa e talude continental
o caso de Porifera (Figura 29), com mais de 500 indi- da região do SCORE Central.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Porifera
Figura 29: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Porifera obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S
25 - 50
50 - 100
100 - 500
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Cnidaria
Figura 30: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Cnidaria obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 500 - 1500 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Sipuncula
Figura 31: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Sipuncula obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 18°S
500 - 1000
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Gastropoda
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 32: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Gastropoda obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V .
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Bivalvia
Figura 33: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Bivalvia obtidos nas dragagens
das campanhas Central II e V.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG 100 - 500
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Polychaeta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 34: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Polychaeta obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
Número de indivíduos
16°S
1 - 25
25 - 50
MG 50 - 100
100 - 500
R. Mucuri 18°S
500 - 1000
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 35: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Crustacea obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de indivíduos
R. Jequitinhonha
1 - 25 16°S
25 - 50
50 - 100
MG
100 - 500
R. Mucuri 500 - 1000 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Echinodermata
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 36: Distribuição espacial da abundância estimada (indivíduos.100 L-1) dos Echinodermata obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Porifera
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 37: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Porifera obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Cnidaria
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 38: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Cnidaria obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Peso Úmido (g)
R. Jequitinhonha 0,1 - 100
16°S
100 - 500
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Sipuncula
Figura 39: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Sipuncula obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Gastropoda
Figura 40: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Gastropoda obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Bivalvia
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 41: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Bivalvia obtidos nas
dragagens das campanhas Central II e V.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Polychaeta
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 42: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Polychaeta obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 43: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Crustacea obtidos nas
dragagens das campanhas Central V e VI.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Echinodermata
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 44: Distribuição espacial da biomassa estimada (g Peso Úmido.100 L-1) dos Echinodermata obtidos nas
dragagens das campanhas Central II, V e VI.
1.4.3. Interação do bentos com o substrato cebe-se claramente a relação da comunidade bentôni-
e a profundidade ca com o tipo de substrato e profundidade (Figura 46).
A análise de similaridade (ANOSIM) revelou que, consi-
A análise de agrupamento revelou a existência de qua- derando-se o fator profundidade, existe diferença sig-
tro grupos de estações: os grupos A e D, contendo es- nificativa entre o grupamento formado pelas estações
tações com profundidades acima de 500 m, com lama mais rasas e o restante das estações (R=0,571; p=0,001).
ou areia, e os grupos B e C, contendo as estações mais Quando se considera o tipo de substrato, essa diferença
rasas e com substrato formado por rodolitos ou corais/ se deve às estações com lama, que diferem do grupa-
algas calcárias (Figura 45). As estações C5-41F e C5-6F mento de estações que apresentaram rodolitos e/ou
se separaram das demais estações profundas por apre- corais e algas calcárias como substrato predominante
sentarem profundidades maiores que 1.000 m, sendo (R= 0,543; p=0,001). Por último, observa-se uma maior
que a estação C5-7F apresentou o menor número de or- variabilidade nas estações mais profundas (> 250 m),
ganismos da macrofauna. A análise de MDS reiterou os indicando uma heterogeneidade da comunidade ben-
resultados obtidos pela análise de agrupamento e per- tônica ao longo do talude continental.
20
Bray-Curtis (UPGMA)
40
60
80
3R
1R
4R
5R
7R
2R
16I
7F
2F
504
517
41F
6F
25A
38R
32R
35R
28R
33R
10R
21R
27R
34R
36R
17R
16R
48R
13R
12R
20R
14R
30R
42R
45R
25R
44R
49R
23R
24R
51R
40R
100
A B C D
Figura 45: Dendrograma obtido a partir da matriz biológica contendo os dados de abundância estimada dos
grupos da macrofauna bentônica através do índice de similaridade de Bray-Curtis e utilizando o método das
médias ponderadas.
51R
16I
A
25A
41F 40R 3R
517
7F
6F
Stress: 0,1
Central V
17R
24R 49R
20R
13R
23R
33R14R 12R
42R7R
44R
45R
25R 4R16R
48R
35R
10R 2R
30R
5R
36R28R
34R
27R
38R 21R
32R 2F
1R
504
51R
B
16I 25A
41F 40R 3R
517
7F
6F
Stress: 0,1
Central V
17R
24R 49R
20R
13R
23R
33R14R 12R
42R7R
44R
45R
25R 4R16R
48R
35R
10R 2R
30R
5R
36R28R
34R
27R
38R 21R
32R 2F
1R
504
C 41F
16I
40R
25A
51R
3R
517
7F
6F
Figura 46: Diagrama de MDS das estações de coleta (A) feito a partir da matriz biológica contendo os dados de
abundância estimada dos grupos da macrofauna bentônica com sobreposição em relação à profundidade (B) e
tipo de substrato (C).
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Anexo 1: Dados sobre as estações de coleta de bentos do Programa REVIZEE/SCORE Central (Trecho de Cabo de
São Tomé/RJ-Salvador/BA). As coordenadas se encontram em graus. Campanhas: C1 = Central I, C2 = Central II,
C5 = Central V e C6 = Central VI. Equipamentos: DR = draga retangular, VV = Van Veen, BC = box-corer,
BT = beam-trawl, OT = otter-trawl.
Resumo
Com a implementação do Programa REVIZEE, que visou levantar os recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva,
foi possível avançar significativamente com os conhecimentos a cerca das macroalgas da plataforma continental
do Brasil. No trecho da costa brasileira no qual as coletas foram realizadas, as profundidades variaram entre
18 e 182 m e englobaram 137 estações distribuídas entre os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro
(13°00’S – 22°53’S; 28°50’W – 41°09’W). Foram identificados 228 táxons pertencentes às divisões Chlorophyta
(103), Phaeophyta (30) e Rhodophyta (95). As ordens mais representativas foram Bryopsidales (56%) e
Cladophorales (32%) dentre as algas verdes, Dictyotales (64%), Sporochnales e Laminariales (ambas com 10%)
dentre as pardas, e Ceramiales (38%) e Halymeniales (15%) dentre as algas vermelhas. Analisando a composição
específica encontrada, observou-se a presença de espécies com afinidade tropical que são influenciadas pelas
águas quentes da Corrente do Brasil, havendo a predominância em algumas áreas das ordens Bryopsidales,
Cladophorales, Dictyotales e Ceramiales, características de regiões tropicais. Outras espécies têm preferência
por águas mais frias, como aquelas de localidades influenciadas pelas Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS).
Nessas localidades, foram encontradas as ordens Sporochnales e Laminariales, que costumam desenvolver-se
em regiões com peculiaridades de águas temperadas quentes. Na área estudada, foram encontradas diversas
espécies de interesse econômico, como é o caso de Laminaria abyssalis A.B. Joly & E.C. Oliveira, que possui
importância farmacológica devido à sua atividade antiviral. Espécies de Gracilaria e Hypnea, amplamente
utilizadas por indústrias alimentícias em função da presença em seus talos dos ficocolóides agar-agar e
carragenana, respectivamente, também foram encontradas. Portanto, a presença e o estudo dessas macroalgas
de interesse econômico confirmam a importância da plataforma continental como uma zona estratégica de
recursos para o país.
1. Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CEP: 21941-900, Rio de Janeiro, Brasil
YONESHIGUE - VALENTIN, Y.; GESTINARI, L.M.S.; e FERNANDES, D.R.P. 2006. Capítulo 2. Macroalgas. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região
central da Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 67-105 (Série Livros n. 18) 67
Abstract
The implementation of the REVIZEE Program, which aimed to survey the living resources from the Exclusive
Economic Zone, made possible to improve, significantly, the knowledge about macroalgae from the continental
shelf of Brazil. In the Brazilian coastal area, where samplings were performed, the depth ranged from 18 to 182
meters and 137 stations distributed among the States of Bahia, Espírito Santo and Rio de Janeiro (13°00’S –
22°53’S; 28°50’W – 41°09’W) were sampled. There were identified 228 taxa belonging to the Divisions Chlorophyta
(103), Phaeophyta (30) and Rhodophyta (95). The most representative Orders were Bryopsidales (56%) and
Cladophorales (32%) - among the green algae - Dictyotales (64%), Sporochnales and Laminariales (both with 10%)
– among the brown algae - and Ceramiales (38%) and Halymeniales (15%) – among the red ones. Analyzing the
registered species composition, it was noticed the presence of species with tropical affinities which are influenced
by the warm waters of the Brazilian Current showing the predominance, in some areas, of the Orders Bryopsidales,
Cladophorales, Dictyotales and Ceramiales, characteristic from tropical regions. Other species have affinities for
cold waters, such as those from localities influenced by the South Atlantic Central Waters (ACAS). In these localities
were found the Orders Sporochnales and Laminariales, that grow in regions with peculiar temperate warm waters.
In the studied area were found many species of economic importance, such as Laminaria abyssalis A.B. Joly & E.C.
Oliveira, which possess pharmacological use because of its antiviral activity. Gracilaria and Hypnea species, largely
used by food industries do due to the presence of the phycocoloids agar-agar and carragenana, respectively, in
their thalli were also observed. Thus, the presence and the study of these macroalgae of economic importance
confirm the relevance of the continental shelf as a strategic zone of resources to the Country.
No planeta Terra, cerca de três quartos da superfície Distinguem-se três divisões principais de ma-
estão cobertos por mares e oceanos, nos quais a fo- croalgas de acordo com a predominância de seus
tossíntese é realizada por vários tipos de organismos, pigmentos: Chlorophyta (algas verdes), Phaeophyta
entre eles, as algas. (algas pardas) e Rhodophyta (algas vermelhas).
O termo alga é informal, não correspondendo Esses organismos fotossintetizantes, altamente
a uma categoria taxonômica específica. Trata-se de diversificados em sua morfologia, contribuem
um grupo constituído por espécies pertencentes a largamente para o funcionamento dos ecossistemas
divisões distintas, com características pouco comuns costeiros, sobretudo na oxigenação do meio,
entre elas (Oliveira, 1996). As algas unicelulares vivem absorção e transformação de nutrientes inorgânicos
geralmente suspensas na massa d’água e são denomi- e na sustentação da cadeia alimentar. As populações
nadas espécies planctônicas. As algas multicelulares macroalgáceas desempenham um papel importante
ou macroalgas são visíveis a olho nu e, na sua grande na ecologia marinha como produtores primários,
maioria, vivem fixas a um substrato consolidado ou in- favorecendo a presença de herbívoros, carnívoros,
consolidado, constituindo as espécies bentônicas. onívoros, comensais e parasitas de seus talos. A
A classificação das macroalgas é bastante controver- arquitetura do talo serve de abrigo, local de desova e
tida. Alguns autores, como Bell e Hemsley (2000), consi- alimentação para muitas espécies de animais. Além
deram-nas como componentes do reino Plantae; outros, disso, ocupam também uma posição estratégica em
como Raven et al. (1996), englobam-nas no reino Protista. vários segmentos das indústrias. Os ficocolóides,
As macroalgas apresentam uma multiplicidade de provenientes das Phaeophyta e Rhodophyta, são
formas, sendo constituídas por um talo caracterizado usados na fabricação de géis e espessantes diversos
pela ausência de vasos condutores de seiva. Não nas indústrias alimentícia, agrícola, biotecnológica,
possuem um sistema de absorção diferenciado, microbiológica, homeopata, dietética, farmacológica
como raízes verdadeiras, fixando-se ao substrato por e cosmetológica (Zemke-White & Ohno, 1999). Além
estruturas rizoidais. Os nutrientes do meio circundante disso, os povos orientais utilizam determinadas espécies
são absorvidos através de toda superfície do talo e como fonte direta de alimento (Ohno & Triet, 1997).
transportados célula a célula por todo o seu corpo. Quanto ao habitat, as macroalgas distribuem-se
No entanto, em algumas espécies os talos são bem de pólo a pólo, sob a influência de vários fatores abió-
avançados, atingindo um alto grau de complexidade ticos (luz, temperatura, substrato, movimento da água,
anatômica e fisiológica, como é o caso de Laminaria e salinidade, nutrientes, pH, entre outros) e bióticos (com-
Sargassum, existentes no litoral brasileiro. O talo, em petição por espaço, herbivoria) e das interações entre
alguns representantes, apresenta estruturas parecidas os organismos (epifitismo, epizoísmo, parasitismo, e
àquelas dos vegetais terrestres. Tal diferenciação predação pelo homem, por exemplo). Esses organis-
se desenvolve a partir da parte basal, em forma de mos interagem em várias comunidades, desde as águas
disco de fixação, de onde se eleva um eixo cilíndrico superficiais, a partir do supralitoral (zona emersa sujeita
que apresenta expansões em forma de folhas para a aos respingos das ondas), até o infralitoral, ou seja, até
absorção de luz, como ocorre nos vegetais terrestres. a profundidade máxima alcançada pela luz adequada
Esse fato pode ser observado em Sargassum, comum e suficiente para realizar o processo fotossintético. Por
nas águas brasileiras. essa razão, a luz, em grandes profundidades, é um dos
As macroalgas dominam a comunidade bentôni- principais fatores limitantes para o seu desenvolvimen-
ca na maior parte do seu ciclo de vida. No período da to, delimitando a zona eufótica (Lüning, 1990). Na pla-
reprodução, essas macroalgas liberam gametas e es- taforma continental brasileira, as macroalgas ocorrem a
poros, os quais vão, por um breve período, fazer parte até 120 m (Yoneshigue & Oliveira Filho, 1987). Algumas
do fitoplâncton. espécies são típicas de profundidade, como Laminaria
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 69
abyssalis Joly et Oliveira Filho (Joly & Oliveira Filho, Joly, que publicou uma lista de cinco espécies de
1967), suportando uma baixa irradiância e sendo con- Chlorophyta provenientes das dragagens efetuadas
siderada uma espécie adaptada à “sombra”. pelo navio oceanográfico W. Besnard ao largo da Ilha de
Outras espécies, de cores e morfologias de talo Trindade. Em 1951, esse mesmo autor divulgou os dados
variadas, tais como foliáceos, tubulosos, cordões cilín- de dragagens realizadas pelos navios Baependi e Vega
dricos ou achatados, filamentosos (simples ou ramifica- na Ilha da Trindade, compondo uma lista constituída
dos), vesiculosos, tufos, articulados e crostosos, são en- por uma Cyanophyta, 21 Chlorophyta, 11 Phaeophyta e
contradas tanto na superfície como em profundidade. 13 Rhodophyta. Na década seguinte, através de coletas
No Brasil, há uma discrepância de conhecimento realizadas a bordo do navio oceanográfico Almirante
entre as macroalgas de locais rasos e as de profundi- Saldanha, da Marinha do Brasil, Joly e Yoneshigue-
dade. Consideram-se, neste estudo, algas de profundi- Braga (1966) identificaram uma lista de 17 táxons,
dade aquelas que ocorrem abaixo de 10 m. Tais algas distribuídos em duas Chlorophyta, duas Phaeophyta
são menos divulgadas devido à inacessibilidade de co- e 13 Rhodophyta, a maioria constituída por material
letas, como acontece em todas as regiões costeiras do muito fragmentado e proveniente de 11 estações,
planeta (Haroun et al., 1993). partindo da foz do Rio Amazonas até ao largo de Cabo
A extensão geográfica coberta neste capítulo Frio (RJ). Em 1967, Joly e Oliveira Filho descreveram a
corresponde à plataforma continental da região cos- existência de duas espécies de Laminaria: L. abyssalis
teira de Salvador (BA) até o norte do estado do Rio de e L. brasiliensis Joly et Oliveira Filho, ocorrendo na
Janeiro e encontra-se inserida na região tropical do plataforma continental dos estados do Espírito Santo
Atlântico Ocidental de acordo com Lüning (1990). e Rio de Janeiro. A presença dessas espécies em
plena latitude tropical revolucionou os conceitos da
Oceanografia Biológica no contexto mundial.
2.1.1. Estado da arte do conhecimento
das macroalgas da plataforma Joly e Oliveira Filho (1968) registraram a ocorrência
continental brasileira de exemplares diferentes de uma Chlorophyta, o que
levou à descrição de uma espécie nova, Anadyomene
Na primeira fase da história da ficologia no Brasil, os saldanhae Joly et Oliveira Filho, coletada no Banco
primeiros registros das macroalgas na plataforma Dogarezza, na Cadeia Vitória-Trindade (ES), e também
continental foram obtidos por estrangeiros através de incluíram no mesmo trabalho material adicional
dragagens realizadas pelos navios a vapor Hassler, em coletado em profundidade ao largo de Recife, no
1872 (Cabo Frio e Porto do Rio de Janeiro, no estado estado de Pernambuco.
do Rio de Janeiro, e Abrolhos no litoral da Bahia), e Kempf (1970) estudou a bionomia bentônica na
Albatross, em 1887 (Pernambuco). Taylor (1930) foi o região compreendida entre Cabo Orange (estado do
primeiro a divulgar os dados dessas dragagens, sendo Amapá) e o estado de Sergipe, abordando, sobretudo,
12 Chlorophyta, 10 Phaeophyta e 24 Rhodophyta as características do fundo, referindo-se a 29 espécies
provenientes das coletas do Hassler e quatro algas de macroalgas repartidas em 14 Chlorophyta, seis
Chlorophyta, três Phaeophyta e duas Rhodophyta Phaeophyta e nove Rhodophyta.
oriundas do Albatross. Em seguida, Howe e Taylor (1931) Ainda nas regiões Norte e Nordeste, foram publi-
publicaram uma lista de 12 espécies de Rhodophyta, cadas várias novas ocorrências de Chlorophyta: Rhipilia
a maioria nova para a ciência, coletadas ao largo de diaphana Gepp & Gepp e R. orientalis Taylor coletadas a
Cabo Frio, ainda pela Expedição Hassler. 50 m e 63 m, respectivamente, no estado da Paraíba (Joly
Em 1931, Taylor retomou o estudo das coletas do & Sazima, 1971a), Microdictyon japonicum Setchell a 60-
Hassler e Albatross, juntamente com as de W.L. Schmitt, 65 m no litoral do estado do Piauí e M. pseudohapteron
realizadas em 1925-27 nas águas rasas dos estados do Gepp & Gepp f. luciparense Setchell a 63 m ao largo do
Rio de Janeiro e São Paulo, compilando uma sinopse estado do Ceará (Joly & Sazima, 1971b).
das algas marinhas do Brasil. Joly e Yoneshigue-Braga (1974) identificaram
A segunda fase, que ocorreu somente a partir de Microdyction vanbossae Setchell, uma Chlorophyta
1950, foi liderada pelo professor Dr. Aylthon Brandão com aspecto de rede, coletada nas proximidades da
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 71
plena zona tropical, na área de ressurgência, veio ampliar do estado do Espírito Santo.
a distribuição de A. tenuissimum. Numa terceira fase, com a implementação do
Yoneshigue-Valentin et al. (1995), estudando a Programa REVIZEE, que enfoca o levantamento dos
flora acompanhante de Laminaria abyssalis coletada recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva, foi dado
na plataforma continental entre as profundidades um maior impulso no conhecimento das macroalgas
de 50 e 64 m no litoral norte do estado do Rio de Ja- na plataforma continental das regiões Nordeste e Su-
neiro, identificaram 33 espécies, distribuídas em seis deste, compreendendo o estado da Bahia até o norte
Chlorophyta, quatro Phaeophyta e 23 Rhodophyta. do estado do Rio de Janeiro. Nessa fase, o navio de su-
Cosson et al. (1995) realizaram um estudo prelimi- primento Astro Garoupa, subvencionado pela Petro-
nar sobre o teor de ácido algínico nas populações de brás, foi a principal embarcação usada para as coletas
Laminaria abyssalis coletadas entre as isóbatas de 59 m que se sucederam.
a 68 m ao largo dos estados do Espírito Santo e Rio de Assim, no Banco Almirante Saldanha, ponto mais
Janeiro e constataram que a relação entre os ácidos ma- longínquo do litoral do estado do Rio de Janeiro, ou seja,
nurônico e gulurônico é de 1,25 a 1,33 com nítida ten- quase no limite da Zona Econômica Exclusiva, Bravin et
dência à gelificação. Os dados da espécie obtida no Bra- al. (1999) identificaram a 110 m de profundidade sete
sil colocam-na entre as alginófitas mais ricas em algina. espécies de Chlorophyta ainda não citadas para as
Até o ano de 2000, as macroalgas do infralitoral águas do Atlântico Sul: Palmophyllum crassum (Naccari)
de fundo rochoso das ilhas, ilhotas e lajes do litoral dos Rabenhorst, P. umbracola Nelson et Ryan, Verdigelas
estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina peltata Ballantine et Norris, Anadyomene linkiana
e Rio Grande do Sul, eram, até então, completamente Littler et Littler, A. pavonina (J. Agardh) Littler et Littler,
desconhecidas. Através de uma coleta minuciosa, por Phyllodictyon pulcherrimum J.E. Gray e Pseudocodium
meio de mergulho autônomo, Horta (2000) inventa- floridanum (Figuras 12-14; 30) Dawes et Mathieson.
riou 62 táxons (42 Chlorophyta, nove Phaeophyta e 11 Na isóbata de 53 m, situada ao norte do estado
Rhodophyta) ocorrendo abaixo de 10 m. Dentre as al- do Rio de Janeiro, Yoneshigue-Valentin e Gestinari
gas vermelhas, 60% dos táxons foram constituídos por (2000) encontraram uma Rhodophyta de talo carnoso,
Ceramiales de vários tipos morfológicos. A quase to- ramificado dicotomicamente, presa nos rizóides de
talidade dos exemplares identificados ocorre também Laminaria abyssalis. Um exame detalhado mostrou que
na região entremarés ao longo do litoral brasileiro. A esse talo, quando fértil, caracteriza-se pela presença
ocorrência de Sporochnus pedunculatus nas isóbatas de nervuras medianas, constituídas pelo alinhamento
de 22 m a 26 m vem confirmar a preferência da espécie dos cistocarpos. Espermatângios e tetrasporângios
em viver em habitats profundos. localizados em soros nematecióides em forma de
Laurencia lata Howe et Taylor era conhecida so- verrugas. Tais características não deixaram dúvidas
mente no material de dragagens realizadas em 1872 quanto à espécie Stenogramme interrupta (C. Agardh)
pela expedição Hassler ao largo de Cabo Frio (Howe Montagne. Tanto o gênero quanto a espécie foram
& Taylor, 1931) sem a especificação de profundidade. citados pela primeira vez para o Atlântico Sul em águas
Material abundante dessa espécie foi coletado a 60 da plataforma continental do litoral brasileiro.
m na plataforma continental ao largo de Cabo Frio, Hincksia onslowensis (Amsler et Kapraun) Silva é
crescendo como epífita nos rizóides de Laminaria uma Phaeophyta citada pela primeira vez para o litoral
abyssalis. Um estudo detalhado da morfologia das fa- Atlântico Sul (Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001)
ses vegetativas e reprodutivas revelou características que foi coletada a 23 m de profundidade no litoral da
anatômicas pertencentes ao gênero Osmundea. Com Bahia. Na realidade, aconteceu um equívoco na indica-
base nessas características, Yoneshigue-Valentin et al. ção da ocorrência dessa espécie, já que sua estação de
(2003) propuseram a nova combinação Osmundea lata coleta corresponde ao Espírito Santo.
Yoneshigue-Valentin, Fujii et Gurgel. Graças ao Programa REVIZEE, vários outros gêne-
Guimarães e Horta (2004) descreveram Predaea ros, bem como outras espécies, estão sendo incorpora-
feldimannii Børgesen, uma espécie não muito dos às macroalgas da plataforma continental brasileira,
comum, coletada na profundidade de 10 m no litoral enriquecendo o número de espécies desse litoral.
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 73
Figura 1: Número e porcentagem dos 228 táxons identificados na área estudada.
Dentre as algas verdes (Chlorophyta), o maior número de representantes foi observado nas ordens Bryopsidales
(58 espécies) e Cladophorales (33 espécies), equivalendo a 56% e 32%, respectivamente, do total de espécies
dessa divisão (Figura 2).
Em relação à Rhodophyta, Ceramiales foi a ordem que exibiu o maior número de espécies (37), perfazendo 38%
do total de representantes dessa divisão. Outras ordens, como Halymeniales (14), Rhodymeniales e Gigartinales
(12 espécies cada), também foram registradas neste estudo, com 15% e 13% respectivamente (Figura 4).
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 75
Tabela1: Lista das espécies identificadas em cada estado contendo suas respectivas estações de coleta.
As coordenadas e profundidades das estações marcadas com ( ф ) se encontram ao final deste capítulo. As
demais encontram-se no anexo do capítulo 1.
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 77
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Microdictyon sp. C2-2R; C2-4R; C2-13R; C2- C2-30R; C2-21R; C5-45R.
-
14R; C2-15R.
Chaetomorpha sp. C5-13R; C5-5R. C5-48R; C5-49R; C5-42R. -
Cladophora coelothrix C2-4R.
- -
Kütz.
Cladophora longicellulata C2-11R.
- -
C. Hoek
Cladophora sp. C2-11R. C1-D23; C5-20R; C5-25R. -
Rhizoclonium africanum ? C2-4R; C2-11R; C2-18R. - -
Willella ordinata Børgesen C2-13R. - -
Phyllodictyon C5-16I.
anastomosans (Harv.) - -
Kraft & M.J. Wynne
Phyllodictyon C2-8R; C2-11R; C2-18R. C1-D1(BT).
-
pulcherrimum J.E. Gray*
Struvea elegans Børgesen C2-8R; C2-11R; C2-14R;
- -
C2-15R; C2-17R.
Chamaedoris peniculum C2-10R; C2-11R; C2-18R; C2-29R; C5-20R; C5-49R;
(Sol.) Endl. C5-7R; C5-12R; C5-4R; C5- C5-45R; C5-32R; C6-Y3; -
5R; BA-99-1ф; C6- R4#1. C6-Y4.
Cladophoropsis sp. - - C1-D1(BT).
Dictyosphaeria cavernosa C2-10R; C2-11R. C2-29R; C5-45R; ES-98-2 . ф
-
(Forrsk.) Børgesen
Dictyosphaeria verluysii C5-34R.
- -
Weber Bosse
Dictyosphaeria sp. - C5-24R; C5-33R. -
Ventricaria ventricosa (J. C2-2R; C2-13R; C2-15R; C2-29R; C5-48R; C5-45R;
Agardh) J.L. Olsen & J.A. C5-16I; C5-12R; C5-13R; C6-Y3; C6-Y4.
-
West C5-4R; BA-99-1ф; C6-R3#1;
C6-R4#1.
Valonia macrophysa Kütz. C2-10R; C5-12R; C5-13R; C2-29R; C2-46R; C5-23R;
-
C5-5R. C5-45R; C5-24R; C6-Y3.
Valonia utricularis (Roth) C1-D1(BT); C1-D2-1.
- -
C. Agardh
Valonia sp. C2-15R; C5-4R; C5-5R. C2-31R; C2-23R; C2-34R. -
Codium decorticatum C2-4R; C2-10R; C2-11R; C2-29R; C2-44R; C2-45R; C2-37R; C5-36R; C5-51R.
(Woodw.) M. Howe C2-16I; C5-7R; C5-13R; C2-46R; C5-28R; C5-33R;
C6-R3#1. C5-36R; C6-Y3; C6-A3.
Codium intertextum ES-99-5ф.
- -
Collins & Herv.
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 79
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Caulerpa racemosa var. C2-29R; ES-98-1 . ф
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 81
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Udotea cyathiformis var. C2-3R; C2-12R; C5-16I; C5- C5-48R; C5-49R; C5-21R;
cyathiformis Decne. 12R; C5-4R; C5-5R; C5-14R; C5-23R; C5-45R; C5-24R; -
C5-34R; ES-99-3ф.
Udotea cyathifomis C2-11R; C5-12R; C5-5R; C5-21R; C5-24R.
var. cyathifomis f. C6-R3#1.
-
infundibulum (J. Agardh)
D. Littler & Littler
Udotea cyathiformis var. C5-16I; C5-7R; C5-12R; C5- C5-48R; C5-21R; C5-23R;
cyathiformis f. sublittoralis 14R; C6-R3#1. C5-24R.
-
(W.R. Taylor) D. Littler &
Littler
Udotea cyathiformis var. C2-2R; C2-4R; C2-5R; C5- C2-21R; C2-24R; C5-21R;
flabellifolia D. Littler & 4R. C5-24R. -
Littler*
Udotea dixonii D. Littler & ES-99-3ф.
- -
Littler*
Udotea flabellum (J. Ellis & C5-7R; C5-5R; C6-R3#1; C5-45R; ES-99-2ф.
-
Sol.) J.V. Lamour. C6-R4#1.
Udotea occidentalis A. C5-5R. ES-99-2ф.
-
Gepp & E. Gepp
Udotea sp. C1-D32; C2-2R; C2-4R; C2- C2-32R; C2-24R; C2-45R;
5R; C2-6R; C2-10R; C2-11R; C5-49R; C5-42R; C5-44R; -
C2-14R; C5-13R. C5-21R; C5-45R.
Dasycladus vermicularis C5-45R.
- -
(Scop.) Krasser
Phaeophyta
Hincksia onslowensis C1-D32.
(Amsler & Kapraun) P.C. - -
Silva*
Carpomitra costata C5-16I. C5-25R; C6-Y6.
-
(Stackhouse) Batters*
Nereia tropica (W.R. Taylor) C2-11R.
- -
W.R. Taylor*
Sporochnus bolleanus C2-2R; C2-10R. C2-29R.
-
Mont.
Rosenvingea C1-D32. C1-VV22.
-
sanctae-crucis Børgesen
Syringoderma abyssicola C5-5R. C1-D4.
(Setchell et Gardner) -
Levring
Dictyopteris crassinervia ? C1-VV36, C2-7R. C1-BT25. C1-D1(BT).
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 83
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Lobophora variegata (J.V. C1-VV33; C1-VV34; C1- C1-VV15; C1-VV19; C1- C2-37R.
Lamour.) Womersley ex VV35; C1-VV36; C2-2R; D19; C1-D20; C1-VV22;
E.C. Oliveira C2-4R; C2-5R; C2-6R; C2- C1-AV28; C1-VV29; C1-
7R; C2-9R; C2-12R; C2-10R; D41; C2-25R; C2-28R;
C2-11R; C2-14R; C2-15R; C2-30R; C2-31R; C2-32R;
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C2-21R; C2-22R; C2-23R;
C5-16I; C5-16R; C5-17R; C2-24R; C2-29R; C2-44R;
C5-7R; C5-12R; C5-13R; C2-45R; C2-47F; C2-20R;
C5-4R; C5-5R; C5-10R; C5- C5-20R; C5-25R; C5-27R;
14R; C6-R3#1. C5-48R; C5-49R; C5-42R;
C5-45R; C5-28R; C5-32R;
C5-33R; C6-Y6.
Padina profunda S.Earle* C2-10R; C5-5R; C6-R3#1. C2-29R. -
Padina sp. C2-8R; C2-12R; C2-13R; C2-28R; C2-30R; C2-21R;
C2-14R; C2-15R; C2-16I; C2-29R; C2-45R. -
C2-17R.
Spatoglossum schroederi C1-VV33; C1-VV34; C1- C1-VV22; C1-D39; C5- C1-AV10.
(C. Agardh) Kütz. VV35; C5-17R; C5-13R. 27R;C6-A3.
Stypopodium zonale C2-11R; C5-7R; C5-13R; C5-49R; C5-28R; C5-33R;
(Lamour.) Papenf. C5-5R; BA-99-4ф; C6-R3#1; ES-99-3ф; ES-99-4ф; C6-A3. -
C6-C13.
Zonaria tournefortii (J.V. C2-10R; C5-16I; C5-17R; C5-20R; C5-25R; C6-Y3;
Lamour.) Mont. C5-7R; C5-12R; C5-13R; C6-Y4.
-
C5-4R; C5-5R; C5-2R; C6-
R3#1.
Laminaria abyssalis A.B. C1-D3; C2-25R; C2-27R; C1-D1(BT); C1-D2-1; C1-
Joly & E.C. Oliveira - C2-28R; C2-34R; C2-35R; D4; C1-D7; C6-Y1.
C6-Y3.
Laminaria brasiliensis A.B. C6-Y3; C6-Y6.
- -
Joly & E.C. Oliveira
Laminaria sp. C5-25R; C5-27R; C5-42R;
- -
C5-23R; C5-45R; C5-24R.
Sargassum hystrix J. C5-28R.
- -
Agardh
Sargassum sp. C1-D32; C2-5R; C2-6R; C2-28R; C2-30R; C2-31R; C1-AV10; C5-36R; C5-38R;
C2-12R; C2-11R; C2-15R; C2-29R; C5-21R; C5-23R; C5-51R; C6-Y1.
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C5-45R; C5-24R; C5-34R;
C5-16R; C5-7R; C5-13R; C5-28R; C5-32R; C5-33R;
C5-5R; C5-10R; C5-14R; C5-35R; C5-36R; C6-Y5.
C6-R3#1; C6-R3#2-2.
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 85
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Craspedocarpus jolyi (E.C. C6-Y1.
- -
Oliveira) Schneid.
Chondracanthus sp. C1-VV22; C5-48R; C5-49R;
- -
C5-45R.
Hypnea musciformis C1-D13; C1-D14.
(Wulfen in Jacq.) J.V. - -
Lamour.
Callophylis microdonta C2-29R; C2-34R; C5-27R; C1-D3(OT); C1-D6; C6-Y1.
-
(Grev.) Falkenb C5-33R.
Kallymenia limminghii C6-Y3.
- -
Mont. *
Preadea sp. C2-16I; C2-17R. C1-D23; C1-BT25. -
Peyssonnelia boergesenii C5-13R. C5-25R; C5-33R; C5-36R; C5-36R.
Weber Bosse in Børgesen ES-99-2ф.
Peyssonnelia sp. C1-VV33; C2-2R; C2-4R; C1-D13; C1-D14; C1-VV15; C1-D1(BT); C1-D3(OT);
C2-5R; C2-6R; C2-7R; C1-VV16; C1-VV18; C1- C1-D2-2; C2-37R; C2-38R;
C2-8R; C2-12R; C2-10R; VV19; C1-VV21; C1-VV37; C2-39R; C5-36R.
C2-11R; C2-14R; C2-15R; C1-D41; C2-25R; C2-27R;
C2-16I; C2-17R; C2-18R; C2-28R; C2-30R; C2-32R;
C5-16I; C5-17R; C5-7R; C5- C2-21R; C2-22R; C2-23R;
12R; C5-13R; C5-4R; C5-5R. C2-24R; C2-29R; C2-34R;
C2-35R; C2-36R; C2-44R;
C2-45R; C2-46R; C2-47F;
C2-20R; C5-20R; C5-25R;
C5-27R; C5-28R; C5-33R;
C5-35R; C5-36R; ES-99-7ф;
C6-Y3; C6-A3.
Petroglossum undulatum C1-D1(BT).
C.W. Schneid. in C.W. - -
Schneid. & Searles
Stenogramme interrupta C1-AV10.
(C. Agardh) Mont. ex. - -
Harv.*
Ochtodes secundiramea C5-13R.
- -
(Mont.) M. Howe
Plocamium brasiliense C6-R3#1. C1-D13; C2-25R; C2-27R; C5-36R.
(Grev. In J. St. Hil.) M. C5-35R; C5-36R; ES-99-6ф;
Howe & W.R. Taylor C6-Y3; C6-Y4.
Cryptonemia bengryi W. R. C2-11R; C2-15R.
- -
Taylor
Cryptonemia crenulata (J. C1-D1(BT); C6-Y2.
- -
Agardh) J. Agardh
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 87
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Botryocladia pyriformis C1-D1(BT).
- -
(Børgesen) Kylin
Botryocladia sp. C1-VV33; C1-VV36; C2-5R; C1-VV21. C6-Y2.
C5-4R.
Chrysymenia C2-30R.
- -
enteromorpha Harv.
Fauchea hassleri M. Howe C5-35R.
- -
& W.R. Taylor
Leptofauchea brasiliensis C6-Y3. C6-Y2.
-
A.B. Joly
Leptofauchea pacifica ? C6-R3#1; C6-R4#1. - -
Leptofauchea C5-49R. C1-D1(BT); C6-Y1.
-
rhodymenioides ?
Leptofauchea sp. C2-2R; C2-16I; C5-28R; C5- C2-27R; C2-29R; C6-Y4.
-
33R; C5-35R.
Rhodymenia C6-Y3; C6-Y4.
pseudopalmata (J.V. - -
Lamour.) P.C. Silva
Rhodymenia sp. C2-2R; C2-6R; C2-16I. C1-VV22; C2-29R; C5-28R; C1-D3(OT).
C5-33R; C5-35R.
Aglaothamniom halliae C6-Y3. C1-D1(BT).
(Collins) Aponte, D.L. -
Ballant. & J.N. Norris
Aglaothamnion C1-D1(BT).
uruguayense (W.R. Taylor)
- -
Aponte, D.L. Ballant. & J.N.
Norris
Aglaothamnion sp. - C5-45R; C6-Y3. -
Antithamnionella atlantica C6-Y3.
(E.C. Oliveira) W.C. - -
Schneid.
Callithamniella tingitana C1-D1(BT).
(Schousb. ex. Bornet) - -
Feldm. Maz.
Centroceras clavulatum C6-Y3.
(C. Agardh in Kunth)
- -
Montagne in Durieu de
Maisonneuve
Ceramium flaccidum J. C1-D23.
- -
Agardh
Ceramium luetzelburgii C1-D23; C1-VV29.
- -
O.C. Schmidt
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 89
Continuação da tabela1
Espécie Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro
Chondria sp. - - C1-D2-2; C1-D6
Laurencia sp. C2-13R. C1-D13; C1-D14; C5-35R;
-
ES-99-3ф.
Osmundaria melvilii (J. C6-Y3.
- -
Agardh) R.E. Norris *
Osmundaria obtusiloba (C. C6-Y3
- -
Agardh) R.E. Norris
Osmundaria sp. C6-R3#1. C1-D13; C1-D14; C1-D19;
C1-D20; C1-D23; C1-VV26;
-
C1-AV28; C2-27R; C2-29R;
C5-35R; ES-99-3ф.
Polysiphonia ferulacea C2-4R.
- -
Suhr ex J. Agardh
Polysiphonia sp. C5-4R. - -
Protokuetzingia schottii C1-D13; C1-D14.
- -
W.R. Taylor
Pterosiphonia pennata (C. - C1-D1(BT).
-
Agardh) Falkenb.
Wrightiella tumanowiczii C2-46R. C1-D1(BT).
-
(Gatty ex. Harv.) F. Schmitz
* nova ocorrência
Foram identificadas 138 espécies, sendo 82 Chlorophyta Foram identificadas 165 espécies, sendo 78
(59%), 22 Phaeophyta (16%) e 34 Rhodophyta (25%). Chlorophyta, 25 Phaeophyta e 62 Rhodophyta. Nesse
Essas espécies foram coletadas entre as coordenadas estado, incluem-se os pontos mais distantes do nosso
13°04’30”S - 18°57’14”S e 35°52’50”W - 39°35’42”W e litoral, como o Arquipélago de Martin Vaz e a Ilha de
profundidade de 20 a 269 m. Trindade. As espécies foram coletadas entre as faixas
Em Chlorophyta, as ordens Bryopsidales e de coordenadas 18°58’53”S - 21°31’00”S e 28°50’50”W
Cladophorales apresentaram o maior número de - 40°51’01”W e em profundidades de 18 a 247 m.
espécies, com 48 (58%) e 27 (33%) respectivamente. Assim como no estado da Bahia, no Espírito San-
Dentre as 22 espécies de Phaeophyta, destacam- to as ordens Bryopsidales e Cladophorales também
se Dictyotales (16 espécies), Sporochnales com três apresentaram o maior número de espécies, com 48
ocorrências equivalendo a 14%, Syringodermatales (62%) e 20 (26%) respectivamente.
com dois representantes e Fucales com um Dentre as 25 espécies de Phaeophyta, 64%
representante (5%). pertencem à ordem Dictyotales (16 espécies), de
Das 34 espécies de Rhodophyta, Corallinales Sporochnales e Fucales foram registradas duas
compõe 21%, constituída em sua maioria por ocorrências, equivalendo a 8% do total dessa divisão,
articuladas, seguida por Ceramiales (8 espécies – 24%), Laminariales apresentou três (12%), e as demais ordens
Gigartinales (4 espécies – 12%) e Halymeniales com (Ectocarpales e Scytosiphonales) apresentaram um
seis espécies (18%). representante (4%). A Ectocarpales Hincksia onslowensis
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 91
a essa massa d’água fria, foram identificadas pela Um outro aspecto interessante que não se pode
primeira vez no Hemisfério Sul: Carpomitra costata, deixar de mencionar é a ocorrência de espécies de in-
Nereia tropica e Stenogramme interrupta (Yoneshigue- teresse econômico. Um dos componentes importan-
Valentin & Gestinari, 2000) (Figs. 18-21; 32), além de tes é a presença de uma vasta área coberta por fundo
outras espécies não muito comuns, como Cryptonemia de rodofíceas calcárias não articuladas que constituem
flabelifolia e Asteromenia peltata (Yoneshigue-Valentin o tipo “maerl” ou rodolitos, formando base para a fi-
et al., 1995). xação das macroalgas (Oliveira et al., 2004). O litoral
Comparando a presença de espécies comuns da do estado do Espírito Santo é detentor de uma grande
região Nordeste como um todo com a da área estuda- quantidade de rodolitos, que despertam a atenção das
da, incluindo o Arquipélago de Martim Vaz, a Ilha de empresas interessadas nos adubos e aditivos de rações
Trindade e o Banco Almirante Saldanha, a distribuição (Oliveira et al., 2004).
pode ser considerada como um continuum dentro de Outras espécies de alto valor econômico são as
um ecossistema marinho de larga escala, controlado espécies endêmicas de Laminaria. Suas frondes se-
principalmente pelas águas oligotróficas e quentes da cas podem ser utilizadas como alimento direto para
Corrente do Brasil (Ekau & Knoppers, 1999). Sugere-se o homem ou como fonte de hidrocolóides, como os
que o ecossistema de larga escala seja ampliado até a alginatos, tratando-se, portanto, de um recurso reno-
região caraíbica devido à presença de muitas espécies vável de alto valor no comércio (Cosson et al., 1995).
comuns tanto no Mar do Caribe (Børgesen, 1913-1920; Os talos de Laminaria ainda são fontes de novos fár-
Taylor, 1960; Earle, 1969; Littler & Littler, 2000) quanto macos com ação inibitória de vários tipos de vírus
no litoral brasileiro (Oliveira Filho, 1977). (Santos et al., 1999; Romanos, 2001). Os extratos de
Ressaltamos neste capítulo as novas informa- Stypopodium zonale também apresentam potencial
ções obtidas sobre as macroalgas da plataforma con- antioxidante e citotóxicos para as células do melano-
tinental, destacando a presença de novas menções ma humano (Rocha, 2004). Estudos cuja abordagem
(Bravin et al., 1999; Yoneshigue-Valentin & Gestinari, utiliza as macroalgas marinhas como fonte de novos
2000; Cassano & Yoneshigue-Valentin, 2001). Deve-se fármacos estão sendo conduzidos pelos grupos de
isso ao esforço de coletas realizadas em 138 estações pesquisadores da Universidade Federal do Rio de
amostradas pelo Programa REVIZEE, o primeiro es- Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminen-
tudo dessa envergadura, embora não-exaustivo, re- se (UFF). Além disso, não se pode negar a extrema
alizado no litoral brasileiro. Com o prosseguimento importância de gêneros como Gracilaria e Hypnea,
desse tipo de estudo, poderemos ampliar o conheci- além de outros, como fontes de hidrocolóides ainda
mento da diversidade das macroalgas e realizar des- insubstituíveis pela indústria.
cobertas inéditas.
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 93
Figuras 7-11: Bryopsidales. 7 - Hábito de Caulerpa verticillata. 8 - Hábito de Udotea cyathiformis var. cyathiformis.
9 - Hábito de Pseudocodium floridanum. 10 - Detalhe de uma ramificação mostrando utrículos e filamentos
medulares. 11 - Detalhes dos utrículos
CAPÍTULO 2 - MACROALGAS 95
Figuras 17-21: Ceramiales e Gigartinales. 17 - Hábito de Compsothamnion thuyoides. 18 - Hábito de
Stenogramme interrupta, planta estéril. 19 - Hábito de Stenogramme interrupta, gametófito masculino com soros
espermatangiais (–»). 20 - Hábito de Stenogramme interrupta, gametófilo feminino com citocarpos alinhados (–»).
21 - Hábito de Stenogramme interrupta, tetrasporófito com soros nematecióides.
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2.6. Anexo
Anexo 1: Dados sobre as estações de coleta de outras campanhas realizadas nos anos de 1998 e 1999 pelo
Programa REVIZEE.
Resumo
Neste trabalho são descritas a composição taxonômica, a riqueza específica, a abundância, a biomassa, e a dis-
tribuição geográfica e batimétrica das esponjas marinhas (Filo Porifera) coletadas pelo Programa REVIZEE SCORE
Central, campanhas de bentos II, V e VI. Foram estudados 3800 espécimes de Porifera, dos quais 99,4% eram
da Classe Demospongiae, 0,37% da Classe Calcarea e 0,26% da Classe Hexactinellida. Os espécimes foram clas-
sificados em 295 morfotipos pertencentes a 56 famílias de Porifera. Até o momento, 172 morfotipos já foram
identificados em nível de gênero ou espécie. As famílias mais ricas em espécies foram Chalinidae (22 morfotipos),
Ancorinidae (18), Niphatidae (15) e Petrosiidae (14). As famílias mais abundantes em número de indivíduos foram
Halichondriidae, Aplysinidae, Niphatidae e Spongiidae. A biomassa total de Porifera foi de 110,5 Kg apenas nas
campanhas Central V e VI, 99,9% dos quais da Classe Demospongiae. A família Aplysinidae teve a maior biomassa,
seguida por Ancorinidae, Niphatidae, Agelasidae e Halichondriidae. Ocorreram esponjas em 89 das 134 estações
de coleta por dragagem. Demospongiae esteve representada em 88 estações, enquanto Calcarea e Hexatinellida
ocorreram em apenas sete e quatro estações, respectivamente. As famílias de Porifera mais freqüentes foram
Aplysinidae, Halichondriidae, Ancorinidae, Tetillidae, Axinellidae, e Agelasidae. A maioria das famílias de Demos-
pongiae ocorreu nas áreas mais rasas, até 250 m. A Classe Calcarea se restringiu à faixa de 50-100 m de profundida-
de, e a Classe Hexactinellida ocorreu apenas nas maiores profundidades, entre 250 e 1700 m. A fauna de Porifera
coletada pelo Programa REVIZEE SCORE Central apresenta muitas novas ocorrências para o Brasil e prováveis
espécies novas, demonstrando a importância do Programa REVIZEE para o levantamento da fauna marinha brasi-
leira. A maioria das espécies e dos gêneros identificados produz substâncias bioativas de interesse farmacológico
e alto potencial econômico.
1. Departamento de Invertebrados, Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quinta da Boa Vista, s-no., São Cristóvão. 20940-040 Rio de Janeiro, RJ.
2. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.
3. University of Applied Sciences, Bremen, Alemanha.
4. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA.
MURICY, G. et al. 2006. Capítulo 3. Porifera. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva brasileira.
Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 109-145 (Série Livros n. 18) 109
Abstract
In this study we described the taxonomic composition, species richness, abundance, biomass, geographic and
bathymetric distribution, and economic importance of marine sponges (Porifera) collected by the Programme
REVIZEE– Central SCORE, benthos campaigns II, V, and VI. A total of 3800 specimens of sponges were studied,
99.4% of which belonging to Demospongiae, 0.37% to Calcarea, and 0.26% to Hexactinellida. The specimens were
classified in 295 morphotypes belonging to 56 sponge families. So far, 172 morphotypes were identified to ge-
nus or species. The richest families in numbers of species were Chalinidae (22 morphotypes), Ancorinidae (18),
Niphatidae (15), and Petrosiidae (14). In numbers of individuals, the most abundant families were Halichondriidae,
Aplysinidae, Niphatidae and Spongiidae. Total sponge biomass was high, with 110,5 kg in campaigns Central V
and VI, and a clear dominance of Demospongiae with 99.9% of the wet weight collected. Family Aplysinidae had
the highest biomass, followed by Ancorinidae, Niphatidae, Agelasidae, and Halichondriidae. Sponges occurred in
89 of the 134 sites dredged. Demospongiae was represented in 88 stations, whereas Calcarea and Hexactinellida
occurred only in seven and four stations, respectively. The most frequent sponge families were Aplysinidae,
Halichondriidae, Ancorinidae, Tetillidae, Axinellidae, and Agelasidae. Most demosponge families occurred in rela-
tively shallow waters, down to 250 m depth. The Class Calcarea was restricted to the zone between 50 and 100
m depth, and the hexactinellids were restricted to the greatest depths, from 250 to 1700 m. The sponge fauna
collected by the Programme REVIZEE – Central SCORE showed many new records for Brazil and probable new spe-
cies, demonstrating the importance of Programme REVIZEE for the knowledge of the Brazilian marine fauna. Most
species and genera identified are known to produce bioactive compounds with pharmacological importance and
high economic potential.
Tabela 1: Lista de táxons de Porifera coletados pelo REVIZEE - SCORE Central, durante as campanhas Central II,
V e VI.
* Táxons com propriedades farmacológicas conhecidas (ver referências no texto). Indet.: gênero e espécie indeterminados.
Tabela 2: Abundância relativa (AR), freqüência de ocorrência (FO) e porcentagem da biomassa das famílias de
Porifera encontradas no SCORE Central (dados das dragagens das campanhas Central II, Central V e Central VI,
referentes a 3800 indíviduos somando 110,5 kg em 134 estações).
Figura 1: Distribuição espacial da riqueza (número de morfotipos) de Porifera na região do SCORE Central – Pro-
grama REVIZEE, obtidos nas dragagens das campanhas Central II, V e VI.
Dentre as famílias mais amplamente distri- maior biomassa na Cadeia Vitória-Trindade (Figura
buídas na costa central do Brasil destacam-se 5), principalmente devido à grande abundância
Halichondriidae, Aplysinidae, Niphatidae, Spongiidae, nesta região de Verongula gigantea, uma espécie que
Agelasidae e Tetillidae, que ocorreram em toda a alcança grande tamanho. A família Niphatidae foi
área estudada (Figuras 4-9). Em sua maioria, estas mais abundante em Abrolhos (Figura 6), e as famílias
famílias têm também importância econômica e Spongiidae, Agelasidae e Tetillidae se distribuíram
ecológica (ver discussão). A família Halichondriidade homogeneamente em toda a região central da costa
foi mais abundante ao Sul de Salvador e no Banco dos brasileira (Figuras 7-9).
Abrolhos, BA (Figura 4). Já a família Aplysinidae teve
Figura 10: Distribuição batimétrica (profundidade mínima, média e máxima de ocorrência) das famílias de
Porifera encontradas entre o Cabo de São Tomé (RJ) e Salvador (BA).
Figura 11: Riqueza de espécies de Porifera por estação e por classe de profundidade, na região do SCORE Central.
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p. 1654-1657. 846.
3.7. Anexo
Anexo 1: Lista de táxons de Porifera identificados com suas respectivas estações de coleta. As coordenadas e
profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.
Táxon Estações
Demospongiae
Plakinidae
Plakina sp. 1 C6-R4#1
Plakina sp. 2 C2-46R
Plakinastrella sp. C5-49R; C6-R4#1; C6-Y2
Plakortis sp. C5-12R; C6-R3#1
Plakinidae gen. sp. C5-1R; C5-2R; C5-27R; C6-A1
Spirasigmidae
Spirasigmidae gen. sp. C5-7R; C5-12R
Tetillidae
Cinachyra sp.n C2-20F; C6-Y2
Cinachyrella aff. alloclada (Uliczka, 1929) C2-16R; C5-13R
Cinachyrella aff. apion (Uliczka, 1929) C5-5R; C5-13R; C5-16R
Cinachyrella aff. kuekenthali (Uliczka, 1929) C2-9R; C2-10R; C2-14R; C2-16R; C2-17R; C2-18R; C2-
23R; C2-27R; C2-33R; C2-45R; C5-1R; C5-2R; C5-4R; C5-
7R; C5-10R; C5-13R; C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R;
C5-32R; C5-33R; C5-42R; C6-R4#1; C6-Y2
Cinachyrella kuekenthali (Uliczka, 1929) C5-7R; C5-24R; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-Y2
Cinachyrella sp. C5-7R
Craniella sp. C6-R1#4 DR/BC
Tetilla sp. 1 C5-5R
Tetilla sp. 3 C5-42R
Tetillidae gen. sp. C2-5R; C5-2R
Resumo
O presente trabalho fornece dados sobre a fauna de corais (Milleporidae, Stylasteridae, Antipatharia, Scleractinia e
Octocorallia) amostrados durante as campanhas realizadas pelo Programa Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva - RE-
VIZEE, área de Oceanografia Biológica (campanhas Central II – out-nov/1997, Central V – jun-jul/2001 e Central VI – jun/2002)
e área de Pesca (Bahia I – mai-jul/1999 e Bahia II – jun-jul/2000). Os exemplares estudados encontram-se depositados na
coleção de Cnidaria do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os resultados apresentados basearam-se
no exame de 656 lotes de corais, representados por pelo menos 105 táxons específicos no total (57 de Octocorallia, 33 de
Scleractinia, 12 de Antipatharia, dois de Stylasteridae e ao menos um de Milleporidae). Foram registradas novas ocorrências
de táxons, sendo sete de famílias, 19 de gêneros e 17 de espécies, além de uma espécie nova já descrita. O número de no-
vas ocorrências de gêneros e espécies é maior que os valores indicados acima, uma vez que o número de morfotipos não
identificados até o momento ainda é muito grande. A completude do conhecimento da riqueza de espécies de corais da
área abrangida pelo SCORE Central foi avaliada pelos estimadores: número de espécies observadas em amostras agrupadas
(“Sobs” Mao Tau), número de únicas (ocorreram em uma única estação dentre as estações agrupadas), duplas (ocorreram em
apenas duas estações dentre as estações agrupadas), Chao1 e ICE (incidence-based coverage estimator of species richness).
Esses indicadores demonstraram que a riqueza dos corais sensu lato ainda não foi amostrada adequadamente na área de
estudo. As distribuições batimétricas das espécies ou de morfotipos distintos das espécies e dos demais morfotipos identifi-
cados sugeriram a ocorrência de grupos de espécies em diferentes faixas batimétricas (até 100 m, entre 100 e 500 m e a par-
tir de 500 m de profundidade). Das 51 espécies que ocorreram até 100 m de profundidade, 28 (55%) foram exclusivas dessa
faixa. Grandes ampliações batimétricas foram observadas em espécies de corais escleractíneos zooxantelados, encontrados
em áreas recifais rasas. A faixa entre 100 e 500 m de profundidade representa uma zona de transição entre a plataforma e o
talude continental, com um total de 47 espécies ou morfotipos identificados. A faixa incluindo espécies observadas a mais
de 500 m, com 41 espécies ou morfotipos, apresentou as espécies características do talude. Uma análise da distribuição da
diversidade de corais sugere a ocorrência de uma área de maior diversidade de corais sensu lato em área triangular, com
vértices no Banco dos Abrolhos, na Cadeia Vitória-Trindade e no Cabo de São Tomé, além das imediações da Baía de Todos
os Santos. O grupo com maior riqueza no geral, Octocorallia, apresentou maior diversidade em estações ao sul do Banco dos
Abrolhos (ao largo do Rio Doce) e, em menor grau, nas imediações do Cabo de São Tomé. Dentre os Scleractinia, identifica-
mos as espécies construtoras Lophelia pertusa, em duas estações, Madrepora sp., também em duas, e Solenosmilia variabilis
em sete estações, o que vem a aumentar o número de áreas de possíveis ocorrências de recifes de coral de profundidade em
águas brasileiras. Ressalta-se que, ao largo de Valença, da Ilha de Trindade e no Banco Almirante Saldanha, foram coletados
exemplares de S. variabilis dotados de tecido, indicando que esses corais ramificados encontravam-se vivos e, portanto, que
essas áreas recifais potencialmente encontram-se em bom estado de conservação e em crescimento. Com base nas análises
realizadas, recomenda-se a realização de amostragens seletivas taxonomicamente e em áreas prioritárias, ou seja, de maior
riqueza e/ou em possíveis ambientes recifais de profundidade.
Palavras-chave: Cnidaria, coral, plataforma continental, talude continental, batimetria, distribuição geográfica, Brasil.
1. Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil cbcastro@pobox.com
CASTRO et al. 2006. Capítulo 4. Filo Cnidaria. Corais. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 147-192 (Série Livros n. 18) 147
Abstract
This work presents data on the coral fauna (Milleporidae, Stylasteridae, Antipatharia, Scleractinia, and Octocorallia) obtained
during cruises of Program “Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva - REVIZEE”: biological oceanography cruises Central
II (Oct-Nov/1997), Central V (Jun-Jul/2001), and Central VI (Jun/2002), and fishing cruises Bahia I (May-Jul/1999), and Bahia
II (Jun-Jul/2000). Studied specimens are deposited in the Cnidaria Collection of the Museu Nacional/Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Results were based upon the examination of 656 lots of corals, which included about 105 specific taxa
(57 Octocorallia, 33 Scleractinia, 12 Antipatharia, two Stylasteridae, and at least one Milleporidae). Material from this project
produced new records from off Brazil: seven families, 19 genera and 17 species, and a new species described elsewhere. The
actual number of new records of genera and species is potentially greater than herein indicated, since many morphotypes
were not identified up to such ranks. The completeness of the knowledge on the richness of coral species in the studied area
was evaluated using the following indicators/estimators: number of species observed in grouped samples (“ Sobs” Mao Tau),
number of uniques (species that occurred in a single sample among grouped samples), duplicates (species that occurred
in two samples among grouped samples), Chao1 and ICE (incidence-based coverage estimator of species richness). These
indicators/estimators showed that the coral richness sensu lato has not been thoroughly sampled in the studied area. The
depth distributions of species and distinct morphotypes suggested the occurrence of groups of species at different depth
ranges (up to 100 m, between 100 and 500 m, and below 500 m). Among 51 species that occurred in the shallower range
(up to 100 m deep), 28 (55%) were recorded exclusively from this range. Expansion of depth ranges were observed for
species of zooxanthellate scleractinian corals, which are usually found in shallow-water reef areas. The depth range between
100 and 500 m deep represents a transition zone between the shallow platform and the continental slope, with a total of
47 species/morphotypes identified. Stations deeper than 500 m presented 41 species/morphotypes, several of which are
characteristic of the continental slope. An analysis of the distribution of coral diversity indicated a higher diversity area
in a triangular area, with vertices located on the Abrolhos Bank, the Vitória-Trindade Ridge, and the Cape of São Tomé.
An additional high diversity area was located off the Bay of Todos os Santos. The most diverse coral group present in the
samples - the octocorals - clearly showed its highest diversity at the southern margin of the Abrolhos Bank (off the Doce
River) and, in less magnitude, in the vicinities of Cape São Tomé. Among the Scleractinia, deep-water reef builders were
identified, with Lophelia pertusa present in two stations, Madrepora sp. also in two stations, and Solenosmilia variabilis in
seven stations. This increased the number of areas that may harbor deep-water reefs off Brazil. Specimens of S. variabilis
were collected with tissue off Valença, off Trindade Island, and at the Almirante Saldanha Seamount, indicating live colonies
in such localities. As a result, it is possible that ramified corals in these areas are thriving. Based in the present analyses, it
is recommended that new cruises be undertaken employing selective methods, prioritizing areas of higher coral diversity
and/or deep-sea reef environments.
Keywords: Cnidaria, coral, continental shelf, continental slope, depth range, geographical distribution, Brazil.
Figura 4: Cnidaria, Hydrozoa, Athecata, Filifera, Stylasteridae, Cripthelia sp. A – fragmento de colônia; B – detalhe
de um ciclossistema operculado. Escala de A = 1 cm.
Filo Cnidaria
Classe Anthozoa
Subclasse Hexacorallia
Ordem Antipatharia
Família Antipathidae
Antipathes atlantica Gray, 1857
C5-1R, 13°03,02’ S, 038°25,09’ W, 50 m (MNRJ 4750); C2-11F, 17°04’00” S,
036°53’00” W, 250 m (MNRJ 3695); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S,
037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4903, MNRJ 5991, MNRJ 5995).
Antipathes furcata Gray, 1857
C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m
(MNRJ 4948, MNRJ 4959, MNRJ 5036, MNRJ 5989); C5-38R, 22°00,4’ S,
040°05,25’ W, 100 m (MNRJ 4826); C2-38R, 22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m
(MNRJ 5864); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W,
240-300 m (MNRJ 5992).
Antipathes sp.
BAII-E0499, 13°20,872’ S, 038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4627); C2-6F,
15°54’23” S, 038°02’53” W, 320-390 m (MNRJ 4622); C6-Y5, 19°45’00” S,
039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 4920); C6-R2#1,
19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m (MNRJ 4936);
C5-41F, 20°30,01’ S, 029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 4865).
Cirrhipathes sp. 1
C2-1R, 13°03’02” S, 038°25’09” W, 50 m (MNRJ 5544).
Cirrhipathes sp. 2
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 3698); C6-Y5,
19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6018);
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 3692); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 6019, MNRJ 6020,
MNRJ 6022).
Cirrhipathes sp. 3
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 3691).
Cirrhipathes sp.
BAI-D0360, 12°58,655’ S, 038°15,493’ W, 132,8 m (MNRJ 3412); C5-1R, 13°03,02’ S,
038°25,09’ W, 50 m (MNRJ 4812); C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30
m (MNRJ 4626); C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4754); C6-A3,
18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 4937);
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4623); C5-27R,
19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4860); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35”W,
110 m (MNRJ 5825); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S,
040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 4960); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’ W,
100 m (MNRJ 4673); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m (MNRJ 3694);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ
4899, MNRJ 4901, MNRJ 4907, MNRJ 4908, MNRJ 4914, MNRJ 4915, MNRJ 4919).
Família Myriopathidae
Tanacetipathes hirta (Gray, 1857)
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4618); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 6004).
Tanacetipathes tanacetum (Pourtalès, 1880)
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 3410); BAII-E0534,
19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4612); BAII-E0533,
19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4604, MNRJ 4617, MNRJ 5152);
C5-27R, 19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4861, MNRJ 4862);
C6-R2#1-1 - C6-R2#1-2, 19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-
100 m (MNRJ 6003, MNRJ 6012); C6-R2#3 DR, 19°46’29” S, 039°29’46” W,
604 m (MNRJ 4935); C2-37I, 20°20’07” S, 037°34’24” W, 120 m (MNRJ 3693);
BAII-E0536, 20°27,001’ S, 039°44,843’ W, 1209-1362 m (MNRJ 4634); C2-22F,
20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 3697); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W,
108 m (MNRJ 4668, MNRJ 4672, MNRJ 5153, MNRJ 5159, MNRJ 5161); C2-46R,
20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 3696, MNRJ 5149); C5-42R, 20°44,27’ S,
031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ 4670, MNRJ 4671); C5-38R, 22°00,4’ S, 040°05,25’W,
100 m (MNRJ 4665, MNRJ 5140, MNRJ 5151, MNRJ 5157); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4917, MNRJ 4918,
MNRJ 4927, MNRJ 4928, MNRJ 5160, MNRJ 5162, MNRJ 5163, MNRJ 5164).
Tanacetipathes thamnea (Warner, 1981)
BAI-D0366, 13°06,795’ S, 038°25,921’ W, 558,8 m (MNRJ 3411); C5-17R, 18°34’ S,
038°04’ W, 65 m (MNRJ 4864); C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ
5138, MNRJ 5824); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4669, MNRJ
5141); C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 5139); C6-Y2, 22°22’56”S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5142, MNRJ 5143,
MNRJ 5144, MNRJ 5145); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4666).
Tanacetipathes sp. 1 sensu Loiola, 2003
C5-23R, 20°29,06’ S, 036°05,71’ W, 50-60 m (MNRJ 4667); C5-45R, 20°40,7’ S,
034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 5595); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S,
037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5146).
Tanacetipathes sp. 2 sensu Loiola, 2003
C2-46R, 20°40’34” S, 034°35’22” W, 108 m (MNRJ 5148).
Tanacetipathes sp.
C5-21R, 20°42,47’ S, 035°27,41’ W, 55-60 m (MNRJ 4863); C6-Y2, 22°22’56” S,
037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 4913, MNRJ 5910).
Família Schizopathidae
Schizopathes affinis Brook, 1889
BAII-E0520, 13°26,455’ S, 038°13,836’ W, 1981-2271 m (MNRJ 4075).
Ordem Scleractinia
Família Agariciidae
Agaricia fragilis Dana, 1846
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4702).
Coenocyathus sp.
BAI-D0512, 20°30,966’ S, 038°05,718’ W, 50,6-54,2 m (MNRJ 4651).
Deltocyathus calcar Pourtalès, 1874
C6-R4#1, 13°04’30” S, 038°23’30” W - 13°04’18” S, 038°23’38” W, 91 m (MNRJ
5195); C5-504, 14°28,91’ S, 038°54,03’ W, 278 m (MNRJ 5117); C6-R3#2-1 - C6-
R3#2-2, 15°49’59” S, 038°35’29” W - 15°49’59” S, 038°35’29” W, 250-264 m
(MNRJ 5184); C6-C13, 16°47’47” S, 038°10’43” W - 16°47’32” S, 038°10’41” W,
315 m (MNRJ 4892, MNRJ 5171, MNRJ 5201); C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W
- 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5209, MNRJ 5387, MNRJ 5963);
C6-R2#2-1 - C6-R2#2-2, 19°46’11” S, 039°30’30” W - 19°46’11” S, 039°30’30” W,
230 m (MNRJ 4934); C2-38F, 22°03’40” S, 040°00’39” W, 450 m (MNRJ 5541);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 4921, MNRJ 4930).
Deltocyathus eccentricus Cairns, 1979
C2-5F, 15°35’30” S, 038°37’27” W, 545 m (MNRJ 5559); C6-R3#3 DR - C6-R3#3 BC,
15°50’00” S, 038°34’54” W - 15°50’00” S, 038°34’54” W, 506 m (MNRJ 4933); C6-A3,
18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13” W, 247 m (MNRJ 5388);
C6-R1#3 DR/BC - C6-R1#3 BC, 21°39’28” S, 040°06’04” W - 21°39’28” S,
040°06’27” W, 500 m (MNRJ 5200, MNRJ 5866); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5852).
Deltocyathus sp. cf. D. italicus (Michelotti, 1838)
C5-538, 20°27,71’ S, 039°38,11’ W, 1680 m (MNRJ 5116); C2-35F, 20°57’17” S,
040°07’58” W, 500 m (MNRJ 5871).
Deltocyathus moseleyi Cairns, 1979
C2-21F, 20°40’27” S, 035°28’38” W, 120-520 m (MNRJ 4556).
Deltocyathus sp.
C6-R4#2 BC, 13°04’54” S, 038°22’50” W - 13°04’54” S, 038°22’50” W, 231 m (MNRJ
5194); C5-504, 14°28,91’ S, 038°54,03’ W, 278 m (MNRJ 5115); C6-R3#2-1 - C6-
R3#2-1, 15°49’59” S, 038°35’29” W - 15°49’59” S, 038°35’29” W, 250-264 m (MNRJ
5186); C6-R3#3 BC, 15°50’00” S, 038°34’54” W, 506 m (MNRJ 5193); C6-C13,
16°47’47” S, 038°10’43” W - 16°47’32” S, 038°10’41” W, 315 m (MNRJ 4893, MNRJ
5170, MNRJ 5199); C6-A3, 18°58’52” S, 037°51’06” W - 18°58’26” S, 037°51’13”W,
247 m (MNRJ 5169, MNRJ 5177, MNRJ 5189, MNRJ 5197, MNRJ 5204, MNRJ
5205, MNRJ 5206, MNRJ 5207, MNRJ 5208, MNRJ 5964); C5-25A, 19°33,29’ S,
038°45,28’ W, 230 m (MNRJ 5122, MNRJ 6014); C6-R2#3 DR, 19°46’29” S,
039°29’46” W, 604 m (MNRJ 5198, MNRJ 5944); C6-R1#2 BC, 21°37’32” S,
040°09’09” W - 21°37’32” S, 040°09’09” W, 252 m (MNRJ 5196); C2-38F,
22°03’40” S, 040°00’39” W, 450 m (MNRJ 5543).
Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758)
C2-48F, 17°25’ S, 038°22’ W, 450 m (MNRJ 5048, MNRJ 5050); C5-41F, 20°30,01’ S,
029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 5522, MNRJ 5671).
Phyllangia sp. 1
C2-39F, 22°01’08” S, 040°04’32” W, 114 m (MNRJ 5375).
Subclasse Octocorallia
Ordem Alcyonacea
Família Acanthogorgiidae
Acanthogorgia aspera Pourtalès, 1867
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5958); C5-27R,
19°45,36’ S, 039°31,36’ W, 60 m (MNRJ 4740); C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W
- 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6017); C2-27R, 19°45’36” S,
039°31’36” W, 60 m (MNRJ 4130).
Acanthogorgia schrammi (Duchassaing & Michelotti, 1864)
C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5462); C5-41F, 20°30,01’ S,
029°16,2’ W, 360 m (MNRJ 4741).
Acanthogorgia sp. 1
C2-2F, 13°37’51” S, 038°45’31” W, 280 m (MNRJ 5983).
Família Alcyoniidae
Anthomastus grandiflorus Verrill, 1922
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4350); BAI-D0506,
19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4349); BAI-D0504, 19°42,734’ S,
038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 4351); BAII-E0535, 19°56,087’ S, 039°35,408’ W,
984-1016 m (MNRJ 4234).
Anthomastus sp.
BAII-E0523, 19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 4235).
Inflatocalyx sp. 1
C5-2F, 13°37,57’ S, 038°48,38’ W, 580 m (MNRJ 6035).
Família Anthothelidae
Paragorgia johnsoni Gray, 1862
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4343).
Família Chrysogorgiidae
Chrysogorgia sp.
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4189, MNRJ 4211);
BAII-E0522, 13°29,472’ S, 038°37,943’ W, 1044-1275 m (MNRJ 4190); BAII-E0507,
15°07,158’ S, 038°40,542’ W, 1012-1049 m (MNRJ 4191); BAII-E0523, 19°42,685’ S,
038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 4212); C2-37F, 22°22’35” S, 037°39’32” W, 552 m
(MNRJ 5797).
Radicipes sp. 1
BAII-E0517, 13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 5968).
Radicipes sp. 2
BAI-D0464, 21°48,496’ S, 040°01,539’ W, 592,4-618,8 m (MNRJ 4361).
Stephanogorgia sp. 1
C2-Recife Califórnia, 18°07’ S, 038°34’ W, 20-30 m (MNRJ 4146, MNRJ 6000);
C5-17R, 18°34’ S, 038°04’ W, 65 m (MNRJ 4823, MNRJ 5994); BAII-E0533,
19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4221).
Nicella sp.
BAII-E0535, 19°56,087’ S, 039°35,408’ W, 984-1016 m (MNRJ 5928); C5-45R,
20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4870); C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W
- 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5937).
Riisea sp. 1
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5814).
Família Gorgoniidae
Leptogorgia setacea (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 4941).
Leptogorgia violacea (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m
(MNRJ 5067, MNRJ 5073, MNRJ 5076, MNRJ 5081).
Leptogorgia sp.
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 5074).
Lophogorgia sp. sensu Castro, 1990a
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m
(MNRJ 4910); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W,
100-180 m (MNRJ 5083).
Olindagorgia gracilis (Verrill, 1868)
C5-28R, 19°48,47’ S, 037°56,33’ W, 60 m (MNRJ 4827).
Família Isididae
BAII-E0516, 13°07,255’ S, 038°26,235’ W, 317-416 m (MNRJ 4196); BAII-E0498,
13°08,058’ S, 038°24,582’ W, 614-629 m (MNRJ 4193); BAII-E0499, 13°20,872’ S,
038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4192); BAII-E0514, 16°46,459’ S, 038°31,808’W,
1809-1819 m (MNRJ 4164); BAI-D0508, 19°41,239’ S, 038°23,084’ W,
56,8-61,6 m (MNRJ 4878); BII-E0523, 19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m
(MNRJ 4198); BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 4362);
BAII-E0529, 19°48,911’ S, 038°59,108’ W, 1441 m (MNRJ 4206); BAII-E0526,
20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4208); BAII-E0551, 21°04,783’ S,
039°48,698’ W, 1633-1665 m (MNRJ 4195); BAII-E0552, 21°09,541’ S,
039°46,079’ W, 1686-1699 m (MNRJ 4205); BAII-E0548, 21°25,523’ S,
039°40,443’ W, 1790,2-1806 m (MNRJ 4162).
Acanella arbuscula Johnson, 1862
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 5655); BAI-D0504,
19°42,734’ S, 038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 5656, MNRJ 5993); BAII-E0534,
19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4194); BAII-E0541, 21°10,04’ S,
040°13,601’ W, 545-579 m (MNRJ 4188); BAII-E0543, 21°28,481’ S, 040°09,75’ W,
625-766 m (MNRJ 4161, MNRJ 4163); BAI-D0464, 21°48,496’ S, 040°01,539’ W,
592,4-618,8 m (MNRJ 4354).
Acanella sp. 1
BAII-E0506, 14°39,605’ S, 038°50,134’ W, 1055-1173 m (MNRJ 4209); BAI-D0502,
19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4363); BAI-D0503, 19°39,943’S,
038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4355); BAI-D0504, 19°42,734’ S, 038°36,472’ W,
910 m (MNRJ 4364); BAII-E0547, 21°44,949’ S, 039°55,117’ W, 1081,2-1141 m
(MNRJ 4160); BAII-E0497, 13°14,281’ S, 038°15,584’ W, 1171-1593 m (MNRJ 4210).
Keratoisis sp. 1
BAII-E0514, 16°46,459’ S, 038°31,808’ W, 1809-1819 m (MNRJ 4207).
Isidella longiflora Verrill, 1883
C5-6F, 15°49,38’ S, 038°04,71’ W, 1700 m (MNRJ 4751).
Família Nidaliidae
Nidalia sp. 1
C2-38R, 22°00’24” S, 040°05’15” W, 100 m (MNRJ 4151).
Nidalia sp. 2
C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m
(MNRJ 5085).
Família Plexauridae
Bebryce cinerea Deichmann, 1936
BAII-E0534, 19°43,828’ S, 039°24,583’ W, 605-619 m (MNRJ 4460); C6-R2#1-1 -
C6-R2#1-2, 19°45’36” S, 039°31’05” W - 19°45’53” S, 039°31’05” W, 85-100 m
(MNRJ 5069); C2-27R, 19°45’36” S, 039°31’36” W, 60 m (MNRJ 5981); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5066);
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m
(MNRJ 5805, MNRJ 5926, MNRJ 5947, MNRJ 5974).
Brebyce parastellata Deichmann, 1936
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 4461); C6-R2#3
DR, 19°46’39,2” S, 039°29’10” W, 497 m (MNRJ 5068); BAII-E0535, 19°56,087’ S,
039°35,408’ W, 984-1016 m (MNRJ 4458); C6-R1#1, 21°38’57” S, 040°10’47” W
- 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5071).
Bebryce sp.
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5936); C6-R1#1,
21°38’57” S, 040°10’47” W - 21°38’34,7” S, 040°11’06” W, 100-180 m (MNRJ 5931).
Caliacis nutans (Duchassaing & Michelotti, 1864)
C6-Y2, 22°22’56” S, 037°35’15” W - 22°22’57” S, 037°34’14” W, 240-300 m (MNRJ 5941).
Caliacis sp. 1
BAII-E0533, 19°43,857’ S, 039°26,372’ W, 100-417 m (MNRJ 5960, MNRJ 5962).
Heterogorgia uatumani Castro, 1990b
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m
(MNRJ 4909, MNRJ 5075, MNRJ 6021).
Ordem Pennatulacea
Família Anthoptilidae
Anthoptilum sp. 1
BAII-E0522, 13°29,472’ S, 038°37,943’ W, 1044-1275 m (MNRJ 4366); BAII-E0505,
14°39,662’ S, 038°50,154’ W, 1051-1197 m (MNRJ 4281); BAII-E0528, 19°47,581’ S,
038°59,827’ W, 1183-1318 m (MNRJ 4268); BAII-E0527, 19°50,563’ S, 039°14,496’W,
1342-1444 m (MNRJ 4280); BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m
(MNRJ 4277); BAII-E0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4274);
BAII-E0551, 21°04,783’ S, 039°48,698’ W, 1633-1665 m (MNRJ 4279); BAII-E0552,
21°09,541’ S, 039°46,079’ W, 1686-1699 m (MNRJ 4276); BAII-E0540, 21°09,576’ S,
040°00,461’ W, 1334-1391 m (MNRJ 4275); BAII-E0549, 21°22,965’ S, 039°44,646’ W,
1712,2-1721 m (MNRJ 4278); BAII-E0548, 21°25,523’ S, 039°40,443’ W, 1790,2-1806 m
(MNRJ 4159); BAII-E0550, 21°28,583’ S, 039°47,176’ W, 1594-1614 m (MNRJ 4156,
MNRJ 4158); BAII-E0547, 21°44,949’ S, 039°55,117’ W, 1081,2-1141 m (MNRJ 4157).
Anthoptilum sp.
BAI-D0506, 19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 5929).
Família Pennatulidae
Pennatula bayeri Castro & Medeiros, 2001
BAII-E0499, 13°20,872’ S, 038°35,922’ W, 736-803 m (MNRJ 4040); BAII-E-0517,
13°24,968’ S, 038°38,277’ W, 727-801 m (MNRJ 4042, MNRJ 4069, MNRJ 4624);
BAI-D0503, 19°39,943’ S, 038°38,435’ W, 808,4 m (MNRJ 4621); BAI-D0506,
19°42,716’ S, 038°36,497’ W, 935 m (MNRJ 5930); BAI-D0504, 19°42,734’ S,
038°36,472’ W, 910 m (MNRJ 4041); BAII-E0528, 19°47,581’ S, 038°59,827’ W,
1183-1318 m (MNRJ 4630).
Pennatula sp. 1
BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4625).
Pennatula sp. 2
BAII-E0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4631).
Família Protoptilidae
Protoptilum sp. 1
BAI-D0502, 19°37,488’ S, 038°41,909’ W, 665,2-706,4 m (MNRJ 4616).
Família Renillidae
Renilla muelleri Kölliker, 1872
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ 5799).
Renilla reniformis (Pallas, 1766)
C6-Y1, 22°19’07” S, 040°49’34” W - 22°19’05” S, 040°48’42” W, 57-60 m (MNRJ
4958, MNRJ 4962).
Família Umbellulidae
Umbellula thomsonii (Kölliker, 1874)
BAII-E0509, 15°46,378’ S, 038°24,839’ W, 1939-2239 m (MNRJ 4050); BAII-E0523,
19°42,685’ S, 038°36,961’ W, 875-942 m (MNRJ 5065); BAII-E0528, 19°47,581’ S,
038°59,827’ W, 1183-1318 m (MNRJ 4052); BAII-E0529, 19°48,911’ S, 038°59,108’W,
1441 m (MNRJ 4056); BAII-E0527, 19°50,563’ S, 039°14,496’ W, 1342-1444 m
(MNRJ 4051); BAII-E0526, 20°03,984’ S, 038°36,676’ W, 1636-1649 m (MNRJ 4055);
BAII-E-0537, 20°23,542’ S, 039°38,943’ W, 1522-1567 m (MNRJ 4054); BAII-E0536,
20°27,001’ S, 039°44,843’ W, 1209-1362 m (MNRJ 4049); BAII-E0538, 20°32,771’S,
039°37,65’ W, 1645-1762 m (MNRJ 4061); BAII-E0540, 21°09,576’ S, 040°00,461’W,
1334-1391 m (MNRJ 4058); BAII-E0541, 21°10,04’ S, 040°13,601’ W, 545-579 m
(MNRJ 4057); BAII-E0544, 21°20,953’ S, 040°02,847’ W, 1158-1192 m (MNRJ 4059);
BAII-E0549, 21°22,965’ S, 039°44,646’ W, 1712,2-1721 m (MNRJ 4053); BAII-E0550,
21°28,583’ S, 039°47,176’ W, 1594-1614 m (MNRJ 4060).
Família Virgulariidae
Acanthoptilum cf. agassizi Kölliker, 1872
C6-Y5, 19°45’00” S, 039°31’38” W - 19°45’11” S, 039°31’40” W, 66-68 m (MNRJ 6024).
Classe Hydrozoa
Subclasse Anthoathecatae
Ordem Capitata
Família Milleporidae
Millepora sp.
C5-10R, 17°06,18’ S, 036°44,47’ W, 50 m (MNRJ 4788); C5-14R, 17°47,77’ S,
035°52,88’ W, 60 m (MNRJ 4716); C6-A1, 19°43’55” S, 038°21’54” W - 19°44’22” S,
038°22’23” W, 72 m (MNRJ 4886); C2-29R, 19°48’01” S, 037°46’22” W, 58 m (MNRJ
5997); C5-45R, 20°40,7’ S, 034°35,04’ W, 108 m (MNRJ 4703); C5-44R, 20°51,43’ S,
033°38,16’ W, 65 m (MNRJ 4789, MNRJ 4828).
Ordem Filifera
Família Stylasteridae
Crypthelia sp. 1
C2-22F, 20°36’15” S, 035°51’35” W, 110 m (MNRJ 4640).
Stylaster sp. 1
C5-42R, 20°44,27’ S, 031°49,67’ W, 80-90 m (MNRJ 4766).
4.3.2. Completude do levantamento da tal não ocorreu e a curva encontrou-se nitidamente ain-
riqueza de espécies de corais da em momento ascendente (Figura 5A). Além disso,
em uma amostragem completa os indicadores Chao1
Todos os indicadores da completude do levantamento e ICE deveriam estabilizar em um patamar máximo de
realizado pelo REVIZEE Score Central demonstraram espécies e apresentar tendência de encontrar a curva
que os corais sensu latu ainda não estão amostrados Sobs à medida que o número de estações aumentasse.
adequadamente na área de estudo (Figura 5). A curva Novamente, a Figura 5A mostra claramente que estes
de número de espécies por número de estações amos- indicadores encontram-se muito acima da curva Sobs
tradas (Sobs) deveria ter estabilizado, alcançando o pa- e também encontram-se em estágio ascendente ao fi-
tamar do número total de espécies da área. Entretanto, nal do gráfico. Por outro lado, o número de espécies
A 300
250
Espécies (n)
200
150
100
50
0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Sobs (Mao Tau) Chao 1 ICE
B 70
60
50
Espécies (n)
40
30
20
10
0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
ocorrência única ocorrência em duplicata
Estações (n)
Coenocyathus sp. 1
Primnoella sp. 1
Cladocora debilis
Montastraea cavernosa
Madracis brueggemanni
Espécies
Scolymia wellsi
Muriceopsis sp. sensu Medeiros
Stylaster sp. 1
Siderastrea stellata
Agaricia humilis
Heterogorgia uatumani
Acanthoptilum cf. agassizi
Mussismilia hispida
Rhizosmilia maculata
Porites astreoides
Juncella sp. 1
Agaricia fragilis
Olindagorgia gracilis
Thesea sp. sensu Tixier-Durivault
Renilla reniformis
Renilla muelleri
Leptogorgia violacea
Leptogorgia setacea
Astrangia rathbuni
Porites branneri
Mussismilia braziliensis
Mussismilia harttii
Carijoa riisei
Swiftia exserta
Sphenotrochus auritus
Cirrhipathes sp. 1
Favia gravida
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Profundidade (m)
Figura 6: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações na faixa até 100 m de
profundidade, considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente
de suas profundidades.
Thesea bicolor
Tanacetipathes thamnea
Solenosmilia variabilis
Muriceides cf. obtusus
Deltocyathus moseleyi
Cirrhipathes sp. 3
Caryophyllia berteriana
Villogorgia nigrescens
Deltocyathus eccentricus
Madrepora oculata
Lophelia pertusa
Espécies ocorrendo entre 100 e 500 m
Deltocyathus calcar
Tanacetipathes hirta
Caliacis sp. 1
Nicella sp. 1
Acanthogorgia aspera
Espécies
Stephanogorgia sp. 1
Muricea flamma
Trochocyathus laboreli
Scleracis guadalupensis
Acanthogorgia schrammi
Riisea sp. 1
Ctenocella (Ellisella) sp. 1
Caliacis nutans
Antipathes furcata
Tanacetipathes sp. 1 sensu Loiola
Antipathes atlantica
Madracis decactis
Acanthogorgia sp. 1
Meandrina braziliensis
Nidalia sp. 2
Lophogorgia sp. sensu Castro
Coenocyathus sp. 1
Primnoella sp. 1
Cladocora debilis
Montastraea cavernosa
Phyllangia sp. 1
Crypthelia sp. 1
Madracis asperula
Madracis brueggemanni
Tanacetipathes sp. 2 sensu Loiola
0
500
1000
1500
Profundidade (m)
Figura 7: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações entre 100 e 500 m de profundidade,
considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente de suas
profundidades.
Keratoisis sp. 1
Placogorgia atlantica
Isidella longiflora
Pennatula sp. 1
Pennatula sp. 2
Isidella sp. 1
Anthoptilum sp. 1
Narella sp. 1
Telestula sp. 1
Anthomastus grandiflorus
Pennatula bayeri
Radicipes sp. 1
Paragorgia johnsoni
Acanella sp. 1
Paramuricea placomus
Espécies ocorrendo a mais de 500 m
Protoptilum sp. 1
Radicipes sp. 2
Inflatocalyx sp. 1
Espécies
Stenocyathus vermiformis
Corallium medea
Umbellula thomsonii
Acanella arbuscula
Deltocyathus sp. cf. D. italicus
Primnoella polita
Deltocyathus moseleyi
Cirrhipathes sp. 3
Caryophyllia berteriana
Bebryce parastellata
Nicella guadalupensis
Villogorgia nigrescens
Cirrhipathes sp. 2
Tanacetipathes thamnea
Tanacetipathes tanacetum
Bebryce cinerea
Thesea bicolor
Solenosmilia variabilis
0
500
1000
1500
2000
2500
Profundidade (m)
Figura 8: Distribuição batimétrica das espécies que ocorreram em estações a 500 m de profundidade ou
mais, considerando todas as estações analisadas do REVIZEE SCORE Central, independentemente de suas
profundidades.
Salvador
2
BA 14°S
Ilhéus
2
R. Jequitinhonha
16°S
A
MG
R. Mucuri 18°S
4
ES
R. Doce
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
0m
m
Vitória
20
1
0
1
100
2 1
R.Paraíba
1
0m
do Sul
300
RJ Ca
bo 22°S
S.
To
m 3
é
Salvador
4
BA 5
14°S
1
Ilhéus 3
2
R. Jequitinhonha 1
16°S
1
1
1 4
B
MG
R. Mucuri
3 2 2 18°S
6
ES
3
m
0
1
20
R. Doce
2 4 4
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
4
m
Vitória 4 3
00
4 3 3
10
2 1 2 2
3 4 9 3
1 2
R.Paraíba
do Sul 2
m
00
RJ Ca
13 22°S
30
bo
S. 3
2 To
m 1
é
Salvador
2
1
BA 14°S
Ilhéus
1
R. Jequitinhonha
16°S
1
C
MG
R. Mucuri
4 1 18°S
4
ES
R. Doce 1
16 1 Cadeia Vitória - Trindade
1 20°S
Vitória 1
2
1
0m
m
20
00
10
R.Paraíba
do Sul 6
RJ Ca
bo 3 22°S
S.
5 To
m
é 200 km
m
00
30
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
16°S
A
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
m
00
20
10
R.Paraíba
m
00
do Sul
30
RJ Ca
bo 6 22°S
S.
To
m
é
Salvador
BA 14°S
1
Ilhéus
R. Jequitinhonha 1 1 16°S
1 B
MG 2
R. Mucuri
18°S
ES 3
2
m
0
20
R. Doce
1 20°S
Cadeia Vitória - Trindade
m
Vitória
00
10
2 3 2 1
3
2 2
R.Paraíba
do Sul 2
m
00
RJ Ca
22°S
30
bo
S.
2
To
m
é
3
Salvador 1
2
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
2 16°S
1 C
MG
R. Mucuri 18°S
ES
2
R. Doce
9
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória
3 1 2
1 1
m
m
0
20
00
10
R.Paraíba
3000 m
do Sul 5
RJ Ca
bo 22°S
S.
To
7
m
é 200 km
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 10: Riqueza de espécies em amostragens entre 100 e 500 m de profundidade: A – Antipatharia;
B – Scleractinia; C - Octocorallia.
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
2
R. Jequitinhonha
16°S
A
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
1 2
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória
0m
m
00
20
R.Paraíba 10
m
00
do Sul
30
RJ 2
Ca
bo 22°S
S.
To
m
1
é
Salvador
1
BA 14°S
Ilhéus
1
R. Jequitinhonha 1
16°S
B
MG
R. Mucuri 18°S
ES
2
m
0
20
R. Doce
Cadeia Vitória - Trindade 20°S
m
00
Vitória
10
1
3
2
R.Paraíba
m
do Sul 3
00
30
RJ Ca
bo 22°S
S.
To
m
é
3
Salvador
5 1
1
BA 14°S
Ilhéus 3
1
R. Jequitinhonha 1 3
16°S
1 C
MG
R. Mucuri 18°S
ES
2
R. Doce
5 3 11
3 Cadeia Vitória - Trindade 20°S
Vitória 3
2 1
21
R.Paraíba
do Sul
2
2 4
RJ Ca
bo
200 km 22°S
m
S.
To 2
00
m
m
é
10
m
0
0
0
20
30
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Resumo
Os Nematoda são considerados um dos grupos mais abundantes da biosfera, com cerca de 26.000 espécies exis-
tentes, e estima-se que existam mais de 1.000.000 de espécies ainda não descritas. Sua importância trófica em
biótopos marinhos pode apresentar-se subestimada devido à dificuldade de identificação dos mesmos quando
macerados ou pela rápida digestão desses organismos pelos animais maiores. O estudo sobre os Nematoda mari-
nhos no Brasil iniciou-se na década de 50, sendo reiniciado no fim da década de 90. O material identificado neste
estudo refere-se às estações de coleta realizadas nas campanhas oceanográficas de 2001 e 2002, sendo os animais
aqui estudados separados por peneiras de 0,3, 1 e 2 mm de aberturas de malha. Em função disso, o número de
amostras analisadas para esse grupo zoológico foi inferior ao número de amostras dos grupos zoológicos típicos
da macrofauna. Do total, 26 amostras estiveram localizadas na plataforma (com profundidades entre 40 e 140 m).
As 11 amostras localizadas no talude foram obtidas de estações com profundidades variando entre 230 e 773 m.
Para a observação dos animais, foram preparadas lâminas de acordo com metodologia específica de diafanização.
As lâminas foram estudadas por microscopia óptica, sendo utilizados diferentes aumentos para observação das
diferentes estruturas morfológicas utilizadas na identificação. Os dados foram transformados para uma matriz de
presença/ausência em função das diferenças metodológicas existentes na coleta das amostras. Para o estabeleci-
mento de grupos de amostras, com composição semelhante, foi aplicado o índice de similaridade de Bray-Curtis.
A partir dessa matriz, foi realizada uma análise de ordenação não métrica multidimensional (MDS). Para a signi-
ficância dos resultados da análise de similaridade foi aplicado o teste ANOSIM. Foi identificado um total de 827
organismos, pertencentes a três ordens, 21 famílias e 62 gêneros. A ordem com maior percentual de gêneros foi
Enoplida, seguida da ordem Chromadorida. Do total de 62 gêneros encontrados, destaca-se o primeiro registro
para a costa brasileira de oito gêneros. Considerando a composição da fauna em função da distribuição batimétri-
ca, observa-se que mais de 50% dos gêneros foram encontrados apenas nas amostras da plataforma continental.
Essa composição diferenciada foi observada pela análise multidimensional, que evidenciou uma tendência de se-
paração das amostras localizadas na plataforma e no talude. A influência do fator metodológico pode ser observa-
da em vários aspectos dos resultados, tais como o número total de indivíduos estudados e o tamanho dos animais
coletados. Apesar da questão metodológica, a importância dessa avaliação reside no fato de que existe uma ca-
rência muito grande de estudos com esse grupo animal, especialmente em águas profundas, onde a escassez não
se apresenta só para esse grupo, mas, de uma forma geral, para toda a fauna bentônica. Um reflexo dessa situação
é o número de primeiros registros feitos neste trabalho. Esse número representa cerca de 20% do total de gêneros
encontrados, o que reflete o pequeno número de estudos de levantamento desse grupo na costa brasileira.
1. Depto. Zoologia, CCB, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária - Recife/PE, Brasil. CEP 52171-900. E-mail: andreesteves@ufpe.br
2. Depto. Zoologia, IBRAG, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rua São Francisco Xavier, 524. 20550-900. Rio de Janeiro, Brasil.
ESTEVES, A. M. ,SILVA, N.R.R., SILVA, M.C. & MARIA, T.F. 2006. Capítulo 5. Filo Nematoda. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central
da Zona Econômica Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 193-209 (Série Livros n. 18) 193
Abstract
Nematoda are considered one of the most abundant groups in the biosphere, with about 26,000 existing spe-
cies; it is estimated that there are more than 1,000,000 species not yet described. Their trophic importance in
marine biotopes may be underestimated because of the difficulty of identifying them when they are macerated,
or because they are rapidly digested by large animals. Studies of marine nematodes in Brazil began in the 1950s,
and were actively renewed in the late 1990s. The material identified in the present study was collected during the
oceanographic campaigns of 2001 and 2002. Nematodes were separated with sieves of 0.3, 1 and 2 mm mesh size.
As a result, the number of analyzed samples of nematodes was much lower than numbers of samples of macro-
faunal groups. Of the total, 26 samples were taken from stations on the continental shelf, at depths between 40
and 140 meters. The 11 samples from the continental slope were taken from stations at depths between 230 and
773 meters. For observation of animals, slides were prepared according to the specific clearing method. Slides
were studied by light microscopy, using different magnifications to observe morphological structures used in
identification. Data were entered in a presence/absence matrix because of methodological differences between
sampling. The Bray-curtis similarity index was applied to estabilish groups of samples with a similar composition.
From this matrix, a non-metric multidimensional scaling (MDS) analysis was done. The significance of the results
of the similarity analysis was tested by ANOSIM. A total of 827 individual nematodes were identified, belonging
to 3 orders, 21 families and 62 genera. The order with the largest percentage of genera was Enoplida, followed by
Chromadorida. Eight of the 62 genera were recorded for the first time from the Brazilian coast. More than 50% of
the genera were found only in samples from the continental shelf. The MDS indicated a tendency toward separa-
tion of samples from the shelf and slope. The sampling effect influenced certain aspects of results, such as the
number of individuals studied and the size of the nematodes collected. In spite of the methodological question,
this analysis is important because of the scarcity of studies on this group of animals, especially in deep waters,
where not only nematodes but the entire benthic fauna are poorly known. An indication of this situation is the
number of first records generated in this study: 20% of the total genera found, which reflects the small number of
survey studies of nematodes off the Brazilian coast.
Os Nematoda são metazoários que ocupam praticamen- • Amplamente utilizados como ferramentas em programas
te todos os ambientes, apresentando, além de parasitas de estudos de sistemas biológicos, procurando demons-
de plantas, animais vertebrados e invertebrados, repre- trar o efeito de diferentes contaminantes na comunidade
sentantes em agrossistemas e ambiente marinho (Webs- nematofaunística através de experimentos de microcos-
ter, 1980; Coull, 1988; Viglierchio, 1991). São animais de mos (Austen, 1989; Widdicombe & Austen, 2001).
corpo vermiforme cilíndrico com uma alta pressão dos
fluidos internos, proporcionando um caráter adaptativo • Participantes ativos da cadeia trófica bêntica, no que
e fisiológico que lhes permitem colonizar diversos tipos diz respeito a sua função como alimento para diver-
de habitats (Schiemer, 1987). Há cerca de 26.000 espécies sas espécies, sendo amplamente discutido na litera-
descritas e estima-se que existam mais de 1.000.000 de tura o papel alimentar dos Nematoda no ambiente
espécies ainda não conhecidas (Hugot et al., 2001). Essa marinho (Coull, 1990).
estimativa acaba por sugerir que a afirmação de que a
maior diversidade específica encontra-se no subfilo He- • Ocupantes de posições-chave na cadeia trófica em
xapoda pode não ser válida (Viglierchio, 1991). Portanto, agroecossistemas, alimentando-se de diversos orga-
enquanto houver poucos estudos em nematologia, in- nismos no solo e podendo servir de alimento para
clusive com o decréscimo do interesse taxonômico como outros (Coull, 1988, 1990; Fitzhugh & Fleeger, 1985;
um todo, essa afirmação continuará sendo válida. No Bongers & Ferris, 1999).
entanto, há um consenso entre os zoólogos: Nematoda
é o maior grupo de metazoários na Terra em termos de • Fonte energética nos sistemas bênticos, facilitando
número de indivíduos (Viglierchio, 1991). a mineralização da matéria orgânica, influenciando
De uma forma geral, as espécies conhecidas de na estabilidade física dos sedimentos e auxiliando na
Nematoda compreendem 50% das formas marinhas transformação da matéria entre o sedimento e a co-
de vida livre, 25% vivem no solo, 15% parasitas de ani- luna d’água (Platt & Warwick, 1980; Heip et al., 1985;
mais e 10% parasitas de plantas. Warwick et al., 2002).
Os Nematoda desempenham grande papel em
diversas áreas do conhecimento e podem ser: Como conseqüência da dependência, por parte
dos pesquisadores, de investimentos financeiros pro-
• Transmissores de diversas doenças para plantas e venientes de instituições e do governo (Webster, 1980),
animais, causando grandes prejuízos em diversos ti- que requerem uma aplicação dos resultados das pesqui-
pos de culturas, tais como: banana, mandioca, cana- sas na sociedade, o grande suporte e enfoque continu-
de-açúcar, goiaba, entre outras. Além de causarem am concentrados em nematódeos parasitas de plantas
diversas doenças ao homem, como: ancilostomose, e animais, principalmente do homem (Viglierchio, 1991).
ascaridíase e filariose (Webster, 1980). A importância dos Nematoda em biótopos ma-
rinhos como alimento pode apresentar-se subestima-
• Utilizados no controle biológico de pragas transmiti- da devido à dificuldade de identificação dos mesmos
das a cultivos através de insetos (Webster, 1980; Bon- quando macerados ou pela rápida digestão desses or-
gers & Ferris, 1999). ganismos pelos animais maiores. Gee (1989) afirma que
esses artefatos de análise não apresentam relevância
• Excelentes indicadores ambientais tanto em bióto- nas estimativas de preferências alimentares dos peixes.
pos marinhos como terrestres devido a sua sensi- No entanto, alguns autores já demonstraram a diges-
bilidade a diversos tipos de distúrbios no ambiente tão seletiva de presas provenientes da meiofauna, por
(Coull & Chandler, 1992; Bongers & Bongers, 1998; exemplo, Scholz et al. (1991), utilizando imunoensaios,
Bongers et al., 1991; Bongers & Ferris, 1999). observaram que após duas horas de ingestão os Nema-
Na análise multivariada, os dados foram trans- Esses procedimentos foram realizados a partir das roti-
formados para uma matriz de presença/ausência. Esse nas do programa PRIMER 5.0 for Windows.
procedimento foi decidido em função das diferenças
metodológicas existentes na coleta das amostras, es- 5.3. Resultados
pecialmente no que diz respeito aos diferentes cole-
tores utilizados. Para o estabelecimento de grupos de Foi identificado um total de 827 organismos perten-
amostras, com composição semelhante, foi aplicado centes a três ordens, 21 famílias e 62 gêneros (Tabela
o índice de similaridade de Bray-Curtis (Clarke & Wa- 2). A ordem com maior percentual de gêneros foi Eno-
rwick, 1994). A partir da matriz de similaridade obtida plida, seguida da ordem Chromadorida (Figura 1). As
com os dados de Nematoda, foi realizada uma análise famílias com o maior número de gêneros foram Des-
de ordenação não métrica multidimensional (MDS) modoridae e Leptsomatidae, respectivamente com 10
das estações de coleta (Clarke & Warwick, 1994). Para a e 8 gêneros (Tabela 2). Essas famílias apresentaram-se
significância dos resultados da análise de similaridade, amplamente distribuídas pela área do SCORE Central
foi aplicado o teste ANOSIM (Clarke & Warwick, 1994). (Figuras 2 e 3).
MONHYSTERIDA
19%
ENOPLIDA
46%
CHROMADORIDA
35%
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
16°S
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
R. Jequitinhonha
16°S
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Família Gênero
THORACOSTOMOPSIDAE Thoracostomopsis
LEPTSOMATIDAE Deontostoma
Leptosomatides
Metacylicolaimus
Pseudocella
Synonchus
Thoracostoma
DESMODORIDAE Zalonema
ESTRUTURA TRÓFICA
2B
23% 1A
24%
2A
24% 1B
29%
Comuns
37%
Plataforma
57%
Talude
6%
plataforma
talude
Figura 6: Análise de ordenação multidimensional (MDS), considerando a distribuição batimétrica das estações
(R = 0,325; p<0,0001).
Região Referências
Wigley & McIntyre (1964); Tietjen (1971); Coull et al. (1977); Sibuet et al.
Noroeste do Atlântico
(1984); Thistle et al. (1995)
Pacífico Thiel (1975); Shirayama (1984a e b); Snider et al. (1984)
Mediterrâneo Dinet et al. (1973); Thiel (1975); Thiel (1983); Soetaert et al. (1991a, b)
Mar Vermelho Vivier (1978a, b); Thiel (1979); Thiel et al. (1987); Pfannkuche (1993)
Mar da Noruega Jensen (1988); Dinet & Vivier (1979)
Mar da Groelândia Thiel (1975)
Oceano Índico Pfannkuche & Thiel (1987)
Sudoeste do Atlântico Soltwedel (1993)
A análise multidimensional mostrou uma ten- que ainda não foram registrados e/ou descritos. As-
dência de separação entre as duas comunidades ne- sim, faz-se necessário um esforço científico para au-
matofaunísticas, corroborando o fato de que fatores mentar o conhecimento da nematofauna, procuran-
ecológicos locais podem estar influenciando na distri- do de alguma forma aumentar o interesse de jovens
buição dos gêneros presentes no talude e na platafor- cientistas pela taxonomia, como sugere Coomans
ma conforme observado por Vincx et al. (1994) para o (2002), uma vez que esses organismos são sérios
Atlântico Nordeste. candidatos a excelentes indicadores biológicos das
O percentual de primeiras ocorrências de gêne- condições ambientais e de possíveis perturbações
ros de Nematoda para o Brasil pode ser um indicati- antrópicas, tais como a exploração de petróleo ou
vo da existência de uma infinidade de novos táxons a mineração.
À Profa. Dra. Helena P. Lavrado (Depto. de Biologia AUSTEN, M. C. 1989. Factors affecting estuarine meiobenthic
Marinha/UFRJ), pela oportunidade de trabalhar com o assemblages structure: a multifactorial microcosm
experiment. Journal of Experimental Marine Biology and
material do REVIZEE e, especialmente, por acreditar em Ecology, v. 130, p. 167-187.
nosso trabalho. À Profa. Dra. Thais Corbisier (IOUSP),
BEZERRA, T. N. C. 2001. Nematofauna de uma praia arenosa
pelos valiosos comentários e sugestões. À Profa. Dra.
tropical no Istmo de Olinda–Pernambuco–Brasil. 100 p.
Verônica F. Genevois (Depto. de Zoologia/UFPE) pela Tese (Doutorado em Oceanografia) - Departamento de
leitura do texto, por seu incentivo e, em especial, por Oceanografia, UFPE, Recife.
seu apoio incondicional ao estudo dos Nematoda ma- BONGERS, T.; BONGERS, M. 1998. Functional diversity of
rinhos no Brasil. nematodes. Applied soil Ecology, v. 10, p. 239-251.
MOELLMANN, A. M. 2003. Variação espacial e temporal da SNIDER, L. J., BURNETT, B. R.; HESSLER, R. R. 1984. The
meiofauna de duas praias arenosas do estado de São Paulo composition and distribution of meiofauna and nanobiota
e efeito do turismo sobre a meiofauna e os Nematoda in a North Pacific deep-sea area. Deep-Sea Research, v. 31,
durante o verão. 155 p. Tese (Doutorado em Oceanografia) p. 1225-1249.
- Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo.
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WARWICK, R. M.; DEXTER, D. M.; KUPERMAN, B. 2002. Freeliving
nematodes from the Salton Sea. Hydrobiologia, v. 473, p.
121-128.
Resumo
Durante a realização do Programa REVIZEE/SCORE Central - que se restringiu à área situada entre o norte do Rio
de Janeiro e a cidade de Salvador, Bahia - foram realizadas quatro campanhas oceanográficas, sendo que aqui
apresentamos os resultados referentes a três delas: Central I (1996), Central II (1997) e Central V (2001). Foram
examinados 31.816 indivíduos distribuídos entre 932 táxons, o que corresponde a um pouco mais que 50%
de toda malacofauna marinha já reportada para a costa brasileira. Dentre as classes de moluscos, apenas os
Monoplacophora não foram representados em nosso material, e os Gastropoda e Pelecypoda compreenderam a
grande maioria dos táxons (> 90% do total). Desse total, 33 espécies são, pela primeira vez, reportadas para o litoral
brasileiro: Gastropoda - Alvania colombiana, Belomitra exsculpta, Borsonia cf. syngenes, Buchema tainoa, Bulla cf.
abyssicola, Cerithiella amblytera, Cerodrillia clappi, Circulus cf. semisculptum, Cochliolepis parasítica, Compsodrillia
eucosmia, Crassispira premorra, Cryoturris cf. fargoi, Dentimargo sulcata, Famelica mirmidina, Famelica monotropis,
Gemmula periscelida, Glyphostoma elsae, Glyphostoma golfoyaquensis, Gymnobela extensa, Gymnobela malmii,
Ittibittium turriculum, Leucosyrinx pelagia, Marevalvata tricarinata, Palazzia planorbis, Typhlomangelia nivalis,
Vetulonia jefreysi -, Pelecypoda - Aligena texasiana, Ledella cf. sandersi, Limaria floridana, Neilonella corpulenta,
Tellina exilis, Youldiella cf. bigutatta - e Scaphopoda - Fustiaria stenoschiza. Também tem seu primeiro registro para
águas brasileiras um total de 14 gêneros, sendo pertencentes aos Gastropoda (Belomitra, Cerithiella, Cochliolepis,
Famelica, Ittibittium, Marevalvata, Palazzia, Phymorrinchus, Taranis, Typhlomangelia, Vetulonia, Xanthodaphne) e
aos Pelecypoda (Aligena e Myssela). Entre os táxons mais freqüentes na plataforma continental, estão: Arca
zebra, Barbatia domingensis, Botula fusca, Cerithium litteratum, Lima lima, Lithophaga nigra, Nassarius albus,
Tricolia affinis, Triphora melanura e Turritella exoleta. O talude foi caracterizado pelos seguintes táxons: Creseis
acicula, Belomitra exsculpta, Benthonellania spp., Ledella sp., Nucula semiornata, Seguenzia hapala, Solariella
lubrica e Youldiella spp., constatando-se, assim, a singularidade entre as malacofaunas da plataforma e talude
continentais. Também se verificou que a malacofauna da plataforma continental do estado do Rio de Janeiro
se distingue daquela presente nos estados mais ao norte em virtude da maior presença de componentes com
afinidades criófilas. Por outro lado, a malacofauna do talude parece pertencer a uma única assembléia que se
estenderia pelo três estados. Constatou-se a existência de uma correlação positiva (r = 0,45; p < 0,05; n = 39)
entre a distância da costa e a porcentagem de moluscos com desenvolvimento larvar planctotrófico, o que
nos sugere que organismos com esse tipo de desenvolvimento possuem uma maior capacidade de dispersão
e, conseqüentemente, uma maior área potencial de ocorrência. O estado do Rio de Janeiro apresentou a maior
riqueza taxonômica em termos relativos com 14,4 táxons por estação.
1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, IBRAG/DBAV. Lab. Malacologia, sl. 525/2, Maracanã, Rio de Janeiro/RJ, Brasil. CEP: 20550-013. E-mail: absalao@hotmail.com
2. Universidade Federal do Rio de Janeiro, IB, Depto. Zoologia, Lab. Malacologia, sl. 94, Ilha do Fundão/RJ, Brasil. CEP 21941-570.
ABSALÃO, R.S.; CAETANO, C.H.S. & FORTES, R.R. Capítulo 6. Filo Mollusca. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 211-260 (Série Livros n. 18) 211
Abstract
During the SCORE Central segment of the REVIZEE Program, which was carried out in the region between
northern Rio de Janeiro and the city of Salvador, state of Bahia, four oceanographic expeditions were carried
out. Here we present the results of three of them: Central I (1996), Central II (1997) and Central V (2001). A total
of 31,816 individuals were examined; 932 taxa were represented, which corresponds to slightly more than
50% of the entire marine molluscan fauna previously reported from the Brazilian coast. Monoplacophorans
were not present in our material. The Gastropoda and Pelecypoda comprised the great majority of taxa (> 90%
of the total). Of these, 33 species were reported for the first time from the Brazilian coast, including, in the
Gastropoda: Alvania colombiana; Belomitra exsculpta; Borsonia cf. syngenes; Buchema tainoa; Bulla cf. abyssicola;
Cerithiella amblytera; Cerodrillia clappi; Circulus cf. semisculptum; Cochliolepis parasitica; Compsodrillia eucosmia;
Crassispira premorra; Cryoturris cf. fargoi; Dentimargo sulca); Famelica mirmidina; Famelica monotropis; Gemmula
periscelida; Glyphostoma elsae; Glyphostoma golfoyaquensis; Gymnobela extensa; Gymnobela malmii; Ittibittium
turriculum; Leucosyrinx pelagia; Marevalvata tricarinata; Palazzia planorbis; Typhlomangelia nivalis; Vetulonia
jefreysi; Pelecypoda: Aligena texasiana; Ledella cf. sandersi; Limaria floridana; Neilonella corpulenta; Tellina
exilis; Youldiella cf. bigutatta; Scaphopoda: Fustiaria stenoschiza. A total of 14 genera were also reported from
the Brazilian coast for the first time, including, in the Gastropoda: Belomitra, Cerithiella, Cochliolepis, Famelica,
Ittibittium, Marevalvata, Palazzia, Phymorrinchus, Taranis, Typhlomangelia, Vetulonia, Xanthodaphne; and in
the Pelecypoda: Aligena e Myssela. Among the most frequent taxa on the continental shelf were: Arca zebra;
Barbatia domingensis; Botula fusca; Cerithium litteratum; Lima lima; Lithophaga nigra; Nassarius albus; Tricolia
affinis; Triphora melanura; Turritella exoleta. Species characteristic of the continental slope were: Creseis acicula;
Belomitra exsculpta; Benthonellania spp.; Ledella sp.; Nucula semiornata; Seguenzia hapala; Solariella lubrica and
Youldiella spp., so characterizing the distinct malacofauna from shelf and continental slope. The molluscs from
continental shelf from Rio de Janeiro State are distinguished from the northern malacological assemblages for
the higher presence of cryophiles species. By other hand, the molluscs from continental slope are continuing
over all three states. There was a significant positive correlation (r = 0.45; p < 0.05; n = 39) between the distance
from the coast and the percentage of molluscs having planktotrophic larval development. This suggests that
organisms with this type of development have a greater dispersal capacity and consequently a wider potential
area of occurrence. The State of Rio de Janeiro showed the greatest relative taxonomic richness, with 14.4 taxa
per station.
O filo Mollusca está entre os mais diversos do planeta, foram “experimentais”, no sentido de teste e ajuste me-
sendo excedido, em número de espécies, apenas pelos todológico, e nem sempre são computadas como ativi-
Arthropoda. No ambiente marinho, eles são, de longe, dades de campo formais (=coleta de dados regulares).
o filo mais diverso e, por causa de sua extrema diversi- No entanto, optamos por considerá-las formalmente
ficação trófica, ocupam quase todos os nichos. Essa di- dentro do âmbito do Projeto REVIZEE. Existe ainda o
versidade trófica os torna úteis indicadores da diversi- material proveniente da campanha oceanográfica de
dade global das comunidades/ecossistemas nas quais 2002, o qual não será abordado neste trabalho.
vivem, levando-os a serem considerados como bons A identificação taxonômica considerou tanto
indicadores da diversidade de toda a comunidade. moluscos coletados com partes moles quanto aqueles
Em função de fatores históricos e culturais que representados apenas por suas conchas. Neste último
remontam o mercantilismo europeu dos séculos XVII- caso, as mesmas tinham de se apresentar íntegras e
XIX, os moluscos estão entre os invertebrados mais em bom estado de conservação. A identificação foi
bem conhecidos. Contudo, as espécies de moluscos processada, sob magnificação, por comparação com
medindo menos que 10 mm de comprimento têm re- o material depositado na coleção de moluscos do De-
cebido comparativamente muito menos atenção que partamento de Zoologia do Instituto de Biologia da
sua contraparte de maiores dimensões, permanecen- UFRJ e através de consultas a catálogos malacológicos
do pobremente conhecidos. gerais (Dall, 1889; Abbott, 1974; De Jong & Coomans,
Os primeiros trabalhos sobre os moluscos mari- 1988; Diaz & Puyana, 1994; Rios, 1994) e demais biblio-
nhos do Brasil foram decorrentes de material recolhido grafia especializada. Os lotes referentes ao material
por expedições estrangeiras e depositado em institui- aqui tratado estão depositados tanto na coleção já
ções fora do Brasil, fazendo com que o trabalho atual mencionada quanto na coleção malacológica do Mu-
de taxonomia seja dependente de acesso a instituições seu Nacional do Rio de Janeiro.
de pesquisa e museus estrangeiros. A Cadeia Vitória-Trindade foi amostrada espe-
Morretes (1949) foi o primeiro a resumir o conhe- cificamente durante o REVIZEE Central II (19/10/97 a
cimento contemporâneo da taxonomia da malacofau- 23/11/97), no qual 39 estações se posicionaram sobre
na brasileira. Posteriormente, Rios (1970, 1985, 1994) os bancos submarinos Vitória, Montague, Jaseur, Davis
publicou uma série de livros continuando o esforço e Dogaressa. Estes se encontram distantes na mesma
pioneiro de Morretes e motivando toda uma nova ge- ordem de magnitude, cerca de 100 a 250 km, além de
ração de malacólogos. A despeito do status de relativo serem circundados por profundidades com cerca de
conhecimento que goza o filo, particularmente quan- 2.000 a 5.000 m, o que configura essa cadeia de mon-
do comparado ao de outros invertebrados marinhos, tes como um excelente e incomum laboratório natural.
há várias publicações recentes relativas à descrição de Para fins de análise, os moluscos provenientes dessas
espécies novas para a ciência (Simone, 1999; Absalão amostras tiveram os seus modos de desenvolvimento
et al., 2003; Absalão & Pimenta, 2003; Pimenta & Absa- larvar estabelecidos de acordo com Jablonski e Lutz
lão, 2004) que comprovam que nosso conhecimento é, (1983) e Leal (1991).
ainda, deficiente. Para fins de análise biogeográfica, cada táxon
com identificação específica foi classificado de acordo
6.2. Material e Métodos com afinidades termófilas ou criófilas quando 2/3 a 3/4
de sua área de ocorrência no Atlântico Leste ficasse
Os detalhes do procedimento de coleta e área compreendida entre os trópicos ou fora dessa zona
compreendida pelo REVIZEE/SCORE Central estão sen- intertropical.
do descritos em Lavrado (2006) (capítulo 1, neste volu- Para complementar, verificamos o grau de asso-
me) e não serão repetidos aqui. As atividades de 1996 ciação lato sensu das estações de coleta em relação a
3,5%
24,2% 72,2%
GASTROPODA
PELECYPODA
OUTROS
Figura 1: Contribuição relativa dos táxons identificados por classes do filo Mollusca no REVIZEE Central
(outros = Scaphopoda, Polyplacophora, Cephalopoda e Aplacophora).
A classe Gastropoda foi representada por um to- Tellinidae (17), Limidae (15), Pectinidae (14), Mytilidae
tal de 673 táxons subordinados a 81 famílias. Dentre (14), Nuculanidae (13), Arcidae (12) e Cardiidae (11).
as famílias com maior riqueza destacam-se: Turridae As figuras 2 e 3 apresentam um mapa da área de
(99), Pyramidellidae (33), Marginellidae (31), Trochidae estudo com a abundância (número de exemplares
(29), Muricidae (27), Rissoidae (24), Columbellidae (22), coletados e identificados) para algumas das famílias
Conidae (21) e Turbinidae (20), com os valores entre de gastrópodes e pelecípodes com maior riqueza de
parênteses representando o número de táxons em espécies nas estações de coleta.
cada família. Esses valores, se somados, correspondem Com relação à classe Scaphopoda, apesar do nú-
a cerca de 45% do total de gastrópodes considerados mero absoluto ser relativamente pequeno, 23 táxons,
neste trabalho. o mesmo é bastante expressivo quando levamos em
Os Pelecypoda foram representados por 226 consideração o total de espécies até então reporta-
táxons subordinados a 39 famílias. As oito famílias das para o litoral do Brasil (30 espécies segundo Rios,
com maior número de táxons constituem mais 1994). Das seis famílias representadas em nosso mate-
da metade do total de pelecípodes identificados rial, os Dentaliidae são os mais diversificados, com um
neste trabalho e são as seguintes: Veneridae (24), total de 11 táxons.
Salvador
B Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S BA 14°S
R. Jequitinhonha R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S 16°S
Número de indivíduos
25 - 50
0 - 10
MG MG
11 - 25
R. Mucuri 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S
26 - 50
ES ES
100 - 500
R. Doce R. Doce
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Turridae Pyramidellidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
Salvador
D Baía de Todos os Santos
Salvador
BA BA 14°S
14°S
R. Jequitinhonha 1 - 25 R. Jequitinhonha 1 - 25
16°S 16°S
25 - 50 25 - 50
MG MG
R. Mucuri
50 - 100 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S
ES ES
100 - 500 100 - 500
R. Doce R. Doce
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Marginellidae Trochidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
E Baía de Todos os Santos
Salvador
F Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S BA 14°S
Número de indivíduos 1 - 25
R. Jequitinhonha R. Jequitinhonha
16°S 16°S
1 - 25
25 - 50
25 - 50
MG MG
R. Mucuri 18°S R. Mucuri
50 - 100 18°S
ES ES
100 - 500
R. Doce R. Doce
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Muricidae Rissoidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 2: Mapa da região do REVIZEE/SCORE Central mostrando a abundância (número de indivíduos) nas
estações de coleta para as famílias de Gastropoda: (A) Turridae, (B) Pyramidellidae, (C) Marginellidae, (D)
Trochidae, (E) Muricidae e (F) Rissoidae.
Salvador
B Baía de Todos os Santos
Salvador
BA BA 14°S
14°S
Ilhéus Ilhéus
ES ES
R. Doce R. Doce
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Veneridae Tellinidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
C Baía de Todos os Santos
Salvador
D Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S BA 14°S
Ilhéus Ilhéus
R. Jequitinhonha
Número de indivíduos 16°S
R. Jequitinhonha Número de indivíduos 16°S
0 - 10 1 - 25
10 - 25
MG MG 25 - 50
26 - 60
R. Mucuri 18°S R. Mucuri 18°S
ES ES
R. Doce R. Doce
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Limidae Pectinidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
12°S 12°S
E Baía de Todos os Santos
Salvador
F Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S BA 14°S
Ilhéus Ilhéus
Número de indivíduos
20°S 20°S
Vitória Vitória
R.Paraíba R.Paraíba
do Sul do Sul
Cadeia Vitória - Trindade Cadeia Vitória - Trindade
RJ 22°S RJ 22°S
24°S 24°S
Mytilidae Nuculanidae
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W 042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 3: Mapa da região do REVIZEE/SCORE Central mostrando a abundância (número de indivíduos) nas
estações de coleta para as famílias de Pelecypoda: (A) Veneridae, (B) Tellinidae, (C) Limidae, (D) Pectinidae, (E)
Mytilidae e (F) Nuculanidae.
Riqueza Riqueza de
Riqueza de
Referência – nº. estações Latitude Habitat/ Amostrador de Mollusca/
Gastropoda
Mollusca estações (#)
Absalão, no prelo 18o39’S PC 3-30 m, cm, mergulho 293 238 (81,0%) 6,5
(RAP Abrolhos) – 39
Floeter (1996) – 9 21o00’S PC 15-18 m, cm, mergulho 244* 161 (65,9%) 27,1
Absalão (1989) – 30 21 30’S
o
PC, d 191 111 (56,3%) 6,3
Miyaji (1995) – 114 22 30’S
o
PC 10-100 m, vv, d, t 472 254 (53,8%) 4,2
Absalão et al. (1999) – 17 22 30’S
o
PC 10-30 m, vv, d 152 108 (71,1%) 8,9
Alves (1991) – 25 22 55’S
o
PC, vv 197 111 (53,6%) 7,9
Neves (1994) – 22 23 00’S
o
PC 10-100 m, d 263 130 (68,1%) 11,9
Absalão (1986) – 65 23 00’S
o
PC 10-50 m, vv 82 56 (68,3%) 1,2
Absalão (1991) – 44 32 00’S
o
PC 10-50 m, d 93 40 (43,0%) 2,1
Este estudo – 153 13o-22oS PC, T, 50-2.000 m, vv, d, bc 933 674 (72,2%) 6,1
400
300
Nº táxons
200
100
0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52
Freqüência de ocorrência
Figura 4: Distribuição da freqüência absoluta de ocorrência dos táxons no total das estações de coleta do
REVIZEE Central.
Dentre as 133 estações de coleta situadas sobre ocorrendo apenas nessas estações mais profundas.
a plataforma continental, foram identificados 849 tá- Como esses dois ambientes apresentaram 114 táxons
xons (6,38 táxons/estação), dos quais 735 foram ex- em comum, há um forte indicativo da profundidade
clusivos dessas estações, enquanto as 20 estações re- como fator importante na determinação da composi-
alizadas sobre o talude deram origem a uma listagem ção das assembléias malacológicas.
de 198 táxons (9,90 táxons/estação), com 84 deles Quando comparamos a contribuição relativa das
Plataforma
100
Talude
80
Nº táxons (%)
60
40
20
0
PROTOBRANCHIA LAMELLIBRANCHIA SEPTIBRANCHIA
A fauna malacológica, em termos de freqüência abundante na região devido a sua origem biogênica.
absoluta de ocorrência nas estações (valores Por outro lado, no talude mereceram destaque,
entre parênteses), caracterizou-se na plataforma entre os Gastropoda (figuras 16-20), Creseis acicula
continental pelos Gastropoda (figuras 6-10) – Turritella Rang, 1928 (11), Seguenzia hapala Woodring, 1928 (9),
exoleta (Linnaeus, 1758) (29); Nassarius albus (Say, 1826) Belomitra exsculpta (Watson, 1882) (7), Benthonellania
(27); Cerithium litteratum (Born, 1778) (24); Triphora spp. (8) e Solariella lubrica Dall, 1881 (6), e, entre
melanura (C. B. Adams, 1850) (21) e Tricolia affinis (C. os Pelecypoda (figuras 21-23), Nucula semiornata
B. Adams, 1850) (21) – e pelos Pelecypoda (figuras Orbigny, 1846 (4), Ledella sp. (4) e Youldiella spp. (3),
11-15) – Arca zebra (Swainson, 1833) (43); Barbatia ou seja, mesmo os táxons mais freqüentes estão
domingensis (Lamarck, 1819) (56); Botula fusca presentes em um número relativamente pequeno de
(Gmelin, 1791) (31); Lithophaga nigra (Orbigny, 1842) estações, o que parece distinguir substancialmente
(33) e Lima lima (Linnaeus, 1758) (27) – muitos destes essas assembléias das presentes nas regiões Sudeste
associados ao substrato consolidado relativamente e Sul do país (vide Amaral, 2003).
20
18,2
Nº táxons criófilos (%)
15
10
8,6
5
4,9
0
BA ES RJ
Figura 24: Participação de espécies com afinidades criófilas (%) na malacofauna dos estados da Bahia, Espírito
Santo e Rio de Janeiro coletadas na região compreendida pelo REVIZEE Central.
Figura 26: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações situadas na plataforma e
talude continental obtidas na região compreendida pelo REVIZEE Central.
Para testar a influência da profundidade no pa- na do talude ao longo de toda a área estudada (norte
drão descrito, refizemos a análise tratando os dados do Rio de Janeiro até Salvador) (ANOSIM Global R = -
da plataforma e do talude separadamente. A Figura 27 0,088; p>0,05), sugerindo uma maior homogeneidade
mostra que não há diferenças significativas entre a fau- malacológica nas regiões mais profundas (abaixo dos
Figura 27: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações situadas no talude entre os
estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Valores do teste R de significância: RJ x BA = -0,200; p = 0,803 /
RJ x ES = 0,016; p = 0,361 / BA x ES = 0,067; p = 0,804.
Figura 28: Análise de ordenação multidimensional (MDS) comparando as estações de coleta situadas na
plataforma entre os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Valores do teste R de significância: RJ x BA =
0,267; p = 0,001 / RJ x ES = 0,318; p = 0,001 / BA x ES = 0,046; p = 0,460.
1
0,8
Planctotrofia
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800
Distância da costa (km)
Figura 29: Correlação entre a distância da estação de coleta em relação à costa e a porcentagem de táxons que
possuem larva planctotrófica (R2 = 0,20; b = 0,0004; p < 0,05; n = 39).
6.6. Referências Bibliográficas ABSALÃO, R. S.; SANTOS, F. N.; TENÓRIO, D. O. 2003. Five
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Anexo 1: Lista dos táxons de Mollusca coletados e identificados durante as campanhas do programa REVIZEE/
SCORE Central e estações de coleta. As coordenadas e profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.
Táxon Estações
GASTROPODA
Scissurellidae
Anatoma aedonia (Watson,1886) C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C76, C1-D1-2DR, C1-D3DR, C1-
VV21, C1-VV38, C5-7R, C5-17R, C5-20R, C5-25A
Anatoma sp. C1-C61
Scissurella cingulata O.G. Costa, 1861 C5-7R, C5-16R
Sinezona brasiliensis Mattar, 1987 C1-C62, C5-7R, C5-20R
Sinezona sp. C1-C61
Haliotidae
Haliotis aurantium Simone,1998 C1-C64, C1-C73, C5-34R, C5-35R
Acmaeidae
Acmaea sp. C1-C63, C1-C64, C1-VV16, C1-VV17, C5-25A
Collisella abrolhosensis (Petuch, 1979) C1-C62, C1-ABR-1
Collisella sp. C2-21F
sp. ñ identificado C1-VV38, C2-11R, C2-29R
Fissurellidae
Diodora aff. jaumei Aguayo & Rehder, 1936 C1-C61, C1-C76, C5-13R
Diodora aff. mirifica Métivier, 1972 C5-42R
Diodora jaumei Aguayo & Rehder,1936 C1-C64, C1-C76, C1-D39, C1-VV21, C2-5R, C2-13R, C2-38R
Diodora listeri (Orbigny,1842) C1-C65, C1-VV38
Diodora meta (Ihering,1927) C1-C65, C1-C74, C2-5R, C2-7R, C2-21R, C2-38F
Diodora mirifica Métivier, 1972 C1-C62, C1-C63, C1-C65, C1-C74, C1-D13, C1-VV22, C1-VV24,
C2-5R, C2-13R, C2-14R
Diodora sayi (Dall,1899) C1-C62, C1-C63, C1-C65, C2-5R
Diodora sp.1 C1-C62, C1-VV16, C5-48R, C5-504
Diodora sp.2 C1-C76, C1-VV24
Diodora sp.3 C2-2R
Emarginula aff. phrixodes Dall, 1927 C1-C64, C1-VV38, C2-2R, C5-13R
Emarginula pumila (A.Adams, 1851) C1-C61, C1-C62, C1-C64, C1-C65, C1-VV21, C1-VV22, C5-2R,
C5-10R, C5-12R, C5-13R, C5-16I, C5-17R, C5-20R, C5-23R, C5-
42R, C5-49R
Emarginula sp. C1-C61, C1-C63, C1-C65, C1-C76, C1-VV16, C1-VV38
Emarginula tuberculosa Libassi, 1859 C1-C62, C2-38F, C5-2F
Lucapina aegis (Reeve, 1850) C1-VV24
Lucapina sowerbii Sowerby,1835 C1-C65, C1-C76, C1-C77
Lucapinella limatula (Reeve, 1850) C1-VV31
Resumo
Foram identificadas 88 espécies de 30 famílias de Polychaeta em toda a região da costa central brasileira (entre
Cabo de São Tomé, RJ, e Salvador, BA) no âmbito do Programa REVIZEE. Dessas espécies, oito foram registradas
pela primeira vez para a costa brasileira e duas são novas para a ciência. Foram também ampliadas as distribui-
ções de uma série de espécies antes referidas apenas para a costa sul do Brasil. A família Eunicidae dominou em
abundância relativa e freqüência de ocorrência, seguida dos Nereididae e Phyllodocidae. A riqueza de espécies foi
maior no setor raso e em fundos biogênicos, onde o esforço amostral foi maior, enquanto a diversidade específica
foi maior em fundos de lamas e nos setores intermediários, entre 75 e 250 m de profundidade. Geograficamen-
te, a região sul do estado da Bahia foi a mais diversa, e a região dos bancos da Cadeia Vitória-Trindade a menos
diversa, talvez devido ao seu isolamento geográfico das regiões costeiras. O número de espécies encontradas é
relativamente baixo quando comparado a outras regiões da costa brasileira, entretanto este deverá ser ampliado
com estudos mais detalhados.
1. Departamento de Zoologia – Instituto de Biologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro CCS - Bloco A - Ilha do Fundão CEP 21940-590 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
E-mail: pcpaiva@biologia.ufrj.br
PAIVA, P.C. 2006. Capítulo 7. Filo Annelida. Classe Polychaeta. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva
brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 261-298 (Série Livros n. 18) 261
Abstract
A total of 88 species belonging to 30 families of Polychaeta were identified in the Brazilian central coast (between
Cabo de São Tomé, RJ and Salvador, BA) from surveys conducted in the scope of the REVIZEE Program. From these
species, eight were recorded for the first time to the Brazilian coast and two are new to science. Distribution of
several other species referred to the southern coast of Brazil was extended. The family Eunicidae was the most
abundant and frequent being followed by Nereididae and Phyllodocidae. Species richness was higher in the shal-
low sector and in biogenic bottoms were a greater sampling effort was employed. Diversity of species was higher
in muddy bottoms and in medium depths stations (between 75 and 250m). The southern coast of Bahia State was
the most diverse region and the Vitória-Trindade Chain the less diverse, probably owing to their geographic isola-
tion from other coastal regions. The number of species found in the present survey is rather low when compared
to other regions from the Brazilian Coast and must be increased by more detailed studies.
Keywords: Polychaeta, Brazilian Coast, benthos, biogeography.
Scolecida
Capitellidae Grube, 1862 Dasybranchus caducus (Grube, 1846)
Leiochrides sp.
Notomastus lobatus Hartman, 1947
Cossuridae Day, 1963 Cossura candida Hartman, 1955
Maldanidae Malmgren, 1867 Axiothella sp.
Chirimia amoena (Kingerg, 1867)
Clymenella sp.
Euclymene sp.
Opheliidae Malmgren, 1867 Ophelina acuminata Oersted, 1843
Ophelina cylindricaudata (Hansen, 1878)
Orbiniidae Hartman, 1942 Naineris sp.
Palpata, Aciculata, Phyllodocida, Aphroditiformia
Acoetidae Kinberg, 1856 Panthalis sp.
Polyodontes sp.
Aphroditidae Malmgren, 1867 Aphroditella sp.
Pontogenia cf. chrysocoma (Baird, 1865)
Polynoidae Malmgren, 1867 Halosydna glabra Hartman, 1939
Harmothoe aculeata Andrews, 1891
Harmothoe lunulata (delle Chiaje, 1841)
Harmothoe sp.
Lepidonotus tenuisetosus (Gravier, 1901)
Sigalionidae Kinberg, 1856 Leanira sp.
Neopsammolyce catenulata (Amaral & Nonato, 1984)
Psammolyce flava Kinberg, 1856
Sthenelanella atypica Berkeley & Berkeley, 1941
Sthenolepis oculata (Hartman, 1942)
Nereidiformia
Hesionidae Grube, 1850 Gyptis sp.
Hesione sp.
Nereididae Johnston, 1865 Ceratonereis hircinicola (Eisig, 1870)
Ceratonereis longicirrata Perkins, 1980
Ceratonereis mirabilis Kinberg, 1866
Neanthes caudata (delle Chiaje, 1841)
Neanthes sp.
Nereis riisei Grube, 1857
Nicon sp.
Perinereis floridana Ehlers, 1868
Quanto à composição da fauna de Polychaeta, a grande leira e a expansão da distribuição geográfica de algumas
maioria de espécies e gêneros referidos da costa central espécies conhecidas apenas da costa sul do Brasil.
já era conhecida de outras regiões da costa brasileira Entre as novas ocorrências para a costa brasileira,
(costas sul e nordeste principalmente) ou da própria cos- ou seja, aquelas não formalmente referidas através
ta central (Amaral & Nallin, 2004). Entretanto, devem ser de publicações, temos os gêneros: Eranno sp. (Família
destacadas algumas novas ocorrências para a costa brasi- Lumbrineridae), Leiochrides sp. (Capitellidae) e Leanira
12°S
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Salvador
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Ilhéus
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16°S
1 espécie
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20°S
Vitória
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22°S
24°S
Figura 1: Riqueza (número de espécies) por estação de coleta realizada pelo REVIZEE (SCORE Central Bentos
- Campanhas V e VI).
Tabela 2: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) das famílias de Polychaeta encontradas no
âmbito do SCORE Central do Programa REVIZEE.
Figura 2: REVIZEE-SCORE Central. Distribuição das famílias por faixas de profundidade (valores de abundância
relativa. As classes de profundidade das famílias incluem o valor superior).
30 100
Quanto à riqueza, isto é, o número de espé- vés do número médio de espécies por estação, esse
cies de Polychaeta coletadas nas diferentes faixas de padrão batimétrico de riqueza maior em fundos mais
profundidade, houve um acentuado decréscimo no rasos é muito menos acentuado (Figura 4, círculos
número de espécies em função do aumento da pro- cheios), com os valores médios variando de cerca de
fundidade, com a riqueza passando de 61 espécies três espécies (mais de 500 m) a nove espécies (menos
no setor mais raso (menos de 75 m) para 29 entre 75 de 75 m de profundidade); valores estes ainda muito
e 100 m de profundidade. Nos setores mais profun- baixos quando comparados à riqueza de Polychaeta
dos (250 a 500 e mais de 500 m), a riqueza foi muito em outras regiões de plataforma da costa brasileira,
baixa, com registros de apenas 12 e 13 espécies res- onde instrumentos de coleta similares foram utiliza-
pectivamente (Figura 4, círculos vazios). Esse padrão dos (Lana, 1981; Paiva, 1993; Attolini & Tararam, 2001).
também reflete o maior esforço amostral no setor Apesar do maior esforço amostral no setor mais raso
raso. Um aumento do número de espécies com o (menos de 75 m), a variação da riqueza entre estações
incremento do esforço é normal em estudos de eco- da mesma faixa batimétrica, expressas pelas barras
logia de comunidades em áreas geográficas muito de erro na Figura 4, foi muito maior nas faixas inter-
amplas, onde uma grande variedade de ambientes mediárias de 75 a 100 m e 100 a 250 m de profundida-
é amostrada de forma pontual (Picket & Candenasso, de, provavelmente devido à variabilidade de tipos de
1995). Entretanto, quando a riqueza é avaliada atra- fundos amostrados nessas faixas batimétricas.
10 5
0 0
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Profundidade
Figura 4: Número total e número médio de espécies entre as estações de coleta do REVIZEE-SCORE Central em
diferentes intervalos de profundidade (Barra de erro = erro padrão).
Embora a quantificação do número médio de es- didade (Figura 5). Essas curvas indicam que a maior
pécies por estação de coleta forneça informações úteis diversidade está associada às profundidades interme-
quanto à riqueza nas diferentes faixas de profundida- diárias (75 a 250 m), enquanto as estações mais pro-
de, essa quantificação foi baseada em amostragem fundas (mais de 250 m) ou mais rasas (menos de 75 m)
com diferentes instrumentos de coleta, i.e., draga e apresentaram diversidade relativamente menor. Esse
box-corer, os quais tendem a amostrar áreas muito di- padrão de riqueza maior em profundidades interme-
ferentes (Holme & McIntyre, 1984). Uma forma de esti- diárias ocorre em função da maior heterogeneidade
mativa da real diversidade de espécies que independe dos tipos de fundo nessas profundidades (expressos
da área amostral é através do conhecimento do núme- também na Figura 4 com a maior variabilidade entre
ro de espécies encontradas em uma coleção definida as estações), onde se mesclaram estações de fundos
de indivíduos. Esse método é conhecido como análi- biogênicos, lama e areia. Diferentes tipos de substrato
se de curvas de rarefação (Sanders, 1958; Magurran, tendem a ser habitados por formas diferentes de es-
2003). Nessa análise, a diversidade de um ambiente ou pécies de Polychaeta ou mesmo de famílias devido à
local é expressa através do número de espécies que diversidade de formas de vida do grupo.
se espera encontrar neste local quando coletado um As curvas de rarefação indicam ainda que o nú-
determinado número de indivíduos. Essas curvas de mero de espécies de Polychaeta em todas as profun-
rarefação podem então ser graficamente comparadas, didades deve ser muito maior do que o observado nas
como no caso da Figura 5 onde são apresentadas as campanhas do Programa REVIZEE, pois suas curvas
diversidades das diferentes faixas de profundidade. de rarefação ainda não atingiram uma estabilização.
O padrão observado na Figura 4, com um decrés- Estudos mais detalhados, mesmo em profundida-
cimo acentuado do número total de espécies por faixa des menores, onde se concentrou o maior esforço de
de profundidade, não se repete quando se compara amostragem, devem incrementar a lista de espécies
as curvas de rarefação para cada intervalo de profun- referidas para esta região da costa brasileira.
0
0 5 10 15 20 25
Número de indivíduos
Figura 5: Curva de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central em diferentes intervalos de profundidade (menos de 75 m = 32 estações; 75 a
100 m = 5; 100 a 250 m = 6; 250 a 500 m = 4; mais de 500 m = 6).
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10
Profundidade
100
1000
10000
Figura 6: REVIZEE-SCORE Central. Amplitude de distribuição batimétrica das espécies de poliquetas mais
freqüentes (valores mínimos e máximos de profundidade em metros).
7.2.4. Distribuição por tipo de fundo Central, predominaram fundos compostos por
substrato biogênico (66% das estações). Na lista de
As regiões de plataforma continental e talude da cos- espécies aqui apresentada há uma clara predominância
ta central do Brasil apresentam uma grande variação de espécies de Polychaeta normalmente dominantes
de tipos de fundo, que vão de lamas e areias de ori- nesse tipo de substrato. De um total de 88 espécies
gem continental ou calcária até fundos biogênicos coletadas, 64 ocorreram em fundos biogênicos. As
praticamente duros de algas calcárias, corais ou brio- famílias dominantes na área estudada, como Eunicidae,
zoários (Coutinho, 1995). Essa variabilidade de tipos Polynoidae, Sigalionidae, Phyllodocidae e Syllidae,
de fundo é fundamental para as comunidades ben- são muito comuns em ambientes de recifes de coral
tônicas como um todo (Gray, 1981; Lana et al., 1996) ou de algas calcárias de diversos oceanos (Hartmann-
e, em particular, para os Polychaeta com seus hábitos Schroeder, 1992; Gimenez-Casalduero et al., 2001)
diferenciados de vida. incluindo a costa brasileira (Attolini & Tararam, 2001).
Para avaliar a distribuição dos Polychaeta quanto A abundância das famílias por substrato pode
ao tipo de fundo, as diferentes estações de coleta foram ser visualizada na Figura 7. Algumas famílias foram
agrupadas quanto a três tipos básicos de fundo, basea- comuns nos três tipos de substrato, como Eunicidae,
dos na predominância do sedimento em cada estação. Nereididae, Polynoidae e Sigalionidae. Em fundos de
Os tipos de fundo foram classificados como: areia (4 es- sedimentos mais finos de areias e lamas, Onuphidae,
tações), lama (14 estações) e biogênicos, isto é, fundos Arabellidae e Maldanidae se destacaram por suas
compostos por associações de algas calcárias, corais e, abundâncias maiores e ausência em fundos biogêni-
em menor proporção, briozoários (35 estações). cos. A única família que ocorreu em apenas um tipo
Como na maioria das estações de amostragem sedimentar foi Oenonidae, exclusivamente encontra-
das campanhas V e VI do Programa REVIZEE-SCORE da em fundos biogênicos.
A composição específica também variou entre fundos biogênicos, por outro lado, foram muito
os diferentes tipos de fundo, sendo avaliada através mais abundantes e freqüentes, como Nereis riisei,
da freqüência com que estas espécies ocorreram Oenone fulgida, Glycera americana e Phyllodoce
nas estações de cada tipo de substrato (Tabela 3). madeirensis, embora ocorrências únicas, como as de
Algumas espécies ocorreram exclusivamente em um Dasybranchus caducus e Nereiphylla castanea, tenham
único tipo de substrato, como Diopatra tridentata, sido comuns.
Arabella mutans, Sthenolepis oculata e Ophelina Uma diferenciação por tipo de fundo também
acuminata, que ocorreram apenas em fundos de caracterizou os gêneros de Eunicidae, a família mais
areia. As oito espécies exclusivas de fundos de lama abundante e freqüente do SCORE Central, com Eunice e
foram espécies de baixa freqüência e abundância, Lysidice dominando em fundos biogênicos e Marphysa
a maioria com apenas uma ou duas ocorrências de em fundos de lamas, enquanto Palola ocorreu em
um a quatro indivíduos. As espécies exclusivas de ambos os ambientes.
15
Número esperado de espécies
Lama
Biogênico
10 Areia
0
0 5 10 15 20
Número de indivíduos
Figura 8: Curvas de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central por tipo de fundo (estações agregadas por tipo de fundo, lama = 11 estações;
areia = 4; biogênicos = 35).
Grupo B – estações da borda da plataforma continen- Grupo F – estações da porção mais oriental da Cadeia
tal ao largo do Banco de Abrolhos no extre- Vitória-Trindade, incluindo a Ilha de Trindade
mo sul do estado da Bahia (5 estações). (3 estações).
12°S
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Salvador
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Ilhéus �
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16°S
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Vitória
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22°S
24°S
Figura 9: Localização das estações de amostragem e seus respectivos grupos geográficos do REVIZEE-SCORE Central.
40
Número esperado de espécies
30
D
C
E
20 B
F
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de indivíduos
Figura 10: Curvas de rarefação de número de espécies de poliquetas por coleção de indivíduos nas estações de
coleta do REVIZEE-SCORE Central por grupo de estações (ver grupos na Figura 9).
O grupo A, na borda da plataforma continental do de fundo na área, indica a necessidade de um melhor co-
sul da Bahia, foi o mais diverso, seguido pelo grupo D, nhecimento dessa região. A baixa diversidade dos bancos
em ambiente semelhante na costa sul do Espírito Santo ao largo pode estar associada ao seu isolamento geográfi-
e norte do Rio de Janeiro. Os demais grupos, referentes co. Estes, geralmente formados por fundos biogênicos, es-
a estações localizadas nos bancos mais ao largo da cos- tão isolados dos ambientes costeiros similares pelas planí-
ta, apresentaram diversidades mais baixas, aí incluídos cies do fundo oceânico, como ilhas submersas. Ambientes
os bancos da Cadeia Vitória-Trindade. distantes da costa e com uma área espacial restrita tendem
A costa sul da Bahia é uma das menos conhecidas naturalmente a apresentar uma fauna mais pobre e uma
quanto à fauna de Polychaeta, e sua alta diversidade, pro- baixa colonização por migração, conforme previsto pela
vavelmente relacionada à grande complexidade de tipos teoria da biogeografia de ilhas (McArthur & Wilson, 1967).
0,04
Lep
C
0,02 Cer
Pon Pal
Phs A
0,00 F
Per Not Try Hem Nic
Phy
Mar
Har
B
Typ Lys Nea
D
-0,02
Psa
-0,04
-0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04
EIXO I
Figura 11: Ordenação dos grupos de estações de coleta (A, B, C, D e F) e espécies dominantes (siglas ao longo
do texto) nos dois primeiros eixos de uma análise de correspondência do REVIZEE-SCORE Central.
O primeiro eixo explicou 38% da variação dos tenuisetosus (Lep), Phyllodoce sp. (Phs), Perinereis
dados e separa os locais B, D e C, com valores positivos, floridana (Per), Harmothoe sp. (Har), Oenone fulgida
dos locais E, A e F, com valores negativos, indicando (Oen), Neopsammolyce catennulata (Psa), Typosyllis
que as estações do sul da Bahia (grupo A) apresentam variegata (Typ), Notopygos sp. (Not) e Pontogenia cf.
uma similaridade maior, quanto à fauna de Polychaeta, chrysocoma (Pon).
com os bancos ao largo da Cadeia Vitória-Trindade (E Em regiões mais costeiras, dominaram nos
e F). Das espécies dominantes, destacaram-se pela grupos C e D: Glycera americana (Gla), Nereis riisei (Ner),
abundância nesses grupos (A, E e F): Lepidonotus Marphysa sp. (Mar) e Neanthes caudata (Nea). No grupo
Tabela 4: Espécies exclusivas por grupos de estações do REVIZEE-SCORE Central. (Para referência quanto à
localização dos grupos, ver Figura 5).
Figura 12: Representantes na costa central do Brasil de gêneros explorados comercialmente no mundo: Glycera
americana (a) e Neanthes caudata (b).
Embora Glycera americana possa atingir tama- condições ambientais, como salinidade, temperatura
nhos consideráveis (cerca de 30 cm), a ocorrência ou até a dessecação dos tanques, são muito adequa-
dessa espécie em grandes densidades, no entanto, de- das para inoculação nos cultivos.
pende de um melhor conhecimento de regiões costei- No Brasil, criadores comerciais têm observado a
ras entremarés, como estuários e praias de grande am- abundância de alguns Polychaeta em seus tanques de
plitude. Por outro lado, os exemplares de Hemipodia cultivo e como estes são consumidos pelos camarões.
sp. das praias do estado do Rio de Janeiro são muito No estado do Ceará, o Nereididae Laeonereis acuta
abundantes, o que poderia viabilizar sua extração em apresenta uma alta abundância nos cultivos semi-in-
escala comercial. No caso dos Nereididae, são raros tensivos de camarões do gênero Penaeus, onde apa-
os registros de formas de grande tamanho corpóreo rentemente consomem o excesso de ração disponibi-
na costa brasileira, embora seu cultivo em laboratório lizado nos tanques de cultivo, evitando a eutrofização
fosse viável em virtude do conhecimento acumulado destes e, ao mesmo tempo, fornecendo alimento aos
sobre biologia reprodutiva e manutenção em labora- camarões (Paiva & Silva, 1998). Embora haja registros
tório realizada em cultivos comerciais em outros paí- de grande abundância de Polychaeta, principalmente
ses (Olive, 1987). da família Sabellidae, em cultivos intensivos, não está
claro que tenham algum potencial como suplemento
7.3.2. Polychaeta em cultivos alimentar nesse tipo de cultivo.
de animais marinhos Dois gêneros de Polychaeta da família Spionidae,
Polydora e Boccardia, são conhecidos por causar
Em cultivos comerciais de camarões marinhos, diver- prejuízos em cultivos comerciais de ostras, vieiras e
sas espécies do bentos podem ser utilizadas como mexilhões, incluindo os do Brasil (Handley, 1995; Nell,
suplemento alimentar às rações comerciais em culti- 2002). Essas pragas marinhas têm o hábito de perfurar
vos extensivos e semi-intensivos (Ordner et al., 1990), as conchas dos moluscos para fixação de seus tubos.
aumentando o potencial produtivo dos cultivos atra- Incidentalmente essas perfurações causam danos ao
vés do fornecimento de elementos essenciais, como aparelho filtrador dos moluscos devido à entrada de
ácidos graxos, de uma forma barata e de fácil mani- sedimento ou ao contato do verme com a musculatura
pulação (Tacon, 1988). Espécies de grande produtivi- do molusco Embora a mortalidade seja pequena, o
dade e que sobrevivem em uma grande amplitude de valor comercial, principalmente das ostras, é reduzido
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Anexo 1: Lista dos táxons de Polychaeta coletados e identificados durante as campanhas do programa REVIZEE/
SCORE Central. As coordenadas e profundidades encontram-se no anexo do capítulo 1.
Táxon Estações
Acoetidae
Panthalis sp. C6-R2#1-1; C6-R3#3
Polyodontes sp. C5-1R; C5-2R
Amphinomidae
Eurythoe complanata (Pallas, 1766) C5-13R
Hermodice carunculata (Pallas, 1766) C5-12R; C5-16R; C5-42R; C5-45R
Notopygos sp. C5-7R; C5-10R; C5-13R; C5-20R; C5-25A; C5-34R; C5-
36R; C5-45R
Aphroditidae
Aphroditella sp. C5-4R; C5-27R; C6-R3#2-2
Pontogenia cf. chrysocoma (Baird, 1865) C5-2R; C5-4R; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-20R;
C5-23R; C5-32R; C5-34R; C5-36R; C5-44R; C5-45R; C6-
A1
Capitellidae
Dasybranchus caducus (Grube, 1846) C5-48R
Leiochrides sp. C5-2R; C5-48R
Notomastus lobatus Hartman, 1947 C6-R2#1-1; C6-R3#3
Cirratulidae
Cirriformia tentaculata (Montagu, 1808) C5-28R
Tharyx sp. C5-509; C5-41F
Cossuridae
Cossura candida Hartman, 1955 C5-41F
Eunicidae
Eunice (Nicidion) sp. C5-2R; C5-10R; C5-12R; C5-13R; C5-14R; C5-17R; C5-
20R; C5-21R; C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-28R; C5-32R;
C5-33R; C5-35R; C5-36R; C5-38R; C5-44R; C5-48R; C5-
49R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y6
Eunice spp. C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-13R;
C5-14R; C5-16R; C5-17R; C5-20R; C5-21R; C5-23R; C5-
24R; C5-25R; C5-27R; C5-28R; C5-32R; C5-33R; C5-35R;
C5-36R; C5-38R; C5-42R; C5-44R; C5-48R; C5-49R; C6-
R4#1; C6-Y1; C6-Y2; C6-Y3; C6-Y4; C6-Y5; C6-Y6; C6-Y7
Euniphysa sp. C5-24R;
Lysidice sp. C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-10R; C5-13R; C5-14R; C5-17R;
C5-20R; C5-23R; C5-24R; C5-28R; C5-36R; C5-38R; C5-
42R; C5-44R; C5-45R; C5-48R; C5-49R
Resumo
Os crustáceos estão entre os grupos mais diversos do bentos e foram representados nas coletas do REVIZEE
Bentos por aproximadamente 9.780 indivíduos distribuídos em 50 famílias. A área amostral foi entre Salvador,
BA (13oS), e a região do Cabo de São Tomé, RJ (22o30’S). Ao todo foram 158 amostras coletadas entre 1997 e
2002, a profundidades variando entre 50 e 2.076 m, sendo que 48,7% das estações foram realizadas entre 50 e
100 m. Em termos numéricos, os anfípodes dominaram nas amostras, com 32%, seguidos de isópodes (19%),
decápodes (19%) e tanaidáceos (16%). Dentre os Isopoda, as subordens mais abundantes foram os Anthuridea
(48%), seguidos dos Asellota (28%) e Flabellifera (24%). Os Stomatopoda foram representados por oito espécies,
sendo duas ocorrências novas para o Brasil, Squilla edentata e Odontodactylus havanensis. Gonodactylidae foi a
família mais abundante, seguida de Squillidae, que em contrapartida apresentou a maior biomassa (55,61%). As
demais espécies com novos registros para o Brasil são: Pontonia manningi e Pseudocheles chacei. Das 90 espécies
de Decapoda encontradas, temos: 15 Caridea, quatro Thalassinidea, um Palinura, seis Anomura e 64 Brachyura.
Os grupos mais abundantes e freqüentes foram os Axiidae (Thalassinidea), representados apenas pela espécie
Coralaxius abelei, Alpheidae (Caridea), com seis espécies, sendo três identificadas em nível de gênero, e Majidae
(Brachyura), com 27 espécies. Das 25 famílias encontradas de Decapoda, oito ocorrem apenas entre 50 e 100
m, e nove ocorrem além dos 100 m, indo até o limite da plataforma continental e talude superior. As duas famí-
lias que habitam zonas mais profundas do talude (>500 m) são Galatheidae e Goneplacidae. Apesar de serem
grupos bem conhecidos no Brasil, 30% do total de taxa identificados em espécies entre os Stomatopoda e De-
capoda é de novos registros para a costa brasileira ou para a área de estudo. Em relação à distribuição espacial
da riqueza de espécies de Crustacea, as áreas mais ricas foram as regiões entre Salvador e os bancos recifais no
sul da Bahia, cadeia de montes submersos Vitória-Trindade, ES, e vários pontos entre Vitória, ES, e o Cabo de São
Tomé, RJ. Toda a área amostral do REVIZEE Bentos/SCORE Central está inserida na província Brasileira, sendo
que 89% das espécies de Stomatopoda e Decapoda encontradas são comuns às províncias do Caribe e Índias
Ocidentais. Por outro lado, a taxa de endemismo foi baixa, com apenas 7% das espécies sendo endêmicas da
província Brasileira. As espécies coletadas pelo REVIZEE Bentos a princípio não possuem importância econô-
mica direta, pois são em geral de pequeno porte e baixa biomassa. No entanto, os invertebrados bentônicos,
incluindo as espécies coletadas pelo REVIZEE Bentos, são a base alimentar de muitas espécies comercialmente
exploradas, como peixes, moluscos, crustáceos, etc. Sendo assim, a fim de se utilizar os recursos vivos comer-
cialmente exploráveis dos oceanos, os países devem determinar a produção ótima dos seus bancos pesqueiros
com estudos da biologia das espécies em questão, assim como conhecer e preservar o ecossistema a ser ex-
plorado. O REVIZEE Bentos/SCORE Central é uma dessas iniciativas no Brasil de se conhecer melhor os nossos
recursos vivos marinhos para que então possamos explorá-los de uma forma sustentável.
1. Museu Nacional/UFRJ, Depto. de Invertebrados, Quinta da Boa Vista s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
SEREJO, C. et al. Capítulo 8. Filo Arthoropoda. Subfilo Crustacea. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica
Exclusiva brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 299-337 (Série Livros n. 18) 299
Abstract
Crustaceans are among the most diverse groups in the benthos and were represented in the REVIZEE Benthos sur-
vey by approximately 9,780 individuals distributed in 50 families. The survey area was between Salvador, BA (13oS),
and the region of Cabo de São Tomé, RJ (22o30’S). In total, 158 samples were collected from 1997-2002 in depths
varying from 50 and 2,076 m, being 48.7% of these samples from 50 and 100 m. In numerical terms, amphipods
dominated in the samples with about 32%, followed by the isopods (19%); decapods (19%) and tanadaiceans
(16%). Among the isopods the most abundant suborders were Anthuridea (48%), followed by Asellota (28%) and
Flabellifera (19%). The Stomatopoda were represented by seven species, being two of them new records for the
Brazilian coast: Squilla edentata and Odontodactylus havanensis. Gonodactylidae was the most abundant family
and Squillidae on the other hand presented the larger biomass (55.61%). The other species with new records from
the Brazilian coast are: Pontonia manningi e Pseudocheles chacei. The 90 species of Decapoda are distributed in: 15
Caridea, four Thalassinidea, one Palinura, six Anomura and 64 Brachyura. The most abundant and frequent groups
were Axiidae (Thalassinidea), represented by the single species Coralaxius abelei, Alpheidae (Caridea), with six
species, being three identified at genus level and Majidae (Brachyura), with 27 species. From the 25 represented
Decapod families found in this study, eight occur only between 50 and 100 m and nine occur only beyond 100 m,
going until the limit of the continental shelf and upper slope. The two families inhabiting greater depths (> 500
m) of the slope are Galatheidae and Goneplacidae. Although the stomatopods and decapods are well-known
groups in Brazil, 30% of the total taxa identified to species are new records for the Brazilian coast or the study area.
Related to the spatial richness distribution of Crustacea, the richest areas were the regions from Salvador and the
reef banks of southern Bahia, sea mounts chain of Vitória-Trindade, ES, and several points between Vitória, ES, and
Cabo de São Tomé, RJ. All the survey area from REVIZEE Bentos/SCORE Central is confined in the Brazilian province.
In the present study, 89% of the Stomatopoda and Decapoda species found are common to the Caribbean and
West Indies provinces. On the other hand, the endemism rate was low, with only 7% of the species endemic for the
Brazilian province. The species surveyed in the REVIZEE Benthos do not have a direct commercial value, as they
are small in size and with low biomass. However, the benthic invertebrates in general, including the surveyed spe-
cies by REVIZEE Benthos are the base of the diet of several important commercial species as fishes, mollusks, and
crustaceans. Thus, with the objective of using the living commercial resources of the oceans, each country needs
to determine the production of its fishery banks, studying the biology of commercial species, as well as under-
standing and preserving the ecosystem to be explored. The REVIZEE Benthos/SCORE Central is one of the starting
points in Brazil to understand our living marine resources so we can explore them in a sustainable way.
O filo Arthropoda, grupo de invertebrados com o encontrados em todas as profundidades dos oceanos
maior número de espécies viventes na superfície do mundo desde as zonas polares até os trópicos.
da terra, estimado em aproximadamente 1.097.289 Alguns grupos conquistaram com sucesso a água
taxa descritos, abriga o subfilo Crustacea. Registros doce, e poucos o ambiente terrestre, este último sendo
fósseis indicam que os Arthropoda surgiram no Pré- mais bem representado pelos tatuzinhos de jardim
Cambriano, há aproximadamente 600.000.000 de anos, (Isopoda – Oniscoidea).
indicando um longo tempo evolutivo para especiação Por ser um grupo extremamente diverso, ampla-
e experimento de forma e função dentro do grupo mente distribuído e abundante nos oceanos, os crus-
(Brusca & Brusca, 2003). Dentre os Arthropoda, os táceos apresentam um importante papel ecológico
crustáceos dominam o ambiente marinho e, devido à nesse ecossistema. A variedade de hábitos de vida do
sua grande abundância e diversidade, são muitas vezes grupo reflete no seu papel na cadeia alimentar. Sen-
considerados como os “insetos do mar”. Os crustáceos do assim, no bentos, os macrocrustáceos peracáridos
são populares entre o público leigo por conterem (5-20 mm), como anfípodes, isópodes e tanaidáceos
espécies economicamente importantes no mercado entre outros e alguns grupos de camarões, reciclam
pesqueiro, como camarões, caranguejos, lagostas e matéria em decomposição, uma vez que são animais
lagostins. O grupo exibe uma grande variabilidade de detritívoros. Conseqüentemente, são importante fon-
formas e tamanhos, podendo variar em comprimento te de alimento para peixes, baleias (em zonas tempe-
de 0,1 mm, como algumas espécies intersticiais ou radas) e outros invertebrados, sendo muitos desses de
planctônicas, a formas gigantes atingindo até 4 m importância econômica para o homem. Crustáceos
de envergadura, como o caranguejo-aranha japonês Decapoda, como caranguejos, lagostas e camarões,
Macrocheira kaempferi (Temminck, 1836). Outro grupo são importante dieta de vários peixes, polvos, outros
peculiar são os isópodes do gênero Bathynomus, crustáceos e o próprio homem. No plâncton marinho,
que podem atingir até 35 cm de comprimento e são os copépodes são geralmente o grupo mais abundan-
comumente encontrados no talude da costa brasileira te e, conseqüentemente, a base da alimentação de vá-
(Magalhães & Young, 2003). Ainda assim, os crustáceos rios animais planctotróficos.
possuem uma uniformidade e podem ser definidos por Dados atuais estimam que exista em torno de
apresentar cinco somitos cefálicos, com respectivos 52.000 espécies de crustáceos descritas, valor esse
apêndices: primeira antena (antênula), segunda considerado ainda aquém da realidade. Reconheci-
antena (antena), mandíbula gnatobásica, primeira damente, muitas espécies de macrocrustáceos, como
maxila (maxílula) e segunda maxila (maxila); tronco Copepoda, Ostracoda e Peracarida, que são bem re-
pós-cefálico presente e geralmente dividido em tórax presentados no bentos marinho, ainda estão por ser
e abdome; um ou mais somitos torácicos podem estar descritas (Martin & Davis, 2001).
fusionados à cabeça e seus respectivos apêndices são No Brasil, algumas compilações da fauna de
chamados de maxilípodes; apêndices birremes (ou crustáceos de água doce foram realizadas (Vanzolini,
secundariamente unirremes); escudo cefálico ou uma 1964; Hurlbert, 1977; Hurlbert et al., 1981; Melo, 2003).
carapaça geralmente presente, e uma larva natante Mais recentemente, com a publicação do “Catalo-
chamada nauplius. Contudo, o estágio naupliar pode- gue of Crustacea of Brazil”, pôde-se ter uma primeira
se passar dentro do ovo, com liberação de larvas em avaliação da biodiversidade dos Crustacea marinhos
estágios mais adiantados (desenvolvimento indireto) para o Brasil (Young, 1998). Alguns grupos não mari-
ou pode ser totalmente suprimido, com liberação de nhos também foram abordados, ampliando o conhe-
jovens similares ao adulto (desenvolvimento direto). cimento dessa fauna para o Brasil. Ao todo foram re-
Quanto ao hábito de vida, os crustáceos gistradas cerca de 2.400 espécies de Crustacea para o
são predominantemente marinhos e podem ser Brasil, sendo 68,8% marinhas, 23,7% dulcícolas, 2,7%
Tabela 1: Relação das famílias e alguns gêneros de Crustacea (excluindo Decapoda e Stomatopoda) coletados
no REVIZEE Bentos/SCORE Central durante as campanhas Central V e Central VI. Dados de Bathynomus são do
REVIZEE Central Pesca, e registros em negrito são novas ocorrências para a região estudada.
Tabela 2: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) dos taxa de Peracarida encontrados no
REVIXEE Bentos/SCORE Central com dados das campanhas Central V e VI.
0,1%
24%
����������
��������
������������
���������
28%
Figura 1: Abundância relativa das subordens de Isopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central.
Mesmo não tendo dados específicos dos Iso- Apesar de se mostrarem menos abundantes neste
poda, alguns comentários gerais quanto à ecologia estudo, os Flabellifera são geralmente os mais di-
e diversidade dessas subordens podem ser feitos. Os versos em águas rasas quando comparados com os
três grupos mais abundantes, Anthuridea, Asellota Asellota. A situação se inverte quando o ambiente
e Flabellifera, são os mais diversos e os mais comu- é o mar profundo, onde os Asellota dominam em
mente encontrados na plataforma continental de re- diversidade e muitas vezes em abundância (Gage &
giões tropicais. Asellota é o grupo mais diverso, com Tyler, 1991). Das 29 famílias de Asellota conhecidas,
2.037 espécies descritas mundialmente, incluindo 14 são primariamente ou exclusivamente do mar
espécies de águas continentais (Kensley et al., 1996). profundo, o que mostra o sucesso evolutivo do gru-
Para o Brasil, temos o registro de oito espécies mari- po nesse ambiente (Wilson, 2004).
nhas e de águas rasas (Pires-Vanin, 1998) e uma espé- Os Anthuridea são isópodes cilíndricos, sem
cie dulcícola (Brasil-Lima & Barros, 1998). Flabellifera placas coxais e adaptados a viverem em tubos (Figura
(Figura 2A) é o segundo maior grupo, com 1.897 2B). Tais tubos podem ser confeccionados por eles
espécies descritas mundialmente, incluindo grupos mesmos ou podem ser de outros animais, comumente
dulcícolas (Kensley et al., 1996). Para o Brasil, temos de Polychaeta (Annelida). Ao todo são conhecidas mais
77 registros de espécies marinhas (Brasil-Lima, 1998; de 500 espécies dessa subordem no mundo (Poore,
Loyola e Silva, 1998; Pires-Vanin, 1998) e 18 registros 2001) e para o Brasil se conhecem 10 espécies (Pires-
de espécies dulcícolas (Brasil-Lima & Barros, 1998). Vanin, 1998).
Em termos de riqueza de espécies, o padrão en- espécies encontradas, seguidas por Pseudosquillidae
contrado reflete o que se conhece para a costa brasilei- e Odontodactylidae, que apresentaram registro de
ra. Sendo assim, no material do REVIZEE Bentos, temos uma única espécie (Figura 3).
Squillidae e Gonodactylidae com o maior número de
16
14
12
Nº de espécies
10 Brasil
8
REVIZEE
6
4
2
0
1 2 3 4
Figura 3: Riqueza de espécies das famílias de Stomatopoda encontradas no Brasil e no REVIZEE Bentos/SCORE
Central. 1. Squillidae; 2. Pseudosquillidae; 3. Odontodactylidae; 4. Gonodactylidae.
Tabela 4: Abundância relativa (AR), freqüência de ocorrência (FO) e porcentagem da biomassa das famílias de
Stomatopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central. Dados das dragagens das campanhas Central V e
VI referentes a 28 indivíduos, 25,48 g em 62 estações.
si
s
s
us
en
a
en
os
at
at
ad
sa
an
l
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un
nu
en
tu
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ob
ed
cil
gr
.h
.s
.l
P.
S.
S.
S.
O
N
50
Profundidade(m)
100
150
200
250
300
Figura 4: Distribuição batimétrica das espécies de Stomatopoda encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central
com dados das dragagens das campanhas Central V e VI.
Tabela 5: Lista de espécies de Decapoda encontradas no REVIZEE Bentos - SCORE Central, durante as
campanhas Central V e VI com dados de distribuição geográfica mundial e no Brasil. Registros em negrito são
novas ocorrências com base no material estudado (BA até RJ). Espécies com asterisco são endêmicas do Brasil.
Tabela 6: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) dos Decapoda coletados no REVIZEE Bentos/
SCORE Central. Dados das campanhas Central V e VI referentes a 1.766 indivíduos em 62 estações.
60
50
n de espécies
40
Brasil
30
REVIZEE
20
10
0
1 2 3 4 5 6
Figura 5: Riqueza das espécies marinhas das famílias de Caridea no Brasil e coletadas pelo REVIZEE Bentos/
SCORE Central. 1. Palaemonidae; 2. Alpheidae; 3. Hippolytidae; 4. Processidae; 5. Pasipheidae; 6. Bresiliidae.
Figura 6: Abundância relativa das principais famílias de Caridea coletadas pelo REVIZEE Bentos/SCORE Central.
8.3.2.2. Infra-ordem Anomura Melo, 1999; Melo-Filho & Melo, 2001; Melo-Filho & Coe-
lho-Filho, 2004). Cerca de 60% dessas espécies ocorrem
Da infra-ordem Anomura, foram identificadas espécies na área amostrada pelo REVIZEE Bentos (Melo-Filho &
de Galatheidae e Porcellanidae. Os pagurídeos foram Melo, 2001). Nas duas campanhas analisadas (Central
representados por 43 indivíduos, mas não foram iden- V e VI), foram identificadas duas espécies de Munida e
tificados e não serão tratados neste estudo. Dentre os duas espécies de Munidopsis. Dessas quatro espécies,
porcelanídeos, foram coletadas duas espécies (Tabela duas tiveram sua distribuição estendida para a área de
5) com poucos exemplares. estudo, e uma espécie é nova (Tabela 5).
A família Galatheidae, ao longo da costa brasileira, Munida spinifrons (Figura 8A) foi a espécie mais
tem registro de 20 espécies inseridas em dois gêneros: abundante (93,75%) e mais freqüente, seguida por
Munida (com 16 espécies registradas) e Munidopsis (com Munida forceps, Munidopsis sp. e Munidopsis sp. nov.
quatro espécies registradas) (Tavares & Campinho, 1998; (Tabela 7).
Tabela 7: Abundância relativa (AR) e freqüência de ocorrência (FO) das espécies de galateídeos encontradas no REVIZEE
Bentos/SCORE Central. Dados das dragagens das campanhas Central V e VI referentes a 65 indivíduos em 62 estações.
8.3.2.3. Infra-ordem Brachyura dos, uma vez que a grande maioria das espécies vive em
manguezais, estuários e praias, ambientes não coletados
A infra-ordem Brachyura é composta por 55 famí- pelo REVIZEE Bentos. As outras três famílias de maior re-
lias (incluindo Majidae e Xanthidae sensu lato), das quais presentatividade, Majidae, Xanthidae e Portunidae, entre
25 são encontradas no Brasil, com um total de 340 re- outras, foram encontradas neste estudo (Figura 9).
gistros (Magalhães, 1998; Melo, 1998; Melo et al., 1998). A família Majidae inclui os chamados caranguejos-
Dessas famílias, as que têm o maior número de espécies aranha, que são, muitas vezes, definidos por possuírem
registradas no Brasil são Majidae (81 spp.), Xanthidae uma carapaça subtriangular e rosto alongado (Figuras
(48 spp.), Trichodactylidae (29 spp.), Grapsidae (22 spp.), 8B, C). O grupo possui a maior riqueza de espécies
Parthenopidae (22 spp.) e Portunidae (20 spp.). no Brasil, resultado este corroborado nas coletas do
Dessas famílias, Trichodactylidae é totalmente REVIZEE Bentos/SCORE Central. Todas as 27 espécies
dulcícola, habitando riachos, rios e planícies alagadas de majídeos encontradas têm registros para o Brasil,
do Brasil. Exemplares de Grapsidae não foram encontra- porém Herbstia depressa, Macrocoeloma laevigatum
90
80
70
60
Nº de espécies
50 Brasil
40 REVIZEE
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Figura 9: Riqueza de espécies das famílias de Brachyura encontradas no Brasil e no REVIZEE Bentos - SCORE
Central. Legenda: 1. Majidae; 2. Xanthidae; 3. Parthenopidae; 4. Portunidae; 5. Goneplacidae; 6. Leucosiidae; 7.
Pinnotheridae; 8. Callappidae; 9. Palicidae;10. Raninidae; 11. Dromiidae; 12. Homolidae.
Em termos de abundância, a família Majidae demais famílias apareceram com menor abundância
dominou, representada por 142 indivíduos (42,8% dos e com valores entre 1 e 3% do total de braquiúros
Brachyura). Em seguida, temos as famílias Xanthidae coletados (Figura 10).
(30,1%), Goneplacidae (9,5%) e Portunidae (8,6%). As
8.3.4. Novas ocorrências para o Brasil – 22o30’S) ou mesmo para a costa do Brasil. Dentre os
e área de estudo Stomatopoda, temos dois novos registros para o Brasil,
Squilla edentata (Figura 11) e Odontodactylus havanensis,
A fauna de Stomatopoda e Decapoda é relativamente com distribuição anterior para a região do Golfo do
bem conhecida para a costa brasileira (plataforma até México e Caribe (Tabela 3). Redescrições detalhadas
300 m), mas ainda assim 30% das espécies identificadas dessas espécies com dados de distribuição geográfica
são novos registros para a área de estudo (entre 13o encontram-se em Rodrigues e Young (2005).
Figura 11: Nova ocorrência para o Brasil com material do REVIZEE Bentos/SCORE Central. Squilla edentata,
BAII-E0511; 15º42.675’S - 038º37.298’W a 15º44.231’S - 038º39.196’W; 251 m, MNRJ 14725. Escala: 30 mm.
20
15
10
Figura 12: Riqueza de taxa de Crustacea por classe de profundidade na região do SCORE Central. (Ponto=Média;
Retângulo=Erro-padrão; Linha vertical=Desvio-padrão).
Parthenopidae
Goneplacidae
Pinnotheridae
Porcellanidae
Callianasidae
Upogebidae
Leucosiidae
Galatheidae
Calappidae
Palinuridae
Homolidae
Portunidae
Dromiidae
Raninidae
Alpheidae
Xanthidae
Palicidae
Majidae
0,0 Axiidae
Profundidade (m)
250,0
500,0
750,0
Figura 13: Distribuição batimétrica (profundidade mínima, média e máxima de ocorrência) das principais
famílias de Decapoda encontradas pelo REVIZEE Bentos/SCORE Central.
Os Galatheidae foram representados por duas Bentos, o padrão de distribuição desses gêneros foi
espécies de Munida e duas espécies de Munidopsis diferente do observado por Wenner (1982). Munida
(Tabela 5). Wenner (1982) estudou os galateídeos do spinifrons apresentou sua distribuição ao longo da
Atlântico Central e encontrou um padrão de distri- plataforma entre 50 e 250 m. Munida forceps ocorreu
buição distinto entre Munida e Munidopsis. Espécies apenas no talude entre 278 e 580 m. Entre as duas
de Munida foram normalmente encontradas na pla- espécies de Munidopsis, nenhuma ocorreu em pro-
taforma continental e talude até 500 m, enquanto fundidades maiores do que 500 m. O único exemplar
espécies de Munidopsis colonizaram profundidades de Munidopsis sp. ocorreu em águas rasas (65 m), e
maiores que 500 m. Foi observado também que es- Munidopsis sp. nov. teve um registro a 360 m (Figura
pécies de Munida são mais abundantes que espécies 14). Quanto à abundância, os resultados deste traba-
de Munidopsis, e a razão para tal seria que as espécies lho corroboram com os obtidos por Wenner (1982),
de Munidopsis teriam a capacidade de se enterrar, evi- onde Munida foi representado por 62 indivíduos e
tando, assim, o equipamento de coleta. No REVIZEE Munidopsis por apenas dois indivíduos.
100
Profundidade (m)
200
300
400
500
600
700
Figura 14: Distribuição batimétrica das espécies de Galateídeos encontradas no REVIZEE Bentos/SCORE Central.
Dados das dragagens das campanhas Central V e VI.
Quanto aos Goneplacidae, as duas espécies com 8.3.6. Distribuição espacial da riqueza
registros além da plataforma foram Bathyplax typhla e de Crustacea
Neopilumnoplax americana. Bathyplax typhla (Figura
8D) é uma espécie típica do talude, com registros de Em relação à distribuição espacial da riqueza de espé-
220 a 1.100 m. Tal espécie foi originalmente registrada cies de Crustacea, as áreas mais ricas foram as regiões
para o Brasil (Pernambuco) pela expedição “Challenger” entre Salvador e os bancos recifais ao sul da Bahia,
como Bathyplax typhlus var. oculiferus. Tal variedade foi cadeia de montes submersos Vitória-Trindade, ES, e
sinonimizada recentemente a B. typhla com base no vários pontos entre Vitória, ES, e o Cabo de São Tomé,
material da costa brasileira (Espírito Santo) coletado RJ (Figura 15). Padrão similar ocorreu considerando-
pelo R/V Marion Dufrèsne. Dados de dimorfismo sexual se apenas os decápodes (Figura 16). Toda a região
dessa espécie e posição sistemática do gênero entre os entre Salvador, BA, até o Cabo de São Tomé, RJ, apre-
Brachyura também foram discutidos (Tavares, 1996). senta uma grande heterogeneidade de habitats com
Apenas um exemplar de Neopilumnoplax americana diferentes tipos de fundo e sedimento, que vão con-
foi encontrado ao largo da costa da Bahia a 750 m. tribuir para uma alta riqueza de espécies (capítulo 1).
Homola barbata (Homolidae) teve apenas um re- Além disso, deve-se ter em mente que toda a área de
gistro a 100 m neste estudo, mas sabe-se que essa es- estudo está compreendida na zona tropical do Atlân-
pécie habita profundidades maiores, chegando a até tico Ocidental, incluindo os bancos recifais do sul da
682 m (Melo et al., 1998). Bahia, que são reconhecidamente áreas com alta pro-
dutividade e biodiversidade na costa brasileira (Leão
& Kikuchi, 2001).
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG 20 - 25
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Crustacea
042°W 040°W 038°W 036°W 034°W 032°W 030°W 028°W
Figura 15: Mapa de distribuição espacial da riqueza de Crustacea na região do SCORE Central – Programa
REVIZEE Bentos.
12°S
Baía de Todos os Santos
Salvador
BA 14°S
Ilhéus
Número de táxons
R. Jequitinhonha
1 - 5 16°S
5 - 10
10 - 20
MG
R. Mucuri 18°S
ES
R. Doce
20°S
Vitória
R.Paraíba
do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ Cabo S.Tomé
22°S
24°S
Decapoda
Figura 16: Mapa de distribuição espacial da riqueza de Decapoda na região do SCORE Central – Programa
REVIZEE Bentos.
Elasmobranchii
Dasyatis americana Alpheidae 387
Gonodactylidae 17
Portunidae 34
Squillidae 05
Dasyatis guttata Alpheidae (Alpheus) 65
Alpheidae (Synalpheus) 30
Amphipoda 2.838
Isopoda 2.256
Leucosiidade 03
Portunidae 34
Majidae 142
Stomatopoda 28
Upogebiidae (Upogebia) 02
Xanthidae 90
Raja spp. Amphipoda 2.838
Euphausiacea 01
Galatheidae 66
Portunidae 34
Processidae (Processa spp.) 15
Scyliorhinus spp. Galatheidae 66
Portunidae 34
Teleostei
Conger sp. Alpheidae (Alpheus) 65
Galatheidae 66
Galatheidae (Munida sp.) 64
Mulus sp. Processidae (Processa spp.) 15
Portunidae 34
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Anexo 1: Lista dos taxa de Crustacea Decapoda coletados pelas campanhas Central V e VI do programa REVIZEE/
SCORE Central e as respectivas estações de coleta na área de estudo.
Táxon Estações
Alpheidae
Alpheus amblyonix Chace, 1972 C5-2R; C5-4R; C5-13R; C5-21R; C5-34R;
C5-48R; C5-49R
Alpheus cristulifrons Rathbun, 1900 C5-48R
Alpheus floridanus Kingsley, 1878 C5-2R; C5-4R
Alpheus sp. Fabricius, 1798 C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-13R; C5-16R; C5-23R; C5-25A;
C5-36R; C5-38R; C5-40R; C5-45R
Automate sp. C5-48R
Synalpheus sp. Bate, 1888 C5-2R; C5-4R; C5-5R; C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-14R;
C5-17R; C5-25R; C5- 28R; C5-30R; C5- 34R; C5- 40R;
C5-45R; C5- 49R; C6-Y2
Axiidae
Coralaxius abelei Kensley & Gore, 1980 C5-7R; C5-10R; C5-12R; C5-14R; C5-20R; C5-21R;
C5-23R; C5-24R; C5-25R; C5-27R; C5-30R; C5-40R;
C5-45R; C5-49R; C6-A1; C6-Y2; C6-Y6
Bresiliidae
Pseudocheles chacei Kensley, 1983 C5- 34R
Calappidae
Acanthocarpus bispinosus A. Milne-Edwards, 1880 C5-504
Calappa gallus (Herbst, 1803) C5-45R
Cryptosoma balgueri (Desbonne, 1867) C6-Y1
Osachila antillensis Rathbun, 1916 C6-Y2
Callianassidae
Callianassidae gen. sp. C6-R2#1
Dorippidae
Ethusa americana A. Milne Edwards, 1880 C5-5R
Dromiidae
Moreiradromia antillensis (Stimpson, 1858) C5-7R; C5-20R
Galatheidae
Munida forceps A. Milne Edwards, 1880 C5-504; C5-2F
Munida spinifrons Henderson, 1885 C5- 17; C5-20R; C5-25R; C5-27R; C5- 35; C5-36; C5-38R;
C5-42; C6-1R; C6-Y2; C6-Y3; C6-C6R2; C6-Y6; C6- C13;
C6-44
Munidopsis sp. C5-25R
Munidopsis sp. nov. C5-41F
Resumo
Dos 4.735 espécimes coletados, foram registradas 78 morfoespécies pertencentes a 38 famílias. Dentre as mor-
foespécies, 51 foram identificadas em nível específico, 21 em nível de gênero e seis em nível de família. A classe
Ophiuroidea foi a mais abundante, e as classes Crinoidea e Holothuroidea as menos representadas. As famí-
lias Astropectinidae e Goniasteridae (Asteroidea), Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae e Ophiocomidae
(Ophiuroidea), Cidaridae e Echinothuriidae (Echinoidea) foram as predominantes. O número de famílias dimi-
nuiu gradativamente com o aumento da profundidade. O mesmo padrão foi registrado para o número absoluto
de espécies. Os índices de riqueza e diversidade de espécies foram maiores nas estações mais rasas (20-100 m)
e menores naquelas mais profundas. Houve uma mudança na composição faunística e um aumento nos índices
de riqueza e diversidade nas estações localizadas entre 400 e 600 m de profundidade. As espécies com maior
distribuição batimétrica foram Psilaster crassiope, Stylocidaris lineata e Phormosoma placenta. Três novas ocor-
rências foram registradas para a costa brasileira: Asteronyx loveni, Astrodia tenuispina e Tamaria cf. floridae. Ape-
sar de as diferenças no esforço amostral e o uso de vários equipamentos de coleta limitarem a interpretação dos
dados de riqueza e diversidade de espécies, padrões semelhantes aos aqui apresentados já foram registrados
em outras regiões do mundo.
VENTURA, C. R. R. et al. 2006. Capítulo 9. Filo Echinodermata. In: LAVRADO, H.P. & IGNACIO, B.L. (Eds.). Biodiversidade bentônica da região central da Zona Econômica Exclusiva
brasileira. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 339-389 (Série Livros n. 18) 339
Abstract
A total of 4,735 specimens was sampled and 78 morpho-species belonging to 38 families were recorded. Among
the morpho-species, 51 were identified to species level, 21 to genus and 6 to family. The class Ophiuroidea
was the most abundant and the classes Crinoidea and Holothuroidea were only scarcely recorded. The families
Astropectinidae and Goniasteridae (Asteroidea), Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae and Ophiocomidae
(Ophiuroidea), Cidaridae and Echinothuridae (Echinoidea) were dominant. The number of families decreased
gradually with increasing depth. The same pattern was recorded for the absolute number of species. The indi-
ces of richness and diversity of species were higher at shallow stations than at the deep ones. Changes in faunal
composition and increases in richness and diversity indices were recorded at 400-600m depth stations. Three
species showed the most extent bathymetric distribution, Psilaster cassiope, Stylocidaris lineata and Phormosoma
placenta. Three species were recorded for the first time in the Brazilian coast: Asteronyx loveni, Astrodia tenuispina
and Tamaria cf. floridae. Although differences in sampling efforts and the use of several kinds of sampling gear
limit the interpretation of richness and diversity indices, similar patterns have already been recorded in other
regions around the world.
9.1.1. Origem e caracterização doviciano Médio e Superior, entre 540 e 450 milhões
de anos atrás, quando cerca de 17 classes coexistiram
O filo Echinodermata é composto por animais com (Sprinkle, 1983). As cinco classes atuais já tinham seus
formas corporais peculiares que se tornaram emble- representantes no Período Ordoviciano, quando diver-
máticos do ambiente marinho, especialmente as estre- giram e prosseguiram seus caminhos evolutivos, en-
las-do-mar (classe Asteroidea), grupo mais conhecido quanto as outras classes se extinguiram (Paul & Smith,
pela população. No entanto, o filo é formado por ou- 1984; Smith, 1988a). Houve um decréscimo gradual
tras quatro classes atuais: Crinoidea (lírios-do-mar ou no número de classes até os períodos Permiano e Triássico
crinóides), Ophiuroidea (serpentes-do-mar ou ofiurói- (entre 280 e 190 milhões de anos atrás). Esse intervalo
des), Echinoidea (ouriços-do-mar, bolachas-da-praia é conhecido como a “Fronteira Permo-Triássica” e ca-
ou equinóides) e Holothuroidea (pepinos-do-mar ou racteriza-se pela extinção em massa de vários grupos
holoturóides). Apesar de estarem presentes em todos de invertebrados marinhos. Particularmente no caso
os ambientes marinhos, em todas as latitudes e pro- dos equinodermos, ocorreu um aumento no número
fundidades, os equinodermos, em geral, não possuem de táxons inferiores (espécies, gêneros e famílias) após
no Brasil nomes populares específicos como outros a “Fronteira Permo-Triássica”. Aquelas formas que se
invertebrados (crustáceos, moluscos e insetos), aves adaptaram às bruscas mudanças ambientais e às pres-
e mamíferos. O filo é composto por cerca de 6.500 a sões de predação e competição com outros grupos de
7.000 espécies atuais, sendo a classe Ophiuroidea a metazoários obtiveram sucesso evolutivo e originaram
mais diversa (com cerca de 2.000 espécies), seguida novas espécies (Sprinkle, 1983; Smith, 1988a).
pela classe Asteroidea (com cerca de 1.800 espécies), Uma das principais adaptações que favoreceram
Holothuroidea (com aproximadamente 1.400 espé- os Echinodermata foi a capacidade de se locomover,
cies), Echinoidea (com cerca de 900 espécies) e, a me- ou seja, a mudança da forma fixa (séssil) original para
nos diversa, a classe Crinoidea (com aproximadamente a errante (vágil). Para isso, foi necessário ocorrer a per-
700 espécies) (Hendler et al., 1995; Rowe & Gates, 1995; da da haste de fixação (pedúnculo). Com exceção dos
Brusca & Brusca, 2003). Crinoidea, ocorreu nos outros grupos a inversão no
Os equinodermos constituem um grupo muito posicionamento da face oral, que originalmente esta-
antigo. Os primeiros registros fósseis datam de 600 a va voltada para a coluna d’água e passou a estar vol-
570 milhões de anos atrás, no início da Era Paleozóica (no tada para o substrato. Isso permitiu uma mudança no
Período Cambriano) ou mesmo antes, há 700 milhões hábito alimentar de grande parte do grupo, que pas-
de anos, no Pré-Cambriano (final da Era Proterozóica). sou de obrigatoriamente suspensívoro para herbívoro,
O conhecimento do registro fóssil dos Echinodermata é carnívoro ou onívoro. Assim, as novas formas puderam
complexo e ainda incompleto, embora mais de 13.000 explorar novos ambientes e diferentes recursos ali-
espécies fósseis já tenham sido descritas (Sprinkle, mentares tendo, ainda, a possibilidade de escapar de
1983; Hendler et al., 1995). Há uma grande dificuldade predadores (Lawrence, 1987).
no resgate do registro fóssil de algumas classes, cujo Os equinodermos são animais exclusivamente
esqueleto possui estruturas calcárias diminutas e dis- marinhos, com um desenvolvimento embrionário
persas na parede do corpo (Holothuroidea) ou estrutu- distinto da grande maioria de invertebrados. Tal ca-
ras que se desarticulam facilmente durante o processo racterística, entretanto, não os distingue de outros
de fossilização (Crinoidea, Asteroidea e Ophiuroidea). grupos animais. Entre as características exclusivas
Estima-se que já tenham existido cerca de 20 classes do grupo, a mais marcante é a simetria corporal do
de Echinodermata, surgidas entre 570 e 480 milhões adulto, baseada em cinco eixos radiais (simetria pen-
de anos (entre o Período Cambriano e o Ordoviciano). tarradial). Esse arranjo corporal é mais evidente nas
O clímax na diversidade do grupo ocorreu entre o Or- estrelas-do-mar e ofiuróides, embora esteja presente
Há ainda uma grande carência no conhecimento história de vida de vários grupos, na medida em que
do filo Echinodermata na costa brasileira. Isso se deve o estudo do material coletado pelo Programa REVIZEE
diretamente ao pequeno número de pesquisadores ao longo da costa brasileira for aprofundado.
dedicados a estudar o filo e a formar novos alunos.
Apesar da fauna costeira de equinodermos mais co- 9.2. Caracterização do grupo na costa
muns ser relativamente bem conhecida, ainda há mui- central brasileira
ta controvérsia a respeito da validade de espécies que
possuem uma grande variação morfológica, especial-
mente aquelas que possuem uma extensa distribuição 9.2.1. Composição da fauna e abundância
geográfica. das famílias no SCORE Central
Apesar do avanço no conhecimento da biologia
reprodutiva de várias espécies, ainda há muito que Os equinodermos aqui apresentados foram coleta-
conhecer para que se possa estabelecer com precisão dos nas seguintes campanhas do Programa REVIZEE:
medidas efetivas no delineamento de áreas de conser- SCORE Central II - Bentos (1997), Central - Bahia I - Pes-
vação ambiental e na preservação de espécies. ca (1999), Central - Bahia II - Pesca (2000),Central V
Em geral, a composição da fauna bentônica ain- - Bentos (2001) e Central VI - Bentos (2002). Foram re-
da é menos estudada nas costas brasileiras das regi- gistradas pelo menos 78 morfoespécies pertencentes
ões Nordeste e Norte. O mesmo ocorre para a fauna a 38 famílias (Tabela 1 e Anexos 1 e 2). Dentre essas
de Echinodermata. O Programa REVIZEE forneceu uma morfoespécies, 51 foram identificadas em nível espe-
excelente fonte para o estudo taxonômico de equi- cífico, 21 em nível de gênero e seis em nível de família
nodermos profundos que ocorrem ao largo da nossa devido às condições do material ou à necessidade de
costa. Espera-se, portanto, que ocorra um avanço tan- um maior aprofundamento taxonômico. Destacam-se,
to no conhecimento taxonômico dos equinodermos nesse caso, os ofiuróides das famílias Amphiuridae e
como na compreensão da filogenia, biogeografia e na Ophiotrichidae especialmente. Estas famílias são cos-
Tabela 1: Lista das espécies de Echinodermata coletadas nas campanhas do Score Central do Programa
REVIZEE.
Classe Crinoidea
Ordem Isocrinida Sievert-Doreck, 1952
Família Isocrinidae Gislén, 1924
Endoxocrinus maclearanus (Thomson, 1877)
Ordem Comatulida Clark, 1908
Família Tropiometridae H.A. Clark, 1908
Tropiometra carinata carinata (Lamarck, 1816)
Classe Asteroidea
Ordem Paxillosida Perrier, 1884
Família Astropectinidae Gray, 1840
Astropecten sp. Madsen, 1950
Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842
Astropecten cingulatus Sladen, 1883
Astropecten acutiradiatus Tortonese, 1956
Psilaster cassiope Sladen, 1889
Família Luidiidae Verrill, 1889
Luidia clathrata (Say, 1825)
Luidia alternata alternata (Say, 1825)
Família Goniopectinidae Verrill, 1889
Ordem Notomyotida Ludwig, 1910
Família Benthopectinidae Verrill, 1894
Cheiraster (Cheiraster) planus Verrill, 1915
Ordem Valvatida Perrier, 1884
Família Asterinidae Gray, 1840
Asterina sp. Nardo, 1834
Família Goniasteridae Forbes, 1841
Mediaster bairdi capensis Stimpson, 1857
Tosia parva (Perrier, 1881)
Nymphaster arenatus (Perrier, 1881)
Plinthaster dentatus Perrier, 1884
Rosaster alexandri Perrier, 1881
Família Oreasteridae Fisher, 1911
Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758)
Família Ophiodiasteridae Verril, 1867
Ophidiaster alexandri Verril, 1915
Este trabalho consiste na análise dos 4.735 es- - Bentos (1997), foram utilizados dois amostradores:
pécimes coletados durante as cinco campanhas reali- draga retangular e um pegador (Van Veen). Os espéci-
zadas no SCORE Central. O número de espécimes de mes da classe Ophiuroidea foram os mais amostrados
cada classe de Echinodermata coletados em cada cam- por esses aparelhos (Tabela 3).
panha encontra-se na Tabela 2. Na campanha Central II
Tabela 2: Número de espécimes de cada classe de Echinodermata coletados em cada campanha do Programa
REVIZEE.
Classes de Echinodermata
Campanhas Crinoidea Asteroidea Ophiuroidea Echinoidea Holothuroidea TOTAL
Central II - Bentos (1997) 7 15 1.412 111 3 1.548
Central - Bahia I - Pesca (1999) - 170 114 36 - 320
Central - Bahia II - Pesca (2000) - 116 62 143 - 321
Central V - Bentos (2001) 13 83 1.639 249 4 1.988
Central VI - Bentos (2002) 17 53 387 93 8 558
TOTAL 37 437 3.614 632 15 4.735
As classes Crinoidea e Holothuroidea foram as se sabe sobre as estratégias reprodutivas das espé-
que registraram menores riquezas e abundâncias. cies de profundidade. Apenas recentemente, as fases
Dentre os Crinoidea, duas famílias foram identificadas larvais de um crinóide pedunculado de profundida-
(Tropiometridae e Isocrinidae), sendo três indivíduos de (Metacrinus rotundus, da família Isocrinidae) foram
da espécie Tropiometra carinata carinata amostrados descritas (Nakano et al., 2003). Da mesma forma, as re-
na campanha Central II - Bentos (1997) e três espéci- lações de parentesco dentro da classe Crinoidea ainda
mes de Endoxocrinus maclearanus coletados na Cen- não estão claramente definidas (Cohen et al., 2004).
tral VI - Bentos (2002). Os outros espécimes coletados Foram registradas no Brasil, até o momento,
nas campanhas de 1997, 2001 e 2002 não foram iden- 40 espécies de holoturóides pertencentes a 11 famí-
tificados devido às más condições do material e/ou lias (Tommasi, 1999). Dentre os Holothuroidea regis-
aguardam um maior aprofundamento taxonômico. trados no SCORE Central, 28 espécimes do gênero
Até o momento, são conhecidas 15 espécies re- Scotoplanes (família Elpidiidae) e 37 indivíduos da fa-
centes de Crinoidea que ocorrem em águas brasileiras mília Holothuriidae (provisoriamente tipados como
(Tommasi, 1999). Mais estudos sobre a classe são ne- três espécies diferentes) foram coletados na campanha
cessários em todo o mundo. Ausich e Kammer (2001) de 2000 (Bahia II - Pesca). Quatro espécimes da família
enfatizam que os desafios atuais são numerosos, des- Phyllophoridae foram coletados na campanha de 2001
de a investigação da fauna em áreas pouco estuda- (Bentos - V). Em 2002 (campanha Bentos - VI), foram co-
das (para a compreensão da biogeografia do grupo), letados dois espécimes da família Phyllophoridae, um
passando por estudos de morfologia funcional e pela da família Holothuriidae, um da família Cucumaridae e
revisão taxonômica da fauna européia e norte-ameri- um espécime da família Chirodotidae.
cana, até a complementação de análises filogenéticas. Dentre os Asteroidea, as espécies das famílias
Apesar de admitirem a falta de conhecimento sobre as Astropectinidae e Goniasteridae foram as mais abun-
espécies de crinóides pedunculados, Améziane e Roux dantes, especialmente nas campanhas onde a rede
(1997) sugerem que a fauna de crinóides do Atlântico de fundo foi utilizada como equipamento de coleta
Sul seja formada pela dispersão de espécies caribe- (Central - Pesca Bahia I e Bahia II) (Figura 2) (Tabela 1).
nhas e de profundidade (batiais). Estas últimas não Em 1997, as famílias Astropectinidae e Ophidiasteridae
foram afetadas pelas mudanças ambientais ao lon- foram as mais abundantes nas coletas realizadas com
go do tempo geológico (como as variações no nível draga, enquanto as famílias Asteriidae e Asterinidae
do mar) e permaneceram nas bacias abissais, cadeias predominaram quando o amostrador utilizado foi o
submarinas e talude continental. No entanto, pouco pegador de Van Veen (Figura 3) (Tabela 2).
Figura 3: Porcentagens de indivíduos das famílias de Asteroidea coletadas com draga e pegador Van Veen
durante a campanha de 1997.
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A família Goniasteridae foi característica da re- em um menor número de estações (10) do que as es-
gião de quebra da plataforma continental e ocorreu pécies da família Astropectinidae (Figura 5).
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Figura 5: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Goniasteridae (Asteroidea)
coletadas no SCORE Central.
Dentre os Ophiuroidea, as famílias mais abun- tadas nas campanhas - Pesca Bahia I (1999) e Bahia II
dantes em todas as campanhas do SCORE Central (2000), nas quais a rede de fundo foi utilizada como
foram Amphiuridae, Ophiothrichidae, Ophiuridae e equipamento de coleta (Figura 6) (Tabela 1).
Asteronychidae, sendo as duas últimas mais represen-
Figura 6: Porcentagem de espécimes das famílias de Ophiuroidea coletados nas cinco campanhas do Programa
REVIZEE.
Figura 7: Porcentagem de indivíduos das famílias de Ophiuroidea coletados com draga retangular e pegador de
Van Veen na campanha de 1997.
A abundância e a distribuição das famílias pre- sentes em regiões costeiras (profundidades inferiores
dominantes de Ophiuroidea estão representadas nas a 200 m), na cadeia submarina Vitória-Trindade e em
figuras 8 a 13. A distribuição das famílias Amphiuridae, algumas estações mais profundas e da região de que-
Ophiotrichidae e Ophiocomidae foi ampla e bastante bra da plataforma continental (Figuras 8, 9 e 10).
semelhante. Espécimes dessas famílias estiveram pre-
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Figura 8: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Amphiuridae (Ophiuroidea)
coletadas no SCORE Central.
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Figura 12: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Ophiuridae (Ophiuroidea)
coletadas no SCORE Central.
A distribuição, a freqüência de ocorrência nas es- continental e em profundidades abaixo dos 1.000 m.
tações e a abundância (número de indivíduos) regis- Poucos indivíduos foram coletados em outra área, na
tradas para a família Asteronychidae foram inferiores região de quebra da plataforma continental, próxima
àquelas para as outras famílias de Ophiuroidea men- à cidade de Salvador (BA) (Figura 13). Esse é o primei-
cionadas anteriormente. Todos os espécimes foram ro registro da família Asteronychidae para o Brasil. As
coletados por arrastos de rede de fundo nas campa- duas espécies atuais conhecidas que compõem essa
nhas de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia II) (Figura família ocorreram nessas regiões (Asteronyx loveni e
6). A distribuição ficou concentrada na região ao largo Astrodia tenuispina, ver Tabela 1).
do estado do Espírito Santo, na quebra da plataforma
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Figura 13: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Asteronychidae
(Ophiuroidea) coletadas no SCORE Central.
Dentre os Echinoidea, as famílias Cidaridae e II) (Figura 14). Essa família foi representada por três
Echinothuriidae foram as mais abundantes (Figura 14, espécies, Eucidaris tribuloides, Stylocidadris lineata e
Tabela 2). Um maior destaque, no entanto, deve ser Tretocidaris cf. bartletti (ver Tabela 1), sendo as duas pri-
dado à família Cidaridae, pois esta foi a mais abundan- meiras as mais abundantes e freqüentes. Exemplares
te nas três campanhas de Bentos (1997, 2001 e 2002) da família Echinothuriidae foram capturados apenas
e também foi capturada por rede de arrasto de fundo por rede de arrasto de fundo durante as campanhas
nas campanhas de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia de 1999 e 2000 (Pesca - Bahia I e Bahia II) (Figura 14).
Figura 14: Porcentagem de espécimes das famílias de Echinoidea coletados nas quatro campanhas do
Programa REVIZEE.
Na campanha de 1997 (Bentos - Central II), a dra- meros moderados (máximo de 26 indivíduos em uma
ga retangular e o pegador de Van Veen amostraram estação), porém foram freqüentes (ocorreram em
quase que praticamente representantes das famílias muitas estações) (Figura 16). A espécie Eucidaris tri-
Cidaridae e Schizasteridae (Figura 15, Tabela 3). Nessa buloides ocorreu mais freqüentemente nas estações
ocasião, também ocorreu o predomínio das espécies mais rasas e na Cadeia Vitória-Trindade, ao contrário
da família Cidaridae. de Stylocidaris lineata que ocorreu nas estações do ta-
A distribuição das espécies da família Cidaridae lude (região de quebra da plataforma continental).
foi bastante ampla. Os espécimes ocorreram em nú-
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do Sul
Cadeia Vitória - Trindade
RJ
22°S
Cabo S.Tomé
24°S
Figura 17: Abundância (número de indivíduos) e distribuição das espécies da família Echinothuriidae
(Echinoidea) coletadas no SCORE Central.
2400
2200
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
Isocrinidae
Tropometridae
Asteriidae
Asterinidae
Programa REVIZEE.
Astropectinidae
Echinasteridae
Goniasteridae
Luidiidae
Ophidiasteridae
Oreasteridae
Benthopectinidae
Zoroasteridae
Amphiuridae
Asteronychidae
Ophiactidae
Gorgonocephalidae
Hemieuryalidae
Ophiochitonidae
Famílias
Ophionereididae
Ophiothrichidae
Ophiolepididae
Ophiuridae
Cidaridae
Clypeasteridae
Diadematidae
Mellitidae
Schizasteridae
Toxopneustidae
Brissidae
Lovenidae
Echinothuriidae
Phyllophoridae
Elpidiidae
Holothuriidae
Cucum ariidae
Figura 18: Distribuição batimétrica do número de famílias de cada classe do filo Echinodermata e o número
Chirodotidae
Figura 19: Distribuição batimétrica das principais famílias de Echinodermata registradas no SCORE Central do
Espécies
Tropiometra carinata carinata
Paraphormosoma alternans
Endoxocrinus maclearanus
Astropecten acutirradiatus
Ophioderma apressum
Astropecten cingulatus
Phormosoma placenta
Nymphaster arenatus
Ophioceramis januarii
Amphiodia planispina
Ophiolepis impressa
Ophioderma januari
Eucidaris tribuloides
Ophiothrix angulata
Ophiocoma wendtii
Rosaster alexandri
Tretocidaris barletii
Astrodia tenuispina
Ophiocoma pumila
Stylocidaris lineata
Plintaster dentatus
Psilaster cassiope
Asteronyx loveni
Chiridota rotifera
Scotoplanes sp
Ophiopsila riiei
Tosia parva
0
100
200
Profundidades (m)
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
Figura 20: Distribuição batimétrica das principais espécies de Echinodermata registradas no SCORE Central do
Programa REVIZEE.
O número acumulado de espécies ao longo de do que nas outras profundidades, o que pode estar de-
todas as profundidades amostradas revela que a com- terminando o padrão registrado, ou seja, o maior núme-
posição da fauna de Echinodermata cresce até o in- ro de espécies em menores profundidades. Além disso,
tervalo batimétrico de 600 m a 800 m e se estabiliza a deve-se também enfatizar que a utilização de diferentes
partir de 800 m até 1.800 m (Figura 21). amostradores na área estudada e suas freqüências amos-
Entretanto, é importante considerar o fato de que o trais também definem a quantidade e o tipo de organis-
esforço amostral nas profundidades mais rasas foi maior mo que será capturado (Holme & McIntyre, 1984).
35
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30
25
20
15
10
20-100 100-200 200-400 400-600 600-800 800-1000 1000-1800
Profundidades (m )
Figura 21: Número acumulado de espécies de Echinodermata coletadas nos diferentes intervalos batimétricos
estudados no SCORE Central do Programa REVIZEE.
0
Similaridade (Bray-Curtis)
20
40
60
80
100
1000-1800
100-200
200-400
400-600
600-800
800-1000
20-100
Profundidades (m)
Figura 22: Análise de agrupamento utilizando o Índice de Similaridade de Bray-Curtis em relação às espécies de
Echinodermata coletadas nos conjuntos de estações em cada intervalo batimétrico estudado no SCORE Central
do Programa REVIZEE.
2,5
2
Índices
1,5
0,5
0
20 -100 100 - 200 200 - 400 400 - 600 600 - 800 800 -1000 1000 - 1800
Profundidades (m)
Figura 23: Índices de riqueza (Margalef ), uniformidade (Pielou) e diversidade (Shanon-Wiener) das espécies de
Echinodermata coletadas nos conjuntos de estações em cada intervalo batimétrico estudado no SCORE Central
do Programa REVIZEE.
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Táxon Estações
Crinoidea
Isocrinidae
Endoxocrinus maclearanus (Thomson, 1877) C6-Y2
Isocrinidae C6-A1; C6-R2#1-1; C6-R2#1-2; C6-R3#1; C6-R4#1; C6-
Y2; C6-Y6
Tropiometridae
Tropiometra carinata (Lamarck, 1816) C2-11R; C2-15R; C2-29R
Asteroidea
Asteriidae
Coscinasterias tenuispina (Lamarck, 1816) C5-13R; C5-17R; C6-R1#1; C6-Y4
Asterinidae
Asterinidae C2-21R; C2-25R; C5-13R; C5-17R; C5-25R; C6-Y3
Astropectinidae
Astropectinidae C5-48R; C6-C13; C6-R1#1
Astropecten acutirradiatus Tortonese, 1956 BA-1 D0538
Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842 C5-51R; C6-Y1
Astropecten cingulatus Sladen, 1883 C5-38R; C5-51R; C6-R3#2-1; C6-R3#2-2; C6-Y1; C6-Y2
Astropecten spiniphorus Madsen, 1950 C2-3R
Astropecten sp. C5-2F; C5-3R; C2-5R; C5-16R; C2-46R; C6-A3; C6-Y1; C6-
Y2; BA-1 D0506; BA-1 D0538; BA-2 E0508; BA-2 E0517;
BA-2 E0529; BA-2 E0531
Psilaster cassiope Sladen, 1889 BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-2 E0499; BA-2 E0500;
BA-2 E0503; BA-2 E0510; BA-2 E0517; BA-2 E0526; BA-
2 E0538
Benthopectinidae
Cheiraster (Cheiraster) planus Verrill, 1915 BA-1 D0504; BA-1 D0506
Echinasteridae
Echinasteridae C6-Y1
Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842 C6-Y2
Echinaster sp. C2-20R; C5-5R; C5-36R
Goniasteridae
Goniasteridae BA-2 E0517; C6-A3
Mediaster bairdi capensis Stimpson, 1857 C2-37R
Nymphaster arenatus (Perrier, 1881) BA-1 D0503; BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-1 D0538
Plinthaster dentatus Perrier, 1884 BA-1 D0504; BA-1 D0506; BA-1 D0538; BA-2 E0508;
BA-2 E0517