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Terapia nutricional no paciente com hepatopatia Profª Me Christielle Félix Barroso Nutricionista Mestre em Nutrição e Saúde - CMANS Centro Universitário Estácio do Ceará Unidade: Via Corpvs Disciplina: Fisiopatologia da nutrição e Dietoterapia II Fígado Diafragmática Visceral Vesícula biliar Estômago Pâncreas Cuppari, 2009 – Nutrição nas DCNT Fígado Órgão central do metabolismo É a maior glândula do corpo humano Pesa de 1.200 a 1.500 g Posição anatômica: Circulação Portal (1500 ml de sangue venoso) e Circulação sistêmica. Responsável por mais de 500 reações de síntese e degradação de moléculas Cuppari, 2009 – Nutrição nas DCNT; DITEN, 2011 Bile Glicogênese Glicogenólise Gliconeogênese Metabolismo do colesterolFerro, Vit Lipossolúveis e B12 Albumina, Lipoproteínas e Fat coagulação Xenobióticos Lóbulo Hepático ► Unidade funcional do fígado, possui formato cilíndrico e é formado por lâminas hepatocelulares dispostas em torno da veia central. ► Os hepatócitos tem forma poligonal, são ricos em organelas. Vascularização do lóbulo Entre os lóbulos encontram- se os septos formados por canalículos biliares, vênulas e arteríolas que convergem p/ os sinusóides, irrigando o parênquima hepático. Veia central Vascularização do lóbulo Os sinusóides são constituídos de: ► Células endoteliais - fenestradas p/ fluxo de substâncias ► Cél. de Kuppfer - macrófagos grandes ► Cél. de Ito - sintetizam subs. precursoras de fibroblastos e colágeno ► Linfócitos Natural Killer - auxiliam na destruição de cél. neoplásicas ou proteínas virais Metabolismo hepático INTEGRIDADE FUNCIONAL DO FÍGADO É ESSENCIAL P/ USO DOS NUTRIENTES • Regula síntese e armazenamento do glicogênio, • Glicogenólise, • Glicólise e gliconeogênese, CHO Metabolismo hepático TCM: absorvido s/ sal biliar • -oxidação • Síntese de colesterol e ácido graxos, VLDL • Sal biliar • Cetogênese LipídeosLIP Metabolismo hepático • Síntese (albumina, fatores de coagulação, globina, glutamina, hormônios); • Enzimas p/ transaminação - TGO e TGP - transaminases que promovem a translocação do grupo amino; • Síntese de uréia; • Neoglicogênese a partir da alanina e glutamina; • Detoxicação da amônia; • Metaboliza AA aromáticos ProteínasPTN Funções hepáticas • Metabólicas • Armazenamento (vit. ADEK, Fe, Cu, glicogênio) • Excreção - bile, bilirrubina • Detoxicação - uréia a partir da amônia, drogas • Hematológica - fatores de coagulação, proteínas Formação de bile • Composição da Bile • Sais biliares • Fosfaditilcolina (lecitina) • Ácidos biliares • Bilirrubina • Colesterol • Fosfolipídios • Bicarbonato • Uréia • Na, K, Ca, Mg, Cl •Emulsificar gorduras • Neutralizar ácido gástrico • Excreção de colesterol e ácidos biliares • Excreção de bilirrubina •Detoxicação - drogas, amônia •Metabolismo de minerais e vitaminas •Armazenamento de vit. lipossolúveis • Fe, ferritina • Ativação de vitamina D Funções dos sais biliares Doenças hepáticas Lesões no parênquima hepático (agressão ou necrose celular) → Modif. resposta imunológica e regeneração nodular → comprometendo a estrutura dos hepatócitos e a capacidade funcional Agudas ou crônicas Causas: Agentes químicos, virais, farmacológicos ou outros componentes tóxicos Das doenças gastroenterológicas, a cirrose hepática é a 1ª em casos de óbitos Principais irritantes do Fígado XenobióticosEtanol Lipídeos Vírus Cuppari, 2009 – Nutrição nas DCNT; DITEN, 2011 Agentes Etiológicos Hepatopatia Aguda Hepatopatia Crônica Vírus A (VHA) X - Vírus B (VHB) X X Vírus C (VHC) X X Vírus D (VHD) X X Vírus E X X Medicamentos Acetaminofreno (Paracetamol) X - Halotano X - Distúrbios metabólicos Doença de Wilson (Cu) X X Hemacromatose (↑ abs. Fe) X X Galatosemia (galactose → glicose) - X Químico – álcool X X Doença secundária Cirrose biliar secundária - X Colangite esclerosante - X Fibrose cística - x x Fibrogênese Hepatócitos perdem vilosidades Ocorre ativação das células estreladas que se transformam em miofibroblastos e a célula começa produzir colágeno que se deposita na matriz extracelular. Alterações metabólicas nas hepatopatias CARBOIDRATOS •Hiperglicemia e int. à glicose (na ingestão de etanol) • degradação da insulina, aumenta resist. à insulina LIPÍDIOS • oxidação e oxidação periférica • Esteatose pela da síntese Apo, lipogênese • síntese sais biliares (má-absorção de gorduras) • Aumento da lipólise - hiperlipidemia x PROTEÍNAS • síntese albumina, fatores de coagulação (hemorragias) - hipoalbuminemia, aumento do catabolismo • síntese de uréia (aumento de amônia) • conc. aa ramificados (Leu, Val, Iso) no plasma, visto que estes são captados do músculo ( da insulina e captação pelo fígado) • conc. aa aromáticos (Phe, Thy, Tri) no plasma, pela da captação no fígado • síntese de colágeno e auto-anticorpos - fibrose hepática • Oxidação da leucina nos músculos • Síntese de falso neurotransmissores (octopamina e feniletanolamina – dopamina e norepinefrina) Alterações metabólicas nas hepatopatias Alterações metabólicas nas hepatopatias O gasto energético é bastante variável. Porém quando relacionado à massa magra, este gasto é superior ao normal. Alteração no Metabolismo Energético Deficiências de vitaminas e minerais prevalecem nas disfunções hepáticas, sobretudo qdo a etiologia for de origem alcoólica Alteração no Met. de Micronutrientes Alterações metabólicas nas hepatopatias • sais biliares reduz a absorção de vitaminas lipossolúveis • Inadequada ingestão de vitaminas e minerais devido álcool • Vitaminas A e D tem redução sérica em até 50% • Vit. A ( lipoproteínas, consumo, síntese diminuindo de RBP) • Deficiência de vitamina D, redução da hidroxilação • Deficiência de Zn, ácido fólico, selênio, cálcio, ferro Alteração no Met. de Micronutrientes Marcadores laboratoriais nas hepatopatias Alterações nas enzimas hepáticas: TGP / TGO aumento de 5 x chegando até 15x Fosfatase Alcalina e GGT (gama glutamil transferase) de 2 a 3 x maior • Enzima encontrada em ↑ [ ] fígado,músculo esquelético e cardíaco, pâncreas, eritrócitos. Qdo qq um desses tecidos é lesado, a TGO é liberada no sangue TGO • É encontrada apenas no citoplasma do fígado, então seu aumento é mais específico de lesão hepática. TGP • Enzima aumentada em lesões hepatocelulares em geral. Diferencia da hepatite viral e lesão isquêmica Desidrogenase láctica • Enzima encontrada em grande quantidade no fígado, rins pâncreas, intestino. Marcador sensível de Doença hepática GGT • Produto final da destruição da porção heme da Hb • A primeira a ser produzida é a BI, depois sofre processo de conjugação e passa a ser direta (BI - Aumento da degradação do Heme ou def. de conjugação e a BD - Deficiência na eliminação da B pela bile) Bilirrubina Definição: Inflamação do parênquima hepático resultante de agressões etiológicas diferentes: vírus tipo A, álcool, medicamentos Patologia • Degeneração das células do parênquima hepático • Necrose, proliferação das células de Kupfer, infiltração de células inflamatórias. • Hepatite crônica: > 6 meses = evolui para fraqueza, dor abdominal, anorexia, perda de peso, pericardite, diarreia e cirrose. Hepatites Hepatites – Hepatite A – Hepatite B – Hepatite C – Hepatite D – Hepatite E – Hepatite alcoólica – Hepatite autoimune – Hepatite medicamentosa Fases da Hepatite • Pré-icterícia: febre, calafrios,anorexia, fraqueza, cefaléia, aumento de bilirrubina •Fase ictérica: aumento de sintomas como anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diminui febre e após 6 semanas diminui a conc de bilirrubina. Urina escura • Pós-ictérica: após semanas ou meses, depende da resposta do organismo, vírus, etc. Cansaço, mal-estar. Transaminases - aumentadas, pois c/ necrose há extravasamento dos hepatócitos. TGO (Trans. glutâmico oxalacético) FA (Fosfatase alcalina) Doença hepática alcoólica (DHA) Dano hepático variável: resistência variável de pessoa para pessoa Consenso: ↑ quantidade e ↑ tempo → ↑ risco de desenvolver lesão ↑ risco de DHA CONSUMO: ♀ - 60 a 80g etanol/dia ♂ - 40 a 60g etanol/dia (10 anos) Ingestão alcoólica diária prolongada: 15 a 20 anos Ingestão esporádica de grande quantidade de álcool “farras alcoólicas” Fatores genéticos Sexo feminino: mais suscetível ao dano alcoólico Ingestão de bebidas alcoólicas com ↑ [etanol]: cachaça, uísque, vodka Ingestão de ≠ tipos de bebidas Fatores que aumentam o risco para DHA Cirrose: forma mais grave de DHA Teor de etanol em bebidas alcoólicas Bebida Unidade Volume (mL) Etanol (g) Cachaça Dose 50 17 Garrafa 660 220 Destilados (uísque, vodka) Dose 50 ~16 Aperitivos (Martini, Campari) Dose 50 ~8 Cerveja Copo 250 9 Lata 350 13 Garrafa 660 25 Vinho de mesa Cálice 120 1,7 Garrafa 750 10,5 Efeito tóxico do etanol no organismo Etanol Acetaldeído Acetato Desequilíbrio metabólico ↓ Gliconeogênese ↑ Lipogênese ↓ Oxidação de TG Efeito tóxico direto Necrose hepatocelular Hipoglicemia Esteatose hepática Excesso de NAD reduzido NAD NADH+ NAD NADH+ Álcool-desidrogenase Acetaldeído-desidrogenase Cuppari, 2009 – Nutrição nas DCNT Efeito tóxico do etanol no organismo (consumo excessivo – via alternativa) Etanol excessivo Acetaldeído NAD NADH+ Cuppari, 2009 – Nutrição nas DCNT Estresse Oxidativo: Produção ERO´s, Depleção de Glutationa, Peroxidação, Ativação de carcinógenos Indução do sistema SOME Citocromo P450 Deficiências de PTN, vitaminas e Minerais Distúrbios do Metabolismo lipídico: Alfa-hidroxilação, beta-oxidação, esterificação de ácidos graxos CYP 4A1 CYP 2E1 O2 leva a dano celular e tecidual e redução do CAC e energia usando o NADH+ Produção de colágeno e fibrose, mutações e necrose celular Metabolismo acelerado das drogas, maior degradação da testosterona e retinóides e desperdício de energia. Fisiopatologia da doença hepática AcetatoEtanol Oxidação DHA Desoxidação Consumo excessivo de etanol Esteatose hepática Hepatite alcoólica Fibrose perivenular Cirrose Esteatose hepática Esteatose: comum em 80% dos casos de ingestão excessiva de álcool, ocorrendo sempre que o consumo exceder 80g/dia Consumo de Etanol Expressão de citocinas pró-inflamatórias Expressão de citocinas antiinflamatórias IL-1 TGF- IL-6 TNF- IL-4 Estímulo às células de Ito > Produção de colágeno Fibrose Hepática Suplementação com S-adenosilmetionina, precursor da metionina que participa da síntese de glutationa Possibilidades terapêuticas para a DHA 2 Aumento do fornecimento de antioxidantes - RL Oferta de fosfolipídeos por meio de polienilfosfatidilcolina para ajudar na recuperação das membranas 3 1 Doença Hepática Gordurosa (‘esteatose hepática’) • Conceito – Acúmulo de gordura dentro dos hepatócitos • Esteatose microvesicular – disfunção hepática grave • Esteatose macrovesicular – Alterações patológicas crônicas – Na obesidade, doença hepática alcoólica, caquexia, hepatite C, resistência à insulina e DM Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA) Etiopatogenia Mecanismos fisiopatológicos Obesidade ↑ da captação hepática de AG associada à resistência à insulina e hiperinsulinemia DM2 e resistência à insulina ↑ da captação hepática de AG associada à resistência à insulina e hiperinsulinemia Dismotilidade intestinal associada ao supercrescimento bacteriano ↑ expressão de TNF- induzindo estresse oxidativo Hiperlipidemia ↑ da captação de AG Cirurgia para obesidade e outras Esteatose persistente Causas de rápida perda de peso, como ressecções intestinais Desnutrição, deficiência de nutrientes e de PTN Redução da glutationa peroxidase NPT prolongada Deficiência de micronutrientes Sobrecarga de glicose Uso de drogas (tamoxifeno, corticosteróides, amiodarona, perexilina) Dano mitocondrial Tratamento nutricional Reversão da desnutrição Melhora do prognóstico (retardar complicações) Favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento dos nutrientes Atender necessidades orgânicas – ganho de peso Aporte de aa adequado para regeneração hepática – cuidar encefalopatia (AACR) • Estimular: – 3-5 porções de frutas/dia – Ingestão de carnes magras, aves ou peixe; – Ingestão de leguminosas em pelo menos 1 refeição; – Consumo de castanhas, nozes, brócolis, cebola, cereais integrais. (ricos em zinco e selênio) – Consumo de 1 cálice suco de uva integral/farinha de casca uva • Evitar: – Consumo de alimentos gordurosos e hipercalóricos – Jejum prolongado – propiciar o acúmulo de gordura hepática – Não consumir 4 doses ou mais de álcool ao dia – Ingestão de mais de dois ovos por dia – Evitar o excesso de preparações contendo ovos Tratamento nutricional Hepatite Crônica O paciente deve ter pelo menos 6 meses de hepatite em curso ou evidência bioquímicas e clínicas de doença hepática com achados de biópsia confirmatórios de inflamação hepática não resolvida (LINDSAY & HOOFNAGLE, 2004) Causas da Hepatite Crônica Autoimune Viral Metabólica Tóxica Sintomas da Hepatite Crônica Fadiga Distúrbio do sono Dificuldade de concentração Dor moderada Icterícia Perda muscular Urina escura Ascite / Edema Encefalopatia hepática Sangramento TGI Esplenomegalia Eritema / Angioma em aranha Cirrose Hepática • Conceito – Doença hepática crônica decorrente de necrose difusa e regeneração do tecido, levando a aumento na formação de tecido fibroso destruindo a estrutura hepática normal, com alterações das funções celulares e dos sistemas de drenagem sanguínea e biliar Cirrose Hepática Doença hepática crônica oriunda de necrose e regeneração difusa do fígado Aumento na formação de tecido fibroso Rompimento da estrutura hepática normal e perda da função hepática Compressão do fluxo de sangue, linfa e bile através do fígado Fornecimento deficiente de oxigênio, nutrientes e outras substâncias produzidas no fígado (bile, bilirrubina) Cirrose Hepática - Doença hepática terminal Pode evoluir para insuficiência hepática e carcinoma hepático Instalação do tecido inativo fibroso ↓ Alteração do parênquima, distorção dos sinusóides e obstrução do fluxo Cirrose Hepática Fígado normal Fígado cirrótico Cirrose Hepática - Testes Funcionais ↑ Bilirrubina ↓ PTN totais e fibrinogênio ↓ tempo de protrombina ↓ Ureia ↑ TG séricos e colesterol ↑ TGO (AST), TGP (ALT), FA ↓ albumina Cirrose Hepática - Classificação etiológica Consumo crônico de álcool Hepatite viral Drogas Substâncias tóxicas Colestase prolongada Cirurgia de derivação intestinal Cirrose Hepática - Complicações da Cirrose • Icterícia • Hipertensão Portal • Ascite • Esplenomegalia • Síndrome Pulmonar e Hepato – Renal • Encefalopatia hepáticaFase compensada: Paciente geralmente assintomático ou queixas inesperadas (perda de peso ou distúrbios digestivos) Fase descompensada: Paciente com ascite, aranhas vasculares (spiders), ginecomastia, icterícia, hemorragia digestiva, infecções bacterianas e encefalopatia hepática Cirrose Hepática ICTERÍCIA • Depósito de bilirrubina na pele e mucosas do corpo. • O fígado é o responsável pela metabolização e eliminação • O excesso significa deficiência hepática • No objetivo de se adaptar ao excesso de bilirrubina o organismo deposita na pele e mucosa dos órgãos, sendo um processo temporário. Cirrose Hepática HIPERTENSÃO PORTAL • Obstrução do fluxo de sangue no sistema venoso portal no fígado, por pressão anormal sobre os vasos • Pode resultar em varizes no TGI – Sangramentos frequentes 70% da oxigenação hepática Fluxo de 1 a 1,2 L/min Síntese e metabolismo Defesa contra toxinas Cirrose ASCITE Cirrose Aumento líquido cavidade peritoneal Exsudação de líquidos Hipoalbuminemia Hipertensão portal (80%) ASCITE Depleção de fluidos Aumento da aldosterona Retenção de H2O e Na Acúmulo de líquidos na cavidade abdominal (peritoneal) Tratamento: Paracentese Obtenção de material para análise Alívio do doente • Esclerótica ictérica • Eritema palmar • Cabeça de medusa (umbigo) • Ascite • Distribuição alterada de pelos • Atrofia testicular • Angioma aracniforme • Icterícia • Perda muscular • Encefalopatia • Varizes Esofágicas • Hipertensão Portal Cirrose Consiste no aumento do volume do baço decorrente do aumento na pressão venosa. Quando o baço aumenta de tamanho, a sua capacidade de reter e armazenar células sanguíneas aumenta. A esplenomegalia pode reduzir o número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas circulantes (levando, respectivamente, a anemia, leucopenia e plaquetopenia) ESPLENOMEGALIA Cirrose Ascite acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Cirrose Cirrose • Condição clínica grave, que consiste em uma rápida deterioração da função renal em pessoas com cirrose devido à diminuição da TFG. • Constrição dos vasos sanguíneos dos rins e a dilatação dos vasos da circulação, que irriga os intestinos. • A deterioração da função renal é quantificada por uma elevação do nível de creatinina no sangue ou pela diminuição de sua depuração na urina SÍNDROME HEPATO-RENAL Implicações nutricionais na cirrose Carboidratos • Glicemia normal, aumentado ou diminuído • Glucagon, resistência a insulina, aumento de TNF e IL-1, redução de IGF- 1 e na capacidade de armazenamento de glicogênio Proteínas • Hipoalbuminemia, edema e ascite • Comprometimento das funções de transporte • Relação de BCCA – AAA anormal • Baixos níveis de uréia • Hiperamonemia Lipídios • Má absorção de gordura • Colesterol aumentado (colestase), diminuído (desnutrição) e cirrose (normal) • Elevação dos níveis de triglicerídeos Implicações nutricionais na cirrose Detoxificação • Ação prolongada de medicamentos • Resposta inflamatória Outras alterações • Icterícia • Alterações no metabolismo dos estrogênios e androgênios • Deficiência de vitamina K (hemorragias) • Deficiência de vitamina D • Baixas reservas de B12 e folato • retenção de água e sódio, com ascite e edema devido ao hiperaldosteronismo Síndrome clínica que se desenvolve na hepatopatia avançada, caracterizada por atividade mental prejudicada, distúrbios neuromusculares e consciência alterada. Excesso de produtos tóxicos provenientes da alimentação e do próprio fígado, que deveria eliminá-las. A encefalopatia surge quando o fígado torna-se incapaz de eliminar ou transformar esses tóxicos pela destruição das suas células Encefalopatia hepática • Aumento da produção de amônia • Ingestão proteica alta • Constipação • Restrição hídrica • Sangramento GI • Infecção (aumento do catabolismo proteico) • Transfusão de sangue • Alcalose (produção aumentada de amônia) • Cirurgia Encefalopatia hepática No cérebro o excesso de amônia, juntamente c/ α-cetoglutarato (ciclo de Krebs), forma glutamina que aumenta a permeabilidade das membranas das células nervosas e promove a entrada dos aa aromáticos, que formam falsos neurotransmissores (octapanina e feniletanolamina) que irão causar inibição nervosa com distúrbio da função neuromuscular. AA AROMÁTICOS Falsos neurotransmiss ores Mecanismos fisiopatológicos da encefalopatia hepática Mecanismos fisiopatológicos da encefalopatia hepática Paracenteses (alívio ou diagnóstico) ↓ Diarreia e vômitos ↓ Distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos ↓ Função dos hepatócitos ↓ ↓ Detoxificação hepática ↓ ↑ Toxinas na circulação ↓ Anormalidades metabólicas no SNC ENCEFALOPATIA HEPÁTICA ↓ Níveis de AACR ↑ Níveis de AAA ↓ Produção de falsos neurotransmissores ↑ Síndrome de amônia renal ↑ ↓ Perda de potássio na urina ↑ Alcalose metabólica ↑ Uso de diurético ↑ Plasmáticos de amônia, ácidos graxos de cadeia curta e mercaptanas ↑ Captação pelo SNC ↑ ↑ amônia e compostos nitrogenados ↑ Sangramento gastrointestinal Ingestão de PTN excessiva ↓ ↑ Substâncias nitrogenadas Grau Sintomas I Confusão leve, agitação, irritabilidade, distúrbio do sono, atenção diminuída, tremor e escrita alterada Confusão metal moderada e oscilações de humor II Letargia, desorientação, tontura, fala arrastada, redução do tônus muscular Alterações na personalidade, comportamento alterado, redução da memória, oscilação do humor III Sonolência despertável, fala incompreensível, confusão mental grave, agressão quando acordado, rigidez muscular Paranóia e delírios IV Pupilas dilatadas Coma Perda da consciência Estágios de encefalopatia hepática Critérios de West-Haven Estágio 1: Confusão mental Agitação Irritabilidade Distúrbio do sono Déficit de atenção Estágio 2: Letargia Desorientação Comportamento impróprio Sonolência Estágio 3: Sonolência mas responde à solicitação Confuso Comportamento agressivo Estágio 4: Coma Encefalopatia hepática A amônia livre favorece o transporte dos AAA para dentro do SNC Pacientes portadores de doença hepática terminal têm proporções relativamente elevadas de AAA (Phe, Tirosina, Triptofano) Como tratar? Formulações enterais e parenterais com baixos níveis de AAAR NH3 Papel fundamental nesses distúrbios Evitar catabolismo protéico (evitar excesso de amônia) DESNUTRIÇÃO Ingestão oral inadequada; Anorexia: Saciedade precoce (ascite); Náusea; Vômito; Restrições dietéticas (sódio); Má digestão; Má absorção (esteatorréia); Metabolismo anormal dos macro e micronutrientes; Cirrose Cirrose • Índice de Maastricht (IM): IM = 20,68 – (2,4 x albumina plasmática [g/dL]) – (0,1921 x pré-albumina [mg/dL]) – (0,00186 x linfócitos totais [células/mm3]) – (4 x [peso atual/peso ideal]) Indicadores de Risco de Desnutrição O Peso Ideal (PI) para cálculo do percentual de peso ideal foi obtido pela equação: PI = 22 x A² Pontos de corte para o diagnóstico de desnutrição: • IM > 0 a 3 - Indica que o paciente é levemente desnutrido • IM > 3 a 6 - Indica que o paciente é moderadamente desnutrido • IM > 6 - Indica que o paciente é gravemente desnutrido (DITEN, 2011) Cirrose Indicadores de Risco de Desnutrição • Índice de Risco Nutricional (IRN): IRN = (1,519 x albumina plasmática [g/ dL]) + 41,7 x (peso atual/ peso usual).O peso usual foi definido como o peso mais estável do paciente em seis ou mais meses anterior à avaliação. Pontos de corte para o diagnóstico de desnutrição: • IRN > 100 - Indica ausência de desnutrição ou seja, o paciente é bem nutrido; • IRN = 97,5 a 100 - Indica que o paciente é levemente desnutrido; • IRN = 83,5 a 97,4 - Indica que o paciente é moderadamente desnutrido; • IRN < 83,5 - Indica que o paciente é gravemente desnutrido. (DITEN, 2011) OBRIGADA! Atividade casa – DITEN, 2011. Terapia Nutricional nas Doenças Hepáticas Crônicas e Insuficiência Hepática
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