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METROLOGIA

Metrologia 2

SUMARIO
1. METROLOGIA .................................................................................................................................................. 4
1.1. Um Breve Histórico das Medidas ..................................................................................................... 4
1.2. Medidas Inglesas .............................................................................................................................. 8
1.3. Padrões do Metro no Brasil / 1.4. Múltiplos e Submúltiplos do Metro .......................................... 9
1.5. Verificando o Entendimento - Exercícios ....................................................................................... 10
1.6. O Sistema Inglês / 1.7. Leitura de Medida em Polegada .............................................................. 11
1.8. Sistema Inglês – Fração Decimal / 1.9. Conversões ...................................................................... 12
1.10. Conversão de Milímetro em Polegada ......................................................................................... 13
1.11. Representação Gráfica ................................................................................................................. 14

2. TERMINOLOGIA E CONCEITOS DE METROLOGIA ......................................................................................... 15


2.1. Metrologia / Instrumentação / 2.2. O Procedimento de Medir – Medição ................................ 15
2.3. Importância da Qualific. dos Instrumentos / 2.4. Qualific. dos Instrumentos de Medição ......... 18
2.5. Normas de Calibração / 2.6. Verificando o Entendimento – Exercícios ...................................... 19

3. RÉGUA GRADUADA, METRO E TRENA .......................................................................................................... 21


3.1. Introdução / 3.2. Régua Graduada / 3.3. Régua de Encosto Interno ........................................ 21
3.4. Régua sem Encosto / 3.5. Régua com Encosto / 3.6. Régua de Profundidade ......................... 22
3.7. Régua de Dois Encostos / 3.8. Régua Rígida de Aço-carbono com Seção Retangular ................. 23
3.9. Características / 3.10. Leitura no Sistema Métrico ...................................................................... 23
3.11. Leitura no Sistema Inglês de Polegada Fracionária ...................................................................... 24
3.12. Metro Articulado .......................................................................................................................... 25
3.13. Trena ............................................................................................................................................ 26
3.14. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 27

4. PAQUÍMETRO: TIPOS E USOS ........................................................................................................................ 32


4.1. Paquímetro ..................................................................................................................................... 32
4.2. Tipos e Usos / 4.3. Paquímetro Universal com Relógio / 4.4. Paquímetro com Bico Móvel ..... 33
4.5. Paquímetro de Profundidade / 4.6. Paquímetro Duplo .............................................................. 34
4.7. Paquímetro Digital / 4.8. Traçador de Altura / 4.9. Princípio do Nônio .................................... 35
4.10. Cálculo de Resolução .................................................................................................................... 36
4.11. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 37

5. PAQUÍMETRO: SISTEMA MÉTRICO ................................................................................................................ 39


5.1. Leitura no Sistema Métrico ............................................................................................................ 39
5.2. Verificando o Entendimento – Exercícios ........................................................................................ 40

6. PAQUÍMETRO: SISTEMA INGLÊS.................................................................................................................... 44


6.1. Leitura de Polegada Milesimal / 6.2. Leitura de Polegada Fracionária ........................................ 44
6.3. Colocação de Medida no Paquímetro em Polegada Fracionária .................................................... 48
6.4. Verificando o Entendimento – Exercícios ........................................................................................ 49

7. PAQUÍMETRO: CONSERVAÇÃO .................................................................................................................... 53


7.1. Erros de Leitura / 7.2. Paralaxe .................................................................................................... 53
7.3. Pressão de Medição / 7.4. Erros de Influências Objetivas (Erros do Instrumento) ..................... 54
7.5. Técnica de Utilização do Paquímetro ............................................................................................. 56

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7.6. Recomendações Especiais Para Uso do Paquímetro ...................................................................... 57


7.7. Conservação ................................................................................................................................... 59
7.8. Verificando o Entendimento – Exercícios ........................................................................................ 60

8. MICRÔMETRO: TIPOS E USOS ....................................................................................................................... 61


8.1. Origem e Função do Micrômetro / 8.2. Princípio de Funcionamento ......................................... 61
8.3. Nomenclatura / 8.4. Vamos Ver os Principais Componentes de um Micrômetro ....................... 62
8.5. Características / 8.6. Micrômetro de Profundidade .................................................................... 63
8.7. Micrômetro com Arco Profundo / 8.8. Micrômetro com Disco na Hastes .................................. 64
8.9. Micrômetro Para Medição de Roscas ............................................................................................ 64
8.10. Micrômetro com Contato em Forma de V / 8.11. Micrômetro Para Medir Parede de Tubos .. 65
8.12. Micrômetro Contador Mecânico .................................................................................................. 65
8.13. Micrômetro Digital Eletrônico / 8.14. Verificando o Entendimento – Exercícios ...................... 66

9. MICRÔMETRO: SISTEMA MÉTRICO .............................................................................................................. 68


9.1. Micrômetro com Resolução de 0,01mm ........................................................................................ 68
9.2. Micrômetro com Resolução de 0,001mm ...................................................................................... 69
9.3. Verificando o Entendimento – Exercícios ........................................................................................ 71

10. MICRÔMETRO: SISTEMA INGLÊS ................................................................................................................ 75


10.1. Leitura no Sistema Inglês ............................................................................................................. 75
10.2. Micrômetro com Resolução .0001” / 10.3. Calibração (Regulagem da Bainha) ........................ 76
10.4. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 77

11. MICRÔMETRO INTERNO ............................................................................................................................. 79


11.1. Tipos de Micrômetro Interno / 11.2. Micrômetro Interno de Três Contatos ............................ 79
11.3. Micrômetro Interno de Três Contatos com Pontas Intercambiáveis ........................................... 79
11.4. Micrômetro Interno Tubular ........................................................................................................ 80
11.5. Micrômetro Tipo Paquímetro ...................................................................................................... 81
11.6. Verificando o Entendimento – Exercícios ...................................................................................... 82

12. RELÓGIO COMPARADOR ............................................................................................................................ 83


12.1. O Relógio Comparador ................................................................................................................. 83
12.2. Relógio Comparador Eletrônico / 12.3. Mecanismos de Amplificação ..................................... 85
12.4. Condições de Uso / 12.5. Aplicações dos Relógios Comparadores ........................................... 87
12.6. Conservação / 12.7. Relógio com Ponta de Contato de Alavanca .............................................. 89
12.8. Conservação .................................................................................................................................. 90
12.9. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 91

13. GONIÔMETRO ............................................................................................................................................ 95


13.1. Introdução .................................................................................................................................... 95
13.2. Cálculo da Resolução .................................................................................................................... 96
13.3. Leitura do Goniômetro / 13.4. Conservação ............................................................................. 97
13.5. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 98

14. RÉGUA E MESA DE SENO ........................................................................................................................... 100


14.1. Régua de Seno ............................................................................................................................ 100
14.2. Mesa de Seno ............................................................................................................................. 101
14.3. Técnica de Utilização / 14.4. Medição de Pequenos Ângulos ................................................. 102
14.5. Verificando o Entendimento – Exercícios ................................................................................... 103

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1. METROLOGIA

1.1. UM BREVE HISTÓRICO DAS MEDIDAS

Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos?

As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano,


que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser
verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o
palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.

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Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje.


Veja os seus correspondentes em centímetros:

 1 polegada = 2,54 cm
 1 pé = 30,48 cm
 1 jarda = 91,44 cm

O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da


humanidade. E lá, no Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com
dimensões muito específicas, medidas em côvados.

O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três
palmos, aproximadamente, 66 cm.

Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais
padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as
medições.
Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam, como padrão de medida de comprimento,
o cúbito: distância do cotovelo à ponta do dedo médio.

Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para
outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas.
Para serem úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos.

Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do


próprio corpo, eles passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo
comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão.

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Com o tempo, as barras passaram a ser construídas de madeira, para facilitar o


transporte. Como a madeira logo se gastava, foram gravados comprimentos equivalentes a
um cúbito-padrão nas paredes dos principais templos. Desse modo, cada um podia conferir
periodicamente sua barra ou mesmo fazer outras, quando necessário.

Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos
eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.

Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão de medidas. A


Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma barra
de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbada na parede externa do
Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o cúbito-padrão, cada
interessado poderia conferir seus próprios instrumentos. Uma toesa é equivalente a seis pés,
aproximadamente, 182,9 cm.

Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser
refeito. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é,
que pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser facilmente copiada, constituindo um
padrão de medida. Havia também outra exigência para essa unidade: ela deveria ter seus
submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O sistema decimal já havia sido
inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo. Finalmente, um sistema com essas
características foi apresentado por Talleyrand, na França, num projeto que se transformou em
lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790.

Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima
parte de um quarto do meridiano terrestre.

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Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa
medir).
Os astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o
meridiano. Utilizando a toesa como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e
Montjuich (Espanha). Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que foi materializada
numa barra de platina de secção retangular de 4,05 x 25mm. O comprimento dessa barra era
equivalente ao comprimento da unidade padrão metro, que assim foi definido:

 Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.

Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro
dos arquivos.
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do
meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi
substituída por uma segunda:

 Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos


Arquivos da França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero
grau Celsius.

Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente
obtida com o gelo fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema
métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se,
então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.

Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou-se que


o metro dos arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das
faces não era assim tão perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a
barra também não era suficientemente rígida.

Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, que recebeu:


 seção transversal em X, para ter maior estabilidade;
 uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável;
 dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.

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Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:

 Metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície


neutra do padrão internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional des
Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressão
atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão.

Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa


temperatura que o metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo
comprimento do padrão que se encontra na França, na temperatura de zero grau Celsius.
Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é
recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª
Conferência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), em sua resolução 3/84, assim definiu o
metro:

 Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo

de tempo de de segundo.

É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior
exatidão o valor da mesma unidade: o metro.

1.2. MEDIDAS INGLESAS

A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um sistema


de medidas próprio, facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua
sociedade.
Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser
o mais usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo

0,91440 m. As divisões da jarda (3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter
seus valores expressos no sistema métrico:

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 1 yd (uma jarda) = 0,91440 m


 1 ft (um pé) = 304,8 mm
 1 inch (uma polegada) = 25,4 mm

1.3. PADRÕES DO METRO NO BRASIL

Em 1826, foram feitas 32 barras-padrão na França. Em 1889, determinou-se que a


barra nº 6 seria o metro dos Arquivos e a de nº 26 foi destinada ao Brasil.
Este metro-padrão encontra-se no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

1.4. MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO METRO

A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI).

MÚLTIPLOS E SUBMULTIPLOS DO METRO


Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Exâmetro Em 10 18 = 1 000 000 000 000 000 000 m
Peptâmetro Pm 10 15 = 1 000 000 000 000 000 m
Terâmetro Tm 10 12 = 1 000 000 000 000 m
Gigâmetro Gm 10 9 = 1 000 000 000 m
Megâmetro Mm 10 6 = 1 000 000 m
Quilômetro Km 10 3 = 1 000 m
Hectômetro Hm 10 2 = 100 m
Decâmetro Dam 10 1 = 10 m
Metro m 1=1m
Decímetro dm 10 -1 = 0,1 m
Centímetro cm 10 -2 = 0,01 m
Milímetro mm 10 -3 = 0,001 m
Micrômetro m 10 -6 = 0,000 001 m
Nanômetro nm 10 -9 = 0,000 000 001 m
Picômetro pm 10 -12 = 0,000 000 000 001 m
Fentômetro fm 10 -15 = 0,000 000 000 000 001 m
Attômetro am 10 -18 = 0,000 000 000 000 000 001 m

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1.5. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Marque com um X a resposta correta.

Exercício 1: A ciência das medidas e das medições denomina-se:


a) ( ) simbologia;
b) ( ) fisiologia;
c) ( ) metrologia;
d) ( ) numerologia.

Exercício 2: A polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo são unidades de


medição:
a) ( ) estatísticas;
b) ( ) recentes;
c) ( ) inadequadas;
d) ( ) primitivas.

Exercício 3: Os egípcios e os franceses usaram como unidade de medida,


respectivamente:
a) ( ) passo e toesa;
b) ( ) toesa e pé;
c) ( ) cúbito e toesa;
d) ( ) cúbito e passo.

Exercício 4: O padrão do metro em vigor no Brasil é recomendado pelo:


a) ( ) INMETRO;
b) ( ) IPT;
c) ( ) BIPM;
d) ( ) INT.

Exercício 5: Os múltiplos e submúltiplos do metro estão entre:


a) ( ) metro e micrômetro;
b) ( ) exâmetro e attômetro;
c) ( ) quilômetro e decâmetro;
d) ( ) metro e milímetro.

Exercício 6: Um sistema totalmente diferente do sistema métrico é o:


a) ( ) japonês;
b) ( ) francês;
c) ( ) americano;
d) ( ) inglês.

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1.6. O SISTEMA INGLÊS

O sistema inglês tem como padrão a jarda. A jarda também tem sua história. Esse
termo vem da palavra inglesa yard que significa “vara”, em referência a uso de varas nas
medições. Esse padrão foi criado por alfaiates ingleses.

No século XII, em consequência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado
pelo rei Henrique I. A jarda teria sido definida, então, como a distância entre a ponta do nariz
do rei e a de seu polegar, com o braço esticado. A exemplo dos antigos bastões de um cúbito,
foram construídas e distribuídas barras metálicas para facilitar as medições. Apesar da
tentativa de uniformização da jarda na vida prática, não se conseguiu evitar que o padrão
sofresse modificações.

As relações existentes entre a jarda, o pé e a polegada também foram instituídas por


leis, nas quais os reis da Inglaterra fixaram que:
 1 pé = 12 polegadas
 1 jarda = 3 pés
 1 milha terrestre = 1.760 jardas

1.7. LEITURA DE MEDIDA EM POLEGADA

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais a: 2, 4, 8,16, 32,


64, 128... Temos, então, as seguintes divisões da polegada:

(meia polegada)

(um quarto de polegada)

(um oitavo de polegada)

(um dezesseis avos de polegada)

(um trinta e dois avos polegada)

(um sessenta e quatro avos de polegada)

(um cento e vinte oito avos de polegada)

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Os numeradores das frações devem ser números ímpares:

, , , , ...
Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração:

:2 =

:8 =

1.8. SISTEMA INGLÊS – FRAÇÃO DECIMAL

A divisão da polegada em submúltiplos de , , ... , em vez de facilitar,


complica os cálculos na indústria.
Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a polegada
subdivide-se em milésimo e décimos de milésimo.

Exemplo:
a) 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos
b) 1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de milésimos
c) .725" = 725 milésimos de polegada

Note que, no sistema inglês, o ponto indica separação de decimais.


Nas medições em que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de
polegada, também chamada de micro polegada.
Em inglês, “micro inch”. É representado por μ inch.

Exemplo:
.000 001" = 1 μ inch

1.9. CONVERSÕES

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos
utilizados, deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).

Para converter polegada fracionária em milímetro, deve-se multiplicar o valor em


polegada fracionária por 25,4.

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Exemplos:

a) 2" = 2 x 25,4 = 50,8mm

b) = = = 9,525mm

1.10. CONVERSÃO DE MILÍMETRO EM POLEGADA

A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo-se o valor em


milímetro por 25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador
de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um número inteiro, deve-
se arredondá-lo para o número inteiro mais próximo.

Exemplos:

a) 12,7 mm

12,7mm

Simplificando: = = = = = =

b) 19,8mm

19,8mm arredondando:

Simplificando: = =

REGRA PRÁTICA - Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o


valor em milímetro por 5,04, mantendo-se 128 como denominador. Arredondar, se
necessário.

Exemplos:

a) arredondando: Simplificando:

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b) arredondando: Simplificando:

Observação: O valor 5,04 foi encontrado pela relação = 5,03937 , que


arredondada é igual a 5,04.

A polegada milesimal é convertida em polegada fracionária quando se multiplica a


medida expressa em milésimo por uma das divisões da polegada, que passa a ser o
denominador da polegada fracionária resultante.

Exemplo:
Escolhendo a divisão 128 da polegada, usaremos esse número para:
• multiplicar a medida em polegada milesimal: .125" x 128 = 16";

= =

• figurar como denominador (e o resultado anterior como numerador):

Outro exemplo:
Converter .750" em polegada fracionária

Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4.

1.11. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser
melhor compreendida graficamente.

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2. TERMINOLOGIA E CONCEITOS
DE METROLOGIA

2.1. METROLOGIA / INSTRUMENTAÇÃO

Inicialmente, vamos estabelecer a definição a dois termos atualmente bastante


citados, mas entendidos dos mais diferentes modos:

 Metrologia é a ciência da medição. Trata dos conceitos básicos, dos métodos, dos
erros e sua propagação, das unidades e dos padrões envolvidos na quantificação de
grandezas físicas.
 Instrumentação é o conjunto de técnicas e instrumentos usados para observar, medir
e registrar fenômenos físicos. A instrumentação preocupa-se com o estudo, o
desenvolvimento, a aplicação e a operação dos instrumentos.

2.2. O PROCEDIMENTO DE MEDIR - MEDIÇÃO

Medir é o procedimento pelo qual o valor momentâneo de uma grandeza física


(grandeza a medir) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade
estabelecida como padrão.

Medida

A medida é o valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no


instante da leitura. A leitura é obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição à
leitura e é expressa por um número acompanhado da unidade da grandeza a medir.

Erros de medição

Por razões diversas, toda medição pode apresentar erro. O erro de uma medida é
dado pela equação:

E = M - VV

onde:
E = Erro
M = Medida
VV = Valor verdadeiro

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Os principais tipos de erro de medida são:

 Erro sistemático: é a média que resultaria de um infinito número de medições do


mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade, menos o valor
verdadeiro do mensurando.

 Erro aleatório: resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito
número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de
repetitividade. O erro aleatório é igual ao erro menos o erro sistemático.

 Erro grosseiro: pode decorrer de leitura errônea, de operação indevida ou de dano no


sistema de medição. Seu valor é totalmente imprevisível, podendo seu aparecimento
ser minimizado no caso de serem feitas, periodicamente, aferições e calibrações dos
instrumentos.

Fontes de erros

Um erro pode decorrer do sistema de medição e do operador, sendo muitas as


possíveis causas. O comportamento metrológico do sistema de medição é influenciado por
perturbações externas e internas.

Fatores externos podem provocar erros, alterando diretamente o comportamento do


sistema de medição ou agindo diretamente sobre a grandeza a medir.

O fator mais crítico, de modo geral, é a variação da temperatura ambiente. Essa


variação provoca, por exemplo, dilatação das escalas dos instrumentos de medição de
comprimento, do mesmo modo que age sobre a grandeza a medir, isto é, sobre o
comprimento de uma peça que será medida.

A variação da temperatura pode, também, ser causada por fator interno.

Exemplo típico é o da não estabilidade dos sistemas elétricos de medição, num


determinado tempo, após serem ligados. É necessário aguardar a estabilização térmica dos
instrumentos/equipamentos para reduzir os efeitos da temperatura.

Curvas de erro

No gráfico de curva de erro, os erros são apresentados em função do valor indicado


(leitura ou medida). O gráfico indica com clareza o comportamento do instrumento e prático
para a determinação do resultado da medição.

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Correção

É o valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma medição, para


compensar um erro sistemático.
Sabendo que determinada leitura contém um erro sistemático de valor conhecido, é
oportuno, muitas vezes, eliminar o erro pela correção C, adicionada à leitura.

Lc = L + C

onde:
C = Correção
L = Leitura
Lc = Leitura corrigida

Resolução

É a menor variação da grandeza a medir que pode ser indicada ou registrada pelo
sistema de medição.

Histerese

É a diferença entre a leitura/medida para um dado valor da grandeza a medir, quando


essa grandeza foi atingida por valores crescentes, e a leitura / medida, quando atingida por
valores decrescentes da grandeza a medir. O valor poderá ser diferente, conforme o ciclo de
carregamento e descarregamento, típico dos instrumentos mecânicos, tendo como fonte de
erro, principalmente folgas e deformações, associadas ao atrito.

Exatidão

É o grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do


mensurando.

Exatidão de um instrumento de medição

É a aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor


verdadeiro. Exatidão é um conceito qualitativo.

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2.3. IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

A medição e, consequentemente, os instrumentos de medição são elementos


fundamentais para:

 monitoração de processos e de operação;


 pesquisa experimental;
 ensaio de produtos e sistemas (exemplos: ensaio de recepção de uma máquina-
ferramenta; ensaio de recepção de peças e componentes adquiridos de terceiros);
 controle de qualidade (calibradores, medidores diferenciais múltiplos, máquinas de
medir coordenadas etc.).

2.4. QUALIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

A qualidade principal de um instrumento de medição é a de medir, com erro mínimo.


Por isso, há três operações básicas de qualificação: calibração, ajustagem e regulagem. Na
linguagem técnica habitual existe confusão em torno dos três termos. Em virtude disso, a
seguir está a definição recomendada pelo INMETRO (VIM).

 Calibração/Aferição: conjunto de operações que estabelece, sob condições
especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou
sistema de medição, ou valores representados por uma medida materializada, ou um
material de referência e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por
padrões.

Observações

 O resultado de uma calibração permite o estabelecimento dos valores daquilo que


está sendo medido (mensurando) para as indicações e a determinação das correções a
serem aplicadas.

 Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas, como o


efeito das grandezas de influência.

 O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento denominado


certificado de calibração ou relatório de calibração.

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Metrologia 19

 Ajustagem de um instrumento de medição: operação destinada a fazer com que um


instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso.

 Regulagem de um instrumento de medição: ajuste, empregando somente os recursos


disponíveis no instrumento para o usuário.

2.5. NORMAS DE CALIBRAÇÃO

As normas da série NBR ISO 9000 permitem tratar o ciclo da qualidade de maneira
global, atingindo desde o marketing e a pesquisa de mercado, passando pela engenharia de
projeto e a produção até a assistência e a manutenção.

Essas normas são tão abrangentes que incluem até o destino final do produto após seu
uso, sem descuidar das fases de venda, distribuição, embalagem e armazenamento.

Juntamente com a revisão dos conceitos fundamentais da ciência da medição será


definida uma terminologia compatibilizada, na medida do possível, com normas nacionais
(ABNT), internacionais (ISO) e com normas e recomendações técnicas de reconhecimento
internacional (DIN, ASTM, BIPM, VDI e outras). No estabelecimento da terminologia, procura-
se manter uma base técnico-científica.

Ainda não existe no Brasil uma terminologia que seja comum às principais instituições
atuantes no setor. A terminologia apresentada é baseada no VIM (Vocabulário Internacional
de Metrologia), que busca uma padronização para que o vocabulário técnico de Metrologia
no Brasil seja o mesmo utilizado em todo o mundo.

2.6. VEREFICANDO O ENTENDIMENTO

Marque com X a resposta correta.

Exercício 1 - Metrologia é a ciência da:

a) ( ) observação;
b) ( ) medição;
c) ( ) comparação;
d) ( ) experimentação.

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Metrologia 20

Exercício 2 - As técnicas de observação, medição e registro fazem parte da:


a) ( ) experimentação;
b) ( ) testagem;
c) ( ) documentação;
d) ( ) instrumentação.

Exercício 3 - Medir é comparar grandezas com base em um:


a) ( ) padrão;
b) ( ) metro;
c) ( ) quilograma;
d) ( ) modelo.

Exercício 4 - A equação E = M - VV indica:


a) ( ) acerto de medida;
b) ( ) erro de medida;
c) ( ) valor de medida;
d) ( ) exatidão de medida.

Exercício 5 - Uma leitura de medida, feita de modo errado, ocasiona erro:


a) ( ) aleatório;
b) ( ) sistemático;
c) ( ) grosseiro;
d) ( ) construtivo.

Exercício 6 - No Brasil, a terminologia usada em Metrologia está baseada em normas:


a) ( ) nacionais;
b) ( ) internacionais;
c) ( ) regionais;
d) ( ) empresariais.

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Metrologia 21

3. REGUA GRADUADA, METRO E TRENA

3.1. INTRODUÇÃO

A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os


instrumentos de medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de
aço-carbono ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro
(cm) e milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações,
conforme o sistema inglês.

3.2. RÉGUA GRADUADA

Utiliza-se a régua graduada nas medições com “erro admissível” superior à menor
graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5mm ou ".

As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600,
1000, 1500, 2000 e 3000mm. As mais usadas na oficina são as de 150mm (6") e 300mm (12").

3.3. RÉGUA DE ENCOSTO INTERNO

Destinada a medições que apresentem faces internas de referência.

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3.4. RÉGUA SEM ENCOSTO

Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de referência.

3.5. RÉGUA COM ENCOSTO

Destinada à medição de comprimento a partir de uma face externa, a qual é utilizada


como encosto.

3.6. RÉGUA DE PROFUNDIDADE

Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

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Metrologia 23

3.7. RÉGUA DE DOIS ENCOSTOS

Dotada de duas escalas: uma com referência interna e outra com referência externa. É
utilizada principalmente pelos ferreiros.

3.8. RÉGUA RÍGIDA DE AÇO-CARBONO COM SEÇÃO RETANGULAR

Utilizada para medição de deslocamentos em máquinas-ferramenta, controle de


dimensões lineares, traçagem etc.

3.9. CARACTERÍSTICAS

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas
retas e bem definidas, e faces polidas.

As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados


termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos,
uniformes, equidistantes e finos.
A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais.

3.10. LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte


equivale a 1mm.

Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de forma
ampliada, como se faz isso.

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Metrologia 24

3.11. LEITURA NO SISTEMA INGLÊS DE POLEGADA FRACIONÁRIA

Nesse sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16... partes iguais. As escalas de


precisão chegam a apresentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam
frações de .
A a ilustração a seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho
ampliado.

Observe que, na ilustração anterior, estão indicadas somente frações de numerador


ímpar. Isso acontece porque, sempre que houver numeradores pares, a fração é simplificada.

Exemplo: →

+ = → (para simplificar, basta dividir por 2)

+ + + + + = Þ

e assim por diante...

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Metrologia 25

A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a extremidade do


objeto. Na leitura, deve-se observar sempre a altura do traço, porque ele facilita a
identificação das partes em que a polegada foi dividida.

Assim, o objeto na ilustração acima tem 1 (uma polegada e um oitavo de polegada) de


comprimento.

Conservação:

 Evitar que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas


comuns de trabalho.
 Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.
 Não flexionar a régua: isso pode empená-la ou quebrá-la.
 Não utilizá-la para bater em outros objetos.
 Limpá-la após o uso, removendo a sujeira. Aplicar uma leve camada de óleo
fino, antes de guardar a régua graduada.

3.12. METRO ARTICULADO

O metro articulado é um instrumento de medição linear, fabricado de madeira,


alumínio ou fibra.

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Metrologia 26

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.


A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero
da escala, isto é, o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a
medir. O traço da escala que coincidir com a outra extremidade indicará a medida.

Exemplo:

O comprimento da rosca, segundo a ilustração,


mede 2 cm, ou seja, 0,02 m.

O diâmetro do parafuso, segundo a ilustração, é de

Conservação:

 Abrir o metro articulado de maneira correta.


 Evitar que ele sofra quedas e choques.
 Lubrificar suas articulações.

3.13. TRENA

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou


tecido, graduada em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema inglês,
ao longo de seu comprimento, com traços transversais.

Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que


permite recolher a fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou
não ser dotado de trava.

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Metrologia 27

A fita das trenas de bolso são de aço fosfatizado ou esmaltado e apresentam largura
de 12, 7 mm e comprimento entre 2 m e 5 m.
Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser planas ou curvas. As de geometria
plana permitem medir perímetros de cilindros, por exemplo.

Não se recomenda medir perímetros com trenas de bolso cujas fitas sejam curvas.
As trenas apresentam, na extremidade livre, uma pequenina chapa metálica dobrada
em ângulo de 90º. Essa chapa é chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

3.14. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Leitura de milímetro em régua graduada.


Leia os espaços marcados e escreva o numeral à frente das letras, abaixo da régua.

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Metrologia 28

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Metrologia 29

Exercício 2: Faça a leitura de frações de polegada em régua graduada.

Marque com um X a resposta correta.

Exercício 3: Os instrumentos mais comuns de medidas linear são:


a) ( ) paquímetro, régua graduada, altímetro;
b) ( ) régua graduada, metro articulado, trena;
c) ( ) torquímetro, trena, paquímetro;
d) ( ) esquadro, compasso, metro articulado.

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Metrologia 30

Exercício 4: A régua graduada mais usada em oficina é a de:


a) ( ) 200 mm (7..) e 500 mm (9..);
b) ( ) 250 mm (8..) e 500 mm (11..);
c) ( ) 100 mm (68..) e 350 mm (13..);
d) ( ) 150 mm (6..) e 300 mm (12..).

Exercício 5: Para medir canais ou rebaixos internos, usa-se régua:


a) ( ) rígida;
b) ( ) com encosto;
c) ( ) de profundidade;
d) ( ) sem encosto.

Exercício 6: No sistema métrico, cada centímetro na escala é dividido em:


a) ( ) 10 partes iguais;
b) ( ) 1 mm;
c) ( ) 10 mm;
d) ( ) 100 partes iguais.

Exercício 7: O metro articulado é, também, um instrumento de medição:


a) ( ) vertical;
b) ( ) linear;
c) ( ) circular;
d) ( ) horizontal.

Exercício 8: No comércio, o metro articulado é encontrado nas versões de:


a) ( ) 3 mm e 5 mm;
b) ( ) 1 m e 2 m;
c) ( ) 2 mm e 3 mm;
d) ( ) 0,10 mm e 0,20 mm.

Exercício 9: A trena é um instrumento de medição linear e se apresenta na forma de


fita de:
a) ( ) madeira, alumínio ou plástico
b) ( ) couro, plástico ou aço
c) ( ) aço, fibra de vidro ou tecido
d) ( ) tecido, madeira ou fibra de vidro

Exercício 10: Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser :


a) ( ) circulares
b) ( ) lineares
c) ( ) planas ou curvas
d) ( ) elípticas

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Metrologia 31

Exercício 11: Para medir perímetro de cilindro usa-se trena de fita:


a) ( ) articulada
b) ( ) circular
c) ( ) curva
d) ( ) plana

Exercício 12: As fitas de trenas de bolso são feitas de:


a) ( ) aço rígido
b) ( ) tecido ou fibra de vidro
c) ( ) plástico
d) ( ) aço fosfatizado ou esmaltado

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Metrologia 32

4. PAQUIMETRO: TIPOS E USOS

4.1. PAQUÍMETRO

O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas,


externas e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto
fixo, sobre a qual desliza um cursor.

1. orelha fixa 8. encosto fixo


2. orelha móvel 9. encosto móvel
3. nônio ou vernier (polegada) 10. bico móvel
4. parafuso de trava 11. nônio ou vernier (milímetro)
5. cursor 12. impulsor
6. escala fixa de polegadas 13. escala fixa de milímetros
7. bico fixo 14. haste de profundidade

O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de


folga. Ele é dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier.
Essa escala permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa.
O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena.
Os instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de:

0,05 mm, 0,02 mm, ou .001"


As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento geralmente é feito
de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC.

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Metrologia 33

4.2. TIPOS E USOS

PAQUÍMETRO UNIVERSAL

É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos.


Trata-se do tipo mais usado.

4.3. PAQUÍMETRO UNIVERSAL


COM RELÓGIO

O relógio acoplado ao cursor


facilita a leitura, agilizando a medição.

4.4. PAQUÍMETRO COM BICO MÓVEL (BASCULANTE)

Empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros diferentes.

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4.5. PAQUÍMETRO DE PROFUNDIDADE

Serve para medir a profundidade de furos não vazados, rasgos, rebaixos etc.
Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho.
Veja a seguir duas situações de uso do paquímetro de profundidade.

4.6. PAQUÍMETRO DUPLO

Serve para medir dentes de engrenagens.

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Metrologia 35

4.7. PAQUÍMETRO DIGITAL

Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe, e ideal para controle estatístico.

4.8. TRAÇADOR DE ALTURA

Esse instrumento baseia-se no mesmo


princípio de funcionamento do paquímetro,
apresentando a escala fixa com cursor na
vertical. É empregado na traçagem de peças,
para facilitar o processo de fabricação e, com
auxílio de acessórios, no controle dimensional.

4.9. PRINCÍPIO DO NÔNIO

A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem ao português


Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier, considerados seus inventores.
O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 36

No sistema métrico, existem paquímetros em que o nônio possui dez divisões


equivalentes a nove milímetros (9 mm).
Há, portanto, uma diferença de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o
primeiro traço da escala móvel.

Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm entre o
terceiros traços e assim por diante.

4.10. CÁLCULO DE RESOLUÇÃO

As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser


calculadas pela sua resolução.
A resolução é a menor medida que o instrumento oferece. Ela é calculada utilizando-
se a seguinte fórmula:

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Metrologia 37

Resolução =
UEF = unidade da escala fixa
NDN = número de divisões do nônio

Exemplo:

 Nônio com 10 divisões

Resolução = = 0,1mm

 Nônio com 20 divisões

Resolução = = 0,5mm

 Nônio com 50 divisões

Resolução = = 0,2mm

4.11. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Marque com um X a resposta correta.

Exercício 1: Para medir dimensões lineares internas, externas, de profundidade e de


ressaltos, usa-se o seguinte instrumento:
a) ( ) graminho;
b) ( ) régua graduada;
c) ( ) compasso;
d) ( ) paquímetro.

Exercício 2: Quando é necessário grande número de medidas com rapidez, usa-se o


paquímetro:
a) ( ) universal, com relógio indicador;
b) ( ) com bico móvel;
c) ( ) de profundidade;
d) ( ) duplo.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 38

Exercício 3: Para medir peças cônicas ou com rebaixos, que apresentam diâmetros
diferentes, usa-se paquímetro:
a) ( ) de profundidade;
b) ( ) com bico móvel (basculante);
c) ( ) com relógio indicador;
d) ( ) universal com relógio.

Exercício 4: Com o paquímetro duplo mede-se:


a) ( ) passo de engrenagem;
b) ( ) coroa de engrenagem;
c) ( ) dentes de engrenagem;
d) ( ) pinhão de engrenagem.

Exercício 5: A escala do cursor do paquímetro chama-se:


a) ( ) escala fixa;
b) ( ) escala de milímetros;
c) ( ) escala de polegadas;
d) ( ) nônio ou vernier.

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Metrologia 39

5. PAQUIMETRO: SISTEMA METRICO

5.1. LEITURA DO SISTEMA MÉTRICO

Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do nônio


corresponde à leitura em milímetro .
Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um deles
coincidir com um traço da escala fixa.
Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nônio.

Para você entender o processo de leitura no paquímetro, são apresentados, a seguir,


dois exemplos de leitura.

 Escala em milímetro e nônio com 10 divisões

Resolução: = = 0,1mm

 Escala em milímetro e nônio com 20 divisões

Resolução: = 0,05mm

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Metrologia 40

 Escala em milímetro e nônio com 50 divisões

Resolução = = 0,02mm

5.2. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Faça a leitura e escreva a medida nas linhas pontilhadas.

d)

e)

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 41

f)

g)

Exercício 2: Não esqueça de calcular a resolução do paquímetro. Faça a leitura e


escreva as medidas.

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Metrologia 42

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 43

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6. PAQUIMETRO: SISTEMA INGLES

6.1. LEITURA DE POLEGADA MILESIMAL

No paquímetro em que se adota o sistema inglês, cada polegada da escala fixa divide-
se em 40 partes iguais. Cada divisão corresponde a:

(que é igual a .025”)


Como o nônio tem 25 divisões, a resolução desse paquímetro é:

Resolução: R= = 0,1mm

O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro.


Contam-se as unidades .025" que estão à esquerda do zero (0) do nônio e, a seguir,
somam-se os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um dos traços do nônio
coincide com o traço da escala fixa.

6.2. LEITURA DE POLEGADA FRACIONÁRIA

No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro é graduada em polegada e frações de


polegada. Esses valores fracionários da polegada são complementados com o uso do nônio.
Para utilizar o nônio, precisamos saber calcular sua resolução:

Resolução: = R= +8= x =

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Metrologia 45

Assim, cada divisão do nônio vale .

Duas divisões corresponderão a ou e assim por diante.

A partir daí, vale a explicação dada no item anterior: adicionar à leitura da escala fixa a
do nônio.
Exemplo:

Na figura a seguir, podemos ler na escala fixa e no nônio.


A medida total equivale à soma dessas duas leituras.

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Metrologia 46

Observação: As frações sempre devem ser simplificadas.

Você deve ter percebido que medir em polegada fracionária exige operações mentais.
Para facilitar a leitura desse tipo de medida, recomendamos os seguintes procedimentos:

1º passo - Verifique se o zero (0) do nônio coincide com um dos traços da escala fixa.
Se coincidir, faça a leitura somente na escala fixa.

2º passo - Quando o zero (0) do nônio não coincidir, verifique qual dos traços do nônio
está nessa situação e faça a leitura do nônio.

3º passo - Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero (0) do nônio.

4º passo - Sabendo que cada divisão da escala fixa equivale a = = =

e com base na leitura do nônio, escolhemos uma fração da escala fixa de mesmo
denominador. Por exemplo:

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Metrologia 47

Leitura do nônio → fração escolhida da escala fixa

Leitura do nônio → fração escolhida da escala fixa

5º passo - Multiplique o número de divisões da escala fixa (3º passo) pelo numerador
da fração escolhida (4º passo). Some com a fração do nônio (2º passo) e faça a leitura final.
Exemplos de leitura utilizando os passos:

2º passo →

3º passo → 1 divisão

4º passo → fração escolhida

5º passo → 1 x + = Leitura final:

2º passo →

3º passo → 2” + 8 divisões

4º passo → fração escolhida

5º passo → 2 + 8 x + = 2 Leitura final: 2

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Metrologia 48

6 .3. COLOCAÇÃO DE MEDIDA NO PAQUÍMETRO EM POLEGADA FRACIONÁRIA

Para abrir um paquímetro em uma medida dada em polegada fracionária, devemos:

1º passo - Verificar se a fração tem denominador 128. Se não tiver, deve-se substituí-
la pela sua equivalente, com denominador 128.
Exemplo:

não tem denominador 128.

→ é uma fração equivalente, com denominador 128.

Observação: o numerador é dividido por 8, pois 8 é o número de divisões do nônio.

2º passo - Dividir o numerador por 8.


Utilizando o exemplo acima:

18 8
2 2
Resto Quociente

3º passo - O quociente indica a medida na escala fixa; o resto mostra o número do


traço do nônio que coincide com um traço da escala fixa.

Outro exemplo: abrir o paquímetro na medida

A fração já está com denominador 128.

25 8
1 3
Resto Quociente

O paquímetro deverá indicar o 3º traço da escala fixa e apresentar o 1º traço do nônio


coincidindo com um traço da escala fixa.

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Metrologia 49

6.4. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Escreva a medida lida em cada uma das linhas pontilhadas.

Exercício 2: Leia cada uma das medidas em polegada milesimal e escreva a medida na
linha abaixo de cada desenho.

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Metrologia 50

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 51

Exercício 3: Leia cada uma das medidas em polegada fracionária e escreva a medida na
linha abaixo de cada desenho.

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Metrologia 53

7. PAQUIMETRO: CONSERVAÇAO

7.1. ERROS DE LEITURA

Além da falta de habilidade do operador (erro de influência subjetiva), outros fatores


podem provocar erros de leitura no paquímetro, como, por exemplo, a paralaxe e a pressão
de medição.

7.2. PARALAXE

Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois
devido a esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa com outro
da móvel.
O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas de construção, normalmente
tem uma espessura mínima (a), e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os traços do
nônio (TN) são mais elevados que os traços da escala fixa (TM).

Colocando o instrumento em posição não perpendicular à vista e estando sobrepostos


os traços TN e TM, cada um dos olhos projeta o traço TN em posição oposta, o que ocasiona
um erro de leitura.
Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o
paquímetro em uma posição perpendicular aos olhos.

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Metrologia 54

7.3. PRESSÃO DE MEDIÇÃO

Já o erro de pressão de medição origina-se no jogo do cursor, controlado por uma


mola. Pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação à régua, o que altera a medida.

Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado: nem
muito preso, nem muito solto. O operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o
instrumento à sua mão. Caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da mola

devem ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando de volta
aproximadamente.
Após esse ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém sem folga.

7.4. ERROS DE INFLUÊNCIAS OBJETIVAS (ERROS DO INSTRUMENTO)

a) ERRO DE PLANIDADE DAS SUPERFÍCIES DE MEDIÇÃO

Ocorre quando as superfícies de medição não estão absolutamente planas, admitindo-


se uma tolerância de, no máximo, 2 μm na retificação destas superfícies.

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Metrologia 55

b) ERRO DE PARALELISMO DAS SUPERFÍCIES DE MEDIÇÃO

Ocorre quando as superfícies de medição não se apresentam perfeitamente paralelas,


considerando-se satisfatório um erro de até 3 μm.

c) ERRO DE DIVISÃO DA RÉGUA (ESCALA PRINCIPAL)

A precisão das divisões é obtida por métodos especiais de trabalho, tendo em vista a
elevada dureza do material com que é confeccionado o instrumento. Admite-se um erro de
execução em função da fórmula:
f = ± 5 + (L/50).

d) ERRO DE DIVISÃO DA RÉGUA (NÔNIO)

Pelos mesmos motivos da anterior e, ainda pelo fato de ser uma escala menor, são
admitidos erros de ± 5 μm.

e) ERRO DE COLOCAÇÃO EM ZERO

Ocorre quando os zeros das escalas principal e do nônio não coincidem, devido à
deposição de impurezas nas faces de medição, ou pelo desgaste das mesmas, pelo uso
frequente. Pode apresentar um erro de, no máximo, ± 5μm.

Pelo que foi exposto, pode-se calcular o erro máximo de medição pela soma de todos
os erros, na possibilidade de um mesmo instrumento e operador assim se apresentarem.

ERROS m (micrômetro)
Planidade das superfícies de medição +2
Paralelismo das superfícies de medição +3
Objetivos Divisão de régua principal + 5 + L/50
Divisão da régua do nônio +5
Colocação em zero +5
Diferença de pressão de medição +2
Subjetivos
Leitura + 15
TOTAL + 37 + L/50

Na prática, tal erro não se deverá verificar, pois é improvável a ocorrência simultânea
de cada erro, em seus limites máximos. Deve-se, então, considerar a probabilidade de erro
máximo em Paquímetros com resolução de 0,02 mm pela fórmula.

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Metrologia 56

7.5. TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Para ser usado corretamente, o paquímetro precisa ter:


 seus encostos limpos;
 a peça a ser medida deve estar posicionada corretamente entre os encostos.

É importante abrir o paquímetro com uma distância maior que a dimensão do objeto a
ser medido.

O centro do encosto fixo deve ser encostado em uma das extremidades da peça.

Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel toque a
outra extremidade.

Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto e a peça retirada, sem que os
encostos a toquem.
As recomendações seguintes referem-se à utilização do paquímetro para determinar
medidas:
 externas;
 internas;
 de profundidade;
 de ressaltos.

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Metrologia 57

7.6. RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS PARA USO DO PAQUÍMETRO

a) Posicione corretamente os bicos principais na medição externa, aproximando o máximo


possível a peça da escala graduada, ou seja, a peça deve ser colocada o mais profundamente
possível entre os bicos de medição. Isso evitará erros por folga do cursor e o desgaste
prematuro das pontas onde a área de contato é menor.

b) Verifique também o perfeito apoio nas faces de medição como mostra a figura
abaixo, para maior segurança nas medições.

c) Posicione corretamente as orelhas para medição interna. Procure introduzir o


máximo possível as orelhas no furo ou ranhura, mantendo o paquímetro sempre paralelo à
peça que está sendo medida.

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Metrologia 58

d) Nas medições de diâmetros internos, as superfícies de medição das orelhas devem


coincidir com a linha de centro do furo.

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Metrologia 59

e) Posicione corretamente a vareta de profundidade, no caso de medições de


profundidade. Antes de fazer a leitura, verifique se o paquímetro está apoiado
perpendicularmente ao furo em todo o sentido, apoiando-o corretamente sobre a peça,
evitando que ele fique inclinado.

f) Nas medições de ressaltos, apoie primeiramente a face da escala principal e depois


encoste suavemente a face do cursor. Faça a leitura sentindo as faces encostadas. Não se
deve usar a haste de profundidade para esse tipo de medição, pois ela não permite um apoio
firme.

7.7. CONSERVAÇÃO

 Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.


 Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe causar
danos.
 Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.
 Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.
 Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização.

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Metrologia 60

7.8. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Marque com um X a resposta correta.

Exercício 1: Quando o cursor tem uma espessura muito grossa, pode ocorrer erro de
leitura por:
a) ( ) pressão;
b) ( ) paralaxe;
c) ( ) desvio;
d) ( ) desregulagem.

Exercício 2: No caso de erro de leitura devido à pressão de medida, é necessário:


a) ( ) fixar o cursor;
b) ( ) controlar o encosto;
c) ( ) regular a mola;
d) ( ) inclinar o encosto.

Exercício 3: Ao medir uma peça, ela deve ficar bem colocada entre os bicos de
medição para evitar:
a) ( ) erro de paralaxe;
b) ( ) erros de medidas dos bicos;
c) ( ) pressão das pontas dos bicos;
d) ( ) desgaste das pontas dos bicos.

Exercício 4: Ao medir o furo de uma peça, o paquímetro deve ficar sempre na posição:
a) ( ) inclinada;
b) ( ) perpendicular;
c) ( ) vertical;
d) ( ) paralela.

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Metrologia 61

8. MICROMETRO: TIPOS E USOS

8.1. ORIGEM E FUNÇÃO DO MICRÔMETRO

Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua
patente. O instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira simples.
Com o decorrer do tempo, o micrômetro foi aperfeiçoado e possibilitou medições
mais rigorosas e exatas do que o paquímetro.
De modo geral, o instrumento é conhecido como micrômetro. Na França, entretanto,
em homenagem ao seu inventor, o micrômetro é denominado palmer.

8.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento do
micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e
porca. Assim, há uma porca fixa e um parafuso
móvel que, se der uma volta completa, provocará
um descolamento igual ao seu passo.

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Metrologia 62

Desse modo, dividindo-se a .cabeça. do parafuso, pode-se avaliar frações menores que
uma volta e, com isso, medir comprimentos menores do que o passo do parafuso.

8.3. NOMENCLATURA

A figura abaixo mostra os componentes de um micrômetro.

8.4. VAMOS VER OS PRINCIPAIS COMPONENTES DE U M MICRÔMETRO.

 O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar


as tensões internas.
 O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão de
calor das mãos para o instrumento.
 O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para garantir
exatidão do passo da rosca.
 As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se
rigorosamente planos e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de metal
duro, de alta resistência ao desgaste.

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Metrologia 63

 A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é


necessário.
 O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso micrométrico.
Portanto, a cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do fuso micrométrico.
 A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.
 A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada .

8.5. CARACTERÍSTICAS

Os micrômetros caracterizam-se pela:


 capacidade;
 resolução;
 aplicação.

A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1"),


variando o tamanho do arco de 25 em 25 mm (ou 1 em 1"). Podem chegar a 2000 mm (ou
80").
A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01 mm; 0,001 mm; .001" ou .0001".
No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0 a 1", quando as faces dos contatos estão juntas,
a borda do tambor coincide com o traço zero (0) da bainha. A linha longitudinal, gravada na
bainha, coincide com o zero (0) da escala do tambor.

Para diferentes aplicações, temos os


seguintes tipos de micrômetro:

8.6. MICRÔMETRO DE PROFUNDIDADE

Conforme a profundidade a ser medida,


utilizam-se hastes de extensão, que são fornecidas
juntamente com o micrômetro.

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Metrologia 64

8.7. MICRÔMETRO COM ARCO PROFUNDO

Serve para medições de espessuras de bordas ou de partes salientes das peças.

8.8. MICRÔMETRO COM DISCO NAS HASTES

O disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de papel, cartolina,


couro, borracha, pano etc. Também é empregado para medir dentes de engrenagens.

8.9. MICRÔMETRO PARA MEDIÇÃO DE ROSCAS

Especialmente construído para medir roscas triangulares, este micrômetro possui as


hastes furadas para que se possa encaixar as pontas intercambiáveis, conforme o passo para
o tipo da rosca a medir.

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8.10. MICRÔMETRO COM CONTATO EM FORMA DE V

É especialmente construído para medição de ferramentas de corte que possuem


número ímpar de cortes (fresas de topo, macho, alargadores etc.). Os ângulos em V dos
micrômetros para medição de ferramentas de 3 cortes é de 60º; 5 cortes, 108º e 7 cortes,
128º34.17".

8.11. MICRÔMETRO PARA MEDIR PAREDE DE TUBOS

Este micrômetro é dotado de arco especial e possui o contato a 90º com a haste
móvel, o que permite a introdução do contato fixo no furo do tubo.

8.12. MICRÔMETRO CONTADOR MECÂNICO

É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador
mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de paralaxe).

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8.13. MICRÔMETRO DIGITAL ELETRÔNICO

Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle
estatístico de processos, juntamente com microprocessadores.

8.14. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Identifique as partes principais do micrômetro abaixo:

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Metrologia 67

Assinale com um X a resposta correta.

Exercício 2: O micrômetro centesimal foi inventado por:


a) ( ) Carl Edwards Johanson;
b) ( ) Pierre Vernier;
c) ( ) Jean Louis Palmer;
d) ( ) Pedro Nunes.

Exercício 3: Os micrômetros têm as seguintes características:


a) ( ) capacidade, graduação do tambor, aplicação;
b) ( ) tamanho da haste, arco, parafuso micrométrico;
c) ( ) aplicação, capacidade, resolução;
d) ( ) tambor, catraca, resolução.

Exercício 4: Para medir uma peça com Æ 32,75, usa-se micrômetro com a seguinte
capacidade de medição:
a) ( ) 30 a 50;
b) ( ) 25 a 50;
c) ( ) 0 a 25;
d) ( ) 50 a 75.

Exercício 5: O micrômetro mais adequado para controle estatístico de processo é o:


a) ( ) contador mecânico;
b) ( ) digital eletrônico;
c) ( ) com contatos em forma de V;
d) ( ) com disco nas hastes.

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9. MICROMETRO: SISTEMA METRICO

9.1. MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO DE 0,01 MM

Vejamos como se faz o cálculo de leitura em um micrômetro. A cada volta do tambor,


o fuso micrométrico avança uma distância chamada passo.
A resolução de uma medida tomada em um micrômetro corresponde ao menor
deslocamento do seu fuso. Para obter a medida, divide-se o passo pelo número de divisões do
tambor.

Resolução =

Se o passo da rosca é de 0,5 mm e o tambor tem 50 divisões, a resolução será:

= 0,01 mm
Assim, girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de 0,01 mm no
fuso.

Leitura no micrômetro com resolução de 0,01 mm.


1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.
2º passo - leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha.
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.

Exemplos:

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Metrologia 69

9.2. MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO DE 0,001 MM

Quando no micrômetro houver nônio, ele indica o valor a ser acrescentado à leitura
obtida na bainha e no tambor. A medida indicada pelo nônio é igual à leitura do tambor,
dividida pelo número de divisões do nônio.

Se o nônio tiver dez divisões marcadas na bainha, sua resolução será:

R= = 0,001mm

Leitura no micrômetro com resolução de 0,001 mm.

1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.

2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma escala.

3º passo - leitura dos centésimos na escala do tambor.

4º passo - leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da bainha, verificando qual dos
traços do nônio coincide com o traço do tambor.

A leitura final será a soma dessas quatro leituras parciais.

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Metrologia 70

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9.3. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Faça a leitura e escreva a medida na linha.

c)

d)

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Exercício 2: É importante que você aprenda a medir com o micrômetro. Para isso, leia
as medidas indicadas nas figuras.

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10. MICROMETRO: SISTEMA INGLES

10.1. LEITURA NO SISTEMA INGLÊS

No sistema inglês, o micrômetro apresenta as seguintes características:

 na bainha está gravado o comprimento de uma polegada, dividido em 40 partes iguais.


Desse modo, cada divisão equivale a 1" : 40 = .025";
 o tambor do micrômetro, com resolução de .001", possui 25 divisões.

Para medir com o micrômetro de resolução .001", lê-se primeiro a indicação da


bainha. Depois, soma-se essa medida ao ponto de leitura do tambor que coincide com o traço
de referência da bainha.

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10.2. MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO .0001"

Para a leitura no micrômetro de .0001", além das graduações normais que existem na
bainha (25 divisões), há um nônio com dez divisões. O tambor divide-se, então, em 250 partes
iguais.
A leitura do micrômetro é:

Sem o nônio → resolução = = = .001”

Com o nônio → resolução = = = .0001”

Para medir, basta adicionar as leituras da bainha, do tambor e do nônio.

10.3. CALIBRAÇÃO (REGULAGEM DA BAINHA)

Antes de iniciar a medição de uma peça, devemos calibrar o instrumento de acordo


com a sua capacidade.

Para os micrômetros cuja capacidade é de 0 a 25 mm, ou de 0 a 1", precisamos tomar


os seguintes cuidados:
 limpe cuidadosamente as partes móveis eliminando poeiras e sujeiras, com pano
macio e limpo;
 antes do uso, limpe as faces de medição; use somente uma folha de papel macio;
 encoste suavemente as faces de medição usando apenas a catraca; em seguida,
verifique a coincidência das linhas de referência da bainha com o zero do tambor; se
estas não coincidirem, faça o ajuste movimentando a bainha com a chave de
micrômetro, que normalmente acompanha o instrumento.

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Metrologia 77

Para calibrar micrômetros de maior


capacidade, ou seja, de 25 a 50 mm, de 50 a 75 mm
etc. ou de 1" a 2", de 2" a 3" etc., deve-se ter o
mesmo cuidado e utilizar os mesmos
procedimentos para os micrômetros citados
anteriormente, porém com a utilização de barra-
padrão para calibração.

10.4. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Leia as medidas e escreva-as nas linhas abaixo de cada desenho.

c)

d)

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Metrologia 78

Exercício 2: Escreva as medidas abaixo de cada ilustração.

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Metrologia 79

11. MICROMETRO INTERNO

11.1. TIPOS DE MICRÔMETRO INTERNO

Para medição de partes internas empregam-se dois tipos de micrômetros: micrômetro


interno de três contatos, micrômetro interno de dois contatos (tubular e tipo paquímetro).

11.2. MICRÔMETRO INTERNO DE TRÊS CONTATOS

Este tipo de micrômetro é usado exclusivamente para realizar medidas em superfícies


cilíndricas internas, permitindo leitura rápida e direta. Sua característica principal é a de ser
auto-centrante, devido à forma e à disposição de suas pontas de contato, que formam, entre
si, um ângulo de 120º.

11.3. MICRÔMETRO INTERNO DE TRÊS CONTATOS


COM PONTAS INTERCAMBIÁVEIS

Esse micrômetro é apropriado para medir furos roscados, canais e furos sem saída,
pois suas pontas de contato podem ser trocadas de acordo com a peça que será medida.

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Metrologia 80

Para obter a resolução, basta dividir o passo do fuso micrométrico pelo número de
divisões do tambor.

Resolução = = 0,005 mm

Sua leitura é feita no sentido contrário à do micrômetro externo.

A leitura em micrômetros internos de três contatos é realizada da seguinte maneira:


 o tambor encobre a divisão da bainha correspondente a 36,5 mm;
 a esse valor deve-se somar aquele fornecido pelo tambor: 0,240 mm;
 o valor total da medida será, portanto: 36,740 mm.

 Precaução: devem-se respeitar, rigorosamente, os limites mínimo e máximo da


capacidade de medição, para evitar danos irreparáveis ao instrumento.

11.4. MICRÔMETRO INTERNO TUBULAR

O micrômetro tubular é empregado para medições internas acima de 30 mm.


Devido ao uso em grande escala do micrômetro interno de três contatos pela sua
versatilidade, o micrômetro tubular atende quase que somente a casos especiais,
principalmente as grandes dimensões.

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Metrologia 81

O micrômetro tubular utiliza hastes de extensão com dimensões de 25 a 2.000 mm. As


hastes podem ser acopladas umas às outras. Nesse caso, há uma variação de 25 mm em
relação a cada haste acoplada.
As figuras a seguir ilustram o posicionamento para a medição.

11.5. MICRÔMETRO TIPO PAQUÍMETRO

Esse micrômetro serve para medidas acima de 5 mm e, a partir daí, varia de 25 em 25 mm.

A leitura em micrômetro tubular e micrômetro tipo paquímetro é igual à leitura em


micrômetro externo.

 Observação: A calibração dos micrômetros internos tipo paquímetro e tubular é feita


por meio de anéis de referência, dispositivos com blocos padrão ou com micrômetro
externo. Os micrômetros internos de três contatos são calibrados com anéis de
referência.

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11.6. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1: Faça a leitura e escreva a medida abaixo de cada figura.

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12. RELOGIO COMPARADOR

12.1. O RELÓGIO COMPARADOR

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma


escala e um ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta de contato.
O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As
diferenças percebidas nele pela ponta de contato são amplificadas mecanicamente e irão
movimentar o ponteiro rotativo diante da escala.

Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a
diferença é positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a estabelecida.
Se o ponteiro girar em sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça
apresenta menor dimensão que a estabelecida.
Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem
resolução de 0,01 mm. O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porém os
mais comuns são de 1 mm, 10 mm, .250" ou 1".

Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta perpendicularmente em


relação a ponta de contato (vertical). E, caso apresentem um curso que implique mais de uma
volta, os relógios comparadores possuem, além do ponteiro normal, outro menor,
denominado contador de voltas do ponteiro principal.

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Metrologia 84

Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses limitadores são móveis,


podendo ser ajustados nos valores máximo e mínimo permitidos para a peça que será
medida.
Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos relógios comparadores. Sua
finalidade é possibilitar controle em série de peças, medições especiais de superfícies
verticais, de profundidade, de espessuras de chapas etc.
As próximas figuras mostram esses dispositivos destinados à medição de profundidade
e de espessuras de chapas.

Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das
vantagens de seu emprego é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do
diâmetro ou de defeitos, como conicidade, ovalização etc.
Consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma
ponta de contato em movimento axial transmitido a um relógio comparador, no qual pode-se
obter a leitura da dimensão. O instrumento deve ser previamente calibrado em relação a uma
medida padrão de referência.

Esse dispositivo é
conhecido como medidor interno
com relógio comparador ou
súbito.

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Metrologia 85

12.2. RELÓGIO COMPARADOR ELETRÔNICO

Este relógio possibilita uma leitura rápida, indicando instantaneamente a medida no


display em milímetros, com conversão para polegada, zeragem em qualquer ponto e com
saída para mini processadores estatísticos.

A aplicação é semelhante à de um relógio comparador comum, além das vantagens


apresentadas acima.

12.3. MECANISMOS DE AMPLIFICAÇÃO

Os sistemas usados nos mecanismos de amplificação são por engrenagem, por


alavanca e mista.

 Amplificação por engrenagem

Os instrumentos mais
comuns para medição por
comparação possuem sistema de
amplificação por engrenagens.

As diferenças de grandeza
que acionam o ponto de contato
são amplificadas mecanicamente.

A ponta de contato move o


fuso que possui uma cremalheira,
que aciona um trem de
engrenagens que, por sua vez,
aciona um ponteiro indicador no
mostrador.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 86

Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a um


deslocamento de 1 mm da ponta de contato. Como o mostrador contém 100 divisões, cada
divisão equivale a 0,01 mm.

 Amplificação por alavanca

O princípio da alavanca aplica-se a aparelhos simples, chamados indicadores com


alavancas, cuja capacidade de medição é limitada pela pequena amplitude do sistema
basculante.
Assim, temos:

Relação de amplificação =

Durante a medição, a haste que suporta o cutelo móvel desliza, a despeito do esforço
em contrário produzido pela mola de contato. O ponteiro-alavanca, mantido em contato com
os dois cutelos pela mola de chamada, gira em frente à graduação.

A figura abaixo representa a montagem clássica de um aparelho com capacidade de ±


0,06 mm e leitura de 0,002 mm por divisão.

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Metrologia 87

 Amplificação mista

É o resultado da combinação entre alavanca e engrenagem. Permite levar a


sensibilidade até 0,001 mm, sem reduzir a capacidade de medição.

12.4. CONDIÇÕES DE USO

Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em
boas condições de uso.
A verificação de possíveis erros é feita da seguinte maneira: com o auxílio de um
suporte de relógio, tomam-se as diversas medidas nos blocos-padrão. Em seguida, deve-se
observar se as medidas obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São encontrados
também calibradores específicos para relógios comparadores.

Observação: Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma


posição anterior a zero. Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o
ajuste do zero.
Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não
incorrer em erros de medida.

12.5. APLICAÇÕES
DOS RELÓGIOS
COMPARADORES

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Metrologia 88

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 89

12.6. CONSERVAÇÃO

 Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça.


 Levantar um pouco a ponta de contato ao retirar a peça.
 Evitar choques, arranhões e sujeira.
 Manter o relógio guardado no seu estojo.
 Os relógios devem ser lubrificados internamente nos mancais das engrenagens.

12.7. RELÓGIO COM PONTA DE CONTATO DE ALAVANCA (APALPADOR)

É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco possui
três guias que facilitam a fixação em diversas posições.

Existem dois tipos de relógios apalpadores. Um deles possui reversão automática do


movimento da ponta de medição; outro tem alavanca inversora, a qual seleciona a direção do
movimento de medição ascendente ou descendente.

O mostrador é giratório com resolução de 0.01 mm, 0.002 mm, .001" ou .0001".

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Metrologia 90

Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de aplicações,
tanto na produção como na inspeção final.

Exemplos:
 Excentricidade de peças.
 Alinhamento e centragem de peças nas máquinas.
 Paralelismos entre faces.
 Medições internas.
 Medições de detalhes de difícil acesso.

Exemplos de aplicação:

12.8. CONSERVAÇÃO

 Evitar choques, arranhões e sujeira.


 Guardá-lo em estojo apropriado.
 Montá-lo rigidamente em seu suporte.
 Descer suavemente o ponta de contato sobre a peça.
 Verificar se o relógio é antimagnético antes de colocá-lo em contato com a mesa
magnética.

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Metrologia 91

12.9. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Observações:
 A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a carga inicial ou de medição.
 Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.

Exercício 1: Faça a leitura do relógio comparador (milímetro)

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Metrologia 92

Exercício 2: Continue fazendo a leitura e escreva abaixo da figura contando com as


mesmas observações do exercício anterior.

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Metrologia 93

Marque com X a resposta correta.

Exercício 3: O relógio comparador é um instrumento de medição que verifica:


a) ( ) medidas, superfícies planas, concentricidade e paralelismo, com leitura direta;
b) ( ) medidas, superfícies planas, concentricidade e paralelismo, com leitura indireta;
c) ( ) medidas, superfícies planas, concentricidade e paralelismo, somente para peças
de grandes dimensões;
d) ( ) medidas, superfícies planas, concentricidade e paralelismo, apenas para peças
de pequenas dimensões.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 94

Exercício 4: O ponteiro do relógio comparador é ajustado ao zero da escala por meio


de:
a) ( ) limitador de tolerância;
b) ( ) aro giratório;
c) ( ) ponta de contato;
d) ( ) alavanca.

Exercício 5: Nos relógios comparadores comuns, cada volta completa do ponteiro


equivale a 1 mm. Como o mostrador tem 100 divisões, cada divisão vale em mm:
a) ( ) 0,01;
b) ( ) 0,002;
c) ( ) 0,001;
d) ( ) 0,1.

Exercício 6: Para elevar a sensibilidade do relógio em 0,001 mm, usa-se o seguinte tipo
de amplificação:
a) ( ) por engrenagem;
b) ( ) por alavanca;
c) ( ) mista (alavanca/engrenagem);
d) ( ) por alavanca de revisão.

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Metrologia 95

13. GONIOMETRO

13.1. INTRODUÇÃO

O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas angulares.

O goniômetro simples, também conhecido como transferidor de grau, é utilizado em


medidas angulares que não necessitam extremo rigor. Sua menor divisão é de 1º (um grau).
Há diversos modelos de goniômetro. A seguir, mostramos um tipo bastante usado, em que
podemos observar as medidas de um ângulo agudo e de um ângulo obtuso.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 96

Na figura que segue, temos um goniômetro de precisão. O disco graduado apresenta


quatro graduações de 0 a 90º. O articulador gira com o disco do vernier e, em sua
extremidade, há um ressalto adaptável à régua.

13.2. CÁLCULO DA RESOLUÇÃO

Na leitura do nônio, utilizamos o valor de 5' (5 minutos) para cada traço do nônio.
Dessa forma, se é o 2º traço no nônio que coincide com um traço da escala fixa, adicionamos
10' aos graus lidos na escala fixa; se é o 3º traço, adicionamos 15'; se o 4º, 20' etc.
A resolução do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros
instrumentos de medida com nônio, ou seja: divide-se a menor divisão do disco graduado
pelo número de divisões do nônio.

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 97

Resolução =

Ou seja:

Resolução = = = 5’

13.3. LEITURA DO GONIÔMETRO

Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio.
Na escala fixa, a leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-
horário.
A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero nônio, seguindo a
mesma direção da leitura dos graus.

Assim, nas figuras acima, as medidas são, respectivamente:

A1 = 64º B1 = 30' leitura completa 64º30'


A2 = 42º B2 = 20' leitura completa 42º20'
A3= 9º B3 = 15' leitura completa 9º15'

13.4. CONSERVAÇÃO

 Evitar quedas e contato com ferramentas de oficina.


 Guardar o instrumento em local apropriado, sem expô-lo ao pó ou à umidade.

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Metrologia 98

13.5. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Exercício 1 : Leia e escreva sua leitura nas linhas.

Exercício 2: Leia e escreva as medidas abaixo dos desenhos.

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Metrologia 99

ESCOLA TÉCNICA STATUS


Metrologia 100

14. REGUA E MESA DE SENO

14.1. RÉGUA DE SENO

A régua de seno é constituída de uma barra de aço temperado e retificado.


Com formato retangular, possui dois rebaixos: um numa extremidade e outro próximo
à extremidade oposta. Nesses rebaixos é que se encaixam os dois cilindros que servem de
apoio à régua.

Os furos existentes no corpo da régua reduzem seu peso e possibilitam a fixação das
peças que serão medidas.
A distância entre os centros dos cilindros da régua de seno varia de acordo com o
fabricante.
Recordando a trigonometria: sen a =

Então:

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Metrologia 101

O fabricante garante a exatidão da distância (L). A altura (H) é conseguida com a


utilização de blocos-padrão.

Por exemplo: deseja-se inclinar a régua de seno 30º (a), sabendo que a distância entre
os cilindros é igual a 100 mm (L). Qual é a altura (H) dos blocos-padrão?

seno a = → H = seno a . L

H = seno 30º . 100

H = 0,5 . 100

H = 50 mm

14.2. MESA DE SENO

A mesa de seno é semelhante à régua de seno. Suas proporções, entretanto, são


maiores. Possui também uma base, na qual se encaixa um dos cilindros, o que facilita sua
inclinação.

A mesa de seno com contrapontas permite medição de peças cilíndricas com furos de
centro.

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Metrologia 102

14.3. TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO

Para medir o ângulo de uma peça com a mesa de seno, é necessário que a mesa esteja
sobre o desempeno e que tenha como referência de comparação o relógio comparador.

Se o relógio, ao se deslocar sobre a superfície a ser verificada, não alterar sua


indicação, significa que o ângulo da peça é semelhante ao da mesa.
Com a mesa de seno com contrapontas, podemos medir ângulos de peças cônicas.
Para isso, basta inclinar a mesa, até a superfície superior da peça ficar paralela à base da
mesa. Dessa forma, a inclinação da mesa será igual à da peça fixada entre as contrapontas.

14.4. MEDIÇÃO DE PEQUENOS ÂNGULOS

Nessa medição, a mesa de seno e a mesa de seno com contrapontas possuem uma
diferença de plano (dp). Essa diferença de plano varia de acordo com os fabricantes, sendo
que as alturas mais comuns são de 5, 10 e 12,5 mm.

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Para obter a igualdade de plano colocam-se blocos-padrão que correspondam à


diferença de altura entre a base e o cilindro. Com esse recurso podemos fazer qualquer
inclinação, por menor que seja, e ainda usar blocos-padrão protetores.

14.5. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO

Marque com X a resposta correta.

Exercício 1: A régua e a mesa de seno são utilizadas para verificar dimensões:


a) ( ) lineares;
b) ( ) de seno;
c) ( ) angulares;
d) ( ) milímetros.

Exercício 2: O princípio de medição da mesa é baseado em:


a) ( ) blocos-padrão;
b) ( ) conicidade;
c) ( ) diferença de plano (dp);
d) ( ) regra do seno.

Exercício 3: A diferença de plano (dp) na mesa de seno serve para:


a) ( ) fazer pequenas inclinações e usar blocos protetores;
b) ( ) facilitar o uso do relógio comparador;
c) ( ) obter exatidão nas peças cônicas;
d) ( ) fixar peças entre pontas.

Exercício 4: Para inclinar 30º numa mesa de seno, com distância entre os cilindros de
200 mm e dp = 5, a altura dos blocos-padrão será:
Dado: seno 30º = 0,5
a) ( ) 100;
b) ( ) 105;
c) ( ) 10;
d) ( ) 15.

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